A gerência do cuidado em enfermagem: a compreensão do enfermeiro
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12) O mais difícil é receber o paciente. Avaliar e evoluir é o mais
fácil. O mais difícil é a equipe, é o gerenciamento da equipe. Eu
acho que hoje, depois de formada, a responsabilidade ficou
maior, a equipe pra mim já é o hospital que eu tenho que olhar,
ainda mais que eu fico até às 9 horas. Então, todo mundo vai
embora às 5 horas. Então de 5 às 9 horas eu tô “informável”.
14) Então eu fico com o PS, bloco, hemodinâmica e quando, até
então eu era acadêmica, a visão de equipe pra mim era só os dois
funcionários do andar, dois do 7º, dois do 8º, eram quatro. Hoje,
eu consigo ver uma turma maior, né? Então é mais difícil!
Afirma que gerenciar o cuidado é,
avaliar e evoluir o paciente, além de
recebê-lo e gerenciar a equipe de
enfermagem, sendo hoje, os dois
últimos os mais difíceis, em razão da
transição de acadêmica para
enfermeira, ampliando sua visão de
equipe de andar para hospital.
15) Igual ontem mesmo, todos os andares apertados, então eu
tenho que ver: teve uma angioplastia de urgência. Nós acionamos
o funcionário, ele veio. Foi feita a angioplastia de urgência.
Depois ele ajudou no PS, no CTI teve que dar esta assistência lá
também. Então, gerenciar quem vai, quem fica, quem vai sair na
ambulância, acho que é... Vou tirar funcionário do 10º andar, tá
apertado ou tem paciente que demanda mais cuidado,
quimioterápico. Então tem que deixar quem sabe mexer. Então,
isso também eu acho que é gerenciamento de enfermagem, né?
Deixa eu ver que mais... Então voltando à equipe, então eu acho,
eu vejo que é uma turma bem, maior.
Afirma que gerenciar o cuidado é ter
capacidade de prever e prover a
adequação da escala de funcionários
utilizando-se dos mecanismos
institucionais e visão assistencial.
16) Gerenciar é difícil. Quando se trabalha com ser humano, cada
um tem uma personalidade, um jeito... Então, não pode se deixar
também tocar por isso, então é, eu sou de fácil relacionamento
com eles, sou bem aberta, tudo que tem pra falar e resolver aqui e
ajudo demais no que tem pra ser...
Afirma que gerência do cuidado é saber
trabalhar com recursos humanos, sendo
imparcial nas decisões estabelecendo
um relacionamento aberto e franco.
17) Eu falo isso muito com eles: “O cliente ele tem razão, ele quer
ser atendido na hora e a tempo”, então não é isso: “Eu sou a
enfermeira, ele é o médico”. “Tá precisando de trocar a fralda, o
técnico vai”. Então eu falo muito isso com eles: precisou tem que
ser atendido, independente de quem esteja no posto. Então tem
que se saber a hora também de delegar: “Você vai fazer isso...”
Se deixar por conta também o negócio não anda, às vezes. Então,
eu acho que é isso: delegar, falar quem vai, quem fica. Acho que a
gente tem que ser firme nesta hora, né? Eles sabem que é o
enfermeiro. Se deixar, ser muito boazinha, eles tomam conta.
Então, eles sabem que a resposta final é do enfermeiro.
21) Eu acho que esse negócio de delegar é bom, não reter as
obrigações, podendo ensinar, delegar... Então, aqui, por exemplo,
quem faz o eletro é o enfermeiro e tem técnico de enfermagem que
fica doido encima de mim, me vendo fazer o eletro e doido pra
aprender. Aí fomos treinando, botei um em cada andar que faz
eletro. Então, na urgência, sei que posso contar com fulano, com
cicrano. “Faz o eletro pra mim correndo”; “Vai ajudando a
ligar”. Então eles se sentem úteis para fazer o eletro. Aí quando
outros querem aprender, aí muda porque: “Ah, porque não posso
fazer, né?”. Podendo delegar, podendo ensinar... aí eu assino
embaixo, porque é o enfermeiro que tem que assinar.
22) Então, passagem de uma sonda, a sonda naso, as vesicais,
ainda por causa da técnica asséptica, a CCIH pede que seja o
enfermeiro, até pra... e diminuiu muito a infecção, mas a
nasoentérica, nasogástrica eles mesmos, o mesmo funcionário
aqui, passa uma de dia e à noite não pode passar. Então já tem
um ou outro que tá passando a sonda. Eu “tando” do lado, eu
repondo. Então, gerenciar eu acho que também é você ensinar,
estar capacitando a ele e assinando embaixo. Porque tudo o que
ele faz, mesmo sendo deles, o enfermeiro assina também embaixo.
Então, entra medicamento... Então eu acho que é um exemplo de
gerenciamento de enfermagem.
Ressalta que gerência do cuidado é ter
a capacidade de estabelecer como foco
da equipe, de saúde, o cliente, deixando
claro que a relação é necessidade do
cliente-equipe de saúde e não
necessidade do cliente-profissional de
saúde. Enfatiza, ainda que, delegar,
estabelecendo supervisão direta ou
indireta, conforme a necessidade é uma
ferramenta para a otimização e
viabilização da assistência,
aprimoramento técnico e melhora da
auto-estima da equipe, além de uma
forma de se estabelecer hierarquia.
18) À noite então, a (nome da enfermeira), que é a gerente deu um Alega que gerenciar o cuidado é