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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
ESTUDO SOBRE A PATOGÊNESE DA SÍNDROME PULMONAR E
CARDIOVASCULAR POR HANTAVIRUS E SUA ASSOCIAÇÃO
COM POLIMORFISMOS GENÉTICOS
ALESSANDRA ABEL BORGES
Ribeirão Preto
2006
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ALESSANDRA ABEL BORGES
ESTUDO SOBRE A PATOGÊNESE DA SÍNDROME PULMONAR E
CARDIOVASCULAR POR HANTAVIRUS E SUA ASSOCIAÇÃO
COM POLIMORFISMOS GENÉTICOS
Ribeirão Preto
2006
Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo, para obtenção do título de Doutor em
Ciências.
Área de concentração: Imunologia Básica e
Aplicada, opção Bioagentes Patogênicos.
ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ TADEU MORAES FIGUEIREDO
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FICHA CATALOGRÁFICA
Borges, Alessandra Abel
Estudo sobre a patogênese da Síndrome Pulmonar e
Cardiovascular por Hantavirus e sua associação com polimorfismos
genéticos. Ribeirão Preto, 2006.
p. 136 : il. ; 30cm
Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto/USP – Programa de Pós-graduação em Imunologia
Básica e Aplicada - Área de Concentração: Bioagentes Patogênicos.
Orientador: Figueiredo, Luiz Tadeu Moraes.
1. Hantavírus. 2. Patogênese. 3. Polimorfismo. 4.Síndrome
Pulmonar. 5. Citocinas. 6. HLA.; 7.HPA.
Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia.
Mário Quintana
Dedico este trabalho ao meu pai, José Valdir Corrêa Borges, e à minha mãe,
Odila Abel Borges, pelo exemplo e pela educação, pelo apoio, sempre, e
por todo Amor!
Dedico também aos meus avós (in memorian): da Família Teixeira
Corrêa Borges, vô Ismael e vó Orayde, e da Família Brustolin Abel, a
“nonna” Concceta e o “nonno” Chico, minhas raízes!
Finalmente, dedico este trabalho também:
à minha irmã, Fernanda, pelo zêlo e carinho;
à minha sobrinha Ana Carolina – Luz em nossas vidas!
ao meu amor Carlos Alberto, pelo amor e apoio, incondicionais!
Ainda, à minha tia Maria Conceição Abel Machado
(in memorian), pelo exemplo de carreira acadêmica,
pelo carinho, e pelo apoio, desde o início.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela Vida, pela proteção e por guiar meus passos!
Agradeço, com muito carinho, ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Tadeu Moraes
Figueiredo, Virologista de prestígio, a quem admiro. Agradeço pela orientação e pelo
exemplo. Agradeço pelas oportunidades e ensinamentos. Agradeço a chance de realizar este
trabalho, não só pela sua experiência e pela infra-estrutura laboratorial, ofertadas sem
ostentação, na simplicidade que lhe é peculiar, mas também pelo voto de confiança, que o
fez aceitar-me como aluna em seu laboratório, onde cheguei trazida pelos ventos do Sul.
Agradeço ao Prof. Dr. Eduardo Antônio Donadi, pela colaboração e co-orientação
indispensáveis à realização deste trabalho. Agradeço o oferecimento de seu laboratório para
a realização das análises genéticas. Agradeço as horas de dedicação à discussão de meus
resultados e o seu bom humor, sempre.
Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
pelo financiamento deste trabalho e pelo fornecimento de minha Bolsa de estudos,
imprescindíveis.
Agradeço ao colega hantavirologista e amigo Dr. Marcos Lázaro Moreli, pelo
trabalho em conjunto, pelas discussões científicas, pela sua amizade.
Agradeço à Neifi, do Laboratório de Imunologia Molecular, pelo auxílio total na
realização das tipificações HLA.
Agradeço à colega hantavirologista e amiga Dra. Gelse Mazzoni Campos, pelo
fornecimento dos dados clínicos dos pacientes com SPCVH, pelo “recrutamento” dos
pacientes sobreviventes de quem pude recuperar amostras de DNA. Agradeço também pela
atenção e pela amizade, pelas divertidas viagens à Jardinópolis, e também pelos momentos
de lazer.
Agradeço aos 27 pacientes com SPCVH que participaram do estudo, doando suas
amostras biológicas. Agradeço aos 96 moradores de Jardinópolis que concordaram em
participar do estudo e que nos receberam em suas casas.
Agradeço aos doadores de sangue que colaboraram com este trabalho.
Agradeço ao colega hantavirologista Dr. Ricardo Luiz Moro de Souza, pela
colaboração, pelo fornecimento dos primeiros estoques virais de Rio Mamoré, pelo
exemplo de profissionalismo.
Agradeço ao patologista Dr. Fabiano Pinto Saggioro pelo pronto fornecimento das
amostras de casos fatais de SPCVH.
Agradeço ao Dr. Renato Cassiano Silveira, da Santa casa de Misericórdia de Passos
(MG), pelo fornecimento das amostras de pacientes com SPCVH do seu município, bem
como pelas informações dos protuários médicos, sempre com tanta simpatia e presteza.
Agradeço aos ilustres Prof. Dr. João Santana da Silva e Prof. Dr Eurico de Arruda
Neto, pelo uso de seus microscópios de fluorescência. Ao Prof. Eurico, ainda, agradeço
pela correção valiosa de meu artigo de revisão.
Agradeço ao Prof. Dr. Milton Cesar Foss pela permissão do uso do equipamento
Immulite®.
Agradeço ao Prof. Dr. Fernando Cunha pelo uso do seu leitor de placa de ELISA.
Agradeço à Soraya Jabur Badra, pela companhia e apoio nas coletas de amostras em
hospitais e, principalmente, em Jardinópolis. Obrigada pela credibilidade que depositas em
mim e por todo o serviço que prestas ao laboratório. Agradeço também aos outros
funcionários: Sueli, pelo cuidado com nosso material; Pavanelli, pelo trabalho com esmero;
Paulo pelo apoio nas variadas situações; Fernanda, Francisca e Stela, pela limpeza do
laboratório e por sua alegria.
Agradeço a Márcia Cristina Livonesi (Pink) pelo auxílio na realização dos ELISAs,
pelas discussões imunológicas, pelo cultivo das células Vero, pela amizade. Agradeço
também à Luzia Barreira, à Juliana Helena Chávez e à Veridiana Ester de Barros, que
também me ajudaram no dia “D” dos ELISAs!
Agradeço à Thalita Bonadio Coelho que doou seu sangue como controle negativo
nas reações de imunofluorescência. Agradeço também sua delicadeza e amizade.
Agradeço ao aluno de pós-doc Dr. Celso Teixeira Mendes Junior, pela realização
das análises estatísticas populacionais, pelos esclarescimentos em genética de populações,
pelo tempo dispensado às minhas dúvidas com tanta presteza.
Agradeço a Giuliana do laboratório do Prof. Dr. Fernando Cunha, pelo auxílio na
quantificação do óxido nítrico e pela leitura das placas de ELISA.
Agradeço ao amigo e colega virologista Prof. Dr. Victor Hugo Aquino, por sanar
tantas dúvidas “virológicas”, pelo ouvido amigo e conselhos valiosos.
Agradeço à Glauciane Garcia de Figueiredo, “pupila” que no último ano vem me
acompanhando no estudo da hantavirose e me ajudou muito nestes últimos meses.
Agradeço a Ana Cristine, da PG imuno, pela eficiência impecável com que sempre
cuida de tudo. Obrigada também pelo carinho!
Agradeço aos amigos que vieram de longe, mas que encontrei aqui: Janaína Crispin
Freitas, Paula Renata Lima Machado, Kleber Juvenal Silva Farias, Fábio Francisco
Marques e Vanessa Menjon Muller pela palavra amiga, pelo abraço confortante. Janaína,
muito obrigada pelo seu apoio e seu cuidado comigo.
Agradeço a minha amiga e colega do Mestrado na UFSC, Flávia Martinelo e à
Viviane Casagrande Marigella, que me receberam em suas casas por ocasião da realização
das provas para o doutorado, aqui em Ribeirão.
Agradeço ao amigo e companheiro de congresso, o divertido Lauro Juliano Marin,
pela hospitalidade, amizade sincera e simplicidade.
Agradeço à amiga Juliana Helena Chávez, cuja amizade foi muito importante num
momento difícil de minha vida. Agradeço o ouvido pronto e amigo, a companhia e os
momentos bons.
Agradeço a Paulinha Fernanda Gonçalves, pela amizade sincera e exemplo de
humildade.
Agradeço aos colegas do laboratório (ainda não citados acima): Laura, Aldo, Aline,
Raquel, Roberta, Thiago, Alberto, Liz, Andréia, Regina, Mariana, Luiza, Emiliana, Mayra,
Rafael, Camila, Maria Teresa, Patrícia, Cláudio, Dani e D.Maria que de uma forma ou de
outra contribuíram comigo, seja no trabalho, seja na convivência diária do laboratório, seja
em momentos de descontração. Ao Dr. Aldo Cunha, agradeço também por sempre
responder prontamente às minhas dúvidas “médicas” e pela sua amizade.
Agradeço ao meu cunhado Giulino Blanc Pierri, pela “força” e conselhos nos
problemas “computacionais”.
Agradeço, sinceramente, aos meus pais pela minha vida, pelo esmero na educação e
na formação do meu caráter, pelo apoio e amor irrestritos.
Agradeço com muita gratidão, ao meu namorado Carlos Alberto, o Boina, pelo
apoio sem o qual não sei se conseguiria chegar até o fim, pela resignação e paciência
fraternal, pelo ouvido atento, pelo coração acolhedor, pela minha ausência e pelo respeito
às minhas escolhas, pelo amor puro e sincero. Ah, e também pelo auxílio na tabulação dos
resultados. Muito obrigada!
i
SUMÁRIO
Lista de Figuras iii
Lista de Tabelas v
Resumo vi
Summary vii
1. INTRODUÇÃO
1
1.1. Gênero Hantavirus 1
1.1.1 Estrutura Viral 1
1.1.2 Histórico 2
1.1.3 Epidemiologia 4
1.1.4 Epidemiologia da hantavirose no Brasil 5
1.2 Síndrome Pulmonar e Cardiovascular por Hantavírus (SPCVH) 7
1.2.1 Características clínicas e achados laboratoriais 7
1.2.2 Achados anátomo-patológicos 11
1.2.3 Elementos envolvidos na patogênese da SPCVH 13
1.2.3.1 Viremia 13
1.2.3.2 Receptores celulares e Interações Célula-Hantavírus 13
1.2.3.3 Anticorpos neutralizantes 15
1.2.3.4 Quimiocinas, citocinas e resposta imune celular 16
1.3. Susceptibilidade genética e infecção por hantavírus 17
1.3.1. Polimorfismo dos Alo-antígenos Plaquetários Humanos 18
1.4.Justificativa
19
2. OBJETIVOS
20
2.1.Objetivo geral 20
2.2.Objetivos específicos 20
3. MATERIAL E MÉTODOS
21
3.1. População de estudo 21
3.2. Coleta das amostras 23
3.3. Diagnóstico molecular da SPCVH 27
3.3.1. Produção de fluído infeccioso do hantavírus Rio Mamoré 30
3.4. Quantificação de mediadores inflamatórios e anti-inflamatórios plasmáticos 30
3.4.1. Ensaios imunoenzimáticos (ELISAs) para dosagens de IFN-, IFN-, TNF-,
IL-12, IL-4, IL-5, IL-10 e TGF-
30
3.4.2. Ensaio quimioluminescente para dosagem de TNF-, IL-1, IL-6 e IL-2R
34
3.4.3. Quantificação de Óxido Nítrico (NO) 35
3.4.4. Quantificação de proteína C reativa 36
3.5. Análises de Polimorfismos Genéticos 37
3.5.1. Tipificação dos Genes HLA 38
3.5.2. Tipificação dos genes das citocinas TNF-, IFN-, TGF, IL-6 e IL-10
39
3.5.3. Tipificação dos aloantígenos plaquetários HPA-1, HPA-4 e HPA-6 40
3.6 Análise estatística 41
3.7 Cálculo da Pressão Arterial (P.A) Média 43
4. RESULTADOS
44
4.1. Diagnóstico molecular da SPCVH 44
ii
4.2. Quantificações de mediadores plasmáticos 45
4.3. Correlações entre as citocinas e destas com parâmetros clínico-laboratoriais 57
4.4. Análises de polimorfismo genético 64
4.4.1. Tipificação do HLA-A 64
4.4.2. Tipificação do HLA-B 68
4.4.3. Tipificação do HLA-Cw 70
4.4.4. Tipificação do HLA-DR 71
4.4.5. Tipificação dos genótipos de TNF- na posição –308 da região promotora
73
4.4.6. Tipificação dos genótipos/fenótipos das citocinas IL-10 –1082, -819, -592; IFN
+874; IL-6 -174 e TGF codons 10, 25
74
4.4.7. Tipificação dos Sistemas de Alo-antígenos Plaquetários Humanos HPA-1, HPA-
4 e HPA-6
76
4.5. Correlação entre genotipagem e quantificação de citocinas 79
5. DISCUSSÃO
86
6.CONCLUSÕES
117
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
118
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1:
A) Representação esquemática da morfologia dos vírions da família
Bunyaviridae.
B) Microscopia eletrônica do vírus Hantaan (gênero Hantavirus)
2
Figura 2:
Evolução radiológica da paciente C.B. com SPCVH
10
Figura 3:
Coleta residencial de amostras sanguíneas e obtenção de dados
epidemiológicos dos indivíduos do grupo soropositivos para
hantavírus.
27
Figura 4:
Amplicons obtidos na RT-PCR para hantavírus.
44
Figura 5:
Níveis séricos de Fator de Necrose Tumoral-alpha (TNF-) em 11
indivíduos do grupo SPCVH e em 11 indivíduos controle
47
Figura 6:
Níveis séricos de Fator de Necrose Tumoral-beta (TNF-β) em 12
indivíduos do grupo SPCVH e em 27 indivíduos controle
48
Figura 7:
Níveis séricos de IL-6 em 10 indivíduos do grupo SPCVH e 24
indivíduos controle
50
Figura 8:
Níveis séricos de IL-12 em 12 indivíduos do grupo SPCVH e 29
indivíduos controle (A). Níveis séricos de IL-1 beta em 11
indivíduos do grupo SPCVH e 14 do controle (B).
51
Figura 9:
Níveis séricos de Interferon gama em 17 indivíduos do grupo
SPCVH e 21 indivíduos controle
52
Figura 10:
Níveis séricos de receptor solúvel de IL-2, em 11 indivíduos do
grupo SPCVH e em 13 indivíduos do grupo controle
53
Figura 11:
Níveis séricos de Interleucina-10 em 18 indivíduos do grupo
SPCVH e 22 indivíduos controle
54
Figura 12:
Níveis séricos de TGF-B em 16 indivíduos do grupo SPCVH e 23
indivíduos controle
55
Figura 13:
Níveis séricos de óxido nítrico, quantificado como nitrito, em 12
indivíduos do grupo SPCVH e em 25 indivíduos do grupo controle
56
Figura 14:
Análise de regressão linear entre as concentrações de TNF e IL-6,
no grupo do SPCVH.
58
Figura 15:
Análises de regressão linear entre as concentrações de IL-12 e IFN-γ
(A) e IL-10 (B) no grupo do SPCVH
58
Figura 16:
Análises de regressão linear entre as concentrações de IFN-γ e:
TNF-α (A) TNF- (B) e IL-10 (C), no grupo do SPCVH.
59
Figura 17:
Análise de regressão linear entre as concentrações de TNF-β e IL-10
no grupo do SPCVH.
59
Figura 18:
Análises de regressão linear entre as concentrações de NO e TNF-
(A); e NO e IL-6 (B), no grupo do SPCVH.
60
Figura 19:
Correlações positivas significantes, no grupo SPCVH, entre as
concentrações de IFN-γ (A), IL-10 (B), IL-12 (C) e IL-2R (D) e os
valores de hematócrito, por Regressão linear.
62
Figura 20:
Correlação positiva significante entre TNF-β e valores de
hematócrito (A); e Correlação negativa entre TNF-β e a média da
pressão arterial (B) no grupo SPCVH.
62
Figura 21:
Correlações negativas entre a média da pressão arterial e IL-6 (A);
IFN- (B) e IL-10 (C). Correlação positiva entre TGF- e a média da
pressão arterial (D), no grupo SPCVH.
63
iv
Figura 22:
Correlações negativas entre a pressão de oxigênio e IL-2R (A) e
TNF- (B), no grupo SPCVH.
64
Figura 23:
Amplicons da SSP-PCR HLA-classe I (A, B, Cw).
66
Figura 24:
Amplicons da SSP-PCR HLA-DR.
72
Figura 25:
Frequência do alelo hipersecretor do TNF (TNF-2) em indivíduos
dos grupos: SPCVH, soropositivos, e controles.
74
Figura 26:
Amplicons da SSP-PCR de citocinas.
75
Figura 27:
Amplicons da ASP-PCR para Antígenos Plaquetários Humanos
78
Figura 28:
Correlação dos dados de genotipagem da região promotora do TNF-
-308 com dados da quantificação do TNF- no soro de 10
participantes do grupo SPCVH e de 12 participantes do grupo
soropositivos.
80
Figura 29:
Correlação dos dados de genotipagem do gene da IL-6 na posição -
174 com dados da quantificação da IL-6 no soro de 9 participantes
do grupo SPCVH e de 11 participantes do grupo Soropositivos.
81
Figura 30:
Correlação dos dados de genotipagem na região promotora do gene
da IL-10 nas posições –1082, -819, -592 com dados da quantificação
da IL-10 no soro de 12 participantes do grupo SPCVH
82
Figura 31:
Correlação dos dados de genotipagem nos códons 10 e 25 do gene
do TGF- com dados da quantificação do TGF- no soro de 13
participantes do grupo SPCVH.
84
Figura 32:
Correlação dos dados de genotipagem no gene do IFN- na posição
+874 com dados da quantificação do IFN- no soro de 11
participantes do grupo SPCVH.
85
Figura 33:
Modelo esquemático sobre a participação de citocinas na patogênese
da SPCVH, segundo os resultados do presente trabalho.
116
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:
Formas polimórficas conhecidas da GPIIIa (
3
integrina) de acordo
com suas denominações sorológicas e designações da nomenclatura
HPA.
19
Tabela 2:
Origem das amostras clínicas do grupo SPCVH.
24
Tabela 3:
Características epidemiológicas, evolutivas e do local de diagnóstico
dos pacientes participantes do grupo SPCVH e o tipo de amostra
coletada.
25
Tabela 4:
Sequência nucleotídica dos primers utilizados para amplificação do
genoma do hantavírus ARAV pela reação de RT-PCR e tamanho
dos respectivos amplicons
29
Tabela 5:
Condições de reação nos ensaios para quantificação das citocina
s
IFN-, IFN-, TNF-, IL-12, IL-4, IL-5, IL-10 e TGF-.
33
Tabela 6:
Regiões alélicas polimórficas nos genes das citocinas indicadas,
onde anelam primers do kit Cytokine Genotyping Tray One lambda,
mostrando também a associação entre genótipo e fenótipo de
produção de citocinas.
40
Tabela 7:
Primers tipificadores de aloantígenos plaquetários.
41
Tabela 8:
Tabela de contingência 2 X 2
42
Tabela 9:
Quantificações de citocinas e óxido nítrico em 21 pacientes com
SPCVH.
46
Tabela 10:
Concentrações da proteína C Reativa em amostras de soro de
indivíduos com a SPCVH.
57
Tabela 11:
Parâmetros clínico-laboratoriais de 17 indivíduos do grupo SPCVH
61
Tabela 12:
Alelos do HLA-A, -B, Cw e –DR, e genotipos do TNF- -308, nos
indivíduos do grupo SPCVH, evidenciando em negrito os alelos que
exibiram significante diferença no grupo.
66
Tabela 13:
Freqüência de alelos HLA-A em indivíduos do grupo SPCVH e no
grupo controle.
67
Tabela 14:
Alelos HLA ausentes no grupo SPCVH , mas presentes no grupo
controle, e suas respectivas frequências
67
Tabela 15:
Freqüência de alelos HLA-B no grupo SPCVH e no grupo controle.
69
Tabela 16:
Freqüência de alelos HLA-Cw em indivíduos com SPCVH e no
grupo controle
71
Tabela 17:
Freqüência de alelos HLA-DR no grupo SPCVH e no grupo controle
72
Tabela 18:
Freqüência de genótipos de TNF- -308 nos grupos SPCVH,
soropositivos e controles.
73
Tabela 19:
Freqüência de fenótipos de citocinas nos grupos SPCVH,
soropositivos e controles.
75
Tabela 20:
Fenótipos de produção das citocinas TNF-, IL-6, IL-10, TGF- e
IFN- em cada indivíduo do grupo SPCVH informando as
quantificações séricas que foram realizadas.
76
Tabela 21:
Alelos dos Sistemas Antígenos Plaquetários HPA-1, -4 e –6 nos
indivíduos do grupo SPCVH.
77
Tabela 22:
Freqüência de genotipos de três sistemas HPA nos grupos: SPCVH,
soropositivos e controles
78
vi
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo investigar aspectos da patogênese da Síndrome
Pulmonar e Cardiovascular por Hantavirus (SPCVH) e a sua associação com polimorfismos
em genes codificadores de proteínas envolvidas na resposta imune. Estudou-se um total de
27 pacientes com a síndrome. Foram quantificados mediadores pró- e anti-inflamatórios em
amostras séricas de indivíduos acometidos pela SPCVH. Encontrou-se níveis séricos
elevados de TNF-, TNF-, IL-6, IFN-, IL-12, IL-10 e de IL-2R,estes foram associados
com a hemoconcentração e a hipotensão, nos pacientes com SPCVH. A polarização da
resposta imune contra hantavírus parece ser para padrão TH1. Os níveis da citocina
supressora, TGF- estavam diminuídos nos pacientes com a SPCVH, sugerindo que ocorra
uma inibição na produção desta citocina durante a infecção por hantavírus. Assim, citocinas
da resposta inata e de padrão TH1 tem papel importante na patogênese da SPCVH. A
infecção por hantavirus pode inibir a secreção de TGF- e este poderia ser um dos
mecanismos responsáveis pela resposta imune exacerbada que ocorre na SPCVH.
Ainda, neste trabalho foram determinados os polimorfismos nos genes codificadores
de HLA, Antígenos Plaquetários Humanos (HPA) e citocinas, nos pacientes com a SPCVH.
As frequências dos alelos HLA-A*80, HLA-B*38, HLA-B*78 e HLA-Cw*03 estavam
aumentadas nos indivíduos com SPCVH quando comparadas com as da população,
sugerindo um fator de risco para a doença. Também, o alelo TNF-2, determinante da
hipersecreção do TNF-, foi encontrado de estar presente em maior frequência nos
indivíduos que desenvolveram a SPCVH do que em indivíduos que tiveram infecção
pregressa por hantavirus sem história clínica da doença, sugerindo que este alelo possa estar
envolvido no desenvolvimento da doença.
vii
SUMMARY
Hantaviruses are emerging viruses in the Americas that cause a Cardiopulmonary
Syndrome (HCPS) with high case fatality rate. Immune response against the hantavirus has
been thought to be involved in the respiratory failure and the cardiogenic shock of HCPS.
The aims of this work were, to study the immunopathogenesis of HCPS and to investigate
the association of polymorphisms in genes related to immune-response such as, Human
Leukocyte Antigens (HLA), cytokines genes and Humans Platelet Alloantigens (HPA)
alleles with severity of HCPS. Twenty seven HCPS patients participated of the study. Pro-
and anti-inflammatory cytokines were quantified in the blood samples of the patients. High
plasmatic levels of TNF-, TNF-, IL-6, IFN-, IL-12, IL-10 and soluble Interleukin-2
receptor (IL-2R) were observed. These results were associated to the hemoconcentration
and the low blood pressure observed in the HCPS cases. This cytokine pattern suggests that
a TH 1 immune response could occur in HCPS. Low levels of TGF- were observed in the
patients. It could be associated to a reduced production of this cytokine and to an
exacerbated immune response in HCPS.
We also analyzed genetic polymorphisms of HLA, HPA and cytokine genes in
the HCPS patients. The allelic frequencies of HLA-A*80, HLA-B*38, HLA-B*78 and
HLA-Cw*03 were higher than those observed in the general population, suggesting that
they could be HCPS risk factors. Likewise, the TNF-2 allele, related to TNF- high
production, was observed in a higher frequency in HCPS patients than in individuals that
were infected by hantavirus but without having HCPS. It suggests that the TNF-2 allelle
could be related to HCPS.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Gênero Hantavirus
1.1.1. Estrutura Viral
Os virions do gênero Hantavirus, família Bunyaviridae são esféricos ou ovóides,
com diâmetro de 80 a 120nm, e com projeções glicoprotéicas de superfície de 5 a 10nm, as
quais estão inseridas em um envelope de bicamada lipídica com aproximadamente 5 a 7nm
de espessura. As espículas consistem de heterodímeros de glicoproteínas virais, G1 e G2
(HEWLETT, 1991; SCHMALJOHN and HOOPER, 2001) (Figura 1A). As glicoproteínas
interagem para formar unidades morfológicas de superfície que variam entre os diferentes
gêneros. A estrutura de superfície dos vírus do gênero Hantavirus são distintamente
ordenadas conferindo uma aparência quadrangular com aspecto de rede (McCORMICK et
al., 1982) (Figura 1B).
O genoma dos Hantavirus consiste de três segmentos de RNA fita simples de
polaridade negativa, designados: grande (L), médio (M), e pequeno (S). O segmento S
codifica a proteína multifuncional do nucleocapsideo (N). O segmento M contém a
informação genética para produção de um precursor poliproteico (GPC) que é
posteriormente clivado nas duas glicoproteínas do envelope G1 e G2, também conhecidas
como Gn e Gc, respectivamente. Finalmente, o segmento L codifica a RNA polimerase
dependente de RNA (SIMMONS e RILEY, 2002). Todos os três segmentos genômicos do
vírus têm uma sequência nucleotídica consenso complementar em suas terminações 3’ e 5’.
As seqüências de nucleotídeos terminais são altamente conservadas entre os Bunyaviridae de
cada gênero, mas diferem dos vírus dos outros gêneros. O pareamento de bases dos
nucleotídeos terminais é previsto para formar estruturas estáveis e não covalentes de RNAs
2
circulares (HEWLETT et al., 1977). Os segmentos de RNA são complexados com proteínas
N para formar nucleocapsídeos individuais L, M, e S, os quais parecem ser helicoidais
(OBIJESKI et al., 1976) (Figura 1A).
Figura 1: A) Representação esquemática da morfologia dos vírions da família
Bunyaviridae. Os três segmentos genômicos de RNA (S, M, e L) são complexados com
proteínas do nucleocapsídeo para formar estruturas de ribonucleocapsídeos. Os
nucleocapsídeos e a RNA polimerase dependentes de RNA são empacotados dentro de um
envelope lipídico que contém glicoproteínas virais, G1 e G2. Não há proteína de matriz.
(Adaptado de SCHMALJOHN e HOOPER, 2001). B) Microscopia eletrônica do vírus
Hantaan (gênero Hantavirus), aumento de 135.000 x. (Adaptado de NICHOL, 2001)
1.1.2. Histórico
A descoberta dos hantavírus data de 1975 quando o agente etiológico da Febre
Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR) foi isolado dos pulmões do rato do campo
Apodemus agrarius, identificado como o roedor reservatório. O vírus foi identificado como
membro da família Bunyaviridae, apesar de não ser transmitido por artrópodos, como os
outros membros da família. Este vírus foi chamado de Hantaan devido à proximidade do
local de coleta do roedor com o Rio Han, em um vale (taan). Este se tornou o protótipo do
gênero Hantavirus (LEE e LEE, 1976; LEE et al., 1978; LEE, 1981a).
Ribonucleocapsídeos
Envelope
lipídico
Carbohidratos
N-ligados
Polimerase (L)
A
B
3
A FHSR foi inicialmente denominada Febre Hemorrágica Coreana, quando mais de
3.000 casos de doença febril aguda foram registrados, entre os anos de 1951-1954, em
tropas norte-americanas em combate no conflito entre a Coréia do Sul e a do Norte
(EARLE, 1954). Um caso típico de FHSR poderia exibir sintomas influenza-símile por
cerca de uma semana, seguidos por fase hipotensiva após a resolução febril, cursando com
trombocitopenia relacionada à ocorrência de petéquias e uma fase subsequente de
insuficiência renal, com choque em cerca de 10 a 15% dos pacientes (IISHII, 1942;
CHUMAKOV, 1963; LEE, 1989). Por muito tempo acreditou-se que a FHSR ocorria
apenas na Ásia, entretanto, há mais de 50 anos, uma doença similar, porém de menor
gravidade, chamada Nefropatia Epidêmica (NE) foi descrita na Escandinávia
(NIKLASSON e LeDUC, 1987). Após o isolamento do vírus Hantaan, observou-se que
soro de pacientes convalescentes de NE, também, apresentavam anticorpos que reagiam
contra este vírus. Hoje se sabe que a NE é causada pelos hantavírus Puumala (PUUV).
Outro hantavírus observado na Europa é o Dobrava, que causa uma zoonose endêmica na
Europa Central, Oeste da Rússia e Escandinávia (LEE et al, 1990; MUSTONEN et al,
1998; KLEMPA et al, 2004).
O maior evento recente na história dos hantavírus foi a descoberta da Síndrome
Pulmonar e Cardiovascular por Hantavírus (SPCVH) no sudeste dos Estados Unidos (EUA)
em 1993 (NICHOL, 1993). Vários casos identificados na região de Four Corners, na divisa
entre 4 estados americanos (Arizona, New Mexico, Utah, e Colorado), apresentavam uma
doença similar à influenza com febre, cefaléia, mialgias, e calafrios; a doença rapidamente
progredia com quadro respiratório grave associado a infiltrado pulmonar bilateral, falência
respiratória, choque e morte 2 a 10 dias após o início da doença, em quase 50% dos casos
(KHAN, 1996a). Neste surto um novo vírus foi identificado, o Sin Nombre (SNV) e este
4
foi implicado como o causador da SPCVH (NICHOL, 1993). Nos anos que se seguiram,
observou-se a ocorrência de SPCVH nas Américas, desde o Canadá até a Patagônia,
causada por pelo menos 10 distintos hantavírus, cada um associado a uma espécie diferente
de roedor (NICHOL, 2001).
1.1.3. Epidemiologia
A infecção humana por hantavírus ocorre principalmente pela inalação de aerossóis
contendo material infeccioso viral oriundo da urina e outras excretas de roedores
infectados. Entretanto, pode haver transmissão viral por ingestão de alimentos
contaminados ou por contato físico direto com os roedores (SCHMALJOHN & HJELLE,
1997; SIMMONS e RILEY, 2002). A transmissão inter-humana tem sido descrita para o
vírus Andes (ANDV) na Argentina e Chile (ENRIA et al, 1996; WELLS et al, 1997;
PADULA et al, 1998; MARTINEZ et al, 2005) e esta parece ocorrer durante a fase
prodrômica da doença (MARTINEZ et al, 2005). De modo geral, indivíduos adultos da área
rural apresentam maior risco de infecção (NICHOL, 2001).
A infecção de roedores, os reservatórios naturais dos hantavírus, parece ocorrer com
ausência de doença e nestes animais, estabelece-se infecção persistente que pode perdurar
por muitos meses ou anos (LEE, et al 1981a; LEE, et al 1981b; YANAGIHARA, et al.,
1985; GAVRILOVSKAYA, et al, 1990; NICHOL, 1999). A distribuição geográfica dos
hantavírus e os padrões epidemiológicos observados na FHSR e SPCVH refletem a
distribuição e as características da história natural dos hospedeiros roedores, com os quais,
acredita-se, hantavírus tenham co-evoluído em íntima associação. Seguindo o habitat do
roedor-reservatório, cada hantavírus limita-se a uma região geográfica. Infectam-se com
hantavírus, roedores das subfamílias Murinae, Arvicolinae e Sigmodontinae (PLYUSNIN,
5
2002). Atualmente existem 30 espécies de hantavírus oficialmente reconhecidas pelo
Comitê Internacional sobre Taxonomia Viral (LEDNICKY, 2003).
Nas Américas, a SPCVH é transmitida por roedores da subfamília Sigmodontinae
infectados com os vírus SNV, New York, Bayou, Black Creeck Canal na América do
Norte, vírus Choclo na América Central e os vírus Laguna Negra, ANDV, Lechiguanas,
Hu39694, Oran, Juquitiba, Araraquara (ARAV), Castelo dos Sonhos e Anajatuba na
América do Sul (LeDUC, 1987; NICHOL et al, 1993; SCHMALJOHN and HJELLE, 1997;
HJELLE et al, 1995; MORZUNOV et al, 1995; RAVKOV et al, 1995; JOHNSON et al,
1997; LÓPEZ et al, 1996; LEVIS et al, 1998; MONROE et al, 1999; JOHNSON et al,
1999a; PADULA et al, 2000a; ARMIEN et al, 2004; MENDES et al, 2004).
1.1.4. Epidemiologia da hantavirose no Brasil
No Brasil, os primeiros casos conhecidos de SPCVH ocorreram no município de
Juquitiba, situado a 80 km da cidade de São Paulo, em 1993. Do material clínico de casos
fatais, detectou-se parte do segmento genômico de M, na região codificadora da proteína
G2 de um hantavírus, que foi denominado Juquitiba (IVERSSON et al., 1994; DA SILVA
et al.; 1997; VASCONCELOS et al, 1997; MONROE et a, 1999). Em 1995 e 1996, apenas
três novos casos de SPCVH foram diagnosticados no país (JOHNSON et al., 1997). O
primeiro paciente suspeito de SPCVH, no ano de 1995, era da região Centro-Oeste, do
Vilarejo de Castelo dos Sonhos, estado do Pará e os dois restantes, no ano de 1996, eram
dos municípios de Araraquara e Franca, no estado de São Paulo. Estudos moleculares com
amostras destes indivíduos permitiram a detecção do genoma de duas linhagens de
hantavírus, Castelo dos Sonhos e ARAV (JOHNSON et al, 1999a). Mais recentemente,
novos hantavírus causadores de SPCVH foram identificados no Brasil, sendo denominados
de Anajatuba no estado do Maranhão e o previamente conhecido Laguna Negra foi
6
detectado em Mato Grosso (MENDES et al, 2004; ROSA et al, 2005; M.R. Elkhoury,
Ministério da Saúde, comunicação pessoal).
Desde 1993, casos de SPCVH tem sido diagnosticados em vários estados do Brasil
com ocorrência maior nas regiões Sul e Sudeste (SUZUKI et al., 2004). Mais de 700 casos
de SPCVH foram notificados no Brasil até julho de 2006 (M.R. Elkhoury, Ministério da
Saúde, comunicação pessoal).
Na região de Ribeirão Preto, desde 1998, foram diagnosticados 42 casos de SPCVH,
causados pelo ARAV com uma letalidade de 50%. A maioria dos indivíduos acometidos
era do sexo masculino, em idade produtiva e com atividade em área rural (L.T.M.
FIGUEIREDO, dados não publicados).
A sazonalidade da hantavirose no Brasil varia conforme a região estudada. Na região
Sudeste (Cerrado), observa-se a maior proporção de roedores (Bolomys lasiurus) infectados
no outono-inverno, quando são também registrados os maiores números de casos da
SPCVH. Inclui-se aqui a região de Ribeirão Preto, onde a infecção humana tem sido
associada à cultura do capim braqueárea e do milho, copiosas fontes de alimento para
Bolomys lasiurus e também, ao corte da cana-de-açúcar. Diferentemente, na região Sul,
especialmente no Paraná, os casos de SPCVH são mais frequentes na primavera-verão,
associados a roedores Oligoryzomys sp. e à cultura de milho e ao corte de Pinus. No ano de
2004, no estado de Santa Catarina, ocorreu um surto de hantavirose, com 26 casos,
ocasionado pelo grande aumento de roedores-reservatório em decorrência da floração da
taquara lixa, a ratada (AMORIM e CALDAS, 2005).
7
1.2. Síndrome Pulmonar e Cardiovascular por Hantavírus (SPCVH)
Quando ocorreram os primeiros casos de infecção por hantavírus nos EUA, os
proeminentes sintomas respiratórios da doença levaram à denominação Síndrome Pulmonar
por Hantavírus (SPH), entretanto, como a infecção produz extravasamento capilar e
também causa depressão miocárdica, a doença passou a ser referida, nos anos recentes,
como SPCVH. Desde então, há pouco mais de uma década, a SPCVH tem se estabelecido
como uma zoonose emergente Pan-americana e que vem causando crescente número de
casos, especialmente no Brasil (PETERS e KHAN, 2002; FIGUEIREDO et al, 2003).
1.2.1. Características clínicas e achados laboratoriais
A doença é caracterizada por um período de incubação que varia entre 9 e 33 dias,
com uma mediana de 14 a 17 dias, de acordo com uma revisão de 11 casos de pacientes
com SPCVH tendo uma exposição a roedores isolada e bem definida (YOUNG et al, 2000).
Outro estudo relatou um período de incubação de 3 semanas, baseado em dois meninos que
foram mordidos pelo mesmo roedor e desenvolveram a doença (JEOR, 2004). Após o
período de incubação, a SPCVH manifesta-se com dois acometimentos: pneumonia
intersticial grave e generalizada que leva à insuficiência respiratória e choque cardiogênico,
que é causa comum de óbito (FIGUEIREDO et al, 2000). Detalhadamente, entretanto, as
características clínicas da SPCVH podem ser divididas em quatro fases: fase febril,
cardiopulmonar, diurética e convalescente (ENRIA et al, 2001).
Fase Febril:
Este período prodrômico dura tipicamente 3 a 5 dias e é caracterizado por febre,
mialgia e mal estar. Outros sintomas podem estar presentes como cefaléia, vertigem,
anorexia, náusea, vômito, diarréia e dor abdominal. Nesta fase, o reconhecimento da SPCVH
é difícil e esta pode ser confundida com outras doenças virais. Entretanto, na SPCVH estão
ausentes sinais de acometimento do trato respiratório superior, como dor de garganta,
8
rinorréia, sinosite e dor de ouvido. Ao final desta fase prodrômica e início do edema
pulmonar, aparecem a tosse seca e a taquipnéia (ENRIA et al, 2001).
Fase Cardiopulmonar:
Esta fase é caracterizada pelo surgimento de edema pulmonar, que
pode progredir rapidamente (em 4 a 24h) e choque (ENRIA et al, 2001). A dispnéia surge no
3º ou 4º dia de doença manifestando-se, inicialmente, aos moderados esforços, mas
progredindo em 24 a 48 horas para dispnéia de repouso, concomitante a uma inundação de
alvéolos detectável por estertoragem crepitante disseminada ao exame dos pulmões.
Também, acompanha a inundação de alvéolos pulmonares, tosse freqüente com eliminação
de secreção pulmonar rósea. A dispnéia, desconfortável e incapacitante, leva o paciente a
procurar assistência médica, mais comumente no 4° dia de doença (FIGUEIREDO et al,
2000). A taquipnéia, a dispnéia estertoral e tosse seca são decorrentes do edema pulmonar.
Este edema é de origem não cardiogênica. Hipoxemia é uma caraterística comum (PO2 <70
mmHg). O progressivo extravasamento de líquido rico em proteínas dos capilares
sanguíneos para o interstício pulmonar e alvéolos resulta em hipovolemia, o que contribui
para o choque, assim como o baixo débito cardíaco, indicativo de falência miocárdica. Uma
vez que o edema esteja presente, a doença progride rapidamente, podendo levar ao óbito
dentro de 24h, sendo a hipóxia e o colapso circulatório as causas imediatas da morte. Este
colapso circulatório difere daquele observado no choque séptico, com baixo débito cardíaco,
alta resistência vascular periférica e hipotensão (ENRIA et al, 2001).
Fase Diurética:
Esta fase é caraterizada pelo rápido clareamento do edema pulmonar,
resolução da febre e do choque. A diurese espontânea é um sinal precoce da reabsorção dos
líquidos acumulados em conseqüência do extravasamento capilar. Assim, nesta fase, os
líquidos saem do interstício e voltam para o leito vascular sendo eliminados pela urina
(ENRIA et al, 2001).
9
Fase Convalescente:
Este período pode durar 2 meses, com recuperação aparentemente
completa dos pacientes. Contudo evidencias preliminares sugerem que disfunção pulmonar
pode estar presente precocemente, em alguns pacientes (G. M. CAMPOS, dados não
publicados).
Laboratorialmente, a infecção por hantavírus é acompanhada de trombocitopenia
abaixo de 130.000/mm
3
e hemoconcentração acima de 55%, na maioria dos pacientes
(FIGUEIREDO et al, 2000). A contagem de leucócitos pode estar normal ou elevada na
admissão e frequentemente é observada mais elevada nos casos fatais (ENRIA et al, 2001),
o que poderia ser usado como critério prognóstico (CAMPOS et al, 2005). Frequentemente
observa-se presença de neutrófilos jovens e a presença de linfócitos atípicos ou
imunoblastos (células mononucleares proeminentes, com mais de 180 de diâmetro, cujos
citoplasmas coram-se em azul escuro ao Giemsa), já na fase de edema pulmonar (ENRIA et
al, 2001). Níveis elevados de creatinina e uréia sanguíneos estão relacionados ao choque e à
hipovolemia, mas também podem estar relacionados à infecção por hantavírus da
microvasculatura renal incluindo a dos glomérulos. Outros achados incluem enzimas
hepáticas pouco elevadas, com níveis de bilirrubina normais, hipoalbuminemia e lactato
desidrogenase elevada em casos graves de acidose láctica. Muitos pacientes apresentam
tempo de tromboplastina parcial anormal e algumas vezes um tempo de protrombina
prolongado sugerindo a ocorrência de coagulopatia de consumo (ENRIA et al, 2001).
O exame radiográfico de tórax dos pacientes com SPCVH mostra-se altamente
sugestivo, portanto, de grande importância para o diagnóstico. Na Figura 2, a evolução
radiológica de uma paciente atendida no HC-FMRP-USP mostra pneumopatia com o
padrão típico da SPCVH. Acompanham o surgimento da febre e da dispnéia, em torno do
10
quarto dia de doença, imagens radiológicas de velamento pulmonar bilateral intersticial que
progride com tendência a confluir e a produzir infiltração alveolar. Concomitante com o
agravamento da insuficiência respiratória, o velamento pulmonar misto torna-se denso e
acometendo praticamente todos os campos pulmonares. Nesta fase, medidas terapêuticas de
oxigenação, como entubação e ventilação devem ser tomadas. Nos sobreviventes, após
aproximadamente três dias, o quadro radiológico começa a melhorar progressivamente
(FIGUEIREDO et al, 2000).
Figura 2: Evolução radiológica da paciente C.B. com SPCVH: no exame de 20/6/99,
observa-se velamento pulmonar de padrão misto, alveolar e intersticial, com áreas de
confluência nas bases; no exame de 22/6/99, observa-se aumento em extensão e densidade
dos velamentos que acometem completamente os pulmões; em 27/6/99, observa-se
remissão progressiva dos infiltrados e que em 30/6/99 apresentam-se como reticulações
apenas em bases pulmonares (Adaptado de FIGUEIREDO et al, 2000).
11
1.2.2. Achados anátomo-patológicos
O exame anátomo-patológico dos pulmões de casos fatais por SPCVH mostra
edema alveolar difuso, membranas hialinas e infiltrado intersticial mononuclear (ZAKI et
al, 1995; NOLTE et al, 1995). O estado preservado em que se encontram as células
endoteliais nos pulmões, associado à hemoconcentração e à presença, em alguns casos, de
derrames pleurais, sugere que a SPCVH manifeste-se com extravasamento de líquidos dos
capilares para o interstício e alvéolos. As células endoteliais não são lisadas pelos
hantavírus, embora células do sistema imune sejam recrutadas para o endotélio infectado
(ZAKI et al, 1995). Encontram-se células semelhantes a linfócitos atípicos, denominadas
imunoblastos, no sangue, nos interstícios pulmonares, nos espaços portais hepáticos e no
baço (ZAKI et al, 1995; NOLTE et al, 1995; FIGUEIREDO et al, 1999). Presença de
partículas virais e antígenos de hantavírus são descritos no interior do endotélio capilar de
seres humanos infectados, primariamente nos pulmões, mas também, no endotélio renal,
cardíaco e hepático, além de altas densidades de antígenos virais nos folículos linfóides
esplênico e em menor densidade nos linfonodos, pâncreas, músculo esquelético, intestino,
glândula adrenal, bexiga, cérebro e em tecido adiposo (NOLTE et al, 1995; ZAKI et al,
1995; SAGGIORO, 2004). Também, foram encontrados antígenos virais no interior de
macrófagos localizados nos pulmões, sinusóides hepáticos e medula óssea (ZAKI et
al,1995). Além das células endoteliais e macrófagos, as células dendríticas foliculares
(FDCs) e as células dendríticas (DCs) derivadas de monócitos, do sangue periférico, e de
célula progenitora CD34+ também suportam a replicação de hantavírus in vivo e in vitro
(ZAKI et al, 1995; RAFTERY et al, 2002).
Os principais achados histopatógicos da SPCVH são a pneumonite intersticial e
infiltrado mononuclear (ZAKI et al, 1995; NOLTE et al, 1995) Em conseqüência da
12
pneumonite intersticial ocorreria extravasamento de líquidos e edema pulmonar levando à
insuficiência respiratória (ZAKI et al, 1995; ENNIS et al, 1997; MORI, et al, 1999). Os
estudos realizados por MORI et al (1999), através de técnicas de imunohistoquímica,
demonstraram a presença de células produtoras de citocinas - tanto monócitos/macrófagos
quanto linfócitos T ativados - nos tecidos dos pulmões, rins, fígado, e baço de pacientes que
foram a óbito por SPCVH associada a infecção por SNV. A maior concentração destas
células foi encontrada nos pulmões, onde detectaram-se as citocinas: IL-1, IL-1, IL-6, e
TNF-,IFN-, IL-2, IL-4, e TNF- no interior das paredes alveolares e nos espaços aéreos
alveolares.
Embora edema intra-alveolar de líquido seroso semelhante ao plasma sanguíneo
seja o principal elemento caracterizador da SPCVH, a mortalidade está frequentemente
relacionada a complicações cardiovasculares, ainda pouco estudas. Mais clareza sobre este
tema foi obtida com os resultados de um estudo realizado em Ribeirão Preto, o qual
procurou caracterizar alterações cardíacas em necrópsias de pacientes com SPCVH,
utilizando técnicas de imuno e histoquímica e de microscopia eletrônica (SAGGIORO,
2004). Neste estudo, encontrou-se, ao exame necroscópico de 7 corações, discreta dilatação
dos ventrículos com flacidez da parede miocárdica. A análise morfométrica dos corações
dos indivíduos com SPCVH evidenciou, nos cortes histológicos, expansão da área média
do interstício e redução da área do compartimento muscular, sugerindo que durante a fase
aguda da SPCVH ocorre expansão do espaço intersticial e consequente distanciamento de
fibras miocárdicas devido ao extravasamento capilar de líquido de edema para o interstício
(SAGGIORO, 2004).
13
Um número predominante de macrófagos produtores de TNF- foi detectado no
interstício do miocárdio de casos fatais da SPCVH, além de importante afluxo de células
linfomononucleares CD45 RO+ (SAGGIORO, 2004) - um fenótipo de linfócitos T CD8+ e
CD4+ ativados (van LIER et al., 2003). Além disso, o número de linfócitos T CD8+ nos
miocárdios da SPCVH apresentou correlação diretamente proporcional em relação ao
número de células Natural Killers (NK) (SAGGIORO, 2004). Tais achados indicam a
ocorrência de miocardite na SPCVH (SAGGIORO, 2004). O quadro de choque que ocorre
na SPCVH apresenta um padrão misto de choque hipovolêmico e choque cardiogênico com
alta resistência vascular periférica e baixo débito cardíaco (ao contrário do choque séptico
clássico) (JENISON et al, 1995; PETERS e KHAN, 2002).
1.2.3. Elementos envolvidos na patogênese da SPCVH
1.2.3.1. Viremia
Hantavírus tem sido observado no sangue de pacientes com a SPCVH durante a fase
aguda da doença (TERAJIMA et al, 1999; MORELI et al, 2004). TERAJIMA et al (1999)
estudou a carga de hantavírus no soro de pacientes com a SPCVH e encontrou que os
números de cópias de RNA viral eram maiores nos casos fatais do que nos sobreviventes
(10
6.7 1.4
versus 10
5.8 1.3
RNA cópias/ml), e as mais altas cargas virais foram
correlacionadas com valores mais altos de hematócrito e contagens mais baixas de
plaquetas. Deste modo, a carga viral parece estar associada com a gravidade da doença nos
pacientes com a SPCVH (TERAJIMA et al, 1999).
1.2.3.2. Receptores celulares e Interações Célula-Hantavirus
Os trabalhos de GAVRILOVSKAYA, et al (1998 e 1999) demonstraram que a
entrada do hantavírus na célula é mediada por receptores
3
integrinas presentes na
14
superfície de células endoteliais, plaquetas, megacariócitos, macrófagos, células dendríticas
e células musculares lisas (PARASKEVAS, 1999; CLEMETSON et al, 1985; RAFTERY
et al, 2002; CHARO et al, 1994). As integrinas são proteínas heterodiméricas formadas por
polipeptídeos alfa e beta acoplados por ligações não covalentes - classificadas em famílias
de acordo com a cadeia beta que expressam -, que se encontram em diversos estados de
ativação, dependendo dos sinais estimuladores do ambiente (GORCYNSKI e STANLEY,
2001). Estas proteínas compõem as tight-junctions que unem as células endoteliais, fecham
a barreira alvéolo-capilar e são centrais para a regulação da função plaquetária e
permeabilidade vascular (MACKOW e GAVRILOVSKAYA, 2001). Os hantavírus
patogênicos utilizam as integrinas
IIb
3
(CD41, CD61) e
v
3
(CD51, CD61) como
receptores para infectar as células, enquanto os hantavírus não patogênicos parecem utilizar
5
1
(GAVRILOVSKAYA, et al, 1998; GAVRILOVSKAYA, et al, 1999; MACKOW e
GAVRILOVSKAYA, 2001). A integrina
v
3
foi originalmente descrita como receptor
celular para a vitronectina (proteína da matriz extra-celular) (CHARO et al, 1990). A
ligação desse receptor com seus ligantes naturais (vitronectina, Fator von Willebrand,
fibrinogênio, e trombospondina) ocorre via reconhecimento das seqüências do tripeptídeo
RGD (arginina-glicina-ácido aspártico) presentes nestes ligantes (PARASKEVAS, 1999).
Entretanto, os hantavírus causadores da SPCVH associam-se com
IIb
3
e
v
3
integrinas
através de interações independentes de RGD, o que é consistente com a ausência de
seqüência RGD nas glicoproteínas de superfície G1 e G2 de todos os hantavírus
(GAVRILOVSKAYA et al, 1998).
A SPCVH é associada a mudanças na permeabilidade vascular e a trombocitopenia
aguda, sugerindo o envolvimento de mudanças funcionais induzidas por hantavírus no
15
endotélio e nas plaquetas (NICHOL, 2001; ZAKI et al, 1995; NOLTE et al, 1995). Estas
mudanças podem estar relacionads ao uso das
3
integrinas como receptor por hantavírus. A
migração de células endoteliais dirigida pela interação das
v
3
integrinas com a
vitronectina na matriz extracelular é uma função essencial para o reparo dos vasos e a
manutenção da integridade vascular (PALECEK et al, 1999). GAVRILOVSKAYA et al
(2002) mostrou que a habilidade das células endoteliais em migrar sobre a vitronectina é
seletivamente inibida pela infecção com hantavírus patogênicos, mas não com hantavírus
não-patogênicos, indicando que hantavírus patogênicos inibem a função da
v
3
integrina.
Assim, as interações hantavírus-integrina podem alterar as funções de barreira endotelial e
contribuir para a formação do edema na SPCVH (GAVRILOVSKAYA et al, 2002).
1.2.3.3. Anticorpos neutralizantes
A maioria, senão, todos os pacientes na fase prodrômica da SPCVH têm anticorpos
das classes IgM e IgG detectáveis contra os antígenos N e G1 dos vírus SNV, ANDV e
ARAV (JENISON et al, 1994; BHARADWAJ et al, 2000; TISCHLER et al, 2005;
MORELI, 2005a; MORELI et al, 2005b). Uma forte resposta de anticorpos neutralizantes é
provavelmente essencial para suprimir a disseminação de hantavírus e, consequentemente,
evitar a doença fatal (BHARADWAJ et al, 2000; BORGES et al, 2006). Estudos têm
mostrado que casos de SPCVH com altos títulos de anticorpos neutralizantes contra SNV e
ANDV na fase aguda da infecção apresentam um melhor prognóstico (BHARADWAJ et
al, 2000; TISCHLER et al, 2005). Uma intensa resposta de anticorpos neutralizantes contra
hantavírus pode predizer a eficácia no clearance viral e recuperação da infecção,
independentemente dos epítopos alvos (TISCHLER et al, 2005). Além de fornecer proteção
durante a infecção aguda, anticorpos neutralizantes podem também proteger contra a re-
16
infecção por hantavírus. Uma evidência de que a infecção induz uma resposta humoral
estável foi a presença de anticorpos neutralizantes com títulos entre 1:100 a 1:3.200 no
soro de indivíduos convalescentes da SPCVH em até 1.400 dias após a admissão hospitalar
(YE, et al, 2004).
1.2.3.4. Quimiocinas, citocinas e resposta imune celular
A infecção do endotélio pulmonar e cardíaco por hantavírus provavelmente resulta
na liberação de quimiocinas que atraem mononucleares, haja vista a pneumonite e
miocardite observadas na SPCVH (ZAKI et al, 1995; SAGGIORO, 2004). Níveis
detectáveis de quimiocinas RANTES e IP-10 foram observados nas células endoteliais
microvasculares pulmonares humanas (HMVEC-Ls) dentro de 72 horas após infecção com
SNV in vitro (SUNDSTROM et al, 2001). Tanto RANTES quanto IP-10 são
predominantemente quimiotáticas para monócitos/macrófagos e linfócitos, sendo que IP-10
pode promover a migração de sub-populações de linfócitos T ativados (CD4+, CD8+,
CD29+) e RANTES em altas concentrações é hábil em induzir ativação de células T de
modo similar aos mitógenos (APPAY et al, 2000).
A produção das citocinas localmente nos pulmões e coração, e também no sangue
periférico, por linfócitos T e monócitos ativados é provavelmente importante na patogênese
da SPCVH (MORI et al, 1999). Sabe-se que o Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-)
desempenha um importante papel como causador do extravasamento capilar (TRACEY e
CERAMI, 1993; KELLEY, 1990), e a IL-2 também tem sido demonstrada como promotora
do aumento da permeabilidade vascular in vivo (THIJS et al, 1990). O interferon gama
(IFN-) produzido por linfócitos T ativados é conhecido por potencializar a produção de
17
TNF- e exacerbar o choque in vivo (NEDWIN et al, 1985). O excesso de TNF- e IFN- é
provavelmente crítico na patogênese da SPCVH (KILPATRICK et al, 2004).
1.3. Susceptibilidade genética e infecção por hantavírus
Uma pergunta que tem se mantido entre os estudiosos da SPCVH é a seguinte:
porque alguns indivíduos desenvolvem SPCVH fulminante e outros apresentam doença
menos grave? Um questionamento adicional pode ser feito no que diz respeito às infecções
por hantavirus na América do Sul - onde anticorpos contra hantavírus têm sido encontrados
na população geral, inclusive na cidade de Jardinópolis, na região de Ribeirão Preto-SP
(14,3%) em pessoas sem nenhuma história de SPCVH, (CAMPOS, et al 2003) - porque,
sendo a soroprevalência elevada, os casos clínicos confirmados de SPCVH são tão raros? A
resposta poderia estar, no nível de ativação da resposta imune individual. Neste sentido, os
alelos HLA (Antígenos Leucocitários Humanos) de indivíduos infectados são
provavelmente capazes de afetar a magnitude de ativação dos linfócitos T, com alguns
haplótipos representando respostas mais intensas do que outros (ENNIS et al, 1997).
Do mesmo modo, polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) nos genes de
citocinas têm sido descritos que afetam o nível de secreção da citocina, e
consequentemente, seus efeitos biológicos (KNIGHT, 2001; KEEN, 2002). Os SNPs mais
frequentemente encontrados nos genes de citocinas e de seus receptores localizam-se na
região promotora, os quais podem afetar o sítio de ligação de fatores de trancrição, ou nas
regiões 3’ não codificadoras, podendo influenciar a estabilidade dos transcritos de RNA
(OLLIER, 2004). Desta forma, SNPs nos genes responsáveis pela produção das citocinas
poderia influenciar seus níveis de expressão e a resposta imune dele decorrente (BIDWELL
18
et al, 1999). A presença e a relevância dos SNPs nos genes de citocinas não foram
anteriormente investigadas em indivíduos com a SPCVH. A susceptibilidade genética
humana para desenvolver a SPCVH após a infecção poderia também envolver formas
polimórficas do receptor celular para hantavírus, descritas a seguir.
1.3.1. Polimorfismo dos Alo-antígenos Plaquetários Humanos (HPA)
O receptor celular para hantavírus patogênicos presente na superfície das plaquetas,
IIb
3
integrina (também chamada glicoproteína IIb/IIIa) (GAVRILOVSKAYA et al,
1998), contém epítopos que determinam os Aloantígenos Plaquetários Humanos (HPA)
(PHILLIPS et al, 1988; NEWMAN, 1994). Tratam-se de sistemas bialélicos determinados
pela troca de nucleotídeos no gene codificador da glicoproteína
3
,
levando a troca de
aminoácidos na estrutura da cadeia
3
do heterodímero
IIb
3
(Tabela 1) (SHULMAN e
REID, 1994). Inúmeros sistemas HPA têm sido descritos, usualmente seguido da detecção
de anticorpos em pacientes com púrpura pós-transfusional (PTP) ou em mães de recém-
natos com trombocitopenia aloimune neonatal (McFARLAND, 1996; SCHROEDER,
1999).
O mais importante sistema de antígenos plaquetários é o HPA-1, (também
conhecido com PL
A
ou Zw). Outros sistemas bialélicos incluem HPA-4 (Pen, Yuk) e HPA-
6 (Ca/Tu) (SCHROEDER, 1999). Entretanto, a nomenclatura existente não é
completamente adequada à descrição deste sistema de antígenos, visto que as formas
alélicas HPA-1a, -4a e -6a são diferentes designações para uma estrutura idêntica a nível
molecular (referem-se ao mesmo epítopo); na realidade, os alelos variantes da GPIIIa são
os sistemas HPA-1b, -4b, -6b e (Tabela 1), cada um deles determinado por uma única
substituição de aminoácido (NEWMAN, 1994).
19
Uma vez que hantavírus utilizam
3
integrina para entrar nas células alvo,
polimorfismos nesta glicoproteína poderiam afetar a entrada viral e estariam relacionados à
susceptibilidade à SPCVH.
Tabela 1: Formas polimórficas conhecidas da GPIIIa (
3
integrina) de acordo com suas
denominações sorológicas e designações da nomenclatura HPA.
Forma alélica Freqüência do gene Designação sorológica
GPIIIaLeu
33
Arg
143
Arg
489
0,85
PL
A1
(HPA-1a)
GPIIIaLeu
33
Arg
143
Arg
489
0,85 Pen
a
(HPA-4a)
GPIIIaLeu
33
Arg
143
Arg
489
0,85 Ca
b
/Tu
b
(HPA-6a)
GPIIIaPro
33
Arg
143
Arg
489
0,15 PL
A2
(HPA-1b)
GPIIIaLeu
33
Gln
143
Arg
489
<0,01 Pen
b
(HPA-4b)
GPIIIaLeu
33
Arg
143
Gln
489
<0,01 Ca
a
/Tu
a
(HPA-6b)
As formas de GPIIa correntemente designadas de PL
A1
, Pen
a
e Ca
b
/Tu
b
representam todas a mesma entidade molecular,
possuindo um freqüência genética de 0,85 em um pool de genes da população caucasiana (adaptado de NEWMAN, 1994).
1.4. Justificativa
A hantavirose é uma zoonose Pan-Americana emergente e altamente letal nos
quadros de SPCVH, tendo causado 4 dezenas de casos em nosso meio. A patogênese da
SPCVH não é totalmente conhecida e embora achados imunológicos e patológicos tenham
sido descritos na infecção por hantavírus norte-americanos, inexistem estudos sobre este
tema no Brasil. Além disso, supondo que as conseqüências da infecção por hantavírus e a
magnitude da resposta imune por ela induzida possam depender da constituição genética de
cada indivíduo, faz-se necessário testar esta hipótese. Por isso, acreditamos que um estudo
avaliando uma associação de genes ligados diretamente à resposta imune com a SPCVH,
contribuiria de forma importante para o conhecimento sobre esta grave doença. Finalmente,
um estudo dos mecanismos fisiopatológicos e genéticos da SPCVH poderia fornecer
subsídios ao tratamento, permitindo determinar, inclusive, fatores prognósticos e de risco
para a doença.
20
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral:
Investigar aspectos da patogênese da SPCVH, com base na análise de citocinas e a
sua associação com polimorfismos genéticos.
2.2. Objetivos específicos:
1. Pesquisar e quantificar mediadores inflamatórios: citocinas, óxido nítrico e proteína
C reativa em amostras séricas de pacientes com SPCVH.
2. Verificar associação entre teores séricos de citocinas e aspectos clínicos da infecção
por hantavírus.
3. Determinar o polimorfismo dos Antígenos Leucocitários Humanos (HLA),
Antígenos Plaquetários Humanos (HPA) e genes de citocinas como TNF-, INF-,
IL-6, IL-10 e TGF-, em amostras clínicas de pacientes com hantavirose.
4. Verificar a eventual associação entre alelos polimórficos HLA, HPA, genes de
citocinas e a SPCVH.
21
3. MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado no Centro de Pesquisa em Virologia da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP) e também no
Laboratório de Imunologia Molecular, do Hospital das Clínicas da FMRP-USP (HCFMRP-
USP) e Laboratório de HLA do Hemocentro de Ribeirão Preto.
O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCFMRP-USP, no
Processo n 2618/03, conforme parecer emitido em 03/06/03. O trabalho, também, foi
aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), registro 7830, processo
25000.057239/2003-33, parecer 1344/2003, Registro 7830, em 26/08/2003.
3.1. População de estudo
Os participantes deste estudo foram alocados em 3 grupos, conforme descrito
abaixo. Entre parênteses e sublinhada consta a denominação destes grupos que será citada
no texto, tabelas e figuras.
Grupo de pacientes com SPCVH (grupo SPCVH
): Os pacientes apresentando quadro
clínico suspeito de SPCVH foram incluídos no estudo após terem o genoma de hantavírus
detectado no sangue ou anticorpos contra o vírus detectado no soro. Vinte e sete indivíduos
com diagnóstico clínico e laboratorial confirmado de SPCVH foram incluídos neste grupo.
Dados da maioria destes pacientes foram coletados de seus prontuários médicos.
22
Grupo de indivíduos soropositivos para hantavírus mas que não tiveram SPCVH
(grupo soropositivos
): este grupo incluiu indivíduos que apresentaram sorologia positiva
para hantavírus - em estudo soroepidemiológico realizado em nosso laboratório no ano de
2001 - sem antecedente da SPCVH (CAMPOS et al, 2003). Em 2004, estes soropositivos,
em número de 117, foram visitados na residência, em área urbana ou rural do munícipio de
Jardinópolis (na Região de Ribeirão Preto-SP) e 96 deles concordaram em participar do
estudo, doando 15mL de sangue (Figura 3).
Populações-controle (grupo controle): Dependendo da análise realizada, utilizaram-se
distintas populações-controle, conforme segue:
Nas análises das quantificações de mediadores inflamatórios plasmáticos,
utilizaram-se no grupo controle as amostras de soro dos indivíduos do grupo soropositivos
e também, de 17 indivíduos voluntários, saudáveis, que quiseram participar do estudo, por
ocasião das visitas às residências dos soropositivos para hantavírus em Jardinópolis.
Para as análises de polimorfismo dos HLAs -A, -B e -DR foram utilizados como
grupo controle 1252 doadores de medula óssea
em Ribeirão Preto, que tiveram os HLAs
tipificados em um estudo anterior (SANSALONI, 2005). Para a análise do polimorfismo do
HLA-Cw, foram incluídos no grupo controle apenas 119 doadores de medula óssea, cujos
dados das tipificações HLA-Cw estavam armazenados no Laboratório de HLA do
Hemocentro de Ribeirão Preto.
Para as análises de polimorfismo dos antígenos plaquetários HPA, foram incluídos
como grupo controle 50 doadores de sangue
no Hemocentro de Ribeirão Preto, dos quais
coletou-se sangue entre os meses de outubro e novembro de 2003, após anuência em
participar do estudo.
23
Para as análises de polimorfismos nos genes das citocinas TNF-, IL-6, IL-10 e
IFN-, foram utilizados como grupo controle 13 doadores de sangue
(dos 50 acima citados)
e mais 87 outros doadores de sangue,
que tinham participado de dois estudos anteriores em
Ribeirão Preto (FERNANDES, 2003; FREITAS, 2003), totalizando 100 indivíduos no
grupo controle. Excepcionalmente, para a análise do polimorfismo do gene do TGF-,
como grupo controle foram incluídos apenas 33 doadores de sangue.
3.2. Coleta das amostras
Dos 27 participantes no grupo SPCVH, 22 se encontravam apresentando a doença
quando tiveram amostras de sangue colhidas. A internação de 9 destes pacientes ocorreu
nas Unidades de Terapia Intensiva da Unidade de Emergência ou Enfermarias de Doenças
Infecciosas e Tropicais do HCFMRP-USP ou nos seguintes hospitais: Beneficiência
Portuguesa de Ribeirão Preto, Hospital São Francisco de Ribeirão Preto, Santa Casa de
Ribeirão Preto e Santa Casa de Sertãozinho. Sete outros participantes do grupo SPCVH,
tiveram suas amostras de sangue (fase aguda) encaminhadas ao Centro de Pesquisa em
Virologia para fins diagnósticos, por Dra. Sheila de Almeida Santos (Hospital de Doenças
Tropicais de Goiânia-GO), Prof. Dr. Mario Leon Silva-Vergara (Faculdade de Medicina do
Triângulo Mineiro, Uberaba-MG), Dr. Renato Cassiano Silveira (Santa Casa de Passos-
MG), e Dr. Valter Ramos (Hospital Dom Bosco, Araxá-MG). Outros 6 indivíduos
estudados neste grupo tinham ido a óbito por SPCVH e tiveram suas amostras coletadas em
necropsia realizada por patologistas do Centro de Medicina Legal da FMRP-USP.
Finalmente, 5 indivíduos do grupo SPCVH tiveram amostras coletadas quando já estavam
24
curados (por ocasião do retorno, no seguimento dos pacientes sobreviventes da SPCVH). O
sangue destes últimos indivíduos foi utilizado apenas para as análises genéticas (Tabela 2).
Tabela 2: Origem das amostras clínicas do grupo SPCVH.
Participantes no grupo SPCVH número
Indivíduos com coleta de sangue durante a SPCVH 22
Indivíduos cuja coleta foi realizada pelo CPV* 9
Indivíduos cujas amostras foram enviadas ao CPV* 7
Indivíduos com amostras coletadas durante autópsia 6
Indivíduos com mais de uma amostra colhida na fase aguda 1
Indivíduos com amostras coletadas após a cura 5
Total de indivíduos estudados 27
*Centro de Pesquisa em Virologia
Dos 27 pacientes estudados, 18 tiveram o diagnóstico de SPCVH realizado por RT-
PCR em nosso laboratório e 9 tiveram diagnóstico de SPCVH realizado por ELISA ou
imunohistoquímica, no Instituto Adolpho Lutz de São Paulo (Tabela 3). De apenas um dos
indivíduos do grupo SPCVH foi possível coletar duas amostras sanguíneas, em diferentes
dias da fase aguda da doença, sendo uma no 5° dia e outra no 10° dia do início dos
sintomas. Dados relativos aos 27 participantes do grupo SPCVH estudados neste trabalho
encontram-se na Tabela 3.
25
Tabela 3: Características epidemiológicas, evolutivas e do local de diagnóstico dos
pacientes participantes do grupo SPCVH e o tipo de amostra coletada.
Paciente
Idade Sexo Raça
Atividade Data de
início dos
sintomas
Coleta da
amostra
após início
dos
sintomas
Tipo de
Amostra
Evolu-
ção
Local
do
diagnós
-tico*
Procedência
1 GSP
21 M
Mulato Lavrador
19/06/99 5 dias soro cura IAL Cássia dos
Coqueiros (SP)
2 JPM
#
39 M
Branco Eng.
agrônomo
23/04/01 # sangue cura CPV Batatais (SP)
3 ZCM
45 F
Ignorado Do lar
07/06/01 8 dias ** soro óbito CPV Ribeirão Preto (SP)
4 AJB
#
38 M
Branco Cerealista
09/01/02 # sangue cura CPV Ribeirão Preto (SP)
5 AJS
16 M
Mulato Agricultor
10/06/01 3 dias soro cura IAL Cássia dos
Coqueiros (SP)
6 DAZ
#
24 F
Branca Estudante
21/03/03 # sangue cura CPV Ribeirão Preto (SP)
7 JMP 27 M
Mulato Cerealista
20/05/03 12 dias sangue e soro cura CPV Dumont (SP)
8 ONS 35 M
Ignorado -
12/06/03
>7 dias sangue e soro cura IAL Goiânia (GO)
9 NRC 16 M
Mulato Estudante
07/06/03 5 dias sangue e soro cura CPV Ribeirão Preto (SP)
10 JVN 37 M
Branco Lavrador
03/06/03 28 dias sangue e soro cura CPV Cássias dos
Coqueiros (SP)
11 GQS
#
17 M
Branco Estudante
18/06/03 # sangue cura IAL Ribeirão Preto (SP)
12 AOC - M
Ignorado -
05/08/03
<7 dias soro cura IAL Uberaba (MG)
13 JEF - M
Ignorado -
05/08/03
<7 dias soro cura CPV Uberaba (MG)
14 ACC 42 M
Branco Mecânico
18/09/03 15 dias sangue e soro cura CPV Ribeirão Preto (SP)
15 NVTS 43 F
Mulata Vendedora
19/03/04 5 dias sangue e soro cura CPV Sertãozinho (SP)
16 JRGC 30 M
Mulato Lavrador
10/05/04 1 dia** sangue e soro óbito IAL Jaboticabal (SP)
17 TRO 14 M
Branco Estudante
25/06/04 2 dias*** sangue óbito CPV Ribeirão Bonito
(SP)
18 ASP 40 M
Branco Pedreiro
22/07/04 <7 dias sangue e soro cura CPV São João Batista do
Glória (MG)
19 PCA - M
Ignorado Pedreiro
06/08/04 <7 dias soro cura CPV São João Batista do
Glória (MG)
20 AGN 49 M
Branco Sitiante
07/08/04 6 dias sangue e soro cura CPV Batatais (SP)
21 AVVF 55 F
Branca Cozinheira
15/08/04 8 dias**
sangue e soro óbito CPV Cravinhos (SP)
22 AM 25 M
Ignorado -
03/09/04 >7 dias sangue e soro cura IAL São João Batista do
Glória (MG)
23 CEC 42 M
Negro Calheiro
20/09/04
>7 dias** sangue e soro óbito IAL Ribeirão Preto (SP)
24 JBA 31 M
Negro Lavrador
24/03/05 6 dias sangue e soro cura CPV Guariba (SP)
25 MBFN 31 M
Branco Lavrador
02/04/05 2 dias sangue e soro óbito CPV Pontal (SP)
26 MACG 21 F
Mulata Comerciária
20/08/05 5 dias
e 10 dias
sangue e soro cura CPV Araxá (MG)
27 JFSB
#
30 F
Branca Industriária
05/04/05 # sangue cura IAL Ribeirão Preto (SP)
* Centro de Pesquisa em Virologia (CPV); Instituto Adolpho Lutz (IAL);
amostra estocada no banco de amostras do
CPV;
#
amostra coletada apenas para análises genéticas, por ocasião do retorno, no seguimento dos pacientes sobreviventes
da SPCVH. Pacientes nesta situação já estavam curados; ** amostra coletada post-morten, no mesmo dia do óbito;
data
da chegada da amostra ao CPV; *** amostra coletada post-morten, um dia após o óbito
Com relação à coleta das amostras de sangue no grupo SPCVH, sempre que
possível, 2 tipos foram colhidas por venopunção, 15 ml (em 3 tubos de 5mL) com
anticoagulante EDTA, e 10 ml (em 2 tubos de 5mL) sem anticoagulante, para obtenção de
26
soro. Volume de 300L dos sangues em EDTA tiveram RNA extraído imediatamente após
a coleta, para detecção genômica de hantavírus por RT-PCR. Ainda, do sangue colhido em
EDTA, 10 mL foram processados para extração do DNA genômico, idealmente no mesmo
dia da coleta, ou, em alguns casos, o sangue foi mantido em geladeira, a 4C, até o
procedimento. As amostras de sangue colhidas sem anticoagulante foram deixadas a
coagular, por até 30min, à temperatura ambiente (T.A.) e posteriormente, foram
centrifugadas a 4C, 3.000 rpm, por 5 min, para separar o soro. Alíquotas de soro foram
mantidas a -70C até o momento da análise quantificadora de citocinas.
Com relação ao grupo soropositivos
e aos voluntários, as amostras de sangue foram
colhidas nas residências destes indivíduos, em Jardinópolis (Figura 3). Coletaram-se de
cada participante deste grupo, 10 ml com EDTA e 5 ml sem anticoagulante. Estas amostras
foram transportadas em gelo até o laboratório onde os sangues com EDTA foram estocados
a 4C para extração de DNA genômico no dia seguinte. Os sangues colhidos sem
anticoagulante tiveram o soro separado por centrifugação a 4C, 3.000 rpm, por 5 min,
sendo aliquotados e estocados a -70C, até o momento da análise.
Com relação aos 50 doadores de sangue do grupo controle, que foram usados nas
análises de HPA, as amostras de 5 mL de sangue com EDTA foram coletadas no
Hemocentro de Ribeirão Preto por ocasião da doação de sangue, e foram processadas para a
extração do DNA genômico.
27
Figura 3: Coleta residencial de amostras sanguíneas e obtenção de dados epidemiológicos
dos indivíduos do grupo soropositivos para hantavírus, em Jardinópolis, 2004.
3.3. Diagnóstico molecular da SPCVH
Extração do RNA viral: as amostras de sangue total dos pacientes com suspeita de
SPCVH tiveram RNA extraído pelo método do Tryzol (Invitrogen, USA), seguindo o
protocolo descrito por BOWEN et al, 1997. A cada 300 l de amostra foram adicionados
1000 l de Tryzol. Em seguida, as amostras foram vigorosamente homogeneizadas e
adicionaram-se 200 l de uma solução de clorofórmio e álcool isoamílico na proporção de
24:1. Posteriormente, as amostras foram incubadas por 15 min em gelo e em seguida,
28
centrifugadas por 20 min a 14000 rpm, a 4°C. A fase aquosa (superior) foi transferida para
outro tubo onde adicionou-se igual volume de Isopropanol gelado. A seguir, a solução foi
homogeneizada levemente e permaneceu overnight a -70°C para a precipitação do RNA.
No dia seguinte, o material foi precipitado sob centrifugação a 15000 rpm, a 4°C, por 20
min, sendo o sobrenadante desprezado. O precipitado foi lavado com 200 l de etanol a
70% e seco a vácuo por 10 min. O RNA foi então dissolvido em 10 a 15 l de água tratada
com diethylpyrocarbonato (DEPC) (USB, EUA).
RT-PCR para amplificação de fragmentos genômicos de hantavírus: Para a transcrição
reversa (RT), foram preparadas misturas de reação em triplicata (uma para cada primer
complementar), no volume de 20 l, contendo 0,4l de dNTPs a 10 mM, 4 l do tampão 5x
(10mM Tris pH 8.9, 3mM MgCl
2
, 75mM KCl) e 1l (15M) dos primers complementares
S, G1 e G2 (Tabela 4). Adicionaram-se 5 l do extrato de RNA em teste e as misturas
foram aquecidas a 95 C por 30 seg, para linearização do RNA. A seguir, as misturas foram
colocadas em gelo por 2 min e então, adicionaram-se 40U do inibidor de RNAse
RNAaseOut (Invitrogen, EUA) e 20U da Transcriptase reversa MMLV - FPLC pure
(USB, EUA) por tubo. A seguir, incubaram-se as misturas por 2 h, a 37 C, para gerar os
cDNAs.
Realizaram-se 3 tipos de PCR e para tanto, prepararam-se misturas de reação com
volume final de 50l contendo: 1l dos dNTPs a 10 mM, 5l do tampão 10x [75 mM Tris
pH 9.0, 2mM MgCl2, 50mM KCl, 20mM (NH
4
)
2
SO
4
)], 1l de cada primer S-comp e S-
sense ou G1-comp e G1-sense ou G2-comp e G2-sense (Tabela 4), a 15M, em seus
respectivos tubos e 1,25 U de Taq Polimerase (Biotools, Brasil). Três e meio microlitros do
produto da RT foram adicionados a cada mistura, e estas foram submetidas a uma
29
desnaturação inicial a 95°C por 2 min em termociclador (MiniCycler, MJ Research, EUA),
seguida de 35 ciclos a 95°C por 30 seg, 54°C por 1min e 72°C por 2min, com extensão final
de 5 min, a 72C.
Para visualizar os produtos amplificados (amplicons), 5 l dos mesmos foram
processados por eletroforese em gel de agarose a 1,8% corado com brometo de etídio
0,5g/ml. A eletroforese foi realizada a 140V, por 40 min, em tampão TBE (Tris 0,1 M, ác.
Bórico 0,1 M, EDTA 0,02M pH 8,3). Posteriormente, os géis foram visualizados à luz
ultravioleta e fotografados em sistema Kodak Digital Science™ (EUA). O tamanho dos
amplicons foi determinado por comparação com um marcador tipo escada de 100 pares de
bases (pb) (Invitrogen).
Como controle positivo nas reações de RT-PCR utilizou-se RNA extraído de cultura
de células infectadas com o hantavírus Rio Mamoré, vírus considerado de baixa
patogenicidade (item 3.3.1). Como controles negativos, foram utilizadas amostras dos soros
de pacientes com dengue e citomegalovirose, cedidos pelo laboratório de Virologia do
HCFMRP-USP. Os controles foram processados da mesma maneira que as amostras.
Considerava-se RT-PCR positiva para hantavírus quando, das 3 RT-PCRs realizadas,
obtinham-se, pelo menos, 2 amplicons de tamanho esperado.
Tabela 4: Sequência nucleotídica dos primers utilizados para amplificação do genoma do
hantavírus ARAV pela reação de RT-PCR e tamanho dos respectivos amplicons (MORELI,
2005a).
Primer Seqüência Tamanho do produto em
pares de bases
S comp 5’ CAA AAC CAG TTG ATC CAA CAG GG 3
S sense 5’ GAT GAA TCA TCC TTG AAC CTT AT 3’
264
G1 comp 5’ GGG CAG TAA GTG CTG AAA C 3’
G1 sense 5’ ACA TTT AGC AGT TTG CCA TGG G 3’
324
G2 comp 5’ CCA GTT TGT GAA TAT CAG 3’
G2 sense 5’ GAG CCA TAA CAC ATT GCA 3’
350
30
3.3.1 Produção de fluído infeccioso do hantavírus Rio Mamoré
O hantavírus Rio Mamoré, foi utilizado como controle positivo nas reações de RT-
PCR. A estirpe Rio Mamoré (TVP 7557), gentilmente cedida pelo Dr. Robert Shope
(Universidade do Texas, EUA) foi propagada em monocamadas de células Vero do clone E6
(ATCC: CRL 1586; Rockville, MD), cultivadas em meio essencial mínimo (MEM) de
Eagle, suplementado com 2% (v/v) de soro fetal bovino inativado, 2mM de L-glutamina,
60mg/ml de penicilina, 100mg/ml de estreptomicina e 100U/ml de nistatina. Após infecção,
as culturas foram mantidas em estufa de CO
2
por 10 a 12 dias. A seguir, alíquotas com
300L destas culturas foram estocadas a –70°C até quando foram processadas para a
extração do RNA utilizando procedimento idêntico ao das amostras de sangue.
3. 4. Quantificação de mediadores inflamatórios e anti-inflamatórios plasmáticos
3.4.1 Ensaios imunoenzimáticos (ELISAs) para dosagens de Interferon-alfa (IFN-),
Interferon-gama (IFN-), Fator de Necrose Tumoral- (TNF-), Interleucina-12 (IL-
12); Interleucina-4 (IL-4); Interleucina-5 (IL-5); Interleucina-10 (IL-10) e Fator Beta
de Crescimento e Transformação (TGF-)
Níveis séricos de IFN-, IFN-, TNF-, IL-12, IL-4, IL-5, IL-10 e TGF- foram
determinados em amostras dos participantes do grupo SPCVH, e dos soropositivos e/ou
voluntários como grupo Controle (Tabela 5). Para tanto, utilizou-se os kits Interferon Alpha
[(h)IFN
] Human, Biotrak
ELISA System; Interferon Gamma [(h)IFN
] Human, Biotrak
ELISA System; TNF-
Human, Biotrak Easy ELISA; Interleukin-12 [(h)IL-12] (p40 and
p70), Human, Biotrak
ELISA System; High Sensitivity Interleukin-4 [(h)IL-4], Human,
Biotrak
ELISA System; Interleukin-5 (IL-5) Human, Biotrak
ELISA System; Interleukin-
31
10 [(h)IL-10], Human, Biotrak
ELISA System e Transforming Growth Factor – Beta 1
(TGF
1
Human, Biotrak ELISA System (todos Amersham Biosciences,UK). Estes kits
permitem realizar ELISAs tipo sanduíche, que utilizam um anticorpo anti-citocina
sensibilizando microplacas. Apos adição do material clínico em teste obtinha-se o resultado
por inclusão de um anticorpo biotinilado ou conjugado com fluorocromo (FITC) para a
citocina e estreptavidina conjugada a peroxidase (Tabela 5).
Os ensaios foram realizados seguindo especificações do fabricante. Inicialmente,
foram reconstituídas as soluções padrão, para cada citocina, em água deionizada. Foram
preparadas diluições seriadas a partir das soluções padrão, visando a obter uma curva padrão
conforme mostra a Tabela 5. A seguir, as 96 cavidades das microplacas previamente
revestidas com anticorpo contra as citocinas IFN-, IFN- e IL-12, de cada kit foram
preenchidas com anticorpos: 50L/cavidade de anti-IFN- biotinilado, 50L/cavidade de
anti-IFN- biotinilado, e 100L/cavidade de anti-IL-12 ligado a FITC, respectivamente,
seguidos da adição imediata de 50L das diluições padrões ou das amostras de soro, em
duplicata, em suas respectivas cavidades.
Para as citocinas TNF-, IL-4, IL-5 e IL-10 as 96 cavidades das microplacas
previamente revestidas com anticorpo contra tais citocinas, de cada kit, foram preenchidas
com as diluições padrões ou as amostras de soro, em duplicata, em suas respectivas
cavidades, conforme os volumes indicados na Tabela 5.
Para a citocina TGF- as amostras foram pré-tratadas para ativar e liberar o TGF-
que é fisiologicamente secretado das células na forma de complexos latentes. Para que o
TGF- possa ligar-se a seus receptores é necessário liberá-lo desse complexo latente e ativá-
lo in vitro por tratamento ácido, seguido da neutralização com solução básica. Para tanto,
32
200 L de ácido acético 2,5 M foi adicionado a 200 L de cada soro a ser testado e
homogeneizado vigorosamente, seguido da incubação por 10 min a T.A. A seguir, as
amostras foram neutralizadas com 200 L de solução NaOH 2,7 M/ 1M HEPES (Sigma,
Alemanha). Desta mistura, adicionaram-se 100 L nos poços correspondentes da placa
previamente revestidos com anti-TGF-. Foram também preenchidos com as diluições-
padrão os poços destinados à curva de calibração.
Após adição das diluições-padrão e das amostras, em cada placa, estas foram
cobertas com fita adesiva e incubadas a temperaturas e tempos citados na Tabela 5.
As placas de citocinas: IFN-, IFN-, IL-12 e IL-10 foram lavadas 3 vezes com
soluções tampão wash buffer, fornecidas pelos kits, e as cavidades foram preenchidas com
100L do conjugado Streptavidina-HRP, e as placas foram incubadas (2° incubação) a T.A.
por 30 min. Em seguida, estas placas foram lavadas 3 vezes com wash buffer e foram
adicionados 100L por cavidade do substrato TBM, seguindo-se por incubação a T.A., 30
min, no escuro. Finalmente, as reações colorimétricas foram interrompidas por adição de
100L / cavidade de solução stop, fornecidas pelos kits, e as leituras espectrofotométricas
foram realizadas com filtro de 450nm em leitor de microplacas de ELISA EMAX (Molecular
Devices Corporation, EUA).
Para a placa de IL-4, após serem realizadas 3 lavagens com solução tampão, foram
adicionados 100 L de anticorpo biotinilado e a placa coberta com fita adesiva, foi incubada
por 90min, a T.A., sofrendo em seguida 3 lavagens com solução tampão. Então, adicionou-
se aos poços o reagente de amplificação de sinal Ambex, no volume de 100 L/poço. A placa
foi incubada por 30 min a T.A., sob agitação constante, em um agitador orbital, seguido de
mais 3 lavagens e da adição de 100 L de TBM, sendo incubada por 30 min a T.A., sob
33
contínua agitação. Finalmente, a reação colorimétrica foi interrompida com 100 L de
solução stop e as densidades óticas foram determinadas por espectrofotometria com filtro de
450 nm no leitor de microplacas.
Tabela 5: Condições de reação nos ensaios para a quantificação das citocinas IFN-, IFN-,
TNF-, IL-12, IL-4, IL-5, IL-10 e TGF-.
Citocina
IFN- IFN- TNF-
IL-12 IL-4 IL-5 IL-10
TGF-
N° amostras
SPCVH
testadas
11 20 13 13 18 10 20 17
N° amostras
controle
testadas
27 21 27 29 23 32 22 23
Volume de
amostra
50L 50L 100L 50L 100L 50L 50L 100L pré-
tratados
Marcador do
Anticorpo
primário
biotina biotina biotina FITC biotina biotina biotina biotina
Fator de dil.
Curva padrão
1:2,5 1:2,5 1: 2 1:2,5 1: 2 1:2,5 1:2,5 1: 2
Pontos da curva
padrão (pg/mL)
1000, 400,
160, 64, 25,6
e 0
1000, 400,
160, 64,
25,6 e 0
1000; 500;
250; 125;
62,5; 31,3;
15,6 e 0
1000, 400,
160, 64,
25,6 e 0
40; 20; 10;
5; 2,5;
1,25 e 0
400,
160, 64,
25,6
10,24 e 0
600; 240;
96; 38,4;
15,36 e 0
1000; 500;
250; 125;
62,5; 31,3;
15,6 e 0
1° incubação
T.A; 2 h T.A; 2 h T.A; 4 h,
sob
agitação
T.A; 2 h T.A; 1 h,
sob
agitação
T.A;
1 h
T.A; 2 h 37°C; 1 h
A placa do TGF-, após a 1° incubação, foi lavada 4 vezes com solução tampão; a
seguir, assim como a placa da IL-5, adicionaram-se 50L do anticorpo biotinililado e
incubou-se por uma hora, a 37°C para a placa do TGF-, e a T.A. para a placa da IL-5.
Ambas placas foram lavadas por 3 vezes e adicionaram-se de 100L/ poço do conjugado
estreptavidina e incubou-se por 30 min, sendo a 37°C para a placa do TGF-, e a T.A. para a
placa da IL-5. A seguir, as placas foram lavadas por 3 vezes com solução tampão,
adicionadas de 100 L/ poço de TMB e incubadas por 30 min a T.A. Finalmente, as reações
34
colorimétricas foram interrompidas com 100 L de solução stop e as densidades óticas
foram determinadas por espectrofotmetria com filtro de 450nm em leitor de microplacas.
A placa do TNF-, após ter sido incubada por 4 horas com as amostras e os padrões,
foi lavada por 3 vezes com solução tampão, adicionada de 100 L/poço de TMB, coberta
com fita adesiva e incubada por 10 min em um agitador de placa a 200 rpm. A reação foi
parada com 100 L de solução stop por poço e as densidades óticas foram determinadas por
espectrofotmetria com filtro de 450nm em leitor de microplacas.
As concentrações séricas de cada citocina foram determinadas por comparação com
suas curvas-padrão.
3.4.2. Ensaio quimioluminescente para dosagem do Fator de Necrose Tumoral- (TNF-
), da Interleucina-1 beta (IL-1), da Interleucina-6 (IL-6) e do Receptor Solúvel de
Interleucina-2 (IL-2R)
Níveis séricos das citocinas TNF-, IL-1, IL-6 e do receptor IL-2R, foram
analisados em 11 amostras dos participantes do grupo SPCVH. Também, analisou-se como
grupo controles 16 amostras séricas de indivíduos soropositivos. As quantificações foram
realizadas, em duplicata, por metodologia de quimioluminescência, em equipamento
automatizado Immulite
®
1000 (DPC, EUA). Este imunoensaio quimioluminescente consiste
na detecção da reação citocina-anticorpo conjugado a uma enzima, onde uma molécula
sintética atuará como substrato emissor de luz. Um fluorômetro detecta a intensidade da luz,
convertendo-a em concentração da citocina pesquisada.
Inicialmente, o equipamento Immulite
®
1000 foi calibrado utilizando-se Immulite
TNF
Adjustosr, Immulite IL-1
Adjustors, Immulite IL-6 Adjustors, e Immulite IL-2R
35
Adjustors (DPC, EUA), componentes ajustadores, em dois níveis (alto e baixo), que fazem o
ajuste das curvas-padrão inclusas no software do aparelho. Os ajustes foram confirmados
utilizando-se Immulite Cytokine Control Module (DPC, EUA), reagente controle com pool
de citocinas de concentrações conhecidas, em dois níveis, e obteve-se os valores esperados
para cada citocina analisada. A seguir, foram acondicionados ao equipamento suportes
contendo cubetas de 650L dos soros a serem analizados, cada um deles seguido das
unidades de teste do equipamento TNF
Test Units, IL-1
Test Units, IL-6 Test Units, IL-2R
Test Units (DPC, EUA), cada uma delas contém uma esfera revestida com anticorpo
monoclonal contra a citocina a ser dosada. Os frascos contendo substrato
quimioluminescente LSUBX (DPC, USA) e a solução de lavagem LPWS2 (DPC, EUA)
foram acondicionados ao equipamento e as dosagens foram automaticamente realizadas,
fornecendo resultados em pg/mL. A sensibilidade dos kits, segundo o fabricante, é de
1,7pg/mL para o TNF-, 5pg/mL para IL-1, 2pg/mL para IL-6 e 5U/mL para IL-2R.
3.4.3. Quantificação de Óxido Nítrico (NO)
A quantificação de NO foi realizada em 12 amostras séricas de participantes do
grupo SPCVH e em amostras de 25 indivíduos soropositivos, utilizado neste caso como
grupo controle. Realizou-se para tanto, a reação colorimétrica de Griess (DAVIS et al,
2002), que detecta indicadores dos produtos finais da quebra de NO, nitrato (NO
3
) e nitrito
(NO
2
). Para esta quantificação, NO
3
-
é convertido em NO
2
após incubação com a enzima
Nitrato Redutase.
Para tanto, preparou-se uma solução padrão estoque de NaNO
3
a 200mM, visando à
construção da curva de calibração da reação. A seguir, preparou-se uma solução tampão de
36
reação para a enzima nitrato redutase conforme segue: 3000L de solução tampão KH
2
PO
4
a 0,5M (pH 7,5); 1500L do co-fator da enzima, -Nicotinamida Nucleotide Phosphate,
Reduced Form (-NADPH) (Sigma, EUA); 2850L de água MiliQ, e 150L da enzima
Nitrate Reductase 20U (Roche, EUA). Em microplaca de 96 cavidades foram realizadas
diluições seriadas, a partir da solução padrão estoque de NaNO
3
, no volume final de
40L/cavidade, sendo a primeira concentração 200M, seguida por diluições duplas até
1/4096, o que permitiu definir 12 pontos na curva de calibração. A seguir, adicionaram-se
às demais cavidades, 40L de cada soro a ser testado, em duplicata e em seguida, 40L do
coquetel reagente. Incubou-se a placa tampada, orvernight, em estufa, a 37°C. No dia
seguinte, foram preparadas as soluções A e B da reação de Griess, conforme segue:
Solução A: 2% de Sulfanilamida (Sigma, USA) em H
3
PO
4
a 5%
Solução B: 0,2% de alpha naphtyl-ethilenadiane (NEED) (Sigma, USA)
Finalmente, preparou-se uma mistura reagente contendo 3mL da solução A, 3mL da
solução B e 3mL de água MiliQ. Desta mistura, pipetou-se 80L em cada cavidade da
microplaca, para o desenvolvimento de cor, após incubação por 10min a TA. A leitura foi
realizada com filtro de 540nm em leitora de microplacas. A concentração de nitrito nas
amostras foi determinada a partir dos valores obtidos com a curva-padrão.
3.4.4. Quantificação de Proteína C Reativa
A quantificação de Proteína C Reativa foi realizada em 14 amostras séricas de
participantes do grupo SPCVH, por reação imunoturbidimétrica, na qual partículas de látex
recobertas com anticorpo anti-proteína C reativa aglutinam em presença da proteína, e a
aglutinação é proporcional à concentração de proteína C reativa na amostra. Para esta
37
quantificação, as amostras foram analisadas em equipamento automatizado KONELAB 60i
(Thermo Electron Corporation, Wiener Lab Group, Alemanha), utilizando o kit próprio do
aparelho PCR látex linea Turbitst AA (Wiener Lab Group, Alemanha). Estas determinações
foram realizadas no equipamento do Laboratório de Automação do HCFMRP-USP. Os
valores obtidos nos soros dos pacientes com SPCVH foram comparados aos de referência
fornecidos pelo kit.
3.5. Análises de Polimorfismos Genéticos
Para as análises de polimorfismo genético, o DNA genômico foi extraído das
amostras sanguíneas de indivíduos dos grupos: SPCVH, soropositivos, e controle, pelo
método salting out descrito por MILLER et al (1988), com algumas modificações. Desta
forma, 5 ou 10mL do sangue total foram transferidos para tubo de polipropileno de 50mL
ao qual adicionou-se solução tampão de lise I (0,3M sacarose; 10mM Tris-HCl pH7,5;
5mM MgCl; Triton X-100 1%) gelada, até o volume de 50mL. O hemolisado foi
homogeneizado por inversão, e centrifugado a 3.200 rpm, por 5min a 4C. O sobrenadante
foi desprezado e o processo repetido novamente, buscando obter um precipitado livre de
hemácias. Em seguida, adicionaram-se ao precipitado 4,5mL de solução tampão de lise II
(0,075M NaCl; 0,024M Na-EDTA pH8,0), 125L de SDS a 10% e 1,1mL de perclorato de
sódio a 5,0M. O tubo foi agitado vigorosamente por 10 seg e adicionaram-se 2mL de
solução salina saturada (NaCl 6,0M), para extração de proteínas. Em seguida, o tubo foi
vigorosamente homogeneizado, por 15seg e centrifugado a 3.300 rpm, por 5 min a 4C. O
sobrenadante (contendo o DNA) foi transferido para outro tubo de 50mL, onde adicionou-
se igual volume (7mL) de isopropanol absoluto (Merk, Alemanha), para precipitar o DNA.
38
O precipitado de DNA foi removido com pipeta Pasteur e transferido para um tubo
Eppendorf. O excesso de isopropanol foi retirado com pipeta e o precipitado, lavado com
1,5mL de etanol a 70% e após 10 min de centrifugação, a 10.000 rpm,a 4C. Em seguida,
desprezou-se o etanol e o DNA foi seco à temperatura ambiente, com tubo invertido, em
papel toalha. Finalmente, hidratou-se o DNA em 100 a 300L de água DEPC e
quantificou-se o mesmo em espectrofotômetro GeneQuantII (Pharmacia, EUA) com filtro
de 260nm. O material foi estocado a -20C até o momento da análise.
3.5.1. Tipificação dos Genes HLA por PCR-SSP (amplificação sequência-específica)
Foram determinados HLAs apenas nos participantes do grupo SPCVH. As
tipificações dos HLAs -A; -B; -Cw; e -DR foram realizadas utilizando kits Micro SSP HLA
DNA Typing (One Lambda, EUA). Os kits, mantidos a -20C, forneceram misturas prontas
(D-mix) de dNTPs e solução tampão de enzima, além de placas constituídas de 96 tubos
para PCR contendo primers pré-otimizados para a amplificação dos alelos dos genes
codificadores de HLA-A, HLA-B, HLA-Cw e HLA-DR (DRB1, DRB3, DRB4, DRB5),
além de primers para controle interno de reação (gene da globina humana). Após
descongelamento da D-mix e das placas contendo os primers, 1l da mesma água utilizada
para diluir o DNA foi adicionado ao tubo corresponde ao controle negativo. A seguir,
adicionou-se ao tubo da D-mix, Taq polimerase na concentração de 5U/L, a amostra de
DNA na concentração de 100ng/l. Dispensou-se esta mistura nos tubos, em volumes de
10l, exceto naquele correspondente ao controle negativo. Finalmente, tamparam-se os
tubos com adesivo e procedeu-se a ciclos térmicos (1 ciclo de 94C por 130 seg, e 63C
39
por 60 seg; 9 ciclos de 94C por 10 seg, e 63C por 60 seg; e 20 ciclos de 94C por 10 seg,
59C por 50 seg; e 72C por 30 seg) em termociclador Perkin Elmer 9600 (EUA).
Para visualização dos amplicons, utilizou-se o sistema de Gel Micro SSP (One
Lambda, EUA) que permite processar no gel 96 produtos. Preparou-se estes géis de agarose
a 2,5%, em tampão TBE, contendo 15l de solução de brometo de etídeo a 8mg/mL. Foi
realizada a corrida eletroforética a 140-150V por 5 min. O gel foi finalmente visualizado
em transiluminador UV e fotografado em sistema Kodak Digital Science™.
3.5.2. Tipificação dos genes das citocinas TNF-, IFN-, TGF, IL-6 e IL-10, por PCR-
SSP
Analisou-se polimorfismos de genes de citocinas nos indivíduos dos grupos SPCVH,
soropositivos e controle (100 doadores de sangue). Os polimorfismos dos genes das
citocinas, conforme mostra a Tabela 6, foram determinados utilizando o kit Cytokine
Genotyping Tray (One Lambda, EUA). Este kit utiliza o mesmo princípio daquele para
tipificação de HLA, com múltiplos pares de primers que amplificam um segmento genômico
correspondente à fração polimórfica do gene de cada uma destas citocinas e os
procedimentos foram realizados de forma idêntica. Neste caso, variações térmicas incluem 1
ciclo de 96C por 130 seg, e 63C por 60 seg; seguido de 9 ciclos de 96C por 10 seg, e
63C por 60 seg; e de 20 ciclos de 96C por 10 seg, 59C por 50 seg e 72C por 30 seg.
Para visualização dos amplicons, foi utilizado o sistema de Gel Micro SSP (One
Lambda, EUA) foi realizado eletroforese com procedimento descrito no item 3.5.1. Na
Tabela 6 observa-se uma associação entre genótipo e fenótipo correlacionando a existência
de um determinado genótipo com padrão de produção da citocina. Para as análises
40
estatísticas foram considerados os fenótipos de produção de cada citocina, somando-se as
frequencias observadas de cada genótipo determinante de um mesmo fenótipo.
Tabela 6: Regiões alélicas polimórficas nos genes das citocinas indicadas, onde anelam
primers do kit Cytokine Genotyping Tray One lambda, mostrando também a associação
entre genótipo e fenótipo de produção de citocinas.
Polimorfismo de citocinas Genótipo Fenótipo de
produção
TNF- (-308)*
G/G
G/A, A/A
Baixo
Alto
TGF-1 (códons 10, 25)
T/T-G/G; T/C-G/C
T/C-G/C; C/C-G/G; T/T-G/C
C/C-G/C; C/C-C/C; T/T-C/C; T/C-C/C
Alto
Intermediário
Baixo
IL-10 (-1082, -819, -592)*
GCC/GCC
GCC/ACC; GCC/ATT
ACC/ACC; ACC/ATA; ATA/ATA
Alto
Intermediário
Baixo
IL-6 (-174)*
G/G; G/C
C/C
Alto
Baixo
IFN- (intron 1 +874)
T/T; T/A
A/A
Alto
Baixo
A= adenina; C=citosina; T= timina; G=guanina. *região promotora do gene
3.5.3. Tipificação por ASP-PCR (amplificação Alelo-específica) dos aloantígenos
plaquetários HPA-1A (PL
A1
); HPA-1B (PL
A2
); HPA-4A (Pen
a
); HPA-4B (Pen
b
); HPA-
6A (Ca
b
/Tu
b
) e HPA-6B (Ca
a
/Tu
a
)
A tipificação de três sistemas HPA foi realizada para amostras dos participantes dos
grupos SPCVH, soropositivos e controles negativos (doadores de sangue). Seguindo o
protocolo descrito por SKOGEN et al (1994), para a ASP-PCR de cada sistema HPA (1; 4;
6) foram preparadas 2 misturas de reação (1 para alelo “a” e 1 para alelo “b”), cada uma
contendo seus respectivos pares de primers (vide Tabela 7), com volume final de 50l e
contendo: 1l dos dNTPs a 10 mM; 5l da solução tampão 10x [75 mM Tris pH 9.0, 2mM
41
MgCl2, 50mM KCl, 20mM (NH
4
)
2
SO
4
)]; 1l (25M) de cada primer específico (Tabela 7)
e 1l (5M) dos primers para controle interno HGH-1S e HGH-2as, que amplificam parte
do gene do hormônio do crescimento; e 1,25U de Taq DNA polymerase (Biotools, Brasil). A
cada mistura de reação adicionavam-se 125ng de DNA genômico. Submeteu-se as misturas à
desnaturação a 94°C, 5min, em termociclador (MiniCycler, MJ Research, USA), seguida
por 30 ciclos de 94°C 1min, 65°C 2min; e 72°C 1min, com extensão final a 72°C por 10min.
Os produtos de reação foram visualizados à luz UV, após eletroforese em gel de
agarose a 1,8%, com 5 l de cada amplicon e corados com brometo de etídeo 0,5g/ml. Os
géis foram fotografados em sistema Kodak Digital Science™.
Tabela 7: Primers tipificadores de aloantígenos plaquetários (SKOGEN et al.,1994).
Nome do primer Seqüência de nucleotídeos Tamanho do produto
amplificado (pb)
HPA-1a (PL
A1
)
HPA-1aC
5’CTTACAGGCCCTGCCTCT3’
5’TGCTTCAGGTCTCTCCCC3’
244
HPA-1b (PL
A2
)
HPA-1aC
5’CTTACAGGCCCTGCCTCC3’
5’TGCTTCAGGTCTCTCCCC3’
244
HPA-4a (Pen
a
)
HPA-4bC
5’CTGGCCACCCAGATGCG3’
5’GGTAGAAAGGAGCTATAGTTTGGC3’
252
HPA-4b (Pen
b
)
HPA-4bC
5’CTGGCCACCCAGATGCA3’
5’GGTAGAAAGGAGCTATAGTTTGGC3’
252
HPA-6a (Ca
b
/Tu
b
)
HPA-6b
C
5’GACGAGTGCAGCCCCCG3’
5’CCTATGTTTCCCAGTGGTTGCA3’
238
HPA-6b (Ca
a
/Tu
a
)
HPA-6bC
5’GGACGAGTGCAGCCCCCA3’
5’CCTATGTTTCCCAGTGGTTGCA3’
239
HGH-1S
HGH-2as
5’TGCCTTCCCAACCATTCCCTTA3’
5’CCACTCACGGATTTCTGTTGTGTTTC3’
434
3.6. Análise estatística
As análises estatísticas foram realizadas utilizando métodos não paramétricos, uma
vez que as distribuições não eram Gaussianas (BETHELL et al, 1998; MORI et al, 1999).
Para analisar os teores de mediadores plasmáticos, foi utilizado o teste de Mann-Whitney.
42
Para verificar a correlação existente entre os diferentes mediadores plasmáticos utilizou-se
teste de regressão linear simples. Este mesmo teste, também, foi utilizado para verificar a
correlação entre mediadores plasmáticos e alguns parâmetros clínico-laboratoriais, como a
média da pressão arterial, contagem de plaquetas, leucócitos e hematócrito. Para comparar
os teores de citocinas entre 3 ou mais subgrupos de SPCVH, utilizaram-se análises de
variância (ANOVA), pelos testes de Kruskal-Wallis e o de comparações múltiplas de Dunn.
As análises foram realizadas em microcomputador com o software GraphPad Instat (EUA)
e os gráficos foram obtidos pelo software GraphPad Prism4 (EUA). Para todos os testes
utilizados, a hipótese de nulidade foi rejeitada, quando a possibilidade de ocorrência casual
das diferenças observadas não excedia 5 % (p<0,05).
As frequências dos genes de citocinas, dos HPAs e dos alelos de HLA classes I e II
observadas no grupo SPCVH e no controle, foram comparadas, utilizando o teste exato de
Fisher bicaudal. Os valores probabilísticos, quando inferiores a 0,05, foram corrigidos
multiplicando-se o p pelo número de especificifidades testadas (correção de Bonferroni),
isto para evitar erros do tipo I (falso +) (PAGANO e GAUVREAU, 2004). Além disso,
para avaliar probabilidade de desenvolver SPCVH nos diferentes padrões de alelos HLA
observados, determinou-se a Odds Ratio (OR), segundo a Tabela 8 e a fórmula, abaixo
(SVEJGAARD, 1986).
Tabela 8: Tabela de contingência 2 X 2
Alelo
População Presença Ausência Total
Pacientes a b a + b
Controles c d c + d
Total a + c b + d a + b + c + d
43
A OR indica qual a chance de a doença ocorrer em um grupo de indivíduos
portadores de uma certa especificidade gênica, comparando-o a um grupo de indivíduos
não portadores dessa especificidade. Essas análises foram realizadas pelo GraphPad Instat
(EUA) e seguindo como base os trabalhos de SVEJGAARD (1986) e DUBEY (1992),
sendo considerados significantes os valores de p corrigido (pc) menores do que 0,05.
Também, quando o valor de OR obtido foi >1, calculou-se a Fração Etiológica (FE) ou
risco atribuível em nível de população, seguindo a Tabela 8 e a formula (SVEJGAARD,
1986):
Para análise combinada de todos os alelos de um mesmo HLA entre os grupos
SPCVH e controle, utilizou-se um teste exato para diferenciação populacional que se
baseia nas frequências alélicas e no teste de Fisher (RAYMOND e ROUSSET, 1995a),
utilizando o software GENEPOP 3.4 (RAYMOND e ROUSSET, 1995b). Ainda, para
análise global de todos os loci HLA (-A, -B, -Cw, -DR) e do TNF- (-308) entre os grupos
SPCVH e controle, realizou-se análise multi-locus (over all loci) (com base no teste do
Qui-quadrado), utilizando o GENEPOP 3.4 (RAYMOND e ROUSSET, 1995b).
3.7. Cálculo da Pressão Arterial (P.A) Média
A P.A. média de indivíduos do grupo SPCVH foi calculada, quando possível, com
base em dados de prontuários referentes ao mesmo dia em que foi realizada a coleta do
sangue para este trabalho. Para cálculo da P.A. média utilizou-se a fórmula preconizada por
TAKALA et al, (2000), conforme segue: P.A. Média (mm de Hg) = [2 x pressão arterial
diastólica (em mm Hg)] + pressão arterial sistólica (em mm Hg) / 3.
OR =
a / (a + b) x [1 - (c / (c + d) ]
c / (c + d) x [1 - (a / (a + b) ]
FE =
OR - 1
OR
x [ a / (a + b) ]FE =
OR - 1
OR
x [ a / (a + b) ]
44
4. RESULTADOS
4.1. Diagnóstico molecular da SPCVH
Sessenta e oito amostras do sangue de pacientes suspeitos de SPCVH foram
processadas para a detecção de no mínimo duas regiões do genoma de hantavírus, pela
técnica da RT-PCR e destas, em 18 (26,5%) foi possível amplificar genoma viral em pelo
menos 2 PCRs, confirmando o diagnóstico de infecção por hantavírus. Um gel com os
amplicons de fragmentos genômicos do segmento S na região codificadora da proteína N
(264 pb) e do segmento M nas regiões codificadoras das proteínas G1 (324 pb) e G2 (350
pb) é mostrado na Figura 4. Confirmação adicional da infecção por hantavírus foi obtida
em 10 amostras, pelo sequenciamento nucleotídico e análise filogenética (MORELI,
2005a).
Figura 4: Amplicons obtidos na RT-PCR para hantavírus. Na linha 1 encontra-se marcador
de tamanho molecular com 100pb; linhas 2-4 controle negativo com primers G1, G2 e S;
linha 5 amplicon de G1, linha 6 amplicon de G2 e linha 7 amplicon de S a partir de amostra
sanguínea de um paciente com SPCVH; linhas 8-10 amplicons do controle positivo G1, G2,
e S, respectivamente.
324 pb
264 pb
350 pb
600 pb
500 pb
200 pb
100 pb
400 pb
300 pb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
45
4.2. Quantificações de mediadores plasmáticos
Foram realizadas quantificações de citocinas plasmáticas e NO em amostras do soro
de indivíduos do grupo SPCVH e também, de indivíduos soropositivos e/ou voluntários,
como grupo controle. Soros testados para cada citocina constam da Tabela 9. Observa-se
que varia o número de amostras quantificadas para cada citocina, decorrente de limitações
nos volumes disponíveis para os testes e também, da realização destas quantificações em
duas etapas (1
a
etapa IFN-α,TNF-α, IL-1-β, IL-6, IL-2R; 2
a
etapa IFN-γ, TNF-β, IL-10,
TGF-β, IL-4, IL-5), que causou o esgotamento de algumas das amostras, sem remanescente
para as quantificações realizadas na segunda etapa. As quantificações de citocinas de cada
indivíduo do grupo SPCVH, constam na Tabela 9. Também, para melhor discriminar o
papel das citocinas na clínica e evolução dos pacientes do grupo SPCVH, estes foram
divididos em 4 subgrupos, com base na evolução clínica (cura ou óbito) e na época da
coleta amostral relacionada ao início dos sintomas, a saber, “cura e coleta <7 dias”, “cura e
coleta >7 dias”, “óbito e coleta <7 dias” e “óbito e coleta >7 dias”. Os 4 subgrupos SPCVH
foram comparados entre si e também com o grupo controle, para cada citocina.
IFN- não foi detectado nas 11 amostras testadas do grupo SPCVH, nem nas 27
amostras do grupo controle, utilizando um teste com sensibilidade de <3pg/mL (Tabela 9).
46
Tabela 9: Quantificações de citocinas e óxido nítrico em 21 pacientes com SPCVH
ID
TNF
pg/mL
IL-6
pg/mL
IL-1
pg/mL
IL-12
pg/mL
IFN
pg/mL
TNF
pg/mL
IL-10
pg/mL
TGF
ng/mL
IL-4
pg/mL
IL-5
pg/mL
IFN
pg/mL
IL-2R
U/mL
NO
M
V.R. 0-8,1 0-3,3 <5,0 50-400 0-1,5 <125 0-14,4 - 0-4,6 0-2,4 0 223-710 -
Sensibilidade
do método
1,7 2 <5 5 <2 7 <3 0,004 0,5 <2 <3 5 -
N° amostras
testadas:
SPCVH e
controles
11
11
10
24
11
14
12
29
17
21
12
27
18
22
16
23
15
23
9
32
11
27
11
13
12
25
Sobreviventes
1 J.M.P. 15,15 17,85 <5,00 0 22,67 30,8 0 0 0 1945 21,8
2 O.N.S. 23,3 3,8 <5,00 0 4972 25,2
3 N.R.C. 15,65 35,6 <5,00 49,4 2,10 49,06 135,1 26,6 0 0 0 2356 11,0
4 A.C.C. 0 25,62 32,6 0
5 N.V.T.S. 17,55 16,75 <5,00 27,1 0 25,02 95,66 14,9 0 0 0 2341 18,4
6 J.B.A. 0 0 1,25 7,31 46,8 0 0
7a M.A.C.G.
(1° amostra)
0 0 2,64 10,93 22,5 0 0
7b M.A.C.G.
(2° amostra)
14,1 0 0 4,36 44,6 0 0
8 P.C.A. 14,2 7,4 <5,00 0 103,1 0 924 25,2
9 A.G.N. 26,35 10,45 <5,00 154,1 8,09 0 76,09 21,7 0 0 0 2529 28,6
10 A.M. 12,9 5,95 <5,00 227,8 0 14,65 4,5 29,5 0 0 2467 23,3
11 J.V.N. 17,2 3,75 <5,00 194,5 2,90 0 15,09 34,1 0 0 0 1105 26,4
12 G.S.P. 0 0 0 4,76 40,5 0 0
13 J.E.F 40,1 0 39,39 220,7 35,8 0 0
14 A.O.C. 14,58 356,5 0
15 A.J.S. 96,94
16 A.S.P. 34,6
Fatais
17 C.E.C. 11,05 887 <5,00 0 0 12,86 141,6 74,3 0 0 0 3152 30,3
18 A.V.V.F. 23,8 11,5 22,06 21,7 0 3744 166,1
19 J.R.G.C. 10,65 1352 <5,00 23,3 0 489 40,1
20 M.B.F.N. 733,2 67,23 54,45 468,6 32,8 0 0
21 Z.C.M. 14,58
47
A concentração mediana de TNF- (16,0 pg/mL, amplitude 10,6 - 26,3) foi
significantemente maior no grupo SPCVH que no controle (6,5 pg/mL, amplitude 4,5 –
18,1) pelo U-test de Mann-Whitney (p=0,0002, Figura 5A). Não se observou diferença
quanto a teores de TNF- para os quatro subgrupos SPCVH (p=0,4885) e entre os
subgrupos e os controles (p=0,0584), por análise de variância (ANOVA), utilizando o teste
de Kruskal-Wallis, Figura 5B. Também, não houve diferença quanto à concentração
mediana de TNF- no grupo SPCVH entre casos fatais (11,1 pg/mL, amplitude 10,6 – 3,8)
e sobreviventes (16,4 pg/mL, amplitude 12,9 – 26,3), sendo p=0,3758 (Figura 5C).
Figura 5: Níveis séricos de Fator de Necrose Tumoral-alpha (TNF-) em 11 indivíduos do
grupo SPCVH e em 11 indivíduos controle (A). Análise de variância (ANOVA) para
quantificação do TNF-α no grupo controle e no grupo SPCVH dividido em 4 subgrupos:
cura ou óbito e coleta realizada anterior ou posteriormente ao sétimo dia do início dos
sintomas (B). Comparação dos níveis de TNF- entre indivíduos que sobreviveram e que
foram a óbito, no grupo SPCVH. A amplitude está também representada (C). O traço indica
a mediana dos grupos.
0
10
20
30
TNF
pg/mL
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
TNF-
pg/mL
*p=0.0002
AB
p=0.0584
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.4885)
controles
SPCVH
Cura óbito
0
10
20
30
TNF-
pg/mL
(p=0.3758)
SPCVH
C
0
10
20
30
TNF
pg/mL
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
TNF-
pg/mL
*p=0.0002
AB
p=0.0584
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.4885)
controles
SPCVH
Cura óbito
0
10
20
30
TNF-
pg/mL
(p=0.3758)
SPCVH
C
48
Com relação ao TNF-, a concentração plasmática mediana no grupo SPCVH foi
7,7 pg/mL (amplitude 0,0 – 54,4), e no grupo controle, 0,0 pg/mL (amplitude 0,0 – 47,8).
Estas concentrações, quando comparadas pelo U-test de Mann-Whitney, não foram
distintas, p=0,0539 (Figura 6A). Similarmente, a variância do TNF- entre os quatro
subgrupos SPCVH (p=0,3135) e também, entre os mesmos e o grupo controle não foi
significante (p=0,0919 pelo teste de Kruskal-Wallis; Figura 6B). Também, não houve
diferença quando à concentração mediana de TNF- no grupo SPCVH em casos fatais
(33,6 pg/mL, amplitude 12,9 – 54,4) e sobreviventes (1,9 pg/mL, amplitude 0,0 – 49,1),
sendo p=0,2727.
Figura 6: Níveis séricos de Fator de Necrose Tumoral-beta (TNF-β) em 12 indivíduos do
grupo SPCVH e em 27 indivíduos controle (A). Análise de variância (ANOVA) para
quantificação do TNF-β no grupo controle e no grupo SPCVH dividido em 4 subgrupos:
cura ou óbito e coleta realizada anterior ou posteriormente ao sétimo dia do início dos
sintomas (B). O traço indica a mediana dos grupos.
0
10
20
30
40
50
60
TNF
pg/mL
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
60
TNF-
pg/mL
p=0.0539
A
p=0.0919
B
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.3135)
controles
SPCVH
0
10
20
30
40
50
60
TNF
pg/mL
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
60
TNF-
pg/mL
p=0.0539
A
p=0.0919
B
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.3135)
controles
SPCVH
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.3135)
controles
SPCVH
49
Para IL-6, foi de 13,5 pg/mL (amplitude 4,0 – 1.353,0) a concentração mediana no
grupo SPCVH, sendo este valor significantemente maior que no grupo controle, 0,0 pg/mL
(amplitude 0,0 – 5,0; p<0,0001; Figura 7A). A análise de variância para IL-6 entre os
quatro subgrupos SPCVH acima citados e os controles foi significantemente diferente
(p=0,0004 pelo teste Kruskal-Wallis) mas não houve diferença quando se comparou os
quatro subgrupos de SPCVH entre si (p=0,0648), conforme mostra a Figura 7B. Também,
no grupo SPCVH, foi encontrada diferença na concentração mediana plasmática de IL-6
dos indivíduos que foram a óbito, mais elevada em relação aqueles que sobreviveram,
sendo de 1.119,8 pg/mL (amplitude 88,7 – 1.352,5) e 8,9 pg/mL (amplitude 3,7 – 35,6),
respectivamente (p=0,0444, Figura 7C). Ainda, analisando pontualmente as quantificações
de IL-6 no grupo SPCVH, chamou atenção que a concentração sérica mais elevada foi
observada em indivíduo que parece não ter apresentado sintomas prodrômicos da SPCVH,
tendo ocorrido o óbito horas após o início de sua doença (J.R.G.C., Tabela 9).
A concentração mediana de IL-12 (33,6 pg/mL, amplitude 0,0 – 733,1) no grupo
SPCVH não foi diferente daquela observada no grupo controle (54,9 pg/mL, amplitude
0,0–277,4; p=0,6158, Figura 8A). A análise de variância para IL-12 entre os quatro
subgrupos SPCVH (p=0,1364 pelo teste de Kruskal-Wallis) e também, entre os mesmos e o
grupo controle (p=0,0944), não foi significante. A comparação de concentrações medianas
da IL-12 em casos fatais e sobreviventes no grupo SPCVH, 366,6 pg/mL (amplitude 0,0
733,1) e 33,6 pg/mL (amplitude 0,0 – 227,8), respectivamente, não foi significante
(p=0,8295 pelo U-test de Mann-Whitney). Para IL-1, os níveis plasmáticos, tanto no grupo
SPCVH quanto no controle, estiveram abaixo do limite de detecção do método utilizado
50
(<5,0pg/mL), exceto para 2 amostras (Tabela 9). Portanto, não se encontrou diferenças
entre os grupos SPCVH e controle (p=0,9003, Figura 8B).
Figura 7: Níveis séricos de IL-6 em 10 indivíduos do grupo SPCVH e 24 indivíduos
controle (A). Análise de variância (ANOVA) para quantificação da IL-6 no grupo controle
e no grupo SPCVH dividido em 4 subgrupos: cura ou óbito e coleta realizada anterior ou
posteriormente ao sétimo dia do início dos sintomas. (B). Comparação dos níveis de IL-6
entre indivíduos que sobreviveram e que foram a óbito, no grupo SPCVH. A amplitude está
também representada (C). O traço indica a mediana dos grupos.
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
750
1000
1250
1500
IL-6 pg/mL
*p= <0.0001
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.0648)
controles
SPCVH
*p= 0,0004
Cura Óbito
0
20
40
500
1000
1500
IL-6 pg/mL
SPCVH
(*p=0.0444)
*
*
AB
C
0
10
20
30
40
750
1000
1250
1500
IL-6 pg/mL
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
750
1000
1250
1500
IL-6 pg/mL
*p= <0.0001
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.0648)
controles
SPCVH
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.0648)
controles
SPCVH
*p= 0,0004
Cura Óbito
0
20
40
500
1000
1500
IL-6 pg/mL
SPCVH
(*p=0.0444)
*
*
AB
C
0
10
20
30
40
750
1000
1250
1500
IL-6 pg/mL
51
Figura 8: Níveis séricos de IL-12 em 12 indivíduos do grupo SPCVH e 29 indivíduos
controle (A). Níveis séricos de IL-1 beta em 11 indivíduos do grupo SPCVH e 14 do
controle (B). O traço indica a mediana dos grupos.
Quanto à quantificação do IFN-, a concentração mediana no grupo SPCVH foi
0,0 pg/mL (média de 6,49 pg/mL 16,4 SD; amplitude 0,0 – 67,2), assim como no grupo
controle, 0,0 pg/mL (média de 0,14 pg/mL 0,6 SD; amplitude 0,0 – 2,9), sem diferença
significante (p=0,0941 pelo U-test de Mann-Whitney; Figura 9A). A variância observada
entre os quatro subgrupos SPCVH e o controle mostrou-se significante (p=0,0226 pelo teste
de Kruskal-Wallis), mas sem diferença quando consideraram-se apenas os 4 subgrupos
SPCVH (p=0,2197, Figura 9B). Também, não houve diferença quando a concentração
mediana de IFN- no grupo SPCVH foi comparada entre casos fatais (14,5 pg/mL,
amplitude 0,0 – 67,2) e sobreviventes (0,0 pg/mL, amplitude 0,0 – 14,6; p=0,1644 pelo U-
test de Mann-Whitney). Entretanto, é relevante destacar que um dos indívíduos do grupo
SPCVH, cuja coleta sanguínea foi realizada horas antes do óbito (M.B.F.N., Tabela 9),
apresentou teor elevado de IFN- (67,231 pg/mL), discrepante daquele dos demais
participantes do grupo SPCVH. No mesmo paciente, este alto teor de IFN- teve
SPCVH controles
0
50
100
150
200
250
400
600
800
IL-12 pg/mL
p=0,6158
SPCVH controles
10
20
30
40
50
IL-1
pg/mL
p=0.9003
A
B
SPCVH controles
0
50
100
150
200
250
400
600
800
IL-12 pg/mL
p=0,6158
SPCVH controles
10
20
30
40
50
IL-1
pg/mL
p=0.9003
A
B
52
correspondência com os teores também muito elevados de outras citocinas relacionadas ao
IFN-, como a IL-12 (733,1 pg/mL) e a IL-10 (468,58 pg/mL) (Tabela 9).
Figura 9: Níveis séricos de Interferon gama em 17 indivíduos do grupo SPCVH e 21
indivíduos controle (A). Análise de variância (ANOVA) para quantificação da IFN-γ no
grupo controle e no grupo SPCVH dividido em 4 subgrupos: cura ou óbito e coleta
realizada anterior ou posteriormente ao sétimo dia do início dos sintomas (B). O traço
indica a média dos grupos.
No grupo SPCVH, a concentração mediana do receptor solúvel de IL-2 (IL-2R), um
marcador da ativação de linfócitos T, foi de 2357,0 U/mL (amplitude 489 – 4973),
enquanto que, no grupo controle foi de 347,0 U/mL (amplitude 158 - 1086), sendo
significantemente maior no grupo SPCVH (p < 0.0001; Figura 10A). A variância de IL-2R
entre os 4 subgrupos SPCVH e o grupo controle mostrou-se significante (p=0,0018 pelo
teste de Kruskal-Wallis), mas não houve diferença quando se comparou apenas os quatro
subgrupos entre si (p=0,1745; Figura 10B). Também, foram significantemente diferentes as
médias encontradas nos subgrupos “cura e coleta >7 dias” e “óbito e coleta >7 dias”em
relação à média do grupo controle (p<0.05 pelo teste de Comparações Múltiplas de Duun;
Figura 10B). Não houve diferença quando se comparou níveis de IL-2R entre casos fatais
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
60
70
IFN-
pg/mL
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0,2197)
controles
SPCVH
*p=0,0226p=0,0941
AB
0
10
20
30
40
50
60
70
IFN-
pg/mL
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
60
70
IFN-
pg/mL
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0,2197)
controles
SPCVH
*p=0,0226p=0,0941
AB
0
10
20
30
40
50
60
70
IFN-
pg/mL
53
(mediana 3.152,0 pg/mL; amplitude 489,0 – 3.744,0) e sobreviventes (mediana 2348,8
pg/mL; amplitude 924,0 – 4.972,5) no grupo SPCVH (p=0,7758).
Figura 10: Níveis séricos de receptor solúvel de IL-2, em 11 indivíduos do grupo SPCVH
e em 13 indivíduos do grupo controle. O traço indica a mediana dos grupos. (A). Análise de
variância (ANOVA) para quantificação de IL-2R no grupo controle e no grupo SPCVH
dividido em 4 subgrupos: cura ou óbito e coleta realizada anterior ou posteriormente ao
sétimo dia do início dos sintomas. Os asteriscos indicam diferenças significativas (p<0,05)
entre os subgrupos assinalados. O traço indica a média dos grupos. (B).
A IL-10 teve concentração mediana de 50,8 pg/mL (amplitude 4,4 – 468,6) no
grupo SPCVH e foi significantemente maior quando comparada à do grupo controle, de 0,0
pg/mL (amplitude 0,0 – 57,3), com p<0,0001 (Figura 11A). A variância de IL-10 entre os 4
subgrupos SPCVH e o grupo controle, mostrou-se diferente (p<0,0001 pelo teste de
Kruskal-Wallis), conforme mostra a Figura 11B. Não houve diferença na comparação dos
quatro subgrupos SPCVH entre si (p=0,0984; Figura 11B), ou teores de IL-10 em casos
fatais (141,6 pg/mL; amplitude 22,1 – 468,6) e sobreviventes (25,6 pg/mL; amplitude 4,4 –
356,5) no grupo SPCVH (p=0,2034).
0
1000
2000
3000
4000
5000
IL-2R U/mL
SPCVH controles
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
IL-2R U/mL
*p<0,0001
AB
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
SPCVH e controles (*p=0.0018)
controles
SPCVH (p=0,1745)
*p<0,05
*
*
*
0
1000
2000
3000
4000
5000
IL-2R U/mL
SPCVH controles
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
IL-2R U/mL
*p<0,0001
AB
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
SPCVH e controles (*p=0.0018)
controles
SPCVH (p=0,1745)
*p<0,05
*
*
*
54
Figura 11: Níveis séricos de Interleucina-10 em 18 indivíduos do grupo SPCVH e 22
indivíduos controle (A). Análise de variância (ANOVA) para quantificação de IL-10 no
grupo controle e no grupo SPCVH dividido em 4 subgrupos: cura ou óbito e coleta
realizada anterior ou posteriormente ao sétimo dia do início dos sintomas. (B). O traço
indica a mediana dos grupos.
O TGF- apresentou concentração mediana significantemente menor no grupo
SPCVH (31,7 ng/mL; amplitude 14,9 – 74,3) que no controle (44,7ng/mL; amplitude 30,6–
77,3; p= 0.0007; Figura 12A). A variância do TGF- entre os subgrupos SPCVH acima
citados e os controles mostrou-se diferente (p=0,0119 pelo teste de Kruskal-Wallis), mas
não houve diferença quando se comparou apenas os quatro subgrupos entre si (p=0,8641;
Figura 12B). Também, não houve diferença quando se comparou níveis de TGF- entre
casos fatais (28,0 ng/mL; amplitude 21,7 – 74,3) e sobreviventes (31,7 ng/mL; amplitude
14,9 – 46,8) no grupo SPCVH (p>0,9999).
0
50
100
150
200
250
250
350
450
IL-10 pg/mL
SPCVH controles
0
50
100
150
200
250
350
450
IL-10 pg/mL
*p<0.0001
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.0984)
controles
SPCVH
*p<0,0001
AB
0
50
100
150
200
250
250
350
450
IL-10 pg/mL
SPCVH controles
0
50
100
150
200
250
350
450
IL-10 pg/mL
*p<0.0001
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0.0984)
controles
SPCVH
*p<0,0001
AB
55
Figura 12: Níveis séricos de TGF-B em 16 indivíduos do grupo SPCVH e 23 indivíduos
controle (A). Análise de variância (ANOVA) para quantificação de TGF-β no grupo
controle e no grupo SPCVH dividido em 4 subgrupos: cura ou óbito e coleta realizada
anterior ou posteriormente ao sétimo dia do início dos sintomas (B). O traço indica a
mediana dos grupos.
IL-4 e IL-5, não foram detectadas nas amostras testadas do grupo SPCVH e do
controle, sendo o limite de sensibilidade dos testes utilizados <0,5pg/mL e <2pg/mL,
respectivamente (Tabela 9).
As concentrações medianas de NO nos grupos SPCVH e controle foram 25,8µM de
NO
3
(amplitude 11,0 – 166,1) e 29,0µM de NO
3
(amplitude 15,0 – 140,0), respectivamente.
Esta diferença não foi significante (p=0.4458 pelo U-test de Mann-Whitney; Figura 13A). A
variância para NO entre os quatro subgrupos SPCVH (p=0,1096) e também entre os
mesmos e o grupo controle (p=0,1680) não foi significante. Observou-se diferença na
concentração mediana plasmática de NO dos casos fatais e sobreviventes, 40,1 µM de NO
3
(amplitude 30,0 – 166,0) e 25,2 µM de NO
3
(amplitude 11,0 – 34,6), respectivamente
(p=0,0182; Figura 13B).
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
60
70
80
TGF
ng/mL
*p=0,0007
0
10
20
30
40
50
60
70
80
TGF-
ng/mL
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0,8641)
controles
SPCVH
*p=0,0119
AB
SPCVH controles
0
10
20
30
40
50
60
70
80
TGF
ng/mL
*p=0,0007
0
10
20
30
40
50
60
70
80
TGF-
ng/mL
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0,8641)
controles
SPCVH
Cura
Coleta < 7d
Cura
Coleta > 7d
Óbito
Coleta < 7d
Óbito
Coleta > 7d
(p=0,8641)
controles
SPCVH
*p=0,0119
AB
56
Figura 13: Níveis séricos de óxido nítrico, quantificado como nitrito, em 12 indivíduos do
grupo SPCVH e em 25 indivíduos do grupo controle (A). Comparação dos níveis de NO
3
entre indivíduos que sobreviveram e que foram a óbito, no grupo SPCVH. A amplitude está
também representada (B). O traço indica a mediana dos grupos.
A Proteína C Reativa mostrou-se significantemente aumentada em 13 amostras do
soro de indivíduos com SPCVH (mediana de 5,69 mg/dL; amplitude 0,30 – 17,38;
p=0,0001). Entretanto, não se observou diferença quando os 13 indivíduos foram divididos
com base na evolução clínica (cura ou óbito) e na época da coleta amostral em relação ao
início dos sintomas (p>0,05). Estes dados são mostrados na Tabela 10.
Cura Óbito
0
100
200
NO
3
M
SPCVH controles
0
20
40
60
80
100
NO
3
M
p= 0,4458
*p=0,0182
*
*
AB
SPCVH
Cura Óbito
0
100
200
NO
3
M
SPCVH controles
0
20
40
60
80
100
NO
3
M
p= 0,4458
*p=0,0182
*
*
AB
SPCVH
57
Tabela 10: Concentrações da proteína C Reativa em amostras de soro de indivíduos com a
SPCVH.
Paciente Coleta da Amostra Evolução Concentração de Proteína C Reativa
(mg/dL)
Valor de referência:
0 – 0,5
1 JMP 12 dias cura 8,12
2 NRC 5 dias cura 5,69
3 AOC <7 dias cura 17,38
4 ACC 15 dias cura 6,00
5 NVTS 5 dias cura 7,57
6 AGN 6 dias cura 6,09
7 AM >7 dias cura 0,30
8 CEC >7 dias (post-morten) óbito 0,56
9 JBA 6 dias cura 3,14
10 MBFN 2 dia óbito 8,66
11 MACG 5 dias (1° amostra) cura 1,07
12 MACG 10 dias (2° amostra) cura 2,22
13 GSP 5 dias cura 3,74
4.3. Correlação entre citocinas e destas com parâmetros clínico-laboratoriais
Análises de regressão linear para as citocinas que induzem síntese de outras
citocinas e de outros mediadores inflamatórios foram realizadas no grupo SPCVH. A
relação entre TNF- e IL-6 não se mostrou significante (p=0,0844). Entretanto, observou-
se uma tendência a correlação negativa entre estas citocinas (r=-0,5715; Figura 14).
Também, não se observou relação linear entre IL-6 e proteína C reativa (r= -0,5820;
p=0,2256).
A relação IL-12 e IFN- foi linear e direta (r= 0,9384; p<0,0001; Figura 15A), assim
como a relação IL-10 e IL-12 (r= 0,7473; p=0,0052, Figura 15B). A relação entre IFN- e o
TNF também foi linear e direta (r= 0,9043; p= 0,0020; Figura 16A). Achado semelhante
foi observado para a relação IFN- e TNF-, mas sem significância (r=0,5605; p=0,0580;
Figura 16 B).
58
Figura 14: Análise de regressão linear entre as concentrações de TNF e IL-6, no grupo do
SPCVH.
Figura 15: Análises de regressão linear entre as concentrações de IL-12 e IFN-γ (A) e IL-
10 (B) no grupo do SPCVH.
Observou-se significante relação linear direta entre teores de IL-10 com IFN-γ (r=
0,7978; p=0,0002) e IL-10 e TNF- (r= 0,8271; p=0,0009; Figuras 16C e 17). Entretanto,
não foi observada associação significante entre TNF- e IL-10 (r= -0,2408; p=0,5325).
0 250 500 750 1000
0
25
50
75
IL-12
IFN
A
B
*p<0,0001
0 250 500 750 1000
0
100
200
300
400
500
IL-12
IL-10
*p=0,0052
10 15 20 25 30
-1000
0
1000
2000
TNF
IL-6
p=0,0844
10 15 20 25 30
-1000
0
1000
2000
TNF
IL-6
p=0,0844
59
Figura 16: Análises de regressão linear entre as concentrações de IFN-γ e: TNF-α (A)
TNF- (B) e IL-10 (C), no grupo do SPCVH.
Figura 17: Análise de regressão linear entre as concentrações de TNF-β e IL-10 no grupo
do SPCVH.
0.0 2.5 5.0 7.5 10.0
10
20
30
IFN
TNF
*p=0,0020
A
B
0 20 40 60 80
0
20
40
60
IFN
TNF
p=0,0580
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
100
200
300
400
500
600
IFN
IL-10
C
*p=0,0002
0 10 20 30 40 50 60
0
100
200
300
400
500
TNF
IL-10
*p=0,0009
60
A relação dos teores de NO com os de TNF- não foi significante no grupo
SPCVH, embora tenha sido observada uma tendência para relação direta (r=0,3880;
p=0,2384; Figura 18 A). A relação de IL-6 com NO mostrou-se linear positiva e
significante (r=0,7417; p=0,0141; Figura 18B).
Figura 18: Análises de regressão linear entre as concentrações de NO e TNF- (A); e NO
e IL-6 (B), no grupo do SPCVH.
Finalmente, realizaram-se análises de regressão linear entre teores de citocinas e os
seguintes parâmetros clínico-laboratoriais de pacientes do grupo SPCVH: pressão arterial
média, hematócrito, número de leucócitos e de plaquetas por mm
3
de sangue e pressão de
oxigênio (Tabela 11).
0 250 500 750 1000 1250 1500
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
IL-6
NO
B
*p=00141
10 15 20 25 30
0
50
100
150
200
TNF
NO
A
p=0.2384
0 250 500 750 1000 1250 1500
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
IL-6
NO
B
*p=00141
0 250 500 750 1000 1250 1500
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
IL-6
NO
B
*p=00141
10 15 20 25 30
0
50
100
150
200
TNF
NO
A
p=0.2384
61
Tabela 11: Parâmetros clínico-laboratoriais de 17 indivíduos do grupo SPCVH
Iniciais Data coleta
após início dos
sintomas
Hemató-
crito
%
Leucócitos
/mm
3
Plaquetas
/mm
3
P.A
mm Hg
P.A.
média
PO
2
Mm Hg
SOBREVIVENTES
1 J.M.P 12 dias 44 24.000 72.000 120 x 80 93,3 82,0
2 N.R.C. 5 dias 55 18.600 111.000 80 x 50 60,0 48,6
3 A.C.C. 15 dias 44 8.900 244.000 110 x 70 83,3 -
4 N.V.T.S. 5 dias 50 8.600 75.000 90 x 60 70,0 73,4
5 J.B.A 6 dias 37,8 - 87.000 140 x 90 106,6 79,0
6a M.A.C.G.
amostra
5 dias 33,2 31.900 59.000 110 x 60 76,6 -
6b M.A.C.G.
amostra
10 dias 33,4 15.400 100.000 110 x 80 90,0 -
7 P.C.A. <7 dias 40 6.900 74.000 110 x 70 83.3 -
8 A.G.N. 6 dias 42 6.600 83.000 110 x 70 83,3 56,7
9 A.M. >7 dias 44 6.800 71.000 120 x 80 93.3 -
10 J.V.N. 28 dias 44 9.400 84.000 110 x 80 90,0 128,0
11 G.S.P. 5 dias 60 20.600 44.000 - 46,0
12 A.J.S. 3 dias 57 11.500 59.000 100 x 80 86,6 59,5
13 A.S.P. <7 dias 43 4.100 138.000 90 x 60 70,0 -
FATAIS
14 C.E.C. >7 dias 51 10.100 - - - 76,6
15 A.V.V.F. 8 dias 61 16.700 82.000 70 x 50 56,6 49,4
16 M.B.F.N. 2 dias 76 28.000 63.000 88 x 44 58,6 39,0
17 Z.C.M. 8 dias 26 7.000 85.000 90 x 60 70,0 25,0
Observou-se correlação positiva significante entre valores do hematócrito e níveis
de: IFN-γ (r= 0,5985; p= 0,0184; Figura 19A), IL-10 (r= 0,6962; p=0,0027; Figura 19B),
IL-12 (r=0,6647; p= 0,0257; Figura 19C) e IL-2R (r= 0,7539; p= 0,0190; Figura 19D).
Os teores de TNF-β correlacionaram-se positivamente com os valores de
hematócrito (r=0,7348; p=0,0100; Figura 20A) e negativamente com a média da pressão
arterial (r= -0,8260; p=0,0061; Figura 20B).
62
Figura 19: Correlações positivas significantes, no grupo SPCVH, entre as concentrações
de IFN-γ (A), IL-10 (B), IL-12 (C) e IL-2R (D) e os valores de hematócrito, por Regressão
linear.
Figura 20: Correlação positiva significante entre TNF-β e valores de hematócrito (A); e
Correlação negativa entre TNF-β e a média da pressão arterial (B) no grupo SPCVH.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
10
20
30
40
50
60
70
80
IFN pg/mL
Hematócrito %
0 250 500 750 1000
30
40
50
60
70
80
IL-12 pg/mL
Hematócrito %
AB
C
*p=0,0184
*p=0,0027
*p=0,0257
0 100 200 300 400 500
30
40
50
60
70
80
IL-10 pg/mL
Hematócrito %
D
*p=0,0190
0 1000 2000 3000 4000
35
40
45
50
55
60
65
IL-2R u/mL
Hematócrito %
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
10
20
30
40
50
60
70
80
IFN pg/mL
Hematócrito %
0 250 500 750 1000
30
40
50
60
70
80
IL-12 pg/mL
Hematócrito %
AB
C
*p=0,0184
*p=0,0027
*p=0,0257
0 100 200 300 400 500
30
40
50
60
70
80
IL-10 pg/mL
Hematócrito %
D
*p=0,0190
0 1000 2000 3000 4000
35
40
45
50
55
60
65
IL-2R u/mL
Hematócrito %
0 10 20 30 40 50 60
50
60
70
80
90
100
110
120
TNF- pg/mL
média P.A. mm Hg
0 10 20 30 40 50 60
30
40
50
60
70
80
TNF- pg/mL
Hematócrito %
AB
*p=0,0100
*p=0,0061
0 10 20 30 40 50 60
50
60
70
80
90
100
110
120
TNF- pg/mL
média P.A. mm Hg
0 10 20 30 40 50 60
30
40
50
60
70
80
TNF- pg/mL
Hematócrito %
AB
*p=0,0100
*p=0,0061
63
Os teores de IL-6 e os de IFN-, correlacionaram-se negativamente com a média da
pressão arterial, embora este último não tenha sido considerado significante (r= -0,7895,
p=0,0347 e r= -0,5493, p=0,0518, respectivamente; Figuras 21A e B).
Os níveis de IL-10 correlacionaram-se negativamente com a média da pressão
arterial nos pacientes do grupo SPCVH (r= -0,5615; p=0,0367; Figura 21C). Inversamente,
os níveis de TGF- correlacionaram-se positivamente com a média da pressão arterial
(r=0,6084; p=0,0358; Figura 21 D).
Figura 21: Correlações negativas entre a média da pressão arterial e IL-6 (A); IFN- (B) e
IL-10 (C). Correlação positiva entre TGF- e a média da pressão arterial (D), no grupo
SPCVH.
As concentrações plasmáticas de IL-2R correlacionaram-se negativamente com a
pressão de oxigênio (r= -0,7599; p=0,0474; Figura 22A). Achado similar foi a tendência à
0 10 20 30 40 50
50
60
70
80
90
100
110
120
TGF- ng/mL
dia P.A. mmHg
0 10 20 30 40
50
60
70
80
90
100
IL-6 pg/mL
dia P.A. mm Hg
*p=0,0347
0 10 20 30 40 50 60 70 80
50
60
70
80
90
100
110
120
IFN pg/mL
média P.A. mmHg
p=0,0518
AB
*p=0,0358
D
0 100 200 300 400 500
50
60
70
80
90
100
110
120
IL-10 pg/mL
dia P.A. mmHg
C
*p=0,0367
0 10 20 30 40 50
50
60
70
80
90
100
110
120
TGF- ng/mL
dia P.A. mmHg
0 10 20 30 40
50
60
70
80
90
100
IL-6 pg/mL
dia P.A. mm Hg
*p=0,0347
0 10 20 30 40 50 60 70 80
50
60
70
80
90
100
110
120
IFN pg/mL
média P.A. mmHg
p=0,0518
AB
*p=0,0358
D
0 100 200 300 400 500
50
60
70
80
90
100
110
120
IL-10 pg/mL
dia P.A. mmHg
C
*p=0,0367
64
correlação negativa entre teores de TNF-β e pressão de oxigênio, embora sem significância
(r= -0,6852; p=0,0894; Figura 22B).
Figura 22: Correlações negativas entre a pressão de oxigênio e IL-2R (A) e TNF- (B), no
grupo SPCVH.
4.4. Análises de polimorfismo genético
4.4.1. Tipificação do HLA-A
Dos 27 participantes do grupo SPCVH, 21 tiveram o DNA sanguíneo extraído e
analisado quanto ao polimorfismo de HLA-A. Dos outros 6 participantes não foi possível
obter DNA para análises de HLA. Um gel de eletroforese mostrando amplicons de alelos
do HLA-A, -B e -Cw é mostrado na Figura 23. Os alelos HLA-A de cada participante do
grupo SPCVH são mostrados na Tabela 12. As frequências dos alelos HLA-A no grupo
SPCVH foram comparadas com aquelas de 1245 indivíduos do grupo controle
(SANSALONI, 2005) pelo teste exato de Fisher e são mostradas na Tabela 13.
0 1000 2000 3000 4000
0
50
100
150
IL-2R U/mL
PO
2 mm Hg
0 10 20 30 40 50 60
0
50
100
150
TNF- pg/mL
PO
2 mm Hg
p=0,0894*p=0,0474
A
B
0 1000 2000 3000 4000
0
50
100
150
IL-2R U/mL
PO
2 mm Hg
0 10 20 30 40 50 60
0
50
100
150
TNF- pg/mL
PO
2 mm Hg
p=0,0894*p=0,0474
A
B
65
O alelo HLA-A*80 foi observado em 4,8 % dos participantes do grupo SPCVH e
em 0,1% nos do grupo controle, esta diferença mostrou-se significante (p=0,0329). A este
valor foi aplicada a correção de Bonferroni, multiplicando-se o valor de p pelo número de
alelos HLA-A encontrados no grupo SPCVH, igual a 15. O valor corrigido de p (pc) foi
0,4935, portanto não significativo. Entretanto, o Odds ratio (OR) foi de 62,200 indicando
que indivíduos que apresentam o alelo HLA-A*80 apresentam probabilidade 62,2 vezes
maior de desenvolver a doença do que aqueles sem este alelo. O intervalo de confiança (IC)
entre 1 e >1 indica o OR (o qual denota susceptibilidade) é significante. Além disso, o IC
indica que existe 95% de probabilidade de que o dado seja válido para a população.
Entretanto, a Fração Etiológica (FE) foi de 0,04, indicando que o alelo HLA-A*80
contribui em cerca de 4% para a susceptibilidade da população à SPCVH.
Os alelos HLA-A *33, *34, *44, *69 e *74, não foram encontrados em nenhum dos
indivíduos do grupo SPCVH (Tabela 13) apesar de estarem presentes nos controles como
mostra a Tabela 14. As frequências de cada alelo encontrado nos controles foram
comparadas com zero, a frequência encontrada no grupo SPCVH e o p obtido, >0,05,
sugere não haver resistência à SPCVH nos portadores destes alelos.
Uma análise combinada dos resultados de HLA-A foi realizada pelo teste exato de
diferenciação populacional, em que todos os alelos no grupo SPCVH foram comparados
em conjunto com aqueles do grupo controle e não observou-se diferença significante entre
os grupos (p=0,33710 0,00695 SD).
66
Figura 23: Amplicons da SSP-PCR HLA-classe I (A, B, Cw). Posição H1, controle
negativo; posições A1, B1, H2; C4, F6, G6, H6, A7, E8, D9, D10, E11, F11 e G12
amplicons de diferentes alelos HLA de um indivíduo (N.R.C.) com SPCVH; todas as linhas
exceto 1, amplicon de 750pb do controle interno da reação.
Tabela 12: Alelos do HLA-A, -B, Cw e –DR, e genotipos do TNF- -308, nos indivíduos
do grupo SPCVH, evidenciando em negrito os alelos que exibiram significante diferença no
grupo.
HLA-A HLA-B
HLA-Cw HLA-DR TNF-308 N° Iniciais
alelos alelos alelos Alelos genotipos
1 A. B. A*02, A*24 B*07, B*44 Cw*07, Cw*07 DRB1*3, DRB1*16, DR51, DR52 G
A
2 O. N. S. A*29, A*31 B*35, B*39 Cw*04, Cw*07 DRB1*9, DRB1*16, DR51, DR53 G G
3 N. R. C. A*23, A*24 B*15, B*49 Cw*03, Cw*07 DRB1*8, DRB1*11, DR52 G G
4 J. M. P. A*36, A*24 B*15, B*15 Cw*03, Cw*08 DRB1*4, DRB1*15, DR51, DR53 G G
5 G. Q.S. A*02, A*66 B*35, By
Cw*04, Cwy
DRB1*4, DRy, DRB1*53 G G
6 A. C.C. A*11, A*24 B*51, By
Cw*01, Cw*15 DR13, DR14, DR52 G
A
7 J.V.N A*02, A*24 B*44, B*35 Cw*04, Cw*05 DB1*16, DRB1*11, DRB3, DR5 G
A
8 N.V.T.S. A*02, A*03 B*57, By
Cw*02, Cw*07 DRB1*03, DRB1*15, DRB3, DR5 G G
9 J.R.G.C. A*01, A*02 B*51, B*15 Cw*03, Cw*15 DRB1*16, DRB1*04, DRB4, DRB5 G G
10 T.R.O. A*02, A*03 B*35, B*50 Cw*04, Cw*07 DRB1*11, DRB1*07, DRB3, DRB4 G
A
11 A.G.N. A*01, A*02 B*14, B*57 Cw*05, Cw*07 DRB1*01, DRB1*04, DRB4 G G
12 A.V.V.F A*02, A*24 B*27, B*35 Cw*02, Cw*03 DRB1*14, DRB1*13, DRB3 G G
13 A.S.P. A*02, A*68 B*51, B*58 Cw*03, Cw*16 DRB1*13, DRB1*11, DRB3 G
A
14 A.M. A*01, A*02 B*58, B*35 Cw*04, Cw*07 DRB1*13, DRB1*07, DRB3, DRB4 G G
15 C.E.C A*30, A*32 B*40, B*53 Cw*04, Cw*02 DRB1*11, DRB1*13, DRB3 G G
16 J.B.A. A*01, A*80 B*44, B*08 Cw*07, Cw*04 DRB1*03, DRB1*07, DR52, DR53 G
A
17 M.B.F.N. A*26, A*68
B*38, B*78
Cw*16, Cw*12 DRB1*04, DRB1*13, DR52, DR53 G G
18 M.A.C.G A*02, A*29 B*44, By
- DRB1*07, DRAy, DR53 G G
19 J.F.S.B. A*03, A*24 B*15, B*44 - DRB1*01, DRB1*11, DR52 G
A
20 D.Z. A*11, A*26 B*38, B*27 - DRB1*11, DRy, DR52 G G
21 J.P.M. A*01, A*26 B*08, B*38 - DRB1*03, DRB1*08, DR52 G
A
y: Indica que não foi possível tipificar o segundo alelo HLA, o que deve-se uma das seguintes razões: ou o conjunto de primers utilizado
pelo kit de tipificação não contempla o alelo em questão, ou trata-se de homozigoze do alelo que foi tipificado.
H G F E D C B A
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
67
Tabela 13: Freqüência de alelos HLA-A em indivíduos do grupo SPCVH e no grupo
controle.
Alelo HLA-A Frequência do
alelo
Frequência do
alelo
SPCVH
n=21
Controles
n=1245
Valor de p
Valor de pc
Odds ratio Intervalo de
confiança
A*01
5 (23,8%) 245 (19,7%) 0,5861 - 1,276 0,4627 a 3,516
A*02
11 (52,4%) 530 (42,6%) 0,3822 - 1,484 0,6255 a 3,521
A*03
3 (14,3%) 239 (19,2%) 0,7813 - 0,7015 0,2049 a 2,402
A*11
2 (9,5%) 142 (11,4%) 1,0000 - 0,8176 0,1884 a 3,548
A*23
1 (4,8%) 136 (10,9%) 0,7189 - 0,4077 0,05426 a 3,064
A*24
7 (33,3%) 246 (19,8%) 0,1627 - 2,030 0,8107 a 5,086
A*26
3 (14,3%) 69 (5,5%) 0,1125 - 2,841 0,8167 a 9,879
A*29
2 (9,5%) 121 (9,7%) 1,0000 - 0,9778 0,2250 a 4,3250
A*30
1 (4,8%) 131 (10,5%) 0,7161 - 0,4252 0,05657 a 3,196
A*31
1 (4,8%) 82 (6,6%) 1,0000 - 0,7091 0,09395 a 5,353
A*32
1 (4,8%) 73 (5,9%) 1,0000 - 0,8027 0,1062 a 6,068
A*36
1 (4,8%) 11 (0,9%) 0,1826 - 5,609 0,6905 a 45,566
A*66
1 (4,8%) 30 (2,4%) 0,4083 - 2,025 0,2630 a 15,593
A*68
2 (9,5%) 112 (9,0%) 0,7133 - 1,065 0,2448 a 4,632
A*80 1 (4,8%) 1 (0,1%) 0,0329** 0,4935 62,200 3,754 a 1030,5
**
Aplicando-se a correção de Bonferroni, apenas os valores de p<0,0033 são considerados significantes em nível de 5%.
Tabela 14: Alelos HLA ausentes no grupo SPCVH , mas presentes no grupo controle, e
suas respectivas frequências
Alelo
Frequência no grupo controle
HLA-A n=1245
*33
82 (6,6%)
*34
17 (1,4%)
*44
1 (0,08%)
*69
5 (0,4%)
HLA-B n=1248
*13
39 (3,1%)
*18
125 (0,1%)
*37
23 (1,8%)
*41
15 (1,2%)
*42
29 (2,3%)
*45
46 (3,6%)
*46
1 (0,08%)
*47
3 (0,2%)
*48
13 (1,0%)
*52
36 (2,8%)
*54
1 (0,08%)
*55
29 (2,3%)
*56
9 (0,7%)
*67
1 (0,08%)
*73
7 (0,6%)
*81
3 (0,2%)
HLA-Cw n=119
*6
22 (18,4%)
*14
7 (5,8%)
*17
4 (3,3%)
HLA-DRB1 n=1241
*12
44 (3,5%)
*10
34 (2,7%)
68
4.4.2. Tipificação do HLA-B
O DNA genômico de 21 indivíduos do grupo SPCVH, foi analisado para o
polimorfismo do HLA-B e estes alelos, para cada participante do grupo SPCVH, são
mostrados na Tabela 12. As frequências dos alelos HLA-B nos indivíduos do grupo
SPCVH foram comparadas com aquelas de 1248 indivíduos controle (SANSALONI,
2005), analisadas pelo teste exato de Fisher. Estes resultados são mostrados na Tabela 15.
O alelo de HLA-B*38 foi observado em 14,3% dos participantes no grupo SPCVH, e em
3,4% no grupo controle, diferença significante (p= 0,0375) que não foi confirmada após a
correção de Bonferroni para 17 alelos (pc=0,6375). Também, a OR de 4,671 indica que
indivíduos que apresentam o alelo HLA-B*38 apresentam probabilidade 4,6 vezes maior de
desenvolver a doença do que aqueles sem este alelo. O IC (1,325 a 16,463) denota
susceptibilidade e significância. Ainda, a FE de 0,11 indica que o alelo HLA-B*38
contribui cerca de 11% para a susceptibilidade da população à SPCVH.
O alelo HLA-B*78 foi observado em 4,8% dos participantes no grupo SPCVH e em
0,3% no grupo controle (p= 0,0802). A OR de 15,550 indica que indivíduos que
apresentam o alelo HLA-B*78 tem probabilidade 15,5 vezes maior de desenvolver a
SPCVH que indivíduos sem este alelo. O IC, embora de grande amplitude (1,662 a 145,48),
indica que a OR é significativa, e a FE 0,04 indica que o alelo HLA-B*78 contribui cerca
de 4% para a susceptibilidade da população à SPCVH. Analisando pontualmente as
tipificações HLA, observou-se que um participante do grupo SPCVH (M.B.F.N., Tabela
12) expressava HLA-B*38 e B*78, dois alelos sugestivos de susceptibilidade à SPCVH. O
genótipo HLA-B 38/78 teve frequência zero nos 1248 indivíduos do grupo controle, a qual,
quando comparada à frequência 4,8% (1/21) no grupo SPCVH foi considerada significativa
(p=0,0165 pelo teste exato de Fisher), sendo OR 182,71, e IC de 7,220 a 4623,5.
69
Entretanto, a FE de 0,04, sugere que este genótipo contribui com apenas 4% para a
susceptibilidade populacional à SPCVH, probabilidade igual aquela encontrada para o alelo
HLA-B*78 sozinho e menor do que aquela para o alelo HLA-B*38.
Os alelos HLA-B *13, *18, *37, *41, *42, *45, *46, *47, *48, *52, *54, *55, *56,
*67, *73, *81 e *82 não foram encontrados em nenhum dos indivíduos do grupo SPCVH
(Tabela 15) apesar de estarem presentes nos do grupo controle nas frequências indicadas na
Tabela 14. As frequências de cada um destes alelos no grupo controle e no grupo SPCVH
mostrou-se similar (p >0,05).
A análise global dos resultados do HLA-B pelo teste exato de diferenciação
populacional no grupo SPCVH comparados a aqueles do grupo controle, não se mostrou
diferente (p=0,69135 0,00796 SD).
Tabela 15: Freqüência de alelos HLA-B no grupo SPCVH e no grupo controle.
Alelo
HLA-B
Frequência
do alelo
Freqüência
do alelo
SPCVH
n=21
Controles
n=1248
Valor de p
Valor de pc
Odds ratio Intervalo de
confiança
B*07
1 (4,8%) 157 (12,3%) 0,5019 - 0,3475 0,04628 a 2,608
B*08
2 (9,5%) 137 (11,0%) 1,0000 - 0,8536 0,1966 a 3,706
B*14
1 (4,8%) 121 (9,7%) 0,7132 - 0,4657 0,06193 a 3,502
B*15
5 (23,8%) 181 (14,5%) 0,2178 - 1,842 0,6665 a 5,092
B*27
2 (9,5%) 49 (3,9%) 0,2052 - 2,576 0,5833 a 11,373
B*35
6 (28,6%) 286 (22,9%) 0,6003 - 1,345 0,5172 a 3,500
B*38 3 (14,3%) 43 (3,4%) 0,0375** 0,6375 4,671 1,325 a 16,463
B*39
1 (4,8%) 70 (5,6%) 1,0000 - 0,8414 0,1113 a 6,364
B*40
1 (4,8%) 88 (7,0%) 1,0000 - 0,6591 0,08739 a 4,971
B*44
5 (23,8%) 287 (23,0%) 1,0000 - 1,046 0,3800 a 2,882
B*49
1 (4,8%) 72 (5,8%) 1,0000 - 0,8167 0,1080 a 6,174
B*50
1 (4,8%) 62 (5,0%) 1,0000 - 0,9565 0,1262 a 7,246
B*51
3 (14,3%) 207 (16,6%) 1,0000 - 0,8382 0,2446 a 2,872
B*53
1 (4,8%) 59 (4,7%) 1,0000 - 1,008 0,1329 a 7,640
B*57
2 (9,5%) 92 (7,4%) 0,6650 - 1,323 0,3033 a 5,769
B*58
2 (9,5%) 63 (5,0%) 0,2928 - 1,980 0,4510 a 8,691
B*78 1 (4,8%) 4 (0,3%) 0,0802 - 15,550 1,662 a 145,48
**
Aplicando-se a correção de Bonferroni, apenas os valores de p<0,0029 são considerados significantes em nível de 5%.
70
4.4.3. Tipificação do HLA-Cw
Dentre os 21 indivíduos do grupo SPCVH que tiveram DNA sanguíneo extraído
para testes com alelos HLA, por falta de reagentes, estudou-se HLA-Cw em apenas 17
indivíduos. Os alelos HLA-Cw de cada participante do grupo SPCVH são mostrados na
Tabela 12. As frequências alélicas do HLA-Cw nos do grupo SPCVH foram comparadas às
obtidas de 119 indivíduos do grupo controle e são mostradas na Tabela 16. O alelo de
HLA-Cw*03 foi observado em 29,4% dos participantes do grupo SPCVH e em 9,2%
daqueles do grupo controle (p= 0,0308). O valor corrigido por Bonferroni (10 alelos)
mostrou diferença estatisticamente não diferente para os 2 grupos. Entretanto, o valor da
Odds ratio de 4,091 indica que indivíduos apresentando o alelo HLA-Cw*03 apresentam
probabilidade 4 vezes maior de desenvolver SPCVH que indivíduos sem este alelo. O IC
(1,215 a 13,775) denota susceptibilidade e indica que a OR é significativa. Também, a FE
de 0,22 indica que o alelo HLA-Cw*03 contribui cerca de 22% para a susceptibilidade
populacional à SPCVH. Nenhum dos demais alelos HLA-Cw apresentaram frequências
diferentes no grupo SPCVH em relação ao grupo controle (p>0,05; Tabela 16).
Os alelos HLA-Cw *06, *14, *17, e *18 não foram encontrados em nenhum dos
indivíduos do grupo SPCVH apesar de presentes nos do grupo controle, nas frequências
indicadas na Tabela 14. As frequências de cada um destes alelos nos controles foram
comparadas a zero, frequência observada no grupo SPCVH (p >0,05).
Na análise global dos resultados do HLA-Cw pelo teste exato de diferenciação
populacional, comparou-se os alelos no grupo SPCVH e no controle sem a observacão de
diferença significante (p=0,26529 0,00544 SD).
71
Tabela 16: Freqüência de alelos HLA-Cw em indivíduos com SPCVH e no grupo controle
Alelos HLA-
Cw
Frequência do alelo Valor de p Valor de pc
Odds ratio Intervalo de
confiança
SPCVH
n=17
controles
n= 119
Cw*01
1 (5,9%) 2 (1,6%) 0,3322 - 3,656
0,3132 a 42,678
Cw *02
3 (17,6%) 10 (8,4%) 0,2087 - 2,336 0,5729 a 9,523
Cw *03 5 (29,4%) 11 (9,2%) 0,0308** 0,3080 4,091 1,215 a 13,775
Cw *04
7 (41,2%) 38 (31,9%) 0,5822 - 1,492 0,5273 a 4,222
Cw *05
2 (11,8%) 8 (6,7%) 0,6132 - 1,850 0,3585 a 9,547
Cw *07
9 (52,9%) 60 (50,4%) 1,0000 - 1,106 0,3996 a 3,062
Cw *08
1 (5,9%) 13 (10,9%) 1,0000 - 0,507 0,06232 a 4,167
Cw *12
1 (5,9%) 16 (13,4%) 0,6950 - 0,402 0,04985 a 3,247
Cw *15
2 (11,8%) 6 (5,0%) 0,2621 - 2,511 0,4638 a 13,594
Cw *16
2 (11,8%) 19 (15,9%) 1,0000 - 0,702 0,1482 a 3,324
**
Aplicando-se a correção de Bonferroni, apenas os valores de p<0,005 são considerados significantes em nível de 5%.
4.4.4. Tipificação do HLA-DR
O DNA genômico de 21 indivíduos do grupo SPCVH, foi analisado quanto ao
polimorfismo do HLA-DR. Um gel de eletroforese mostrando os amplicons de alelos do
HLA-DR é mostrado na Figura 24. Os alelos HLA-DR de cada participante do grupo
SPCVH são mostrados na Tabela 12. As frequências dos alelos do HLA-DRB1 no grupo
SPCVH foram comparadas às frequências obtidas em 1241 indivíduos do grupo controle
(SANSALONI, 2005), analisadas pelo teste exato de Fisher e são mostradas na Tabela 17.
Nenhuma das frequências dos alelos HLA-DRB1 no grupo SPCVH foi considerada
diferente daquelas observadas no grupo controle.
Os alelos HLA-DRB1 *12 e *10 não foram encontrados em nenhum dos indivíduos
do grupo SPCVH apesar de estarem presentes nos controles nas frequências indicadas na
Tabela 14. As frequências destes alelos nos controles foram comparadas às dos pacientes
do grupo SPCVH mostrando-se sem diferença (p >0,05).
72
A análise global dos resultados do HLA-DRB1 pelo teste exato de diferenciação
gênica, comparando grupo SPCVH com o controle, não mostrou diferença significante
(p=0,72340 0,00428).
Figura 24: Amplicons da SSP-PCR HLA-DR. Linha H1, controle negativo; linhas D1, B3,
D3 e F3 amplicons alelo-específicos do HLA-DR de um indivíduo com SPCVH; todas as
linhas exceto 1, amplicon de 750pb do controle interno da reação.
Tabela 17: Freqüência de alelos HLA-DR no grupo SPCVH e no grupo controle
Alelo
HLA-DRB1
Frequência do
alelo
Frequência do
alelo
SPCVH
n=21
Controles
n=1241
Valor de p
Odds ratio
Intervalo de
confiança
*01 2 (9,5%)
238 (19,2%) 0,4006 0,4436 0,1026 a 1,918
*03 4 (19,0%)
247 (19,9%) 1,0000 0,9469 0,3157 a 2,840
*04 5 (23,8%)
245 (19,7%) 0,5871 1,270 0,4608 a 3,502
*07 4 (19,0%)
338 (27,2%) 0,4699 0,6286 0,2100 a 1,882
*08 2 (9,5%)
115 (9,3%) 1,0000 1,031 0,2370 a 4,482
*09 1 (4,8%)
33 (2,7%) 0,4391 1,830 0,2384 a 14,054
*11 7 (33,3%)
296 (23,8%) 0,3084 1,596 0,6382 a 3,993
*13 6 (28,6%)
309 (24,9%) 0,7991 1,206 0,4639 a 3,137
*14 2 (9,5%)
92 (7,4%) 0,6661 1,315 0,3014 a 5,734
*15 2 (9,5%)
239 (19,2%) 0,4008 0,4413 0,1021 a 1,908
*16 4 (19%)
100 (8,0%) 0,0876 2,685 0,8861 a 8,134
Finalmente, foi realizada uma análise global, combinado-se simultaneamente todos
os loci HLA (-A, -B, Cw, DR) e do TNF- (-308) (item 4.4.5) entre o grupo SPCVH e o
grupo controle, análise multi-locus (over all loci), e não foi encontrada diferença
significante (0,5865).
4.4.5. Tipificação dos genótipos de TNF- na posição –308 da região promotora
750pb
200pb
750pb
175pb
250pb
200pb
H G
F
E D C B A
1
2
3
73
Realizaram-se tipificações dos genótipos de TNF- -308 em 21 indivíduos do grupo
SPCVH, em 96 indivíduos do grupo de soropositivos e em 100 indivíduos do grupo
controle. As tipificações dos genótipos de TNF- -308 em 21 indivíduos do grupo SPCVH
constam na Tabela 12. O genótipo G/G foi o mais frequente nos três grupos estudados,
sendo as frequências de 61,9%, 91,7% e 75,0%, respectivamente, enquanto que o genótipo
A/A foi o menos frequente (frequências de 0 a 1%) (Tabela 18). A frequência do alelo
TNF- -308A (nos genótipos G/A e A/A) do TNF-, chamado alelo hipersecretor ou
TNF-2, no grupo SPCVH foi comparada às frequências nos grupos soropositivos e
controle (Figura 25). A frequência do alelo hipersecretor no grupo SPCVH, de 38,1%, foi
significantemente maior que a encontrada no grupo de soropositivos (p= 0,0015). A OR
6,769, indica que indivíduos com o alelo TNF-2 tem probabilidade 6,7 vezes maior de
desenvolver SPCVH que indivíduos sem este alelo. O IC (2,164 a 21,171) denota
susceptibilidade e indica que a OR é significativa. A FE de 0,32, indica que o alelo TNF-2
contribui cerca de 32% para a susceptibilidade populacional à SPCVH. Entretanto, não
houve diferença quando compararam-se os grupos SPCVH e controle (p=0,1864).
Tabela 18: Freqüência de genótipos de TNF- -308 nos grupos SPCVH, soropositivos
e controles.
Gene Genótipo SPCVH
n=21
Soropositivos
n=96
Controles
n= 100
TNF--308
G/G
13 (61,9%) 88 (91,7%) 75 (75,0%)
G/A
8 (38,1%) 7 (7,3%) 24 (24,0%)
A/A
0 (0,0%) 1 (1,0%) 1 (1,0%)
74
Figura 25: Frequência do alelo hipersecretor do TNF (TNF-2) em indivíduos dos grupos:
SPCVH, soropositivos, e controles.
4.4.6. Tipificação dos genótipos/fenótipos das citocinas IL-10 –1082, -819, -592; IFN
+874; IL-6 -174 e TGF codons 10, 25
Foram realizadas análises de polimorfismos nos genes das citocinas IL-10
(promotor –1082, -819, -592); IFN (intron 1 +874); IL-6 (promotor -174) e TGF (codons
10, 25), nas posições do genoma humano indicadas entre parênteses. Estas análises foram
realizadas em 21 amostras do DNA do grupo SPCVH, com exceção da IL-6 que foi
realizada apenas em 20 amostras. Também, foram realizadas em 96 amostras do grupo
soropositivos e em 100 amostras do grupo controle, com exceção da genotipagem do TGF-
do qual participaram apenas 33 controles. Um gel de eletroforese da tipificação de
citocinas de um paciente do grupo SPCVH é mostrado na Figura 26. Para a comparação
entre os diferentes grupos estudados utilizou-se dados dos fenótipos da produção de cada
citocina. Os fenótipos de produção das citocinas TNF-, IL-6, IL-10, TGF- e IFN- de
(8/21)
38,1%
(8/96)
8,3%
(25/100)
25%
*p=0,0015
p=0,1864
Soropositivos SPCVH Controles
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
TNF-2
TNF-1
n° indivíduos
75
cada indivíduo do grupo SPCVH constam na Tabela 20, bem como a informação se estes
indivíduos tiveram a quantificação da citocina realizada no soro, a qual foi usada nas
correlações genotipagem vs quantificação (item 4.2.). As freqüências dos fenótipos de
citocinas nos diferentes grupos estudados são mostradas na Tabela 19. A comparação das
frequências dos fenótipos das citocinas IL-10, IFN-, IL-6 e TGF- entre os três grupos não
mostrou diferenças significantes (p>0,05).
Figura 26: Amplicons da SSP-PCR de citocinas. Posição H1, controle negativo; posições
B1, C1, D1, E1 primers para alelos do TGF; posições F1 e G1 primers para alelos do
TNF; posições E2, F2, G2, H2 e A1, primers para alelos da IL-10; posições A2, B2, C2 e
D2 primers para alelos da IL-6. Amplicons alelo-específicos das citocinas de um indivíduo
com SPCVH são observados em todas as posições, exceto C1, G1, G2; todas as linhas
exceto 1, amplicon de 750pb do controle interno da reação.
Tabela 19: Freqüência de fenótipos de citocinas nos grupos SPCVH, soropositivos e
controles.
Gene Fenótipo de
produção da
citocina
SPCVH
n=21
Soropositivos
n=96
Valor de p Controles
n= 100
Valor de p
IL-10 Alto
1 (4,8%) 6 (6,3%) 1,0000 9 (9%) 1,0000
interm.
14 (66,6%) 46 (47,9%) 0,0920 44 (44%) 0,0912
Baixo
6 (28,6%) 44 (45,8%) 0,3351 47 (47%) 0,1501
IFN-
Alto
1 (4,8%) 23 (23,9%) 0,0704 18 (18%) 0,1906
interm.
9 (42,8%) 43 (44,8%) 1,0000 47 (47%) 0,8123
Baixo
11 (52,4%) 30 (31,3%) 0,0799 35 (35%) 0,1466
IL-6* alto
19 (95,0%) 89 (92,7%) 1,0000 94 (94%) 1,0000
baixo
1 (5,0%) 7 (7,3%) 1,0000 6 (6%) 1,0000
TGF-**
Alto
15 (71,4%) 80 (83,3%) 0,2239 16 (48,5%) 0,1577
interm.
5 (23,8%) 13 (13,6%) 0,3133 8 (24,2%) 1,0000
Baixo
1 (4,8%) 3 (3,1%) 0,5519 9 (27,3%) 0,0691
*O número de indivíduos do grupo SPCVH tipificados para IL-6 foi igual a 20.
** O número de controles tipificados para TGF- foi igual a 33.
H G F E D C B A
1
2
76
Tabela 20: Fenótipos de produção das citocinas TNF-, IL-6, IL-10, TGF- e IFN- em
cada indivíduo do grupo SPCVH informando as quantificações séricas que foram
realizadas.
iniciais Evolução Fenótipos de produção da citocina
Quantificação da citocina
no soro
TNF-
Il-6 IL-10
TGF- IFN-
1 A. B. Cura NR* Alto NR* Interm. Alto Alto
2 O. N. S. Cura
TNF-, IL-6
Baixo Alto Interm. Interm. Baixo
3 N. R. C. Cura
TNF-, IL-6, IL-10,
TGF-, IFN-
Baixo Alto Baixo Alto Interm.
4 J. M. P. Cura
TNF-, IL-6, IL-10,
TGF-, IFN-
Baixo Baixo Interm. Alto Baixo
5 G. Q.S. Cura NR* Baixo Alto Alto Interm. Interm.
6 A. C.C. Cura
IL-10, TGF-, IFN-
Alto Alto Interm. Alto Interm.
7 J.V.N Cura
TNF-, IL-6, IL-10,
TGF-, IFN-
Alto Alto Interm. Alto Interm.
8 N.V.T.S. Cura
TNF-, IL-6, IL-10,
TGF-, IFN-
Baixo Alto Interm. Alto Interm.
9 J.R.G.C. Óbito
TNF-, IL-6, TGF-
Baixo Alto Baixo Alto Baixo
10 T.R.O. Óbito NR* Alto Alto Baixo Alto Baixo
11 A.G.N. Cura
TNF-, IL-6, IL-10,
TGF-, IFN-
Baixo Alto Interm. Interm. Baixo
12 A.V.V.F Óbito
TNF-, IL-10, TGF-
Baixo Alto Interm. Alto Interm.
13 A.S.P. Cura NR* Alto Alto Baixo Alto Interm.
14 A.M. Cura
TNF-, IL-6, IL-10,
TGF-, IFN-
Baixo Alto Baixo Baixo Interm.
15 C.E.C Óbito
TNF-, IL-6, IL-10,
TGF-, IFN-
Baixo Alto Interm. Alto Baixo
16 J.B.A. Cura
IL-10, TGF-, IFN-
Alto Alto Interm. Alto Baixo
17 M.B.F.N. Óbito
IL-10, TGF-, IFN-
Baixo Alto Interm. Interm. Baixo
18 M.A.C.G Cura
IL-10, TGF-, IFN-
Baixo Alto Interm. Interm. Interm.
19 J.F.S.B. Cura NR* Alto Alto Interm. Alto Baixo
20 D.Z. Cura NR* Baixo Alto Interm. Alto Baixo
21 J.P.M. Cura NR* Alto Alto Baixo Alto baixo
*NR: Não realizado
4.4.7. Tipificação dos Sistemas de Alo-antígenos Plaquetários Humanos HPA-1, HPA-
4 e HPA-6
O DNA genômico de 21 indivíduos do grupo SPCVH, foi analisado quanto ao
polimorfismo dos Alo-antígenos Plaquetários Humanos HPA-1, HPA-4 e HPA-6. Um gel
de eletroforese mostrando os amplicons de HPA é mostrado na Figura 27. Os alelos HPA
de cada paciente do grupo SPCVH são mostrados na Tabela 21. As frequências genotípicas
77
dos sistemas HPA-1, HPA-4 e HPA-6 nos indivíduos do grupo SPCVH foram comparadas
a aquelas observadas em 96 indivíduos do grupo soropositivos e em 50 do grupo controle,
analisadas pelo teste exato de Fisher e são mostradas na Tabela 22. Não se observaram
diferenças entre a freqüência de genótipos HPA no grupo SPCVH e nos outros grupos
estudados pelo teste exato de Fisher (Tabela 22).
Tabela 21: Alelos dos Sistemas Antígenos Plaquetários HPA-1, -4 e –6 nos indivíduos do
grupo SPCVH.
HPA-1 HPA-4 HPA-6 N° iniciais
alelos Alelos alelos
1 A. B. 1A 1B 4A - 6A -
2 O. N. S. 1A - 4A - 6A -
3 N. R. C. 1A 1B 4A - 6A -
4 J. M. P. 1A - 4A - 6A -
5 G. Q.S. 1A - 4A - 6A -
6 A. C.C. 1A - 4A - 6A -
7 J.V.N 1A - 4A - 6A -
8 N.V.T.S. 1A - 4A - 6A -
9 J.R.G.C. 1A - 4A - 6A -
10 T.R.O. 1A - 4A - 6A -
11 A.G.N. 1A - 4A - 6A -
12 A.V.V.F 1A 1B 4A - 6A -
13 A.S.P. 1A - 4A - 6A -
14 A.M. 1A - 4A - 6A -
15 C.E.C 1A 1B 4A - 6A -
16 J.B.A. 1A - 4A - 6A -
17 M.B.F.N. 1A - 4A - 6A -
18 M.A.C.G - 1B 4A - 6A -
19 J.F.S.B. 1A - 4A - 6A -
20 D.Z. 1A - 4A - 6A -
21 J.P.M. 1A 1B 4A - 6A -
78
Tabela 22: Freqüência de genotipos de três sistemas HPA nos grupos: SPCVH,
soropositivos e controles
SPCVH
n=21
soropositivos
n=96
Valor de p controles
n= 50
Valor de p
HPA 1a/1a
15 (71,4%) 62 (64,6%)
0,6198
37 (74%)
1,0000
HPA 1a/1b
5 (23,8%) 32 (33,3%)
0,6033
13 (26%)
1,0000
HPA 1b/1b
1 (4,8%) 2 (2,1%)
0,4507
0
0,2958
HPA 4a/4a
21 (100%) 96 (100%)
-
49 (98%)
1,0000
HPA 4a/4b
0 0
-
1 (2%)
1,0000
HPA 4b/4b
0 0
-
0
HPA 6a/6a
21(100%) 96 (96%)
-
50 (100%)
-
HPA 6a/6b
0 0
-
0
-
HPA 6b/6b
0 0
-
0 -
Figura 27:
Amplicons da ASP-PCR para Antígenos Plaquetários Humanos. A) linhas 2, 4,
6, 8 e 10 amplicons de 244pb do alelo HPA-1A de amostras do grupo controle; linha 15,
amplicon de 252pb do alelo HPA-4B da mesma amostra citada na linha 14 (indivíduo
heterozigoto); linhas 3, 5, 7, 9, 11 e 13 reações negativas com primer HPA-4 B.
B) linha 8
amplicon de 244pb do alelo HPA-1B
da mesma amostra mostrada em “A” linha 8
(indivíduo heterozigoto); linhas 3, 5, 7, 9, 11, 13 e 15 reações negativas com primer HPA-6
B. Nas fotos A e B, em todas as linhas, exceto linha 1, amplicons de 434pb correspondente
ao controle interno (HGH) das reações; linha 1, marcador de tamanho molecular.
500pb
400pb
300pb
200pb
434pb
252pb
244pb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
500pb
400pb
300pb
200pb
434pb
244pb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
A
B
79
4.5. Correlação entre genotipagem e quantificação de citocinas
Para melhor avaliar se os polimorfismos nos genes das citocinas TNF-, IL-6, IL-
10, TGF- e IFN- de fato estão associados a diferentes médias de produção destas
citocinas, os resultados obtidos nas tipificações dos genes de citocinas (itens 4.4.5 e 4.4.6)
no grupo SPCVH e quando possível, no grupo soropositivos, foram analisados em conjunto
com os resultados das quantificações das citocinas (item 4.2.) nos soros dos participantes
destes grupos.
Para o TNF-, dos 21 participantes do grupo SPCVH que tiveram a genotipagem
realizada, somente 10 tiveram TNF- quantificado no soro (Tabela 20), e dos 96
participantes do grupo soropositivos que tiveram a genotipagem realizada, somente 12
tiveram a quantificação do TNF- no soro. Assim, foram correlacionados os resultados de
genotipagem vs quantificação de 10 indivíduos do grupo SPCVH e de 12 indivíduos do
grupo soropositivos. Para tanto, divididiu-se os grupos conforme o resultados da
genotipagem: se possuíam o alelo hipersecretor do TNF- (subgrupo denominado “Alto
produtor”), ou se possuíam o alelo comum do TNF- (subgrupo denominado “Baixo
produtor”) e foram comparados em relação à quantificação do TNF-, conforme mostra a
Figura 28. Dentre os 10 participantes do grupo SPCVH, somente um foi alocado no
subgrupo “Alto produtor”, enquanto nove foram alocados no subgrupo “Baixo produtor”.
Dentre os 12 participantes do grupo Soropositivos, somente um foi alocado no subgrupo
“Alto produtor”, enquanto 11 foram alocados no subgrupo “Baixo produtor”. Utilizando o
teste de comparações múltiplas de Dunn as médias das quantificações do TNF nos
subgrupos “SPCVH Alto produtor” e “SPCVH Baixo produtor” foram comparadas, bem
como as médias nos grupos “Soropositivos Alto produtor” e “Soropositivos Baixo
80
produtor”, e não foram encontradas diferenças (p>0,05) entre os pares analisados (Figura
28), nem quando cada subgrupo foi combinado individualmente com os demais subgrupos
(p>0,05).
Figura 28: Correlação dos dados de genotipagem da região promotora do TNF- -308 com
dados da quantificação do TNF- no soro de 10 participantes do grupo SPCVH e de 12
participantes do grupo soropositivos. Os grupos foram divididos conforme resultado da
genotipagem, se portadores do alelo hipersecretor (“Alto produtor”) ou do alelo comum
(“Baixo produtor”).
Para IL-6, dos 20 participantes do grupo SPCVH, 9 tiveram quantificação da IL-6 no
soro (Tabela 20), e dos 96 participantes do grupo Soropositivos com genotipagem
realizada, somente 11 tiveram a quantificação de IL-6 no soro. Assim, foram
correlacionados os resultados de genotipagem vs quantificação de 9 indivíduos do grupo
SPCVH e de 11 indivíduos do grupo Soropositivos. Também, estes indivíduos, de ambos
os grupos, foram divididos conforme o resultados da genotipagem e comparados em
relação à quantificação da IL-6 conforme mostra a Figura 29.
Dentre os 9 participantes do
grupo SPCVH, 8 foram alocados no subgrupo “alto produtor”, e somente 1 foi alocado no
0
10
20
30
40
TNF
pg/mL
p >0,05
SPCVH
Alto produtor
SPCVH
Baixo produtor
Soropositivos
Alto produtor
Soropositivos
Baixo produtor
Genotipagem TNF- -308
p >0,05
0
10
20
30
40
TNF
pg/mL
p >0,05
SPCVH
Alto produtor
SPCVH
Baixo produtor
Soropositivos
Alto produtor
Soropositivos
Baixo produtor
Genotipagem TNF- -308
p >0,05
81
subgrupo “Baixo produtor”. Dentre os 11 participantes do grupo Soropositivos, 8 foram
alocados no subgrupo “Alto produtor”, enquanto 3 foram alocados no subgrupo “Baixo
produtor”. Utilizando o teste de comparações múltiplas de Dunn as médias das
quantificações da IL-6 nos subgrupos “SPCVH Alto produtor” e “SPCVH Baixo produtor”
foram comparadas, bem como as médias nos grupos “Soropositivos Alto produtor” e
“Soropositivos Baixo produtor”, e não foram encontradas diferenças estatísticas (p>0,05)
entre os pares analisados (Figura 29), nem quando cada subgrupo foi combinado
individualmente com os demais subgrupos (p>0,05).
Figura 29: Correlação dos dados de genotipagem do gene da IL-6 na posição -174 com
dados da quantificação da IL-6 no soro de 9 participantes do grupo SPCVH e de 11
participantes do grupo Soropositivos. Os grupos foram divididos conforme resultado da
genotipagem, se portadores do alelo hipersecretor (“Alto produtor”) ou do alelo comum
(“Baixo produtor”).
Para IL-10, dos 21 participantes do grupo SPCVH que tiveram a genotipagem
realizada, somente 12 tiveram a quantificação da IL-10 no soro (Tabela 20). Contudo, para
IL-10, não foi possível analisar a correlação genotipagem/quantificação no grupo
soropositivos porque estes não tiveram a citocina quantificada. Assim, foram
0
10
20
30
40
50
750
1000
1250
1500
IL-6 pg/mL
p >0,05
SPCVH
Alto produtor
SPCVH
Baixo produtor
Soropositivos
Alto produtor
Soropositivos
Baixo produtor
Genotipagem IL-6 -174
p >0,05
0
10
20
30
40
50
750
1000
1250
1500
IL-6 pg/mL
p >0,05
SPCVH
Alto produtor
SPCVH
Baixo produtor
Soropositivos
Alto produtor
Soropositivos
Baixo produtor
Genotipagem IL-6 -174
p >0,05
82
correlacionados os resultados de genotipagem vs quantificação de 12 indivíduos do grupo
SPCVH, divididos conforme o resultados da genotipagem: se possuíam alelo de produção
intermediária da IL-10 (subgrupo denominado “Produtor intermediário”), ou se possuíam o
alelo de baixa produção da IL-10 (subgrupo denominado “Baixo produtor”) e comparados
em relação à quantificação da IL-10 conforme mostra a Figura 30.
Nenhum dos indivíduos
do grupo SPCVH que tiveram a IL-10 quantificada eram portadores do alelo de alta
produção da IL-10 (Tabela 20). Dentre os 12 participantes do grupo SPCVH, 10 foram
alocados no subgrupo “Produtor intermediário”, e somente 2 foram alocados no subgrupo
“Baixo produtor”. Utilizando o U-test de Mann-Whitney as médias das quantificações da
IL-10 nos subgrupos “SPCVH Produtor intermediário” e “SPCVH Baixo produtor” foram
comparadas e não foram encontradas diferenças estatísticas (p=0,7576) entre os subgrupos
analisados (Figura 30).
Figura 30: Correlação dos dados de genotipagem na região promotora do gene da IL-10
nas posições –1082, -819, -592 com dados da quantificação da IL-10 no soro de 12
participantes do grupo SPCVH. O grupo foi dividido conforme resultado da genotipagem,
se portadores de polimorfismos associados com produção intermediária (“Produtor
intermediário”) ou associados com baixa produção (“Baixo produtor”) da citocina.
0
100
200
300
400
500
IL-10 pg/mL
SPCVH
Baixo produtor
SPCVH
Produtor Intermediário
Genotipagem IL-10 -1082
p=0,7576
0
100
200
300
400
500
IL-10 pg/mL
SPCVH
Baixo produtor
SPCVH
Produtor Intermediário
Genotipagem IL-10 -1082
p=0,7576
83
Para TGF-, dos 21 participantes do grupo SPCVH que tiveram a genotipagem
realizada, somente 13 tiveram a quantificação do TGF-, no soro (Tabela 20). Contudo,
para TGF-, não foi possível analisar a correlação genotipagem/quantificação no grupo
soropositivos porque estes não tiveram a citocina quantificada no soro. Assim, foram
correlacionados os resultados de genotipagem vs quantificação de 13 indivíduos do grupo
SPCVH, divididos conforme o resultados da genotipagem: se possuíam alelo de alta
produção do TGF- (subgrupo denominado “Alto produtor”), de produção intermediária
(subgrupo denominado “Produtor intermediário”), ou se possuíam o alelo de baixa
produção do TGF- (subgrupo denominado “Baixo produtor”) e comparados em relação à
quantificação do TGF- conforme mostra a Figura 31. Dentre os 13 participantes do grupo
SPCVH, 9 foram alocados no subgrupo “Alto produtor”, 2 no subgrupo “Produtor
intermediário”, e apenas 1 no subgrupo “Baixo produtor”. Utilizando o teste de Kruskal-
Wallis as médias das quantificações do TGF- nos 3 subgrupos foram comparadas e não
foram encontradas diferenças estatísticas entre os mesmos (p=0,7427; Figura 31).
84
Figura 31: Correlação dos dados de genotipagem nos códons 10 e 25 do gene do TGF-
com dados da quantificação do TGF- no soro de 13 participantes do grupo SPCVH. O
grupo foi dividido conforme resultado da genotipagem, se portadores de polimorfismos
associados com alta produção (“Alto produtor”), com produção intermediária (“Produtor
intermediário”) ou com baixa produção (“Baixo produtor”) da citocina.
Para IFN-, dos 21 participantes do grupo SPCVH que tiveram a genotipagem
realizada, somente 11 tiveram a quantificação do IFN- no soro (Tabela 20). Assim como
para IL-10 e TGF-, para o IFN-, não foi possível analisar a correlação
genotipagem/quantificação no grupo soropositivos porque estes não tiveram a citocina
quantificada no soro. Deste modo, foram correlacionados os resultados de genotipagem vs
quantificação de 11 indivíduos do grupo SPCVH, divididos conforme o resultados da
genotipagem: se possuíam alelo de produção intermediária do IFN- (subgrupo
denominado “Produtor intermediário”), ou se possuíam o alelo de baixa produção do IFN-
(subgrupo denominado “Baixo produtor”) e comparados em relação à quantificação do
IFN- conforme mostra a Figura 32.
Nenhum dos indivíduos do grupo SPCVH que tiveram
IFN- quantificado eram portadores do alelo de alta produção do IFN- (Tabela 20). Dentre
0
25
50
75
TGF-
ng/mL
SPCVH
Alto produtor
SPCVH
Baixo produtor
SPCVH
Produtor Intermediário
Genotipagem TGF- códons 10 e 25
p=0,7427
0
25
50
75
TGF-
ng/mL
SPCVH
Alto produtor
SPCVH
Baixo produtor
SPCVH
Produtor Intermediário
Genotipagem TGF- códons 10 e 25
p=0,7427
85
os 11 participantes do grupo SPCVH, 6 foram alocados no subgrupo “Produtor
intermediário”, e 5 no subgrupo “Baixo produtor”. Utilizando o U-test de Mann-Whitney
as médias das quantificações do IFN- nos 2 subgrupos foram comparadas e não foram
encontradas diferenças estatísticas entre os mesmos (p=0,6388; Figura 32).
Figura 32:
Correlação dos dados de genotipagem no gene do IFN- na posição +874 com
dados da quantificação do IFN- no soro de 11 participantes do grupo SPCVH. O grupo foi
dividido conforme resultado da genotipagem, se portadores de polimorfismos associados
com produção intermediária (“Produtor intermediário”) ou associados com baixa produção
(“Baixo produtor”) da citocina.
0
10
20
30
40
50
60
70
IFN-
pg/mL
SPCVH
Baixo produtor
SPCVH
Produtor Intermediário
Genotipagem IFN- +874
p=0,6388
0
10
20
30
40
50
60
70
IFN-
pg/mL
SPCVH
Baixo produtor
SPCVH
Produtor Intermediário
Genotipagem IFN- +874
p=0,6388
86
5. DISCUSSÃO
Há pouco mais de uma década, a hantavirose tem se estabelecido como uma
zoonose Pan-Americana, tendo ocorrido no Brasil mais de 700 casos conhecidos de
SPCVH. Considerando-se o caráter emergente e altamente letal desta doença, nos últimos
anos, têm-se empenhado esforços para desvendar o mecanismo pelo qual hantavírus
causam a SPCVH, buscando conhecer fatores prognósticos e um tratamento para a
síndrome. Sabe-se que alterações funcionais dos receptores celulares causadas pela ligação
do hantavírus, bem como a indução específica de citocinas, influem na patogênese da
SPCVH (GAVRILOVSKAYA et al, 2002; KSIAZEK et al, 1995; MORI et al, 1999;
SAGGIORO, 2004). Também, uma associação da suceptibilidade genética do hospedeiro
com SPCVH têm sido sugerida (KOSTER et al, 2001). Apesar disso, a patogênese da
SPCVH não é totalmente conhecida, embora existam evidências de que vários mecanismos
patogênicos possam estar nela envolvidos. Considerando a necessidade de melhor conhecer
os meios pelos quais hantavírus levam à SPCVH e a inexistência de estudos sobre este tema
no Brasil, que possui espécies de hantavírus distintas daquelas estudadas na América do
Norte, Argentina e Chile, este trabalho objetivou investigar, no país, aspectos da patogênese
da SPCVH, como a produção de citocinas por linfócitos T e monócitos ativados e a sua
associação com polimorfismos genéticos dos pacientes.
Para o estudo, inicialmente, foi necessário diagnosticar a SPCVH em pacientes com
a suspeita clínica (Figura 4). Assim, utilizando uma RT-PCR tripla, entre 2003 e 2006,
diagnosticou-se SPCVH em 18 pacientes. Foram 14 sobreviventes e 4 casos fatais. Estes
pacientes foram incluídos no grupo SPCVH deste trabalho juntamente com outros 7
indivíduos que tiveram o diagnóstico laboratorial realizado pelo Laboratório de Referência,
no Instituto Adolpho Lutz de São Paulo, utilizando técnica sorológica de ELISA e ainda,
87
incluiram-se 2 casos fatais que tiveram diagnóstico por imunohistoquímica de tecido
pulmonar. Portanto, foram estudados 27 indivíduos com SPCVH, sendo 21 sobreviventes e
6 casos fatais. Nesta casuística, a letalidade de 28,6%, mostrou-se inferior a aquela
observada na região de Ribeirão Preto, de 50% (21/42) (L.T.M. FIGUEIREDO,
comunicação pessoal). Isto porque, na fase inicial do trabalho tivemos mais acesso a coletas
amostrais em pacientes internados com SPCVH do que naqueles cujo diagnóstico foi
realizado post-morten. Também, naqueles casos em que não foi possível realizar a coleta
amostral na fase aguda da doença, a coleta de sangue – neste caso, exclusivamente para as
análises genéticas - pôde ser realizada em 5 indivíduos por ocasião do retorno para consulta
médica no HCFMRP-USP. Assim, dos 27 participantes do grupo SPCVH, foi possível
obter soro de fase aguda para quantificação de citocinas em apenas 21. Outra limitação
encontrada para a realização das quantificações de citocinas foi a coleta de volume
insuficiente do soro. Pacientes com SPCVH apresentam-se hemoconcentrados, em
decorrência do extravamento de líquidos da luz dos vasos sanguíneos para o interstício e
alvéolos pulmonares (NOLTE et al, 1995; FIGUEIREDO et al, 2000; PETERS e KHAN,
2002) e a recuperação de soro após centrifugação do sangue é baixa nestes materiais. Por
isso, o insuficiente volume sérico, limitou as análises de citocinas às realizadas nos soros
apresentados na Tabela 9.
Para melhor discriminar o papel das citocinas na clínica e evolução da SPCVH
decidiu-se comparar os teores de citocinas segundo a evolução para a cura ou óbito.
Também, os pacientes foram agrupados segundo a ocasião da coleta, antes ou após o sétimo
dia de doença, porque, em geral, até o 6° dia do início dos sintomas os pacientes ainda
apresentavam hemoconcentração e portanto, poderiam ser classificados como em plena
síndrome de extravasamento capilar. Também, sabe-se que 4 a 5 dias seria o tempo
88
necessário para que linfócitos virgens (naïve) fossem ativados completando a expansão
clonal (JANEWAY Jr., et al 2002), e ainda, 7 dias seriam suficientes para ocorrer mudança
fenotípica nos linfócitos T CD8+ vírus-específicos, de CD45RA+ para CD45RO+ (van
LIER et al, 2003), indicando ativação celular (APPAY e ROWLAND-JONES, 2004).
Deste modo, citocinas efetoras oriundas dos linfócitos vírus-específicos ativados poderiam
modificar o cenário da resposta imune a partir do 7° dia de doença.
Este é o primeiro trabalho quantificando citocinas séricas em pacientes com
SPCVH e nele, buscou-se pesquisar citocinas classicamente envolvidas nas respostas
imunes de padrão TH1 e TH2, bem como aquelas com ação regulatória. Assim, buscamos
conhecer o padrão de resposta imune adquirida nesta doença. A participação de citocinas na
patogênese da SPCVH foi previamente estudada por MORI et al (1999) e SAGGIORO
(2004) que, por imunohistoquímica, demonstraram a presença de células produtoras de
citocinas em tecidos de pulmão e coração de casos fatais por SPCVH.
Neste trabalho, a citocina pró-inflamatória TNF- mostrou-se em concentração
plasmática mediana aumentada nos pacientes com SPCVH (Figura 5A). O TNF- é
produzido principalmente por macrófagos, embora inúmeras outras células possam produzi-
lo, entre elas, monócitos, células NK e linfócitos T e B (MELDRUM, 1998; ZHANG e
TRACEY, 1998). Trata-se de um mediador tanto da imunidade inata quanto da adquirida e
é também, um importante elo entre as respostas imunes adquiridas e a inflamação aguda,
produzindo inúmeros efeitos biológicos (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000). A
correlação positiva entre os níveis de TNF- e IFN- observada neste trabalho (Figura
16A) exemplifica este elo de ligação entre as respostas imunes, além de corroborar o efeito
estimulador do IFN- na produção do TNF- (PHILIP e EPSTEIN 1986; ABBAS,
89
LICHTMAN e POBER, 2000). O TNF- pode induzir o rearranjo dos filamentos de actina
em células endoteliais levando ao dano celular e à perda das tight junctions, o que causa
extravasamento capilar (SATO et al, 1986; STOLPEN et al, 1986; STEPHENS et al, 1988).
Também, o TNF- exerce efeito negativo na contratilidade miocárdica, além de hipotensão
(PARKER et al, 1984; MELDRUM, 1998). O TNF- tem sido sugerido como um dos
principais mediadores solúveis envolvido no choque cardiogênico que ocorre na SPCVH
(ZAKI et al, 1995; NOLTE et al, 1995; PETERS e KHAN, 2002). Neste contexto,
SAGGIORO (2004), que estudou alterações cardíacas em necrópsias de 7 pacientes com
SPCVH, descreveu a ocorrência de miocardite onde predominavam macrófagos produtores
de TNF- em interstício miocárdico destes casos fatais. Tais achados reforçaram a idéia de
que TNF-, produzido localmente nos tecidos de pulmão e principalmente coração, seja o
mediador solúvel responsável pelo choque na SPCVH (ZAKI et al, 1995; NOLTE et al,
1995; MORI et al, 1999; SAGGIORO, 2004). Entretanto, no presente estudo, teores
plasmáticos de TNF- não foram diferentes entre os casos fatais de SPCVH e os que
evoluíram para cura (Figura 5C). Inclusive, os níveis de TNF- foram ligeiramente maiores
no grupo que sobrevivente. Tais achados sugerem que embora presente e desempenhando
papel na resposta imune contra hantavírus, o TNF- não seria a única e talvez, nem a
principal citocina envolvida na depressão cardíaca e choque observados na SPCVH. Para
fundamentar tal hipótese, analisamos 3 doenças que levam ao choque e que têm como
mediador principal deste evento o TNF-. Na Síndrome de Choque do Dengue (DSS)
observaram-se níveis plasmáticos de TNF- mais elevados nos casos fatais (154 pg/mL)
que nos sobreviventes (79 pg/mL) (BETHELL et al, 1998). Na Febre Hemorrágica por
Ebola (EHF), uma enfermidade em que também ocorre extravasamento capilar com
90
infecção de células endoteliais, observaram-se níveis plasmáticos médios de TNF- em
sobreviventes de 113 pg/mL, e naqueles que foram a óbito, de 236 pg/mL (VILLINGER et
al, 1999). Ainda, em pacientes com choque séptico bacteriano, os níveis plasmáticos
médios de TNF- nos casos fatais foram mais elevados (140 pg/mL) que nos sobreviventes
(123 pg/mL) (PINSKY et al, 1993). Chama atenção que os teores do TNF- nos pacientes
com DSS, EHF, e choque séptico foram bem mais elevados que aqueles observados nos
indivíduos com SPCVH analisados neste trabalho incluindo os sobreviventes (média 17,8
pg/mL e mediana 16,4 pg/mL) e casos fatais (média 15,2 pg/mL e mediana 11,1 pg/mL)
(Figura 5C). Portanto, estes dados sugerem que outros mediadores envolvidos seriam mais
importantes que o TNF-, na indução do choque na SPCVH.
Uma citocina associada e que age em sinergia com o TNF- é a IL-1. A IL-1, que
existe nas formas IL-1 e IL-1, é produzida principalmente por monócitos/macrófagos
ativados, embora células mesangiais, células NK, linfócitos B, linfócitos T, neutrófilos,
células endoteliais, células musculares lisas, fibroblastos, astrócitos e células da micróglia
possam também produzi-la (VILCCEK, 1998). A IL-1 é uma citocina altamente
inflamatória e à semelhança do TNF-, possui efeitos biológicos na dependência da
quantidade liberada (DINARELLO, 1998; ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000). A IL-1
em baixa concentração media apenas a inflamação local, ao passo que, quando secretada
em alta concentração, cai na corrente sanguínea e produz efeitos inflamatórios sistêmicos
(ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000). No presente trabalho, as concentrações séricas de
IL-1 foram investigadas no grupo SPCVH, entretanto, com a exceção de uma amostra
neste grupo, níveis de IL-1o foram detectados (<5 pg/mL) (Figura 8B). Considerando
que os efeitos inflamatórios potentes da IL-1, fazem com que sua produção seja finamente
91
regulada pelo sistema imune, sendo fortemente inibida pela IL-10 (DINARELLO, 1998;
ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; FIORENTINO et al, 1991a), é possível que este
mecanismo inibitório ocorra na SPCVH, uma vez que altos níveis de IL-10 foram
encontrados no grupo SPCVH (Figura 11A). Por outro lado, a produção local de IL-1 nos
tecidos pode ter importância na patogênese da SPCVH, como foi sugerido por MORI et al
(1999), que observou grande número de células produtoras de IL-1 e IL-1 nos pulmões,
rins, fígado e baço de casos fatais da SPCVH. Embora células produtoras de IL-1 não
tenham ainda sido investigadas no coração de indivíduos com a SPCVH fatal, é possível
que elas estejam presentes também neste órgão, da mesma forma que as células produtoras
de TNF-, já evidenciadas em estudo anterior (SAGGIORO, 2004). Nossos achados
sugerem que somente quando a resposta imune/inflamatória é muito intensa, como parece
ter ocorrido com a paciente AVVS, um caso fatal de SPCVH que, curiosamente, exibiu
níveis modestos de IL-10 (22,06 pg/mL; Tabela 9), é que seria possível detectar IL-1 na
corrente sanguínea. Ademais, esta citocina, em conjunto com o TNF- e a IL-6, poderia
deprimir a função cardíaca na SPCVH, uma vez que tal efeito biológico da IL-1 é bem
conhecido (HOSENPUD, 1993; DINARELLO, 1996).
A IL-6 é uma citocina multifuncional, produzida por macrófagos, linfócitos T
ativados, células endoteliais, fibroblastos e outras células em resposta à IL-1 e em menor
extensão, ao TNF- (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000). Dentre os efeitos da IL-6 na
resposta imune estão, indução da diferenciação de linfócitos B em plasmócitos e de
linfócitos citotóxicos antígeno-específicos, bem como a manutenção de sua função
citolítica, a amplificação da capacidade citolítica das células NK, a indução da biosíntese de
proteínas de fase aguda pelos hepatócitos e além disso, funciona como citocina anti-
92
inflamatória (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; TAKAI et al, 1988; GALANDRINI
et al, 1991; LUGER et al, 1989; XING et al, 1998). No presente trabalho, níveis
significativos de IL-6 foram encontrados no soro dos indivíduos do grupo SPCVH (Figura
7A). Interessantemente, quando este grupo foi divido em casos fatais e sobreviventes e
entre eles comparou-se a concentração média plasmática de IL-6, níveis significantemente
maiores foram observados nos que foram à óbito (Figura 7C). Em trabalho utilizando
modelo experimental murino, no qual avaliou-se a capacidade da IL-6 em induzir falência
miocárdica, sua administração diária, por 7 dias, produzindo concentração sérica de
765pg/mL, produziu falência cardíaca e discreta atrofia muscular esquelética (JANSSEN et
al, 2005). No presente estudo, os casos fatais por SPCVH apresentaram mediana 1.119,8
pg/mL de IL-6 no soro. Níveis séricos de IL-6 semelhantes e até menores, foram
encontrados em pacientes que foram à óbito por síndrome da angústia respiratória aguda
(ARDS) (mediana 252 pg/mL e média 600 pg/mL), doença na qual ocorre falência
miocárdica (SCHUTTE et al, 1996). Um trabalho com indivíduos em choque séptico
mostrou, naqueles que desenvolveram falência de órgãos, concentração plasmática mediana
da IL-6 de 595 pg/mL (amplitude de 125 a 20.800 pg/mL) (TAKALA et al, 1999). Ainda,
observou-se que altas concentrações de IL-6 podem levar à dilatação miocárdica
(JANSSEN et al, 2005). Curiosamente, no grupo SPCVH aqui estudado, um dos
participantes (JVN, Tabelas 3 e 17) que exibiu um quadro atípico, de sintomatologia
prolongada (cerca de 1 mês de duração), apresentou cardiomegalia. Este poderia ser um
efeito da produção prolongada de IL-6. Ademais, outro efeito relevante da IL-6 é a indução
da fosfolipase A
2
,
enzima envolvida na síntese de prostaglandina e leucotrieno, e tamm
na hipotensão do choque séptico (CROWL et al, 1991; PFEILSCHIFTER et al, 1997;
93
PEILOT et al, 2000). Tal mecanismo poderia explicar porque, no presente trabalho, os
níveis da IL-6 correlacionaram-se à queda da pressão arterial (Figura 21A).
Portanto, os resultados obtidos com a IL-6 neste estudo sugerem para esta citocina
um papel importante, inibindo a função cardíaca e induzindo hipotensão na SPCVH.
Assim, a magnitude da expressão de IL-6 poderia ser determinante na evolução dos
indivíduos infectados por hantavírus.
Neste trabalho, foi também avaliada a relação existente entre TNF- e IL-6. Sabe-se
que o TNF- atua sobre células mononucleares estimulando a secreção de IL-1 e IL-6 na
circulação, numa cascata ordenada de produção (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000).
Entretanto, diferente do esperado, os resultados obtidos para TNF- e IL-6 tenderam a uma
correlação negativa (Figura 14), o que pode ser explicado pelo efeito inibitório que a IL-6
exerce sobre o TNF- (ADERKA et al, 1989; SCHINDLER et al, 1990; TILG et al, 1994).
A IL-6 inibe a produção do TNF- in vitro e in vivo, além de induzir a síntese do
antagonista do TNF-, TNFsRp55 (ADERKA et al, 1989; BEMELMANS et al, 1993;
TILG et al, 1994). Entretanto, a capacidade inibitória da IL-6 sobre a produção do TNF-
parece ser confinada à periferia, ou seja, à produção sistêmica, não afetando a produção
local tecidual (SANTO et al, 1997). Considerando que em casos fatais de SPCVH
observou-se número elevado de células produtoras de TNF- e IL-6 em pulmões (MORI et
al, 1999) e de células produtoras do TNF- no coração (SAGGIORO, 2004), mais estudos
seriam necessários avaliando nestes locais o papel inibitório da IL-6 sobre o TNF-.
Ainda, sobre o papel do TNF- e da IL-6 na SPCVH, uma visão contrária aos
efeitos deletérios do TNF- e até da IL-6, poderia ser especulada. A inibição da produção
do TNF- pela expressão aumentada da IL-6, foi associada com redução do clearance viral
94
na infecção por vírus da encefalomiocardite (EMCV) e com agravamento da miocardite
(TANAKA et al, 2001). Sabe-se que o TNF-, em conjunto com IFN-, tem efeito benéfico
no clearance viral (CZARNIECKI, 1993; GUIDOTTI e CHISARI, 2001). Sugere-se que
baixos níveis de IL-6 seriam benéficos à resposta imune na infecção viral, enquanto que
níveis excessivos seriam deletérios (TANAKA et al, 2001). Isto tem sido demonstrado em
modelos experimentais murinos nos quais verificou-se que animais deficientes de IL-6 são
mais susceptíveis à infecção viral e que a administração de baixas doses da IL-6, mas não
de alta doses, reduz esta susceptibilidade (LEBLANC et al, 1999; TANAKA et al, 2001).
Entretanto, na infecção por hantavírus tais efeitos não puderam ainda ser testados em
modelo animal (HOOPER et al, 2001; MILAZZO et al, 2002) e melhor compreensão do
balanço TNF- / IL-6 na SPCVH poderia ser obtida correlacionando-se teores destas
citocinas com carga virêmica. Também poder-se-ia correlacionar a intensidade da
imunomarcação de hantavírus em pulmão e coração dos casos fatais com número de células
produtoras destas citocinas nestes tecidos.
Finalmente, as análises de variância para TNF- e IL-6 entre os subgrupos SPCVH
“cura e coleta <7 dias”, “cura e coleta >7 dias”, “óbito e coleta <7 dias” e “óbito e coleta >7
dias” não mostraram diferenças (Figuras 5B e 7B), provavelmente pelo pequeno número de
pacientes analisados em cada grupo. Os subgrupos “óbito e coleta <7 dias” e “óbito e coleta
>7 dias” somaram juntos apenas 3 indivíduos, não permitindo cálculo do desvio padrão, o
que, provavelmente, prejudicou a análise estatística dos mesmos. Portanto, nos pacientes
com SPCVH, não foi possível detectar diferenças em níveis de TNF- e IL-6 antes e após
7 dias do início dos sintomas.
95
Avaliamos, também, os níveis plasmáticos de NO e proteína C reativa, dois
mediadores inflamatórios que têm produção associada às respostas inatas de macrófagos e à
produção de TNF- e IL-6 (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; JANEWAY Jr., et al
2002; MELDRUM, 1998). Contrário ao esperado, os níveis plasmáticos de NO no grupo
SPCVH não foram diferentes daqueles encontrados no grupo controle (Figura 13A),
chegando até a níveis ligeiramente menores no primeiro grupo. Entretanto, prejudica esta
análise o uso de medicamentos anti-hipertensivos, conhecidos por induzirem aumento de
NO sistêmico, por alguns dos indivíduos controle (KOHNO et al, 1999; SUDA et al, 2006).
Contudo, os maiores níveis de NO foram observados nos casos fatais de SPCVH (Figura
13B). Resultado semelhante foi observado por DAVIS et al (2002) em pacientes com
SPCVH, norte-americanos. Naquele estudo, os pacientes que necessitaram de entubação e
que foram a óbito mostraram maiores teores de NO em relação aos controles, o que não
ocorreu com os que tiveram doença branda (DAVIS et al, 2002). Ainda, células produtoras
de iNOS (enzima envolvida na biosíntese do NO) foram encontradas no miocárdio de casos
fatais por SPCVH no estudo realizado por SAGGIORO (2004). Também, nos pacientes
com SPCVH analisados no presente trabalho, encontramos correlação positiva entre teores
de IL-6 e NO (Figura 18B). Ambos mediadores estavam em maiores concentrações no
sangue dos indivíduos dos casos fatais. De fato, um dos mecanismos pelos quais a IL-6
exerce efeito inotrópico negativo é através da indução de NO (FINKEL et al, 1992). Não
observamos correlação entre TNF- e NO (Figura 18A). Este resultado foi inesperado, pois
sabe-se que o TNF- é um forte indutor de NO (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000;
JANEWAY Jr., et al 2002; MELDRUM, 1998; FINKEL et al, 1992). Aventamos que a
análise estatística neste caso tenha sido prejudicada pelo pequeno número de amostras
96
analisadas (11 amostras). O resultado obtido nos casos fatais de SPCVH do presente
trabalho, em acordo com os de DAVIS et al (2002) e SAGGIORO (2004), sugerem que
NO, quando produzido em excesso, pode contribuir para a gravidade da SPCVH e o óbito,
provavelmente, devido aos conhecidos efeitos cardio-depressores do NO (RUBANYI,
1998; FINKEL et al, 1992).
A proteína C reativa é uma proteína de fase aguda inflamatória produzida por
hepatócitos e regulada por inúmeros fatores, inclusive IL-1, TNF- e IL-6 (HIRANO,
1998; ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; JANEWAY Jr., et al 2002). Esta proteína é
produzida em resposta a infecção, queimaduras, trauma e neoplasias (ABBAS,
LICHTMAN e POBER, 2000), aumentando a susceptibilidade das células endoteliais à
citotoxicidade mediada por célula T e exercendo efeito pró-inflamatório direto nestas
células (NAKAJIMA et al, 2002; PASCERI et al, 2000). Neste trabalho, observamos níveis
elevados de proteína C reativa nos pacientes com SPCVH (Tabela 10). Níveis plasmáticos
elevados desta proteína foram observados em pacientes com choque séptico bacteriano
(mediana 19,3 mg/dL; amplitude 6,9 – 44,1) e em um paciente com falência múltipla de
órgãos por infecção com hantavírus PUUV. Neste paciente o aumento progressivo deste
mediador (de 4 mg/dL a 36 mg/dL) correlacionou-se com o agravamento dos sintomas, em
6 dias, da doença ao óbito (HOIER et al, 2006). Entretanto, no presente estudo, não
encontramos diferença nos teores de proteína C reativa entre sobreviventes e casos fatais
por SPCVH, sugerindo que este marcador inflamatório não teria valor prognóstico na
SPCVH.
Neste trabalho, a produção sistêmica de IFN- foi também avaliada. O IFN- e o
IFN- (IFNs do tipo I) são citocinas antivirais, diretamente induzidas pela infecção viral
97
(JANEWAY Jr. et al, 2002; KATZE et al, 2002). Os IFN do tipo I exercem seu efeitos anti-
virais por inúmeros mecanismos e são considerados a primeira linha de defesa nestas
infecções (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; KATZE et al, 2002). Apesar disso, no
presente trabalho, não foi detectado IFN- no soro dos pacientes com SPCVH (<3 pg/mL;
Tabela 9). Não há consenso sobre a produção de interferons do tipo I na infecção por
hantavírus (PENSIERO et al, 1992; TEMONEN et al, 1995; FRESE et al, 1996;
KANERVA et al, 1996; GEIMONEN et al, 2002; NAM et al, 2003; KRAUS et al, 2004;
KHAIBOULLINA et al, 2005a; PRESCOTT et al, 2005). Embora haja consenso de que a
proteína MxA-induzida por IFN seja expressa nas células infectadas por hantavírus, a
indução da transcrição do gene desta proteína e de outros genes ISG (interferon-stimulated
genes) parece ocorrer por uma via independente de IFN-/ (PRESCOTT et al, 2005).
Suportando nosso resultado, PENSIERO et al (1992) e KRAUS et al (2004) demonstraram
que hantavírus induz a produção de IFN- em células endoteliais, mas não IFN-.
PRESCOTT et al (2005) observaram que a infecção in vitro por hantavírus em células
endoteliais, não induz a transcrição dos genes de IFN-/. Entretanto, IFN- é induzido em
baixas concentrações, em monócitos/macrófagos infectados por PUUV in vitro
(TEMONEN et al, 1995). Também, altas concentrações de IFN- são produzidas por DCs
infectadas por vírus Hantaan in vitro (RAFTERY et al, 2002). Deste modo, a indução de
IFN- por hantavírus parece depender do tipo celular estudado. Portanto, a produção de
IFN- pelas DCs infectadas por hantavírus, se de fato ocorre in vivo, deve ser de forma
parácrina, no interior dos órgãos linfóides, uma vez que não foi detectada esta citocina na
circulação dos pacientes com SPCVH por nós estudados. Finalmente, caso haja produção
98
sistêmica de IFN-, isto ocorreria em fase precoce da infecção por hantavírus. Mais estudos
são necessários para esclarecer o papel do IFN- na SPCVH.
Além do TNF-, IL-1 e IL-6, outras citocinas pró-inflamatórias - como o TNF-,
IFN- e IL-12 - foram avaliadas no presente estudo. O TNF-, também chamado de
Linfotoxina-, é 30% homólogo ao TNF-, embora com alto nível de conservação na
estrutura tri-dimensional e compete com o TNF- pela ligação aos mesmos receptores de
superfície celular (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; WARE, SANTEE e GLASS,
1998). O TNF- tem efeitos semelhantes aos do TNF-, embora seja menos potente
(MELDRUM et al, 1998). Também, diferentemente do TNF- que é produzido
principalmente por macrófagos, o TNF- é produzido principalmente por linfócitos T
ativados (TH1), embora linfócitos B e células NK possam também produzi-lo (GRAY et al,
1984; WARE, SANTEE e GLASS, 1998). O TNF- é capaz de ativar macrófagos e
neutrófilos e é diretamente citotóxico para algumas células (JANEWAY Jr. et al, 2002). No
presente estudo, níveis elevados de TNF- foram encontrados no grupo SPCVH, apesar da
grande variação entre as amostras (amplitude de 0 a 54,45 pg/mL; Tabela 9), sendo a média
de 16,6 pg/mL e a mediana de 7,7 pg/mL (Figura 6A). Achado semelhante foi obtido na
quantificação do IFN-, em que apesar da mediana ser igual a zero, a concentração média
no grupo SPCVH foi de 6,49 pg/mL (amplitude de 0 a 67,23 pg/mL; Tabela 9; Figura 9A).
Não se encontrou diferenças estatísticas significantes para os níveis de TNF- e IFN- entre
os grupos SPCVH e controle, o que poderia ser explicado pelo pequeno número de
amostras analisadas no grupo SPCVH (n=17 e n=12, respectivamente) e principalmente
pelas diferentes fases da doença em que as coletas das amostras foram realizadas (de 2 a 28
dias a partir do início dos sintomas; Tabela 4). Apesar disso, sabe-se que o TNF- é
99
produzido coordenadamente com o IFN- por linfócitos TH1 (ABBAS, LICHTMAN e
POBER, 2000; JANEWAY Jr. et al, 2002) e esta correlação foi encontrada no presente
trabalho (Figura 16B). Este achado, somado à presença de níveis elevados de TNF- e IFN-
em alguns dos pacientes analisados e a não detecção de IL-4 e IL-5 - citocinas produzidas
em condições TH2 (Tabela 9) - sugerem que a polarização da resposta imune na SPCVH é
para um padrão TH1.
A resposta TH1 favorece o clearance viral mas poderia produzir fenômenos
imunopatológicos que agravam a SPCVH. TERAJIMA et al (1999) observaram a
coincidência do edema pulmonar com a queda rápida da viremia, o que poderia refletir
estes efeitos paradoxais da resposta TH1 na SPCVH. No presente trabalho, também
observamos efeitos deletérios da resposta TH1 porque, altos níveis de TNF- e de IFN-
correlacionaram-se com a hipotensão (Figuras 20B e 21B) e a hemocentração (Figuras 20A
e 19A). Altos níveis de TNF- estiveram também correlacionados com a hipóxia (Figura
22B). Tais resultados mostram que estas citocinas efetoras da resposta TH1 correlacionam-
se com a gravidade da SPCVH.
Ademais, os eventos precoces da infecção por hantavírus no ser humano são
pobremente conhecidos (NICHOL, 2001). Considerando que o período de incubação da
doença é longo (14 a 17 dias é o mais frequente; YOUNG et al, 2000) e que anticorpos
estão presentes já no período prodrômico da doença, tanto das subclasses IgG3 e IgG2
quanto IgG1, isotipos produzido em condições de ativação TH1 e TH2 (BOSTIK et al,
2000; KHAIBOULINA et al, 2005b) seria possível que na fase precoce da infecção
ocorresse uma resposta TH2. Com a evolução da doença, esta resposta seria substituída
pela TH1 e os sintomas da SPCVH tornar-se-iam evidentes. Respostas mistas, de padrão
100
TH1/TH2, tem sido sugeridas para a infecção com PUUV, com base nos isotipos de IgG
produzidos por modelo murino, após imunização com proteína N viral (NICACIO et al,
2001). Ainda, linfócitos do sangue periférico com marcação intra-celular para IL-4 (padrão
TH2) foram encontrados em pacientes com HFRS por vírus Hantaan (LIU et al, 2006).
Contudo, se ocorre uma troca da resposta imune na hantavirose, os mecanismos envolvidos
neste processo são desconhecidos e necessitam ser estudados.
O IFN- é produzido por certas células do sistema imune, classicamente, NK,
linfócitos T auxiliares CD4+ ativados e polarizados para TH1, linfócitos T citotóxicos
CD8+ ativados e células T  (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; JANEWAY Jr. et
al, 2002; KATZE, HE e GALE Jr., 2002). De modo geral, as infecções virais estimulam as
células NK a produzirem IFN-, que atua sobre os macrófagos induzindo a secreção de IL-
12, e esta por sua vez, estimula os linfócitos T CD4+ ativados e em proliferação a
diferenciarem-se em células TH1 (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; JANEWAY Jr.
et al, 2002; BERENSON, OTA e MURPHY, 2004). O IFN- é a citocina efetora mais
importante produzida nas respostas imunes padrão TH1 além de inibir a produção de
células TH2 (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; JANEWAY Jr. et al, 2002; KATZE,
HE e GALE Jr., 2002; BERENSON, OTA e MURPHY, 2004). Funcionalmente, o IFN-
produzido pelas células T CD8+ pode bloquear diretamente a replicação viral ou mesmo
levar à eliminação do vírus sem matar a célula infectada, além de aumentar a expressão de
moléculas do MHC de classe I, e também as de classe II em macrófagos, induzir a síntese
de IgG2a pelos linfócitos B e ativar macrófagos e células NK (JANEWAY Jr. et al, 2002;
GUIDOTTI e CHISARI, 2001). Em estudos imunohistoquímicos, células produtoras de
IFN- foram observadas nos pulmões (nas paredes alveolares), mas não no coração, de
101
casos fatais por SPCVH (MORI et al, 1999; SAGGIORO, 2004). Tais células foram
também encontradas no baço e fígado, principalmente nos sinusóides, sugerindo que as
células produtoras de IFN- (e também de outras citocinas) possam estar presentes em
vários locais (MORI et al, 1999). Os resultados obtidos no presente trabalho e discutidos
acima, corroboram os achados de MORI et al. (1999), suportando a idéia de que a produção
excessiva de citocinas em nível local e sistêmico, possa ter papel importante no edema
pulmonar e no choque cardiogênico da SPCVH. Contudo, é provável que doses moderadas
de IFN- aumentem a eficiência do clearance de hantavírus, como tem sido observado em
outras infecções virais (GUIDOTTI et al, 1994; KOHONEN-CORISH et al, 1990; LUCIN
et al, 1992; GUIDOTTI e CHISARI, 2001).
Além do IFN-, a resposta imune de padrão TH1 é também caracterizada pela
presença de IL-12 (BERENSON, OTA e MURPHY, 2004). No presente trabalho,
encontrou-se níveis elevados de IL-12 em alguns dos pacientes com SPCVH (Tabela 9),
embora não tenham sido diferentes daqueles encontrados nos controles (Figura 8A). À
semelhança do TNF- e IFN-, encontrou-se grande variação nos níveis da IL-12 entre os
pacientes com SPCVH (amplitude de 0 a 733,2 pg/mL; Tabela 9), que poderiam estar
relacionadas a diferentes fases da doença em que foram colhidas as amostras ou, poderia
refletir diferenças na intensidade da resposta imune individual. A IL-12 foi originalmente
identificada com base na sua capacidade para potencializar, em sinergia com IL-2, a
secreção de IFN- (GATELY et al, 1986; WONG et al, 1987; CHAN et al, 1991). Neste
trabalho, observamos este efeito da IL-12 pois encontramos correlação positiva desta
citocina com INF- (Figura 15 A).
102
Com base em nossos resultados com a IL-12 e naqueles observados por RAFTERY
et al, 2002, elaboramos um mecanismo de indução inicial de resposta imune adquirida na
SPCVH. Sabe-se que a IL-12 é forte indutora da polarização de células T CD4 naïve para
TH1 (BERENSON, OTA e MURPHY, 2004) e que macrófagos e DCs são os principais
produtores de IL-12, em resposta a estímulo microbiano (D’ANDREA et al, 1992;
MACATONIA et al, 1995). Entretanto, RAFTERY et al (2002) verificaram que hantavírus
infectando DCs humanas (in vitro) não induzem produção de IL-12 nestas células apesar de
induzirem a expressão de moléculas co-estimulatórias (marcadores de DCs maturas) como
CD40, CD80, CD86 e moléculas do MHC classe I e II. Deste modo, é possível que durante
a fase precoce de indução da resposta linfocitária ao hantavírus, a polarização para TH1
ocorra de forma independente de IL-12, como tem sido demonstrado em outras situações
(NOBLE et al, 2001). Esta polarização dar-se-ia pela produção de IFNs do tipo I (IFN- e
) pelas DCs infectadas por hantavírus, embora com menor eficiência que aquela obtida
pela ação de IL-12 (TRINCHIERI, 2003; ROGGE et al, 1998; NGUYEN et al, 2002;
ATHIE-MORALES et al, 2004; BERENSON, OTA e MURPHY, 2004). De fato,
RAFTERY et al (2002) demonstraram que hantavírus induzem a produção in vitro de TNF-
e IFN- em DCs e que estas células são capazes de estimular eficientemente a
proliferação de linfócitos.
De acordo com a teoria de que resposta imune celular mais intensa seria deletéria
aos indivíduos infectados com hantavírus (NOLTE et al, 1995; ZAKI et al, 1995; ENNIS et
al, 1997; KILPATRICK et al, 2004; MORI et al, 1999; PRESCOTT et al, 2005; BORGES
et al, 2006), observamos que os níveis de IL-12, bem como de IL-2R – um marcador de
ativação linfocitária (RUBIN et al, 1985) – correlacionaram-se positivamente com a
103
hemoconcentração, nos pacientes com a SPCVH (Figuras 19C e D). Os teores plasmáticos
de IL-2R correlacionaram-se também com a hipóxia (Figura 22 A) e estavam muito
aumentados nos pacientes com SPCVH (Figura 10A). IL-2R de alta afinidade é composto
de 3 cadeias polipeptídicas (, e ) e a sua expressão na membrana é dependente da
ativação de linfócitos T, após a apresentação do antígeno. A estimulação crônica ou intensa
das células T induz o desprendimento da cadeia IL-2R, chamada de receptor solúvel da
IL-2 (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000), por nós abreviado como IL-2R. Além de
marcador de estimulação antigênica forte, o IL-2R é detectável em situações de inflamação
sistêmica (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; TAKALA et al, 1999). Também, altos
níveis de IL-2R foram encontrados em pacientes com choque séptico bacteriano (3.815
U/mL; TAKALA et al, 1999), com dengue hemorrágico (16.654 pg/mL; LIBRATY et al,
2002) e com NE por PUUV (3.641 U/mL), correlacionando-se, no último caso, com o grau
de trombocitopenia (TAKALA et al, 2000). No presente estudo, observamos que os níveis
de IL-2R foram maiores nos pacientes (sobreviventes e fatais) cuja coleta amostral foi
realizada após 7 dias do início dos sintomas (Figura 10B). Este resultado pode refletir o
tempo necessário à cinética de maturação da resposta imune adquirida, sugerindo ativação e
proliferação de maior número de linfócitos, produtores deste receptor. Ainda, níveis
elevados de IL-2R poderiam contribuir para a regulação da resposta imune, uma vez que
este receptor pode ligar-se à IL-2 livre, impedindo sua interação com as células-alvo.
Entretanto, este não parece ser um mecanismo imunossupressor eficiente (ABBAS,
LICHTMAN e POBER, 2000). De acordo com este pressuposto e à semelhança de outros
produtos linfocitários ativados (TNF- e IFN-), observamos que os níveis de IL-2R
104
correlacionaram-se positivamente com a hemoconcentração e com a hipóxia nos pacientes
com SPCVH (Figuras 19D e 22A).
Os resultados deste estudo reforçam a idéia de que a magnitude da resposta de
células T efetoras correlaciona-se à gravidade da doença, como sugerido por outros autores
(ENNIS et al, 1997; KILPATRICK et al, 2004). O nível de ativação imune pode refletir a
carga antigênica de vírus na dose inalada ou poderia estar associada a fatores genéticos do
hospedeiro (TERAJIMA et al, 1999; ENNIS et al, 1997).
Os níveis de IFN- avaliados nos quatro subgrupos SPCVH “cura e coleta <7 dias”,
“cura e coleta >7 dias”, “óbito e coleta <7 dias” e “óbito e coleta >7 dias” e no grupo
controle mostraram-se diferentes (Figura 9B). É interessante que, quando os subgrupos
foram comparados aos pares: “cura e coleta <7 dias” com “cura e coleta >7 dias”, e “óbito e
coleta <7 dias” com “óbito e coleta >7 dias”, os níveis de IFN- mostraram-se mais
elevados
nos grupos cuja coleta foi realizada em tempo <7 dias do início dos sintomas.
Esta mesma tendência foi virtualmente observada nos mesmos subgrupos para a
quantificação do TNF- (Figura 6B) embora sem diferença significante (possivelmente
pelo pequeno número de pacientes analisados, especialmente nos casos fatais).
Considerando que o TGF- é forte inibidor de respostas TH1 e antagonista de IFN-, faz
sentido a diferença nos teores de IFN- (e a tendência observada para o TNF-) observada
nos subgrupos com SPCVH se considerarmos que naqueles com coleta <7 dias os níveis de
TGF- mostraram-se menores
que nos subgrupos com coleta >7 dias (Figura 12B) (LIN et
al, 2005; LANGERMANS et al, 2001).
105
Nossos achados sugerem que na SPCVH a resposta sistêmica à infecção seja
caracterizada por fases pró-inflamatórias e anti-inflamatórias paralelas, dirigidas pela
expressão sequencial de citocinas.
O TGF- é uma citocina pleiotrópica com potentes propriedades imunoregulatórias
(LETTERIO, 1998). Esta citocina suprime o desenvolvimento ou a intensidade da auto-
imunidade em inúmeros modelos experimentais (CAUTAIN et al, 2001; GREWAL et al,
2002; LIU et al; 2003), controla a ativação de células T (LUCAS et al, 2000), e nas vias
aéreas, inibe a inflamação induzida por antígeno e a super reatividade alérgica (NAKAO et
al, 2000). Ademais, o TGF- tem uma função crítica e não redundante como antagonista do
desenvolvimento de células TH1, in vivo, sendo um potente inibidor da produção de IFN-
tanto nos linfócitos recém ativados quanto nos linfócitos maduros efetores (LIN et al, 2005;
LANGERMANS et al, 2001). Neste trabalho, observou-se que os níveis de TGF- séricos
no grupo SPCVH estavam significantemente reduzidos em relação ao grupo controle
(Figura 12A). Este achado sugere que, durante a infecção por hantavírus, ocorra uma
inibição da produção desta citocina por mecanismo desconhecido e isto explicaria a reação
imune intensa na SPCVH. Também, a correlação positiva entre níveis de TGF- e pressão
arterial média nos pacientes com SPCVH (Figura 21D), sugere um efeito benéfico da
citocina, regulando a resposta imune, a imunopatologia induzida por hantavírus e o
desenvolvimento da hipotensão e choque.
A produção de TGF- reduzida durante a infecção por hantavírus poderia ser
relacionada com os teores elevados de linfócitos ativados na circulação dos pacientes com
SPCVH (ENNIS et al, 1997). KILPATRICK et al, (2004), demonstraram que frequências
muito mais elevadas de células T CD8+ SNV-específicas estão presentes na SPCVH em
106
comparação a outras infecções virais como hepatite B, hepatite C (HCV), Aids, dengue e
vaccínia (MAINI et al, 1999; WILSON et al, 2000; LECHNER et al, 2000;
MONGKOLSAPAYA et al, 2003; TERAJIMA et al, 2003; KILPATRICK et al, 2004). O
TGF- inibe a diferenciação de linfócitos TH1 e TH2 por bloquear a expressão dos fatores
de transcrição envolvidos na diferenciação destas células, T-bet e GATA-3,
respectivamente (GORELIK et al, 2002; GORELIK et al, 2000, CHEN et al, 2003a;
SCHMIDT-WEBER e BLASER, 2004). Por outro lado, induz a expressão de FOXP3, um
fator de transcrição que promove a geração de células T regulatórias (Tregs) naturais
(CHEN et al, 2003b; FANTINI et al, 2004). As Tregs naturais e também as Tregs induzidas
(chamadas TH3 e Tr1), bem como as citocinas supressoras TGF-, IL-10 e IL-4 por elas
secretadas, têm papel crucial no controle das respostas imunes e da imunopatologia
(MILLS, 2004). Com a redução na produção do TGF- a geração das Tregs naturais
poderia estar prejudicada na SPCVH.
Um outro tipo de célula T regulatória, a chamada Tr1, é gerada na periferia,
especialmente na mucosa do trato respiratório, após contato com antígeno apresentado
pelas DCs em estado de ativação semi-maduro (JONULEIT et al, 2000; WEINER, 2001;
MILLS, 2004). DCs pulmonares, após o encontro com antígeno, produzem IL-10 e
induzem células Tr1 (AKBARI et al, 2001) que atuariam induzindo tolerância a antígenos
respiratórios (WEINER, 2001). Neste trabalho, encontramos os níveis séricos elevados de
IL-10 nos pacientes com SPCVH (Figura 11A). Células produtoras desta citocina também
foram observadas no coração de casos fatais por esta doença (SAGGIORO, 2004). Assim,
embora pareça haver uma deficiência da função regulatória mediada por TGF- na
SPCVH, ocorre regulação da resposta imune ao hantavírus mediada por IL-10. Apesar
107
disso, tal mecanismo parece não ser muito eficiente, uma vez que níveis de IL-10
correlacionaram-se com hemoconcentração e hipotensão nos pacientes com SPCVH
(Figuras 19B e 21C).
Além da produção de citocinas anti-inflamatórias pelas células T regulatórias
antígeno-específicas, ocorre também a produção destas citocinas pelas células do sistema
imune inato, participando como reguladoras na imunopatologia induzida pela infecção
(MILLS, 2004). Sabe-se que o TNF- e a IL-10 atuam antagonicamente na resposta
inflamatória funcionando como um sistema autócrino de feedback negativo e equilibrando a
produção de citocinas no sítio da infecção (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000).
Contudo, neste estudo não observamos correlação entre níveis de IL-10 e TNF- nos
pacientes com a SPCVH, possivelmente devido ao pequeno número de amostras analisadas
para ambas as citocinas (9 amostras, Tabela 9). Entretanto, em análises imunohistoquímicas
do miocárdio de casos fatais da SPCVH, encontrou-se significante correlação entre células
produtoras de IL-10 e TNF- (SAGGIORO, 2004). Também, é sabido que a IL-10,
inibindo citocinas estimulatórias produzidas por DCs e macrófagos, inibe indiretamente a
produção de citocinas por linfócitos T ativados (de WAAL MALEFYT et al, 1991;
FIORENTINO et al, 1991b). Ainda, a IL-10 inibe indiretamente a produção do IFN- pelas
células NK ativadas por IL-2 e IL-12 (HSU et al, 1992; D’ANDREA et al, 1993). Contudo,
no presente trabalho, os níveis séricos de IL-10 nos pacientes com SPCVH se
correlacionaram positivamente com as citocinas produzidas por linfócitos ativados IFN- e
TNF- (Figuras 16C e 17). Este resultado inesperado poderia ser falso-positivo, ou seja,
uma conseqüência dos altos teores de IL-10 produzidos num estado de grave inflamação,
onde grandes concentrações de IFN- e TNF- são também produzidas. De fato, maiores
108
teores, tanto de IL-10 quanto de IFN- e TNF- foram produzidos nos primeiros 7 dias de
SPCVH (Figuras 11B; 9B e 6B). Portanto, nestes pacientes com SPCVH não foi possível
demonstrar o efeito inibitório indireto da IL-10 sobre a produção de IFN- e TNF-.
Embora a IL-10 seja produzida principalmente por monócitos/macrófagos ativados,
linfócitos T (TH1 e TH2) podem também produzi-la (AMAN et al, 1996; DAFTARIAN et
al, 1996). A produção de IL-10 por linfócitos T é amplificada por IL-12 e IFN- (AMAN
et al, 1996; DAFTARIAN et al, 1996). No presente trabalho, observamos que os níveis
séricos de IL-10 nos pacientes com SPCVH se correlacionaram positivamente com os de
IL-12 (Figura 15B), refletindo o efeito indutor desta citocina sobre a produção de IL-10.
Como as citocinas exercem efeitos estimulatórios e inibitórios sobre as células
imunológicas, a natureza da resposta imune global é determinada pelas concentrações das
diferentes citocinas no local da ativação imune. Sabe-se que as células T regulatórias têm
papel crucial suprimindo respostas imunes e mantendo o equilíbrio controlador da infecção,
prevenindo a imunoagressão e a auto-imunidade (MILLS, 2004; THOMPSON e POWRIE,
2004; TAYLOR et al, 2006). É muito provável que estas células regulatórias estejam
presentes nos tecidos e no sangue dos pacientes com SPCVH, o que necessita ser
investigado. A presença de células produtoras de IL-4 (citocina supressora, produzida por
alguns tipos de células T regulatórias) nos pulmões, rins, fígado e baço de casos fatais de
SPCVH (MORI et al, 1999), poderia ser uma evidência disto. Finalmente, é possível que
indivíduos com maior atividade de células Tregs durante a SPCVH possam desenvolver
formas mais brandas da doença. Sabe-se que ocorrem casos de infecção por hantavírus
associados a SPCVH mas produzindo doença leve, sem insuficiência respiratória e as
causas ou fatores envolvidos neste comportamento clínico não são conhecidas (ZAVASKY
109
et al, 1999; KITSUTANI et al, 1999). Nesses casos, assim como naqueles indivíduos com
sorologia positiva para hantavírus mas sem história de SPCVH, poderiam estar envolvidos
polimorfismos em genes de proteínas do sistema imune, como HLA e citocinas.
Altos níveis de anticorpos contra hantavírus têm sido encontrados na população
geral, inclusive em pessoas sem nenhuma história de SPCVH, em regiões do Paraguai
(40%), Província Salta na Argentina (17%) e na cidade de Jardinópolis, na região de
Ribeirão Preto-SP (14,3%) (PETERS 1998; FERRER et al, 1998; VINCENT et al, 2000;
WILLIAMS et al, 1997; CAMPOS, et al 2003). Uma vez que a magnitude de ativação da
resposta imune tem sido associada à gravidade da SPCVH, um possível fator genético
poderia atuar evitando esta resposta imunológica exacerbada (KILPATRICK, et al, 2004;
KHAIBOULLINA et al, 2005b; TERAJIMA et al, 2004). Genes do HLA e citocinas
poderiam estar associados neste processo. Os genes do HLA codificam proteínas essenciais
ao reconhecimento de antígenos pelos linfócitos T (JOHNSON, et al 1999b). Desta forma,
os alelos HLA de indivíduos infectados por hantavírus são provavelmente capazes de afetar
a magnitude de ativação dos linfócitos T, com respostas variáveis para diferentes haplótipos
(ENNIS et al, 1997). Este é o primeiro trabalho que analisa HLAs em pacientes com a
SPCVH, no Brasil. Observamos que a frequência do grupo alélico HLA-A*80 estava
aumentada nos indivíduos com SPCVH quando comparada à da população (Tabela 13) e
indicando que a doença ocorre 62,2 vezes em portadores do alelo. Portanto, os resultados
mostram que o HLA-A*80 é um fator de risco para a doença. Entretanto, faz-se necessário
confirmar esta observação em maior número de pacientes com SPCVH.
As frequências dos grupos alélicos HLA-B*38 e HLA-B*78 estavam aumentadas
nos indivíduos com SPCVH quando comparadas com as da população (Tabela 15). Estes
alelos contribuiriam em 11% e 4%, respectivamente, para o desenvolvimento da SPCVH
110
em indivíduos infectados com hantavírus. Embora o número de pacientes analisados seja
pequeno para estudos deste tipo, os alelos de HLA-B que parecem oferecer risco à SPCVH
na população da região de Ribeirão Preto, foram similares daqueles associados à gravidade
da SPCVH na população norte americana. Nos EUA, a gravidade da SPCVH mostrou-se
associada ao HLA-B*35, presente em 70% dos pacientes com a SPCVH grave (KOSTER
et al, 2001; KILPATRICK et al, 2004). Também, observou-se que pacientes com SPCVH
por SNV possuíam clones de linfócitos T CD8+ e CD4+ que reconheciam epítopos virais
restritos ao HLA B*35 e ao HLA Cw*7 (ENNIS et al; 1997). No presente trabalho, o HLA-
B*35 estava presente em 6 dos 21 pacientes do grupo SPCVH, sendo 2 casos fatais e 2
sobreviventes mas com SPCVH grave necessitando entubação e ventilação assistida (4/6
casos graves, 66,6%).
Estudo com 74 pacientes na Finlândia, demonstrou que o alelo HLA-B*27 está
associado a curso benigno e envolvimento renal leve da NE por PUUV, enquanto que o
haplótipo HLA B*8 e DRB1*03 estaria relacionado a quadros de choque (MUSTONEN et
al, 1996; MÄKELÄ et al, 2002). O mesmo haplótipo está associado à resposta imune
aumentada ou alterada a vários antígenos e à falência na resposta vacinal contra hepatite B
(OSOBA e FALK, 1978, ALPER et al, 1989). Porém, em nosso estudo, o haplótipo HLA
B*8 e DRB1*03 foi encontrado em apenas 2 pacientes com SPCVH (JBA e JPM; Tabela
12), um deles teve SPCVH grave necessitando entubação e ventilação assistida. Também,
o HLA-B*27 estava presente em apenas 2 dos pacientes estudados, sendo um deles um
caso fatal. As freqüências dos alelos HLA diferem consideravelmente entre grupos étnicos,
alguns alelos HLA estão restritos ou são encontrados em freqüências muito mais elevadas
em determinadas subpopulações étnicas (JOHNSON, et al 1999). Nossos resultados com o
HLA-B divergem daqueles encontrados em outras populações, como a norte-americana e a
111
européia. Entretanto, como o número de pacientes analisados no presente estudo é pequeno
(21 indivíduos), faz-se necessário estudar maior número de pacientes para definitivamente
concluir se na população brasileira os alelos HLA-B*35 e HLA-B*08 contribuem para a
gravidade da infecção por hantavírus.
Quanto ao HLA-Cw, neste trabalho observou-se que o HLA-Cw*03 é mais
frequentemente encontrado nos pacientes com SPCVH que na população (Tabela 16). Este
alelo contribuiria em 22% para a susceptibilidade à SPCVH na população brasileira. Ao
contrário do HLA-Cw04 que tem sido associado à persistência da infecção por HCV (THIO
et al, 2002), o HLA-Cw03 não tem sido associado à outras infecções. Sabe-se que o HLA-
Cw*03 é ligante de um dos receptores inibitórios da ativação e da lise de células NK p58
(chamado KIR2DL3) (MAENAKA et al, 1999). Se esta função estaria envolvida na
susceptibilidade à SPCVH é totalmente desconhecido e necessita estudos adicionais.
A frequência dos grupos alélicos de HLA-DRB1 nos pacientes com SPCVH não
foram diferentes das encontradas na população (Tabela 17), nem mesmo para o alelo HLA-
DRB1*03 que nos estudos com NE mostrou-se associado com gravidade da doença por
PUUV (MUSTONEN et al, 1996; MÄKELÄ et al, 2002).
Polimorfismos nos genes de citocinas têm impacto pouco conhecido na resposta
imune aos hantavirus e neste trabalho buscamos por evidências de que a gravidade da
SPCVH estaria relacionada ao excesso de citocinas produzidas e ao polimorfismo nestes
genes.
O gene para TNF- está localizado na região do MHC de Classe III (SPIES, et al,
1986). Em vista dos efeitos biológicos do TNF e da localização de seu gene codificador,
têm sido especulado que polimorfismos neste locus possam estar associados a doenças
112
auto-imunes e infecciosas (JACOB, 1992). Deste modo, SNP na posição –308 da região
promotora do TNF- estaria envolvido na regulação da secreção desta citocina (WILSON
et al, 1992; WILSON et al, 1997), apesar de existirem resultados contraditórios (STUBER
et al, 1996). A presença do alelo TNF2 têm sido associada a fenótipos de alta produção do
TNF- (WILSON et al, 1997). No presente trabalho, observou-se que o alelo TNF2 foi
mais frequente nos indivíduos que desenvolveram a SPCVH do nos que tiveram infecção
pregressa por hantavirus mas sem história clínica de doença (soropositivos) (Figura 25).
Este resultado sugere que o alelo TNF2 possa estar envolvido na progressão da SPCVH.
Também, uma vez que encontramos diferença na frequência do TNF-2 nos pacientes com
SPCVH em relação aos soropositivos, mas não em relação à população, nossos achados
poderiam sugerir que o alelo TNF-2 selecionaria o desenvolvimento de SPCVH nos
infectados. É prudente, contudo, salientar que este não seria o único fator determinante da
SPCVH, uma vez outros indivíduos não portadores do alelo TNF-2, também
desenvolveram a SPCVH (Tabela 12). Corrobora nossos resultados o trabalho de
KANERVA et al (1998) que sugeriram associação do alelo TNF2 com gravidade da NE por
PUUV. Entretanto, o alelo TNF2 está em desiquilíbrio de ligação (isto é, alelos que
segregam na população com uma freqüência significativamente maior no mesmo haplótipo
do que seria esperado ao acaso; JOHNSON, et al 1999b) com o haplótipo extendido HLA
B8, DR3 e DQ2 (WILSON et al, 1993). Deste modo, o estudo de MÄKELÄ et al (2002)
sugere que o alelo TNF-2 não é um fator de risco para NE grave independente e sim
relacionado ao haplótipo HLA B8, DR3 sendo este mais determinante de gravidade para
NE que o próprio alelo TNF-2 (MÄKELÄ et al, 2002). O haplotipo extendido HLA-A*01,
B*08, DRB1*03 e TNF-2 é um dos mais comuns (CORSO et al, 1999) e esteve presente
113
em apenas 2 dos 8 pacientes (25%) com SPCVH portadores do alelo TNF-2 (JBA e JPM;
Tabela 12), sugerindo que nesta doença o TNF-2 poderia ser um fator de risco
independente do haplótipo estendido HLA B8, DR3.
Não observamos correlação entre dados da genotipagem do TNF- e quantidades
desta citocina no soro (Figura 28). Portadores do TNF-1 exibiram teores mais alttos de
TNF- que os portadores de TNF-2. Portanto, o polimorfismo na posição –308 do gene do
TNF não influenciaria a produção de TNF em resposta à infecção por hantavírus. Estudos
adicionais com maior número de pacientes analisados são necessários para esclarecer esta
questão já que nossa casuística de pacientes com SPCVH e portadora de TNF-2 foi
pequena.
MÄKELÄ et al (2001) estudaram o polimorfismo nos genes do TNF-, da IL-1,
IL-1 e IL-1RA em pacientes infectados por PUUV, e encontraram que indivíduos não
portadores dos alelos 2 de IL-1RA e IL-1 podem ser mais susceptíveis à NE. Para o gene
da IL-10, três SPNs foram descritos na região promotora do gene, nas posições –1082, -819
e –592, e estes polimorfismos podem determinar baixa, média ou alta produção de IL-10
(TURNER et al, 1997; ESKDALE et al, 1998). SNPs foram descritos também nos genes de
IFN (intron 1, posição +874), IL-6 (promotor, posição –174) e TGF- (codons 10 e 25)
associados a graus diferentes de produção dessas citocinas (RUIZ-LINARES, 1994;
PRAVICA et al, 2000; PELLETIER et a, 2000; WARLÉ, 2003; FISHMAN et al, 1998;
AWAD et al, 1998). Até o momento, nenhum estudo avaliou o polimorfismo dos genes de
IFN, IL-6, IL-10 e TGF- na hantavirose. Os resultados originais do presente trabalho
sugerem que polimorfismo nos genes das citocinas IL-6, IFN-, IL-10 e TGF- não estão
associados à SPCVH (Tabela 20).
114
Este é também o primeiro trabalho que correlacionou resultados do polimorfismo das
citocinas TNF-, IFN-, IL-10, IL-6 e TGF- com os níveis dessas citocinas no sangue de
indivíduos com SPCVH. Entretanto, não observamos diferença na produção das citocinas
quando comparamos indivíduos com SPCVH portadores ou não dos alelos hipersecretores
de IFN-, IL-10, IL-6 e TGF- (Figuras 29 a 32). É possível de tal análise tenha sido
prejudicada pelo pequeno número de pacientes estudados em cada subgrupo. Contudo,
concluímos que o polimorfismo nos genes de IFN-, IL-10, IL-6 e TGF- não afeta a
produção destas citocinas em indivíduos infectados por hantavírus e não são fatores de risco
para a SPCVH.
O polimorfismo na
3
integrina, determinante dos diferentes sistemas HPA também
foi por nós estudado. Uma vez que a entrada dos hantavírus patogênicos na célula é
mediada por integrinas da superfície celular, (GAVRILOVSKAYA, et al, 1998;
GAVRILOVSKAYA, et al, 1999), polimorfismos nas
3
integrinas poderiam estar
associados à susceptibilidade ou resistência à SPCVH. Os polimorfismos HPA analisados
neste trabalho levam a troca de aminoácidos na cadeia polipeptídica
3
da integrina nas
posições 33 (HPA-1), 143 (HPA-4) e 489 (HPA-6) (NEWMAN, 1994). Entretanto, estes
polimorfismos nos sistemas HPA-1, HPA-4 e HPA-6 não se mostraram associados à
SPCVH (Tabela 22) . Sabe-se que o sítio de interação na
v
3
integrina com hantavírus é
um domínio plexina-semaforina-integrina (PSI) presente na região N-terminal da cadeia
3
(resíduos 1 a 53) e pontualmente, o resíduo Asp-39 dentro do domínio PSI é essencial para
a infecção por hantavírus (RAYMOND et al, 2005). Os epítopos que determinam HPA-4 e
–6 não estão contidos neste domínio PSI. Ademais, embora o HPA-1 o esteja (aminoácido
115
na posição 33), este também não se mostrou associado à susceptibilidade para infecção por
hantavírus.
Em suma, este trabalho mostrou pela primeira vez que a IL-6 tem importante papel
na patogênese da SPCVH, estando inclusive associada à letalidade pela doença. Este estudo
mostrou também, de maneira original, o padrão de resposta imune que ocorre na SPCVH,
tanto inflamatório quanto anti-inflamatório. Observamos que a polarização da resposta
imune na SPCVH é para um padrão TH1 no momento da insuficiência respiratória e da
hipotensão. Os dados reforçam a idéia de que a magnitude da resposta imune correlaciona-
se com a gravidade da doença. A infecção provavelmente inibe a secreção de TGF- e este
poderia ser um dos mecanismos responsáveis pela resposta imune exacerbada que ocorre na
SPCVH. Ainda, existiria uma regulação da resposta imune mediada pela IL-10, que
aparentemente não é eficiente em controlar a resposta imune exacerbada na SPCVH.
Baseando-se nos resultados obtidos neste estudo, elaboramos um modelo esquemático
representativo da participação das citocinas na patogênese da SPCVH, conforme mostra a
Figura 33. Finalmente, este trabalho mostrou que os alelos HLA-A*80, HLA-B*38, HLA-
B*78, HLA-Cw*03 e TNF-2 podem representar fatores de risco à SPCVH.
116
Figura 33:
Modelo esquemático sobre a participação de citocinas na patogênese da
SPCVH, segundo os resultados do presente trabalho. O círculo preto representa os
resultados observados nos casos fatais de SPCVH e o círculo branco, aqueles obtidos nos
sobreviventes. Na intesecção (área cinza), estão os resultados comuns a ambos os grupos.
As citocinas nas caixas pretas são pró-inflamatórias, enquanto que aquelas nas caixas
brancas são anti-inflamatórias. As setas cinzas indicam efeitos inflamatórios deletérios, ao
passo que as brancas indicam efeitos anti-inflamatórios benéficos.
117
6. CONCLUSÕES
Encontrou-se níveis séricos elevados de TNF-, IL-6, IL-10, IL-2R, NO e proteína C
reativa nos pacientes com a SPCVH.
Os teores séricos de IL-6 correlacionam-se com a hipotensão e níveis elevados desta
citocina estão associados ao óbito na SPCVH.
A presença de IFN-, IL-12 e TNF- no soro de pacientes sugere que a resposta imune
na SPCVH tenha predomínio de padrão TH1.
Os mais elevados teores séricos de TNF- e IL-2R, correlacionam-se com hipóxia e
hipotensão em pacientes com SPCVH.
Os mais elevados teores séricos de IFN-, IL-12, IL-2R, TNF- e IL-10 correlacionam-
se com hemoconcentração em pacientes com SPCVH.
A produção de IL-10 em elevados teores séricos correlaciona-se com hemoconcentração
e hipotensão nos pacientes e, por isso, pareceu não apresentar um papel inibitório evidente
na resposta imune e na patogênese da SPCVH.
Os elevados teores séricos observados para TNF- nos pacientes não se correlacionam
com hipotensão ou letalidade da doença, sugerindo que esta não seja a citocina mais atuante
no mecanismo patogenético da SPCVH.
Apesar do efeito protetor do TGF- demonstrado pela sua correlação positiva com
pressão arterial, observou-se redução nos níveis séricos desta citocina em soro dos
pacientes, o que parece estar relacionado à resposta imune exacerbada na SPCVH.
As freqüências dos alelos HLA-A*80, HLA-B*38, HLA-B*78 e HLA-Cw*03, que
estavam aumentadas nos indivíduos com SPCVH, podem ser fatores de risco para o
desenvolvimento de SPCVH.
O TNF2 esteve presente em maior frequência nos pacientes com SPCVH sugerindo que
este alelo determinante de hipersecreção do TNF- possa estar envolvido na progressão da
doença.
118
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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