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As dificuldades são essas mesmas que eu, já de alguma forma,
abordei, assumir mais uma função. Nós, enfermeiras da sala de
parto, temos já um conjunto de atividades e assumir mais essa
função, ter essa preocupação, muita vezes a parturiente já passou
pela admissão. A meu ver, pra ser rápido mesmo, poderia já ser
resolvido isto na admissão. Mas chega à sala de parto e a gente
acaba com o nosso envolvimento, dando uma resposta pra isso ou,
muitas vezes, a paciente já esteve internada durante três meses e
chega no termo para parir o filho e não fez o teste de HIV, ou talvez
não tenha o resultado. Eu vejo isso como uma dificuldade. No
sentido de mais uma preocupação e mais um envolvimento
profissional do enfermeiro, institucionalmente, e então, essa coisa de
recursos humanos, de não ter recursos humanos, de não ter um
olhar mais voltado pra essas questões por parte de algumas
pessoas, é uma dificuldade que retarda o procedimento e
sobrecarrega o profissional da sala de parto no momento, no
momento que já deveria ter estabelecido isso. Não só o teste de HIV,
mas quantas outras coisas também. (Hibisco)
Não chega a ser uma dificuldade, às vezes, como te falei, está na
emergência, a gente está vendo uma, duas, três pacientes e, às
vezes, não dá pra gente explicar assim como deveria ser. Se fosse
como no pré-natal, que você tem tempo, você conversa com a
paciente, essa é uma dificuldade (...) acho que é só mesmo em
função do tempo pra gente conversar, porque é uma coisa muito
rápida, mas a gente tenta explicar. (Begônia)
Olha, na admissão aqui se atende a muita, muita gente mesmo.
Então, na admissão, às vezes, esse teste não é dado... na sala de
parto, aí sim, na sala de parto ela verifica os exames, entendeu, é um
trabalho mais feito pelas enfermeiras da sala de parto, que têm esse
cuidado. (Margarida)
A organização dos serviços de saúde é essencial para que a assistência
prestada seja mais humanizada e tenha maior resolutividade. O quantitativo de
recurso humano em uma unidade de saúde é essencial para que a demanda seja
atendida de forma mais qualificada.
O profissional de saúde, envolvido no atendimento à parturiente, possui a
responsabilidade de realizar as normas preconizadas pelo programa nacional de
DST/Aids para a prevenção da transmissão vertical do HIV. Uma das premissas
básicas para que uma pessoa possa realizar o seu exame anti-HIV é a
voluntariedade. Considerando as repercussões que esse resultado possa trazer à
vida dessa pessoa, tal decisão deverá ser pessoal, de modo a garantir a cidadania e
o respeito à pessoa humana.