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RESUMO
Esta pesquisa analisa a percepção de universitários e professores do Ensino
Superior, identificando as concepções, práticas, dificuldades e a ação docente
destinada à promoção da aprendizagem. Parte do pressuposto de que a
educação está atualmente no centro dos acontecimentos mundiais e que o foco
está na aprendizagem. O trabalho foi baseado nos estudos de Pozo, Vygotsky,
Flavell, Anastasiou, Chauí e Vaidergorn. Trata-se de uma abordagem
qualitativa de estudo de campo com a aplicação de questionário e entrevistas,
com a finalidade de identificar os conceitos que os alunos têm sobre
aprendizagem, congregar os motivos que levam a querer aprender, distinguir
as dificuldades de aprendizagem, examinar a opinião dos professores sobre a
aprendizagem dos alunos e as práticas que realizam para sua efetivação. Foi
realizada em duas instituições de Ensino Superior, localizadas em Brasil, na
cidade de Curitiba. Foram convidados 80 (oitenta) acadêmicos, (40) quarenta
por universidade pesquisada, para responder a um questionário sobre
aprendizagem no Ensino Superior. Além do questionário, foram indicados 6
(seis professores), 3 (três) por universidade pesquisada, para participar das
entrevistas. Os dados revelados pela pesquisa apresentaram indícios da
influência do contexto da globalização nas concepções e práticas de
aprendizagem de alunos e professores. Foi possível evidenciar os obstáculos e
as dificuldades existentes. Os alunos indicaram que as práticas estão mais
centradas na promoção da aprendizagem por repetição e associação tendo o
professor como centro do processo. Esse dado constata as falhas e assinala os
caminhos por onde os novos métodos de ensino/aprendizagem podem transitar
para se adaptar aos novos tempos. Além disso, os alunos apontaram à
valorização da relação teoria/prática, e os trabalhos coletivos, como condição
necessária na promoção da aprendizagem. Sugere-se investir em mudanças
didáticas, focalizando não só a pedagogia, como também os conceitos de
“andragogia” e, além disso, projetos de inserção social que combinem teoria e
prática. Recomenda-se introduzir programas de aprendizagem que apostem no
desenvolvimento da consciência e domínio dos processos de aprender,
contidos nos pressupostos da “metacognição”, com o propósito de possibilitar
ao aluno ser sujeito do seu próprio aprender. Finalmente, propõe-se preparar
os professores do Ensino Superior, para substituir os hábitos associativos,
transmissivos, de repetição de conhecimentos, pelas estratégias direcionadas a
estimular a construção de significados em suas práticas didáticas, de modo a
permitir a passagem de uma estrutura de pensamento associacionista para um
pensamento centrado no aluno, mobilizando a organização e a reelaboração
autônoma do material de aprendizagem.
Palavras–chave: aprendizagem, Ensino Superior, práticas, metacognição,
andragogia,