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introduzido no Reino Unido e na Austrália (Reinhardt e Siva-Jothy, 2007). No Brasil,
comparado com C. lectularius, C. hemipterus é a espécie mais comum (Costa Lima,
1940; Pipkin, 1969; Pessoa e Martins, 1981; Nagem, 1985).
Em áreas de simpatria de C. lectularius e C. hemipterus menos que 10%
das habitações se apresentam infestadas por ambas as espécies (Newberry et al.,
1987; Newberry e Mchunu, 1989; Reinhardt e Siva-Jothy, 2007). Entretanto, esta co-
habitação local resulta em exclusão reprodutiva mútua, pois o cruzamento de machos
de C. hemipterus com fêmeas de C. lectularius é prejudicial a estas últimas, tem
efeito sobre a fertilidade e reduz a longevidade (Walpole e Newberry, 1988;
Newberry e Mchunu, 1989; Reinhardt e Siva-Jothy, 2007), produzindo ovos
usualmente estéreis (Usinger, 1966; Newberry, 1988; Walpole, 1988), e o esperma
de C. hemipterus é tóxico para C. lectularius (Davis, 1966; Busvine, 1976). O
cruzamento oposto, isto é, machos de C. lectularius com fêmeas de C. hemipterus
não tem efeito na fertilidade e longevidade das fêmeas de C. hemipterus (Newberry e
Mchunu, 1989), mas origina ninfas que não se desenvolvem (Busvine, 1976). Nesta
hibridação, emergem dos ovos postos por estas fêmeas ninfas moribundas que
morrem no primeiro estágio ninfal (Newberry, 1988).
Uma possível explicação para a erradicação de populações de C.
lectularius em áreas tropicais é a coexistência das duas espécies com conseqüente
cruzamento interespecífico (Usinger, 1966; Newberry et al., 1987; Walpole e
Newberry, 1988), porém fatores ambientais não devem ser descartados, tais como a
temperatura e a umidade também podem ser responsáveis pela distribuição restrita de
C. lectularius e C. hemipterus (Walpole, 1988).
Percevejos de cama domiciliados durante o dia abrigam-se nas fendas e
nos orifícios das paredes, das mobílias, do assoalho, do rodapé, no forro, sob carpetes
fixos, atrás de quadros, nos estrados das camas, nas costuras dos colchões, dos
travesseiros, das malas de viagem, dos cobertores, das cortinas, das barracas de
acampamento e em outros escaninhos em residências, hotéis, motéis, restaurantes,
ônibus, navios, aviões, caminhões de mudanças, etc; e à noite emergem de seus
esconderijos em busca de repasto sangüíneo (Usinger, 1966; King et al., 1989;
Forattini, 1990; Boase, 2001; Ter Poorten e Prose, 2005; World Health Organization,
2006).
São encontrados facilmente em roupas sujas, cobertas e bagagens de
locais infestados (World Health Organization, 1982), são reconhecidos pelo cheiro