Download PDF
ads:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Biociências
Departamento de Genética
FILOGEOGRAFIA DOS CROMOSSOMOS Y E DAS LINHAGENS
MITOCONDRIAIS DE ORIGEM AFRICANA EM POPULAÇÕES
NEGRAS BRASILEIRAS
Tábita Hünemeier
Dissertação submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular da
UFRGS como requisito parcial para a obtenção do
grau de Mestre.
Orientadora: Prof ª Dr ª Maria Cátira Bortolini
Porto Alegre, março de 2006.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de
DNA e no Laboratório de Eletroforese do
Departamento de Genética da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e no Laboratório
de Bioquímica e Imunologia do Instituto de
Bioquímica da Universidade Federal de Minas
Gerais, com auxílio financeiro do Conselho
Nacional de Pesquisa (CNPq).
ads:
A verdadeira universidade não se localiza num
lugar específico. Não tem propriedades, não
paga salários, não recebe taxas materiais. A
verdadeira universidade é um estado de
espírito. É a grande herança do pensamento
racional que nos foi legada ao correr dos
séculos e que não tem lugar específico para
ficar. É um estado de espírito que se renova
através dos séculos, graças a um grupo de
pessoas que ostentam tradicionalmente o título
de professor, título esse que, no fundo, também
não faz parte da universidade. A verdadeira
universidade é nada mais nada menos que o
corpo contínuo da razão em si.
Robert M. Pirsig
em Zen e a Arte da Manutenção de
Motocicletas.
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................
ABSTRACT........................................................................................................
I. INTRODUÇÃO...............................................................................................
I.1. Considerações Gerais.......................................................................
I.2. O Homo sapiens e sua Diversidade..................................................
I.3. Os Africanos......................................................................................
I.3.1. Os Troncos Lingüísticos Africanos......................................
I.3.2. Oeste-africanos....................................................................
I.3.3. Bantus..................................................................................
I.4. Diáspora Africana: O Escravismo Colonial................. .....................
I.4.1. Os Africanos no Novo Mundo..............................................
I.4.2. As Origens dos Africanos....................................................
I.4.3. Os Africanos no Rio de Janeiro...........................................
I.4.4. Os Africanos no Rio Grande do Sul.....................................
I.5. Dados Genéticos e a Origem dos Africanos do Brasil......................
I.5.1. DNA Mitocondrial..................................................................
I.5.2. Cromossomo Y....................................................................
II. OBJETIVOS...................................................................................................
III. ARTIGO.........................................................................................................
i
iii
01
01
02
04
05
08
10
12
13
14
14
16
19
20
23
26
27
IV. DISCUSSÃO.................................................................................................
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................
VI. APÊNDICES................................... .............................................................
VI.1. Material e Métodos..........................................................................
VI.1.1. Populações de Estudo.......................................................
VI.1.2. Extração de DNA...............................................................
VI.1.3. DNA Mitocondrial...............................................................
VI.1.4. Marcadores do Cromossomo Y.........................................
VI.1.5. Análise de Dados..............................................................
VII.ANEXOS ......................................................................................................
VII.1. Resultados Adicionais....................................................................
59
69
79
79
79
79
80
80
85
86
86
i
RESUMO
Há algum tempo dados genéticos vêm sendo utilizados para inferências
quanto à natureza do tráfico de escravos ocorrido no período colonial no Atlântico
Sul e sobre a origem dos africanos que chegaram ao Brasil. A utilização de
marcadores de linhagem mais específicos, como é o caso do DNA mitocondrial
(mtDNA) e da região não-recombinante do cromossomo Y (NRY) pode se
constituir em poderoso instrumento para o esclarecimento dessas questões.
Este trabalho utilizou esses enfoques através do seqüenciamento da HVS-I
do mtDNA (highly variable segment I) e de testes em 30 SNPs (single nucleotide
polymorphisms) localizados na região não-recombinante do cromossomo Y, em
uma amostra de 133 indivíduos classificados como derivados de africanos (preto
e pardo) do estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre e região metropolitana),
bem como 144 homens classificados do mesmo modo no estado do Rio de
Janeiro (Rio de Janeiro e região metropolitana).
Os dados do mtDNA indicaram que 89,5% e 78% das matrilinhagens
encontradas, respectivamente, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre eram de
origem africana. Destas, 69% e 82% eram de origem da África Centro-oeste
(região típica de povos que falam línguas Bantus), enquanto que a fração
complementar teria uma origem no Oeste africano (não-Bantu). Estes resultados
estão de acordo com os registros históricos.
Os marcadores do cromossomo Y revelaram que 56% (Rio de Janeiro) e
36% (Porto Alegre) destes cromossomos tinham uma origem africana. No
entanto, diferentemente do que aconteceu com o mtDNA, as análises não
permitiram discriminar os locais de origem dentro do continente africano. Parece,
ii
portanto, haver maior estruturação nos dados obtidos com o mtDNA do que com o
cromossomo Y, sugerindo uma maior taxa de migração dos homens do que das
mulheres dentro do grande tronco lingüístico Niger-Congo.
Porto Alegre e Rio de Janeiro quando comparadas em relação ao mtDNA,
não apresentam diferenciação significativa, embora pudessem ser observadas
algumas diferenças, em destaque a maior presença de linhagens mitocondriais de
origem ameríndia em Porto Alegre (16,4%) do que no Rio de Janeiro (8,5%).
Já a diferença entre Porto Alegre e o Rio de Janeiro foi significativa quanto
aos dados do cromossomo Y. Especialmente notável, é a presença de
cromossomos de origem indígena em Porto Alegre: haplogrupos Q* e Q3*, nas
freqüências de 3,5% e 1,7%, respectivamente.
Analisando somente os indivíduos tipados tanto para o mtDNA quanto para
os marcadores do Y, nota-se que 50% deles nas duas amostras apresentam
linhagens mitocondriais e do cromossomo Y de origem africana, enquanto de
forma complementar, o número de indivíduos com matrilinhagens africanas e
cromossomos Y europeus e/ou asiáticos ou ameríndios foi de 41% e 35%
para o Rio de Janeiro e Porto Alegre, respectivamente. As amostras estudadas,
portanto, caracterizam-se como sendo amplamente mescladas, apenas metade
dos genomas considerados sendo de origem completamente africana.
iii
ABSTRACT
Genetic data have been used for some time now for inferences about the
nature of the slave trade that occurred in South Atlantic in the Colonial Period, as
well as about the origins of the Africans who arrived in Brazil. The use of lineage-
specific markers, like mitochondrial DNA (mtDNA) and those of the non-
recombining region of the Y chromosome (NRY), can constitute a powerful tool for
elucidation of these questions.
This work utilized this approach through sequencing of the mtDNA HVS-I
(highly variable segment I), as well by testing 30 SNPs (single nucleotide
polymorphisms) located in chromosome Y’s nonrecombining region in a sample of
133 individuals classified as African-derived (black or mulatto) from the state of
Rio Grande do Sul (Porto Alegre and metropolitan region), as well as 144 men
classified in the same manner in the state of Rio de Janeiro (Rio de Janeiro and
metropolitan region).
The mtDNA data indicated that 89.5% and 78% of the matrilineages found
in Rio de Janeiro and Porto Alegre were of African origin. Of these, respectively,
69% and 82% were of Central-West African origin (region typically of people who
speak Bantu languages), while the complementary fraction would have the West
African origin (non-Bantu). These results are in accordance with the historical
records.
The Y chromosome markers revealed that 56% (Rio de Janeiro) and 36% (Porto
Alegre) of these chromosomes should have an African origin. But differently of
what occurred with the mtDNA results, the analyses did not allow a discrimination
of the places of their origin within the African continent. It seems, therefore, that a
iv
higher structuration occurs in the mtDNA data as compared to the Y chromosome
results, suggesting a higher male in relation to female migration rates within the
large Niger-Congo linguistic family.
Porto Alegre and Rio de Janeiro do not present significant mtDNA
frequency differences, although the Amerindian mtDNA presence is higher in
Porto Alegre (16.4%) than Rio de Janeiro (8.5%).
On the other hand, Porto Alegre and Rio de Janeiro do show significant
differences in the Y chromosome data. Especially notable is the presence of
Amerindian chromosomes in Porto Alegre: frequencies of, respectively, 3.5% and
1.7% for haplogroups Q* and Q3*.
Considering just the individuals simultaneously typed for mtDNA and the Y
chromosome, it is verified that ~50% of then show mtDNA and Y chromosome
lineages of African origin, while the number of individuals with African mtDNA but
European and/or Asiatic or Amerindian lineages was ~41% for Rio de Janeiro and
~35% for Porto Alegre. The samples studied, therefore, can be characterized as
amply admixed, only half of the genomes considered being completely of African
origin.
1
I. INTRODUÇÃO
I.1. Considerações Gerais
Marcadores de linhagens de herança uniparental, tais como o DNA
mitocondrial e o cromossomo Y, vêm constituindo-se em poderosos instrumentos
para estudos filogeográficos das populações humanas. Por exemplo, tem sido
demonstrado que o nível de mistura entre europeus, africanos e ameríndios foi
extenso, e que o peso dos cruzamentos assimétricos na era colonial (homem
europeu com mulheres indígenas e africanas) foi determinante na formação da
população brasileira (Bortolini e cols., 1999; Alves-Silva e cols., 2000; Carvalho-
Silva e cols., 2001; Salzano e Bortolini, 2002). Desta forma, não se pode
pretender que apenas os indivíduos com sinais fenotípicos de mistura
representem o grupo híbrido (Bortolini, 1999; Parra e cols. 2003). Tem sido
constatado ainda que cruzamentos assimétricos são também uma marca do
colonialismo espanhol (Carvajal-Carmona e cols., 2000), embora com diferenças
notáveis entre paises (Bortolini e cols., 2004a).
No Brasil, de acordo com Telles (2003), existem três grandes sistemas
associados à chamada “classificação racial”: (1) os censos do IBGE que
distinguem três categorias (brancos, pardos e pretos); (2) o discurso popular que
utiliza uma nomenclatura ampla, inclusive o termo bastante ambíguo “moreno” e
(3) o sistema do movimento negro que distingue apenas duas categorias,
reunindo pardos e pretos como “negros”. O governo brasileiro parece ter optado
por esta última (Telles, 2003). Mais recentemente, a expressão afrodescendente
tem sido incorporada a essa etnosemântica (Pena e Bortolini, 2004).
2
Considerando outros países da América Latina, outras terminologias aparecem
em contextos que podem diferir significativamente daquele encontrado na
sociedade brasileira (Salzano e Bortolini, 2002). Sabe-se, contudo, que existe
arbitrariedade em qualquer uma das opções escolhidas. Neste trabalho, para
facilitar, a palavra “negro” será usada para o conjunto amplo, envolvendo pessoas
identificadas e/ou auto-identificadas como pretos, pardos ou qualquer outra
designação que reporte ancestralidade africana através de características
fenotípicas.
I.2. O Homo sapiens e sua diversidade
A história evolutiva do gênero Homo inicia na África há cerca de 2,5
milhões de anos com o aparecimento do Homo habilis. Este origina-se de uma
espécie de Australopithecus, gênero composto de várias espécies bem distintas
morfologicamente, sendo que somente o antecessor do homem moderno, o A.
afarensis deixou descendentes.
Há aproximadamente 1,7 milhões de anos surge o Homo erectus, derivado
do Homo habilis, e este deixa a África para colonizar a Ásia e a Europa. O Homo
erectus é então o provável ancestral do Homo sapiens, que surge na África há
cerca de 200 mil anos (Lewin, 1999).
Inúmeras análises filogenéticas da espécie humana com base em
diferentes grupos de dados, como mtDNA, polimorfismos nucleares, marcadores
do cromossomo Y, têm sido feitas nas últimas décadas. Esse conjunto de
informações aponta para uma grande diferença entre populações africanas
3
quando comparadas com outras populações humanas, o que corrobora a
hipótese de surgimento do homem moderno no continente africano, tendo o
mesmo começado sua expansão para outras partes do mundo há cerca de 100
mil anos. Então, desde seu surgimento até o inicio da expansão, o homem
moderno teve um longo período de tempo para o aumento de sua variabilidade e
dispersão dentro da própria África (Cavalli- Sforza, 1994).
Apesar do foco do debate da evolução humana ser a origem, a questão da
diversidade humana tem sempre sido uma parte importante desse debate. A
diversidade das populações humanas tem sido fonte de discussões tanto
científicas quanto sociais (debate sobre a questão da existência ou não de “raças”
biológicas dentro da nossa espécie, por exemplo) há tempos, e teorias para
explicar a diversidade dentre os grupos geográficos humanos têm sido cada vez
mais numerosas (Lahr e Foley, 1996).
Desde o surgimento das teorias evolutivas há 150 anos, houve uma
mudança na percepção das diferenças humanas. No início, a ênfase era a da
diversidade como expressão da existência de “raças puras”. O apogeu desta
crença foi na primeira metade do século XX, onde o mundo presenciou guerras de
cunho racista, justificadas num falso contexto biológico. Devido a isso, e
considerando que tanto a pesquisa biológica quanto à antropológica são fontes
que dão suporte científico para esse tipo de ideologia confusa, se torna
indispensável que o conhecimento sobre a diversidade humana seja estudado de
forma intensa e com rigidez científica.
4
Dentro da pesquisa biológica, a Genética tem dado contribuições
fundamentais ao entendimento da diversidade entre os povos, e fatores e
processos que levaram a essa diferenciação.
I.3. Os Africanos
Na genética de populações é imprescindível o estabelecimento dos
melhores preditores das relações genéticas entre as populações humanas. Muitos
estudos indicam a existência de forte correlação entre genética e lingüística ou
geografia entre populações distribuídas nos diferentes continentes (Cavalli -
Sforza et cols, 1988; Chen et al, 1995). Estudos com marcadores de linhagens
(cromossomo Y e DNA mitocondrial - mtDNA) revelam um panorama interessante
neste contexto. Por exemplo, em sul-ameríndios, estudos com mtDNA revelaram
uma forte correlação entre língua e aspectos genéticos (Fagundes et al., 2002;
Torres et al., 2006), mas quando são considerados os marcadores do
cromossomo Y, nota-se uma correlação entre geografia e o background genético
(Zegura et al, 2004).
No continente africano, as relações entre genes e línguas têm sido
controversas, sendo que estudos mais recentes com marcadores do cromossomo
Y e mtDNA apontam a geografia como bom preditor (Scozzari et al., 1999; Salas
et al, 2002) , enquanto outros indicam a linguagem (Excoffier et al., 1987). Wood
et al. (2005) em seu trabalho, encontraram pela primeira vez uma correlação entre
dados dos marcadores do cromossomo Y e a diferenciação lingüística da África,
5
particularmente devido a recente e extraordinária expansão de povos que falam
línguas identificadas com o grande tronco Bantu (ver abaixo).
A Revolução do Neolítico influenciou de forma marcante a distribuição
lingüística da África. Tanto dados lingüísticos, quanto arqueológicos e
etnográficos sugerem que os troncos lingüísticos da África surgiram antes do
desenvolvimento da agricultura, e as dispersões de alguns deles estão fortemente
associadas ao domínio das técnicas agrícolas (Diamond et al, 2003).
Provavelmente, os primeiros fazendeiros ocuparam as terras dos caçadores-
coletores, o que levou a forte correlação entre língua e genética encontrada por
alguns autores (Cavalli-Sforza, 1994; Diamond, 2003; Wood et al; 2005).
Exemplo disso é associação entre a expansão do grupo lingüístico Bantu e a
dispersão da agricultura no continente africano, como poderá ser visto em
maiores detalhes nos itens a seguir.
I.3.1. Os Troncos Lingüísticos Africanos
Na África atual são faladas cerca de mil e quatrocentas línguas de acordo com
a classificação de Greenberg (1963), a qual tem sido de modo geral amplamente
aceita (Campbell, 1997). Esse número corresponde a um terço do total de línguas
faladas na atualidade.
As línguas africanas se dividem em quatro principais troncos lingüísticos:
1. Coissã: esse tronco é formado por 30 línguas caracterizadas por estalos ou
cliques. É falado por, aproximadamente, 120.000 pessoas que habitam o
6
sudoeste da África, com exceção de duas línguas que são faladas por tribos
da Tanzânia. Estes povos, também conhecidos como Khoi-San, eram
caçadores-coletores até a chegada de outros povos que dominavam as
técnicas agrícolas. Alguns grupos ainda permanecem caçadores coletores
habitando as imediações do deserto do Kalahari.
2. Nilo-saariano: é um grupo relativamente pequeno, compreendendo 140
línguas faladas por onze milhões de africanos. É falado por diversos povos,
desde pastores nômades até os que dominam a agricultura, todos habitantes
das regiões próximas ao Rio Nilo, no deserto Saara.
3. Afro-asiático: essa família é constituída por 240 línguas faladas no norte do
Saara, por povos mediterrâneos e também árabes.
4. Niger-cordofanianano: é o maior tronco lingüístico da África, com cerca de
1.000 línguas faladas por cerca de 180 milhões de pessoas. O ramo Niger-
Congo é o maior subphylum e de uma forma muito simplificada, pode ser
dividido em dois grandes grupos. São eles, Oeste-africanos e Bantus, esses
habitam a maior parte da região sul-saariana do continente (figura 1).
7
Figura 1: Distribuição atual dos troncos lingüísticos no continente africano.
(Fonte: http://www.linguasphere.org/map.html)
8
I.3.2. Oeste-africanos
Os Oeste-africanos possuem uma relativa unidade biológica e cultural.
Ocupam a porção centro-atlântica do continente africano entre o Equador Tropical
e o Trópico de Câncer (Figura 2).
Esses povos tiveram uma expansão lenta e que teve seu começo em há
cerca de 50 mil anos (Cavalli-Sforza, 1994). Embora o deserto do Saara seja uma
barreira geográfica importante, esses povos apresentam características culturais
e genéticas que indicam um relativo e continuo contato com populações norte-
saarianas, evidenciada por exemplo pela presença do Islamismo em nações da
costa norte da Guiné, e, também, pelos altos índices de heterogeneidade
encontrados nesses povos do oeste quando comparados com Bantus (Cavalli-
Sfroza, 1994).
9
Figura 2: Distribuição dos povos oeste-africanos (Niger-Congo A) e Bantus (Niger-
Congo B) no continente africanos.
(Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Bantu_expansion)
10
I.3.3. Bantus
Os Bantus possuem cerca de 500 línguas faladas por mais de 100 milhões
de pessoas que habitam o centro-sul do continente africano. Esses povos tiveram
uma expansão territorial intensa e recente, há cerca de 3 mil anos eles saíram da
região que hoje compreende a fronteira da Nigéria com Camarões e ocuparam
todo o centro-sul da áfrica.
Tal expansão se deu em duas etapas, uma primeira na qual a migração
aconteceu até as proximidades do Trópico de Capricórnio e uma segunda, até o
extremo sul da áfrica. A figura 3 mostra as etapas da expansão.
Os Bantus à medida que se expandiam para o sul passavam a ocupar as
terras de povos caçadores-coletores, como os Coissãs e Pigmeus. Essa
espetacular expansão territorial está diretamente relacionada à Revolução do
Neolítico, pois foi o domínio da metalurgia e das técnicas agrícolas que
possibilitaram a formação de uma estrutura social organizada, com presença de
exército, armas e equipamentos agrícolas. Tendo esses fatores contribuído para a
dispersão rápida e o domínio de outros povos pelos Bantus. Como visto acima,
junto com a maior parte dos Oeste-africanos (exceção são os Haussá da Nigéria)
os Bantus fazem parte do importante subphylum linguístico Niger-Congo.
11
Figura 3: Etapas da expansão Bantu dentro da África.
(Fonte:http://www.yorku.ca/kdenning/+3510%202005-6/3510sept26-2005.htm)
12
I.4. Diáspora africana: o Escravismo Colonial
No século XV parte da história dos povos sul-saarianos passa a ser escrita
fora do continente africano, marcada particularmente por uma nova forma de
escravismo nunca vista antes na história da humanidade, o escravismo colonial.
Este sistema se apresenta estruturalmente mercantil, constituindo-se de um
sistema de produção, tendo a escravidão sido convertida em escravismo, ou seja
uma escravidão em larga escala por um longo período de tempo. Deste modo,
pode-se dizer que este sistema de produção foi uma conseqüência do Sistema
Colonial Mercantilista, onde as colônias possuíam objetivo único de desenvolver e
prover a metrópole. Neste contexto os escravos não eram somente para
abastecer a mão-de-obra de um império, ou como prova do poder de um povo
sobre outro, mas sim, produtores de mercadorias a serem vendidas, sendo vistos
a partir desse momento como base de uma alternativa econômica.
Dentro desse sistema mercantil, Portugal estabeleceu o maior e mais
lucrativo empreendimento escravista da época, trazendo africanos capturados
para trabalhar como escravos no Brasil e nas demais colônias portuguesas. E,
diferentemente dos outros países da Europa, Portugal promoveu uma efetiva
colonização em suas colônias na África, particularmente em Angola a partir do
século XVI, possibilitando assim, a manutenção de um fluxo constante de
escravos para o Brasil (Klein, 2002).
A captura e tráfico desses africanos para o Novo Mundo, leva a uma óbvia
desestruturação das sociedades sul-saarianas e a emergência de uma nova
13
formação social na América, com a presença do componente africano (Maestri-
Filho, 1988).
I.4.1. Os africanos no Novo Mundo
Os primeiros africanos chegaram ao Novo Mundo no início do século XVI,
mais precisamente em 1502, em São Domingos, na América Central (Salzano e
Freire-Maia, 1970). Durante estes quatro séculos, nove e meio milhões de
africanos, oriundos da região ao sul do deserto do Saara, foram transportados
como escravos para as colônias européias na América. Destes, 40% teriam
chegado ao Brasil (Klein, 2002). Hoje, o número de descendentes desses
africanos que vivem na América é comparável ao número de indivíduos negros do
continente africano. Se considerarmos ainda, o número de indivíduos com algum
grau de ancestralidade genética africana, independente da característica
fenotípica, chegaremos a números bem impressionantes; cerca de 90 milhões de
brasileiros apresentam mtDNA de origem africana e cerca de 140 milhões de
brasileiros apresentam mais de 10% de ancestralidade africana considerando
marcadores nucleares (Pena e Bortolini, 2004).
14
I.4.2. As origens dos africanos
Sabe-se que, embora a migração para o Brasil tenha envolvido africanos
de várias partes do continente, as regiões que hoje compreendem Angola, a
República Democrática do Congo, e a República do Congo tiveram papel
majoritário (Goulart, 1975; Klein, 2002). Essa região é típica de povos
genericamente definidos como Bantus. Porém, a vinda de oeste-africanos
também foi significativa, particularmente em algumas regiões como a Bahia
(Klein, 2002). Assim, com raríssimas exceções teriam chegado ao Brasil povos
que falavam linguas identificadas com o grande subphylum Niger-Congo.
I.4.3. Os africanos no Rio de Janeiro
O porto do Rio de Janeiro foi o maior importador de escravos do Brasil do
final do século XVIII a quase metade do século XIX, recebendo
predominantemente escravos enviados da África Centro–Ocidental ou Central-
Atlântico, provavelmente devido a sua posição geográfica (Tabela 1). Entretanto,
se considerarmos um intervalo de tempo maior do que aquele apresentado na
tabela 1, os números podem ser um pouco diferentes: cerca de 70% teriam
origem na África Centro-Ocidental/Sudeste, enquanto 30% teriam chegado da
África Ocidental (Klein, 2002).
Na composição da população negra do Rio de Janeiro nos anos de 1822-
1833, 86% dos escravos eram recém chegados do continente africano e 14%
15
nascidos ou já residentes na América portuguesa (Florentino, 1997). Destes, a
maioria era do sexo masculino, com uma taxa de masculinidade de 3:1, sendo a
faixa etária predominante de 15-49 anos.
Tabela 1: Origem dos escravos que aportaram no Rio de Janeiro entre 1795 –
1811.
Origem dos africanos %
África Ocidental
São Tomé
Costa da Mina
Calabar
2
África Central-Atlântico
Malembo
Cabinda
Rio Zaire
Luanda
Benguela
96
África Oriental (Sudeste)
Moçambique
3
Nota: adaptado de Klein (2002)
16
I.4.4. Os africanos no Rio Grande do Sul
A mão-de-obra escrava chegou tardiamente ao Rio Grande de São Pedro.
Somente no final do século XVIII, com o crescimento da indústria do charque, dá-
se início a introdução sistemática de escravos nesta província. Em 1814, o Rio
Grande contava com aproximadamente 30% de negros na população (Maestri-
Filho, 1984).
O Continente de São Pedro, designação do Rio Grande do Sul colonial,
participava apenas do comércio doméstico de escravos, ou seja, abastecia-se
apenas a partir dos outros portos da Colônia, sem estabelecer negociações
diretas com o continente africano.
O Rio de Janeiro além de ser o maior porto importador de africanos entre
os anos de 1790 e 1830 nas Américas, conceituava-se também como o maior
distribuidor da Colônia, destinando a maior parte dessas levas de escravos para o
interior e outras províncias, incluindo o Rio Grande do Sul (Tabela 2).
Segundo a documentação das Guias de Escravos do Arquivo Histórico do
Rio Grande do Sul, entre os anos de 1788 e 1802, chegaram ao Rio Grande do
Sul Colonial três mil e trezentos escravos, dos quais 65% teriam acabado de
chegar do continente africano e 35% eram nascidos ou já viviam no Brasil
(identificados como ladinos; Berute, 2004). Desta forma, comparando com os
dados do Rio de Janeiro constata-se uma presença muito maior de escravos
ladinos (escravos que já viviam há algum tempo ou haviam nascido no Brasil).
No que se refere ao sexo dos escravos chegados ao Rio Grande do Sul,
69% eram do sexo masculino e 31% do sexo feminino. Indicando uma razão de
masculinidade de 2:1 (Berute, 2004). Uma razão de masculinidade 40% menor do
17
que a encontrada no Rio de Janeiro por Florentino (1997). Já quando a
comparação é feita com a população escrava da Bahia, a taxa de masculinidade
mantém-se semelhante.
Dentre os escravos trazidos para o Rio Grande de São Pedro, predominava
a presença de escravos jovens (0-14 anos), o que não era ocorria nas do
capitanias Rio de Janeiro e Bahia, onde a maioria dos escravos era adulta (15-49
anos; Berute, 2004).
Tabela 2: Porto de Origem dos escravos trazidos para o Rio Grande de São
Pedro de 1788 a 1802.
Porto de Origem dos Escravos %
Rio de Janeiro 88
Bahia 6
Santa Catarina 3
Pernambuco 2
Berute (2004) também apresenta os dados referentes à origem dos
escravos que aqui chegaram. Visto serem majoritariamente vindos do Rio de
janeiro, é de se esperar uma certa replicação da origem vista para o Rio de
janeiro (Tabela 3). Porém, da mesma forma como visto para o Rio de Janeiro, se
considerarmos um intervalo de tempo maior, as proporções são um pouco
diferentes como atesta Maestre-Filho (1993): cerca de 80% teriam origem na
África Centro-Ocidental/Sudeste, enquanto 20% teriam chegado da África
Ocidental. Mais uma vez, os valores são próximos daqueles observados para o
18
Rio de Janeiro em igual período. A diferença fica por conta do fato de ter chegado
ao Rio grande do Sul um número 10% maior de escravos Bantus (Centro-
Atlântico/Sudeste).
Tabela 3: Origem dos Escravos trazidos para o Rio Grande de São Pedro, 1788 –
1802. (Berute, 2004).
Origem dos africanos %
Central-Atlântico
Angola 31
Benguela 41
Cabinda 1
Cassange 2
Congo 3
Monjolo 1
Quissana 1
Rebolo 5
África Ocidental
Costa da Mina 3
Outros/ladinos
13
Nota: Modificado de Klein (2002)
19
I.5. Dados Genéticos e a Origem dos africanos que aportaram no Brasil
Dados gerados a partir de estudos genéticos vêm sendo utilizados para
inferências quanto à natureza do tráfico no Atlântico sul, e sobre a origem dos
africanos que aqui chegaram, há mais de uma década (Bortolini, 1991; Bortolini e
cols., 1994). Porém, com o advento das técnicas da Biologia Molecular, foi
possível considerar a possibilidade de uma contribuição mais precisa da Genética
para o resgate de eventos históricos, incluindo aqueles relacionados ao tráfico de
escravos. Inicialmente, investigações com haplótipos do gene da Beta globina
foram utilizados para definir a origem mais precisa dos africanos que chegaram
ao Brasil (Zago e cols., 1992; Figueiredo e cols., 1994) e em outros países
americanos (revisão em Salzano e Bortolini, 2002). Esses estudos estavam
fundamentados no fato de que existem diferentes haplótipos associados ao alelo
Hb
β
*S. A provável razão para esta diversidade seria a ocorrência da mutação
Hb
β
*A Hb
β
*S mais de uma vez em diferentes regiões da África (Pagnier e
cols., 1984). Existiriam, assim, quatro diferentes haplótipos associados ao alelo
Hb
β
*S: Bantu, Benin, Senegal e Camarões, sendo que os nomes reportam às
regiões de origem das mutações. O haplótipo Bantu era conhecido inicialmente
como CAR, sigla do inglês que se refere à República Centro Africana, já que o
haplótipo foi descrito pela primeira vez em populações deste país da África
Central. Porém, trabalhos posteriores mostraram que é o haplótipo mais comum
em toda a África Bantu (Salzano e Bortolini, 2002). Um quinto evento mutacional
teria ocorrido fora da África sul-saariana, já que um outro haplótipo, denominado
Árabe-asiático, é encontrado no Oriente Médio e Índia. Na extensa revisão sobre
20
o tema, apresentada por Salzano e Bortolini (2002), é possível ver que 61%, 34%
e 3% dos haplótipos encontrados no Brasil como são do tipo Bantu, Benin e
Senegal, respectivamente, sendo a Bahia o estado onde o haplótipo Benin é mais
freqüente (45%). Esse conjunto de dados corrobora as sugestões históricas de
que a maioria dos escravos que aqui chegaram pertenciam a povos, como visto
anteriormente, genericamente definidos como Bantus.
Mais recentemente uma outra possibilidade utilizando técnicas moleculares
vem mostrando-se bastante promissora para estudos desta natureza: é a
utilização de marcadores de linhagem, mais específicos, como é o caso do DNA
mitocondrial (mtDNA) e de marcadores localizados na região não-recombinante
do cromossomo Y (NRY).
I.5.1. DNA Mitocondrial
O genoma mitocondrial humano é constituído de DNA circular, fita dupla,
sendo um genoma pequeno se comparado ao nuclear (~16 kb), e altamente
mutável. Segundo Strachan and Read (2002) a região mais variável do genoma
mitocondrial é a alça de deslocamento (alça D ou D-loop), uma pequena região
desprovida de qualquer seqüência codificadora. A maior parte dos sítios
polimórficos desta alça estão concentrados em dois segmentos hipervariáveis,
HVS-I e HVS-II, sendo que a grande maioria das informações de seqüências de
mtDNA publicadas até o momento é relativa à HVS-I.
21
A herança mitocondrial é matrilinear (homens e mulheres herdam de suas
mães, mas apenas as mulheres a transmitem às gerações seguintes), fato que,
juntamente com suas características de ser não-recombinante e haplóide, permite
a construção de filogenias moleculares precisas. Além disso, as mutações que
ocorreram no DNA mitocondrial após a dispersão geográfica do homem moderno
geraram variações que podem servir como marcadores geográficos por serem
específicas de certos continentes (Pena e Bortolini, 2004).
Estudos demonstraram que 80% e 28% dos genomas mitocondriais dos
brasileiros, identificados como negros e brancos, respectivamente, eram de
origem africana (Bortolini e cols., 1997; Alves-Silva e cols. 2000). Estes dados
salientam que a proporção de linhagens típicas da África é marcante, seja em
pessoas identificadas como brancas seja naqueles identificadas como negras,
tornando possível estimar que ~89 milhões de pessoas no Brasil carregam
genomas mitocondriais com origem na África ao sul do Saara (Pena e Bortolini,
2004). Isso salienta que as populações brasileiras representam um extraordinário
reservatório de linhagens mitocondriais africanas.
Salas e cols. (2002, 2004a) determinaram a distribuição geográfica dos
diversos haplogrupos mitocondriais na África sul-saariana: a região que apresenta
a maior proporção dos haplogrupos denominados L3e e L1c é a África Centro-
ocidental, já os haplogrupos L3d e L1b são característicos da África Ocidental
(compreendendo toda a costa norte do Golfo da Guiné). Salas e cols. (2004a)
também estimaram a proporção das linhagens mitocondriais sul-saarianas de
origem Centro-ocidental nas Américas do Norte, Central e Sul, como sendo de
41% , 28% e 65%, respectivamente (valores complementares teriam origem na
22
África Ocidental). Em um trabalho anterior o mesmo grupo de pesquisadores
sugeriu que a região leste africana, Tanzânia e Quênia, poderia ter tido um papel
mais importante do que aquele referido na historiográfica como fonte de origem
dos africanos que aqui chegaram (Salas e cols., 2002, 2004a). Esse fato seria
devido à presença na ordem de 3,5% do haplogrupo L3g em populações
brasileiras (Bortolini e cols., 1997 e Alves-Silva e cols., 2000), pois este tipo de
genoma mitocondrial não havia sido descrito em nenhum grupo Bantu, nem
tampouco na África Ocidental. Ao avaliar essa possibilidade, Bortolini e cols.
(2004b) constataram que L3g também está presente em vários grupos étnicos de
Camarões e possivelmente em outras populações da bacia do Congo na África
Centro-ocidental. No mesmo trabalho, os autores definiram que a presença de
L3g em Camarões e adjacências era devido a uma importante migração interna
no continente africano no sentido lesteoeste (Bortolini e cols., 2004b). Num
trabalho mais recente, Salas e cols. (2004b) apresentam evidências adicionais
corroborando a proposta de Bortolini e cols. (2004b).
Salas e cols (2005), analisaram as seqüências de afro-americanos
disponíveis nos bancos de dados, tendo encontrado altas freqüências dos
haplogrupos oeste africanos (L1b, L2b, L2c, L2d, L3b e L3d) e centro-oeste
africanos (L1c e L3e), o que sugere que indivíduos dessas regiões devem ter sido
trazidos em grande número para a América. Linhagens do leste africano (L3*, L1f
e L1g), foram encontradas em baixa freqüência, fato que vai ao encontro dos
registros históricos. Seqüências do norte da África se encontram numa freqüência
menor o que 1%, e os haplogrupos de origem Coissã (L0d e L0K), não foram
23
encontrados nesse estudo, o que indicaria, num primeiro momento, que nenhum
escravo trazido para a América pertence a este grupo.
I.5.2. Cromossomo Y
A região não-recombinante do cromossomo Y (NRY) apresenta
polimorfismos que mutam com relativa freqüência (microssatélites ou STRs), bem
como polimorfismos que surgiram por mutações mais raras, que teriam ocorrido,
por exemplo, uma única vez na história evolutiva do Homo sapiens. Estes últimos
são denominados de polimorfismos de base única, normalmente bialélicos (SNPs
- Single Nucleotide Polymorphisms ou UEPs - Unique Event Polimorphisms;
Thomas e cols., 2000). Inúmeros SNPs vêm sendo identificados na região não-
recombinante do cromossomo Y (Underhill e cols., 2000), sendo que alguns deles
são geográfico-específicos, tais como Q3*, Q*, Q3a, (Ameríndio), P* (Europeu) e
E3* (Africano). Por essa razão, marcadores bialélicos na NRY são considerados
excelentes marcadores de linhagem. Alguns estudos ainda têm utilizado
concomitantemente marcadores bialélicos e locos de STRs para caracterizar os
cromossomos Y. Com base neste tipo de dados, sejam SNPs, STRs ou ambos,
pode-se, então, com relativa precisão indicar a origem de um determinado
cromossomo Y. Conseqüentemente, foram geradas novas informações que
puderam ser utilizadas para o resgate da história evolutiva das populações
humanas, sejam elas nativas (Underhill e cols., 2000; Bortolini e cols., 2002,
2003), ou miscigenadas (Castro-de-Guerra e cols., 2003; Bortolini e cols., 2004a).
24
Recentemente, estudos subdividiram através de marcadores bialélicos
localizados no cromossomo Y o haplogrupo E* (caracterizado pela presença de
uma inserção Alu-YAP) em E1*, E2* e E3*, sendo que esses ainda podem ser
subdivididos em vários sub-haplogrupos cada (Cruciani e cols., 2004). As
diferentes distribuições geográficas desses haplogrupos e seus respectivos sub-
haplogrupos na África sul-saariana torna viável estudos filogeográficos utilizando
como marcadores de linhagem os subgrupos de E*. Nota-se, por exemplo, que
E1* é majoritariamente encontrado em alguns grupos na África Ocidental (não-
Bantu), enquanto E3b* é quase exclusivo de Bantus do Quênia e Tanzânia, o que
faz destes marcadores étnico-específicos.
Abre-se desta forma, uma nova perspectiva para averiguar a origem mais
precisa dos africanos que aqui chegaram. Deve ser salientado ainda que,
conjuntamente estes dois tipos de sistemas genéticos uniparentais (mtDNA e
cromossomo Y) fornecem informações complementares que podem alcançar
dezenas de gerações no passado, o que permite resgatar a história de um povo
por meio das migrações realizadas por mulheres e homens, respectivamente
(Pena e Bortolini, 2004). No caso específico deste trabalho estes marcadores
permitiram, pela primeira vez, traçar o perfil genético das mulheres e homens
africanos que contribuíram para a formação do povo brasileiro. Além disso, como
tem sido demonstrado recentemente (Bortolini e cols., 2004b) as populações sul-
americanas, particularmente as brasileiras, são um reservatório importante de
linhagens mitocondriais africanas, o que torna possível a investigação de eventos
demográficos e migratórios, protagonizado pelas mulheres, dentro do próprio
continente africano. O mesmo pode ser verdadeiro considerando os marcadores
25
do cromossomo Y. Desta forma, poderemos ter também a contrapartida
masculina no resgate de eventos importantes que fazem parte da história das
populações africanas, que não aparecem nos registros históricos.
26
II. OBJETIVOS
Este trabalho buscou caracterizar geneticamente com relação a dois tipos
de marcadores de linhagens, mtDNA (seqüenciamento da HVS-I) e marcadores
do cromossomo Y, que definem haplogrupos geográfico-específicos - Ameríndio:
Q*, Q3*; europeu e/ou asiático: P*, R*, K*, F*, J*, YAP (xDE), D*(xE); e sub-
saariano: E1*, E2*, E3a*, E3a1, E3a2, E3a4, E3a5,E3a6, E3a7, E3b*, E3b1*,
E3b2* E3b3, E3b4, E-V6, e B* - uma amostra de duzentas e setenta e sete
pessoas classificadas como negras (preto e pardo) de Porto Alegre e da cidade
do Rio de Janeiro, visando:
1- Comparar os resultados obtidos considerando as duas amostras
(brasileiros negros e africanos) aqui avaliadas e aqueles disponíveis para
outras populações africanas.
2- Determinar a origem mais precisa dos escravos que aportaram no Brasil e
se houve diferenças étnico-genêro-específicas no tráfico do Atlântico Sul.
27
III. ARTIGO
Os resultados referentes a este trabalho encontram-se no manuscrito que
segue e que foi submetido para a revista Annals of Human Genetics. Detalhes
sobre os métodos utilizados e resultados adicionais (que não figuram no mesmo)
encontram-se no apêndice e anexo, respectivamente. A formatação do texto está
de acordo com as normas exigidas pela revista a que foi submetido.
28
Are There Geographic Gender Specific Differences in the Atlantic Slave Trade?
Brazil as a Test Case
HÜNEMEIER T
1
, CARVALHO CM
2
,
MARRERO AR
1
,
SALZANO FM
1
,
PENA SDJ
2
AND
BORTOLINI
MC
1
1
Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, caixa Postal; 15053, 91501-970 Porto Alegre, RS, Brazil
2
Departamento de Bioquímica e Imunologia, Universidade Federal de Minas Gerais,
31270-901 Belo Horizonte, MG, Brazil
RUNNING HEAD: mtDNA/Y-chromosomes in Brazilian Black populations
Key words: mtDNA, Y-SNP, Brazilian Black populations, Atlantic Slave Trade
Correspondence: Dr. Maria Cátira Bortolini, Departamento de Genética, Instituto de
Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 15053, 91501-
970 Porto Alegre, RS, Brazil. E-mail: [email protected]
29
SUMMARY
A total of 213 Black individuals from two Brazilian cities (Rio de Janeiro and Porto
Alegre) were studied in relation to the mitochondrial DNA hypervariable segment 1 (HVS-
I) sequences and the results compared with those from 21 African groups. A subset of 187
males of the sample was also characterized for 30 biallelic polymorphisms, and the data
compared with those from 48 African populations. The mtDNA data provided indication
that 69% and 82% of the matrilineages found in Rio de Janeiro and Porto Alegre originated
from Central-West/South Africa, respectively. This is in close agreement with historical
records that show that most of the Brazilian slaves that arrived in the Rio de Janeiro port
were from Central-West Africa. In contrast to mtDNA, Y-chromosome haplogroup
analysis did not allow discrimination between places of origin in West and Central-West
Africa. Thus, when comparing these two major African regions, there seems to be higher
genetic structure with mtDNA than with Y-chomosome data, suggesting a higher migration
rate of the Niger-Congo speaking males than females.
30
INTRODUCTION
From the fifteenth to the nineteenth century about 10 million Africans were brought
to America as slaves, 40% of them to Brazil (Klein, 2002). Most of these were men, since
it was supposed that they would be more able to support the hard work in the farms and
mineral mines. Furthermore in Brazil it would be cheaper to import slaves directly from
Africa than to invest in the “in loco slave reproduction”, since infant mortality was very
high, reaching 88% in some Brazilian regions (Bergmann, 1977; Conrad, 1985).
Additionally, the slave trade to Middle East preferentially involved sub-Saharan women,
and this resulted in a relatively reduced number of available slave women plus an increased
price for them (Klein, 2002). This forced massive and asymmetrical migration had a tragic
impact in some African societies and determined that part of their history had to be written
outside Africa.
The Africans that were brought to Brazil as slaves originated mainly from Central-
West/Southeast Africa and West Africa. This region has continental dimensions and is
populated by very distinct peoples and cultures. There is, however, a relatively linguistic
unity since it is inhabited by speakers of languages identified within the Niger-Congo
linguistic subphylum (a classical exception in West Africa is the Hausa, who speak an
Afro-Asiatic family belonging the Chadic branch; Greenberg 1963; Ruhlen 1987). Within
the Niger-Congo branch Bantu languages are now spoken in virtually all Central-South
Africa (about 100 million of speakers), except for the area occupied by the Khoisan-
speaking groups. The location of the Bantu origins has been identified as most likely being
between Cameroon and Nigeria (Newman, 1995). The Bantu expansion age (3,400 ± 1,100
years before present, BP; Zhivotovsky et al., 2004) coincided with the end of the Neolithic
31
and was apparently related to the diffusion of agriculture and iron metallurgy (Phillipson,
1993, Diamond and Bellwood, 2003; Plaza et al., 2004). In contrast, in the West African
branch of the Niger-Congo subphylum, the native inhabitants speak several non-Bantu
languages (Greenberg, 1963; Ruhlen, 1987; Cavali-Sforza et al., 1994). Genetic studies
have demonstrated that Niger-Congo speaking populations are more related to each other
than to other Africans. These same investigations have also shown that Bantu speakers
show a higher level of genetic homogeneity than the non-Bantu populations (Cavalli-
Sforza et al. 1994; Poloni et al. 1997; Salas et al. 2002, 2005; Wood et al. 2005).
Since the historical records about slavery contain many gaps, genetic studies with
South Americans descendant of Africans have provided data that were used to rescue part
of the trajectory of these Niger-Congo speakers out of Africa. In the extensive review
about this matter presented by Salzano and Bortolini (2002) it is possible to verify that
61%, 34% and 3% of the Hb
β
S
haplotypes found in Brazil as a whole are of the types
named Bantu, Benin and Senegal, respectively. These results are in good agreement with
the historical sources which indicate that ~68%, and ~32% of slaves were brought from
Central-West/Southeast and West Africa, respectively (Klein, 2002).
Recently, lineage markers (mitochondrial DNA –mtDNA- and the non-recombining
portion of the Y-chromosome) have been used to try to unravel the history of human
populations, since they are uniparentally transmitted, and escape recombination. These
markers allow the reconstruction of unequivocal haplotype phylogenies, which can be
related to geographic distributions, in an approach known as phylogeography (Avise,
2000).
Salas et al (2002) carried out a thorough phylogeographic analysis of the African
mtDNA haplogroup variability. They showed that Africa presents a genetic picture, that is
32
more complex than that of any continent, with a time depth for mtDNA lineages further
than 100,000 years. In this same work the authors also identified a new African haplogroup
(L3g, recently renamed as L4g; Kivisild et al. 2004), which is frequent in Tanzania and
Kenya (Salas et al. 2002). The presence of this haplogroup in South America (Colombia
and Brazil) was interpreted as either a result of the direct slave trade from eastern Africa or
to undetected gene flow from eastern Africa into western or southwestern Africa, before its
introduction into America. Bortolini et al. (2004a) evaluated this proposal, and from the
identification of L3g in several Cameroon ethnic groups and in other Brazilian populations,
concluded that the L3g lineages, after an origin in eastern Africa, was carried by
transcontinental gene flow, after the major Bantu expansion, into Cameroon. The
American L3g lineages, on the other hand, probably have their immediate origin in
Cameroon or in neighboring regions and not directly from eastern Africa. On the basis of
the extensive amount of new data that could be added to the L3g phylogeny, Salas et al.
(2004b) corroborated this proposal.
Alves-Silva et al. (2000) furnished an initial landscape about the phylogeography of
the African mtDNA haplogroups in Brazil as a whole. Haplogroups L3e and L1c together
constituted approximately 49% of the African fraction of sequences identified by these
authors. These results suggested that the majority of the mtDNA lineages of African
ancestry in their Brazilian sample would have a Bantu origin (Central-West Africa, with a
minor contribution from the Southeast), although a substantial number could also have
come from West Africa trough non-Bantu carriers. The authors also predicted the probable
mtDNA haplogroup composition of populations from African regions hitherto not studied,
like Angola/Congo.
33
From the above a picture emerges of contemporary Brazilian population
representing an extraordinary reservoir of African mtDNA lineages (an estimate suggested
that ~90 million people, independently of their physical appearances, present mtDNAs of
African origin; Pena and Bortolini, 2004). This fact allowed inferences not only about the
Atlantic slave trade history, but also of possible evolutionary and demographic events
mediated by women that should have occurred in Africa (Bortolini et al. 1997; Alves-Silva
et al. 2000; Bandelt et al. 2001; Bortolini et al. 2004a).
Salas et al. (2004a) estimated for the first time the quantitative contribution of the
different African regions to the formation of the New World mtDNA gene pool: 65% of
the types found in South America would have a Central-West African origin, its
complementary value indicating a West African contribution. These numbers are
particularly different from those obtained for Central America (41% Central-West, 59%
West), and North America (28% Central-West, 72% West), in agreement with the
historical data of these regions. Using the same kind of approach but substantially more
data, Salas et al. (2005) estimated that > 55% of the U.S. lineages have a West African
ancestry, with < 41% coming from Central-West or Southwestern Africa, results which are
close to the historical record.
A most recent investigation with Brazilian populations using mtDNA-HVS-I data,
however, has yielded discrepancies between the patterns obtained with the major mtDNA
haplogroup distributions and the historical sources (Silva-Jr et al., 2006). This raised the
suggestion of a possible geographical-gender specific difference, with a proportionally
larger number of West-African men than women compulsory migrating to Brazil (Silva-Jr
et al., 2006). Klein (2002) presented data related the slave origin, by sex, in state of São
Paulo between 1777 and 1829. The numbers presented there show that of the total of slaves
34
with a West origin, 72% and 28% were men and women, respectively, whereas of the total
of slaves with Central-West origin these values are 67% and 33%. Although these numbers
based on historical registers should be considered with caution, since are related only with
a particular region during relatively short period, they are significantly different (χ
2
=
63,6; P < 10
-4
), showing the possibility of geographic gender specific differences
(proportionally more West African men than West African women when compared with
Central-West men/women) in the Atlantic slave trade to Brazil.
The investigation of paternally inherited geographical-specific African Y-
chromosome haplogroups is an obvious extension necessary to provide a more complete
picture about this and other questions related to the Atlantic slave trade to Brazil and to
other American countries.
Several studies of Y-chomosome phylogeographical landscape in Africa are
available (Cruciani et al. 2002, 2004, Luis e cols. 2004, Beleza et al. 2005, Wood et al.
2005), but hitherto no investigation has evaluated the same set of markers in males from
the three Americas.
Here we provided information about the distribution of the mtDNA and Y-
chromosome haplogroups in two Brazilian Black populations, and compared these results
with those published for populations of several African regions. The implications derived
from the simultaneous consideration of these two sets are then presented, not only in
relation to the nature of the Atlantic slave trade to Brazil but also regarding events that
should have occurred in Africa.
35
MATERIAL AND METHODS
Populations
Samples of 213 individuals classified as Black according their physical appearance
and originating from two Brazilian cities: Rio de Janeiro (N=94), the capital of Rio de
Janeiro state, and Porto Alegre (N= 109) the capital of Rio Grande do Sul, the
southernmost state of Brazil. Rio de Janeiro, plus the northeastern cities of Salvador (state
of Bahia) and Recife (state of Pernambuco) were the most important ports of arrival of
slaves in Brazil. From these centers the slaves would be distributed to the other provinces,
including Rio Grande do Sul.
36
mtDNA
The nucleotide sequence of the first hypervariable segment (HVS-I) of 213
individuals was amplified and sequenced according to conditions described in Marrero et
al. (2005). Both strands of DNA were sequenced.
The sequences were checked manually, validated with the help of the CHROMAS
LITE 2.0 program (www.technelsyum.com.au) and aligned with the revised Reference
Sequence (rCRS, Andrews et al., 1999) using the BIOEDIT software (Hall, 1999). Since
artifacts (“phantom mutations”) can be introduced during the sequencing and editing
process, we applied the filtering procedure described by Bandelt et al. (2002) and used
criteria like those of Yao et al. (2004) to check for the quality of the sequences. After
filtering a network of sequences was constructed with the NETWORK 4.1.1.2. program
(www.fluxus-engineering.com) using the median-joining algorithm. Weight networks
showing perfect star tree patterns are expected when the data are potentially free of
phantom mutations. However, other criteria as phylogenetic analysis in comparisons with
closely related sequences from other databases must be observed to guarantee the quality
of the data (Yao et al., 2004).
Y-chromosome markers
The male fraction of our sample (N = 187) was also studied for thirty biallelic Y-
chromosome polymorphisms (92R7, M9, M3, M19, M242, RPSY711, M17, M173,
SRY2627, PN2, M2, M174, M145, M33, M35, M75, M58, M191, M149, M116.2, M10,
M78, M154, M155, M281, M123, M81, M213, M60, V6) using hierarchical strategies plus
RFLP and mini-sequencing methods as described in Bortolini et al. (2003) and developed
37
by Carvalho and Pena (2005), respectively. These markers define the major European,
Amerindian and African haplogroups, but resolve especially well E African Y-SNP
haplogroup.
RESULTS AND DISCUSSION
Ninety percent and 78% of the mtDNA sequences found in Rio de Janeiro and
Porto Alegre, respectively, are estimated as having an African origin. These numbers are
larger than those obtained for populations identified as White of different Brazilian
regions, where the proportion of African mtDNA lineages ranged from 0 to 44% (Alves-
Silva et al., 2000; Marrero et al., 2005). Table 1 furnishes the mtDNA haplogroup
distributions for the two Brazilian Black samples and for 21 African populations. About
70% of the haplogroups present in these African groups can be seen also in Brazil, while
all haplogroups observed in these two Brazilian Black samples can be found in Africa.
Table 1 also shows that there are similarities of haplogroup frequencies between the West
and Central-West regions of Africa in comparison with other major regions of continent
(Salas et al., 2005), probably reflecting genetic similarity within the Niger-Congo linguistic
subphylum. Some haplogroups, however, are present only in Central-West and/or
Southeast Africa (L3e1a, L5a1, L0d, L0d1, L0d2), whereas others seem exclusive to
West Africa (L2a-α2, L2c1, L2d2, L3b1). Many haplogroups show striking differences in
their distributions; for example, the cumulative frequency of L1b1 in West (12.3%) is
about 7 fold larger than that found in Central-West/Southeast Africa (1.7%). Ancient or
more recent (but not less complex) demographic events have been related to these
particular mtDNA haplogroup distributions across Africa (Salas et al., 2002).
38
Of special interest is the presence of haplogroup L0d1 in Rio de Janeiro. This and
other related haplogroups (L0d, L0d2) are characteristic of southern African Khoisan-
speaking groups, but are also present in Mozambique, probably due to admixture between
Khoisan women and Bantu Southeast men (Salas et al., 2002). The occurrence of this
haplogroup in Brazil, therefore, may reflect the direct slave trade from Mozambique.
Using the distributions of haplogroups presented in table 1 we constructed a
cladogram with a topology in which it is possible to see three well defined clusters (fig 1).
One of them groups (A) all West Africans; another (B) clusters the Central-West/Southeast
Africans plus the two Brazilian Black populations. Note the proximity of the latter with the
two former Portugal colonies, Angola and Mozambique, and the smaller geographical
cluster inside these two major clusters. One third, intermediate and more restrict cluster
(C), is represented by three populations from Cameroon (Bassa, Bakaka and Fulbe).
Cameroon is geographically located in the probable center of spread of the Bantu
languages and is exactly between Western and Central-Western Africa regions. As
consequence it contains both Bantu (like Bakaka and Bassa) and non-Bantu speaking
populations (Fulbe). Figure 1 suggests genetic differentiation within the Niger-Congo sub-
phylum, separating the Central-West/Southeast Bantu speakers (Fang, Cabinda, Bubi,
Angola, Mozambique) from the Western non-Bantu speakers (Yoruba, Kanuri, Fulbe,
Shongai, Senegalese, Limba, Temne, Mende, Loko, Wolof, Mandenka, Serer). Using an
analysis of molecular variance (AMOVA), implemented in the program Arlequin v. 2000
(Excoffier et al., 1992), we tested the hypothesis of differentiation between these two
major geographical groups (excluding the Brazilian samples) and the value obtained,
although low, is significant:
Φ
CT
= 0.025, P < 10
-4
. These two major population groups
were then used as parental stocks in the admixture, as shown in Table 2. The admixture
39
values obtained for RJ and POA are similar than those suggested by the historical records.
Preliminarily, these findings can reflect the absence of any major geographic gender-
specific differences in the Atlantic slave trade at least in relation to these two cities.
According to Berute (2004) 88% of the Rio Grande do Sul slave population was brought
from Rio de Janeiro (the complementary number of slaves were brought from other
Brazilian provinces and Uruguay and not directly from Africa; Maestri-Filho, 1993;
Berute, 2004).
Table 3 shows that 56% and 36% of the Y-chromosome from Rio de Janeiro and
Porto Alegre respectively appear to have an African origin. The values are much higher
than those obtained for Brazilian population identified as White (0 to ~5%; Carvalho-Siva
et al., 2001; Abes-Sandes et al., 2004; Marrero et al., 2005). E3a* is the most frequent
African haplogroup in Brazilian, followed by E3a7. With the exception of E3b2, all
African haplogroup E chromosomes found in Brazil are also present in sub-Saharan
Africans. E3b2 has been described in high frequencies in North African populations,
particularly among the Berber (Cruciani et al., 2002; Luis et al., 2004; Semino et al., 2004).
One of the most important population movements relating both sides of the Mediterranean
region was the conquest of the Iberian Peninsula by North Africans (basically Berbers who
were recruited by Muslim people coming from Arabia; Lucotte et al., 2001). The
occupation lasted ~7 centuries and typical Berber Y-chromosomes, have been reported in
Portuguese/Spanish populations (Carvalho-Silva et al., 2001; Lucotte et al. 2001; Bortolini
et al. 2004b; Cruciani et al. 2004; Semino et al. 2004; Gonçalves et al. 2005). Then, the
presence of this haplogroup in Brazil, is probably related to Iberian men.
Since few African populations have been studied with the same set of Y-SNPs used
here, we assembled the haplogroups according to a hierarchical strategy. This procedure
40
allowed the comparison of our results with those from 48 African populations, including
36 Niger-Congo speaking groups (table 4).
We used the frequency of the Y-chromosome haplogroups in Brazilians and
Africans to obtain a distance matrix and used it to construct a neighbor-joining tree
(Figure 2), which shows a clear split separating the Niger-Congo speakers (cluster B) from
the other Africans (Afro-Asiatic and Nilo-Saharan speakers; cluster A). But there are some
exceptions (Massai and Luo populations from Kenya clustered together with Niger-Congo
speakers, whereas Mixed-Adamawa, Fulbe-Cameroon and Tupuri grouped with the Afro-
Asiatic speakers). The two Black Brazilian populations are closely related to each other
and with the Niger-Congo speaking-populations. The Niger-Congo cluster, however, does
not show internal structure in accordance with geography or language, differently of the
mtDNA findings. The same tendency was observed when just Niger-Congo populations
were considered in the analysis (data not shown). Using the populations from West and
Central-West/Southeast Africa given in table 4 (excluding those from Cameroon, see
commentary above) we obtained a value of
Φ
CT
= 0.006; P > 5%, i.e., no Y-chromosome
differentiation between Central-West/South (Bantu) and West (non-Bantu) men. Cruciani
et al. (2002) preliminarily evaluated this situation and concluded that this absence of
differentiation is due to relatively recent range expansion(s). E3a* chromosomes were
already present across the Western region and spread to South Africa through of the Bantu
expansion. This haplogroup was also observed in high frequencies among hunter-gatherer
communities, Pygmies and Khoisan-speaking people, probably due to admixture between
Bantu men and Pygmies/Khoisan women. The M191 mutation, which defines haplogroup
E3a7, probably arose in Central-Western Africa. A later demic expansion should have
41
brought E3a7 chromosomes from Central-Western to Western Africa (Cruciani et al.,
2002).
An implication of these findings is that E3a* should be interpreted as a Niger-
Congo marker. Although the presence of E3a* in Central to South Africa can be associated
to Bantu expansion, the origin of this haplogroup is previous to the coalescence age of the
Bantu languages (Scozzari et al., 1999). Probably, E3a* was the most common
chromosome in the West Africa when arose the Niger- Congo language. A second
implication is that these important demic expansions in Africa, including the Bantu
dispersion, did not involve a higher migration rate of Niger-Congo speaking women than
men, but probably the opposite, or at least the same female/male migration rate.
Seielstad et al (1998) suggested that due mainly to the widespread practice of
patrilocality (in which women move into their husband´s residences after marriage) the rate
of human migration among populations is nearly eight times higher for females than males.
Mesa et al (2000), however, demonstrated that this is not universal and these findings were
later corroborated (Wilder et al., 2004). Actually, Hammer et al. (2001) suggested that sub-
Saharan Africans might represent a case in which the genetic structure of human
populations has been shaped by a greater male mobility. Of course, the absence of a signal
of a higher migration rate among population for females than males in a global scale does
not contradict the evidence for patrilocally effects at local scales (Wilder et al., 2004),
which have been described in several agriculturalist sub-Saharan groups (Destro-Bisol et
al., 2004). As a whole, these results suggest a possible scenario where men mediated the
major migration events related with the Niger-Congo speaking populations. After of the
fixation of these agriculturalist populations, particular social behaviors (patrilocally, for
example) probably might have been established.
42
Finally, we can infer from these results that it is impracticable to make finer
admixture analyzes using the Y-SNP haplogroups and parental groups considered here and
in other investigations with mtDNA data set (Salas et al., 2004a, 2005). Additional studies
with Y-SNPs associated with fast-evolving genetic system as the Y-STR loci in a large
African sample might better discriminate particularly the E3a* and E3a7 chromosomes and
help to solve the complex dynamics of these migrations inside Africa. As consequence, we
could also define with more accuracy the nature of the Atlantic slave trade to Brazil and to
other American countries.
Acknowledgments
We thank Dr. M.H. Hutz (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), and Dr. E.
Bandinelli (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) for the Porto Alegre and Rio de
Janeiro samples, and Rafael Bisso Machado for technical assistance. We would also like to
thank Dr. Sídia Callegari-Jacques (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) for her
constructive comments. This investigation was approved by the Brazilian National Ethics
Commission (CONEP number 1333/2002).This research was supported by grants from
CNPq (Universal, PRONEX, Milênio) and FAPERGS (BIC).
43
REFERENCES
Avise, J.C. (2000) Phylogeography: the history and formation of species. Cambridge:
Harvard University Press.
Abe-Sandes, K., Silva-Jr, W.A. & Zago, M.A. (2004) Heterogeneity of the Y chromosome
in Afro-Brazilian populations. Hum Biol 76, 77-86.
Alves-Silva, J., Silva Santos, M., Guimarães, P.E., Ferreira, A.C., Bandelt, H.J., Pena, S.D.
& Prado, V.P. (2000) The ancestry of Brazilian mtDNA lineages. Am J Hum Genet
67, 444-461.
Andrews, R.M., Kubacka, I., Chinnery, P.F., Lightowlers, R.N., Turnbull, D.M. & Howell,
N. (1999) Reanalysis and revision of the Cambridge reference sequence for human
mitochondrial DNA. Nat Genet 23(2),147.
Bandelt, H.J., Alves-Silva, J., Guimaraes, P.E., Santos, M.S., Brehm, A., Pereira, L.,
Coppa, A., Larruga, J.M., Rengo, C., Scozzari, R., Torroni, A., Prata, M.J., Amorim,
A., Prado, V.F., & Pena, S.D. (2001) Phylogeography of the human mitochondrial
haplogroup L3e: a snapshot of African prehistory and Atlantic slave trade. Ann Hum
Genet 65, 549-563.
Beleza, S., Gusmao, L., Amorim, A., Carracedo, A. & Salas, A. (2005) The genetic legacy
of western Bantu migrations. Hum Genet 117, 366-375.
Bergmann, M. (1977). Nasce um Povo. Petrópolis: Editora Vozes.
Berute, G.S. (2004) Características dos Escravos Traficados para o Rio Grande de São
Pedro (1788-1802). Humanas 26(1/2).
Bortolini, M.C., Zago, M.A., Salzano, F.M., Silva-Junior, W.A., Bonatto, S.L., Silva, M.C.
da, & Weimer, T.A. (1997) Evolutionary and anthropological implications of
mitochondrial DNA variation in African Brazilian populations. Hum Biol 69, 141-
159.
Bortolini, M.C., Salzano, F.M., Thomas, M.G., Stuart, S., Nasanen, S.P., Bau, C.H., Hutz,
M.H., Layrisse, Z., Petzl-Erler, M.L., Tsuneto, L.T., Hill, K., Hurtado, A.M., Castro-
de-Guerra, D., Torres, M.M., Groot, H., Michalski, R., Nymadawa, P., Bedoya, G.,
Bradman, N., Labuda, D. & Ruiz-Linares A (2003) Y-chromosome evidence for
differing ancient demographic histories in the Americas. Am J Hum Genet 73, 524-
539.
44
Bortolini, M.C., Silva-Junior, W.A., Zago, M.A., Elion, J., Krishnamoorthy, R.,
Goncalves, V.F. & Pena, S.D. (2004a) The phylogeography of mitochondrial DNA
haplogroup L3g in Africa and the Atlantic slave trade. Am J Hum Genet 75, 522-524.
Bortolini, M.C., Thomas, M.G., Chikhi, L., Aguilar, J.A., Casto-de-Guerra, D., Salzano,
F.M., & Ruiz-Linares, A. (2004b) Ribeiro´s typology, genomes, and Spanish
colonialism, as viewed from Gran canária and Colômbia. Gen Mol Biol 27, 1-8.
Carvalho, C.M. & Pena, S.D. (2005) Optimization of a multiplex minisequencing protocol
for population studies and medical genetics. Genet Mol Res 4, 115-125.
Carvalho-Silva, D.R., Santos, F.R., Rocha, J. & Pena, S.D. (2001) The phylogeography of
Brazilian Y-chromosome lineages. Am J Hum Genet 68, 281-286.
Cavali-Sforza, L.L., Menazzi, P. & Piazza, A. (1994) The History and Geography of
Human Genes. Princeton: Princeton University Press.
Coia, V., Destro-Biso, G., Verginelli, F., Battagglia, C., Boschi, I., Cruciani, F., Spedini,
G., Comas, D. & Callafel, F. (2005) Brief communication: mtDNA variation in
North Cameroon: lack of Asian lineages and implications for back migration from
Asia to sub-Saharan Africa. Am J Phys Anthropol 128, 678-681.
Conrad, R.E. (1985) Tumbeiros, o tráfico de escravos para o Brasil. Ed. Brasiliense, São
Paulo.
Cruciani, F., La Fratta, R., Santolamazza, P., Sellitto, D., Pascone, R., Moral, P., Watson,
E., Guida, V., Colomb, E.B., Zaharova, B., Lavinha, J., Vona, G., Aman, R., Cali, F.,
Akar, N., Richards, M., Torroni, A., Novelletto, A. & Scozzari, R. (2004)
Phylogeographic analysis of haplogroup E3b (E-M215) y chromosomes reveals
multiple migratory events within and out of Africa. Am J Hum Genet 74, 1014-1022.
Cruciani, F., Santolamazza, P., Shen, P., Macaulay, V., Moral, P., Olckers, A., Modiano,
D., Holmes, S., Destro-Bisol, G., Coia, V., Wallace, D.C., Oefner, P.J., Torroni, A.,
Cavalli-Sforza, L.L., Scozzari, R. & Underhill, P.A. (2002) A back migration from
Asia to sub-Saharan Africa is supported by high-resolution analysis of human Y-
chromosome haplotypes. Am J Hum Genet 70, 1197-1214.
Destro-Bisol, G., Donati, F., Coia, V., Boschi, I., Verginelli, F., Cagliá, A., Tofanelli, S.,
Spedini, G. & Capelli, C. (2004) variation of female and male lineages in Sub-
Saharan populations: the importance of sociocultural factors. Mol Biol Evol 21,
1673-1682.
45
Diamond, J. & Bellwood, P. (2003) Farmers and their languages: the first expansion.
Science 300, 597-603.
Excoffier, L., Smouse, P.E. & Quattro, J.M. (1992) Analysis of molecular variance
inferred from metric distances among DNA haplotypes: application to human
mitochondrial DNA restriction data. Genetics 131, 479-491
Gonçalves, R., Freitas, A., Branco, M., Rosa, A., Fernandes, A.T., Zhivotovsky, L.A.,
Underhill, P.A., Kivisild, T. & Brehm, A. (2005) Y-chromosome lineages from
Portugal, Madeira and Açores record elements of Sephardim and Berber ancestry.
Ann Hum Genet 69, 443-454.
Graven, L., Passarino, G., Semino, O., Boursot, P., Santachiara-Benerecetti, S., Lasnganey,
A., & Excoffier, L. (1995) Evolutionary correlation between control region and
restriction polymorphisms in the mitochondrial genome of a large Senegalese
mandenka sample. Mol Biol Evol 12, 334-345.
Greenberg, J.H. (1963) The Languages of Africa. Bloomington: Indiana University
Publications.
Hall, T.A. (1999) BioEdit: a user-friendly biological sequence alignment editor and
analysis program for Windows 95/98/NT. Nucl Acids Symp Ser 41: 95-98.
Hammer, M.F., Karafet, T.M., Redd, A.J., Jarjanazi, H., Santachiara-Benerecetti, S.,
Soodyall, H. & Zegura, S.L. (2001) Hierarchical Patterns of Global Human Y-
Chromosome Diversity. Mol Biol Evol 18, 1189 - 1203.
Jackson, B.A., Wilson, J.L., Kirbah, S., Sidney, S.S., Rosenberg, J., Bassie, N., Alie, J.A.,
McLean, D.C., Garvey, W.T. & Ely, B. (2005) Mitochondrial DNA genetic diversity
among four ethnic groups in Sierra Leone. Am J Phys Anthropol 128, 156-163.
Kivisild, T., Reidla, M., Metspalu, E., Rosa, A., Brehm, A., Pennarun, E., Parik, J.,
Geberhiwot, T., Usanga, E. & Villems, R. (2004) Ethiopian mitochondrial DNA
heritage: tracking gene flow across and around the gate of tears. Am J Hum Genet 75,
752-70.
Klein, H.S. (2002) As origens africanas dos escravos brasileiros. In: Homo brasilis.
Aspectos genéticos, lingüisticos, históricos e socioantropológicos da formação do
povo brasileiro. Pena, S.D.J., org. São Paulo: Ed. FUNPEC.
Long, J.C. (1991) The genetic structure of admixed populations. Genetics 127, 417-428.
46
Lucotte, G., Gerard, N. & Mercier, G. (2001) North African genes in Iberia studied by Y-
chromosome DNA haplotype V. Hum Immunol 62, 885-888.
Luis, J.R., Rowold, D.J., Regueiro, M., Caeiro, B., Cinnioglu, C., Roseman, C., Underhill,
P.A., Cavalli-Sforza, L.L. & Herrera, R.J. (2004) The Levant versus the Horn of
Africa: evidence for bidirectional corridors of human migrations. Am J Hum Genet
74, 532-544.
Maestri-Filho, M. (1993) O Escravo Gaúcho: Persistência e Trabalho. Porto Alegre: Ed.
UFRGS.
Marrero, A.R., Das Neves Leite, F.P., De Almeida Carvalho, B., Peres, L.M., Kommers,
T.C., Da Cruz, I.M., Salzano, F.M., Ruiz-Linares, A., Silva Junior, W.A. &
Bortolini, M.C. (2005) Heterogeneity of the genome ancestry of individuals
classified as White in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Am J Hum Biol 17,
496-506.
Mateu, E., Comas, D., Calafell, F., Perez-Lezaun, A., Abade, A. & Bertranpetit, J. (1997)
A tale of two island: population history and mitochondrial DNA sequence variation
of Bioko and São Tomé, Gulf of Guinea. Ann Hum Genet 61, 507-518.
Mesa, N.R., Mondragon, M.C., Soto, I.D., Parra, M.V., Duque, C., Ortiz-Barrientos, D.,
Garcia, L.F., Velez, I.D., Bravo, M.L., Munera, J.G., Bedoya, G., Bortolini, M.C. &
Ruiz-Linares, A. (2000) Autosomal, mtDNA, and Y-chromosome diversity in
Amerinds: pre- and post-Columbian patterns of gene flow in South America. Am J
Hum Genet 67, 1277-1286.
Nei, M., Tajima, F. & Tateno, Y. (1983) Accuracy of estimated phylogenetic trees from
molecular data. J Mol Evol 19, 153-170.
Newman, J. (1995) The peopling of Africa: a geographic interpretation. New haven: Yale
University Press.
Pena, S.D. & Bortolini MC (2004) Pode a genética definir quem deve se beneficiar das
cotas universitárias e demais ações afirmativas? Estudos Avançados 18, 1-20.
Phillipson, D.W. (1993) African archaeology. Cambridge University Press, Cambridge.
Pinto, F., González, A.M., Hernández, M., Larruga, J.M. & Cabrera, V.N. (1996) Genetic
relationship between the canary Islanders and their African and Spanish ancestros
inferred from mitochondrial DNA sequences. Ann Hum Genet 60, 321-330.
47
Plaza, S., Salas, A., Calafell, F., Corte-Real, F., Bertranpetit, J., Carracedo, A. & Comas,
D. (2004) Insights into the western Bantu dispersal: mtDNA lineage analysis in
Angola. Hum Genet 115, 439-447.
Poloni, E.S., Semino, O., Passarino, G., Santachiara-Benerecetti, A.S., Dupanloup, I.,
Langaney, A, & Excoffier, L. (1997) Human genetic affinities for Y-chromosome
P49a,f/TaqI haplotypes show strong correspondence with linguistics. Am J Hum
Genet 61, 1015-1035.
Rando, J.C., Pinto, F., González, A.M., Hernández, M., Larruga, J.M., Cabrera, V.M. &
Bandel, H.J. (1998) Mitochondrial DNA análisis of northewest African populations
reveals genetic exchanges with European, Near-Eastern,and sub-Saharan
populations. Ann Hum Genet 65, 531-550.
Ruhlen, M. (1987) A guide to the world´s languages. Standford: Standford University
Press.
Saitou, N. & Nei, M. (1987) The neighborn-joining method: A new method for
reconstruction phylogenetic trees. Mol Biol Evol 4, 406-425.
Salas, A., Richards, M., De la Fe, T., Lareu, M.V., Sobrino, B., Sanchez-Diz, P.,
Macaulay, V. & Carracedo, A. (2002) The making of the African mtDNA landscape.
Am J Hum Genet 71, 1082-1111.
Salas, A., Richards, M., Lareu, M.V., Scozzari, R., Coppa, A., Torroni, A., Macaulay, V.
& Carracedo, A. (2004a) The African diaspora: Mitochondrial DNA and the Atlantic
slave trade. Am J Hum Genet 74, 454-465.
Salas, A., Torroni, A., Richards, M., Quintana-Murci, L., Hill, C., Macaulay, V. &
Carracedo, A. (2004b) Replay to Bortolini et al. Am J Hum Genet 75, 524-526.
Salas, A., Carracedo, A., Richards, M. & Macaulay, V. (2005) Charting the ancestry of
African Americans. Am J Hum Genet 77, 676-680.
Salzano, F.M. & Bortolini, M.C. (2002) Evolution and Genetics of Latin American
Populations. Cambridge: Cambridge University Press.
Scozzari, R., Cruciani, F., Santonamazza, P., Malaspina, P., Torroni, A., Sellitto, D.,
Arredi, B., Destro-Bisol, G., De Stefano, G., Richards, O., Martinez-Labarga, C.,
Modiano, D., Biondi, G., Moral, P., Olckers, A., Wallace, D.C. & Novelletto, A.
(1999) Combinaded use of biallelic and microsatellite Y-chromosome
48
polymorphisms to infer affinities among African populations. Am J Hum Genet 65,
829-846.
Seielstad, M.T., Minch, E. & Cavalli-Sforza, L.L. (1998) Genetic evidence for a higher
female migration rate in humans. Nat Genet 20, 278-280.
Semino, O., Magri, C., Benuzzi, G., Lin, A.A., Al-Zahery, N., Battaglia, V., Maccioni, L.,
Triantaphyllidis, C., Shen, P., Oefner, P.J., Zhivotovsky, L.A., King, R., Torroni, A.,
Cavalli-Sforza, L.L., Underhill, P.A. & Santachiara-Benerecetti, A,S, (2004) Origin,
diffusion, and differentiation of Y-chromosome haplogroups E and J: inferences on
the neolithization of Europe and later migratory events in the Mediterranean area. Am
J Hum Genet 74(5), 1023-1034.
Silva-Jr, W.A., Bortolini, M.C., Schneider, M.P.C., Marrero, A.R., Elion, J.,
Krishnamoorthy, R. & Zago, M.A. (2006) mtDNA haplogroup analysis of Black
Brazilian and Sub-Saharan populations: implications for the Atlantic slave trade.
Hum Biol (in press).
Vigilant, L., Stoneking, M., Harpending, H., Hawkes, K. & Wilson, A.C. (1991) African
populations and the evolution of mitochondrial DNA. Science 253, 1503-1507.
Watson, E., Forster, P., Richards, M. & Bandelt, H-J. (1997) Mitochondrial footprints of
human expansions in Africa. Am J Hum Genet 61, 691-704.
Wilder, J.A., Mobasherm, Z. & Hammer, M.F. (2004) Genetic Evidence for Unequal
Effective Population Sizes of Human Females and Males. Mol Biol Evol 21, 2047 -
2057.
Wood, E.T., Stover, D.A., Ehret, C., Destro-Bisol, G., Spedini, G., McLeod, H., Louie, L.,
Bamshad, M., Strassmann, B.I., Soodyall, H. & Hammer, M.F. (2005) Contrasting
patterns of Y chromosome and mtDNA variation in Africa: evidence for sex-biased
demographic processes. Eur J Hum Genet 13, 867-876.
Yao, Y.G., Bravi, C.M. & Bandelt, H.J. ( 2004) A call for mtDNA data quality control in
forensic science. Forensic Sci Int 141(1),1-6.
Zhivotovsky, L.A., Underhill, P.A., Cinnioglu, C., Kayser, M., Morar, B., Kivisild, T.,
Scozzari, R., Cruciani, F., Destro-Bisol, G., Spedini, G., Chambers, G.K., Herrera,
R.J., Young, K.K., Gresham, D., Tournev, I., Feldman, M.W. & Kalaydjieva, L.
(2004) The effective mutation rate at Y Chromosome short tandem repeats, with
application to human population-divergence time. Am J Hum Genet 74, 50-61.
49
Appendix I
Table1.Major Sub-Saharan African mtDNA Haplogroups and their Distributions in two Brazilian and Twenty-one African Populations
Brazil
a
Africa
b
Haplogroups
Niger-Congo speakers
Afro-Asiatic
speakers
Central-West Southeast West
POA
RJ
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21
L0 022 0.
L0a
056 07
0.006 0.125 0.033 0.018
L0a1 0.059
0.070 0.045 0.111
0.068 0.023 0.022 0.097 0.018 0.033 0.015 0.051
L0a2 0.047 0.068
0.111 0.029 0.111 0.177
L0d 0.038
L0d1 0.011 0.013
L0d2 0.003
L1b 0.012 0.094 0.045
0.020 0.006 0.026 0.067 0.048 0.027 0.027 0.075 0.100 0.046 0.017
L1b1 0.036
0.111 0.010 0.066 0.067 0.129 0.006 0.100 0.102 0.125 0.135 0.024 0.210 0.163 0.178 0.205 0.133 0.015 0.103 0.067
L1c 0.047 0.111 0.029 0.064 0.003 0.067 0.026
L1c1 0.070 0.047 0.045 0.028
0.111 0.098 0.067 0.111 0.019 0.125 0.033 0.048 0.018 0.068 0.046 0.043
L1c2 0.059 0.070 0.093 0.111
0.126 0.088 0.133 0.032 0.019
L1c3 0.047 0.023
0.028 0.010 0.013
L2 0.023
0.022
0.165
L2a- α1 0.023 0.045
0.020 0.006 0.200 0.051 0.033 0.027 0.054 0.018 0.033
L2a-α2 0.023 0.022 0.032 0.024 0.054 0.100 0.031 0.043
L2a- α3 0.010 0.052
0.027 0.037 0.068 0.077 0.043
L2a1a 0.047 0.059 0.068
0.091 0.100 0.026 0.125 0.033 0.024 0.067
L2a1b 0.129 0.018
L2a1- β1 0.118 0.117 0.023 0.222
0.010
0.066 0.044 0.031 0.051
0.100 0.024 0.158 0.108 0.036
0.111 0.033 0.077 0.008
L2a1-β2 0.012 0.011 0.045 0.023
0.111
0.064
0.010 0.067 0.048 0.052
0.081 0.018 0.033
0.046
0.051 0.067
L2a1-β3 0.023 0.068 0.010 0.013 0.102 0.125 0.033 0.071 0.027 0.009 0.018 0.034 0.196
L2b 0.070
0.023 0.045
0.028
0.010 0.023
0.022 0.032 0.013
0.071 0.081 0.018
0.033
0.015
L2b1 0.047 0.059 0.044 0.032 0.033 0.048 0.215 0.108 0.027 0.031 0.008
L2c 0.023 0.051 0.071 0.052 0.027 0.293 0.037 0.124 0.120 0.067
L2c1 0.027 0.062 0.017
L2c2 0.020 0.006 0.024 0.027 0.018 0.033 0.062 0.017
L2d1 0.194 0.010 0.048 0.026 0.067
L2d2 0.100 0.081 0.056 0.033 0.015 0.034
L3 0.012 0.011 0.132 0.180 0.193 0.013 0.037
L3b 0.047 0.035 0.023
0.039
0.023
0.022
0.064 0.025
0.100
0.051 0.250
0.165 0.054
0.027 0.094 0.100
0.124 0.094 0.067
L3b1 0.032 0.102 0.033 0.071 0.105 0.027 0.018 0.046 0.008 0.067
L3b2 0.023 0.032
0.009 0.067
L3d 0.023 0.023 0.023 0.010 0.025 0.200 0.102 0.133 0.024 0.054 0.045 0.056 0.033 0.046 0.068 0.067
L3d1 0.012
0.011 0.023
0.010 0.038 0.051
L3d2 0.047 0.010 0.024 0.052 0.036 0.018 0.100 0.015 0.043
L3d3 0.023 0.030 0.003 0.026
L3e1 0.047 0.023 0.068 0.083
0.049 0.088 0.089 0.028 0.033 0.031
L3e1a 0.070
0.011 0.045
0.039 0.038
L3e1b 0.011 0.028 0.039 0.028
L3e2 0.023 0.023
0.250 0.111 0.078 0.044 0.129 0.010 0.100 0.157 0.100 0.024 0.054 0.009 0.015 0.008 0.067
L3e2b 0.023 0.023 0.
0.
8
L3e3 0.047 0.07 0.068
0.028 0.020 0.066 0.022 0.038 0.067 0.052 0.009 0.067
L3e4 0.010 0.088 0.024 0.052
0.027 0.036 0.077
L3f 0.036 0.023 0.023
0.334 0.137 0.023 0.067 0.025 0.100 0.128 0.125 0.067 0.095 0.067
L3f1 0.047 0.023 0.010 0.056 0.046 0.060
L3g (L4g) 0.036 0.045 0.010 0.023 0.018
L5a1 (L1e)
0.023
50
a
POA: Porto Alegre, N= 85; RJ : Rio de Janeiro, N= 85.
b
The numbers correspond to the following African populations: 1-Angola, N=44, Plaza et al. (2004); 2- Bubi, N=36 (Equatorial Guinea) Mateu et al. (1997);
3-Fang, N=9 (Equatorial Guinea), Pinto et al. (1996); 4-Cabinda, N= 101 (Cabinda, former Portuguese protectorate), Beleza et al. (2005); 5- Bakaka, N=44
(Cameroon), Coia et al.. (2005); 6-Bassa, N= 45 (Cameroon), Coia et al. (2005); 7- Fulbe, N= 31 (Cameroon), Coia et al. (2005); 8- Mozambique, N=307
Salas et al. (2002); 9- Kanuri, N=10 (Niger, Nigeria), Watson et al. (1997); 10-Fulbe, N= 39 (Nigeria, Niger, Benin, Cameroon, Burkina Faso), Watson et al.
(1997); 11-Songhai, N=8 (Nigeria, Niger, Mali), Watson et al.. (1997); 12-Yoruba, N= 30 (Nigeria), Watson et al. (1997), Vigilant et al. (1991); 13-
Senegalese, N= 42 (Senegal), Rando et al. (1998); 14- Serer, N= 19 (Senegal), Rando et al. (1998); 15-Wolof, N= 37 (Senegal), Rando et al. (1998); 16-
Mandenka, N= 112 (Senegal), Graven et al. (1995); 17- Mende, N=54 (Sierra Leona), Jackson et al. (2005; 18- Loko, N=30 (Sierra Leone), Jackson et al.
(2005); 19- Limba, N=65 (Sierra Leone), Jackson et al. (2005); 20- Temne, N=117 (Sierra Leone), Jackson et al. (2005); 21-Hausa, N=15 (Niger, Nigeria),
Watson et al. (1997).
51
Table 2 Origin of Slaves (in %) who Arrived in Rio Grande do Sul and Rio de Janeiro at the Time
of Slave Trade Considering Genetic and Historical Sources
Central-West and South Africa
a
West Africa
b
Porto Alegre (POA)
mtDNA
c
82 ± 14 18 ± 14
Y-SNP ND
d
ND
d
Historical
e
~80 ~20
Rio de Janeiro
mtDNA
c
69 ± 13 31 ± 13
Y-SNP ND
d
ND
d
Historical
f
~70 ~30
a
Major geographical regions characterized by the presence of people who speak languages
identified with the Bantu branch, Niger-Congo subphylum. Two important previous Portuguese
colonies were located in this region: Angola and Mozambique.
b
Major geographical region characterized by the presence of people who speak languages identified
with several non-Bantu linguistic groups of the Niger-Congo subphylum (except Hausa, see text).
c
Since the majority of the Sub-Saharan mtDNA haplogroups are not geographic-specific, the
estimates of the African contributions were obtained using the frequencies presented in Table 1
and Long´s (1991) least square method. Some sub-clades with low frequencies in the derived
populations (RJ and POA) were grouped in their respective major clades.
e
According to Maestri-Filho (1993).
d
ND: Not determined because there is not enough genetic differentiation in these two major
parental African regions considering the Y-SNP data set used in this study (see text).
f
According to estimates presented by Klein (2002).
52
Table 3. Distributions ( in %) of the B*, D* and E* Y-Chromosome Haplogroups in two Brazilian and Twenty-one African populations
Haplogroup
a
BRAZIL
AFRICA
c
Niger-Congo speakers Nilo-
Saharian
speakers
Afro-Asiatic
speakers
Central-West Central-West Central-West
POA RJ 1 3 4 6 7 8 10 11 12 14 17 18 20 21
2
E3a* (M2) 33 68 52 38 26 46 17 25 59 57 21 21 22 11 7 28
E3a1 (M58) 5 10
E3a2 (M116.2)
ND ND ND ND ND
ND ND ND ND ND
E3a4 (M154)
ND
15
ND ND ND ND ND
E3a5 (M155)
ND ND ND ND ND
E3a6 (M10) 11
9 12 57 21 33 25 56 21 31 51 48 22
E1* (M33) 5 10 53 20
E2* (M75)
2 27 5 17 8 4 11 22
E3b* (M35)
b
West
Central-East
2 5 9 13 15 16 19
E3* (PN2) 3 6
16 90 66 67 32
1
ND ND
ND ND
E3a3 (M149)
ND
8
ND ND
7 2
E3a7 (M191)
22 8 20 41 19 7
2
4 2
3 4 2 14 37 3 1
E3b1*(M78) 3 6
2 1
E3b3 (M123)
E3b4 (M281)
ND ND ND ND
7
E3b2* (M81)
ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND
E-V6
d
ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND
YAP(xDE) (M145)
D* (xE) (M174)
B* (M60) 3 1 2 10 18 12 4 3 22 7 5
Others
64 44 41 3 23 7 60 22 14 19 6 15 34 72 44 95
ND = not determined (Marker did not investigate).
a
Nomemclature according the The International Y – Chromosome Consortium (2002).
b
RJ= Rio de Janeiro (N=130) POA= Porto Alegre population (N=57). Present study.
c
The numbers correspond to the following African populations: 1-Mossi, N=49 (Burkina Faso); 2-Rimaibe, N=37 (Burkiina Faso); 3-Fulbe, N=20 (Burkiina Faso);
4- Fon, N=100 (Benin); 5- Fulbe, N=17 (Cameroon); 6- Ewondo, N=29 (Cameroon); 7-Fali, N=39 (Cameroon); 8- Tali, N=15 (Cameroon); 9- Mixed Adamawa,
N=18 (Cameroon); 10- Bakaka, N=12 (Cameroon); 11- Bamileke , N=48 (Cameroon); 12- Bamileke, N=85 (Cameroon); 13- Bantu, N=14 (Cameroon); 14- Bantu,
N=29 (Kenya ); 15- Wairak, N=43 (Tanzanya); 16- Hutu, N=69 (Ruanda); 17- Tutsi, N=94 (Ruanda); 18- Mixed-Nilo-Saharian, N=9 (Cameroon); 19- Mixed-
Chadic, N=15 (Cameroon); 20- Daba, N=18 (Cameroon); 21-Ouldeme, N=21 (Cameroon). African data compiled from Cruciani et al. (2002); Luis et al. (2004).
d
This haplogroup has been described with distributions ranging from 4% to 17% in populations from Kenya and Ethiopia (Cruciani et al. 2004).
53
Table 4.Distributions (in %) of the B* and E* Y-Chromosome Haplogroups in two Brazilian and in forty-eight African populations
Population (country)
N
Haplogroup
a
E3*(xE3a) E3a *(xE3a7)
E3a7
(M191)
E1*
(M33)
E2*
(M75)
E3b* (xE3b1,xE3b2)
E3b1*
(M78)
E3b2*
(M81)
B*
(M60)
Others
Porto Ale
g
re
(
Brazil
)
57 16 9 3 3 2 3 64
Rio de Janeiro (Brazil)
130
34 12 2 2 4 1 1 44
Niger
-
Congo speakers
West
Wolof (Gambia/Senegal)
34
3 68 12 3 6 6 2
Mandinka (Gâmbia/Senegal)
39
79 3 5 3 3 7
Ewe (Ghana)
30
3 73 23 1
Ga (Ghana)
29
62 34 3 1
Fante (Ghana)
32
3 44 41 3 3 6
Fon (Benin)
100
38 57 5
Mossi (Burkina Faso)
49
2 68 22 4 2 2
Rimaibe (Burkiina Faso)
37
3 57 8 5 27
Fulbe-I (Burkiina Faso)
20
90 10
Central-West
Mixed-Adamawa (Cameroon)
18
28 12 60
Fali (Cameroon)
39
26 33 18 23
Tali (Cameroon)
15
53 20 20 7
Fulbe-II (Cameroon)
17
6 53 41
Tupuri (Cameroon)
21
11 89
Ewondo (Cameroon)
29
66 21 10 3
Bakaka-I (Cameroon)
12
75 25
Bakaka-II (Cameroon)
17
47 53
Bamileke-I
48
40 56 4
Bamileke-II
85
59 41
Bantu (Cameroon)
14
57 21 22
Bassa (Cameroon)
11
55 36 9
Ngoumba (Cameroon)
31
39 32 6 23
54
Cont. table 4
Nande (Democratic Republic of Congo)
18
33 37 30
Hema (Democratic Republic of Congo)
18
17 11 39 28 5
Cabinda(Democratic Republic of Congo)
74
46 32 ND ND ND ND ND
9 13
Cont.
Central
-
East
Bantu (Kenya)
29
21 31 17 14 3 14
Wairak (Tanzanya)
43
22 19 2 37 20
Hutu (Ruanda)
69
32 51 8 3 6
Tutsi (Ruanda)
94
32 48 4 1 15
Ganda (Uganda)
26
31 46 16 7
South-Wes
t
Herero (Namibia)
24
38 33 29
Ambo (Namibia)
22
5 50 32 5 5 3
South-East
Shona (Zimbabwe)
49
51 37 2 10
South
Sotho-Tswana (South África)
28
4 36 21 4 7 18 10
Zulu (South África)
29
3 34 21 21 17 4
Xhosa (South África)
80
4 34 20 28 5 5 4
Nilo
-
Saharian speakers
Central-Wes
t
Mixed (Cameroon)
9
11 22 11 22 34
Central-Eas
t
Massai (Kenya)
26
12 4 35 15 8 26
Luo (Kenya)
9
22 44 22 12
Afro
-
Asiatic speakers
Central-Wes
t
Mixed-Chadic (Cameroon)
15
7 7 7 79
Podokwo (Cameroon)
19
5 95
55
Cont. table 4
Mandara (Cameroon)
28
11 4 7 4 74
Uldeme (Cameroon)
13
31 69
Ouldeme (Cameroon)
21
5 95
Daba (Cameroon)
18
28 22 6 44
Central-Eas
t
Amhara (Ethiopia)
18
6 11 33 50
Mixed Semitic (Ethiopia)
20
10 20 35 35
Oromo (Ethiopia)
9
11 11 22 56
ND = non determined (Marker did not investigate).
a
Nomemclature according to he International Y – Chromosome Consortium (2002).
Data of the African populations were compiled from Cruciani et al. (2002), Luis et al. (2004), Wood et al. (2005), Beleza et al. (2005) .
56
Appendix II
Figure 1
Unrooted tree based on mtDNA haplogroup distributions present in table 1, using D
A
distance (Nei et al.,1983). The tree was obtained using the neighbor-joining methods
(Saitou and Nei, 1987) and the TREEVIEW package
(
http://taxonomy.zoology.gla.ac.uk/rod/rod.html
).
A: Western non-Bantu cluster; B: Central-West/Southeastern Bantu cluster;
C: Cameroon populations;
Figure 2
Unrooted tree based on Y-SNP haplogroup distributions present in table 4, using D
A
dis0tance (Nei et al., 1983). The tree was obtained using the neighbor-joining methods
(Saitou and Nei, 1987) and the TREEVIEW package
(
http://taxonomy.zoology.gla.ac.uk/rod/rod.html
). Since all “other” haplogroups in Rio de
Janeiro and Porto Alegre had an European or Amerindian origin, this category was
excluded of the analyses for these two populations.
A: Afro-Asiatic speaker cluster; B: Niger-Congo speaker cluster.
57
N
igeria and
neighboring
countries
A
Sierra Leone
Senegal
C
Cameroon
Equatorial
Guinea,
Cabinda
B
Former
Portuguese
colonies
Fig. 1
58
A
B
Fig. 2
59
IV. DISCUSSÃO
As discussões pertinentes e relativas ao objetivo principal deste trabalho
foram feitas de forma concisa no artigo. Desta forma, nesta seção pretende-se
conduzir uma discussão mais detalhada particularmente relativa as linhagens de
origem não-africana, tanto do mtDNA quando do cromossomo Y, encontradas nas
duas populações negras estudadas neste trabalho.
O Brasil é um país recente, com uma história de colonização diferenciada
dependendo da região do país. No entanto, genericamente, pode-se dizer que a
população brasileira originou-se basicamente a partir do encontro de três grandes
grupos geográficos: europeu, principalmente indivíduos vindos de Portugal;
africano, resultado do tráfico negreiro; e a população nativa, cuja presença na
América e no país antecede em milhares de anos a colonização africana e
européia (Bortolini e cols., 2003).
Esses grupos principais estão hoje representados de forma significativa,
através de seus genomas na população miscigenada (Bortolini e cols., 1997,
1999; Alves-Silva e cols., 2000; Carvalho-Silva e cols., 2001; Salzano e Bortolini,
2002; Marrero e cols., 2005). A população resultante do encontro destes grandes
grupos populacionais com seus distintos pools genéticos originou-se como
conseqüência de eventos demográficos, econômicos e sociais que vigoraram
durante longo período, numa época em que o Brasil figurava como uma
importante “colônia de exploração” do império português. As colônias de
exploração na América Latina caracterizavam-se ainda pela presença de uma
estrutura hierárquica bem característica. Os portugueses, na maioria homens no
primeiro século de colonização, formavam a classe dominante que dispunha não
60
só das riquezas da terra, mas também do povo nativo, que num primeiro
momento representavam quase a totalidade da mão de obra escrava. O rápido
desaparecimento da população ameríndia concomitante com a implementação do
mercantilismo colonial, resultou na importação de africanos para trabalharem
como escravos. Neste contexto, tanto os ameríndios quanto os escravos africanos
são sujeitos ao domínio europeu.
Em algumas regiões do país houve uma segunda onda de colonização
européia, mais recente, e que não visava a exploração dos bens naturais do país,
e sim a construção de nação. Surgem as chamadas “colônias de povoamento” no
Brasil. Nos séculos XVIII e XIX começam a chegar ao Brasil, principalmente à
região Sul, imigrantes europeus vindo principalmente de Portugal, Alemanha e da
Itália. Algumas cidades importantes no país são fundadas por esses imigrantes.
Juntam-se a eles os judeus no século XX, refugiados da II Guerra Mundial.
Pode-se dizer que Porto Alegre, fundada no século XVIII por imigrantes
açorianos, caracteriza-se mais como uma colônia de povoamente, enquanto o Rio
de Janeiro como uma colônia de exploração. Evidentemente estas atribuições as
duas cidades são um tanto quanto gerais, e devem ser consideradas com cautela.
Porém isto não impede que uma abordagem levando-se em conta estas
características seja considerada no momento em que os resultados obtidos com
os marcadores de linhagens são discutidos.
MtDNA
No Rio de Janeiro, o percentual de indivíduos identificados como negros
com ancestralidade materna africana é de 89,5%, enquanto em Porto Alegre é de
78% (Tabelas 2 e 3 do anexo). Esse fato se dá provavelmente pelos critérios de
61
classificação utilizados, pois ainda que os mesmos sigam um conjunto de
preditores, a análise é subjetiva e está dentro de um contexto sócio-cultural.
As populações de Porto Alegre e do Rio de Janeiro, quando comparadas
em relação às distribuições dos haplogrupos mitocondriais, utilizando-se o teste
exato de diferenciação de populações (Arlequin; Schneider e cols., 2000) não
apresentaram diferenças significativas (P = 0.023). Usando uma análise de
variação molecular (AMOVA) para comparar essas duas populações,
praticamente toda a variação encontrada é intrapopulacional (F
ST
= 0.0044; P =
0.19).
Embora não tenha sido detectada diferenciação estatisticamente
significante entre as populações, alguns indicadores de diferenciação merecem
ser comentados. Por exemplo, há uma presença maior de linhagens ameríndias
no Rio Grande do Sul (16,4%) do que no Rio de Janeiro (8,5%). Isso pode ser
devido ao tipo de colonização ocorrida no estado. Num primeiro momento, houve
um maior contato entre ameríndios e europeus no Sul do país, tendo os escravos
africanos sido introduzidos posteriormente. Isso, provavelmente, levou a um
aumento na freqüência de haplogrupos mitocondriais ameríndios na população
gaúcha, diferente do ocorrido em outras regiões, como o sudeste.
Além de Porto Alegre apresentar essa maior freqüência de haplogrupos
mitocondriais ameríndios, foram encontrados indivíduos que carregavam
linhagens identificadas com os quatro principais haplogrupos fundadores
existentes na América do Sul, A, B, C e D. No Rio de Janeiro, por outro lado, só
foram identificados indivíduos dos haplogrupos A e C. Estes resultados mostram
que embora Porto Alegre possa ser considerado uma cidade fundada nos moldes
de uma colônia de povoamento, ela cresceu demograficamente também através
62
da absorção de populações gaúchas típicas, oriundas de outras regiões do estado
e que marcadamente teriam trazido a cidade as características de um povo
caracterizado pela mistura de homens europeus com mulheres nativas.
A presença de linhagens européias também é mais freqüente e mais
diversificada em Porto Alegre (5,6%; haplogrupos H, K, T e T2) do que no Rio de
Janeiro (2,5%; haplogrupos H e K). Devido ao fato de termos estudado apenas a
HVS-I não foi possível definir com precisão a presença de H. No entanto, é
provável que sejam realmente pertencentes a este haplogrupo as linhagens
idênticas a seqüência de referencia do HVS-I, encontradas neste estudo, pois tal
haplogrupo é sabidamente o mais freqüente na Europa. A diferença das
distribuições dos haplogrupos europeus nas duas amostras poderia estar
mostrando a importância das mais recentes levas de imigrantes que vieram de
diferentes regiões da Europa para o Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre.
Em populações brasileiras, identificadas como brancas, Alves-Silva et al
(2000), encontraram para a região Sul, 22% de linhagens mtDNA ameríndias,
12% de linhagens africanas e 66% de linhagens européias, e para a população do
Sudeste, 33% de linhagens ameríndias, 34% de linhagens africanas e 31% de
linhagens européias. Num estudo realizado com populações brancas do Rio
Grande do Sul como um todo, a porcentagem de linhagens européias foi mais
discretas, 48% (Marrero et al, 2005). Porém, o mesmo estudo mostrou que este
número pode chegar a 98% em uma população branca da serrra gaúcha. Por
outro lado, Bortolini et al (1997) estimaram numa amostra de negros de Porto
Alegre, que somente 17% das linhagens eram de origem não-africana. Em um
trabalho em uma população de Ribeirão Preto, onde além da classificação
fenotípica, qualquer indivíduo que reportasse algum tipo de ancestralidade não-
63
africana foi descartado da amostra, a porcentagem de linhagens não-africanas foi
somente de 5% (Silva-Jr e cols., 1999). Estes dados conjuntamente
mostram que no Brasil, incluindo o Rio Grande do Sul, a proporção de linhagens
mitocondriais de origem africanas em populações negras é marcantemente maior
do que em populações identificadas como brancas.
Marcadores do Cromossomo Y
Os marcadores bialélicos localizados na região não-recombinante do
cromossomo Y discriminam com precisão a origem geográfica dos cromossomos
encontrados em uma determinada população híbrida. Desta forma, não só as
linhagens africanas, mas também as ameríndias, asiáticas e européias são bem
resolvidas com o conjunto de SNPs utilizados neste estudo.
As populações do Rio de Janeiro e Porto Alegre quando comparadas pelo
teste exato de diferenciação populacional apresentaram uma diferença
estatisticamente significante (P<0.001), o que não aconteceu quando as
populações foram comparadas em relação a sua herança matrilineal. No teste de
variação molecular (AMOVA) foi encontrada pouca variabilidade entre os grupos,
sendo que também aqui a maior parte da diversidade é intrapopulacional (F
ST
=
0.04; P=0.001).
Esta diferença significativa entre as populações deve estar relacionada à
presença de alguns haplogrupos geográfico – específicos presentes em
freqüências relativamente altas na população de Porto Alegre e ausentes na do
Rio de Janeiro. Por exemplo, os haplogrupos ameríndios Q* e Q3* são
encontrados na população de Porto Alegre com freqüências de 3,5% e 1,7%,
respectivamente (Tabela 1 do anexo).
64
No que se refere aos marcadores de linhagens europeus, como P* e R1*, a
população do Rio de Janeiro apresenta uma maior porcentagem do haplogrupo
R1*(xR1a1) do que a população de Porto Alegre, 22,3% e 14%, respectivamente.
Este haplogrupo é bem distribuído na Europa, sendo encontrado numa freqüência
de 39% na Alemanha (Kayser e cols, 2005). Mas, em contrapartida, em
Camarões o haplogrupo R1* - M173 é encontrado numa freqüência de 40%
(Cruciani et al, 2002) a mais alta para estes haplogrupos em todas as populações
estudadas. Provavelmente exista uma diferença entre os haplogrupos R1*
encontrados na Europa e o encontrado em Camarões, mas até o momento não
há um marcador sensível o suficiente para a identificação dessa variação. Com
base nisso, ainda que, considerando o fato do presente estudo ser em uma
população negra, não temos subsídios teóricos para afirmar que esse
cromossomo R1* encontrado nas populações negras do Rio de Janeiro em alta
freqüência seja de origem africana.
Outro fator de provável diferenciação entre as populações, é a presença do
haplogrupo R1b8 na população do Rio de janeiro (7%) e ausente em Porto
Alegre. Esse haplogrupo é muito freqüente na população ibérica, especialmente
na Espanha (Hurles e cols, 1999; Rosser e cols, 2000). Surpreendentemente, pois
esperava-se que a presença espanhola fosse mais marcante em uma cidade
gaúcha, como Porto Alegre, do que no Rio de Janeiro. Adicionais estudos com a
população identificada como branca de Porto Alegre, já em andamento, poderá
esclarecer melhor detalhes como este.
Ainda considerando os cromossomos europeus, o haplogrupo P*(xR1b8,
xR1) foi encontrado numa freqüência quase quatro vezes maior na população do
Rio Grande do Sul em relação à do Rio de Janeiro. Interessantemente, esta alta
65
freqüência pode estar revelando o aspecto fundador dos imigrantes açorianos em
Porto Alegre, visto que esse haplogrupo é encontrado em 60% dos cromossomos
Y da Ilha de Açores (Pacheco e cols, 2005; Montiel e cols, 2005).
Outro aspecto a ser considerado, é o de que a diferenciação entre Porto
Alegre e Rio de Janeiro pode ser devido à migração de grupos vindos de
diferentes partes da Europa para o Rio Grande do Sul em épocas mais recentes
(ver comentários em itens anteriores), aumentando a diversidade de linhagens do
Y européias encontradas nesta região, mas não constatadas especificamente
neste estudo por insuficiente precisão dos marcadores utilizados.
No Brasill como um todo, a distribuição do haplogrupo P* em pessoas
classificadas como brancas é de 54%, sendo que região Sul esta freqüência cai
para 42% (Carvalho-Silva e cols, 2001). Recentemente, Marrero et al (2005),
constatou que 95% dos indivíduos classificados como brancos em amostras no
Rio Grande do Sul pertenciam ao haplogrupo P*. Nas populações negras do Rio
de Janeiro e Porto Alegre, as freqüências de P* + seus subtipos R1* e R1b3f
foram, respectivamente, 26,1% e 26,3%. O que mostra que em uma análise mais
geral, a contribuição européia para ambas populações foi muito semelhante, o
que as diferencia é a origem mais específica desses cromossomos europeus.
Foram encontrados haplogrupos típicos do Oriente Médio em freqüências
altas nas duas populações estudadas. O haplogrupo F, foi encontrado numa
freqüência de 10% no Rio de Janeiro e 21% em Porto Alegre. O mais provável é
que estes cromossomos tenham chegado aqui por meio de imigrantes da região
mediterrânea, que historicamente tem mantido contato com as populações do
oriente médio. Além disso, durante sete séculos o sul da Península ibérica foi de
domínio mouro (Bortolini e cols., 2004). A freqüência maior desse haplogrupo em
66
Porto Alegre pode ser também devido ao fluxo de povos do mediterrâneo
(italianos) para o Sul do Brasil no século XIX. Uma outra possibilidade é que
esses cromossomos tenham vindo para a América por meio de imigrantes
alemães, pois um estudo de 2005 com populações do norte da Europa identificou
uma freqüência de aproximadamente 35% dos haplogrupos da Alemanha como F
(Brion et al, 2005). É bem provável que o haplogrupo F encontrado na Alemanha
seja diferente daquele do Oriente Médio e mediterrâneo. Porém somente a
descoberta de marcadores mais específicos poderiam discriminar melhor estes
cromossomos, de forma que, neste momento fica difícil fazer inferências mais
específicas sobre sua origem em populações brasileiras.
O haplogrupo J, especificamente do Oriente Médio, foi encontrado em
ambas populações, 3% no Rio de Janeiro e 3,5% em Porto Alegre. Como esse
haplogrupo é muito freqüente em judeus, sua presença pode ser justificada pela
chegada ao Brasil de judeus perseguidos durante a II Guerra Mundial. Carvalho e
cols (2000) encontraram uma freqüência desse haplogrupo em torno de 4% em
populações brancas do sul do país.
Foram identificados dois outros haplogrupos não-africanos nas amostras
estudadas além dos já citados anteriormente: K* de origem euro-asiática com
freqüências de 1,4% no Rio de Janeiro e 3,5% em Porto Alegre. A ligação entre
Europa e Ásia tem sido bem documentada com estudos do cromossomo Y
(Bortolini e cols., 2003). Porém aqui, da mesma forma como visto acima, somente
estudos adicionais poderiam desvendar se existem diferenças entre os
cromossomos K europeus daqueles asiáticos. O haplogrupo Y* (apresenta o alelo
ancestral para todo o conjunto de marcadores estudados), por sua vez, é
67
inespecífico e tem uma distribuição de 3% e 3,5%, no Rio de Janeiro e em Porto
Alegre, respectivamente.
Com relação aos haplogrupos africanos, dentre os homens tipados no Rio
de Janeiro, 56,2% apresentavam ancestralidade paterna africana. Foram
encontrados indivíduos pertencentes a nove haplogrupos distintos (tabela 1 do
anexo). Em Porto Alegre esta porcentagem foi de 37%, distribuídos em seis
haplogrupos.
Quando analisados em conjunto, os dados indicam uma forte diferença
entre as heranças de linhagens maternas e paternas. Enquanto que, em relação
ao marcador matrilineal a população negra do Rio de Janeiro apresentou 89,5%
de linhagens africanas, com os marcadores do cromossomo Y, essa porcentagem
caiu para 56,2%. Na população de Porto Alegre os dados se mostraram tão
divergentes quanto os do Rio de Janeiro, com a herança materna africana em
78% das linhagens e a paterna em 37% das linhagens.
Esses resultados corroboram os dados apresentados por vários autores
(Bortolini e cols., 1999; Alves-Silva e cols., 2000; Carvalho-Silva e cols., 2001;
Salzano e Bortolini, 2002), demonstrando a importância dos cruzamentos
assimétricos na formação da população brasileira. A relação de cruzamentos,
segundo os dados aqui apresentados, parece ser de homens europeus (~26%
dos cromossomos Y na duas populações) com mulheres negras. No entanto,
ainda que haja uma concordância em relação a esses cruzamentos nas duas
regiões, a população de Porto Alegre apresenta uma contribuição materna
ameríndia que ultrapassa 15% dos indivíduos negros estudados, o que indica a
importante contribuição indígena para a formação da população do estado do Rio
Grande do Sul. Essa herança ameríndia é notada também na linhagem paterna,
68
sendo que esta é a única população negra estudada com indícios de
ancestralidade paterna ameríndia.
A tabela 8 discrimina em maiores detalhes a natureza dos cruzamentos nas
duas amostras estudadas. Neste caso considerou-se somente os indivíduos que
foram concomitantemente estudados para ambos conjuntos de marcadores
(mtDNA e marcadores do Y). Nota-se que 50% dos indivíduos nas duas
amostras apresentam linhagens mitocondriais e do cromossomo Y de origem
africana. Valores importantes são também observados quanto ao número de
indivíduos com matrilinhagens africanas e cromossomos Y europeus e/ou
asiáticos ou ameríndios (41% e 35% para o Rio de Janeiro e Porto Alegre,
respectivamente). Estes resultados conjuntamente mostram que em indivíduos
identificados como negros, cerca da metade deles pode ter genomas
mitocondriais e de Y de origem africana, mas uma boa parcela delas (outros 50%)
apresentam pelo menos um de seus genomas de origem não-africana.
69
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alves-Silva J, Santos MS, Guimarães PM, Ferreira ACS, Bandelt H-J, Pena SDJ
and Prado VF (2000) The Ancestry of Brazilian mtDNA Lineage. Am J Hum
Genet 67: 444-461.
Andrews RM, Kubacka I, Chinnery PF, Lightowlers RN, Turnbull DM, Howell N
(1999) Reanalysis and revision of the Cambridge reference sequence for
human mitochondrial DNA. Nat Genet 23(2):147.
Bandelt H-S, Quintana-Murci L, Salas A and Macaulay V (2002) The fingerprint of
phantom mutations in mitochondrial DNA data. Am J Hum Genet 71: 1150-
1160.
Bergen AW, Wang CY, Tsai J, Jefferson K, Dey C, Smith KD, Park SC, Tsai SJ,
Goldman D (1999) An Asian-Native American paternal lineage identified by
RPS4Y resequencing and by microsatellite haplotyping. Ann Hum Genet 63:63-
80.
Berute GS (2004) Características dos escravos traficados para o Rio Grande de
São Pedro (1788-1802) Humanas 26:1/2
Bortolini MC (1991) Estudos genéticos em comunidades negras isoladas sul-
americanas. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós-Graduação em Genética,
UFRGS. Porto Alegre, RS.
Bortolini MC, Weimer TA, Zago MA, Salzano FM, Silva-Jr WA, Silva MCBO, and
Bonato SL (1997) Evolutionary and anthropological implications of
mitochondrial DNA variation in Afro-Brazilian populations. Hum Biol 69: 141-
159.
70
Bortolini MC (1999) Breve visão sobre a gênese e a evolução das populações
Latino-americanas. Em: Genética Para Que Te Quero? Editora da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, pp 57-61.
Bortolini MC, Salzano FM, Bau C, Layrisse Z, Petzl-Erler ML, Tsuneto LT, Hill K,
Hurtado AM, Castro-de-Guerra D, Bedoya G and Ruiz-Linares A (2002) Y-
chromosome biallelic polymorphims and Native American population structure.
Ann Hum Genet 66: 255-259.
Bortolini MC, Salzano FM, Thomas MG, Nasanem SPK, Bau CHD, Hutz
MH,Layrisse Z, Petz-Erler ML, Tsuneto LT, Hill K, Hurtado AM, Castro de
Guerra D, Torres MM, Groot H, Michalski R, Nymadawa P, Bedoya G,
Bradman N, Labuda D and Ruiz-Linares A (2003) Y chromosome evidence for
differing ancient demographic histories in the Americas. Am J Hum Genet 73:
524-539.
Bortolini MC, Salzano FM, Thomas MG, Nasanem SPK, Bau CHD, Hutz
MH,Layrisse Z, Petz-Erler ML, Tsuneto LT, Hill K, Hurtado AM, Castro de
Guerra D, Torres MM, Groot H, Michalski R, Nymadawa P, Bedoya G,
Bradman N, Labuda D and Ruiz-Linares A (2003) Y chromosome evidence for
differing ancient demographic histories in the Americas. Am J Hum Genet 73:
524-539.
Bortolini MC, Thomas MG, Chikhi L, Aguilar JA, Castro-De-Guerra D, Salzano FM
and Ruiz-Linares A (2004a) Ribeiro´s typology, genomes, and Spanish
colonialism, as viewed from Gran Canaria and Colombia. Genet Mol Biol 27: 1-
8.
71
Bortolini MC, Silva-Jr WA, Zago MA, Elion J, Krisnamoorthy R, Gonçalves and
Pena SDJ (2004b). The phylogeography of mitochondrial DNA haplogroup L3g
in Africa and the Atlantic slave trade. Am J Hum Genet 75: 523-524.
Brion M, Sobrino B, Blanco-Verea A, Lareu MV, Carracedo A (2005) Hierarchical
analysis of 30 Y-chromosome SNPs in European populations. Int J Legal Med
119(1):10-5.
Campbell L (1997). American Indian Languages: The historical linguistics of Native
America. New York: Oxford University Press
Carvalho-Silva DR, Santos FR, Rocha J and Pena SDJ (2001) The
phylogeography of Brazilian Y-chromosome lineages. Am J Hum Genet 68:
281-286.
Castro-de-Guerra D, Arroyo E, Salzano FM and Bortolini MC (2003) Transplanted
male genomes in three Venezuelan populations. Interciencia 28(4): 197-201.
Carvajal-Carmona LG, Soto ID, Pineda N, Ortíz-Barrientos D, Duque C, Ospina-
Duque J, McCarthy M, Montoya P, Alvarez VM, Bedoya G and Ruiz-Linares A
(2000) Strong Amerind/White sex bias and a possible Sephardic contribution
among the founders of a population in Northwest Colombia. Am J Hum Genet
67: 1287-1295.
Carvalho CM, Pena SD (2005) Optimization of a multiplex minisequencing
protocol for population studies and medical genetics.Genet Mol Res 4(2):115-
25.
Cavalli-Sforza LL, Piazza A, Menozzi P, Mountain J (1988) Reconstruction of
human evolution: bringing together genetic, archaeological, and linguistic data.
Proc Natl Acad Sci U S A.85(16):6002-6.
72
Cavalli-Sforza, L. L. e Menozzi, P., Piazza, A. 1994 The history and geography of
human genes. Princeton, Princeton University Press.
Chen YS, Torroni A, Excoffier L, Santachiara-Benerecetti AS, Wallace DC (1995)
Analysis of mtDNA variation in African populations reveals the most ancient of
all human continent-specific haplogroups. Am J Hum Genet 57(1):133-49.
Cruciani F, Santolamazza P, Shen P, Macaulay V, Moral P, Olckers A, Modiano D,
Holmes S, Destro-Bisol G, Coia V, Wallace DC, Oefner PJ, Torroni A, Cavalli-
Sforza LL, Scozzari R and Underhill PA (2002) A back migration from Asia to
sub-Saharan Africa is supported by high-resolution analysis of human Y-
chromosome haplotypes. Am J Hum Genet 70: 1197-1214.
Cruciani F, La Fratta R, Santolamazza P, Sellito D, Pascone R, Moral P, Watson
E, guida V, Colomb EB, Zaharova B, Lavinha J, Vona G, Aman R, Cali F, A N,
Richards M, Torroni A, Novelletto A and Scozzari R (2004) Phylogeographic
analysis of haplogroup E3b (E-M215) Y chromosomes reveals multiple
migratory events within and out Africa. Am J Hum Genet 74: 1014-1022.
Carvalho-Silva D, Santos FR, Rocha J and Pena SDJ (2001) The phylogeography
of Brazilian Y chromosome lineages. Am J Hum Genet 68:281-286.
Diamond J, Bellwood P (2003) Farmers and their languages: the first expansions.
Science 25;300(5619):597-603.
Excoffier, L., B. Pellegrini, A. Sanchez-Mazas (1987) Genetics and history of sub-
Saharan Africa. Am J Phys Anthropol 30:151-194.
Fagundes NJ, Bonatto SL, Callegari-Jacques SM, Salzano FM (2002) Genetic,
geographic, and linguistic variation among South American Indians: possible
sex influence. Am J Phys Anthropol 117(1):68-78.
73
Figueiredo MS, Silva MCBO and Guerreiro JF (1994) The heterogeneity of the β
S
cluster haplotypes in Brazil. Gene Geography 8: 7-12.
Florentino M (1997) Em costas negras: uma história do tráfico atlântico de
escravos entre África e Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX). Rio de Janeiro:
Companhia das Letras.
Goulart M. (1975). A Escravidão Africana no Brasil: das Origens à Extinção do
Tráfico. Editora Alfa-Ômega, São Paulo, 360pp.
Greenberg JH (1963) The languages of africa. Bloomington: Indiana University
Publications.
Hammer MF e Horai S. 1995. Y Chromosomal DNA Variation and the Peopling of
Japan. American Journal of Human Genetics, 56:951-962.
Hurles ME, Veitia R, Arroyo E, Armenteros M, Bertranpetit J, Pérez-Lezaun A,
Bosch E, Shlumukova M, Cambon-Thomsen A, McElreavey K, Munain AL,
Röhl A, Wilson IJ, Singh L, Pandya A, Santos FR, Tyler-Smith C and Jobling
MA (1999) Recent male-mediated gene flow over a linguistic barrier in Iberia,
suggested by analysis of a Y-chromosomal DNA polymorphism. Am J Hum
Genet 65: 1437-1448.
Jobling MA and Tyler-Smith C (2003) The human Y chromosome: an evolutionary
marker comes of age. Nature Rev Genet 4: 598-610.
Kayser M, Lao O, Anslinger K, Augustin C, Bargel G, Edelmann J, Elias S,
Heinrich M, Henke J, Henke L, Hohoff C, Illing A, Jonkisz A, Kuzniar P, Lebioda
A, Lessig R, Lewicki S, Maciejewska A, Monies DM, Pawlowski R, Poetsch M,
Schmid D, Schmidt U, Schneider PM, Stradmann-Bellinghausen B, Szibor R,
Wegener R, Wozniak M, Zoledziewska M, Roewer L, Dobosz T, Ploski R.
(2005) Significant genetic differentiation between Poland and Germany follows
74
present-day political borders, as revealed by Y-chromosome analysis. Hum
Genet 117:428-43.
Klein HS (2002) As origens africanas dos escravos brasileiros. Em: Homo
brasilis. Aspectos Genéticos, Lingüisticos, Históricos e Socioantropológicos da
Formação do Povo Brasileiro. Pena SDJ, organizador. FUNPEC Editora São
Paulo, pp 93-112.
Lahiri DK and Nurnberger JI (1991) A rapid non-enzimatic method for preparation
of HMW DNA from blood for RFLP studies. Nucleic Acid Res 19: 5444.
Lahr MM, Foley RA. (1998) Towards a theory of modern human origins:
geography, demography, and diversity in recent human evolution. Am J Phys
Anthropol. 27:137-76
Lewin, R. (1999) Human Evolution: An Illustrated Introduction. Fourth\Edition.
Blackwell Scientific Publications, Boston.
Maestri Filho MJ (1984) O escravo no Rio Grande do Sul: a charqueada e a
gênese do escravismo gaúcho. Porto Alegre: EST.
Maestri-Filho M (1988) História da África negra pré-colonial. Porto Alegre. Editora
Mercado Aberto.
Maestre-Filho MJ (1993) O escravo gaúcho: resistência e trabalho. Porto Alegre.
Editora da universidade/UFRGS.
Marrero AR, Leite FPN, Carvalho BA, Peres LM, Kommers TC, Cruz IM, Salzano
FM, Linares AR, Silva Jr WA and Bortolini MC (2005) Heterogeneity of the
genome ancestry of individuals classified as white in the state of Rio Grande
do Sul, Brazil. Am J Human Biol 17: 496-506.
Montiel R, Bettencourt C, Silva C, Santos C, Prata MJ, Lima M. (2005) Analysis of
Y-chromosome variability and its comparison with mtDNA variability reveals
75
different demographic histories between islands in the Azores Archipelago
(Portugal). Ann Hum Genet 69:135-44.
Pacheco PR, Branco CC, Cabral R, Costa S, Araújo AL, Peixoto BR, Mendonça P,
Mota-Vieira L (2005) The Y-chromosomal heritage of the Azores Islands
population. Ann Hum Genet 69, 145-156.
Pagnier J, Mears JG, Belkhdja OD, Schaefer-Rego KE, Beldjord C, Nagel RL and
Labie D (1984) Evidence for the multicentric origin of the sickle cell hemoglobin
gene in Africa. Proc Natl Acad Sci USA 81: 1771-1773.
Parra FC, Amado RC, Lambertucci JR, Rocha J, Antunes CM and Pena SDJ.
(2003). Color and genomic ancestry in Brazilian. Proc Natl Acad Sci USA 100:
177-182.
Pena SDJ and Bortolini MC. (2004). Pode a genética definir quem deve se
beneficiar das cotas universitárias e demais ações afirmativas? Estudos
Avançados 18(50): 1-20.
Rosser ZH, Zerjal T, Hurles ME, Adojaan M, Alavantic D, Amorim A, Amos W,
Armenteros M, Arroyo E, Barbujani G, Beckman G, Beckman L, Bertranpetit J,
Bosch E, Bradley DG, Brede G, Cooper G, Corte-Real HB, de Knijff P, Decorte
R, Dubrova YE, Evgrafov O, Gilissen A, Glisic S, Golge M, Hill EW,
Jeziorowska A, Kalaydjieva L, Kayser M, Kivisild T, Kravchenko SA, Krumina
A, Kucinskas V, Lavinha J, Livshits LA, Malaspina P, Maria S, McElreavey K,
Meitinger TA, Mikelsaar AV, Mitchell RJ, Nafa K, Nicholson J, Norby S, Pandya
A, Parik J, Patsalis PC, Pereira L, Peterlin B, Pielberg G, Prata MJ, Previdere
C, Roewer L, Rootsi S, Rubinsztein DC, Saillard J, Santos FR, Stefanescu G,
Sykes BC, Tolun A, Villems R, Tyler-Smith C, Jobling MA
(2000) Y-
76
chromosomal diversity in Europe is clinal and influenced primarily by
geography, rather than by language. Am J Hum Genet 67:1526-43.
Ruiz-Linares A, Ortíz-Barrientos D, Figueroa M, Mesa N, Múnera JG, Bedoya G,
Vélez ID, García LF, Pérez-Lezaun A, Bertranpetit J, Feldman MW e Goldstein
DB. 1999. Microsatellites Provide Evidence for Y chromosome Diversity
Among the Founders of the New World. Proceedings of the National Academy
of Sciences of the USA, 96: 6312-6317.
Salas A, Richards M, De la Fe T, Lareu MV, Sobrino B, Sanchez-Diz P,Macaulay
V, Carracedo A (2002) The making of the African mtDNA landscape. Am J
Hum Genet 71:1082-1111.
Salas A, Richards M, Lareu MV, Scozzari R, Coppa A, Torroni A, Macaulay V and
Carracedo A (2004a) The African diaspora: Mitochondrial DNA and the Atlantic
slave trade. Am J Hum Genet 74: 454-465.
Salas A, Torroni A, Richards M, Quintana-Murci L, Hill C, Macaulay V and
Carracedo A (2004b) Replay to Bortolini et al. Am J Hum Genet 75: 524-526.
Salas A, Carracedo A, Richards M and Macaulay V (2005) Charting the ancestry
of African Americans. Am J Hum Genet 77(4): 676-80.
Salzano FM and Freire-Maia N (1970) Problems in Human Biology: A Study of
Brazilian Populations. Wayne State University Press, Detroit, 200 pp.
Salzano FM and Bortolini MC (2002) Evolution and Genetics of Latin American
Populations. Cambridge University Press, Cambridge, 509 pp.
Silva Júnior WA, Bortolini MC, Salzano FM, Meyer D, Elion J, Krishanmoorthy R,
Schneider MP, Castro de Guerra D, Layrisse Z, Mendez Castellano H, Weimer
TA e Zago MA. 1999. Genetic Diversity of Six Hypervariable Loci in Two
77
African and 16 South American Populations. American Journal of Physical
Anthropology, 109:425-437.
Scozzari R, Cruciani F, Santolamazza P, Malaspina P, Torroni A, Sellitto D, Arredi
B, Destro-Bisol G, De Stefano G, Rickards O, Martinez-Labarga C, Modiano D,
Biondi G, Moral P, Olckers A, Wallace DC, Novelletto A ( 1999) Combined use
of biallelic and microsatellite Y-chromosome polymorphisms to infer affinities
among African populations. Am J Hum Genet 65(3):829-46.
Schneider S, Roessli D, Excoffier L (2000) ARLEQUIN 2000. A software for
population genetic data analysis. Genetics and Biometry Laboratory, University
of Geneva
Strachan T and Read AP (2002) Genética Molecular Humana. Artmed, Porto
Alegre, 576 pp.
Telles E (2003) Racismo à Brasileira: Uma Nova Perspectiva Sociológica. Relumé
Dumará, Rio de Janeiro, 347 pp.
Thomas MG, Bradman N e Flinn HM. 1999. High Troughput Analysis of 10
Microsatellites and 11 Di-Allelic Polymorphisms on the Human Y-Chromosome.
Human Genetics, 105: 577-581.
Thomas MG, Parfitt T, Weiss DA, Skorecki K, Wilson JF, le Roux M, Bradman N
and Goldstein DB (2000) Y chromosomes traveling south: The Cohen modal
haplotype and the origins of the Lemba – the black jews of Southern Africa. Am
J Hum Genet 66, 674-686.
Torres MM, Bravi CM, Bortolini MC, Duque C, Callegari-Jacques S, Ortiz D,
Bedoya G, Groot de Restrepo H, Ruiz-Linares A (2006) A revertant of the
major founder Native American haplogroup C common in populations from
northern South America. Am J Hum Biol 18(1):59-65.
78
Underhill P, Jin L, Zemans R, Oefner PJ e Cavalli-Sforza LL. 1996. A pre-
Columbian Y Chromosome-Specific Transition and its Implications for Human
Evolutionary History. Proc Nat Acad Science of the USA, 93: 196-200.
Underhill P, Shen P, Lin AA, Jin L, Passarino G, Yang WH, Kauffman E, Bonné-
Tamir B, Bertrampetit J, Francalacci P, Ibrahim M, Jenkins T, Kidd JR, Mehdi
SQ, Seielstad MT, Wells RS, Piazza A, Davis RW, Feldman MW, Cavalli-
Sforza LL and Oefner PJ (2000) Y chromosome sequence variation and the
history of human population. Nature Genet 26: 358-361.
Zago MA, Figueiredo MS and Ogo SH (1992) Bantu β
S
cluster haplotype
predominates among Brazilian Blacks. Am J Phys Anthropol 88: 295-298.
Zegura SL, Karafet TM, Zhivotovsky LA, Hammer MF (2004) High-resolution
SNPs and microsatellite haplotypes point to a single, recent entry of Native
American Y chromosomes into the Americas. Mol Biol Evol 021(1):164-75.
Wood ET,Stover DA, Ehret C, Destro-Bisol G, Spedini G, McLeod H, Louie L,
Bamshad M, Strassmann BI, Soodyall H and Hammer MF (2005) Contrasting
patterns of Y chromosome and mtDNA variation in Africa: evidence for sex-
biased demographic processes. European Journal of Human Genetics 13,
867876.
Yao YG, Bravi CM, Bandelt HJ ( 2004) A call for mtDNA data quality control in
forensic science. Forensic Sci Int 141(1):1-6.
79
VI. APÊNDICE
VI.1. Material e Métodos
VI.1.1. Populações de Estudo
As duzentas e setenta e sete amostras foram coletadas junto a voluntários
que buscaram os serviços de análises clínicas oferecidos pela Faculdade de
Farmácia da UFRGS e voluntários doadores de bancos de sangue da cidade do
Rio de Janeiro.
A amostra do estado do Rio Grande do Sul constitui-se de cento e trinta e
três indivíduos classificados como negros residentes em Porto Alegre e região
metropolitana, sendo setenta e seis mulheres e cinqüenta e sete homens. As
amostras foram coletadas sob a supervisão da Profa. Mara Helena Hutz.
A amostra do estado do Rio de Janeiro contitui-se de cento e quarenta e
quatro homens classificados como negro residentes na região metropolitana do
Rio de janeiro, e foi cedida pela Profa. Eliane Bandinelli.
É importante salientar que todos os indivíduos amostrados colaboraram
voluntariamente para este estudo, e depois de serem informados sobre os
objetivos do projeto, assinaram o termo de consentimento. O parecer ético
favorável para a utilização destas amostras em estudos evolutivos foi fornecido
pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP, parecer n° 1333/2002).
VI.1.2. Extração de Dna
A extração de DNA foi realizada a partir de amostras de sangue total
seguindo o protocolo de Lahiri e Nurnberg (1991).
80
VI.1.3. DNA Mitocondrial
Os primers utilizados para análise do mtDNA são específicos para a
primeira região hipervariável (HVS-I), e as condições de amplificação utilizadas
são as descritas por Bortolini et cols. (1997). A purificação dos produtos da
amplificação para posterior seqüenciamento foi feita com as enzimas
Exonuclease e Fosfastase Alcalina (Marrero, 2005). O seqüenciamento da região
de interesse foi feito através do procedimento padrão recomendado para o uso do
seqüenciador automático ABI310 (Applied Biosystems).
Para evitar artefatos (mutações fantasmas; Bandelt e cols. 2002) que
surgem durante o processo de seqüenciamento, ambas as fitas do DNA foram
seqüenciadas.
VI.1.4. Marcadores do Cromossomo Y
Foram investigados trinta marcadores bialélicos localizados na região não-
recombinante do cromossomo Y. Destes, quatorze estão representados com suas
seqüências e sítios mutados na tabela 1 do apêndice, dentre eles, sete foram
genotipados via PCR – RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) e os
demais por ARMS (Amplification Refractory Mutation System). As condições
específicas de amplificação para cada marcador, bem como as condições das
digestões enzimáticas, quando necessárias, estão nos artigos citados nas
referências da tabela 1.
Os demais marcadores estão representados na tabela 2 do apêndice e foram
genotipados pela técnica de miniseqüenciamento otimizada por Carvalho e Pena,
2005.
81
As relações evolutivas entre os haplogrupos definidos por esses
marcadores, bem como sua classificação hierárquica para genotipagem estão
representados na figura 1 do apêndice, onde os marcadores utilizados estão
marcados em vermelho.
82
Tabela 1: Primers utilizados e variação nucleotídica que define o estado alélico ancentral/
derivado.
a
Primers reversos e
b
primers específicos para os alelos C e T, T e A, T e C
considerando os locos DYS199, M19 e RPS4Y
711
, respectivamente.
c
Reação submetida a
PCR touchdown com diminuição de 0,5°C/ciclo.
Loco
Seqüência de Primers
(5’ 3’)
Variação
Nucleotídica
Referência
DYS 199 TAATCAGTCTCCTCCCAGCA
a
GGTACCAGCTCTTCCTAATTG
b
GGTACCAGCTCTTCCTAATTA
b
C/T
Underhill e cols., 1996
DYS287
(YAP)
CAGGGGAAGATAAAGAAATA
ACTGCTAAAGGGGATGGAT
A/G Hammer e Horai, 1995
92R7 GACCCGCTGTAGACCTGACT
GCCTATCTACTTCAGTGATTTCT
C/T Hurles e cols.,1999
M242 AACTCTTGATAAACCGTGCTG
TCCAATCTCAATTCATGCCTC
C/T Bortolini e cols., 2003a
M9 TCAGGACCCTGAAATACAGAACT
TTGAAGCTCGTGAAACAGATTAG
C/G Thomas e cols., 1999
M19
TGAACCTACAAATGTGAAACT
a
TATTTTTGTGAAGACTGTTGTAT
b
TATTTTTGTGAAGACTGTTGTAA
b
T/A
Ruiz-Linares e cols.,1999
RPS4Y
711
CACAAGGGGGAAAAAACAC
a
GGCAATAAACCTTGGATTTCT
b
GGCAATAAACCTTGGATTTCC
b
C/T Bergen e cols., 1999
M173
c
ATGTTGAACTGAAAGTTGATGCC
TTATCATTTCTGAATATTAACAGAT
CACAA
A/C Montiel e cols., 2005
M17
GTGGTTGCTGGTTGTTACCGG
AGCTGACCACAAACTGATGTAGA
G/ins G Kayser e cols., 2005
SRY
2627
(M167)
c
TCTGGTTCTGTGTCCTTGGGC
AACCTCTGGAGCGGGACTTTG
C/T Montiel e cols., 2005
12f2
CTGACTGATCAAAATGCTTACAGA
TCTCTTCTAGAATTTCTTCACAGA
ATTG
Del 500 bp Rosser e cols., 2000
M154
ACTTAATTTATAGTTTCAATCCCTC
A
T/C Underhill et al, 2000
M155 TCTCTAACTTCTGTGAGCCAC G/A Underhill et al, 2000
Tabela 2: Seqüências dos primers para amplificar regiões específicas e flanqueadoras dos SNPs do cromossomo Y utilizados para caracterizar haplogrupos nos protocolos de
miniseqüenciemento Simplex e Multiplex. * utilizados dideoxinucleotídeos marcados fluorescentemente. ª Primers descritos em Underhill et al. 2001
Marcadores do Y Seqüência 5’-3’
Fragme
nto(bp)
Mutação Primer interno 5’-3’ Seqüência Alvo 5’-3’
Primer
(nt)
Multiplex Y D/E a
ddGTP*
Derived Ancestral
Allele (nt) Allele (nt)
PN2
F: GGTAACACCCATAAAGGTTG
a
R: TTCACTACCAGCCTAAGTAC
a
247 C/T - CCCTAGGAGGAGAA 15 16 (C) 17 (T)
M174
F: CTCCGTCACAGCAAAAAT
R: AAAAGGAGAAGGACAAGACC
180 T/C - ATGCACCCCTCACTTCTGCACT 22 24 (T) 23 (C)
SY81
F: AGGCACTGGTCAGAATGAAG
a
R: AATGGAAAATACAGCTCCCC
a
209 G/A - TTATATTTCATTGTTAACAAAAGTCC 26 29 (A) 27 (G)
M145
F: ACTTGCCTCCACGACTTT
R: CTTTTTGGATCATGGTTCTT
82 G/A TCGTGAAAGTCTGACAA GACACCAGAAAGAAAGGC 35 36 (G) 38 (A)
Multiplex Y D/E b
ddGTP*
M35
F: CATTCATCTTTTTTGTCC
R: TAATCCATGCAGACTTTC
143 G/C - TTTTCCTTTGGGACACTG 18 19 (G) 20 (A)
M33
F: ATACTGGCTTCTGTTCAA
R: CTTACAATGGGAGTCACT
165 A/C GCCACGTCGTGAAAGTCTGACAA GTATAATATGTCTGAGAT 41 49 (A) 42 (C)
M75
F: AAAGTCACATTCCACACA
R: GCATTTGTGAATTTTTAT
224 G/A AGGTGCCACGTCGTGAAAGTCTGACAA AATTATCAAACCACATCC 45 46 (G) 58 (A)
Multiplex Y E3a
ddATP*
M58
F: CCTCTTAACTTGTAGAAACA
R: AAAAACTAAACTCTAAATCTCT
202 G/A - TTG TCTTCTGCAGAATTGGC 20 22 (G) 21 (A)
M191
F: ACAGCGAGCAGTAAGTAAAAC
R: TACCCAGACACACCAAAATAT
152 T/G AGTCTGACAA AAAATATCTCATATTTTCAT 30 31 (T) 33 (G)
M116.2
F: AAAAACTGCAAGTAGATGAAAA
R: AAATAACTCACCAAAGGAAATG
218 A/C GAAAGTCTGACAA AAAAAATAATTTCAAACTGATA 35 36 (A) 42 (C)
M10
F: AAGACAATGAAGGGAGAGACT
R: TTTCTGTTTCTTTCACTTCAA
170 T/C TGCCACGTCGTGAAAGTCTGACAA GTAAAAACTTTACAAGTGCT 44 45 (T) 47 (C)
Simplex Y E3a
ddATP*
M149
F: TGCCTAACAAAACTACACT
R: TTTTACTTGTTCGTGTACTTTCAA
a
134 G/A - TAATAGAACACAAGC 15 19 (G) 16 (A)
Multiplex Y E3b
ddGTP*
V6
F: ACAGCCGCCCTATAGAGT
R: GGTTCTTTGGAGGATTTTG
190 G/C - TTGCTGTGATTCCTGATGTG 20 21 (G) 23 (C)
M78
F: TGAACACAAATTGATACACT
R: TGAAAAGCAAGTACTATGAC
88 C/T TGACAA TTGAAATATTTGGAAGGGC 25 26 (C) 27 (T)
M281
F: CTAGAAATGCAAATTCCT
R: GGTTGCACAAACTCAGTA
99 G/A GTCTGACAA ATGGGGGGAACAGGGAAGTC 29 30 (G) 31 (A)
M123
F: ATGCTCTCAGGGGAAAAT
R: TGTTCCCCCCATAGTTTT
167 G/A GTGAAAGTCTGACAA ATCTGAACTAGCATATCA 33 34 (G) 39 (A)
M81
F: CTCAGCTACACATCTCTTAACA
R: GGAGCAATACTGTACTTTCACT
248 C/T CACGTCGTGAAAGTCTGACAA GTGTGAGTATACTCTATGAC 41 42 (C) 52 (T)
Simplex Y B
ddATP*
M60
F: GCACTGGCGTTCATCATCT
a
R: ATGTTCATTATGGTTCAGGAGG
a
388 -/T - TAACCACTGTGTGCCTGAT 19 24 (-) 20 (T)
Simplex F ddGTP*
M213
F: TATAATCAAGTTACCAATTACTGGC
a
R: TTTTGTAACATTGAATGGCAAA
a
409 T/C AAGTCTGACAA TCAGAACTTAAAACATCTCGTTAC 35 38 (T) 36 (C)
83
84
Figura 1: Relações evolutivas entre os marcadores do cromossomo Y. Jobbling e Tyler-Smith, 2003.
85
VI.1.5. Análise dos dados:
A genotipagem dos marcadores do cromossomo Y e a classificação dos
haplogrupos foi realizada de forma hierárquica seguindo recomendação do
Consórcio do cromossomo Y.
Os cromatogramas resultantes do seqüenciamento do mtDNA foram
analisados no programa Chromas Pro. As seqüências foram editadas com os
programas BIOEDIT e MEGA 3.
Foi utilizada a metodologia descrita em Bandelt e cols. (2002) e Yao e cols.
(2004) para verificar a existência de mutações fantasma nas seqüências do
mtDNA. Os programas NETMAT e NETWORK foram utilizados para avaliar a
qualidade das seqüências das amostras aqui estudadas, depois das mesmas
terem sido validadas.
86
VII. ANEXO
VII.1. Resultados Adicionais
Tabela 1: Freqüências dos haplogrupos do cromossomo Y encontradas nas
populações de Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Y Haplogrupo RJ POA
E3a* 0,33 (43) 0,158 (09)
E3a7 0,12 (15) 0,09 (05)
E3a1 0,007 (01) 0
E3b* 0,038 (05) 0,035 (02)
E3b1 0 0,035 (02)
E3b2 0,007 (01) 0,017 (01)
E* 0,031 (04) 0
E1 0,007 (01) 0
E2 0,007 (01) 0
B* 0,015 (02) 0,035 (02)
F* 0,1 (13) 0,21 (12)
J* 0,031 (04) 0,035 (02)
K* 0,015 (02) 0,035 (02)
Q* 0,007 (01) 0,035 (02)
Q3* 0 0,017 (01)
P* 0,023 (03) 0,123 (07)
R1* 0,231 (30) 0,140 (08)
R1b3f 0,007 (01) 0
Y*
0,031 (04)
0,035 (02)
Total 1 (130) 1 (57)
87
Tabela 2: Freqüências dos haplogrupos do mtDNA encontradas em Porto Alegre.
mtDNA – Porto Alegre (n=109)
Ameríndio Africano Europeu
A
0,018
B4
0,028
C1
0,100
D1
0,018
L0
0,045
L1
0,174
L2
0,212
L3
0,349
H
0,018
K
0,018
T
0,01
T2
0,01
0,164 0,780 0,056
88
Tabela 3: Freqüências dos haplogrupos do mtDNA encontradas no Rio de janeiro.
mtDNA – Rio de Janeiro (n=94)
Ameríndio Africano Europeu
A C L0 L1 L2 L3 H K
0,021 0,064 0,117 0,234 0,277 0,267 0,01 0,01
0,085 0,895 0,02
89
Tabela 4: Linhagens do mtDNA e do Cromossomo Y encontradas na população
do Rio de Janeiro, por indivíduo amostrado.
HAPLOGRUPOS Indivíduo
mtDNA Y Cromossomo
RJ 42 H, HV, U, R E3a*
RJ 12 K R1*
RJ 84 A2 E3b2
RJ 67 A2 E3a*
RJ 38 C1 E3a*
RJ 05 C1 E3a*
RJ 01 C1
RJ 109 C1
RJ 48 C1 E3a*
RJ 40 C1 R1*
RJ 53 L0a1 E3a*
RJ 14 L0a1 R1*
RJ 44 L0a1 E3a*
RJ 4961 L0a1 P*
RJ 4039 L0a1
RJ 4827 L0a1 P*
RJ 113 L0a2 R1*
RJ 51 L0a2 F*
RJ 4916 L0a2 R1*
RJ 41 L0a2 F*
RJ 29 L0d1 J*
RJ 89 L1b E3a*
RJ 4784 L1b E3a*
RJ 86 L1b E*(E3a)
RJ 4669 L1b
RJ 66 L1b R1*
RJ 35 L1b F*
RJ 117 L1b E3a7
RJ 95 L1b E3a*
RJ 5261 L1c
RJ 119 L1c
RJ 34 L1c E*(E3a)
RJ 97 L1c K*
RJ 47 L1c1 F*
RJ 90 L1c1 E3a7
RJ 08 L1c1 E3a*
RJ 4754 L1c1 E3a*
RJ 190 L1c2 E3a1
RJ 5078 L1c2 E3a7
RJ 4767 L1c2
RJ 04 L1c2 E3a*
RJ 83 L1c2 E3a*
RJ 03 L1c2 F*
RJ 11 L2a1a E1*
RJ 4766 L2a1a F*
RJ 4781 L2a1a E3a7
RJ 4734 L2a1a J*
RJ 13 L2a1a F*
RJ 4667
L2aα1
B*
RJ 32
L2aα1
R1*
RJ 4948
L2aβ1
E3b*
90
HAPLOGRUPOS Indivíduo
mtDNA Y Cromossomo
RJ 73
L2aβ1
R1*
RJ 4915
L2aβ1
RJ 39
L2aβ1
E3a7
RJ 24
L2aβ1
R1*
RJ 58
L2aβ1
RJ 114
L2aβ1
RJ 55
L2aβ1
R1*
RJ 82
L2aβ1
R1*
RJ 4671
L2aβ1
R1*
RJ 15
L2aβ2
R1*
RJ 26 L2b E3a*
RJ 78 L2b E3b*
RJ 06 L2b1 E3a*
RJ 76 L2b1 E3a*
RJ 02 L2b1 R1*
RJ 4848 L2b1 R1*
RJ 18 L2c E3b*
RJ 118 L2c E3a*
RJ 37 L3 R1b3f
RJ 36 L3b E3a*
RJ 19 L3b
RJ 20 L3b
RJ 4857 L3d R1*
RJ 4900 L3d J*
RJ 64 L3d E3a7
RJ 5246 L3d2 F*
RJ 111 L3d2 E3a7
RJ 4828 L3d2 E3a*
RJ 5159 L3d2 E3a7
RJ 07 L3e1 E3a*
RJ 62 L3e1 E3a*
RJ 43 L3e1a R1*
RJ 50 L3e1b R1*
RJ 4804 L3e3
RJ 94 L3e3 E3a*
RJ 45 L3e3
RJ 4718 L3e3 R1*
RJ 102 L3e3 E3a7
RJ 46 L3e3 R1*
RJ 69 L3f E3a*
RJ 57 L3f E3b*
RJ 61 L3f1 E3a7
RJ 70 L3f1 F*
RJ 09 F*
RJ 10 E3a*
RJ 16 E2*
RJ 17 R1*
RJ 21 R1*
RJ 22 E3b*
RJ 23 E3a*
RJ 25 E3a*
RJ 28 E3a*
RJ 30 E3a*
RJ 31 E3a7
RJ 33 E3a*
91
HAPLOGRUPOS Indivíduo
mtDNA Y Cromossomo
RJ 49 E*(xE3a)
RJ 52 E3a*
RJ 54 E3a*
RJ 59 E3a*
RJ 60 K*
RJ 63 E3a*
RJ 65 E3a7
RJ 68 E3a*
RJ 71 R1*
RJ 74 R1*
RJ 75 E3a*
RJ 77 Y*
RJ 79 R1*
RJ 80 R1*
RJ 85 E3a7
RJ 88 E3a*
RJ 91 Y*
RJ 92 P*
RJ 96 E3a*
RJ 98 F*
RJ 99 F*
RJ 100 E*(xE3a)
RJ 101 F*
RJ 103 E3a*
RJ 104 E3a*
RJ 106 Y*
RJ 107 R1*
RJ 108 E3a*
RJ 120 B*
RJ 4639 R1*
RJ 4674 E3a*
RJ 4720 R1*
RJ 4747 Y*
RJ 4807 J*
RJ 4812 E3a*
RJ 4899 E3a7
RJ 4917 E3a7
RJ 5028 R1*
N total 94 130
92
Tabela 5: Linhagens do mtDNA e do Cromossomo Y encontradas na população
de Porto Alegre, por indivíduo amostrado.
HAPLOGRUPO INDIVÍDUO
mtDNA Cromossomo Y
POA 154 A
POA 472 A
POA 537 C1
POA B46 C1 B*
POA 132 C1 P*
POA 356 C1
POA 541 C1
POA 040 C1
POA 610 C1 E3a*
POA 466 C1
POA B08 C1
POA 474 C1
POA B24 C1 E3b*
POA 260 D1
POA 408 D1
POA 126 B4
POA B41 B4
POA 319 B4
POA 452 H, HV, U, R F*
POA 539 H, HV, U, R
POA 017 K
POA 288 K
POA 007 T2
POA 325 T F*
POA 491 L0a1a
POA 456 L0a1a
POA 598 L0a1a E3a*
POA 763 L0a1a
POA B48 L0a1a Y*
POA 634 L1b
POA 367 L1b E3a*
POA 425 L1b F*
POA 221 L1b
POA 432 L1c1 J*
POA 542 L1c1
POA 480 L1c1
POA 446 L1c1
POA 448 L1c1
POA478 L1c1 R1*
POA 461 L1c2
POA 321 L1c2
POA 415 L1c2 E3a*
POA 207 L1c2
POA B39 L1c2 R1*
POA 457 L1c3
POA 458 L1c3
POA 158 L1c3
POA 517 L1c3
POA B51 L2a1a E3a7
POA 463 L2a1a
POA 455 L2a1a
93
HAPLOGRUPOS Indivíduo
mtDNA Y Cromossomo
POA 540 L2a1a J*
POA 451
L2a1β1
P*
POA B42
L2a1β1
Q*
POA B37
L2a1β1
E3a7
POA 889
L2a1β1
B*
POA 725
L2a1β1
POA B47
L2a1β1
Q*
POA 732
L2a1β1
POA B30
L2a1β1
K*
POA 241
L2a1β1
POA 680
L2a1β1
POA 479
L2a1β2
POA B40
L2a1β3
E3b1
POA 018
L2a1β3
POA 596 L2b
POA 476 L2b
POA 453 L2b
POA 484 L2b
POA B52 L2b E3a*
POA 407 L2b E3a7
POA 269 L3
POA 731 L3b F*
POA 605 L3b
POA164 L3b
POA493 L3b
POA 487 L3b2
POA 558 L3b2 E3a7
POA 554 L3d
POA 154 L3d1
POA 472 L3d1
POA 449 L3e1
POA B36 L3e1 E3a7
POA 376 L3e1 R1*
POA 494 L3e1
POA 713 L3e1
POA 310 L3e1a
POA 482 L3e1a
POA 730 L3e1a
POA 465 L3e1a
POA 477 L3e1a E3a*
POA 008 L3e2
POA 543 L3e2 P*
POA 084 L3e2b
POA 681 L3e2b
POA 335 L3e3
POA 611 L3e3 E3b2
POA 459 L3e3
POA 010 L3e3
POA 464 L3f
POA 111 L3f
POA 492 L3f
POA 585 L3f1
POA 534 L3f1
POA 277 L3f1 F*
POA B35 L3f1 R1*
94
HAPLOGRUPOS Indivíduo
mtDNA Y Cromossomo
POA 460 L3g
POA 092 L3g
POA 486 L3g
POA B04 E3a*
POA B19 P*
POA B20 E3a*
POA B38 Y*
POA B41 F*
POA B43 R1*
POA B50 R1*
POA 034 E3a*
POA 037 F*
POA 063 F*
POA 077 Q3*
POA 122 F*
POA 217 E3b*
POA 236 P*
POA 245 R1*
POA 283 P*
POA 489 E3b1
POA 352 P*
POA 395 F*
POA 469 K*
POA 612 R1*
POA 635 F*
POA 807 F*
N total 109 57
95
Tabela 6: Seqüências do mtDNA encontradas na amostra do Rio de Janeiro e
seus respectivos haplogrupos
Amostra Posição do Sítio Variável Haplogrupo
RJ42 rCRS H, HV, U, ou R*
RJ12 093 224 311 K
RJ84 111 223 266 290 319 362 A2
RJ67 111 172 223 290 319 362 A2
RJ40 223 260 298 325 327 C1
RJ48 223 260 298 325 327 C1
RJ109 223 298 325 327 C1
RJ01 189 223 298 325 327 C1
RJ05 051 93 223 298 325 327 C1
RJ38 051 223 287 298 311 325 327 C1
RJ53 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 311 320 L0a1
RJ14 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 293 311 320 L0a1
RJ4039 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 293 311 320 L0a1
RJ4827 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 293 311 320 L0a1
RJ44 093 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 293 311 320 L0a1
RJ4961 093 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 293 311 320 L0a1
RJ113 148 172 187 188A 189 223 230 311 320 L0a2
RJ51 148 172 187 188G 189 223 230 311 320 L0a2
RJ4916 148 172 187 188G 189 223 230 311 320 L0a2
RJ41 148 172 187 188G 189 223 230 311 320 L0a2
RJ29 129 187 189 223 230 239 243 294 311 L0d1
RJ86 111 126 187 189 223 264 270 278 293 311 L1b
RJ89 126 187 189 223 264 270 278 293 311 L1b
RJ4784 126 187 189 223 264 270 278 293 311 L1b
RJ35 126 148 187 189 223 264 270 278 311 L1b
RJ4669 126 187 189 223 264 270 278 311 L1b
RJ66 126 187 189 223 264 270 278 311 L1b
RJ117 126 187 189 223 264 270 278 311 L1b
RJ95 126 187 189 223 264 270 278 311 L1b
RJ34 129 187 189 223 278 294 311 360 L1c
RJ5261 129 187 189 223 261 278 311 360 L1c
RJ97 129 187 189 223 274 278 287 294 311 320 360 L1c
RJ119 129 187 189 223 278 294 311 355 360 362 L1c
RJ47 129 187 189 223 278 293 294 311 360 L1c1
RJ4754 129 187 189 223 278 293 294 311 360 L1c1
RJ90 129 187 189 223 274 278 293 294 311 360 L1c1
96
Amostra Posição do Sítio Variável Haplogrupo
RJ08 093 129 187 189 223 263 278 293 294 311 360 L1c1
RJ190 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 320 360 L1c2
RJ5078 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 320 360 L1c2
RJ4767 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 320 360 L1c2
RJ03 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 355 360 L1c2
RJ04 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 360 L1c2
RJ83 129 145 187 189 223 234 265C 278 286G 294 311 360 L1c2
RJ4667 223 234 249 278 294
L2a α1
RJ32 223 234 249 278 294
L2a α1
RJ4948 223 278 294 309
L2a β1
RJ73 193 213 223 239 278 294 309
L2a β1
RJ4915 093 223 256 278 292 294 309
L2a β1
RJ39 223 278 294 309
L2a β1
RJ24 223 256 278 294 309
L2a β1
RJ58 223 256 278 294 309
L2a β1
RJ114 093 223 256 278 294 309
L2a β1
RJ55 093 223 256 278 294 309
L2a β1
RJ82 093 223 256 278 294 309
L2a β1
RJ4671 093 223 256 278 294 309
L2a β1
RJ15 189 193 223 245 278 294 309 L2a β2
RJ11 092 223 278 286 294 309 L2a1a
RJ4766 092 223 278 286 294 309 L2a1a
RJ4781 223 278 286 294 309 L2a1a
RJ4734 223 278 286 294 309 L2a1a
RJ13 223 278 286 294 309 L2a1a
RJ26 114A 129 213 223 278 354 L2b
RJ78 114A 129 213 223 278 354 L2b
RJ06 114A 129 213 223 278 355 362 L2b1
RJ76 114A 129 213 223 278 355 362 L2b1
RJ02 114A 129 213 223 278 355 362 L2b1
RJ4848 114A 129 213 223 278 311 362 L2b1
RJ18 223 264 278 L2c
RJ118 223 264 278 L2c
RJ37 124 223 L3
RJ36 124 223 278 362 L3b
RJ19 124 145 223 278 362 L3b
RJ20 124 145 223 278 362 L3b
RJ64 124 223 319 L3d
RJ4900 124 223 319 L3d
97
Amostra Posição do Sítio Variável Haplogrupo
RJ4857 124 223 L3d
RJ5159 124 223 256 L3d2
RJ4828 124 223 256 L3d2
RJ111 124 223 256 L3d2
RJ5246 124 223 256 L3d2
RJ62 223 327 L3e1
RJ07 176 223 327 L3e1
RJ43 185 223 327 L3e1a
RJ50 223 325D 327 L3e1b
RJ46 223 265T L3e3
RJ102 223 265T L3e3
RJ4718 223 265T L3e3
RJ45 223 265T 355 L3e3
RJ94 223 265T 316 L3e3
RJ4804 223 265T 288 L3e3
RJ69 209 223 311 L3f
RJ57 209 223 311 L3f
RJ61 129 209 223 292 295 311 L3f1
RJ70 093 129 209 223 292 295 311 L3f1
Nota: Os números representam a posição dos sítios variáveis relativo à seqüência
de referência (rCRS: Revised Cambridge Reference Sequence; Andrews e cols.,
1999), menos 16000 pares de bases.
* Somente a seqüência da HVS-I não permite discriminar com precisão entre
estes haplogrupos europeus.
98
Tabela 7: Seqüências do mtDNA encontradas na amostra de Porto Alegre e seus
respectivos haplogrupos
Amostra Posição do Sítio Variável Haplogrupo
POA452 rCRS H, HV, U, R*
POA539 rCRS H, HV, U, R*
POA017 224 311 K
POA288 093 224 311 K
POA325 126 294 296 311 T
POA007 126 193 295 297 304 T2
POA154 126 145 223 278 290 319 362 A
POA472 126 223 279 291 319 362 A
POA126 189 217 B4
POA319 189 217 311 319 B4
POAB41 189 217 311 B4
POA537 223 298 325 327 C1
POA356 223 298 325 327 C1
POA132 223 298 325 327 C1
POAB46 223 298 325 327 C1
POA541 223 298 325 327 356 C1
POA040 223 298 325 327 C1
POA610 051 223 287 298 311 325 327 C1
POA466 051 223 298 325 327 C1
POAB08 051 223 298 325 327 C1
POA474 223 298 325 327 362 C1
POAB24 223 325 327 C1
POA260 189 223 325 362 D1
POA408 223 325 362 D1
POAB48 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 293 311 320 L1ala
POA763 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 311 320 L1ala
POA456 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 293 311 320 L1ala
POA491 129 148 168 172 187 188G 189 223 230 278 293 311 320 L1ala
POA598 093 129 148 168 172 187 188A 189 223 230 278 293 311 320 L1ala
POA634 126 187 189 223 264 270 278 311 L1b
POA221 126 187 189 223 264 270 278 293 311 L1b
POA425 126 187 189 223 264 270 278 293 311 L1b
POA367 126 187 189 223 264 270 278 311 L1b
POA448 129 187 189 223 278 293 294 311 360 L1c1
POA478 129 187 189 223 278 293 294 311 360 L1c1
POA446 129 163 187 189 209 223 278 293 294 311 360 L1c1
99
Amostra Posição do Sítio Variável Haplogrupo
POA480 129 163 187 189 209 223 278 293 294 311 360 L1c1
POA542 093 129 187 189 223 263 278 293 294 311 360 L1c1
POA432 093 129 187 189 223 263 278 293 294 311 360 L1c1
POAB39 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 360 L1c2
POA207 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 360 L1c2
POA461 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 360 L1c2
POA415 129 187 189 223 265C 278 286G 294 311 320 360 L1c2
POA321 129 187 189 213 223 234 265C 278 286G 294 311 360 L1c2
POA457 129 189 215 223 278 294 311 360 L1c3
POA458 129 189 215 223 278 294 311 355 360 L1c3
POA158 129 189 215 223 278 294 311 360 L1c3
POA517 129 189 215 223 278 294 311 360 L1c3
POA680 223 278 291 294 309
L2a1 β1
POA241 129 223 278 294 309
L2a1 β1
POAB30 129 223 278 294 309
L2a1 β1
POA732 093 223 256 278 294 309
L2a1 β1
POAB47 093 223 256 278 294 309
L2a1 β1
POA725 223 256 278 294 309
L2a1 β1
POA889 092 223 278 294 309
L2a1 β1
POAB37 092 223 278 294 309
L2a1 β1
POAB42 223 278 294 309
L2a1 β1
POA451 223 278 294 309
L2a1 β1
POA479 189 223 278 294 309
L2a1 β2
POA018 189 192 223 278 294 309
L2a1 β3
POAB40 189 192 223 278 294 309
L2a1 β3
POA540 223 278 286 294 309 L2a1a
POA455 223 278 286 294 309 L2a1a
POA463 223 278 286 294 309 L2a1a
POAB51 223 278 286 294 309 L2a1a
POA407 114A 129 213 223 274 278 L2b
POAB52 114A 129 213 223 274 278 L2b
POA484 114A 129 213 223 274 278 L2b
POA453 114A 129 213 223 278 354 L2b
POA596 114A 223 264 274 278 L2b
POA476 223 264 274 278 L2b
POA269 223 L3
POA605 124 223 278 362 L3b
POA731 124 223 278 362 L3b
POA164 223 278 294 362 L3b
100
Amostra Posição do Sítio Variável Haplogrupo
POA493 223 278 294 362 L3b
POA558 124 223 278 311 362 L3b2
POA487 124 223 278 311 362 L3b2
POA554 124 223 278 290 292 312 362 L3d
POA154 124 145 223 278 290 319 362 L3d1
POA472 124 223 278 290 319 362 L3d1
POA449 176 223 327 L3e1
POAB36 223 327 L3e1
POA376 223 327 L3e1
POA713 223 327 L3e1
POA494 223 327 L3e1
POA310 185 223 311 327 L3e1a
POA482 185 223 311 327 L3e1a
POA730 185 223 327 L3e1a
POA465 185 209 223 327 L3e1a
POA477 185 209 223 327 L3e1a
POA008 093 192 223 320 L3e2
POA543 192 223 320 L3e2
POA084 172 189 223 320 L3e2b
POA681 172 189 223 320 L3e2b
POA611 189 223 265T L3e3
POA335 189 223 265T L3e3
POA459 223 265T L3e3
POA010 223 265T L3e3
POA492 192 209 223 311 L3f
POA464 209 223 311 L3f
POA111 209 223 311 L3f
POA534 129 209 223 292 295 311 L3f1
POA585 129 209 223 292 295 311 L3f1
POA277 209 223 292 311 L3f1
POAB35 209 223 292 311 L3f1
POA460 093 223 287 293T 301 311 355 362 L3g
POA486 093 223 287 293T 301 311 355 362 L3g
POA092 093 223 293T 301 311 355 362 L3g
101
Nota: Os números representam a posição dos sítios variáveis relativo à seqüência
de referência (rCRS: Revised Cambridge Reference Sequence; Andrews e cols.,
1999), menos 16000 pares de bases.
* Somente a seqüência da HVS-I não permite discriminar com precisão entre
estes haplogrupos europeus.
102
Tabela 8: Origem das linhagens mitocondriais e do cromossomo Y por individuo
amostrado tipado concomitantemente para ambos os sistemas genéticos.
Rio de Janeiro
mtDNA Y-Cromossomo Número (%)
Africano Africano 37 (48,7)
Africano Europeu/Euro-asiático 31 (40,8)
Africano Ameríndio 0
Ameríndio Africano 5 (6,6)
Ameríndio Europeu 1 (1,3)
Europeu Africano 1 (1,3)
Europeu Europeu 1 (1,3)
Porto Alegre
mtDNA Y-Cromossomo Número (%)
Africano Africano 19 (51,4)
Africano Europeu/Euro-asiático 11 (29,7)
Africano Ameríndio 2 (5,4)
Ameríndio Africano 2 (5,4)
Ameríndio Europeu 1 (2,7)
Europeu Africano 0
Europeu Europeu 2 (5,4)
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo