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ANDRESA ZAMBONI
ESTUDOS GENÉTICOS SOBRE A VIRULÊNCIA DE
Escherichia coli ENTEROAGREGATIVA ATÍPICA
Tese apresentada à Universidade Federal
de São Paulo Escola Paulista de
Medicina para obtenção do Título de
Doutor em Ciências
São Paulo
2006
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ANDRESA ZAMBONI
ESTUDOS GENÉTICOS SOBRE A VIRULÊNCIA DE
Escherichia coli ENTEROAGREGATIVA ATÍPICA
Tese apresentada à Universidade Federal
de São Paulo Escola Paulista de
Medicina para obtenção do Título de
Doutor em Ciências pelo Programa de
Pós-Graduação em Microbiologia e
Imunologia.
Orientadora:
Profª Dra. Isabel Cristina Affonso Scaletsky
São Paulo
2006
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Zamboni, Andresa
Estudos genéticos sobre a virulência de Escherichia coli
enteroagregativa atípica. / Andresa Zamboni. -- São Paulo, 2006.
22, 118f.
Tese (Doutorado) Universidade Federal de São Paulo. Escola
Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Microbiologia e
Imunologia.
Título em Inglês: Genetic studies on the virulence of atypical
enteroaggregative Escherichia coli.
1. Escherichia coli enteroagregativa. 2. Fatores de virulência.
3. Diarréia.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE O PAULO
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E
PARASITOLOGIA
Chefe do Departamento: Prof. Dr. Sérgio Schenkmam
Coordenador do Curso de Pós-graduação: Prof. Dr. José Daniel Lopes
ANDRESA ZAMBONI
ESTUDOS GENÉTICOS SOBRE A VIRULÊNCIA DE Escherichia coli
ENTEROAGREGATIVA ATÍPICA
Presidente da Banca:
Prof. Dr. ______________________________________________________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr.
_____________________________________________________________________
Prof. Dr.
_____________________________________________________________________
Prof. Dr.
_____________________________________________________________________
Prof. Dr.
_____________________________________________________________________
Prof. Dr.
_____________________________________________________________________
Aos meus pais Higino e Rosana, que me ensinaram a viver com dignidade, respeito e valorizar
meus ideais. Por me ensinarem a enfrentar as dificuldades e superar os desafios. Por todo
carinho, apoio e crença em meus sonhos. Por inúmeras vezes, abdicarem de seus sonhos, para que
eu pudesse realizar os meus,.....
Dedico
Ao meu irmão Alexandre, por todo apoio, amor, e confiança. Por todos os momentos em que
juntos, compartilhamos nossos medos, angústias e muitas alegrias. Por você estar sempre ao meu
lado, por ser um grande amigo e por ter a certeza que estaremos sempre juntos........
Dedico
Aos meus queridos avós Natalino e Maria Eda (in memoriam), pelo exemplo de força,
honestidade, perseverança, determinação. Muito obrigada por terem compartilhado comigo os
anos mais importantes de minha vida.....não um único dia em que eu não pense em vocês.
Saudades......
Ao meu grande e eterno amor Ricardo Corrêa Marcondes, por todo apoio, paciência, constante
dedicação e incentivo. Pelo enorme carinho e amor desprendidos a mim. Pelo papel fundamental
em que exerceu durante a conclusão deste trabalho, por acreditar em meus sonhos,
por estar ao
meu lado em todos os momentos......
Dedico com muito amor esta tese
A Profa. Dra. Isabel Cristina Affonso Scaletsky, excelente pesquisadora e orientadora.
Por ter me recebido em seu laboratório, pelos conhecimentos científicos transmitidos e
por todas as oportunidades ao longo destes anos. Pela paciência, por ter acreditado em
minha capacidade e sempre exigir o melhor e que desta forma contribuiu para o meu
crescimento profissional e pessoal.
Muito obrigada
À Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (FAPESP)
pelo apoio financeiro para
realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
À Sandra Hilde Fabbricotti, pela amizade, alegria, grande incentivo e por todo apoio
científico e pessoal, durante os anos da realização deste trabalho.
À grande amiga Katia Regina Aranda, por sua amizade, companheirismo, confiança e
grande apoio em todos os momentos, durante esses muitos anos de convivência. Por ter
vivenciado comigo momentos o importantes de minha vida.
À Profa. Dra. Marilis do Valle Marques, pelo importante auxílio, conhecimentos
transmitidos, por seu apoio e paciência.
À Profa. Maria Cecília Campos, por ter acreditado em mim e ser a grande responsável
pelo ínicio de minha vida científica.
À Profa. Maria Juditte Bittencourt Fernandes, minha “mestra”, por ter me incentivado e
conduzido pelo caminho da ciência, foi por seus ensinamentos e amor à pesquisa, que
segui por este caminho.
À Profa. Dra. Márcia Regina Machado dos Santos, pelo auxílio no sequenciamento.
À grande amiga Michelle V. Dulguer , pela valiosa amizade, compreensão, constante
apoio científico e pessoal, e por todos os momentos que compartilhamos juntas durante
esse caminho.
À amiga Bianca Bragato, pelo constante apoio, incentivo e alegria contagiante, por ter
transformado nosso local de trabalho em um ambiente de amizade e companheirismo.
Aos amigos André L. Bachi e Rodrigo Hernandes, por todo apoio científico e pessoal, e
pela grande amizade.
Aos amigos, Suzely C. Montanino, Elaine C. Delpra, Beatriz C. Manoel, Lúcia M. Lopes, Joel
Mendes, Sérgio Suzart, por todo apoio e por terem compartilhado comigo várias
emoções, durante a realização deste trabalho e pela valiosa amizade.
A Magda e Paola, pela amizade, sugestões e grande eficiência na secretaria da Disciplina
de Microbiologia.
A Sueli, Edvan e Flávio, pela convivência, dedicação e colaboração constante durante
todos esses anos.
A Beatriz Schnabel, Ana Carolina Padovan e Aparecido, por terem colaborado por várias
vezes na realização de experimentos.
Aos professores e funcionários da Disciplina de Microbiologia da Universidade Federal de
São Paulo.
Ao meu tio Sidney Ferrari e a toda minha amada família, por terem compartilhado com
paciência e otimismo todos os momentos importantes, durante a realização deste
trabalho.
A todas as pessoas que de alguma forma, contribram para a realização deste trabalho.
Muito Obrigada
Assim eu vejo a vida
(Cora Coralina)
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande
sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão
desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.”
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
1
1.1. Histopatologia de EAEC 4
1.2. Fatores de virulência envolvidos na patogênese de EAEC 5
1.2.1. Adesinas e outros fatores de virulência codificados por genes plasmidiais
5
1.2.2. Toxinas 8
1.2.3. Fatores de virulência codificados por genes cromossômicos 10
1. 3. Potencial papel pró-inflamatório dos fatores de virulência de EAEC 12
1.4. Regulação gênica em EAEC 13
1.5. EAEC atípica 13
2. OBJETIVO
16
3. MATERIAIS E MÉTODOS
17
3.1. Amostras bacterianas 17
3.2. Condições de cultivo das amostras bacterianas 18
3.3. Determinação do sorogrupo das amostras bacterianas 18
3.4. Reação da polimerazação em cadeia (PCR) 19
3.5. Extração de DNA plasmidial 20
3.5.1. Extração em pequena escala (“mini-prep”) 20
3.5.2. Extração em larga escala (“maxi-prep”) 20
3.6. Extração de DNA genômico 21
3.7. Determinação da concentração de DNA 21
3.8. Eletroforese de DNA em gel de agarose 22
3.9. Eluição dos fragmentos de DNA de gel de agarose 22
3.10. Reações de digestão de DNA 22
3.11. Reações de ligação de DNA 22
3.12. Transformação bacteriana 23
3.12.1.Transformação através de eletroporação 23
3.12.2. Transformação através de choque térmico 24
3.13. Conjugação bacteriana 24
3.14. Cura plasmidial 25
3.14.1. Cura plasmidial com alaranjado de acridina 25
3.14.2. Cura plasmidial com novobiocina 25
3.15. Transferência de DNA de células bacterianas para filtros de papel
Whatman-“Colony-blotting
25
3.16. Transferência de DNA de gel de agarose para membrana de nylon –
“Southern- blotting”
26
3.17. Marcação radioativa do fragmento sonda 27
3.18. Hibridização de DNA com sondas radioativas 27
3.18.1. Hibridização dos filtros de papel Whatman 27
3.18.2. Hibridização das membranas 28
3.19. Seqüenciamento e análise das seqüências de DNA 28
3.20. Determinação da resistência a drogas antimicrobianas 29
3.21. Testes de hemaglutinação 29
3.22. Teste de adesão a células HEp-2 30
3.22.1. Cultivo das células HEp-2 30
3.22.2. Realização do teste de adesão 31
3.23. Curva de crescimento 31
3.24. Microscopia eletrônica de transmissão 31
3.25. Eletroforese de proteínas em SDS-PAGE 32
3.25.1. Extração de proteínas por lise 32
3.25.2. Extração de proteínas por aquecimento 32
3.25.3. Extração de proteínas de membrana externa 33
3.25.4. Eletroforese em SDS-PAGE 33
3.25.5. Seqüenciamento da região N-terminal 34
3.26. Métodos estatísticos 34
4. RESULTADOS
38
4.1. Características das amostras de EAEC atípicas 38
4.2. Análise do perfil plasmidial das amostras de EAEC atípicas 38
4.3. Estudos realizados com as amostras MA691-2 e RN153-1 39
4.3.1. Padrão de resistência a drogas antimicrobianas 39
4.3.2. Pesquisa de hemaglutininas 39
4.4. Identificação dos genes envolvidos no padrão AA da amostra MA691-2 39
4.5. Identificação dos genes envolvidos no padrão AA da amostra RN153-1 40
4.5.1. Construção de biblioteca genômica em vetor cosmídeo 40
4.5.2. Análise dos clones cosmídeos quanto a adesão a células HEp-2 41
4.6. Análise do clone cosmídeo pVIII-F-1 41
4.7. Mutagênese do clone pVIII-F-1 com o transposon mini-Tn10 42
4.8. Análise dos mutantes obtidos através da mutagênese com o mini-Tn10 42
4.9. Seleção do fragmento BamHI de 3 Kb contendo o mini-Tn10 44
4.10. Seqüenciamento do clone pAZ2 44
4.11. Análise da seqüência de 1.244 pb e da proteína deduzida 45
4.12. Análise da seqüência de 899 pb e da proteína deduzida 46
4.13. Prevalência da seqüência genética homóloga a proteína ygjV nas
amostras de EAEC atípicas
46
4.14. Ensaios preliminares para caracterização fenotípica da adesina AA da
amostra RN153-1
47
5. DISCUSSÃO
75
6. CONCLUSÃO
84
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
85
8. ANEXOS
103
ARTIGO ORIGINADO A PARTIR DESTE TRABALHO
RESUMO
Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é um patógeno emergente, associado à
doença diarréica, que apresenta como característica o padrão de adesão agregativo
(AA) a superfície de células HEp-2. O fenótipo AA está associado à presença de um
plasmídeo de 65 MDa, conhecido como plasmídeo pAA, detectado através de uma
sonda genética denominada de CVD432 ou simplesmente AA. Algumas amostras de
EAEC, entretanto, apresentam o padrão AA, mas não são portadoras do plasmídeo. No
plasmídeo pAA estão presentes rios genes relacionados com as propriedades de
virulência, dentre os quais aqueles que codificam as adesinas fimbrias AAF
(“Aggregative Adherence Factor” - AAF/I, AAF/II e AAF/III), o regulador de transcrição
AggR, a proteína antiagregação (Aap) e as toxinas Pet e EAST1. Outros fatores de
virulência de EAEC são codificados por genes cromossômicos, entre eles, a
enterotoxina ShET1, o sideróforo Yersiniabactin (irp2), uma ORF críptica (Shf), e uma
α-hemolisina.
A maioria dos estudos sobre mecanismos de viruncia de EAEC compreende
amostras que apresentam o padrão AA e que reagem com a sonda AA, ou seja, as
amostras de EAEC típicas. Pouco se conhece sobre a presença de potenciais fatores
de virulência em amostras de EAEC sonda-negativas, descritas por nós como EAEC
atípicas.
Neste estudo analisamos 28 amostras de EAEC atípicas isoladas de crianças com
diarréia (N = 18) e sem diarréia (N = 10) provenientes de várias cidades brasileiras
quanto à presença de seqüências genéticas associadas aos fatores de virulência
codificados no plasmídeo pAA e no cromossomo.
A maioria das amostras era portadora de dois ou mais genes de viruncia, sendo
a média dois; porém, duas amostras controles foram negativas para todos os
marcadores de virulência pesquisados. Os genes astA, pet, shf, shET/1/pic, irp2 e hly
foram encontrados mais freqüentemente em amostras isoladas de casos do que de
controles. Quatro amostras apresentaram o gene aggR e em uma delas foi encontrado
tamm as seqüências genéticas aafA e aap. A combinação dos genes astA e shf, foi
encontrada em 16 (57%) amostras e 7 (25%) amostras eram portadoras das
sequências genéticas astA, shf e irp2.
Entre as amostras estudadas, os marcadores genéticos codificados por genes
plasmidiais, astA, relacionada a produção de EAST1, e shf associada a uma ORF
críptica, foram os mais freqüentes (61%) e apresentaram uma freqüência
significantemente maior nos casos do que nos controles estudados (P = 0,003 e P =
0,020, respectivamente).
A maioria das amostras de EAEC atípicas estudadas reagiu com um dos 175
antissoros utilizados, sendo que alguns desses, como os sorogrupos O42, O126 e
O162 foram os mais freqüentes e encontrados apenas nas amostras isoladas de casos.
A análise do perfil plasmidial de 12 amostras isoladas de crianças com diarréia
mostrou a presença de mais de um plasmídeo de alto peso molecular na maioria das
amostras estudadas. Duas amostras, uma contendo apenas um plasmídeo e uma outra
sem nenhum plasmídeo foram então selecionadas para caracterização dos genes
envolvidos no padrão AA.
A amostra RN691-2 portadora de um único plasmídeo e apresentando resistência
antimicrobiana múltipla, foi submetida a experimentos de transformação, conjugação e
cura, não sendo possível à obtenção de um transformante, transconjugante ou mesmo
a amostra isogênica sem o plasmídeo.
Com o objetivo de identificar o(s) gene(s) envolvidos no padrão AA da amostra
RN153-1, sem nenhum plasmídeo, foi construída uma biblioteca genômica e
identificado um clone-cosmídeo, designado pVIII-F-1, que apresentou o padrão AA em
células HEp-2 de maneira semelhante à amostra selvagem. Para localizar o gene
necessário para a adesão, o clone cosmídeo foi submetido a mutagênese com o
transposon mini-Tn10 (Cm
R
), sendo identificado o mutante pVIII-F-1::Tn10, que havia
perdido a capacidade de aderir. Tanto o clone-cosmídeo quanto o mutante foram
mapeados em seus sítios de restrição e um fragmento de 3 kb BamHI contendo 1 kb do
mini-Tn10 ainda mantendo funcional a resistência a Cm foi novamente ligado,
originando o sub-clone pAZ2.
A análise da seqüência de nucleotídeos do clone pAZ2 tem em seu total 2.197 pb,
sendo 953 pb referentes ao gene de cat e 1.244 pb referentes às seqüências obtidas,
constatando-se homologia de 97% com uma permease (proteína de membrana interna)
de Escherichia coli K12, uma proteína hipotética denominada ygjV, presente na
amostra protótipo de E. coli uropatogênica CFT073, em outras E. coli e bactérias
enteropatogênicas. O peptídeo deduzido dessa região revelou uma identidade de 91%
com o COG0477 (família das permeases facilitadoras) e 98% de identidade com
altronato hidrolase de Shigella flexneri
Ensaios de microscopia eletrônica de transmissão da amostra RN153-1 após
coloração negativa mostraram a presença de estruturas fimbriais, embora, nenhuma
proteína tenha sido observada com evidência nos extratos totais e nos aquecidos da
referida amostra.
Concluindo, os resultados obtidos em nosso trabalho mostraram que a maioria
(71%), das amostras de EAEC atípica, apresenta pelo menos dois dos fatores de
virulência envolvidos na patogênese das EAEC típicas. Entre eles, EAST1 e Shf foram
os mais prevalentes (61%), sendo encontrados significantemente associados com
diarréia.
Na caracterização preliminar dos genes envolvidos no fenótipo AA da amostra
RN153-1, foi identificado um mutante não aderente a células HEp-2, apresentando
inserção de mini-Tn10. A análise da seqüência do DNA flanqueado pela inserção do
mini-Tn10 levou a identificação de uma região a qual apresentou homologia com uma
permease, que parece estar envolvida no processo de transporte de íons e outros
eletrólitos na célula bacteriana. A identificação dos determinantes genéticos da adesina
AA da amostra RN153-1, entretanto, merece ainda maiores investigações.
ABSTRACT
Escherichia coli enteroaggregative (EAEC) is emerging as a significant diarrheal
pathogen. EAEC is defined by its characteristic “stacked brick” aggregative adherence
(AA) pattern of adherence to HEp-2 cells. Most EAEC strains harbor a 60 to 65-MDa
virulence plasmid (pAA). A 1-Kb fragment of pAA, referred to as the AA probe or
CVD432, has been widely used for epidemiological studies. The pAA also encodes AA
fimbrae (AAF) I, II, and III; the transcriptional activator AggR; enteroaggregative heat-
stable enterotoxin 1 (EAST1); a 104-KDa cytotoxin designated Pet; the cryptic secreted
protein Shf; and a novel antiaggregation protein (dispersin) encoded by the aap gene. In
addition to the pAA plasmid, some EAEC strains express putative virulence factors that
are encoded on the chromosome, including a 116-KDa secreted mucinase (Pic),
yersiniabactin (Irp2), and the E. coli α-hemolysin (α-Hly). Shigella enterotoxin 1 (ShET1)
is encoded by the antisense strand of the pic gene.
Few studies have evaluated the prevalence of EAEC markers in probe-negative
strains, reported by us as atypical EAEC. By using atypical EAEC strains isolated in a
case-control study, we assessed the prevalence of putative virulence factors, such as
AAF/I, AAF/II, AAF/III, AggR, Aap, EAST-1, Pet, Shf, ShET1/Pic, Irp2, and α-Hly, in an
attempt to identify their roles as enteric virulence factors.
The majority of strains carried two or more of the genes, with two being the modal
value; but two strains isolated from a control did not test positive for any of the factors.
The AAF, aggR, and aap genes were present in only a minority of strains. The astA,
pet, shf, ShET1/pic, irp2 and hly genes were found more frequently in the patients than
in the controls. The combination astA and shf was found in 16 strains (57%), followed
by 7 strains (25%) possessing the combination astA, shf, and irp2.
The common virulence markers found in strains included the Pet, EAST1, Shf,
Irp2, ShET1/Pic, and Hly virulence markers. EAST1 and Shf were the most frequently
detected markers (61%) in strains and were found to be significantly associated with
diarrhea (P = 0,003 and P = 0,020, respectively).
The majority (75%) of the EAEC isolates reacted with one of the antisera used. It
was interesting that the strains belonging to serogroups O42, O126 and O162 were
detected only in children with diarrhea.
Plasmid analysis of 12 strains isolated from diarrhea showed that the majority of
strains contained large plasmids. Two strains, one carrying only one plasmid (MA691-2)
and another one any plasmid (RN153-1), were chosen for genetic studies on the
identification of genes responsible for the AA phenotype.
Plasmid from MA691-2 strain was transferred to E. coli K12 and no transformant or
transconjugant harboring the plasmid or isogenic derivative strain lacking the plasmid
was identified.
A genomic cosmid library of EAEC RN153-1 was generated in E. coli K12, and the
resulting clones were screened for aggregative adherence to HEp-2 cells. One cosmid
clone, pVIII-F-1, exhibited the same adherence as the wild-type, albeit to a lesser
extent. Transposon mutagenesis was utilized to identify the region of cosmid pVIII-F-1
responsible for the aggregative phenotype. Plasmid pBSL181 carrying mini-Tn10::Cm
was electroporated into E. coli DH5α (pVIII-F-1), and isolates were selected on L agar
with cloranfenicol and ampicillin. One isolate resistant to ampicillin and cloranfenicol
(pVIII-F-1::Tn10) was chosen for further analysis. Subsequent mapping of both cosmid
and mutant using restriction enzymes generated a 3 kb BamHI fragment containing 1
Kb of Tn10 (including the cloranfenicol resistance gene). This fragment was subcloned
and the resultant plasmid designated pAZ2 was sequenced.
The DNA sequence of 2,197 bp of pAZ2 contained 953 pb of cloranfenicol gene
and 1,244 pb whose sequence was 97% homologous to a permease of E. coli K12, a
hypothetical protein called ygjV presented in prototype uropathogenic E. coli strain
CFT073 and others pathogenic E. coli and enteric pathogens. The predicted protein
product of this region showed 91% identity to the COGO477 and 98% to the altronato
hidrolase of the Shigella flexneri.
Electron microscopy assays showed the presence of fibrillar structures on the
surface of strain RN153-1, but no predominant protein was seen in crude fimbrial
preparations of this strain obtained through whole-cell lysates or heat extracts.
In conclusion, the majority (71%) of atypical EAEC strains carried at least two
virulence factors mediating typical EAEC pathogenesis. EAST1 and Shf were the most
frequently (61%) detected and were found to be significantly associated with diarrhea (P
= 0.003 and P = 0.020, respectively).
In a preliminary characterization of genes involved in the AA phenotype of RN153-
1 strain, we identified one mutant markedly deficient in HEp-2 cell adherence.
Sequence analysis of the gene disrupted in this mutant revealed a region exhibit up to
97% amino acid similarity to a permease which seems to be involved in the process of
transport of ions and other electrolytes in the bacterial cells. Nevertheless, the genes
required for the AA phenotype remains unidentified.
INTRODUÇÃO
1
Escherichia coli
enteroagregativa
1. INTRODUÇÃO
Escherichia coli é um bacilo Gram-negativo, pertencente à família
Enterobacteriaceae, anaeróbio facultativo mais predominante da flora do intestino
grosso de seres humanos e de alguns animais, estabelecendo uma relação comensal
com o hospedeiro. Nos seres humanos, as amostras comensais de E. coli usualmente
não causam doença no trato intestinal ou em sítios extra-intestinais. Entretanto, no
hospedeiro debilitado ou no imunodeprimido, ou, ainda, quando as barreiras
gastrointestinais são violadas, essas amostras podem causar infecções. Estas
infecções podem ser tanto intestinais, como a diarréia, ou extraintestinais no caso das
infecções do trato urinário, meningite ou septicemia (Nataro & Kaper, 1998; Levine et
al., 1984). Algumas cepas da espécie, contudo, podem causar diarréia em indiduos
saudáveis, se apresentarem um conjunto específico de fatores de virulência, ausentes
nas amostras comensais de E. coli (Kaper et al., 2004).
As amostras de E. coli que causam infecções intestinais, atualmente designadas
de E. coli diarreiogênicas, são divididas em seis categorias: E. coli enteropatogênica
(EPEC), E. coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli enteroinvasora (EIEC), E. coli
enterohemorrágica (EHEC) ou E. coli produtora da toxina Shiga (STEC), E. coli
enteroagregativa (EAEC) e E. coli que adere difusamente (DAEC). Esta classificação
tem por base as propriedades de virulência, tipos de interações com as linhagens
celulares e as manifestações clínicas que causam (Nataro & Kaper, 1998). Além do
mais, os vários patótipos de E. coli tendem a formar grupos clonais que são
caracterizados pelos seus antígenos O (lipopolissacarídeo, LPS) e H (flagelo) que
definem os sorogrupos (somente o antígeno O) ou sorotipos (antígenos O e H) (Nataro
& Kaper, 1998; Whittam, 1993).
E. coli enteroagregativa (EAEC) foi descrita em 1985, reconhecida por sua
capacidade de aderir a monocamadas de células HEp-2 em cultura em um padrão de
adesão agregativa (AA). No padrão AA, as bactérias apresentam-se aderidas umas às
outras, à superfície das células epiteliais, bem como à superfície da lamínula na
ausência de células, numa configuração semelhante a “tijolos empilhados”, formando
agregados heterogêneos ou distribuindo-se em forma de cordões (Figura 1).
INTRODUÇÃO
2
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 1. Padrão de adesão agregativa (AA) apresentado pela EAEC MA691-2 a
células HEp-2 em ensaio de 3 horas.
O padrão AA, distinto dos padrões de adesão apresentados pela EPEC e DAEC,
foi inicialmente associado significantemente à diarréia entre crianças da cidade de
Santiago, no Chile em 1987 (Nataro et al., 1987). Estudos realizados com duas
amostras protótipos, EAEC 17-2 e EAEC 042 mostraram que o fenótipo AA está
associado à presença de plasmídeos entre 55 MDa e 65 MDa, denominados pAA
(Nataro et al., 1985; Vial et al., 1988). Posteriormente, Baudry et al. (1990),
demonstraram, um fragmento Sau3A de 1 kb, críptico, do plasmídeo pAA presente na
amostra 17-2 que foi utilizado no desenvolvimento de uma sonda genética EAEC
específica e variavelmente sensível, para distinguir EAEC das demais E. coli. Muitos
estudos epidemiológicos m utilizado esta sonda, denominada de CVD432 ou
simplesmente AA, como também a presença do fenótipo AA através do teste de
adesão, na detecção de amostras de EAEC (Huppertz et al., 1997; Germani et al.,
1998; Scaletsky et al., 2002a; Okeke et al., 2003).
Desde a sua descoberta, um mero crescente de estudos relacionaram a EAEC
como causa de diarréia nos mais variados cenários (Chan et al., 1994; Wilson et al.,
2001; Kawano et al., 2004). Atualmente, estes estudos incluem a diarréia endêmica em
crianças tanto em países industrializados quanto em desenvolvimento (Okeke &
Nataro, 2001; Huang & DuPont, 2004; Huang et al., 2004), a diarréia persistente entre
INTRODUÇÃO
3
Escherichia coli
enteroagregativa
indivíduos com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) (Gassama-Sow et al.,
2004) e a diarréia dos viajantes (Gascón et al., 1998; Adachi et al., 2001). Vários surtos
epidêmicos de diarréia por EAEC tamm foram descritos (Levine et al.,1988; Haider et
al., 1991 Scaletsky et al., 2002b). Estudos prospectivos sugerem que em populações
bem nutridas de países industrializados, a EAEC poderia ser uma causa de diarréia
endêmica esporádica. Recentemente, um amplo estudo prospectivo de vigilância no
Reino Unido apontou a EAEC como o principal patógeno em todas as faixas de idade
(Wilson et al., 2001).
A implicação de EAEC em surtos epidêmicos de diarréia confirmou o fato de que
pelo menos algumas amostras que apresentam o fenótipo AA sejam verdadeiros
patógenos humanos, mesmo que nem todos os estudos tenham encontrado a EAEC
associada significantemente à diarréia (Germani et al., 1996; Scaletsky et al., 2002b;
Batista et al., 2004). Estudos mais recentes m procurado identificar os genes
pertinentes à virulência das amostras de EAEC, para melhor identificar as
verdadeiramente patogênicas.
A manifestação clínica da infecção por EAEC compreende uma diarréia aquosa,
com a presença ocasional de sangue e muco (Baron, S., 2000). Vários estudos
mostraram que pacientes infectados com amostras de EAEC apresentam inflamação
intestinal, observando-se a presença de lactoferrina fecal e citocinas inflamatórias,
notadamente a interleucina IL-8 (Steiner et al., 1998; Greenberg et al., 2002).
Em um estudo realizado com voluntários, Nataro et al. (1995) descreveram que de
quatro amostras sonda-positivas, apenas uma, a protótipo 042, provocou diarréia em
voluntários, confirmando que nem todas as amostras de EAEC são igualmente
patogênicas. Estudos realizados com esta amostra propuseram três características
principais para a patogênese de EAEC (Figura 2): (1) aderência abundante à mucosa
intestinal, (2) produção de enterotoxinas e citotoxinas e (3) indução de inflamação da
mucosa intestinal (Harrington et al., 2006).
INTRODUÇÃO
4
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 2. Fatores de virulência envolvidos na patogênese de EAEC. Fonte: Harrigton
et al. (2006)
1.1. Histopatologia de EAEC
Em modelos animais e pacientes infectados, EAEC parece ser capaz de colonizar
as regiões do íleo e cólon do trato intestinal sem danos aparentes à mucosa do
intestino delgado. A EAEC adere aos tecidos intestinais de forma agregativa em
associação com uma espessa camada de muco (Tzipori et al., 1992; Hicks et al.,
1996). A aderência é seguida por toxicidade da mucosa, que inclui dilatação da cripta,
vesiculação das microvilosidades e extrusão da lula epitelial (Hicks et al., 1996;
Nataro et al., 1996). Tipicamente, EAEC induz, um aumento da secreção de muco na
mucosa intestinal, sendo que as bactérias ficam emaranhadas nesta espessa camada
de biofilme. A formação desse biofilme, possivelmente, está envolvida com a
capacidade de colonização da bactéria, causando má-absorção de nutrientes e a
doença persistente (Nataro & Kaper, 1998; Steiner et al., 1998).
Estudos utilizando biópsias do cólon de crianças mostraram que algumas
amostras de EAEC induzem encurtamento das vilosidades intestinais, necrose
hemorrágica do topo das vilosidades e uma resposta inflamatória branda, com edema e
infiltração mononuclear. A extrusão de enterócitos foi também evidenciada (Knutton et
INTRODUÇÃO
5
Escherichia coli
enteroagregativa
al., 1992; Hicks et al., 1996). A amostra protótipo 042 tamm provocou efeitos
citotóxicos em células T84 (originárias de carcinoma intestinal humano) polarizadas in
vitro, induzindo vesiculação das microvilosidades, exfoliação de células da
monocamada, aumento de vacuolização e separação nuclear do citoplasma
circundante (Nataro et al., 1996) (Figura 3). Esta histopatologia ainda não foi observada
em infecções em seres humanos. Ainda não foi descrito infiltrado de leucócitos
polimorfonucleares na infecção humana por EAEC (Vial et al., 1988).
FIGURA 3. Fotomicrografia eletrônica de transmissão mostrando a interação da EAEC
042 com monocamadas de células T84. Fonte: Nataro et al., 1998.
1.2. Fatores de virulência envolvidos na patogênese de EAEC
1.2.1. Adesinas e outros fatores de virulência codificados por genes plasmidiais
Os fatores de aderência melhor estudados em EAEC são as adesinas fimbriais
AAFs (“aggregative adherence fimbria), codificadas nos plasmídeos pAA. Até o
momento, foram descritas três diferentes AAFs: AAF/I, AAF/II e AAF/III. Estas adesinas
são capazes de mediar o fenótipo AA nas amostras 17-2, 042 e 55989,
respectivamente (Nataro et al., 1992; Czeczulin et al., 1997; Bernier et al., 2002).
AAF/I é uma estrutura fimbrial de 2 a 3 nm de diâmetro, organizada em feixes
flexíveis. Esta adesina foi inicialmente identificada na amostra 17-2 e promove a
INTRODUÇÃO
6
Escherichia coli
enteroagregativa
aderência AA a células HEp-2 e a capacidade de aglutinar eritrócitos humanos. Os
genes que codificam para AAF/I estão localizados no pAA em duas regiões separadas
por um fragmento de DNA de 9 kb (Nataro et al., 1993).
A região 1 contém os genes necessários para a síntese, aggA (pilina), e
montagem, aggC (usher) e aggD (chaperonina), da fímbria, e um gene sem função
determinada, aggB. Mediante a construção de uma proteína de fusão entre “maltose-
binding protein” e AggA, inferiu-se que o produto de AggA está relacionado à
subunidade estrutural de AAF/I, correspondendo a uma proteína de 14 kDa (Savarino
et al., 1994). Os genes relacionados à biogênese de AAF/I presentes na região 1
apresentam o arranjo típico de um operon da família Dr (Nataro & Kaper, 1998).
O seqüenciamento da região 2 evidenciou uma ORF (“open reading frame”)
relacionada à expressão de AAF/I, denominada AggR (Nataro et al., 1994). AggR
apresenta homologia com reguladores positivos da expressão de fímbrias de E. coli,
que são membros da família AraC de proteínas que ligam DNA (Nataro et al., 1994).
AAF/II, inicialmente descrita na amostra protótipo 042, mede aproximadamente 5
nm de diâmetro e é geneticamente distinta de AAFI (Nataro et al.,1985; Vial et al.,1988;
Nataro et al., 1995). Os genes que codificam AAF/II estão localizados em duas regiões
separadas. Na região 2, está o gene que codifica para o “usher”, aafC e, na região 1,
separada por um fragmento de 15 kb, estão os genes estruturais aafA, a chaperonina
aafD, e o ativador de transcrição aggR (Elias et al., 1999). A proteína codificada por
aafA possui 17 kDa e apresenta homologia com AggA (25% de identidade e 47% de
similaridade), a proteína estrutural de AAF/I. Na posição “dowstream a aafC, foi
revelado um cluster” com três ORFs, transcritas na mesma direção e com 93% de
identidade a um “cluster” de genes localizados no plasmídeo de Shigella flexneri
(Nakata et al., 1992). O primeiro gene deste “cluster” é uma ORF denominada shf. Este
gene codifica para uma proteína de função não conhecida, que apresenta uma
identidade de 25% com o aminoácido IcaB de Staphylococcus epidermidis, que está
relacionado com a adesão intercelular (Heilmann et al., 1996).
As AAFs tamm possuem um gene, aafB, que codifica para uma provável
proteína com função de invasina, portanto mediando a invasão do epitélio celular
(Bernier e LeBouguénec, 2002). Alguns pesquisadores sustentam a hipótese de que
EAEC seria um patógeno invasor, contudo, a amostra prototótipo 042
comprovadamente não se mostrou invasora nos estudos in vitro (revisado por
Harrington et al., 2006).
INTRODUÇÃO
7
Escherichia coli
enteroagregativa
As seqüências de aminoácidos, deduzidas a partir das seqüências de
nucleotídeos dos genes envolvidos com a biogênese de AAF/I e AAF/II, apresentam
similaridade com as proteínas relacionadas à biogênese das adesinas pertencentes à
família Dr (Nataro et al., 1998). A família Dr de adesinas é composta de adesinas
fimbriais e afimbriais, expressas por E. coli relacionadas com infecções do trato
intestinal e uririo, que apresentam como receptor comum o antígeno eritrocitário do
grupo sanguíneo Dra, presente na molécula “decay-accelerating factor” (DAF) (Nowicki,
et al., 1990). DAF é uma glicoprotéina de membrana citoplasmática, ancorada via
glicosil fosfatidilinositol, que está amplamente distribuída nas células hematopoiéticas,
tecidos endoteliais e epiteliais e atua na regulação da cascata do sistema
complemento, pela via alternativa, protegendo esses tecidos dos danos celulares
desencadeados pela ativação de C
3
(Nowick et al., 1990; Garcia et al., 1996).
Apesar das AAFs não reconhecerem o receptor Dr e apresentarem uma
organização genética distinta, Dal’Agnol (2002) mostrou que essas adesinas podem ter
suas seqüências de aminoácidos alinhadas com as da família Dr, sugerindo que as
mesmas sejam incluídas nesta família.
AAF/III foi identificada na amostra 55989, proveniente de diarréia persistente, em
um paciente adulto portador de aids. Essa fímbria é caracterizada por estruturas longas
e flexíveis, com aproximadamente 3 a 5 nm de diâmetro, distintas de AAF/I e AAF/II
(Bernier et al., 2002). O sequenciamento dos genes envolvidos na biogênese de AAF/III
revelou similaridade com os operons agg e aaf (AAF/I e AAF/II, respectivamente). A
região 1 compreende os genes agg3D (chaperonina), agg3C (usher), agg3B (membro
da família de invasinas) e agg3A (subunidade estrutural). Na região 2, encontra-se o
gene descrito aggR (ativador da transcrição) e na região 3 foi encontrado um gene
muito similar a astA, que codifica a toxina EAST1 (“enteroggregative heat-stable
enterotoxin”).
A expressão dos genes AAF requer AggR, um ativador de transcrição da família
AraC (Nataro et al., 1994). Esta proteína regula os genes envolvidos na biogênese das
adesinas AAF/I e AAF/II. Estudos genéticos do plasmídeo pAA revelaram uma pequena
ORF localizada “upstream” ao gene aggR na maioria das amostras de EAEC. Esse
gene codifica uma proteína secretada de 10 kDa, que foi reconhecida pelo soro de
voluntários após inoculação oral da amostra protótipo 042. Amostras desprovidas
(“knocked-out”) deste gene apresentaram um único fenótipo hiperagregativo, e a
microscopia eletrônica dessas amostras revelou um colapso das fímbrias AAFs na
INTRODUÇÃO
8
Escherichia coli
enteroagregativa
superfície da bactéria. O produto desse gene foi denominado Aap (“antiaggregation
protein), e esta foi chamada de dispersina (Sheikh et al., 2002). A dispersina é
secretada na superfície de amostras de EAEC e liga-se não covalentemente ao
lipopolissacarídeo (LPS) da membrana externa. Dados mais recentes sugeriram que o
mecanismo de ação da dispersina seria mediado predominantemente por sua
capacidade de neutralizar a forte carga negativa do LPS, permitindo, assim, que as
AAFs que carregam uma forte carga positiva fiquem livres para se espalhem na
superfície, ligando-se a sítios distantes (revisado por Harrington et al., 2006).
Nishi et al. (2003) demonstraram que a secreção da dispersina requer cinco
“clusters” de genes, localizados no plasmídeo pAA, porém não ligados ao gene aap.
Esse “cluster” de genes inclui genes homólogos a permeases (ATPase e ABC),
sugerindo a presença de um complexo transportador ABC. O segundo gene desse
complexo, aatA, codifica uma estrutura homóloga a TolC, canal de membrana externa,
facilitando assim a entrada do substrato na célula (Nataro, 2005).
O regulon AggR não é restrito ao plasmídeo pAA. Dudley e Nataro (revisado por
Harrington et al., 2006) observaram que, além de regular genes do plasmídeo pAA,
AggR também regula um operon cromossômico inserido numa ilha de patogenicidade
no locus pheU.
Adesinas não fimbriais foram tamm observadas em amostras de EAEC
pertencentes a diferentes sorogrupos. Monteiro-Neto et al. (2003) identificaram uma
OMP de 58 kDa com propriedades hemaglutinantes, em amostras de EAEC
pertencentes ao sorotipo O111:H12. Demonstrou-se, também, a presença de uma
OMP de 18kDa, em amostras de EAEC pertencentes aos sorotipos O44:H18 e
O126:H27, envolvida na formação de uma película em meio quido (Chart et al., 1995).
Esta OMP de 18 kDa é antigenicamente similar à subunidade protéica de uma mbria
apresentada por amostras de Salmonella enteridis. Spencer et al. (1998) demonstraram
que a expressão dessa OMP tamm ocorria em amostras de EAEC de outros
sorotipos, mas somente naquelas que hibridizavam com a sonda AA.
INTRODUÇÃO
9
Escherichia coli
enteroagregativa
1.2.2. Toxinas
Diversos tipos de toxinas foram detectadas em sobrenadantes de cultura de
algumas amostras de EAEC. Eslava et al., (1993) identificaram no sobrenadante de
cultura de amostras de EAEC isoladas de dois surtos de diaria em hospitais no
México, duas proteínas de 108 e 116 kDa, pertencentes à família de proteínas
autotransportadoras serina-proteases (SPATE) (“Serine Protease Autotransporters of
Enterobacteriacea”) (Henderson et al., 1998). Esse grupo de proteínas se caracteriza
por possuir um domínio C-terminal conservado, que forma um poro na membrana
externa bacteriana, por onde a proteína madura é transportada.
A proteína de 108 kDa foi designada de Pet (“Plasmid encoded toxin”) (Eslava et
al., 1993). A amostra protótipo 042 que expressa Pet provocou efeitos citotóxicos em
células T84 polarizadas in vitro, induzindo dilatação das criptas e seu arredondamento,
vacuolização subnuclear e ruptura celular com extrusão nuclear, enquanto que o
mutante isogênico em pet promoveu anormalidades em uma escala significantemente
menor (Henderson et al., 1999). Estudos sugerem que os efeitos tóxicos de Pet sejam
devido a rearranjos do citoesqueleto seguidos da clivagem mediada por Pet de uma
proteína do citoesequeleto, a espectrina (Villaseca et al., 2000; Canizalez-Roaman &
Navarro-Garcia, 2003). Embora Pet tenha um papel na patogênese de EAEC,
encontra-se presente numa minoria de amostras (Czeczulin et al., 1999); Pet apresenta
alta homologia às proteases EspP de EHEC e EspC de EPEC (Stein et al., 1996;
Eslava et al., 1998).
Ao estudar o sobrenadante da cultura da amostra protótipo 17-2 em maras de
Ussing, Savarino et al. (1991) observaram a presença de atividade enterotoxigênica
relacionada com alteração do transporte de íons. A substância secretada correspondia
a uma proteína de baixo peso molecular, codificada pelo plasmídeo pAA e parcialmente
termo-estável, que foi denominada EAST1 (“Enteroaggregative heat-stable toxin 1”).
EAST1 apresenta homologia significante com o domínio enterotóxico da toxina Sta de
ETEC e com a guanilina, um peptídeo engeno ativador natural da guanilato ciclase
(Savarino et al., 1993). Com base nessa homologia e devido à elevação dos níveis de
cGMP, inferiu-se que EAST1 atua ativando a guanilato ciclase da mesma forma que a
toxina STa e a guanilina. O papel de EAST1 na patogênese da diarréia é questionável,
uma vez que volunrios inoculados com amostras que expressavam EAST1 não
desenvolveram diarréia (Nataro et al., 1995). A seqüência astA, envolvida na expressão
INTRODUÇÃO
10
Escherichia coli
enteroagregativa
de EAST1, mostra-se presente em somente uma minoria de amostras de EAEC e tem
sido encontrada em outras categorias de E. coli diarreiogênica e também em E. coli
não patogênica (Savarino et al.,1996; Zhou et al., 2002).
Além de EAST1, foi descrito que as EAEC podem secretar uma toxina termo-lábil
de 120 kDa antigenicamente relacionada à α−hemolisina de E. coli. Essa toxina induzia
uma elevação de cálcio intracelular e estimula a fosforilação de proteínas, na presença
de cálcio (Baldwin et al., 1992); o seu papel, no entanto, como fator de virulência, não
foi ainda definido.
1.2.3. Fatores de virulência codificados por genes cromossômicos
A terceira enterotoxina que poderia contribuir para a diarréia por EAEC, é a ShET-
1 codificada cromossomicamente. Os genes setBA, que codificam ShET1 estão
localizados na fita antisenso a pic, que codifica uma proteína secretada de 116 kDa,
descrita por Navarro-Garcia et al. (1998). A toxina ShET-1 é codificada no cromossomo
por duas ORFs, set1A e set1B, que codificam para as subunidades A e B,
respectivamente. As duas organizam-se em uma estequiometria similar ao da toxina
colérica, ou seja, uma subunidade A juntamente com cinco subunidades B. ShET1
promove acúmulo de fluído no modelo de alça intestinal ligada de coelho e aumento na
diferença de potencial e na corrente de curto circuito quando testado em maras de
“Ussing”. (Fasano et al., 1995).
Pic (“protein involved in intestinal colonization”) é uma proteína extracelular de
109,8 kDa codificada por genes cromossômicos da amostra protótipo 042 e por S.
flexneri. Pic é sintetizada como uma molécula precursora de 146,5 kDa, que é
processada durante sua secreção, liberando uma proteína madura de 109,8 kDa no
sobrenadante da cultura bacteriana. A seqüência de aminoácidos desta proteína
tamm revelou alta homologia com a família de proteínas SPATEs (Henderson et al.,
1998). Pic apresenta atividade mucinolítica in vitro, resistência ao soro, e
hemaglutinação, mas seu papel na patogênese de EAEC ainda não foi comprovado
(Henderson et al., 1999).
O locus pic/setBA não é exclusivo de EAEC, sendo tamm encontrado em S.
flexneri 2a (Fasano et al., 1995) e em E. coli uropatogênica CFT073 (Heimer et al.,
2004), com seqüências nucleotídicas com identidade de 99% e 96%, respectivamente,
INTRODUÇÃO
11
Escherichia coli
enteroagregativa
quando comparadas com a EAEC 042. Estudos propõem que a prevalência deste locus
possa estar associada a um possível papel na patogenicidade de EAEC (Harrington et
al., 2006). Em EAEC, a prevalência de pic/setA varia entre 4,6% e 57% das amostras
(Czeczulin et al., 1999; Okeke et al., 2000; Vila et al., 2000; Piva et al., 2003; Sarantuya
et al., 2004), sendo associada à diarréia entre crianças da cidade de Bralia (Piva et
al., 2003) e viajantes adultos da Espanha (Vila et al., 2000).
Resultados obtidos através do seqüenciamento do genoma da amostra protótipo
042 revelaram que o locus pic/setBA está inserido numa ilha de patogenicidade de 117
kb, por sua vez, inserida no locus pheU do RNAt. As seqüências que flanqueiam o
locus pic/setBA, incluem elementos de seqüências de inserção (IS), IS911 e IS629
(Harrington et al., 2006). Uma ORF semelhante a uma IS, perD, e um gene fágico
críptico L0015 estão localizados “downstream” a pic (Henderson et al., 1999). Al-Hasani
et al. (2001) determinaram que o locus pic/setBA da amostra de S. flexneri YSH6000T
está localizado numa ilha de patogenicidade (PAI) denominada she e inserido
adjacente ao gene pheV do RNAt. Os elementos IS que flanqueiam pic/setBA em
EAEC diferem daqueles encontrados dentro da PAI she, o que leva a crer, que a
aquisição do gene pic/setAB tenha sido diferente para as duas espécies bacterianas.
Também inserido na ilha pheU encontram-se dois grupos de genes, ScI e ScII, de
cerca de 20 kb cada um, sendo que o último deles está sob controle do ativador de
transcrição AggR. ScII compreende 16 ORFS, designadas de aaiA-P (significando, ilha
de patogenicidade ativada por AggR) (revisado por Harrington et al., 2006). Estudos
moleculares revelaram um promotor dependente de AggR localizado upstream a aaiA e
sugeriram que as 16 ORF seriam transcritas como um operon. Exceto para aaiP, que
codifica putativamente uma chaperonina ClpB, nenhuma outra ORF codifica alguma
outra proteína de função conhecida. A contribuição dos genes aai na patogênese de
EAEC ainda é desconhecida, porém esses genes parecem não ter um papel na
aderência da bactéria a superfícies abióticas ou as lulas epiteliais intestinais, como
ocorre com os genes regulados por AggR descritos anteriormente (revisado por
Harrington et al., 2006).
Duas outras ilhas de patogenicidade também foram reveladas no genoma da
amostra 042. Uma delas, inserida no gene glyU, codifica um homólogo do sistema de
secreção do tipo III ETT-2 da EHEC O157:H7. A outra contém genes para um
regulador de transcrição e proteínas efetoras e está inserida em selC. Além dessas
duas ilhas, uma outra, a ilha de patogenicidade de Yersinia contendo o gene do
INTRODUÇÃO
12
Escherichia coli
enteroagregativa
sideróforo Yersiniabactin está presente na maioria das amostras de EAEC (Schubert et
al., 1998).
1.3. Potencial papel pró-inflamatório dos fatores de virulência de EAEC
As infecções causadas por EAEC são acompanhadas de inflamação da mucosa
intestinal mesmo na ausência de diarréia. Steiner et al. (2000) mostraram que os
sobrenadantes dos cultivos destas bactérias possuem atividade pró-inflamatória
mediada pela liberação de IL-8, que é induzida pela proteína flagelina de E. coli. A
liberação de IL-8 atrairia neutrófilos para o sítio da infecção, causando em outras
infecções intestinais secreção de fluido e ruptura da barreira epitelial (Madara et al.,
1993; Sansonetti et al., 1999). Ainda, segundo Steiner et al. (2000) a atividade pró-
inflamatória da flagelina tamm está presente em cepas de EPEC e EHEC, levando a
crer que o flagelo possa desempenhar outros papéis, além da motilidade, na
patogênese destas bactérias.
Steiner et al. (1998) também sugeriram um papel para os fatores codificados no
plasmídeo na liberação de IL-8. Jiang et al. (2002) observaram que os níveis de IL-8
eram mais altos em pacientes infectados com amostras EAEC contendo os genes
aggR e aafA, em comparação a pacientes infectados por amostras de EAEC negativas
para esses fatores. Huang et al. (2004) demonstraram que amostras de EAEC
albergando os fatores aggR, aggA e aap eram capazes de causar uma liberação de IL-
8 maior que 100 pg/mL em células epiteliais intestinais não polarizadas (HCT-8), do
que amostras de EAEC negativas para estes fatores. Em um estudo com lulas T84
polarizadas in vitro infectadas com a amostra 042, ocorreu liberação de IL-8 das células
até mesmo quando estas células eram infectadas com a amostra 042 mutada em FliC,
subunidade principal da flagelina. Observou-se que a liberação de IL-8 das lulas T84
polarizadas requeria o ativador AggR e a fímbria AAF, sendo que a liberação de IL-8 foi
significantemente menor, quando as lulas eram infectadas com mutantes na
subunidade fimbrial menor, AafB (Harrington et al., 2005).
A proteína AafB foi recentemente descrita como um homólogo de uma classe de
proteínas com potencial função de invasina em E. coli uropatogênica e DAEC (Bernier
& Le Bouguénec, 2002; Plancon et al., 2003; Cota et al. 2004). Plancon et al. (2003)
INTRODUÇÃO
13
Escherichia coli
enteroagregativa
sugeriram que o fenótipo invasão estaria correlacionado a ligação da integrina β1 na
superfície celular.
1.4. Regulação gênica em EAEC
Para compreender o papel principal do gene aggR na regulação dos genes de
virulência de EAEC, é necessário entender como a proteína é regulada por si mesma.
Recentes estudos demonstraram que a proteína liga-se a sítios específicos ao lado do
promotor no sítio 35. Um segundo sítio de ligação foi sugerido por “footprinting” do
DNA, embora nenhum papel para este tio possa ser demonstrado em estudos de
expressão gênica (Harrington et al., 2006). Em virtude da autoativação desse gene, foi
questionado como a expressão de aggR seria iniciada e terminada. Verificou-se que o
“regulon” AggR é expresso preferencialmente na fase logarítmica do crescimento
bacteriano em meios de cultura. Harrington et al. (2006) demonstraram que FIS, um
regulador fase-dependente, contribui para a ativação de AggR e que o nível basal de
AggR é controlado por ações repressivas de uma proteína H-NS associada a
nucleóide. Dessa forma, o promotor aggR estaria sujeito a um esquema de regulação
que asseguraria sua abundante e rápida expressão logo após entrar no trato
gastrointestinal.
1.5. EAEC atípica
O teste de adesão a células HEp-2 continua sendo o diagnóstico diferencial para
a categoria de EAEC (Nataro & Kaper, 1998). Em um grande mero de amostras de
EAEC, o padrão AA está associado à presença de plasmídeos pAA, esses apresentam
homologia, indicando que são conservados entre diferentes amostras de EAEC (Vial et
al., 1988; Baudry et al., 1990).
Uma sonda de DNA derivada de um fragmento críptico do plasmídeo pAA vem
sendo amplamente utilizada na detecção de amostras de EAEC, a qual inicialmente
mostrou ser 89% sensível e 99% específica (Baudry et al., 1990). Estudos mais
recentes confirmaram a alta especificidade dessa sonda, porém mostraram que a
sensibilidade variava entre 15% e 90% para amostras de EAEC de diferentes regiões
INTRODUÇÃO
14
Escherichia coli
enteroagregativa
(Figura 4). Esses dados têm conseqüências importantes nas conclusões obtidas de
estudos epidemiológicos que utilizam apenas a sonda AA na detecção de EAEC.
FIGURA 4. Proporção de amostras de EAEC isoladas de estudos reportados em
Bangladesh (Faruque et al., 1992), Alemanha (Schmidt et al., 1995), São Paulo
(Gomes et al., 1998), Nigéria (Okeke et al., 2000), Alemanha (Durrer et al., 2000),
Londrina (Gioppo et al., 2000) e Iran (Bouzari et al., 2001), que hibridizaram com a
sonda AA (Okeke & Nataro, 2001).
Estudos genéticos sobre virulência e estudos epidemiológicos têm sugerido que
as EAEC sonda-positivas sejam as verdadeiramente patogênicas, sendo denominadas
por alguns pesquisadores de EAEC típicas (Sarantuya et al., 2004; Kaper et al., 2004).
Embora a enteropatogenicidade de amostras de EAEC sonda-positivas tenha sido
relatada em vários estudos epidemiológicos e em voluntários humanos, a
patogenicidade de pelo menos algumas amostras sonda-negativas é suportada pela
evincia de estudos epidemiológicos que demonstraram associação entre amostras
positivas e negativas, ou somente entre amostras sonda-negativas e a diarréia (Fang et
al., 1995; Okeke et al., 2000). Além disso, surtos epidêmicos de EAEC por amostras
sonda-negativas aconteceram na Europa oriental e Japão (Cobeljic et al., 1996; Ito et
al., 1997).
Em um estudo multicêntrico sobre diarréia infantil realizado em várias cidades
brasileiras foram isoladas 109 amostras de E. coli que apresentavam o padrão AA.
INTRODUÇÃO
15
Escherichia coli
enteroagregativa
Destas 109 amostras, 81 hibridizaram com a sonda AA. As 28 amostras que não
hibridizaram com a sonda AA, como também eram desprovidas de seqüências
genéticas específicas para as demais categorias patogênicas de E. coli (EPEC, ETEC,
EIEC e EHEC), foram classificadas como EAEC atípicas. Embora a diferença numérica
entre as amostras isoladas de casos e controles o tivesse sido significantemente
diferente, decidimos avaliar se dentro dessa população haveria possíveis
enteropatógenos.
OBJETIVO
16
Escherichia coli
enteroagregativa
2. OBJETIVO
Para compreender melhor o potencial enteropatogênico das amostras de EAEC
atípica, este trabalho teve como objetivos:
- Verificar a presença dos fatores de viruncia envolvidos na patogênese de EAEC,
codificados por genes plasmidiais e cromossômicos.
- Caracterizar novas adesinas envolvidas no fenótipo AA, mediante a identificação,
clonagem, seqüenciamento e mutagênese dos genes envolvidos nessa adesão.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Escherichia coli
enteroagregativa
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Amostras bacterianas
As amostras estudadas foram isoladas durante um estudo epidemiológico sobre
diarréia em crianças menores de 2 anos de idade de baixo nível sócio-econômico, que
foram atendidas no pronto socorro dos hospitais públicos, nas cidades de São Paulo,
Joinville, Natal, Goiana e São Luiz entre agosto de 1997 a julho de 1999 (Scaletsky et
al., 2002a). Este estudo epidemiológico compreendeu, originalmente, a análise de
amostras de fezes de 338 crianças com diarréia aguda ou persistente (casos) e 322
crianças sem diarréia (controles), que compareceram aos hospitais por outros motivos
que não a diarréia.
No referido estudo, em cada amostra de fezes foi pesquisada, por meio de
métodos convencionais, a presença dos seguintes enteropatógenos: Shigella spp.,
Salmonella spp., Yersinia enterocolitica, Campylobacter spp., Cryptosporidium spp. e
rotavírus (Scaletsky et al., 2002a). Outrossim, de cada amostra de fezes semeada em
ágar MacConkey foram selecionadas cinco colônias fermentadoras e uma outra não
fermentadora de lactose, típicas de E. coli. Em seguida, foram realizados testes
bioquímicos para confirmação da espécie, e as amostras foram armazenadas a -70
o
C,
em caldo LB (item 8.1.1) acrescido de 15% de glicerol (Merck). Todas as amostras de
E. coli foram submetidas a teste de adesão a células HEp-2, para caracterizar o padrão
de adesão e hibridização de colônias com sondas genéticas específicas para a
identificação das categorias de E. coli diarreiogênicas, isto é, relacionadas à produção
de enterotoxinas de ETEC (sondas LT e ST), capacidade invasora de EIEC (sonda
Inv), produção de toxinas de Shiga de STEC (sondas Stx1 e Stx2), produção de
intimina e mbria BFP de EPEC (sondas eae e bfpA), presença do plasmídeo de
adesão de EAEC (sonda AA) e presença da seqüência daaC e adesina AIDA-I de
DAEC (sondas daaC e AIDA-I).
Entre as 660 amostras de fezes analisadas, 109 (67 casos e 42 controles)
apresentaram amostras de E. coli com o padrão de adesão agregativa (AA), sendo que
81 dessas amostras hibridizaram com a sonda AA. Entre as 28 amostras que o
reagiram com a sonda AA, 5 amostras reagiram com a sonda daaC. Por serem
MATERIAIS E MÉTODOS
18
Escherichia coli
enteroagregativa
desprovidos de seqüências genéticas das outras sondas, esses 28 isolados foram
classificados como EAEC atípicas. O número de isolados, em cada amostra de fezes,
variou de um a cinco, mas para o presente estudo, somente um isolado de E. coli de
cada uma dessas 28 amostras de fezes foi selecionado e considerado como uma
amostra bacteriana.
As amostras de EAEC protótipos de expressão das adesinas fimbriais AAFs, 17-2
(AAF/I) (Nataro et al., 1995), 042 (AAF/II) (Czeczulin et al., 1997) e 55989 (AAF/III)
(Bernier et al., 2002), e a EAEC 236 que expressa a proteína de membrana externa de
58 KDa (Monteiro-Neto et al.,2003) foram empregadas em alguns experimentos.
As características e origem das amostras de E. coli K12 e selvagens, bem como
os vetores plasmidiais utilizados neste estudo, encontram-se na Tabela 1.
3.2. Condições de cultivo das amostras bacterianas
Todas as amostras foram cultivadas a 37°C em caldo ou ágar LB (item 8.1.1) ou
ágar MacConkey. Os seguintes antibióticos foram adicionados, quando indicado:
ampicilina, 100 µg/mL; tetraciclina 20 µg/mL; canamicina, 30 µg/mL; cloranfenicol, 25
µg/mL; estreptomicina 10 µg/mL; sulfonamida 300 µg/mL; ácido nalidíxico, 50 µg/mL.
As soluções estoque de antibióticos foram preparadas em solvente apropriado,
esterilizadas por filtração e mantidas a –20°C (Sambrook et al., 1989).
As culturas em meio líquido foram incubadas por 16 a 18 horas em condições
estáticas ou, quando citado, sob agitação constante de 200 rpm.
Os estoques bacterianos foram mantidos em caldo LB (item 8.1.1), acrescidos de
15% de glicerol, e do antibiótico apropriado, e congelados a –70°C.
3.3. Determinação do sorogrupo das amostras bacterianas
A identificação do antígeno somático (O) foi realizada utilizando-se soros O1 a
O175, adquiridos comercialmente (Universidade de Santiago de Compostela, Santiago
de Compostela, Espanha).
MATERIAIS E MÉTODOS
19
Escherichia coli
enteroagregativa
As amostras foram semeadas em 5 mL de TSB (Difco) e incubadas a 37°C por 18
horas. Após esse período, as amostras foram diluídas em solução salina com azida
sódica (item 8.2.1) até atingir a concentração de 1,8x10
9
bactéria/mL. O crescimento
bacteriano foi submetido à fervura durante 1 hora e, após o resfriamento das
suspensões, foram adicionados 2 mL de solução formalizada a 0,5% contendo violeta
genciana (item 8.2.2)
O antígeno, assim preparado, foi submetido a soroaglutinação em placas de 96
orifícios com os soros polivalentes (P1 a P24), diluídos 1:1. Após a incubação a 3C
por 24 h, a reação foi lida, em comparação ao controle positivo, em microscópio
invertido. As suspensões antigênicas que aglutinaram com determinado soro
polivalente foram submetidas a novos ensaios com os soros monovalentes respectivos,
nas condições descritas.
3.4. Reação da polimerização em cadeia (PCR)
Os primers” utilizados para a pesquisa dos determinantes genéticos das
amostras estudadas estão relacionados na Tabela 2.
As reações de PCR foram todas realizadas em banho de gelo, utilizando-se tubos
de polipropileno de 0,2 mL (Eppendorf, Hamburg, Alemanha), onde foram colocados
o DNA molde, obtido através de fervura de duas colônias bacterianas em 50 µL de
água destilada esterilizada durante 5 minutos e os reagentes (Invitrogen, Life
Tecnologies Inc, Gaithenesburg MD, EUA) nas seguintes concentrações: 1x tampão
PCR, 1,5 mM MgCl
2
(50 mM), 2mM de cada desoxinucleotídeo trifosfato (dATP, dCTP,
dGTP, dTTP), 50 pmoles de cada primer”, 1,5 U de Taq DNA Polimerase e 10 µL do
DNA bacteriano, sendo o volume completado com 50 µL de água destilada estéril.
A seguir, os tubos foram colocados em um aparelho termociclador (modelo
System 2400, Perkin Elmer Corporation, Norwalk, EUA) e a reação submetida a ciclos
específicos de amplificação para cada par de “primers” (Tabela 2). Após a amplificação,
os produtos foram analisados através de eltroforese em gel de agarose 1%,
comparando-se ao padrão de peso molecular “1Kb DNA ladder”.
MATERIAIS E MÉTODOS
20
Escherichia coli
enteroagregativa
3.5. Extração de DNA plasmidial
3.5.1. Extração em pequena escala (“mini-prep”)
A extração do DNA plasmidial foi realizada pelo método de Birnboim & Doly
(1979).
As amostras bacterianas foram cultivadas em 3 mL de caldo LB (item 8.1.1),
contendo o antibiótico apropriado, por 16 a 18 horas sob agitação constante. Em
seguida, 1 mL das culturas foram transferidos para tubos de polipropileno e
centrifugados por 2 minutos em microcentrífuga Eppendorf
a 12.000 rpm. Após
centrifugação, os sobrenadantes foram desprezados, e as células foram ressuspensas
em 100 µL de solução I (item 8.3.3). A seguir, foram adicionados 200 µL de solução II
(item 8.3.4) e, após cuidadosa homogeneização, a suspensão foi incubada em banho
de gelo por 5 minutos. Após a adição de 150 µL de solução III (item 8.3.5), a
suspensão foi novamente incubada em banho de gelo por 10 minutos. Após a
incubação, os tubos foram centrifugados por 10 minutos a 12.000 rpm, o sobrenadante
foi coletado e o DNA precipitado em 2 volumes de etanol gelado. Os tubos foram
homogeneizados lentamente e mantidos a –20°C por 1 hora. Após nova centrifugação,
os tubos foram secos à temperatura ambiente e o DNA ressuspenso em 50 µL de
tampão TE (item 8.3.8) contendo RNAse A (Sigma-Aldrich, EUA) em concentração final
de 20 µg/mL e incubados a 37°C por 30 minutos.
3.5.2. Extração em larga escala (“maxi-prep”)
O kit “Qiagen Plasmid Midi Kit” (Qiagen Inc., Califórnia, EUA) foi empregado para
extração de DNA em larga escala, segundo as recomendações do fabricante.
As amostras foram cultivadas em 500 mL de caldo LB (item 8.1.1), contendo o
antibiótico apropriado. Em seguida, as culturas foram centrifugadas a 6.000 rpm por 15
minutos a C em centrífuga Sorvall RC2B (Sorvall, Newtown, EUA). Os sedimentos
assim obtidos foram submetidos à extração de DNA, utilizando a coluna “Qiagen tip
500”. Os sedimentos foram ressuspensos em 200 µL de tampão TE (item 8.3.8).
MATERIAIS E MÉTODOS
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Escherichia coli
enteroagregativa
3.6. Extração de DNA genômico
A extração do DNA genômico foi realizada de acordo com Marmur et al. (1961).
A amostra bacteriana foi cultivada em 250 mL de caldo LB (item 8.1.1) e incubada
com agitação a 37°C por 16-18 horas. A seguir, a cu ltura foi centrifugada a 5.000 rpm
por 20 minutos e o sedimento ressuspenso em 20 mL de solução para suspensão
celular (item 8.4.1). Após incubação a 37°C por 5 minutos, foram adicionados 30 mL de
solução de lise (item 8.4.2), sendo a solução homogeneizada e incubada a uma
temperatura de 60°C por 2 horas. Para a extração da s proteínas foram adicionados 12
mL de uma solução de fenol / clorofórmio / álcool isoamílico (item 8.3.7) e mantido a
uma agitação vigorosa por 20 minutos. Após centrifugação a 10.000 rpm por 10
minutos, a fase aquosa foi coletada e repetiu-se a extração com a mistura de solventes
até não se observar mais a fase protéica. O DNA foi então precipitado com 0,6 volumes
de álcool isopropílico e 20 mL de etanol 80% gelado, ressuspenso em 20 mL de SSC
0.1X (item 8.7.3) acrescido de 1mg/mL de RNAse A (Sigma-Aldrich, EUA). Após
incubação a 3C por 30 minutos, o DNA foi novament e precipitado por adição de 0,1
volume de acetato de sódio 3M pH 6,0 e 2 volumes de etanol 95%. O DNA foi coletado
com auxílio de um bastão de vidro e dissolvido em 3mL de tampão TE (item 8.3.8).
3.7. Determinação da concentração de DNA
Após extração, avaliaram-se a concentração e a pureza do DNA, segundo técnica
descrita por Sambrook et al. (1989).
As soluções foram diluídas em 1:60 em água e as densidades ópticas foram
determinadas em espectrofotômetro SmartSpec
TM
3000 (Bio-Rad, Califórnia, EUA) nos
comprimentos de onda de 260 e 280 nm. As leituras em 260 nm foram empregadas no
cálculo da concentração de DNA em ng/µL ou µg/mL. A relação entre as leituras de
260 e 280 nm indicava a pureza da extração, quando os valores encontravam-se entre
1,8 e 2,0.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Escherichia coli
enteroagregativa
3.8. Eletroforese de DNA em gel de agarose
Os géis de agarose foram preparados dissolvendo-se a agarose (Invitrogen, Life
Tecnologies Inc, Gaithenesburg MD, EUA) por aquecimento em tampão Tris-EDTA-
Borato 0,5X (TBE) (item 8.5.1), na concentração final de 0,7%, exceto quando indicado.
As amostras de DNA analisadas foram misturadas a 5 µL de tampão de amostra
para DNA 6X (item 8.5.2), obtendo-se um volume final de 20 µL em água, que foi
aplicado nas canaletas do gel. Como marcadores de peso molecular foram utilizados
DNA do bacteriófago λ digerido com HindIII (λ/HindIII) (Invitrogen) e “1 Kb DNA ladder”.
A corrida eletroforética foi realizada sob voltagem máxima e constante de 100
Volts em tampão TBE 0,5X. Após a corrida, o gel foi corado em solução de brometo de
etídio (5mg/mL) (item 8.5.3) por 10 a 15 minutos e observados em transluminador de
luz ultravioleta (Fotodyne), para análise visual.
3.9. Eluição dos fragmentos de DNA de gel de agarose
Após separação e visualização dos fragmentos de DNA de interesse, estes foram
eldos do gel, empregando-se o kit “GeneClean II Kit” (Bio 101, Califórnia, EUA),
segundo recomendações do fabricante.
3.10. Reões de digestão de DNA
As reações de digestão de DNA foram realizadas em um volume final de 20 µL,
empregando-se as enzimas de restrição e seus respectivos tampões, segundo
recomendações do fabricante (Invitrogen).
3.11. Reões de ligação de DNA
As ligações entre DNA do inserto e vetor plasmidial foram efetuadas com a
utilização da enzima T4 DNA-ligase e o respectivo tampão de ligação (Invitrogen),
MATERIAIS E MÉTODOS
23
Escherichia coli
enteroagregativa
segundo recomendações do fabricante, seguindo a proporção molar 3:1 (inserto:vetor)
em volume final de 20 µL. As reações foram incubadas por 18 horas a 16 °C.
3.12. Transformação bacteriana
As células bacterianas competentes foram transformadas através de choque
térmico com DNA recombinante resultante das clonagens e através de eletroporão
com DNA plasmidial de alto peso molecular das amostras selvagens.
Após a transformação, foram adicionados 800 µL de meio SOC (item 8.6.2) à
reação, seguindo-se uma incubação por 1 hora sob agitação a 250 rpm. Em seguida,
os cultivos foram plaqueados em diferentes volumes de 50 a 200 µL em ágar LB (item
8.1.1) contendo o antibiótico apropriado para seleção.
3.12.1. Transformação através de eletroporação
As células bacterianas competentes foram transformadas através de
eletroporação, segundo metodologia descrita por Ausubel et al. (1989).
As células competentes de E. coli foram preparadas em água resfriada a C e
mantidas congeladas a 70 °C em alíquotas de 200 µL de solução de glicerol a 10%.
Para a transformação, as lulas competentes foram descongeladas em banho de gelo
e 1 µL de DNA plasmidial foi adicionado à alíquota de células competentes. Essa
mistura foi transferida para cubetas apropriadas (0,2 cm Bio-Rad, Califórnia, EUA),
previamente resfriadas, e, em seguida, foram eletroporadas através do eletroporador
“Gene Pulser” (Bio-Rad), a 2,5 kV, 25 µF e controle de pulso de 200. Após a
eletroporação, foram adicionados 800 µL de meio SOC contendo 1 mM de IPTG (para
induzir a expressão da transposase), e a mistura foi incubada a 3C sob agitação
durante 1 hora. A seguir, foram plaqueados cerca de 100 µL e 200 µL do cultivo, em
ágar LB (item 8.1.1) contendo o antibiótico apropriado para seleção.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Escherichia coli
enteroagregativa
3.12.2. Transformação através de choque térmico
As células competentes foram preparadas em tampão FB (item 8.6.1). Uma
colônia de E. coli foi semeada em 5 mL de meio LB e incubada sob agitação durante 18
horas a 3C. Após o crescimento bacteriano, cerca de 3 mL foram semeados em 125
mL de meio LB. A mistura foi incubada sob agitação a 37°C até a DO
550
atingir valores
entre 0,5 e 0,6. A cultura foi incubada durante 10 minutos no gelo e em seguida
centrifugada por 15 minutos a 3.000 rpm a C. Após ressuspensão em 20 mL de
tampão FB, as células competentes foram alíquotadas em 250 µL em tubos de
polipropileno e mantidas a –70°C até o momento do u so.
3.13. Conjugação bacteriana
A amostra bacteriana (doadora) e a receptora E. coli C600 foram cultivadas
individualmente em 3 mL de caldo LB (item 8.1.1) a 37°C por 18 horas. Após o
crescimento, ambas amostras, foram dildas 1:100 no mesmo meio e crescidas sob
agitação a 3C, até atingirem a concentração de 3x 10
8
células/mL. Foram adicionados
1 mL da amostra doadora e 1 mL da amostra receptora em um erlenmeyer de 25 mL
contendo 1 mL de caldo LB. A mistura foi incubada a 37°C por 24 horas e plaqueada
para a seleção dos transconjugantes.
Os transconjugantes foram selecionados em placas de ágar nutriente contendo
ácido nalidíxico 100 µg/mL e as drogas correspondentes às marcas de resistência da
amostra doadora.
A amostra foi diluída 1:100 e 1:10.000 em meio LB. Uma alíquota de 100 µL foi
semeada em placas contendo o antibiótioco apropriado, dependendo do perfil de
resistência da amostra doadora. Como controle, as amostras doadora e receptora
foram semeadas separadamente no mesmo meio que o da seleção. As placas foram
incubadas por 24 horas a 37°C. As colônias obtidas nas placas seletoras foram
purificadas em placas contendo as mesmas drogas utilizadas para a seleção.
MATERIAIS E MÉTODOS
25
Escherichia coli
enteroagregativa
3.14. Cura plasmidial
3.14.1. Cura plasmidial com alaranjado de acridina
A amostra bacteriana foi cultivada caldo LB (item 8.1.1) por 16 horas a 37°C. Após
o crescimento, a cultura foi diluída até atingir a concentração de 10
5
bactérias/mL em
caldo LB e incubada por 3 horas com agitação. A cultura em fase logarítimica foi diluída
para uma concentração final de 10
4
células/mL (escala 5 de MacFarland). Alíquotas de
3mL da suspensão em salina foram distribuídas em tubos aos quais foi adicionado
alaranjado de acridina (10 µg/mL) para as concentrações finais de 25, 50, 75, 100 e
125 µg/mL. Os tubos foram cobertos com papel alumínio e incubados a 3C por 18
horas. O crescimento bacteriano ocorrido no tubo de maior concentração de alarajado
de acridina, foi semeado em placas contendo ágar MacConkey, de modo a se obter
colônias isoladas. As colônias assim obtidas foram mantidas congeladas em caldo LB e
glicerol para análises posteriores.
3.14.2. Cura plasmidial com novobiocina
O procedimento foi o mesmo utilizado no item 3.14.1, com a substituição do
alaranjado de acridina por novobiocina na concentração de 500 µg/mL.
3.15. Transferência de DNA de células bacterianas para filtros de papel
Whatman– “Colony- blotting”
As amostras de E. coli foram inicialmente semeadas em placas de ágar
MacConkey pela cnica de semeadura de placa-mestre e incubadas a 37ºC, entre 16
a 18 horas. Em cada placa foram incluídos controle positivo (E. coli K12 albergando o
plasmídeo recombinante contendo com fragmento sonda utilizado no experimento) e
controle negativo (E. coli K12 DH5α).
MATERIAIS E MÉTODOS
26
Escherichia coli
enteroagregativa
Em seguida, um papel de filtro Whatman 541 (Whatman, Nova Jersey, EUA),
do mesmo diâmetro da placa, foi pressionado sobre as colônias a fim de transferi-las
para os filtros, que foram incubados por 1 hora a 37ºC.
Os filtros assim obtidos foram tratados segundo metodologia descrita por Grustein
(1975), com algumas modificações. Inicialmente, os filtros secos à temperatura
ambiente foram tratados com solução desnaturante (item 8.7.1), expostos a vapores de
água fervente por 3 minutos e novamente tratados com solução neutralizante (item
8.7.2) por 5 minutos e mantidos à temperatura ambiente até ficarem completamente
secos.
3.16. Transferência de DNA de gel de agarose para membrana de nylon
“Southern- blotting”
Os DNAs genômico e plasmidial foram transferidos do gel de agarose para
membranas de nylon por capilaridade. Após a corrida eletroforética e visualização do
DNA em luz ultravioleta, os géis foram fotografados com mera Polaroid, com filme
667 (Polaroid Corporation, Cambridge, MA). O DNA no gel foi tratado com solução
desnaturante (item 8.7.1) durante 45 minutos, à temperatura ambiente, sob agitação
lenta. Em seguida, o gel foi lavado várias vezes em água destilada e tratado com
solução de neutralização (item 8.7.2), nas mesmas condições utilizadas para a
desnaturação.
A transferência por capilaridade foi realizada por 16 horas, no mínimo, segundo
metodologia descrita por Sambrook et al. (1989), utilizando uma solução de SSC 6X
(item 8.7.3) e membranas de nylon positivamente carregadas (Hybond-N, Amersham
Biosciences, EUA). Após esse período, o sistema foi desmontado, e a membrana foi
lavada em solução de SSC 2X (item 8.7.3) por 20 minutos sob agitação leve e seca à
temperatura ambiente.
As membranas tiveram as reges referentes às canaletas do gel marcadas com
pis e foram submetidas à imobilização por luz ultravioleta no aparelho para “cross
linking UV” (UV Spectrolinker
TM
XL1000, Spectroline, New York, USA), utilizando o
parâmetro automático para imobilização de DNA em membranas de nylon.
MATERIAIS E MÉTODOS
27
Escherichia coli
enteroagregativa
3.17. Marcação radioativa de fragmento sonda
Os fragmentos sonda foram marcados com [α-
32
P]dCTP (Amersham Biosciences,
EUA), com atividade específica de 3.000 Ci/mmol, pelo método de “random-primer
extensionutilizando-se o kit “Ready To Go–DNA Labelling Beads” (dCTP) (Amersham
Biosciences, EUA), segundo as recomendações do fabricante.
Os fragmentos de DNA em concentração de 25 ng em volume de 45 µL de água
destilada foram desnaturados a 100ºC por 5 minutos e, em seguida, mantidos em gelo.
Essa solução foi transferida para os microtubos do kit, que continham a mistura de
marcação, e os tubos agitados delicadamente. Em seguida, 5 µL de [α-
32
P]dCTP foram
adicionados à mistura, e os tubos foram incubados a 37ºC por 10 minutos. Após esse
período, a reação foi interrompida pela adição de 5 mL de EDTA pH 8,0 (0,2 M). A
purificação dos nucleotídeos marcados não incorporados foi realizada em microcolunas
de Sepharose G50 “ProbeQuant G50 microcolumns” (Pharmacia-Biotech, New Jersey,
EUA), segundo as recomendações do fabricante. O fragmento sonda, assim obtido foi
mantido a –20ºC até o momento de sua utilização.
3.18. Hibridização de DNA com sondas radioativas
3.18.1. Hibridização dos filtros de papel Whatman
Os filtros contendo as colônias, obtidos conforme descrição no item 3.15 para
detecção dos genes pet e hly (Tabela 3) em amostras de EAEC, foram colocados em
sacos plásticos contendo solução de hibridização (item 8.7.4) durante 1 hora a 65ºC,
sob agitação lenta. Foram utilizados em média 5 mL da solução de hibridização por
filtro. Em seguida, foram adicionados à solução de hibridização aproximadamente 10
5
cpm/mL de sonda radioativa (item 3.17), previamente desnaturada a 100ºC por 5
minutos. Os sacos plásticos foram selados e incubados sob agitação lenta, por 18
horas a 65ºC. Após esse período, a solução de hibridização contendo a sonda
radioativa foi retirada e os filtros transferidos para recipientes plásticos para lavagens
posteriores.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Escherichia coli
enteroagregativa
Os filtros foram lavados 2 vezes durante 30 minutos a 65ºC, sob agitação lenta,
em SSC 0,1X (item 8.7.3), acrescido de 0,1% de SDS. A seguir, os filtros foram secos a
temperatura ambiente e autoradiografados através da exposição a filmes de raios X
Kodak “X-Omat-R” (Eastman Kodak Co Nova Jersey, EUA) em cassetes apropriados
(Eastman Kodak Co.), contendo tela intensificadora, por no mínimo 24 horas a -70°C. O
filme foi revelado em revelador Kodak automático de filmes de raios X em mara
escura.
3.18.2. Hibridização das membranas
As membranas de nylon contendo o DNA plasmidial e cromossômico foram
colocadas em garrafas de vidro, que continham solução de hibridização Rapid-hyb
buffer” (Amersham Biosciences, EUA Pharmacia Biotech Inc, EUA) além de 100 µg/mL
de DNA desnaturado de esperma de salmão (Gibco-BRL). Foi empregado o volume de
1 mL de solução de hibridização/cm
2
de membrana. Em seguida, foram adicionadas às
membranas, aproximadamente 10
5
cpm/mL da sonda marcada, previamente
desnaturada a 100 °C por 5 minutos. As garrafas for am incubadas sob agitação lenta,
por 1 hora a 65°C em forno de hibridização, e, em s eguida, foi adicionada a sonda
radioativa. Após nova incubação de 2 horas a 6C, as membranas foram lavadas,
secas e expostas a filmes de raios-X conforme descrito no item anterior.
3.19. Seqüenciamento e análise das seqüências de DNA
O sequenciamento automático foi realizado pelo Centro de Estudos do Genoma
Humano-USP, utilizando o sistema MegaBACE
TM
1000 (Amersham Biosciences, EUA ).
O DNA plasmidial, preparado segundo metodologia descrita no item 3.5.2, foi digerido
com a enzima de restrição XhoI, para quantificação através do padrão de peso
molecular DNA Mass Ladder (Invitrogen). Os “primers” utilizados para as reações foram
sintetizados pela Promega (SC, Brasil) em escala de 25 nmoles.
Os programas SeqMan e MegAlign (DNASTAR) foram utilizados para alinhar
continuamente as seqüências encontradas, formando “contigs”. Mediante o
alinhamento múltiplo entre as seqüências foi possível localizar os sítios comuns e,
MATERIAIS E MÉTODOS
29
Escherichia coli
enteroagregativa
assim, a junção dos fragmentos de forma a se obter um fragmento único. Essas
seqüências foram analisadas através do programa BLAST do “National Center for
Biotechnology Information”. (www.ncbi.nlm.nih.gov/blast;) (Altschul et al., 1990).
3.20. Determinação da resistência a drogas antimicrobianas
Foi utilizada a cnica descrita por Bauer & Kirby (1966), utilizando-se discos de
antibiótico de procedência Sensifar (Brasil). As drogas testadas e as concentrações dos
discos foram as seguintes: ampicilina (100 µg/mL), canamicina (30 µg/mL), cefalotina
(30 µg/mL), ciprofloxacina (5 µg/mL), cloranfenicol (25 µg/mL), estreptomicina (10
µg/mL), gentamicina (10 µg/mL), tetraciclina (20 µg/mL), sulfonamida (300 µg/mL) e
ácido nalidíxico (50 µg/mL).
As amostras bacterianas foram cultivadas em 2 mL de caldo LB (item 8.1.1) e,
após o crescimento correspondente à concentração de 1,5x10
8
bactérias/mL, foram
semeadas com “swab” estéril em placas de ágar Muller Hinton (Difco). Em seguida, os
discos contendo as drogas antimicrobianas foram colocados sobre a superfície do ágar
e as placas incubadas a 37°C por 18 horas.
A leitura foi realizada comparando o halo de inibição com os dados da tabela do
fabricante.
3.21. Testes de hemaglutinação
Os testes de hemaglutinação foram realizados segundo a metodologia descrita
por Evans et al. (1979). Foram utilizadas hemácias humanas do grupo A e de boi,
coelho e carneiro. As hemácias foram lavadas 3 vezes com solução tampão salina
fosfatada (PBS) (item 8.8.1) e uma suspensão de 3% de hemácias foi testada na
presença e na ausência de 1 % de D-manose (item 8.8.5).
As amostras foram cultivadas em caldo de TSB (Difco) e incubadas por 18 horas a
37
o
C. Após o crescimento, as amostras foram semeadas em placas contendo meio
Blood Agar Base (BAB) (Difco) e incubadas a 37
o
C até se observar o crescimento. Os
testes foram realizados em placa de vidro quadriculada à temperatura ambiente. A
MATERIAIS E MÉTODOS
30
Escherichia coli
enteroagregativa
suspensão de hemácias (20 µL) foi misturada com uma quantidade de crescimento
bacteriano, com auxílio de um palito de madeira e placa de vidro foi agitada
manualmente para a observação da aglutinação (formação de grumos).
3.22. Teste de adesão a células HEp-2
O teste de adesão a lulas HEp-2 foi realizado segundo a metodologia descrita
por Scaletsky et al. (1984), utilizando um único período de incubação. Para o teste as
amostras foram cultivadas em 3 mL de caldo LB (item 8.1.1), a 37°C em cultura
estática por 18 horas.
3.22.1. Cultivo das células HEp-2
O cultivo das células HEp-2 foi realizado em garrafas de plástico apropriado
(Nalge Nunc, NY, EUA) contendo 10 mL de meio mínimo essencial de Eagle,
modificado com sais de Earle (MEM) acrescido de soro fetal bovino 10% (MEM-SFB
10%) (item 8.8.2) e mantidas em estufa 37°C, sob at mosfera de 5% de CO
2
por 3 a 4
dias. Após esse período, o meio de cultivo foi removido e a monocamada celular lavada
com 4,5 mL de tripsina a 0,25% (item 8.8.3). Essa solução foi desprezada,
adicionando-se em seguida, 5 mL de MEM-SFB 10%, sendo feitas pipetagens
repetidas, para se obter uma suspensão celular homogênea.
O número de células viáveis foi determinado através do método de exclusão do
corante azul Tripan a 0,5% (item 8.8.4) (Schrek, 1936). A suspensão obtida foi ajustada
para uma concentração de 150.000 células/mL, através de diluição em MEM-SFB 10%
e volumes de 1 mL foram transferidos para placas de 24 orifícios (Corning,Costar,
EUA), contendo lamínulas de plástico 13 mm (Nalge Nunc, NY). A placa foi incubada a
37°C sob atmosfera de 5% de CO
2
por 48 horas.
MATERIAIS E MÉTODOS
31
Escherichia coli
enteroagregativa
3.22.2. Realização do teste de adesão
As monocamadas celulares confluentes foram submetidas a duas lavagens com
PBS (item 8.8.1) e acrescidas de 1 mL de MEM-SFB 2% contendo 1% de D-manose
(item 8.8.5). Uma alíquota de 40 µL da cultura bacteriana foi inoculada sobre a
monocamada celular e incubada em estufa a 37°C por 3 horas. Após esse período, o
meio de cultura foi removido e as células foram lavadas 6 vezes com PBS, fixadas com
1 mL de metanol por 15 minutos e coradas com solução May-Grünwald (item 8.8.7) por
10 minutos e, a seguir, com uma solução de Giemsa (item 8.8.8) por 20 minutos. As
lamínulas foram, então, lavadas com água corrente, secas, montadas sobre uma
mina de vidro e observadas ao microscópio óptico comum.
3.23. Curva de crescimento
As amostras foram cultivadas em 2 mL de caldo LB (item 8.1.1) com os
antibióticos apropriados por 16 horas a 37°C, sob a gitação. A seguir, as culturas foram
diluídas na razão 1:50 em 20 mL de caldo LB e incubadas por 30 minutos. Após esse
período, a densidade óptica (DO) foi medida em 600 nm em espectrofotômetro
SmartSpec
TM
3000 (Bio-Rad, Califórnia, USA), sendo este considerado o tempo de
crescimento zero. Esse procedimento foi repetido até completar 220 minutos, sendo
realizadas leituras a cada 20 minutos.
3.24. Microscopia eletrônica de transmissão
Os ensaios para microscopia eletrônica foram realizados segundo Knutton (1995).
As preparações foram realizadas e examinadas pela Dra. Cecília M. Abe no
microscópio de transmissão eletrônica JEOL JEM 1200 EX II no Departmento de
Bioquímica da Universidade de Birmingham, Reino Unido, operando a 80 kV.
As amostras bacterianas foram cultivadas em placas contendo ágar LB (item
8.1.1) por 16 a 18 horas a 37°C. As bactérias foram coletadas da placa com PBS 0,1 M
(pH 7.2) (item 8.8.1), e 1 mL do crescimento foi transferido para microtubos de
polipropileno e que foram centrifugados em microcentfuga por 3 minutos a 14.000
MATERIAIS E MÉTODOS
32
Escherichia coli
enteroagregativa
rpm. O sedimento foi novamente centrifugado e ressuspenso em 50 µL de água
destilada. A seguir, 10 µL da suspensão foi transferida para outro microtubo contendo
uma solução de 10 µL de bacitracina (50 µg/mL) juntamente com 10 µL de molibdato
de amônia a 2% . Após suave homogenização, 10 µL da mistura foram aplicados em
grades revestidas de carbono. Após 5 minutos de contato, o excesso de líquido foi
removido com o auxílio de papel de filtro e as grades secas à temperatura ambiente.
3.25. Eletroforese de proteínas em SDS-PAGE
3.25.1. Extração de proteínas por lise
As amostras foram cultivadas em diferentes meios de cultura: ágar LB (item
8.1.1), ágar MacConkey, BAB e ágar Brucella com o antibiótico apropriado a 37°C
durante 18 horas e ressuspensas em solução salina estéril (PBS pH 7.4) necessário
para obtenção de turvação correspondente à concentração 4x10
8
bactérias/mL. A
suspensão foi centrifugada a 14.000 rpm por 5 minutos, o sobrenadante descartado e o
sedimento ressuspenso em 200 µL de tampão de amostra e aquecido a 100°C por 10
minutos e submetida a técnica de SDS- PAGE.
3.25.2. Extração de proteínas por aquecimento
As amostras foram cultivadas em ágar LB (item 8.1.1) e ágar MacConkey com o
antibiótico apropriado a 37°C durante 18 horas e di luídas em PBS pH 7,4 (item 8.8.1)
para obtenção de turvação correspondente a concentração 4x10
9
bactérias/mL.
Alíquotas de 1 mL dessa suspensão foram centrifugadas a 2.500 rpm (250 g/s) por 10
minutos, e o sedimento foi ressuspenso em 160 µL de PBS pH 7,4. Após incubação, a
60°C por 30 minutos, o sobrenadante foi transferido para microtubos, adicionando-se,
então, 40 µL de tampão de amostra (item 8.9.2). A mistura foi aquecida a 100°C por 10
minutos e analisada em gel de SDS- PAGE.
MATERIAIS E MÉTODOS
33
Escherichia coli
enteroagregativa
3.25.3. Extração de proteínas de membrana externa
A extração de proteínas de membrana externa foi realizada segundo metodologia
descrita por Achtman et al., 1983.
As amostras bacterianas foram semeadas em 100 mL de caldo TSB a 37°C
durante 16 a 18 horas, e centrifugadas em centrífuga Sorval RC 2B a 3.000 rpm
durante 20 minutos a C. As culturas foram ressusp ensas em 10 mL de Tris 10 mM
pH 8,0, e as células lisadas por ultra-som em sonicador (Sonifier 450, Branson
Ultrasonics Corp., Danbry) durante 80 segundos em ciclos de 50%. Após a
centrifugação para remover as células que não foram rompidas, o sobrenadante foi
coletado e centrifugado em ultracentrífuga (Beckman, rotor Ti50) por 60 minutos a
20.000 rpm (2.000 g/s) a C. A cultura foi então r essupensa em 150 mL de água
destilada e tratada com 8 volumes de uma solução contendo 1,67% de N-
lauroilsarcosina (Sigma-Aldrich, EUA) e 11,1 mM de Tris pH 7,6. Após 20 minutos à
temperatura ambiente, a mistura foi novamente centrifugada em ultracentrífuga por
20.000 rpm a 2C durante 90 minutos. O sedimento f oi ressuspenso em 150 mL de
PBS, e cerca de 10 mL dessa suspensão foram misturados a 10 mL de tamo de
amostra 1x. A mistura foi aquecida em banho-maria a 100°C por 5 minutos e analisada
em gel de SDS-PAGE.
3.25.4. Eletroforese em SDS-PAGE
A eletroforese de proteínas foi realizada, como descrita por Laemmli et al.
(1970), utilizando-se um gel de resolução 12% (item 8.9.4) e de empacotamento 5%
(item 8.9.3). A eletroforese foi conduzida em tampão Tris-glicina (item 8.9.5) sob uma
corrente de 25 mA durante aproximadamente 5 horas. Após a corrida eletroforética, o
gel foi corado com uma solução de azul de Comassie R-250 (item 8.9.6) por 2 horas e
descorado em solão descorante (item 8.9.7) por aproximadamente 12 horas até a
visualização completa das bandas protéicas. O padrão de peso utilizado foi “Bench
Mark Protein Ladder – Pre-stained” (Invitrogen, EUA).
MATERIAIS E MÉTODOS
34
Escherichia coli
enteroagregativa
3.25.5. Sequenciamento da região N-terminal
Após a separação eletroforética em SDS-PAGE, as proteínas foram transferidas
para membranas de polyvinylidene difluoride” (PVDF-Millipore) e visualizadas através
de coloração com azul de Comassie R-250 (item 8.9.6). A seguir, a banda de interesse
foi cortada da membrana e enviada para o serviço de seqüenciamento da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto da USP. As seqüências N-terminais da proteína foram
alinhadas com seqüências previamente conhecidas, presentes no GenBank, utilizando-
se o programa BLAST.
3.26. Métodos estatísticos
As diferenças entre a prevalência das diferentes categorias de E. coli nas
amostras provenientes de casos de diarréia e controles foram analisadas pelo uso do
teste de Qui-quadrado χ² para cálculo do valor de p. O programa Epi-info 6.02 (Dean et
al., 1991) foi utilizado para realizar os lculos. Um valor de p < que 0.001 foi
considerado significante.
MATERIAIS E MÉTODOS
35
Escherichia coli
enteroagregativa
TABELA 1. Características de amostras de Escherichia coli e vetores plasmidiais
utilizados neste estudo.
Amostra ou
plasmídeo
Características relevantes
a
Referência
DH5α
[supE44lacU169 (80 lacZM15) hsdR17
recA1 endA1 gyrA96 thi-1 relA1] (Nal)
Sambrook et al., 1989
HB101
mcrB mrr hsdS20[r
B
-
m
B
-
] recA13 leuB6 ara-14
proA2 lacY1 galK2 xyl-5 mtl-1 rpsL20 supE44;
Escherichia coli híbrida B/K-12 (Sm)
Boyer & Roulland-
Dussoix, 1969
C600
thi1 thr1 leuB6 lacy1 tonA21 supA21 supE44
hsdR (Nal)
Sambrook et al., 1989
ORN103
thr1 leu-6 thi1 lacYI xyl-7, ara13 gal-6 tonA2
minA minB U169 recA13 fim (Km)
Orndorff et al., 1985
pACYC184
Plasmídeo vetor de baixo número de cópias; 4,2
Kb (Cm, Tc)
Chang &Cohen, 1978
pHC79 Plasmídeo vetor cosmídeo; 6,5 Kb (Ap) Hohn, B., 1979
a
Ap, resistência a ampicilina; Cm, resistência a cloranfenicol; Km, resistência a canamicina; Sm, resistência à
estreptomicina; Tc, resistência à tetraciclina; Nal, resistência a ácido nalidíxico.
MATERIAIS E MÉTODOS
36
Escherichia coli
enteroagregativa
TABELA 2. “Primers” utilizados na pesquisa de determinantes genéticos de virulência
através de reações de PCR.
Determinante
de Virulência
Propriedade
codificada
Seqüência dos “primers” 5’----3’
Gene
Amplificado
Fragmento
amplificado
(bp)
Referência
bibliográfica
AAF/I
Subunidade de
AAF/I
TTAGTCTTCTATCTAGGG
AAATTAATTCCGGCATGG
aggA
450
Czeczulin et al.,
1999
AAF/II
Subunidade de
AAF/II
ACATGCATGCAAAAAATCAGAATGTTTGTT
CGGGATCCATTTGTCACAAGCTCAGC
aafA
550
Czeczulin et al.,
1997
AAF/III
Subunidade de
AAF/III
GTATCATTGCGAGTCTGGTATTCAG
GGGCTGTTATAGAGTAACTTCCAG
agg3A
462
Bernier et al.,
2002
EAST1 Enterotoxina EAST1
CCATCAACACAGTATATCCGA
GGTCGCGAGTGACGGCTTTGT
astA
111
Yamamoto &
Echeverria, 1996
AggR
Ativador de
transcrição
das AAFs
CTAATTGTACAATCGATGTA
ATGAAGTAATTCTTGAAT
aggR
308
Czeczulin et al.,
1999
Shf Proteína secretada
ACTTTCTCCCGAGACATTC
CTTTAGCGGGAGCATTCAT
shf
613
Czeczulin et al.,
1999
ShET1/pic
Enterototoxina de
Shigella/mucinase
TCACGCTACCATCAAAGA
TATCCCCCTTTGGTGGTA
shET1/pic
1.100
Okeke et al.,
2000
Irp2 Yersiniabactin
AAGGATTCGCTGTTACCGGAC
TCGTCGGGCAGCGTTTCTTCT
irp2
264
Schubert et al.,
2000
Ap58
Proteína de
membrana externa
de 58 KDa
GGATGGCGCGGGTTTCAGAGG
CCGCCGGGCATTTGTCAGA
ap58
591
Monteiro-
Neto et
al., 2003
F1A
Maior subunidade
estrutual da fímbria
do tipo 1
CAATCGTTGTTCTGTCGGCTCTCGGTC
GAAGGTCGCATCCGCATTAGCA
fimA
527 Suzart, 2000
MATERIAIS E MÉTODOS
37
Escherichia coli
enteroagregativa
TABELA 3. Características das sondas genéticas utilizadas na pesquisa de
determinantes genéticos de virulência associados com EAEC.
Sonda
genética
Fator de
virulência
Plasmídeo
recombinante
Enzimas de
restrição
Tamanho do
fragmento (Kb)
Referência
bibliográfica
pet
104 KDa
Citotoxina
pCEFN1
BamHI/KpnI
3,9 Eslava et al., 1998
hly
α-hemolisina
pSF4000
AvaI
7,0 Welch et al., 1983
RESULTADOS
38
Escherichia coli
enteroagregativa
4. RESULTADOS
4.1. Características das amostras de EAEC atípicas
Foram estudadas 28 amostras de EAEC atípicas, sendo 18 provenientes de casos
e 10 de controles, sendo que 21 (75%) pertenceram a 16 sorogrupos distintos (Tabela
4). A maioria das amostras era portadora de dois ou mais genes de virulência, sendo a
média dois; porém, duas amostras controles foram negativas para todos os marcadores
de virulência pesquisados. Os genes astA, pet, shf, shET/1/pic, irp2 e hly foram
encontrados mais freqüentemente em amostras isoladas de casos do que em
controles. Quatro amostras apresentaram o gene aggR e em uma delas foi encontrado
tamm a seqüência genética aafA e aap. A combinação dos genes astA e shf, foi
encontrada em 16 (57%) amostras e 7 (25%) amostras eram portadoras das
seqüências genéticas astA, shf e irp2.
A distribuição dos fatores de virulência entre amostras isoladas de casos e
controles está apresentada na tabela 5. Os marcadores de virulência EAST1 e Shf
foram os mais freqüentes, tendo sido ambos encontrados em 61% das amostras, e
apresentaram uma freqüência significantemente maior nos casos do que nos controles
estudados (P = 0,003 e P = 0,020, respectivamente).
4.2. Análise do perfil plasmidial das amostras de EAEC atípicas
Com o objetivo de identificar o(s) gene(s) envolvido no padrão AA, foram
selecionadas 12 amostras de EAEC atípicas todas provenientes de crianças com
diarréia; essas amostras foram negativas para a sonda daaC, e o apresentavam a
seqüência getica pesquisada para o regulador de transcrição AggR. As amostras
foram submetidas à eletroforese em gel de agarose para escolha da amostra de menor
número ou ausência de plasmídeos.
A Figura 5 mostra a análise do perfil plasmidial das 12 amostras de EAEC
atípicas. Oito amostras apresentaram diferentes plasmídeos de tamanho variados,
duas apresentaram dois plasmídeos de alto peso molecular, uma amostra apresentou
RESULTADOS
39
Escherichia coli
enteroagregativa
apenas um plasmídeo de alto peso molecular, e apenas uma não possuía nenhum
plasmídeo. Duas dessas amostras foram selecionadas para estudos posteriores: a
amostra MA691-2 apresentando um único plasmídeo de alto peso molecular e a
amostra RN153-1 sem nenhum plasmídeo.
4.3. Estudos realizados com as amostras MA691-2 e RN153-1
4.3.1. Padrão de resistência a drogas antimicrobianas
As amostras MA691-2 e RN153-1 foram analisadas quanto à resistência às
seguintes drogas: ampicilina, tetraciclina, cloranfenicol, estreptomicina, sulfonamida,
gentamicina, ciprofloxacina, oflaxacina, ácido nalidíxico e canamicina. A amostra
RN153-1 apresentou resistência apenas à tetraciclina e canamicina, enquanto que a
amostra MA691-2 apresentou-se resistente à ampicilina, tetraciclina, cloranfenicol,
canamicina, estreptomicina e sulfonamida.
4.3.2. Pesquisa de hemaglutininas
A pesquisa de hemaglutininas foi realizada através de hemaglutinação manose-
resistente (MRHA) com quatro tipos diferentes de hemácias, entre elas, hemácias de
coelho, boi, carneiro e de origem humana do tipo A. Ambas as amostras MA691-2 e
RN153-1 aglutinaram hemácias de carneiro e de boi. Somente a amostra RN153-1
aglutinou hemácias humanas e nenhuma das duas amostras aglutinou hemácias de
coelho na presença de manose.
4. 4. Identificação do(s) gene(s) envolvido no padrão AA da amostra MA691-2
Inicialmente, a amostra MA691-2 foi utilizada como doadora nos experimentos
de conjugação com a receptora E. coli C600, com seleção para as marcas de
resistência presente na doadora mais ácido nalidíxico. Nenhum transconjugante foi
obtido em qualquer uma das placas seletoras.
RESULTADOS
40
Escherichia coli
enteroagregativa
A seguir, o DNA plasmídial foi extraído da amostra MA691-2 e transferido por
transformação para a E. coli DH5α, com seleção para as marcas de resistência
presentes na referida amostra. Não foi obtido nenhum transformante utilizando tanto a
transformação mediante choque térmico quanto a transformação através de
eletroporação.
Por último, foram feitas tentativas de curar o plasmídeo da amostra MA691-2,
utilizando os tratamentos com alaranjado de acridina e novobiocina. A amostra MA691-
2 foi cultivada na presença de diferentes concentrações de alaranjado de acridina,
sendo que a maior concentração de alaranjado de acridina onde ainda ocorreu
crescimento bacteriano foi de 100 µg/mL. Após semeadura em placa, foram analisadas
700 colônias quanto à resistência a ampicilina, tetraciclina, cloranfenicol, canamicina,
estreptomicina e sulfonamida e nenhuma delas apresentou qualquer sensibilidade para
qualquer uma dessas drogas. Cinco dessas colônias foram analisadas através de
eletroforese em gel de agarose, e todas apresentavam o plasmídeo de alto peso
molecular, indicando que todos os genes de resistência estavam presentes nesse
plasmídeo. Este mesmo procedimento foi realizado utilizando o tratamento com
novobiocina na concentração de 500 µg/mL em substituição ao alaranjado de acridina
e também foram observadas somente colônias resistentes a todas as drogas testadas.
4. 5. Identificação do(s) gene(s) envolvido no padrão AA da amostra RN153-1
4.5.1. Construção de biblioteca genômica em vetor cosmídeo
O vetor cosmídeo pHC79 foi empregado na construção de uma biblioteca
genômica da amostra RN153-1. Esse vetor pode ser empregado na clonagem de
fragmentos de DNA entre 15 e 30 kb para obtenção de bibliotecas genômicas e
plasmidiais (Datta et al., 1984).
O DNA genômico da amostra RN153-1 foi extraído e parcialmente digerido com a
enzima Sau3A. Foram testados diferentes tempos de digestão e diferentes
concentrões da enzima, a fim de gerar fragmentos entre 9 e 23 kb. Ao final,
escolheu-se a reação de digestão de 1 hora e 45 minutos com a enzima diluída na
razão 1:10 que apresentou maior número de fragmentos entre a faixa de 9 e 23 kb
RESULTADOS
41
Escherichia coli
enteroagregativa
(Figura 6). Esses fragmentos foram ligados ao vetor cosmídeo pHC79 linearizado com
BamHI. Após a reação de ligação, o DNA foi empregado no encapsulamento in vitro do
bacteriófago λ, utilizando o kit “Gigapack III Gold” (Stratagene, EUA) segundo as
recomendações do fabricante e transfectado em E. coli DH5α.
Para a transfecção, as células competentes obtidas através de choque térmico
foram descongeladas em banho de gelo e 3 µL do DNA ligado foram adicionados a 200
mL de lulas competentes. Os transductantes obtidos foram selecionados em placas
de ágar LB contendo 100 µg de ampicilina.
Foram selecionadas 960 colônias que apresentavam resistência à ampicilina,
designadas clones cosmídeos, que foram cultivadas em placas de 96 orifícios contendo
caldo LB acrescido de ampicilina e glicerol e mantidas a -70ºC. A Figura 7 ilustra o
perfil plasmidial de 7 clones cosmídeo após digestão com a enzima de restrição
BamHI.
4.5.2. Análise dos clones cosmídeos quanto à adesão a células HEp-2
Dos 960 clones obtidos, foram testados 880 quanto à adesão a lulas HEp-2.
Um clone recombinante, designado pVIII-F-1, apresentou o padrão AA em células HEp-
2 de maneira semelhante a amostra selvagem RN153-1 (Figura 8).
4.6. Análise do clone cosdeo pVIII-F-1
O clone cosmídeo pVIII-F-1 foi analisado quanto a presea das seqüências
genéticas astA e shf apresentadas pela amostra selvagem RN153-1. Também foi
pesquisado o gene ap58 que codifica uma proteína de membrana externa de 58 kDa
envolvida na adesão AA de amostras de EAEC do sorotipo O111:H12 (Monteiro-Neto
et al., 2003). Como mostra a Figura 9, o clone pVIII-F-1 não apresentou nenhum
produto de PCR para os três genes pesquisados.
Um outro estudo realizado com o clone pVIII-F-1 foi verificar qual o papel da
fímbria tipo 1 na adesão AA apresentada pelo mesmo. Para tanto, a amostra de E. coli
OR103 (fim) foi transformada por eletroporação com o plasmídeo pVIII-F-1. As 31
RESULTADOS
42
Escherichia coli
enteroagregativa
colônias obtidas que apresentavam resistência à ampicilina foram testadas quanto à
adesão a células HEp-2, sendo verificado que todas apresentavam a capacidade de
aderir (dados não mostrados).
Com o objetivo de delimitar a região do clone pVIII-F-1 responsável pelo
fenótipo AA, o DNA plasmidial foi extraído e mapeado através de digestão com
diversas enzimas de restrição, entre elas, EcoRI, HindIII, SalI, PstI, ClaI, BamHI,
EcoRV, XbaI, ScaI, SphI, HincII, SmaI, BglII e PuvI (Figura 10). A fim de subclonar
fragmentos de DNA do cosmídeo foi realizado um “Southern blotting”, utilizando o vetor
pHC79 como sonda genética.
O tamanho do inserto foi então calculado em 21,5 kb através do corte com a
enzima EcoRI, sendo observados 3 fragmentos de tamanhos aproximados entre 11, 9
e 1,5 kb (Figura 11). Após eletroforese em gel de agarose 0,7% os três fragmentos
foram cortados do gel, eluídos e subclonados em vetor pACYC184 linearizado com a
enzima EcoRI (Figura 12).
Os três subclones obtidos foram testados quanto à capacidade de aderir a
células HEp-2. Os três subclones não apresentaram nenhuma adesão.
4.7. Mutagênese do clone pVIII-F-1 com o transposon mini-Tn10
O mini-transposon Tn10 que alberga um cassete de cloranfenicol (cat) foi
utilizado na construção de um banco de mutantes do cosmídeo pVIII-F-1 na tentativa
de identificar os genes envolvidos no fenótipo AA.
O clone pVIII-F-1 foi mutagenizado através de transformação por eletroporação
com o plasmídeo pBSL181, que alberga o transposon mini-Tn10. Foram obtidas 250
colônias que apresentavam resistência à ampicilina e ao cloranfenicol.
4.8. Análise dos mutantes obtidos através da mutagênese com o mini-Tn10
Todos os clones do banco de mutantes foram testados individualmente quanto à
adesão a células HEp-2, sendo identificados 8 mutantes não aderentes.
O DNA plasmidial desses 8 mutantes foi extraído e submetido à digestão com a
enzima EcoRI. A análise da eletroforese em gel de agarose dos fragmentos de DNA
RESULTADOS
43
Escherichia coli
enteroagregativa
obtidos mostrou dois perfis de digestão distintos, indicando serem apenas dois
mutantes diferentes (Figura 13). Os mutantes 20I e 15II foram selecionados para
experimentos posteriores.
Para confirmar se os dois mutantes possuíam apenas uma cópia do mini-Tn10, o
DNA plasmidial foi extraído e submetido à “Southern blotting” após digestão com as
diferentes enzimas de restrição BamHI, EcoRI, HindIII, PstI, ScaI e BglII, utilizando
como sonda o gene de resistência a cloranfenicol. A análise do “Southern blotting”
mostrou a presença de apenas uma banda radioativa, indicando a presença de uma
única cópia do transposon inserido no DNA plasmidial (Figura 14). No mutante 20II, o
mini-Tn10 estava inserido em fragmentos de DNA de aproximadamente 1 kb até 9 kb.
No mutante 15II, o mini-Tn10 inseriu-se em fragmentos de 3 a 9 kb, sendo escolhido
para experimentos de clonagem. Este mutante foi denominado pVIII-F-1::Tn10. A
Figura 15 ilustra a adesão deste mutante alulas HEp-2.
Em seguida, foi realizada uma comparação da velocidade de crescimento do
mutante pVIII-F-1::Tn10 em relação ao cosmídeo pVIII-F-1. A curva de crescimento
mostrou um crescimento semelhante para ambas as amostras, com crescimento
ligeiramente maior do mutante em relação ao cosmídeo após 140 minutos de
incubação (Figura 16). Esses dados indicam que a perda do fenótipo AA apresentada
pelo mutante estaria relacionada possivelmente à interrupção de um gene envolvido na
biogênese da adesina e não por uma eventual redução de seu crescimento.
A seguir, foi feita uma estimativa do sítio de inserção do mini-Tn10 no clone
cosmídeo pVIII-F-1. Para tanto, o DNA plasmidial do mutante pVIII-F-1 foi comparado
ao DNA do cosmídeo após digestão com diferentes enzimas de restrição, entre elas,
BamHI, EcoRI, HindIII, PstI, ScaI e BglII (Figura 17). Foram encontrados fragmentos de
DNA de tamanhos variados contendo o mini-Tn10: BamHI de 3 kb, EcoRI de 5 kb,
HindIII de 5,0 kb, Pst de 6,5 kb, ScaI de 6,5 kb e BglII de 7,0 kb (Figura 18). Foi
selecionado o fragmento BamHI de 3 kb para experimentos de subclonagem e
sequenciamento.
RESULTADOS
44
Escherichia coli
enteroagregativa
4.9. Seleção do fragmento BamHI de 3 kb contendo o mini-Tn10
O mutante pVIII-F-1::Tn10 foi submetido à digestão com BamHI e novamente
ligado. A mistura de ligação foi transformada em E. coli DH5α e as colônias
selecionadas em ágar LB contendo ampicilina e cloranfenicol. As colônias resistentes à
ampicilina e cloranfenicol foram analisadas em gel de agarose, sendo possível
identificar uma delas contendo apenas o fragmento BamHI de 3 kb (Figura 19). Esta
colônia denominada de clone pAZ2 foi escolhida para o seqüenciamento.
4.10. Seqüenciamento do clone pAZ2
O inserto de aproximadamente 3 kb foi submetido à reação de seqüenciamento,
utilizando um conjunto de “primers”, “forward” (Fcat) e “reverse” (Rcat), desenhados a
partir da seqüência do gene de resistência a cloranfenicol, gene cat e um conjunto de
“primers” do plasmídeo pHC79, “forward” (Fhc) e “reverse” (Rhc), desenhados a partir
do sítio de BamHI (Tabela 6).
Com os primers” desenhados a partir do gene cat, foi obtida uma seqüência de
1.244pb. O “primer” Rcat não apresentou uma seqüência satisfatória, com diversos
intervalos entre os nucleotídeos, dificultando a análise da seqüência. Por sua vez, o
“primer” Fcat resultou em uma seqüência de aproximadamente 725 pb, onde 100 pb
correspondem a seqüências de inserção (IS) do transposon mini-Tn10 e os 625 pb
restantes ao cromossomo da E. coli. A partir da análise dessa seqüência, utilizando
“cromossomo wallking”, foi desenhado um novo “primerdenominado Fmcat (Tabela 6,
Figura 20). Através do programa DNAstar (Seqman), verificou-se que, com o primer
Fmcat foi possível seqüênciar 519 pb, que formaram um contigcom a seqüência de
625 pb totalizando, assim, 1.244pb nucleotídeos sequenciados, localizados no sentido
“upstreamao gene cat, permitindo assim localizar no clone pAZ2 o local de inserção
do mini-Tn10.
Com os “primers” desenhados a partir do plasmídeo pHC79, foi obtida uma
seqüência de 899 pb. O “primer” Rhc resultou em uma sequência de 442 pb
correspondente apenas ao vetor pHC79, onde não foi localizado o tio de clonagem
BamHI. o primer” Fhc resultou em uma seqüência de 457 pb, que apresentava o
RESULTADOS
45
Escherichia coli
enteroagregativa
sítio de clonagem BamHI no nucleotídeo 106 e a seguir a seqüência do clone cosmídeo
pAZ2.
O clone pAZ2 apresenta 2.624 pb seqüenciados, sendo 953 pb referentes ao
gene cat e 1.701 pb referentes a 1.244 pb,seqüenciados com os “primers” Fcat e
FMcat (Anexo 8.10.1) e 457 pb, seqüenciados com o “primer” Fhc (Anexo 8.10.2).
4.11. Análise da seqüência de 1.244 pb e da proteína deduzida
A análise dos 1.244 pb obtidos a partir do seqüenciamento do clone pAZ2 com os
“primers” Fcat e Fmcat, foi realizada utilizando-se o programa BLAST.
O BLASTN identificou o gene cat nos 100 primeiros nucleotídeos, sendo possível,
assim, localizar o sítio de inserção deste gene e a partir do nucleodeo 102, foi
identificada homologia de 97% com uma ORF presente em E. coli K12 MG1655, E. coli
uropatogênica CFT073, Shigella flexneri 2a, outras E. coli e bactérias
enteropatogênicas. Esta ORF, denominada ygjV codifica para uma proteína de
membrana interna, uma permease com função hipotética.
De acordo com o contexto genômico analisado a partir da E. coli K12 MG1655,
nas posições 3237.000 a 3241.000, a pesquisa no banco de dados através do BLASP
identificou “dowstream” a ygjV uma outra ORF transcrita na mesma direção, com
homologia de 97% de identidade, com um sistema de transporte, que contém os genes
altronato hidrolase (uxaA) e uronato isomerase (uxaC). A Figura 21 representa o mapa
linear do fragmento de 1.244 pb do clone pAZ2, demonstrando a localização genética
da proteína ygjV, das ORFs uxaA e uxaC bem como, o sítio de inserção do gene cat.
A análise da proteína foi realizada através do BLASTX. O peptídeo deduzido a
partir da região de 1.244 bp, identificou do nucleotídeo 656 ao 108 uma proteína de 183
aminoácidos, com identidade de 91% com o COG (Clusters de Grupos Ortólogos de
Proteínas)0477 pertencente à família das permeases facilitadoras e do nucleotídeo
1244 ao 741, 98% de identidade com altronato hidrolase de Shigella flexneri,
apresentando apenas 503 aminoácidos da proteína de 495 aminoácidos (Figura 22).
RESULTADOS
46
Escherichia coli
enteroagregativa
4.12. Análise da seqüência de 899 pb e da proteína deduzida
A análise dos 899 pb obtidos a partir do seqüenciamento do clone pAZ2 com os
“primers” Fhc e Rhc, foi realizada através do programa BLAST.
A partir da análise no BLASTN da seqüência de 442pb, obtida com o “primer” Rhc,
observou-se homologia somente com o vetor pHC79, o sendo possível a
identificação do sítio de clonagem, BamHI, sugerindo assim que o primer” pode ter
anelado em região diferente da esperada, sequenciando apenas o vetor de clonagem.
com o primer” Fhc, foi revelado na seqüência de 457 pb, que os 100 primeiros
nucleotídeos possuem homologia com o vetor pHC79 e a partir do nucleotídeo 106, foi
identificada homologia de 94% com uma ORF, denominada ygjU, uma proteína de
transporte.
Ainda de acordo com o contexto genômico encontrado em E. coli K12MG1655
(Figura 21), essa ORF está localizada “upstreama ygjV e em direção oposta. A partir
destes dados, pode ser sugerido, que o gene cat esteja inserido ao final das ORFs
ygJV e ygJU, sem interrupção das mesmas.
A análise da seqüência nucleotídica, através do BLASTX identificou do
nucleotídeo 108 ao 426 uma proteína de 414 aminoácidos. Essa proteína apresentou
identidade de 90% do aminoácido108 ao 326 e 69% do aminoácido 304 ao 426 com o
COG3633, pertencente à família dos transportadores de sódio (Figura 23).
4.13. Prevalência da sequência genética homóloga a proteína ygjV nas amostras
de EAEC atípicas
A pesquisa da proteína ygjV nas outras 27 amostras de EAEC atípicas foi
realizada através de PCR utilizando os primers” Fmcat e RygjV (Tabela 6). O primer”
RygjV foi desenhado a partir da seqüência da proteína. Seqüências homólogas à
proteína ygjV, presente na amostra RN153-1, foram detectadas em 17 (63%) das 27
amostras analisadas, sendo 12 (70%) isoladas de casos e 5 (50%) de controles. Todas
as 4 amostras positivas para o ativador de transcrição aggR, dentre essas, a portadora
da seqüência aafA, amplificaram a seqüência pesquisada para o gene ygjV .
RESULTADOS
47
Escherichia coli
enteroagregativa
4.14. Ensaios preliminares para caracterização fenotípica da adesina AA da
amostra RN153-1
Iniciou-se uma série de ensaios preliminares para caracterizar a adesina AA na
amostra RN153-1. Primeiramente, procurou-se verificar a presença de estruturas de
superfície através de microscopia eletrônica de transmissão após coloração negativa.
As observações de microscopia eletrônica realizadas com a amostra selvagem RN153-
1 cultivada em caldo LB sem aeração revelaram a presença de estruturas fimbriais,
com morfologia semelhante à fímbria tipo 1 (Figura 24A e 24B). Por outro lado, a
análise do clone pVIII-F-1 revelou a existência de poucas fímbrias semelhantes às
observadas anteriormente (Figura 24C e 24D).
Com o intuito de verificar a presença da fímbria do tipo 1 foi realizada uma
reação de PCR utilizando um conjunto de “primers” que reconhece o gene fimA, que
codifica a maior subunidade estrutural da fímbria do tipo 1. Ambas as amostras RN153-
1 e pVIII-F-1 amplificaram o gene fimA (dados não mostrados).
Em seguida, pesquisou-se o perfil eletroforético de proteínas das amostras
RN153-1, pVIII-F-1 e pVIII-F1::Tn10 após cultivo das mesmas em diferentes meios de
cultura e aquecimento a 60
o
C. A eletroforese em gel de SDS-PAGE revelou apenas
uma proteína de aproximadamente 25 KDa predominante somente nos extratos
proteícos aquecidos do mutante pVIII-F-1::Tn10 cultivado em ágar LB (Figura 25).
Como não foi possível visualizar uma proteína bacteriana com potencial de
adesina, pesquisou-se então a presença de proteínas de membrana externa,
envolvidas na adesão AA. Esse estudo foi feito comparando-se o perfil eletroforético de
proteínas de membrana externa da amostra RN153-1 ao de uma amostra de mesmo
sorogrupo, mas não aderente. A amostra selecionada, E. coli 213-1 de sorogupo O126
pertencia à bacterioteca da Prof. Dra. Isabel Scaletsky.
A análise dos componentes da preparação de membrana externa das duas
amostras revelou uma proteína de aproximadamente 85 kDa presente na amostra
RN153-1 e ausente na amostra 213-1 (Figura 26).
A proteína de 85 kDa foi purificada a partir de preparações de membrana
externa da amostra RN153-1 cultivada em ágar LB. Foram obtidos cerca de 200 mg de
proteína, sendo que esta fração foi concentrada, separada por SDS-PAGE e transferida
para uma membrana de PVDF. A banda equivalente ao peso de 85 KDa foi localizada
e submetida à determinação da seqüência de aminoácidos da região N-terminal.
RESULTADOS
48
Escherichia coli
enteroagregativa
A comparação da seqüência dos 19 aminoácidos realizada através do programa
BLASTP indicou que ela apresentava uma identidade de 71% com a proteína flagelina
de E. coli (Figura 27).
RESULTADOS
49
Escherichia coli
enteroagregativa
TABELA 4. Distribuição dos fatores de virulência plasmidial e cromossômico em 28
amostras de EAEC atípica, isoladas de crianças com e sem diarréia através de PCR
ou sonda genética.
Genes plasmidiais
Genes cromossômicos
Amostras de
EAEC
Sorogrupo
ou
sorotipo
aggA
aafA
agg3A
aggR aap astA pet shf
shET1/pic
irp2 hly
Casos
RN731-5
α
O3 - - - - - - + -
- + +
SC385-5 O42 - - - - - + - +
- - -
HSP53-1 O42 - - - + - - - -
- - -
SC319-3 O49:NM - - - - - + - +
+ + -
RN779-4 O54 - - - - - + - +
+ - -
SC289-3
α
O86:NM - - - - - + - +
- - -
SC323-4 O89NM - - - - - + - +
- + -
MA701-1 O98 - - - - - + - +
- - -
RN453-1 O117 - - - + - + + +
- + -
RN741-5 O126:NM - - - - - + - +
- + -
RN153-1 O126 - - - - - + - +
- - -
RN771-5 O162:NM - - - - - + - +
- - -
RN749-9 O162 - - - - - + + +
- + -
HD137-10
1011010
ONT - - - - - + + +
+ + -
RN767-7
α
ONT - - - - - - + -
+ - +
RN751-9 ONT - - - - - + + +
+ + -
SC373-4 ONT - + - + + + + +
- - -
MA691-2 ONT - - - - - + - -
- - -
Controles
SC358-1 O6:NM - - - - - - + -
- - +
SC378-3
α
O28 - - - + - + - +
- - -
SC730-1 O49 - - - - - - + -
- - -
RN406-5 O52 - - - - - - - -
+ - -
MA558-7 O66:NM - - - - - - - +
- + -
RN772-3 O89 - - - - - + - +
- - -
RN502-1
α
O141 - - - - - - - -
- - -
RN582-3 O174:NM - - - - - - + -
- - -
SC796-1 ONT - - - - - - - -
- + -
SC798-4 ONT - - - - - - - -
- - -
α
daaC positiva
b
NM, não movel NT, não tipavel.
RESULTADOS
50
Escherichia coli
enteroagregativa
TABELA 5. Distribuição dos fatores de viruncia entre as amostras de EAEC atípica,
isoladas de casos e controles.
Nº (%) de isolados de EAEC atípica
Fator de
Virulência
Casos
(n = 18)
Controles
(n = 10)
Total
(n = 28)
AAF/I 0 0 0
AAF/II 1 (5) 0 1 (3.6)
AAF/III 0 0 0
AggR 3 (17) 1 (10) 4 (14)
Aap 1 (5) 0 1 (3.6)
EAST1 15 (83) 2 (20)
a
17 (61)
Pet 7 (39) 3 (30) 10 (36)
Shf 14 (78) 3 (30)
b
17 (61)
ShET1/Pic 5 (28) 1 (10) 6 (21)
Irp2 8 (44) 2 (20) 10 (36)
Hly 2 (11) 1 (10) 3 (11)
a
Significância de P = 0.003, foi determinado por χ
2
, teste.
b
Significância de P = 0.020, foi determinado por χ
2
, teste.
RESULTADOS
51
Escherichia coli
enteroagregativa
TABELA 6. Seqüências nucleotídicas dos “primers” utilizados no seqüenciamento do
clone pAZ2.
“Primers” Seqüência (5’----3’)
Fhc (Forward pHC79) AAGTGCCACCTGACGTCTAAGAA
Rhc (Reverse pHC79) CCACCATACCCACGCCGAAACAAG
Fcat (Forward do gene cloranfenicol) TAAGGCAGTTATTGGTGCCCTTAAAC
Rcat (Reverse do gene cloranfenicol) CGAAGTGATCTTCCGTCACA
FMcat (Forward da seqüência de 725pb) TACCAATCAGAAAGGCGA
RygjV(Reverse do gene ygjV) GCGGGCTGCCATATGGTGCTGTT
RESULTADOS
52
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 5. Perfil plasmidial de 12 amostras de EAEC atípica, isoladas de crianças com
diarréia. Canaletas: A, SC385-5; B, SC319-3; C, RN153-1; D, SC323-4; E, RN779-4; F,
MA701-1; G, RN741-5; H, RN771-5; I, RN749-9; J, HD137-10; K, RN751-9; L, MA691-
2. As setas indicam as amostras RN153-1 e MA691-2.
A B C D E F G H I J K L
RESULTADOS
53
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 6. Gel de agarose 0,7% do DNA genômico da amostra RN153-1 digerido com
a enzima de restrição Sau3A diluída na razão 1:10 utilizando diferentes tempos de
digestão. Canaletas: A, Padrão de peso molecular λ/HindIII; B, 1 h; C, 1:30 h; D, 1:45 h.
A B C D
RESULTADOS
54
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 7. Gel de agarose 0,7% do DNA plasmidial de sete clones cosmídeo, obtidos
na construção da genoteca com a amostra RN153-1, após digestão com a enzima de
restrição BamHI. Canaletas: A, Padrão de peso molecular λ/HindIII; B a H, sete
diferentes clones cosmídeo.
A B C D E F G H
RESULTADOS
55
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 8. Padrões de adesão às células HEp-2 em ensaio de 3 h apresentados pela
EAEC RN153-1 (A) e pelo clone cosmídeo pVIII-F-1 (B).
A
B
RESULTADOS
56
Escherichia coli
enteroagregativa
ap58 astA shf
FIGURA 9. Gel de agarose 1%. PCR para amplificação dos genes shf, astA e ap58.
Canaletas: A, padrão de peso molecular “100 pb DNA ladder”; B, EAEC 236 (controle
positivo para ap58); F e J, EAEC 17-2 (controle positivo para astA e shf); C, G, K,
RN153-1; D, H e L, clone pVIII-F-1; E, I, M, E. coli DH5α.
A B C D E F G H I J K L M
613 pb
591 pb
111 pb
RESULTADOS
57
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 10. Gel de agarose a 0,7% do DNA plasmidial do clone cosmídeo pVIII-F-1,
após digestão com diferentes enzimas de restrição. Canaletas: A, Padrão de peso
molecular λ/HindIII; B, clone pVIII-F-1 não digerido; C, EcoRI; D, HindIII; E, SalI; F,
PstI; G, ClaI; H, BamHI; I, EcoRV; J, XbaI; K, ScaI; L, SphI; M, HincII; N, SmaI; O, BglII;
P, PvuI. As setas indicam os fragmentos EcoRI de 11, 9 e 1,5 kb.
A B C D E F G H I J K L M N O P
11 kb
9 kb
1,5 kb
RESULTADOS
58
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 11. (A) Gel de agarose 0,7% do DNA plasmidial do clone pVIII-F-1 após
digestão com diferentes enzimas de restrição. Canaletas: A, Padrão de peso molecular
λ/HindIII; B, EcoRI; C, EcoRV; D, ScaI; E, BglII; F, pVIII-F-1 o digerido; G, vetor
pHC79 digerido com BamHI. (B) “Southern blotting” do gel com a sonda pHC79
marcada com [α-
32
P]dCTP. A seta indica a localização do vetor nos fragmentos de
DNA.
A B C D E F G
A
pHC79
A’ B’ C’ D’ E’ F’ G’
B
pHC79
RESULTADOS
59
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 12. Gel de agarose 0,7% do DNA plasmidial dos subclones do cosmídeo
pVIII-F-1, após digestão com a enzima de restrição EcoRI, em vetor pACYC184.
Canaletas: A, pVIII-F-1; B, pACYC184; C, fragmento de 1,5 kb; D, fragmento de 11 kb;
E, fragmento de 9 kb.
A B C D E
11 kb
9 kb
pACYC184
1,5 kb
RESULTADOS
60
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 13. Gel de agarose 0,7% do DNA plasmidial de 8 mutantes, obtidos através
da mutagênese do clone cosmídeo pVIII-F-1, com o transposon mini-Tn10, após
digestão com a enzima de restrição EcoRI. Canaletas: A, 20I; B, 15II; C, 24II; D, 68II; E,
9III; F, 17III; G, 32III; H, 34III.
A B C D E F G H
RESULTADOS
61
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 14. (A) Gel de agarose 0.7% do DNA plasmidial dos mutantes 20I e 15II após
com digestão com diferentes enzimas de restrição. Canaletas: A, padrão de peso
molecular λ/HindIII; B, 20I/BamHI; C, 15II/BamHI; D, 20I/EcoRI; E, 15II/EcoRI; F,
20I/HindIII; G, 15II/HindIII; H, 20I/PstI; I, 15II/PstI; J, 20I/ScaI; K, 15II/ScaI; L, 20I/BglII;
M, 15II/BglII; N, pBSL181. (B) “Southern blotting” do gel com a sonda pBSL181
marcada com [α-
32
P]dCTP.
A B C D E F G H I J K L M N
B’ C’ D’ E’ F’ G’ H’ I’ J’ K’ L’ M’ N’
B
A
RESULTADOS
62
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 15. Padrões de adesão a células HEp-2 apresentados pelo clone cosmídeo
pVIII-F-1(A) e mutante pVIII-F-1::Tn10 (B).
A
B
RESULTADOS
63
Escherichia coli
enteroagregativa
Curva de Crescimento
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Tempo
DO600
Clone
Mutante
FIGURA 16. Gráfico da curva de crescimento do clone-cosmídeo pVIII-F-1 e do
mutante pVIII-F-1::Tn10.
(minutos)
RESULTADOS
64
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 17. Gel de agarose 0.7% do DNA plasmidial do cosmídeo pVIII-F-1 e mutante
pVIII-F-1::Tn10 após digestão com diferentes enzimas de restrição. Canaletas: A,
padrão de peso molecular λ/HindIII; B e C; BamHI; D e E, EcoRI; F e G, HindIII; H e I,
PstI; J e K, ScaI; L e M, BglII.
A B C D E F G H I J K L M
RESULTADOS
65
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 18. (A) Gel de agarose 0.7% do DNA plasmidial do mutante pVIII-F-1::Tn1
após digestão com diferentes enzimas de restrição. Canaletas: A e A’, padrão de peso
molecular λ/HindIII; B e B’, EcoRI; C e C’, BamHI; D e D’, HindIII; E e E’, PstI; F e F’,
ScaI; G e G’, BglII; H e H’, ClaI; I e I’, EcoRV; J e J’, pBSL181. (B) “Southern blotting”
do gel com a sonda pBSL181 marcada com [α-
32
P]dCTP.
A B C D E F G H I J
3 kb
A’ B’ C’ D’ E’ F’ G’ H’ I’ J’
B
3 kb
5 kb
6,5 kb
7 kb
RESULTADOS
66
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 19. Gel de agarose 0,7% do DNA plasmidial do mutante pVIII-F-1::Tn10 e do
clone pAZ2 após digestão com a enzima de restrição BamHI. Canaletas: A, padrão de
peso molecular λ/HindIII; B, pVIII-F-1::Tn10; C, pAZ2.
A B C
pHC79
3 kb
pAZ2
RESULTADOS
67
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 20. Representação esquemática da localização dos “primers” construídos
para o seqüenciamento do clone pAZ2.
Seqüência – 725 pb
IS – 100 pb
cat - 953 pb
Fragmento de 3 Kb
B B
625 pb
FMcat
IS
B B
Fcat
CAT
953 pb
Rcat
IS IS
F
hc
R
hc
RESULTADOS
68
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 21. (A) Mapa linear das seqüências obtidas através do sequenciamento do
clone pAZ2, as setas sólidas representam as ORFs encontradas no sequenciamento e
as setas pontilhadas representam as ORFs de acordo com o contexto genômico de E.
coli K12 MG1655. (B) Representação do “locus” gênico da ORF ygjV no genoma da E.
coli K12 MG1655, demonstrando o local de inserção do gene cat e proteína transcrita.
Região Genômica e Produtos Transcritos
Contexto Genômico
Tn
10
R
hc
B
B
Fcat
Rcat
B
CAT
IS
IS
Fcat
FMcat
ygjV
uxaA
ygjU
F
hc
cat
457 pb
725 pb
519 pb
1244 pb
B
A
RESULTADOS
69
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 22. (A) BLASTX da seqüência de 1.244 pb, obtida a partir do seqüênciamento
do clone pAZ2. (B) Representação da seqüência de aminoácidos deduzida.
A
B
RESULTADOS
70
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 23. (A) BLASTX da seqüência de 457 pb, obtida a partir do sequenciamento
do clone pAZ2 com o “primer” Rhc. (B) Seqüência de aminoácidos do peptídeo
deduzido.
B
A
RESULTADOS
71
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 24. Microscopia eletrônica de transmissão após coloração negativa. (A, B)
Amostra RN153-1 apresentando estruturas fimbriais, com morfologia semelhante a
fímbria tipo 1; (C, D) Clone cosmídeo pVIII-F-1 apresentando poucas fímbrias
semelhantes as encontradas na amostra RN153-1.
A
B
C
D
RESULTADOS
72
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 25. Gel de SDS-PAGE a 12% de proteínas extraídas por lise (A a F) e por
aquecimento (A’ a F’). Canaletas: A, A’, EAEC 042; B, B’, RN153-1; C, C’, EAEC 17-2;
D, D’, clone pVIII-F-1; E, E’, mutante pVIII-F-1::Tn10; F, F’, E. coli DH5α; G, padrão de
peso molecular.
A B C D E F G A’ B’ C’ D’ E’ F’
~ 25 kDa
RESULTADOS
73
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 26. Gel de SDS-PAGE das proteínas de membrana externa (OMP) das
amostras RN153-1 e 213-1 (não aderente), diluídas em PBS. Canaletas: A, RN153-1
(diluição 1:1); B, 213-1 (diluição 1:1); C, RN153-1 (diluição 1:2); D, 213-1 (diluição 1:2);
E, padrão de peso molecular ; F, RN153-1 (diluição 1:3); G, 213-1 (diluição 1:3).
A B C D E F G
85 kDa
RESULTADOS
74
Escherichia coli
enteroagregativa
FIGURA 27. BLASTP da região N-terminal seqüenciada a partir da proteína de
aproximadamente 85 kDa, obtida através da extração de OMPs da amostra RN153-1.
DISCUSSÃO
75
Escherichia coli
enteroagregativa
5. DISCUSSÃO
A EAEC está emergindo como um importante patógeno bacteriano envolvido em
casos de diarréia em nosso meio e está associada a vários surtos recentes de infecção
intestinal (Germani et al., 1998; Okeke et al., 2000; Scaletsky et al., 2002; Okeke et
al.,2003; Sarantuya et al., 2004). Amostras de EAEC são detectadas pelo padrão AA a
células HEp-2 e pela sonda genética AA. A maioria dos estudos sobre mecanismos de
virulência de EAEC compreende amostras que apresentam o padrão de adesão
agregativo e reagem com a sonda AA, sendo consideradas como amostras de EAEC
típicas. Pouco se conhece, entretanto, sobre a presença de potenciais fatores de
virulência em amostras de EAEC sonda-negativas, descritas no presente trabalho
como EAEC atípicas.
O presente estudo foi realizado com o objetivo de contribuir para o esclarecimento
das características de virulência que possam influenciar no papel enteropatogênico das
EAEC atípicas. Para tanto, uma coleção de 28 amostras de EAEC atípica, provenientes
de fezes de crianças com ou sem diarréia aguda, caracterizadas pelo padrão de
adesão AA a células HEp-2, foi analisada com relação aos marcadores genotípicos
envolvidos na patogênese das EAEC típicas.
Os estudos iniciais envolveram a pesquisa de 11 seqüências genéticas
associadas a fatores de virulência codificados por genes plasmidiais, como as adesinas
fimbriais AAF/I, AAF/II e AAF/III, as toxinas Pet e EAST1, o regulador de transcrição
AggR e as proteínas Aap e Shf, e por genes cromossômicos, tais como ShET1/pic, Irp2
e Hly nas 28 amostras de EAEC atípicas.
A pesquisa dos diferentes marcadores genéticos de virulência realizada através
de ensaios de PCR e hibridização de colônias mostrou que, com exceção de uma
amostra, todas as demais transportavam pelo menos uma das 11 sequências genéticas
pesquisadas.
Entre as amostras estudadas, os marcadores genéticos codificados por genes
plasmidiais, astA, relacionada a produção de EAST1, e shf associada a uma ORF
críptica, foram encontrados significantemente associados à diarréia (P =0.003 e P=
0.020, respectivamente).
No presente estudo, 61% das amostras transportavam o gene astA. Elias et al.
(2002), observaram freqüência semelhante desse gene entre amostras de EAEC
DISCUSSÃO
76
Escherichia coli
enteroagregativa
atípica, sendo, entretanto, EAST1 detectada mais frequentemente em amostras
isoladas de controles do que de pacientes. Okeke et al. (2000) e Rich et al. (1999)
detectaram EAST1 em 23 e 45% de amostras de EAEC, respectivamente, porém o
foi encontrada nenhuma correlação entre a presença de EAST1 e diaria. O gene astA
está presente não apenas em EAEC, mas também em amostras de E. coli
enteropatogênica, enterotoxigênica, enteroinvasoras e produtoras de toxina de Shiga
(Vial et al., 1988; De Sousa et al., 2001; Yatsuyanagi et al., 2003). Entretanto, o
verdadeiro papel de EAST1 na patogênese da infecção causada por E. coli ainda não
foi esclarecido.
O gene shf tamm foi detectado em 61% das amostras EAEC estudadas. Este
gene codifica uma ORF críptica que apresenta uma identidade de 25% com a proteína
IcaB de Staphylococcus epidermidis, que está implicada na adesão intercelular
(Heilmann et al., 1996). Seu papel na patogenese de EAEC, no entanto, ainda não foi
esclarecido. Alguns trabalhos têm demonstrado a presença deste gene em pequeno
número de amostras de EAEC atípica (Czeczulin et al., 1997; Elias et al., 2002).
A presença da seqüência aggR, regulador de transcrição das mbrias AAF/I e
AAF/II, foi encontrada em 4 amostras, sendo três isoladas de casos e uma de controle.
Uma destas amostras era portadora da seqüência aafA, relacionada à adesina AAF/II.
Jiang et al. (2002) associaram a presença de aggR, quando relacionado a outros
fatores de virulência, a presença de sintomas entéricos, particularmente causando
inflamação intestinal. Recentemente, Dudley et al. demonstraram que o regulon AggR
não é restrito ao plasmídeo pAA. Am de regular genes deste plasmídeo, também
regula um operon cromossômico inserido numa ilha de patogenicidade no locus pheU
(citado por Harrington et al., 2006).
A presença dos marcadores genéticos Pet, EAST1, Shf, ShET1/Pic e Irp2
observada no presente estudo parece ser uma característica comum à categoria de
EAEC, presente tanto em amostras de EAEC típicas como atípicas. Elias et al. (2002)
estudando amostras de EAEC isoladas de casos e controles, também observaram a
ocorrência desses mesmos marcadores em amostras de EAEC atípica. Bouzari et al.
(2001) também verificaram que em amostras de casos de diarréia, EAEC atípicas
compartilhavam fatores de virulência com as amostras de EAEC típicas, porém
apresentavam para os genes astA e aafA, uma diferença estatística; sendo mais
freqüentemente encontrados em amostras típicas do que em atípicas.
DISCUSSÃO
77
Escherichia coli
enteroagregativa
A maioria das amostras EAEC estudadas reagiu com um dos 175 antissoros
utilizados, enquanto que outros pesquisadores têm mostrado um grande número de
amostras de EAEC apresentando o antígeno O não tipável (Itoh et al., 1997; Vial et al.,
1988). A diversidade de sorotipos encontrada no presente estudo e a aparente falta de
uma correlação entre um sorotipo particular e a presença de um fator de virulência
tamm particular, sugere que vários clones de EAEC atípica seriam responsáveis pela
diarréia nas diferentes cidades brasileiras. Tamm é interessante ressaltar que alguns
sorogrupos como O42 e O126 foram mais freqüentes e detectados apenas em
amostras provenientes de crianças com diarréia. A presença desses sorogrupos em
outras amostras de EAEC de diversas origens sugere a possibilidade dos mesmos
servirem como marcadores para discriminar amostras verdadeiramente patogênicas
(Qadri et al., 1994; Kawano et al., 1998; Shazberg et al., 2003).
A adesão aos tecidos do hospedeiro é uma etapa complexa e essencial para o
estabelecimento das doenças infecciosas bacterianas de mucosas (Finlay & Falkow,
1997). Em muitos casos, ela é mediada por duas ou mais adesinas que podem atuar
simultaneamente ou em estágios distintos de um processo de interação com a lula
eucariótica (Knutton et al., 1998; Henderson, et al., 1999). No que concerne às EAEC,
as pesquisas realizadas por Nataro et al. (1992) e por Czeczulin et al. (1997)
resultaram na caracterização molecular das fimbrias AAF/I e AAF/II, respectivamente,
em amostras distintas, e em estudos recentes foi caracterizada a AAF/III (Bernier et al.,
2002). Essas fímbrias estão associadas ao padrão AA, muito embora as pesquisas dos
genes estruturais das mesmas, em amostras de EAEC em diferentes países, tenham
demonstrado que muitas amostras não as possuíam (Czeczulim et al., 1997; Elias et
al., 1999).
A etapa seguinte no presente estudo foi a tentativa de caracterizar a adesina
responsável pelo fenótipo AA das amostras de EAEC atípicas. Esse estudo teve início
com a escolha da amostra para caracterização de uma possível nova adesina AA. Para
tanto, 12 amostras provenientes de crianças com diarréia foram submetidas à análise
eletroforética e os perfis plasmidiais obtidos mostraram presença de diversos
plasmídeos com pesos moleculares variáveis em 10 das amostras estudadas. Duas
amostras, a amostra MA691-2 apresentando um único plasmídeo de alto peso
molecular e uma outra amostra, a RN153-1, sem nenhum plasmídeo, foram
selecionadas para os estudos genéticos.
DISCUSSÃO
78
Escherichia coli
enteroagregativa
As amostras MA691-2 e RN153-1 foram analisadas quanto à resistência às
diferentes drogas, sendo encontrada uma resistência múltipla na amostra MA691-2.
Estas duas amostras tamm foram submetidas a ensaios de hemaglutinação
utilizados na identificação e caracterização de diferentes tipos de adesinas bacterianas.
As duas amostras analisadas apresentaram atividade hemaglutinante manose-
resistente (MRHA) semelhante, aglutinando em pelo menos dois eritrócitos dos 4 tipos
de eritrócitos testados (humano do grupo A, coelho, bovino e carneiro). A presença de
atividade MRHA nas duas amostras é um achado interessante, pois sugere a
ocorrência de uma adesina diferente da fimbria tipo 1 possivelmente associada ao
fenótipo AA. De fato, uma das amostras a RN153-1 também era portadora de
estruturas de superfície semelhantes à fímbria tipo 1, conforme visualizado em MET e
apresentou o gene fimA, que codifica uma subunidade da fímbria tipo 1.
Como os genes que codificam as adesinas fimbriais AAFs estão associadas à
presença de um plasmídeo de alto peso molecular, pensou-se que os genes envolvidos
no fenótipo AA da amostra MA691-2 também poderiam estar presentes em tal
plasmídeo. Para tanto, foram realizados experimentos de transformação e conjugação
na tentativa de transferir este plasmídeo de alto peso molecular para uma amostra de
E. coli K12 não aderente. Os experimentos de conjugação realizados mostraram que
esse plasmídeo não é conjugativo e tampouco passível de ser transferido,
possivelmente pelo seu alto peso molecular. Também tratamentos com alaranjado de
acridina e novobiocina não resultaram em perda do referido plasmídeo. A última
tentativa de identificar os genes envolvidos no padrão AA da amostra MA691-2 seria a
construção de um banco de mutantes utilizando um transposon. Como a amostra
MA691-2, porém, apresentou resistência a drogas comum a maioria dos plasmídeos
que alberga os transposons, não foi possível realizar quaisquer experimento de
mutagênese.
Como a maioria das adesinas conhecidas é codificada por genes plasmidiais,
resolvemos investigar os determinantes genéticos de adesão da amostra RN153-1,
posto que, esta amostra não apresentava nenhum plasmídeo, caracterizando assim um
dado novo. Uma biblioteca genômica foi construída a partir desta amostra e o clone
denominado de pVIII-F-1 foi selecionado por apresentar um padrão de adesão muito
semelhante ao da amostra selvagem. Mediante a análise com a enzima de restrição
EcoRI, estimou-se o tamanho do inserto em 21,5 kb. Na subclonagem dos fragmentos
DISCUSSÃO
79
Escherichia coli
enteroagregativa
gerados por esta enzima de restrição, nenhum dos subclones obtidos foi capaz de
reproduzir o fenótipo AA. Isto provavelmente se deva ao fato de que os sítios para esta
enzima possam estar localizados dentro do gene e, interferindo, conseqüentemente, na
transcrição do mesmo.
A mutagênese empregando o transposon mini-Tn10 foi utilizada, para selecionar
mutantes não aderentes. A análise de um banco de mutantes em teste de adesão
levou à identificação de um mutante denominado de pVIII-F-1::Tn10 que perdeu a
capacidade de aderir a células HEp-2. O DNA flanqueado pela inserção do transposon
foi clonado, e o clone obtido, pAZ2, sequenciado.
O clone pAZ2 apresenta 2.624 pb seqüenciados a partir de “primers” desenhados
do vetor de clonagem pHC79 e do gene de cloranfenicol. A análise da seqüência de
nucleotídeos do fragmento de 3 kb do clone pAZ2 revelou a presença de três regiões
de 953 pb, 1.244 pb e 457 pb. A região de 953 pb correspondia ao gene de
resistência a cloranfenicol (cat), originado do transposon mini-Tn10 e duas regiões,
uma de 1.244 pb e a outra de 457pb, correspondentes às seqüências do clone pAZ2,
as quais, foram analisadas através do programa BLAST.
A análise da região de 1.244 pb a partir do BLASTn revelou a presença do gene
cat nos 100 primeiros nucleotídeos; a partir do nucleotídeo 102, foi identificada uma
homologia de 97% com uma ORF presente em E. coli K12 MG1655 (GenBank
U00096), E. coli uropatogênica CFT073 (GenBank AE014075), Shigella flexneri 2a
(GenBank AE005674), outras E. coli e bactérias enteropatogênicas. Esta ORF,
denominada ygjV, codifica para uma proteína de membrana interna, uma permease
com função hipotética. De acordo com o contexto genômico analisado a partir da E. coli
K12 MG1655, nas posições 3237.000 a 3241.000, a pesquisa no banco de dados
através do BLASP identificou “dowstreamà ygjV uma outra ORF transcrita na mesma
direção, com homologia de 97% de identidade, com um sistema de transporte, que
contém os genes altronato hidrolase (uxaA) e uronato isomerase (uxaC) (Portalier et
al., 1981; Ritzenthaler et al., 1981). A análise do peptídeo deduzido a partir desta
região, apresentou identidade de 91% com o COG 0477 pertencente à família das
permeases facilitadoras e 98% de identidade com altronato hidrolase de Shigella
flexner.
A análise da região de 457 pb revelou que os 100 primeiros nucleotídeos
possuem homologia com o vetor pHC79 e a partir do nucleotídeo 106, foi identificada
homologia de 94% com uma ORF, denominada ygjU, uma proteína de transporte e que
DISCUSSÃO
80
Escherichia coli
enteroagregativa
de acordo com o contexto genômico encontrado em E. coli K12MG1655 (GenBank
U00096) essa ORF está localizada “upstream a ygjV, e em direção oposta. O gene
ygjU localizado “upstream” à ORF ygjV codifica uma serina transportadora e é
responsável pelo transporte de íons sódio para dentro da célula bacteriana. A análise
da seqüência nucleotídica, através do BLASTX identificou do nucleotídeo 108 ao 426
uma proteína de 414 aminoácidos. Essa proteína apresentou identidade de 90% e
69% com o COG3633, pertencente à família dos transportadores de sódio.
O fato da ORF ygjV ter sido encontrada em nosso trabalho, assim como, em
diversas bactérias enteropatogênicas, é concordante a outros estudos realizados a
partir da seqüência completa do genoma da E. coli uropatogênica CFT073 (Welch et
al., 2002), tendo em vista, que várias E. coli patogênicas e não patogênicas envolvem
um complexo processo de definição genética, a partir de transferência horizontal de
diversos genes cromossômicos e plasmidiais. O DNA de cada patótipo de E. coli pode
ter sido constituído freqüentemente de perda ou ganho de genes acessórios, sugerindo
uma cuidadosa reconsideração para definição de fenótipos e mapas genéticos de
enterobactérias e bactérias extraintestinais como já assinalado por Welch et al., 2002.
Um estudo desenvolvido por Rodionov et al. 2004 sugere, ainda, que muitas
permeases que participam da captação de carboidratos, podem estar sob o controle de
KgdR, um regulon da família das gama-proteobactérias, restrito para o controle de
genes envolvidos no catabolismo e que está presente em enterobactérias de diversas
espécies. Rodinov et al. 2004, demonstraram, ainda, que o sítio de ligação do regulon
KdgR está localizado, entre os genes uxaA e ygjV, imediatamente após um operon uxa.
Em nosso trabalho, de acordo com o genoma de E. coli K12, o gene ygjV está
localizado “dowstream a um “cluster” de genes relacionados a transporte de
catabólitos, denominado uxaAC, sugerindo assim que este regulon pode estar presente
no genoma da amostra RN153-1.
Analisando-se a região de 1.244 pb, o transposon mini-Tn10, foi inserido entre os
genes ygjU e ygjV, porém o houve comprometimento da tradução dessas ORFs,
uma vez que sua inserção foi ao final de ambas. A inserção do mini-Tn10 pode estar
interrompendo a sinalização dos genes responsáveis pelo transporte de catabólitos,
que sejam, indispensáveis para a transcrição de proteínas capazes de conferir um
potencial de virulência à amostra. Estes dados indicam que a adesão agregativa da
amostra em estudo pode estar sendo mediada por outros fatores ainda não descritos.
Nossos achados, porém, sugerem que a permease YgjV pode estar relacionada ao
DISCUSSÃO
81
Escherichia coli
enteroagregativa
processo de patogênese da E. coli enteroagregativa, uma vez que esta perdeu sua
capacidade de aderência, quando o transposon foi inserido ao final da ORF ygjV.
De acordo com Cundell et al. (1995), para muitas bactérias patogênicas, proteínas
exportadas são determinantes de virulência que participam de processos de aderência
em células eucarióticas, sendo importantes para a sobrevivência bacteriana, não
somente por manter a função celular normal, mas tamm servindo de determinante de
virulência, seja mediando a aderência e colonização na superfície celular, seja
protegendo a bactéria da resposta imune do hospedeiro.
Utilizando uma estratégia genética baseada na fusão de genes bacterianos à
fosfatase alcalina, foram obtidas bactérias defectivas em proteínas de exportação e foi
demonstrado em Streptococcus pneumoniae que a mutação do locus plpA e ami
(Pearce et al., 1994; Alloing et al., 1989), que codificam para permeases, revela uma
diminuição de 50% a 60% na aderência e uma diminuição do receptor GalNAcβ1-4Gal
em células epiteliais. O locus ami é similar a operons que codificam proteínas de
transporte em bactérias gram-negativas (Alloing et al., 1990). Diferentes dados
apontam para o fato de que os membros da família das permeases ligam e transportam
pequenos peptídeos através da membrana bacteriana presumidamente para utilização
no metabolismo (Alloing et al., 1994; Sicard et al., 1994). No estudo desenvolvido por
Cundell et al (1995), é sugerido ainda que a classe das permeases tanto em
organismos gram-negativos quanto em gram-positivos, modula diretamente a
sinalização celular de vários processos bacterianos e também a quimiotaxia em
Salmonella typhimurium e E. coli. (Manson et al. 1986; Abouhamad et al., 1991).
As permeases relacionadas por Cundell et al. (1995), medeiam distintas
propriedades de aderência dos pneumococos diretamente pela ligação e transporte das
moléculas de sinalização celular que alteram a regulação da expressão dos ligantes.
Este estudo não elimina a possibilidade de que essas permeases sejam moléculas
estruturais que se ligam diretamente em células eucarióticas. em 1994, Tane et al.
mostraram que oligopeptídeos-ligantes de proteína (OppA), homólogos em E. coli,
ligam peptídeos indiscriminadamente, podendo ligar-se em receptores glicoprotéicos na
superfície da célula eucariótica.
Estudos recentes revelam ainda que uma permease, descrita em Neisseria
meningitidis é requerida na colonização do tecido nasofaríngeo, na doença
meningocócica. N. meningitidis deficientes na captação de nutrientes por uma
DISCUSSÃO
82
Escherichia coli
enteroagregativa
mutagênese no gene lactato permease, tem a sua capacidade de colonizar o tecido
diminuída, quando comparada à amostra selvagem (Exley et al., 2005).
Todas essas pesquisas atribuem diversas funções às permeases, entre elas, o
fato de estarem relacionadas a fatores de aderência, colonização, transporte de
catabólitos e outros processos bacterianos.
Para verificar a prevalência da proteína YgjV nas outras amostras de EAEC
atípicas deste trabalho, foi realizado uma reação de PCR, na qual foram detectadas
seqüências homólogas a proteína ygjV em 17 (63%) das 27 amostras analisadas,
sendo 12 (78%) provenientes de casos e 5 (50%) de controles. Não foram encontradas
diferenças estatísticas entre as amostras pesquisadas. Todas as 4 amostras positivas
para a seqüência aggR, foram positivas para a seqüência da proteína ygjV.
Como última etapa de nosso estudo, realizamos alguns ensaios preliminares
para a caracterização fenotípica da adesina responsável pelo padrão AA da amostra
RN153-1. Os primeiros foram ensaios de microscopia eletrônica de transmissão após
coloração negativa, onde se pesquisou a presença de estruturas de superfície com
aspecto semelhante aos das adesinas fimbriais AAFs. Na amostra RN153-1 visualizou-
se a presea de estruturas fimbriais, entretanto sem a formação de agregados picos
das AAFs.
Em seguida, pesquisou-se a presença de uma proteína bacteriana com potencial
de adesina nos extratos protéicos das amostras RN153-1, pVIII-F-1 e pVIII-F1::Tn10
após seu cultivo em diferentes meios de cultura e aquecimento a 60
o
C. Não se observou
nenhuma proteína diferente presente na amostra selvagem e no clone cosmídeo, mas
ausente no mutante.
Por último, realizamos uma comparação dos perfis eletroforéticos de OMPS da
EAEC RN153-1 e da amostra 231-1 (não aderente), onde verificamos uma proteína de
85 KDa presente apenas na amostra aderente. Entretanto, a alise da seqüência N-
terminal de 19 aminoácidos revelou uma identidade de 71% com a proteína flagelina de
E. coli. Embora o flagelo participe da adesão de EPEC em células epiteliais (Girón et
al., 2002), os achados obtidos até o momento ainda não nos permitem sugerir a
possível estrutura da adesina envolvida na adesão da amostra RN153-1. Outros
estudos serão necessários para definir o fenótipo da referida adesina.
Aparentemente, houve uma relação entre os resultados nos ensaios de
microscopia eletrônica com os de proteínas. A amostra RN153-1 apresentou o gene
fimA, que codifica uma subunidade da fímbria do tipo 1 (o que explicaria as
DISCUSSÃO
83
Escherichia coli
enteroagregativa
observações de microscopia eletrônica) e não apresentou nenhuma proteína evidente
nos extratos aquecidos.
Moreira et al. (2003) mostraram que a fímbria tipo 1 (TIF) exerce papel na
adesão agregativa da amostra protótipo 042, utilizando um soro anti-TIF e ensaios de
adesão com incubação de 3 e 6 horas. Experimentos de clonagem do plasmídeo pVIII-
F1 em uma amostra de E. coli apresentando deleção no gene fim, e ensaios de adesão
realizados com a presença e ausência de manose, mostraram o o envolvimento da
fímbria tipo 1 com as propriedades de adesão da amostra RN153-1.
Concluindo, os resultados obtidos em nosso trabalho mostraram que a maioria
(71%), das amostras de EAEC atípica, apresenta pelo menos dois dos fatores de
virulência envolvidos na patogênese das EAEC típicas. Entre eles, EAST1 e Shf foram
os mais prevalentes (61%), sendo encontrados significantemente associados com
diarréia.
Na caracterização preliminar dos genes envolvidos no fenótipo AA da amostra
RN153-1, foi identificado um mutante não aderente a células HEp-2, apresentando
inserção de mini-Tn10. A análise da seqüência do DNA flanqueado pela inserção do
mini-Tn10 levou a identificação de uma região a qual apresentou homologia com uma
permease, que parece estar envolvida no processo de transporte de íons e outros
eletrólitos na célula bacteriana. A identificação dos determinantes genéticos da adesina
AA da amostra RN153-1, entretanto, merece ainda maiores investigações. Estudos
com um outro mutante se encontram em andamento na tentativa de obtermos deleção
de genes relacionados estritamente a aderência bacteriana.
CONCLUSÃO
84
Escherichia coli
enteroagregativa
6. CONCLUSÃO
-
A maioria (71%) das amostras de EAEC atípica analisadas apresenta pelo menos
dois dos fatores de virulência envolvidos na patogênese das EAEC típicas. Entre eles,
a toxina EAST1 e a ORF críptica Shf foram os mais prevalentes (61%) e encontrados
significantemente associados com diarréia (P = 0,003 e P = 0,020, respectivamente).
- A caracterização preliminar dos genes envolvidos no fenótipo AA da amostra RN153-
1 identificou um mutante o aderente à células HEp-2, apresentando inserção de
transposon mini-Tn10. A análise da seqüência do DNA flanqueado pela inserção do
mini-Tn10 levou a identificação de uma região a qual apresentou homologia com uma
permease, que parece estar envolvida no processo de transporte de íons e outros
eletrólitos na célula bacteriana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Escherichia coli
enteroagregativa
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ANEXOS
103
Escherichia coli
enteroagregativa
8. ANEXOS
8.1. Meios de cultura, reagentes e soluções
Os meios de cultura, sais e açúcares utilizados, quando não especificados,
foram de procedência Difco (Difco Laboratories, Michigan, EUA), Merck (Merck
Chemicals, New Jersey, EUA) e Synth (Labsysnth S. A., Diadema, SP). Os demais
reagentes utilizados foram provenientes da Sigma (Sigma-Aldrich Chemical, Missouri,
EUA), Invitrogen (Life Tecnologies Inc, Gaithenesburg MD, EUA), Amershan
(Amershan Pharmacia Biotech AB, Uppsala, Sweden), tendo sido preparados conforme
especificações dos fabricantes.
Os meios de cultura, obtidos sob a forma desidratada foram preparados com
água destilada e purificada pelo sistema Mili-Q (Milipore Inc., Massachusetts, EUA) e
autoclavados a 121°C por 15 minutos. Foram utilizad os os meios ágar MacConkey,
ágar Nutriente, Blood Agar base (BAB), ágar Brucella e o caldo de soja tripticase (TSB
– “Triptic Soy Broth” – Difco Laboratories, Michigan, EUA).
8.1.1. Caldo Lúria Bertani (LB)
Triptona 10 g
Extrato de levedura 5 g
Cloreto de dio 10 g
Água bidestilada q.s.p. 1000 mL
Todos os elementos foram adicionados a agua destilada e o meio esterelizado
em autoclave a 121°C por 15 minutos. Para a prepara ção de LB ágar foi adicionado à
solução acima 2% de bacto ágar (Difco).
ANEXOS
104
Escherichia coli
enteroagregativa
8.2. Soluções utilizadas na determinação do antígeno somático (O) das amostras
8.2.1. Solução salina com azida sódica
NaCl 8,5 g
N
3
Na 1 g
Água destilada q.s.p. 1000 mL
A solução salina foi autoclavada a 121°C por 15 min utos.
8.2.2. Solução formalizada contendo violeta genciana
Formaldeído 35% 10 mL
NaCl 17 g
Violeta genciana 0,1 g
Água destilada q.s.p. 2000 mL
Adicionar os reagentes e após homogeinização estocar a temperatura ambiente.
ANEXOS
105
Escherichia coli
enteroagregativa
8.3. Soluções utilizadas para a extração de DNA plasmidial
8.3.1. Solução Tris-HCl 1M pH 8,0
O Trizma base foi dissolvido em água bidestilada e seu pH ajustado com HCL 10
N. A solução foi autoclavada a 121 °C por 15 minuto s.
8.3.2. Solução Na
2
EDTA 0,5 M pH 8,0
O Na
2
EDTA foi dissolvido em água bidestilada quente e pH ajustado com NaOH
5N para 8,0 e autoclavado a 121°C por 15 minutos.
8.3.3. Solução I (Solução de ressuspensão)
Glicose 50 mM
Tris-HCl pH 8.0 25 mM
EDTA pH 8.0 10 mM
A solução foi preparada no momento do uso e mantida no gelo.
8.3.4. Solução II (Solução lítica desnaturante)
NaOH 0.2 N
SDS 1 %
A solução foi preparada no momento do uso.
8.3.5. Solução III (Acetato de sódio 3M pH 4,8)
Acetato de sódio 3 M pH 4,8
O acetato de sódio foi dissolvido em água bidestilada, o pH ajustado com acido
acético glacial e a solução foi autoclavada a 121°C por 15 minutos. A solução foi
mantida a temperatura ambiente.
ANEXOS
106
Escherichia coli
enteroagregativa
8.3.6. Solução IV (Acetato de sódio 100 mM pH 7,0)
Acetato de sódio 100 mM
Tris 50 mM
A solução foi autoclavada a 121°C por 15 minutos.
8.3.7. Solução de Fenol/Clorofórmio/Álcool isoamílico
Fenol 25 mL
Clorofórmio 24 mL
Álcool isoamílico 1 mL
Após preparo, a solução foi armazenada a 4°C.
8.3.8. Solução tampão Tris-EDTA (TE) - pH 8,0 (10X)
Trizma base 100 mM
Na
2
EDTA 10 mM
Inicialmente o Na
2
EDTA é dissolvido à quente com uma parte de água destilada,
adicionando-se em seguida Trizma base e ajustando o pH com HCl. Completar o
volume da solução, autoclavar a 121ºC por 15 minutos.
ANEXOS
107
Escherichia coli
enteroagregativa
8.4. Soluções utilizadas para extração de DNA genômico
8.4.1. Solução para suspensão celular
Tris pH 8.0 100 mM
EDTA pH 8.0 1 mM
Sacarose 35 mM
Solução preparada no momento do uso.
8.4.2. Solução de lise
Tris pH 8.0 100 mM
NaCl 300 mM
EDTA pH 8.0 0.5 M
SDS 2 %
2-mercaptoetanol 2 %
Proteinase K 100 µg/mL
Perclorato de sódio 0,5 mM
Solução preparada no momento do uso e mantida em gelo.
ANEXOS
108
Escherichia coli
enteroagregativa
8.5. Soluções para eletroforese em gel de agarose
8.5.1. Solução tampão Tris-Borato-EDTA (TEB) - pH 8,2 (10X)
Trizma base 890 mM
Na
2
EDTA 25 mM
H
3
BO
3
89 mM
Após a dissolução à quente do Na
2
EDTA, são acrescentados Tris e H
3
BO
3
e o
volume da solução é completado com água destilada. No momento de uso, esse
tampão é diluído 0,5 x em água destilada.
8.5.2. Tampão de amostra para DNA (6X)
Ficoll 400 2,5g
Azul de bromofenol 0,025g
Xileno cianol 0,025g
O Ficoll é dissolvido à quente em 10 mL de água bidestilada e em seguida são
acrescentadas as demais soluções, completando-se o volume desejado.
8.5.3. Solução de brometo de etídio (5 mg/mL)
O brometo de etídio foi preparado a 5 mg/mL em tampão Tris 0,05 M, pH 8,5 e
mantido em frasco escuro à temperatura ambiente.
ANEXOS
109
Escherichia coli
enteroagregativa
8.6. Soluções e meios de cultura utilizados para preparação de células
competentes
8.6.1. Tampão FB
KCl 100 mM
CaCl
2
50 mM
Acetato de potássio 10 mM
Glicerol 10 %
Misturar todos os reagentes e esterilizar o meio em autoclave a 121°C durante
15 minutos. Esterilizar o glicerol separadamente e adicionar a solução.
8.6.2. Meio SOC
Triptona 2,0 g
Extrato de levedura 0,5 g
NaCl 0,05 g
Água bidestilada q.s.p. 100 mL
Adicionar 1 mL de uma solução de KCl 250 mM, ajustar o pH para 7.0 com
NaOH 5 N. Depois de esterilizado, adicionar 0,5 mL de uma solução estéril de MgCl
2
2
M e mais 2 mL de glicose 1 M tamm estéril.
ANEXOS
110
Escherichia coli
enteroagregativa
8.7. Soluções utilizadas nos testes de hibridização de DNA bacteriano com
sondas genéticas
8.7.1. Solução desnaturante
NaOH 0,5 N
NaCl 1,5 M
Esta solão foi preparada em água destilada a partir das soluções estoque de
NaOH a 10 N e de NaCl à 5 M.
8.7.2. Solução neutralizante
Tampão Tris - pH 7,0 1 M
NaCl 2 M
Esta solão foi preparada em água destilada a partir das soluções estoque de
tampão Tris 2M, pH 7,0 e NaCl 5M.
8.7.3. Solução salina citrato “SSC“ - pH 7,0 (20X)
NaCl 3 M
Citrato de sódio 0,3 M
A solução foi preparada em água destilada e o pH ajustado com HCl. A seguir a
solução foi autoclavada a 121ºC durante 15 minutos.
8.7.4. Solução de esperma de salmão
Foi preparada uma solão de DNA de esperma de salmão em tampão Tris -
EDTA na concentração de 10 mg/mL. Esta solução foi submetida a 5 passagens
sucessivas por uma agulha de 38 mm X 7mm para homogeneização. Após o preparo,
esta solução foi mantida a -20ºC.
ANEXOS
111
Escherichia coli
enteroagregativa
8.7.5. Solução de Lavagem 0,1%
SSC 0,1%
SDS 0,1%
Água destilada q.s.p. 500 mL
8.7.6. Solução de Lavagem 0,05%
SSC 0,05%
SDS 0,05%
Água destilada q.s.p. 500 mL
8.7.7. Solução Denhardts (50x)
Ficoll 400 1g
Polivinil pirrolidona 1g
BSA 1g
Água destilada q.s.p. 100mL
ANEXOS
112
Escherichia coli
enteroagregativa
8.8. Soluções e meios de cultura utilizados para os testes de adesão em células
HEp-2.
8.8.1. Solução Tampão Salina Fosfato (PBS)
NaCl 136,9 mM
KCl 2,7 mM
Na
2
HPO
4
8,1 mM
KH
2
PO
4
1,5 mM
Os sais foram dissolvidos em água destilada e a solução foi autoclavada a
121°C durante 15 minutos. Para a solução salina fosfato com pH7,2, acertar o pH com
ácido clorídrico.
8.8.2. Meio mínimo essencial de Eagle (modificado) com sais de Earle (MEM)
O meio foi dissolvido em água bidestilada, conforme recomendações do
fabricante. O pH foi ajustado para 7,2 com uma solução de bicarbonato de sódio a
7,5%; o meio foi acrescido com 10% e 2% de soro fetal bovino (SFB). Em seguida, o
meio foi filtrado em membranas de acetado de celulose com poros de 0,22 µm
(Sistema de filtração Milipore Corporation, EUA) e armazenado a 4°C.
8.8.3. Solução Associada de Tripsina e Versene
Primeiro era preparada uma solução salina:
NaCl 0,8%
KCl 0,2%
Na
2
PO
4
6,4 g
KH
2
PO
4
0,2 g
Água bidestilada q.s.p. 100 mL
Foi dissolvido 2 gramas de tripsina (Difco) em 50 mL da solução salina durante 2
horas sob agitação em banho de gelo e, então, acrescentada no restante da solução
salina. A solução de Versene foi preparada dissolvendo-se 0,2 g de Titriplex (Merck)
ANEXOS
113
Escherichia coli
enteroagregativa
em 10 mL da solução salina e 1,5 mL de solução de vermelho de fenol a 1%. A solução
foi esterilizada por filtração em membranas com poros de 0,22 µm de diâmetro
(Milipore Corporation, EUA) e conservada a -20
8.8.4. Solução de Azul de Tripan a 0,5%
O azul de tripan foi diluído em solução tampão salina fosfato (PBS) a 0,5%. Esta
solução foi utilizada na diluição 1:2 (v/v) com a suspensão de células HEp-2 para efeito
de contagem de células viáveis.
8.8.5. Solução estoque de D-manose
A solução de D-manose foi preparada em água bidestilada na concentração final
de 10% e autoclavada em vapor fluente por 1 hora. A solução foi armazenada a C
até o momento do uso.
8.8.6. Solução tampão de SØrensen
Solução A:
KH
2
PO
4
0,64 g
Água bidestilada q.s.p. 70 mL
Solução B:
Na
2
HPO
4
2,36 g
Água bidestilada q.s.p. 250 mL
Para a solução final foi adicionado 69,6 mL da solução A em 230,4 mL da
solução B. Essa solução foi armazenada a 4°C até o momento do uso.
8.8.7. Solução corante de May-Grünwald (eosina-azul de metileno)
A solução comercial foi diluída 1:2 (v/v) em tampão SØrensen.
8.8.8. Solução corante de Giemsa (eosina-azul de metileno)
A solução comercial foi utilizada na diluição 1:3 em tampão SØrensen.
ANEXOS
114
Escherichia coli
enteroagregativa
8.9. Soluções utilizadas na eletroforese de proteína em SDS-PAGE
8.9.1. Solução de Acrilamida bis – Acrilamida
Acrilamida 30 g
N,N, - metilenobisacrilamida 0,8g
Água destilada q.s.p. 100 mL
A solução foi filtrada em papel de filtro e armazenada em frasco escuro a 4°C.
8.9.2. Solução de Ressuspensão das Amostras
Tris-HCl 0,5 M pH 6,8 2,5 mL
SDS 400 mg
Glicerol 2,0 mL
Azul de bromofenol 1%
Betamercaptoetanol 5%
Água destilada q.s.p. 20 mL
Manter essa solução a 4°C.
8.9.3. Gel de Empacotamento
Acrilamida/bis 1,70 mL
Tris-HCl 1 M pH 6,8 1,25 mL
Persulfato de amônia 10% 0,10 mL
TEMED 0,01 mL
SDS 10% 0,10 mL
Água bidestilada 6,80 mL
8.9.4. Gel de Resolução 10%
Acrilamida/bis 8,30 mL
Tris-HCl 1 M pH 8,8 6,30 mL
Persulfato de amônia 10% 0,25 mL
TEMED 0,01 mL
SDS 10% 0,25 mL
Água bidestilada 9,90 mL
ANEXOS
115
Escherichia coli
enteroagregativa
8.9.5. Tampão de Eletroforese (4 x)
Trizma base 6 g
Glicina 28,5 g
SDS 2 g
Água bidestilada q.s.p. 500 mL
8.9.6. Solução de Coomassie Blue
Metanol 10%
Coomassie Brilhant Blue 0,05%
Ácido acético 10%
Água bidestilada 40%
8.9.7. Solução descorante
Ácido acético 10%
Metanol 40%
Água destilada q.s.p. 100 mL
ANEXOS
116
Escherichia coli
enteroagregativa
8.10. Seqüências obtidas a partir do seqüenciamento do clone pAZ2
8.10.1. Alinhamento da seqüência de 1244 pb obtida a partir dos primers Fcat e
FMcat com a E. coli K12 MG1655
Query 102 TGTTTAACCCCTTTCGTCTACGGCGGAAGGGGTTTTCTCAACTTTAAACGGATCAATTCC 161
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 2213 TGTTTAACCCCTTTCGTCTACGGCGGAAGGGGTTTTCTCAACTTTAAACGGATCAATTCC 2272
Query 162 CCTTTTCTGCATCCGCCAGAAACGAATGATATTCAGGCCATTCATAAGCAGAAAACTACC 221
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 2273 CCTTTTCTGCATCCGCCAGAAACGAATGATATTCAGGCCATTCATAAGCAGAAAACTACC 2332
Query 222 CTCAATCATCGTGCCGCCTATCGACCCCGCCCAGAAGTTGTGAATCACCCAGCAACACGT 281
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 2333 CTCAATCATCGTGCCGCCTATCGACCCCGCCCAGAAGTTGTGAATCACCCAGCAACACGT 2392
Query 282 TGAAAACCACATTACGCAGCGCATGGTCAGCCCTTTACAGCGGAATAGCGCCCAGGTACT 341
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||
Sbjct 2393 TGAAAACCACATTACGCAGCGCATGGTCAGCCCTTTACAGCAGAATAGCGCCCAGGTACT 2452
Query 342 GACAATCGTGCCGATAACCGGCAATAGTTCGACAGGATGATGGAACTTCGCGAGGCCAAT 401
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sbjct 2453 GACAATCGTGCCGATAACCGGCAATAGTTCGACAGGATGATGGAACTTCGCGAGGCCAAT 2512
Query 402 TCCGCCAGTCAGCACAATAAAAATCGCCATTACCCATAAGCTGCGCGTGCGTAAGGTAAT 461
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
ANEXOS
117
Escherichia coli
enteroagregativa
Sbjct 2513 TCCGCCAGTCAGCACAATAAAAATCGCCATTACCCATAAGCTGCGCGTGCGTAAGGTAAT 2572
Query 462 CAATGTACGAATGGCATTAAGGATGGCACTGGCACCAGCGGGATAGGTGCCCAGAAGNNN 521
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Sbjct 2573 CAATGTACGAATGGCATTAAGGATGGCACTGGCACCAGCGGGATAGGTGCCCAGAAGAAA 2632
Query 522 NNNNTGTACGCCAATAACGGCGCTATAGACCGAAAGCTGCTTTTTGAAGCGACGTTCGTC 581
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Sbjct 2633 AAAATGTACGCCAATAACGGCGCTATAGACCGAAAGCTGCTTTTTGAAGCGACGTTCGTC 2692
Query 582 ACGATTGAACACATGTTGTGATACCAATCAGAAAGGCGATGACACCAGC-CCTTGGGCCA 640
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Sbjct 2693 ACGATTGAAAA-ATGTTGTGATACCAATCAGAAAGGCGATGACACCCACGCCCTGGGCCA 2751
Query 641 ACCAAATACGCGG-CATGACTCAATCCTTAGCAG-TATGGAAAAGCAAACGGCGCTTCAC 698
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Sbjct 2752 GCCAA-TACGCGGTCATGA-TAAATCCTTAGCAGGTATGGAAAAGCAAACGGCGCTTCAC 2809
Query 699 ATTATGAAACGCCGTTTTT-ATTAAACACTCATTTCGACTTTATAGCGTTACGCCGCTTT 757
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Sbjct 2810 ATTATGAAACGCCGTTTTTTATTAACAACTCATTTCGACTTTATAGCGTTACGCCGCTTT 2869
Query 758 TGAAGATCGCCAGTTCGCGGAAGTCGTTACGCTCGTTACAGGTTTGCTTACCGTTGGCAA 817
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Sbjct 2870 TGAAGATCGCCAGTTCGCGGAAGTCGTTACGCTCGTTACAGGTTTGCTTACCGTTGGCAA 2929
Query 818 ACTCAACGATGGTGTCGATAAATTCTTCCAGCAACTGCGGCATCGCTTTACCGTGGATCA 877
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Sbjct 2930 ACTCAACGATGGTGTCGATAAATTCTTCCAGCAACTGCGGCATCGCTTTACCGTGGATCA 2989
Query 878 ACTGACCCGCGTCAAAGTCGATCCAGTGTTTTTTCTTCGCCGCCAGTTCACTGTTGGTGG 937
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Sbjct 2990 ACTGACCCGCGTCAAAGTCGATCCAGTGTTTTTTCTTCGCCGCCAGTTCACTGTTGGTGG 3049
Query 938 CGATTTTCACCGTCGGCNCAAATCCACCATACGGCGTGCCACGACCAGTACTGAACAGCA 997
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Sbjct 3050 CGATTTTCACCGTCGGCACAAATCCACCATACGGCGTGCCACGACCAGTACTGAACAGCA 3109
Query 998 CCATATGGCAGCCCGCACCCGCCAGGGCGCTGGTCGCTACGGCATCGTTACCCGGCGCAC 1057
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Sbjct 3110 CCATATGGCAGCCCGCACCCGCCAGGGCGCTGGTCGCTACGGCATCGTTACCCGGCGCAC 3169
Query 1058 TTAAAAGATTCAGCCCTGGCGTTTTCAGACGCTCGCCGTAACGCAGCACGTCAACCACGA 1117
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Sbjct 3170 TTAACAAGTTCAGCCCTGGCGTTTTCAGACGCTCGCCGTAACGCAGCACGTCAACCACGA 3229
Query 1118 CGCCGGAACCCGCTTTCTGGGTACAGCCAAGTGATTTGTCTTCCAGCGTGGTGATACCGC 1177
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Sbjct 3230 CGCTGGAACCCGCTTTCTGGGTACAGCCAAGTGATTTGTCTTCCAGCGTGGTGATACCGC 3289
Query 1178 CCGCTTTGTTCCCCGGCGATGGGTTTTCATAAATCTGCTGATCATGGGCAATAAAGTACT 1237
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Sbjct 3290 CCGCTTTGTTCCCCGGCGATGGGTTTTCATAGATCGGCTGATCATGGGCAATAAAGTACT 3349
Query 1238 GTTTGAA 1244
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Sbjct 3350 GTTTGAA 3356
ANEXOS
118
Escherichia coli
enteroagregativa
8.10.2. Alinhamento da seqüência de 457 pb obtida a partir do primer Rhc com a
E. coli K12 MG1655
Query 106 GGATCTCAAAACCCGCGGCGGAAGCTGTTGGTCTGTTAGGTACTTTGTTCGTCGGCGCAC 165
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Sbjct 1067 GGATCTCAAAACCCGCGGCGGAAGCTGTTGGTCTGTTAGGTACTTTGTTCGTCGGCGCAC 1126
Query 166 TGAAAGCCGTTGCCCCCATCCTGGTGTTGATGCTGGTGATGGCATCTATTGCTAACCACC 225
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Sbjct 1127 TGAAAGCCGTTGCCCCCATCCTGGTGTTGATGCTGGTGATGGCATCTATTGCTAACCACC 1186
Query 226 AGCACGGGCAGAAAACCAATATCCGCCCTATTTTGTTCCTCTATCTACTGGGCACCTTCT 285
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Sbjct 1187 AGCACGGGCAGAAAACCAATATCCGCCCTATTTTGTTCCTCTATCTACTGGGCACCTTCT 1246
Query 286 CTGCTGCTCTGGCCGCAGATAGTCTTCAGCTTTGCCTTCCCTTCTACCCTGCATTTATCC 345
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Sbjct 1247 CTGCTGCTCTGGCCGCAG-TAGTCTTCAGCTTTGCCTTCCCTTCTACCCTGCATTTATCC 1305
Query 346 AGTAGTGCGGGTGATATTTCGCCGCCGTCAGGCATTGTC--AATGATGCGCGGGCTGGTA 403
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Sbjct 1306 AGTAGCGCGGGTGATATTTCGCCGCCGTCAGGCATTGTCGAAGTGATGCGCGGGCTGGTA 1365
Query 404 ATGA-CATGGTTTTCCACCCCATC-ACGCGCTGCTGAAAGGTAACT-CATCGGGATT 457
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Sbjct 1366 ATGAGCATGGTTTCCAACCCCATCGACGCGCTGCTGAAAGGTAACTACATCGGGATT 1422
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