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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ASSISTÊNCIA DE AR E VOLUMES DE PULVERIZAÇÃO NA
DEPOSIÇÃO DE GOTAS E CONTROLE DO ARROZ VERMELHO
(Oryza sativa L.)
LEOPOLDO LUIS DE SOUZA VIGANÓ
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agronômicas da UNESP -
Campus de Botucatu, para obtenção do
título de Mestre em Agronomia
(Agricultura).
BOTUCATU – SP
Novembro – 2006
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ASSISTÊNCIA DE AR E VOLUMES DE PULVERIZAÇÃO NA
DEPOSIÇÃO DE GOTAS E CONTROLE DO ARROZ VERMELHO
(Oryza sativa L.)
LEOPOLDO LUIS DE SOUZA VIGANÓ
Orientador: Prof. Dr. CARLOS GILBERTO RAETANO
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agronômicas da UNESP -
Campus de Botucatu, para obtenção do
título de Mestre em Agronomia
(Agricultura).
BOTUCATU – SP
Novembro – 2006
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATA-
MENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Viganó, Leopoldo Luis de Souza, 1981-
V672a Assistência
de ar volumes de pulverização na deposição
de gotas e controle do arroz vermelho (Oryza sativa L.)/
Leopoldo Luis de Souza Viganó. – Botucatu : [s.n.], 2006.
v, 28 f. : il. color., gráfs, tabs.
Dissertação (Mestrado)-Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2006
Orientador: Carlos Gilberto Raetano
Inclui bibliografia.
1. Arroz vermelho. 2. Pulverização. 3. Herbicidas. 4. De-
posição de gotas. I. Raetano, Carlos Gilberto. II. Univer-
sidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Campus
de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas. III.Títu-
lo.
III
DEDICO
Aos meus pais
OFEREÇO
A DEUS
IV
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado forças para obter mais esta conquista.
Aos meus pais, irmãos e familiares por caminharmos sempre juntos.
À minha namorada Renata L. Pasini, pelo estímulo e ajuda
valiosíssima, sem o qual não concluiria o curso.
Aos amigos Rogério O. de Sá, Lauter Silva Souto, Vladimir, Gustavo
Miranda, pela grande ajuda em todas as etapas.
Ao Prof. Dr. Carlos Gilberto Raetano, pela orientação, pelos
conhecimentos transmitidos, pelo incentivo e pela amizade.
Aos Professores da Pós-Graduação da UNESP de Botucatu, pelas
críticas e sugestões.
À Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP, pela oportunidade
oferecida para realização deste curso.
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudo.
Ao Departamento de Produção Vegetal pela oportunidade na
realização deste curso.
Aos Professores do Departamento de Produção Vegetal, Setor de
Agricultura pelos ensinamentos e incentivo.
Aos funcionários da biblioteca “Paulo de Carvalho Mattos” e da Seção
de Pós-Graduação, pelo eficiente atendimento.
Aos colegas de curso, pela amizade e pelo incentivo.
Às pessoas que, de alguma maneira, contribuíram nesta empreitada.
V
SUMÁRIO
Páginas
1 RESUMO.................................................................................................................
1
2 SUMMARY ............................................................................................................
2
3 INTRODUÇÃO.......................................................................................................
3
4 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................
5
4.1 Assistência de ar em barra de pulverização..............................................
5
4.2 Volume de calda.......................................................................................
7
4.3 Alvo
do tratamento fitossanitário..............................................................
8
4.4 Marcador para avaliação de depósito da pulverização.............................
8
5 MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................................
10
5.1 Localização e caracterização da área experimental..................................
10
5.2 Experimentos e delineamento experimental.............................................
11
5.2.1 Experimento 1............................................................................
11
5.2.2 Deposição da pulverização em alvo natural – Experimento 1...
14
5.2.3 Experimento 2............................................................................
15
5.2.4 Avaliação do efeito da assistência de ar no controle do arroz
vermelho – Experimento 2.........................................................
16
5.3 Equipamentos utilizados no experimento.................................................
16
5.4 Análise estatística......................................................................................
16
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................
18
6.1 Condições meteorológicas........................................................................
18
6.2 Avaliação da deposição da pulverização..................................................
18
6.3 Dessecação do arroz vermelho com paraquat...........................................
21
7 CONCLUSÃO........................................................................................................
24
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................
25
1
1 RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da assistência de ar junto à barra de
pulverização e três volumes de aplicação na dessecação e deposição da calda em arroz
vermelho sob cultivo de nabo forrageiro em recuperação de áreas de várzeas, pulverizado com
herbicida paraquat e corante azul brilhante, respectivamente. Os volumes de calda de
pulverização foram 100, 200 e 300 L ha
-1
, da solução contendo corante alimentício (0,15%,
p/v). Tanto na presença do ar junto à barra quanto na sua ausência foram utilizadas pontas de
pulverização de jato plano tipo AXI 110015 a pressão de 117,3 kPa, AXI 11002 e AXI 11003
a pressão de 276 kPa. A avaliação da deposição da pulverização deu-se em folhas de plantas
de arroz vermelho. Verificou-se nos resultados que houve diferença na deposição entre
diferentes técnicas e volumes de calda testados nas plantas de arroz vermelho. Maior
deposição foi alcançada pelo maior volume aplicado (300 L ha
-1
) com a assistência de ar junto
à barra pulverizadora. Não se constatou diferença na deposição quando aplicados os volumes
de 100, 200 e 300 L ha
-1
sem assistência de ar e 200 e 300 L ha
-1
com assistência de ar. As
maiores porcentagens de dessecação de arroz vermelho foram constatadas com a aplicação de
300 L ha
-1
, tanto na presença quanto na ausência de assistência de ar junto à barra
pulverizadora.
____________________________
Palavras-chave: arroz vermelho, nabo forrageiro, assistência de ar.
2
AIR ASSISTANCE AND SPRAY VOLUMES ON DROP DEPOSITION AND RED
RICE CONTROL
(
Oryza sativa
L.).
Botucatu, 2006. 29p. Dissertação (Mestrado em
Agronomia / Agricultura) Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual
Paulista.
Author: LEOPOLDO LUIS DE SOUZA VIGANO
Adviser: Prof. Dr. CARLOS GILBERTO RAETANO
2 SUMMARY
The aim of this research was to evaluate the effect of air-assistance on spraying at three
volumes in the dessecation and deposition on red rice under fodder radish cultivation. To
evaluate the dessecation and spray deposition were used paraquat herbicide and a Brilliant
Blue dye, respectively. The three volumes of spray were 100, 200 and 300 L ha
-1
, using a
tracer dye at 0,15% (w/v). Both solution used flat fan nozzles AXI 110015 at 117.3 kPa, AXI
11002 and AXI 11003 at 276 kPa. The evaluation of deposition was made on red rice leaves.
We observed no significant different deposition between spray techniques and application
volumes on red rice plants. Higher deposition was obtained by 300 L ha
-1
application with air
assistance in the spray boom. No difference it was observed on spray deposition at 100, 200
and 300 L ha
-1
volumes without air assistance and at 200 as well as 300 L ha
-1
with air
assistance. The highest percentages of red rice dessecation were observed with 300 L ha
-1
application with or without air assistance at the sleeve boom sprayer.
____________________________
Key words: red rice, fodder radish, air assisted sprayer
3
3 INTRODUÇÃO
A necessidade de melhoria na eficiência das aplicações de produtos
fitossanitários tem sido relatada por vários pesquisadores como Adam (1977), Matuo (1990),
Van De Zande et al. (1994) entre outros. Assim, o estudo e desenvolvimento de novas
tecnologias de aplicação torna-se indispensável para a obtenção de melhores índices de
controle, que estão diretamente relacionados com a qualidade da aplicação. Da mesma forma,
Matthews (1992) afirma que os produtos fitossanitários devem ser aplicados com o máximo de
eficiência e para isso torna-se necessário o estudo da deposição, cobertura e deriva, sendo esta
última responsável por perdas, além de constituir em um fator de contaminação ambiental.
Paschoal (1979) relata que partículas de produtos fitossanitários em
suspensão podem ser levadas pelo vento e contaminar alimentos e forragens em áreas não
tratadas e, partículas menores, usualmente produzem contaminações mais sérias a maiores
distâncias da área de aplicação. Os efeitos dos agrotóxicos em áreas vizinhas àquelas que
receberam a aplicação também foram estudados por Marshall (1987), concluindo que muitas
espécies são severamente afetadas por contaminações acidentais ou deriva, principalmente de
herbicidas; Sorthia & Chari (1985) constataram 100% de mortalidade em abelhas melíferas
4
(
Apis florea
F. e
Apis melipona
L.) quando atingidas pela deriva de inseticidas
organofosforados.
Assim sendo, cabe às áreas diretamente relacionadas a agricultura
buscar e fornecer as informações necessárias para o uso de diferentes técnicas de controle.
Nesse caso, a assistência de ar pode constituir importante estratégia no tratamento
fitossanitário via pulverização pela possibilidade de maior penetração da nuvem de gotas com
a adoção desta tecnologia. Uma vez decidido pelo uso do controle químico, cabe ao processo
de aplicação colocar o ingrediente ativo no alvo desejado, na quantidade necessária, sem risco
para o homem e para o ambiente (Bauer, 1999).
A aplicação de produtos fitossanitários com o uso da assistência de ar
nos pulverizadores como forma auxiliar a melhoria da eficiência é comumente utilizada em
aplicações em pomares, mas pouco utilizada em lavouras anuais, (Furness,1991). No entanto,
Hislop (1991) menciona que muito embora a idéia de se usar a assistência de ar em
pulverizações não seja nova, estudos mais detalhados devam ser efetuados em relação ao uso
dessa tecnologia.
O uso de herbicidas visando a dessecação das espécies infestantes em
áreas agrícolas tem causado a contaminação de áreas vizinhas e culturas sensíveis à aplicação,
bem como do aplicador. A assistência de ar junto a barra de pulverização pode contribuir
significativamente para a melhoria dos depósitos da pulverização e redução da deriva nas
aplicações em área total, visando a dessecação da comunidade de plantas infestantes. A
recuperação de áreas de cultivo de arroz irrigado pode ser obtida com o plantio do nabo
forrageiro (
Raphanus sativus
L.). Porém ao final de seu desenvolvimento vegetativo a
presença de luz favorece o aparecimento de outras plantas infestantes a exemplo do arroz
vermelho (
Oryza sativa
L.).
Assim sendo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito
da assistência de ar junto à barra de pulverização combinada a três volumes de calda, na
deposição da pulverização de uma substância marcadora, bem como na dessecação do arroz
vermelho sob cultivo de nabo forrageiro com o herbicida paraquat.
5
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Assistência de ar em barra de pulverização
A técnica de assistir a ar uma barra de pulverização horizontal surgiu
ao final da década de 80 e início de 90 (Koch, 1997).
Barras dotadas de assistência de ar surgiram como ferramenta para
melhorar a qualidade de aplicação através da distribuição de gotas menores em maior número,
também aumentam a produtividade à medida que geram menores volumes e reabastecimentos,
além de maior velocidade de deslocamento e extensão dos horários de pulverização e redução
da deriva, pois a velocidade do vento da máquina é maior que o vento ambiente e auxilia na
redução da exposição dos operadores a esses produtos (Sartori, 1997).
Esta tecnologia pode vir a auxiliar na redução da deriva (Cooke et
al.,1990; Bauer e Raetano, 2000), bem como no aumento de penetração das gotas no dossel da
cultura (Matthews, 2000). Por outro lado, os veis dos depósitos em plantas alvo não
dependem somente do equipamento aplicador, mas também da idade e do tipo da cultura,
condição operacional e do tipo de ponta de pulverização, (Cooke et al., 1990).
6
Dessa forma, estudos de deriva e deposição com esse tipo de
equipamento tem sido alvo de muitas pesquisas, com inúmeros relatos e conclusões, embora
algumas vezes elas mostrem se contraditórias.
Cooke et al. (1990) comparando um pulverizador convencional com
um equipamento dotado de assistência de ar junto a barra de pulverização demonstram que o
equipamento com assistência de ar pode aumentar ou diminuir a deriva, se comparado ao
equipamento convencional, dependendo da idade das plantas e do tipo de cultura alvo, da
configuração operacional, inclusive a velocidade do ar na barra de pulverização, e do tipo de
bico. Concluíram que o uso da assistência de ar pode contribuir para a redução na dosagem
dos agroquímicos, mas para que isso ocorra pesquisa e desenvolvimento serão necessários
para diminuir a deriva causada por esses equipamentos em níveis iguais ou menores que os
convencionais.
Em um experimento visando a redução de deriva, utilizando
pulverizadores de barra com assistência de ar (Taylor et al.,1989), relatam que o efeito
esperado da diminuição da deriva com esse equipamento não foi pronunciado quando plantas
de trigo constituíram a cultura alvo. Também, constataram que a assistência de ar junto a barra
de pulverização não afetaram a qualidade na distribuição das gotas.
Cooke et al. (1990) verificaram que aos 48 dias após a semeadura da
cevada e com volumes de 100 L ha
-1
a perda de calda para o solo foi de 11% com o
equipamento convencional e apenas 4% com o equipamento dotado de assistência de ar.
Van de Zande et al. (1994) constataram aumento de 100% na
deposição da superfície abaxial das folhas dos terços médio e baixo na cultura da batata, além
de aumento de 20% dos depósitos no terço superior através da utilização da assistência de ar.
No Brasil o efeito da assistência de ar em pulverizações na cultura da batata também foi
avaliado por Venegas et al. (2003) e Scudeler (2004). O uso dessa tecnologia reduziu a
variabilidade da distribuição da pulverização ao longo da barra, porém não influenciou sobre
os níveis de depósitos nessa cultura em aplicações com 400 ou 600 L ha
-1
de calda, conforme
relatado por Venegas et al. (2003).
May (1991) afirma que o uso da assistência de ar reduziu a deriva em
aproximadamente 50% quando comparado a aplicação convencional (sem ar) e que o uso de
pulverizadores de barras com assistência de ar melhorou em 30% a deposição nas entrelinhas
7
da cultura. Quando a velocidade do ar foi máxima (trabalhando com gotas finas e 90 L ha
-1
de
calda) aumentou a deposição na face inferior das folhas em aplicação de herbicida na cultura
da beterraba. Da mesma forma, Matthews (2000) constatou que melhor penetração da
pulverização nas culturas e redução da deriva podem ser conseguidas com o uso de
pulverizadores com barras assistidas a ar.
A utilização de pulverizadores dotados de assistência de ar é um fator
importante na redução dos custos com aplicação de produtos fitossanitários, uma vez que eles
podem reduzir o volume de aplicação, aumentando a capacidade operacional do equipamento
(Stevenson e James, 1997; Leonard et al., 2000).
4.2 Volume de aplicação
O efeito do volume de calda de pulverização e o tipo de herbicida
apresentam uma interação significativa, conforme constatado por Knoche (1994) em trabalho
de revisão bibliográfica. Neste trabalho, o pesquisador observou que para o herbicida
glyphosate a planta consistentemente aumentou a resposta com o decréscimo do volume de
pulverização.
Stahlman et al. (1979) estudaram o efeito de diferentes volumes de
calda: 93, 187, 374 e 561 L ha
-1
do herbicida glyphosate aplicado sobre plantas de
Sorghum
bicolor
L. e observaram que a redução do volume de pulverização com glyphosate aumentou a
intoxicação e conseqüentemente o controle.
Trabalhando nessa mesma linha de pesquisa, mas com diferentes
plantas daninhas, Bryson et al. (1994) e Foloni (1995) concluíram que os herbicidas estudados
tiveram um incremento na sua eficácia com a redução do volume da calda de pulverização.
Bryson et al. (1994) estudaram volumes de pulverização de 19 e 187 L ha
-1
de solução de
glyphosate e MSMA para o controle de
Cyperus rotundus
L. e Foloni (1995) trabalhou com
volumes de 118,75; 125 e 208,75 L ha
-1
de solução de glyphosate para aplicações em áreas de
plantio direto no controle de arroz vermelho (
Oryza sativa
L.).
Jensen et al. (1994) analisaram a eficiência da redução do volume da
calda de pulverização no controle de plantas daninhas, em aplicações foliares com misturas de
tanque de pendimethalin com bentazon e MCPA. Os autores observaram um melhor controle
8
de
Brassica napus
L. no estádio de 2 a 4 folhas, com menores volumes de pulverização e
aplicados com pontas de espectro de gotas pequenas.
Na literatura, poucos estudos evidenciam o efeito da assistência de ar
com a redução do volume de aplicação. Garcia et al. (2004) avaliaram o efeito da assistência
de ar em diferentes volumes de calda na dessecação de aveia preta (
Avena strigosa
Schreb)
com mistura dos herbicidas dicloreto de paraquat (400g ha
-1
) e ao diuron (200g ha
-1
), em
sistema de plantio direto sob a palha. A suficiência na dessecação foi obtida no volume de 100
L ha
-1
em presença de assistência de ar e comparável ao sistema de aplicação convencional
(sem ar) com o dobro desse volume.
4.3 Alvo do tratamento fitossanitário
O alvo é considerado tudo aquilo que se elege para ser atingido na
aplicação de um produto fitossanitário (Matuo, 1990).
Em avaliações de pulverizações, um fator importante é a definição do
alvo de coleta. Segundo Himel (1969), o diâmetro das gotas mais adequado para deposição em
todas as regiões de uma folhagem natural é aquele com variação entre 41 e 100 micrometros, e
para depósitos no solo e na folhagem periférica é aquele entre 220 e 340 micrometros.
Cooke e Hislop (1993) resumiram as vantagens e desvantagens de
trabalhar com alvo natural ou artificial para avaliar a pulverização, afirmando que depende das
circunstâncias do uso e das prioridades da pesquisa. As superfícies naturais devem ser
preferidas, mas sua complexidade e variabilidade natural afetam a retenção e o espalhamento
da pulverização. Um dos exemplos é a retenção e o espalhamento sempre menores em folhas
jovens, quando comparados aos obtidos nas folhas velhas. Os alvos artificiais são uniformes, e
podem ser localizados precisamente em posições predeterminadas, mas não reproduzem,
necessariamente, os alvos naturais.
4.4 Marcador para avaliação de depósito da pulverização
O conhecimento do destino dos produtos fitossanitários após a sua
aplicação é essencial no entendimento e estudo da eficiência em qualquer técnica de aplicação.
9
Nesse sentido, o uso de substâncias marcadoras tem-se constituído em uma técnica bastante
comum para a avaliação da distribuição e depósito de pulverizações, utilizando-se alvos
naturais ou artificiais (Cooke e Hislop, 1993).
Substância utilizada para marcar é aquela usada monitorar o
andamento ou o comportamento de um processo, podendo ser o ingrediente ativo da
formulação de um produto fitossanitário ou qualquer substância química utilizada para imitar
esse produto no momento da aplicação. A opção pelo uso do ingrediente ativo de uma
formulação ou de uma substância marcadora depende do objetivo e dos métodos utilizados no
estudo caso se deseje determinar somente a deposição ou localização inicial do que foi
pulverizado substâncias que não o ativo podem ser utilizadas mas, desejando-se estudar o
caminho e/ou o destino daquilo que foi aplicado deve-se optar pelo ativo marcando-o com
radiação ou quantificando-o em análises químicas (Cooke e Hislop, 1993).
Esses marcadores, como os corantes têm sido adicionados à calda de
pulverização para deixar marcas constantes sobre a superfície podendo, desse modo, ter seus
depósitos visualizados. Porém, segundo Matthews (1992), a variabilidade desses depósitos
podem ser diferentes quando se trabalha com alvos naturais ou artificiais.
Hayden et al. (1997), com o objetivo de comparar duas condições de
trabalho em alvo natural, utilizando uma mesma solução para determinar a quantidade
depositada em cada teste, escolheram dois corantes alimentícios solúveis em água, FD&C n° 6
e FD&C n°1, pelas leituras ópticas em duas faixas distintas, 482 e 630 nanometros
respectivamente. Concluíram que o método foi preciso e barato para as pesquisas de
avaliações de depósitos em plantas.
Assim, é indispensável para se obter melhores eficiências nas
aplicações de produtos fitossanitários que estudos e desenvolvimento de novas tecnologias de
aplicação sejam realizados.
10
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Localização e caracterização da área experimental
Os experimentos foram conduzidos em área de cultivo de arroz
irrigado (várzea), localizada na Fazenda Experimental Edgárdia da Faculdade de Ciências
Agronômicas, Campus de Botucatu, UNESP em novembro de 2005. A localização geográfica
está definida pelas coordenadas: 22
o
51’ 5’’ de latitude sul, 48
o
26’ 5’’ WGr de longitude oeste
e altitude aproximada de 770 m.
Na área experimental fez-se a semeadura do nabo forrageiro o qual foi
conduzido até o estádio de máximo crescimento vegetativo (florescimento) como cultura de
rotação do arroz irrigado (Figura 1).
O clima de Botucatu, baseado no sistema de classificação internacional
de Köppen, foi incluído no tipo Cfa, que significa clima temperado com inverno frio e seco e
verão quente; com temperatura do mês mais frio inferior a 18
o
C e a do mês mais quente
superior a 22
o
C.
11
Figura 1. Várzea da FEPP – Edgárdia – FCA/UNESP, Botucatu, SP, com arroz vermelho sob
a cultura do nabo forrageiro.
5.2 Experimentos e delineamento
Dois experimentos foram conduzidos sob a cultura do nabo forrageiro.
Em ambos experimentos o tamanho de cada parcela foi de 15 x 15m.
5.2.1 Experimento 1
Avaliou-se o efeito da assistência de ar combinado a diferentes
volumes de aplicação sobre os depósitos da calda em plantas de arroz vermelho. O
delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com seis tratamentos distribuídos no
esquema fatorial 3 x 2, sendo 3 volumes de calda (100, 200, 300L ha
-1
) combinados a 2
12
tecnologias de aplicação: sem assistência de ar (convencional) e com assistência de ar junto a
barra de pulverização, em 4 repetições.
Os tratamentos consistiram da combinação de duas tecnologias de
pulverização: equipamento tratorizado sem ar (convencional) e com assistência de ar na barra
de pulverização a três volumes de calda: T
1
= 100 L ha
-1
de calda com assistência de ar; T
2
=
200 L ha
-1
de calda com assistência de ar; T
3
= 300 L ha
-1
de calda com assistência de ar; T
4
=
100 L ha
-1
de calda sem assistência de ar; T
5
= 200 L ha
-1
de calda sem assistência de ar; T
6
=
300 L ha
-1
de calda sem assistência de ar;
Para o mesmo volume aplicado, os tratamentos sem assistência de ar e
com velocidade máxima (100%) do ar na barra foram executados um após o outro, da seguinte
forma: após deslocar o equipamento, iniciou-se a pulverização com assistência de ar desligada
(Figura 2), antes do começo da parcela, adentrado-a com a velocidade de deslocamento e
vazão estabilizadas; após o término dessa parcela, em área reservada para manobra e com o
equipamento em movimento, o operador acionava a assistência de ar, adentrando, em seguida,
em outra parcela com a assistência de ar ligada e estabilizada, interrompendo a pulverização
ao término da parcela (Figura 3).
Figura 2. Pulverização do marcador Azul Brilhante sem assistência de ar, várzea da FEPP
Edgárdia – FCA/UNESP, Botucatu, SP.
13
Figura 3. Pulverização do marcador Azul Brilhante com assistência de ar, várzea da FEPP
Edgárdia – FCA/UNESP, Botucatu, SP.
5.2.2 Deposição da pulverização em alvo natural - experimento 1
Para a avaliação quantitativa dos depósitos da pulverização, sob
diferentes condições operacionais, utilizou-se como marcador, o corante alimentício Azul
Brilhante (Palladini, 2000) em solução aquosa (0,15%). Em cada parcela foram demarcadas,
ao acaso, quatro sub-amostras com área equivalente a um metro quadrado cada uma delas. De
cada sub-amostra foram colhidas seis plantas de arroz vermelho, totalizando 24 plantas por
parcela.
As plantas colhidas foram colocadas, individualmente, em sacos
plásticos devidamente identificados e acondicionados em caixa térmica (isopor). Esse material
vegetal foi encaminhado ao laboratório de tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas
para a remoção do marcador e posterior medição de área foliar de cada planta em um
integrador de área foliar de bancada LICOR, modelo 3100.
14
Em cada saco plástico, foram colocados 10 mL de água destilada e
procedeu-se a agitação por 30 segundos visando a remoção do corante das plantas alvo. A
solução de lavagem foi colocada em vidros com capacidade de 20 mL e tampa de rosca, os
quais foram mantidos a temperatura de 8 + 3°C até o momento da análise.
As leituras (absorbância), dos depósitos do marcador foram realizadas
em espectrofotômetro UV VIS, Shimadzu, modelo CP 1601, equipado com filtro no
comprimento de onda de 630 nanômetros (nm), conforme método desenvolvido por Palladini
(2000).
Para determinar a concentração (ppm) dos depósitos foi confeccionada
a curva padrão de linearidade com a mesma solução aplicada a campo.
A curva padrão de determinação da concentração do marcador na
solução aplicada a campo foi determinada com modelo de regressão linear descrita como se
segue:
Abs = Abs água + a . C (E
1
)
Onde:
Abs = valor de leitura de absorbância
Abs água = valor de leitura de absorbância da água
a = coeficiente angular
C = concentração
Portanto, a concentração (C) do produto depositado pode ser apresentada conforme a seguinte
equação:
C = (Abs – Abs água) (E
2
)
a
Ao considerar que a concentração de corante Azul Brilhante na calda
aplicada a campo foi de 1500 ppm para a transformação dos depósitos em microlitro (
µ
l)
utilizou-se a seguinte equação:
15
C
i
. V
i
= C
f
. V
f
(E
3
)
Onde:
C
i
= concentração inicial do marcador na calda (ppm)
V
i
= volume retido pele alvo (µl)
C
f
= concentração detectada em densidade óptica (ppm)
V
f
= volume de diluição da amostra de cada planta (µl)
5.2.3 Experimento 2
Avaliou-se o efeito das diferentes tecnologias (com e sem assistência
de ar) combinada aos mesmos volumes utilizados no experimento anterior sobre a eficiência
do controle do arroz vermelho com o herbicida paraquat.
Os mesmos procedimentos e tratamentos utilizados no experimento 1
foram adotados nesse experimento com a adição das parcelas não pulverizadas com o
herbicida paraquat (testemunha).
5.2.4 Avaliação do efeito da assistência de ar no controle do arroz vermelho
Experimento 2
Para avaliar o efeito dessa tecnologia combinada a diferentes volumes
de aplicação no controle do arroz vermelho utilizando-se o herbicida paraquat na dosagem 3L
ha
-1
atribuíram-se notas, em porcentagem (0 a 100%) para cada parcela, decorrente do efeito
dos respectivos tratamentos, comparado a uma parcela não tratada (testemunha).
As avaliações, em número de quatro, foram realizadas aos 3, 5, 7 e 9
dias após a aplicação (DAA).
5.3 Equipamentos utilizados no experimento
O equipamento utilizado na execução do trabalho foi um pulverizador
modelo Falcon Vortex, equipado com barra pulverizadora de quatorze metros com
acionamento hidráulico e tanque com capacidade de 600 litros. As pontas de pulverização
16
utilizadas foram AXI 110015 à pressão de 117,3 kPa, AXI 11002 e AXI 11003 ambos
operando à 276 kPa, os quais proporcionaram a obtenção de 100, 200 e 300L ha
-1
de calda.
A velocidade de deslocamento do conjunto trator-pulverizador foi de
4,8 km h
-1
, determinada pelo tempo cronometrado para se deslocar 50 metros. Foram feitos o
ajuste da pressão e a troca das pontas antecedendo as pulverizações de cada tratamento,
separadamente, para cada ponta de pulverização envolvida nesse estudo.
5.4 Análise estatística
O efeito das tecnologias de aplicação (sem e com assistência de ar)
combinadas aos volumes de 100, 200 e 300L ha
-1
de calda sobre os depósitos da pulverização
foi avaliado estatisticamente pelo teste F, conforme especificação da análise de variância
constante da Tabela 1 (p<0,05).
O desmembramento foi realizado somente quando a interação entre os
fatores em estudo foi significativa ao nível de 5% de probabilidade.
a análise de variância do efeito das tecnologias combinadas a
diferentes volumes no controle do arroz vermelho, foi realizado pelo teste F e as médias
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Tabela 1. Esquema da análise de variância para o experimento 1.
Causas da Variação Graus de Liberdade
Técnicas de aplicação (A) 1
Volumes de calda (V) 2
Interação (A x V) 2
Tratamentos (5)
Blocos 3
Resíduo 15
Total 23
17
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Condições meteorológicas
Os dados meteorológicos no momento da aplicação do corante
marcador se mantiveram e praticamente constantes durante toda a aplicação com valores
médios de temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento, respectivamente de
31,3°C, 46,7%, 4,5 km h
-1
. Realizado no dia três de novembro, tendo iniciado as aplicações as
nove horas da manhã e término as onze horas.
6.2 Avaliação da deposição da pulverização
A concentração dos depósitos retidos pelas folhas de arroz vermelho
foi determinada por comparação em curva padrão de linearidade (Figura 4) com a mesma
solução aplicada a campo.
18
y = 0,1099x + 0,0009
R
2
= 0,9994
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 1 2 3 4 5
Concentração em ppm
Densidade Óptica (Absorbância)
Figura 4.
Curva padrão de linearidade, equação e coeficiente de determinação (R
2
) da
concentração do corante Azul Brilhante na solução aplicada a campo.
Os resultados da análise de variância para o depósito de corante por
cm
2
de área nas folhas de arroz vermelho em função das técnicas de aplicação, volumes e
interação cnicas de aplicação x volumes são apresentados na Tabela 2. Não se observou
significância para técnicas de aplicação pelo teste F, mostrando assim que não houve efeito
desse fator sobre os depósitos da pulverização.
Tabela 2.
Fatores de variação, graus de liberdade e fatores de F e Pr > F. Botucatu – SP, 2006.
FV GL F Pr > F
Bloco 3 3,070 0.0601 ns
Técnicas de aplicação 1 0,024 0.8798 ns
Volumes 2 11,628 0.0009 *
Técnicas de aplicação
x
Volumes
2 6,250 0.0106 *
Resíduo 15
CV (%) 26
ns – não significativo (p<0,05)
* Significativo a 5% de probabilidade
C = (Abs – 0,0009)
0,1099
19
Para volumes e a interação entre técnicas de aplicação (com e sem ar)
x volumes houve significância a 5% de probabilidade (Tabela 2).
As médias dos depósitos das pulverizações realizadas com e sem
assistência de ar junto à barra não diferiram significativamente a 5% de probabilidade. Já para
volumes de aplicação verificou-se uma diferença significativa entre os valores médios dos
depósitos dos maiores volumes (200 e 300 L ha
-1
) em relação ao menor volume, 100 L ha
-1
(Tabela 3).
Tabela 3
.
Média dos depósitos (
µ
L/cm
2
) obtidos com duas técnicas de aplicação e volumes.
Botucatu – SP, 2006.
Técnicas de aplicação
Médias dos depósitos (
µ
L/cm
2
)
1
Com ar 0,475 a
Sem ar 0,467 a
DMS 0,107
Volume
Médias dos depósitos (
µ
L/cm
2
)
100 0,303 a
200 0,521 b
300 0,588 b
DMS 0,160
1 Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5%.
Os valores médios dos depósitos da calda (
µ
L cm
-2
), para a interação
volumes de aplicação (100, 200, e 300 L ha
-1
) e técnicas de aplicação (com e sem assistência
de ar), são apresentados na Tabela 4.
Ao comparar as técnicas de aplicação dentro de cada volume de calda
(letras maiúsculas), pode-se verificar que não houve diferença significativa somente para o
volume de 200 L ha
-1
. Para o volume de 100 L ha
-1
, na ausência da assistência de ar,
constatou-se maior depósito do marcador em plantas de arroz vermelho sob cultivo de nabo
forrageiro (Tabela 4). No volume de 300 L ha
-1
ocorreu o inverso do tratamento anterior. A
assistência de ar proporcionou um incremento dos depósitos em relação a pulverização
convencional (sem ar). Os resultados obtidos com o maior volume de calda corroboram com
as constatações de Matthews (2000) ao relatar que equipamento dotado de assistência de ar
junto a barra de pulverização aumenta a penetração das gotas no dossel da cultura. Por outro
lado, os níveis dos depósitos nas plantas alvo não dependem apenas do equipamento aplicador,
20
mas também da idade, do tipo da cultura, densidade, condição operacional e do tipo de ponta
de pulverização (COOKE et al.,1990).
Tabela 4.
Desdobramento da interação técnicas de aplicação (com e sem ar) x volume (100,
200, 300L ha
-1
) sobre os depósitos de calda (
µ
L cm
-2
) em plantas de arroz
vermelho. Botucatu – SP, 2006.
Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas na linha, não diferem entre si, pelo teste
Tukey ao nível de 5% de significância.
Médias seguidas de mesmas letras minúscula na coluna, não diferem entre si, pelo teste
Tukey ao nível de 5% de significância.
Quando se compara os volumes de calda na aplicação com o uso da
assistência de ar (Tabela 4), foram constatados depósitos da pulverização significativamente
maiores para os volumes de 200 e 300 L ha
-1
em relação ao menor volume aplicado (100 L ha
-
1
).
De modo geral, a assistência de ar junto a barra de pulverização não
mostrou um aumento significativo nos depósitos da calda quando comparado a pulverização
convencional (sem ar) dentro dos respectivos volumes de aplicação. O incremento nos
depósitos da pulverização em plantas de arroz vermelho, praticamente se deve ao aumento do
volume de calda somente para o menor volume quando se utilizou a assistência de ar.
Técnicas de Aplicação Volume (L ha
-
1
)
Com ar Sem ar
100 0,187 Bb 0,418 Aa
200 0,550 Aa 0,492 Aa
300 0,686 Aa 0,489 Ba
21
6.3 Dessecação do arroz vermelho com paraquat
As médias das notas, em porcentagem, para a dessecação das plantas
de arroz vermelho são apresentadas na Tabela 5. Na primeira avaliação de controle da planta
daninha (
Oryza sativa
L.) o volume de 300 L ha
-1
se sobressaiu tanto na presença de
assistência de ar quanto na ausência desta tecnologia, não diferindo entre si, os tratamentos
com 100 e 200 L ha
-1
obtiveram as piores porcentagens de controle e diferenciaram
estatisticamente do volume de 300 L ha
-1
com assistência de ar.
Tabela 5. Porcentagem média de dessecação de arroz vermelho em função da aplicação com e
sem assistência de ar e diferentes volumes de calda. Botucatu-SP, 2006. (n = 4).
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem, entre si, pelo teste Tukey ao nível
de 5 % de significância.
Na segunda e terceira avaliações os tratamentos de 200 L ha
-1
com
assistência de ar e 300 L ha
-1
com e sem assistência de ar não diferiram significativamente
entre si, porém diferiram da aplicação com 100 L ha
-1
sem assistência de ar. Na quarta e
última avaliação, aos 9 DAA, a porcentagem de controle aplicando 100 L ha
-1
com assistência
Avaliação (%) Volume
(L ha
-1
)
3 DAA 5 DAA 7 DAA 9 DAA
sem ar
100 30,00c 41,25d 51,25d 73,75c
200 25,00c 45,00cd 60,00cd 77,50bc
300 43,75ab 56,25ab 71,25ab 85,00a
com ar
100 33,75bc 50,00bc 63,75bc 82,50ab
200 35,00bc 52,50abc 70,00ab 85,00a
300 46,25a 60,00a 76,25a 88,75a
CV 13,13 6,47 6,08 3,40
DMS 10,74 7,56 9,14 6,40
22
de ar não diferiu daquelas obtidas com os volumes 200 e 300 L ha
-1
utilizando essa tecnologia.
Porém, volumes de 100, 200 e 300 L ha
-1
aplicados na presença da assistência de ar
proporcionaram níveis de controle significativamente maiores que aquele obtido com o menor
volume sem a presença da assistência de ar. Provavelmente, isto se deveu pelo maior
aproveitamento das gotas em presença da assistência de ar, pois na pulverização convencional
(sem ar) gotas com menor momento (menor quantidade de movimento) podem ter ficado
suspensas e parte do volume aplicado ter sido depositado nas plantas de nabo forrageiro, não
atingindo o alvo. Entretanto, o volume de calda retido nas plantas de arroz vermelho nesse
experimento pode ter sido suficiente para obtenção de níveis de controle superiores a 80%
(Tabela 5).
Desempenho comparável na dessecação de aveia preta (
Avena
strigosa
Schreb) foi obtido por Garcia et al. (2004), utilizando a mistura dos herbicidas
dicloreto de paraquat (400 g ha
-1
) e diuron (200 g ha
-1
) no volume de 100 L ha
-1
, em presença
da assistência de ar junto à barra pulverizadora, quando comparado ao dobro desse volume na
ausência dessa tecnologia.
23
7 CONCLUSÕES
Baseado nas condições experimentais em que o estudo foi
desenvolvido e nas análises dos resultados, conclui-se:
a)
A assistência de ar promoveu significativo aumento nos depósitos da pulverização em
plantas de arroz vermelho quando comparada a aplicação convencional (sem ar) a 300
L ha
-1
, porém isto não influenciou significativamente o controle com as diferentes
técnicas para este volume de aplicação;
b) O uso da assistência de ar junto à barra de pulverização proporcionou significativa
melhoria no controle do arroz vermelho quando o herbicida paraquat foi aplicado nos
volumes de 100 e 200 L ha
-1
aos 9 dias após a aplicação.
24
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