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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EM CÃES APÓS
IMUNIZAÇÃO COM DOIS ANTÍGENOS RECOMBINANTES
DE Leishmania chagasi/L. infantum EM ASSOCIAÇÃO A
INTERLEUCINA 12 (IL-12) CANINA
PATRÍCIA OLIVEIRA MEIRA SANTOS
Salvador-Bahia-Brasil
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EM CÃES APÓS
IMUNIZAÇÃO COM DOIS ANTÍGENOS RECOMBINANTES
DE Leishmania chagasi/L. infantum EM ASSOCIAÇÃO A
INTERLEUCINA 12 (IL-12) CANINA
PATRÍCIA OLIVEIRA MEIRA SANTOS
Orientador: Dr. Geraldo Gileno de Sá Oliveira
Co-Orientador: Dr. Lain Carlos Pontes de Carvalho
Salvador-Bahia
2007
Dissertação apresentada para
obtenção do grau de Mestre em
Imunologia
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Ficha Catalográfica elaborada pela
Biblioteca do ICS / UFBA – Salvador – Bahia
S237 Santos, Patrícia Oliveira Meira,
Avaliação da resposta imune em cães após imunização com dois antígenos
recombinantes de Leishmania chagasi / L. infantum em associação a
interleucina 12 (IL-12) canina / Patrícia Oliveira Meira Santos. – Salvador,
2007.
100 f.; il.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia, Instituto de
Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Imunologia, 2007.
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Gileno de Sá Oliveira.
Co-Orientador: Prof. Dr. Lain Carlos Pontes de Carvalho
1. Leishmania. 2. Leishmania infantum. 3. Interleucina-12. 4. Cão. 5.
Camundongo. I. Oliveira, Geraldo Gileno de Sá. II. Universidade Federal da
Bahia. Instituto de Ciências da Saúde. III. Titulo.
CDU: 616.993.161
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EM CÃES APÓS
IMUNIZAÇÃO COM DOIS ANTÍGENOS RECOMBINANTES
DE Leishmania chagasi/L. infantum EM ASSOCIAÇÃO A
INTERLEUCINA 12 (IL-12) CANINA
PATRÍCIA OLIVEIRA MEIRA SANTOS
FOLHA DE APROVAÇÃO
COMISSÃO EXAMINADORA
_____________________________ ________________________________
Dr. Ajax Mercês Atta Dr. Eduardo Antônio Gonçalves Ramos
Professor Titular da UFBA
Professor do PPGIm
Professor Adjunto da UFBA
Pesquisador Titular da Fiocruz
_____________________________
Dr. Geraldo Gileno de Sá Oliveira
Pesquisador
CPqGM – FIOCRUZ
AGRADECIMENTOS
Este trabalho contou com a colaboração de várias pessoas, tendo cada uma delas participação
essencial para seu desfecho, seja no trabalho prático, no conhecimento científico e/ou na
amizade e carinho dispensados. Gostaria de demonstrar minha gratidão pelo apoio e atenção,
dentro e fora do laboratório, durante estes anos de trabalho.
Ao Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (CPqGM) e ao Programa de Pós-Graduação em
Imunologia (PPGIm).
Ao Dr. Geraldo Gileno de Sá Oliveira.
Aos Dr. Lain C. P. de Carvalho, Dr. Washington Luís C. dos Santos. Dra. Selene Rotres e Dr.
Osvaldo Pompilho.
Aos amigos do grupo de pesquisa:
Lenita Ramires, Ricardo Fraga, Cristiane Garboggini, Claudia Santana, Andréa Mendes,
Adriano Alcântara, Raimundo Coutinho, Anselmo Souza, Franklin Barbalho, Elivani
Sacramento, Antônio Carlos, Micely Hermida, Virgínia Góes, Nathanael Pinheiro, Stella
Barrouin e Márcia Aquino
Aos colegas de outros laboratórios:
Marcel Tavares e José Fernando Costa.
À minha família:
Denise, Fabiana e Cauã.
À Dilcea Oliveira e Luciane Tourinho, secretárias do PPGIm.
Aos amigos
:
Ricardo Oliveira, Bruno Oliveira, Franciane Marques, Paloma Passos, Daniel Cathalá, Karen
Rebouças, Thaís Marques, Daniela Lomba, Helaine Mira, Andréa Padre, Torriceli Thé, Hilton
Rios e Lilian Afonso
Aos animais, essência da experimentação.
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................................. 04
ABSTRACT ......................................................................................................................................... 05
LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................................... 06
LISTA DE REAGENTES .................................................................................................................. 08
LISTA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS .............................................................................. 11
1. INTRODUÇÃO E RELEVÂNCIA ............................................................................................... 14
2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................................... 17
2.1 Aspectos Gerais da Leishmaniose Visceral Zoonótica ................................................................... 17
2.2 Aspectos Epidemiológicos da Leishmaniose Visceral Zoonótica .................................................. 18
2.3 Controle da Leishmaniose Visceral Zoonótica ............................................................................... 19
2.4 Aspectos Imunológicos da Leishmaniose Visceral Zoonótica ....................................................... 20
2.5 A Leishmaniose Visceral no Cão .................................................................................................... 21
2.6 Antígenos Candidatos a Componentes de uma Vacina contra Leishmaniose Visceral Canina ..... 22
2.7 A Interleucina 12 como Adjuvante Vacinal ................................................................................... 24
2.8 Efeitos da Administração da Interleucina 12 in vivo ...................................................................... 24
2.9 A Administração de Plasmídeo por Eletroporação ......................................................................... 25
3. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 27
3.1 Geral ................................................................................................................................................ 27
3.2 Específicos ...................................................................................................................................... 27
4. MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................................... 28
4.1 Avaliação da Resposta Imune Específica de Cães Injetados com Antígenos Recombinantes de
Leishmania chagasi/L. infantum e Plasmídeo Codificando IL-12 Canina .......................................... 28
4.1.1 Obtenção de Antígenos de Leishmania chagasi/L. infantum ............................................ 28
4.1.1.1 Antígenos Recombinantes de Formas Amastigotas ....................................... 28
4.1.1.2 Extrato Bruto de Formas Promastigotas ......................................................... 32
4.1.2 Obtenção de Plasmídeo Codificando IL-12 de Cão .......................................................... 33
4.1.3 Avaliação da Resposta Imune Humoral ............................................................................ 34
4.1.3.1 ELISA para Mensuração de Anticorpos Reativos a Extrato Bruto de Formas
Promastigotas .............................................................................................................. 34
4.1.3.2 ELISA para Mensuração de Anticorpos Reativos a Antígenos Recombinantes
de Formas Amastigotas (Lc9 e Lc13) ......................................................................... 35
4.1.4 Avaliação da Resposta Imune Celular ............................................................................... 35
4.1.4.1 Obtenção de Células Mononucleares de Sangue Periférico (CMNSP) de Cão
..................................................................................................................................... 35
4.1.4.2 Ensaio para Avaliar a Resposta Linfoproliferativa ......................................... 36
4.1.4.3 Avaliação da Produção de Interferon Gama (IFN-γ) ...................................... 36
4.1.4.4 ELISA para Mensuração de Interferon Gama (IFN-γ) .................................... 37
4.1.5 Avaliação Parasitológica .................................................................................................... 38
4.1.6 Animais .............................................................................................................................. 38
4.1.7 Imunização ......................................................................................................................... 39
4.2 Efeitos da Administração de Plasmídeo Codificando IL-12 por Eletroporação sobre
Camundongo...........................................................................................................................................40
4.2.1 Obtenção de Plasmídeo Codificando IL-12 Murina .......................................................... 40
4.2.2 Animais .............................................................................................................................. 40
4.2.3 Administração de Plasmídeo Codificando IL-12 por Eletroporação sobre Camundongos 41
4.2.4 Avaliação dos Animais Submetidos à Administração de Plasmídeo Codificando IL-12 por
Eletroporação sobre Camundongos ............................................................................................ 42
4.2.4.1 Coleta de Sangue .......................................................................................................... 43
4.2.4.2 ELISA para Determinação de Interferon Gama (IFN-γ) .............................................. 43
4.2.4.3 Hemograma .................................................................................................................. 44
4.2.4.4 Avaliação da Capacidade Proliferativa de Esplenócitos .............................................. 44
4.2.4.5 Determinação do Peso Corporal .................................................................................. 45
4.2.4.6 Avaliação Morfológica ................................................................................................ 45
4.2.4.6.1 Determinação de Peso de Órgãos ................................................................. 45
4.2.4.6.2 Histopatologia e Morfometria ...................................................................... 45
5. RESULTADOS ............................................................................................................................... 47
5.1 Avaliação da Resposta Imune de Cães Injetados com Antígenos Recombinantes de Leishmania
chagasi/L. infantum e Plasmídeo Codificando IL-12 Canina ............................................................... 47
5.1.1 Avaliação da Resposta Imune Humoral ............................................................................. 47
5.1.2 Avaliação da Resposta Imune Celular ............................................................................... 50
5.1.2.1 Linfoproliferação ......................................................................................................... 50
5.1.2.2 Produção de Interferon Gama (IFN-γ) ......................................................................... 52
5.2 Avaliação dos Efeitos da Administração de Plasmídeo Codificando IL-12 Murina por
Eletroporação em Camundongos .......................................................................................................... 54
5.2.1 Avaliação da Concentração de Interferon Gama (IFN-γ) no Plasma ................................. 54
5.2.2 Avaliação dos Parâmetros Hematológicos ......................................................................... 57
5.2.3 Avaliação do Peso Corporal e do Peso de Alguns Órgãos (Fígado, Baço e Linfonodos) . 62
5.2.4 Avaliação Histológica do Baço .......................................................................................... 68
5.2.5 Avaliação da Resposta Proliferativa de Esplenócitos após Estimulação com Concanavalina
A .................................................................................................................................................. 72
6. DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 74
7. CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 79
8. PERSPECTIVAS FUTURAS ........................................................................................................ 80
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 81
10. ANEXOS ........................................................................................................................................ 95
Anexo 1. Purificação das Proteínas Recombinantes ................................................................ 95
Anexo 2. Dados de Densidade Óptica obtidas no ELISA dos Cães ........................................ 96
Anexo 3. Cronograma do Experimento Canino ....................................................................... 97
Anexo 4. Foto do Eletroporador .............................................................................................. 98
Anexo 5. Cronograma do Experimento Murino ...................................................................... 99
Anexo 6. Valores da Série Vermelha do Experimento Murino.............................................. 100
RESUMO
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EMES APÓS IMUNIZAÇÃO COM DOIS
ANTÍGENOS RECOMBINANTES DE Leishmania chagasi/L. infantum EM ASSOCIAÇÃO
A INTERLEUCINA 12 (IL-12) CANINA. PATRÍCIA OLIVEIRA MEIRA SANTOS.
Visando contribuir para o desenvolvimento de uma vacina contra leishmaniose visceral
canina, no presente trabalho, foi avaliada a resposta imune de cães após a imunização com
dois antígenos recombinantes de L. chagasi/L. infantum (denominados Lc9 e Lc13)
misturados a saponina em associação ou não com plasmídeo codificando IL-12 canina de
cadeia única (pcDNA3.1-scca-IL-12). Os antígenos foram injetados por via subcutânea e o
plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12 foi administrado diretamente no linfonodo poplíteo
drenante, nos dias 0, 21, 42 e 170 do experimento. Nos animais, a geração de anticorpos
séricos da classe IgG anti-Leishmania, a proliferação e a produção de interferon gama (IFN-γ)
por células mononucleares de sangue periférico, após estimulação específica in vitro, foram
avaliadas. Os cães imunizados com Lc9 e Lc13, associados ou não a pcDNA3.1-scca-IL-12,
produziram anticorpos específicos da classe IgG reativos com o extrato total de antígenos de
L. chagasi/L. infantum e com cada antígeno recombinante separadamente. Contudo, tais
animais, não apresentaram resposta proliferativa e tampouco revelaram produção de IFN-γ,
após estimulação com extrato total de antígenos de L. chagasi/L. infantum, indicando que
pcDNA3.1-scca-IL-12 falhou em induzir resposta imune do tipo T
H
1 a antígenos co-
administrados. Por causa disso, experimentos adicionais foram realizados visando à definição,
em caráter preliminar, de condições apropriadas para uso de plasmídeo codificando IL-12,
capazes de promover resposta imune T
H
1 a antígenos co-administrados, na ausência de efeitos
tóxicos. Para isso, camundongos da linhagem C3H/Hej e C57Bl/6 foram injetados duas vezes
(50 µg / dose) com plasmídeo codificando IL-12 murina de cadeia única (pcDNA3.1-scmu-
IL-12) e eletroporação local foi realizada. Os camundongos C3H/Hej revelaram aumento na
concentração plasmática de IFN-γ, esplenomegalia, aumento do linfonodo inguinal e aumento
do índice de proliferação dos esplenócitos frente a estímulo in vitro por concanavalina A.
Além disso, os camundongos C3H/Hej apresentaram, histologicamente, expansão da polpa
vermelha associada a grande pleomorfismo celular, aumento no número de macrófagos
vacuolados, de megacariócitos e de células apoptóticas. Os camundongos C57Bl/6 exibiram
aumento na concentração plasmática de IFN-γ, esplenomegalia e aumento dos linfonodos
inguinal e poplíteo. Esses dados sugerem que as quantidades de pcDNA3.1-scmu-IL-12
utilizadas promovem efeitos tóxicos e menores doses do plasmídeo devem ser avaliadas em
experimentos para modificação da resposta imune em camundongos.
Descritores: Cão, antígenos recombinantes, interleucina-12, leishmaniose visceral e
camundongo.
ABSTRACT
IMMUNE RESPONSE OF DOGS IMMUNIZED WITH TWO Leishmania chagasi/L.
infantum RECOMBINANT ANTIGENS IN COMBINATION WITH RECOMBINANT
CANINE 12 (IL-12). PATRÍCIA OLIVEIRA MEIRA SANTOS. The present work was
carried out to assess the potential of vaccine candidate antigens against canine visceral
leishmaniasis. Herein, canine immune response was evaluated in animals injected with two L.
chagasi/L. infantum recombinant antigens (named Lc9 and Lc13) in association with a
plasmid encoding single-chain canine IL-12 (pcDNA3.1-scca-IL-12) or not, on days 0, 21, 42
e 170. The antigens were injected subcutaneously and the plasmid DNA was administered
directly into the draining lymph node. After immunization, seric levels of anti-Leishmania
antibodies and peripheral blood mononuclear cells proliferation as well as interferon gamma
(IFN-γ) production were measured, following in vitro stimulation with Leishmania crude
antigens. Dogs developed specific IgG anti-Leishmania antibodies but failed to show both
lymphoproliferation and IFN-γ production after in vitro stimulation. These data suggests that
pcDNA3.1-scca-IL-12 was unable promote a Th1 type of immune response against the co-
administered recombinant antigens. Aiming to define the conditions suitable to induce Th1
immune responses against antigens injected in association with plasmid DNA encoding IL-12,
without concomitant toxic side-effects, further experiments were carried out in mice.
Therefore, CH3/Hej and C57BL/6 mice were injected twice, at two days apart, with 50 µg /
dose of plasmid encoding single chain murine IL-12 (pcDNA3.1-scmu-IL-12), followed by
electroporation. These mice were followed up for 10 days. The C3H/Hej mice showed an
increased of the IFN-γ concentration levels, splenomegaly and inguinal lymphadenopathy. At
miscroscopic evaluation of the spleen, the C3H/Hej mice also showed an increase of the red
pulp areas, cellular pleomorphism, megacariocyte, vacuolated macrophage, and apoptotic cell
numbers. In addition, splenic cells of these mice developed a higher proliferative response
after in vitro stimulation with concanavalin A, as compared with control mice, injected with
the plasmid without insert. The C57Bl/6 mice showed increased of the IFN-γ concentration
levels and developed splenomegaly, popliteal and inguinal lymphadenopathy. These data
suggest that the schedule of pcDNA3.1-scmu-IL-12 used herein resulted in toxic side effects
and lower amounts should be used in experiments in the attempt to induce murine immune
responses of the Th1 type against co-injected antigens.
Key-words: Dog, recombinant antigens, interleukin-12, visceral leishmaniasis, and mouse.
LISTA DE ABREVIATURAS
ALM – Promastigota de Leishmania major Autoclavada
BCG – Bacilo de Calmette-Guérin
cDNA – DNA Complementar
CMNSP – Células Mononucleares do Sangue Periférico
Con A – Concanavalina A
CPqGM – Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
DDT – Dicloro-difenil-tricloroetano
DNA – Ácido Desoxiribonucléico
DMSO – Dimetilsulfóxido
DTH – Teste de Hipersensibilidade Tardia
FML – Fucose Manose Ligante
IFN-γ – Interferon Gama
Ig – Imunoglobulina
IL – Interleucina
IP –Índice de Proliferação
iNOS – Óxido Nítrico Sintetase Induzível
IPTG – Isopropil-thio-β-D-galactosídio
LST – Leishman Skin Test
LV – Leishmaniose Visceral
LVC – Leishmaniose Visceral Canina
LVZ – Leishmaniose Visceral Zoonótica
MOPS – Ácido morfolínico-fenil-sulfônico
mRNA – RNA Mensageiro
NK – Células Natural Killer
OVA – Ovoalbumina
PAGE – Eletroforese em Gel de Poliacrilamida
PBS – Solução Salina Tamponada com Fosfato
PCR – Reação da Polimerase em Cadeia
rpm – Rotação por Minuto
SBF – Soro Bovino Fetal
SDS – Duodecil Sulfato de Sódio
SLA – Antígeno Solúvel de Leishmania major
TNF-α – Fator de Necrose Tumoral Alfa
TMB – 3,3’,5,5’ Tetrametil-benzidina
UFC-GM – Unidades Formadoras de Colônia Granulocítica-Macrofágica
LISTA DE REAGENTES
Experimentação Canina:
1) Obtenção de antígenos de Leishmania chagasi/L. infantum e de plasmídeo codificando IL-
12 de cão:
Plasmídeo pRSET – Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, EUA
BL21(DE3)pLysS – Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, EUA
TOP10F’ – Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, EUA
Caldo de Cultura Luria-Bertani – HiMedia, Mumbai, Índia
Extrato de Levedura – Isofar, Duque de Caias, RJ
Cloreto de Sódio – Isofar, Duque de Caxias, RJ
Ampicilina – Sigma-Aldrich
Cloranfenicol – Sigma-Aldrich
Kanamicina – Sigma-Aldrich
Resina de Sepharose Carregada com Níquel – Sepharose Chelating Fast Flow;
Amersham Biosciences, Uppsalla, Suécia
Ácido Deoxicólico – Fisher Scientific GmbH, Schwerte, Germany
Acrilamida-bis-acrilamida – BioRad
Meio Schneiders – Sigma-Aldrich, Saint Louis, MO, EUA
Soro Bovino Fetal Inativado – Gibco BRL Life Technologies, EUA
Coluna Cromatográfica para Purificação de Plasmídeo – Qiagen, GmbH, Hilden,
Alemanha
Tampões para Purificação de Plasmídeo – Qiagen, GmbH, Hilden, Alemanha
2) Avaliação da resposta imune canina:
Tween 20 – Sigma Chemical Co., EUA
Anticorpo Anti-IgG de Cão Conjugada à Peroxidase – Bethyl Laborathories Inc., EUA
Peróxido de Hidrogênio 30V – Sigma Chemical Co., EUA
Ficoll-Paque Plus – Amersham Biosciences, Suécia
RPMI 1640 – Sigma Chemical Co., EUA
Gentamicina – Sigma Chemical Co., EUA
Soro Fetal Bovino – Gibco BRL Life Technologies, EUA
L-glutamina – Sigma Chemical Co., EUA
2-mercaptoetanol – Sigma Chemical Co., EUA
3,3’,5,5’ Tetrametilbenzidina – Sigma Chemical Co., EUA
Dimetilsulfóxido – Sigma Chemical Co., EUA
Tampão Acetato de Sódio – Sigma Chemical Co., EUA
Ácido Cítrico – Sigma Chemical Co., EUA
Peróxido de Hidrogênio 30V – Sigma Chemical Co., EUA
Azul de Tripan – Sigma-Aldrich
Timidina Tritiada – Amersham Biosciences, Suécia
Anticorpo Monoclonal Anti-IFN-γ Canino – R&D Systems Incorporation,
Minneapolis, EUA
Anticorpo Policlonal Anti-IFN-γ Canino, Conjugado a Biotina – R&D Systems
Incorporation, Minneapolis, EUA
IFN-γ Canino Recombinante – R&D Systems Incorporation
Estreptavidina-peroxidase – R & D Systems Incorporated
3) Avaliação parasitológica
Meio Schneiders – Sigma-Aldrich
Experimentação Murina:
1) Obtenção de plasmídeo codificando IL-12 murina:
pcDNA3.1 – Invitrogen Inc., EUA
TOP10F’ – Invitrogen, Carlsbad, California, EUA
Meio Luria Bertrani – Gibco BRL Life Technologies, EUA
2) Mensuração de IFN-γ:
Anticorpo Monoclonal Anti-IFN-γ Canino – Pharmingen BD Biosciences, EUA
Anticorpo Policlonal Anti-IFN-γ Canino, Conjugado a Biotina – Pharmingen BD
Biosciences, EUA
IFN-γ Canino Recombinante – Pharmingen BD Biosciences, EUA
Avidina-peroxidase – Sigma, Chemical Co., EUA
Soro Bovino Fetal – Gibco BRL Life Technologies, EUA
3,3’,5,5’ Tetrametilbenzidina – Sigma Chemical Co., EUA
3) Proliferação de esplenócitos:
RPMI 1640 – Sigma Chemical Co., EUA
Gentamicina – Sigma Chemical Co., EUA
Soro Bovino Fetal – Gibco BRL Life Technologies, EUA
L-glutamina – Sigma Chemical Co., EUA
2-mercaptoetanol – Sigma Chemical Co., EUA
Azul de Tripan – Sigma Chemical Co., EUA
Timidina Tritiada – Amersham Biosciences, Suécia
4) Fixação para histopatologia
Formalina 10% – Isofar Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda, Duque de
Caxias, RJ
LISTA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
Experimentação Canina:
1) Obtenção de antígenos de Leishmania chagasi/L. infantum:
Incubadora Orbital Orbit Environ Shaker – Lab-Line, Seattle, WA, EUA
Aparelho Ultrasonicador Sonifier Cell Disruptor – Branson Sonic Power Company,
Danbury, Conneticut, EUA
Prep Cell Modelo 491 – Bio-Rad Laboratories, Hercules, EUA
Ultrasonic Processor – PGC Scientifics, Gaithersburg, Maryland, EUA
Irradiador IBL 437C – CIS Biointernational, França
2) Avaliação da resposta imune canina:
Placas de Microtitulação (ELISA) – Cliniplate, Thermo Labsystems, Finlândia
Espectrofotômetro Microplate Reader EL311 (ELISA) – Boehring Mannheim,
Alemanha
Placas de Microtitulação (linfoproliferação) – Costar, Corning Incorporated, EUA
Câmara de Newbauer – Boeco, Hamburg, Alemanha
Filtro de Fibra de Vidro (linfoproliferação) – Packard Canberra Company, Meriden,
EUA
Contador Beta Direto Matrix 9600 (linfoproliferação) – Packard Canberra Company,
EUA
Placas de Cultura de 6 poços (mensuração de IFN-γ) – Costar Corning Inc., EUA
Placas de Microtitulação (mensuração de IFN-γ) – Corning Incorporated Life Sciences
Espectrofotômetro Emax Precison Microplate Reader (mensuração de IFN-γ)–
Molecular Devices Corporation, Sunnyvale, CA, EUA
3) Avaliação parasitológica
Sulfato de Atropina – Farmagrícola S.A., Mairiporã, SP
Xilazina – Bayer S.A., São Paulo, SP
Quetamina – Agribrands do Brasil Ltda, Paulínia, SP
4) Manipulação dos cães antes do início do experimento
Vermífugo (praziquantel / pirantel / febantel) – Vetbrands Saúde Animal, Jacareí, SP,
Brasil
Amitraz 12,5% – Schering-Plough Veterinária, São Paulo, SP, Brasil
Vacina Óctupla – Fort Dodge Laboratories, USA
Experimentação Murina:
1) Administração de plasmídeo codificando IL-12 murina e coleta de sangue:
Quetamina – Agribrands do Brasil Ltda, Paulínia, SP
Xilazina – Bayer S.A., São Paulo, SP
Cloridrato de Proximetacaína 0,5% – Alcon Laboratórios do Brasil Ltda, São Paulo,
SP
2) Mensuração de IFN-γ:
Placas de Microtitulação – Corning Incorporated Life Sciences
Espectrofotômetro Microplate Reader EL311 – Boehring Mannheim, Alemanha
3) Hemograma:
Hemocitômetro ADVIA 60 Closed Tube – Bayer Health Care, EUA
4) Proliferação de esplenócitos:
Placa de Petri de Poliestireno – Corning Incorporated, Nova Iorque, EUA
Êmbolo de Seringa – Injex, Industrias Cirúrgicas LTDA, Distrito Industrial Ourinhos,
SP
Câmara de Newbauer – Boeco, Hamburg, Alemanha
Placa de 96 poços – Costar Corning Inc., Nova Iorque, EUA
Filtro de Fibra de Vidro – Packard Canberra Company, Meriden, EUA
Contador Beta Direto Matrix 9600 – Packard Canberra Company, EUA
5) Determinação do peso corpóreo e de órgãos:
Balança Elétrica AS 1000C – Marte Balanças e Aparelhos de Precisão Ltda, Santa
Rita do Sapucaí, Brasil
Balança Ohaus Explorer Analytical Series – Ohaus Corporation, EUA
1. INTRODUÇÃO E RELEVÂNCIA
A leishmaniose visceral zoonótica (LVZ) é uma das doenças parasitárias mais
importantes do mundo, sendo endêmica na Bacia Mediterrânea, em países do Oriente Médio e
na América do Sul.
No Brasil, a LVZ é considerada um grave problema de saúde pública, afetando uma
grande área do país, em especial o nordeste brasileiro e os estados de Minas Gerais e Mato
Grosso (Grimaldi et al. 1989, Evans et al. 1992, Tesh 1995; Brasil 2006).
LVZ é uma enfermidade grave que promove cerca de 100 % e 10 % mortalidade na
ausência da instalação do tratamento ou quando o tratamento específico é instituído,
respectivamente (Boakye et al., 2005; Rey et al., 2005).
O agente etiológico da LVZ é um protozoário que pertence à espécie Leishmania
chagasi/L. infantum (Mauricio et al. 1999). Esse protozoário é um parasita intracelular
obrigatório que, no hospedeiro vertebrado, vive em células do sistema fagocítico
mononuclear, sendo o cão seu principal reservatório. A transmissão do protozoário para
homem ou para o cão se dá, na maioria das vezes, pela picada de insetos vetores, pertencentes
gêneros Lutzomyia e Phlebotomus, infectados (Killick-Kendrick 1999).
O ciclo de vida do parasita tem início quando a fêmea do flebótomo parasitada faz seu
repasto sanguíneo e regurgita as formas infectantes, promastigotas metacíclicas, no local da
picada, no hospedeiro vertebrado. Após a fagocitose por macrófagos, as promastigotas se
transformam em amastigotas e, na dependência de condições favoráveis, se reproduzem
intracelularmente por divisão binária. Com aumento no número dos microrganismos, a célula
infectada pode sofrer ruptura ou realizar exocitose dos protozoários e, de uma dessas
maneiras, os parasitos alcançam o meio extracellular (Rittig & Bogman 2000). A partir daí,
outras células podem fagocitar formas amastigotas de Leishmania e migrar para os linfonodos
de drenagem (Moll 1993; Muraille et al. 2003) e, posteriormente, poderá ocorrer
disseminação do protozoário para diversos órgãos, particularmente os ricos em células do
sistema fagocítico mononuclear (como fígado, baço, medula óssea e linfonodos). Quando
flebotómos realizam repasto sanguíneo em indivíduos infectados, em especial no cão, pode
ocorrer aquisição de formas amastigotas, as quais irão se transformar em promastigotas no
tubo digestivo do vetor. No próximo repasto sanguíneo, o inseto poderá transmitir o
protozoário a um novo hospedeiro vertebrado (World Health Organization, disponível em
http://www.who.int/tdr/diseases/leish/lifecycle.htm, acesso em 08/02/2007).
A terapêutica atualmente disponível para tratamento da leishmaniose visceral canina
(LVC), que consiste no uso dos mesmos quimioterápicos utilizados no tratamento da
enfermidade humana, promove cura clínica temporária, sem causar eliminação completa do
parasito. Após a suspensão do tratamento, altas taxas de recidiva podem ser observadas,
mesmo sem a exposição a re-infecção (Slappendel & Teske 1997; Moreno et al. 1999; Baneth
& Shaw 2002). Além disso, após algumas séries do tratamento quimioterápico convencional,
aplicadas devido a recidivas, inóculos de Leishmania resistentes às drogas tendem a ser
selecionados (Gramiccia et al. 1992).
Como o cão parece ser o principal reservatório doméstico da infecção, o controle da
doença no homem e no cão, provavelmente, poderá ser alcançado através do uso de uma
vacina eficaz contra LVC (Tesh 1995, Dye 1996). Para promover o controle da LVZ, tal
vacina deveria eliminar ou reduzir drasticamente a capacidade de cães infectados em
transmitir o protozoário para o inseto vetor.
A resposta imune protetora contra parasitos intracelulares do gênero Leishmania, em
modelos murinos, no homem e no cão, exibe o perfil T
H
1 (Pinelli et al. 1994, 1995, Ribeiro-
de-Jesus et al. 1998), onde a ativação de macrófagos por citocinas, principalmente interferon
gama (IFN-γ), conduz à destruição ou inibição do crescimento das amastigotas intracelulares
(Pinelli et al. 2000).
A interleucina 12 (IL-12) é um potente imunomodulador capaz de induzir resposta
imune T
H
1 a antígenos co-administrados, e expressão de IFN-γ em células NK e linfócitos T
ativados (Hsieh et al. 1993, Manetti et al. 1993, Ma et al. 1995, Trichieri & Scott 1995, Bliss
et al. 1996). Portanto, essa citocina é uma candidata natural a componente de formulações
vacinais ou métodos imunoterápicos onde resposta imune de tipo T
H
1 é desejada.
Visando o desenvolvimento de uma vacina contra LVC, em nosso laboratório,
pretende-se avaliar combinações de antígenos recombinantes da forma amastigota de L.
chagasi/L. infantum e citocinas na indução de resposta imune celular específica protetora em
cães. Recentemente, foi confeccionada uma biblioteca de DNA complementar (cDNA) de L.
chagasi/L. infantum, em fago lambda, e selecionados clones de fagos recombinantes contendo
segmentos de cDNA de L. chagasi/L. infantum, através do uso de anticorpos de cão
naturalmente infectado, com reação de Montenegro positiva. Dentre os clones selecionados,
dois, denominados de Lc9 e Lc13, foram submetidos à excisão in vivo para geração de
plasmídeos. Posteriormente, os polipeptídeos, codificados pelos cDNAs, foram super-
expressos em Escherichia coli e, em experimentos preliminares, mostraram-se imunogênicos
para camundongos BALB/c (Penha-Filho, M.L. & Fraga, R.E. e colaboradores, dados não
publicados). Em um estudo anterior, realizado em nosso laboratório, uma construção
plasmideal contendo um inserto codificando IL-12 recombinante canina, na forma de cadeia
única, foi confeccionada (pcDNA3.1-scca-IL-12, Santos et al. 2004). Em nosso laboratório,
também, foi confeccionada uma construção plasmideal codificando cadeia única de IL-12
murina (pcDNA3.1-scmu-IL-12, Barrouin-Melo e colaboradores, dados não publicados), a
partir de cDNA (pCI-neo-IL-12, Noormohammadi et al. 2001), gentilmente cedido pela Dra.
Emanuela Handman (Eliza and Walter Institute, Melbourne, Austrália). Esses plasmídeos
mostraram-se ser capazes de promover a produção da proteína recombinante codificada
biologicamente ativa.
No presente trabalho, cães foram injetados, por via subcutânea, com duas proteínas
recombinantes de Leishmania chagasi/L. infantum (Lc9 e Lc13) em associação ou não com a
administração de plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12 em linfonodo drenante, com referência a
injeção dos antígenos, e a resposta imune humoral e celular específicos foram avaliadas.
Como os animais apresentaram resposta imune humoral e não apresentaram resposta imune
celular específica, incluindo os cães submetidos à administração do plasmídeo codificando
IL-12, experimentos subseqüentes foram realizados com o objetivo de iniciar o processo de
determinação de condições apropriadas para o uso de plasmídeo codificando IL-12,
nominalmente, condições adequadas para induzir resposta imune do tipo Th1 a antígenos co-
administrados sem induzir, ou induzir minimamente, efeitos tóxicos. Para isso, grupos de
camundongos C3H/Hej ou C57Bl/6 foram injetados duas vezes com plasmídeo pcDNA3.1-
scmu-IL-12, com intervalo de dois dias entre as injeções, por via intramuscular e submetidos
a eletroporação na região injetada. Nesses animais, foram estudados os níveis séricos de IFN-
γ, parâmetros hematológicos, peso corporal e de alguns órgãos (fígado, baço e linfonodos),
resposta proliferativa de esplenócitos estimulados com um mitógeno (concanavalina A) e, em
caráter, inicial aspectos histológicos do baço.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Aspectos Gerais da Leishmaniose Visceral Zoonótica
O agente etiológico da leishmaniose visceral (LV) pertence à ordem Kinetoplastida,
família Trypanosomatidae, gênero Leishmania. Este protozoário é um parasita intracelular
obrigatório com duas formas evolutivas básicas: a) forma amastigota, encontrada nos
hospedeiros vertebrados, apresentando predileção em parasitar células do sistema fagocítico-
mononuclear e b) promastigota, encontrada no tubo digestivo dos hospedeiros invertebrados
(WHO 1990, Brasil 2006).
A espécie causadora da leishmaniose visceral zoonótica (LVZ) no Velho Mundo, na
região do Mediterrâneo e nos países asiáticos, e no Novo Mundo é denominada L. infantum e
L. chagasi, respectivamente (Tesh 1995, Guerin et al. 2002, Lainson & Rangel, 2005, Brasil
2006). A enfermidade causada pela L. infantum e pela L. chagasi exibe aspectos
epidemiológicos e clínicos parecidos. Alguns autores, a partir da avaliação do perfil
isoenzimático e análise de DNA, passaram a considerar L. infantum e L. chagasi como a
mesma espécie (Momen et al. 1987, Maurício et al. 1999), enquanto outros preferem manter a
denominação clássica devido a diferenças bioquímicas existentes entre as espécies.
Provavelmente, as duas espécies de Leishmania tiveram um ancestral comum que apresentou
uma dicotomia recentemente (Kreutzer et al.1987, Beverley et al. 1987, Cupolillo et al. 1994,
Lainson & Rangel 2005, Brasil 2006).
O cão é considerado o principal reservatório doméstico da L. chagasi/L. infantum,
enquanto as raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) e os marsupiais (Didelphis
albiventris) parecem ser reservatórios silvestres (WHO 1990, Abranches et al. 1991, Tesh
1995, Gradoni 2001, Brasil 2006). A infecção em cães é mais prevalente e a enzootia canina
precede a ocorrência de casos humanos de LV (Brasil 2006). A manutenção do ciclo
peridoméstico ocorre pela transmissão do parasita de um cão infectado para um não infectado
pela picada do inseto vetor (Moreno e Alvar 2002). Outras formas de transmissão, porém, já
foram relatadas na literatura, como transmissão direta cão-a-cão e por transfusão sanguínea
(Owens et al. 2001, Gaskin et al. 2002).
Os insetos dos gêneros Phlebotomus, subgênero Larroussius (P. perniciosus, P. ariasi,
P. perfiliewi e P. neglectus), e Lutzomyia são os vetores dos protozoários denominados L.
infantum e L. chagasi, respectivamente (WHO 1990). A principal espécie vetora, no Brasil, é
Lutzomyia longipalpis. Estudos, contudo, indicam a Lutzomyia cruzi como espécie vetora no
Mato Grosso do Sul (Brasil 2006). Esses insetos permitem o desenvolvimento de formas
promastigotas ligadas a células do intestino médio. Essa ligação, provavelmente, é mediada
por lipofosfoglicanos, principal glicoconjugado presente na superfície celular das
promastigotas. Estudos demonstraram um aumento no número de lectinas nas células do
intestino médio do vetor após o repasto sanguíneo, indicando sua possível participação na
ligação das promastigotas (Killick-Kendrick 2002).
O Lu. longipalpis pode alimentar-se em cães e seres humanos, além de outros
vertebrados, incluindo o boi, o cavalo, o porco, as galinhas e alguns marsupiais. Não existem
indícios de hábitos antropófilos do inseto vetor. Em locais habitados por seres humanos e
grande variedade de espécies animais, aparentemente, as fêmeas do inseto vetor entram no
domicílio humano para realizar a digestão do sangue ingerido ao alimentar-se em animal de
outra espécie. No perímetro periurbano, porém, o homem e os cães são os animais vertebrados
mais disponíveis para a alimentação do inseto vetor. Nesta circunstância, os flebótomos
infectados podem picar o ser humano e transmitir a Leishmania, a qual pode causar a doença
humana (Morrison et al. 1993, Tesh 1995, Moreno e Alvar 2002).
2.2. Aspectos Epidemiológicos da Leishmaniose Visceral Zoonótica
A leishmaniose visceral zoonótica (LVZ) exibe ampla distribuição geográfica,
afetando países na Ásia (em especial no Oriente Médio), Europa, África e Américas.
Anualmente ocorrem cerca de 500 mil novos casos humanos, sendo que 90 % destes são
registrados na Índia, Sudão, Bangladesh, Nepal e Brasil (WHO 1990, Brasil 2006). Na
América Latina, cerca de 90 % dos casos de LVZ são encontrados no Brasil, especialmente na
Região Nordeste e em Minas Gerais, onde a enfermidade é considerada um grave problema de
saúde pública (Grimaldi et al. 1989, Evans et al. 1992, Brasil 2006). Entre 1985 e 2002 foram
notificados anualmente cerca de 3.156 casos de LV no Brasil. No Estado da Bahia, ocorrem
cerca de 500 a 600 novos casos por ano (Cunha et al. 1995, Brasil 2006).
Nas últimas décadas, a LV começou a apresentar expansão no mundo (Desjeux 2001;
Gramiccia & Gradoni 2005). Fatores demográficos e ecológicos diversos são apontados como
responsáveis por essa expansão. Dentre esses fatores, podem ser citados: um intenso
desflorestamento aliado ao rápido crescimento e a urbanização da população humana; um
grande índice de migração de pessoas, de áreas rurais para as grandes cidades, onde passam a
viver em habitações precárias, sem condições sanitárias e com nutrição inadequada; a redução
das campanhas de borrifação anti-anofelineos que, possivelmente, permitiu o aumento da
densidade dos flebótomos, e a dispersão do vetor para regiões até então isentas da LVZ. A
relativa ineficiência da aplicação dos métodos atuais de controle da LVZ e a disseminação da
síndrome da imunodeficiência adquirida também desempenham um papel importante no
aumento dos índices dessa enfermidade no mundo (Tesh 1995, Sherlock 1996, Desjeux 2002,
Brasil 2006).
2.3. Controle da Leishmaniose Visceral Zoonótica
A atual estratégia de controle recomendada pela Organização Mundial de Saúde é: a)
diagnóstico e tratamento precoce de casos humanos, b) eliminação dos reservatórios, c)
redução da população do inseto vetor (WHO 1990, Tesh 1995, Brasil 2006). Contudo, essas
medidas são onerosas e trabalhosas para serem aplicadas por longos períodos, sendo
freqüentemente descontinuadas.
O tratamento dos casos humanos de LV reduz a morbidade e a mortalidade, mas,
pouco contribui para a redução do número de novos casos da enfermidade humana.
Para a eliminação dos reservatórios, a infecção é identificada através da
soropositividade específica ou pelo encontro do protozoário no cão. Desde 1982, a técnica
utilizada para avaliação sorológica é a imunofluorescência, sendo realizada com o eluato de
sangue colhido em papel de filtro. Contudo, a técnica realizada dessa maneira apresenta baixa
sensibilidade para detecção da infecção canina (Paranhos-Silva et al. 1996, Braga et al. 1998).
Além disso, a amostra sérica pode ter sido obtida no período que antecede a soroconversão e
alguns animais podem não produzir anticorpos ou produzir anticorpos específicos apenas
transitoriamente (Killick-Kendrick et al. 1994), portanto, muitos animais naturalmente
infectados podem deixar de ser identificados.
A ausência de sinais clínicos em muitos cães soropositivos, especialmente nos estágios
iniciais da LVZ, contribui para a recusa da entrega dos animais para o sacrifício, por parte dos
proprietários (Tesh 1995), possibilitando que esses cães permaneçam como fonte de infecção
para os insetos vetores.
O controle do vetor está baseado, principalmente, no combate aos insetos na fase
adulta e consiste no uso de inseticidas residuais, com objetivo evitar e/ou reduzir o contato
entre o vetor e a população humana, diminuindo o risco de transmissão do parasito. Essa
medida, porém, tem efeito apenas temporário na redução da população peridoméstica de
flebótomos (Tesh 1995, Brasil 2006).
Atualmente, no Brasil, são utilizados os inseticidas piretróides para a pulverização
ambiental, cipermetrina ou deltametrina, que apresentam atividade residual de três meses
(Brasil 2006). Os programas de pulverização são freqüentemente descontinuados, e as
comunidades se tornam reinfestadas pelos insetos vetores.
2.4. Aspectos Imunológicos da Leishmaniose Visceral Zoonótica
A definição do tipo de resposta imune a um determinado antígeno depende do
engajamento de linfócitos T de subpopulações distintas, entre eles as células T auxiliadoras do
tipo T
H
1 e T
H
2 (Mosmann e Coffman 1989). As células T auxiliadoras, CD4+, podem ser
separadas nas linhagens do tipo T
H
1 e T
H
2, de acordo com o padrão de citocinas secretadas,
sendo o desenvolvimento de uma, ou da outra, subpopulação influenciado por diferentes
fatores, em especial, pela exposição inicial a citocinas. As células T
H
1 secretam
principalmente interferon-γ (IFN-γ) e interleucina (IL)-2, e as células T
H
2 secretam
predominantemente IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13. Existe um controle recíproco entre as duas
subpopulações de células T auxiliadoras, o qual é promovido pela atividade antagônica de
citocinas produzidas por cada linhagem celular (Powrie et al. 1993, Hofstra et al. 1998,
Cotrez et al. 2000).
A resposta imune protetora contra parasitos intracelulares do gênero Leishmania em
modelos murino, canino e humano, está relacionada ao aumento dos linfócitos T CD4
+
do tipo
T
H
1 e à produção de IFN-γ e IL-2, citocinas que promovem ativação de macrófagos e/ou de
linfócitos citotóxicos (Pinelli et al. 1994, 1995, Ghalib et al. 1995, Ribeiro-de-Jesus et al.
1998). O controle da multiplicação do parasito em macrófagos depende da produção de óxido
nítrico induzida pela enzima óxido nítrico sintetase induzível (iNOS). A transcrição desta
enzima é induzida por IFN-γ e por citocinas como IL-2 e fator de necrose tumoral-α (TNF-α)
(Belosevic et al. 1990).
A susceptibilidade à infecção pela Leishmania parece estar associada com o aumento
dos linfócitos T CD4
+
do tipo T
H
2 e produção predominante das citocinas IL-4, IL-5 e,
principalmente, IL-10 (Carvalho et al. 1994, Ghalib et al. 1995), além de
hipergamaglobulinemia, devido à ativação policlonal de linfócitos B (Kharazmi et al. 1999).
Outros autores encontraram, simultaneamente, altos níveis de IFN-γ e IL-10 no soro de
pacientes, indicando que ambos subgrupos de células T auxiliadoras estão ativadas durante o
curso da doença (Cillari et al. 1995).
Durante a fase aguda da LV, os seres humanos não desenvolvem hipersensibilidade
tardia específica (“leishmanin skin test”, LST), porém, após 6 a 12 meses do tratamento bem
sucedido, os indivíduos passam apresentar reatividade cutânea a extrato bruto de antígenos de
Leishmania. Por outro lado, indivíduos com a forma subclínica ou assintomática da infecção
revelam tendência a produzir pequenas quantidades de anticorpos anti-Leishmania, resposta
linfoproliferativa e produção de IFN-γ, após estímulo in vitro com antígenos de Leishmania, e
podem exibir hipersensibilidade cutânea tardia específica (Badaro et al. 1986; Carvalho et al.
1992).
A dicotomia T
H
1/ T
H
2 na resposta das células T contra a Leishmania sugere que o
balanço entre as duas populações de linfócitos T específicas determina a evolução da infecção
(Kemp et al. 1994, 1996).
2.5. A Leishmaniose Visceral no Cão
Os cães infectados com L. chagasi/L. infantum podem apresentar formas clínicas
sintomáticas ou assintomáticas. Após a infecção, os cães podem: a) permanecer em um estado
pré-patente, progredindo mais tarde para o desenvolvimento da doença, b) permanecer por
longos períodos de tempo sem apresentar manifestações clínicas, ou c) curar-se
espontaneamente. Os animais pertencentes ao primeiro grupo são considerados susceptíveis, e
os cães dos dois últimos grupos são denominados resistentes à infecção por L. chagasi/L.
infantum (Cabral et al. 1998).
A imunidade celular específica parece ser capaz de promover o controle da infecção e
manter o animal assintomático. Pinelli e colaboradores (1994) demonstraram que linfócitos de
cães resistentes são capazes de proliferar, produzir de IL-2 e TNF, e apresentar
hipersensibilidade cutânea tardia, após estimulação por extrato de antígenos de Leishmania.
Na transição do estado assintomático para doença, ocorre supressão da resposta
proliferativa de linfócitos (Bourdoiseau et al. 1997, Moreno et al. 1999, Rhalem et al. 1999).
Na ausência resposta imune celular, pode ocorrer progressão para o desenvolvimento da
doença (Pinelli et al. 1994, Cabral et al. 1998, Rhalem et al. 1999, Leandro et al. 2001). Cães
sintomáticos apresentam uma significante redução no nível de células T CD4+ com baixa
resposta linfoproliferativa in vitro a fração solúvel do extrato de antígeno de Leishmania
(Moreno et al. 1999), ativação policlonal de linfócitos B pelos antígenos parasitários e altos
títulos de anticorpos específicos (Gradoni 2001).
Diferentes subclasses de IgG com reatividade a antígenos de Leishmania podem ser
produzidas, incluindo IgG1 e IgG2. O significado da predominância da produção de IgG1 ou
IgG2 na LV canina ainda não foi elucidado, alguns estudos mostram resultados contraditórios
(Leandro et al. 2001; Oliveira Mendes et al. 2003).
2.6. Antígenos Candidatos a Componentes de uma Vacina contra Leishmaniose Visceral
Canina
A prevenção da LV em cães, provavelmente, deve ser uma das formas mais efetivas de
interromper o ciclo doméstico dessa parasitose. A utilização de uma vacina eficaz teria
vantagens sobre as estratégias de controle da doença atualmente empregadas. A vacinação
ocasionaria redução de aporte de novos cães susceptíveis para as áreas endêmicas e teria
grande aceitação por parte da população, por evitar o sacrifício canino atualmente empregado.
O processo de validação, teste de segurança e aprovação de uma vacina para uso
animal, comparada para uso em humanos, é mais simples.
Algumas formulações candidatas a vacinas contra LVC estão em fase de teste ou
foram testadas sem, contudo, induzirem proteção ou induzindo proteção apenas parcial em
estudos de fase III.
Em 1988, Frommel e colaboradores demonstraram a capacidade de uma fração de
proteínas purificadas de formas promastigotas de Leishmania chagasi/L. infantum, com peso
molecular de 94-67 kDa (denominada LiF2), de proteger camundongos BALB/c contra
infecção experimental com Leishmania mexicana e Leishmania major. Em seguida,
Ogunkolade e colaboradores (1988) imunizaram 12 cães com LiF2. Os animais imunizados
com LiF2 associado ao adjuvante N-acetil-muramil L-alanina D-isoglutamina (MDP)
produziram anticorpos específicos. Mais tarde, Dunan e colaboradores (1989) estudaram
efeitos da vacina candidata em cães residentes em uma área endêmica para LV na França.
Para isso, foram utilizados 393 cães. Os cães foram avaliados por dois anos e não houve
diferença entre as taxas de soroconversão ou encontro de amastigotas no baço e linfonodo
entre os dois grupos.
Mayrink e colaboradores (1996) administraram, em nove cães, três doses de
Leishmania braziliensis fragmentadas associadas a BCG. Dez cães, utilizados como controles,
foram injetados somente com BCG. Posteriormente, os cães foram injetados com formas
promastigotas de Leishmania chagasi/L. infantum e a partir da resposta imune humoral e
linfoproliferativa específicas, os autores concluíram que os animais imunizados apresentaram
proteção contra a infecção.
Lasri e colaboradores (1999) injetaram formas promastigotas de L. major autoclavadas
(ALM) associadas à saponina ou a BCG. Os dois grupos de animais produziram anticorpos
específicos, porém apenas o último exibiu anticorpos reativos a uma proteína de Leishmania
de 85 kDa e desenvolveu resposta linfoproliferativa específica.
Uma fração de glicoproteínas purificadas a partir de L. donovani, com afinidade para
fucose e manose (denominada Fucose Manose Ligante – FML), foi avaliada em diversos
modelos animais, incluindo o camundongo, hamster e cão. A administração dessa fração
glicoproteica em animais promoveu proteção parcial contra a infecção experimental com L.
chagasi/L. infantum. Além disso, em um experimento realizado com 117 cães soronegativos
de uma área endêmica para LV, 59 e 58 animais foram administrados com placebo ou FML
associada à saponina, respectivamente. A análise realizada, dois anos após a imunização,
revelou proteção parcial contra a infecção nos animais injetados com FML (Santos et al.
1999, Da Silva et al. 2001, Borja-Cabrera et al. 2002, Santos et al. 2002). Esses achados são
promissores e estudos duplo-cegos multicêntricos são aguardados para confirmação os
resultados obtidos.
Em 2003, Ramiro e colaboradores imunizaram cães com DNA (DNA-LACK)
plasmideal, realizaram um reforço com vírus recombinante vaccinia codificando a proteína
LACK L. chagasi/L. infantum (rVV-LACK) e, em seguida, injetaram os animais com 10
8
promastigotas de L. chagasi/L. infantum, por via intravenosa, e os avaliaram por 17 meses.
Quatro de cinco animais imunizados com DNA-LACK e rVV-LACK permaneceram
assintomáticos, não produziram de anticorpos específicos e tampouco exibiram parasitismo no
baço e no fígado. Adicionalmente, linfócitos do sangue periférico desses apresentaram
resposta proliferativa in vitro específica. Todos os cinco animais submetidos a infecção
desenvolveram manifestações clínicas, anticorpos específicos, parasitismo esplênico e
hepático e falharam em apresentar resposta linfoproliferativa, frente ao estímulo com LACK.
Saldarriaga e colaboradores (2006) injetaram cães com uma mistura de DNA
plasmideal codificando 10 diferentes polipeptídeos Leishmania (histonas H1, H2A, H2B, H3,
H4, além de LACK, PSA-2, TSA, STI1 and ARP-1). Os animais imunizados apresentaram
resposta linfoproliferativa e hipersensibilidade cutânea tardia específica, bem como tendência
a expressar mRNA de IFN-γ, após estimulação específica in vitro. Após a inoculação
experimental de Leishmania chagasi/L. infantum, esses animais revelaram menor carga
parasitária no linfonodo drenante em comparação com o grupo controle.
2.7. A Interleucina 12 como Adjuvante Vacinal
A interleucina 12 (IL-12) é uma citocina produzida por macrófagos, neutrófilos e
células dendríticas, que promove a diferenciação de células T
H
1 e a produção de IFN-γ por
linfócitos T e NK (Hsieh et al. 1993, Manetti et al. 1993, Ma et al. 1995, Trichieri & Scott
1995, Bliss et al. 1996). Devido às atividades biológicas de IL-12, essa citocina é uma
molécula candidata a componente de formulações vacinais contra leishmaniose visceral.
Camundongos BALB/c desenvolvem uma doença grave quando experimentalmente
infectados com L. major. Afonso e colaboradores (1994) injetaram camundongos BALB/c
com a fração solúvel de extrato bruto de antígenos L. major (SLA), em associação a IL-12, e
observaram que os animais, após a imunização, apresentam uma reposta imune celular
específica do tipo T
H
1 (alta produção de IFN-γ e baixa produção de IL-4) e exibem resistência
à infecção. Adicionalmente, camundongos BALB/c injetados antígeno LACK e IL-12 (na
forma de proteína ou plasmídeo) também apresentaram proteção contra a infecção com L.
major (Stobie et al. 2000).
Camundongos BALB/c e C57Bl/6 imunizados com um hapteno [2,4,6-trinitrofenil
(TNP)] conjugado a uma proteína carreadora [“keyhole limpet hemocyanin” (KLH)] em
associação a IL-12 murina recombinante, desenvolvem resposta a TNP-KLH do tipo T
H
1/
T
H
2, enquanto que animais injetados exclusivamente com TNP-KLH revelam resposta imune
do tipo T
H
2 (Bliss et al. 1996).
2.8. Efeitos da Administração de Interleucina 12 in vivo
Tare e colaboradores (1995) administraram de 10 ng a 1 µg de IL-12 recombinante por
animal, diariamente, durante sete dias, em camundongos da linhagem C57Bl/6 com 8 a 12
semanas de idade. Esses autores descreveram uma supressão da hematopoiese na medula
óssea, anemia, leucopenia e trombocitopenia, dose e tempo-dependente. Os autores
observaram também esplenomegalia devida ao aumento da polpa vermelha e de hematopoiese
extramedular, sendo essa última representada por células precursoras das linhagens
eritrocíticas, mielocíticas e megacariocíticas.
Jackson e colaboradores (1995) trataram camundongos da linhagem BALB/c com
1 µg de IL-12 recombinante por animal, durante três ou sete dias consecutivos. Nesses
animais, os autores notaram redução no número de leucócitos totais e linfócitos, aumento de
granulócitos e monócitos periféricos no sangue periférico. Paralelamente, foram observadas
hipoplasia da medula óssea e diminuição das unidades formadoras de colônia granulocítica-
macrofágica (UFC-GM) bem como hiperplasia esplênica e aumento de UFC-GM, sugerindo
um efeito mobilizador da IL-12 sobre as células progenitoras.
Anemia, linfopenia, neutropenia, reticulocitose, esplenomegalia e aumento da
celularidade esplênica, representada por aumento da hematopoiese, das células NK e dos
macrófagos, foram encontradas após injeção de 1 µg / dose, durante quatro dias consecutivos,
em camundongos 129 Sv/EV (Eng et al. 1995). Esses mesmos autores encontraram redução
na hematopoiese medular e no número de células na medula óssea, com diminuição das
células mielóides, eritróides, linfóides e de seus progenitores.
Para determinar os efeitos causados diretamente e os efeitos causados indiretamente,
dependentes de IFN-γ, Eng e colaboradores (1995) administraram 1 µg de IL-12
recombinante, durante quatro a sete dias consecutivos, em camundongos selvagens da
linhagem 129 Sv/Sv ou camundongos deficientes na expressão de receptor de IFN-γ
(IFN-γ-R-/-). Em camundongos IFN-γ-R-/- tratados com IL-12, não ocorreu alteração de
celularidade no sangue periférico, exceto por um aumento na concentração de neutrófilos de
cerca de 1,8 vezes. Adicionalmente, tampouco foram observadas alterações na medula óssea.
Em contraste, os 129 Sv/Sv selvagens tratados com IL-12 apresentaram anemia discreta,
reticulocitose, linfopenia e aumento de 3,3 vezes na concentração de neutrófilos, bem como
redução da celularidade da medula óssea. Esses dados sugerem que o aumento da
concentração de células no sangue periférico e redução de células progenitoras na medula
óssea dependem da ação de IFN-γ.
A partir de estudos experimentais, alguns autores sugerem que a administração de
plasmídeo codificando IL-12 seria uma alternativa para obterem-se os efeitos biológicos sem
a toxicidade associada à injeção das quantidades da proteína utilizadas para obtenção de
efeitos terapêuticos (Watanabe et al. 1999, Lui et al. 2001, Shi et al. 2002, Weber et al. 2004).
2.9. A Administração de Plasmídeo por Eletroporação
A descoberta que a administração de plasmídeo com insertos poderia resultar na
produção de proteínas codificadas pelos insertos in vivo gerou uma grande esperança para a
terapia gênica. No entanto, embora a administração de plasmídeo em camundongos resulte
freqüentemente na indução de efeitos biológicos, a administração em animais de maior porte,
em geral, não acarreta mudanças detectáveis. Por isso, vários pesquisadores vêm trabalhando
no desenvolvimento de metodologias para tornar a administração de plasmídeo mais efetiva.
Recentemente, vários autores demonstraram que aplicação de pulsos elétricos no local
da injeção de plasmídeo com insertos favorece a entrada dessas moléculas nas células e pode
resultar em um aumento considerável da produção da proteína codificada pelos insertos
(Dower et al. 1988, Taketo et al. 1988, Foung et al. 1989, Melkonyan et al. 1996, Somiari et
al. 2000, Draghia-Akli et al. 2003).
A aplicação de campos elétricos resulta na formação temporária de poros na
membrana celular permitindo a passagem de macromoléculas para o interior da célula. Os
poros são formados por alterações na membrana citoplasmática, dentre elas a formação de
poros hidrofílicos invertidos (Somiari et al. 2000).
Finalmente, vários estudos foram realizados e parâmetros apropriados para o sucesso
da administração de plasmídeos por eletroporação foram definidos, tanto em camundongos
como em outras espécies animais, como por exemplo, em cão, incluindo a voltagem,
amperagem, número de pulsos e duração de pulsos elétricos (Lucas e Heller 2001, Fewell et
al. 2001, Grφnevik et al. 2003, Draghia-Akli et al. 2003).
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
Contribuir no desenvolvimento de uma vacina contra leishmaniose visceral canina.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar a imunogenicidade de dois antígenos recombinantes da forma amastigota de
Leishmania chagasi/L. infantum no cão.
Avaliar possíveis modificações da resposta imune aos antígenos recombinantes de L.
chagasi/L. infantum pela injeção concomitante de IL-12, na forma de plasmídeo, no
cão.
Avaliar os efeitos da administração de IL-12, na forma de plasmídeo, por
eletroporação, em camundongo.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Avaliação da Resposta Imune Específica de Cães Injetados com Antígenos
Recombinantes de Leishmania chagasi/L. infantum e Plasmídeo Codificando IL-12
canina
Para avaliação do potencial de moléculas candidatas a componente de uma vacina
contra leishmaniose visceral canina (LVC), cães foram injetados com dois antígenos
recombinantes da forma amastigota de Leishmania chagasi/L. infantum, denominados Lc9 e
Lc13, em associação com saponina e IL-12 canina recombinante de cadeia única,
administrada na forma de plasmídeo. Depois disso, foi realizada a avaliação da resposta
imune humoral específica, pela mensuração de anticorpos da classe IgG reativos a Lc9, Lc13
e a extrato bruto de antígenos de L. chagasi/L. infantum, usando-se ensaios imunoenzimáticos
em fase sólida (ELISA). Além disso, foi realizada a avaliação da resposta imune celular
específica, pela mensuração de proliferação de células mononucleares de sangue periférico
(CMNSP), e a avaliação da produção de IFN-γ por CMNSP, após estímulo in vitro com Lc9,
Lc13 e extrato bruto de antígenos de L. chagasi/L. infantum, através da mensuração da
incorporação de timidina radioativa por células e de ELISA de captura em sobrenadante de
cultura, respectivamente. Ver Anexo 3.
4.1.1. Obtenção de antígenos de Leishmania chagasi/L. infantum
Antígenos recombinantes de formas amastigotas de L. chagasi/L. infantum,
denominados Lc9 e Lc13, foram obtidos para serem injetados em cães visando a indução e a
avaliação de resposta imune específica. Além disso, extrato bruto de antígenos de formas
promastigotas L. chagasi/L. infantum também foram obtidos para serem usados em ensaios
imunológicos com a finalidade de avaliar a resposta imune específica em cães.
4.1.1.1. Antígenos Recombinantes de Formas Amastigotas
Em estudos prévios realizados em nosso laboratório, dois antígenos recombinantes
denominados Lc9 e Lc13 foram selecionados (Teixeira et al. 2007) a partir de uma biblioteca
de DNA complementar (cDNA) de formas amastigotas de L. chagasi/L. infantum
confeccionada em fago lambda, usando-se reagentes da Stratagene Corporation (Stratagene
Corporation, La Jolla, EUA; Teixeira et al. 2007). Esses dois antígenos foram selecionados
usando-se uma mistura de soro de quatro cães naturalmente infectados por L. chagasi/L.
infantum e que exibiam resposta imune celular específica ao protozoário (Santos, WLC et al.,
dados não publicados). Após a seleção dos dois clones de fago lambda, foram geradas
construções plasmideais, contendo insertos de cDNA codificando Lc9 e Lc13, denominadas
pBK-CMV-Lc9 e pBK-CMV-Lc13, respectivamente. Os genes que codificam Lc9 e Lc13
foram identificados, através de uma colaboração com o Dr. Osvaldo Pompílio de Melo Neto,
Departamento de Microbiologia, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (FIOCRUZ, Recife,
PE), pela determinação das seqüências de DNA das extremidades 5’ e 3’ dos insertos e
comparação dessas com seqüências de DNA do genoma de L. infantum depositadas no banco
de dados do Instituto Sanger, Reino Unido (http://www.genedb.org/genedb/linfantum/).
Para facilitar a purificação da proteína Lc9, o inserto da construção pBK-CMV-Lc9
foi subclonado em plasmídeo pRSET, que acrescenta uma cauda de seis histidinas na
extremidade amina da cadeia polipeptídica recombinante (Teixeira et al. 2007).
Os antígenos recombinantes foram produzidos em Eschericchia coli das cepas
BL21(DE3)pLysS e TOP10F’, transformadas pelas construções plasmideais pRSET-Lc9 e
pBK-CMV-Lc13, respectivamente (BL21(DE3)pLysS-pRSET-Lc9 e TOP10F’-pBK-CMV-
Lc13), seguindo-se as recomendações da Invitrogen.
Resumidamente, colônias isoladas de BL21(DE3)pLysS-pRSET-Lc9 e TOP10F’-
pBK-CMV-Lc13 foram usadas para inocular até 150 mL de caldo de cultura Luria-Bertani
[
caldo LB: 1% de bacto-triptona (m/v), 0,5% de extrato de levedura (m/v), 1% de cloreto de
sódio (m/v), pH 7.0] contendo antibióticos. Para o cultivo de BL21(DE3)pLysS-pRSET-Lc9 e
TOP10F’-pBK-CMV-Lc13 foram usados antibióticos nas seguintes concentrações finais: 50
µg/mL de ampicilina, 35 µg/mL de cloranfenicol e 50 µg/mL de kanamicina,
respectivamente. Após incubação por cerca de 16 h a 37º C, sob agitação constante de 250
rpm em uma incubadora orbital (Orbit Environ Shaker), as suspensões bacterianas resultantes
foram usadas para inocular volumes maiores de meio LB. Incubação de volumes maiores de
cultura foi realizada a 37º C, sob agitação constante de 250 rpm, até a densidade óptica
medida de cada cultura, realizada a 600 nm, alcançar cerca de 0,6. A partir daí, indução de
expressão de proteína recombinante foi realizada pela adição de isopropil-thio-β-D-
galactosídio (IPTG) para atingir a concentração final de 0,250 mM. Foi realizada incubação,
conforme descrito previamente, por 5 h. As suspensões bacterianas foram submetidas à
centrifugação a 4000 x g por 20 minutos e os sedimentos foram armazenados a – 20º C até o
momento do uso.
A purificação de Lc9 foi realizada por cromatografia de afinidade, usando-se colunas
com resina de Sepharose carregada com níquel (Sepharose Chelating Fast Flow), preparada
conforme instruções do fabricante. Resumidamente, sedimento bacteriano foi ressuspenso em
tampão de lise (100 mM de NaH
2
PO
4
, 10 mM de base Tris e 8 M de uréia, pH 8,0), submetido
à agitação por 1 hora e a suspensão resultante foi centrifugada a 10.000 x g por 30 minutos. O
sobrenadante foi coletado e aplicado a uma coluna de Sepharose carregada com níquel. Após
lavagem da resina com tampão 100 mM de NaH
2
PO
4
, 10 mM de base Tris, 8 M de uréia (pH
8,0) e 20 mM de imidazol, a coluna foi eluída com tampão 100 mM de NaH
2
PO
4
, 10 mM de
base Tris, 8 M de uréia (pH 8,0) e 500 mM de imidazol. O material eluído da coluna foi
submetido à diálise, usando-se saco de diálise capaz de reter moléculas com peso molecular
superior a 8.000 kDa, contra salina tamponada com fosfato (PBS), pH7,2. Em seguida o
dialisado foi centrifugado a 1200 x g a 4ºC por 5 minutos e o sobrenadante concentrado por
ultrafiltração no Amicon para 800 µg / mL, com compressão de 55 psi (3,7 ATM) de
nitrogênio gasoso. A mensuração da concentração de proteínas foi realizada por SDS-PAGE
em gel de poliacrilamida 10% e pelo método de Bradford, com uma curva referência de BSA.
Alíquotas de 800 µg / mL de Lc9 foram armazenadas a -20º C.
A purificação de Lc13 foi realizada a partir de corpúsculos de inclusão através de
eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) com duodecil sulfato de sódio (SDS). Para a
obtenção de corpúsculos de inclusão, sedimento bacteriano foi ressuspenso em tampão de lise,
pH 8,0, contendo 20mM Na
2
HPO4, 500mM Nacl e 10mM imidazol e incubado por 20
minutos sobre gelo. Para cada grama de sedimento bacteriano foram adicionados quatro
miligramas de ácido deoxicólico, para auxílio na lise bacteriana. Seguiu-se incubação a 37ºC,
durante 15 minutos, em banho-maria, e a fragmentação do DNA genômico foi realizada por
sonicação sobre o gelo usando-se o aparelho ultrasonicador (Sonifier Cell Disruptor). A
sonicação foi realizada com quatro pulsos de 300 Watts, cada pulso com duração de 30
segundos e intervalo de 10 segundos entre cada dois pulsos consecutivos. A suspensão foi
centrifugada a 17.000 x g, 4ºC, por 15 minutos, e o sedimento, depois de três lavagens com
tampão de lise, foi armazenado a -20ºC até o momento do uso.
Lc13 foi separado de outras proteínas presentes nos corpúsculos de inclusão
utilizando-se um aparelho Prep Cell modelo 491, seguindo-se as recomendações do
fabricante. Esse aparelho permite a separação de proteínas com pesos moleculares diferentes
entre si, por SDS-PAGE. Após a separação, as proteínas são obtidas em frações solúveis em
tampão base Tris a 0,025 M, glicina a 0,192 M (pH 9,3) e SDS a 0,1%. Resumidamente, géis
de poliacrilamida em forma de cilindro oco foram preparados, usando-se o sistema
descontínuo de tampão, essencialmente, conforme descrito Laemmli (1970). Os géis foram
preparados entre dois cilindros. Um cilindro externo oco, comprimento de 12 cm e diâmetro
interno de 3,7 cm, e um cilindro interno, com diâmetro externo de 1,9 cm. Usando-se esse
sistema, cilindros ocos foram preparados com gel de separação de cerca de 10 cm de altura e
gel de empacotamento com cerca de 2 cm de altura.
Gel de separação foi elaborado com acrilamida-bis-acrilamida a 8,5 % (m/v). Para
isso, foram usados acrilamida a 8,27 % (m/v) e bis-acarilamida a 0,23 % (m/v), tampão Tris-
HCl 0,375 M (pH 8.8), SDS a 0,1% (m/v), persulfato de amônio a 0,1% (m/v) e N,N,N',N'
tetrametileno-diamina (TEMED) a 0,006 % (v/v). Gel de empacotamento foi elaborado com
acrilamida-bis-acrilamida a 5 % (m/v). Para isso, foram usadas acrilamida a 4,87 % (m/v) e
bis-acarilamida a 0,13 % (m/v), tampão Tris/HCl a 0,125 M (pH 6.8), SDS a 0,1% (m/v),
persulfato de amônio a 0,1 % (m/v) e TEMED a 0,01 % (v/v).
As amostras foram preparadas com tampão Tris/HCl a 0,0625 M, pH 6.8, SDS a 2 %
(m/v), glicerol a 10 % (v/v), 2-β-mercaptoetanol 5 % (v/v) e azul de bromofenol a 0,01 %
(m/v) e fervidas por três minutos em banho-maria. As corridas foram realizadas usando-se
tampão de base Tris a 0,025 M, glicina a 0,192 M e SDS a 0,1%, e com corrente constante
entre 10 e 15 mAp durante a noite e depois 70 mAp até o final da corrida. Durante a corrida,
uma câmara localizada abaixo do gel de separação, denominada câmara de eluição, foi
continuamente alimentada com tampão de eluição (base Tris a 0,025 M, glicina a 0,192 M e
SDS a 0,1%). Assim que todo azul de bromofenol, presente no tampão da amostra, saiu do gel
da câmara de eluição, foram coletadas cerca de 120 frações, cada uma com 2 mL. Após
análise das frações protéicas por SDS-PAGE, conforme método de Laermmli (1970), as
frações contendo Lc13 foram reunidas e, em seguida, SDS foi removido através de
eletrodiálise, usando-se um método semelhante ao descrito por Tuszynski e Warren (1975).
Resumidamente, as frações de Lc13 reunidas foram colocadas em um saco de diálise de 25
mm de diâmetro capaz de reter proteína com peso molecular superior a 8.000 Daltons. O saco
de diálise foi colocado em uma cuba de eletroforese de acrílico, de construção caseira
(Pinheiro, N.P.F.Jr. e colaboradores), contendo tampão fosfato de sódio a 0,02 M (pH 6,8) e
uma corrente de 40 Volts foi aplicada por 24 horas. Depois foi realizada inversão de corrente
por 1 minuto. Depois desse período, o conteúdo do saco foi submetido à diálise contra PBS,
pH 7,2. A concentração de proteína foi determinada pelo método de Bradford, diluindo-se as
amostras com uréia a 4 M. Alíquotas com 2,2 mg / mL foram armazenadas a -20 C. Ver
Anexo 1.
4.1.1.2. Extrato Bruto de Formas Promastigotas
Extrato bruto de antígenos de formas promastigotas de Leishmania de cultura foram
obtidos para uso em ensaio de imunoenzimático em fase sólida para avaliação da produção de
anticorpos específicos e para avaliação de resposta linfoproliferativa e indução de produção
de IFN-γ após estimulação específica em cães.
A cepa de L. chagasi/L. infantum utilizada para a preparação de extrato bruto de
antígenos foi a MHOM/BR2000/Merivaldo2. Essa cepa foi isolada, inicialmente, através de
punção esplênica de um paciente com quadro clínico de LV oriundo de Jequié-Bahia. Essa
cepa de Leishmania vem sendo mantida em nosso laboratório em alíquotas, armazenadas em
nitrogênio líquido, geradas após cultivo em meio Schneiders e 20 % (v/v) de soro bovino fetal
(SBF) com complemento inativado ou de passagens sucessivas em hamsters.
Para obtenção de formas promastigotas de L. chagasi/L. infantum, um fragmento de
fígado de hamster infectado foi macerado e incubado em meio de cultura Schneiders, pH 7.2,
suplementado com 20% de SBF, inativado a temperatura de 24° C. Uma amostra, com formas
promastigotas geradas, foi usada na realização de um processo passagens sucessivas para
expansão de Leishmania. Parasitos, em fase estacionária, de até sete passagens, foram
centrifugados a 500 x g, a 4°C, por 10 minutos. Em seguida, os parasitos foram lavados três
vezes com PBS (NaCl
a 137 mM, KCl a 2,68 mM, Na
2
HPO
4
a 9,58 mM e 1,47 mM
NaK
2
PO
4
), pH 7,2. O sedimento obtido após a última lavagem foi ressuspenso com 10 mL de
PBS, pH 7.2. A suspensão foi submetida à sonicação com cinco pulsos de 40 Hz, sob gelo. Os
pulsos foram realizados cada um com 45 segundos de duração, com intervalo de 60 segundos
entre cada dois pulsos consecutivos, usando-se o aparelho Ultrasonic Processor, sendo a
amostra mantida no gelo nos intervalos. Depois desse processo, a concentração proteínas foi
determinada através do método de Bradford (1976). Alíquotas foram preparadas com 9,75
mg / mL de proteína. Algumas dessas alíquotas foram submetidas à irradiação no irradiador
modelo IBL 437C, com 7200 rad por aproximadamente 28 minutos, para uso em ensaio de
linfoproliferação, antes de serem armazenados à -20ºC até o momento do uso.
4.1.2. Obtenção de Plasmídeo Codificando IL-12 de Cão
Em um estudo anterior realizado em nosso laboratório, uma construção plasmideal
contendo um inserto codificando IL-12 recombinante canina, na forma de cadeia única, foi
confeccionada (pcDNA3.1-scca-IL-12, Santos et al. 2004). No presente trabalho, uma
colônia de E. coli da linhagem TOP10F’ transformada com a construção pcDNA3.1-sccazeo-
IL-12 foi usada para inocular de 5 a 10 mL de caldo LB com ampicilina na concentração de
50 mg / mL. A suspensão bacteriana foi incubada, por oito horas, a 37º C, sob agitação
constante de cerca de 300 rpm. Após esse período, um volume de cultura foi usado para
inocular cerca de 2.500 mL de caldo LB com ampicilina, para alcançar uma diluição de
1:1000, que foram incubados por cerca de 12 a 16 horas, a 37º C, sob agitação constante de
300 rpm. O sedimento bacteriano foi obtido pela centrifugação a 6.000 x g a 4º C, por 15
minutos, sendo, depois, armazenado a -20º C até o momento do uso. A partir do sedimento
bacteriano, o plasmídeo foi purificado usando-se colunas cromatográficas de troca iônica,
filtro e reagentes da Qiagen, seguindo-se as recomendações do fabricante. Resumidamente, o
sedimento bacteriano foi ressuspenso em 125 mL de tampão P1 a 4º C (Tris/HCl a 50 mM pH
8.0, EDTA a 10 mM e RNase a 100 µg / mL), em seguida, 125 mL de P2 [NaOH a 200 mM
e SDS a 1 % (m/v)] foram acrescentados, para promover lise das bactérias além de
desnaturação e precipitação de DNA. A suspensão de lisado bacteriano foi incubada a
temperatura ambiente (22 – 24º C) por 5 minutos. Um volume de 125 mL de P3 (acetato de
potássio a 3 M, pH 5,5) a 4º C foi adicionado à suspensão de lisado bacteriano para causar
renaturação e solubilização das moléculas do plasmídeo. A mistura resultante foi incubada
sob gelo, por 30 minutos, sendo depois centrifugada a 20.000 x g e a 4º C, por 30 minutos.
Sobrenadante contendo plasmídeo foi aplicado em filtro Qiagen, ou filtrado em tecido de
algodão, e depois aplicado em uma coluna de troca iônica previamente equilibrada com 75
mL de tampão QBT [NaCl a 750 mM, ácido morfolínico-fenil-sulfônico (MOPS) a 50 mM,
pH 7,0, isopropanol a 15 % (v/v) e Triton X-100 a 0,15 % (v/v)]. A coluna cromatográfica foi
lavada com 600 mL de tampão QC [NaCl a 1 M, MOPS a 50 mM, pH 7,0 e isopropanol a 15
% (v/v)]. Um volume de 100 mL de tampão QF [NaCl a 1,25 M, Tris/HCl a 50 mM, pH 8,5 e
isopropanol a 15 % (v/v)] foi usado para eluição de DNA plasmideal da coluna e, para
precipitação do DNA, foi usado 52,5 mL de isopropanol P.A., seguido de centrifugação a
15.000 x g a 4ºC por 30 minutos. O pellet contendo o DNA foi lavado com 10 mL de etanol
70% e depois centrifugado a 15.000 x g por 10 minutos. O material permaneceu por 20
minutos em temperatura ambiente, para permitir a evaporação da água do pellet, sendo o
DNA ressuspenso em quatro mililitros de solução salina estéril.
4.1.3. Avaliação da Resposta Imune Humoral
4.1.3.1. ELISA para Mensuração de Anticorpos Reativos a Extrato Bruto de Formas
Promastigotas
O ELISA para mensuração da IgG anti-Leishmania foi realizado de acordo com
Paranhos-Silva e colaboradores (1996) utilizando placas de 96 poços. Resumidamente, poços
da placa de microtitulação foram sensibilizados com 100 µL de extrato total de antígenos de
L. chagasi/L. infantum na concentração de 10 µg / mL durante cerca de 14 horas à 4ºC, em
tampão de sensibilização carbonato-bicarbonato de sódio 0,1M, pH 9.6, na concentração de 1
µg por poço. Após três lavagens com 200 µL por poço de PBS contendo 0,05 % de Tween 20,
os sítios capazes de reagirem inespecificamente com proteínas foram bloqueados durante 30
minutos à 37ºC com 150 µL por poço de PBS / leite desnatado 10%, seguida de nova lavagem
(3X) com 200 µL por poço de PBS / Tween 20 0,05%. Cem microlitros das amostras séricas
dos cães, diluídas 1:400 em PBS – Tween 20 a 0,05% (v/v) – leite desnatado a 10% (m/v),
PBS-TL, foram aplicadas nos poços e incubadas durante 1 hora em câmara úmida à
temperatura ambiente. Após lavagem, como já descrito, 100 µL por poço da anti-IgG de cão
conjugada à peroxidase, produzida em caprino, diluída 1:1000 em PBS-TL, foi incubada por 1
hora em câmara úmida a temperatura ambiente, seguida de lavagem. A reação foi revelada
pela adição de substrato com 2,5 mg de 3,3’,5,5’ tetrametil-benzidina (TMB) em 250 µL de
dimetilsulfóxido (DMSO), tampão acetato de sódio 0,5M, ácido cítrico 0,5M e 0,1% de
peróxido de hidrogênio 30V. Após incubação por 45 minutos, em temperatura ambiente ao
abrigo da luz, a reação foi interrompida pela adição de 50 µL por poço de ácido sulfúrico 4 M
e a leitura foi realizada com filtro de 450 nm no espectrofotômetro modelo Microplate Reader
EL311. Como controles positivos, foram usados soro de um animal naturalmente infectado e
um pool de soro de cães naturalmente infectados com altos títulos de anticorpos IgG reativos
ao extrato total de antígenos de L. chagasi/L. infantum. Como controles negativos, foram
utilizados quatro soros de cães sorológica e parasitologicamente negativos residentes em Rio
Grande do Sul, região livre de LV. O “cut off” foi calculado pela média dos controles
negativos somados a 3 desvios padrões; valores acima desse “cut off” foram considerados
positivos.
4.1.3.2. ELISA para Mensuração de Anticorpos Reativos a Antígenos Recombinantes de
Formas Amastigotas (Lc9 e Lc13)
O ensaio imunoenzimático utilizado foi o ELISA, cujo protocolo foi descrito acima.
Para sensibilização das placas de 96 poços, foram utilizados 0,4 e 0,5 µg por poço de Lc9 e
Lc13, respectivamente, diluídas em tampão carbonato-bicarbonato de sódio.
4.1.4. Avaliação da Resposta Imune Celular
4.1.4.1. Obtenção de Células Mononucleares de Sangue Periférico (CMNSP) de Cão
A separação das CMNSP foi realizada utilizando-se gradiente Ficoll-Paque Plus, em
condições estéreis, seguindo as instruções do fabricante. Em resumo, o sangue foi diluído 1:2
em solução salina e despejado lentamente sob o Ficoll-Paque Plus (1 parte do sangue diluído
para 1,25 partes de Ficoll). Essa mistura foi centrifugada a 100 x g durante 30 minutos, à
20ºC. O anel de CMNSP formado foi cuidadosamente removido e transferido para um novo
tubo contendo meio RPMI 1640 com 60 µg / mL gentamicina. Foram realizadas três lavagens,
neste meio com antibiótico, a 100 x g durante 10 minutos à 20ºC. Após a primeira lavagem,
foi realizada lise osmótica das hemácias com 400 µL de água apirogênica estéril durante 30
segundos. Após a última lavagem, as células foram ressuspensas em 2 mL de meio RPMI
1640 enriquecido com 10% de SBF, 1% L-glutamina 200 mM e 0,01% 2-mercaptoetanol
0,1M, denominado RPMI completo. Uma amostra de suspensão celular foi diluída a 1:5 em
azul de tripan 0,4% e contadas em câmara de Newbauer. Depois disso, duas suspensões de
células foram preparadas, em uma a concentração celular foi ajustada para 2 x 10
6
/ mL e, na
outra, para 10
7
/ mL.
4.1.4.2. Ensaio para Avaliar a Resposta Linfoproliferativa
CMNSP proveniente de cada cão foram distribuídas em poços de duas placas de
microtitulação de 96 poços de fundo chato. Um volume de 100 µL de suspensão com 2 x 10
5
células foi colocado em poços de cada uma das duas placas. Em uma das placas, foram
acrescentados 100 µL / poço de RPMI completo ou 100 µL / poço de concanavalina A (Con
A) a 4 µL / mL a cada um de três poços contendo células. Na outra placa, foram adicionados
100 µL / poço de RPMI completo ou de antígenos recombinantes Lc9 ou Lc13, nas
concentrações de 1 ou 5 µg / mL ou, ainda, extrato bruto L. chagasi/L. infantum, na
concentração de 20 µg / mL, diluídos em meio RPMI completo, em cada um de três poços
contendo células. As placas foram mantidas em estufa à 37ºC com 5% CO
2
por 3 ou 5 dias,
para ensaios com Con A e antígenos, respectivamente. Depois disso, um volume de 30 µL de
RPMI completo com 1 µCi de timidina tritiada foi acrescentado a cada poço e as placas foram
incubadas por 18 horas em estufa a 37ºC com 5% de CO
2
. As células foram coletadas em
filtro de fibra de vidro, usando-se um coletor manual. A leitura radiativa foi realizada em um
contador beta direto modelo Matrix 9600. Como controles positivos, foram utilizadas
CMNSP de quatro cães experimentalmente infectados com L. chagasi/L. infantum,
sorologicamente reativos a extrato total e parasitologicamente positivos, observado por
punção esplênica e cultivo in vitro.
4.1.4.3. Avaliação da Produção de Interferon Gama
Para a avaliação de produção de IFN-γ, um volume de 1000 mL de suspensão de
células de cada cão, com 10
7
células, foi colocado em cada um de três poços de placas de
cultura de 6 poços. Em um poço foram acrescentados 1.000 mL de RPMI completo ou 1.000
mL de Con A a 20 µg / mL ou extrato bruto de L. chagasi/L. infantum a 40 µg / mL, diluídos
em RPMI completo. As placas foram incubadas à 37ºC com 5% CO
2
por 48 horas, quando
então o sobrenadante de cada poço foi separadamente coletado, centrifugado a 12.000 x g por
um minuto e, depois, armazenado a – 20º C até o momento do uso. Três dos quatro cães
experimentalmente infectados com L. chagasi/L. infantum foram utilizados como controles
positivos, pois em um dos animais foi recuperada quantidade insuficiente de células para a
realização desse ensaio.
4.1.4.4. ELISA para Mensuração de Interferon Gama (IFN-γ)
A mensuração da concentração de IFN-γ canino em sobrenadantes de CMNSP foi
realizada por ELISA. Para isso, foi usado um anticorpo monoclonal específico produzido em
camundongo para a captura e anticorpos policlonais específicos, produzidos em cabra,
conjugados a biotina, para a detecção, conforme instruções do fabricante. Resumidamente,
placas de microtitulação de 96 poços (“High Binding”) foram sensibilizadas com 100 µL /
poço de anticorpo de captura, na concentração de 2 µg / mL, durante 16 h, à temperatura
ambiente (25ºC) em câmara úmida. Após lavagem dos poços, três vezes, com 350 µL de PBS
(pH 7,4) contendo 0,05% de tween 20, foi realizado bloqueio com 300 µL / poço de PBS (pH
7,4), 1% albumina de soro bovino (BSA, m/v), 5% de sacarose (m/v), 0,05% de azida sódica
(m/v), a temperatura ambiente, por 1 hora. Foi realizada lavagem dos poços das placas,
conforme descrito previamente. Para elaboração da curva de calibração, a cada um de dois
poços foram acrescentados 100 µL de IFN-γ canino recombinante na concentração de 32 ng /
mL e, a partir daí, 100 µL de diluições duplas seriadas até 31,25 pg / mL. Para avaliação de
sobrenadante de cultura de CMNSP, amostras de sobrenadante de células estimuladas com
Con A foram diluídas 1:10, em PBS (pH 7,4) com 1% de BSA (m/v), antes de serem testadas;
as demais amostras foram usadas tal como coletadas. Todas as amostras de sobrenadante
foram avaliadas em duplicatas com 100 µL / poço. Após a incubação a temperatura ambiente,
por 2 horas, os poços foram lavados. Depois disso, 100 µL de anticorpo de detecção a 100 ng
/ mL foram acrescentados a cada poço. Em seguida, a placa foi incubada a temperatura
ambiente, por 2 horas. Foi realizada lavagem dos poços das placas. Posteriormente, 100 µL de
estreptavidina-peroxidase diluída de 1:200 foram adicionados a cada poço. A placa foi
incubada a temperatura ambiente por 20 minutos. Após a lavagem dos poços da placa, 100 µL
substrato de peroxidase {9 mL de tampão fosfato-citrato ([Na
2
HPO
4
a 51,4 mM e
HOC(COOH)(CH
2
COOH)
2
a 24,3 mM], pH 5,0), 1 mL de tetrametilbenzidina (TMB) a 1 mg
/ mL e 2 µL de H
2
O
2
30%}, foram acrescentados em cada poço. Após incubação a
temperatura ambiente por 30 minutos, sob proteção da luz, a reação foi interrompida pelo
acréscimo de 50 µL / poço de H
2
SO
4
a 1 M. A leitura da densidade óptica a 450 nm foi
realizada em espectrofotômetro (Emax Precison Microplate Reader). A concentração de IFN-
γ canino nas amostras avaliadas foi determinada usando-se a média aritmética dos valores de
densidade óptica das duplicatas com o programa Softmax 3.0, corrigidas pelo fator de diluição
(1:10), quando apropriado.
4.1.5. Avaliação Parasitológica
Visando reduzir a possibilidade de uso de cães naturalmente infectados por L.
chagasi/L. infantum no experimento aqui descrito, cada cão foi submetido à punção aspirativa
esplênica seguida de cultura de material aspirado em meio de cultura apropriado para
transformação de formas amastigotas em promastigotas e proliferação das últimas. A punção
esplênica foi realizada, essencialmente, conforme método descrito por Barrouin-Melo et al.
(2006). Resumidamente, cada cão foi injetado com 0,044 mg / Kg de atropina por via
subcutânea, 2 mg / Kg de xilazina e, em seguida, 11 mg / Kg de quetamina por via muscular.
Depois disso, cada animal foi colocado em decúbito lateral direito, foi realizada antissepsia, e
foi introduzida uma agulha de 30 x 0.8 mm, acoplada a uma seringa de 20 mL, imediatamente
abaixo da última costela, na região do flanco esquerdo até penetrar alguns centímetros no
baço. A partir daí, foi aplicada pressão negativa na seringa e, com isso, foram obtidos cerca de
0,2 a 1 mL de material aspirado. O material aspirado foi cultivado em meio de cultura bifásico
com 1,5 mL de meio sólido agar-sangue e 2 mL de meio Schneiders suplementado com 20 %
de SBF. Amostra das culturas foram coletadas semanalmente e examinadas, por durante oito
semanas, ao microscópio para a detecção de formas promastigotas de Leishmania.
4.1.6. Animais
Cães mestiços adultos com idade variando de 4 a 9 anos, de ambos os sexos, foram
obtidos nos Centro de Controle de Zoonoses dos municípios de Salvador, Lauro de Freitas e
Dias D’Ávila - Bahia. Os animais foram alojados nos canis experimentais do Laboratório
Central do Estado da Bahia (LACEN) e do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM) e
manipulados conforme as Boas Práticas de Experimentação Animal (Olfert et al. 1993).
Visando eliminação de possíveis exo e endoparasitoses pré-existentes, cerca de três
meses antes do início do experimento, os cães foram tratados com três doses de 5 mg / kg de
praziquantel, 14,4 mg / kg de pirantel e 15 mg / kg de febantel, com intervalo de sete dias
entre doses consecutivas, e com amitraz a 12,5%, na forma de banhos com duração e
intervalos variados, determinados de acordo com avaliação médico veterinária.
Os animais foram imunizados para prevenção contra leptospirose causada por duas
cepas, cinomose, adenovirose, virose causada por parainfluenza, parvovirose, hepatite viral,
coronavirose (vacina óctupla), conforme recomendação do fabricante, e observados por pelo
menos 40 dias antes do início do experimento (Anexo 3).
Os cães machos foram submetidos à orquiepididectomia para facilitar o manuseio e
diminuir o estresse resultante da agressividade nos períodos de cio das fêmeas
(http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/cao/cao_03.htm) cerca de 190 dias antes do início do
experimento (Anexo 3).
Inicialmente, cada animal foi submetido à avaliação imunológica (ELISA com extrato
total de antígenos de Leishmania, ver item 4.1.3.1) e parasitológica (punção aspirativa do
baço seguida de cultura para detecção de Leishmania, ver item 4.1.5) para reduzir a
possibilidade de uso de animal naturalmente infectado por L. chagasi/L. infantum no
experimento aqui descrito (Anexo 3). Foram selecionados para uso, somente os animais com
resultados negativos nos dois ensaios mencionados acima.
Os animais foram distribuídos em três grupos denominados: G1, G2 e G3. Os grupos
foram compostos da seguinte maneira: a) G1: um macho e duas fêmeas, b) G2 : um macho e
três fêmeas, e c) G3: um macho e duas fêmeas.
Além disso, um grupo de quatro cães adultos mestiços, dois machos e duas fêmeas,
submetidos à injeção subcutânea, com intervalos de três a quatro semanas entre duas injeções
consecutivas, com extrato bruto de L. chagasi/L. infantum correspondente 1 x 10
8
formas
promastigotas em adjuvante de Freund, completo na primeira dose e incompleto na segunda
dose, e com 1 x 10
8
formas promastigotas de cultura vivas na fase estacionária de
multiplicação, foram usados como controle positivo para ensaios de linfoproliferação e
produção de IFN-γ.
4.1.7. Imunização
Os animais foram injetados por via subcutânea, na região do músculo glúteo médio do
membro posterior direito, e no linfonodo poplíteo ipsi-lateral nos dias 0, 21, 42 e 170 do
experimento. Nesses dias os animais foram injetados com: 1 mg de saponina em 1 mL de
salina por via subcutânea e com 0,5 mL de salina diretamente no linfonodo (G1, grupo
controle negativo), 200 µg de Lc9, 200 µg de Lc13 e 1 mg saponina em 1 mL de salina por
via subcutânea e com 0,5 mL de salina diretamente no linfonodo (G2) ou 200 µg de Lc9, 200
µg de Lc13 e 1 mg saponina em 1 mL de salina por via subcutânea e com 800 µg de
plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12 em 0,5 mL de salina diretamente no linfonodo (G3).
4.2. Efeitos da Administração de Plasmídeo Codificando IL-12 por Eletroporação Sobre
Camundongo
4.2.1. Obtenção de Plasmídeo Codificando IL-12 Murina
Nos experimentos com camundongos, foi utilizado plasmídeo codificando cadeia
única IL-12 murina (pcDNA3.1-scmu-IL-12), obtido pela subclonagem do inserto da
construção pCI-neo-IL-12 (Noormohammadi et al. 2001), gentilmente cedido pela Dra.
Emanuela Handman (Eliza and Walter Institute, Melbourne, Austrália). A administração de
pcDNA3.1-scmu-IL-12, por via muscular e eletroporação, mostrou-se capaz de induzir a
produção sistêmica, detectável no plasma, de IFN-γ em camundongos (Barrouin-Melo et al,
dados não publicados). Foi usado ainda como plasmídeo controle negativo pcDNA3.1.
Os plasmídeos foram purificados de cepa TOP10F’ de E. coli (Invitrogen, Carlsbad,
California, EUA) transformadas, cultivadas por 16 horas em meio de cultura LB com 100 µg /
mL de ampicilina, utilizando-se “kits” Qiagen (EUA), seguindo-se as recomendações do
fabricante. No sedimento bacteriano, obtido por centrifugação, foi realizada a lise alcalina,
sendo o sobrenadante aplicado em uma coluna de troca iônica. Após lavagem da coluna, o
DNA plasmideal foi eluído, precipitado, lavado com etanol e ressuspenso em salina. Após
purificação, amostras dos plasmídeos foram submetidas à leitura de densidade óptica a 260 e a
280 nm, para determinação de concentração de DNA e pureza, e a fracionamento em gel de
agarose a 1 %, para confirmação da estimativa de concentração e definição de pureza. As
amostras foram armazenadas à – 20ºC até o momento do uso.
4.2.2. Animais
Camundongos com 9 a 16 semanas de idade, de ambos os sexos, das linhagens
C3H/Hej e C57Bl/6 foram obtidos do biotério do CPqGM, Salvador, Brasil. Os animais foram
mantidos no referido biotério sob adequadas condições de temperatura (21 ± 1 ºC) e umidade
(50 – 60 %), com fornecimento de ração comercial BioBase (Base Química Prod. Quím.
Ltda., Brasil) e água ad libitum.
4.2.3. Administração de Plasmídeo Codificando IL-12 por Eletroporação Sobre
Camundongos
Inicialmente foram realizados dois experimentos pilotos, um experimento onde foram
usados camundongos da linhagem C3H/Hej (Experimento piloto 1) e outro experimento
foram usados camundongos da linhagem C57Bl/6 (Experimento piloto 2). Depois disso, foi
realizado outro experimento onde foi usado número maior de camundongos (Experimento).
Esses animais foram usados para a formação de grupos experimentais descritos abaixo. Como
o procedimento experimental envolvia a injeção de salina ou de plasmídeo por via muscular
seguida, na maioria das vezes, de eletroporação, sendo todos os animais submetidos à
anestesia geral antes de cada injeção. As injeções de salina ou de plasmídeo foram realizadas
no músculo quadríceps do membro posterior direito. O plasmídeos (pcDNA3.1 e pcDNA3.1-
scmu-IL-12) foram solubilizados em salina e usados na concentração de 1 mg / mL.
Para a realização de anestesia geral, cada camundongo foi injetado com 100 mg de
quetamina e 15 mg de xilazina por quilo de peso, administrada intraperitonealmente. A
técnica eletroporativa foi realizada no sítio de injeção do plasmídeo, consistindo na aplicação
de cinco pulsos elétricos de 100 Volts / cm, com duração de 20 milisegundos por pulso, e
intervalo de 1 segundo entre cada dois pulsos consecutivos (Lucas e Heller 2001). O
eletroporador foi projetado e construído pelo Dr. Yuri Pepe, Departamento de Física da
Universidade Federal da Bahia (Anexo 4).
Experimento Piloto 1
Usando-se 10 camundongos C3H/Hej fêmeas com 12 semanas de idade, foram
formados dois grupos de cinco animais. Cada animal foi injetado duas vezes por via muscular,
com intervalo de 48 h entre as injeções, com: a) 50 µg de pcDNA3.1 (grupo P1-pcDNA3.1
EL, grupo controle negativo) ou b) 50 µg de pcDNA3.1-scmu-IL-12 (grupo P1-pcDNA3.1-
scmu-IL-12 EL), e depois submetido à eletroporação. Infelizmente ocorreu a morte, durante o
retorno anestésico, de dois animais do grupo controle negativo e um do grupo teste.
Experimento Piloto 2
Usando-se 6 camundongos C57Bl/6 machos com idade entre 9 e 10 semanas, foram
formados dois grupos cada um deles com três animais. Cada animal foi injetado duas vezes
por via muscular, com intervalo de 48 h entre as injeções, com: a) 50 µg de pcDNA3.1 (grupo
P2-pcDNA3.1 EL), grupo controle negativo) ou b) 50 µg de pcDNA3.1-scmu-IL-12 (grupo
P2-pcDNA3.1-scmu-IL-12 EL), e depois submetido à eletroporação.
Experimento Real
Para esse experimento foram usados 11 camundongos C3H/Hej, de ambos os sexos e
com idade de 10 a 16 semanas, e 29 camundongos C57Bl/6 machos com idade de 9 a 10
semanas. Foram formados dois grupos de animais da linhagem C3H/Hej e quatro grupos de
animais da linhagem C57Bl/6. Ver Anexo 5.
Os grupos de camundongos C3H/Hej foram formados com seis (grupo E-pcDNA3.1
EL, grupo controle negativo) ou cinco animais (grupo E-pcDNA3.1-scmu-IL-12 EL). Cada
animal foi injetado duas vezes por via muscular, com intervalo de 48 h entre as injeções, com:
a) 50 µg de pcDNA3.1 ou b) 50 µg de pcDNA3.1-scmu-IL-12, e depois submetido à
eletroporação.
Os grupos de camundongos C57Bl/6 foram formados com sete (grupo E-Salina EL),
sete (grupo E-pcDNA3.1 EL), oito (grupo E-pcDNA3.1-scmu-IL-12 EL) e sete (grupo E-
pcDNA3.1-scmu-IL-12) animais. Cada animal foi injetado duas vezes por via muscular, com
intervalo de 48 h entre as injeções, com: a) 50 µL de salina (grupo E-Salina EL), b) 50 µg de
pcDNA3.1 (grupo E-pcDNA3.1 EL), c) 50 µg de pcDNA3.1-scmu-IL-12 (grupo E-
pcDNA3.1-scmu-IL-12 EL) ou d) 50 µg de pcDNA3.1-scmu-IL-12 (grupo E-pcDNA3.1-
scmu-IL-12). Após cada injeção de plasmídeo os animais dos grupos E-Salina EL, E-
pcDNA3.1 EL e E-pcDNA3.1-scmu-IL-12 EL foram submetidos à eletroporação.
4.2.4. Avaliação dos Animais Submetidos à Administração de Plasmídeo Codificando
IL-12 por Eletroporação sobre Camundongos
4.2.4.1. Coleta de Sangue
Amostras com cerca de 100 µL de sangue foram coletadas do plexo retro-orbitário de
cada animal e derramados em tubos Eppendorf contendo anticoagulante EDTA (K
3
) líquido,
conforme descrição a seguir. Nos animais do experimento piloto 1 e no experimento real, as
amostras foram obtidas oito e dez dias após a primeira injeção de plasmídeo. As coletas de
sangue foram realizadas utilizando anestesia local à base de cloridrato de proximetacaína
0,5% .
O sangue obtido no oitavo dia do experimento foi utilizado para a realização de
hemograma, e a determinação da concentração sistêmica de IFN-γ foi feita com as amostras
obtidas no décimo dia. Para obtenção do plasma, as amostras foram centrifugadas a 1500 x g,
durante 10 minutos, à temperatura ambiente. O sobrenadante foi transferido para novos tubos
Eppendorf e armazenados à -20ºC até o momento do uso.
4.2.4.2. ELISA para Determinação de Interferon Gama (IFN-γ)
A determinação da concentração plasmática de IFN-γ nos camundongos foi realizada
por ELISA de captura em placas de 96 poços (Nunc-Immuno
TM
) com reagentes da
Pharmingen BD Biosciences, seguindo as recomendações do fabricante. No experimento
piloto 1 e no experimento real foram utilizadas amostras plasmáticas obtidas dez dias após a
primeira injeção do plasmídeo.
Inicialmente a placa (“High Binding”) foi sensibilizada durante 16 horas, em câmara
úmida à 4ºC, com 0,1 µg por poço do anticorpo primário anti-IFN-γ / clone RA-642 (18181D)
diluído em tampão de sensibilização carbonato 0,1M pH 9.6. Em seguida a placa foi lavada
duas vezes com 200 µL por poço de PBS / 0,05% de Tween 20 e o bloqueio dos sítios
inespecíficos foi realizado com 200 µL por poço da solução de bloqueio PBS / 10 % de SFB
durante 2 horas em câmara úmida à temperatura ambiente. Após nova lavagem (2X),
aplicaram-se 100 µL por poço das amostras plasmáticas dos animais diluídas 1:2 em PBS / 10
% de SBF, em duplicata. A curva padrão foi obtida pela diluição seriada da citocina
recombinante IFN-γ (19301T), em duplicata, com concentração inicial e final de 30 e 0,029
ng / mL, respectivamente. As amostras e o padrão diluídos foram incubados por 4 horas à
temperatura ambiente, após o qual foi feita a lavagem (4X). O anticorpo secundário
biotinilado de rato clone XMG1.2 (18112D) foi aplicado à placa na concentração de 0,1 µg
por poço, diluído em PBS / 10 % de SBF, e incubado durante 45 minutos em câmara úmida à
temperatura ambiente. A placa foi lavada 6 vezes e 100 µL por poço do conjugado avidina-
peroxidase, diluído 1:400 em PBS / 10 % de SBF, foi incubado por 30 minutos à temperatura
ambiente. Após oito lavagens, foi adicionado o substrato com 1 mg de TMB em DMSO,
tampão citrato-fosfato 0,05M e 0,02 % de peróxido de hidrogênio 30V. A reação foi
interrompida pela adição de 50 µL por poço de ácido fosfórico 1:20 e a leitura foi realizada
com filtro de 450 nm, usando-se espectrofotômetro modelo Microplate Reader EL311. A
concentração de cada citocina foi estimada pela comparação dos valores de densidade óptica
das duplicatas da cada amostra teste com os da curva padrão, usando o programa Softmax 3.0,
corrigidas pelo fator de diluição.
4.2.4.3. Hemograma
Para a realização do hemograma, no experimento piloto 1 e no experimento real, foi
utilizado o sangue obtido oito dias após a primeira administração plasmideal. O aparelho
utilizado para a avaliação hematológica foi ADVIA 60 Closed Tube.
4.2.4.4. Avaliação da Capacidade Proliferativa de Esplenócitos
Foi utilizado o protocolo de linfoproliferação segundo Plebanski (2000). Inicialmente
foi feita a remoção do baço em condições de esterilidade e parte do órgão foi macerado em
uma placa de petri de 35 mm de diâmetro de poliestireno contendo 2 mL de RPMI 1640 com
60 µg / mL gentamicina. A maceração do órgão foi feita com o auxílio de um êmbolo de
seringa sobre uma malha fina. A suspensão de células obtidas foi centrifugada 100 x g, por 15
segundos, para a remoção de debris celulares, e posteriormente a 450 x g, por 10 minutos a
4ºC. O sedimento foi ressuspenso em 2 mL de RPMI 1640 enriquecido com 10% de SBF, 1%
L-glutamina 200 mM e 0,01% 2-mercaptoetanol 0,1M, diluído 1:10 em azul de tripan 0,4% e
contado um mínimo de 100 células em câmara de Newbauer. As células foram transferidas
para placas de 96 poços, na concentração 3 x 10
5
células por poço, e 100 µL de meio RPMI
1640 suplementado com Con A a 4 µg / mL foram acrescentados por poço. As placas foram
incubadas durante 3 dias em estufa a 37ºC com 5% CO
2
em atmosfera úmida. Em seguida, 1
µCi por poço de timidina tritiada diluída em meio RPMI completo foi aplicado, a placa
retornou à estufa por 18 horas, sendo mantida à -20ºC até a transferência para o filtro de fibra
de vidro e leitura no contador beta direto modelo Matrix 9600. Os resultados foram expressos
em índice de proliferação.
4.2.4.5. Determinação do Peso Corporal
A determinação do peso corpóreo dos camundongos foi realizada na balança elétrica
AS 1000C, sempre no mesmo horário para minimizar possíveis variações decorrentes à
ingestão de água e alimentos e à fisiologia animal. Os animais do experimento piloto 1 foram
pesados nos dias zero, dois e dez após a primeira injeção do plasmídeo. Nos experimentos
piloto 2 e experimento real, os animais foram pesados diariamente.
4.2.4.6. Avaliação Morfológica
4.2.4.6.1. Determinação de Peso de Órgãos
Após o sacrifício, o peso de alguns órgãos foi obtido utilizando a balança Ohaus
Explorer Analytical Series. No experimento piloto 1 foram pesados baço e linfonodo poplíteo.
No experimento piloto 2 e no experimento real foram pesados os seguintes órgãos: baço,
fígado e linfonodos poplíteo e inguinal. A relação entre o peso corporal medido no dia do
sacrifício e o peso dos órgãos foi determinada pela porcentagem que o órgão representava em
comparação ao peso do corpo, sendo este considerado 100%.
4.2.4.6.2. Histopatologia e Morfometria
Imediatamente após o sacrifício dos camundongos do experimento piloto 1, pequenos
fragmentos do baço foram fixados em formalina 10% por 2 dias. Os fragmentos teciduais
foram encaminhados à Unidade de Histopatologia do CPqGM, onde foram processados,
embebidos em parafina, cortados em secções com 5 µm, corados com Hematoxilina-Eosina
(HE). As lâminas coradas foram avaliadas por microscopia óptica e a análise morfométrica
semi-automática foi realizada usando o software Image Pro Plus 4.5 (Media Cybernetics).
Para a determinação da proporção da polpa branca e vermelha em relação à área total
esplênica, foram realizadas medições em três secções diferentes de cada animal, e
determinada uma média. Foram obtidas a área total e da polpa branca do baço, em nm
2
, e a
área da polpa vermelha foi determinada pela subtração das duas anteriores sendo, em seguida,
calculada a proporção de cada área esplênica em relação à totalidade do órgão. Para a
determinação das figuras apoptóticas foram observadas as características histológicas típicas
de apoptose em três áreas de 0,032 mm
2
, aleatoriamente escolhidas nas polpas branca e
vermelha, em três secções histológicas diferentes de cada animal. Em seguida procedeu-se o
somatório das estruturas apoptóticas em cada região do baço, sendo determinada a média e o
desvio padrão.
5. RESULTADOS
5.1. Avaliação da Resposta Imune de Cães Injetados com Antígenos Recombinantes de
Leishmania chagasi/L. infantum e Plasmídeo Codificando IL-12 Canina
Visando a avaliação, em caráter preliminar, da imunogenicidade de dois antígenos
recombinantes de Leishmania chagasi/L. infantum (denominados Lc9 e Lc13), foi realizado
um experimento piloto no qual cães foram imunizados e as respostas imunes humoral e
celular específica foram estudadas.
5.1.1. Avaliação de Resposta Imune Humoral
A produção de anticorpos da classe IgG reativos a extrato total de antígenos de L.
chagasi/L. infantum ou aos antígenos recombinantes Lc9 ou Lc13 foi avaliada em amostras de
soro de cada cão coletadas 145 dias antes, bem como, 35 e 56 dias depois, da primeira dose de
imunização, sendo que as duas últimas coletas corresponderam a 15 dias após a segunda e a
terceira dose de imunização, respectivamente. As amostras de soro foram avaliadas, na
diluição de 1:400, por ELISA (Anexo 2).
O grupo controle negativo, formado por animais injetados com saponina em salina,
revelou média aritmética de densidade óptica, no ensaio para a avaliação de anticorpos
reativos a extrato total de antígenos de L. chagasi/L. infantum, Lc9 e Lc13, de: 0,25; 0,82;
0,66 (antes); 0,49; 1,10; 0,68 (depois da segunda) e 0,64; 0,34; 0,46 (depois da terceira dose
de imunização), respectivamente (Figura 1).
O grupo de animais injetados com os antígenos recombinantes Lc9 e Lc13, associados a
saponina em salina, apresentou média aritmética da densidade óptica, no ensaio para a
mensuração de anticorpos reativos ao extrato total de antígenos de L. chagasi/L. infantum,
Lc9 e Lc13, de: 0,30; 0,42; 0,52 (antes); 2,53; 2,81; 1,88 (depois da segunda) e 2,66; 1,53;
1,53 (depois da terceira dose de imunização), respectivamente (Figura 1).
Finalmente, o grupo de cães imunizados com os antígenos recombinantes Lc9 e Lc13,
associados à saponina em salina, e injetados com plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12 exibiu
média aritmética da densidade óptica no ensaio para avaliação de anticorpos reativos a extrato
total de antígenos de L. chagasi/L. infantum, Lc9 e Lc13 de: 0,39; 0,92; 1,11 (antes); 2,53;
2,75; 1,94 (depois da segunda) e 2,47; 1,50; 1,54 (depois da terceira dose de imunização),
respectivamente (Figura 1).
Figura 1. Avaliação da produção de anticorpos da classe IgG reativos a extrato total de
antígenos (Ext. tot. Ag) e antígenos recombinantes de L. chagasi/L. infantum (Lc9 e Lc13)
em cães injetados com 1 mg de saponina em salina (), 200 µg de Lc9, 200 µg de Lc13 e 1
mg de saponina em salina () ou 200 µg de Lc9, 200 µg de Lc13, 1 mg de saponina em
salina e 800 µg de plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12 (), conforme descrito em Materiais e
Métodos. A avaliação de anticorpos específicos foi realizada por ELISA, antes (dia -145),
depois da segunda dose (dia 35) e depois da terceira dose (dia 56) de imunização. Placas de
microtitulação de 96 poços sensibilizadas com 100 µL de extrato total de antígenos de L.
chagasi/L. infantum a 10 µg/mL, de Lc9 a 4 µg/mL ou de Lc13 a 5 µg/mL foram usadas para
testar amostras de soro, em duplicata, na diluição de 1:400. Os anticorpos de cão foram
detectados com anticorpos produzidos em cabra, purificados por cromatografia de afinidade, e
conjugados à peroxidase, usados na diluição de 1:1000, e com substratos TMB e H
2
O
2
, em
tampão acetato/citrato. A reação enzimática foi interrompida pelo acréscimo de ácido
sulfúrico a 4 M (50 µL/poço) e, em seguida a leitura da densidade óptica (DO) foi realizada a
450 nm.
5.1.2. Avaliação da Resposta Imune Celular
5.1.2.1. Linfoproliferação
A capacidade de CMNSP de cães de proliferar quando estimuladas com extrato total
de antígenos de L. chagasi/L. infantum ou Con A foi determinada em ensaios realizados 156
dias antes, 71 dias e 233 dias depois da primeira dose de imunização, sendo que as últimas
duas coletas corresponderam a 29 dias e 21 dias após a terceira e a quarta dose de imunização,
respectivamente.
Os valores da média aritmética do índice de proliferação dos grupos de cães injetados
com: a) saponina em salina (grupo controle negativo), b) os antígenos recombinantes Lc9 e
Lc13 associados a saponina em salina, e c) os antígenos recombinantes Lc9 e Lc13 associados
a saponina em salina e plasmídeo pcDNA3.1scca-IL-12, e d) extrato total de antígenos e
depois infectados com L. chagasi/L. infantum (grupo usado como controle positivo), nos
ensaios realizados nos dias -156 (i), 71 (ii) e 233 (iii), onde a estimulação foi realizada com 20
µg/mL de extrato total de antígenos de L. chagasi/L. infantum, foram: i) 1, 2, 1, 5; ii) 8, 12, 4,
89 e iii) 4, 18, 6, 14, respectivamente (Figura 2). Já os valores correspondentes nos ensaios
onde a estimulação foi realizada com 4 µg/mL de Con A foram: (i) 19, 34, 14, 28; (ii) 303,
309, 155, 291 e (iii) 72, 102, 61, 73, respectivamente (Figura 2). Infelizmente, devido a um
problema técnico ocorrido durante o processo de purificação, só foram estudadas amostras de
CMNSP de dois cães do grupo controle negativo após a terceira dose de imunização.
Figura 2. Avaliação da resposta proliferativa de células mononucleares de sangue periférico
de cães após estimulação com extrato total de antígenos de L. chagasi/L. infantum (Ext. tot.
Ag) ou concanavalina A (Con A), de cães injetados com: (i) 1 mg de saponina em salina
(grupo controle negativo, Salina, ), (ii) 200 µg de Lc9, 200 µg de Lc13 e 1 mg de saponina
em salina (grupo Lc9/Lc13, ), (iii) 200 µg de Lc9, 200 µg de Lc13, 1 mg de saponina em
salina e 800 µg de plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12 (grupo Lc9/Lc13/pIL-12, ) ou (iv)
extrato total de antígenos e depois infectados com L. chagasi/L. infantum (grupo usado como
controle positivo, Ext. tot. Ag + Infecção, ), conforme descrito em Materiais e Métodos. A
avaliação de resposta proliferativa foi realizada antes (dia -156), depois da terceira dose (dia
71) e depois da quarta dose (dia 233) de imunização. Triplicatas de poços de placas de
microtitulação de 96 poços com 2 x 10
5
células/poço em apenas meio de cultura ou em meio
de cultura e extrato bruto de antígenos L. chagasi/L. infantum (Ext. Tot Ag) 20 µg/mL, ou
ainda, em meio de cultura e Con A a 4 µg/mL, em um volume total de 200 µL/poço, foram
incubadas por três dias (meio de cultura apenas, e meio de cultura e Con A) ou cinco dias
(meio de cultura apenas, e meio de cultura e Ext. Tot Ag), sendo que 18 horas antes da
interrupção da cultura, 1 µCi de timidina tritiada foi acrescentado em cada poço. As células
foram coletadas em fibra de vidro, e os índices de proliferação foram determinados conforme
descritos em Material e Métodos. As barras representam a média aritmética de índice de
proliferação.
5.1.2.2. Produção de Interferon Gama (IFN-γ)
A produção de IFN-γ em sobrenadante de CMNSP foi avaliada 100 dias após a
primeira dose de imunização (58 dias após a terceira dose de imunização). Para isso, 10
7
células por poço, em placas de titulação de seis poços, foram cultivadas por 48 horas na
presença de: meio de cultura apenas, de 20 µg / mL de extrato total de antígenos de L.
chagasi/L. infantum ou 10 µg / mL de Con A, e a concentração de IFN-γ foi determinada
conforme descrito em Material e Métodos.
Os valores da concentração de IFN-γ em sobrenadantes de cultura, de CMNSP
mantidas apenas em meio (i), estimuladas com extrato total de antígenos de L. chagasi/L.
infantum(ii) ou Con A (iii), em cães dos grupos injetados com: a) saponina em salina (grupo
controle negativo), b) os antígenos recombinantes Lc9 e Lc13 associados a saponina em
salina, c) os antígenos recombinantes Lc9 e Lc13 associados a saponina em salina e
pcDNA3.1-scca-IL-12, e d) extrato total de antígenos e depois infectados com L. chagasi/L.
infantum (grupo usado como controle positivo), foram: i) 219, 0, 577, 127; ii) 55, 0, 208,
8500; iii) 23000, 47000, 115533, 30000 (Figura 3). Infelizmente, devido a um problema
técnico ocorrido durante o processo de fracionamento de células, não foram estudadas
amostras de CMNSP de um cão do grupo salina, dois cães do grupo Lc9/Lc13 e um animal do
grupo controle positivo.
Figura 3. Avaliação da concentração de interferon gama (IFN-γ) em sobrenadante de células
mononucleares de sangue periférico de cães, após cultivo por 48 h apenas com meio (), com
extrato total de antígenos L. chagasi/L. infantum () ou concanavalina A (). Os animais
foram injetados com: (i) 1 mg de saponina em salina (grupo controle negativo, Salina), (ii)
200 µg de Lc9, 200 µg de Lc13 e 1 mg de saponina em salina (grupo Lc9/Lc13 ), (iii) 200 µg
de Lc9, 200 µg de Lc13, 1 mg de saponina em salina e 800 µg de plasmídeo pcDNA3.1-scca-
IL-12 (grupo Lc9/Lc13/pIL-12) ou (iv) com extrato total de antígenos e depois infectados
com L. chagasi/L. infantum (grupo usado como controle positivo, Ext. Tot. Ag + Infecção),
conforme descrito em Materiais e Métodos. A avaliação da concentração de IFN-γ foi
realizada por ELISA de captura 100 dias após a primeira dose de imunização, 58 dias depois
da terceira dose de imunização. Os símbolos representam a concentração de IFN-γ de cada
animal avaliado e as barras representam a média aritmética da concentração de IFN-γ de cada
grupo de cão relacionada a cada condição de cultura usada.
5.2. Avaliação dos Efeitos da Administração de Plasmídeo Codificando IL-12 Murina
por Eletroporação em Camundongos
Como os resultados do experimento piloto realizado com os cães, mencionado acima,
sugeriam que a imunização com as proteínas recombinantes Lc9 e Lc13 de L. chagasi/L.
infantum, associadas ou não a pcDNA3.1-scca-IL-12, promove a indução de imunidade
humoral e deixa de promover resposta imune celular, para avanço no desenvolvimento de
uma vacina, tornou-se necessária determinação de condições de uso de IL-12 capazes de
favorecer a indução de resposta imune celular do tipo Th1. Para isso, foram realizados
experimentos preliminares em camundongos, nos quais, plasmídeo codificando IL-12 murina
(pcDNA3.1-scmu-IL-12) foi administrado por eletroporação nesses animais. Resultados de
alguns desses experimentos são descritos a seguir. Em tais experimentos, camundongos da
linhagem C3H/Hej ou C57Bl/6 foram injetados duas vezes, via intramuscular, com 50 µg de
plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12, com intervalo de dois dias entre as injeções. Após cada
injeção de plasmídeo foi realizada eletroporação local. Quando corrente elétrica (usada no
processo de eletroporação) é aplicada em uma área submetida à injeção de plasmídeo
codificando uma proteína recombinante ocorre favorecimento de uma maior entrada do
plasmídeo em células locais e resulta em uma produção mais elevada da proteína, em
comparação com administração do plasmídeo sem a aplicação de corrente elétrica.
5.2.1. Avaliação da Concentração de Interferon Gama (IFN-γ) no Plasma
A concentração de IFN-γ foi determinada em amostras de plasma coletadas dez dias
após o dia da primeira injeção de plasmídeo.
A concentração de IFN-γ no plasma de cada um dos três camundongos do grupo
controle, injetados com pcDNA3.1 vazio (grupo P1-pVazio EL) no experimento piloto 1 (ver
Material e Métodos), nos animais da linhagem C3H/Hej, estava abaixo do limite de detecção
do ensaio de ELISA, que foi de 0,11 ng/mL. Por outro lado, todos os animais do grupo
propósito, injetados com plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 (grupo P1-pIL-12 EL),
apresentaram níveis detectáveis de IFN-γ, com média e desvio padrão (X ± SD) de 2,7 ± 2,3
ng/mL, respectivamente.
No experimento real realizado com camundongos C3H/Hej (ver Material e Métodos),
a concentração de IFN-γ de cinco dos seis animais do grupo E-pVazio EL estava abaixo do
limite de detecção do ensaio. O animal do grupo controle, que apresentou nível mensurável da
citocina, exibiu concentração plasmática de 0,12 ng/mL. No grupo E-pIL-12 EL, um animal
tinha valor plasmático de IFN-γ inferior ao nível mínimo de detecção. A média e o desvio
padrão (X ± SD) dos quatro animais do grupo propósito que apresentaram níveis detectáveis
de IFN-γ foi 0,51 ± 0,31 ng/mL (Figura 4). Considerando como 0,11 ng/mL o valor da
concentração de IFN-γ de cada animal cuja concentração ficou abaixo do limite de detecção
do ensaio (0,11 ng/mL), os valores de X ± SD do grupo E-pIL-12 EL foram: 0,43 ± 0,32.
Além disso, a comparação entre os valores de concentração plasmática de IFN-γ dos grupos
E-pVazio EL e E-pIL-12 EL, realizada por test “t” não pareado de Student, revelou diferença
significante (p<0,05).
No experimento piloto, no qual, camundongos da linhagem C57Bl/6 (ver Material e
Métodos) foram injetados com plasmídeo pcDNA3.1 vazio ou pcDNA3.1-scmu-IL-12, por
eletroporação, os níveis de IFN-γ plasmáticos não foram determinados.
No experimento real realizado com camundongos da linhagem C57Bl/6 (ver Material
e Métodos), os sete animais injetados com salina (grupo E-Salina EL) apresentaram
concentração plasmática de IFN-γ abaixo do limite de detecção do ensaio (0,11 ng/mL). Nos
grupos injetados com pcDNA3.1 vazio (grupo E-pVazio EL) e pcDNA3.1-scmu-IL-12 sem
eletroporação (grupo E-pIL-12), um de sete animais apresentou nível detectável da referida
citocina, sendo os valores de concentração plasmática de 0,19 e 0,15 ng/mL, respectivamente.
No grupo de camundongos injetados com pcDNA3.1-scmu-IL-12 por eletroporação (grupo E-
pIL-12 EL), um de oito animais apresentou concentração plasmática de IFN-γ abaixo do
limite de detecção do ensaio. Os valores de concentração plasmática de IFN-γ dos outros sete
animais desse grupo foram de 0,64 ± 0,81 ng/mL (Figura 4).
Considerando como 0,11 ng/mL a concentração de IFN-γ de cada animal da linhagem
C57Bl/6 cujo valor ficou abaixo do limite de detecção do ensaio, os valores da X ± SD do
grupo E-pIL-12 EL foram: 0,58 ± 0,78. A comparação entre os valores de concentração
plasmática de IFN-γ dos quatro grupos, realizada por ANOVA, não mostrou diferença
significante (p>0,05).
Figura 4. Avaliação da concentração de interferon gama (IFN-γ) em plasma de camundongos
das linhagens C3H/Hej e C57Bl/6, no experimento realizado com ambas linhagens, dez dias
após a primeira imunização. Os animais foram injetados salina (E-Salina EL), plasmídeo
pcDNA3.1 vazio (E-pVazio EL), plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 por eletroporação (E-
pIL-12 EL) ou plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 sem eletroporação (E-pIL-12), conforme
descrito em Materiais e Métodos. Os símbolos representam os valores de IFN-γ
correspondente a cada animal avaliado e as barras representam a média aritmética.
C3H/Hej C57Bl/6
5.2.2. Avaliação de Parâmetros Hematológicos
Os valores de hematócrito e a concentração de leucócitos, incluindo a de algumas de
suas subpopulações (granulócitos, linfócitos e monócitos) foram determinados em amostras
de sangue coletadas oito dias após a aplicação da primeira injeção de plasmídeo nos
camundongos. Infelizmente, não foi realizada a mensuração dos parâmetros hematológicos do
experimento piloto realizado com camundongos da linhagem C57Bl/6.
Os valores de hematócrito (porcentagem, X ± SD) encontrados nos grupos de
camundongos P1-pVazio EL e P1-pIL-12 EL, do experimento piloto realizado com animais
da linhagem C3H/Hej, foram: 40,7 ± 3,8 e 36,5 ± 2,4, respectivamente. No experimento real
realizado com animais da linhagem C3H/Hej, os grupos E-pVazio EL e E-pIL-12 EL
apresentaram os valores de hematócrito 42,9 ± 1,5 e 40,5 ± 2,6, respectivamente (Figura 5).
Infelizmente, devido ao fato de ter ocorrido coagulação em uma das amostras, não foi
realizada a mensuração de hematócrito de um dos animais do grupo E-pIL-12 EL. A
comparação estatística dos valores de hematócrito, realizada por teste “t” não pareado de
Student, não revelou diferença significante entre os grupos de camundongos.
No experimento realizado com camundongos da linhagem C57Bl/6, os grupos E-
Salina EL, E-pVazio EL, E-pIL-12 EL e E-pIL-12 revelaram as cifras de hematócrito
38,4 ± 2,7; 39,3 ± 1,2; 37,3 ± 2,6 e 39,3 ± 1,1, respectivamente (Figura 5). A comparação
estatística dos valores, realizada por ANOVA, não mostrou diferença significante entre os
grupos.
Além da mensuração de hematócrito, também foi determinada a concentração de
hemácias por mm
3
e a concentração de hemoglobina por 100 µL de sangue nos animais do
experimento piloto realizado com camundongos da linhagem C3H/Hej e do experimento real
realizado com as linhagens C3H/Hej e C57Bl/6. Os valores encontrados estavam dentro do
limite de normalidade e a comparação estatística não revelou diferença significante entre os
grupos (ver Anexo 6).
Figura 5. Determinação dos valores de hematócrito nos camundongos C3H/Hej e C57Bl/6 no
experimento realizado com ambas linhagens, oito dias após a primeira imunização. Os
animais foram injetados salina (E-Salina EL), plasmídeo pcDNA3.1 vazio (E-pVazio EL),
plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 por eletroporação (E-pIL-12 EL) ou plasmídeo
pcDNA3.1-scmu-IL-12 sem eletroporação (E-pIL-12), conforme descrito em Materiais e
Métodos. Os símbolos representam os valores do hematócrito correspondente a cada animal
avaliado e as barras representam a média aritmética.
C3H/Hej C57Bl/6
Os grupos de camundongo P1-pVazio EL e P1-pIL-12 EL, do experimento piloto
realizado com animais da linhagem C3H/Hej, apresentaram uma concentração de leucócitos e
de suas subpopulações, granulócitos, linfócitos e monócitos, de: 6.667 ± 1.747, 1.000 ± 529,
4.467 ± 611, 1.200 ± 693 e 3.750 ± 1.843, 750 ± 451, 2.250 ± 968, 750 ± 436 células por
milímetro cúbico de sangue (X ± SD), respectivamente. Já os grupos de camundongo, E-
pVazio EL e E-pIL-12 EL, do experimento real realizado com animais da linhagem C3H/Hej
exibiram as seguintes concentrações de leucócitos, granulócitos, linfócitos e monócitos:
6.700 ± 1.010, 1.300 ± 374, 4.533 ± 1.136, 867 ± 207 e 5.050 ± 790, 1.300 ± 476,
3.250 ± 719, 750 ± 191, respectivamente (Figura 6). Devido ao problema técnico, já
mencionado, não foi analisada a amostra de sangue de um dos animais do grupo E-pIL-12 EL.
Os grupos de camundongo E-Salina EL, E-pVazio EL, E-pIL-12 EL e E-pIL-12 do
experimento real realizado com animais da linhagem C57Bl/6 revelaram as seguintes
concentrações de leucócitos, granulócitos, linfócitos e monócitos: 7.343 ± 1.868, 857 ± 223,
6.029 ± 1.659, 457 ± 151; 5.514 ± 1.483, 743 ± 378, 4.343 ± 1.345, 429 ± 138; 6.125 ± 1.305,
1.275 ± 260, 4.275 ± 1.291, 575 ± 167 e 7.371 ± 2.183, 943 ± 486, 5.857 ± 1.590, 571 ± 214,
respectivamente (Figura 6).
A comparação estatística entre os valores da concentração de leucócitos e de suas
subpopulações entre os dois grupos de camundongos da linhagem C3H/Hej ou entre os quatro
grupos de camundongos da linhagem C57Bl/6, usando-se teste “t” não pareado de Student e
ANOVA, respectivamente, não revelou diferença significante.
C3H/Hej C57Bl/6
Figura 6. Determinação da concentração de leucócitos e suas subpopulações: granulócitos,
linfócitos e monócitos. O hemograma foi realizado oito dias após a primeira injeção, nos
camundongos das linhagens C3H/Hej e C57Bl/6. Os animais foram injetados salina (E-Salina
EL), plasmídeo pcDNA3.1 vazio (E-pVazio EL), plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 por
eletroporação (E-pIL-12 EL) ou plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 sem eletroporação (E-
pIL-12), conforme descrito em Materiais e Métodos. Os símbolos representam os valores de
cada parâmetro correspondente a cada animal avaliado e as barras representam a média
aritmética.
5.2.3. Avaliação do Peso Corporal e do Peso de Alguns Órgãos (Fígado, Baço e
Linfonodos)
O peso corporal de cada um dos camundongos foi registrado durante o período de um
dia antes até 10 dias depois da primeira injeção de plasmídeo. A comparação estatística do
peso corporal entre os grupos de animais foi realizada usando-se medidas obtidas 10 dias
depois da primeira injeção de plasmídeo.
Os valores do peso corporal (X ± SD) dos grupos P1-pVazio1 EL e P1-pIL-12 EL do
experimento piloto realizado com animais da linhagem C3H/Hej foram: 22,4 ± 2,5 g e
21,9 ± 2,2 g, respectivamente. No experimento real realizado com camundongos da linhagem
C3H/Hej, os grupos E-pVazio EL e E-pIL-12 EL apresentaram as seguintes medidas do peso
corporal: 22,3 ± 2,3 g e 22,9 ± 3,4 g, respectivamente (Figura 7). A comparação estatística
dos valores do peso corporal dos dois grupos de animais, usando-se teste “t” não pareado de
Student, não revelou diferença significante.
Os valores das medidas do peso corporal dos grupos de camundongos P2-pVazio EL e
P2-pIL-12 EL do experimento piloto realizado com animais da linhagem C57Bl/6 foram
26,2 ± 0,9 g e 28,7 ± 2,1 g, respectivamente. No experimento real também realizado com
camundongos da linhagem C57Bl/6, os grupos injetados com E-Salina EL, E-pVazio EL, E-
pIL-12 EL ou E-pIL-12 exibiram como valores das medidas do peso corporal 27,7 ± 1,5;
26,6 ± 2,6; 26,5 ± 2,2 e 27,7 ± 1,6, respectivamente (Figura 7). A comparação estatística dos
valores das medidas do peso corporal dos quatro grupos de animais, realizada por ANOVA,
não mostrou diferença significante.
Figura 7. Determinação do peso corporal dos camundongos das linhagens C3H/Hej e
C57Bl/6 durante os dez dias do experimento propriamente dito. A determinação do peso foi
realizada diariamente, no mesmo horário, em uma única balança, seguindo a mesma
seqüência de pesagem. Os animais foram injetados com salina (E-Salina EL), plasmídeo
pcDNA3.1 vazio (E-pVazio EL), plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 por eletroporação (E-
pIL-12 EL) ou plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 sem eletroporação (E-pIL-12), conforme
descrito em Materiais e Métodos. Os pontos representam a média de cada grupo experimental,
e as barras representam o desvio padrão.
C3H/Hej C57Bl/6
Os valores do peso do fígado (X ± SD) dos grupos de camundongo E-pVazio EL e E-
pIL-12 EL do experimento real realizado com animais da linhagem C3H/Hej foram
1.197 ± 177 e 1.311 ±156 mg, respectivamente (Figura 8). Análise estatística, realizada por
teste “t” não pareado de Student, não revelou diferença significante entre os grupos.
No experimento piloto realizado com animais da linhagem C57Bl/6, os grupos P2-
pVazio EL e P2-pIL-12 EL apresentaram os seguintes valores do peso do fígado:
1.484 ± 58 mg e 2.279 ± 343 mg, respectivamente. Já no experimento real realizado com
camundongos da C57Bl/6, os valores do peso do fígado exibidos pelos grupos E-Salina EL,
E-pVazio EL, E-pIL-12 EL e E-pIL-12 foram de: 1.642 ± 150 mg, 1.474 ± 150 mg,
1.775 ± 177 mg e 1.613 ± 150 mg, respectivamente (Figura 8). A comparação estatística dos
valores do peso do fígado entre esses grupos foi realizada por ANOVA e pós-teste de
Dunnett, que compara os valores do grupo E-Salina EL com os de cada um dos três outros
grupos. Embora a média do peso do fígado do grupo E-pIL-12 EL tenha sido a maior dentre
os grupos e ANOVA tenha mostrado diferença estatisticamente significante, o pós-teste não
revelou diferença significante entre qualquer dos três grupos e o grupo E-Salina EL.
Os valores do peso do baço (X ± SD) obtidos nos grupos de camundongo P1-pVazio
EL e P1-pIL-12 EL do experimento piloto realizado com animais da linhagem C3H/Hej foram
de: 154 ± 28 mg e 470 ± 169 mg, respectivamente. Enquanto que, no experimento real
realizado com animais da linhagem C3H/Hej, os valores do peso do baço obtidos nos grupos
E-pVazio EL e E-pIL-12 EL foram de 113 ± 9 mg e 222 ± 85 mg, respectivamente (Figura 8).
A comparação estatística entre esses grupos, realizada por teste “t” não pareado de Student,
mostrou diferença significante (p<0,01).
No experimento piloto realizado com animais da linhagem C57Bl/6, os grupos P2-
pVazio EL e P2-pIL-12 EL revelaram valores do peso do baço (X ± SD) de: 102 ± 21 e
301 ± 112 mg, respectivamente. os valores encontrados do peso do baço (X ± SD), no
experimento real realizado com camundongos da C57Bl/6, dos grupos E-Salina EL, E-pVazio
EL, E-pIL-12 EL e E-pIL-12 foram de: 85 ±24 mg, 89 ±24 mg, 167 ±77 mg e 78 ± 10 mg,
respectivamente (Figura 8). A comparação estatística, realizada por ANOVA, mostrou
diferença significante entre os quatro grupos (p<0,01) e o pós-teste de Dunnett revelou que o
grupo E-pIL-12 EL era o único grupo que diferia significativamente do grupo E-Salina EL
(p<0,01).
Os valores do peso do linfonodo poplíteo (X ± SD) observados nos camundongos do
experimento piloto realizado com animais da linhagem C3H/Hej, grupos P1-pVazio EL e P1-
pIL-12 EL, foram de: 4,7 ± 1,2 mg e 4,9 ± 1,6 mg, respectivamente, enquanto que os valores
para o mesmo parâmetro, nos grupos correspondentes do experimento real, também realizado
com animais dessa linhagem, foram de: 1,3 ± 0,3 mg e 2,2 ± 1.3 mg, respectivamente (Figura
8). A comparação estatística, realizada por teste “t” não pareado de Student, não mostrou
diferença significante entre os grupos do experimento.
Nos grupos P2-pVazio EL ou P2-pIL-12 EL do experimento piloto realizado com
animais da linhagem C57Bl/6, os valores do peso do linfonodo poplíteo (X ± SD) achados
foram de: 0,4 ± 0,2 mg e 2,0 ± 0,1 mg, respectivamente. No experimento real também
realizado com animais dessa linhagem, os valores do peso do linfonodo poplíteo (X ± SD)
encontrados nos grupos E-Salina EL, E-pVazio EL, E-pIL-12 EL e E-pIL-12 foram de:
0,8 ± 0,2 mg, 0,7 ± 0,3 mg, 2,7 ± 1,3 mg e 0,7 ± 0,1 mg, respectivamente (Figura 8). A
comparação estatística, realizada por ANOVA, mostrou diferença significante (p<0,01). O
pós-teste de Dunnett mostrou que somente o grupo E-pIL-12 EL diferia significativamente do
grupo E-Salina EL (p<0,01).
No experimento piloto, realizado com os animais da linhagem C3H/Hej, não foi
realizada a mensuração do peso do linfonodo inguinal. No experimento real com C3H/Hej, os
grupos E-pVazio EL e E-pIL-12 EL apresentaram os seguintes valores do peso do linfonodo
inguinal (X ± SD): 3,5 ± 0,9 mg; 9,8 ± 5,6 mg, respectivamente (Figura 8). A comparação
estatística, realizada por teste “t” não pareado de Student, mostrou diferença significante
(p<0,05).
No experimento piloto, realizado com animais da linhagem C57Bl/6, os grupos P2-
pVazio EL e P2-pIL-12 EL exibiram os valores do peso do linfonodo inguinal (X ± SD):
4,6 ± 1,0 mg e 12,1 ± 8,0 mg, respectivamente. No experimento real, também realizado com
camundongos da mesma linhagem, os valores do peso dos linfonodos inguinal (X ± SD) dos
grupos E-Salina EL, E-pVazio EL, E-pIL-12 EL e E-pIL-12 foram 2,6 ± 0,6 mg,
2,8 ± 1,1 mg, 7,8 ± 2,6 mg e 2,8 ± 0,8 mg, respectivamente (Figura 8). A comparação
estatística, realizada por ANOVA, mostrou diferença significante (p<0,01). O pós-teste de
Dunnett mostrou que apenas o grupo E-pIL-12 EL diferia significativamente do grupo E-
Salina EL (p<0,01).
C3H/Hej C57Bl/6
Figura 8. Determinação do peso do fígado (g), baço e linfonodos poplíteo e inguinal (mg) dos
camundongos das linhagens C3H/Hej e C57Bl/6 obtidos no dia do sacrifício, dez dias após a
primeira injeção. Os animais foram injetados com salina (E-Salina EL), plasmídeo
pcDNA3.1 vazio (E-pVazio EL), plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 por eletroporação (E-
pIL-12 EL) ou plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 sem eletroporação (E-pIL-12), conforme
descrito em Materiais e Métodos. Os símbolos representam os valores de cada parâmetro
correspondente a cada animal avaliado e as barras representam a média aritmética.
5.2.4. Avaliação Histológica do Baço
A coleta de fragmentos de tecido esplênico para a avaliação histológica foi realizada
10 dias após a primeira injeção de plasmídeo, no momento do sacrifício dos animais.
Infelizmente, devido a problemas técnicos ocorridos no processamento histológico, somente
puderam ser analisadas secções de baço dos camundongos do experimento piloto realizado
com animais da linhagem C3H/Hej.
As secções de baço dos camundongos do grupo P1-pVazio EL apresentavam aspectos
histológicos normais (Figuras 9, 10 e 11). A medida (X ± SD) da área total do baço, polpa
branca e polpa vermelha dos animais do grupo P1-pVazio EL foi 5,4 ± 0,57; 1,0 ± 0,04 e 4,4
± 0,52 µm
2
, respectivamente. A polpa branca apresentava morfologia normal constituída por
tecido linfático denso, com números linfócitos na bainha periarteriolar linfática e, nos nódulos
linfáticos, praticamente não existiam centros germinativos. A polpa vermelha também exibia
aspectos microscópicos normais, com presença de sinusóides e uma malha reticular contendo
células reticulares, macrófagos, poucos megacariócitos. A contagem das células apoptóticas
(X ± SD), por mm
2
, na área de polpa vermelha revelou a presença de 4 ± 1 figuras de
apoptose.
Nos animais do grupo P1-pIL-12 EL foram observadas algumas alterações
histológicas (Figuras 9, 10 e 11). A medida (X ± SD) da área total do baço, polpa branca e
polpa vermelha dos animais do grupo P1-pIL-12 EL foi 13,0 ± 3,86; 1,0 ± 0,33 e 12,0 ± 4,02
µm
2
, respectivamente, demonstrando uma esplenomegalia por expansão da polpa vermelha. A
área de polpa branca apresentava aspectos histológicos normais, idênticos aos animais do
grupo controle. As alterações observadas na polpa vermelha dos animais do grupo P1-pIL-12
EL foram um intenso pleomorfismo celular com aumento no número de macrófagos
vacuolados, megacariócitos e precursores hematopoiéticos neste compartimento esplênico. A
contagem das células apoptóticas (X ± SD), por mm
2
, na área de polpa vermelha dos animais
deste grupo revelou a presença de 16 ± 3 figuras de apoptose.
P1-pVazio EL P1-pIL-12 EL
Figura 9. Área total representativa de secções do baço dos camundongos C3H/Hej do
experimento piloto injetados com plasmídeo pcDNA3.1 vazio (P1-pVazio EL) ou
plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 por eletroporação (P1-pIL-12 EL), conforme descrito
em Material e Métodos. Verifica-se uma notável esplenomegalia, decorrente à expansão da
polpa vermelha, e a perda de delimitação da polpa branca no grupo P1-pIL-12 EL quando
comparado ao controle P1-pVazio EL.
400 X
400 X
100 X 100 X
P1-pVazio EL P1-pIL-12 EL
Figura 10. Secções do baço dos camundongos C3H/Hej do experimento
piloto injetados com plasmídeo pcDNA3.1 vazio (P1-pVazio EL; A e C) ou
pcDNA3.1-scmu-IL-12 (P1-pIL-12 EL; B e D), por eletroporação, conforme
descrito em Material e Métodos. Aspectos histológicos normais (A e C)
podem ser visualizados nos animais do grupo P1-pVazio EL. Na polpa
vermelha dos animais do grupo P1-pIL-12 EL é observada, em diferentes
aumentos (100X e 400X), a presença de áreas descoradas, brancas, por vezes
com pequenos corpúsculos fortemente basófilos ou acidófilos, relacionados à
presença de figuras apoptóticas e de macrófagos vacuolares (B e D). Um
aumento no número de megacariócitos também pode ser observado (D).
Coloração hematoxilina-eosina. Aumento 100 (A e B) e 400X (C e D).
A B
C D
Figura 11. Secções da polpa vermelha do baço dos camundongos C3H/Hej do
experimento piloto injetados com plasmídeo pcDNA3.1 vazio (P1-pVazio EL;
A) ou pcDNA3.1-scmu-IL-12 (P1-pIL-12 EL; B), por eletroporação, conforme
descrito em Material e Métodos. Em A pode ser visualizado o aspecto histológico
normal presente nos animais do grupo P1-pVazio EL. Em B, aumento no número
de megacariócitos e grande número de áreas claras e descoradas são observados
nos animais do grupo P1-pIL-12 EL. Coloração hematoxilina-eosina. Aumento
200X.
A
B
200 X
200 X
5.2.5. Avaliação da Resposta Proliferativa de Esplenócitos após Estimulação com
Concanavalina A
O ensaio de linfoproliferação foi realizado com esplenócitos coletados 10 dias após o
dia da primeira injeção de plasmídeo. Para a realização do ensaio, esplenócitos foram
cultivados em meio de cultura ou meio de cultura contendo Con A a 20 µg/mL em placas de
microtitulação de 96 poços. Após três dias de cultivo, timidina radiativa foi adicionada aos
poços da placa de microtitulação e cerca de 18 horas depois a cultura foi interrompida, as
células foram coletadas e a radiatividade celular foi determinada. Infelizmente, esse ensaio
não foi realizado no experimento piloto com a linhagem C3H/Hej.
No experimento real realizado com camundongos da linhagem C3H/Hej, os valores de
índices de proliferação (valor de incorporação de timidina radiativa em cpm de células
cultivadas na presença de Con A dividido pelo valor obtido quando as células foram
cultivadas somente com meio de cultura, X ± SD) dos grupos E-pVazio EL e E-pIL-12 EL
foram de: 41 ± 11 e 101 ± 15, respectivamente (Figura 11). A comparação estatística entre os
valores de índice de proliferação, usando-se teste “t” não pareado de Student, revelou
diferença significante (p<0,01).
No experimento piloto realizado com animais da linhagem C57Bl/6, os valores de
índice de proliferação (X ± SD) dos grupos P2-pVazio EL e P2-pIL-12 EL foram de: 56 ± 26
e 83 ± 72, respectivamente. No experimento real realizado com C57Bl/6, os grupos E-Salina
EL, E-pVazio EL, E-pIL-12 EL e E-pIL-12, revelaram os seguintes índices de proliferação:
31 ± 18; 63 ± 51; 23 ± 12 e 21 ± 11, respectivamente (Figura 11). A comparação estatística,
realizada por ANOVA, mostrou diferença significante entre os grupos (p<0,05), no entanto, o
pós-teste de Dunnett não revelou diferença significante entre o grupo E-Salina EL e cada um
dos três outros grupos.
Figura 11. Avaliação da resposta proliferativa dos esplenócitos dos camundongos das
linhagens C3H/Hej e C57Bl/6 após estimulação in vitro com mitógeno concanavalina A. Os
animais foram administrados com salina (E-Salina EL), plasmídeo pcDNA3.1 vazio (E-
pVazio EL), plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 por eletroporação (E-pIL-12 EL) ou
plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12 sem eletroporação (E-pIL-12), conforme descrito em
Materiais e Métodos. A avaliação da resposta proliferativa foi realizada 10 dias após a
primeira administração. Triplicatas de poços de placas de microtitulação receberam 3 x 10
5
células/poço em meio de cultura com o mitógeno concanavalina A a 4 µg/mL, em um volume
total de 200 µL/poço, e foram incubadas por 3 dias, sendo que 18 horas antes da interrupção
da cultura, 1 µCi de timidina tritiada foi acrescentado em cada poço. As células foram
coletadas em fibra de vidro, emissão de irradiação beta foi determinada e índices de
proliferação foram determinados, conforme descrito em Material e Métodos. Os símbolos
representam os valores de índice de proliferação correspondente a cada animal avaliado, e as
barras representam a média aritmética.
C3H/Hej C57Bl/6
6. DISCUSSÃO
Visando contribuir para o desenvolvimento de uma vacina contra leishmaniose
visceral canina, no presente trabalho foi realizado um experimento piloto no qual sete cães
foram imunizados com dois antígenos recombinantes de L. chagasi/L. infantum, Lc9 e Lc13,
em combinação com saponina, sendo que três desses animais foram também injetados com
plasmídeo codificando cadeia única de IL-12 canina (pcDNA3.1-scca-IL-12, Santos et al.
2004). Como grupo controle negativo e positivo, foram usados três cães injetados com salina,
em associação com saponina, e quatro cães injetados com extrato bruto de antígenos, e depois
infectados com L. chagasi/L. infantum, respectivamente. A avaliação realizada sugere que os
cães imunizados com os antígenos recombinantes desenvolveram resposta imune humoral
específica, detectada pela presença de anticorpos reativos com cada um dos antígenos
recombinantes utilizados e com o extrato bruto de antígenos de L. chagasi/L. infantum no
soro, no entanto esses animais não apresentaram resposta imune celular específica, avaliada
através de ensaio de linfoproliferação e produção de interferon gama, após estimulação com
extrato bruto de antígenos de L. chagasi/L. infantum in vitro.
Como IL-12 é considerada uma citocina capaz de induzir resposta imune celular do
tipo T
H
1 (Manetti et al. 1994, Afonso et al. 1994, Mongneau et al. 1995, Bliss et al. 1996,
Watanable et al. 1999), mesmo quando produzida in vivo após administração de plasmídeo
contendo seu cDNA (Yamakami et al. 2001), e os cães imunizados com antígenos
recombinantes Lc9 e Lc13, em associação com plasmídeo codificando IL-12 canina, não
desenvolveram resposta imune celular, seria interessante a determinação das condições
apropriadas para a utilização de plasmídeo codificando IL-12 como componente de uma
vacina (com capacidade de promover resposta imune celular sem causar, ou causando
minimamente, efeitos tóxicos). Em experimentos iniciais em camundongos, aqui descritos,
foram avaliadas condições presumivelmente capazes de ocasionar efeitos intensos e, até
mesmo, efeitos tóxicos para a partir daí, no futuro, serem avaliadas condições mais adequadas
ao objetivo proposto.
Uma vez que IL-12 induz efeitos biológicos mais intensos em certas linhagens de
camundongos (Leonard et al. 1997, Car et al. 1999), incluindo C3H/Hej e C57Bl/6, essas
linhagens foram escolhidas para serem utilizadas no presente trabalho. Os camundongos
C3H/Hej e C57Bl/6 injetados com pcDNA3.1-scmu-IL-12 por eletroporação apresentaram, no
presente estudo, esplenomegalia, aumento do linfonodo inguinal e aumento na concentração
plasmática de IFN-γ medida 10 dias após a primeira injeção. Histologicamente, os
camundongos da linhagem C3H/Hej apresentaram expansão da polpa vermelha esplênica,
intenso pleomorfismo celular, aumento do número megacariócitos e de macrófagos
vacuolares, bem como um grande número de figuras apoptóticas. Adicionalmente,
camundongos C3H/Hej exibiram à resposta proliferativa dos esplenócitos mais intensa frente
ao mitógeno concanavalina A (Con A). Camundongos da linhagem C57Bl/6 revelaram
esplenomegalia, aumento do linfonodo inguinal e aumento no tamanho do linfonodo poplíteo
do mesmo lado no qual foi realizada a injeção do plasmídeo pcDNA3.1-scmu-IL-12.
Nos últimos anos, diversas moléculas candidatas a componentes de uma vacina contra
leishmaniose visceral canina têm sido testadas em camundongos e/ou no cão. Alguns autores
relataram a indução de resposta imune humoral após a imunização de cães com uma fração
protéica de Leishmania chagasi / L. infantum de denominada LiF2 (de 67 a 94 kDa) associada
ao adjuvante muramil-dipeptídeo, que não ocasionou proteção contra a infecção natural
(Ogunkolade et al. 1988). Outros autores descreveram formulações vacinais que induziram
resposta imune celular que, em menor ou maior grau, foram capazes de promover proteção
contra a infecção experimental ou natural no cão (Lasri et al. 1999, Da Silva et al. 2001,
Borja-Cabrera et al. 2002, Santos et al. 2002, Ramiro et al. 2003, Lemesre et al. 2005,
Saldarriaga et al. 2005). Considerando esses dados, embora no presente trabalho não tenha
sido realizado o desafio através da infecção por Leishmania, provavelmente, os cães
imunizados com Lc9 e Lc13 associados ou não ao plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12 não
desenvolveram resposta imune protetora contra leishmaniose visceral.
Apesar de a resposta imune humoral ser apontada como de pequena importância na
proteção de infecção por Leishmania, a avaliação da produção de anticorpos específicos, após
a imunização, pode ter a utilidade ao indicar se os diversos candidatos a componentes a uma
vacina são imunogênicos ou não (Sjolander et al. 1998).
Previamente, alguns autores mostraram que a citocina IL-12, quando usada em
combinação com antígenos, pode favorecer o desenvolvimento de resposta imune celular
específica com o perfil T
H
1 (Manetti et al. 1993, Afonso et al. 1994, Scott & Trinchieri 1997,
Gonzalo et al. 2001). Além disso, a administração de DNA plasmideal codificando IL-12
também pode promover polarização da resposta imune para um fenótipo T
H
1 a antígenos
concomitantemente injetados (Zimmermann et al. 1998, Kurata et al. 2004). Dessa maneira,
no presente trabalho, o fato da injeção de pcDNA3.1-scca-IL-12 não promover resposta
imune celular contra Lc9 e Lc13 foi inesperada. Contudo, a ausência de indução de resposta
imune celular específica poderia ser explicada pela administração excessiva de DNA
plasmideal codificando IL-12 (800 µg / dose), que promoveria uma superexpressão local de
citocinas com atividade inibitória, como por exemplo IL-10, capazes de suprimir a produção
de IL-12 e IFN-γ (Tripp et al. 1993, Morris et al. 1994). Por outro lado, a injeção excessiva
pcDNA3.1-scca-IL-12 associada a Lc9 e Lc13 poderia acarretar uma produção elevada de
IFN-γ, indução de atividade da óxido-nitro-sintetase 2 (iNOS) e geração óxido nítrico, o qual
prejudicaria a proliferação dos linfócitos T (Koblish et al. 1998, Lasarte et al. 1999, Gherardi
et al. 2000).
Como a administração do plasmídeo codificando IL-12 foi realizada sem o auxílio de
instrumentos como, por exemplo, aparelho de ultrassonografia, para guiar a aplicação de
pcDNA3.1-scca-IL-12 dentro do linfonodo poplíteo, uma outra possibilidade para explicar a
não indução de resposta imune celular específica nos cães injetados com
pcDNA3.1-scca-IL-12 em associação com os antígenos recombinantes seria o insucesso total
ou parcial da introdução plasmídeo no local desejado.
Pelas razões apontadas acima, seria interessante avaliarem-se variações do protocolo
de imunização aqui descrito, incluindo o uso de doses menores e/ou maiores bem como
diferentes vias de administração do plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12.
No presente trabalho, nos experimentos realizados em camundongos, foram
observadas esplenomegalia e linfadenomegalia inguinal em ambas as linhagens murinas
utilizadas (CH3/Hej e C57Bl/6), após administrações de pcDNA3.1-scmu-IL-12 por
eletroporação. Além da linfadenopatia inguinal, linfadenopatia poplítea foi observada apenas
na linhagem C57Bl/6. Vários autores relataram o aparecimento de esplenomegalia e
linfadenopatia em camundongos, após administração de IL-12 recombinante ou plasmídeo
codificando IL-12 (Gately et al. 1994, Eng et al. 1995, Tare et al. 1995, Jackson et al. 1995,
Leonard et al. 1997, Yahata et al. 1998, Shi et al. 2002), sendo aparentemente reversíveis uma
vez de cessados os estímulos de IL-12 (Tare et al. 1995, Shi et al. 2002).
O desenvolvimento de esplenomegalia nos camundongos injetados com pcDNA3.1-
scmu-IL-12, provavelmente, decorre da expansão da polpa vermelha, e a análise histológica
realizada em camundongos C3H/Hej revelou aumento das áreas desse compartimento
esplênico. Outros autores, ao estudarem camundongos injetados com IL-12, também
observaram esplenomegalia associada com aumento de hematopoiese extramedular,
envolvendo as linhagens eritróide, mielóide e megacariocítica (Gately et al. 1994, Tare et al.
1995). Além disso, esses autores também observaram, através de avaliação por citometria de
fluxo, um aumento de células NK em camundongos C57Bl/6. Outros autores também
descreveram aumento da celularidade, presença de infiltrado de células NK e macrófagos,
bem como hematopoiese (Eng et al. 1995, Leonard et al. 1997).
Uma possível explicação para o aumento da celularidade e dos precursores
hematopoiéticos no baço seria à mobilização de células progenitores da medula óssea (Eng et
al. 1995, Tare et al. 1995, Jackson et al. 1995). Diferenças de efeitos causados por IFN-γ em
órgãos distintos poderiam explicar a hematopoiese extramedular no baço e hipoplasia na
medula óssea. Tare e colaboradores (1995) observaram que camundongos tratados com IL-12
exibem produção de IFN-γ in vitro por esplenócitos, mas não por células da medula óssea.
IFN-γ produzido por esplenócitos poderia promover mobilização de células da medula em
direção ao baço, com regulação positiva de moléculas de adesão (Jackson et al. 1995, Yahata
et al. 1998). Essa hipótese encontra apoio em experimentos realizados por Eng e
colaboradores (1995), utilizando camundongos deficientes para o receptor de IFN-γ (IFN-γ
-/-
).
Após tratamento com IL-12, esses animais continuam apresentando medula óssea normal.
A presença de figuras apoptóticas observadas nas secções esplênicas dos C3H/Hej
injetados com pcDNA3.1-scmu-IL-12, possivelmente, decorre da ação de IL-12 e/ou IFN-γ.
Kano e colaboradores (1999) relataram indução de apoptose em cultura de hepatócitos pela
ação de IFN-γ, enquanto Zhou e colaboradores (2005) demonstraram que IL-12 regula
positivamente a expressão de Fas em células tumorais, aumentando a sensibilidade celular à
apoptose.
No presente estudo, foi observada linfadenomegalia em camundongos C3H/Hej e
C57Bl/6 injetados com pcDNA3.1-scmu-IL-12. Yahata e colaboradores (1998) também
relataram linfadenopatia com acúmulo de células NK, CTL e células CD4+ e CD8+
produtoras de IFN-γ no linfonodo após administração de altas doses de IL-12 murina
recombinante. Sarmiento e colaboradores (1994) encontraram aumento generalizado dos
linfonodos em macacos injetados com variadas doses de IL-12 humana recombinante, por 14
dias consecutivos.
Aumento na concentração de IFN-γ em amostras plasmáticas obtidas 10 dias após a
primeira aplicação de pcDNA3.1-scmu-IL-12 foi encontrado nos animais C3H/Hej e C57Bl/6
utilizados neste trabalho era esperado. Previamente, outros autores relataram aumento da
concentração sérica de IFN-γ após a administração de IL-12 ou cDNA codificando IL-12
(Manetti et al. 1994, Gately et al. 1994, Lasarte et al. 1999, Watanable et al. 1999).
Koblish e colaboradores (1998) demonstraram que a IL-12 murina recombinante
suprime drasticamente a resposta imune celular em C57Bl/6. Eles demonstraram que altas
doses de IL-12 murina recombinante estimulava a produção de altos níveis de IFN-γ, o qual
ativava macrófagos e induzia a atividade da iNOS, gerando óxido nítrico, que inibe a
proliferação de linfócitos T frente a estimulação com Con A. No presente trabalho, notou-se
aumento no índice de proliferação em animais da linhagem C3H/Hej, mas não da linhagem
C57Bl/6, injetados com pcDNA3.1-scmu-IL-12, após estimulação de esplenócitos in vitro
com Con A. Os níveis plasmáticos de IFN-γ encontrados foram similares nos camundongos
C3H/Hej e C57Bl/6, contudo, como não foi realizada avaliação da cinética da produção de
IFN-γ, não se pode afastar a possibilidade que logo após a injeção do plasmídeo pcDNA3.1-
scmu-IL-12 níveis mais elevados de IFN-γ estavam presentes em camundongos C57Bl/6
Os resultados descritos no presente trabalho demonstram o caráter imunogênico das
duas proteínas recombinantes de L. chagasi/L. infantum, Lc9 e Lc13, para a espécie canina. A
ausência de resposta imune celular ao extrato bruto de L. chagasi/L. infantum sugere a
necessidade de otimização do uso da citocina IL-12, na forma de plasmídeo, para o
estabelecimento de resposta imune celular específica e predominantemente do perfil Th1, com
o mínimo de reações adversas.
A administração de pcDNA3.1-scmu-IL-12 em linhagens murinas sensíveis à ação de
IL-12 demonstrou, no presente trabalho, a necessidade de cautela no uso desta citocina devido
aos efeitos tóxicos observados. Uma alternativa para minimizar os efeitos adversos é o uso de
uma pré-dose de IL-12, sete dias antes do tratamento diário, a qual foi relatada por Leonard e
colaboradores (1997) como capaz de diminuir a severidade das lesões tóxicas, a concentração
de IFN-γ no soro e a produção de IFN-γ por células do linfonodo após estimulação in vitro
com IL-12.
7. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados observados no presente estudo, podemos concluir que:
1. As proteínas recombinantes Lc9 e Lc13 da forma amastigota de Leishmania
chagasi/L. infantum estimulam a resposta imune humoral do cão, portanto são
imunogênicas para a espécie canina;
2. A imunização de cães com Lc9 e Lc13, nas condições utilizadas, não induziu resposta
imune celular;
3. A administração de plasmídeo codificando IL-12 canina em associação a Lc9 e Lc13
no cão, nas condições utilizadas, não modificou a resposta imune induzida;
4. A administração de IL-12 murina na forma de plasmídeo, por eletroporação, induz
efeitos sistêmicos nas linhagens C3H/Hej e C57Bl/6 (aumento no tamanho do baço e
de linfonodos e bem como aumento na concentração plasmática de IFN-γ);
5. A administração de IL-12 murina na forma de plasmídeo, por eletroporação, induz
alterações histológicas esplênicas nos animais da linhagem C3H/Hej, representadas
pela hiperplasia da polpa vermelha, aumento do número de megacariócitos,
macrófagos vacuolados e corpos apoptóticos;
6. A administração de IL-12 murina na forma de plasmídeo, por eletroporação, promove
aumento da capacidade proliferativa dos esplenócitos de animais da linhagem
C3H/Hej após estimulação in vitro com concanavalina A.
8. PERSPECTIVAS FUTURAS
1. Avaliar a imunogenicidade dos antígenos recombinantes de L. chagasi/L. infantum,
Lc9 e Lc13, administrados na forma de plasmídeo na espécie canina;
2. Avaliar a imunogenicidade de outros antígenos recombinantes de L. chagasi/L.
infantum, que já estão sendo purificados em nosso laboratório, administrados na forma
de proteína ou plasmídeo, nas espécies murina e canina;
3. Utilizar outras citocinas do perfil T
H
1, na forma de plasmídeo, isoladas ou associadas,
na tentativa de indução de resposta imune celular T
H
1 a antígenos recombinantes co-
administrados de L. chagasi/L. infantum, nas espécies murina e canina.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anexo 1. Purificação das proteínas recombinantes de L. chagasi/L. infantum, Lc9 e Lc13,
através de SDS-PAGE. Para a análise de Lc9 e Lc13 foram elaborados géis de separação de
poliacrilamida a 10 e 8,5%, respectivamente, e sistema de tampão com gradiente descontínuo
(Laemmli 1970). Após a corrida eletroforética, o gel foi corado por azul de Coomassie. Raias:
1 e 5 - marcadores de peso molecular; 2, 3 e 4 - Lc9 (39 kDa); 6, 7 e 8 – Lc13 (66 kDa).
Lc9
Lc13
kDa
50
20
kDa
50
20
1 2 3 4
5 6 7 8
Anexo 2. Densidades ópticas obtidas no ELISA para avaliação de anticorpos IgG reativos a
extrato total e antígenos recombinantes de Leishmania chagasi/L. infantum (Lc9 e Lc13) em
cães injetados com 1 mg de saponina em salina (Salina); 200 µg de Lc9, 200 µg de Lc13 e 1
mg de saponina em salina (Lc9/Lc13); 200 µg de Lc9, 200 µg de Lc13 e 1 mg de saponina
em salina e 800 µg de plasmídeo pcDNA3.1-scca-IL-12 (Lc9/Lc13/pIL-12), e os controles
positivos e negativos (ver Material e Métodos), antes e após a segunda e terceira imunizações.
Antes da imunização Após 2ª imunização Após a 3ª imunização
Grupos
Animais
Ag Lc9 Lc13 Ag Lc9 Lc13 Ag Lc9 Lc13
Salina
S1 0,320 0,782 0,863 0,470 0,966 0,773 0,411 0,265 0,457
S2 0,288 0,255 0,340 0,279 0,455 0,511 0,708 0,209 0,451
S3 0,141 1,415 0,793 0,720 1,868 0,744 0,791 0,540 0,476
Lc9/Lc13
A1 0,331 0,474 0,638 2,633 2,804 2,016 2,702 1,587 1,568
A2 0,206 0,582 0,504 2,504 2,797 1,730 2,605 1,397 1,444
A3 0,304 0,311 0,315 2,578 2,806 1,846 2,699 1,552 1,475
A4 0,331 0,325 0,609 2,418 2,815 1,934 2,634 1,564 1,592
Lc9/Lc13/
pIL-12
P1 0,215 0,720 1,350 2,454 2,604 1,831 2,333 1,530 1,606
P2 0,564 1,289 1,302 2,608 2,848 1,988 2,360 1,448 1,430
P3 0,380 0,767 0,691 2,531 2,795 2,005 2,729 1,518 1,571
Controles
Negativos C1 0,167 0,378 0,187 0,237 0,454 0,422 0,216 0,090 0,166
C2 0,153 0,236 0,822 0,198 0,520 0,822 0,300 0,152 0,440
C3 0,277 0,175 0,422 0,336 0,332 0,368 0,515 0,139 0,304
C4 0,190 0,159 0,368 0,229 0,286 0,187 0,395 0,215 0,123
Positivos 151J 1,658 1,680 1,147 2,453 2,625 1,147 2,188 1,320 0,896
Pool 1,021 0,168 0,164 1,130 0,252 0,164 1,134 0,081 0,121
Anexo 3. Cronograma do experimento realizado em cães mestiços adultos com idade
variando entre 4 e 9 anos, de ambos os sexos provenientes dos municípios de Salvador, Lauro
de Freitas e Dias D’Ávila – Bahia.
D-190: Realização de orquiepididectomia.
D-156, D71 e D233: Realização de ensaios para avaliar a resposta linfoproliferativa após
estímulo in vitro com extrato bruto e antígenos recombinantes (Lc9 e Lc13) de L. chagasi/L.
infantum.
D-145, D35 e D56: Realização de ensaio imunoenzimático (ELISA) para mensuração de
anticorpos reativos a extrato bruto e antígenos recombinantes (Lc9 e Lc13) de L. chagasi/L.
infantum.
D-90: Utilização de ecto e endoparasiticidas e vacinação dos cães.
D-70: Realização de hemograma, parasitológico de fezes, urinálise, dosagem de uréia sérica e
punção aspirativa esplênica seguida de cultura in vitro.
D100: Avaliação da produção de IFN-γ em sobrenadante de CMNSP estimuladas in vitro com
extrato bruto de L. chagasi/L. infantum.
1
ª
injeção 2
ª
injeção
3
ª
injeção
D0
D21
D42
D56
4
ª
injeção
D170 D233
D-190 D-90
D35
D-145
D-156
D71 D100
D-70
Dias
Anexo 4. Eletroporador utilizado na administração de salina, plasmídeo sem inserto
(pcDNA3.1) e com inserto de IL-12 murina de cadeia única (pcDNA3.1-scmu-IL-12) em
camundongos das linhagens C3H/Hej e C57Bl/6. O aparelho foi projetado e construído pelo
Dr. Yuri Pepe, Departamento de Física da Universidade Federal da Bahia (ver Material e
Métodos).
Anexo 5. Cronograma do experimento realizado em camundongos das linhagens C3H/Hej e
C57Bl/6, com 9 a 16 semanas de idade, de ambos os sexos, obtidos e mantidos no biotério do
CPqGM – Fiocruz, Salvador – Bahia.
D0 e D2: Administração de salina, plasmídeo sem inserto (pcDNA3.1) ou plasmídeo
codificando IL-12 murina de cadeia única, com ou sem eletroporação (ver Material e
Métodos).
D8: Realização de hemograma.
D10: Sacrifício dos camundongos, determinação do peso corpóreo e de órgãos, avaliação da
capacidade proliferativa de esplenócitos após estímulo in vitro com mitógeno Con A,
obtenção de plasma para determinação da concentração de IFN-γ e fixação de fragmentos
esplênicos em formalina 10%.
D0 D2 D8 D10
1ª injeção 2ª injeção
Dias
Anexo 6. Valores de hematócrito, número de hemácias e concentração de hemoglobina (X ±
SD) em camundongos das linhagens C3H/Hej e C57Bl/6, obtidos oito dias após a primeira
injeção com salina (grupo E-Salina EL), plasmídeo vazio (E-pVazio EL) e plasmídeo
codificando IL-12 murina por eletroporação (E-pIL-12 EL) ou sem eltroporação (E-pIL-12
EL).
Grupo Hematócrito
(%)
Nº de Hemácias
(x10
6
/mm
3
)
Hemoglobina
(g/dL)
C3H/Hej
E-pVazio EL
42,9 ± 1,5 8,4 ± 0,2 14,6 ± 0,7
E-pIL-12 EL
40,5 ± 2,6 7,8 ± 0,5 14,4 ± 0,8
C57Bl/6
E-Salina EL
38,4 ± 2,7 8,5 ± 0,6 13,3 ± 1,0
E-pVazio EL
39,3 ± 1,2 8,8 ± 0,3 13,8 ± 0,6
E-pIL-12 EL
37,3 ± 2,6 8,4 ± 0,6 13,2 ± 0,9
E-pIL-12
39,3 ± 1,1 8,7 ± 0,3 13,7 ± 0,3
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