Download PDF
ads:
Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
Marcelo GRIGOLETTO
AVALIAÇÃO DA MICRODUREZA DO ESMALTE, RESISTÊNCIA AO
CISALHAMENTO E LOCAL DE FRATURA DA RESINA APÓS A
COLAGEM DE BRÁQUETES, UTILIZANDO RESINA COMPOSTA COM E
SEM FLÚOR
ARARAS/SP
DEZEMBRO 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
12
Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
Marcelo GRIGOLETTO
AVALIAÇÃO DA MICRODUREZA DO ESMALTE, RESISTÊNCIA AO
CISALHAMENTO E LOCAL DE FRATURA DA RESINA APÓS A COLAGEM
DE BRÁQUETES, UTILIZANDO RESINA COMPOSTA COM E SEM FLÚOR
Evaluation of the microhardness to enamel, the shear bond
strength and place of breaking in the resin after the glue of
brackets using a composed resin with and without fluoride.
ARARAS/SP
DEZEMBRO 2006
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário Hermínio Ometto –
UNIARARAS, para obtenção do
Título de Mestre em Ortodontia.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Mário Vedovello Filho
CO-ORIENTADOR: Profa. Drª Adriana Lucato
ads:
13
DEDICATÓRIA
A Deus pelo milagre da vida, por me iluminar dando-me forças em todos os
dias da minha vida.
Aos meus pais, por todo esforço para que eu pudesse escolher esta carreira
maravilhosa, pelo amor, humildade e exemplo de vida, muito marcante em
minha formação.
A maior graça concedida por Deus, meus filhos Elisa e Caio, motivos de alegria
e viver, e que, sem dúvida foram muitos prejudicados pela minha ausência.
A minha esposa Regina, pelo incentivo e apoio, a pessoa com quem
compartilho todas as minhas decisões.
14
AGRADECIMENTOS
À Profa. Drª Miriam de Magalhães Oliveira Levada, que com sua simpatia
mostra todo os eu comprometimento em manter a história desta instituição.
Ao Prof. Dr. José Antonio Mendes, que esta sempre incentivando a formação
de nossos alunos e sempre pronto em nos atender.
Ao Prof. Dr. Mário Vedovello Filho, coordenador do Curso de Pós-graduação
do curso de Ortodontia da UNIARARAS, pelo pulso firme em conduzir a turma,
mas com um coração muito grande.
Ao Prof. Dr. Ricardo de Oliveira Bozzo, coordenador do curso de Odontologia
da UNIARARAS, que além de um grande amigo sempre apoiou e incentivou os
professores desta instituição.
Às Prof
as
Dr
as
. Heloisa Cristina Valdrighi e Silvia Vedovello, que através dos
ensinamentos prestados na clínica e sugestões apresentadas no trabalho
fizeram surgir uma grande amizade.
À Prof
a
Dr
a
Adriana Lucato, que foi a orientadora inicial do trabalho e que
ajudou na escolha do tema e correção do mesmo.
A toda equipe de professores, pela dedicação em transmitir seus
conhecimentos.
15
Ao professor Luiz Carlos C. Braga, que é a pessoa que vem me
acompanhando, sete anos em todos os meus trabalhos dentro da
odontologia e que tornou-se um grande irmão.
Ao meu grande amigo André Mazzetto , que com seu jeito rápido de pensar,
sempre teve muita paciência em passar seus conhecimentos
A Profª. Drª. Roberta Tarkany Hofling, que possibilitou a utilização do
laboratório de pesquisa do C.P.O São Leopoldo Mandic.
A Técnica do laboratório Tatiana Cristina Ricci da Silva que prestou grande
auxílio na utilização dos equipamentos do laboratório de pesquisa.
Aos novos amigos que conheci durante o curso e que jamais esquecerei entre
eles, Fabiano, Guto, Maurício Proni, Maurício Veitti, Flavio, Márcio e Raul
que sempre cativaram a todos com seu alto astral.
Ao Jhon Orzari que ajudou muito na formatação e impressão deste trabalho
16
RESUMO
Utilizando uma amostra de 40 dentes bovinos, devidamente embutidos em
resina, o propósito deste estudo foi de avaliar dois tipos de resinas, uma sem
flúor (Orthobond, Morelli
®
) e a outra com flúor (resina composta fotoativada
Ortho Lite, Ortho Source
®
), como agentes de adesão na colocação de
bráquetes ortodônticos, para verificar a diferença existente entre a que libera e
a que não contém flúor, através da avaliação da microdureza do esmalte, antes
e após procedimento de desmineralização e remineralização, a resistência ao
cisalhamento, entre o bráquete e a estrutura dental, e o local de fratura da
resina. Com base na metodologia empregada e os resultados obtidos neste
estudo, concluiu-se que: 1) houve uma redução significativa nos valores
médios da amostra como um todo após o procedimento de desmineralização e
remineralização, tanto nos corpos de prova do grupo I que receberam resina
sem flúor, como nos do grupo II que receberam a resina com flúor. 2) Os
corpos de prova que foram colados com a resina composta com flúor
apresentaram uma maior microdureza em relação aos que foram colados com
resina sem flúor. 3) A resistência ao cisalhamento do grupo I foi maior que a
resistência ao cisalhamento comparada com o grupo II. 4) Foi detectado um
percentual significantemente maior de fratura na interface resina/bráquete
(50,0%), seguida da adesiva (30,0%) e mista (20,0%). 5) Ainda são
necessárias mais pesquisas voltadas para a busca de outras técnicas/materiais
que proporcione a diminuição da descalcificação dos dentes.
Palavras-chave: bráquete, resina, dentes e cisalhamento
17
ABSTRACT
Making use of a sample of 40 bovine teeth, properly built in resin, the purpose
of this study was to evaluating two types of resins, one without fluoride
(Orthobond, Morelli®) and the other with fluoride (light cured composed resin
Ortho Lite, Ortho Source®), as adhesion agents in the placement of
orthodontics bracket, to verify the existent difference among the one that it
liberates and the one that doesn't contain fluoride, through the evaluation of the
micro hardness of the enamel, before and after demineralization procedure and
remineralization, as the shear bond strength, between the bracket and the
dental structure and the fracture of resin. With base in the used methodology
and in the results obtained in this study, it was ended that: 1) there was a
significant reduction in the medium values of the sample as a whole after the
demineralization and remineralization procedure, so much in the test specimens
to group I, that received resin without fluoride, as us to group II that received
the resin with fluoride. 2) The specimens that were glued to composed resin
with fluoride presented a greater micro hardness compared to the ones glued to
resin without fluoride. 3) The shear bond strength to group I it was a greather
shear bond strength compared to the group II. 4) Was detected a significantly
larger percentile of fracture in the interface resin/bracket (50,0%), followed by
the adhesive (30,0%) and mixed (20,0%). 5) They are still necessary more
researches gone back to the search of a technique/material that provides
smaller index of failure, although the ones that happened with the resins with
and without fluoride they don't make unfeasible the indication of both as
bonding bracket systems.
KEYWORDS: bracket, resin, teeth and bond strength
18
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Valores do cisalhamento obtidos no grupo I para cada um dos corpos
de prova ........................................................................................................50
Tabela 2 Valores do cisalhamento obtidos no grupo II para cada um dos
corpos de prova ...............................................................................................51
Tabela 3 Medidas do grupo I ..........................................................................52
Tabela 4 Medidas do grupo II..........................................................................53
Tabela 5 Comparação dos valores do grupo I e II ..........................................53
Tabela 6 Valores da microdureza final do esmalte .........................................54
Tabela 7 Média aritmética dos valores da microdureza final do esmalte .......57
dos corpos de Prova do grupo I e do grupo II
Tabela 8 Média geral dos valores da microdureza final do esmalte ...............59
Tabela 9 Média geral final e variação percentual da microdureza final do
esmalte.............................................................................................................59
Tabela 10 Comparação da média geral da microdureza inicial e final do esmalte
........................................................................................................................60
Tabela 11 Local da fratura da resina após o teste de cisalhamento dos
bráquetes do grupo I .....................................................................................61
Tabela 12 Local da fratura da resina após o teste de cisalhamento dos
bráquetes do grupo II .....................................................................................62
Tabela 13 Percentuais de fraturas da resina em cada local ...........................62
19
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Valores do cisalhamento obtidos no grupo I para cada um dos corpos
de prova ......................................................................................................53
Gráfico 2 Valores do cisalhamento obtidos no grupo II para cada um dos corpos
de prova ......................................................................................................54
20
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Foto dos bráquetes............................................................................ 39
Figura 2 Foto da resina Orthobond (Morelli
R
).................................................. 39
Figura 3 Foto da resina Ortho Lite Cure (Ortho Source
R
).................................40
Figura 4 Foto da lâmina de cera com o fragmento dental.................................40
Figura 5 Cilindro de PVC com o fragmento apoiado na lâmina de cera...........41
Figura 6 Foto do corpo de prova sem polimeto.................................................42
Figur 7 Foto da Politriz e pasta diamantada Arotec..........................................42
Figura 8 Foto do corpo de prova polido............................................................42
Figura 9 Foto do Microdurômetro..................................................................... 43
Figura 10 Desenho esquemático dos locais das identações iniciais.................44
Figura 11 Foto do corpo de prova com a adesiva sobre o local
das identações.................................................................................................45
Figura 12 Foto do corpo de prova com o bráquete...........................................45
Figura 13 Desenho esquemático do corpo de prova com o bráquete..............45
Figura 14 Foto da Máquina de Ensaio EMIC....................................................47
Figura 15 Foto da Lupa Estereoscópica...........................................................48
Figura 16 Local das identações após a remoção do bráquete do
corpo de prova.................................................................................................48
21
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 11
2. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................. 14
2.1. Microdureza do esmalte dentário..........................................................14
2.2. Resistência ao cisalhamento ........................................................... 15
2.3. Prevenção da descalcificação.......................................................... 28
3. PROPOSIÇÃO .................................................................................. 38
4. MATERIAL E MÉTODO .................................................................... 39
4. 1. Material ..................................................................................... 39
4.2. Método ..................................................................................... 40
5. RESULTADOS .................................................................................. 49
6. DISCUSSÃO ....................................................................................... 63
7. CONCLUSÕES ................................................................................. 73
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................... 71
ANEXOS
22
1. INTRODUÇÃO
Desde a introdução dos todos de cimentação e colagem de
acessórios ortodônticos sobre o esmalte dentário, ocorreram algumas
inovações e, entre elas, a melhor qualidade dos cimentos disponíveis e a maior
sofisticação do arsenal ortodôntico (FANTINI, 1985). A técnica de
condicionamento ácido, introduzida por BUONOCORE, em 1955, demonstrou a
possibilidade de retenção micromecânica de materiais restauradores acrílicos,
por meio do tratamento do esmalte com ácido fosfórico e a penetração do
monômero resinoso nos espaços criados no esmalte dentário condicionado
(PASCOTTO, 2002).
Os principais grupos de cimentos usados com os acessórios
ortodônticos são os de fosfato de zinco, silicofosfato de zinco e policarboxilato
(MIZRAHI, 1988). O cimento de fosfato de zinco é estritamente um vedador
que preenche as irregularidades e as lacunas entre o dente e o acessório
ortodôntico (MIZRAHI, 1988; HAMULA et al., 1993), apresentando retenção
mecânica em vez de química, tendo como maior desvantagem alta
solubilidade, especialmente na presença dos ácidos orgânicos comuns na
boca, o que pode levar à descalcificação, e a baixa resistência à compressão
(HAMULA et al., 1993). Por outro lado, embora os cimentos de policarboxilato
apresentem a habilidade de adesão ao esmalte dentário e ao aço inoxidável
(MIZRAHI, 1988), o curto tempo de trabalho pode dificultar seu uso na rotina
ortodôntica (NORRIS et al., 1986). Além disso, quando exposto ao meio
ambiente bucal nas margens cervical e oclusal, as propriedades adesivas
podem ser neutralizadas pela sua solubilidade aumentando,
conseqüentemente, o risco de desmineralização do esmalte sob os acessórios
(MIZRAHI, 1988). Conseqüentemente, no planejamento do tratamento, é
preciso levar em consideração os problemas colaterais que podem ser
desencadeados por este procedimento, como por exemplo: a desmineralização
do esmalte, irritação gengival, comprometimento estético e desconforto para o
paciente (FANTINI, 1985).
23
Durante muitos anos as resinas autopolimerizáveis foram a única opção
para a colagem de acessórios ortodônticos (WANG; MENG, 1992), mas as de
primeira geração possuíam propriedades físicas e mecânicas deficientes,
causadas especialmente pela grande diferença entre as partículas de carga e a
matriz de resina (VIANA et al., 1998). Isso tornava a superfície das resinas
compostas irregular, propiciando um acúmulo maior e mais rápido de placa
bacteriana, fazendo com que o ambiente cariogênico se desenvolvesse
rapidamente ao redor dos aparelhos ortodônticos (UNDERWOOD et al., 1989).
A prevalência de descalcificação do esmalte dentário sob os acessórios
ortodônticos mostrou a necessidade de um cimento ortodôntico, que além de
ser aderente ao esmalte também liberasse flúor (NORRIS et al., 1986).
O cimento de ionômero de vidro foi introduzido em 1972 na dentística
restauradora, mostrando propriedades de adesão química ao esmalte e à
dentina, bem como aos metais não preciosos e plásticos (KLOCKWOSKI et al.,
1989), apresentando as propriedades adesivas dos cimentos de policarboxilato
e a dureza e insolubilidade dos cimentos de silicato (MIZRAHI, 1988), sendo
ainda radiopacos, podendo ser estocados por longo tempo, produzindo uma
adesão mais aceitável ao esmalte do que os cimentos de fosfato de zinco além
de atuar como um reservatório de flúor, liberado através de trocas iônicas sem
nenhuma perda de resistência (HAMULA et al., 1993).
A evolução das pesquisas levou ao desenvolvimento de resinas
compostas híbridas ou microhíbridas, associando partículas de vidro e
partículas de sílica em sua composição, que apresentavam alta resistência
mecânica e ao desgaste (PASCOTTO, 2002). Levando em consideração que
os aparelhos ortodônticos fixos criam dificuldades para a higiene bucal,
possibilitando um aumento das condições cariogênicas ao redor dos acessórios
ortodônticos, causadas por ácidos orgânicos produzidos pela placa bacteriana
(OGAARD et al., 1988), alguns fabricantes lançaram no mercado resinas
híbridas que também liberavam flúor sem afetar sua resistência de adesão
(PASCOTTO, 2002). Como entre os lançamentos recentes, encontra-se o
Ortho Lite Cure With Fluoride (Ortho Source), uma resina composta para
colagem de bráquetes que contém flúor em sua composição, julgou-se
interessante realizar um estudo para avaliar dois tipos de resinas, uma com
flúor e outra sem, como agentes de adesão na colocação de braquetes
24
ortodônticos, para determinar a resistência ao cisalhamento, o local de fratura
entre o bráquetes e a estrutura dental e, também se diferença entre a que
libera e a que não contém flúor, no que diz respeito a microdureza do esmalte.
25
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Microdureza do esmalte dentário
Segundo GUTIÉRREZ-SALAZAR; REYES-GASGA (2001), a cárie é um
processo dinâmico desmineralizante, resultante do metabolismo microbiano
sobre sua superfície, que pode acabar em perda de minerais e,
subseqüentemente, em cavitação. Lembraram que é importante conhecer as
propriedades mecânicas do tecido dental, para poder entender como a força
máxima é distribuída através do dente e, para prever como o estresse e a força
podiam ser alterados pelos procedimentos, idade e, especialmente, pelas
cáries. Recentemente foi observada uma correlação significante entre a dureza
inicial do esmalte e o grau de abrasão a que foi submetido um dente. Além
disso, sabe-se que a dureza pode influenciar a suscetibilidade, por causa da
exposição do esmalte ao meio bucal, tornando o risco maior ou menor em cada
indivíduo.
GUTIÉRREZ-SALAZAR; REYES-GASGA (2003) explicaram que o
esmalte dental era o tecido mais mineralizado do corpo humano e sua
composição era de 96% de material inorgânico e 4% de material orgânico e
água. Na dentina, o material inorgânico representava 70%. Esse material
inorgânico era composto, principalmente, por um fosfato de cálcio relacionado
com a hidroxiapatita hexagonal, cuja fórmula química era Ca
10
(PO
4
)
6
·2(OH). A
análise do esmalte e da dentina feita por espectroscopia dispersiva da energia
dos raios-X também indica a presença, em pequenas quantidades, de outros
elementos, tais como sódio, Cloro e Manganês. Por causa das estruturas que o
esmalte (prismas vindos da junção esmalte-dentina em direção à superfície) e
a dentina (material composto heterogêneo) apresentam, era fácil imaginar que
seus valores de dureza são diferentes e quimicamente dependentes. A dureza
dos dentes humanos tem sido determinada por vários métodos, incluindo a
abrasão, riscos e técnicas de indentação e, para sua quantificação podem ser
usados os valores Knoop (KHN) ou Vicker (VHN). Como foram observadas
consideráveis variações locais no esmalte e na dentina, o método mais
utilizado é o da indentação, sendo que os valores médios estendem-se de 270
26
a 350 KHN (ou 250 a 360 VHN) para o esmalte e de 50 a 70 KHN para a
dentina. Mas, essas variações podem ser acentuadas por alguns fatores, tais
como: características histológicas, composição química, preparo do espécime,
carga e erro de leitura no comprimento da indentação. No esmalte humano
sadio, os valores da dureza, o teor mineral e a densidade diminuem
gradualmente da superfície externa em direção à junção esmalte-dentina.
2.2. Resistência ao cisalhamento
Como o ácido fosfórico era empregado para fins industriais
BUONOCORE (1955) pesquisou a ação dos mesmos sobre a superfície do
esmalte dentário. Os resultados mostraram que: 1) o ataque ácido produzia
rugosidades na superfície do esmalte, pelas quais a resina penetrava por
escoamento ou capilaridade, polimerizando e imbricando mecanicamente; 2) a
estrutura orgânica do esmalte exposto à ação do condicionador funcionava
como malha ou rede, na qual a resina podia se fixar e, 3) o ácido fosfórico
removia totalmente a superfície inerte e a substituía por outra, subjacente, com
maior capacidade de reação e, portanto, favorável à fixação do material
restaurador.
Com base nos resultados de diversas pesquisas, FANTINI (1985)
concluiu que, por maior adesão do bráquete ao esmalte dentário com o uso das
resinas compostas que podia ser conseguida, ela não era comparável à
resistência oferecida pela adaptação mecânica das bandas. Portanto, no
planejamento do tratamento, era preciso levar em consideração os problemas
colaterais que podiam ser desencadeados pela colagem de acessórios, como
por exemplo: a desmineralização do esmalte, irritação gengival,
comprometimento estético e desconforto para o paciente.
Em 1986, WHITE afirmou que o cimento de ionômero de vidro contêm
um similar àquele do cimento de silicato e um líquido poliacrílico similar ao
do cimento de policarboxilato, mas apresenta várias propriedades especiais
que o torna ideal para uso ortodôntico, ou seja: 1) promove a união química
entre o esmalte e metais não preciosos e plásticos, sem necessidade de
nenhum preparo do dente a não ser a limpeza com pedra pomes e secagem
27
moderada com rolos de algodão; 2) mostra resistências tensiva e compressiva
mais altas do que as dos cimentos de fosfato de zinco; 3) precisa ser
evitada a umidade durante a gelificação, que leva aproximadamente quatro
minutos e, 5) atua como reservatório de flúor, cujos íons o homogeneamente
distribuídos através da matriz do ionômero de vidro, que são liberados logo
após sua colocação. Levando em consideração o potencial de liberar flúor,
uma aplicação promissora pode ser o uso de uma fina camada de cimento de
ionômero de vidro na superfície vestibular dos dentes como selante. Esta
camada deve então ser condicionada e aplicada uma resina composta para a
colagem dos bráquetes. Embora este procedimento complique uma cnica
simples de colagem, ele pode ser indicado para áreas onde probabilidade
de falhas porque leva à um aumento na resistência coesiva da colagem.
NORRIS et al. (1986) fizeram um estudo com o propósito de comparar a
força de adesão de três cimentos ortodônticos, sendo um de policarboxilato de
zinco e um de ionômero de vidro, ambos liberadores de flúor, e o terceiro um
cimento de fosfato de zinco, para verificar as mudanças na força de adesão
com o passar do tempo, bem como se a falha do cimento ocorria entre o
cimento e o esmalte, no próprio cimento ou entre o cimento e a banda. Para
isso selecionaram 180 dentes molares humanos, extraídos por várias razões,
íntegros. Após serem limpos foram montados em um bloco de acrílico
autopolimerizável. Os dentes foram divididos em três grupos de 60 dentes
cada. O primeiro recebeu as bandas cimentadas com o cimento de fosfato de
zinco, o segundo com o cimento de policarboxilato de zinco e o terceiro com o
cimento de ionômero de vidro. Os cimentos foram manipulados de acordo com
as recomendações dos fabricantes. A força de adesão foi testada três vezes,
após 24 horas, sete dias e 60 dias, em 20 dentes de cada grupo por vez. Com
uma maquina de testes Instron Universal, foi usada a força requerida para a
fratura inicial do cimento. Os resultados mostraram que não houve diferença
significante entre a média da força de adesão dos três cimentos. O efeito do
tempo sobre os cimentos de fosfato de zinco e policarboxilato de zinco não foi
significante. Entretanto, embora a força de adesão do cimento de ionômero de
vidro tenha aumentado com o passar do tempo, principalmente no período de
sete a 60 dias, foram detectadas mais falhas na interface cimento/ banda do
que os outros dois cimentos. Esta vantagem do cimento com adesão química
28
não esteve presente no cimento de policarboxilato de zinco, apesar deste
último possuir teoricamente o mesmo potencial de adesão química que o
cimento de ionômero de vidro. Com base nesses dados, concluíram que, sob
as condições testadas, os cimentos de ionômero de vidro e de policarboxilato
de zinco são tão efetivos para a retenção de bandas quanto o cimento de
fosfato de zinco.
KING et al. (1987) desenvolveram um estudo “in vitro” para comparar a
resistência à tração de bráquetes colados com resinas fotoativadas e resinas
quimicamente ativadas. Obtiveram em todos os testes maior resistência à
tração com significância estatística (para 5%) em favor das resinas ativadas
quimicamente. Também constataram que as resinas fotoativadas
demonstraram resistência suficiente para serem submetidas às forças
mastigatórias e ortodônticas.
BRYANT et al. (1987) realizaram um estudo “in vitro”, com o propósito
de determinar a resistência ao cisalhamento de diversos sistemas de colagem
para acessórios ortodônticos, usando diferentes procedimentos de
condicionamento ácido e comparando a resistência ao cisalhamento dos
acessórios colados por sistemas de pasta dupla e de pasta única, em uma
amostra de 120 dentes caninos superiores permanentes extraídos. Os
materiais usados foram: Concise (3M), Lee Cleanse-Bond I e II (Lee), Intra-
Bond (Lee), Protecto (Lee). A resistência ao cisalhamento nas amostras foram
determinadas imediatamente após serem retiradas do bloco de alinhamento ou
após terem passado 24 horas na água a 37
o
C. As amostras fraturadas foram
examinadas em um microscópio com magnificação de 50 vezes, e os locais de
falha foram avaliados. Os resultados mostraram que 40% das falhas estavam
localizadas na interface bráquete/resina e os restantes 60% dentro da resina.
Não ocorreram falhas na interface resina/esmalte condicionado. A partir
desses resultados concluíram que interface resina/base do braquete era o elo
fraco no sistema de colagem, visto que, era onde a falha se apresentava mais
freqüentemente na situação clínica.
MIZRAHI (1988) pesquisou a taxa de falha em bandas ortodônticas
cimentadas com um cimento de ionômero de vidro e comparou os resultados
com a taxa de falha registrada em bandas cimentadas com cimento de
policarboxilato. A amostra para o estudo consistiu de 100 casos tratados com
29
aparelhos fixos, sendo 34 pacientes do gênero masculino e 66 do feminino,
com idade média de 12.7 anos. No início do tratamento, um total de 779
bandas pré-fabricadas foram cimentadas em todos os pré-molares e molares
permanentes. Durante a fase de tratamento, quando necessária, foi feita a
recimentação das bandas soltas. O material usado foi o Ketac-Cem, um
cimento de ionômero de vidro, obedecendo as instruções do fabricante. A
média de duração do tratamento foi de 21.2 meses. Os dados foram recolhidos
dos registros na cimentação inicial, na recimentação e na remoção das bandas.
Os resultados mostraram que, das 779 bandas cimentadas, somente 15
precisaram de nova cimentação, uma taxa de falha de 1.9%, que foi
significantemente menor do que a taxa de falha de 5.1% registrada para as
bandas cimentadas com o cimento de policarboxilato, em estudo realizado
anteriormente. No exame das taxas de falhas dos dentes individualmente, os
dois cimentos apresentaram diferenças, sendo que, para os molares superiores
não houve diferença significante entre o cimento de ionômero de vidro e o
cimento de policarboxilato. Entretanto, nos molares inferiores a taxa de falha
para o cimento de ionômero de vidro (3%) foi significantemente menor do que a
registrada para o cimento policarboxilato (9.6%). Os dados obtidos neste
estudo indicaram que o uso de um cimento de ionômero de vidro, com alta
resistência compressiva e baixa solubilidade, contribuiu para a diminuição
significante na taxa de falha das bandas cimentadas em molares inferiores.
KLOCKWOSKI et al. (1989) fizeram um estudo com o propósito de
avaliar diversos cimentos de ionômero de vidro, como agentes de adesão na
colocação de bráquetes ortodônticos, em termos de resistência e durabilidade
da adesão entre o bráquete e a estrutura de dente. O local da falha na adesão
também foi registrado e comparado entre os grupos de cimentos. Os materiais
testados foram Ketac-Fil, Ketac-Cem e Chelon, três cimentos de ionômero de
vidro, e também o Rely-A-Bond, um agente de adesão padrão de uso comum.
Os bráquetes pré-angulados de aço inoxidável e com tela de malha foram
colados às superfícies de 96 dentes pré-molares, removidos para propósitos
ortodônticos. A mistura e a manipulação destes materiais se realizou de
acordo com as instruções de seus fabricantes e, as superfícies vestibulares dos
dentes no grupo dos cimentos de ionômero de vidro foram pré tratados com
ácido poliacrílico por um minuto e enxaguados com água deionizada. No grupo
30
do Rely-A-Bond os dentes foram condicionados por 30 segundos com um
solução de ácido fosfórico a 37%, enxaguados por 30 segundos e secos em
seguida. Para cada material de colagem testado, corresponderam 24 dentes.
Após o preparo os dentes foram armazenados por 24 horas em um ambiente
com 100% de umidade relativa e temperatura de 37
o
C. Após esse período, a
metade dos dentes de cada grupo foi submetida à termociclagem para simular
o estresse que ocorre no meio ambiente bucal. Um aparelho de teste Instron
aplicou uma carga na margem oclusal de cada braquete ortodôntico, e a
resistência ao cisalhamento foi determinada como a força em gramas
necessária para deslocar o braquete. Os resultados mostraram que a
resistência da adesão inicial do Rely-A-Bond foi significantemente maior do que
qualquer dos cimentos de ionômero de vidro. Mas, essa resistência diminuiu
consideravelmente quando este cimento foi submetido ao estresse térmico,
enquanto os cimentos de ionômero de vidro não foram afetados pelas
variações térmicas. Contudo, o cimento Rely-A-Bond mostrou maior adesão
após passar por 1.500 ciclos térmicos do que todos os cimentos de ionômero
de vidro testados. Entre os cimentos de ionômero de vidro, o menos afetado
pelo estresse térmico foi o Chelon, mas, a presença de prata neste cimento
pode levar à ocorrência de mancha no esmalte, embora neste estudo nada
tenha sido constatado. A maioria das falhas na adesão foram coesivas ou
junto ao esmalte. Estes resultados sugeriam que o cimento Rely-A-Bond
proporcionava uma adesão mais resistente, com ou sem estresse térmico,
superior à apresentada pelos materiais de ionômero de vidro.
O’BRIEN et al. (1989) realizaram um estudo in vivo para comparar as
propriedades de resinas compostas quimicamente ativadas e fotoativadas
utilizando dois tipos de bráquetes com bases distintas. Para isso utilizaram 52
pacientes com idades entre 13 e 29 anos, onde foram colados 542 braquetes.
Os bráquetes foram colados segundo a orientação dos fabricantes. Dos 542
braquetes fixados, 35 sofreram falhas nos primeiro 12 meses, sendo que 29
ocorreram nos primeiros seis meses. Os resultados obtidos nos seis primeiros
meses mostraram que ocorreram 6% de falhas nos braquetes colados com
resina quimicamente aitvadas e 4,7% com resinas fotoativadas. Os autores
concluíram que não existia diferença estatisticamente significante entre os dois
adesivos, mesmo quando variaram o tipo de braquete, comparando o arco
31
superior com o inferior ou os dentes anteriores com os posteriores.
FAJEN et al. (1990) determinaram a força de adesão em primeiros pré-
molares humanos recentemente extraídos de três cimentos de ionômero de
vidro disponíveis comercialmente (Ketac-Cem, Fuji I e Precise), na colagem de
bráquetes de aço inoxidável. Além disso, também foram testados três
diferentes preparos da superfície do esmalte em relação aos efeitos sobre a
adesão e, finalmente, a força de adesão dos cimentos de ionômero de vidro foi
comparada com a de uma resina composta disponível comercialmente
(Concise). Para isso, foram usados 30 primeiros pré-molares superiores
recentemente extraídos, divididos em grupos de dez, para cada cimento de
ionômero de vidro, com o objetivo de avaliar os efeitos dos três diferentes
preparos da superfície do esmalte (pedra pomes ou pedra pomes e ácido
poliacrílico ou pedra pomes e em seguida flúor de fosfato acidulado) sobre a
força de adesão. Similarmente, dez pré-molares foram preparados com
condicionamento de ácido fosfórico a 37%. Após a colagem dos bráquetes, os
dentes foram mantidos expostos à atmosfera local por dez minutos e, a seguir,
colocados em ambiente com 100% de umidade e temperatura ambiente. Os
resultados mostraram uma grande variação entre a força de adesão dos três
cimentos de ionômero de vidro, sendo maior para o cimento Ketac-Cem,
seguida do Fuji-I e do Precise. Entretanto, a força de adesão dos cimentos de
ionômero de vidro foram significantemente menor do que a observada com a
resina Concise. Quanto ao pré-tratamento da superfície do esmalte com ácido
poliacrílico ou com flúor de fosfato acidulado, não afetou significantemente a
força de adesão dos cimentos de ionômero de vidro.
WANG; MENG (1992) realizaram um estudo usando uma amostra de
100 pré-molares permanentes, extraídos com propósitos ortodônticos de
pacientes com idades entre nove e 16 anos, divididos aleatoriamente em
quatro grupos de 25 dentes cada um, para avaliar a eficácia de uma fonte de
luz visível na polimerização da resina sob bráquetes de metal, comparando a
resistência à tração da colagem e, analisar a distribuição de fraturas na
interface com vários tempos de exposição a luz em comparação com uma
resina autopolimerizável. Todos os dentes receberam bráquetes Dyna-Lock,
sendo feita a colagem nos três primeiros grupos com a resina Transbond com
exposições de 60, 40 e 20 segundos à luz, enquanto que no último grupo foi
32
empregada a resina autopolimerizável Concise. Os valores obtidos nos testes
de resistência da colagem revelaram que, a resina Transbond com exposições
à luz de 60 e 40 segundos apresentaram uma resistência maior que a por 20
segundos e a do Concise. As falhas nas colagens foram observadas na
interface bráquete/resina, na resina ou na interface resina/esmalte, sendo
raramente observada fratura do dente. Mas, não houve nenhuma diferença
estatisticamente significante entre as interfaces fraturadas, indicando que a luz
visível polimerizava a resina composta inteiramente sob bráquetes de metal. A
partir destes resultados, concluíram que a resina Transbond com exposição à
luz por 40 segundos era o material recomendado para aplicação clínica.
COMPTON et al. (1992) argumentaram que os cimentos de ionômero de
vidro apresentam as propriedades positivas dos cimentos de silicato, isto é
insolubilidade, rigidez e condição de liberar flúor, e também as propriedades
adesivas dos cimentos de policarboxilato. Além disso, possuem aderência às
bases de ligas metálicas e aos plásticos. Desse modo, o seu uso pode ser
considerado para a bandagem convencional e para a colagem direta de
bráquetes. Infelizmente, os cimentos de ionômero de vidro têm uma reação de
endurecimento prolongada e um ganho tardio da resistência, sendo suscetíveis
inicialmente à contaminação da mistura e posteriormente à desidratação. O
recente desenvolvimento dos cimentos de ionômero de vidro fotopolimerizáveis
pode acelerar a reação de endurecimento e diminuir sua suscetibilidade à
contaminação e desidratação, assegurando ótimas propriedades para o seu
uso como agente de colagem para os acessórios ortodônticos. Na literatura é
relatado que os cimentos de ionômero de vidro autopolimerizáveis, em 15
minutos alcançam 80% da resistência de adesão que apresentam após 24
horas. Os cimentos de ionômero de vidro fotopolimerizáveis, com o
endurecimento inicial em 20 segundos, podem produzir uma resistência maior
ao cisalhamento, bem como diminuir a sensibilidade para a contaminação da
mistura e desidratação. O propósito deste estudo foi comparar a resistência ao
cisalhamento de ligamentos de aço inoxidável colados ao esmalte com um
cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável (Zionomer), testado em 60
minutos e 24 horas, e com um cimento de ionômero de vidro autopolimerizável
(Ketac-Bond) testado também em 60 minutos e 24 horas. Cinqüenta e dois
pré-molares humanos recentemente extraídos foram divididos ao acaso em
33
quatro grupos: dois grupos com o cimento de ionômero de vidro
fotopolimerizável, sendo o primeiro teste em 60 minutos e o segundo em 24
horas; outros dois grupos com o cimento de ionômero de vidro
autopolimerizável, sendo o primeiro teste após 60 minutos e o segundo depois
de 24 horas. Foram colados botões linguais de aço inoxidável sobre as
superfícies de esmalte preparadas, e as amostras mantidas em água aquecida
a 37
o
C até serem testadas. A resistência da adesão ao cisalhamento foi
determinada com um instrumento de teste universal. As fraturas na colagem
foram 77% coesivas (dentro do cimento) nos grupos com o cimento de
ionômero de vidro autopolimerizável e 50% nos grupos com o cimento
fotopolimerizável. As falhas de adesão na interface cimento-braquete
ocorreram somente nos grupos com o cimento de ionômero de vidro
fotopolimerizável, e as falhas de adesão na interface cimento-esmalte
ocorreram somente nas amostras dos grupos com o cimento de ionômero de
vidro autopolimerizável. A resistência adesiva ao esmalte foi maior para os
grupos com o cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável, talvez a
pequena quantidade de resina presente no seu material aumente as suas
propriedades de adesão ao esmalte. Os resultados deste estudo indicaram
que: 1) A média de resistência ao cisalhamento apresentada pelo cimento de
ionômero de vidro fotopolimerizável é maior do que a demonstrada pelo
cimento de ionômero de vidro autopolimerizável, tanto no espaço de uma hora
como de 24 horas. 2) A média de resistência ao cisalhamento de ambos os
cimentos aumentou a partir de uma hora para as 24 horas. 3) A média de
resistência ao cisalhamento não foi significantemente diferente entre os testes
de uma hora e 24 horas, mas, o cimento autopolimerizável apresentou
diferença. De acordo com os resultados, ambos os cimentos de ionômero de
vidro possuem suficiente resistência adesiva ao cisalhamento para serem
usados com sucesso como agentes de colagem para acessórios ortodônticos.
Entretanto, a rapidez da reação de endurecimento, a alta resistência da adesão
inicial e a manutenção dessa resistência, fazem do cimento de ionômero de
vidro fotopolimerizável uma indicação mais efetiva para a colagem ortodôntica.
AASRUM et al. (1993) realizaram um trabalho utilizando dois adesivos
ativados quimicamnte (Concise 3M e Saga Bond- Saga orthodontics) e três
fotoativados (Transbond 3M, Heliosit Orthodontic Vivadent e VP 862
34
Vivadent). Utilizaram 100 pré-molares e os bráquetes foram colados de acordo
com a orientação do fabricante e divididos em cinco grupos com igual
quantidade de corpos de prova. Os corpos de prova foram submetidos ao teste
de tração 24 horas e 6 meses após a colagem. Os resultados não
apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os adesivos
fotoativados após 24 horas. Os adesivos quimicamente ativados se mostraram
estatisticamente significantes com uma maior adesividade em ambos os
tempos de 24 horas e 6 meses.
FRICKER (1994) efetuou a avaliação clínica de um cimento de ionômero
de vidro fotopolimerizável, o Fuji II LC, usado para a colagem direta de
bráquetes ortodônticos por um período de 12 meses. Como controle e para
comparação dos resultados foi usada uma resina composta, o System 1. Para
isso, foram selecionados dez casos que necessitavam de tratamento com
aparelhos fixos totais, sendo colados 60 bráquetes com o cimento de ionômero
de vidro fotopolimerizável e outros 60 com a resina composta. Todos os
braquetes colados com o cimento de polialkenoato de vidro fotopolimerizável
foram cobertos com vaselina para proteger o adesivo da contaminação na
mistura. Os registros das falhas dos braquetes para cada adesivo foram
registrados durante os 12 meses de tratamento ativo. Dentro desse período,
entre sete e nove meses, foram registradas duas falhas (3.3%) para o cimento
de polialkenoato de vidro fotopolimerizável, sendo uma devido à mastigação de
alimento duro e outra por trauma direto. A resina composta apresentou uma
falha (1.6%) por trauma direto, em três meses. Os resultados mostraram que o
cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável (Fuji II LC) apresentou um
desempenho clínico comparável ao da resina composta System 1. Além disso,
a resistência antecipada do cimento de íonômero de vidro fotopolimerizável
proporcionou um desempenho clínico melhor, quando comparado com os
cimentos equivalentes quimicamente polimerizados. Portanto, o cimento de
ionômero de vidro fotopolimerizável podia ser considerado um adesivo
apropriado para a colagem direta de bráquetes ortodônticos, quando não
existissem interferências oclusais significantes.
SILVERMAN et al. (1995) desenvolveram um estudo com a finalidade de
testar o Fuji Ortho LC, um novo cimento de ionômero de vidro reforçado com
resina, fotopolimerizável, que não necessitava de qualquer tipo de
35
condicionamento ácido do esmalte na colagem de bráquetes, e que podia ser
usado na presença de saliva. Os resultados mostraram que, por serem
baseados na tecnologia amplamente aceita dos materiais restauradores de
ionômero de vidro híbridos, ele apresentava todas as qualidades necessárias
para a colagem de bráquetes, principalmente pelo fato do operador não ter que
se preocupar com a manutenção de um campo de trabalho seco, serem
eliminadas as etapas de condicionamento ácido e uso de selante, resultando
em visitas mais curtas e confortáveis tanto para o paciente como para o
operador. Além disso, como o ionômero de vidro liberava flúor e não havia
necessidade de condicionar o esmalte, podia ser reduzida ou eliminada uma
quantidade significante da descalcificação geralmente observada ao redor dos
bráquetes.
CAPELOZZA FILHO et al. (1997) desenvolveram um estudo para avaliar
a resistência à tração de bráquetes fixados com uma resina Concise
Ortodôntico e um cimento de ionomêro de vidro (Fuji Ortho LC). Para o
experimento utiizaram 28 pré-molares divididos em dois grupos. Em cada
grupo foram realizadas as colagens seguindo as orientações dos fabricantes e
os dentes armazenados em solução de saliva artificial por 72 horas. Atraves da
análise estatística dos resultados, os autores concluíram que a resitência à
tração dos dois mateiais testados não mostrou diferença estatisticamente
significante.
GUEDES PINTO (1997) realizou um estudo in vitro, com o objetivo de
avaliar a resistência ao cisalhamento de três materiais de colagem. Foram
utilizados 60 pré-molares humanos, onde foram fixados nas faces vestibulares
bráquetes com resina composta quimicamente ativada (Concise Ortodôntico),
resina composta fotoativada (Z100) e cimento resionoso Dual. Os corpos de
prova foram então submetidos ao teste de cisalhamento 10 minutos e 24 horas
após as colagens. Os resultados mostraram que houve diferença
estatisticamente significante entre os três tipos de materiais para os dois
períodos de tempo de aramazenamento. O sistema mais resistente foi o
Concise Ortodôntico, seguido pela resina fotoativada Z 100 e o menos
resistente foi o cimento resinoso Dual. O tempo de armezenamento foi
estatisticam,ente significante, pois apresentou aumento na resistência ao
cisalhamento nos três tipos de materiais testados.
36
FREITAS (1999) realizou uma revisão dos trabalhos apresentados na
literatura sobre a colagem de acessórios ortodônticos ao esmalte dentário com
um novo material disponível, o cimento ionômero de vidro reforçado com
resina. Esclareceu que esse cimento híbrido podia ser usado sem a
necessidade de condicionamento do esmalte, preservando a integridade dos
prismas e tolerando umidade. Como esse cimento possuía baixa solubilidade,
dureza excelente e boas propriedades adesivas, a retirada dos bráquetes
apresentava menor risco de danos à estrutura dentária. As principais
vantagens do uso do cimento de ionômero de vidro reforçado com resina, em
relação as resinas compostas, eram: uso em campo úmido, não necessitar de
ataque ácido e tampouco de selante; promover a adesão química e não
mecânica; liberar e absorver flúor, prevenindo descalcificações e cáries;
biocompatibilidade; simplificar e facilitar as recolagens; melhorar o conforto do
paciente e do operador. Entretanto, as áreas sujeitas a interferências oclusais
não são indicação precisa para a colagem com esse material. Entre os
cimentos híbridos disponíveis, destacou o Fuji Ortho LC (GC América Inc.), que
pode ser reforçado com resina, com ativação resultante de três reações (ácido-
base, pela mistura do com o líquido; fotopolimerização e, autopolimerização
dos monômeros da resina); bem como o Advance (Dentisply/Caulk) e o Fuji
Ortho (GC América), ambos com ativação química, como os mais adequados,
no momento, para a colagem de acessórios ortodônticos.
SILVA FILHO et al. (2000) fizeram um trabalho com o objetivo de avaliar
a eficiência clínica da colagem direta dos incisivos permanentes com um
cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável, no estágio da dentadura mista,
em uma amostra de pacientes, todos tratados ortodonticamente, incluindo
obrigatória, mas não exclusivamente, um nivelamento 4 X 2, no Curso de
Ortodontia Preventiva e Interceptiva da FUNCRAF, na Cidade de Bauru,
Estado de o Paulo, durante o ano letivo de 1999. Para isso, a amostra foi
dividida em dois grupos: o grupo experimental, constituído de 19 pacientes (12
do sexo masculino e sete do feminino), que teve os bráquetes colados nos
incisivos permanentes (76) com o cimento de ionômero de vidro
fotopolimerizável Vitrebond, sem condicionamento ácido da superfície do
esmalte. O grupo controle, constituído de sete pacientes (quatro do sexo
feminino e três do masculino), cujos braquetes dos incisivos permanentes (28)
37
foram colados com Concise Ortodôntico, depois do condicionamento da
superfície do esmalte, de acordo com as instruções do fabricante. Os
componentes dos dois grupos foram acompanhados regularmente, em
intervalos que variaram de três a quatro semanas, e os arcos de nivelamento
foram substituídos por fios de mesmo diâmetro ou de diâmetro maior, seguindo
uma seqüência clínica preestabelecida. Os resultados indicaram um índice de
falha de 8% no grupo experimental (Vitrebond), enquanto que no grupo
controle (Concise Ortodôntico) não ocorreu nenhuma falha.
CORRER SOBRINHO et al. (2001) realizaram um estudo para avaliar a
resistência ao cisalhamento de cinco materiais ativados por diferentes
sistemas. Utilizaram pra o experimento 50 pré-molares, onde foram fixados
bráquetes na superfície do esmalte usando Concise Ortodôntico, Z100,
Transbond XT, Fuji Oprtho LC e Vitremer. Os resultados mostraram que o
Concise Ortodôntico apresentou maior valor de resistência ao cisalhamento em
relação aos outrso materiais. O Transbond XT, Z100 e Fuji Ortho LC foram
mais resistentes do que o Vitremer. Nenhuma diferença foi encontrada entre o
Transbond XT, Z100 e Fuji Ortho LC. Atraves dos resultados os autores
concluíram que o Concise Ortodôntico apresentou maiores valores de
resitência ao cisalhamento em relação aos quatro materiais de colagem.
Com o objetivo de avaliar a resistência ao cisalhamento da resina
composta Concise Ortodôntico , Transbond XT e o Ionômero de Vidro Fuji
Ortho LC, VALDRIGHI (2002), utilizou 120 pré-molares humanos, sendo que
os acessórios utilizados para o experimento foram bráquetes metálicos Morelli,
Abzil-Lancer, Dentaurum e GAC. Oitenta dentes receberam condicionamento
ácido e colagem dos bráquetes com resina Concise e Transbond, e os outros
40 receberam colagem com Fuji Ortho LC. Os dentes foram armazenados em
solução de soro fisiológico a 0,9% a 37ºC por 24 horas. Em seguida foram
submetidos ao teste de cisalhamento em uma máquina Instron com velocidade
de 0,5mm/min. Os resultados mostraram que, com o Concise Ortodôntico, a
resistência (Kgf/mm
2
) do bráquete GAC (1,698) foi significantemente maior que
os bráquetes Abzil Lancer (1,353), Dentaurum (1,293) e Morelli (0,828), que
apresentou a menor dia. Com o Transbond XT, observou-se que os
bráquetes Dentaurum (1,082) e GAC (1,225) apresentaram médias
significantes maiores do que os bráquetes Morelli (0,583) e Abzil Lancer
38
(0,621) e com o Fuji Ortho LC , o foram observadas diferenças entre as
médias dos diferentes bráquetes testados (Morelli = 0,301, Abzil Lancer=
0,309, Dentaurum= 0,230 e GAC= 0,338. Com esses resultados a autora
concluiu que o Concise ortodôntico apresentou maiores valores de resistência
ao cisalhamento, seguidos pelo Transbond XT e Fuji Ortho LC. O bráquete
GAC apresentou maior resistência em todos os materiais e o bráquete Morelli a
menor resistência.
PASCOTTO (2002) explicou que uma das classificações utilizada para
as resinas é a que considera o tipo e o tamanho das partículas de carga.
Sugeriu a divisão em resinas compostas de macropartículas, micropartículas e
híbridas ou microhíbridas. As resinas compostas híbridas ou microhíbridas
possuem dois tipos de partículas inorgânicas na sua composição. Elas fazem
parte da geração de materiais multiuso que associam partículas de vidro com
tamanho médio de 0,04 a 0,7 µm e partículas de sílica de 0,04 µm. Essas
resinas apresentam alta resistência mecânica e ao desgaste, com possibilidade
de obter excelente polimento final. Pelas suas propriedades, elas podem ser
utilizadas em áreas de esforços mastigatórios diretos.
ROMANO et al. (2004) desenvolveram um trabalho com a finalidade de
comparar a resistência ao cisalhamento de bráquetes metálicos fixados em
esmalte bovino e humano e observar também o índice de remanescente de
adesivo (IRA). Utilizaram para isso 30 dentes divididos em três grupos,
formados por dez incisivos inferiores permanentes humanos, dez incisivos
permanentes bovinos e dez incisivos inferiores decíduos bovinos. Os bráquetes
foram colados com compósitos Concise Ortodôntico de acordo com as
instruções do fabricante. Os autores concluíram que não foram encontradas
diferenças estatísticas significantes na resistência ao cisalhamento em esmalte
permanente bovino, esmalte humano e esmalte decíduo bovino, não houve
também diferença estatística significante entre os dentes na avaliação do IRA,
sendo que a maioria das fraturas ocorreram na interface bráquete/resina,
concluindo portanto que os incisivos permanentes e decíduos bovinos podem
ser usados em experimentos laboratoriais sem comprometer a fidelidade do
teste.
39
2.3. Prevenção da descalcificação
OGAARD et al. (1988) fizeram um estudo com o objetivo de determinar
as lesões no esmalte, desenvolvidas durante o tratamento com aparelhos
ortodônticos fixos. Para introduzir um potencial cariogênico nas superfícies do
esmalte in vivo, inseriram bandas ortodônticas, especialmente planejadas, em
pré-molares selecionados para extração por razões ortodônticas, em uma
amostra de cinco pacientes com idades entre 11 e 13 anos, perfazendo um
total de dez pré-molares. Os aparelhos de teste foram usados por quatro
semanas, período em que não foi usado flúor. O mineral contido nas amostras
foi determinado por radiografias e quantificado por uma técnica
microdensitométrica, sendo as observações feitas em um microscópio
eletrônico de varredura. Os dados obtidos indicaram que, abaixo da porção
inferior das bandas ocorreu um aumento rápido no número de Streptococus
Mutans e Lactobacilos, sendo que a flora microbiológica associada com a lesão
desenvolvida sob as bandas ortodônticas mostrava similaridade com a
observada em cáries naturais no esmalte. A lesão inicial que se formou
rapidamente sob a placa apresentava a presença mais baixa de minerais em
comparação com o esmalte ao seu redor. As fotografias do microscópio
eletrónico de varredura confirmaram as descobertas microradiográficas, ou
seja, uma desmineralização localizada na superfície do esmalte. Concluíram
que, as lesões com manchas brancas se desenvolviam em quatro semanas,
que era o tempo compreendido entre uma consulta e a seguinte.
Conseqüentemente, era de primordial importância examinar cuidadosamente
as bandas e os braquetes a cada visita, além de instituir um programa
preventivo de aplicação de flúor.
UNDERWOOD et al. (1989) realizaram um estudo para examinar a
durabilidade clínica e o potencial de inibição de cáries de uma resina que
liberava flúor, quando utilizada como adesivo na colagem de bráquetes
ortodônticos. A pesquisa foi feita nos dentes de dez pacientes, submetidos a
tratamento rotineiro no Departamento de Ortodontia da Faculdade de
Odontologia da Universidade de Louisiana (Estados Unidos), sem restrição
quanto ao genêro, idade ou tipo de tratamento, sendo o único requisito ter um
40
mínimo de 16 dentes disponíveis para o procedimento de colagem de
bráquetes. Oito dentes receberam bráquetes colados com o adesivo Concise
(grupo controle), enquanto que o restante recebeu bráquetes colados com uma
resina experimental que liberava flúor. Os resultados mostraram que o uso da
resina experimental que liberava flúor reduziu em 93% a ocorrência de áreas
escuras, quando comparado com o adesivo Concise, indicando a diminuição de
desmineralização do esmalte. Esses dados sugeriam, portanto, que a resina
experimental era promissora como adesivo que prevenia a ocorrência de cáries
durante o tratamento ortodôntico.
COREIL et al. (1990) realizaram um estudo para a avaliar as resistências
de três novos sistemas de adesão e compará-las com os convencionalmente
empregados. Para isso, foi usada uma amostra de 48 terceiros molares
extraídos, com superfícies de esmalte sadias, condicionados com 37% de
ácido fosfórico e divididos em quatro grupos: A) aplicação do selante Saga; B)
Maximum Cure; C) Scotchbond-2 e, D) Concise. Após passar o selante no
esmalte, os espécimes receberam bráquetes unidos com a resina Concise, em
seguida foi realizada a ciclagem rmica (15° C a 4 C) e armazenados em
água destilada a 37° C por sete dias. Os resultados indicaram uma resistência
média significantemente maior para os grupos A, B e D. Entretanto, embora a
adição de solventes aos novos sistemas de adesivos ortodônticos não parecia
ter um efeito clínico significante, foi observado que os dentes tratados com o
Concise exibiam manchas brancas ao redor da área de colagem, enquanto que
os espécimes que receberam os selantes Saga, Maximum Cure e Scotchbond-
2 apresentavam uma camada de selante cobrindo o esmalte ao redor da área
de colagem.
BERTOZ et al. (1991) executaram uma pesquisa clínica, com a
finalidade de verificar se o cimento de ionômero de vidro é realmente eficiente
no controle das manchas de descalcificação ao redor da área de cimentação e
também para observar o seu poder de fixação de braquetes. Foram utilizados
80 dentes de 10 pacientes com idades compreendidas entre 14 e 17 anos, que
mostravam casos de Classe I de Angle. Após a profilaxia com taça de
borracha e pasta de pedra-pomes com água e abundante lavagem, os dentes
foram isolados com rolos de algodão e secos com jatos de ar. Os bráquetes
para colagem direta (Edgewise) foram cimentados com o ionômero de vidro da
41
Shofu, tipo I, seguindo as orientações do fabricante para seu manuseio.
Decorridos 18 meses, foi considerado terminado o período de avaliação e os
resultados colhidos foram cadastrados. Quatro meses após terminada a
colagem dos braquetes, observaram que 10 bráquetes se soltaram, obrigando
a uma nova cimentação. Oito bráquetes falharam aos 13 meses e um soltou
após 17 meses. Invariavelmente as falhas ocorreram a nível do esmalte,
podendo ser observado o material aderido ao bráquete. Todos os dentes
utilizados no trabalho não evidenciaram nenhum tipo de mancha ao redor da
área de cimentação do bráquete. O meio mais comumente usado na
atualidade para a colagem de bráquetes é a resina composta, que além da
possibilidade de deslocamento do bráquete e aparecimento das manchas
brancas, exige a previa descalcificação do esmalte dentário com ácido
fosfórico. O condicionamento ácido torna o esmalte mais suscetível à
instalação da mancha, por esse motivo podemos aplicar um verniz com alto
teor de flúor, mas a eficácia desse procedimento é discutível. A aplicação de
flúor após a instalação da mancha, também não apresenta um bom índice de
sucesso, e a remoção dessas manchas com o auxílio de um ácido forte tem a
desvantagem de ser um todo de ataque e não preventivo. Os resultados
obtidos demonstraram que, deve-se continuar as pesquisas à procura de uma
técnica/material que proporcione menor índice de falhas, embora as falhas
ocorridas com o cimento ionômero de vidro e com as resinas compostas sejam
similares e não inviabilizem a sua indicação como meio cimentante para os
aparelhos fixos. Por outro lado, parece ser mais prudente o emprego do
ionômero de vidro, pela proteção que oferece contra a descalcificação do
esmalte e as conseqüentes manchas de desmineralização no esmalte dentário.
GEIGER et al. (1992) realizaram um estudo clínico para determinar se a
freqüência de bochecho com uma solução neutra, contendo 0.05% de fluoreto
de sódio, influência a formação de manchas brancas e lesões associadas com
os bráquetes ortodônticos. Na amostra para estudo constaram 206 pacientes,
sendo 89 do sexo masculino e 117 do feminino, com idade média de 30 anos,
variando dos sete aos 60 anos. Os bráquetes permaneceram colados por
menos de seis meses em 3.4% dos pacientes, de 10 a 19 meses em 22.3%, de
20 a 34 meses em 59% e de 35 a 49 meses em 14.6% dos pacientes. O
programa com o bochecho foi iniciado ao mesmo tempo para todos os
42
pacientes. Colaram os bráquetes com uma combinação de selante e resina
composta (Concise), de acordo com os procedimentos convencionais, e
registraram os dados de colagem e remoção de cada bráquete. Cada paciente
recebeu um frasco com a solução neutra de fluoreto de sódio a 0.05% e as
instruções para o uso do dosímetro, para que o enxágüe diário contivesse a
quantidade apropriada de solução. Além disso, foram aplicados os esforços
educacionais seguintes: 1) Instruções sobre os cuidados com a higiene, a
pasta de dente com flúor e o bochecho como prescrito. 2) Um livro de
instruções, apresentando graficamente os procedimentos de boa higiene e
mostrando fotograficamente a formação das manchas brancas. 3) Os
pacientes que demonstraram higiene insuficiente ou pouca cooperação,
receberam instruções especiais. O ideal seria 10 ml da solução para cada
paciente diariamente, mas, aproximadamente 42% deles usaram esta
quantidade dia sim e dia não, sendo identificados como colaboradores, 46%
usaram menos do que em dias alternados e foram classificados de não
cooperadores. Um menor número de pacientes, cerca de 12%, apresentou
cooperação excelente. Os resultados mostraram que os pacientes
colaboradores apresentaram significantemente menos lesões (21%) do que os
não colaboradores (49%). De acordo com os registros de tratamento, 72
pacientes (35%) possuíam higiene excelente, 102 deles (49.5%) foram
considerados aceitáveis e 15.5% e 15.5% apresentaram higiene insuficiente.
Nos pacientes não cooperadores, as lesões e manchas brancas foram
detectadas em 91% deles com higiene insuficiente, em 49% com higiene
aceitável e em 15% dos pacientes com higiene excelente. Os pacientes
cooperadores exibiram manchas brancas e lesões em 50% dos que possuíam
higiene insuficiente, em 26% com higiene aceitável e em 7% dos pacientes
com higiene excelente. Também foi observado que o maior número de
manchas brancas ocorreu nos pacientes tratados por mais de 24 meses. Com
base nos resultados, os autores concluíram que o uso do fluoreto de sódio a
0.05% durante o tratamento ortodôntico resultou em uma significante redução
das lesões e manchas brancas no esmalte. Quanto mais regularmente os
pacientes realizaram o bochecho com o flúor de sódio, maior foi a diminuição
da ocorrência de manchas brancas. Os efeitos da regularidade do bochecho
sobre a incidência de manchas brancas ocorreram independentemente da
43
condição de higiene bucal. Apesar dos esforços educacionais, somente 13%
dos pacientes cooperaram totalmente, e isso sugere a necessidade de
investigações futuras sobre os métodos para melhorar a motivação e
cooperação dos pacientes.
BANKS; RICHMOND (1994) avaliaram clinicamente a efetividade de
dois novos sistemas de selante de esmalte na prevenção da descalcificação do
esmalte dentário ao redor de bráquetes. Para isso, utilizaram uma amostra de
80 pacientes que estavam sob tratamento ortodôntico com aparelhos fixos,
divididos em dois grupos, ou seja: 40 receberam um selante viscoso
quimicamente ativado e, 40 um selante não viscoso fotoativado. Os bráquetes
foram fixados alternadamente com selante (grupo de teste) e sem selante
(grupo controle), perfazendo um total de 289 dentes experimentais e 282 de
controle com o uso de selante quimicamente ativado e, 306 (grupo de teste) e
305 (grupo controle) com selante fotoativado. Após a análise dos dados obtidos
concluíram que, em 75% da amostra ocorreu algum tipo de descalcificação. No
grupo que usou selante viscoso quimicamente ativado a redução de áreas de
descalcificação foi de 13%, enquanto que no grupo que utilizou selante não
viscoso fotoativado não foi observada diferença estatisticamente significante
em relação à descalcificação.
Como o potencial cariostático estaria relacionado a magnitude da
liberação e não simplesmente a quantidade de flúor incluída na resina utilizada
como adesivo para a colagem de acessórios ortodônticos, WILTSHIRE; JANSE
(1995) desenvolveram um estudo in vitro com a finalidade de determinar a
quantidade de liberação de flúor de quatro resinas fotopolimerizáveis, sendo
duas sem flúor: Heliosit Orthodontic (Vivadent) e Transbond (Unitek/3M) e duas
contendo flúor: FluorEver OBA (Macro Chem) e Light-Bond (Reliance). Todos
os espécimes foram colocados em 1 ml de água destilada em vasilhas de
polietileno individuais e mantidas a 37
o
C em incubadora. Utilizando um
método analítico, a liberação de flúor de cada uma das resinas foi determinada
diariamente por sete dias, a seguir, semanalmente por um mês e, mensalmente
até a 85
a
semana. Os dados obtidos indicaram que os dois adesivos sem flúor
(Heliosit Orthodontic e Transbond liberaram pequenas quantidades de flúor até
a terceira semana do estudo. Apesar do fato dessas resinas não conterem
44
flúor, a liberação detectada possivelmente seja devida a pequenas quantidades
de flúor presentes na fase inorgânica desses adesivos. A resina Light-Bond
com flúor, mostrou uma grande quantidade de liberação de flúor durante o
primeiro dia, seguida por uma diminuição acentuada, de modo que só pôde ser
detectada duas semanas a mais que dos adesivos sem flúor. Após a terceira
semana, a diferença na liberação de flúor entre os adesivos Heliosit, Transbond
e Light-Bond, embora estatisticamente significante, apresentava a mesma
ordem de magnitude (0,048; 0,065, 0,111 µgF-/cm
2
, respectivamente) Por
outro lado, a resina FluorEver superou os outros adesivos em todos os
aspectos, continuando a liberar grande quantidade de flúor (0,508 µgF-/cm
2)
por mais de 85 semanas.
SILVA FILHO et al. (1995) mencionaram que o acúmulo de biofilme
dental sobre a superfície do esmalte, ao redor dos acessórios colados e
subjacente às bandas, induz a sua desmineralização, evidenciada como as
clássicas manchas brancas que ocasionalmente evoluem para cárie. A
proporção delas somente é descoberta com a remoção do aparelho.
Destacam-se ainda dois fatores coadjuvantes da perda de minerais do esmalte.
O primeiro deles é a solubilidade dos cimentos de fosfato de zinco aos fluídos
bucais, especialmente na presença de ácidos orgânicos, até bem pouco
tempo usados rotineiramente para a cimentação das bandas aos molares. O
segundo deles refere-se à capacidade inerente da superfície irregular das
resinas compostas usadas para as colagens diretas em proporcionar o
acúmulo maior e mais rápido do biofilme dental, quando comparada com a
superfície lisa do esmalte. Com isso, o ambiente cariogênico desenvolve-se
rapidamente ao redor dos aparelhos ortodônticos. O cimento de ionômero de
vidro consiste em uma mistura de silicato e cimentos de policarboxilato,
indicado inicialmente como material restaurador. Estes cimentos híbridos
herdaram a dureza e a insolubilidade do silicato e a aderência do
policarboxilato, mas a sua capacidade singular consiste mesmo em liberar
flúor, o que inibe o fenômeno da desmineralização e ativa o da remineralização
da superfície do esmalte. O flúor armazenado no cimento ionomérico é
liberado através de trocas iônicas, sendo dessa forma que o flúor passa para
as estruturas dentárias, aumentando o conteúdo de flúor do esmalte adjacente
na forma de apatita fluoretada. Além da elevação na concentração de flúores
45
na placa em formação, o cimento de ionômero de vidro controla a microbiota
bucal, mostrando redução de Streptococos mutans, sendo eficaz na prevenção
da cárie, mesmo sob condições de alto risco cariogênico. Todas essas
particularidades têm sido comprovadas quando esses cimentos são utilizados
na ortodontia. As propriedades gerais dos cimentos ionoméricos que os
caracterizam como cimentos ideais para a fixação das bandas nos molares,
são as seguintes: 1) alto conteúdo de flúor que é liberado constantemente na
superfície do esmalte; 2) baixa solubilidade; 3) aderência química ao esmalte e
dentina através da quelação (ligação iônica entre os grupos carboxílicos do
material e o cálcio dentário) e, 4) aderência química aos metais.
BARNES et al. (1995) esclareceram que os cimentos de ionômero de
vidro consistem de uma base, geralmente um de vidro não poroso,
combinado com ácido poliacrílico ou seus copolímeros. A reação ácido-base
resultante produz uma transformação da solução em gel, que
subseqüentemente produz um sal neutro e gel de sílica. Conforme prossegue
a reação, ocorre a quelação da estrutura do esmalte, sendo o enrijecimento
uma reação de quatro estágio, ou seja: formação do sal; transformação da
solução em gel; enrijecimento (continuação da formação do gel) e, hidratação
com H
2
O unido a um sal, grupos ácidos e um gel. Após o endurecimento o
material libera íons de flúor. Por outro lado, os compômeros combinam os pós
de ionômeros de vidro convencionais, ou seja, são uma mistura de monômeros
hidratados que reagem a luz combinados com vidros reagentes, possuindo as
mesmas características dos ionômeros de vidro tradicionais. Os compômeros
são polimerizados pela fotoativação da matriz da resina composta, portanto,
como ocorre com os ionômeros de vidro, os compômeros sofrem uma reação
ácido/base entre o ácido poliacrílico e o pó de vidro, resultando em uma
diminuição na acidez da mistura, quando o pó e o líquido são combinados. Por
causa da reação do ácido poliacrílico e do pó, que ocorre após a
fotopolimerização inicial, os compômeros exibem uma polimerização final maior
do que a observada com as resinas compostas. Entretanto, a polimerização
continua por aproximadamente 24 horas, como é comumente observado na
transformação de solução em gel.
SIDHU; WATSON (1996) destacaram que os materiais de ionômero de
vidro o complexos e não existem dois sistemas comerciais que sejam
46
idênticos química ou mecanicamente. Eles são derivados de ácidos
poliméricos aquosos e um componente vítreo; o vidro é geralmente um silicato
de fluoralumínio, apesar de outros vidros sem flúor terem sido usados, como
por exemplo, os silicatos de alumínio ou boratos de alumínio. A composição do
vidro pode variar assim como a escolha do polímero ou copolímero e a escolha
dos aditivos pode ser diferente. Os avanços mais recente no campo dos
ionômeros de vidro levaram à introdução de versões híbridas do material que
são fotopolimerizáveis, introduzidas para ajudar a superar os problemas da
sensibilidade à umidade e baixa resistência mecânica inicial associados aos
ionômeros de vidro convencionais e ao mesmo tempo manter suas vantagens
clínicas. Nestes últimos materiais a reação presa ácido-base convencional é
suplementada por um processo de polimerização secundária que é iniciada
pela luz. Os materiais à base de ionômero de vidro modificados com resina
são materiais híbridos dos tradicionais cimentos de ionômero de vidro com uma
pequena adição de resina composta fotopolimerizável. Eles possuem
propriedades intermediárias aos dois, com algumas características superiores
aos materiais de ionômero de vidro convencionais. Geralmente eles
apresentam as vantagens dos dois, como a adesão à superfícies dentárias,
estética, liberação de flúor e endurecimento rápido quando expostos à luz
visível. Questões em torno de outras propriedades físicas como o mecanismo
de adesão, sensibilidade à água, desgaste e resistência a longo prazo,
precisam ser levantadas e esclarecidas. Os primeiros materiais desta categoria
a serem desenvolvidos e comercializados foram cimentos para o forramento de
preparos cavitários, mas versões para uso em restaurações foram introduzidas
subseqüentemente. Devido as suas propriedades de liberação de flúor e
polimerização imediata após a exposição da luz, estes materiais se tornaram
rapidamente populares. O futuro dos materiais de ionômero de vidro
modificados com resina é incerto, mas os materiais disponíveis no momento
parecem promissores.
Utilizando uma amostra de 24 pacientes, OGAARD et al. (1997) fizeram
um estudo, com o objetivo de medir o nível de flúor na saliva, após a colagem
de braquetes com um adesivo híbrido fotopolimerizável, o cimento ortodôntico
VP 862 (Vivadent). Em cada um dos componentes do grupo testado foram
colados 20 bráquetes, sendo solicitado a eles que escovassem os dentes
47
diariamente com um dentifrício contendo flúor. Foram obtidas amostras de
saliva antes da colagem e após um, três e seis meses. Os resultados da
análise da saliva indicaram indiretamente que, o efeito de inibição de cáries do
adesivo testado, provavelmente, foi devido a fluoretação localizada do
ambiente cariogênico, do que pela elevação dos níveis de flúor na saliva.
MILLETT et al. (1999) destacaram que a desmineralização
(descalcificação) é um efeito colateral comum do tratamento ortodôntico com
aparelhos fixos, observada em 2 a 96% dos pacientes. A descalcificação
freqüentemente aparece onde acúmulo de placa, promovido pelos
componentes do aparelho e materiais de colagem, com subseqüente produção
ácida, que leva à uma alteração na aparência da superfície do esmalte. O flúor
é conhecido como inibidor do desenvolvimento das lesões durante a terapia
com aparelhos fixos e no aumento da remineralização após o tratamento.
Como o uso diário de bochechos com flúor associados com uma higiene bucal
adequada dependem da cooperação do paciente, foram introduzidos no
mercado resinas compostas que liberavam flúor para a colagem de bráquetes.
Mas, além do uso de flúor, era importante lembrar que a dieta e outros fatores
presentes no meio bucal também deveriam estar sob controle, para prevenir a
descalcificação durante a terapia ortodôntica
De acordo com SOLIMAN et al. (2005), o desenvolvimento de uma lesão
cariosa visível clinicamente é uma conseqüência da interação entre os tecidos
dentários e numerosas variáveis no meio bucal. Como exemplo, a fermentação
de carboidratos pelas bactérias da placa dental causa uma diminuição no pH, o
que, em troca, resulta na perda de íons minerais do esmalte para o meio bucal,
um processo conhecido como desmineralização. Por meio da ação da saliva o
pH pode aumentar novamente, permitindo aos dentes a incorporação de íons
livres. Esse processo é chamado de remineralização. Portanto, existe uma
troca iônica constante entre os tecidos dentais e o meio bucal, na tentativa de
alcançar o equilíbrio iônico. A desmineralização progressiva sem uma
remineralização adequada pode resultar no desenvolvimento de lesões
cariosas. Várias pesquisas indicaram que o uso de flúor leva à uma diminuição
na incidência de lesões cariosas, particularmente quando estão facilmente
disponíveis íons de flúor no meio bucal. Mais especificamente, a presença de
flúor deve diminuir a perda iônica da estrutura dental, até o pH da placa atingir
48
4.5. Nesse nível, mesmo a presença de concentração adequada de flúor no
meio bucal deve ter um efeito benéfico ótimo sobre o processo de
remineralização. Mas, antes de alcançar um nível criticamente baixo do pH, a
disponibilidade de íons de flúor no meio bucal deve promover a
remineralização. Em geral, a superfície remineralizada é mais resistente à
desmineralização do que a superfície original do esmalte. Assim, a aplicação
freqüente de flúor é o método mais eficiente de prevenir a desmineralização,
bem como de aumentar a remineralização de lesões cariosas. Um todo
potencial de fornecer uma concentração adequada de íons de flúor por um
período prolongado, é obtido com o uso de um sistema que libera flúor
lentamente, incorporado nos materiais empregados durante o tratamento
ortodôntico, como os vernizes e selantes, de modo a proteger o esmalte ao
redor e sob os bráquetes ortodônticos, minimizando a formação de manchas
brancas.
BENSON et al. (2005) esclareceram que a desmineralização do esmalte
era um problema significante durante o tratamento ortodôntico. Embora
algumas evidências indicavam que o uso de cimento ionômero de vidro, resina
ou compômero que liberavam flúor eram mais eficazes na prevenção da
desmineralização do esmalte do que as resinas convencionais, esse fato ainda
não estava totalmente comprovado. Conseqüentemente, como medida
preventiva era importante a incorporação de flúor durante o tratamento
ortodôntico, podendo ser por meio de aplicação tópica (bochecho, gel, verniz,
dentifrício) e, adicionalmente, pelo uso de materiais que liberavam flúor
(material de colagem, ligaduras elastoméricas).
.
49
3. PROPOSIÇÃO
O propósito deste estudo, foi avaliar dois tipos de resinas, uma com
flúor e outra sem, como agentes de adesão na colocação de bráquetes
ortodônticos, para verificar a resistência ao cisalhamento, local de fratura da
resina, bem como a diferença existente entre a que libera e a que não contém
flúor, através da avaliação da microdureza do esmalte.
50
4. MATERIAL E MÉTODO
4.1. Material
Para a presente pesquisa utilizou-se os seguintes materiais:
40 incisivos permanentes bovinos, com as coroas íntegras adquiridos na
COFERFRIGO ATC LTDA.
Bráquetes metálicos Roth Light 0,56 x 0,76mm, .022” x .030” com de
torque e 0º de angulação da marca Morelli
R
; ( fig. 1)
Resina composta fotoativada Orthobond (Morelli
R
) (Fig.2).
Resina composta fotoativada Ortho Lite Cure With Fluoride (Ortho
Source
R
), (Fig 3).
Figura 1 Bráquete Roth Light Morelli
Figura 2 Resina Orthobond (Morelli)
51
Figura 3 – Resina Ortho Lite (Ortho Source)
4.2. Método
1ª Etapa: Preparo dos corpos de prova
Os 40 dentes bovinos, utilizados como amostra neste estudo, foram
inicialmente armazenados em solução de timol a 0,1% e, em seguida,
submetidos aos procedimentos de limpeza e debridamento, realizados com
curetas periodontais e lâminas de bisturi. Posteriormente, foram feitos cortes
transversais, com discos diamantados dupla face, para separar a coroa da raiz,
e cortes longitudinais na porção da coroa, resultando em fragmentos de 6 mm
X 6 mm. Os fragmentos foram fixados em uma lâmina de cera nº 7, deixando a
superfície externa do esmalte voltada para a cera, como mostra a Fig. 4.
Figura 4 – Lâmina de cera com o fragmento dental
52
Com o auxílio de cilindros de PVC
®
,
com 2,0 cm de diâmetro por 2,0 cm
de altura, foi executado o embutimento dos corpos de prova em resina de
poliestireno (Fig. 5). Decorridas 24 horas, os corpos de prova foram retirados
do molde (Fig. 6) e acondicionados em um recipiente com solução de timol a
0,1%. A seguir, a superfície externa de cada fragmento de esmalte foi
planificada em uma politriz motorizada Arapol 2v marca: Arotec S/A Ind. Com.
Osasco-SP, com lixas d’água de granulação decrescente (400, 600 e 1000),
sob refrigeração constante com água, e polida com pasta de diamante de 6, 3,
½ e ¼ µm e disco de feltro, com refrigeração em óleo mineral (Fig. 7). Os
resíduos foram eliminados por meio de banhos em ultra-som em água destilada
e deionizada pelo período de 5 minutos entre as diversas granulações de lixas
e pastas. Após a preparação de toda essa 1
a
etapa foi alcançado um total de
40 corpos de prova, como pode ser visto na Fig. 8.
Figura 5 – Cilindro de PVC com o fragmento apoiado na lâmina de
cera
53
Figura 6 - Corpo de prova sem polimento
Figura 7 – Politriz e Pastas Diamantada Arotec
Figura 8- Corpo de prova polido
54
Etapa: Verificação da microdureza do esmalte antes da
colagem dos bráquetes
Antes da colagem dos bráquetes, foi avaliada a microdureza do esmalte
em todos os corpos de prova por meio de um Microdurômetro modelo HVS
1000
A, marca Panambra - SP (Fig. 9), para permitir a comparação com a
microdureza dos corpos de prova após a remoção dos bráquetes.
Figura 9 - Foto do microduromêtro
55
Foram realizadas nove identações em cada corpo de prova sendo três a
uma distância de 500 µm da junção entre a resina e o fragmento, mais três
uma distância de 1000 µm entre a resina e o fragmento e finalmente mais três
uma distância de 1500 µm entre a resina e o fragmento no sentido
horizontal, no sentido vertical cada ponto de identação ficou a uma distância de
1000 µm, como ilustrado na Fig. 10.
500um 1000um 1500um
2000um
3000um
4000um
Figura 10 – Desenho esquemático dos locais das identações iniciais
O tempo de identação foi de 5 segundos, com uma carga de 25 N, com
o auxílio de um penetrador Knoop. Essas identações foram realizadas somente
em uma das quatro bordas do fragmento, a qual foi devidamente identificada,
para que após a remoção do bráquete fossem realizadas as identações
novamente no mesmo local após a remoção dos bráquetes.
3ª Etapa: Preparo para a realização da colagem
Os corpos de prova foram divididos em dois grupos;
Grupo I – do 1 ao 20
Grupo II – do 21 ao 40
Para a realização da colagem dos bráquetes nos fragmentos, os
mesmos foram submetidos à profilaxia com pedra pomes e água, com auxílio
de escova de Robinson montada em um contra ângulo, em baixa velocidade de
rotação, aproximadamente por 10 segundos, lavados em água corrente durante
56
10 segundos e secos com leves jatos de ar comprimido isento de óleo. Em
seguida foi colocada uma fita adesiva sobre a superfície de cada corpo de
prova que recebeu as identações, para que não houvesse escoamento do
adesivo e da resina composta nesta região (Fig. 11).
Figura 11 – Fita adesiva sobre o local das identações
O condicionamento ácido do esmalte foi realizado com ácido fosfórico a
37%, aplicado numa área correspondente ao tamanho da base do bráquete,
durante 30 segundos. Em seguida o esmalte condicionado foi lavado em água
corrente por 20 segundos, com subseqüente aplicação de jatos de ar
comprimido por 20 segundos. Após todos esses procedimentos foi feita a
colagem dos bráquetes, de acordo com a orientação do fabricante, sendo que,
no grupo I, foi usada a resina composta fotoativada Orthobond (Morelli
®
) sem
flúor e no grupo II, a resina composta fotoativada Ortho Lite (Ortho Source
®
)
com flúor de acordo com a Figura 12 e desenho esquemático (Fig. 13).
Figura 12 – Corpo de prova com o Figura 13 – Desenho esquemático
bráquete do Corpo de prova
57
4ª Etapa: Indução de desmineralização e remineralização
Passadas 24 horas da colagem dos bráquetes, os corpos de prova
sofreram um processo de desmineralização e remineralização em solução de
saliva artificial; sendo 6 horas na solução desmineralizadora e 18 horas na
solução remineralizadora durante duas semanas. A solução artificial de saliva
utilizada foi a descrita por FEATHERSTONE et al. (1986), e modificada por
SERRA; CURY, (1992).
5ª Etapa: Teste de resistência ao cisalhamento
Após 48 horas do término do processo de desmineralização e
remineralização, o teste de resistência ao cisalhamento dos corpos de prova foi
efetuado em uma quina universal de ensaios EMIC (Equipamentos e
Sistemas de Ensaio Ltda), modelo DL 2000 São Jodos Pinhais – PR, como
mostra a Fig. 14, com velocidade de ensaio de 0,5mm/min e célula de carga de
200Kgf.
58
Figura 14 – Máquina de Ensaio EMIC
6ª Etapa: Verificação do local da fratura
Após o teste de cisalhamento, os corpos de prova passaram por uma
Lupa Estereoscópica, com aumento de 20 vezes, marca CQA, modelo EK3ST,
(fig. 15), para verificação do local da fratura do bráquete.
59
Figura 15 – Foto da Lupa Estereoscópica
7ª Etapa: Verificação da microdureza do esmalte
Após o teste de cisalhamento, os corpos de prova foram submetidos
novamente ao microdurômetro para verificação da microdureza do esmalte. As
identações foram realizadas no mesmo lado do corpo de prova das identações
iniciais, e com as mesmas distâncias de acordo com a (fig. 16).
500um 1000um 1500um
2000um
3000um
4000um
Figura 16 – Local das identações após a remoção do bráquete do
corpo de prova
60
5. RESULTADOS
Pela dificuldade na obtenção de dentes humanos íntegros e embasado
cientificamente em trabalho encontrado na literatura pertinente (ODA et al.,
2001; ROMANO et al., 2004), este estudo utilizou 40 dentes bovinos com as
coroas intactas, devidamente preparados e embutidos em resina de
poliestireno, resultando em uma amostra de 40 corpos de prova. Antes de
iniciar a colagem dos bráquetes, foi avaliada a microdureza do esmalte usando
um Microdurômetro, por 5 segundos, com uma carga de 25 N, com o auxílio de
um penetrador Knoop, em cada uma das distâncias (500 µm, 1000 µm e 1500
µm) no sentido horizontal, e no sentido vertical (2000 µm, 3000 µm e, 4000
µm), todas elas na mesma borda devidamente identificada, em cada um dos
corpos de prova (anexo I).
Utilizando os dados obtidos para a microdureza inicial dos 40 corpos de
prova, foram feitos os cálculos da média (aritmética), da média geral dos três
valores horizontais de cada corpo de prova (500 µm, 1000 µm, 1500 µm) e da
variação percentual entre 500 e 1000 µm e, entre 1000 e 1500 µm. As médias
dos corpos de prova do grupo I (1 a 20) e do grupo II (21 a 40) podem ser
vistas em anexo II, a média geral em anexo III e a variação percentual em
anexo IV
Após a obtenção dos valores iniciais, os corpos de prova foram
submetidos à profilaxia, condicionamento ácido no fragmento de esmalte e feita
a colagem dos bráquetes, sendo usada a resina composta fotoativada
Orthobond (Morelli
®
) sem flúor no grupo I e, a resina composta fotoativada
Ortho Lite (Ortho Source
®
) com flúor no grupo II. Depois de um período de
espera de 24 horas, após a colagem dos bráquetes, os corpos de prova foram
submetido à um processo de desmineralização e remineralização por um
período de 21 dias. Após 48 do término do processo de desmineralização e
remineralização foi realizado o teste de resistência ao cisalhamento tanto no
grupo I como no grupo II, de modo a obter as mensurações de Força Máxima
(N) e Força Máxima (kgf), cujos valores estão listados nas Tabelas 1 e 2 e nos
Gráficos 1 e 2
61
Tabela 1 - Valores do cisalhamento obtidos no grupo I para cada um dos
corpos de prova
Corpo de Prova Força Máxima (N)
CP 1 40,54
CP 2 84,19
CP 3 33,50
CP 4 29,35
CP 5 65,07
CP 6 122,07
CP 7 80,34
CP 8 39,50
CP 9 78,71
CP 10 79,75
CP 11 53,14
CP 12 47,95
CP 13 40,99
CP 14 57,51
CP 15 52,99
CP 16 122,36
CP 17 59,59
CP 18 59,59
CP 19 75,75
Gráfico 1 - Valores de cisalhamento obtidos no grupo I para cada um dos
corpos de prova
0
20
40
60
80
100
120
140
C
P 1
CP 3
CP 5
CP 7
CP
9
CP 11
CP 13
CP 15
CP
17
C
P 19
Tempo (s)
Força (N)
62
Tabela 2 - Valores do cisalhamento obtidos no grupo II para cada um dos
corpos de prova
Corpo de Prova Força Máxima (N)
CP 21 35,06
CP 22 85,82
CP 23 38,54
CP 24 43,06
CP 25 71,3
CP 26 32,98
CP 27 80,79
CP 28 64,55
CP 29 88,34
CP 30 41,43
CP 31 19,34
CP 32 54,55
CP 33 67,89
CP 34 39,06
CP 35 65,52
CP 36 73,82
CP 37 72,19
CP 38 77,89
CP 39 35,2
CP 40 66,48
Gráfico 2 - Valores do cisalhamento obtidos no grupo II para cada um dos
corpos de prova
0
20
40
60
80
100
CP 1
C
P 3
CP 5
C
P
7
CP 9
C
P
11
C
P
1
3
CP 15
C
P
17
CP 19
Tempo (s)
Força (N)
Após a obtenção destes valores, visando auxiliar na análise, foram
calculadas as medidas de tendência central (médias aritméticas e medianas) e
63
para determinar o comportamento dos valores em termos de variabilidade,
foram calculadas as medidas de dispersão (desvios padrão e coeficientes de
variação) para cada unidade de Força Máxima, de cada tipo de Ensaio, como
pode ser visto nas Tabelas 3 e 4.
Tabela 3 - Medidas do grupo I
CORPO DE PROVA FORÇA MÁXIMA (N) FORÇA MÁXIMA (KGF)
CP 1
40,54 4,13
CP 2
84,19 8,59
CP 3
33,5 3,42
CP 4
29,35 2,99
CP 5
65,07 6,64
CP 6
122,07 12,45
CP 7
80,34 8,19
CP 8
39,5 4,03
CP 9
78,71 8,03
CP 10
79,75 8,13
CP 11
53,14 5,42
CP 12
47,95 4,89
CP 13
40,99 4,18
CP 14
57,51 5,86
CP 15
52,99 5,4
CP 16
122,36 12,48
CP 17
59,59 6,08
CP 18
59,59 6,08
CP 19
75,75 7,72
Média
64,36 6,56
Mediana
59,59 6,07
Desvio Padrão
26,29 2,68
Coef. Var. (%)
40,85 40,85
64
Tabela 4 - Medidas do grupo II
CORPO DE PROVA FORÇA MÁXIMA (N) FORÇA MÁXIMA (KGF)
CP 21
35,06 3,57
CP 22
85,82 8,75
CP 23
38,54 3,93
CP 24
43,06 4,39
CP 25
71,3 7,27
CP 26
32,98 3,36
CP 27
80,79 8,24
CP 28
64,55 6,58
CP 29
88,34 9,01
CP 30
41,43 4,22
CP 31
19,34 1,97
CP 32
54,55 5,56
CP 33
67,89 6,92
CP 34
39,06 3,98
CP 35
65,52 6,68
CP 36
73,82 7,53
CP 37
72,19 7,36
CP 38
77,89 7,94
CP 39
35,2 3,59
CP 40
66,48 6,78
Média
57,69 5,88
Mediana
65,04 6,63
Desvio Padrão
20,42 2,08
Coef. Var. (%)
35,39 35,39
A seguir, foram comparadas as médias, mediana e o coeficiente de
variação das medidas obtidas nos corpos de prova dos grupos I e II, como
mostra a Tabela 5.
Tabela 5 - Comparação dos valores dos grupos I e II
CORPOS DE PROVA CORPOS DE PROVA
1 A 19 21 A 40
FORÇA MÁXIMA
(N)
FORÇA MÁXIMA
(KGF)
FORÇA MÁXIMA
(N)
FORÇA MÁXIMA
(KGF)
MÉDIA
64,36 6,56 57,69 5,88
MEDIANA
59,59 6,07 65,04 6,63
DESVIO PADRÃO
26,29 2,68 20,42 2,08
COEFICIENTE
VARIAÇÃO (%)
40,85 40,85 35,39 35,39
65
Para verificar se os valores obtidos, assim como suas variações eram
estatisticamente significantes, calculou-se as proporções “p” de cada Corpo de
Prova, em cada unidade de Força Máxima, de cada tipo de Ensaio, obtendo
desta forma a representatividade dos dois tipos de resina (anexo V e VI).
Tendo em vista que o número de componentes da amostra era maior
que 10 e, obtidos os respectivos valores dos ensaios, através do teste “t” de
Student, foi calculado o grau de significância de cada proporção obtida. As
proporções foram analisadas, utilizando-se um nível de significância de 5% ou
seja:
p > 0,05 (5,00%) = estatisticamente não significantes
p < 0,05 (5,00%) = estatisticamente significantes
De posse destes dados e utilizando o teste “t” de Student, chegou-se ao
resultado de que em 95% dos casos (p < 0,05) a resina sem flúor (grupo I) tem
resistência ao cisalhamento estatisticamente significante maior que a resina
com flúor (grupo II).
Após o teste de resistência ao cisalhamento, novamente foram obtidos
os valores da microdureza final do esmalte, como descrito na Tabela 6.
Utilizando os dados obtidos para a microdureza final da amostra, foram feitos
os cálculos da média (aritmética) dos três valores horizontais (500 µm, 1000
µm, 1500 µm) dos corpos de prova do grupo I (resina Morelli) e do grupo II
(resina Ortho Lite com flúor), como mostra a Tabela 7. Em seguida foram
calculadas a média geral dos valores de microdureza final do esmalte para
cada corpo de prova (tabela 8), e a comparação entre a média geral final do
grupo I com o grupo II e a variação percentual (tabela 9).
Tabela 6 - Valores da microdureza do esmalte final
VERTICAL HORIZONTAL
CORPO DE PROVA
500 1000 1500
2000
36,2 39,1 38,2
3000
32,4 40,1 37,6
1
4000
31,8 36,5 39,4
2000
28,7 30 28,4
3000
25,9 29,6 25,6
2
4000
30,1 27,6 26,2
2000
32,1 33,4 29,3
3
3000
39 28,6 26,6
66
4000
35,1 32 31
2000
40,9 29,1 26,1
3000
51,6 14,1 22,2
4
4000
48,7 14,6 18,7
2000
20,1 15 18,2
3000
18,6 14,9 16,4
5
4000
17,1 17,2 19
2000
27,4 29,8 32,4
3000
29,6 30,8 41,4
6
4000
29,9 31,2 36
2000
32,4 33,4 35,1
3000
35,6 31,4 36,1
7
4000
39,1 34,4 34
2000
11,6 18,7 17,2
3000
15,2 19,6 15,1
8
4000
17,4 20,1 19,4
2000
12,6 15,4 14,1
3000
18,9 13,4 11,3
9
4000
16,2 17,2 15,7
2000
16,8 19,3 30,5
3000
18,9 21,4 25,8
10
4000
17,8 22,5 29,1
2000
31,2 30,8 29,2
3000
37,1 29,6 32,7
11
4000
36 33,6 35,6
2000
24,2 16,5 25,6
3000
20 19,4 24,7
12
4000
19,7 15,6 27,8
2000
21,6 27,8 25,4
3000
27,6 29,6 31,2
13
4000
29,1 34,5 36,4
2000
66,4 69 65,6
3000
67,9 71,4 71,2
14
4000
66,9 65 69
2000
49,7 44,2 46,1
3000
47,6 47,1 47,2
15
4000
45,5 46,2 44,6
2000
31 20 25,4
3000
29 18,6 24,6
16
4000
34,5 24,5 23
2000
41,4 40,5 36,9
3000
42,5 35,5 41,2
17
4000
39,6 34,6 39,2
2000
14,4 19,1 20,7
3000
18,6 21,4 21,2
18
4000
17,4 22,5 16,4
2000
50,6 48 47,2
3000
42,4 48,2 45,4
19
4000
44,5 46,4 49,7
2000
46,9 50,1 55,6
3000
48,7 52,4 56,7
20
4000
54,5 51,6 54,2
2000
68,5 72,5 56,1
3000
67,5 71,6 58,2
21
4000
702 70,6 59,1
2000
61 57,2 60
3000
59,6 55,5 61,2
22
4000
56 60,1 57,8
2000
48,4 72,1 45,8
3000
55,9 51,4 39,1
23
4000
52,8 59,6 41,2
67
2000
49,1 54 57,8
3000
52,6 55,4 56,1
24
4000
48,9 43,4 51,4
2000
21,5 36,9 29,9
3000
28,2 27,2 38,6
25
4000
36,2 28,8 44,1
2000
47,1 45,6 44,7
3000
50,1 41,2 49,6
26
4000
46,1 40,2 42,4
2000
51,9 47,4 42,1
3000
60,2 45,6 44,4
27
4000
56,7 44,4 46,4
2000
56,9 51,2 49
3000
54,2 49,2 54,2
28
4000
50 47,8 51,4
2000
61,3 60 61,8
3000
62,4 58,6 62,9
29
4000
50,5 59,7 59
2000
25,9 29,6 34,8
3000
27,8 28,5 32,7
30
4000
26,5 31,6 35,6
2000
41,2 47,2 51.2
3000
44,5 46,8 50.4
31
4000
46,2 49 48.6
2000
32,5 45,6 48,3
3000
27,2 18,9 15,9
32
4000
29,4 24,6 24,6
2000
25,4 18,7 38,1
3000
31,2 27,7 49,2
33
4000
34,6 26,6 43,4
2000
51,8 44,1 48,6
3000
49,6 46,9 45,4
34
4000
46,7 47,2 47,9
2000
20 15,7 19,1
3000
18,6 17,8 17,2
35
4000
24,7 21,6 24,5
2000
62,7 46,3 61
3000
55,2 44,1 59,2
36
4000
54,5 42 57,8
2000
68 32 28,6
3000
67,4 56,6 46,7
37
4000
55 48,9 49,8
2000
49,6 45,7 44
3000
47,6 46,8 43,1
38
4000
50,1 44,5 40,1
2000
56,8 55,4 59
3000
57,1 53,4 56
39
4000
54 51 52,1
2000
40,2 41 39,1
3000
39,4 40,4 38,2
40
4000
41,2 36,2 40,4
68
Tabela 7 - Média aritmética dos valores da microdureza do esmalte final dos
corpos de Prova do grupo I e do grupo II
CORPO DE
PROVA
VERTICAL MÉDIA CORPO DE
PROVA
VERTICAL MÉDIA
2000
37,83
2000
30,40
1 3000
36,70
11 3000
33,13
4000
35,90
4000
35,07
2000
29,03
2000
22,10
2 3000
27,03
12 3000
14,90
4000
27,97
4000
21,03
2000
21,83
2000
24,63
3 3000
31,40
13 3000
27,30
4000
32,70
4000
30,47
2000
32,03
2000
57,27
4 3000
29,30
14 3000
68,30
4000
27,33
4000
67,70
2000
17,77
2000
46,67
5 3000
16,63
15 3000
47,30
4000
17,77
4000
45,43
2000
29,87
2000
25,47
6 3000
33,93
16 3000
24,07
4000
32,37
4000
27,33
2000
33,63
2000
41,13
7 3000
34,37
17 3000
39,73
4000
35,83
4000
37,80
2000
15,83
2000
18,07
8 3000
16,63
18 3000
20,40
4000
18,97
4000
18,77
2000
14,03
2000
48,60
9 3000
14,53
19 3000
45,33
4000
16,37
4000
46,87
2000
22,20
2000
50,87
10 3000
22,03
20 3000
52,60
4000
23,13
4000
53,43
69
Tabela continuação
CORPO DE
PROVA
VERTICAL MÉDIA CORPO DE
PROVA
VERTICAL MÉDIA
2000
65,73
2000
46,53
21 3000
65,77
31 3000
47,23
4000
66,63
4000
47,93
2000
59,40
2000
42,20
22 3000
58,77
32 3000
20,67
4000
57,97
4000
26,20
2000
55,43
2000
27,40
23 3000
48,80
33 3000
36,03
4000
51,20
4000
34,87
2000
53,63
2000
48,17
24 3000
54,70
34 3000
47,30
4000
49,90
4000
47,27
2000
29,43
2000
18,27
25 3000
31,33
35 3000
17,87
4000
36,37
4000
23,60
2000
45,80
2000
56,67
26 3000
46,97
36 3000
52,83
4000
42,90
4000
51,43
2000
47,27
2000
42,87
27 3000
50,07
37 3000
56,90
4000
49,17
4000
51,23
2000
52,37
2000
46,43
28 3000
52,53
38 3000
45,83
4000
50,07
4000
44,87
2000
58,10
2000
57,07
29 3000
58,17
39 3000
55,50
4000
56,50
4000
52,37
2000
30,10
2000
40,10
30 3000
29,67
40 3000
39,33
4000
31,23
4000
39,27
70
Tabela 8 - Média geral dos valores da microdureza final do esmalte
CORPO DE
PROVA
MÉDIA GERAL CORPO DE
PROVA
MÉDIA
GERAL
1
36,81
21
66,04
2
28,01
22
58,71
3
28,64
23
51,81
4
29,56
24
52,74
5
17,39
25
32,38
6
32,06
26
45,22
7
34,61
27
48,83
8
17,14
28
51,66
9
14,98
29
57,59
10
22,46
30
30,33
11
32,87
31
47,23
12
19,34
32
29,69
13
27,47
33
32,77
14
64,42
34
47,58
15
46,47
35
19,91
16
25,62
36
53,64
17
39,56
37
50,33
18
19,08
38
45,71
19
46,93
39
54,98
20 52,30
40 39,57
Tabela 9 – Média geral final dos valores de microdureza final e variação
percentual
Média Geral final dos
corpos de prova 1 ao 20
Média Geral final dos
corpos de prova 21 ao
40
Variação percentual
%
25,63
45,83
78,8
A comparação das médias aritméticas da microdureza inicial e final dos
corpos de prova do grupo I e grupo II estão apresentadas em anexos VII.
71
Também foi feita a comparação entre a média geral da Microdureza
Inicial e Final de acordo com a tabela10, e variação percentual entre 500 e
1000 µm e entre 1000 e 1500 µm (anexos VIII e IX).
Tabela 10 - Comparação da média geral da microdureza inicial e final do
esmalte
CORPO DE
PROVA
MÉDIA GERAL
INICIAL
MÉDIA GERAL
FINAL
CORPO DE
PROVA
MÉDIA GERAL
INICIAL
MÉDIA GERAL
FINAL
1
267,11 36,81
21
267,00 66,04
2
249,33 28,01
22
286,78 58,71
3
296,67 28,64
23
276,89 51,81
4
238,44 29,56
24
251,78 52,74
5
207,00 17,39
25
260,56 32,38
6
208,67 32,06
26
294,33 45,22
7
218,44 34,61
27
282,22 48,83
8
208,78 17,14
28
254,44 51,66
9
276,67 14,98
29
270,78 57,59
10
311,67 22,46
30
243,89 30,33
11
276,33 32,87
31
309,56 47,23
12
260,11 19,34
32
279,44 29,69
13
272,11 27,47
33
289,78 32,77
14
272,44 64,42
34
294,89 47,58
15
294,67 46,47
35
201,22 19,91
16
308,56 25,62
36
162,33 53,64
17
300,56 39,56
37
264,00 50,33
18
279,89 19,08
38
277,56 45,71
19
273,00 46,93
39
281,44 54,98
20
311,00 52,30
40
277,78 39,57
72
A análise dos resultados indicam que ocorreu uma redução significativa
nos valores médios de todos os corpos de prova após o procedimento de
desmineralização e remineralização, tanto nos corpos de prova do grupo I,
como no grupo II. Porém os corpos de prova que receberam resina com flúor
tiveram uma microdureza final maior em relação aos que receberam resina
sem flúor, de acordo com a tabela 9.
Finalmente, foi determinado o local da fratura da colagem nos corpos de
prova que receberam bráquetes colados com resina sem flúor (grupo I) e nos
que receberam bráquetes colados com resina contendo flúor (grupo II). Para
uma melhor avaliação foi calculado o percentual de cada local, como mostram
as Tabelas 11, 12 e 13.
Tabela 11 - Local da fratura da resina após o teste de cisalhamento dos
bráquetes do grupo I.
LOCAL DA FRATURA
CORPO DE PROVA
ADESIVA RESINA/BRAQUETE MISTA
1
X
2
X
3
X
4
X
5
X
6
X
7
X
8
X
9
X
10
X
11
X
12
X
13
X
14
X
15
X
16
X
17
X
18
X
19
X
20
X
73
Tabela 12 - Local da fratura da resina após o teste de cisalhamento dos
bráquetes do grupo II.
LOCAL DA FRATURA
CORPO DE PROVA
ADESIVA RESINA/BRAQUETE MISTA
21
X
22
X
23
X
24
X
25
X
26
X
27
X
28
X
29
X
30
X
31
X
32
X
33
X
34
X
35
X
36
X
37
X
38
X
39
X
40
X
Tabela 13 - Percentuais de fraturas da colagem em cada local
Local da fratura Percentual
Adesiva 28,20%
Resina/Briquete 51,30%
Mista 20,50%
Os resultados indicam que, de modo geral, houve um percentual
significantemente maior de fratura na interface resina/bráquete (51,30%),
seguida da adesiva (28,20%) e mista (20,50%). Analisando os dados obtidos
verifica-se que, tanto nos corpos de prova do grupo I cuja colagem foi feita com
a resina sem flúor (11 casos), quanto nos corpos de prova do grupo II, de
resina com flúor (10 casos) a prevalência da fratura foi na interface
resina/bráquete. Mas, enquanto nos corpos de prova que receberam resina
sem flúor ocorreu menor número de fraturas adesivas (3) e maior de mistas (6),
naqueles cuja colagem foi feita com a resina com flúor ocorreu o inverso, ou
seja, houve maior número de fraturas adesivas (8) e menor de mistas (2).
74
6. DISCUSSÃO
As cáries dentárias denotam uma condição de desequilíbrio entre a
desmineralização e a remineralização, sendo a dissolução causada por ácidos
orgânicos produzidos pela placa bacteriana (OGAARD et al., 1988;
GUTIÉRREZ-SALAZAR; REYES-GASGA, 2001; GUTIÉRREZ-SALAZAR;
REYES-GASGA, 2003; BENSON et al., 2005). Como os aparelhos ortodônticos
fixos criam dificuldades para a higiene bucal sobre as superfícies dentárias,
geralmente ocorre um aumento das condições cariogênicas ao redor dos
braquetes ortodônticos e imediatamente abaixo da porção inferior das bandas,
clinicamente observadas como manchas brancas opacas, levemente menos
resistente do que o esmalte ao seu redor (OGAARD et al., 1988 SILVA FILHO
et al., 1995). O acúmulo de placa bacteriana sobre a superfície do esmalte, ao
redor dos acessórios colados e subjacente às bandas, induz a sua
desmineralização, que ocasionalmente evoluem para cárie, e a proporção
delas só é descoberta com a remoção do aparelho (SILVA FILHO et al., 1995).
Como as lesões com manchas brancas se desenvolvem em quatro semanas,
que é o tempo compreendido entre uma consulta e a seguinte, os acessórios
ortodônticos devem ser cuidadosamente examinados em cada visita e, além
disso, deve ser instituído um programa preventivo com aplicação de flúor
OGAARD et al. (1988).
São observados dois estágios iniciais na desmineralização: 1) perda de
consistência da superfície, caracterizada principalmente pela diminuição da
substância interprismática, mais pronunciada na superfície do esmalte e, 2)
lesão sob a superfície, que ocorre principalmente na porção mais profunda do
esmalte (OGAARD et al., 1988). Um acúmulo maior e mais rápido de placa
bacteriana é inerente à superfície irregular das resinas compostas, usadas para
a colagem de acessórios, quando comparada com a superfície lisa do esmalte,
fazendo com que o ambiente cariogênico se desenvolva rapidamente ao redor
dos aparelhos ortodônticos (SILVA FILHO et al., 1995).
Os principais grupos de cimentos inicialmente usados na cimentação de
bandas foram os de fosfato de zinco, silicofosfato de zinco e policarboxilato
75
(MIZRAHI, 1988). Embora os cimentos de policarboxilato apresentem a
capacidade de aderir ao esmalte dentário e ao aço inoxidável, os de fosfato de
zinco foram usados durante aproximadamente 80 anos, pelo seu desempenho
devido, principalmente, a união mecânica com o material da banda e a
superfície do esmalte (MIZRAHI, 1988). O cimento de fosfato de zinco
apresenta retenção mecânica em vez de química, tendo como maior
desvantagem a alta solubilidade, especialmente na presença dos ácidos
orgânicos comuns na boca, podendo levar à descalcificações sob bandas mal
ajustadas, ou mesmo sob bandas bem ajustadas com infiltração marginal
(SILVA FILHO et al., 1995).
Durante muitos anos as resinas autopolimerizáveis foram a única opção
para a colagem de bráquetes ortodônticos, mas as da primeira geração
apresentavam superfície irregular propiciando um acúmulo maior, e mais
rápido, de biofilme bacteriano (UNDERWOOD et al., 1989, WANG & MENG,
1992, BASTOS et al., 1998). Esse acúmulo de placa faz com que o ambiente
cariogênico se desenvolva rapidamente (GUTIÉRREZ-SALAZAR, REYES-
GASGA, 2001; 2003), especialmente ao redor dos aparelhos ortodônticos
(UNDERWOOD et al., 1989, WANG & MENG, 1992, BASTOS et al., 1998;
SOLIMAN et al., 2005). A prevalência de descalcificação do esmalte dentário
sob acessórios ortodônticos mostra a necessidade de um cimento ortodôntico,
que além de ser aderente ao esmalte também libere flúor (NORRIS et al.,
1986).
Embora o tempo de trabalho do cimento de ionômero de vidro seja
similar ao de fosfato de zinco (NORRIS et al., 1986), estudos in vivo e in vitro
mostram uma quantidade maior de falhas com o cimento de fosfato de zinco do
que com o ionômero de vidro (HAMULA et al., 1993; NORRIS et al., 1986),
porque este último é altamente insolúvel, adere mesmo em um campo que não
esteja completamente seco, libera flúor sobre o esmalte dentário, auxilia na
prevenção da descalcificação, mostra maior resistência à tração e capacidade
de adesão química ao esmalte, além de resultar em menos bandas soltas do
que ao serem usados os cimentos tradicionais (HAMULA et al., 1993; NORRIS
et al., 1986).
76
Os cimentos de ionômero de vidro são considerados ideais para a
cimentação de bandas, porque unem a dureza e a baixa solubilidade à adesão
química do cimento com a superfície do esmalte e do aço inoxidável e a
liberação constante de flúor (SIDHU & WATSON, 1996). Conseqüentemente, a
grande vantagem dos ionômeros é proteger a superfície do esmalte contra a
desmineralização sob e ao redor da banda ortodôntica sem comprometer a
eficácia mecânica, necessária para atingir os objetivos terapêuticos (NORRIS
et al., 1986; SILVA FILHO et al., 1995). Além da elevação na concentração de
flúor na placa em formação, o cimento de ionômero de vidro controla a
microbiota, mostrando redução na quantidade de estreptococos mutans e
eficácia na prevenção de cáries, mesmo sob condições de alto risco
cariogênico (SILVERMAN et al., 1995; SILVA FILHO et al., 1995).
Atualmente, a terapia ortodôntica é executada quase totalmente com
acessórios colados ao esmalte dentário (BERTOZ, 1991; SILVA FILHO et al.,
1995). O meio mais comumente usado para a colagem de braquetes é a resina
composta (BERTOZ et al., 1991; WANG & MENG, 1992), que além da
possibilidade de deslocamento do bráquete e aparecimento de manchas
brancas, exige o condicionamento prévio do esmalte dentário com um ácido
(BERTOZ et al., 1991). O condicionamento ácido torna o esmalte mais
suscetível à instalação de manchas, por esse motivo deve ser aplicado um
verniz com alto teor de flúor, cuja eficácia é discutível, sendo mencionado que
após a instalação das manchas este procedimento também não apresenta um
bom índice de sucesso, e a tentativa de remoção com o auxílio de um ácido
forte tem a desvantagem de ser um método de ataque e não preventivo
(BERTOZ et al., 1991). Para o condicionamento do esmalte é proposto o uso
do ácido fosfórico (BERTOZ et al., 1991; BUONOCORE, 1955; COREIL et al.,
1990) em concentrações entre 35% e 40% (COREIL et al., 1990) e tempos de
aplicação entre 15 e 60 segundos (BERTOZ et al., 1991; COREIL et al., 1990).
O condicionamento dissolve uma fina camada do esmalte, deixando uma
superfície rugosa, adequada para a infiltração da resina (BUONOCORE, 1955;
COREIL et al., 1990). Como alternativa para o ácido fosfórico, foi indicado o
uso de flúor fosfato acidulado (FAJEN et al., 1990) e, também, de uma solução
de ácido poliacrílico sulfatado, que aplicado a superfície do esmalte resulta no
77
crescimento de cristais e na formação de áreas bastante retentivas, sobre as
quais os braquetes podem ser colados (FAJEN et al., 1990).
Durante muitos anos as resinas autopolimerizáveis foram a única opção
para a colagem de acessórios ortodônticos, mas, a evolução das pesquisas
levou ao desenvolvimento de materiais adesivos mais eficientes, como por
exemplo, as resinas compostas fotopolimerizáveis (FRICKER, 1994; WANG &
MENG, 1992). Por outro lado, a principal desvantagem citada para as resinas
compostas fotopolimerizáveis é o enrijecimento incompleto sob a superfície,
porque a espessura do material dos acessórios bem como a da resina podem
inibir a penetração da luz, tornando duvidosa e questionável a polimerização e
difusão da luz sob braquetes de metal, cerâmica ou resina (WANG & MENG,
1992).
O cimento de ionômero de vidro, que foi introduzido em 1972 na
dentística restauradora (BARNES et al., 1995; KLOCKWOSKI et al., 1989),
possui propriedade de adesão química ao esmalte e à dentina e também aos
metais não preciosos e plásticos (KLOCKWOSKI et al., 1989). Ele apresenta
os méritos dos cimentos de silicato, isto é insolubilidade, rigidez e, também, as
propriedades adesivas dos cimentos de policarboxilato (COMPTON et al.,
1992; WHITE, 1986). Além disso, sua capacidade de distribuir um alto teor de
flúor, torna o dente mais resistente ao processo carioso (BARNES et al., 1995;
COMPTON et al., 1992; KLOCKWOSKI et al., 1989).
Os cimentos de ionômero de vidro são uma classe relativamente nova
de materiais odontológicos (WHITE, 1986). Embora o pré-tratamento da
superfície do esmalte com o ácido poliacrílico ou com o flúor fosfato acidulado
não afete significantemente a força de adesão dos cimentos de ionômero de
vidro (FAJEN et al., 1990), eles possuem uma combinação única de
propriedades, ou seja, aderem a superfície do esmalte sem necessidade de
ataque ácido ou condicionamento da superfície do esmalte reduzindo,
conseqüentemente, a quantidade de perda de esmalte geralmente associada
com os procedimentos de colagem que utilizam as resinas compostas (WHITE,
1986; SILVERMAN et al., 1995). Por outro lado, o cimento de ionômero de
vidro reforçado com resina, tem como principais vantagens, em relação as
resinas compostas, o uso em campo úmido, não necessitar de ataque ácido e
tampouco de selante; promover a adesão química e não mecânica; liberar e
78
absorver flúor, prevenindo descalcificações e cáries; biocompatibilidade;
simplificar e facilitar as recolagens; melhorar o conforto do paciente e do
operador (HAMULA et al., 1993; FREITAS, 1999; MILLETT et al., 1999).
O meio mais comumente usado na atualidade para a colagem de
bráquetes é a resina composta, que além da possibilidade de deslocamento do
bráquete e aparecimento das manchas brancas, necessita da previa
descalcificação do esmalte dentário com ácido fosfórico, o que torna o esmalte
mais suscetível à instalação das manchas, por esse motivo é recomendada a
aplicação de um verniz com alto teor de flúor, mas a eficácia desse
procedimento é discutível (BERTOZ et al., 1991). O uso de uma fina camada
de selante na superfície vestibular dos dentes, pelo fato de liberar flúor,
aplicada sob uma resina composta para a colagem dos bráquetes, pode ser
indicado para áreas suscetíveis à cárie (WHITE, 1986; GEIGER et al., 1992;
BANKS; RICHMOND; 1994). Para isso pode ser usado o cimento de ionômero
de vidro, porque além de liberar flúor, também promove um aumento na
resistência coesiva da colagem (WHITE, 1986). De acordo com a metodologia
empregada a resina composta sem flúor (Orthobond, Morelli) apresentou uma
maior resistência ao cisalhamento em relação a resina com flúor (Ortho Lite
Cure, Ortho source), porém as duas podem ser utilizadas como material de
colagem dos bráquetes, onde os trabalhos de VALDRIGH 2002, mostraram
que apesar da resina Concise apresentar uma resistência superior em relação
a resina fotopolimerizavel Transbond, esta apresenta de acordo com os
trabalhos de WANG; MEG, 1992 e KING 1987, resistência satisfatória no
quesito colagem de acessórios concordando com os trabalhos de AASRUM et
al. (1993); GUEDES PINTO ( 1997) e CORRER SOBRINHO et al. (2001), que
observaram valores de resistência ao cisalhamento estatisticamente superior
do Concise Ortodôntico em relação a resina fotopolimerizavel e ao ionômero
de vidro. O’BRIEN et al. (1989) não verificaram nenhuma diferença entre a
quimicamente ativada e a fotopolimerizavel, sendo que CAPELLOZA FILHO et
al. (1997) verificou que o cimento de ionômero de vidro Fuji Ortho LC
apresentou de forma semelhante a resina composta Concise Ortodôntico.
Porém SILVA FILHO et al. (2000) observaram resistência ao cisalhamento
superior do Consice em relação ao ionômero de vidro fotopolimerizavel, porém
79
seu emprego é justificável considerando a relação custo/benefício no campo da
prevenção.
Algumas resinas híbridas que liberavam flúor sem afetar a resistência de
adesão foram lançadas no mercado (PASCOTTO, 2002) e, entre os
lançamentos recentes, encontra-se a resina composta fotoativada Ortho Lite
Cure With Fluoride (Ortho Source), objeto deste estudo. Os resultados
mostraram que com base na metodologia utilizada os corpos de prova que
receberam bráquetes colados com resina com flúor apresentaram uma
microdureza maior em relação aos que receberam bráquetes colados com
resina sem flúor. Estes dados concordam com os trabalhos de alguns autores
(SILVERMAN et al., 1995; SILVA FILHO et al., 1995; SOLIMAN et al., 2005),
onde citam que mesmo num ambiente cariogênico a presença de flúor inibe a
desmineralização. Um estudo in vitro, que avaliou a quantidade de liberação de
flúor de quatro resinas fotopolimerizáveis, sendo duas sem flúor: Heliosit
Orthodontic (Vivadent) e Transbond (Unitek/3M) e duas contendo flúor:
FluorEver OBA (Macro Chem) e Light-Bond (Reliance), constatou que, após a
terceira semana, a diferença na liberação de flúor entre os adesivos Heliosit e
Light-Bond, embora estatisticamente significante, apresentava a mesma ordem
de magnitude (WILTSHIRE; JANSE, 1995). Por outro lado, uma pesquisa para
medir o nível de flúor na saliva, após a colagem de bráquetes com um adesivo
híbrido fotopolimerizável, o cimento ortodôntico VP 862 (Vivadent) e, solicitado
que os componentes da amostra que escovassem os dentes diariamente com
um dentifrício contendo flúor, constatou que o efeito de inibição de cáries do
adesivo testado, provavelmente, foi devido a fluoretação localizada do
ambiente cariogênico, do que pela elevação dos níveis de flúor na saliva
(OGAARD et al., 1997).
Nos últimos tempos foram desenvolvidos novos sistemas para a adesão
de braquetes às superfícies condicionadas dos dentes, sendo que alguns
contém solventes que podem melhorar a polimerização dos selantes das
resinas sem carga e aumentar sua resistência (COREIL et al., 1990). A melhor
qualidade dos cimentos disponíveis atualmente e a maior sofisticação do
arsenal ortodôntico, no que diz respeito adaptação dos acessórios, têm
proporcionado resultados bastante satisfatórios. (FANTINI, 1985). Entretanto,
os resultados deste estudo indicam que ocorre um percentual significante de
80
falhas, sendo maior a fratura na interface resina/braquete (51,30%), seguida da
adesiva (28,20%) e mista (20,50%). Estes dados estão de acordo com o relato
de alguns autores (BRYANT et al., 1987; WANG & MENG, 1992; ROMANO et
al., 2004), visto que, as falhas nas colagens são observadas na interface
bráquete/resina, na resina ou na interface resina/esmalte, sendo raramente
observada fratura do dente (WANG & MENG, 1992). De acordo com BRYANT
et al. (1987), a interface resina/base do bráquete podia ser considerada o elo
fraco no sistema de colagem, porque era onde a falha se apresentava mais
freqüentemente em situações clínicas. Estes mesmos dados foram observados
nos testes feitos com três cimentos de ionômero de vidro (Ketac-Fil, Ketac-Cem
e Chelon), pois a maioria das falhas na adesão foi coesiva ou aderente ao
esmalte (KLOCKWOSKI et al., 1989). Na comparação de três cimentos de
ionômero de vidro, (Ketac-Cem, Fuji-I e Precise) com uma resina (Concise), foi
constatado que a força de adesão dos cimentos de ionômero de vidro foram
significantemente menores do que a da resina (FAJEN et al., 1990). A grande
desvantagem dos cimentos de ionômero de vidro é o possível descolamento
dos bráquetes durante a mecanoterapia, comprovado clinicamente, o que
poderia comprometer a duração e finalização do tratamento (CORRER
SOBRINHO, et al., 2002).
81
7. CONCLUSÕES
Com base na metodologia empregada e os resultados obtidos neste
estudo, concluiu-se que:
A resina composta Orthobond (Morelli) apresentou uma maior resistência ao
cisalhamento em relação à resina composta Ortho Lite Cure (Ortho Source)
Houve uma redução significativa nos valores médios da amostra como um todo
após o procedimento de desmineralização e remineralização, tanto nos corpos
de prova de 1 a 20 que receberam resina sem flúor, como nos de 21 a 40 que
receberam a resina com flúor. Porém os corpos de prova que foram colados
com a resina composta com flúor apresentaram uma maior microdureza em
relação aos corpos de prova que foram colados com resina composta sem
flúor.
Ocorreu um percentual significantemente maior de fratura na interface
resina/bráquete (50,0%), seguida da adesiva (30,0%) e mista (20,0%).
Ainda são necessárias mais pesquisas voltadas para busca de outras
técnicas/materiais que proporcione a diminuição da descalcificação dos dentes.
82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1
1- AASRUM, E. et al. Tensile bond strength of orthodontic brackets bonded with
a fluoride-releasing ligth-curing adhesive. An in vitro comparative study. Am J
Orthod dentofacial Orthop, Sanit Louis, vol.104, n.1, 48-50, July 199
2- BANKS, P.A.; RICHMOND, S. Enamel sealants: a clinical evaluation of their
value during fixed appliance therapy. Europ J Orthod, Oxford, vol.16, n. 1, 19-
25, Feb. 1994.
3- BARNES, D.M. et al. A clinical evaluation of a resin-modified glass-ionomer
restorative material. J Am Dent Ass, vol. 126, n. 9, 1245-53, Sep. 1995.
4- BENSON, P.E.; SHAH, A.A.; MILLETT, D.T. et al. Fluorides, orthodontics
and demineralization: a systematiic review. J Orthod, vol.32, n.2, 102-14, June
2005.
5- BERTOZ, F.A. et al. Ionômero de vidro como meio cimentante de braquetes.
Estudo clínico. Ortodontia, São Paulo, vol. 24, n. 1, 41-3, jan./fev./mar. 1991.
6- BRYANT, S.; RETIEF, D.H.; RUSSEL, C.M.; DENYS, F.R. Tensile bond
strengths of orthodontic bonding resins and attachments to etched enamel. Am
J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.92, n.3, 225-31, Sept. 1987.
7- BUONOCORE MG. A simple method of increasing the adesion of acrylic
filling material to enamel surface. J Dent Res, Washington, vol.34, n.6, 849-
53,1955.
8- CAPELOZA FILHO, L. et al. estudo comparative “in vitro” da resistência à
tração de braquetes colados com um cimento de ionomêro de vidro (Fuji Ortho
LC) e uma resina composta (Concise). Rev Dent Press Ortodont Ortop
Facial, Maringá, vol.2, n.4, 65-70, jul./ago. 1997.
9- COMPTON, AM et al. Comparison of the shear bond strength of a light-
cured glass ionomer and a chemically cured glass ionomer for use as an
orthodontic bonding agent. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis,
vol.101, n.3, 138-44, Mar. 1992.
10- COREIL, M.N.; LEDOUX, P.M.; LEDOUX, W.R.; WEINBERG, R. Shear
bond strength of four orthodontic bonding systems. Am J Orthod Dentofacial
Orthop, St. Louis, vol.97, n.2, 126-9, Feb. 1990.
1
De acordo Manual de Normalização para Dissertações e Teses da Faculdade de Odontologia
e Centro de Pós-Graduação da Uniararas, com base na NBR 6023 da ABNT
83
11 CORRER SOBRINHO, L. et al. Avaliação da resistência ao cisalhamento
na colagem de bráquetes, utilizando diferentes materiais. Ver ABO Nac, São
Paulo, v.9, n.2, 157-162, jun./jul. 2001.
12- FANTINI, S.M. Avaliação dos métodos de cimentação e colagem
ortodôntica sobre o esmalte dentário. Ortodontia, São Paulo, vol. 18, n.1, 24-
32, jan./fev./mar./abr. 1985.
13- FAJEN, V.B.; DUNCANSON, M.G.; NANDA, R.S.; CURRIER, F.;
ANGOLKAR, P.V. An in vitro evaluation of bond strength of three glass
ionomer cements. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.97, n.4,
316-22, Apr. 1990.
14- FEATHERSTONE J.D.B.; O’REALLY M.M.; SHARIATI, M. et al.
Enhancement of remineralization in vitro and in vivo. In: LEACH, S A. Factors
relating to demineralization and remineralization of the teeth. IRL, Oxford, 1986.
15- FREITAS, P.C. Cimento ionômero de vidro como alternativa na colagem
em ortodontia. Ortodontia, São Paulo, vol.32, n.3, 42-7, set./out./nov./dez.
1999.
16- FRICKER, J.P. A 12-month clinical evaluation of a light-activated glass
polyalkenoate (ionomer) cement for the direct bonding of orthodontic brackets.
Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.105, n.5, 502-5, May 1994.
17- GEIGER, A.M. et al. Reducing white spot lesions in orthodontic populations
with fluoride rinsing. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.101, n.5,
403-7, May 1992.
18- GUEDES-PINTO, E. Resistência ao cisalhamento de braquetes fixados
com resinas polimerizadas por diferentes tipos de ativação. 97p.
Dissertação (Mestrado) - Faculdade de odontologia de Piracicaba,
universidade estadual de Campinas, 1997.
19- GUTIÉRREZ-SALAZAR, M.P.; REYES-GASGA, J. Enamel Hardness and
caries susceptibility in human teeth. Rev Latin Am Met Mat., vol.21, n.2, 36-40,
Dec. 2001.
20- GUTIÉRREZ-SALAZAR, M.P.; REYES-GASGA, J. Microhardness and
chemical composition of human tooth. Mat Res, São Carlos, vol.6, n.3, 367-373
Apr./Jun. 2003.
21- HAMULA, W.; HAMULA, D.W.; BROWER, K. Glass ionomer update. J Clin
Orthod, Boulder, vol.23, n.8, 420-5, Aug. 1993.
22- KING, L. et al. Bond strengths of lingual orthodontic brackets bonded with
ligth-cured composite resins cured by transilimination. Am J Orthod
Dentofacial Orthop, Saint Louis, vol.91, n.4, 312-315, Apr. 1987.
84
23- KLOCKWOSKI, R. et al. Bond strength and durability of glass ionomer
cements used as bonding agents in the placement of orthodontic brackets. Am
J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.96, n.1, 60-4, Jul. 1989.
24- MILLETT, D.T.; WELBURRY, R.R.;; GORDON, P.H. Decalcification in
relation to brackets bonded with glass ionomer cement or a resin adhesive.
Angle Orthod, Appleton, vol.69, n.1, 65-70, 1999.
25- MIZRAHI, E. Glass ionomer cements in orthodontics - An update. Am J
Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.93, n.6, 505-7, Jun. 1988.
26- NORRIS, S.; LEDOUX, P.M.; SCHWANINGER, B.; WEINBERG, R.
Retention of orthodontic bands with new fluoride-releasing cements. Am J
Orthod, St. Louis, vol.89, n.3, 206-11, Mar. 1986.
27- O’BRIEN, K.D. et al. A visible lifht-activated direct-bonding material: an in
vivo comparative study. Am J Orthod Dentofacial Orthop, Saint Luois, vol.95,
n.4, 348-351, Apr. 1989.
28- ODA, M.; OLIVEIRA, D.C.; LIBERTI, E.A. Avaliação morfológica da união
entre adesivo/resina composta e dentina irradiada com laser Er:YAG e laser
Er:YAG: estudo comparativo por microscopia de varredura. Pesquisa Odontol
Brasil, vol.15, n.4, 283-9, out./dez. 2001.
29- OGAARD, B.; ROLLA, G.; ARENDS, J. Orthodontic appliances and enamel
demineralization. Part 1. Lesion development. Am J Orthod Dentofacial
Orthop, St. Louis, vol.94, n.1, 68-73, July 1988.
30- OGAARD, B.; ARENDS, J.; HELSETH, H.; DIJKMAN, G.; Van Der KUIJL,
M. Fluoride level in saliva after bonding orthodontic brackets with a fluoride
containing adhesive. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.111, n.2,
199-202, Feb. 1997.
31- PASCOTTO, R. Materiais de colagem e cimentação em ortodontia. Parte
II. Sistemas adesivos resinosos. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial,
Maringá, vol.7, n.3, 121-8, maio/jun. 2002.
32- ROMANO, F.L.; TAVARES, S.W.; RAMALLI, E.L.; MAGNANI, M.B.;
NOUER, D.F.. Análise in vitro da resistência ao cisalhamento de braquetes
metálicos colados em incisivos bovinos e humanos. Rev Dental Press Ortod
Ortop Facial, Maringá, vol.9, n.6, 63-69, nov./dez. 2004.
33- SERRA M.C., CURY J.A. The in vitro effect of glass-ionomer cement
restoration on enamel subjected to a demineralization and remineralization
model. Quintessence Int, vol.23, n.2, 143-7, Feb. 1992.
34- SIDHU, S.K.; WATSON, T.F. Materiais de ionômero de vidro modificados
com resina. Âmbito Odontol, vol. 4, 25, 1996.
85
35- SILVA FILHO, O.G. et al. Cimentos ionoméricos: recurso comprovado para
a cimentação de bandas ortodônticas. Ortodontia, São Paulo, vol. 28, n. 3, 13-
8, jul./ago./set. 1995.
36- SILVA FILHO, O.G.; CASTRO, D.M.; CASTRO, R.M.; LAURIS, R.C.
Experiência clínica com o “Vitrebond” para colagem direta dos incisivos
permanentes no estágio de dentadura mista. Ortodontia, São Paulo, vol. 33,
n.3, 26-34, set./out./nov./dez. 2000.
37- SILVERMAN, E. et al. A new light-cured glass ionomer cement that bonds
brackets to teeth without etching in the presence of saliva. Am J Orthod
Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.108, n.3, 231-6, Oct. 1995.
38- SOLIMAN, M.M.; BISHARA, S.E.; WEFEL, J. et al. Fluoride release rate
from an orthodontic sealant and its clinical implications. Angle Orthod,
Appleton, vol.76, n.2, 282-8, 2005.
39- UNDERWOOD, M.L.; RAWIS, R.; Zimmerman, B.F. Clinical evaluation of a
fluoride-exchanging resin as an orthodontic adhesive. Am J Orthod
Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.96, n.2, 93-9, Aug. 1989.
40- VALDRIGHI, H.C. Avaliação da resistência ao cisalhamento da resina
composta e cimento de ionomêro de vidro na fixação de braquetes
metálicos. 117p. Dissertação (Doutorado) - Faculdade de odontologia de
Piracicaba, universidade estadual de Campinas, 2002.
41- VIANNA, R.; BASTOS., E.; PRIMO, L. Restaurações proximais em molares
decíduos: qual o melhor material. In: GONÇALVES, E.A.N.; FELLER, C.
Atualização na Clínica Odontológica. Cap. 18, São Paulo, Artes Médicas,
1998. p. 443-464.
42- WANG, W.N.; MENG, C.L. A study of bond strength between light and self-
cured orthodontic resin. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, vol.101,
n.4, 350-4, Apr. 1992.
43- WHITE, L.W. Glass ionomer cement. J Clin Orthod, Boulder, vol.20, n.6,
387-91, June 1986.
44- WILTSHIRE, W.A.; JANSE, S.D. Fluoride release from four visible light-
cured orthodontic adhesive resins. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St.
Louis, vol.108, n.3, 278-83, Sept. 1995.
86
ANEXOS
87
Anexo I - Valores da microdureza do esmalte inicial
HORIZONTAL
CORPO DE PROVA
VERTICAL
500 1000 1500
2000
279 291 229
3000
292 237 286
1
4000
286 245 259
2000
242 251 246
3000
249 249 251
2
4000
247 254 255
2000
256 351 296
3000
289 320 272
3
4000
271 316 299
2000
166 287 202
3000
262 256 229
4
4000
246 242 256
2000
198 206 202
3000
204 209 215
5
4000
210 199 220
2000
221 198 212
3000
199 210 201
6
4000
212 209 216
2000
210 206 229
3000
215 218 230
7
4000
222 215 221
2000
210 206 204
3000
197 212 220
8
4000
222 199 209
2000
289 301 224
3000
257 310 265
9
4000
276 306 262
2000
308 301 309
3000
310 315 318
10
4000
300 312 332
2000
268 271 279
3000
290 269 284
11
4000
273 282 271
2000
264 249 220
3000
339 224 266
12
4000
330 187 262
2000
267 258 262
3000
279 269 279
13
4000
292 274 269
2000
271 222 279
3000
298 272 282
14
4000
289 269 270
2000
263 322 307
3000
283 286 279
15
4000
304 317 291
2000
296 302 305
3000
310 320 315
16
4000
309 310 310
2000
268 289 294
3000
312 320 305
17
4000
297 308 312
2000
266 269 269
3000
290 282 278
18
4000
297 279 289
88
2000
277 263 249
3000
269 289 267
19
4000
270 295 278
2000
310 298 301
3000
319 302 315
20
4000
326 311 317
2000
265 253 271
3000
272 269 268
21
4000
269 262 274
2000
281 299 291
3000
279 302 271
22
4000
287 282 289
2000
272 269 279
3000
281 278 282
23
4000
276 268 287
2000
262 266 219
3000
242 244 266
24
4000
256 258 253
2000
249 255 262
3000
252 262 270
25
4000
258 268 269
2000
286 292 296
3000
297 299 302
26
4000
278 287 312
2000
272 261 286
3000
292 274 296
27
4000
286 299 274
2000
228 266 256
3000
241 267 262
28
4000
252 259 259
2000
262 275 265
3000
268 279 278
29
4000
271 269 270
2000
287 187 236
3000
276 197 296
30
4000
296 202 218
2000
315 325 297
3000
298 316 306
31
4000
310 301 318
2000
286 279 291
3000
279 289 287
32
4000
261 262 281
2000
296 302 297
3000
307 289 286
33
4000
229 310 292
2000
285 280 256
3000
318 363 302
34
4000
329 252 269
2000
145 212 230
3000
210 190 221
35
4000
192 202 209
2000
153 155 164
3000
158 162 162
36
4000
168 171 168
2000
277 263 249
3000
248 289 267
37
4000
232 295 256
2000
269 278 267
3000
282 292 273
38
4000
276 279 282
2000
292 275 271
89
3000
289 297 289
39
4000
246 289 285
2000
254 286 262
3000
286 272 278
40
4000
272 292 298
Anexo II - Média aritmética dos valores da Microdureza Inicial dos Corpos de
Prova de 1 a 20 e de 21 a 40
CORPO DE
PROVA VERTICAL MÉDIA
CORPO DE
PROVA VERTICAL MÉDIA
2000
266,33
2000
272,67
3000
271,67
3000
281,00
1
4000
263,33
11
4000
275,33
2000
246,33
2000
244,33
3000
249,67
3000
276,33
2
4000
252,00
12
4000
259,67
2000
301,00
2000
262,33
3000
293,67
3000
275,67
3
4000
295,33
13
4000
278,33
2000
218,33
2000
257,33
3000
249,00
3000
284,00
4
4000
248,00
14
4000
276,00
2000
202,00
2000
297,33
3000
209,33
3000
282,67
5
4000
209,67
15
4000
304,00
2000
210,33
2000
301,00
3000
203,33
3000
315,00
6
4000
212,33
16
4000
309,67
2000
215,00
2000
283,67
3000
221,00
3000
312,33
7
4000
219,33
17
4000
305,67
2000
206,67
2000
268,00
3000
209,67
3000
283,33
8
4000
210,00
18
4000
288,33
2000
271,33
2000
263,00
3000
277,33
3000
275,00
9
4000
281,33
19
4000
281,00
2000
306,00
2000
303,00
3000
314,33
3000
312,00
10
4000
314,67
20
4000
318,00
90
Anexo II - Continuação
CORPO DE
PROVA
VERTICAL MÉDIA CORPO
DE
PROVA
VERTICAL MÉDIA
2000
263,00
2000
312,33
3000
269,67
3000
306,67
21
4000
268,33
31
4000
309,67
2000
290,33
2000
285,33
3000
284,00
3000
285,00
22
4000
286,00
32
4000
268,00
2000
273,33
2000
298,33
3000
280,33
3000
294,00
23
4000
277,00
33
4000
277,00
2000
249,00
2000
273,67
3000
250,67
3000
327,67
24
4000
255,67
34
4000
283,33
2000
255,33
2000
195,67
3000
261,33
3000
207,00
25
4000
265,00
35
4000
201,00
2000
291,33
2000
157,33
3000
299,33
3000
160,67
26
4000
292,33
36
4000
169,00
2000
273,00
2000
263,00
3000
287,33
3000
268,00
27
4000
286,33
37
4000
261,00
2000
250,00
2000
271,33
3000
256,67
3000
282,33
28
4000
256,67
38
4000
279,00
2000
267,33
2000
279,33
3000
275,00
3000
291,67
29
4000
270,00
39
4000
273,33
2000
236,67
2000
267,33
3000
256,33
3000
278,67
30
4000
238,67
40
4000
287,33
91
Anexo III - Média geral dos valores iniciais da microdureza
CORPO DE PROVA MÉDIA GERAL CORPO DE PROVA MÉDIA GERAL
1
267,11
21
267,00
2
249,33
22
286,78
3
296,67
23
276,89
4
238,44
24
251,78
5
207,00
25
260,56
6
208,67
26
294,33
7
218,44
27
282,22
8
208,78
28
254,44
9
276,67
29
270,78
10
311,67
30
243,89
11
276,33
31
309,56
12
260,11
32
279,44
13
272,11
33
289,78
14
272,44
34
294,89
15
294,67
35
201,22
16
308,56
36
162,33
17
300,56
37
264,00
18
279,89
38
277,56
19
273,00
39
281,44
20
311,00
40
277,78
92
Anexo IV - Variação percentual dos valores da microdureza inicial
CORPO DE
PROVA
VERTICA
L
HORIZONTAL
500 100
0
150
0
Variação Percentual
%
de 500 para 1000
Variação Percentual
%
de 1000 para 1500
2000
279 291 229 4,30 -21,31
3000
292 237 286 -18,84 20,68
1
4000
286 245 259 -14,34 5,71
2000
242 251 246 3,72 -1,99
3000
249 249 251 0,00 0,80
2
4000
247 254 255 2,83 0,39
2000
256 351 296 37,11 -15,67
3000
289 320 272 10,73 -15,00
3
4000
271 316 299 16,61 -5,38
2000
166 287 202 72,89 -29,62
3000
262 256 229 -2,29 -10,55
4
4000
246 242 256 -1,63 5,79
2000
198 206 202 4,04 -1,94
3000
204 209 215 2,45 2,87
5
4000
210 199 220 -5,24 10,55
2000
221 198 212 -10,41 7,07
3000
199 210 201 5,53 -4,29
6
4000
212 209 216 -1,42 3,35
2000
210 206 229 -1,90 11,17
3000
215 218 230 1,40 5,50
7
4000
222 215 221 -3,15 2,79
2000
210 206 204 -1,90 -0,97
3000
197 212 220 7,61 3,77
8
4000
222 199 209 -10,36 5,03
2000
289 301 224 4,15 -25,58
3000
257 310 265 20,62 -14,52
9
4000
276 306 262 10,87 -14,38
2000
308 301 309 -2,27 2,66
3000
310 315 318 1,61 0,95
10
4000
300 312 332 4,00 6,41
2000
268 271 279 1,12 2,95
3000
290 269 284 -7,24 5,58
11
4000
273 282 271 3,30 -3,90
2000
264 249 220 -5,68 -11,65
3000
339 224 266 -33,92 18,75
12
4000
330 187 262 -43,33 40,11
2000
267 258 262 -3,37 1,55
3000
279 269 279 -3,58 3,72
13
4000
292 274 269 -6,16 -1,82
93
Anexo IV - continuação
2000
271 222 279 -18,08 25,68
3000
298 272 282 -8,72 3,68
14
4000
289 269 270 -6,92 0,37
2000
263 322 307 22,43 -4,66
3000
283 286 279 1,06 -2,45
15
4000
304 317 291 4,28 -8,20
2000
296 302 305 2,03 0,99
3000
310 320 315 3,23 -1,56
16
4000
309 310 310 0,32 0,00
2000
268 289 294 7,84 1,73
3000
312 320 305 2,56 -4,69
17
4000
297 308 312 3,70 1,30
2000
266 269 269 1,13 0,00
3000
290 282 278 -2,76 -1,42
18
4000
297 279 289 -6,06 3,58
2000
277 263 249 -5,05 -5,32
3000
269 289 267 7,43 -7,61
19
4000
270 295 278 9,26 -5,76
2000
310 298 301 -3,87 1,01
3000
319 302 315 -5,33 4,30
20
4000
326 311 317 -4,60 1,93
2000
265 253 271 -4,53 7,11
3000
272 269 268 -1,10 -0,37
21
4000
269 262 274 -2,60 4,58
2000
281 299 291 6,41 -2,68
3000
279 302 271 8,24 -10,26
22
4000
287 282 289 -1,74 2,48
2000
272 269 279 -1,10 3,72
3000
281 278 282 -1,07 1,44
23
4000
276 268 287 -2,90 7,09
2000
262 266 219 1,53 -17,67
3000
242 244 266 0,83 9,02
24
4000
256 258 253 0,78 -1,94
2000
249 255 262 2,41 2,75
3000
252 262 270 3,97 3,05
25
4000
258 268 269 3,88 0,37
2000
286 292 296 2,10 1,37
3000
297 299 302 0,67 1,00
26
4000
278 287 312 3,24 8,71
2000
272 261 286 -4,04 9,58
3000
292 274 296 -6,16 8,03
27
4000
286 299 274 4,55 -8,36
94
Anexo IV - continuação
2000
228 266 256 16,67 -3,76
3000
241 267 262 10,79 -1,87
28
4000
252 259 259 2,78 0,00
2000
262 275 265 4,96 -3,64
3000
268 279 278 4,10 -0,36
29
4000
271 269 270 -0,74 0,37
2000
287 187 236 -34,84 26,20
3000
276 197 296 -28,62 50,25
30
4000
296 202 218 -31,76 7,92
2000
315 325 297 3,17 -8,62
3000
298 316 306 6,04 -3,16
31
4000
310 301 318 -2,90 5,65
2000
286 279 291 -2,45 4,30
3000
279 289 287 3,58 -0,69
32
4000
261 262 281 0,38 7,25
2000
296 302 297 2,03 -1,66
3000
307 289 286 -5,86 -1,04
33
4000
229 310 292 35,37 -5,81
2000
285 280 256 -1,75 -8,57
3000
318 363 302 14,15 -16,80
34
4000
329 252 269 -23,40 6,75
2000
145 212 230 46,21 8,49
3000
210 190 221 -9,52 16,32
35
4000
192 202 209 5,21 3,47
2000
153 155 164 1,31 5,81
3000
158 162 162 2,53 0,00
36
4000
168 171 168 1,79 -1,75
2000
277 263 249 -5,05 -5,32
3000
248 289 267 16,53 -7,61
37
4000
232 295 256 27,16 -13,22
2000
269 278 267 3,35 -3,96
3000
282 292 273 3,55 -6,51
38
4000
276 279 282 1,09 1,08
2000
292 275 271 -5,82 -1,45
3000
289 297 289 2,77 -2,69
39
4000
246 289 285 17,48 -1,38
2000
254 286 262 12,60 -8,39
3000
286 272 278 -4,90 2,21
40
4000
272 292 298 7,35 2,05
95
Anexo V - Valores “p” das Forças Máximas N e Kgf do Ensaio I
Corpo de Prova Força Máxima (N)
Valor de p (N) Força Máxima (kgf)
Valor de p (kgf)
CP 1 40,54 0,0332 4,13 0,0331
CP 2 84,19 0,0688 * 8,59 0,0688 *
CP 3 33,5 0,0274 3,42 0,0274
CP 4 29,35 0,0240 2,99 0,0240
CP 5 65,07 0,0532 * 6,64 0,0532 *
CP 6 122,07 0,0998 * 12,45 0,0998 *
CP 7 80,34 0,0656 * 8,19 0,0656 *
CP 8 39,5 0,0323 4,03 0,0323
CP 9 78,71 0,0643 * 8,03 0,0643 *
CP 10 79,75 0,0652 * 8,13 0,0651 *
CP 11 53,14 0,0435 5,42 0,0435
CP 12 47,95 0,0392 4,89 0,0392
CP 13 40,99 0,0335 4,18 0,0335
CP 14 57,51 0,0470 5,86 0,0470
CP 15 52,99 0,0433 5,4 0,0433
CP 16 122,36 0,1000 * 12,48 0,1000 *
CP 17 59,59 0,0487 6,08 0,0488
CP 18 59,59 0,0487 6,08 0,0488
CP 19 75,75 0,0619 * 7,72 0,0619 *
* Estatisticamente significantes
Anexo VI - Valores “p” das Forças Máximas N e kgf do Ensaio II
Corpo de Prova Força Máxima (N)
Valor de p (N) Força Máxima (kgf)
Valor de p (kgf)
CP 21 35,06 0,0304 3,57 0,0303
CP 22 85,82 0,0743 * 8,75 0,0743 *
CP 23 38,54 0,0334 3,93 0,0334
CP 24 43,06 0,0373 4,39 0,0373
CP 25 71,3 0,0617 * 7,27 0,0618 *
CP 26 32,98 0,0286 3,36 0,0286
CP 27 80,79 0,0700 * 8,24 0,0700 *
CP 28 64,55 0,0559 * 6,58 0,0559 *
CP 29 88,34 0,0765 * 9,01 0,0765 *
CP 30 41,43 0,0359 4,22 0,0359
CP 31 19,34 0,0168 1,97 0,0167
CP 32 54,55 0,0473 5,56 0,0473
CP 33 67,89 0,0588 * 6,92 0,0588 *
CP 34 39,06 0,0339 3,98 0,0338
CP 35 65,52 0,0567 * 6,68 0,0567 *
CP 36 73,82 0,0639 * 7,53 0,0640 *
CP 37 72,19 0,0625 * 7,36 0,0625 *
CP 38 77,89 0,0675 * 7,94 0,0674 *
CP 39 35,2 0,0305 3,59 0,0305
CP 40 66,48 0,0576 * 6,78 0,0576 *
* Estatisticamente significantes
96
Anexo VII - Comparação das médias aritméticas da microdureza inicial e final
de cada corpo de prova, do grupo I e do grupo II.
CORPO DE
PROVA
VERTIC
AL
MÉDIA INICIAL MÉDIA FINAL
2000
266,33 37,83
3000
271,67 36,70
1
4000
263,33 35,90
2000
246,33 29,03
3000
249,67 27,03
2
4000
252,00 27,97
2000
301,00 21,83
3000
293,67 31,40
3
4000
295,33 32,70
2000
218,33 32,03
3000
249,00 29,30
4
4000
248,00 27,33
2000
202,00 17,77
3000
209,33 16,63
5
4000
209,67 17,77
2000
210,33 29,87
3000
203,33 33,93
6
4000
212,33 32,37
2000
215,00 33,63
3000
221,00 34,37
7
4000
219,33 35,83
2000
206,67 15,83
3000
209,67 16,63
8
4000
210,00 18,97
2000
271,33 14,03
3000
277,33 14,53
9
4000
281,33 16,37
2000
306,00 22,20
3000
314,33 22,03
10
4000
314,67 23,13
2000
272,67 30,40
3000
281,00 33,13
11
4000
275,33 35,07
2000
244,33 22,10
3000
276,33 14,90
12
4000
259,67 21,03
2000
262,33 24,63
3000
275,67 27,30
13
4000
278,33 30,47
97
Anexo VII - continuação
2000
257,33 57,27
3000
284,00 68,30
14
4000
276,00 67,70
2000
297,33 46,67
3000
282,67 47,30
15
4000
304,00 45,43
2000
301,00 25,47
3000
315,00 24,07
16
4000
309,67 27,33
2000
283,67 41,13
3000
312,33 39,73
17
4000
305,67 37,80
2000
268,00 18,07
3000
283,33 20,40
18
4000
288,33 18,77
2000
263,00 48,60
3000
275,00 45,33
19
4000
281,00 46,87
2000
303,00 50,87
3000
312,00 52,60
20
4000
318,00 53,43
2000
263,00 65,73
3000
269,67 65,77
21
4000
268,33 66,63
2000
290,33 59,40
3000
284,00 58,77
22
4000
286,00 57,97
2000
273,33 55,43
3000
280,33 48,80
23
4000
277,00 51,20
2000
249,00 53,63
3000
250,67 54,70
24
4000
255,67 49,90
2000
255,33 29,43
3000
261,33 31,33
25
4000
265,00 36,37
2000
291,33 45,80
3000
299,33 46,97
26
4000
292,33 42,90
98
Anexo VII - continuação
2000
273,00 47,27
3000
287,33 50,07
27
4000
286,33 49,17
2000
250,00 52,37
3000
256,67 52,53
28
4000
256,67 50,07
2000
267,33 58,10
3000
275,00 58,17
29
4000
270,00 56,50
2000
236,67 30,10
3000
256,33 29,67
30
4000
238,67 31,23
2000
312,33 46,53
3000
306,67 47,23
31
4000
309,67 47,93
2000
285,33 42,20
3000
285,00 20,67
32
4000
268,00 26,20
2000
298,33 27,40
3000
294,00 36,03
33
4000
277,00 34,87
2000
273,67 48,17
3000
327,67 47,30
34
4000
283,33 47,27
2000
195,67 18,27
3000
207,00 17,87
35
4000
201,00 23,60
2000
157,33 56,67
3000
160,67 52,83
36
4000
169,00 51,43
2000
263,00 42,87
3000
268,00 56,90
37
4000
261,00 51,23
2000
271,33 46,43
3000
282,33 45,83
38
4000
279,00 44,87
2000
279,33 57,07
3000
291,67 55,50
39
4000
273,33 52,37
2000
267,33 40,10
3000
278,67 39,33
40
4000
287,33 39,27
99
Anexo VIII - Comparação da variação percentual inicial e final entre os valores
INICIAL
FINAL
CORPO
DE
PROVA
VERTICAL
Variação Percentual
de 500 para 1000
Variação Percentual
De 1000 para 1500
Variação Percentual
de 500 para 1000
Variação Percentual
de 1000 para 1500
2000
4,30 -21,31 8,01 -2,30
1 3000
-18,84 20,68 23,77 -6,23
4000
-14,34 5,71 14,78 7,95
2000
3,72 -1,99 4,53 -5,33
2 3000
0,00 0,80 14,29 -13,51
4000
2,83 0,39 -8,31 -5,07
2000
37,11 -15,67 4,05 -12,28
3 3000
10,73 -15,00 -26,67 -6,99
4000
16,61 -5,38 -8,83 -3,13
2000
72,89 -29,62 -28,85 -10,31
4 3000
-2,29 -10,55 -72,67 57,45
4000
-1,63 5,79 -70,02 28,08
2000
4,04 -1,94 -25,37 21,33
5 3000
2,45 2,87 -19,89 10,07
4000
-5,24 10,55 0,58 10,47
2000
-10,41 7,07 8,76 8,72
6 3000
5,53 -4,29 4,05 34,42
4000
-1,42 3,35 4,35 15,38
2000
-1,90 11,17 3,09 5,09
7 3000
1,40 5,50 -11,80 14,97
4000
-3,15 2,79 -12,02 -1,16
2000
-1,90 -0,97 61,21 -8,02
8 3000
7,61 3,77 28,95 -22,96
4000
-10,36 5,03 15,52 -3,48
2000
4,15 -25,58 22,22 -8,44
9 3000
20,62 -14,52 -29,10 -15,67
4000
10,87 -14,38 6,17 -8,72
2000
-2,27 2,66 14,88 58,03
10 3000
1,61 0,95 13,23 20,56
4000
4,00 6,41 26,40 29,33
2000
1,12 2,95 -1,28 -5,19
11 3000
-7,24 5,58 -20,22 10,47
4000
3,30 -3,90 -6,67 5,95
2000
-5,68 -11,65 -31,82 55,15
12 3000
-33,92 18,75 -3,00 27,32
4000
-43,33 40,11 -20,81 78,21
2000
-3,37 1,55 28,70 -11,87
13 3000
-3,58 3,72 7,25 -16,55
4000
-6,16 -1,82 18,56 -19,42
100
Anexo VIII - continuação
2000
-18,08 25,68 3,92 -47,25
14 3000
-8,72 3,68 5,15 -8,12
4000
-6,92 0,37 -2,84 9,54
2000
22,43 -4,66 -11,07 4,30
15 3000
1,06 -2,45 -1,05 0,21
4000
4,28 -8,20 1,54 -3,46
2000
2,03 0,99 -35,48 27,00
16 3000
3,23 -1,56 -35,86 32,26
4000
0,32 0,00 -28,99 -6,12
2000
7,84 1,73 9,90 -18,90
17 3000
2,56 -4,69 -16,47 16,06
4000
3,70 1,30 -12,63 13,29
2000
1,13 0,00 32,64 8,38
18 3000
-2,76 -1,42 15,05 -0,93
4000
-6,06 3,58 29,31 -27,11
2000
-5,05 -5,32 -5,14 -1,67
19 3000
7,43 -7,61 13,68 -5,81
4000
9,26 -5,76 4,27 7,11
2000
-3,87 1,01 6,82 10,98
20 3000
-5,33 4,30 7,60 8,21
4000
-4,60 1,93 -5,32 5,04
2000
-4,53 7,11 5,69 -22,62
21 3000
-1,10 -0,37 6,07 -18,72
4000
-2,60 4,58 0,57 -16,29
2000
6,41 -2,68 -6,23 4,90
22 3000
8,24 -10,26 -6,88 10,27
4000
-1,74 2,48 7,32 -3,83
2000
-1,10 3,72 48,97 -36,48
23 3000
-1,07 1,44 -8,05 -23,93
4000
-2,90 7,09 12,88 -30,87
2000
1,53 -17,67 9,98 7,04
24 3000
0,83 9,02 5,32 1,26
4000
0,78 -1,94 1,02 4,05
2000
2,41 2,75 71,63 -18,97
25 3000
3,97 3,05 -3,55 41,91
4000
3,88 0,37 -20,44 53,13
2000
2,10 1,37 -3,18 -1,97
26 3000
0,67 1,00 -17,76 20,39
4000
3,24 8,71 -12,80 5,47
2000
-4,04 9,58 -8,67 -10,34
27 3000
-6,16 8,03 -24,25 -2,63
4000
4,55 -8,36 -21,69 4,50
101
Anexo VIII - continuação
2000
16,67 -3,76 -10,02 -4,30
28 3000
10,79 -1,87 -9,23 10,16
4000
2,78 0,00 -4,40 9,62
2000
4,96 -3,64 -16,48 20,70
29 3000
4,10 -0,36 -21,15 27,85
4000
-0,74 0,37 18,81 -1,67
2000
-34,84 26,20 14,29 17,57
30 3000
-28,62 50,25 2,52 14,74
4000
-31,76 7,92 19,25 12,66
2000
3,17 -8,62 14,56 8,47
31 3000
6,04 -3,16 5,17 7,69
4000
-2,90 5,65 6,06 -0,82
2000
-2,45 4,30 40,92 5,46
32 3000
3,58 -0,69 -30,51 -15,87
4000
0,38 7,25 -16,33 0,00
2000
2,03 -1,66 -26,38 103,74
33 3000
-5,86 -1,04 -11,22 77,62
4000
35,37 -5,81 -23,12 63,16
2000
-1,75 -8,57 -14,86 10,20
34 3000
14,15 -16,80 -5,44 -3,20
4000
-23,40 6,75 1,07 1,48
2000
46,21 8,49 -21,50 21,66
35 3000
-9,52 16,32 -4,30 -3,37
4000
5,21 3,47 -12,55 13,43
2000
1,31 5,81 -26,16 31,75
36 3000
2,53 0,00 -20,11 34,24
4000
1,79 -1,75 -22,94 37,62
2000
-5,05 -5,32 -52,94 -10,63
37 3000
16,53 -7,61 -16,02 -17,49
4000
27,16 -13,22 -11,09 1,84
2000
3,35 -3,96 -7,86 -3,72
38 3000
3,55 -6,51 -1,68 -7,91
4000
1,09 1,08 -11,18 -10,11
2000
-5,82 -1,45 -2,46 6,50
39 3000
2,77 -2,69 -6,48 4,87
4000
17,48 -1,38 -5,56 2,16
2000
12,60 -8,39 1,99 -4,63
40 3000
-4,90 2,21 2,54 -5,45
4000
7,35 2,05 -12,14 11,60
102
Anexo IX - Comparação entre a variação percentual geral inicial e final do
esmalte
CORPO DE PROVA CORPO DE PROVA
VERTICAL
Variação Percentual
Inicial %
Variação Percentual
Final %
2000
-1,25 73,75
1
21 3000
-0,74 79,21
4000
1,90 85,60
2000
17,86 104,62
2
22 3000
13,75 117,43
4000
13,49 107,26
2000
-9,19 153,92
3
23 3000
-4,54 55,41
4000
-6,21 56,57
2000
14,05 67,44
4
24 3000
0,67 86,69
4000
3,09 82,58
2000
26,40 65,62
5
25 3000
24,84 88,39
4000
26,39 104,67
2000
38,51 53,33
6
26 3000
47,21 38,43
4000
37,68 32,53
2000
26,98 40,56
7
27 3000
30,02 45,68
4000
30,55 37,23
2000
20,97 230,83
8
28 3000
22,42 215,87
4000
22,22 163,94
2000
-1,47 314,11
9
29 3000
-0,84 300,34
4000
-4,03 245,14
2000
-22,66 35,59
10
30 3000
-18,45 34,68
4000
-24,15 35,02
2000
14,55 53,06
11
31 3000
9,13 42,56
4000
12,47 36,67
2000
16,78 90,95
12
32 3000
3,14 38,72
4000
3,21 24,58
2000
13,72 11,25
13
33 3000
6,65 31,98
4000
-0,48 14,44
103
Anexo IX - continuação
2000
6,35 -15,89
14
34 3000
15,38 -30,75
4000
2,66 -30,18
2000
-34,19 -60,85
15
35 3000
-26,77 -62,22
4000
-33,88 -48,05
2000
-47,73 122,50
16
36 3000
-48,99 119,48
4000
-45,43 88,18
2000
-7,29 4,23
17
37 3000
-14,19 43,22
4000
-14,61 35,53
2000
1,24 156,95
18
38 3000
-0,35 124,66
4000
-3,24 139,05
2000
6,21 17,43
19
39 3000
6,06 22,44
4000
-2,73 11,73
2000
-11,77 -21,17
20
40 3000
-10,68 -25,23
4000
-9,64 -26,50
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo