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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CAPIM
TANZÂNIA (Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia-1) EM
RESPOSTA A INTENSIDADE DE DESFOLHA E
INTERVALO DE DESCANSO
Autora: Erica Regina Rodrigues
Orientador: Prof. Dr. Júlio César Damasceno
Dissertação apresentada, como parte das
exigências para obtenção do título de
MESTRE EM ZOOTECNIA, no Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia da
Universidade Estadual de Maringá - Área
de Concentração Pastagens e Forragicultura
MARINGÁ
Estado do Paraná
Janeiro - 2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CAPIM
TANZÂNIA (Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia-1) EM
RESPOSTA A INTENSIDADE DE DESFOLHA E
INTERVALO DE DESCANSO
Autora: Erica Regina Rodrigues
Orientador: Prof. Dr. Júlio César Damasceno
Dissertação apresentada, como parte das
exigências para obtenção do título de
MESTRE EM ZOOTECNIA, no Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia da
Universidade Estadual de Maringá - Área
de Concentração Pastagens e Forragicultura
MARINGÁ
Estado do Paraná
Janeiro - 2007
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ii
Prece da Sabedoria
"Concedei-me Senhor...
Serenidade:
para aceitar as coisas
que não possso modificar;
Coragem:
para modificar
aquelas que posso,
E Sabedoria:
para distinguir
uma das outras"
Autor Desconhecido
iii
Ao
meu pai, Carlos, e à minha mãe, Edna,
pelo incentivo e apoio, sobretudo
nos momentos mais críticos.
Ao
meu marido, Ricardo, pelo estímulo
para me ajudar a concretizar este sonho,
compreensão e paciência incondicionais.
Ao
meu filho, Arthur, por sempre
me dar forças para seguir em frente.
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Maringá, por ter-me possibilitado desenvolver este trabalho.
Ao Prof. Dr. Júlio César Damasceno, pela dedicada orientação, ensinamentos, estímulo,
amizade, e sobretudo por acreditar em mim quando eu mesma já duvidava.
Ao Departamento de Zootecnia, UEM, em especial aos Prof. Ulysses Cecato, Clóvis
Cabrera Jobim e Claudete Regina Alcalde, que contribuíram não só para a minha formação
profissional como pessoal.
Aos colegas de curso Nelson Fukumoto, Lauri Roehsig, Nelson Lopera, Angela Poveda,
Sandra Galbeiro, Fernanda Granzotto, Ricardo Kazama, Alexandre Lenzi, Andréia Fróes,
Elisa Osmari, Valter Bumbieris, Lívia Macedo, Ana Carolina Monteiro, Daniele Silva e
Maximiliane Zambom, pela amizade e apoio, principalmente nos momentos de apuro.
Aos funcionários do Setor de Bovinocultura Leiteira da Fazenda Experimental de Iguatemi
Toninho e Vicente, pelo companheirismo na condução do experimento.
Aos alunos de graduação em Zootecnia Domenico Salles Rocha de Arruda, José Luís
Soriani Filho e Renato Garcia Santos Jr., pela determinação, responsabilidade e ajuda
inestimável na condução do experimento e coleta de dados.
Aos funcionários do Programa de Pós-graduação em Zootecnia Denílson dos Santos
Vicentin e Waldirene Rossi, pelo constante auxílio e esclarecimento de dúvidas.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
v
BIOGRAFIA DA AUTORA
ERICA REGINA RODRIGUES, filha de Antonio Carlos dos Santos Rodrigues e
Edna Santina Quaglio Rodrigues, nasceu em Campinas, São Paulo, no dia 20 de junho de
1980.
Em dezembro de 2002, concluiu o curso de Engenharia Agronômica pela Escola
Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", pertencente a Universidade de São Paulo.
Em fevereiro de 2004, iniciou o Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, em
nível de Mestrado, área de concentração Pastagens e Forragicultura, na Universidade
Estadual de Maringá, realizando estudos na área de manejo de pastagens tropicais.
Em 16 de janeiro de 2007, submeteu-se à banca para defesa da Dissertação.
vi
ÍNDICE
Página
LISTA DE TABELAS................................................................................................ vii
LISTA DE FIGURAS................................................................................................. viii
RESUMO ................................................................................................................... ix
ABSTRACT................................................................................................................ x
INTRODUÇÃO GERAL............................................................................................ 1
LITERATURA CITADA............................................................................................ 7
OBJETIVOS GERAIS................................................................................................ 9
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CAPIM TANZÂNIA (Panicum
maximum Jacq. cv. Tanzânia-1) EM RESPOSTA A INTENSIDADE DE
DESFOLHA E INTERVALO DE DESCANSO
10
RESUMO.................................................................................................................... 10
ABSTRACT................................................................................................................ 11
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 12
MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................ 15
RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 19
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 27
LITERATURA CITADA............................................................................................ 28
vii
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 - Análise de solo da área experimental..................................................................16
Tabela 2 - Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da oferta de massa de
forragem (y) do capim Tanzânia em função da intensidade de desfolha e
intervalo de descanso (x) para duas estações do ano..........................................19
Tabela 3 - Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da altura do pasto (y)
do capim Tanzânia em função da intensidade de desfolha e intervalo de
descanso (x) para duas estações do ano..............................................................21
Tabela 4 - Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da altura máxima do
pasto (y) do capim Tanzânia em função da intensidade de desfolha (ID) e
intervalo de descanso (ID) para duas estações do ano.......................................22
Tabela 5 - Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da porcentagem dos
componentes morfológicos (y) do capim Tanzânia em função da intensidade de
desfolha e intrevalo de descanso (x) para duas estações do ano........................23
Tabela 6 - Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da altura do horizonte
a ser pastejado e do número de estratos de pastejo (y) do capim Tanzânia em
função da intensidade de desfolha e intervalo de descanso (x) para duas
estações do ano...................................................................................................24
Tabela 7. Oferta de folha, colmo e material morto (MM), em kg MS/ha, e relação folha:
colmo do capim Tanzânia no horizonte de pastejo para duas estações do
ano......................................................................................................................26
viii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 - Temperatura (máxima e mínima) e precipitação média mensal durante o período
experimental.......................................................................................................15
Figura 2 - Acúmulo líquido de matéria seca (kg MS/ha) em função da época do ano........20
Figura 3 - Distribuição horizontal do dossel forrageiro (%) em função da época do ano....23
ix
RESUMO
O objetivo do trabalho foi avaliar as combinações de intensidade e frequência de desfolha
sobre algumas características estruturais e produção de forragem do capim Tanzânia
(Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia-1). Os dados foram coletados na Fazenda
Experimental de Iguatemi, pertencente à Universidade Estadual de Maringá, entre
Fevereiro e Junho de 2004. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos
completos casualizados com quatro repetições, sendo os tratamentos arranjados em um
esquema fatorial 3 x 3: três intensidades de desfolha, definidas pela altura do resíduo pós-
pastejo (25, 50 e 75 cm) e três intervalos de descanso, determinadas pelo período entre
desfolhas sucessivas (2, 4 e 6 semanas), de forma a simular um sistema de pastejo
rotacionado. A interação intervalo de descanso x intensidade de desfolha foi significativa
(P<0,05) apenas para altura do pasto no momento da entrada dos animais, apresentando
respostas quadráticas e lineares. As demais variáveis estudadas (massa, acúmulo líquido e
taxa de acúmulo líquido de forragem, distribuição horizontal e vertical dos componentes
morfológicos - porcentagem de folhas, colmo, material morto e inflorescência) se
mostraram mais sensíveis ao intervalo de descanso do que à intensidade de desfolha. A
intensidade de desfolha afetou significativamente a composição morfológica dos estratos
inferiores do dossel forrageiro, tendo os superiores respondido de forma mais consistente
ao intervalo de descanso. Em virtude do elevado coeficiente de variação apresentado pelas
variáveis estudadas, mais estudos são necessários para fins de modelagem matemática e
consequente estabelecimento de curvas de resposta representativas que possam auxiliar na
tomada de decisão quanto ao manejo do pasto.
Palavras-chave: capim Tanzânia, intervalo de descanso, intensidade de desfolha, regressão
polinomial.
x
ABSTRACT
The aim of this trial was evaluate the effect of defoliation intensity and frequency
combinations over some structural traits and forrage production of Tanzânia grass
(Panicum maximum Jacq.). The trial was carried out at the experimental farm of Maringá
State University in Iguatemi, Paraná State, from February to June, 2004. A complete
randomized block design with four replications was performed, in a 3 x 3 factorial
arrangement: three defoliation intensities, defined by post grazed stubble height (25, 50
and 75 cm) and three defoliation frequencies, determined by the interval between grazing
periods (2, 4 and 6 weeks), in order to obtain a simulation of intermitent grazing.
Frequency x intensity interaction was significant (P<0.05) just for sward height before
grazing, once it provided quadratic and linear models. The other studied variables (forrage
mass, liquid accumulation and accumulation rate, horizontal and vertical distribution of
sward morphological components - leaf, stem, dead material and reproductive stems) were
more affected by frequency than intensity of defoliation. Defoliation intensity significantly
influenced the morphological composition of sward lower layers, while the upper layers
seemed to be more consistently influenced by defoliation frequency. Due to the great
values of variation coefficient presented by variables in this study, more experiments in
that area are required for mathematical modelling and the consequent establishment of
representative models that might help grazing management.
Keywords: frequency of defoliation, intensity of defoliation, polinomial regression,
Tanzânia grass.
1
INTRODUÇÃO GERAL
A importância das plantas forrageiras na produção de bovinos no Brasil é
inquestionável. Estima-se que 75% da superfície utilizada pela agricultura seja ocupada por
pastagens, o que corresponde a aproximadamente 20% da área total do país (Faria et al.,
1996). Na Região Norte do Estado do Paraná, Pellini (1996) ressaltou que, de 1960 a 1985,
a área ocupada por pastagens passou de 12 para 57%, com aumento significativo na
introdução de pastos cultivados impulsionada pela integração lavoura-pecuária. Isso se
deve ao fato de que a produção animal baseada no uso racional de pastagens apresenta
vantagens econômicas sobre o confinamento: quando manejadas e utilizadas respeitando-
se suas características fisiológicas e exigências climáticas e de fertilidade do solo, essas
pastagens mantêm-se produtivas por muito tempo.
Na busca por tecnologias compatíveis à realidade do Norte Paranaense, tem-se
verificado a expansão no uso de cultivares do gênero Panicum, principalmente Tanzânia-1
e Mombaça. Panicum maximum Jacq. sempre despertou muito interesse dos pesquisadores
e produtores em função da sua elevada adaptabilidade e produtividade. A partir da década
de 1960, vários acessos foram colhidos em diversos países e grandes coleções foram
avaliadas. Graças a um convênio entre o Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte
(EMBRAPA-CNPGC) e o Institut Français de Recherche Scientifique pour le
Développment em Coopération (ORSTOM), foi feito um programa de melhoramento
genético da espécie que culminou com o lançamento, em 1990, do cultivar Tanzânia-1 e,
três anos depois, do cultivar Mombaça (Jank, 1995).
As plantas do gênero Panicum pertencem à família das gramíneas, tribo Paniceae,
que possui cerca de 81 gêneros e mais de 1460 espécies. Encontram-se distribuídas em
uma ampla faixa do globo terrestre, desde 40º S até 50º N, com predominância na zona
equatorial úmida (20º N a 20º S), abrangendo regiões da África, Américas Central e do Sul,
norte da Austrália, Índia, sudeste da Ásia e algumas ilhas no Oceano Pacífico, numa
altitude de até 2000 m (Rocha, 1991).
A pluviosidade parece ser mais importante que o fator temperatura na distribuição
da tribo Paniceae nas regiões tropicais e subtropicais de baixas latitudes, onde as plantas
possuem grande adaptabilidade. Nestas áreas, os índices pluviométricos anuais são acima
de 760 mm, e as plantas do gênero Panicum crescem bem quando este valor se aproxima
de 1300 mm. Em temperaturas acima da ótima, que é de cerca de 35ºC, o capim Tanzânia
2
passa a apresentar sintomas de estresse térmico, com redução na taxa de fotossíntese
líquida (Mello, 2002).
Da Silva (1995) destacou que as plantas do gênero são susceptíveis a geadas,
embora possam se estabelecer em localidades com até 2.000 m de altitude acima do nível
do mar. Adaptadas às regiões subtropicais, são plantas de metabolismo C
4
em relação à via
de fixação de CO
2
, logo requerem níveis de radiação solar da ordem de 300 cal/cm2/dia e
apresentam redução na taxa fotossintética quando submetidas a temperaturas menores que
15ºC.
Jank (1995) descreveu P. maximum como um planta de dia curto quantitativa, pois
não responde ao fotoperiodismo. A floração se concentra num curto período de tempo (30
dias), e a produção de sementes é da ordem de 140 kg/ha. Por apresentarem
susceptibilidade a doenças nas espiguetas, o cultivo visando a produção de sementes é
impossibilitado em regiões com elevada umidade e temperatura.
No Paraná, as áreas mais recomendadas para o plantio de gramíneas do gênero são
as regiões Noroeste, Norte e Norte Pioneiro. O capim Tanzânia se destaca por apresentar
porte médio (até 1,80 m de altura), boa relação folha/colmo e elevada produção de matéria
seca total e de folhas (21.600 e 17.000 kg/ha/ano, respectivamente), além de bom valor
nutritivo (em média, 13% de proteína bruta e 65% de digestibilidade in vitro) (Cecato et
al., 2002). Por apresentarem resistência à cigarrinha-das-pastagens e serem exigentes em
fertilidade do solo (saturação de bases entre 50 e 60%), atualmente tem-se recomendado o
uso de P. maximum em sistemas de integração lavoura-pecuária a fim de melhor aproveitar
solos pobres, como os da região do Arenito Caiuá, ao norte do Estado (Vieira e Kichel,
1995).
Contudo, a simples mudança de uma espécie forrageira por outra tem se mostrado
pouco útil como única ferramenta visando o aumento do desempenho animal, uma vez que
existe uma interatividade muito grande entre os componentes da interface
solo:planta:animal, todos inseridos dentro de um contexto climático (Da Silva e Sbrissia,
2000). Dessa forma, Hodgson (1990) afirmou que o manejo de pastagens deve levar em
consideração não apenas o potencial da planta forrageira em transformar energia solar e
nutrientes minerais provenientes do solo em matéria verde, mas também o consumo por
parte dos animais e, por fim, a conversão em produto animal.
Diversos estudos têm sido realizados de forma a permitir que se estabeleçam
modelos de predição de consumo, embora a dificuldade de modelagem seja devido aos
inúmeros fatores que afetam o consumo animal, o que torna difícil padronizar o
3
comportamento ingestivo, sobretudo de animais ruminantes (Van Soest, 1994). Portanto,
cada vez mais tem-se concentrado esforços em dimensionar a forma com que a forragem se
apresenta disponível para o consumo animal, ou seja, a estrutura da pastagem, uma vez que
esta é responsável pela quantidade dos nutrientes ingeridos no pastejo (Carvalho et al.,
2001).
Laca e Lemaire (2000) definiram estrutura da pastagem como a distribuição e o
arranjo da parte aérea das plantas em uma comunidade. A estrutura do pasto é o resultado
de dois processos conflitantes: o pastejo e o crescimento das plantas forrageiras.
Estratégias de manejo do pastejo visam manter uma estrutura de dossel na qual a somatória
das eficiências dos processos de produção, envolvendo crescimento, utilização e
conversão, seja otimizada conforme os objetivos específicos de cada sistema de produção
(Da Silva e Corsi, 2003).
O efeito funcional clássico da estrutura da pastagem sobre a ingestão de forragem
por animais em pastejo é o aumento do consumo à medida que se aumenta a quantidade de
forragem presente na pastagem até um ponto de estabilização, descrevendo assim uma
função assintótica. Diferentes níveis de ingestão podem ser atingidos numa mesma
quantidade de massa de forragem disponível, uma vez que são inúmeras as combinações
entre altura (distribuição vertical) e densidade (distribuição horizontal) que o dossel
forrageiro pode assumir (Carvalho et al., 2001).
O consumo animal é o produto do tempo gasto no pastejo, a média dos bocados
enquanto pastejando e o peso da forragem apreendida por bocado. A altura da pastagem
parece ser o melhor prognóstico do tamanho do bocado, uma vez que representa a
quantidade de biomassa disponível (Combs, 2001). Sendo assim, a altura das plantas é uma
característica importante na seleção de dietas, uma vez que potencializa a profundidade do
bocado e, consequentemente, o tamanho deste.
Já a estrutura horizontal das pastagens é criada pelo animal com o passar do tempo,
onde alguns locais da pastagem apresentam uma frequência de pastejo maior que outros
(Stuth, 1991, citado por Carvalho et al., 2001). O manejo do pastejo, portanto,
caracterizado pela freqüência e intensidade de desfolhação, e época de pastejo, modifica a
relação da comunidade de plantas forrageiras com o ambiente. Por sua vez, as plantas, para
se adaptarem às condições de pastejo, modificam sua forma e função (Lemaire e Chapman,
1996), alterando a estrutura do dossel e interferindo no processo de pastejo pelos animais.
Ainda segundo os mesmo autores, as características estruturais de uma pastagem,
tais como comprimento da lâmina foliar, densidade de perfilhos e número de folhas vivas
4
por perfilho, estão altamente relacionadas com variáveis ditas morfogenéticas (duração de
vida das folhas, taxa de aparecimento das folhas e taxa de expansão das folhas). Em última
análise, são estas variáveis estruturais que caracterizam a apresentação espacial da
forragem ao animal em pastejo, lembrando-se que o fator climático afeta fortemente as
característica morfogenéticas.
Buxton e Fales (1994) ressaltaram que, apesar da maturidade exercer maior efeito
sobre a qualidade da forragem, são os fatores climáticos que provocam variações
qualitativas, com destaque para a influência da temperatura. Altas temperaturas promovem
aumento na concentração da fração indigestível da parede celular, levando à diminuição da
digestibilidade. Juntando-se a isso o fato de que os animais colhem a pastagem por
estratos, com preferência lógica para os superiores em virtude da melhor qualidade, tem-se
que em pastagens tropicais baseadas em espécies C
4
uma gama muito maior de variações
estruturais no dossel forrageiro, levando a pastagens extremamente heterogêneas na
distribuição espacial.
Assim, os sistemas de produção animal em pastagens são compostos por
subsistemas que interagem entre si e, em níveis maiores, integram sistemas globais de
produção animal. Modelos de produção animal em pastagens seriam compostos pelos
seguintes subsistemas: subsistema solo; interface solo:planta; subsistema planta; interface
planta:animal; subsistema animal. Todos estes sofreriam ações de outros dois importantes
subsistemas: clima e manejo (Rickert et al., 2000). Portanto, o completo entendimento de
sistemas de produção animal em pastagens deve, necessariamente, passar pelo
desenvolvimento de pesquisas em todos estes subsistemas. O desempenho de uma dada
espécie em suportar a produção animal depende de fatores intrínsecos da própria planta e
da interação desta com o meio ambiente. Dentre vários fatores ambientais, destacam-se:
regime hídrico, radiação solar, temperatura do ar, nutrição mineral e regime de desfolha
(Lemaire e Chapman, 1996).
Conhecer o comportamento animal é imprescindível, pois este assume papel de
extrema relevância nos estudos da interface planta:animal, principalmente no que diz
respeito à estrutura da pastagem. Assim, é desejável que se respeite fatores intrínsecos e
extrínsicos da pastagem, como potencial genético, condições climáticas e seu manejo,
considerados elementos integrantes de um sistema complexo e dinâmico que leva à
obtenção do desempenho satisfatório do animal (Maraschin, 1994).
De uma maneira simples, pode-se imaginar a ação do animal sobre as plantas como
sendo o resultado de combinações de intensidade e freqüência de desfolha. Dentre as
5
inúmeras possibilidades de combinação, haverá aquelas que favorecerão a persistência das
plantas, mas pouco interessantes aos animais, e outras que favoreceriam aos animais, mas
seriam inadequadas às plantas; ou ainda outras inadequadas para ambos e favoráveis aos
objetivos de maximização da produtividade animal sustentável em pastagens (Lemaire e
Chapman, 1996).
Para utilizar de forma mais eficiente a luz sob condições variadas de manejo
(freqüências e intensidades de desfolhação), as plantas modificam a intensidade e a
velocidade dos processos morfogênicos resultando, conseqüentemente, em mudanças nas
características estruturais do dossel. A inter-relação entre as características morfogênicas e
estruturais do dossel otimiza a superfície captadora de luz, arranjando-a da forma mais
eficiente possível dentro das limitações impostas pelas práticas de manejo empregadas
(Lemaire e Chapman, 1996; Lemaire, 2001; Nabinger e Pontes, 2001). Dessa forma, as
plantas utilizam esse mecanismo de longo prazo como estratégia de escape ao pastejo,
reduzindo também a acessibilidade das folhas e pontos de crescimento à decapitação e
tornando-se, assim, mais tolerantes (Briske, 1996). Portanto, estratégias eficientes de
manejo do pastejo devem explorar a plasticidade fenotípica das diferentes espécies de
gramíneas e leguminosas por meio de combinações orientadas entre freqüência,
intensidade e época de desfolhação dos pastos.
A adoção de avaliações estruturais de plantas forrageiras, utilizando animais em
pastejo como ferramentas de corte, é indispensável para a obtenção de resultados
representativos das condições do sistema de produção. A desfolha, pisoteio, reciclagem de
nutrientes, compactação do solo e seletividade no pastejo realizadas pelos animais impõem
às pastagens variáveis impossíveis de serem simuladas em um corte mecânico (Rodrigues e
Reis, 1995).
Segundo Bernardes (1999), a modelagem matemática constitui-se numa descrição
simplificada de sistemas reais através da integração de conhecimentos em diferentes
disciplinas com o intuito de sintetizar, apresentar e analisar diversos aspectos inerentes à
produção agrícola, incluindo fatores relativos à produção e às interações entre as culturas e
o meio ambiente, permitindo a previsão do comportamento do sistema. Nesse sentido,
pode-se então melhor planejar e de fato racionalizar a atividade agropecuária como um
todo, uma vez que torna-se possível otimizar o uso de insumos e demais recursos
produtivos.
Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo estabelecer modelos de resposta
da pastagem quando submetida a diferentes estratégias de manejo, simulando-se pastejo
6
rotacionado através de combinações de intensidades (determinadas pela altura do resíduo
pós-pastejo) e frequência (determinadas por intervalo de tempo entre ciclos de pastejo) de
desfolha sobre características estruturais do capim Tanzânia (Panicum maximum Jacq. cv.
Tanzânia-1).
7
LITERATURA CITADA
BERNARDES, M.S. Modelagem matemática aplicada à agricultura. São Paulo: Argos,
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Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 1995. p.147-196.
9
OBJETIVOS GERAIS
Avaliar diferentes estratégias de manejo do pasto sobre:
a) estrutura do dossel forrageiro, tendo como base sua distribuição vertical (altura e
estratos de pastejo) e horizontal (composição morfológica);
b) produção e acúmulo de massa de forragem.
Observar a resposta de pastagens de Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia-1
mantidas sob diferentes combinações de regime de pastejo intermitente, simulando-se
sistemas de exploração pecuária característicos da região Norte Paranaense, de forma a
obter dados passíveis de serem utililzados para fins de modelagem matemática.
10
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CAPIM TANZÂNIA
(Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia-1) EM RESPOSTA A
INTENSIDADE DE DESFOLHA E INTERVALO DE DESCANSO
RESUMO
O objetivo do trabalho foi avaliar as combinações de intensidade e frequência de desfolha
sobre algumas características estruturais e produção de forragem do capim Tanzânia
(Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia-1). Os dados foram coletados na Fazenda
Experimental de Iguatemi, pertencente à Universidade Estadual de Maringá, entre
Fevereiro e Junho de 2004. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos
completos casualizados com quatro repetições, sendo os tratamentos arranjados em um
esquema fatorial 3 x 3: três intensidades de desfolha, definidas pela altura do resíduo pós-
pastejo (25, 50 e 75 cm) e três intervalos de descanso, determinadas pelo período entre
desfolhas sucessivas (2, 4 e 6 semanas), de forma a simular um sistema de pastejo
rotacionado. A interação intervalo de descanso x intensidade de desfolha foi significativa
(P<0,05) apenas para altura do pasto no momento da entrada dos animais, apresentando
respostas quadráticas e lineares. As demais variáveis estudadas (massa, acúmulo líquido e
taxa de acúmulo líquido de forragem, distribuição horizontal e vertical dos componentes
morfológicos - porcentagem de folhas, colmo, material morto e inflorescência) se
mostraram mais sensíveis ao intervalo de descanso do que à intensidade de desfolha. A
intensidade de desfolha afetou significativamente a composição morfológica dos estratos
inferiores do dossel forrageiro, tendo os superiores respondido de forma mais consistente
ao intervalo de descanso. Em virtude do elevado coeficiente de variação apresentado pelas
variáveis estudadas, mais estudos são necessários para fins de modelagem matemática e
consequente estabelecimento de curvas de resposta representativas que possam auxiliar na
tomada de decisão quanto ao manejo do pasto.
Palavras-chave: capim Tanzânia, intervalo de descanso, intensidade de desfolha, regressão
polinomial.
11
STRUCTURAL TRAITS OF TANZÂNIA GRASS (Panicum maximum
Jacq. cv. Tanzânia-1) SUBMITTED TO COMBINATIONS OF
DEFOLIATION INTENSITY AND FREQUENCY
ABSTRACT
The aim of this trial was evaluate the effect of defoliation intensity and frequency
combinations over some structural traits and forrage production of Tanzânia grass
(Panicum maximum Jacq.). The trial was carried out at the experimental farm of Maringá
State University in Iguatemi, Paraná State, from February to June, 2004. A complete
randomized block design with four replications was performed, in a 3 x 3 factorial
arrangement: three defoliation intensities, defined by post grazed stubble height (25, 50
and 75 cm) and three defoliation frequencies, determined by the interval between grazing
periods (2, 4 and 6 weeks), in order to obtain a simulation of intermitent grazing.
Frequency x intensity interaction was significant (P<0.05) just for sward height before
grazing, once it provided quadratic and linear models. The other studied variables (forrage
mass, liquid accumulation and accumulation rate, horizontal and vertical distribution of
sward morphological components - leaf, stem, dead material and reproductive stems) were
more affected by frequency than intensity of defoliation. Defoliation intensity significantly
influenced the morphological composition of sward lower layers, while the upper layers
seemed to be more consistently influenced by defoliation frequency. Due to the great
values of variation coefficient presented by variables in this study, more experiments in
that area are required for mathematical modelling and the consequent establishment of
representative models that might help grazing management.
Keywords: frequency of defoliation, intensity of defoliation, polinomial regression,
Tanzânia grass.
12
INTRODUÇÃO
O manejo de pastagens visa proporcionar rebrota vigorosa, favorecer a perenidade
do pasto, obter elevada produção de matéria seca de boa qualidade, sincronizar
disponibilidade e necessidade de forragem, e atingir elevado nível de aproveitamento da
forragem produzida, reduzindo as perdas por senescência e aumentando a eficiência de
colheita. Além disso, nos últimos anos vem aumentando a preocupação com a
sustentabilidade do sistema e do meio ambiente. A importância relativa de cada um destes
objetivos vai depender do sistema de produção e do contexto em que este está inserido
(Santos et al., 2004)
A literatura científica evidencia a grande magnitude de respostas das plantas
segundo o manejo de desfolha adotado (Lemaire e Chapman, 1996; Nabinger e Pontes,
2001; Da Silva e Sbrissia, 2000). Respostas de curto prazo são as observadas em nível da
unidade morfológica da planta, perfilhos no caso de gramíneas, e que refletem na
atividade fotossintética e distribuição de fotoassimilados na planta. No entanto, respostas
de longo prazo são aquelas inerentes à comunidade de plantas ou conjunto de perfilhos,
relacionadas à adaptação das plantas para reduzir a probabilidade de desfolha e buscar a
melhor estratégia de competição pelos recursos disponíveis.
Em comunidades de plantas pastejadas há equilíbrio entre crescimento,
senescência e consumo pelos animais. Assim, se em dado momento o consumo for
superior ao crescimento, modificações deverão ocorrer para que um novo equilíbrio se
estabeleça. Normalmente, há redução na quantidade de forragem produzida, alterações
morfológicas na planta e na densidade populacional, resultando em redução na quantidade
removida pelo animal. Em situação contrária, o excesso de crescimento frente às
quantidades removidas pelos animais fará com que ocorram perdas de forragem pelo
processo de senescência, em que o acumulo líquido de forragem tenderá a zero (Parsons et
al., 1988).
A relação entre a quantidade consumida pelo animal e a quantidade produzida pelas
plantas é definida como eficiência de utilização da pastagem. Assim, práticas de manejo
que resultem na remoção da forragem pelo animal no momento em que a taxa média de
acúmulo de forragem verde é máxima e, portanto, a senescência é mínima, maximizarão a
eficiência de utilização da pastagem (Lemaire e Chapman, 1996).
13
Há evidências de que o momento ótimo de colheita da forragem pelo animal varia
segundo a intensidade de desfolha. Quanto menor a intensidade de desfolha, menor seria o
intervalo de tempo entre desfolhas sucessivas (Parsons et al., 1988). Isto faz com sejam
necessários estudos de combinações de intensidade e freqüência de desfolha a fim de
melhor situar o ponto ótimo de colheita.
Além de causar impactos sobre as plantas, o padrão de desfolha tem grande
influência no desempenho animal. São evidentes os efeitos da distribuição espacial dos
itens pastejados pelos animais sobre a quantidade de nutrientes consumidos (Carvalho et
al., 2001). Diferente da condição de confinamento, em que os principais limitantes do
consumo de nutrientes são fatores ligados à demanda pelo animal e qualidade nutritiva dos
alimentos, em pastagens há importante desafio a ser suplantado: a colheita de forragem
pelo animal. Trata-se de processo complexo, que demanda tempo e energia pelo animal, e
muito afetado pelas condições do relvado. Há evidências de que tanto atributos físicos
(distribuição vertical e horizontal dos componentes da pastagem, heterogeneidade da
composição botânica, energia de ruptura no processo de colheita) quanto qualitativos
(energia disponível e quantidade e qualidade da proteína) têm importante papel no controle
do consumo de nutrientes pelos animais em pastagem (Dove, 1996; Laca e Deement, 1996;
Ungar, 1996; Carvalho et al. 2001).
Com relação o manejo da planta sob pastejo, Aguiar (2000) relatou que para
gramíneas do gênero Panicum, valores de massa seca residual entre 1500 e 2500 kg/ha são
suficientes para um desempenho animal satisfatório, sem que haja comprometimento da
capacidade de rebrota da planta. Em termos de oferta de forragem, Barbosa et al. (2000)
concluíram que pastagens de Tanzânia não fertilizadas devem ser manejadas de forma a
ofertar de 7 a 11% do peso vivo para altos desempenhos individuais.
As recomendações sobre frequência de desfolha a ser praticada em pastagens de
capim Tanzânia não estão bem estabelecidas. O intervalo entre desfolhas sucessivas, em
pastagens adubadas com níveis moderados a elevados de insumos (100 a 500 Kg de
N/ha/ano), deve ser ao redor de 35 dias no verão (Cecato et al., 1994, Santos et al., 1999),
sendo desejável que a frequência de desfolha seja elevada para 28 dias na época de
florescimento do capim, em abril/maio (Santos et al., 1999).
Evitar desfolhas intensas é particularmente importante em pastagens de P.
maximum, que concentram maiores proporções de área foliar nas regiões intermediária e
superior da cobertura vegetal (Martha Júnior, 2003). Desse modo, essas plantas não são
capazes de maximizar a interceptação luminosa depois de desfolhas muito intensas, em
14
razão do baixo índice de área foliar, geralmente inferior a 1,0, observado nessas condições
(Mello, 2002). Assim, estudos sugerem que alturas de corte variando entre 20 e 60 cm em
pastagens não irrigadas sejam adequadas para o capim Tanzânia (Canto et al., 2001,
Cecato et al., 2000). Sob lotação contínua, o manejo do capim Tanzânia deve situar-se
entre 40 e 60 cm (Cecato et al., 2002).
Segundo Corsi e Santos (1995), na prática há pouco conhecimento técnico sobre P.
maximum, uma vez que muitos extensionistas e pecuaristas esperam por uma produção
constante de forragem durante o ano, visto o excepcional potencial produtivo da espécie.
Contudo, P. maximum apresenta elevada estacionalidade de produção, uma vez que
somente 10% da produção anual é obtida durante o inverno (diga-se estação seca). Assim,
sua exploração intensiva no verão contribui para que maior parte da propriedade seja
utilizada para produção de alimentos a serem consumidos no inverno.
Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo estabelecer modelos de resposta
da pastagem quando submetida a diferentes estratégias de manejo, simulando-se pastejo
rotacionado através de combinações de intensidades (determinadas pela altura do resíduo
pós-pastejo) e frequência (determinadas por intervalo de tempo entre ciclos de pastejo) de
desfolha sobre características estruturais do capim Tanzânia (Panicum maximum Jacq. cv.
Tanzânia-1).
15
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Leite da Fazenda
Experimental de Iguatemi, pertencente a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e
localizada no distrito de Iguatemi, Noroeste do Estado do Paraná. Encontra-se numa
latitude de 23º 25' S, 51º 57' O de longitude e a cerca de 550 metros de altitude. O solo é
classificado como latossolo vermelho escuro distrófico (EMBRAPA, 1999) e o clima,
subtropical úmido, mesotérmico, com verões quentes e geadas pouco frequentes, com
chuvas concentradas no verão (Cfa) (Corrêa, 1996). Os dados meteorológicos referentes ao
período experimental são ilustrados na Figura 1.
0
8
16
24
32
Fevereiro Março Abril Maio Junho
Temperatura (°C)
0
80
160
240
320
Precipitação (mm)
Temperatura máxima Temperatura mínima Precipitação (mm)
Figura 1. Temperatura (máxima e mínima) e precipitação média mensal durante o período
experimental
Fonte: Laboratório de Sementes - Fazenda Experimental de Iguatemi (ano de 2004).
O capim Tanzânia (Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia-1) foi estabelecido em
janeiro de 2002 numa área de aproximadamente 2,7 ha, porém apenas 1,0 ha foi utilizado
na condução do experimento. Os resultados da análise do solo procedida em novembro de
2003 pelo Laboratório de Solos do Departamento de Agronomia da UEM são apresentados
na Tabela 1. Como a saturação de bases encontrava-se próxima ao valor preconizado por
técnicos do Centro Nacional de Pesquisas em Gado de Corte (EMBRAPA-CNPGC), entre
45 e 50%, o pH era adequado e a quantidade de alumínio trocável no solo era
insignificante, não foi feita calagem ou nenhuma outra adubação de correção, visto que os
valores de fósforo e potássio no solo também eram satisfatórios. Foram feitas, contudo,
16
duas aplicações de nitrogênio na forma de uréia, na dosagem de 50 kg de N por hectare,
sendo a primeira realizada em Novembro de 2003, quando as alturas de tratamento foram
estabelecidas, bem como o treinamento dos animais, e a segunda em Abril de 2004.
Tabela 1. Análise de solo da área experimental.
Profun
didade
pH cmolc dm-3 mg
dm-3
g dm-
3
%
CaCl
2
H
2
O Al+++ H++Al+++ Ca+++Mg++ Ca++ K+ SB CTC P C V
0-10 cm 4,8 5,7 0 2,54 1,88 1,3 0,1 2 4,5 14 6,38 44
0-20 cm 4,9 5,7 0 2,36 1,9 1,2 0,1 2 4,3 8 5,19 45
Fonte: Laboratório de Solos do Departamento de Agronomia da UEM (ano de 2003).
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos completos casualizados, com
quatro repetições. Os tratamentos consistiram de combinações de intensidade e freqüência
de pastejo, em arranjo fatorial 3 x 3 (3 intensidades e 3 freqüências), totalizando 36
unidades experimentais. As intensidades de desfolhas eram representadas pelas alturas
residuais pós-pastejo (25, 50 e 75 cm) e as freqüências, intervalos entre duas desfolhas
sucessivas (2, 4 e 6 semanas), o que foi denominado intervalo de descanso.
Cada unidade experimental possuía cerca de 35 m
2
no formato de uma
circunferência, cujo raio correspondia ao comprimento da corda pela qual o animal era
contido, com o auxílio de um cabresto, a um palanque a fim de pastejar a área. No geral, o
comprimento da corda era de 3 m, logo a circunferência tinha cerca de 6 m de diâmetro.
Foram treinados 22 novilhos da raça holandesa (peso médio 320+20 kg, idade média 24
meses) durante três meses para que os animais se adaptassem a essa forma de pastejo. Foi
também durante esse período que se estabeleceram as combinações dos tratamentos
avaliados.
O momento da entrada e saída dos animais nos piquetes era em função dos
tratamentos avaliados, sendo os animais alocados aleatoriamente a cada unidade
experimental. O pastejo era feito pela manhã, com os animais mantidos estabulados e em
jejum desde a noite anterior, sendo estes então retirados quando atingida a altura de resíduo
desejada, o que era constantemente monitorado com réguas graduadas. No geral, o pastejo
demorava cerca de três horas.
A equipe de trabalho foi previamente treinada para a coleta de dados. No total,
cerca de oito alunos de graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá
17
auxiliaram na condução do experimento, sobretudo nos dias em que as unidades
experimentais eram submetidas ao pastejo pelos animais.
O período experimental foi dividido em duas estações: verão, que teve início em 28
de fevereiro de 2004 e foi finalizado em 16 de abril de 2004, e outono, iniciado em 29 de
abril de 2004 e finalizado em 11 de junho de 2004. Para cada um dos períodos
determinados, foram feitas as seguintes avaliações:
1) Massa, acúmulo e taxa de acúmulo da forragem: foram coletadas quatro
amostras (0,50 x 0,50 cm) de forragem por piquete na ocasião do pré e pós-pastejo,
deixando-se 5 cm de resíduo a fim de não prejudicar o estande do dossel. As amostras
foram pesadas para posterior secagem em estufa a 65° C por três dias, a fim de determinar
o teor de matéria seca (MS). A partir destas informações, foi possível calcular o acúmulo
de MS (MS pré-pastejo - MS pós-pastejo) e a taxa de acúmulo (acúmulo de MS/intervalo,
em dias, entre desfolhas sucessivas);
2) Composição morfológica e estratificação do horizonte de pastejo: uma amostra
da massa de forragem coletada no momento da entrada dos animais (pré-pastejo) foi
tomada para estratificação e separação morfológica (folha, colmo+inflorescência, material
morto e invasoras). A partir da altura do resíduo definida pelos tratamentos avaliados (25,
50 e 75 cm), os estratos do horizonte de pastejo foram divididos a cada 10 cm para
posterior separação e secagem dos componentes morfológicos em estufa. Essa
estratificação foi feita em laboratório, de forma a permitir uma divisão mais acurada dos
estratos de pastejo. Assim, foi possível calcular a relação folha/colmo e mensurar a
distribuição vertical do dossel forrageiro;
3) Altura e distribuição horizontal da pastagem: antes da entrada dos animais, foi
utilizada, em dois pontos de cada unidade experimental, uma estrutura quadrada de ferro
(98 x 98 cm), com barras reguláveis e marcas a cada 7 cm, totalizando 49 combinações de
pontos para avaliação. A cada ponto marcado, utilizava-se uma régua graduada que descia
do topo deste quadrado até tocar na primeira estrutura do pasto, quando então era realizada
a medição da altura, especificando-se a estrutura tocada (folha, colmo, inflorescência,
material morto, solo ou invasora). Portanto, em virtude do caráter tridimensional do
quadrado metálico, pode-se mensurar a estrutura vertical (altura) e horizontal (componente
morfológico tocado pela régua) a ser ofertada ao animal. A partir desses dados foi possível
estimar a quantidade dos diferentes componentes no horizonte de pastejo, como altura
máxima, média e mínima do dossel forrageiro no maomento de entrada dos animais, bem
como a altura do horizonte de pastejo.
18
Os dados foram então submetidos a teste de análise de variância e de regressão
polinomial através do programa estatístico SAEG - UFV (1993). As variáveis
independentes consideradas foram período (verão e outono), bloco, intensidade e
frequência de desfolha, além da interação intensidade x frequência. As variáveis
dependentes para os dados coletados foram: oferta de forragem no pré e pós-pastejo (kg
MS/ha), acúmulo de forragem (kg MS/ha); taxa de acúmulo (kg MS/ha/dia); altura média,
máxima e mínima (cm); distribuição horizontal de folhas, material morto, colmo,
inflorescência e solo (%), altura do horizonte de pastejo (definida pela diferença entre
altura média pré-pastejo e altura de resíduo do tratamento), número de horizontes de
pastejo (definido pela estratificação da altura do horizonte de pastejo a cada 10 cm) e
respectivas composições morfológicas (folha, colmo, material morto e relação
folha:colmo).
19
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diferentemente do que foi reportado por Marcelino et al. (2006), nenhuma das
variáveis referentes a produção de forragem, apenas as estruturais, sofreu efeito
significativo (P>0,05) da interação entre intensidade de desfolha e intervalo de descanso,
portanto isso não foi levado em consideração na análise de regressão linear, como mostram
as equações da Tabela 2. Esses autores atribuíram os resultados ao maior período entre as
desfolhações e, conseqüentemente, ao maior acúmulo de pseudocolmo. O aumento no
intervalo de desfolhações e na intensidade de corte proporcionou maiores quantidades de
pseudocolmo e material morto, refletindo a influência do período de descanso sobre o valor
nutritivo da forragem e indicando que, em alguns casos, os benefícios proporcionados pela
maior produção de massa forrageira podem ser reduzidos pelo maior acúmulo de material
morto e colmos, resultando em forragem de valor nutritivo inferior, além de maior perda de
forragem.
Barbosa (2004) reportou que os elevados valores de massa de forragem do capim
Tanzânia nos tratamentos com maior período de descanso (100% de interceptação
luminosa) não resultaram necessariamente em maior aproveitamento da forragem, pois
foram necessários maiores períodos de descanso, reduzindo o número de ciclos de pastejo
ao longo do período experimental. Além disso, ocasionaram alterações na estrutura do
dossel, caracterizadas por elevado alongamento de colmos e acúmulo de grande quantidade
de material morto. Logo, a frequência de desfolha é fator determinante de produção em
sistemas de manejo intensivo de pastagens.
A oferta de matéria seca no pós-pastejo não foi afetada pelo período do ano, logo as
equações ajustadas são representativas para as duas épocas de avaliação (Tabela 2). As
respostas foram crescentes e lineares, indicando que, à medida que se adota um pastejo
mais leniente, com maior intervalo entre desfolhas sucessivas e maior altura de resíduo
pós-pastejo, maior é a produção de forragem, com consequente redução na eficiência de
utilização. O mesmo não foi verificado para a oferta de matéria seca no pré-pastejo, uma
vez que houve efeito (P<0,05) da época, além do fato da resposta em função do intervalo
de descanso ter sido melhor ajustada num modelo quadrático decrescente, mostrando que a
produção de forragem atinge um ponto máximo, mas em seguida começa a cair devido à
redução da taxa fotossintética em virtude do sombreamento provocado pelas folhas na
20
superfície do dossel sobre as folhas basais, acelerando o processo de senescimento
(Hodgson, 1990).
Tabela 2. Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da oferta de massa de
forragem (y) do capim Tanzânia em função da intensidade de desfolha e
intervalo de descanso (x) para duas estações do ano
Oferta de Época Equação e coeficiente de determinação
forragem Intensidade de desfolha Intervalo de descanso
MS pós
(kg/ha)
Verão
Outono
y = 2.624,56 + 80,89 x
R
2
= 27,9
y = 3.032,5 + 909,11 x
R
2
= 22,55
MS pré
(kg/ha)
Verão y = 6.725,64 + 80,77 x
R
2
= 16,45
y = 757,26 + 4.745,66 x - 408,84 x
2
R
2
= 18,02
Outono y = 2.618,81 + 102,15 x
R
2
= 46,93
y = 11.648,9 - 3.460,42 x + 531,38 x
2
R
2
= 28,83
Taxa de
acúmulo
Verão 160,47* y = 285,67 - 31,31 x
R
2
= 10,47
(kg/ha/dia) Outono 66,10* y = 196,12 - 32,5 x
R
2
= 21,57
*Média (P<0,05)
A taxa de acúmulo sofreu efeito (P<0,05) do perído de coleta, mas apenas em
função do intervalo de descanso (Tabela 2). No entanto, o acúmulo líquido de matéria seca
foi significativo (P<0,05) em se tratando das diferentes estações de coleta, como sugere a
Figura 2. Há evidências de que esta variável se portou de forma mais sensível em relação a
frequência do que a intensidade de desfolha, repetindo o comportamento da taxa de
acúmulo. Embora Santos et al. (2004) não tenham observado efeito do intervalo de pastejo
sobre a taxa de acúmulo líquido de forragem para o capim Mombaça, os autores
verificaram comportamento semelhante ao descrito pelo capim Tanzânia neste
experimento, uma vez que o Mombaça apresentou menor taxa de acúmulo com o aumento
de período de descanso. Isso se deve ao fato de que plantas do gênero Panicum entram em
fase reprodutiva no início do outono (abril/maio), caracterizado pela redução da taxa de
alongamento foliar e acúmulo de colmos. A presença de colmos pode reduzir a eficiência
do sistema, limitando a capacidade de colheita da forragem pelo animal e reduzindo o seu
valor alimentar.
A estacionalidade de produção de forragem é notória para plantas tropicais,
sobretudo em se tratando de espécies do gênero Panicum. Herling et al. (2000)
classificaram o cultivar Tanzânia como intermediário, uma vez que apresenta distribuição
média de 78 e 22% para verão e inverno, respectivamente. Isso justifica o efeito altamente
significativo da época do ano sobre os parâmetros analisados no presente trabalho.
21
Para Costa et al. (1992), a estacionalidade torna-se marcante quando se utilizam
frequências de corte fixas, necessitando que as gramíneas tropicais sejam manejadas com
frequências variadas durante as estações do ano, para que melhor seja aproveitado o seu
potencial produtivo. Nesse contexto, Santos et al. (2004) concluíram que o cultivar
Mombaça deve ser pastejado com, aproximadamente, 28 dias no período de outubro a
maio e 48 dias entre maio e setembro.
Euclides et al. (1999) observaram que as características estruturais do pasto tiveram
maior influência sobre o consumo de matéria seca, o tempo de pastejo e o ganho de peso
dos animais do que as variáveis relacionadas ao valor nutritivo da forragem. Isso ilustra a
importância de se conhecer não apenas a qualidade do material ofertado ao animal sob
pastejo, mas sobretudo a forma em que se encontra esse material passível de ser pastejado.
0,00
1.000,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
Verão Outono
Figura 2. Acúmulo líquido de matéria seca (kg MS/ha) em função da época do ano.
Tanto a altura média quanto a mínima não foram influenciadas (P>0,05) por esta
interação, como indicam as equações da Tabela 3. A altura mínima mostrou-se mais
sensível à intensidade do que ao intervalo de descanso, já que para o verão não foi possível
ajustar um modelo com estas duas variáveis. As respostas foram lineares, com exceção
para o efeito quadrático apresentado pela altura mínima do pasto na entrada dos animais
em função do intervalo de descanso (P<0,01). Esses resultados indicam que com adoção de
práticas de pastejo menos severas, ocorre um aumento na altura do pasto e,
consequentemente, na produção de forragem (Tabela 2). Respostas equivalentes foram
reportadas por Canto et al. (2001) e Mello (2002), que também observaram aumentos
lineares nos valores de massa de forragem em função da altura do pasto.
Hodgson (1990) citou que há evidências de que medidas de altura forneçam uma
melhor indicação da produção de forragem e desempenho animal em circunstâncias
particulares, e padrões mais consistentes de respostas sob diferentes condições. Em azevém
22
perene, observou-se reposta mais consistente do consumo dos animais em relação à
variações de altura na altura do dossel do que na massa de forragem e, ainda segundo o
autor, sendo a altura mais fácil de se mensurar, constitui-se em um parâmetro satisfatório
de avaliação da pastagem.
Tabela 3. Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da altura do pasto (y)
do capim Tanzânia em função da intensidade de desfolha e intervalo de descanso
(x) para duas estações do ano
Altura do Época Equação e coeficiente de determinação
pasto (cm) Intensidade de desfolha Intervalo de descanso
Altura
média
Verão y = 31,11 + 0,5839 x
R
2
= 42,01
y = 33,22 + 6,77 x
R
2
= 36,15
Outono y = 19,14 + 0,4813 x
R
2
= 33,55
y = 17,69 + 6,38 x
R
2
=37,71
Altura
mínima
Verão y = 7,17 + 0,1543 x
R
2
= 45,82
29,12*
Outono y = 5,25 + 0,1831 x
R
2
= 52,05
y = 3,89 + 4,54 x - 0,4108 x
2
R
2
= 17,80
*Média (P<0,05)
Com o aumento do período de descanso e redução da intensidade de desfolha, foi
observado um maior grau de heterogeneidade do pasto no que se refere a altura do dossel
no momento de entrada dos animais, uma vez que a altura máxima no pré-pastejo foi
influenciada tanto pela intensidade quanto pela frequência de desfolha (Tabela 4). Como os
animais são muito sensíveis aos atributos da pastagem em se tratando de comportamento
ingestivo, é esperado que estes respondam de forma diferente ao serem submetidos a
pastagens heterogêneas. Palhano et al. (2005) relataram que, com o incremento na altura
do dossel, a utilização das touceiras em pastos de capim Mombaça passou a ser periférica,
uma vez que as lâminas foliares externas estariam mais acessíveis aos animais,
ocasionando diminuição no valor nutritivo da dieta em virtude da maior ingestão de folhas
mais velhas, totalmente expandidas, em detrimento das folhas em expansão encontradas na
porção superior do relvado. Assim, inúmeras variáveis que descrevem o relvado devem ser
consideradas em modelos de predição do consumo para ruminantes em regime de pastejo
(Rêgo, 2004).
Com relação a distribuição horizontal, nenhuma variável estudada (porcentagem de
folha, material morto, colmo, inflorescência e solo descoberto) foi afetada pela interação
intervalo de descanso x intensidade de desfolha. A porcentagem média de inflorescência
foi de 2,24 e não sofreu efeito dos tratamentos impostos e nem da estação do ano. Uma vez
23
que plantas do gênero Panicum geralmente florescem no início do outono, era de se
esperar que os tratamentos impostos não tivessem efeito sobre o florescimento. Contudo,
para o capim Marandú (Brachiaria brizantha), Marcelino et al. (2006) relataram que cortes
menos frequentes e intensos ocasionaram maior florescimento, evidenciado pelo maior
acúmulo de pseudocolmo e material morto. Segundo Santos et al. (2004), em gramíneas
tropicais, o manejo deve favorecer o controle (ou impedir) do florescimento, reduzindo o
alongamento do colmo e, conseqüentemente, aumentando o valor nutritivo da forragem
ofertada aos animais.
Tabela 4. Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da altura máxima do
pasto (y) do capim Tanzânia em função da intensidade de desfolha (ID) e
intervalo de descanso (PD) de desfolha para duas estações do ano
Época Intervalo de descanso (PD)
2 semanas 4 semanas 6 semanas
Verão
y =34,51 + 0,9005 ID
R
2
= 56,00
y = 15,64 + 2,69 ID - 0,0174
ID
2
R
2
= 65,52
y = 107,76 - 0,8367 ID + 0,0165
ID
2
R
2
= 52,79
Outono
y = 29,14 + 0,5792 ID
R
2
= 42,93
y = -10,7 + 3,03 ID - 0,0218
ID
2
R
2
= 76,67
y = 126,51 - 2,35 ID + 0,0307 ID
2
R
2
= 54,41
Intensidade de desfolha (ID)
25 cm 50 cm 75 cm
Verão
y = 54,74 - 1,081 PD +
1,36 PD
2
R
2
= 45,21
y =19,14 + 36,46 PD - 3,63
PD
2
R
2
= 47,33
y = 85,3 + 8,76 PD
R
2
= 48,88
Outono
y = 66,65 - 18,23 PD +
3,6 PD
2
R
2
= 67,18
y = - 4,1 + 37,71 PD - 3,79
PD
2
R
2
= 56,10
y = 47,36 + 12,32 PD
R
2
= 64,92
(P<0,05)
Apenas a porcentagem de lâminas foliares e de material morto foi influenciada
tanto pela intensidade quanto pela frequência de desfolha, mostrando-se mais uma vez
sensível a este último parâmetro de manejo (Tabela 5), uma vez que para intensidade de
desfolha não foi possível ajustar um modelo. Com o aumento do período de descanso,
maior é a porcentagem de lâminas foliares na superfície do dossel forrageiro. Cortes mais
freqüentes proporcionam maior remoção dos tecidos foliares e, conseqüentemente, maior
produção de folhas, possivelmente em virtude da maior penetração de luz na base do
dossel, como observaram Marcelino et al. (2006). Contudo, a porcentagem de material
morto na superfície do horizonte de pastejo sofreu redução à medida que se aumentava o
24
período de descanso, pois o material senescente ficou restrito às porções inferiores das
touceiras, devido a baixa luminosidade presente e ao hábito de crescimento da planta.
Tabela 5. Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da porcentagem dos
componentes morfológicos (y) do capim Tanzânia em função da intensidade de
desfolha e intrevalo de descanso (x) para duas estações do ano
Distribuição Época Equação e coeficiente de determinação
horizontal (%) Intensidade de desfolha Intervalo de descanso
Folhas Verão y = 101,44 -0,4115x + 0,0028 x
2
R
2
= 14,12
y = 82,91 + 1,57 x
R
2
= 12,75
Outono 76,78* y = 46,26 + 7,63
R
2
= 50,23
Material morto Verão 7,57* y = 22,53 - 6,12 x + 0,5102 x
2
R
2
= 35,32
Outono 18,42* y = 47,33 - 7,23 x
R
2
= 52,06
*Média (P<0,05)
A Figura 3 ilustra os valores médios encontrados para a distribuição horizontal do
dossel forrageiro no momento da entrada dos animais para os dois períodos de coleta. Ela
representa como os componentes morfológicos do dossel estão distribuídos no plano
horizontal, em última análise, como o animal "enxerga" o pasto ao iniciar o pastejo. O
aumento das frações material morto, colmo e inflorescência, além da redução da
porcentagem de lâminas foliares, foi decorrente do florescimento e evidencia o processo de
estacionalidade de produção do capim Tanzânia. Apesar de seu hábito de crescimento
cespitoso e da formação de touceiras, a porcentagem de solo descoberto não chegou a 0,5.
7,57
18,42
89,2
76,780,45
0,39
1,84
0,99
1,98
2,49
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
V
e
r
ã
o
O
u
t
o
n
o
Solo descoberto Material morto Colmo Folha Infloresncia
Figura 3. Distribuição horizontal do dossel forrageiro (%) em função da época do ano.
25
Com relação à distribuição vertical do dossel forrageiro, a altura do horizonte a ser
pastejado (calculada pela diferença entre a altura média na entrada dos animais e a altura
do resíduo pós-pastejo de acordo com o tratamento) sofreu efeito tanto da época do ano
quanto da frequência de desfolha, mas não da intensidade, como mostra a Tabela 6. Já para
o número de estratos de pastejo pôde-se ajustar uma equação para a intensidade de
desfolha. Vale ressaltar que os modelos lineares apresentaram melhor ajuste, seguindo o
mesmo comportamento da altura do pasto (Tabela 3).
Tabela 6. Equação de regressão e coeficiente de determinação (R
2
) da altura do horizonte a
ser pastejado e do número de estratos de pastejo (y) do capim Tanzânia em
função da intensidade de desfolha e intervalo de descanso (x) para duas estações
do ano
Distribuição Época Equação e coeficiente de determinação
vertical (%) Intensidade de desfolha Intervalo de descanso
Altura do
horizonte
Verão 47,80* y = 13,14 + 8,66 x
R
2
= 54,00
Outono 27,85* y = -12,52 + 10,09 x
R
2
= 57,41
Número de
estratos
Verão 3,44* y = -0,7222 + 1,04 x
R
2
= 56,34
Outono y = 3,33 - 0,0217 x
R
2
= 13,87
y = 0,3333 + 0,4792 x
R
2
= 43,43
*Média (P<0,05)
Em se tratando da oferta de folha, colmo, material morto e da relação folha:colmo
encontradas a cada dez centímetros do horizonte de pastejo, foi observado que a estação do
ano foi altamente significativa (P<0,01), e que nos estratos mais baixos a intensidade de
desfolha proporcionou maior efeito (P<0,05) do que o intervalo de descanso. Porém, nos
estratos superiores, o período de descanso exerceu maior influência. Contudo, devido ao
elevado coeficiente de variação observado para estes parâmetros, nenhum modelo
polinomial pôde ser ajustado, por isso que os dados apresentados na Tabela 7 são
referentes às médias encontradas no horizonte de pastejo como um todo, e não por estratos.
Pode-se observar que a relação folha: colmo foi, no geral, superior a 1,00, valor
limite relatado na literatura para que o animal não tenha restrição no momento de escolha
do material a ser pastejado, permitindo desta forma que uma melhor seleção da dieta.
Ainda, a disponibilidade de folhas foi maior no outono, provavelmente devido à adubação
nitrogenada feita em abril e ao pico de chuvas registrado no mês de maio.
26
Trabalhando com três cultivares de Panicum maximum, Brâncio et al. (2003), ao
analisarem a altura do resíduo após pastejo, verificaram que os animais pastejaram uma
camada do perfil da pastagem proporcional à altura que havia antes do período de pastejo,
independente da espécie, evidenciando a importância da intensidade de desfolha sobre o
comportamento ingestivo dos animais.
Tabela 7. Oferta de folha, colmo e material morto (MM), em kg MS/ha, e relação folha:
colmo do capim Tanzânia no horizonte de pastejo para duas estações do ano
Época Verão
PD 2 semanas 4 semanas 6 semanas
ID Folha Colmo MM F/C Folha Colmo MM F/C Folha Colmo MM F/C
25 cm
125,00 20,00 75,00 1,75 82,50 45,00 125,00 0,94 111,43 75,00 122,50 2,01
50 cm
190,00 - 90,00 - 92,00 56,00 80,00 1,07 73,33 37,78 50,00 0,78
75 cm
190,00 - 80,00 - 102,00 33,33 75,00 0,57 73,33 80,00 82,50 0,15
Época Outono
PD 2 semanas 4 semanas 6 semanas
ID Folha Colmo MM F/C Folha Colmo MM F/C Folha Colmo MM F/C
25 cm
676,67 220,00 610,00 7,60 173,33 80,00 356,67 1,48 305,00 82,50 247,50 2,12
50 cm
240,00 55,00 200,00 1,36 262,50 143,33 403,33 2,41 352,50 113,33 280,00 2,05
75 cm
130,00 - 180,00 - 166,67 116,67 160,00 1,63 170,00 50,00 53,33 1,43
Vale ressaltar que duas estratégias utilizadas no ensaio experimental se mostraram
pouco eficientes: o método de pastejo e o tamanho da unidade experimental. A técnica de
pastejo com os animais presos ao palanque por meio de corda e cabresto não deve ser
empregada em bovinos, mas em animais de porte menor, como cabras e ovelhas. Dessa
forma, a pastagem não ficaria tão heterogênea, uma vez que animais menores teriam maior
facilidade de locomoção, o que não foi observado nos garrotes da raça holandesa deste
experimento. Outro fator importante é o tamanho da unidade experimental: a utilizada no
presente trabalho tinha aproximadamente 35 m
2
, mas o ideal seria uma parcela de, no
mínimo, 100 m
2
, de forma que o dossel forrageiro não fosse tão prejudicado pela coleta de
amostras e pisoteio dos animais, além de permitir que o experimento pudesse ser realizado
por um período maior.
27
CONCLUSÃO
O intervalo de descanso apresentou maior influência sobre as características
estruturais e produtivas do capim Tanzânia para os períodos avaliados do que a intensidade
de desfolha.
A interação intervalo de descanso x intensidade de desfolha afetou a altura do pasto
no momento da entrada dos animais, evidenciando que em sistemas de pastejo rotacionado
é muito importante observar as diferenças na forma em que a planta é ofertada ao animal
em virtude das diversas possibilidades de combinação de altura de resíduo pós-pastejo e
período de descanso.
Medições de topo com a finalidade de estimar a distribuição horizontal do dossel
forrageiro não foram consistentes em explicar o efeito dos tratamentos impostos sobre a
estrutura da forragem.
Para fins de modelagem matemática, são necessários mais estudos do gênero a fim de
se formar um banco de dados representativo das condições encontradas a campo. Isso
porque as variáveis estudadas apresentaram elevados coeficientes de variação, indicando
que são muitos os fatores que afetam as respostas da planta. Além disso, para que a
plasticidade fenotípica da planta seja de fato comprovada, faz-se necessário experimentos
de longo prazo de, no mínimo, dois anos.
28
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20. As referências bibliográficas deverão ser organizadas em ordem alfabética, conforme os exemplos seguintes
(ABNT). Citação no texto, usar o sobrenome e ano: Lopes (1980) ou (Lopes, 1980). Para dois autores, utilizar e
(Lopes e Silva, 1990); para mais de dois autores, utilizar et al.
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COUTINHO, W. O Paço da cidade retorna ao seu brilho barroco. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6 mar. 1985.
Caderno B, p. 6.
MINISTÉRIO proíbe fabricação e uso de agrotóxico à base de organoclorados. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3
set. p. 25, 1985.
20.7. Documentos eletrônicos
ROUSH, W. Med student’s web diary issues damning indictment of teaching hospitals. [S.l.: s.n.], 2000. Disponível
em: <http://www.ebooknet.com/ story.jsp?id=911>. Acesso em : 21 jul. 2000.
21. Os artigos deverão ser enviados para:
Dr. Fábio Amodêo Lansac-Tôha
Editor-Chefe - Acta Scientiarum
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