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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CENTRO TECNOLÓGICO
CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
DANIELLE MATOS DINIZ TEODORO
AVALIAÇÃO DOS TEORES DE MERCÚRIO E
SELÊNIO EM PESCADOS DA REGIÃO AMAZÔNICA
BELÉM
2006
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DANIELLE MATOS DINIZ TEODORO
AVALIAÇÃO DOS TEORES DE MERCÚRIO E
SELÊNIO EM PESCADOS DA REGIÃO AMAZÔNICA
Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa
de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos da Universidade Federal do Pará, para
obtenção do grau de Mestre em Ciência e
Tecnologia de Alimentos.
ORIENTADOR :
Prof. Dr. Atônio Manoel C. Rodrigues
BELÉM
2006
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DANIELLE MATOS DINIZ TEODORO
AVALIAÇÃO DOS TEORES DE MERCÚRIO E SELÊNIO EM
PESCADOS DA REGIÃO AMAZÔNICA
BANCA EXAMINADORA :
___________________________________
Prof. Dr. Antônio Manoel C. Rodrigues
(DEQAL/CT/UFPA – Orientador)
___________________________________
Profa. Dra. Regina Celi Sarkis Müller
(DEQ/ITEC/UFPA – Membro)
___________________________________
Profa. Dra. Suezilde da Conceição Amaral Ribeiro
(Escola Agrotécnica Federal de Castanhal – Membro)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca Setorial do Curso de Mestrado em Engenharia Química
_______________________________________________________________
Teodoro, Danielle Matos Diniz
Avaliação dos teores de mercúrio e selênio em pescados da Região
Amazônica/ Danielle Matos Diniz Teodoro, orientador, Antonio Manoel C.
Rodrigues._ 2006.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Pará, Centro
Tecnológico, Curso de Pós-Gradução em Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Belém, 2006
1.Pescado- Análise 2. Pescado- Contaminação por metais pesados I.
Título
CDD 22 ed. 664.949
________________________________________________________________
Ao meu marido, filha e pais por tudo que
dedicaram a mim, por tudo que significam
em minha vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus, a quem devo toda honra e toda glória. Graças
a Ele pude vencer cada etapa desta jornada chegando até aqui, sem Ele, jamais teria
conseguido.
Ao meu esposo que esteve ao meu lado em todos os momentos, me dando suporte,
carinho, amor, consolo e tudo que eu precisei para renovar as forças e seguir em frente.
Obrigada por acreditar em mim, por toda sua dedicação, por muitas vezes abrir mão de suas
atividades para estar me auxiliando.
Agradeço aos meus pais que foram incansáveis em me apoiar. Obrigada pelo porto
seguro que encontro em vocês, por me incentivarem e fazerem com que esse sonho se
tornasse realidade; por que sempre tive certeza de suas orações e principalmente obrigada por
me amar incondicionalmente.
Agradeço aos meus irmãos e cunhados: Denis, Débora, Ricardo, Alessandra, Eldenir e
Gabriela pelas orações. A minha cunhada Elinilze e meus sogros Elias e Irenice por muitas
vezes cuidarem de minha filha para que eu pudesse estudar; além do apoio e incentivo de
todos.
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Antônio Rodrigues e ao Prof. Dr. Hervé Rogez,
pelas horas dedicadas, pela paciência, pelos ensinamentos e orientações e também pelo
carinho. Agradeço, ainda, ao Laboratório de Engenharia Química e de Alimentos da UFPA,
por ter-me possibilitado realizar esse Mestrado, assim como todas as pessoas que de alguma
forma contribuíram par a realização deste trabalho.
Também sou imensamente grata ao Instituto Evandro Chagas, Departamento de Meio
Ambiente, nas pessoas do Dr. Edílson Brabo e especialmente Kleber Faial que dedicou seu
tempo em me ensinar, acompanhar e orientar.
Agradeço também de forma especial a Profa. Dra. Regina Sarkis Muiller, que mesmo
sem me conhecer, me recebeu, escutou e a partir de então dedicou muito do seu tempo em me
ensinar e orientar com um carinho especial que só ela tem.
Também agradeço a todos que foram meus professores, apoiadores e incentivadores,
mesmo fora de sala de aula, a todos meus amigos da SESPA, da igreja e do curso, em especial
ao amigo Samuel Víegas que foi meu braço direito em muitos momentos.
RESUMO
A Região Amazônica em especial o Pará possui mais de 1.500 espécies de pescados,
de água doce, descritas. Em vista de o pescado ser a principal fonte de proteína para
vários grupos populacionais, especialmente a população ribeirinha, como também o
crescimento da preocupação com a poluição ambiental que, vem sendo responsável pela
contaminação por metais pesados em animais, plantas e seres humanos, é de fundamental
importância o conhecimento do teor em mercúrio e selênio, devido este último formar um
complexo estável com o metal referido, impedindo seus efeitos tóxicos. Foram estudadas oito
espécies de pescados: Corvina (Micropogonias furnieri), Dourada (Brachyplatystoma
flavicans), Gurijuba (Arius parker), Pargo (Lutjanus purpureus), Pescada Amarela
(Cynoscion acoupa), Pescada (Macrodon ancylodon), Piramutaba (Brachyplatystoma
vaillantii) e Pirarucu (Arapaima gigas) e duas de crustáceos: Camarão Sete Barbas (Penaeus
subtilis) e Caranguejo (Ucides cordatus). As análises experimentais foram realizadas por
espectrofotometria de absorção atômica com vapor frio, para mercúrio, identificando se os
pescados estão dentro dos padrões estabelecidos pela Legislação Brasileira, além de
identificar e quantificar o teor de selênio das espécies, por espectrofotometria com geração de
hidretos metálicos, comparando-as com outros pescados estudados na literatura. No
mercado do Ver-o-Peso; pode-se verificar que as concentrações de Hg nas espécies não
predadoras e predadoras foram em sua maioria, abaixo dos limites preconizados pela
legislação. Apenas a espécie Pirarucu apresentou um valor da concentração de Hg superior ao
limite de referência (1,0 µg/g) recomendado pela ANVISA para espécie predadora. Nas
amostras coletadas no mercado de Icoaraci, pode-se, verificar que as concentrações de Hg nas
espécies não predadoras e predadoras, foram também em sua maioria, abaixo dos limites
preconizados pela legislação, sendo os menores valores encontrados para espécies não
predadoras de 0,0547µg/g (Caranguejo) e 0,134µg/g (Piramutaba) para espécies predadoras.
Os maiores valores da concentração de Hg nas espécies não predadoras e predadoras foram
respectivamente iguais a 0,5033µg/g (Pescada Amarela) e 1,3242µg/g (Corvina). Sendo que
nesta ultima espécie o valor da concentração de Hg superou o limite de referência (1,0µg/g)
recomendado pela ANVISA para espécie predadora. Os teores de selênio aqui estudados
variaram entre 0,295µg/g para pescada gó e 0,689µg/g para piramutaba. Os resultados obtidos
demonstram que as espécies alvo desse estudo podem ser classificadas como boa fonte de
selênio. Com exceção do Pirarucu (Arapaima gigas) e Corvina (
Plagioscion squamosissimus
), a
maioria das espécies avaliada neste trabalho encontram-se dentro do limite estabelecido pela
legislação brasileira em teor de mercúrio.
ABSTRACT
The Amazon Region and especially the State of Pará have more
than 1,500 different species of river fishes already listed. As the fish
represents the main source of protein to several different groups of the
population and especially the river population, there is an increasing
concern about the environment pollution which is responsible for the
contamination through heavy metals on animals, plants and human beings, it
is vital that they become aware of the content of mercury and selenium, due
to the fact that this last one forms an stable complex compound with the
first one, hiding its toxic effects. Eight different species of fishes were studied: Corvina
(Micropogonias furnieri), Dourada (Brachyplatystoma flavicans), Gurijuba
(Arius parker), Pargo (Lutjanus purpureus), Pescada Amarela (Cynoscion
acoupa), Pescada (Macrodon ancylodon), Piramutaba (Brachyplatystoma
vaillantii) and Pirarucu (Arapaima gigas) and two of crustaceous: Sete
Barbas shrimp (penaeus subtilis) and crab (Ucides cordatus).
Three samples of each species were collected, homogenized and
freeze-dried for later analyses on mercury and selenium which were made in
duplicate. The experiment analyses were made by spectrophotometry through
atomic absorption with cold vapor for mercury, identifying if the fishes are
within the established standards by the Brazilian Legislation, identifying
and finding also the quantity of selenium content in each species, by
spectrophotometry generating hydride with metals, making a comparison with
other fishes studied formerly. Mercury contents vary between 7.1 in a shrimp
sample and 302.5µg/g in a sample of Pirarucu fish.
The smallest selenium content was in a Pescada fish
(0,04µg/g) and the largest was in a Piramutaba fish (0,15µg/g). According to
the analyses of the variation of results on the mercury concentration on the
studied species, there was a significant difference among the species that
were collected at Icoaraci and Ver-o-Peso Market (p < 0.05). The fishes
object of this study, in a general perspective, are within the standards
required by the Brazilian Legislation for mercury content.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Camarão (Penaeus subtilis)
15
Figura 2 Caranguejo (Ucides cordatus)
16
Figura 3 Corvina (Plagioscion squamosissimus)
16
Figura 4 Dourada (Brachyplatystoma flavicans)
17
Figura 5 Gurijuba (Arius parker)
17
Figura 6 Pescada Amarela (Cynoscion acoupa)
18
Figura 7 Pescada Go (Macrodon ancylodon)
18
Figura 8 Pargo (Lutjanus purpureus)
19
Figura 9 Piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii)
19
Figura 10 Pirarucu (Arapaima gigas)
20
Figura 11
Modelo Mercury Analyzer Hg – 3500
41
Figura 12
Esquema do Espectrômetro de Absorção Atômica com Sistema de Geração
de Hidretos.
43
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Minerais contidos em diferentes tipos de carne
22
Tabela 2
Levantamento do teor de minerais em mg/100g
23
Tabela 3
Teor de selênio em diferentes tipos de alimentos
24
Tabela 4
Resultados analíticos da amostra certificada DOLT-2
35
Tabela 5
Resultados analíticos das amostras certificadas APPX-2958 e APPX-2960.
35
Tabela 6
Nomes vulgares e respectivos nomes científicos das espécies estudadas
36
Tabela 7
Condições operacionais para análise de Selênio utilizando espectrometria
de absorção atômica com sistema de geração de hidretos (HG-AAS).
43
Tabela 8
Concentrações de Hg em µg/g nas espécies de pescados coletadas no
mercado do Ver-o-Peso.
47
Tabela 9
Concentrações de Hg em µg/g nas diferentes espécies de pescados coletadas
no mercado de Icoaraci.
49
Tabela 10
Concentrações de Se em µg/g nas espécies de pescados coletadas no
mercado do Ver-o-Peso.
51
Tabela 11
Concentrações de Se em µg/g nas espécies de pescados no mercado de
Icoaraci.
51
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA 14
2.1 PESCADO 14
2.1.1
Camarão (Penaeus subtilis)
15
2.1.2 Caranguejo (Ucides cordatus) 15
2.1.3 Corvina (Plagioscion squamosissimus) 16
2.1.4
Dourada (Brachyplatystoma flavicans) 16
2.1.5
Gurijuba (Arius parker) 17
2.1.6
Pescada Amarela (Cynoscion acoupa) 17
2.1.7
Pescada Go (Macrodon ancylodon) 18
2.1.8
Pargo (Lutjanus purpureus) 18
2.1.9
Piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii) 19
2.1.10
Pirarucu (Arapaima gigas) 20
2.2
MINERAIS
20
2.2.1 Generalidades
20
2.2.2 Selênio
23
2.2.3 Mercúrio
25
2.3
CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADOS EM PESCADO
26
2.3.1
Generalidades
26
2.3.2 Contaminação Por Mercúrio
27
2.3.3 Interações entre Mercúrio e Selênio
29
2.4
INSTRUMENTAÇÃO ANALÍTICA
30
2.4.1 Aspectos Teóricos da Absorção de Luz
30
2.4.2 Espectrometria de Absorção Atômica
32
2.4.3 Espectrometria de Absorção Atômica por Chama (FAAS)
33
2.4.4 Sistema de Geração de Hidretos
33
2.4.5 Sistema de Vapor Frio
34
2.5
VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DE HG E SE
34
3 MATERIAL E MÉTODOS 36
3.1 MATÉRIA PRIMA
36
3.2
PREPARAÇÃO PRELIMINAR
37
3.3
REAGENTES E SOLUÇÕES
38
3.4
PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES PARA DETERMINAÇÃO DE HG E SE
38
3.5
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA DETERMINAR HG
39
3.5.1
Chapa aquecedora
39
3.5.2 Analisador de Mercúrio
39
3.6 Equipamentos Utilizados para Determinação de Se 39
3.6.1 Bloco digestor
39
3.6.2 Espectrômetro de Absorção Atômica Acoplado a Sistema de Geração de
Hidretos
39
3.7
METODOLOGIA ANALÍTICA
40
3.7.1 Preparo das Amostras para Análise de Mercúrio
40
3.7.2 Quantificação do Hg
40
3.7.3 Equação para Determinação de Mercúrio
41
3.7.4 Preparo das Amostras para Análise de Selênio
42
3.7.5 Quantificação do Selênio
44
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 45
4.1
TEORES EM MERCÚRIO
45
4.2
TEORES EM SELÊNIO
49
4.3
CORRELAÇÃO ENTRE MERCÚRIO E SELÊNIO
50
5 CONCLUSÕES 51
SUGESTÕES 53
REFERÊNCIAS 54
1 INTRODUÇÃO
Os níveis de produção da atividade pesqueira vêm crescendo bastante no Brasil,
estando o Pará como maior produtor da região Norte (PARÁ, 2003), que possui a maior
diversidade de peixes, com mais de 1.500 espécies, de água doce, já descritas (JUNK e
SILVA, 1997).
Os peixes são a principal fonte de proteína para vários grupos populacionais,
especialmente grupos indígenas e a população ribeirinha no caso do Brasil. A Região
Amazônica é caracterizada por um grande número de rios, e devido o alto consumo de
pescados nesta região, considera-se o consumo deste tipo de alimento a principal via de
contaminação por mercúrio na forma metilada (DOREA et al, 1998).
A produção de pesca de captura, e o consumo de pescado para a alimentação humana
na região, são os maiores registrados, chegando no ano de 2000, a uma produção total de
130,4 milhões de toneladas (IBAMA, 2001).
A preocupação mundial com a questão da poluição ambiental vem crescendo e com
o crescimento da indústria, a descarga de efluentes industriais dentro de rios, lagos e oceanos,
tem sido responsável pela contaminação por metais pesados em animais, plantas e seres
humanos. Esses metais estão dentre as várias substâncias que podem causar graves problemas
de intoxicação humana podendo até levar a morte.
O mercúrio é um metal pesado que tem sido bastante utilizado na agricultura,
principalmente como fungicida; na amalgamação do ouro e em setores industriais, como na
produção de lâmpadas fluorescentes, termômetros, células eletrolíticas, destinadas à produção
de cloro - soda, na fabricação de equipamentos elétricos, instrumentos de medição, fabricação
de tintas, aplicação de amálgamas dentários, fabricação de detonadores para uso militar,
catalisadores na indústria de plástico, como preservante na indústria de papel e na queima de
combustíveis fósseis (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1990 apud KITAHARA et al,
2000; CAMPOS, 2001).
No ciclo global, o mercúrio é considerado um elemento altamente móvel. Na fase
gasosa o mercúrio no seu estado fundamental (Hg
0
) é liberado para a atmosfera, por fontes
naturais ou antrópicas, e é convertido a formas solúveis e depositado pelas chuvas nos solos e
corpos hidrícos. A estabilidade do Hg
0
na atmosfera pode variar de meses até três anos,
enquanto as formas solúveis somente algumas semanas. As transformações das espécies
inorgânicas para formas metiladas representam a primeira etapa do processo de
bioacumulação em sistemas aquáticos. As diversas formas de mercúrio têm potencial tóxico
diferenciado; dentre essas formas, o maior interesse está no metilmercúrio, principal
responsável pela intoxicação do ser humano através do pescado (KITAHARA et al, 2000;
CAMPOS, 2001).
O selênio é um elemento essencial a saúde humana. Entre as muitas funções deste
elemento no organismo, destaca-se sua ação protetora contra os efeitos nocivos do mercúrio.
Tendo em vista o grande consumo de pescados e o crescimento da atividade pesqueira
no Brasil, na Região Amazônica e, em particular, no Estado do Pará, torna-se relevante o
estudo de selênio e mercúrio em pescados.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o teor de selênio e mercúrio em dez espécies de
pescados com alto potencial econômico na região amazônica, sendo oito peixes e dois
crustáceos.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 PESCADO
A atividade pesqueira tem grande importância na economia da indústria de alimentos
mundial. No caso do Brasil, porém, apesar da vasta extensão litorânea, o país ainda conta com
uma produção relativamente pequena de pescado. No entanto, percebe-se que os níveis de
produção da atividade pesqueira vêm crescendo bastante. E especialmente o Pará, como maior
produtor da região Norte, tem apresentado nos últimos anos elevadas taxas de crescimento
nesse setor (PARÁ, 2003).
Não se deve estimar a produção do pescado, somente pelo fato de ser uma excelente
fonte alimentar, mas também fontes de divisas para o país, devido sua possibilidade de
exportação (OETTERER, 1991 apud SOCCOL, 2002).
Nas décadas de 50 e 60, as produções pesqueiras mundial, marinhas e de água doce
aumentaram em média 6% ao ano, passando de 18 milhões de toneladas, em 1950, para 56
milhões em 1969. Nas décadas de 70 e 80, a taxa média de crescimento anual foi de 8% e
10% nos anos 90. As exportações de produtos de pescado ultrapassaram 52 bilhões de dólares
em 1999 (FREITAS, 2001).
Em 1999 a produção brasileira da pesca e aqüicultura (criação de animais e plantas
aquáticas) foi de aproximadamente 748 mil toneladas de peixes, moluscos e crustáceos, sendo
que o Pará e Santa Catarina lideraram as estatísticas de produção. O Pará no ano de 2003,
chegou a responder por 18,05% da produção de pescado do País e por 65% do total que é
produzido na região Norte (PARÁ, 2003).
O pescado pode ser comercializado na forma in natura ou industrializado. Como
alimento, dependendo da espécie, tem digestibilidade acima de 95%, composição bastante
variável, possuindo proteína de elevado valor nutritivo, variando de 15 a 25%, apresenta todos
os aminoácidos essenciais, com elevado teor de lisina, lipídios ricos em ácidos graxos
poliinsaturados da série ω3. Pode ser também excelente fonte de minerais e vitaminas
(OETTERER, 1998; OGAWA e MAIA, 1999).
2.1.1 Camarão (Penaeus subtilis
)
De acordo com a Legislação
(
Portaria 56, de 22 de maio de 1992) seu período de
defesa é de 01 de maio a 19 de junho. A atividade pesqueira do camarão é responsável pela
sobrevivência de muitas famílias cuja única atividade é a pesca do camarão (IBAMA, 2004).
O camarão (Figura 01) de grande importância em volume de captura, vulgarmente
conhecido como camarão-sete-barbas, é classificado como crustáceo, encontrado em
profundidades que variam de quatro a cento e dezoito metros, sendo mais abundante até os
vinte e cinco metros, preferindo como habitat o fundo dos rios com lama. Sua principal
ocorrência é na região estuarina e costeira do rio Caeté, Bragança/PA. (IBAMA, 2004).
Em todo o Nordeste a pesca do camarão é denominada de "águas rasas", porque é
praticada em profundidade média de 20 metros (IBAMA, 2004).
Figura 01:
Camarão (Penaeus subtilis)
2.1.2 Caranguejo (Ucides cordatus)
Durante praticamente todo o ano, o caranguejo (Figura 02) vive entocado em galerias
individuais de aproximadamente 1m de profundidade. Sua captura ou "catação" ocorre nos
horários da baixa-mar e é feita com as mãos nuas, auxiliadas por instrumentos adaptados pelo
próprio catador (NORDI, 1994 apud ALVES, 2002).
O Pará contribuiu com cerca de 50% da produção total controlada de Caranguejo em
toda a região Norte e Nordeste nos anos de 1998 e 1999, cujos valores médios foram da
ordem de 9.700 toneladas; enquanto Sudeste e Sul, no mesmo período, atingiram produção de
apenas 632 toneladas, em 1998. Sua ocorrência se dá na costa norte do Brasil (IBAMA,
2001).
Figura 02:
Caranguejo (Ucides cordatus)
2.1.3 Corvina (Plagioscion squamosissimus)
A corvina (Figura 03) é uma espécie sedentária, que formam grandes cardumes na
porção central de lagos, lagoas e reservatórios. Alimentam-se de peixes e camarões, com
predominância de um ou outro dependendo do local. Espécies muito apreciadas pela carne
branca e delicada, sendo que Plagioscion squamosissimus, a espécie mais comum, tem grande
importância comercial na Amazônia. Sua ocorrência se dá em toda a costa brasileira (PNDPA,
2004).
Figura 03: Corvina (Plagioscion squamosissimus)
2.1.4 Dourada (Brachyplatystoma flavicans)
Peixe de couro, de água doce. Atinge pouco mais de 40 kg e chega a medir 1,50 m de
comprimento. A Dourada (Figura 04) é um peixe encontrado exclusivamente na bacia
Amazônica, habita o leito de rios de grande e médio porte. Possui uma coloração avermelhada
com faixas escuras no dorso e destaca-se como alimento de baixo teor de gordura e sabor
agradável (FASTFISH, 2004).
Esta espécie experimentou a pressão do pescador comercial e sofreu uma redução em seus
números de exemplares ultimamente, devido à exportação (PAIVA, 1997).
Figura 04:
Dourada (Brachyplatystoma flavicans)
2.1.5 Gurijuba (Arius parkeri)
A gurijuba (Figura 05) é um peixe de coloração pardo acinzentado com contraste
amarelo, cabeça grande e achatada. É um peixe de corpo robusto que aparece principalmente
no litoral Norte do Brasil. Sua reprodução ocorre nos meses de novembro a março, próximo
às Ilhas do Mara e Jipioca, alcançando o peso de 30 kg. Atualmente, sua carne é
comercializada para venda (AMAPÁ, 2004).
Figura 05: Gurijuba (Arius parkeri)
2.1.6 Pescada Amarela (Cynoscion acoupa)
A pescada amarela (Figura 06) é um peixe de escamas. Na costa brasileira ocorrem
mais de 30 espécies de pescada. Entre as características mais interessantes desse grupo está a
capacidade de produzir sons por músculos associados à bexiga natatória. As espécies mais
comuns são a pescada-amarela Cynoscion acoupa, que pode alcançar 1m e 30kg e tem a cor
amarela, e a pescada-olhuda, de coloração prateada e olhos grandes, que alcança no máximo
50cm (PNDPA, 2004).
A pescada amarela forma cardumes nos poços e regiões profundas e se alimentam
preferencialmente de crustáceos, como camarões, e de pequenos peixes. É muito apreciada
como alimento, sendo importante na pesca comercial (PNDPA, 2004).
Figura 06: Pescada Amarela (Cynoscion acoupa)
2.1.7 Pescada Go (Macrodon ancylodon)
A pescada gó, (Figura 07) também chamada de pescadinha real e pescada foguete.
Possui corpos largos, cobertos com escamas pequenas, boca com dentes cônicos, cor marrom
escuro no dorso e amarelo claro a branco na parte ventral. Espécie carnívora. Alimenta-se
principalmente de crustáceos como camarões e caranguejos. É uma espécie que se pesca tanto
a nível industrial como artesanal (CHIESA, 2004). Sua carne é branca, de textura firme e
sabor delicioso. Sua ocorrência se na costa do Brasil (alto mar ou próximo às margens).
(IRAPESCAR, 2004).
Figura 07: Pescada Go (Macrodon ancylodon)
2.1.8 Pargo (Lutjanus purpureus)
O pargo (Figura 08) é uma das espécies de maior valor comercial do litoral Norte e
Nordeste do Brasil. Encontra-se, na costa norte brasileira, no seu limite máximo de
exploração (SIPAM, 2004). Vive em águas relativamente fundas entre 30 e 240 metros, mais
abundante além dos 90 metros, sobre fundos rochosos, ao redor de ilhas afastadas, em grupos
ou cardumes, os quais são especialmente abundantes. A reprodução ocorre em águas fundas e
os jovens não se aproximam da costa. Sua nadadeira peitoral é pontuda, sua cor vermelha em
geral, com área escura no eixo do peitoral. O dorso é mais escuro e com mancha escura,
difusa e grande sob a dorsal mole. As nadadeiras são avermelhadas. A caudal é com margem
escura. Atinge 1 metro e 15 kg (FISHING WORLD, 1998).
É uma das espécies mais estudadas e de maior importância para a atividade pesqueira,
em função do seu elevado valor econômico por ter sua carne muito saborosa (FISHING
WORLD, 1998, SIPAM, 2004). No período de 1991 a 1999, a produção apresentou uma
tendência de significativa recuperação (IBAMA, 2001).
Figura 08: Pargo (Lutjanus purpureus)
2.1.9 Piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii)
A piramutaba (Figura 09) é explorada principalmente pela indústria da pesca e é o
terceiro peixe mais exportado pelo Brasil e também fez parte da lista dos produtos mais
exportados pelo Pará. A sobrepesca, hoje, é o principal motivo do desaquecimento da
atividade, provocada pela captura excessiva superando a capacidade de crescimento e
reprodução da espécie. Porém, continua sendo o principal peixe brasileiro de água doce em
importância econômica para o mercado de exportação. A piramutaba é encontrada no rio
amazonas (RADIOBRÁS, 1998).
Figura 09: Piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii)
2.1.10 Pirarucu (Arapaima gigas)
O Pirarucu (Figura 10) é um peixe exclusivo da Bacia Amazônica e característico das
águas calmas de suas várzeas. Vive em lagos e rios, de águas claras, brancas e pretas
ligeiramente alcalinas e com temperaturas que variam de 24° a 37°C, não sendo encontrado
em zona de fortes correntezas e águas ricas em sedimentos (ALCÂNTARA NETO, 2004).
A espécie apresenta características biológicas e ecológicas distintas: de grande porte,
podendo atingir até três metros de comprimento e 250 quilos, possui dois aparelhos
respiratórios, as brânquias, para a respiração aquática e a bexiga natatória modificada,
especializada para funcionar como pulmão, no exercício da respiração aérea, obrigatória;
durante a seca os peixes formam casais, procuram ambientes calmos e preparam seus ninhos,
reproduzindo durante a enchente; é papel do macho proteger a prole por cerca de seis meses
(FONTENELE, 1953; FONTENELE, 1955; ALCÂNTARA NETO, 2004).
O pirarucu é um peixe carnívoro (MOURA, 2000), apresenta grande velocidade de
crescimento, podendo alcançar 10 kg no primeiro ano de criação (CARVALHO e
NASCIMENTO, 1992). Alimento tradicional entre as populações ribeirinhas, seu alto valor
reside em seu grande porte e no excelente sabor de sua carne (ALCÂNTARA NETO, 2004).
Figura 10: Pirarucu (Arapaima gigas)
2.2 MINERAIS
2.2.1 Generalidades
Os componentes minerais são encontrados no corpo e nos alimentos. Por não serem
sintetizados pelo organismo, estes devem ser obtidos através da alimentação (ZDZISLAW,
2000; MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002). São tradicionalmente divididos em
macrominerais (elementos de maior concentração) e microminerais (elementos traços). Os
macrominerais tais como cálcio e fósforo, são necessários em quantidades de 100mg por dia
ou mais enquanto os microminerais tais como ferro e selênio, são necessários em quantidades
de menos de 15mg por dia (ZDZISLAW, 2000; MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).
Os minerais apresentam ao redor de 4 a 5% do peso corpóreo ou 2,8 a 3,5kg em
homens e mulheres adultos, respectivamente. Possuem papeis importantes, tais como
constituintes estruturais dos tecidos corpóreos (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).
Aproximadamente 50% deste peso são de cálcio e 25% fósforo. Os outros cinco
macrominerais essenciais, com função biológica conhecida (magnésio, sódio, potássio, cloro e
enxofre), e os 11 microminerais (ferro, zinco, iodo, selênio, manganês, flúor, molibdênio,
cobre, cromo, cobalto e bromo) constituem os 25% restantes. Os minerais não-essenciais, não
têm papel conhecido e muitas vezes se apresentam como acompanhantes dos elementos
essenciais (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).
O conteúdo em minerais varia muito para um mesmo alimento dependendo, por
exemplo, de fatores genéticos, climáticos, práticas de cultivo, composição do solo e
maturidade da colheita. Isso ocorre tanto em macro como em microelementos (MAHAN e
ESCOTT-STUMP, 2002).
Os microelementos estão na carne em quantidades não muito grandes. Em alguns
casos, são requeridos em quantidades altas, entretanto, em outros, quantidades pequenas
podem ser tóxicas ao organismo (ZDZISLAW, 2000).
As carnes são fontes de importantes minerais, como o cobre, que participa da absorção do
ferro e da formação de enzimas; o cromo, que atua na liberação de energia da glicose; o
enxofre, que participa da composição de proteínas, de vitaminas e do hormônio insulina; o
ferro, que atua na formação da hemoglobina e da mioglobina e na formação de enzimas e
proteínas; e o zinco, que participa na formação de enzimas, de material genético e no
transporte da vitamina A. Os pescados possuem cerca de 0,8 a 2 % de sais minerais em sua
composição, principalmente ferro, iodo e fósforo; considerando o pescado cru. A Tabela 01
mostra os minerais contidos nos diferentes tipos de carne (MAHAN e ESCOTT-STUMP,
2002).
Tabela 01. Minerais contidos em diferentes tipos de carne.
CARNES MINERAIS
SUINA CALCIO, FOSFORO, POTASSIO, FERRO, MAGNESIO E
ZINCO
BOVINA FERRO, ZINCO E FOSFORO
FRANGO CALCIO, FOSFORO, POTASSIO, FERRO
PESCADO FERRO, IODO, ZINCO E FOSFORO
FONTE: MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002.
A ingestão de pescados pode satisfazer a necessidade diária humana de
microelementos essenciais. Entretanto, a presença de alguns microelementos em determinadas
concentrações em diversas espécies alimentares pode comprometer a qualidade das mesmas e
repercutir de maneira maléfica à saúde humana devido à possibilidade de efeitos tóxicos.
Especialmente, ressaltam-se Mercúrio, Cádmio, Cobalto, Chumbo, Arsênico e Flúor
(ZDZISLAW, 2000).
A variedade do conteúdo dos macroelementos na carne de peixe e invertebrados
marinhos em miligramas por 100 g de peso se comporta de acordo com dados publicados,
válidos: Sódio: 25 a 620; Potássio: 25 a 710; Magnésio: 10 a 230; Cálcio: 5 a 750; Ferro: 0,01
a 50; Fósforo: 9 a 1100; Enxofre: 100 a 300 e Cloro: 20 a 500 (ZDZISLAW, 2000).
O baixo teor em sódio é de interesse especial pelo esforço dos nutricionistas em baixar
a ingestão deste elemento em dietas (ZDZISLAW, 2000; MAHAN e ESCOTT-STUMP,
2002).
Um levantamento do teor em minerais em bife de lombo de vaca (carne bovina), coxa
com osso assada (carne branca de frango), tiras de peixe congeladas e reaquecidas (peixe),
enlatado e sólido escoado (camarão) e carne de siri, está apresentado na Tabela 02.
Tabela 02. Levantamento do teor de minerais em mg/100g.
ELEMENTOS CARNE
VERMELHA
BOVINA
CARNE
BRANCA DE
FRANGO
PEIXE CAMARÃO SIRI
Cálcio 09 12 11 98 61
Fósforo 186 106 58 224 246
Ferro 2,6 1,0 0,3 1,4 1,1
Potássio 306 134 94 104 149
Sódio 53 194 53 1.955 1.350
Zinco 3,91 1,42 0,19 1,07 5,42
Fonte: MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002.
2.2.2 Selênio
O selênio é um não metal, possui número atômico 34 e peso atômico médio de 78,96.
Apresenta duas formas alotrópicas principais, o selênio monocíclico, de cor vermelha, e o
selênio hexagonal, de cor cinza metálica, que é sua forma mais estável. Apresenta
propriedades químicas semelhantes às do enxofre e forma diversos compostos orgânicos e
inorgânicos. Pode ser encontrado em vários estados de oxidação, sendo os mais importantes
os: -2; +2; +4 e +6. Ele pode ser facilmente oxidado a partir do Se elementar, para formar Se
(IV), na forma de selenito (SeO
3
2-
), e Se (VI), na forma de selenato (SeO
4
2-
). Os selenetos são
estáveis em condições alcalinas ou levemente ácidas e podem ser encontradas na natureza
(TAMARI, 1998; CAMPOS, 2001).
As origens de Se são das emanações vulcânicas e por bioacumulação em cadeias
biológicas. O selênio é um elemento raro, ocupando a 68ª posição na ordem de abundância
relativa da crosta terrestre, não havendo registro de grandes depósitos, e podendo ser obtido
comercialmente como um subproduto eletrolítico do refino do cobre (Cu) e do processo da
fabricação do ácido sulfúrico. Devido suas características fotovoltáticas e condutoras, o
selênio é utilizado em montagem de fotocélulas e células solares; compõe equipamentos
eletrônicos por apresentar propriedades semicondutoras. Porém sua principal função está
relacionada com a manutenção e regulação de diversas funções metabólicas no organismo
(ORTUÑO, 1997; TAMARI, 1998; CAMPOS, 2001).
Tabela 03. Teor de selênio em diferentes tipos de alimentos.
ALIMENTOS
µg
Castanha do Pará ¼ xícara 380
Salmão assado, 3oz* 113
Ostras cruas ¼ xícara 35
Germe de trigo tostado, ¼ xícara 28
Sementes de girassol, ¼ xícara 25
Granola, 1 xícara 23
Carne bovina moída, 3oz* 22
Frango, peito, assado, 3oz* 17
Pão trigo integral, 1 fatia 16
Ovo, 1 12
Leite, 2% de gordura, 1 xícara 6
Queijo, Cheddar, 1oz* 4
Fonte: MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002.
onça
O Selênio é um elemento essencial ao organismo em pequenas quantidades, sendo
componente de diversas enzimas importantes. A concentração de selênio nos alimentos é
muito variável, estando diretamente relacionada com o teor em proteínas. Assim, verduras,
frutas cítricas e vegetais folhosos apresentam concentrações de selênio relativamente menor
em relação a outros alimentos, como por exemplo, os cereais. Em cereais, as concentrações de
selênio variam de 0,1 a 0,66 µg/g enquanto que alimentos de origem animal apresentam
concentrações que variam entre 0,2 a 0,6 µg/g. a Tabela 03 mostra o teor de selênio em
diferentes tipos de alimentos (COUTINHO, 1999).
A castanha do Pará (Bertholletia excelsa) é um dos alimentos de maior concentração
de selênio. CHANG e colaboradores (1995), ao estudarem castanha do Pará coletadas no
Acre, Rondônia, Manaus e Belém, encontraram valores de 0,03 até 512,0 µg/g.
No corpo humano, o selênio é transportado do intestino por proteínas de baixa
densidade. As células vermelhas, fígado, baço, músculos, unhas, cabelo e os esmaltes dos
dentes contêm quantidades significantes de selênio. O valor de Se padrão para normalidade no
sangue em adultos está na faixa de 55 a 72 µg/l. Pessoas com desordens caracterizadas pelo
aumento do stress oxidativo das células vermelhas como, por exemplo, β-talassemia,
diabéticos e/ou fumantes tendem a apresentar níveis de selênio ligeiramente superiores no
Termo utilizado no vocabulário especializado usado em dietética. 1 onça equivale a 28,35g.
sangue, considerando que mulheres grávidas e lactantes, ao contrário, tendem a ter níveis
menores de selênio (MCKENZIE et al, 1998). Acredita-se que certa quantidade de ingestão de
selênio pode reduzir o risco de algumas formas de câncer e doenças cardiovasculares (LIMA
et al, 2004).
O selênio quando ingerido em quantidades maiores que 10 µg/L em águas e, 50 µg/L
em alimentos, é considerado tóxico. O selênio é excretado pela urina, fezes, suor, e o sistema
urinário funciona para manter o selênio em níveis normais no organismo (YANG et al 1983).
As recomendações de ingestão diárias de Se por dia são de 50 a 200 µg. Quando a ingestão é
baixa, as perdas são baixas, e quando é alta, ocorre aumento das perdas pela urina e fezes
(ORTUÑO et al, 1997).
O Se está presente no organismo humano principalmente na forma de selenocisteína e
selenometionina, incorporadas em várias proteínas; é um elemento essencial no grupo de
metaloproteínas chamadas de selenoproteínas. A síntese dessas selenoproteínas envolve o
selênio e aminoácidos contendo enxofre. Estas são acopladas via selenofosfato para formar
selenocisteína. Componente de diversas enzimas importantes, seu maior benefício está
relacionado à enzima antioxidativa como a selenoproteína P e as isoenzimas do grupo da
glutadiona peroxidase. A glutationa peroxidase (GSH-Px) atua no citosol e matriz
mitocondrial da célula, removendo o peróxido de hidrogênio altamente reativo (H2O2),
convertendo-o em água (H2O), enquanto ao mesmo tempo, converte duas moléculas de
glutationa reduzida (G-SH) a glutationa oxidativa (G-S-S-G). Além de atuar na destoxificação
do peróxido de hidrogênio e de outros peróxidos orgânicos, a glutationa peroxidase atua
também na manutenção de grupos sulfidrilas vitais na forma reduzida, na síntese de
hormônios derivados do ácido aracdônico e no metabolismo de compostos estranhos ao
organismo, como por exemplo compostos aromáticos derivados de plantas e pesticidas. Atua
ainda como co-fator no metabolismo de certos aldeídos, como por exemplo o formaldeído e
supostamente no transporte de alguns aminoácidos nos rins (MAHAN e ESCOTT-STUMP,
2002; MCKENZIE et al 1998, CAMPOS, 2001; FERREIRA et al, 2002).
2.2.3 Mercúrio
O mercúrio é um metal de transição, possui número atômico igual a 80 e massa
atômica média de 200,59. É o único elemento metálico que tem pressão de vapor apreciável e
é liquido em temperatura ambiente. O mercúrio elementar tem elevada tensão superficial, é
inodoro e de coloração prateada. Apresenta baixo ponto de ebulição, aproximadamente 356°C
ao nível do mar, é um bom condutor de eletricidade, forma amálgamas com outros metais
como ouro e prata. É um elemento raro na natureza e sua principal forma de ocorrência
natural na crosta terrestre é como cinábrio (HgS) e mercúrio metálico (YOKOMIZO, 1979;
OGA, 1996; CAMPOS, 2001; SKOOG et al, 2002).
É um dos elementos mais tóxicos ao ser humano, de efeito cumulativo; pode ser
encontrado na forma inorgânica, como mercúrio metálico e sais de mercúrio, e na forma
orgânica, principalmente como metil-mercúrio (ANGELUCCI, 1979; OGA, 1996; CAMPOS,
2001; SKOOG et al, 2002).
CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADOS EM PESCADO
2.3.1 Generalidades
Os metais pesados diferem de outros agentes xicos, pois, não são sintetizados nem
destruídos pelo homem. A manifestação dos efeitos tóxicos pelo metal está associada à dose.
A maioria dos metais é distribuída por todo o organismo, afetando múltiplos órgãos (OGA,
1996).
Esses metais podem contaminar solos, águas, plantas, animais, alimentos e os seres
humanos (ACCIOLY e SIQUEIRA, 2000), as principais vias de contaminação são as vias
respiratórias e via cutânea (OGA, 1996). Os metais pesados estão dentre as várias substâncias
que podem provocar problemas de intoxicação humana pela ingestão de alimentos
contaminados (MACHADO et al, 2002). Os contaminantes metálicos contidos em certos
alimentos, principalmente em pescados, têm relação direta com a descarga de efluentes
industriais dentro de rios, lagos e oceanos (MANTOVANI, 1988).
A bioacumulação de metais pesados em peixes é evidente, mesmo quando estes
contaminantes se encontram na água em concentrações quase não detectáveis. No caso de
moluscos bivalves, sendo estes organismos filtradores (que se alimentam através de um
processo de filtração da água e retenção das partículas em suspensão, principalmente plâncton
e microrganismos presentes na água), sofrem de maneira intensa a bioacumulação destes
contaminantes, tornando-se muitas vezes impróprios para o consumo humano (MACHADO et
al, 2002).
No Brasil existem vários relatos de contaminação da água e organismos aquáticos por
metais. Foi evidenciada a acumulação em moluscos, na Baía de Todos os Santos-BA por Cd,
Hg, Pb e Zn, provocada pelo despejo de esgoto urbano e rejeitos da indústria petroquímica e
metalúrgica; no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, houve contaminação por Cr, Cu, Mn e
Zn, também devida ao despejo de esgoto urbano e rejeitos da indústria petroquímica e
metalúrgica; na Barra da Tijuca RJ, por Cu, Mn, e Zn, sem causa definida; na Baía de
Sepetiba RJ, por Cd, Cr e Zn, provocada pelo despejo de rejeitos da indústria metalúrgica e
a contaminação do complexo Estuarino-lagunar de Iguape-Cananéia por Pb, oriunda da
atividade mineradora no leito do Rio Ribeira de Iguape (EYSINK et al, 1987; PFEIFFER,
1985; REZENDE apud JOSÉ, 1997).
2.3.2 Contaminação Por Mercúrio
A progressiva utilização do mercúrio para fins industriais e o emprego de compostos
mercurais durante décadas na agricultura, como foi visto, resultaram no aumento
significativo da contaminação ambiental, especialmente da água e dos alimentos (OGA,
1996). Atividades garimpeiras de extração de ouro com mercúrio tornam várias populações,
principalmente na Amazônia, vulneráveis à intoxicação por este metal (HEBERT e
STOEPPLER, 1994).
Durante o processo de extração do ouro, o mercúrio é utilizado para aglutinar as
pequenas partículas de ouro formando amálgamas que posteriormente são queimados nas
chamadas casas de queima, com a finalidade de separar o ouro do mercúrio, liberando o
mercúrio metálico na forma de vapor, durante a queima do amálgama e na forma líquida, por
perdas no manuseio, ambos para o meio ambiente. A forma metálica em contato com o ar,
água, pH favorável e em áreas onde a concentração de matéria orgânica é grande, é oxidado
(catalisado por ozônio) originando o íon Hg
2+
que retorna ao ambiente aquático ou terrestre
solubilizado nas águas da chuva, incorporando-se a cadeia alimentar (OGA, 1996; CAMPOS,
2001).
O mercúrio proveniente das precipitações junta-se ao mercúrio oriundo de descartes
fluviais e após atingir o meio aquático, a distribuição e disponibilidade do metal são
influenciadas pelas propriedades físico-químicas e biológicas do meio ambiente. As principais
reações do íon em meio aquático são a redução a mercúrio elementar com posterior
volatilização, a deposição em sedimentos anaeróbicos, a conversão a organomercurais,
principalmente o metilmercúrio, e a adsorção sobre material particulado (OGA, 1996;
CAMPOS, 2001).
A biotransformação do mercúrio inorgânico a metilmercúrio por bactérias, é realizada
com a utilização da metilcobalamina e é o processo responsável por elevados níveis do metal
no ambiente. A concentração de metilmercúrio na cadeia alimentar aumenta devido à
absorção do mesmo ser intensa e sua eliminação lenta. A concentração deste em um pescado
depende da sua posição na cadeia alimentar sendo maior em espécies localizadas no topo da
cadeia alimentar, como é o caso dos peixes carnívoros (BARBOSA et al, 1995; OGA, 1996;
SANTOS et al, 2000; CAMPOS, 2001).
Os peixes e seus derivados são as principais fontes de metilmercúrio nos alimentos
(OGA, 1996b). A contaminação dos peixes por mercúrio pode ocorrer pela absorção deste
metal do meio ambiente, através de três mecanismos: bioconcentração, que é a contaminação
através da respiração, bioacumulação, contaminação através da água, sedimentos e alimentos
e biomagnificação, contaminação através da ingestão de outros peixes contaminados. O teor
de mercúrio nos peixes depende dos seus hábitos alimentares, das correntezas, da mobilidade
de cada espécie, do metabolismo, além de outros parâmetros variáveis do meio aquático
(YALLOUZ, 2004).
O metilmercúrio, forma mais tóxica do metal (ANGELUCCI, 1979), ao se acumular
em cada passo da cadeia alimentar, chega a alcançar elevados níveis nos peixes,
especialmente as espécies predatórias que estão no topo da cadeia alimentar (OGA, 1996).
A principal via de intoxicação de seres humanos com mercúrio é através do
consumo de peixe contaminado com este metal, o que ficou claro após muitos estudos
desenvolvidos desde 1955, com o acidente ecológico em Minamata, Japão. O acidente foi
causado pela indústria Chisso Co, que utilizava sulfato de mercúrio como catalisador na
produção de ácido acético e seus derivados, e cloreto de mercúrio para a catálise do cloreto de
vinila. Durante o procedimento de metilação do acetileno, parte do mercúrio proveniente do
catalisador também era metilado e os rejeitos contendo metilmercúrio foram lançados na Baía
de Minamata. Em abril de 1956 foi identificado o primeiro caso de disfunção nervosa devido
contaminação pelo metilmercúrio. Até o ano de 1997, foram registradas 2.209 pessoas
afetadas e 887 mortes. Somente cerca de quarenta anos depois do surgimento dos primeiros
casos, a Baía de Minamata foi considerada livre de contaminação (OGA, 1996, LACERDA,
1997; CAMPOS, 2001). O ponto mais crítico sobre a contaminação do mercúrio é que mesmo
depois que esta é interrompida, os processos de transformação continuam constituindo uma
grande ameaça para a população, a começar pela população ribeirinha, que o pescado
representa a sua principal fonte de proteínas (YALLOUZ, 2004).
O metilmercúrio parece agir através de mecanismo de inibição de síntese protéica
sobre as células nervosas (OGA, 1996). O envenenamento por mercúrio pode causar efeitos
corrosivos na pele, membranas, mucosas, náusea severa, vômito, dor abdominal, danos aos
rins, perda de visão e audição, deterioração mental, tremores, vertigens, irritabilidade e
depressão, associados com salivação, estomatite, diarréia e morte (ANGELUCCI, 1979).
O consumo médio de mercúrio em alimentos, pelo homem, é estimado em 0,01mg/dia.
Os sintomas de toxicidade começam a ocorrer em dietas contendo cerca de 0,3mg/dia de
metil-mercúrio (ANGELUCCI, 1979).
De acordo com a Legislação Brasileira, peixes e produtos da pesca (exceto peixes
predadores), são considerados impróprios para a comercialização quando apresentarem teores
acima de 0,5mg/Kg de peixe, enquanto para peixes carnívoros este limite é de 1,0mg/Kg de
peixe (BRASIL, 1998). A determinação de mercúrio em pescado é de fundamental
importância devido à toxicidade de vários compostos orgânicos de mercúrio e sua ampla
distribuição pelo meio ambiente (SKOOG et al, 2002). Idealmente, uma avaliação contínua do
teor de mercúrio em pescado deveria ser realizada como medida preventiva (MARQUES e
YALLOUZ, 2001).
2.3.3 Interações entre Mercúrio e Selênio
Combinações de selênio têm um grande mero de funções biológicas em humanos e
em várias espécies de animais. A ação mais importante e conhecida das combinações do
selênio é relacionada à redução dos efeitos perigosos do mercúrio (LIMA et al, 2004).
A provável ação do selênio, protegendo contra a toxicidade de metais pesados foi
primeiramente proposta em 1967. Neste ano, Parísek e Ostáladová, demonstraram a ação
protetora do selênio na intoxicação por mercúrio utilizando injeções de cloreto de mercúrio e
selenito de sódio (CINTRA, 1990). Em 1972, Ganther e colaboradores, verificaram que
animais submetidos a uma dieta deficiente em selênio apresentavam uma sensibilidade maior
à toxicidade de compostos organomercurais. Oga (1996) elata que animais de experimentação
são protegidos dos efeitos tóxicos do metilmercúrio pela administração de selênio. Bjorkman
e colaboradores, (1995) ao analisarem tecido cerebral de macacos expostos ao metilmercúrio,
encontraram em seus resultados que o selênio desempenha uma importante função na
retenção de mercúrio no cérebro.
O selênio age reduzindo os efeitos tóxicos do mercúrio (OSMAN et al, 1998 apud
LIMA et al, 2004), interfere na distribuição do mercúrio nos tecidos, na sua excreção e na
relação mercúrio inorgânico/metilmercúrio nos tecidos. Todavia, o selenito, produto da
biotransformação do selênio, eleva a concentração de metilmercúrio no cérebro. A redução
metabólica do selenito leva à formação do disselenito, com grande afinidade pelo cátion
metilmercúrio. A formação do (CH
3
Hg)
2
Se ocorre in vitro e in vivo (OGA, 1996).
De acordo com Yoneda e Suzuki, 1987 (apud LIMA et al, 2004), o mercúrio reage
primeiro com a forma reduzida do selênio (selenito), formando o complexo Hg-Se e
posteriormente liga-se à proteína (selênio-proteína P); a partir disso, forma-se um complexo
estável com o metal.
Oga (1996) explica as interações entre mercúrio e selênio, ao menos teoricamente,
através da formação de complexos proteína-selênio-mercúrio, e ainda, pela formação
intracelular de corpos de inclusão. O selênio diminui a passagem de mercúrio através da
barreira placentária e também a concentração de mercúrio no leite. No caso de peixes, não são
entendidos os mecanismos exatos de interação entre mercúrio e selênio (LIMA et al, 2004).
2.4 INSTRUMENTAÇÃO ANALÍTICA
2.4.1 Aspectos Teóricos da Absorção de Luz
Como serão utilizados, neste trabalho, métodos de espectrofotometria de absorção
atômica para quantificação de mercúrio e selênio, veremos a seguir algumas noções básicas
sobre o assunto.
Primeiramente, consideramos um átomo de um elemento químico qualquer no estado
fundamental, onde E
o
representa seu nível mais baixo de energia e E
1
um nível mais elevado
ou excitado. Absorvendo um quantum de energia radiante, o átomo é promovido do estado E
o
para E
1
e esta “quantidade” de energia, pode ser determinada pela seguinte equação de Bohr:
E = E
1
E
o
= hν = hc / λ (1)
onde:
E = variação de energia do átomo do estado fundamental para um estado mais
energético
c = velocidade da luz no vácuo
h = constante de Planck
ν = freqüência
λ = comprimento de onda da radiação absorvida
Após a absorção da radiação, o átomo sofre relaxamento e o elétron volta ao nível de
energia mais estável, liberando a energia adquirida nas formas de luz ou calor. Pode-se
verificar que, quanto maior a diferença de energia entre os dois níveis considerados, menor
será o valor do comprimento de onda, que a constante de Planck e a velocidade da luz no
vácuo possuem valores constantes. A relação entre os átomos no estado fundamental e no
estado excitado pode ser obtida através da equação de Boltzmann:
N
1
/ N
o
= (g
1
/ g
o
) ε (2)
Onde:
N
1
= número de átomos no estado excitado
N
o
= número de átomos no estado fundamental
g
1
/ g
o
= razão dos pesos estatísticos nos estados fundamental e excitado,
respectivamente
K = constante de Boltzmann
T = temperatura em graus Kelvin
Considerando que, em condições normais de trabalho de um espectrômetro de
absorção atômica (temperaturas inferiores a 3000 °C e comprimento de onda abaixo de
600nm), a população de átomos no estado excitado é desprezível frente à população no estado
fundamental, praticamente todos os átomos apresentam-se aptos a absorver energia
(CAMPOS, 2001).
A combinação das leis de Beer e Lambert permite estabelecer a relação entre a
concentração de átomos no estado fundamental e a absorção de radiação, onde teremos:
A = log I
0
/I
t
= a . l . c (3)
Onde:
A = absorbância
I
0
= intensidade da radiação incidente emitida pela fonte de luz
I
t
= intensidade da radiação transmitida (não absorvida)
a = coeficiente de absortividade molar do meio
l = espessura da célula de absorção
c = concentração de átomos no estado fundamental
2.4.2 Espectrometria de Absorção Atômica
A espectrometria de absorção atômica (AAS) é uma das principais técnicas
empregadas na determinação de Se. O emprego de AAS é amplamente divulgado a mais de
50 anos. Devido o seu uso relativamente simplificado, não necessita de treinamentos formais
de pessoas para a análise. Muitos instrumentos de várias marcas comerciais são utilizados,
variando desde modelos simples e manuais até modelos altamente sofisticados e
automatizados (REILLY 1996).
A técnica é baseada na medição da energia radiante absorvida por átomos livres no
estado gasoso. As amostras são vaporizadas ou atomizadas em chama ou aquecimento elétrico
que após absorção de energia são dissociados em átomos livres.
A maioria dos átomos está no estado elementar e são capazes de absorver uma
radiação ressonante emitida por uma lâmpada de cátodo oco (hollow-cathode lamp) que é
uma fonte de energia estreita e intensa. A radiação emitida pela lâmpada, específica de cada
elemento, é passada através das amostras atomizadas e a quantidade de luz absorvida no
comprimento de onda em questão, é medida por um fotomultiplicador; em seguida as leituras
são comparadas com outras obtidas usando um padrão conhecido para determinar a
concentração analítica das amostras (CAMPOS, 2001; VARIAN, 2001). Os componentes
básicos do equipamento incluem:
Uma fonte de energia radiante para gerar luz no comprimento de onda característico
ao elemento a ser analisado. Essas fontes podem ser de três tipos: lâmpada de cátodo
oco (mais freqüentemente usada), lâmpadas de descarga eletrônica, EDLs, ou
lâmpadas de cátodo oco estimuladas por descargas, chamadas por superlâmpadas.
Um atomizador para criar uma população de átomos metálicos do elemento de
interesse no estado gasoso. os distintos tipos de atomizadores são: de chama, gerador
de hidretos, gerador de vapor frio e eletrotérmico.
Um monocromador para isolar a raia de ressonância de todas as outras raias emitidas
pela fonte de radiação e o ambiente que não serão absorvidas.
Um detector sensível à luz (usualmente um tubo fotomultiplicador).
Aparelhagem eletrônica que irá medir a resposta do detector e transformar esta
resposta nas medidas analíticas úteis. O instrumento de leitura pode ser de vários
modelos, os mais modernos usam interface direta de computadores.
2.4.3 Espectrometria de Absorção Atômica por Chama (FAAS)
A espectrometria de absorção atômica por chama (FAAS) usa ácido nitroso ou outros
gases para obter a chama e atomizar as amostras. Este método é rápido e razoavelmente
sensível permitindo a determinação da maioria dos elementos traços na faixa de µg/g.
Avanços tecnológicos na área dos microcomputadores têm conduzido para produção de
instrumentos de FAAS totalmente automatizados e capazes de determinar vários elementos
traços em diversas amostras (ALAEJOS e ROMERO, 1995).
2.4.4 Sistema de Geração de Hidretos
Uma solução de borohidreto de sódio é utilizada para formar hidretos voláteis, que
posteriormente serão dissociados liberando o elemento em seu estado elementar. A
dissociação do hidreto ocorre pelo aquecimento do composto provocado pela ação de uma
chama (CAMPOS, 2001).
Após a separação das fases líquida e gasosa, que ocorre no separador de fases, o
hidreto é conduzido até o sistema de detecção por meio da ação de um gás inerte ou até
mesmo de ar. Na espectrometria de absorção atômica, os elementos voláteis são levados para
a célula de absorção de quartzo, que está localizada acima do queimador (CAMPOS, 2001).
O que ocorre exatamente é a separação do selênio das amostras e formação de hidretos
gasosos de selênio (H
2
Se), originados da reação dos compostos de selênio (IV), com o
borohidreto de sódio e o ácido clorídrico.
O hidrogênio é formado pela reação com o borohidreto e o ácido clorídrico, em
seguida o hidrogênio reduzirá o selenito (SeO
3
2-
) a selenido (Se
2-
). Para a redução dos
compostos de selênio (VI) para selênio (IV) foi adicionado HCl semi-concentrado. Os
hidretos formados na reação foram quantificados pelo espectrômetro de absorção atômica, a
vantagem da geração de hidretos e da separação de hidretos de selênio, está na eliminação de
interferências e correção de background.
2.4.5 Sistema de Vapor Frio
A técnica de geração de vapor frio para análise de mercúrio consiste na geração deste
elemento no estado atômico, por meio da ação de um redutor, como o borohidreto de sódio ou
cloreto estanoso. O mercúrio em seu estado elementar apresenta apreciável pressão de vapor,
mesmo à temperatura ambiente, o que viabiliza seu transporte por meio de um gás inerte para
o sistema de detecção (CAMPOS, 2001).
Após a separação das fases líquida e gasosa, que ocorre no separador de fases, o vapor de
mercúrio é conduzido até o sistema de detecção por meio da ação de um gás inerte ou até
mesmo ar. As principais vantagens na introdução dos métodos tanto para geração de hidretos
como vapor de mercúrio na espectrometria de absorção atômica são a diminuição das
interferências e de efeito memória (CAMPOS, 2001).
2.5 Validação da Metodologia Analítica para determinação de Hg e Se
Não é suficiente saber o valor encontrado em determinada análise, é importante
conhecer também a segurança com a qual este dado pode ser repetido pelo analista, ou por
outros analistas sendo do mesmo ou de Laboratórios diferentes.
Visando um controle de qualidade interna referente aos resultados analíticos obtidos
no Laboratório de toxicologia é que o IEC/SAMAM mantém acordos de intercalibração
laboratorial com diversas instituições nacionais e internacionais.
Neste estudo foram utilizados materiais de referência certificados para controle de
qualidade analítica (DOLT 2), padrões internos (APPX 2958 e APPX 2960) produzidos pelo
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,
exercícios de intercalibração com o Laboratório de Análise de Hg do Instituto Nacional da
Doença de Minamata (NIMD-Japão) e com o Laboratório da Universidade de Quebec em
Montreal (UQAM) no Canadá, além do Laboratório de Biogeoquímica da Universidade
Federal de Rondônia e o Laboratório de Análises de Alimentos do Departamento de Farmácia
da USP.
A curva de calibração para análise de Selênio amostras de peixes no espectrômetro de
absorção atômica com sistema de geração de hidretos (HG-AAS), apresentou ótima
linearidade na faixa de 0 a 16 µg/L, registrando-se limite de detecção de 0,53 µg/L. A
metodologia apresentou excelente reprodutibilidade e a recuperação analítica foi de 91,08%
para amostra de peixe de referência certificada, como pode ser observado na Tabela 04.
Tabela 04. Resultados analíticos da amostra certificada DOLT-2
Referência Certificada Concentração
Certificada
N Recuperação
(%)
Desvio Padrão
DOLT -2
6,06 µg/g de Se
10
91,08 0,1289
A curva de calibração para análises de Hg em amostras de Camarão e Carangueijo, no
espectrômetro de absorção atômica apresentou uma boa linearidade na faixa de 0 a 60 µg/L,
registrando-se limite de detecção de 3,55 µg/L. A metodologia apresentou também excelente
reprodutibilidade e a recuperação analítica foi de 94,78 e 92,65 % para duas amostras de
referência certificada (Tabela 5).
Tabela 5. Resultados analíticos das amostras certificadas APPX-2958 e APPX-2960.
Referência Certificada Concentração
Certificada
N Recuperação
(%)
Desvio Padrão
APPX-2958
2,91 µg/g de Hg
10
94,78 0,1379
APPX-2960
4,95 µg/g de Hg
10
92,65 0,2049
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 MATÉRIA PRIMA
As espécies estudadas nesta pesquisa estão apresentadas na Tabela 06. Todas as
amostras analisadas neste trabalho são procedentes de 02 pontos de venda de Belém Pará:
Mercado do Ver-o-Peso e Mercado de Peixes de Icoaraci. A cada coleta, 10 pescados
amazônicos na fase adulta, sendo 08 espécies diferentes de peixes e 02 de crustáceos foram
adquiridos em triplicata, quer dizer que nove indivíduos de cada espécie foram coletados para
formar uma amostra de cada espécie. Em 20/05/2004 e 02/06/2004, as amostras foram
compradas no Mercado do Ver-o-Peso; em 28/06/2004, elas foram adquiridas no Mercado de
Peixes de Icoaraci. As 30 amostras (10 pescados x 3 coletas) foram conservadas sob
refrigeração até processamento.
Tabela 06. Nomes vulgares e respectivos nomes científicos das espécies estudadas.
NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO
Camarão sete barbas Penaeus subtilis
Caranguejo
Ucides cordatus
Corvina
Plagioscion squamosissimus
Dourada
Brachyplatystoma flavicans
Gurijuba
Arius parker
Pargo
Lutjanus purpureus
Pescada Amarela
Cynoscion acoupa
Pescada Go
Macrodon ancylodon
Piramutaba
Brachyplatystoma vaillantii
Pirarucu
Arapaima gigas
.
3.2 PREPARAÇÃO PRELIMINAR
As amostras coletadas foram levadas ao Laboratório de Carnes da Universidade
Federal do Pará em recipiente térmico contendo gelo, a fim de conservar ao máximo suas
propriedades sem comprometimento das análises.
Para os peixes, efetuou-se a filetação de cada amostra, do tecido dorsal do músculo,
dispondo desta forma, das porções com fibras brancas e, em quantidade menor, em fibras
vermelhas.
De modo diferenciado foram tratadas as amostras dos crustáceos, sendo submetidos a
um pré-cozimento, a fim de facilitar a retirada de sua carne, com quantidade de água
suficiente para sua total submersão, sob temperatura de ebulição da água, por cerca de 15
minutos para o camarão e 25 minutos para o caranguejo (tempo necessário para que fosse
possível retirar a parte cárnea dos crustáceos).
Posteriormente, triturou-se o filé em multiprocessador de alimentos, com finalidade de
homogeneizar todo o material. Após homogeneização, as amostras foram dispostas em
bandejas de alumínio e posteriormente congeladas a temperatura de -20 ºC, por menos de 72
horas, para acelerar o processo de liofilização, realizado posteriormente.
O liofilizador utilizado foi Thermo Savant Modulyo D, com temperatura interna de -
50 °C ± 2 °C e a duração foi de 24 horas, sendo a capacidade máxima de seis bandejas.
As amostras foram submetidas a esse processo de conservação, visto que é uma
técnica empregada para substratos que serão utilizados em pesquisa, pela característica de
manter substâncias termolábeis sem alterações que venham a comprometer as análises
(PITOMBO, 1989).
Para conservação das características físico-químicas das amostras, após o processo, as
mesmas foram armazenadas em freezer à -20 ºC até que sofressem preparações específicas
para cada análise a que se destinaram.
3.3 REAGENTES E SOLUÇÕES
Todos os reagentes utilizados para analisar Hg e Se foram de grau de pureza analítica
PA. A água utilizada para o preparo de soluções, curva de calibração e diluição das amostras
foi do tipo Milli-Q. Os reagentes utilizados nas análises seguem abaixo:
Ácido Sulfúrico (H
2
SO
4
) 95 – 97% - Merck (Hg < 0,0005%)
Ácido Nítrico (HNO
3
) 69% - Merck (Hg < 0,0005%)
Ácido Perclórico (HClO
4
) 69,5% - Merck
Ácido Clorídrico (HCl) 37% - Merck
Cloreto Estanoso (SnCl
2
.2H
2
O) 99% - Merck
Permanganato de Potássio (KMnO
4
) 99% - Merck
Hidróxido de Sódio (NaOH) - Merck
Peróxido de Hidrogênio (H
2
O
2
) 30% - Merck
Cloridrato de Hidroxilamina - Merck
Boroidreto de Sódio - Merck
Cloreto de Mercúrio II (HGCl2) 97,5% - Merck
Extran – MA 01 alcalino – Merck
3.4 PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES PARA DETERMINAÇÃO DE HG E SE
Para efetuar as análises, foi necessário preparar soluções que fazem parte do processo
de tratamento das amostras. Para as analises de mercúrio são: HNO
3
+ HClO
4,
1:1, NaOH ,
5N, SnCl
2
a 10%, Hg
+2
100 µg/mL, KMnO
4,
a 0,5% e Hg
+2
20-60 ηg de Hg e para as análises
de selênio são: HCl 1,2 N e 1:1, Borohidreto a 0,5%, NaOH a 0,6% e Standard Se
1000µg/mL.
3.5 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA DETERMINAR HG
3.5.1 Chapa aquecedora
As amostras foram digeridas em uma chapa aquecedora THERMOLYNE, modelo
TYPE 2200 – (Japão), alcançando temperatura de 250
0
C.
3.5.2 Analisador de Mercúrio
Para determinar Hg nas amostras foi utilizado um espectrômetro de absorção atômica
com sistema de geração de vapor frio de Hg, modelo Mercury Analyzer Hg – 3500, fabricante
KKSANSOSS (Japão). Para o registro dos picos de mercúrio foi utilizado um registrador
modelo 3102111, fabricante YOKOGAWA.
3.6 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA DETERMINAÇÃO DE SE
3.6.1 Bloco digestor
As digestões das amostras de pescado, para análise de Se, foram feitas utilizando um
bloco digestor, marca Nova ética, modelo 208, alcançando 160
0
C.
3.6.2 Espectrômetro de Absorção Atômica Acoplado a Sistema de Geração de Hidretos
O equipamento utilizado para determinação do selênio foi o aparelho de Absorção
Atômica acoplado a sistema de Geração de Hidretos (HGAAS), modelo AA 220, marca
Varian (Austrália).
3.7 METODOLOGIA ANALÍTICA
As atividades laboratoriais para quantificação de Hg e Se nas amostras de pescados
foram realizados no Laboratório de Toxicologia da Seção de Meio Ambiente do Instituto
Evandro Chagas (SAMAM/IEC). Para quantificação do Se foi utilizado um Espectrômetro de
Absorção Atômica (AAE) com sistema de gerador de hidretos e para o Hg, um aparelho
específico (Analyzer 3500). As amostras foram pesadas em duplicata utilizando uma balança
analítica de precisão da marca Chyo, modelo JK 200 (Japão).
3.7.1 Preparo das Amostras para Análise de Mercúrio
Em balança analítica pesou-se 0.5g da amostra em balões volumétricos de 50 mL e
submetidos aos procedimentos analíticos, através do método proposto por Akagi (AKAGI e
NISHIMURA, 1990; AKAGI et al, 1995) que será descrito abaixo.
A abertura (forma como é chamada a solubilização das amostras) das amostras foi
realizada adicionando os seguintes reagentes e solvente respectivamente: 2 mL da solução de
HNO
3
HClO
4
(1:1), 5 mL de H
2
SO
4
e 1 mL de H
2
O Milli-Q. Os balões volumétricos
contendo as amostras foram deixados em temperatura ambiente sobre a bancada por um
período de 12 horas, posteriormente foram aquecidos a 220
0
C por 20 min em uma chapa
aquecedora. Após o esfriamento à temperatura ambiente, os balões foram aferidos ao volume
de 50 mL com água Milli-Q e homogeneizados. O mercúrio está disponível em solução na
forma iônica.
3.7.2 Quantificação do Hg
Com a utilização de uma pipeta volumétrica a amostra em solução é injetada no frasco
de reação (máximo 20 mL) (Figura 2), sendo adicionado em seguida 1 mL da solução
redutora de cloreto de estanho (SnCl
2
.H
2
O) a 10 %. O vapor de Hg é carreado pela bomba de
ar P1, sendo neutralizado pela solução de hidróxido de sódio (NaOH) 5N; a reação ocorre por
cerca de 30 segundos. Em seguida, a bomba P2 é conectada arrastando o vapor através de um
banho de gelo, retirando a umidade, para posterior passagem na célula e detecção na
Absorção Atômica. O vapor de Hg que passa na célula de mercúrio está oxidado na forma
Hg
2+
. A concentração de mercúrio obtida é registrada na forma de altura do pico.
As determinações de mercúrio foram feitas pôr Espectrometria de Absorção Atômica
com sistema para geração de vapor frio de mercúrio, sendo utilizado o modelo Mercury
Analyzer Hg 3500, mostrado na Figura 11. As determinações de mercúrio total foram
registradas através de um registrador modelo 3102111, fabricante YOKOGAWA.
FIGURA 11: Modelo Mercury Analyzer Hg – 3500.
3.7.3 Equação para Determinação de Mercúrio
m(g)
VA
VF
BrancoPadrãodoMédia
BrancoAmostrasdasMédiang/g)(Padrão
C ÷×
×
=
Onde:
C concentração de mercúrio.
Padrão ng/g é a concentração do padrão (curva analítica de 0 a 6 ng de Hg).
Média das amostras – branco é a diferença entre as alturas médias dos picos das
amostras e a altura do branco em mm.
Média do padrão – branco é diferença entre as alturas médias dos picos dos padrões
e a altura do branco em mm.
VF volume final da amostra em mL.
VA volume da alíquota introduzida no analisador de mercúrio em mL.
m massa da amostra em gramas.
3.7.4 Preparo das Amostras para Análise de Selênio
O método utilizado para determinação de Se foi preconizado pelo Dr. Andreas Martens
(prof. Visitante na FCF/USP), Institut für Anorganische und Analytische Chemie, Technishe
Universität Braunschweig, Braunschweig, Alemanha e modificado no laboratório de
toxicologia da SAMAM/IEC.
Pesou-se 0,5g da amostra em tubos de ensaio, sendo em seguida adicionado 5 mL de
HNO
3
65%, e deixado em repouso por aproximadamente 12 horas. Os tubos foram então
levados a um bloco de digestão de amostras a 150
0
C, onde num intervalo de 15 em 15
minutos foram homogeneizados e retirados quando solução era límpida. Após a retirada do
bloco digestor, os tubos foram deixados em temperatura ambiente, adicionando em seguida
0,3 mL de peróxido de hidrogênio, sendo conduzidos novamente ao bloco de digestão por 30
min a 150
0
C. Após esse período e o esfriamento das amostras a temperatura ambiente, foi
adicionado 5 mL de HCl 1,2 N antes de colocar novamente estas amostras no digestor na
faixa de 100 - 120
0
C por 30 minutos.
Os tubos de ensaio após esse período foram retirados do bloco de digestão e esfriados
em temperatura ambiente, sendo aferidos para um volume final de 20 mL usando água Milli-
Q.
A metodologia aplicada no Laboratório de toxicologia para determinação de Se é
descrita na Figura 12. As análises foram realizadas no Espectrômetro de Absorção Atômica
com Sistema de Geração de Hidretos (HG-AAS), nas condições operacionais especificadas na
Tabela 5.
NaBH4 ( 0,6% )
s de Arraste
( Ar )
Rejeito
Célula de
Quartzo
Absorção
Atômica
Registrador
(Computador)
Bomba
Peristáltica
Separador
s-Líquido
HCl ( 6 mol/L )
Injeção de Amostras
Mixador
FIGURA 12: Esquema do Espectrômetro de Absorção Atômica com Sistema de Geração de
Hidretos.
Tabela 07. Condições operacionais para análise de Selênio utilizando espectrometria de
absorção atômica com sistema de geração de hidretos (HG-AAS).
Espectrômetro de Absorção Atômica Sistema de Geração de Hidretos
Parâmetro Condição Parâmetro Condição
Comprimento de Onda 196 nm Fluxo de NaBH
4
1 mL/min
Largura da Fenda 0,5 nm Fluxo de HCl 1 mL/min
Corrente da Lâmpada 10,0 mA Fluxo de Amostra 7 mL/min
Correção de Background (D
2
) ON Gás de Arraste Argônio
Modo de Calibração Concentração
Tempo de Espera 25 s
Tempo de Leitura 10 s
3.7.5 Quantificação do Selênio
A metodologia é baseada na separação do selênio das amostras e formação de hidretos
gasosos de selênio (H
2
Se), originados da reação dos compostos de selênio (IV), com o
borohidreto de sódio e o ácido clorídrico. O hidrogênio é formado pela reação com o
borohidreto e o ácido clorídrico, em seguida o hidrogênio reduzirá o selenito (SeO
3
2-
) a
selenido (Se
2-
).
Para a redução dos compostos de selênio (VI) para selênio (IV) é adicionado HCl
semi-concentrado, visto que o íon deve estar presente no seu estado mais baixo de oxidação
para formação do hidreto. Os hidretos formados na reação são quantificados pelo
espectrômetro de absorção atômica, a vantagem da geração de hidretos e da separação de
hidretos de selênio, está na eliminação de interferências e correção de background. A
metodologia aplicada no Laboratório de toxicologia para determinação de Se é descrita na
Tabela 05. As análises foram realizadas no Espectrômetro de Absorção Atômica com Sistema
de Geração de Hidretos (HG-AAS), marca VARIAN, modelo AA 220, nas condições
operacionais especificadas na Tabela 6.
A Exatidão traduz a concordância dos valores experimentais com o valor verdadeiro,
como não existem no mercado valores referendados de Hg e Se para amostras de Camarão e
Caranguejo, foram utilizados padrões certificados de sculo de peixe, Foi realizada também
a contaminação das amostras com valores de concentração conhecido do elemento a ser
analisado, conforme descrito abaixo:
1- Branco
2- Branco + Concentração conhecida do analito
3- Amostra Real
4- Amostra Real + Concentração conhecida do analito
5- Verificação da precisão e da exatidão dos resultados
As técnicas estudadas são reprodutivas e foram validadas por procedimentos analíticos
de controle de qualidade, podendo ser aplicadas com confiabilidade também em análises de
rotina.
O tratamento estatístico feito para os resultados de mercúrio nos diferentes locais de
coleta foi feito usando o programa SPSS 9.0 para Windows. O tratamento estatístico para a
concentração de mercúrio entre pescados carnívoros e não carnívoros foi com o
programa
Statgrafics Plus for Windows 2.1 Statisticalgrafics Corp.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 TEORES EM MERCÚRIO
Nas Tabelas 08 e 09 são apresentados os nomes popular e científico dos espécimes
analisados, assim como as concentrações médias e variações de mercúrio.
Os limites estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA,
Portaria 685 de 27 de maio de 1998 recomendam o valor de 0,5 µg/g para peixes não
predadores e 1,0 µg/g para predadores.
De acordo com os dados da Tabela 08, onde considerou somente as amostras coletadas
no mercado do Ver-o-Peso; pode-se verificar que a concentração de Hg nas espécies não
predadoras e predadoras, aqui estudadas foram em sua maioria, abaixo dos limites
preconizados pela legislação, sendo que os menores valores encontrados foram de 0,0582
µg/g +0,0167 (Caranguejo) e 0,1478 µg/g + 0,0162 (Pescada Gó). Os maiores valores da
concentração de Hg nas espécies não predadoras e predadoras foram respectivamente iguais a
0,2986 µg/g + 0,0055 (Pescada Amarela) e 1,2960 µg/g + 0,0159 (Pirarucu). Sendo que nesta
ultima espécie o valor da concentração de Hg superou o limite de referência (1,0 µg/g)
recomendado pela ANVISA para espécie predadora.
Vários fatores podem ter influência sobre as diferentes concentrações encontradas;
entre esses fatores estão as variações do metabolismo entre as espécies, a capacidade de
migração para locais onde a contaminação de mercúrio é diferente, o hábito alimentar, a
origem da pesca, além de parâmetros variáveis do ambiente aquático como já foram descritos.
Kitahara et al (2000), Brabo et al (1999) e Machado et al (2002) analisaram pescados
de água doce, pescados consumidos pela população de Sai Cinza e ostras de mangue
Crassostrea brasiliana do estuário de Cananéia SP, Brasil respectivamente, encontrando
também níveis de mercúrio abaixo do máximo exigido pela legislação.
Moura (2004) comenta que frações orgânica e mineral, condições de pH e oxigênio
dissolvido, podem favorecer a remoção do Hg e também do Se de águas em represas,
entretanto não devendo ser compreendida como ausência desses metais no ambiente, mas sim
como transferência desses para outros compartimentos do ecossistema aquático, tais como
sedimento ou biota. Brabo et al (1999) afirmam que os níveis de mercúrio em peixes podem
aumentar devido aos processos de organificação em ambientes aquáticos no transporte do
metal para as redes tróficas, a facilidade de absorção das espécies organomercurais e a baixa
taxa de excreção, associados aos processos de bioacumulação e disponibilidade do metal no
meio aquático.
Embora neste estudo não se tenha verificado a procedência ou local de captura dos
espécimes analisados é possível que a concentração média de Hg encontrada no Pirarucu
(1,2960 µg/g) esteja relacionada com o habitat dessa espécie. O pirarucu é o maior peixe da
ictiofauna de águas interiores da Região Amazônica, onde a atividade garimpeira, praticada
desde o final da cada de 50, tem potencializado de forma grave a contaminação por Hg dos
ecossistemas aquáticos dessa Região (RODRIGUES et al, 1994; AKAGI et al, 1995; MALM
et al, 1995; BIDONE et al, 1997; BRABO et al, 1998), o que permite assumir, em um
primeiro momento, que a superação do limite recomendado pela ANVISA da concentração de
Hg na espécie Pirarucu possa estar relacionado à maior biodisponibilidade de mercúrio no
habitar dessa espécie.
Tabela 08. Concentrações de Hg em µg/g nas espécies de pescados coletadas no mercado do
Ver-o-Peso.
Nome Popular
Nome Cientifico
Concentração
Amostra 1
Concentração
Amostra 2
Média
DP
Camarão (NC) Penaeus subtilis
0,049 0,0966 0,0728 0,0337
Caranguejo (NC) Ucides cordatus
0,0482 0,0718 0,0582 0,0167
Corvina (C)
Plagioscion squamosissimus
0,1424 0,1304 0,5323 0,0085
Dourada (C) Brachyplatystoma flavicans
0,309 0,1155
0,2365
0,1368
Gurijuba (C) Arius parke
0,2254 0,4981 0,4115 0,1928
Pargo (C) Lutjanus purpureus
0,8168 0,851 0,6716 0,0242
Pescada Amarela (NC)
Cynoscion acoupa
0,2317 0,2395 0,2986 0,0055
Pescada Go (C) Macrodon ancylodon
0,1023 0,1253 0,1478 0,0162
Piramutaba (C)
Brachyplatystoma vaillantii
0,1781 0,1317 0,1479 0,0328
Pirarucu (C) Arapaima gigas
1,2847 1,3072 1,2960 0,0159
C = espécies carnívoras; NC = espécies “não carnívoras”, DP = Desvio Padrão.
De acordo com os dados da Tabela 09, onde considerou somente as amostras
coletadas no mercado de Icoaraci, pode-se, verificar que as concentrações de Hg nas espécies
não predadoras e predadoras, aqui estudadas foram também em sua maioria, abaixo dos
limites preconizados pela legislação, sendo que os menores valores encontrados para espécies
não predadoras foram de 0,0547
µ
g/g (Caranguejo) e 0,134
µ
g/g (Piramutaba) para espécies
predadora. Os maiores valores da concentração de Hg nas espécies não predadoras e
predadoras foram respectivamente iguais a 0,5033
µ
g/g (Pescada Amarela) e 1,3242
µ
g/g
(Corvina). Sendo que nesta ultima espécie o valor da concentração de Hg superou o limite de
referência (1,0
µ
g/g) recomendado pela ANVISA para espécie predadora. Ramos et al (2004)
ao estudarem mercúrio em corvinas jovens coletadas em cinco estações da Baía de Ribeira, no
município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro, encontraram valores abaixo do limite
estabelecido pela legislação, porém os autores ressaltam que corvinas jovens não apresentam
comportamento migratório permanecendo no estuário até sua maturidade. Cabe mencionar
que neste estudo também não foi avaliado o estágio ou grau de maturidade das espécies que
no caso da corvina ocorre quando a mesma atinge 4 anos e apresenta aproximadamente 450
mm de tamanho médio. Os resultados de Ramos et al (2004) mostraram correlação positiva
entre a concentração de mercúrio no músculo e o tamanho das corvinas. A existência de
correlações significativas entre o mercúrio muscular e o comprimento e/ou peso da espécie
tem sido relatada em inúmeros trabalhos para diferentes espécies. (BOUSH e THIELEKE,
1983; CAPUTI, 1979; CASADEI e RODRIGUES, 1986; FUKUMOTO e OLIVEIRA, 1995;
HALL et al, 1977; PÉREZ et al, 1986). Conseqüentemente, tem sido sugerido o uso dessas
correlações como parâmetros para estimar o teor de mercúrio e definir o consumo de uma
dada espécie, segundo sua provável contaminação. Logo podemos assumir em um primeiro
momento que a superação do limite recomendado pela ANVISA da concentração de Hg na
espécie corvina possa ser uma conseqüência do estágio de maturação dessa espécie.
Tabela 09. Concentrações de Hg em µg/g nas diferentes espécies de pescados coletadas no
mercado de Icoaraci.
Nome Popular
Nome Cientifico Concentração
Caranguejo (NC) Ucides cordatus
0,0547
Corvina (C) Plagioscion squamosissimus 1,3242
Dourada (C) Brachyplatystoma flavicans 0,2852
Gurijuba (C) Arius parke
0,5111
Pargo (C) Lutjanus purpureus
0,3471
Pescada Amarela (NC) Cynoscion acoupa
0,5033
Pescada Go (C) Macrodon ancylodon
0,2158
Piramutaba (C) Brachyplatystoma vaillantii 0,134
Pirarucu (C) Arapaima gigas 0,3631
C = espécies carnívoras; NC = espécies “não carnívoras”
Moura (2004), ao estudar traíras (Hoplias sp) e pirambebas (Serrasalmus spilopleura
)
procedentes de Barra Bonita e Bariri no Estado do Rio de Janeiro, constatou que o teor de
mercúrio na musculatura da maior parte dos peixes ficou abaixo do limite estabelecido para
consumo, resultados estes que são comparáveis com os resultados encontrados neste trabalho.
Kitahara et al (2000) ao estudarem também mercúrio em pescados de água doce encontraram
resultados abaixo do limite estabelecido pela legislação brasileira, tanto para pescados
carnívoros como não carnívoros, resultados estes que são comparáveis com os resultados
encontrados neste trabalho. Já Lima et al (2004), estudando espécies de pescados de
Cachoeira do Piriá, no Estado do Pará, encontraram valores abaixo do estabelecido pela
legislação para peixes não carnívoros e níveis acima do estabelecido pela legislação em peixes
carnívoros.
As espécies gurijuba (0,5111 µg/g) e pescada amarela (0,5033 µg/g), ficaram no
limite do valor estabelecido pela legislação.
Neste trabalho foi detectada uma concentração média de mercúrio mais elevada nos
pescados carnívoros que nos não carnívoros.
4.2 TEORES EM SELÊNIO
As análises de Se foram realizadas devido ao fato desse elemento, quando disponível,
possuir a capacidade de interagir no organismo com o Hg, no sentido de baixar sua toxicidade
em diferentes graus, e desta forma prevenir as manifestações toxicológicas devida à exposição
a este tipo de metais (ORTUÑO et al, 1997).
Tanto as amostras coletadas no mercado do ver-o-peso quanto no mercado de icoaraci,
concordam com valores descritos na literatura. Cabe ressaltar que em nenhum dos casos ficou
evidenciado a relação inversamente proporcional de Se em relação ao mercúrio. , porém
estando a maioria das amostras
Os teores de selênio aqui estudados variaram entre 0,295 µg/g +
0,002
(valor mínimo)
para pescada gó e 0,689 µg/g +
0,021
(valor máximo) para piramutaba (Tabelas 10 e 11). Tais
valores encontrados são próximos aos valores descritos por Coutinho (1999), que relata que
os teores de selênio nos alimentos de origem animal apresentam concentrações que variam
entre 0,2 a 0,6 µg/g.
As recomendações de ingestão diárias de Se por dia são: 50 a 200 µg. Faial (2003), ao
estudar teores de Se em pescados do Estado do Acre encontrou entre os peixes carnívoros, os
valores entre 0,32 µg/g e 0,78 µg/g com média de 0,56 µg/g, enquanto para os não carnívoros
estes valores foram da ordem de 0,24 µg/g e 0,74 µg/g, com média de 0,53 µg/g. Moura
(2004), ao quantificar selênio em pescados encontrou valores que variaram entre 0,023µg/g
(valor mínimo) e 3,70µg/g (valor máximo) para pescados de Barra Bonita e 0,014µg/g e
3,67µg/g para pescados de Bariri, assemelhando-se esses resultados, com resultados
encontrados neste trabalho. Ferreira et al (2002) ao estudarem concentrações de selênio em
pescados consumidos no Brasil, encontraram os seguintes valores: 0,525 µg/g para atum
sólido em lata, 0,113 µg/g para postas de cação, 0,250 µg/g para camarão vermelho, 0,283
µg/g para filé de merluza, 0,460 µg/g para sardinha enlatada em óleo e 0,809 µg/g para
sardinha enlatada em molho de tomate.
Tabela 10. Concentrações de Se em µg/g nas espécies de pescados coletadas no mercado do
Ver-o-Peso.
Nome Popular
Nome Cientifico
Concentração
Amostra 1
Concentração
Amostra 2
Média
DP
Camarão (NC) Penaeus subtilis 0,335 0,378 0,3565 0,0304
Caranguejo (NC) Ucides cordatus 0,363 0,342 0,3525 0,0148
Corvina (C)
Plagioscion squamosissimus
0,369 0,344 0,3565 0,0176
Dourada (C) Brachyplatystoma flavicans 0,592 0,541 0,5665 0,0360
Gurijuba (C) Arius parke 0,585 0,513 0,549 0,0509
Pargo (C) Lutjanus purpureus 0,308 0,328 0,318 0,0141
Pescada Amarela (NC)
Cynoscion acoupa 0,466 0,453 0,4595 0,0091
Pescada Go (C) Macrodon ancylodon 0,295 0,298 0,2965 0,0021
Piramutaba (C) Brachyplatystoma vaillantii 0,659 0,689 0,674 0,0212
Pirarucu (C) Arapaima gigas 0,448 0,469 0,4585 0,0148
Legenda:
C
Espécie carnívora;
NC
espécie não carnívora.
Tabela 11. Concentrações de Se em µg/g nas espécies de pescados no mercado de Icoaraci.
Nome Popular
Nome Cientifico Concentração
Corvina (C) Plagioscion squamosissimus 0,388
Dourada (C) Brachyplatystoma flavicans 0,588
Gurijuba (C) Arius parke 0,577
Pescada Amarela (NC) Cynoscion acoupa 0,470 / 0,483
Pescada Go (C) Macrodon ancylodon 0,305
Piramutaba (C) Brachyplatystoma vaillantii 0,635
Pirarucu (C) Arapaima gigas 0,414
Legenda: No caso da pescada amarela, 2 amostras foram analisadas e não foram analisadas amostras de camarão,
caranguejo e pargo.
C
Espécie carnívora;
NC
espécie não carnívora.
4.3 CORRELAÇÃO ENTRE MERCÚRIO E SELÊNIO
As concentrações de selênio nos pescados coletados neste trabalho, não se associaram
de forma inversamente proporcional à concentração de mercúrio, o que concorda com os
resultados de Moura (2004), que ao estudar pescados em Barra Bonita e Bariri também
encontrou resultados similares.
5 CONCLUSÕES
No pescado coletado no mercado do Ver-o-Peso; pode-se verificar que as
concentrações de Hg nas espécies não predadoras e predadoras, aqui estudadas foram em sua
maioria, abaixo dos limites preconizados pela legislação. Apenas a espécie Pirarucu
apresentou um valor da concentração de Hg superior ao limite de referência (1,0 g/g)
recomendado pela ANVISA para espécie predadora. É possível que a concentração média de
Hg encontrada no Pirarucu oriundo do mercado do Ver-o-Peso (1,2960 g/g) esteja
relacionada com o habitat dessa espécie. Cabe também ressaltar com relação às amostras de
pescado obtidas no mercado do Ver-o-Peso que os menores valores encontrados foram de
0,0582 g/g +0,0167 (Caranguejo) e 0,1478 g/g + 0,0162 (Pescada Gó)
Nas amostras coletadas no mercado de Icoaraci, pode-se, verificar que as
concentrações de Hg nas espécies não predadoras e predadoras, aqui estudadas foram também
em sua maioria, abaixo dos limites preconizados pela legislação, sendo que os menores
valores encontrados para espécies não predadoras foram de 0,0547g/g (Caranguejo) e
0,134g/g (Piramutaba) para espécies predadoras. Os maiores valores da concentração de Hg
nas espécies não predadoras e predadoras foram respectivamente iguais a 0,5033g/g
(Pescada Amarela) e 1,3242g/g (Corvina). Sendo que nesta ultima espécie o valor da
concentração de Hg superou o limite de referência (1,0 g/g) recomendado pela ANVISA
para espécie predadora. Essa superação do limite da concentração de Hg recomendado na
espécie corvina pode ser conseqüência do estágio de maturação dessa espécie encontrar-se
elevada. Cabe também ressaltar que as espécies gurijuba e pescada amarela coletadas no
mercado de Icoaraci apresentaram concentrações de Hg iguais a 0,5111 g/g e 0,5033 g/g
respectivamente. Estas concentrações estão no limite do valor estabelecido pela legislação
brasileira ANVISA (0,5 g/g). Sendo que a primeira espécie teve uma variação de 2,2%
acima do valor estabelecido pela norma.
Para os pescados que suplantaram o teor de mercúrio estabelecido pela legislação os
resultados revelam um fato preocupante que é a possibilidade da espécie Pirarucu (Arapaima
gigas) e corvina (Plagioscion squamosissimus) estarem sendo comercializados em desacordo
com a legislação brasileira, expondo os consumidores aos riscos tóxicos provocados pelo
mercúrio. Com exceção do Pirarucu (Arapaima gigas) e corvina (Plagioscion
squamosissimus), a maioria das espécies avaliada neste trabalho encontra-se dentro do limite
estabelecido pela legislação brasileira em teor de mercúrio.
Os teores de selênio aqui estudados variaram entre 0,295 µg/g (valor mínimo) para
pescada e 0,689 µg/g (valor máximo) para piramutaba. Cabe mencionar que diversos
estudos têm mostrado a importância do selênio em relação aos efeitos tóxicos do mercúrio, o
que não foi possível identificar neste trabalho em que os teores de Se aqui estudados não se
apresentaram de forma inversamente proporcional aos teores de Hg. Pelo fato de o selênio ser
incorporado em diversas proteínas do organismo humano, estando seu maior benefício
relacionado a enzimas antioxidantes como as do grupo da glutationa peroxidase que atuam no
metabolismo de compostos estranhos no organismo, além de outras funções como já foi
relatado anteriormente, torna-se imprescindível uma dieta balanceada neste mineral. As
espécies aqui estudadas apresentaram valores de Se que são equivalentes aos encontrados na
literatura podendo ser classificadas como boa fonte do mineral.
SUGESTÕES
Continuar o estudo com as espécies que tiveram valores acima do estabelecido
pela legislação, sendo que em maior número de espécies coletadas para análise.
Identificar o local de captura das espécies.
Realizar as coletas das espécies em diferente período sazonal (verão/inverno).
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