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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
AVALIAÇÃO DA RECARGA ANUAL NO AQÜÍFERO BAURU
NO MUNICÍPIO DE ARAGUARI, MINAS GERAIS
AUTORA: Gisele Ana Bertol
ORIENTAÇÃO: Profª Drª Leila Nunes Menegasse Velásquez
COORIENTAÇÃO: Drª Stela Dalva Santos Cota
BELO HORIZONTE
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
AVALIAÇÃO DA RECARGA ANUAL NO AQÜÍFERO BAURU
NO MUNICÍPIO DE ARAGUARI, MINAS GERAIS
Dissertação apresentada ao curso
de mestrado do Instituto de
Geociências da Universidade
Federal de Minas Gerais
Área de concentração:
Geologia Econômica e Aplicada
AUTORA: Gisele Ana Bertol
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________
Drª Leila Nunes Menegasse Velásquez
(IGC/UFMG)
____________________________________
Dr. Luis de Almeida Prado Bacellar
(UFOP)
____________________________________
Dr. Rubens Martins Moreira
(CDTN)
BELO HORIZONTE
2007
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Poema da Água
Bendita seja, pois, água divina que
fecunda, consola, dessedenta, purifica, e
que, desde pequenina, feita gota de
orvalho, mata a sede das plantas
entreabertas e prepara o festivo esplendor
da primavera e que, nascida em ncaros
da serra vem de tão alto, procurando
sempre ter um fim de planície e de
humildade até perder, na última renúncia, o
nome de batismo de seus rios para ficar
anônima nos mares.
Luiz Nogueira Barros
I
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e aos meus pais Luiz e Zeli que tanto amo e que deram o
impulso inicial em minha trajetória.
Agradeço a Profª Drª Leila Nunes Menegasse Velásquez e à Drª Stela Dalva dos Santos Cota,
pela orientação, sugestões, críticas, dedicação, paciência e estímulos a mim dedicados.
Agradeço a todos os amigos do CDTN por estarem sempre dispostos a me ajudar no
esclarecimento de qualquer dúvida, Otávio Eurico, Carlos Alberto, Virgilho Bontempo, Paulo
Minardi, Paulo Rodrigues, Vinícius Verna e um agradecimento muito especial ao Cláudio
Camargos que muito me auxiliou dispondo de seu tempo e por todo o conhecimento a mim
transmitido.
Ao Programa de s-graduação em geologia pela da UFMG pela oportunidade que me foi
concedida para a realização do mestrado.
Ao fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) pelo apoio financeiro.
Ao Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM) e a Superintendência de Água e Esgoto de
Araguari (SAE) pela disponibilização dos dados fluviométricos, imprescindíveis para esse
estudo.
Ao Geógrafo Rafael Rodrigues pela disponibização de dados pluviométricos e pela realização
das medidas de variação do nível da água nos poços em Araguari, colaboração de
fundamental importância.
A Jussara Diaz por sua amizade, apoio e pela troca de conhecimentos durante o caminho
percorrido ao longo desses dois anos.
Agradeço também a minha maninha Jakelaine e as minhas amigas Alessandra e Rosilene, que
mesmo distantes sempre me apoiaram e me deram forças para enfrentar os desafios e as
dificuldades para a elaboração dessa dissertação.
E por fim, dedico essa dissertação ao meu amor Otávio e aos meus sogros Luiz Octávio e
Maria lia por me acolherem em seu maravilhoso lar, pelo incentivo, compreensão e
carinho. Amo vocês.
II
RESUMO
No município de Araguari, o aqüífero Bauru é intensamente explorado, sendo que o
suprimento de água para o abastecimento público, irrigação e uso industrial é feito quase
exclusivamente por suas águas, gerando conflitos entre os usuários, principalmente do setor
agrícola. A avaliação da recarga aqüífera é um fator determinante para o gerenciamento das
explotações de água subterrânea, sendo a recarga definida, de maneira geral, como a
quantidade de água que é acrescentada ao aqüífero, em um determinado período de tempo.
Nesta dissertação, a recarga aqüífera anual foi estimada por meio dos métodos da análise da
curva de recessão do hidrograma e pelas medidas de variação do nível da água e os resultados
foram comparados às recargas estimadas pelo balanço hídrico e pelo traçador radioativo,
efetuadas por outros autores na mesma área e período. O trabalho foi desenvolvido em duas
sub-bacias pertencentes à bacia hidrográfica Ribeirão das Araras, totalizando uma área de
37,3km². Os valores estimados pela análise da curva do hidrograma compreenderam dois anos
hidrológicos 2003/2004 e 2004/2005. Para o primeiro ano foram estimados valores de 398mm
para sub-bacia Córrego Amanhece e 422mm para a sub-bacia Ribeirão das Araras, e de
515mm e 543mm, respectivamente, para o segundo ano hidrológico. Em comparação com os
métodos do balanço hídrico e do traçador radioativo, o método da análise da curva de
recessão mostrou-se menos influenciado pela precipitação mais recente, fornecendo
estimativas mais representativas ao longo do tempo. Entretanto, este método aplicado em
áreas com influência antrópica podem levar a incertezas na obtenção do coeficiente de
recessão devido a alterações na geometria da curva de recessão pelas retiradas de água
superficial e subterrânea. A recarga aqüífera anual estimada por meio da variação do nível da
água, utilizando a média da somatória dos incrementos de nível d’água, foi de 470mm,
correspondente ao período de mar/2005 a fev/2006. Esse método foi aplicado em um período
diferente dos demais métodos, mas o valor estimado apresentou resultados satisfatórios. A
comparação do resultado com valores de literatura estimados a partir do desnível máximo
mostrou que o uso da média dos eventos de ascensão permite agregar todos os incrementos de
recarga ao longo do período monitorado, levando a valores de recargas maiores. Esse método
mostrou-se também bastante sensível a influências antrópicas em áreas urbanas.
Palavras chave: Recarga, aqüífero Bauru, curva de recessão.
III
ABSTRACT
In the Araguari district, the Bauru aquifer is intensely explored, and it is the main
water supply source for public provisioning, irrigation and industrial uses. That intense
explotation generates conflicts among users, mainly of the agricultural sector. The aquifer
recharge evaluation is a decisive factor for the ground water management. Ground water
recharge is defined in general, as the amount of water that is added to the aquifer, in a certain
period of time. In this dissertation, the aquifer annual recharge was estimated through
hidrogram recession curve analysis methods and water level variation measures, and the
results were compared to the water balance estimated recharges and by the radioactive tracer,
made by other authors in the same area and period. The work was developed in two sub-
basins that belong to the Ribeirão das Araras hidrographical basin, which has a total area of
37,3km². The estimated values in the hidrogram curve analysis comprehend two hydrological
years - 2003/2004 and 2004/2005. For the first year, the 398mm value was estimated for
Córrego Amanhece sub basin and the 422mm for Ribeirão das Araras sub basin; also, the
515mm and the 543mm values were estimated, respectively, for the second hydrological year.
Compared to the water balance and the radioactive tracer methods, the recession curve
analysis method was less influenced by the most recent precipitation, supplying more
representative estimates along the time. However, to apply this method in areas where some
anthropogenic influence exists can take to uncertainties in the recession coefficient obtaining
due to recession curve geometry variations for the superficial and underground water
withdrawn. The estimated aquifer annual recharge through the water level variation, using the
water level increments sum average, was 470mm, corresponding to mar/2005-fev/2006
period. That method was applied in a different period from other methods, but the obtained
estimated value was satisfactory. When the obtained results where compared to literature
values estimated from the maximum level variation, it was shown that the water level
increased events average use allows to join all the recharge increments along the monitored
period, taking to larger recharges values. This method was also shown quite sensitive to
antrophogenic influences in urban areas.
Key Words: Recharge, Bauru aquifer, recession curves.
IV
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS......................................................................................................... I
RESUMO.............................................................................................................................II
ABSTRACT....................................................................................................................... III
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... VI
LISTA DE TABELAS......................................................................................................VII
CAPÍTULO 1
1 - INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
1.1
L
OCALIZAÇÃO DO
M
UNICÍPIO DE
A
RAGUARI
...............................................................3
1.2
O
BJETIVOS
..................................................................................................................4
1.3
-
J
USTIFICATIVAS
...........................................................................................................4
CAPÍTULO 2
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................5
2.1
C
ARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA REGIONAL
.....................................5
2.1.2 – Bacia Sedimentar do Paraná...............................................................................5
2.1.2 – Sistema Aqüífero Guarani (SAG) ........................................................................8
2.2
C
ARACTERIZAÇÃO
G
ERAL DO MUNICÍPIO DE
A
RAGUARI
............................................11
2.2.1 - Dados sócio-economicos ...................................................................................11
2.2.2 – Uso da água no município.................................................................................12
2.2.3 – Clima................................................................................................................14
2.2.4 – Hidrografia.......................................................................................................14
2.2.5 – Geomorfologia..................................................................................................17
2.2.6 – Solos.................................................................................................................18
2.2.7 – Vegetação .........................................................................................................20
2.2.8 – Geologia...........................................................................................................20
2.2.8.1 - Unidades Pré-Cambrianas...........................................................................20
2.2.8.2 - Unidades Mesozóicas..................................................................................22
2.2.8.2.1 - Grupo São Bento..................................................................................22
2.2.8.2.2 - Grupo Bauru........................................................................................24
2.2.8.3 - Unidades Cenozóicas ..................................................................................26
2.2.9 – Unidades Aqüíferas...........................................................................................27
2.2.9.1 - Aqüífero Botucatu.......................................................................................27
2.2.9.2 - Aqüífero Serra Geral...................................................................................27
2.2.9.3 - Aqüífero Bauru...........................................................................................28
2.3
C
ARACTERIZAÇÃO FÍSICA
,
USO DA ÁGUA E DO SOLO NAS SUB
-
BACIAS EXPERIMENTAIS
31
2.4
R
ECARGA AQÜÍFERA
.................................................................................................33
2.4.1 – Fatores que influenciam na recarga aqüífera....................................................35
2.4.2 – Métodos de avaliação de recarga......................................................................36
2.4.2.1 – Análise da curva de recessão do hidrograma...............................................36
2.4.2.2 – Variação do nível da água (VNA)...............................................................40
2.4.2.3 – Balanço Hídrico .........................................................................................42
V
2.4.2.4 – Técnica de Traçadores................................................................................44
2.5
H
ISTÓRICOS DOS ESTUDOS HIDROGEOLÓGICOS REALIZADOS NO MUNICÍPIO DE
A
RAGUARI
........................................................................................................................46
CAPÍTULO 3
3 - METODOLOGIA .........................................................................................................50
CAPÍTULO 4
4 - RESULTADOS .............................................................................................................53
4.1
T
RATAMENTO DOS
D
ADOS
M
ONITORADOS
................................................................53
4.1.1 - Dados pluviométricos ........................................................................................53
4.1.2 - Dados Fluviométricos........................................................................................56
4.1.3 - Dados de Variação do Nível da Água ................................................................62
4.2
R
ESULTADOS DOS MÉTODOS ESTIMATIVOS DE RECARGA APLICADOS NO ESTUDO
.........66
4.2.1 – Estimativa da recarga anual pelo método da Análise da curva de recessão de
hidrograma ..................................................................................................................66
4.2.2 – Estimativa da recarga anual pelo método da Variação do nível d’água ............71
4.3
D
ISCUSSÕES
..............................................................................................................72
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES ..................................................................................................................75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................77
ANEXOS.............................................................................................................................82
A
NEXO
1
-
S
ÉRIE DAS PRECIPITAÇÕES MENSAIS DA ESTAÇÃO
A
RAGUARI
(M
G
)
-
C
ÓDIGO
A
NA
:
01848010 .........................................................................................................................82
A
NEXO
2
O
UTORGADOS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS NAS SUB
-
BACIAS
R
IBEIRÃO DAS
A
RARAS E
C
ÓRREGO
A
MANHECE
.......................................................................................83
A
NEXO
3
D
ADOS DIÁRIOS DE VAZÕES DA SUB
-
BACIA
R
IBEIRÃO DAS
A
RARAS
...................85
A
NEXO
4
D
ADOS DIÁRIOS DE VAZÕES DA SUB
-
BACIA
C
ÓRREGO
A
MANHECE
.....................93
A
NEXO
5
D
ADOS DOS POÇOS SELECIONADOS PARA MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DO NÍVEL DE
ÁGUA
..............................................................................................................................101
VI
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
Figura 1.1 – Localização do Município de Araguari.................................................................3
CAPÍTULO 2
Figura 2.1 – Localização da Bacia do Paraná na América do Sul.............................................6
Figura 2.2 – Coluna cronoestratigráfica da Bacia Sedimentar do Paraná..................................8
Figura 2.3 – Mapa esquemático do SAG... ................................................................................9
Figura 2.4 – Mapa Hidrográfico do município de Araguari.....................................................16
Figura 2.5 - Mapa de solo das sub-bacias.................................................................................19
Figura 2.6 - Mapa geológico simplificado do município de Araguari......................................21
Figura 2.7 - Mapa Potenciométrico do Aqüífero Bauru em Araguari......................................30
Figura 2.8 – Mapa de localização da sub-bacias.......................................................................32
Figura 2.9 – Exemplo de um hidrograma característico gerado por uma chuva.......................37
Figura 2.10 – Determinação do coeficiente de recessão pelo método de Barnes.....................39
CAPÍTULO 4
Figura 4.1 – Distribuição e série dos valores das precipitações Ribeirão das Araras...............53
Figura 4.2 – Distribuição e séries dos valores das precipitações Córrego Amanhece..............54
Figura 4.3 –Correlação pluviométrica das sub-bacias C. Amanhece e R. Araras....................54
Figura 4.4 – Séries dos valores das precipitações da estação Araguari....................................55
Figura 4.5 – Séries dos valores das precipitações relativos aos meses de mar/05 a fev/06.....56
Figura 4.6 - Réguas linimétricas...............................................................................................57
Figura 4.7 – Série de valores de deficiência e excedentes das sub-bacias...............................58
Figura 4.8 - Hidrograma das vazões médias diárias das sub-bacia...........................................59
Figura 4.9 - Hidrograma das vazões e precipitação das sub-bacias..........................................61
Figura 4.10 - Medidor de nível elétrico....................................................................................63
Figura 4.11 - Variação do nível da água nos poços monitorados.............................................64
Figura 4.12 - Hidrograma das vazões médias diárias da sub-bacia Amanhece com as curvas de
recessão.....................................................................................................................................67
Figura 4.13 - Hidrograma das vazões médias diárias da sub-bacia Araras com as curvas de
recessão.....................................................................................................................................68
Figura 4.14 - Hidrograma Córrego Amanhece período de recessão 2004-2005.......................71
VII
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2
Tabela 2.1 – Principais produtos agrícolas no município de Araguari.....................................12
Tabela 2.2 - Distribuição quantitativa de poços por aqüífero...................................................13
Tabela 2.3 - Distribuição quantitativa dos poços por tipo de uso.............................................13
Tabela 2.4 - Cronologia dos eventos geológicos que controlaram a evolução geomorfológica
regional.....................................................................................................................................17
Tabela 2.5 – Extrações hídricas outorgadas nas sub-bacias experimentais..............................33
Tabela 2.6 – Resumo dos valores de recargas encontradas no município de Araguari............48
CAPÍTULO 3
Tabela 3.1 – Localização das estações de coleta de dados.......................................................52
CAPÍTULO 4
Tabela 4.1 – Valores de medidas de variação do nível da água dos poços monitorados..........63
Tabela 4.2 – Valores de vazão inicial (Q
0
) e final (Q
1
)............................................................66
Tabela 4.3 – Coeficientes de recessão das sub-bacias..............................................................69
Tabela 4.4 – Valores de recarga encontrados com a avaliação da curva de recessão...............70
Tabela 4.5 - Síntese das medições sistemáticas de NA realizadas na área de estudo...............71
Tabela 4.6 – Resumo dos valores de recarga aqüífera calculada por quatro métodos na área de
estudo........................................................................................................................................72
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
1
CAPÍTULO 1
1 - INTRODUÇÃO
A Bacia Sedimentar do Paraná, localizada no centro-leste da América do Sul, abriga
um enorme reservatório de água subterrânea denominado Sistema Aqüífero Guarani (SAG),
que se estende por quatro países (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Em uma ação
conjunta desses países que abrigam o SAG, iniciou-se o projeto de Proteção Ambiental e
Desenvolvimento Sustentável do Aqüífero Guarani, com o propósito de elaboração de estudos
para implantação coordenada de uma estrutura técnica e institucional com vistas à proteção e
gestão sustentável do Sistema Aqüífero Guarani. Este projeto contou com recursos do Fundo
para o Meio Ambiente Mundial (GEF), sendo o Banco Mundial o órgão implementador, e
coordenação da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Os sedimentos que constituem o SAG se depositaram ao longo da Era Mesozóica
(períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior e Superior), e correspondem, da base para o
topo, às seguintes Formações: Pirambóia, Botucatu, Serra Geral e Grupo Bauru.
O Sistema Aqüífero Guarani possui extensão aproximada de 1,2 milhão de km²,
sendo que aproximadamente 94% pertence ao território brasileiro distribuindo-se pelos
estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso e Goiás, totalizando oito estados. A região oeste do Estado de Minas
Gerais, pertencente à zona geográfica do Triângulo Mineiro, abriga aproximadamente 10% do
total do SAG no Brasil.
No âmbito do projeto supracitado, foi aprovado em 2004 o projeto “Avaliação dos
Recursos Hídricos do Sistema Aqüífero Guarani (SAG) no Município de Araguari, Minas
Gerais, Brasil”. Este projeto contou com recursos disponibilizados pelo Fundo das
Universidades e tem a participação das seguintes Instituições: Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear/Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CDTN/CNEN), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e
colaboração do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).
Esta dissertação insere-se neste projeto e visa contribuir para a avaliação da recarga
do Aqüífero Bauru no Município de Araguari. Esse município se encontra situado no extremo
da borda nordeste do SAG.
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
2
No município de Araguari o aqüífero Bauru é intensamente explorado e o suprimento
de água para o abastecimento público, irrigação e uso industrial é feito quase exclusivamente
por suas águas. Essa intensa explotação vem gerando conflitos entre os usuários,
principalmente do setor agrícola. A estimativa da recarga aqüífera é um fator determinante
dos estudos hidrogeológicos e do gerenciamento das explotações de água subterrânea, tendo
em vista a sustentabilidade, a longo prazo, da quantidade e da qualidade da água do aqüífero.
A recarga de águas subterrâneas é definida, de maneira geral, como a quantidade de água que
é acrescentada ao aqüífero, num determinado tempo.
Desta forma a estimativa da recarga subterrânea no aqüífero Bauru constitui-se num
parâmetro fundamental para os estudos que subsidiarão o IGAM em suas atividades de
gerenciamento, elaboração e implementação de planos de gestão dos recursos hídricos do
município para um uso mais eficiente dos aqüíferos.
Dentro do contexto desse estudo foram selecionadas como áreas experimentais para a
estimativa da recarga no aqüífero Bauru as sub-bacias Ribeirão das Araras e Córrego
Amanhece, situadas em áreas de intensa explotação das disponibilidades hídricas superficiais
e subterrâneas. Para a estimativa da recarga nessas sub-bacias foram escolhidos dois métodos,
sendo eles: analise da curva de recessão de hidrograma (α) e medidas de variação do nível da
água. Esses métodos serão posteriormente comparados entre si e com os métodos do Balanço
Hídrico e do Traçador Radioativo (trítio) aplicados na área em estudo para a avaliação da
recarga no aqüífero Bauru (Velásquez et al. 2006).
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
3
1.1 – Localização do Município de Araguari
O município de Araguari pertencente à zona geográfica do Triângulo Mineiro, região
oeste do Estado de Minas Gerais (Figura 1.1), distante a 569 km da capital Belo Horizonte. O
município possui uma extensão total de 2.745,85km², e está inserido entre as entre as
coordenadas geográficas S 18°19’15” – 18°54’00” e W 48°40’50” 47°49’50”. As sub-
bacias em estudo situam-se nesse município.
O município de Araguari encontra-se distribuído entre as folhas plani-altimétricas
editadas pelo IBGE (1984), escala 1:100.000: Folha Corumbaíba MI-2413; Folha Goiandira
- MI-2414; Folha Catalão – MI-2415; Folha Tupaciguara - MI-2450; Folha Uberlândia – 2451
e Folha Estrela do Sul – MI-2452.
Limita-se ao norte com o Estado de Goiás, ao sul com o município de Uberlândia, a
sudeste com o município de Indianópolis, a nordeste com o município de Cascalho Rico, a
leste com o município de Estrela do Sul e a oeste com o município de Tupaciguara, todos
estes em Minas Gerais.
O município de Araguari está posicionado no interflúvio dos rios Araguari e
Paranaíba, sendo o rio Araguari afluente do rio Paranaíba e este afluente da margem esquerda
do rio Paraná.
Figura 1.1 – Localização do Município de Araguari.
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
4
1.2 – Objetivos
Este trabalho tem por objetivo avaliar a recarga natural do Aqüífero Bauru no
município de Araguari, por meio dos métodos de análise da curva de recessão de hidrograma
(α) e medidas de variação do nível da água, assim como fazer a comparação dos mesmos
entre si e com os métodos do balanço hídrico e do traçador radioativo artificial (trítio)
aplicados anteriormente na área em estudo (Velásquez et al. 2006).
1.3 - Justificativas
A peculiar localização do município de Araguari sobre a chapada que separa as
bacias do rio Araguari e Paranaíba resulta em uma elevada infiltração e pouco escoamento
superficial. Desta forma, o suprimento de água do município é quase exclusivamente de
origem subterrânea, extraída de poços tubulares perfurados predominantemente no aqüífero
Bauru, para o abastecimento público, irrigação e uso industrial.
Entre as principais atividades econômicas do município se destacam a agropecuária e
a agricultura (plantio de café, soja e hortifrutigranjeiros). Nos períodos de estiagem as águas
superficiais e subterrâneas são utilizadas para irrigação das culturas. À medida que a região se
desenvolve a necessidade de água é cada vez maior, assim a intensa explotação,
principalmente pelos usuários do setor agrícola, já vem gerando conflitos.
Esses conflitos e o pouco conhecimento do potencial quantitativo do aqüífero Bauru
no município têm incitado dúvidas quanto à sustentabilidade dos recursos hídricos, ao
Instituto Mineiro de Gestão das Águas –IGAM (órgão gestor do estado), a Superintendência
de Água e Esgoto - SAE (empresa de saneamento municipal), e aos próprios usuários da água.
Para um adequado gerenciamento dos recursos hídricos na região, o IGAM vem
estabelecendo parcerias visando à obtenção de dados e informações que possam subsidiar
suas atividades de gerenciamento, em especial quanto à outorga de poços e seu respectivo
monitoramento.
A estimativa da recarga subterrânea no aqüífero Bauru, intensamente explorado no
município, constitui-se num parâmetro fundamental para os estudos que subsidiarão o IGAM
em suas atividades de gerenciamento, elaboração e implementação de planos de gestão dos
recursos hídricos do município e para um uso mais eficiente dos aqüíferos em particular.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5
CAPÍTULO 2
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – Caracterização geológica e hidrogeológica regional
O município de Araguari situa-se geologicamente no limite nordeste da Bacia
Sedimentar do Paraná, representada por rochas sedimentares e vulcânicas de idade Juro-
Cretácicas. A Bacia Sedimentar do Paraná abriga o Sistema Aqüífero Guarani (SAG),
constituído da base para o topo pelas formações: Pirambóia, Botucatu, Serra Geral e pelo
Grupo Bauru (Rocha 1997).
A seguir será apresentada uma descrição sucinta da geologia e hidrogeologia da
Bacia Sedimentar do Paraná que compõem o SAG.
2.1.2 – Bacia Sedimentar do Paraná
Geograficamente a Bacia Sedimentar do Paraná ocupa uma área aproximada de 1,5
milhões de km² e engloba territórios do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. No Paraguai e
na Argentina, esta Bacia é denominada de Bacia do Chaco-Paraná (Figura 2.1). A área
pertencente ao Brasil ocupa oito Estado: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São
Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. A área estudada nesta
dissertação insere-se no oeste do Estado de Minas Gerais, onde as rochas aflorantes são
subdivididas nos Grupo São Bento e Grupo Bauru.
A Bacia do Paraná é do tipo intracratônica e encontra-se contida na placa sul-
americana, estabelecida no interior do Continente Gondwana, com acumulação de rochas
sedimentares e vulcânicas, com idades entre o Ordoviciano e o Cretáceo. O embasamento é
composto por rochas ígneas e metamórficas com idades radiométricas entre 700 a 450 Ma
(Cordani et al. 1984 in Quintas et al. 1999), que correspondem ao Ciclo orogênico Brasiliano.
Segundo Milani & Zálan (1999), a gênese das bacias intracratônicas é atribuída a
diversas teorias, dentre as quais destacam-se: esforços de tensão distensionais gerados por
intrusões graníticas na crosta ao final do Neoproterozóico; mecânica de estiramento crustal
(rift); subsidência térmica de amplas regiões; desequilíbrio isostático, dentre outras. Destaca-
se ainda na formação das bacias os movimentos de compensação isostática com episódios de
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
6
subsidência e soerguimento, que conduziram a ciclos deposicionais e erosivos, relacionados à
formação do Continente Gondwana, bem como a sua fragmentação.
Figura 2.1 – Localização da Bacia do Paraná na América do Sul. Modificado de Zálan et al (1991).
Conforme Assine et al. (1993) a intercalação de ciclos de subsidência e soerguimento
controlou a estratigrafia da bacia, iniciada com a deposição do Grupo Ivaí, arenitos do Neo-
Ordoviciano e conglomerados da Formação Alto Garças. Durante o Triássico ocorreu a
deposição da Formação Pirambóia estendendo-se até o Jurássico com a deposição dos arenitos
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
7
da Formação Botucatu. Durante o Cretáceo Inferior, o magmatismo dos basaltos da Formação
Serra Geral romperam o ciclo de deposição terrígena e cobriram a Bacia Sedimentar do
Paraná com extensos derrames de lavas vulcânicas, constituindo-se num dos maiores
derrames até então conhecidos. Durante o Cretáceo Superior, cessado o magmatismo, ocorreu
a deposição dos sedimentos do Grupo Bauru.
Durante o Cretáceo, a porção nordeste da Bacia, que engloba o oeste de Minas
Gerais e o sul de Goiás, foi submetida a deformações rúpteis, reflexo da abertura do Rifte Sul-
Atlântico, com geração de movimentos ascensionais que geraram o Soerguimento do Alto
Paranaíba” e a subsidência das áreas laterais originando as Depressões de Abaeté e de
Uberaba (Hasui et al. 1975 in Alves 1995).
Os sedimentos do Triássico que compõem a Formação Pirambóia foram
sedimentados em ambiente flúvio-lacustre/eólico, sendo constituída por arenitos geralmente
de granulação fina à média, possuindo fração argilosa na parte inferior da formação (Fili et. al
1998). Strugale et al. (2004) descrevem um afloramento dessa unidade no Estado do Paraná,
constituído de litologias arenosas, friáveis, num pacote de até 20m de espessura, predominam
arenitos muito finos a finos, siltosos, brancos, com seleção regular e estratificações e
laminações plano-paralelas.
A Formação Botucatu constitui-se quase que inteiramente de arenitos de granulação
fina a média, uniforme, com boa seleção de grãos foscos e com alta esfericidade. São
avermelhados e exibe estratificação cruzada de médio a grande porte (Strugale et al. 2004). A
deposição dessa formação ocorreu durante o Jurássico em ambiente eólico, possui uma
espessura média de 300m podendo alcançar até 1.000m (Borghetti et al. 2004).
Diversas intrusões ígneas o encontradas no meio do pacote predominantemente
arenoso destas duas formações em forma de sills de diabásio, com espessuras que variam
desde poucos metros até 90m, verificados em Araraquara.
A Formação Serra Geral representa uma das maiores manifestações de vulcanismo
continental do globo durante o período do Cretáceo Inferior. É representado por espessos e
extensos derrames de lavas, bem como por dique e soleiras, com pequenos e eventuais corpos
de rochas sedimentares associados. Na porção brasileira apresenta derrames de basaltos em
dois terços da bacia, que atingem aproximadamente 1.300m de espessura, os quais somados
aos sills chegam até a 2.000m de espessura de rochas ígneas (Zalán et al. 1988 in Quintas et
al. 1999).
Sobreposta aos basaltos da Formação Serra Geral se encontram os sedimentos
depositados durante o Cretáceo Superior do Grupo Bauru, formado em ambiente flúvio-
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
8
lacustre e em clima árido. Este grupo é caracterizado por conglomerados, arenitos, siltitos,
argilitos, e em algumas áreas ocorrem depósitos conglomeráticos e lentes de calcários (Petri et
al. 1983 in Oliveira 2002). Em âmbito regional o pacote sedimentar do Grupo Bauru atinge
espessura de 300m.
A coluna cronoestratigráfica apresentada nesse trabalho enfoca os sedimentos que se
depositaram ao longo da Era Mesozóica e que constituem o Sistema Aqüífero Guarani (Figura
2.2).
Figura 2.2 – Coluna cronoestratigráfica da Bacia Sedimentar do Paraná mostrando as unidades que
compõem o SAG. Modificada de Zalán et al. (1991).
2.1.2 – Sistema Aqüífero Guarani (SAG)
A Bacia Sedimentar do Paraná possui posição de destaque por abrigar um enorme
reservatório de águas subterrâneas denominado por Antón (1996 in Borghetti et al. 2004) de
Sistema Aqüífero Guarani em homenagem aos índios guaranis que habitavam a área de sua
ocorrência, vivendo, sobretudo da agricultura e da pesca. Os guaranis sempre se
concentravam próximo aos rios, sendo que a região de maior concentração demográfica,
cultural e histórica dos guaranis, no passado, coincide com a distribuição geográfica do
Sistema Aqüífero Guarani.
O Sistema Aqüífero Guarani está localizado ao sudeste da América do Sul entre 12º e
35º de latitude sul e 47º e 65º de longitude oeste, ocupando uma área de 1,2 milhões de km²
da Bacia do Paraná, constituindo-se num sistema transfronteiriço por ocorrer sob território de
quatro países: Argentina (225.500km²), Paraguai (71.700km²), Uruguai (58.500km²) e Brasil
(840.000km²), conforme pode ser observado na Figura 2.3.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
9
Figura 2.3 – Mapa esquemático do SAG, indicando a localização do município de Araguari nesse
sistema. Modificado do site www.sg-guarani.org.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
10
O SAG é constituído por um pacote de camadas arenosas e por derrames basálticos
que se depositaram na Bacia do Paraná ao longo da Era Mesozóica durante os períodos
Triássico, Jurássico e Cretáceo. As camadas arenosas foram sedimentadas em ambiente
flúvio-lacustre e eólica do Triássico e do Jurássico. Os estratos do Triássico que se encontram
na base do Sistema Aqüífero Guarani é corresponde à Formação Pirambóia. Os estratos do
Jurássico correspondem à Formação Botucatu. Esses aqüíferos encontram-se sotopostos em
quase toda sua extensão pelas rochas basálticas da Formação Serra Geral (Cretáceo Inferior).
Sobre os basaltos da Formação Serra Geral, depositaram-se durante o Cretáceo Superior,
sedimentos flúvio-lacustre do Grupo Bauru (Rocha 1997).
Segundo Rebouças (2000), os depósitos da Formação Pirambóia são em geral ricos
em argilas que podem comprometer sua eficiência como bom aqüífero e em algumas áreas
podem apresentar características de aqüitardo (litologia porosa mas pouco permeável).
Os sedimentos do Jurássico de origem eólica que compõem a Formação Botucatu são
considerados a principal unidade aqüífera do SAG, pois se configuram como bons aqüíferos.
O Aqüífero Botucatu é do tipo poroso e encontra-se confinado por cerca de 90% de sua área
total. Encontra-se recoberto pelas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral e em algumas
regiões pelos sedimentos que constituem o Grupo Bauru. Apenas cerca 10% de sua área
aflora.
O Aqüífero Botucatu possui uma espessura média de 300m, alcançando em algumas
áreas até 1.000m. Apresenta água de boa qualidade em cerca 90% do aqüífero, ocorrendo
alterações localizadas da potabilidade (menos de 10%), basicamente devido ao aumento da
salinidade e do conteúdo de flúor. As águas do Aqüífero Botucatu podem atingir temperaturas
elevadas entre 30°C e 68°C, sendo que as temperaturas mais freqüentes estão no intervalo de
25°C a 30°C (Borghetti et al. 2004).
A recarga natural do Aqüífero Botucatu ocorre por meio de infiltração direta nas
áreas de afloramento, e de forma indireta, por meio de infiltração ao longo de
descontinuidades das rochas do Aqüífero Serra Geral sobrejacente, o qual é alimentado pelo
Aqüífero Bauru, quando presente.
Os parâmetros hidráulicos do Aqüífero Botucatu a partir de dados em poços no
Estado de o Paulo (ABAS 2003) apresentaram os seguintes valores: vazão de 10 a 150m³/h
(livre) e 300 a 1000m³/h (confinados); coeficiente de armazenamento de 0,2 a 0,05 (livre) e
10
-3
a 10
-6
(confinado); espessura média 300m; capacidade específica de 2 a 15m³/h/m.
Borghetti et al. (2004) apresentam valores de porosidade efetiva entre 15 a 20% (média 17%)
e transmissividade entre 1,73 x 10
-3
m²/s e 9,25 x 10
-3
m²/s.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
11
O Aqüífero Serra Geral constituí-se na capa protetora do Aqüífero Botucatu,
composto por rochas vulcânicas (basaltos). É predominantemente do tipo fissural, uma vez
que a água armazena-se ao longo dos sistemas de fraturas e falhas associadas aos grandes
lineamentos que cortam a bacia. Resultados obtidos em 371 poços apresentaram os seguintes
valores: vazão média 21m³/h; capacidade específica média 0,5m³/h/m; permeabilidade média
10
-3
cm/s; transmissividade dia 3,8 x 10
-4
m²/s; STD < 300mg/L; pH de 5,5 a 6,5, e
profundidade dos poços de 31 a 190m, com média de 84m (ABAS 2003). Segundo Borghetti
et al. (2004), as espessuras do basalto aumentam da borda em relação ao centro da bacia,
sendo a espessura máxima atravessada de 1.930m em Cuiabá Paulista.
O Aqüífero Bauru contém água de boa qualidade, é intensamente explotado devido
ao baixo custo de captação, condição que advém do fato de ser um sistema livre, local e
ocasionalmente freático, submetido a uma abundante recarga. Todavia, estas condições fazem
com que esse manancial seja potencialmente muito vulnerável aos agentes poluidores
provenientes principalmente das atividades agro-industriais (Araújo et al. 1999).
Os parâmetros hidrogeológicos obtidos no pontal de Paranapanema do Aqüífero
Bauru correspondem aos seguintes valores: vazões de 1,3 a 80m
3
/h; capacidade específica de
0,03 a 6m
3
/h/m; STD < 200mg/L; coeficiente de armazenamento de 10
-3
; permeabilidade de
10
-3
a 10
-4
cm/s e espessura média de 80m (ABAS 2003).
2.2 – Caracterização Geral do município de Araguari
2.2.1 - Dados sócio-economicos
Segundo dados do IBGE (2005), o município de Araguari possui uma população de
108.672 habitantes. Apresenta um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH)
do Estado de Minas Gerais, com 0,815 (IBGE 2000).
A principal atividade econômica do município é baseada no setor agropecuário,
destacando-se as culturas de grãos (café, soja e milho) e criação de bovinos. Segundo dados
do IBGE (2003), a agricultura produz 119.55t de café, soja e milho, além de outros produtos
agrícolas, como pode ser observado na Tabela 2.1. A pecuária conta com aproximadamente
156.768 cabeças de bovinos.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
12
Tabela 2.1 – Principais produtos agrícolas no município de Araguari. Fonte: IBGE (2003).
Produto Área colhida (ha) Produção (t)
Abacaxi 12 300
Arroz em casca sequeiro 30 36
Banana 100 1.560
Café 12.000 14.400
Feijão 255 440
Laranja 20 240
Mandioca 180 3.600
Milho 11.500 58.650
Soja 15.500 46.500
Tomate 670 53.600
Trigo 60 288
Uva 1 15
Coco-da-Bahia 75 1.800
O município de Araguari conta com um parque industrial diversificado,
centralizando suas operações em indústrias metalúrgicas (caldeiraria, refrigeração e
fundições) e agroindústrias (frigoríficos, sucos), contando com uma infra-estrutura de
transporte para diversos tipos de carga, bem como diversas empresas de armazenamento
(grãos, cargas secas e refrigeradas).
O município dispõe de energia elétrica em abundância, pois grande parte dos cursos
d’água superficiais tem suas nascentes em quedas topográficas encachoeirados, no contato
entre o Grupo Bauru e a Formação Serra Geral, favorecendo a instalação de hidroelétricas
como as de: Nova Ponte, Miranda e Capim Branco, Emborcação e Itumbiara.
2.2.2 – Uso da água no município
O município de Araguari utiliza quase exclusivamente água subterrânea para o
abastecimento público e irrigação, sendo também usada no setor industrial, na pecuária e para
recreação. Nos meses mais críticos quando o índice de precipitação é baixo (abril a setembro)
se intensifica sua utilização para irrigação, em grande parte (95%), feita através de micro-
aspersão e gotejamento.
Conforme dados da Superintendência de Água e Esgoto de Araguari (SAE in
Oliveira 2002), o consumo de água por hab/ano no município, nos últimos dez anos, teve um
aumento médio de 18,31%. Em 1991 o consumo de água era de 147,83m³/hab/ano, atendendo
uma população de 83,966 pessoas. No ano de 2001, o consumo presumido médio passou para
174,98m³/hab/ano atendendo uma população estimada de 93,860 pessoas.
No âmbito do projeto Velásquez et al. (2006), foram cadastrados 566 poços
profundos, porém apenas 209 (37%) continham alguma informação litológica (Tabela 2.2).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
13
Deste cadastro, 115 poços são de abastecimento público, de propriedade da SAE e 451 poços
são particulares. Quanto à situação legal, apenas 181 poços (32%) são outorgados. Segundo
esse estudo, estima-se existir em Araguari pelo menos 1.000 poços, uma vez que é grande o
número de poços que são construídos ilegalmente, tendo sido constatado que há muitos poços
já construídos antes da Legislação Estadual 13.199 de 29 de Janeiro de 1999, que dispõe sobre
a outorga do uso da água em Minas Gerais.
Tabela 2.2 - Distribuição quantitativa de poços por aqüífero. Fonte:
Velásquez et al. (2006).
Aqüífero Número de poços
Bauru 190
Serra Geral 09
Misto
1
(Bauru e Serra Geral) 10
Total 209
Segundo as informações qualitativas obtidas por Velásquez et al. (2006), a partir do
banco de dados do Instituto Mineiro de Gestão das Águas até o ano de 2004, os autores
constataram ainda a predominância do uso dos poços na irrigação, perfazendo 55,4% do total
que continha este tipo de dado (Tabela 2.3). É importante enfatizar que, embora o número de
poços predomine na irrigação, as operações dos mesmos ocorrem apenas durante o período da
estiagem (abril a setembro). Assim, em termos de volume anual extraído, o consumo humano
se aproximaria do consumo agrícola.
Tabela 2.3 - Distribuição quantitativa dos poços por tipo de uso. Fonte: Velásquez et al. 2006.
Tipo de uso Número de poços
Irrigação 177 (55,4%)
Abastecimento público 116 (36%)
Industrial 11 (3,4%)
Uso misto (irrigação, industrial e animal) 09 (2,8%)
Humano (particular) 05 (1,5%)
Dessedentação animal 03 (0,9%)
Total 321
Aqüífero Misto
1
: neste caso é apenas uma conotação para identificar os poços que possuem entrada d’água em
ambos os aqüíferos Bauru e Serra Geral.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
14
2.2.3 – Clima
Em Araguari o clima predominante compreende o tropical quente e úmido (IBGE
2000). O regime pluviométrico é típico de áreas tropicais, com precipitações máximas no
verão e mínimas no inverno. Segundo dados da Agência Nacional de Águas (2006), o índice
pluviométrico médio registrado na estação Araguari (01848010) é de 1.507mm, corresponde a
31 anos hidrológicos (1975/2006) (Anexo 1). As precipitações concentram-se entre os meses
de outubro e março, destacando-se como mais chuvosos os meses de dezembro e janeiro,
enquanto o período de estiagem ocorre entre os meses de abril a setembro, sendo que neste
período a precipitação pode apresentar valores nulos.
O s mais quente é outubro, com uma temperatura média de 23,6ºC, seguido dos
meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, os quais apresentam temperaturas médias
iguais ou superiores a 23,1ºC, os meses mais frios são junho e julho, os quais se destacam
com temperaturas médias de 18,6ºC, devido ao inverno, quando ocorre o domínio da massa
polar, que impede a formação de nuvens pelo fato de o ar estar frio e seco (Rodrigues 2006).
2.2.4 – Hidrografia
A bacia hidrográfica do rio Araguari começa no lado ocidental da Serra da Canastra,
tem sua nascente no município de São Roque de Minas, possuindo uma extensão de quase
475km e pertence à Bacia Hidrográfica do Paranaíba (Ferreira 2005). O rio Araguari é um dos
principais afluentes da margem esquerda do rio Paranaíba afluente do rio Grande este último é
afluente do rio Paraná.
O rio Paranaíba é um dos principais regularizadores de águas para as regiões sul e
sudeste, representando aproximadamente 43% do volume de demanda dessas regiões. O rio
Araguari corresponde ao segundo rio em vazão regional, com valor médio de 300m
3
/s obtido
na estação fluviométrica Porto Saracura, à montante da usina hidrelétrica de Miranda
(HIDROTEC 2002 in Fiumari 2004).
O rio Araguari drena terrenos geologicamente e composicionalmente diversificados,
atravessando litologias variadas em seu alto curso, como xistos, quartzitos, granitos e gnaisses
que integram a seqüência do Grupo Araxá e Canastra. Em seu médio curso, o rio Araguari
tem seu leito sobre as citadas litologias, entretanto, seus tributários surgem e drenam pelas
seqüências de sedimentos e derrames vulcânicos que compõem as chapadas da Bacia
Sedimentar do Paraná (Fiumari 2004).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
15
Os principais cursos d’água no município de Araguari são: os rios Paranaíba e
Araguari que marcam o limite do município. Dentro desse limite algumas drenagens
convergem ao sul, para o rio Araguari e outras ao norte, para o rio Paranaíba (Figura 2.4).
As principais drenagens surgentes no município são representadas pelo rio Jordão,
ribeirões das Araras e Piçarrão; e pelo córrego Amanhece. As mesmas se encontram em meio
a chapada nos arenitos Bauru, em cotas entre 930m e 940m. Em Araguari são mais comuns
cursos d’água superficiais surgentes na quebra topográfica da chapada que marca o contato
entre a seqüência sedimentar do Grupo Bauru (Formação Marília) e o basalto da Formação
Serra Geral subjacente, entre cotas de 880m e 900m.
No município de Araguari, a bacia Ribeirão das Araras, afluente do rio Paranaíba,
caracteriza-se, principalmente em seu alto curso, por ser uma área intensamente cultivada,
onde ocorrem as maiores concentrações de poços utilizados basicamente para a irrigação. No
curso alto do Ribeirão das Araras e do Córrego Amanhece foram estabelecidas as sub-bacias
experimentais utilizadas para esse estudo, por sua intensa explotação hídrica superficial e
subterrânea, e também por serem áreas que vêm apresentando conflito entre os usuários
agrícolas.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
16
Figura 2.4 – Mapa Hidrográfico do município de Araguari.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
17
2.2.5 – Geomorfologia
Segundo Ruellan (1959 in Ferreira 2005), a geomorfologia é o estudo explicativo das
formas de relevo terrestre e de sua evolução. A evolução geomorfológica é resultado da
alternância de ciclos deposicionais e denudacionais comandada por mudanças climáticas,
estando condicionada ainda pela geologia e pela geotectônica.
Oliveira (2002) apresentou a cronologia dos principais eventos geológicos que
controlaram a evolução geomorfológica regional (Tabela 2.4).
Tabela 2.4 - Cronologia dos principais eventos geológicos que controlaram a evolução geomorfológica
regional. Compilado de Oliveira 2002.
Era/Período Evento Sistema Cenário
Cenozóico +/-
40 ma.
Erosão
Instalação de regime
hídrico permitiu
formação de rede de
drenagens. Erosão
fluvial.
A erosão fluvial compartimentou a extensa chapada
em superfícies ilhadas pelos rios Araguari e
Paranaíba. Na porção norte do município, com
entrada do regime úmido, a erosão fluvial atua
sobre os altos estruturais de embasamento
reduzindo suas cotas altimétricas. Inversão do
relevo, os antigos altos estruturais reas fontes de
sedimentos) encontram-se em cota topográfica
inferior às áreas de sedimentação.
Cretáceo
Superior +/- 60
ma.
Deposição dos
sedimentos do
Grupo Bauru
em ambiente
semi-árido
Eólico, leques
aluviais: proximal,
médio e distal.
Os altos estruturais (Grupo Araxá) foram as áreas
fontes dos sedimentos que formaram a base do
Bauru na região.
Cretáceo
Inferior +/-
120/80 ma.
Magmatismo
do Serra Geral
Derrames de lavas
A sobrecarga dos derrames basalticos provoca
subsidência da Bacia do Paraná. Na borda nordeste
da bacia ocorre soerguimento de áreas periféricas,
altos estruturais de embasamento, resultado da
compensação isostática.
O relevo no município é caracterizado por duas feições bem distintas: (i) uma
superfície superior aplainada, acima de 900m, estabelecida sobre os sedimentos arenosos do
Grupo Bauru (Fm Marília), caracterizada pela baixa densidade de drenagem devido à elevada
taxa de infiltração e, (ii) uma feição inferior caracterizada por relevo escarpado da Formação
Serra Geral, na qual ocorrem as maiores descargas dricas subterrâneas correspondentes às
nascentes de vários cursos d’água no contato entre os sedimentos do Grupo Bauru e basaltos
da Formação Serra Geral (Fiumari 2004).
As principais elevações do município são representadas pela Serra da Piracaíba
(1.087m), Serra da Bocaina (1.060m), Serra da Saudade (1.020m) e a Serra do Pau Furado
(1.000m).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
18
2.2.6 – Solos
Na porção sudeste de Araguari o latossolo
1
vermelho-escuro distrófico (LEd) ocupa
maior parte da área. Na porção central é encontrado o latossolo vermelho-amarelo álico (LVa)
e nas áreas marginais da chapada de Araguari, o latossolo vermelho-escuro álico (LEa) ocorre
em forma de manchas isoladas entre os latossolos vermelho-escuro e roxo (EMBRAPA
1982).
Nas áreas de ocorrência de basalto, os solos variam de cambissolos a latossolos,
sendo solos ricos em ferro e magnésio provenientes da rocha matriz, com textura argilosa e
estrutura fina. Foram classificados como latossolo roxo distrófico (LRd), latossolo roxo
eutrófico (LE) e cambissolo
2
eutrófico
3
(Ce) (EMBRAPA 1982). Os latossolos LRd e LE
foram reclassificados como latossolo vermelho distrófico e o cambissolo reclassificado como
cambissolo hápico eutrófico, (EMBRAPA 1999 in Oliveira 2002).
Estudos realizados por Carvalho Filho et al (2005) para a caracterização pedológica
da área de Araguari apresentaram nas sub-bacias experimentais solos do tipo: LATOSSOLO
VERMELHO Amarelo alíco
4
ou distrófico
5
(LVa) (Figura 2.5), com textura muita argilosa,
provenientes do retrabalhamento do arenito Bauru, espessura média de 10m com base em
dados de perfis de poços.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
19
Figura 2.5 - Caracterização do solo das sub-bacias Córrego Amanhece e Ribeirão das Araras em Araguari.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
20
2.2.7 – Vegetação
Segundo Ab’Saber (1971 in Ferreira 2005), a região do Triângulo Mineiro insere-se
no Domínio Morfoclimático dos Cerrados, caracterizado por árvores baixas, retorcidas e com
casca grossa, enquanto que próximo aos cursos d’água encontram-se árvores de grande porte.
Trata-se de uma região que nas últimas décadas sofreu grandes impactos ambientais, tendo
em vista a ocupação e o crescimento não planejado. A vegetação de cerrado foi quase
totalmente substituída por pastagem e por culturas de grãos, principalmente soja. Em Araguari
o cerrado foi praticamente todo degradado, principalmente no que diz respeito à remoção da
cobertura vegetal natural gerada pelo avanço de atividades agrícolas e pecuárias.
2.2.8 – Geologia
A geologia local é composta, da base para o topo, pelo Grupo Araxá, que constitui o
embasamento de idade Neoproterozóica, seguido pelas unidades Mesozóicas do Grupo São
Bento (Fm Botucatu e Fm Serra Geral) e Grupo Bauru (Fm Marília), sobreposta pelas unidade
Cenozóica (Figura 2.6). O Grupo Bauru é o de maior interesse nesse estudo.
2.2.8.1 - Unidades Pré-Cambrianas
Seqüências litológicas pré-cambrianas formam o embasamento regional das unidades
sedimentares e vulcânicas Juro-Cretácicas da Bacia do Paraná na região de estudo. Segundo
Dardenne (2000), ocorrem na área rochas metassedimentares do Grupo Araxá, de idade
Neoproterozóica, Complexo gnáissico-granulítico de idade do Neoproterozóica e Granitóides
pós-tectônicos.
O Complexo gnáissico-granulítico, na região, compõem parte do embasamento Pré-
Cambriano, representado pelo conjunto de rochas de médio a alto grau metamórfico e
polideformadas. É constituído essencialmente por rochas de composição ortognáissica e
paragnáissica, granulitos félsicos, granulitos ficos e migmatitos. Para Schobbenhaus et al
(1975, 1984 in Fiumari 2004) sua idade radiométrica o foi ainda bem definida, situando-se
entre o arqueano e o paleoprotorozóico. Dardenne (2000) considera esse complexo de idade
neoproterozóica. Essas litologias formam o substrato rochoso aflorante nas porções mais
baixas, ao longo do curso do rio Paranaíba (Fiumari 2004).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
21
Figura 2.6 - Mapa geológico simplificado do município de Araguari.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
22
O Grupo Arapertence ao domínio da faixa de dobramentos Brasília e compreende
as rochas pré-cambrianas mais expressivas no Triângulo Mineiro e sul de Goiás (Dardenne
2002). Esse Grupo constitui o principal substrato rochoso dos rios Araguari e Paranaíba
aflorante, geralmente, em cotas inferiores a 700m (Fiumari 2004). O Grupo Araxá constitui o
embasamento das unidades Mesozóicas da Bacia Sedimentar do Paraná, na região de
Araguari.
As rochas metassedimentares do Grupo Araxá no município de Araguari, descrito
por Fiumari (2004), compõe-se principalmente de mica xisto calcífero, muscovita-quartzo
xisto, muscovita-clorita xisto, granada-biotita xisto, estaurolita xisto e xistos feldspáticos,
lentes e camadas quartzíticas. Ocorrem localmente camadas de mármores cristalinos de
granulação grossa.
Fiumari (2004) cita a identificação, no município, de três corpos de granitóides pós-
tectônicos não deformada, intrusiva nas seqüências anteriores. O mais expressivo,
denominado corpo de Taquaral, trata-se de um granito porfirítico com cristais de feldspato
alcalinos, formando um relevo mais acidentado e um padrão de drenagem dendrítico.
2.2.8.2 - Unidades Mesozóicas
As unidades Mesozóicas compõem a seqüência sedimentar e derrames basálticos
associados à Bacia do Sedimentar do Paraná. No município é constituída pelo Grupo São
Bento (Fm Botucatu e Fm Serra Geral) e pelo Grupo Bauru (Fm Marília).
2.2.8.2.1 - Grupo São Bento
Formação Botucatu
A Formação Botucatu, no município de Araguari, é pouco expressiva com
afloramentos esparsos, descontínuos e pouco representativos.
Segundo Fiumari (2004), uma das melhores exposições do arenito Botucatu situa-se
ao norte do município, na localidade de Bocaina, a 3km do distrito do Amanhece. Esse
afloramento, descrito pelo autor citado, apresenta litologia típica da formação: um arenito de
cor avermelhada, fino a dio, pouco argiloso, com estratificação cruzada e friável quando
não silicificado. Ocorrem também arenitos arroxeados, de granulometria grossa, mal
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
23
selecionados, com variações de tonalidades amareladas a creme, granulometria fina e com
estratificação plano-pararela.
Essa ocorrência segundo Fiumari (op cit.) encontra-se em posição estratigráfica e
topográfica inferior aos basaltos, possui extensão aproximada de 5km e espessura entre 20
25m. O referido autor observou também neste afloramento, relações do contato discordante
entre o arenito da Formação Botucatu e o basalto da Formação Serra Geral sobreposto e
também a discordância entre os sedimentos e o xisto Araxá.
Na Região do Triângulo Mineiro, a Formação Botucatu ocorre de maneira
significativa em porções mais centrais da Bacia. O topo dessa formação foi encontrado em
dois poços da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), nas cidades de
Uberaba e Frutal, distantes respectivamente 140 e 260km de Araguari a uma profundidade de
534m e 985m respectivamente (Fiumari 2004).
Formação Serra Geral
O basalto da Formação Serra Geral, em Araguari, apresentam espessura que varia de
50m até 250m, como na região da Serra da Bocaina (porção norte) e entre os extremos NW e
SE do município. Em geral, a cota do topo do basalto está entre 880 e 900m. Essa unidade
repousa, discordantemente, sobre os xistos e quartzo-xistos do Grupo Araxá (Fiumari 2004).
As áreas de afloramento são representativas ao longo de toda a faixa que margeia a
região de chapada. As drenagens, em médio e baixo curso, sobre as rochas basálticas
apresentam vales bem encaixados em forma de V”. A paisagem é marcada por inúmeras
cachoeiras que ocorrem nas rupturas de declive acompanhando planos de falhas
perpendiculares à drenagem (Oliveira 2002).
Os basaltos são caracterizados pela ocorrência de níveis de arenitos interacamadados
de espessura de até 2m denominados de arenitos intertrapeanos. A presença desse arenito está
relacionada ao ambiente desértico sobre o qual se estabeleceram os derrames basálticos. As
dunas de areia do deserto Botucatu voltavam a se formar quando ocorria interrupção no
vulcanismo, funcionando dessa maneira como marcadores de derrames episódicos.
Litologicamente a Formação Serra Geral apresenta como características
macroscópicas cor escura (preta) e granulação muito fina a afanítica. A estrutura da rocha é
maciça e vesicular, com intenso fraturamento, esfoliações e disjunções colunares. Observa-se
com freqüência alteração hidrotermal, mostrada pela formação de argilas esmectíticas e
nontroníticas (SAE 2001).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
24
Constatações de campo realizadas por Fiumari (2004), mostram que o tectonismo
rúptil provocou o aparecimento de dois padrões dominantes de fraturamentos verticais a
subverticais, posicionados a N45°E e N50°W, e mais outras duas outras direções, com
freqüência menor de ocorrência, que se posicionam segundo N~S e E~W. Essas feições do
tectonismo mais marcantes são penetrativas e atravessam todo o pacote de basalto, podendo
refletir, de modo mais tênue, na Formação Marília.
Ao se analisar o padrão de fraturas das rochas xistosas do embasamento percebe-se
que as mesmas são similares aos posicionamentos encontrados nas coberturas, indicando
dessa forma que houve reativação tectônica das seqüências.
2.2.8.2.2 - Grupo Bauru
O Grupo Bauru é representado no Triângulo Mineiro pela Formação Uberaba (basal)
e pela Formação Marília (superior), esta aflorante em Araguari, sobreposta aos basaltos da
Formação Serra Geral.
Hasui (1968 in Alves 1995) descreveu a Formação Uberaba como constituída de
rochas epiclásticas que apresentam na porção basal um conglomerado seguido por arenitos
tufáceos associados a siltitos, argilitos e arenitos conglomeráticos, que segundo Barcelos
(1987 in op. cit.), são derivados de retrabalhamento de rochas vulcânicas pré-existentes e
associadas a sedimentos de fontes o vulcânicas. Ferreira & Guerra (1993) classificam estas
rochas como litoarenitos a litoarenitos feldspáticos, pobremente selecionados, com
granulometria que varia de areia muito grossa a fina.
Existem várias controvérsias no que diz respeito ao ambiente de sedimentação dessa
unidade. Segundo Hasui (1968 in Alves 1995), o ambiente de deposição teria sido fluvial.
Para Ferreira Jr. et al (1995, Fernandes 1998 in Oliveira 2002) o ambiente de deposição teria
sido em sistemas de rios entrelaçados.
Segundo Barcelos (1984), o contato inferior da Formação Uberaba se por
discordância paralela com a Formação Serra Geral ou angular com os arenitos da Formação
Botucatu e micaxistos do Grupo Araxá no Alto Paranaíba. O contato superior é transicional e
se faz com o Membro Ponte Alta, da Formação Marília (Alves 1995).
A Formação Marília, denominada por Almeida & Barbosa (1953 in Alves 1995),
fecha o Período Mesozóico no limite nordeste da Bacia Sedimentar do Paraná, tendo sido
depositada no Cretáceo Superior. É composta por arenito grosso e arenito conglomerático,
associados a calcários e calcretes (Barcelos 1984). Os depósitos da Formação Marília
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
25
ocorreram em regime torrencial de leques aluviais em ambiente de clima semi-árido, cujo
processo de sedimentação ocorreu em função de reativação tectônica de faixas marginais
durante o soerguimento do Alto Paranaíba.
Fiumari (2004) descreve um afloramento dessa unidade, localizado no perímetro
urbano de Araguari (bairro Sibipiruna, junto a uma voçoroca no Córrego do Brejo). Na base
ocorre uma associação de conglomerados lenticulares, bem estratificados, com seixos
centimétricos e arenito fino argiloso. Este pacote apresenta uma espessura de
aproximadamente 4m. No sentido do topo o perfil mostra um nível de arenito síltico-argiloso
amarelado (4m), seguido por um arenito fino-rosado (4m) e solo silto-argiloso (3m) castanho
avermelhado, laterizado, perfazendo no total uma espessura de 15m.
Essa Formação corresponde a unidade mais significativa em extensão no município
de Araguari, ocupando cerca de 37% da área (1.023,1km
2
) (Velásquez et al. 2006). Essa
formação possui espessura média de 55m, aumentando em direção a porção sudeste do
município, de modo que, na região de Indivianópolis e Araguari pode atingir até 60m.
Em Araguari a Formação Marília foi reconhecida por Barcelos et al. (1981) como
constituída por fácies Ponte Alta e Serra da Galga, posteriormente denominadas de membros
Ponte Alta e Serra da Galga por Barcelos (1984). O Membro Serra da Galga representa o
único membro do Grupo Bauru que ocorre na região de Araguari (Alves 1995).
Membro Ponte Alta caracteriza a porção basal da Formação Marília assentando-se
de forma gradacional sobre a Formação Uberaba, porém, o contato pode tornar-se abrupto
localmente (Barcelos 1984).
Este membro é constituído por arenitos e conglomerados preenchidos por
sedimentação carbonática, sendo comum à presença de nódulos calcários. Alves et al. (1993
in Alves 1995) identificaram no Membro Ponte Alta "sublitarenitos, litarenitos feldspáticos e,
predominantemente, litoarenitos pobremente selecionados apresentando grãos subangulosos a
subarredondados".
Segundo Alves et al. (1994 in Ribeiro 2001), esta unidade foi depositada em um
sistema de leques aluviais coalescentes intensamente retrabalhados por rios entrelaçados com
geração de lagos efêmeros associados a calcretes em um clima semi-árido. Santos (1994 in
Ribeiro op cit) considera que os sedimentos do membro Ponte Alta foram depositados na
fácies intermediária de leques aluviais com predomínio de bancos cascalhosos e arenosos,
depósitos de canais entrelaçados e, localmente, lagos efêmeros e/ou delgados depósitos de
canais abandonados.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
26
O Membro Ponte Alta ocorre predominantemente na região do Triângulo Mineiro,
abrangendo os municípios de Sacramento, Uberaba, Ponte Alta, Frutal e Uberlândia.
O Membro Serra da Galga se sobrepõe ao membro Ponte Alta no Triângulo
Mineiro e constitui a unidade de topo da Formação Marília (Barcelos 1984). É constituído
predominantemente por arenitos finos a grossos, conglomerados e arenitos conglomeráticos
associados a silcretes e calcretes (Ribeiro 2000).
A sedimentação dessa unidade processou-se em um sistema de leques fluviais
entrelaçados coincidente com a paleogeografia e o ambiente deposicional do final do
Cretáceo, conforme sugerido por Suguio (1973, Ferreira Jr 1996 in Fiumari 2004).
Em Araguari, esse membro é de difícil caracterização direta, pois encontra-se
encoberto por pacote de solos elúvio-coluvionares com espessura entre 5 e 10 metros. Foi
identificado, na maioria das vezes, por critérios morfológicos, de fotointerpretação e também
com base nos testemunhos de sondagem para prospecção de água (Fiumari 2004).
Afloramentos entre Uberaba e Uberlândia (BR-050) mostram arenitos róseos e
arroxeados, geralmente friável grossos a finos, com matriz argilosa e calcífera, estratificação
plano paralela (Fiumari 2004). Alguns testemunhos de sondagem descritos apresentam desde
a unidade basal conglomerática até a variedade de arenitos finos (Fiumari op cit).
2.2.8.3 - Unidades Cenozóicas
Os depósitos cenozóicos são expressiva e importante unidade inconsolidada para a
formação das chapadas, constituindo as unidades superiores na seqüência estratigráfica. São
caracterizados como eluviais, de matriz areno-argilisa a siltosa, dentre diversas formas de
cascalhos (Fiumari 2004). Nas áreas de encosta os depósitos são caracterizados por materiais
retrabalhados provindo das partes altas: cascalhos fluviais e fragmentos líticos de basaltos,
enquanto que nos vales dos rios os materiais consistem de depósitos de areias e de cascalhos
(Oliveira 2002). A espessura desse pacote de sedimentos varia de 5 a 10m em Araguari,
verificado em descrições de perfis de poços tubulares.
Os depósitos aluvionares correspondem a formação mais recente, pouco expressivo e
restrito às drenagens mais importantes. Esses sedimentos, sob o ponto de vista
hidrogeológico, constituem zonas de intercâmbio ativas com águas superficiais, recebendo
recarga dos rios nos períodos de cheia e contribuindo para o escoamento de fluxo de base nos
períodos de estiagem (Fiumari 2004).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
27
2.2.9 – Unidades Aqüíferas
O Sistema Aqüífero Guarani no município de Araguari foi entendido como sendo
constituído, da base para o topo, pelos aqüíferos Botucatu, Serra Geral e Bauru, os quais
encontram-se hidraulicamente conectados, sendo este o mais explotado em Araguari.
2.2.9.1 - Aqüífero Botucatu
Os arenitos da Formação Botucatu ocorrem de forma pouco expressiva, como finas e
descontínuas lentes de arenito, apresentando elevado grau de silificação da rocha, portanto,
incapaz de constituir aqüíferos explotáveis no município de Araguari.
2.2.9.2 - Aqüífero Serra Geral
O Aqüífero Serra Geral encontra-se associado aos derrames basálticos, sobrepostos
às rochas cristalinas, com 200m a 250m de espessura (Fiumari 2004), intercalados com níveis
areníticos de espessuras métricas a sub-métricas da Formação Botucatu. Trata-se de um
aqüífero do tipo fraturado, com complexo padrão de fraturamento.
De acordo com Fiumari (2004), em Araguari, o aqüífero Serra Geral apresenta
geralmente baixa produtividade, entre 5m
3
/h e 10m
3
/h, podendo, porém apresentar-se bastante
produtivo quando sob condições de maior adensamento fissural. Aquele autor cita a existência
de poços com vazão acima de 40m³/h, associados ao sistema de fraturamento regional N50°W
e N45°E, exemplificando o poço da localidade de Piracaíba, pertencente à Superintendência
de Água e Esgoto (SAE), com vazão de 70m
3
/h, o qual encontra-se posicionado segundo esse
sistema de fraturas regional. A profundidade média dos poços no Aqüífero Serra Geral é de
74m, variando de 54m a 120m (Velásquez et al. 2006).
Os pontos de afloramento dos basaltos limitam-se às escarpas e áreas de borda da
chapada. Nas partes onde não afloram, sobrepõe-se a esse aqüífero um pacote de sedimentos
arenosos de 50 a 60 metros de espessura constituídos da Formação Marília (Grupo Bauru) e
das coberturas colúvio-eluvionares lateríticas, provenientes do retrabalhamento ou dos
sedimentos Marília ou das rochas basálticas (Velásquez et al. 2006).
A recarga desse aqüífero processa-se pela infiltração indireta através do Aqüífero
Bauru e pela infiltração direta nas fraturas, sobretudo as verticais, nas áreas de afloramento.
As descargas naturais desse sistema ocorrem no contato entre as rochas basálticas e o
embasamento cristalino, engendrando a formação de nascentes entre as cotas 750m e 700m.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
28
2.2.9.3 - Aqüífero Bauru
É a unidade hidrogeológica mais importante no município de Araguari. Toda a área
urbana de Araguari encontra-se edificada sobre esse sistema, elevando o risco de poluição
desse aqüífero. Está associado aos sedimentos arenosos do Grupo Bauru (Formação Marília) e
das coberturas Terciárias. Compreende os depósitos não confinados de água subterrânea de
natureza intergranular, de alta a média porosidade e permeabilidade, e com uma alta
capacidade de armazenamento.
Fiumari (2004) realizou testes de aqüífero em cinco poços na área e obteve os
seguintes parâmetros: porosidade efetiva estimada em 0,12; em outras localidades na Bacia do
Paraná têm sido encontrado o valor de porosidade efetiva de 0,15, permeabilidade dia de
2,3 x 10
-3
cm/s (3,0 x 10
-3
a 1,63 x 10
-3
cm/s), transmissividade média de 211,1cm²/s (86,2 a
352cm²/s). O pH variou entre 4,67 a 6,39 (média 5,07).
A espessura mais freqüente, a partir das informações das profundidades dos poços
perfurados nessa seqüência, esentre 50m e 60m (média: 54m) e a espessura saturada média
está em torno de 38m. Os valores dios de vazão e capacidade específica são de 22m
3
/h e
1,0m
3
/h/m respectivamente (Velásquez et al. 2006).
A recarga é favorecida pela feição suave do relevo e pela porosidade dos materiais
que constituem a zona vadosa do aqüífero, com espessuras variáveis entre 5m e 10m. Essa
unidade pedológica torna-se importante no processo de infiltração direta da precipitação, por
constituir-se, também, de níveis de material grosso, coluvionar, que recobre parte do topo e a
quase totalidade das rampas do contato arenito/basalto. Esses depósitos transferem parte da
água infiltrada para os aqüíferos subjacente (Formação Marilia) e parte para os cursos
superficiais.
No perímetro urbano a recarga aqüífera provém de duas origens, sendo uma direta,
proveniente da precipitação, e a outra indireta, destacando-se os vazamentos da rede de
distribuição de água potável.
A descarga ocorre no contato entre a seqüência sedimentar desse aqüífero e o basalto
do Serra Geral que origem a grande parte dos cursos d’água superficiais que possuem suas
nascentes na quebra topográfica da chapada, entre as cotas 880m e 900m. Menos
freqüentemente têm sido constatadas algumas drenagens surgentes em meio às chapadas dos
arenitos Bauru, em cotas entre 930m e 940m; cita-se, por exemplo, o Rio Jordão e os
Ribeirões das Araras e Piçarrão, e o Córrego Amanhece (Fiumari 2004). As sub-bacias
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
29
experimentais, do presente estudo, são drenadas pelo Ribeirão das Araras e pelo Córrego
Amanhece.
No projeto Avaliação dos recursos hídricos do Sistema Aqüífero Guarani no
município de Araguari, Minas Gerais, Brasil (2006), os autores elaboraram o mapa
potenciométrico deste aqüífero (Figura 2.7), tomando-se os dados da carga hidráulica de 85
poços profundos e de 130 nascentes no aqüífero Bauru. A configuração da superfície
potenciométrica mostra um grande divisor de água subterrânea ao longo de toda a chapada,
região esta que constitui a zona de recarga direta. Destacam-se como importantes áreas de
recarga as sub-bacias em estudo, uma situada na cabeceira do Córrego Amanhece e a outra
junto à cabeceira do Ribeirão das Araras.
Esse aqüífero é o mais explotado no município, sendo elevada a densidade de poços
em algumas áreas na zona urbana e em determinadas localidades agrícolas como, por
exemplo, a bacia do Ribeirão das Araras. Sua natureza pouco profunda e seu material
litológico facilitam a perfuração indiscriminada e ilegal de poços.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
30
Figura 2.7 - Mapa Potenciométrico do Aqüífero Bauru em Araguari. Fonte: Velásquez et al. 2006.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
31
2.3 – Caracterização física, uso da água e do solo nas sub-bacias experimentais
As sub-bacias experimentais Ribeirão das Araras (curso alto) com área de drenagem
de 28,7km² e a sub-bacia Córrego Amanhece (curso alto) com área de drenagem de 8,6km²,
compreendem, nesse estudo, a porção a montante das estações fluviométricas em cada uma
das sub-bacias, vide Figura 2.8. No município de Araguari, as sub-bacias experimentais
pertencem à bacia estadual Ribeirão das Araras ( 228km²), inserida na bacia federal do rio
Paranaíba.
Estas duas sub-bacias foram selecionadas como áreas experimentais dentro do
contexto desse estudo, sendo que a intensa explotação das suas disponibilidades hídricas aos
níveis superficial e subterrâneo foi o fator preponderante entre os critérios utilizados na
escolha, fato que vem gerando conflitos entre os diversos usuários, principalmente do setor
agrícola. Outro fator importante na seleção foi a disponibilidade de estações pluviométricas e
fluviométricas nessas sub-bacias, além de estarem geologicamente estabelecidas sobre
sedimentos do Grupo Bauru, representados em Araguari pela Formação Marília. Os
sedimentos do Grupo Bauru associados às Coberturas Terciárias constituem a unidade
hidrogeológica mais importante e mais explotada no município de Araguari.
O Aqüífero Bauru é definido como um aqüífero não confinado (livre), de porosidade
intergranular, constituído pela seqüência areno-siltosa da Formação Marília, e pelas
coberturas laterizadas terciárias silto-argilosas. O nível basal nessa unidade, na área, é
representado por uma camada contínua de conglomerados, importante no processo de
armazenamento e circulação de água. A espessura dessa seqüência está entre 50m e 60m
(média de 54m), sendo a espessura saturada média em torno de 38m (Velásquez et al. 2006).
Estudos de caracterização pedológica, realizado por Carvalho Filho et al. (2005) no
município, indicam a predominância, nas sub-bacias experimentais, de solos do tipo Latossolo
vermelho amarelo álico ou distrófico (LVa) (Figura 2.5) de textura muito argilosa,
provenientes do retrabalhamento do arenito Bauru (Formação Marília).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
32
Figura 2.8 – Mapa de localização da sub-bacias Ribeirão das Araras e Córrego Amanhece em Araguari.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
33
A principal atividade nas sub-bacias é a agricultura, particularmente no plantio de
café, soja e hortifrutigranjeiros. Em períodos em que o índice de precipitação é baixo, a água
superficial e subterrânea é utilizada para irrigação das culturas e a irrigação feita através de
micro-aspersão ou gotejamento.
Informações obtidas do acervo do IGAM (2004), referente aos usuários cadastrados e
com outorgas de utilização da água, mostram a existência de 126 pontos de captação de água
subterrânea e superficial em toda a bacia do Ribeirão das Araras que tem o Córrego
Amanhece como seu principal tributário. Desses pontos de captação de água, 33 estão dentro
dos limites das sub-bacias experimentais (Anexo 2), sendo 9 subterrânea e 5 superficial na
sub-bacia Córrego Amanhece e 14 subterrânea e 5 superficial na sub-bacia Ribeirão das
Araras. A Tabela 2.5 apresenta os valores de extrações hídricas outorgadas nas sub-bacias.
Para o lculo das extrações foram consideradas 12 horas de bombeamento diário entre junho
a setembro, período em que as irrigações são intensificadas para suprir o déficit hídrico.
Tabela 2.5 – Extrações hídricas outorgadas nas sub-bacias experimentais.
Sub-bacia
Ribeirão das Araras (28,7km²)
Córrego Amanhece (8,6km²)
Tipo de
outorga
N° de
outorgas
Vazão outorgada
(m³/s)
Volume
(m³)
(mm)
N° de
outorgas
Vazão outorgada
(m³/s)
Volume
(m³)
(mm)
Subterrânea
14
0,410 2.124 74 9 0,244 1.264 147
Superficial
5 0,093 498 17 5 0,027 137 16
Total
19 0,503 2.612 90 14 0,271 1.402 163
2.4 – Recarga aqüífera
A área por onde ocorre o abastecimento do aqüífero é denominada zona de recarga.
O processo de recarga subterrânea ocorre pelo movimento de água que atinge a zona não
saturada sob forças gravitacionais, ou em uma direção específica por condicionamento
hidráulico (Vasconcelos 2005). De forma geral, a recarga subterrânea é considerada como a
quantidade de água que contribui para aumentar a reserva subterrânea permanente ou
temporária de um aqüífero.
Dois tipos de recarga aqüífera podem ser distinguidos, (Borghetti et al. 2004):
Recarga direta: as águas de precipitação se infiltram diretamente no aqüífero,
através de suas áreas de afloramento e fissuras de rochas sobrejacentes. Desta forma, a
recarga sempre é direta nos aqüíferos livres, ocorrendo em toda a superfície acima da zona
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
34
saturada. Nos aqüíferos confinados, o reabastecimento ocorre preferencialmente nos locais
onde a formação aqüífera aflora à superfície.
Recarga indireta: resulta da percolação até o aqüífero advindas do escoamento
superficial, a partir dos leitos de curso d’água existentes na superfície do terreno, lagos e das
fontes de infiltração introduzidas pelo homem através de atividades de irrigação e
urbanização. O reabastecimento do aqüífero também pode ocorrer a partir da drenagem em
zonas semipermeáveis de um aqüífero para o outro, sendo que a magnitude e a direção das
filtrações verticais são determinadas pelas elevações das superfícies potenciométricas de cada
um desses aqüíferos.
As maiores taxas de recarga ocorrem nas regiões planas, bem arborizadas e nos
aqüíferos livres. Nas regiões de relevo acidentado, sem cobertura vegetal, sujeitas a práticas
de uso e ocupação que favorecem as enxurradas, a recarga ocorre mais lentamente e de
maneira limitada (Rebouças & Amore 2002).
A recarga aqüífera, segundo Costa (2000), em condições de equilíbrio natural pode
ser entendida como a própria reserva renovável. Este mesmo autor definiu quatro tipos de
reservas para a água subterrânea, sendo elas: reserva renovável ou reguladora, reserva
permanente, reserva total e reserva explotável.
A reserva renovável (recarga) corresponde ao volume de água subterrânea
acumulada anualmente acima do nível freático, variável com o regime pluviométrico. Pode
ser calculada de acordo com a equação (2.1).
R
r
= A x ∆h x η
e
(2.1)
Onde:
R
r
= Reserva renovável
A = Área do aqüífero
∆h = Variação anual do nível freático
η
e
= Porosidade efetiva
A reserva permanente em aqüífero livre constituem as águas acumuladas que não
variam em função das precipitações anuais, corresponde ao volume de água acumulado
abaixo do nível de base das drenagens e representa à espessura saturada mínima do aqüífero.
É calculada a partir da equação (2.2).
R
p
= A x b x η
e
(2.2)
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
35
Onde:
R
p
= Reserva permanente
A = Área do aqüífero
b = Espessura saturada do aqüífero
η
e
= Porosidade efetiva
A reserva total é representada pelo conjunto das reservas permanente e renovável
constituindo, assim, a totalidade de água existente no meio aqüífero.
A reserva explotável corresponde ao volume de água possível de ser explotado com
sustentabilidade. Considera-se esse tipo de reserva como aquela constituída por uma parcela
das Reservas Renováveis. Essa parcela pode ter um valor ximo variando entre 25% e 50%
destas reservas (Rebouças 1992). Ainda é um tema muito discutido o estabelecimento de
valores indicadores para diferentes fases de gerenciamento de mananciais subterrâneos, mas
sabe-se que é função da disponibilidade hídrica superficial, da descarga mínima estabelecida
para os cursos de água, e aspectos tais como, de uso e ocupação do solo, econômicos,
morfológicos, geotécnicos e hidrometeorológicos.
2.4.1 – Fatores que influenciam na recarga aqüífera
A recarga da água subterrânea não depende apenas dos fatores de precipitação e
evapotranspiração, mas também da natureza do solo e da cobertura vegetal (GEE 1988 in
Velásquez 1996).
O movimento das águas subterrâneas cumpre uma fase do ciclo hidrológico, uma vez
que constituem uma parcela da água precipitada. Após a precipitação, parte das águas que
atinge o solo se infiltra e percola no interior do subsolo, durante períodos de tempo
extremamente variáveis, decorrentes de muitos fatores. Rushton (1988, Lerner 1990 in
Velásquez 1996) classificam seis fatores que podem afetar a recarga:
Superficiais: topografia, precipitação (magnitude, intensidade, duração e
distribuição espacial), escoamento superficial, reservatórios d’água, características e padrão
da vegetação;
Zoneamento do solo: natureza do solo, profundidade, propriedades hidráulicas,
variabilidade lateral e em profundidade, presença de fissuras quando o solo apresenta-se seco
ou intumescido;
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
36
Zona não saturada: mecanismo de fluxo através da zona saturada, zoneamento da
condutividade hidráulica;
Aqüíferos: capacidade do aqüífero de receber água, variação das condições aqüíferas
com o tempo;
Rios: os rios que escoam para fora ou dentro da bacia considerada; rios que perdem
ou ganham água em relação ao aqüífero e;
Irrigação: forma de irrigação, perdas por canais e fluxos d’água, formas de manejo
do solo.
A litologia do aqüífero (porosidade/permeabilidade intergranular ou de fissuras) é o
fator que determina a qualidade da água, a qualidade como reservatório e a velocidade da
água em seu meio. Essa litologia é decorrente da sua origem geológica, que pode ser
sedimentar, vulcânica e/ou metamórfica, determinando os diferentes tipos de aqüíferos.
2.4.2 – Métodos de avaliação de recarga
Embora rios todos de estimativas da recarga aqüífera sejam descritos na
bibliografia, neste estudo serão enfocados apenas cinco, sendo eles: análise da curva de
recessão do hidrograma, medidas de variação do nível da água, balanço hídrico e traçador
radioativo (Trítio).
2.4.2.1 – Análise da curva de recessão do hidrograma
O hidrograma é a denominação dada ao gráfico que relaciona a variação da vazão em
função do tempo (Q = f(t)). O hidrograma anual é constituído com médias mensais em um
ano hidrológico. A distribuição da vazão no tempo é resultado da interação de todos os
componentes do ciclo hidrológico entre a ocorrência da precipitação e a vazão na bacia
hidrográfica. Bacia hidrográfica pode ser definida como uma área de captação de água de
precipitação demarcada por divisores topográficos, onde toda água captada converge para um
único ponto de saída (exutório), sendo um sistema físico onde podemos quantificar o ciclo da
água.
Analisando-se o hidrograma na Figura 2.9 pode-se observar as várias etapas que
ocorrem desde o início até o término de uma chuva. Ao iniciar a precipitação, parte é
interceptada pela vegetação e parte se infiltra no solo suprindo sua deficiência de umidade. No
hidrograma esta etapa é representada pelo intervalo To a Ta. Depois de excedida a capacidade
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
37
de infiltração, começa o escoamento superficial direto, cujo início é definido pelo ponto A. A
vazão aumenta até atingir um pico máximo, representado pelo ponto B, sendo que a duração
da precipitação é menor ou igual ao intervalo de tempo To a Tb. Quando termina a
precipitação, o escoamento superficial continua ainda por um determinado tempo e o fluxo
vai diminuindo, o qual denomina-se curva de depleção ou decaimento, representada pelo
intervalo BC. Cessado o escoamento superficial, passa a predominar o escoamento
subterrâneo a partir do ponto C e a curva começa a decrescer mais sutilmente, recebendo o
nome de curva de esgotamento ou curva de recessão, estágio no qual o fluxo é chamado de
fluxo de base (Marson & Leopoldo 1992).
Figura 2.9 – Exemplo de um hidrograma característico gerado por uma chuva, mostrando a variação
da vazão em relação ao tempo. Modificado Marson & Leopoldo (1992).
Portanto, a porção do hidrograma acima do segmento de linha AC corresponde
empiricamente ao escoamento superficial direto, enquanto a parte inferior do hidrograma
refere-se à contribuição do escoamento de base.
Observa-se também no hidrograma que o ponto C (início da recessão) encontra-se
mais elevado que o ponto de recessão antes da crescida (ponto A). Este fato ocorre porque
parte da precipitação se infiltrou causando a recarga aqüífera e conseqüentemente o aumento
no nível d’água.
Os componentes principais do fluxo em um canal possuem características distintas e
passíveis de individualização nos hidrogramas, sendo eles: fluxo superficial (runoff), que
Parte da precipitação que infiltra
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
38
representa a água que cai diretamente nos canais e a que escoa superficialmente; fluxo
subsuperficial, correspondente ao fluxo que ocorre apenas nas camadas mais superficiais do
solo, se restringindo à zona o saturada; e fluxo de base ou escoamento de base (baseflow),
que corresponde à descarga de água subterrânea para o rio, ou seja, é o componente
subterrâneo do escoamento total (Castany 1971).
O estudo da capacidade de armazenamento subterrâneo numa bacia hidrográfica é
feito com base no deflúvio do período de esgotamento ou recessão hidrológica. O
esgotamento significa um período sem recarga significativa dos aqüíferos e a conseqüente
diminuição da descarga natural de restituição dos aqüíferos aos rios (condições de rio
efluente), que se verifica ao longo do período de estiagem ou recessão, caracteriza o regime
dos cursos de água em período de déficit pluviométrico. A descarga natural durante o período
de recessão, via de regra, é associada à restituição subterrânea, a qual está condicionada a um
diferencial de carga hidráulica entre os aqüíferos e os canais fluviais (Gonçalves et al. 2005).
A análise da curva de recessão ou esgotamento é importante para o estudo do regime
dos cursos de água superficial e das reservas subterrâneas, uma vez que essa curva
corresponde à parte do hidrograma em que a vazão vem do escoamento básico, indicando que
as reservas de água subterrânea estão sendo liberadas para o rio (Castany 1971).
A Fórmula de Maillet” é muito utilizada para ajustar as recessões por sua maior
simplicidade quanto ao tratamento matemático, mesmo fornecendo melhores resultados para
os períodos finais de recessão (Costa 2005). A curva de esgotamento segue a referida lei
exponencial, segundo a equação (2.3) de Maillet, Castany (1967 in Gonçalves et al. 2005):
Q
t
= Q
0
e
-α
αα
αt
(2.3)
Onde:
Q
t
= vazão no tempo t (m
3
/s)
Q
0
= vazão no inicio da recessão (m
3
/s)
α = coeficiente de recessão (ou coeficiente de esgotamento)
t = tempo (dias) desde o início da recessão
e = base do logaritmo neperiano = 2,71828
O coeficiente de recessão (α) corresponde à inclinação da curva de recessão em
gráfico semilogaritmico e é expressado em dias
-1
(Figura 2.10). Segundo El-Nasser &
Salameh (1991 in Rosa Filho 1993) o coeficiente de recessão é uma constante que representa
as propriedades que afetam a descarga de um aqüífero. Considerando que os demais
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
39
parâmetros são constantes quanto maior for a extensão horizontal do aqüífero, a porosidade e
a viscosidade do fluido maior será o tempo necessário para que ocorra o esgotamento do
mesmo; nesses casos α decresce com o aumento desses parâmetros. Quanto maior for a
densidade do fluido e a permeabilidade específica do aqüífero, menor será o tempo necessário
para que ocorra o esgotamento do aqüífero; nesses casos, α cresce com o incremento da
densidade do fluido e da permeabilidade específica.
Figura 2.10 – Determinação do coeficiente de recessão pelo método de Barnes e separação dos
componentes de fluxo. Modificado de Costa (2005).
A determinação do coeficiente de recessão é feita numericamente e, com maior
precisão, usando-se a fórmula abaixo, obtida a partir da equação (2.3) em forma logarítmica.
log Q
t
= log Q
0
-
α
αα
α
t log e (2.4)
α
αα
α
= Log Q
0
– log Q
t
/
//
/ 0,4343t (2.5)
Através dessa expressão e dos hidrogramas contendo dados diários de descarga, se
encontram os valores dos coeficientes de esgotamento. O coeficiente de esgotamento α”,
caracteriza a descarga dos aqüíferos em regime o influenciado (ausência de precipitação).
Dentro dos sistemas aqüíferos, considera-se que o equilíbrio de fluxo das águas que entram
seja igual aos volumes de saída. Assim, ao se conhecer o quanto é restituído das águas
subterrâneas aos rios, pode-se estimar a contribuição das águas subterrâneas para o deflúvio
total, e ainda determinar a recarga subterrânea (Castany 1967 in Gonçalves et al. 2005).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
40
O todo de Barnes ou método dos gráficos semilogaritmos é freqüentemente
utilizado na separação de hidrogramas (Figura 2.10), sendo considerado o que fornece
resultados mais confiáveis. Admitindo que a curva de recessão tem por equação Q
t
= Q
0
e
-αt
sua representação em escala logarítmica será a equação de uma reta (y = ax + b). Portanto, ao
se plotar o hidrograma em papel semilogaritmo, a parte final, ou seja, a recessão do fluxo de
base será representada por uma reta cuja inclinação é -α. Prolongando-se essa reta em direção
aos eixos das ordenadas até a vertical que passa pelo ponto de inflexão E, se obtém o ponto F,
que é posteriormente unido ao ponto A, obtendo-se assim a linha de separação entre o fluxo
de base (porção subjacente) e o fluxo superficial (porção superior) (Custódio & Lhamas
1976).
O volume total armazenado no aqüífero no instante inicial da recessão
,
acima do
nível de base na ausência de recarga ou perda, encontrado pela equação (2.3), representa a
reserva renovável ou reserva reguladora do aqüífero a montante do ponto de medida de vazão.
Como o coeficiente de recessão (α) é expresso em dias
-1
e a vazão (Q) em m³/s faz-se
necessário a seguinte correção (2.6):
V = Q
0
x 86400 /
//
/ α
αα
α (2.6)
2.4.2.2 – Variação do nível da água (VNA)
Ao se infiltrar no solo a água tende a atingir o limite inferior da percolação de água
que é dado quando as rochas o admitem mais espaços abertos (poros) devido à pressão da
pilha de rochas sobrejacentes, onde sofre um represamento, preenchendo todos os espaços
abertos em direção à superfície. Estabelece-se assim uma zona onde todos os poros estão
cheios de água, denominada zona saturada ou freática. Acima desse nível, os espaços vazios
estão parcialmente preenchidos por água, contendo também ar, definindo a zona não saturada.
O limite entre essas duas zonas é definido como superfície freática - SF ou nível da água
subterrânea - NA (Karmann 2000).
O método da variação do nível da água se baseia na premissa de que o aumento do
nível de água é causado pela chegada da recarga à zona saturada do aqüífero (Wahnfreid &
Hirata 2005).
Os equipamentos utilizados para o acompanhamento da evolução dos veis
dinâmicos podem ser divididos em medidores manuais e medidores automáticos. Os
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
41
medidores manuais podem ser classificados como: elétricos, acústicos e manométricos. Os
medidores elétricos são os mais difundidos e utilizados. Os medidores automáticos são
baseados no aproveitamento da energia produzida pelo movimento vertical de ascensão e
rebaixamento do nível da água dentro de um poço, para mover um conjunto formado por um
flutuador e um contrapeso ligados por um cabo, que oscilam juntamente com a água,
transmitindo esse movimento vertical, através de um sistema de engrenagens e polias, para
um registrador onde se diretamente a profundidade do nível d'água. Esses dispositivos são
conhecidos como linímetros (Feitosa 2000).
Com o monitoramento da variação do nível da água, pode ser realizada a estimativa
da reserva renovável (recarga), que corresponde ao volume de água subterrânea acumulada
anualmente acima do nível freático, variável com o regime pluviométrico conforme a equação
2.1.
Os melhores resultados são obtidos em áreas com nível d’água rasos, possibilitando
rápidas elevações com a precipitação, já que níveis profundos tendem a não terem uma grande
variação. A acuidade das medidas é de grande importância, pois a lâmina da água precipitada
em cada evento compreende às vezes algumas dezenas de milímetros e seu efeito sobre o
nível da água é pequeno (Wahnfried & Hirata 2005).
Segundo Wahnfried & Hirata (op cit.), a maior vantagem da avaliação da recarga por
VNA é a sua simplicidade, pois não é necessário levar em conta os mecanismos de transporte
que regem a passagem de água na zona não saturada, o que permite desconsiderar, por
exemplo, a existência de caminhos preferenciais de fluxo. Porém, para usar esse todo é
preciso levar em consideração alguns aspectos, que diversos fenômenos relacionados às
alterações naturais (clima) e às atividades antrópicas (ocupação e uso do solo) ao longo de
décadas causam a oscilação do nível da água ao longo do tempo. Em um ano, as oscilações
podem estar ligadas à sazonalidade da evapotranspiração e precipitação, entre outros.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
42
2.4.2.3 – Balanço Hídrico
O balanço hídrico considera o solo como um reservatório delimitado pela região da
zona de raízes, suprido pelas precipitações e com volumes ximos dados pela capacidade de
campo (teor de água presente no solo apta de ser utilizada pela planta). A remoção de água
contida nesse reservatório se faz pela evaporação direta e transpiração vegetal, através da
absorção radicular. Durante os períodos em que o solo se encontra na capacidade de campo,
os excedentes de infiltração podem percolar profundamente, vindo a transformar-se em
recarga, e os excedentes superficiais podem escoar diretamente para a rede de drenagem
fluvial. A percolação profunda drena água a partir da zona das raízes até o reservatório
subterrâneo, onde te um tempo de “trânsito” até que contribua como vazão de base nos
cursos d’água superficiais. Esse tempo é variável e depende basicamente das características de
cada bacia hidrográfica.
A estimativa da recarga aquifera pelo todo do balanço hídrico baseia-se na
condição de que outros fluxos constituintes do balanço hídrico podem ser medidos ou
estimados mais facilmente do que a própria recarga. Como exemplos de todos de balanço
hídrico podem ser citados: (i) o controle da umidade do solo com instrumentos próprios e da
precipitação e evapotranspiração potencial, tendo como resultados a evapotranspiração real e
a recarga; (ii) balanço hídrico de canais e rios; (iii) elevação do nível d’água quando o
volume armazenado, medido pela elevação do nível freático, é calculado levando-se em
consideração entradas e saídas d’água do sistema aquífero, tais como bombeamento e fluxo
interaquíferos (Lerner 1990 in Velásquez 1996).
Os componentes do balanço hídrico, precipitação, evapotranspiração, temperatura,
entre outros, podem ser medidos in situ ou estimados de forma indireta. Habitualmente a
precipitação e a temperatura são medidas de forma direta e os outros componentes são
estimados através de fórmulas semi-empíricas, tais como as evapotranspiração potencial e
real. Tais balanços são normalmente realizados com periocidade, por exemplo, diária ou
mensal (Samper 1998).
A precipitação é entendida em hidrologia como toda água (chuva, granizo, orvalho,
geada, etc.) proveniente do meio atmosférico que atinge a superfície terrestre. As grandezas
que caracterizam uma chuva são: i) altura pluviométrica (P) espessura média da lamina
d’água precipitada que recobriria a região atingida pela precipitação admitindo-se que essa
água não se infiltrasse, não se evaporasse, nem escoasse para fora dos limites da região; ii)
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
43
duração (t) – é período de tempo durante o qual a chuva cai; iii) intensidade (i) – é a
precipitação por unidade de tempo, obtida com a relação i = P/t (Bertoni & Tucci 2001).
A evapotranspiração potencial avaliada com o todo de Thornthwaite, como a
quantidade de água, em altura pluviométrica, que seria transferida da superfície à atmosfera,
durante determinado período de tempo, em uma área externa inteiramente vegetada, onde o
solo disponha sempre de umidade suficiente para o uso das plantas. Poderá ser também
definida como a precipitação teoricamente necessária às plantas, ou como a altura
pluviométrica ideal para atender às necessidades de água da superfície vegetada, não trazendo
nem excedentes, nem deficiências de umidade no solo durante o ano. A evapotranspiração é
considerada normal ou potencial, e constitui elemento climatológico definido, como outro
qualquer, característico da região e dependente apenas de suas condições meteorológicas.
Quando há deficiência de umidade no solo, a evapotranspiração fica, forçosamente, reduzida e
limitada à quantidade da água capaz de ser retirada do solo pelo sistema radicular. Ocorre,
então, durante esse tempo, a evapotranspiração chamada efetiva ou real.
O balanço hídrico proposto por Custódio & Lhamas (1976) foi estruturado para
subsidiar o planejamento agrícola na análise das deficiências hídricas dos cultivos mediante a
avaliação da evapotranspiração real. O modelo proposto simula parte do ciclo hidrológico a
partir da equação (2.7):
P = ETR + EX +
R (2.7)
Onde:
P = precipitação em mm;
ETR = evapotranspiração real em mm;
EX = excedente de água (escoamento e infiltração);
R = variação da reserva de água utilizada pelas plantas.
Este modelo de balanço hídrico é processado no intervalo mensal e tem como base
física um reservatório que contempla parte do solo não saturado para o qual ocorre o processo
da evapotranspiração. O reservatório denominado “reserva de água utilizável pelas plantas” é
definido por uma profundidade especifica dada em mm, que depende de algumas
características do solo, tais como capacidade de campo e ponto de murchamento, e da
cobertura vegetal.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
44
As variáveis de entrada são a precipitação e a evapotranspiração potencial, tendo
como variáveis de saída a evapotranspiração real, a variação da reserva de água utilizável
pelas plantas e o excedente de água.
A variável excedente (EX) é na realidade a somatória da infiltração além da “reserva
de água utilizável pelas plantas” (recarga) e os escoamentos direto e subsuperfícial potencial.
Portanto, a dificuldade do método do balanço hídrico para a avaliação da recarga está na
separação das componentes da variável excedente (EX), equação (2.8).
EX = R + G (2.8)
Onde:
EX = excedente de água em mm;
R = escoamento direto e subsuperfícial em mm;
G = recarga em mm.
2.4.2.4 – Técnica de Traçadores
Nas pesquisas hidrogeológicas os isótopos estáveis e radioativos são muito
utilizados. Isótopos estáveis, como o oxigênio (
18
O), o deutério (
2
H) e o carbono 13 (
13
C),
caracterizam-se por ocorrerem em quantidade definida na natureza. Os mesmos são utilizados
como os traçadores naturais em problemas relacionados com a origem das águas e respectivos
sistemas de fluxo subterrâneo. Os isótopos radioativos, como o trítio (
3
H) e o carbono (
14
C),
sofrem decaimento radioativo, estando em franco processo de diminuição da quantidade. São
muito utilizados em questões relacionadas com a dinâmica dos sistemas de fluxo subterrâneo
e permitem obter a datação de águas subterrâneas (Feitosa 2000).
Segundo Drumond et al. (2005), a técnica de aplicação de traçador radioativo
artificial (
3
H) foi empregada pela primeira vez na Alemanha por Zimmermann et al. (1967), e
os pioneiros na aplicação dessa técnica no Brasil foram Araguás-Araguás et al. (1995), que
realizaram no período de dois anos (1989 a 1991) um experimento na Reserva Florestal
Ducke, situada na região central da Amazônia, a 35km de Manaus. Objetivou-se estudar o
balanço de água no solo e o regime de infiltração em um clima tropical úmido e verificar as
alterações provocadas pela substituição das matas, por pastos, nos processos de infiltração e
evapotranspiração. As principais conclusões obtidas nesse estudo foram: i) a taxa de
infiltração efetiva no solo de floresta é substancialmente menor que nas áreas ocupadas por
pastos, em razão dos fluxos de evapotranspiração na floresta (40%) serem bem maiores que os
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
45
das áreas de pastos (25%); ii) a perda aparente de trítio nas camadas de solos mais profundos
da floresta (cerca de 40% entre as profundidades de 1,5m e 3,5m) indica que a retirada de
água pelo sistema radicular profundo das árvores é bastante significativo; iii) o balanço das
águas do solo nas áreas de pasto varia de forma significativa de um ano para outro; e, iv) que
o trítio se mostrou como um traçador muito efetivo para estudar o movimento da água na zona
não saturada do solo em climas tropicais. Considerando esses resultados, os autores
recomendaram o emprego dessa técnica para o estudo em outras áreas da bacia, com
diferentes tipos de solo.
O CDTN/CNEN (1996) realizou uma série de ensaios, utilizando o trítio artificial
como traçador, para estimar a recarga de aqüíferos na região de Montes Claros-MG. Nos anos
de 1998 e 1999. Também realizou ensaios com trítio, no Complexo Alcalino de Poços de
Caldas MG, com o objetivo de avaliar a recarga de mananciais de água mineral daquela
instância hidromineral.
Segundo Minardi et al. (2004), a técnica de traçadores que utiliza o trítio artificial
(
3
H), consiste na aspersão de uma dada parcela do terreno com água trítiada, com atividade
calculada em função de fatores como umidade natural do terreno (estimada), tempo de
duração do experimento, limite de detecção do equipamento de contagem radioativa, aspectos
de proteção radiológica e segurança do publico em geral e do meio ambiente. Em seguida, é
aspergida uma certa quantidade de água comum para forçar a penetração inicial do traçador,
simulando assim uma primeira chuva sobre a área. De tempos em tempos são coletadas
amostras de solo, através de furos de sondagens, os quais são submetidos a análise para a
determinação da umidade residual e, em conseqüência, do teor de trítio contido na água. O
deslocamento vertical contido do pico de concentração de traçador fornece a taxa de
infiltração da água no subsolo.
O valor da recarga por este método será obtido pela equação (2.9).
R = ρ
ρρ
ρu.U.
h [g/cm
2
] (2.9)
Onde:
ρu = peso específico úmido (g/cm
3
);
U = umidade (%); e
h = distância entre dois picos (cm)
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
46
2.5 – Históricos dos estudos hidrogeológicos realizados no município de Araguari
Estudos realizados na bacia hidrográfica do rio Araguari indicaram uma utilização
intensiva de águas subterrâneas decorrentes da expansão da fronteira agrícola a partir da
década de 70 e pela demanda do abastecimento público.
Segundo Fiumari (2004), a pioneira nos estudos hidrogeológicos no município foi a
Companhia Mineira de Águas (COMAG), antecessora da Companhia de Saneamento de
Minas Gerais (COPASA), através de trabalhos executados pela empresa Orteng Engenharia
(OESA) em 1973. A partir de dados obtidos em 96 poços tubulares instalados em áreas
urbanas e dados de campo, foi realizado um diagnóstico hidrogeológico de Araguari. Dentre
as conclusões desse estudo destaca-se a necessidade de promover o aproveitamento dos
recursos hídricos com o devido conhecimento das potencialidades do aqüífero.
Outro estudo demandado pela Superintendência de Água e Esgoto de Araguari
(SAE), e executado pela COPASA em 1985, teve como objetivo oferecer alternativas para o
abastecimento público. Esse estudo foi desenvolvido com base no relatório da OESA e em
testes de bombeamento realizados pelo Departamento de Água e Esgoto do Município (DAE).
Chegaram a conclusão que o abastecimento público deveria priorizar o recurso subterrâneo
tendo em vista seu elevado potencial e por ser na área menos oneroso.
Um dos primeiros estudos na tentativa de avaliar a recarga aqüífera com abrangência
no município de Araguari foi desenvolvido no Projeto Consolidação e Fortalecimento de
Comitês de Bacias (IGAM 2001). O Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM), ciente da
utilização intensiva dos recursos subterrâneos na bacia do rio Araguari e visando uma gestão
mais efetiva e descentralizada dos recursos hídricos, selecionou para o sub-programa do
PROÁGUA - Gestão dos Recursos Hídricos e Fortalecimento do Comitê de Bacias, o projeto
referente à bacia do rio Araguari. A disponibilidade de água subterrânea na bacia foi calculada
em função das reservas renováveis e dos recursos explotáveis, em uma primeira aproximação
a partir do estudo de escoamento básico das diversas sub-bacias e da separação da
componente subterrânea do escoamento total. Admitiu que o sistema aqüífero encontra-se em
equilíbrio dinâmico e que as saídas de água se igualam as entradas e que estas representam a
reservas renováveis. Para avaliação, foram selecionados os deflúvios dios mensais das
estações: Porto Monjolinho (rio Araguari) e Sucupira (rio Uberabinha). Obteve-se um valor
de recarga de ordem 292 296mm/ano, compatível com a tipologia homogênea regional para
a área de ocorrência do aqüífero Bauru na Bacia, caracterizada pela elevada pluviosidade
anual (>1.500mm) e por terrenos com média a alta capacidade de infiltração.
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
47
Oliveira (2002), em sua dissertação de mestrado, calcula a recarga aqüífera por meio
de medidas de variação do nível da água, efetuadas ao longo de quatro anos (1998 a 2002) em
poços de monitoramento localizados no perímetro urbano. O valor de reserva renovável anual
no aqüífero Bauru calculado foi de 17.122.500m³/ano, considerando a área de ocorrência do
aqüífero igual a 45.66km², a variação anual entre os níveis freático máximo e mínimo de 2,5m
e a porosidade efetiva de 15%.
Fiumari (2004), em sua dissertação de mestrado, também utiliza a metodologia da
medida direta da oscilação do nível de água para o cálculo da reserva renovável, fazendo uso
dos dados de medida de variação efetuados por Oliveira (2002), considerando uma área do
aqüífero de 1.152km
2
, porosidade efetiva de 12% e variação anual do nível freático igual a
2,5m. Considerando estas informações, o volume da reserva renovável (recarga anual) do
sistema Bauru foi estimado em 3,45 x 10
8
m
3
/ano.
O projeto Avaliação dos Recursos Hídricos do Sistema Aqüífero Guarani (SAG) no
Município de Araguari, Minas Gerais, Brasil (Velásquez et al. 2006), teve como objetivo
subsidiar a implementação de um plano de gerenciamento quantitativo dos recursos hídricos
na região, no qual a autora teve participação efetiva. Neste projeto, desenvolveram-se diversos
trabalhos no município, tais como: elaboração do modelo hidrogeológico conceitual do SAG e
de modelo matemático hidrogeológico do aqüífero Bauru; avaliação da vulnerabilidade
natural à poluição; determinação do balanço hídrico e potencialidades visando a estimativa de
reservas, recursos, recargas e descargas dos aqüíferos Bauru no município. O método do
balanço hídrico (separação de hidrogramas) e o método de traçador radioativo (trítio) foram
utilizados na estimativa da recarga. Os valores de recarga encontrados pelo método do
balanço hídrico para sub-bacias Ribeirão das Araras e Córrego Amanhece, considerando a
seqüência de dois anos hidrológicos (2003/2005), foi de 38% do total médio precipitado. Mas
detalhadamente, os resultados percentuais de recarga nos dois anos hidrológicos 2003/2004 e
2004/2005 obtidos pelo método do balanço hídrico foram de 30% e 50%, respectivamente
para a sub-bacia Ribeirão das Araras, e de 23% e 48% respectivamente na sub-bacia rrego
Amanhece.
Ainda nesse projeto, o valor de recarga no subsolo medida pela técnica que utiliza o
trítio (H³) artificial como traçador em cinco áreas selecionadas no município apresentou
resultados percentuais de 51%, 43%, 24%, 41% e 44% da precipitação correspondente ao ano
hidrológico de 2004/2005. Os valores de recarga estimada com o traçador radioativo se
ajustam bastante com os valores obtidos pelo método do balanço hídrico para o mesmo ano
hidrológico (2004/2005).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
48
Observa-se na Tabela 2.6 os valores de recarga aqüífera encontrados nos diversos
trabalhos realizados no município de Araguari e/ou que abrangeram seu território, bem como
o método aplicado para esse fim.
Tabela 2.6 – Resumo dos valores de recargas encontradas no município de Araguari.
Autor Método
Área
(km²)
Ano
hidrológico
Recarga
(unidade
original)
Recarga
(mm)
Recarga
% da
precipi-
tação
Precipita-
ção (mm)
IGAM
(2001)
Separação da
componente
subterrânea do
escoamento total
pelo método de
Barnes.
22.050 2000/2001
367,6
mm/ano
367 23 1600
Oliveira
(2002)
Medida de
variação do nível
da água
(ne = 15% e
h = 2,5m)
45,66 1998/2002
17.122.500
m³/ano
380 25 1500
Fiumari
(2004)
Medida direta da
variação do nível
de água
(ne = 12% e
h = 2,5m)
1152 1998/2002
3,45 x 10
8
m
3
/ano
299 20 1500
2003/2004 243mm 243 23 1043
8,6
sub-bacia
Amanhece
2004/2005 778mm 778 48 1482
2003/2004 344mm 344 30 1152
Balanço hídrico
28,7
sub-bacia
R. Araras
2004/2005 709mm 709 50 1542
1,8 x 10
-5
Amanhece
2004/2005 807mm 807 51 1596*
1,8 x 10
-5
V. Brasil
Cerrado
2004/2005 614mm 614 43 1426*
1,8 x 10
-5
Piracaíba
2004/2005 389mm 389 24 1623*
1,8 x 10
-5
Piçarrão
2004/2005 651mm 651 41 1580*
Velásquez et al. (2006)
Traçador
radioativo (Trítio)
1,8 x 10
-5
V.
Sacoman -
Araras
2004/2005 638mm 638 44 1442*
* precipitação acumulada em cada área de injeção de trítio durante o decorrer do experimento (outubro
de 2004 a novembro de 2005).
Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
49
Para as sub-bacias Ribeirão das Araras e Córrego Amanhece o ano hidrológico
analisado pelo método do balanço hídrico de 2003/2004, com precipitação média (1.098mm),
tiveram uma recarga média de 294mm, representando 27% do total precipitado. A
precipitação média (1.512mm) do ano 2004/2005 alcançou um valor expressivo de recarga
média de 744mm, ou seja, próximo de 49% do total precipitado durante o ano citado.
A técnica que utiliza o traçador radioativo (
3
H) artificial permitiu a estimativa da
recarga aqüífera em cinco áreas experimentais da região de Araguari para o ano hidrológico
2004/2005. Os valores de recarga obtidos no viveiro Brasil Cerrado (614mm), Piçarrão
(651mm) e na sub-bacia Araras (638m) são muito próximos, e diferem em relação a área
localizada na sub-bacia Amanhece que apresenta valores de recarga mais elevado 807mm,
51% da precipitação, coerente com a classificação granulométrica do solo local, o qual
apresenta a maior porcentagem de areia (41%). A área localizada em Piracaíba apresentou
valor de recarga inferior (398mm) a todas as outras áreas, a explicação poderia estar no tipo
de solo, já que esse experimento foi o único realizado no latossolo roxo distrófico que
apresenta textura argilosa, ou no relevo, que essa área apresenta grande inclinação
(Velásquez et al. 2006).
Capítulo 3 - METODOLOGIA
50
CAPÍTULO 3
3 - METODOLOGIA
Os procedimentos metodológicos utilizados para a elaboração dessa pesquisa
direcionaram o desenvolvimento das atividades almejando cumprir os objetivos propostos. As
etapas metodológicas serão detalhadas a seguir:
Levantamento Bibliográfico
Inicialmente foi realizado o levantamento e compilação de bibliografias referentes ao
tema em estudo, em especial dos todos de avaliação da recarga aqüífera, além de
levantamento dos estudos geológicos e hidrogeológicos realizados no município, esta revisão
se prolongou durante todo o tempo de execução desse estudo.
Escolha das sub-bacias experimentais
A seleção das sub-bacias experimentais, Ribeirão das Araras e Córrego Amanhece,
obedeceu a critérios que levaram em conta a geologia, similaridade física (relevo e
topografia), a facilidade de acesso e a existência e monitoramento de estações pluviométricas
e fluviométricas dentro de seus limites (vide Figura 2.8). As áreas as montantes das estações
fluviométricas são de 28,7km² e 8,6km², para as sub-bacias Ribeirão das Araras e Córrego
Amanhece, respectivamente.
Outro ponto que favoreceu a escolha dessas áreas experimentais é que ambas
refletem a situação atual de uso e ocupação agrícola da região de Araguari, que se destaca,
atualmente, pela intensa explotação drica superficial e subterrânea, fato que vem gerando
conflitos entre os diversos usuários.
Escolha dos métodos de avaliação da recarga
Ressalta-se que no desenvolvimento deste estudo, considerou-se a recarga anual do
aqüífero como sendo equivalente à reserva reguladora, embora essa consideração seja válida
somente para situações em condições de equilíbrio natural.
Capítulo 3 - METODOLOGIA
51
Foram escolhidos dois todos de avaliação da recarga para este estudo, sendo eles:
análise da curva de recessão do hidrograma e a variação do nível da água.
A análise da curva de recessão do hidrograma é muito utilizada para a obtenção do
valor da recarga aqüífera. Esse método é importante também para o estudo do regime dos
cursos de águas superficiais e das reservas subterrâneas, uma vez que essa curva corresponde
à parte do hidrograma em que a vazão do rio corresponde exclusivamente ao escoamento de
água subterrânea. Através dos hidrogramas contendo dados dios diários de descarga é
possível extrair o valor do coeficiente de recessão e da recarga aqüífera.
A escolha do método da variação do nível da água para a avaliação da recarga se
deve à sua simplicidade, pois se baseia na premissa de que a elevação do nível de água é
causada pela chegada da recarga à zona saturada e não leva em conta os mecanismos de
transportes que regem a passagem de água na zona não saturada, permitindo desconsiderar a
existência de caminhos preferenciais de fluxos. A elevação do nível da água no período
monitorado correspondeu à soma de todos os incrementos entre a posição do NA a
subseqüente no ano hidrológico.
Os resultados adquiridos por esses dois métodos serão posteriormente comparados
entre si e com os resultados dos métodos do Balanço Hídrico e o Traçador Radioativo (Trítio)
aplicados para a avaliação da recarga aqüífera no município de Araguari em estudos
realizados por Velásquez et al. (2006).
Dados de precipitação: foram obtidos por meio de pluviômetro do tipo “Ville de
Paris” instalado nas sub-bacias Ribeirão das Araras (Pluv-10), Córrego Amanhece (Pluv-11)
e no perímetro urbano (01848010). As leituras foram realizadas por monitores no período da
manhã (09:00h) ao longo de dois anos hidrológicos (2003/2005), sendo registrada em
milímetros de chuva a cada 24 horas. Para a sub-bacia Ribeirão das Araras foram utilizados
dados de precipitação coletados dentro em uma rede estabelecida por Rodrigues (2006). E
dados da estação climatológica no Distrito de Amanhece para a sub-bacia Córrego Amanhece.
Para o perímetro urbano, foram utilizados os dados da estação pluviométrica de Araguari
(01848010), obtidos no Sistema de Informações Hidrológicas da Agência Nacional de Águas
(ANA-Hidroweb).
Dados de Vazão: as medidas de vazão superficial foram realizadas por meio de
leituras de régua linimétrica instaladas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)
em agosto de 2003, nas sub-bacias Ribeirão das Araras (Fluv-10) e Córrego Amanhece (Fluv-
Capítulo 3 - METODOLOGIA
52
11). A operação das estações é realizada pelo IGAM, que periodicamente disponibiliza uma
equipe de hidrometria para medições de descarga quida, e pela Superintendência de Água e
Esgoto de Araguari (SAE), que efetua as leituras das réguas duas vezes ao dia, uma no
período da manhã (7:00 h) e outra no final da tarde (17:00 h).
Dados de variação do nível da água (VNA): foi implementado um programa de
medidas de variação do nível da água em quatro poços profundos localizados no perímetro
urbano de Araguari, os quais, encontravam-se desativados e distantes a mais de 100m de
outros poços em funcionamento. O monitoramento em um dos poços teve que ser
interrompido devido ao início de bombeamento de poço localizado nas proximidades. Os
dados foram coletados nos poços: P-85, P-135 e P-138 (Velásquez et al. 2006), com a
utilização do medidor de nível elétrico duas vezes por s por monitor treinado. As medições
tiveram inicio em março de 2005 e foram finalizadas em fevereiro de 2006.
Estão apresentados, na Tabela 3.1, as estações de coleta de dados utilizadas nessa
dissertação com seus respectivos códigos, localização e coordenadas.
Tabela 3.1 – Localização das estações de coleta de dados.
Estações Código Localização Coordenadas
01848010 Araguari 18º39’40”/48º12”33”
Pluv-10 Sub-bacia R. das Araras 18º36’42”/48º13’25”
Pluviométricas
Pluv-11 Sub-bacia C. Amanhece 18º32’11”/48º11’51”
Fluv-10 Sub-bacia R. das Araras 18°33'58"/48°14'16"
Fluviométricas
Fluv-11 Sub-bacia C. Amanhece 18°31'35"/48º13'14"
P-85 Bateria São Benedito (SAE) 18º39’54,3”/48º11’40,2”
P-135 Av. Coronel Belchior (SAE) 18º38’25,8”/48º12’45,7”
Medidas de VNA
P-138 Chácara Glória (particular) 18º39’09,4”/48º10’36,1”
Capítulo 4 - RESULTADOS
53
CAPÍTULO 4
4 - RESULTADOS
4.1 – Tratamento dos Dados Monitorados
4.1.1 - Dados pluviométricos
Na análise de caracterização da pluviosidade da sub-bacia Ribeirão das Araras,
utilizaram-se os dados da estação denominada neste estudo de Fazenda Maringá, código Pluv-
10. E para a caracterização pluviométrica da sub-bacia do Córrego Amanhece utilizaram-se
dados da estação denominada de Fazenda Bocaina, código Pluv-11.
Os registros diários de pluviosidade dessas estações foram totalizados ao nível
mensal e a série histórica delimitada no espaço temporal de dois anos hidrológicos
(2003/2004 e 2004/2005), os dados relativos às estações Fazenda Maringá e Fazenda Bocaina
são respectivamente mostrados nas Figuras 4.1 e 4.2.
Figura 4.1 – Distribuição e série dos valores característicos das precipitações mensais da estação
Fazenda Maringá – Ribeirão das Araras (Pluv-10).
Capítulo 4 - RESULTADOS
54
Figura 4.2 – Distribuição e séries dos valores característicos das precipitações mensais da estação
Fazenda Bocaina – Córrego Amanhece (Pluv-11).
Ressalta-se que a estação Fazenda Bocaina (sub-bacia Córrego Amanhece) só
disponibilizava de informações a partir de outubro de 2004. O preenchimento dos dados
anteriores foi efetuado através de uma correlação de informações do período concomitante
com os dados da estação Fazenda Maringá (sub-bacia Ribeirão das Araras), possibilitando a
consolidação de dois anos hidrológicos completos de onde se obteve a equação linear
apresentada na Figura 4.3.
Figura 4.3 – Linha de tendência da correlação pluviométrica das sub-bacias Córrego Amanhece e
Ribeirão das Araras.
Capítulo 4 - RESULTADOS
55
Na análise de caracterizão da pluviosidade no perímetro urbano, utilizou-se os dados
totalizados ao nível mensal da estação Araguari (01848010 - ANA), delimitados no espaço
temporal de dois anos hidrológicos (Figura 4.4).
Figura 4.4 – Distribuição e séries dos valores característicos das precipitações mensais da estação
Araguari (01848010).
Nos registros históricos dos dados monitorados das três estações pluviométricas
nota-se claramente a definição do período úmido, entre outubro e março, e seco, entre abril e
setembro. Observam-se também, nas Figuras 4.1, 4.2 e 4.4, que nos períodos úmidos, podem
ocorrer interrupções de precipitação tendo em vista da ocorrência do fenômeno conhecido
como veranico” (conseqüência do baixo índice pluviométrico, que costuma ocorrer
aleatoriamente neste período do ano hidrológico). O mês de fevereiro de 2004/2005 ilustra
este fato.
Analisando os dados pluviométricos totais das estações localizadas nas sub-bacias e
fazendo a média entre eles, o ano hidrológico de 2003/2004 pode ser considerado um ano
seco (1.097mm) com relação ao valor da precipitação dia do município ao longo de 31
anos hidrológicos (1.507mm), enquanto que o ano de 2004/2005 pode ser classificado como
dentro da média (1.512mm).
Capítulo 4 - RESULTADOS
56
Os registros pluviométricos da estação Araguari (01848010) correspondente aos
meses de medição do nível da água (mar/05 a fev/06), a precipitação total foi de 1.636mm
(Figura 4.5).
Figura 4.5 – Distribuição e séries dos valores característicos das precipitações mensais da estação
Araguari (01848010) relativos aos meses de mar/05 a fev/06.
4.1.2 - Dados Fluviométricos
As medidas de vazão superficial foram realizadas com leituras de réguas linimétricas
(Figura 4.6), sendo as mesmas instaladas na sub-bacia do Córrego Amanhece (Fluv-11),
localizada na Fazenda Bocaina, e na sub-bacia Ribeirão das Araras (Fluv-10), localizada na
Fazenda Maringá (Figura 2.8). Os dados processados são correspondentes aos anos
hidrológicos de out/03 a set/05.
É necessário ressaltar que as medidas de leituras das réguas linimétricas foram
realizadas duas vezes ao dia (7:00 e 17:00 horas) e, portanto, por vezes deixou de registrar
alguns picos de vazão ocorridos em horários diferentes daqueles das leituras. Outro fator
limitante é a retirada de água, subterrânea e superficial, a montante das estações
fluviométricas, que podem influenciar no escoamento de base. Um desses pontos de captação
superficial pode ser visto claramente logo acima da gua linimétrica instalada no Ribeirão
Capítulo 4 - RESULTADOS
57
das Araras (Figura 4.6 b). A localização dos pontos de captação de água subterrânea e
superficial outorgados estão apresentados na Figura 2.8.
Figura 4.6 - Réguas linimétricas instaladas no Córrego Amanhece (a); e Ribeirão das Araras (b), o
ponto de captação desta está indicado pela seta vermelha. Fonte: (Velásquez et al. 2006).
O controle das retiradas de água outorgadas é de difícil avaliação, que não se tem
um registro diário confiável de funcionamento dessas captações, além da existência de
captações superficiais e subterrâneas ilegais, deste modo, as vazões consideradas podem
apresentar valores sub-dimensionados. Contudo, com base no cadastro de outorgados IGAM
(2004), estimou-se o volume das extrações superficiais e subterrâneas nas sub-bacias
correspondente a 12 horas de bombeamento diário durante o período de déficit hídrico (junho
a setembro), equivalente a 0,244m³/s (147mm) subterrânea e 0,027m³/s (16mm) superficial
para a sub-bacia Córrego Amanhece e 0,410m³/s (74mm) subterrânea e 0,093m³/s (17mm)
superficial, para a sub-bacia Ribeirão das Araras, conforme apresentado na Tabela 2.5.
Observa-se na Figura 4.7 os períodos de excedentes e deficiências hídricas nas sub-
bacias Córrego Amanhece e Ribeirão das Araras, estimada através do balanço hídrico
(Velásquez et al. 2006).
Capítulo 4 - RESULTADOS
58
Figura 4.7 – Série de valores de deficiências e excedentes hídricos das sub-bacias Córrego Amanhece
e Ribeirão das Araras. Fonte: (Velásquez et al. 2006).
Capítulo 4 - RESULTADOS
59
Os dados das estações fluviométricas foram totalizados em médias de vazão diárias
durante dois anos hidrológicos (Anexos 3 e 4). A partir desses dados foram gerados os
hidrogramas com o intuito de analisar a curva de recessão, conforme se apresenta na Figura
4.8.
Figura 4.8 - Hidrograma das vazões médias diárias das sub-bacias Ribeirão das Araras (28,7km²) e
Córrego Amanhece (8,6km²).
Hidrograma Sub-bacia Ribeirão das Araras
(28,7km²)
Hidrograma Sub
-
bacia Córrego Amanhece
(8,6m²)
Capítulo 4 - RESULTADOS
60
Observa-se nos hidrogramas das vazões médias diárias das estações monitoradas
picos de subidas e decidas bruscas e significativas durante o período de estiagem, entre abril e
setembro, quando ocorrem as retiradas de água, tanto dos rios como do aqüífero. Tais
retiradas influenciam no escoamento de base e provocam alterações na geometria da curva de
recessão dos hidrogramas apresentados, as quais são observadas mais claramente no Córrego
Amanhece (2004/2005).
O ponto inicial das curvas de recessão (Q
0
) dos hidrogramas foi definido a partir dos
dados de precipitação diária e com base na serie de valores de deficiências e excedentes
hídricos obtidos com o método do balanço hídrico (Velásquez et al. 2006). Com a análise da
precipitação dos anos hidrológicos monitorados nas sub-bacias observou-se que mais de 90%
da precipitação média anual ocorrem no período úmido e nos meses do período de estiagem a
precipitação pode atingir valores nulos. A Figura 4.9 apresenta as variações da vazão média
diária e da precipitação diária nas sub-bacias durante os dois anos hidrológicos.
Capítulo 4 - RESULTADOS
61
Figura 4.9 – Hidrograma das vazões médias e precipitação diária das estações Bocaina e Maringá. As setas verdes e vermelhas representam as curvas de recessão.
Capítulo 4 - RESULTADOS
62
Como era esperado o comportamento das variações da vazão nos hidrogramas (picos
de subidas) apresentaram uma relação direta com a precipitação, mesmo durante o período de
estiagem.
4.1.3 - Dados de Variação do Nível da Água
A implementação do programa de medidas da variação do nível da água, no início da
pesquisa propunha-se avaliar a recarga por esse método por meio de uma malha estendida em
todo o município. Entretanto, a falta de meios logísticos e operacionais frustraram esse
propósito, tendo-se, então, selecionados apenas os poços dentro do perímetro urbano,
pensando-se na facilidade de acesso ao monitor para a realização das medidas.
Foram selecionados quatro poços profundos desativados, os quais encontravam-se
distantes a mais de 100m de outros poços em funcionamento, sendo que esta distância foi
preconizada para evitar a influência de rebaixamentos indesejáveis causados por poços
vizinhos. A avaliação do raio de influência em Araguari, ou seja, a distância estimada entre os
poços (100m), para que seja evitada as interferências entre os mesmos foi sugerida por
Fiumari (2004) em teste de bombeamento realizado no município.
O monitoramento em um dos poços teve que ser interrompido devido ao início de
bombeamento de poço localizado nas proximidades. Dos três poços restantes monitorados
(Anexo 5), dois pertencem à SAE e estão localizados na avenida Coronel Belchior Godoy e
na Bateria São Benedito. O terceiro é de propriedade particular e está localizado na Chácara
da Glória.
As medidas de variação do nível da água foram realizadas com a utilização do
medidor de nível elétrico (Figura 4.10) e correspondem a 12 meses de leituras quinzenais
(mar/05 a fev/06). Mesmo o compreendendo 1 ano hidrológico completo (out a set) as
medidas permitem que se faça uma análise da variação do nível da água (Tabela 4.1 e Figura
4.11).
Capítulo 4 - RESULTADOS
63
Figura 4.10 – Medição do nível da água no poço Coronel Belchior Godoy, com a utilização do
medidor de nível elétrico
.
Fonte: (Velásquez et al. 2006).
Tabela 4.1 – Valores de medidas de variação do nível da água dos poços monitorados.
Medidas de nível da água
Av. C. B. Godoy
(P-135)
Bateria São Benedito
(P-85)
Chácara da Glória
(P-138)
Prec. Mensal
(01848010)
Data de
medição
Nível d’água
(m)
h* (
((
(m)
Nível d’água
(m)
h* (
((
(m)
Nível d’água
(m)
h* (
((
(m)
mm
21/3/2005 19,99 31,15 2,83
441,4
5/4/2005 19,72 0,27 30,96 0,19 3,07 -0,24
19/4/2005 20,25 -0,53 - 3,21 -0,14
12,6
4/5/2005 19,22 1,03 30,48
0,48
3,06 0,15
18/5/2005 19,11 0,11 30 0,48 3,15 -0,09
32,9
1/6/2005 18,98 0,13 29,69 0,31 3,13 0,02
22/6/2005 18,98 0 29,53 0,16 -
9,5
14/7/2005 18,93 0,05 29,19 0,34 3,22
-0,09
0,0
1/8/2005 - - - 17,4
1/9/2005 19,27
-0,34
29,07
0,12
3,22
0
15/9/2005 19,35 -0,08 28,91 0,16 3,31 -0,09
36,2
6/10/2005 19,51 -0,16 29,34 -0,43 3,4 0,09
19/10/2005 19,69 -0,18 28,97 0,37 3,5 0,01
27,9
3/11/2005 19,79 -0,1 29,48 -0,51 3 0,05
17/11/2005 20,02 -0,23 29,39 0,09 3,2 -0,02
225,2
2/12/2005 19,94 0,08 29,51 -0,12 2,59 0,61
23/12/2005 19,89 0,05 29,57 -0,06 2,94 -0,35
440,3
18/1/2006 20,05 -0,16 31,43 -1,86 2,97 -0,03
31/1/2006 19,85 0,02 29,3 2,13 2,86 0,11
243,3
16/2/2006 19,93 0,08 29,24 0,06 3,01 -0,15
28/2/2006 18,94 0,99 29,43 -0,19 3 0,01
149,9
Σ
ΣΣ
Σ
h
positivos
2,81
4,98
1,05
* diferença entre a medida atual e anterior
Capítulo 4 - RESULTADOS
64
Figura 4.11 - Variação do nível da água nos três poços monitorados e precipitação correspondente
aos meses de medição.
Capítulo 4 - RESULTADOS
65
Observa-se na Tabela 4.1 e na Figura 4.11 que a resposta do nível da água às
precipitações no poço localizado na Chácara Glória (P-138) apresenta-se mais nítida em
relação aos outros poços, o que era esperado, por se tratar de um poço onde o nível da água se
apresenta mais próximo à superfície e a resposta da precipitação em relação a sua variação é
mais rápido. Esse poço foi desconsiderado para a análise da estimativa de recarga, nesta
dissertação, por apresentar o nível da água muito próximo à superfície e não condizente com a
grande maioria dos níveis observados em outros poços nesse aqüífero em Araguari.
O comportamento da variação do nível da água nos poços P-135 e P-85 apresentaram
certa similaridade entre si. Os níveis máximo e mínimo do P-135 foram de 20,25m e 18,93m,
respectivamente e do P-85 de 31,43m e 28,91m. Entretanto, ambos não apresentam correlação
com a precipitação registrada no período monitorado, quando índice pluviométrico é baixo o
nível de água está mais próximo a superfície, e no período úmido o nível decai. Este fato pode
esta ligada ao atraso da chegada da recarga devido ao maior trajeto vertical de percolação do
fluxo, que não será contabilizado neste estudo.
Ressalta-se, contudo, que o registro no P-135 e P-85 (Figura 4.11) mostram uma
queda brusca no nível d’água 19/04/05 (20,25m) e 18/01/06 (31,43) respectivamente, sem
nenhuma causa natural aparente, o que pode ser atribuído uma influência de extração em
poços vizinhos ou mesmo a um erro de medição. Entretanto, optou-se por não fazer a correção
por falta de provas confirmatórias.
Entre os meses de março a julho observa-se, na Figura 4.11, o período de ascensão
do NA no poço P-135 e no P-85 durante os meses de março a novembro. Com a análise da
variação do NA dos poços e com a soma de todos os h positivos durante o período de
monitoramento, obtivemos os seguintes valores de h=2,81m para o poço P-135 e h=4,98m
para o poço P-85. Considerando os valores de variação anual do nível freático
correspondendo ao desnível ximo em cada poço obtivemos os seguintes os valores para P-
135=1,32 metros e P-85=2,5 metros.
Capítulo 4 - RESULTADOS
66
4.2 – Resultados dos métodos estimativos de recarga aplicados no estudo
Uma análise visual dos hidrogramas das duas estações fluviométricas nas sub-bacias
em estudo revela que as retiradas de água, tanto superficial como do aqüífero, mediante
poços, influenciam diretamente o escoamento de base e provocaram alterações na geometria
da curva de recessão, o que provocou dificuldades na avaliação da recarga anual pelo método
da curva de recessão.
Com relação ao método da medida do nível de água, os inconvenientes foram o
pequeno número de poços, a sua localização fora das sub-bacias estudadas, junto à área
urbana, e o período monitorado diferente do método da análise do hidrograma.
4.2.1 – Estimativa da recarga anual pelo método da Análise da curva de recessão de
hidrograma
A análise da curva de recessão do hidrograma, nesta dissertação, seguiu a
metodologia proposta por meio do método de Barnes (item 2.4.2.1). Através dos hidrogramas
e precipitação diária correspondente aos anos hidrológicos em estudo (Figura 4.9) foi definida
a curva de recessão (Figuras 4.12 e 4.13) e o coeficiente de recessão seguindo os fundamentos
da equação exponencial da recessão (Fórmula de Maillet).
O início da recessão considerado é correspondente à diminuição das precipitações
nas sub-bacias e com o início do déficit hídrico local (Figura 4.7). Os valores de vazão inicial
e final considerados para o cálculo do coeficiente de recessão (α) são apresentados na Tabela
4.2.
Tabela 4.2 – Valores de vazão inicial (
Q
0
)
e final
(Q
1
)
.
Estação Sub-bacia
Ano
Hidrológico
Q
0
(m³/
//
/s) Q
1
(m³/
//
/s)
Intervalos
dias
2003/2004
0,432
(06/04/04)
0,220
(11/11/04)
219
Maringá
(Fluv-10)
Ribeirão das
Araras
2004/2005
0,565
(14/04/05)
0,336
(27/09/05)
166
2003/2004
0,149
(26/03/04)
0,070
(13/10/04)
201
Bocaina
(Fluv-11)
Córrego
Amanhece
2004/2005
0,130
(31/03/05)
0,083
(24/09/05)
177
Capítulo 4 - RESULTADOS
67
Figura 4.12 - Hidrograma das vazões médias diárias da estação Bocaina com as curvas de recessão.
Capítulo 4 - RESULTADOS
68
Figura 4.13 - Hidrograma das vazões médias diárias da estação Maringá com as curvas de recessão.
Capítulo 4 - RESULTADOS
69
A Tabela 4.3 apresenta os coeficiente de recessão (α) obtidos pela equação
exponencial da recessão (Fórmula de Maillet).
Tabela 4.3 – Coeficientes de recessão das sub-bacias.
Estação Sub-bacia Ano Hidrológico
Coeficiente de recessão (α
αα
α)
2003/2004
0,003081
Maringá
(Fluv-10)
Ribeirão das Araras
2004/2005
0,003131
2003/2004
0,003758
Bocaina
(Fluv-11)
Córrego Amanhece
2004/2005
0,002535
A título de exemplo, são apresentados os cálculos para a sub-bacia Ribeirão das Araras no
ano hidrológico
2004/2005.
α = log Q
0
- log Q
1
0,4343
t
α = log 0,565 - log 0,336
0,4343 x 166
α = 0,003131
Para a obtenção do valor da recarga aqüífera nas sub-bacias por esse método,
inicialmente foi calculado o volume total armazenado considerando o coeficiente de recessão
(α) e a vazão no início da recessão (Q
0
) para cada ano hidrológico.
Como o coeficiente de recessão (α) é expresso em dias
-1
e a vazão (Q) em /s, faz-
se necessário a utilização da equação (2.6). Como exemplo, segue o cálculo da recarga
aqüífera para sub-bacia Ribeirão das Araras com a utilização do coeficiente de recessão (α =
0,003131).
V = Q
0
x 86400
α
V = 0,565 x 86400
0,003131
V = 15592128m³
Capítulo 4 - RESULTADOS
70
Encontrado o volume armazenado (m³) e considerando a área da sub-bacia do
Ribeirão das Araras (28700000m²), se obtém o valor da recarga em altura (mm) pela equação:
R = V
A
R = 15592128
28700000
R = 0,543m = 543mm
Esse cálculo foi repetido para todos os coeficientes de recessão obtidos através dos
hidrogramas das sub-bacias e os valores de recarga estão apresentados na Tabela 4.4.
Tabela 4.4 – Valores de recarga encontrados com a avaliação da curva de recessão.
Estação Sub-bacia Ano Hidrológico
Coeficiente de recessão
(α
αα
α)
Recarga (mm)
2003/2004
0,003081 422
Maringá
Ribeirão das
Araras
2004/2005
0,003131 543
2003/2004
0,003758 398
Bocaina
Córrego
Amanhece
2004/2005
0,002535 515
A análise da curva de recessão em um único hidrograma e ano hidrológico,
dependendo do local da escolha da vazão inicial e final, e sem se levar em consideração a
precipitação, pode levar a valores de recarga aleatórios. Apresenta-se, como exemplo, o
hidrograma da sub-bacia do Córrego Amanhece (Figura 4.14) no período de recessão
(2004/2005), onde, além da curva de recessão utilizada para esse estudo (Recarga 1) foram
geradas duas curvas aleatórias (Recarga 2 e Recarga 3). Os valores estimados de recarga
seriam de 336mm (Recarga 2) e 254mm (Recarga 3), bastante diferentes do valor estimado
para a reta Recarga 1 (515mm).
Capítulo 4 - RESULTADOS
71
Figura 4.14 - Hidrograma Córrego Amanhece, período de recessão 2004-2005.
4.2.2 – Estimativa da recarga anual pelo método da Variação do nível d’água
A Tabela 4.5 resume os dados de variação do nível d’água obtidos entre março/2005
e fevereiro/2006, período diferente, portanto, do da análise da curva de recessão. A
precipitação total durante o período monitorado foi de 1.636mm, registrada na estação
Araguari (01848010).
Tabela 4.5 - Síntese das medições sistemáticas de NA realizadas na área de estudo entre março/2005 e
fevereiro/2006
Poços Coordenadas
Prof
máxima
(m)
Prof.
mínima
(m)
Desnível
máximo (m)
Incremento total
de altura do nível
d’água (m)
P-135 (Av.
Coronel Belchior
Godoy)
18°38’25,8”
48°12’45,7”
20,25 18,93 1,32
2,81
P-85 (Bateria São
Benedito)
18°39’54,3”
48°11’40,2”
31,43 28,91 2,52
4,98
A recarga anual foi estimada considerando-se a média dos incrementos positivos do
nível d’água medidos nos poços P-135 e P-85, correspondente a 3,9m e uma porosidade
efetiva de 0,12, encontrada por Fiumari (2004) no município de Araguari.
Capítulo 4 - RESULTADOS
72
Assim, a recarga anual pode ser deste modo estimada.
R = h x ne
R = 3,9 x 0,12
R = 470m
O valor da recarga assim encontrada foi de 470mm (29% da precipitação no período
correspondente).
4.3 – Discussões
Conforme descrito na metodologia, os resultados da recarga aqüífera adquiridos por
meio dos dois métodos, curva de recessão do hidrograma e variação do NA, aplicados nesse
estudo, serão agora comparados com o método do balanço hídrico, aplicados aos anos
hidrológicos de 2003/2004 e 2004/2005, e com o método do traçador radioativo (trítio),
aplicado no ano hidrológico de 2004/2005, no projeto “Avaliação dos Recursos dricos do
Sistema Aqüífero Guarani (SAG) no Município de Araguari, Minas Gerais, Brasil”
(Velasques et al. 2006). A Tabela 4.6 apresenta os valores de recarga aqüífera estimados nas
sub-bacias experimentais pelos quatro métodos de avaliação.
Tabela 4.6 – Resumo dos valores de recarga aqüífera estimada por quatro métodos na área de estudo.
Estação
Método de avaliação de
recarga
Ano
Hidrológico
Recarga
(mm)
Precipitação
Total (mm)
%
precipitação
Cidade de
Araguari
Variação do nível da
água
2005/2006
(mar/05-fev/06)
470 1.636 29
2003/2004
422 1.152 36
Analise da curva de
recessão do hidrograma
2004/2005
543 1.542 35
2003/2004
344* 1.152 30*
Balanço Hídrico*
2004/2005
778* 1.542 50*
Maringá
(R. Araras)
Trítio*
2004/2005
638* 1.442 44*
2003/2004
398 1.043 38
Analise da curva de
recessão do hidrograma
2004/2005
515 1.482 34
2003/2004
243* 1.043 23*
Balanço Hídrico*
2004/2005
709* 1.482 48*
Bocaina
(C. Amanhece)
Trítio*
2004/2005
807* 1.596 51*
*
Fonte: Velásquez et al. (2006).
Capítulo 4 - RESULTADOS
73
Com base na análise da dia pluviométrica total registrada nas estações localizadas
nas sub-bacias, observa-se que o ano hidrológico de 2003/2004 pode ser considerado um ano
seco (1.097mm) e o ano hidrológico de 2004/2005 classificado como dentro da média
(1.512mm), tomando como referência o valor da precipitação média do município ao longo de
31 anos hidrológicos (1.507mm). Durante o período de monitoramento da VNA a
precipitação foi acima da média (1.636mm).
Apesar dos erros inerentes aos métodos de estimativa da recarga avaliados, os
mesmos apresentaram resultados coerentes para os dois anos hidrológicos. No ano
hidrológico 2003/2004, no qual o índice pluviométrico foi menor os resultados de recarga
encontrados por todos os métodos também foram inferiores aos estimados no ano hidrológico
2004/2005, no qual o índice pluviométrico registrado foi superior.
A aplicação do método de estimativa de recarga pela variação do nível da água,
considerando a dia da somatória dos eventos ascensão do nível da água, resultou em um
valor de recarga de 470mm. Esse método foi aplicado em um período diferente dos demais,
mas a comparação pode ser efetuada com base na precipitação. Pode-se também comparar o
valor estimado com os resultados de recarga aqüífera obtidos por Oliveira (2002), de 380mm,
e Fuimari (2004), igual a 299mm. Apesar desses autores terem utilizado o mesmo método
(VNA), o cálculo foi efetuado pelo desnível máximo, ao invés da média da somatória dos
incrementos de vel d´água, resultando em valores de recarga menores do que o estimado
neste estudo.
A experiência na aplicação do todo de VNA mostrou que as medidas de variação
do nível da água para o cálculo da recarga devem ser efetuadas durante um período de, no
mínimo, um ano para abranger tanto o período úmido como o seco. No caso da utilização de
poços localizados na área urbana, como no caso dessa dissertação, devem ser tomados alguns
cuidados para que os poços em monitoramento não sejam influenciados com rebaixamentos
indesejáveis causados poços vizinhos em funcionamento, com a observação da distância do
raio de influência no local de estudo. O nível da água medido em um único poço é
representativo para uma área de algumas dezenas de metros quadrados a sua volta (Wahnfried
& Hirata 2005).
Os valores de recarga estimados pelo método da análise da curva de recessão para o
ano hidrológico relativamente seco de 2003/2004 (422mm e 398mm) comparados com as
recargas estimadas pelo balanço hídrico (344mm e 243mm) apresentam-se mais elevados.
Enquanto que, os valores de recarga do ano hidrológico mais úmido de 2004/2005 calculados
pela curva de recessão mostraram-se inferiores (543mm e 515mm) aos encontrados pelo
Capítulo 4 - RESULTADOS
74
método do balanço hídrico (778mm e 709mm) e do traçador radioativo (638mm e 807mm).
Isso decorre do fato da análise da curva de recessão do hidrograma expressar valores de
recarga ocorridos em anos anteriores ao ano hidrológico em estudo, devido ao percurso da
água infiltrada até alcançar o lençol freático e se tornar efetivamente recarga e pela
interferência antrópica nas sub-bacias com retiradas de águas, superficiais e subterrâneas, que
influenciam no escoamento de base. Assim, observa-se que o método da curva de recessão é
menos influenciado pela precipitação atual do que os demais métodos analisados.
As dificuldades encontradas na definição da curva de recessão dos hidrogramas
decorrem de incertezas quanto a sua posição inicial (Q
0
) e final (Q
1
) em todos os períodos de
estiagem decorrentes dos dois anos hidrológicos analisados. Como apresentado na Figura 4.14
em um único hidrograma e período hidrológico, dependendo do local da escolha da vazão
inicial e final, são encontrados diversos valores de recarga. Essas dificuldades são,
provavelmente, provocadas pelas retiradas de água (superficial e subterrânea), que
influenciam no escoamento de base e provocam alterações na geometria da curva de recessão.
Desta forma, esse método aplicado em áreas com influência antrópica pode levar a incertezas
na obtenção do coeficiente de recessão.
A análise dos resultados de literatura obtidos através dos métodos do balanço hídrico
e do traçador radioativo (trítio) permitiu observar que esses métodos são bastante sensíveis a
variações temporais e locais. Os valores estimados pelo método do balanço hídrico são
regionalizados, ao passo que aqueles obtidos pelo método do traçador representam estimativas
pontuais que, com o devido cuidado, podem ser extrapoladas para áreas vizinhas, que
apresentem condições geológicas e climáticas semelhantes (Velásquez et al. 2006).
Capítulo 5 - CONCLUSÕES
75
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
O aqüífero Bauru é o mais explotado no município, sendo elevada a densidade de
poços em algumas áreas na zona urbana e em determinadas localidades agrícolas, como por
exemplo, a bacia do Ribeirão das Araras. Sua natureza pouco profunda e seu material
litológico facilitam a perfuração indiscriminada e ilegal de poços.
As sub-bacias Ribeirão das Araras e Córrego Amanhece, pertencentes a bacia
Ribeirão das Araras, refletem bem a situação atual de uso e ocupação agrícola da região de
Araguari, que se destaca, pela intensa extração hídrica superficial e subterrâneo, fato que vem
gerando conflitos entre os diversos usuários. Nessas duas áreas (37,3km²) encontram-se 33
pontos de captação, superficial e subterrânea, que totalizam 0,774m³/s de vazão outorgada
durante os quatro meses mais críticos do ano (julho a setembro) em relação ao déficit hídrico.
Com base na série de valores de deficiências e excedentes hídricos das sub-bacias
Córrego Amanhece e Ribeirão das Araras, tudo indica que o período base de recarga ocorre
entre os meses de dezembro e março, nos quais se observa o excedente hídrico dos anos
hidrológicos avaliados.
A análise da curva de recessão do hidrograma expressa valores de recarga ocorridos
em anos anteriores ao ano hidrológico em estudo, devido ao trajeto que a água infiltrada
percorre até alcançar o lençol freático e se tornar efetivamente recarga. Assim, os valores de
recarga estimados por esse método mostraram-se menos influenciados pela precipitação do
ano em estudo se comparados com os métodos do balanço hídrico e do traçador radioativo
(trítio). O ano hidrológico de 2003/2004, considerado um ano seco, apresentou valores de
422mm e 398mm, mais elevados, portanto, quando comparados com as recargas estimadas
pelo balanço hídrico (344mm e 243mm), enquanto que os valores de recarga do ano
hidrológico mais úmido de 2004/2005 calculados pela curva de recessão mostraram-se
inferiores (543mm e 515mm) aos encontrados pelo método do balanço hídrico (778mm e
709mm) e do traçador radioativo (638mm e 807mm).
O método da análise da curva de recessão aplicado em áreas com interferência
antrópica pode levar a incertezas na obtenção do coeficiente de recessão, devido as
dificuldades encontradas na definição desta curva nos hidrogramas provocadas pelas retiradas
de água (superficial e subterrânea), que influenciam no escoamento de base.
Capítulo 5 - CONCLUSÕES
76
A estimativa da recarga aqüífera pelas medidas de variação do nível da água nos
poços P-135 e P-85, levando-se em conta a média de todos os eventos de ascensão do NA, foi
de 470mm. Comparando-se o resultado obtido com estimativas encontradas na literatura para
a mesma área e com o mesmo método, porém utilizando o desnível máximo, pode-se observar
que o uso dadia de todos os eventos de ascensão leva a valores de recargas maiores, já que
agrega todos os incrementos de recarga ao longo do período monitorado.
A experiência da aplicação do método VNA mostrou ser fundamental que as
medidas de variação do NA para o cálculo da recarga sejam efetuadas durante um período que
engloba tanto o período úmido como o seco do ano. No caso da utilização de poços
localizados na área urbana devem ser tomados alguns cuidados, como a observação da
distância do raio de influência no local de estudo, para que os poços em monitoramento não
sejam influenciados com rebaixamentos indesejáveis causados poços vizinhos em
funcionamento.
Recomenda-se dar continuidade às medições de vel d’água e de vazão no Córrego
Amanhece e no Ribeirão das Araras, para melhorar a série histórica desses dados. Sugere-se
também dar continuidade as medidas pluviométricas, além de realizar medições de vazão com
maior freqüência em dias de ocorrência de chuvas para tornar possível o registro da passagem
do pico da cheia. Para isso, o uso de estações linimétricas automáticas é mais indicado, pois
esses equipamentos permitem o registro das vazões em tempo integral.
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ANEXOS
82
ANEXOS
Anexo 1 - Série das precipitações mensais da estação Araguari (Mg) - Código Ana:
01848010
Ano OUT
NOV
DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
AGO
SET
Total
1975/1976
190,4
299,3
243,7
70,5 310 106,9
59,8 52,4 0 18,8
7,1
69,4
1428,3
1976/1977
96,3
177,6
338,5
225,7
96,9 204 127,4
20,8 33,8 1,6
0,9
61,1
1384,6
1977/1978
147,1
355,7
249,8
318,2
181,3
169,9
53,9 56,3 29,1 18 0 30,6
1609,9
1978/1979
166,8
302,3
272,8
324,5
298,4
145 96,5 76 0 24,2
19,6
110,2
1836,3
1979/1980
70,6
154
520,7
306,9
450,9
51,2 95 8,5 26,2 0 10,1
53,5
1747,6
1980/1981
31,3
275,3
366,8
251,9
117,2
237,2
47,3 0 70,1 1,5
0 0,8
1399,4
1981/1982
182,7
329,4
362,5
430,8
108,3
351,6
50 93,9 43,1 11 11,3
33,9
2008,5
1982/1983
200,4
97,9
459,1
490,2
292,1
271,9
67,4 41 4,6 34,1
0 36 1994,7
1983/1984
147,5
111,1
316,2
185,2
44,1 58,3 87 52,1 0 0 72,3
83,8
1157,6
1984/1985
67,6
137
255,9
544,2
151,7
267,9
11,4 16,8 0 0 0 40,6
1493,1
1985/1986
119,9
154,2
212,1
192,6
211,6
148,9
50,7 39,5 0 4,4
19,4
27,3
1180,6
1986/1987
151,8
153,7
483,9
185,4
72,6 149,4
105,4
17,2 12 3 12 61,6
1408
1987/1988
139,9
231,1
486,9
138,8
200,8
227,1
83 38,4 31,3 0 0 0 1577,3
1988/1989
137
129
371 178,4
265,6
132,3
39,6 0,9 4 52 65,1
35,3
1410,2
1989/1990
39,6
341,1
428,2
191,2
342,7
138,2
82 52,2 0 22,4
24 12,9
1674,5
1990/1991
113,8
114,5
172,5
710,6
326,3
366,6
174,1
10,1 0 0 0 5,2
1993,7
1991/1992
136,3
260,6
266,6
164,2
291,8
103,2
107,3
20,2 0 0 20,2
148,1
1518,5
1992/1993
159,9
266
,7
274,1
165,4
339 73,7 23,1 5 71 0 33,9
35,9
1447,7
1993/1994
85,9
44,7
156,8
240,3
64,4 705,2
53,9 35,2 9,4 6,1
0 0 1401,9
1994/1995
76,4
205,9
218,6
169 341,2
149 64,7 71,9 6,8 8,5
0 26,9
1338,9
1995/1996
50,9
1
27,6
244,8
230,4
145,5
261 41,1 245,3
9,3 1,2
29,8
77,9
1464,8
1996/1997
79
284,4
245,4
452,2
97,4 215,4
56,8 20,4 108,9
0 0 33,6
1593,5
1997/1998
91,7
200,5
226,5
303,3
76,9 71,5 68,2 50,1 0 0 53,5
46,4
1188,6
1998/1999
91,2
129,9
203,9
207,2
104 295,9
113,6
8,3 7,4 1,6
0 28,7
1191,7
1999/2000
21,4
102,2
286,2
355,3
383,9
27,8 0 0 13,4
34,9
109,6
1334,7
2000/2001
130,9
167,2
188,9
252,5
135,6
263,9
36,6 83,1 1,9 0 29,1
91,5
1381,2
2001/2002
103,8
218,7
429,5 289,6 428,9 174,0 41,7 16,2 0,0 18,6
0,0 37,6
1758,6
2002/2003
87,1
82,5
270,5 362,0 67,7 250,1 142,3 12,2 0,0 0,0 0,0 37,4
1311,8
2003/2004
40,0
146,9
331,4 254,5 274,3 154,1 101,3 2,3 0,0 31,5
0,0 2,0 1338,3
2004/2005
46,4
161,6
318,5 493,7 51,0 441,4 12,6 32,9 9,5 0,0 17,4
36,2
1621,2
2005/2006
27,9
225,2
440,3 243,3 149,9 255,7 100,0 9,6 0,0 0,0 1,7 67,3
1520,9
Mínima
21,4
44,7
156,8 70,5 44,1 51,2 11,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1.157,6
Máxima
200,4
355,7
520,7 710,6 450,9 705,2 174,1 245,3 108,9 52,0
72,3
148,1
2.008,5
Média
104,2
193,2
311,1 285,8 206,2 220,1 71,7 38,3 15,4 8,8 14,9
46,5
1.507,0
ANEXOS
83
Anexo 2 – Outorgados superficiais e subterrâneas nas sub-bacias Ribeirão das Araras e Córrego Amanhece.
Município Bacia Estadual Bacia Federal Sub-bacia Captaçao Latitude Longitude
Vazões Outorgadas
(m³/s) Finalidade NE/ND
1 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5400 -48,2033 0,022 Irrig
2 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5203 -48,3497 0,007 Irrig
3 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5447 -48,2556 0,015 Irrig
4 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5431 -48,2003 0,020 Irrig
5 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5425 -48,2075 0,020 Irrig
6 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5267 -48,1983 0,065 Irrig 3,0/26,95
7 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5269 -48,1997 0,030 Irrig 2,8/16,92
8 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5275 -48,2008 0,048 Irrig 2,1/10,87
9 Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Poço -18,5275 -48,2011 0,017 Irrig 2,0/10,87
10
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Curso d'água -18,5275 -48,2039 0,002 Irrig
11
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Curso d'água -18,5278 -48,2058 0,005 Irrig
12
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Curso d'água -18,5275 -48,2094 0,009 Irrig
13
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Curso d'água -18,5272 -48,2114 0,010 Irrig
14
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Córrego Amanhece
Curso d'água -18,5278 -48,2047 0,002 Irrig
15
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,6053 -48,2061 0,022 Irrig
16
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,6042 -48,2178 0,008 Irrig
17
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,6067 -48,2178 0,012 Irrig
18
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,5556 -48,2278 0,003 Dess.animais
19
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,6061 -48,2250 0,050 Irrig
20
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,5564 -48,2294 0,018 Irrig
21
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,5556 -48,2289 0,022 Irrig
22
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,6147 -48,2275 0,045 Irrig
23
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,6203 -48,2278 0,060 Irrig
ANEXOS
84
24
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,6183 -48,2281 0,060 Irrig
25
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,5519 -48,2167 0,008 Irrig
26
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,5919 -48,2086 0,032 Irrig 8,45/35,2
27
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,6100 -48,2286 0,040 Irrig 5,54/38,8
28
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Poço -18,5472 -48,2183 0,030 Irrig 3,85/39,21
29
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Curso d'água -18,5706 -48,2233 0,015 Irrig
30
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Curso d'água -18,5833 -48,2150 0,009 Irrig
31
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Curso d'água -18,5750 -48,2167 0,020 Irrig
32
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Curso d'água -18,5842 -48,2175 0,019 Irrig
33
Araguari Ribeirão das Araras Rio Paranaíba Ribeirão das Araras
Curso d'água -18,5781 -48,2233 0,030 Irrig
ANEXOS
85
Anexo 3 – Dados diários de vazões da
sub-bacia Ribeirão das Araras.
Ribeirão das Araras
Dia Vazão (m³/s)
07:00 17:00 Média
1/10/2003
0,243 0,235 0,239
2/10/2003
0,243 0,235 0,239
3/10/2003
0,235 0,235 0,235
4/10/2003
0,228 0,228 0,228
5/10/2003
0,228 0,228 0,228
6/10/2003
0,228 0,212 0,220
7/10/2003
0,228 0,228 0,228
8/10/2003
0,235 0,235 0,235
9/10/2003
0,189 0,212 0,200
10/10/2003
0,235 0,228 0,231
11/10/2003
0,212 0,243 0,228
12/10/2003
0,252 0,243 0,248
13/10/2003
0,243 0,235 0,239
14/10/2003
0,260 0,260 0,260
15/10/2003
0,260 0,252 0,256
16/10/2003
0,252 0,235 0,244
17/10/2003
0,235 0,235 0,235
18/10/2003
0,235 0,228 0,231
19/10/2003
0,235 0,228 0,231
20/10/2003
0,228 0,212 0,220
21/10/2003
0,212 0,212 0,212
22/10/2003
0,212 0,220 0,216
23/10/2003
0,252 0,252 0,252
24/10/2003
0,252 0,252 0,252
25/10/2003
0,235 0,228 0,231
26/10/2003
0,235 0,228 0,231
27/10/2003
0,235 0,235 0,235
28/10/2003
0,235 0,235 0,235
29/10/2003
0,235 0,243 0,239
30/10/2003
0,243 0,243 0,243
31/10/2003
0,243 0,220 0,232
1/11/2003
0,220 0,252 0,236
2/11/2003
0,276 0,276 0,276
3/11/2003
0,276 0,243 0,260
4/11/2003
0,243 0,235 0,239
5/11/2003
0,228 0,228 0,228
6/11/2003
0,285 0,353 0,319
7/11/2003
0,319 0,293 0,306
8/11/2003
0,260 0,243 0,252
9/11/2003
0,243 0,235 0,239
10/11/2003
0,204 0,204 0,204
11/11/2003
0,228 0,228 0,228
12/11/2003
0,228 0,235 0,231
13/11/2003
0,235 0,235 0,235
14/11/2003
0,268 0,252 0,260
15/11/2003
0,235 0,235 0,235
16/11/2003
0,235 0,235 0,235
17/11/2003
0,235 0,235 0,235
18/11/2003
0,252 0,252 0,252
19/11/2003
0,235 0,235 0,235
20/11/2003
0,268 0,319 0,293
21/11/2003
0,319 0,319 0,319
22/11/2003
0,268 0,260 0,264
23/11/2003
0,260 0,260 0,260
24/11/2003
0,260 0,260 0,260
25/11/2003
0,268 0,268 0,268
26/11/2003
0,285 0,285 0,285
27/11/2003
0,783 0,783 0,783
28/11/2003
0,435 0,435 0,435
29/11/2003
0,353 0,353 0,353
30/11/2003
0,371 0,371 0,371
1/12/2003
0,371 0,345 0,358
2/12/2003
0,417 0,417 0,417
3/12/2003
0,417 0,783 0,600
4/12/2003
0,783 0,552 0,667
5/12/2003
0,783 0,783 0,783
6/12/2003
0,815 0,691 0,753
7/12/2003
0,751 0,721 0,736
8/12/2003
0,721 0,721 0,721
9/12/2003
0,721 0,721 0,721
10/12/2003
0,606 0,606 0,606
11/12/2003
0,606 0,426 0,516
12/12/2003
0,426 0,426 0,426
13/12/2003
0,426 0,426 0,426
14/12/2003
0,380 0,380 0,380
15/12/2003
0,353 0,353 0,353
16/12/2003
0,310 0,310 0,310
17/12/2003
0,310 0,301 0,306
18/12/2003
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0,454 0,454 0,454
10/5/2005
0,435 0,435 0,435
11/5/2005
0,426 0,426 0,426
12/5/2005
0,426 0,426 0,426
13/5/2005
0,417 0,417 0,417
14/5/2005
0,417 0,417 0,417
15/5/2005
0,426 0,426 0,426
16/5/2005
0,417 0,417 0,417
17/5/2005
0,417 0,417 0,417
18/5/2005
0,426 0,426 0,426
19/5/2005
0,417 0,407 0,412
20/5/2005
0,407 0,407 0,407
21/5/2005
0,407 0,407 0,407
22/5/2005
0,417 0,417 0,417
23/5/2005
0,417 0,417 0,417
24/5/2005
0,407 0,398 0,403
25/5/2005
0,662 0,662 0,662
26/5/2005
0,662 0,633 0,647
27/5/2005
0,606 0,606 0,606
28/5/2005
0,578 0,552 0,565
ANEXOS
91
29/5/2005
0,502 0,502 0,502
30/5/2005
0,454 0,454 0,454
31/5/2005
0,435 0,435 0,435
1/6/2005
0,426 0,426 0,426
2/6/2005
0,426 0,426 0,426
3/6/2005
0,426 0,426 0,426
4/6/2005
0,417 0,417 0,417
5/6/2005
0,417 0,417 0,417
6/6/2005
0,417 0,417 0,417
7/6/2005
0,407 0,407 0,407
8/6/2005
0,407 0,407 0,407
9/6/2005
0,398 0,398 0,398
10/6/2005
0,398 0,389 0,394
11/6/2005
0,389 0,389 0,389
12/6/2005
0,389 0,380 0,385
13/6/2005
0,380 0,380 0,380
14/6/2005
0,380 0,380 0,380
15/6/2005
0,380 0,380 0,380
16/6/2005
0,380 0,380 0,380
17/6/2005
0,371 0,371 0,371
18/6/2005
0,389 0,389 0,389
19/6/2005
0,389 0,389 0,389
20/6/2005
0,454 0,454 0,454
21/6/2005
0,435 0,426 0,430
22/6/2005
0,417 0,417 0,417
23/6/2005
0,398 0,407 0,403
24/6/2005
0,407 0,398 0,403
25/6/2005
0,398 0,398 0,398
26/6/2005
0,398 0,389 0,394
27/6/2005
0,389 0,389 0,389
28/6/2005
0,389 0,380 0,385
29/6/2005
0,380 0,380 0,380
30/6/2005
0,380 0,380 0,380
1/7/2005
0,380 0,380 0,380
2/7/2005
0,389 0,389 0,389
3/7/2005
0,389 0,389 0,389
4/7/2005
0,380 0,380 0,380
5/7/2005
0,380 0,380 0,380
6/7/2005
0,380 0,380 0,380
7/7/2005
0,389 0,389 0,389
8/7/2005
0,380 0,380 0,380
9/7/2005
0,389 0,389 0,389
10/7/2005
0,389 0,389 0,389
11/7/2005
0,380 0,380 0,380
12/7/2005
0,371 0,371 0,371
13/7/2005
0,371 0,371 0,371
14/7/2005
0,371 0,371 0,371
15/7/2005
0,371 0,371 0,371
16/7/2005
0,380 0,380 0,380
17/7/2005
0,380 0,380 0,380
18/7/2005
0,371 0,371 0,371
19/7/2005
0,371 0,371 0,371
20/7/2005
0,371 0,371 0,371
21/7/2005
0,371 0,371 0,371
22/7/2005
0,371 0,371 0,371
23/7/2005
0,371 0,371 0,371
24/7/2005
0,371 0,371 0,371
25/7/2005
0,380 0,380 0,380
26/7/2005
0,371 0,371 0,371
27/7/2005
0,380 0,380 0,380
28/7/2005
0,380 0,380 0,380
29/7/2005
0,371 0,371 0,371
30/7/2005
0,371 0,371 0,371
31/7/2005
0,362 0,362 0,362
1/8/2005
0,362 0,362 0,362
2/8/2005
0,362 0,362 0,362
3/8/2005
0,362 0,362 0,362
4/8/2005
0,362 0,362 0,362
5/8/2005
0,353 0,353 0,353
6/8/2005
0,362 0,362 0,362
7/8/2005
0,371 0,371 0,371
8/8/2005
0,353 0,353 0,353
9/8/2005
0,353 0,353 0,353
10/8/2005
0,353 0,353 0,353
11/8/2005
0,353 0,353 0,353
12/8/2005
0,345 0,345 0,345
13/8/2005
0,362 0,362 0,362
14/8/2005
0,353 0,353 0,353
15/8/2005
0,345 0,345 0,345
16/8/2005
0,345 0,345 0,345
17/8/2005
0,345 0,345 0,345
18/8/2005
0,336 0,336 0,336
19/8/2005
0,336 0,327 0,332
20/8/2005
0,336 0,336 0,336
21/8/2005
0,336 0,336 0,336
22/8/2005
0,336 0,336 0,336
23/8/2005
0,327 0,327 0,327
24/8/2005
0,327 0,327 0,327
25/8/2005
0,327 0,327 0,327
26/8/2005
0,353 0,353 0,353
27/8/2005
0,345 0,336 0,340
28/8/2005
0,336 0,336 0,336
29/8/2005
0,336 0,336 0,336
30/8/2005
0,319 0,319 0,319
31/8/2005
0,310 0,310 0,310
1/9/2005
0,310 0,310 0,310
2/9/2005
0,310 0,301 0,306
3/9/2005
0,301 0,301 0,301
4/9/2005
0,301 0,301 0,301
5/9/2005
0,293 0,293 0,293
6/9/2005
0,293 0,293 0,293
7/9/2005
0,252 0,252 0,252
ANEXOS
92
8/9/2005
0,268 0,268 0,268
9/9/2005
0,268 0,268 0,268
10/9/2005
0,268 0,268 0,268
11/9/2005
0,268 0,268 0,268
12/9/2005
0,268 0,268 0,268
13/9/2005
0,268 0,268 0,268
14/9/2005
0,268 0,268 0,268
15/9/2005
0,268 0,268 0,268
16/9/2005
0,260 0,260 0,260
17/9/2005
0,260 0,260 0,260
18/9/2005
0,260 0,260 0,260
19/9/2005
0,252 0,252 0,252
20/9/2005
0,252 0,252 0,252
21/9/2005
0,243 0,243 0,243
22/9/2005
0,243 0,243 0,243
23/9/2005
0,243 0,243 0,243
24/9/2005
0,353 0,353 0,353
25/9/2005
0,345 0,345 0,345
26/9/2005
0,345 0,336 0,340
27/9/2005
0,336 0,336 0,336
28/9/2005
0,327 0,327 0,327
29/9/2005
0,327 0,327 0,327
30/9/2005
0,319 0,310 0,314
ANEXOS
93
Anexo 4 – Dados diários de vazões da
sub-bacia Córrego Amanhece.
Córrego Amanhece
Dia
Vazão (m³/s)
07:00 17:00 Média
1/10/2003
0,052 0,047 0,050
2/10/2003
0,047 0,038 0,042
3/10/2003
0,042 0,033 0,038
4/10/2003
0,033 0,038 0,036
5/10/2003
0,042 0,042 0,042
6/10/2003
0,042 0,033 0,038
7/10/2003
0,042 0,038 0,040
8/10/2003
0,047 0,052 0,050
9/10/2003
0,047 0,047 0,047
10/10/2003
0,070 0,076 0,073
11/10/2003
0,070 0,058 0,064
12/10/2003
0,070 0,063 0,067
13/10/2003
0,063 0,058 0,061
14/10/2003
0,063 0,063 0,063
15/10/2003
0,063 0,058 0,061
16/10/2003
0,058 0,052 0,055
17/10/2003
0,052 0,047 0,050
18/10/2003
0,052 0,047 0,050
19/10/2003
0,052 0,052 0,052
20/10/2003
0,052 0,042 0,047
21/10/2003
0,042 0,042 0,042
22/10/2003
0,042 0,047 0,045
23/10/2003
0,058 0,058 0,058
24/10/2003
0,070 0,063 0,067
25/10/2003
0,063 0,058 0,061
26/10/2003
0,058 0,058 0,058
27/10/2003
0,058 0,058 0,058
28/10/2003
0,058 0,058 0,058
29/10/2003
0,058 0,070 0,064
30/10/2003
0,063 0,063 0,063
31/10/2003
0,063 0,063 0,063
1/11/2003
0,083 0,090 0,086
2/11/2003
0,070 0,070 0,070
3/11/2003
0,063 0,063 0,063
4/11/2003
0,063 0,052 0,058
5/11/2003
0,052 0,047 0,050
6/11/2003
0,076 0,076 0,076
7/11/2003
0,076 0,070 0,073
8/11/2003
0,058 0,052 0,055
9/11/2003
0,047 0,047 0,047
10/11/2003
0,042 0,042 0,042
11/11/2003
0,042 0,038 0,040
12/11/2003
0,038 0,047 0,042
13/11/2003
0,047 0,047 0,047
14/11/2003
0,047 0,047 0,047
15/11/2003
0,047 0,047 0,047
16/11/2003
0,047 0,047 0,047
17/11/2003
0,047 0,047 0,047
18/11/2003
0,047 0,047 0,047
19/11/2003
0,047 0,052 0,050
20/11/2003
0,076 0,238 0,157
21/11/2003
0,238 0,238 0,238
22/11/2003
0,083 0,070 0,076
23/11/2003
0,058 0,052 0,055
24/11/2003
0,052 0,052 0,052
25/11/2003
0,052 0,052 0,052
26/11/2003
0,052 0,052 0,052
27/11/2003
0,052 0,052 0,052
28/11/2003
0,076 0,076 0,076
29/11/2003
0,063 0,063 0,063
30/11/2003
0,090 0,090 0,090
1/12/2003
0,090 0,076 0,083
2/12/2003
0,090 0,090 0,090
3/12/2003
0,238 0,159 0,199
4/12/2003
0,140 0,169 0,154
5/12/2003
0,226 0,265 0,245
6/12/2003
0,265 0,202 0,233
7/12/2003
0,169 0,169 0,169
8/12/2003
0,169 0,169 0,169
9/12/2003
0,122 0,122 0,122
10/12/2003
0,122 0,090 0,106
11/12/2003
0,113 0,083 0,098
12/12/2003
0,083 0,083 0,083
13/12/2003
0,083 0,070 0,076
14/12/2003
0,070 0,070 0,070
15/12/2003
0,063 0,063 0,063
16/12/2003
0,058 0,058 0,058
17/12/2003
0,083 0,083 0,083
18/12/2003
0,083 0,083 0,083
19/12/2003
0,052 0,052 0,052
20/12/2003
0,052 0,052 0,052
21/12/2003
0,052 0,052 0,052
22/12/2003
0,052 0,052 0,052
23/12/2003
0,052 0,052 0,052
24/12/2003
0,070 0,070 0,070
25/12/2003
0,052 0,052 0,052
26/12/2003
0,052 0,052 0,052
27/12/2003
0,052 0,052 0,052
28/12/2003
0,058 0,058 0,058
29/12/2003
0,052 0,052 0,052
30/12/2003
0,052 0,052 0,052
31/12/2003
0,063 0,063 0,063
1/1/2004
0,063 0,063 0,063
2/1/2004
0,058 0,105 0,081
3/1/2004
0,140 0,140 0,140
4/1/2004
0,122 0,122 0,122
ANEXOS
94
5/1/2004
0,090 0,070 0,080
6/1/2004
0,063 0,105 0,084
7/1/2004
0,105 0,159 0,132
8/1/2004
0,159 0,159 0,159
9/1/2004
0,130 0,130 0,130
10/1/2004
0,090 0,130 0,110
11/1/2004
0,251 0,226 0,239
12/1/2004
0,214 0,238 0,226
13/1/2004
0,113 0,076 0,095
14/1/2004
0,070 0,076 0,073
15/1/2004
0,070 0,070 0,070
16/1/2004
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8/6/2005
0,058 0,058 0,058
9/6/2005
0,058 0,058 0,058
10/6/2005
0,058 0,058 0,058
11/6/2005
0,063 0,063 0,063
12/6/2005
0,063 0,063 0,063
13/6/2005
0,063 0,063 0,063
14/6/2005
0,058 0,058 0,058
15/6/2005
0,058 0,058 0,058
16/6/2005
0,058 0,058 0,058
17/6/2005
0,052 0,052 0,052
18/6/2005
0,052 0,058 0,055
19/6/2005
0,058 0,058 0,058
20/6/2005
0,047 0,047 0,047
21/6/2005
0,076 0,076 0,076
22/6/2005
0,070 0,070 0,070
23/6/2005
0,058 0,058 0,058
24/6/2005
0,063 0,063 0,063
25/6/2005
0,063 0,063 0,063
26/6/2005
0,063 0,063 0,063
27/6/2005
0,063 0,063 0,063
28/6/2005
0,058 0,058 0,058
29/6/2005
0,058 0,058 0,058
30/6/2005
0,052 0,052 0,052
1/7/2005
0,052 0,052 0,052
2/7/2005
0,058 0,058 0,058
3/7/2005
0,058 0,058 0,058
4/7/2005
0,052 0,052 0,052
5/7/2005
0,052 0,052 0,052
6/7/2005
0,058 0,058 0,058
7/7/2005
0,058 0,058 0,058
8/7/2005
0,058 0,058 0,058
9/7/2005
0,058 0,058 0,058
10/7/2005
0,063 0,063 0,063
11/7/2005
0,058 0,058 0,058
12/7/2005
0,058 0,063 0,061
13/7/2005
0,063 0,063 0,063
14/7/2005
0,070 0,070 0,070
15/7/2005
0,063 0,070 0,067
16/7/2005
0,070 0,076 0,073
17/7/2005
0,083 0,083 0,083
18/7/2005
0,070 0,070 0,070
19/7/2005
0,070 0,070 0,070
20/7/2005
0,070 0,070 0,070
21/7/2005
0,070 0,070 0,070
22/7/2005
0,070 0,070 0,070
23/7/2005
0,070 0,070 0,070
24/7/2005
0,070 0,070 0,070
25/7/2005
0,070 0,070 0,070
26/7/2005
0,076 0,076 0,076
27/7/2005
0,076 0,076 0,076
28/7/2005
0,076 0,076 0,076
29/7/2005
0,070 0,070 0,070
30/7/2005
0,070 0,070 0,070
31/7/2005
0,070 0,070 0,070
1/8/2005
0,070 0,070 0,070
2/8/2005
0,063 0,063 0,063
3/8/2005
0,063 0,063 0,063
4/8/2005
0,063 0,058 0,061
5/8/2005
0,058 0,058 0,058
6/8/2005
0,058 0,058 0,058
7/8/2005
0,058 0,058 0,058
8/8/2005
0,052 0,052 0,052
9/8/2005
0,052 0,052 0,052
10/8/2005
0,052 0,047 0,050
11/8/2005
0,047 0,047 0,047
12/8/2005
0,042 0,042 0,042
13/8/2005
0,042 0,042 0,042
14/8/2005
0,033 0,038 0,036
15/8/2005
0,033 0,033 0,033
16/8/2005
0,029 0,026 0,028
17/8/2005
0,026 0,026 0,026
18/8/2005
0,019 0,016 0,018
19/8/2005
0,011 0,009 0,010
20/8/2005
0,007 0,007 0,007
21/8/2005
0,006 0,006 0,006
22/8/2005
0,006 0,006 0,006
23/8/2005
0,006 0,006 0,006
24/8/2005
0,007 0,007 0,007
25/8/2005
0,007 0,007 0,007
26/8/2005
0,011 0,011 0,011
27/8/2005
0,009 0,009 0,009
28/8/2005
0,009 0,009 0,009
29/8/2005
0,009 0,009 0,009
30/8/2005
0,007 0,007 0,007
31/8/2005
0,007 0,007 0,007
1/9/2005
0,007 0,007 0,007
2/9/2005
0,007 0,007 0,007
3/9/2005
0,007 0,007 0,007
4/9/2005
0,009 0,009 0,009
5/9/2005
0,007 0,007 0,007
6/9/2005
0,007 0,007 0,007
7/9/2005
0,006 0,006 0,006
ANEXOS
100
8/9/2005
0,004 0,004 0,004
9/9/2005
0,004 0,004 0,004
10/9/2005
0,004 0,004 0,004
11/9/2005
0,004 0,004 0,004
12/9/2005
0,004 0,004 0,004
13/9/2005
0,004 0,004 0,004
14/9/2005
0,004 0,004 0,004
15/9/2005
0,004 0,004 0,004
16/9/2005
0,003 0,003 0,003
17/9/2005
0,003 0,003 0,003
18/9/2005
0,003 0,003 0,003
19/9/2005
0,003 0,003 0,003
20/9/2005
0,003 0,003 0,003
21/9/2005
0,003 0,003 0,003
22/9/2005
0,003 0,003 0,003
23/9/2005
0,003 0,003 0,003
24/9/2005
0,083 0,083 0,083
25/9/2005
0,076 0,070 0,073
26/9/2005
0,058 0,058 0,058
27/9/2005
0,052 0,052 0,052
28/9/2005
0,047 0,047 0,047
29/9/2005
0,042 0,038 0,040
30/9/2005
0,038 0,038 0,038
ANEXOS
101
Anexo 5 – Dados dos poços selecionados para medição da variação do nível de água.
Código do poço
(Velásquez et al. 2006)
P-85 P-135 P-138
Denominação (IGAM)
PSB03 2’ 1’
Proprietário
SAE SAE Particular
Localidade ou endereço do
proprietário
Bateria São Benedito
Av. Coronel
Belchior Goodoy nº
2095/3137
Chácara Glória
Principal uso da água
Abastecimento Público
Abastecimento
Público
Irrigação
Situação junto ao IGAM
Outorgado Outorgado sd
Coto do poço no nível do terreno (m)
950,83 sd sd
Longitude
48º11’40,2” 48º12’45,7” 48º10’36,1”
Latitude
18º39’54,3” 18º38’25,8” 18º39’09,4”
Vazão (/
//
/h)
5 sd
sd
Profundidade final do poço
59 sd
sd
Profundidade dos filtros - início/
//
/fim
(m)
sd sd
sd
Profundidade aproximada do topo
do basalto (m)
59 sd
sd
Cota do topo do basalto (m)
891,83 sd
sd
Profundidade do nível
estático em relação ao
terreno (m)
30,48 19,75 3,06
Medições
para a
dissertação
Data da medição do
nível estático
Março de 2005 a abril de
2006
Março de 2005 a
abril de 2006
Março de 2005 a
abril de 2006
Cota do nível estático
920,35 sd
sd
Obs: sd significa sem dados.
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