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Centro Universitário Hermínio
Ometto
UNIARARAS
KARINA SILVA NUNES
PREVALÊNCIA DOS PADRÕES
FACIAIS I, II E III, SEGUNDO
CAPELOZZA FILHO E SUAS
REPERCUSSÕES ESTÉTICAS.
ARARAS / SP
DEZEMBRO/2006
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1
Centro Universitário Hermínio
Ometto
UNIARARAS
KARINA SILVA NUNES
PREVALÊNCIA DOS PADRÕES
FACIAIS I, II E III, SEGUNDO
CAPELOZZA FILHO E SUAS
REPERCUSSÕES ESTÉTICAS
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário Hermínio Ometto
UNIARARAS, para obtenção do Título
de Mestre em Odontologia, Área de
Concentração em Ortodontia.
Orientadora: Professora Drª. Silvia
Amélia Scudeler Vedovello
e-mail: [email protected]om.br
ARARAS/SP
DEZEMBRO/2006
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Campus Universitário “Duse Rüegger Ometo”.
UNIARARAS
CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO OMETTO
FOLHA DE APROVAÇÃO
A Dissertação intitulada: “Prevalência dos padrões faciais I, II e III, segundo Capelozza
Filho e suas repercussões estéticas”, apresentada a UNIARARAS Centro Universitário
Hermínio Ometto, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia área de concentração em
Ortodontia em 18 de dezembro de 2006, à Comissão Examinadora abaixo nominada, foi
aprovada após liberação pela orientadora.
Profa. Dra. Gisela André Paganini – Presidente (Orientadora)
Prof. Dra. Adriana Simoni Lucato – 1º Membro
Prof. Dr. João Sarmento Pereira Neto – 2º Membro
3
DEDICATÓRIA
A Melissa, minha filha amada. Você, meu presente
de Deus, é a razão maior que tenho na vida para sempre
continuar estudando, aprendendo, plantando e lutando,
pois é o estudo, o maior bem que um pai pode deixar para
seu filho.
4
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, que sempre me mostrou o
quanto sou sua filha amada, derramando sobre mim suas bênçãos e proteção,
me abençoando nessas estradas e provendo de maneira até inexplicável as
coisas necessárias para que eu pudesse cumprir a jornada. Obrigada Senhor,
por nas horas difíceis ter me dado serenidade para aceitar as coisas que não
podia mudar; coragem para mudar aquelas que podiam e sabedoria para
distinguir umas das outras.
A meu querido pai Mauro, que partiu deixando um imenso vazio. Se agora
conquisto mais essa vitória, é porque um dia esteve ao meu lado e me ensinou
a seguir pelo bom caminho. Sei que estará sempre ao meu lado, posso sentir
sua presença e ouvir seus aplausos.
A minha amada mãe Mercedes, minha amiga de todas as horas, aquela que
jamais mediu esforços para proporcionar a seus filhos o que de melhor.
Sempre pronta a lutar pelos seus ideais, a senhora é um exemplo de
determinação. Obrigada pelos valores de responsabilidade com que me criou e
pelo seu apoio nos momentos difíceis.
A meu esposo, Luís Fernando, obrigado pelo amor incondicional, pelas longas
esperas, pela paciência despendida. Por mais árdua que parecesse a
caminhada, o que mais me encorajava era voltar e encontrar você à minha
espera. Seu incentivo foi primordial para que eu concluísse a jornada.
A minha amiga Profa. Dra. Mara Lúcia Sanchez, não tenho palavras para
expressar minha gratidão e amizade. Você é para mim um exemplo a ser
seguido, mestra nata, sempre pronta a ajudar, explicando com calma e muita
didática as ciências da especialidade. Você me encorajou a iniciar a prática
ortodôntica, me mostrando dentro de sua vasta experiência que eu também era
capaz. Querida amiga, certamente o melhor ensinamento desse curso foi
aprender com sua bondade de coração que podemos sim, ajudar as pessoas.
5
Ao coordenador do Curso de Odontologia do Centro Universitário do Triângulo-
UNITRI, Prof. Dr. Caio Lúcio Marinho, que viabilizou minha participação no
curso de Mestrado, meu muito obrigada.
A amiga Profa. Ms. Marília Rodrigues Moreira, parceira de todas as horas, que
por várias vezes substituiu-me na docência, sua amizade é muito importante
para mim.
A querida aluna Rosemeire Lima dos Santos Souza, pela prestimosa
colaboração na aplicação dos questionários, meu muito obrigada.
Aos meus queridos alunos do Curso de Odontologia do Centro Universitário do
Triângulo-UNITRI, que se dispôs a participar da pesquisa.
6
AGRADECIMENTOS
Ao Centro Universitário Hermínio Ometto; à Magnífica Reitora Prof. Drª. Miriam
de Magalhães Oliveira Levada; e ao Magnífico Pró-Reitor de Pós-Graduação;
Pesquisa Prof. Dr. Marcelo Augusto Marretto Esquisatto e ao Coordenador do
Curso de Odontologia Prof. Dr. Ricardo Bozzo, pela oportunidade de
aperfeiçoamento nos estudos.
Ao Prof. Dr. Mário Vedovello Filho, Coordenador do Programa de Mestrado da
UNIARARAS, pela oportunidade da realização desse trabalho.
A Profª. Drª. Sílvia Augusta Braga Reis, obrigada pela sua atenção e presteza
em ceder sua dissertação como referência para a realização deste trabalho.
Meu muito obrigada a todo corpo docente do Programa de Mestrado em
Ortodontia, e em especial à minha orientadora Professora Doutora Sílvia
Amélia Scudeler Vedovello.
“Mestres, vocês que um dia estiveram em meu lugar e hoje compreendem
minha alegria;
A vocês, que cresceram no seu saber e se dispuseram a dividi-los comigo;
A vocês, que guiaram minhas mãos enquanto elas ainda tremiam de
insegurança do meu aprender;
A vocês, que muitas vezes ocultaram as respostas, mostrando-me o quanto
sou capaz de encontrá-las;
A vocês, que são pessoas a quem eu muito devo pelo que hoje sou e pelo que
ainda poderei ser amanhã.”
7
Saber por saber: isso é inumano... A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar
a faca e o queijo ao aluno, deve provocar a fome...
Se ele tiver fome, mesmo que não haja o queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de
roubá-los. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se
deseja.... O conhecimento.
(Rubens Alves, 2002)
8
RESUMO
A prevalência dos Padrões Faciais I, II e III foi avaliada em uma amostra
de 29 indivíduos, brasileiros, adultos, leucodermas, sem tratamento ortodôntico
ou ortopédico prévio, os quais nunca foram submetidos a nenhum tipo de
plástica facial. A classificação foi baseada na classificação de CAPELOZZA
FILHO (2004), sendo feita pela avaliação morfológica da face tanto em norma
frontal quanto lateral, por meio de fotografias padronizadas. O grau de
aceitabilidade estética e de oclusão foi avaliado através da aplicação de dois
questionários, sendo o primeiro respondido antes da avaliação fotográfica, e o
segundo após. Os resultados demonstraram que na avaliação frontal da face o
Padrão I representou a maioria da amostra (79,31%), e os Padrões II e III
representaram 10,34% respectivamente, sendo que, nessa norma os
indivíduos avaliados consideram-se esteticamente satisfeitos. na análise do
perfil, os resultados demonstraram uma maior tendência ao Padrão I (58,62%),
porém os Padrões II (37,93%) e III (3,44%) tiveram um maior incremento
quando comparados com a análise frontal. Do ponto de vista estético, os
indivíduos consideraram-se menos satisfeitos com seu perfil em relação ao seu
aspecto frontal. Em relação às quais estruturas faciais mais comprometeriam a
estética facial individual, o tamanho do queixo foi apontado como a estrutura
que mais comprometeria (44,82%), seguido pelo tamanho do nariz (41,37%).
Grande parte dos entrevistados (72,41%) considerou sua oclusão aceitável,
sendo significante em nível de 1%. Observou-se que 55,17% dos indivíduos
acreditaram não necessitar de tratamento ortodôntico, porém não houve
diferença estatística entre os que acreditaram e os que não. A maioria dos
indivíduos (93,10%) considerou como bom resultado de um tratamento
ortodôntico uma oclusão perfeita e um aspecto facial agradável e 100%
acreditaram que o tratamento ortodôntico poderia ter implicações estéticas,
porém, apenas 24,13% procurariam tratamento ortodôntico a fim de alterar seu
aspecto facial. Concluí-se que a avaliação dos critérios estéticos depende
primeiramente da percepção do observador, sendo, portanto, variável e de
caráter eminentemente subjetivo.
Palavras-chaves: Perfil; Fotografias; Estética Facial.
9
ABSTRACT
The prevalence of Face Patterns I, II and III was evaluated in a sample of
29 adult Brazilian white patients, with no previous orthodontic or orthopedic
treatment, who had never been submitted to any type of plastic facial surgery.
Classification was made by morphologic evaluation of the face, both in front and
lateral norm, by means of standardized photographs. Esthetic acceptability
level was evaluated through the use of two questionnaires. The first one was
answered before the photographic evaluation, and the second one after it. The
results showed that in the frontal evaluation of the face, Pattern I represented
most of the samples (79.31%), while Patterns II and III represented 10.34% of
them, respectively. In this norm, the evaluated patients were esthetically
pleased. In the profile analysis, the results demonstrated a bigger trend toward
Pattern I (58.62%). However, Patterns II (37.93%) and III (3.44%) had more
increment when compared to frontal analysis. From the esthetic point of view,
patients were less satisfied with the frontal aspects of their profiles. Concerning
the facial structures which most impair individual facial esthetics, chin size was
presented as the most impairing structure (44.82%), followed by nose size
(41.37%). Most interviewers (72.41%) found that the occlusion was acceptable,
and was significant in 1% level. It was observed that 55.17% of the patients
believed that they did not need any orthodontic treatment. However, there was
no statistical difference between the patients who thought so and those who did
not. Most patients (93.10%) considered a perfect occlusion and a pleasing facial
aspect as a good result of an orthodontic treatment, and 100% of them thought
that it could have esthetic implications. Only 24.13% of the patients would seek
an orthodontic treatment in order to change their facial aspects. It was
concluded that the evaluation of esthetic criteria depends primarily on the
observer’s perception. Therefore, it is variable and its character is eminently
subjective.
Key words: Profile, Photographs, Facial Esthetics
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fotografias em norma frontal dos indivíduos da amostra. A) Padrão
I B) Padrão II e C) Padrão III............................................................................ 54
Figura 2 - Fotografias em norma lateral dos indivíduos da amostra. D) Padrão
I E) Padrão II e F) Padrão III............................................................................ 55
QUADRO I - Distribuição dos tipos de Padrões Faciais em uma avaliação em
norma frontal.................................................................................................... 57
Gráfico 1 - Distribuição dos diferentes Padrões Faciais avaliados em norma
frontal ............................................................................................................... 58
QUADRO II - Distribuição dos tipos de Padrões Faciais em uma avaliação em
norma lateral .................................................................................................... 59
Gráfico 2 - Distribuição dos diferentes Padrões Faciais avaliados em norma
lateral ............................................................................................................... 60
QUADRO III - Distribuição dos tipos de Padrões Faciais................................ 62
Gráfico 3 - Distribuição geral dos diferentes Padrões Faciais.......................... 63
QUADRO IV - Grau de satisfação em relação ao aspecto facial frontal........... 64
Gráfico 4 - Distribuição das freqüências das respostas presentes no quadro IV,
em relação ao grau de satisfação com o aspecto facial frontal........................ 65
Quadro V – Resultado da escolha dos indivíduos e suas respectivas escolhas
transformadas em sinais .................................................................................. 66
QUADRO VI – Indivíduos que já se viram de perfil.......................................... 68
QUADRO VII - Grau de satisfação em relação ao aspecto facial lateral.......... 69
QUADRO VIII – Resultado da escolha dos indivíduos e suas respectivas
escolhas transformadas em sinais................................................................... 70
Gráfico 5 - Distribuição da amostra em relação aos indivíduos que se viram
de perfil ............................................................................................................ 70
QUADRO IX - Grau de comprometimento das estruturas anatômicas faciais na
estética facial.................................................................................................... 72
Gráfico 6 Comparação entre o grau de comprometimento das estruturas
anatômicas faciais na estética facial ................................................................ 73
QUADRO X - Respostas dos pacientes com relação a sua oclusão................ 75
Gráfico 7 - Grau de aceitabilidade da oclusão dos indivíduos da amostra....... 76
11
QUADRO XI - Opinião dos indivíduos sobre necessidade de tratamento
ortodôntico........................................................................................................ 78
QUADRO XII Padrão das respostas à questão 8: O que você consideraria
como um bom resultado de um tratamento ortodôntico? ................................. 80
QUADRO XIII - Questão 9: Você acredita que o tratamento ortodôntico pode
ter implicações em mudanças faciais?............................................................ 82
QUADRO XIV - Questão: Considerando suas fotos, você procuraria tratamento
ortodôntico a fim de alterar algum aspecto facial?........................................... 83
Quadro XV - Considerando sua condição facial atual, você gostaria que fossem
modificadas algumas das estruturas anatômicas faciais abaixo
relacionadas?................................................................................................... 85
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Resultado do teste de Kruskal-Wallis.............................................. 58
Tabela 2 – Comparação entre as médias dos postos das amostras................ 58
Tabela 3 - Resultado do teste de Kruskal-Wallis.............................................. 60
Tabela 4 – Comparação entre as médias dos postos das amostras................ 60
Tabela 5 – Comparação entre as médias dos postos das amostras dos dois
grupos .............................................................................................................. 61
Tabela 6 – resultado do teste de Kruskall-Wallis.............................................. 63
Tabela 7 – comparação duas a duas das amostras......................................... 63
Tabela 8 - Contingência dos dados amostrais: ................................................ 66
Tabela 9 – Resultado do teste de McNemar.................................................... 67
Tabela 10 - Contingência dos dados amostrais: .............................................. 71
Tabela 11 – Resultado do teste de McNemar.................................................. 71
Tabela 12 - Resultado do teste de Kruskall-Wallis........................................... 74
Tabela 13 - Comparação entre as médias ....................................................... 74
Tabela 14 - Resultado do teste de Kruskal-Wallis............................................ 76
Tabela 15 - Transformação em postos............................................................. 76
Tabela 16 – comparação entre as médias....................................................... 77
Tabela 17 - Resultado do teste de Mann-Whytney .......................................... 79
Tabela 18 - Resultado do teste de Kruskall-Wallis........................................... 81
Tabela 19 - Comparação entre as médias ....................................................... 81
Tabela 20 - Resultado do teste de Mann-Whitney ........................................... 84
Tabela 21 – resultado do teste de Cochran ..................................................... 86
13
SUMÁRIO
Resumo.............................................................................................................. 8
Abstract ............................................................................................................. 9
Lista de Ilustrações .......................................................................................... 10
Lista de Tabelas............................................................................................... 12
Introdução ........................................................................................................ 14
Objetivo............................................................................................................ 16
Revisão da Literatura ....................................................................................... 17
Materiais e Métodos......................................................................................... 51
Materiais....................................................................................................... 51
Métodos........................................................................................................ 52
Resultados ....................................................................................................... 56
Análise de prevalência dos padrões faciais.................................................. 57
Análise das repercussões estéticas ............................................................. 64
Discussão......................................................................................................... 87
Conclusões....................................................................................................... 95
Considerações Clínicas.................................................................................... 97
Referências Bibliográficas................................................................................ 98
Anexos ........................................................................................................... 104
14
INTRODUÇÃO
A classificação das más oclusões preconizada por ANGLE é brilhante no
seu objetivo, que é a definição das mesmas com base na relação sagital dos
primeiros molares. Tornou-se clássica e é adotada até os dias de hoje por
ortodontistas ao redor do mundo (CAPELLOZA FILHO, 2004). Embora limitada,
porque é restrita em sua essência à relação sagital dos molares, permitiu a
troca de conhecimento e experiências além da comparação de procedimentos
adotados em pacientes com más oclusões semelhantes, consagrando algumas
abordagens terapêuticas como sendo as mais eficientes para cada oclusão
(REIS; CAPELOZZA FILHO; MANDETTA, 2002).
As más oclusões passaram a ser classificadas como Classe I, Classe II,
suas divisões e em Classe III. Com o passar do tempo, inúmeros equívocos
foram cometidos em virtude desta simplificação, uma vez que é simplista tentar
enquadrar más oclusões que são tridimensionais, apenas pela observação de
um elemento clínico: a relação sagital dos molares (CAPELLOZA FILHO,
2004).
Com a percepção de que as relações espaciais e dimensionais dos
ossos basais deveriam ser consideradas na descrição das más oclusões,
passou-se a utilizar o sufixo esquelético, quando se pretendia indicar a relação
sagital das bases apicais. Foi um avanço, mas ainda continuava-se
denominando a oclusão por um detalhe, a relação molar (CAPELLOZA
FILHO, 2004).
Considerando que encontramos as mais diversas combinações de maus
posicionamentos dentários em indivíduos com relações de bases apicais
semelhantes ou não, tornou-se necessário um novo conceito no que diz
respeito à morfologia e tipologia facial. Assim sendo, CAPELLOZA FILHO
(2004) propôs uma nova denominação para as relações sagitais entre maxila e
mandíbula, bem como às deformidades esqueléticas no sentido vertical,
denominada Padrão. Essa classificação é dividida no sentido ântero-posterior
em: Padrão I, II, III e no sentido vertical em: Face Longa e Face Curta.
Partindo do conceito de classificação das s oclusões, inúmeros
autores tais como SILVA FILHO et al. (1990a); TOMITA et al. (1998) têm
15
investigado qual a prevalência destes acontecimentos nas diversas
populações, porém desconsiderando na maioria das vezes que o mesmo tipo
de problema oclusal pode estar presente em pacientes com características
morfológicas faciais diferentes, que conseqüentemente terão repercussões
faciais adversas tomando-se por base o mesmo protocolo de tratamento. Assim
sendo, a literatura é escassa no que diz respeito à prevalência dos diferentes
Padrões Faciais.
Sabe-se que 80% dos adultos que procuram tratamento ortodôntico para
si ou para seus filhos, o fazem motivados pelo desejo de melhorar a aparência,
independente de considerações funcionais ou estruturais (GIDDON, 1995).
Uma estética facial agradável associada a uma função oclusal ideal
devem ser os objetivos constantes dos planejamentos ortodônticos, devendo
os profissionais estarem atentos às características faciais, enaltecendo as
várias nuances de percepção de estética e as alterações faciais ocorridas com
o crescimento e tratamento ortodôntico.
16
OBJETIVO
Em virtude da necessidade de conhecimento de quão prevalente é cada
Padrão Facial, e quais os aspectos diretamente envolvidos na estética da face,
direcionando o ortodontista a buscar resultados mais satisfatórios tanto do
ponto de vista estético quanto funcional, bem como estabelecer limites e
prognóstico de tratamento, o objetivo do presente trabalho foi:
Avaliar por meio de análise morfológica da face no sentido ântero-
posterior, a prevalência dos padrões faciais I, II e III, segundo
CAPELOZZA FILHO, (2004).
Determinar o grau de aceitabilidade estética facial nas normas
frontal e lateral.
Apontar quais estruturas anatômicas faciais mais comprometem a
estética facial.
Identificar o desejo de modificação de algumas estruturas
anatômicas faciais dos indivíduos da amostra, em virtude da
satisfação pessoal com a estética facial.
Avaliar o grau de aceitabilidade em relação à oclusão de cada
indivíduo.
Identificar o desejo pessoal de realização de tratamento
ortodôntico.
Coletar as opiniões dos indivíduos da amostra, em relação a que
consideram um bom resultado de um tratamento ortodôntico.
Investigar se os indivíduos da amostra acreditam em mudanças
faciais provenientes do tratamento ortodôntico.
17
REVISÃO DA LITERATURA
RIEDEL (1950) estudou o perfil facial e sua relação com o padrão
dentário e esquelético de vinte e quatro crianças com oclusão normal, em
estágio de dentadura mista e limite de idade entre oito e onze anos. O traçado
do perfil facial dessa amostra foi submetido à avaliação de diversos
ortodontistas, que classificaram os perfis em três tipos: bom, aceitável e pobre.
Trinta medidas angulares e dez lineares dos perfis considerados bons e pobres
foram comparadas, demonstrando uma diferença na relação sagital das bases
apicais, no grau de convexidade do perfil esquelético e no relacionamento dos
incisivos com suas respectivas bases. Os resultados permitiram concluir que o
equilíbrio facial está relacionado a um posicionamento harmonioso do perfil do
tecido ósseo, representado pelos pontos A, B e Pg, e pelos incisivos superiores
e inferiores.
RIEDEL (1957) estudou as medidas cefalométricas, lineares e
angulares, dos tecidos ósseo e mole, de trinta mulheres escolhidas para serem
as “princesas” de uma festa tradicional de Seattle. Comparando os resultados
obtidos com os da amostra com ‘’oclusão normal’’, publicado pelo mesmo autor
em 1950 [RIEDEL (1950)], concluiu-se que os padrões esqueléticos e do tecido
mole foram muito semelhantes, comprovando que o conceito do público sobre
estética facial agradável está aparentemente em coincidência com os padrões
estabelecidos pelos ortodontistas.
RICKETTS (1968), tecendo considerações sobre a avaliação
cefalométrica da estica, meio ambiente e a lei da relação labial, discutiu
alguns dos muitos fatores a serem considerados na avaliação dos estados de
equilíbrio ou desequilíbrio entre os lábios e a língua, como uma base para a
inter-relação entre as considerações estéticas funcionais. A análise realizada
pelo autor foi composta de: a) a correlação da morfologia e da função que está
implícita na maioria das relações labiais; b) a língua interage com os lábios em
todas as funções, como a mastigação, a fala, a deglutição e, até mesmo, em
tonicidade no descanso fisiológico; c) a função da língua e do lábio pode ser
verificada por meio da radiografia cefalométrica; d) é reconhecido que os lábios
18
não são influenciados pelos dentes, que ao contrário, os dentes são
influenciados pelos lábios; e) os lábios são vistos em perspectiva ou
considerado em múltiplas dimensões; f) é feito uma distinção entre
desarmonias da boca e desequilíbrios labiais; g) as combinações das
condições o reconhecidas nos contextos de padrões, uma vez que as
condições o isoladas e classificadas, e depois correlacionadas dentro dos
padrões para uma compreensão inteligente; h) as condições do lábio e da boca
são consideradas longitudinalmente porque, quando o paciente cresce, pode-
se desenvolver mais proeminência labial ou características de uma boca mais
recessiva. Portanto, o propósito do diagnóstico clínico é agrupar condições
específicas e estudar o padrão integrado que as combinações formam e,
ajustá-los ao quadro global da análise, para compreensão das condições do
indivíduo. O autor comentou também que, para a organização, esclarecimento
e classificação das condições labiais com fins analíticos, deve-se ter como
base o crescimento, as características de comportamento, gênero, tipo étnico,
fatores essenciais para a etiologia dentro do quadro da hereditariedade e do
meio ambiente no sentido biológico. Relatou ainda que, incluindo as
considerações estéticas e funcionais, os lábios dos indivíduos adultos brancos
devem ficar contidos dentro de uma linha do nariz e o mento, o lábio inferior
fica mais perto da linha, do que o superior, os bios possuem um contorno
suave e a boca é fechada sem grandes esforços. Explicou que o equilíbrio
funcional ou posição homeostática da arcada dentária é produzido por meio de
combinações das condições dos lábios e da boca, que devem ser considerados
numa base longitudinal.
MOYERS et al. (1979) definiu Padrão como sendo um conjunto de
regras limitantes, quantitativas ou geométricas, atuando para preservar a
integração de partes sob condições variadas ou em épocas diferentes.
HOLDAWAY (1983) apresentou uma análise do tecido mole e
demonstrou a inadequação do uso exclusivo de medidas esqueléticas no
planejamento ortodôntico. A aplicação da análise proposta na telerradiografia
em norma lateral de três misses mostrou que, apesar de não apresentarem
uma oclusão ideal, essas mulheres, consagradas pela beleza, tinham as
medidas do tecido mole bastante próximas dos valores normativos. Para a
análise cefalométrica de tecido mole e sua utilização no plano de tratamento
19
ortodôntico, o autor relatou que, em geral, para adolescentes, a espessura
normal ou usual do ponto A no tecido mole seria de 14mm a 26mm.
Considerando que o ponto A é alterado pela movimentação dentária, aparelho
extrabucal dentre outros, o tecido mole acompanha esse ponto e permanece
com a mesma espessura. Quando existe uma diminuição no lábio superior,
imediatamente anterior ao incisivo, como em arcadas protrusivas, o tecido se
espessa quando os incisivos são movidos lingualmente até que se aproxime do
ponto A. Quando eliminada a diminuição labial, o movimento lingual do incisivo
faz com que o lábio siga os incisivos numa proporção de 1:1. Esses conceitos
são previsíveis em adolescentes quando a espessura labial no ponto A
encontra-se dentro da variação normal. Comentou também que, embora o perfil
de tecido mole possa variar de muitas formas, ainda pode estar em equilíbrio e
harmonia; existindo uma grande variação de aceitabilidade com relação à
posição do mento de tecido mole no perfil. Tanto os lábios quanto o mento,
devem estar numa linha próxima à linha H, mas recomendou examinar o lábio
superior por uma perspectiva diferente ou em sua relação com uma linha
perpendicular ao plano de Frankfurt e tangente à borda do vermelhão do lábio
superior, para certificação de que o planejamento é o melhor possível em
suporte labial. Explicou que o ângulo H permite alguns graus de variabilidade
de espessura de tecido mole e deve aumentar quando houver incremento na
convexidade esquelética básica e, quando a convexidade aumenta, os incisivos
inferiores têm que ser deixados numa posição mais anterior do que num perfil
esquelético côncavo ou reto. Uma espessa cobertura intertegumentar na área
do mento, pode também alinhar efetivamente o perfil facial inferior, onde os
incisivos inferiores estão bem mais para frente do que estamos acostumados a
ver. Este princípio pode também ser aplicado por meio do movimento cirúrgico
do mento ósseo para frente até que os três pontos chaves de tecido mole
estejam alinhados. Por existirem grandes variações em convexidade
esquelética, a padronização da posição do incisivo inferior à sua base apical e
de suporte, de acordo com a medida do ângulo de incisivo inferior em relação
ao Plano de Frankfurt, não reconhece que os incisivos superiores possam estar
muito retraídos, deixando o lábio superior não estético. A localização do
incisivo inferior em relação à linha que vai do ponto A ao Pogônio é um pouco
melhor, mas também não considera a grande variação na espessura dos lábios
20
e do mento de tecido mole. Concluindo, o autor comentou que é de vital
importância que em um procedimento de elaboração de um plano de
tratamento, considere-se as mudanças ortodônticas sob uma perspectiva da
análise de tecido mole, realizando alterações não apenas no ponto em que é
estabelecido o melhor perfil de tecido mole, mas, computando-se também as
alterações ocasionadas após o movimento dentário necessário.
HOLDAWAY (1984) comentou que é bastante prático, no plano de
tratamento, abordar alterações ortodônticas a partir da perspectiva de tecido
mole, sendo que o tratamento proposto ou VTO é o meio que o autor utiliza
para atingir esse objetivo.
BISHARA et al. (1985) avaliaram dois ângulos da convexidade facial: o
total, que inclui o nariz e, o parcial, que não inclui o nariz; o ângulo do tecido
mole de HOLDAWAY, o ângulo Z de MERRIFIELD e a linha estética de
RICKETTS. Participaram do estudo vinte indivíduos do gênero masculino e
quinze do feminino, leucodermas, não submetidos a tratamento ortodôntico,
avaliados cefalometricamente no sentido transversal dos cinco aos vinte e
cinco anos de idade. Os resultados revelaram que as curvas de crescimento do
perfil nos homens e nas mulheres foram significantemente diferentes, exceto
para o ângulo de convexidade facial (excluindo o nariz) e o ângulo Z de
MERRIFIELD. Uma das conclusões desse estudo é que os ângulos de
convexidade facial, o ângulo dos tecidos moles de HOLDAWAY e o ângulo Z
não permitem essa adequada avaliação do perfil facial tegumentar caso sejam
utilizados isoladamente, d a necessidade do clínico usar um número razoável
de análises dos tecidos moles para melhor avaliá-los.
PARK; BURSTONE (1986) estudaram a eficácia do uso de um padrão
cefalométrico isolado como recurso clínico para alcançar uma estética facial
previsível e desejável, ao final do tratamento ortodôntico. Selecionaram trinta
pacientes que apresentavam os incisivos posicionados aproximadamente
1,5mm à frente do plano AP, no final do tratamento. Como grupo controle,
empregou uma amostra de pacientes com oclusão normal e com perfis faciais
considerados excelentes. Os autores ressaltaram que apesar de existir uma
correlação entre o movimento ântero-posterior dos incisivos e a posição dos
lábios, esta não determina a posição final dos lábios. Concluíram que, se o
clínico desejar obter um perfil facial específico, a utilização isolada de um
21
padrão cefalométrico baseado somente nos tecidos duros não produzirá os
resultados desejados.
TALASS et al. (1987) realizaram um estudo com o propósito de
identificar e quantificar as mudanças do perfil mole causadas pela retração dos
incisivos superiores. O estudo constou de oitenta cefalogramas laterais de
pacientes do gênero feminino com idade entre dez e dezoito anos, submetidas
ao tratamento para correção da ocluo de Classe ΙΙ, divisão 1, que foram
comparadas com um grupo controle composto pelos cefalogramas de
cinqüenta e três pacientes do gênero feminino não tratadas. Concluíram que,
geralmente, o crescimento está associado somente às mudanças mínimas do
perfil mole, num período inferior a trinta e seis meses. Verificaram ainda que as
mudanças dos tecidos moles que ocorreram em resposta à retração dos
incisivos superiores foram a retração do lábio superior, o aumento do
comprimento do lábio inferior e o aumento do ângulo nasolabial. Outras
mudanças ocorreram nos tecidos moles, mas foram de pequeno significado
clínico, como a redão da abertura interlabial, o aumento na espessura de
ambos os lábios e o aumento na altura facial inferior. O comprimento do lábio
superior não aumentou com o crescimento ou com o tratamento ortodôntico.
Em geral, as mudanças na resposta do lábio inferior ao movimento ortodôntico
dos dentes foram mais previsíveis que as do lábio superior. O baixo grau de
previsão, associada com a resposta do lábio superior ao movimento ortodôntico
dos dentes, pode ser causada pela complexa anatomia e dinâmica do lábio
superior, que não poderia ser avaliada pelas técnicas cefalométricas
disponíveis.
FISMANN; VIGORITO (1987) desenvolveram um estudo comparativo da
estética facial em adolescentes brasileiros, leucodermas, com oclusão dentária
normal empregando a análise de BURSTONE. A amostra englobou cinqüenta e
quatro telerradiografias em norma lateral, de indivíduos não submetidos ao
tratamento ortodôntico, dos doze aos dezoito anos de idade. Os resultados
demonstraram maior convexidade do perfil facial no grupo masculino, em
relação ao feminino. Além disto, os padrões normais determinados neste
estudo diferiram dos padrões propostos por BURSTONE, na maioria das
variáveis estudadas, sendo que o perfil dos tecidos moles, em brasileiros,
22
caracterizou-se por uma maior convexidade do que os padrões propostos por
BURSTONE.
ALMEIDA; VIGORITO (1988) estudaram pela cefalometria de STEINER,
uma amostra de cinqüenta e sete jovens brasileiros leucodermas, com oclusão
normal e sem tratamento ortodôntico prévio, sendo vinte e quatro do gênero
masculino e trinta e três do gênero feminino. Os resultados revelaram que não
foi observado dimorfismo sexual para as variáveis estudadas, no que diz
respeito aos padrões médios de normalidade das grandezas cefalométricas
das análises de STEINER. Os padrões brasileiros evidenciaram-se diferentes
dos padrões preconizados por STEINER, verificando-se que o padrão
esquelético facial dos brasileiros (as bases ósseas apicais superior e inferior)
apresentou-se ligeiramente mais protruído em relação à base do crânio. O
ângulo ANB apresentou-se aumentado (2,5°) devido ao posicionamento mais
anterior da base apical superior em relação à inferior. Por outro lado, a
eminência mentoniana (P-NB) apresentou-se diminuída. No padrão dentário,
verificou-se que os arcos superior e inferior encontraram-se posicionados mais
anteriormente em relação às linhas NA e NB, demonstrando um aspecto mais
protruído do perfil facial. Além disto, o ângulo H.NB em ambos os gêneros,
denotou maior convexidade facial, com um valor médio de 11°.
Segundo MAMANDRAS (1988), os lábios são componentes faciais de
tecido mole suportados diretamente pelos dentes anteriores e, qualquer
mudança ocorrida durante o tratamento ortodôntico, tem um impacto direto
sobre o seu posicionamento. O autor realizou uma pesquisa para avaliar
quantitativamente o efeito do crescimento sobre a espessura e o comprimento
dos lábios superior e inferior em indivíduos de ambos os gêneros. Utilizou
telerradiografias de trinta e dois indivíduos entre as idades de oito a dezoito
anos, não tratados ortodonticamente, com padrão dentário e esquelético de
Classe Ι e os lábios em posição habitual. Para cada indivíduo foram realizadas
seis séries de traçados cefalométricos de dois em dois anos. Os resultados
mostraram que os lábios superior e inferior, sob a influência do crescimento,
aumentaram em ambas as direções com o avanço da idade, e que durante o
estudo, o comprimento e a espessura dos lábios apresentaram maior aumento
proporcional e absoluto no gênero masculino. A diferença no aumento da
23
espessura do bio inferior entre os gêneros foi de menor significância. Nos
homens a espessura labial apresentou aumento constante dos oito aos
dezesseis anos, e nas mulheres dos dez aos quatorze anos, sem alteração
após esses períodos. Esta diferença de crescimento na espessura dos lábios
entre os gêneros tem importância clínica ao se optar pela extração na terapia
ortodôntica, podendo causar efeito mais notável no perfil facial feminino que no
masculino. Dessa forma, o plano de tratamento deve ser efetuado com cuidado
em pacientes do gênero feminino que necessitam de extrações dentárias
durante a puberdade, principalmente em pacientes com perfil reto ou côncavo,
uma vez que diferenças de crescimento nas dimensões lineares dos lábios
superior e inferior, da infância à fase adulta.
COOKE; WEI (1988) investigaram o efeito do uso das olivas do
cefalostato, do espelho como referência, do sexo e do tempo na
reprodutibilidade da Posição Natural da Cabeça. A amostra foi constituída por
duzentos e dezessete chineses, de ambos os gêneros, com idade de doze
anos. A presença do espelho favoreceu a repetição da Posição Natural da
Cabeça (diferença de 1,9º com espelho e de 2,7º sem espelho). Nenhuma
diferença significativa foi encontrada com ou sem a utilização das olivas. Os
meninos apresentaram uma tendência de olharem mais para cima na presença
do espelho (média de ), o que não foi observado nas meninas. As
radiografias foram repetidas em três intervalos de tempo, de acordo com os
grupos. Os grupos cujas radiografias foram repetidas no mesmo dia da tomada
inicial (após quatro a dez minutos ou uma a duas horas) tiveram uma
reprodutibilidade semelhante com diferença média de 1,9º. A Posição Natural
da Cabeça foi menos reproduzível três a seis meses depois, quando a
diferença média foi 2,4º.
SALDANÃ et al. (1989) resumiram as principais medidas realizadas
sobre traçados cefalométricos, utilizadas para avaliar a estética facial e as
modificações produzidas durante o tratamento ortodôntico. O plano estético de
RICKETTS é uma linha para mensurar a relação entre os lábios. Nos adultos
leucodermas, os lábios devem estar contidos entre a linha que vai do mento
mole até a ponta do nariz. Com a boca fechada naturalmente, o lábio inferior
deve posicionar-se à frente do superior, situando-se respectivamente 2mm e a
4mm, à frente do plano estético. A linha H de HOLDAWAY é uma linha traçada
24
do mento mole até a porção mais anterior do lábio superior. Esta linha forma
um ângulo com a linha NB denominado de ângulo H.NB. Para um ângulo ANB
de 1° a 3°, o ângulo H.NB deverá ser de 7° a 9°, para se ter um perfil
agradável. A Linha S de STEINER tangencia o mento mole e passa pelo ponto
“S” do nariz (formado pela borda inferior do nariz e o lábio superior). Os lábios
devem tocar esta linha. Se posicionados além da linha conduzirão a um
aspecto de perfil convexo e, se ficarem aquém apresentarão um perfil reto,
considerando-se o tamanho do nariz e do mento e o relacionamento com as
outras partes que formam o perfil mole. O ângulo Z de MERRIFIELD é formado
pela intersecção de uma linha traçada tangenciando o mento mole e o lábio
mais protruído, estendendo-se até o plano de FRANKFURT. Esta linha é
denominada “Linha do Perfil”, e é uma modificação da linha H de HOLDAWAY.
Os valores normais para o ângulo Z são 80° para os adultos e 78° para jovens.
A linha de BURSTONE é traçado do mento mole ao Ponto Subnasal, localizado
no ponto de encontro do lábio superior com a borda inferior do nariz. Em
condições normais os lábios apresentam-se à frente dessa linha, 3,5mm para o
lábio superior e 2,2mm para o inferior. Finalmente, os autores esclareceram
que o é possível aplicar uma única análise cefalométrica como padrão, para
os diferentes tipos raciais ou populações com diferentes graus de
miscigenação.
CURRO; SEIDITA (1989) realizaram um estudo que demonstrou a
necessidade da valorização de um índice cefalométrico do tecido mole a fim de
promover uma melhora na estética facial, com o tratamento ortodôntico.
Enfatizaram que o ponto inicial de um tratamento ortodôntico consiste em um
completo e correto diagnóstico. No sentido vertical, deve-se observar se
necessidade de uma mecânica extrusiva ou intrusiva. No sentido horizontal,
consistindo no elemento fundamental do plano de tratamento, deve-se analisar
a posição ântero-posterior dos lábios, e a sua espessura e o seu equilíbrio com
o nariz e com o mento. Os tecidos moles devem ser sempre valorizados na
fase de diagnóstico, para que no final do tratamento seja observada uma
melhora na estética facial do paciente.
KERR; O’DONNELL (1990) avaliaram a influência das más-oclusões
Classe l, Classe ll, divisão 1 e Classe lII sobre a aparência estética da face.
Fotografias do perfil de sessenta indivíduos (trinta homens e trinta mulheres)
25
foram avaliados por quatorze avaliadores (ortodontistas, estudantes de
Odontologia, estudantes de Artes e leigos). As faces dos indivíduos com más
oclusões Classe ll e lll foram consideradas esteticamente menos agradáveis
que as dos portadores de má-oclusão Classe l.
NANDA et al. (1990) estudaram longitudinalmente as mudanças do perfil
mole de quarenta jovens entre os sete e os dezoito anos de idade. A amostra
consistiu de dezessete homens e vinte e três mulheres com oclusão de
Classe Ι e faces equilibradas, sem tratamento ortodôntico. No período de
estudo, as espessuras dos tecidos moles medidas no nariz, no lábio superior e
no lábio inferior aumentaram em quantidades variáveis. Os maiores aumentos
foram notados nas medidas do nariz. No homem, o nariz o tinha atingido o
tamanho adulto mesmo aos dezoito anos. O comprimento do lábio superior
cresceu e estavam completos aos quinze anos, em ambos os gêneros. O
dimorfismo sexual do crescimento em comprimento do lábio foi clinicamente
significante. A média do aumento incorporado nos lábios superior e inferior nos
homens foi de 6,9mm, comparado a 2,65mm nas mulheres. O ganho total na
espessura do lábio superior foi quatro vezes maior nos homens que nas
mulheres e continuou aumentado nos homens mesmo após os dezoito anos de
idade. A mudança na espessura do tecido mole do mento não foi grande, a
média foi de 2,7mm nos homens e de 2mm nas mulheres.
GENECOV et al. (1990) avaliaram radiografias cefalométricas de uma
amostra de sessenta e quatro pacientes não tratados ortodonticamente, onde
trinta e dois apresentavam má oclusão de Classe Ι, com ângulo ANB de 2° a 4°
e trinta e dois pacientes com Classe ΙΙ e ANB maior que 5°, sendo dezesseis
homens e dezesseis mulheres em cada grupo. Esta amostra foi avaliada para
determinar a quantidade, a direção e o período do desenvolvimento facial dos
tecidos moles. Os parâmetros foram avaliados na dentição permanente jovem
(onze aos treze anos) e na dentição adulta jovem (dezesseis a dezoito anos).
Os resultados mostraram que o crescimento ântero-posterior e o subseqüente
aumento da projeção anterior do nariz continuaram em ambos os gêneros
depois que o crescimento esquelético havia diminuído. As mulheres
concluíram uma ampla proporção do seu desenvolvimento dos tecidos moles
em torno dos doze anos de idade, enquanto que nos homens esse
26
desenvolvimento continuou até os dezessete anos, resultando em dimensões
maiores dos tecidos moles no gênero masculino.
SINGH (1990) estudou um grupo de sessenta pessoas, sendo trinta e
um do gênero masculino e vinte e nove do gênero feminino, para verificar as
mudanças no contorno dos tecidos moles do mento, imediatamente e após
cinco anos de tratamento. O grupo foi classificado de acordo com o tipo facial e
se o tratamento envolveu extração dos quatro primeiros pré-molares. A idade
média antes do tratamento era de dez anos e sete meses, imediatamente após
o tratamento de quatorze anos e seis meses, cinco anos após o tratamento
vinte e um anos e seis meses. Os resultados mostraram que a espessura dos
tecidos moles do mento total aumentou depois do tratamento ortodôntico. As
mulheres apresentaram menor aumento em todos os níveis do que os homens.
O grupo dolicofacial mostrou um aumento muito maior da espessura do tecido
mole do mento depois do tratamento. Os grupos femininos mesofacial e
braquifacial não mostraram aumentos estaticamente significantes. Testes de
regressão indicaram que a idade, o gênero e o tipo facial são as únicas
variáveis que influenciaram a espessura dos tecidos moles do mento.
SILVA FILHO et al. (1990a) indicaram que 88,5% da população
apresentaram algum grau de desarmonia oclusal: das más oclusões, a Classe I
foi a mais prevalente (55%), seguida pela Classe II (42%) e pela Classe III
(3%). SILVA FILHO et al. (1990b) relacionaram em um segundo trabalho a
prevalência das más-oclusões e oclusão normal com a influência da
estratificação sócio-econômica e concluíram que as más oclusões com
envolvimento esquelético guardaram forte relação com hereditariedade, não
sendo vulneráveis aos fatores ambientais para sua instalação.
De acordo com BITTNER; PANCHERZ (1990), não correlação
obrigatória entre a maioria das medidas cefalométricas e a aparência facial do
paciente. uma variação considerável no diagnóstico emitido por
profissionais com diferentes tipos de treinamento, dependendo da experiência
dos mesmos e do nível de sua crença na análise facial. Os autores, após
avaliarem a relação maxilar e dentária em crianças entre doze e quatorze anos
de idade não tratadas ortodonticamente por meio de exame visual em
fotografias faciais de frente e de perfil e comparadas com medidas
27
cefalométricas, concluíram que as más oclusões de Classe II, divisão 2,
refletem-se mais freqüentemente na face que as más oclusões de Classe III.
VIAZIS (1991a) considerou de grande importância a influência do nariz
e do mento na composição do perfil, pois as diferenças nas formas e nos
tamanhos dos narizes podem alterar significativamente a convexidade total da
face. No entanto, as modificações nas posições básicas tegumentares desta
estrutura ocorrem em função do crescimento e existe pouca coisa que o
ortodontista possa fazer.
Conforme VIAZIS (1991b), a posição natural da cabeça é aquela na qual
o indivíduo encontra-se no dia-a-dia e está relacionada com a posição correta
natural do corpo e o alinhamento da coluna cervical, baseia-se na linha de
visão e é determinada pelo equilíbrio geral da cabeça e do corpo enquanto o
indivíduo olha reto para frente. Nesta posição as pupilas ficam centradas no
meio dos olhos, definindo a linha de visão ou a horizontal verdadeira, devendo
esta ficar paralela ao solo. Segundo o autor, o tempo para que o indivíduo
posicione sua cabeça em posição natural não deverá ser maior do que três
minutos, e é o profissional quem determina a posição final da cabeça,
corrigindo-a de forma a evitar que o indivíduo incline ou estenda sua cabeça
em posição “não natural”.
CHIU E CLARK (1991) testaram a reprodutibilidade da Posição Natural
da Cabeça, em relação à vertical verdadeira, em fotografias de perfil de
sessenta e oito indivíduos (vinte e sete do gênero masculino e trinta e um do
gênero feminino). Foram realizadas duas fotografias. Na primeira, a posição da
cabeça do paciente era definida pela sua própria sensação de equilíbrio. Na
segunda, o paciente era solicitado a olhar diretamente para os seus olhos
refletidos em um espelho. Estes procedimentos foram repetidos após quatro a
seis horas no mesmo dia. Nenhuma diferença estatística foi observada entre os
dois diferentes métodos, ou na avaliação intragrupos em diferentes momentos,
justificando a utilização da Posição Natural da Cabeça e da vertical verdadeira
como referência de estudos futuros.
SCAVONE JR. (1992), estudando jovens do gênero masculino, no
período posterior ao tratamento ortodôntico, demonstrou que o nariz e o
pogônio mole apresentaram um potencial de crescimento significantemente
maior que a região subnasal e dos lábios superior e inferior, no período dos
28
quinze anos aos vinte anos de idade. Entretanto, o crescimento do pogônio
mole e do nariz não manifestaram diferenças estatisticamente significantes.
Dos quinze anos aos dezoito anos de idade, o pogônio mole deslocou-se
3,28mm para frente, em média, e o nariz cresceu 4,09mm. Além disto, o autor
também demonstrou uma redução gradativa na convexidade do perfil facial
tegumentar, no intervalo de um a cinco anos após o tratamento ortodôntico,
quando avaliado pelos ângulos H.NB e Gl’SnP’. Porém, foram observadas
alterações mínimas na convexidade do perfil tegumentar quando avaliado pelo
ângulo Gl’PrnP’, que leva em consideração o componente nasal.
ARNETT; BERGMAN (1993a) apresentaram as chaves faciais no
diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico. O propósito do estudo foi
apresentar uma análise clínica facial organizada, de fácil compreensão e,
discutir as mudanças de tecido mole associadas com tratamento ortodôntico
cirúrgico de má oclusão. Recomendaram que, primeiramente, os pacientes
devem ser examinados na posição natural da cabeça, relação ntrica e
posição labial relaxada. Segundo os autores, com esse tipo de exame pode-se
obter traços faciais esqueléticos confiáveis que reforçam todos os aspectos do
tratamento, inclusive o cefalométrico. Informaram que, geralmente, o
tratamento ortodôntico cirúrgico usado para correção da mordida, altera os
traços faciais e, portanto, o entendimento completo da face antes do tratamento
permite reverter os traços negativos e manter os positivos. O movimento
dentário usado para corrigir a mordida, pode agir negativamente à estética
facial, principalmente se não houver uma clara definição dessa estética antes
do tratamento.
ABRÃO; VIGORITO (1993) realizaram um estudo cefalométrico em
sessenta e quatro pacientes brasileiros, leucodermas de ambos os gêneros,
entre os doze e os dezessete anos de idade, submetidos a tratamento
ortodôntico, com extrações de quatro pré-molares. Os pacientes apresentavam
oclusão de Classe Ι e Classe ΙΙ, divisão 1. Para cada paciente utilizaram
três telerradiografias, uma no início, outra no meio e a terceira na fase de pós-
contenção. Analisando os resultados, os autores observaram as modificações
faciais que ocorreram durante e após o tratamento ortodôntico. Verificaram
diferenças significativas entre os gêneros, entre as más oclusões e entre os
diversos estágios de tratamento. O perfil facial dos tecidos moles sofreu
29
maiores modificações em seu terço médio. As regiões da fronte e do mento
praticamente não se alteraram durante as fases de tratamento consideradas. O
nariz apresentou um aumento significativo em seu comprimento ântero-
posterior durante os períodos de observação, decorrente do crescimento facial.
Enfatizaram que este crescimento pode comprometer a estética facial. As
maiores alterações faciais dos tecidos moles ocorreram em torno das regiões
dentoalveolares, como decorrência do tratamento ortodôntico e do crescimento.
Os lábios superior e inferior sofreram um movimento para posterior durante o
tratamento, com resultado da retração dos dentes inferiores. Estas estruturas
também aumentaram significantemente de espessura. Finalmente, notaram
uma relação evidente entre a movimentação dos tecidos moles e duros
subjacentes, mostrando a necessidade do conhecimento das possíveis
modificações faciais decorrentes do tratamento ortodôntico para decidir por um
plano de tratamento com ou sem extrações dentárias.
PERKINS; STANLEY (1993) afirmaram que a extensão da altura vertical
do vermelhão dos lábios diminui durante o tratamento pode determinar os
resultados estéticos finais para um paciente em particular. Em pacientes que
apresentam um excesso de vermelhão, é esteticamente desejável uma certa
diminuição na altura vertical do vermelhão do lábio durante o tratamento
ortodôntico, o que não é verdadeiro para o paciente com pequena altura
vertical do vermelhão. Neste estudo, os autores utilizaram os traçados
cefalométricos de quarenta pacientes do gênero feminino, adultas, onde vinte
apresentavam Classe Ι e vinte Classe ΙΙ, divisão 1. Os resultados
demonstraram uma diminuição significativa na média das alturas do vermelhão
dos lábios superior e inferior durante o tratamento. Nas pacientes com Classe Ι
houve uma diminuição de 0,75mm no superior e de 0,95mm no inferior e nas
pacientes Classe ΙΙ, o vermelhão diminuiu 0,75mm no superior e 0,6mm no
inferior. A retração do incisivo superior não foi significantemente correlacionada
com o lábio superior ou com a redução na altura do vermelhão do lábio inferior.
Por outro lado, a retração do incisivo inferior foi significantemente
correlacionada com a redução na altura do vermelhão do lábio inferior.
CZARNECKI et al. (1993) avaliaram as preferências estético-faciais pela
variação da relação entre queixo, lábio, nariz e grau de convexidade simulados
30
em silhuetas. Observaram que os homens preferem perfis mais retos e as
mulheres perfis levemente convexos, e que as piores combinações mostraram
queixos extremamente retruídos e faces excessivamente convexas. A
protrusão labial excessiva foi considerada aceitável quando narizes e queixos
proeminentes estavam presentes.
ARNETT; BERGMAN (1993 b) constataram que as chaves dentárias e
faciais utilizadas por grande parte dos ortodontistas incluem o trespasse
horizontal, oclusão do canino e oclusão do molar. A proposta dos autores para
o exame inicial facial e de perfil incluiu:
1) Visão frontal: forma do contorno, posição da linha média, terços faciais e
avaliação do terço inferior (comprimentos do lábio superior e inferior,
distância do incisivo para o lábio superior relaxado, espaço interlabial,
posição labial fechada, nível labial ao sorrir);
2) Visão do Perfil: ângulo do perfil, ângulo nasolabial, contorno do sulco
maxilar, contorno do sulco mandibular, borda orbital, contorno do osso
da face, contorno nasal base-lábio, projeção nasal, comprimento da
linha queixo pescoço e linha subnasal-pogônio.
De acordo com os autores, a informação do exame facial do paciente
determina qual procedimento poderá resultar em uma estética excelente e
funcional.
De acordo com ENLOW (1993), para a análise do perfil facial é
importante o conhecimento dos tipos faciais. O autor esclareceu que existem
dois tipos para a forma da cabeça: a longa e estreita (dolicocefálica), e a larga,
curta e globular (braquicefálica). A forma dolicocefálica determina, portanto,
uma face que é correspondentemente estreita longa e protrusiva. Este tipo
facial é chamado leptoprosopo. A forma de cabeça braquicefálica estabelece
uma face que é larga, contudo, menos protrusiva e isso se chama tipo facial
euriprosopo. O nariz dolicocéfalo é verticalmente mais longo e muito mais
protrusivo. O nariz braquicefálico é mais curto e com uma ponta mais
arredondada (arrebitado). Embora bem diferentes em configuração, as formas
dilococefálica e branquicefálica possuem estruturas que permitem capacidades
respiratórias semelhantes, visto que as câmaras nasais e a nasofaringe,
proporcionalmente mais larga no tipo braquicefálico, tendem a ser
verticalmente mais curtas. Isso determina o aspecto médio-facial verticalmente
31
mais curto do tipo facial largo, determinando um número de outras
características faciais que o distinguem da face média mais longa e mais
estreita do leptoprosopo (incluindo diferentes tendências à má oclusão). No
gênero masculino, o nariz é maior, mais protrusivo, mais longo, com mais
tecido tegumentar. Devido ao caráter mais largo no gênero masculino, a parte
da testa contínua é mais protrusiva, mais inclinada. As regiões da glabela a
supra-orbitária da testa são mais protrusivas, os olhos mais profundos. No
gênero feminino braquicefálo, cujas características são de face mais larga e
mais chata, nariz menor, bochechas quadradas e região frontal vertical tendem
a aumentar e enfatizar as características dismórficas que também estão
relacionadas com o gênero. No gênero feminino dolicocefálo as características
da face mais estreita e protrusiva associadas a esse tipo de crânio tendem a
conferir à face um aspecto mais do gênero masculino. Assim, o gênero
feminino pode ter uma face mais estreita uma região frontal mais inclinada,
maior protrusão supra-orbitária ponte nasal mais alta, nariz mais longo, um
contorno nasal aquilino ou mais verticalmente alinhado e nariz mais pontudo e
voltado para baixo. Nas crianças, tanto a braquicefálica quanto dolicocefálica, a
forma da cabeça e da face assemelham-se mais com a forma braquicefálica,
porque na dolicocefálica as formas são relativamente larga e curta no sentido
vertical e porque ainda o houve um crescimento completo. Entre a maioria
dos diferentes grupos populacionais existentes no mundo, tende a predominar
o tipo braquicefálico ou dolicocefálico. Contudo, a partir dos dois extremos
básicos na forma dolicocefálico e braquicefálico, um terceiro tipo, o
mesocefálico, encontra-se entre os dois. O ângulo total da cabeça é para o
dolicocefálico, mais de 75,9º; o mesocéfalo, de 76º a 80,9º e, o braquicefálico
acima de 81º; sendo que os tipos faciais estão relacionados com essas formas
de crânio.
FORMBY et al. (1994) pesquisaram as mudanças longitudinais no perfil
facial tegumentar de adultos. Com este objetivo, utilizaram as telerradiografias
laterais de quarenta e sete indivíduos, sendo vinte e quatro do gênero
masculino e vinte e três do gênero feminino, entre dezoito e quarenta e dois
anos de idade. Utilizaram trinta e sete pontos de referência, sendo vinte e um
nos tecidos duros e dezesseis nos tecidos moles. No gênero masculino
observaram que: 1. Com a idade, o perfil tornou-se mais reto e ambos os lábios
32
mais retrusivos; 2. As dimenes do nariz e a espessura do tecido mole do
pogônio aumentaram; 3. As espessuras dos lábios superior e inferior
diminuíram; 4. A maioria das mudanças nos tecidos duros ocorreu até os vinte
e cinco anos de idade, enquanto as mudanças nos tecidos moles tanto
ocorreram dos dezoito aos vinte e cinco anos, como após essa idade. Nas
pacientes do gênero feminino observaram que: o perfil tornou-se mais reto e os
lábios mostraram retrusão; as dimensões do nariz também aumentaram, mas a
espessura dos tecidos moles no pogônio, no lábio superior e no lábio inferior
diminuiu.
SKINAZI et al. (1994) avaliaram os perfis de indivíduos Classe I, com
idades variando entre dezoito e vinte e seis anos, não tratados
ortodonticamente. Observaram diferenças estatisticamente significantes
maiores para o grupo masculino do que para o grupo feminino, tais como o
lábio inferior e queixo. O nariz das mulheres e o queixo dos homens
contribuíram relativamente para o perfil total do tecido mole, ao invés dos lábios
superior e inferior. O perfil masculino foi em média mais reto e o perfil feminino
mais convexo.
BISHARA et al. (1995) compararam as mudanças no perfil mole
utilizando fotografias padronizadas, obtidas de jovens com má oclusão de
Classe ΙΙ, divisão 1, tratada com e sem extrações. A amostra de noventa e um
pacientes de ambos os gêneros, quarenta e quatro tratados com extrações dos
quatro primeiros pré-molares e quarenta e sete sem extrações. A idade média
dos pacientes no início do tratamento era de onze anos e meio e o período total
de tratamento ativo e da contenção foi de aproximadamente cinco anos. Os
registros ortodônticos incluíram fotografias faciais, modelos dentários e
traçados cefalométricos tomados antes e após o tratamento. Um outro conjunto
de registros foi obtido aproximadamente dois anos após o término do
tratamento ortodôntico ativo. Os resultados deste estudo indicaram que: as
mensurações das mudanças no perfil, a partir das fotografias faciais,
pareceram confiáveis, mas também apresentaram algumas limitações
significantes; alguns pontos de referência tenderam a ser menos confiáveis do
que outros, tais como, o subnasal e o gnátio. Em geral, as mensurações
realizadas nas fotografias frontais apresentaram maior confiabilidade do que as
obtidas nas fotografias laterais e as medidas lineares foram mais confiáveis do
33
que as angulares; as estruturas faciais que permaneceram mais próximas da
câmara pareceram ser relativamente maiores do que as mais afastadas; o
processo global de avaliação das mudanças faciais, por meio de fotografias,
depende da técnica e da sensibilidade do operador.
GIDDON (1995) observou um paradoxo entre os objetivos dos pacientes
ortodônticos e dos ortodontistas. Ele relatou que 80% dos adultos que
procuram o tratamento para si ou para seus filhos são motivados pelo desejo
de melhorar a aparência, independente das condições estruturais ou
funcionais. O ortodontista, entretanto, baseia-se principalmente nos desvios
das relações físicas normativas entre dentição, esqueleto e tecido mole. Seu
foco central é a saúde física e não a mental. Definiu estética como a
apreciação ou o desfrute da beleza, ou ainda, como a qualidade ou
combinação de qualidades que proporcionam intenso prazer para os sentidos,
ou que encantam as faculdades intelectuais ou morais. Ele observou,
entretanto, que a correlação precisa entre morfologia e estética não estava
definida, pois os indivíduos respondem à percepção e não às características
físicas reais, e essa percepção pode ser influenciada pelos valores da
sociedade com relação aos dotes de cada indivíduo. Sugeriu duas medidas
para favorecer a comunicação entre pacientes e ortodontistas. Inicialmente, os
ortodontistas deveriam buscar, constantemente, informações sobre a
preferência do consumidor. Em segundo lugar, a utilização da palavra correta
para fazer julgamento sobre aparência pode auxiliar o paciente e o clínico a se
comunicarem com maior precisão sobre as mudanças propostas para as várias
características. O termo aceitável foi selecionado como descrição genérica que
abrange todos os outros superlativos. De acordo com esse autor os indivíduos
deveriam ser classificados em esteticamente aceitáveis ou inaceitáveis.
PRAHL-ANDERSEN et al. (1995) avaliaram o desenvolvimento do nariz,
dos bios e do mento, em uma amostra de oitenta e dois jovens de ambos os
gêneros, não tratados ortodonticamente, na faixa etária dos nove aos vinte e
dois anos de idade. O ângulo nasolabial diminuiu com a idade e o dimorfismo
sexual tornou-se menor a partir dos nove anos; o gênero masculino apresentou
o lábio superior mais espesso que o gênero feminino e a sua velocidade de
crescimento aumentou por volta dos onze anos de idade; no desenvolvimento
vertical do lábio inferior, o gênero masculino mostrou desenvolvimento
34
significantemente maior do que o feminino; o crescimento do mento diminui no
gênero feminino após os nove anos, enquanto que no masculino foi observado
um surto de crescimento aos quartoze anos. Os resultados indicaram que: o
crescimento vertical do nariz foi maior no gênero masculino. O crescimento dos
tecidos moles e esqueléticos pareceu seguir um mesmo padrão de
desenvolvimento, ocorrendo maiores mudanças no gênero masculino em
ambos os tecidos.
BERTHOLD et al. (1995) compararam perfis esteticamente agradáveis,
selecionados entre os acadêmicos de Odontologia na Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com os padrões preconizados por
Burstone, Steiner, Holdaway, Ricketts, Merrifield, Subtelny e Riedel. O ângulo
ANB da amostra não diferiu significativamente dos 2º. A medida de Holdaway
foi a única das linhas faciais estudadas que não apresentou diferença
estatística entre os valores médios obtidos e a média padrão. Os autores
concluíram, portanto, que a medida de Holdaway seria a mais confiável para a
avaliação dessa amostra.
SCAVONE JR. (1996) avaliou as alterações no perfil facial tegumentar e
o dimorfismo sexual de vinte e um indivíduos do gênero masculino e vinte e
dois do feminino, leucodermas, brasileiros, num peodo compreendido entre os
treze e dezoito anos de idade, todos com oclusão normal e jamais tratados
ortodonticamente, num total de cento e vinte e nove telerradiografias que
abrangeu medidas lineares, horizontais e verticais, ângulos de convexidade e
proporções verticais. Três telerradiografias foram tomadas de cada jovem, com
intervalos médios bienais. Denominou-se de primeiro período de crescimento
ao intervalo compreendido entre as duas primeiras telerradiografias, enquanto
que o intervalo entre as duas últimas correspondeu ao segundo. Avaliou-se
também o período total englobado entre as primeiras e as terceiras
telerradiografias. Nos jovens do gênero masculino, observou-se que: a
espessura dos tecidos moles aumentou na maioria das regiões do perfil facial,
nos dois períodos de crescimento, embora de modo mais intenso, na região
subnasal no primeiro período, e nos lábios no segundo período; o
deslocamento anterior do nariz superou o de todas as demais regiões faciais,
no primeiro período e no período total, enquanto que no segundo não diferiu
em relação ao do lábio inferior e do pogônio mole; a protrusão dos lábios, em
35
relação ao “plano estético” de RICKETTS, diminuiu nos dois períodos de
crescimento. Entretanto, em relação à “linha de BURSTONE” apenas o lábio
inferior evidenciou uma suave redução em sua protrusão, no período total; a
proeminência do pogônio mole aumentou em relação ao lábio inferior, somente
no período total, bem como em relação ao sulco mentolabial nos dois períodos;
a convexidade total do perfil facial tegumentar (ângulos Gl’PrnP’ e N’PmP’)
aumentou no primeiro período de crescimento, enquanto que a convexidade
parcial do perfil (ângulos Gl’SnP’ e H.NB) reduziu-se no segundo período; a
altura dos componentes do perfil tegumentar aumentou nos dois períodos de
crescimento, e de modo semelhante em ambos. Porém, os maiores
incrementos concentram-se na região do lábio inferior e do mento, enquanto
menores incrementos ocorrem no lábio superior; a participação proporcional da
altura facial ântero-inferior e da altura conjunta do lábio inferior e do mento, em
relação à altura facial total, aumentou em todos os períodos de crescimento,
enquanto que a altura nasal revelou um comportamento oposto. No gênero
feminino, os resultados mostraram que: a espessura dos tecidos moles, no
período total de crescimento, aumentou apenas na região subnasal, enquanto
que nos lábios ocorreram discretas reduções; o deslocamento anterior do nariz
superou o da maioria dos componentes faciais, porém não diferiu em relação
ao do sulco mentolabial e do pogônio mole, nos períodos avaliados; a
protrusão do lábio superior, em relação ao “plano estético” de RICKETTS,
diminuiu em todos os períodos, enquanto que para o lábio inferior, bem como
para ambos os lábios em relação à “linha de BURSTONE”, isto ocorreu apenas
no primeiro período e no período total; a proeminência mentoniana aumentou
em relação ao lábio inferior, no primeiro período e no período total, bem como
em relação ao sulco mentolabial somente no período total; a convexidade
parcial do perfil ngulos Gl’SnP’e N’SnP’) exibiu reduções suaves apenas no
segundo período e no período total. O ângulo H.NB reduziu-se nos dois
períodos, embora mais intensamente no primeiro; a altura dos componentes
faciais, no primeiro período, aumentou suavemente em todas as regiões, com
exceção do lábio superior, enquanto que no segundo apenas as alturas nasal e
facial total revelaram incrementos; as proporções entre a altura dos
componentes faciais não se modificaram. Quanto ao dimorfismo sexual, os
jovens do gênero masculino apresentaram os tecidos moles mais espessos, na
36
maioria das regiões faciais, principalmente após a segunda faixa etária; maior
projeção nasal, em relação à glabela e ao násio, após a segunda faixa etária;
lábio superior mais protruído, em relação ao “plano estético” de RICKETTS,
somente na segunda faixa etária, bem como em relação à “linha de
BURSTONE”, nas duas últimas; maior profundidade do sulco mentolabial, em
relação ao lábio inferior, acentuando-se progressivamente com a idade; perfil
mais convexo (ângulos Gl’SnP’, Gl’PrnP’e H.Nb), somente na segunda faixa
etária; maior altura dos componentes do perfil em todos os períodos, com
exceção do nariz, nas três faixas etárias, e do lábio inferior e do mento, apenas
na primeira; maior participação proporcional da altura facial ântero-inferior e da
altura conjunta do lábio inferior e do mento, em relação à altura facial total,
verificando-se o oposto para a altura nasal, durante todo o período; maior
crescimento ântero-posterior e vertical em todas as regiões faciais,
excetuando-se apenas os incrementos na altura do lábio superior, no primeiro
período, e na altura nasal, no segundo.
STARCK; EPKER (1996) aplicaram um método para avaliação da
estética do perfil nasal em cefalogramas laterais, para um grupo de sessenta
indivíduos leucodermas, sendo trinta do gênero feminino e trinta do masculino,
com idade média de vinte anos, com desenvolvimento nasal completo, todos
apresentando um relacionamento esquelético de Classe Ι e somente
oclusão dentária. Os resultados dos dois grupos foram comparados para
determinar se houve diferenças morfológicas significativas entre os dois
gêneros. Os resultados mostraram que o nariz feminino e o masculino têm,
essencialmente, características de perfil similares. A variação para ambos os
gêneros estendeu-se do tipo nasal aquilino, mais comum nos homens, a um
tipo arrebitado, mais freqüente nas mulheres.
De acordo com SUGUINO et al. (1996), o exame facial constitui-se na
chave do diagnóstico para uma análise formal da estética facial. Entre as várias
linhas e ângulos utilizados para avaliar a estética facial do tecido mole temos a
Linha H de HOLDAWAY, o plano estético de RICKETTS e a análise dos
tecidos moles de BURSTONE. Contudo, advertiram que a confiança excessiva
na análise cefalométrica para o plano de tratamento, algumas vezes resulta em
problemas estéticos. Os tecidos moles recobrem os dentes e o osso pode
variar tanto que, o padrão dentoesqueletal pode ser inadequado para a
37
avaliação da desarmonia facial. Os modelos de estudo, a cefalometria e a
análise facial, devem fornecer juntos os fundamentos de um diagnóstico bem
sucedido. A análise facial deve ser usada para identificar os traços faciais
positivos e negativos para a sua correção. Portanto, é essencial uma avaliação
global do tecido mole de frente e de perfil. Na visão frontal, deve-se avaliar a
simetria bilateral e a proporcionalidade vertical. O equilíbrio geral da face é
determinado com base no equilíbrio dos terços superior, médio e inferior, que
devem ser aproximadamente iguais em altura. O terço superior da face
apresenta menor importância, pois é afetado pela linha do cabelo e é altamente
variável. O terço inferior, do subnasal ao mento, apresenta o seu comprimento
vertical igual ao terço médio, quando existe uma boa estética. Quanto à forma
do contorno, as faces podem ser largas ou estreitas, curtas ou longas,
redondas ou ovais, quadradas ou retangulares. O lábio superior, do subnasal
ao ponto mais inferior do lábio superior (Sn-Ls) mede de 19 a 22mm, e essa
medida é maior no gênero masculino do que no feminino. O lábio inferior, do
ponto mais superior do lábio inferior até o tecido mole do mento (Li-Pg), mede
de 38 a 44mm. Em repouso, a exposição do vermelhão do lábio inferior deve
ser 25% maior do que a do lábio superior. Quando existe uma boa estética o
espaço interlabial é de 1 a 5mm na posição de repouso. As mulheres
apresentaram um espaço maior dentro da variação normal. A exposição do
incisivo superior, em relação ao lábio, corresponde à distância do ponto mais
inferior do lábio superior até a borda incisal dos incisivos superiores. Ocorre
uma variação normal de 1 a 5mm e, geralmente, uma menor exposição no
gênero masculino. Durante o sorriso, a simetria é o fator mais importante na
produção de uma boa estética. Ao sorrir expõe-se normalmente ¾ de altura da
coroa para 2mm de gengiva, sendo um pouco mais no gênero feminino. Na
visão do perfil, o ângulo do contorno facial é formado unindo-se a glabela do
tecido mole, o subnasal e o pogônio mole. Avalia-se a harmonia geral da fronte,
face dia e a face inferior com este ângulo. A oclusão de Classe Ι apresenta
um ângulo facial total entre 165° e 175°. Os ângulos de Classe ΙΙ são menores
que 165° e os de Classe ΙΙΙ maiores que 175°. A convexidade do perfil é
determinada pelo ângulo “V”, que é formado por uma paralela à vertical
verdadeira de Na e a linha PoPgcom média de 13°. A espessura do lábio
38
superior pode ser medida de duas maneiras: junto ao subnasal e no ponto mais
anterior do lábio superior. A espessura do lábio inferior é determinada entre o
lábio inferior e o incisivo inferior. A espessura do tecido mole do lábio superior,
lábio inferior, e do mento devem ter a proporção de 1:1:1. O ângulo nasolabial
forma-se pela intersecção da linha do lábio superior e a linha da columela ao
subnasal. Este ângulo deve ter de 85° a 105°. No gênero feminino este ângulo
tenderá a ser mais obtuso. A projeção nasal (Pn), medida horizontal do
subnasal à ponta do nariz, normalmente mede de 16 a 20mm. A linha do
mento-pescoço deve ter aproximadamente 40mm. O lábio superior fica à frente
da linha subnasal-pogônio (Sn-Pg’) 3,5mm e o lábio inferior fica à frente da
linha 2,2mm.
OKUYAMA; MARTINS (1997) reuniram três categorias de
examinadores; ortodontistas, leigos e artistas plásticos, para determinar o grau
de concordância na classificação dos perfis de cada raça para estabelecer o
perfil facial preferido, de acordo com os grupos raciais leucodermas,
melanodermas e xantodermas. Para tanto, utilizaram cento e oitenta fotografias
dos perfis de sessenta indivíduos de cada raça, trinta de cada gênero, entre os
dezessete e trinta e cinco anos de idade. Os perfis foram classificados pelos
examinadores em bom, regular ou deficiente. Concluíram que a preferência dos
examinadores quanto aos perfis dos leucodermas, xantodermas e
melanodermas da amostra, o denotou concordância significante,
demonstrando que os critérios estéticos dos examinadores são de caráter
subjetivo e personassimos. Os perfis preferidos apresentaram as seguintes
características: suave convexidade facial, maior para os melanodermas,
seguida pelos leucodermas e, por último, os xantodermas; uma proeminência
do mento, em relação às estruturas craniofaciais (ângulo facial) maior para os
melanodermas, e também uma maior retrusão do mento, considerando a linha
LsLi, enquanto os leucodermas apresentaram a maior protrusão do mento em
relação a essa mesma linha; maior protrusão labial para os melanodermas,
menor para os leucodermas e intermediária para os xantodermas; protrusão
nasal maior para o gênero masculino do que para o feminino; a maioria dos
perfis apresentou um ângulo nasolabial menor que o mentolabial e o
frontonasal; a convexidade labial apresentou-se menor para os melanodermas
femininos e maior para os leucodermas femininos; verificou-se uma relação
39
entre a altura facial superior e a inferior e entre o comprimento do lábio superior
e do inferior, por volta de 1 e de 0,5mm respectivamente.
NANDA; GHOSH (1997) afirmaram que os conceitos ideais de beleza
diferem não nas diferentes raças e entre os gêneros, como também de um
indivíduo para o outro. Eles consideraram que a apancia é o resultado das
formas somadas aos traços de personalidade. Segundo esses autores, a
avaliação da estética facial feita pelo leigo é subjetiva e inclui fatores como o
equilíbrio e a harmonia das partes constituintes, simetria e proporções, cor e
estilo do cabelo. A avaliação do clínico, entretanto, nunca pode ser baseada
em dogmas pré-estabelecidos ou em valores médios, pois estes, quando muito,
indicam apenas uma tendência.
KLOTZ (1998) discutiu o equilíbrio, harmonia facial e oclusão ideal, que
são fatores importantes no tratamento ortodôntico. De acordo com o autor, se o
equilíbrio facial não existir, este deve ser o objetivo a ser alcançado com o
tratamento ortodôntico. Após analisar três casos clínicos de pacientes com
ângulo mandibular de médio para alto, recomendou para se chegar ao
equilíbrio facial, os seguintes parâmetros: 1) os incisivos inferiores devem ser
verticalizados sobre sua base óssea e incisivos superiores devem ser
controlados; 2) a altura facial anterior e posterior deve ser controlada, assim
como, os planos palatinos, oclusal e mandibular. Se esses parâmetros forem
seguidos durante a mecanoterapia ativa, nesses casos, o equilíbrio e a
harmonia da face inferior serão alcançados.
RODRIGUES; CARVALHO (1998) por meio de um estudo cefalométrico
compararam a estética facial em adolescentes brasileiros, leucodermas, com
oclusão normal, utilizando a análise de EPKER; FISH. Foram utilizadas
sessenta telerradiografias em norma lateral de jovens brasileiros de ambos os
gêneros, separados em igual número, entre os doze e dezoito anos de idade,
sem tratamento ortodôntico prévio. Os autores concluíram que os padrões
médios verificados para a amostra brasileira diferiram dos padrões propostos
por EPKER; FISH, para todas as variáveis horizontais, com exceção da
distância interlabial e das variáveis verticais.
BISHARA et al. (1998) avaliaram cinco parâmetros de mudanças de
tecido mole usados no diagnóstico e plano de tratamento. Para o estudo,
selecionaram trinta e cinco pacientes, sendo vinte do gênero masculino e
40
quinze do gênero feminino, com idades variando entre cinco e quarenta e cinco
anos, quanto às mudanças ocorridas no perfil facial que ocorrem com o
crescimento e tratamento ortodôntico. Os parâmetros avaliados foram: dois
ângulos de convexidade facial, o ângulo de tecido mole de HOLDAWAY e o
relacionamento do lábio superior e inferior em relação a linha estética de
RICKETTS. Os resultados indicaram que: 1) em geral, as mudanças em
homens e mulheres foram similares em magnitude e direção. A época de
maiores mudanças no perfil de tecido mole ocorreu mais precocemente nas
mulheres, entre dez e quinze anos, do que nos homens, entre quinze e vinte e
cinco anos; 2) o ângulo de convexidade do tecido mole que o nariz expressou,
foram pequenas mudanças entre cinco e quarenta e cinco anos; 3) os lábios
superior e inferior tornaram-se significantemente mais retruídos em relação a
linha estética entre quinze e vinte e cinco anos, tanto para os homens quanto
para as mulheres e, a mesma tendência continuou entre vinte e cinco e
quarenta e cinco anos de idade; 4) o ângulo do tecido mole de HOLDAWAY
diminuiu progressivamente entre cinco e quarenta e cinco anos de idade. É
importante para o clínico conhecer essas mudanças quando do planejamento
do tratamento ortodôntico, uma vez que as mesmas podem influenciar na
decisão de extração e não extração.
BERTHOLD et al. (1998), com o objetivo de verificarem quais medidas
cefalométricas usadas na avaliação do perfil mole apresentariam valores-
padrão compatíveis com os de uma amostra de perfis faciais agradáveis, além
de avaliarem a existência ou não de diferenças estasticas significativas entre
os valores obtidos para os gêneros masculino e feminino, selecionaram uma
amostra de quarenta e dois indivíduos (vinte e um do gênero masculino e vinte
e um do gênero feminino), leucodermas, na faixa etária de dezoito a vinte e
seis anos, os quais foram selecionados como sendo os que possuíam os perfis
faciais mais agradáveis dentre os alunos da Faculdade de Odontologia da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Para atingir os objetivos
propostos, foram realizadas quarenta e dois telerradiografias em norma lateral
e adotadas vinte e dois medidas de avaliação do perfil mole. Os resultados
indicaram que as medidas, cujos valores-padrão mais se aproximaram aos da
amostra, para ambos os gêneros, foram: ângulo de convexidade facial de
Burstone, linha de Burstone, linha H.NB, ângulo Z e Sn.Stms. Pôde-se
41
constatar, também, que houve diferenças estatísticas significativas na amostra,
quando os valores encontrados para o gênero masculino foram comparados
aos do gênero feminino, em doze medidas.
AUGER; TURLEY (1999) selecionaram vinte e cinco fotografias de perfis
faciais femininos em revistas de moda importantes nos seguintes intervalos de
tempo:
1- De 1900 a 1929
2- De 1930 a 1949
3- De 1950 a 1969
4- De 1970 a 1979
5- De 1980 a 1992
As fotografias foram corrigidas para apresentarem o mesmo tamanho e
a mesma orientação, e quatorze variáveis do perfil foram analisadas.
Comparando os grupos, os autores não observaram diferenças no perfil de
tecido mole superior ao ponto subnasal, ou na relação entre o mento e a face
superior (ângulo de convexidade facial). No entanto, todas as medidas que
envolviam os bios foram significativamente diferentes. As fotografias mais
recentes apresentaram lábios mais cheios e anteriormente posicionados. Os
resultados permitiram concluir que o padrão de estética para o perfil facial de
mulheres brancas não é estático, e mostrou uma tendência, nesse século, de
preferir lábios mais volumosos e protrusos.
ABDO et al. (2000) realizaram um estudo cefalométrico comparativo do
ângulo nasolabial e ângulo nasofacial antes e após o tratamento ortodôntico,
em pacientes Classes II, divisão I de Angle. Foram selecionados quatorze
pacientes, de ambos os gêneros, sendo oito do gênero feminino e seis do
masculino, com faixa etária de dez anos e seis meses a trinta e nove anos. A
média de idade no início do tratamento foi de vinte e um anos e seis meses,
Foram utilizadas duas telerradiografias cefalométricas de cada paciente
referentes às fases inicial e final de tratamento. Todas as telerradiografias
foram realizadas com os lábios em repouso e os dentes em oclusão cêntrica.
Os autores concluíram que os pacientes Classe II, divisão 1, tratados com
extrações de pré-molares, apresentaram um aumento considerável e
estatisticamente significante do ângulo nasolabial, confirmando afirmativas
anteriores que as mudanças do ângulo nasolabial traduzem alterações do lábio
42
superior e não da base nasal, provavelmente em resposta à retração dentária.
Após a constatação de que o crescimento nasal pode minimizar o efeito
deletério da retração labial, pode-se deduzir que a indicação de rinoplastia
deve ser feita após a finalização dos tratamentos.
REIS (2001), tendo entre os objetivos, avaliar o grau de aceitabilidade
facial de cem indivíduos, jovens, leucodermas, de ambos os gêneros, tendo
como critério mínimo de qualidade facial a ausência de assimetria e a
possibilidade de fazerem selamento labial passivo, analisados por meio de
documentação fotográfica padronizada, avaliada por ortodontistas, leigos e
artistas plásticos; concluiu que, na análise do perfil facial, as variações entre os
diferentes grupos de examinadores não mostraram diferença estatística
significante, com os ortodontistas sendo os grupos mais condescendentes,
provavelmente devido ao fato de reconhecerem que determinados problemas
específicos de sua área, esses profissionais estabeleceram uma relação custo
benefício entre problema e tratamento e, passou-se a considerar o “defeito”
aceitável. Em outras palavras, descartar a correção cirúrgica e aceitar o
“defeito” que se tratado seria compensatoriamente. Por analogia, os leigos, que
foram entre os examinadores os mais exigentes, estariam mais livres para
identificar e apontar problemas, fazendo uma análise, diga-se, mais pura.
Quando os resultados das avaliações de frente e perfil foram comparados,
encontrou-se o principal achado que, para todos os grupos de avaliadores, as
notas de frente foram maiores que as de perfil. Isso indicou que um mesmo
indivíduo permitiu avaliações diferentes quando submetido a uma análise facial
subjetiva em norma frontal e lateral. A autora considerou essa possibilidade
muito lógica, já que há determinadas estruturas faciais que são mais visíveis no
perfil, como por exemplo, nariz e queixo. Como são elas, as mais consideradas
para definir desagradabilidade facial nessa norma, é óbvio que, quando
afetadas por um problema qualquer, concorrerão para que a nota para o perfil
seja inferior à nota para o frontal.
BRANDÃO et al. (2001) recomendaram a integração de métodos para o
diagnóstico da má oclusão de Classe II, divisão 1, uma vez que ao realizar uma
avaliação comparativa entre a cefalometria e a análise facial subjetiva,
concluíram que o melhor exame para diagnóstico em Ortodontia seja a análise
facial subjetiva, uma vez que a avaliação subjetiva testada em termos de
43
concordância com os achados cefalométricos para a posição da maxila e
mandíbula demonstrou ausência de significância estatística, apesar da
razoável coerência entre os exames. Contudo, advertiram que para realizar a
análise subjetiva é necessário de prática e tempo. As análises cefalométrica e
facial, usadas em conjunto e com conhecimento de suas correlações com os
diferentes tipos de má oclusão vão proporcionar um melhor diagnóstico e plano
de tratamento na correção ortodôntica.
CARDOSO et al. (2002), tiveram como objetivo de estudo, avaliar as
características sagitais, verticais e transversais da oclusão de uma amostra de
trinta e oito brasileiros, de ambos os gêneros, entre quinze e trinta e oito anos
de idade, portadores de Padrão Face Longa com indicação de tratamento
ortodôntico-cirúrgico. A avaliação da relação sagital dos pré-molares nos
modelos de gesso em oclusão permitiu observar a ausência de oclusão normal
na amostra. A prevalência observada das más oclusões foi: Classe I (13,2%),
Classe II, divisão 1 (71%) e Classe III (15,8%). No gênero feminino a
prevalência obtida foi: Classe I (0%), Classe II, divisão 1 (87%) e Classe III
(13%). Na amostra masculina encontrou-se 33,3% Classe I, 46,7% Classe II,
divisão 1 e 20% Classe III. A média do trespasse horizontal verificado foi
5,22mm +/- 3,81mm, variando entre -4mm e 17mm. O trespasse horizontal foi
estatisticamente maior no gênero feminino. A média e o desvio padrão obtidos
para o trespasse vertical foi 0,29mm +/- 3,15mm, variando entre -9mm e 7mm.
Não houve diferença estatística para esta variável entre os gêneros. A mordida
cruzada posterior foi observada em 34% da amostra, estando presente em
todos os pacientes Classe III, em nenhum paciente Classe I e em 26% dos
pacientes Classe II, divisão 1. A variabilidade foi a regra na relação oclusal dos
indivíduos avaliados, portadores de padrões esqueléticos semelhantes e que
exigem procedimentos cirúrgicos com protocolos similares para sua correção.
Isto comprova a inadequação da classificação destes pacientes pela relação
molar e o acerto em nominá-los pelo erro esquelético.
JANSON (2002), estudando a influência do Padrão Facial na decisão de
extrações no tratamento ortodôntico, concluiu que o plano de tratamento
ortodôntico requer a integração de fatores objetivos de diagnóstico (história,
morfologia e características funcionais do paciente) e fatores subjetivos
(estética e psicossocial) e que a decisão da realização ou não de extrações de
44
casos ortodônticos com discrepâncias intra-arcos limítrofes, como parte de
seus tratamentos, deve ser baseada nas características dos padrões faciais de
cada paciente, com o objetivo de obter uma estática facial harmoniosa.
BRANDÃO et al. (2002) avaliaram a correlação entre as características
dentárias, esqueléticas e tegumentares da oclusão Classe II, div. 1ª,
obtidas por meio da cefalometria e do exame facial numérico, em um grupo de
trinta indivíduos de ambos os gêneros, leucodermas, com idade entre doze e
dezesseis anos. Foram encontradas correlações estatisticamente significantes
para as seguintes grandezas: mandíbula e grau de convexidade tegumentar;
convexidade esquelética e convexidade tegumentar; convexidade esquelética e
ângulo da linha mento-pescoço; protrusão dos incisivos inferiores e ângulo
labiomental; comprimento mandibular e ângulo da linha queixo pescoço; altura
facial do terço médio esquelético e tegumentar; altura facial do terço inferior
esquelético e tegumentar, concluíram que o razoável nível de concordância
observado nas correlações, entre os exames sugere que as características
esqueléticas e dentárias impressionam o tecido tegumentar e são lidas em um
processo de análise facial, sendo a grande vantagem do uso combinado destes
exames é descobrir na face do indivíduo com má ocluo o que é aceitável.
VEDOVELLO FILHO et al. (2002), em uma revisão de literatura sobre
análise facial e sua importância no diagnóstico ortodôntico, observaram que a
análise do tecido mole deve ser o elemento fundamental para o diagnóstico
ortodôntico, visando à melhora no Padrão Facial. Concluíram que para a
avaliação personalizada da face, deve-se levar em consideração as diferenças
raciais existentes, assim como as diferenças quanto ao gênero e ao grau de
maturação em que o indivíduo se encontra e que a análise facial é
indispensável para o diagnóstico ortodôntico, pois identifica as características
positivas e negativas do perfil mole do indivíduo, sendo adequado associá-la à
cefalometria convencional, assim como aos outros exames complementares
existentes.
REIS; CAPELOZZA FILHO; MANDETTA (2002), investigando a
prevalência de oclusão normal e das más oclusões de Classe I, Classe II
(divisões 1 e 2) e Classe III em uma amostra constituída de cem indivíduos
(cinqüenta de cada gênero) com o objetivo de representar a população de
brasileiros, adultos, leucodermas, não tratados ortodonticamente e
45
caracterizados pela normalidade de perfil facial, tendo como critério mínimo de
inclusão o selamento labial passivo, concluíram que a classificação da
relação oclusal sagital revelou que 7% da amostra apresentou oclusão normal
e 93% más oclues, sendo 48% Classe I, 36% Classe II divisão , 6%
Classe II divisão e 3% Classe III. O caráter de normalidade da amostra foi
acentuado com a exclusão de oito indivíduos considerados esteticamente
desagradáveis por uma banca heterogênea de examinadores. A amostra
resultante era então caracterizada pela normalidade funcional e estética do
perfil facial. Este grupo apresentou 7,6% de oclusão normal, 48,91%
oclusão Classe I, 34,78% Classe II, divisão 1ª, 5,44% Classe II divisão e 3%
Classe III. Finalmente, foram excluídos sete indivíduos portadores de oclusão
normal, que não teriam indicação de tratamento ortodôntico. A prevalência de
más oclusões foi então determinada para os adultos com indicação de
tratamento ortodôntico, portadores de normalidade funcional e estética do
perfil, representada pelo selamento labial passivo e pela aparência estética
aceitável ou agradável, que, portanto teriam bom prognóstico para a correção
ortodôntica. Os resultados obtidos foram de 52,94% Classe I, 37,64% Classe II
divisão 1ª, 5,9% Classe II divisão e 3,52% Classe III, sendo que para esses
pacientes é possível estabelecer objetivos ortodônticos ideais ou
compensatórios, com bom prognóstico.
ALMEIDA; MAZIERO (2003), revisando a literatura sobre a importância
da estética facial no diagnóstico e planejamento ortodôntico, concluíram que
embora existam diversos trabalhos sugerindo medidas cefalométricas ideais
para a face e, especificamente a posição dos lábios, devemos sempre lembrar
que a beleza mostra-se altamente subjetiva e densamente influenciada pelos
aspectos sociais, raciais, étnicos e psicológicos. Essa influência pode refletir
negativamente, pois o que a sociedade considera belo nos dias atuais pode
sofrer alterações durante os anos, modificando as exigências em relação à
estética. Além disso, sabe-se que na face encontram-se estruturas de tecidos
moles que sofrem alterações marcadas pelo processo de crescimento e
envelhecimento. O nariz e as orelhas crescem durante toda a vida do indivíduo,
modificando suas proporções em relação às outras estruturas faciais. O
equilíbrio estético deve sempre considerar, nesse aspecto, a idade do paciente
e o ortodontista deve ter a capacidade de visualizar seus pacientes nas fases
46
mais avançadas da vida. Desta forma, torna-se fundamental uma análise
criteriosa de todos os fatores envolvidos na concepção da estética facial, para
que o planejamento ortodôntico seja direcionado para conciliar ao ximo os
objetivos funcionais e estéticos do tratamento.
DIOGO; BERNARDES (2003), comparando a preferência estética do
perfil facial tegumentar em fotografias de perfil com padrões cefalométricos
através da análise de noventa telerradiografias laterais de pacientes tratados
ortodonticamente avaliados por ortodontistas e leigos, concluíram que os
ortodontistas foram mais criteriosos e severos na avaliação do perfil facial em
relação aos leigos, sendo que a preferência estética apresentou-se com uma
suave tendência a uma maior convexidade facial e a uma leve protrusão dos
lábios superior e inferior estatisticamente significantes, visto que os resultados
foram bastantes similares com os padrões cefalométricos existentes, porém
com uma convexidade do perfil facial e leve protrusão labial.
BOECK et al. (2003), após realizarem um levantamento da prevalência
de más oclusões esqueléticas (Classe I, II e III) apresentada pelos pacientes do
Centro de Pesquisa e Tratamento das Deformidades Buco-Faciais
(CEDEFACE), considerando o dimorfismo sexual e o tipo de cirurgia realizada
para cada caso, assim como a análise das estruturas anatômicas afetadas,
concluíram que a prevalência de más-oclusões em pacientes portadores de
deformidades dentofaciais é inversa à observada na população em geral,
sendo a Classe III a mais prevalente, acometendo 53,59% da amostra
analisada, a oclusão de Classe I foi observada em apenas 1,65% dos
pacientes avaliados e a Classe II representou 39,22% da amostra. A grande
prevalência da Classe III esquelética neste caso, dá-se provavelmente devido
ao fato que a percepção estética é muito mais desagradável que a da Classe II,
o que pode impulsionar o paciente a buscar um tratamento que tenha um
resultado mais agressivo em todo sistema estomatognático e principalmente
em sua face, aceitando com mais facilidade e convicção, as propostas de um
tratamento ortodôntico-cirúrgico.
COLOMBO et al. (2004), objetivando realizar uma análise facial frontal
em repouso e durante o sorriso em fotografias padronizadas em uma amostra
de quarenta mulheres, com idade média de vinte e dois anos, leucodermas,
com faces agradáveis, Classe I de Angle, sem história prévia de tratamento
47
ortodôntico ou cirurgia plástica de face, obtiveram duas fotografias de cada
participante da amostra, sendo uma no sorriso máximo e outra em repouso.
Sobre as fotografias, foram realizadas medidas lineares, angulares e
proporcionais. As medidas foram avaliadas por meio do teste de normalidade,
estatística descritiva e desvio padrão do erro. Os resultados mostraram que
algumas medidas utilizadas assemelhavam-se às encontradas na literatura e
outras diferiam muito. A partir dos resultados, os autores concluíram que a
análise facial frontal deveria ser utilizada rotineiramente nos diagnósticos e
planejamentos ortodônticos.
CAPELOZZA FILHO (2004) recomendou que na observância dos
critérios cefalométricos deve-se considerar que a beleza depende
primeiramente da percepção do observador, sendo, portanto, variável e, as
oclusões normais podem apresentar os perfis com: tendência retrusiva de
senilidade precoce e tendência protrusiva do tipo juvenil. Entre as muitas
proposições da estética facial, encontram-se: a estética do perfil cutâneo; a
estética do sorriso; a classificação do perfil labial; as mudanças do perfil com o
crescimento e, as mudanças do perfil com o tratamento. Ocorrem três
alterações no tecido mole, em decorrência do tratamento ortodôntico. São elas:
a retração do lábio superior; o aumento no comprimento do lábio inferior e
aumento do ângulo nasolabial. O comprimento do lábio superior não aumenta
nem com o crescimento nem com o tratamento ortodôntico. Em geral, as
alterações do bio inferior em relação ao movimento dental ortodôntico são
mais previsíveis do que as do lábio superior. A espessura, postura e tonicidade
da musculatura bucal têm considerável influência sobre a forma e posição
labial, podendo mascarar as grandes mudanças dentárias e diminuindo
consideravelmente as mudanças faciais, dificultando a predizibilidade dos
resultados finais. As mudanças no complexo maxilar são mais difíceis de
predizer devido à natureza intricada dos tecidos tegumentais e detalhes como a
tensão e tônus muscular que são perdidos pela conversão de estruturas
tridimensionais em radiografias cefalométricas. A complexa interação entre o
movimento dental, rotação mandibular e os tecidos moles peribucais indicam
que o plano de tratamento não pode ser considerado somente a partir de
padrões cefalométricos e dos tecidos moles. O simples uso de proporções
entre os lábios e os incisivos são de pouco valia para se obter os objetivos
48
finais quando aplicados individualmente. O ângulo naso-labial não muda
significante com o crescimento e o seu aumento está significantemente
relacionado com a retração do incisivo superior, sendo influenciado também
pelo aumento da altura facial inferior e do plano mandibular durante o
tratamento. Cerca de 90% deste aumento é atribuído a mudanças no ponto Ls,
enquanto que 10% à inclinação da columela do nariz. No peodo pós-
contenção ainda ocorre alterações, como uma tendência progressiva de
retrusão da região subnasal e labial, levando a uma redução gradativa na
convexidade facial. A extração ou não de elementos dentários, se baseados
em diagnóstico preciso, parece não ter efeitos deletérios sobre o perfil facial.
De acordo com o autor, a base do diagnóstico em Ortodontia deve ser
morfológica, devendo ficar claro que o paciente para ser classificado como
Padrão I deverá preencher requisitos exigentes. Dentro dessa perspectiva, é
importante que certos pametros sejam observados. O primeiro deles é que,
embora a beleza exija a presença de equilíbrio quase como via de regra, a
presença de equilíbrio não significa necessariamente que a beleza está
presente. Portanto, exige-se do indivíduo Padrão I equilíbrio, não beleza. Outro
aspecto importante a ser considerado é inerente à variabilidade da face
humana expressa pela clássica ordenação dos tipos faciais. Portanto,
características de equilíbrio em indivíduos com diferentes tipos faciais,
morfologicamente diferentes estão presentes no Padrão I. Embora possa haver
predileção subjetiva para agradabilidade, ou mesmo a sensação de que no
mesofacial o equilíbrio atinja sua expressão máxima, isso não deve ser
tecnicamente suportado na abordagem ortodôntica, uma vez que indivíduos
Padrão I podem ser meso, dólico ou braquifaciais. Assim sendo, a melhor
definição de Padrão I é a de um indivíduo normal com oclusão, o que quer
dizer que o erro dentário é primário, ou seja, a essência da doença, podendo
apresentar qualquer erro no posicionamento dentário, seja transversal, ântero-
posterior ou vertical, sem envolvimento esquelético. Os indivíduos Padrão I
apresentam na análise morfológica frontal, simetria aparente, distância
intercanto medial dos olhos similar à largura do nariz, distância interpupilar
similar à largura da comissura bucal, proporção entre os teos faciais, altura
do lábio superior equivalente à metade da altura do lábio inferior, colume
proporcional de vermelhão dos lábios e selamento labial passivo, o qual pode
49
estar comprometido nos paciente acometidos por protrusão da arcada dentária
superior. Na análise de perfil, a normalidade é caracterizada por um grau
moderado de convexidade. A expressão da maxila na face é identificada pela
presença da projeção zigomática e depressão infra-orbitária, que podem ser
verificadas também na visão frontal. A linha de implantação do nariz,
normalmente paralela a uma vertical verdadeira, denota adequada posição
maxilar. O sulco naso-geniano com leve inclinação posterior completa a
avaliação do equilíbrio maxilar. O ângulo naso-labial avalia a relação da base
nasal em relação ao lábio superior, cuja posição é fortemente determinada pela
inclinação dos incisivos superiores. Portanto, esse ângulo pode estar
adequado, aberto ou fechado nos pacientes Padrão I, como conseqüência da
posição dos dentes anteriores superiores, independente do bom
posicionamento maxilar, sempre observado nestes pacientes. O equilíbrio
mandibular, tamanho, forma e posição, podem ser verificados na avaliação do
perfil por meio da linha queixo-pescoço. Ela deve ter um tamanho normal e
tende ao paralelismo com o plano de Camper. Esse paralelismo contribui para
um ângulo adequado entre as linhas do queixo e pescoço. Além disso, espera-
se um ângulo mentolabial agradável esteticamente e construído com igual
participação do lábio e do mento. As más oclusões do Padrão II podem ser
provocadas por uma maxila protrusiva ou mais freqüentemente por uma
mandíbula retrusiva, ou ainda combinação de ambas as situações. as más
oclusões de Padrão III, são caracterizadas por um degrau sagital
maxilomandibular dimindo, por retrusão maxilar e ou prognatismo mandibular.
Portanto, são de caráter eminentemente esquelético e nem sempre
apresentam uma relação molar de Classe III, havendo situações que poderá
ser de Classe I e, mais raramente de Classe II, sendo essas situações
provocadas por atipias no posicionamento dentário, facilmente identificáveis e
com certeza, constituem exceção.
REIS et al. (2005) relataram que as faces equilibradas, denominadas
Padrão I, podem apresentar qualquer tipo de oclusão, a oclusão normal
pode ser observada em faces Padrões II, III, Face Longa ou face Curta com
discrepâncias moderadas, passíveis de compensações dentárias naturais ou
ortodônticas. Portanto, a característica oclusal não deve ser a referência para a
seleção de faces equilibradas, selecionadas, então, a partir da avaliação
50
morfológica da face nas visões frontal e lateral. Dessa forma, o estudo
cefalométrico das faces Padrão I fornece os padrões de normalidade para
comparação com grupos discrepantes dessa mesma população, permitindo
quantificações mais realistas dos erros apresentados e oferecendo referências
para correções na direção do normal do grupo ao qual o paciente pertence.
REIS et al. (2006), objetivando avaliar as características numéricas do
perfil facial em uma amostra de cinqüenta indivíduos, leucodermas, portadores
de selamento labial passivo, classificados pela avaliação morfológica do perfil
em Padrão I, II e III, por meio de avaliação fotográfica, concluíram que não
foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos Padrão I, II e III nas
medidas obtidas para os ângulos nasolabial e do sulco mentolabial e a alturas
faciais médias e inferiores. O ângulo interlabial foi mais obtuso no Padrão III,
sendo que esse Padrão também apresentou menor convexidade facial e menor
proporção entre o terço inferior da face.
TREVISAN; GIL (2006), buscando avaliar subjetivamente o perfil facial
de indivíduos com oclusão normal por meio de cinqüenta e oito fotografias de
perfil padronizadas, verificaram que a oclusão normal natural não foi indicativa
de beleza do perfil facial, visto que 28% dos perfis avaliados foram
classificados como desagradáveis.
51
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
A amostra inicial constou de todos os alunos matriculados nos 6º, 7º e
períodos do Curso de Odontologia do Centro Universitário do Triângulo
(UNITRI)-Campus Uberlândia-MG, independente do gênero, os quais
cursaram ou estavam cursando a disciplina de Ortodontia, em virtude da maior
aceitabilidade de participação da pesquisa, por tratar-se de um assunto familiar
às suas atividades acadêmicas, perfazendo uma amostra inicial de cento e
dezoito alunos.
Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionários e
fotografias de frente e perfil de cada indivíduo selecionado.
Foram utilizados no trabalho três tipos de questionários, visando
respectivamente: avaliar os critérios de inclusão, avaliar a percepção pré-
existente ao exame fotográfico e avaliar a percepção após avaliação das fotos.
Critérios de inclusão:
Concordância em participar da pesquisa;
Ser brasileiro;
Indivíduos leucodermas brasileiros;
Ambos os gêneros;
Faixa etária entre dezoito e trinta e cinco anos de idade;
Ausência de tratamento ortodôntico/ortopédico prévio e cirurgia
plástica;
Ausência de deformidades craniofaciais, síndromes com
repercussões faciais ou fissuras lábio-palatinas;
Ausência de cirurgia plástica facial;
Presença de todos os dentes permanentes (com exceção dos
terceiros molares).
52
Método
Método de Seleção da amostra
Este estudo foi conduzido de acordo com os preceitos determinados
pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e pelo Código de Ética
Profissional Odontológico, segundo a resolução CFO 179/93 e submetido e
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Leopoldo
Mandic, sob o protocolo n
o
05/166, (Anexo I).
Como a pesquisa foi realizada no âmbito de uma instituição privada de
ensino, necessitou-se de autorização prévia, portanto foram enviadas cartas
solicitando consentimento para a realização da mesma, ao coordenador do
curso e ao reitor respectivamente (Anexos II e III).
Mediante autorização por parte dos dirigentes (Anexos IV e V), foram
enviados aos cento e dezoito alunos, questionários para avaliação dos critérios
de inclusão (Anexo VI).
Avaliação dos critérios de inclusão e seleção da
amostra
Depois de retornados os questionários os critérios foram avaliados e a
amostra selecionada, sendo que o primeiro critério de inclusão adotado foi a
concordância em participar da pesquisa. Assim sendo, dos cento e dezoito
indivíduos da amostra inicial, treze não concordaram em participar. Para o total
da amostra que concordou em participar, cento e cinco indivíduos, foram
verificados os demais critérios de inclusão, sendo que dois indivíduos
apresentavam mais que trinta e cinco anos de idade, seis eram melanodermas
e um era xantoderma, totalizando noventa e seis indivíduos aptos a
participarem da amostra. Considerando a presença de tratamento ortodôntico
e/ou ortopédico prévio como critério de exclusão, restaram finalmente apenas
vinte e nove integrantes da amostra, considerando que sessenta e sete
foram submetidos a tratamento ortodôntico e/ou ortopédico.
A todos os selecionados foi apresentado o termo de consentimento livre
e esclarecido (Anexo VII), no qual esteve explícita a garantia de recusar ou
53
retirar o consentimento, sem penalidade, bem como garantia de sigilo e
privacidade e análise de riscos e benefícios, além da autorização da divulgação
de suas fotografias faciais para fins de ensino e pesquisa, considerando que
todos foram favoráveis ao termo, a amostra definiu-se em vinte e nove
indivíduos.
Aplicação do questionário de percepção pré-existente
Após o aceite dos participantes, foi aplicado o questionário de
percepção estética pré-existente, o qual foi identificado numericamente (Anexo
VIII), com o objetivo de avaliar o grau de repercussão estética que cada Padrão
Facial representa, bem como questionamentos relativos à oclusão.
Obtenção das fotografias
Considerando que os participantes da pesquisa eram acadêmicos do
curso de Odontologia e dispuseram-se a realizar as fotografias apenas nos
intervalos das atividades acadêmicas, não foi possível exigir qualquer tipo de
preparação prévia à realização das fotos, tais como: prender os cabelos,
barbear-se, etc. Somente foi solicitado aos usuários de óculos, que os
retirassem no momento da tomada fotográfica.
Foram realizadas duas tomadas fotográficas em posição de repouso,
sendo uma frontal e uma de perfil, a uma distância de 1 metro da face do
indivíduo, estando este, sentado em um mocho odontológico com regulagem
de altura. Adotou-se essa distância por considerar-se próxima daquela
normalmente utilizada nos relacionamos com as pessoas durante as
conversações e, por conseguinte, nas avaliações dos detalhes faciais.
As fotos foram realizadas tendo como fundo um painel fotográfico azul, e
utilizada máquina fotográfica digital, marca Sony, modelo Cybershot 717,
resolução 5.0 megapixels, apoiada em um tripé Zenit TZ-40. As fotos foram
reveladas em único laboratório, sendo impressas em papel brilhante no
tamanho 10x15, as quais também foram identificadas numericamente.
54
Método fotográfico frontal:
Para as tomadas fotográficas em norma frontal os indivíduos foram
posicionados adotando-se a Posição Natural da Cabeça, segundo VIAZIS
(1991 b), baseando-se na linha de visão e determinada pelo equilíbrio geral da
cabeça e do corpo enquanto o indivíduo olhava reto para frente, estando o
plano infraorbitário paralelo ao solo, a mandíbula em repouso e osbios numa
posição de relaxamento.
Método fotográfico lateral:
Para as fotografias de perfil os posicionamentos da mandíbula e dos
lábios estiveram semelhantes aos da norma frontal, porém observando-se se o
plano de Camper estava paralelo ao solo. A fim de favorecer o correto
posicionamento da cabeça, o indivíduo fotografado contou com o auxílio de um
espelho de parede com dimensões 1m de altura x 0,5m de largura, o qual foi
colocado à sua frente, sendo instruído a olhar diretamente para seus olhos
refletidos no espelho, segundo o preconizado por COOKE; WEI (1988).
Figura 1 - Fotografias em norma frontal dos indivíduos da amostra.
A) Padrão I
B) Padrão II
e
C) Padrão III
55
Avaliação fotográfica:
As fotos foram avaliadas por um único examinador calibrado, buscando
estabelecer qual a prevalência de cada Padrão Facial segundo a Classificação
de CAPELOZZA FILHO (2004), e também enviadas aos indivíduos
fotografados juntamente com um questionário de percepção estética pós-
existente, para que cada participante pudesse avaliar sua própria foto e
responder ao questionário após avaliação realizada (Anexo IX).
Avaliação estatística:
Os dados foram coletados, tabulados, e enviados para a análise
estatística, sendo utilizado o software GMC-2002 para a realização do teste
não paramétrico de comparações múltiplas de Kruskal-Wallis, bem como suas
variações, sendo que os resultados obtidos foram exemplificados por meio de
gráficos e tabelas.
D
E
F
Figura 2 - Fotografias em norma lateral dos indivíduos da amostra.
D) Padrão I E) Padrão II e F) Padrão III
56
RESULTADOS
Os resultados apresentados a seguir foram obtidos a partir da análise
facial subjetiva da face dos indivíduos da amostra, em norma frontal e lateral,
além da avaliação da prevalência da relação sagital entre as bases ósseas
maxila e mandíbula, denominada Padrão Facial, segundo a Classificação de
CAPELOZZA FILHO (2004). O grau de repercussão estética que cada Padrão
Facial apresentou, bem como as considerações sobre a oclusão, foram obtidas
a partir da análise dos questionários de percepção pré e pós-existentes.
Com o objetivo de facilitar a compreensão deste capítulo, optou-se por
dividi-lo em tópicos.
57
Análise de Prevalência dos Padrões Faciais
No quadro a seguir (Quadro I), estão representados os tipos de Padrões
Faciais atribuídos a cada indivíduo, numa avaliação das fotografias em norma
frontal.
Indivíduo
PADRÃO I
PADRÃO II PADRÃO III
01
X
02
X
03
X
04
X
05
X
06
X
07
X
08
X
09
X
10
X
11
X
12
X
13
X
14
X
15
X
16
X
17
X
18
X
19
X
20
X
21
X
22
X
23
X
24
X
25
X
26
X
27
X
28
X
29
X
QUADRO I - Distribuição dos tipos de Padrões Faciais em uma avaliação em
norma frontal.
58
A prevalência dos Padrões Faciais em uma avaliação na norma frontal
estão demonstrados no gráfico 1.
80%
10%
10%
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Gráfico 1 - Distribuição dos diferentes Padrões Faciais avaliados em
norma frontal.
Inicialmente os dados referentes ao quadro com a avaliação frontal
(Quadro I), foram transformados em escores, ou seja, Padrão I escore 1,
Padrão II escore 2 e Padrão III escore 3. Como os dados foram transformados
em escores permitiu a adoção de teste não paramétrico de comparações
múltiplas de Kruskal-Wallis, com resultados nas tabelas 1 e 2.
Tabela 1 - Resultado do teste de Kruskal-Wallis
____________________________________________________________
Valor <H> de Kruskal-Wallis calculado: 32.7807
Valor do X2 para 2 graus de liberdade: 32.78
Probabilidade de Ho para esse valor: 0.00%
Significante ao nível de 1% (alfa = 0,01)
_______________________________________________________________
Tabela 2 – Comparação entre as médias dos postos das amostras
____________________________________________________________________________________
Amostras comparadas diferenças Valores críticos <o> Signifi-
(comparadas duas a duas) entre médias 0,05 0,01 0,001 cância
_____________________ _____________________________________________________________
PADRÃO I X PADRÃO II : 26.9310 8.9488 11.8724 15.3873 0,1%
PADRÃO I X PADRÃO III : 26.6207 8.9488 11.8724 15.3873 0.1%
PADRÃO II X PADRÃO III : 0.3103 8.9488 11.8724 15.3873 NS
____________________________________________________________________________________
Pela análise dos resultados verificou-se prevalência significante do
Padrão I em relação ao II e III no aspecto frontal.
59
No quadro a seguir (Quadro II), estão representados os tipos de Padrões
Faciais atribuídos a cada indivíduo, numa avaliação das fotografias em norma
lateral.
QUADRO II - Distribuição dos tipos de Padrões Faciais em uma avaliação em
norma lateral.
Indivíduo
PADRÃO I PADRÃO II PADRÃO III
01 X
02 X
03 X
04 X
05 X
06 X
07 X
08 X
09 X
10 X
11 X
12 X
13 X
14 X
15 X
16 X
17 X
18 X
19 X
20 X
21 X
22 X
23 X
24 X
25 X
26 X
27 X
28 X
29 X
60
A prevalência dos Padrões Faciais em uma avaliação na norma lateral
estão demonstrados no gráfico 2.
59%
38%
3%
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Gráfico 2 - Distribuição dos diferentes Padrões Faciais avaliados em
norma lateral.
Inicialmente os dados referentes ao quadro com a avaliação de perfil
(Quadro II), foram transformados em escores, ou seja, Padrão I escore 1,
Padrão II escore 2 e Padrão III escore 3. Como os dados foram transformados
em escores permitiu a adoção de teste não paramétrico de comparações
múltiplas de Kruskal-Wallis, com resultados nas tabelas 3 e 4.
Tabela 3 - Resultado do teste de Kruskal-Wallis
_______________________________________________________________
Valor <H> de Kruskal-Wallis calculado: 17.8303
Valor do X2 para 2 graus de liberdade: 17.83
Probabilidade de Ho para esse valor: 0.01%
Significante ao nível de 1% (alfa = 0,01)
_______________________________________________________________
Tabela 4 – Comparação entre as médias dos postos das amostras
____________________________________________________________________________________
Amostras comparadas diferenças Valores críticos <o> Signifi-
(comparadas duas a duas) entre médias 0,05 0,01 0,001 cância
____________________________________________________________________________________
PADRÃO I X PADRÃO II : 2.5517 10.1803 13.5063 17.5048 NS
PADRÃO I X PADRÃO III : 20.2931 10.1803 13.5063 17.5048 0.1%
PADRÃO II X PADRÃO III : 17.7414 10.1803 13.5063 17.5048 0.1%
____________________________________________________________________________________
Pela análise destes resultados verificou-se que embora os valores
percentuais apontem a prevalência do Padrão I sobre os demais na análise do
perfil, estatisticamente não houve diferença significante entre os Padrões
61
Faciais I e II, mas ambos mostram prevalência significante em relação ao
Padrão III no aspecto perfil.
Realizou-se também a comparação fundindo-se os resultados da
avaliação frontal com a do perfil e comparando as médias duas a duas, com os
mesmos dados dos quadros I e II, demonstrados na tabela 5.
Tabela 5 – Comparação entre as médias dos postos das amostras dos dois
grupos.
____________________________________________________________________________
Amostras comparadas diferenças Valores críticos <o> Signifi-
(comparadas duas a duas) entre médias 0,05 0,01 0,001 cância
____________________________________________________________________________
PADRÃO I FR X PADRÃO II FR : 6.0000 19.0382 25.1230 32.3002 NS
PADRÃO I FR X PADRÃO III FR : 42.0690 19.0382 25.1230 32.3002 0.1%
PADRÃO I FR X PADRÃO I PE : 16.2414 19.0382 25.1230 32.3002 NS
PADRÃO I FR X PADRÃO II PE : 35.1034 19.0382 25.1230 32.3002 0.1%
PADRÃO I FR X PADRÃO III PE : 34.1724 19.0382 25.1230 32.3002 0.1%
PADRÃO II FR X PADRÃO III FR : 36.0690 19.0382 25.1230 32.3002 0,1%
PADRÃO II FR X PADRÃO I PE : 22.2414 19.0382 25.1230 32.3002 5%
PADRÃO II FR X PADRÃO II PE : 29.1034 19.0382 25.1230 32.3002 1%
PADRÃO III FR X PADRÃO I PE : 58.3103 19.0382 25.1230 32.3002 0.1%
PADRÃO III FR X PADRÃO II PE : 6.9655 19.0382 25.1230 32.3002 NS
PADRÃO III FR X PADRÃO III PE : 7.8965 19.0382 25.1230 32.3002 NS
PADRÃO I PE X PADRÃO II PE : 51.3448 19.0382 25.1230 32.3002 0.1%
PADRÃO I PE X PADRÃO III PE : 50.4138 19.0382 25.1230 32.3002 0.1%
PADRÃO II PE X PADRÃO III PE : 0.9310 19.0382 25.1230 32.3002 NS
____________________________________________________________________________________
A avaliação dos resultados da comparação entre as tabelas 2 e 4 veio
reforçar a idéia de que as mudanças aconteceram em relação à avaliação de
perfil, onde tanto o Padrão I quanto o II foram os que ocorreram em maior
número, enquanto no aspecto frontal apenas o Padrão I sobressaiu sobre os
Padrões II e III.
Deve-se considerar indivíduos Pado I, somente aqueles cuja
classificação se repetir para o frontal e perfil, pois nos demais Padrões as
displasias ântero-posteriores dificilmente são marcadas na análise frontal da
face, sendo expressas de forma mais evidente na análise de perfil. Assim
sendo, os dados referentes às avaliações frontal (Quadro I) e lateral (Quadro II)
foram cruzados, buscando avaliar quem recebeu a classificação de Padrão I
em ambas as análises, conforme representado no quadro III. Observou-se uma
prevalência na amostra estudada de 14 indivíduos Padrão I (48,27%), 11
indivíduos Padrão II (37,93%) e 4 indivíduos Padrão III (13,79%), conforme
expresso no gráfico 3.
62
QUADRO III - Distribuição dos tipos de Padrões Faciais nas análises
frontais e perfil.
Indivíduo
PADRÃO I PADRÃO II PADRÃO III
01
X
02
X
03
X
04
X
05
X
06
X
07
X
08
X
09
X
10
X
11
X
12
X
13
X
14
X
15
X
16
X
17
X
18
X
19
X
20
X
21
X
22
X
23
X
24
X
25
X
26
X
27
X
28
X
29
X
63
Gráfico 3 - Distribuição geral dos diferentes Padrões Faciais cruzando-se
os dados das avaliações frontal e lateral.
48%
38%
14%
Padrão I
Padrão II
Padrão III
A tabela 6 mostra o resultado do teste Kruskall-Wallis após a
transformação dos padrões em escores.
Tabela 6 – Resultado do teste de Kruskall-Wallis
________________________________________________
Valor <H> de Kruskal-Wallis calculado : 7.1259
Valor de X
2
para 2 graus de liberdade : 7.13
Probabilidade de Ho para esse valor : 2.84%
________________________________________________
Significante ao nível de 5% <alfa = 0,05>
_______________________________________________
Verifica-se significância de 5%.
As médias foram comparadas duas a duas na tabela 7.
Tabela 7 – Comparação duas a duas das amostras.
____________________________________________________________________________________
Amostras comparadas diferenças Valores críticos <o> Signifi-
(comparadas duas a duas) entre médias 0,05 0,01 0,001 cância
____________________________________________________________________________________
PADRÃO I X PADRÃO II : 0.9655 10.9862 14.5755 18.8906 NS
PADRÃO I X PADRÃO III : 9.8276 10.9862 14.5755 18.8906 NS
PADRÃO II X PADRÃO III : 10.7931 10.9862 14.5755 18.8906 NS
____________________________________________________________________________________
As amostras quando comparadas não forneceram diferenças
significativas, pois as diferenças entre as médias não foram maiores que o
valor tabulado, ou seja, 10.9862 para a significância em 5%. Apesar dos
64
Padrões I e II estarem em maior quantidade houve apenas uma tendência
significativa em relação a menor escolha que foi o Padrão III.
Análise das Repercussões Estéticas
Inicialmente foi confeccionado o quadro IV com as respostas dos
indivíduos para a questão: Você é satisfeito com seu aspecto facial frontal?
QUADRO IV - Grau de satisfação em relação ao aspecto facial frontal.
Indivíduo Pré-existente Pós-existente
01 Muito satisfeito Muito satisfeito
02 Muito satisfeito Pouco satisfeito
03 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
04 Muito satisfeito Pouco satisfeito
05 Muito satisfeito Pouco satisfeito
06 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
07 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
08 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
09 Muito satisfeito Pouco satisfeito
10 Muito satisfeito Muito satisfeito
11 Muito satisfeito Muito satisfeito
12 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
13 Muito satisfeito Pouco satisfeito
14 Muito satisfeito Muito satisfeito
15 Muito satisfeito Pouco satisfeito
16 Muito satisfeito Muito satisfeito
17 Muito satisfeito Muito satisfeito
18 Muito satisfeito Muito satisfeito
19 Muito satisfeito Muito satisfeito
20 Muito satisfeito Muito satisfeito
21 Muito satisfeito Pouco satisfeito
22 Muito satisfeito Pouco satisfeito
23 Muito satisfeito Muito satisfeito
24 Muito satisfeito Muito satisfeito
25 Muito satisfeito Muito satisfeito
26 Muito satisfeito Muito satisfeito
27 Pouco satisfeito Insatisfeito
28 Muito satisfeito Pouco satisfeito
29 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
65
O gráfico 4 expressa a distribuição das freqüências das respostas
presentes no quadro IV.
22
7
0
0
10
20
30
Muito
Satisfeito
Pouco
Satisfeito
Insatisfeito
Pré-existente
Pós- Existente
Gráfico 4 - Distribuição das freqüências das respostas presentes no quadro IV,
em relação ao grau de satisfação com o aspecto facial frontal.
Para a análise das respostas do quadro IV, a qualidade das escolhas foi
transformada em sinais, muito satisfeito (+), pouco satisfeito (-) e insatisfeito
(- -), sendo confeccionado o quadro V com as amostras pré e pós-existentes.
13
15
1
66
Quadro V – Resultado da escolha dos indivíduos e suas respectivas escolhas
transformadas em sinais.
Indivíduo
PRÉ-EXISTENTE PÓS-EXISTENTE
01
+ +
02
+ -
03
- -
04
+ -
05
+ -
06
- -
07
- -
08
- -
09
+ -
10
+ +
11
+ +
12
- -
13
+ -
14
+ +
15
+ -
16
+ +
17
+ +
18
+ +
19
+ +
20
+ +
21
+ -
22
+ -
23
+ +
24
+ +
25
+ +
26
+ +
27
- - -
28
+ -
29
- -
Observou-se que a combinação mais prevalente foi pré-existente (+) e
pós-existente (+) com treze ocorrências (44,82%), seguida da combinação (+) e
(-) com nove vezes (31,03%) com ocorrência (-) e (-) com seis (20,68%) e
apenas um indivíduo com a combinação (-) e (- -) (3,44%). Dessa forma, pôde-
se adotar o teste estatístico de McNemar para confrontar as quantidades de
ocorrências em sinais positivo e negativo, verificando-se a contingência dos
dados amostrais, representados na tabela 8.
Tabela 8 - Contingência dos dados amostrais:
_____________________________
13 9 ¦ 22
6 1 ¦ 7
-------------------------
19 10 ¦ 29
_____________________________
67
Os dados obtidos no teste de McNemar estão representados na tabela
9.
Tabela 9 – Resultado do teste de McNemar
__________________________________________
Valores parciais calculados
4.3214 0.0000
0.0000 4.3214
Valor total para 1 grau de liberdade: 8.6429
Probabilidade de Ho para esse valor : 0.3283 %
Significante ao nível de 1 % (Ó = 0.01)
_____________________________________________
Pela análise desses resultados verificou-se que existiu uma significância
maior de respostas (+) e (+) e (+) e (-), do que (-) e (-) e (-) e (- -). Portanto,
houve uma tendência dos indivíduos analisados de mudarem sua opinião
inicial, quando analisaram cuidadosamente sua foto frontal, evidenciando o
grau de importância do aspecto frontal na percepção estética.
Foi confeccionado o quadro VI com as respostas dos indivíduos para a
questão: Você já se viu de perfil?
68
QUADRO VI – Indivíduos que já se viram de perfil.
Indivíduo Sim Não
01 X
02 X
03 X
04 X
05 X
06 X
07 X
08 X
09 X
10 X
11 X
12 X
13 X
14 X
15 X
16 X
17 X
18 X
19 X
20 X
21 X
22 X
23 X
24 X
25 X
26 X
27 X
28 X
29 X
Verificou-se a partir dos dados do quadro VI que apenas dois indivíduos
não se viram de perfil, ou seja, 6,89%, sendo que a grande maioria, vinte e sete
(93,10%) já se viram de perfil.
O quadro VII foi criado a fim de representar o grau de satisfação estética
dos indivíduos que se viram de perfil em relação ao aspecto lateral em
resposta à pergunta: Se você se viu de perfil, qual sua satisfação com o
mesmo?
69
QUADRO VII - Grau de satisfação em relação ao aspecto facial lateral.
Indivíduo Pré-existente Pós-existente
01 Muito satisfeito Pouco satisfeito
02 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
03 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
04 Muito satisfeito Pouco satisfeito
05 Muito satisfeito Pouco satisfeito
06 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
07 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
08 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
09 Insatisfeito Insatisfeito
10 Muito satisfeito Pouco satisfeito
11 Muito satisfeito Muito satisfeito
12 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
13 Muito satisfeito Muito satisfeito
14 Muito satisfeito Muito satisfeito
15 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
16 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
17 Muito satisfeito Muito satisfeito
18 Muito satisfeito Muito satisfeito
19 Muito satisfeito Muito satisfeito
20 Muito satisfeito Muito satisfeito
21 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
22 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
23 Muito satisfeito Muito satisfeito
24 Muito satisfeito Muito satisfeito
25 Muito satisfeito Muito satisfeito
26 Muito satisfeito Muito satisfeito
27 Muito satisfeito Pouco satisfeito
28 Muito satisfeito Pouco satisfeito
29 Pouco satisfeito Pouco satisfeito
O gráfico 5 expressa a distribuição das freqüências das respostas
presentes no quadro VII.
70
17
11
1
0
5
10
15
20
Muito
Satisfeito
Pouco
Satisfeito
Insatisfeito
Pré-existente
Pós- Existente
Gráfico 5 - Distribuição das freqüências das respostas presentes no quadro VII,
em relação ao grau de satisfação com o aspecto facial lateral.
Para a análise das respostas do quadro VII, a qualidade das escolhas foi
transformada em sinais, muito satisfeito (+), pouco satisfeito (-) e insatisfeito
(- -), sendo confeccionado o quadro VIII com as amostras pré e pós-existentes.
Quadro VIII – Resultado da escolha dos indivíduos e suas respectivas escolhas
transformadas em sinais.
Indivíduo
PRÉ-EXISTENTE PÓS-EXISTENTE
01 + -
02 - -
03 - -
04 + -
05 + -
06 - -
07 - -
08 - -
09 - - --
10 + -
11 + +
12 - -
13 + +
14 + +
15 - -
16 - -
17 + +
18 + +
19 + +
20 + +
21 - -
22 - -
23 + +
24 + +
25 + +
26 + +
27 + -
28 + -
29 - -
1
1
7
1
1
71
Obteve-se onze respostas (+) e (+) (37,93%), onze respostas (-) e (-)
(37,93%), seis respostas (+) e (-) (20,68%) e uma resposta (- -) e (- -) (3,44%).
Dessa forma, pôde-se adotar o teste estatístico de McNemar para confrontar as
quantidades de ocorrências em sinais positivo e negativo, verificando-se a
contingência dos dados amostrais, representados na tabela 10.
Tabela 10 - Contingência dos dados amostrais:
_____________________________
11 11 ¦ 22
6 1 ¦ 7
-------------------------
17 12 ¦ 29
______________________________
Os dados obtidos no teste de McNemar estão representados na tabela
11.
Tabela 11 – Resultado do teste de McNemar
_____________________________________________
Valores parciais calculados
3.3750 0.0000
0.0000 3.3750
Valor total para 1 grau de liberdade: 6.7500
Probabilidade de Ho para esse valor : 0.9375 %
Significante ao nível de 1 % (Ó = 0.01)
_____________________________________________
Pela análise desta tabela observa-se que as respostas (+) e (+), (-) e (-)
foram mais escolhidas que (+) e (-), (- -) e (- -), ou seja, a manutenção da
primeira resposta se manter é muito forte, tanto para muito satisfeito como
pouco satisfeito, na primeira resposta.
A fim de distribuirmos o pado das respostas em relação ao grau de
comprometimento das estruturas anatômicas faciais na estética facial individual
(questão 04 do anexo VII), foi confeccionado o quadro IX.
72
As respostas foram transformadas em escores: 1 (compromete muito), 2
(compromete razoavelmente), 3 (compromete pouco) e 4 (não compromete).
Para tamanho do queixo obteve-se treze respostas (44,82%) escore 1,
dez respostas do escore 2 (34,48%) e quatro do escore 3 (13,79%) e escore 4
apenas duas oportunidades (6,89%). Para o tamanho do nariz observou-se
doze respostas escores 1 (41,37%), onze escores 2 (37,93%), três escores 3
(10,34%) e três para o escore 4 (10,34%). Para selamento labial passivo
observou-se quatorze para o escore 3 (48,27%), dez para o escore 4 (38,48%),
Indivíduo Tamanho do Queixo Tamanho do Nariz Selamento labial passivo Maçãs do rosto evidentes
01
Compromete pouco Não compromete Compromete razoavelmente Comprometem muito
02
Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco Não compromete
03
Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco Não compromete
04
Compromete razoavelmente Compromete muito Não compromete Compromete pouco
05
Não compromete Compromete razoavelmente Compromete pouco Compromete muito
06
Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco Não compromete
07
Compromete pouco Compromete muito Não compromete Compromete razoavelmente
08
Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco Não compromete
09
Compromete razoavelmente Compromete muito Não compromete Compromete pouco
10
Compromete muito Compromete pouco Não compromete Compromete razoavelmente
11
Compromete razoavelmente Compromete muito Não compromete Compromete pouco
12
Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco Não compromete
13
Compromete razoavelmente Compromete muito Não compromete Compromete pouco
14
Compromete muito Compromete pouco Compromete razoavelmente Não compromete
15
Compromete pouco Não compromete Compromete razoavelmente Compromete muito
16
Compromete razoavelmente Compromete muito Compromete pouco Não compromete
17
Compromete razoavelmente Compromete muito Compromete pouco Não compromete
18
Compromete muito Não compromete Compromete pouco Compromete razoavelmente
19
Compromete razoavelmente Compromete muito Não compromete Compromete pouco
20
Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco Não compromete
21
Compromete pouco Compromete razoavelmente Compromete muito Não compromete
22
Compromete razoavelmente Compromete muito Compromete pouco Não compromete
23
Compromete razoavelmente Compromete muito Compromete pouco Não compromete
24
Compromete muito Compromete pouco Não compromete Compromete razoavelmente
25
Compromete muito Compromete razoavelmente Não compromete Compromete pouco
26
Compromete razoavelmente Compromete muito Compromete pouco Não compromete
27
Não compromete Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco
28
Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco Não compromete
29
Compromete muito Compromete razoavelmente Não compromete Compromete pouco
QUADRO IX - Grau de comprometimento das estruturas anatômicas faciais na estética facial.
73
quatro para o escore 2 (13,79%) e uma para o escore 1 (3,44%). Para mãs
do rosto evidentes verificou-se quatorze respostas para o escore 4 (48,27%),
oito para o escore 3 (27,58%), quatro para o escore 2 (13,79%) e três para o
escore 1 (10,34%). Os dados podem ser melhor comparados analisando-se o
gráfico 6.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Tamanho
Queixo
Tamanho
Nariz
Selamento
labial
Maçãs do
rosto
evidentes
Compromete muito Compromete razoavelmente Compromete pouco Não compromete
Gráfico 6 – Comparação entre o grau de comprometimento das estruturas
anatômicas faciais na estética facial.
Observou-se que as estruturas consideradas de maior influência, ou
seja, as que obtiveram o maior número de respostas para os escores 1 e 2
respectivamente foram, o tamanho do queixo com treze respostas (44,82%) e
dez respostas (27,58%) e tamanho do nariz com 12 respostas (41,37%) e 11
respostas (37,93%).
Como as respostas foram transformadas em escores permitiu-se a
adoção do teste não paramétrico de comparações múltiplas de Kruskall-Wallis
como observado na tabela 12.
74
Tabela 12 - Resultado do teste de Kruskall-Wallis.
_____________________________________________
Valor (H) de Kruskal-Wallis calculado : 48.3368
Valor do X² para 3 graus de liberdade: 48.34
Probabilidade de Ho para esse valor : 0.00 %
Significante ao nível de 1 % (Ó = 0,01)
_____________________________________________
Através da tabela 12 compararam-se as amostras duas a duas,
demonstrado na tabela 13.
Tabela 13 - Comparação entre as médias.
_______________________________________________________________
Amostras comparadas Diferenças Valores críticos (Ó) Significância
(comparaçöes duas a duas) entre médias 0,05 0,01 0.001
____________________________________________________________________________
tamanho nariz X tam. queixo : 6.1369 13.0712 17.2910 22.3138 ns
tamanho nariz X maçã rosto : 36.6207 13.0712 17.2910 22.3138 0,1 %
tamanho nariz X sel. labial: 40.6207 13.0712 17.2910 22.3138 0,1 %
tamanho quei. X maçã rosto : 42.7586 13.0712 17.1910 22.3138 0,1 %
tamanho quei. X sel .labial: 46.7586 13.0712 17.1910 22.3138 0,1 %
selam labial X maçã do rosto : 4.000 13.0712 17.1910 22.3138 ns
____________________________________________________________________________
Pela análise desta tabela confirmou-se que as maiores preocupações
são o tamanho do queixo e do nariz significantes ao nível de 1% em relação ao
selamento dos lábios e maçãs do rosto, que foram os quesitos que menos
tiveram influência estética para mudança neste estudo.
A fim de avaliarmos o padrão das respostas em relação ao grau de
aceitabilidade da oclusão dos vinte e nove indivíduos entrevistados (questão 06
do questionário de percepção pré-existe), foi confeccionado o quadro X.
75
Considerou-se escore 1 para oclusão perfeita, escore 2 para aceitável e
escore 3 para ruim. Obtendo-se seis resultados de escore 1 (20,68%), vinte e
um escores 2 (72,41%) e dois escores 3 (6,89%), como representado no
gráfico 7.
Indivíduo
PERFEITA ACEITÁVEL RUIM
01
X
02
X
03
X
04
X
05
X
06
X
07
X
08
X
09
X
10
X
11
X
12
X
13
X
14
X
15
X
16
X
17
X
18
X
19
X
20
X
21
X
22
X
23
X
24
X
25
X
26
X
27
X
28
X
29
X
QUADRO X - Respostas dos pacientes com relação a sua oclusão.
76
6
21%
21
72%
2
7%
Perfeita
Aceitável
Ruim
Gráfico 7 - Grau de aceitabilidade da oclusão dos indivíduos da amostra.
Como os dados foram transformados em escores permitiu-se a adoção
do teste não paramétrico de comparação múltipla de Kruskal-Wallis,
representado na tabela 14.
Tabela 14 - Resultado do teste de Kruskal-Wallis.
___________________________________
Valor (H) de Kruskal-Wallis calculado : 38.7463
Valor do X² para 2 graus de liberdade: 38.75
Probabilidade de Ho para esse valor : 0.00 %
Significante ao nível de 1 % (p = 0,01)
__________________________________________
As respostas foram transformadas em postos como visto na tabela 15.
Tabela 15 - Transformação em postos
_____________________________
Amostra Média
Oclusão perfeita 35.6
Oclusão aceitável 63.9
Oclusão ruim 33.0
_____________________________
Como houve diferença significativa foram comparadas as médias duas a
duas, conforme demonstrado na tabela 16.
77
Tabela 16 – Comparação entre as médias
__________________________________________________________________
Comparaçäo entre médias dos postos das amostras
Amostras comparadas Diferenças Valores críticos (Ó) Signifi-
(comparações duas a duas) entre médias 0,05 0,01 0.001 cância
oclus perf X oclus aceit : 28.2759 8.5375 11.3268 14.6801 0,1 %
oclus perf X oclus ruim : 2.6207 8.5375 11.3268 14.6801 ns
oclus aceit X oclus ruim : 30.8966 8.5375 11.3268 14.6801 0,1 %
___________________________________________________________________
Observou-se que o resultado desta tabela, evidenciou quantidade
significativa, ao nível de 1%, de resposta para oclusão aceitável em relação à
oclusão perfeita e ruim.
A fim de representar o padrão das respostas em relação à pergunta 7 do
questionário de percepção pré-existente, confeccionou-se o quadro XI.
78
QUADRO XI - Opinião dos indivíduos sobre necessidade de tratamento
ortodôntico
.
Indivíduo SIM NÃO
01 X
02 X
03 X
04 X
05 X
06 X
07 X
08 X
09 X
10 X
11 X
12 X
13 X
14 X
15 X
16 X
17 X
18 X
19 X
20 X
21 X
22 X
23 X
24 X
25 X
26 X
27 X
28 X
29 X
79
Observou-se que treze indivíduos acreditam necessitar de tratamento
ortodôntico, (44,82%) e dezesseis acham que não precisam (55,17%).
As respostas positivas foram transformadas no símbolo (+) e as
respostas negativas em (-). Como as amostras foram transformadas em
símbolos permitiu-se a adoção do teste não paramétrico para comparação
entre duas amostras de Mann-Whytney, como demonstrado na tabela 17.
Tabela 17 - Resultado do teste de Mann-Whytney
__________________________________________
Valores de U:
U(1) = 104
U(2) = 104
Valor calculado de z: 0.0000
Probabilidade de igualdade: 50.00 %
Näo-significante, amostras iguais (Ó > 0.05).
__________________________________________
Observou-se valores sem diferença significante entre as respostas para
os dois grupos.
A fim de representar o padrão das respostas em relação à pergunta 8 do
questionário de percepção pré-existente, confeccionou-se o quadro XII.
80
QUADRO XII – Padrão das respostas a questão 8: O que você
consideraria como um bom resultado de um tratamento ortodôntico?
Observou-se que vinte e sete indivíduos (93,10%) consideram como
bom resultado de um tratamento ortodôntico uma oclusão perfeita e um
aspecto facial agradável e que apenas dois indivíduos (6,89%) consideram
apenas oclusão perfeita, independente do aspecto facial.
Como as respostas foram transformadas em escores permitiu-se a
adoção do teste não paramétrico de comparações múltiplas de Kruskall-Wallis
como observado na tabela 18.
Indivíduo Oclusão perfeita
independente do
aspecto facial
Oclusão perfeita e aspecto
facial agradável
Apenas oclusão perfeita Apenas aspecto facial agradável
01
X
02 X
03 X
04 X
05 X
06 X
07 X
08 X
09 X
10 X
11 X
12 X
13 X
14 X
15 X
16 X
17 X
18 X
19 X
20 X
21 X
22 X
23 X
24 X
25 X
26 X
27 X
28 X
29 X
81
Tabela 18 - Resultado do teste de Kruskall-Wallis
_____________________________________________
Valor (H) de Kruskal-Wallis calculado : 95.7484
Valor do X² para 3 graus de liberdade: 95.75
Probabilidade de Ho para esse valor : 0.00 %
Significante ao nível de 1 % (Ó = 0,01)
_____________________________________________
Através da tabela 19, compararam-se as amostras duas a duas.
Tabela 19 - Comparação entre as médias
____________________________________________________________________________
Amostras comparadas Diferenças Valores críticos (Ó) Signifi-
(comparaçöes duas a duas) entre médias 0,05 0,01 0.001 cância
____________________________________________________________________________
Oc. Perf ind x oc. Perf agrad : 50.4310 5.5543 7.3443 9.4816 0,1%
Oc. Perf ind x ap. Oc. Perf. : 4.0345 5.5543 7.3443 9.4816 ns
Oc. Perf ind x ap. Fac. agrad : 4.0345 5.5543 7.3443 9.4816 ns
Oc. Perf agr x ap. Oc. Perf. : 54.4655 5.5543 7.3443 9.4816 0,1%
Oc. Perf agr x ap. Fac. agrad : 54.4655 5.5543 7.3443 9.4816 0,1%
Ap. oc. Perf x ap. Fac. Agrad : 0.0000 5.5543 7.3443 9.4816 ns
____________________________________________________________________________
Observou-se que oclusão perfeita e aspecto facial agradável foi
significante ao nível de 1% sobre as demais opções, sendo o item mais
observado.
A fim de representar o padrão das respostas em relação à pergunta 9 do
questionário de percepção pré-existente, confeccionou-se o quadro XIII.
82
QUADRO XIII - Questão 9: Você acredita que o tratamento ortodôntico pode
ter implicações em mudanças faciais?
Observou-se que 100% dos indivíduos da amostra acham que o
tratamento ortodôntico pode ter implicações na mudança facial.
Representando as respostas à questão 4 do questionário de percepção
pós-existente, confeccionou-se o quadro XIV.
Indivíduo
SIM NÃO
01
X
02
X
03
X
04
X
05
X
06
X
07
X
08
X
09
X
10
X
11
X
12
X
13
X
14
X
15
X
16
X
17
X
18
X
19
X
20
X
21
X
22
X
23
X
24
X
25
X
26
X
27
X
28
X
29
X
83
QUADRO XIV - Questão: Considerando suas fotos, você procuraria tratamento
ortodôntico a fim de alterar algum aspecto facial?
Observou-se que apenas sete indivíduos (24,13%) responderam
positivamente e vinte e dois indivíduos (75,86%) negativamente.
As respostas positivas foram transformadas no escore 1 e as respostas
negativas no escore 2, permitindo a adoção do teste não paramétrico de Mann-
Whitney para comparação entre dois grupos, conforme tabela 20.
Indivíduo
SIM NÃO
01
X
02
X
03
X
04
X
05
X
06
X
07
X
08
X
09
X
10
X
11
X
12
X
13
X
14
X
15
X
16
X
17
X
18
X
19
X
20
X
21
X
22
X
23
X
24
X
25
X
26
X
27
X
28
X
29
X
84
Tabela 20 - Resultado do teste de Mann-Whitney
___________________________________________
Valores de U:
U(1) = 126
U(2) = 715
Valor calculado de z: -4.5799
Probabilidade de igualdade: 0.00 %
Significante ao nível de 1 % (Ó = 0.01).
____________________________________________
Verificou-se pelo resultado da tabela 20, que os indivíduos não
procurariam o tratamento ortodôntico para alteração estética contrariando os
resultados do quadro XVII, pois mesmo sabendo da sua importância, o número
de respostas “sim” foi significativamente inferior às respostas “não” no quadro
XIV.
Foi criado o quadro XV, a fim de representar os resultados encontrados,
comparando o padrão das respostas para a questão 3 do questionário de
percepção pré-existente, com as respostas para a mesma questão no pós-
existente.
85
Quadro XV - Considerando sua condição facial atual, você gostaria que
fossem modificadas algumas das estruturas anatômicas faciais abaixo
relacionadas?
Percepção pré-existente Percepção pós-existente
Indivíduo Tamanho do
Queixo
Tamanho do
Nariz
Selamento labial Maçãs do rosto Tamanho do
Queixo
Tamanho do
Nariz
Selamento
labial
Maçãs do rosto
01 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Aumentaria Não alteraria
Não alteraria
Não alteraria
02 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
03 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
04 Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
05 Não alteraria
Não alteraria
Não alteraria
Diminuiria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Diminuiria
06 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
07 Não alteraria
Não alteraria
Não alteraria
Diminuiria Diminuiria Diminuiria Não alteraria Diminuiria
08 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
09 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
10 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Aumentaria Não alteraria
Não alteraria
Não alteraria
11 Não alteraria
Não alteraria
Não alteraria
Diminuiria Não alteraria
Não alteraria
Não alteraria
Diminuiria
12 Aumentaria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
13 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria
14 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria
15 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Aumentaria Não alteraria Não alteraria Diminuiria
16 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
17 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
18 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria
19 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria
20 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Aumentaria Não alteraria Não alteraria Não alteraria
21 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Em contato Não alteraria
22 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria
23 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria
24 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria
25 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria
26 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria
27 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Diminuiria
Não alteraria
Não alteraria
28 Não alteraria Não alteraria Não alteraria Não alteraria Aumentaria Não alteraria
Não alteraria
Não alteraria
29 Não alteraria Diminuiria Não alteraria Não alteraria Aumentaria Diminuiria Não alteraria
Não alteraria
86
As respostas foram transformadas em escores alteração: para aumento
ou diminuição foi creditado o escore 1 e a não alteração o escore 0. Permitiu-se
a adoção do teste de Cochran para comparações múltiplas, resultando na
tabela 21.
Tabela 21 – Resultado do teste de Cochran
___________________________________________
total para 7 grau/s de liberdade: 42.0264
Probabilidade de Ho para esse valor : 0.0000 %
Significante ao nível de 1 % (p = 0.01)
___________________________________________
Constatou-se que o tamanho do nariz foi o item mais escolhido,
significativamente em relação aos outros itens. Onze indivíduos diminuiriam no
pré-existente (37,93%) e quinze indivíduos (51,72%), também diminuiriam o
tamanho do nariz no pós-existente. Com relação ao Padrão Facial I, observou-
se que oito indivíduos diminuiriam o tamanho do nariz para o pré-existente
(23,52%) e onze indivíduos para o pós-existente (21,15%). Para o Padrão
Facial II apenas dois indivíduos para o pré-existente (5,88%) e quatro para o
pós-existente (7,69%).
87
DISCUSSÃO
Segundo CAPELOZZA FILHO (2004), a importância de se conceituar o
Padrão Facial baseia-se numa analogia com a medicina, quando alguém é
classificado como portador de uma doença, pressupõe-se que o profissional da
área, que fez o diagnóstico, analisou uma série de sinais e sintomas e o
enquadrou no rótulo que nome à doença. Isso é muito importante porque,
embora com variações inerentes à formação e experiência profissional, esse
diagnóstico terá como conseqüência normas para tratamento e prognóstico.
Dependendo da doença, o tratamento poderá ser medicamentoso ou cirúrgico
ou ainda combinado, o paciente poderá apenas melhorar e ser controlado ou
ter cura total da doença. Esse é o trunfo do diagnóstico. Uma vez identificada a
doença e sua magnitude e estágio, estabelece-se uma interação com as
características do indivíduo portador do problema, como idade e estado físico,
definindo um protocolo de tratamento e um prognóstico de evolução. Portanto,
o ponto de partida do diagnóstico é não dar nomes iguais a coisas o
diferentes, como por exemplo, classificar más oclusões de Classe II como
dentária e esquelética.
De acordo com CAPELOZZA FILHO (2004), o Padrão craniofacial na
espécie humana, que pode ser descrito e quantificado, é resultado do
crescimento, um processo dinâmico e variado. Variado porque, embora o
Padrão seja constante, detalhes da manutenção do mesmo devem variar nas
diferentes doenças, sujeito às influências ambientais, mas obedecendo ao
comando genético que, em essência, define o Padrão Facial; uma vez que as
limitações ao tratamento ortodôntico são expressas pelo pado genético do
paciente, cuja expressão morfológica pode ser melhor avaliada e entendida
pela análise do tecido mole da face. Para o autor, as más oclusões deveriam
ser tratadas como doenças, pois indivíduos com discrepâncias esqueléticas
não se enquadram como normais para o aspecto crescimento, em outras
palavras, são doentes. Essa doença não é primariamente a má oclusão. A
doença é o distúrbio de crescimento e as alterações dentárias são sinais,
reflexos que a caracterizam.
88
A análise morfológica da face é o principal recurso diagnóstico para
determinação do Padrão Facial que por sua vez, remete a protocolos de
tratamento e prognósticos espeficos em diferentes faixas etárias. Uma vez
definida a morfologia facial, permite-se o diagnóstico do indivíduo para o
Padrão e um efeito cascata de tendências se precipita, permitindo a
compreensão da oclusão e as possibilidades de tratamento, ou seja, seu
prognóstico (CAPELOZZA FILHO, 2004).
Buscando avaliar a prevalência das diferentes morfologias faciais,
observou-se, nessa amostra, que a distribuição observada no aspecto frontal é
potencialmente positiva do ponto de vista estético, que o indivíduo Padrão I
foi predominante em nível de 79,31%, enquanto que os Padrões II e III
representaram igualmente 10,34% da amostra, corroborando com os dados de
REIS (2001).
Concordando com os dados obtidos por REIS (2001), quando o perfil foi
considerado, obteve-se o Padrão I representando a maioria da amostra
(58,62%), o Padrão II 37,93% e o Padrão III 3,44%. Essa mudança na
classificação é claramente expressa pela migração de indivíduos classificados
como Padrão I na avaliação frontal para os Padrões III, e principalmente II, pois
é nesta norma, o perfil, que as más oclusões do Padrão II e III, displasias
ântero-posteriores são expressas na essência. Desse modo, obedecendo à
maior prevalência das más oclusões do Padrão II, muitos indivíduos que a
apresentaram com magnitude menos significativa, não foram marcados na
análise frontal da face, sendo classificados como Padrão I. O mesmo ocorreu
em menor escala com o Padrão III, revelando que a discrepância não foi grave
o suficiente para ser percebida na visão frontal.
Pela análise dos resultados, verificou-se que embora os valores
percentuais apontaram a prevalência do Padrão I sobre os demais na análise
de perfil, estatisticamente não houve diferença significante entre os Padrões
Faciais I e II, mas ambos mostraram prevalência significante em relação ao
Padrão III no aspecto perfil. Tal dado foi confirmado fundindo-se os resultados
das avaliações frontais e perfil, aonde os resultados vieram reforçar a idéia de
que as mudanças aconteceram em relação à avaliação do perfil, sendo que
tanto o Padrão I quanto o II foram os que ocorreram em maior número,
89
enquanto no aspecto frontal apenas o Padrão I sobressaiu sobre os Padrões II
e III.
Buscando definir a prevalência dos indivíduos Padrão I, obtive-se na
amostra estudada uma maior tendência ao Padrão I, representando 48,27%,
sendo considerados os indivíduos classificados como I no aspecto frontal e
perfil. Tal resultado foi semelhante ao encontrado por REIS (2001) que relatou
uma prevalência do Padrão I para 50% da amostra total.
As faces equilibradas, denominadas Padrão I, podem apresentar
qualquer tipo de oclusão, sendo que a oclusão normal pode ser observada
em faces Padrões II, III, Face Longa ou face Curta com discrepâncias
moderadas, passíveis de compensações dentárias naturais ou ortodônticas
(REIS et al. 2005).
Os conceitos sobre beleza e harmonia facial, estão em constante
mudança, variando conforme os padrões instituídos em cada época, bem como
os métodos e tecnologias disponíveis para suas modificações. Sendo assim, a
análise do perfil facial em ortodontia, contribui para avaliar o grau de
aperfeiçoamento estético que é conseguido com o tratamento ortodôntico, bem
como as disparidades não coerentes com a harmonia requerida. Assim,
tratando-se das modificações que ocorrem no perfil de tecido mole devido ao
tratamento ortodôntico, sabe-se que estas, estão intimamente relacionadas
com as mudanças causadas pelo tratamento na estrutura dento-esquelética
subjacente.
A confiança demasiada na análise cefalométrica para elaboração do
plano de tratamento conduz a problemas estéticos, pois a afirmativa de que a
correção da oclusão baseada em padrões cefalométricos estipulados por
valores dios leva à correção da estética facial nem sempre é verdadeira e
pode, em alguns casos, levar à resultados estéticos faciais aquém dos
desejáveis (ARNETT; BERGMAN, 1993 (a); BRANDÃO et al. 2001). A
interação entre os métodos cefalometria e análise facial, propicia definições
mais precisas do que é ou não aceitável para aquele paciente individualmente
analisado. O confronto entre as análises favorece a localização do componente
alterado e o grau de participação das estruturas esqueléticas e dentárias
relacionadas entre si, conduzindo a elaboração de tratamentos mais
adequados (BRANDÃO et al. 2002).
90
Muitos autores, tais como RICKETTS (1968); HOLDAWAY (1983);
PARK; BURSTONE (1986); ALMEIDA; VIGORITO (1988); MAMANDRAS
(1988); SALDANÃ et al. (1989); NANDA et al. (1990); SCAVONE (1992 e
1996); BISHARA et al. (1995 e 1998); ROGRIGUES; CARVALHO (1998) fazem
uso de análises cefalométricas para verificar as formas obtidas no tratamento,
embora para BITTNER; PANCHERZ (1990), não exista correlação obrigatória
entre a maioria das medidas cefalométricas e a aparência facial do paciente.
No entanto, para obtenção de resultados estéticos, deve-se reunir o maior
número possível de dados do paciente que são obtidos por meio do exame
clínico facial, que deve ser realizado com o paciente com a posição natural da
cabeça, relação de máxima intercuspidação e postura labial relaxada, pois
somente assim obtêm-se dados faciais-esqueléticos confiáveis que
complementarão o diagnóstico, o plano de tratamento e a qualidade dos
resultados. Os modelos, a análise cefalométrica e a análise da face devem
fornecer conjuntamente os fundamentos de um diagnóstico bem sucedido
(VEDOVELLO et al., 2002; BRANDÃO et al. 2001).
Autores como BERTHOLD et al. (1998); COLOMBO et al. (2004)
acreditam que é a necessidade estética que motiva o paciente a procurar
tratamento ortodôntico. Sendo assim, deve-se tratar a dentição, sob o ponto de
vista estético, isto é, em função da face do paciente e não modificar a face em
função de uma má-oclusão.
Partindo do princípio de que o esqueleto da face de uma pessoa o é
visto durante o exame clínico, parece razoável e lógico que um tempo maior
seja despendido na avaliação e planejamento do tratamento, a partir daquilo
que podemos ver, pois é o tecido mole da face que nós vemos no dia-a-dia,
durante o diálogo com as pessoas, sendo que, é de uma visão frontal que as
pessoas fazem a auto-avaliação da sua estética facial.
Apesar da concordância quanto à importância da análise de tecidos
moles da face para a clínica ortodôntica, os fatores envolvidos na percepção da
estética facial, assim como aqueles relacionados à análise propriamente dita,
podem passar despercebidos pelos profissionais. Uma avaliação criteriosa das
proporções e do equilíbrio entre as diversas estruturas tegumentares faciais,
auxilia o clínico no diagnóstico e no planejamento ortodôntico (ALMEIDA;
MAZIERO, 2003).
91
A importância do uso de fotografias para análise do perfil facial deve-se
ao fato de oferecerem uma visão muito clara do contorno da face e das suas
estruturas. Entre as vantagens desse meio de análise encontram-se a
praticidade operacional, baixo custo, maior visualização pelo paciente das
mudanças ocorridas na aparência facial, por meio da comparação de
fotografias de antes e pós-tratamento (BISHARA et al. 1995).
Beleza pode ser definida como um estado de harmonia e equilíbrio das
proporções faciais, estabelecidas pelas estruturas esqueléticas, pelos dentes e
tecidos moles (GONZÁLES-ULLOA, apud COLOMBO et al., 2004).
O conceito de beleza facial depende de vários fatores, como a opinião
pessoal, a sensibilidade, os padrões culturais, os meios de comunicação, os
fatores étnicos e a faixa etária envolvida; assim, as medidas encontradas
tornam-se válidas para uma determinada população, em um determinado
tempo. De acordo com esse conceito, pode-se afirmar que a beleza está nos
olhos de quem olha (NANDA; GHOSH, 1997; OKUYAMA; MARTINS, 1997;
GONZÁLES-ULLOA, apud COLOMBO et al., 2004).
É de conhecimento blico que a cultura ocidental é grandemente
influenciada pelos meios massivos de comunicação e constantemente
bombardeada por representantes de uma beleza produzida pela mídia, criando
uma sofisticada concepção de beleza. Desta forma, o julgamento da beleza e
da atratividade física de uma pessoa comum apresenta-se subjetivo e
tendencioso. Assim sendo, inserido neste contexto, o ortodontista sofre
influências na determinação de certos padrões de beleza como ideais.
O ortodontista, sendo um especialista na área que envolve a beleza e
harmonia facial, torna-se um crítico em maior potencial do que qualquer outro
indivíduo. Deve estar ciente que o julgamento clínico nunca pode ser
substituído por qualquer dogma estabelecido com base em valores médios,
porque eles indicam apenas uma tendência. Assim sendo, o conhecimento da
população a qual se submeterá ao tratamento ortodôntico facilita o
desenvolvimento de abordagens coerentes, que sejam adequadas para a
maioria dos pacientes (NANDA; GHOSH, 1997; REIS; CAPELOZZA FILHO;
MANDETTA, 2002).
Dentre os trabalhos que avaliaram a preferência popular, o estudo de
RIEDEL (1957) demonstrou que o conceito do leigo sobre a estética facial
92
aceitável, aparentemente encontra-se em consonância com os padrões
estabelecidos pelos ortodontistas e que o perfil mole apresenta uma íntima
relação com o esqueleto facial.
Muitos pesquisadores observaram que faces aclamadas pela sua
beleza, o necessariamente possuem uma oclusão normal (RIEDEL, 1950;
HOLDAWAY, 1983). Por outro lado, verificaram que existe um consenso
quanto à escolha dos rostos mais atrativos, mas uma discordância na seleção
dos menos atrativos e que os leigos apresentam-se menos críticos em suas
avaliações (KERR; O’DONNELL, 1990).
O conceito de beleza facial dos últimos cem anos vem passando por
alterações de concordância estética, especialmente nessa última década,
assim afirmam os resultados das pesquisas de AUGER; TURLEY (1999) que
ao estudarem os perfis faciais de mulheres brancas exibidos pelas modelos
mais atrativas do período entre 1900 e 1992, verificaram por meio de análise
fotográfica diferenças expressivas quanto à posição ântero-posterior dos lábios,
principalmente na porção de tecido labial e ângulo nasolabial com o grupo atual
manifestando lábios mais expostos anteriormente e abundantes, contrastando
com os perfis do início do século XX, que ostentava lábios delgados e menos
volumosos.
De acordo com REIS (2001), a beleza, essa coisa indefinível que todo
mundo reconhece quando encontra, exige como regra o equilíbrio para estar
presente, embora possa estar ausente mesmo em situações de equilíbrio. Isso
porque na sua interdependência fatorial extensa, muitos componentes além do
equilíbrio esquelético e de tecido mole, como cor e textura da pele, dos olhos e
do cabelo, absolutamente subjetivos, vão definir aos olhos e sentidos de quem
observam a sensação de beleza.
Para CAPELOZZA FILHO (2004), é importante admitir que a presença
de selamento labial passivo deva ser considerada como um critério importante
de aceitabilidade da face, pois parece absolutamente importante saber prever,
o potencial de aceitabilidade, que será fator primordial para a indicação dos
tratamentos compensatórios; uma vez que faces agradáveis são exceções e,
como regra, não dependem do ortodontista para atingir ou permanecer nesse
estágio e faces desagradáveis devem ser tratadas corretivamente com auxílio
de cirurgia, os pacientes aceitáveis o o alvo mais freqüente da Ortodontia e
93
aqueles que mais podem ser beneficiados por sua ação nos tratamentos
compensatórios.
Em nossos resultados verificou-se o grau de importância do aspecto
frontal na percepção estética, uma vez que existiu uma tendência dos
indivíduos mudarem de opinião sobre o grau de aceitabilidade de suas faces
quando observaram cuidadosamente suas fotografias frontais. na avaliação
das fotografias de perfil, houve uma tendência na manutenção das respostas.
Portanto, não foi significante a mudança de opinião quando o perfil foi
analisado, como se era esperado de acordo com os dados da literatura,
evidenciando que para os indivíduos avaliados a estética facial frontal é
preponderante em detrimento do aspecto facial lateral; discordando dos
resultados encontrados por REIS (2001) que estudando a aceitabilidade dos
perfis obteve para a norma lateral notas inferiores às das avaliações frontais.
A convexidade facial, a relação entre o nariz, os lábios e o mento, e a
proporção vertical da face são alguns dos principais contribuintes para a
configuração tegumentar clínico e cefalométrico (ALMEIDA; MAZIERO, 2003).
OKUYAMA; MARTINS (1997) afirmaram que a preferência do perfil
facial tegumentar nos planejamentos ortodônticos deve contemplar uma maior
convexidade labial para os melanodermas, intermediária para os xantodermas
e menor para os leucodermas.
Para BERTHOLD et al. (1998), a harmonia facial em Ortodontia é
determinada pelas relações e proporções morfológicas do nariz, lábio e
pogônio.
VIAZIS (1991) considerou de grande importância a influência do nariz e
do mento na composição do perfil, pois as diferenças nas formas e nos
tamanhos dos narizes podem alterar significativamente a convexidade total da
face. No entanto, as modificações nas posições básicas tegumentares desta
estrutura ocorrem em função do crescimento e existe pouca coisa que o
ortodontista possa fazer, corroborando com nossos resultados, pois buscando
avaliar o grau de comprometimento de estruturas anatômicas tais como:
tamanho do nariz, tamanho do queixo, presença de selamento labial passivo e
“maçãs do rosto evidentes” na estética facial, constatamos que foi dada maior
importância ao tamanho do queixo (44,82%) e tamanho do nariz (41,37%),
sendo significantes em nível de 1% em relação ao selamento dos lábios e
94
maçãs do rosto. Considerando possíveis modificações nas estruturas faciais
supra citadas, a fim de melhorar o aspecto facial, encontramos o tamanho do
nariz como o mais relevante no aspecto facial, sendo que, após a avaliação
das fotos 51,72% dos indivíduos da amostra diminuiriam-no de tamanho, fato
que denota a grande importância desta estrutura anatômica no aspecto facial,
indo de encontro com os achados de TREVISAN; GIL (2006) que obtiveram em
seus resultados que os perfis femininos considerados mais agradáveis, foram
aqueles cujos narizes encontravam-se menos proeminentes.
Os resultados demonstram que a maioria dos indivíduos da amostra
achou sua oclusão aceitável (72,41%), sendo significante em nível de 1%.
Observamos também que 55,17% acreditaram não necessitar de tratamento
ortodôntico, porém não houve diferença estatística entre os que acreditaram
necessitar ou não. Um dado interessante é que vinte e sete indivíduos
(93,10%) consideram como bom resultado de um tratamento ortodôntico uma
oclusão perfeita e um aspecto facial agradável; sendo que 100% da amostra
acreditaram que o tratamento ortodôntico possa ter implicações estéticas,
porém apenas 24,13% procurariam tratamento ortodôntico a fim de alterar seu
aspecto facial. Tal resultado pode ser explicado, considerando característica
sócio-econômica da amostra estudada, alunos do Curso de Odontologia em
uma instituição particular de ensino. A partir deste dado, podemos presumir
que a maioria desses indivíduos poderia ter sido submetida a um tratamento
ortodôntico se a oclusão os molestasse estética e funcionalmente.
Provavelmente, a necessidade de tratamento passou despercebida até a idade
adulta devido às compensações dento-esqueléticas, que mascararam a
oclusão presente, indo de acordo com os resultados de REIS; CAPELOZZA
FILHO; MANDETTA (2002).
95
CONCLUSÕES
A partir dos resultados pode-se concluir que:
1) Numa análise facial frontal, o Padrão I representou 79,31% da amostra
estudada, denotando uma prevalência significante deste Padrão em
relação aos Padrões II e III (10,34%) respectivamente.
2) Na norma frontal os resultados mostraram-se positivos do ponto de vista
estético, pois 44,82% da amostra disseram-se muito satisfeitos com seu
aspecto facial frontal e apenas 24,13% procurariam tratamento
ortodôntico a fim de alterá-lo.
3) Na norma lateral o Padrão I representou a maioria da amostra (58,62%),
o Padrão II (37,93%) e o Padrão III (3,44%).
4) Na união das análises frontal e perfil foram considerados Padrão I
apenas os indivíduos classificados como tal em ambas as avaliações,
assim sendo, houve uma maior prevalência desse Padrão em relação
aos Padrões II e III, porém não mostrou-se estatisticamente significante,
representando apenas uma maior tendência em relação aos demais.
5) Do ponto de vista estético, os indivíduos mostraram-se menos satisfeitos
com seu perfil em relação ao seu aspecto frontal, uma vez que 17
indivíduos (58,62%) consideraram-se muito satisfeitos com seu perfil
antes da avaliação fotográfica e após a análise fotográfica esse número
decaiu para 11 indivíduos (37,93%).
6) Na observância dos critérios subjetivos de quais estruturas mais
comprometem a estética facial, os resultados demonstraram que o
tamanho do queixo foi considerado a estrutura que mais compromete
(44,82%), seguido pelo tamanho do nariz (41,37%), sendo que as
96
mudanças desejáveis apontadas pelos indivíduos após avaliação das
fotos incorreriam no aumento do queixo” e “diminuão do nariz”.
7) A maioria da amostra considerou sua oclusão aceitável, sendo
significante em nível de 1%, sendo que 55, 17% dos indivíduos
acreditaram não necessitar de tratamento ortodôntico.
8) Todos os indivíduos da amostra consideraram que o tratamento
ortodôntico possa ter implicações estéticas faciais.
9) Grande parte dos indivíduos avaliados (93,10%) considerou como um
bom resultado de um tratamento ortodôntico uma oclusão perfeita e um
aspecto facial agradável.
10) Concluiu-se que a avaliação dos critérios estéticos depende
primeiramente da percepção do observador, sendo, portanto, variável e
de caráter eminentemente subjetivo.
97
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
A análise morfológica da face é o principal recurso diagnóstico para a
determinação do Padrão Facial que por sua vez, remete a protocolos de
tratamento e prognósticos específicos em diferentes faixas etárias.
O ortodontista deve ter como objetivo de seus tratamentos resultados
satisfatórios do ponto de vista estético e funcional. Assim, o conhecimento das
características morfológicas, bem como o conhecimento de quão importante é
a estética para esses pacientes, direcionará o profissional a buscar abordagens
terapêuticas mais adequadas para cada Padrão Facial.
Sem dúvida alguma, o estudo das repercussões estéticas está sendo
cada vez mais ressaltado pelos profissionais da área de Ortodontia, pois é de
grande valia para a clínica ortodôntica, uma vez que se trata de um assunto
muito importante dentro das linhas de pesquisa.
Visto que neste trabalho, o dimorfismo sexual não foi considerado nas
avaliações das percepções estéticas a que se remetiam as características
morfológicas distintas de cada Padrão, sugere-se que mais pesquisas sejam
desenvolvidas relacionando o grau de aceitabilidade estética de cada Padrão
com o dimorfismo sexual, pois a percepção estética masculina pode diferir da
feminina.
98
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(Mestrado). Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.
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oclusão normal e má oclusão em escolares da cidade de Bauru (São Paulo).
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SILVA FILHO, O. G.; FREITAS, S. F.; CAVASSAN, A. O. Prevalência de
oclusão normal e má oclusão em escolares da cidade de Bauru (São Paulo).
Parte II: Influência da estratificação sócio-econômica. Rev Odontol Univ São
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104
ANEXOS
105
ANEXO I
106
ANEXO II
Ao coordenador do curso de Odontologia do Centro Universitário do
Triângulo-UNITRI
Prof. Caio Lúcio Marinho
Venho por meio desta, solicitar sua permissão para que seja
realizada uma pesquisa em nível de dissertação de Mestrado na área de
Ortodontia, objetivando avaliar qual a prevalência dos diferentes tipos de
padrões faciais e suas repercussões estéticas em alunos do curso de
Odontologia.
Serão obtidas duas fotografias faciais, uma em norma frontal e outra
em norma lateral, nas quais serão analisadas os tipos de face, sua prevalência
e suas repercussões estéticas.
Os recursos humanos, físicos e materiais para a elaboração do
presente trabalho são de responsabilidade do pesquisador, não acarretando
nenhum ônus à Instituição.
Atenciosamente,
Prof
a
Karina Silva Nunes
Disciplina de Ortodontia
107
ANEXO III
Ao reitor do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI
Sr. José Luiz Rodrigues
Venho por meio desta, solicitar sua permissão para que seja
realizada uma pesquisa em nível de dissertação de Mestrado na área de
Ortodontia, objetivando avaliar qual a prevalência dos diferentes tipos de
padrões faciais e suas repercussões estéticas em alunos do curso de
Odontologia.
Serão obtidas duas fotografias faciais, uma em norma frontal e outra
em norma lateral, nas quais serão analisadas os tipos de face, sua prevalência
e suas repercussões estéticas.
Os recursos humanos, físicos e materiais para a elaboração do
presente trabalho são de responsabilidade do pesquisador, não acarretando
nenhum ônus à Instituição.
Atenciosamente,
Prof
a
Karina Silva Nunes
Disciplina de Ortodontia
108
ANEXO IV
109
ANEXO V
110
ANEXO VI
Questionário de Inclusão:
O presente questionário visa coletar dados que servirão como
critérios de inclusão para uma pesquisa em nível de dissertação de Mestrado
na área de Ortodontia; objetivando avaliar qual a prevalência dos diferentes
tipos de padrões faciais e suas repercussões estéticas em alunos do curso
de Odontologia.
Serão obtidas duas fotografias faciais, uma em norma frontal e outra
em norma lateral, nas quais serão analisados os tipos de face, sua prevalência
e suas repercussões estéticas.
Você concorda em participar da pesquisa? ( )Sim ( )Não
Caso concorde favor preencher os campos abaixo, se não concordar
favor devolver o questionário em branco.
Nome:______________________________________________Período:_____
Endereço em Uberlândia:___________________________________________
Telefone de contato:_______________________________________________
Data de nascimento: ____/_____/_____ Idade:______anos e ______meses
Etnia: ( )Branco ( )Mulato ou Negro ( )Oriental
Gênero: ( )Masculino ( )Feminino
Já foi submetido a tratamento ortodôntico/ortopédico? ( )Sim ( )Não
Já foi submetido a algum tipo de cirurgia plástica facial? ( )Sim ( )Não
Excluindo os terceiros molares, você tem todos os dentes permanentes
irrompidos na boca? ( ) Sim ( )Não
Você apresenta algum tipo de deformidade crânio-facial, fissuras de lábio e
palato ou síndromes com manifestações faciais? ( ) Sim ( )Não
111
ANEXO VII
Termo de consentimento informado livre e esclarecido ao participante
NOME DA PESQUISA:
“PREVALÊNCIA DOS DIFERENTES TIPOS DE PADRÕES FACIAIS E SUAS
REPERCUSSÕES ESTÉTICAS”
Responsável: Karina Silva Nunes
DESCRIÇÃO E OBJETIVO DO ESTUDO
Existem diferentes tipos de face e cada uma delas exibe um conjunto de
características similares para cada padrão, as quais causam resultados
estéticos diferentes.
Como trabalho de conclusão de curso em nível de Mestrado em
Ortodontia, será realizado um estudo no Centro Universitário do Triângulo -
UNITRI, com o objetivo de verificar a prevalência dos diferentes tipos de
padrões faciais e suas repercussões estéticas em alunos do curso de
Odontologia entre 18 e 35 anos de idade.
Para sua participação o será cobrada nem paga nenhuma taxa de
adesão, bem como, não acarretará nenhum dano para sua saúde ou bem
estar. Sua participação será importante, pois dados referentes a esse assunto
são escassos na literatura, por se tratar de pesquisas recentes.
A sua participação na pesquisa não é obrigatória, você tem todo direito
de não querer participar. Entretanto, se quiser participar e desistir depois, pode
fazê-lo a qualquer momento, pois mesmo assim receberá o mesmo tratamento
dos que permanecerão na pesquisa.
Caso concorde em participar, serão tiradas duas fotografias faciais (1 de
frente e 1 de perfil), nas quais serão avaliados o tipo de face e as repercussões
estéticas, também serão enviados dois questionários para coleta de dados.
Os resultados da pesquisa serão mostrados a pesquisadores da área
odontológica nacional e internacional, por meio de publicações científicas tais
como: artigos em revistas e jornais especializados, apresentação em
congressos, conferências e simpósios, porém seu nome jamais será revelado.
112
Você terá como garantia uma pia deste documento que seassinado duas
vezes, para que uma cópia também fique com o pesquisador.
Terminada a pesquisa, os resultados que são de minha inteira
responsabilidade, estarão à sua disposição.
Caso tenha qualquer dúvida sobre a pesquisa, estarei a disposição para
maiores esclarecimentos pelo fone (34)3242-8292 em horário comercial.
Desde já, agradeço a atenção.
Atenciosamente,
Karina Silva Nunes
CROMG-23312
CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO:
Eu,_____________________________________________________________
recebi esclarecimentos sobre a referida pesquisa, e por estar devidamente
informado e esclarecido sobre o assunto deste termo, livremente, sem qualquer
pressão por parte do pesquisador, expresso meu consentimento para minha
inclusão nesta pesquisa.
.................................................................. ............./........../.............
Assinatura Data
_______________________________________________________________
Karina Silva Nunes
Data:......../........./..............
113
ANEXO VIII
Questionário de percepção pré-existente:
Nome :________________________________________________Turma: ___
Fone de contato:_____________________N
o
de identificação: _____________
1)Você é satisfeito com seu aspecto facial frontal?
( ) Muito satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( )Insatisfeito
2)Você já se viu de perfil?
( ) Sim ( )Não
3) Se você já se viu de perfil, qual sua satisfação com o mesmo?
( ) Muito satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( )Insatisfeito
4)Dentre as estruturas anamicas faciais relacionadas abaixo, enumere em
ordem de preferência aquelas que você acha que mais comprometem a
estética facial.
1-Comprometem muito ( ) Tamanho do queixo
2- Comprometem razoavelmente ( ) Tamanho do nariz
3-Comprometem pouco ( ) Selamento labial passivo
4-Não comprometem ( ) “Maças do rosto” evidentes
5) Considerando sua condição facial atual, você gostaria que fossem
modificadas algumas das estruturas anatômicas faciais abaixo relacionadas?
[ ]Queixo ( ) Aumentaria ( )Diminuiria ( ) Não
alteraria
[ ]Nariz ( ) Aumentaria ( )Diminuiria ( ) Não
alteraria
[ ]Lábios ( ) Em contato ( ) Entreabertos ( ) Não
alteraria
[ ]Maçã do rosto ( ) Aumentaria ( )Diminuiria ( ) Não
alteraria
6)Você considera sua oclusão?
( ) Perfeita ( )Aceitável ( ) Ruim
7)Você acha que necessita de tratamento ortodôntico?
( )Sim ( )Não
8)O que você consideraria como um bom resultado de um tratamento
ortodôntico?
( ) Oclusão perfeita independentemente do aspecto facial
( ) Oclusão perfeita e aspecto facial agradável
( ) Apenas oclusão perfeita
( ) Apenas aspecto facial agradável
114
9) Você acredita que o tratamento ortodôntico pode ter implicações em
mudanças faciais?
( )Sim ( )Não
115
ANEXO IX
Questionário de percepção pós avaliação das fotos:
Nome :_____________________________________________Turma: _____
Fone de contato:____________________N
o
de identificação: _____________
Considerando a análise estética de suas fotos de frente e perfil, responda
novamente o questionário abaixo.
1)Você é satisfeito com seu aspecto facial frontal?
( ) Muito satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( )Insatisfeito
2) Analisando seu perfil, qual sua satisfação com o mesmo?
( ) Muito satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( )Insatisfeito
3) Considerando sua condição facial atual, você gostaria que fossem
modificadas algumas das estruturas anatômicas faciais abaixo relacionadas?
[ ]Queixo ( ) Aumentaria ( )Diminuiria ( ) Não
alteraria
[ ]Nariz ( ) Aumentaria ( )Diminuiria ( ) Não
alteraria
[ ]Lábios ( ) Em contato ( ) Entreabertos ( ) Não
alteraria
[ ]Maçã do rosto ( ) Aumentaria ( )Diminuiria ( ) Não
alteraria
4) Considerando suas fotos, você procuraria tratamento ortodôntico a fim de
alterar algum aspecto facial?
( ) Sim ( )Não
116
Declaração de divulgação de pesquisa
Eu, Karina Silva Nunes, aluna regularmente matriculada no Curso de
Mestrado em Odontologia, área de Ortodontia no Centro Universitário Hermínio
Ometto-Centro de Pós-Graduação, declaro que tornarei público, pelos meios
científicos, os resultados da minha dissertação de Mestrado, intitulada de
“Prevalência dos Padrões Faciais I, II e III, segundo Capelozza Filho e suas
repercussões estéticas”.
________________________________________________
Karina Silva Nunes
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