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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA
PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS
AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DAS FORMAS DE USO E MANEJO DE MATAS
CILIARES DO ALTO CURSO DO RIO PERICUMÃ, BAIXADA MARANHENSE
Klenya Rosa Rocha Braga
Dissertação de Mestrado
São Luís-MA
2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA
PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS
AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DAS FORMAS DE USO E MANEJO DE MATAS
CILIARES DO ALTO CURSO DO RIO PERICUMÃ, BAIXADA MARANHENSE
Klenya Rosa Rocha Braga
Dissertação apresentada ao Progra ma de
Pesquisa e Pós-graduação em “Sustentabilidade
de Ecossistemas” da Universidade Federal co mo
requisito para obtenção do grau de Mestre em
Sustentabilidade de Ecossistemas.
Orientador: Prof Dr Ricardo Barbieri
Co-orientador: Prof Dr Claudio Urbano B. Pinheiro
Agência Financiadora: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Maranhão
São Luís
2006
ads:
Braga, Klenya Rosa Rocha
Avaliação da sustentabilidade das formas de uso e manejo de
matas ciliares do alto curso do rio Pericumã, Baixada Maranhense/
Klenya Rosa Rocha Braga – São Luís, 2006.
60f.
Dissertação (Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas) –
Universidade Federal do Maranhão, 2006.
1. Matas ciliares – Sustentabilidade – rio Pericumã (MA). 2.
Fitossociologia. 3. Etnobotânica . I. Título.
CDU: 634.0.228 (812.1)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS
MESTRADO
DEFESA DE DISSERTAÇÃO
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
Título: “Avaliação da sustentabilidade das formas de uso e manejo de matas ciliares do alto
curso do rio Pericumã, Baixada Maranhense”.
Autora: KLENYA ROSA ROCHA BRAGA
Orientador: PROF DR RICARDO BARBIERI
Co-orientador: PROF DR CLAUDIO URBANO B. PINHEIRO
Aprovado pela Banca Examinadora:
__________________________________________________________
PROF DR RICARDO BARBIERI
__________________________________________________________
PROFª DRª FRANCISCA HELENA MUNIZ
__________________________________________________________
PROFª DRª LARISSA NASCIMENTO BARRETO
RESUMO
A avaliação da sustentabilidade das formas de uso e manejo de matas ciliares do alto curso
do rio Pericumã, Baixada Maranhense, se torna relevante em virtude dessas formações
vegetais constituírem ecossistemas importantes para conservação dos ambientes do alto
curso desta bacia. Desse modo, este trabalho teve como objetivo avaliar a sustentabilidade
ABSTRACT
Evaluation of the sustainability of riparian forests use and management forms from
Pericumã River high course, Baixada Maranhense, becomes relevant because that plant
formations constitute important ecosystems for conservation of the high course of this
basin. So this work had the objective of evaluating the sustainability of the use and
management forms, present situation and perspectives of conservation for the riparian
forests from the Pericumã River high course, utilizing the phytosociology and the
ethnobotany, in a associated and adapted methodology. Three sites were used for the study
of phytosociology and ethnobotany. The existence of 96 species and 40 families was
observed in the study area. Shannon-Wiener index was 3,29. From the formal and informal
interviews joint to the community, seven ethnocategories were determined, among which
the “construction material” was detached as the most quoted. The model of use of the
riparian forests plant resources favors the loss of interesting species and the diverse use of
the environments present in the local riparian zone.
Key-words: Riparian forests. Phytosociology. Etnobotany. Sustainability.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 11
2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 13
3. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 14
3.1. Área de Estudo........................................................................................................ 14
3.2. Metodologia............................................................................................................ 18
3.2.1 Identificação e Caracterização das Unidades de Paisagem.................................. 18
3.2.2. Estudo Fitossociológico....................................................................................... 18
3.2.3. Estudo Etnobotânico............................................................................................ 21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................... 22
4.1. Unidades de Paisagem............................................................................................ 22
4.1.1. Campos Inundáveis.............................................................................................. 23
4.1.2. Igapó..................................................................................................................... 25
4.1.3. Terra Firme.......................................................................................................... 26
4.1.4. Aterrado............................................................................................................... 27
4.2. Composição Florística e Estrutura da Vegetação.................................................... 28
4.3. Uso, Manejo e Conservação das Espécies Vegetais............................................... 36
5. CONCLUSÕES......................................................................................................... 43
6. RECOMENDAÇÕES................................................................................................ 43
REFERÊNCIAS
ANEXOS
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 3.1 – Alto curso rio Pericumã, povoados Guanani, Enseada Grande e
Sororoca, MA....................................................................................................................
17
FIGURA 3.2 – A: estrada de Matinha via povoado da Sororoca e B: estrada de Três
Palmeiras via povoado do Guanani...................................................................................
21
FIGURA 4.1 – Visão geral de macrófitas aquáticas, povoado Enseada Grande, período
de estiagem, município de Pedro do Rosário – MA.........................................................
23
FIGURA 4.2 – Campo Inundável (Campo Herbáceo), povoado Guanani, período de
estiagem, município de Pedro do Rosário – MA..............................................................
24
FIGURA 4.3 – Campo Inundável (Campo Herbáceo), povoado Guanani, período
chuvoso, município de Pedro do Rosário – MA...............................................................
24
FIGURA 4.4 – Igapó (Mata de Igapó), período de estiagem, povoado Sororoca,
município de São Bento – MA..........................................................................................
25
FIGURA 4.5 – Terra firme (Mata de Terra Firme), período de estiagem, povoado
Sororoca, município de São Bento – MA.........................................................................
26
FIGURA 4.6 – Aterrado (Mata de Aterrado), período de estiagem, município de São
Bento – MA.......................................................................................................................
28
FIGURA 4.7 – Distribuição do número de indivíduos por família.................................. 29
FIGURA 4.8 – Distribuição do percentual de espécies por fam ília.................................. 30
FIGURA 4.9 – Distribuição do índice do valor de importância (IVI) por família........... 30
FIGURA 4.10 – Distribuição diamétrica das plantas lenhosas (N = 697)........................ 33
FIGURA 4.11 – Distribuição de indivíduos adultos e jovens das espécies vegetais
amostradas na mata ciliar do alto curso do rio Pericumã por povoados...........................
35
FIGURA 4.12 – Recorte da carta DSG de Pinheiro de 1981, resolução – 1:100.00........ 35
FIGURA 4.13 - Alguns usos das comunidades do alto curso do rio Pericumã................ 36
FIGURA 4.14 - Distribuição dos usos das espécies botânicas levantadas por
etnocategorias...................................................................................................................
37
FIGURA 4.15 – Cenário atual do uso e manejo das matas ciliares do alto curso do rio
Pericumã, Baixada Maranhense, 2006..............................................................................
41
LISTA DE TABELAS
TABELA 4.1 – Principais parâmetros fitossociológicos das tipologias vegetacionais
das matas ciliares do alto curso do rio Pericumã..............................................................
32
TABELA 4.2 – Riqueza (S), Diversidade (H’), Equitabilidade (J), Estimativa de
densidade total DT – indivíduos/ha) das espécies vegetais amostradas em matas
ciliares do alto curso do rio Pericumã por
localidade..........................................................................................................................
34
TABELA 4.3 – Percentual das categorias de uso das espécies vegetais por parte da
planta utilizada..................................................................................................................
42
TABELA 4.4 – Percentual da época de extração das espécies vegetais por parte da
planta utilizada..................................................................................................................
43
11
1. INTRODUÇÃO
A mata ciliar é uma formação florestal que acompanha cursos d’água,
influenciando e sendo influenciada por estes corpos d’água, tanto do ponto de vista físico-
climático, quanto dos processos ecológicos definidos pela composição faunística, florística
e de microorganismos, bem como das interações destes conjuntos de organismos
(MARINHO-FILHO & GASTAL, 2001).
Para tanto, o termo mata ciliar se refere a uma situação física (Zona Ciliar) e
não a uma unidade fitogeográfica com características próprias, já que a faixa ciliar ocorre
desde florestas não aluviais (nos trechos de barrancos), como florestas ciliares sob condição
aluvial, florestas paludosas e até áreas com campos úmidos ou “varjões”, cada qual com
suas características ambientais próprias. Dessa forma, dentro dessa definição trata-se de
comunidades ecológicas bem definidas até formações de transição entre essas comunidades
ecológicas adjacentes (ecótono ciliar) e ainda áreas de fisionomias vegetacionais, cada qual
com suas particularidades florísticas e ecológicas, definindo assim grande diversidade para
zona ciliar (RODRIGUES, 1999).
As vegetações ciliares desempenham funções significativas nos processos
que mantêm a saúde da microbacia e do ecossistema aquático, por contribuir para a
dinâmica e hidráulico dos canais; geração do escoamento direto produzido por uma dada
chuva; deposição e arraste de sedimentos; aporte de galhos, troncos e resíduos vegetais para
o canal; fonte de alimentos para o ecossistema aquático; controle da temperatura da água;
controle da qualidade da água; e controle sobre a comunidade de microinvertebrados do
riacho (Fail et al., 1987; Naiman & Décamps, 1997; Lima & Zákia, 2000 apud LIMA,
2003).
Admite-se hoje que 60 mil espécies vegetais, das cerca de 250 mil existentes
no planeta, correm o risco de extinção nos próximos 20 anos, devido à destruição de seus
habitats naturais (Heywood, 1989 apud BARBOSA, 2001). Tal constatação tem despertado
polêmica e preocupa os pesquisadores de todo mundo. Neste contexto, as matas ciliares se
estabelecem como importantes formações a serem conservadas (BARBOSA, 2001).
12
Apesar de sua inegável importância ambiental, as matas ciliares vêm se
aproximando de uma virtual erradicação em várias partes do Brasil. Entre os inúmeros
fatores que têm contribuído para isso, destacam-se, devido à gravidade, os desmatamentos,
as queimadas, os represamentos e o assoreamento dos rios devido à erosão (GIBBS,
LEITÃO FILHO & ABBOT, 1980). No Brasil, a mata ciliar foi instituída Área de
Preservação Permanente (APP) pelo novo Código Florestal em 1965 - Lei 4771 (Cabral &
Souza, 2002) e mais recentemente pela resolução CONAMA 303/02 (CARVALHO, 2002).
A Baixada Maranhense, com uma área de 1.775.035,6 ha, é uma das sete
regiões ecológicas do Maranhão e constitui uma Área de Proteção Ambiental - APA
(Decreto n° 119000 de 11 de julho de 1991). A região constitui um eco-complexo que
inclui rios, lagos, estuários, agroecossistemas, além dos campos naturais - um grande
sistema de áreas inundáveis – peculiares a esta região do Estado. É formada pelas bacias
hidrográficas de vários rios, onde os principais são: Turiaçu, Pericumã, Pindaré e Mearim
(VINHOTE, 2005).
O rio Pericumã em particular, apesar de ainda pouco estudado,
especialmente nos seus ambientes do alto curso, conta com o conhecimento acumulado dos
seus usuários que vêm utilizando historicamente e de forma continuada os recursos
ambientais, em particular os recursos vegetais.
Embora reconhecida a importância das matas ciliares para o ambiente do alto
curso do rio Pericumã, sobretudo por se tratar da região que abriga as nascentes deste rio,
são escassos os trabalhos neste ambiente, inclusive referente às matas ciliares. Destaca-se o
trabalho de SANTOS (2004), que aponta que da área total da bacia, apenas 78% foram
transformadas em unidades de conservação: APA da Baixada Maranhense e APA das
Reentrâncias Maranhenses. Os 22% que estão fora da APA da Baixada Maranhense
correspondem, em grande parte, ao alto curso do rio Pericumã.
Este estudo tem como objetivo geral avaliar a sustentabilidade das formas de
uso e manejo, estado atual e perspectivas de conservação, das matas ciliares da região do
alto curso do rio Pericumã utilizando como instrumentos a fitossociologia e a etnobotânica,
em metodologia combinada e adaptada.
13
Para alcançar o objetivo geral foram adotados os seguintes objetivos
específicos: fazer um levantamento florístico e estrutural das espécies vegetais das matas
ciliares na área do alto curso do rio Pericumã; identificar as diferentes formas de uso e as
espécies vegetais mais utilizadas pelas comunidades locais e; construir um cenário como
prognóstico da paisagem florística das matas ciliares na região, em relação à sua
sustentabilidade de exploração e à sua conservação.
2. REVISÃO DE LITERATURA
A fitossociologia nasceu no continente europeu (Braun-Blanquet, 1966 apud
MARTINS, 1991). Conforme sua expansão e os maiores problemas de análise da
vegetação, presentes em cada região, seus termos e conceitos diversificaram-se, os maiores
contrastes ocorrendo entre a Europa e os Estados Unidos da América do Norte. A Grã-
Bretanha também adotou termos e conceitos diferentes das demais escolas de
fitossociologia (Poore, 1955 apud MARTINS, 1991).
No Brasil, devido à necessidade de caracterizar as florestas brasileiras,
podemos dizer que os primeiros ensaios fitossociológicos em florestas brasileiras surgiram
da necessidade de estudos epidemiológicos da febre amarela silvestre (MARTINS, 1991).
Desde então, as metodologias adotadas nos estudos fitossociológicos têm sido aplicadas
para responder a vários objetivos propostos, por exemplo, avaliação da sucessão ecológica
(LOPES et al, 2002 e PAULA et al, 2004); estudos comparativos entre solos e tipologias
vegetacionais (KOTCHETKOFF-HENRIQUES, JOLY. & BERNACCI, 2005); trabalhos
para contribuição da conservação da biodiversidade (ASSUNÇÃO & FELFILI, 2004);
análise comparativa da composição florística (BALDUINO et al, 2005) e outros.
No Maranhão trabalhos como o de MUNIZ, CESAR & MONTEIRO (1994
a), MUNIZ, CESAR & MONTEIRO (1994 b) e ROCHA & MUNIZ (1998), contribuem
para o conhecimento fitossociológico da nossa flora. Este último particularmente em matas
ciliares, mostrou em seus resultados que das espécies amostradas nas matas ciliares do rio
Munim no município de Morros-MA, foram identificadas 22 famílias, 47 gêneros e 50
espécies arbóreas e, índice de Shannon-Wiener igual a 2,61.
14
Assim, o levantamento fitossociológico tem sido importante para subsidiar
práticas de manejo, recuperação e monitoramento de remanescentes florestais, total ou
parcialmente degradado, em especial de remanescentes florestais das matas ciliares.
Entende-se por etnobotânica o estudo da inter-relação direta entre pessoas de
culturas viventes e as plantas do seu meio. Compreender desta forma, como as pessoas
relacionam-se com as plantas e quais os relacionamentos produzidos nos diversos sistemas
culturais (ALBUQUERQUE, 2002).
O estudo da etnobotânica possibilita uma “documentação do conhecimento
tradicional e dos complexos sistemas de manejo e conservação dos recursos naturais dos
povos tradicionais com a promoção de programas para o desenvolvimento e preservação
dos recursos naturais dos ecossistemas tropicais” (ALBUQUERQUE, 2002).
O manejo sustentado das matas ciliares pode trazer uma série de vantagens,
como o uso de espécies que produzem frutos como alimentos, com produção durante boa
parte do ano, menor dependência de apenas uma espécie, obtenção de subprodutos, como
óleo, seiva e resina, e ainda, proteção do solo, dos mananciais de água e conservação
genética animal e vegetal (PASA & GUARIM NETO, 2000).
No Brasil, em virtude dos povos indígenas e das comunidades tradicionais,
especialmente as comunidades ribeirinhas, acumularem um grande conhecimento sobre os
recursos vegetais e ainda manterem uma relação muito estreita com os mesmos, os estudos
etnobotânicos são comumente conduzidos com estes grupos. No Maranhão, VINHOTE
(2005) desenvolveu um importante estudo, o qual teve como objetivo levantar a relação
entre a dinâmica de inundação com o uso e manejo dos recursos vegetais nos ambientes
aquáticos da região lacustre de Penalva.
3. MATERIAS E MÉTODOS
3.1. Área de Estudo
O rio Pericumã localiza-se na porção noroeste do Maranhão. Sua bacia,
compreendida entre os paralelos 2°02’ a 3°07’ de latitude Sul e entre os meridianos 44°30’
a 45°30’ Oeste de Greenwich, drena uma área de aproximadamente 3.888,55 km
2
, que
15
corresponde à cerca de 1,17% do território maranhense. A rede hidrográfica tem
predominâncias do padrão dentrítico, constituída de rios, em geral intermitentes ou rios de
chuva, como conhecidos localmente, pois só apresentam caudal durante a ocorrência de
precipitação pluviométrica (SANTOS, 2004).
A Bacia abrange, no trecho situado a montante da Barragem de Pinheiro, os
municípios de Pinheiro, Palmeirândia, São Bento, São Vicente de Ferrer, Olinda Nova do
Maranhão, Presidente Sarney, Matinha, Viana e Pedro do Rosário e, a jusante, os
municípios de Mirinzal, Central do Maranhão, Bequimão e Guimarães. Este último trecho
corresponde ao baixo curso do rio Pericumã. O médio curso corresponde à porção
navegável do rio, a qual se estende desde a montante da barragem até uma região conhecida
como Puca, localizado no município de São Bento (SANTOS, 2004).
A área objeto da pesquisa é a correspondente ao alto curso do rio Pericumã,
compreendido entre o lago do Puca e o povoado de Bornel (próximo ao povoado Enseada
Grande), o qual se caracteriza como uma imensa calha coberta com grandes quantidades de
macrófitas aquáticas, que acumulam a água lançada por um conjunto de afluentes (rio
Bamburral, rio da Pedra, e outros), todos também temporários (COSTA NETO, 2003 apud
SANTOS, 2004).
O clima da região é úmido, com sazonalidade marcada por um período
chuvoso (janeiro a junho) e um período de estiagem (julho a dezembro). A temperatura
média mensal é sempre superior a 18°C e a precipitação média anual está em torno de
2000mm a 2800mm. Os tipos de solo encontrados são o plintossolo e o gleissolo
( MARANHÃO, 2002).
Os municípios do alto curso do rio Pericumã são em geral mais populosos.
São Bento apresenta a maior densidade demográfica da bacia, enquanto que Pedro do
Rosário apresenta a menor (SANTOS, 2004). Para o desenvolvimento deste estudo foram
escolhidas localidades (três povoados) presentes nos referidos municípios, o povoado do
Guanani e Enseada Grande (pertencentes ao município de Pedro do Rosário) e o povoado
da Sororoca (pertencente ao município de São Bento). Esses três povoados estão
posicionados ao longo de todo o alto curso do rio Pericumã e distribuídos de forma
equivalente. Do sul em direção ao norte, encontra-se primeiramente o povoado de Enseada
16
Grande, na posição intermediária encontra-se o povoado do Guanani e, no limite com
médio curso deste rio, encontra-se o povoado da Sororoca (FIGURA 3.1).
O povoado da Enseada Grande, conhecido pela comunidade local por
Balsedinho, está posicionado no Campo do Bornel (Campo Bamburral); este se encontra
nas proximidades do povoado de Três Palmeiras. A via de acesso entre Viana e o município
de Pedro de Rosário é o povoado de Três Palmeiras. Durante o período de estiagem, que vai
de julho a dezembro, é comum o deslocamento de pessoas de povoados adjacentes (tanto de
Pedro do Rosário como de Viana) ao povoado de Enseada Grande para pescar nos corpos
d’água deste povoado.
O povoado do Guanani também conta com uma fonte de produção
pesqueira, conhecida como o igarapé da Mesqueira. Assim, como no povoado Enseada
Grande, durante o período de estiagem é intensificado o contingente de pessoas para este
igarapé. Ambos os povoados não possuem rede elétrica, e sua principal atividade
econômica é o cultivo da mandioca e produção de farinha. A extração e venda do fruto da
juçara, que ocorrem no período de outubro a fevereiro, representam uma renda
comp le ment ar .
O povoado da Sororoca é o único dessas localidades que aparece nos dados
da FUNASA (croqui de levantamento de localidades nos municípios do Maranhão), onde
este na época já contava com 176 prédios (moradias) e 565 habitantes em um levantamento
feito em 1995 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Este fato é um indício de que o
estabelecimento de pessoas nesse povoado se deu primeiro quando comparado com os
demais (povoado do Guanani e Enseada Grande). Isso explica o porquê dele ser mais bem
atendido nos serviços básicos como água encanada, energia elétrica, linhas particulares de
transportes e apresentar casas de alvenaria.
17
FIGURA 3.1 – Alto curso rio Pericumã, povoados Guanani, Enseada Grande e
Sororoca, MA.
18
3.2 Metodologia
3.2.1. Identificação e Caracterização das Unidades de Paisagem
A heterogeneidade ambiental das áreas ciliares contribui para a sua riqueza
florística. As áreas ciliares são em geral ocupadas por um mosaico de tipos vegetacionais
ou até mesmo de unidades fitogeográficas, cada qual com suas particularidades florísticas
(RODRIGUES & NAVE, 2001).
Com isso, o principal fator de variabilidade natural nos ecótonos fluviais
terra/água é decorrência das alterações da hidrologia (HENRY, 2003). Vale destacar que o
tempo de residência da água no solo define a fisionomia da vegetação nessas áreas, quanto
maior a residência da água no solo mais campestre é a fisionomia, passando por transições
fisionômicas em função do domínio de uma ou algumas espécies, assim como os buritizais
(RODRIGUES, 2001).
Portanto, sabendo-se que a área de estudo deste trabalho é um ambiente
sujeito a ciclos de inundação, procurou-se caracterizar as unidades de paisagem segundo a
dinâmica de inundação e as tipologias vegetacionais principais, ou seja, a variável
categórica para caracterização das unidades de paisagem foi o ciclo de inundação. Assim,
foram definidos a partir de visitas de campo e informações com moradores da região, os
ambientes constantemente encharcados, com período de encharcamento e sem período de
encharcamento (pelo menos apenas em grandes cheias, constituindo assim como o “leito
maior excepcional”).
Mesmo não fazendo parte da metodologia deste trabalho, foi feito um
pequeno inventário sobre as macrófitas aquáticas, em virtude de sua abundância e
importância na área de estudo.
3.2.2. Estudo Fitossociológico
Para a delimitação da área dos levantamentos fitossociológicos, foi
empregado o método de parcelas (ALBUQUERQUE & LUCENA, 2004). Deve-se destacar
19
que tal levantamento foi realizado de maneira a contemplar a amostragem da vegetação em
todas as fisionomias ambientais existentes na cobertura vegetal em questão.
Foram amostradas parcelas não contínuas nos ambientes presentes na zona
ciliar no alto curso do rio Pericumã, a saber, ambiente de terra firme (solo drenado),
ambiente de igapó (solo sujeito a inundação) e ambiente de aterrado (solo encharcado). Em
cada localidade (povoado do Guanani, Enseada Grande e Sororoca), foram amostradas três
parcelas de 10x50m (500m
2
) sobre cada tipo de ambiente.
Portanto, foram amostradas três
réplicas de cada ambiente (nove parcelas), perfazendo uma área total de 4.500m
2
,
equivalente a 0,45ha. O tamanho da área total amostrada foi definido a partir de viagem de
campo e bibliografia consultada (ALBUQUERQUE & LUCENA, 2004).
Em cada uma das parcelas foram, levantados os seguintes dados: nome
comum, hábito de crescimento (árvore, arvoreta, arbusto, erva e palmeira), altura e
circunferência à altura do peito (CAP) igual ou maior que 10cm e estágio de
desenvolvimento (ANEXO A). As epífitas, pteridófitas, indivíduos mortos e plântulas não
foram incluídos na amostra, sendo apenas listadas pela sua presença. A identificação das
espécies foi feita por meio de bancos de dados já existentes sobre a bacia, coleta e exam e de
material botânico e imagens digitais.
As coletas foram realizadas especialmente no período de estiagem, em
virtude da área de estudo ficar inacessível no período chuvoso, devido ao tombamento de
árvores e o rompimento de pontes (FIGURA 3.2). Assim, as coletas foram realizadas no
segundo semestre de 2005 e tiveram uma periodicidade mensal.
Os parâmetros fitossociológicos analisados foram os usuais em
fitossociologia: densidade relativa (De. Re), dominância relativa (Do. Re), frequência
relativa (F. Re), densidade total (DT), riqueza (S), índice do valor de importância (IVI),
equitabilidade (J), índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’), diâmetros máximo,
mínimos e médios (D.Ma, D.Mi e D. Me) e altura s máx imas , médi as e míni mas ( A. M a,
A.Me e A.Mi), utilizando o programa FITOPAC (SHEPHERD, 1995). Neste programa as
parcelas foram analisadas de duas maneiras: em conjunto para avaliar as comunidades
vegetais ciliares do alto curso do rio Pericumã como um todo e separada para avaliar se a
20
pressão diferenciada por localidade (povoado) sobre os usos refletia de forma distinta na
conservação desses recursos vegetais.
Para o agrupamento dos indivíduos em classes diamétricas foi utilizada a
fórmula de Intervalo de Classe (IC) = A/nc; onde: A= amplitude = diâmetro maior –
diâmetro menor; nc = número de classes = 1 + 3,3logn e n = número de dados (BARBIERI,
1995).
Sabe-se que a diversidade da vegetação pode ser observada por vários
índices, sendo que o de Shannon-Wiener é o mais utilizado para expressar as características
da comunidade, pelo seu nível de organização biológica (BROWER & ZAR, 1984 apud
LONGHI, 2000). O índice de SHANNON-WIENER para o cálculo da diversidade atribui
um peso maior a espécies raras (ODUM, 1988). Por isso adotamos este índice diversidade
para neste estudo.
O valor do índice de diversidade Shannon-Wiener (H’) é usualmente
encontrado entre 1,5 e 3,5 e raramente ultrapassa 4,5. A equitabilidade (J) expressa a
relação entre a diversidade e o máximo valor que esta pode alcançar. Para isso a
equitabilidade é obtida entre 0 e 1, onde 1 representa a situação em que todas as espécies
são igualmente abundantes. Tanto a diversidade de Shannon-Wiener quanto a
equitabilidade assumem que todas as espécies foram incluídas na amostragem (Margurran,
1988 apud MIRANDA, 2000).
O índice do valor de importância (IVI) é a combinação dos valores
fitossociológicos relativos das espécies, com a finalidade de atribuir um valor para elas
dentro da comunidade vegetal a que pertencem (MATTEUCCI & COLMA, 1982 apud
HACK, et. al., 2005).
21
B
A
FIGURA 3.2A: estrada de Matinha via povoado da Sororoca e B: estrada de Três
Palmeiras via povoado do Guanani.
3.2.3. Estudo Etnobotânico
A condução dos estudos etnobotânicos se deu por meio de observação direta,
entrevistas informais e entrevistas formais. As entrevistas formais foram realizadas com
pessoas consideradas informantes-chaves no conhecimento e uso das plantas das matas
ciliares do alto curso do rio Pericumã, para as quais foram utilizados questionários semi-
estruturados (ANEXO B). Para a seleção desses informantes, foram usados critérios tais
como: ser morador da área de estudo, ter um grande conhecimento da região e ter idade
maior ou igual a 40 anos. Os termos informante principal e informante-chave aparecem em
muitos trabalhos. Trata-se de uma pessoa, selecionada dentre todos os informantes, para
colaborar mais ativamente na pesquisa, escolhida por critérios definidos pelo pesquisador
(ALBUQUERQUE & LUCENA, 2004).
As entrevistas informais foram realizadas com a comunidade em geral, a fim
de obter indicações dos informantes-chaves e informações complementares sobre os usos
dos recursos vegetais. Deve-se destacar queal, , ptidor dolabdar
22
Em suma, os dados foram formatados para análises quantitativas e
qualitativas com o uso de programas dos Excel, JMP e FITOPAC (SHEPHERD, 1995).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Unidades de Paisagem
Nas três localidades amostradas, foram identificadas as mesmas unidades de
paisagem: Campos Inundáveis, Igapó, Terra Firme e Aterrado.
Embora as unidades de paisagem eminentemente aquáticas, como lagos e
rios, não tenham sido incluídas nesse estudo, deve ser ressaltada a presença freqüente de
um elevado número de espécies de macrófitas aquáticas - plantas que ocorrem em zonas
litorais - definidas como a “interface entre o ambiente terrestre da bacia de drenagem e as
águas abertas dos lagos” (PEDRALLI & TEIXEIRA, 2003). Sua importância conhecida
para os ecossistemas aquáticos e sua influência nas áreas marginais dos corpos d’água as
caracterizam como parte relevante dos ecossistemas, ainda que neste estudo não tenham
sido incl uídas e e studada s como tipologia vegetacional ciliar.
São exemplo de espécies de macrófitas aquáticas encontradas na área de
estudo: Echinodorus subalatus (Alismataceae), Limnobium laevigatum (Hydrocharitaceae),
Lemna valdiviana (Lemnaceae), Polygonum punctatum (Polygonaceae), Pontederia
parviflora (Pontederiaceae), Salvinia auriculata (Salviniaceae), Pistia stratiotes (Araceae),
Eichhornia crassipes (Mart.) Solms (Pontederiaceae) e Ceratopteris pteridoides
(Pteridaceae). A FIGURA 4.1 apresenta uma visão geral de uma comunidade de macrófitas
aquáticas presente no povoado Enseada Grande.
23
FIGURA 4.1 – Visão geral de macrófitas aquáticas, povoado Enseada Grande,
período de estiagem, município de Pedro do Rosário-MA.
4.1.1. Campos Inundáveis
Também conhecidos como campos de várzea, apresentam formações
vegetais abertas localizadas nas planícies de inundação, margeando os altos cursos dos rios
perenes e cujo padrão de inundação é controlado por cheias fluviais (MARANHÃO, 2003
apud SANTOS 2004). Em virtude do predomínio de ervas, a sua tipologia vegetacional foi
definida como Campos Herbáceos (FIGURAS 4.2 e 4.3). Algumas espécies encontradas
nesses campos: Pimenta longa do campo (Piper sp; Piperaceae), Tripa-de-vaca (Neptunea
oleracea Lour.; Leguminosae (Mimos.), Capim-de-marreca (Paratheria prostrata Griseb;
Poaceae), Trevo-de-quatro-folhas (Marsilea deflexa A. Braun; Marsileaceae) e Fedegoso
(Heliotropium lanceolatum Ruiz et Pav.; Boraginaceae).
24
FIGURA 4.2 - Campo Inundável (Campo Herbáceo), povoado Guanani, período de
estiagem, município de Pedro do Rosário - MA.
FIGURA 4.3 - Campo Inundável (Campo Herbáceo), povoado Guanani, período
chuvoso, município de Pedro do Rosário - MA.
25
4.1.2. Igapó
São áreas marginais de lagos, rios e igarapés, inundadas sazonalmente
durante um período que vai de 4 a 6 meses por ano, formadas principalmente por
indivíduos de arariba (Symmeria paniculata Benth; Polygonaceae), embroira (não
identificada), criviri (Mouriri guianensis Aub.; Melastomataceae) e a palmeira marajá
(Bactris brongniartii Mart.; Palmae). Portanto, são áreas caracterizadas por apresentar um
estrato arbóreo e um estrato de palmeiras.
A sua tipologia vegetacional característica é a Mata de Igapó, que margeia os
lagos e rios do médio/alto curso do rio Pericumã, sazonalmente inundadas pelas cheias
fluviais (SANTOS, 2004). A vegetação é perenifólia. As maiores árvores chegam até 25m
de altura, com ramificação baixa e densa. Esta mata também recebe outras denominações
pela população local da área de estudo, como gapó, mata do baixo, ou ainda mata de beira
de campo, provavelmente pelo fato desta mata se apresentar, geralmente, associada ao
campo inundável (FIGURA 4.4).
FIGURA 4.4 - Igapó (Mata de Igapó), período de estiagem, povoado Sororoca,
município de São Bento - MA.
26
4.1.3. Terra firme
O ambiente de Terra Firme possui como tipologia vegetacional peculiar a
Mata de Terra Firme. A Mata de Terra Firme ocupa as terras mais altas, com grande
número de espécies arbóreas que podem chegar até 30m de altura, hospedando epífitas
(briófitas, principalmente) e cipós lenhosos. Além do estrato arbóreo, este ambiente conta
com o estrato arbustivo e de palmeira.
Constituída pelos ambientes livres dos pulsos de inundação, que incluem no
caso da área de estudo, os babaçuais, as florestas secundárias e as matas ciliares não-
inundáveis, aqui denominadas Matas de Terra Firme. A vegetação arbórea desta tipologia
vegetacional se assemelha à floresta original em sua composição de espécies, contudo, são
claros os sinais de perturbação e regeneração na floresta, expressos na circunferência
(CAP) e altura das árvores, inferiores àquelas que seriam esperadas em indivíduos de uma
floresta primária. Segundo informações locais, estas matas de terra firme não são utilizadas
para instalação de roças há pelo menos 40 anos. Tecnicamente, as matas amostradas nesta
categoria podem ser consideradas capoeirão (SEMATUR, 1991) (FIGURA 4.5).
FIGURA 4.5 - Terra Firme (Mata de Terra Firme), período de estiagem, povoado
Sororoca, município de São Bento - MA.
27
4.1.4. Aterrado
Os aterrados são áreas banhadas por águas paradas, pantanosas. Na sua
formação, camadas de gramíneas e outras plantas aquáticas de menor porte vão
gradativamente se acumulando, formando o substrato, onde crescem plantas de porte cada
vez maior. Com a morte de muitas espécies que não conseguem adaptar-se ao substrato sem
solo, acumula-se a matéria orgânica (VINHOTE, 2005). A espessura do substrato aumenta
com o passar do tempo, constituindo assim em solo essencialmente orgânico. Apesar da
carência de trabalhos específicos sobre solos orgânicos nas condições tropicais, sabe-se que
eles são mantidos sob tênue equilíbrio. Quando desmatados e drenados, a matéria orgânica
vai sendo oxidada gradativamente, diminuindo sua espessura. Outro aspecto a ser
considerado é o perigo de queima do solo quando seco, que poderá ser completamente
destruído (JACOMINE, 2001).
A sua tipologia vegetacional característica é a Mata de Aterrado, composta
principalmente por juçara (Euterpe oleracea Mart.; Palmae), buriti (Mauritia flexuosa L.;
Palmae) e aninga (Montrichardia arborescens (L.) Schott; Araceae) (FIGURA 4.6). Seus
estratos principais são constituídos por palmeira, arbustos e ervas. Também é comum a
presença abundante de pteridófitas e cipó traquá (Philodendron cordatum Kunth; Araceae).
Pode-se encontrar alguma árvore emergente, geralmente em proximidade com o ambiente
de terra firme.
Segundo depoimento de moradores mais antigos na região, no final da
década de 80 houve um grande incêndio neste ambiente que se alastrou desde o povoado de
Três Palmeiras (próximo ao povoado de Enseada Grande) até o povoado da Sororoca.
Alguns acreditam que esse incêndio pode ter contribuído para a diminuição do pescado.
28
FIGURA 4.6 – Aterrado (Mata de Aterrado), período de estiagem, município de São
Bento - MA.
4.2 Composição Florística e Estrutura da Vegetação
Foram encontradas 96 espécies, pertencentes a 40 famílias e três subfamílias
(Papilionoideae, Caesalpinioideae e Mimosoideae) pertencentes à família Leguminosae,
que aqui são analisadas separadamente por apresentar valores bem discrepantes.
As plantas não identificadas a nível botânico receberam a denominação
INDET mais a letra inicial do nome da localidade onde as mesmas foram encontradas pela
primeira vez. Estas plantas foram enquadradas em uma família denominada
“Desconhecida”, exceto a planta Embroira (INDETG 3) que foi identificada como
pertencente à família Polygonaceae (ANEXO C).
No ANEXO D, estão listadas as espécies amostradas por ordem decrescente
do índice do valor de importância (IVI) e outros parâmetros fitossociológicos. Das 96
espécies, 18 foram identificadas apenas em nível de gênero.
As famílias Palmae (464 indivíduos amostrados), Costaceae (377),
Piperaceae (239), Polygonaceae (231), “Desconhecida” (149) e Araceae (138) foram
aquelas com maior número de indivíduos, representando 74,77% do total (FIGURA 4.7). A
29
família Costaceae apresentou 377 indivíduos de uma única espécie Costus cf. arabicus L.,
enquanto Palmae, Piperaceae e Polygonaceae tiveram seus valores considerados em função
das espécies Bactris brongniartii Mart, Piper angustifolium e Symmeria paniculata Benth,
respectivamente.
As famílias com maior percentual de espécies (%Spp) no levantamento
foram “Desconhecida” (18,75%), Palmae (9,38%), Leguminosae - Mimosoideae (7,29%),
Bignoniaceae (5,21%), Lecythidaceae (4,17%), Rubiaceae (4,17%) e Annonaceae (3,13%)
(FIGURA 4.8). MEYER et al. (2004), em um estudo feito na floresta de galeria do Parque
Estadual do Rola-Moça (MG), encontraram as famílias Rubiaceae, Annonaceae e
Leguminosae, tal como neste trabalho dentre as famílias que apresentaram os maiores
valores de riqueza.
Na análise do índice do valor de importância (IVI) para as famílias,
Leguminosae - Caesalpinioidae ocupou o maior valor (11,01%), superando Palmae
(9,78%), “Desconhecida” (9,24%), Polygonaceae (8,12%), Lecythidaceae (7,15%),
Costaceae (6,73%) e Piperaceae (4,58%), embora estas tenham sido representadas por
muitos indivíduos. Isto se deu em função da maior dominância da primeira família, pelo
fato dela apresentar indivíduos com maiores diâmetros, mas de número inferior de
indivíduos amostrados (FIGURA 4.9).
464
377
239
231
14 9
13 8
83
70
62
50
38
30
23
19
18
13 10
3
2
1
117
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Nº de Indivíduos
1
Famílias
Pal
Cos
Pip
Pol
Des
Ara
Lec
Myr
L. (C)
Cec
L. (M)
Big
Sim
Mel
Rub
Bor
Ann
Eup
Sap
Aral
Outras
FIGURA 4.7 - Distribuição do número de indivíduos por família, em 2005.
30
18,75
9,38
7,29
5,21
4,17
3,13
2,08
1,04
27,04
0
5
10
15
20
25
30
%Spp
1
Famílias
Des
Pal
L. (M)
Big
Lec
Rub
Ann
L. (C)
Pol
Pip
Ara
Cec
Myr
Eup
Cos
Sim
Mel
Bor
Sap
Aral
Outras
FIGURA 4.8 - Distribuição do percentual de espécies por família, em 2005.
11, 0 1
9,78
9,24
8,12
7,15
6,73
4,58
4,04
3,88
3,28
2,87
2,56
2,53
2,2
1,7 8
1,6 2
1,5 8
1,52
1,2 7 1,2 2
13 ,0 6
0
2
4
6
8
10
12
14
%IVI
1
Famílias
L. (C)
Pal
Des
Pol
Lec
Cos
Pip
Sim
Big
Ara
L. (M)
Cec
Myr
Mel
Bor
Sap
Ann
Rub
Eup
Aral
Outras
FIGURA 4.9 - Distribuição do índice do valor de importância (IVI) por família, em
2005. L(Ca) = Leguminosae (Caesalpinioideae), Pal = Palmae, Des = Desconhecida,
Pol = Polygonaceae, Lec = Lecythidaceae, Cos = Costaceae, Pip = Piperaceae, Sim =
Simaroubaceae, Big = Bignoniaceae, Ara = Araceae, Cec = Cecropiaceae, Myr =
Myrtaceae, L(Mi) = Leguminosae (Mimosoideae), Mel = Melastomataceae, Bor =
Boraginaceae, Sap = Sapindaceae, Ann = Annonaceae, Rub = Rubiaceae, Eup =
Euphorbiaceae, Aral = Araliaceae.
31
As dez espécies com maiores valores de IVI representam 43,43% do total, e
foram destaques Macrolobium acaciaefolium Benth (30,33), Costus cf. arabicus L. (19,27),
Symmeria paniculata Benth (14,18), Bactris brongniartii Mart (12,09) e Simarouba sp
(10,60).
M. acaciaefolium, com densidade relativa (2,57%) inferior a C. cf. arabicus
(17,64%), e B. brongniartii (8,33%) com densidade relativa inferior a Simarouba sp
(9,92%), apresentaram os maiores índices em função de seus maiores valores de
dominância relativa 25,04% e 4,22%, respectivamente. O parâmetro que mais colaborou
para determinação de uma espécie foi a dominância relativa; algumas vezes, entretanto, a
densidade relativa.
A abundância e o número de espécies contribuíram para um índice de
diversidade de Shannon-Wiener (H’) igual a 3,29. Este índice é considerado alto quando
comparado com outros trabalhos. Entretanto, tal resultado pode estar relacionado ao
tamanho total de área amostrada e o critério de inclusão dos indivíduos nas amostras.
Segundo MORO, SCHMITT & DIEDRICHS (2001), para uma comunidade vegetal que
apresenta o índice de diversidade de Shannon Wiener (H’) igual a 2,97 é possível que esta
possa superar suas próprias necessidades de regeneração sem, no entanto, prescindir de um
plano de manejo adequado.
A equitabilidade (J) calculada foi igual a 0,7, indicando que grande parte das
espécies possuem sua abundância de forma bem distribuída.
A TABELA 4.1 mostra que dentre os principais parâmetros
fitossociológicos observados nas tipologias vegetacionais da zona ciliar do alto curso do rio
Pericumã, a tipologia Mata de Aterrado apresentou os valores mais altos para número de
indivíduos. Contudo, para os demais parâmetros, 2/3 das parcelas apresentaram os valores
mais baixos quando comparados com as parcelas das outras tipologias vegetacionais. A
tipologia Mata de Igapó apresentou valores intermediários para todos os parâmetros,
enquanto que a tipologia Mata de Terra Firme apresentou os valores mais altos para os
parâmetros número de espécies, altura média e diâmetro médio. O que significa que para
ambientes com modificações sazonais, especialmente no que se refere à inundação, é menor
o número de espécies que se tornam especliatistas.
32
TABELA 4.1 - Principais parâmetros fitossociológicos das tipologias vegetacionais das
matas ciliares do alto curso do rio Pericumã (Nº de spp – número de espécies, Alt.
Média – altura média (m), D. médio – diâmetro médio (cm)).
Parcela Tipologia Vegetacional N° de Ind. N° de Spp Alt.Média D. Médio
1G Mata de Aterrado 309 12 8,0 9,5
2E Mata de Aterrado 482 9 6,3 8,7
3S Mata de Aterrado 165 10 15,6 19,3
4G Mata de Igapó 250 22 9,2 14,6
5E Mata de Igapó 171 6 6,3 10,4
6S Mata de Igapó 137 12 12,2 19,0
7G Mata de Terra Firme 204 41 12,5 11,7
8E Mata de Terra Firme 195 38 15,0 14,8
9S Mata de Terra Firme 224 34 19,0 19,0
MARQUES, SILVA & SALINO (2003), tal como neste estudo, chegaram
ao mesmo resultado sobre o componente arbustivo-arbóreo de uma floresta higrófila da
bacia do rio Jacaré-Pepira, SP, quanto às diferenças entre as espécies que ocupam os
ambientes diferenciados na zona ciliar. Eles observaram que as espécies generalistas e de
solo drenado contribuíram principalmente com a riqueza da comunidade, e as espécies que
preferem solo encharcado tiveram maior participação na densidade e dominância relativas.
Tal observação já havia sido feita por RODRIGUES & NAVE (2000 apud MARQUES,
SILVA & SALINO, 2003).
A partir dos dados de CAP 10cm (depois convertido em diâmetro), foi
possível determinar 11 classes de diâmetros (FIGURA 4.10). A distribuição dos diâmetros
apresentou uma tendência à forma de um “J” invertido, cujo aspecto é característico de
florestas nativas (HARPER, 1990 apud DANIEL & ARRUDA, 2005) e a descrita para
formações ciliares (FELFILI, 1995, 1997; SILVA JUNIOR, 1995 apud DANIEL &
ARRUDA, 2005). A classe que apresentou o maior número de indivíduos foi a II (5,1 –
33
10,0cm) com 367 indivíduos, equivalente a 52,65% do total. Vale salientar que a ausência
de representantes na classe de diâmetro VII (32,1-37,00cm) e um menor números de
indivíduos na primeira classe (2,1-7,0cm), provavelmente pode estar associada ao método,
uma vez que a amplitude de classe foi preestabelecida visando a comunidade como um
todo, podendo assim, não representar fielmente a distribuição de algumas espécies.
84
367
99
59
73
10
0
22
1
0
50
100
150
200
250
300
350
400
I II III IV V VI VII VIII IX X
Classes de Diâmetros (médias em cm)
N° de Indivíduos
FIGURA 4.10 - Distribuição diamétrica das plantas lenhosas (N = 697). Classes de
altura: I) 2,1-7,0cm; II) 7,1-12,0cm; III) 12,1-17,0cm; IV) 17,1-22,00cm; V) 22,1-
27,0cm; VI) 27,1-32,0cm; VII) 32,1-37,00cm; VIII) 37,1-42,00cm; IX) 42,1-47,00cm;
X) 47,1-52cm.
No que diz respeito aos principais parâmetros fitossociológicos calculados
para as localidades amostradas, a TABELA 4.2 mostra as principais diferenças encontradas.
Não foram encontradas diferenças significantes entre as localidades Guanani e Sororoca
para os parâmetros de riqueza, diversidade e equitabilidade. Este fato é explicado pela
proximidade dessas localidades. Entretanto, quanto ao parâmetro densidade total, a
localidade Sororoca apresentou o menor valor, mostrando com isso um menor número de
indivíduos por área amostrada.
As diferenças mais evidentes para os referidos parâmetros fitossociológicos
calculados referem-se àquelas amostras da localidade Enseada Grande. O índice de
diversidade foi o menor (H’=2,71), bem como a riqueza de espécies (47), embora nesta
34
localidade a densidade total dos indivíduos amostrados tenha sido a mais alta. Isto sugere
maior grau de regeneração (recrutamento de indivíduos) nesta localidade, corroborado pela
altura média e diâmetros médios mais baixos.
TABELA 4.2 - Riqueza (S), Diversidade (H’), Equitabilidade (J), Estimativa de
densidade total DT- indivíduos/ha) das espécies vegetais amostradas em matas ciliares
do alto curso do rio Pericumã por localidade.
Localidade S H’ J DT AM DM
Guanani 59 3,10 0,76 5066,67 10,33 12,16
Enseada Grande 47 2,71 0,70 5240,00 9,89 12,03
Sororoca 50 3,11 0,79 3433,33 16,06 18,97
Analisando a distribuição de indivíduos adultos e jovens (com CAP 14cm
e altura 6m) das espécies vegetais amostradas na mata ciliar do alto curso do rio
Pericumã, por povoado (Figura 14.11), pode ser observado que os fragmentos de mata ciliar
dos povoados do Guanani e Sororoca investem de forma equivalente em novos indivíduos,
enquanto que no fragmento de mata ciliar do povoado de Enseada Grande, há um maior
investimento na formação de novos indivíduos. A diferença no recrutamento de novos
indivíduos pode estar relacionada ao ciclo de inundação. Este fato pode ser explicado pela
diferença de cotas neste trecho como mostra a figura 4.12, o qual está funcionando como
uma planície de base local, proporcionando com isso um “aprisionamento” das águas das
chuvas por um período superior ao dos demais povoados (Guanani e Sororoca).
35
570
453
326
155
449
154
0
100
200
300
400
500
600
Guanani Enseada Grande Sororoca
Povoados
Número de Indivíduos
Adulto
Jovem
FIGURA 4.11 – Distribuição de indivíduos adultos e jovens das espécies vegetais
amostradas na mata ciliar do alto curso do rio Pericumã por povoados.
FIGURA 4.12 – Recorte da carta DSG de Pinheiro de 1981 mostrando o
aprisionamento d’água no Campo do Bamburral (nas proximidades do povoado
Enseada Grande), resolução – 1:100.000. Fonte MARANHÃO (2003).
36
4.3 Uso, Manejo e Conservação das Espécies Vegetais
Foram entrevistados 21 informantes-chaves das diferentes localidades da
área de estudo. Não foram encontradas diferenças significativas sobre as formas de uso dos
recursos naturais vegetais por localidade. A FIGURA 4.13 mostra alguns desses usos e o
ANEXO E traz as principais formas de uso levantadas.
A B
D
C
F
E
FIGURA 4.13 - Alguns usos das comunidades do alto curso do rio Pericumã, A: cofo
como ninho para galinha; B: peneira de massa de mandioca; C: pilão; D: jirau; E:
arco de landroá e F: utensílios domésticos.
37
Para cada espécie citada, os informantes indicaram um ou mais usos. A
partir desses dados, foi possível agrupar as diferentes indicações em etnocategorias de uso.
As plantas foram, portanto, agrupadas em sete categorias de uso, a saber: Material de
Construção (MC), Alimento Humano (AH), Alimento Animal (AA), Uso Cultural (UC),
Uso Medicinal (UM), Uso Econômico (UE), e para aquelas plantas cujos informantes não
relataram nenhum uso, estas foram agrupadas em uma categoria denominada como Sem
Uso (SU).
As categorias que apresentaram usos e que tiveram o maior número de
espécies citadas foram: material de construção, alimento humano e uso cultural (FIGURA
4.14).
15
43
118
204
218
223
399
0 100 200 300 400 500
Uso Econômico
Uso Medicinal
Alimento Animal
Uso Cultural
Alimento Humano
Sem Uso
Material de Construção
Citações
FIGURA 4.14 - Distribuição dos usos das espécies botânicas levantadas por
etnocategorias, alto curso do rio Pericumã (MA) em 2006.
São exemplos de usos presentes na categoria material de construção: caibro,
estaca, grade, portas, janelas, casas de taipa cobertas de palhas, casas de taipa sustentadas
por cipó, cercado, mourão e outros. Com algumas exceções, esta categoria implica na
retirada total da planta para obtenção da madeira, levando com isso à perda progressiva dos
indivíduos arbóreos das espécies de interesse.
38
O critério para escolha das plantas para a obtenção da madeira está em
função do tipo de uso e do conhecimento passado por gerações anteriores a respeito dessas
plantas, tais como, a durabilidade e a resistência a cupim. Dentre as espécies citadas para
esta etnocategoria estão: o pau d’arco (Tabebuia aurea (Manso) Benth.; Bignoniaceae), o
cedro (Cedrela odorata L; Meliaceae), a paparaúba (Simarouba sp; Simaroubaceae), a
mejuba (Duguetia furfuraceae (St. Hill); Annonaceae), o ingá-xixi (Inga cylindrica (Vell.)
Mart.; Leguminosae (Mimos.), o ingá pé-de-galinha (Inga laurina (Sw.) Willd.;
Leguminosae (Mimos.), a tatajuba-poca (Bagassa guianensis Aubl; Moraceae), o babaçu
(Orbignya phalerata Mart; Palmae), o cipó muchila (Doliocarpus dentatus (Aubl.) S;
Dilleniaceae), e outras.
Segundo as citações, a segunda categoria de uso, ou seja, para alimento
humano, caracteriza-se pelo uso de frutos e seus derivados. Este dado também foi
encontrado em um estudo feito em mata de galeria (mata ciliar) no Vale do Aricá, Mato
Grosso (PASA & GUARIM NETO, 2000), no qual esta categoria representou 50 % do total
de citações.
Embora, os usos de frutos e seus derivados se constituam numa importante
fonte nutricional de carboidratos e vitaminas para a comunidade do alto curso do rio
Pericumã, não foi percebido um grande interesse desta comunidade pelas frutas nativas, tais
como o bacuri-panã (Rheedia sp; Clusiaceae), a murta (Myrcia selloi (Spreng) N. Silv;
Myrtaceae), o marajá (Bactris brongniartii Mart; Palmae), e o buriti (Mauritia flexuosa L.
F; Palmae).
No que se refere à categoria uso cultural, os usos são os mais diversificados;
portanto, não existe um grupo de plantas específicas para esta categoria. Alguns usos aqui
encontrados são: carvão, lenha, brinquedo (peão), defumação, cachimbo, arapuca para
pegar pássaro, cangalha, arco de landroá (apetrecho de pesca) e utensílios domésticos.
Dentre as espécies citadas para esta categoria estão a jeniparana (Gustavia augusta L;
Lecythidaceae), a arariba (Symmeria paniculata Benth; Polygonaceae), a vara-de-rego (não
identificada), o taquari (Mabea sp; Euphorbiaceae) e o babaçu (Orbignya phalerata Mart;
Palmae).
39
Em virtude das comunidades do alto curso do rio Pericumã praticarem, em
sua maioria, a criação de búfalos, porcos e galinhas de forma livre, ou seja, sem
confinamento, na categoria alimento animal não há distinção entre o que é alimento para
animais silvestres e animais domésticos. Assim sendo, o principal uso nesta categoria é
voltado para os frutos que estão disponíveis na vegetação ciliar. Quando existe alguma
preparação para a alimentação, como a retirada do palmito da juçara (Euterpe oleracea
Mart; Palmae) ou da folha de embaúba (Cecropia glaziovi Snethlage; Cecropiaceae) para os
animais domésticos, o porco e o gado, respectivamente, o uso foi definido pelos
informantes como ração.
Em se tratando dos animais silvestres (macaco, pássaros, capivara, etc)
presentes na área de estudo, a busca pelos frutos nativos podem representar uma importante
forma de dispersão das espécies frutíferas e posterior recrutamento de novos indivíduos
para a mata ciliar como é o caso da gargaúba (Cordia tetandra Aubl; Boraginaceae).
A etnocategoria uso medicinal, para a qual neste estudo houve um número
reduzido de espécies citadas, é apontada como a mais citada em diversos trabalhos
etnobotânicos realizados em regiões tropicais (PASA & GUARIM NETO, 2000). Dentre as
espécies mais citadas estão: o cipó unha-de-gato (Bignonia unguiscati L; Bignoniaceae),
utilizado como remédio para conjuntivite; o açoita cavalo (Luehea divaricata Mart;
Tiliaceae), utilizado como remédio para inflamação; o lacre (Vismia guianensis;
Clusiaceae), utilizado como remédio para impigem e a santa maria, utilizado como
antitérmico.
A categoria de uso econômico está representada pela extração do recurso
vegetal que fornece uma renda complementar à família. Este uso está restrito à extração e
venda do fruto da juçara (Euterpe oleracea Mart; Palmae) e da amêndoa do babaçu
(Orbignya phalerata Mart; Palmae). Segundo depoimento dos informantes-chaves e demais
moradores da comunidade da área de estudo, a safra da juçara abrange um período de
outubro a fevereiro. Este período foi registrado pelas três localidades (povoados). Portanto,
não há diferenças quanto ao período de extração destes recursos vegetais entre os povoados.
Durante todo esse período (outubro-fevereiro) diariamente são coletadas nos juçarais
presentes nos aterrados, dezenas de latas de juçara (valor não quantificado). Uma lata rende
40
de 10 a 15 litros de juçara e é repassada a atravessadores pela quantia de R$10,00 (10 reais)
cada. Um extrativista pode chegar a coletar até três latas do fruto da juçara por dia, o que
lhe dá uma renda diária de R$ 30,00 (30 reais). Deve-se ressaltar que este rendimento não é
igual durante toda a safra.
Quando comparada com a extração da amêndoa do babaçu, esta última dá
um retorno financeiro bem inferior. Um quilo de amêndoa é repassado, em média, por R$
0,60 (60 centavos). Somado a isso, o maior esforço para extração deste recurso vegetal,
leva a extração da juçara ser praticada de forma mais intensiva por membros da
comunidade do alto curso do rio Pericumã.
Finalmente, as plantas citadas na categoria denominada como sem uso, são
principalmente ervas e arbustos. Além dessas plantas, algumas árvores estão nesta categoria
por terem seus usos limitados por suas características. Podemos enfocar a faveira (M
Macrolobium acaciaefolium Bent; Leguminosae (Caesalpinioideae) que, uma vez retirada,
apodrece rapidamente quando comparada a outras madeiras da zona ciliar, e o lacre (Vismia
guianensis; Clusiaceae) o qual é facilmente é empestada de cupim. As principais plantas
incluídas nesta categoria são: a cana-de-macaco (Costus cf. arabicus L.; Costaceae), a
aninga (Montrichardia arborescens L.; Araceae), a aninga-para (Philodendron
martinianum (Engl); Araceae), a pimenta longa (Piper angustifolium R. et P; Piperaceae) e
a canela-de-veado (Amaioua guianensis Aubl; Rubiaceae).
Em linhas gerais, as plantas mais citadas foram: o babaçu (Orbignya
phalerata Mart; Palmae), o marajá (Bactris brongniartii Mart; Palmae), a mejuba
(Duguetia furfuraceae (St.Hill); Annonaceae), o tucum (Astrocaryum vulgare Mart;
Palmae) e a jeniparana (Gustavia augusta L.; Lecythidaceae), que sozinhas representam
22,30% das citações. Esse percentual de citações está associado aos múltiplos usos que as
aquelas plantas possuem.
Seguindo uma ordem decrescente de múltiplos usos por hábito de
crescimento, através das citações feitas pelos informantes-chaves, percebeu-se que as
plantas de hábito de crescimento palmeira foram as que apresentaram o maior número de
usos, seguidos das plantas de hábitos de crescimento árvore/arvoreta, arbusto, trepador e
ervas. Contudo, tal constatação não indica uma pressão maior sobre as palmeiras, haja vista
41
que seus usos, em sua grande maioria, implicam apenas na retirada de folhas e frutos desses
vegetais. RUÍZ e colaboradores (2006) no seu estudo sobre o uso e manejo em florestas no
oeste da Amazônia também encontrou um destaque para palmeiras em função dos seus
múltiplos usos. Diante disso, foi possível chegar a um cenário dos usos dos recursos
vegetais e seus respectivos ambientes pela comunidade do alto curso do rio Pericumã
(FIGURA 4.15).
Diferentes Formas de Uso
Árvore Arbusto Palmeira Erva
Terra Firme Iga Aterrado
FIGURA 4.15 – Cenário atual do uso e manejo das matas ciliares do alto curso do rio
Pericumã, Baixada Maranhense, 2006.
Levando em consideração as etnocategorias com maior número de citações,
seus usos e principais hábitos de crescimento, foi verificado que a comunidade da área de
estudo utiliza de forma diferenciada as unidades de paisagens presentes na zona ciliar. Esse
uso diferenciado acontece em função da oferta do recurso vegetal de interesse por
ambiente. Por conseguinte, os ambientes com maior estrato arbóreo são os mais utilizados,
os quais estão representados pela mata de terra firme e igapó. Em segundo plano, os
42
ambientes com maior estrato de palmeiras e ervas, o aterrado e o campo inundável,
respectivamente, são os menos visitados. Cabendo a este último o uso para pastagem.
Por meio das tabelas de contingência, é possível visualizar algumas relações
e implicações do “modelo de usos” desenvolvido pela população local. No que se refere à
TABELA 4.3, pode ser observado que material de construção (MC) é a etnocategoria que
mais faz uso do caule. A TABELA 4.4 mostra que, segundo a maior parte das citações
(52,75%), a busca pela madeira na mata ciliar é feita durante todo ano, sempre que há
necessi dade.
Este dado já é relevante por si só e torna-se ainda mais importante quando
avaliado sob os efeitos da prática da agricultura itinerante, sempre utilizando novas áreas;
do crescimento populacional que aumenta a necessidade de novas moradias nas localidades,
com conseqüente incremento da necessidade de madeira para casas e para as demais
necessidades associadas. ALBUQUERQUE de & ANDRADE (2002) também apontam
como um grave problema a retirada da cobertura vegetal.
Tem sido observado também que o nível de exploração da floresta influencia
o número de indivíduos total e por classe de tamanho da regeneração natural, propiciando
um aumento no número de indivíduos, de gêneros e de espécies pioneiras e secundárias,
quanto maior for a redução da densidade da floresta (MUNIZ, 2004).
TABELA 4.3 – Percentual das categorias de uso das espécies vegetais por parte da
planta utilizada.
Parte
Usada Categorias de Usos
Total %
AA AH MC SU UC UE UM
Casca
0,00 0,00 0,25 0,00 1,31 0,00 2,87 4,43
Caule
0,57 0,74 30,9 0,00 11,23 0,00 0,00 43,44
Folha
0,16 0,08 1,48 0,00 3,28 0,00 0,25 5,25
Fruto
8,93 17,05 0,08 0,00 0,82 1,23 0,41 28,52
Raiz
0,00 0,00 0,00 0,00 0,08 0,00 0,00 0,08
9,67 17,87 32,7 18,28 16,72 1,23 3,52
43
TABELA 4.4 – Percentual da época de extração das espécies vegetais por parte da
planta utilizada.
Parte
Usada Época de Extração
Total%
Período Chuvoso Durante o Ano Período de Estiagem
Casca
0,00 3,83 0,00 3,83
Caule
0,00 52,75 1,33 54,08
Folha
0,00 5,16 0,17 5,32
Fruto
17,64 1,33 17,64 36,61
Raiz
0,00 0,17 0,00 0,17
17,64 63,23 19,13
4. CONCLUSÕES
Nas comunidades vegetais das matas ciliares do alto curso do rio Pericumã –
MA, foram encontradas quatro tipologias vegetacionais distintas; destas, três apresentaram
diferenças fitossociológicas entre si, tais como, terra firm e, igapó e aterrado.
O alto valor do índice de diversidade na área total amostrada indica uma
grande biodiversidade.
Embora o modelo de manejo praticado pelas comunidades do alto curso do
rio Pericumã seja insustentável, porque favorece a perda de indivíduos, o uso diferenciado
sobre os ambientes leva a uma conservação desigual dos ambientes presente na zona ciliar.
O levantamento etnobotânico demonstrou que as comunidades apresentaram
os mesmos usos dos recursos vegetais, entretanto a diferença demográfica entre os
povoados reflete em uma pressão diferenciada sobre a comunidade vegetal ciliar,
evidenciado pelo número de indivíduos adultos encontrados.
5. RECOMENDAÇÕES
Inclusão da área de estudo na APA da Baixada Maranhense;
Criação de uma Unidade de Conservação Sustentável na categoria Área de
Relevante Interesse Ecológico;
44
A adoção de um programa de Educação Ambiental, nas escolas presentes na
comunidade;
Implantação de sistemas agroflorestais com utilização de espécies frutíferas, tais
como do ingá rabo-de-macaco, bacuri pana e murta, visando a maior diversificação
da produção para melhoria de renda das famílias beneficiadas;
Recuperação de trechos degradados.
45
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Universidade Feral do Maranhão.
49
ANEXO A: Formulário para o levantamento dos dados fitossociológicos.
Nome Comum Hábito de Crescimento Altura CAP Estágio de Desenvolvimento Observações
50
ANEXO B: Formulário para o levantamento das formas de uso.
Local Informante Planta Forma de Uso Categoria de Uso Parte Usada Unidade de Paisagem Época de Extração
51
ANEXO C: Espécies e famílias amostradas nas matas cilia res do alto curso do rio Pericumã, MA.
N Nome Botânico Nome Comum Família Hábito/Cresc. U. Paisagem
1 Amaioua guianensis Aubl Canela-de-veado Rubiaceae Árvore TF
2 Ananas ananassoides (Bak.) L. Abacaxi brabo Bromeliaceae Erva TF
3 Aniba roseodora Ducke Cravo Lauraceae Árvore TF
4 Astrocaryum gynacanthum Mart Marajá catulé Palmae Palmeira TF
5 Astrocaryum vulgare Mart Tucum Palmae Palmeira TF
6
Astronium sp
Mururé Anacardiaceae Árvore TF
7 Bactris brongniartii Mart Marajá Palmae Palmeira I
8 Bagassa guianensis Aubl Tatajuba-poca Moraceae Árvore TF
9 Bathysa meridionalis Smith & D Calsu Rubiaceae Árvore TF
10 Bauhinia glabra Jacq Escada-de-jabuti Leguminosae (Caesalp.) Trepador TF
11 Bignonia unguiscati L Cipó-unha-de-gato Bignoniaceae Trepador I, TF
12 Calathea backemiana E. Morren. Cantã Marantaceae Erva TF
13 Capparis retusa Gris Embarataia Capparidaceae Árvore TF
14 Carapa guianensis Aubl Andiroba Meliaceae Árvore TF
15 Cariniana legalis (Mart.) Kunt Estopeiro Lecythidaceae Árvore TF
16
Casearia sp
Pindaíba Flacourtiaceae Árvore TF
17 Cecropia glaziovi Snethlage Embaúba Cecropiaceae Árvore A
18
Cecropia sp
Embaúba (tipo 2) Cecropiaceae Árvore TF
19 Cedrela odorata L Cedro Meliaceae Árvore TF
20 Ceiba pentandra (L.) Gaertn Sumauma Bombacaceae Árvore I, TF
21
Commelina sp.
Taboquinha Commelinaceae Erva TF
22 Connarus regnellii Schel Carrasco Connaraceae Árvore TF
23 Cordia tetandra Aubl Gargaúba Boraginaceae Árvore I, TF
24 Costus cf. arabicus L. Cana-de-macaco Costaceae Erva A
25 Crescentia cujete L Cuia Bignoniaceae Árvore TF
26
Dendropanax cuneatum
Maria mole Araliaceae Árvore I
27
Desmoncus sp
Cipó titara Palmae Trepador TF
52
Continuação do ANEXO C.
28 Diplotropis purpurea (Rich.) A Sucupira Leguminosae (Papil.) Árvore TF
29 Doliocarpus dentatus (Aubl.) S Cipó muchila Dilleniaceae Trepador TF, I
30 Duguetia furfuraceae (S t.Hill) Mejuba Annonaceae Árvore TF
31
Duguetia sp
Mejuba preta Annonaceae Árvore TF
32 Eschweilera coriacea (DC) Mori Quiriba Lecythidaceae Árvore I
33 Euterpe oleracea Mart Juçara Palmae Palmeira A
34
Eugenia sp
Jambo Myrtaceae Árvore TF
35 Genipa americana L. Jenipapo Rubiaceae Árvore TF, I
36 Gustavia augusta L. Jeniparana Lecythidaceae Árvore I, TF
37 Himatanthus sucuuba (Spruce)W Janaúba Apocynaceae Árvore TF
38 INDETE1 Cipó enrolado Desconhecida Trepador TF
39 INDETE3 Guabijuba Guabijuba Árvore TF
40 INDETE6 Pé-de- galinha Desconhecida Arbusto TF
41 INDETE7 Vara de rego Desconhecida Árvore TF
42
Rheedia sp
Bacuri panã Clusiaceae Árvore TF
43 INDETG10 Baba de paca Desconhecida Erva TF
44 INDETG2 Catuaba Desconhecida Árvore TF
45 INDETG3 Embroira Polygonaceae Árvore I, TF
46
Inga sp3
Ingá preto Leguminosae (Mimos.) Árvore I
47 INDETG5 Jandiá Desconhecida Árvore A
48 INDETG6 Sem nome comum1 Desconhecida Árvore A, I
49 INDETG7 Sem nome comum2 Desconhecida Árvore A
50 INDETG8 Quariquari Desconhecida Árvore TF
51 INDETG9 Santa maria Desconhecida Árvore I, TF
52 INDETS1 Cipó-pau Desconhecida Trepador TF, I
53 INDETS11 Sem nome comum3 Desconhecida Trepador TF
54 INDETS3 Guatiriba Desconhecida Árvore TF
55
Vismia guianensis
Lacre Clusiaceae Árvore I
53
Continuação do ANEXO C.
56 INDETS5 Mangue-do-campo Desconhecida Árvore A, TF
57 INDETS6 Pitomba Desconhecida Árvore TF
58 INDETS8 Sem nome comum4 Desconhecida Árvore TF
59 INDETS9 Velho mariano Desconhecida Árvore A
60 Inga cylindrica (Vell.) Mart.. Ingá xixi Leguminosae (Mimos.) Árvore TF
61 Inga edulis Mart Ingá de-macaco Leguminosae (Mimos.) Árvore TF
62 Inga laurina (Sw.) Willd. Ingá pé-de-galinha Leguminosae (Mimos.) Árvore TF
63
Inga sp
Ingá Leguminosae (Mimos.) Árvore TF
64
Inga sp2
Ingá canivete Leguminosae (Mimos.) Árvore TF
65 Inga thibaudina DC. Ingá rabo - de - macaco Leguminosae (Mimos.) Árvore TF
66 Jacaranda cuspidifolia Mart Jacarandá Bignoniaceae Árvore TF
67 Lecythis lurida (Miers.) Mori. Buragi branco Lecythidaceae Árvore TF
68 Leucocalantha aromatica Barb. Cipó estralador Bignoniaceae Trepador I
69 Luehea divaricata Mart Açoita cavalo Tiliaceae Árvore TF
70
Mabea sp
Taquari Euphorbiaceae Árvore TF
71 Macrolobium acaciaefolium Bent Faveira Leguminosae (Caesalp.) Árvore I
72 Mauritia flexuosa L. F Buriti Palmae Palmeira A
73 Maximiliana maripa (Correa da Serra) Drude Anajá Palmae Palmeira TF
74 Montrichardia arborescens (L.) Aninga Araceae Erva A, TF
75 Mouriri guianensis Aub Criviri Melastomataceae Árvore I
76 Myrcia selloi (Spreng) N. Silv Murta Myrtaceae Arvoreta TF
77 Oenocarpus distichus Mart Bacaba Palmae Palmeira TF
78 Orbignya phalerata Mart Babaçu Palmae Palmeira TF, I
79 Phenakospermum guyanensis Endl Sororoca Musaceae Erva TF
80 Philodendron martinianum (Engl ) Aninga-para Araceae Erva A, TF
81
Phoradendron sp
Cipó preto Loranthaceae Trepador TF
82 Piper angustifolium R. et P Pimenta longa Piperaceae Arbusto A
83 Piper tuberculatum Jacq Pimenta-de-macaco Piperaceae Arbusto A
54
Continuação do ANEXO C.
84
Posoqueria sp
Papa terra Rubiaceae Árvore TF
85
Protium sp
Breu Burseraceae Árvore TF
86 Sapium glandulatum (Vell.) Pax Visgueiro Euphorbiaceae Árvore I
87
Simarouba sp
Paparaúba Simaroubaceae Árvore I, TF
88
Solanum spp
Jurubeba Solanaceae Árvore TF
89 Sterculia chicha St. Hill. Ex Turpin Xixã Sterculiaceae Árvore I
90 Symmeria paniculata Benth Arariba Polygonaceae Árvore I
91 Tabebuia aurea (Manso) Benth. Pau d'arco Bignoniaceae Árvore I, TF
92 Talisia retusa RS Cowan Pitomba braba Sapindaceae Árvore TF
93 Theobroma speciosum Willd Cacau Sterculiaceae Árvore TF
94 Vitex cymosa Bert Tarimã Verbenaceae Árvore TF
95
Vitex sp
Tarimã preto Verbenaceae Árvore I
96 Xylopia emarginata Mart Envirachina Annonaceae Árvore I
TF = Terra Firme, I = Igapó e A = Aterrado
55
Anexo D: Parâmetros fitossociológicos das espécies amostras nas matas ciliares do alto do rio Pericumã, MA.
Espécie N De.Re Do.Re F Re IVI A.Mi A.Ma A.Me D.Mi D.Ma D.Me
Macrolobium acaciaefolium Benth 55 2.57 25.04 2.72 30.33 4.0 30.0 15.2 3.2 51.9 26.0
Costus cf. arabicus L 377 17.64 0.00 1.63 19.27 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Symmeria paniculata Benth 178 8.33 4.22 1.63 14.18 2.0 14.0 6.4 3.8 38.8 9.7
Bactris brongniartii Mart 212 9.92 0.00 2.17 12.09 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Simarouba sp
23 1.08 6.81 2.72 10.60 4.0 30.0 18.7 4.5 35.7 15.1
INDETG3 53 2.48 5.93 2.17 10.58 2.0 25.0 7.3 4.1 25.5 9.5
Piper angustifolium R. et P 184 8.61 0.00 1.63 10.24 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Gustavia augusta L 54 2.53 2.83 2.72 8.08 3.0 16.0 7.7 5.4 27.4 12.9
Jacaranda cuspidifolia Mart 8 0.37 6.83 0.54 7.75 14.0 30.0 22.0 13.7 45.5 26.4
Cariniana legalis (Mart.) Kunt 9 0.42 6.22 0.54 7.18 15.0 20.0 18.3 14.0 40.4 27.2
Montrichardia arborescens (L.) 103 4.82 0.00 2.17 6.99 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Euterpe oleracea Mart 100 4.68 0.00 1.63 6.31 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Myrcia selloi (Spreng) N. Silveira 69 3.23 0.86 2.17 6.26 5.0 20.0 11.0 4.8 17.2 9.4
Mouriri guianensis Aubl 19 0.89 4.02 1.09 6.00 6.0 18.0 11.8 5.7 29.6 18.3
INDETG6 19 0.89 2.82 1.63 5.34 4.0 25.0 11.3 1.1 29.0 10.0
Orbignya phalerata Mart 63 2.95 0.00 2.17 5.12 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Cecropia glaziovi Snethlage 49 2.29 1.08 1.63 5.00 3.0 18.0 7.4 3.2 15.9 6.9
INDETS3 2 0.09 3.99 0.54 4.63 15.0 32.0 23.5 21.0 57.3 39.2
Talisia retusa RS Cowan 2 0.09 3.91 0.54 4.55 24.0 25.0 24.5 40.4 44.9 42.7
INDETE6 65 3.04 0.00 1.09 4.13 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Cordia tetandra Aubl 13 0.61 1.34 2.17 4.12 5.0 22.0 11.5 3.8 18.5 10.1
INDETG9 13 0.61 1.28 2.17 4.06 5.0 15.0 9.5 5.1 22.3 9.8
Lecythis lurida (Miers.) Mori. 7 0.33 2.28 1.09 3.69 12.0 25.0 18.5 8.0 33.1 20.2
Eschweilera coriacea (DC) Mori 13 0.61 1.14 1.63 3.38 12.0 25.0 16.3 9.2 22.6 17.8
Dendropanax cuneatum
1 0.05 2.78 0.54 3.37 10.0 10.0 10.0 50.9 50.9 50.9
56
Continuação do ANEXO D.
Inga cylindrica (Vell.) Mart.. 5 0.23 1.97 1.09 3.29 10.0 26.0 17.0 5.1 31.5 16.4
Philodendron martinianum (Engl) 35 1.64 0.00 1.63 3.27 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
INDETS8 6 0.28 2.39 0.54 3.22 8.0 18.0 15.5 13.4 32.8 22.6
Inga laurina (Sw.) Willd. 25 1.17 0.39 1.63 3.19 3.0 8.0 5.8 2.5 9.2 4.6
Piper tuberculatum Jacq 55 2.57 0.00 0.54 3.12 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Astrocaryum gynacanthum Mart 31 1.45 0.00 1.63 3.08 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Calathea backemiana E. Morren. 23 1.08 0.00 1.63 2.71 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Phenakospermum guyanensis Endll 22 1.03 0.00 1.63 2.66 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
INDETG8 3 0.14 1.38 1.09 2.61 7.0 27.0 20.3 4.8 25.2 18.4
Mauritia flexuosa L. F 16 0.75 0.00 1.63 2.38 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Sapium glandulatum (Vell.) Pax 2 0.09 1.13 1.09 2.31 15.0 21.0 18.0 22.0 23.9 22.9
Amaioua guianensis Aubl 12 0.56 0.00 1.63 2.19 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Leucocalantha aromatica Barb. 9 0.42 0.00 1.63 2.05 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Bignonia unguiscati L 8 0.37 0.00 1.63 2.00 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Maximiliana maripa (Correa da Serra) Drude 19 0.89 0.00 1.09 1.98 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Astrocaryum vulgare Mart 16 0.75 0.00 1.09 1.84 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Commelina sp
27 1.26 0.00 0.54 1.81 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Tabebuia aurea (Manso) Benth. 3 0.14 0.03 1.63 1.80 7.0 7.0 7.0 5.1 5.1 5.1
Ceiba pentandra (L.) Gaertn 2 0.09 0.53 1.09 1.71 7.0 15.0 11.0 10.2 19.7 15.0
Duguetia furfuracea (St. Hill) B. Et H. 7 0.33 0.29 1.09 1.71 16.0 16.0 16.0 16.5 16.5 16.5
Protium sp
4 0.19 0.39 1.09 1.67 5.0 12.0 9.0 5.4 16.5 10.0
Duguetia sp
2 0.09 0.44 1.09 1.63 21.0 21.0 21.0 20.4 20.4 20.4
Diplotropis purpurea (Rich.) A 3 0.14 0.00 1.09 1.59 24.0 24.0 24.0 18.3 18.3 18.3
Bathysa meridionalis Smith & Downs 3 0.14 0.00 1.09 1.56 20.0 20.0 20.0 17.5 17.5 17.5
INDETS5 5 0.23 0.03 1.09 1.53 20.0 20.0 20.0 9.9 9.9 9.9
Cecropia sp
1 0.05 0.53 0.54 1.47 25.0 25.0 25.0 28.7 28.7 28.7
57
Continuação do ANEXO D.
Aniba roseodora Ducke 4 0.19 0.29 0.54 1.43 8.0 30.0 15.0 9.9 17.2 12.5
Bauhinia glabra Jacq 7 0.33 0.39 1.09 1.41 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
INDETS1 5 0.23 0.44 1.09 1.32 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Theobroma speciosum Willd 3 0.14 0.88 1.09 1.28 15.0 15.0 15.0 7.3 7.3 7.3
Doliocarpus dentatus (Aubl.) Standl 4 0.19 0.70 1.09 1.27 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
INDETE3 1 0.05 0.00 0.54 1.22 18.0 18.0 18.0 24.2 24.2 24.2
INDETG5 5 0.23 0.00 0.54 1.18 10.0 10.0 10.0 19.4 19.4 19.4
Solanum spp
2 0.09 0.06 1.09 1.18 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Genipa americana L 2 0.09 0.00 1.09 1.18 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Casearia sp
1 0.05 0.63 0.54 1.14 23.0 23.0 23.0 22.6 22.6 22.6
Bagassa guianensis Aubl 1 0.05 0.40 0.54 1.06 22.0 22.0 22.0 21.0 21.0 21.0
INDETS9 3 0.14 0.00 0.54 1.05 8.0 12.0 10.7 8.9 13.1 10.5
Inga sp3
2 0.09 0.00 0.54 1.02 8.0 10.0 9.0 13.1 13.7 13.4
INDETS6 2 0.09 0.55 0.54 1.02 18.0 18.0 18.0 18.8 18.8 18.8
INDETS11 10 0.47 0.47 0.54 1.01 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Inga thibaudina DC 1 0.05 0.37 0.54 0.99 17.0 17.0 17.0 19.4 19.4 19.4
Inga edulis Mart 2 0.09 0.38 0.54 0.95 8.0 11.0 9.5 9.6 14.0 11.8
Carapa guianensis Aubl 3 0.14 0.38 0.54 0.87 5.0 15.0 9.3 3.2 12.1 6.4
Vitex cymosa Bert 1 0.05 0.00 0.54 0.81 16.0 16.0 16.0 14.3 14.3 14.3
Astronium sp
2 0.09 0.40 0.54 0.81 6.0 15.0 10.5 4.5 11.8 8.1
Oenocarpus distichus Mart 5 0.23 0.31 0.54 0.78 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Himatanthus sucuuba (Spruce) Wood 1 0.05 0.18 0.54 0.77 12.0 12.0 12.0 13.1 13.1 13.1
Vitex sp
2 0.09 0.22 0.54 0.74 6.0 8.0 7.0 7.0 7.0 7.0
INDETG10 4 0.19 0.17 0.54 0.73 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Xylopia emarginata Mart 1 0.05 0.00 0.54 0.72 9.0 9.0 9.0 11.1 11.1 11.1
INDETG7 1 0.05 0.18 0.54 0.69 9.0 9.0 9.0 9.6 9.6 9.6
58
Continuação do ANEXO D.
INDETE1 3 0.14 0.11 0.54 0.68 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Eugenia sp
1 0.05 0.00 0.54 0.66 7.0 7.0 7.0 8.3 8.3 8.3
Luehea divaricata Mart 1 0.05 0.13 0.54 0.64 10.0 10.0 10.0 7.0 7.0 7.0
Inga sp
2 0.09 0.10 0.54 0.64 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Desmoncus sp
2 0.09 0.00 0.54 0.64 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Capparis retusa Gris 2 0.09 0.07 0.54 0.64 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Crescentia cujete L 2 0.09 0.05 0.54 0.64 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Sterculia chicha St. Hill. ex Turpin 2 0.09 0.00 0.54 0.64 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Phoradendron sp
2 0.09 0.00 0.54 0.64 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Cedrela odorata L 1 0.05 0.00 0.54 0.62 10.0 10.0 10.0 5.1 5.1 5.1
Vismia guianensis
1 0.05 0.00 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
INDETG2 1 0.05 0.00 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Connarus regnellii Schel 1 0.05 0.00 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Posoqueria sp
1 0.05 0.03 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Rheedia sp
1 0.05 0.00 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
INDETE7 1 0.05 0.00 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Mabea sp
1 0.05 0.00 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Inga sp2
1 0.05 0.00 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Ananas ananassoides (Bak.) L. B. Smith 1 0.05 0.00 0.54 0.59 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
59
Anexo E: Principais formas de uso das plantas amostradas no alto curso do rio pericumã, MA.
N Formas de Uso Categoria de Uso Planta
Nome Botânico Parte
Usada
1 Caibro Material de Construção Quiriba
Eschweilera coriacea (DC)
Mori Caule
2 Grade Material de Construção Tatajuba-poca Bagassa guianensis Aubl Caule
3 Janela Material de Construção Paparaúba
Simarouba sp
Caule
4 Cercado Material de Construção Cipó-unha-de-gato Bignonia unguiscati L Caule
5 Mourão Material de Construção Mangue do campo Não identificada Caule
6 Azeite Alimento Humano Babaçu Orbignya phalerata Mart Fruto
7 Palmito Alimento Animal Babaçu Orbignya phalerata Mart Fruto
8 Venda do fruto Uso Econômico Juçara Euterpe oleracea Mart Fruto
9 Cangalha Uso Cultural Arariba Symmeria paniculata Benth Caule
10 Estaca Material de Construção Arariba Symmeria paniculata Benth Caule
11 Carvão Uso Cultural Arariba Symmeria paniculata Benth Caule
12 Esteio Material de Construção Tarimã Vitex cymosa Bert Caule
13 Arco-de-landroá Uso Cultural Unha-de-gato Bignonia unguiscati L Caule
14 Empaneirar farinha Uso Cultural Sororoca
Phenakospermum guyanensis
Endl Folha
15
Remédio para sapinho em
criança Uso Medicinal Tucum Astrocaryum vulgare Mart Folha
16 Remédio para desinteria Uso Medicinal Jeniparana Gustavia augusta L Folha
17 Socó Uso Cultural Marajá Bactris brongniartii Mart Caule
18 Cerca Material de Construção Calsu
Bathysa meridionalis Smith &
D Caule
19 Remédio para dor de dente Uso Medicinal Açoita cavalo Luehea divaricata Mart Casca
20 Cola para papel Uso Cultural Janaúba
Himatanthus sucuuba
(Spruce)W Casca
21 Lenha Uso Cultural Embroira Não identificada Caule
60
Continuação do ANEXO E.
22 Móveis Material de Construção Paparaúba
Simarouba sp
Caule
23 Embarcação Uso Cultural Xixã
Sterculia chicha St. Hill. Ex
Turpin Caule
24 Pilão Uso Cultural Criviri Mouriri guianensis Aub Caule
25 Embalar pamonha Uso Cultural Cantã
Calathea backemiana E.
Morren. Folha
26 Purgante Uso Medicinal Janaúba
Himatanthus sucuuba
(Spruce)W Casca
27 Remédio para má digestão Uso Medicinal Jurubeba
Solanum spp
Fruto
28 Forro Material de Construção Xixã
Sterculia chicha St. Hill. Ex
Turpin Caule
29 Analgésico Uso Medicinal Embarataia Capparis retusa Gris Casca
30 Suco Alimento Humano Anajá
Maximiliana maripa (Correa da
Serra) Drude Fruto
31 Cofo Uso Cultural Babaçu Orbignya phalerata Mart Folha
32 Cortina (mensaba) Material de Construção Babaçu Orbignya phalerata Mart Folha
33 Gaiola Uso Cultural Pé-de-galinha Não identificada Caule
34 Vassoura Uso Cultural Tucum Astrocaryum vulgare Mart Folha
35 Porta Material de Construção Paparaúba
Simarouba sp
Caule
36 Envira (corda) Uso Cultural Estopero Cariniana legalis (Mart.) Kunt Casca
37
Remédio para impigem
(leite) Uso Medicinal Lacre
Não identificada
Casca
38 Peão (brinquedo) Uso Cultural Babaçu Orbignya phalerata Mart Fruto
39 Remédio para malária Uso Medicinal Santa Maria Não identificada Casca
40 Remédio para reumatismo Uso Medicinal Catuaba Não identificada Casca
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Milhares de Livros para Download:
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