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Além dos fatores anteriores, as substâncias químicas
capazes de induzir o genoma celular às alterações que culminam com a
carcinogênese, são classificadas como carcinógenos ou substâncias
carcinogênicas (LOUREIRO et al.
65
, 2002).
Existem três tipos de carcinógenos químicos, aqueles
cujas estruturas moleculares permitem ação direta com o material
genético, conhecidos como carcinógenos de ação direta; os
caracterizados por substâncias que dependem da ativação metabólica
prévia, denominados carcinógenos de ação indireta, e, finalmente, os
carcinógenos epigenéticos ou não genotóxicos, os quais parecem não
reagir com o material genético das células (WILLIAMS
131
, 2001).
Poucos são os carcinógenos que têm ação direta, estes
possuem um potencial de reatividade elevado, o que faz com que sejam
bastante instáveis. Exemplos destes compostos são: metil-metano
sulfonato, ciclofosfamida, etc. Essas substâncias levam a alquilação de
macromoléculas celulares, sempre na posição sete da guanina nos ácidos
nucleicos, sem a necessidade de ativação metabólica. A maioria dos
carcinógenos de ação direta não representa risco expressivo para a
população em geral, uma vez que a reatividade elevada destes
compostos pode fazer com que os mesmos sejam neutralizados pela
reação com água ou sejam metabolizados antes de reagirem com
receptores celulares importantes (WEISBURGER
129
, 1994). Apesar do
exposto, estas substâncias têm sido muito estudadas, principalmente
devido às propriedades terapêuticas que as mesmas vêm demonstrando
tanto no tratamento quimioterápico das neoplasias, quanto no tratamento
de algumas doenças imunológicas – por exemplo, artrite reumatóide e
granulomatose de Wegener (KUMAR et al.
55
, 2005).
Já os carcinógenos de ação indireta são mais estáveis no
meio ambiente que os anteriores, isso faz com que haja um maior contato
com a população em geral. Estes agentes também são chamados de pró
ou pré-carcinógenos, e requerem uma ativação metabólica prévia à