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Centro Universitário Hermínio
Ometto
UNIARARAS
MARIA APARECIDA MAIA DA SILVA
O USO DE IMPLANTES PARA
ANCORAGEM ORTODÔNTICA
ARARAS/SP
DEZEMBRO/2005
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Centro Universitário Hermínio
Ometto
UNIARARAS
MARIA APARECIDA MAIA DA SILVA
(37) 3244-1880
O USO DE IMPLANTES PARA
ANCORAGEM ORTODÔNTICA
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário Hermínio Ometto
UNIARARAS, para obtenção do Título
de Mestre em Odontologia, Área de
Concentração em Ortodontia.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo de
Oliveira Bozzo
e-mail: ricardobozzo@uniararas.br
Co-orientadora: Profa. Dra. Eloísa M.
Backer
ARARAS/SP
DEZEMBRO/2005
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FOLHA DE APROVAÇÃO
DEDICATÓRIA
A Deus, aquele que a tudo perdoa.
Aos meus pais pelo carinho e incentivo
constante.
Aos meus amigos Maria Helena, Márcia
e José Diniz pelo apoio e incentivo nas horas
difícieis.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Dr. Mário Vedovello Filho, pelo dinamismo com que conduz este
curso.
Ao Prof. Dr. Ricardo de Oliveira Bozzo, pela brilhante orientação deste
trabalho.
Aos amigos pelo entusiasmo constante.
Aos funcionários e a todos aqueles que direta ou indiretamente possibilitaram a
realização deste trabalho.
RESUMO
Na Ortodontia a ancoragem desempenha papel fundamental na
obtenção da correção das maloclusões. A ancoragem, por meio dos implantes
osseointegráveis, permite a potencialização de forças, possibilitando
movimentos específicos, com a eliminação das reações adversas que ocorrem
na ancoragem convencional e elimina o uso de dispositivos extrabucais. Em
vista destes fatos, o presente estudo visou, por meio da revisão de literatura,
analisar o uso de implantes na Ortodontia, verificando a viabilidade da sua
utilização para a ancoragem ortodôntica e apontar as principais indicações,
vantagens e desvantagens do seu uso. Conclui-se que os implantes de titânio
podem ser considerados apropriados para realizar a ancoragem ortodôntica,
fornecendo apoio para distalização e intrusão dentária, pois quando
submetidos à diferentes níveis de forças, se mantiveram estáveis e
osseointegrados. O uso de implante para fins de ancoragem, quando tiver sido
finalizado o crescimento da mandíbula e maxila. Como vantagens para o uso
de implantes deve-se destacar que o mesmo permite o movimento ortodôntico
unidirecional, o que permite a protração maxilar, retração, intrusão, extrusão,
distalização e nivelamento, além de promover benefícios sociais e estéticos e
diminuir a necessidade de cooperação dos indivíduos.
Palavras Chaves: Ancoragem ortodôntica / Implantes osseointegrável.
ABSTRACT
In the Orthodontics the anchorage perform a fundamental part in the
obtain of the correction of the malocclusion. The anchorage, across of the
osseointegrate, and the anchorage permit the potentiation of force, possibility
specific mobile, with the elimination of the adverse reaction that occur in the
conventional anchorage and eliminate the use of the extraoral device. About
these facts the present study analyzed the use of the osseointegrate implant in
the Orthodontics verifying the viability of the utilization of the osseointegrate
implant to the orthodontic anchorage and aim the principal indication,
advantage and disadvantage of the use osseointegrate implant. Afterward the
rigorous review of literature concluded that the titanium implant can be
considered appropriate to realize the orthodontic anchorage furnish support to
distalization and intrusion dental therefore when submit to different level of the
force, if maintainer stable and osseointegrate. These too can substitute the use
of the extra oral appliance and orthodontic elastic, favoring the esthetics. With
this study emphasize still that these implant can be useful to finish the moving
to prosthetic rehabilitation and indication the use of the implant to concluded of
the anchorage, when had been finished the growing of the jaw and maxilla.
Introducing advantage to the use the implant make emphasize that the even
allow the combine direction orthodontic mobile what allow the protrusion
maxillary; retraction, intrusion, extrusion, distalization and leveling, moreover
proportion social and esthetics benefit and decrease the need of cooperation of
the individual decreasing just the these fact the time need to the finished of the
treatment. Introducing disadvantage emphasize the cost, period of the waiting
of the osseointegration (if not utilized immediate load) and a second time
surgical to the removal of the even when it is not need in the prosthetic
rehabilitation.
Keys Words: Orthodontics anchorage / Osseointegrate implant.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 a) Superfície do Onplant
TM
, de titânio liso, com o parafuso de
cobertura no lugar, (b) A textura da superfície que é colocada diretamente no
osso do palato, (c) Onplant
TM
sem o parafuso de cobertura, apresentando o
hexágono externo, (d) componentes do Onplant
TM
. (esquerda). Onplant
TM
com
três diferentes comprimentos de transgengival, do Onplant
TM
.....................................................31
Figura 02 Figura de um implante osseointegrável instalado utilizado na
ancoragem para distalização de
molares..............................................................................................................42
Figura 03 Ancoragem ortodôntica com uso de mini placas de
titânio.................................................................................................................49
SUMÁRIO
Resumo…………………………………….............…………………………….....…5
Abstract................................................................................................................6
Lista de Ilustrações..............................................................................................7
1. Introdução........................................................................................................9
2. Objetivos........................................................................................................11
3. Revisão da Literatura.....................................................................................12
4. Discussão......................................................................................................61
5. Conclusões....................................................................................................66
Referências Bibliográficas.................................................................................67
9
1. INTRODUÇÃO
Atualmente a Odontologia tem dispensado elevado valor à atuação
multidisciplinar entre as especialidades. Os incríveis avanços disponíveis
permitem ao profissional a realização e prestação de serviços de melhor
qualidade.
Tal comodidade hoje se reflete no diagnóstico, no planejamento, na
execução, na proservação e finalização de um tratamento ortodôntico.
A ancoragem ortodôntica é uma das fases mais imprescindíveis ao
tratamento, bem como, é uma das fases mais incomôdas do tratamento
ortodôntico, principalmente quando se faz necessário utilizar dispositivos
extrabucais.
Os implantes osseointegráveis se prestam à reabilitação protética e
funcional, pom também podem ser utilizados na ancoragem ortodôntica.
Esta é definida como a resistência não desejada nos movimentos dentários
durante o tratamento ortodôntico ou a resistência nas forças de reação que são
promovidas pelos outros dentes ou por estruturas presentes fora da boca,
quando se realiza o tratamento ortodôntico.
Se a movimentação ortodôntica ocorrer somente por meio dos dentes
naturais remanescentes, estes podem sofrer movimentação indesejada. Tal
fato não ocorre com o uso de implantes osseointegráveis. Mesmo assim, a
ancoragem ortodôntica dependerá das forças aplicadas, do tipo de aparelho
utilizado, do tipo de dente a ser movimentado, do número de raízes que esse
dente possui, do estado periodontal dos dentes, da atividade muscular e das
forças oclusais (DIEDRICH, 1993).
O uso de implantes para ancoragem ortodôntica pode gerar melhor
posição pré-protética dos dentes remanescentes antes da realização do
trabalho protético definitivo. Estes geram força contrária e de igual intensidade,
que possibilite resistência e possibilite a movimentação ortodôntica. Desta
forma, o uso de implantes osseointegráveis rígidos e unitários facilitaria a
movimentação ortodôntica, melhoraria a ancoragem e reduzir os efeitos
colaterais indesejáveis. Ao final da movimentação poderiam ser ainda utilizados
para a reabilitação protética (HIGUSHI; SLACK, 2000).
10
Pode-se por meio dos implantes osseointegráveis realizar a intrusão
dentária, (SOUTHARD et al. 1995) resistir a forças ortodônticas horizontais
(AKIN-NERGIZ et al. 1998) realizar movimentos mésio distais dos dentes
(SAITO et al. 2000) utilizando os mesmos ainda nas reabilitações bucais pós-
tratamento ortodôntico como futuros pilares para próteses fixas. os mini-
implantes podem ser utilizados para vestibularizar, lingualizar, mesializar ou
distalizar dentes, intruir ou extruí-los, quando estes são utilizados como
ancoragem. Além é claro de se constituir uma alternativa para o uso de
aparelhos extrabucais, que em geral são rejeitados pelos indivíduos por
estéticas.
Em vista destes fatos o presente estudo visou analisar o uso de
implantes osseointegráveis na Ortodontia verificando a viabilidade da utilização
de implantes osseointegrados para a ancoragem ortodôntica e apontar as
principais indicações, vantagens e desvantagens do uso dos implantes
osseointegrados.
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2. OBJETIVOS
O presente estudo buscou rever a literatura disponível sobre o uso
de implantes com finalidade de promoção de ancoragem ortodôntica, levando
em consideração:
a) se é viável a utilização de implantes para a ancoragem
ortodôntica;
b) indicações, vantagens e desvantagens do uso dos implantes
osseointegrados.
12
3. REVISÃO DA LITERATURA
Para embasamento deste estudo foram consultadas as referências
bibliográficas descritas a seguir.
ANGLE (1907) tomou como referência o ponto de aplicação da força e
apontou três tipos de ancoragem: simples, na qual seria aceitável alguma
inclinação durante o movimento do dente; estacionário, na qual o deveria
permitir movimentos de inclinação dos dentes envolvidos e a recíproca situação
na qual dois ou mais dentes poderiam se movimentar uns contra os outros de
forma recíproca.
GAINSFORTH; HIGLEY (1945) sugeriram o uso de implantes como
ancoradouros em osso basal. Buscaram avaliar a efetividade dos parafusos de
vitallium e os fios de aço inoxidável inserido em mandíbulas de cães, logo após
a aplicação de forças ortodônticas e verificou que os implantes se perderam
entre 16 a 31 dias. Inferiram a possibilidade do uso de implantes intrabucais
para servir de ancoragem junto ao osso basal.
ASPEGREN; BREINER (1964) destacaram o uso de implantes de titânio
no fêmur de coelhos. Apontaram que é possível obter a estabilidade dos
implantes quando os mesmos são usados como ancoragem.
LINCOW (1969) apresentou três casos onde utilizou implantes metálicos
laminados intraósseos em edêntulos para ser usado como ancoragem. No
primeiro caso, utilizou o implante como ancoragem para retração dos dentes
anteriores superiores no indivíduo com ausência do primeiro molar inferior
esquerdo e com maloclusão de Classe II. Destacou que o indivíduo se recusou
a utilizar o aparelho de ancoragem extrabucal. Nos dois outros casos os
indivíduos se apresentavam com ausência de elementos dentários isolados e
que se contrapunham ao uso de próteses convencional, receberam implantes
nos espaços edêntulos. Porém o se avaliou a estabilidade dos implantes a
longo prazo. Ressaltou sucesso nos três casos e destacou que os implantes
podem ser utilizados para facilitar o tratamento ortodôntico com segurança.
De acordo com BRÄNEMARK et al. (1969), a osseointegração é uma
conexão direta entre osso vivo e um implante endósseo carregado. Na
interface entre o osso cortical e o implante, verificam-se, canalículos
13
participando no transporte eletrolítico próximo à camada de óxido. Uma rede de
fibras colágenas envolve os osteócitos e se insere na camada de
proteoglicanos. Forma-se uma camada de 100 Å de proteoglicanos, que se
funde com a camada de óxido, e uma camada de substância fundamental
amorfa de 10 a 20 µ de espessura se une à camada de proteoglicanos. a
osseointegração em osso esponjoso ocorre quando as trabéculas se
aproximam do implante e entram em contato íntimo com a camada de óxido.
De acordo com os autores o sucesso do uso de implantes dependerá da
precisão da cnica cirúrgica, submersão dos implantes, ausência de
inflamação dos tecidos moles ao redor do implante e controle do calor durante
a abertura óssea.
LINCOW (1970) apresentou em artigo seis casos onde apontou as
diversas utilidades dos implantes metálicos laminados no tratamento
ortodôntico. No primeiro, segundo e quinto caso relatado, os implantes foram
usados apenas para substituir um dente anterior ausente após o indivíduo ter
terminado o tratamento ortodôntico. No terceiro e quarto casos, os implantes
foram posicionados em regiões edêntulas posteriores e, além de substituir
elementos dentários, foram utilizados para ancoragem com o uso de elásticos
de Classe II e à retração anterior superior Finalizou apresentando um caso
onde o indivíduo era edentulo parcial e por meio dos implantes instalados
pode-se alcançar uma boa oclusão. Destacou ainda que desde as primeiras
experiências envolvendo implantes como ancoragem ortodôntica, os
ortodontistas têm objetivado evitar a reciprocidade das forças naturais.
RICKETTS (1976) afirmou que independentemente do tipo de dente,
todos podem se movimentar em qualquer direção com a adequada aplicação
da força. Ressaltou também que a finalidade da ancoragem é evitar o
deslocamento dos dentes que suportam as forças e promover o movimento de
um outro dente ou grupos de dentes para as posições desejadas. Esta poderá
ser passiva ou ativa, quando passiva esta seria constituída pelo próprio dente,
e este, estaria ancorado no osso alveolar por meio do ligamento periodontal. A
resistência ao movimento ortodôntico dependeria do comprimento, número e
volume das raízes. a ancoragem ativa é aquela gerada por dispositivos que
visam evitar o deslocamento dos dentes de apoio e seria baseada na não de
reciprocidade dos elementos dentários. Também apontou que a ancoragem do
14
molar inferior estaria relacionada diretamente com o tipo facial do indivíduo,
podendo ser efetuada de três maneiras: ancoragem máxima, moderada e
mínima. Os indivíduos com padrões de crescimento braquifaciais em geral
possuem a musculatura mais forte e capaz de sobrepujar a maior parte das
forças do tratamento ortodôntico. nos padrões dolicofaciais, a musculatura é
mais fraca, sendo facilmente subjugada pelas forças de tratamento ortodôntico
e os padrões mesofaciais apresentam maior proporcionalidade dos elementos
faciais. Criou também os aparelhos de ancoragem quadrihélice e arco de
utilidade. O quadrihélice é utilizado para expansão do palato; é um aparelho
fixo, com liberação de força contínua e recíproca, de magnitude suave,
ancoragem exclusivamente dentária e o arco utilidade possui diferentes
aplicações e pode ser usado como arco de nivelamento, para elástico de
Classe II, para expansão, retração ou intrusão.
WIGGLESWORTH (1977) afirmou utilizar implantes em próteses fixas
inferiores, para servir de apoio de elásticos para correção de maloclusão classe
II. Também ressaltou que este tipo de implante serve como ancoragem para a
movimentação dos dentes.
SHERMAN (1978) estudou se os implantes de carbono vítreo usados
experimentalmente em es seriam efetivos e observou que após a aplicação
de uma foa ortodôntica de 175 g, apenas dois dos seis implantes
permaneceram rígidos, e os demais apresentaram mobilidade ou fraturaram. A
mobilidade foi atribuída à falhas na técnica cirúrgica e às fraturas pela mordida
dos animais em suas próprias jaulas. Afirmou que mesmo não havendo um
ligamento periodontal com todos os componentes à volta dos implantes, os
espaços medulares do tecido ósseo são capazes de fornecer suprimento
sangüíneo e células osteoprogenitoras fornecendo os elementos necessários
para ocorrer à atividade osteoblástica e osteoclástica. Verificou ainda que é
recomendado que os implantes sejam estabilizados no período de cicatrização
óssea para que possa osseointegrar.
SMITH (1979) instalou implantes de óxido de alumínio com cobertura de
grânulos de vidro (Bioglass) bilateralmente na região do primeiro molar
mandibular de três macacos rhesus e estes permaneceram estáveis durante a
aplicação de força. Um arco lingual feito para liberar uma força continua
lingualmente direcionada, foi ativado e ligado aos implantes. Observou por
15
meio de medidas das distâncias interimplantes que todos os implantes
permaneceram imóveis quando submetidos a força de 425 g/cm2. Quando se
aumentou a foa para 925 g, ocorreu movimentação de apenas 0,3 mm ao
final de nove meses de aplicação de carga.
TURLEY; SHAPIRO; MOFFETT (1980) inseriram implantes de óxido de
alumínio cobertos por uma camada de “Bioglass”, como ancoragem, buscando
a expansão do complexo maxilar em macacos da raça pigtail. Estes foram
colocados bilateralmente na maxila ou na pré-maxila de três macacos
experimentais e após nove semanas, de período de cicatrização óssea, iniciou-
se a movimentação usando forças de 425 g a 950 g, resultando em expansão
sutural inter maxilar de 6,0 mm. Constatou-se expansão ortopédica do palato
por remodelação de sutura, palatina em apenas um animal, nos demais
ocorreu mobilidade e inflamação, gerando a perda dos implantes. O sucesso
do implante decorreu da técnica cirúrgica e do osso suporte adequado, os
implantes funcionaram como dentes anquilosados, promovendo ancoragem
para uma expansão na sutura intermaxilar e interpalatal. Afirmaram que o
implante poderá ser utilizado como ancoragem sem apoio dentário em
indivíduos infantis com anomalias crânio-faciais.
GRAY et al. (1983) realizaram um estudo visando determinar se os
implantes do tipo “Bioglass” ou “Vitalium”, de tamanho mínimo, quando
implantados no fêmur de um coelho, resistiriam ao movimento, gerando forças
de magnitudes ortodônticas. Além de comparar o desempenho destes como
ancoragem e observar a reação histológica da interface osso e implante e osso
adjacente. Para tanto instalou-se dois implantes “Bioglass” e “Vitallium”, do
mesmo tamanho, no fêmur de 12 coelhos. Após 28 dias de cicatrização óssea,
estes implantes foram submetidos a forças de 60 g, 120 g e 180 g. A análise
após a cicatrização óssea, revelou que não houve movimento, estaticamente
significante, em qualquer das três cargas para qualquer implante. Não se
verificaram alterações histológicas de movimento do implante em qualquer tipo
de implante sob qualquer carga.
CREEKMORE; EKLUND (1983) justificaram que embora a ancoragem
ortodôntica extrabucal possa auxiliar a ancoragem dentária, permitindo a
liberação de forças que não são conseguidas com força intrabucais, estas
dependem da colaboração do indivíduo e esta colaboração nem sempre é
16
conseguida. Para se evitar tal impasse aconselharam a utilização de implantes
como ancoragem.
ROBERTS; NELSON; GOODACRE (1994) avaliaram o tecido ósseo
junto à instalação de 20 implantes de titânio usinados com ataque ácido em
suas roscas de 3,2 mm de dmetro por 8,0 mm de altura, na região femural de
14 coelhos de idade entre três a seis meses. Para tanto, procedeu-se a
implantação em dois estágios, com período de cicatrização de quatro a cinco
meses. Uma carga de 100 g foi aplicada por quarto a oito semanas, por meio
de mola de aço inoxidável entre implantes. Somente um implante não
osseointegrou. Verificaram que os implantes osseointegráveis se estabilizaram
depois da aplicação de forças ortodônticas contínuas, podendo ser utilizado
como ancoragem ortodôntica e ortopédica dentofacial. A manutenção de
margens ósseas ao redor do implante, a osteogênese sub-periostal, o peodo
de cicatrização de 4 a 5 meses antes da carga e a estabilidade do implante
dentro do tecido ósseo são os fatores necessários para o sucesso da terapia.
DOUGLASS; KILLIANY (1987) instalaram implantes intra-ósseos
Ticonium (liga de cromo – cobalto) em 21 ratos e aplicaram forças ortonticas
contínuas tais forças na ordem de 150 g. entre eles e os molares superiores,
fornecida por uma mola espiral fechada, durante 4,5 semanas. Demonstraram
que os implantes podem promover ancoragem intrabucal para correção
ortodôntica, se prestando também a auxiliar o tratamento de indivíduos
edentulos e ou aqueles que se negam a usar técnicas convencionais de
ancoragem extrabucal.
SMALLEY; SHAPIRO; HOHL (1988) instalaram implantes no osso
zigomático de macacos para auxiliar o movimento de protração maxilar.
Segundo os autores houve reposicionamento do complexo maxilo-facial por
meio da remodelação sutural e esquelética, sendo que 80% do efeito obtido
mantiveram-se estável por 22 semanas após a retirada da tração. Não se
constatou movimentação dentária dos implantes, apenas discreta inflamação
crônica. Inferiram a possibilidade de utilização dessa metodologia em
indivíduos com severa atresia maxilar ou outras anormalidades crânio faciais.
Destacaram que os implantes podem promover uma ancoragem estável para
um aparelho de protração do complexo maxilo-facial, permanecendo estáveis
até o final do tratamento.
17
Segundo ÖDMAN et al. (1988) podem-se usar implantes na ancoragem
ortodôntica, agenesias dentárias e reposição do espaço perdido com implantes.
Verificaram que estes podem ser utilizados como pilares protéticos.
Apresentaram o caso de um indivíduo de 65 anos que possuía um canino
superior retido e este foi tracionado por meio de um implante. Relataram
também que esta técnica permite a manutenção da higiene bucal possibilitando
a redução de problemas periodontais e gengivais, facilitando o término do
tratamento.
ÖDMAN et al. (1988) relataram seis casos onde implantes intra-ósseos
de titânio, com rosca, foram implantados nas regiões edêntulas dos maxilares e
foram usados para ancoragem na Ortodontia e posteriormente como encaixe
para prótese. Os implantes ficaram sem carga por um período que variou de
três a seis meses para a cicatrização óssea ou osseointegração. Para
ancoragem utilizou-se de variados níveis de força ortodôntica e o tempo de
tratamento foi de 6 a 18 meses. Obtiveram sucesso nos seis casos e
concluíram que o tratamento com implantes de titânio osseointegráveis pode
ser usado como alternativa de ancoragem na Ortodontia.
KRAUT; HAMME; WHEELER (1988) utilizaram implantes
osseointegráveis IMZ
TM
(4 mm de dmetro x 11 mm de comprimento) como
ancoragem ortodôntica em três indivíduos edêntulos visando à realização da
retração anterior. Estes foram posicionados nas regiões edêntulas posteriores
por um período de três meses de cicatrização óssea. Constataram que um ano
após a colocação dos implantes, estes ainda estavam estáveis e sem sinais de
falha na integração.
TURLEY; DEAN; SHOAR (1988) analisaram por meio de técnicas
radiográficas histológicas e marcação óssea vital o uso de implante como
ancoragem ortodôntica e ortopédica. Os implantes apresentavam dimensões
de 2,4 x 6 mm e foram instalados na área lingual da mandíbula, no palato ou no
osso zigomático e extrabucal no osso temporal. Utilizaram-se seis cães sem
definição de raça, submetidos à extração dos terceiro e quarto pré-molares.
Apontaram que os implantes intrabucais tenham sido submetidos à carga por
meio de mola. Decorridos 18 semanas os implantes de um estágio tinham
falhado em 53% deles. Movimento ortopédico foi tentado entre os implantes
zigomático e temporais usando molas fechadas com 1000 g de força,
18
resultando na compressão da sutura zigomático-temporal e reabsorção das
margens ósseas. Os implantes de dois estágios apresentaram dimensões de
4,75 x 6 mm foram colocados no palato e na crista mandibular edêntulas. Os
implantes mandibulares foram ligados ao segundo pré-molar por uma alça ou
mola aberta, que era ativada semanalmente com a utilização de forças de 300
g nos movimentos ortodônticos e de 1000 g nos ortopédicos. Houve movimento
dentário entre 0,6 e 4 mm sem mudança detectável na posição do implante e
sem perda dos mesmos. Após 20 semanas de cicatrização, foram iniciados os
movimentos ortodônticos e ortopédicos. Todos os implantes permaneceram
estáveis durante a aplicação dos dois tipos de forças. Os implantes de 6 mm x
4,75 mm mostraram ser totalmente eficientes, enquanto o sucesso obtido pelos
implantes de 6 mm x 2,4 mm foi de apenas 47%. Afirmaram que implantes de
titânio resistiam a 300 g de força ortodôntica e 1000 g força ortopédica.
Para SHAPIRO; KOKICH (1988), a terapia ortodôntica gera vantagens
para outras especialidades mais precisamente nos tratamentos em adultos,
aonde o número de cirurgias ortognáticas vem aumentando. O movimento de
um dente ou grupo de dentes gera movimentos recíprocos dos dentes que
estão sendo utilizados como ancoragem. Os implantes podem ser utilizados
como ancoragem, durante a movimentação dentária e óssea e como pilares
para a reabilitação protética. Constatou-se que indivíduos com perdas dos
primeiros e segundos molares inferiores e com terceiros molares inclinados
foram beneficiados com a ancoragem ortodôntica promovida pelo implante. O
implante estrategicamente colocado na distal do pré-molar pode ser usado
como ancoragem, permitindo movimento mesial e de verticalização do terceiro
molar. Constataram que o uso de implantes como ancoragem facilita os
movimentos ortodônticos (dentes) e ortopédicos (osso).
ROBERTS et al. (1989) avaliaram três tipos de implantes um com
superfície jateada com ácido, um implante com dispositivo protético, outro de
titânio disponível comercialmente (Biotes), submetido à força ortodôntica em
quatro cães da raça Beagle e seis coelhos de 1 a 2 anos de idade. A análise se
deu por meio de microscopia por luz polarizada comparada a tomadas
microradiográficas para determinar a interface mineralizada em seções
transversais de 100 µm de implantes com a superfície tratada por ácido e com
roscas assimétricas. As inserções foram submetidas a uma força maior que
19
300 g por 13 semanas e todos os implantes permaneceram estáveis.
Constataram que a microradiografia foi superior à microscopia por luz
polarizada para detectar a interface mineralizada, pois se sabe que esta não
detecta especificamente tecido mineralizado. Verificaram que a manutenção a
longo prazo do implante submetido a cargas estava associada com a
remodelação óssea constante. Apontaram ainda a possibilidade de utilização
de implantes osseointegráveis na ancoragem fixa.
ROEKEL (1989) apresentou um caso clínico onde implantes do sistema
Bränemark
TM
foram inseridos nas áreas edêntulas e usados como ancoragem
ortodôntica. Tais implantes foram utilizados para realizar o descruzamento de
unidades dentárias e facilitar o restabelecimento da guia anterior e a
reabilitação bucal de um jovem indivíduo de 22 anos de idade que havia
perdido alguns dentes devido acidente automobilístico. Constatou que as
mordidas cruzadas unilaterais podem receber tratamento mais efetivo por meio
de implante. Para o autor o alinhamento e o descruzamento de dentes, em
indivíduos que possuam áreas edêntulas pximas, podem ser feitos por meio
de uso de implantes para ancoragem direta.
De acordo com KENT et al. (1990), os implantes osseointegráveis
podem ser utilizados para substituição de um único dente e como pilares para
prótese parciais fixas. Recomendaram a sua utilização em indivíduos
parcialmente desdentados que necessitam de ancoragem para a
movimentação ortodôntica.
LINDER-ARONSO; NORDENRAM; ANNEROTH (1990) promoveram a
utilização de implantes de titânio Biotes como ancoragem ortodôntica. Para
tanto se utilizou, dois macacos vervet adultos, os implantes foram inseridos em
alvéolos de dentes recém-extraídos. Após dois meses da cirurgia, instalou-se o
aparelho ortodôntico com elástico com força de 60 g por oito semanas.
Observaram que os implantes osseointegraram totalmente e permanecendo
rígidos na mandíbula. À distância inter dentária no lado experimental
permaneceu inalterada e no lado controle a distância entre os dentes foi
reduzida observando que houve movimento tuo dos dentes. o uso do
implante como ancoragem ao tratamento ortodôntico, não promoveu nenhuma
reabsorção óssea ao redor do implante. Por meio da análise histológica
verificou-se a integração dos implantes de titânio quando utilizados como
20
ancoragem, sem evidência de formação de tecido conjuntivo ou alguma reação
inflamatória neste. O osso alveolar e o ligamento periodontal em volta dos
dentes, nos quais as forças ortodônticas foram aplicadas, estavam em
processo de remodelação, porém não se verificaram reabsorção de raízes.
IVE (1990) apresentou um caso clínico na região anterior da mandíbula
e inserção de implantes osseointegráveis, na confecção de prótese provisória
visando servir de ancoragem ás forças ortodônticas obteve-se resultados
satisfatórios. Afirmou que os avanços no uso de implantes endósseos, com a
maior demanda pela melhoria estética, deram ao clínico novas opções de
tratamento para indivíduos adultos, permitindo coordenar a movimentação
ortodôntica, cirúrgica ortognática e o tratamento protético.
Para LANZI; SERAN; COHEN (1990), sugeriram que a estabilidade, a
durabilidade, a preservação da estrutura dentária do osso alveolar se
constituem em vantagens do uso de implantes osseointegráveis na Ortodontia,
tal fato evita o uso de terapias mais complicadas e comprometedoras.
ROBERTS; MARSHALL; MOZSARY (1990) analisaram um caso clínico
de um indivíduo com 34 anos de idade, do gênero masculino no qual foi
realizado um implante intra-ósseo de titânio na região retromolar como
ancoragem para instruir e mesializar em 10 mm o e o molares em um
indivíduo com ausência unilateral do molar. Tal implante possuia uma base
intra-óssea que media 6,9 mm de comprimento por 3,85 mm de diâmetro e a
força utilizada na mecânica ortodôntica foi de aproximadamente 408 g e, por 34
meses. Observaram que o implante manteve-se rígido e osseointegrado,
indicando que pode ser usado como uma fonte segura de ancoragem rígida. O
movimento dentário ortodôntico foi realizado com sucesso. A superposição dos
traçados cefalométrico do pré-tratamento e após três meses do término da
terapia constatou movimento de translação do molar de 10 mm a 12 mm.
Ocorreu movimento mesial o satisfatório quanto o torque lingual de raiz do
incisivo inferior. Obteve-se por meio de análise histológica que 80% da porção
endóssea do implante estava em contato direto com o osso cortical,
demonstrando um alto grau de integração, com elevada taxa de remodelação
de 30% por ano. Verificaram que o implante osseointegrável de titânio pode ser
usado como ancoragem, possibilitando a realização de movimentos
ortodônticos que não podem ser obtidos com a ancoragem convencional.
21
Apontaram que a terapia ortodôntica com auxílio de implantes como
ancoragem é uma opção viável e de escolha.
De acordo com MOYERS (1991), todo dispositivo ortodôntico é
composto por um elemento ativo e um de resistência. As partes ativas do
dispositivo têm relação com os movimentos do dente. Os elementos de reação
propiciam a resistência (ancoragem) que torna posveis os movimentos do
dente. De acordo com o ponto a aplicação da força a ancoragem pode ser
classificada como simples, estacionária ou recíproca. De acordo com o maxilar
envolvido a ancoragem é chamada de intermaxilar ou intramaxilar. Os locais da
ancoragem incluem intrabucal, extrabucal que envolve: cervical craniana e
occipital e facial. De acordo com o número de unidades, a ancoragem pode ser
dividida em única, composta ou reforçada com acréscimo de pontos de
ancoragem o dentária. Diferentes tipos de movimento podem ser realizados,
sendo que teoricamente, todos eles recaem em três categorias incluindo
translação, rotação e uma combinação de ambas; na translação a coroa e a
raiz vão para na mesma direção ao mesmo tempo; na rotação,
ortodonticamente descrita como inclinação, a coroa está indo para uma direção
e a raiz em outra; o termo rotação se restringe os movimentos circulares em
volta do longo eixo do dente. A força ideal no movimento ortodôntico é aquela
inicia a máxima resposta do tecido, sem dor ou reabsorção da raiz, mantendo a
saúde dos ligamentos periodontais em toda parte do movimento do dente.
Forças leves podem ser obtidas aumentando-se a distância interbráquete e no
uso de alças ou dobras; na intrusão, forças leves podem são dissipadas pelas
dobras verticais; na ancoragem extrabucal, a linha de ação da força varia
conforme o ponto de ancoragem que pode ser occipItal, cervical ou parietal.
ARBUCKLE; NELSON; ROBERTS (1991) estudaram os implantes
osseointegráveis usados como ancoragem ortodôntica e verificaram que
podem ser utilizados na correção de dentes com vestíbulo versão e
alinhamento dos mesmos diante da ausência da maioria dos dentes
posteriores. Para os autores, os implantes foram utilizados para a retração de
dentes anteriores e por sua estabilidade em relação aos dentes naturais.
Para HIGUSHI; SLACK (1991), a movimentação os dentes tem sido
sempre limitada por forças mecânicas recíprocas de ação e reação na
ausência de um ponto fixo de ancoragem na boca. O aparelho extrabucal é
22
utilizado como uma forma efetiva de se obter ancoragem na movimentação
ortodôntica dos dentes. Entretanto, a maior desvantagem desse tipo de
aparelho é a necessidade de cooperação do indivíduo no uso do mesmo, o que
pode provocar muitas limitações aos resultados desejados. Por outro lado, não
existe outra fonte de ancoragem fixa que esteja, rotineiramente, disponível. O
uso de implantes osseointegráveis facilita a movimentação ortodôntica e tem
sido periodicamente relatado na literatura científica ao longo dos últimos 40
anos. Concluíram que a ancoragem fixa intrabucal é viável usando-se
implantes osseointegráveis, e é eficiente em protrair toda a dentição da maxila
e mandíbula, corrigindo também a maloclusão de Classe II.
ÖDMAN et al. (1991) analisaram o efeito dos implantes osseointegráveis
de titânio na mandíbula de cinco porcos jovens os quais se encontravam em
diferentes estágios de desenvolvimento dentoalveolar. Verificaram que
implantes não se comportam como dentes em irrupção durante o
desenvolvimento da dentição, ou tão poucos os implantes movem-se
juntamente, com os dentes adjacentes, mas se comportam comparativamente
a dentes anquilosados. Tal fato reforça a idéia de que este não deve ser
instalado em indivíduos em crescimento, mas sim quando a dentição
permanente esteja totalmente irrupcionada.
HAANAES et al. (1991) estudaram três indivíduos com ausências
dentários posteriores, utilizando implantes de titânio (dois estágios) como
ancoragem para correção de terceiros molares retidos, gerando condições
adequadas para pilares de pontes fixas. Aplicaram forças de 250 g por um
período de cinco a oito meses. Não se observou movimento nos implantes e
estes permaneceram radiológica e clinicamente intactos ao final do tratamento
e, posteriormente, foram usados como pilares. Relataram que implantes podem
ser utilizados para correção pré-protética de terceiros molares retidos.
ECKHART et al. (1992) utilizaram implantes Bränemark
TM
para
conseguir estabilidade após reposionamento maxilar por meio de ancoragem e
fixação rígida com placas de titânio e verificaram por meio da análise
histomorfométrica osseointegração dia de 20,3% suficiente para suportar as
forças ortodônticas.
Segundo FENTON (1992), a movimentação ortodôntica em geral é
limitada pela ancoragem dada pelos dentes naturais remanescentes, pois os
23
dentes que servem como ancoragem podem se mover. Constatou que os
implantes permanecem imóveis mesmo após serem usados como ancoragem
fixa e aplicadas forças ortodônticas.
TRIACA; ANTONINI; WINTERMANTEL (1992) relataram o uso de um
novo tipo de implante composto de um disco e um parafuso com menos de 3
mm de altura e 7,5 mm de diâmetro. Este deve ser instalado na região do
palato dio sagital. Os resultados obtidos permitiram aos autores afirmar que
foi eficiente na ancoragem para tratamento ortodôntico na maxila.
Segundo LEKHOLM (1993), a idade mínima para a colocação de
implantes em indivíduos infantis, deve ficar entre 14 anos e 15 anos de idade
para o gênero feminino e, aproximadamente, um ano mais tarde para o gênero
masculino. Mas deve sempre estudar a curva individual de crescimento, antes
de ser colocado o implante, ou seja, o implante não deve ser colocado até que
esteja finalizado o crescimento da mandíbula e maxila.
SENNERBY et al. (1993) avaliaram implantes instalados imediatamente,
após a extração da raiz mesial do 2º pré-molar decíduo e do canino decíduo de
um lado da mandíbula, e da raiz mesial do pré-molar deduo do outro lado.
Um outro implante foi colocado após a extração do incisivo lateral decíduo em
um lado no maxilar superior. Buscava-se estudar as reações teciduais, por
meio, de histologia, frente a implantes de titânio inseridos em mandíbulas de
porcos em crescimento. Os autores desaconselharam a utilização de implantes
em regiões em crescimento próximos de dentes em irrupção ou em
desenvolvimento, pois estes, os implantes não acompanham o processo de
irrupção.
Para BALSHI (1993), o ortodontista deve procurar a localização exata
para a instalação de um implante. Relatou como desvantagem o custo
financeiro elevado e a necessidades de um procedimento cirúrgico em duas
fases. Como vantagens da utilização de implantes apontaram a conteão de
toda a dentição, manutenção da altura alveolar, preservação da função oclusal
e do contorno da coroa do canino superior.
Segundo DIEDRICH (1993), as propriedades ideais de uma boa
ancoragem, são dependentes das forças aplicadas, do tipo de aparelho
utilizado, da característica do movimento dentário desejado, da morfologia das
24
raízes, do nível de inserção da densidade e estrutura óssea, reatividade
periodontal, atividade muscular, forças oclusais e morfologia crânio-facial.
STEAN (1993) estudou e apresentou o caso de um indivíduo,
parcialmente edentulo na região dos molares inferiores direitos. Nesta região
seriam inseridos implantes para ancoragem ao movimento de retração dos
dentes anteriores. Segundo o autor os implantes podem servir como
ancoragem para alcançar movimento dentário e, como pilar protético.
Relataram é possível o alinhamento e descruzamento de qualquer dente em
indivíduos que possuam zonas edêntulas próximas, necessitando utilizar
mecânica intraarcos com ancoragem direta.
WEHRBEIN; DIEDRICH (1993) realizaram experimento em cães, para
indicar se os implantes de titânio intraósseos (Bränemark
TM
) mantinham a
estabilidade clínica, no decorrer do período de 26 semanas de força continua
aplicada de 204 g, e que tipo de mudança ósseas poderiam ocorrer na margem
periimplante durante o processo. Afirmaram que não houve sinal clínico ou
histológico de deslocamento dos implantes após o período de aplicação de
força e não foi observado aumento na incidência de reabsorção óssea marginal
adjacente aos implantes que sofreram carga; comparados aos sem cargas.
Relataram que os implantes de titânio intraósseos são apropriados como
unidades de ancoragem para movimento dentário ortodôntico, por períodos
longos.
De acordo com MATTHEWS (1993), o controle de ancoragem é a
principal preocupação da terapia ortodôntica. Esta pode ser estável quando
aparelhos extrabucais são empregados, porém este tipo de ancoragem é
dependente da cooperação do indivíduo. Destacou a necessidade de
ancoragem intrabucal, por ser esta estável, biocompatível e confortável para os
usuários da aparatologia ortodôntica. Portanto, o uso da ancoragem
esquelética para aplicar força diretamente ao osso seria mais apropriado. Ao se
comparar o uso de dentes anquilosados e o uso de implantes osseointegráveis
como ancoragem ortodôntica, verificou-se que o uso de dente anquilosados
apresenta limitação com relação à longevidade, à reabsorção radicular e
também à esfoliação que podem ocorrer. os implantes osseointegráveis
permaneceram estáveis por um longo período de tempo, mesmo sob a ação de
25
cargas mastigatórias. Podendo, também serem instalados em vários locais do
tecido ósseo com diferentes graus de sucesso.
OESTERLE; CRONIN; RANLY (1993) analisaram o uso de implantes em
indivíduos jovens e verificaram deve-se inicialmente ponderar a qualidade e a
quantidade óssea, o potencial para função, a estética e o desenho do implante,
entre outros. Finalizaram afirmando que os implantes inseridos no início da
dentição mista apresentam prognóstico insatisfatório, perturbando o
crescimento e a irrupção dos dentes na puberdade.
ZUCCATI (1993) apresentou um caso de um indivíduo do gênero
masculino de 18 anos de idades que apresentava uma mordida aberta anterior,
diastemas múltiplos anteriores e laterais e ausência dos incisivos laterais
superiores permanentes que foram corrigidos com aparelhagem fixa e os
espaços dos incisivos laterais superiores foram mantidos para instalação de
implantes. No segundo caso, um indivíduo do gênero feminino com 16 anos de
idade apresentava mordida profunda, canino retido, segundos molares
inferiores primários retidos e ausência dos segundos pré-molares. Foram
inseridos dois implantes, um após a extração do 85, e o outro no 75. Ambos os
casos os implantes serviram para tracionar dentes e depois foram utilizados
como pilares protéticos.
THILANDER et al. (1994) constataram diminuição da altura do osso
alveolar dos dentes adjacentes, quando utilizou implantes, indicando uma
correlação entre a distância horizontal compreendida entre o implante e o dente
adjacente. Apontaram a prévia de se promover a análise da maturação
esquelética, a importância em se obter espaço para colocação de implantes.
Segundo ROBERTS (1994), a opção ortodôntica disponível no caso de
perdas isoladas de segundo molar e o restante da dentição é promover a
mesialização ortodôntica do terceiro molar, fazendo uso de ancoragem
intrabucal. Em geral os indivíduos não querem utilizar a ancoragem extrabucal.
Porém aceitaram a opção de ancoragem com implantes retromolares.
Relataram que a ancoragem retromolar é um procedimento clínico viável, que
produz um resultado estável e compatível com a saúde dentária a longo prazo.
Implantes retromolares se constituem em ancoragem óssea efetiva e confiável,
mesmo quando submetido a cargas ortodônticas.
26
LASCALA et al. (1994) apresentaram um indivíduo do gênero masculino,
38 anos de idade, que apresentava na arcada superior prótese metalo-
cerâmica do canino superior esquerdo até o segundo molar superior esquerdo,
e do outro lado, uma prótese removível com apoio no canino superior direito.
Para tanto se utilizou implantes osseointegráveis Sistema IMZ
TM
na área do
primeiro pré-molar superior direito. Planejou-se a extrusão ortodôntica do
canino superior direito, cuja raiz apresentava uma fratura, com a utilização dos
implantes como ancoragem. Findo a extrusão, instalou-se uma prótese Venner
fixa dento implanto suportada. Foi utilizado o implante como forma de
ancoragem para o movimento vertical (na direção do longo eixo) com extrusão
da raiz fraturada.
ÖDMAN et al. (1994) instalaram 23 implantes de titânio do tipo
Bränemark
TM
, em nove indivíduos adultos. Estes após o período de reparação
tecidual de três a nove meses e colocação das próteses, serviram para
ancoragem fixa e receberam forças ortodônticas dentro dos limiares
fisiológicos. O tempo de tratamento variou de 3 meses a 33 meses, foi
realizado um controle radiográfico dos implantes intrabucais antes, durante e
após o término da terapia. Todos os 23 implantes permaneceram estáveis após
vários tipos de movimentos como de inclinação, torque, rotação, intrusão,
extrusão, mesialização e distalização de dentes. Relataram que o tratamento
ortodôntico pode ser realizado de forma convencional quando se utilizam os
implantes para a ancoragem ortodôntica. O uso dos implantes favoreceu o
posicionamento dos dentes e houve adaptação do osso às forças ortodônticas,
tendo ocorrido remodelação óssea dentro dos parâmetros de normalidade
desejada sem perdas ósseas marginais. Depois da conclusão do tratamento
ortodôntico os implantes serviram como pilares para próteses permanentes.
TURPIN (1994) relatou que embora o uso de implantes osseointegráveis
seja atualmente uma modalidade de tratamento previsível. A maioria da
população, não é encaminhada ao ortodontista para a correção da maloclusão.
KLUEMPER; MARCIANI; SMITH (1995) realizaram estudos analíticos da
estabilidade do implante e condições teciduais sob a função normal de
mastigação dos carneiros. Investigaram a aplicação de um implante intrabucal
sub-perióstico usado como uma fonte de ancoragem. Implantes de titânio foram
posicionados na superfície lateral do ramo esquerdo da mandíbula de 12
27
carneiros. Depois de 43 a 84 dias, os animais foram sacrificados e verificou-se
que os implantes estavam móveis em todos os carneiros, o ramo sofreu
mudanças consideráveis devido à reabsorção e a posição óssea e havia
presença de infecção na maioria dos animais. Apontaram como causa para as
complicações adversas incluindo reabsorção óssea e infecção a quantidade de
força lateral exercida pelos carneiros durante o processo de ruminação.
SOUTHARD et al. (1995) analisaram o potencial de ancoragem dos
dentes com o potencial dos implantes osseointegráveis, em casos de intrusão
de alguns dentes. Implantes de titânio foram inseridos cirurgicamente em um
dos lados da mandíbula. Os implantes foram expostos na segunda cirurgia
após três meses da implantação, e os braquetes Edgewise foram soldados aos
abutments. Um arco metálico Edgewise segmentado foi colocado entre o
implante e o terceiro pré-molar, e entre os terceiros e quartos pré-molares
contra laterais. O arco de intrusão se curvava na região mesial do implante e o
braquete do quarto pré-molar era ajustado para receber aplicação de 50 g a 60
g de força intrusiva para os terceiros pré-molares, bilateralmente. Após sete
semanas a força foi aumentada para aproximadamente 100 g. O nível de força
foi monitorado a cada duas semanas durante um total de 16 semanas. A
sobreposição das tomadas radiográfica periapicais iniciais e finais com a
marcação do nível ósseo, apresentaram que para cada cão o implante
permaneceu imóvel, e que ocorreu ancoragem dos terceiros pré-molares no
lado que recebeu implante. No lado contra lateral do arco, cuja ancoragem foi
em dente natural, houve um movimento reativo adverso de inclinação do dente
para trás. Concluíram que os implantes endósseos são superiores aos dentes
como ancoragem anterior e em indivíduos adultos com dentes posteriores
ausentes, oferecendo uma alternativa em casos de intrusão de dentes em
indivíduos com ausência de dentes posteriores.
SMALLEY (1995) relatou a importância da abordagem multidisciplinar
para se conseguir ótimos resultados quando se utiliza implantes de titânio
como ancoragem fixa para Ortodontia. O autor idealizou um método organizado
e preciso para determinar a orientação e a localização pré-ortodôntica dos
implantes e afirmou que os implantes osseointegráveis, devido à sua
estabilidade, podem ser utilizados como ancoragem ortodôntica ideal.
28
Determinou o local do implante para fins ortodônticos como a maior dificuldade
do planejamento.
SORENSON JR (1995) apresentou um indivíduo de 39 anos que
possuía uma severa maloclusão de Classe II-1, ausência no arco superior de
todos os incisivos, caninos e
s
molares. Dois implantes modelo Bränemark
TM
de 21 mm foram instalados bilateralmente na região dos caninos superiores.
Cinco meses após, deu-se início à instalação do aparelho fixo inferior
Edgewise. Cinco meses após o início da correção ortodôntica, os implantes
foram descobertos e unidos por uma barra. Observou que houve correção de
Classe II e não houve migração ou mudança dos implantes. Concluiu-se que,
os implantes ósseos podem servir efetivamente como ancoragem para vários
tipos de forças ortodônticas.
GLATZMAIER; WEHRBEIN; DIEDRICH (1995) idealizaram um implante
de ácido polilático biodegradável com intermediário em metal para situação na
qual o implante seria apenas usado para ancoragem ortodôntica, inexistindo a
possibilidade de utilizá-lo como prótese futura. Constataram que o sistema de
implante para ancoragem ortodôntica bioabsorvível possui boas propriedades
mecânicas e permite todo o processo de ancoragem, sendo reabsorvido por
biodegradação após 9 a 12 meses não havendo resíduo do material utilizado
ou tão pouco reação de corpo estranho. Resistente ao cisalhamento, resistente
às forças verticais e podendo ser ativado em forças horizontais de 50N,
deflexão de 0,26 mm, e resistente à tração vertical de 155N, o implante
bioabsorvível BIOS
TM
, demonstrou in vitro e in vivo resultados sugestivos que
indicaram seu uso em situações já citadas.
SAMALA (1995) afirmou que as técnicas avançadas de enxertia óssea,
se constituem em ações úteis para o estabelecimento do local adequado de
colocação do implante. Também acentua que os desafios de tratar o indivíduo
parcialmente edêntulos criaram uma clara necessidade de novos critérios para
guiar a reconstrução dos sítios, antes durante e depois da colocação do
implante.
SMALLER; BLANCO (1995) apresentaram uma técnica para se
posicionar e confeccionar coroas provisórias em implantes osseointegráveis
que servirão de ancoragem ortodôntica na movimentação de dentes naturais
em indivíduos parcialmente desdentados. O uso de próteses sobre implantes
29
simplifica o encaixe dos aparelhos ortodônticos, am de restaurar a função
oclusal, melhora a estética e serve de guia para a fabricação das próteses
definitivas sobre os implantes após o tratamento ortodôntico. As características
ideais seriam; ter tamanho e formato do futuro dente a ser restaurado; ser
fabricado de material estético; estável em sua cor; não irritante aos tecidos
periodontais; cil de higienizar; forte o suficiente para suportar a abrasão do
estresse oclusal e as forças ortodônticas; relativamente fácil em sua confecção,
e; finalmente, servir como guia na fase final da reabilitação. Terminada a
fabricação das coroas provisórias, braquetes o colocados direta ou
indiretamente sobre as mesmas para que o tratamento ortodôntico possa ser
iniciado.
PROSTEMAN et al. (1995) apresentaram um caso clínico de um
indivíduo envolvido em um acidente teve incisivos inferiores, caninos direito e
primeiro pré-molar direito. Foram implantadas três fixações de 15 mm tipo
Bränemark
TM
na região de incisivos central, canino e pré-molares, sendo
confeccionada uma prótese provisória na região. Quatro meses após, o exame
ortodôntico mostrava uma mordida aberta, com canino esquerdo inferior, pré-
molares e molares em mordida cruzada vestibular e pré-molares superiores
direitos e molares em mordida cruzada lingual, com uma acentuada curva de
Spee maxilar nos incisivos superiores direitos e caninos em nível mais alto que
o plano oclusal maxilar. Tratamento ortodôntico foi implementado do tipo
Straight Wire Edgewise, inclusive na prótese provisória implanto suportada. Os
implantes osseointegráveis mostraram resistência ao movimento e os dentes
superiores foram extruídos, assim como processo alveolar onde o problema
realmente existia. Destacaram que o uso de implantes osseointegráveis com
ancoragem possibilitou controlar a extrusão dos segmentos posteriores da
mandíbula com uso de mecânica intrusiva, não sendo detectados aumento na
altura facial anterior, após a correção da mordida aberta anterior e cruzada
posterior e mostraram resistência à pressão e não houve mudança na altura
óssea. Terminada a fabricação das coroas provisórias, braquetes são
colocadas direita ou indiretamente sobre as mesmas para que o tratamento
ortodôntico possa ser iniciado.
BLOCK; HOFFMAN (1995) idealizaram um implante com formato de
disco para ser adaptado ao osso, sendo denominado de Onplant
TM
como um
30
disco relativamente fino medindo aproximadamente 8 mm de diâmetro e menos
de 3 mm de altura. A superfície que entra em contato com o osso é texturizada
e recoberta por uma fina camada de hidroxiapatita. Essa superfície bioativa
une-se ao osso via uma ligação significativamente óssea denominada de
biointegração. A superfície do Onplant
TM
que entra em contato com o tecido
mole periosteal é o titânio polido. Ele tem internamente uma cavidade
rosqueada com uma cabeça hexagonal externa para conectar a uma variedade
de fixações, dependendo da necessidade do caso. O sistema de apoio para o
Onplant
TM
inclui um componente transgengival, o qual é segurado ao Onplant
TM
por um parafuso. Para indivíduos que requerem ancoragem para o maxilar
posterior (molares) para retrair a dentição maxilar anterior, um apoio com um
fio de 0,051 polegadas é colocado sobre o componente transgengival. Um fio
transpalatino incluído com o apoio é depois soldado às bandas dos molares. O
Onplant
TM
é colocado pelo Cirurgião-Dentista por meio de um bem definido
túnel subperióstico. Fixadores podem ser designados para expandir o uso
deste dispositivo para procedimentos de ancoragem e distalização.
Observaram que o Onplant
TM
é suficientemente ancorado ao osso ao redor e
resiste a 311,85 g de força contínua e satisfatoriamente ancorado pela interface
biointegrada osso e hidroxiapatita e resiste a mais de 72,57 Kg de força
tosquiada, o Onplant
TM
pode promover ancoragem absoluta para mover um
dente em direção a ele, sem se mexer e o Onplant
TM
pode promover
ancoragem suficiente aos molares para prevenir migração anterior, em
situações que requerem máxima ancoragem. Segundo os autores, o Onplant
TM
pode ter o potencial de, largamente, substituir o extrabucal e promover ao
ortodontista um completo centro de ancoragem dispensando a cooperação do
indivíduo. Eles têm a vantagem de serem facilmente removidos no final do
tratamento. Concluíram que após seis meses, o dente ancorado não se moveu,
apresentando formação óssea densa e boas condições dos tecidos adjacentes,
enquanto que o primeiro molar não ancorado se moveu em direção ao canino.
31
Figura 01 - a) Superfície do Onplant
TM
, de titânio liso, com o parafuso de
cobertura no lugar, (b) A textura da superfície que é colocada diretamente no
osso do palato, (c) Onplant
TM
sem o parafuso de cobertura, apresentando o
hexágono externo, (d) componentes do Onplant
TM
. (esquerda). Onplant
TM
com
três diferentes comprimentos de transgengival, do Onplant
TM
FONTE: BLOCK; HOFFMAN. American Journal Orthodontic Dental facil Ortophedic,
1995, p. 252-256.
CHEN et al. (1995) estudaram três modelos em elemento finito
buscando investigar o potencial de osseointegração na ancoragem ortodôntica.
Para tanto uilizou-se de uma mandíbula sem implante; uma mandíbula com
implante; e uma mandíbula com implante atuando como ancoragem ortodôntica
ativa. Computou-se a força aplicada em diferentes localizações e o stress
mecânico. Após a avaliação dos resultados pode sugerir que a
osseointegração dos implantes simetricamente rosqueados, parece ser
mantida pela sustentação da elevação do stress mecânico que estimula
continuamente a atividade de remodelação óssea a cada milímetro quadrado
da superfície, sendo difícil de ocorrer perda da integração devido à uma carga
ortodôntica sobreposta à função normal. O uso de implantes gidos endósseos
representa um avanço no desenvolvimento da Odontologia e o uso de
32
ancoragem ortodôntica rígida para mover dentes é uma tendência para a
Ortodontia.
Para GRABER; VANARSDALL (1996), a correção de maloclusões se
fundamenta no reposicionamento dentário de forma a obter-se um contato
oclusal e proximal entre as arcadas dentárias. Para que os movimentos
ortodônticos sejam possíveis é necessário que a unidade de ancoragem
permaneça firme, oferecendo resistência para que seja obtido o movimento
direcional de outros dentes. Quando ocorrem perdas dentárias e problemas
periodontais estabelece-se uma dificuldade para a perfeita correção
ortodôntica. Tal fato se deve em geral à falta de ancoragem em casos
ortodônticos tratados convencionalmente. Os implantes se constituem em uma
opção para ancoragens ortodônticas. Destacaram que não é necessária uma
cobertura óssea completa para que um implante possa servir como ancoragem
e a rigidez seja mantida. Deve-se destacar que os implantes de titânio podem
resistir a cargas contínuas substanciais de 100 g a 300 g sobrepostos sob
função indefinidamente. Na perda isolada de um primeiro molar inferior, um fio
de ancoragem fixado a um implante distal aos molares pode ser usado para
protraírem segundos e terceiros molares inferiores para fechar o local atrofiado
pela extração do primeiro molar. Mas a inclinação e a extrusão de molares
inferiores limitam a capacidade de reposicionamento ortodôntico. Mas os
implantes distais aos molares oferecem uma capacidade de intrusão e
alinhamento.
BERGENDAL et al. (1996) apresentaram e estudaram 27 casos de
indivíduos infantis e adolescentes com agenesias dentárias múltiplas, todos
com idade inferior a 20 anos, com agenesia de oito ou mais dentes, exceto os
terceiros molares. Utilizaram-se medidas preventivas aos oito anos de idade,
esclarecimento aos pais e indivíduos e elaboração de plano de tratamento
preliminar. Dos 10 aos 11 anos, foi realizado tratamento ortodôntico para o
posicionamento correto dos dentes. Dos 12 aos 14 anos, foram feitas as
finalizações ortodônticas e instalação de aparelhos protéticos visando à
manutenção dos espaços. Aos 18 e 19 anos, foram feitos a instalação de
implantes e os tratamentos protéticos. Verificaram que a abordagem
multidisciplinar nesses indivíduos foi de extrema importância. Atertaram que
para a instalação de um implante de 3,3 mm de diâmetro deve-se deixar no
33
mínimo 5 mm de espaço interdentário e para 2 implantes de 4,4 mm de
diâmetro deve-se deixar de 7 mm. Nos casos de agenesias de incisivo lateral
um implante de 3,3 mm seria suficiente, pois, esta medida é proporcional à
largura da raiz de um lateral.
LIEBENBERG (1996) apresentou caso clínico onde utilizou implante
osseointegrável Calcitek
TM
como ancoragem intrabucal rígida para
verticalização ortodôntica. Deve se destacar que o terceiro molar apresentava-
se inclinado mesialmente e lingualmente. O autor introduziu um aparelho
alternativo de verticalização usando implante osseointegrável com ancoragem
intrabucal. Este tratamento foi indicado ao indivíduo por este recusar-se à
montagem completa do aparelho ortodôntico. O implante de titânio foi inserido
no local do molar e, após seis meses, período de cicatrização óssea, foi
encaixado o dispositivo de verticalização. Uma vez estabelecida a
verticalização do molar, o implante foi utilizado como pilar protético. O uso
do implante como ancoragem possibilitou a inclinação do 3º molar em cerca de
80%.
BOUSQUET et al. (1996) apontaram e estudou um indivíduo do gênero
feminino de 35 anos de idade, Classe II, com apinhamento anterior superior e
inferior. Também indicaram o uso de implantes tipo pilar impactado para
ancoragem ortodôntica. O objetivo foi comparar a retração convencional à
realizada por meio de pilares impactados. O pilar de titânio impactado de 0,7 x
6 mm fabricado com liga de titânio, foi utilizado para retrair o lado esquerdo.
Segundo KOKICH (1996), um implante imóvel no osso possibilita vários
tipos de movimentos dentários, (intrusão, extrusão e tração) em relação em
nível do implante.
GLATZMAIER; WEHRBEIN; DIEDRICH (1996) idealizaram um sistema
de implantes BIOS
TM
que tinha como função servir de ancoragem ortodôntica,
em indivíduos adolescentes e adultos, e posteriormente ser reabsorvido pelo
organismo pela hidrólise após 9 a 12 meses de estabilidade. Sem qualquer tipo
de reação de corpo estranho ou sinais de inflamação clínica. Este implante é
um derivado do ITI Bonefit
TM
feitos em polylactide Alpha-polyeter, constituído
por um corpo biodegradável e uma estrutura metálica variável como
superestrutura. Estes implantes recebem cargas de 50 g e permanecem
estáveis. O implante biodegradável para ancoragem ortodôntica pode ser
34
inserido no palato na região retromolar e mesmo nas regiões alveolares
convencionais. Como vantagem maior, não necessita de intervenção cirúrgica
para a sua remoção após a finalização do tratamento ortodôntico.
VALERON; VELAZQUEZ (1996) apresentaram um caso clínico de um
indivíduo adulto de 35 anos de idade que apresentava edentulismo parcial
posterior e perdas ósseas sem mobilidade dentária. Tal situação gerou
protrusão dos incisivos e caninos superiores e inferiores e ligeira diminuição da
dimensão vertical. Estas forças utilizadas não ultrapassaram 250g e o
tratamento duraram 12 meses. Concluíram que uma vez alcançada a
osseointegração, implantes podem suportar diversos tipos de forças
ortodônticas utilizadas, promovendo uma ancoragem intrabucal estável.
Verificaram também que indivíduos parcialmente desdentados com perdas
dentárias posteriores, freqüentemente, apresentam certo grau de deslocamento
de dentes anteriores. Não se verificou sinais clínicos de perda óssea ou
osseointegração após um ano do término do tratamento. Findo a
movimentação as restaurações provisórias foram removidas e foram realizadas
tomadas radiográficas para se verificar se não havia alterações dos abutments
e dos parafusos. Feito isto, foram instaladas coroas metalo-cerâmicas
definitivas. Constatou-se que um bom planejamento associado com o uso
racional dos implantes osseointegráveis e próteses temporárias instaladas e
uma eficiente equipe de trabalho, geram um nível considerável de satisfação
para o indivíduo parcialmente edêntulo.
SHELLHART; MOAWAD; LAKE (1996) descreveram um caso de um
indivíduo do gênero masculino, de 25 anos, leucoderma com mordida cruzada
anterior e posterior, leve deficiência na convexidade facial e uma leve
divergência anteriore auncia dos primeiros molares inferiores. Destacaram
que o movimento difícil de executar sem efeitos indesejáveis é a verticalização
de molar com intruo, considerando que a conseqüência mais comum na
verticalização é a extrusão. Fez-se ainda alusão ao uso de dentes
anquilosados para servir como ancoragem ortodôntica, porém estes ocorrem
com pouca freqüência e raramente o usados como forma de ancoragem. Os
autores elegeram os implantes dentais como sendo um meio para obter uma
ancoragem eficiente. Já os implantes osseointegráveis podem fornecer um
suporte ideal para o movimento destes dentes gerando uma ancoragem
35
eficiente. Afirmaram que com a utilização de implantes osseointegraveis pode-
se promover verticalização e intrusão dos segundos molares inferiores,
aumento do trespasse vertical e uma leve rotação anterior da mandíbula, sem
ocorrer extrusão de alguns segmentos como normalmente ocorre na terapia
ortodôntica convencional.
Para HARNICK (1996) torna-se importante e necessário uma
abordagem multidisciplinar para o tratamento de indivíduos parcialmente
edêntulos. Uma vez determinada esta ação é necessário à busca de uma exata
localização para os implantes. Também apresentou um indivíduo, com
ausência de vários dentes posteriores inferiores, e um dos objetivos era fazer
retração anterior dos dentes inferiores. Buscou-se posicionar um implante na
região do molar inferior direito, este estava ausente, assim como e
molares do mesmo lado. Este implante promoveu ancoragem para a retração
anterior inferior, assim como para corrigir a linha média que estava desviada e
para verticalizar os incisivos inferiores que estavam inclinados. Após a
movimentação, o implante permaneceu no local para servir de pilar protético.
Para MANTZIKOS; SHAMUS (1996) o posicionamento pós-ortodôntico
dos dentes naturais deve ser conhecido antes de ser implantada a
movimentação, de modo a determinar a posição ótima para cada implante e
obter um resultado protético esteticamente satisfatório, requerendo um plano
de tratamento multidisciplinar. A implantação para este caso, visou promover a
verticalização de molares e a restauração protética.
ROBERTS; ARBUCKLE; ANALOUI (1996) analisaram cinco indivíduos
(idade entre 34 a 44 anos) com ausência de primeiros molares, neste foram
instalados implantes de titânio na região retromolar. Findo a osseointegração
utilizaram-se os mesmos como ancoragem indireta. Um segmento de arco
passivo foi unido do implante ao pré-molar e este, estando estabilizado e
imóvel, foi usado para mesializar o molar. Por meio da superposição de
imagens anatômicas radiográficas tomadas no período de aplicação de forças
ortodônticas, demonstraram que a translação mesial dos dentes em questão
obedeceu a um padrão de modelação e remodelação óssea. Não se verificou
área de reabsorção óssea.
SCHEWEIZER et al. (1996) apresentaram casos de indivíduos que
apresentavam ausências congênitas de dentes. Os implantes de titânio foram
36
usados no tratamento ortodôntico visando substituir ausências dentárias e
estabelecer ancoragem. Notou-se, nos relatos dos casos clínicos, que um
planejamento da correta localização dos espaços é realmente indispensável
para que se possam instalar os implantes e finalizar corretamente a
reabilitação.
WEHRBEIN et al. (1996) apresentaram o sistema (Orthosystemt
TM
)
destacando a possibilidade de substituição dos aparelhos extrabucais e
elásticos para indivíduos Classe II durante o tratamento ortodôntico. O implante
foi idealizado para aplicação em apenas um estágio cirúrgico. O objetivo do
tratamento foi a avulsão dos primeiros pré-molares superiores, com
subseqüente retração de toda dentição anteriormente posicionada em relação
a estes dentes. Os achados clínicos e radiográficos após 12 meses, excluindo-
se os três meses de reparação tecidual exigidos para a osseointegração,
revelaram que o houve deslocamento e mobilidade dos implantes, e que as
condições do tecido mole periimplantar eram favoráveis, não tendo ocorrido
nenhuma movimentação com o uso de implantes para a ancoragem
ortodôntica. Verificou-se retração da dentição anterior de 8 mm, com
fechamento dos espaços deixados pela avulsão dos pré-molares, em um
período relativamente curto de tempo.
Segundo GOODACRE et al. (1997), o uso de implantes osseointegráveis
para ancoragem ortodôntica apresenta como vantagens a possibilidade de se
promover a retração e realinhamento, fechamento de espaços edêntulos para
eliminar próteses, correção da linha média, problemas de espaços dos dentes
anteriores, restabelecerem uma posição ântero posterior e médio lateral em
molares mal posicionados, extrusão e intrusão dentária, correção de curvas
reserva oclusal (mordida cruzada), fechamento de mordidas abertas anterior,
protração e retração, estabilização oclusal de dentes comprometidos
periodontalmente e expansão de palato. O design das próteses para implante
ortodôntico, depende de fatores que abrangem exigências funcionais, forças
oclusais, parâmetros estéticos, durabilidade necessária em função do tempo de
tratamento, acesso ao implante para ajustamento, higiene bucal, seleção do
material e custo em relação à duração do tratamento. A análise desses fatores
permite estabelecer os materiais e os designs apropriados, identificar os custos
e finalizar o plano de tratamento. Destacaram que embora os implantes sejam
37
considerados eficientes na ancoragem ortodôntica, apresentam como
desvantagem o aumento do tempo total do tratamento e um custo elevado,
além é claro de depender da qualidade, quantidade e localização do osso
disponível para a instalação do mesmo.
KANOMI (1997) descreveu o emprego de mini-implantes para servirem
de ancoragem ortodôntica em um caso clínico, de um indivíduo de 44 anos,
com ausência dos segundos pré-molares inferiores e do segundo superior do
lado direito. Curva de Spee acentuada e mordida profunda, o plano de
tratamento constituiu-se em intruir os incisivos inferiores. Para tanto se utilizou
mini-implante para ancoragem ortodôntica e estes teriam de ter como
característica serem pequenos. Após alguns meses o incisivo mandibular foi
intruído 6 mm sem reabsorção radicular ou qualquer tipo de patologia
periodontal. O indivíduo ficou satisfeito com a redução da mordida profunda.
Concluíram que a ancoragem fornecida pelos mini-implantes permite o
emprego de tração horizontal, intrusão de dentes isolados ou grupo de dentes,
quando colocados entre as raízes dos mesmos ou se colocados no palato,
podendo fornecer ancoragem para distalização de molares. Destacaram ainda
que os mini-implantes podem ser colocados em qualquer região do osso
alveolar e permitem fácil higienização.
WEHRBEIN; GLATZMAYER; YILDIRIM (1997) estudaram o efeito da
força ortodôntica aplicada a longo prazo sobre os implantes, e sua relação com
a estabilidade dos mesmos, assim como a reação do tecido ósseo
periimplantar com o uso de implantes rosqueados de titânio Bonefit
TM
de 6 mm
X 4 mm, inseridos na região de altura óssea vertical reduzida. Seis pré-molares
superiores foram extraídos de dois cães foxhound e a redução na altura da
crista óssea alveolar foi realizada por meio de osteotomia. Após 16 semanas
de reparação óssea, oito implantes foram inseridos em cada cão. Após oito
semanas de reparação óssea, os implantes da região dos primeiros e
segundos pré-molares, em número de quatro, e mais os dois colocados no
palato duro começaram a receber carga por meio de uma barra transpalatina
fixada nos implantes, e com tração por meio de molas Sentalloy ativadas,
inseridas entre os implantes palatais e a barra palatina. Este tipo de força foi
aplicada durante 26 semanas. Relataram que os implantes estudados, quando
inseridos no osso alveolar ou na sutura palatina mediana, conseguiam manter
38
estabilidade por um longo período de tempo, mesmo quando recebiam carga, e
mesmo que o período de reparação óssea fosse relativamente curto.
BLOCK et al. (1997) analisaram a recidiva do movimento esquelético e
dentário após o movimento ortodôntico com ancoragem por meio de implante
osseointegráveis. Estes foram instalados no palato de quatro cães e um
conectado a um dispositivo ortodôntico utilizado com a finalidade de promover
a separação dos ossos maxilares na região anterior. O dispositivo foi ativado
duas vezes ao dia fornecendo expansão de 0,5 mm por vez, até se obter uma
ativação de 10 mm que ocorreu após 10 dias de ativação do dispositivo. As
mudanças esqueléticas e dentárias foram medidas e comparadas após 26
semanas de expansão maxilar. Relataram que a ancoragem esquelética
promovida pelos implantes foi mais efetiva e mais estável do que o movimento
dentário.
Para CABRERA; CABRERA (1997), a ancoragem intrabucal pode ser
realizada por aparelhos que incluam uma barra palatina: constituída de um arco
palatino soldado ou encaixado às bandas dos primeiros molares superiores;
uma placa de ancoragem anterior ou posterior: a placa anterior é constituída
por uma placa de resina acrílica com grampos circunferenciais em distal dos
elementos próximos aos locais de extrações; um botão palatino de Nance:
constituído de um arco palatino soldado às bandas dos primeiros molares
superiores e um botão de resina acrílica justaposto à região anterior do palato;
um arco lingual de Nance e uma placa lábio ativa.
LIANG; LU; CHAO (1998) avaliaram a inserção de implantes
osseointegráveis de titânio revestidos com hidroxiapatita (HA) como ancoragem
ortodôntica. Estes foram instalados na mandíbula de dois cães e carregados
com a força ortodôntica de 150 g por três meses. Verificou-se que não houve
mobilidade, afrouxamento ou deslocamento dos implantes no período de três
meses. Pom ocorreu uma pequena inflamação dos tecidos moles em torno
da região cervical dos implantes devido à deficiente higiene bucal. Concluíram
que os implantes de titânio revestidos com HA podem e devem ser utilizados
como ancoragem ortodôntica para casos onde se faça uso por curtos períodos.
AKIN-NERGIZ et al. (1998) estudaram as alterações morfológicas e
funcionais do tecido ósseo periimplantar, nos casos de implantes rosqueados
do tipo Bonefit
TM
, em estudo experimental em cães, que receberam forças
39
contínuas 204 g/cm
2
a 510 g/cm
2
. Oito implantes foram inseridos dentro do
osso com 12 mm e na região dos pré-molares em torno de 10 mm. Os
implantes osseointegráveis podem realizar uma ancoragem óssea para os
tratamentos ortodônticos, e pode resistir às forças horizontais contínuas de
510g/cm
2
, durante o período de 24 semanas.
HERRERO (1998) apresentou um caso clínico onde havia falta de
ancoragem suficiente para a movimentação dentária e para suporte das
próteses. Tal situação impôs o uso de implantes com finalidade de ancoragem
e posterior uso desses implantes para suportar as próteses definitivas.
Concluiu que a boa relação protesista/ortodontista consegue ótimos resultados
em um indivíduo altamente motivado e o tratamento ortodôntico total estava
terminado e os dentes superiores retraídos em uma posição ideal.
ONG; WANG; SMITH (1998) destacaram a importância de se conhecer
os efeitos que podem ser produzidos pela terapia ortodôntica sobre o
periodonto de sustentação. Destacaram a importância da Ortodontia com a
Implantodontia, mais especificamente implantes como ancoragem ortodôntica.
Ressaltaram que os implantes podem ser usados como ancoragem ortodôntica
para o alinhamento dentário pré-protético. Além desta, há ainda a retração, o
fechamento de espaços edêntulos, correção da linha média, espaçamento
dentário anterior, restabelecimento da posição ântero-posterior e médio lateral,
ideais para molares mal posicionados, intrusão e/ou extrusão dentária,
correção da relação oclusal reversa, correção de mordida aberta anterior,
protração de uma arcada ou da então dentição total e promão de
estabilidade para os dentes com suporte ósseo reduzido.
HURZËLER et al. (1998) analisaram o efeito de um trauma mecânico em
tecidos periimplantes de macacos. Verificaram que os 40 implantes do estudo
foram osseointegrados e cicatrizaram normalmente sem sinais de perdas
ósseas no periimplante.
UMEMORI et al. (1999) idealizaram o Sistema de Ancoragem Esqueletal
usando as mini-placas de titânio, implantadas na maxila e/ou mandíbula como
ancoragem máxima, para intrusão de molares. Relataram como vantagens o
fato de não haver necessidade de preparar o local para a implantação, o
estabelecimento de uma rígida ancoragem, possibilitando de aplicação de
forças em um curto período de tempo. Apontaram ainda que este sistema de
40
ancoragem provou ser um recurso biomecânico eficiente para correção de
maloclusão de mordida aberta esqueletal sem efeitos colaterais indesejados.
MAZZOCCHI; BERNINI (1998) apresentaram três casos, nos quais,
implantes intra ósseos de titânio do sistema “Exacta
TM
” de 11 mm, foram
empregados como ancoragem ortodôntica. Os implantes foram inseridos em
regiões edêntulas posteriores, tanto na maxila, como na mandíbula. Antes do
início do movimento, os implantes permaneceram imóveis por quatro a seis
meses, que é período de cicatrização óssea e o tempo do tratamento foi de
dois a 10 meses. Após a movimentação que durou em média seis meses e a
força utilizada foram aproximadamente 300 g, os implantes foram utilizados
como pilares protéticos, tendo em vista que permaneceram estáveis.
Para WEHRBEIN; MERZ (1998), o controle da ancoragem ortodôntica é
um dos aspectos fundamentais dos tratamentos dessa especialidade, assim
como na ortopedia dentofacial. Estes fornecem ancoragem de uma maneira
viável e possível. Concluíram que a osseointegração é o mecanismo de
escolha para se obter o máximo de ancoragem possível, e que a ancoragem
com implantes é bastante superior à obtida com outros dispositivos intra ou
extrabucais para os mesmos fins.
De acordo com COSTA; RAFFAINI; MELSEN (1998), os mini-implantes
se apresentam como uma solução alternativa de ancoragem. Destacaram que
os mini-implantes são de fácil implantação e de fácil remoção e podem receber
carga imediatamente à sua inserção. Podem ser inseridos na Maxila: Superfície
inferior da espinha nasal anterior para inclinação dos incisivos superiores,
Sutura palatina mediana para retração e intrusão dos incisivos superiores,
Crista infrazigomática para retração de dentes anteriores e intrusão de
anteriores e posteriores e na Mandíbula: Região retromolar para movimento
mesial de molares, entre áreas edêntulas do processo alveolar para mover
dentes unitários, Sínfise para intrusão e inclinação dos incisivos inferiores.
Como principal vantagem destacou o fato de que pode ser realizada a remoção
pelo próprio ortodontista, bastando utilizar no local clorexidina.
DRAGO (1999) estudou o caso de um indivíduo de 49 anos, que havia
perdido alguns de seus dentes e usava próteses fixas e removíveis e estava
descontente com o aspecto funcional e estético do seu sistema mastigatório. O
plano de tratamento incluiu tratamento ortodôntico periodontal, cirúrgico e
41
protético, com a inserção dos implantes 3i
TM
para ancoragem ortodôntica
intrabucal. O indivíduo recebeu quatro implantes de titânio de 5 mm X 10 mm,
sendo 2 deles em cada segmento posterior da mandíbula e mais quatro
implantes de 3,75 mm X 10 mm na maxila anterior desdentada, cuja reparação
tecidual foi esperada durante 12 meses. Durante o tratamento ortodôntico,
aproximadamente 99 g de força foram aplicadas aos implantes com braquetes,
com duração de 12 meses. Os abutments mantiveram duas peças temporárias
de cicatrizadores para que os implantes se mantivessem firmes durante todo o
curso do tratamento ortodôntico. Após o término do tratamento ortodôntico, que
foi realizado com a retração dos dentes anteriores, os braquetes foram
removidos e os implantes foram mantidos como suporte para a reabilitação
final protética.
WEHRBEIN; FEIFEL; DIEDRICH (1999) apresentaram um novo sistema
de implantes para ancoragem ortodôntica Orthosystem
TM
. De acordo com os
autores este consiste de um dispositivo formado por uma peça de titânio do tipo
intraósseo rosqueado, medindo 4 mm ou 6 mm, com uma região transmucosa
cilíndrica e um abutment. Uma cobertura bem apertada e com ranhuras serviu
como área de inserção para os fios ortodônticos quadrados (barra
transpalatina) e para o implante. Constataram que a retração dos caninos e dos
incisivos foi realizada sem o uso de aparelho extrabucal ou de elásticos para os
indivíduos Classe II. Afirmaram que apesar de envolver duas fases cirúrgicas, o
tempo gasto para conclusão do caso, deu-se de forma mais rápida.
TORTAMANO et al. (1999) apresentou a utilização de um implante
palatino Orthosystem
TM
, como ancoragem no arco dentário superior, utilizado
no tratamento de uma maloclusão de Classe II-1 de Angle. Observaram que o
Orthosystem
TM
parece ser útil nos casos que necessitam de ancoragem
máxima, caracterizando-se por apresentar grande aceitação pelos indivíduos,
ser estético e capaz de diminuir o tempo de tratamento. Destacaram que o
aumento no custo e tempo de espera para a osseointegração pode representar
desvantagens.
42
FIGURA 2 Figura de um implante osseointegrável
instalado utilizado na ancoragem para distalização de
molares.
FONTE: TORTAMANO. Dental Pre Ortodontia e Ortopedia facial,
1999, p. 94-96.
SUGAWARA (1999) apresentou um sistema de ancoragem esqueletal,
que consistia em uma placa de titânio fixada ao redor do osso alveolar. Tal
placa serve para a intrusão de dentes posteriores e anteriores, mesialização e
distalização dentária e também para a ancoragem em casos de retração
anterior. Relatou que o sistema foi desenvolvido para solucionar um caso de
mordida cruzada anterior severa com ausência de molares inferiores para
ancoragem. Afirmou que o sistema apresenta como vantagens ser capaz de
distalizar molares consistentemente ou intruí-los de uma maneira previsível,
não sendo necessária a colaboração dos indivíduos para o uso de elásticos ou
aparelhos acessórios de ancoragem extrabucal.
MAJZOUB et al. (1999) analisaram o efeito da aplicação de força
ortodôntica precoce em implantes de titânio inserido na sutura mediana sagital
da calvária de coelhos. Clinicamente, todos os implantes, com exceção de um
do grupo experimental, estavam estáveis e não mostraram mobilidade nem
deslocamento durante o período de aplicação de força. Ressaltou que todos os
implantes podem ser usados como elementos de ancoragem ao movimento
dentário ortodôntico antes da cicatrização óssea pós-inserção.
LIANG et al. (1999) analisaram a osseointergração e estabilidade de três
tipos de implantes, utilizados para ancoragem ortodôntica. Tais implantes eram
recobertos com hidroxiapatita, titânio plasma spray e implantes torneados.
Após o período de regeneração óssea, foram aplicadas foas de 200 g por
meio de molas em pares de implantes por um peodo de dois meses.
Verificaram que os implantes permaneceram fixos, sem mobilidade, com
B
43
apenas diferentes níveis de maturação óssea nos implantes revestidos com
HA, sendo que os todos três tipos de implantes podem ser usados na
ancoragem ortodôntica e depois podem servir como pilares protéticos.
WILLEMS et al. (1999) apresentaram um indivíduo de 42 anos edentulo
parcial, com mobilidade dos dentes anteriores superiores e inferiores, curva de
Spee reversa e problemas de fala e mastigação. Para o tratamento que
envolveu implante para estabelecer a ancoragem ortodôntica, um modelo de
diagnóstico de gesso encerado foi confeccionado. Constatou-se que todos os
objetivos do palnejamento foram alcançados verticalização, rotação,
alinhamento e nivelamento dos dentes anteriores, com fechamento dos
diastemas. Ressalta-se que os autore ferulizaram alguns dentes de próteses
definitivas visando prevenir a recidiva do caso. Ao final do tratamento, os dois
arcos dentários estavam bem alinhados, com intercuspidação e correção da
linha média. Os implantes permaneceram estáveis durante todo o tratamento
ortodôntico.
PAUW; DERMAUT; VEWRBEECK (1999) analisaram o deslocamento
ortopédico inicial da maxila e as alterações longitudinais após a aplicação de
forças com o auxílio de um implante osseointegrável que foi utilizado como
ancoragem. Para tanto se utilizou de cinco cães com um ano de idade e força
de 500 g/cm
2
. Verificaram que todos os implantes estavam imóveis e na
mesma posição original.
Para FERREIRA (1999), a ancoragem intrabucal é o meio pelo qual um
dente ou um grupo de dentes fornece resistência a movimentos não esperados
durante a mecânica ortodôntica. Esta pode ser classificada em ancoragem
simples; quando o elemento dentário não se movimenta de corpo e apenas
inclina a sua coroa; ancoragem passiva: é o estado inerte do próprio dente que
está ancorado no osso alveolar pelos ligamentos periodontais; ancoragem
ativa: é a ancoragem proporcionada pela mecânica ortodôntica, evitando o
deslocamento de um ou mais dentes para mesial, quando os mesmos estão
servindo de apoio para a movimentação de outros dentes. A ancoragem extra
bucal é o meio pelo qual são geradas forças fora da cavidade bucal, ou seja,
nas regiões cervical, occipital e parietal. São aplicadas para estabilizar,
movimentar elementos dentários ou direcionar o crescimento dos ossos do
complexo maxilo-facial. O sistema mecânico gerador das forças destinadas à
44
movimentação ortodôntica ou ortopédica denomina-se aparelho extra bucal. O
aparelho de ancoragem extra bucal pode ser confeccionado com ou sem arco
facial. O arco pode ser simples ou composto; necessitando de apoio extra
bucal para ajuste na cabeça ou região cervical, occipital ou parietal. Os
elásticos ou molas fazem a ligação do arco externo ou braço externo ao apoio
da cabeça, direcionando a intensidade de força. A mentoneira é o aparelho
extra bucal sem arco e é constituída por um casquete colocado na parte
superior da cabeça, com apoio no mento e mola ou elástico que provocará o
tracionamento e regulará a força aplicada. A máscara facial também é um
aparelho extra bucal utilizada para protração maxilar. Porém a maioria e/ou a
totalidade destes aparelhos extra bucais não são bem aceitos pelos indivíduos
pelos inconvenientes sociais que gera. Relataram que não se discute a
aplicabilidade dos implantes como ancoragem para a movimentação
ortodôntica.
GANDINI; BUSCHANG (2000) analisaram a estabilidade de implantes
instalados transversalmente nas estruturas das bases maxilar e mandibular. A
amostra incluiu 25 indivíduos entre 12 anos e 18 anos de idade acompanhados
por aproximadamente 2,6 anos. Foram colocados implantes metálicos
bilateralmente nas bases maxilar e mandibular antes do tratamento ortodôntico.
Uma vez confirmada a estabilidade do implante, foi iniciado o tratamento
(extração de quatro primeiros pré-molares seguida por terapia com aparelho
fixo). Verificaram que houve aumentos significantes na largura durante o final
da adolescência das estruturas das bases esqueléticas da mandíbula e maxila
e que este aumento poderia estar relacionadas com o potencial de
crescimento.
SINGER et al. (2000) inseriram Implantes de Bränemark
TM
nos pilares
zigomáticos da maxila de um indivíduo com 12 anos e 1 mês de idade, com
maloclusão Classe III. Aguardou-se o tempo de espera de seis meses e em
seguida aplicou-se força de 400 g em cada lado. Constatou-se que a maxila
moveu 4 mm para baixo e para frente, com rotação anterior durante o
deslocamento. A mudança no plano oclusal superior resultou em uma abertura
secundária da mandíbula. Houve um aumento de no ângulo do plano
mandibular e um aumento de 9 mm da distância nasal para o mento. Ocorreu
uma protuberância da região infraorbital e correção do prognatismo mandibular
45
do pré-tratamento. Constatou-se aumento da proeminência nasal, aumento da
convexidade facial. Evitou-se a alteração dentária colateral e o perfil do terço
médio da face do indivíduo apresentou melhoras aos 13 anos e 6 meses.
De acordo com HIGUSHI (2000), os implantes colocados no alvéolo
dentário podem servir para dois propósitos: servir como ancoragem ortodôntica
e posteriormente como pilar para colocação de um dente ausente. os
implantes inseridos fora da arcada dentária podem servir como ancoragem
durante o tratamento ortodôntico e depois serem removidos ou continuarem no
local “sepultados”. Quando possível, é vantajoso selecionar uma área
desdentada na arcada dentária devido à sua utilidade no futuro como suporte
para prótese. Destacou ainda que a magnitude de forças associadas com a
ancoragem ortodôntica é relativamente baixa e o excede a capacidade do
implante de suportá-la.
SAITO et al. (2000) avaliaram o potencial de ancoragem dos implantes
de Bränemark
TM
com 3, 5 mm X 7 mm, associados com a técnica do arco
metálico segmentado para movimentação ortodôntica mésio distal dos dentes.
Inseriram-se dois implantes nas áreas de avulsão dos segundos e terceiros
pré-molares inferiores, bilateralmente, que haviam sido extraídos, mas
haviam sofrido o processo de reparação óssea. Para tanto se utilizou de quatro
cães adultos e do nero masculino, da raça Beagle. Verificou-se que, tanto
os implantes com carga como os implantes sem carga se mantiveram estáveis
durante o período de 24 a 32 semanas, mesmo com a aplicação de força
ortodôntica mésio distal.
THILANDER (2000) usou implantes Bränemark
TM
para pilares de
próteses provisórias para ancoragem fixa em nove indivíduos com diferentes
tipos de maloclusões. O peodo de tratamento ortodôntico variou entre 17 a 37
meses, com a técnica Edgewise com arco segmentado e aplicação de forças.
Realizaram-se os movimentos ortodônticos de verticalização, torque, rotação,
intrusão, extrusão e movimentos de corpo dos dentes. Todos os 23 implantes
intrabucais utilizados permaneceram estáveis após o término do tratamento
ortodôntico. A sobreposição das tomadas radiográficas cefalométricas do início
e final do tratamento, mostrou que o osso consegue absorver as forças e
manter a rigidez do implante, indicando que os mesmos podem ser utilizados
na ancoragem ortodôntica sem gerar prejuízos aos indivíduos.
46
BERNHART et al. (2000) avaliaram 22 indivíduos, com idades variando
entre 13 a 48 anos, e necessidade de ancoragem máxima na maxila. Para os
autores a área mediana do palato pode se caracterizar por relativamente pouco
suporte ósseo vertical. Pode-se avaliar que há uma grande variação no volume
de osso vertical, sendo, recomendável uma avaliação pré-operatória
diagnóstica mesmo para os casos de colocação de implantes curtos para se
evitar perfuração do ducto nasal inferior.
Para KOKICH (2000) existem situações onde se faz necessário a ação
conjunta de uma equipe multidisciplinar de ancoragem para estabelecer o
plano de tratamento. Também destacou a obrigação do ortodontista avaliar
corretamente a posição dos implantes que servirão de ancoragem, pois,
posteriormente estes substitutos dos dentes naturais, como pilares. Também
abordou o tempo necessário para a remodelação óssea (período de quatro a
seis meses), antes de iniciar a ativação ortodôntica.
GRAY; SMITH (2000) utilizaram o MTI
TM
, para ancoragem ortodôntica
temporária em região posterior e maxila. No tratamento de indivíduo do gênero
feminino, 68 anos de idade, com ausência dentária posteriores e
comprometimento periodontal. Destacaram como requisitos indispensáveis
para os implantes utilizados como ancoragem ortodôntica que sejam pequenos,
de fácil instalação e remoção, resistentes a forças ortodônticas, e que possuam
a capacidade de receber cargas imediatamente após a instalação, e terem a
possibilidade de associação à mecânica ortodôntica conhecida.
BYLOFF et al. (2000) idealizaram um aparelho implanto suportado não
osseointegrável, baseado na filosofia do aparelho Pêndulo, denominado
Pêndulo Implanto suportado Graz – GISP. Foi desenvolvido com base na
filosofia do aparelho “pendulo” para distalização dos primeiros e segundos
molares em adultos. Esta estrutura é formada por duas partes; uma placa para
ancoragem, a qual é fixada no osso do palato por meio de quatro mini
parafusos de titânio, e a parte removível, semelhante ao aparelho ”pêndulo”.
Tal aparatologia permitia distalizar molares superiores uni ou bilateralmente,
tolerando cargas imediatas (duas semanas), resistindo a força rotacional e
promovendo ancoragem absoluta).
De acordo com ROBERTS (2000), a alteração fisiológica dos dentes é
essencial para manter a função estomatognática e o periodonto é composto por
47
tecidos funcionalmente coordenados que respondem a cargas contínuas. O
ligamento periodontal que faz parte do periodonto é fundamental para a
realização do movimento dentário. A modelagem do osso e seu tecido mole de
suporte controlam a resposta do movimento dentário. Concluiu que os
implantes podem ser utilizados como ancoragem suplementar para fechar
espaços, retrair segmentos anteriores ou para alinhamento pré-protético.
Porém deve-se realizar avaliação cuidadosa de todos os indivíduos, pois,
muitos candidatos à Ortodontia implanto ancorada que são afetados por
osteopenia, osteoporose, ou outros problemas médicos.
Para CELENZA; HOCHMAN (2000), os recursos convencionais para
aumentar a ancoragem ortodôntica são ultrapassados, anti-higienicos e
necessitam da colaboração por parte do indivíduo. De acordo com os autores
Segundo os autores, dentro dos limites fisiológicos, os implantes endósseos
rígidos oferecem excelente ancoragem ortodôntica e ortopédica. Para os
autores somente com o uso de implantes o conceito de “ancoragem absoluta”
pode agora ser aplicado com segurança.
BERNHART et al. (2001) salientaram a importância da ancoragem
máxima em Ortodontia, de forma que uma resistência adicional possa ser
incorporada ao sistema mastigatório para aumento desta evitando-se a
formação de foas recíprocas. Assim, os implantes intra ósseos podem ser
uma alternativa válida para assegurar uma ancoragem intrabucal estável. Este
estudo foi delineado para avaliar a eficácia dos mini-implantes curtos na
ancoragem ortodôntica, na região paramediana do palato. Vinte e um
indivíduos, sendo 15 mulheres e 6 homens, com idade variando entre 12,7 a 48
anos foram incluídos no estudo. Seguindo-se um plano pré-operatório
adequado, um sistema de implante com comprimento reduzido, foi colocado na
região palato mediano evitando-se a região anterior do palato duro. Após um
período de quatro meses de reparação sem colocação de carga, os implantes
foram submetidos às cargas ortodônticas diretas e indiretas. Apesar da
variedade na qualidade de osso e do volume ósseo vertical nessa região,
obteve-se uma adequada estabilidade primária para todos os implantes.
Nenhum implante foi perdido durante o período de reparação óssea. Dois
implantes mostraram relativa mobilidade logo após a colocação de carga sobre
eles. Em um deles houve posteriormente periimplantite associada, enquanto o
48
outro se manteve no local durante nove meses de tratamento. Um terceiro
implante mostrou mobilidade após oito meses e meio de tratamento por ter
recebido carga direta de 8 N de intensidade. Este implante também foi perdido
devido à inflamação periimplantar. O tempo de “sobrevivência” dos implantes
foi de relativamente 22,9 meses e 84,8%, os quais se mantiveram fixos durante
este período. Quatro implantes foram removidos após o término do tratamento
ortodôntico. O resultado desse estudo indicou que este tipo de implante
utilizado foi adequado para obtenção de ancoragem máxima durante o
tratamento ortodôntico na região paramediana do palato duro.
LEE; PARK; KYUNG (2001) idealizaram uma maneira simples, porém
eficiente de controlar a ancoragem com mini-implantes. Relataram que embora
o arco transpalatal tenha sido usado durante o tratamento, o indivíduo se sentiu
mais confortável com os mini-implantes do que com o arco. As exigências de
ancoragem são sempre mais críticas na lingual em um tratamento ortodôntico
por causa das relações anatômicas entre a ngua e a cortical óssea. Os dentes
posteriores superiores que foram usados para ancoragem mecânica
convencional, se distalizaram nesse indivíduo com simultânea retração dos
dentes anteriores. Afirmaram que os mini-implantes podem promover uma
ancoragem real e absoluta no tratamento ortodôntico feito pelo lado lingual
assim como por vestibular.
MELSEN; LANG (2001) em estudo experimental em macacos
submeteram os implantes osseointegráveis às forças ortodônticas e verificaram
que na área dos implantes o processo de indução de forças parece ter sido
benéfico ao osso circunjacente em comparação com os resultados do grupo
controle, demonstrando ser possível o uso desses implantes como ancoragem
fixa na movimentação ortodôntica.
FREUDENTHALER; HAAS; BANTLEON (2001) instalaram mini-
implantes do tipo (ITB) implantes de titânio bicorticais em oito indivíduos.
Relataram à necessidade de ancoragem máxima na mandíbula e confirmaram
que o espaço disponível não é suficiente para implantes convencionais. Na
amostra total foram instalados 15 implantes dos quais 12 foram utilizados como
âncora para movimento ortodôntico. Relataram que os resultados do estudo
confirmaram que implantes de titânio bicorticais otimizam as possibilidades de
tratamento ortodôntico, que podem receber carga com forças ortodônticas
49
imediatamente após sua inserção, reduzindo assim o tempo total de
tratamento.
DAIMARUYA et al. (2001) estudaram a intrusão do molar, o nível de
osseointegração dos parafusos e a reabsorção radicular. Constataram que os
molares inferiores de cães intruíram em média 3,4 mm. As mini-placas foram
bem estabilizadas como os parafusos osseointegráveis e os tecidos molares do
periimplante mostraram alterações inflamatórias leves. Concluíram que o
sistema que utiliza mini-placas de titânio transmucosa como uma ancoragem
ortodôntica imóvel pode fornecer uma nova modalidade para intrusões de
molar sem maiores problemas.
FIGURA 3 - Ancoragem ortodôntica com
uso de mini placas de titânio.
FONTE: DAIMARUYA et al. 2001, p. 67.
NOJIMA et al. (2001) apresentaram um caso clínico onde utilizaram
implante osseointegrável em um indivíduo do gênero feminino de 24 anos,
maloclusão Classe II-1. O implante foi colocado na região mediana do palato
duro para fornecer uma ancoragem ortodôntica máxima e foi conectado nas
bandas dos primeiros molares superiores por meio de um arco transpalatal. O
tempo total de tratamento foi de dois anos e oito meses. A superposição das
tomadas radiográficas cefalométricas mostrou a aquisição de ancoragem molar
máxima na maxila, promoveu uma melhoria no aspecto facial e uma relação
oclusal satisfatória. A análise histológica na interface implante/osso demonstrou
que o implante havia sofrido realmente uma osseointegração. Os autores
concluíram que, o implante colocado na região sagital mediana do palato duro,
50
mostrou-se efetivo como participante do sistema ortodôntico de ancoragem e
pode ser usado clinicamente como uma forma segura de se obter uma
ancoragem intrabucal máxima.
OHMAE et al. (2001) buscaram avaliar o potencial de ancoragem dos
mini-implantes de titânio para intrusão ortodôntica dos dentes posteriores
inferiores e verificaram que após seis semanas, uma força intrusiva de 150 g foi
aplicada entre os implantes inter radiculares no lado lingual e vestibular,
usando-se uma mola em espiral ao redor da coroa do terceiro pré-molar. Após
12 a 18 semanas de intrusão ortodôntica, os animais foram sacrificados e suas
respectivas mandíbulas foram dissecadas e preparadas para estudos
histológicos em microscopia de fluorescência, indicando que os terceiros pré-
molares inferiores intruíram 4,5 mm em média, após 12 a 18 semanas de
aplicação da força ortodôntica, com reabsorção moderada da raiz na área de
furca assim como no ápice radicular. Todos os mini-implantes permaneceram
estáveis durante os movimentos ortodônticos do dente, sem qualquer
mobilidade ou deslocamento.
PARK et al. (2001) apresentaram um caso clínico de um indivíduo com
28 anos, gênero feminino, Classe I e bi-protrusivo alveolar. Inseriu-se mini-
implantes, com 1,2 mm X 6 mm, na cortical óssea vestibular entre o segundo
pré-molar e o primeiro molar. Após duas semanas de implantação desses mini-
implantes, realizou-se o pré-ajustamento do aparelho. Forças parciais foram
aplicadas junto aos mini-implantes e caninos superiores para distalizar os
caninos inferiores. Após dois meses de tratamento os arcos metálicos foram
colocados e 200 g de força foram aplicadas para retrair os dentes anteriores
superiores. Ocorreu uma melhoria do perfil durante os primeiros 11 meses de
tratamento. Concluíram que, o uso dos mini-implantes não dependem da
cooperação dos indivíduos, promove uma melhoria do perfil do indivíduo em
um espaço relativamente curto de tempo, diminuem o tempo de retração dos
seis dentes anteriores; reduzem o tempo de consulta além de fornecer uma
ancoragem ortodôntica confiável.
De acordo com RE et al. (2001), na movimentação ortodôntica dos
dentes, muitas vezes, se deparam com seios maxilares em casos de
pneumatização excessiva em decorrência de extrações anteriores, e de acordo
com os autores deve-se utilizar implantes osseointegráveis na região da
51
tuberosidade maxilar, visando melhorar a ancoragem ortodôntica. Constataram
que o movimento dos dentes com as limitações anatômicas, tais como o seio
maxilar pode ser obtido com segurança por meio de um protocolo terapêutico
com a utilização apropriada do sistema de forças, como no uso de implantes
osseointegráveis como ancoragem.
De acordo com TAKAYOSHI et al. (2001), o SAS
TM
ou sistema
esqueletal de ancoragem foi desenvolvido como um sistema intrabucal rígido
de ancoragem para correção de mordida aberta anterior pela intrusão de
molares. Observaram que nem os nervos e nem os vasos foram danificados.
Verificaram que o SAS, que se utiliza mini-implantes transmucosos de titânio
para atuar como ancoragem ortodôntica pode ser uma nova maneira de
intrusão dos molares em determinadas situações sem risco de ocorrência de
problemas. Concluíram que os mini-implantes de titânio poderiam ser mantidos
na cavidade bucal sem que houvesse inflamação grave ao redor do sítio de
implantação; a reabsorção radicular foi mínima e foi reparada pela formação de
novo cemento e o feixe vásculo nervoso mandibular não sofreu qualquer injúria
desde que se adapte aos movimentos dos dentes.
VASQUEZ et al. (2001) analisaram o uso de implantes osseointegráveis
como ancoragem e mensuraram o estresse inicial na região do implante
comparado com o uso de unidades de ancoragem dentária convencional. Os
níveis iniciais de estresse foram medidos durante dois tipos de retração do
canino (fricção e sem fricção). O valor mais baixo e estresse mais uniforme do
implante foram encontrados no momento de força de 6.1:1; para o canino o
estresse ocorreu no momento / força de 10.3:1. Verificaram ainda que quando
se utilizou uma unidade de ancoragem com um implante osseointegrável, é
mais indicado o uso de um sistema de força pré-calibrada e um sistema da
retração sem fricção.
BERNHART et al. (2001) estudaram a eficiência de implantes de
comprimento reduzido para a ancoragem ortodôntica instalados na região
média do palato. Vinte e um indivíduos, com idade média 29 anos de idade
foram incluídos no estudo. Após um período de quatro meses, os implantes
receberam cargas. Pode-se obter a estabilidade preliminar adequada para
todos os implantes. Nenhum implante foi perdido durante o período de
osseointegração. Decorridos oito meses de carga, um outro implante
52
apresentou mobilidade após o direcionamento de carga de 800 g/cm
2
,
apresentando também sinais de periimplantite. Foi verificado um índice de
sobrevivência dos implantes de 84.8% após 23 meses. Quatro implantes foram
removidos devido a conclusão do tratamento ortodôntico. Concluíram que os
implantes curtos foram eficientes para promover a ancoragem ortodôntica,
quando instalados na região média do palato.
CELLIER (1802) apud FERREIRA (2002) foi o pioneiro no uso de
aparelhos para ancoragem no tratamento da maloclusão dentária ou
esqueletal, utilizando um apoio fora da boca, localizado na parte posterior e
superior da cabeça, para imobilizar a mandíbula. Sempre buscando evitar as
mesializações indesejáveis e perdas de espaços no tratamento ortodôntico.
FERREIRA (2002) analisou 18 implantes osseointegráveis Bränemark
TM
que serviram para ancoragem ortodôntica na movimentação de dentes naturais
e posteriormente, foram utilizados como pilares para prótese fixa. Os
indivíduos que participaram do estudo eram adultos, do gênero masculino e
feminino com Classe I ou II de Kennedy. Ao término do tratamento ortodôntico
os indivíduos receberam próteses parciais fixas e definitivas. O tratamento
ortodôntico foi satisfatório com fechamento de diastemas, alinhamento e
nivelamento dos dentes. Após 8 anos realizou-se uma análise comparativa do
comportamento clínico dos implantes, das condições clínicas das próteses, do
nível gengival e ósseo novamente. Constataram que as próteses apresentaram
aspectos satisfatórios tanto do ponto de vista estético como funcional, não
havia fraturas nem afrouxamento dos parafusos de fixação dos implantes, dos
dispositivos intermediários e nem das coroas dentárias. Os implantes estavam
clinicamente estáveis e sem mobilidade, mesmo após oito anos e após terem
sido usados como ancoragem no tratamento ortodôntico. Afirmaram que o uso
de implantes osseointegráveis tem indicação nos casos clínicos de edêntulos
parciais em que haja deficiência de ancoragem ortodôntica e na reabilitação
bucal posterior.
HAYAKAWA et al. (2002) avaliaram a interface dos implantes que foram
retirados de humanos após cinco anos de uso e que receberam cargas
funcionais durante esse período de tempo. Compararam-se implantes jateados
e os implantes inseridos no palato. Os dois tipos de implantes não provocaram
qualquer sintoma clínico nos indivíduos. Os estudos histológicos mostraram
53
que nos implantes jateados o tecido ósseo mostrava-se mais calcificado
quando comparado com seu controle. A porcentagem de contato medida na
interface implante e osso ficaram muito maior no implante jateado do que no
implante palatino.
Para JANSSENS et al. (2002) podem ocorrer inúmeras limitações
durante o tratamento ortodôntico devido a ausência de dentes em número
adequado para ancoragem. Quando a reabilitação protética é necessária, os
implantes endósseos podem ser usados na ancoragem ortodôntica e depois
podem receber superestruturas protéticas. Entretanto, para um tratamento
ortodôntico exclusivo, a quantidade de osso alveolar não é sempre adequada,
e uma ancoragem com sistemas osseointegráveis pode ser necessária.
Relataram na conclusão de um caso clínico que os sistemas Onplants
TM
, após
cinco meses depois de instalados estavam estáveis e receberam tensão
elástica indireta além é claro de 160 g de força que foram aplicadas durante 17
semanas, permitindo a extrusão dos primeiros molares.
De acordo com MIGUEL et al. (2002), o diagnóstico e plano de
tratamento multidisciplinar se constituem em valioso recurso visando aprimorar
o tratamento reabilitador em indivíduos adultos e com múltiplas perdas
dentárias. Os autores apresentaram um caso de ancoragem ortodôntica por
meio de implantes em um indivíduo Classe III esquelética, com perda de 10
elementos dentários nos segmentos posteriores da boca, mordida cruzada
bilateral posterior e tendência à mordida aberta, mordida cruzada anterior,
doença periodontal avançada nos molares remanescentes e desvio da linha
média, perfil côncavo e extração indicada para o dente 46. Propôs-se para o
mesmo: implante osseointegrável na região do 36, antes do início do
tratamento ortodôntico, e reconstrução protética após realização da Ortodontia;
tratamento periodontal com manutenção periódica trimestral; uso do implante
na região do dente 36 e do 46, retração dos incisivos inferiores e leve
expansão do arco superior. Verificaram que o resultado do tratamento mostrou-
se satisfatório tanto no sentido estético como na relação oclusal obtida,
evidenciando-se que o planejamento multidisciplinar é sempre indicado, e que
neste caso possibilitou um tratamento odontológico bastante conservador.
CLERCK; GEERINCKY; SICILIANO S. (2002) apud SINCLAIR (2004)
apresentaram um caso clínico de um indivíduo com maloclusão de classe II,
54
que fez uso de implantes para ancoragem ortodôntica no arco zigomático. Para
este indivíduo era indicado intrusão e retração anterior e ancoragem máxima
posterior. Devido à localização e o aspecto favorável da estrutura óssea o
implante foi instalado na borda inferior do osso zigomático, entre o primeiro e
segundo molar e o centro de aplicação da força foi no centro de resistência dos
primeiros molares permanentes superiores. O mini-implante de titânio colocado
apresentava 1,5 mm de diâmetro com uma extremidade em forma de cilindro
que recebeu o arco auxiliar. Forças ortodônticas foram aplicadas
imediatamente após a implantação. Concluíram que o sistema apresentado de
implantes gerou um excelente mecanismo de retenção imediatamente após a
sua colocação, constituindo-se em uma alternativa efetiva para ancoragem sem
utilizar arco extrabucal.
BAE et al. (2002) apud SINCLAIR (2004) analisaram um indivíduo do
gênero feminino, com 28 anos que utilizou mini implantes como ancoragem em
seu tratamento ortodôntico. Observaram que os incisivos superiores
apresentavam-se verticalizados e os incisivos inferiores protruídos. Os mini-
implantes apresentaram-se estáveis durante todo o período de tratamento e
foram facilmente removidos após a remoção do aparelho. Os mini-implantes
resistiram a forças ortodônticas típicas de 200g a 300 g durante todo o tempo
do tratamento, não necessitando esperar pela osseointegração, ao contrário
dos implantes restauradores e, podem ser facilmente removidos pelo
ortodontista.
PARK; KYUNG; SUNG (2002) analisaram a aplicação de mini-implante
como ancoragem ortodôntica, em três casos clínicos no quais os segundos
molares superiores e inferiores foram verticalizados. Os mini-implantes
promoveram ancoragem para uma variedade de movimentos sem os efeitos
prejudiciais da técnica convencional que utiliza dentes para ancoragem.
Também relataram que a verticalização do segundo molar superior e inferior
pode ser conseguida por meio do mini-implante sem efeitos nos dentes
anteriores e que simultaneamente a verticalização o molar foi intruído
eliminando a necessidade de redução oclusal foi o que concluíram após a
finalização do trabalho.
KARAMAN; BASCIFTCI; POLAT (2002) estudaram a utilização de
implante palatino (Leibinger
TM
), colocado na sutura palatina anterior, 2 mm a 3
55
mm posteriormente ao canal incisivo, visando distalizar os molares superiores.
Relataram que havia estabilidade contra movimentos rotacionais, possibilidade
de carga imediata, aplicação ativa de força bilateral ou unilateral e facilidade de
inserção e remoção.
TRISI; REBAUDI (2002) estudaram 41 indivíduos com diferentes tipos
de maloclusões. Vinte e nove indivíduos que apresentavam áreas edentulas
receberam implantes de titânio osseointegráveis, de 11 e 13 mm X 4 mm, que
foram posteriormente utilizados nas respectivas reabilitações protéticas. Estes
foram inseridos na região de molares, região retromolar e região palatina
mediana. As forças aplicadas variaram entre 80 g a 120 g. Verificaram que que
os pré-molares e molares mandibulares e maxilares foram distalizados em
grupos, facilitando a verticalização, intrusão e extrusão dos dentes. Os
resultados clínicos mostraram que o uso da ncoragem ortodôntica com
implantes consome um tempo menor para conclusão de um caso, quando
comparados com o uso dos aparelhos extrabucais. Todos os implantes
permaneceram estáveis clinicamente e sem sinais de inflamação.
Para SCHELEGEL; KINNER; SCHLEGEL (2002), a ancoragem
ortodôntica pode ser obtida pelo uso de implantes osseointegráveis. Nos casos
de indivíduos totalmente dentados, a colocação de implantes intraósseos e
fixos só podem ser realizados sem algumas regiões da boca, ou seja, na região
do ramo ascendente da mandíbula e na rafe mediana do palato duro. Nos
indivíduos com perda parcial de dentes as regiões do rebordo alveolar
desdentado podem ser utilizadas. Afirmaram que uma pré-condição para o
sucesso da osseointegração é uma base óssea satisfatória e a rafe mediana
palatina é um local anatômico de grande interesse para a ancoragem
ortodôntica. Destacaram que o uso de implantes palatinos deve ocorrer em
indivíduos adultos de acordo, devido ao fato de a mesma se consolidar mais
tarde. Para os autores é fundamental efetuar-se um exame das condições
ósseas do indivíduo antes da instalação de implantes.
Segundo TOSUN; KELES; ERVERDI (2002), os implantes palatinos vêm
sendo utilizados nas últimas duas décadas para eliminar o uso dos aparelhos
extrabucais e estabelecer ancoragem. Os implantes palatinos podem ser
usados, eficientemente, com dois propósitos: fulcro da ancoragem, eliminando-
se assim a necessidade do uso de ancoragem intra e extrabucal e para
56
procedimentos de ganho de espaços, por meio da distalização dos molares.
Constataram que os implantes palatinos podem ser utilizados com sucesso
para manutenção da ancoragem.
JENSEN et al. (2002) realizaram 30 distrações verticais em 28
indivíduos, sendo os mesmos acompanhados por um período de cinco anos.
Duas técnicas de distração foram usadas: implante do sistema 3i
TM
e aparelho
ortodôntico de parafuso para conexão ortodôntica. Ambos os aparelhos
permitiram movimento tanto horizontal como vertical. A média de distração
vertical foi de 6,5 mm, mas a média do movimento horizontal foi menor que 2
mm. Todos os implantes que falharam foram instalados em ossos de
qualidade e que necessitavam de enxertos. Destacaram que a restauração
mais prevalente no estudo foi a prótese fixa suportada por implantes; o
acompanhamento mais longo após carga foi de 4.4 anos. Afirmaram que houve
estabilidade dos implantes na utilização de procedimentos de distração vertical
na zona alveolar maxilar.
ENACAR et al. (2003) estudaram um indivíduo do gênero feminino de 10
anos de idade portadora de maloclusão esquelética de Classe III com
hipoplasia maxilar, mordida cruzada e oligodontia severa. O plano de
tratamento visou promover o deslocamento anterior do complexo maxilar com
o auxílio da máscara facial. Devido a falta dos dentes disponíveis para
ancoragem, um implante de titânio foi utilizado para como reforço de
ancoragem em conjunto com os dentes restantes para fornecer a ancoragem
adicional necessária. Um parafuso de titânio foi instalado nos alvéolos
maxilares e três semanas mais tarde, uma força ortodôntica de 800 g/cm
2
foi
aplicada. Um deslocamento anterior significativo do complexo nasomaxilar foi
obtido com o uso da máscara facial. No final do tratamento, uma prótese
parcial removível provisória foi instalada.
GEDRANGE et al. (2003) estudaram o efeito das forças ortodônticas
exercidas por implantes osseointegráveis instalados no palato. Para tanto
instalou-se três tipos de implantes cilíndricos de titânio de 9 mm de
comprimento e 3,3 mm de diâmetro. A carga direcionada ao implante envolveu
forças ortodônticas de 0,01N a 100 N (verticalmente, horizontalmente, e
diagonalmente). Observaram que o desenho do implante contribui para a
57
otimização do seu uso na ancoragem ortodôntica. Ressaltaram ainda, que
implantes menores podem promover ancoragem adicional na superfície óssea.
MIYAWAKI et al. (2003) analisaram cinqüenta e um indivíduos com
maloclusão. Estes receberam 134 implantes de titânio de três tipos e 17 mini
placas. Verificou-se que a taxa de sucesso após um ano da instalação foi
significativamente menor para os implantes com diâmetro de 1,0 mm do que os
de 1,5mm ou 2,3 mm e das mini placas. Afirmaram que o sucesso do uso de
implantes como ancoragem depende em geral do diâmetro do mini implante
que deve ser maior que 1,0 mm.
DEGUCHIT et al. (2003) analisaram se o uso de parafusos de titânio
pequenos é adequado para ancoragem durante os movimentos ortodônticos.
Observaram que nos pequenos implantes maior contato entre o osso e os
implantes mandibulares em relação aos implantes maxilares. Concluíram que
os parafusos pequenos de titânio podem ser utilizados como ancoragem rígida
suportando uma carga ortodôntica por três meses, após um período mínimo de
três semanas de cicatrização.
MAINO et al. (2003) apresentaram três casos clínicos descrevendo os
mini-implantes de titânio e suas aplicações clínicas como ancoragem
esquelética. Os implantes utilizados tinham comprimento de 7, 9 e 11 mm. A
localização foi variável podendo ser na tuberosidade maxilar, região retromolar,
áreas edêntulas, palato e processo alveolar anterior. Esta ocorreu em áreas em
que não exista a possibilidade de lesar estruturas adjacentes, podendo ser
usada de diferentes maneiras de acordo com a indicação do tratamento.
Destacaram que a ancoragem esquelética com mini-implantes permiti
movimento ortodôntico de retração anterior e intruo com verticalização sem
perda de ancoragem, sendo mais barata que os implantes convencionais, além
do fato de serem bem suportados pelos indivíduos.
KELES; ERVERDI; SEZEN (2003) apud SINCLAIR (2004) apresentaram
um caso clínico no qual foi instalado um implante de titânio (4,5 mm de
diâmetro x 8 mm de comprimento) palatino para distalização de molares e
ancoragem. Selecionou-se a região mediana do palato por ser considerado um
local satisfatório para colocação do implante. Depois de três meses do período
de cicatrização, o implante estava osseointegrado e o tratamento ortodôntico
foi iniciado. Verificaram que os molares foram distalizados 3 mm em cinco
58
meses, e não se observou perda de ancoragem. Ressaltaram que após a
terapia ortodôntica melhorou-se o sorriso, obteve-se uma relação molar de
canino em Classe I e um overjet ideal, além de ocorrer a distalização dos
primeiros e segundos pré-molares superiores.
De acordo com BEZERRA et al. (2003), a utilização de implantes
osseointegráveis como ancoragem em indivíduos que estão fazendo uso da
terapia ortodôntica regular é uma realidade. Também descreveram a
utilização de implantes osseointegráveis na região da sínfise palatina mediana
ou paramediana, por meio da seqüência de planejamento cirúrgico e
radiográfico, técnica cirúrgica e confecção de barra rígida para ancoragem
ortodôntica indireta. Afirmaram que o planejamento ortodôntico-cirúrgico
precisa do diagnóstico da maloclusão apresentada pelo indivíduo. Realçaram,
porém que os objetivos do tratamento deverão ser avaliados pelo ortodontista
que poderá sugerir a utilização de implante osseointegrável em região palatina
como ancoragem. O planejamento cirúrgico deverá ser realizado de maneira
criteriosa e preceder a seqüência da técnica cirúrgica. A realização de um
traçado cefalométrico e a confecção de um guia cirúrgico o fundamentais
para a obtenção da estabilidade primária do implante, evitar lesão a estruturas
nobres adjacentes e sucesso global de tratamento. Apontaram que ao final da
terapia ortodôntica o implante palatino pode ser explantado ou deixado em
posição com remoção do pilar e instalação do parafuso de cobertura.
ALDIKACTI et al. (2004) apud SINCLAIR (2004) avaliaram clínica,
radiográfica e histológicamente o local da inserção dos implantes SLA (jateado
e com condicionamento ácido) com carga contínua e constante por 52
semanas. Tal avaliação ocorreu depois de decorrido seis semanas da
colocação do implante. Tais implantes foram implantados em cães, sendo três
na maxila e cinco na mandíbula e extraídos após um período de 12 semanas.
Aplicou-se força contínua e constante de 200 gramas por meio de molas de
Níquel-titânio. Para evitar a gengivite foi usado Gluconato de Clorexidine em
toda a amostra e ao final estes apresentavam sinais característicos da
presença da patalogia. A mucosa periimplantar estava inflamada e hiperemiada
ao redor dos implantes testados. Pom após a aplicação de forças, não se
observou mobilidade no implante. Afirmaram que os implantes SLA podem ser
usados com confiança como ancoragem ortodôntica.
59
PARK; KYUNG; SUNG (2004) apud SINCLAIR (2004) apresentaram
caso clínico no qual se utilizou mini-implantes na vestibular do segundo molar
inferior e na palatina do segundo molar superior. Buscando descruzar estes
dois segundos molares, gerando força intrusiva e de lingualização no segundo
molar superior e força de vestibularização e intrusivas no segundo molar
inferior, sem alterar o plano oclusal. Para tanto se instalou um mini-implante de
1,2 mm de diâmetro x 10 mm de comprimento no osso alveolar do maxilar e um
mini-implante de 1,2 mm de diâmetro x 6 mm de comprimento no osso alveolar
da mandíbula. Para evitar contato com as raízes, os mini-implantes foram
posicionados a um ângulo de 30º a 40º com o longo eixo do dente, sendo
colocado no espaço interdentário entre as raízes dos primeiros e segundos
molares. Utilizaram elásticos conectados ao mini-implante em botões unidos do
superior para o inferior. Após duas semanas de sua instalação o mini-implante
foi submetido à força, promovendo ancoragem satisfatória durante o
tratamento.
SUGAWARA et al. (2004) apresentaram um sistema de ancoragem do
esqueleto (SAS), que consiste de uma placa de titânio e parafusos
monocortical que podem ser inseridos temporariamente na maxila ou na
mandíbula, ou ambos, para promover a ancoragem ortodôntica. A distalização
dos molares representa uns problemas biomecânicos difícil na Ortodontia
tradicional, particularmente em adultos e na mandíbula. Porém, deve-se
destacar que é possível distalizar molares com o SAS, bem como corrigir
mordida aberta, protrusão dentária, apinhamento e assimetrias dentais sem ter
que extrair pré-molares. Os autores distalizaram com o auxílio do SAS, 29
molares inferiores de 15 indivíduos adultos. A quantidade de distalização dos
primeiros molares inferiores foi de 3,5 mm ao nível de coroa e 1,8 mm em nível
de raiz. A quantidade de recidiva foi de 0,3 mm na coroa e raiz. Dos 29 molares
inferiores, nove foram inclinados para trás e os outros foram distalizados.
Verificaram que a distalização de molares com o SAS é viável.
VILLELA et al. (2004) apresentaram 4 casos clínicos e observaram que
o tratamento ortodôntico corretivo dependerá diretamente de uma ancoragem
estável. Apesar da possibilidade de utilização de métodos convencionais de
ancoragem intra ou extrabucais, intra ou intermaxilares. Os mini-implantes são
de ancoragem direta, simples, eficaz, de baixo custo e com potencial para
60
aplicação clínica. Relataram que a realização de estudos prospectivos
longitudinais, avaliando este método de ancoragem, é pré-requisito para
comprovação científica de sua aplicabilidade na clínica ortodôntica moderna.
TEIXEIRA; ESCÓSSIA JÚNIOR (2004) apresentaram um indivíduo do
gênero feminino, com 36 anos, ausência do elemento dentário 36, coroa
metálica no 37 com sobrecontorno mesial. Por falta de espaço optou-se pela
instalação de um mini-implante de 1,2 mm de espessura por 10 mm de
comprimento (Globtek
TM
) na região retromolar para tracionar e desinclinar para
distal o dente 37. Após duas semanas de instalação do mini-implante,
procedeu-se a ativação do mesmo tracionando-se este dente com elástico em
corrente exercendo uma força aproximada de 100 a 150 g. Também se buscou
corrigir a rotação mesial do dente 35 usando o mini-implante como ancoragem.
Após três meses do início do tracionamento corrigiu-se a rotação do dente 35 e
verticalização do molar 37, gerando espaço para instalação de um implante na
região do dente 36. Verificaram que há inúmeros recursos de ancoragem
ortodôntica e todos apresentam indicações precisas e contra indicações. Os
mini-implantes são de simples instalação, baixo custo, não necessitam de
espera para a osseointegração e são efetivos, podendo ser instalados em sítios
ósseos bucais.
CHENG et al. (2004) estudaram os fatores de risco associados à falha
de mini implantes utilizados para a ancoragem ortodôntica. Para tanto se
utilizou 140 mini implantes e estes foram instalados em 44 indivíduos, incluindo
48 mini placas e 92 mini implantes parafusados isoladamente. O índice
cumulativo de sobrevivência dos implantes foi de 89%. A análise dos tecidos
periimplantares indicou um maior risco de falha dos implantes instalados na
mandíbula posterior e em locais onde a mucosa não estava queratinizada.
Indicaram a eficácia dos mini implantes na ancoragem ortodôntica, porém
sugeriram que em determinadas situações o ajuste do plano do tratamento ou
as modificações na técnica da instalação do implante podem conduzir a
melhores índices de sucesso.
a
c
61
4. DISCUSSÃO
A ancoragem de acordo com a Ortodontia é a resistência ao movimento
do dente. A Ortodontia tem como função corrigir maloclusões, desta forma,
esta promove o posicionamento dos dentes gerando um contato oclusal e
proximal ideal entre as arcadas dentárias. O direcionamento de forças devem
ser controladas, de modo a não comprometer o periodonto, e a ancoragem
deve ser obtida sobre o maior número de dentes possíveis, sendo utilizado
para este fim os aparelhos fixos ou removíveis. Destaca-se que a ancoragem
pode ser obtida por meio de aparatologias, conforme o tipo de movimento
desejado, exercendo ancoragem passiva e/ou ativa, sempre tendo como
referência o número, o volume e o comprimento das raízes dentárias
(MOYERS 1991).
A ancoragem intra bucal pode ser feita por meio de aparelhos como arco
lingual, placa lábio ativa, botão de Nance, barra transpalatina e quadrihélice. A
ancoragem extrabucal pode ser realizada pelo arco extrabucal, elásticos de
Classe II e III, máscara facial e mentoneira.
Deve-se conhecer o padrão facial, pois este interfere na ancoragem.
Para indivíduos dolicofaciais, que tem musculatura forte, a ancoragem é
facilitada e as forças dissipadas pelo aparelho e podem ser menos intensas. Já
os indivíduos mesofaciais e dolicofaciais possuem musculatura facial mais
fraca (RICKETTS 1976).
Tal situação resulta na necessidade imperativa do perfeito
estabelecimento do diagnóstico e plano de tratamento. Este deve considerar o
biotipo facial, as condições gerais de saúde, relações sagitais e verticais e
condições da dentição do indivíduo. A escolha adequada dos dispositivos
ortodônticos, a duração do período ativo do tratamento e da fase de contenção,
juntamente com o acompanhamento clínico e radiográfico periódico constituiu
requisitos indispensáveis ao sucesso da terapia ortodôntica (RICKETTS 1976;
MOYERS 1991; GRABER; VANARSDALL 1996).
Esta terapia é freqüentemente limitada pela ancoragem inadequada.
Perdas dentárias e doenças periodontais podem reduzir os pontos de
ancoragem, dificultando o planejamento do aparato ortodôntico. Pode-se
62
aumentar a ancoragem como a inclusão de maior número de dentes possível,
utilização de placas para abertura de mordida e uso de tração extrabucal.
Porém, em muitos casos, tais procedimentos não são suficientes para garantir
uma movimentação segura, inviabilizando a correção ortodôntica (ROBERTS;
MARSHALL; MOZSARY 1990; HIGUSCHI; SLACK 1991).
O uso de implantes osseointegráveis como ancoragem pode se
constituir em uma alternativa em casos de ancoragem natural limitada. No
protocolo convencional composto por dois procedimentos cirúrgicos, o implante
de titânio é instalado no osso cortical, permanecendo em repouso para que
ocorra a integração ao osso. Decorridos três meses na mandíbula e seis meses
na maxila, tais implantes são expostos, em um segundo procedimento
cirúrgico, podendo então receber cargas (BRÄNEMARK 1969). Também se
podem utilizar os implantes com apenas um procedimento cirúrgico, chamado
carga imediata. Estes eliminam o período de espera para a osseointegração.
Deve-se destacar que o protocolo padrão tem sido aplicado mais
comumente gerando uma alta previsibilidade (ROEKEL 1989; PROSTERMAN
et al. 1995; SINGER et al. 2000).
O uso de implantes osseointegráveis necessita de uma boa seleção de
indivíduos, com quantidade e qualidade ósseas adequadas, ausência de
hábitos parafuncionais e corretos hábitos de higiene (WHERBEIN; FEIFEL;
DIEDRICH, 1999). Deve-se ainda ressaltar que o desenho do implante e o local
da instalação também influenciam a osseointegração e a estabilidade dos
implantes.
Deve-se atentar para os apontamentos de ÖDMAN et al. 1988, no que
se refere à instalação de implantes em crianças e adolescentes devido ao
desenvolvimento e irrupção de dentes quando houver falta de espaço entre
dentes e implantes, sobretudo, na região dos dentes anteriores. HAYAKAWA et
al. (2002) afirmou que implantes em forma de rosca, com cobertura de jato de
plasma de titânio ou hidroxiapatita fornecem maior integração óssea
comparados com implantes cilíndricos lisos.
O uso do implante primeiramente como ancoragem e posteriormente
como pilar protético necessita de um plano de tratamento integrado,
permitindo-se assim a reabilitação ortodôntica e protética restabelecendo a
integridade do sistema estomatognático (HIGUCHI 2000).
63
A terapia ortodôntica não intrusiva possibilita a provisão de espaço
suficiente para a instalação de implante, garantindo alinhamento paralelo dos
dentes adjacentes, incluindo as suas porções apicais (TORTAMANO et al.
1999). De acordo com BERGENDAL et al. (1996); HIGUSHI (2000);
SCHELEGEL; KINNER; SCHLEGEL (2002) os implantes com dmetro de 3,3
mm a 5 mm são mais convencionalmente usados, sendo necessário um
espaço de 4 mm a 7 mm respectivamente. para uma boa fixação óssea
recomendam-se implantes de 10 mm.
O sistema de ancoragem por meio de implantes osseointegráveis
possibilita um movimento unidirecional e sem ações recíprocas. A ancoragem
estabelecida pelos implantes potencializa a ação das forças, complementando
os mecanismos ortodônticos convencionais utilizados para correção de
maloclusões.
Destaca-se também que o carregamento excessivo pode ser apontado
como um fator etiológico que afeta a osseointegração dos implantes. Para
HIGUCHI; SLACK (1991); BLOCK; HOFFMAN (1995); TORTAMANO et al.
(1999), os implantes podem ser ainda utilizados como ancoragem na retração,
nivelamento, mudanças transversais e protração e expansão maxilar.
A retração com o uso de implantes como ancoragem, foi efetuada na
dentição anterior superior e em primeiros e segundos pré-molares (TURLEY;
DEAN; SHOAR 1988; HIGUCHI; SLACK 1991; WEHRBEIN; FEIFEL;
DIEDRICH 1999).
Também podem ser usados implantes osseointegráveis na região
retromolar mandibular para a mesialização e intrusão de segundos e terceiros
molares e fechamento de espaços de extrações (ROBERTS et al. 1989;
ROBERTS; MARSHALL; MOZSARY 1990; ROBERTS; ARBUCKLE; ANALOUI
1996). Também se prestaram à lingualização do canino e na correção de
mordida aberta, mantendo-se estáveis (ROEKEL 1989; PROSTERMAN et
al.1995).
Pode-se também usar os implantes para verticalização de dentes
anteriores em casos de trespasse vertical mínimo. Obteve-se ainda a
verticalização e distalização de molares com o uso de implantes como
ancoragem nos estudos de SHELLHART; MOAWAD; LAKE (1996); MAJZOUB
et al. (1999); SAITO et al. (2000) e TRISI; REBAUDI (2002).
64
Os sistemas ortodônticos convencionais que incluem ancoragem
extrabucal são dependentes da cooperação do indivíduo. O uso de ancoragem
por meio de implantes permite a expansão e protração maxilar, reduzindo o uso
do aparato ortodôntico convencional e o tempo total da terapia, dispensando-
se a cooperação do indivíduo.
O nível de força, direcionado na tração extrabucal é um ponto
nevrálgico, uma vez que se as forças estiverem acima do limite biológico,
poderá ocorrer o comprometimento da estrutura dentária (RICKETTS 1976;
MOYERS 1991).
O desenvolvimento e uso de mini implantes para instalação no palato
permitiu maior rapidez no movimento ortodôntico, no fechamento ou abertura
de espaços, retração dentária, protração e expansão maxilar (TORTAMANO et
al. 1999; WEHRBEIN; FEIFEL; DIEDRICH 1999; HIGUCHI 2000; NOJIMA et al.
2001; TOSUN; KELES; ERVERDI 2002). Dentre os sistemas de implantes
palatais, destacam-se o Orthosystem
TM
, composto por um dispositivo de uma
peça única fabricada em titânio com uma seção endóssea do tipo parafuso de
4 mm e 6 mm de comprimento e 3,3 mm de diâmetro; um pescoço cilíndrico
transmucoso e um suporte, além de uma cobertura protetora com encaixe que
permitia a fixação da barra transpalatina ao implante (WEHRBEIN; FEIFEL;
DIEDRICH 1999). Pode-se ainda citar o Onplant
TM
, caracterizado por um
sistema de implantes em forma de um disco subperiosteal de 10 mm de
diâmetro (BLOCK; HOFFMAN 1995; HIGUCHI 2000; JANSSENS et al. 2002).
Os mini implantes mandibulares do sistema Bränemark
TM
instalados
próximo à região dos terceiros molares foram utilizados como ancoragem na
intrusão de dentes posteriores inferiores (OHMAE et al. 2001). A correção de
mordida aberta por meio da intrusão de molares foi possível graças ao uso de
mini placas mandibulares (DAIMARUYA et al. 2001; MIYAWAKI et al. 2003).
Os mini implantes palatais possibilitam o carregamento horizontal ou vertical
com forças estáticas e contínuas de 300 g/cm
2
a 800 g/cm
2
, permanecendo
sem mobilidade.
São consideradas desvantagens para o uso de implantes
osseointegrados na ancoragem ortodôntica, a necessidade de protocolos
cirúrgicos, períodos de espera para integração óssea e o custo elevado
(KLUEMPER; MARCIANI; SMITH 1995; CHEN et al. 1995). Mas deve-se
65
destacar como vantagens a estabilidade após o direcionamento de cargas
contínuas, a potencialização da ação das forças ortodônticas, a apresentação
de um comportamento previsível e invisibilidade da unidade de ancoragem,
associado à diminuta colaboração do indivíduo. Além de possibilitar a
realização de movimentos ortodônticos unidirecionais sem reações adversas
podendo ser utilizado em aplicações como a protração e expansão maxilar,
retração, distalização, nivelamento e mudanças transversais; reduzir as forças
de movimentos deslizantes nos dentes de ancoragem, que é característica no
uso de capacetes ou nos elásticos de Classe II, convencionalmente utilizados
na ancoragem dentária. Destaca-se ainda que permita dispensar o uso do
aparato ortodôntico convencional, facilita a higiene bucal e diminui o número de
dentes a serem bandados, melhorando a aparência estética durante o
tratamento, minimizando o desgaste dos dentes e diminuindo o risco de
envolvimento endodôntico e cirurgias periodontais restauradoras.
A redão do tempo total do tratamento, devido à possibilidade de se
efetuar retrações em bloco, simplificando o tratamento e a possibilidade do uso
dos pilares como suporte para restauração protética após a movimentação
ortodôntica, também devem ser apontados como vantagens para o uso da
técnica. Porém, dentre todas as vantagens, a capacidade dos implantes de
permanecerem imóveis mesmo quando sujeitos às forças por um longo peodo
de tempo deve ser destacado (HIGUSHI 2000; OHMAE et al. 2001; TRISI;
REBAUDI, 2002). Faz-se necessário ainda inferir que o uso de ancoragem por
meio de implantes osseointegrados é uma realidade em nosso país.
66
5. CONCLUSÕES
a) os implantes de titânio podem ser considerados apropriados para
realizar a ancoragem ortodôntica, fornecendo apoio para distalização e intruo
dentária, pois quando submetidos a diferentes níveis de forças, se mantiveram
estáveis e osseointegrados.
b) Indica-se o uso de implante para fins de ancoragem, quando
tiver sido finalizado o crescimento da mandíbula e maxila. Como vantagens
para o uso de implantes deve-se destacar que o mesmo permite o movimento
ortodôntico unidirecional, o que permite a protração maxilar, retração, intrusão,
extrusão, distalização e nivelamento, além de promover benefícios sociais e
estéticos e diminuir a necessidade de cooperação dos indivíduos. Como
desvantagem destaca-se o procedimento cirúrgico.
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