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Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Fitotecnia
Laboratório de Ecologia Vegetal
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Estrutura de Populações e Relações Sinecológicas de
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.
no Semi-Árido Nordestino
Areia - PB
Fevereiro – 2007
Juliano Ricardo Fabricante
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Juliano Ricardo Fabricante
Estrutura de Populações e Relações Sinecológicas de
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.
no Semi-Árido Nordestino
Areia - PB
Fevereiro - 2007
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Agronomia, área de
Ecologia Vegetal e Meio Ambiente, da
Universidade Federal da Paraíba, CCA,
Areia, PB, como parte das exigências para
obtenção do título de Mestre.
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Juliano Ricardo Fabricante
Estrutura de Populações e Relações Sinecológicas de
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.
no Semi-Árido Nordestino
Areia - PB
Fevereiro - 2007
Orientador: Profº Dr. Leonaldo Alves de Andrade
Ficha Catalográfica
Fabricante, Juliano Ricardo.
Estrutura de Populações e Relações Sinecológicas de Cnidoscolus
phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. no Semi-Árido Nordestino/
Juliano Ricardo Fabricante – Areia, PB: CCA/ UFPB, 2007.
119 f.: il.
Dissertação (Mestre em Agronomia Ecologia Vegetal e Meio Ambiente) Centro
de Ciências Agrárias – Universidade Federal da Paraíba. Areia.
Bibliografia
Orientador: Profº Dr. Leonaldo Alves de Andrade.
I. Andrade, Leonaldo Alves, (Orientador.) II, Título.
Palavras Chaves: ESTRUTURA DE POPULAÇÕES
FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA
FAVELEIRA
CAATINGA
Estrutura de Populações e Relações Sinecológicas de
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.
no Semi-Árido Nordestino
Juliano Ricardo Fabricante
Aprovada em: ___ / ___ / 2007
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Dr. Leonaldo Alves de Andrade (UFPB, CCA)
Orientador
__________________________________________
Prof. Dr. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira (UFPE)
Examinador
___________________________________________
Prof. Dr. Maílson Monteiro do Rego (UFPB, CCA)
Examinador
SUMÁRIO
Lista de Tabelas................................................................................................................................
vii
Lista de Figuras................................................................................................................................
viii
SINOPSE...........................................................................................................................................
1
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................
3
2. OBJETIVOS.................................................................................................................................
5
2.1. Objetivo Geral........................................................................................................................
5
2.2. Objetivos Específicos..............................................................................................................
5
3. REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................................
6
3.1. Nordeste brasileiro.................................................................................................................
6
3.2. O Bioma Caatinga..................................................................................................................
6
3.3. Florística e Fitossociologia.....................................................................................................
7
3.4. Estudos Populacionais............................................................................................................
8
3.5. A Faveleira .............................................................................................................................
9
3.6. Análises Estatísticas...............................................................................................................
10
3.6.1. Índice de Jaccard (Sj) ......................................................................................................
10
3.6.2. Twinspan...........................................................................................................................
11
3.6.3. Coeficiente de Distância Bray-Curtis.............................................................................
11
3.6.4. Análise de Componentes Principais (PCA) ...................................................................
11
4. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................................
13
4.1. Descrição Geral das Áreas Estudadas..................................................................................
13
4.1.1. Área I: Fazenda Ingá, Município de Acari, Rio Grande do Norte..............................
14
4.1.2. Área II: Estação Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, RN.......................
14
4.1.3. Área III: Fazenda Madalena, Município de Santa Luzia, Paraíba.............................
15
4.1.4. Área IV: Fazenda Lagoa do Saco, Município de Petrolina, Pernambuco..................
15
4.1.5. Área V: Fazenda Jatobá, Município de Juazeiro, Bahia..............................................
15
4.2. Solos, Clima e Regiões Ecológicas.........................................................................................
16
4.3. Procedimentos Metodológicos...............................................................................................
20
4.3.1. Florística, Fitossociologia e Análise Populacional de Cnidoscolus phyllacanthus 20
4.3.1.1. Densidades Absoluta (DA) e Relativa (DR) .............................................................
20
4.3.1.2. Freqüências Absoluta (FA) e Relativa (FR) ............................................................
21
4.3.1.3. Dominâncias Absoluta (DoA) e Relativa (DoR) ......................................................
21
4.3.1.4. Área Basal (AB) .........................................................................................................
22
4.3.1.5. Valor de Importância (VI) ........................................................................................
22
4.3.1.6. Valor de Cobertura (VC) ..........................................................................................
23
4.3.1.7. Classe de Tamanho da Regeneração Natural (CTRN) ..........................................
23
4.3.1.8. Índice de Regeneração Natural (RN) .......................................................................
24
4.3.2. Análises de Similaridade..................................................................................................
24
4.3.3. Diversidade........................................................................................................................
25
4.3.4. Dispersão...........................................................................................................................
25
4.3.5. Correlação.........................................................................................................................
26
4.3.6. Biometria...........................................................................................................................
27
4.3.7. Softwares Utilizados..........................................................................................................
28
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................
29
5.1. Análise das Comunidades Estudadas...................................................................................
29
5.1.1. Fazenda Ingá, Município de Acari, Rio Grande do Norte............................................
30
5.1.1.1. Florística......................................................................................................................
30
5.1.1.2. Estrutura.....................................................................................................................
34
5.1.1.2.1. Regeneração Natural............................................................................................
34
5.1.2. Estação Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, Rio Grande do Norte.......
38
5.1.2.1. Florística......................................................................................................................
38
5.1.2.2. Estrutura.....................................................................................................................
41
5.1.2.2.1. Regeneração Natural............................................................................................
44
5.1.3. Fazenda Madalena, Município de Santa Luzia, Paraíba..............................................
47
5.1.3.1. Florística......................................................................................................................
47
5.1.3.2. Estrutura.....................................................................................................................
49
5.1.3.2.1. Regeneração Natural............................................................................................
52
5.1.4. Fazenda Lagoa do Saco, Município de Petrolina, Pernambuco...................................
54
5.1.4.1. Florística......................................................................................................................
54
5.1.4.2. Estrutura.....................................................................................................................
57
5.1.4.2.1. Regeneração Natural............................................................................................
60
5.1.5. Fazenda Jatobá, Município de Juazeiro, Bahia.............................................................
63
5.1.5.1. Florística......................................................................................................................
63
5.1.5.2. Estrutura.....................................................................................................................
67
5.1.5.2.1. Regeneração Natural............................................................................................
67
5.2. Diversidade Florística............................................................................................................
72
5.3. Caracterização Populacional de Cnidosculos phyllacanthus..............................................
73
5.3.1. Dispersão...........................................................................................................................
74
5.3.2. Correlação.........................................................................................................................
79
5.3.3. Biometria...........................................................................................................................
84
5.3.3.1. Classes de Diâmetro e Altura....................................................................................
84
5.3.3.2. Tamanho de Copa.......................................................................................................
92
5.4. Similaridade............................................................................................................................
92
5.5. Fatores Edafo-Climáticos .....................................................................................................
102
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................
110
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................
112
Lista de Tabelas
Tabela 1
Municípios selecionados e respectivas Meso e Microrregiões.............................. 14
Tabela 2
Caracterização climática e edáfica das áreas estudadas, segundo o Mapa de
Clima e Solos do IBGE..........................................................................................
17
Tabela 3
Parâmetros físicos e químicos dos solos das áreas estudadas. Análises efetuadas
pelo Laboratório de Química e Fertilidade de Solos do CCA, UFPB, Areia, PB..
18
Tabela 4
Anuais das médias climáticas das áreas estudadas (médias anuais)...................... 19
Tabela 5
Valores do Coeficiente de Correlação Linear de Pearson (ρ) e suas respectivas
forças......................................................................................................................
27
Tabela 6
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Fazenda
Ingá, Município de Acari, RN................................................................................
32
Tabela 7
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Fazenda
Ingá, Município de Acari, RN, listados em ordem decrescente de valor de
importância.............................................................................................................
35
Tabela 8
Parâmetros estruturais da regeneração natural da comunidade estudada na
Fazenda Ingá, Município de Acari, RN.................................................................
36
Tabela 9
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Estação
Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, RN. ..........................................
39
Tabela 10
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Estação
Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, RN, listados em ordem
decrescente de valor de importância......................................................................
42
Tabela 11
Parâmetros estruturais da regeneração natural da comunidade estudada na
Estação Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, RN...............................
45
Tabela 12
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Fazenda
Madalena, Município de Santa Luzia, PB..............................................................
48
Tabela 13
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Fazenda
Madalena, Município de Santa Luzia, PB, listados em ordem decrescente de
valor de importância...............................................................................................
50
Tabela 14
Parâmetros estruturais da regeneração natural na comunidade estudada na
Fazenda Madalena, Município de Santa Luzia, PB...............................................
53
Tabela 15
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Fazenda
Lagoa do Saco, Município de Petrolina, PE..........................................................
55
Tabela 16
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Fazenda
Lagoa do Saco, Município de Petrolina, PE, listados em ordem decrescente de
valor de importância...............................................................................................
58
Tabela 17
Parâmetros estruturais da regeneração natural da comunidade estudada na
Fazenda Lagoa do Saco, Município de Petrolina, PE............................................
61
Tabela 18
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Fazenda
Jatobá, Município de Juazeiro, BA........................................................................
64
Tabela 19
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Fazenda
Jatobá, Município de Juazeiro, BA, listados em ordem decrescente de valor de
importância.............................................................................................................
68
Tabela 20
Parâmetros estruturais da regeneração natural da comunidade estudada na
Fazenda Jatobá, Município de Juazeiro, BA..........................................................
70
Tabela 21
Áreas estudadas e respectivos valores de diversidade........................................... 72
Tabela 22
Áreas estudadas e respectivos valores do Índice de Dispersão de Morisita (I
d
) e
padrão de distribuição por estádio ontogenético....................................................
75
Tabela 23
Áreas estudadas e respectivos valores do coeficiente de correlação linear de
Pearson (ρ).............................................................................................................
81
Tabela 24
Distribuição diamétrica de C. phyllacanthus, respectivos Coeficiente “q de
Liocourt para as áreas e para o Total.....................................................................
86
Tabela 25
Matriz gerada pela Análise de Componentes Principais dos valores estruturais
de C. phyllacanthus nas cinco áreas estudadas......................................................
88
Tabela 26 -
Distribuição em classes de altura de C. phyllacanthus.......................................... 91
Tabela 27
Matriz florística de similaridade das áreas estudadas obtida através do Índice de
Jaccard....................................................................................................................
93
Tabela 28
Matriz gerada por valores do Coeficiente de Distância de Bray Curtis das áreas
estudadas. ..............................................................................................................
97
Tabela 29
Matriz gerada por valores do Coeficiente de Distância de Bray Curtis das áreas
estudadas. ..............................................................................................................
97
Tabela 30
Matriz gerada pela Análise de Componentes Principais dos valores das
densidades de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas em função de
suas variáveis edofo-climáticas..............................................................................
104
Tabela 31
Matriz gerada pela Análise de Componentes Principais dos valores das
dominâncias de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas em função de
suas variáveis edofo-climáticas..............................................................................
107
Lista de Figuras
Figura 1
Cnidoscolus phyllacanthus: (a) e (b) Indivíduo adulto; (c) Detalhe de um ramo
florido; (d) Detalhe de um ramo com frutos...........................................................
9
Figura 2
Localização geográfica dos municípios onde encontra se as áreas estudadas....... 13
Figura 3
Número e porcentagem de espécies por família, inventariados na Fazenda Ingá,
Município de Acarí, RN.........................................................................................
30
Figura 4
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Fazenda Ingá, Município
de Acarí, RN...........................................................................................................
31
Figura 5
Número e porcentagem de espécies por família, inventariados na Estação
Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, RN............................................
38
Figura 6
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Estação Ecológica do
Seridó, Município de Serra Negra, RN..................................................................
41
Figura 7
Número e porcentagem de espécies por família, inventariados na Fazenda
Madalena, Município de Santa Luzia, PB..............................................................
47
Figura 8
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Fazenda Madalena,
Município de Santa Luzia, PB...............................................................................
49
Figura 9
Número e porcentagem de espécies por família, inventariados na Fazenda
Lagoa do Saco, Município de Petrolina, PE..........................................................
54
Figura 10
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Fazenda Lagoa do Saco,
Município de Petrolina, PE....................................................................................
57
Figura 11
Número e porcentagem de espécies por família, inventariadas na Fazenda
Jatobá, Município de Juazeiro, BA........................................................................
63
Figura 12
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Fazenda Jatobá, Município
de Juazeiro, BA. ....................................................................................................
66
Figura 13
Número total de indivíduos de Cnidoscolus phyllacanthus e respectivos estádios
ontogenéticos nas áreas estudadas..........................................................................
73
Figura 14
Distribuição dos valores obtidos pelo Índice de Dispersão de Morisita para o
total de indivíduos de Cnidoscolus phyllacanthus e os estádios ontogenéticos.....
74
Figura 15
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Fazenda Ingá, Acari, RN..........
77
Figura 16
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Estação Ecológica do Seridó,
Serra Negra, RN.....................................................................................................
77
Figura 17
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Fazenda Madalena, Santa
Luzia, PB. ..............................................................................................................
78
Figura 18
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Fazenda Lagoa do Saco,
Petrolina, PE...........................................................................................................
78
Figura 19
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA..
79
Figura 20
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios ontogenéticos
de Cnidoscolus phyllacanthus na Fazenda Ingá, Acari, RN..................................
82
Figura 21
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios ontogenéticos
de Cnidoscolus phyllacanthus na Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra,
RN...........................................................................................................................
82
Figura 22
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios ontogenéticos
de Cnidoscolus phyllacanthus na Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB................
83
Figura 23
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios ontogenéticos
de Cnidoscolus phyllacanthus na Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE.............
83
Figura 24
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios ontogenéticos
de Cnidoscolus phyllacanthus na Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA...........................
84
Figura 25
Distribuição diamétrica de C. phyllacanthus, respectivo coeficiente de
determinação R², valor de F e Coeficiente “q” de Liocourt. Estação Ecológica
do Seridó, Serra Negra, RN. ..................................................................................
85
Figura 26
Eixos de ordenação produzidos pela Análise de Componentes Principais dos
valores estruturais de C. phyllacanthus nas cinco áreas estudadas........................
87
Figura 27
Valores estruturais apresentados por C. phyllacanthus nas áreas estudadas.......... 89
Figura 28
Distribuição em classes de altura (em metros) de C. phyllacanthus nas Áreas
estudadas.................................................................................................................
90
Figura 29
Distribuição da altura x DNS dos espécimes de Cnidoscolus phyllacanthus nas
áreas estudadas e respectivo valor do Índice de Correlação Linear de Pearson.....
91
Figura 30
Dendrograma de similaridade das áreas estudadas obtido através do Índice de
Jaccard....................................................................................................................
93
Figura 31
Resultados da análise de agrupamentos divisivos – TWINSPAN........................... 95
Figura 32
Eixos de ordenação produzidos por valores do Coeficiente de Distância de
Bray-Curtis das áreas estudadas.............................................................................
96
Figura 33
Porcentagem de similaridade das espécies inventariadas com Cnidoscolus
phyllacanthus..........................................................................................................
99
Figura 34
Coeficiente de Distância de Bray-Curtis das espécies inventariadas com
Cnidoscolus phyllacanthus.....................................................................................
100
Figura 35
Índice de Correlação Linear de Pearson das espécies inventariadas com
Cnidoscolus phyllacanthus.....................................................................................
101
Figura 36
Dendrograma de similaridade gerados através dos valores climáticos (a), e dos
valores edáficos (b) das áreas estudadas................................................................
102
Figura 37
Eixos de ordenação produzidos pela Análise de Componentes Principais dos
valores das densidades de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas em
função de suas variáveis edofo-climáticas.............................................................
103
Figura 38
Valores de similaridade produzida pela Análise de Componentes Principais
através das densidades de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas em
função de suas variáveis edofo-climáticas.............................................................
105
Figura 39
Eixos de ordenação produzidos pela Análise de Componentes Principais dos
valores das dominâncias de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas em
função de suas variáveis edofo-climáticas.............................................................
106
Figura 40
Valores de similaridade produzida pela Análise de Componentes Principais
através das dominâncias de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas em
função de suas variáveis edofo-climáticas.............................................................
108
SINOPSE
Título: Estrutura de Populações e Relações Sinecológicas de Cnidoscolus phyllacanthus (Müll.
Arg.) Pax & L. Hoffm. no Semi-Árido Nordestino.
Autoria: Fabricante, Juliano Ricardo.
Orientador: Andrade, Leonaldo Alves de.
Introdução: Pioneira, característica das fitofisionomias das caatingas hiperxerófilas e degradadas
do semi-árido nordestino, a faveleira [Cnidoscolus phyllacanthus (Mull. Arg.) Pax. L. Hoffm.],
possui múltiplas e notórias potencialidades. A despeito deste fato, a espécie continua sub-explorada
e pouco conhecida cientificamente.
Objetivo: Visando contribuir para o entendimento de seu comportamento ecológico, o objetivo do
presente trabalho foi analisar a estrutura populacional de C. phyllacanthus e suas relações com
outras espécies que ocorrem nas áreas core estudadas, além do conhecimento dos fatores biofísicos
destes locais.
Materiais e todos: Foram selecionadas cinco áreas com ocorrência expressiva de C.
phyllacanthus, onde em cada uma destas, foram alocadas 20 parcelas de 200 cada uma,
totalizando 2 ha
-1
de área amostral. Em cada um dos locais, foi efetuado um levantamento florístico-
fitossociológico de acordo com a metodologia desenvolvida para o bioma caatinga. Dados
biofísicos foram coletados de todas as áreas, e juntamente com os valores biométricos da planta
elaborou-se o conjunto de análises realizadas. Para o estudo da florística e estrutura, calculou-se os
parâmetros usuais para adultos, e para os regenerantes. Para a análise do comportamento ecológico
do táxon, utilizou-se o índice de dispersão de Morisita, o índice de correlação linear de Pearson, o
coeficiente “q” de De Liocourt, o índice de similaridade de Jaccard, o método de agrupamento
divisivo Twinspan, o coeficiente de distancia de Bray-Curtis, e a análise de componentes principais.
Resultados: No levantamento quali-quantitativo realizado, foram inventariados 11. 951 indivíduos,
distribuídos em 57 espécies. As famílias Fabaceae e Euphorbiaceae, e as espécies Croton
sonderianus, Caesalpinia pyramidalis e Aspidosperma pyrifolium, foram os taxa mais
representativos. C. phyllacanthus apresentou tendências em seu comportamento. A espécie tende a
diminuir sua importância em especial dos regenerantes, a medida que a vegetação converge para os
estágios serais mais avançados. Conforme se acentua a degradação dos locais estudados, C.
phyllacanthus concentra-se, e assim acumula valores estruturais ganhando importância. No
conjunto da amostras, inventariou-se 1.137 espécimes de faveleira, dos quais 893 eram adultos e
244 eram regenerantes. O táxon apresentou padrão de distribuição agregado em quatro das áreas
estudadas, ou seja, apresenta tendência em se agrupar em tios específicos. A faveleira apresentou
convergência em diminuir sua abundancia a medida que a densidade das demais espécies
aumentava, fazendo com que o índice de correlação linear fosse negativo na maioria dos pares de
variáveis analisadas. Estas características, aliadas ao comportamento verificado pela biometria da
espécie confirmam o caráter pioneiro de C. phyllacanthus. Averiguou-se que a média da altura e
DNS para as populações estudadas foram de 4,31 m e 11,5 cm respectivamente e estimou-se, que a
altura total dos indivíduos desenvolva-se, 42 cm para cada centímetro ganho em diâmetro de caule a
nível do solo. Através da projeção de copa, chegou-se a um espaçamento de 6 m x 6 m entre
plantas, para o plantio puro de C. phyllacanthus no semi-árido nordestino. De acordo com sua
florística, as Áreas I e III, foram as que apresentaram as maiores similaridades. Outro grupo
formado foi entre estas e a Área II, e finalmente, um grupo formado entre as Áreas IV e V.
Portanto, caracterizou-se que a faveleira ocorre em diferentes tipologias da caatinga em conjunto
com uma gama variada de espécies. Pelos coeficientes de similaridade e distância aplicados,
chegou-se a um rol de 12 espécies que possuem associação com C. phyllacanthus. Estes táxons são
na sua grande maioria, pioneiras, adaptadas ao mesmo nicho da espécie alvo do presente trabalho.
As análises realizadas através do cruzamento da matriz dos valores dos fatores edafo-climáticos, e
da matriz dos valores estruturais de C. phyllacanthus, denotaram que o xon possui uma valência
ecológica restrita para os fatores climáticos, sendo muito tolerante aos fatores edáficos.
Considerações Finais: Deprende-se que a faveleira, apresenta condições de bioindicadora do
estágio seral, grau de degradação, condição climática e fertilidade do solo de áreas com sua
ocorrência natural, alem de que essas características ecológicas apresentadas indicam alta
facilitação para sua inserção como lavoura xerófila nos ambientes mais degradados e pouco
produtivos do semi-árido nordestino.
1. INTRODUÇÃO
As xerófitas são compostas de inúmeras famílias botânicas de ervas, arbustos, cipós e
árvores. Não obstante suas diferentes caracterizações, essas espécies detêm uma característica de
alta relevância, que é a capacidade de vegetar e apresentar incrementos de biomassa nas mais
adversas condições de semi-aridez.
O estudo, a valorização e o resgate das espécies xerófitas do semi-árido nordestino se
revestem de grande importância, quer pelo fato desses vegetais formarem um grande grupo de
plantas com extensa distribuição geográfica ou porque muitas dessas espécies apresentam
reconhecido potencial econômico. Considere-se ainda que as espécies nativas constituem o produto
de milhões de anos de evolução e, por conseguinte, estão ecologicamente inseridas no patrimônio
genético autóctone, cujas relações auto-ecológicas e sinecológicas se encontram harmonicamente
estabelecidas.
A faveleira, Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm., é uma espécie que
congrega essas características. A despeito desta capacidade e de suas inúmeras e notórias
potencialidades (produção de óleo, amido, forragem e outros produtos), a espécie ainda continua
sub-explorada e pouco conhecida cientificamente.
Espécie euritópica estenoécia, das fitofisionomias das caatingas hiperxerófilas e degradadas
do semi-árido nordestino, apresenta larga valência ecológica para os fatores edáficos, que acabam
sendo um dos principais elementos influenciando sobre a densidade, e estrutura da espécie em suas
áreas core. É uma das espécies principais de paisagens em estágios serais iniciais, desencadeados
natural ou antropicamente. Comum em ambientes ruderais, como no entorno de cidades, margeam
estradas e campos abandonados, sempre com número expressivo de indivíduos. Poucas espécies
destacam-se nestes ambientes como a favela, seja pela alta densidade, ou por seu porte.
Espontânea das zonas mais secas do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia (GOMES, 1973), C. phyllacanthus apresenta rápido crescimento, podendo
ser aproveitada para reflorestamentos heterogêneos destinados à recuperação de áreas degradadas
(LORENZI, 1998; 2000). Suas folhas e ramos secos possuem grande valor forrageiro, servindo
como alimento para bovinos, caprinos, ovinos e asininos (BRAGA, 1960; ARRIEL et al., 2004).
Além disso, o óleo e a farinha extraídos de suas sementes podem ser usados na alimentação humana
e sua casca é ainda muito utilizada como fitoterápico (NG & WEGE, 1996).
Esta espécie detém grande potencial para o desenvolvimento da região semi-árida, em
virtude de seus múltiplos usos, alta disseminação e completa adaptação às condições adversas dessa
região (PASSOS, 1993; NG & WEGE, 1996; LORENZI, 1998; 2000).
Propôs-se, no presente trabalho, conhecer o comportamento ecológico de C. phyllacanthus,
incluindo a estrutura populacional e suas relações com outras espécies que ocorrem nas áreas core,
somado ao conhecimento de fatores edáficos, climáticos e geográficos dos locais de estudo. Espera-
se subsidiar o manejo fitotécnico desta espécie, possibilitando sua inserção na cadeia produtiva do
semi-árido nordestino.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Gerar conhecimentos sobre a espécie Cnidoscolus phyllacanthus e as comunidades
autóctones nas quais está inserida, de modo a subsidiar o manejo sustentável deste patrimônio
natural do semi-árido.
2.2. Objetivos Específicos
. Inventariar a composição florística das comunidades em que C. phyllacanthus ocorre;
. Conhecer a estrutura fitossociológica destas comunidades;
. Estudar a estrutura populacional de C. phyllacanthus;
. Correlacionar as espécies que ocorrem nas áreas estudadas com a espécie alvo do estudo;
. Caracterizar o meio biofísico das áreas estudadas;
. Correlacionar o meio biofísico com a ocorrência do táxon.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. Nordeste brasileiro
O Nordeste brasileiro encontra-se no norte-oriental do País, entre os paralelos 00’ e 18º
30’ de latitude Sul e 34º 30’ e 48º 20’ de longitude Oeste de Greenwich, com área aproximada de
1.540.827 km² (IBGE, 1985).
No que se refere à geomorfologia, o nordeste apresenta uma porção oriental, onde o
predomínio de relevo típico de rochas cristalinas, e a porção ocidental, mostrando formas
características de rochas sedimentares (IBGE, 1985). Os solos apresentam grande diversidade de
classes e suas variações, encontrando-se desde as classes mais desenvolvidas, como os Latossolos,
até aqueles menos intemperizados, a exemplo dos solos Neossolos (RESENDE, 1989; EMBRAPA,
1997).
A altitude oscila entre 0 e 1200m (NIMER, 1966; 1972) e a variação da precipitação
pluviométrica em relação à média anual, é superior a 55% nas zonas mais secas mas diminui
gradativamente em direção às áreas mais úmidas, oscilando em torno de 25%. Nas zonas mais secas
a precipitação chega a ser inferior a 400 mm anuais (SUDENE, 1979).
A vegetação predominante é a caducifólia, conhecida como savana estépica ou, ainda,
popularmente por caatinga (ANDRADE-LIMA, 1981; IBGE, 1992).
3.2. O Bioma Caatinga
Distribuindo-se pelos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, e Bahia e em parte do Estado de Minas Gerais (MMA, 2002), o bioma caatinga é
considerado uma das 37 grandes regiões geográficas do planeta (AGUIAR, et al., 2002), e a
vegetação mais heterogênea dentre os biomas brasileiros (ENGLER, 1951; ANDRADE-LIMA,
1981; RIZZINI, 1997; ARAÚJO & MARTINS, 1999).
A precipitação média nessas áreas variam de 400 a 800 mm.ano
-1
(SAMPAIO, 1995;
PRADO, 2003), com a maioria das chuvas (50-70%) distribuídas em três meses consecutivos
(NIMER, 1972).
Conforme Andrade-Lima (1981) são reconhecidas 12 tipologias diferentes de caatinga.
Abrangendo uma área de aproximadamente 734.478 km
2
, a savana estépica é considerada um dos
biomas mais desconhecidos do Brasil, razão por que, sua diversidade biológica tem sido
subestimada (MMA, 2002).
Segundo Tabarelli et al., (2000), somente 41% da caatinga foram amostradas e boa parte
ainda é considerada, por esses autores, sub-amostrada. Em virtude desta afirmativa sua conservação
se torna, urgente e de grande importância (ALBUQUERQUE E ANDRADE, 2001; MMA, 2002;
LEAL et al., 2003).
A diversidade florística desta região é muito grande. Estima-se que existam pelo menos 932
espécies vegetais, das quais 318 endêmicas (MMA, 2002), e muitas delas são comumente utilizadas
como medicinais, madeireiras, frutíferas ou, ainda, como forrageiras (ALBUQUERQUE &
ANDRADE 2002; LEAL et al., 2003).
Não obstante as singularidades da caatinga, 68% de sua área estão submetidas a antropismo
em algum grau e as áreas com extremo antropismo correspondem a 35,3% do bioma (MMA, 2002).
3.3. Florística e Fitossociologia
O propósito de um levantamento florístico é listar as espécies vegetais ocorrentes em
determinada área (CAVASSAN & MARTINS, 1989); por sua vez, a fitossociologia, ou o estudo
estrutural de uma fitocenose, busca conhecer as relações de uma comunidade de plantas, entre si e
entre os fatores abióticos com os quais interage (BROWN-BLANQUET, 1950).
Qualificar e quantificar uma vegetação tem, portanto, a finalidade de classificar e,
principalmente, compreender o habitat analisado, fornecendo subsídios que possibilitem o seu
manejo adequado (STRANG, 1970).
Nos estudos fitossociológicos envolvendo comunidades arbóreas, normalmente os
indivíduos são enquadrados em duas categorias: adultos e regenerantes. São considerados adultos
todos os espécimes que já atingiram a idade reprodutiva, esteja isto visualmente explícito ou
estabelecido previamente a partir de um diâmetro previamente determinado. Os regenerantes, por
sua vez, constituem a massa de indivíduos jovens que poderão ser recrutados à condição de adultos
e, portanto, são responsáveis pela perpetuação da comunidade ao longo do tempo. O conjunto
desses indivíduos é tratado pela expressão “Regeneração Natural” (FARIA et al. , 2001; GAMA et
al., 2002).
Esta divisão possibilita o conhecimento das relações entre espécies e da qualidade destas na
formação do estoque da floresta, bem como suas dimensões e distribuição na comunidade vegetal.
Tais informações possibilitam que se façam previsões sobre o comportamento e o desenvolvimento
futuro da floresta (CARVALHO, 1982), oferecendo ainda, subsídios para a aplicação de planos de
manejo e exploração sustentada (BLANCHARD & PRADO, 1995).
Para facilitar a compreensão da estrutura fitossociológica, costuma-se dividir a regeneração
natural em classes de altura; assim, os regenerantes são hierarquizados segundo sua altura, tendo-se
como ponto de corte entre esta categoria e os adultos, determinado diâmetro cuja definição se faz de
acordo com as características da vegetação em análise.
Em florestas úmidas costuma-se tomar, como limite entre adultos e regenerantes, um
diâmetro de cinco centímetros à altura do peito (DAP); a base desta divisão é tida como sendo o
trabalho de Finol (1971) desenvolvido em florestas tropicais. Considerando-se as características da
caatinga, sobretudo o porte da vegetação, outras referências biométricas têm sido adaptadas para
diferenciar as duas categorias. Visando uniformizar esses parâmetros, Rodal et al. (1992)
propuseram o diâmetro ao nível do solo (DNS) como medida para diferenciar adultos de
regenerantes naquele bioma incluindo, na primeira categoria, todos os indivíduos com DNS maior
ou igual a três centímetros. Também com o objetivo de ajustar metodologias às características da
vegetação do semi-árido, outros autores adotaram diferentes classes de altura para hierarquizar os
regenerantes (PEREIRA et al., 2001).
3.4. Estudos Populacionais
Trabalhos com comunidades vegetais se tornaram comuns nos últimos anos porém ainda são
poucas as contribuições para o entendimento da estrutura de populações. De acordo com Ricklefs
(1996), uma população é um grupo de organismos da mesma espécie que ocupa determinado lugar,
apresenta comportamento dinâmico e muda com o passar do tempo, em resposta aos nascimentos e
mortes.
As populações vegetais apresentam diversas estratégias de estabelecimento as quais podem
ser consideradas o conjunto de características genéticas que facilitam sua sobrevivência e/ou
reprodução no ambiente (PIÑA-RODRIGUES et al., 1990).
A distribuição espacial em uma
população é, portanto, o resultado de seus processos ecológicos (HARPER, 1977).
Para o estudo de uma população se utilizam unidades amostrais, cujos indivíduos devem ser,
em seu interior, devem ser inventariados; sua área deve ser precisa e não variar entre unidades, as
quais devem ser plotadas de forma aleatória (PINTO-COELHO, 2002).
3.5. A Faveleira
Pertencente à família Euphorbiaceae, Cnidoscolus phyllacanthus (Figura 1) é exclusiva da
região semi-árida nordestina (DUQUE, 2004). Seu caráter xerófilo lhe permite vegetar, mesmo em
períodos de secas prolongadas contribuindo, desta forma, para o equilíbrio do ecossistema,
atenuando a degradação ambiental.
Figura 1 -
Cnidoscolus phyllacanthus: (a) e (b) Indivíduo adulto; (c) Detalhe de um ramo
florido; (d) Detalhe de um ramo com frutos.
A altura do táxon varia de 3 a 8 m, com aproximadamente 35 cm de diâmetro do caule
(DUQUE, 2004a; 2004b). Seus ramos principais emitem ramificações de 10 a 15 cm de
comprimento nos quais se dispõem folhas aglomeradas nas extremidades. No caule, folhas e frutos,
(a)
(b)
(c)
(d)
são encontrados pêlos gidos e urticantes com aproximadamente um centímetro de comprimento
(BRAGA, 1960; LORENZI, 1998; 2000).
As folhas desta espécie são simples, ovalado-sinuosas, de bordas lobadas terminadas em
pequenos espinhos. A faveleira floresce no período de janeiro a fevereiro; suas flores são
hermafroditas, brancas, com quatro milímetros de diâmetro, dispostas em inflorescência. As flores
geram frutos globosos do tipo cápsula tricoca de um a dois centímetros de comprimento e
recobertos por acúleos (pêlos urticantes). Ao amadurecerem esses frutos se abrem espontaneamente
e, como ocorrem nos frutos do pinhão, as sementes são lançadas a metros de distância da planta
matriz (LORENZI, 1998; 2000).
As partes vegetativas, a exemplo de suas folhas e ramos secos, possuem grande valor
forrageiro (BRAGA, 1960; ARRIEL et al., 2004); além disso, o óleo e a farinha extraídos de suas
sementes podem ser usados na alimentação humana e a casca é ainda muito empregada como
fitoterápico (NG & WEGE, 1996).
3.6. Análises Estatísticas
3.6.1. Índice de Jaccard (Sj)
O índice de Jaccard trabalha com dados qualitativos. É usado não apenas para comparar
floras gerais de grandes áreas mas, como também para determinar similaridade de parcelas em
composição de espécies; nesse índice, a similaridade é máxima quando o valor é igual a 1 e
inexistente quando for 0. Em geral, acima de 0,5 Jaccard indica alta similaridade. Segundo
Magurran (1988), uma das grandes vantagens desse método é a simplicidade. Todavia, essa
simplicidade também é uma desvantagem, devido o método não levar em consideração a
abundância de espécies. Por exemplo, tanto faz se a espécie é rara ou abundante: seu peso será o
mesmo, pois trabalha com presença e ausência de espécies.
)/( cbaaSj
+
+
=
onde:
Sj = Coeficiente de similaridade;
a = número de espécies comuns em ambas as parcelas (ou área);
a = número de espécies únicas da parcela 1;
c = número de espécies únicas da parcela 2.
3.6.2. Twinspan (Two Way Indicator Species Analysis)
Este método visa classificar as amostras, em seguida utiliza essa classificação para comparar
a ocorrência das espécies nestes locais; as duas classificações são feitas simultaneamente. Com isso
é possível observar como são formados os grupos de espécies nas amostras. O resultado final é uma
tabela ordenada nos dois modos, Q (pelas linhas) e R (pelas colunas) (VALENTIN, 2000).
3.6.3. Coeficiente de Distância Bray-Curtis
Este parâmetro varia entre zero (similaridade) e um (dissimilaridade). Seu lculo é baseado
nas diferenças absolutas e nas somas das abundâncias de cada espécie nas amostras.
(x
Ai
– x
Bi
)
(x
Ai
+ x
Bi
)
onde:
D
A-B
= Distância entre as amostras A e B;
x
Ai
= Amostra A;
x
Bi
= Amostra B.
O coeficiente Bray-Curtis é fortemente influenciado pelas espécies dominantes e não
considera as duplas-ausências. Quanto mais próximas forem as amostras menor a distância métrica
entre esses pontos sendo, portanto, maior a similaridade entre elas (VALENTIN, 2000).
3.6.4. Análise de Componentes Principais (ACP)
Segundo Ter Braak (1998), este método de ordenação consiste basicamente em sintetizar,
em um gráfico com eixos perpendiculares, a variação multidimensional de um conjunto de
variáveis. Os dados foram organizados em matrizes de espécies e de variáveis edafo-climáticas.
A ACP estabelece, com base em uma matriz de semelhança, um conjunto de eixos
(componentes ou fatores) perpendiculares. Cada componente corresponde a um autovetor dessa
matriz. Assim, com base em uma matriz de correlação entre m variáveis, serão calculados m
autovetores de comprimento λ 1, λ 2... λm decrescente em razão da sua contribuição à variância
D
A-B
=
total dos dados. Esses comprimentos correspondem ao m autovalores da matriz. Desse modo, o
primeiro eixo ACP, sobre o qual serão ordenadas as amostras, representará a maior parte de
variação dos dados. O resultado disso é um sistema reduzido de coordenadas, proporcionando
informações sobre as semelhanças ecológicas das amostras (VALENTIN, 2000).
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Descrição Geral das Áreas Estudadas
As expedições técnicas foram fundamentais para se compreender o padrão de distribuição
geográfica da espécie, a estrutura das diferentes populações e as relações sinecológicas
estabelecidas entre C phyllacanthus e as demais espécies autóctones e entre aquela espécie e os usos
aos quais as áreas foram submetidas no passado. Apresenta-se, na Figura 2, os municípios em que
encontram-se as áreas core de C. phyllacanthus selecionadas e estudadas.
Figura 2 - Localização geográfica dos municípios nas quais se encontram as áreas
estudadas.
Os municípios de Acari e Serra Negra, no Rio Grande do Norte, Santa Luzia, na Paraíba,
Petrolina, Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, estão inseridos em quatro diferentes mesorregiões e
distribuídas em cinco micorregiões, conforme a Tabela 1.
Tabela 1 -
Municípios selecionados e respectivas meso e microrregiões.
Municípios Mesorregiões Microrregiões
Acari, RN Central Potiguar Seridó Oriental
Serra Negra, RN Central Potiguar Seridó Ocidental
Santa Luzia, PB Borborema Seridó Ocidental Paraibano
Petrolina, PE São Francisco Pernambucano Petrolina
Juazeiro, BA Vale São Francisco da Bahia Juazeiro
Fonte: IBGE (2006).
4.1.1. Área I: Fazenda Ingá, Município de Acari, Rio Grande do Norte
A Fazenda Ingá está situada no Município de Acari, nas coordenadas geográficas de
28’0,8” S e 36º37’55,6” W, a uma altitude de 300 m. A propriedade possui uma área aproximada de
1.500 hectares. A vegetação local não sofreu corte raso nas últimas três décadas porém ocorre corte
seletivo sistematicamente.
Segundo informações de pessoas da comunidade, a faveleira é preservada em virtude do seu
valor forrageiro e porque a lenha possui baixo valor energético. Em toda a propriedade a faveleira é
muito abundante, sendo esta uma das áreas de ocorrência natural, em que a espécie apresenta maior
densidade relativa dentre todas as que foram localizadas durante as expedições técnicas.
4.1.2. Área II: Estação Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, Rio Grande do
Norte
Implantada em 1984, a Estação Ecológica do Seridó se situa nas coordenadas geográficas de
6º 35’29,5” S e 37º 15’3,5” W, apresentando altitude de 213 m. Desde sua criação a área vem sendo
conservada mantendo-se livre de impactos significativos. Anteriormente a área era explorada com o
corte seletivo da vegetação para estacas e lenha e também com criação de gado.
A vegetação da Reserva apresenta-se relativamente bem conservada. Em muitos pontos é
evidente a predominância de espécies pioneiras e secundárias, revelando ainda o estabelecimento
dos estágios serais iniciais e intermediários do processo de sucessão ecológica. Nas partes mais
elevadas, sobretudo nas serras e locais de mais difícil acesso, a caatinga se acha muito bem
conservada, apresentando distribuição diamétrica expressiva para os padrões do bioma e para
algumas espécies comumente ali encontradas.
4.1.3. Área III: Fazenda Madalena, Município de Santa Luzia, Paraíba
Com uma área de aproximadamente 2.000 hectares, a Fazenda Madalena se insere nas
coordenadas geográficas de 48’36,7S e 36º 57’38,8” W, situando-se a uma altitude de 271 m.
Segundo informações pessoais do administrador local, o remanescente selecionado não sofreu corte
raso desde 1964; a partir de então, o que tem acontecido são cortes seletivos para exploração de
estacas e lenha. A área é explorada com pecuária bovina e caprina.
A vegetação local apresenta fisionomia de caatinga típica das áreas com maior semi-aridez
da depressão sertaneja e assim, a área I se encontra nas fases sucessionais intermediárias. A
faveleira ocorre nesta vegetação, formando populações que ora se apresentam mais agregadas, ora
mais dispersas.
4.1.4. Área IV: Fazenda Lagoa do Saco, Município de Petrolina, Pernambuco
Localizada nas coordenadas geográficas de 09º 03 57,7” S e 40º 20’ 07,4” W, a uma
altitude de 394 m, a Fazenda Lagoa do Saco localiza-se próximo à EMBRAPA Semi-Árido. A
área da propriedade é de aproximadamente 2.000 ha, cujo remanescente de vegetação estudado
atinge aproximadamente 800 hectares.
Segundo relatos de pessoas da comunidade, as áreas estudadas não foram exploradas com
agricultura e não sofreram corte raso, pelo menos nos últimos 30 anos; ali tem sido praticada
pecuária extensiva, tendo-se constatado, porém evidências de corte seletivo de madeira e lenha. A
faveleira é freqüente nestas áreas, sobretudo nas bordaduras dos fragmentos, nas margens das
estradas e nos pontos onde a ação antrópica foi mais intensa. Juntamente com a Área I e a Área III,
a vegetação da Fazenda Lagoa do Saco se acha bastante alterada.
4.1.5. Área V: Fazenda Jatobá, Município de Juazeiro, Bahia
Pertencente ao grupo industrial Campelo Indústria e Comércio Ltda., a Fazenda Jatobá
possui uma área de pouco mais de 1.000 ha, completamente coberta por vegetação de caatinga, em
diferentes níveis de conservação.
O acesso à Fazenda se pela BR 407, apresentando as seguintes coordenadas geográficas:
09º 32’ 32,8” S e 427’ 23,7” W, com altitude média de 400 m. Embora ali também não se tenha
registros de agricultura, o corte seletivo de lenha e madeira foi intenso e é nessas áreas que se
encontra a maior densidade relativa da faveleira. Esta fazenda possui áreas com vegetação muito
bem conservada, nas quais se constata baixa ocorrência de faveleira. Aqui foram identificadas duas
espécies de faveleira: Cnidoscolus phyllacanthus e Cnidoscolus bahianus (Ule) Pax & K. Hoffm.,
esta última pouco freqüente. A vegetação da Fazenda Jatobá constitui, com a da Área II, as
tipologias mais bem conservadas dentre as utilizadas no presente estudo.
4.2. Solos, Clima e Regiões Ecológicas
As coletas de solo foram realizadas na profundidade de 0 20 cm, no centro de cada
unidade amostral. As 20 amostras de cada área foram homogeneizadas entre si e destas se retirou
uma porção formando uma amostra composta por área estudada. A análise das amostras seguiram
os procedimentos recomendados pela EMBRAPA (1997).
Na Tabela 2 é apresentada uma caracterização sucinta do clima e dos solos ocorrentes nas
áreas estudadas. A Tabela 3 traz os resultados das análises físico-químicas dos referidos solos e a
Tabela 4, os dados climáticos.
De acordo com a classificação ecológica proposta por Andrade (1998), as áreas estudadas se
enquandram em duas regiões ecológicas: Acari, Santa Luzia, Petrolina e Juazeiro = região ecológica
1 e Serra Negra = ecológica 3.
A região ecológica 1 apresenta temperaturas mínimas que variam de 15,15 a 25,69ºC e
máxima próxima de 33º, com amplitude térmica de 21,91ºC. A precipitação média anual é de 569
mm com déficit drico variando de 8 a 12 meses. Os valores médios dos índices de aridez e
umidade efetiva para esta região, são de 60,13 e -59,77, respectivamente. Segundo o sistema de
classificação climática de Thornthwaite, o clima desta região é DA’da’, ou seja, semi-árido,
megatérmico, com excedente drico pequeno ou nulo e com concentração da evapotranspiração
nos meses de verão igual a 29%, atingindo uma média anual de 1.464 mm; esta região apresenta
diversas feições fisiográficas e tipologias de vegetação com predomínio das caatingas hipo e
hiperxerófilas, que ocorrem basicamente em todas as feições fisiográficas (ANDRADE, 1998).
A região ecológica 3 apresenta temperaturas mínimas em torno de 21ºC e temperatura
máxima de 38,7ºC. A amplitude térmica para esta região é de 25,44ºC. A precipitação média anual
varia de 559 a 997 mm apresentando, em média, 9,4 meses com déficit hídrico, e evapotranspiração
potencial anual de 1.660 mm. Os índices de aridez e umidade efetiva assumem valores médios de
53,44 e -50,83, respectivamente. Segundo o sistema de classificação climática de Thornthwaite, o
clima desta região é o DA’da’, ou seja, semi-árido, megatérmico, com excedente hídrico pequeno
ou nulo e concentração da evapotranspiração nos meses de verão igual a 26,77%. A vegetação
predominante está representada por diferentes fisionomias de caatinga, com predomínio das
formações hiperxerófilas (ANDRADE, 1998).
Tabela 2 -
Caracterização climática e edáfica das áreas estudadas, segundo o Mapa de Clima e Solos do IBGE (IBGE, 2006).
Áreas Clima Solos
Fazenda Ingá – Acari, RN Tropical Nordeste Oriental Quente Semi-árido
(9 a 10 meses secos)
Neossolos Litólicos
Estação Ecológica do Seridó – Serra Negra, RN Tropical Zona Equatorial Quente Semi-árido
(7 a 8 meses secos)
Luvissolos Crômicos
Fazenda Madalena – Santa Luzia, PB Tropical Nordeste Oriental Quente Semi-árido
(9 a 10 meses secos)
Neossolos Litólicos
Fazenda Lagoa do Saco – Petrolina, PE Tropical Zona Equatorial Quente Semi-árido
(7 a 8 meses secos)
Latossolos Vermelho-Amarelo
Fazenda Jatobá – Juazeiro, BA Tropical Zona Equatorial Quente Semi-árido
(7 a 8 meses secos)
Planossolos Háplicos
Tabela 3-
Parâmetros físicos e químicos dos solos das áreas estudadas. Análises efetuadas pelo Laboratório de Química e Fertilidade de Solos do CCA, UFPB, Areia, PB.
Áreas pH P K Na Ca²+Mg² Ca² Mg² Al H+Al² C M.O
Areia
Grossa
Areia
Fina
Silte Argila
1:2,5 ___ mg/dm³ ___ _______________ cmol/dm³ _______________ _________________ g/kg _________________
Fazenda Ingá – Acari, RN 6,1 4,63 65,5 0,02 3,9 3,2 0,7 0 1,32 6,07 10,47 370 369 101 160
Estação Ecológica do Seridó – Serra Negra, RN 7,72 5,23 81,1 0,07 15,85 10,8
5,35 0 0,81 9,23 15,42 258 341 180 221
Fazenda Madalena – Santa Luzia, PB 6,27 8,83 69 0,05 4,45 3,15
1,3 0 0,8 4,55 7,85 524 285 68 123
Fazenda Lagoa do Saco – Petrolina, PE 6,6 2,83 118,3 0,02 3,85 3,45
0,45 0 0,99 6,98 12,05 152 568 118 162
Fazenda Jatobá – Juazeiro, BA 6,4 2,83 78 0,01 3,3 2,7 0,6 0 0,66 4,98 8,58 437 357 55 151
Tabela 4 -
Média* dos totais anuais das variáveis climáticas das áreas estudadas. Sendo T = temperatura; P = precipitação; ETP =
evapotranspiração potencial; ARM = armazenamento; ETR = evapotranspiração real; DEF = déficit drico; ECX =
excedente hídrico.
Áreas T
(ºC)
P
(mm)
ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Fazenda Ingá – Acari, RN 27 708 1.764 120 708 1.056 0
Estação Ecológica do Seridó – Serra Negra, RN 26,6 864 1.656 336 756 900 96
Fazenda Madalena – Santa Luzia, PB 25,5 540 1.452 120 540 912 0
Fazenda Lagoa do Saco – Petrolina, PE 26,3 612 1.596 12 612 984 0
Fazenda Jatobá – Juazeiro, BA 26,3 612 1.596 12 612 984 0
Fonte: INMET (2006); * As médias referem-se a períodos padronizados de 30 anos, sucessivamente, de 1901 a 1930, 1931 a 1960 e 1961 a 1990.
4.3. Procedimentos Metodológicos
4.3.1. Florística, Fitossociologia e Análise Populacional de Cnidoscolus phyllacanthus
Em cada uma das áreas selecionadas foi efetuado um levantamento florístico-
fitossociológico, utilizando a metodologia desenvolvida para o bioma caatinga (RODAL et al,
1992). As parcelas com área de 200 cada uma, no total de 20 unidades amostrais para cada área,
foram plotadas de forma a enquadrar o maior número possível de indivíduos de faveleira, haja vista
que o alvo de estudo eram as populações desta espécie.
Os indivíduos inseridos nas unidades amostrais foram identificados e tomados o DNS
(diâmetro ao nível do solo em centímetros) e a altura (ao nível do solo ao ápice da copa em metros),
utilizando-se suta dendrométrica e vara telescópica graduada. A lista florística foi organizada de
acordo com o Sistema APG II (2003) e a lista dos autores das espécies segundo Brummitt & Powell
(1992).
No presente trabalho os indivíduos foram enquadrados em dois estádios ontogenéticos:
adultos e regenerantes. Foram considerados regenerantes todos os indivíduos que apresentaram
DNS inferior a 3 cm, independente da altura.
Analisaram-se, no estudo fitossociológico para os indivíduos adultos, a área basal, os
valores relativos e absolutos de Freqüência, Densidade, Dominância, o Valor de Cobertura (VC) e o
Valor de Importância (VI) (BROWN-BLANQUET, 1950; LAMPRECHT, 1964; MÜLLER-
DOMBOIS & ELLEMBERG, 1974; MATEUCCI & COLMA, 1982; WHITTAKER, 1984; KENT
& COKER, 1999; PINTO–COELHO, 2002), cujas fórmulas são conhecidas:
4.3.1.1. Densidades Absoluta (DA) e Relativa (DR)
A
ni
DA
i
=
100
1
x
DA
DAi
DRi
i
=
=
onde:
DA
i
= densidade absoluta;
n
i
= número total de indivíduos amostrados de cada espécie;
A = área amostrada, em hectare;
DR
i
= densidade relativa (%);
DA = soma de todas as densidades absolutas.
4.3.1.2. Freqüências Absoluta (FA) e Relativa (FR)
100
x
NUT
NU
FA
I
i
=
100x
FA
FA
FR
i
=
onde:
FA
i
= freqüência absoluta;
NU
i
= número de unidades amostrais com presença da espécie;
NUT
= número total de unidades amostrais;
FR
i
= freqüência relativa;
FA
= soma de todas as freqüências absolutas.
4.3.1.3. Dominâncias Absoluta (DoA) e Relativa (DoR)
ha
g
DoA
i
=
100x
DoA
DoA
DoR
i
i
i
=
onde:
DoA
i
= dominância absoluta em m
2
/ha
g = área seccional de cada espécie;
ha = hectare;
DoR
i
= dominância relativa (%).
4.3.1.4. Área basal (AB)
AB =
π
x
D
2
/ 4
ABT =
Σ
AB
i
onde:
AB = área basal;
D = diâmetro de cada indivíduo;
π
= constante trigonométrica pi = 3,1416;
ABT = área basal total.
4.3.1.5. Valor de Importância (VI)
FRDoRDRVI
+
+
=
onde:
VI
i
= valor de importância;
DR
i
= densidade relativa;
DoR
i
= dominância relativa;
FR
i
= freqüência relativa.
4.3.1.6. Valor de Cobertura (VC)
DoRDRVC
+
=
onde:
VC
i
= valor de Cobertura;
DR
i
= densidade relativa;
DoR
i
= dominância relativa.
Para analisar a estrutura fitossociológica da regeneração natural nas comunidades estudadas
foram utilizados os seguintes descritores: Densidade, Freqüência, Classes de Tamanho da
Regeneração Natural nas suas formas absoluta e relativa, e o Índice de Regeneração Natural; estes
constituem parâmetros clássicos em análise de vegetação, sendo recomendados pela literatura
pertinente (LAMPRECHT, 1964; MULLER-DOMBOIS & ELLEMBERG, 1974; MATEUCCI &
COLMA, 1982; SCOLFORO et al., 1998; KENT & COKER, 1999):
No presente trabalho os regenerantes foram hierarquizados em quatro classes de altura,
conforme a seguir descritas:
Classe I - indivíduos com altura variando de 0,10 a 0,30 m;
Classe II - indivíduos com altura > 0,30 e < 1,50 m;
Classe III - indivíduos com altura de 1,5 a 3,0 m;
Classe IV - indivíduos com altura superior a 3,0 m mas que apresentavam diâmetro ao nível
do solo, inferior a 3 cm.
4.3.1.7. Classe de Tamanho da Regeneração Natural (CTRN)
VFi = (Ni / NIT)x 100
onde:
VFi = valor fitossociológico para a i-ésima classe de tamanho;
Ni = número de indivíduos na i-ésima classe de tamanho;
NIT = número total de indivíduos.
Depois de estimados os valores fitossociológicos para as diferentes classes de tamanho em
altura, estimou-se os valores das referidas classes:
CATRNi = {(Vf1xNI1i) + (Vf2xNI2i) + (Vf3xNI3i) + (Vf4xNI4i)}
CRTRNi = (CTARNi / SOMACTA)x 100
onde:
CTARNi = classe de tamanho absoluta da regeneração natural para j-ésima espécie;
NI1i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie na classe de tamanho 1;
NI2i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie na classe de tamanho 2;
NI3i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie na classe de tamanho 3;
NI4i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie na classe de tamanho 4;
CTRRN = classe de tamanho relativa da regeneração natural;
SOMACTA = soma das classes de tamanho absoluta.
4.3.1.8. Índice de Regeneração Natural (RN)
RNi = DRRN + FRRN + CRTRN
3
onde:
RNi = regeneração natural de cada espécie;
DRRN = densidade relativa da regeneração natural;
FRRN = freqüência relativa da regeneração natural;
CRTRN = classe relativa de tamanho da regeneração natural.
4.3.2. Análises de Similaridade
Buscando-se reconhecer a similaridade entre os fatores edafo-climáticos das áreas
estudadas, entre as comunidades, entre as espécies e a influência de um sobre o outro utilizou-se,
para o conhecimento das semelhanças e diferenças entre si, o índice de Similaridade de Jaccard
(MÜLLER-DOMBOIS & ELLEMBERG, 1974; ODUM, 1988; RICKLEFS, 1996), o método de
agrupamento divisivo Twinspan [(Two Way Indicator Species Analysis) (HILL et al., 1975), o
Coeficiente de Distância Bray-Curtis (BRAY & CURTIS, 1957), e a Análise Multivariada ACP
(Análise de Componentes Principais) (GOODALL, 1954).
O método dos agrupamentos seqüenciais aglomerativos utilizado nas análises de
similaridade foi o método pela associação média ou
Arithmetic Average Clustering (SNEATH &
SOKAL, 1973). O UPGMA calcula a média aritmética da similaridade (ou da distância) entre o
objeto que se quer incluir em um grupo e cada objeto desse grupo (VALENTIN, 2000).
Os índices de similaridade visam estabelecer comparações entre comunidades a partir do
número e da abundância das espécies nelas ocorrentes, permitindo inferir quão semelhantes ou
distantes são duas ou mais tipologias vegetais. Portanto, é uma função combinatória da riqueza de
espécies com eqüitabilidade.
4.3.3. Diversidade
Calculou-se para cada área, o Índice de Diversidade de Shannon-Weaver (H’) (SHANNON
& WEAVER, 1949; RICKLEFS, 1996) e da eqüitabilidade, através do índice de Pielou (E)
(ODUM, 1988).
=
=
S
1i
N
i
n
ln
N
i
n
H'
onde:
ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
N = número total de indivíduos amostrados;
i = 1, 2, ..., i-ésima espécie amostrada;
E = H’/log S
onde:
H’ = Índice de Diversidade de Shannon-Weaver;
S = número de espécies amostradas.
4.3.4. Dispersão
Para a avaliação do padrão de distribuição espacial de C. phyllacanthus foi calculado o
Índice de Dispersão de Morisita (I
d
) (MORISITA, 1962; BROWER & ZAR, 1984). O I
d
é
empregado tanto para avaliar o padrão de distribuição como o seu grau de distribuição (SOUZA &
MARTINS, 2002), sendo assim, fornece informações sobre a maneira como se encontra a
distribuição espacial da espécie em um local, através da fórmula:
onde:
n = n: número total de parcelas amostradas;
N = número total de indivíduos por espécie, contidos nas n parcelas;
= quadrado do número de indivíduos por parcela;
De acordo com Krebs (1989), valores de I
d
menores que 1 indicam a inexistência de
agrupamento, valores iguais a 1 indicam distribuição regular e, valores maiores que 1 indicam
agrupamento.
4.3.5. Correlação
Para estudar a influência da comunidade sobre a população de C. phyllacanthus, e de um
estádio ontogenético sobre o outro da referida população, aplicou-se o coeficiente de correlação
linear (ρ) (TRIOLA, 1999). O coeficiente de correlação constitui um parâmetro quantitativo que
verifica a existência de correlação linear entre duas variáveis. Este coeficiente indica o grau de
intensidade com que duas variáveis se correlacionam e bem como em que sentido estas se
relacionam (positivo ou negativo).
O coeficiente de correlação de Pearson é um método entre os vários existentes; é simples e
avalia a existência de correlação linear entre duas variáveis X e Y, sendo dado por:
onde:
n = número de pares de observações;
Σ
x
i
= somatório dos valores da variável X;
Σ
y
i
= somatório dos valores da variável Y.
n .
Σ
x² - N
N (N-1)
n .
Σ
x
i
y
i
– (
Σ
x
i
) . (
Σ
y
i
)
{[n .
Σ
x
i
² - (
Σ
x
i
] . [n .
Σ
y
i
² - (
Σ
y
i
]}
1/2
I
d
=
ρ
=
Os limites de r são –1 e +1, ou seja, –1
r 1, isto é, r pertence ao intervalo [-1, +1], onde: r
= +1 significa que há correlação linear entre X e Y, perfeita e positiva; r = -1 indica que há
correlação linear entre X e Y, perfeita e negativa; r = 0, significa que não existe correlação linear
entre X e Y.
Na Tabela 5 é apresentada a escala segundo Levin (1987) que mede a força do Coeficiente
de Correlação Linear de Pearson. Esta escala foi utilizada em substituição aos testes de significância
convencionais. Buscou-se com isto o reconhecimento de padrões no comportamento das populações
analisadas.
Tabela 5 -
Valores do Coeficiente de Correlação Linear de Pearson (ρ) e suas respectivas forças.
Coeficiente
(ρ)
(ρ) (ρ)
(ρ)
Correlação
1 Positiva Perfeita
0,70 – 0,99 Positiva Muito Forte
0,50 – 0,69 Positiva Substancial
0,30 – 0,49 Positiva Moderada
0,10 – 0,29 Positiva Baixa
0,01 – 0,09 Positiva Ínfima
0 Nula
-0,01 – -0,09 Negativa Ínfima
-0,10 – -0,29 Negativa Baixa
-0,30 – -0,49 Negativa Moderada
-0,50 – -0,69 Negativa Substancial
-0,70 – -0,99 Negativa Muito Forte
-1 Negativa Perfeita
Fonte: Levin (1987)
4.3.6. Biometria
O DNS e a altura dos espécimes de C. phyllacanthus foram distribuídos em freqüências com
intervalos de 3 cm para as classes de diâmetro e 1 m para a altura. As inferências sobre as taxas de
recrutamento e mortalidade na população da faveleira foram feitas pelo Quociente “q” de De
Liocourt, que foi obtido dividindo-se cada classe diamétrica pela anterior (WADSWORTH, 2000).
Em populações que apresentam distribuição balanceada de diâmetro, a redução do número de
indivíduos de uma classe de diâmetro para outra seria uma razão constante; ao contrário, quando a
distribuição fosse não balanceada, esta redução seria diretamente proporcional ao diâmetro (LEAK,
1964).
A significância dos modelos utilizados para a distribuição das classes de diâmetro foram
testadas a 1% de probabilidade pelo teste F.
Com o objetivo de caracterizar o porte dos maiores indivíduos de faveleira em cada um dos
locais estudados foram escolhidos em cada parcela, os dois indivíduos mais expressivos e procedida
a tomada das medidas da copa. Os dois maiores diâmetros da copa (em metros) foram medidos por
projeção perpendicular e com intersecção de 90º. Estes valores foram somados e calculada a média
aritmética. Com o diâmetro médio da copa foi calculada a área média ocupada por cada indivíduo
da espécie, o que permitiu estimar também possíveis espaçamentos para plantios puros da espécie,
com fins forrageiros.
4.3.7. Softwares Utilizados
As análises estruturais foram feitas utilizando-se o Software Mata Nativa
©
(CIENTEC,
2002). Para o Twinspan, o programa PC-ORD
©
(MCCUNE, 1997), e para a análise de PCA, Bray-
Curtis e similaridade, MVSP 3.1
©
(MVSP/PLUS, 1998). Obtiveram-se os mapas através do
programa Google Earth
©
(NASA, 2007).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Análise das Comunidades Estudadas
Em suma, foram inventariados 11.951 indivíduos, distribuídos em 21 famílias e 57 espécies.
As famílias, Fabaceae e Euphorbiaceae, demonstraram ter grande importância nas áreas
estudadas. Estes mesmos taxa, tem demonstrado uma alta representatividade em levantamentos
feitos em diferentes tipologias da caatinga (TAVARES et al., 1975; FIGUEIREDO, 1987;
ARAÚJO et al., 1995; OLIVEIRA et al., 1997; FERRAZ et al., 1998; PEREIRA et al., 2001;
PEREIRA et al., 2002; LEMOS & RODAL, 2002; RODAL & NASCIMENTO, 2002;
NASCIMENTO et al., 2003; AMORIM et al., 2005; ANDRADE et al., 2005).
As espécies que apresentaram as populações mais expressivas, foram aquelas típicas de
ambientes perturbados, em que Croton sonderianus, Caesalpinia pyramidalis, Aspydosperma
pyrifolium,dentre outros, são alguns exemplos. Pereira et. al., (2002), Drumond et al., (2002),
Alcoforado-Filho et al., (2003), e Andrade et al. (2005), obtiveram resultados semelhantes quanto a
maior abundância desses táxons.
Destaca-se a maior densidade de indivíduos jovens na maioria das áreas estudadas, o que
remonta ao grau de conservação da vegetação. Segundo Bertoni (1984), um número maior de
espécimes neste estrato em uma comunidade, é comum em ecossistemas perturbados.
Por outro lado, nem sempre uma vegetação com a maioria dos indivíduos adultos é indício
de ambientes conservados, pois muitas vezes o que ocorre é justamente o contrário, isto é, são
ambientes ainda mais perturbados não oferecendo, desta forma, condições necessárias para o
estabelecimento dos regenerantes. Segundo Faria et al. (2001), para que ocorra a regeneração
natural, são indispensáveis algumas condições, como o cessamento dos processos causadores da
degradação, a existência de fonte de propágulos, dispersores, boas condições microclimáticas e
edáficas, ausência de predadores para o estabelecimento e a ocorrência do ciclo de vida completo
das plântulas.
A faveleira apresentou tendências em seu comportamento que refletem o grau de
conservação das comunidades estudadas. A espécie tende a diminuir sua importância, em especial
dos regenerantes, a medida em que a vegetação converge para os estágios serais mais avançados. Os
regenerantes constituem o primeiro componente a acusar mudanças estruturais nas comunidades,
sejam elas causadas pelos mais variados eventos naturais ou antrópicos.
Em relação aos adultos, o táxon se destaca na vegetação das áreas estudadas, em especial
pela sua abundância e área basal. Estas variáveis também denotam importante significado para se
inferir sobre o grau de conservação da vegetação da qual a espécie faça parte. Conforme se acentua,
a degradação desses locais,
C. phyllacanthus se concentra e, assim, acumula valores estruturais,
ganhando importância.
5.1.1. Fazenda Ingá, Município de Acari, Rio Grande do Norte
5.1.1.1. Florística
Foram amostrados 2.861 indivíduos distribuídos em 12 famílias, 20 gêneros e 20 espécies,
dos quais 1.415 espécimes pertencentes a oito famílias, 14 gêneros e 14 espécies adultas e 1.446
indivíduos com 12 famílias, 20 gêneros e 20 espécies regenerantes (Tabela 6).
As famílias com maior número de espécies, foram Fabaceae, com seis táxons e
Euphorbiaceae, com quatro. As demais famílias foram representadas por apenas uma espécie cada
uma (Figura 3).
20%
30%
50%
0
2
4
6
8
10
Fabaceae Euphorbiaceae Outras (10)
Famílias
Nº e % de Espécies
Figura 3 -
Número e porcentagem de espécies por família, inventariados na Fazenda Ingá,
Município de Acarí, RN.
Constatou-se que Croton sonderianus foi o táxon mais abundante no local. A espécie foi
representada por 848 indivíduos, dos quais 272 adultos e 576 na regeneração natural (Figura 4).
Com 722 indivíduos, Caesalpinia pyramidalis foi a segunda espécie em mero de indivíduos.
Deste total, 356 eram adultos e 366 regenerantes (Figura 4). O terceiro táxon em número de
indivíduos foi
Pilosocereus gounellei, espécie que apresentou 348 indivíduos, dos quais 322 adultos
e 26 pertencentes à regeneração natural.
0
100
200
300
400
500
600
C
.
so
n
de
r
ia
n
u
s
C.
p
yrami
d
alis
P. goun
el
lei
C. phyllacanthus
Ou
t
ras
(
16)
Espécies
Nº de Indivíduos
Adultos Regenerantes
Figura 4 -
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Fazenda Ingá, Município de
Acarí, RN.
A espécie C. phyllacanthus apresentou o quarto maior mero de indivíduos: 307, sendo
181 adultos e 126 regenerantes (Figura 4).
Como se observa, um pequeno número de espécies apresentou grande número de indivíduos.
Estes táxons são comumente encontrados em ambientes antropizados; são espécies pioneiras que se
estabelecem e dominam esses locais.
Na área estudada a ação humana é bastante evidente em muitos pontos da vegetação. A
presença de um grande número de regenerantes das espécies mais abundantes sugere que a
interferência antrópica ainda persiste no local, fazendo com que esta comunidade permaneça em
estágios sucessionais iniciais.
Tabela 6 -
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Fazenda
Ingá, Município de Acari, RN.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 2
Apocynaceae
Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 1 e 2
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett Umburana 1 e 2
Cactaceae
Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & G.D. Rowley Xique-xique 1 e 2
Capparaceae
Capparis flexuosa (L.) L. Feijão bravo 2
Combretaceae
Combretum leprosum Mart. Mufumbo 1 e 2
Erytroxilaceae
Erytroxilon sp - 2
Euphorbiaceae
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. Favela 1 e 2
Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro 1 e 2
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão 1 e 2
Manihot glaziovii Müll. Arg. Maniçoba 1 e 2
Fabaceae
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Angico 1 e 2
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 2
Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira 1 e 2
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema preta 1 e 2
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca 1 e 2
Indigofera suffrutcosa Mill. Anil 2
Melastomataceae
Mouriri chamissoana Cogn. Maria preta 1 e 2
Continua...
Tab. 6 - cont.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Rubiaceae
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Genipapo bravo 2
Desconhecidas
Desconhecida - 1 e 2
(I) – Estádio Ontogenético: 1 – adultos; 2 – regenerantes.
5.1.1.2. Estrutura
A espécie com maior Valor de Importância (VI) foi Caesalpinia pyramidalis. O táxon
esteve presente em todas as unidades amostrais, obteve uma área basal de 2,693 m².ha
-1
, uma
densidade de 890 indivíduos.ha
-1
e dominância de 6,732 m².ha
-1
(Tabela 7).
A espécie com o segundo maior Valor de Importância foi C. phyllacanthus. O táxon
apresentou a maior área basal, consecutivamente, a maior dominância (8,041 m².ha
-1
) e a quarta
maior densidade (452,5 indivíduos.ha
-1
).
Muitas das espécies amostradas são notoriamente de grande porte e ocorrem, neste tipo de
fisionomia, com maior freqüência, porém na área estudada apresentaram baixos valores de área
basal e dominância e se distribuem de forma irregular com poucos indivíduos. Este fato remonta
novamente à extração seletiva de madeira ocorrente no local revelando, assim, condição de intensa
ação antrópica.
5.1.1.2.1. Regeneração Natural
As espécies com maior valor de Regeneração Natural, foram: Croton sonderianus,
Caesalpinia pyramidalis, Jatropha mollissima e C. phyllacanthus (Tabela 8). Estas espécies foram
as mais abundantes, acumulando esses valores e tornando-se as mais importantes; todas elas
apresentaram um número maior de indivíduos nas segunda e terceira classes de altura, ou seja, de
0,3 a 3 m de altura.
Os táxons Croton sonderianus e Caesalpinia pyramidalis foram os únicos presentes em
todas as unidades amostrais. O primeiro foi responsável por quase metade dos valores de densidade
e classe de tamanho dos regenerantes na área estudada.
Tabela 7 -
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Fazenda Ingá, Município de Acari, RN, listados em ordem
decrescente de valor de importância. Sendo: ni = número de indivíduos; ABi = área basal; DA = densidade absoluta; DR = densidade
relativa; FA= freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC = valor de
cobertura; VI = valor de importância.
Espécie ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC % VI %
Caesalpinia pyramidalis 356 2,693 890 25,16 100 12,9 6,732 29,33 54,49 27,24 67,39 22,46
Cnidoscolus phyllacanthus 181 3,216 452,5 12,79 100 12,9 8,041 35,03 47,82 23,91 60,73 20,24
Pilosocereus gounellei 322 1,12 805 22,76 100 12,9 2,8 12,2 34,96 17,48 47,86 15,95
Croton sonderianus 272 0,83 680 19,22 100 12,9 2,076 9,04 28,27 14,13 41,17 13,72
Jatropha mollissima 120 0,246 300 8,48 85 10,97 0,615 2,68 11,16 5,58 22,13 7,38
Aspidosperma pyrifolium 39 0,352 97,5 2,76 65 8,39 0,88 3,83 6,59 3,3 14,98 4,99
Commiphora leptophloeos 54 0,132 135 3,82 75 9,68 0,329 1,43 5,25 2,62 14,93 4,98
Piptadenia stipulacea 45 0,234 112,5 3,18 60 7,74 0,586 2,55 5,73 2,87 13,47 4,49
Mimosa tenuiflora 16 0,333 40 1,13 55 7,1 0,833 3,63 4,76 2,38 11,86 3,95
Manihot glaziovii 6 0,015 15 0,42 15 1,94 0,039 0,17 0,59 0,3 2,53 0,84
Mouriri chamissoana 1 0,006 2,5 0,07 5 0,65 0,016 0,07 0,14 0,07 0,78 0,26
Anadenanthera macrocarpa 1 0,001 2,5 0,07 5 0,65 0,003 0,01 0,08 0,04 0,73 0,24
Desconhecida 1 0,001 2,5 0,07 5 0,65 0,002 0,01 0,08 0,04 0,73 0,24
Combretum leprosum 1 0,001 2,5 0,07 5 0,65 0,002 0,01 0,08 0,04 0,72 0,24
Total 1415 9,181 3537 100 775 100 22,95 100 200 100 300 100
Tabela 8 -
Parâmetros estruturais da regeneração natural da comunidade estudada na Fazenda Ingá, Município de Acari, RN. Sendo: FA=
freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; CAT = classe absoluta de tamanho;
CRT = classe relativa de tamanho; RNR = regeneração natural; I = classe de tamanho I; II = classe de tamanho II; III = classe de
tamanho III; IV = classe de tamanho IV; Total = número de indivíduos nas classes de tamanho.
Espécie FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Croton sonderianus
100 13,42 1440 39,83 251,76 42,87 32,04 1 277 294 4 576
Caesalpinia pyramidalis
100 13,42 915 25,31 155,51 26,48 21,74 10 216 120 20 366
Jatropha mollissima
90 12,08 422,5 11,69 54,15 9,22 11 53 55 57 4 169
Cnidoscolus phyllacanthus
90 12,08 330 9,13 47,96 8,17 9,79 36 75 19 2 126
Aspidosperma pyrifolium
70 9,4 135 3,73 21,41 3,65 5,59 7 33 11 3 54
Commiphora leptophloeos
80 10,74 122,5 3,39 21 3,58 5,9 2 27 19 1 49
Pilosocereus gounellei
35 4,7 65 1,8 8,45 1,44 2,65 11 15 0 0 26
Piptadenia stipulacea
45 6,04 52,5 1,45 6,88 1,17 2,89 0 5 11 5 21
Combretum leprosum
25 3,36 27,5 0,76 2,56 0,44 1,52 6 1 4 0 11
Manihot glaziovii
25 3,36 30 0,83 4,61 0,79 1,66 0 3 8 1 12
Mimosa tenuiflora
20 2,68 25 0,69 4,07 0,69 1,35 0 5 4 1 10
Tocoyena formosa
10 1,34 7,5 0,21 1,38 0,24 0,6 0 2 1 0 3
Myracrodruon urundeuva
10 1,34 5 0,14 0,77 0,13 0,54 0 0 2 0 2
Mouriri chamissoana
5 0,67 12,5 0,35 1,93 0,33 0,45 0 0 5 0 5
Indigofora suffrutcosa
10 1,34 5 0,14 0,88 0,15 0,54 0 1 1 0 2
Anadenanthera macrocarpa
10 1,34 5 0,14 1 0,17 0,55 0 2 0 0 2
Continua...
Tab. 8 - cont.
Espécie FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Bauhinia cheilantha
5 0,67 7,5 0,21 1,5 0,26 0,38 0 3 0 0 3
Erytroxylun sp
5 0,67 2,5 0,07 0,5 0,09 0,28 0 1 0 0 1
Desconhecida
5 0,67 2,5 0,07 0,5 0,09 0,28 0 1 0 0 1
Capparis flexuosa
5 0,67 2,5 0,07 0,39 0,07 0,27 0 0 1 0 1
Total
745 100 3615 100 587,2 100 100 126 722 557 41 1440
5.1.2. Estação Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, Rio Grande do Norte
5.1.2.1. Florística
Na área do Município de Serra Negra foram amostrados 2.521 indivíduos, pertencentes a 16
famílias, 26 gêneros e 33 espécies (Tabela 9). Cinco espécies não foram identificadas pela falta de
material vegetativo-reprodutivo que permitisse tal identificação. Do total de espécimes, 948
indivíduos, 25 espécies, 25 gêneros e 15 famílias, eram adultos e 1.573 indivíduos, 28 espécies, 25
gêneros e 15 famílias, eram regenerantes.
Novamente, as famílias com maior riqueza de espécies foram Fabaceae, com nove táxons, e
Euphorbiaceae, com três espécies (Figura 5). Cactaceae foi representada por dois táxons; nas
demais famílias, no total de 13, cada qual possui apenas uma espécie.
54,54%
6,06%
9,10%
35,71%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Fabaceae Euphorbiaceae Cactaceae Outras (13)
Famílias
Nº e % de Espécies
Figura 5 -
Número e porcentagem de espécies por família, inventariados na Estação Ecológica
do Seridó, Município de Serra Negra, RN.
As espécies Aspidosperma pyrifolium, Croton sonderianus, Caesalpinia pyramidalis e
Ximenia coriaceae foram as mais abundantes no local. Juntas, representaram pouco mais da metade
dos indivíduos amostrados (Figura 6).
Tabela 9 -
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Estação
Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, RN.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 1 e 2
Apocynaceae
Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 1 e 2
Bignoniaceae
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl Ipê 1 e 2
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett Umburana 1 e 2
Cactaceae
Cereus jamacaru DC.
Mandaca 1 e 2
Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & G.D. Rowley Xique-xique 1 e 2
Capparaceae
Capparis flexuosa (L.) L. Feijão bravo 1 e 2
Cochospermaceae
Cochlospermum sp Algodão bravo 1
Combretaceae
Combretum leprosum Mart. Mufumbo 1 e 2
Erytroxilaceae
Erytroxilon sp - 2
Euphorbiaceae
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. Favela 1 e 2
Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro 1 e 2
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão 1 e 2
Fabaceae
Acacia sp Espinheiro 1 e 2
Acacia sp1 Espinheiro 2
Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm.
Cumarú 1 e 2
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Angico 1 e 2
Anadenathera sp Angico branco 1 e 2
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 1 e 2
Continua...
Tab. 9 - cont.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Caesalpina ferrea Mart. Ex Tul. Pau-ferro 1 e 2
Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira 1 e 2
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema preta 1 e 2
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca 1 e 2
Melastomataceae
Mouriri chamissoana Cogn. Maria preta 1 e 2
Olacaceae
Ximenia coriacea Engl. Ameixa 1 e 2
Rhamnaceae
Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 1 e 2
Rubiaceae
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Genipapo bravo 1 e 2
Verbenaceae
Lantana camara L. Camará 1 e 2
Desconhecidas
Desconhecida - 2
Desconhecida 1 - 2
Desconhecida 2 - 2
Desconhecida 3 - 1 e 2
Desconhecida 4 - 1
(I) – Estádio Ontogenético: 1 – adultos; 2 – regenerantes.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
A
.
p
yri
fo
l
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C.
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eri
a
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us
C.
p
yram
i
dali
s
X. c
o
riaceae
Outras
(
29)
Espécies
Nº de Indivíduos
Adultos Regenerantes
Figura 6 -
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Estação Ecológica do Seridó,
Município de Serra Negra, RN.
Dentre as áreas estudadas, Serra Negra foi a que se apresentou em melhor estado de
conservação e com a menor abundância de C. phyllacanthus, 128 indivíduos, sendo 126 adultos e
dois regenerantes. No local foi possível encontrar um mero razoável de indivíduos de táxons que
caracterizam ambientes pouco perturbados. Aliado a este fator, constata-se diminuição de
regenerantes de espécies pioneiras.
5.1.2.2. Estrutura
A espécie com maior Valor de Importância foi C. phyllacanthus, seguida por Aspidosperma
pyrifolium, Caesalpinia pyramidalis e Croton sonderianus (Tabela 10). Sozinha C. phyllacanthus
foi responsável por mais da metade da dominância (53,41%) no local.
Aspidosperma pyrifolium, que esteve presente em 95% das unidades amostrais, foi a espécie
que indicou maior densidade (415 indivíduos.ha
-1
) e a segunda maior dominância: 2,469 m².ha
-1
.
Tal valor se deve principalmente ao grande número de indivíduos que a espécie apresentou
acumulando, desta forma, uma área basal maior.
Tabela 10 -
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Estação Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra, RN,
listados em ordem decrescente de valor de importância. Sendo: ni = número de indivíduos; ABi = área basal; DA = densidade absoluta;
DR = densidade relativa; FA= freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa;
VC = valor de cobertura; VI = valor de importância.
Espécie ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC VC% VI VI%
Cnidoscolus phyllanthus 126 4,718 312,5 13,19 100 11,43 11,79 53,41 66,6 33,3 78,03 26,01
Aspidosperma pyrifolium 166 0,988 415 17,51 95 10,86 2,469 11,18 28,69 14,35 39,55 13,18
Caesalpinia pyramidalis 142 0,749 355 14,98 35 4 1,874 8,48 23,46 11,73 27,46 9,15
Croton sonderianus 108 0,402 270 11,39 50 5,71 1,004 4,55 15,94 7,97 21,65 7,22
Mimosa tenuiflora 62 0,566 155 6,54 70 8 1,415 6,41 12,95 6,47 20,95 6,98
Ximenia coriacea 61 0,194 152,5 6,43 75 8,57 0,484 2,19 8,63 4,31 17,2 5,73
Combretum leprosum 50 0,221 125 5,27 80 9,14 0,551 2,5 7,77 3,89 16,91 5,64
Piptadenia stipulacea 46 0,182 115 4,85 60 6,86 0,455 2,06 6,91 3,46 13,77 4,59
Commiphora leptophloeos 38 0,229 95 4,01 30 3,43 0,572 2,59 6,6 3,3 10,03 3,34
Jatropha mollissima 26 0,044 65 2,74 50 5,71 0,11 0,5 3,24 1,62 8,96 2,99
Pilosocereus gounellei 31 0,078 77,5 3,27 30 3,43 0,196 0,89 4,16 2,08 7,59 2,53
Anadenanthera colubrina 28 0,078 70 2,95 30 3,43 0,196 0,89 3,84 1,92 7,27 2,42
Caesalpina ferrea 5 0,183 12,5 0,53 25 2,86 0,457 2,07 2,6 1,3 5,46 1,82
Capparis flexuosa 12 0,021 30 1,27 25 2,86 0,052 0,24 1,5 0,75 4,36 1,45
Mouriri chamissoana 4 0,011 10 0,42 20 2,29 0,028 0,12 0,55 0,27 2,83 0,94
Tocoyena formosa 7 0,044 17,5 0,74 10 1,14 0,109 0,49 1,23 0,62 2,37 0,79
Continua...
Tab. 10 - cont.
Espécie ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC VC% VI VI%
Myracrodruon urundeuva 6 0,01 15 0,63 10 1,14 0,025 0,11 0,75 0,37 1,89 0,63
Desconhecida 3 4 0,017 10 0,42 15 1,71 0,042 0,19 0,61 0,31 2,33 0,78
Bauhinia cheilantha 9 0,02 22,5 0,95 5 0,57 0,05 0,23 1,17 0,59 1,75 0,58
Amburana cearensis 3 0,014 7,5 0,32 10 1,14 0,034 0,15 0,47 0,24 1,61 0,54
Ziziphus joazeiro 3 0,01 7,5 0,32 10 1,14 0,026 0,12 0,43 0,22 1,58 0,53
Tabebuia impetiginosa 2 0,002 5 0,21 10 1,14 0,006 0,03 0,24 0,12 1,38 0,46
Acacia sp 1 0,035 2,5 0,11 5 0,57 0,087 0,39 0,5 0,25 1,07 0,36
Desconhecida 4 4 0,006 10 0,42 5 0,57 0,016 0,07 0,49 0,25 1,06 0,35
Lantana camara 2 0,008 5 0,21 5 0,57 0,02 0,09 0,3 0,15 0,87 0,29
Cereus jamacaru 1 0,002 2,5 0,11 5 0,57 0,005 0,02 0,13 0,06 0,7 0,23
Anadenathera sp 1 0,001 2,5 0,11 5 0,57 0,003 0,01 0,12 0,06 0,69 0,23
Total 948 8,833 2367,5 100 870 100 22,076 100 200 100 300 100
Obtiveram-se, no total, uma área basal de 8,833 . 0,4 ha
-1
, densidade de 2.370
indivíduos.ha
-1
, e uma dominância de 22,08 m².ha
-1
. A densidade apresentada corrobora para a
afirmativa de que a área se apresentava em melhor estado de conservação.
5.1.2.2.1. Regeneração Natural
O táxon com maior valor de Regeneração Natural foi Aspidosperma pyrifolium. A espécie
apresentou os maiores valores de densidade, freqüência e classe de tamanho (Tabela 11). Assim
como a espécie anterior Croton sonderianus, Ximenia coriacea, Combretum leprosum e
Caesalpinia pyramidalis também apresentaram grande número de indivíduos, se destacando desta
forma, nos parâmetros citados. Também nesta comunidade, os regenerantes acumularam-se nas
classes de tamanho intermediárias: 0.3 a 3m.
A faveleira foi representada por apenas dois espécimes e o grau de conservação desta área
certamente refletiu sobre tal fato. O baixo número de indivíduos estoque sugere sua substituição por
outras espécies, uma vez que esta é representante dos estágios serais iniciais.
Tabela 11 -
Parâmetros estruturais da regeneração natural da comunidade estudada na Estação Ecológica do Seridó, Município de Serra Negra,
RN. Sendo: FA= freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; CAT = classe
absoluta de tamanho; CRT = classe relativa de tamanho; RNR = regeneração natural; I = classe de tamanho I; II = classe de tamanho
II; III = classe de tamanho III; IV = classe de tamanho IV; Total = número de indivíduos nas classes de tamanho.
Espécie FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Aspidosperma pyrifolium
90 9,68 887,5 22,57 146,4 22,2 18,15 30 180 142 3 355
Croton sonderianus
60 6,45 480 12,21 85,61 12,98 10,55 4 35 143 10 192
Ximenia coriacea
75 8,06 442,5 11,25 78,23 11,86 10,39 3 98 76 0 177
Combretum leprosum
85 9,14 302,5 7,69 49,34 7,48 8,1 5 74 37 5 121
Caesalpinia pyramidalis
50 5,38 315 8,01 56,37 8,55 7,31 1 50 72 3 126
Piptadenia stipulacea
60 6,45 320 8,14 51,59 7,82 7,47 2 42 68 16 128
Mimosa tenuiflora
70 7,53 207,5 5,28 37,04 5,62 6,14 0 26 53 4 83
Anadenanthera macrocarpa
45 4,84 212,5 5,4 35,25 5,35 5,2 2 27 48 8 85
Jatropha mollissima
60 6,45 107,5 2,73 15,43 2,34 3,84 9 12 20 2 43
Capparis flexuosa
45 4,84 210 5,34 25,01 3,79 4,66 30 31 21 2 84
Bauhinia cheilantha
15 1,61 95 2,42 17,97 2,72 2,25 0 4 33 1 38
Pilosocereus gounellei
10 1,08 42,5 1,08 6,68 1,01 1,06 1 16 0 0 17
Commiphora leptophloeos
20 2,15 27,5 0,7 4,87 0,74 1,2 0 7 4 0 11
Ziziphus joazeiro
25 2,69 20 0,51 2,68 0,41 1,2 2 5 1 0 8
Caesalpina ferrea
25 2,69 17,5 0,45 2,86 0,43 1,19 1 2 4 0 7
Acacia sp1
10 1,08 50 1,27 8,67 1,31 1,22 0 15 5 0 20
Continua...
Tab. 11 - cont.
Espécie FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Amburana cearensis
10 1,08 30 0,76 5,52 0,84 0,89 0 5 7 0 12
Lantana camara
15 1,61 17,5 0,45 3,45 0,52 0,86 0 0 7 0 7
Tocoyena formosa
15 1,61 22,5 0,57 3,88 0,59 0,92 0 7 2 0 9
Acacia sp
20 2,15 10 0,25 1,89 0,29 0,9 0 1 3 0 4
Tabebuia impetiginosa
15 1,61 25 0,64 4,62 0,7 0,98 0 4 6 0 10
Mouriri chamissoana
15 1,61 12,5 0,32 2,47 0,37 0,77 0 0 5 0 5
Cereus jamacaru
15 1,61 10 0,25 1,3 0,2 0,69 1 3 0 0 4
Cnidoscolus phyllacanthus
15 1,61 7,5 0,19 0,89 0,13 0,64 1 1 0 0 2
Myracrodruon urundeuva
10 1,08 12,5 0,32 2,39 0,36 0,59 0 1 4 0 5
Anadenathera sp
10 1,08 7,5 0,19 1,48 0,22 0,5 0 0 3 0 3
Desconhecida 1
10 1,08 7,5 0,19 1,48 0,22 0,5 0 0 3 0 3
Desconhecida 3
10 1,08 5 0,13 0,91 0,14 0,45 0 1 1 0 2
Desconhecida 2
5 0,54 2,5 0,06 0,49 0,07 0,22 0 0 1 0 1
Desconhecida
5 0,54 2,5 0,06 0,41 0,06 0,22 0 1 0 0 1
Cochlospermum sp
5 0,54 2,5 0,06 0,41 0,06 0,22 0 1 0 0 1
Erytroxilon sp
5 0,54 2,5 0,06 0,41 0,06 0,22 0 1 0 0 1
Total
930 100 3932,5 100 659,48 100 100 92 650 776 54 1572
5.1.3. Fazenda Madalena, Município de Santa Luzia, Paraíba
5.1.3.1. Florística
Nesta área foram amostrados 2.391 indivíduos, pertencentes a oito famílias, 15 gêneros e 22
espécies. Deste montante, 1.252 indivíduos, 20 espécies, 15 gêneros e oito famílias pertenciam ao
estrato adulto e 1.129 espécimes, 15 espécies, 12 gêneros e sete famílias pertenciam à regeneração
natural (Tabela 12).
Para esta área seguiu-se a tendência até agora apresentada das famílias mais expressivas.
Novamente Fabaceae e Euphorbiaceae foram as mais representativas (Figura 7). Fabaceae
apresentou seis espécies e Euphorbiaceae, três, totalizando nove táxons. Das demais famílias,
Anacardiaceae foi a única a conter mais de uma espécie (Figura 7).
50%
9,1%
13,6%
27,3%
0
2
4
6
8
10
12
Fabaceae Euphorbiceae Anacardiaceae Outras (5)
Famílias
Nº e % de Espécies
Figura 7 -
Número e porcentagem de espécies por família, inventariados na Fazenda
Madalena, Município de Santa Luzia, PB.
Tabela 12 -
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Fazenda
Madalena, Município de Santa Luzia, PB.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 1 e 2
Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 1
Apocynaceae
Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 1 e 2
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett Umburana 1 e 2
Cactaceae
Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & G.D. Rowley Xique-xique 1 e 2
Cochospermaceae
Cochlospermum sp Algodão bravo 1
Combretaceae
Combretum leprosum Mart. Mufumbo 1 e 2
Euphorbiaceae
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. Favela 1 e 2
Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro 1 e 2
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão 1 e 2
Fabaceae
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Angico 1 e 2
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 1
Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira 1 e 2
Mimosa adenophylla Taub. Jurema amorosa 1 e 2
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema preta 1 e 2
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca 1 e 2
Desconhecidas
Desconhecida Burra preta 1
Desconhecida 1 Pau-pedra 1
Desconhecida 3 - 1 e 2
Desconhecida 4 - 1
(I) – Estádio Ontogenético: 1 – adultos; 2 – regenerantes.
A espécie mais abundante na área foi
Croton sonderianus com 786 indivíduos, respondendo
por 33,11% do total. Dentre esses, 247 adultos e 539 regenerentes (Figura 8).
0
100
200
300
400
500
600
C
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tr
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(16
)
Espécies
Nº de Indivíduos
Adultos Regenerantes
Figura 8 -
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Fazenda Madalena,
Município de Santa Luzia, PB.
A segunda espécie em mero de indivíduos foi Caesalpinia pyramidalis. Foram
amostrados 457 espécimes, dentre eles 231 adultos e 226 regenerantes.
Outros três táxons contribuíram de forma expressiva: Pilosocereus gounellei, Jatropha
mollissima e C. phyllacanthus. Estas espécies somadas às anteriormente citadas, foram responsáveis
por mais de 75% do total de espécimes amostrados.
Esta área apresenta as mesmas características da Área I, ou seja, constitui ambientes
bastante alterados, o que acaba se refletindo sobre a composição específica dessas comunidades.
Fato corroborado pela semelhança no rol de espécies presentes nas mesmas.
5.1.3.2. Estrutura
A espécie com maior VI neste local de estudo foi C. phyllacanthus (Tabela 13). Tal
resultado se deve sobretudo à grande dominância que a espécie apresentou: 8,565 m².ha
-1
,
representando 37,66% do total para a área.
Tabela 13 -
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Fazenda Madalena, Município de Santa Luzia, PB, listados em
ordem decrescente de valor de importância. Sendo: ni = número de indivíduos; ABi = área basal; DA = densidade absoluta; DR =
densidade relativa; FA= freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC
= valor de cobertura; VI = valor de importância.
Espécie ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC VC% VI VI%
Cnidoscolus phyllacanthus 167 3,426 417,5 13,34 100 11,36 8,565 37,66 51 25,5 62,37 20,79
Caesalpinia pyramidalis 310 1,216 775 24,76 75 8,52 3,04 13,37 38,13 19,06 46,65 15,55
Pilosocereus gounellei 231 1,216 527,5 16,85 95 10,8 3,039 13,37 30,22 15,11 41,01 13,67
Croton sonderianus 247 0,91 617,5 19,73 85 9,66 2,274 10 29,73 14,86 39,39 13,13
Jatropha mollissima 102 0,283 255 8,15 80 9,09 0,706 3,11 11,25 5,63 20,34 6,78
Aspidosperma pyrifolium 58 0,424 145 4,63 80 9,09 1,06 4,66 9,3 4,65 18,39 6,13
Combretum leprosum 32 0,303 80 2,56 80 9,09 0,758 3,34 5,89 2,95 14,98 4,99
Commiphora leptophloeos 26 0,315 65 2,08 65 7,39 0,787 3,46 5,54 2,77 12,92 4,31
Mimosa tenuiflora 25 0,417 62,5 2 45 5,11 1,042 4,58 6,58 3,29 11,69 3,9
Piptadenia stipulacea 15 0,051 37,5 1,2 40 4,55 0,127 0,56 1,76 0,88 6,3 2,1
Mimosa adenophylla 13 0,069 32,5 1,04 25 2,84 0,174 0,76 1,8 0,9 4,64 1,55
Cochlospermum sp 9 0,069 22,5 0,72 20 2,27 0,173 0,76 1,48 0,74 3,75 1,25
Anadenanthera macrocarpa 4 0,045 10 0,32 20 2,27 0,112 0,49 0,81 0,41 3,08 1,03
Myracrodruon urundeuva 3 0,047 7,5 0,24 15 1,7 0,117 0,52 0,76 0,38 2,46 0,82
Spondias tuberosa 1 0,096 2,5 0,08 5 0,57 0,241 1,06 1,14 0,57 1,71 0,57
Desconhecida 3 2 0,002 5 0,16 10 1,14 0,004 0,02 0,18 0,09 1,31 0,44
Continua...
Tab. 13 - cont.
Espécie ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC VC% VI VI%
Desconhecida 1 0,028 2,5 0,08 5 0,57 0,071 0,31 0,39 0,2 0,96 0,32
Desconhecida 1 2 0,017 5 0,16 5 0,57 0,043 0,19 0,35 0,17 0,92 0,31
Bauhinia cheilantha 2 0,004 5 0,16 5 0,57 0,009 0,04 0,2 0,1 0,77 0,26
Desconhecida 4 1 0,002 2,5 0,08 5 0,57 0,005 0,02 0,1 0,05 0,67 0,22
Desconhecida 2 1 0,001 2,5 0,08 5 0,57 0,002 0,01 0,09 0,04 0,66 0,22
Total 1252 9,096 3130 100 880 100 22,74 100 200 100 300 100
Os táxons Caesalpinia pyramidalis, Pilosocereus gounellei e Croton sonderianus também
obtiveram altos valores de VI.
5.1.3.2.1. Regeneração Natural
O táxon Croton sonderianus foi o mais expressivo (Tabela 14). A espécie foi a única
representada em todas as unidades amostrais e a mais abundante, haja vista sua densidade de
1.347,5 indivíduos.ha
-1
, com 50,6% do valor correspondente à classe de altura; outros quatro táxons
também apresentaram considerável valor de Regeneração Natural: Caesalpinia pyramidalis (18,74),
Jatropha mollissima (12,87), C. phyllacanthus (6,31) e Combretum leprosum (5,47).
Das espécies acima, apenas J. mollissima não seguiu a regra até então indicada para as áreas,
quanto ao número de indivíduos nas classes de altura. O referido táxon acumulou um número maior
de indivíduos, entre os 0,1 e 1,5m de altura.
Tabela 14 -
Parâmetros estruturais da regeneração natural na comunidade estudada na Fazenda Madalena, Município de Santa Luzia, PB. Sendo:
FA= freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; CAT = classe absoluta de
tamanho; CRT = classe relativa de tamanho; RNR = regeneração natural; I = classe de tamanho I; II = classe de tamanho II; III=
classe de tamanho III; IV = classe de tamanho IV; Total = número de indivíduos nas classes de tamanho.
Espécie FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Croton sonderianus
100 16,81 1347,5 47,74 237,98 50,6 38,38 4 201 319 15 539
Caesalpinia pyramidalis
90 15,13 565 20,02 99,1 21,07 18,74 2 94 123 7 226
Jatropha mollissima
60 10,08 450 15,94 59,14 12,58 12,87 55 105 20 0 180
Cnidoscolus phyllacanthus
65 10,92 120 4,25 17,64 3,75 6,31 4 20 18 6 48
Combretum leprosum
50 8,4 110 3,9 19,34 4,11 5,47 0 29 14 1 44
Aspidosperma pyrifolium
55 9,24 37,5 1,33 5,56 1,18 3,92 1 6 6 2 15
Commiphora leptophloeos
40 6,72 42,5 1,51 5,66 1,2 3,14 5 10 2 0 17
Mimosa tenuiflora
40 6,72 47,5 1,68 8,08 1,72 3,37 1 15 3 0 19
Mimosa adenophylla
30 5,04 22,5 0,8 4,07 0,87 2,24 0 5 4 0 9
Piptadenia stipulacea
20 3,36 12,5 0,44 1,84 0,39 1,4 0 2 2 1 5
Anadenanthera macrocarpa
10 1,68 10 0,35 1,81 0,38 0,8 0 2 2 0 4
Pilosocereus gounellei
5 0,84 5 0,18 0,88 0,19 0,4 0 2 0 0 2
Desconhecida 2
5 0,84 7,5 0,27 1,4 0,3 0,47 0 0 3 0 3
Desconhecida 3
5 0,84 2,5 0,09 0,47 0,1 0,34 0 0 1 0 1
Myracrodruon urundeuva
5 0,84 2,5 0,09 0,03 0,01 0,31 0 0 0 1 1
Total
595 100 2822,5 100 470,29 100 100 72 498 526 33 1129
5.1.4. Fazenda Lagoa do Saco, Município de Petrolina, Pernambuco
5.1.4.1. Florística
Na área estudada do Município de Petrolina, foram amostrados 2.597 espécimes,
pertencentes a 11 famílias, 22 gêneros e 27 táxons, dentre eles 1.259 indivíduos adultos,
representados por 24 espécies, 20 gêneros e 11 famílias e 1.338 espécimes regenerantes, com 20
espécies, 15 gêneros e nove famílias (Tabela 15).
As famílias mais representativas foram Fabaceae, seguida por Euphorbiaceae e Cactaceae
(Figura 9); tais famílias foram representadas tanto por espécies pioneiras como por táxons,
tipicamente de ambientes em estágios sucessionais mais avançados. Tal fato que aponta para a
importância que essas famílias exercem na caatinga, em suas mais diferentes fisionomias. As
demais famílias, cada uma apresentou apenas uma espécie (Figura 9).
29,63%
14,81%
25,93%
29,63%
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Fabaceae Euphorbiaceae Cactaceae Outras (8)
Famílias
Nº e % de Espécies
Figura 9 -
Número e porcentagem de espécies por família, inventariados na Fazenda Lagoa do
Saco, Município de Petrolina, PE.
A espécie mais abundante foi Croton conduplicatus apresentando 837 indivíduos, dos quais
499 adultos e 338 regenerantes (Figura 10). Cordia leucocephala foi a segunda espécie em número
de indivíduos e a mais abundante entre os regenerantes. O táxon foi representado por 172 adultos e
524 indivíduos da regeneração natural (Figura 10).
Tabela 15 -
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Fazenda
Lagoa do Saco, Município de Petrolina, PE.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 1
Apocynaceae
Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 1 e 2
Bignoniaceae
Tabebuia spongiosa Rizzini Sete cascas 1 e 2
Bombacaceae
Pseudobombax longiflorum (Martius & Zuccarini) A. Robyns Imbiruçu 1
Boraginaceae
Cordia leucocephala Moric. Moleque-duro 1 e 2
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett Umburana 1 e 2
Cactaceae
Arrojadoa rhodantha (Gurke) Britton & Rose Rabo-de-raposa 1 e 2
Cereus jamacaru DC. Mandacaru 1
Harissia adscendens Haw. Caça-cobrir 2
Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Bylei & G.D. Rowley.
Xique-xique 1
Euphorbiaceae
Cnidoscolus bahianus (Ule) Pax & K. Hoffm. Favela baiana 1 e 2
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. Faveleira 1 e 2
Croton conduplicatus Kunth. Quebra faca 1 e 2
Croton sonderianus Muell. Arg. Marmeleiro 1 e 2
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão 1 e 2
Manihot glaziovii Müll. Arg. Maniçoba 1
Sapium leitera Gleason
Burra leiteira 1
Fabaceae
Bauhinia cheilantha (Bong.) Stend.
Mororó 1 e 2
Caesalpinia gardineriana Benth. Catingueira rasteira
1 e 2
Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira 1 e 2
Continua...
Tab. 15 - cont.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Mimosa arenosa (Willd.) Poir. Jurema amorosa 1 e 2
Mimosa hexandra Micheli
Carqueja 2
Mimosa tenuiflora (Mart.) Benth. Jurema preta 1 e 2
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca 1
Fabaceae 1 Rombe gibão 2
Solanaceae
Solanum chaetacathum Dun. Budim 1 e 2
Verbenaceae
Lantana microphylla Mart. Alecrim 1 e 2
(I) – Estádio Ontogenético: 1 – adultos; 2 – regenerantes.
0
100
200
300
400
500
600
C
.
conduplicatus
C. leucocephala
C. gardineriana
C. phyl
l
acant
u
s
C.
so
nderi
a
n
u
s
Ou
tr
a
s
(22
)
Espécies
Nº de Indivíduos
Adultos Regenerantes
Figura 10 -
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Fazenda Lagoa do Saco,
Município de Petrolina, PE.
Outras três espécies contribuíram de forma expressiva em número de indivíduos:
Caesalpinia gardineriana, Cnidoscolus phyllacanthus e Croton sonderianus (Figura 10). As demais
espécies contribuíram, juntas, com apenas 296 dos indivíduos amostrados, sendo 122 adultos e 174
regenerantes.
5.1.4.2. Estrutura
A espécie que apresentou maior Valor de Importância foi C. phyllacanthus. Sozinha, esta foi
responsável por pouco mais da metade (50,61%) da área basal da área, apresentando ainda a
segunda maior densidade: 650 indivíduos.ha
-1
(Tabela 16).
Outros três táxons (Croton conduplicatus, Cordia leucocephala e Caesalpinia gardineriana)
indicaram Valores de Importância significativos devido, essencialmente, ao grande número de
indivíduos amostrados.
Tabela 16 -
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Fazenda Lagoa do Saco, Município de Petrolina, PE, listados em
ordem decrescente de valor de importância. Sendo: ni = número de indivíduos; ABi = área basal; DA = densidade absoluta; DR =
densidade relativa; FA= freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC =
valor de cobertura; VI = valor de importância.
Espécies ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC % VI %
Cnidoscolus phyllacanthus 260 4,265 650 20,65 100 15,5 10,66 50,6 71,25 35,63 86,75 28,92
Croton conduplicatus 499 1,614 1247 39,63 85 13,18 4,034 19,15 58,78 29,39 71,96 23,99
Cordia leucocephala 172 0,541 430 13,66 80 12,4 1,352 6,42 20,08 10,04 32,48 10,83
Caesalpinia gardineriana 131 0,342 327,5 10,41 75 11,63 0,856 4,06 14,47 7,23 26,1 8,7
Jatropha mollissima 39 0,055 97,5 3,1 75 11,63 0,137 0,65 3,75 1,87 15,37 5,12
Croton sonderianus 75 0,272 187,5 5,96 30 4,65 0,681 3,23 9,19 4,59 13,84 4,61
Mimosa tenuiflora 12 0,326 30 0,95 20 3,1 0,814 3,86 4,82 2,41 7,92 2,64
Cereus jamacaru 7 0,105 17,5 0,56 30 4,65 0,261 1,24 1,8 0,9 6,45 2,15
Mimosa arenosa 7 0,109 17,5 0,56 25 3,88 0,272 1,29 1,85 0,92 5,72 1,91
Lantana microphylla 16 0,025 40 1,27 20 3,1 0,064 0,3 1,57 0,79 4,67 1,56
Tabebuia spongiosa 6 0,211 15 0,48 5 0,78 0,528 2,51 2,98 1,49 3,76 1,25
Arrojadoa rhodantha 5 0,009 12,5 0,4 15 2,33 0,021 0,1 0,5 0,25 2,82 0,94
Aspidosperma pyrifolium 7 0,03 17,5 0,56 10 1,55 0,075 0,36 0,91 0,46 2,46 0,82
Caesalpinia pyramidalis 1 0,123 2,5 0,08 5 0,78 0,306 1,45 1,53 0,77 2,31 0,77
Pseudobombax longiflorum 5 0,028 12,5 0,4 10 1,55 0,07 0,33 0,73 0,36 2,28 0,76
Cnidoscolus bahianus 4 0,023 10 0,32 10 1,55 0,058 0,28 0,59 0,3 2,14 0,71
Continua...
Tab. 16 - cont.
Espécie ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC VC% VI VI%
Manihot glaziovii 1 0,075 2,5 0,08 5 0,78 0,189 0,9 0,97 0,49 1,75 0,58
Myracrodruon urundeuva 2 0,049 2,5 0,08 5 0,78 0,123 0,58 0,66 0,33 1,44 0,48
Commiphora leptophloeos 1 0,042 2,5 0,08 5 0,78 0,104 0,49 0,57 0,29 1,35 0,45
Sapium leitera 3 0,01 7,5 0,24 5 0,78 0,025 0,12 0,35 0,18 1,13 0,38
Solanum chaetacathum 2 0,004 5 0,16 5 0,78 0,009 0,04 0,2 0,1 0,98 0,33
Aspidosperma pyrifolium 1 0,01 2,5 0,08 5 0,78 0,024 0,11 0,19 0,1 0,97 0,32
Piptadenia stipulacea 1 0,001 2,5 0,08 5 0,78 0,003 0,01 0,09 0,05 0,87 0,29
Bauhinia cheilantha 1 0,001 2,5 0,08 5 0,78 0,003 0,01 0,09 0,05 0,87 0,29
Pilosocereus gounellei 1 0,001 2,5 0,08 5 0,78 0,003 0,01 0,09 0,05 0,87 0,29
Total 1259 8,428 3147 100 645 100 21,07 100 200 100 300 100
5.1.4.2.1. Regeneração Natural
As espécies Cordia leucocephala e Croton conduplicatus foram as que apresentaram os
maiores valores de Regeneração Natural: 33,57% e 21,96%, respectivamente (Tabela 17). Ambas as
espécies apresentaram maior número de indivíduos entre os 0,3 a 1,5m de altura. Os valores
observados correspondem a 96,6% e 79,6%, respectivamente.
Apresentando densidade de 145 indivíduos.ha
-1
, C. phyllacanthus foi o quarto táxon em
Regeneração Natural.
Tabela 17 -
Parâmetros estruturais da regeneração natural da comunidade estudada na Fazenda Lagoa do Saco, Município de Petrolina, PE.
Sendo: FA= freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; CAT = classe absoluta
de tamanho; CRT = classe relativa de tamanho; RNR = regeneração natural; I = classe de tamanho I; II = classe de tamanho II; III =
classe de tamanho III; IV = classe de tamanho IV; Total = número de indivíduos nas classes de tamanho.
Espécies FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Cordia leucocephala
95 16,96 1310 39,16 420,8 44,59 33,57 3 506 15 0 524
Croton conduplicatus
90 16,07 845 25,26 231,7 24,56 21,96 4 269 64 1 338
Caesalpinia gardineriana
75 13,39 510 15,25 129,4 13,71 14,12 6 148 48 2 204
Cnidoscolus phyllacanthus
80 14,29 145 4,33 26,1 2,77 7,13 9 28 19 2 58
Jatropha mollissima
55 9,82 105 3,14 18,4 1,95 4,97 5 19 18 0 42
Lantana microphylla
30 5,36 107,5 3,21 33,4 3,54 4,04 1 40 2 0 43
Croton sonderianus
30 5,36 95 2,84 22,3 2,36 3,52 2 25 11 0 38
Caesalpinia pyramidalis
25 4,46 92,5 2,77 22,68 2,4 3,21 1 26 8 2 37
Solanum chaetacathum
10 1,79 52,5 1,57 17,37 1,84 1,73 0 21 0 0 21
Arrojadoa rhodantha
10 1,79 12,5 0,37 2,65 0,28 0,81 1 3 1 0 5
Cnidoscolus bahianus
10 1,79 10 0,3 0,45 0,05 0,71 1 0 3 0 4
Mimosa arenosa
10 1,79 7,5 0,22 2,48 0,26 0,76 0 3 0 0 3
Commiphora leptophloeos
5 0,89 2,5 0,07 0,83 0,09 0,35 0 1 0 0 1
Mimosa hexandra
5 0,89 2,5 0,07 0,83 0,09 0,35 0 1 0 0 1
Mimosa tenuiflora
5 0,89 2,5 0,07 0,14 0,01 0,32 0 0 1 0 1
Fabaceae 1
5 0,89 2,5 0,07 0,83 0,09 0,35 0 1 0 0 1
Continua...
Tab. 17 - cont.
Espécies FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Harissia adscendens
5 0,89 2,5 0,07 0,83 0,09 0,35 0 1 0 0 1
Aspidosperma pyrifolium
5 0,89 2,5 0,07 0,03 0 0,32 1 0 0 0 1
Tabebuia spongiosa
5 0,89 2,5 0,07 0,83 0,09 0,35 0 1 0 0 1
Total
560 100 3345 100 943,8 100 100 34 1107 190 7 1338
5.1.5. Fazenda Jatobá, Município de Juazeiro, Bahia
5.1.5.1. Florística
Foram amostrados 1.581 indivíduos distribuídos em 12 famílias, 29 gêneros e 38 espécies.
Deste total 799 indivíduos, 33 espécies, 26 gêneros e 11 famílias de adultos, e 782 espécimes, 34
táxons, 28 gêneros e 12 famílias de regenerantes (Tabela 18).
Dentre as áreas estudadas no presente trabalho, a de Juazeiro foi, depois da Estação
Ecológica do Seridó, a que apresentou melhores condições de conservação. Tal fato se reflete no
maior número de espécies encontradas ali.
Assim como nas áreas anteriores, as famílias mais importantes foram Fabaceae,
Euphorbiaceae e Cactaceae (Figura 11).
23,68%
15,79%
23,68%
28,95%
0
2
4
6
8
10
12
Fabaceae Euphorbiaceae Cactaceae Outras (9)
Famílias
Nº e % de Espécies
Figura 11 -
Número e porcentagem de espécies por família, inventariadas na Fazenda Jatobá,
Município de Juazeiro, BA.
Outras nove famílias foram amostradas, dentre estas, Anacardiaceae e Apocynaceae com
duas espécies cada uma. As demais apresentaram apenas um táxon (Figura 11).
Tabela 18 -
Famílias, espécies e respectivos estádios ontogenéticos. Dados da Fazenda
Jatobá, Município de Juazeiro, BA.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 1 e 2
Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 2
Apocynaceae
Aspidosperma cuspa (Kenth) S.T. Blake
Pereiro branco 1
Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 1 e 2
Bignoniaceae
Tabebuia spongiosa Rizzini Sete cascas 1 e 2
Bombacaceae
Pseudobombax longiflorum (Martius & Zuccarini) A. Robyns Imbiruçu 1 e 2
Boraginaceae
Cordia leucocephala Moric. Moleque-duro 1 e 2
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett Umburana 1 e 2
Cactaceae
Arrojadoa rhodantha (Gurke) Britton & Rose Rabo-de-raposa 1 e 2
Mirabella sp Mandacaruzinho 2
Opuntia palmadora Britton & Rose Palmatória 1 e 2
Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Bylei & G.D. Rowley.
Xique-xique 1 e 2
Pilosocereus pachycladus F. Ritter Facheiro 1
Tacinga funalis BR. & Ros Quipá-voador 2
Caricaceae
Jacaratia corumbensis Kuntze Mamão-de-veado 2
Euphorbiaceae
Cnidoscolus bahianus (Ule) Pax & K. Hoffm. Favela baiana 1 e 2
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. Faveleira 1 e 2
Croton conduplicatus Kunth. Quebra faca 1 e 2
Croton sonderianus Muell. Arg. Marmeleiro 1 e 2
Continua...
Tab. 18 - cont.
Famílias/Espécies Nome vulgar (I)
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão 1 e 2
Jatropha ribifolia (Pohl.) Baill. Pinhão rasteiro 2
Jatropha sp Pinhão juazeiro 1 e 2
Manihot glaziovii Müll. Arg. Maniçoba 1 e 2
Sapium leitera Gleason
Burra leiteira 1 e 2
Fabaceae
Albizia polyantha (Spreng. F.) G.P. Lewis
Canafístula 1 e 2
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Angico 1 e 2
Bauhinia cheilantha (Bong.) Stend.
Mororó 1 e 2
Caesalpinia gardineriana Benth. Catingueira rasteira
1 e 2
Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira 1 e 2
Cratylia argentea (Desv.)O.Kuntze Camaratuba 1 e 2
Mimosa arenosa (Willd.) Poir. Jurema amorosa 1 e 2
Mimosa tenuiflora (Mart.) Benth. Jurema preta 1 e 2
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca 1
Senna acuruensis (Benth.) Irwin & Barneby São joão 1 e 2
Fabaceae 1 Rombe gibão 1
Melastomataceae
Mouriri chamissoana Cogn. Maria preta 1 e 2
Verbenaceae
Lantana microphylla Mart. Alecrim 1 e 2
Desconhecida
Desconhecida Pau-de-cauã 1 e 2
(I) – Estádio Ontogenético: 1 – adultos; 2 – regenerantes.
Cinco espécies merecem destaque pela abundância apresentada (Figura 12). São elas:
Bauhinia cheilantha, com 217 indivíduos, sendo 55 adultos e 162 regenerantes; Jatropha
mollissima, com 205 espécimes, com 60 adultos e 145 regenerantes; C. phyllacanthus, com 172
indivíduos, onde 151 eram adultos e 21 regenerantes; Manihot glaziovii, com 150 espécimes, sendo
60 adultos e 90 regenerantes e Caesalpinia gardineriana, com 128 indivíduos, 75 adultos e 53
pertencentes à regeneração natural.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
B
.
c
h
ei
lant
h
a
J
.
molli
ss
im
a
C.
p
h
yl
lac
a
nthus
M. glaziovii
C. gardiner
i
ana
Ou
t
ras
(
33)
Espécies
Nº de Indivíduos
Adultos Regenerantes
Figura 12 -
Número de indivíduos por espécie, inventariados na Fazenda Jatobá, Município de
Juazeiro, BA.
Estas espécies representam pouco mais da metade (52,26%) do total amostrado. Juntas
correspondem a 50,19% dos adultos e 60,58% dos regenerantes.
Em muitos pontos do local estudado observou-se a presença maciça de Mimosa hexandra
(carqueja). A espécie foi desprezada para a análise pois induziria a erros, uma vez que possui um
porte que não ultrapassa 1m de altura e DNS sempre inferior a 3cm. A despeito disso, alguns
parâmetros estruturais para espécie foram calculados. O táxon apresentou 526 indivíduos,
representando uma densidade de 1.315 indivíduos.ha
-1
.
5.1.5.2. Estrutura
A espécie C. phyllacanthus foi a que apresentou o maior Valor de Importância (Tabela 19).
O táxon apresentou 51,8% da área basal das espécies amostradas. A faveleira ainda foi a espécie
com maior densidade: 377,5 indivíduos.ha
-1
.
Outras sete espécies apresentaram Valores de Importância muito próximos. Em ordem
decrescente do parâmetro citado foram elas: Mimosa tenuiflora, Caesalpinia gardineriana,
Jatropha mollissima, Manihot glaziovii, Croton conduplicatus, Cordia leucocephala e Bauhinia
cheilantha.
5.1.5.2.1. Regeneração Natural
Em relação aos regenerantes, as espécies Jatropha mollissima e Bauhinia cheilantha
merecem destaque. Juntas, estas espécies foram responsáveis por 39,26% da densidade da
regeneração natural obtida na a Área (Tabela 20).
A primeira espécie apresentou uma distribuição regular entre as três primeiras classes de
altura: de 0,1 a 3m. Já para Bauhinia cheilantha apresentou indivíduos apenas nas duas primeiras
classes de tamanho.
A baixa expressão com que ocorrem os regenerantes de C. phyllacanthus na área é
justificada pelas condições locais. Essa vegetação foi a segunda mais preservada dentre as
estudadas, assim, remonta-se às mesmas questões levantadas para a faveleira na Área II, na Estação
Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN. Dentre as cinco comunidades de caatinga estudadas esta foi
a que apresentou a menor densidade, isto é, 1.955 indivíduos.ha
-1
.
Tabela 19 -
Parâmetros estruturais do estrato adulto da comunidade estudada na Fazenda Jatobá, Município de Juazeiro, BA, listados em ordem
decrescente de valor de importância. Sendo: ni = número de indivíduos; ABi = área basal; DA = densidade absoluta; DR = densidade
relativa; FA= freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC = valor de
cobertura; VI = valor de importância.
Espécie ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC % VI %
Cnidoscolus phyllacanthus 151 3,706 377,5 18,9 100 11,11 9,266 51,8 70,69 35,35 81,81 27,27
Mimosa tenuiflora 78 0,599 195 9,76 70 7,78 1,498 8,37 18,13 9,07 25,91 8,64
Caesalpinia gardineriana 75 0,691 187,5 9,39 45 5 1,728 9,66 19,04 9,52 24,04 8,01
Jatropha mollissima 60 0,086 150 7,51 85 9,44 0,215 1,2 8,71 4,36 18,16 6,05
Manihot glaziovii 60 0,16 150 7,51 65 7,22 0,399 2,23 9,74 4,87 16,96 5,65
Croton conduplicatus 50 0,308 125 6,26 50 5,56 0,77 4,3 10,56 5,28 16,12 5,37
Cordia leucocephala 48 0,376 120 6,01 35 3,89 0,94 5,25 11,26 5,63 15,15 5,05
Bauhinia cheilantha 55 0,199 137,5 6,88 35 3,89 0,497 2,78 9,66 4,83 13,55 4,52
Anadenanthera colubrina 21 0,204 52,5 2,63 40 4,44 0,511 2,86 5,49 2,74 9,93 3,31
Pilosocereus gounellei 37 0,113 92,5 4,63 30 3,33 0,283 1,58 6,21 3,11 9,55 3,18
Caesalpinia pyramidalis 29 0,128 72,5 3,63 30 3,33 0,321 1,79 5,42 2,71 8,76 2,92
Jatropha sp 32 0,065 80 4,01 20 2,22 0,162 0,9 4,91 2,45 7,13 2,38
Commiphora leptophloeos 7 0,088 17,5 0,88 30 3,33 0,219 1,22 2,1 1,05 5,43 1,81
Senna acuruensis 8 0,02 20 1 35 3,89 0,051 0,28 1,29 0,64 5,17 1,72
Mimosa arenosa 10 0,037 25 1,25 25 2,78 0,093 0,52 1,77 0,89 4,55 1,52
Cratylia argentea 7 0,112 17,5 0,88 15 1,67 0,28 1,57 2,44 1,22 4,11 1,37
Continua...
Tab. 19 - cont.
Espécie ni ABi DA DR FA FR DoA DoR VC % VI %
Mouriri chamissoana 8 0,023 20 1 25 2,78 0,058 0,33 1,33 0,66 4,11 1,37
Aspidosperma cuspa 5 0,051 12,5 0,63 15 1,67 0,127 0,71 1,34 0,67 3,01 1
Lantana microphylla 11 0,02 27,5 1,38 10 1,11 0,05 0,28 1,65 0,83 2,77 0,92
Desconhecida 6 0,01 15 0,75 15 1,67 0,026 0,14 0,89 0,45 2,56 0,85
Piptadenia stipulacea 5 0,011 12,5 0,63 15 1,67 0,027 0,15 0,78 0,39 2,44 0,81
Pseudobombax longiflorum 5 0,01 12,5 0,63 15 1,67 0,026 0,14 0,77 0,39 2,44 0,81
Albizia polyantha 3 0,028 7,5 0,38 15 1,67 0,07 0,39 0,77 0,38 2,43 0,81
Croton sonderianus 4 0,013 10 0,5 15 1,67 0,033 0,18 0,68 0,34 2,35 0,78
Arrojadoa rhodantha 4 0,005 10 0,5 15 1,67 0,012 0,07 0,57 0,28 2,23 0,74
Tabebuia spongiosa 5 0,005 12,5 0,63 10 1,11 0,013 0,07 0,7 0,35 1,81 0,6
Sapium leitera 2 0,005 5 0,25 10 1,11 0,014 0,08 0,33 0,16 1,44 0,48
Fabaceae 1 2 0,028 5 0,25 5 0,56 0,07 0,39 0,64 0,32 1,2 0,4
Myracrodruon urundeuva 3 0,019 7,5 0,38 5 0,56 0,047 0,26 0,64 0,32 1,19 0,4
Cnidoscolus bahianus 4 0,009 10 0,5 5 0,56 0,021 0,12 0,62 0,31 1,17 0,39
Pilosocereus pachycladus 1 0,016 2,5 0,13 5 0,56 0,04 0,22 0,35 0,17 0,9 0,3
Opuntia palmadora 2 0,003 5 0,25 5 0,56 0,008 0,05 0,3 0,15 0,85 0,28
Aspidosperma pyrifolium 1 0,006 2,5 0,13 5 0,56 0,016 0,09 0,21 0,11 0,77 0,26
Total 799 7,156 1997 100 900 100 17,88 100 200 100 300 100
Tabela 20 -
Parâmetros estruturais da regeneração natural da comunidade estudada na Fazenda Jatobá, Município de Juazeiro, BA. Sendo: FA=
freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; CAT = classe absoluta de tamanho;
CRT = classe relativa de tamanho; RNR = regeneração natural; I = classe de tamanho I; II = classe de tamanho II; III = classe de
tamanho III; IV = classe de tamanho IV; Total = número de indivíduos nas classes de tamanho.
Nome Vulgar FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Jatropha mollissima
90 10,65 362,5 18,54 54,9 16,24 15,14 29 46 67 3 145
Bauhinia cheilantha
45 5,33 405 20,72 75,31 22,28 16,11 0 72 90 0 162
Manihot glaziovii
80 9,47 225 11,51 40,6 12,01 11 0 15 65 10 90
Cordia leucocephala
50 5,92 165 8,44 31,49 9,31 7,89 0 24 42 0 66
Croton conduplicatus
45 5,33 67,5 3,45 13,26 3,92 4,23 0 4 22 1 27
Caesalpinia gardineriana
35 4,14 132,5 6,78 22,19 6,56 5,83 1 30 20 2 53
Mimosa tenuiflora
60 7,1 70 3,58 11,51 3,4 4,69 1 6 17 4 28
Caesalpinia gardineriana
35 4,14 57,5 2,94 10,88 3,22 3,43 0 9 14 0 23
Anadenanthera colubrina
30 3,55 35 1,79 6,69 1,98 2,44 0 5 9 0 14
Cnidoscolus phyllacanthus
50 5,92 50 2,56 5,27 1,56 3,35 6 10 2 2 21
Jatropha sp
30 3,55 65 3,32 12 3,55 3,47 1 9 16 0 26
Croton sonderianus
25 2,96 50 2,56 8,83 2,61 2,71 0 12 8 0 20
Arrojadoa rhodantha
25 2,96 42,5 2,17 6,58 1,95 2,36 2 10 5 0 17
Tacinga funalis
30 3,55 42,5 2,17 6,61 1,96 2,56 1 13 3 0 17
Senna acuruensis
25 2,96 32,5 1,66 6,01 1,78 2,13 0 6 7 0 13
Mouriri chamissoana
20 2,37 17,5 0,9 3,07 0,91 1,39 0 1 5 1 7
Continua...
Tab. 20 - cont.
Espécie FA FR DA DR CAT CRT RNR I II III IV Total
Cratylia argentea
20 2,37 10 0,51 2,13 0,63 1,17 0 0 4 0 4
Desconhecida
15 1,78 20 1,02 3,35 0,99 1,26 0 6 2 0 8
Pseudobombax longiflorum
20 2,37 12,5 0,64 2,06 0,61 1,21 0 4 1 0 5
Commiphora leptophloeos
15 1,78 15 0,77 2,89 0,85 1,13 0 2 4 0 6
Mimosa arenosa
10 1,18 15 0,77 2,89 0,85 0,93 0 2 4 0 6
Lantana microphylla
10 1,18 10 0,51 1,2 0,35 0,68 1 3 0 0 4
Opuntia palmadora
10 1,18 5 0,26 1,06 0,31 0,58 0 0 2 0 2
Albizia polyantha
10 1,18 7,5 0,38 1,12 0,33 0,63 1 0 2 0 3
Sapium leitera
10 1,18 5 0,26 1,06 0,31 0,58 0 0 2 0 2
Cnidoscolus bahianus
10 1,18 5 0,26 0,56 0,17 0,54 0 0 1 1 2
Pilosocereus gounellei
5 0,59 7,5 0,38 1,14 0,34 0,44 0 3 0 0 3
Spondias tuberosa
5 0,59 5 0,26 0,76 0,22 0,36 0 2 0 0 2
Jatropha ribifolia
5 0,59 5 0,26 0,44 0,13 0,33 1 1 0 0 2
Myracrodruon urundeuva
5 0,59 2,5 0,13 0,53 0,16 0,29 0 0 1 0 1
Jacaratia corumbensis
5 0,59 2,5 0,13 0,53 0,16 0,29 0 0 1 0 1
Mirabella sp
5 0,59 2,5 0,13 0,38 0,11 0,28 0 1 0 0 1
Aspidosperma pyrifolium
5 0,59 2,5 0,13 0,38 0,11 0,28 0 1 0 0 1
Tabebuia spongiosa
5 0,59 2,5 0,13 0,38 0,11 0,28 0 1 0 0 1
Total
845 100 1955 100 338,0 100 100 44 298 416 24 783
5.2. Diversidade Florística
Observa-se na Tabela 21 que as Áreas mais bem conservadas apresentaram os maiores
índices de diversidade. Em cada uma das demais áreas, a elevada concentração de indivíduos em
algumas populações, foi certamente a responsável por diminuir sua equabilidade. Portanto a
diversidade é menor nas fases iniciais e aumenta em direção aos estágios serais mais avançados
(BAILEY, 1984).
Tabela 21 -
Áreas estudadas e respectivos valores de diversidade. Sendo H’ = Índice de
Shannon-Weaver; E =
Pielou.
Áreas Nº de espécies H’ E
Fazenda Ingá – Acari, RN 19 1,907 0,648
Estação Ecológica do Seridó – Serra Negra, RN 29 2,638 0,783
Fazenda Madalena – Santa Luzia, PB 16 1,914 0,690
Fazenda Lagoa do Saco – Petrolina, PE 26 1,887 0,579
Fazenda Jatobá – Juazeiro, BA 36 2,809 0,784
A espécie Cnidoscolus phyllacanthus apresentou maior densidade nas Áreas cuja
diversidade foi menor, refletindo novamente sua condição de espécie pioneira, e de vegetar e
dominar ambientes perturbados.
5.3. Caracterização Populacional de
Cnidosculos phyllacanthus
No conjunto das amostras foram inventariados 1.137 indivíduos de C. phyllacanthus, dos
quais 893 adultos e 244 regenerantes. Na Área I, foram registrados 307 indivíduos de faveleira, dos
quais 181 eram adultos e 126 regenerantes; na Área II, amostrou-se 128 espécimes, sendo 126
adultos e 2 regenerantes; na Área III, inventariou-se 210 indivíduos, sendo 173 adultos e 37
regenerantes; Na Área IV, foram amostrados 320 espécimes, sendo 262 adultos e 58 regenerantes e
na Área V, 172 indivíduos, dos quais 151 adultos e 21 regenerantes (Figura 13).
0
40
80
120
160
200
240
280
320
I II III IV V
Áreas
Nº de Indivíduos
Total Adultos Regenerantes
Figura 13 -
Número total de indivíduos de Cnidoscolus phyllacanthus e respectivos estádios
ontogenéticos nas áreas estudadas. Sendo: I = Fazenda Ingá, Acari, RN; II = Estação
Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; III = Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; IV =
Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; V = Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
A espécie se distribui nas áreas estudadas
de forma irregular, pontuada em meio à vegetação
mais conservada e de forma homogênea com um grande número de indivíduos, às margens das
estradas e locais mais perturbados.
Evidenciou-se, em todos os locais, que a espécie possui porte maior rea basal e altura)
diante das demais espécies que ocorrem nas comunidades estudadas. A pouca utilização de sua
madeira contribui certamente para tal situação. As demais espécies acabam sendo exploradas para
diversos fins, impedindo assim, que formem populações com as mesmas características estruturais
da população de C. phyllacanthus.
5.3.1. Dispersão
Observa-se pelo Índice de Dispersão de Morisita (I
d
) (MORISITA, 1962; BROWER &
ZAR, 1984) (Figura 14;Tabela 22), que o I
d
para o total e para os adultos foi similar e menor que o
apresentado pelos regenerantes.
Figura 14 -
Distribuição dos valores obtidos pelo Índice de Dispersão de Morisita para o total
de indivíduos de Cnidoscolus phyllacanthus e os estádios ontogenéticos. Sendo: I =
Fazenda Ingá, Acari, RN; II = Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; III =
Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; IV = Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; V
= Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Com exceção da Área II, as demais apresentaram padrão de distribuição agregado. A
distribuição aleatória da faveleira no município de Serra Negra se explica pelo estágio seral em que
se encontra a vegetação estudada. Naquele município, o trabalho foi realizado na Estação Ecológica
do Seridó sendo, portanto, o ambiente com vegetação mais bem conservada. A estrutura da
população de C. phyllacanthus ratifica esta afirmação: ali foi registrada a menor população desta
espécie, 128 indivíduos, dos quais apenas dois eram regenerantes. Estes dados evidenciam que a
espécie está sendo substituída por outras no processo de sucessão natural, o que também confirma o
seu caráter pioneiro e explica inteiramente a distribuição diferente daquela encontrada nas demais
comunidades estudadas.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
Acari Serra Negra Santa Luzia Petrolina Juazeiro
Áreas
Indice de Morisita (I
d
)
Total Adultos Regenerantes
I
II
III
IV
V
Tabela 22 -
Áreas estudadas e respectivos valores do Índice de Dispersão de Morisita (I
d
) e padrão de distribuição por estádio ontogenético.
Áreas Indivíduos
Total
I
d
Distribuição
Nº Indivíduos
Adultos
I
d
Distribuição
Nº Indivíduos
Regenerantes
I
d
Distribuição
Fazenda Ingá Acari,
RN
307
1,249469
Agregada 181
1,007326
Agregada 126
2,426065
Agregada
Estação Ecológica do
Seridó – Serra Negra, RN
128
0,888726
Aleatória 126
0,8894488
Aleatória 2 - -
Fazenda Madalena
Santa Luzia, PB
210
1,125649
Agregada 173
1,039376
Agregada 37
1,736434
Agregada
Fazenda Lagoa do Saco
Petrolina, PE
320
1,161754
Agregada 262
1,198243
Agregada 58
1,486768
Agregada
Fazenda Jatobá
Juazeiro, BA
172
1,233261
Agregada 151
1,104871
Agregada 21
3,561077
Agregada
O padrão de distribuição espacial de uma espécie é resultante da ação conjunta de fatores
bióticos e abióticos (BERNACCI, 2001). No padrão agregado, uma convergência atrativa dos
indivíduos a certas partes do ambiente ou ainda, um indivíduo acaba atraindo outro próximo a ele
(BEGON et al., 1996).
Segundo Leite (2001) fatores como as condições ambientais, disponibilidade de recursos,
distúrbios naturais ou antrópicos, influenciam o padrão espacial e a dinâmica das populações
vegetais. De acordo com Nasi (1993) espécies de estágios iniciais de sucessão e que habitam locais
alterados, tendem a apresentar um padrão de distribuição gregário. Essas espécies possuem um
caráter agressivo, adaptadas às variadas condições ecológicas.
Os seres vivos em geral tendem a se distribuir de forma agrupada, devido ao ambiente ser
estruturado espacialmente por várias formas de produção de energia, gerando processos irregulares
de disponibilização de recursos (LEGENDRE & FORTIN, 1989). Sendo assim, os processos
demográficos são influenciados pela heterogeneidade ambiental, gerando padrões espaciais que se
distanciam da aleatoriedade e uniformidade (THOMAS & KUNIN, 1999).
A distribuição agregada é comum entre espécies dispersas por animais, ou que possuem
distribuição autocórica (JANZEN, 1976). Este tipo de distribuição pode ser verificada quando em
parcelas semelhantes, o número de indivíduos varia intensamente de uma unidade amostral para
outra (NASCIMENTO et al., 2001; SÉTAMOU et al., 2000). Nas Figuras 15 a 19, são apresentadas
as variações da densidade de indivíduos e seus estádios ontogenéticos nas unidades amostrais em
cada área.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Unidades Amostrais
de Indivíduos
Total Adultos Regenerantes
I
d
(total) = 1,2494
I
d
(adultos) = 1,0073
I
d
(regenerantes) = 2,4260
Figura 15 -
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Fazenda Ingá, Acari, RN.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Unidades Amostrais
de Indivíduos
Total Adultos Regenerantes
I
d
(total) = 0,8887
I
d
(adultos) = 0,8806
I
d
(regenerantes) = 0
Figura 16 -
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Estação Ecológica do Seridó,
Serra Negra, RN.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Unidades Amostrais
de Indivíduos
Total Adultos Regenerantes
I
d
(total) = 1,1256
I
d
(adultos) = 1,0393
I
d
(regenerantes) = 1,7364
Figura 17 -
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Fazenda Madalena, Santa Luzia,
PB.
0
5
10
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Unidades Amostrais
de Indivíduos
Total Adultos Regenerantes
I
d
(total) = 1,1617
I
d
(adultos) = 1,1982
I
d
(regenerantes) = 1,4867
Figura 18 -
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina,
PE.
0
5
10
15
20
25
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Unidades Amostrais
de Indivíduos
Total Adultos Regenerantes
I
d
(total) = 1,2332
I
d
(adultos) = 1,1048
I
d
(regenerantes) = 3,5610
Figura 19 -
Abundância de Cnidoscolus phyllacanthus nas unidades amostrais e respectivos
valores do Índice de Agregação de Morisita (I
d
). Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Apenas a Área II, fugiu do padrão agregado apresentado pelas demais Áreas, o que se deve a
presença ínfima dos espécimes regenerantes. Nas outras Áreas, observa-se que houve uma grande
variação no número de espécimes do táxon para o total e os estádios, nas unidades amostrais.
5.3.2.
Correlação
Através do coeficiente de correlação linear de Pearson (ρ), verificou-se tendência na
diminuição do mero de espécimes de C. phyllacanthus sempre que a densidade dos indivíduos
dos demais táxons se eleva. Observou-se, também, uma convergência dos estádios ontogenéticos a
se agruparem, fazendo com que apresentassem ρ positivo expressivo (Tabela 23; Figuras 20 a 24).
Isto confirma o caráter pioneiro de C. phyllacanthus, haja vista que a espécie tende a diminuir em
importância à medida que a comunidade se torna mais complexa.
Nos locais onde há menor densidade de indivíduos das demais espécies há, provavelmente, a
formação de sítios favoráveis ao estabelecimento de espécimes de C. phyllacanthus. Segundo
Harper (1977), os “sítios seguros” por apresentarem condições ambientais favoráveis, acabam
aumentando a probabilidade do recrutamento de indivíduos de determinadas espécies.
Por se tratar de uma espécie pioneira, certamente um dos fatores que regram este
comportamento é a luminosidade, portanto, um fator decisivo para a germinação e o
desenvolvimento do táxon. Conforme Pons (1992), a luz é um dos principais fatores que controlam
a dormência nas sementes e um fator decisivo no estabelecimento das plântulas.
A competição deve ser outro fator que concorre para este resultado. Heady et al., (1962)
dizem que a competição é um processo oriundo do esforço comum entre organismos para a
obtenção de um ou mais recursos, cujo suprimento imediato não é suficiente para prover a
necessidade de todos. Conforme Ricklefs (1990), quando indivíduos de espécies diferentes
competem as taxas de nascimento e mortalidade de um organismo variam com a densidade
populacional do outro e vice versa.
Tabela 23 -
Áreas estudadas e respectivos valores do coeficiente de correlação linear de Pearson (ρ).
Áreas
ρ
ρρ
ρ (1)
Correlação
ρ
ρ ρ
ρ (2)
Correlação
ρ
ρρ
ρ (3)
Correlação
ρ
ρρ
ρ (4)
Correlação
Fazenda Ingá – Acari, RN -0,03057
Negativa
ínfima
-0,04134
Negativa
ínfima
0,04087
Positiva
ínfima
-0,11237
Negativa
baixa
Estação Ecológica do Seridó Serra
Negra, RN
-0,10429
Negativa
baixa
-0,06627
Negativa
ínfima
-0,25465
Negativa
baixa
-0,19842
Negativa
baixa
Fazenda Madalena Santa Luzia,
PB
0,00223
Positiva
ínfima
0,00385
Positiva
ínfima
-0,00073
Negativa
ínfima
0,47592
Positiva
moderada
Fazenda Lagoa do Saco Petrolina,
PE
-0,3465
Negativa
moderada
-0,48767
Negativa
moderada
0,27014
Positiva
baixa
0,09152
Positiva
ínfima
Fazenda Jatobá – Juazeiro, BA -0,16039
Negativa
baixa
-0,13789
Negativa
baixa
-0,15032
Negativa
baixa
0,5404
Positiva
substancial
ρ
(1) Correlação Linear de Pearson entre as demais espécies e Cnidoscolus phyllacanthus;
ρ
(2) Correlação Linear de Pearson entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus;
ρ
(3) Correlação Linear de Pearson entre as demais espécies e os indivíduos regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus;
ρ
(4) Correlação Linear de
Pearson entre os estádios ontogenéticos (regenerantes e adultos) de Cnidoscolus phyllacanthus.
ρ
= - 0,03058
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Nº de Indivíduos das Demais Escies
Nº de Indivíduos de
Cnidoscolus
phyllacanthus
ρ = - 0,04134
0
5
10
15
20
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Nº de Indivíduos das Demais Espécies
Nº de Indivíduos
Adultos de
Cnidoscolus
phyllacanthus
ρ
= 0,04087
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Nº de Indivíduos das Demais Espécies
Nº de Indivíduos
Regenerantes de
Cnidoscolus
phyllacanthus
ρ
= - 0,11237
0
5
10
15
20
0 5 10 15 20 25 30
Regenerantes
Adultos
Figura 20 -
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios
ontogenéticos de Cnidoscolus phyllacanthus na Fazenda Ingá, Acari, RN.
ρ
= - 0,10429
0
2
4
6
8
10
12
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Nº de Indivíduos das Demais Escies
de Indivíduos de
Cnidoscolus
phyllacanthus
ρ
= - 0,06627
0
2
4
6
8
10
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
de Indivíduos das Demais Espécies
de Indiduos Adultos
de Cnidoscolus
phyllacanthus
ρ
= - 0,25465
0
1
2
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
de Indivíduos das Demais Espécies
de Indivíduos
Regenerantes de
Cnidoscolus phyllacanthus
ρ
= - 0,19842
0
2
4
6
8
10
0 1
Nº de Indivíduos Regenerantes
Nº de Indiduos Adultos
Figura 21 -
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios
ontogenéticos de Cnidoscolus phyllacanthus na Estação Ecológica do
Seridó, Serra Negra, RN.
(a) (b)
(c) (d)
(a) (b)
(c) (d)
ρ
= 0,00223
0
5
10
15
20
25
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Nº de Indivíduos das Demais Espécies
Nº de Indivíduos de
Cnidoscolus phyllacanthus
ρ
= 0,00385
0
5
10
15
20
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Nº de Indivíduos das Demais Espécies
Nº de Indivíduos Adultos
de Cnidoscolus
phyllacanthus
ρ
= - 0,00073
0
2
4
6
8
10
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
de Indivíduos das Demais Espécies
Nº de Indivíduos
Regenerantes de
Cnidoscolus phyllacanthus
ρ
= 0,47592
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 1 2 3 4 5 6 7 8
de Indivíduos Regenerantes
de Indivíduos Adultos
Figura 22 -
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios ontogenéticos
de Cnidoscolus phyllacanthus na Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB.
ρ
= - 0,3465
0
10
20
30
40
0 50 100 150 200 250 300
de Indivíduos das Demais Espécies
de Indiduos de
Cnidoscolus phyllacanthus
ρ
= - 0,48767
0
5
10
15
20
25
30
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
de Indivíduos das Demais Escies
de Indivíduos Adultos
de
Cnidoscolus
phyllacanthus
ρ = 0,27014
0
2
4
6
8
10
12
0 50 100 150 200 250 300
Nº de Indivíduos das Demais Espécies
Nº de Indivíduos
Regenerantes de
Cnidoscolus
phyllacanthus
ρ
= 0,09152
0
5
10
15
20
25
30
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Nº de Indivíduos Regenerantes
Nº de Indivíduos Adultos
Figura 23 -
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios
ontogenéticos de Cnidoscolus phyllacanthus na Fazenda Lagoa do Saco,
Petrolina, PE.
(a) (b)
(c) (d)
(a) (b)
(c) (d)
ρ
= - 0,16039
0
5
10
15
20
25
30
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Nº de Indivíduos das Demais Escies
Nº de Indiduos de
Cnidoscolus phyllacanthus
ρ
= - 0,13789
0
5
10
15
20
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
de Indivíduos das Demais Espécies
de Indiduos Adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus
ρ = - 0,15032
0
2
4
6
8
10
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
de Indivíduos das Demais Espécies
de Indiduos
Regenerantes de
Cnidoscolus phyllacanthus
ρ
= 0,5404
0
4
8
12
16
20
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Nº de Indivíduos Regenerantes
Nº de Indivíduos Adultos
Figura 24 -
Correlação Linear de Pearson (ρ): (a) entre as demais espécies e Cnidoscolus
phyllacanthus; (b) entre as demais espécies e os indivíduos adultos de
Cnidoscolus phyllacanthus; (c) entre as demais espécies e os indivíduos
regenerantes de Cnidoscolus phyllacanthus; (d) entre os estádios ontogenéticos
de Cnidoscolus phyllacanthus na Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
5.3.3.
Biometria
5.3.3.1. Classes de Diâmetro e Altura
A análise da distribuição em diâmetros permite inferir sobre o passado e o futuro das
comunidades e ou populações vegetais (SCOLFORO et al., 1998; PULZ et al., 1999). Sua
interpretação em histogramas de freqüências de classes indica a atual situação e possíveis
perturbações passadas. Quando ocorre a interrupção em alguma classe de diâmetro nesse
histograma, é possível detectar a existência de perturbações sofridas pela espécie em algum ponto
do período em análise (FELFILI & SILVA JÚNIOR, 1988). À medida que aumenta o tamanho da
classe a freqüência tende a diminuir, até atingir o menor índice na maior classe diamétrica
caracterizando, no histograma, uma curva exponencial, denominada “J” invertido (DE LIOCOURT,
1898 apud SCOLFORO et al., 1998), indicando estabilidade ou um balanço entre a mortalidade e o
recrutamento dos espécimes.
Nas Figuras subseqüentes (Figuras 25), que estabelecem o número de indivíduos de C.
phyllacanthus por classe de diâmetro, observa-se que nas áreas cuja vegetação se encontra em
estágios serais iniciais (Áreas I, III e IV) um acúmulo maior de indivíduos nas primeiras classes
de diâmetro e o “q de Liocourt converge a uma razão constante (Tabela 24). Tais constatações
indicam a existência de equilíbrio ou estabilidade na população, pois ali se registrou maior
quantidade de espécimes estoque e a gradativa diminuição nas classes seqüenciais, demonstrando
assim, um balanço entre a mortalidade e o recrutamento.
(a) (b)
(c) (d)
R
2
= 0,8053
F = 74,4499 (p< 0,01)
0
20
40
60
80
100
120
140
0
-
3
3
,1-6
6,
1-9
9
,1
-
1
2
1
2
,1-15
1
5
,1
-
1
8
1
8
,
1-21
21,1-24
24,1-27
2
7
,1-30
3
0
,1
-
3
3
3
3
,1
-
3
6
3
6
,
1-39
39
,
1-42
>
42
Classes de Diâmetro
de Indivíduos
R
2
= 0,567
F = 23,5704 (p< 0,01)
0
5
10
15
20
25
0-3
3,1-6
6
,1
-
9
9,1-12
1
2
,1
-
1
5
1
5
,1-18
1
8
,
1-
2
1
2
1
,1
-
24
2
4
,1-27
2
7
,1
-
30
3
0
,1-33
3
3
,1-36
3
6
,1-39
3
9
,1-42
>42
Classes de Diâmetro
de Indiduos
R
2
= 0,6776
F = 37,8312 (p< 0,01)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0-3
3,1-6
6
,1
-
9
9,1-1
2
1
2
,1
-
15
1
5
,1-18
1
8
,1
-
2
1
2
1
,1-24
2
4
,1-27
2
7
,1-30
3
0
,1-33
33,1-36
3
6
,1-39
3
9
,1-42
>42
Classes de Diâmetro
de Indiduos
R
2
= 0,8094
F = 76,4386 (p< 0,01)
0
10
20
30
40
50
60
0-3
3,1-6
6
,1
-
9
9,1-12
1
2
,1
-
1
5
1
5
,1-18
1
8
,
1-
2
1
2
1
,1
-
24
2
4
,1-27
2
7
,1
-
30
3
0
,1-33
3
3
,1-36
3
6
,1-39
3
9
,1-42
>42
Classes de Diâmetro
de Indiduos
R
2
= 0,6286
F = 30,4652 (p< 0,01)
0
5
10
15
20
25
30
35
0
-
3
3
,1
-
6
6
,1
-
9
9,1-12
12,1-15
1
5
,1
-
18
1
8
,1
-
21
2
1
,1
-
24
24
,
1-27
27
,
1-30
3
0
,1-33
3
3
,1-36
3
6
,1-39
39
,
1-
4
2
>42
Classes de Diâmetro
de Indiduos
Figura 25 -
Distribuição diamétrica de C. phyllacanthus, respectivo coeficiente de determinação
e valor de F. Sendo (I) = Fazenda Ingá, Acari, RN; (II) = Estação Ecológica do
Seridó, Serra Negra, RN; (III) = Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; (IV) =
Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) = Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
(I) (II)
(IV) (V)
(III)
Tabela 24 -
Distribuição diamétrica de C. phyllacanthus, respectivos Coeficiente “qde Liocourt para as áreas e para o Total. Sendo:
Área I = Fazenda Ingá, Acari, RN; Área II = Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; Área III = Fazenda Madalena,
Santa Luzia, PB; Área IV = Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; Área V = Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Classes de Diâmetro (cm) Áreas Estudadas
Área I
Valor de
"q" Área II
Valor de
"q" Área III
Valor de
"q" Área IV
Valor de
"q" Área V
Valor de
"q" Total
Valor de
"q"
0-3
125
2
37
58
21
243
3,1-6
42 0,336
2 1
74 2
36 0,6207
11 0,5238
165
0,679
6,1-9
26 0,619
13 6,5
24 0,3243
50 1,3889
19 1,7273
132
0,8
9,1-12
29 1,1154
9 0,6923
20 0,8333
46 0,92
26 1,3684
130
0,9848
12,1-15
28 0,9655
14 1,5556
16 0,8
44 0,9565
20 0,7692
122
0,9385
15,1-18
17 0,6071
21 1,5
6 0,375
31 0,7045
33 1,65
108
0,8852
18,1-21
12 0,7059
15 0,7143
7 1,1667
24 0,7742
15 0,4545
73
0,6759
21,1-24
12 1
10 0,6667
10 1,4286
22 0,9167
10 0,6667
64
0,8767
24,1-27
2 0,1667
8 0,8
6 0,6
0 0
4 0,4
20
0,3125
27,1-30
4 2
7 0,875
3 0,5
4 0
5 1,25
23
1,15
30,1-33
6 1,5
14 2
2 0,6667
1 0,25
5 1
28
1,2174
33,1-36
2 0,3333
8 0,5714
2 1
2 2
1 0,2
15
0,5357
36,1-39
2 1
1 0,125
2 1
- -
0 0
5
0,3333
39,1-42
- -
1 1
1 0,5
- -
0 0
2
0,4
>42
- -
3 3
- -
- -
2 0
5
2,5
86
Nas Áreas II e V, que possuíam uma vegetação mais bem conservada, observa-se o baixo
número de indivíduos estoque, sugerindo instabilidade nas populações locais de C. phyllacanthus.
Estas constatações indicam que a espécie pode ser considerada bioindicadora do estado de
conservação da vegetação. Áreas que apresentam maior número de indivíduos estoque revelam
intensa ou mais recente antropização. O contrário, torna-se por sua vez igualmente válido.
Nas áreas mais degradadas a espécie apresentou maior densidade e menor área basal. Em
locais cuja vegetação encontra-se em estágios serais mais avançados, a espécie apresentou menor
densidade e maior área basal, conseqüentemente maior dominância (Figura 26; Tabela 25; Figura
27).
PCA case scores
Axis 2
Axis 1
I
II
III
IV
V
-0.21
-0.42
-0.63
-0.84
-1.05
0.21
0.42
0.63
0.84
1.05
-0.21-0.42-0.63-0.84-1.05 0.21 0.42 0.63 0.84 1.05
DensidadeDominância
Vector scaling: 1,23
Figura 26 -
Eixos de ordenação produzidos pela Análise de Componentes Principais dos
valores estruturais de C. phyllacanthus nas cinco áreas estudadas. Os pontos
representam as áreas. Sendo: I = Fazenda Ingá, Acari, RN; II = Estação Ecológica
do Seridó, Serra Negra, RN; III = Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; IV =
Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; V = Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
antropização menos intensa
PCA
antropização menos intensa
antropização mais intensa
antropização mais intensa
Tabela 25 -
Matriz gerada pela Análise de Componentes Principais dos valores estruturais de C.
phyllacanthus nas cinco áreas estudadas. Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II)
Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena, Santa Luzia,
PB; (IV) Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Autovalores
Eixo 1 Eixo 2
Autovalores
1,422 0,578
Explicação (%)
71,112 28,888
Explicação acumulada (%)
71,112 100
Variáveis Escores
Eixo 1 Eixo 2
Densidade
0,707 0,707
Freqüência
0 0
Dominância
-0,707 0,707
Áreas Escores
Eixo 1 Eixo 2
I
0,713 -0,043
II
-0,916 0,049
III
0,187 -0,307
IV
0,148 0,617
V
-0,132 -0,315
3,252
4,719
3,446
4,286
3,716
0
1
2
3
4
5
I II III IV V
Áreas
ABi (m²)
8,132
11,791
8,615
10,711
9,291
0
2
4
6
8
10
12
14
I II III IV V
Áreas
DoA (m²/ha)
767,5
320
537,5
795
442,5
0
200
400
600
800
I II III IV V
Áreas
DA (indivíduos/ha)
Figura 27 -
Valores estruturais apresentados por C. phyllacanthus nas áreas estudadas. Sendo:
ABi = área basal; DoA = dominância absoluta; DA = densidade absoluta; I =
Fazenda Ingá, Acari, RN; II = Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; III =
Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; IV = Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; V
= Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
(a)
(b)
(c)
Na Figura 28 e Tabela 26 estão expressas a distribuição dos espécimes de
C. phyllacanthus
em classes de altura. O táxon concentra-se nas menores classes e nas classes intermediárias,
seguindo a tendência apresentada para as classes de diâmetro.
0
20
40
60
80
100
0
-
1
1
,
1
-
2
2
,
1
-
3
3,1-4
4,1-5
5
,
1
-
6
6
,
1
-
7
7
,
1
-
8
8,1-9
9
,
1
-
1
0
>10
Classes de Altura
Nº de Indivíduos
0
5
10
15
20
25
30
0-1
1
,
1
-
2
2,1-3
3
,
1
-
4
4
,
1
-
5
5
,
1
-
6
6,1-7
7,
1
-8
8
,
1
-
9
9
,
1
-
1
0
>1
0
Classes de Altura
de Indivíduos
0
10
20
30
40
50
0-1
1,1-2
2
,1-3
3
,
1-4
4,1-5
5
,
1
-
6
6
,
1
-
7
7
,
1
-
8
8
,
1
-
9
9,1-10
>
10
Classes de Altura
Nº de Indivíduos
0
20
40
60
80
0-1
1
,
1
-
2
2
,
1-3
3
,
1
-
4
4
,
1
-
5
5
,
1-6
6
,
1
-
7
7
,
1
-
8
8,1-9
9
,
1
-
1
0
>1
0
Classes de Altura
de Indivíduos
0
10
20
30
40
50
0-1
1
,
1
-2
2
,
1
-
3
3
,
1
-
4
4
,
1
-5
5
,1-6
6,1-7
7
,
1
-
8
8
,
1
-
9
9
,
1
-
10
>10
Classes de Altura
de Indivíduos
Figura 28 -
Distribuição em classes de altura (em metros) de C. phyllacanthus nas Áreas
estudadas. Sendo (I) = Fazenda Ingá, Acari, RN; (II) = Estação Ecológica do Seridó,
Serra Negra, RN; (III) = Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; (IV) = Fazenda
Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) = Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
As Áreas cuja vegetação se encontrava em melhor estado de conservação (Áreas II e V), C.
phyllacanthus apresentaram distribuição diferente às das outras Áreas. Assim a distribuição em
classes de altura da espécie também pode demonstrar o estado de conservação das paisagens nas
quais ocorre.
(I) (II)
(III)
(IV) (V)
Tabela 26 -
Distribuição em classes de altura de C. phyllacanthus. Sendo: Área I = Fazenda
Ingá, Acari, RN; Área II = Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; Área III
= Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; Área IV = Fazenda Lagoa do Saco,
Petrolina, PE; Área V = Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Classes de Altura (m)
Área I Área II Área III Área IV Área V Total
0-1
100 4 15 35 17 171
1,1-2
38 0 30 23 1 92
2,1-3
25 5 37 29 10 106
3,1-4
32 15 42 44 22 155
4,1-5
26 20 30 49 33 158
5,1-6
38 21 22 67 41 189
6,1-7
26 15 19 50 35 145
7,1-8
17 28 13 18 11 87
8,1-9
4 12 1 2 1 20
9,1-10
0 6 1 1 1 9
>10
1 2 - - - 3
Com as análises realizadas, através do DNS e da altura dos indivíduos de C. phyllacanthus,
verificou-se que a população demonstra o mesmo comportamento para ambas as variáveis. Houve
um acúmulo de indivíduos nas classes iniciais e medianas, nas áreas cuja vegetação apresentou-se
em fases serais iniciais (Áreas I, III e IV). A espécie também mostrou-se sensível às mudanças no
ambiente, pois as médias do DNS e da altura elevaram-se, conforme a vegetação aproximava-se das
fases sucessionais avançadas (Áreas II e V).
A média de altura e DNS apresentados pelos indivíduos de C. phyllacanthus, foram
respectivamente 4,31 m e 11,5 cm (Figura 29). Com a média das relações entre as variáveis de cada
indivíduo, estimou-se que para cada centímetro que a planta se desenvolve em diâmetro do caule a
nível do solo, ela cresça por volta de 42 cm em altura total.
ρ
= 0,81437
Média = 4,31 m (altura); 11,5 cm (DNS)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46
DNS
Altura
Figura 29 -
Distribuição da altura x DNS dos espécimes de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas
estudadas e respectivo valor do Índice de Correlação Linear de Pearson.
Áreas Estudadas
A altura máxima registrada foi de 9,5 m e 45,4 cm de DNS. Estima-se que por volta dos 8 m
de altura a espécie diminui drasticamente seu crescimento vertical e apenas ganhe incremento em
seu DNS e copa.
5.3.3.2. Tamanho de Copa
No município de Acari, os indivíduos adultos de Cnidoscolus phyllacanthus apresentaram
copa que cobria uma área média de 29,6 m², o que remete a um espaçamento mínimo de 5,5 x 5,5
m, ou 331 plantas por hectare. Em Serra Negra, a área média coberta pelos respectivos indivíduos
foi de 45,84 m², o que exige um espaçamento de 7 x 7 m ou 204 plantas por hectare. E, finalmente,
para os municípios de Santa Luzia, Petrolina e Juazeiro, a área média ocupada por um indivíduo
adulto de C. phyllacanthus foi de 33,68 m², recomendando-se, portanto, um espaçamento mínimo
de 6 x 6 m, ou 278 plantas por hectare.
A média obtida para este parâmetro foi de 36,35 m², o que permite recomendar um
espaçamento mínimo para plantios de faveleira para o semi-árido nordestino de 6 x 6 metros,
resultando em 278 plantas por hectare, em plantios puros.
Os espaçamentos recomendados aplicam-se a plantios puros, nos quais os indivíduos quando
adultos, após atingirem seu tamanho máximo, terão suas copas se tocando. Para plantios
consorciados, os espaçamentos devem ser maiores do que os aqui recomendados. Neste caso, a
distribuição espacial dos espécimes de C. phyllacanthus deve ajustar-se à natureza dos consortes e
aos propósitos do uso que se pretende obter dos plantios.
5.4. Similaridade
Através da análise da similaridade florística entre as áreas estudadas (Figura 30; Tabela 27),
é possível observar a formação de três grupos. Acari e Santa Luzia obtiveram uma porcentagem de
59,1% de similaridade. Estas áreas apresentaram uma similaridade de 50% com a de Serra Negra.
UPGMA
Jaccard's Coefficient
I
III
II
IV
V
0,28 0,4 0,52 0,64 0,76 0,88 1
Figura 30 -
Dendrograma de similaridade das áreas estudadas obtido através do Índice
de Jaccard. Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II) Estação Ecológica do
Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; (IV)
Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Tabela 27 -
Matriz florística de similaridade das áreas estudadas obtida através do Índice
de Jaccard. Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II) Estação Ecológica do
Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; (IV)
Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Áreas I II III IV V
I
-
II
0,548 -
III
0,591 0,452 -
IV
0,364 0,279 0,355 -
V
0,310 0,250 0,300 0,550 -
V
II
IV
I
III
Coeficiente de Jaccard
UPGMA
A
C
B
D
O outro grupo foi formado pelas áreas dos Municípios de Petrolina e Juazeiro, apresentando
uma porcentagem de similaridade de 55%. As áreas estudadas nos municípios de Petrolina e
Juazeiro formaram um grupo isolado das demais. A similaridade apresentada entre o grupos C e B
apresentaram uma similaridade de apenas 29,8%.
Evidenciou-se através do dendrograma a formação dos grupos por proximidade geográfica.
Entre Acari e Santa Luzia esta alta similaridade deve-se ao fato de que quase todas as espécies
presentes no Município paraibano foram também amostradas naquele Município do Rio Grande do
Norte. Fato semelhante pode ser observado para Petrolina e Juazeiro, onde boa parte das espécies
presentes na área do primeiro Município estava presente no Município baiano. Com isso ficou
demonstrado que a faveleira ocorre em conjunto com um amplo mero de espécies, e em
diferentes tipologias da caatinga.
Na Figura 31 são apresentadas as espécies e as áreas em agrupamentos divisivos obtidos
através do
Twinspan. Observa-se a formação de dois grupos R (colunas). Um formado por
Petrolina e Juazeiro (“0 0”) e o outro por Acari, Serra Negra e Santa Luzia (“1 1 1”), seguindo a
mesma tendência das demais análises realizadas. Nas linhas (modo Q) houve a formação de três
diferentes grupos. O grupo “1 1 1formado por espécies exclusivas de Petrolina e Juazeiro, o
grupo com “0 e 1 com algumas espécies alternando sua presença nas cinco áreas e, o grupo “0
0 0” com espécies comuns a Acari, Serra Negra e Santa Luzia.
Apenas oito espécies apresentaram a mesma distribuição geográfica constatada para a
faveleira: Myracrodrun urundeuva, Caesalpinia pyramidalis, Piptadenia stipulacea, Mimosa
tenuiflora, Croton sonderianus, Aspidosperma pyrifolium, Jatropha mollissima, Commiphora
leptophloeos.
IV V I II III
Mirabella
sp - 1 - - - 1 1 1
J. corumbensis
- 1 - - - 1 1 1
J. ribifolia
- 1 - - - 1 1 1
T. funalis
- 4 - - - 1 1 1
H. adscendens
1 - - - - 1 1 1
M. hexandra
2 - - - - 1 1 1
O. palmadora
- 2 - - - 1 1 1
P. pachycladus
- 1 - - - 1 1 1
A. polyantha
- 3 - - - 1 1 1
A. cuspa
- 3 - - - 1 1 1
C. argentea
- 4 - - - 1 1 1
S. acuruensis
- 5 - - - 1 1 1
Jatropha
sp - 5 - - - 1 1 1
S. chaetacathum
5 - - - - 1 1 1
S. leitera
2 2 - - - 1 1 1
C. baianus
3 3 - - - 1 1 1
P. longiflorum
3 4 - - - 1 1 1
A. rhodantha
4 5 - - - 1 1 1
T. spongiosa
3 3 - - - 1 1 1
L. microphylla
5 4 - - - 1 1 1
M. arenosa
4 4 - - - 1 1 1
C. gardineriana
5 5 - - - 1 1 1
C. leucocephala
5 5 - - - 1 1 1
C. conduplicathus
5 5 - - - 1 1 1
S. tuberosa
- 2 - - 1 1 1 0
M. glaziovii
1 5 4 - - 1 0
C. jamacaru
3 - - 3 - 0 1 1
A. colubrina
- 5 - 5 - 0 1 1
B. cheilantha
1 5 2 5 2 0 1 0
M. urundeuva
2 3 2 4 2 0 1 0
M. chamissoana
- 4 3 3 - 0 1 0
M. tenuiflora
4 5 5 5 5 0 1 0
J. mollissima
5 5 5 5 5 0 1 0
C. sonderianus
5 5 5 5 5 0 1 0
C. phyllacanthus
5 5 5 5 5 0 1 0
C. pyramidalis
5 5 5 5 5 0 1 0
P. stipulacea
1 3 5 5 5 0 0 1
C. leptophloeos
2 4 5 5 5 0 0 1
A. pyrifolium
3 2 5 5 5 0 0 1
P. gounellei
1 5 5 5 5 0 0 1
Acacia
sp
- - - 4 - 0 0 0
Erytroxylum
sp - - 1 1 - 0 0 0
I. sulffrutcosa
- - 2 - - 0 0 0
Cochlospermun
sp - - - 1 3 0 0 0
M. adenophylla
- - - - 5 0 0 0
Anadenanthera
sp - - - 3 - 0 0 0
L. camara
- - - 3 - 0 0 0
Acacia
sp1
- - - 4 - 0 0 0
T. impetiginosa
- - - 4 - 0 0 0
Z. joazeiro
- - - 4 - 0 0 0
A. cearensis
- - - 4 - 0 0 0
T. formosa
- - 2 4 - 0 0 0
C. flexuosa
- - 1 5 - 0 0 0
C. férrea
- - - 5 - 0 0 0
X. coriaceae
- - - 5 - 0 0 0
C. leprosum
- - 4 5 5 0 0 0
A. macrocarpa
- - 2 5 3 0 0 0
0 0 1 1 1
Figura 31 -
Resultados da análise de agrupamentos divisivos -
TWINSPAN
: Sendo I = Acari; II = Serra Negra; III
= Santa Luzia; IV = Petrolina; V = Juazeiro. Os valores indicam o peso (onde 1 representa o menor
peso e 5 o maior) de cada espécie para a formulação dos agrupamentos divisivos.
Áreas
Espécies
Para a visualização gráfica da proximidade entre as amostras, utilizou-se o Coeficiente de
Distância de Bray-Curtis. De acordo com a Figura 32, Tabela 28 e os valores da Tabela 29, é
possível observar a maior similaridade apresentada entre as Áreas I e III, assim como entre estas e a
Área II e uma maior proximidade entre as Áreas IV e V.
PCO case scores (Bray Curtis)
Axis 2
Axis 1
I
II
III
IV
V
-0.09
-0.18
-0.27
-0.37
0.09
0.18
0.27
0.37
0.46
-0.09-0.18-0.27-0.37 0.09 0.18 0.27 0.37 0.46
Figura 32 -
Eixos de ordenação produzidos por valores do Coeficiente de Distância de
Bray-Curtis das áreas estudadas. Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II)
Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena,
Santa Luzia, PB; (IV) Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda
Jatobá, Juazeiro, BA.
Bray
-
Curtis
Tabela 28 -
Matriz gerada por valores do Coeficiente de Distância de Bray-Curtis das
áreas estudadas. Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II) Estação Ecológica
do Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; (IV)
Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Áreas I II III IV V
I
-
II
0,582 -
III
0,135 0,537 -
IV
0,791 0,846 0,809 -
V
0,765 0,722 0,739 0,588 -
Tabela 29 -
Matriz gerada por valores do Coeficiente de Distância de Bray-Curtis das
áreas estudadas. Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II) Estação Ecológica
do Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; (IV)
Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
Autovalores
Eixo 1
Eixo 2
Eixo 3
Autovalores
0,548 0,230 0,143
Explicação (%)
59,076
24,786
15,412
Explicação acumulada (%)
59,076
83,861
99,273
Áreas Escores
Eixo 1
Eixo 2
Eixo 3
I
-0,292 -0,192 -0,054
II
-0,209 0,329 0,188
III
-0,302 -0,126 -0,075
IV
0,458 -0,191 0,191
V
0,345 0,180 -0,250
Como se observa novamente, existe grande proximidade, no que se refere à abundância
específica entre as Áreas I e III, entre estas e a Área II e entre as Áreas IV e V. Como é possível
também, visualizar, pela distância gráfica que reflete, a baixa similaridade entre os dois grupos
formados.
Buscando reconhecer similaridades apresentadas na distribuição das espécies amostradas,
assim como possíveis associações com o táxon alvo do trabalho, elaboraram-se análises entre as
espécies, através da porcentagem de similaridade (Figura 33), o Coeficiente de Distância de Bray-
curtis (Figura 34) e o Coeficiente de Correlação Linear de Pearson (Figura 35).
Na porcentagem de similaridade e Distância de Bray-Curtis é possível reconhecer seis
espécies que se assemelham à distribuição de
Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas inventariadas,
sendo elas, em ordem decrescente de similaridade com a espécie: Jatropha mollissima,
Pilosocereus gounellei, Caesalpinia gardineriana, Caesalpinia pyramidalis, Croton sonderianus e
Cordia leucocephala.
Pela Correlação Linear de Pearson é possível listar outras seis espécies que possuem maior
proximidade com o táxon. São elas: Solanum chaetacathum, Mimosa hexandra, Harissia
adscendens, Croton conduplicathus, Indigofera sulffrutcosa, e Lantana microphylla.
Deste montante, apenas C. pyramidalis, C. sonderianus e J. mollissima ocorreram em todas
as áreas, assim como C. phyllacanthus.
Através destas análises verifica-se certa associação entre C. phyllacanthus e o rol de
espécies acima mencionadas. Estes táxons são na sua grande maioria, pioneiras, todas adaptadas ao
estresse ambiental, estando presentes nas paisagens comuns à faveleira, como ao longo das margens
das estradas, ambientes antropizados, vegetação em estágios serais iniciais.
sp1
sp2
sp3
sp4
sp5
sp6
sp7
sp8
sp9
sp10
sp11
sp12
sp13
sp14
sp15
sp16
sp17
sp18
sp19
sp20
sp21
sp22
sp23
sp24
sp25
sp26
sp27
sp28
sp29
sp30
sp31
sp32
sp33
sp34
sp35
sp36
sp37
sp38
sp39
sp40
sp41
sp42
sp43
sp44
sp45
sp46
sp47
sp48
sp49
sp50
sp51
sp52
sp53
sp54
sp55
sp56
sp57
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Espécies
Similaridade (em %)
Figura 33 -
Porcentagem de similaridade das espécies inventariadas com Cnidoscolus
phyllacanthus. Sendo: sp1 = C. phyllacanthus; sp2 = C. pyramidalis; sp3 = P.
gounellei; sp4 = C. sonderianus; sp5 = J. mollissima; sp6 = A. pyrifolium; sp7 = C.
leptophloeos; sp8 = P. stipulacea; sp9 = M. tenuiflora; sp10 = M. glaziovii; sp11 =
M. chamissoana; sp12 = A. macrocarpa; sp13 = C. leprosum; sp14 = X. coriaceae;
sp15 = A. colubrina; sp16 = C. férrea; sp17 = C. flexuosa; sp18 = T. formosa; sp19
= M. urundeuva; sp20 = B. cheilantha; sp21 = A. cearensis; sp22 = Z. joazeiro;
sp23 = T. impetiginosa; sp24 = Acacia sp; sp25 = L. camara; sp26 = C. jamacaru;
sp27 = Anadenanthera sp; sp28 = M. adenophylla; sp29 = Cochlospermun sp; sp30
= S. tuberosa; sp31 = C. conduplicathus; sp32 = C. leucocephala; sp33 = C.
gardineriana; sp34 = M. arenosa; sp35 = L. microphylla; sp36 = T. spongiosa;
sp37 = A. rhodantha; sp38 = P. longiflorum; sp39 = C. baianus; sp40 = S. leitera;
sp41 = S. chaetacathum; sp42 = Jatropha sp; sp43 = S. acuruensis; sp44 = C.
argentea; sp45 = A. cuspa; sp46 = A. polyantha; sp47 = P. pachycladus; sp48 = O.
palmadora; sp49 = I. sulffrutcosa; sp50 = Erytroxylum sp; sp51 = Acacia sp1; sp52
= M. hexandra; sp53 = H. adscendens; sp54 = T. funalis; sp55 = J. ribifolia; sp56
= J. corumbensis; sp57 = Mirabella sp.
sp1
sp2
sp3
sp4
sp5
sp6
sp7
sp8
sp9
sp10
sp11
sp12
sp13
sp14
sp15
sp16
sp17
sp18
sp19
sp20
sp21
sp22
sp23
sp24
sp25
sp26
sp27
sp28
sp29
sp30
sp31
sp32
sp33
sp34
sp35
sp36
sp37
sp38
sp39
sp40
sp41
sp42
sp43
sp44
sp45
sp46
sp47
sp48
sp49
sp50
sp51
sp52
sp53
sp54
sp55
sp56
sp57
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Espécies
Índice de Distância de Bray-Curtis
Figura 34 -
Coeficiente de Distância de Bray-Curtis das espécies inventariadas com
Cnidoscolus phyllacanthus. Sendo: sp1 = C. phyllacanthus; sp2 = C. pyramidalis;
sp3 = P. gounellei; sp4 = C. sonderianus; sp5 = J. mollissima; sp6 = A. pyrifolium;
sp7 = C. leptophloeos; sp8 = P. stipulacea; sp9 = M. tenuiflora; sp10 = M.
glaziovii; sp11 = M. chamissoana; sp12 = A. macrocarpa; sp13 = C. leprosum;
sp14 = X. coriaceae; sp15 = A. colubrina; sp16 = C. férrea; sp17 = C. flexuosa;
sp18 = T. formosa; sp19 = M. urundeuva; sp20 = B. cheilantha; sp21 = A.
cearensis; sp22 = Z. joazeiro; sp23 = T. impetiginosa; sp24 = Acacia sp; sp25 = L.
camara; sp26 = C. jamacaru; sp27 = Anadenanthera sp; sp28 = M. adenophylla;
sp29 = Cochlospermun sp; sp30 = S. tuberosa; sp31 = C. conduplicathus; sp32 = C.
leucocephala; sp33 = C. gardineriana; sp34 = M. arenosa; sp35 = L. microphylla;
sp36 = T. spongiosa; sp37 = A. rhodantha; sp38 = P. longiflorum; sp39 = C.
baianus; sp40 = S. leitera; sp41 = S. chaetacathum; sp42 = Jatropha sp; sp43 = S.
acuruensis; sp44 = C. argentea; sp45 = A. cuspa; sp46 = A. polyantha; sp47 = P.
pachycladus; sp48 = O. palmadora; sp49 = I. sulffrutcosa; sp50 = Erytroxylum sp;
sp51 = Acacia sp1; sp52 = M. hexandra; sp53 = H. adscendens; sp54 = T. funalis;
sp55 = J. ribifolia; sp56 = J. corumbensis; sp57 = Mirabella sp.
sp1
sp2
sp3
sp4
sp5
sp6
sp7
sp8
sp9
sp10
sp11
sp12
sp13
sp14
sp15
sp16
sp17
sp18
sp19
sp20
sp21
sp22
sp23
sp24
sp25
sp26
sp27
sp28
sp29
sp30
sp31
sp32
sp33
sp34
sp35
sp36
sp37
sp38
sp39
sp40
sp41
sp42
sp43
sp44
sp45
sp46
sp47
sp48
sp49
sp50
sp51
sp52
sp53
sp54
sp55
sp56
sp57
-1 -0,9 -0,8 -0,7 -0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Índice de Correlação Linear de Pearson
Figura 35 -
Índice de Correlação Linear de Pearson das espécies inventariadas com
Cnidoscolus phyllacanthus. Sendo: sp1 = C. phyllacanthus; sp2 = C. pyramidalis;
sp3 = P. gounellei; sp4 = C. sonderianus; sp5 = J. mollissima; sp6 = A. pyrifolium;
sp7 = C. leptophloeos; sp8 = P. stipulacea; sp9 = M. tenuiflora; sp10 = M.
glaziovii; sp11 = M. chamissoana; sp12 = A. macrocarpa; sp13 = C. leprosum;
sp14 = X. coriaceae; sp15 = A. colubrina; sp16 = C. férrea; sp17 = C. flexuosa;
sp18 = T. formosa; sp19 = M. urundeuva; sp20 = B. cheilantha; sp21 = A.
cearensis; sp22 = Z. joazeiro; sp23 = T. impetiginosa; sp24 = Acacia sp; sp25 = L.
camara; sp26 = C. jamacaru; sp27 = Anadenanthera sp; sp28 = M. adenophylla;
sp29 = Cochlospermun sp; sp30 = S. tuberosa; sp31 = C. conduplicathus; sp32 = C.
leucocephala; sp33 = C. gardineriana; sp34 = M. arenosa; sp35 = L. microphylla;
sp36 = T. spongiosa; sp37 = A. rhodantha; sp38 = P. longiflorum; sp39 = C.
baianus; sp40 = S. leitera; sp41 = S. chaetacathum; sp42 = Jatropha sp; sp43 = S.
acuruensis; sp44 = C. argentea; sp45 = A. cuspa; sp46 = A. polyantha; sp47 = P.
pachycladus; sp48 = O. palmadora; sp49 = I. sulffrutcosa; sp50 = Erytroxylum sp;
sp51 = Acacia sp1; sp52 = M. hexandra; sp53 = H. adscendens; sp54 = T. funalis;
sp55 = J. ribifolia; sp56 = J. corumbensis; sp57 = Mirabella sp.
5.5. Fatores Edafo-Climáticos
Visando compreender melhor os elementos que influenciam essas igualdades e diferenças na
composição específica dos locais estudados, calculou-se a porcentagem de similaridade entre os
fatores climáticos e entre os parâmetros edáficos das áreas inventariadas (Figura 36).
WPGMA
Percent Similarity
I
III
IV
V
II
82 85 88 91 94 97 100
WPGMA
Percent Similarity
I
V
III
II
IV
70 75 80 85 90 95 100
Figura 36 -
Dendrograma de similaridade gerados através dos valores climáticos (a), e dos
valores edáficos (b) das áreas estudadas. Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II)
Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena, Santa
Luzia, PB; (IV) Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda Jatobá,
Juazeiro, BA.
Certamente inúmeros fatores influenciam na distribuição dos táxons ao longo do espaço.
Analisando os resultados obtidos entre os dendrogramas acima e o de florística, a similaridade
apresentada entre as áreas inventariadas, geradas através dos fatores climáticos, assemelhou-se ao
das espécies, formando dois principais grupos: Petrolina e Juazeiro com 99,595% e Acari e Santa
Luzia com 92,481%. Já os fatores edáficos fugiram a este contexto, pois as maiores semelhanças
foram apresentadas entre Acari e Juazeiro (93,056%) e Santa Luzia e Juazeiro (90,120%),
mostrando que o solo não é o fator determinante para a ocorrência da espécie, porem demonstra
pelas análises seguintes, ser de fundamental importância para a densidade e o desenvolvimento
estrutural.
II
V
IV
III
I
IV
II
III
V
I
Porcentagem de Similaridade Porcentagem de Similaridade
UPGMA UPGMA
(a) (b)
A baixa fertilidade do solo, aliada a um clima mais rigoroso, reflete na abundância de
C.
phyllacanthus (Figuras 37; 38 e Tabela 30). A sua capacidade de adaptação a ambientes estressantes
contribui para o domínio apresentado pela espécie.
Figura 37 -
Eixos de ordenação produzidos pela Análise de Componentes Principais dos
valores das densidades de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas
em função de suas variáveis edafo-climáticas. Sendo: (I) Fazenda Ingá,
Acari, RN; (II) Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; (III)
Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; (IV) Fazenda Lagoa do Saco,
Petrolina, PE; (V) Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
PCA case scores
Axis 2
Axis 1
I
II
III
IV
V
-0.60
-1.21
-1.81
-2.42
-3.02
0.60
1.21
1.81
2.42
3.02
-0.60-1.21-1.81-2.42-3.02 0.60 1.21 1.81 2.42 3.02
pH
P
K
Na
Ca²+Mg²
C
Mg²
H+Al²
C
M.O
Areia grossa
Areia fina
Silte
Argila
T
P
ETP
ARM
ETR
DEF
EXC
C. Phyllacanthus
Vector scaling: 7,18
Tabela 30 -
Matriz gerada pela Análise de Componentes Principais dos valores das
densidades de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas em função de
suas variáveis edafo-climáticas. Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II)
Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena,
Santa Luzia, PB; (IV) Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda
Jatobá, Juazeiro, BA.
Autovalores
Eixo 1 Eixo 2
Autovalores
12,008 5,687
Explicação (%)
54,583 25,85
Explicação acumulada (%)
54,583 80,432
Variáveis Escores
Eixo 1 Eixo 2
pH
0,269 0,045
P
-0,009 0,343
K
0,012 -0,241
Na
0,209 0,248
Ca²+Mg²
0,28 0,098
Ca²
0,284 0,07
Mg²
0,272 0,14
Al
0 0
H+Al²
-0,011 -0,252
C
0,271 -0,123
M.O
0,267 -0,137
Areia grossa
-0,141 0,311
Areia fina
-0,023 -0,348
Silte
0,271 -0,092
Argila
0,276 -0,1
T
0,125 -0,295
P
0,272 -0,07
ETP
0,111 -0,285
ARM
0,257 0,149
ETR
0,238 -0,149
DEF
-0,125 -0,307
EXC
0,281 0,083
C. Phyllacanthus
-0,127 -0,274
Áreas Escores
Eixo 1 Eixo 2
I
-0,312 -0,881
II
3,023 0,423
III
-1,2 1,693
IV
-0,448 -1,36
V
-1,063 0,124
pH
P
K
Na
Ca²+Mg²
Ca²
Mg²
Al
H+Al²
C
M.O
Areia grossa
Areia fina
Silte
Argila
T
P
ET P
ARM
ET R
DEF
EXC
C. Phyllacanthus
-1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Variáveis
Similaridade
Figura 38 -
Valores de similaridade produzida pela Análise de Componentes Principais
através das densidades de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas
em função de suas variáveis edafo-climáticas.
Com a mudança do ambiente, ou seja, solo mais fértil e clima mais ameno,
C. phyllacanthus
também muda seu padrão de distribuição e características alométricas (Figuras 39; 40 e Tabela 31).
O táxon se desenvolve mais, ganhando altura, diâmetro em caule e tamanho de copa, porém diminui
sua abundância.
Figura 39 -
Eixos de ordenação produzidos pela Análise de Componentes Principais dos
valores das dominâncias de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas
em função de suas variáveis edafo-climáticas. Sendo: (I) Fazenda Ingá,
Acari, RN; (II) Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; (III)
Fazenda Madalena, Santa Luzia, PB; (IV) Fazenda Lagoa do Saco,
Petrolina, PE; (V) Fazenda Jatobá, Juazeiro, BA.
PCA case scores
Axis 2
Axis 1
I
II
III
IV
V
-0.61
-1.22
-1.83
-2.44
-3.05
0.61
1.22
1.83
2.44
3.05
-0.61-1.22-1.83-2.44-3.05 0.61 1.22 1.83 2.44 3.05
pH
P
K
Na
Ca²+Mg²
C
Mg²
H+Al²
C
M.O
Areia grossa
Areia fina
Silte
Argila
T
P
ETP
ARM
ETR
DEF
EXC
C. Phyllacanthus
Vector scaling: 6,98
Tabela 31 -
Matriz gerada pela Análise de Componentes Principais dos valores das
dominâncias de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas em função
de suas variáveis edafo-climáticas Sendo: (I) Fazenda Ingá, Acari, RN; (II)
Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra, RN; (III) Fazenda Madalena,
Santa Luzia, PB; (IV) Fazenda Lagoa do Saco, Petrolina, PE; (V) Fazenda
Jatobá, Juazeiro, BA.
Autovalores
Eixo 1 Eixo 2
Autovalores
12,474 5,306
Explicação (%)
56,7 24,119
Explicação acumulada (%)
56,7 80,819
Variáveis Escores
Eixo 1 Eixo 2
pH
0,268 0,076
P
-0,022 0,36
K
0,036 -0,203
Na
0,198 0,282
Ca²+Mg²
0,272 0,121
Ca²
0,276 0,093
Mg²
0,261 0,162
Al
0 0
H+Al²
-0,012 -0,27
C
0,272 -0,099
M.O
0,269 -0,113
Areia grossa
-0,158 0,283
Areia fina
0 -0,327
Silte
0,27 -0,064
Argila
0,274 -0,089
T
0,121 -0,326
P
0,263 -0,071
ETP
0,106 -0,319
ARM
0,242 0,164
ETR
0,229 -0,162
DEF
-0,122 -0,35
EXC
0,273 0,104
C. Phyllacanthus
0,231 -0,013
Áreas Escores
Eixo 1 Eixo 2
I
-0,439 -1,021
II
3,049 0,492
III
-1,315 1,674
IV
-0,189 -1,104
V
-1,105 -0,04
pH
P
K
Na
Ca²+Mg²
Ca²
Mg²
Al
H+Al²
C
M.O
Areia grossa
Areia fina
Silte
Argila
T
P
ET P
ARM
ETR
DEF
EXC
C. Phyllacanthus
-1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Variáveis
Similaridade
Figura 40 -
Valores de similaridade produzida pela Análise de Componentes Principais
através das dominâncias de Cnidoscolus phyllacanthus nas áreas estudadas
em função de suas variáveis edofo-climáticas.
Admitindo-se a variação da densidade de
C. phyllacanthus como elemento da comparação
para a influência dos fatores edafo-climáticos na distribuição da espécie nas áreas selecionadas,
observa-se que nos locais cuja população é mais abundante (Áreas I e IV), o déficit hidrico, o H+Al
e a areia fina, são mais expressivos. Já o nutriente K, a evapotranspiração potencial e a temperatura,
apresentaram-se de forma contrária nas áreas mencionadas, em que K é mais abundante na área IV
e possui a menor concentração na Área I, enquanto a evapotranspiração potencial e a temperatura
são mais elevadas na I e menores na IV, fazendo com que esses elementos estejam em eixo
diferente ao da espécie (Figura 37; 38 e Tabela 30).
Considerando-se a variação da dominância nas áreas estudadas para a elaboração da PCA,
observa-se mudança nos fatores edafo-climáticos que fazem C. phyllacanthus apresentar-se de
forma mais expressiva na Área II, o que se refere ao porte da espécie nas áreas. Em Serra Negra, o
solo mais fértil, o clima e a conservação diferenciada em relação às demais Áreas, fazem com que a
espécie se desenvolva mais vigorosamente (Figura 39; 40 e Tabela 31).
Estas constatações denotam que o táxon possui uma valência ecológica restrita para os
fatores climáticos, sendo muito tolerante aos fatores edáficos. Tais constatações auxiliam na
caracterização do meio biofísico das áreas em que a espécie se insere naturalmente: ambientes
xéricos com solos de baixa a boa fertilidade. O clima demonstrou ter um papel mais definidor da
distribuição da espécie enquanto os solos e o histórico de uso vêm afetar mais a estrutura das
populações de C. phyllacanthus.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foram estudadas áreas com ocorrência expressiva de Cnidoscolus phyllacanths em cinco
municípios de quatro Estados nordestinos: Acari e Serra Negra, no Rio Grande do Norte; Santa
Luzia, na Paraíba; Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia. No total foram amostrados
20.000 m², inventariando-se 11.951 indivíduos, distribuídos em 21 famílias e 57 espécies. Deste
total 2.824 indivíduos, 12 famílias, 20 gêneros e 20 espécies em Acari; 2.509 indivíduos, 16
famílias, 26 gêneros e 33 espécies em Serra Negra; 2.391 indivíduos, oito famílias, 15 gêneros e 22
espécies em Santa Luzia; 2.597 indivíduos, 11 famílias, 22 gêneros e 27 espécies em Petrolina, e
1.541 indivíduos, 12 famílias, 29 gêneros e 38 espécies em Juazeiro.
Foram amostrados 1.137 indivíduos de faveleira, sendo 307 indivíduos em Acari, 128 em
Serra Negra, 210 em Santa Luzia, 320 em Petrolina, e 172 em Juazeiro, correspondendo por volta
de 11%, 5%, 9%, 12% e 11% da densidade relativa das áreas, respectivamente.
Os dados levantados e as observações feitas em campo mostraram que Cnidoscolus
phyllacanthus apresenta algumas características que devem ser ressaltadas:
.
grande abundância de indivíduos, ocorrendo de forma agregada, em áreas com alto
grau de antropização. Nestes locais o número de regenerantes também se apresentou elevado,
mostrando o caráter pioneiro desta espécie;
.
baixa quantidade de indivíduos em locais mais preservados, distribuindo-se de forma
esparsa. Nestes sítios, o baixo número de regenerantes sugere o declínio populacional, confirmando
o caráter pioneiro anteriormente ressaltado;
.
Por possuir madeira de baixa densidade e, portanto, de baixo poder calórico, a faveleira
não é alvo do principal problema enfrentado pela vegetação da caatinga: a exploração comercial de
lenha. Este fato, associado ao caráter pioneiro da espécie, também contribui para torná-la mais
abundante nos sítios mais degradados, bem como naqueles submetidos a corte seletivo;
.
As razões acima explicam a ocorrência maciça da faveleira às margens de estradas,
formando extensos adensamentos populacionais dando a falsa impressão de que esta espécie seria
muito mais abundante do que realmente é, no contexto regional;
.
Cnidoscolus phyllacanthus ocorre em associação com uma gama variada de espécies de
diferentes tipologias da caatinga;
.
Possui uma valência ecológica esteno (restrita) para os fatores climáticos, e euri (ampla)
para os fatores edáficos. Portanto, o clima acaba determinando os locais de estabelecimento das
populações, enquanto, o solo e o grau de conservação refletem sobre a estrutura de Cnidoscolus
phyllacanthus;
.
Tais constatações demonstram que o meio biofísico de Cnidoscolus phyllacanthus
caracterizou-se como sendo ambientes xéricos, com solos de baixa a boa fertilidade, tendo,
portanto, os fatores climáticos papel importante na distribuição da espécie, enquanto o solo afeta a
estrutura das populações do referido táxon;
.
As análises realizadas e os dados obtidos conferem a Cnidoscolus phyllacanthus condição
de bioindicador do estágio seral, grau de degradação, condição climática e a fertilidade do solo de
áreas com sua ocorrência natural.
Depreende-se que Cnidoscolus phyllacanthus é uma espécie pioneira, altamente resistente à
seca, comum em ambientes perturbados, constituindo um dos principais elementos de margens de
estradas e áreas antropizadas. A faveleira é uma das primeiras espécies a se estabelecer em áreas
perturbadas e uma das primeiras a ser substituída no processo de sucessão ecológica. Este caráter a
torna potencialmente ainda mais promissora como lavoura xerófila, haja vista que pode ser plantada
nas áreas mais degradadas da Caatinga, contribuindo, inclusive, para a melhoria das condições
ambientais desses sítios.
As características ecológicas apresentadas pela espécie indicam alta facilitação para sua
inserção como lavoura. Sua adaptação a ambientes xéricos e degradados, portanto, pouco
produtivos, lhe garante sucesso em seu cultivo em todo o semi-árido nordestino.
Com este estudo foi possível recomendar um espaçamento mínimo para plantios puros de
faveleira no semi-árido nordestino, como sendo de 6 x 6 metros, o que permite cultivar 278 plantas
por hectare.
Este trabalho representou um esforço pioneiro para conhecer melhor a faveleira e as relações
sinecológicas que caracterizam a ocorrência desta espécie em seu habitat natural. Muito que ser
feito, mas espera-se que esta contribuição possa motivar outros estudos voltados para o
conhecimento e a exploração racional deste importante patrimônio genético autóctone da caatinga
nordestina.
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