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Centro Universitário Hermínio
Ometto
UNIARARAS
IVAN SILVA ANDRADE
ANCORAGEM ORTODÔNTICA INTRA-ÓSSEA
COM UTILIZAÇÃO DE MINI-IMPLANTES
ARARAS/SP
SETEMBRO/2006
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Centro Universitário Hermínio
Ometto
UNIARARAS
IVAN SILVA ANDRADE
CIRURGIÃO DENTISTA
ANCORAGEM ORTODÔNTICA INTRA-ÓSSEA
COM UTILIZAÇÃO DE MINI-IMPLANTES
INTRAOSSEOUS ORTHODONTIC ANCHORAGE
USING MICRO-SCREWS
Dissertação de Mestrado apresentada
ao Centro Unversitário Hermínio
Ometto UNIARARAS, para obtenção
do Título de Mestre em Odontologia,
área de concentração em Ortodontia.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo de
Oliveira Bozzo
e-mail: ricardobozzo@uniararas.br
ARARAS/SP
SETEMBRO/2006
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2
Campus Universitário “Duse Rüegger Ometo”
UNIARARAS
CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO OMETTO
FOLHA DE APROVAÇÃO
A Dissertação intitulada: “Ancoragem ortodôntica intra-óssea com
utilização de mini-implantes”, apresentada a UNIARARAS Centro
Universitário Hermínio Ometto, para obtenção do grau de Mestre em
Odontologia área de concentração em Ortodontia em 16 de setembro de 2006,
à Comissão Examinadora abaixo nominada, foi aprovada após liberação pela
orientadora.
Profa. Dr. Ricardo de Oliveira Bozzo – Presidente (Orientador)
Prof. Dra. Silvia Amélia Scudeler Vedovello – 1º Membro
Prof. Dr. Luiz Valdrighi – 2º Membro
3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Roldão
Andrade Júnior e Ivone Amélia
da Silva Andrade que sempre
me apoiaram e incentivaram.
A minha filha “Júlia
Carvalho Andrade” por existir e
a cada dia que passa ser um
dos grandes motivos de minhas
buscas incessantes. Que DEUS
a ilumine com Saúde,
Personalidade, Metas e
Humildade para o futuro que a
espera.
4
AGRADECIMENTOS
Á UNIARARAS, representada pela sua Magnífica Reitora Prof
a.
Dra. Miriam de
M. O. Levada e Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Prof. Dr. Marcelo A.
M. Esquisatto.
Ao coordenador do curso Prof. Dr. rio Vedovello Filho por sua dedicação,
colaboração e por me ensinar pelos seus atos a ser um bom coordenador de
curso de pós-graduação.
Ao meu orientador Prof. Dr. Ricardo de Oliveira Bozzo pelo apoio e
explicações.
Aos professores, meus sinceros agradecimentos pelos valiosos ensinamentos
transmitidos durante o curso.
Aos meus colegas, pelo companheirismo e amizade durante todo o decorrer do
curso.
Aos meus funcionários pela dedicação em seus cargos nos momentos de
ausência na empresa.
Aos funcionários da UNIARARAS, pela amizade e dedicação.
Aos pacientes, meu afeto e gratidão.
A DEUS, que nos deu a oportunidade de estarmos aqui.
5
Sábio é aquele indivíduo que possui a humildade para
aprender o que acha que já sabe.
Ivan Andrade
6
RESUMO
A ancoragem ortodôntica com fixação de mini-implantes, após uma fase
longa de experimentos em animais, vem sendo aplicada no homem, com
sucesso. O titânio é o material preferido para composição dos mini-implantes,
dada sua capacidade de osseointegração que permite o dispositivo implantado
permanecer rigidamente ancorado no osso, mesmo sob forças ortodônticas
aplicadas por longo tempo. Mini-implantes como ancoragem ortodôntica estão
sendo usadas: (a) para fechar o local da retração do primeiro ou segundo
molar, da maxila ou mandíbula; (b) em adultos com ausência dos dentes
posteriores, para intrusão ou extrusão ou retração e realinhamento dos dentes
anteriores; (c) na correção da linha média e do espaçamento dos dentes
anteriores; (d) na corrreção de relação oclusal reversa; (e) ou relação oclusal
anterior aberta; (f) para protruir ou retrair um arco ou a dentição completa; (g)
para fornecer estabilidade a dentes com suporte ósseo reduzido; e (h) fornecer
ancoragem para movimento ortopédico. É enfatizada a necessidade de
planejamento adequado, incluindo determinação da posição correta do mini-
implantes antes da terapia ortodôntica e do tempo apropriado para colocá-lo.
Também é destacada a importância do desenho dos componentes a serem
instalados no mini-implante, para possibilitar a ligação correta, dos fios ou
dispositivos ortodônticos, visando minimizar aspectos negativos para o
indivíduo e atender as condições estéticas e funcionais. Concluiu-se, desta
forma, que os mini-implantes de titânio têm permanecido estáveis durante o
tratamento e produzido os resultados biomecânicos pretendidos.
Palavras-chave: Ancoragem ortodôntica / Mini-implante
7
ABSTRACT
The orthodontic anchorage with setting in mini-implantations, after a long
phase of experimentations in animals, comes being applied in the man,
successfully. The titanium is the material preferred for composition of the mini-
implantations, given its capacity of ósseointegração that allows the implanted
device to remain anchored rigid in the bone, exactly under orthodontic forces
applied by long time. Implantations as used orthodontic anchorage have been
(a) to close the place of the retraction of the first one or according to molar, of
the jaw or jaw; (b) in adults with absence of posterior teeth, for intrusion or
drawing or retraction and reline of previous teeth; (c) in the correction of the
camber line and the space of previous teeth; (d) in the correct of occlusion
relation reversa; (e) or opened previous occlusion relation; (f) to protruir or to
retract an arc or the complete dentition; (g) to supply to stability teeth with
reduced ósseo support; e (h) to supply anchorage ortopédico movement. The
necessity of adjusted planning is emphasized, including determination of the
correct position of the mini-implantations before the orthodontic therapy and the
time appropriate to place it. Also the importance of design of the próteses is
detached to be affixed on the implantation, to make possible the correct linking,
and they, of orthodontic wires, aiming at to minimize negative aspects patient
and to take care of the aesthetic and functional conditions to it. The authors tell
to its experiences, describing the final steps of the treatment and results. In all
the described cases, the titanium mini-implantations have remained steady
during the treatment and produced intended face and occlusions the results.
Keys-words: orthodontic anchorage / mini-implantations
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Mini-implante modular transicional.................................................. 26
Figura 2 – Mini-implante de titânio do sistema OSAS...................................... 26
Figura 3 – Mini-implante do sistema absoanchor............................................. 27
Figura 4 - Design de parafusos ortodônticos.................................................... 28
Figura 5 – Mini-implante de titânio do Sistema Spider Screw .......................... 28
Figura 6 - Formas diferenciadas de cabeças do mini-implantes ...................... 29
Figura 7 – Mini-implantes de cabeça com dupla ranhura................................. 29
Figura 8 – Mini-implante com cabeça de bráquete........................................... 29
Figura 9 - Implante C Ortodôntico .................................................................... 30
Figura 10 – Mini-implante do sistema MAS...................................................... 31
Quadro 1 - Planejametno para Instalação dos Mini-Implantes Ortodônticos.... 34
Figura 11 - Tomografia computadorizada do palato......................................... 35
Figura 12 - Radiografias periapicais para localização dos mini-implantes ....... 36
Figura 13 - Inserção do mini-implante em gengiva inserida............................. 37
Figura 14 - Inserção do mini-implante em mucosa alveolar............................. 37
Figura 15 - Tomografia de mandíbula .............................................................. 38
Figura 16 - Procedimento cirúrgico de instalação dos mini-implantes.............. 39
Figura 17 - Ângulo de inserção dos mini-implantes.......................................... 39
Figura 18 - Ângulo de inserção dos mini-implantes mandibulares................... 39
Figura 19 - Medição da espessura da mucosa do palato................................. 40
Figura 20 – Mini-implante sendo instalado através de tecido mole móvel ....... 40
Figura 21 - Método fechado de inserção dos mini-implantes........................... 42
Figura 22 - Confeção de guia cirúrgico com fio ortodôntico e acrílico.............. 42
Figura 23 - Radiografia periapical para avaliar o posicionamento do guia
cirúrgico............................................................................................................ 43
Figura 24 - Método direto de inserção dos mini-implantes............................... 43
Figura 25 - Método indireto de inserção dos mini-implantes............................ 43
Figura 26 – Mini-implante instalado na gengiva inserida com angulação de
40º.................................................................................................................... 45
Figura 27 – Mini-implante sendo instalado perpendicular á tábua óssea......... 45
Figura 28 - Guia cirúrgico confeccionado em fio ortodôntico ........................... 45
9
Figura 29 - Tubo oco fixado ao modelo de gesso ............................................ 47
Figura 30 - Colocação de cera ao redor do tubo de orientação ....................... 47
Figura 31 - Acabamento e polimento do acrílico do guia cirúrgico................... 47
Figura 32 - Broca piloto inserida através do guia cirúrgico............................... 47
Figura 33 - Radiografia periapical tirado após a inserção dos mini-implantes.. 48
Figura 34 - Paciente classe I com mordida produnda ...................................... 48
Figura 35 - Parafuso instalado embaixo da espinha nasal anterior.................. 48
Figura 36 - Superposição cefalométrica........................................................... 49
Figura 37 - Paciente com perda de dentes posteriores e doença periodontal
severa .............................................................................................................. 49
Figura 38 - Inserção de dois mini-implantes do sistema MTI na distal dos
caninos maxilares............................................................................................. 50
Figura 39 - Fase final do tratamento ortodôntico ativo..................................... 51
Figura 40 - Inserção de mini-implantes entre caninos e incisivos laterais
superiores......................................................................................................... 51
Figura 41 - Paciente classe I com mordida profunda ....................................... 52
Figura 42 - Correção da mordida profunda com mini-implantes....................... 52
Figura 43 - Pós-tratamento evidenciando a correção da mordida profunda..... 52
Figura 44 - Paciente com perfil convexo e mordida aberta anterior................. 53
Figura 45 - Força de intrusão sendo aplicada sobre os dentes posteriores..... 54
Figura 46 - Finalização do tratamento com um perfil harmônico e correção da
mordida aberta................................................................................................. 54
Figura 47 - Correção da mordida cruzada com elásticos inter-maxilares......... 55
Figura 48 – Mini-implantes usados como ancoragem para descruzar
molares ............................................................................................................ 55
Figura 49 - Correção da mordida cruzada posterior com mini-implante........... 56
Figura 50 - Elásticos anexados dos mini-implantes ao acessório colado dos
molares ............................................................................................................ 56
Figura 51 - Nivelamento do plano oclusal com mini-implantes......................... 57
Figura 52 - Paciente que havia perdido o primeiro molar inferior esquerdo e o
primeiro molar do lado direito estava condenado............................................. 58
Figura 53 - RX periapical para avaliar proximidade dos mini-implantes às raízes
dos dentes adjacentes ..................................................................................... 58
10
Figura 54 - Arco lingual com ganchos soldados próximos ao nível de bifurcação
dos segundos molares ..................................................................................... 58
Figura 55 - Caso finalizado com satisfatória oclusão posterior e uma
mesialização dos molares inferiores de 9mm................................................... 59
Figura 56 - Paciente classe I que havia perdido os primeiros molares
mandibulares.................................................................................................... 59
Figura 57 - Mesialização do primeiro molar inferior esquerdo com mini-implante
do primeiro molares inferiores direito com mecânica convencional ................. 60
Figura 58 - Paralelismo radicular dos molares mesializados............................ 60
Figura 59 – Mini-implante inserido no espo edêntulo da mandíbula............. 61
Figura 60 - Colagem de um bráquete sobre a cabeça do mini-implante e na
coroa do terceiro molar .................................................................................... 61
Figura 61 - Terceiro molar erupcionado e movimentado para mesial .............. 62
Figura 62 - Segundo molar inferior direito inclinado para mesial...................... 62
Figura 63 - Verticalização do molar inferior direito........................................... 63
Figura 64 - Inserção de um mini-implante na região retromolar....................... 64
Figura 65 - Inserção e um mini-implante na região da tuberosidade................ 64
Figura 66 - Erupção ectópica dos segundos molares inferiores....................... 64
Figura 67 - Tracionamento ortodôntico dos segundos molares inferiores........ 65
Figura 68 - Fase final do tratamento para verticalização dos segundos molares
inferiores........................................................................................................... 65
Figura 69 - Radiografia panorâmica mostrando a inclinação mesial do segundo
molar inferior esquerdo .................................................................................... 66
Figura 70 - Verticalização de um segundo molar inferior esquerdo com mini-
implante............................................................................................................ 66
Figura 71 - Verticalização do segundo molar inferior esquerdo ...................... 67
Figura 72 - Verticalização do segundo molar inferior esquerdo após três meses
de tratamento................................................................................................... 67
Figura 73 - Paciente classe II com perfil convexo e sorriso gengial................. 67
Figura 74 Esquema para movimentação dos dentes anteriores maxilares para
trás e para cima................................................................................................ 68
Figura 75 - Finalização do tratamento após 26 meses obtendo uma classe I de
caninos............................................................................................................. 68
11
Figura 76 - Superposição cefalométrica evidenciando a retração dos dentes
anteriores maxilares......................................................................................... 69
Figura 77 – Mini-implante inserido no meio do palato...................................... 69
Figura 78 Mini-implante C ortodôntico usado para retração em massa dos
dentes anteriores superiores............................................................................ 70
Figura 79 - Melhora no trespasse horizontal e na intercuspidação dentária .... 70
Figura 80 - Mecânica de deslize associada a mini-implante ............................ 70
Figura 81 - Intercuspidação dentária obtida após 13 meses de tratamento..... 71
Figura 82 - Paciente com má oclusão de classe I biprotrusão......................... 72
Figura 83 - Retração dos dentes anteriores superiores ................................... 72
Figura 84 - Retração dos dentes anteriores maxilares e mandibulares ........... 72
Figura 85 - Melhora no perfil e boa relação esquelética e dentária de
classe I............................................................................................................. 73
Figura 86 – Retração de corpo dos dentes anteriores maxilares e verticalização
do molar inferior ............................................................................................... 73
Figura 87 - Controle de ancoragem com mini-implante em ortodontia lingual . 73
Figura 88 - Paciente classe II esquelética com biprotrusão alveolar e mordida
aberta anterior.................................................................................................. 74
Figura 89 – Mini-implantes inserido no osso alveolar por palatina................... 74
Figura 90 - Molas anexadas dos mini-implantes aos ganchos soldados no
Arco.................................................................................................................. 75
Figura 91 - Tratamento com ortodontia lingual e mini-implantes finalizado após
16 meses.......................................................................................................... 75
Figura 92 - Paciente classe II de caninos e trespasse horizontal de 6mm....... 76
Figura 93 - Retração em massa dos 6 dentes anteriores da maxila ................ 76
Figura 94 - Finalização do tratamento da biprotusão após 19 meses.............. 76
Figura 95 - Paciente com perfil convexo, classe I de caninos e molares ......... 77
Figura 96 - Melhora alcançada no perfil com uso de mini-implantes................ 77
Figura 97 - Tratamento finalizado após 21 meses ........................................... 78
Figura 98 - Paciente classe I de canino e molar com apinhamento moderado
nos dentes anteriores....................................................................................... 78
Figura 99 - Molas de niti e elásticos presos aos mini-implantes....................... 79
Figura 100 - Tratamento finalizado sem causar efeitos deletérios sobre o
perfil ................................................................................................................. 79
12
Figura 101 - Paciente com protruo labial...................................................... 81
Figura 102 - Retração dos dentes anteriores................................................... 82
Figura 103 - Bráquetes cerâmicos colados em ambos os arcos...................... 82
Figura 104 - Finalização do tratamento utilizando placas em acrílico associada
a mini-implantes............................................................................................... 82
Figura 105 - Paciente classe I de molar que apresentava o canino superior
direito impactado.............................................................................................. 84
Figura 106 - Instalação de um mini-implante por vestibular e colagem de um
acessório por palatina do canino...................................................................... 84
Figura 107 - Tracionamento bem sucedido de um canino impactado.............. 84
Figura 108 - Paciente classe III com mordida cruzada anterior........................ 85
Figura 109 - Esquema de utilização de elástico de classe III associado à mini-
implante............................................................................................................ 86
Figura 110 - Tratamento finalizado com total reconquista do espaço dos
incisivos inferiores............................................................................................ 86
Figura 111 - Seis mini-implantes colocados em torno dos terceiros pré-molares
mandibulares de cada lado em cachorros adultos........................................... 87
Figura 112 - Intrusão de um segundo molar esquerdo com mini-implantes e
uma placa em L................................................................................................ 88
Figura 113 - Extrusão do segundo pré-molar e primeiro e segundos molares
maxilares esquerdos ........................................................................................ 89
Figura 114 - Intrusão de dentes posteriores com 2 mini-implantes Spider
Screw ............................................................................................................... 89
Figura 115 - Tratamento com mini-implantes Spider Screw finalizado em 10
meses............................................................................................................... 89
Figura 116 - Paciente com padrão esquelético classe II e uma severa protrusão
labial................................................................................................................. 90
Figura 117 - Inserção de um novo mini-implante na mandíbula e outro no
palato ............................................................................................................... 90
Figura 118 - Resultado alcançado após 27 meses de tratamento ................... 91
Figura 119 - Segundo molar superior esquerdo extruído................................. 92
Figura 120 – Mini-implantes inseridos por vestibular na sutura palatina
mediana ........................................................................................................... 92
13
Figura 121 - Barra vestibular anexada ao segundo pré-molar com um fio
rígido ................................................................................................................ 93
Figura 122 - Intrusão de molar obtida ao fim do tratamento............................. 93
Figura 123 - Primeiro e segundo molares maxilares esquerdo extruídos ........ 94
Figura 124 – Mini-placa em L presa ao osso através de dois mini-implantes.. 94
Figura 125 - Intrusão dentária alcançada com 5 meses de tratamento............ 95
Figura 126 - Lâmina dura................................................................................. 95
Figura 127 - Extrusão dos primeiros e segundos molares superiores do lado
esquerdo .......................................................................................................... 96
Figura 128 Mini-implantes inseridos no palato e pela vestibular dos dentes a
serem intruídos................................................................................................. 96
Figura 129 - Comparação das radiografias panorâmicas e superposição
cefalométrica.................................................................................................... 97
Figura 130 - Vetor de forças passando através do centro de resistência dos
dentes a serem intruídos.................................................................................. 97
Figura 131 - Paciente com linha média superior desviada para direita............ 98
Figura 132 - Inserção de um mini-implante Spider Screw entre o segundo pré-
molar e o segundo molar esquerdo superior.................................................... 99
Figura 133 - Amarrilho adaptado do mini-implante ao canino superior
esquerdo .......................................................................................................... 99
Figura 134 - Tratamento finalizado após 10 meses com a correção do desvio
da linha média.................................................................................................. 99
Figura 135 – Mini-implante para correção do desvio de linha média ............... 99
Figura 136 - Caso cirúrgico de uma paciente classe III com mordida cruzada
total ................................................................................................................ 100
Figura 137 - Fixação intermaxilar com mini-implantes do sistema OSAS...... 101
Figura 138 - Elásticos adaptados aos mini-implantes para fixação
intermaxilar..................................................................................................... 101
Figura 139 - Tratamento finalizado com os dentes perfeitamente alinhados e
melhora no perfil............................................................................................. 101
Figura 140 - Disjunção palatina realizada com o disjuntor ósseo muco
suportado NAVI..................................................................................... 102 / 103
Figura 141 - Verticalização e intrusão dos molares mandibulares................. 103
14
Figura 142 - Retração dos dentes anteriores com maior deslocamento da
raiz ................................................................................................................. 104
Figura 143 - Tendência de inclinação e giro dos molares.............................. 105
Figura 144 - Aplicação de forças verticais e intrusivas sobre o arco.............. 106
Figura 145 - Movimento mesial dos dentes posteriores inferiores ................. 106
Figura 146 – Mini-implantes e placas em forma de L..................................... 109
Figura 147 – Mini-placa em L ajustada ao contorno da superfície óssea....... 109
Figura 148 - Cabeça do mini-implante ajustada para ficar 2 mm acima da
mucosa........................................................................................................... 109
Figura 149 – Mini-implante fraturado.............................................................. 113
15
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Indicação Ortodôntica para 140 mini-implantes ............................ 110
16
SUMÁRIO
Resumo.............................................................................................................. 6
Abstract.............................................................................................................. 7
Lista de Ilustrações ............................................................................................ 8
Lista de Tabelas............................................................................................... 15
Introdução ........................................................................................................ 18
Objetivo............................................................................................................ 20
Revisão da Literatura ....................................................................................... 21
Princípios fundamentais sobre ancoragem ortodôntica................................. 21
Origem e evolução dos mini-implantes ......................................................... 25
Sistemas ou tipos de mini-implantes............................................................. 26
Vantagens e desvantagens dos mini-implantes............................................ 31
Planejamento para instalação dos mini-implantes ........................................ 33
Sítios de implantação e considerações anatômicas...................................... 34
Técnica cirúrgica ........................................................................................... 38
Indicações para o uso dos mini-implantes na ortodontia............................... 48
Correção da mordida profunda...................................................................... 48
Tratamento de mordida aberta...................................................................... 53
Correção de mordida cruzada posterior........................................................ 55
Nivelamento do plano oclusal........................................................................ 57
Mesialização de molares inferiores ............................................................... 57
Verticalização de molares ............................................................................. 62
Tratamento da má oclusão de classe II......................................................... 67
Tratamento da má oclusão de classe I com biprotrusão............................... 71
Tracionamento de caninos impactados......................................................... 83
Tratamento da má oclusão de classe III........................................................ 85
Intrusão de dentes posteriores...................................................................... 86
Correção de linha média ............................................................................... 98
Fixação intermaxilar em pacientes cirúrgicos.............................................. 100
Disjuntor Palatino Ósseo Muco suportado .................................................. 102
Biomecânica do tratamento ortodôntico com anc. em mini-implantes......... 103
Biomecânica de retração em casos com extração...................................... 103
17
Biomecânica de retração em casos sem extração...................................... 104
Biomecânica de controle vertical................................................................. 105
Fatares de riscos associadas as falhas e complicações trans e pós
operatórias .................................................................................................. 106
Remoção do mini-implante ortodôntico....................................................... 114
Procentagem de sucesso............................................................................ 115
Discussão....................................................................................................... 116
Conclusão ...................................................................................................... 120
Referências Bibliográficas.............................................................................. 121
18
INTRODUÇÃO
Segundo LANGLADE (1993), ancoragem é a resistência de um corpo ao
deslocamento e quando um corpo se desloca é porque as forças motrizes
prevalecem sobre as resistentes. Ancoragem é considerada um dos assuntos
mais importantes do tratamento ortodôntico.
Segundo BAE et al. (2002), o controle de ancoragem no tratamento
ortodôntico tem sido feito vários anos com o uso de mini-implantes
projetados para fixar os fragmentos ósseos nas cirurgias ortognáticas ou nas
cirurgias plásticas. Esses mini-implantes de menor custo podem ser inseridos
em qualquer local desejado, incluindo o espaço inter-radicular, uma vez que
possuem um diâmetro pequeno (1,2mm) e apresentam-se em vários
comprimentos. Mini-implantes podem receber carga imediata, resistem a forças
ortodônticas típicas de 200 a 300g durante todo o tempo do tratamento, não
necessitam esperar pela osseointegração, ao contrário dos implantes
restauradores e, podem ser facilmente removidos pelo ortodontista.
Visando reduzir a necessidade de colaboração dos pacientes e ampliar
as possibilidades de tratamento, alguns tipos de mini-implantes têm sido
utilizados como auxiliares do tratamento ortodôntico, fornecendo a
possibilidade de uma ancoragem absoluta. Baseado nestes fatos o presente
estudo bibliográfico abordou a utilização dos mini-implantes como ancoragem
ortodôntica, descrevendo os protocolos cirúrgicos para a instalação de
implantes bem como as indicações, contra-indicações, tipos e vantagens. Na
ortodontia, os mini-implantes podem ser coadjuvantes no tratamento,
contribuindo para a finalização de diferentes casos, quer seja com abertura ou
fechamento de espaços. Como ancoragem, os mini-implantes potencializam a
ação da força necessária para os movimentos dentários, permanecendo
imóveis, mesmo com direcionamento de forças contínuas, proporcionando
movimentos unidirecionais e sem efeitos recíprocos nos demais dentes. Os
mini-implantes permitem a redução da aparatologia convencional como, por
exemplo, o uso de máscaras, elásticos e arco extra-bucais, simplificando e
diminuindo o tempo de tratamento e melhorando a estética. Constituem uma
opção para casos de periodontite ou falta de dentes para ancoragem. Trata-se
19
de uma alternativa terapêutica que poderá ser utilizada com grande benefício
para o paciente bem como para o profissional.
20
OBJETIVO
O presente trabalho propôs-se estudar o uso dos mini-implantes como
alternativa na ancoragem ortodôntica abordando os seguintes aspectos:
a) As indicações para o uso de mini-implantes na Ortodontia;
b) As vantagens e possíveis desvantagens na utilização de mini-
implantes como ancoragem ortodôntica;
21
REVISÃO DA LITERATURA
Princípios fundamentais sobre ancoragem ortodôntica
Segundo RICKETTS (1976), o dente pode se movimentar em qualquer
direção com a adequada aplicação da força. A finalidade da ancoragem é evitar
o deslocamento dos dentes que suportam as forças e promover o movimento
de um outro dente ou grupos de dentes para as posições desejadas. A
ancoragem pode ser passiva ou ativa. A ancoragem passiva seria constituída
pelo próprio dente, sendo que este estaria ancorado no osso alveolar por meio
do ligamento periodontal. A resistência ao movimento ortodôntico depende do
comprimento, número e volume das raízes; dentes largos, compridos e com
raízes curvas ofereceriam uma ancoragem melhor que dentes pequenos e
curtos. A ancoragem ativa seria a ancoragem mecânica produzida pelos
dispositivos para evitar o deslocamento dos dentes de apoio e seria baseada
na noção de reciprocidade dos elementos dentários. Destacou que a
ancoragem do molar inferior estaria relacionada diretamente com o tipo facial
do indivíduo, podendo ser efetuada de três maneiras: ancoragem xima,
moderada e mínima.
PROFFIT et al. (1991), afirmou que a ancoragem é o termo utilizado em
ortodontia que trata da resistência ao deslocamento contrário a uma força, pois,
para cada ação uma reação igual e em sentido contrário. O aparelho
ortodôntico possui um elemento ativo responsável pela efetivação do
movimento dentário e um elemento de resistência que é possibilitado pelos
elementos de ancoragem.
De acordo com GRABER (1996), a correção de maloclusões baseia-se
no reposicionamento dos dentes de forma a obter-se um contato oclusal e
proximal entre as arcadas dentárias. As relações de contato entre os dentes
podem ser variáveis, sendo difícil se atingir uma oclusão central perfeita, mas
pode-se estabelecer generalizações baseadas numa correlação cuidadosa. A
movimentação dos dentes para as posições desejadas requer o
direcionamento de forças que são aplicadas por meio dos aparelhos
ortodônticos. O aparelho ortodôntico é composto por dois elementos, um ativo
22
e outro de resistência. O elemento ativo, ou elementos do aparelho ortodôntico,
são as partes que proporcionam os movimentos dentários; os elementos de
resistência ou de ancoragem proporcionam a resistência que possibilita os
movimentos dentários. Os autores ressaltaram que o movimento ortodôntico
pode ser efetuado de diferentes formas incluindo movimento dentário de
torque, inclusão, rotação, extrusão, inclinação e translação.
Segundo CABRERA; CABRERA (1997), a ancoragem intrabucal pode
ser efetuada por aparelhos que incluem: a) a barra palatina: constituída de um
arco palatino soldado ou encaixado às bandas dos primeiros molares
superiores; b) placa de ancoragem anterior ou posterior: a placa anterior é
constituída por uma placa de resina acrílica com grampos circunferênciais em
distal dos elementos próximos aos locais de extrações; na placa posterior a
resina acrílica é adaptada ao palato e os grampos circunferênciais são
adaptados mesialmente aos molares superiores; c) botão palatino de Nance:
constituído de um arco palatino soldado às bandas dos primeiros molares
superiores e um botão de resina acrílica justaposto à região anterior do palato;
d) arco lingual de Nance: consiste em bandas adaptadas bilateralmente e um
arco lingual soldado às extremidades das bandas dos primeiros molares
inferiores permanentes; e) placa lábio ativa: é composta por um fio de calibre
0,45 mm que contorna externamente o perímetro do arco dentário inferior e
deverá ser encaixado nos tubos redondos 0,45mm soldados à bandas dos
primeiros molares inferiores, possui um escudo de resina anterior que ficará
interposto anteriormente entre o lábio e os incisivos. Para reforço de
ancoragem a placa lábio ativa recebe elásticos de Classe III que partem do
arco superior, geralmente do gancho dos primeiros molares superiores e
encaixam-se nos ganchos da parte metálica da placa ou na fissura no escudo
anterior da placa. Para ancoragem intramaxilar pode ser utilizada a grade
intrabucal que é constituído de um arco palatino ou lingual soldado às bandas
dos primeiros molares com grades soldas ao arco e que tem por objetivo
auxiliar na correção de mordidas abertas dentoalveolares causadas por hábitos
deletérios. Para ancoragem intermaxilar são usados elásticos de Classe II ou III
que agem simultaneamente em ambos os maxilares. A ancoragem extrabucal
pode ser obtida com aparelhos extrabucais que exercem efeito intra-bucal. A
ancoragem cervical ou baixa consiste em uma almofada que deverá ser
23
apoiada na região posterior do pescoço; possui ganchos nas extremidades
bilaterais onde deverão ser atados os elásticos que darão efetividade às
ancoragens. A ancoragem occipital ou média visa solucionar problemas de
direção de forças, permitindo várias opções de tração em um mesmo aparelho;
consiste em três tiras de apoio as quais se adaptam respectivamente na região
cervical, occipital e parietal, unidas a lâminas plásticas em forma de “C”
invertido bilateral e, anteriormente, à frente das orelhas. A ancoragem parietal
ou alta consiste em duas tiras de apoio parietal unidas a um dispositivo plástico
que contém, internamente, uma mola de seção fechada.
KIRJAVAINEN et al. (1997) avaliaram o efeito da terapia com
ancoragem extrabucal cervical com um arco interno aberto na correção de
maloclusão de Classe II em 20 indivíduos do gênero masculino e 20 do
feminino, com idade entre 6 a 12 anos. A ancoragem extrabucal cervical foi
utilizada com um arco interno aberto em 10 mm e uma inclinação vertical de
15° do arco externo, 12h à 14h por dia com uma força de 500g de cada lado. A
relação de Classe I foi alcançada em todos os indivíduos. Ao mesmo tempo, os
arcos dentários inferiores e superiores foram expandidos. O incremento anual
das distâncias intercaninos e intermolares foi significativamente maior do que
em indivíduos normais do grupo controle, exceto pela distância intercaninos
inferiores em meninos. O comprimento do arco superior também aumentou
significativamente e não houve alteração consistente no comprimento do arco
inferior.
Segundo FERREIRA (1999), ancoragem é a resistência de um ou mais
dentes ao movimento dentro do tecido ósseo. Destacou que a ancoragem pode
ser aplicada de forma intrabucal ou extrabucal. A ancoragem intrabucal é o
meio pelo qual damos a determinado dente ou a grupo de dentes a capacidade
de resistir a movimentos indesejáveis durante a mecânica ortodôntica. A
ancoragem intrabucal pode ser classificada em: a) ancoragem simples: quando
o elemento dentário não se movimenta de corpo e apenas inclina a sua coroa;
ancoragem estacionária: os dentes de apoio não devem ser movimentados;
ancoragem recíproca: quando dois ou mais dentes, sob ação de uma força, se
movimenta em direções opostas; ancoragem estacionária: os dentes de apoio
não devem ser movimentados; b) ancoragem passiva: é o estado inerte do
próprio dente, que está ancorado no osso alveolar pelos ligamentos
24
periodontais; ancoragem ativa: é a ancoragem proporcionada pela mecânica
ortodôntica, evitando o deslocamento de um ou mais dentes para mesial,
quando os mesmos estão servindo de apoio para a movimentação de outros
dentes. A ancoragem extrabucal é o método por meio do qual são geradas
forças fora da cavidade bucal, ou seja, nas regiões cervical, occipital e parietal.
São aplicadas para estabilizar, movimentar elementos dentais ou direcionar o
crescimento dos ossos do complexo maxilofacial. O sistema mecânico gerador
das forças destinadas à movimentação ortodôntica ou ortopédica denomina-se
aparelho extrabucal. De acordo com o autor, o arco transpalatino como
dispositivo de ancoragem impede a extrusão, lingualização ou mesialização
dos molares devido à união dos mesmos pelo fio de aço 0,9mm soldado ou
adaptado às suas faces palatinas e contornando o palato, afastado do mesmo
de 1,5mm a 2mm. Ressaltou que o arco transpalatino também pode ser
utilizado nos pré-molares ou até nos molares decíduos. O aparelho de
ancoragem extrabucal pode ser confeccionado com ou sem arco facial. O arco
pode ser simples ou composto; necessitando de apoio extrabucal para ajuste
na cabeça ou região cervical, occiptal ou parietal. Os elásticos ou molas fazem
a ligação do arco externo ou braço externo ao apoio da cabeça, direcionando a
intensidade de força, conforme. A mentoneira é o aparelho extrabucal sem arco
e é constituída por um casquete colocado na parte superior da cabeça, com
apoio no mento e mola ou elástico que provocará o tracionamento e regulará a
força aplicada. As indicações para uso do aparelho extrabucal incluem:
correção de maloclusão Classe II dentária, Classe II esquelética, Classe III
esquelética; correção sobremordida; correção de mordida aberta;
movimentação dentária individual ou em grupo.
Segundo os estudos de BOECK (2000) a ancoragem intra-óssea é a
mais indicada em casos onde não se pode perder ancoragem de forma
alguma. Este tipo de ancoragem vem ganhando espaço na ortodontia e a cada
dia vem se estudando e utilizando mais.
Segundo LEE et al. (2004) o movimento de ação e reação é aplicado a
todo tratamento ortodôntico. Intrusão ou extrusão de dentes, distalização de
dentes anteriores, tudo isto causa um indesejável movimento de dentes
adjacentes, impedindo o movimento requerido do dente. Ortodontistas sempre
25
fazem estratégias para prevenir estes efeitos. Uma parte dos seus esforços
podem ser nos estudos dos implantes endoósseos para ancoragem absoluta.
Origem e evolução dos mini-implantes
Para KANOMI (1997), um mini-implante para ancoragem ortodôntica
deve ser pequeno o suficiente para ser colocado em qualquer área do osso
alveolar, até mesmo o osso apical. O procedimento cirúrgico deve ser simples
o suficiente para que um ortodontista ou cirurgião dentista o realize, e limitado
o suficiente para uma cicatrização rápida. O implante deve ser facilmente
removível após a tração ortodôntica. Descreveu um implante, confeccionado
com um mini-parafuso ósseo utilizado para fixar a placa óssea na reconstrução
plástica, com diâmetro 1,2mm e comprimento 6mm.
BAE et al. (2002) relatou que o controle de ancoragem no tratamento
ortodôntico tem sido feito vários anos com o uso de mini-implantes
projetados para fixar os fragmentos ósseos nas cirurgias ortognáticas ou nas
cirurgias plásticas. Esses mini-implantes de menor custo podem ser inseridos
em qualquer local desejado, incluindo o espaço inter-radicular, uma vez que
possuem um diâmetro pequeno (1,2mm) e apresentam-se em vários
comprimentos. Eles podem receber carga imediatamente, resistem a forças
ortodônticas típicas de 200 a 300g durante todo o tempo do tratamento, não
necessitam esperar pela osseointegração, ao contrário dos implantes
restauradores e, podem ser facilmente removidos pelo ortodontista.
Segundo MARASSI et al. (2004), ancoragem é um dos pontos mais
importantes do tratamento ortodôntico. Visando reduzir a necessidade de
colaboração dos pacientes e ampliar as possibilidades de tratamento, alguns
tipos de implantes têm sido utilizados como auxiliares do tratamento
ortodôntico, fornecendo a possibilidade de uma ancoragem absoluta.
26
Sistemas ou tipos de mini-implantes
GRAY; SMITH (2001) apresentaram um novo tipo de mini-implante de
titânio chamado Modulador Transicional (figura 1). Eles apresentam 1,8mm de
diâmetro e comprimento de 14mm, 17mm e 21mm. Esses mini-implantes são
pequenos, confortáveis, de fácil localização e resistente a forças ortodônticas.
Apresentam a capacidade de receber cargas imediatas, podem ser utilizados
com uma mecânica ortodôntica. Apresentam a capacidade de receber cargas
imediatas, podem ser utilizados com uma menica ortodôntica simples, o
facilmente removidos e de baixo custo. Este tipo de parafuso foi designado
para suportar temporariamente próteses fixas durante a fase de cicatrização
associado com a inserção de implantes permanentes e removidos quando os
parafusos permanentes eram restaurados.
Figura 1 – Mini-implante modular transicional.
PAIK et al. (2002) desenvolveram um parafuso de titânio, chamado
OSAS, para ser utilizado nos casos de fixação intermaxilar em pacientes
cirúrgicos. Eles apresentavam diâmetro de 1,6mm, comprimentos de 6mm,
8mm e 9mm e cabeça de 3mm de comprimento, para possibilitar a inserção de
elásticos ou amarrilhos (Figura 2).
Figura 2 – Mini-implante de titânio do sistema OSAS
27
KYUNG; PARK; BAE (2003) desenvolveram um estreito mini-implante de
titânio do sistema Absoanchor que apresentava a cabeça em forma de botão
com um orifício para adaptação de ligaduras e elásticos (Figura 3). Com as
dimensões reduzidas, eles podiam ser inseridos em varias regiões da maxila e
mandíbula e no osso alveolar entre as raízes dentarias. Os mini-implantes
desse sistema apresentavam diâmetros que variavam de 1,2mm a 1,6mm e
comprimento de 6mm a 8mm. Mesmo os parafusos de menos diâmetros eram
capazes de resistir a forças de até 450g.
Figura 3 – Mini-implante do sistema absoanchor
Para substituir os problemas e as dificuldades encontrados na
ancoragem ortodôntica realizada com implantes convencionais, rios sistemas
de ancoragem óssea temporária têm sido introduzidos. Segundo LIN; LIOU
(2003), eles podem ser classificados dentro de quatro categorias baseada na
aplicação clínica e no design: 1 – parafuso palatino subperioteo chamado
onplant; 2 implante palatino endósseo temporário; 3 placas ósseas; 4
parafusos ósseos. Estes autores desenvolveram um novo sistema de parafuso
ósseo chamado Mini Sistema de Ancoragem Ortodôntica (OMAS) para reduzir
as taxas de insucesso. O OMAS é feito de titânio e pode ser encontrado em
diâmetros de 1,5mm, 2,0mm, e 2,7mm e comprimentos de 7mm, 10mm, 12mm,
14mm e 17mm. Ele é constituído de quatro componentes: cabeça com slot
0,022” 0,028” para encaixe do fio ortodôntico, pescoço com uma porção mais
fina entre a cabeça e a plataforma e um orifício pra facilitar a adaptação de
molas e elásticos; plataforma com três diferentes alturas para acomodar
diferentes espessuras de tecido mole e por último o corpo. Seu corpo, com
formas paralelas e auto rosqueável permite uma melhor retenção mecânica e
reduz as chances de fraturas (Figura 4). O OMAS é designado para uma
variedade de aplicações. O parafuso com diâmetro o de 1,5mm é ideal para ser
instalado no septo ósseo entre os dentes. os parafusos com diâmetro de
28
2mm e 2,7mm são indicados para áreas edêntulas, pilar zigomático, palato
duro e região de osso alveolar vestibular de mandíbula.
Figura 4 - Design de parafusos ortodônticos
Os movimentos dentários tais como a retração de dentes anteriores e a
intrusão de dentes o difíceis de serem realizados sem movimentos
recípocros e indesejáveis da unidade de ancoragem. Com isso, MAINO et al.
(2003) desenvolveram um novo parafuso auto rosqueável de titânio chamado
Spider Screw. É encontrado em 3 comprimentos diferentes: 7mm, 9mm e
11mm, para serem usados de acordo com a espessura de tecido mole (Figura
5). Apresenta uma cabeça com slot interno de 0,021 X 0,025”, um outro slot
externo com as mesmas dimensões e um slot vertical redondo de 0,025”.
Figura 5 – Mini-implante de titânio do Sistema Spider Screw.
De acordo com RITTO; KYUNG (2004) surgiram no mercado vários
desenhos de mini-implantes para diversas finalidades. Quase todos têm um
orifício na cabeça para colocação de acessórios. Eles apresentam diferentes
tipos de ranhuras e formas de cabeças diferenciadas (Figuras 6, 7 e 8).
29
Figura 6 - Formas diferenciadas de cabeças do mini-implantes.
Figura 7 – Mini-implantes de cabeça com dupla ranhura.
Figura 8 – Mini-implante com cabeça de bráquete.
Segundo CARVALHO; CARVALHO; CARVALHO (2004), os mini-
implantes podem ser confeccionados em titânio e com diversos diâmetros:
1,2mm, 1,4mm, 1,6mm. O comprimento pode variar de 6mm a 12mm
dependendo do fabricante. Os parafusos maiores são utilizados para fixação de
mini-placas em forma de L ou em casos de menor disponibilidade óssea.
Segundo CHUNG; KIM; KOOK (2004) o principal mecanismo de
retenção da maioria dos mini-implantes ortodônticos é a união mecânica intra-
ósseo. Eles precisam de uma adaptação perfeita para serem efetivos e sua
estabilidade depende quase que exclusivamente da qualidade e quantidade de
osso cortical e trabecular disponível. No mais, o design da cabeça de muitos
mini-implantes tende a causar irritação gengival. Para corrigir estas limitações e
possibilitar uma precoce ósseo integração, estes autores desenvolveram um
novo sistema de ancoragem esquelética chamada Implante C. Esse dispositivo
de titânio proporciona uma ancoragem esquelética principalmente através da
30
ósseointegração (Figura 9). Ele é constituído de duas partes: 1 um parafuso
de 1,8mm de diâmetro e 8,5mm, 9,5mm ou 10,5mm de comprimento. Toda sua
superfície, exceto os 2mm superior próximo á cabeça com 2,5mm de diâmetro
com 5,35mm, 6,35 ou 7,35mm de altura. Uma longa extensão entre a cabeça e
o corpo do parafuso previne irritação gengival durante a mecânica e maior
transferência de forças compreensivas. Com isso a estabilidade inicial do
Implante C é aumentada possibilitando o recebimento de cargas imediatas. A
quantidade de força aplicada pode variar de 50g a 200g, dependendo da
qualidade óssea e do movimento ortodôntico desejado.
Figura 9 - Implante C Ortodôntico.
CARANO et al. (2005) relataram que o material usado normalmente para
a construção dos mini-implantes é o titânio embora o aço inoxidável também
fosse sugerido como um material alternativo. A osseointegração destes mini-
parafusos de titânio é bem menor quando comparados à osseointegração dos
implantes convencionais. Essa incompleta osseointegração é vista como uma
vantagem dos mini-parafusos para as aplicações ortodônticas, possibilitando
uma efetiva ancoragem com fácil inserção e remoção. Em relação ao design
dos parafusos utilizados no sistema de ancoragem com mini-implantes (MAS),
estes são construídos de titânio e têm a forma cônica, podendo apresentar três
tamanhos diferentes (Figura 10). O tipo A tem o diâmetro de 1,3mm e o
pescoço com 1,1mm. O tipo B tem 1,5mm de diâmetro e o pescoço com
1,3mm. Ambos os tipos tem 11mm de comprimento. o tipo C, possui 9mm
de comprimento, 1,5mm de diâmetro e pescoço de 1,3mm. A cabeça dos mini-
implantes consiste de duas esferas que serve para anexarem elásticos, molas,
ligaduras metálicas ou ganchos auxiliares.
31
Figura 10 – Mini-implante do sistema MAS
Vantagens e desvantagens dos mini-implantes
De acordo com KANOMI (1997) o mini-implante para ancoragem
ortodôntica é pequeno o suficiente par ser colocado em qualquer área do osso
alveolar e até mesmo no osso basal. O procedimento cirúrgico é simples, de
maneira que o ortodontista ou cirurgião dentista o realize e o processo de
reparação tecidual é rápido. O mini-implante pode ser facilmente removido
após a tração ortodôntica.
PARK et al. (2001) apresentaram um caso clínico no qual introduziram
uma nova forma de tratamento da oclusão de classe I com biprotrusão por
meio da ancoragem em mini-implantes. Dentre as vantagens apresentadas
estavam: não depende da cooperação do paciente, alcança uma melhora no
perfil mais rápido, dando ao paciente mais incentivo e motivação, e reduz o
tempo de tratamento com a retração dos seis dentes anteriores
simultaneamente.
PAIK et al. (2002) afirmaram que devido à sua eficácia clínica, os mini-
implantes estão substituindo rapidamente os implantes convencionais e as
mini-placas nas aplicações ortodônticas. Dentre as vantagens oferecidas com o
seu uso na fixação intermaxilar em pacientes cirúrgicos pode-se destacar:
facilidade de inserção e remoção; manutenção da higiene oral e o tempo de
cadeira são drasticamente reduzidos; gasta-se poucos minutos para a inserção
de cada parafuso e não necessidade do ortodontista confeccionar os arcos
cirúrgicos com ganchos soldados.
Segundo LIN; LIOU (2003) os mini-parafusos ósseos apresentam certas
vantagens sobre os outros sistemas de ancoragem como: fácil procedimento
cirúrgico de inserção e remoção, baixo custo e grande número de indicações
clínicas. Pom, eles não são capazes de suportar forças ortodônticas
pesadas, podendo até levar os mesmos a fraturas e perdas de estabilidade.
32
PARK et al. (2003) afirmaram que os mini-parafusos são capazes de
resolver vários problemas associados à intrusão dentária além de ter outras
vantagens. O design simples torna-os mais confortáveis para os pacientes; os
efeitos colaterais, como a extrusão de dentes adjacentes é minimizada,
proporcionando resultados mais confiáveis. A técnica de implantação é
relativamente simples tal como o controle na direção e quantidade de força.
De acordo com CARVALHO; CARVALHO; CARVALHO (2004) dentre as
vantagens dos mini-implantes pode-se destacar: diversos sítios de colocação,
fácil instalação e remoção, baixo custo, facilidade no direcionamento das foas
em relação ao centro de resistência, diâmetro reduzido do implante, pronto
para carga imediata, cil instalação e remoção, baixo custo, facilidade no
direcionamento das forças em relação ao centro de resistência, dmetro
reduzido do implante, pronto para carga imediata, fácil higienização, dispensa a
colaboração do paciente e reduz o tempo de tratamento simplificado a
mecânica ortodôntica.
PARK; KWON (2004) relataram que a mecânica de deslize com
ancoragem em mini-implantes possibilita que dentes anteriores e posteriores
maxilares possam ser distalizados sem perda de ancoragem. os mini-
implantes mandibulares controlam o posicionamento vertical dos molares
possibilitando uma rotação da mandíbula e melhora do perfil facial.
Para YAO et al. (2004) a vantagem de se usar mini-implantes para
ancoragem absoluta é que am de simplificar toda a mecânica ortodôntica,
evitando até mesmo certos efeitos colaterais encontrados na mecânica
convencional como a perda de ancoragem, reduz a necessidade de
cooperação do paciente e elimina o uso do aparelho extrabucal e forças podem
ser aplicadas logo após sua instalação.
Segundo PARK; KWON; SUNG (2004) os mini-implantes podem
proporcionar uma ancoragem absoluta para a retração em massa dos dentes
anteriores sem produzir efeitos colaterais, minimizando o tempo de tratamento.
Além disso, eles simplificam a biomecânica necessária para a movimentação
de corpo dos dentes.
Segundo LABOISSIERE et al. (2005), os mini-implantes ortodônticos
usados como dispositivos para ancoragem absoluta são capazes de simplificar
a aparatologia empregada além de minimizar os efeitos indesejados das forças.
33
De acordo com CARANO et al. (2005), dentre as vantagens dos mini-
implantes em relação a outras formas de ancoragem estão: capacidade de
fornecer ótimas forças de tração, aplicabilidade em qualquer estágio de
desenvolvimento, incluindo terapia interceptativa, redução no tempo de
tratamento, eliminando a necessidade de preparar a ancoragem dentaria,
necessidade de mínima cooperação do paciente, proporciona conforto ao
paciente e é de baixo custo. Já as vantagens dos mini-implantes quando
comparados aos sistemas de implantes ossoointegrados convencionais são:
maior número de sítios de implantação, cil inserção e remoção, capacidade
de receber cargas imediatas, aplicabilidade em pacientes em crescimento e
custo bem menor. Afirmaram também que as desvantagens dos mini-implantes
encontradas na literatura são: possibilidade de dano ás estruturas anatômicas
como nervos, vasos e raízes, perda do mini-implante durante a inserção e
recebimento de cargas, quebra dentro do osso durante a inserção ou remoção
e inflamação ao redor dos sítios de implantação.
Planejamento para instalação dos mini-implantes
BEZERRA et al. (2004) afirmaram que o planejamento deve ser feito em
conjunto com o ortodontista e o cirurgião. O ortodontista define o tipo de
movimento desejado e o melhor ponto de aplicação de forças em relação ao
centro de resistência da unidade ativa. O cirurgião avaliará anatomicamente a
viabilidade de instalação na posição sugerida ou propõe soluções alternativas
que possam incrementar a estabilidade inicial do mini-implante ou minimizar o
risco de lesão a estruturas anatômicas. O planejamento deve sempre ser
individualizado devido às variações anatômicas presentes sendo que, após
definida a melhor localização para o sistema de ancoragem, o planejamento
cirúrgico deverá seguir as seguintes etapas mostradas no quadro 1.
34
MATOS (2005) relatou que o ortodontista deve conscientizar-se da
necessidade de planejar a manutenção da ancoragem ainda no plano de
tratamento. Cada paciente requer um tipo de ancoragem em especial e o
planejamento prévio dever ser feito para que danos irreparáveis não ocorram.
Sítios de implantação e considerações anatômicas
Segundo COSTA; RAFFAINI; MELSEN (1998), os mini-implantes
podem ser inseridos em várias regiões tanto na mandíbula quanto na maxila.
Uma boa localização é a espinha nasal anterior onde o parafuso pode ser
usado para proclinação dos incisivos. Outra localização é a sutura palatina
mediana, tendo como vantagem e espessura e altura da crista nasal onde a
estrutura óssea é densa o bastante para a retenção do parafuso. A posição
antero-posterior pode variar lentamente de acordo com a anatomia individual. A
orientação pode igualmente variar na direção obliqua anterior e vertical. Deve-
se evitar o canal incisivo e, quando situados anteriormente, o parafuso dever
ser inserido levemente distante da linha média ou mais posteriormente. Nesta
posição, os mini-implantes podem fornecer ancoragem direta para retração e
intrusão dos incisivos. Uma ancoragem nesta região também pode ser usada
para movimento simétrico mesial dos dentes laterais. Indiretamente esta
Quadro 1 - Planejametno para Instalação dos Mini-Implantes
Ortodônticos
Avaliação dos Modelos de Estudo
Avaliação Radiografica Panoramica e Periapical
Definição do Número e Localização dos Mini-Implantes
Definição do Diametro e Comprimento dos Mini-Implantes
Confecção de um Guia Cirúrgico
Higiene Oral Pré-Cirúrgico
Orientaçõs sobre Higienização e Monitoramento da Saúde Peri Implantar
Prescrição Medicamentosa
Fonte - BEZERRA et al. (2004, p.43).
35
localização pode também ser usada para consolidar a ancoragem em mini-
implantes com os dentes que estão servindo de ancoragem, mas exercem
também pequena resistência. Outra localização é a crista infrazigomatica. O
nível e a direção podem variar dependendo da anatomia individual. Nesta
posição, os parafusos podem proporcionar uma ancoragem para retração e
intrusão dos dentes anteriores. Alem disso, eles podem também ser utilizados
para instruir molares em super erupção secundaria em casos de exodontia do
dente antagonista.
Segundo COSTA; RAFFAINI; MELSEN (1998), três locais são sugeridos
pra a implantação do parafuso na mandíbula. A inserção do mini-implante na
região retromolar estabelece uma satisfatória ancoragem para o movimento de
verticalização de molares inferiores. O segundo local é dentro das áreas
edêntulas do processo alveolar. O objetivo da implantação do parafuso nesse
lugar é poder mover dentes sozinhos sem interferir na dentição restante. Na
região anterior da mandíbula, os parafusos podem ser inseridos na sínfise
mentual, para serem usados como ancoragem nos movimentos de intrusão,
protrusão e inclinação dos incisivos.
Segundo KYUNG; HONG; PARK (2003), devido à espessura fina do
osso platino vista através de tele-radiografia em norma lateral, os implantes
colocados na região mediana do palato precisam ser mais largos para
aumentar a estabilidade e retenção. No entanto, quando a análise da área é
feita em três dimenes, o suporte ósseo é realmente maior do que o visto na
cefalometria (Figura 11).
Figura 11 - Tomografia computadorizada do palato
PARK et al. (2003) afirmaram que a espessura e densidade da cortical
óssea para retenção dos mini-implantes, variam entre pacientes e locais de
implantação. Cortical mais espessa e densa é considerada mais favorável para
a estabilidade do implante. Na mandíbula, a área retromolar e o lado vestibular
da região posterior satisfazem estes critérios. Na maxila, a região da sutura
36
platina mediana é considerada a mais favorável para a colocação do parafuso
devido à fina espessura de tecido mole aumenta em direção a gengiva à região
apical do dente. É interessante de fazer a medição para auxiliar na escolha do
comprimento adequado do parafuso. Quando possível na região vestibular,
deve-se colocar o mini-implante na zona de gengiva inserida. Isso porque
diminui a possibilidade do tecido mole cobrir o parafuso e facilita a manutenção
de uma boa higiene oral. È importante determinar o numero, a posição e o
paralelismo das raízes antes de escolher o local da implantação. Radiografias
periapicais e panorâmica podem ser usadas neste propósito. Na mandíbula,
deve-se tomar cuidado com o canal mandibular e o forame mentoniano,
quando colocar o parafuso. na maxila o canal incisivo, o nervo e a arteiria
palatina maior se encontram geralmente distantes do local de implantação do
mini-implante e raramente oferecem problemas.
Para KYUNG; PARK; BAE (2003), uma série de radiografias periapicais
deveriam serem tiradas a fim de determinar o espaço adequado entre as raízes
(Figura 12). O ideal seria usar sempre o mini-implante de maior comprimento,
mas sem danificar qualquer tipo de tecido adjacente. Na mandíbula, a
superfície vestibular e a região retromolar apresentam freqüentemente uma
espessura e qualidade de cortical óssea adequada para a inserção dos
parafusos. na maxila, a cortical óssea vestibular é mais fina e o osso menos
compacto. Recomenda-se a utilização com tamanhos maiores (6 a 8mm de
comprimento por 1,2mm a 1,3mm de diâmetro). O melhor local de inserção do
parafuso para retração em massa dos dentes anteriores maxilares é entre o
pré-molar e 1º molar. Nos casos de extração, os mini-implantes deveriam ser
inseridos logo após as exodontias, pois facilitaria a implantação dos mesmos,
diminuiria a morbidade e dispensaria outro procedimento cirúrgico.
Figura 12 - Radiografias periapicais para localização dos mini-implantes.
Segundo LIN; LIOU (2003), os sítios de inserção dos mini-implantes são
selecionados de acordo com o plano de tratamento, a mecânica ortodôntica, a
37
qualidade e quantidade de osso no local. Os parafusos podem ser implantados
com ou sem rebatimento de retalho mucoperiósteo. O tipo de cirurgia a ser
realizada dependerá do local de inserção. Se o parafuso for colocado em
gengiva inserida, não há necessidade de elevação de retalho e nem suturas. O
implante poderá receber cargas imediatas (Figura 13).
Figura 13 - Inserção do mini-implante em gengiva inserida
A inserção na mucosa alveolar necessita de uma incisão para rebater
um retalho muco periósteo a fim de expor a superfície óssea. Nesse caso é
necessário um período de cicatrização de duas semanas antes da colocação
de forças ortodônticas (Figura 14).
Figura 14 - Inserção do mini-implante em mucosa alveolar.
Segundo LEE et al. (2004) a área da sutura palatina mediana, por estar
recoberta por uma fina camada de tecido mole ceratinizado e apresentar uma
densa cortical óssea é considerada o melhor sítio de inserção de mini-
implantes na maxila.
PARK (2002), citado por BEZERRA et al. (2004) relatou que através de
um estudo em tomografias computadorizadas de diferentes áreas da
mandíbula e maxila, sugeriram que as melhores áreas para instalação dos
mini-implantes o entre os pré-molares e molares superiores por vestibular,
entre os primeiros e segundos molares superiores, sendo que a espessura da
cortical óssea alveolar aumenta da região dentária anterior para posterior.
Segundo CARANO et al. (2005), os mini-implantes podem ser inseridos
de forma que os vetores de força sejam próximos ao centro de resistência dos
38
dentes, para possibilitar um maior movimento do corpo. Os sítios de
implantação mais usados na maxila são: espaços interradiculares, na vestibular
ou lingual; espaços de extração e superfície inferior da espinha nasal anterior.
Na mandíbula os locais mais comuns o: espaços interradiculares,
lateralmente a sínfase mentual e espaços de extração.
Técnica cirúrgica
De acordo com COSTA; RAFFAINI; MELSEN (1998) os parafusos
podem ser inseridos diretamente na mucosa sob anestesia local sem nenhum
tipo de incisão e deslocamento de retalho. A localização é baseada na
avaliação da espessura do osso local. É realizado uma perfuração com um
diâmetro de 0,5mm menor que o diâmetro do parafuso a ser implantado
utilizando-se uma broca de baixa velocidade, sob irrigação constante.
PARK; KWON; SUNG (2002) indicaram o procedimento cirúrgico para a
instalação de mini-implantes com a finalidade de ancoragem para a
verticalização de molares inferiores. Sob anestesia local é feita uma incisão de
3 a 4mm. O retalho é deslocado com um elevador de periósteo, expondo o
osso alveolar. Faz-se uma perfuração com uma broca piloto de 9mm com
irrigação constante. O mini-implante é encaixado numa chave especial e
rosqueado para dentro do orifício piloto. Estes autores recomendam também a
utilização de tomografias computadorizadas como meio de diagnostico auxiliar
para possibilitar o melhor posicionamento dos mini-implantes, e evitar danos à
estruturas anatômicas adjacentes. Esta tomografia (Figura 15) permite
visualizar um espaço considerável para colocação dos mini-implantes na
vestibular e distal do segundo molar inferior.
Figura 15 - Tomografia de mandíbula.
Segundo BAE et al. (2002) o procedimento cirúrgico de instalação dos
mini-implantes consiste no cálculo do local do sítio de inserção através de um
39
guia cirúrgico feito com fio ortodôntico e analisado através de uma radiografia
bite wing (Figura 16 A). Sob anestesia local é realizada uma incisão com
rebatimento de um retalho mucoperiósteo (Figura 16 B). Com uma broca piloto
de 1mm de diâmetro faz-se um orifício na cortical óssea (Figura 16 C). O mini-
implante de 1,2mm de diâmetro é inserido através de uma chave direcionadora
(Figura 16 D) Forças ortodônticas diretas podem ser aplicadas após o período
de cicatrização do tecido mole torno de duas semanas.
Figura 16 - Procedimento cirúrgico de instalação dos mini-implantes.
Para KYUNG; PARK; BAE (2003) os mini-implantes maxilares devem
ser inseridos formando um ângulo de 30º a 40º com o longo eixo dos dentes
maxilares a fim de aumentar a superfície de contato entre o parafuso e osso
(Figura 17).
Figura 17 - Ângulo de inserção dos mini-implantes.
Esse procedimento é capaz de aumentar a retenção do implante além
de reduzir os riscos de danos às raízes. A espessura da cortical óssea
mandibular geralmente requer apenas 10º a 20º de angulação (Figura 18).
Figura 18 - Ângulo de inserção dos mini-implantes mandibulares.
A densidade da cortical óssea varia de paciente e de local para local
num mesmo paciente. Quando o parafuso for implantado no palato deve-se
40
tomar cuidado para não lesar a artéria platina maior e nervos localizados na
região. A espessura da mucosa do palato deve ser medida com uma sonda
periodontal ou com um cursor inserido na agulha anestésica (Figura 19). Pelo
menos 6mm do mini-implante deve penetrar no osso. Na área da linha média, a
cortical óssea é de boa qualidade, no entanto, em virtude da sutura palatina, há
necessidade de inserção de um parafuso mais espesso que o usual.
Figura 19 - Medição da espessura da mucosa do palato.
Estes mesmos autores relatam que o mini-implante depende quase que
exclusivamente do mecanismo de retenção desses no osso, necessitando de
uma adaptação perfeita. Sob anestesia local deve ser feita uma incisão vertical
de aproximadamente 5mm, para deslocar um retalho mucoperiósteo (Figura
20). Com irrigação constante, uma broca de baixa rotação com 400 a 500rpm e
diâmetro de 0,5mm menor que o diâmetro do implante que será instalado é
usada para fazer o orifício de orientação. As brocas de alta rotão facilitam o
procedimento, mas aumentam o risco de super aquecimento do tecido ósseo e
causar necrose óssea. A broca pode penetrar em mucosa, gengiva inserida e
osso. Quando ocorrer a inserção do mini-implante em mucosa alveolar,
prefere-se rebater um retalho para facilitar a inserção do parafuso em um local
mais adequado e com isso prevenir que a mucosa recubra a cabeça do
implante. Este orifício deverá ter profundidade igual ao comprimento do
implante e este deve ser inserido preferencialmente com uma chave manual.
Figura 20 – Mini-implante sendo instalado através de tecido mole móvel.
41
Segundo BAE et al. (2003) existem dois tipos de técnicas cirúrgicas de
inserção dos mini-implantes: o método aberto e o método fechado. Utiliza-se o
método aberto quando o controle tridimensional do sistema de força do micro-
parafuso é requerido. A cabeça do mini-implante é esposta na mucosa para
fios sejam inseridos dentro do slot. Usualmente, este método é usado na área
de gengiva inserida. A técnica consiste nos seguintes passos: pré-medição (se
necessária) do paciente; definição do local de inserção, medido com uma barra
guia na radiografia bite-wing ou periapical; anestesia local com lidocaína a 2%;
perfuração do osso, diretamente na mucosa, utilizando-se broca de baixa
rotação em peça de mão, mediante irrigação. O objetivo é confeccionar uma
espécie de túnel para guiar o profissional na colocação do mini-implante e
evitar a fratura do mesmo durante a inserção sob pressão. A profundidade do
túnel deve ser equivalente ao comprimento do mini-implante. O profissional
deve evitar vibrar muito a peça de mão durante a perfuração para impedir o
alargamento o túnel e não dificultar a retenção do mini-implante. A inserção
propriamente dita do mini-implante é feita com caneta de baixa rotação ou
manualmente com um direcionador de parafuso. Este último todo é mais
vantajoso, pois, permite o profissional sentir qualquer resistência durante o
procedimento. Se não ocorrer resistência do mini-implante após a sua
colocação, o profissional deve optar por um dispositivo de tamanho maior. Já o
método fechado é indicado para os casos onde a cabeça do parafuso é
recoberta, ou seja, emerge dentro da mucosa alveolar, e onde a força
requerida é simples. Um fio torcido passa através da mucosa na direção da
futura força de aplicação, do parafuso até o arco dental (Figura 21). Nestes
casos, os implantes são aproximadamente de 1 a 2mm menores em relação ao
método aberto. A seqüência do procedimento cirúrgico é assim descrita: pré-
medicação (se necessária) do paciente; definição do local de inserção, medido
com uma barra guia na radiografia bite-wing com uma lâmina número 15;
exposição do osso com elevador de periósteo; perfuração do osso e
procedimento subseqüentes semelhantes ao método anterior.
42
Figura 21 - Método fechado de inserção dos mini-implantes.
De acordo com MAINO et al. (2003) afirmaram que o sítio de
implantação do Spider Screw deve ter osso suficientes para acomodar
completamente o parafuso e, pelo menos 2,5mm a 3mm de espessura óssea
para proteger as raízes dos dentes adjacentes e estruturas anatômicas, como o
seio maxilar. Se o mini-implante for inserido em uma área onde
possibilidade de dano à estruturas adjacentes, um guia cirúrgico deve ser
confeccionado com fio ortodôntico e acrílico (Figura 22).
Figura 22 - Confeção de guia cirúrgico com fio ortodôntico e acrílico.
O acrílico deve cobrir a superfície oclusal dos dentes próximo à área
cirúrgica. O fio é dobrado de forma a evidenciar o ponto de implantação do
parafuso o qual é marcado por um ponto de pressão e inserido no acrílico. A
distância do ponto marcado às estruturas anatômicas adjacentes pode ser
determinada radiograficamente, utilizando-se a técnica do paralelismo de cone
longo (Figura 23). Uma broca piloto de 1,5mm de diâmetro com um stop
correspondente ao comprimento do parafuso é usada para perfurar o tecido
mole e osso cortical. Se o local de inserção do parafuso estiver recoberto por
mucosa deve-se fazer uma pequena incisão vertical de 5mm e separar as
bordas do tecido sem rebater o retalho ou expor o tecido ósseo.
43
Figura 23 - Radiografia periapical para avaliar o posicionamento do guia
cirúrgico.
PARK et al. (2003) relataram que devem ser checadas a forma e
localização das raízes nas radiografias panorâmicas e periapicais ante de se
iniciar o procedimento de implantação do parafuso para intrusão de dentes
posteriores. Sob anestesia local é feito uma marca na gengiva, com uma sonda
periodontal, do local exato da instalação do implante. Observar a junção
mucogengival e o parafuso é instalado preferencialmente na gengiva inserida.
Quando o mini-implante é colocado pelo palato, é necessário medir a
espessura de tecido mole na área para avaliar o comprimento do parafuso.
Para verificar a relação da posição entre o mini-implante e as proximais das
raízes aconselha-se fazer uma radiografia periapical alterando a posição do
cone mesiodistalmente.
GIANCOTTI et al. (2003) citaram em seu trabalho, sobre a ancoragem
em mini-implantes para o tratamento de molares ectópicos, que a instalação
dos parafusos é sempre feita sob anestesia local e pode ser realizada de duas
maneiras diferentes. O método direto que consiste no rebatimento de um
retalho muco periósteo, inserção do parafuso e sutura (Figura 24).
Figura 24 - Método direto de inserção dos mini-implantes.
Mas se a gengiva marginal é fina, o método indireto ou a técnica
transmucosa é indicado sem um retalho cirúrgico (Figura 25).
Figura 25 - Método indireto de inserção dos mini-implantes.
44
Segundo CARVALHO; CARVALHO; CARVALHO (2004) para a inserção
dos mini-implantes é necessária à confecção de um guia cirúrgico
radiográfico para determinar a localização da área de colocação do implante
em relação aos acidentes anatômicos mais próximos e as raízes dos dentes
adjacentes. Esse guia pode ser confeccionado a partir de fio ortodôntico e
acrílico autopolimerizável. A técnica de colocação dos mini-implantes vem
sofrendo alterações contínuas para simplificar o ximo sua instalação. Sob
anestesia local e utilizando-se do guia cirúrgico radiográfico, inicia-se a
perfuração com uma broca de 1mm de diâmetro até a profundidade desejada
com a irrigação constante de soro fisiológico a fim de se evitar o
superaquecimento ósseo. Em seguida inicia-se a colocação do parafuso com
uma chave manual até atingir o posicionamento ideal. Deve-se conferir a
estabilidade do mini-implante.
De acordo com BEZERRA et al. (2004), após avaliação clínica e
radiográfica minuciosa, o preparo inicial pré-cirúrgico deve ser realizado,
estabelecendo um controle rígido do biofilme dos tecidos periimplantares para
manter a homeostasia durante o período de tratamento. Os autores sugerem
como protocolo cirúrgico a prescrição medicamentos de amoxicilina 500mg 4
cápsulas por via oral uma hora antes da cirurgia e Eterocoxib 120mg – 1
comprimido por via oral uma hora antes da cirurgia e 1 vez ao dia durante
quatro dias. Como cuidados locais são recomendados a higienização do mini-
implante com escova embebida em gluconato de clorexidina 0,12%, controle
clínico semanalmente da saúde periimplantar no primeiro mês e depois
mensalmente durante todo o tratamento. É recomendada também a utilização
de colutório. Quanto a técnica cirúrgica, a osteotomia para instalação dos mini-
implantes deverá ser realizada em baixa rotação (300Rpm) sob a irrigação
profusa para evitar aquecimento ósseo. Utilizando-se brocas com diâmetro 0,2
ou 0,3mm menor do que o diâmetro do parafuso para que a estabilidade do
mesmo se por contato justo entre a sua superfície e as paredes ósseas.
Preferencialmente, os mini-implantes deverão ser instalados em região de
mucosa ceratinizada com angulação de 30 a 40 graus em relação a superfície
óssea cortical para obter maior estabilidade primária e reduzir a proximidade do
parafuso com as raízes dentárias adjacentes (Figura 26). Mas é possível
45
também sua implantação de maneira perpendicular à estrutura óssea quando
existir maior disponibilidade óssea. (Figura 27).
Figura 26 – Mini-implante instalado na gengiva inserida com angulação de 40º.
Figura 27 – Mini-implante sendo instalado perpendicular á tábua óssea.
VILLELA et al. (2004) propuseram a confecção de um guia cirúrgico
através da utilização de fios ortodônticos para orientação radiográfica em
relação ao posicionamento ideal do implante. Este recurso é de grande valia
para se evitar lesões a estruturas anatômicas (Figura 28).
Figura 28 - Guia cirúrgico confeccionado em fio ortodôntico.
PARK; KWON; SUNG (2004) afirmaram que durante o procedimento
cirúrgico de instalação, o clínico pode sentir resistência maior se o mini-
implante tocar uma raiz dentária. Se isso acontecer, deve-se remover o
parafuso e tentar implantá-lo com uma angulação diferente. A pequena área de
dano radicular pode ser reparada com cemento normal.
Segundo MAH; BERGSTER; GRAHAM (2005), não necessidade de
prescrição de antibiótico para a cirurgia de implantação do dispositivo de
ancoragem, a não ser que exista uma indicação médica específica. Os
parafusos devem ser colocados preferencialmente na área de gengiva inserida
para facilitar a higienização e possibilitar uma melhor adaptação do tecido ao
redor do dispositivo de ancoragem temporária. De fato, o processo inflamatório
46
é reconhecido como um fator de risco à falhas mais significante que o design
do parafuso. Estes dispositivos devem ser inseridos perpendicularmente a
superfície óssea, mais isto nem sempre é possível, principalmente em áreas de
difícil acesso. Desvios de até 10º são considerados aceitáveis. Em relação ao
profissional mais indicado para instalar estes parafusos, como os cirurgiões,
implantodontistas e clínicos, estes autores acreditam que os ortodontistas
estão em melhor posição por conhecerem mais de biomecânica e com isso
poderem posicionar melhor, tais dispositivos.
CARANO et al. (2005) salientaram que o parafuso auto rosqueável
geralmente não requer nenhuma preparação do osso medular. Se o osso for
muito denso, deve-se usar uma broca piloto para perfurar através da gengiva e
cortical óssea sob anestesia local. É recomendado que se fa um “stop para
limitar a profundidade de inserção, sendo o ideal para o limite, 2mm mais curto
que o comprimento do parafuso. Especial atenção é requerida durante a
implantação do parafuso para reduzir as chances de injúrias às estruturas
anatômicas tais como veias, nervos e raízes dentárias. Uma chave manual é
usada para inserir o mini-implante de preferência entre a gengiva livre e
gengiva inserida. Para a estabilidade inicial do parafuso ser confirmada, uma
força ortodôntica de 50-250g deve ser aplicada imediatamente. No pós-
operatório, antibióticos ou analgésicos, usualmente, não são necessários.
Para MOREA et al. (2005) muitos guias cirúrgicos propostos na literatura
determinam a posição dos mini-implantes através de fios metálicos conectados
ao aparelho ortodôntico ou a uma placa de acrílico removível. Devido à
radiografia periapical proporcionar apenas informações bidimensionais, o
sucesso desta técnica depende de uma excelente tomada radiográfica com a
técnica do paralelismo. Outro fator crítico na implantação dos parafusos é o
ângulo de inserção. Recomenda-se o ângulo de 10 a 20º entre o mini-implante
e o longo eixo do dente na mandíbula e 30 a 40º na maxila. Estes autores
desenvolvem um novo guia que proporciona um controle cirúrgico
tridimensional para a implantação dos mini-parafusos ortodônticos. Após o
exame clínico, o modelo de gesso é feito e radiografias periapicais são tiradas
para avaliar o acesso ao osso interproximal, a morfologia e proximidade
radicular. Depois, um tubo oco de 2mm de comprimento e 1,3mm de diâmetro
47
interno é fixado com cera ao modelo de gesso na posição e angulação ideal
de implantação do parafuso (Figura 29).
Figura 29 - Tubo oco fixado ao modelo de gesso.
É colocado cera ao redor do tubo de orientação e na superfície
oclusal no modelo de gesso para a fabricação de um acrílico de transferência
(Figura 30).
Figura 30 - Colocação de cera ao redor do tubo de orientação
Após a polimerização é feito o acabamento e o polimento do acrílico
(Figura 31).
Figura 31 - Acabamento e polimento do acrílico do guia cirúrgico
.
O guia cirúrgico deve ficar submerso em clorexidina a 1% por 12 horas
antes da sua utilização para evitar qualquer tipo de contaminação bacteriana.
Com isso o guia é levado à boca e, confirmada a correta posição de
implantação do parafuso, como feita no modelo de gesso, a anestesia local é
aplicada e uma broca piloto de 1,2mm de diâmetro é utilizado para perfurar o
osso (Figura 32).
Figura 32 - Broca piloto inserida através do guia cirúrgico.
48
O guia é então removido e o parafuso é inserido com uma chave manual
derecionadora. Uma radiografia periapical é obtida após o procedimento
cirúrgico para verificar se os implantes foram bem posicionados e se não houve
qualquer tipo de dano às estruturas adjacentes (Figura 33).
Figura 33 - Radiografia periapical tirado após a inserção dos mini-
implantes.
Indicações para o uso dos mini-implantes na ortodontia
Correção da mordida profunda
Para demonstrar a eficiência da ancoragem esquelética na ortodontia,
CREEKMORE; EKLUND (1983) apresentaram o caso de uma paciente que
apresentava mordida profunda em que foi utilizado um parafuso de metal para
a intrusão e projeção dos incisivos maxilares (Figura 34).
Figura 34 - Paciente classe I com mordida produnda.
O parafuso ósseo do tipo Vitallium foi inserido abaixo da espinha nasal
anterior (Figura 35). Após dez dias, foram anexados elásticos da cabeça do
implante ao arco ortodôntico.
Figura 35 - Parafuso instalado embaixo da espinha nasal anterior.
49
Os elásticos eram trocados durante o tratamento para liberarem uma
força constante durante 24h até o parafuso ser removido um ano depois.
Durante este tempo os incisivos centrais da maxila foram intruídos
aproximadamente 6mm e inclinados para vestibular 25º (Figura 36).
Figura 36 - Superposição cefalométrica.
Estes autores sugeriram que profundas investigações sejam feitas sobre
a ancoragem esquelética para assegurar a eficácia da mesma na
mecanoterapia ortodôntica.
GRAY; SMITH (2001) descreveram o caso de uma paciente do sexo
feminino que havia perdido os dentes posteriores e apresentava um
comprometimento periodontal severo na dentição (Figura 37). Ela utilizava
prótese parcial removível e sua principal queixa era a estética dos dentes
superiores. A falta de suporte oclusal posterior e subseqüente perda da
dimensão vertical criaram uma oclusão que estava traumatizando os dentes
restantes. Os dentes anteriores da maxila estavam inclinados, protruídos e
espaçados com trespasse horizontal e vertical aumentados. Na mandíbula, a
paciente também havia perdido os dentes posteriores e os incisivos estavam
inclinados e rotacionados.
Figura 37 - Paciente com perda de dentes posteriores e doença periodontal
severa.
50
O tratamento ortodôntico objetivou melhorar a posição dos dentes,
principalmente a relação inter incisivos, com eventual restituição dos dentes
posteriores com prótese parcial removível. O plano de tratamento proposto foi
abrir a mordida, alinhar os dentes em ambos os arcos e retrair e unir os dentes
anteriores maxilares. Após o restabelecimento da dimensão vertical de oclusão
com próteses removíveis temporárias, um parafuso do sistema MTI de 21mm
foi usado como ancoragem indireta e implantado na distal do 1º pré-molar
superior esquerdo, no qual tinha sido restaurado com uma corda de acrílico.
Outros dois MTIs de 17mm foram colocados um ao outro com uma barra de
titânio para evitar a rotação dos mesmos (Figura 38).
Figura 38 - Inserção de dois mini-implantes do sistema MTI na distal dos
caninos maxilares.
Após seis meses de tratamento, o fechamento dos espaços e a retração
dos incisivos tiveram que ser paralisada devido a dificuldade de se manter a
mordida aberta. A paciente não conseguia usar as próteses em tempo integral
diante do desconforto e da pouca retenção que essas ofereciam, foi incluída ao
plano de tratamento a colocação de implante osseointegrados na mandíbula.
Durante o período de cicatrização, próteses provisórias em acrílico foram
usadas com o sistema MTIs aumentando a estabilidade da oclusão posterior e
ajudando a manter a mordida aberta. O tratamento ortodôntico ativo estendeu-
se por mais oito meses (Figura 39). Os dentes anteriores em ambos os arcos,
foram esplintados com uma contenção ortodôntica lingual e os MTIs foram
removidos quando as próteses permanentes foram instaladas.
51
Figura 39 - Fase final do tratamento ortodôntico ativo.
CARANO et al. (2005) afirmaram que muitos pacientes com moderada
ou severa sobre mordida profunda requerem pura intrusão de dentes anteriores
para o nivelamento de plano oclusal. Nos casos onde há necessidade de
ancoragem máxima para intruir os incisivos, os mini-implantes podem ser
inseridos entre os incisivos laterais e caninos (Figura 40). A inserção dos
parafusos não deve ser realizada ate do alinhamento e nivelamento dental e
mesmo assim, o espaço entre as raízes deverá ser avaliado. Para evitar
inclinação dos incisivos superiores para vestibular durante a intrusão é
necessário fazer o “cink back”, ou seja, uma dobra na porção terminal em
ambos os lados do arco.
Figura 40 - Inserção de mini-implantes entre caninos e incisivos laterais
superiores.
OHNISHIA et al. (2005) apresentaram o caso clínico de uma paciente
com mordida profunda, sorriso gingival tratada com o uso de mini-implantes
para ancoragem esquelética. A paciente apresentava uma relação de classe I
de molar e classe II de canino em ambos os lados, trespasse vertical de 7,2mm
e trespasse horizontal de 4,8mm e os segundos pré-molares inferiores direto e
esquerdo estavam lingualizados (Figura 41).
52
Figura 41 - Paciente classe I com mordida profunda.
Cefalometricamente a paciente apresentou uma classe I esquelética
com um ângulo ANB de 3,7º e um ângulo do plano mandibular levemente
reduzido (mp-Sn de 34,4º). O plano de tratamento teve como objetivo promover
a intrusão dos incisivos superiores com mini-implantes e a obtenção de um
adequado trepasse horizontal e vertical para uma exposição satisfatória de
gengiva no sorriso. Para isto, foi inserido um parafuso no osso alveolar
aproximadamente 3mm acima dos ápices radiculares dos incisivos centrais.
(Figura 42).
Figura 42 - Correção da mordida profunda com mini-implantes.
Após o período de cicatrização de seis meses, uma segunda operação
de implantação foi realizada e um “abutment” foi inserido e fixado. Dois meses
após a segunda cirurgia um amarrilho de aço foi amarrado da cabeça do
“abutment” ao arco do aparelho fixo superior. Uma força leve de 20g foi
mantida até o mini-implante ser removido 15 meses mais tarde. Os incisivos
centrais superiores foram intruídos quatro milímetros e sofreram um torque
plantino de raiz de 5º. As fotografias pós-tratamento mostraram um melhora do
sorriso gengival, a obtenção de uma classe I de molares e caninos e um
excelente alinhamento dentário (Figura 43).
Figura 43 - Pós-tratamento evidenciando a correção da mordida profunda.
53
Estes autores concluíram que os mini-implantes podem ser usados
como ancoragem na correção da medida profunda e do sorriso gengival
através da intrusão dos incisivos superiores sem qualquer tipo de efeito
colateral indesejável e sem a preocupação quanto à cooperação do paciente.
Tratamento de mordida aberta
Muitas formas de tratamento têm sido propostas para controlar a
mordida aberta, o entanto, nem sempre os métodos são satisfatórios, devido a
forte tendência à recidiva, podendo levar nestes casos, a necessidade de
cirurgias ortognáticas, principalmente em pacientes adultos. Compensações
dentárias como a verticalização e intrusão de dentes posteriores e
verticalização e extrusão dos dentes anteriores podem seu uma opção para
aqueles pacientes “bordeline”, que não querem se submeter à tratamento orto
cirúrgico. PARK; KWON; SUNG (2004) relataram o caso clínico de uma
paciente adulta que apresentava o perfil convexo com retrusão mandibular Ao
exame intra-oral ela mostrou um trespasse horizontal de 5mm e um trespasse
vertical de 2,5mm, mordida aberta, uma relação de classe II do lado direito e
classe III do lado esquerdo e uma mordida cruzada posterior nos segundo
molares esquerdos (Figura 44).
Figura 44 - Paciente com perfil convexo e mordida aberta anterior.
Optou-se pelo tratamento com extração dos primeiros pré-molares
maxilares e segundos pré-molares mandibulares e para o controle da
ancoragem utilizou-se mini-implantes. Com o movimento mesial dos molares
mandibulares após a extração dos segundos pré-molares, o fulcro se moveria
para frente promovendo um fechamento do plano mandibular. Mini-implantes
maxilares com 8mm de comprimento e 1,2mm de diâmetro foram implantados
no osso interradicular entre os segundos pré molares e primeiros molares e
parafusos mandibulares com 6mm de comprimento e 1,2mm de diâmetro foram
54
inseridos na cortical óssea entre os primeiros e segundos molares. Os mini-
implantes começaram a receber carga ortodôntica de 150g após duas semanas
de implantação. Para aplicar força de verticalização sobre os primeiros molares
mandibulares inclinados para mesial, conectou-se elásticos em corrente dos
parafusos á distal do arco. Molas de NiTi foram usadas no arco maxilar para
retrair caninos e criar espaços para alinhar e nivelar os dentes anteriores. Uma
barra trans-palatina foi usada para prevenir distorções na forma do arco e evitar
a inclinação para vestibular dos dentes posteriores durante a aplicação da força
de intrusão. Após o alinhamento dos dentes anteriores, um arco de aço 0,016’
x 0,022’ com ganchos na região anterior foi colocado e uma mola de NiTi presa
aos mini-implantes foi usada para retrair simultaneamente os 6 dentes
anteriores. Na mandíbula. Na mandíbula, um arco 0,017’ x 0,025’ de TMA foi
usado durante o fechamento dos espaços. Enquanto isso a força de intrusão
era aplicada sobre os dentes posteriores através dos parafusos. Esse processo
era convertido em um momento anti-horário dos primeiros molares e uma força
intrusiva nos segundos molares. (Figura 45).
Figura 45 - Força de intrusão sendo aplicada sobre os dentes posteriores.
Nenhum mini-implante foi perdido durante o tratamento e todos foram
removidos no tempo previsto. Com 23 meses de tratamento os dentes estavam
bem alinhados e um perfil facial harmônico foi obtido. (Figura 46).
Figura 46 - Finalização do tratamento com um perfil harmônico e correção da
mordida aberta.
55
Correção de mordida cruzada posterior
Segundo PARK; KWON; SUNG (2004) quando há uma discrepância de
comprimento do arco no segmento posterior, os segundos molares inferiores
tendem a erupcionar por lingual, produzindo uma mordida cruzada. Nesses
casos podem ser usados elásticos cruzados para verticalizar os segundos
molares inferiores inclinados para lingual e inclinar para palatina os segundos
molares superiores, ambos à custa de forças extrusivas (Figura 47).
Figura 47 - Correção da mordida cruzada com elásticos inter-maxilares.
Este sistema pode criar um trauma oclusal não apenas durante a
movimentação dos dentes, mas também após o tratamento, necessitando de
um desgaste seletivo na superfície dentária. Ao contrário, os mini-implantes
podem ser inseridos no osso alveolar na palatina dos segundos molares
superiores e na vestibular nos segundos molares inferiores gerando uma força
intrusiva e palatina no molar superior e uma força vestibular e intrusiva no
molar inferior (Figura 48).
Figura 48 – Mini-implantes usados como ancoragem para descruzar molares.
56
Para exemplificar a ancoragem descrita, estes autores apresentaram o
caso de uma paciente adulta que foi encaminhada para o tratamento
ortodôntico com a finalidade de descruzar os segundos molares do lado
esquerdo. Foi colocado um mini-implantes de 1,2mm x 10mm no osso alveolar
maxilar por palatina e um outro parafuso de 1,2mm x 6mm no osso alveolar
mandibular por vestibular. Ambos os parafusos eram do sistema Absoanchor
(Figura 49).
Figura 49 - Correção da mordida cruzada posterior com mini-implante.
Para evitar contato com as raízes, os mini-implantes foram instalados
formando um ângulo de 30º a 40º com o longo eixo do dente. Devido a raiz
palatina do segundo molar maxilar estar um pouco distal ao centro da coroa, o
implante foi colocado entre as raízes do primeiro e segundo molares. O mini-
implantes mandibular foi inserido dentro do osso vestibular do segundo molar.
Após duas semanas de cicatrização, elásticos foram anexados nos mini-
implantes ao acessório colado nos molares superior e inferior (Figura 50).
Figura 50 - Elásticos anexados dos mini-implantes ao acessório colado dos
molares.
Os mini-implantes podem ser utilizados para produzir um sistema de
forças que descruzem dentes posteriores sem extrusão dos mesmos, sem
necessidade de colagem de aparelho fixo para criar uma unidade ancoragem.
57
Nivelamento do plano oclusal
CARANO et al. (2005) relataram que o nivelamento do plano oclusal
inclinado com a mecânica ortodôntica tradicional é extremamente difícil. Mini-
implantes, contudo, podem proporcionar uma ancoragem esquelética para
intruir os dentes necessários de um lado do arco (Figura 51). Os parafusos
podem ser inseridos entre incisivos laterais e caninos superiores, entre caninos
e pré-molares ou entre laterais e caninos inferiores. Para evitar interferências
com os dentes a serem intruídos, é importante centralizar os mini-implantes
entre as raízes.
Figura 51 - Nivelamento do plano oclusal com mini-implantes.
Mesialização de molares inferiores
Quando os primeiros molares são perdidos, o tratamento usual consiste
na substituição dos mesmos por próteses. Se o terceiro molar estiver presente
o ortodontista pode fechar o espaço pela protração dos segundo e terceiro
molares. Infelizmente, os molares mandibulares são difíceis de mover para
mesial por causa da densidade óssea e da espessura vestíbulo lingual das
raízes. SEUNG; JU; YOUNG (2003) apresentaram o caso de um paciente que
havia perdido o primeiro molar inferior esquerdo e o molar inferior do lado
direito estava condenado devido a uma severa inflamação periapical (Figura
52).
58
Figura 52 - Paciente que havia perdido o primeiro molar inferior esquerdo e
o primeiro molar do lado direito estava condenado.
O plano de tratamento proposto incluía o fechamento dos espaços
através da mesialização dos segundos molares ancorados em mini-implantes
inseridos bilateralmente na mandíbula entre os primeiros e segundos pré
molares. Por meio de telerradiografia, foi medida a distância entre o plano
oclusal e um ponto no nível do centro de resistência do segundo molar
mandibular. Este ponto foi repassado para o modelo de estudo e marcado por
uma linha que passava entre as raízes dos pré-molares. Foi construído um guia
cirúrgico em resina para transferir o ponto do modelo de estudo para a boca do
paciente. Os mini-implantes foram inseridos sob anestesia local com um contra
ângulo a 30 rpm e ts radiografias periapicais foram tiradas de cada parafuso
a fim de confirmar que não houve contato com as raízes dos dentes adjacentes
(Figura 53).
Figura 53 - RX periapical para avaliar proximidade dos mini-implantes
às raízes dos dentes adjacentes.
Após a extração do segundo molar inferior direito, foi instalado um arco
lingual distante 4mm dos incisivos e ganchos soldados bilateralmente próximo
ao nível da bifurcação dos segundos molares (Figura 54).
Figura 54 - Arco lingual com ganchos soldados próximos ao nível
de bifurcação dos segundos molares.
Elásticos em corrente, liberando foa de 350g, foram anexados entre os
mini-implantes e os ganchos em ambos os lados para proporcionar o
59
movimento mesial dos segundos molares. Após três meses o arco lingual
começou a tocar nos incisivos, havendo a necessidade deser trocado. Oito
meses após a extração, os espaços foram fechados e os mini-implantes
puderam ser removidos sem anestesia local. Foi montado aparelho fixo no arco
inferior para a correção de torques e melhorar a inclinação dos segundos
molares. Com treze meses de tratamento, os bráquetes foram descolados e o
caso finalizado. O tratamento produziu uma satisfatória oclusão posterior e na
superposição cefalométrica pode-se observar que os segundos molares
mesializaram em torno de 9mm e uma pequena retração dos incisivos
mandibulares. (Figura 55).
Figura 55 - Caso finalizado com satisfatória oclusão posterior e uma
mesialização dos molares inferiores de 9mm.
Segundo RITTO; KYUNG (2004), a estabilidade dos dentes anteriores
inferiores é necessária para possibilitar a mesialização de molares inferiores
para espaços edêntulos. Na ancoragem convencional é preciso aplicar curva
reversa ao arco e forças pesadas nos incisivos inferiores para prevenir o
aumento do trespasse horizontal, devido a uma inclinação lingual dos incisivos.
Reabsorção radicular pode aparecer nesses casos. A ancoragem com mini-
implantes elimina a necessidade das forças pesadas e curva reversa,
prevenindo a reabsorção radicular. Para exemplificar tal mecânica, estes
autores relataram o caso de uma paciente classe I que havia perdido os
primeiros molares inferiores (Figura 56).
Figura 56 - Paciente classe I que havia perdido os primeiros molares
mandibulares.
60
Do lado esquerdo optou-se pela mesialização do molar ancorado em um
mini-implante inserido entre o primeiro e segundo pré-molar inferior e do lado
direito o molar foi mesializado com a mecânica convencional (Figura 57).
Figura 57 - Mesialização do primeiro molar inferior esquerdo com mini-implante
do primeiro molares inferiores direito com mecânica convencional.
O paralelismo radicular foi facilmente obtido durante a mesialização com
mini-implantes devido o arco segmentado passar próximo ao centro de
resistência do dente a ser movimentado. Nesse caso, uma mola foi colocada
entre o arco segmentado e o mini-implante fazendo com que o 2º molar inferior
esquerdo mesializasse para o espaço edêntulo do primeiro molar inferior
esquerdo com um bom paralelismo. No lado em que foi utilizado uma mecânica
convencional, o tempo gasto para mesializar o segundo molar inferior direito foi
bem maior e além disso, não se alcançou um paralelismo desejado de raiz.
(Figura 58).
Figura 58 - Paralelismo radicular dos molares mesializados.
CARANO et al. (2005) descrevem que no tratamento ortodôntico, os
molares são frequentemente movidos para mesial para fechar os espos de
extração. A mesialização dos molares não é um simples movimento e pode
acarretar problemas como a perda de ancoragem anterior e inclinação dos
molares. Um mini-implante localizado na mesial ao espaço, em uma altura que
produza um vetor de força que passa próximo ao centro de resistência do
molar pode ser uma opção de ancoragem. Se o parafuso for inserido após o
completo alinhamento dos dentes, um arco contínuo pode ser usado para
prevenir a inclinação da coroa do molar durante o fechamento do espaço.
61
Devido o movimento mesial ser geralmente lento, especialmente na mandíbula,
deve-se tentar a mesialização de molar até 3mm.
Um importante fator a ser considerado no uso dos mini-implantes é a
aplicação dos movimentos de força para vários sistemas de forças
biomecânicas. Devido ao simples modelo da cabeça da maioria dos parafusos
e a limitada opção para anexarem elásticos e outros acessórios, tem-se
construído tubos redondos e slots retangulares para serem colados
diretamente sobre a cabeça dos mini-implantes. Isso possibilita a
individualização dos torques e o controle rotacional sem precisar movimentar
outros dentes. Com o objetivo de usar estes acessórios, KYUNG et al. (2005)
apresentaram o caso de uma paciente de 18 anos que havia perdido vários
dentes e foi encaminhada ao ortodontista para movimentar mesialmente um
tercerio molar inferior impactado para ser pilar de uma ponte fixa. Foi inserido
um mini-implante de 2mm de diâmetro e 7mm de comprimento no espaço
edêntulo da mandíbula (Figura 59).
Figura 59 – Mini-implante inserido no espo edêntulo da mandíbula.
Elástico em corrente foi aplicado para movimentar mesialmente os
dentes anteriores, sem liberar um movimento de força mesial à raiz do molar
impactado. Entretanto, após 11 meses de tratamento bráquetes foram colados
sobre a cabeça do mini-implante e na coroa do terceiro molar para possibilitar a
inserção de um arco segmentado de aço (Figura 60).
Figura 60 - Colagem de um bráquete sobre a cabeça do mini-implante
e na coroa do terceiro molar.
Para aperfeiçoar a força de adesão, a cabeça do parafuso foi jateada
com partículas de óxido de alumínio por 10 segundos com um “Microetcher” e o
62
acessório colado com uma resina Meta Primer. Após onze meses, o molar
tinha erupcionado e movido 4,5mm mesialmente sem deslocamento de
qualquer outro dente (Figura 61).
Figura 61 - Terceiro molar erupcionado e movimentado para mesial.
Para facilitar as restaurações protéticas, os aparelhos ortodônticos são
tipicamente requeridos em apenas uma parte do arco dental. Com a
ancoragem em mini-implantes, o dente selecionado pode ser movido sem
alterar a oclusão e com o máximo de conforto ao paciente e eficiência
biomecânica.
Verticalização de molares
Inúmeros aparelhos têm sido propostos para corrigir a inclinação mesial
do segundo molar inferior após a perda do primeiro molar adjacente. Muitos
destes aparelhos tiveram problemas com a extrusão do molar e movimentação
da unidade de ancoragem, fazendo-se necessário aplicar estabilização inter
arcos para minimizar os efeitos colaterais. O único modo de se obter
ancoragem absoluta é com implantes. Nesse intuito, PARK; KYUNG; SUNG
(2002) estudaram três casos clínicos para mostrar a utilização dos mini-
implantes como ancoragem para verticalizar molares. Em um relato de caso,
uma paciente do gênero feminino, 35 anos de idade, por indicação protéica, foi
para a verticalização do segundo molar inferior direito no qual estava cruzado
com o primeiro molar superior direito (Figura 62).
Figura 62 - Segundo molar inferior direito inclinado para mesial.
63
Após a extração de um microdente na distal no segundo molar, o
cirurgião optou por um implante de 1,2mm de diâmetro e 6mm de comprimento
na região retromolar. Devido à inclinação do segundo molar ser normalmente
para mesial e lingual quando se perde o primeiro molar adjacente, o mini-
implante foi colocado disto-vestibular, 10mm da superfície distal do molar
segundo molar inferior direito. Após duas semanas de cicatrização foi colado
um botão lingual na superfície mésio-lingual do segundo molar e aplicado uma
força de 70g com elástico. Em três meses de tratamento, o molar foi
verticalizado, mas sofreu uma rotação mésio-vestibular. Isto foi corrigido pela
colagem de um segundo acessório na superfície lingual do molar e aplicado
uma força na direção disto-vestibular (Figura 63).
Figura 63 - Verticalização do molar inferior direito.
O tratamento ortodôntico foi realizado em seis meses. Não foi utilizado
nenhum bráquete como também nenhuma força foi aplicada nos pré-molares
ou dentes anteriores, pois não foram usados como unidade de ancoragem. O
segundo caso foi um relato de uma paciente de 14 anos do sexo feminino que
sofreu uma inclinação mesial indesejada do segundo molar inferior durante um
tratamento ortodôntico. Um mini-implante de 1,2mm de diâmetro e 8mm de
comprimento foi colocado na região retromolar distal ao segundo molar e uma
ligadura de aço foi extendida por fora para a aplicação de força com elástico
(Figura 64). O molar foi verticalizado após oito meses de tratamento.
Figura 64 - Inserção de um mini-implante na região retromolar.
O terceiro trata-se de um paciente de 23 anos de idade encaminha para
realizar a verticalização do segundo molar superior esquerdo que necessitaria
64
de uma reconstituição protética. Um mini-implante de 1,2mm de diâmetro e 12
mm de comprimento foi instalado na tuberosidade da maxila. Um parafuso mais
longo foi usado nesta região porque a cortical óssea do arco maxilar é mais fina
do que no arco mandibular (Figura 65). Depois de duas semanas de
cicatrização, 70g de força foram aplicadas entre o mini-implante e um suporte
na superfície palatina e vestibular do segundo molar. Após quatro meses de
tratamento, o segundo molar teve uma considerável verticalização.
Figura 65 - Inserção e um mini-implante na região da tuberosidade.
GIANCOTTI et al. (2003) apresentaram o caso de um paciente adulto
que apresentava erupção ectópica dos segundos molares inferiores (Figura
66).
Figura 66 - Erupção ectópica dos segundos molares inferiores.
Noventa dias após a remoção dos terceiros molares inferiores, forem
inseridos mini-implantes de 7mm de comprimento por 2,3mm de diâmetro na
região retromolar em ambos os lados. De um lado o parafuso foi inserido de
forma direta, ou seja, sem abertura de retalho. No lado contralateral houve a
necessidade de um rebatimento do retalho muco periósteo e sutura. No mesmo
dia da cirurgia iniciou-se o tracionamento ortodôntico com elásticos conectados
65
ao acessório colado nos molares ectópicos, cada um exercendo em torno de
150g de força (Figura 67).
Figura 67 - Tracionamento ortodôntico dos segundos molares inferiores.
A força aplicada nestes dentes gerou um momento extrusivo juntamente
com uma inclinação distal das coroas. Os elásticos eram trocados
continuamente durante o tratamento para liberar uma força mais constante. O
elástico foi utilizado por 24h até a remoção dos parafusos. Uma fase final de
tratamento com aparelhagem fixa foi necessária para alcançar uma correta
verticalização das raízes (Figura 68).
Figura 68 - Fase final do tratamento para verticalização dos segundos molares
inferiores.
GIANCOTTI et al. (2003) relataram que os mini-implantes podem
proporcionar o máximo de ancoragem para terapias restritas como a
verticalização de um simples dente. Mesmo quando o tratamento ortodôntico
convencional é necessário, estes parafusos colocados na região retromolar
constituem um dispositivo para evitar a perda de ancoragem posterior e com
isso, aumentam a eficiência do tratamento. Os mini-implantes demonstram
ótima retenção mecânica, permitindo a colocação de cargas imediatas.
TEIXEIRA; ESCÓSSIA Jr. (2005) mostraram em seus estudos o caso de
uma paciente adulta do gênero feminino que apresentava, dentre outros
problemas, ausência do primeiro molar inferior esquerdo, com conseqüente
inclinação mesial do segundo molar inferior esquerdo. Esse dente apresentava
66
coroa metálica com sobrecontorno mesial para fechamento de espaço (Figura
69).
Figura 69 - Radiografia panorâmica mostrando a inclinação mesial do segundo
molar inferior esquerdo.
Em função do espaço reduzido para a instalação do implante na região
do 36, opto-se pela instalação de um mini-implante de 1,2mm de espessura por
10mm de comprimento na região retromolar para tracionamento e
verticalização do segundo molar inferior esquerdo (Figura 70).
Figura 70 - Verticalização de um segundo molar inferior esquerdo com mini-
implante.
Para instalação do mini-implante, sob anestesia local, realizou-se uma
incisão de 1,5cm ao longo da linha oblíqua externa com posterior rebatimento
de retalho mucoperiósteo e a cortical óssea externa foi perfurada com uma
broca helicoidal de 1 mm de diâmetro. Com chave de inserção, o mini-implante
foi inserido na região previamente selecionada. Após duas semanas de
implantação do parafuso, período de cicatrização da mucosa de revestimento,
precedeu-se a ativação desse tracionando-se o segundo molar inferior
esquerdo com elástico em corrente, exercendo uma força de aproximadamente
100g a 150g. O elástico foi trocado em intervalos de três a quatro semanas. À
medida que o tracionamento ocorria, houve a possibilidade de corrigir a rotação
mesial do segundo pré-molar inferior esquerdo usando mini-implante como
ancoragem (Figura 71). Em virtude da direção de atuação da força no presente
67
caso, houve ainda um leve movimento extrusivo do segundo molar inferior
esquerdo o que, para evitar interferências oclusais, foi realizado o desgato
oclusal da coroa metálica.
Figura 71 - Verticalização do segundo molar inferior esquerdo.
Após três meses do início do tracionamento, consegui-se corrigir a
rotação do segundo pré-molar inferior esquerdo (Figura 72) e verticalização do
segundo molar esquerdo, criando espaço para instalação de um implante na
região do primeiro molar inferior esquerdo.
Figura 72 - Verticalização do segundo molar inferior esquerdo após
três meses de tratamento.
Ocorreu uma extrusão dentária indesejada em virtude da direção da
aplicação da força sobre a coroa. Essa extrusão poderia ter sido evitada ou
amenizada se o implante tivesse sido instalado mais apical à coroa do dente
tracionado.
Tratamento da má oclusão de Classe II
BAE et al. (2002), para ilustrar um tratamento de uma classe II com
ancoragem em mini-implantes, citaram o caso de uma paciente com perfil
convexo, protrusão labial, uma relação de classe II de caninos, um sorriso
gengival, um trespasse vertical de 4mm e horizontal de 6mm (Figura 73).
68
Figura 73 - Paciente classe II com perfil convexo e sorriso gengial.
Os primeiros molares inferiores haviam sido previamente extraídos. Os
objetivos do tratamento eram reduzir a protrusão labial e alcançar uma boa
intercuspidação. Para retrair os incisivos maxilares de corpo foi planejado um
controle de ancoragem máxima. Então os primeiros pré-molares foram
extraídos e um aparelho fixo pré-ajustado foi montado. Após três meses de
alinhamento e nivelamento, foi inserido um mini-implante de 10mm de
comprimento entre o segundos pré molar e o primeiro molar bilateralmente. Foi
utilizado um arco 0,017’ x 0,025’ com closing loop ativado nos mini-implantes
juntamente com um outro arco de intrusão 0,016’ x 0,016 para mover os
dentes anteriores maxilares para trás e para cima (Figura 74).
Figura 74 - Esquema para movimentação dos dentes anteriores maxilares para
trás e para cima.
Um arco 0,016’ x 0,022’ de aço com “closing toop” foi usado na
mandíbula para mesializar os dentes posteriores. Após 11 meses de
consolidação de espaço um arco NiTi retangular com curva reversa foi
colocado em ambas as arcadas para controlar a sua curva de Spee e a
inclinação dos dentes anteriores. Devido a o remodelação do osso cortical
vestibular na região anterior da maxila não acompanhando o movimento lingual
das raízes dos incisivos, foi necessário fazer a remoção cirúrgica do osso
remanescente, melhorando sua forma para alcançar um contorno periodontal
fisiológico. Os mini-implantes permaneceram estáveis durante todo o
tratamento que durou 26 meses, e removidos facilmente ao final do mesmo
(Figura 75).
Figura 75 - Finalização do tratamento após 26 meses obtendo uma classe I de
caninos.
69
Foi alcançada uma relação de classe II de molares e classe I de caninos,
com uma retração de corpo dos dentes anteriores maxilar sem perda de
ancoragem (Figura 76).
Figura 76 - Superposição cefalométrica evidenciando a retração dos dentes
anteriores maxilares.
Tendo o palato como sítio de instalação de mini-implantes, KYUNG;
HONG; PARK (2003) apresentaram o caso de uma paciente de 11 anos de
idade que tinha os incisivos laterais superiores cruzados e um apinhamento no
arco maxilar. A análise cefalométrica mostrou uma tendência a Classe III
esquelética. Inicialmente, foi realizada uma disjunção do palato com o aparelho
Hyrax e após cinco meses de protação usando uma máscara facial, os molares
ficaram numa relação de classe II. Depois da remoção do disjuntor foi
implantado um mini-parafuso numa região central do palato e uma força de
distalização em torno de 400g foi aplicada com elásticos em corrente, presos à
uma barra transpalatina (Figura 77).
Figura 77 – Mini-implante inserido no meio do palato.
Com três meses de tratamento, os molares superiores moveram
distalmente 3,5mm na região do ápice radicular e 5mm da região de coroa. Os
mini-implantes foram então removidos e o aparelho fixo montado.
De acordo com CHUNG; KIM; KOOK (2004), para uma retração em
massa o implante C é usualmente colocado no espaço interdental entre os
segundos pré-molares e primeiros molares ou entre os primeiros e segundos
molares, sendo implantados através de um procedimento cirúrgico com
deslocamento ou não de um retalho muco periósteo. Isso vai depender da
70
quantidade de gengiva inserida e de mucosa sobre o tio de implantação.
Carga imediata é possível em áreas que apresente grande densidade óssea,
onde a estabilidade do parafuso está assegurada. Estes mini-implantes C
podem ser usados para retração em massa dos dentes anteriores superiores
(Figura 78).
Figura 78 – Mini-implante C ortodôntico usado para retração em massa dos
dentes anteriores superiores.
O caso relatado pelos autores teve como objetivo de tratamento reduzir
o trespasse horizontal e melhorar o engrenamento dos dentes. Optou-se por
este tipo de implante do tipo C ortodôntico porque a paciente apresentava
osteoporose o que poderia levar ao insucesso o uso de mini-implantes
convencionais. Após quatro meses de retração em massa pode-se constatar a
melhora no overjet e na intercuspidação dentária (Figura 79).
Figura 79 - Melhora no trespasse horizontal e na intercuspidação dentária.
Os implantes C também podem ser usados para distalização dos
molares maxilares. No caso clínico a paciente apresentava ausência dos
segundos e terceiros molares maxilar do lado direito e se recusava a usar o
aparelho extrabucal. Foi decido instalar um Implante C no espaço interdental
entre o primeiro molar e segundo pré-molar direito para a correção da classe II
através de distalização dos dentes superiores deste lado. O implante C
começou a receber carga após duas semanas da implantação. Foi utilizada
uma mecânica de deslize, para distalização dos dentes superiores do lado
direito (Figura 80).
Figura 80 - Mecânica de deslize associada a mini-implante.
71
Após treze meses de tratamento, o paciente apresentava substancial
melhora no engrenamento dos dentes do lado direito (Figura 81).
Figura 81 - Intercuspidação dentária obtida após treze meses de tratamento
O implante C pode ser indicado em vários tipos de mecânica ortodôntica.
No entanto, deve-se notar que estes implantes colocados em diferentes lugares
necessitam de diferentes períodos de cicatrização e o ideal seria utilizar o
Implante C em áreas de grande densidade óssea onde a estabilidade mecânica
é esperada. Quanto aos pacientes portadores de doenças sistêmicas como
diabetes e osteoporose que comprometem o metabolismo e a qualidade óssea,
os Implantes C utilizados nestes casos não deveriam receber carga até sua
completa óssea integração.
Segundo LABOISSIERE et al. (2005), em pacientes adultos ou
adolescentes, onde indicação para distalização dos molares superiores, os
mini-implantes ortodônticos podem ser indicados. Nestes casos, dois parafusos
são utilizados entre os segundos pré-molares e primeiros molares superiores
por vestibular em casos simétricos e um nos casos assimétricos. Recomenda-
se que sejam extraídos os molares para que haja menor resistência durante
a mecânica de distalização. Além das molas de Niti, recomenda-se a utilização
do “Sliding Jig” modificado, por ser simples e eficiente para movimentar
molares ou outros dentes uni ou bi lateralmente.
Tratamento da má oclusão de Classe I com biprotrusão
PARK et al. (2001) apresentaram um caso clínico no qual introduz uma
nova forma de tratamento da classe I com biprotrusão, utilizando ancoragem
em mini-implantes para retirar os dentes anteriores maxilares e verticalizar os
molares mandibulares. A paciente adulta descrita nesse caso apresentava um
perfil convexo e um padrão esquelético de classe I com biprotrusão (Figura 82).
72
Figura 82 - Paciente com má oclusão de classe I biprotrusão.
O plano de tratamento consistiu em extração dos quatro primeiros pré-
molares seguido da montagem do aparelho fixo e mini-implantes para
ancoragem tanto na maxila quanto na mandíbula. Após as extrações, os mini-
parafusos (1,2mm de diâmetro e 6mm de comprimento) foram implantados no
osso alveolar vestibular maxilar entre os segundos pré molares e primeiros
molares. Após duas semanas da implatação, a carga começou a ser aplicada
para a retração de caninos superiores. Um arco transpalatino foi usado para
manter a forma do arco e após 2 meses de tratamento, ganchos foram
soldados no arco 0,16’ x 0,18’ e 200gr de força foi aplicada com uma mola
retração de NiTi (Figura 83).
Figura 83 - Retração dos dentes anteriores superiores.
Dois meses mais tarde, mini-implantes mandibulares foram inseridos no
osso alveolar por vestibular entre o primeiro e segundo molares. A aplicação de
força foi iniciada duas semanas após a implantação pela união dos parafusos
ao arco mandibular através de elásticos (Figura 84).
Figura 84 - Retração dos dentes anteriores maxilares e mandibulares.
A paciente mostrou boa relação esquelética e dentária de classe I após
dezoito meses de tratamento total (Figura 85).
73
Figura 85 - Melhora no perfil e boa relação esquelética e dentária de classe I.
Na superposição cefalométrica, observou-se uma retração de corpo dos
dentes anteriores maxilares e verticalização dos molares mandibulares. Os
dentes posteriores maxilares moveram-se levemente para distal e sofreram
uma pequena extrusão. Os molares mandibulares foram verticalizados e
levemente intruídos, ocasionando uma rotação mandibular no sentido anti-
horário (Figura 86). Mesmo a aplicação da força ortodôntica ter sido iniciada
duas semanas após a implantação, nenhum implante foi perdido durante o
período de tratamento.
Figura 86 – Retração de corpo dos dentes anteriores maxilares e verticalização
do molar inferior.
LEE; PARK; KYUNG (2001) relataram o caso de uma paciente adulta
com biprotrusão labial para mostrar um eficiente todo de controle de
ancoragem com mini-parafusos na mecânica de deslize com ortodontia lingual
(Figura 87).
Figura 87 - Controle de ancoragem com mini-implante em ortodontia lingual.
74
A paciente apresentava um trespasse horizontal de 10mm, uma má
oclusão classe II esquelética, mordida aberta anterior e protusão bialveolar. No
exame intra-oral, apresentava relação dentária de Classe II de caninos e classe
III de molares (Figura 88). A linha média dentária estava desviada para a direita
devido a rotação do primeiro pré-molar maxilar direito. O plano de tratamento
envolveu a exodontia dos primeiro pré-molares superior e segundo pré-molares
inferiores seguido pela mecânica de classe II com J Hook. A paciente preferiu
tratar com ortodontia lingual.
Figura 88 - Paciente classe II esquelética com biprotrusão alveolar e mordida
aberta anterior.
Como estava sendo encontrada grande dificuldade de correção da
relação de classe II de caninos e o trespasse horizontal devido a pobre
cooperação da paciente em usar o aparelho entra oral, foi decidido implantar
mini-parafusos (1.2mm de diâmetro e 10mm de comprimento) no osso alveolar
do palato entre o primeiros e segundos molares de ambos os lados (Figura 89).
Devido a espessura da mucosa do palato optou-se por instalar parafusos mais
longos do que os mini-implantes colocados pela vestibular. Para evitar danos
às raízes, os mini-parafusos foram inseridos com uma angulação de 30º com a
superfície óssea.
Figura 89 – Mini-implantes inserido no osso alveolar por palatina.
Duas semanas após a implantação, molas de níquel titânio foram
anexadas nos parafusos e aos ganchos da parte anterior do arco (Figura 90).
75
Figura 90 - Molas anexadas dos mini-implantes aos ganchos soldados no arco.
Sete meses após a colocação dos mini-implantes, a relação de classe I
de caninos foi alcançada. O tempo total de tratamento ativo foi de dezeseis
meses (Figura 91).
Figura 91 - Tratamento com ortodontia lingual e mini-implantes finalizado após
dezeseis meses.
Embora um aparelho extra bucal tenha sido utilizado na fase inicial de
tratamento, a paciente se sentiu mais confortável com os mini-implantes. Os
requisitos de ancoragem são mais críticos na ortodontia lingual do que no
tratamento com aparelho fixo colado por vestibular devido às relações
anatômicas entre a cortical óssea e a língua. Os dentes posteriores maxilares
usados como ancoragem na mecânica convencional, foram movidos
distalmente neste caso, enquanto os dentes anteriores estavam sendo
retraídos simultaneamente. Este caso mostrou que os mini-parafusos foram
capazes de proporcionar uma ancoragem absoluta na ortodontia lingual tão
bem quanto na ortodontia convencional.
Segundo PARK; KWON (2004), com o aumento do uso dos aparelhos
pré-ajustados, várias formas terapêuticas através de mecânicas de deslize têm
substituído o arco com molas de fechamento de espo. As mecânicas de
deslize podem apresentar maiores benefícios como: necessidade de mínimas
dobras e adequado espaço para ativações. A retração dos quatro incisivos
após a retração dos caninos é aceito como um método para minimizar o
movimento mesial dos dentes posteriores. No entanto, a retração em massa
dos seis dentes anteriores pode criar problemas na ancoragem. Com o uso dos
mini-implantes ortodônticos na menica de retração em massa dos seis
76
dentes anteriores, o tempo de tratamento pode ser reduz o efetivamente. Os
dentes podem ser movidos de forma satisfatória sem exigir a cooperação do
paciente quanto ao uso de dispositivos de ancoragem. Para mostrar a eficácia
dos mini-implantes nesse método de tratamento, estes autores relataram dois
casos clínicos. O primeiro é de uma paciente do sexo feminino de 13 anos que
apresentava uma protusão labial, ausência de selamento labial e inclinação
vestibular dos incisivos superiores e inferiores. No exame intra oral, ela
mostrou uma relação de classe II de caninos e classe I de molares e o
trespasse horizontal e vertical de 6mm e 2mm, respectivamente (Figura 92).
Figura 92 - Paciente classe II de caninos e trespasse horizontal de 6mm.
O plano de tratamento consistiu de exodontia dos primeiros pré-molares
maxilares e pré-molares mandibulares e a instala ção de mini-implantes
maxilar para o controle de ancoragem. Foram instados dois mini-implantes
bilateralmente no osso alveolar maxilar entre os segundos pré-molares e
primeiros molares e a mecânica de retração em massa dos 6 dentes anteriores
por meio de molas de NiTi, presas a ganchos soldados em um arco de 0,016’
de aço, liberando uma força de aproximadamente 150g (Figura 93).
Figura 93 - Retração em massa dos seis dentes anteriores da maxila.
Após ter alcançado os objetivos dentário e um perfil agradável com 19
meses de tratamento, a força de retração foi paralisada (Figura 94). Os mini-
implantes não mostraram mobilidade e permaneceram estáveis durante todo o
tratamento, sendo facilmente removidos após a finalização do mesmo.
Figura 94 - Finalização do tratamento da biprotusão após dezenove meses.
77
O segundo caso teve como objetivo relatar o efeito dos mini-implantes
no controle vertical dos molares mandibulares. Nesse caso, a paciente de 11
anos se apresentou com apinhamento anterior, perfil convexo e hiperatividade
do músculo mentual. No exame clínico observou-se relação de Classe I de
caninos e molares, 3mm de trespasse horizontal e 2mm de trespasse vertical
(Figura 95) . A discrepância de modelos na maxila e mandíbula foram 4mm e
2mm respectivamente. O tratamento proposto foi a exodontia dos quatro
primeiros pré-molares e o uso de uma ancoragem máxima.
Figura 95 - Paciente com perfil convexo, classe I de caninos e molares.
Antes de ter sido proposto qualquer tipo de implante para ancoragem, o
tratamento inicial consistiu de alinhamento, nivelamento e a retração dos
dentes anteriores com J Hook. Mesmo com uma barra transpalatina instalada e
a paciente sendo cooperadora com o uso do aparelho extrabucal, não se
obteve um perfil desejado após nove meses de tratamento (Figura 96).
Portanto, foi proposto implantar dois mini-parafusos bilateralmente entre os
primeiros e segundos molares mandibulares para possibilitar verticalizar, intruir
e mover um pouco mesialmente estes dentes. Esta força intrusiva foi aplicada
do mini-implante ao arco mandibular na distal dos primeiros molares. Isso iria
proporcionar um giro da mandíbula no sentido anti-horário e melhora do perfil
da paciente. Após dois meses a melhora do perfil foi evidente (Figura 96).
Figura 96 - Melhora alcançada no perfil com uso de mini-implantes.
O tratamento foi finalizado após vinte e um meses com uma relação de
classe I de molares e caninos. Os resultados desejados foram obtidos também
78
quanto ao aspecto do perfil facial por meio do controle vertical dos dentes
posteriores mandibulares durante o fechamento dos espaços (Figura 97).
Figura 97 - Tratamento finalizado após 21 meses.
PARK; KWON; SUNG (2004) salientaram que os mini-implantes podem
proporcionar benefícios especiais para um tratamento sem extração. Com uma
ancoragem absoluta todos os dentes posteriores podem ser distalisados em
massa sem que ocorra um movimento adverso recíproco, maximizando a
eficiência da terapêutica empregada. Estes autores relataram o caso de uma
paciente de treze anos com apinhamento moderado nos dentes anteriores
superiores e inferiores utilizando a mecânica do deslize associada a
ancoragem em mini-implantes como forma de tratamento. Ao exame intra oral
o paciente mostrou uma relação de Classe I de caninos e molares, 2mm de
trespasse vertical e 1mm de trespasse horizontal. A discrepância de modelos
encontrada no arco superior e inferior foram 6mm e 4mm respectivamente
(Figura 98).
Figura 98 - Paciente classe I de canino e molar com apinhamento moderado
nos dentes anteriores.
O apinhamento anterior foi corrigido pelo movimento distal dos dentes
com uma ancoragem absoluta através de mini-implantes. Na maxila, mini-
parafusos de 1,2mm de diâmetro e 8mm de comprimento foram inseridos
bilateralmente na superfície vestibular do osso interradicular entre os segundos
pré molares e primeiros molares. Na mandíbula, mini-implantes de 1,2mm de
diâmetro e 6mm de comprimento foram colocados bilateralmente numa região
mais inferior da área retromolar. Duas semanas após a cirurgia de implantação
dos parafusos, molas de Niti e elásticos foram usados para a aplicação da
força de destalização sobre os caninos maxilar e mandibular (Figura 99).
79
Figura 99 - Molas de niti e elásticos presos aos mini-implantes.
Após a criação dos espaços pelo movimento distal dos dentes
posteriores, os dentes anteriores puderam ser alinhados. Ao final de 17 meses
de tratamento todos os dentes estavam alinhados e nivelados sem causar
efeitos deletérios ao perfil do paciente (Figura 100). Os dentes posteriores da
maxila e mandíbula foram retraídos 2mm e 2,5mm respectivamente. Os mini-
implantes permaneceram firmes durante o tratamento e o paciente não relatou
qualquer tipo de desconforto.
Figura 100 - Tratamento finalizado sem causar efeitos deletérios sobre o perfil.
Com o passar dos anos, o tratamento sem extração evoluiu e outros
métodos de distalização dos molares maxilares foram sendo desenvolvidos e
utilizados. Quando os pacientes apresentam grandes apinhamentos na região
anterior de mandíbula, a extração dos dentes pode ser considerada, mas isso
poderia, em certos casos, aprofundar a mordida anterior e dificultar o
tratamento. O alinhamento dos dentes apinhados sem extração pode projetar
os incisivos e causar um efeito desastroso no perfil do paciente. Para minimizar
estes problemas, os molares mandibulares deveriam ser distalizados. De
acordo com PARK; LEE; KWON (2004), com o uso dos mini-implantes, o
movimento distal dos dentes anteriores ou posteriores ou todos juntos podem
ser realizados, sem a perda de ancoragem. Estes autores desenvolveram um
estudo com o propósito de quantificar os efeitos do tratamento com mini-
implantes na distalização dos molares maxilar e mandibular além de discutir a
taxa de sucesso e certas considerações clínicas sobre os mini-parafusos. Para
isso foram selecionados treze pacientes que se submeteram ao tratamento
ortodôntico para a distalização dos dentes posteriores usando forças aplicadas
contra mini-implantes. Dentre estes, onze pacientes tinham mini-implantes
80
mandibulares e quatro implantes maxilares, incluindo dois pacientes que
apresentavam os mini-parafusos em ambos os arcos ao mesmo tempo. A
média de idade dos pacientes da amostra foi de 17 anos e todos tratados com
o mesmo clínico. Na maxila, quatro mini-implantes foram colocados na
superfície vestibular do osso alveolar entre segundos pré-molares e 1° molares
e 2 na superfície palatina dos molares mandibulares, na área retromolar, e dois
foram colocados entre os e molares mandibular es. A maioria dos mini-
implantes utilizados foram de 6mm por 1,2mm de dmetro. Um amarrilho de
aço foi usado para conectar o elástico ao parafuso instalado no osso distal ao
segundo molar mandibular ou dentro da região retromolar porque a cabeça do
parafuso geralmente é recoberta por tecido mole nesta área. Bráquetes
“Straight wire” com slot de 0,022’ foram utilizados em todos os pacientes e uma
força de distalização de aproximadamente 200g foi aplicada dos implantes
maxilares e mandibulares aos caninos e pré-molares através de molas de NiTi
no arco maxilar e através de elástico em corrente no arco mandibular. As
direções de aplicação da força no arco mandibular foram para cima e para trás
e na molar de ambos os arcos foram medidas antes do tratamento e após o
tratamento utilizando modelos de gesso. Os resultados revelaram que a taxa
de sucesso foi de 90%, onde 27 dos 30 parafusos inseridos permaneceram
estáveis durante a aplicação de força. Os problemas com tecidos moles
relacionados ao recobrimento da cabeça do parafuso foram notados em
apenas dois pacientes e nenhum implante apresentou processo inflamatório.
Na maxila, os dentes posteriores distalizaram e os dentes anteriores mostraram
inclinação distal. Todos os dentes foram intruídos. Na mandíbula ocorreu uma
inclinação distal dos dentes posteriores associada a uma verticalização dos
dentes anteriores. Este tipo de ancoragem reduz o tempo de tratamento total
do paciente, pois todos os dentes posteriores o retraídos simultaneamente e
depois os dentes anteriores, são distalizados. Além disso, não efeitos
colaterais como a projeção dos dentes anteriores que ocorre com o uso dos
distalizadores intra-orais. Devido ao pequeno tamanho da amostra, nenhuma
significância estatística foi obtida em várias medidas. Sugere-se a necessidade
de se realizar um estudo com uma amostra mais ampla. Os aparelhos
distalizadores intra-orais tendem a abrir o plano mandibular pelo movimento
distal dos molares acarretando o chamado efeito tesoura. Contudo, a
81
distalização através da ancoragem absoluta em mini-implantes não provocou a
abertura do plano mandibular devido ao seu comportamento intrusivo de
forças.
Aparelhos removíveis têm sido usados com sucesso para movimentar
dentes sem bráquetes e bandas. Recentemente desenvolveu-se o Sistema
Invisalign como alternativa estética aos aparelhos ficos para pacientes adultos.
No caso de extrações, o movimento de corpo dos dentes e o controle do torque
anterior são difíceis de alcançar com este sistema. PARK et al. (2005)
desenvolveram um método estético e eficiente de tratamento de pacientes com
extração utilizando placas a vácuo e ancoragem em mini-implantes. Eles
relataram o caso de uma paciente com a queixa principal de os lábios
protruídos (Figura 101).
Figura 101 - Paciente com protruo labial.
Ela apresentava mordida cruzada do lado esquerdo, 1,5mm de
trespasse vertical, 2mm de trespasse horizontal e classe I de caninos e
molares. As medidas cefalométricas mostraram um padrão de crescimento
equilibrado mas com os incisivos foi de classe I esquelética com biprotrussão
alveolar e o plano de tratamento proposto foi a exodontia de quatro pré-molares
e a retração máxima dos dentes anteriores. Devido a preocupação do paciente
com sua aparência após a instalação dos aparelhos, optou-se por usar uma
placa a vácuo para a retração inicial. A placa foi construída em acrílico com a
espessura de 1mm. Braços feitos com fio de aço 0.036’ foram posicionados em
acrílico com a espessura de 1mm. Braços feitos com fio de aço 0,036’ foram
posicionados em ambos os lados do modelo de gesso e então transferidos
para a placa durante sua confecção. A ancoragem esquelética maxilar foi feita
com 2 mini-implantes colocados entre os segundos pré molares e primeiros
molares. Para a retração anterior utilizou-se elásticos 3/16 presos dos braços
da placa aos mini-implantes no arco superior e dos mini-implantes aos ganchos
soldados às bandas nos molares inferiores (Figura 102).
82
Figura 102 - Retração dos dentes anteriores.
Para compensar a mordida aberta causada pelos splints, planos de
mordida foram colados nos molares inferiores. Para prevenir movimento distal
indesejável dos dentes posteriores, eles foram colados e amarrados
passivamente juntos como unidade de ancoragem. Os primeiros molares
também foram bandados para estabilização do arco cruzado com barra
palatina e arco lingual. Após seis meses, os dentes anteriores foram retraídos
de forma a restar apenas 1,5mm de espaço entre caninos e pré-molares.
Bráquetes cerâmicos foram colados em ambos os arcos e fios 0,019’ x 0,025’
de NiTi foram inseridos para o controle axial e movimento radicular (Figura
103).
Figura 103 - Bráquetes cerâmicos colados em ambos os arcos.
Com mais quatro meses de tratamento, o caso foi finalizado utilizando novas
placas (Figura 104).
Figura 104 - Finalização do tratamento utilizando placas em acrílico associada
a mini-implantes.
O tempo total de tratamento foi de quatorze meses, no entanto, os
bráquetes foram colados apenas nos seis meses finais. O lábio superior foi
retraído 3,8mm e o lábio inferior 5,8mm, melhorando a estética facial e o perfil
do paciente. Foi realizada a contenção lingual fixa nos dentes anteriores
superiores e inferiores e uma nova placa a vácuo foi confeccionada para ser
usada como contenção removível. Essa forma de tratamento mostrou ser
esteticamente aceitável e biomecanicamente efetivo, minimizando o tempo de
uso dos bráquetes.
83
Segundo LABOISSIERE et al. (2005), nos casos de retração anterior em
que o paciente apresenta má oclusão de classe I com biprotrusão severa ou
classe II de Angle de grande magnitude, a ancoragem absoluta pode ser
efetuada através da instalação de dois mini-implantes ortodônticos por
vestibular entre os segundos pré-molares ou entre os primeiros e segundos
molares no arco inferior. A quantidade de força que será aplicada através das
molas de NiTi deverá ser calibrada até 300g de cada lado, caso sejam
distalizados os seis elementos dentários ou de 80 a 120g para a movimentação
de elementos dentários isolados.
CARANO et al. (2005) ressaltaram que em casos de fechamento de
espaços de tração os mini-implantes são geralmente colocados entre as raízes
dos molares e pré-molares devido à facilidade de inserção sem
interferências radiculares. A cabeça do parafuso pode estar situada acima da
linha mucogengival dependendo da necessidade da direção da linha de ação
de forças. Se forças intrusivas e de distalização forem necessárias então o
mini-implante deve ser posicionado acima da linha mucogengival. Quando o
principal movimento for para o vetor de distalização, o parafuso deverá ser
posicionado na linha mucogengival. Caso o processo alveolar seja muito
proeminente pode-se usar ganchos presos à cabeça dos parafusos, para
anexar elásticos, evitar desconforto e irritação gengival. No arco mandibular os
mini-implantes podem ser usados em pacientes onde a ancoragem máxima é
necessário tais como birpotrusão alveolar e casos de classe III. Não é
recomendado inserir os mini-implantes entre as raízes dos primeiros e
segundos pré-molares devido à proximidade com o forame mentual.
Tracionamento de caninos impactados
Em muitas situações clínicas, os mini-implantes foram capazes de
movimentar dentes sem perda de ancoragem. PARK; KWON; SUNG (2004)
relataram o caso de uma paciente adulta do sexo feminino, apresentando o
canino superior direito impactado e o mesmo foi tracionado com ancoragem em
mini-implantes (Figura 105).
84
Figura 105 - Paciente classe I de molar que apresentava o canino superior
direito impactado.
Devido o perfil harmônico, optou-se por um tratamento sem extrações.
Foi instalado um mini-parafuso (1,2mm de diâmetro por 8mm de comprimento)
após a extração do canino deduo na cortical óssea vestibular com o
acessório colado na superfície palatina do canino exposto (Figura 106).
Figura 106 - Instalação de um mini-implante por vestibular e colagem de um
acessório por palatina do canino.
O mini-implante deve ser colocado pela vestibular na corticla óssea
alveolar, em um ângulo de 10-20 graus com a superfície do osso, o mais
paralelo possível ao longo eixo do dente. Isso mantém o ápice do parafuso pelo
lado vestibular, reduzindo a possibilidade de contato com a raiz do dente. A
cabeça do parafuso deve ser colocado o mais incisal possível para maximizar o
componente vertical da força. Como fator estético, foi colado um dente de
estoque no incisivo lateral. Duas semanas após a cirurgia, 50g de força elástica
foi aplicada na cabeça do mini-implante ao canino impactado. O implante foi
removido e o tratamento foi finalizado com uma boa intercuspidação após 12
meses (Figura 107).
Figura 107 - Tracionamento bem sucedido de um canino impactado.
A força requerida para tracionar um canino é perfeita e os mini-implantes
podem ser efetivos no auxílio deste movimento. O canino impactado é trazido
para dentro do arco, sem, entretanto, provocar efeitos deletérios como perda
85
de ancoragem e distorção na forma do arco. A colagem dos bquetes pode
ser atrasada até o canino estar próximo do alinhamento ou na posição perfeita,
favorecendo a estética durante o tratamento.
De acordo com CARANO et al. (2005), mini-implantes podem ser usados
quando forças leves são requeridas para trazer um canino impactado para a
oclusão ideal, sem comprometer o posicionamento dos dentes da unidade de
ancoragem. O tempo de tratamento é reduzido, pois não necessidade de se
montar o aparelho fixo no arco todo durante a extrusão do canino e não
ocorrem efeitos indesejáveis nos outros dentes. Dependendo da localização do
canino impactado, se for por vestibular ou palatina, os parafusos podem ser
implantados em um local de forma a proporcionar vetores de forças
apropriados, podendo ser removidos e re-implantados até a extrusão total do
canino.
Tratamento da má oclusão de classe III
CHUNG; KIM; KOOK (2004) sugeriram a utilização de uma ancoragem
absoluta através de mini-implantes do sistema C Ortodôntico inseridos na
região de molar superior para tratar a má oclusão de classe III. Os autores
relataram o caso de um paciente classe III que havia perdido dois incisivos
centrais inferiores em um acidente automobilístico. O exame intra-oral revelou
uma relação de classe III de molares e uma mordida cruzada anterior (Figura
108).
Figura 108 - Paciente classe III com mordida cruzada anterior.
Baseado nos resultados cefalométricos e na análise dos modelos de
estudo, o tratamento objetivou conseguir a classe I de caninos e molares, criar
um trespasse horizontal e vertical ideais, melhorar a intercuspidação dentária, o
espaço para próteses na área edêntula anterior e o equilíbrio facial. A retração
em massa de todo segmento dentário inferior com a mecânica convencional de
86
elásticos, poderia causar uma extrusão dos dentes de ancoragem do arco
superior e uma projeção dos dentes anteriores. A estratégia de tratamento foi
inserir um mini-implante C ortodôntico com gancho entre os molares e
pré-molares maxilares, em ambos os lados, para aplicar a mecânica de
elásticos de classe III (Figura 109).
Figura 109 - Esquema de utilização de elástico de classe III associado à mini-
implante.
Ao final do tratamento, uma relação de classe I de molar e canino com
linha média coincidente, correção da posição dentária e um nivelamento e
alinhamento adequados estavam presentes. Um trespasse horizontal e vertical
ideais com um equilíbrio facial também foram alcançados (Figura 110).
Figura 110 - Tratamento finalizado com total reconquista do espaço dos
incisivos inferiores.
O aparelho fixo foi removido e uma contenção fixa foi montada no arco
maxilar e uma placa de Hawley foi utilizada no arco mandibular. O mini-
implante C ortodôntico pode se usado como ancoragem absoluta em uma
variedade de situações clínicas devido seu design particular.
Intrusão de dentes posteriores
OHMAE; SAITO; MOROHASHI (2001) desenvolveram um estudo em
cães adultos com o objetivo de determinar o potencial da ancoragem dos mini-
implantes para a intrusão ortodôntica de dentes posteriores mandibulares. Seis
mini-parafusos foram colocados em torno dos terceiros pré-molares
mandibulares de cada lado. No lado vestibular, três mini-implantes foram
87
inseridos o mais linear possível, da seguinte forma: um distalmente ao ápice da
raiz distal do terceiro pré-molar, o segundo no septo interradicular do terceiro
pré-molar e o terceiro mesialmente ao ápice da raiz mesial. O mesmo
procedimento foi feito pela lingual dos terceiros pré-molares em ambos os
lados da mandíbula em cada cachorro. Mini-implantes interradiculares em
ambos os lados lingual e vestibular (com carga), foram utilizados como
ancoragem na intrusão dos terceiros pré-molares e os outros mini-implantes
foram utilizados como controle (sem carga) (Figura 111).
Figura 111 - Seis mini-implantes colocados em torno dos terceiros pré-molares
mandibulares de cada lado em cachorros adultos.
Foi aplicada uma força intrusiva de 150g durante seis semanas entre os
implantes inter-radiculares na lingual e vestibular com molas de fechamento
nas coroas dos dentes em questão. Após 18 semanas de intrusão ortodôntica,
os animais foram sacrificados. As mandíbulas foram dissecadas e preparadas
para a observação no exame histológico e de fluorescência óssea. Os
resultados indicaram que os terceiros pré-molares mandibulares intruíram em
media 4,5mm após 18 semanas de aplicação de força, apresentavam uma leve
reabsorção radicular nas regiões de furca e do ápice. Todos os mini-implantes
permaneceram estáveis durante a movimentação, sem nenhuma mobilidade ou
deslocamento. Os achados morfométricos indicaram que a calcificação na
região óssea peri implante nos implantes submetidos à carga foram iguais ou
levemente maior que a região dos mini-parafusos do grupo controle. Seus dos
36 mini-implantes foram facilmente removidos com uma chave especial após a
movimentação dentaria. Estes achados sugeriram que os mini-implantes o
ferramentas efetivas na ancoragem para movimentos de intrusão ortodôntica
em cães.
88
PARK et al. (2003) relataram o caso de uma paciente de 49 anos
encaminhada por um protesista para realizar o tratamento ortodôntico com a
finalidade de intruir o segundo molar superior esquerdo. A paciente desejava
reabilitar a região posterior esquerda mandibular edentula restaurada com
implantes convencionais, mas devido a extrusão do segundo molar maxilar o
espaço vertical nesta área tornou-se reduzido, menor que 2mm, havendo então
a necessidade de intrusão do mesmo. A intrusão do segundo molar esquerdo
maxilar foi realizada da seguinte forma: no lado palatino 2 mini-implantes foram
colocados mesiodistalmente ao dente citado, no lado vestibular, uma mini-placa
do tipo L foi implantada na crista zigomática com um gancho exposto no fundo
do vestíbulo. Botões linguais foram colados ao dente e a força de intrusão foi
aplicada por meio de elástico em linha ou em corrente. A direção e a
quantidade de força foram controladas durante todo o tempo (Figura 112).
Figura 112 - Intrusão de um segundo molar esquerdo com mini-implantes e
uma placa em L.
Radiografias periapicais foram feitas periodicamente para avaliar a
condição das raízes. A intrusão foi realizada em 8 meses. A paciente ficou
satisfeita porque a área edêntula inferior pôde ser restaurada sem ter que
reduzir o molar maxilar. A contenção da intrusão no molar maxilar foi por um
período de um ano e estabilizada por meio de próteses no arco oposto.
MAINO et al. (2003) relataram o caso de uma paciente que apresentou o
segundo pré-molar, primeiro e segundo molares superiores esquerdos
extruídos devido à perda dos anagonistas (Figura 113).
89
Figura 113 - Extrusão do segundo pré-molar e primeiro e segundos molares
maxilares esquerdos.
Estes dentes super erupcionados tornaram o sorriso do paciente anti-
estético além de impossibilitar a reabilitação da área desdentada com
implantes convencionais. A ancoragem para a intrusão ortodôntica foi realizada
por meio de dois mini-implantes do tipo Spider Screw. Colocou-se bráquetes
nos dentes extruídos e um arco segmentado com molas e elásticos foram
usados para a intrusão (Figura 114).
Figura 114 - Intrusão de dentes posteriores com dois mini-implantes Spider
Screw.
Com dez meses de tratamento a curva de spee foi nivelada (Figura 115).
Figura 115 - Tratamento com mini-implantes Spider Screw finalizado em dez
meses.
O Controle da extrusão de dentes posteriores é crítico no tratamento de
pacientes com excesso vertical maxilar. Em pacientes sem crescimento é
incerto se a ortodontia sozinha é capaz de intruir dentes posteriores para
alcançar um ótimo equilíbrio facial. todos convencionais de controle da
erupção do molar em pacientes com excesso vertical maxilar tais como,
aparelho extra-bucal de tração alta, mentoneira e aparelhos fixos, podem não
serem efetivos na intrusão de dentes posteriores devido a inadequada
ancoragem dental. Como forma alternativa de tratamento que solucionasse tal
90
problema, PAIK; WOO; BOYD (2003) relataram o caso de uma paciente com
padrão esquelético de classe II, com severa protusão labial (Figura 116).
Figura 116 - Paciente com padrão esquelético classe II e uma severa protrusão
labial.
Na análise cefalométrica foi constatado um retrognatismo mandibular,
um excesso na altura dento alveolar dos incisivos e molares e um plano
mandibular hiper-divergente, caracterizando um excesso de crescimento
vertical maxilar. Após o alinhamento e nivelamento, quatro meses mais tarde, 4
mini-implantes foram inseridos no septo ósseo inter dental entre os primeiros e
segundos molares maxilar e mandibular bilateralmente sob anestesia local. Os
parafusos usados tinham 1,6mm de diâmetro e 8mm de comprimento. Os
dentes anteriores foram então retraídos com elásticos presos no mini-implante
com ganchos soldados em um arco 0,019’X 0,025’ de aço. Para conseguir um
giro anti-horário da mandíbula, os incisivos maxilares forma também intruídos
pela incorporação de uma curva de Spee no arco superior. Após duas semanas
de ativação os mini-implantes do lado direito apresentaram mobilidade e
tiveram que ser removidos. No arco inferior foi recolocado um novo parafuso no
septo ósseo entre o primeiro pré-molar e primeiro molar e outro parafuso
implantado na região posterior do palato (Figura 117).
Figura 117 - Inserção de um novo mini-implante na mandíbula e outro no
palato.
Um arco palatino foi anexado aos molares superiores e um elástico em
corrente foi conectado de um gancho soldado no arco ao parafuso liberando
uma força intrusiva sobre os molares de 150g a 200g. O Loop central da barra
palatina estava localizado a uma distância de cinco milímetros da mucosa do
palato e 10mm anterior ao parafuso para proporcionar ancoragem para intrusão
91
do molar superior e retração anterior. O tempo de tratamento total foi de 27
meses (Figura 118).
Figura 118 - Resultado alcançado após vinte e sete meses de tratamento.
Considerável melhora pode ser notada na relação nariz-lábio e queixo
devido a uma redução de 2,5mm na altura facial anterior inferior juntamente
com uma auto-rotação da mandíbula e 4,9mm de intrusão de incisivos
mandibulares. Neste caso foi possível demonstrar que a intrusão dentária
usando mini-implantes como ancoragem, é uma opção de tratamento bastante
viável. A localização ideal de se implantar um parafuso no palato, com a
finalidade de intrusão é numa região mais posterior sobre a linha média entre
os primeiro e segundos molares. O osso é denso e o tecido mole nesta região
é mais fino possibilitando o parafuso ter um comprimento menor sem perder a
retenção. Uma leve orientação oblíqua do mini-implante, inclinando sua cabeça
posteriormente é preferível, ao invés de inserir o parafuso verticalmente para
obter o máximo o contato do osso com o implante. O diâmetro e o comprimento
dos mini-implantes selecionados para o tratamento dependem da qualidade e
da espessura óssea, da espessura de tecido mole e da proximidade com as
estruturas atômicas. Geralmente implantes maiores proporcionam ancoragem
mais estável. Os valores de força ótima para intrusão de dentes posteriores
ainda não foram estabelecidos e existem muitas controvérsias. Neste caso
clínico relatado foram aplicadas forças de intrusão de 150g a 200g. As
correções verticais que seriam difíceis de alcançar apenas com a ortodontia se
tornaram possíveis juntamente com o uso dos mini-implantes, e com isso
passaram a oferecer uma alternativa a mais de tratamento de cirurgia
ortognática a muitos pacientes.
Um simples método para se corrigir um molar estruído é a redução da
coroa clínica por meio de broca, mas isto poderia levar à necessidade de
tratamento endodôntico, cirurgia periodontal prótese fixa. Embora a intrusão
ortodôntica seja uma forma de tratamento mais conservadora, esta torna-se
difícil de ser realizada sem efeitos adversos. Quando uma força intrusiva é
localizada no molar, a força reativa de extrusão, na qual ocorre
92
predominantemente sobre os pré-molares, pode anular virtualmente a intrusão
do molar. A ancoragem esquelética feita através dos mini-implantes é capaz de
proporcionar um sistema de forças de intrusão sem efeitos adversos (CHANG;
LEE; CHUN, 2004). Para exemplificar a intrusão de molar usando este método
alternativo de ancoragem, estes autores relataram o caso de uma paciente que
havia perdido o segundo molar inferior esquerdo, sendo este substituído por
uma ponte em cantilever apoiada no primeiro molar. A pobre restauração
protética foi removida e um implante convencional de 11,5mm de comprimento
foi inserido na mandíbula na região do segundo molar esquerdo. Após o
período de ósseo integração, o segundo molar superior esquerdo sofreu
extrusão devido a falta do contato oclusal. O molar tinha super erupcionado
5mm na cúspide palatina e 1,5mm na cúspide vestibular (Figura 119).
Figura 119 - Segundo molar superior esquerdo extruído.
Mini-implantes ortodônticos foram planejados para intrusão do molar e
recuperar o espaço vertical para a prótese fixa sobre o implante. A inclinação
das raízes foi avaliada nas radiografias panorâmica e periacal para determinar
o local ideal de implantação do parafuso. Dois mini-implantes foram inseridos
pela vestibular, um entre o canino e pré-molar e outro entre os e pré-
molares. Para a ancoragem palatina, outros dois mini-implantes foram inseridos
na sutura palatina no meio do palato. Foi conectada uma barra de fio TMA,
0,32” X, 0,32” passando do parafuso mesial em ambos os lados vestibular e
palatino, circulando o parafuso distal para permitir maior estabilidade e
estendendo para a área apical dos dois lados do segundo molar maxilar
extruído (Figura 120).
Figura 120 – Mini-implantes inseridos por vestibular na sutura palatina
mediana.
93
Foram soldados ganchos nas barras para a adaptação dos elásticos em
corrente e, com isso, uma força intrusiva pode ser liberada simultaneamente
pelo lado vestibular e lingual. Após seis semanas, um mini-implante do palato
foi perdido e então uma conexão da barra vestibular foi anexada ao segundo
pré-molar com um fio rígido para criar uma ancoragem óssea-dentária com a
finalidade de possibilitar uma pura intrusão de molar (Figura 121).
Figura 121 - Barra vestibular anexada ao segundo pré-molar com um fio rígido.
Foram colocados bráquetes linguais com slot 0,018’ no segundo pré-
molar maxilar esquerdo e no molar e tubo palatino nos molares. Um arco
segmentado de NiTi 0,016’ x 0,022’ foi inserido e elásticos 3/16” foram usados
para a intrusão do molar pelo lado vestibular. Com mais sete semanas de
tratamento um arco segmentado 0,016” por 0,022” de TMA foi utilizado para
finalização. A intrusão do molar foi alcançada e a prótese fixa pôde ser
instalada (Figura 122). O tempo total de tratamento foi de cinco meses.
Figura 122 - Intrusão de molar obtida ao fim do tratamento.
O fator mais crítico da intrusão de molares é o ponto de aplicação da
força. Para passar através do centro de resistência e então evitar rotações e
deslocamentos transversos não desejados, a força deveria ser aplicada em
ambos os lados vestibular e palatino. Neste caso clínico, a área do pré-molar
foi selecionada como ideal para a instalação dos mini-implantes pela vestibular
devido ao fácil acesso. No entanto, se o parafuso fosse implantado mesial ou
distal ao molar a ser intruído, ele poderia interferir neste movimento. No lado
palatino, a sutura mediana foi à área de escolha devido à fina espessura de
tecido mole e ao osso compacto e denso presente nesta região. Mesmo assim,
um mini-implante foi perdido, complicação considerada comum nestes casos
de ancoragem absoluta. A mecânica utilizando mini-implantes como
94
ancoragem foi efetiva para alcançar uma intrusão de molar. Esse processo
permitiu, após um curto período de tratamento ortodôntico, a reconstrução
protéica.
De acordo com YAO et al. (2004), a super erupção dos molares
superiores devido à perda do antagonista pode causar problemas, tais como:
defeitos periodontais e interferências oclusais. A correção desta extrusão
dentária pode ser obtida através da intrusão ortodôntica, redução ou desgaste
protéico, e através de impactação cirúrgica. Contudo, a redução protéica requer
tratamento endodôntico, preparo e restauração da coroa. o procedimento
cirúrgico é mais agressivo porque encolve cirurgia com segmentação. Estes
autores relataram o caso de uma paciente que apresentava primeiros e
segundos molares superiores esquerdo erupcionados tratados por intrusão,
usando aparelho fico parcial em conjunto com mini-implantes e mini-placa em L
para ancoragem (Figura 123).
Figura 123 - Primeiro e segundo molares maxilares esquerdo extruídos.
Foi usado um aparelho fixo parcial “Edgewise” com slot 0,018 do
primeiro pré-molar ao segundo molar superior esquerdo. Uma mini-placa em
forma de L, presa ao osso através de dois mini-implantes de 2mm de diâmetro
por 15mm de comprimento foi adaptada pela vestibular na mesma região. Foi
colocado também um outro mini-implante pela palatina entre as raízes dos
primeiros e segundos molares (Figura 124).
Figura 124 – Mini-placa em L presa ao osso através de dois mini-implantes.
A distância entre as raízes e os mini-implantes foi calculada baseando-
se na quantidade de intrusão necessária. Duas semanas após a cirurgia de
implantação dos elementos de ancoragem absoluta, a força ortodôntica foi
iniciada. A média da carga intrusiva foi de 150g a 200g, aplicada através de
95
elásticos em corrente da mini-placa ao tubo vestibular do primeira molar e do
mini-implante ao acessório palatino soldado na banda do mesmo dente.
Durante o tratamento as distâncias dos molares, um fio de TMA 0,016 X 0,022
foi inserido do pré-molar ao molar para o alinhamento da região posterior
do arco. O período total de tratamento incluiu 5 meses para alcançar a intrusão
total dos 2 molares e mais 1 mês para alinha o segmento posterior. A mini-
placa e os mini-implantes foram removidos após o tratamento. Não foram
necessários dispositivos de contenção porque as próteses sobre os implantes
foram colocadas logo após a remoção do aparelho (Figura 125).
Figura 125 - Intrusão dentária alcançada com 5 meses de tratamento.
A radiografia periapical mostrou que a lâmina dura em torno dos molares
foi mantida intacta após o período de intrusão (Figura 126).
Figura 126 - Lâmina dura.
O trespasse horizontal e vertical normal e a boa intercuspidação foram
mantidas inalteradas. Esta forma de tratamento com aparelho fixo parcial
combinada aos mini-implantes para instruir molares apresentou-se simples e
rápida. Além disso, os resultados mostraram que a resposta biológica dos
dentes e as estruturas ósseas ao redor permanecem normais e aceitáveis. Os
molares responderam bem as forças intrusivas e a saúde periodontal e a
vitalidade dos mesmos foram mantidas durante e após tratamento.
LEE et al. (2004) relataram um caso com o propósito de mostrar um
simples procedimento clínico utilizando mini-implantes inseridos no meio do
palato para a intrusão dos primeiros e segundos maxilares do lado esquerdo.
Devido ao apinhamento nesta área, foi utilizado mola de secção aberta
96
ancorada em pré-molares e terceiro molar para o ganho de espaço (Figura
127).
Figura 127 - Extrusão dos primeiros e segundos molares superiores do lado
esquerdo.
A extração desse terceiro molar foi planejada devido à presea de cárie
extensa, mas, no entanto, foi atrasada até a completa intrusão dos dentes
adjacentes para servir como ponto de referência. Dois mini-parafusos de 2mm
de diâmetro por 7mm de comprimento foram implantados no meio do palato e
mais três parafusos foram inseridos pelo vestibular na região dos dentes
extraídos (Figura 128). Os dois parafusos do palato foram recobertos por resina
fotopolimerizável para oferecer maior conforto ao paciente, e conectados por
meio de uma extensão construída com fio de aço 0,9mm de acordo com o
contorno do palato.
Figura 128 – Mini-implantes inseridos no palato e pela vestibular dos dentes a
serem intruídos.
Foram soldados ganchos que serviram como ponto de apoio para
aplicação de forças intrusivas de 150g a 200g sobre os acessórios colados na
superfície vestibular e palatina dos primeiros e segundos molares. Esta força
foi liberada através de elásticos em corrente. A finalização do caso, a
comparação das radiografias panorâmicas e a superposição cefalométrica
demonstraram o sucesso da intrusão (Figura 129).
97
Figura 129 - Comparação das radiografias panorâmicas e superposição
cefalométrica.
A aparatologia empregada e os mini-implantes permaneceram intactos
até o fim do tratamento ortodôntico. Não é fácil obter um vetor de força que
passe através do centro de resistência dos dentes a serem intruídos devido a
anatomia do palato, do osso alveolar vestibular e da distancia dos parafusos
aos dentes (Figura 130).
Figura 130 - Vetor de forças passando através do centro de resistência dos
dentes a serem intruídos.
Então, como forma de solucionar estes problemas relacionados às
limitações topográficas, braços de extenção confeccionados com fios de aço
pesados podem ser anexados aos mini-implantes inseridos no meio do palato a
fim de proporcionar uma ancoragem adequada. A estabilidade dos parafusos é
aumentada com a união entre si para alcançar resultados mais satisfatórios. Os
mini-implantes inserido na região central do palato são poderosas ferramentas
usadas na ortodontia moderna. Dentre muitas aplicações, eles podem ser
efetivados quando usados na intrusão de molares superiores, reduzindo o
tempo de tratamento, os efeitos colaterais e proporcionam conforto ao
paciente.
Segundo CARANO et al. (2005) existem muitas opiniões diferentes a
respeito da intrusão ortodôntica de dentes posteriores. Embora os mini-
98
implantes proporcionem um método confiável de ancoragem, sua implantação
é difícil, sendo necessário a localização precisa entre as raízes dos primeiros e
segundos molares sem causar danos as mesmas. Na maioria dos casos, os
mini-implantes são submetidos a forças de intrusão relativamente fortes.
Portanto, sugerem-se certos limites para o uso dos mini-implantes nas
situações onde a simples intrusão de um ou dois molares é necessária, pois
sua inserção pode ser problemática. Nos casos de mordida aberta que
requerem intrusão bilateral dos segmentos posteriores, os mini-implantes
podem não ser a melhor indicação.
BAE et al. (2002) afirmaram que o seio maxilar é remodelado com a
deposição óssea em volta do ligamento periodontal das raízes dos molares
durante a intrusão dos dentes posteriores. Os mini-implantes ortodônticos
mostraram-se confortáveis e foram capazes de reduzir a dependência da
colaboração dos pacientes, além de simplificar a aparatologia ortodôntica e
minimizar os efeitos colaterais das forças indesejáveis de forma versátil de
estudos longitudinais para evidenciação científica e utilização rotineira da
técnica de ancoragem absoluta com mini-implantes ortodônticos.
Correção da linha média
MAIMO et al. (2003) relatarm o caso de uma paciente que apresentava
desvio da linha média superior para direita e diastemas anteriores (Figura 131).
Figura 131 - Paciente com linha média superior desviada para direita.
Ambos os primeiros molares superiores foram extraídos e os segundos
molares apresentavam-se inclinados para mesial. A paciente apresentava uma
classe II de canino do lado esquerdo e uma tendência a classe III do lado
direito. O plano de tratamento executado foi a executado foi a exodontia dos
molares superiores e a inserção do Spider Screw pela vestibular entre o
segundo pré-molar e os segundos molares esquerdos superior (Figura 132).
99
Figura 132 - Inserção de um mini-implante Spider Screw entre o segundo pré-
molar e o segundo molar esquerdo superior.
Foram colados bráquetes nos dentes superiores e com um arco 0,016’ x
0,022’ de o utilizou-se molas de secção aberta para verticalizar os 2º molares
e reconquistar o espaço do molar. Foi usado amarrilho do mini-implante ao
canino superior do lado esquerdo para dissipar a reação de força da mola e
evitar o movimento mesial dos pré-molares e caninos (Figura 133).
Figura 133 - Amarrilho adaptado do mini-implante ao canino superior esquerdo.
Do outro lado, a reação de forças moveu os pré-molares e caninos para
uma relação de classe I, fechando os espaços anteriores e corrigindo o desvio
de linha média. O tratamento total durou dez meses (Figura 134).
Figura 134 - Tratamento finalizado após dez meses com a correção do desvio
da linha média.
Segundo LABOISSIERE et al. (2005), quando o paciente apresenta a
linha média dentária desviada e necessita de extrações assimétricas e
ancoragem diferenciada nos dois lados do arco, pode-se optar pela instalação
de um mini-implante pela vestibular entre o segundo pré-molar e primeiro molar
superior do lado contrário ao desvio (Figura 135).
Figura 135 – Mini-implante para correção do desvio de linha média.
100
Esta forma de ancoragem elimina a necessidade do uso de elásticos
intermaxilares e reduz com isso alguns efeitos colaterais, como a
movimentação indesejada do arco oposto e problemas graves de assimetria
vertical de plano oclusal.
De acordo com CARANO et al. (2005), nos casos em que o arco precisa
ser totalmente movido lateralmente para corrigir a oclusão posterior, a linha
média dentária é alinhada geralmente com elásticos intermaxilares,
necessitando de considerável cooperação do paciente. Forças verticais podem
ser contra indicada em vários casos e os elásticos podem levar à abertura de
mordida. Nos casos mais complexos de desvio de linha média, os mini-
implantes podem ser utilizados como método alternativo de tratamento. O
parafuso pode ser instalado por vestibular ou lingual de forma que a linha de
ação de forças seja direcionada mais para oclusal, com um aumento do vetor
horizontal.
Fixação intermaxilar em pacientes cirúrgicos
A fixação intermaxilar em pacientes cirúrgicos que estão em tratamento
com ortodontia lingual apresenta certas dificuldades devido aos acessórios não
estarem colados na superfície vestibular dos dentes. Os botões colados
temporariamente na superfície vestibular poderiam comprometer a estético e
causar extrusão do dente envolvido. PAIK et al. (2002) relataram o caso
cirúrgico de uma menina de 18 anos com oclusão de classe III que
apresentava mordida cruzada total com perda dos molares superiores
(Figura 136).
Figura 136 - Caso cirúrgico de uma paciente classe III com mordida cruzada
total.
O tratamento ortodôntico pré-cirúrgico consistiu no alinhamento e
nivelamento de ambos os arcos com bráquetes colados na superfície lingual
seguida de uma descompensação com elásticos de classe II. Com 17 meses
101
de tratamento foi realizada a cirurgia de redução de mandíbula e uma
mentoplastia. Para a fixação intermaxilar utilizou-se os mini-parafusos OSAS
inseridos dentro da cortical óssea em torno da região apical do arco maxilar e
mandibular (Figura 137).
Figura 137 - Fixação intermaxilar com mini-implantes do sistema OSAS.
Os parafusos auto rosqueáveis foram implantados diretamente através
da mucosa sob anestesia local e sem rebatimento de retalho mucoperiósteo.
Com a cabeça mais comprida, estes mini-implantes facilitaram a aplicação de
amarrilhos e elásticos, possibilitando ao paciente manter uma melhor
higienização (Figura 138).
Figura 138 - Elásticos adaptados aos mini-implantes para fixação intermaxilar.
Após duas semanas de fixação intermaxilar, os parafusos foram
removidos. Ao final do tratamento ortodôntico, a paciente apresentou grande
melhora no perfil e os dentes perfeitamente alinhados (Figura 139).
Figura 139 - Tratamento finalizado com os dentes perfeitamente alinhados e
melhora no perfil.
Dentre as principais indicações de uso dos mini-implantes estão a
correção das discrepâncias esqueléticas e dentárias para a fixação intermaxilar
pós cirurgia am da ancoragem para vários tipos de movimentos ortodônticos.
Estes dispositivos não são contra indicados em pacientes jovens em fase de
crescimento. Pode se necessário, ser utilizados como um recurso a mais na
102
mecânica da ancoragem. Quanto ao tamanho dos dispositivos, estes autores
preferem a utilização de parafusos com diâmetro entre 1,2mm a 2mm e
comprimento variando de 6mm a 9mm. São preferidos implantes cônicos,
rosqueável, com superfície tratada e cabeça com slot 0,022 para anexarem
acessórios (MAH; BERGSTER; GRAHAM, 2005).
Disjuntor Palatino Ósseo Muco Suportado
Segundo ANDRADE (2006) a disjunção da sutura palatina Medina pode
ser conseguida através da disseminação das forças de ativação direta na
estrutura óssea. O aparelho desenhado pelo autor apresentado logo abaixo é
uma réplica dos disjuntores convencionais apoiados em dente que com
adaptação para inserção de parafusos de titânio intra-ósseos para realizar a
ancoragem. Eliminando o apoio dentário assim excluindo resultantes não
desejadas nos elementos dentais.
De acordo com pesquisas em andamento o paciente apresenta uma boa
resposta com o aparelho, apenas para instalá-lo deve-se possuir uma técnica
cirúrgica especializada (Figura 140).
103
Figura 140 - Disjunção palatina realizada com o disjuntor ósseo muco
suportado NAVI
Biomecânica do tratamento ortodôntico com ancoragem
em mini-implantes
Biomecânica de retração em casos com extração
Segundo PARK et al. (2001), nos casos de oclusão de classe I com
biprotrusão dentária em que são tratados com extração e ancoragem em mini-
implantes, biomecanicamente, a força maxilar é aplicada próximo ao centro de
resistência dos seis dentes anteriores. Isso torna possível a intrusão e a
retração de corpo dos mesmos. No entanto, para manter ou reduzir a
inclinação do plano oclusal durante o tratamento, mini-parafusos mandibulares
também são necessários. Com esse sistema de ancoragem, a mandíbula pode
sofrer um giro anti-horário devido à verticalização e intrusão dos molares
mandibulares (Figura 141).
Figura 141 - Verticalização e intrusão dos molares mandibulares.
Segundo PARK; KWON (2004), a posição ocluso gengival dos mini-
implantes determina a direção da linha de ação força e com isso o movimento
de retração pode ser controlado. Um segundo fator capaz de controlar a
mudança da direção de força é a posição vertical dos ganchos anteriores. Por
exemplo, o uso de ganchos curtos aumenta o componente vertical e diminui o
componente horizontal de força e vice-versa. Para uma retração de corpo dos
104
dentes anteriores com ma leve intruo, a posição ideal dos mini-implantes
seria de 8mm a 10mm apical ao slot do bráquete com os ganchos anteriores
5mm a 6mm gengival ao slot do bráquete. Com esta configuração, a linha de
ação de força passará embaixo do centro de resistência e induzirá uma
retração de corpo com uma leve linguoversão e intrusão. O torque é um outro
fator que pode ser usado no controle do movimento dos dentes anteriores.
Esses movimentos podem ser alterados aumentando ou diminuindo a altura
dos ganchos anteriores e a quantidade de torque durante o tratamento após a
avaliação com superposição cefalométrica. Se a linha de ação de força passar
próximo ao centro de resistência dos dentes anteriores então pode-se eliminar
a necessidade de se aplicar um toque lingual de raiz no arco para prevenir a
inclinação palatina da coroa dos incisivos.
Biomecânica de retração em casos sem extração
Segundo PARK; KWON; SUNG (2004), os mini-implantes também
simplificam a mecanoterapia necessária para movimentar os dentes de corpo.
A altura ocluso gengival dos parafusos é um dos fatores que determina a
direção da linha de ação de força relativa ao centro de resistência. No caso de
tratamento sem extração, o contato dos dentes atua como uma resistência ao
movimento, no qual cria um momento anti-horário sobre os dentes anteriores,
ou seja, um movimento lingual de raiz. Como resultado, as coroas dos dentes
anteriores superiores movem-se para distal, mas, no entanto, suas raízes
mostram um movimento distal maior (Figura 142). Após a criação de espaços
pela distalização dos dentes posteriores ancorados nos parafusos, os dentes
anteriores podem ser alinhados sem projeção.
Figura 142 - Retração dos dentes anteriores com maior deslocamento da raiz.
105
Após o alinhamento dos incisivos superiores, estes podem ser retraídos
pela adição de um “tié together” nos dentes anteriores. Os mini-implantes,
localizados profundamente no fundo de saco do vertíbulo, não são capazes de
produzir um suficiente componente de força horizontal para retrair os dentes
anteriores. Isso se deve à altura de implantação do parafuso, que está
diretamente relacionada ao componente de força vertical. A posição ocluso
gengival dos mini-implantes, entretanto, mostra ser mais baixa em tratamento
sem extração do que com extração devido ao aumento do vetor de força
horizontal. Com a aplicação da força de distalização no lado vestibular, os
dentes posteriores tendem a inclinar para palatina e sofrer um giro (Figura
143). No entanto, isto pode ser prevenido com um torque vestibular de coroa e
uma dobra do tipo “off set”.
Figura 143 - Tendência de inclinação e giro dos molares.
A habilidade de se produzir uma ancoragem absoluta para retirar os
dentes posteriores como uma unidade, é extremamente interessante para
encurtar o tempo de tratamento. Isto não é alcançado pelo rápido movimento
dos dentes, mas pelo movimento de grupos de dentes.
Biomecânica de controle vertical
Segundo PARK; KWON (2004), o controle vertical dos dentes
posteriores mandibulares tem sido considerado importante fator da resposta
mandibular e melhora do perfil facial. Os mini-implantes mandibulares
proporcionam forças verticais e intrusivas sobre o arco na distal dos primeiros
molares. Essa carga pode então verticalizar os primeiros molares e intruir os
segundos molares (Figura 144).
106
Figura 144 - Aplicação de forças verticais e intrusivas sobre o arco.
O movimento mesial dos dentes posteriores mandibulares move o fulcro
para frente resultando um fechamento do plano mandibular. O aumento do
SNB e o movimento para frente e para cima do queixo podem também ocorrer
(Figura 145). Esse é o maior fator de contribuição para a melhora no perfil
facial.
Figura 145 - Movimento mesial dos dentes posteriores inferiores.
Fatores de risco associados à falhas e complicações
trans e pós-operatórias
COSTA; RAFFAINI; MELSEN (1998) relataram que um fator de risco
que pode acometer qualquer tipo de ancoragem transmucosa é a infecção, que
pode ser específica em diferentes localizações. Quando um parafuso for
colocado na crista infrazigomática, uma perfuração do seio maxilar pode
normalmente ser evitada. Complicações podem ocorrer em outros locais se o
cirurgião o for cuidadoso o suficiente para evitar o contato com nervos e
raízes. A mais notável complicação tem sido a perda nos mini-implantes.
PARK et al. (2001) relataram nos casos ortodônticos tratados com
ancoragem em mini-implantes haver um período de desenvolvimento de
processo inflamatório ao redor do parafuso e recobrimento do mesmo por
tecido mole. Tal complicação poderia ter sido evitada com um melhor controle
da higienização, utilizar mini-implantes de cabeça com ganchos para anexar
eláticos e ou molas de NiTi, e superfície mais lisa na área de contato com
tecido mole. Mas essas complicações não levaram à perda dos parafusos.
107
FRITZ et al. (2003) desenvolveram um trabalho com o objetivo de
investigar a estabilidade e osseointegração dos mini-implantes após o período
de cicatrização, recebendo força ortodôntica contínua. Estes autores
concluíram que a carga ortodôntica exerce um positivo efeito sobre o osso peri
implante ocorrendo um processo de ósseo indução. Os achados clínicos e
histológicos foram capazes de confirmar a estabilidade dos mini-implantes
usados nesse presente estudo para os propósitos de ancoragem ortodôntica.
PARK et al. (2003) salientaram que a maioria da falhas dos mini-
implantes geralmente associa-se a processos inflamatórios no tecido mole ao
redor do parafuso. Quando o implantados na mucosa alveolar, dificulta a
aplicação de força elástica porque o tecido mole cobre totalmente a cabeça do
implante. Raízes adjacentes, nervos e vasos sanguíneos podem ser
danificados durante a cirurgia, mas que com atenção e cuidados este perigo
pode ser evitado. Ocasionalmente, os mini-implantes podem ser fraturados,
embora isto possa ser prevenido com o uso de parafusos com diâmetro de
2mm ou mais.
Segundo KYUNG; PARK; BAE (2003), dano às raízes não tem sido
problema quando os mini-implantes são inseridos da maneira correta. As raízes
são capazes de recuperarem o dano, dependendo da extensão desses. A
inflamação pode ocorrer quando a higienização for inadequada e a perda do
mini-implante pode ocorrer. A prescrição de antibiótico pode ser feita quando
necessário. Geralmente não há necessidade de analgésicos.
MIYAWAKIS et al. (2003) desenvolveram um trabalho com o propósito
de examinar a taxa de sucesso e encontrar os fatores associados com a
estabilidade dos parafusos de titânio localizados na superfície vestibular do
osso alveolar na região posterior. Para isso, foram selecionadas 51 pacientes
adultos de ambos os sexos com oclusões variadas. Foram instalados 134
parafusos de três tamanhos diferentes. Foram implantados 10 parafusos do
tipo A que apresentava diâmetro de 1mm e 6mm de comprimento, 101 do tipo
B com 1,5mm de dmetro e 11mm de comprimento e 29 do tipo C com 2,3mm
de diâmetro e 14mm de comprimento. Eles foram implantados sob anestesia
local e por três dias foi prescrito analgésicos e antibióticos. As falhas clínicas e
o progresso do tratamento nos 51 pacientes foram acompanhadas por 1 ano.
Os resultados obtidos mostraram que a taxa de sucesso do parafuso de 1mm
108
de diâmetro foi significantemente menor que a dos outros tipos de parafusos
usados. Não houve diferença no índice de sucesso entre os tipos B e C. Em
relação ao procedimento cirúrgico de implantação, a cirurgia com rebatimento
de retalho foi associada ao maior desconforto do paciente. O tamanho do
ângulo do plano mandibular foi considerado fator de risco para a mobilidade
dos parafusos. Isto pode ser explicado pelo fato de pacientes com padrão
vertical de crescimento apresentarem uma cortical óssea vestibular mais fina
na região de 1º molar mandibular. Outro fator considerado de risco para a falha
dos mini-implantes foi à inflamação nos tecidos ao redor do implante. Nenhuma
correlação significante foi encontrada entre as taxas de sucesso e as seguintes
variáveis: comprimento do parafuso, tipo de procedimento cirúrgico com ou
sem retalho, carga imediata, idade, gênero, apinhamento dentário, relação
antero posterior de maxila e mandíbula e sintomas de desordens temporo
mandibular. Em relação à aplicação de carga sobre os parafusos de titânio,
esta é possível desde que à força aplicada seja menor que 2N. Tal carga
imediata é aceitável devido ao sucesso da interdigitação mecânica entre o
implante de ancoragem e o osso alveolar na região posterior. Como foi
identificado os principais fatores de risco associados ao insucesso dos mini-
implantes usados como ancoragem ortodôntica, a taxa de sucesso na
utilização desses parafusos deve se aproximar dos 100% se maior atenção for
dada à prevenção de inflamação nos tecidos peri implante, no diâmetro do
parafuso a ser utilizado e no ângulo do plano mandibular, ou seja, na
espessura da cortical óssea vestibular do sítio de implantação.
FABBRONI et al. (2004), realizaram um estudo com objetivo de
examinar a incidência dos danos causados às raízes dentarias durante à
inserção de mini-implantes transalveolares. Foram colocados um total de 232
parafusos para fixação intermaxilar em 55 pacientes com fraturas
mandibulares. Destes parafusos, 27,1% tiveram contato com as raízes dos
dentes adjacentes, entretanto a incidência de danos clínicos foi bem pequena.
CHENG et al. (2004) desenvolveram uma pesquisa com o propósito de
investigar as complicações e falhas dos mini-implantes ortodônticos em
pacientes que precisavam de uma ancoragem esquelética para o tratamento
ortodôntico. Foram instalados 140 implantes em 44 pacientes sendo 6 do sexo
masculino e 38 do sexo feminino. A media de idade dos pacientes foi de 29
109
anos. Mini-implantes de titânio de duas marcas alemãs (Leibinger e Mondeal)
foram utilizados. A configuração dos implantes nos dois sistemas foi idêntica.
Neste estudo utilizou-se apenas parafusos e placas em forma de L. Os
parafusos escolhidos tinham 2mm de diâmetro e de 5mm a 15mm de
comprimento (Figura 146).
Figura 146 – Mini-implantes e placas em forma de L.
As placas em L, quando utilizadas, eram ajustadas para se adaptarem
ao contorno da superfície óssea e fixadas com dois ou três mini-parafusos
(Figura 147).
Figura 147 – Mini-placa em L ajustada ao contorno da superfície óssea.
Os orifícios dos parafusos foram feitos com uma broca especial de
1,5mm de diâmetro a 100rpm com constante irrigação de solução salina. O
orifício terminal do braço maior das placas ficava exposto à cavidade oral
através de uma incisão. Quando foram usados apenas os mini-implantes (9mm
a 15mm de comprimento), suas cabeças eram ajustadas para ficarem 2mm
acima da mucosa e também ficarem expostos a cavidade oral (Figura 148).
Figura 148 - Cabeça do mini-implante ajustada para ficar 2 mm acima da
mucosa.
O tratamento ortodôntico foi iniciado duas semanas após a cirurgia. A
carga ortodôntica aplicada aos implantes foi estimada de 100g a 200g. A
110
direção da aplicação de fora sobre os parafusos foi principalmente lateral.
Indicações ortodônticas, sistemas de implantes, tipos de ancoragem (mini-
placas ou mini-parafusos), comprimento dos mini-parafusos, magnitude das
forças ortodônticas, localização dos implantes e características dos tecidos
moles adjacentes foram analisados em cada paciente. As complicações
associadas aos mini-implantes foram avaliados mensalmente durante o curso
do tratamento ortodôntico. Os critérios de sucesso eram os seguintes: 1
ausência de inflamação, 2 ausência de mobilidade clinica detectável, 3
capacidade de exercer a fuão de ancoragem durante o curso do tratamento.
As indicações de uso dos 140 mini-implantes foram listadas na Tabela 1.
Tabela 1 – Indicação ortodôntica para 140 mini-implantes
Indicação Número de Implantes
Retração de dentes anteriores protruídos 15
Protração de dentes posteriores 25
Intrusão de molares 79
Verticalização de molares 21
Fonte - CHENG et al. (2004, p. 103).
Quanto aos resultados, infecção peri implante foi encontrada em sete
parafusos. Em cinco dos sete casos a infecção estava associada com a
mobilidade dos mesmos. Contudo, para dois parafusos a infecção se resolveu
com adequada higiene oral e terapia com antibiótico. A mobilidade do implante
foi observada em quinze parafusos, sendo que quatro deles falharam antes da
aplicação da força ortodôntica. Os outros cento e vinte e cinco mini-implantes
sustentaram satisfatoriamente a carga ortodôntica sem qualquer mobilidade ou
inflamação detectável. A idade, o gênero dos pacientes e a magnitude da força
ortodôntica não tiveram nenhuma relação significante com os resultados
obtidos. Contudo, a localização anatômica significante nos resultados. Neste
estudo, 2/3 das falhas foram notadas antes da aplicação da força ortodôntica
ou dentro de um mês após ter sido iniciada a carga. Visto a variedade de forças
aplicadas neste trabalho, os resultados confirmaram a efetividade e
versatilidade dos mini-implantes com ancoragem ortodôntica. Mas não se
devem aplicar cargas extrusivas e de torção sobre os parafusos, pois estas são
extremamente deletérias à sobrevida dos mesmos. Os dois sistemas de
111
implantes (Leibinger e Mondeal) os quais apresentaram configurações
idênticas não mostraram diferenças quanto ao índice de sucesso. As mini-
placas utilizadas obtiveram uma taxa de sucesso ligeiramente maior que os
mini-implantes, mas a diferença não foi estatisticamente significante. O
comprimento dos parafusos não foi significante para a sua sobrevida e não
influenciou nos resultados obtidos. Isso porque, para cada caso, o comprimento
do implante era determinado pela profundidade trasmucosa, medido da
superfície do osso de ancoragem ao ponto de emergência na superfície da
mucosa. Portanto, um implante logo não necessariamente resultava em um
suporte ósseo maior. Caractesticas de tecido mole e localização anatômica
foram identificadas neste estudo como fatores que apresentam fortes
associações com infecção peri implante e taxas de insucessos. A necessidade
de uma mucosa queratinizada é extremamente importante para a manutenção
de um implante saudável. Os resultados do presente estudo mostraram que a
ausência de mucosa queratinizada em torno dos mini-implantes aumenta
significativamente o risco de infecção e o número de falhas.
FRITZ; EHMER; DIEDRICH (2004) desenvolveram um trabalho baseado
em investigações clínicas para avaliar a estabilidade dos mini-implantes usados
na ancoragem ortodôntica. O sistema de mini-implantes empregado foi o Jeil
Medical Corp. Ele consiste de parafusos fabricados com uma liga de titânio
(titânio / vanádio), auto rosqueáveis e com a ponta cônica. Para facilitar o
encaixe dos arcos, a cabeça do implante foi modificada durante o curso do
estudo. Os implantes foram avaliados com três diferentes diâmetros: 1,4mm,
1,6mm e 2mm, e em três diferentes comprimentos: 6, 8 e 10mm. Foram
implantados 36 parafusos em dezessete pacientes com dia de idade de 29
anos. No procedimento cirúrgico não foi realizado rebatimento de retalho
mucoperiósteo. Os implantes foram utilizados principalmente como ancoragem
para a distalização de pré-molares, verticalização e mesialização de molares.
Os principais sítios de implantação foram: região interradicular vestibular e
palatina e região retromolar. Todos os mini-implantes receberam cargas dentro
das quatro primeiras semanas após a inserção e o tempo médio de uso dos
mini-implantes até sua remoção foi de cinco meses. Dezessete parafusos
falharam antes do fim do tratamento, correspondendo a um índice de insucesso
de 30%. Estas falhas foram associadas à auncia total de osseointegração
112
juntamente com a falta de estabilidade primaria. Neste estudo, das dezessete
falhas, três ocorreram em pacientes fumantes. Foi observado também um
aumento na incidência de irritação e proliferação de tecido mole ao redor dos
implantes, resultando em recobrimento da cabeça dos parafusos. Esta
compilação foi mais freqüente quando os mini-implantes se encontravam na
interface gengiva inserida e mucosa alveolar. Devido ao numero reduzido de
parafusos, este presente estudo não proporcionou uma analise estatística.
Além disso, nenhuma correlação pode ser determinada entre as falhas e outros
parâmetros tais como: indicação, tipo de carga, local de inserção, comprimento
e diâmetro do parafuso. No entanto, foi observado que os parafusos maiores
como os de 1,6mm e 2mm de diâmetro e 8 e 10mm de comprimento,
mostraram maior estabilidade posicional do que os implantes menores. Por fim,
estudos com amostras mais amplas devem ser realizados para proporcionar
parâmetros estatísticos mais confiáveis relacionados aos fatores de sucesso e
falhas dos mini-implantes.
Segundo MAH; BERGSTER; GRAHAM (2005), as maiores complicações
relacionadas aos dispositivos de ancoragem temporária são as fraturas dos
parafusos e danos às raízes dos dentes adjacentes. Uma outra possível
complicação é o movimento dos dentes, em direção às raízes ocasionando
choques com os parafusos.
De acordo com CARANO et al. (2005), embora as forças ortodônticas
não sejam normalmente fortes a ponto de levar as quebras no parafuso, as
forças de rotação associada ao movimento de inserção e remoção podem
causar falhas. Isto pode acontecer quando o osso for compacto ou uma
ósseointegração maior ocorrer. Estes autores desenvolveram um estudo para
testar mecanicamente os mini-implantes do sistema MAS através de dois
modos que poderiam levar a falhas durante a inserção e remoção: a força de
torção e força de dobra. Foram usados seis parafusos para cada teste. Os
resultados obtidos sugerem que os parafusos do sistema MAS podem resistir a
forças muito maiores, que a força aplicada com finalidade ortodôntica. Mas é
possível, contudo, aplicar uma força de torção maior que 40Ncm durante a
inserção ou remoção e o parafuso fraturar. Para limitar esta força de torção os
clínicos podem usar uma pequena chave direcionadora e se o parafuso
encontrar resistência extrema durante a inserção pode-se usar uma broca
113
piloto. Na hora da remoção, se o mini-implante tiver sofrido algum grau de
osseointegração, pode ser necessário um procedimento cirúrgico simples para
removê-lo completamente.
Mesmo com várias vantagens observadas nos estudos clínicos e
laboratoriais, a utilização dos mini-implantes na ancoragem ortodôntica deve
ser feita com cuidados específicos para evitar fracassos. Segundo
LABOISSIERE et al. (2005), a qualidade da liga e seu correto manuseio de
forma a não haver contaminação durante a fabricação, são de extrema
importância para o sucesso do tratamento. Dentre as principais complicações e
fatores de risco associados aos mini-implantes estão: fratura do parafuso,
mucosite, perda da estabilidade e lesão de tecido mole. Quanto à fratura, ela
ocorre normalmente durante a cirurgia de instalação (Figura 149) devido à
utilização do contra ângulo com excesso de pressão.
Figura 149 – Mini-implante fraturado.
A remoção da parte remanescente, mesmo sendo de titânio que é um
bioinerte é necessária, pois a região entre as raízes pode ser alvo de
movimentações ortodônticas. a mucosite, que é caracterizada por uma
inflamação do tecido mole ao redor do parafuso, ocorre normalmente quando o
mini-implante é inserido em mucosa alveolar. O acumulo do biofilme sobre a
cabeça do mini-parafuso é o principal fator causal das perdas e es
relacionada à higienização. A instalação do parafuso em gengiva
queratinizada juntamente com uma correta higienização, diminui
consideravelmente o risco da mucosite. Outra complicação observada é a
perda de estabilidade do parafuso, durante, ou antes, da aplicação de forças
ortodônticas. Quando for diagnosticada uma leve mobilidade durante sua
utilização como ancoragem, a aparatologia ortodôntica deve ser removida, por
1 mês com o intuito de tentar obter uma nova estabilidade. Se após este
período não houver estabilidade, o mini-implante dever ser removido. Para uma
nova instalação é necessário um tempo de espera de pelo menos vinte e um
114
dias e, preferencialmente, deve-se escolher outro local para instalação sem
que haja prejuízo na execução da mecânica ortodôntica. Lesões de tecido mole
semelhante a aftas frequentemente surgem durante o tratamento ortodôntico
com ancoragem absoluta em decorrência do contato da cabeça dos mini-
implantes na mucosa alveolar e ou na língua. Quando cabeça do parafuso
estiver posicionada próxima do tecido gengival, a mola de NiTi pode causar
pequenas lesões nos tecidos moles. O paciente pode ser orientado a utilizar
cera sobre a cabeça do mini-implante ou uma medicação tópica como Oncilon
A em Ora Base. Os fatores de risco e as complicações devem ser conhecidos
para aumentar o índice de sucesso, sendo a estabilidade e a posição de
instalação fatores primordiais.
De acordo com KYUNG et al. (2005), o risco de falhas dos mini-
implantes pode aumentar quando eles são inseridos em osso alveolar fino e em
adolescentes em crescimento.
Remoção do mini-implante ortodôntico
Segundo PARK; KYUNG; SUNG (2002), o mini-implante é facilmente
removido pela torção no sentido contrario ao da inserção, sem anestesia local.
KYUNG; HONG; PARK (2003) salientaram que devido a ósseo
integração não ocorrer de forma completa, o parafuso pode ser removido
facilmente através de uma chave manual girando o mini-implante no sentido
oposto ao da inserção e sem anestesia local. O paciente sente um pequeno
desconforto quando o parafuso toca o tecido mole
Segundo GIANCOTTI et al. (2003), ao final do tratamento ortodôntico, ou
quando a ancoragem o for mais necessária, os mini-implantes devem ser
removidos sob anestesia local com uma chave especial. A mucosa oral ou
gengiva inserida ao redor do sítio cirúrgico irá cicatrizar em torno de 10 a 14
dias.
BAE et al. (2003) relataram que a óssea integração completa não
ocorre entre o mini-implante e o osso e isto facilita sua remoção. No método
cirúrgico de inserção aberto, onde a cabeça no mini-implante fica exposta ao
meio oral, o clínico, para removê-lo, pode encaixar o direcionador do parafuso
115
na cabeça do mini-implante e gira-lo na direção oposta, sob anestesia local.
Deve-se ter cuidado com a resistência inicial da primeira volta, para não
fraturar o dispositivo. Quando a cabeça do parafuso fica recoberta pela mucosa
deve-se fazer antes uma pequena incisão para expor a cabeça do dispositivo
Porcentagem de sucesso
Considera-se que houve sucesso nosso dos mini-implantes quando
esse dispositivo permanece estável durante todo o tempo de tratamento que
ele foi necessário. Os estudos têm indicado um índice de sucesso entre 84 e
100% dependendo do tipo de padrão facial do paciente, sendo os maiores
índices de sucesso em pacientes braquifaciais, por possuírem uma cortical
óssea mais espessa. Um estudo realizado na clínica de especialização em
ortodontia da Unigranrio indicou um índice de sucesso de 91% . Apesar da taxa
de sucesso ser alta, é importante que os indivíduos que irão receber os mini-
implantes estejam conscientes de que pode haver necessidade de reinstalação
em caso de falha de estabilidade deste dispositivo.
Para aumento da taxa de sucesso no uso dos mini-implantes deve-se
observar os seguintes cuidados: 1) Planejamento cuidadoso do tipo de mini-
implante e do local de instalação; 2) Evitar cirurgia traumática, utilizando
contra-ângulo de redução e irrigação adequada para evitar aquecimento
durante a perfuração; 3) Evitar instalação de mini-implantes em mucosa
alveolar; 4) Utilizar implante mais espesso ou mesmo dois implantes
conjugados nos casos de pouco espaço ósseo ou de pacientes dolicofaciais; 5)
Fornecer orientações s-operatórias para os pacientes, contendo instruções
para ótima higiene oral e ao redor do implante e para que o paciente evite
pressão com a língua ou dedo sobre o implante.
116
DISCUSSÃO
Segundo os conceitos de KIRJAVAINEN et al. (1997); LEE et al. (2004)
e YAO et al. (2004) que o preparo de ancoragem posicionava os dentes em
uma posição mais favorável para suportar qualquer tendência ao deslocamento
para anterior. TWEED; STRANG (1950) mostrou uma valiosa e positiva prova
clínica de sua técnica, com os excelentes resultados de tratamentos
alcançados, bem como a grande estabilidade mostrada nos casos terminados.
O equilíbrio estético associado à normalização da função buco-facial são
objetivos centrais das terapias ortodônticas e implantodônticas. Em muitos
casos, o somatório destas terapias pode proporcionar as condições ideais de
tratamento, bem como um resultado final otimizado. Assim, a abordagem
interdisciplinar constitui uma opção para reabilitações bucais que visam o
equilíbrio dos elementos estéticos e funcionais da face CHUNG; KIM; KOOK
(2004).
LANGLAD (1993) e RICKETTS (1976) afirmaram que a ancoragem é a
resistência de um corpo ao deslocamento e quando um corpo se desloca é
porque as forças motrizes prevalecem sobre as resistentes. A ancoragem pode
ser dividida em passiva e ativa, esta se refere à certos aparelhos ortodônticos
como o quadrihélice e, aquela se refere ao número, volume ou comprimento
das raízes. Existe também a ancoragem muscular que se relaciona diretamente
ao biótipo facial, onde o braquifacial tem musculatlura mais potente e,
conseqüentemente, uma maior ancoragem quando comparado ao mesofacial e
especialmente ao dolicofacial, onde a musculatura é mais fraca.
A ancoragem ativa pode ser dividida em intrabucal e extrabucal, sendo
que esta última inclui a ancoragem cervical ou occipital (FERREIRA, 1999).
Diversos outros aparelhos podem ser utilizados na ancoragem ortodôntica
incluindo placa lábio ataiva, arco extrabucal, máscara facial, arco lingual, botão
de Nance, placas de ancoragem anterior ou posterior, barra transpalatina e
elástico de Classe III (CABRERA; CABRERA 1997). A associação de
aparelhos intra e extrabucal podem ser utilizadas com a finalidade de aumentar
a ancoragem como, por exemplo, em terapias de verticalização de molares
117
superiores onde a placa lábio ativa pode ser associada ao arco extrabucal e
uso de elástico de Classe III.
O gerenciamento ortodôntico para a correção de maloclusões dentárias
e esqueléticas com auxílio da ancoragem intra-óssea requer o conhecimento
tanto da ação dos dispositivos ortodônticos, bem como dos requisitos básicos
da ósseointegração difundidos nos protocolos de instalação de implantes
ósseointegráveis (WHERBEIN et al. 1999) O estabelecimento de diagnósticos
diferenciais constitui um elemento importante na condução do plano de
tratamento ortodôntico. A escolha adequada do aparelho deve ser baseada nos
dados gerais coletados durante a anamnese que devem incluir, além da saúde
geral do indivíduo, o biótipo facial e as pré-disposições individuais (RICKETTS,
1976). É importante que seja estabelecido logo no início do tratamento o tempo
total da terapia, os períodos de contenção e os cuidados para que não ocorra
recidiva, instituindo-se avaliações radiográficas antes, durante e após o
tratamento ativo (CABRERA; CABRERA, 1997).
Na escolha do tipo de ancoragem a ser utilizado, é importante considerar
as relações sagitais e verticais. Do ponto de vista biológico, o ligamento
periodontal é o melhor ponto natural de ancoragem, sendo fundamental
adequar a força direcionada (RICKETTS, 1976). O conceito de força máxima
para o movimento de um dente seria a força mais leve que produziria uma
resposta máxima ou próxima desta. A intensidade e duração da força devem
ser adequadamente planejadas, conforme o tipo de movimento desejado,
nunca excedendo o limite fisiológico (PROFFIT et al. 1991). Assim, o
reposicionamento dos dentes poderá ser obtida de forma eficaz e segura, uma
vez que forças de grande intensidade podem desencadear efeitos deletérios
como a reabsorção radicular nos dentes movimentados (RICKETTS, 1976).
Atualmente com o uso dos mini-implantes sabe-se que a ancoragem
pode ser temporária. A falta de osseointegração não inviabiliza a capacidade
de ancoragem dele. o necessidade de osseointegração (exeto para
implantes restauradores). Os implantes tipo mini-placas ou mini-parafusos
atuam com retenção mecânica, recebem carga quase imediata, o que dificulta
a osseointegração, inclusive facilitando a remoção posterior (PAIK et al. 2002;
KANOMI, 1997 e MAINO et al. 2003). Caso a osseointegração ocorra, essa é
facilmente desfeita com movimento de torção (mini-placas e mini-parafusos),
118
pois este é o tipo de força que mais desestabiliza um implante (BAE et al.,
2002).
O uso de mini-implantes instalados na região palato propiciou a
potencialização da força direcionada, favorecendo a rapidez no movimento
ortodôntico em diferentes aplicações. TORTAMANO et al. (1999) utilizaram
mini-implantes palatais para retração substituindo a máscara cervical. Mini-
implantes instalados na região do palato foram utilizados para fechamento de
espaços e abertura de espaços.
KYUNG; HONG; PARK (2003) distalizaram molares maxilares com micro
parafuso no palato soldado a uma barra trans palatina num período de 3
meses, todos obtiveram sucesso.
Os mini-parafusos foram usados na região entre segundo pré-molar e
primeiro molar superior para intruir e retrair bateria anterior com conseqüente
correção do excesso vertical maxilar numa paciente com Classe II. PAIK;
WOO; BOYD (2003).
PARK; KWON; SUNG (2004) relataram um caso de verticalização de
segundo molar com uso de micro implante na superfície vestibular mandibular
ligado a um botão na coroa do molar através de um módulo elástico por um
período de sete meses.
PARK; KWON; SUNG (2004) e CHENG et al. (2004) afirmaram que
mini-implantes são pequenos e podem ser colocados em qualquer área do
osso alveolar; Facilmente instalado, removido e barato; Força ortodôntica pode
ser aplicada imediatamente após a instalação; Pode eliminar a necessidade de
elástico intermaxilares; Procedimento de ancoragem pequeno, simples e
cirurgia menos invasiva em comparação às de implantes atuais; Os mini-
parafusos e as mini-placas têm vantagens sobre os implantes cilíndricos
osseointegrados e onplants, devido à facilidade de manipulação, aplicação
imediata da força e irritação mínima dos tecidos. Os mini-implantes para
ancoragem são os menores possíveis, de forma a ser usado em qualquer área
de osso alveolar ou apical. Essa fase cirúrgica é fácil e pode ser aplicada pelo
ortodontista. Os parafusos o colocados diretamente através da gengiva sem
retalho muco-periósseo.
Comprimentos que variam de 4 a 12mm, sendo, como regra geral
deverá ser selecionado o parafuso mais longo possível, desde que o mesmo
119
não apresente risco para as estruturas anatômicas adjacentes o diâmetro
dos mini-implantes variam 1,2mm a 2,0mm, sendo, no entanto, mais utilizados
os implantes de 1,2, 1,4 e 1,6mm que deverão ser selecionados de acordo com
a anatomia da região e a densidade óssea presente. (BEZERRA et al. 2004).
Segundo KANOMI (1997) e BEZERRA et al. (2004) deve-se tomar
cuidado para se evitar infecção pós-operatória por causa da inflamação da
mucosa em torno do intermediário.
Os mini-implantes simples ainda o são capazes de resistir às forças
de rotação. Talvez um maior aprimoramento desse os torne as mais úteis na
simplificação biomecânica. BAE et al. (2002).
BAE et al. (2002); PARK; KYUNG; SUNG (2002) descreveram em
seus trabalhos que a técnica para instalação de mini-implantes é simples, mas
delicada, pois transcorrências cirúrgicas não desejadas podem ocorrer e para
reverter será necessário um grande conhecimento cirúrgico anatômico.
BAE et al. (2002); LEE; PARK; KYUNG (2001); concordam em seus
trabalhos que a técnica para instalação de mini-implantes e simples e rápida,
mas exige um grande conhecimento cirúrgico e de bio-segurança para o
sucesso do trans e pós-operatório.
120
CONCLUSÃO
A partir dos estudos realizados podemos concluir que o uso de mini-
implantes e os outros dispositivos de ancoragem intra-ósseos na ortodontia:
1. Possuem indicações de: (a) Fechamento de espaços de Classe I; (b)
Mesialização e Distalização; (c) Verticalização; (d) Intrusão; (e)
Mecânica de deslize em Classe II.
2. Apresentam vantagens como: (a) Não necessita de cooperação do
paciente; (b) Mecânica mais controlada; (c) Retração dos seis dentes
anteriores; (d) Redução do tempo de tratamento mais ou menos seis
meses; (e) Instalação e remoção simples; (f) Carga imediata após a
instalação; (g) Não provoca reações reprocas nos demais dentes; (h)
Dispensa o uso de aparatos convencionais, melhorando a estética.
3. Podem apresentar desvantagens como: (a) Irritação da mucosa do
palato e hiperplasia gengival devido à higiene oral do indivíduo; (b)
incapacidade de resistir às forças de rotação; (d) Nervos e vasos
sanguíneos podem ser atingidos no ato cirúrgico; (e) Ocasionalmente a
fratura do parafuso pode ocorrer no momento da inserção, devido ao
excesso de força; (f) Uma grande desvantagem é a proximidade do
implante com a superfície radicular, que pode ser tocada durante sua
inserção ou durante a movimentação; (g) Pode ocorrer o afrouxamento
do parafuso durante a colocação e força aplicada; (h) Uma outra
desvantagem é a cobertura do parafuso pela gengiva adjacente.
121
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