projeto pedagógico, de supervisão educacional e a disciplina do corpo docente e discente,
entre outros. Tudo em consideração ao atendimento de melhoria na relação custo/benefício em
comparação à prestação direta da atividade pelo Estado
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.
Resultados positivos relacionados à gestão privada podem ser sentidos na redução de custos
dos estabelecimentos de ensino, que possibilitam a ampliação de acervos bibliográficos, a
qualificação dos profissionais envolvidos, a disponibilidade de equipamentos de informática
destinados à inclusão digital, o aumento de coeficientes de produção científica e a capacitação
profissional dos estudantes (especialmente no caso de escolas técnicas), dentre outros.
O mesmo raciocínio deve ser estendido aos serviços de saúde, para, por exemplo, a concepção
e gestão de unidades hospitalares especializadas, em que se viabilizam os investimentos
necessários em tecnologia e aparatos para diagnóstico, tratamento e intervenções. Existe a
possibilidade de o parceiro privado se encarregar, ainda, da capacitação dos profissionais em
saúde, sendo remunerado pelo parceiro público tanto pela disposição quanto pela operação e
funcionamento do serviço, que, enquanto prestado diretamente pelo Estado, era, via de regra,
deficitário
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.
Ademais, a remuneração do parceiro privado, quando vinculada ao seu desempenho, propicia
a busca pelo oferecimento de um serviço público ótimo, interessante, ao mesmo tempo, ao
parceiro privado, que aferirá maior renda, quanto ao parceiro público, que custeará um
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O baixo investimento público em educação é realidade no país. No biênio 2002-2004, 10,9% da despesa
pública total do Brasil foi destinada à educação, um dos piores patamares dentro dos países de índice de
desenvolvimento humano médio. Países como Guiana, El Salvador, Arzebaijão, Peru, Colômbia e Tailândia
comprometeram mais receita pública com educação que o Brasil, em termos relativos (PROGRAMA DAS
NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2006, p. 319, 320).
Fábio Oliveira Inácio, amparado em levantamentos oficiais, da UNESCO e do Banco Mundial, aponta conclusões
preocupantes no ensino, como seu baixo índice de abrangência (como apenas um, entre três jovens de 14 a 18
anos matriculados no ensino médio), investimentos insuficientes em educação (com o Brasil superando apenas
Indonésia e Peru), baixa remuneração de professores; variantes que contribuem para a perpetuação da crise no
ensino, identificável, por exemplo, nas falhas no desenvolvimento de competências básicas de leitura (INÁCIO,
2003).
Enfim, o Estado gasta mal com educação, não alcançando o objetivo, de educar. Com a gestão privada busca-se,
além de eliminar as perdas na destinação do dinheiro público, um gasto racional, para que os fins sejam
efetivamente atingidos.
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Mesmo com 75% da população brasileira dependente do Sistema Único de Saúde, apenas 38% da rede
brasileira de hospitais é pública, sendo que 62% é privada (BORGES, 2003).