e P. fumosoroseus (= I. fumosorosea), responsáveis por causar mortalidade de 57% de fêmeas
ingurgitadas de I. ricinus.
Testes de patogenicidade in vitro realizados com V. lecanii (= L. lecanii), P.
fumosoroseus (I. fumosorosea), B. bassiana e M. anisopliae sobre diferentes estágios do ciclo
de R. sanguineus, Hyalomma excavatum e B. annulatus mostraram que todos os fungos
testados foram capazes de causar alta mortalidade, redução da fecundidade das fêmeas
ingurgitadas tratadas e redução da viabilidade dos ovos dos carrapatos (GINDIN et al., 2001).
2.5. Paecilomyces sp - Classificação Atual e sua Utilização no Controle de Artrópodes
O gênero Paecilomyces foi identificado por Bainier (1907), que descreveu sua estreita
relação com Penicillium, diferindo na ausência de colônias com coloração verde e pelas
fiálides cilíndricas curtas. Anteriormente, espécies similares foram agrupadas no gênero
Spicaria Hartin (1846). Hughes (1951) e Brown e Smith (1957) (apud SAMSON, 1974)
sugeriram que o nome Spicaria fosse esquecido, e transferiram várias espécies para
Paecilomyces. Esses últimos autores reconheceram a ocorrência de estruturas conidiogênicas
similares na espécie tipo Paecilomyces variotii e em algumas espécies descritas em Isaria e
Spicaria, e as transferiram para Paecilomyces. Uma dessas espécies é I. farinosa, que foi
considerada por Clements e Shear (1931), Mains (1955) e Morris (1963) como o lectótipo do
gênero Isaria (apud SAMSON, 1974). Essa escolha poderia indicar que, devido à prioridade,
Isaria deveria ser usada para todas as espécies de Paecilomyces.
Samson (1974) reconheceu espécies mesofílicas anteriormente localizadas em Isaria
ou Spicaria e a maior parte das espécies associadas a insetos como uma distinta seção
Isarioidea dentro do gênero. As espécies descritas nesta seção apresentam fiálides com
“pescoços” distintos, conídios catenulados e conidióforos verticilados.
Hodge et al. (2005) discutiram a nomenclatura e a história do gênero Isaria, e Gams et
al. (2005) propuseram conservar o nome Isaria. Recentes estudos com análise de seqüências
de β-tubulina parcial de 34 cepas de Paecilomyces e seqüências de DNAr ITS1-5.8S-ITS2 de
37 cepas mostraram que a seção Isarioidea não é monofilética e que não há um grupo
monofilético para todas as espécies associadas a invertebrados. No entanto, uma clade foi
criada, a qual inclui espécies de entomopatógenos previamente considerados como
pertencentes ao gênero Isaria (Luangsa-Ard et al., 2005).
As espécies P. amoeneroseus, P. cateniannulatus, P. cateniobliquus, P. cicadae, P.
coleopterorus, P. farinosus, P. ghanensis, P. fumosoroseus, P. javanicus e P. tenuipes,
analisadas por Luangsa-Ard (2005), foram reclassificadas como Isaria e suas nomenclaturas
foram modificadas. As espécies foram renomeadas como I. amoenerosea, I. cateniannulata, I.
cateniobliqua, I. cicadae, I. coleopterora, I. farinosa, I. ghanensis, I. fumosorosea, I. javanica
e I. tenuipes, respectivamente.
Paecilomyces suffultus, P. marquandii, P. cinnamomeus, P. viridis, P. niphetodes, P.
sulphurellus, P. puntonii, P. inflatus, P. carneus, P. penicillatus e P. lilacinus são espécies
remanescentes de Paecilomyces formalmente colocadas na seção Isarioidea e que necessitam
de maiores estudos para determinar sua verdadeira relação entre essas espécies e entre os
outros anamorfos de Clavicipitacea. Portanto, permanecem no gênero Paecilomyces
(Luangsa-Ard et al., 2005).
O antigo gênero Paecilomyces reunia diversas espécies entomopatogênicas, sendo as
mais freqüentes P. farinosus (= I. farinosa), P. tenuips, P. amoeneroseus, P. cicadidae e P.
fumosoroseus (I. fumosorosea) observadas sobre lepidópteros, coleópteros, homópteros e
ortópteros (ALVES, 1998). Este gênero causa o chamado “muscardine amarelo” em insetos e
podem provocar epizootia em populações de lagartas do gênero Brassolis no Sudeste do
Brasil, e algumas espécies podem atacar nematóides de plantas (ALVES, 1998).