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ADITIVOS BACTERIANOS NA ENSILAGEM
DE CANA-DE-AÇÚCAR
ALEXANDRE ROCHA VA LE R IA NO
2007
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ALEXANDRE ROCHA VALERIANO
ADITIVOS BACTERIANOS NA ENSILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-graduação em Zootecnia, área
de concentração em Forragicultura e Pastagem,
para obtenção do título de “Mestre”.
Orientador
Prof. José Cardoso Pinto
LAVRAS
MINAS GERAIS-BRASIL
2007
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ALEXANDRE ROCHA VALERIANO
ADITIVOS BACTERIANOS NA ENSILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-graduação em Zootecnia, área
de concentração em Forragicultura e Pastagem,
para obtenção do título de “Mestre”.
APROVADA em 13 de Julho de 2007.
PROF
a
. ROSANE FREITAS SCHWAN, PhD, DBI/UFLA
P
ROF. ANTÔNIO RICARDO EVANGELISTA, DSc, DZO/UFLA
P
ROF. ADAUTON VILELA DE REZENDE, DSc UNIFENAS
José Cardoso Pinto
(UFLA)
Orientador
LAVRAS
MINAS GERAIS-BRASIL
2007
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Valeriano, Alexandre Rocha
Aditivos bacterianos na ensilagem de cana-de-açúcar / Alexandre Rocha
Valeriano. -- Lavras
: UFLA, 2007.
74 p. : il.
Orientador: José Cardoso Pinto.
Dissertação (Mestrado) – UFLA.
Bibliografia.
1. Silagem. 2. Inoculante. 3. Estabilidade aeróbia. 4. Microrganismo. 5.
Fermentação. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD-636.08552
"Depois de ter se esforçado para conseguir o que quer,
conceda-se o tempo para desfrutá-lo."
S. Brown
A
Meus pais, Tirézio Valeriano e Denize Diniz Rocha Valeriano;
e a minhas irmãs, Valéria e Vanessa;
DEDICO
À minha avó Maria, que completa seu centésimo aniversário
no presente ano, e nos presenteia com sua magnífica
experiência de vida.
OFEREÇO
Agradecimentos
A Deus, por sempre iluminar minha vida e me indicar o caminho do
bem.
À Universidade Federal de Lavras, notadamente a todos os professores
do Departamento de Zootecnia (DZO), que de alguma forma me auxiliaram na
confecção desta pesquisa.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) pela concessão de bolsa para estudos.
Ao professor Dr. José Cardoso Pinto que, muito além de um orientador e
incentivador, se tornou um grande amigo neste período de convivência.
À professora Rosane Freitas Schwan pelas orientações e por permitir que
o trabalho fosse conduzido no Laboratório de Microbiologia do Departamento
de Biologia, mas principalmente pelos ensinamentos e amizade.
Aos professores Antônio Ricardo Evangelista e Adauton Vilela de
Rezende pelas sugestões que contribuíram grandemente para o aprimoramento
do trabalho.
Aos funcionários do Laboratório de Pesquisa Animal, Márcio, Suelba,
José Virgilio e Eliana, pela ajuda na realização das análises laboratoriais.
Aos secretários da Pós-graduação Katia e Carlos Henrique.
Aos funcionários e amigos do Departamento de Biologia, Ivani e Magda,
pela amizade e colaboração sempre que foi preciso.
A todos os professores e alunos de Iniciação Científica, com os quais eu
convivi durante todo o tempo de condução do experimento, em um ambiente em
que a amizade e a solidariedade foram de fundamental importância para o
sucesso do trabalho.
Àqueles amigos que já existiam antes de iniciar a caminhada, muito
obrigado pela força e respeito às minhas escolhas; e aos amigos que conquistei
ao longo do curso agradeço pelo estímulo nas horas difíceis, o acolhimento e a
solidariedade nesse período de convivência.
A todos os colegas de Pós-graduação, principalmente Carla Luiza da
Silva Ávila e Valdir Botega Tavares, pela importante ajuda no projeto e pelo
exemplo de profissionalismo.
Aos bolsistas de Iniciação Científica Myuki Sueli Sugawara e Dâmiany
pela amizade e pela imprescindível ajuda durante a condução do experimento e
das análises laboratoriais.
Aos amigos Gabriel, Lécio, Vitória, Waldete, Bárbara, Cleilton, Thaís,
Giovana, Lucilene, Athayde, Roberto Minetto, Magela, Farah, Letícia, Rejane,
Cândido e tantos outros que, virtual ou pessoalmente, dividiram comigo as
alegrias e dificuldades ao longo dessa caminhada.
Aos colegas de faculdade pela troca de experiências, construindo, dessa
forma, o conhecimento através das diferenças.
Aos colegas de Pós-graduação, aos quais manifesto minha gratidão pelo
carinho, amizade e incentivo.
Não quero simplesmente agradecer. Quero trazer para dentro do meu
texto aqueles que já o percorrem nas entrelinhas. E não só aos que me ajudaram
efetivamente na construção desta dissertação, mas aos amigos e colegas que
partilharam idéias, plantaram discussões, que me trouxeram pérolas poéticas,
que construíram frases espirituosas e fortuitas sobre os rascunhos. Àqueles que
me ajudaram, de alguma forma, no meu percurso nesses quase dois anos e,
principalmente, a seguir adiante com a escritura, sem perder o que pulsa, o que
vibra, agradeço imensamente.
MUITO OBRIGADO!
BIOGRAFIA
ALEXANDRE ROCHA VALERIANO, filho de Tirézio Valeriano e
Denise Diniz Rocha Valeriano, nasceu em 3 de novembro de 1981, no município
de Itaúna, estado de Minas Gerais.
Em fevereiro de 1998, ingressou na Central de Ensino e
Desenvolvimento Agrário de Florestal (CEDAF-UFV), onde, em dezembro de
2000, obteve o título de Técnico Agrícola.
Em janeiro de 2001, ingressou na Universidade José do Rosário Vellano
– UNIFENAS; em agosto de 2004 foi membro (coordenador) do Núcleo de
Estudos em Pastagens e Forragicultura – NEPAR e, no período de 2003 a 2005,
bolsista de Iniciação Científica; em dezembro de 2005 obteve o título de
Engenheiro Agrônomo.
Em março de 2006 iniciou o curso de Mestrado em Zootecnia na
Universidade Federal de Lavras, concentrando seus estudos na área de
Forragicultura e Pastagem.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................i
RESUMO ..................................................................................................ii
ABSTRACT.............................................................................................iii
1 INTRODUÇÃO...............................................................................1
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................3
2.1 Cana de açúcar como opção forrageira............................................3
2.2 Silagem de cana-de-açúcar ..............................................................3
2.3 Uso de inoculantes na ensilagem de cana-de-açúcar.......................7
2.4 Estabilidade aeróbia.......................................................................13
2.4.1 Microrganismos envolvidos na deterioração aeróbia das silagens 16
3 MATERIAL E MÉTODOS...........................................................19
3.1 Localização e clima........................................................................19
3.2 Preparo da forragem para ensilagem..............................................19
3.3 Preparo dos inoculantes e tratamentos...........................................20
3.4 Ensilagem da cana-de-açúcar......................................................... 21
3.5 Avaliação de parâmetros químicos do processo de fermentação...22
3.6 Avaliação de parâmetros microbiológicos da silagem...................23
3.7 Avaliação da estabilidade aeróbia das silagens .............................24
3.8 Delineamento experimental e análise estatística............................25
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................26
4.1 Caracterização da cana-de-açúcar no momento da ensilagem....... 26
4.1.1 Parâmetros químicos......................................................................26
4.1.2 Parâmetros microbiológicos...........................................................29
4.2 Silagens no momento da abertura.................................................. 30
4.2.1 Parâmetros químicos e bromatológicos.........................................30
4.2.2 Parâmetros microbiológicos...........................................................40
4.2.3 Produções de ácidos graxos voláteis, ácido lático e etanol............ 44
4.2.4 Estabilidade aeróbia.......................................................................50
5 CONCLUSÕES .............................................................................55
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................... 56
ANEXOS.................................................................................................68
LISTA DE ABREVIATURAS
AGV: Ácidos graxos voláteis.
BAL: Bactérias do ácido lático.
CHOs: Carboidratos solúveis.
CV: Coeficiente de variação.
DIVMS: Digestibilidade in vitro da matéria seca.
EA: Estabilidade aeróbia.
FDA: Fibra em detergente ácido.
FDN: Fibra em detergente neutro.
FF: Fungo filamentoso.
FV: Fontes de variação.
GL: Graus de liberdade.
HEMI: Hemicelulose.
LEV: Levedura.
MS: Matéria seca.
MV: Matéria verde.
NH
3
: Teor de nitrogênio amoniacal como porcentagem do nitrogênio total.
PB: Proteína bruta.
QM: Quadrado médio.
TMAX: Temperatura máxima.
TTMAX: Tempo para atingir a temperatura máxima.
ufc: Unidades formadoras de colônia.
i
RESUMO
VALERIANO, Alexandre Rocha. Aditivos bacterianos na ensilagem de cana-
de-açúcar. 2007. 74p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia)–Universidade
Federal de Lavras, Lavras.
*
Objetivou-se avaliar o efeito de aditivos microbianos com bactérias
heterofermentativas ou homofermentativas sobre as características
microbiológicas e bromatológicas de silagens de cana-de-açúcar (Saccharum
spp.). O Experimento foi conduzido nos Departamentos de Zootecnia e Biologia
da Universidade Federal de Lavras. A cana-de-açúcar foi colhida com 12 meses
de rebrota e armazenada em silos experimentais de “PVC” durante 90 dias. No
momento da ensilagem a cana-de-açúcar foi inoculada com as seguintes
bactérias: Lactobacillus plantarum, L. paracasei, L. brevis e L.buchneri,
isolados de silagens de cana-de-açúcar; três inoculantes comerciais, dois
contendo L. buchneri e um, L. plantarum; e Controle (sem inoculação). O
delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com oito tratamentos e três
repetições. Os parâmetros avaliados foram: pH, matéria seca (MS), proteína
bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),
hemicelulose (HEMI), cinzas, carboidratos solúveis (CHOs), nitrogênio
amoniacal (NH
3
), leveduras (LEV), bactérias ácido láticas (BAL), fungos
filamentosos (FF), ácidos graxos voláteis, ácido lático, etanol e estabilidade
aeróbia. A inoculação com L. brevis foi a que melhor preservou a fração FDN
após a conservação. A população de FF esteve abaixo da população detectável
(2,0 log ufc/g) e a de BAL foi alta, mas a de LEV foi intensamente inibida pelos
inoculantes L. buchneri (isolado) e L. buchneri (comercial) em função da mais
alta concentração de ácido acético, resultando também em menor produção de
etanol e maior estabilidade aeróbia dessas silagens. A utilização de inoculantes
contendo L. plantarum e L. paracasei mostrou-se prejudicial ao processo de
conservação da cana-de-açúcar, aumentando a produção de etanol e provocando
perdas de nutrientes. Essas silagens apresentaram baixas estabilidades quando
expostas ao ar. A ensilagem da cana-de-açúcar com L. buchneri resultou em
silagens com melhores características bromatológicas, baixas populações de
leveduras e maiores estabilidades aeróbias. Das bactérias isoladas da própria
cana-de-açúcar, o L. buchneri apresentou resultados análogos aos inoculantes
comerciais.
ii
* Comitê de Orientação: José Cardoso Pinto – UFLA/DZO (Orientador); Rosane
Freitas Schwan – UFLA/DBI; Antônio Ricardo Evangelista - DZO/UFLA.
ABSTRACT
VALERIANO, Alexandre Rocha. Bacterial additives in sugar cane ensiling.
2007. 74p. Dissertation (Master’s degree in Animal Science) – Federal
University of Lavras, Lavras.
*
This research work aimed to evaluate the effect of microbial additives with
hetero fermentative or homo fermentative bacteria on the microbiologic and
bromatologic characteristics of silage of sugar cane (Saccharum spp.). The
experiment was conducted in the departments of Animal Science and Biology of
the Federal University of Lavras. The sugar cane was harvested at 12 months´
growth, stored in experimental “PVC silos for 90 days. The sugar cane was
inoculated at the moment of ensiling with the following bacteria: Lactobacillus
plantarum, L. paracasei, L. brevis, L.buchneris, these being sugar cane silage
isolates, three commercial inoculants, two of them containing L. buchneri and
one L. plantarum and Control (without inoculation). The utilized design was
completely randomized with eight treatments and three replications. The
evaluated parameters were: pH, dry matter (DM), crude protein (CP), neutral
detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), hemicellulose (HEMI),
ashes, soluble carbohydrates (CHOs), ammonium nitrogen (NH
3
) yeasts (LEV),
lactic acid bacteria (BAL), filamentous fungi (FF), volatile fatty acids, lactic
acid, ethanol and aerobic stability. The inoculation with L. brevis was the one
which best preserved the NDF fraction after conservation. The population of FF
was bellow the detectable population (2.0 log cfu/g) and the one of BAL was
high, but the one of LEV was markedly inhibited by the inoculants L. buchneri
(isolate) and L. buchneri (commercial) as related to the highest concentration of
acetic acid, resulting also in less production of ethanol and greater aerobic
stability of those silages. The use of inoculants containing L. plantarum and L.
paracasei proved harmful to the process of conservation of sugar cane,
increasing ethanol production, nutrient losses. Those silages presented poor
stabilities when exposed to air. The sugar cane ensiling with L. buchneri resulted
into silages with best bromatologic characteristics, low yeast populations and
higher aerobic stabilities. Out of the bacteria isolated from sugar cane itself, L.
buchneri showed results analogous to the ones of commercial inoculants.
iii
* Guidance Committee: José Cardoso Pinto – UFLA/DZO (Adviser); Rosane Freitas
Schwan – UFLA/DBI; Antônio Ricardo Evangelista - DZO/UFLA.
1 INTRODUÇÃO
Tradicionalmente a cana-de-açúcar é colhida diariamente, sendo, então,
picada e fornecida aos animais. Entretanto, o uso da planta em sistemas de
produção intensivos e de grande escala tem aumentado, acelerando uma
crescente demanda por novas tecnologias. Além disso, o corte diário torna-se
problemático em situações em que se deseja utilizar a cana-de-açúcar como
forrageira durante todo o ano por causa da dificuldade de colheita em dias de
chuva e da perda no seu valor nutritivo durante o verão. Canaviais que foram
submetidos a queima ou que sofreram fortes geadas também devem ser
utilizados rapidamente para não serem perdidos.
A possibilidade do uso da cana-de-açúcar na forma de silagem tem sido
uma alternativa para resolver os problemas advindos do corte diário, além, é
claro, da praticidade que o uso de silagens proporciona a todo o sistema de
produção. Porém, por apresentar grande quantidade de carboidratos solúveis, a
cana-de-açúcar é altamente susceptível ao ataque de leveduras. Dentro do
ambiente anaeróbio do silo, as leveduras são capazes de gerar perdas
significativas em função da fermentação alcoólica.
A maioria dos inoculantes bacterianos para silagem existentes no
mercado contém uma ou mais espécies de bactérias ácido láticas (BAL)
homofermentativas, que são mais rápidas e eficientes produtoras de ácido lático.
Todavia, alguns estudos têm mostrado que o excesso de BAL pode piorar a
estabilidade aeróbia das silagens em virtude da redução da concentração de
ácido acético, que é mais eficiente em inibir o crescimento de leveduras.
Recentes estudos têm mostrado que a adição de inoculantes contendo cepas da
bactéria heterofermentativa Lactobacillus buchneri à silagem pode inibir o
crescimento de leveduras e melhorar a sua estabilidade aeróbia em razão do
aumento na concentração do ácido acético. Porém, no Brasil, são raros os
1
trabalhos estudando a influência da adição desse microrganismo sobre a
microbiota das silagens e, portanto, sobre as suas características de fermentação
e de deterioração aeróbia.
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o efeito de aditivos
microbianos com bactérias heterofermentativas ou homofermentativas, isolados
em silagens de cana-de-açúcar e de produtos comerciais, sobre características
microbiológicas e bromatológicas de silagens de cana-de-açúcar (Saccharum
spp.).
2
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Cana de açúcar como opção forrageira
O alto potencial forrageiro da cana-de-açúcar no Brasil é decorrente da
sua grande capacidade de produção de matéria seca (MS) e do alto conteúdo de
energia por unidade de MS. Schmidt et al. (2004) determinaram valores de
produção da variedade IAC 87-3184 de 183,5 t/ha de matéria verde (MV),
equivalendo a 59,3 t/ha de MS. Já Lima & Mattos (1993) obtiveram produções
entre 15 e 20 t/ha de nutrientes digestíveis totais (NDT), maiores que as
produções observadas com milho (Zea mays L.), sorgo [Sorghum bicolor (L.)
Moench] e mandioca (Manihot sculenta Crantz), que produzem cerca de 8 t/ha
de NDT.
Nussio & Schmidt (2005) ressaltam o baixo custo por tonelada de MS
como ponto atrativo no uso da cana-de-açúcar na produção animal. Atualmente,
o custo por tonelada de MS é de aproximadamente R$ 200, 00, considerando a
planta colhida com teor de 30% de MS.
Ainda que apresente inúmeras vantagens, a cana-de-açúcar tem
limitações do ponto de vista nutricional (Nussio & Schmidt, 2005) e quanto à
operacionalização da colheita diária (Junqueira, 2006).
2.2 Silagem de cana-de-açúcar
Na época das secas, a cana-de-açúcar se encontra com alto valor
nutritivo, podendo ser fornecida fresca e picada diariamente. No entanto, esse
manejo tem a desvantagem de demandar mão-de-obra diária para corte, picagem
e transporte, estabelecendo, assim, uma limitação operacional quando se
pretende suplementar rebanhos de maior porte (Nussio et al., 2003).
3
Tendo em vista os problemas relacionados ao corte escalonado e à
colheita fora de época, associados às possibilidades de queima do canavial e/ou
excedentes de produção, a demanda por informação sobre a ensilagem da cana-
de-açúcar torna-se cada vez mais premente e freqüente.
Outros fatores, como flutuações nos preços do açúcar e do álcool, podem
exigir redução da oferta de cana para as indústrias, devendo-se dar um destino
alternativo à cana-de-açúcar existente. Canaviais submetidos a incêndio
voluntário ou acidental ou queimados pela geada devem ser usados rapidamente
para evitar a conversão da sacarose e a respiração indesejável de carboidratos,
gerando a necessidade da decisão pelo processo de ensilagem (Nussio et al.,
2003).
Segundo Nussio et al. (2003), a ensilagem de cana-de-açúcar pode
representar uma solução operacional, porém existem questionamentos sobre se a
ensilagem constitui também solução técnica e econômica.
Diversos autores (Preston et al., 1976; González & McLeod, 1976; Alli
et al., 1982; Kung Jr. & Stanley, 1982; Pedroso et al., 2005) observaram que a
cana-de-açúcar, quando ensilada, apresenta fermentação tipicamente alcoólica e
perda no valor nutritivo, com redução no conteúdo de açúcares decorrente da
produção de etanol pelo desenvolvimento de leveduras na silagem.
Diversos tipos de aditivos têm sido avaliados em experimentos com o
objetivo de controlar a fermentação por leveduras durante o processo de
ensilagem da cana-de-açúcar, melhorando, assim, o padrão de fermentação e a
sua conservação. Aditivos biológicos e químicos como amônia, uréia, hidróxido
de sódio e óxido de cálcio melhoram a composição bromatológica da silagem de
cana em alguns trabalhos, porém apresentam resultados inconsistentes.
Pesquisa conduzida por Bravo Martins et al. (2006) constatou redução na
população de leveduras de 6,5 log ufc/g de silagem nas silagens sem aditivos
para valores médios de 5,87 e 5,5 log ufc/g, respectivamente, para as silagens
4
adicionadas de 1% de sulfato de amônio e 1% de uréia, em silagens de cana-de-
açúcar ensilada por um período de 30 dias
Um outro problema surge em relação à deterioração aeróbia da silagem
de cana-de-açúcar. Weinberg et al. (1993) observaram que altos teores de
carboidratos residuais, combinados com uma alta concentração de ácido lático e
concentração de ácidos graxos voláteis insuficiente nas silagens inoculadas com
BAL homofermentadoras, estiveram associados com deterioração aeróbia. Isto
ocorre porque tanto os carboidratos solúveis como o ácido lático são substratos
para fungos e os ácidos graxos voláteis, muitas vezes, inibem estes
microrganismos.
Os microrganismos naturalmente presentes nas plantas forrageiras
constituem a microflora epífita ou epifítica e são responsáveis pela fermentação
das silagens, influenciando também a sua estabilidade aeróbia e a eficiência dos
inoculantes aplicados contendo microrganismos exógenos. O número de cepas
de microrganismos epífitas é variável, sendo afetado pelo tipo de forragem, pelo
estádio de maturidade das plantas, pelo clima, por tratos agronômicos
dispensados na condução da cultura e pelo corte e condicionamento da
forrageira (Lin et al., 1992), bem como pela ocorrência de incêndio prévio, no
caso da cana-de-açúcar (Bernardes et al., 2002).
Geralmente, os microrganismos presentes em maior número nas plantas
forrageiras são as enterobactérias, as leveduras e os fungos, que competem com
os lactobacilos pelos açúcares solúveis durante a etapa fermentativa no silo
(Bolsen et al., 1992). Embora bactérias indesejáveis, como enterobactérias e
clostrídeos, possam representar importante fonte de perdas qualitativas e riscos
toxicológicos em silagens de baixa fermentação, seu desenvolvimento é inibido
em condições de pH reduzido (Jobim & Gonçalves, 2003; Bravo Martins, 2004),
o que reduz a importância prática desses microrganismos na ensilagem da cana-
5
de-açúcar, que se caracteriza por apresentar teor adequado de MS e rápido
abaixamento do pH a valores considerados adequados.
As leveduras não são inibidas pelo baixo pH encontrado nas silagens,
sobrevivendo sob limites de pH variando entre 3,5 e 6,5, sendo que algumas
espécies são capazes de sobreviver inclusive sob pH inferior a 2,0 (McDonald et
al., 1991). Elevadas contagens de leveduras e fungos prejudicam a fase de pós-
abertura das silagens, causando a deterioração aeróbia e perdas no seu valor
nutritivo, além de promover a elevação do pH no painel do silo, o que aumenta o
risco de desenvolvimento de microrganismos patogênicos (Rotz & Muck, 1994).
Na ensilagem da cana-de-açúcar ocorre extensa atividade de leveduras.
Estas podem estar presentes na ordem de 10
6
ufc/g de forragem, convertendo os
carboidratos solúveis da forragem a etanol, CO
2
e água, resultando em perdas
excessivas de MS, baixos teores de ácidos lático e acético e aumento no teor de
fibra em detergente ácido (FDA) das silagens (Alli et al., 1983).
A dinâmica fermentativa da silagem de cana-de-açúcar sem aditivos,
avaliada por Pedroso et al. (2005), apontou estabilização na concentração de
etanol em 6,4% na MS, após 15 dias de armazenamento, com decorrente perda
de MS de cerca de 30% referente ao desaparecimento de 68% dos carboidratos
solúveis.
Embora o etanol possa ser potencialmente aproveitável como substrato
energético para os bovinos, por meio da conversão a acetato no rúmen (Chalupa
et al., 1964), grande parte do que é produzido nas silagens é perdida durante a
estocagem nos silos (Alli et al., 1982) e durante o fornecimento no cocho para os
animais (Schmidt, 2006).
A produção deste álcool acarreta, ainda, perda de aproximadamente 49%
de MS dos substratos, sendo que a reação bioquímica da sua síntese, catalisada
pela via fermentativa de leveduras, pode ser descrita da seguinte forma
(McDonald et al., 1991):
6
Glicose + 2 ADP + 2 Pi = 2 Etanol + 2 CO
2
+ 2 ATP + 2 H
2
O.
Talvez a produção de etanol e a conseqüente redução no valor nutritivo
da silagem de cana sejam as principais dificuldades apresentadas por essa
tecnologia e o maior desafio da pesquisa na busca por processos específicos que
controlem adequadamente a população e a atividade de leveduras, sem prejuízo
da qualidade da silagem e do desempenho dos animais.
Vale ressaltar que são poucos os trabalhos, como os de González &
McLeod (1976), Alli et al. (1983), Bernardes et al. (2002) e Ávila (2007), que
determinaram o efeito de aditivos sobre a contagem de leveduras em silagens de
cana-de-açúcar, e mais raros os que procuraram caracterizar a população epífita
da cana, como López et al. (1988) e Bravo Martins (2004), dificultando
seriamente o entendimento sobre a produção e metabolização de ácidos
orgânicos e compostos voláteis durante a ensilagem dessa forrageira.
2.3Uso de inoculantes na ensilagem de cana-de-açúcar
Visando alterar a principal rota fermentativa e reduzir as perdas de valor
nutritivo das silagens de cana-de-açúcar têm sido utilizados aditivos e/ou
inoculantes que, possivelmente, inibam a população de leveduras e/ou
bloqueiem a via fermentativa de produção de álcoois.
O controle da fermentação é considerado de grande importância no
processo de ensilagem. Porém, no desenvolvimento de aditivos têm-se dado
grande ênfase aos métodos que melhorem o valor nutricional e reduzam as
perdas de MS da silagem.
Pode-se interferir no processo de fermentação por meio da utilização de
substâncias que atuem seja como fonte de nutrientes, preservativos ou
acidificantes, tendo por finalidade fornecer condições adequadas para a
7
produção de uma silagem de melhor qualidade, controlando os microorganismos
indesejáveis (Andriguetto et al., 2002).
As vantagens de se utilizarem aditivos biológicos e/ou inoculantes
bacterianos são a sua segurança e facilidade de uso, além de não serem
corrosivos para o maquinário, não poluírem o meio ambiente e serem produtos
naturais. Diante disso, existe um grande número de estudos relacionados ao uso
de inoculantes em silagens; no entanto, muitas vezes os resultados são
contraditórios em relação às melhorias no processo fermentativo, no valor
nutritivo, na digestibilidade e no consumo de MS das silagens e no ganho de
peso dos animais (Nussio et al., 2003).
Essas variações podem ser decorrentes de fatores relacionados à
forragem, como concentração de carboidratos fermentescíveis, teor de umidade
e microflora epifítica; ao tipo e viabilidade dos inóculos utilizados e,
principalmente, às condições de ensilagem.
Estudos realizados no Brasil também confirmam esse fato. Em alguns
trabalhos, a adição de inoculantes influenciou as características das silagens;
porém, em outros não causou nenhum efeito (Henrique, 1990; Morais, 1995).
Nos estudos de Henrique (1990) e Morais (1995) não foram realizadas análises
microbiológicas, sendo as conclusões formuladas com base na composição
química das silagens de capim elefante.
Muitas vezes, o insucesso da inoculação das silagens pode ser decorrente
da seleção inadequada dos microrganismos para o tipo de forragem que se deseja
ensilar. Segundo Morais (1995), muitos produtos comerciais são utilizados como
aditivos sem serem devidamente testados, sendo usados, freqüentemente, de
forma exagerada. Essa falta de informações técnicas confiáveis sobre o produto
leva o produtor à substituição de boas técnicas de manejo do silo por aditivos, o
que, certamente, resulta em uma diminuição da qualidade do produto ensilado.
Assim, é muito importante que se realizem estudos com inoculantes para
8
silagens contendo cepas isoladas daquelas produzidas nas condições tropicais,
uma vez que os existentes são, na sua maioria, obtidos de forrageiras de clima
temperado. Segundo Catchpoole & Henzel (1971), existem diferenças entre as
bactérias das silagens tropicais e as das de regiões temperadas.
Os inoculantes bacterianos para silagens usualmente contêm uma ou
mais espécies de BAL homofermentativas, que são mais rápidas e eficientes
produtoras de ácido lático. Lactobacillus plantarum, Pediococcus acidilactici, P.
pentosaceus e Enterococcus faecium são as mais freqüentemente usadas
(Driehuis et al., 1999a). Além disso, cepas selecionadas de BAL
homofermentadoras têm sido preferidas como aditivos para silagem porque as
bactérias heterofermentativas produzem CO
2
e ácido acético, resultando em
perdas de MS e maiores riscos de diminuição do consumo (Nishino et al., 2003).
Todavia, alguns estudos têm mostrado que o excesso de BAL pode piorar a
estabilidade aeróbia das silagens em razão da redução da concentração de ácido
acético não dissociado (Driehuis et al., 1999b) e as leveduras, que geralmente
são as iniciadoras da deterioração aeróbica, são mais eficientemente inibidas
pelos ácidos acético e propiônico do que pelo ácido lático.
Contudo, resultados recentes de pesquisas têm sido consistentes em
demonstrar a ausência de efeito, ou efeito deletério, da inoculação de bactérias
homoláticas em silagens de cana-de-açúcar, acarretando elevação das perdas de
MS (Freitas et al., 2006; Pedroso et al., 2007; Siqueira et al., 2007) e da
produção de etanol (Andrade et al., 2000; Castro Neto, 2003; Silva, 2003).
Bravo Martins (2004) avaliou qualitativamente a população de
microrganismos em silagens de cana-de-açúcar e observou 12 diferentes
espécies de leveduras, sendo que a grande maioria assimilou lactato em cultivo
in vitro.
Inoculantes contendo bactérias heterofermentativas, produtoras de ácidos
acético e propiônico, além do ácido lático, como Lactobacillus buchneri,
9
Pediococcus cerevisiae, Propionibacterium shermani e Propionibacterium
acidipropionici, têm sido avaliados buscando alterar o perfil dos ácidos e
incrementar a estabilidade aeróbia das silagens (Ranjit & Kung Jr., 2000).
A elevação do teor de ácido acético das silagens inoculadas com
bactérias heteroláticas parece ser o principal fator responsável pela inibição do
crescimento de leveduras em silagens de cana-de-açúcar.
Segundo McDonald et al. (1991), o uso do ácido acético em silagens tem
sido evitado por muitos pesquisadores porque a sua presença em altas
concentrações na silagem esteve associada com um desempenho insatisfatório
dos animais, resultante de baixo consumo voluntário de MS. No entanto, esses
autores citam os estudos de Dewysen & Vanbelle (1978), mostrando que o
acetato apenas induz a uma ligeira redução do consumo (para ovinos) e que os
problemas devem advir, indiretamente, do processo de produção de acetato na
silagem, e não do efeito direto do ácido acético propriamente dito.
Segundo Danner et al. (2003), o efeito antimicrobiano de um ácido
orgânico depende de seu pKa e do pH do meio. O ácido lático tem pKa menor
que o ácido acético e, por isso, é um ácido mais forte; entretanto, na faixa de pH
normalmente encontrada nas silagens, o ácido acético se encontra menos
dissociado que o ácido lático, o que permite àquele penetrar a membrana
plasmática das leveduras.
Os ácidos acético, propiônico, butírico, valérico e isocapróico exercem
ação inibidora sobre a fermentação da glicose por leveduras. O ácido acético, na
forma ácida, penetra por difusão passiva na célula da levedura, podendo tanto
afetar a absorção de fosfato, por interferência química com a membrana
plasmática, como a atividade de enzimas glicolíticas, ou ainda reduzir o pH
intracelular, resultando em maior consumo de ATP para retirar íons H
+
do
interior das células, após sua dissociação. Esse mecanismo leva à exaustão
energética da célula de levedura, inviabilizando-a (McDonald et al., 1991).
10
Segundo Danner et al. (2003), a atividade antimicrobiana do acetato ou
lactato é causada por moléculas ácidas não dissociadas lipofílicas que penetram
no plasma da membrana bacteriana. A dissociação dessas moléculas dentro da
célula promove liberação de prótons, acidifica o citoplasma e prejudica o
crescimento microbiano. Portanto, a proteção exercida pelo ácido acético ocorre
não pela morte dos microrganismos, mas pela inibição do seu crescimento.
Bactérias heteroláticas têm mostrado grande potencial de aumento da
estabilidade aeróbia das silagens. Ranjit & Kung Jr. (2000), avaliando
inoculantes contendo a bactéria heterofermentativa Lactobacillus buchneri em
silagens de milho, observaram uma elevação significativa na estabilidade
aeróbia, relacionada aos aumentos marcantes na produção dos ácidos acético e
propiônico, com redução no teor de etanol e na população de leveduras das
silagens tratadas. Resultados semelhantes foram encontrados por outros autores
avaliando a inoculação de Lactobacillus buchneri em silagens de milho
(Driehuis et al., 1999a; Nishino et al., 2003; Danner et al., 2003), cevada
(Hordeum vulgare L.) (Taylor et al., 2002) e azevém (Lolium perenne L.)
(Driehuis et al., 2001).
Oude Elferink et al. (2001) demonstraram a habilidade do L. buchneri
em transformar ácido lático em 1,2-propanodiol e ácido acético. Segundo
Siqueira et al. (2005), é importante lembrar que a redução de ácido lático
representa uma diminuição do substrato potencialmente fermentescível por
determinadas cepas de leveduras.
Ranjit & Kung Jr. (2000), utilizando L. buchneri na dose de 10
6
ufc/g de
forragem, observaram aumento no teor de ácido acético de 1,8% na silagem sem
inoculante para 3,6% na silagem inoculada com L. buchneri. A população de
leveduras foi de 10
6
e 10
2
ufc/g nas silagens não inoculada e inoculada,
respectivamente. Conseqüentemente, a estabilidade aeróbia aumentou em
relação às silagens não tratadas, passando de 26,5 horas para mais de 900 horas.
11
A elevação no teor de ácido acético das silagens inoculadas com
bactérias heteroláticas parece ser o principal fator responsável pela inibição do
crescimento de leveduras nessas silagens.
Antes de ter sido estudada como aditivo em silagens de cana-de-açúcar,
inúmeros trabalhos comprovaram os bons resultados obtidos com L. buchneri
em outras forrageiras (Driehuis et al., 1999b; Weinberg et al., 2002; Nishino et
al., 2003; Adesogan et al., 2003; Pedroso et al., 2006).
Com a adequada interpretação desse conjunto de resultados, vislumbrou-
se a possibilidade do uso da bactéria heterolática L. buchneri como potencial
aditivo na ensilagem da cana-de-açúcar, objetivando reduções na população de
leveduras e na produção de etanol.
Pedroso et al. (2007) testaram, em silos experimentais, cinco aditivos
químicos e dois inoculantes bacterianos, diluídos em água, nas seguintes
dosagens (massa verde): uréia (0,5; 1,0 e 1,5%); NaOH (1; 2 e 3%); propionato
de cálcio (0,05; 0,1 e 0,2%); benzoato de sódio (0,05; 0,1 e 0,2%); sorbato de
potássio (0,015; 0,03 e 0,45%); bactérias homoláticas Lactobacillus plantarum
(LP) (1 x 10
6
); L. buchneri (1 x 10
6
) e a combinação de LP e uréia (0,5; 1,0%).
A análise dos dados obtidos mostrou que as médias das perdas gasosas (8,9%) e
de efluentes (20,8 kg/t) responderam por 62 e 38%, respectivamente, das perdas
de MS da silagem, com média de 14,4%. A inoculação com LP triplicou a
produção de etanol e conduziu à menor recuperação de MS (77,7%), como
resultado de maiores perdas de gases e efluentes. A adição de uréia com LP
também resultou em maiores perdas de gases e maior teor de etanol em relação
ao controle. Já a inoculação com L. buchneri foi efetiva em reduzir a produção
de etanol (de 3,8 para 1,9% na MS) e as perdas totais de MS (18,2 para 8,0%).
Por outro lado, a aplicação das bactérias homoláticas L. plantarum e
Enterecoccus faecium mostrou-se capaz de diminuir a produção de etanol (1,3%
vs 6,3% na MS) e as perdas de MS (2,6% vs 7,4%) em experimento realizado
12
por Driehuis & Wikselaar (2000) com silagens de azevém perene (Lolium
perenne L.) emurchecido (48% de MS), embora não tenham sido identificados
os microrganismos responsáveis pela fermentação alcoólica nas silagens.
Siqueira (2005) avaliou as perdas fermentativas em silagens de cana-de-
açúcar inoculadas com L. buchneri ou com um aditivo composto por
Propionibacterium sp. e L. plantarum (BAL). O autor observou que a
inoculação com L. buchneri foi efetiva em reduzir as perdas, em relação à
silagem sem aditivos (controle), e que a inoculação com Propionibacterium sp.
+ LP não apresentou efeitos benéficos na ensilagem da cana-de-açúcar.
Patrizi et al. (2004), estudando o efeito de inoculantes contendo cepas de
Lactobacillus plantarum, L. brevis, Streptococcus faecium, Pediococcus
acidilactici e as enzimas amilase e celulase purificadas em capim-napier
(Pennisetum purpureum Schum.) ensilado por 60 dias, observaram efeitos na
redução do teor de FDA e aumento do pH dessas silagens, quando comparadas
com a silagem controle.
2.4 Estabilidade aeróbia
A perda de componentes nutritivos após a abertura dos silos também é
um fator determinante do valor nutritivo das silagens. A sua exposição ao
oxigênio no painel do silo e no cocho durante o fornecimento aos animais é
inevitável, o que possibilita o crescimento de microrganismos aeróbios que
causam a deterioração da silagem.
Os principais substratos utilizados pelos microrganismos são os
carboidratos solúveis, os ácidos orgânicos e o etanol. Em geral, as silagens de
cana-de-açúcar possuem altos teores residuais de carboidratos solúveis e de
etanol, o que as torna sejam muito propensas à deterioração, principalmente após
o contato da massa ensilada com o oxigênio.
13
O processo de deterioração aeróbia é iniciado pela ação de leveduras,
causando elevação do pH, ao mesmo tempo em que ocorre o processo de
oxidação dos produtos da fermentação da silagem, principalmente o ácido lático.
Com a elevação do pH, outros microrganismos oportunistas começam a
proliferar em um processo que resulta em perdas de componentes nutritivos da
silagem e que pode, também, comprometer sua qualidade higiênica em função
do desenvolvimento de microrganismos patogênicos (Driehuis et al., 1999b).
Dessa forma, o efeito dos aditivos também deve ser avaliado em relação à
estabilidade aeróbia no pós-abertura do silo.
A variável mais comumente utilizada para expressar a perda da
estabilidade aeróbia de silagens é o tempo, em horas, necessário para que ocorra
a elevação da temperatura da massa em 2
o
C (Keady & O’Kiely, 1996).
O oxigênio pode penetrar na silagem durante o armazenamento ou no
momento em que o silo for aberto para o seu fornecimento aos animais,
proporcionando o crescimento de microrganismos aeróbios facultativos que
sobreviveram inativos na ausência do oxigênio. Esses microrganismos utilizam
vários substratos derivados diretamente da forragem ou, indiretamente, da
fermentação. Essa fase está associada com perdas de nutrientes, sendo definida
como deterioração aeróbia, na qual, tipicamente, um ou dois picos de
temperatura são registrados em função da atividade de leveduras e mofos
(Nishino et al., 2003).
A menor estabilidade aeróbia das silagens nos cochos é esperada quando
o inoculante utilizado contém exclusivamente BAL homofermentativas (Ribeiro
et al., 2005). Kung Jr. & Ranjit (2001) salienta que silagens tratadas com
bactérias homofermentativas podem ser estáveis quando a prática de
alimentação e o manejo do silo forem adequados. Porém, o número de
produtores que utilizam silagem e dominam essa tecnologia ainda é restrito, o
14
que impulsiona a busca de novos aditivos capazes de melhorar a estabilidade
pós-abertura (Ribeiro et al., 2005).
O principal problema da deterioração aeróbia da silagem resulta da
mineralização completa dos nutrientes facilmente oxidáveis a dióxido de
carbono e água pela ação microbiana, em presença de oxigênio atmosférico.
Quimicamente, esse processo pode ser expresso de modo equivalente à equação
da respiração por hexoses (C
6
H
12
O
6
+ 6O
2
6CO
2
+ 6H
2
O + energia) (Guim,
1997).
A deterioração aeróbia pode não ser acompanhada por aquecimento,
especialmente em silagens com alto teor de umidade, em que esta atuará como
atenuante de calor. Todavia, esse problema é invariavelmente acompanhado por
perda de ácidos de fermentação, proteínas e carboidratos (Woolford, 1984).
Silagens de cana-de-açúcar são bastante propensas à deterioração aeróbia
por apresentarem teor elevado de carboidratos solúveis residuais após a
fermentação no silo. Pedroso (2003) observou estabilidade de 65 horas para
silagem de cana sem aditivos, reduzida para 24 horas em silagens aditivadas
com L. plantarum. A adição de L. buchneri ou benzoato de sódio elevou a
estabilidade das silagens para 72 e 79 horas, respectivamente.
Siqueira et al. (2007) constataram aumento na estabilidade das silagens
inoculadas com L. buchneri ou com a mistura de Propionibacterium e L.
plantarum, em relação à silagem controle. Contudo, o pH das silagens aditivadas
com Propionibacterium + L. plantarum foi mais elevado no pós-abertura,
indicando possível degradação preferencial do ácido lático em relação ao ácido
acético.
Ranjit & Kung Jr (2000) estudaram a deterioração aeróbica em silagem
de milho e observaram, até o terceiro dia de exposição ao ar, perdas de 5,3% da
MS e 60% dos carboidratos solúveis (3,4% vs 1,4% na MS) existentes no dia da
abertura do silo. No mesmo período, o pH aumentou de 3,9 para 5,0 e os teores
15
de ácidos lático e acético foram reduzidos de 7,52 para 1,35% e de 1,88 para
0,08% na MS, respectivamente. Esses pesquisadores notaram, ainda, que o
número de leveduras aumentou de aproximadamente 10
6
para mais de 10
8
ufc/g
de silagem dentro de um dia e meio de exposição ao ar.
Danner et al. (2003) observaram que as silagens de milho inoculadas
com BAL homofermentativas (Lactobacillus rhamnosus, Pediococcus
pentosaceus e L. plantarum) apresentaram estabilidade aeróbia menor (26 a 31
horas) que silagens sem inoculantes (40 horas) e silagens inoculadas com BAL
heterofermentativas (274 horas para L. buchneri e 72 horas para L. brevis). As
silagens inoculadas com L. buchneri continham quantidades pequenas de ácido
lático; no entanto, foram observadas quantidades altas de ácido acético e,
também, quantidades apreciáveis de 1,2-propanodiol. Esses dados indicam que a
estabilidade aeróbia está mais relacionada com a concentração de ácido acético
do que com a de ácido lático e o pH final. Esses autores também avaliaram o
efeito de três compostos isolados (ácido lático, acético e propiônico) das silagens
estudadas na inibição de duas espécies de leveduras e duas de fungos
filamentosos, constatando que o ácido acético foi muito eficiente na inibição
destes microrganismos.
2.4.1Microrganismos envolvidos na deterioração aeróbia das silagens
Leveduras e alguns fungos filamentosos são os microrganismos mais
importantes envolvidos na deterioração aeróbia da silagem, catabolizando os
ácidos lático e propiônico e açúcares. As leveduras envolvidas pertencem a
gêneros que utilizam ácidos, como Candida, Endomycopsis, Hansenula e
Pichia, enquanto os utilizadores de açúcar são, principalmente, espécies de
Torulopsis (Woolford, 1984).
16
Algumas leveduras, ao contrário da maioria dos fungos, precisam de
condições anaeróbicas (anaeróbias facultativas), podendo manter altas
populações nessas condições pela fermentação alcóolica de açúcares (1
glicose 2 etanol + 2 CO
2
+ 2 H
2
O) (Jobim & Gonçalves, 2003). A presença de
fungos é prejudicial à silagem porque eles quebram o açúcar e o ácido lático pela
via normal da respiração e também hidrolizam e metabolizam a celulose e outros
componentes da parede celular. Além disso, alguns bolores, principalmente as
espécies dos gêneros Aspergillus, Fusarium e Penicillium, crescem em silagens
onde há penetração de ar e produzem toxinas que são prejudiciais aos animais e
ao homem (Gotlieb, 1997).
Anteriormente, pensava-se que as bactérias desempenhavam um papel
secundário na deterioração aeróbia da silagem; porém, segundo McDonald
(1991), estas bactérias exercem uma função muito importante na deterioração
das silagens. Existem evidências de que a principal bactéria envolvida na
deterioração aeróbia das silagens pertence ao gênero Bacillus, porém tem sido
observado crescimento de algumas BAL. Isso pode ser explicado pelo fato de
que os bacilos têm pequena oportunidade de crescer inicialmente em uma
silagem convencionalmente fermentada, especialmente se o pH for menor que 5,
pois esses microrganismos, assim como os clostrídeos, são intolerantes à acidez,
comparados a outros microrganismos que fazem parte da microflora da silagem.
Por outro lado, na silagem podem ocorrer micro ambientes onde o pH se
encontra mais elevado para permitir o crescimento desses microrganismos
(Woolford, 1984).
As enterobactérias e a listéria (Listeria monocytogenes) também estão
envolvidas na deterioração aeróbica das silagens, existindo uma relação direta
entre a contaminação e essas bactérias. A contaminação causa degradação da
silagem e possíveis prejuízos sanitários aos animais e ao homem (Jobim &
Gonçalves, 2003).
17
Os microrganismos envolvidos no processo de deterioração
aparentemente são oriundos da silagem, e não da contaminação pelo ar
(Woolford, 1984).
As medidas a serem tomadas para controlar a deterioração aeróbia das
silagens devem prevenir ou reduzir o crescimento dos microrganismos
responsáveis pela iniciação do processo, os quais, na maioria dos casos, são as
leveduras (Driehuis et al., 1999a).
18
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e clima
O experimento foi conduzido nos Departamentos de Zootecnia e
Biologia da Universidade Federal de Lavras – MG.
A Estação Climatológica Municipal de Lavras está situada no Campus
da Universidade Federal de Lavras (UFLA), no município de Lavras, Estado de
Minas Gerais, em convênio com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMER),
em latitude de 21º14’ S, longitude de 45º00’ W e altitude de 918,84 m (Brasil,
1992). Segundo a classificação internacional de Köppen, o clima da região é do
tipo Cwa, subtropical com verão quente e chuvoso e inverno frio e seco,
caracterizado por um total de 23,4 mm de chuvas no mês mais seco e 295,8 mm
no mês mais chuvoso, precipitação total anual de 1.529,7 mm e temperaturas
médias máxima mensal igual a 22,1°C em fevereiro e mínima mensal igual a
15,8ºC em julho.
3.2 Preparo da forragem para ensilagem
A cana-de-açúcar utilizada no experimento foi colhida de um canavial
estabelecido há quatro anos em área pertencente à UFLA, com idade de rebrota
de cerca de 12 meses, na estação seca (mês de junho), quando apresenta teor de
carboidratos solúveis de aproximadamente 18° Brix. A colheita foi manual e, em
seguida, a cana foi picada em picadeira estacionária sem sofrer o despalhamento,
proporcionando partículas de 10 a 30 mm para a produção da silagem.
19
3.3 Preparo dos inoculantes e tratamentos
Os inoculantes foram previamente preparados no Laboratório de
Microbiologia do Departamento de Biologia da UFLA.
Os inoculantes que contêm bactérias homoláticas foram Lactobacillus
plantarum (UFLA 1 SIL) e L. paracasei (UFLA 67 SIL), e os que contêm
bactérias heteroláticas, L. buchneri (UFLA 72 SIL) e L. brevis (UFLA 65 SIL).
Essas espécies de microrganismos foram obtidas de silagens de cana-de-açúcar
isoladas por Ávila (2007).
O inoculante LB1 foi o Pioneer 11A44TM (Pioneer Hi-Bred
International, Inc., Des Moines, IA, USA), que contém a bactéria heterolática L.
buchneri na população de 10
11
ufc/g do produto. O inoculante LB2 foi o
comercial Biomax
®
(Biomax®, Christian Hansen, Valinhos, SP), que contém a
bactéria homolática L. plantarum. O inoculante LB3 foi o comercial SiloMax
Lalsil Cana
®
(Matsuda e Lallemand S.A.), que contém a cepa NCIMB 40788 da
bactéria heterolática L. buchneri.
Nos quatro tratamentos, para que as bactérias isoladas da própria
silagem de cana-de-açúcar fossem adicionadas com a mesma concentração de
células viáveis, realizou-se uma contagem do número dessas bactérias no
inoculante por meio de plaqueamento em meio MRS (Tabela 12A).
Inicialmente, o microrganismo foi cultivado em tubos contendo 2 mL de meio
MRS por 24 horas; em seguida foi transferido para tubos contendo 10 mL de
caldo MRS por mais 24 horas e, finalmente, transferido para erlenmeyer com
250 mL de caldo MRS e cultivado por 24 horas. Após este tempo, foi feita a
contagem do número de células, obtendo-se um resultado aproximado de 9 log
ufc/mL do caldo. Para cada tratamento foi retirado 0,3 mL do caldo presente no
erlenmeyer, o qual foi, posteriormente, misturado com 80 mL de água destilada
estéril e borrifado sobre 3 kg de forragem no momento da ensilagem. Ao final,
20
os inoculantes foram aplicados em uma concentração de 8 log ufc/kg de
forragem, que correspondem a 5 log ufc/g de forragem.
Os tratamentos foram constituídos de:
1)Controle;
2)L. plantarum (UFLA 1 SIL);
3)L. paracasei (UFLA 67 SIL);
4)L. brevis (UFLA 65 SIL);
5)L. buchneri (UFLA 72 SIL);
6)LB1 (Pioneer 11A44TM);
7)LB2 (Biomax 5
®
);
8)LB3 (SiloMax Lalsil Cana
®
).
No tratamento controle a forragem foi ensilada sem adição de qualquer
inoculante bacteriano, apenas borrifando água estéril na mesma quantidade que
os demais tratamentos (80 mL).
3.4 Ensilagem da cana-de-açúcar
A forragem picada foi ensilada em silos de PVC com diâmetro de 10 cm
e altura de 60 cm, adaptados com válvula tipo Bunsen, com capacidade cerca de
2,5 a 3,0 kg de forragem, sendo utilizada uma densidade de compactação de
aproximadamente 600 kg de forragem por m
3
.
Os inoculantes preparados anteriormente foram misturados à forragem,
no momento da ensilagem, com auxílio de um borrifador (sendo um para cada
tratamento). Houve o cuidado de adicionar ao tratamento controle somente a
21
água destilada estéril, na mesma quantidade de água que foi adicionada junto
com os inoculantes (80 mL) (item 3.3).
A forragem foi compactada manualmente nos silos, com o auxílio de
uma barra de ferro. Estes foram armazenados com a válvula voltada para baixo
(para que o efluente produzido fosse eliminado), em temperatura ambiente e sob
a proteção da luz solar e chuvas. Foram retiradas amostras da forragem fresca,
sem e com inoculantes, das quais uma parte foi armazenada em freezer e a outra
foi levada para a estufa de ventilação forçada a 65°C por 72 horas. Após
secagem e pesagem, esta foi moída e armazenada para análises posteriores. Uma
terceira amostra foi colhida para a leitura do pH no momento da abertura dos
silos.
3.5 Avaliação de parâmetros químicos do processo de fermentação
Para a avaliação dos parâmetros químicos da fermentação das silagens,
os silos foram abertos após 90 dias do fechamento e de cada um foram retiradas
três amostras, tomando-se o cuidado de desprezar as extremidades da silagem no
silo (aproximadamente 10 cm). Destas amostras, uma foi pesada e seca em
estufa de ventilação forçada a 65°C e a outra foi colocada em sacos plásticos
devidamente identificados e congelados. Uma terceira amostra foi retirada para a
determinação do pH e a contagem da população de microrganismos.
As análises bromatológicas da forragem fresca e das silagens foram
realizadas no Laboratório de Pesquisa Animal do DZO-UFLA. As amostras
secas foram moídas em moinho do tipo Willey, com peneira de 30 mesh, e
armazenadas em potes plásticos devidamente identificados, os quais foram
encaminhados ao laboratório para a determinação dos teores de matéria seca
(MS) e proteína bruta (PB) conforme os métodos recomendados pela AOAC
(1990); fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA),
22
segundo as técnicas descritas por Silva (1990). Os teores de hemicelulose foram
obtidos pela diferença entre FDN e FDA.
Foi colhida uma amostra de 10 g de silagem de cada silo para se
proceder à leitura do pH em um potenciômetro Beckman Expandomatic SS-2.
Os teores de carboidratos solúveis (CHOs) também foram determinados
em amostras secas, conforme a técnica de Bailey (1977) modificada por
Valadares Filho (1981).
As amostras que haviam sido congeladas foram descongeladas para
extração do suco, com prensa hidráulica, para a determinação dos teores de
nitrogênio amoniacal como porcentagem do nitrogênio total [N-NH
3
(% N
total)], e dos ácidos graxos voláteis, ácido lático e etanol por cromatografia
gasosa (AOAC, 1980).
O poder tampão foi determinado no momento da ensilagem, utilizando-
se amostras congeladas de acordo com a técnica descrita por Playne &
McDonald (1966).
A matéria mineral (cinzas) foi obtida após incineração de amostras em
mufla a 550ºC durante 3 h (Harris, 1970).
3.6 Avaliação de parâmetros microbiológicos da silagem
As análises microbiológicas da forragem e das silagens foram realizadas
no Laboratório de Microbiologia do DBI-UFLA. Foram efetuadas as contagens
de BAL, leveduras e fungos filamentosos no momento de abertura dos silos.
Coletou-se uma amostra de 80 g de silagem de cada silo, a qual foi colocada
assepticamente em frascos contendo 720 mL de água peptonada estéril (1% de
peptona), esterilizada a 121ºC/15 min. e agitada durante 20 minutos. A partir do
extrato obtido, foram preparadas diluições decimais de 10
-1
a 10
-6
.
23
As contagens totais de BAL, leveduras e fungos filamentosos foram
realizadas tomando-se 0,1 mL de cada diluição, em triplicata, espalhado com
alça de Drigalsky no meio MRS (Tabela 12A) em placas de Petri, acrescido de
nistatina (0,4%) para contagem de BAL. No meio DRBC (Dicloran Rosa
Bengala Cloranfenicol) (Tabela 12A) efetuou-se a contagem de fungos
filamentosos, e no meio YEPG (Tabela 12A), a contagem de leveduras. As
placas foram incubadas a 28ºC e as contagens totais de BAL, fungos
filamentosos e leveduras foram realizadas após 24-72 horas de incubação.
3.7 Avaliação da estabilidade aeróbia das silagens
Após o período de ensilagem de 90 dias, os silos foram abertos e, de
cada um, foi retirada uma amostra de cerca de 2,5 kg, acondicionada em balde
plástico com capacidade de 5,0 kg cada para avaliação da estabilidade aeróbia.
Essas amostras foram acondicionadas em uma sala fechada e a temperatura da
forragem foi monitorada diariamente. Para isto, um termômetro foi inserido no
centro geométrico da massa ensilada e avaliado por 5 dias. A temperatura da
massa ensilada foi tomada duas vezes ao dia, às 8:00 e às 17:00 horas, e a
temperatura ambiente foi medida com o auxílio de um termômetro localizado
próximo aos baldes. A estabilidade aeróbia foi calculada como sendo o tempo,
em horas, observado para que o alimento volumoso, após a abertura do silo,
apresentasse uma elevação da temperatura de 2°C em relação à temperatura
ambiente (Kung Jr. et al., 2000), que apresentou média de 23,9°C e variação
entre 22,5 e 25°C.
Foram determinados a temperatura máxima (TMAX) da silagem,
expressa em °C, como sendo a máxima temperatura observada no tratamento
durante os cinco dias de avaliação, e o tempo para atingir a temperatura máxima
24
(TTMAX), como sendo o tempo, em horas, transcorrido para que a massa de
forragem atingisse a temperatura máxima.
3.8 Delineamento experimental e análise estatística
O experimento para avaliação dos parâmetros químicos e
microbiológicos das silagens foi conduzido obedecendo a um delineamento
experimental inteiramente casualizado, com oito tratamentos e três repetições.
Os dados foram analisados estatisticamente pelos procedimentos de análise de
variância, de acordo com o software SISVAR (Ferreira, 2000). Para a
comparação de médias entre os tratamentos foi utilizado o teste de Scott-Knott a
5% de probabilidade.
O modelo estatístico adotado foi o seguinte:
Y
ik
= μ + a
i
+ e
ik
, em que:
Y
ik
= valores observados na k-ésima repetição e do i-ésimo tratamento;
μ = constante inerente a todas as observações;
a
i
= efeito do i-ésimo tratamento;
e
ik
= erro associado à observação Y
ik.
Os erros são considerados independentes e normalmente distribuídos,
com média igual a zero e variância constante.
25
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização da cana-de-açúcar no momento da ensilagem
4.1.1 Parâmetros químicos
Os resultados referentes à composição química da cana-de-açúcar fresca,
utilizada antes da ensilagem, estão apresentados na Tabela 1, e as análises de
variância encontram-se nas Tabelas 1A, 2A e 3A.
Os valores médios de pH determinados no momento da ensilagem da
cana-de-açúcar (5,56) foram ligeiramente superiores aos encontrados por
Schmidt (2006) (5,02).
Os teores médios de MS (31,23%) e PB (3,11%) foram superiores aos
encontrados na literatura, como 27,4% e 2,0% (Coan et al., 2002); 28,3% e 2,3%
(Molina et al., 2002); 28,6% e 2,6% (Freitas et al., 2006) e 30,4% e 2,42%
(Schmidt, 2006), respectivamente. Muck (1988) afirma que, em silagens, o teor
de MS no momento de ensilar deve estar em torno de 30 a 35% para que o
alimento seja bem preservado.
Na análise dos teores de FDN (58,8%), observou-se que estes foram
superiores aos encontrados por outros autores, variando de 36,2 a 49%, enquanto
os de FDA (32%) foram semelhantes aos da literatura, variando de 23,6 a 32%
FDA (Fernandes et al., 2003; Pedroso et al., 2005; Freitas et al., 2006; Santos,
2007).
Para hemicelulose e cinzas, as concentrações medidas no momento da
ensilagem foram 27% e 4,49%, respectivamente. Estes resultados são superiores
aos relatados por Santos (2007), cujos valores foram de 20,62% e 2,25% para
hemicelulose e cinzas, respectivamente.
26
27
Os valores de PT foram baixos, apresentando média de 10,7 E.mg
NaOH/100g MS. Segundo McDonald et al. (1991), o poder tampão das plantas é
um fator importante para ensilagem. O poder de tamponamento é exercido por
bases inorgânicas de potássio e cálcio, proteínas, aminoácidos livres e por sua
capacidade de produção de amônia (Van Soest, 1994). Como a cana-de-açúcar
apresenta baixos teores de PB (3,1% na MS), esses valores de PT também
tendem a ser baixos.
Ainda, os valores de carboidratos solúveis (CHOs) estão dentro da faixa
encontrada por alguns autores (20 a 40%), porém foram inferiores aos
encontrados por Freitas et al. (2006) e superiores aos relatados por Pedroso et al.
(2007). Essas diferenças podem estar relacionadas à cultivar, à sua maturidade e
às diferentes técnicas empregadas para análise dessa variável.
TABELA 1 Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
ácido (FDA), hemicelulose (HEMI) e cinzas, valores de pH, carboidratos solúveis (CHOs) e poder tampão
(PT) da cana-de-açúcar fresca usada na ensilagem
1
Controle - sem inoculante; L. plantarum (10
5
ufc/g MV); L. paracasei (10
5
ufc/g MV); L. brevis (10
5
ufc/g MV); L. buchneri (10
5
ufc/g MV); LB1, LB2 e LB3 silagens acrescidas de inoculantes comerciais.
MS PB FDN FDA HEMI Cinzas CHOs PT
Tratamentos
1
pH
(% MS) g/kg (E.mg NaOH/
100 g MS)
Controle
5,59 30,48 3,42 59,3 31,8 25,9 4,63 299,7 10,8
L. plantarum
5,57 33,17 3,04 59,6 31,3 27,7 4,50 295,0 10,4
L. paracasei
5,54 30,72 3,03 59,0 33,6 28,1 4,44 290,0 10,7
L. brevis
5,55 31,34 2,74 59,0 31,9 27,1 4,54 293,6 10,6
L. buchneri
5,58 31,14 3,16 58,3 31,9 26,4 4,65 276,6 10,8
LB1
5,57 30,71 3,13 57,7 31,4 25,4 4,29 292,8 10,8
LB2
5,57 31,68 3,02 59,45 32,9 26,8 4,36 291,6 10,5
LB3
5,55 30,60 3,33 58,5 31,9 28,6 4,60 292,9 10,7
MÉDIA
5,56 31,23 3,11 58,88 32,00 27,00 4,49 291,56 10,7
28
4.1.2 Parâmetros microbiológicos
A composição microbiológica da cana-de-açúcar após a aplicação dos
inoculantes sofreu influência nas populações de bactérias ácido láticas (BAL)
(P<0,05), ao passo que para as contagens de leveduras (LEV) e fungos
filamentosos (FF) não se observou efeito (p>0,05) (Tabela 4A) (Tabela 2).
TABELA 2. Valores médios das populações de bactérias ácido láticas (BAL),
leveduras (LEV) e fungos filamentosos (FF) da cana-de-açúcar
fresca durante a ensilagem
BAL LEV FF
Tratamentos
1
log ufc/g
Controle
3,63 b 5,85 5,40
L. plantarum
8,16 a 6,30 5,47
L. paracasei
8,15 a 6,12 5,45
L. brevis
7,63 a 6,16 5,40
L. buchneri
7,86 a 6,26 5,50
LB1
7,93 a 6,25 5,38
LB2
7,62 a 6,08 5,45
LB3
7,90 a 6,26 5,36
MÉDIA
7,36 6,16 5,42
1
Controle - sem inoculante; L. plantarum (10
5
ufc/g MV); L. paracasei (10
5
ufc/g MS);
L. brevis (10
5
ufc/g MV); L. buchneri (10
5
ufc/g MV); LB1, LB2 e LB3 silagens
acrescidas de inoculantes comerciais.
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(P>0,05).
A silagem controle apresentou populações mais baixas de BAL (3,63
log ufc/g de forragem) que as demais, o que era esperado, uma vez que nos
demais tratamentos as silagens foram inoculadas com 10
5
ufc/g de forragem de
Lactobacillus no momento da ensilagem, alcançando população de até 8,16 log
ufc/g (Tabela 2). Jaster (1994) cita que as BAL são encontradas em números
29
relativamente pequenos nas culturas (<10 log ufc/g). No entanto, o corte e
picagem da forragem com equipamento adequado provocam a liberação de
sucos da planta, o que pode aumentar o número de BAL prévio à ensilagem.
A população média de leveduras encontrada na cana-de-açúcar fresca foi
alta (6,16 log ufc/g) em comparação com outras pesquisas realizadas. Nesse
estudo observou-se população inicial de leveduras de 7,78 log ufc/g. Freitas et
al. (2006) encontraram contagem menor, 5,05 log ufc/g.
As médias das populações de fungos filamentosos e leveduras não
sofreram nenhuma influência com a aplicação dos inoculantes, apresentando
valores médios de 5,42 e 6,16 ufc/g de forragem, respectivamente (Tabela 2).
Esses valores foram semelhantes aos observados por Ávila (2007) após a
aplicação de inoculantes que continham a espécie L. buchneri em cana-de-
açúcar
4.2 Silagens no momento da abertura
4.2.1 Parâmetros químicos e bromatológicos
Os valores de pH, MS, PB, NH
3,
CHOs e FDN foram influenciados pela
adição dos inoculantes (P<0,05) (Tabelas 5A 6A e 11A), porém os teores de
FDA, HEMI e Cinzas não diferiram entre as silagens (p>0,05) (Tabelas 5A, 6A
e 7A).
As silagens inoculadas com L. plantarum, L. paracasei e L. buchneri
foram as que apresentaram os menores valores de pH (Tabela 3). Esses baixos
valores de pH podem estar associados a uma maior produção de ácido lático
nestas silagens, visto que L. plantarum e L. paracasei são bactérias homoláticas.
Esse efeito não foi observado para o inoculante comercial que continha bactéria
homolática (LB2). As silagens que foram inoculadas com a cepa isolada de L.
30
buchneri proporcionaram um valor de pH menor que as demais que receberam
esta mesma espécie de bactéria heterolática (LB1 e LB3), corroborando
afirmação dos pesquisadores Catchpoole & Henzel (1971), os quais confirmam
que existem diferenças entre as bactérias isoladas das silagens tropicais e as de
origem temperada. Em geral, silagens inoculadas com L. buchneri apresentam
pH mais alto em face da maior produção de ácido acético (Driehuis et al., 1999b;
Oude Elferink et al., 2001). Esse fato foi observado nas silagens LB1 e LB3, que
continham essa mesma espécie de bactéria.
As silagens apresentaram valores de pH variando de 3,46 a 3,58,
situando-se, dessa forma, dentro dos limites reportados na literatura para
silagens de cana-de-açúcar (Pedroso et al., 2007; Siqueira et al., 2007; Santos,
2007; Junqueira, 2006). McDonald et al. (1991) comentam que valores de pH
variando de 3,8 a 4,2 devem ser esperados em silagens bem conservadas. No
entanto, em silagens de cana-de-açúcar esses valores são menores.
De acordo com Siqueira (2005), o pH final é fruto da extensão da
fermentação, principalmente realizada por microrganismos homofermentativos.
McDonald et al. (1991) citam que a elevação artificial do número inicial de
bactérias produtoras de ácido lático, na forragem ensilada, pode reduzir o pH
final, aumentar o conteúdo de ácido lático e reduzir a perda de MS no silo,
melhorando o desempenho e a produção de leite dos animais alimentados com a
silagem tratada. De acordo com Evangelista et al. (2004), somente o baixo pH
final não garante que a atividade de microrganismos indesejáveis, em especial
enterobactérias e clostrídeos, seja prevenida durante o processo de fermentação.
Para que esse efeito ocorra, é necessário que a redução do pH seja processada
rapidamente. Neste estudo, não foi detectada a presença de ácido butírico, o que
leva à conclusão de que não houve crescimento de bactérias do gênero
Clostridium. Segundo McDonald et al. (1991), quando se trabalha com
forrageiras com altos teores de açúcares e baixos de proteínas, a estabilidade do
31
pH ocorre normalmente antes do décimo dia de ensilagem. Pedroso (2003), em
estudo com silagem de cana-de-açúcar, observou que o pH apresentava valores
abaixo de 4 no terceiro dia após a ensilagem.
O pH é um dos fatores de maior importância na inibição de
microrganismos indesejáveis. As enterobactérias são prejudiciais,
principalmente na fase inicial de fermentação. O pH ótimo para seu crescimento
é de 6,0 a 7,0; assim, a maioria das cepas de Enterobacteriaceae não cresce em
pH abaixo de 5,0 (Bolsen, 1995). As bactérias do gênero Listeria spp. podem
tolerar valores de pH de 3,8 a 4,2 por longos períodos se o oxigênio está
presente, mesmo que em baixos níveis; no entanto, sob condições estritamente
anaeróbicas, aqueles microrganismos são rapidamente inativados se os valores
de pH são baixos (Oude Elferink et al., 2000). Os clostrídeos também são
inibidos por pH baixo no meio; no entanto, mais importante que o efeito do pH
isoladamente é o efeito conjunto deste com teores de MS mais altos, acima de
30% (Woolford, 1984).
As silagens que receberam L. plantarum apresentaram os maiores teores
de MS (32,63%) e as demais não diferiram entre si, apresentando valores médios
de 28,42% (Tabela 3). Esse comportamento pode estar associado ao maior teor
de MS dessas silagens no momento da ensilagem (Tabela 1). Os teores médios
de MS reduziram de 31,23 para 28,96%, ocorrendo, portanto, uma redução
aproximada de dois pontos porcentuais.
De acordo com Woolford (1984), a redução de MS está relacionada à
diminuição de conteúdo celular, principalmente de carboidratos solúveis,
durante o processo fermentativo. Outras vias comuns de perdas de MS são a
produção de efluentes e a perda de água resultante de reações metabólicas
(McDonald et al., 1991). No caso específico de silagens de cana-de-açúcar, em
virtude da elevada população de leveduras encontradas no material no início do
processo da ensilagem, as perdas de MS provocadas pelo metabolismo desses
32
microrganismos podem tornar-se bastante significativas. De acordo com
McDonald et al. (1991), a produção de etanol pelas leveduras é acompanhada
pela perda acentuada de MS dos substratos na forma de CO
2
e H
2
O.
TABELA 3. Valores de pH, matéria seca (MS), proteína bruta (PB), nitrogênio
amoniacal (NH
3
) e carboidratos solúveis (CHOs) das silagens de
cana-de-açúcar inoculadas com diferentes bactérias
MS PB NH
3
CHOs Tratamentos
1
pH
(%) (% MS) % N-Total (g/kg)
Controle
3,57 a 28,62 b 3,59 c 11,0 a 12,63 c
L. plantarum
3,49 b 32,63 a 4,16 b 6,33 b 21,33 c
L. paracasei
3,47 b 28,43 b 4,24 b 10,65 a 41,00 a
L. brevis
3,58 a 28,55 b 4,05 b 7,33 b 31,60 b
L. buchneri
3,46 b 27,61 b 3,65 c 11,33 a 18,33 c
LB1
3,55 a 28,59 b 3,76 c 10,66 a 18,33 c
LB2
3,57 a 30,02 b 4,25 b 8,16 b 28,00 b
LB3
3,53 a 27,12 b 4,97 a 7,00 b 25,41 c
MÉDIA 3,53 28,96 4,08 8,99 24,62
1
Controle - sem inoculante; L. plantarum (10
5
ufc/g MV); L. paracasei (10
5
ufc/g MV);
L. brevis (10
5
ufc/g MV); L. buchneri (10
5
ufc/g MV); LB1, LB2 e LB3 - silagens
acrescidas de inoculantes comerciais.
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(P<0,05).
As reduções médias de MS neste estudo foram inferiores à encontrada
por Molina et al. (2002), que observaram redução média de sete unidades
porcentuais (28,72 para 21,10%) aos 56 dias de ensilagem da cana-de-açúcar
com 12 meses de crescimento, sob efeito de aditivos químicos e microbianos.
Siqueira et al. (2007) observaram reduções médias de MS de 35,3 para 30,5%
para cana-de-açúcar colhida aos 15 meses de desenvolvimento e armazenada por
período de 60 dias. Esses mesmos autores fazem uma ressalva da importância de
se avaliar a variação entre os teores de MS antes da ensilagem e após a abertura
33
do silo, pois essa variação constitui indicativo de perda de MS durante a
fermentação.
Os valores médios de MS obtidos nesta pesquisa (28,96%) são
superiores aos reportados por Pedroso et al. (2007) (26,4%) e Queiroz (2006)
(23,12%), os quais observaram diferenças significativas entre aditivos
microbianos e químicos para essa variável.
A concentração de PB (Tabela 3) foi significativamente maior para a
silagem que recebeu o inoculante LB3 (4,97%), seguida das silagens inoculadas
com L. plantarum, L. paracasei, L. brevis e LB2. De acordo com os valores
encontrados na forragem fresca (Tabela 1), houve aumento desse componente ao
longo do período de fermentação. Observou-se um aumento médio de 3,11 para
4,08% de PB quando se comparou a forragem antes e depois de ensilada. O
aumento verificado durante a ensilagem ocorreu, principalmente, como
conseqüência da perda de carboidratos solúveis por respiração no processo de
fermentação da silagem. Segundo Rotz & Muck (1994), o teor de PB pode sofrer
aumento de 1 a 2% na MS em função desse processo. Para as silagens, Controle,
L. buchneri e LB1, as variações nos valores de PB foram menores.
Aparentemente, o processo fermentativo da cana-de-açúcar apresenta pouco
efeito na degradação da proteína, uma vez que houve pequena alteração dessa
fração ao longo do tempo e os valores obtidos para as silagens no momento da
abertura (Tabela 3) estão dentro da amplitude preconizada por Faria (1993).
Queiroz (2006) registrou valores médios de 5,48% de PB em silagens de
cana-de-açúcar colhida aos 12 meses de crescimento e inoculadas com aditivos
microbianos. No entanto, Siqueira et al. (2005) obtiveram valor médio de 4,1%
de PB, coincidente com esse trabalho, no estudo de aditivos químicos e
microbianos na ensilagem de cana-de-açúcar crua e queimada.
O comportamento dos teores médios de NH
3
estiveram associados aos
teores de PB nas silagens. As silagens que foram inoculadas com bactérias
34
apresentaram média de 8,7% de NH
3
como porcentagem do nitrogênio total,
evidenciando o efeito da inoculação na redução da quebra da proteína em
amônia e, possivelmente, associado à rápida queda no pH após a ensilagem. De
acordo com Silveira (1975), teores de NH
3
abaixo de 8% são caracterizam
silagens de boa qualidade.
Os teores de NH
3
nesse estudo estão dentro do limite sugerido por Van
Soest (1994) para silagens de boa qualidade. Segundo esse autor, valores acima
de 10% indicam que o processo de fermentação resultou em quebra excessiva de
proteína em amônia. Por outro lado, os valores de NH
3
aqui relatados e
discutidos foram superiores aos encontrados em silagens de cana-de-açúcar por
Lima et al. (2002) e Siqueira (2005). Entretanto, Lopes (2006) encontrou valores
de NH
3
de apenas 2,06% para silagens de cana pura após 180 dias de
fermentação.
Freitas et al. (2006) encontraram valores elevados de NH
3
em silagens de
cana inoculadas com L. buchneri, com média de 13,4%, não detectando
influência da inoculação com L. plantarum e L. buchneri sobre essa variável.
Em geral, existe uma correlação entre degradação protéica e produção de
NH
3
em silagens. Essa degradação ocorre quando a queda do pH ocorre de
forma lenta, causada por fermentação por enterobactérias, enzimas vegetais ou
fermentação por bactérias do gênero Clostridium, reduzindo os teores de PB e
aumentando as concentrações de NH
3
(Bolsen, 1995). No entanto, se for levado
em consideração que em grande parte dos estudos sobre ensilagem de cana-de-
açúcar a queda do pH é rápida, e que nesse estudo não foi observado nenhum
indicativo de fermentação clostridica, essa correlação foi observada na presente
pesquisa.
Ao final do processo de fermentação, a silagem sem inoculante
apresentou uma tendência de menor concentração de CHOs residuais (12,63
g/kg) do que as inoculadas, embora estatisticamente não diferiu das silagens
35
inoculadas com L. plantarum, L buchneri, LB1 e LB3. Esse fato pode ser
explicado pela maior conversão, pelas leveduras, dos CHOs a etanol, visto que a
silagem controle foi a que apresentou as maiores populações de leveduras
(Figura 2) e maiores teores de etanol (Tabela 5) após 90 dias de armazenamento.
A silagem que recebeu a bactéria homolática L. paracasei foi a que apresentou o
maior valor residual de CHOs (41,0 g/kg), seguido da que recebeu a bactéria
heterolática L. brevis (31,6 g/kg). Uma provável explicação para esses altos
teores de CHOs residuais foram as baixas populações de BAL nessas silagens
(Figura 1). Possivelmente, essas populações de microrganismos não foram
capazes de converter os açúcares presentes na cana-de-açúcar a ácidos.
Queiroz (2006) observou maior preservação de CHOs em silagens de
cana adicionadas de L. buchneri, quando comparadas ao tratamento controle,
cujos valores foram 36,6 e 17,9 g/kg, respectivamente.
Em média, os teores de CHOs na cana-de-açúcar antes do processo de
ensilagem eram de 291,5 g/kg (Tabela 1); porém, com a aplicação dos
inoculantes e 90 dias de fermentação esses teores foram reduzidos para 24,62
g/kg (Tabela 3). Freitas et al. (2006) verificaram redução de 92% no teor de
CHOs após a ensilagem da cana-de-açúcar com L. buchneri, de 59,7 para 5,6%
na MS. Os valores obtidos por esses autores diferem dos reportados por alguns
autores, como Kung Jr. & Stanley (1982); Pedroso (2003) e Junqueira (2006), os
quais obtiveram valores próximos aos desse trabalho, e semelhantes aos de Alli
et al. (1983) e Castro Neto (2003). Possivelmente, diferenças metodológicas são
a razão para tais discrepâncias.
Observações efetuadas por Ávila (2007) indicam que concentrações
residuais altas de CHOs estão associadas a menores perdas de MS durante a
fermentação, o que constitui vantagem. No entanto, há desvantagem quando
essas silagens são expostas ao ar porque tendem, em geral, a deteriorar mais
rápido, a menos que exista algum fator que aumente a sua estabilidade.
36
Os teores dos componentes estruturais e minerais foram aumentados
após a ensilagem, provavelmente em decorrência do consumo de CHOs, o que
altera a composição centesimal do volumoso (Tabelas 1 e 4). A silagem que
apresentou o maior aumento nos teores de FDN após a ensilagem foi a que
recebeu L. paracasei (7,8 unidades porcentuais), e a menor, a que recebeu
L.brevis (0,89 unidades porcentuais%). Essas silagens estão associadas aos
maiores (66,8%) e menores (59,89%) teores de FDN observados após a cana-de-
açúcar ter sido ensilada por 90 dias. Esse aumento nos teores de FDN podem
estar associados a reduções nos teores observados de CHOs (Tabela 3). Os
valores médios obtidos não condizem com a variação verificada nos teores de
FDN e FDA (Tabela 4), uma vez que a silagem que apresentou menor teor de
fração fibrosa não foi a de maior valor numérico de CHOs.
Como pode ser observado, o aumento da fração fibrosa do material
ensilado em relação ao material original pode ocorrer devido à formação de
efluentes durante o processo fermentativo, quando os componentes solúveis em
água são reduzidos proporcionalmente ao aumento da fração menos fermentável
insolúvel em água, particularmente os constituintes da parede celular (Van
Soest, 1994). Pode, também, ocorrer por causa da perda de CHOs, na forma de
gases, ou por meio da formação da chamada “água de metabolismo”, formada
durante a síntese de etanol ou do metabolismo de fermentação de açúcares por
bactérias, sendo também responsável pela redução no teor de MS.
Nos trabalhos conduzidos com cana-de-açúcar essas modificações têm
sido associadas mais com a perda de MS na forma de gases em razão da
fermentação alcoólica por leveduras do que a perdas por efluentes. No trabalho
de Freitas et al. (2006) não houve produção de efluente. Estes autores
concluíram que as modificações ocorridas nos teores de MS, FDN e FDA
decorreram das perdas de CHOs na forma de gases e da produção da “água de
metabolismo”.
37
TABELA 4. Teores de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
ácido (FDA), hemicelulose (HEMI) e Cinzas das silagens de cana-
de-açúcar inoculadas com diferentes bactérias
FDN FDA HEMI CINZAS
Tratamentos
1
(% MS)
Controle
60,39 b 37,87 28,87 5,21
L. plantarum
66,66 a 37,33 29,27 5,53
L. paracasei
66,80 a 37,78 28,02 5,50
L. brevis
59,89 b 33,14 26,75 5,33
L. buchneri
60,24 b 38,77 21,49 5,14
LB1
63,32 a 37,32 24,41 4,84
LB2
61,89 b 38,29 23,60 5,68
LB3
64,68 a 35,43 29,25 5,69
MÉDIA 62,98 37,24 26,46 5,64
1
Controle - sem inoculante; L. plantarum (10
5
ufc/g MV); L. paracasei (10
5
ufc/g MV);
L. brevis (10
5
ufc/g MV); L. buchneri (10
5
ufc/g MV); LB1, LB2 e LB3 - silagem
acrescidas de inoculantes comerciais.
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(P<0,05).
Pedroso et al. (2006) detectaram aumentos relativos médios de FDN de
9,35% para silagens de cana-de-açúcar tratada com inoculantes à base de L.
buchneri e aditivos químicos, aos 96 dias de ensilagem.
Em estudo de fermentação de silagens de cana-de-açúcar com diferentes
inoculantes, Sousa (2006) constatou aumentos de 67 e 47% nos teores de FDN
das silagens controle e inoculada com L. buchneri, respectivamente, não
havendo diferença no padrão de fermentação ao longo do processo (interação
não significativa) para essa variável.
Na cana-de-açúcar de 24 meses de idade, Santos (2004) encontrou teor
de 70,36% de FDN na MS. Porém, Roth et al. (2005) observaram teor de FDN
de 75% na MS da cana-de-açúcar ensilada aos 15 meses de crescimento.
Evangelista et al. (2003), avaliando o perfil de fermentação na silagem da cana-
38
de-açúcar pura, observaram elevação do teor de FDN de 55,6% para 75,6%,
decorridos 50 dias de fermentação.
Observou-se aumento da ordem de 14,07% na fração de FDA com a
ensilagem da cana-de-açúcar. Este comportamento era esperado, conforme já
discutido para a variável FDN. Aumentos ponderais de 27,13% nos teores de
FDA foram relatados por Pedroso et al. (2005) em estudo do perfil de
fermentação da silagem de cana-de-açúcar.
Os teores médios de FDA encontrados nesta pesquisa (37,24%) são
inferiores aos de Lopes (2006) (41,86%), Pedroso et al. (2005) (44,6%), Bravo
Martins et al. (2006) (39,04%) e Siqueira et al. (2007) (45,4%), e concordam
com os de Pedroso et al. (2006) (36,85%), Schmidt (2006) (37,4%) e Freitas et
al. (2006) (37,68%). De acordo com Mertens (1982), menores teores de FDA
caracterizam silagens de melhor qualidade, pois este componente da parede
celular é inversamente correlacionado com a digestibilidade da MS.
Os valores médios de HEMI nesse estudo (26,46%) foram superiores aos
encontrados por Lopes (2006), Schmidt (2006) e Santos (2007) e semelhantes
aos de Ávila (2007). A HEM é um parâmetro importante na avaliação da
fermentação da silagem de cana-de-açúcar. McDonald (1991), avaliando
diversas silagens, verificou que, ao se esgotarem os carboidratos solúveis, a
HEM pode servir de substrato para as bactérias fermentadoras. Este fato não foi
observado nesta pesquisa, visto que os valores de HEMI da cana-de-açúcar antes
da ensilagem (Tabela 1) foram muito próximos aos encontrados nesta forragem
após o período de 90 dias de fermentação (Tabela 4) e não ocorreu exaustão dos
CHOs da silagem.
Para Cinzas ocorreu um aumento em relação ao material original em
função das perdas de conteúdo celulares durante a fermentação, resultando em
elevação proporcional dos valores, conforme já discutido. Os valores obtidos
nesta pesquisa são considerados altos quando comparados com os Pedroso et al.
39
(2005), Schmidt (2006) e Queiroz (2006), porém existem pesquisas, como a de
Pedroso et al. (2006), em que se obtiveram, com diferentes aditivos na
ensilagem de cana-de-açúcar, valores médios de Cinzas de 6,09% na MS.
4.2.2 Parâmetros microbiológicos
A adição de inoculantes às silagens de cana-de-açúcar influenciou
significativamente (P<0,05) a população de BAL durante o processo
fermentativo (Tabela 7A). Os valores obtidos das populações de BAL podem ser
observados na Figura 1.
Os maiores incrementos das populações de BAL, quando comparados
com os da cana-de-açúcar fresca (Tabela 2), após o período de 90 dias de
ensilagem, foram observados nas silagens controle, seguidas das
correspondentes a L. buchneri e LB1(Figura 1). O aumento de BAL no
tratamento controle pode estar associado às suas menores populações iniciais no
momento da ensilagem (Tabela 2), visto que este não sofreu inoculação com
nenhum tipo de bactéria e apresentou os menores teores de CHOs residuais
(Tabela 3). Sousa (2006) também observou uma alta população de BAL ao final
do processo da fermentação de cana-de-açúcar sem aditivo.
As silagens que receberam a bactéria homolática L. paracasei foram as
que apresentaram as menores populações de BAL, porém não diferindo de L.
brevis e L. plantarum, que também exibiram maiores concentrações de CHOs.
Possivelmente, este microrganismo não desenvolveu populações de BAL
suficientes para converter os CHOs presentes na forragem em ácidos.
As silagens que receberam L. plantarum, L. brevis e L. paracasei
apresentaram uma ligeira redução nas populações de BAL após 90 dias de
ensilagem. Esta observação também foi reportada por Bravo-Martins (2004),
com médias respectivas de 8,5; 6,5; 8,5 e 6,8 log ufc/g de silagens cana-de-
40
açúcar com 10, 20, 30 e 40 dias de fermentação. Em alguns trabalhos revisados
foi constatada redução na população de BAL no decorrer do processo
fermentativo (Pedroso et al., 2007). Segundo Hammes et al. (1992), na silagem
ocorre uma sucessão de BAL. No estádio inicial, as bactérias pertencentes ao
gênero Streptococcus dominam o processo, sendo substituídas por Leuconostoc,
depois por Lactobacillus e Pediococcus, que são mais resistentes às condições
ácidas. No decorrer do processo, até as BAL pertencentes ao gênero
Lactobacillus vão perdendo a viabilidade e alguns microrganismos
especializados, tais como Lactobacillus buchneri, continuam ativos em uma
baixa quantidade (Oude Elferink et al., 2000).
Os valores médios de BAL (8,19 log ufc/g) são semelhantes aos
relatados por Bravo-Martins (2006) (8,8 log ufc/g) avaliando aditivos químicos
em silagens de diferentes variedades de cana-de-açúcar.
Observou-se efeito das populações de leveduras encontradas nas silagens
(Figura 2). As maiores populações foram observadas nas silagens controle e L
plantarum. As silagens inoculadas com L. buchneri e LB1 apresentaram
populações abaixo dos níveis de detecção, ou seja, < 2 log ufc/g. O mais baixo
valor registrado de pH nesta pesquisa foi para as silagens que receberam L.
plantarum, contudo não sendo suficiente para reduzir a população de leveduras
(McDonald et al., 1991). As baixas estabilidades dessas silagens foram
associadas a altas contagens de leveduras, que podem promover aumento de pH
e o risco de desenvolvimento de microrganismos patogênicos como Listeria
monocytogenes (Rotz & Muck, 1994).
Esse comportamento pode ser explicado pela existência de muitas
espécies de leveduras que são relativamente insensíveis ao pH encontrado nas
silagens (3,7 a 6,5), podendo manter altas populações sob condições anaeróbias
pela fermentação dos açúcares (Jobim & Gonçalves, 2003). Observou-se
também que as silagens correspondentes à mesma bactéria, L. buchneri,
41
apresentaram comportamentos diferentes das populações de leveduras ao final
do período de armazenagem, variando de < 2 log ufc/g (L. buchneri e LB1) a
4,53 log ufc/g (LB3).
FIGURA 1. Contagem de bactérias ácido láticas das silagens de cana-de-açúcar
submetidas a diferentes tratamentos.
Letras diferentes indicam diferença significativa P<0,05 pelo teste Scott-Knott
Existem relatos de que o ácido acético atua no controle da população de
leveduras (Woolford, 1975); entretanto, concentrações de 1,7% na MS, como
encontrado nesta pesquisa nas silagens controle e silagens inoculadoas com L.
42
plantarum (Tabela 5), não foram eficientes no controle desse microrganismo.
Concentração de 1,7% de ácido acético na MS equivale a 7,4 g do ácido por litro
da fase úmida de uma forragem com 30% de MS, diferente dos valores preditos
por Woolford (1975), segundo os quais populações de leveduras são controladas
por concentrações de ácido acético superiores a 5,6 g/L do meio de cultura
(94mmol/L).
FIGURA 2. Contagem de leveduras das silagens de cana-de-açúcar submetidas
a diferentes tratamentos.
Letras diferentes indicam diferença significativa P<0,05 pelo teste Scott-Knott
43
Lopes (2006) pesquisou diferentes aditivos na ensilagem de cana-de-
açúcar. Após um período de 180 dias de armazenamento, o autor determinou
populações de 4,86 log ufc/g de leveduras. Porém, Bravo-Martins et al. (2006)
obtiveram populações médias de leveduras, após 30 dias de ensilagem, de 5,97
log ufc/g, e Freitas et al. (2006), de 5,19 log ufc/g. Bernardes et al. (2002)
obtiveram valores de 2,02 log ufc/g aos 55 dias de fermentação.
As populações de fungos filamentosos foram inferiores ao mínimo
detectável nas análises (< 2log ufc/g) em todas as silagens, por isso não foram
representadas. Este fato possivelmente decorreu da baixa penetração de oxigênio
nos silos no período de fermentação. Jobim & Gonçalves (2003) citam que
espécies de Aspergillus, Fusarium e Penicilium crescem em silagens em que há
penetração de ar.
Valores semelhantes foram relatados por Bravo-Martins et al. (2006)
quando trataram cinco variedades de cana-de-açúcar com aditivos químicos.
4.2.3 Produções de ácidos graxos voláteis, ácido lático e etanol
Foi observado efeito (P>0,05) dos inoculantes sobre os teores médios de
ácidos graxos voláteis, ácido lático e etanol das silagens de cana-de-açúcar
(Tabelas 8A e 9A).
Os teores médios de ácidos lático e graxos voláteis e a relação ácido
lático:acético e etanol das silagens da cana-de-açúcar submetidas a diferentes
inoculantes no momento da ensilagem são apresentados na Tabela 5.
Os dados referentes aos teores de ácido butírico foram encontrados em
quantidades muito reduzidas (traços) em todas as silagens e não foram
abordados nesta discussão.
Para a variável ácido lático, foi determinada uma concentração média de
2,81% na MS, sendo o menor valor observado na silagem controle (1,73% na
44
MS). Não foram detectadas diferenças estatísticas entre as silagens que
receberam inoculação no momento da ensilagem e a possível explicação para
esse fato é o alto coeficiente de variação obtido para esta variável (Tabela 8A).
Como já mencionado, análises de
espectrofotometria geralmente proporcionam
grande variação nos resultados obtidos, dando origem a altos coeficientes de
variação.
O menor teor de ácido lático na silagem controle pode estar associado à
utilização deste como substrato pelos microrganismos, quando são baixas as
reservas de CHOs (Krooneman et al., 2002).
As concentrações de ácido lático em silagens de cana-de-açúcar
apresentaram grandes variações nos trabalhos publicados. Alli et al. (1982)
encontraram teores variando entre 1,66 e 1,93% na MS; Alcântara (1989) obteve
1,52% na MS, enquanto Andrade et al. (2001) e Freitas et al. (2006) registraram
teores em torno de 4,3% na MS. Por outro lado, Kung Jr. & Stanley (1982),
trabalhando com silagens de cana-de-açúcar colhida em diferentes períodos de
desenvolvimento vegetativo, obtiveram teores de ácido lático variando entre
2,82 e 5,65% na MS, sendo que o menor valor deste ácido foi acompanhado pelo
maior de etanol, fato que também foi constatado nesse estudo (Tabela 5).
Essas disparidades são encontradas na literatura, bem como há
concordância entre os teores dos ácidos orgânicos e suas relações e a influência
na inibição da síntese de etanol. No entanto, observou-se que pouco se conhece
dos reais mecanismos envolvidos no controle da produção de álcool. Devem ser
conduzidos estudos que correlacionem e modelem os valores dos ácidos
orgânicos com os teores de CHOs e de MS do material original, bem como a
variedade forrageira envolvida. Além disso, devem ser padronizadas as técnicas
de análise para a determinação de carboidratos a fim de que se diminuam os
erros intrínsecos e melhores relações e compreensões do modelo possam ser
extraídas. Assim, é possível obter melhor compreensão de quais variáveis estão
45
envolvidas e qual a real importância de um determinado parâmetro no controle
das leveduras e na síntese de etanol das silagens de cana-de-açúcar (Sousa
2006).
Nas concentrações de ácido acético, foi observada uma variação de 1,74
(controle) a 4,97% na MS (L. brevis) (Tabela 5). Essa diferença entre as silagens
era esperada, visto que as bactérias que compõem cada tratamentos
apresentaram perfis de produção de ácidos diferentes.
Os maiores teores de ácido acético foram obtidos nas silagens que
continham as espécies L. brevis e L. buchneri. Ranjit & Kung Jr. (2000) afirmam
que esses microrganismos produzem mais ácidos acético e propiônico,
proporcionando aumento na estabilidade aeróbia das silagens. Oude Elferink et
al. (2001) relataram a capacidade das bactérias L. brevis e L. buchneri em
degradar ácido lático utilizando a glicose como aceptor de elétrons e produzinho
acetato, 1,3-propanodiol e CO
2
. O ácido lático, em pH inferior ao seu pK
a
(4,73),
mantém-se na forma não dissociada, de modo que a entrada do ácido pela
membrana (permeável a esse ácido) dos microrganismos é realizada via
transporte passivo. Dentro da célula, o ácido é dissociado (RCOO
-
e H
+
) porque
o pH interno do microrganismo é de 7,0 (superior ao pK
a
), liberando íons de H
+
,
o que implica gasto de energia por se tratar de um processo de transporte ativo,
retardando o crescimento e podendo causar a morte celular (McDonald et al.,
1991).
Nesse estudo, as concentrações de ácido acético foram semelhantes às
observadas em silagens de cana-de-açúcar por Ranjit & Kung Jr. (2000), 6,6%,
iguais às de Freitas et al. (2006), 2,6 a 4,5%, e superiores aos valores relatados
por Andrade et al. (2001), em que todos os tratamentos provocaram variações de
0,9 a 2,2% nas silagens. Por outro lado, aqueles teores foram inferiores aos
encontrados por Nishino et al. (2003), de 6,33%, utilizando silagens de milho
adicionadas de L. buchneri na grandeza de 10
6
log ufc/g MS.
46
As relações entre os ácidos lático e acético foram bastante dispersas,
graças à grande variação dos teores destes ácidos. Os valores calculados para
esta relação variaram de 0,43 a 2,07. Os valores mais elevados foram observados
para as silagens inoculadas com L. paracasei (2,07) e L. plantarum (1,76) e os
menores, para as silagens que foram inoculadas com bactérias heteroláticas, ou
seja, bactérias que degradam o ácido lático a ácido acético.
TABELA 5. Teores dos ácidos lático e acético, relação ácido lático:ácido
acético (AL:AC) e os teores de ácido propiônico e etanol das
silagens de cana-de-açúcar inoculadas com diferentes bactérias
Lático Acético AL:AC Propiônico Etanol
Tratamentos
1
(% na MS)
(% na MS)
Controle
1,73 b 1,74 c 1,00 b 0,58 c 6,14 a
L. plantarum
3,02 a 1,75 c 1,76 a 0,16 d 3,44 b
L. paracasei
3,80 a 1,83 c 2,07 a 0,17 d 3,67 b
L. brevis
2,10 a 4,97 a 0,43 b 0,12 d 1,15 e
L. buchneri
3,06 a 4,07 a 0,75 b 1,34 a 2,10 d
LB1
3,17 a 4,30 a 0,73 b 0,71 b 2,85 c
LB2
2,58 a 3,17 b 0,79 b 0,16 d 2,05 d
LB3
3,03 a 4,55 a 0,66 b 0,16 d 2,15 d
MÉDIA 2,81 3,30 1,03 0,44 2,94
1
Controle - sem inoculante; L. plantarum (10
5
ufc/g MV); L. paracasei (10
5
ufc/g MV);
L. brevis (10
5
ufc/g MV); L. buchneri (10
5
ufc/g MV); LB1, LB2 e LB3 - silagens
acrescidas de inoculantes comerciais.
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(P<0,05).
Poucos são os trabalhos encontrados na literatura que apresentam teores
de ácidos orgânicos em silagens de cana-de-açúcar. Não foram encontrados
trabalhos em que esses teores estão associados aos inoculantes utilizados na
ensilagem.
47
Kung Jr. & Shaver (2001) afirmam que, em plantas de milho, a relação
entre os ácidos lático e acético deveria variar entre 2,3 a 4,0:1; em silagens de
alfafa, essa relação varia entre 2,7 a 3,5:1; enquanto em silagens de gramíneas
temperadas, varia entre 3,3 a 6,0:1, sendo que os maiores teores de ácido lático
(6,2 a 8,9% na MS) são verificados nas silagens de Alfafa (Medicago sativa L.)
em função do elevado poder de tamponamento dessa leguminosa. Resultados de
trabalhos avaliando a adição de uréia em silagens de milho (Gonçalves et al.,
1998) e sorgo (Vieira et al., 2004) mostram a elevação do teor de ácido acético e
a redução na relação ácido lático:ácido acético em decorrência da inclusão
daquele aditivo.
No estudo dos teores de ácido propiônico, observou-se uma média, nas
silagens, de 0,44% na MS. Os maiores teores foram obtidos nas silagens
inoculadas com L. buchneri (1,34%), valores considerados alto conforme
relatado na literatura (Schmidt, 2006; Sousa, 2006; Kleinschmit et al., 2005 e
Taylor et al., 2002). Para as demais silagens, os valores encontrados estão de
acordo com os relatados na literatura (Freitas et al., 2006 e Schmidt, 2006).
As concentrações de ácido propiônico nas silagens estão dentro da faixa
de 0 a 1%, exceto as inoculadas com L. buchneri, classificadas como silagens de
boa qualidade, conforme citado por Mahanna (1993). Entretanto, foram
inferiores aos valores observados por Freitas et al. (2006), de 0,7 a 1,9% na MS.
O ácido propiônico é um dos ácidos de cadeia curta de maior efeito sobre os
microrganismos, reduzindo o crescimento de leveduras em pequenas
concentrações. Essa característica ocorre pela ação na membrana citoplasmática,
pelo abaixamento do pH celular, impedindo o transporte de aminoácidos entre as
membranas celulares (Freese et al., 1973).
Para os teores médios de etanol, as silagens que foram submetidas à
inoculação com bactérias homoláticas apresentaram comportamentos
semelhantes, com média de 3,55% na MS, e superiores às demais que foram
48
inoculadas. Este comportamento foi relatado por diversos autores (Andrade et
al., 2000; Castro Neto, 2003; Silva, 2003), quando demonstraram ausência de
efeito ou efeito deletério da inoculação de bactérias homoláticas em silagens de
cana-de-açúcar, acarretando elevação na produção de etanol.
Nos tratamentos que continham bactérias heteroláticas, a bactéria L.
brevis foi a que proporcionou os menores teores de etanol após o período de 90
dias de armazenamento das silagens. Estes resultados podem ser explicados pela
inibição do crescimento de leveduras ocasionado pelo ácido acético (McDonald
et al., 1991).
Os maiores teores de etanol observados neste estudo foram para as
silagens controle (6,14% na MS), sendo inferiores aos relatados na literatura
(Kung Jr. & Stanley 1982; Pedroso et al., 2005). Esses autores encontraram
teores de etanol de 8 a 17% na MS em silagens de cana-de-açúcar sem a
aplicação de nenhum tratamento, resultando em perdas aproximadas de 30% da
MS durante o processo de armazenagem.
Alli & Backer (1982) e Pedroso et al. (2005), estudando a dinâmica da
fermentação de silagens de cana-de-açúcar, observaram aumentos na
concentração de etanol durante a ensilagem, atingindo valores máximos em
apenas 15 dias de ensilagem. No caso das silagens produzidas por Alli & Backer
(1982), a exaustão dos teores de CHOs (apenas 1% na MS) foram responsáveis
pela paralisação no incremento de etanol nas silagens. No caso de Pedroso et al.
(2005), como os teores de CHOs e etanol continuaram variando dos 15 ao 45
dias, embora as diferenças não tenham sido estatisticamente significativas, pode
ter ocorrido a continuidade da fermentação alcoólica, assemelhando-se à
situação desta pesquisa.
Segundo McDonald et al. (1991), a fermentação etanólica é um processo
ineficiente, com formação de duas moléculas de etanol e duas de CO
2
para cada
molécula de glicose consumida, resultando em elevada perda de MS.
49
4.2.4 Estabilidade aeróbia
Para os dados de estabilidade aeróbia, temperatura máxima e tempo para
atingir a temperatura máxima, foram observados efeitos dos inoculantes
(P<0,05) (Tabela 10A). Os dados referentes ao ensaio de estabilidade aeróbia
estão apresentados nas Figuras 3, 4 e 5.
Na avaliação das silagens em aerobiose foi observada estabilidade
aeróbia média de 56,4 h, sendo que os menores valores foram observados para
as silagens controle (31,3h) e os maiores, para LB3 (86 h).
As silagens que foram inoculadas com as espécies L. buchneri
apresentaram as maiores estabilidades, exibindo uma média de 69,5 h. Estas
silagens também estiveram associadas com as menores temperaturas da massa
de forragem e o maior tempo para se atingir esta temperatura máxima durante o
período avaliado (Figuras 4 e 5). Esta maior estabilidade possivelmente está
associada à maior produção de ácido acético (Ranjit & Kung Jr., 2000) em face
do poder fungicida deste, que é o dobro daquele do ácido lático, e vai atuar no
controle de microrganismos deterioradores na fase aeróbia da silagem (Moon,
1983).
Na análise das silagens que receberam a inoculação de L. brevis, a
estabilidade aeróbia obtida de 49,3 horas, sob o ponto de vista da produção de
ácidos, principalmente do ácido acético (4,97% na MS), foi baixa, visto que esse
ácido atua no controle de microrganismos na fase aeróbia, conforme já
discutido. Essa estabilidade condiz com os teores de CHOs residuais e a
contagem de microrganismos, pois essas silagens apresentaram altos teores de
CHOs residuais (31,6 g/kg de forragem) e populações de leveduras da ordem de
5,29 log ufc/g de forragem, resultando em substrato e populações de
microrganismos para uma rápida deterioração dessas silagens quando expostas
ao O
2
(Woolford, 1984).
50
FIGURA 3. Estabilidade aeróbia das silagens de cana-de-açúcar submetidas a
diferentes tratamentos.
Letras diferentes indicam diferença significativa (P<0,05) pelo teste de Scott-
Knott
Danner et al. (2003) verificaram, em silagens de milho inoculadas com L
buchneri, L brevis e L. plantarum, valores de 274, 72 e 26 horas de estabilidade,
respectivamente, e que esta esteve relacionada com a produção de ácido acético
nas concentrações de 5,53, 2,86 e 0,81 %MS, respectivamente.
Os valores de estabilidade aeróbia determinados nesta pesquisa foram
inferiores aos do trabalho de Pedroso (2003), situando-se entre 65 e 75 horas
para as silagens controle e inoculada com L. buchneri (5 log ufc/g),
respectivamente; ou seja, houve um aumento de 11% no valor da estabilidade
com a inoculação. Por outro lado, os valores foram superiores aos relatados por
51
Domingues et al. (2006), que determinaram, para a silagem de cana-de-açúcar,
uma estabilidade aeróbia de apenas 16 horas e temperatura máxima alcançada
pelas silagens de 45ºC após 32 horas de exposição ao ar. Por sua vez, Queiroz
(2006) e Santos (2007) não detectaram influência da adição de L. buchneri sobre
a estabilidade aeróbia e TMAX de silagens de cana-de-açúcar, cujos valores
médios foram de 37,7 e 35 h; 41,5 e 42,5°C, respectivamente. Considerando o
alto valor de CHOs residuais nas silagens de cana-de-açúcar, os valores de
estabilidade para esta pesquisa estão dentro da faixa esperada.
FIGURA 4. Temperatura máxima (TMAX) observada das silagens de cana-de-
açúcar no ensaio de estabilidade aeróbia
Letras diferentes indicam diferença significativa (P<0,05) pelo teste de Scott-
Knott
A prática da inoculação com bactérias no momento da ensilagem
propiciou menores temperaturas máximas das silagens para as que foram
52
inoculadas e maiores para controle, que atingiu cerca de 42ºC, em 48 horas,
enquanto as silagens inoculadas gastaram, em média, 88,5 horas para aquecer até
33ºC (Figuras 4 e 5).
As leveduras são os microrganismos que iniciam o ataque ao lactato,
sendo os maiores responsáveis pela deterioração aeróbia da silagem (Lindgren et
al., 1985; Pahlow et al., 2003). No período compreendido entre a colheita da
forragem e poucas horas após o fechamento do silo, as leveduras são capazes de
se multiplicar até 10.000 ufc/g (Pahlow et al., 2003). Entretanto, quando a massa
entra em contato com o ar, a população pode ultrapassar 100.000 ufc/g, sendo
capaz de atingir elevadas temperatura na presença de O
2
(Borreani et al., 2002;
Muck, 2004), como pode ser observado na Figura 4.
Os valores obtidos de TMAX foram superiores aos de Balieiro Neto et
al. (2005) em silagem controle de cana-de-açúcar, na qual após três dias a
temperatura medida foi de 32,1ºC. Junqueira (2006) não obteve diferença quanto
aos valores de TMAX nos diferentes tratamentos químicos e bacterianos
impostos às silagens de cana-de-açúcar, sendo que a temperatura média foi de
40,5ºC.
Na análise do TTMAX, as silagens diferiram estatisticamente (P<0,05)
(Tabela 10A) e exibiram comportamentos semelhantes aos valores observados
de estabilidade aeróbia (EA) (Figuras 3 e 5). Queiroz (2006) também observou
esse comportamento similar para essas variáveis ao avaliá-lo em silagens de
cana-de-açúcar expostas ao O
2
.
53
FIGURA 5. Tempo gasto para a silagem atingir a temperatura máxima
(TTMAX) no ensaio de estabilidade aeróbia.
Letras diferentes indicam diferença significativa (P<0,05) pelo teste de Scott-
Knott.
Toledo Filho et al. (2005) não encontraram diferenças quanto ao tempo
para atingir a temperatura máxima em silagens de cana-de-açúcar sem aditivos
(48,6h) e com inoculante contendo L.buchneri (53,08h).
54
5 CONCLUSÕES
A inoculação de bactérias no momento da ensilagem mostrou-se capaz
de reduzir a produção de etanol e populações de microrganismos e diminuir as
perdas de componentes nutritivos da silagem, apesar de os resultados terem sido
variáveis.
A ensilagem da cana-de-açúcar com L. buchneri, tanto isolado como
comercial, resultou em silagens de melhores características bromatológicas,
baixas populações de leveduras e maiores estabilidades aeróbias.
55
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2.ed. Jaboticabal, SP: FUNEP, 2005. p. 25-60.
SIQUEIRA, G. R.; REIS, R. A.; SCHOCKEN-ITURRINO, R. P.;
BERNARDES, T. F; PIRES, A. J. V.; ROTH, M. T. P.; ROTH, A. P. T. P.
Associação entre aditivos químicos e bacterianos na ensilagem de cana-de-
açúcar. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 36, n. 4, p. 789-798, 2007.
SOUSA, D. P. Avaliação de aditivos químicos e microbianos como
inibidores da síntese de etanol em silagens de cana-de-açúcar (Saccharum
officinarum L.). 2006. 142 p. Tese (Doutorado em Agronomia)-Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP.
TAYLOR, C. C.; RANJIT, N. J.; MILLS, J. A.; NEYLON, J. M.; KUNG
JUNIOR, L. The effect of treating whole-plant barley with Lactobacillus
buchneri 40788 on silage fermentation, aerobic stability, and nutritive value for
dairy cows. Journal of Dairy Science, Lancaster, v. 85, n. 7, p. 1793-1800,
2002.
TOLEDO FILHO, S. G.; SOUSA, D. P.; QUEIROZ, O. C. M.; RIBEIRO, J. L.;
MARI, L. J. Perdas durante a ensilagem de cana-de-açúcar inoculada com
aditivos microbianos. In: SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA USP,
13., 2005, Piracicaba. Anais... Piracicaba, SP: USP, 2005. 1 CD-ROM.
VALADARES FILHO, S. C. Digestibilidade aparente e locais de digestão da
matéria seca, energia e carboidratos de feno de soja perene. 1981. 88p.
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Gerais, Belo Horizonte.
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University, 1994. 476 p.
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Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 56, n. 6,
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66
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on the aerobic stability of silages. Journal of Applied Bacteriology, v. 75, p.
512–518, 1993.
WEINBERG, Z. G. et al. Ensiling whole-crop wheat and corn in large containers
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Industrial Microbiology and Biotechnology, Hampshire, v. 28, n.1, p. 7-11,
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WOOLFORD, M. K. The silage fermentation. New York: M. Dekker, 1984.
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and specific antimicrobial agents as potential silage additives. Journal of
Science of Food and Agriculture, New York, v. 26, p. 229-237, 1975.
67
ANEXOS
Tabela 1A
Resumo da análise de variância dos valores de pH e teores
de MS e PB da cana-de-açúcar no momento da ensilagem.....
70
Tabela 2A
Resumo da análise de variância dos teores de FDN, FDA e
HEMI da cana-de-açúcar no momento da ensilagem..............
70
Tabela 3A
Resumo da análise de variância dos valores de Cinzas, CHOs
e PT da cana-de-açúcar no momento da ensilagem.................
70
Tabela 4A
Resumo da análise de variância dos valores de BAL, LEV e
FF da cana-de-açúcar no momento da ensilagem...................
71
Tabela 5A
Resumo da análise de variância dos valores de pH e teores
de MS e PB das silagens de cana-de-açúcar inoculadas com
diferentes bactérias............................................................
71
Tabela 6A
Resumo da análise de variância dos teores de CHOs, FDN e
FDA das silagens de cana-de-açúcar inoculadas com
diferentes bactérias............................................................
71
Tabela 7A
Resumo da análise de variância dos valores de HEMI,
Cinzas e BAL das silagens de cana-de-açúcar inoculadas
com diferentes bactérias...........................................................
72
Tabela 8A
Resumo da análise de variância dos valores de LEV e ácidos
lático e acético das silagens de cana-de-açúcar inoculadas
com diferentes bactérias....................................................
72
Tabela 9A
Resumo da análise de variância da relação AL:AC e dos
teores de ácido propiônico e etanol das silagens de cana-de-
açúcar inoculadas com diferentes bactérias.......................
72
Tabela 10A
Resumo da análise de variância da estabilidade aeróbia,
TMAX e TTMAX das silagens de cana-de-açúcar inoculadas
com diferentes bactérias...........................................................
73
68
Tabela 11A
Resumo da análise de variância dos teores de NH
3
das
silagens de cana-de-açúcar inoculadas com diferentes
bactérias............................................................................
73
Tabela 12A
Composição química dos meios MRS, DRBC e YEPG
utilizados para contagens de microrganismos........................
74
69
TABELA 1A. Resumo da análise de variância dos valores de pH e teores de MS
e PB da cana-de-açúcar no momento da ensilagem
pH MS PB
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 0,0009 0,9864 2,34 0,1685 0,13 0,3867
Resíduo 16 0,0051 1,34 0,11
Média Geral 5,56 31,23 3,11
CV (%) 1,3 3,71 10,85
TABELA 2A. Resumo da análise de variância dos teores de FDN, FDA e HEMI
da cana-de-açúcar no momento da ensilagem
FDN FDA HEMI
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 1,2444 0,2975 2,4266 0,3142 3,5452 0,0937
Resíduo 16 0,9328 1,8750 1,6290
Média Geral 58,88 32,00 27,00
CV (%) 1,64 4,28 4,73
TABELA 3A. Resumo da análise de variância dos valores de Cinzas, CHOs e
PT da cana-de-açúcar no momento da ensilagem
CINZAS CHOs PT
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 0,0445 0,9264 133,30 0,9994 0,0927 0,9648
Resíduo 16 0,1332 2061,1 0,3712
Média Geral 4,49 291,56 10,70
CV (%) 8,12 15,57 5,69
70
TABELA 4A. Resumo da análise de variância dos valores de BAL, LEV e FF
da cana-de-açúcar no momento da ensilagem
BAL LEV FF
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 6,9205 0,0000 0,0665 0,1114 0,0065 0,9230
Resíduo 16 0,0405 0,0322 0,0191
Média Geral 7,36 6,16 5,42
CV (%) 2,73 2,92 2,55
TABELA 5A. Resumo da análise de variância dos valores de pH e teores de MS
e PB das silagens de cana-de-açúcar inoculadas com diferentes
bactérias
pH MS PB
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 0,0069 0,0001 8,6417 0,0010 0,5927 0,0015
Resíduo 16 0,0006 1,3397 0,0993
Média Geral 3,53 28,96 4,08
CV (%) 0,74 4,00 7,71
TABELA 6A. Resumo da análise de variância dos teores de CHOs, FDN e FDA
das silagens de cana-de-açúcar inoculadas com diferentes
bactérias
CHOs FDN FDA
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 237,50 0,0002 23,875 0,02 11,7441 0,6723
Resíduo 16 26,772 7,0018 16,7795
Média Geral 24,62 62,98 37,24
CV (%) 21,01 4,20 11,00
71
TABELA 7A. Resumo da análise de variância dos valores de HEMI, Cinzas e
BAL das silagens de cana-de-açúcar inoculadas com diferentes
bactérias
HEMI Cinzas BAL
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 26,168 0,423 0,2575 0,0416 3,517 0,0000
Resíduo 16 24,359 0,0918 0,0945
Média Geral 26,46 5,37 8,19
CV (%) 18,65 5,64 3,75
TABELA 8A. Resumo da análise de variância dos valores de LEV e ácidos,
lático e acético das silagens de cana-de-açúcar inoculadas com
diferentes bactérias
LEV Lático Acético
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 21,841 0,0000 1,2813 0,0061 5,5675 0,0000
Resíduo 16 0,1639 0,2852 0,1729
Média Geral 4,00 2,81 3,30
CV (%) 10,11 18,98 12,59
TABELA 9A. Resumo da análise de variância da relação AL:AC e dos teores de
ácido propiônico e etanol das silagens de cana-de-açúcar
inoculadas com diferentes bactérias
AL:AC Propiônico Etanol
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 0,9910 0,0000 0,5903 0,0000 7,0062 0,0000
Resíduo 16 0,0472 0,0051 0,1037
Média Geral 1,03 0,44 2,946
CV (%) 20,93 16,26 10,93
72
TABELA 10A. Resumo da análise de variância da estabilidade aeróbia, TMAX
e TTMAX das silagens de cana-de-açúcar inoculadas com
diferentes bactérias
Estabilidade TMAX TTMAX
Fonte de
Variação
GL
QM Pr>Fc QM Pr>Fc QM Pr>Fc
Tratamento 7 855,11 0,0016 37,200 0,0333 1681,9 0,0046
Resíduo 16 144,12 12,468 352,00
Média Geral 56,41 34,18 83,66
CV (%) 21,28 10,33 22,42
TABELA 11A. Resumo da análise de variância dos teores de NH
3
das silagens
de cana-de-açúcar inoculadas com diferentes bactérias
NH
3
Fonte de Variação GL
QM Pr>Fc
Tratamento 7 13,5953 0,0000
Resíduo 16 0,8057
Média Geral 8,99
CV (%) 9,98
73
TABELA 12A. Composição química dos meios MRS, DRBC e YEPG
utilizados para contagens de microrganismos
Quantidade (g/L de meio)
Ingredientes
MRS DRBC YEPG
Peptona bacteriológica 10 5,0 -
Peptona de soja - - 20
Extrato de carne 10 - -
Extrato de levedura 5 - 10
Glicose 20 10 20
Sorbetano monooleato (Tween 80) 1,0 - -
Fosfato de K dibásico 2,0 1,0 -
Acetato de sódio-3H
2
O 5,0 - -
Citrato de amônio 2,0 - -
Sulfato de Mg-7 H
2
O 0,05 0,5 -
Sulfato de Mn 0,05 - -
Rosa bengala - 0,025 -
Dicloran (0,2%) - 0,2 -
Ágar 16 15 16
pH 6,5 3,5
74
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