Download PDF
ads:
U
U
N
N
I
I
V
V
E
E
R
R
S
S
I
I
D
D
A
A
D
D
E
E
F
F
E
E
D
D
E
E
R
R
A
A
L
L
D
D
E
E
S
S
Ã
Ã
O
O
C
C
A
A
R
R
L
L
O
O
S
S
C
C
E
E
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
E
E
C
C
I
I
Ê
Ê
N
N
C
C
I
I
A
A
S
S
B
B
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
A
A
S
S
E
E
D
D
A
A
S
S
A
A
Ú
Ú
D
D
E
E
P
P
R
R
O
O
G
G
R
R
A
A
M
M
A
A
D
D
E
E
P
P
Ó
Ó
S
S
-
-
G
G
R
R
A
A
D
D
U
U
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
E
E
M
M
E
E
C
C
O
O
L
L
O
O
G
G
I
I
A
A
E
E
R
R
E
E
C
C
U
U
R
R
S
S
O
O
S
S
N
N
A
A
T
T
U
U
R
R
A
A
I
I
S
S
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
F
F
L
L
O
O
R
R
Í
Í
S
S
T
T
I
I
C
C
A
A
,
,
F
F
I
I
T
T
O
O
S
S
S
S
O
O
C
C
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
A
A
E
E
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
D
D
A
A
R
R
E
E
L
L
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
E
E
N
N
T
T
R
R
E
E
A
A
D
D
I
I
S
S
T
T
R
R
I
I
B
B
U
U
I
I
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
D
D
A
A
S
S
E
E
S
S
P
P
É
É
C
C
I
I
E
E
S
S
E
E
A
A
D
D
I
I
S
S
T
T
Â
Â
N
N
C
C
I
I
A
A
D
D
A
A
M
M
A
A
R
R
G
G
E
E
M
M
D
D
E
E
R
R
I
I
A
A
C
C
H
H
O
O
S
S
I
I
N
N
T
T
E
E
R
R
M
M
I
I
T
T
E
E
N
N
T
T
E
E
S
S
N
N
A
A
B
B
A
A
C
C
I
I
A
A
H
H
I
I
D
D
R
R
O
O
G
G
R
R
Á
Á
F
F
I
I
C
C
A
A
D
D
O
O
R
R
I
I
O
O
T
T
A
A
P
P
E
E
R
R
O
O
Á
Á
,
,
S
S
E
E
M
M
I
I
-
-
Á
Á
R
R
I
I
D
D
O
O
P
P
A
A
R
R
A
A
I
I
B
B
A
A
N
N
O
O
,
,
B
B
R
R
A
A
S
S
I
I
L
L
A
A
L
L
E
E
C
C
K
K
S
S
A
A
N
N
D
D
R
R
A
A
V
V
I
I
E
E
I
I
R
R
A
A
D
D
E
E
L
L
A
A
C
C
E
E
R
R
D
D
A
A
S
S
Ã
Ã
O
O
C
C
A
A
R
R
L
L
O
O
S
S
-
-
S
S
P
P
2
2
0
0
0
0
7
7
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
U
U
N
N
I
I
V
V
E
E
R
R
S
S
I
I
D
D
A
A
D
D
E
E
F
F
E
E
D
D
E
E
R
R
A
A
L
L
D
D
E
E
S
S
Ã
Ã
O
O
C
C
A
A
R
R
L
L
O
O
S
S
C
C
E
E
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
E
E
C
C
I
I
Ê
Ê
N
N
C
C
I
I
A
A
S
S
B
B
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
A
A
S
S
E
E
D
D
A
A
S
S
A
A
Ú
Ú
D
D
E
E
P
P
R
R
O
O
G
G
R
R
A
A
M
M
A
A
D
D
E
E
P
P
Ó
Ó
S
S
-
-
G
G
R
R
A
A
D
D
U
U
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
E
E
M
M
E
E
C
C
O
O
L
L
O
O
G
G
I
I
A
A
E
E
R
R
E
E
C
C
U
U
R
R
S
S
O
O
S
S
N
N
A
A
T
T
U
U
R
R
A
A
I
I
S
S
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
F
F
L
L
O
O
R
R
Í
Í
S
S
T
T
I
I
C
C
A
A
,
,
F
F
I
I
T
T
O
O
S
S
S
S
O
O
C
C
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
A
A
E
E
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
D
D
A
A
R
R
E
E
L
L
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
E
E
N
N
T
T
R
R
E
E
A
A
D
D
I
I
S
S
T
T
R
R
I
I
B
B
U
U
I
I
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
D
D
A
A
S
S
E
E
S
S
P
P
É
É
C
C
I
I
E
E
S
S
E
E
A
A
D
D
I
I
S
S
T
T
Â
Â
N
N
C
C
I
I
A
A
D
D
A
A
M
M
A
A
R
R
G
G
E
E
M
M
D
D
E
E
R
R
I
I
A
A
C
C
H
H
O
O
S
S
I
I
N
N
T
T
E
E
R
R
M
M
I
I
T
T
E
E
N
N
T
T
E
E
S
S
N
N
A
A
B
B
A
A
C
C
I
I
A
A
H
H
I
I
D
D
R
R
O
O
G
G
R
R
Á
Á
F
F
I
I
C
C
A
A
D
D
O
O
R
R
I
I
O
O
T
T
A
A
P
P
E
E
R
R
O
O
Á
Á
,
,
S
S
E
E
M
M
I
I
-
-
Á
Á
R
R
I
I
D
D
O
O
P
P
A
A
R
R
A
A
I
I
B
B
A
A
N
N
O
O
,
,
B
B
R
R
A
A
S
S
I
I
L
L
A
A
L
L
E
E
C
C
K
K
S
S
A
A
N
N
D
D
R
R
A
A
V
V
I
I
E
E
I
I
R
R
A
A
D
D
E
E
L
L
A
A
C
C
E
E
R
R
D
D
A
A
Tese de Doutorado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos
Naturais, do Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde da Universidade Federal de São Carlos,
como parte dos requisitos para a obtenção do
título de Doutora em Ciências, área de
concentração em Ecologia e Recursos Naturais.
S
S
Ã
Ã
O
O
C
C
A
A
R
R
L
L
O
O
S
S
-
-
S
S
P
P
2
2
0
0
0
0
7
7
ads:
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
L131cf
Lacerda, Alecksandra Vieira de.
Caracterização florística, fitossociológica e análise da
relação entre a distribuição das espécies e a distância da
margem de riachos intermitentes na bacia hidrográfica do rio
Taperoá, semi-árido paraibano, Brasil / Alecksandra Vieira
de Lacerda. -- São Carlos : UFSCar, 2007.
120 f.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2007.
1. Botânica. 2. Florística. 3. Vegetação ribeirinha. 4.
Caatinga. 5. Comunidades vegetais. 6. Relações espécie-
ambiente. I. Título.
CDD: 371.9 (20
a
)
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
Prof. Dr. Nivaldo Nordi
Orientador
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
Profa. Dra. Takako Watanabe
Co-orientadora
O
O
S
S
C
C
Í
Í
L
L
I
I
O
O
S
S
D
D
A
A
S
S
Á
Á
G
G
U
U
A
A
S
S
Conhecer a vegetação que segue pelas linhas da intermitência das águas
é preocupar-se com o equilíbrio das formas de vida que ali habitam
e isso é lançado ao tempo como um eterno desafio
Alecksandra V. Lacerda
D
D
E
E
D
D
I
I
C
C
O
O
:
:
A DEUS, uma força que nos ensina com amor a escolher o caminho correto dentro
do labirinto da vida.
À FAMÍLIA, que através da herança do conhecimento e da sua força impulsora nos
permite levantar dos tombos sempre fortalecidos.
À NATUREZA, que com suas redes de interações dinâmicas, complexas e
estimulantes nos mostra a relevância de encontrar na essência da procura um
descobrir que defina o respeito por suas próprias leis.
viii
A
A
G
G
R
R
A
A
D
D
E
E
C
C
I
I
M
M
E
E
N
N
T
T
O
O
S
S
Reservar este espaço para agradecer significa reconhecer que uma pesquisa é um
conjunto de ações e reflexões que se concretiza de forma coletiva e por assim ser as marcas da
escrita se definiram através de uma construção plural que foi ao longo de algum tempo refletida
com a racionalidade necessária, mas sem perder o encanto de onde foi vivenciada. Portanto,
agradeço de forma especial:
Ao professor Dr. Nivaldo Nordi, pela coragem de ter aceito o desafio deste trabalho e
ainda por sua imensa simpatia, amizade, compreensão, segurança e sabedoria na orientação,
sendo este conjunto a força impulsora que permitiu a concretização do sonho de querer construir
o conhecer.
À professora Dra. Takako Watanabe, que na condição de co-orientadora contribuiu
significativamente na superação de mais esse desafio.
À professora Dra. Maria José de Araújo Lima, pela coragem e disposição em formar e
compartilhar saberes.
Aos Professores do PPG-ERN por todas as grandiosas discussões realizadas durante o
meu trajeto nas disciplinas da Pós-Gradução e em especial ao Professor Dr. José Eduardo dos
Santos, pela amizade e pelas lições do saber ambiental.
Ao grande e exemplar mestre que não se encontra mais entre nós, mas que deixou
plantado em nossos corações a importância de se construir uma nova realidade ambiental:
Felisberto Cavalheiro (In Memoriam).
Aos professores e técnicos do Departamento de geografia da Universidade Federal da
Paraíba/Campus I/João Pessoa, pela ajuda na elaboração dos mapas.
Aos pesquisadores taxonomistas: Dr. Haroldo C. Lima – Jardim Botânico do Rio de
Janeiro – Leguminosae, Dra. Inês Cordeiro – Instituto de Botânica de São Paulo –
Euphorbiaceae, Dra Iracema Loiola – UFRN – Combretaceae e Erythroxylaceae, Dr. Irenildo
Melo – UFRPE – Boraginaceae, Dr. Luciano Paganucci de Queiroz – UEFS – Leguminosae,
Dra. Maria de Fátima Agra – UFPB – Solanaceae, Dra. Maria Regina de Vasconcellos Barbosa –
UFPB – Rubiaceae e Dra. Rita Baltazar de Lima – UFPB – Rhamnaceae, pela identificação do
material botânico.
Às professoras da Universidade Federal de Campina Grande, Antônia Arisdélia F. M. A.
Feitosa e Josefa Valdete da Silva, mestres e amigas, pelas valiosas discussões e ensinamentos
repassados durante a minha vida acadêmica e que tanto contribuíram para o meu
desenvolvimento como ser humano e pesquisadora.
ix
Aos membros da Banca de Qualificação, professor Dr. João Juares Soares, professora
Dra. Maria Inês Salgueiro Lima e professora Dra. Andréia Lúcia Teixeira de Souza, pelas
valiosas contribuições.
Aos membros da Banca de Defesa Pública para a obtenção do título de Doutora em
Ecologia e Recursos Naturais, professor Dr. Waldir Mantovani, professora Dra. Soraya
Alvarenga Botelho, professor Dr. João Juares Soares, professora Dra. Maria Inês Salgueiro
Lima, pela leitura e avaliação construtiva do trabalho.
Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais da UFSCar, pela
valiosa oportunidade e também por ter se configurado como um espaço de ensinamentos
constantes, e ainda a todo o pessoal da secretaria, pela atenção e apoio dedicado.
Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudo e ao Programa Ecológico de Longa Duração
- PELD/Caatinga: estrutura e funcionamento, executado pela Universidade Federal da Paraíba,
pelo suporte técnico e ajuda financeira de grande importância para a realização de parte dos
trabalhos de campo.
À curadora do herbário Lauro Pires Xavier (JPB) da Universidade Federal da Paraíba,
Maria Regina de Vasconcellos Barbosa, pelo auxílio e abertura dos seus espaços e ainda a toda
sua equipe e em especial a Pedro da Costa Gadelha Neto, José Roberto B. Lima, Maria do
Socorro Pereira, Maria do Céo Rodrigues Pessoa e Itamar Barbosa de Lima.
Aos colegas e amigos do PPG-ERN e em especial Raquel, Fernandinha, Eliane e Gustavo
pela agradável convivência em São Carlos e ainda pelos importantes momentos de reflexão e
alegria.
Ao pessoal do Laboratório de Ecologia Humana e Etnoecologia, Ana Thé, Camila,
Franze, Geli, Ingrid, Mayara, Sara, Sheila, Tati e Thaís, pelo agradável convívio, amizade e
ensinamentos.
Ao motorista Ivanildo, da Universidade Federal da Paraíba, que ao nos conduzir as áreas
gerou através do tempo laços de amizade e sem o qual não teríamos, com a segurança ofertada, o
sonho de ver construído esse trabalho.
Ao Márcio Mariano Oliveira, um anjinho que surgiu nos momentos de maior angústia e
com seu enorme conhecimento em informática soube ofertar ajuda sempre quando necessária.
Às amigas pesquisadoras encontradas durante a caminhada e em especial a Maria
Verônica Meira de Andrade, pela ajuda nos momentos finais do exercício da pesquisa e ainda
por ter me oferecido mais uma prova que não é preciso muito tempo para se reconhecer e se
fazer uma verdadeira amizade.
À Francisca Maria Barbosa, mestre, amiga e companheira, pela coragem de enfrentar o
x
calor da semi-aridez e comigo trilhar por caminhos cheios de espinhos e perigos constantes.
Você é co-autora desse trabalho.
A família Barbosa e em especial a Maria do Céu, uma amiga recentemente descoberta,
que com sua força e alegria me energizou nos momentos de maior fraqueza.
À Charmênia Alves de Souza, pelo apoio e incentivo, ofertas estas valiosas que me
fizeram conseguir forças para superar barreiras e conseguir vitórias.
À minha família e em especial a minha mãe Ilza Vieira de Lacerda e minha irmã Eliane
Vieira de Lacerda pelo amor dedicado, torcida e compreensão para com as minhas ausências.
Aos proprietários, Maria Eunice Braz (In Memoriam) - Fazenda Almas, Agrício de Souza
Barros Filho - Fazenda Avelós e o administrador José Carlos Oliveira - Fazenda Gangorra, que
permitiram o desenvolvimento do trabalho em suas respectivas áreas.
Ao mateiro, João Rodrigues pela ajuda preciosa nos trabalhos de campo e em especial ao
Francisco Palmeira de Lima, que além de contribuir para a concretização das atividades de
campo se revelou a principal referência amiga no Cariri. Portanto, se configura como uma pessoa
simples, mas cuja sapiência o permite perceber os verdadeiros meios para desvendar os segredos
da natureza.
Por fim, gostaria de agradecer aos aqui não citados, ao frio e ao silêncio da noite, fonte de
reflexão sobre os erros cometidos nos momentos de luz e ainda aos pássaros e outros animais
muitas vezes desconhecidos que nos alertava sobre a hora do amanhecer. Portanto, sou grata a
todos e tudo que no conjunto me fez perceber que assim como o rio e suas matas que construíram
suas histórias através do tempo e do espaço, nós, com a razão e a emoção necessária, precisamos
também edificar uma nova realidade ambiental que seja pautada em uma relação mais
harmoniosa com a natureza.
xi
S
S
U
U
M
M
Á
Á
R
R
I
I
O
O
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................. xiii
LISTA DE TABELAS............................................................................................................ xv
RESUMO GERAL..................................................................................................................xviii
ABSTRACT............................................................................................................................ xx
INTRODUÇÃO GERAL........................................................................................................ 1
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO.................................................... 8
CAPÍTULO I - COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DO ESTRATO ARBUSTIVO-
ARBÓREO DE TRÊS ÁREAS RIBEIRINHAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
TAPEROÁ, SEMI-ÁRIDO PARAIBANO, BRASIL............................................................ 17
Resumo................................................................................................................................... 17
1. Introdução........................................................................................................................... 17
2. Material e métodos............................................................................................................. 19
2.1 Área de estudo.................................................................................................................. 19
2.2 Coleta e análise dos dados................................................................................................ 19
3. Resultados e Discussão.......................................................................................................20
3.1 Composição Florística: uma abordagem geral das áreas ribeirinhas amostradas............. 20
3.2 Composição florística: uma abordagem por área.............................................................. 30
3.3 Similaridade florística....................................................................................................... 32
4. Conclusões.......................................................................................................................... 33
CAPÍTULO II – ANÁLISE DA ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DA
VEGETAÇÃO ARBUSTIVO-ARBÓREA DE TRÊS ÁREAS RIBEIRINHAS NA
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TAPEROÁ, SEMI-ÁRIDO PARAIBANO,
BRASIL.................................................................................................................................. 35
Resumo.................................................................................................................................... 35
1. Introdução........................................................................................................................... 36
2. Material e métodos.............................................................................................................. 38
2.1 Área de estudo................................................................................................................... 38
2.2 Procedimento amostral...................................................................................................... 38
2.3 Organização e análise dos dados....................................................................................... 42
xii
2.3.1 Suficiência amostral....................................................................................................... 42
2.3.2 Parâmetros fitossociológicos.......................................................................................... 42
2.3.3 Diversidade específica................................................................................................... 45
2.3.4 Aspectos dinâmicos da vegetação.................................................................................. 45
3. Resultados e Discussão.......................................................................................................46
3.1 Suficiência amostral.......................................................................................................... 46
3.2 Parâmetros fitossociológicos: uma abordagem por área amostrada................................. 48
3.3 Parâmetros fitossociológicos: uma discussão geral.......................................................... 59
3.4 Aspectos dinâmicos da vegetação..................................................................................... 63
3.5 Diversidade específica......................................................................................................73
4. Conclusões.......................................................................................................................... 76
CAPÍTULO III – ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE A DISTÂNCIA DA MARGEM DE
RIACHOS INTERMITENTES E AS VARIAÇÕES FLORÍSTICAS E ESTRUTURAIS
DA COMUNIDADE ARBUSTIVA-ARBÓREA NA BACIA DO RIO TAPEROÁ,
SEMI-ÁRIDO PARAIBANO................................................................................................. 78
Resumo.................................................................................................................................... 78
1. Introdução........................................................................................................................... 79
2. Material e Métodos............................................................................................................. 80
2.1 Área de estudo................................................................................................................... 80
2.2 Procedimento amostral...................................................................................................... 80
2.3 Organização e análise dos dados....................................................................................... 81
3. Resultados e Discussão.......................................................................................................81
3.1 Análise da distribuição das espécies nas faixas ribeirinhas amostradas........................... 81
3.2 Caracterização fitossociológica......................................................................................... 84
4. Conclusões.......................................................................................................................... 103
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................. 105
BIBLIOGRAFIA GERAL...................................................................................................... 106
xiii
L
L
I
I
S
S
T
T
A
A
D
D
E
E
F
F
I
I
G
G
U
U
R
R
A
A
S
S
Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano............... 9
Figura 2. Bacia hidrográfica do rio Taperoá: hidrografia e principais sub-bacias.................. 10
Figura 3. Imagens das áreas ribeirinhas amostradas na bacia do rio Taperoá, semi-árido
paraibano................................................................................................................................. 11
Figura 4. Localização da área ribeirinha do riacho do Cazuzinha na sub-
b
acia do riacho
dos Cordeiros.......................................................................................................................... 12
Figura 5. Localização das áreas ribeirinhas dos riachos do Farias e dos Mares na sub-
b
aci
a
do Farias.................................................................................................................................. 14
Figura 6. Distribuição mensal de precipitação média e temperatura média no município de
São João do Cariri. Dados de janeiro/1996 a dezembro/2005, fornecidos pela Bacia Escola
de São João do Cariri/Universidade Federal de Campina Grande.......................................... 15
Figura 7. Distribuição mensal da umidade relativa média do ar e evaporação média no
município de São João do Cariri. Dados de janeiro/1996 a dezembro/2005, fornecidos pel
a
Bacia Escola de São João do Cariri/Universidade Federal de Campina Grande.................... 15
Figura 8. Distribuição percentual do número total de espécies amostradas por famílias
para as três áreas ribeirinhas na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano......................... 26
Figura 9. Distribuição percentual do número total de gêneros amostrados por famílias par
a
as três áreas ribeirinhas na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano................................. 26
Figura 10. Número de espécies total e exclusivas registradas por área ribeirinha amostrada
na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano....................................................................... 31
Figura 11. Similaridade florística entre as três áreas estudadas (RF – riacho do Farias; RM
– riacho dos Mares; RC – riacho do Cazuzinha) e outros cinco levantamentos
desenvolvidos nas áreas ribeirinhas da bacia do rio Taperoá (RS – riacho Salgado; RSA
riacho Santo Antônio; RSG – rio Soledade/município de Gurjão; RSS - rio
Soledade/município de Soledade; RT – rio Taperoá - Lacerda et al., 2004; Lacerda &
Barbosa, 2006) ....................................................................................................................... 32
Figura 12. Mapa com a distribuição das parcelas na mata ribeirinha do riacho do
Cazuzinha na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano................................. 39
Figura 13. Mapa com a distribuição das parcelas na mata ribeirinha do riacho do Farias n
a
bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano....................................................... 40
Figura 14. Mapa com a distribuição das parcelas na mata ribeirinha do riacho dos Mares
na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano................................................... 41
Figura 15. Curvas de suficiência amostral construídas para o levantamento da vegetação
arbustivo-arbórea das áreas ribeirinhas amostradas na bacia hidrográfica do rio Taperoá,
semi-árido paraibano............................................................................................................... 47
Figura 16. Valor de importância e número de indivíduos das famílias ocorrentes na área
ribeirinha do riacho do Cazuzinha na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido
paraibano................................................................................................................................. 48
xiv
Figura 17. Valor de importância das espécies ocorrentes na área ribeirinha do riacho do
Cazuzinha na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano................................. 51
Figura 18. Valor de importância e número de indivíduos das famílias ocorrentes na área
ribeirinha do riacho do Farias na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.. 52
Figura 19. Valor de importância das espécies ocorrentes na área ribeirinha do riacho do
Farias na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano........................................ 55
Figura 20. Valor de importância e número de indivíduos das famílias ocorrentes na áre
a
ribeirinha do riacho dos Mares na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano... 56
Figura 21. Valor de importância das espécies ocorrentes na área ribeirinha do riacho dos
Mares na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano....................................... 59
Figura 22. Distribuição dos indivíduos arbustivo-arbóreos por classes de diâmetro nas
áreas ribeirinhas dos riachos amostrados................................................................................ 64
Figura 23. Distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro das espécies com mais de
10% de representantes na área ribeirinha do riacho do Cazuzinha......................................... 67
Figura 24. Distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro das espécies com mais de
10% de representantes na área ribeirinha do riacho do Farias................................................ 67
Figura 25. Distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro das espécies com mais de
10% de representantes na área ribeirinha do riacho dos Mares.............................................. 68
Figura 26. Distribuição dos indivíduos arbustivo-arbóreos por classes de altura nas áreas
ribeirinhas dos riachos amostrados......................................................................................... 70
Figura 27. Distribuição dos indivíduos em classes de altura das espécies com mais de 10%
de representantes na área ribeirinha do riacho do Cazuzinha................................................. 72
Figura 28. Distribuição dos indivíduos em classes de altura das espécies com mais de 10%
de representantes na área ribeirinha do riacho do Farias........................................................ 72
Figura 29. Distribuição dos indivíduos em classes de altura das espécies com mais de 10%
de representantes na área ribeirinha do riacho dos Mares....................................................... 73
Figura 30. Análise da densidade absoluta (DA) e dominância absoluta (DoA) das 10
espécies mais importantes em termos de VI em cada faixa ribeirinha (Margem, Meio e
Borda) amostrada no riacho do Cazuzinha............................................................................. 96
Figura 31. Análise da densidade absoluta (DA) e dominância absoluta (DoA) das 10
espécies mais importantes em termos de VI em cada faixa ribeirinha (Margem, Meio e
Borda) amostrada no riacho do Farias.................................................................................... 97
Figura 32. Análise da densidade absoluta (DA) e dominância absoluta (DoA) das 10
espécies mais importantes em termos de VI em cada faixa ribeirinha (Margem, Meio e
Borda) amostrada no riacho dos Mares................................................................................... 98
Figura 33. Distribuição dos indivíduos arbustivo-arbóreos por classes de diâmetro nas
faixas ribeirinhas (Margem, Meio e Borda) dos riachos amostrados...................................... 101
Figura 34. Distribuição dos indivíduos arbustivo-arbóreos por classes de altura nas faixas
ribeirinhas (Margem, Meio e Borda) dos riachos amostrados................................................ 102
xv
L
L
I
I
S
S
T
T
A
A
D
D
E
E
T
T
A
A
B
B
E
E
L
L
A
A
S
S
Tabela 1. Lista das famílias e espécies registradas no levantamento florístico realizado nas
três áreas ribeirinhas na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano, com seus respectivos
nomes populares, hábitos, números de coleta e locais de ocorrência. Hab. = Hábito, Arv =
Árvore, Arb = Arbusto, NC = número de coleta do autor (A. V. Lacerda) referente ao
material depositado no herbário Lauro Pires Xavier (JPB), RF = riacho do Farias, RM =
riacho dos Mares, RC = riacho do Cazuzinha......................................................................... 23
Tabela 2. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do Valor de Importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na mata ribeirinha do riacho do
Cazuzinha na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB
= área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüênci
a
absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância
relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura................................................ 50
Tabela 3. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na mata ribeirinha do riacho do Farias
na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área
b
asal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valo
r
de importância, VC = valor de cobertura................................................................................ 54
Tabela 4. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na mata ribeirinha do riacho dos Mares
na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área
b
asal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valo
r
de importância, VC = valor de cobertura................................................................................ 57
Tabela 5. Parâmetros fitossociológicos registrados nas áreas ribeirinhas estudadas na baci
a
do rio Taperoá, Paraíba e em levantamentos de vegetação de Caatinga no semi-árido
nordestino. VR = Vegetação Ribeirinha; VCE = Vegetação Caducifólia Espinhosa; VCNE
= Vegetação Caducifólia Não Espinhosa (carrasco); VCE VCNE = área de transição
Vegetação Caducifólia Espinhosa - Vegetação Caducifólia Não Espinhosa; VAP =
Vegetação Arbustiva Perenifólia; FEA = Floresta Estacional de Altitude;
DNS = diâmetro
do caule ao nível do solo; PNS = perímetro do caule ao nível do solo; Alt = altitude; Prec
= precipitação; PQ = ponto quadrante; NE = número de espécies; DT = densidade total;
ABT = área basal total............................................................................................................ 60
Tabela 6. Número de indivíduos por hectare e por classe de diâmetro das áreas ribeirinhas
estudadas na bacia do rio Taperoá, Paraíba e em levantamentos de vegetação de Caatinga
no semi-árido nordestino. VR = Vegetação Ribeirinha; VCE = Vegetação Caducifólia
Espinhosa; VCNE = Vegetação Caducifólia Não Espinhosa (carrasco); VCE –VCNE
=
área de transição Vegetação Caducifólia Espinhosa - Vegetação Caducifólia Não
Espinhosa; FEA = Floresta Estacional de Altitude; Alt = altitude; Prec = precipitação......... 66
Tabela 7. Número de indivíduos por hectare e por classe de altura das áreas ribeirinhas
estudadas na bacia do rio Taperoá, Paraíba e em levantamentos de vegetação de Caatinga
no semi-árido nordestino. VR = Vegetação Ribeirinha; VCE = Vegetação Caducifólia
Espinhosa; VCNE = Vegetação Caducifólia Não Espinhosa (carrasco); VCE –VCNE
=
área de transição Vegetação Caducifólia Espinhosa - Vegetação Caducifólia Não
xvi
Espinhosa; FEA = Floresta Estacional de Altitude; Alt = altitude; Prec = precipitação......... 71
Tabela 8. Número de espécies e índices de diversidade (H’) e de equabilidade (J’) das
áreas ribeirinhas dos riachos do Cazuzinha (RC), do Farias (RF) e dos Mares (RM) na
bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano....................................................... 74
Tabela 9. Valores de diversidade registrados nas áreas ribeirinhas estudadas na bacia do
rio Taperoá, Paraíba e em levantamentos de vegetação de Caatinga no semi-árido
nordestino. VR = Vegetação Ribeirinha; VCE = Vegetação Caducifólia Espinhosa; VCNE
= Vegetação Caducifólia Não Espinhosa (carrasco); VCE VCNE = área de transição
Vegetação Caducifólia Espinhosa - Vegetação Caducifólia Não Espinhosa; VAP =
Vegetação Arbustiva Perenifólia; FEA = Floresta Estacional de Altitude; DNS = diâmetro
do caule ao nível do solo; PNS = perímetro do caule ao nível do solo; Alt = altitude; Prec
= precipitação; PQ = ponto quadrante; H’ = diversidade de Shannon.................................... 75
Tabela 10 – Relação da distribuição das espécies e do número de indivíduos por faixa
amostrada (Margem, Meio e Borda) nos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares.................... 82
Tabela 11. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na primeira faixa (Margem) da mata
ribeirinha do riacho do Cazuzinha na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni =
número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade
relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta,
DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura................. 85
Tabela 12. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na segunda faixa (Meio) da mata
ribeirinha do riacho do Cazuzinha na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni =
número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade
relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta,
DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura................. 86
Tabela 13. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na terceira faixa (Borda) da mata
ribeirinha do riacho do Cazuzinha na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni =
número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade
relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta,
DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura................. 87
Tabela 14. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na primeira faixa (Margem) da mata
ribeirinha do riacho do Farias na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número
de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA =
freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR =
dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura............................. 88
Tabela 15. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na segunda faixa (Meio) da mata
ribeirinha do riacho do Farias na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número
de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA =
freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR =
dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura............................. 89
xvii
Tabela 16. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na terceira faixa (Borda) da mata
ribeirinha do riacho do Farias na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número
de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA =
freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR =
dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura............................. 90
Tabela 17. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na primeira faixa (Margem) da mata
ribeirinha do riacho dos Mares na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni =
número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade
relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta,
DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura................. 91
Tabela 18. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na segunda faixa (Meio) da mata
ribeirinha do riacho dos Mares na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni =
número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade
relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta,
DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura................. 92
Tabela 19. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importânci
a
(VI) das espécies arbóreas e arbustivas amostradas na terceira faixa (Borda) da mata
ribeirinha do riacho dos Mares na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni =
número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade
relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta,
DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de cobertura................. 93
Tabela 20. Relação dos 10 maiores valores de importância (VI) encontrados por faix
a
(Margem, Meio e Borda) nos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares, na bacia do rio
Taperoá, semi-árido paraibano. Os números nas faixas indicam a posição em ordem
decrescente de VI em cada área.............................................................................................. 95
Tabela 21. Valores totais e médios das três faixas amostradas (Margem, Meio e Borda)
nos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares. P = número de parcelas; A = área amostrada;
NI = número de indivíduos amostrados; NE = número de espécies; DT = densidade total;
ABT = área basal total; D = diâmetro médio; H = altura média; H’ = índice de diversidade
de Shannon; J’ = índice de equabilidade de Pielou................................................................. 100
xviii
R
R
E
E
S
S
U
U
M
M
O
O
G
G
E
E
R
R
A
A
L
L
O objetivo geral deste trabalho foi realizar a caracterização florística e fitossociológica de três
áreas ribeirinhas e analisar a relação entre a distância da margem dos cursos d’água intermitentes
e a distribuição das espécies arbustiva-arbóreas na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. A
pesquisa foi realizada no período de janeiro/2004 a junho/2006 e abrangeu as áreas ribeirinhas ao
longo dos riachos do Cazuzinha (7
0
26
13” S e 36
0
54
30” W; 564-579 m de altitude), Mares
(7
0
31
53” S e 36
0
33
39” W; 536-550 m de altitude) e Farias (7
0
25
33” S e 36
0
29
21” W; 454-
470 m de altitude). Nesse sentido, foram adotadas as seguintes etapas de trabalho: 1)
levantamento florístico do estrato arbustivo-arbóreo e análise de similaridade entre as áreas
ribeirinhas amostradas e outros estudos desenvolvidos na bacia do rio Taperoá; 2) caracterização
da estrutura fitossociológica e 3) análise da relação entre a distância da margem dos três cursos
d’água e as variações florísticas e fitossociológicas. Na primeira etapa foram realizadas
mensalmente coletas assistemáticas da vegetação ribeirinha. Para a segunda e terceira etapa
foram estabelecidas para cada área 51 parcelas contíguas de 10 X 20 m (1,02 ha), distribuídas em
três faixas paralelas ao longo de cada curso d’água. Os critérios de inclusão utilizados foram
amostrar os indivíduos arbustivo-arbóreos, vivos e mortos ainda em pé, com diâmetro do caule
ao nível do solo (DNS) 3 cm e altura total 1 m. No levantamento florístico das três áreas
registrou-se um total de 91 espécies, das quais 68 ocorreram na área do riacho do Cazuzinha, 62
no riacho dos Mares e 56 no riacho do Farias. As famílias com maior número de espécies e de
gêneros foram Euphorbiaceae, Fabaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae e Rubiaceae. Do total de
espécies registrado para as três áreas, 16 estão presentes nas listas relacionadas para matas
ciliares de outros estados do Brasil, 26 são endêmicas da Caatinga e 13 foram exclusivas. A
análise de similaridade florística entre as áreas estudadas e outros cinco levantamentos indicou
que a maior identidade florística está relacionada principalmente com a distância geográfica e às
características de uso e ocupação da terra. Particularmente relacionado ao levantamento
fitossociológico, foram amostrados 5.126 indivíduos vivos e 714 mortos em pé. Do total de
indivíduos registrados (5.840), 2.138 foram levantados na mata ribeirinha do riacho do
Cazuzinha (2.096 indivíduos.ha
-1
), 1.838 no riacho do Farias (1.802 indivíduos.ha
-1
) e 1.864 no
riacho dos Mares (1.827 indivíduos.ha
-1
). A área basal total da vegetação ribeirinha dos riachos
do Cazuzinha, Farias e Mares foram 25,4 m
2
.ha
-1
, 15,6 m
2
.ha
-1
e 14,5 m
2
.ha
-1
respectivamente.
Considerando particularmente cada riacho, as três espécies mais importantes em VI foram:
Aspidosperma pyrifolium, Combretum pisonioides e Caesalpinia pyramidalis (Cazuzinha) e
Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum e Croton sonderianus (Farias e Mares). A altura
xix
e o diâmetro médios dos indivíduos amostrados foram respectivamente: 5,4 m e 12,4 cm
(Cazuzinha), 3,9 m e 10,5 cm (Farias) e 4,8 m e 10,1 cm (Mares). Os valores de diversidade e
equabilidade foram respectivamente: 2,61 nats.ind.
-1
e 0,66 (Cazuzinha), 2,18 nats.ind.
-1
e 0,59
(Farias) e 2,77 nats.ind.
-1
e 0,72 (Mares). A análise da relação entre a distância da margem dos
três cursos d’água e as variações florísticas e fitossociológicas mostrou que a riqueza florística
apresentou diferenças quando relacionada à distância da margem dos riachos estudados, sendo a
primeira faixa (Margem), nos três ambientes, responsável pelos maiores valores no número de
espécies. Algumas destas tiveram ocorrência exclusiva ou preferencial em uma ou duas das
faixas enquanto outras ocorreram nas três. Entre os 10 maiores Valores de Importância (VI),
observou-se que apenas Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum e a categoria Mortos
estiveram presentes, com diferentes posições hierárquicas de VI, em todas as faixas das três áreas
estudadas. De modo geral, a primeira faixa (Margem) destacou-se das demais (Meio e Borda)
pela maior densidade total e área basal total. Particularmente relacionado aos valores de
diversidade para Cazuzinha e Farias, estes decresceram da Margem para a Borda, entretanto, o
inverso ocorreu no riacho dos Mares onde os valores diminuíram da Borda para a Margem. Em
relação aos dados de altura e diâmetro médios observou-se, com algumas exceções, que a Borda
apresentou os menores valores quando comparada com a Margem e o Meio. Portanto, considera-
se que o distanciamento dos cursos d’água, possivelmente relacionado com o conteúdo de água
no solo, seja um dos principais fatores que definem diferentes formas de distribuição espacial das
espécies. Entretanto, observa-se a importância de mais estudos em áreas ribeirinhas de Caatinga,
visando confirmar se as tendências de preferências apresentadas pelas espécies deste trabalho são
mantidas.
Palavras-chave: Florística, estrutura, relações espécie-ambiente, vegetação ribeirinha, Caatinga.
xx
A
A
B
B
S
S
T
T
R
R
A
A
C
C
T
T
The general aim of this study was to establish floristc and phytosociological characteristics of
three riverine areas and to analyze the relationship between the distance from the edge of the
water and the distribution of the bushlike and arboreous species in the hydrographic basin of the
river Taperoá, in the semi-arid region of the state of Paraíba. The research was developed from
january/2004 to june/2006 and comprehended riverine areas of the intermittent streams of
Cazuzinha (7
0
26
13” S and 36
0
54
30” W; altitude 564-579 m), Mares (7
0
31
53” S and 36
0
33
39”
W; altitude 536-550 m) and Farias (7
0
25
33” S and 36
0
29
21” W; altitude 454-470 m). The work
of research has taken the following steps: 1) floristic survey of the bushlike and arboreous
stratum and analysis of similarities between the sample observed in the area and other studies
also developed in the basin of the river Taperoá; 2) characterization of phytosociological
structure and 3) analysis of the relationship between the distance of the specimens from the three
water courses and their floristc and phytosociological
variations. In the first stage, non-
systematic collection of samples of the vegetation has been done monthly. For the second and
third stages, 51 contiguous parcels of 10 X 20 m (1.02 ha) have been established for each area,
distributed in three parallel strips of land along each course of water. Were measured standing
specimens, alive or dead, whose trunk measured 3 cm of diameter at ground level (DNS) and
whose total height was 1 m. In the floristic survey of the three areas, a total of 91 species was
registered, of which 68 occurred in the area of the stream Cazuzinha, 62 in the stream Mares and
56 in the stream Farias. The families present in higher number of species and genuses were
Euphorbiaceae, Fabaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae and Rubiaceae. Of the total of species
registered for the three areas, 16 are present in the known lists of riverine bushes in other states
of Brazil, 26 are endemic of the Caatinga (Brazilian northeastern savanna) and 13 of them had
been exclusive of the researched area. The floristic analysis of similarities between the studied
areas and the results of five other surveys indicates that floristic similarity between areas is
related the geographic distance and characteristics of human occupation and use of the land. For
this phytosociological survey, a total of 5,840 specimens have been observed, 5,126 of them
alive specimens and 714 dead but still standing. 2,138 of the total observed specimens in the
riverine vegetation of the stream Cazuzinha (2,096 individuals.ha
-1
), 1,838 in the stream Farias
(1,802 individuals.ha
-1
) and 1,864 in the stream Mares (1,827 individuals.ha
-1
). The total basal
area of riverine vegetation of the streams of the Cazuzinha, Farias and Mares were 25.4 m
2
.ha
-1
,
15.6 m
2
.ha
-1
and 14.5 m
2
.ha
-1
, respectively. Considering each stream particularly, the three more
important species in VI were: Aspidosperma pyrifolium, Combretum pisonioides and
xxi
Caesalpinia pyramidalis (Cazuzinha) and Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum and
Croton sonderianus (Farias and Mares). The average height and diameter of the measured
individuals were respectively: 5.4 m and 12.4 cm (Cazuzinha), 3.9 m and 10.5 cm (Farias) and
4.8 m and 10.1 cm (Mares). The values of diversity and equability have been respectively: 2.61
nats.ind.
-1
and 0.66 (Cazuzinha), 2.18 nats.ind.
-1
and 0.59 (Farias) and 2.77 nats.ind.
-1
and 0.72
(Mares). The analysis of the relationship between the distance of the edge of three streams and
floristic and phytosociological variations showed that the factor distance is determining for
floristic wealth, once, in three environments, the first strip (Closest to stream) is responsible for
the highest values in the species quantity. Some of these have occurred exclusively or
preferentialy in one or two of the strips while other occurred in the three of them. Among the 10
higher Values of Importance (VI), it was observed that only Caesalpinia pyramidalis,
Combretum leprosum and the dead category were present, in different hierarchical positions of
VI, in all the strips of the three studied areas. Generally, the first strip (Closest to stream)
distinguished itself of the other two (Halfway and Furthest from stream) for the highest total
density and total basal area. In the case Cazuzinha and Farias, the values of diversity decreased
from Closest to stream towards Furthest from stream; the inverse, however, occurred in the
stream Mares where the values diminished from Furthest from stream to Closest to stream. The
observed data of average height and diameter, with some exceptions, showed that Furthest from
stream presented lesser values when compared to Closest to stream and Halfway. Therefore, we
can conclude that the distance from courses of water, possibly depending on water contained in
the ground, is one of the main factors that define distribution of the species in space. However,
this study indicates the importance of more research in areas of Caatinga, aiming to confirm if
the tendential preferences of the species, observed in the present study, are repeated in other
conditions.
Key words: Floristic, structure, species-environment relations, riverine vegetation, Caatinga.
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
G
G
E
E
R
R
A
A
L
L
As matas que estão associadas aos cursos d’água têm sua linha conceitual abordada por
vários autores (TROPPMAIR & MACHADO, 1974; CATHARINO, 1989; MANTOVANI, 1989;
OLIVEIRA-FILHO, 1994; WALTER, 1995; RIBEIRO et al., 1999; PAINE & RIBIC, 2002;
SPAROVEK et al., 2002; CORBACHO et al., 2003). Nesse sentido, elas foram observadas, por
exemplo, como formações que aparecem como forma de cílios (TROPPMAIR & MACHADO,
1974; BARBOSA, 1989). Para OLIVEIRA-FILHO (1994) em particular as matas ciliares são
consideradas como formações vegetais que se encontram associadas aos corpos d’água, ao longo
dos quais podem estender-se por dezenas de metros a partir das margens e apresentar marcantes
variações na composição florística e na estrutura comunitária, dependendo das interações que se
estabelecem entre o ecossistema aquático e o ambiente terrestre adjacente.
De modo geral, é percebido que essas matas encerram um conjunto de características que
lhe são próprias. Assim, a vegetação ciliar ocorre nas porções de terreno que incluem tanto a
ribanceira de um rio ou córrego, de um lago ou represa, como também as superfícies de inundação
(LIMA, 1989), chegando até às margens do corpo d’água. Pela própria natureza do ecossistema em
declive, encontram-se transições em solo, em vegetação e um grande gradiente em umidade do
solo (REICHARDT, 1989). Este tipo de vegetação é bem definido em regiões de domínio de
formações savânicas ou campestres, porém menos diferenciado nas regiões de domínio de
florestas, onde se distingue principalmente pela composição florística (MANTOVANI et al.,
1989). No território brasileiro, essas matas são filiadas às grandes províncias florestais contíguas
(salientando-se a Mata Atlântica, a Mata Amazônica e a do rio Paraná) (Ab’SABER, 1971).
Discutindo ainda os aspectos relacionados às suas peculiaridades, LIMA (2002) considera
que nas bacias hidrográficas estas matas ocupam as áreas mais dinâmicas da paisagem, tanto em
termos hidrológicos, como ecológicos e geomorfológicos. MANTOVANI (1989) e OLIVEIRA-
FILHO (1994) referenciam os seguintes fatores que, interligados em maior ou menor intensidade,
condicionam a ocorrência de matas ciliares: hidrológicos (volume de água superficial,
profundidade do lençol freático, acúmulo de vapor d'água, fluxo de água - solapamento e
deposição); geológicos (natureza da rocha matriz, composição física, química e biológica do solo e
natureza dos aluviões); e topográficos (altitude, inclinação do relevo e ângulo de abertura dos
vales).
Além dos elementos acima citados e que reforçam algumas das características da mata
ciliar ainda tem-se as evidências apontando que essa vegetação constitui uma manifestação
fantástica em termos de composição florística, biodiversidade, estrutura, funcionalidade e de
2
interação com os processos geomorfológicos fluviais que propiciam o suporte ecológico para o seu
desenvolvimento (LIMA, 2002). Para vários autores a composição de espécies arbóreas e
arbustivas apresenta enorme variação de área para área, o que torna conseqüentemente muito difícil
uma definição de uma composição florística (NAIMAN & DÉCAMPS, 1997; Ab’SABER, 2004;
DURIGAN et al., 2004; RODRIGUES & NAVE, 2004). NAIMAN & DÉCAMPS (1997) e ainda
RODRIGUES & SHEPHERD (2004) discutem que as relações hidrológicas, em particular, que
influenciam a composição e o funcionamento do ecossistema ripário podem ser resumidas de
acordo com os seguintes aspectos: adaptações morfo-fisiológicas - que possibilitam a
sobrevivência em ambientes encharcados; adaptações reprodutivas
- algumas espécies, por
exemplo, desenvolveram mecanismos de controle do processo de dispersão para coincidir com a
fase final da recessão das cheias, visando o sucesso da germinação e colonização; padrões
sucessionais e vegetacionais - atuação do regime fluvial na dinâmica sucessional, preponderância
de sementes de espécies hidrocóricas nas áreas mais próximas aos cursos d’água, etc.
Considerando os elementos que marcam as peculiaridades da vegetação ciliar e ainda das
suas mais variadas funções, é possível identificar o seu significativo grau de importância e isso é
ratificado por vários autores (TROPPMAIR & MACHADO, 1974; BARBOSA, 1989; DELITTI,
1989; DEMATTÊ, 1989; LIMA, 1989; MANTOVANI et al., 1989; HARPER et al., 1992;
ZIPPARRO & SCHLITTLER, 1992; REZENDE, 1998; RIBEIRO & SCHIAVINI, 1998;
SANTOS & SOUSA-SILVA, 1998; DURIGAN & SILVEIRA, 1999; FELFILI et al., 2000; VAN
DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO, 2000; BOTELHO et al., 2001; BOTELHO & DAVIDE,
2002). De modo particular, DURIGAN & SILVEIRA (1999) colocam que a importância da
existência de florestas ao longo dos rios e ao redor de lagos e reservatórios fundamenta-se no
amplo espectro de benefícios que este tipo de vegetação traz ao ecossistema, exercendo função
protetora sobre os recursos naturais bióticos e/ou abióticos.
Relacionado aos recursos bióticos, as matas ciliares criam condições favoráveis para a
sobrevivência e manutenção do fluxo gênico entre populações de espécies animais que habitam as
faixas ciliares ou mesmo fragmentos florestais maiores que podem ser por elas conectados
(MANTOVANI et al., 1989; HARPER et al., 1992; BOTELHO & DAVIDE, 2002). Elas
funcionam assim como habitat para a fauna silvestre, proporcionando ambiente com água,
alimento e abrigo para um grande número de espécies de pássaros e pequenos animais. Além dos
animais terrestres, também colabora com o habitat aquático, proporcionando sombreamento nos
cursos d’água, abrigo, alimento e condição para reprodução e sobrevivência de insetos, anfíbios,
crustáceos e peixes. Esta última função também é percebida por ZIPPARRO & SCHLITTLER
(1992) que argumentam que muitas espécies de mata ciliar têm importância primária nas cadeias
3
tróficas estabelecidas nos cursos d’água, fornecendo folhas, flores, frutos e sementes, que fazem
parte da dieta de muitos animais aquáticos.
Do ponto de vista dos recursos abióticos, as florestas localizadas junto aos corpos d’água
desempenham importantes funções hidrológicas, que segundo LIMA (1989) e BOTELHO &
DAVIDE (2002) compreendem: proteção da zona ripária; filtragem de sedimentos e nutrientes;
aumento na capacidade de infiltração de água no solo; controle do aporte de nutrientes e de
produtos químicos aos cursos d’água; controle da erosão a exemplo daquelas que ocorrem nas
ribanceiras dos canais; manutenção da perenidade das nascentes e fontes; regularização da vazão
dos cursos d’água; e controle da alteração da temperatura do ecossistema aquático. A função
tampão da mata ciliar é reconhecidamente uma das mais significativas. Nesse sentido, segundo
DELITTI (1989), os resultados conhecidos de estudos sobre o papel das florestas ripárias
confirmam a hipótese de que elas atuam como filtros de toda a água que atravessa o conjunto de
sistemas componentes da bacia de drenagem, sendo determinantes, também, das características
físicas, químicas e biológicas dos corpos d’água.
A necessidade da presença da vegetação ciliar é sem dúvida inquestionável e sua
importância ecológica vem fazendo com que muitos países elaborem instrumentos jurídicos
visando a sua conservação. No Brasil, a função desempenhada pelas florestas na proteção dos
recursos hídricos e edáficos, na recuperação de bacias degradadas e na estabilização de encostas,
serviu de justificativa fundamental para a elaboração, desde o século XVII, de um conjunto de leis
visando à proteção e a recomposição das florestas nativas brasileiras (KAGEYAMA & CASTRO,
1989). Entretanto, apenas recentemente essa preocupação com a conservação e recuperação dos
ambientes ciliares vem se intensificando e hoje tem sido objeto de discussões amplas e freqüentes,
abordando aspectos técnicos, científicos, conservacionistas e da legislação correlata (DURIGAN &
SILVEIRA, 1999).
Em relação à legislação, o Brasil tem avançado na luta pela proteção de suas áreas ciliares e
através da Lei 4.771, de 1965, criou o Novo Código Florestal. Este Código considera que as áreas
ciliares estão inseridas dentro do conceito de áreas de preservação permanente. Nesse sentido, esta
lei define Área de Preservação Permanente como sendo a área coberta ou não por vegetação nativa,
que tem função ambiental de preservar recursos hídricos, paisagem, estabilidade geomorfológica,
biodiversidade, fluxo gênico de flora e fauna, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas. Para autores como LIMA (2002), trata-se realmente de um avanço, uma vez
que existe o reconhecimento de que o que se procura preservar são as funções ambientais
desempenhadas pelo ecossistema ciliar ao longo da paisagem.
Assim, as matas ciliares estão protegidas no art. 2
o
do Código Florestal, que abrange como
4
Áreas de Preservação Permanente as florestas e demais formas de vegetação existentes ao redor
dos rios, lagos, nascentes, lagoas e reservatórios. Nesse sentido, a Lei nº 4.771, de 15 de setembro
de 1965, alterada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, define a largura das matas ciliares, em
função da largura do curso de água correspondente. Portanto, fica estabelecido que a largura
mínima da faixa marginal que deve ser preservada ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água
deverá ser: de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2)
de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de
largura; 3) de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200
(duzentos) metros de largura; 4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos de
d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros. No caso das nascentes, mesmo que
intermitentes, o raio mínimo de vegetação deverá ser de 50 m.
Entretanto, apesar das evidências de sua importância e de sua proteção legal, a cobertura
vegetal presente nas áreas ciliares vem sendo crescentemente degradada. Isso também é observado
por vários autores que, de maneira geral, argumentam que em várias partes do Brasil a floresta
ciliar encontra-se em diversos estágios de sucessão, dificilmente conservada, com exceção de
alguns casos a exemplo de pequenos trechos de difícil acesso (KAGEYAMA & DIAS, 1982;
ASSAD-LUDEWIGS et al., 1989; BARBOSA, 1989; DEMATTÊ, 1989; MANTOVANI et al.,
1989; NILSSON, 1989; GORGÔNIO, 1998; MUELLER, 1998; VAN DEN BERG & OLIVEIRA-
FILHO, 2000).
Contribuindo com tais assertivas MUELLER (1998) discute que a generalizada destruição
ou degradação das matas ciliares vem contribuindo, por exemplo, para intensificar a erosão dos
solos, a destruição da vida silvestre, o desfiguramento da paisagem à beira dos rios, e
principalmente, o assoreamento e a degradação de rios, lagos e barragens. Nesse sentido, estas
matas são alvos freqüentes dos impactos negativos causados pelo homem nas bacias hidrográficas
devido, sobretudo, ao fato de que estas áreas geralmente contêm os solos mais férteis de uma bacia,
o que torna estas florestas mais propensas a serem derrubadas para fins agrícolas (VAN DEN
BERG & OLIVEIRA-FILHO, 2000). Portanto, as ações impactantes sobre as matas ciliares podem
resultar em custos ambientais e econômicos bastante significativos.
De modo geral, a crescente consciência da relevância ambiental das matas ciliares aliada a
clara percepção do intenso grau de degradação que impacta suas áreas vêm impulsionando,
principalmente nos últimos anos, uma série de iniciativas voltadas para sua conservação ou
recuperação. Exemplo dessa busca é também evidente em áreas de Caatinga. Nesse sentido, tem-se
que a Caatinga é um tipo vegetacional semi-árido único, ocorrendo somente no Brasil (SAMPAIO,
5
1995, AGUIAR et al. 2002, MMA 2002) quase que exclusivamente na região Nordeste. É a quarta
maior formação vegetacional brasileira, após a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica (AGUIAR
et al. 2002), cobrindo cerca de 800.000 Km
2
do território brasileiro (MMA 2002), o que
corresponde a quase 50% da região Nordeste e 8,6% do País. Assim, considera-se que a Caatinga é
o ecossistema mais representativo do semi-árido nordestino brasileiro e trata-se de uma área que
possui características próprias e atributos ambientais valiosos.
Discutindo sobre a vegetação vários autores mencionam que o termo caatinga, de origem
indígena, significa mato branco ou esbranquiçado ou mesmo ralo, em decorrência de sua aparência
no período mais seco (KUHLMANN, 1977; ANDRADE-LIMA, 1981; MIRANDA, 1984).
FERRI (1980) cita como formas de Caatinga o agreste, o carrasco, o sertão, o cariri, o seridó, etc.,
que diferem entre si na fisionomia e na composição florística. Para ANDRADE-LIMA (1981) e
RIZZINI (1997) na região semi-árida, principalmente em baixas altitudes, a vegetação caducifólia
espinhosa (caatinga) é a vegetação xerófila dominante, apresentando variações fisionômicas e
florísticas. Nas maiores altitudes, especialmente em chapadas sedimentares, ANDRADE-LIMA
(1978) registra uma vegetação xerófila arbustiva não espinhosa chamada carrasco ou segundo
ALCOFORADO-FILHO et al. (2003) também chamada de Vegetação Caducifólia Não Espinhosa
(VCNE). Nesse sentido, têm-se que para FERNANDES (1996), a caatinga e o carrasco são
considerados os tipos vegetacionais característicos do semi-árido, ajustados às condições naturais,
enquanto que manchas de matas úmidas ou secas e as variações de Cerrado estariam vinculadas a
fatores abióticos atuais e associados a flutuações climáticas ocorridas no quaternário.
Enriquecendo essa abordagem RODAL & NASCIMENTO (2002) argumentam que além
da vegetação caducifólia espinhosa (VCE), a Caatinga propriamente dita, abriga outras formações
vegetacionais com fisionomia e flora diferenciadas, como as florestas, e cerrados situados nos
enclaves úmidos e subúmidos, totalizando 42.855,9 km
2
, e extensas faixas ecotonais com o
Cerrado e a Floresta Atlântica. Autores como ALCOFORADO-FILHO et al. (2003) ainda
discutem que os mapas vegetacionais atualmente disponíveis reconhecem, neste domínio, diversas
tipologias destacando a Savana-estépica por sua maior extensão, especialmente nas áreas da
depressão sertaneja, onde a maior parte dos indivíduos perde as folhas, como adaptação à
deficiência hídrica e apresenta proporção significativa de espécies espinhosas. Assim, a Savana-
estépica poderia ser classificada como Vegetação Caducifólia Espinhosa (VCE). Além dela,
segundo IBGE (1992) e SOUZA et al. (1994) são citadas as Florestas Ombrófilas e as Florestas
Estacionais nos Brejos de Altitude (FEA), e extensas faixas ecotonais, com áreas de Cerrado a
oeste e a Mata Atlântica ao sul/sudeste.
De modo particular, na Paraíba as áreas de Caatinga compreendem um território de 40.539
6
km
2
, constituindo a maior área de cobertura vegetal (representando 71,64% da área total do
Estado). Ocupa as porções central e ocidental do Planalto da Borborema, assim como toda a
Depressão Sertaneja (SUDEMA, 1992).
Dentro das peculiaridades marcantes da Caatinga, têm-se aquelas referentes a um tipo de
vegetação considerada de exceção, ou seja, as matas ciliares presentes ao longo dos cursos d’água
intermitentes. Como afirmação disso, MENDES (1997) considera que o padrão fisionômico e
florístico da Caatinga é alterado pelas matas ciliares que recobrem as margens dos rios
intermitentes que cortam o semi-árido. Para MIRANDA & SILVA (1989) a vegetação da região
semi-árida brasileira reúne uma grande diversidade florística e estrutural e a ocorrência nessa
região de matas ciliares é pouco conhecida e estudada. A existência de severos e prolongados
períodos de déficits hídricos se traduz num gradiente vegetacional muito acentuado, em curtas
distâncias, entre a caatinga xerofítica e o fundo dos eixos hidrográficos. Entretanto, apesar de ter a
sua importância reconhecida sob diversos aspectos, a vegetação ciliar da região semi-árida
nordestina não tem sido objeto direto das pesquisas desenvolvidas nas áreas de Caatinga. Quadros
como esses são também evidentes em ambientes ribeirinhos no semi-árido da Paraíba.
Assim, um dos primeiros registros feitos para as espécies de matas ciliares na semi-aridez
paraibana foi realizado por JOFFILY (1977) que coloca: (...) “Nas margens dos rios ergue-se
alterosa a caraubeira do meio de moitas de mufumbo e jaramataia. (...). Por toda parte existe a
baraúna, aroeira, angico, catingueira, pereiro, maniçoba, imburana, cumarú, etc.”. Entretanto,
essas áreas foram ao longo do tempo sendo constantemente degradadas e isso também é
evidenciado pelo autor citado quando expõe: “Infelizmente, porém, os pequenos pedaços de matas
que ainda existiam nas margens dos rios vão desaparecendo nas derrubadas constantes; e em
pouco tempo a linha de verdura que de longe se conhecia ser sinal certo do leito de um rio ou
riacho, onde a vista do viajante descansava da monotonia dos campos assolados pela seca,
desaparecerá completamente”.
O quadro descrito é ratificado quando se observa que na Paraíba a zona semi-árida
compreende um número significativo de bacias hidrográficas e tem ainda o maior número absoluto
de habitantes (PARAÍBA, 1997a). Esse indicador reflete as dificuldades enfrentadas pela
população que vive naquela zona, dada a escassez relativa de recursos naturais que a caracteriza.
Conseqüentemente, as bacias hidrográficas do semi-árido enfrentam forte pressão sobre os
recursos disponíveis em áreas como as de matas ciliares. Essas informações são também apontadas
pela SUDEMA (2005) ao mencionar que na região do semi-árido são os solos que margeiam os
rios, os mais adequados e explorados com agricultura. Além disso, como ratificação do grau de
degradação tem-se observado que na Paraíba as áreas antropizadas atingiram um percentual de
7
aproximadamente 61,2%, demonstrando a pressão exercida diretamente sobre as florestas nativas
(SUDEMA, 2004). NASCIMENTO (1998) reflete sobre as conseqüências da degradação em áreas
ciliares e coloca ainda que o uso comum de práticas predatórias na região semi-árida, a exemplo do
constante desmatamento das margens dos rios e riachos, desencadeia processos erosivos em suas
faixas marginais e o conseqüente assoreamento de rios, lagoas e açudes, que favorece a incidência
de inundações no período chuvoso.
Nesse sentido, diante do quadro de degradação das matas ribeirinhas nas áreas de Caatinga
no semi-árido paraibano e ainda da crescente preocupação com a manutenção das funções
ecológicas por elas ofertadas, fica ratificada a necessidade de iniciativas voltadas para sua
conservação ou recuperação. Autores como VAN DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO (2000) vêm
apontando que estudos detalhados sobre a composição florística e a ecologia dos remanescentes
dessas florestas são fundamentais para embasar quaisquer iniciativas para proteger, enriquecer,
recuperar ou reconstituir esse tipo de vegetação.
Assim, fundamentado nos aspectos acima apontados, esse trabalho considerou como
objetivo geral realizar a caracterização florística e fitossociológica de três áreas ribeirinhas e
analisar a relação entre a distância da margem dos cursos d’água intermitentes e a distribuição das
espécies arbustiva-arbóreas na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Para atender ao objetivo
proposto, a sistematização estrutural do trabalho considerou, essencialmente, além dos
fundamentos que caracterizam as áreas de estudo, três capítulos. O capítulo 1 discute a composição
florística do estrato arbustivo-arbóreo de três áreas ribeirinhas na Caatinga e ainda analisa a
similaridade destas com outros estudos desenvolvidos na bacia do rio Taperoá, semi-árido
paraibano. O capítulo II avalia a estrutura fitossociológica das áreas de estudo. A análise das
variações florísticas e estruturais da comunidade arbustiva-arbórea de acordo com a distância da
margem dos cursos d’água intermitentes estudados é o objetivo do capítulo III. Por fim, são
apresentadas as considerações finais e bibliografias consultadas. Para os capítulos foram geradas as
seguintes perguntas: (1) Floristicamente existe semelhança entre matas ribeirinhas no semi-árido e
qual a relação destas com a Caatinga e outras formações ciliares do Brasil? (2) Estruturalmente a
vegetação ribeirinha no semi-árido se assemelha com a Caatinga? (3) Em cursos d’água
intermitentes a distância da margem gera diferenças estruturais e florísticas na vegetação
ribeirinha?
Portanto, as informações dispostas neste material buscam compartilhar os resultados
gerados e com isso definir e ratificar a importância da vegetação ribeirinha em áreas de Caatinga
no semi-árido.
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
G
G
E
E
R
R
A
A
L
L
D
D
A
A
Á
Á
R
R
E
E
A
A
D
D
E
E
E
E
S
S
T
T
U
U
D
D
O
O
A proposta de pesquisa teve como campo de investigação a bacia hidrográfica do rio
Taperoá no semi-árido paraibano (Figura 1). Esta bacia drena uma área aproximada de 7.316
Km
2
(PARAÍBA, 1997b) e se localiza na parte central do Estado da Paraíba entre as latitudes
6º51’31’’ e 7º34’21’’S e entre as longitudes 36º0’55’’ e 37º13’9’’W. Seu principal rio é o
Taperoá, de regime intermitente, que nasce na Serra do Teixeira e desemboca no rio Paraíba, no
açude Presidente Epitácio Pessoa. As sub-bacias que compõem a bacia do Taperoá são as
seguintes: a sub-bacia do riacho da Serra Branca; sub-bacia do riacho Desterro; sub-bacia do
riacho do Farias; sub-bacia do riacho do Livramento; sub-bacia do riacho do Silva; sub-bacia do
riacho dos Cordeiros; sub-bacia do riacho Mucutu; sub-bacia do rio Boa Vista e sub-bacia do rio
Soledade (Figura 2). O clima local, segundo o sistema de Köeppen, é do tipo BSwh’, isto é,
semi-árido quente, o que indica um clima seco de tipo estepe com estação seca no inverno. Os
aspectos geológicos se relacionam com uma estrutura dominantemente cristalina que compõem o
Escudo pré-cambriano do Nordeste (LACERDA, 2003). Geomorfologicamente, esta bacia está
contida na escarpa oriental do Planalto da Borborema, nas extensas áreas pediplanadas
sertanejas. O relevo apresenta setores plano, suave ondulado, ondulado, forte ondulado e
montanhoso. A cobertura vegetal presente é do tipo Caatinga, que segundo ANDRADE-LIMA
(1981) é uma vegetação do tipo caducifólia espinhosa presente na parte mais seca do Nordeste
do Brasil. Em fontes como PARAÍBA (2000) é citado que os tipos vegetacionais dominantes na
área da bacia do rio Taperoá são de caatingas hiperxerófila, hipoxerófila, floresta caducifólia e
subcaducifólia.
Inseridas na bacia hidrográfica do rio Taperoá, as áreas ribeirinhas amostradas na
pesquisa ficaram distribuídas ao longo dos riachos do Cazuzinha, Mares e Farias (Figura 3).
Estes riachos estão a seguir descritos com suas respectivas peculiaridades.
Riacho do Cazuzinha - é caracterizado como sendo um riacho intermitente, nasce a 700 m
acima do nível do mar e corre no sentido Nordeste. Localizado na sub-bacia do riacho dos
Cordeiros, o Cazuzinha possui 15 Km de extensão e bacia de drenagem de 59 Km
2
. A área
ribeirinha amostrada neste riacho (3,6 ha) está localizada na Reserva Particular do Patrimônio
Natural Fazenda Almas, município de São José dos Cordeiros, entre as latitudes 7º26’13’’ e
7º25’46’’S e entre as longitudes 36º54’30’’ e 36º54’35’’W (Figura 4). Essa Reserva, criada pela
portaria do IBAMA 1343/90 e decreto n
o
98.914 de 31 de janeiro de 1990, tem uma dimensão de
3.505 ha. A vegetação ribeirinha pesquisada nessa reserva encontra-se situada numa altitude que
varia de 564 a 579 m. Nesse local o leito do riacho apresenta cerca de 12 metros de largura média.
9
Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
10
Figura 2. Bacia hidrográfica do rio Taperoá: hidrografia e principais sub-bacias.
11
Figura 3. Imagens das áreas ribeirinhas amostradas na bacia do rio
Taperoá, semi-árido paraibano.
12
Figura 4. Localização da área ribeirinha do riacho do Cazuzinha na sub-bacia do riacho dos Cordeiros.
13
Riacho do Farias – este riacho é intermitente, nasce a 550 m acima do nível do mar,
corre no sentido Norte e deságua na margem direita do rio Taperoá. Localizado na sub-bacia
do riacho do Farias, esse riacho possui 20 Km de extensão e bacia de drenagem de 71 Km
2
.
Neste curso d’água, a área ribeirinha estudada (3,3 ha) está definida dentro dos limites da
propriedade Gangorra (450 ha), município de São João do Cariri, e tem sua localização
marcada entre as latitudes 7º25’33’’ e 7º25’15’’S e entre as longitudes 36º29’21’’ e
36º29’17’’W (Figura 5). Neste trecho, o riacho é conhecido pelos ribeirinhos como riacho da
Gangorra, o canal se apresenta com aproximadamente 45 m de largura média e a altitude varia
de 454 a 470 m.
Riacho dos Mares - é definido como sendo um riacho intermitente, possui cerca de 12
km de extensão e área de drenagem de 33 Km
2
. Nasce a 560 m acima do nível do mar e corre
no sentido Nordeste. Este riacho, pertencente ao município de São João do Cariri, está definido
dentro dos limites da sub-bacia do riacho do Farias. A área ribeirinha pesquisada nesse curso
d’água (3,4 ha) está inserida na propriedade Avelós (750 ha) e tem a sua localização marcada
entre as latitudes 7º31’53’’ e 7º31’38’’S e entre as longitudes 36º33’39’’ e 36º33’06’’W
(Figura 5). Neste trecho, o riacho é conhecido pelos ribeirinhos como riacho Avelós, o canal é
estreito com cerca de 7 m de largura média e a altitude varia de 536 a 550 m.
De modo geral, considerando as três áreas tem-se que para informações sobre
precipitação, temperatura, umidade relativa do ar e evaporação utilizou-se os dados de
janeiro/1996 a dezembro/2005, fornecidos pela Bacia Escola de São João do
Cariri/Universidade Federal de Campina Grande (7º 22' 45,1" S e 36º 31' 47,2" W, 458 m de
altitude). Assim, os valores referentes às chuvas registrados para esse período evidenciaram
que a pluviosidade é extremamente variável entre os anos, alcançando um mínimo de 124,8
mm em 1998 e um máximo de 886,2 mm em 2000. A média anual de precipitação é de 486,9
mm. No período de janeiro a junho chove 79,5% do volume precipitado do ano, enquanto que
no trimestre setembro, outubro e novembro, peodo mais seco, chove apenas 3,7% do volume
total (Figura 6). A temperatura média anual do ar varia de 23,6 a 27,4 ºC, sendo as menores
temperaturas nos meses de julho e agosto, ficando os meses de novembro e dezembro com as
temperaturas maiores (Figura 6). A umidade relativa média mensal do ar atinge o máximo de
75% em junho e julho e o mínimo ocorre na estação seca nos meses de novembro e dezembro
com 64% de umidade (Figura 7). Relacionado às medições de evaporação os dados mostraram
o menor valor no mês de junho com 112 mm/mês e o maior no mês de novembro com 229,5
mm/mês (Figura 7). Assim, a evaporação se apresenta como sendo significativamente elevada
na região, uma vez que chega a atingir até 2.697 mm por ano.
14
Figura 5. Localização das áreas ribeirinhas dos riachos do Farias e dos
Mares na sub-bacia do Farias.
16
Relacionado particularmente à vegetação ribeirinha tem-se que esta é predominantemente
arbórea, com ocorrência de espécies arbustivas bastante ramificadas a partir da base e presença
de estrato herbáceo que se mostra abundante no período chuvoso. Portanto, com exceção da área
do riacho do Cazuzinha, inserida em uma unidade de conservação, observou-se que as áreas
ribeirinhas dos riachos dos Mares e do Fariasm seu uso e ocupação marcados principalmente
pelo pastoreio extensivo.
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
I
I
C
C
O
O
M
M
P
P
O
O
S
S
I
I
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
F
F
L
L
O
O
R
R
Í
Í
S
S
T
T
I
I
C
C
A
A
D
D
O
O
E
E
S
S
T
T
R
R
A
A
T
T
O
O
A
A
R
R
B
B
U
U
S
S
T
T
I
I
V
V
O
O
-
-
A
A
R
R
B
B
Ó
Ó
R
R
E
E
O
O
D
D
E
E
T
T
R
R
Ê
Ê
S
S
Á
Á
R
R
E
E
A
A
S
S
R
R
I
I
B
B
E
E
I
I
R
R
I
I
N
N
H
H
A
A
S
S
N
N
A
A
B
B
A
A
C
C
I
I
A
A
H
H
I
I
D
D
R
R
O
O
G
G
R
R
Á
Á
F
F
I
I
C
C
A
A
D
D
O
O
R
R
I
I
O
O
T
T
A
A
P
P
E
E
R
R
O
O
Á
Á
,
,
S
S
E
E
M
M
I
I
-
-
Á
Á
R
R
I
I
D
D
O
O
P
P
A
A
R
R
A
A
I
I
B
B
A
A
N
N
O
O
,
,
B
B
R
R
A
A
S
S
I
I
L
L
R
R
E
E
S
S
U
U
M
M
O
O
Objetivou-se no presente trabalho analisar a composição florística de três áreas ribeirinhas na
Caatinga e realizar a comparação destas com outros estudos desenvolvidos na bacia do rio
Taperoá, semi-árido paraibano. O levantamento florístico foi realizado através de coletas
assistemáticas no período de janeiro/2004 a junho/2006 e abrangeu as áreas ribeirinhas presentes
ao longo dos riachos intermitentes do Cazuzinha (7
0
26
13” S e 36
0
54
30” W; 564-579 m de
altitude), Mares (7
0
31
53” S e 36
0
33
39” W; 536-550 m de altitude) e Farias (7
0
25
33” S e
36
0
29
21” W; 454-470 m de altitude). O levantamento das três áreas registrou um total de 91
espécies, das quais 68 ocorreram na área do riacho do Cazuzinha, 62 no riacho dos Mares e 56
no riacho do Farias. As famílias com maior número de espécies e de gêneros foram
Euphorbiaceae, Fabaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae e Rubiaceae. Estas cinco famílias
possuem juntas 46,1% das espécies e 44% dosneros. As outras 25 famílias dividiram os
53,9% das espécies e 56% dos gêneros restantes. Do total de espécies registrado para as três
áreas, 16 estão presentes nas listas relacionadas para matas ciliares de outros estados do Brasil,
26 são endêmicas da Caatinga e 13 foram exclusivas. Analisando a similaridade florística entre
as áreas estudadas e outros cinco levantamentos, observou-se que a maior identidade florística
está relacionada principalmente com a distância geográfica e às características de uso e ocupação
da terra.
Palavras-chave: florística, vegetação ribeirinha, riachos intermitentes, Caatinga.
1
1
.
.
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
Consideradas como extremamente importantes em termos ecológicos, as matas ciliares
são conceitualmente formações vegetais que se encontram associadas aos corpos d’água. Elas
podem estender-se por dezenas de metros a partir das margens e apresentar marcantes variações
na composição florística e na estrutura comunitária, dependendo das interações que se
estabelecem entre o ecossistema aquático e o ambiente terrestre adjacente (OLIVEIRA-FILHO,
1994). Autores como SANTOS & SOUSA-SILVA (1998) referenciam que essas matas são
18
importantes no que tange aos recursos genéticos, florísticos, hídricos e edáficos. Nesse sentido,
tem-se ainda que além de seu papel estratégico na conservação da biodiversidade de flora e
fauna, a cobertura das matas ciliares é um fator decisivo na estabilidade dos solos e na
manutenção dos sistemas hidrológicos. Finalmente, essas matas exercem destacado papel
também como corredores de fluxo gênico vegetal e animal (BARRELLA et al., 2004; LIMA &
ZAKIA, 2004; MARINHO-FILHO & GASTAL, 2004).
Assim, a conservação das áreas ciliares é, sem dúvida, inquestionável e sua importância
ecológica vem fazendo com que muitos países elaborem instrumentos jurídicos visando a sua
conservação. No Brasil, o Código Florestal estabelece as faixas de proteção cujas dimensões são
variáveis em função da largura dos corpos d’água correspondentes.
Entretanto, apesar das evidências de sua importância e de sua proteção legal, a cobertura
vegetal presente nas áreas ciliares vem sendo crescentemente degradada. MUELLER (1998)
afirma que a generalizada destruição ou degradação das matas ciliares vem contribuindo para
intensificar a erosão dos solos, a destruição da vida silvestre, o desfiguramento da paisagem à
beira dos rios, e principalmente, o assoreamento e a degradação de rios, lagos e barragens. Nesse
sentido, estas matas são alvos freqüentes dos impactos negativos causados pelo homem nas
bacias hidrográficas devido, sobretudo, ao fato de que estas áreas contêm os solos mais férteis de
uma bacia, o que torna estas florestas mais propensas a serem derrubadas para fins agrícolas
(VAN DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO, 2000).
Quadros como o delineado acima são também evidentes em áreas de Caatinga do semi-
árido paraibano. Nesse sentido, a Caatinga na Paraíba, se mostra como o principal ecossistema
do Estado, ocupando 40.539 Km
2
(71,64%) do território total (SUDEMA, 1992). Assim, dentro
das peculiaridades marcantes desse ecossistema, têm-se aquelas referentes às matas ribeirinhas
que recobrem as margens dos rios intermitentes que cortam o semi-árido, sendo estas
consideradas como ambientes de exceção por absorver um padrão fisionômico e florístico
diferenciado em relação a outras áreas na Caatinga. A exemplo do que vem ocorrendo em outras
regiões do Brasil, essa vegetação, dentro das dimensões paraibanas, também vêm sendo
degradada ao longo dos tempos. Essas informações são também apontadas pela SUDEMA
(2005) ao mencionar que na região do semi-árido são os solos que margeiam os rios, os mais
adequados e explorados com agricultura. Além disso, como ratificação do grau de degradação
tem-se observado que na Paraíba as áreas antropizadas atingiram um percentual de,
aproximadamente, 61,2%, demonstrando a pressão exercida diretamente sobre as florestas
nativas (SUDEMA, 2004).
De modo geral, diante do quadro de degradação da vegetação ribeirinha nas áreas de
19
Caatinga no semi-árido paraibano e da crescente preocupação com a manutenção das funções
ecológicas por elas desempenhadas, fica ratificada a necessidade de iniciativas voltadas para sua
conservação ou recuperação. Autores como VAN DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO (2000)
vêm apontando que estudos detalhados sobre a composição florística e a ecologia dos
remanescentes dessas florestas são fundamentais para embasar quaisquer iniciativas para
proteger, enriquecer, recuperar ou reconstituir esse tipo de vegetação. Referenciando a
importância de levantamentos florísticos, DAVIDE (1994) também discute que a escolha de
espécies para utilização em recuperação de áreas degradadas deve ter como ponto de partida
estudos da composição florística das matas remanescentes da região. Portanto, a execução de
estudos que tem como base a florística é de extrema importância para o conhecimento preliminar
das formações vegetais, já que fornece informações básicas essenciais para a condução de
estudos mais detalhados, a exemplo de levantamentos fitossociológicos (VAN DEN BERG,
1995).
Assim, o presente trabalho objetivou analisar a composição florística de três áreas
ribeirinhas na Caatinga e realizar a comparação destas com outros estudos desenvolvidos na
bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Portanto, espera-se que os resultados obtidos possam
contribuir para a conservação dessas áreas e servir de indicativos para modelos de
enriquecimento e recuperação dos ambientes já degradados.
2
2
.
.
M
M
A
A
T
T
E
E
R
R
I
I
A
A
L
L
E
E
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
S
S
2
2
.
.
1
1
Á
Á
R
R
E
E
A
A
D
D
E
E
E
E
S
S
T
T
U
U
D
D
O
O
Ver descrição no item Caracterização Geral da Área de Estudo.
2
2
.
.
2
2
C
C
O
O
L
L
E
E
T
T
A
A
E
E
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
D
D
O
O
S
S
D
D
A
A
D
D
O
O
S
S
Para o trabalho de campo as atividades se apoiaram na análise de cartas e mapas da
vegetação e excursões exploratórias realizadas inicialmente em vários pontos ao longo da bacia
do Taperoá (LACERDA & BARBOSA, 2006). Considerando esse primeiro levantamento e
obedecendo como critério de seleção amostrar ambientes mais conservados, foram então
selecionadas para o estudo florístico três áreas ribeirinhas distribuídas ao longo de riachos
intermitentes. A escolha deste tipo de levantamento se apóia na base teórica que o define como
aquele que permite efetuar comparações relativamente simples e eficientes entre as áreas (VAN
DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO, 2000). Para OLIVEIRA-FILHO (1994) levantamentos
florísticos são relevantes, pois fornecem listas das espécies que ocorrem na formação vegetal
20
permitindo comparações qualitativas entre diferentes comunidades vegetais e constituem bases
para a realização de estudos mais detalhados sobre a estrutura e a dinâmica dessas comunidades.
As coletas da vegetação arbustivo-arbórea foram realizadas mensalmente no período de
janeiro/2004 a junho/2006 e se processaram de forma assistemática. Considerando os raros
estudos existentes sobre a vegetação ribeirinha em áreas de Caatinga e, portanto sem indicativos
conclusivos se as dimensões das faixas de mata ciliar acompanham ou não os respectivos
tamanhos apontados na legislação vigente, ficou então estabelecido para este estudo a largura
mínima da faixa ciliar, ou seja, 30 (trinta) metros a partir da margem do curso d’água. Além
disso, a amostragem foi definida apenas para uma das margens dos ambientes ribeirinhos
estudados (margem direita para os riachos dos Mares e do Cazuzinha e margem esquerda para o
riacho do Farias).
Exemplares de cada espécie foram coletados, herborizados e incorporados ao herbário
Lauro Pires Xavier (JPB) da Universidade Federal da Paraíba, com algumas duplicatas enviadas
para o herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS), herbário de São Paulo
do Instituto de Botânica e para o herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (RB). A identificação e/ou confirmação dos exemplares se processou através de
consultas a especialistas e por meio de morfologia comparada, usando bibliografia especializada
e análise das exsicatas depositadas no herbário JPB. As espécies foram organizadas por família
no sistema de CRONQUIST (1988), incluindo-se informação sobre o hábito. A grafia da autoria
das espécies e suas respectivas abreviações foram verificadas através de BRUMMITT &
POWELL (1992). Os nomes populares estão de acordo com o conhecimento local.
Para a comparação florística entre as áreas estudadas com outros levantamentos de
vegetação ribeirinha na bacia do rio Taperoá, foram reunidas oito listas incluindo as do presente
estudo. Assim, para a análise de agrupamento foi utilizada uma matriz de presença/ausência dos
táxons identificados ao nível específico, como forma de verificar a semelhança taxonômica do
estrato arbustivo-arbóreo entre as áreas analisadas. Nesta matriz foi utilizado o índice de
similaridade de Jaccard (HUBÁLEK, 1982; KENT & COKER, 1992) e a técnica de ligação da
média de grupo - UPGMA (CHATFIELD & COLLINS, 1983), utilizando o pacote estatístico
NTSYSpc.
3
3
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
E
E
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
3
3
.
.
1
1
C
C
O
O
M
M
P
P
O
O
S
S
I
I
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
F
F
L
L
O
O
R
R
Í
Í
S
S
T
T
I
I
C
C
A
A
:
:
U
U
M
M
A
A
A
A
B
B
O
O
R
R
D
D
A
A
G
G
E
E
M
M
G
G
E
E
R
R
A
A
L
L
D
D
A
A
S
S
Á
Á
R
R
E
E
A
A
S
S
R
R
I
I
B
B
E
E
I
I
R
R
I
I
N
N
H
H
A
A
S
S
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
D
D
A
A
S
S
A vegetação arbustivo-arbórea nos três riachos amostrados foi representada por 91
21
espécies, ficando 77 identificadas no nível de espécie, oito no genérico, quatro no nível de
família e duas permaneceram indeterminadas (Tabela 1). As espécies identificadas ficaram
distribuídas em 30 famílias e 66 gêneros. O componente predominante foi o arbóreo onde
ocorreram 60 espécies, ficando, desse número, uma indeterminada e as restantes distribuídas por
26 famílias.
O total de espécies arbóreas e arbustivas listado (91) para as matas ribeirinhas é
considerado expressivo ao se comparar com os números apresentados por RODRIGUES &
NAVE (2004) quando analisaram 43 trabalhos realizados em florestas ciliares do Brasil extra-
amazônico, em condições de clima e de altitude muito variáveis. Segundo esses autores o
número de espécies arbustivo-arbóreas amostrado variou de 23 até 247 espécies nos trabalhos
apresentados. A ratificação da significância do número de espécies encontrado nas áreas
ribeirinhas de Caatinga amostradas é ainda percebida quando se relaciona os resultados gerados
com outros levantamentos realizados nos diferentes tipos caducifólios do semi-árido (ARAÚJO
et al., 1998a; FERRAZ et al., 1998; RODAL et al., 1998; ARAÚJO et al., 1999; LEMOS &
RODAL, 2002; PEREIRA et al., 2002; RODAL & NASCIMENTO, 2002; ALCOFORADO-
FILHO et al., 2003; CAVALCANTI et al., 2003; BARBOSA et al., 2004; LEMOS, 2004;
SANTANA, 2005). Nestes 12 trabalhos, as espécies arbóreas e arbustivas registradas variaram
de 22 a 154 espécies. Aliado a essas assertivas tem-se ainda registrado que as 91 espécies
encontradas pode ser definido como um número considerável quando comparado com o total de
espécies lenhosas (475) levantadas para todas as ecorregiões da Caatinga (SAMPAIO &
GAMARRA-ROJAS, 2003).
Nesse sentido, a idéia da significativa riqueza da vegetação ciliar da região semi-árida é
também observada no trabalho de MIRANDA & SILVA (1989). Outros autores, como
REZENDE (1998) discutem que a vegetação presente ao longo dos corpos d’água apresenta um
elevado número de espécies, sendo este superior ao encontrado em outras formações florestais.
RODRIGUES & NAVE (2004) consideram que este fato é condicionado pela natureza
ecotonal da faixa ciliar, que é ocupada por mais de um tipo vegetacional ou mesmo por
formações fitofisionômicas distintas, que diferem entre si em termos de composição florística.
OLIVEIRA-FILHO et al. (1990) referenciam também que uma riqueza de espécies relativamente
elevada é característica comum em florestas ciliares devido a uma heterogeneidade ambiental
comumente superior à de florestas de terra firme próximas. Assim, as matas presentes ao longo
dos cursos d’água se constituem de comunidades vegetais caracterizadas pela combinação
diferenciada da atuação dos fatores bióticos e abióticos, que resultam em manchas com florística
e/ou estrutura própria dessa vegetação.
22
Os fatores bióticos que atuam nas áreas marginais aos cursos d’água, particularmente, são
discutidos por BERTANI et al (2001) que os relacionam com a influência da presença de áreas
vegetadas adjacentes e com a função de corredor das áreas ciliares, o que leva a um trânsito
maior de polinizadores e dispersores, além de maior possibilidade de trocas gênicas com áreas
mais remotas. Segundo BOTELHO & DAVIDE (2002) outro importante fator biótico seria o
fornecimento de propágulos de espécies hidrocóricas provenientes de vegetação remanescente à
montante.
Em relação aos fatores abióticos, o seu papel vem sendo considerado como um dos
responsáveis por variações e, mesmo determinante da presença de florestas à beira dos corpos
d’água. Assim, esses fatores são relacionados em vários trabalhos (BARBOSA, 1989;
CATHARINO, 1989; MANTOVANI, 1989; RODRIGUES, 1989; RIBEIRO & SCHIAVINI,
1998; BERTANI et al, 2001; BOTELHO & DAVIDE, 2002). Nesse sentido, as espécies vegetais
de áreas ciliares estão sob condições especiais, notadamente devido a fatores abióticos como à
influência do lençol freático, à fertilidade do solo e, muitas vezes, às condições meso e
microclimáticas. Outros fatores abióticos que marcam a grande heterogeneidade ambiental das
matas ciliares são as variações topográficas, edáficas e a influência das cheias que são
particularmente variáveis em intensidade, duração e freqüência.
Analisando a totalidade das áreas estudadas, as famílias com maior número de espécies e
gêneros no estrato arbustivo-arbóreo foram Euphorbiaceae com 12 espécies (13,1%) e sete
gêneros (10,6%), Fabaceae e Mimosaceae representadas com oito espécies (8,8%) e seis gêneros
(9,1%) cada, Caesalpiniaceae com oito espécies (8,8%) e cinco gêneros (7,6%) e Rubiaceae com
seis espécies (6,6%) e cinco gêneros (7,6%) (Figuras 8 e 9). Essas cinco famílias possuem juntas
46,1% das espécies e 44% dos gêneros, enquanto que as outras 25 famílias dividiram os 53,9%
das espécies e 56% dos gêneros restantes. Além disso, tem-se que estas famílias estão
relacionadas entre as oito famílias mais ricas registradas em trabalhos realizados em florestas
ciliares do Brasil extra-amazônico (RODRIGUES & NAVE, 2004).
Em levantamentos florísticos e fitossociológicos realizados em diferentes tipos
caducifólios do semi-árido nordestino Caesalpiniaceae, Euphorbiaceae e Mimosaceae foram
citadas entre as famílias de maior riqueza em todos esses estudos (ARAÚJO et al. 1998a;
FERRAZ et al., 1998; LEMOS & RODAL, 2002; PEREIRA et al., 2002; RODAL &
NASCIMENTO, 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003; CAVALCANTI et al., 2003;
BARBOSA et al., 2004; LEMOS, 2004; SANTANA, 2005). Essas assertivas só vêm a ratificar a
ampla distribuição dessas famílias nos vários ecossistemas do semi-árido.
23
Tabela 1. Lista das famílias e espécies registradas no levantamento florístico realizado nas três
áreas ribeirinhas na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano, com seus respectivos nomes
populares, hábitos, números de coleta e locais de ocorrência. Hab. = Hábito, Arv = Árvore, Arb =
Arbusto, NC = número de coleta do autor (A. V. Lacerda) referente ao material depositado no
herbário Lauro Pires Xavier (JPB), RF = riacho do Farias, RM = riacho dos Mares, RC = riacho do
Cazuzinha.
Família
Espécies
Nome Popular
Hab.
NC
RF
RM
RC
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Arv 240 X X X
Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna Arv 218 X X X
Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro Arv 283 X X
X
Annonaceae
Rollinia leptopetala (R. E. Fries) Safford Pinha brava Arb 349 - - X
Apocynaceae
Allamanda blanchetii A. DC. Quatro pataca Arb 59 X X -
Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro Arv 279 X X X
Bignoniaceae
Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f.
ex S. Moore
Craibeira Arv 217 X X -
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Ipê-roxo Arv 168 - - X
Bombacaceae
Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum. Barriguda Arv 512 - - X
Pseudobombax marginatum (A. St.–Hil., A. Juss.
& Cambess.) A. Robyns
Embiratanha Arv 286 X X X
Boraginaceae
Cordia leucocephala Moric. Moleque duro Arb 467 - X -
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. Louro, Frei Jorge Arv 463 X X X
Tournefortia rubicunda Salzm. ex A. DC. Maria preta Arb 549 - X -
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillett. Amburana de cambão Arv 275 X X X
Cactaceae
Cereus jamacaru DC. Mandacaru, Cardeiro Arv 558 X X X
Pilosocereus gounellei (Weber) Byles & Rowlwy Xique-xique,
Alastrado
Arb 557 X X X
Pilosocereus pachycladus subsp. pernambucensis
(Ritter) Zappi
Facheiro Arv 556 X X X
Caesalpiniaceae
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó Arb 464 X X X
Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Pau ferro Arv 32 X X X
Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira Arv 36 X X X
Hymenaea courbaril L. Jatobá Arv 258 - X -
Peltogyne pauciflora Benth. Arv 299 X - -
Senna macranthera var. pudibunda (Benth.) Irwin
& Barneby
Flor de São João Arv 102 - X X
Senna martiana (Benth.) Irwin & Barneby Canafístula brava Arb 48 - X -
Senna spectabilis (DC.) Irwin & Barneby Canafístula Arv 452 - - X
Capparaceae
Capparis flexuosa (L.) L. Feijão bravo Arv 34 X X X
Capparis jacobinae Moric. ex Eichler Icó Arv 266 - X X
Continua
24
Continuação
Família
Espécies
Nome Popular
Hab.
NC
RF
RM
RC
Celastraceae
Maytenus rigida Mart. Bonome Arv 235 X X X
Cochlospermaceae
Cochlospermum insigne A. St.–Hil. Algodão bravo Arv 511 X X -
Combretaceae
Combretum laxum Jacq. Mofumbo Arb 483 X - -
Combretum leprosum Mart. Mofumbo Arb 82 X X X
Combretum pisonioides Taub. Canela de veado Arv 206 X X X
Erythroxylaceae
Erythroxylum revolutum Mart. Arv 372 X X X
Euphorbiaceae
Cnidoscolus phyllacanthus Pax. & K. Hoffm. Favela Arv 24 X - -
Croton rhamnifolioides Pax. & K. Hoffm. Caatinga branca Arb 354 - X X
Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro Arb 39 X X X
Croton sp. 1 Velame Arb 428 - X -
Croton sp. 2 Velame brabo Arb 388 - - X
Ditaxis sp. 1 Pau matias Arb 425 X X X
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão Arb 369 X X X
Manihot glaziovii Müll. Arg. Maniçoba Arv 87 X X X
Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Burra leiteira Arv 395 - X X
Sebastiania macrocarpa Müll. Arg. Pau leite Arv 169 X X X
Euphorbiaceae 1 Avelós Arb 376 - X -
Euphorbiaceae 2 Arv 249 - - X
Fabaceae
Amburana cearensis (Allemão) A. C. Smith Amburana de cheiro,
Cumarú
Arv 152 - X X
Erythrina velutina Willd. Mulungu Arv 227 X - X
Lonchocarpus sericeus (Poir.) Kunth ex DC. Ingazeira Arv 38 X - X
Lonchocarpus cf. obtusus Benth. Ingaí, Rabo de cavalo Arv 246 X - X
Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke Pau de serrote Arv 506 X X -
Myroxylon peruiferum L.f. Bálsamo Arv 288 - - X
Poecilanthe ulei (Harms) Arroyo & Rudd Chorão Arv 254 - - X
Fabaceae 1 Crabraiba Arv 547 - - X
Flacourtiaceae
Prockia crucis P. Browne ex L. Arb 351 - - X
Mimosaceae
Acacia paniculata Willd. Gameleira brava Arv 329 - - X
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico Arv 262 X X X
Calliandra sp. 1 Mucumbu de ema Arb 555 - X -
Chloroleucon foliolosum (Benth.) G. P. Lewis Jurema açu, Jurema
branca
Arv 37 X X X
Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. Jurema de imbira Arv 99 X X X
Mimosa paraibana Barneby Calumbi Arb 138 - X -
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema preta Arv 260 X X X
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema branca Arv 173 X X X
Myrtaceae
Eugenia uvalha Cambess. Ubaia Arv 540 X - X
Myrtaceae 1 Arv 328 - - X
Continua
25
Continuação
Família
Espécies
Nome Popular
Hab.
NC
RF
RM
RC
Nyctaginaceae
Guapira laxa (Netto) Furlan João mole, Piranha Arv 256 X X X
Olacaceae
Ximenia americana L. Ameixa brava Arv 532 X X -
Polygonaceae
Triplaris gardneriana Wedd. Cauaçu Arv 174 X - X
Rhamnaceae
Rhamnidium molle Reissek Sassafrás Arv 213 X - X
Ziziphus cotinifolia Reissek Juazeiro Arv 281 X - -
Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Arv 73 X X X
Rubiaceae
Alibertia sp. Arb 304 X X -
Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Arv 348 - - X
Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. Arb 364 - X X
Randia formosa (Jacq.) K. Schum. Rosário de nego Arv 360 - - X
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Genipapo Arv 375 X X X
Tocoyena sellowiana Cham. & Schltdl. Genipapo Arv 46 X X X
Sapindaceae
Allophylus quercifolius Radlk. Batinga Arv 371 X X X
Sapotaceae
Sideroxylon obtusifolium (Roemer & Schultes) T.
D. Penn.
Quixabeira Arv 151 X X X
Solanaceae
Capsicum parvifolium Sendtn. Arb 353 X X X
Nicotiana glauca Grah. Oliveira Arb 521 X - X
Solanum rhytidoandrum Sendtn. Jurubeba Arb 176 - - X
Sterculiaceae
Helicteres mollis K. Schum. Guaxumbu Arb 198 - - X
Melochia pyramidata L. Capa bode Arb 446 X X -
Verbenaceae
Lantana camara L. Chumbinho Arb 473 - X X
Lippia gracilis Schauer Alecrim Arb 157 X X
Lippia sp. 1 Camará de espeto Arb 553 - X X
Vitex gardneriana Schauer Jatiúca Arb 97 X - -
Vitex sp. 1 Arv 303 - X -
Vochysiaceae
Callisthene sp. 1 Vinhaca Arv 366 - X -
Indeterminadas
Indeterminada 1 Arv 485 X X X
Indeterminada 2 Arb 549 - - X
26
Figura 8. Distribuição percentual do número total de espécies amostradas por famílias para as
três áreas ribeirinhas na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
Figura 9. Distribuição percentual do número total de gêneros amostrados por famílias para as
três áreas ribeirinhas na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
27
Dos dez trabalhos em áreas de Caatinga relacionados acima, quatro citaram também
Fabaceae (ARAÚJO et al. 1998a; LEMOS & RODAL, 2002; RODAL & NASCIMENTO, 2002;
LEMOS, 2004) e Rubiaceae (FERRAZ et al., 1998; PEREIRA et al., 2002; RODAL &
NASCIMENTO, 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003) entre as famílias de maior número
de espécies. Particularmente no componente lenhoso da vegetação caducifólia espinhosa (VCE)
a ocorrência de Rubiaceae tem sido registrada apenas em áreas mais úmidas como São José do
Belmonte e Caruaru, ambas no estado de Pernambuco (TAVARES et al., 1969;
ALCOFORADO-FILHO et al., 2003) e Barbalha no estado do Ceará (TAVARES et al., 1974).
Autores como FERRAZ et al. (1998) também destacam Rubiaceae como uma família típica de
matas mais úmidas.
Especificamente relacionado à ocorrência de famílias como Myrtaceae e Bignoniaceae
estas são pouco citadas para áreas de vegetação caducifólia espinhosa (caatinga) instaladas no
cristalino (LEMOS & RODAL, 2002). Myrtaceae também foi citada por RODAL &
NASCIMENTO (2002) como uma família comum em ambientes mais úmidos.
A maior parte dos gêneros (52) possui apenas uma espécie, ficando 14 gêneros com mais
de uma, ou seja, Croton com quatro espécies, Combretum, Mimosa e Senna com três cada e
ainda Caesalpinia, Capparis, Cordia, Lippia, Lonchocarpus, Pilosocereus, Tabebuia, Tocoyena,
Vitex e Ziziphus com duas. Estes dados apontam para uma tendência na vegetação ribeirinha
estudada, a exemplo do que ocorre na Caatinga, em apresentar baixa diversidade dentro dos
táxons. Especificamente para a Caatinga, este fato é também destacado nos trabalhos de
FERREIRA (1988), RODAL (1992) e ARAÚJO et al. (1995).
Analisando as espécies encontradas nas áreas amostradas é percebido que do total de 91
espécies, 16 tiveram sua ocorrência registrada também para matas ciliares de São Paulo, Distrito
Federal, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná (BARBOSA et al., 1989; MANTOVANI et al.,
1989; ROZZA & RIBEIRO, 1992; SOARES-SILVA et al., 1992; DURIGAN & LEITÃO
FILHO, 1995; OLIVEIRA-FILHO et al., 1995; SILVA et al., 1995; CARVALHO et al., 1996;
PINTO et al., 1997; DIAS et al., 1998; SILVA JÚNIOR et al., 1998; MARIANO et al., 1998;
SANCHEZ et al., 1999; VILELA et al., 1999; FELFILI et al., 2000; VAN DEN BERG &
OLIVEIRA-FILHO, 2000; BERTANI et al., 2001; BOTELHO et al., 2001; BOTELHO &
DAVIDE, 2002; NÓBREGA et al., 2002; SOUZA et al., 2003; VEIGA et al., 2003; VIEIRA et
al., 2003; MEYER et al., 2004 e SILVA JÚNIOR, 2004). Nesse sentido, elas estão a seguir
relacionadas: Acacia paniculata, Amburana cearensis, Anadenanthera colubrina, Caesalpinia
ferrea, Cordia trichotoma, Coutarea hexandra, Hymenaea courbaril, Lantana camara,
Myracrodruon urundeuva, Myroxylon peruiferum, Prockia crucis, Sapium glandulatum, Senna
28
macranthera var. pudibunda, Senna spectabilis, Tabebuia impetiginosa e Triplaris gardneriana.
Dentre estas, Anadenanthera colubrina e Hymenaea courbaril foram as espécies mais citadas no
total dos trabalhos analisados, aparecendo registradas cada uma para matas ciliares de quatro
estados estando seguidas por Cordia trichotoma, Coutarea hexandra, Myroxylon peruiferum,
Sapium glandulatum e Tabebuia impetiginosa registradas cada uma em matas ciliares de três
estados. Esses dados refletem a ampla tolerância dessas espécies a variações ambientais.
Comparando ainda as espécies em comum do levantamento das áreas ribeirinhas de Caatinga
amostradas nesse trabalho com os 25 estudos apresentados considera-se que Minas Gerais foi o
estado que registrou o maior número de espécies em comum (13).
Considerando ainda a listagem de espécies relacionadas neste trabalho é percebido que
22 estão citadas no levantamento realizado por MIRANDA & SILVA (1989) nas matas ciliares
das depressões inundáveis e eixos hidrográficos do semi-árido pernambucano. Assim,
comparando a lista florística dos últimos autores com a do presente trabalho têm-se como
espécies comuns: Amburana cearensis, Anadenanthera colubrina, Aspidosperma pyrifolium,
Bauhinia cheilantha, Caesalpinia ferrea, Caesalpinia pyramidalis, Capparis flexuosa, Cereus
jamacaru, Cnidoscolus phylacanthus, Combretum pisonioides, Commiphora leptophloeos,
Cordia leucocephala, Croton sonderianus, Erythrina velutina, Lantana camara, Mimosa
tenuiflora, Myracrodruon urundeuva, Pilosocereus gounellei, Schinopsis brasiliensis, Spondias
tuberosa, Tocoyena formosa e Ziziphus joazeiro.
Nesse sentido, também mostrando a seletividade de algumas espécies em áreas de
Caatinga por ambientes mais úmidos, RODAL & NASCIMENTO (2002) referenciam o
Allophylus quercifolius, Caesalpinia ferrea, Sideroxylon obtusifolium, Tabebuia impetiginosa e
Ziziphus joazeiro como espécies de ocorrência em áreas mais úmidas da vegetação caducifólia
espinhosa (VCE) nordestina. PEREIRA et al. (2002) também discutem que além da Tabebuia
impetiginosa, a Coutarea hexandra e a Eugenia uvalha são pouco freqüentes nos levantamentos
da vegetação caducifólia espinhosa, sendo raramente encontradas em áreas de Caatinga
submetidas a maior semi-aridez. Além do registro desse último autor em seu trabalho com
remanescente no agreste paraibano, a Coutarea hexandra foi observada também nessas áreas de
transição por LOURENÇO & BARBOSA (2003) e ainda identificada por BARBOSA (1996) em
um remanescente de Mata Atlântica. Especialmente relacionado à Eugenia uvalha, anteriormente
citada, tem-se que autores como ALCOFORADO-FILHO et al. (2003) destacam que a presença
freqüente dessa espécie é incomum em áreas de VCE. Portanto, os elementos discursivos
apontados podem se configurar como um indicativo da seletividade dessas espécies por locais
mais úmidos a exemplo daqueles encontrados ao longo de rios e riachos intermitentes em áreas
29
de Caatinga no semi-árido. Essas assertivas são ratificaficadas por alguns autores como
ANDRADE-LIMA (1981) que cita particularmente que o Ziziphus joazeiro ocorre geralmente
em locais onde a água do solo está mais disponível (vales de rios ou onde quer que a água
permaneça por mais tempo no solo). RODRIGUES et al. (2003) referenciam a Coutarea
hexandra e ainda a Cordia trichotoma como espécies ocorrentes nas margens de cursos d’água
efêmeros na Caatinga. Outras espécies como a Triplaris gardneriana é apresentada por MELO
(1999) como sendo freqüente nas bordas de rios e nas planícies fluviais da zona semi-árida.
PRADO (2005) cita a Erythrina velutina e Sideroxylon obtusifolium entre as espécies de larga
distribuição em vales de rios e florestas de galeria no nordeste do Brasil. A Mimosa
ophthalmocentra é registrada por QUEIROZ (2002) como uma planta relativamente comum em
Caatinga, especialmente em áreas de várzea ou periodicamente inundadas.
Observando a questão do endemismo, tem-se que das 91 espécies encontradas 26 são
consideradas endêmicas da Caatinga (GIULIETTI et al., 2002) e estão a seguir listadas:
Allamanda blanchetii, Aspidosperma pyrifolium, Caesalpinia pyramidalis, Capparis flexuosa,
Capparis jacobinae, Ceiba glaziovii, Cereus jamacaru, Combretum pisonioides, Commiphora
leptophloeos, Cordia leucocephala, Guettarda angelica, Helicteres mollis, Jatropha mollissima,
Lippia gracilis, Manihot glaziovii, Maytenus rigida, Mimosa ophthalmocentra, Pilosocereus
gounellei, Pilosocereus pachycladus subsp. pernambucensis, Pseudobombax marginatum,
Rhamnidium molle, Rollinia leptopetala, Senna martiana, Spondias tuberosa, Ziziphus
cotinifolia e Ziziphus joazeiro.
Assim, considera-se que a exemplo de trabalhos que investigaram as ligações florísticas
das matas ciliares com outros ambientes (RODRIGUES et al., 2003), têm-se também observado
que uma parcela significativa das espécies ribeirinhas listadas nesse trabalho é compartilhada
com formações vegetacionais típicas de Caatinga. Contribuindo com essa discussão, autores
como RODRIGUES (1989) citam que como a atuação diferenciada dos fatores abióticos ocorre
no espaço e no tempo, as espécies ciliares representam estágios de evolução adaptativa. Nesse
sentido, esses fatores acabam por selecionar espécies adaptadas à interferência da água nas áreas
com características como freqüência e intensidade de alagamentos, baixa profundidade do lençol
freático, alta concentração de matéria orgânica, etc., e espécies típicas das formações adjacentes
àquelas ciliares, cuja ocorrência não está relacionada com a presença do curso d’água, como
áreas de barranco e locais com lençol freático mais profundo. Segundo este autor, o gradiente de
interação entre a formação florestal ciliar propriamente dita e a formação adjacente se torna
ainda mais complexo com a crescente quantidade de sedimentos sólidos que são depositados nas
margens desses cursos d’água, em função dos processos de assoreamento, promovendo a criação
30
de novos nichos que sofrerão processos de sucessão e seleção das espécies para ocupação, em
função das características abióticas atuantes naquele ponto. Portanto, considerando a
disponibilidade de água como um dos principais fatores condicionantes da heterogeneidade da
composição da vegetação ciliar tem-se que no semi-árido a ligação florística entre matas
ribeirinhas e a vegetação de Caatinga se mostra evidenciada uma vez que a intermitência das
águas é uma característica marcante na semi-aridez.
Relacionado à ocorrência de espécies exclusivas desse levantamento foram comparados
para essa análise 12 trabalhos realizados nos diferentes tipos caducifólios do semi-árido
(MOURA & BARBOSA, 1995; ARAÚJO et al. 1998a; FERRAZ et al., 1998; RODAL et al.
1998; ARAÚJO et al., 1999; LEMOS & RODAL, 2002; PEREIRA et al., 2002; RODAL &
NASCIMENTO, 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003; BARBOSA et al., 2004; LEMOS,
2004; SANTANA, 2005). Foi considerada também a relação de espécies endêmicas da Caatinga
(GIULIETTI et al., 2002). Nesse sentido, observou-se que em nenhum levantamento acima
citado ocorreram: Capsicum parvifolium, Cochlospermum insigne, Combretum laxum,
Lonchocarpus obtusus, Melochia pyramidata, Peltogyne pauciflora, Poecilanthe ulei, Randia
formosa, Sebastiania macrocarpa, Solanum rhytidoandrum, Tabebuia aurea, Tocoyena
sellowiana e Vitex gardneriana. Além dessas 13 espécies, também não ocorreram nos trabalhos
citados o Myroxylon peruiferum e a Triplaris gardneriana. A primeira citada em levantamentos
de matas ciliares em Minas Gerais (OLIVEIRA-FILHO et al., 1995), Paraná (SOARES-SILVA
et al., 1992) e São Paulo (MANTOVANI et al., 1989; DURIGAN & LEITÃO FILHO, 1995) e a
segunda referenciada por VIEIRA et al., 2003 como presente na vegetação ciliar em Minas
Gerais.
Portanto, além das espécies compartilhadas com levantamentos de matas ciliares de
outras regiões do Brasil, as espécies exclusivas registradas nesse trabalho podem também
oferecer indicativos da seletividade das mesmas por áreas de mata ribeirinha na Caatinga e ainda
podem, estas últimas, se configurarem como novos registros de ocorrência para esses ambientes
ainda pouco estudados em suas peculiaridades florísticas.
3
3
.
.
2
2
C
C
O
O
M
M
P
P
O
O
S
S
I
I
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
F
F
L
L
O
O
R
R
Í
Í
S
S
T
T
I
I
C
C
A
A
:
:
U
U
M
M
A
A
A
A
B
B
O
O
R
R
D
D
A
A
G
G
E
E
M
M
P
P
O
O
R
R
Á
Á
R
R
E
E
A
A
A
A
S
S
F
F
A
A
M
M
Í
Í
L
L
I
I
A
A
S
S
Analisando particularmente a distribuição das famílias nas três áreas ribeirinhas tem-se
que os riachos do Farias e do Cazuzinha apresentaram 27 famílias cada, ficando o riacho dos
Mares com 26. Considerando, para cada área, as famílias com maior representatividade em
termos de número de espécies tem-se o seguinte quadro: riacho do Farias - Euphorbiaceae (seis),
31
Mimosaceae (cinco), Fabaceae e Caesalpiniaceae (quatro cada); riacho dos Mares -
Euphorbiaceae (nove), Mimosaceae (sete), Caesalpiniaceae (seis), Rubiaceae e Verbenaceae
(quatro cada); riacho do Cazuzinha - Euphorbiaceae (nove), Fabaceae (sete), Mimosaceae (seis),
Caesalpiniaceae e Rubiaceae (cinco). Em relação às famílias exclusivas em cada área observou-
se que apenas três foram exclusivas a uma localidade: Annonaceae e Flacourtiaceae presente
apenas na mata ciliar do riacho do Cazuzinha e Vochysiaceae registrada na vegetação ribeirinha
do riacho dos Mares. Estiveram presentes em todas as áreas 23 famílias (76,7%).
A
A
S
S
E
E
S
S
P
P
É
É
C
C
I
I
E
E
S
S
Relacionado à distribuição das espécies encontradas no componente arbustivo-arbóreo
das áreas ribeirinhas amostradas tem-se que do total das 91 espécies registradas, 56 espécies
ocorreram no riacho do Farias (cinco exclusivas - Cnidoscolus phyllacanthus, Combretum
laxum, Peltogyne pauciflora, Vitex gardneriana e Ziziphus cotinifolia), 62 estiveram presentes
no riacho dos Mares (10 exclusivas - Calliandra sp. 1, Callisthene sp. 1, Cordia leucocephala,
Croton sp. 1, Euphorbiaceae 1, Hymenaea courbaril, Mimosa paraibana, Senna martiana,
Tournefortia rubicunda e Vitex sp. 1) e 68 levantadas no riacho do Cazuzinha (17 exclusivas -
Acacia paniculata, Ceiba glaziovii, Coutarea hexandra, Croton sp. 2, Euphorbiaceae 2,
Fabaceae 1, Helicteres mollis, Indeterminada 2, Myroxylon peruiferum, Myrtaceae 1,
Poecilanthe ulei, Prockia crucis, Randia formosa, Rollinia leptopetala, Senna spectabilis,
Solanum rhytidoandrum e Tabebuia impetiginosa) (Figura 10). Além desses dados tem-se que 36
espécies (39,6%) ocorreram nas três áreas (Tabela 1).
Figura 10. Número de espécies total e exclusivas registradas por área ribeirinha amostrada
na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
32
3
3
.
.
3
3
S
S
I
I
M
M
I
I
L
L
A
A
R
R
I
I
D
D
A
A
D
D
E
E
F
F
L
L
O
O
R
R
Í
Í
S
S
T
T
I
I
C
C
A
A
A análise de agrupamento, realizada com base em uma matriz de presença/ausência de 81
taxa identificados no nível de espécie das três áreas de estudo e de outros cinco levantamentos
desenvolvidos nas matas ribeirinhas da bacia do rio Taperoá (LACERDA et al., 2004;
LACERDA & BARBOSA, 2006) indica diferentes níveis de similaridade entre os ambientes
analisados (Figura 11).
Assim, é observado que os maiores valores de similaridade são compartilhados pelos
riachos Farias (RF), Salgado (RS), Mares (RM) e Cazuzinha (RC). Destas quatro áreas, os
riachos do Farias (RF) e Salgado (RS) foram os mais similares (64%). A menor semelhança foi
observada entre o rio Taperoá e as outras áreas com 23% de similaridade.
Particularmente relacionado ao agrupamento das quatro áreas com maior similaridade,
constituído ao nível de 52%, observa-se que três se referem aos ambientes ribeirinhos deste
estudo.
Figura 11. Similaridade florística entre as três áreas estudadas (RF – riacho do Farias; RM –
riacho dos Mares; RC – riacho do Cazuzinha) e outros cinco levantamentos desenvolvidos nas
áreas ribeirinhas da bacia do rio Taperoá (RS – riacho Salgado; RSA – riacho Santo Antônio;
RSG – rio Soledade/município de Gurjão; RSS - rio Soledade/município de Soledade; RT –
rio Taperoá - Lacerda et al., 2004; Lacerda & Barbosa, 2006).
33
De modo geral, a análise de similaridade florística entre as áreas evidenciou uma maior
relação entre localidades próximas. Nesse sentido, constituindo-se provavelmente um fator
determinante da ocorrência de um número significativo de espécies semelhantes, a proximidade
geográfica entre os riachos Farias, Salgado, Mares e Cazuzinha explica a maior similaridade
encontrada entre os ambientes. Estas assertivas estão de acordo com as apontadas por
RODRIGUES & NAVE (2004) ao analisarem a similaridade de trabalhos realizados em florestas
ciliares do Brasil. Para estes autores, os agrupamentos das áreas foram definidos, entre outros
aspectos, em função da proximidade espacial entre as áreas. Além disso, considera-se nesse
estudo que os maiores e menores níveis de similaridade entre áreas também se explica pelo
histórico de ocupação humana. Assim, com exceção da área do riacho do Cazuzinha, inserida em
uma unidade de conservação, observa-se que as áreas ribeirinhas dos riachos dos Mares, Farias e
Salgado têm seu uso e ocupação marcados principalmente pelo pastoreio extensivo. Por outro
lado, sem considerar o riacho Santo Antônio que também tem a mesma atividade citada para os
três últimos riachos, observa-se que as demais áreas foram submetidas a impacto antrópico muito
semelhante devido à realização de atividades agropecuárias.
Portanto, é perceptível que a distância geográfica aliada as peculiaridades do uso e
ocupação da terra, caracterizam um conjunto de fatores responsáveis pela similaridade entre as
áreas de vegetação ribeirinha analisadas.
4
4
.
.
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Õ
Õ
E
E
S
S
Com base nos dados levantados conclui-se que o total de espécies listado nesse trabalho é
significativo quando comparado com levantamentos realizados em diversas áreas de matas
ciliares no Brasil e ainda com estudos aplicados nos diferentes tipos caducifólios do semi-árido.
Assim como em alguns levantamentos de Caatinga, as famílias Caesalpiniaceae, Mimosaceae e
Euphorbiaceae foram também bem representadas em número de espécies, o que demonstra a
ampla distribuição das mesmas nos vários ecossistemas do semi-árido. Entretanto, a ocorrência
de famílias como Myrtaceae, Bignoniaceae e Rubiaceae vêm corroborar com outros estudos que
indicam as suas respectivas presenças em áreas mais úmidas. Relacionando a lista dos taxa aqui
apresentada com outros trabalhos, foram observadas 16 espécies em comum com levantamentos
de matas ciliares de outros estados do Brasil e 22 com o levantamento realizado nas matas
ciliares das depressões inundáveis e eixos hidrográficos do semi-árido pernambucano. Foi ainda
constatado que do total de espécies encontradas, 26 são consideradas endêmicas da Caatinga, o
que denota que no semi-árido a ligação florística entre matas ribeirinhas e a vegetação típica de
34
Caatinga se mostra evidenciada.
Considerando as espécies exclusivas, foram levantadas 13 espécies dessa pesquisa que
não ocorreram em trabalhos realizados nos diferentes tipos caducifólios do semi-árido. Também
não ocorreram nos levantamentos analisados Myroxylon peruiferum e Triplaris gardneriana,
registradas em matas ciliares de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Portanto, além das espécies
compartilhadas com levantamentos de matas ciliares de outras regiões do Brasil, as espécies
exclusivas registradas nesse trabalho se mostram como seletivas por áreas de vegetação
ribeirinha na Caatinga e ainda são observadas como novos registros de ocorrência para essas
áreas no domínio do semi-árido.
Analisando a similaridade florística entre as três áreas estudadas e outros cinco
levantamentos realizados nos ambientes ribeirinhos da bacia do rio Taperoá, observou-se que a
distância geográfica aliada às peculiaridades de uso e ocupação da terra, caracterizam um
conjunto de fatores responsáveis pelos níveis de similaridade entre as áreas de vegetação
ribeirinha analisadas.
Portanto, considerando as informações geradas torna-se urgente à necessidade de se
implementar mais esforços para se avaliar a diversidade florística contida em áreas ribeirinhas de
Caatinga conservadas. Nesse sentido, esses estudos são extremamente significantes e podem no
futuro oferecer um banco de dados com potencial para subsidiar a conservação dessas áreas e
servir de indicativos para modelos de enriquecimento e recuperação dos ambientes já
degradados.
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
I
I
I
I
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
D
D
A
A
E
E
S
S
T
T
R
R
U
U
T
T
U
U
R
R
A
A
F
F
I
I
T
T
O
O
S
S
S
S
O
O
C
C
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
A
A
D
D
A
A
V
V
E
E
G
G
E
E
T
T
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
A
A
R
R
B
B
U
U
S
S
T
T
I
I
V
V
O
O
-
-
A
A
R
R
B
B
Ó
Ó
R
R
E
E
A
A
D
D
E
E
T
T
R
R
Ê
Ê
S
S
Á
Á
R
R
E
E
A
A
S
S
R
R
I
I
B
B
E
E
I
I
R
R
I
I
N
N
H
H
A
A
S
S
N
N
A
A
B
B
A
A
C
C
I
I
A
A
H
H
I
I
D
D
R
R
O
O
G
G
R
R
Á
Á
F
F
I
I
C
C
A
A
D
D
O
O
R
R
I
I
O
O
T
T
A
A
P
P
E
E
R
R
O
O
Á
Á
,
,
S
S
E
E
M
M
I
I
-
-
Á
Á
R
R
I
I
D
D
O
O
P
P
A
A
R
R
A
A
I
I
B
B
A
A
N
N
O
O
,
,
B
B
R
R
A
A
S
S
I
I
L
L
R
R
E
E
S
S
U
U
M
M
O
O
O objetivo deste estudo foi caracterizar a estrutura fitossociológica de áreas ribeirinhas na bacia
do rio Taperoá, semi-árido paraibano. O levantamento foi realizado no período de junho/2005 a
junho/2006 e abrangeu as áreas ao longo dos riachos intermitentes do Cazuzinha (7
0
26
13” S e
36
0
54
30” W; 564-579 m de altitude), Mares (7
0
31
53” S e 36
0
33
39” W; 536-550 m de altitude)
e Farias (7
0
25
33” S e 36
0
29
21” W; 454-470 m de altitude). Foram estabelecidas para cada área
51 parcelas contíguas de 10 X 20 m (1,02 ha), distribuídas em três faixas paralelas ao longo de
cada curso d’água. Os critérios de inclusão utilizados foram amostrar os indivíduos arbustivo-
arbóreos, vivos e mortos ainda em pé, com diâmetro do caule ao nível do solo (DNS) 3 cm e
altura total 1 m. Assim, em cada parcela procedeu-se a medição dos diâmetros, as alturas
foram estimadas e os nomes das espécies foram anotados. Na análise dos dados foram calculados
parâmetros gerais da comunidade (densidade total, área basal total, alturas e diâmetros médios e
máximos), parâmetros relativos e absolutos das espécies (densidade, freqüência e dominância)
além do valor de importância (VI) e valor de cobertura (VC). Determinou-se também os índices
de diversidade de Shannon e de equabilidade de Pielou. Foram amostrados 5.126 indivíduos
vivos e 714 mortos em pé. Do total de indivíduos registrados (5.840), 2.138 foram levantados na
mata ribeirinha do riacho do Cazuzinha (2.096 indivíduos.ha
-1
), 1.838 no riacho do Farias (1.802
indivíduos.ha
-1
) e 1.864 no riacho dos Mares (1.827 indivíduos.ha
-1
). A área basal total da
vegetação ribeirinha dos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares foram 25,4 m
2
.ha
-1
, 15,6 m
2
.ha
-1
e
14,5 m
2
.ha
-1
respectivamente. Considerando particularmente cada riacho, as três espécies mais
importantes em VI foram: Aspidosperma pyrifolium, Combretum pisonioides e Caesalpinia
pyramidalis (Cazuzinha) e Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum e Croton sonderianus
(Farias e Mares). A altura e o diâmetro médios dos indivíduos amostrados foram
respectivamente: 5,4 m e 12,4 cm (Cazuzinha), 3,9 m e 10,5 cm (Farias) e 4,8 m e 10,1 cm
(Mares). Os valores de diversidade e equabilidade foram respectivamente: 2,61 nats.ind.
-1
e 0,66
(Cazuzinha), 2,18 nats.ind.
-1
e 0,59 (Farias) e 2,77 nats.ind.
-1
e 0,72 (Mares).
Palavras-chave: Fitossociologia, riachos intermitentes, Caatinga.
36
1
1
.
.
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
As matas que estão associadas aos corpos d’água vêm mostrando a sua significância ao
longo dos tempos. Assim, presentes nos mais variados tipos de ambientes hídricos das bacias
hidrográficas essa vegetação é considerada como extremamente importante em termos
ecológicos. Para OLIVEIRA-FILHO (1994) em particular as matas ciliares são consideradas
como formações vegetais que se encontram associadas aos corpos d’água, ao longo dos quais
podem estender-se por dezenas de metros a partir das margens e apresentar marcantes variações
na composição florística e na estrutura comunitária, dependendo das interações que se
estabelecem entre o ecossistema aquático e o ambiente terrestre adjacente.
Considerando os elementos que marcam as peculiaridades da vegetação ciliar e ainda dos
seus mais variados papéis, é possível identificar o seu significativo grau de importância e isso é
ratificado por vários autores (TROPPMAIR & MACHADO, 1974; BARBOSA, 1989; DELITTI,
1989; DEMATTÊ, 1989; LIMA, 1989; MANTOVANI et al., 1989; HARPER et al., 1992;
ZIPPARRO & SCHLITTLER, 1992; REZENDE, 1998; RIBEIRO & SCHIAVINI, 1998;
SANTOS & SOUSA-SILVA, 1998; DURIGAN & SILVEIRA, 1999; FELFILI et al., 2000;
VAN DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO, 2000; BOTELHO et al., 2001; BOTELHO &
DAVIDE, 2002). De modo particular, DURIGAN & SILVEIRA (1999) colocam que a
importância da existência de florestas ao longo dos rios e ao redor de lagos e reservatórios
fundamenta-se no amplo espectro de benefícios que este tipo de vegetação traz ao ecossistema,
exercendo função protetora sobre os recursos naturais bióticos e/ou abióticos.
De modo geral, é percebido que as matas ciliares encerram um conjunto de características
que lhe são próprias. Este tipo de vegetação é bem definido em regiões de domínio de formações
savânicas ou campestres, porém menos diferenciado nas regiões de domínio de florestas, onde se
distingue principalmente pela composição florística (MANTOVANI et al., 1989).
Assim, autores como LIMA (2002) vem apontando que essa vegetação constitui uma
manifestação fantástica em termos de composição florística, biodiversidade, estrutura e
funcionalidade. Nesse sentido, estudos fitossociológicos se mostram relevantes para programas
de conservação e/ou proteção dos ambientes ciliares já degradados.
Referenciando a importância de levantamentos fitossociológicos autores como
MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974) referenciam que para o conhecimento
adequado de uma comunidade florestal é essencial uma base de dados que forneça informações
sobre a identificação das espécies que ocorrem na área e ainda sobre a estrutura da população em
termos de espécies dominantes, raras e endêmicas, seu tamanho, sua área basal e sua distribuição
37
espacial. Nesse sentido, os parâmetros florísticos e fitossociológicos de uma área são a base para
o manejo, pois permitem respeitar padrões que expressam a adaptabilidade das espécies
(RODRIGUES & GANDOLFI, 1996). Os estudos fitossociológicos, para RODRIGUES (1989)
possibilitam assim a avaliação da estrutura e da composição da vegetação, permitindo a
derivação de informações e inferências relacionadas com a dinâmica ecológica da comunidade
analisada. KENT & COKER (1992) definem Fitossociologia como a ciência das comunidades
vegetais ou o conhecimento da vegetação em seu sentido mais amplo, inclusive de todos os
fenômenos que se relacionam com a vida das plantas dentro das unidades sociais. É considerada
uma valiosa ferramenta na determinação das espécies mais importantes de uma determinada
comunidade, sendo possível estabelecer graus de hierarquização entre as espécies estudadas.
Contribuindo com esta discussão autores como CAUSTON (1988) menciona ainda que
embora levantamentos estritamente florísticos sejam muito úteis para uma análise inicial da
vegetação de uma determinada área e permitam comparações amplas com um grande número de
outros trabalhos, é necessária a inclusão de medidas de abundância quando se pretende detalhar
estas comparações. Tais medidas são interessantes também no sentido de se permitir o
conhecimento da estrutura da vegetação estudada, propiciar subsídios para o manejo destas e
construir a base teórica para recuperação de áreas similares (VILELA et al., 1993). Para
SALVADOR (1987) o conhecimento da composição florística e da estrutura fitossociológica das
florestas ciliares é um pré-requisito de grande importância para projetos de recomposição vegetal
de áreas marginais a rios e córregos, com finalidade preservacionista. MEIRA-NETO et al.
(1989) referenciam que a adoção racional de medidas de recuperação e manejo da flora nativa
somente poderá ser realizada após o correto entendimento de nossas florestas. Tal entendimento
vai sendo gradativamente ampliado através dos estudos florísticos e fitossociológicos que são
realizados nas áreas remanescentes. Segundo os últimos autores estes estudos precisam ser feitos
com rapidez, uma vez que os remanescentes estão ficando cada vez mais escassos.
Considerando as áreas ribeirinhas de Caatinga tem-se como premissa básica os poucos
estudos existentes sobre os aspectos que marcam suas características fitossociológicas o que
produz consequentemente a falta de definições sobre as diferenciações entre estas e outras
formações. Assim, com base nessas assertivas, o objetivo pretendido no presente estudo foi
caracterizar a estrutura fitossociológica de áreas ribeirinhas na bacia do rio Taperoá, semi-árido
paraibano.
38
2
2
.
.
M
M
A
A
T
T
E
E
R
R
I
I
A
A
L
L
E
E
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
S
S
2
2
.
.
1
1
Á
Á
R
R
E
E
A
A
D
D
E
E
E
E
S
S
T
T
U
U
D
D
O
O
Ver descrição no item Caracterização Geral da Área de Estudo.
2
2
.
.
2
2
P
P
R
R
O
O
C
C
E
E
D
D
I
I
M
M
E
E
N
N
T
T
O
O
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
L
L
O trabalho se apoiou na análise de cartas e mapas da vegetação e excursões exploratórias
realizadas inicialmente em vários pontos ao longo da bacia do Taperoá (LACERDA &
BARBOSA, 2006). Assumindo como base esse primeiro trabalho e obedecendo como critério de
seleção amostrar ambientes mais conservados, foram então selecionadas três áreas ribeirinhas
distribuídas ao longo de riachos intermitentes. Para estas áreas trabalhou-se então o levantamento
fitossociológico que foi realizado no período de junho/2005 a junho/2006 com visitas periódicas
ao local das parcelas.
Considerando os raros estudos existentes sobre a vegetação ribeirinha em áreas de
Caatinga e, portanto, sem indicativos conclusivos se as dimensões das faixas de mata ciliar
acompanham ou não os respectivos tamanhos apontados na legislação vigente, ficou então
estabelecido para este estudo a largura mínima da faixa ciliar, ou seja, 30 (trinta) metros a partir
da margem do curso d’água. Além disso, a amostragem foi definida apenas para uma das
margens dos ambientes ribeirinhos estudados (margem direita para os riachos dos Mares e do
Cazuzinha e margem esquerda para o riacho do Farias).
Para o levantamento fitossociológico das áreas utilizou-se o método de parcelas contíguas
(MUELLER-DOMBOIS & ELLEMBERG, 1974). Segundo RODRIGUES (1989, 1991), o uso
desse método é vantajoso em áreas com grande heterogeneidade ambiental, permitindo a
compreensão da dinâmica da comunidade florestal, principalmente quando um dos objetivos do
trabalho é o uso dos dados para projetos futuros de revegetação em áreas degradadas.
Assim, para a amostragem foram estabelecidas em cada área 51 parcelas contíguas de
10 X 20 m (1,02 ha), distribuídas em três faixas paralelas (Margem, Meio e Borda) ao longo de
cada curso d’água amostrado (Figuras 12, 13 e 14). Os vértices de cada uma dessas parcelas
foram marcados com estacas de madeiras, numeradas e pintadas de vermelho na porção superior
para melhor visualização dentro da mata.
Os critérios de inclusão utilizados foram amostrar os indivíduos arbustivo-arbóreos,
vivos e mortos ainda em pé, com diâmetro do caule ao nível do solo (DNS) 3 cm e altura
total 1 m. O critério de adotar os indivíduos com o DNS 3 cm deve-se ao fato que a
maioria dos estudos em áreas de Caatinga inclui árvores e arbustos com diâmetros ao nível do
solo iguais ou superiores a 3 cm, permitindo assim a comparação com outros trabalhos cujos
39
Figura 12. Mapa com a distribuição das parcelas na mata ribeirinha do riacho do Cazuzinha na
bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
40
Figura 13. Mapa com a distribuição das parcelas na mata ribeirinha do riacho do Farias na bacia
hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
41
Figura 14. Mapa com a distribuição das parcelas na mata ribeirinha do riacho dos Mares na
bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
42
critérios de amostragem foram semelhantes (RODAL, 1992; FERRAZ, 1994; CORREIA, 1996;
OLIVEIRA et al., 1997; ARAÚJO et al. 1998b; RODAL et al. 1998; ARAÚJO et al., 1999;
LEMOS & RODAL, 2002; PEREIRA et al., 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003;
SANTANA, 2005).
Os indivíduos foram marcados com plaquetas, numerados e identificados pelo nome
científico, e quando não identificados, foram coletados para posterior identificação. Foram
medidos os perímetros ao nível do solo, com fita métrica e posteriormente convertidos em
diâmetro. Para as árvores e arbustos com troncos múltiplos foram medidos todos os ramos com
DNS 3 cm. A altura dos indivíduos foi determinada com auxílio de uma vara de 5 m. Para
indivíduos mais altos, foram feitas estimativas por comparação com esta vara.
2
2
.
.
3
3
O
O
R
R
G
G
A
A
N
N
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
E
E
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
D
D
O
O
S
S
D
D
A
A
D
D
O
O
S
S
2
2
.
.
3
3
.
.
1
1
S
S
U
U
F
F
I
I
C
C
I
I
Ê
Ê
N
N
C
C
I
I
A
A
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
L
L
Para avaliar a suficiência do número de parcelas, foi utilizada a curva de coletor,
plotando-se o número acumulado de espécies novas não amostradas em cada parcela. O ponto
onde a curva tende a se estabilizar representa a área mínima de amostragem florística (CAIN &
CURTIS, 1959).
2
2
.
.
3
3
.
.
2
2
P
P
A
A
R
R
Â
Â
M
M
E
E
T
T
R
R
O
O
S
S
F
F
I
I
T
T
O
O
S
S
S
S
O
O
C
C
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
O
O
S
S
Os dados obtidos em campo foram manipulados em planilha eletrônica Microsoft
Excel
versão 98, para a caracterização dos seguintes parâmetros: número de espécies e de indivíduos
por espécie, área basal por espécie e total, densidade absoluta e relativa (DA e DR), freqüência
absoluta e relativa (FA e FR) e dominância absoluta e relativa (DoA e DoR) (MUELLER-
DOMBOIS & ELLENBERG, 1974). A partir dos parâmetros relativos, foram calculados o valor
de importância (VI) e o valor de cobertura (VC) para cada espécie. Os parâmetros analisados são
descritos a seguir com suas respectivas fórmulas.
Área Basal
Onde:
P = perímetro do caule de um indivíduo (cm)
AB = P
2
/ 4π
43
Densidade Absoluta
Onde:
DAi = Densidade Absoluta da espécie i
Ni = número de indivíduos da espécie i
A = área amostrada em hectare
Densidade relativa
Onde:
DRi = Densidade Relativa da espécie i
Ni = número de indivíduos amostrados da espécie i
Nt = número total de indivíduos amostrado de todas as espécies
Freqüência Absoluta
Onde:
FAi = Freqüência Absoluta da espécie i
ni = número de parcelas com a espécie i
Nt= número total de parcelas amostradas
Freqüência Relativa
Onde:
FRi = Freqüência Relativa da espécie i
FAi = Freqüência Absoluta da espécie i
ΣFAt = somatório das freqüências absolutas de todas as espécies
DAi = Ni/A
DRi = (Ni/Nt) x 100
FAi = (ni/Nt) x 100
FRi = (FAi/ΣFAt) x 100
44
Dominância Absoluta
Onde:
DoAi = Dominância Absoluta da espécie i (m
2
/hectare)
ABi = Área Basal da espécie i (m
2
)
A = área total amostrada (hectare)
Dominância Relativa
Onde:
Dori = Dominância Relativa da espécie i
ABi = Área Basal da espécie i
ABt = soma das áreas basais de todas as espécies amostradas.
Valor de Importância
Onde:
VI = Valor de Importância da espécie i
FRi = Freqüência Relativa da espécie i
DRi = Densidade Relativa da espécie i
DoRi = Dominância Relativa da espécie i
Valor de Cobertura
Onde:
VCi = Valor de Cobertura da espécie i
DRi = Densidade Relativa da espécie i
DoRi = Dominância Relativa da espécie i
DoRi = (ABi/ABt) x 100
DoAi = ABi /A
VI = DRi + FRi + DoRi
VCi = DRi + DoRi
45
2
2
.
.
3
3
.
.
3
3
D
D
I
I
V
V
E
E
R
R
S
S
I
I
D
D
A
A
D
D
E
E
E
E
S
S
P
P
E
E
C
C
Í
Í
F
F
I
I
C
C
A
A
Para a análise da heterogeneidade florística das áreas foram utilizados os índices de
diversidade específica de Shannon (H’) e o índice de equabilidade (J’), de acordo com
MAGURRAN (1988) e PIELOU (1975), respectivamente, com base na abundância proporcional
das espécies conforme as fórmulas abaixo:
Shannon:
onde:
H’ = índice de diversidade de Shannon
pi = ni/N
ni = número de indivíduos da espécie i
N = número total de indivíduos
ln = logarítmo neperiano
Equabilidade:
onde:
J’ = equabilidade
H’= índice de diversidade de Shannon
Hmáx = logarítmo neperiano do número total de espécies amostradas
2
2
.
.
3
3
.
.
4
4
A
A
S
S
P
P
E
E
C
C
T
T
O
O
S
S
D
D
I
I
N
N
Â
Â
M
M
I
I
C
C
O
O
S
S
D
D
A
A
V
V
E
E
G
G
E
E
T
T
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
Para analisar a distribuição dos indivíduos amostrados em relação às classes de altura
foram elaborados histogramas de freqüência com intervalo de um metro. Os dados relacionados à
dinâmica da comunidade foram analisados a partir da elaboração de histogramas de distribuição
de freqüência de classes de diâmetro com intervalos de 3 cm de todos os indivíduos amostrados.
Para as espécies com mais de 10% do total de indivíduos, construíram-se gráficos de distribuição
em classes de diâmetro e de altura, considerando os intervalos anteriormente citados.
H’ = -Σ (pi.ln(pi))
J’ = H’/Hmáx
46
3
3
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
E
E
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
3
3
.
.
1
1
S
S
U
U
F
F
I
I
C
C
I
I
Ê
Ê
N
N
C
C
I
I
A
A
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
L
L
A curva acumulativa de espécies adicionais, na ordem real das parcelas, permite que se
avalie a suficiência amostral do levantamento, e assim, pode-se fazer inferências se o número
necessário de amostras estabelecidas foi adequado ou não para o conhecimento da comunidade
(CASTRO, 1987).
Considerando a área ribeirinha do riacho do Cazuzinha percebe-se, a partir dos dados da
Figura 15, que da parcela 1 até a 24 o aparecimento de novas espécies foi progressivo,
entretanto, a partir deste ponto a curva tornou-se bem menos inclinada, surgindo apenas quatro
novas espécies, Sapium glandulatum e Senna macranthera var. pudibunda na parcela 34, Senna
spectabilis na parcela 37 e Tocoyena sellowiana na parcela 47.
Analisando-se a curva de suficiência amostral para a área ribeirinha do riacho do Farias
verifica-se que até a parcela 34 ocorreu um incremento significativo de novas espécies. Após
esta unidade, somente mais duas novas espécies foram incluídas, ou seja, Pseudobombax
marginatum e Mimosa ophthalmocentra na parcela 42 (Figura 15).
Para o riacho dos Mares observou-se que até a parcela 29 foi progressivo o aparecimento
de novas espécies, entretanto, a partir deste ponto a curva tornou-se bem menos inclinada, sendo
acrescentado apenas três novas espécies, Allophylus quercifolius na parcela 47 e Mimosa
tenuiflora e Pseudobombax marginatum na parcela 51 (Figura 15).
Assim, a análise dos gráficos indica que este padrão de inclinação da curva tendendo ao
paralelismo com o eixo horizontal a partir da parcela 24, 34 e 29 para as áreas ribeirinhas do
Cazuzinha, Farias e Mares respectivamente, mostra haver um processo de estabilização à medida
que se aumenta o número de parcelas. Este comportamento indica que as espécies mais comuns
na vegetação, responsáveis pela fisionomia, foram suficientemente amostradas (MULLER-
DUMBOIS & ELLENBERG, 1974).
47
Figura 15. Curvas de suficiência amostral construídas para o levantamento da
vegetação arbustivo-arbórea das áreas ribeirinhas amostradas na bacia
hidro
g
ráfica do rio Ta
p
eroá
,
semi-árido
p
araibano.
48
3
3
.
.
2
2
P
P
A
A
R
R
Â
Â
M
M
E
E
T
T
R
R
O
O
S
S
F
F
I
I
T
T
O
O
S
S
S
S
O
O
C
C
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
O
O
S
S
:
:
U
U
M
M
A
A
A
A
B
B
O
O
R
R
D
D
A
A
G
G
E
E
M
M
P
P
O
O
R
R
Á
Á
R
R
E
E
A
A
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
D
D
A
A
M
M
A
A
T
T
A
A
R
R
I
I
B
B
E
E
I
I
R
R
I
I
N
N
H
H
A
A
D
D
O
O
R
R
I
I
A
A
C
C
H
H
O
O
D
D
O
O
C
C
A
A
Z
Z
U
U
Z
Z
I
I
N
N
H
H
A
A
Nas 51 parcelas inventariadas foram amostrados 1.929 indivíduos vivos e 209 mortos em
pé. Os indivíduos vivos se distribuíram em 51 espécies, 41 gêneros e 25 famílias. Considerando a
totalidade das árvores e arbustos registrados, obteve-se uma densidade total de 2.096
indivíduos.ha
-1
e uma área basal total de 25,4 m
2
.ha
-1
.
Dentre as 25 famílias presentes na área de amostragem, Euphorbiaceae apresentou o
maior número de indivíduos seguida por Combretaceae, Apocynaceae, Caesalpiniaceae,
Mimosaceae e Boraginaceae (Figura 16). Juntas estas seis famílias representam 89,74% dos
indivíduos arbustivo-arbóreos vivos amostrados na área do riacho do Cazuzinha. Dos 627
indivíduos amostrados da família Euphorbiaceae, 62,20% pertenceram a uma única espécie:
Croton rhamnifolioides. A família Combretaceae, que contribuiu com 25,35 % dos indivíduos,
foi representada por duas espécies, Combretum leprosum e Combretum pisonioides.
O valor de importância para famílias, representado na Figura 16, mostra que Euphorbiaceae,
Combretaceae, Caesalpiniaceae, Apocynaceae e Sapotaceae se destacaram na comunidade. O maior
VI de Euphorbiaceae foi devido basicamente ao elevado número de indivíduos de Croton
rhamnifolioides e à melhor distribuição das oito espécies componentes da família na área.
Figura 16. Valor de importância e número de indivíduos das famílias ocorrentes na área
ribeirinha do riacho do Cazuzinha na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
49
Combretaceae foi à família com o segundo maior valor de importância, obtido como
resultado da maior densidade e freqüência relativa das suas espécies. O terceiro maior valor de
importância para a família Caesalpiniaceae foi conseqüência da maior dominância relativa das
suas espécies, principalmente de Caesalpinia pyramidalis.
Do mesmo modo, o quarto maior valor de importância para a família Apocynaceae foi
conseqüência do grande número de indivíduos (347), ampla distribuição e elevada densidade
relativa de Aspidosperma pyrifolium. Sapotaceae, assim como Apocynaceae, esteve também
representada apenas por uma espécie, Sideroxylon obtusifolium, e obteve o quinto maior valor de
importância em conseqüência da maior dominância relativa dos seus indivíduos.
Os parâmetros fitossociológicos para as espécies amostradas na área do riacho do
Cazuzinha estão apresentados, em ordem decrescente de VI, na Tabela 2. Assim, considerando o
total de indivíduos vivos, as espécies que se destacaram foram: Croton rhamnifolioides
(20,22%), Aspidosperma pyrifolium (17,99%), Combretum pisonioides (17,47%), Combretum
leprosum (7,88%), Caesalpinia pyramidalis (5,65%), Sebastiania macrocarpa (5,08%), Croton
sonderianus (4,10%) e Cordia trichotoma (3,32%) representando 81,71% do total amostrado.
Com relação à densidade absoluta (DA) e densidade relativa (DR), Croton
rhamnifolioides, Aspidosperma pyrifolium e Combretum pisonioides foram às espécies de maior
destaque na estrutura da comunidade. Assim, estas três espécies somaram juntas 50,23% da
densidade relativa total.
A maior contribuição de freqüência absoluta (FA) e freqüência relativa (FR) foi de
Aspidosperma pyrifolium e Combretum pisonioides (Tabela 2) que foram amostradas em 47 das
51 parcelas, seguida pelos Mortos amostrados em 44 parcelas, Caesalpinia pyramidalis em 42
parcelas, Croton rhamnifolioides em 36 parcelas, Combretum leprosum em 35 parcelas, Croton
sonderianus em 32 parcelas, Sebastiania macrocarpa em 31 parcelas, Anadenanthera colubrina
e Cordia trichotoma em 18 parcelas, Chloroleucon foliolosum e Sideroxylon obtusifolium em 16
parcelas. Estas 11 espécies e os mortos perfizeram 68,20% da freqüência relativa total.
Para dominância absoluta (DoA) e dominância relativa (DoR), destacaram-se Caesalpinia
pyramidalis, com 4,40 m
2
de área basal, e Sideroxylon obtusifolium com 4,19 m
2
de área basal.
Os mais elevados valores de importância (VI) estão a seguir listados em ordem
decrescente: Aspidosperma pyrifolium, Combretum pisonioides, Caesalpinia pyramidalis,
Croton rhamnifolioides, Morto, Sideroxylon obtusifolium, Combretum leprosum, Sebastiania
macrocarpa, Croton sonderianus, Ziziphus joazeiro e Cordia trichotoma (Figura 17). Estas 10
espécies e os mortos contribuíram com 74,92% do VI total.
50
Tabela 2. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do Valor de Importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na mata ribeirinha do riacho do Cazuzinha na bacia do
rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade
absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA =
dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de
cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Aspidosperma pyrifolium
347 2,100 340,20 16,23 92,16 8,39 2,059 8,099 32,70 24,30
Combretum pisonioides
337 1,660 330,40 15,76 92,16 8,39 1,628 6,404 30,60 22,20
Caesalpinia pyramidalis
109 4,401 106,86 5,10 82,35 7,50 4,315 16,975 29,60 22,10
Croton rhamnifolioides
390 1,057 382,35 18,24 70,59 6,42 1,036 4,077 28,70 22,30
Morto 209 2,649 204,90 9,78 86,27 7,86 2,597 10,215 27,80 20,00
Sideroxylon obtusifolium
31 4,190 30,39 1,45 31,37 2,86 4,107 16,158 20,50 17,60
Combretum leprosum
152 0,451 149,02 7,11 68,63 6,25 0,442 1,738 15,10 8,85
Sebastiania macrocarpa
98 1,139 96,08 4,58 60,78 5,54 1,116 4,391 14,50 8,97
Croton sonderianus
79 0,186 77,45 3,70 62,75 5,71 0,183 0,718 10,10 4,41
Ziziphus joazeiro
6 1,737 5,88 0,28 11,76 1,07 1,703 6,698 8,05 6,98
Cordia trichotoma
64 0,232 62,75 2,99 35,29 3,21 0,227 0,893 7,10 3,89
Schinopsis brasiliensis
5 1,389 4,90 0,23 9,80 0,89 1,361 5,356 6,48 5,59
Anadenanthera colubrina
30 0,469 29,41 1,40 35,29 3,21 0,459 1,807 6,42 3,21
Chloroleucon foliolosum
19 0,521 18,63 0,89 31,37 2,86 0,511 2,010 5,76 2,90
Myracrodruon urundeuva
12 0,635 11,76 0,56 19,61 1,79 0,623 2,450 4,81 3,01
Eugenia uvalha
23 0,598 22,55 1,08 11,76 1,07 0,586 2,306 4,45 3,38
Jatropha mollissima
29 0,071 28,43 1,36 29,41 2,68 0,069 0,273 4,31 1,63
Maytenus rigida
19 0,371 18,63 0,89 13,73 1,25 0,363 1,429 3,57 2,32
Manihot glaziovii
18 0,086 17,65 0,84 25,49 2,32 0,084 0,331 3,49 1,17
Mimosa ophthalmocentra
18 0,114 17,65 0,84 23,53 2,14 0,112 0,441 3,43 1,28
Caesalpinia ferrea
6 0,432 5,88 0,28 9,80 0,89 0,423 1,666 2,84 1,95
Helicteres mollis
13 0,020 12,75 0,61 17,65 1,61 0,020 0,077 2,29 0,69
Tabebuia impetiginosa
15 0,260 14,71 0,70 5,88 0,54 0,255 1,002 2,24 1,70
Rhamnidium molle
9 0,029 8,82 0,42 17,65 1,61 0,028 0,111 2,14 0,53
Poecilanthe ulei
7 0,169 6,86 0,33 9,80 0,89 0,165 0,650 1,87 0,98
Bauhinia cheilantha
13 0,034 12,75 0,61 11,76 1,07 0,034 0,133 1,81 0,74
Guapira laxa
9 0,073 8,82 0,42 11,76 1,07 0,071 0,280 1,77 0,71
Cereus jamacaru
6 0,065 5,88 0,28 11,76 1,07 0,064 0,250 1,61 0,53
Croton sp. 2 9 0,019 8,82 0,42 11,76 1,07 0,019 0,074 1,57 0,49
Allophylus quercifolius
6 0,054 5,88 0,28 11,76 1,07 0,053 0,207 1,56 0,49
Piptadenia stipulacea
6 0,076 5,88 0,28 9,80 0,89 0,074 0,293 1,47 0,57
Prockia crucis
6 0,024 5,88 0,28 9,80 0,89 0,023 0,092 1,27 0,37
Capparis flexuosa
4 0,050 3,92 0,19 7,84 0,71 0,049 0,192 1,09 0,38
Capsicum parvifolium
5 0,007 4,90 0,23 7,84 0,71 0,006 0,025 0,97 0,26
Triplaris gardneriana
1 0,191 0,98 0,05 1,96 0,18 0,187 0,735 0,96 0,78
Commiphora leptophloeos
2 0,081 1,96 0,09 3,92 0,36 0,079 0,311 0,76 0,41
Continua
51
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Rollinia leptopetala
3 0,006 2,94 0,14 5,88 0,54 0,006 0,022 0,71 0,16
Pseudobombax marginatum
2 0,038 1,96 0,09 3,92 0,36 0,037 0,145 0,61 0,24
Amburana cearensis
2 0,033 1,96 0,09 3,92 0,36 0,033 0,128 0,58 0,22
Lonchocarpus sericeus
1 0,078 0,98 0,05 1,96 0,18 0,076 0,301 0,53 0,35
Fabaceae 1 3 0,052 2,94 0,14 1,96 0,18 0,051 0,202 0,52 0,34
Euphorbiaceae 2 2 0,008 1,96 0,09 3,92 0,36 0,008 0,030 0,48 0,12
Sapium glandulatum
2 0,005 1,96 0,09 3,92 0,36 0,005 0,019 0,47 0,11
Lonchocarpus cf. obtusus 2 0,025 1,96 0,09 1,96 0,18 0,025 0,098 0,37 0,19
Erythrina velutina
1 0,017 0,98 0,05 1,96 0,18 0,017 0,065 0,29 0,11
Senna spectabilis
1 0,017 0,98 0,05 1,96 0,18 0,017 0,065 0,29 0,11
Tocoyena formosa
2 0,002 1,96 0,09 1,96 0,18 0,002 0,008 0,28 0,10
Mimosa tenuiflora
1 0,009 0,98 0,05 1,96 0,18 0,008 0,033 0,26 0,08
Tocoyena sellowiana
1 0,002 0,98 0,05 1,96 0,18 0,002 0,006 0,23 0,05
Senna macranthera var.
pudibunda
1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,18 0,001 0,004 0,23 0,05
Spondias tuberosa
1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,18 0,001 0,004 0,23 0,05
Solanum rhytidoandrum
1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,18 0,001 0,003 0,23 0,05
Figura 17. Valor de importância das espécies ocorrentes na área ribeirinha do riacho do
Cazuzinha na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
52
Quanto ao valor de cobertura (VC) das espécies mais representativas, tem-se que, com
exceção de Aspidosperma pyrifolium, Mortos e Sideroxylon obtusifolium que permaneceram nas
mesmas colocações, observou-se inversões na posição hierárquica em relação à ordem do VI,
além da saída de Cordia trichotoma e entrada de Schinopsis brasiliensis (Tabela 2).
M
M
A
A
T
T
A
A
R
R
I
I
B
B
E
E
I
I
R
R
I
I
N
N
H
H
A
A
D
D
O
O
R
R
I
I
A
A
C
C
H
H
O
O
D
D
O
O
F
F
A
A
R
R
I
I
A
A
S
S
Na área do riacho do Farias foram amostrados 1.623 indivíduos vivos e 215 mortos em
pé. Particularmente relacionado aos indivíduos vivos estes se distribuíram em 41 espécies, 34
gêneros e 20 famílias. Analisando a totalidade das árvores e arbustos amostrados, obteve-se uma
densidade total de 1.802 indivíduos.ha
-1
e uma área basal total de 15,6 m
2
.ha
-1
.
As famílias mais numerosas da área amostrada foram: Euphorbiaceae, Combretaceae,
Cactaceae, Caesalpiniaceae, Apocynaceae e Verbenaceae (Figura 18). Juntas estas seis famílias
representaram 91,62% dos indivíduos arbustivo-arbóreos vivos amostrados, havendo uma
predominância das duas primeiras famílias, que totalizaram juntas 53,17% do total de indivíduos.
Figura 18. Valor de importância e número de indivíduos das famílias ocorrentes na área
ribeirinha do riacho do Farias na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
53
Quanto à ordem decrescente de VI das famílias (Figura 18), Euphorbiaceae,
Caesalpiniaceae, Combretaceae, Cactaceae, Apocynaceae e Anacardiaceae foram as mais
importantes do levantamento. A posição de destaque da família Euphorbiaceae na área ribeirinha
do riacho do Farias é devido, principalmente, ao número elevado de indivíduos e a ampla
distribuição de Croton sonderianus.
A Tabela 3 apresenta, em ordem decrescente de VI, as espécies amostradas na área
ribeirinha do riacho do Farias, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos.
As espécies que apresentaram maior número de indivíduos foram: Croton sonderianus,
Combretum leprosum, Pilosocereus gounellei, Caesalpinia pyramidalis, Aspidosperma
pyrifolium, Lippia gracilis, Jatropha mollissima e Maytenus rigida. Estas oito espécies
totalizaram 92,11% dos indivíduos vivos amostrados.
Quanto à densidade absoluta (DA) e densidade relativa (DR), Croton sonderianus,
Combretum leprosum e Pilosocereus gounellei, foram às espécies de maior destaque. Assim,
detiveram juntas, 56,67% da densidade relativa total.
Relacionado à freqüência absoluta (FA) e freqüência relativa (FR), as espécies que
melhor representaram à área ribeirinha do riacho do Farias foram, em ordem decrescente, Croton
sonderianus, Morto, Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum, Aspidosperma pyrifolium,
Pilosocereus gounellei, Jatropha mollissima, Lippia gracilis, Ziziphus joazeiro e Alibertia sp.,
Tabebuia aurea e Peltogyne pauciflora. Estas 11 espécies e os mortos somaram 81,21% da
freqüência relativa total.
Para dominância absoluta (DoA) e dominância relativa (DoR), tem-se que quase um quarto
da área foi ocupado por Caesalpinia pyramidalis. Dentre as restantes, as de maior dominância foram
Tabebuia aurea, Maytenus rigida, Aspidosperma pyrifolium e Sideroxylon obtusifolium (Tabela 3).
Os mais importantes na área do Farias, em ordem decrescente de VI, foram: Caesalpinia
pyramidalis, Croton sonderianus, Combretum leprosum, Morto, Pilosocereus gounellei,
Aspidosperma pyrifolium, Tabebuia aurea, Maytenus rigida, Jatropha mollissima, Lippia gracilis
e Ziziphus joazeiro (Figura 19). Estas 10 espécies e os mortos contribuíram com 82,19% do VI
total. A primeira posição de Caesalpinia pyramidalis deveu-se ao elevado valor de dominância.
Quanto ao valor de cobertura (VC) das espécies mais representativas, observou-se
algumas modificações na posição hierárquica em relação à ordem do VI, além disso, ocorreu à
saída de Jatropha mollissima e Lippia gracilis e entrada de Sideroxylon obtusifolium e
Schinopsis brasiliensis. Nesse sentido, Pilosocereus gounellei passou a ocupar o quarto lugar em
VC, Morto o quinto lugar, Ziziphus joazeiro o nono, Sideroxylon obtusifolium o décimo e
Schinopsis brasiliensis ficou com o décimo primeiro lugar (Tabela 3).
54
Tabela 3. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na mata ribeirinha do riacho do Farias na bacia do rio
Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade
absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA =
dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de
cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Caesalpinia pyramidalis
184 3,827 180,39 10,01 90,20 11,53 3,752 24,027 45,57 34,04
Croton sonderianus
413 0,691 404,90 22,5 94,12 12,03 0,677 4,337 38,84 26,81
Combretum leprosum
390 0,803 382,35 21,22 82,35 10,53 0,787 5,040 36,79 26,26
Morto 215 0,730 210,78 11,70 92,16 11,78 0,716 4,584 28,06 16,28
Pilosocereus gounellei
238 0,912 233,33 12,95 64,71 8,27 0,894 5,724 26,94 18,67
Aspidosperma pyrifolium
124 1,068 121,57 6,75 72,55 9,27 1,047 6,704 22,72 13,45
Tabebuia aurea
9 1,370 8,82 0,49 11,76 1,51 1,343 8,602 10,60 9,09
Maytenus rigida
43 1,073 42,16 2,34 9,80 1,25 1,052 6,735 10,33 9,07
Jatropha mollissima
48 0,135 47,06 2,61 50,98 6,52 0,132 0,848 9,98 3,46
Lippia gracilis
55 0,116 53,92 2,99 37,25 4,76 0,114 0,727 8,48 3,72
Ziziphus joazeiro
15 0,905 14,71 0,82 13,73 1,75 0,887 5,680 8,25 6,50
Sideroxylon obtusifolium
5 0,974 4,90 0,27 9,80 1,25 0,955 6,113 7,64 6,38
Schinopsis brasiliensis
5 0,896 4,90 0,27 7,84 1,01 0,878 5,624 6,90 5,90
Spondias tuberosa
2 0,732 1,96 0,11 3,92 0,50 0,718 4,595 5,20 4,70
Commiphora leptophloeos
5 0,499 4,90 0,27 7,84 1,01 0,490 3,135 4,41 3,41
Peltogyne pauciflora
8 0,153 7,84 0,44 11,76 1,51 0,150 0,959 2,90 1,39
Alibertia sp. 7 0,059 6,86 0,38 13,73 1,75 0,058 0,369 2,50 0,75
Eugenia uvalha
9 0,200 8,82 0,49 5,88 0,75 0,196 1,253 2,49 1,74
Rhamnidium molle
9 0,057 8,82 0,49 9,80 1,25 0,056 0,356 2,10 0,85
Combretum pisonioides
4 0,075 3,92 0,22 7,84 1,01 0,073 0,469 1,69 0,69
Allamanda blanchetii
7 0,008 6,86 0,38 9,80 1,25 0,008 0,049 1,68 0,43
Indeterminada 1 6 0,030 5,88 0,33 7,84 1,01 0,030 0,190 1,52 0,52
Guapira laxa
3 0,067 2,94 0,16 5,88 0,75 0,066 0,423 1,34 0,59
Pseudobombax marginatum
2 0,096 1,96 0,11 3,92 0,50 0,094 0,602 1,21 0,71
Pilosocereus pachycladus
subsp. pernambucensis 3 0,039 2,94 0,16 5,88 0,75 0,038 0,246 1,16 0,41
Manihot glaziovii
4 0,022 3,92 0,22 5,88 0,75 0,021 0,135 1,10 0,35
Bauhinia cheilantha
3 0,020 2,94 0,16 5,88 0,75 0,019 0,124 1,04 0,29
Sebastiania macrocarpa
3 0,018 2,94 0,16 5,88 0,75 0,018 0,113 1,03 0,28
Chloroleucon foliolosum
1 0,089 0,98 0,05 1,96 0,25 0,088 0,561 0,87 0,62
Myracrodruon urundeuva
1 0,076 0,98 0,05 1,96 0,25 0,075 0,481 0,78 0,53
Caesalpinia ferrea
2 0,059 1,96 0,11 1,96 0,25 0,058 0,370 0,73 0,48
Lonchocarpus sericeus
2 0,016 1,96 0,11 3,92 0,50 0,016 0,101 0,71 0,21
Allophylus quercifolius
2 0,010 1,96 0,11 3,92 0,50 0,010 0,065 0,68 0,17
Luetzelburgia auriculata
2 0,010 1,96 0,11 3,92 0,50 0,010 0,062 0,67 0,17
Ziziphus cotinifolia
1 0,030 0,98 0,05 1,96 0,25 0,030 0,186 0,49 0,24
Continua
55
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Capparis flexuosa
1 0,027 0,98 0,05 1,96 0,25 0,027 0,171 0,48 0,22
Tocoyena sellowiana
1 0,015 0,98 0,05 1,96 0,25 0,014 0,093 0,40 0,15
Cnidoscolus phyllacanthus
1 0,015 0,98 0,05 1,96 0,25 0,014 0,092 0,40 0,15
Mimosa ophthalmocentra
2 0,006 1,96 0,11 1,96 0,25 0,006 0,035 0,39 0,14
Lonchocarpus cf. obtusus 1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,25 0,001 0,009 0,31 0,06
Tocoyena formosa
1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,25 0,001 0,006 0,31 0,06
Capsicum parvifolium
1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,25 0,001 0,005 0,31 0,06
M
M
A
A
T
T
A
A
R
R
I
I
B
B
E
E
I
I
R
R
I
I
N
N
H
H
A
A
D
D
O
O
R
R
I
I
A
A
C
C
H
H
O
O
D
D
O
O
S
S
M
M
A
A
R
R
E
E
S
S
No levantamento fitossociológico do estrato arbóreo e arbustivo da área do riacho dos
Mares foram inventariados 1.574 indivíduos vivos e 290 mortos em pé. Os indivíduos vivos
ficaram representados por 22 famílias, 38 gêneros e 46 espécies. Considerando a totalidade das
Figura 19. Valor de importância das espécies ocorrentes na área ribeirinha do riacho do Farias
na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
56
árvores e arbustos registrados, obteve-se uma densidade total de 1.827 indivíduos.ha
-1
e uma área
basal total de 14,5 m
2
.ha
-1
.
Dentre as 22 famílias registradas na área, observou-se que Euphorbiaceae, Combretaceae,
Caesalpiniaceae, Mimosaceae, Fabaceae e Cactaceae se sobressaíram (Figura 20), perfazendo
86,21% do número total de indivíduos vivos amostrados. Quanto à ordem decrescente de VI das
famílias, Euphorbiaceae, Combretaceae, Caesalpiniaceae, Mimosaceae e Burseraceae foram as
mais importantes do levantamento (Figura 20).
A Tabela 4 apresenta as espécies e seus respectivos parâmetros fitossociológicos em
ordem decrescente de VI. Assim, a análise da estrutura horizontal da área permitiu que se
constatasse que em relação ao total de indivíduos vivos, as espécies que se destacaram foram
Combretum leprosum, Croton sonderianus, Caesalpinia pyramidalis, Manihot glaziovii,
Combretum pisonioides, Croton rhamnifolioides, Luetzelburgia auriculata e Mimosa
ophthalmocentra. Estas oito espécies representaram 74,40% dos indivíduos vivos amostrados.
Figura 20. Valor de importância e número de indivíduos das famílias ocorrentes na área
ribeirinha do riacho dos Mares na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
57
Tabela 4. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na mata ribeirinha do riacho dos Mares na bacia do rio
Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área basal, DA = densidade
absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR = freqüência relativa, DoA =
dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de importância, VC = valor de
cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Morto 290 1,254 284,31 15,56 100,00 9,83 1,229 8,483 33,87 24,04
Caesalpinia pyramidalis
190 1,844 186,27 10,19 78,43 7,71 1,808 12,481 30,38 22,67
Combretum leprosum
314 0,786 307,84 16,85 82,35 8,09 0,771 5,319 30,26 22,16
Croton sonderianus
213 0,491 208,82 11,43 76,47 7,51 0,482 3,325 22,27 14,75
Commiphora leptophloeos
35 1,961 34,31 1,88 43,14 4,24 1,922 13,267 19,38 15,14
Manihot glaziovii
119 0,717 116,67 6,38 72,55 7,13 0,703 4,851 18,36 11,23
Myracrodruon urundeuva
46 1,206 45,10 2,47 54,90 5,40 1,182 8,161 16,02 10,63
Combretum pisonioides
116 0,524 113,73 6,22 50,98 5,01 0,514 3,547 14,78 9,77
Luetzelburgia auriculata
61 0,967 59,80 3,27 43,14 4,24 0,948 6,541 14,06 9,82
Croton rhamnifolioides
106 0,351 103,92 5,69 45,10 4,43 0,344 2,372 12,49 8,06
Mimosa ophthalmocentra
52 0,490 50,98 2,80 45,10 4,43 0,480 3,313 10,53 6,11
Aspidosperma pyrifolium
44 0,659 43,14 2,36 33,33 3,28 0,646 4,462 10,10 6,82
Anadenanthera colubrina
18 0,788 17,65 0,97 23,53 2,31 0,772 5,330 8,61 6,30
Pilosocereus gounellei
46 0,297 45,10 2,47 19,61 1,93 0,292 2,012 6,41 4,48
Piptadenia stipulacea
29 0,257 28,43 1,56 29,41 2,89 0,252 1,742 6,19 3,30
Guapira laxa
20 0,419 19,61 1,07 21,57 2,12 0,411 2,835 6,03 3,91
Sapium glandulatum
10 0,317 9,80 0,54 17,65 1,73 0,310 2,143 4,41 2,68
Jatropha mollissima
25 0,057 24,51 1,34 23,53 2,31 0,056 0,385 4,04 1,73
Guettarda angelica
21 0,088 20,59 1,13 21,57 2,12 0,086 0,593 3,84 1,72
Cereus jamacaru
7 0,280 6,86 0,38 11,76 1,16 0,275 1,898 3,43 2,27
Bauhinia cheilantha
16 0,086 15,69 0,86 15,69 1,54 0,084 0,580 3,00 1,44
Pilosocereus pachycladus
subsp. pernambucensis 4 0,165 3,92 0,21 7,84 0,77 0,162 1,115 2,10 1,33
Amburana cearensis
6 0,132 5,88 0,32 7,84 0,77 0,129 0,890 1,99 1,21
Lippia gracilis
7 0,021 6,86 0,38 13,73 1,35 0,020 0,141 1,86 0,52
Sebastiania macrocarpa
11 0,070 10,78 0,60 5,88 0,58 0,069 0,476 1,64 1,07
Cochlospermum insigne
15 0,053 14,71 0,81 3,92 0,40 0,052 0,361 1,55 1,16
Chloroleucon foliolosum
6 0,037 5,88 0,32 9,80 0,96 0,037 0,252 1,54 0,57
Tabebuia aurea
1 0,156 0,98 0,05 1,96 0,19 0,153 1,055 1,30 1,11
Capparis flexuosa
5 0,030 4,90 0,27 7,84 0,77 0,030 0,206 1,25 0,47
Mimosa paraibana
5 0,010 4,90 0,27 5,88 0,58 0,009 0,065 0,91 0,33
Schinopsis brasiliensis
1 0,096 0,98 0,05 1,96 0,19 0,094 0,652 0,90 0,71
Erythroxylum revolutum
4 0,007 3,92 0,21 5,88 0,58 0,007 0,051 0,84 0,26
Tocoyena formosa
3 0,004 2,94 0,16 5,88 0,58 0,004 0,029 0,77 0,19
Pseudobombax marginatum
1 0,064 0,98 0,05 1,96 0,19 0,063 0,436 0,68 0,49
Allophylus quercifolius
2 0,018 1,96 0,11 3,92 0,40 0,018 0,124 0,61 0,23
Continua
58
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Caesalpinia ferrea
1 0,036 0,98 0,05 1,96 0,19 0,035 0,242 0,49 0,31
Capsicum parvifolium
3 0,003 2,94 0,16 1,96 0,19 0,003 0,023 0,38 0,18
Mimosa tenuiflora
1 0,012 0,98 0,05 1,96 0,19 0,012 0,083 0,33 0,14
Allamanda blanchetii
2 0,003 1,96 0,11 1,96 0,19 0,003 0,018 0,31 0,13
Maytenus rigida
1 0,007 0,98 0,05 1,96 0,19 0,007 0,048 0,29 0,10
Ziziphus joazeiro
1 0,005 0,98 0,05 1,96 0,19 0,005 0,036 0,28 0,09
Tocoyena sellowiana
1 0,003 0,98 0,05 1,96 0,19 0,003 0,017 0,26 0,07
Indeterminada 1 1 0,002 0,98 0,05 1,96 0,19 0,002 0,011 0,26 0,06
Senna macranthera var.
pudibunda
1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,19 0,001 0,009 0,25 0,06
Tournefortia rubicunda
1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,19 0,001 0,009 0,25 0,06
Cordia leucocephala
1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,19 0,001 0,006 0,25 0,06
Alibertia sp. 1 0,001 0,98 0,05 1,96 0,19 0,001 0,005 0,25 0,06
Com relação à densidade absoluta (DA) e densidade relativa (DR), Combretum leprosum,
Morto e Croton sonderianus foram os de maior destaque na estrutura da comunidade,
representando 43,84% da densidade relativa total.
A maior contribuição de freqüência absoluta (FA) e freqüência relativa (FR) foi dos
Mortos amostrados nas 51 parcelas implantadas, seguida por Combretum leprosum amostrados
em 42 parcelas, Caesalpinia pyramidalis em 40 parcelas, Croton sonderianus em 39 parcelas,
Manihot glaziovii em 37 parcelas, Myracrodruon urundeuva em 28 parcelas, Combretum
pisonioides em 26 parcelas, Croton rhamnifolioides e Mimosa ophthalmocentra em 23 parcelas,
Luetzelburgia auriculata e Commiphora leptophloeos em 22 parcelas e Aspidosperma pyrifolium
presente em 17 parcelas. Estas 11 espécies e os mortos perfizeram 71,3% da freqüência relativa
total.
Para dominância absoluta (DoA) e dominância relativa (DoR), destacaram-se
Commiphora leptophloeos, com 1,96 m
2
de área basal, e Caesalpinia pyramidalis com 1,84 m
2
de área basal.
Os mais elevados valores de importância (VI) estão a seguir listados em ordem
decrescente: Morto, Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum, Croton sonderianus,
Commiphora leptophloeos, Manihot glaziovii, Myracrodruon urundeuva, Combretum
pisonioides, Luetzelburgia auriculata, Croton rhamnifolioides e Mimosa ophthalmocentra
(Figura 21). Estas 10 espécies e os mortos contribuíram com 74,13% do VI total.
59
Quanto ao valor de cobertura (VC) das espécies mais representativas, observou-se
inversões na posição hierárquica em relação à ordem do VI, além da saída de Mimosa
ophthalmocentra e entrada de Aspidosperma pyrifolium. Assim, Commiphora leptophloeos
passou a ocupar o quarto lugar em VC, Croton sonderianus o quinto lugar, Luetzelburgia
auriculata o oitavo e Combretum pisonioides o nono (Tabela 4).
3
3
.
.
3
3
P
P
A
A
R
R
Â
Â
M
M
E
E
T
T
R
R
O
O
S
S
F
F
I
I
T
T
O
O
S
S
S
S
O
O
C
C
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
O
O
S
S
:
:
U
U
M
M
A
A
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
G
G
E
E
R
R
A
A
L
L
Comparando 12 trabalhos realizados nos diferentes tipos caducifólios do semi-árido com
os dados registrados nesse estudo (Tabela 5), observou-se que o número de espécies encontrado
nas parcelas inventariadas nos ambientes ribeirinhos é superior aos da maioria dos levantamentos
fitossociológicos realizados em áreas de Vegetação Caducifólia Espinhosa. Além disso, os
valores de densidade total evidenciaram que as três áreas de vegetação ribeirinha estudadas
podem ser consideradas como medianas em termos de número de indivíduos quando comparadas
com a maioria dos levantamentos avaliados (Tabela 5).
Figura 21. Valor de importância das espécies ocorrentes na área ribeirinha do riacho dos
Mares na bacia hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
60
Tabela 5. Parâmetros fitossociológicos registrados nas áreas ribeirinhas estudadas na bacia do rio Taperoá, Paraíba e em levantamentos de
vegetação de Caatinga no semi-árido nordestino. VR = Vegetação Ribeirinha; VCE = Vegetação Caducifólia Espinhosa; VCNE = Vegetação
Caducifólia Não Espinhosa (carrasco); VCEVCNE = área de transição Vegetação Caducifólia Espinhosa - Vegetação Caducifólia Não
Espinhosa; VAP = Vegetação Arbustiva Perenifólia; FEA = Floresta Estacional de Altitude; DNS = diâmetro do caule ao nível do solo; PNS =
perímetro do caule ao nível do solo; Alt = altitude; Prec = precipitação; PQ = ponto quadrante; NE = número de espécies; DT = densidade total;
ABT = área basal total.
Referência Local Vegetação Critério de
inclusão
Alt
(m)
Prec
(mm.ano
-1
)
Área
(ha)
NE DT
(ind.ha
-1
)
ABT
(m
2
.ha
-1
)
Este trabalho Riacho do Cazuzinha/PB VR DNS 3 cm 564-579 486,9 1,02 51 2.096 25,4
Este trabalho Riacho do Farias/PB VR DNS 3 cm 536-550 486,9 1,02 41 1.802 15,6
Este trabalho Riacho dos Mares/PB VR DNS 3 cm 454-470 486,9 1,02 46 1.827 14,5
RODAL, 1992 Boa Vista II/PE VCE DNS 3 cm 450 651 0,25 22 1.076 34,29
RODAL, 1992 Boa Vista I/PE VCE DNS 3 cm 450 651 0,25 28 1.872 20,28
RODAL, 1992 Fasa/PE VCE DNS 3 cm 500 632 0,25 23 1.876 16,51
RODAL, 1992 Poço do Ferro II/PE VCE DNS 3 cm 500 632 0,25 24 2.172 15,62
FERRAZ, 1994 Serra Talhada/PE VCE DNS 3 cm 700 874 0,1 22 5.590 52,4
FERRAZ, 1994 Serra Talhada/PE VCE DNS 3 cm 500 679 0,2 35 3.555 30,6
ARAÚJO et al., 1995 B. Faveleiro/PE VCE PNS 5 cm 470 586 100 PQ 27 3.023 19,84
ARAÚJO et al., 1995 Poço do Ferro I/PE VCE PNS 5 cm 470 586 100 PQ 22 5.385 31,08
ARAÚJO et al., 1995 Samambaia/PE VCE PNS 5 cm 470 574 100 PQ 25 3.975 32,24
PEREIRA et al., 2002 Areia/PB VCE DNS 3 cm 596 700 0,60 54 3.253 34.77
ALCOFORADO-FILHO et al., 2003 Caruaru/PE VCE DNS 3 cm 530 694 0,72 96 3.810 24,9
SANTANA, 2005 Serra Negra do Norte/RN VCE DNS 3 cm 249 733,7 0,60 22 4.080 10,50
ARAÚJO et al., 1998b Baixa Fria/CE VCNE DNS 3 cm 760 838 0,25 49 5.952 14,2
ARAÚJO et al., 1998b Carrasco/CE VCNE DNS 3 cm 760 838 0,25 54 5.724 27,7
ARAÚJO et al., 1998b Estrondo/CE VCNE DNS 3 cm 750 838 0,25 49 6.596 19,5
ARAÚJO et al., 1999 Planalto da Ibiapaba/CE VCNE DNS 3 cm 830 1289 1,00 74 4.480 -
OLIVEIRA et al., 1997 Padre Marcos/PI VCE -VCNE DNS 3 cm 420 637 0,45 57 4.618 24,2
RODAL et al., 1998 Buíque/PE VAP DNS 3 cm 800 1095,9 100 PQ 35 2.208 6,07
FERRAZ, 1994 Triunfo/PE FEA DNS 3 cm 1100 1230 0,30 73 3060 46,7
FERRAZ, 1994 Triunfo/PE FEA DNS 3 cm 900 1000 0,15 82 6520 56,7
CORREIA, 1996 Pesqueira/PE FEA DNS 3 cm 860-880 885 0,30 - 4910 67,20
LEMOS & RODAL, 2002 Serra da Capivara/PI - DNS 3 cm 600 689 1,00 56 5.827 31,9
61
De modo geral, tem-se que na Caatinga os levantamentos florísticos e fitossociológicos
realizados mostram grande variabilidade no número de espécies e de indivíduos, o que levou
ANDRADE-LIMA (1981) a concluir que a vegetação localizada em setores onde os níveis de
precipitação são mais elevados apresenta maior número de espécies. Por outro lado, autores
como RODAL (1992) cita que o maior ou menor número de espécies nos levantamentos
realizados deve ser resposta a um conjunto de fatores, tais como situação topográfica, classe,
profundidade e permeabilidade do solo e não apenas ao total de chuvas, embora este seja um dos
fatores mais importantes. ALCOFORADO-FILHO et al. (2003) observaram também que
provavelmente parte da variação nos totais de densidade encontrado nos trabalhos de Caatinga
esteja ligada à disponibilidade hídrica, entretanto, segundo os autores não existem estimativas
desta disponibilidade nas áreas de vegetação nativa do semi-árido nordestino. Assim, para os
últimos autores, considerando que a disponibilidade hídrica envolve outras variáveis, como a
distribuição da chuva ao longo do ano e a retenção de água no solo, têm-se então que a
precipitação total anual não explica as variações em densidade dos levantamentos de Caatinga,
que por vezes ocorrem em áreas muito próximas. Além disso, também podem contribuir para a
variação em densidade as diferenças de manejo das áreas (ALCOFORADO-FILHO et al., 2003).
Nesse sentido, para as três áreas ribeirinhas, têm-se que apesar de todas terem sido escolhidas
pela ausência de sinais de corte de árvores e pelo histórico oral de conservação, as duas com os
menores valores de densidade, as áreas ribeirinhas dos riachos do Farias e Mares, são usadas
para pecuária extensiva.
Comparando os valores de área basal total de cada área ribeirinha com outros estudos de
Caatinga (Tabela 5), observou-se que o valor registrado para o riacho do Cazuzinha foi superior
ao encontrado em seis das 12 áreas de Vegetação Caducifólia Espinhosa (VCE), a duas das três
de Vegetação Caducifólia Não Espinhosa (VCNE) e ainda superior a de transição VCE – VCNE
e a de Vegetação Arbustiva Perenifólia. Contudo, Cazuzinha teve seu valor de área basal muito
inferior aos encontrados nos trabalhos com Floresta Estacional de Altitude e na área estudada por
LEMOS & RODAL (2002) na Serra da Capivara no Piauí. Já para a vegetação ribeirinha dos
riachos do Farias e dos Mares, as suas respectivas áreas basais totais não diferiram muito entre si.
Entretanto, quando comparadas a trabalhos em áreas de Caatinga se mostraram inferiores a
maioria dos levantamentos analisados.
Relacionado ao Valor de Importância (VI), as três famílias com maior VI, no conjunto das
áreas estudadas, foram Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae e Combretaceae. A família Euphorbiaceae
aparece em posição de destaque nos valores de importância em levantamentos fitossociológicos
realizados em áreas de Caatinga (SANTANA, 2005; PEREIRA, 2002). Nos trabalhos realizados
62
por RODAL (1992) foi observado em quatro fitocenoses estudadas em áreas de Caatinga que a
família Caesalpiniaceae foi a mais importante. Combretaceae e Caesalpiniaceae também se
destacaram nos trabalhos de PEREIRA et al., (2002) em um remanescente de Caatinga na Paraíba.
Particularmente em relação às espécies e seus respectivos valores de importância,
observou-se para as três áreas ribeirinhas, que poucas espécies detêm altos valores, enquanto
muitas destas, com poucos indivíduos, têm baixo VI. Isto também foi observado nos estudos
realizados em áreas de Caatinga por LEMOS & RODAL (2002) e ARAÚJO et al. (1998b).
Considerando cada riacho, as três espécies mais importantes em VI foram: Aspidosperma
pyrifolium, Combretum pisonioides e Caesalpinia pyramidalis para o riacho do Cazuzinha e
Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum e Croton sonderianus para os riachos do Farias e
dos Mares. Alguns autores têm evidenciado a importância em diferentes locais cobertos por
Caatinga de Aspidosperma pyrifolium (TAVARES et al., 1975; FERREIRA, 1988; SANTANA,
2005), Caesalpinia pyramidalis (TAVARES et al., 1970; RODAL 1992; ALCOFORADO-
FILHO et al., 2003; SANTANA, 2005) e Croton sonderianus (SAMPAIO et al., 1998;
MEUNIER & CARVALHO, 2000; PEREIRA, 2000; ARAÚJO FILHO et al., 2002;
SANTANA, 2005). Para SAMPAIO (1996), além dessas espécies, tem-se observado que
Combretum leprosum também aparece mais freqüentemente na maior parte das listas de estudos
sobre a vegetação da Caatinga.
De modo geral, quanto ao valor de cobertura das espécies mais representativas, observou-
se, para as três áreas ribeirinhas analisadas, inversões na posição hierárquica em relação à ordem
do VI. Segundo CHAGAS E SILVA et al. (1995) essas inversões são esperadas quando o valor
de freqüência é determinante no posicionamento da espécie em VI, levando a uma classificação
diferente, quando esta for baseada no valor de cobertura, uma vez que este parâmetro leva em
consideração apenas valores de densidade e dominância em seu cálculo.
Relacionado às espécies com um indivíduo por hectare tem-se, segundo resultados
apresentados nas Tabelas 2, 3 e 4, que os riachos Cazuzinha e Farias ficaram cada um com nove
espécies e Mares com 13, o que representa 17,6%, 22% e 28,3% do número de espécies
encontradas em cada área. O número elevado de espécies que ocorrem com apenas um indivíduo
amostrado, como ocorreu em Mares, pode ser devido, segundo SILVA (2001), à grande
diversidade da flora e à baixa densidade das populações. Além disso, é referenciado ainda pela
autora que dados como esses podem indicar uma alta susceptibilidade à extinção local dessas
espécies no fragmento, caso ocorra morte ou corte desses indivíduos.
Quanto à categoria Mortos, observou-se que a proporção de plantas mortas ainda em pé
em relação ao total de indivíduos amostrados nas áreas dos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares
63
foram 9,8%, 11,7% e 15,6% respectivamente. Estes percentuais são considerados altos quando
comparados com alguns trabalhos realizados nos diferentes tipos caducifólios do semi-árido
(ARAÚJO et al., 1998b; PEREIRA, 2000; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003). Considerando
o Valor de Importância para esta categoria verificou-se também que esta apresentou um alto
valor (27,8% - riacho do Cazuzinha; 28,1% - riacho do Farias; 33,9% - riacho dos Mares).
Entretanto, a análise dos dados indica que não está havendo uma perturbação localizada uma vez
que os mortos tiveram elevada freqüência, ocorrendo nas áreas dos riachos do Cazuzinha, Farias
e Mares respectivamente em 86%, 92% e 100% das parcelas. Para ALCOFORADO-FILHO et
al. (2003) os valores de mortalidade como dados isolados no tempo, não permitem maiores
conclusões sobre a dinâmica da comunidade, entretanto, poderia ser um indicativo da alta taxa de
mortalidade. Segundo MARTINS (1991) a morte das árvores pode estar relacionada a acidentes
(ventos, tempestades, queda de grandes ramos), doenças, perturbações antrópicas, ou ocorrer
naturalmente por velhice.
3
3
.
.
4
4
A
A
S
S
P
P
E
E
C
C
T
T
O
O
S
S
D
D
I
I
N
N
Â
Â
M
M
I
I
C
C
O
O
S
S
D
D
A
A
V
V
E
E
G
G
E
E
T
T
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
C
C
L
L
A
A
S
S
S
S
E
E
S
S
D
D
E
E
D
D
I
I
Â
Â
M
M
E
E
T
T
R
R
O
O
O diâmetro médio dos indivíduos amostrados nas áreas ribeirinhas dos riachos do
Cazuzinha, Farias e Mares foram de 12,4 cm, 10,5 cm e 10,1 cm respectivamente. De modo
geral, estes valores são superiores aos encontrados em alguns trabalhos realizados em áreas de
Caatinga (RODAL, 1992; OLIVEIRA et al., 1997; ARAÚJO et al., 1998b; RODAL et al., 1998;
PEREIRA, 2000; LEMOS & RODAL, 2002; SANTANA, 2005).
Para a vegetação ribeirinha dos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares o diâmetro máximo
encontrado foi de 86,1 cm (Ziziphus joazeiro), 90,1 cm (Spondias tuberosa) e de 58,6 cm
(Commiphora leptophloeos) respectivamente.
A análise da freqüência das classes de diâmetro ao nível do solo (DNS) das árvores e
arbustos amostrados nas áreas ribeirinhas dos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares indica uma
diminuição no número de indivíduos conforme aumenta o diâmetro (Figura 22). Assim, tem-se
que ao analisar a Figura 22 observou-se para cada área a conformação da letra J invertida.
Autores como MARTINS (1991) argumentam que populações em equilíbrio apresentam classes
de diâmetro em uma série geométrica decrescente (“J” invertido).
Dos 2.138, 1.838 e 1.864 indivíduos encontrados respectivamente nos riachos do
Cazuzinha, Farias e Mares, 1.802 (84,28%), 1.591 (86,56%) e 1.581 (84,82%) se concentraram nas
três primeiras classes de diâmetro, sendo que 1.095 (51,22 %), 1.092 (59,41%) e 999 (53,59%) se
64
Figura 22. Distribuição dos indivíduos arbustivo-arbóreos por classes de diâmetro nas áreas
ribeirinhas dos riachos amostrados.
65
encontram na classe de 3-6 cm, enquanto que na última classe de diâmetro só foram observados
dois indivíduos no riacho do Cazuzinha e um indivíduo nos riachos do Farias e Mares. De modo
geral, o maior número de indivíduos na classe de diâmetro de 3 a 12 cm foi encontrado também
em vários trabalhos de Caatinga (Tabela 6). Assim, observou-se uma tendência natural, nas
diversas áreas analisadas, de maior concentração de indivíduos nas menores classes de diâmetro.
Segundo BERTONI (1984), a elevada concentração de indivíduos nas primeiras classes de
diâmetro é comum e esperada, principalmente em vegetação onde está ocorrendo a regeneração
natural das espécies.
Comparando-se a densidade de indivíduos com diâmetro superior a 42 cm (Tabela 6)
entre outras áreas de Caatinga com as do presente trabalho, verifica-se que das três áreas
estudadas, Cazuzinha foi a que apresentou a maior quantidade de indivíduos de maior porte em
relação à maioria das outras áreas analisadas.
Relacionado às interrupções nas classes mais elevadas de diâmetro, observadas em maior
intensidade no riacho do Farias (Figura 22), estas indicam que o crescimento não é contínuo, isto
é, que o mesmo deve ter sido interrompido devido a algum fator, como secas intensas e
prolongadas, doenças, senilidade ou corte seletivo de indivíduos de grande porte para
aproveitamento da madeira.
Considerando as áreas ribeirinhas dos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares tem-se que
para as espécies com mais de 10% do número total de indivíduos, foram estabelecidos gráficos
de distribuição diamétrica (Figuras 23, 24 e 25). Assim, Aspidosperma pyrifolium, Caesalpinia
pyramidalis, Combretum leprosum, Combretum pisonioides, Croton rhamnifolioides, Croton
sonderianus e Pilosocereus gounellei foram as que atingiram este percentual mínimo. De modo
geral, todas apresentaram a configuração semelhante à letra J invertida, com o maior número de
indivíduos na primeira classe e uma diminuição em direção as classes de maior diâmetro. A
exceção foi no riacho do Farias para Pilosocereus gounellei e Caesalpinia pyramidalis que
tiveram a segunda classe de diâmetro concentrando a maior quantidade de indivíduos. Este
comportamento, segundo autores como BRACK (2002), podem significar alterações nessas
populações.
A configuração semelhante à letra J invertida evidencia que está ocorrendo um
fornecimento contínuo de plântulas para as classes de maior diâmetro, podendo-se concluir que o
ciclo de vida destas espécies está sendo completo e a população pode ser considerada em
equilíbrio no ambiente. Particularmente, para as espécies Aspidosperma pyrifolium e Combretum
pisonioides no riacho do Cazuzinha e Caesalpinia pyramidalis no riacho dos Mares, verificaram-
se interrupções nas classes de maior diâmetro. Resultado semelhante foi observado por
66
Tabela 6. Número de indivíduos por hectare e por classe de diâmetro das áreas ribeirinhas estudadas na bacia do rio Taperoá, Paraíba e em
levantamentos de vegetação de Caatinga no semi-árido nordestino. VR = Vegetação Ribeirinha; VCE = Vegetação Caducifólia Espinhosa; VCNE
= Vegetação Caducifólia Não Espinhosa (carrasco); VCE VCNE = área de transição Vegetação Caducifólia Espinhosa - Vegetação Caducifólia
Não Espinhosa; FEA = Floresta Estacional de Altitude; Alt = altitude; Prec = precipitação.
Classes de diâmetros (cm)
Referência Local Vegetação Alt
(m)
Prec
(mm.ano
-1
)
>3-12 >12-27 >27-42 >42
Este trabalho Riacho do Cazuzinha/PB VR 564-579 486,9 1767 232 71 26
Este trabalho Riacho do Farias/PB VR 536-550 486,9 1560 197 31 14
Este trabalho Riacho dos Mares/PB VR 454-470 486,9 1550 228 42 8
RODAL, 1992 Boa Vista II/PE VCE 450 651 1596 272 44 16
RODAL, 1992 Boa Vista I/PE VCE 450 651 748 176 68 88
RODAL, 1992 Fasa/PE VCE 500 632 1552 268 48 8
RODAL, 1992 Poço do Ferro II/PE VCE 500 632 1872 268 28 4
FERRAZ, 1994 Serra Talhada/PE VCE 700 874 3025 410 115 5
FERRAZ, 1994 Serra Talhada/PE VCE 500 679 2800 610 120 60
ARAÚJO et al., 1995 Samambaia/PE VCE 470 586 2128 564 69 20
ARAÚJO et al., 1995 Poço do Ferro I/PE VCE 470 586 3415 364 67 0
ARAÚJO et al., 1995 B. Faveleiro/PE VCE 470 574 1763 319 46 15
PEREIRA et al., 2002 Areia/PB VCE 596 700 2595 522 117 20
ALCOFORADO-FILHO et al., 2003 Caruaru/PE VCE 530 694 2802 305 - -
ARAÚJO et al., 1998b Carrasco/CE VCNE 760 838 5266 443 16 0
ARAÚJO et al., 1998b Estrondo/CE VCNE 760 838 6325 272 4 0
ARAÚJO et al., 1998b Baixa Fria/CE VCNE 750 838 5844 104 4 0
OLIVEIRA et al., 1997 Padre Marcos/PI VCE -VCNE 420 637 4124 444 47 2
FERRAZ, 1994 Triunfo/PE FEA 1100 1230 5510 880 105 40
FERRAZ, 1994 Triunfo/PE FEA 900 1000 2290 590 130 40
CORREIA, 1996 Pesqueira/PE FEA 860-880 885 3417 834 247 47
67
Figura 24. Distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro das espécies com mais de 10%
de representantes na área ribeirinha do riacho do Farias.
Figura 23. Distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro das espécies com mais de 10%
de representantes na área ribeirinha do riacho do Cazuzinha.
68
RODAL (1992) e SANTANA (2005) para a última espécie, o que pode ser decorrente de
doenças, senilidade ou exploração. Entretanto, assim como considera o último autor, a falta de
maiores conhecimentos a respeito da dinâmica de crescimento das plantas da Caatinga não
permite que se tirem conclusões taxativas a este respeito.
C
C
L
L
A
A
S
S
S
S
E
E
S
S
D
D
E
E
A
A
L
L
T
T
U
U
R
R
A
A
A altura média dos indivíduos amostrados nas áreas ribeirinhas dos riachos do
Cazuzinha, Farias e Mares foram de 5,4 m, 3,9 m e 4,8 m respectivamente. O menor valor de
altura média encontrado para o riacho do Farias pode ser justificado pelo fato de que 63,22% do
número de indivíduos amostrados pertencem a espécies consideradas arbustivas (Alibertia sp.,
Allamanda blanchetii, Bauhinia cheilantha, Capsicum parvifolium, Combretum leprosum,
Croton sonderianus, Jatropha mollissima, Lippia gracilis e Pilosocereus gounellei). Assim o
percentual de espécies arbustivas contribuiu para a redução deste parâmetro uma vez que o
mesmo foi maior do que os encontrados para as áreas do riacho do Cazuzinha e Mares que
Figura 25. Distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro das espécies com mais de 10%
de representantes na área ribeirinha do riacho dos Mares.
69
tiveram respectivamente 35,73% e 40,83% do total de indivíduos amostrados pertencente a
espécies consideradas arbustivas.
De modo geral, os valores de altura média foram superiores aos encontrados em alguns
trabalhos realizados em áreas de Caatinga (RODAL, 1992; OLIVEIRA et al., 1997; RODAL et
al., 1998; LEMOS & RODAL, 2002; SANTANA, 2005).
Na vegetação ribeirinha do Cazuzinha a altura máxima foi de 17 m de Schinopsis
brasiliensis e a altura mínima foi de 1,3 m de Jatropha mollissima e Aspidosperma pyrifolium.
Para a vegetação do riacho do Farias o valor máximo de altura foi 13 m de Sideroxylon
obtusifolium e Tabebuia aurea e o mínimo foi de 1 m de Aspidosperma pyrifolium e
Pilosocereus gounellei. Mares teve a maior altura representada por 14 m e a menor por 1 m,
sendo a primeira de Myracrodruon urundeuva e a segunda de Pilosocereus gounellei e
Sebastiania macrocarpa.
A Figura 26 refere-se à distribuição da freqüência das classes de altura dos indivíduos
amostrados nas três áreas estudadas na bacia do rio Taperoá. Nesse sentido, analisando os dados
do gráfico observou-se que as classes de maior freqüência foram àquelas constituídas por árvores
e arbustos cujas alturas alcançaram entre 3 e 5 m. Em outros 11 levantamentos realizados em
Vegetação Caducifólia Espinhosa, apenas as áreas de maior precipitação, tiveram maior
densidade nesta classe (Tabela 7). Já dois dos três levantamentos realizados em Vegetação
Caducifólia Não Espinhosa e todos os realizados em Floresta Estacional de Altitude
apresentaram a maior densidade de indivíduos nesta classe. Além disso, verificou-se ainda que
em relação a esses levantamentos, as áreas ribeirinhas apresentam um número significativo de
indivíduos com altura superior a 8 m. Isto é ratificado em trabalhos como os de ARAÚJO et al.
(2005) que colocam que o maior teor de umidade do solo em ambientes ciliares também favorece
a ocorrência de plantas lenhosas de maior porte.
Nas Figuras 27, 28 e 29 observou-se a distribuição do número de indivíduos em classes
de altura das espécies com mais de 10% do número total de indivíduos nas áreas dos riachos do
Cazuzinha, Farias e Mares.
As curvas de distribuição mostram um padrão semelhante para as espécies arbustivas
Croton rhamnifolioides e Croton sonderianus cuja classe de maior freqüência foi representada
pelas alturas que alcançaram entre 3,1 e 4,0 metros. Já Pilosocereus gounellei no riacho do Farias
teve a classe de maior freqüência representada entre 1,0 e 2,0 metros (96,22% do total de
indivíduos). Para Combretum leprosum a classe de maior freqüência variou entre 3,1 e 4,0 metros
(34,36% do total de indivíduos) no riacho do Farias e entre 4,1 e 5,0 metros (29,94% do total de
indivíduos) no riacho dos Mares. Relacionado particularmente as espécies arbóreas, Aspidosperma
70
Figura 26. Distribuição dos indivíduos arbustivo-arbóreos por classes de altura nas áreas
ribeirinhas dos riachos amostrados.
71
Tabela 7. Número de indivíduos por hectare e por classe de altura das áreas ribeirinhas estudadas na bacia do rio Taperoá, Paraíba e em
levantamentos de vegetação de Caatinga no semi-árido nordestino. VR = Vegetação Ribeirinha; VCE = Vegetação Caducifólia Espinhosa;
VCNE = Vegetação Caducifólia Não Espinhosa (carrasco); VCEVCNE = área de transição Vegetação Caducifólia Espinhosa - Vegetação
Caducifólia Não Espinhosa; FEA = Floresta Estacional de Altitude; Alt = altitude; Prec = precipitação.
Classes de altura (m)
Referência Local Vegetação Alt
(m)
Prec
(mm.ano
-1
)
1-3 >3-5 >5-8 >8
Este trabalho Riacho do Cazuzinha/PB VR 564-579 486,9 335 976 624 161
Este trabalho Riacho do Farias/PB VR 536-550 486,9 681 936 157 28
Este trabalho Riacho dos Mares/PB VR 454-470 486,9 405 958 402 62
RODAL, 1992 Boa Vista II/PE VCE 450 651 684 608 368 212
RODAL, 1992 Boa Vista I/PE VCE 450 651 372 272 164 24
RODAL, 1992 Fasa/PE VCE 500 632 788 584 448 56
RODAL, 1992 Poço do Ferro II/PE VCE 500 632 972 808 364 28
FERRAZ, 1994 Serra Talhada/PE VCE 700 874 170 2960 410 50
FERRAZ, 1994 Serra Talhada/PE VCE 500 679 1035 2030 41 85
ARAÚJO et al., 1995 Samambaia/PE VCE 470 586 1750 1034 955 238
ARAÚJO et al., 1995 Poço do Ferro I/PE VCE 470 586 2882 1925 578 0
ARAÚJO et al., 1995 B. Faveleiro/PE VCE 470 574 2051 764 211 0
PEREIRA et al., 2002 Areia/PB VCE 596 700 582 1658 897 117
ALCOFORADO-FILHO et al., 2003 Caruaru/PE VCE 530 694 - - - 552
ARAÚJO et al., 1998b Carrasco/CE VCNE 760 838 1044 2776 1148 4
ARAÚJO et al., 1998b Estrondo/CE VCNE 760 838 120 2284 2280 576
ARAÚJO et al., 1998b Baixa Fria/CE VCNE 750 838 132 2364 2484 528
OLIVEIRA et al., 1997 Padre Marcos/PI VCE -VCNE 420 637 2737 1369 505 9
FERRAZ, 1994 Triunfo/PE FEA 1100 1230 190 1470 890 510
FERRAZ, 1994 Triunfo/PE FEA 900 1000 655 3520 1990 370
CORREIA, 1996 Pesqueira/PE FEA 860-880 885 1204 1467 864 1017
72
Figura 27. Distribuição dos indivíduos em classes de altura das espécies com mais de 10% de
representantes na área ribeirinha do riacho do Cazuzinha.
Figura 28. Distribuição dos indivíduos em classes de altura das espécies com mais de 10% de
representantes na área ribeirinha do riacho do Farias.
73
pyrifolium e Combretum pisonioides, a classe de maior freqüência foi representada pelas alturas
que alcançaram entre 4,1 e 5,0 metros. Para Caesalpinia pyramidalis a classe de maior freqüência
variou entre 3,1 e 4,0 metros (32,07% do total de indivíduos) no riacho do Farias e entre 4,1 e 5,0
metros (28,42% do total de indivíduos) no riacho dos Mares. Quanto às interrupções nas classes de
maior altura ocorreram para as espécies Caesalpinia pyramidalis e Combretum leprosum, nas áreas
ribeirinhas dos riachos Farias e Mares respectivamente.
3
3
.
.
5
5
D
D
I
I
V
V
E
E
R
R
S
S
I
I
D
D
A
A
D
D
E
E
E
E
S
S
P
P
E
E
C
C
Í
Í
F
F
I
I
C
C
A
A
Na Tabela 8 são apresentados o número de espécies, os valores de diversidade florística
(H’) e equabilidade (J’) das áreas estudadas. Considerando os dados dessa tabela verifica-se que
a área ribeirinha do riacho dos Mares apresentou maior valor de diversidade, sendo seguido por
Cazuzinha e Farias.
Assim, observa-se que para os riachos do Cazuzinha e Mares os valores de H’ obtidos
para as áreas não tem relação direta com o número de espécies (Tabela 8). Relacionado a essa
questão, autores como LUDWIG & REYNOLDS (1988) colocam que a interpretação desses
Figura 29. Distribuição dos indivíduos em classes de altura das espécies com mais de 10% de
representantes na área ribeirinha do riacho dos Mares.
74
valores merece atenção, visto que a diversidade de uma comunidade vegetal está relacionada
tanto com a riqueza de espécies quanto com as proporções com que os indivíduos estão
distribuídos entre as espécies. A reunião dessas duas informações num único índice causa
dificuldades de interpretação, sendo recomendável que a análise considere não apenas o índice
de diversidade, mas também o índice de equabilidade correspondente (PIELOU, 1975). Assim o
riacho dos Mares, mesmo com uma menor riqueza de espécies em relação ao riacho do
Cazuzinha, apresenta o maior valor de equabilidade em função da distribuição mais equilibrada
dos indivíduos entre as espécies da comunidade, o que resulta em um H’ relativamente mais alto.
Por outro lado, o riacho do Farias apresentou o menor valor de H’ devido a menor riqueza de
espécies e a maior concentração de indivíduos entre poucas espécies.
Tabela 8. Número de espécies e índices de diversidade (H’) e de equabilidade (J’) das áreas
ribeirinhas dos riachos do Cazuzinha (RC), do Farias (RF) e dos Mares (RM) na bacia
hidrográfica do rio Taperoá, semi-árido paraibano.
RC RF RM
Número de espécies 51 41 46
Índice de Shannon (H’) 2,61 2,18 2,77
Equabilidade (J’) 0,66 0,59 0,72
Particularmente comparando os índices de diversidade desse trabalho com levantamentos
realizados em áreas de Caatinga (Tabela 9) observou-se que os valores registrados para as áreas
ribeirinhas são superiores aos encontrados na maioria das áreas de Vegetação Caducifólia
Espinhosa. Além disso, estes valores não diferiram muito dos encontrados nos outros tipos de
vegetação analisados na Tabela 9. Assim, considera-se ainda que o fato das áreas estudadas
localizarem-se em ambientes ribeirinhos na Caatinga justifica a ocorrência de espécies típicas de
Caatinga e de espécies que são geralmente encontradas em formações ciliares. Esta característica
contribuiu para que os ambientes estudados apresentassem uma flora mais rica do que a maioria
das áreas de Caatinga avaliadas.
De modo geral, para autores como CAVASSAN et al. (1984), as comparações do índice
de diversidade de Shannon-Wiener devem ser feitas com cautela, em virtude das limitações
apresentadas, principalmente com relação ao esforço amostral e aos critérios de inclusão
adotados nos diferentes estudos.
75
Tabela 9. Valores de diversidade registrados nas áreas ribeirinhas estudadas na bacia do rio Taperoá, Paraíba e em levantamentos de vegetação de
Caatinga no semi-árido nordestino. VR = Vegetação Ribeirinha; VCE = Vegetação Caducifólia Espinhosa; VCNE = Vegetação Caducifólia Não
Espinhosa (carrasco); VCE VCNE = área de transição Vegetação Caducifólia Espinhosa - Vegetação Caducifólia Não Espinhosa; VAP =
Vegetação Arbustiva Perenifólia; FEA = Floresta Estacional de Altitude; DNS = diâmetro do caule ao nível do solo; PNS = perímetro do caule ao
nível do solo; Alt = altitude; Prec = precipitação; PQ = ponto quadrante; H’ = diversidade de Shannon.
Referência Local Vegetação Critério de
inclusão
Alt
(m)
Prec
(mm.ano
-1
)
Área
(ha
-1
)
H’
nats.ind.
-1
Este trabalho Riacho do Cazuzinha/PB VR DNS 3 cm 564-579 486,9 1,02 2,61
Este trabalho Riacho do Farias/PB VR DNS 3 cm 536-550 486,9 1,02 2,18
Este trabalho Riacho dos Mares/PB VR DNS 3 cm 454-470 486,9 1,02 2,77
RODAL, 1992 Boa Vista II/PE VCE DNS 3 cm 450 651 0,25 1,99
RODAL, 1992 Boa Vista I/PE VCE DNS 3 cm 450 651 0,25 1,91
RODAL, 1992 Fasa/PE VCE DNS 3 cm 500 632 0,25 2,54
RODAL, 1992 Poço do Ferro II/PE VCE DNS 3 cm 500 632 0,25 2,25
FERRAZ, 1994 Serra Talhada/PE VCE DNS 3 cm 700 874 0,1 1,83
FERRAZ, 1994 Serra Talhada/PE VCE DNS 3 cm 500 679 0,2 2,33
ARAÚJO et al., 1995 B. Faveleiro/PE VCE PNS 5 cm 470 586 100 PQ 2,18
ARAÚJO et al., 1995 Poço do Ferro I/PE VCE PNS 5 cm 470 586 100 PQ 1,85
ARAÚJO et al., 1995 Samambaia/PE VCE PNS 5 cm 470 574 100 PQ 1,64
PEREIRA et al., 2002 Areia/PB VCE DNS 3 cm 596 700 0,60 2,99
ALCOFORADO-FILHO et al., 2003 Caruaru/PE VCE DNS 3 cm 530 694 0,72 3,09
SANTANA, 2005 Serra Negra do Norte/RN VCE DNS 3 cm 249 733,7 0,60 2,35
ARAÚJO et al., 1998b Baixa Fria/CE VCNE DNS 3 cm 760 838 0,25 3,03
ARAÚJO et al., 1998b Carrasco/CE VCNE DNS 3 cm 760 838 0,25 2,57
ARAÚJO et al., 1998b Estrondo/CE VCNE DNS 3 cm 750 838 0,25 2,98
ARAÚJO et al., 1999 Planalto da Ibiapaba/CE VCNE DNS 3 cm 830 1289 1,00 3,16
OLIVEIRA et al., 1997 Padre Marcos/PI VCE -VCNE DNS 3 cm 420 637 0,45 2,65
RODAL et al., 1998 Buíque/PE VAP DNS 3 cm 800 1095,9 100 PQ 2,73
LEMOS & RODAL, 2002 Serra da Capivara/PI - DNS 3 cm 600 689 1,00 3,00
76
4
4
.
.
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Õ
Õ
E
E
S
S
Considerando as três áreas ribeirinhas dos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares têm-se
que foram amostrados 5.126 indivíduos vivos e 714 mortos em pé. Do total de indivíduos
registrados (5.840), 2.138 foram levantados na mata ribeirinha do riacho do Cazuzinha (2.096
indivíduos.ha
-1
), 1.838 no riacho do Farias (1.802 indivíduos.ha
-1
) e 1.864 no riacho dos Mares
(1.827 indivíduos.ha
-1
). Os valores de densidade total evidenciaram que as três áreas de
vegetação ribeirinha estudadas podem ser consideradas como medianas em termos de número de
indivíduos quando comparadas com a maioria dos levantamentos realizados em áreas de
Caatinga.
Os dados de área basal total da vegetação ribeirinha dos riachos do Cazuzinha, Farias e
Mares foram 25,4 m
2
.ha
-1
, 15,6 m
2
.ha
-1
e 14,5 m
2
.ha
-1
respectivamente. Comparando os valores
de área basal total de cada área ribeirinha com outros estudos de Caatinga, observou-se que o
valor registrado para o riacho Cazuzinha foi superior a 10 dos 21 trabalhos analisados. Já para a
vegetação ribeirinha dos riachos Farias e Mares, as suas respectivas áreas basais não diferiram
muito entre si. Entretanto, quando relacionadas com outros estudos se mostraram inferiores a
maioria dos levantamentos analisados.
De modo geral, observou-se, nas três áreas, que um reduzido número de famílias e de
espécies representa a maior parte do número de indivíduos amostrados.
As três famílias com maior VI, nos três riachos estudados, foram Euphorbiaceae,
Caesalpiniaceae e Combretaceae. Relacionado as três espécies com maior VI, para cada riacho
amostrado, tem-se a seguinte relação: Aspidosperma pyrifolium, Combretum pisonioides e
Caesalpinia pyramidalis (Cazuzinha) e Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum e Croton
sonderianus (Farias e Mares). Assim, considerando às espécies e seus respectivos valores de
importância, observou-se para as três áreas ribeirinhas, que poucas espécies detêm altos valores,
enquanto muitas espécies, com poucos indivíduos, têm baixo VI. Quanto ao valor de cobertura
das espécies mais representativas, observaram-se, para as três áreas ribeirinhas analisadas,
inversões na posição hierárquica em relação à ordem do VI, indicando que a freqüência foi
determinante no posicionamento dessas espécies em VI.
Relacionado às espécies com um indivíduo por hectare tem-se que Mares foi a área que
apresentou o maior número de espécies (13), o que pode indicar uma alta susceptibilidade à
extinção local das mesmas no fragmento, caso ocorra morte ou corte desses indivíduos.
Quanto à categoria Mortos, observou-se que a proporção de plantas mortas ainda em pé
em relação ao total de indivíduos amostrados nas áreas dos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares
77
foi alta quando comparada com alguns trabalhos realizados nos diferentes tipos caducifólios do
semi-árido. Entretanto, a análise dos dados indica que não está havendo uma perturbação
localizada uma vez que os mortos tiveram elevada freqüência.
A altura e o diâmetro médios dos indivíduos amostrados foram superiores aos
encontrados em alguns trabalhos realizados em áreas de Caatinga.
A análise da distribuição em classes de diâmetro para os riachos do Cazuzinha, Farias e
Mares indica uma diminuição no número de indivíduos conforme aumenta o diâmetro, sendo
observado assim para cada área a conformação da letra J invertida. De modo geral, o maior
número de indivíduos foi encontrado nas classes de diâmetro de 3 a 12 cm, resultado este
semelhante ao registrado em vários trabalhos de Caatinga.
Em relação à distribuição em classes de altura observou-se que a maior freqüência está
entre 3 e 5 m. Além disso, verificou-se que as áreas ribeirinhas apresentaram um número
significativo de indivíduos com altura superior a 8 m.
De modo geral, observou-se que para os riachos do Cazuzinha e Mares os valores de
diversidade (H’) obtidos não têm relação direta com o número de espécies. Assim, o riacho dos
Mares, mesmo com uma menor riqueza de espécies em relação ao riacho do Cazuzinha,
apresentou o maior valor de equabilidade em função da distribuição mais equilibrada dos
indivíduos entre as espécies da comunidade, o que resultou em um H’ relativamente mais alto.
Por outro lado, o riacho do Farias apresentou os menores valores de H’ devido à baixa riqueza de
espécies e à acentuada concentração de indivíduos entre poucas espécies.
Portanto, espera-se que a base de dados produzida nesse trabalho possa contribuir para a
definição dos aspectos estruturais da vegetação ribeirinha de Caatinga e oferecer subsídios para a
efetividade de projetos de proteção, enriquecimento e recuperação desses importantes sistemas
ecológicos.
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
I
I
I
I
I
I
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
D
D
A
A
R
R
E
E
L
L
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
E
E
N
N
T
T
R
R
E
E
A
A
D
D
I
I
S
S
T
T
Â
Â
N
N
C
C
I
I
A
A
D
D
A
A
M
M
A
A
R
R
G
G
E
E
M
M
D
D
E
E
R
R
I
I
A
A
C
C
H
H
O
O
S
S
I
I
N
N
T
T
E
E
R
R
M
M
I
I
T
T
E
E
N
N
T
T
E
E
S
S
E
E
A
A
S
S
V
V
A
A
R
R
I
I
A
A
Ç
Ç
Õ
Õ
E
E
S
S
F
F
L
L
O
O
R
R
Í
Í
S
S
T
T
I
I
C
C
A
A
S
S
E
E
E
E
S
S
T
T
R
R
U
U
T
T
U
U
R
R
A
A
I
I
S
S
D
D
A
A
C
C
O
O
M
M
U
U
N
N
I
I
D
D
A
A
D
D
E
E
A
A
R
R
B
B
U
U
S
S
T
T
I
I
V
V
A
A
-
-
A
A
R
R
B
B
Ó
Ó
R
R
E
E
A
A
N
N
A
A
B
B
A
A
C
C
I
I
A
A
D
D
O
O
R
R
I
I
O
O
T
T
A
A
P
P
E
E
R
R
O
O
Á
Á
,
,
S
S
E
E
M
M
I
I
-
-
Á
Á
R
R
I
I
D
D
O
O
P
P
A
A
R
R
A
A
I
I
B
B
A
A
N
N
O
O
R
R
E
E
S
S
U
U
M
M
O
O
O objetivo da pesquisa foi estudar a relação entre a distância da margem de três cursos d’água e
as variações florísticas e fitossociológicas em áreas de Caatinga na bacia do rio Taperoá, semi-
árido paraibano. O levantamento foi realizado no período de junho/2005 a junho/2006 e
abrangeu as áreas ribeirinhas dos riachos intermitentes do Cazuzinha (7
0
26
13” S e 36
0
54
30” W;
564-579 m de altitude), Mares (7
0
31
53” S e 36
0
33
39” W; 536-550 m de altitude) e Farias
(7
0
25
33” S e 36
0
29
21” W; 454-470 m de altitude). Foram estabelecidas para cada área 51
parcelas contíguas de 10 X 20 m (1,02 ha), distribuídas em três faixas paralelas (Margem, Meio e
Borda) ao longo de cada curso d’água. Os critérios de inclusão utilizados foram amostrar os
indivíduos arbustivo-arbóreos, vivos e mortos ainda em pé, com diâmetro do caule ao nível do
solo (DNS) 3 cm e altura total 1 m. Parâmetros fitossociológicos foram calculados para as
espécies e utilizados em comparações entre as faixas amostradas. A riqueza florística apresentou
diferenças quando relacionada à distância da margem dos cursos d’água, sendo a primeira faixa
(Margem), nos três ambientes, responsável pelos maiores valores no número de espécies.
Algumas destas tiveram ocorrência exclusiva ou preferencial em uma ou duas das faixas,
enquanto outras ocorreram nas três. Entre os 10 maiores Valores de Importância (VI), observou-
se que apenas Caesalpinia pyramidalis, Combretum leprosum e a categoria Mortos estiveram
presentes, com diferentes posições hierárquicas de VI, em todas as faixas das três áreas
estudadas. De modo geral, a primeira faixa (Margem) destacou-se das demais (Meio e Borda)
pela maior densidade total e área basal total. Particularmente relacionado aos valores de
diversidade para Cazuzinha e Farias, estes decresceram da Margem para a Borda, entretanto, o
inverso ocorreu no riacho dos Mares onde os valores diminuíram da Borda para a Margem. Em
relação aos dados de altura e diâmetro médios observou-se, com algumas exceções, que a Borda
apresentou os menores valores quando comparada com a Margem e o Meio.
Palavras-chave: Relações espécie-ambiente, vegetação ribeirinha, Caatinga.
79
1
1
.
.
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
Considerando os elementos que marcam as peculiaridades da vegetação ciliar e ainda
dos seus mais variados papéis, é possível identificar o seu significativo grau de importância e
isso é ratificado por vários autores (TROPPMAIR & MACHADO, 1974; BARBOSA, 1989;
DELITTI, 1989; DEMATTÊ, 1989; LIMA, 1989; MANTOVANI et al., 1989; HARPER et al.,
1992; ZIPPARRO & SCHLITTLER, 1992; REZENDE, 1998; RIBEIRO & SCHIAVINI, 1998;
SANTOS & SOUSA-SILVA, 1998; DURIGAN & SILVEIRA, 1999; FELFILI et al., 2000;
VAN DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO, 2000; BOTELHO et al., 2001; BOTELHO &
DAVIDE, 2002).
Assim, as matas ciliares são conceitualmente formações vegetais que se encontram
associadas aos corpos d’água. Elas podem estender-se por dezenas de metros a partir das
margens e apresentar marcantes variações na composição florística e na estrutura comunitária,
dependendo das interações que se estabelecem entre o ecossistema aquático e o ambiente
terrestre adjacente (OLIVEIRA-FILHO, 1994). Dentro dessa linha de abordagem BOTELHO &
DAVIDE (2002) também expõem que a ocorrência da vegetação ciliar é condicionada por vários
fatores ambientais que definem sua fisionomia e composição florística de forma distinta da
vegetação de interflúvio, seja ela arbórea ou não. Assim, os fatores condicionantes da ocorrência
das matas ciliares, que definem condições ecológicas distintas, são responsáveis na maioria das
vezes por proporcionar as melhores condições de sítio em relação à disponibilidade de água e
nutrientes. De modo geral, o relevo e as características edáficas são os fatores determinantes na
formação do ambiente ribeirinho, pois marcam os limites da influência da umidade, definindo os
limites das áreas sujeitas à inundação, ao encharcamento e à manutenção de alta umidade pela
proximidade do lençol freático. A partir deste limite o solo não recebe mais influência da
umidade proveniente do curso d’água e, mesmo se a vegetação é arbórea, não tem a diversidade
e composição da faixa marginal, denominada “mata ciliar”. Em acréscimo a esta discussão
RODRIGUES & SHEPERD (2004) ainda argumentam que a grande variação das condições
ambientais nas margens dos cursos d’água define assim um mosaico vegetacional como
resultado da atuação diferencial da umidade. Para estes autores, os fatores mais importantes que
atuam na seletividade das espécies, condicionando a distribuição e composição florística, são
aqueles que definem a dinâmica da água do solo, entretanto vários outros trabalhos têm
reforçado a importância de outros fatores como: características geológicas e geomorfológicas,
deposição de sedimento, remoção ou soterramento da serrapilheira e do banco de sementes,
modelo hidrológico do rio (definindo duração e volume de água durante a elevação do rio),
80
presença de remanescentes à montante fornecendo propágulos de espécies hidrocóricas, dentre
outros fatores bióticos e abióticos estudados. Entretanto, apesar da particularização destes
fatores, nota-se que todos são dependentes direta ou indiretamente da elevação do nível da água
dos rios (BOTELHO & DAVIDE, 2002).
De modo geral, os fatores ambientais que interagem com a vegetação ribeirinha
definem diferentes formas de distribuição espacial das espécies, estabelecendo assim variações
florísticas e fitossociológicas nas comunidades. Assim, o entendimento dessas questões é
buscado em trabalhos de vários autores (BERTONI et al., 1982; OLIVEIRA-FILHO et al., 1990;
OLIVEIRA-FILHO et al., 1994; DURIGAN & LEITÃO FILHO, 1995; VAN DEN BERG,
1995; BERTANI et al., 2001; SILVA JÚNIOR, 2001; BOTREL et al., 2002; SOUZA et al.,
2003; RODRIGUES et al., 2003; RODRIGUES & SHEPHERD, 2004; DALANESI et al.,
2004). Nesse sentido, DAUBENMEIRE (1968) referencia que a investigação de tais aspectos é
extremamente importante, já que só a partir disto torna-se possível o manejo apropriado das
comunidades estudadas. Autores como VILELA et al. (1993) salientam ainda que essa
investigação conjunta permite subsidiar com informações básicas os programas de recuperação
ambiental utilizando espécies nativas. Para ANDRADE (2001) é observado também que diante
da alta diversidade de condições de luminosidade e disponibilidade hídrica encontradas em matas
ribeirinhas, há necessidade de estudos sobre o comportamento das espécies nestas várias
condições, para que se possa assim estabelecer modelos ou estratégias de recuperação.
Assim, considerando essencial o entendimento das interações da vegetação ribeirinha
com o meio em que se insere é que se procurou estudar a relação entre a distância da margem de
três cursos d’água e as variações florísticas e fitossociológicas em áreas de Caatinga na bacia do
rio Taperoá, semi-árido paraibano.
2
2
.
.
M
M
A
A
T
T
E
E
R
R
I
I
A
A
L
L
E
E
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
S
S
2
2
.
.
1
1
Á
Á
R
R
E
E
A
A
D
D
E
E
E
E
S
S
T
T
U
U
D
D
O
O
Ver descrição no item Caracterização Geral da Área de Estudo.
2
2
.
.
2
2
P
P
R
R
O
O
C
C
E
E
D
D
I
I
M
M
E
E
N
N
T
T
O
O
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
L
L
O método adotado, a distribuição da amostragem e os critérios utilizados estão descritos
no item 2.2 do segundo capítulo. Portanto, as parcelas foram dispostas de forma a analisar a
existência de variações na composição florística e nos aspectos estruturais da comunidade
81
ribeirinha a partir do distanciamento da margem dos cursos d’água amostrados na pesquisa
(Figuras 13, 14 e 15).
2
2
.
.
3
3
O
O
R
R
G
G
A
A
N
N
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
E
E
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
D
D
O
O
S
S
D
D
A
A
D
D
O
O
S
S
Para cada faixa (Margem, Meio e Borda) das três áreas ribeirinhas estudadas foram
calculados os mesmos parâmetros fitossociológicos apresentados anteriormente nos itens 2.3.2 e
2.3.3 do segundo capítulo. A análise em cada faixa da distribuição dos indivíduos amostrados em
relação às classes de altura e diâmetro foi realizada elaborando-se histogramas de freqüência
com intervalos de 1 m e 3 cm respectivamente. Para analisar a distribuição de abundância nas
faixas, selecionaram-se as 10 espécies de maior Valor de Importância (VI) em cada faixa,
resultando em um total de 13 espécies para o riacho do Cazuzinha, 14 para o riacho dos Mares e
13 espécies para o riacho do Farias. Para cada uma delas foi produzido um diagrama combinando
a distribuição da densidade absoluta e dominância absoluta nas três faixas (VAN DEN BERG,
1995).
3
3
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
E
E
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
3
3
.
.
1
1
.
.
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
D
D
A
A
D
D
I
I
S
S
T
T
R
R
I
I
B
B
U
U
I
I
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
D
D
A
A
S
S
E
E
S
S
P
P
É
É
C
C
I
I
E
E
S
S
N
N
A
A
S
S
F
F
A
A
I
I
X
X
A
A
S
S
R
R
I
I
B
B
E
E
I
I
R
R
I
I
N
N
H
H
A
A
S
S
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
D
D
A
A
S
S
A distribuição das espécies com seus respectivos números de indivíduos está
sistematizada por faixa amostrada (Margem, Meio e Borda) nos três riachos estudados na Tabela
10.
Assim, pelos dados apresentados observou-se que o número de espécies encontrado por
faixa em cada área foram os seguintes: Riacho do Cazuzinha: Margem 44, Meio 40, Borda 32;
Riacho do Farias: Margem 32, Meio 29, Borda 17; Riacho dos Mares: Margem 36, Meio 33,
Borda 28. Considerando esses números verifica-se que em todas as áreas os maiores valores
foram encontrados na Margem, seguido pelo Meio e Borda. Em relação à distribuição das
espécies nas faixas estabelecidas nas três áreas (Tabela 10), observou-se a formação de grupos
distintos, os quais se encontram a seguir descritos: espécies que só ocorreram na Margem
(Cnidoscolus phyllacanthus, Cochlospermum insigne, Cordia leucocephala, Erythrina velutina,
Fabaceae 1, Lonchocarpus sericeus, Solanum rhytidoandrum, Tournefortia rubicunda, Triplaris
gardneriana e Ziziphus cotinifolia); espécies que só ocorreram na Borda (Senna spectabilis);
espécies que só ocorreram da Margem até o Meio (Alibertia sp., Capparis flexuosa, Capsicum
82
Tabela 10 – Relação da distribuição das espécies e do número de indivíduos por faixa amostrada
(Margem, Meio e Borda) nos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares.
Cazuzinha Farias Mares ESPÉCIES
Margem Meio Borda Margem Meio Borda Margem Meio Borda
Alibertia sp. 000 340 0 10
Allamanda blanchetii
000 142 0 20
Allophylus quercifolius
321 020 0 02
Amburana cearensis
011 000 4 11
Anadenanthera colubrina
16 4 10 0 0 0 4 7 7
Aspidosperma pyrifolium
117 91 139 46 45 33 14 16 14
Bauhinia cheilantha
337 030 6 82
Caesalpinia ferrea
123 020 1 00
Caesalpinia pyramidalis
42 31 36 72 56 56 77 47 66
Capparis flexuosa
310 100 3 20
Capsicum parvifolium
230 100 3 00
Cereus jamacaru
321 000 1 24
Chloroleucon foliolosum
874 100 2 22
Cnidoscolus phyllacanthus
000 100 0 00
Cochlospermum insigne
000 000 15 00
Combretum leprosum
83 46 23 217 126 47 163 110 41
Combretum pisonioides
156 92 89 2 2 0 64 30 22
Commiphora leptophloeos
2 0 0 3 2 0 19 10 6
Cordia leucocephala
000 000 1 00
Cordia trichotoma
25 21 18 0 0 0 0 0 0
Croton rhamnifolioides
147 120 123 0 0 0 17 42 47
Croton sonderianus
24 28 27 97 156 160 103 56 54
Croton sp. 2 153 000 0 00
Erythrina velutina
100 000 0 00
Erythroxylum revolutum
000 000 3 10
Eugenia uvalha
18 4 1 5 4 0 0 0 0
Euphorbiaceae 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0
Fabaceae 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0
Guapira laxa
450 111 6 59
Guettarda angelica
000 000 4 89
Helicteres mollis
472 000 0 00
Indeterminada 1 0 0 0 3 3 0 0 1 0
Jatropha mollissima
5 15 9 12 12 24 3 7 15
Lippia gracilis
000 27235 0 25
Lonchocarpus cf. obtusus 200 010 0 00
Lonchocarpus sericeus
100 200 0 00
Luetzelburgia auriculata
0 0 0 1 1 0 7 29 25
Manihot glaziovii
3 4 11 4 0 0 77 16 26
Maytenus rigida
17 1 1 34 0 9 1 0 0
Mimosa ophthalmocentra
5 5 8 0 0 2 25 10 17
Mimosa paraibana
000 000 1 40
Mimosa tenuiflora
010 000 0 01
Morto 69 56 84 65 72 78 94 91 105
Myracrodruon urundeuva
7 4 1 0 1 0 18 20 8
Peltogyne pauciflora
000 521 0 00
Pilosocereus gounellei
0 0 0 49 63 126 2 21 23
Pilosocereus pachycladus
subsp. pernambucensis
000 210 1 12
Continua
83
Continuação
Cazuzinha Farias Mares ESPÉCIES
Margem Meio Borda Margem Meio Borda Margem Meio Borda
Piptadenia stipulacea
420 000 24 23
Poecilanthe ulei
223 000 0 00
Prockia crucis
420 000 0 00
Pseudobombax marginatum
110 002 0 01
Rhamnidium molle
414 423 0 00
Rollinia leptopetala
021 000 0 00
Sapium glandulatum
011 000 4 42
Schinopsis brasiliensis
221 302 0 10
Sebastiania macrocarpa
49 26 23 0 2 1 11 0 0
Senna macranthera var.
pudibunda
010 000 1 00
Senna spectabilis
001 000 0 00
Sideroxylon obtusifolium
18 8 5 1 1 3 0 0 0
Solanum rhytidoandrum
100 000 0 00
Spondias tuberosa
100 110 0 00
Tabebuia aurea
000 720 1 00
Tabebuia impetiginosa
14 1 0 0 0 0 0 0 0
Tocoyena formosa
200 100 0 21
Tocoyena sellowiana
001 010 0 10
Tournefortia rubicunda
000 000 1 00
Triplaris gardneriana
100 000 0 00
Ziziphus cotinifolia
000 100 0 00
Ziziphus joazeiro
22 2 132 0 1 0 0
parvifolium, Erythroxylum revolutum, Euphorbiaceae 2, Indeterminada 1, Lonchocarpus cf.
obtusus, Mimosa paraibana, Prockia crucis, Senna macranthera, Spondias tuberosa, Tabebuia
aurea e Tabebuia impetiginosa); espécies que só ocorreram do Meio até a Borda
(Mimosa
tenuiflora, Rollinia leptopetala e Tocoyena sellowiana); espécies que ocorreram nas três faixas –
Margem, Meio e Borda (Anadenanthera colubrina, Aspidosperma pyrifolium, Caesalpinia
pyramidalis, Cereus jamacaru, Combretum leprosum, Cordia trichotoma, Croton
rhamnifolioides, Croton sonderianus, Croton sp. 2,
Guettarda angelica, Helicteres mollis,
Jatropha mollissima, Peltogyne pauciflora, Pilosocereus gounellei, Poecilanthe ulei,
Rhamnidium molle e Sideroxylon obtusifolium)
.
Autores como LACERDA & BARBOSA (2006) analisando diagramas de perfil das áreas
ribeirinhas dos riachos do Farias, Mares e ainda do Salgado, este último localizado também na bacia
do rio Taperoá, observaram que espécies como Erythrina velutina e Tabebuia aurea ocorreram a
uma distância de 15 m dos cursos d’água. Por outro lado, verificaram ainda que Caesalpinia
pyramidalis esteve amplamente distribuída ao longo de todo o perfil. Assim, os resultados obtidos
pelos últimos autores corroboram os dados anteriormente apontados para essas espécies.
De modo geral, a definição dos grupos anteriormente descritos evidencia que para
84
algumas espécies a ocorrência exclusiva pode ser um indicativo da sua seletividade ambiental
principalmente quando relacionada com a disponibilidade de água. Por outro lado, a ocorrência
exclusiva ou concentrada nas áreas mais distantes do curso d’água, demonstra claramente a
ligação florística com a vegetação adjacente de Caatinga. Relacionado a esta questão, LIMA &
ZAKIA (2004) mencionam que devido a esta elevada freqüência de alterações que ocorrem na
zona ripária, a vegetação que ocupa normalmente esta zona (mata ciliar), deve, em geral,
apresentar uma alta variação em termos de estrutura, composição e distribuição espacial. Esta
variação deve ocorrer ao longo do curso d’água, refletindo variações de micro-sítios resultantes
da dinâmica dos processos fluviomórficos, que resultam em trechos característicos de deposição
de sedimentos, assim como trechos característicos de erosão fluvial. Lateralmente, as condições
de saturação do solo diminuem à medida que se distancia do canal, o que deve, também,
influenciar a composição das espécies. Para ANDRADE (2001), a freqüência e a duração da
saturação hídrica do solo nas vegetações ribeirinhas, provocada por flutuações do lençol freático
ou pelo extravasamento dos corpos d’água, definem características abióticas particulares, tanto a
nível edáfico como microclimático. Estas características afetam significativamente os processos
bióticos, como a taxa de decomposição (RODRIGUES, 1989), a germinação e o estabelecimento
(recrutamento) de novos indivíduos (LOBO & JOLY, 1995; 1996), de forma que acabam
definindo tanto a distribuição espacial das espécies ao longo de um gradiente perpendicular do
rio, como a composição e a estrutura da vegetação (JOLY, 1994).
CHAGAS E SILVA et al. (1995) estudando florestas ciliares às margens do rio Tibagi no
Paraná, também verificaram a preferência de algumas espécies por áreas mais próximas ou mais
distantes dos cursos d’água. Estes autores concluíram que o estudo e o entendimento dessa
seletividade é de fundamental importância em práticas de recomposição florística. Trabalhando
em uma floresta de galeria próxima a Cuiabá, MT, OLIVEIRA-FILHO et al. (1990) concluiu
que embora outros fatores possam ser importantes, as variáveis associadas ao regime de água do
solo e nos próprios rios são as que, provavelmente, mais influenciam no padrão de distribuição
das espécies. SOUZA et al. (2003) analisando as variações florísticas e estruturais da
comunidade arbórea de um fragmento de floresta semidecídua às margens do rio Capivari em
Minas Gerais também definiu a variação no regime de água no solo como o principal fator
ambiental associado à distribuição das espécies arbóreas na área.
3
3
.
.
2
2
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
F
F
I
I
T
T
O
O
S
S
S
S
O
O
C
C
I
I
O
O
L
L
Ó
Ó
G
G
I
I
C
C
A
A
Os cálculos dos parâmetros para as três faixas (Margem, Meio e Borda), em separado,
resultaram nos valores apresentados nas Tabelas, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19.
85
Tabela 11. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na primeira faixa (Margem) da mata ribeirinha do
riacho do Cazuzinha na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos,
AB = área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta,
FR = freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Combretum pisonioides
156 0,759 458,82 17,71 100,00 7,62 2,232 7,393 32,72 25,10
Aspidosperma pyrifolium
117 0,771 344,12 13,28 88,24 6,73 2,268 7,512 27,52 20,79
Caesalpinia pyramidalis
42 1,351 123,53 4,77 100,00 7,62 3,973 13,159 25,55 17,93
Croton rhamnifolioides
147 0,352 432,35 16,69 64,71 4,93 1,036 3,431 25,05 20,12
Sideroxylon obtusifolium
18 1,591 52,94 2,05 52,94 4,04 4,678 15,497 21,58 17,54
Morto 69 0,654 202,94 7,83 88,24 6,73 1,924 6,374 20,93 14,21
Sebastiania macrocarpa
49 0,606 144,12 5,56 88,24 6,73 1,784 5,909 18,20 11,47
Combretum leprosum
83 0,239 244,12 9,42 82,35 6,28 0,704 2,333 18,03 11,75
Anadenanthera colubrina
16 0,418 47,06 1,82 52,94 4,04 1,228 4,068 9,92 5,88
Ziziphus joazeiro
2 0,790 5,88 0,23 11,76 0,89 2,325 7,701 8,82 7,93
Croton sonderianus
24 0,076 70,59 2,73 64,71 4,93 0,224 0,743 8,40 3,47
Eugenia uvalha
18 0,447 52,94 2,05 23,53 1,79 1,314 4,353 8,19 6,40
Maytenus rigida
17 0,335 50,00 1,93 29,41 2,24 0,985 3,261 7,43 5,19
Cordia trichotoma
25 0,088 73,53 2,84 41,18 3,14 0,259 0,859 6,84 3,70
Chloroleucon foliolosum
8 0,120 23,53 0,91 47,06 3,59 0,353 1,169 5,66 2,08
Schinopsis brasiliensis
2 0,443 5,88 0,23 11,76 0,89 1,304 4,320 5,44 4,55
Tabebuia impetiginosa
14 0,221 41,18 1,59 11,76 0,89 0,650 2,152 4,64 3,74
Myracrodruon urundeuva
7 0,106 20,59 0,79 35,29 2,69 0,312 1,034 4,52 1,83
Piptadenia stipulacea
4 0,072 11,77 0,45 17,65 1,35 0,211 0,700 2,50 1,15
Triplaris gardneriana
1 0,191 2,94 0,11 5,88 0,45 0,561 1,858 2,42 1,97
Mimosa ophthalmocentra
5 0,050 14,71 0,57 17,65 1,35 0,148 0,490 2,40 1,06
Guapira laxa
4 0,014 11,77 0,45 23,53 1,79 0,040 0,133 2,38 0,59
Helicteres mollis
4 0,007 11,77 0,45 23,53 1,79 0,021 0,071 2,32 0,53
Rhamnidium molle
4 0,007 11,77 0,45 23,53 1,79 0,021 0,070 2,32 0,52
Capparis flexuosa
3 0,047 8,82 0,34 17,65 1,35 0,138 0,457 2,14 0,80
Prockia crucis
4 0,021 11,77 0,45 17,65 1,35 0,062 0,207 2,01 0,66
Allophylus quercifolius
3 0,030 8,82 0,34 17,65 1,35 0,089 0,293 1,98 0,63
Commiphora leptophloeos
2 0,081 5,88 0,23 11,76 0,89 0,237 0,785 1,91 1,01
Cereus jamacaru
3 0,022 8,82 0,34 17,65 1,35 0,064 0,211 1,90 0,55
Manihot glaziovii
3 0,016 8,82 0,34 17,65 1,35 0,047 0,155 1,84 0,50
Poecilanthe ulei
2 0,072 5,88 0,23 11,76 0,89 0,213 0,705 1,83 0,93
Jatropha mollissima
5 0,021 14,71 0,57 11,76 0,89 0,062 0,206 1,67 0,77
Lonchocarpus sericeus
1 0,078 2,94 0,11 5,88 0,45 0,229 0,760 1,32 0,87
Fabaceae 1 3 0,052 8,82 0,34 5,88 0,45 0,154 0,510 1,30 0,85
Capsicum parvifolium
2 0,003 5,88 0,23 11,76 0,89 0,008 0,025 1,15 0,25
Lonchocarpus cf. obtusus 2 0,025 5,88 0,23 5,88 0,45 0,075 0,248 0,92 0,48
Continua
86
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Pseudobombax marginatum
1 0,036 2,94 0,11 5,88 0,45 0,105 0,348 0,91 0,46
Bauhinia cheilantha
3 0,009 8,82 0,34 5,88 0,45 0,027 0,090 0,88 0,43
Caesalpinia ferrea
1 0,018 2,94 0,11 5,88 0,45 0,054 0,179 0,74 0,29
Erythrina velutina
1 0,017 2,94 0,11 5,88 0,45 0,050 0,164 0,73 0,28
Tocoyena formosa
2 0,002 5,88 0,23 5,88 0,45 0,006 0,020 0,70 0,25
Euphorbiaceae 2 1 0,002 2,94 0,11 5,88 0,45 0,006 0,020 0,58 0,13
Croton sp. 2 1 0,001 2,94 0,11 5,88 0,45 0,003 0,010 0,57 0,12
Spondias tuberosa
1 0,001 2,94 0,11 5,88 0,45 0,003 0,009 0,57 0,12
Solanum rhytidoandrum
1 0,001 2,94 0,11 5,88 0,45 0,002 0,008 0,57 0,12
Tabela 12. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na segunda faixa (Meio) da mata ribeirinha do riacho
do Cazuzinha na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB =
área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Croton rhamnifolioides
120 0,369 352,94 19,58 70,59 6,70 1,086 4,551 30,83 24,13
Combretum pisonioides
92 0,441 270,59 15,00 94,12 8,94 1,298 5,440 29,39 20,45
Aspidosperma pyrifolium
91 0,466 267,65 14,85 88,24 8,38 1,370 5,742 28,97 20,59
Morto 56 0,928 164,71 9,14 82,35 7,82 2,729 11,440 28,40 20,58
Caesalpinia pyramidalis
31 1,283 91,18 5,06 76,47 7,26 3,772 15,814 28,13 20,87
Sideroxylon obtusifolium
8 1,437 23,53 1,30 23,53 2,23 4,226 17,718 21,26 19,02
Combretum leprosum
46 0,156 135,29 7,50 64,71 6,14 0,458 1,922 15,57 9,42
Sebastiania macrocarpa
26 0,366 76,47 4,24 52,94 5,03 1,075 4,507 13,78 8,75
Schinopsis brasiliensis
2 0,941 5,88 0,33 11,76 1,12 2,767 11,600 13,04 11,93
Croton sonderianus
28 0,062 82,35 4,57 58,82 5,58 0,182 0,761 10,92 5,33
Myracrodruon urundeuva
4 0,528 11,76 0,65 17,65 1,67 1,553 6,511 8,84 7,16
Cordia trichotoma
21 0,060 61,76 3,42 47,06 4,47 0,175 0,734 8,63 4,16
Jatropha mollissima
15 0,032 44,12 2,45 47,06 4,47 0,094 0,392 7,31 2,84
Chloroleucon foliolosum
7 0,250 20,59 1,14 23,53 2,23 0,735 3,080 6,46 4,22
Ziziphus joazeiro
2 0,361 5,88 0,33 11,76 1,12 1,063 4,455 5,90 4,78
Mimosa ophthalmocentra
5 0,010 14,71 0,82 29,41 2,79 0,030 0,125 3,73 0,94
Manihot glaziovii
4 0,018 11,76 0,65 23,53 2,23 0,054 0,226 3,11 0,88
Helicteres mollis
7 0,009 20,59 1,14 17,65 1,67 0,026 0,109 2,93 1,25
Eugenia uvalha
4 0,125 11,76 0,65 5,88 0,56 0,369 1,545 2,76 2,20
Guapira laxa
5 0,059 14,71 0,82 11,76 1,12 0,174 0,727 2,66 1,54
Anadenanthera colubrina
4 0,005 11,76 0,65 17,65 1,67 0,016 0,065 2,39 0,72
Continua
87
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Croton sp. 2 5 0,010 14,71 0,82 11,76 1,12 0,031 0,128 2,06 0,94
Bauhinia cheilantha
3 0,010 8,82 0,49 11,76 1,12 0,029 0,12 1,73 0,61
Allophylus quercifolius
2 0,023 5,88 0,33 11,76 1,12 0,066 0,278 1,72 0,60
Cereus jamacaru
2 0,022 5,88 0,33 11,76 1,12 0,066 0,277 1,72 0,60
Capsicum parvifolium
3 0,004 8,82 0,49 11,76 1,12 0,012 0,050 1,66 0,54
Poecilanthe ulei
2 0,010 5,88 0,33 11,76 1,12 0,030 0,124 1,57 0,45
Caesalpinia ferrea
2 0,006 5,88 0,33 11,76 1,12 0,017 0,073 1,51 0,40
Rollinia leptopetala
2 0,005 5,88 0,33 11,76 1,12 0,013 0,056 1,50 0,38
Piptadenia stipulacea
2 0,004 5,88 0,33 11,76 1,12 0,012 0,051 1,49 0,38
Prockia crucis
2 0,003 5,88 0,33 11,76 1,12 0,007 0,031 1,47 0,36
Tabebuia impetiginosa
1 0,039 2,94 0,16 5,88 0,56 0,115 0,481 1,20 0,64
Amburana cearensis
1 0,031 2,94 0,16 5,88 0,56 0,090 0,377 1,10 0,54
Rhamnidium molle
1 0,011 2,94 0,16 5,88 0,56 0,032 0,134 0,86 0,30
Mimosa tenuiflora
1 0,009 2,94 0,16 5,88 0,56 0,025 0,107 0,83 0,27
Euphorbiaceae 2 1 0,006 2,94 0,16 5,88 0,56 0,017 0,072 0,79 0,23
Maytenus rigida
1 0,005 2,94 0,16 5,88 0,56 0,016 0,067 0,79 0,23
Sapium glandulatum
1 0,003 2,94 0,16 5,88 0,56 0,009 0,039 0,76 0,20
Capparis flexuosa
1 0,003 2,94 0,16 5,88 0,56 0,008 0,035 0,76 0,20
Pseudobombax marginatum
1 0,002 2,94 0,16 5,88 0,56 0,005 0,022 0,74 0,19
Senna macranthera var.
pudibunda
1 0,001 2,94 0,16 5,88 0,56 0,003 0,014 0,73 0,18
Tabela 13. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na terceira faixa (Borda) da mata ribeirinha do riacho
do Cazuzinha na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB =
área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Aspidosperma pyrifolium
139 0,863 408,82 21,58 100,00 10,76 2,539 11,426 43,80 33,01
Morto 84 1,067 247,06 13,04 88,24 9,50 3,137 14,118 36,70 27,16
Caesalpinia pyramidalis
36 1,768 105,88 5,59 70,59 7,60 5,200 23,404 36,60 28,99
Croton rhamnifolioides
123 0,336 361,76 19,10 76,47 8,23 0,988 4,445 31,80 23,54
Combretum pisonioides
89 0,460 261,76 13,82 82,35 8,86 1,354 6,094 28,80 19,91
Sideroxylon obtusifolium
5 1,162 14,71 0,78 17,65 1,90 3,418 15,381 18,10 16,16
Croton sonderianus
27 0,048 79,41 4,19 64,71 6,96 0,142 0,639 11,80 4,83
Combretum leprosum
23 0,055 67,65 3,57 58,82 6,33 0,163 0,734 10,60 4,31
Sebastiania macrocarpa
23 0,167 67,65 3,57 41,18 4,43 0,490 2,204 10,20 5,78
Ziziphus joazeiro
2 0,585 5,88 0,31 11,76 1,27 1,721 7,745 9,32 8,06
Continua
88
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Caesalpinia ferrea
3 0,408 8,82 0,46 11,76 1,27 1,199 5,395 7,13 5,86
Manihot glaziovii
11 0,052 32,35 1,71 35,29 3,80 0,152 0,683 6,19 2,39
Anadenanthera colubrina
10 0,046 29,41 1,55 35,29 3,80 0,135 0,606 5,96 2,16
Cordia trichotoma
18 0,084 52,94 2,79 17,65 1,90 0,247 1,110 5,80 3,90
Chloroleucon foliolosum
4 0,151 11,76 0,62 23,53 2,53 0,445 2,004 5,16 2,62
Jatropha mollissima
9 0,018 26,47 1,39 29,41 3,17 0,052 0,235 4,80 1,63
Mimosa ophthalmocentra
8 0,054 23,53 1,24 23,53 2,53 0,159 0,713 4,49 1,95
Rhamnidium molle
4 0,011 11,76 0,62 23,53 2,53 0,031 0,142 3,29 0,76
Bauhinia cheilantha
7 0,015 20,59 1,08 17,65 1,90 0,046 0,205 3,19 1,29
Croton sp. 2 3 0,008 8,82 0,46 17,65 1,90 0,022 0,101 2,47 0,57
Poecilanthe ulei
3 0,086 8,82 0,46 5,88 0,63 0,254 1,141 2,24 1,61
Helicteres mollis
2 0,004 5,88 0,31 11,76 1,27 0,011 0,051 1,63 0,36
Maytenus rigida
1 0,030 2,94 0,16 5,88 0,63 0,090 0,403 1,19 0,56
Eugenia uvalha
1 0,026 2,94 0,16 5,88 0,63 0,076 0,341 1,13 0,50
Cereus jamacaru
1 0,021 2,94 0,16 5,88 0,63 0,061 0,274 1,06 0,43
Senna spectabilis
1 0,017 2,94 0,16 5,88 0,63 0,050 0,223 1,01 0,38
Schinopsis brasiliensis
1 0,005 2,94 0,16 5,88 0,63 0,013 0,061 0,85 0,22
Amburana cearensis
1 0,003 2,94 0,16 5,88 0,63 0,008 0,034 0,82 0,19
Sapium glandulatum
1 0,002 2,94 0,16 5,88 0,63 0,005 0,024 0,81 0,18
Tocoyena sellowiana
1 0,002 2,94 0,16 5,88 0,63 0,005 0,021 0,81 0,18
Myracrodruon urundeuva
1 0,001 2,94 0,16 5,88 0,63 0,003 0,015 0,80 0,17
Rollinia leptopetala
1 0,001 2,94 0,16 5,88 0,63 0,003 0,015 0,80 0,17
Allophylus quercifolius
1 0,001 2,94 0,16 5,88 0,63 0,003 0,013 0,80 0,17
Tabela 14. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na primeira faixa (Margem) da mata ribeirinha do
riacho do Farias na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB
= área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Combretum leprosum
217 0,410 638,24 31,63 94,12 10,74 1,207 5,267 47,64 36,90
Caesalpinia pyramidalis
72 1,350 211,77 10,49 100,00 11,41 3,970 17,320 39,23 27,82
Croton sonderianus
97 0,177 285,29 14,14 88,24 10,07 0,520 2,268 26,47 16,41
Morto 65 0,229 191,18 9,47 82,35 9,40 0,674 2,942 21,81 12,42
Aspidosperma pyrifolium
46 0,381 135,29 6,70 82,35 9,40 1,119 4,883 20,98 11,59
Tabebuia aurea
7 1,217 20,59 1,02 29,41 3,36 3,578 15,610 19,98 16,63
Maytenus rigida
34 0,888 100,00 4,95 23,53 2,70 2,613 11,397 19,04 16,35
Continua
89
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Pilosocereus gounellei
49 0,191 144,12 7,14 41,18 4,70 0,561 2,447 14,29 9,59
Ziziphus joazeiro
13 0,652 38,24 1,89 29,41 3,36 1,916 8,361 13,61 10,25
Lippia gracilis
27 0,065 79,41 3,93 47,06 5,37 0,191 0,833 10,14 4,77
Schinopsis brasiliensis
3 0,572 8,82 0,44 11,76 1,34 1,682 7,337 9,12 7,77
Spondias tuberosa
1 0,637 2,94 0,15 5,88 0,67 1,874 8,177 8,99 8,32
Jatropha mollissima
12 0,030 35,29 1,74 47,06 5,37 0,089 0,389 7,51 2,14
Commiphora leptophloeos
3 0,320 8,82 0,44 11,76 1,34 0,940 4,100 5,88 4,54
Peltogyne pauciflora
5 0,097 14,71 0,73 17,65 2,01 0,286 1,249 3,99 1,98
Eugenia uvalha
5 0,138 14,71 0,73 11,76 1,34 0,407 1,774 3,85 2,50
Manihot glaziovii
4 0,022 11,77 0,58 17,65 2,01 0,063 0,276 2,87 0,86
Alibertia sp. 3 0,020 8,82 0,44 17,65 2,01 0,060 0,260 2,71 0,70
Rhamnidium molle
4 0,042 11,77 0,58 11,76 1,34 0,124 0,539 2,46 1,12
Combretum pisonioides
2 0,038 5,88 0,29 11,76 1,34 0,112 0,487 2,12 0,78
Pilosocereus pachycladus
subsp. pernambucensis 2 0,037 5,88 0,29 11,76 1,34 0,110 0,480 2,11 0,77
Indeterminada 1 3 0,021 8,82 0,44 11,76 1,34 0,061 0,268 2,05 0,71
Chloroleucon foliolosum
1 0,089 2,94 0,15 5,88 0,67 0,263 1,147 1,96 1,29
Lonchocarpus sericeus
2 0,016 5,88 0,29 11,76 1,34 0,047 0,206 1,84 0,50
Sideroxylon obtusifolium
1 0,064 2,94 0,15 5,88 0,67 0,190 0,827 1,64 0,97
Ziziphus cotinifolia
1 0,030 2,94 0,15 5,88 0,67 0,087 0,380 1,20 0,52
Capparis flexuosa
1 0,027 2,94 0,15 5,88 0,67 0,080 0,350 1,17 0,49
Cnidoscolus phyllacanthus
1 0,015 2,94 0,15 5,88 0,67 0,043 0,189 1,01 0,33
Guapira laxa
1 0,014 2,94 0,15 5,88 0,67 0,041 0,180 1,00 0,33
Luetzelburgia auriculata
1 0,002 2,94 0,15 5,88 0,67 0,005 0,023 0,84 0,17
Allamanda blanchetii
1 0,001 2,94 0,15 5,88 0,67 0,003 0,012 0,83 0,16
Tocoyena formosa
1 0,001 2,94 0,15 5,88 0,67 0,003 0,012 0,83 0,16
Capsicum parvifolium
1 0,001 2,94 0,15 5,88 0,67 0,002 0,010 0,83 0,16
Tabela 15. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na segunda faixa (Meio) da mata ribeirinha do riacho
do Farias na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área
basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Caesalpinia pyramidalis
56 1,225 164,71 9,38 82,35 10,29 3,604 28,759 48,43 38,14
Croton sonderianus
156 0,261 458,82 26,13 100,00 12,49 0,769 6,134 44,76 32,26
Combretum leprosum
126 0,306 370,59 21,11 82,35 10,29 0,900 7,182 38,58 28,29
Morto 72 0,251 211,77 12,06 100,00 12,49 0,739 5,896 30,46 17,96
Continua
90
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Aspidosperma pyrifolium
45 0,432 132,35 7,54 70,59 8,82 1,270 10,131 26,49 17,67
Pilosocereus gounellei
63 0,288 185,29 10,55 70,59 8,82 0,847 6,761 26,14 17,31
Lippia gracilis
23 0,039 67,65 3,85 41,18 5,14 0,115 0,917 9,92 4,77
Sideroxylon obtusifolium
1 0,334 2,94 0,16 5,88 0,74 0,984 7,849 8,75 8,02
Jatropha mollissima
12 0,038 35,29 2,01 41,18 5,14 0,111 0,889 8,05 2,90
Ziziphus joazeiro
2 0,253 5,88 0,34 11,76 1,47 0,745 5,941 7,75 6,28
Commiphora leptophloeos
2 0,180 5,88 0,34 11,76 1,47 0,529 4,221 6,03 4,55
Tabebuia aurea
2 0,154 5,88 0,34 5,88 0,74 0,452 3,604 4,67 3,94
Alibertia sp. 4 0,038 11,77 0,67 23,53 2,94 0,113 0,903 4,51 1,57
Bauhinia cheilantha
3 0,020 8,83 0,51 17,65 2,21 0,058 0,462 3,17 0,96
Spondias tuberosa
1 0,095 2,94 0,16 5,88 0,74 0,278 2,219 3,12 2,39
Eugenia uvalha
4 0,061 11,77 0,67 5,88 0,74 0,180 1,439 2,84 2,11
Myracrodruon urundeuva
1 0,076 2,94 0,16 5,88 0,74 0,225 1,794 2,70 1,96
Combretum pisonioides
2 0,037 5,88 0,34 11,76 1,47 0,108 0,861 2,67 1,20
Peltogyne pauciflora
2 0,036 5,88 0,34 11,76 1,47 0,107 0,853 2,66 1,19
Caesalpinia ferrea
2 0,059 5,88 0,34 5,88 0,74 0,173 1,384 2,45 1,72
Allamanda blanchetii
4 0,004 11,77 0,67 11,76 1,47 0,011 0,091 2,23 0,76
Indeterminada 1 3 0,009 8,83 0,51 11,76 1,47 0,027 0,219 2,19 0,72
Allophylus quercifolius
2 0,010 5,88 0,34 11,76 1,47 0,030 0,243 2,05 0,58
Sebastiania macrocarpa
2 0,008 5,88 0,34 11,76 1,47 0,025 0,198 2,00 0,53
Rhamnidium molle
2 0,004 5,88 0,34 11,76 1,47 0,010 0,084 1,89 0,42
Guapira laxa
1 0,015 2,94 0,16 5,88 0,74 0,044 0,353 1,26 0,52
Tocoyena sellowiana
1 0,015 2,94 0,16 5,88 0,74 0,043 0,346 1,25 0,51
Luetzelburgia auriculata
1 0,008 2,94 0,16 5,88 0,74 0,024 0,191 1,10 0,36
Pilosocereus pachycladus
subsp. pernambucensis 1 0,002 2,94 0,16 5,88 0,74 0,005 0,042 0,94 0,21
Lonchocarpus cf. obtusus 1 0,001 2,94 0,16 5,88 0,74 0,004 0,034 0,94 0,20
Tabela 16. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na terceira faixa (Borda) da mata ribeirinha do riacho
do Farias na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área
basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Caesalpinia pyramidalis
56 1,252 164,71 10,09 88,24 13,16 3,682 32,315 55,56 42,41
Croton sonderianus
160 0,253 470,59 28,83 94,12 14,03 0,743 6,525 49,39 35,35
Pilosocereus gounellei
126 0,433 370,59 22,70 82,35 12,28 1,273 11,176 46,16 33,88
Morto 78 0,250 229,41 14,05 94,12 14,03 0,734 6,445 34,53 20,50
Continua
91
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Aspidosperma pyrifolium
33 0,256 97,06 5,95 64,71 9,65 0,752 6,598 22,19 12,54
Combretum leprosum
47 0,086 138,24 8,47 70,59 10,53 0,254 2,229 21,22 10,70
Sideroxylon obtusifolium
3 0,575 8,82 0,54 17,65 2,63 1,691 14,839 18,01 15,38
Jatropha mollissima
24 0,067 70,59 4,33 64,71 9,65 0,197 1,728 15,70 6,05
Schinopsis brasiliensis
2 0,324 5,88 0,36 11,76 1,75 0,953 8,365 10,48 8,73
Maytenus rigida
9 0,184 26,47 1,62 5,88 0,88 0,543 4,762 7,26 6,38
Lippia gracilis
5 0,012 14,71 0,90 23,53 3,51 0,035 0,307 4,72 1,21
Pseudobombax marginatum
2 0,096 5,88 0,36 11,76 1,75 0,282 2,473 4,59 2,83
Allamanda blanchetii
2 0,003 5,88 0,36 11,76 1,75 0,009 0,075 2,19 0,43
Guapira laxa
1 0,038 2,94 0,18 5,88 0,88 0,113 0,990 2,05 1,17
Rhamnidium molle
3 0,011 8,82 0,54 5,88 0,88 0,033 0,287 1,71 0,83
Peltogyne pauciflora
1 0,019 2,94 0,18 5,88 0,88 0,056 0,493 1,55 0,67
Mimosa ophthalmocentra
2 0,006 5,88 0,36 5,88 0,88 0,017 0,146 1,38 0,51
Sebastiania macrocarpa
1 0,010 2,94 0,18 5,88 0,88 0,028 0,247 1,31 0,43
Tabela 17. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na primeira faixa (Margem) da mata ribeirinha do
riacho dos Mares na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB
= área basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Combretum leprosum
163 0,422 479,41 20,84 88,24 8,02 1,240 7,224 36,09 28,07
Morto 94 0,523 276,47 12,02 94,12 8,56 1,539 8,968 29,54 20,99
Caesalpinia pyramidalis
77 0,578 226,47 9,85 88,24 8,02 1,700 9,907 27,77 19,75
Manihot glaziovii
77 0,461 226,47 9,85 82,35 7,49 1,355 7,896 25,23 17,74
Croton sonderianus
103 0,228 302,94 13,17 88,24 8,02 0,670 3,902 25,10 17,07
Commiphora leptophloeos
19 1,004 55,88 2,43 52,94 4,82 2,954 17,211 24,45 19,64
Combretum pisonioides
64 0,249 188,24 8,18 64,71 5,89 0,731 4,260 18,33 12,44
Mimosa ophthalmocentra
25 0,332 73,53 3,20 52,94 4,81 0,977 5,691 13,70 8,89
Myracrodruon urundeuva
18 0,285 52,94 2,30 70,59 6,42 0,839 4,891 13,61 7,19
Piptadenia stipulacea
24 0,224 70,59 3,07 64,71 5,88 0,659 3,839 12,79 6,91
Aspidosperma pyrifolium
14 0,240 41,18 1,79 35,29 3,21 0,705 4,107 9,11 5,90
Anadenanthera colubrina
4 0,278 11,76 0,51 23,53 2,14 0,817 4,759 7,41 5,27
Luetzelburgia auriculata
7 0,106 20,59 0,90 29,41 2,68 0,313 1,825 5,39 2,72
Croton rhamnifolioides
17 0,042 50,00 2,17 23,53 2,14 0,124 0,723 5,04 2,90
Sebastiania macrocarpa
11 0,070 32,35 1,41 17,65 1,61 0,207 1,205 4,22 2,61
Cochlospermum insigne
15 0,053 44,12 1,92 11,76 1,07 0,157 0,912 3,90 2,83
Continua
92
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Sapium glandulatum
4 0,100 11,76 0,51 17,65 1,61 0,293 1,707 3,82 2,22
Guapira laxa
6 0,084 17,65 0,77 17,65 1,61 0,248 1,443 3,81 2,21
Bauhinia cheilantha
6 0,031 17,65 0,77 23,53 2,14 0,092 0,536 3,44 1,30
Tabebuia aurea
1 0,156 2,94 0,13 5,88 0,53 0,459 2,673 3,34 2,80
Guettarda angelica
4 0,017 11,76 0,51 17,65 1,61 0,051 0,299 2,42 0,81
Amburana cearensis
4 0,047 11,76 0,51 11,76 1,07 0,138 0,807 2,39 1,32
Pilosocereus pachycladus
subsp. pernambucensis 1 0,100 2,94 0,13 5,88 0,53 0,294 1,711 2,37 1,84
Capparis flexuosa
3 0,016 8,82 0,38 17,65 1,61 0,047 0,274 2,26 0,66
Cereus jamacaru
1 0,080 2,94 0,13 5,88 0,53 0,234 1,364 2,03 1,49
Chloroleucon foliolosum
2 0,025 5,88 0,25 11,76 1,07 0,073 0,424 1,75 0,68
Jatropha mollissima
3 0,009 8,82 0,38 11,76 1,07 0,028 0,161 1,61 0,55
Erythroxylum revolutum
3 0,005 8,82 0,38 11,76 1,07 0,014 0,080 1,53 0,47
Caesalpinia ferrea
1 0,036 2,94 0,13 5,88 0,53 0,105 0,612 1,27 0,74
Capsicum parvifolium
3 0,003 8,82 0,38 5,88 0,53 0,010 0,059 0,98 0,44
Pilosocereus gounellei
2 0,011 5,88 0,25 5,88 0,53 0,032 0,185 0,98 0,44
Maytenus rigida
1 0,007 2,94 0,13 5,88 0,53 0,021 0,121 0,78 0,25
Ziziphus joazeiro
1 0,005 2,94 0,13 5,88 0,53 0,016 0,091 0,75 0,22
Mimosa paraibana
1 0,004 2,94 0,13 5,88 0,53 0,012 0,072 0,73 0,20
Senna macranthera var.
pudibunda
1 0,001 2,94 0,13 5,88 0,53 0,004 0,023 0,69 0,15
Tournefortia rubicunda
1 0,001 2,94 0,13 5,88 0,53 0,004 0,023 0,69 0,15
Cordia leucocephala
1 0,001 2,94 0,13 5,88 0,53 0,003 0,015 0,68 0,14
Tabela 18. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na segunda faixa (Meio) da mata ribeirinha do riacho
dos Mares na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área
basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Combretum leprosum
110 0,263 323,53 19,57 94,12 9,47 0,774 6,124 35,16 25,70
Morto 91 0,382 267,65 16,19 100,00 10,06 1,124 8,888 35,14 25,08
Caesalpinia pyramidalis
47 0,549 138,24 8,36 70,59 7,11 1,615 12,770 28,23 21,13
Myracrodruon urundeuva
20 0,512 58,82 3,56 58,82 5,92 1,507 11,914 21,39 15,47
Croton sonderianus
56 0,139 164,71 9,96 76,47 7,70 0,410 3,243 20,90 13,21
Luetzelburgia auriculata
29 0,384 85,29 5,16 52,94 5,33 1,130 8,939 19,42 14,10
Commiphora leptophloeos
10 0,514 29,41 1,78 47,06 4,73 1,513 11,965 18,48 13,74
Croton rhamnifolioides
42 0,139 123,53 7,47 47,06 4,73 0,408 3,229 15,44 10,70
Continua
93
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Combretum pisonioides
30 0,196 88,24 5,34 47,06 4,73 0,576 4,559 14,63 9,90
Manihot glaziovii
16 0,084 47,06 2,84 64,71 6,51 0,247 1,954 11,31 4,80
Aspidosperma pyrifolium
16 0,206 47,06 2,84 35,29 3,55 0,606 4,795 11,19 7,64
Pilosocereus gounellei
21 0,131 61,76 3,74 23,53 2,37 0,386 3,050 9,15 6,79
Sapium glandulatum
4 0,190 11,77 0,71 23,53 2,37 0,559 4,418 7,50 5,13
Anadenanthera colubrina
7 0,127 20,59 1,24 29,41 2,96 0,374 2,956 7,16 4,20
Mimosa ophthalmocentra
10 0,094 29,41 1,78 23,53 2,37 0,276 2,185 6,33 3,96
Guettarda angelica
8 0,042 23,53 1,42 23,53 2,37 0,122 0,967 4,76 2,39
Guapira laxa
5 0,037 14,71 0,89 23,53 2,37 0,109 0,859 4,12 1,75
Bauhinia cheilantha
8 0,034 23,53 1,42 11,76 1,18 0,099 0,780 3,39 2,20
Jatropha mollissima
7 0,015 20,59 1,24 17,65 1,78 0,043 0,341 3,36 1,59
Schinopsis brasiliensis
1 0,096 2,94 0,18 5,88 0,59 0,283 2,240 3,01 2,42
Cereus jamacaru
2 0,035 5,88 0,36 11,76 1,18 0,103 0,818 2,36 1,17
Mimosa paraibana
4 0,005 11,77 0,71 11,76 1,18 0,016 0,126 2,02 0,84
Piptadenia stipulacea
2 0,018 5,88 0,36 11,76 1,18 0,052 0,409 1,95 0,76
Lippia gracilis
2 0,009 5,88 0,36 11,76 1,18 0,028 0,219 1,76 0,58
Chloroleucon foliolosum
2 0,009 5,88 0,36 11,76 1,18 0,025 0,198 1,74 0,55
Tocoyena formosa
2 0,003 5,88 0,36 11,76 1,18 0,010 0,075 1,61 0,43
Pilosocereus pachycladus
subsp. pernambucensis
1 0,036 2,94 0,18 5,88 0,59 0,105 0,831 1,60 1,01
Amburana cearensis
1 0,025 2,94 0,18 5,88 0,59 0,073 0,574 1,34 0,75
Capparis flexuosa
2 0,014 5,88 0,36 5,88 0,59 0,042 0,335 1,28 0,69
Allamanda blanchetii
2 0,003 5,88 0,36 5,88 0,59 0,008 0,062 1,01 0,42
Erythroxylum revolutum
1 0,003 2,94 0,18 5,88 0,59 0,008 0,063 0,83 0,24
Tocoyena sellowiana
1 0,003 2,94 0,18 5,88 0,59 0,008 0,060 0,83 0,24
Indeterminada 1 1 0,002 2,94 0,18 5,88 0,59 0,005 0,036 0,81 0,22
Alibertia sp. 1 0,001 2,94 0,18 5,88 0,59 0,002 0,018 0,79 0,20
Tabela 19. Parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do valor de importância (VI) das
espécies arbóreas e arbustivas amostradas na terceira faixa (Borda) da mata ribeirinha do riacho
dos Mares na bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. Ni = número de indivíduos, AB = área
basal, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = freqüência absoluta, FR =
freqüência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VI = valor de
importância, VC = valor de cobertura.
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Morto 105 0,348 308,82 20,19 100,00 10,49 1,024 7,497 38,18 27,69
Caesalpinia pyramidalis
66 0,717 194,12 12,69 76,47 8,03 2,110 15,449 36,17 28,14
Luetzelburgia auriculata
25 0,476 73,53 4,81 47,06 4,94 1,401 10,259 20,00 15,07
Croton sonderianus
54 0,124 158,82 10,38 64,71 6,79 0,365 2,676 19,85 13,06
Continua
94
Continuação
ESPÉCIE
Ni
AB
(m2)
DA
(ind./ha)
DR
(%)
FA
(%)
FR
(%)
DoA
(m2/ha)
DoR
(%)
VI
VC
Croton rhamnifolioides
47 0,17 138,24 9,04 64,71 6,79 0,499 3,652 19,48 12,69
Combretum leprosum
41 0,101 120,59 7,88 64,71 6,79 0,298 2,180 16,85 10,06
Manihot glaziovii
26 0,172 76,47 5,00 70,59 7,41 0,505 3,702 16,11 8,70
Myracrodruon urundeuva
8 0,408 23,53 1,54 35,29 3,70 1,201 8,792 14,03 10,33
Commiphora leptophloeos
6 0,442 17,65 1,15 29,41 3,09 1,299 9,515 13,76 10,67
Anadenanthera colubrina
7 0,383 20,59 1,35 17,65 1,85 1,126 8,248 11,45 9,59
Pilosocereus gounellei
23 0,155 67,65 4,42 29,41 3,09 0,457 3,348 10,86 7,77
Mimosa ophthalmocentra
17 0,064 50,00 3,27 58,82 6,17 0,187 1,368 10,81 4,64
Guapira laxa
9 0,298 26,47 1,73 23,53 2,47 0,876 6,415 10,62 8,15
Aspidosperma pyrifolium
14 0,214 41,18 2,69 29,41 3,09 0,628 4,601 10,38 7,29
Combretum pisonioides
22 0,080 64,71 4,23 41,18 4,32 0,234 1,716 10,27 5,95
Jatropha mollissima
15 0,033 44,12 2,88 41,18 4,32 0,097 0,708 7,91 3,59
Cereus jamacaru
4 0,166 11,76 0,77 17,65 1,85 0,487 3,568 6,19 4,34
Guettarda angelica
9 0,029 26,47 1,73 23,53 2,47 0,084 0,616 4,82 2,35
Lippia gracilis
5 0,011 14,71 0,96 29,41 3,09 0,033 0,242 4,29 1,20
Pilosocereus pachycladus
subsp. pernambucensis
2 0,029 5,88 0,39 11,76 1,23 0,086 0,629 2,25 1,01
Sapium glandulatum
2 0,027 5,88 0,39 11,76 1,23 0,080 0,583 2,20 0,97
Pseudobombax marginatum
1 0,064 2,94 0,19 5,88 0,62 0,190 1,388 2,20 1,58
Piptadenia stipulacea
3 0,016 8,82 0,58 11,76 1,23 0,047 0,342 2,15 0,92
Amburana cearensis
1 0,06 2,94 0,19 5,88 0,62 0,176 1,288 2,10 1,48
Bauhinia cheilantha
2 0,021 5,88 0,39 11,76 1,23 0,062 0,452 2,07 0,84
Allophylus quercifolius
2 0,018 5,88 0,39 11,76 1,23 0,054 0,394 2,01 0,78
Chloroleucon foliolosum
2 0,004 5,88 0,39 5,88 0,62 0,012 0,086 1,09 0,47
Mimosa tenuiflora
1 0,012 2,94 0,19 5,88 0,62 0,036 0,263 1,07 0,46
Tocoyena formosa
1 0,001 2,94 0,19 5,88 0,62 0,003 0,023 0,83 0,21
Entre os 10 maiores Valores de Importância (VI) de cada faixa amostrada nos riachos do
Cazuzinha, Farias e Mares (Tabela 20), observou-se que apenas Caesalpinia pyramidalis,
Combretum leprosum e a categoria Mortos estiveram presentes, com diferentes posições
hierárquicas de VI, em todas as faixas das três áreas estudadas. Além dessas espécies, percebe-se
particularmente que para o riacho do Cazuzinha, Aspidosperma pyrifolium, Combretum
pisonioides, Croton rhamnifolioides, Sebastiania macrocarpa e Sideroxylon obtusifolium foram
comuns às três faixas, observadas estas também com diferentes posições hierárquicas de VI. No
riacho do Farias, apenas Aspidosperma pyrifolium, Croton sonderianus e Pilosocereus gounellei,
estiveram nas três faixas, enquanto no riacho dos Mares este comportamento foi seguido por
Commiphora leptophloeos, Croton sonderianus, Manihot glaziovii e Myracrodruon urundeuva.
95
Tabela 20. Relação dos 10 maiores valores de importância (VI) encontrados por faixa (Margem,
Meio e Borda) nos riachos do Cazuzinha, Farias e Mares, na bacia do rio Taperoá, semi-árido
paraibano. Os números nas faixas indicam a posição em ordem decrescente de VI em cada área.
Cazuzinha Farias Mares ESPÉCIES
Margem Meio Borda Margem Meio Borda Margem Meio Borda
Anadenanthera colubrina 9 - - - - - - - 10
Aspidosperma pyrifolium 2 3 1 5 5 5 - - -
Caesalpinia pyramidalis 3 5 3 2 1 1 3 3 2
Combretum leprosum 8 7 8 1 3 6 1 1 6
Combretum pisonioides 1 2 5 - - - 7 9 -
Commiphora leptophloeos - - - - - - 6 7 9
Croton rhamnifolioides 4 1 4 - - - - 8 5
Croton sonderianus - 10 7 3 2 2 5 5 4
Jatropha mollissima - - - - 9 8 - - -
Lippia gracilis - - - 10 7 - - - -
Luetzelburgia auriculata - - - - - - - 6 3
Manihot glaziovii - - - - - - 4 10 7
Maytenus rigida - - - 7 - 10 - - -
Morto
6 4 2 4 4 4 2 2 1
Mimosa ophthalmocentra - - - - - - 8 - -
Myracrodruon urundeuva - - - - - - 9 4 8
Pilosocereus gounellei - - - 8 6 3 - - -
Piptadenia stipulacea - - - - - 10 - -
Schinopsis brasiliensis - 9 - - - 9 - - -
Sebastiania macrocarpa 7 8 9 - - - - - -
Sideroxylon obtusifolium 5 6 6 - 8 7 - - -
Tabebuia aurea - - - 6 - - - - -
Ziziphus joazeiro 10 - 10 9 10 - - - -
A distribuição da densidade absoluta e dominância absoluta para as 10 espécies com
maior VI em cada faixa nas três áreas, sem considerar a categoria Mortos, resultou nos gráficos
apresentados nas Figuras 30, 31 e 32. Nesse sentido, considerando essa distribuição observou-se
a formação de diferentes grupos, os quais se encontram a seguir definidos por área amostrada:
Riacho do Cazuzinha - Espécies preferenciais pela Margem: Combretum pisonioides,
Croton rhamnifolioides, Sideroxylon obtusifolium, Sebastiania macrocarpa, Combretum
leprosum, Anadenanthera colubrina e Ziziphus joazeiro; Espécies preferenciais pelo Meio:
Schinopsis brasiliensis e Myracrodruon urundeuva; Espécies preferenciais pela Borda:
Aspidosperma pyrifolium, Caesalpinia pyramidalis e Caesalpinia ferrea; Espécies indiferentes:
Croton sonderianus.
96
Figura 30. Análise da densidade absoluta (DA) e dominância absoluta (DoA) das 10 espécies
mais importantes em termos de VI em cada faixa ribeirinha (Margem, Meio e Borda)
amostrada no riacho do Cazuzinha.
97
Figura 31. Análise da densidade absoluta (DA) e dominância absoluta (DoA) das 10 espécies
mais importantes em termos de VI em cada faixa ribeirinha (Margem, Meio e Borda)
amostrada no riacho do Farias.
98
99999999999999999999999999999999
Figura 32. Análise da densidade absoluta (DA) e dominância absoluta (DoA) das 10 espécies
mais importantes em termos de VI em cada faixa ribeirinha (Margem, Meio e Borda)
amostrada no riacho dos Mares.
99
Riacho do Farias - Espécies preferenciais pela Margem: Combretum leprosum, Tabebuia
aurea, Maytenus rigida, Ziziphus joazeiro, Schinopsis brasiliensis e Commiphora leptophloeos;
Espécies preferenciais pela Borda: Pilosocereus gounellei, Sideroxylon obtusifolium e Jatropha
mollissima; Espécies preferenciais pela Margem e pelo Meio: Lippia gracilis; Espécies
preferenciais pelo Meio e pela Borda: Croton sonderianus; Espécies indiferentes: Caesalpinia
pyramidalis e Aspidosperma pyrifolium.
Riacho dos Mares - Espécies preferenciais pela Margem: Combretum leprosum, Manihot
glaziovii, Croton sonderianus, Commiphora leptophloeos, Combretum pisonioides, Mimosa
ophthalmocentra e Piptadenia stipulacea; Espécies preferenciais pelo Meio
: Myracrodruon
urundeuva; Espécies preferenciais pela Borda
: Caesalpinia pyramidalis, Luetzelburgia
auriculata e Anadenanthera colubrina; Espécies preferenciais pelo Meio e pela Borda: Croton
rhamnifolioides e Pilosocereus gounellei; Espécies indiferentes: Aspidosperma pyrifolium.
De modo geral, considerando as espécies preferenciais presentes em mais de um riacho,
verificou-se que seguiam o mesmo comportamento em todas as áreas de ocorrência: Espécies
preferenciais pela Margem - Combretum leprosum (riachos do Cazuzinha, Farias e Mares),
Combretum pisonioides (riachos do Cazuzinha e Mares), Commiphora leptophloeos (riachos do
Farias e Mares) e Ziziphus joazeiro (riachos do Cazuzinha e Farias); Espécies preferenciais pelo
Meio - Myracrodruon urundeuva (riachos do Cazuzinha e Mares).
Os valores totais e médios de alguns parâmetros das faixas de cada área ribeirinha
estudada são apresentados na Tabela 21. Assim, considerando as três áreas, observou-se que a
densidade total diminuiu da Margem até a Borda, sendo a exceção observada no riacho do
Cazuzinha que teve o valor da borda maior que o do Meio. A área basal total, para Cazuzinha e
Farias, apresentou o mesmo comportamento, com os valores decrescendo da Margem para a
Borda. Entretanto, no riacho dos Mares, embora sendo superior o valor da Margem em relação às
outras faixas, particularmente a Borda apresentou um total um pouco superior ao encontrado no
Meio.
Assim como a área basal total, os valores de diversidade para Cazuzinha e Farias,
decresceram também da Margem para a Borda. Comportamento inverso ocorreu no riacho dos
Mares onde os valores de diversidade diminuíram da Borda para a Margem.
Relacionado ao diâmetro médio (Tabela 21), observou-se que no riacho do Cazuzinha o
maior valor foi encontrado no Meio, enquanto que a Margem e a Borda tiveram os mesmos
valores médios. Particularmente para Farias, os valores decresceram da Margem para a Borda,
enquanto que em Mares o comportamento foi o inverso, ou seja, os valores decresceram da
Borda para a Margem. Considerando os valores de altura média (Tabela 21) tem-se que
100
Cazuzinha e Farias tiveram o mesmo comportamento, onde os valores decresceram da Margem
para a Borda. Por outro lado, no riacho dos Mares, embora sendo superior o valor da Margem em
relação às outras faixas, particularmente a Borda apresentou um valor médio superior ao
encontrado no Meio.
Tabela 21. Valores totais e médios das três faixas amostradas (Margem, Meio e Borda) nos
riachos do Cazuzinha, Farias e Mares. P = número de parcelas; A = área amostrada; NI = número
de indivíduos amostrados; NE = número de espécies; DT = densidade total; ABT = área basal
total; D = diâmetro médio; H = altura média; H’ = índice de diversidade de Shannon; J’ = índice
de equabilidade de Pielou.
Cazuzinha Farias Mares
Margem Meio Borda Margem Meio Borda Margem Meio Borda
P 17 17 17 17 17 17 17 17 17
A (ha) 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34
NI 881 613 644 686 597 555 782 562 520
NE 44 40 32 32 29 17 36 33 28
DT (indiv.ha
-1
) 2.591 1.803 1.894 2.018 1.756 1.632 2.300 1.653 1.529
ABT (m
2
.ha
-1
) 30,189 23,855 22,222 22,92 12,53 11,395 17,165 12,646 13,657
D (cm) 12,2 13,0 12,2 12,1 9,5 9,4 9,8 9,9 10,7
H (m) 5,5 5,4 5,3 4,1 3,9 3,5 4,9 4,6 4,7
H’ (nats.ind.
-1
) 2,65 2,60 2,36 2,22 2,09 1,85 2,56 2,70 2,75
J’ 0,70 0,70 0,68 0,64 0,62 0,65 0,71 0,77 0,83
As distribuições dos diâmetros e alturas para as diferentes faixas (Margem, Meio e
Borda) são mostradas pelos gráficos das Figuras 33 e 34. A primeira faixa (Margem), de modo
geral, foi a que apresentou o maior número de indivíduos nas várias classes de diâmetro e altura.
A segunda faixa (Meio) e a terceira (Borda) apresentaram, na maioria dos casos, valores pouco
diferenciados entre si nas diversas classes analisadas para diâmetro e altura.
De modo geral, em termos de estrutura da comunidade arbórea-arbustiva, houve uma
evidente diferenciação entre as parcelas de Margem, Meio e Borda nos três riachos pesquisados.
VAN DEN BERG (1995) ao realizar estudos com vegetação ribeirinha em Minas Gerais também
evidenciou, através da análise da distribuição das espécies em faixas, uma marcante distinção
entre as mesmas. Autores como SILVA JÚNIOR (2001) e BERTANI et al. (2001) colocam,
entre outros aspectos, que a distância das margens dos córregos também produziu diferenças
estruturais nas comunidades amostradas.
101
Figura 33. Distribuição dos indivíduos arbustivo-arbóreos por classes de diâmetro
nas faixas ribeirinhas (Margem, Meio e Borda) dos riachos amostrados.
102
Figura 34. Distribuição dos indivíduos arbustivo-arbóreos por classes de altura nas
faixas ribeirinhas (Margem, Meio e Borda) dos riachos amostrados.
103
Assim, observou-se que, de maneira geral, a primeira faixa (Margem) destacou-se das
demais (Meio e Borda) pela maior densidade total e área basal total. Em relação a estes
parâmetros, observou-se claramente que Meio e Borda tiveram uma maior aproximação, ficando
a Margem com as maiores diferenças. Analisando as correlações entre a distribuição das espécies
e variáveis ambientais em Minas Gerais, DALANESI et al. (2004) citam que, entre outros
aspectos, é possível que a maior escassez hídrica, principalmente nas áreas mais distantes do
curso d’água, contribua para biomassa relativamente mais baixa, expressa pela área basal.
Os índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’) seguiram o mesmo comportamento
para Cazuzinha e Farias, onde os valores decresceram da Margem para a Borda. Por outro lado,
padrão inverso foi seguido por Mares. Para este último caso, embora o número de espécies
decrescesse da Margem para a Borda, os valores de equabilidade decresceram da Borda para a
Margem e isso definiu os valores de diversidade encontrados em Mares. Tais valores ficam mais
evidentes quando, nas Tabelas 17, 18 e 19, verifica-se a porcentagem de VI correspondente às
seis espécies mais dominantes de cada faixa. Nesse sentido, tem-se que nas parcelas de Margem
as seis primeiras espécies responderam por 56,15% do VI total, nas parcelas de Meio, por
53,41% e nas de Borda, por 50,18%, coerentemente indicando uma maior equabilidade nesta
última faixa que nas demais, e consequentemente, uma maior diversidade.
Em relação aos dados de altura e diâmetro médios dispostos na Tabela 21, observou-se,
com algumas exceções, que a Borda apresentou os menores valores quando comparada com a
Margem e o Meio. SCHIAVINI (1992) na Estação Ecológica do Panga, Uberlândia, MG,
também encontrou os menores valores de diâmetro e altura média na área de mata de galeria
limitante com a vegetação campestre circundante. VAN DEN BERG (1995) evidenciou também,
através da análise da distribuição das espécies em faixas, que os menores valores de diâmetro e
altura média foram encontrados na faixa mais distante do curso d’água. Para este último autor,
tais diferenças podem ser explicadas, dentre outros aspectos, devido ao fato de que a Borda
poderia ser uma zona de tensão entre dois tipos de vegetação e, como tal, possuiria condições
estressantes para as árvores ali presentes, inibindo o crescimento em diâmetro e altura. Autores
como BRACK (2002) colocam ainda a disponibilidade de água como uma das condições
ambientais que define o crescimento e o desenvolvimento dos vegetais.
4
4
.
.
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Õ
Õ
E
E
S
S
Considerando as três faixas ribeirinhas analisadas para os riachos do Cazuzinha, Farias e
Mares observou-se que a riqueza florística apresentou diferenças quando relacionada à distância
104
da margem dos cursos d’água. Assim, tem-se que os valores no número de espécies, nos três
ambientes, decresceram da Margem para a Borda.
Algumas espécies tiveram ocorrência exclusiva ou preferencial em uma ou duas das
faixas (Margem, Meio e Borda) enquanto outras ocorreram nas três. Assim, a definição dos
dados levantados evidencia que para algumas espécies a ocorrência exclusiva ou preferencial é
um indicativo da sua seletividade ambiental principalmente quando relacionada com a
disponibilidade de água. Por outro lado, a ocorrência exclusiva ou concentrada nas áreas mais
distantes do curso d’água, demonstra a ligação florística com a vegetação adjacente de Caatinga.
De modo geral, em termos de estrutura da comunidade arbustiva-arbórea, houve uma
evidente diferenciação entre as parcelas de Margem, Meio e Borda nos três riachos pesquisados.
Nesse sentido, observou-se que a primeira faixa (Margem) destacou-se das demais (Meio e
Borda) pela maior densidade total e área basal total. Para Cazuzinha e Farias os valores de
diversidade decresceram da Margem para a Borda. Por outro lado, padrão inverso foi seguido por
Mares. Para este último caso, embora o número de espécies decrescesse da Margem para a
Borda, os valores de equabilidade decresceram da Borda para a Margem e isso definiu os valores
de diversidade encontrados em Mares. Em relação aos dados de altura e diâmetro médios
observou-se, com algumas exceções, que a Borda apresentou os menores valores quando
comparada com a Margem e o Meio.
Portanto, considera-se que o distanciamento dos cursos d’água, possivelmente
relacionado com o conteúdo de água no solo, seja um dos principais fatores que definem
diferentes formas de distribuição espacial das espécies, estabelecendo assim variações florísticas
e fitossociológicas nas comunidades estudadas. Entretanto, observa-se que devido à possibilidade
de outras variáveis ambientais poderem também interferir na forma de distribuição dos
indivíduos no espaço, torna-se recomendável o desenvolvimento de estudos em outros ambientes
ribeirinhos de Caatinga, visando confirmar se as tendências de preferências apresentadas pelas
espécies deste trabalho são mantidas.
C
C
O
O
N
N
S
S
I
I
D
D
E
E
R
R
A
A
Ç
Ç
Õ
Õ
E
E
S
S
F
F
I
I
N
N
A
A
I
I
S
S
Ao chegarmos às páginas finais desse trabalho vem a certeza que estamos apenas no
começo da caminhada e que muito precisa ainda ser estudado para se terem definidas as
principais características da vegetação ribeirinha no domínio das caatingas. Entretanto, as
contribuições aqui geradas vêm a fortalecer a idéia de que a vegetação que acompanha os
cursos d’água é marcada pela influência de uma série de fatores que do entrelaçamento de uns e
de outros é que determinam as paisagens naturais desse ambiente.
Assim, considera-se essencial a necessidade de se intensificar esforços para se avaliar
as peculiaridades florísticas, estruturais e as relações que se estabelecem entre os fatores
físicos e bióticos em áreas ribeirinhas de Caatinga conservadas. Além desses aspectos, é
importante ainda direcionar estudos sobre os saberes ribeirinhos construídos através de sua
relação com a vegetação presente ao longo dos cursos d’água intermitentes.
A geração dessa base de dados permitirá acumular o conhecimento necessário para
ajudar a responder questões fundamentais da vegetação ribeirinha, ou seja, qual a diversidade
mínima que deverá ser recuperada para garantir a perpetuação da área; quais interações
bióticas e abióticas são fundamentais para o sucesso da recuperação ecológica; se a grande
quantidade de espécies com poucos indivíduos por hectare seria em decorrência de fatores
abióticos (solo, topografia, altura do lençol freático, etc.), bióticos (dispersão, senilidade,
doenças, etc.) ou devido ao uso constante pelo homem ao longo do tempo; como os
parâmetros comunitários e populacionais devem ser considerados nas propostas de
recuperação e ainda como as interações homem e ambiente ribeirinho podem interferir no
processo de recuperação da vegetação.
Portanto, a discussão dos resultados gerados a partir dessas questões é que subsidiará
o aprofundamento teórico e a avaliação da adequabilidade das ações atualmente propostas
para conservação, manejo e recuperação de áreas ciliares.
B
B
I
I
B
B
L
L
I
I
O
O
G
G
R
R
A
A
F
F
I
I
A
A
G
G
E
E
R
R
A
A
L
L
Ab’SABER, A. N. Contribuição à geomorfologia da área dos cerrados. In: SIMPÓSIO SOBRE
O CERRADO. Anais... São Paulo: Editora Edgard Blücher e Editora da Universidade de São
Paulo, 1971. p.97-103.
Ab’SÁBER, A. N. O suporte geológico das florestas beiradeiras (ciliares). In: RODRIGUES, R.
R. & LEITÃO FILHO, H. F. (eds.). Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo:
EDUSP/FAPESP, 2004. p. 15-25.
AGUIAR, J.; LACHER, T. & SILVA, J. M. C. The Caatinga. In: GIL, P. R. (ed.). Wilderness –
Earth’s Last Wild Places. CEMEX, Cidade do México. 2002. p.174-181
ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B. & RODAL, M. J. N. Florística e
fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru,
Pernambuco. Acta botanica brasilica 17(2): 287-303. 2003.
ANDRADE, A. C. S. Influência da saturação hídrica do solo e do sombreamento no
crescimento de plantas jovens de espécies de matas ribeirinhas. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 2001. 133p.
ANDRADE-LIMA, D. Vegetação. In: LINS, R. C. (ed.). Bacia do Parnaíba: aspectos
fisiográficos. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1978. p.131-135. (Série
Estudos e Pesquisas, 9).
ANDRADE-LIMA, D. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica 4(2): 149-163.
1981.
ARAÚJO, E. L.; SAMPAIO, E. V. S. B. & RODAL, M. J. N. Composição florística e
fitossociologia de três áreas de caatinga de Pernambuco. Revista Brasileira Biologia 55(4): 595-
607. 1995.
ARAÚJO, E. L.; SILVA, K. A.; FERRAZ, E. M. N.; SAMPAIO, E. V. S. B. & SILVA, S. I.
Diversidade de herbáceas em microhabitats rochoso, plano e ciliar em uma área de caatinga,
Caruaru, PE, Brasil. Acta botanica brasilica 19(2): 285-294. 2005.
ARAÚJO, F. S.; MARTINS, F. R. & SHEPHERD, G. J. Variações estruturais e florísticas do
carrasco no planalto da Ibiapaba, estado do Ceará. Revista Brasileira de Biologia 59(4): 663-678.
1999.
ARAÚJO, F. S.; SAMPAIO, E. V. S. B.; FIGUEIREDO, M. A.; RODAL, M. J. N. &
107
FERNANDES, A. G. Composição florística da vegetação de carrasco, Novo Oriente, CE.
Revista Brasileira de Botânica 21(2): 15-26. 1998a.
ARAÚJO, F. S.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODAL, M. J. N. & FIGUEIREDO, M. A.
Organização comunitária do componente lenhoso de três áreas de carrasco em Novo Oriente -
CE. Revista Brasileira de Biologia 58(1): 85-95. 1998b.
ARAÚJO FILHO, J. A.; CARALHO, F. C.; GARCIA, R. et al. Efeitos da manipulação da
vegetação lenhosa sobre a produção e compartimentalização da fitomassa pastável de uma
caatinga sucessional. Revista Brasileira de Zootecnia 31(1): 11-19. 2002.
ASSAD-LUDEWIGS, I. Y.; PINTO, M. M.; SILVA, N. L.; GOMES, C. G. & KANASHIRO, S.
Propagação, crescimento e aspectos ecofisiológicos em Croton urucurana Baill.
(Euphorbiaceae), arbórea nativa pioneira de mata ciliar. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA
CILIAR. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p. 284-298.
BARBOSA, F. M.; BARBOSA, M. R. V. & LACERDA, A. V. Comparação da composição
florística e estrutura da caatinga em áreas de extração de cascas de angico-vermelho
(Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan) no Cariri Ocidental da Paraíba. In: SIMPÓSIO DE
ECOSSISTEMAS BRASILEIROS PATRIMÔNIO AMEAÇADO, 6. Anais... São José dos
Campos, São Paulo, 2004. p.461-465.
BARBOSA, J. M.; BARBOSA, L. M.; ANDREANI JÚNIOR, R.; SILVA, T. S.; VERONESE,
S. A. & ZELLER, M. F. B. Estudos dos efeitos da periodicidade da inundação sobre o vigor das
sementes e desenvolvimento de plântulas para oito espécies ocorrentes em mata ciliar. In:
SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.310-319.
BARBOSA, L. M. Estudos interdisciplinares do Instituto de Botânica em Moji-Guaçu, SP. In:
SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.171-191.
BARBOSA, M. R. V. Estudo florístico e fitossociológico da Mata do Buraquinho,
remanescentes de mata atlântica em João Pessoa, PB. Tese de Doutorado. Universidade
Estadual de Campinas, Campinas. 1996.
BARRELLA, W.; PETRERE JÚNIOR, M.; SMITH, W.S. & MONTAG, L.F.A. As relações
entre as matas ciliares, os rios e os peixes. In: RODRIGUES, R. R. & LEITÃO FILHO H. F.
(eds.). Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 2004. p.187-
207.
BERTANI, D. F.; RODRIGUES, R. R.; BATISTA, J. L. F. & SHEPHERD, G. J. Análise
108
temporal da heterogeneidade florística e estrutural em uma floresta ribeirinha. Revista Brasileira
de Botânica 24(1): 11-23. 2001.
BERTONI, J. E. A. Composição florística e estrtura de uma floresta do interior do Estado de
São Paulo: Reserva Estadual de Porto Ferreira. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual
de Campinas, Campinas. 1984. 195p.
BERTONI, J. E. A; STUBBLEBINE, W. H., MARTINS, F. R. & LEITÃO FILHO, H. F. Nota
prévia: comparação fitossociológica das principais espécies de florestas de terra firme e de
várzea na Reserva Estadual de Porto Ferreira (SP). In: CONGRESSO NACIONAL DE
ESSÊNCIAS NATIVAS. Anais... Campos do Jordão, São Paulo, 1982. p.563-571. (Edição
especial).
BOTELHO, S. A. & DAVIDE, A. C. Métodos silviculturais para recuperação de nascentes e
recomposição de matas ciliares. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE RECUPERAÇÃO DE
ÁREAS DEGRADADAS, 5. Anais... Belo Horizonte, Minas Gerais, 2002. p.123-145.
BOTELHO, S. A.; FARIA, J. M. R.; FURTINI NETO, A. E. & RESENDE, A. V. Implantação
de Florestas de Proteção. Lavras: UFLA/FAEPE, 2001. 81p.
BOTREL, R. T.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.; RODRIGUES, L. A. & CURI, N. Influência do solo
e topografia sobre as variações da composição florística e estrutura da comunidade arbóreo-
arbustiva de uma floresta estacional semidecidual em Ingaí, MG. Revista Brasileira de Botânica
25(2): 195-213. 2002.
BRACK, P. Estudos fitossociológicos e aspectos fitogeográficos de duas áreas de Floresta
Atlântica de encosta no Rio Grande do Sul. Tese de Doutorado. Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos. 2002. 134p.
BRUMMITT, R. F. & POWELL, C. E. Authors of plant names. Royal Botanic Gardens/Kew,
London. 1992.
CAIN, S. A. & CURTIS, G. M. Manual of vegetation analysis. New York: Hafuer, 1959. 325p.
CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. & VILELA, E. A. Flora arbustivo-arbórea de
mata ripária do Médio Rio Grande (Conquista, Estado de Minas Gerais). Cerne 2(2): 048-068.
1996.
CASTRO, A. A. J. F. Florística e fitossociologia e um cerrado marginal brasileiro, Parque
Estadual de Vaçununga, Santa Rita do Passa Quatro-SP. Dissertação de Mestrado. Universidade
Estadual de Campinas, Campinas. 1987. 238p.
109
CATHARINO, E. L. M. Florística de matas ciliares. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR.
Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.61-70.
CAUSTON, D. R. An introduction to vegetation analysis, principles, practice and interpretation.
London: Unwin Hyman, 1988. 342p.
CAVALCANTI, A. D. C.; RODAL, M. J. N.; SILVA, A. C. B. L.; COSTA, K. C. C. &
PESSOA, L. M. Análise da distribuição espacial da vegetação em uma área prioritária para a
conservação da biodiversidade da Caatinga - Betânia/Floresta, Pernambuco. In: CONGRESSO
DE ECOLOGIA DO BRASIL, 6. Anais... Fortaleza, Ceará, 2003. p.319-320.
CAVASSAN, O.; CESAR, O. & MARTINS, R. F. Fitossociologia da vegetação arbórea da
Reserva Estadual de Bauru, Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Botânica 7(2): 91-106,
1984.
CHAGAS E SILVA, F.; FONSECA, E. P.; SOARES-SILVA, L. H.; MULLER, C. &
BIANCHINI, E. Composição florística e fitossociológica do componente arbóreo das florestas
ciliares da bacia do rio Tibagi. 3. fazenda Bom Sucesso, município de Saponema, PR. Acta
botanica brasilica 9(2): 289-302. 1995.
CHATFIELD, C. & COLLINS, A. J. Introduction to multivariate analysis. London: Chapman
and Hall. 1983.
CORBACHO, C.; SÁNCHEZ, J. M. & COSTILLO, E. Patterns of structural complexity and
human disturbance of riparian vegetation in agricultural landscapes of a Mediterranean area.
Agriculture, Ecosystems and Environment 95: 495-507. 2003.
CORREIA, M. S. Estrutura da vegetação da mata serrana em um brejo de altitude em
Pesqueira-PE. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco. 1996. 89p.
CRONQUIST, A. The evolution and classification of flowering plants. New York: The New
York Botanical Garden, 1988. 555p.
DALANESI, P. E.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. & FONTES, M. A. L. Flora e estrutura do
componente arbóreo da floresta do Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito, Lavras, MG, e
correlações entre a distribuição das espécies e variáveis ambientais. Acta botanica brasilica
18(4): 737-757. 2004.
DAUBENMIRE, R. Plant communities: a textbook of plant synecology. New York: Harper;
Row, 1968.
110
DAVIDE. A. C. Seleção de espécies vegetais para recuperação de áreas degradas. In:
SIMPÓSIO SUL-AMERICANO, 1, E SIMPÓSIO NACIONAL 2: RECUPERAÇÃO DE
ÁREAS DEGRADADAS. Anais... Foz do Iguaçu, Curitiba, 1994. p.111-122.
DELITTI, W. B. C. Ciclagem de nutrientes minerais em matas ciliares. In: SIMPÓSIO SOBRE
MATA CILIAR. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.88-98.
DEMATTÊ, M. E. S. P. Recomposição de matas ciliares na região de Jaboticabal, SP. In:
SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.160-170.
DIAS, M. C.; VIEIRA, A. O. S.; NAKAJIMA, J. N.; PIMENTA, J. A. & LOBO, P. C.
Composição florística e fitossociologia do componente arbóreo das florestas ciliares do rio Iapó,
na bacia do rio Tibagi, Tibagi, PR. Revista Brasileira de Botânica 21(2): 183-196. 1998.
DURIGAN, G. & LEITÃO FILHO, H. F. Florística e fitossociologia de matas ciliares do Oeste
Paulista. Revista Instituto Florestal 7(2): 197-239. 1995.
DURIGAN, G. & SILVEIRA, E. R. Recomposição da mata ciliar em domínio de cerrado, Assis,
SP. Scientia Forestalis 56: 135-144. 1999.
DURIGAN, G.; RODRIGUES, R. R. & SCHIAVINI, I. A heterogeneidade ambiental definindo
a metodologia de amostragem da mata ciliar. In: RODRIGUES, R. R. & LEITÃO FILHO, H. F.
(eds.). Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 2004. p. 159-
168.
FELFILI, J. M., RIBEIRO, J. F., FAGG, C. W. & MACHADO, J. W. B. Recuperação de matas
de galeria. Planaltina: EMBRAPA Cerrados, 2000. 45p.
FERNANDES, A. Fitogeografia do semi-árido. In: REUNIÃO ESPECIAL DA SOCIEDADE
BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, 4. Anais... Feira de Santana, 1996. p.215-
219.
FERRAZ, E. M. N. Variação florística – vegetacional na Região do Pajeú, Pernambuco.
Dissertação de Mestrado. Universidade Rural de Pernambuco, Recife. 1994. 197p.
FERRAZ, E. M. N.; RODAL, M. J. N.; SAMPAIO, E. V. S. B. & PEREIRA, R. C. A.
Composição florística em trechos de caatinga e brejo de altitude na região do Vale do Pajeú,
Pernambuco. Revista Brasileira de Botânica 21(1): 7-15. 1998.
FERREIRA, R. L. C. Análise estrutural da vegetação da Estação Florestal de experimentação
de Açu – RN, como subsídio básico para o manejo florestal. Dissertação de Mestrado.
111
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 1988. 90p.
FERRI, M. G. Vegetação brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980. 157p.
GORGÔNIO, A. S. Estudo ambiental de alterações antrópicas nas matas de galeria da bacia
hidrográfica do Ribeirão Taboca. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis, 1998. 70p. (Série Meio Ambiente em Debate, 21).
GIULIETTI, A. M.; HARLEY, R. M.; QUEIROZ, L. P.; BARBOSA, M. R. V.; BOCAGE
NETA, A. L. & FIGUEIREDO, M. A. Espécies endêmicas da caatinga. In: SAMPAIO, E. V. S.
B. et al. (eds). Vegetação e flora da caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste – APNE;
Centro Nordestino de Informações sobre Plantas – CNIP, 2002. p.103-118.
HARPER, K. T.; SANDERSON, S. C. & McARTHUR, E. D. Riparian ecology in National Park,
Utah. USDA. Forest Service. INT general technical report, 298: 32-42. 1992.
HUBÁLEK, Z. Coefficients of association and similarity, based on binary (presence-abscence)
data: an evaluation. Biological Reviews of Cambridge Philosophycal Society 57: 669-689. 1982.
JOFFILY, I. Notas sobre a Parahyba. Brasília: Thesaurus, 1977. 449p.
JOLY, C. A. Biodiversity of the Gallery forest and its role in soil stability in the Jacaré-Pepira
water, State of São Paulo, Brazil. In: JENSEN, A. E. (ed.) Ecotones at the river basin scale-
global land/water interactions: proceedings of Ecotones Regional/Workshop. Barmera, South
Australia. 1994. p.40-66,
KAGEYAMA, P. Y. & CASTRO, C. F. A. Sucessão secundária, estrutura genética e plantações
de espécies arbóreas nativas. IPEF 41/42: 83-93. 1989.
KAGEYAMA, P. Y. & DIAS, I. S. Aplicação da genética em espécies florestais nativas. Silvic.
S. Paulo 16A(2): 728-791, 1982.
KENT, M. & COKER, P. Vegetation description and analysis: a pratical approach. London:
John Willey & Sons. 1992.
KUHLMANN, E. Vegetação. In: Geografia do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, v.2, 1977. p.166-
176.
LACERDA, A. V. A semi-aridez e a gestão em bacias hidrográficas: visões e trilhas de um
divisor de idéias. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2003. 164p.
LACERDA, A. V. & BARBOSA, F. M. Matas ciliares no domínio das caatingas. João Pessoa:
Editora Universitária/UFPB, 2006. 150p.
112
LACERDA, A. V.; NORDI, N.; BARBOSA, F. M. & WATANABE, T. Estudo florístico de
matas ciliares nos ambientes intermitentes da bacia do rio Taperoá, semi-árido paraibano. In:
SIMPÓSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS, 6. Anais... São Paulo: ACIESP, v.2, p.450-
454. 2004.
LEMOS, J. R. Composição florística do Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí, Brasil.
Rodriguésia 55(85): 55-66. 2004.
LEMOS, J. R. & RODAL, M. J. N. Fitossociologia do componente lenhoso de um trecho da
vegetação de caatinga no Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí, Brasil. Acta botanica
brasilica 16(1): 23-42. 2002.
LIMA, W. P. Função hidrológica da mata ciliar. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR.
Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.25-42.
LIMA, W. P. Aspectos hidrológicos da recuperação de zonas ripárias degradadas. In: SIMPÓSIO
NACIONAL SOBRE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS, 5. Anais... Belo
Horizonte, Minas Gerais, 2002. p.170-174.
LIMA, W. P. & ZAKIA, M. J. B. Hidrologia de matas ciliares. In: RODRIGUES, R. R. &
LEITÃO FILHO H. F. (eds.). Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo:
EDUSP/FAPESP, 2004. p.33-44.
LOBO, P. C. & JOLY, C. A. Mecanismos de tolerância à inundação de plantas de Talauma
ovata St. Hill. (Magnoliaceae): uma espécie típica de matas de brejo. Revista Brasileira de
Botânica 18: 177-183. 1995.
LOBO, P. C. & JOLY, C. A. Ecofisiologia da germinação de sementes de Talauma ovata St.
Hill. (Magnoliaceae): uma espécie típicade matas de brejo. Revista Brasileira de Botânica 19:
35-40. 1996.
LOURENÇO, C. E. L. & BARBOSA, M. R. V. Flora da fazenda Ipuarana, Lagoa Seca, Paraíba
(guia de campo). Revista Nordestina de Biologia 17(1/2): 23-58. 2003.
LUDWIG, J. A. & REYNOLDS, J. F. Statistical ecology: A primer on methods and computing.
New York: Jonh Wiley & Sons. 1988. 337p.
MAGURRAN, A. E. Ecological diversity and its measurement. Princeton, Princeton University
Press, 1988. 179p.
MANTOVANI, W. Conceituação e fatores condicionantes. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA
113
CILIAR. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.11-19.
MANTOVANI, W.; ROSSI, L.; ROMANIUC NETO, S.; ASSAD-LUDEWIGS, I. Y.;
WANDERLEY, M. G. L.; MELO, M. M. R. F. & TOLEDO, C. B. Estudo fitossociológico de
áreas de matas ciliares em Moji-Guaçu, SP, Brasil. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR.
Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.235-267.
MARIANO, G.; CRESTANA, C. S. M.; GIANNOTTI, E. & COUTO, H. T. Z. Regeneração
natural em área à margem de represa, no município de Piracicaba, SP. São Paulo, Rev. Inst. Flor.
10(1): 81-93, 1998.
MARINHO-FILHO, J. & GASTAL, M. L. Mamíferos das matas ciliares dos cerrados do Brasil
Central. In: RODRIGUES, R. R. & LEITÃO FILHO H. F. (eds.). Matas Ciliares: conservação e
recuperação. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 2004. p.209-221.
MARTINS, F. R. Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: Editora da UNICAMP, 1991.
246p.
MEIRA-NETO, J. A. A.; BERNACCI, L. G.; GROMBONE, T. M.; TAMASHIRO, J. Y. &
LEITÃO FILHO, H. F. Composição florística da floresta semidecídua de altitude do Parque
Municipal da Grota Funda. Acta botanica brasilica 3(2): 51-74. 1989.
MELO, E. Levantamento da família Polygonaceae no estado da Bahia, Brasil: espécies do semi-
árido. Rodriguésia 50(76/77): 29-47. 1999.
MENDES, B. V. Biodiversidade e desenvolvimento sustentável do semi-árido. Fortaleza:
SEMACE, 1997. 108p.
MEUNIER, I. M. J. & CARVALHO, A. J. E. Crescimento da caatinga submetida a diferentes
tipos de cortes, na Região do Seridó do Rio Grande do Norte. Natal: Projeto
MMA/FAO/UTF/BRA/047. 2000. 28p. (Boletim Técnico, 4).
MEYER, S. T.; SILVA, A. F.; MARCO JÚNIOR, P. & MEIRA NETO, J. A. A. Composição
florística da vegetação arbórea de um trecho de floresta de galeria do Parque Estadual do Rola-
Moça na Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, Brasil. Acta botanica brasilica 18(4):
701-709. 2004.
MIRANDA, E. E. Ecologia das comunidades vegetais da caatinga: prioridades de pesquisa. In:
SIMPÓSIO SOBRE CAATINGA E SUA EXPLORAÇÃO RACIONAL. Anais... Brasília:
EMBRAPA-DDT, 1984. p.185-188.
114
MIRANDA, E. E. & SILVA, G. C. Ecologia da vegetação de matas ciliares nas depressões
inundáveis do semi-árido brasileiro. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR. Anais... Campinas:
Fundação Cargill, 1989. p.192-212.
MMA – Ministério do Meio Ambiente. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da
biodiversidade da caatinga. Universidade Federal de Pernambuco/Fundação de Apoio ao
Desenvolvimento/Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas,
EMBRAPA/Semi-Árido. MMA/SBF, Brasília. 2002.
MOURA, A. C. A. & BARBOSA, M. R. V. Lista de espécies da família Leguminosae na
caatinga paraibana. Revista Nordestina de Biologia 10(1): 23-37. 1995.
MUELLER, C. C. Gestão de matas ciliares. In: LOPES, I. V. et al. (org.). Gestão ambiental no
Brasil: experiência e sucesso. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.
p.185–214.
MUELLER-DOMBOIS, D. & ELLENBERG H. Aims and methods of vegetation ecology. New
York: John Wiley & Sons. 1974. 574p.
NAIMAN, R. J. & DÉCAMPS, H. The ecology of interfaces: riparian zones. Anual Review of
Ecology and Systematics 28: 621-658. 1997.
NASCIMENTO, I. R. Ações antrópicas nas regiões semi-áridas tropicais. Ensaios e Ciências
2(2): 176-185. 1998.
NILSSON, T. T. Levantamento do potencial econômica da mata ciliar e sugestões quanto ao seu
aproveitamento racional. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR. Anais... Campinas: Fundação
Cargill, 1989. p. 144-155.
NÓBREGA, A. M. F.; VALERI, S. V.; PAULA, R. C.; CORÁ, J. E. & VALLE, C. F.
Recuperação de vegetação às margens do rio Mogi-Guaçu, em Luiz Antônio – SP. In:
SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS, 5. Anais...
Belo Horizonte, Minas Gerais, 2002. p.90-92.
OLIVEIRA, M. E. A.; SAMPAIO, E. V. S. B.; CASTRO, A. A. J. F. & RODAL, M. J. N. Flora
e fitossociologia de uma área de transição carrasco-caatinga de areia em Padre Marcos, Piauí.
Naturalia 22: 131-150. 1997.
OLIVEIRA-FILHO, A. T. Estudos ecológicos da vegetação como subsídios para programas de
revegetação com espécies nativas: uma proposta metodológica. Cerne 1(1): 64-72. 1994.
115
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; ALMEIDA, R. J.; MELLO, J. M. & GAVILLANES, M. L. Estrutura
fitossociológica e variáveis ambientais em um trecho de mata ciliar do córrego dos Vilas Boas,
Reserva Biológica do Poço Bonito, Lavras (MG). Revista Brasileira de Botânica 17(1): 67-85.
1994.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; RATTER, J. A. & SHEPHERD, G. J. Floristic composition and
community structure of a central Brazilian gallery forest. Flora 184:103-117. 1990.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; VILELA, E. A.; GAVILANES, M. L. & CARVALHO, D. A.
Estudos Florísticos e Fitossociológicos em Remanescentes de Matas Ciliares do Alto e Médio
Rio Grande. Belo Horizonte. 27p. 1995.
PAINE, L. K. & RIBIC, C. A. Comparison of riparian plant communities under four land
management systems in southwestern Wisconsin. Agriculture, Ecosystems and Environment 92:
93–105. 2002.
PARAÍBA. Secretaria do Planejamento. Plano de desenvolvimento sustentável 1996-2010. João
Pessoa, 1997a. 179p.
PARAÍBA. Secretaria do Planejamento. Avaliação da infra-estrutura hídrica e do suporte para
o sistema de gerenciamento de recursos hídricos do Estado da Paraíba. João Pessoa, 1997b.
44p.
PARAÍBA. Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e
Minerais/SUDEMA – Superintendência de Desenvolvimento do Meio Ambiente. Zoneamento
ecológico-econômico do Estado da Paraíba: Região do Cariri Ocidental – Estudos Hidrológicos.
João Pessoa – PB, 2000. 58p.
PEREIRA, I. M. Levantamento florístico do estrato arbóreo e análise da estrutura
fitossociológica de ecossistema de caatinga sob diferentes níveis de antropismo. Dissertação de
Mestrado. Universidade Federal da Pairaíba, Areia. 2000. 70p.
PEREIRA, I. M.; ANDRADE, L. A.; BARBOSA, M. R. V. & SAMPAIO, E. V. S. B.
Composição florística e análise fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo de um
remanescente florestal no agreste paraibano. Acta botanica brasilica 16(3): 357-369. 2002.
PIELOU, E. C. Ecological diversity. New York: Jonh Wiley & Sons, 1975. 165p.
PINTO, J. R. R; RIBEIRO, G. L. S.; BENVENUTTI, D. & MARCIEL, A. A. A. Composição
Florística e Estrutura da Comunidade Arbórea-arbustiva de um Trecho da Floresta de Galeria da
queda d’água Véu-de-Noiva, Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, MT. In: LEITE, L. L.
116
& SAITO, C. H. (org.). Contribuição ao Conhecimento Ecológico do Cerrado. Brasília:
Universidade de Brasília. 1997.
PRADO, D. E. As Caatingas da América do Sul. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M. & SILVA, J.
M. C. (eds.). Ecologia e conservação da caatinga. 2
a
ed. – Recife: Ed. Universitária da UFPE,
2005. p.3-73.
QUEIROZ, L. P. Distribuição das espécies de Leguminosae na Caatinga. In: SAMPAIO, E. V. S.
B. et al. (eds.). Vegetação e flora da caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste – APNE;
Centro Nordestino de Informações sobre Plantas – CNIP, 2002. p.141-153.
REICHARDT, K. Relações água – solo – planta em mata ciliar. In: SIMPÓSIO SOBRE MATA
CILIAR. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p 20-24.
REZENDE, A. V. Importância das matas de galeria: manutenção e recuperação. In: RIBEIRO, J.
F. (ed.). Cerrado: matas de galeria. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. p.3-16.
RIBEIRO, J. F. & SCHIAVINI, I. Recuperação de matas de galeria: integração entre a oferta
ambiental e a biologia das espécies. In: RIBEIRO, J. F. (ed.). Cerrado: matas de galeria.
Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. p.137-153.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. & FONSECA, C. E. L. Ecossistemas de matas ciliares. In:
SIMPÓSIO MATAS CILIARES: CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Anais... Belo Horizonte, Minas
Gerais, 1999. p.12-25.
RIZZINI, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições
Ltda. 1997.
RODAL, M. J. N. Fitossociologia da vegetação arbustivo-arbórea em quatro áreas de caatinga
em Pernambuco. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 1992.
RODAL, M. J. N.; ANDRADE, K. V. A.; SALES, M. F. & GOMES, A. P. S. Fitossociologia do
componente lenhoso de um refúgio vegetacional no município de Buíque, Pernambuco. Revista
Brasileira de Biologia 58(3): 517-526. 1998.
RODAL, M. J. N. & NASCIMENTO, L. M. Levantamento florístico da floresta serrana da
Reserva Biológica de Serra Negra, Microrregião de Itaparica, Pernambuco, Brasil. Acta botanica
brasilica 16(4): 481-500. 2002.
RODRIGUES, L. A.; CARVALHO; D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.; BOTREL, R. T. &
SILVA, E. A. Florística e estrutura da comunidade arbórea de um fragmento florestal em
117
Luminárias, MG. Acta botanica brasilica 17(1): 71-87. 2003.
RODRIGUES, R. R. Análise estrutural das formações florestais ripárias. In: SIMPÓSIO SOBRE
MATA CILIAR. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p.99-119.
RODRIGUES, R. R. Análise de um remanescente de vegetação natural as margens do rio Passa
Cinco, Ipeúna, SP. Tese de Doutorado. UNICAMP, Campinas. 1991. 324p.
RODRIGUES, R. R. & GANDOLFI, S. Recomposição de florestas natives: princípios gerais e
subsídios para uma definição metodológica. Rev. bras. Hort. Orn. 2(1):4-15. 1996.
RODRIGUES, R. R. & NAVE, A. G. Heterogeneidade florística das matas ciliares. In:
RODRIGUES, R. R. & LEITÃO FILHO, H. F. (eds.). Matas ciliares: conservação e
recuperação. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 2004. p.45-72.
RODRIGUES, R. R. & SHEPHERD, G. J. Fatores condicionantes da vegetação ciliar. In: In:
RODRIGUES, R. R. & LEITÃO FILHO, H. F. (eds.). Matas ciliares: conservação e
recuperação. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 2004. p. 101-107.
ROZZA, A. F. & RIBEIRO C. A. Estudo Florístico e Fitossociológico de Fragmentos de Mata
Ciliar dos Campos da ESALQ, Piracicaba, SP. CONGRESSO DA SOCIEDADE BOTÂNICA
DE SÃO PAULO, 8. Anais... p.7-12. 1992.
SALVADOR, J. L. G. Considerações sobre as matas ciliares e a implantação de reflorestamento
mistos nas margens de rios e reservatórios da CESP. Série Divulgação e informação 105. São
Paulo, 1987. 29p.
SAMPAIO, E. V. S. B. Overview of the Brazilian caatinga. In: BULLOCK, S. H.; MOONEY,
H. A. & MEDINA, E. (eds.). Seasonally dry tropical forests. Cambridge University Press,
Cambridge. 1995. p.35-63.
SAMPAIO, E. V. S. B. Fitossociologia. In: SAMPAIO, E. V. S. B.; MAYO, S. J. & BARBOSA,
M. R. V. (eds.). Pesquisa botânica nordestina: progressos e perspectivas. Recife: Sociedade
Botânica do Brasil/Seção Regional de Pernambuco, 1996. p.203-230.
SAMPAIO, E. V. S. B.; ARAÚJO, E. L.; SALCEDO, I. H. et al. Regeneração da vegetação de
caatinga após corte e queima, em Serra Talhada, PE. Pesquisas Agropecuária Brasileira 33(5):
621-632. 1998.
SAMPAIO, E. V. S. B. & GAMARRA-ROJAS, C. F. L. A vegetação lenhosa das ecorregiões da
Caatinga. In: JARDIN, E. A. G.; BASTOS, M. N. C. & SANTOS, J. U. M. (eds.). Desafios da
118
Botânica brasileira no novo milênio: inventário, sistematização e conservação da diversidade
vegetal. Belém: Sociedade Brasileira de Botânica, 2003. p.85-90.
SANCHEZ, M.; PEDRONI, F.; LEITÃO-FILHO, H. F. & CESAR, O. Composição florística de
um trecho de floresta ripária na Mata Atlântica em Picinguaba, Ubatuba, SP. Revista Brasileira
de Botânica 22(1): 1-17. 1999.
SANTANA, J. A. S. Estrutura fitossociológica, produção de serrapilheira e ciclagem de
nutrientes em uma área de caatinga no seridó do Rio Grande do Norte. Tese de Doutorado.
Universidade Federal da Paraíba, Areia. 2005. 184p.
SANTOS, N. A. & SOUSA-SILVA, J. C. As matas de galeria têm importância econômica? In:
RIBEIRO, J. F. (ed.). Cerrado: matas de galeria. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. p.157-
164.
SCHIAVINI, I. Estrutura das comunidades arbóreas de mata de galeria da Estação Ecológica
do Panga (Uberlândia, MG). Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas,
Campinas. 1992.
SILVA, F. C.; FONSECA, E. P.; SOARES-SILVA, L. H.; MULLER, C. & BIANCHINI, E.
Composição florística e fitossociológica do componente arbóreo das florestas ciliares da bacia do
rio Tibagi. 3. fazenda Bom Sucesso, município de Saponema, PR. Acta botanica brasilica 9(2):
289-302. 1995.
SILVA, L. A. Levantamento florístico e estrutura fitossociológica do estrato arbóreo de um
fragmento de floresta estacional semidecidual no município de São Carlos. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2001. 108p.
SILVA JUNIOR, M. C. Comparação entre matas de galeria no Distrito Federal e a efetividade do
código florestal na proteção de sua diversidade arbórea. Acta botanica brasilica 15(1): 139-146.
2001.
SILVA JÚNIOR, M. C. Fitossociologia e estrutura diamétrica da mata de galeria do Taquara, na
Reserva Ecológica do IBGE, DF. Revista Árvore 28(3): 419-428. 2004.
SILVA JÚNIOR, M. C.; FELFILI, J. M.; NOGUEIRA, P. E. & REZENDE, A. V. Análise
florística de matas de galeria no Distrito Federal. In: RIBEIRO, J. F. (ed.). Cerrado: matas de
galeria. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. p.53-84.
SOARES-SILVA, L. H.; BIANCHINI, E.; FONSECA, E. P.; DIAS, M. C.; MEDRI, M. E. &
ZANGARO FILHO, W. Composição Florística e Fitossociologia do Componente Arbóreo das
119
Florestas Ciliares da Bacia do Rio Tibagi. 1. Fazenda Doralice – Ibiporã, PR. Revista do Instituto
Florestal, São Paulo, 4(1): 199-206. 1992.
SOUZA, J. S.; ESPÍRITO-SANTO, F. D. B.; FONTES, M. A. L.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. &
BOTEZELLI, L. Análise das variações florísticas e estruturais da comunidade arbórea de um
fragmento de floresta semidecídua às margens do rio Capivari, Lavras-MG. Revista Árvore
27(2): 185-206. 2003.
SOUZA, M. J. N.; MARTINS, M. L. R..; SOARES, Z. M. L.; FREITAS-FILHO, M. R.;
ALMEIDA, M. A. G.; PINHEIRO, F. S. A.; SAMPAIO, M. A. B.; CARVALHO, G. M. B. S.;
SOARES, A. M. L.; GOMES, E. C. D. & SILVA, R. A. Redimensionamento da região semi-
árida do Nordeste do Brasil. In: CONFERÊNCIA NACIONAL E SEMINÁRIO LATINO-
AMERICANO DE DESERTIFICAÇÃO. Fundação Esquel do Brasil, Fortaleza. 1994.
SPAROVEK, G. et al. A conceptual framework for the definition of the optimal width of
riparian forests. Agriculture, Ecosystems and Environment 90: 169-175. 2002.
SUDEMA. Superintendência de Administração do Meio Ambiente. Paraíba 92: perfil ambiental
e estratégia. João Pessoa: SUDEMA, 1992. 174p.
SUDEMA. Superintendência de Administração do Meio Ambiente. Atualização do diagnóstico
florestal do Estado da Paraíba. João Pessoa: SUDEMA, 2004. 268p.
SUDEMA. Superintendência de Administração do Meio Ambiente. Zoneamento Ecológico-
Econômico: Microrregião do Cariri Ocidental da Paraíba – Vulnerabilidade ambiental. João
Pessoa – PB, 2005. 65p.
TAVARES, S.; PAIVA, F. A. V.; TAVARES, E. J. S.; CARVALHO, G. H. & LIMA, J. L. S.
Inventário florestal de Pernambuco. Estudo preliminar das matas de remanescentes dos
municípios de Ouricuri, Bodocó, Santa Maria da Boa Vista e Petrolina. SUDENE. Boletim de
Recursos Naturais 8 (1/2): 149-194. 1970.
TAVARES, S.; PAIVA, F. A. V.; TAVARES, E. J. S. & LIMA; J. L. S. Inventário florestal do
Ceará. Estudo preliminar das matas remanescentes do município de Barbalha. Boletim de
Recursos Naturais 12(2): 20-46. 1974.
TAVARES, S.; PAIVA, F. A. V.; TAVARES, E. J. S. & LIMA, J. L. S. Inventário florestal do
Ceará. Estudo preliminar das matas remanescentes do município de Barbalha. Recife,
SUDENE, 1975. 31p. (Recursos Naturais, 3).
TAVARES, S.; PAIVA, F. A. V.; TAVARES, E. J. S.; LIMA; J. L. S. & CARVALHO, G. H.
120
Inventário florestal de Pernambuco. Estudo preliminar das matas remanescentes do município de
São José do Belmonte. Boletim de Recursos Naturais 7(1/4): 113-139. 1969.
TROPPMAIR, H. & MACHADO, M. L. A. Variação da estrutura da mata galeria na bacia do
rio Corumbataí (SP) em relação à água do solo, do tipo de margem e do traçado do rio. São
Paulo: USP, Instituto de Geografia, 1974. 28p. (Série Biogeografia, 8).
VAN DEN BERG, E. Estudos florístico e fitossociológico de uma floresta ripária em Itutinga,
MG, e análise das correlações entre variáveis ambientais e a distribuição das espécies de porte
arbóreo-arbustivo. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Lavras, Lavras. 1995. 73p.
VAN DEN BERG, E. & OLIVEIRA-FILHO, A. T. Composição florística e estrutura
fitossociológica de uma floresta ripária em Itutinga, MG, e comparação com outras áreas. Revista
Brasileira de Botânica 23(3): 231-253. 2000.
VEIGA, M. P.; MARTINS, S. S.; SILVA, I. C.; TORMENA, C. A. & SILVA, O. H. Avaliação
dos aspectos florísticos de uma mata ciliar no Norte do Estado do Paraná. Acta Scientiarum.
Agronomy 25(2): 519-525. 2003.
VIEIRA, F. A.; SANTOS, R. M.; NUNES, Y. R. F. & FAGUNDES, M. Florística e estrutura da
comunidade arbórea de fragmentos de matas ciliares dos rios São Francisco, Cochá e
Carinhanha, Norte de Minas Gerais, Brasil. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 6.
Anais... Fortaleza, Ceará, 2003. p.330-331.
VILELA, E. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. & CARVALHO, D. A. Fitossociologia de floresta
ripária do Baixo Rio Grande, Conquista – MG. Revista Árvore 23(4): 423-433. 1999.
VILELA, E. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.; GAVILANES, M. L. & CARVALHO, D. A.
Espécies de matas ciliares com potencial para estudos de revegetação do Alto Rio Grande, sul de
Minas. Revista Árvore 17(2): 117-128. 1993.
WALTER, B. M. T. Distribuição espacial de espécies perenes em uma mata de galeria
inundável no Distrito Federal: florística e fitossociologia. Dissertação de Mestrado.
Universidade de Brasília, Brasília. 1995.
ZIPPARRO, V. B. & SCHLITTLER, F. H. M. Estrutura da vegetação arbórea na mata ciliar do
Ribeirão Claro, Município de Rio Claro - SP. In: CONGRESSO NACIONAL SOBRE
ESSÊNCIAS NATIVAS, 2. Anais... 1992. p.212- 218.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo