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ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO
FEIJOEIRO cv. BRS-MG TALISMÃ EM
PLANTIO DIRETO E CONVENCIONAL
JAINIR ALVES JUNIOR
2007
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JAINIR ALVES JUNIOR
ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO FEIJOEIRO cv. BRS-
MG TALISMÃ EM PLANTIO DIRETO E CONVENCIONAL
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras como parte das exigências do Programa
de Pós-Graduação em Agronomia, área de
concentração Fitotecnia, para a obtenção do título
de “Mestre”.
Orientador
Prof. Dr. Messias José Bastos de Andrade
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2007
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Alves Junior, Jainir
Adubação nitrogenada na cultura do feijoeiro cv. BRS-MG Talismã em plantio direto
e convencional / Jainir Alves Junior. -- Lavras : UFLA, 2007.
61 p. : il.
Orientador: Messias José Bastos de Andrade.
Dissertação (Mestrado) – UFLA.
Bibliografia.
1. Nitrogênio. 2. Macronutriente. 3. Nutrição mineral. 4. Sistema de plantio. 5.
Produtividade. 6. Phaseolus vulgaris. I. Universidade Federal de Lavras. II.
Título.
CDD-635.652891
JAINIR ALVES JUNIOR
ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO
FEIJOEIRO CV. BRS-MG TALISMÃ EM PLANTIO
DIRETO E CONVENCIONAL
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras como parte das exigências do Programa
de Pós-Graduação em Agronomia, área de
concentração Fitotecnia, para a obtenção do título
de “Mestre”.
APROVADA em 2 de abril de 2007
Profa. Dra. Janice Guedes de Carvalho UFLA
Pesquisadora Dra. Miralda Bueno de Paula EPAMIG
Prof. Dr. Élberis Pereira Botrel UFLA
Prof. Dr. Messias José Bastos de Andrade
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
A Deus e aos meus pais, Jainir Alves (in memoriam) e Maria Aparecida Matos
Alves,
OFEREÇO
As minhas irmãs, Fabrícia e Carla.
A minha namorada, Valéria.
Aos meus cunhados, Luiz Henrique e Renato.
Aos meus sobrinhos, Henrique, Renatinho e Pedro.
Ao meu orientador, Prof. Messias José Bastos de Andrade.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A meu pai, desde o início da minha carreira, meu maior inspirador e
eterno exemplo a ser seguido.
A minha mãe, por todo incentivo, dedicação e amor, nos quais busquei
forças para que nunca desistisse de meus ideais.
As minhas irmãs, Fabrícia e Carla, pela amizade única e conselhos
precisos.
Aos meus cunhados, em especial ao Luiz Henrique, por ter acreditado
no meu potencial e depositado em mim tamanha confiança.
Aos meus sobrinhos e familiares, por terem acreditado na concretização
de meus sonhos.
A minha namorada pela admiração e paciência a mim concedida.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA), em especial ao
Departamento de Agricultura, Setor de Grandes Culturas, pela oportunidade e
pelo apoio durante o período de realização dos trabalhos.
Ao meu orientador, Prof. Messias José Bastos de Andrade, por todo
apoio, amizade, companheirismo, compreensão e sabedoria, que foram
essenciais na formação de meu conhecimento e pelo senso crítico, sendo um
grande mestre durante esses anos de convivência.
Aos meus co-orientadores, Profa. Janice Guedes de Carvalho e Prof.
Augusto Ramalho de Morais, pelo apoio durante o planejamento e a condução
do projeto de pesquisa.
Aos membros da banca examinadora, Miralda Bueno de Paula e Élberis
Pereira Botrel, pela disponibilidade na avaliação deste trabalho.
Aos amigos Marcelo e Evandro Araújo, proprietários das Fazendas Ouro
Fino e Ouro Negro, pela cessão de sua propriedade para a instalação dos ensaios
de campo.
7
Aos meus amigos de trabalho, Vanessa, Abner, Bruno, Leandro, José
Aurélio e, em especial, a minha grande companheira de longas jornadas, Neiva,
pelo apoio, sabedoria e dedicação, durante a condução dos experimentos.
Aos professores Renato Paiva, Nilton Curi, Mozar, Furtini, Sara
Chalfun, Patrícia Paiva, João Almir e Pedro Milanez, pela admiração e amizade.
Aos funcionários técnico-administrativos do Setor de Grandes Culturas:
João Pila, Alessandro, Júlio, "Seu" Correia, Agnaldo e Manguinha, por todo
apoio, auxílio e simpatia sempre constante.
Aos funcionários das Fazendas Ouro Fino e Ouro Negro pela
disponibilidade em ajudar nos ensaios de campo.
Aos colegas de graduação, Gaúcho, Rodrigo Matheus, André Nunes, Zé
Renato, Poleti, Bruzi, Geórgia, Adriana e Patrícia, pela amizade.
Aos colegas que se tornaram amigos: Tales, Ênio, Alexandre, Alysson,
“os filhos do Renzo”, Leydiane, Néia, Corujinha e Denise, pela convivência e
apoio tão valiosos.
Aos colegas de república Marcelo, Marquinho, Gupima, Joãozinho e
Rodrigo, pela convivência e pela família que pudemos formar.
Aos meus amigos de BH, em especial ao meu grande amigo cruzeirense
Guilherme, pelo apoio e atenção.
Aos funcionários da Biblioteca da UFLA, por todo o auxílio prestado na
busca de referências bibliográficas.
A todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram para a conclusão
de mais uma etapa de minha vida e que, embora não citados aqui, não deixam de
merecer meu profundo agradecimento.
BIOGRAFIA
JAINIR ALVES JUNIOR, filho de Jainir Alves e Maria Aparecida Matos Alves,
nasceu em 31 de outubro de 1978, em Divinópolis, MG, onde viveu toda sua
infância. Mudou-se para Belo Horizonte em 1991, onde estudou na Escola
Promove até a conclusão do ensino médio. Em novembro de 1998, recebeu o
certificado Preliminary English Test pela University of Cambridge e, em
dezembro de 2000, recebeu o certificado Advanced Course in English pelo
ICBEU. Em janeiro de 2000, iniciou o curso de graduação em Engenharia
Agronômica, na Universidade Federal de Lavras, concluindo-o em julho de
2004. Iniciou-se na pesquisa em 2000, no Setor de Fisiologia Vegetal, onde foi
bolsista do CNPq, sob orientação do Prof. Renato Paiva, até agosto de 2002.
Após essa data, transferiu-se para o Departamento de Agricultura, onde foi
bolsista de iniciação científica do PIBIC/FAPEMIG e desenvolveu projetos de
pesquisa no Setor de Grandes Culturas, sob a orientação do Prof. Messias José
Bastos de Andrade. Iniciou seus trabalhos como consultor em 2002 e, em
fevereiro de 2005, ingressou no Mestrado em Agronomia/Fitotecnia na UFLA,
concluindo-o em abril de 2007
.
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................... i
ABSTRACT................................................................................................ iii
ARTIGO I: Adubação nitrogenada do feijoeiro, em dose única, no plantio
direto e convencional................................................................................... 01
Resumo ....................................................................................................... 01
Abstract....................................................................................................... 02
Introdução................................................................................................... 03
Material e métodos..................................................................................... 05
Resultados e discussão.............................................................................. 06
Itapecerica (inverno 2002) e Lavras (seca 2003)................................ 06
Lavras, Lambari e Perdões (águas 2002/2003)................................... 08
Unaí, Guarda Mor e Janaúba (inverno 2002)...................................... 09
Conclusões.................................................................................................. 10
Referências bibliográficas.......................................................................... 11
ARTIGO II: Adubação nitrogenada do feijoeiro, em cobertura, no plantio
direto e convencional.................................................................................. 23
Resumo ...................................................................................................... 23
Abstract....................................................................................................... 24
Introdução................................................................................................... 25
Material e métodos..................................................................................... 26
Resultados e discussão............................................................................... 29
Madre de Deus de Minas (seca 2004)................................................. 29
São Vicente de Minas (água 2004/05) e Madre de Deus de Minas
(seca 2005)....................................................................................
32
Conclusões.................................................................................................. 36
Referências bibliográficas......................................................................... 37
ARTIGO III: Adubação nitrogenada do feijoeiro, em plantio e cobertura,
em plantio direto e convencional............................. ................................... 42
Resumo ....................................................................................................... 42
Abstract....................................................................................................... 43
Introdução................................................................................................... 44
Material e métodos..................................................................................... 45
10
Resultados e discussão............................................................................... 48
Conclusões.................................................................................................. 57
Referências bibliográficas.......................................................................... 58
i
RESUMO
ALVES JUNIOR, Jainir. Adubação nitrogenada na cultura do feijoeiro cv.
BRS-MG Talismã em plantio direto e convencional. 2007. 61 p. Dissertação
(Mestrado em Agronomia/Fitotecnia)-Universidade Federal de Lavras, Lavras,
MG.
*
O nitrogênio é o nutriente mais exigido pelo feijoeiro. Considerando-se altas
produtividades, são necessárias quantidades expressivas de N, o que torna a
adubação nitrogenada indispensável. O objetivo deste trabalho foi avaliar, a
campo, a resposta do feijoeiro cv. BRS-MG Talismã, a doses crescentes de
nitrogênio por ocasião da semeadura e ou cobertura. Para estudo da adubação
nitrogenada de plantio foram conduzidos sete experimentos em plantio
convencional, um em plantio direto, em diferentes safras de 2002 e 2003. O
delineamento estatístico foi em blocos casualizados, com cinco repetições e seis
tratamentos (0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg.ha
-1
de N, fonte uréia) aplicados em
dose única por ocasião da semeadura. Para estudo da adubação nitrogenada de
cobertura, foram instalados quatro experimentos de campo, em Madre de Deus
de Minas e São Vicente de Minas. Na seca 2004, o delineamento estatístico
utilizado foi em blocos casualizados, com dez repetições e cinco doses de N em
cobertura, aplicados aos 20 DAE (0, 30, 60, 90 e 130 kg ha
-1
). Nos demais
ensaios, foi utilizado o mesmo delineamento com seis repetições e 4 doses de N
em cobertura (0, 40, 80 e 120 kg ha
-1
). Para o estudo da interação adubação
nitrogenada de plantio x cobertura, foram conduzidos dois experimentos (plantio
direto e convencional), na safra das águas 2004/05. O delineamento estatístico
foi blocos casualizados com três repetições e esquema fatorial 4x4 envolvendo 4
doses de N no plantio (0, 40, 80 e 120 kg.ha
-1
) e 4 doses de N em cobertura (0,
40, 80 e 120 kg.ha
-1
) aos 20 DAE. Cada parcela foi constituída por quatro linhas
de 5 m de comprimento, com espaçamento de 0,5 m e densidade de 16
sementes.m
-1
. O primeiro grupo de experimentos permitiu constatar que, em
ambientes mais favoráveis para o feijoeiro, como no inverno irrigado, o
incremento da dose de N no plantio eleva o número de vagens por planta e,
conseqüentemente, o rendimento de grãos do feijoeiro, até um ponto máximo,
em torno de 57 kg.ha
-1
de N. A partir deste ponto, a contínua redução da
população de plantas pelo efeito salino do fertilizante nitrogenado reduz a
produtividade, limitando a possibilidade do emprego de doses elevadas de N no
plantio. Em condições de excessiva precipitação pluvial, como na safra das
*
Comitê Orientador: Messias José Bastos de Andrade – UFLA (Orientador),
Janice Guedes de Carvalho – UFLA e Augusto Ramalho de Morais –
UFLA.
ii
águas, ou de outro fator limitante, o efeito das doses crescentes de N no plantio
sobre estande final e rendimento de grãos é reduzido. O segundo grupo de
experimentos permitiu concluir que, no plantio convencional, a resposta à
aplicação de N em cobertura foi quadrática e a dose correspondente à máxima
produtividade variou com o ambiente. O plantio convencional apresentou menor
amplitude de rendimento de grãos entre os ambientes e maior estande final,
entretanto, no plantio direto, o rendimento de grãos foi superior. No plantio
direto, não houve resposta à aplicação de N em cobertura (seca 2004) ou essa
resposta foi linear crescente. No terceiro grupo de experimentos, concluiu-se
que, em ambos os sistemas de plantio, o incremento do fertilizante nitrogenado
de plantio reduziu o estande de plantas. De maneira geral, no plantio direto, a
resposta à aplicação de N no plantio foi quadrática e a dose correspondente à
máxima produtividade variou com as doses de cobertura. No plantio
convencional, essa resposta foi linear decrescente, devido ao maior efeito do N
de plantio sobre o estande. A resposta à aplicação de N em cobertura foi
quadrática, em ambos os sistemas de plantio e as maiores respostas do
rendimento de grãos foram observadas com o emprego da dose de 40 kg.ha
-1
de
N no plantio.
iii
ABSTRACT
ALVES JUNIOR, Jainir. Nitrogen fertilization in bean cv. BRS-MG Talismã
under a no-tillage and a conventional tillage crop management systems.
2007. 61 p. Dissertation (Master in Agronomy/Crop Science)-Universidade
Federal de Lavras, Lavras, MG.
*
Nitrogen is the largely required nutrient by bean plants and thus, to reach high
yields, corresponding amounts of N fertilization are needed, which makes the
nutrient indispensable. The objective of this work was to evaluate in the field
responses of bean cv. BRS-MG Talismã to increasing nitrogen rates applied at
sowing and later as topdressing. To study sowing nitrogen fertilization, a total of
seven experiments were carried out under conventional tillage and no-tillage
crop management systems, in 2002 and 2003 harvest seasons. The experimental
design was in a randomized block with five replicates and six treatments (0, 30,
60, 90, 120 and 150 kg.ha
-1
of N, using urea as the nutrient source) used in a
single application at sowing. To study topdressing nitrogen fertilization four
experiments were carried out in the field in Madre de Deus de Minas and São
Vicente de Minas. In dry season 2004, the used experimental design was in
randomized blocks, with ten replicates and five topdressing N rates, applied at
20 DAE (0, 30, 60, 90 and 130 kg ha
-1
). In the further assays the same
experimental design was used with six replicated and 4 N rates as topdressing (0,
40, 80 and 120 kg ha
-1
). To study the interaction nitrogen fertilization vs
topdressing two experiments were carried out (no-tillage and conventional
tillage), at the 2004/05 raining season. The experimental design was in
randomized blocks with three replicates in a factorial scheme 4x4 encompassing
4 N rates at sowing (0, 40, 80 and 120 kg.ha
-1
) and 4 topdressing N rates (0, 40,
80 e 120 kg.ha
-1
) at 20 DAE. Each plot was composed by four 5m-long rows,
0.5m apart from each other and a 16 seed.m
-1
density was used. From the first
group of experiments, results showed that in environment more adequate to bean
crop, such as irrigated winter season, the increase in N rate at sowing enhance
the number of pods per plant and therefore bean grain yield, until a maximum
point, of approximately 57 kg.ha
-1
of N. From this point onward, there is a
continuous reduction in plant population because of the saline effect caused by
nitrogen fertilizers, which also reduced crop production, limiting the possibility
of using a high N rate at sowing. Under excessive rainfall, such as the raining
season, or any other limiting factor, increasing N rates at sowing had less effect
on final plant stand and bean grain yield. For the second group of experiments,
*
Guidance comittee: Messias José Bastos de Andrade – UFLA (Advisor), Janice
Guedes de Carvalho – UFLA e Augusto Ramalho de Morais – UFLA.
iv
the conclusion was that in conventional tillage the response to N topdressing
application was squared and the N rate to obtain maximum yield varied as a
function of the grown environment. The conventional tillage presented lower
amplitude of grain yield among environments and higher final stand however, in
conventional tillage a higher grain yield was obtained. In no-tillage, there was no
response to N topdressing application (drought 2004) or this response was
linearly increasing, For the third group of experiments, the conclusion was that
for both crop management systems, the increasing nitrogen fertilization rate at
sowing reduced plant stand. In general, in no-tillage the response to N
application at sowing was squared and the rate corresponding to maximum yield
varied depending on the topdressing rates. In conventional tillage this response
was linearly decreasing, as a function of the higher effect of N at sowing on final
stand. The response to N topdressing application was squared in both crop
management systems and higher responses to grain yield were observed with 40
kg.ha
-1
N rate at sowing.
1
ARTIGO I
ADUBAÇÃO NITROGENADA DO FEIJOEIRO, EM DOSE ÚNICA, NO
PLANTIO DIRETO E CONVENCIONAL
JAINIR ALVES JUNIOR
1
MESSIAS JOSÉ BASTOS DE ANDRADE
1
NEIVA MARIA BATISTA VIEIRA
3
JANICE GUEDES DE CARVALHO
4
CLÁUDIO ROBERTO VALÉRIO
5
“Preparado de acordo com as normas da Revista Ceres”
RESUMO
Com o objetivo de avaliar, a campo, a resposta do feijoeiro cv. BRS-MG
Talismã a doses de nitrogênio por ocasião do plantio, foram conduzidos sete
experimentos em plantio convencional e um em plantio direto, em diferentes
safras de 2002 e 2003. O delineamento estatístico foi em blocos casualizados
com cinco repetições e seis tratamentos (0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg.ha
-1
de N,
fonte uréia) aplicados em dose única por ocasião do plantio. Cada parcela foi
constituída por quatro linhas de 5 m de comprimento, com espaçamento de 0,5
m e densidade de 16 sementes.m
-1
. Em todos os ensaios, foram avaliados o
estande final e o rendimento de grãos. Em dois deles, foi avaliado, ainda, o
estande inicial e, em outros dois, os componentes primários do rendimento.
Constatou-se que, em ambientes mais favoráveis para o feijoeiro, como no
inverno irrigado, o incremento da dose de N no plantio eleva o número de
1
Eng. Agr., Mestrando, DAG/UFLA, Cx. P. 37, 372000-000, Lavras, MG, [email protected];
1
Eng. Agr., DSc., Bolsista CNPq, Professor, DAG/UFLA;
3
Eng. Agr., MSc., Doutoranda,
DAG/UFLA;
4
Eng. Agr., DSc., Bolsista CNPq, Professora, DCS/UFLA;
5
Eng. Agr., DSc.,
Fazenda Mãe Rainha, Guarda Mor, MG.
2
vagens por planta e, conseqüentemente, o rendimento de grãos do feijoeiro, a
um ponto máximo, em torno de 57 kg.ha
-1
de N. A partir deste ponto, há
contínua redução da população de plantas pelo efeito salino do fertilizante
nitrogenado reduzindo a produtividade e limitando a possibilidade do emprego
de doses elevadas de N no plantio. Em condições de excessiva precipitação
pluvial, como na safra das águas, ou de outro fator limitante, o efeito das doses
crescentes de N no plantio sobre estande final e rendimento de grãos é reduzido.
Palavras-chave: nitrogênio, Phaseolus vulgaris, sistemas de plantio
ABSTRACT
NITROGEN FERTILIZATION OF BEAN PLANTS IN A SINGLE
APPLICATION UNDER NO TILLAGE AND CONVENTIONAL
TILLAGE
To evaluate field responses of bean cv. BRS-MG Talismã, to nitrogen rates at
sowing, seven experiments were carried out in conventional tillage and one in
no-tillage, in different 2002 and 2003 seasons. The experimental design was in
randomized blocks with five replicated and six treatments (0, 30, 60, 90, 120 and
150 kg.ha
-1
of N, using urea as the nutrient source) used in a single application at
sowing. Each plot was composed by four 5m-long rows, 0.5m apart from each
other and a 16 seed.m
-1
density was used. In all experiments, final stand and
bean grain yield were assessed. For two of them, initial stand was also assessed
and, for two others, the primary components of yield were also determined. For
environment more adequate to bean crop, such as irrigated winter season, the
increase in N rate at sowing enhance the number of pods per plant and therefore
bean grain yield, until a maximum point, of approximately 57 kg.ha
-1
of N. From
this point onward, there is a continuous reduction in plant population because of
the saline effect caused by nitrogen fertilizers, which also reduced crop
production, limiting the possibility of using a high N rate at sowing. Under
3
excessive rainfall, such as the raining season, or any other limiting factor,
increasing N rates at sowing had less effect on final plant stand and bean grain
yield.
Key words: nitrogen, Phaseolus vulgaris, crop management systems
INTRODUÇÃO
O nitrogênio (N) é o nutriente mais exigido pelo feijoeiro e, ao contrário
da maioria das leguminosas, não é capaz de obtê-lo em quantidades
significativas por meio da fixação biológica de N (Malavolta, 1971).
Considerando-se que, para altas produtividades, são necessárias quantidades de
N superiores a 100 kg.ha
-1
(Vieira, 1998; Stone & Moreira, 2001), a adubação
nitrogenada é, portanto, indispensável. Muitos estudos mostraram aumentos
significativos na produção de grãos de feijão com aplicação total de até 150
kg.ha
-1
de N (Araya et al., 1981), ou rendimentos máximos equivalentes a doses
totais de 140 kg.ha
-1
de N (Carvalho et al., 2003) ou, mesmo, 167 kg.ha
-1
de N
(Santos et al., 2003). Entretanto, muitas dúvidas ainda permanecem para a
implementação de manejo racional da adubação nitrogenada dessa leguminosa,
como, por exemplo, sobre as reais vantagens do parcelamento do requerimento
total de N.
Já na década de 1960, Malavolta (1967) afirmava que, em culturas de
ciclo curto, no inverno, quando a nitrificação é atenuada, seriam possíveis
resultados satisfatórios usando a uréia apenas no plantio. Rosolem (1996)
argumenta que pode ser interessante aumentar a dose de N aplicada no início da
cultura, pois o parcelamento excessivo da cobertura nitrogenada no feijoeiro
leva à diminuição da eficiência de resposta da planta e elevação do custo da
mão-de-obra. Além disso, em diversas situações, como na sucessão milho-feijão
em plantio convencional ou plantio direto do feijão na palha, o incremento da
4
dose de N no plantio poderá evitar as freqüentes deficiências do nutriente,
ocasionadas pela imobilização por microrganismos que atuam na decomposição
da palhada. Silva et al. (2002) e Soratto et al. (2004) verificaram que o plantio
direto exigiu maiores doses de N, em comparação ao plantio convencional.
Carvalho et al. (2001), estudando o efeito de sulfato de amônio ou uréia
no parcelamento do N (semeadura e cobertura), verificaram que a uréia
exclusivamente na semeadura seria o recomendado. Valério (2002), em estudo
envolvendo doses de N na semeadura e em cobertura, concluiu que um mesmo
rendimento de grãos pode ser obtido com diferentes combinações e que, de
maneira geral, as combinações envolvendo maiores doses de N na semeadura e
menores doses de N em cobertura tenderam a menores doses totais de N.
Concluiu, ainda, com base na interação safras x N no plantio, que o rendimento
de grãos apresentou resposta do tipo linear-pivô, estabilizando-se acima de 80 kg
ha
-1
de N na semeadura.
Dentre outros, os resultados apresentados apontam forte tendência de
modificação da estratégia de adubação nitrogenada, aumentando-se as doses
recomendadas no plantio, como já vem acontecendo, por exemplo, na cultura do
milho (Pöttker & Wiethölter, 2004). Contra esta estratégia, poderiam ser
levantados dois argumentos: 1) maior risco de efeito salino da mistura
fertilizante, notadamente em situações de altas doses de N e K (Silveira &
Damasceno, 1993) e 2) efeito depressivo de altas doses de N sobre a nodulação
radicular e sobre a fixação biológica de nitrogênio (Cassini & Franco, 2006).
O objetivo do presente estudo foi avaliar, em diferentes ambientes, a
resposta do feijoeiro a doses de N por ocasião da semeadura, contribuindo para
viabilizar a adubação nitrogenada em dose única de plantio na cultura e
fornecendo subsídios para recomendação de adubação mais racional e eficiente.
5
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo constou de oito experimentos de campo; três foram conduzidos
no inverno-primavera de 2002, nos municípios mineiros de Itapecerica, Janaúba
e Guarda-Mor; outros três foram instalados nas águas 2002/2003 em Lambari,
Lavras e Perdões e um na safra da seca 2003, também em Lavras, todos em
plantio convencional. O experimento em plantio direto foi conduzido no inverno
2002, em Unaí. A classificação (Embrapa, 1999) e os resultados da análise
química de amostras de material dos solos, coletadas à profundidade de 0 a 20
cm, antes de cada semeadura do feijão, são apresentados na Tabela 1.
Foi utilizada a cultivar BRS-MG Talismã, de grãos tipo carioca,
crescimento indeterminado com guias longas (tipo III), porte prostrado, ciclo
médio de 85 dias, resistência à raça alfa brasil (patótipo 89) de antracnose
(Colletrotrichum lindemuthianum) e ao mosaico-comum (VMCF) e resistência
intermediária à mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) (Ramalho & Abreu,
2006).
O delineamento estatístico utilizado em cada experimento foi blocos
casualizados com cinco repetições e seis tratamentos constituídos pelas doses 0,
30, 60, 90, 120 e 150 kg.ha
-1
de N, fonte uréia, aplicadas em dose única, por
ocasião da semeadura. Em todos os locais as parcelas tiveram quatro linhas
(duas centrais úteis) de 5 m de comprimento, com espaçamento de 0,5 m e
densidade de 16 sementes por metro.
Em todos os experimentos, avaliaram-se o estande final e o rendimento
de grãos. Nos ensaios de Perdões e Lavras, foram avaliados, ainda, o estande
inicial e, em Unaí, Guarda-Mor e Janaúba, os componentes primários de
rendimento (número de vagens por planta, número de grãos por vagem e peso de
100 grãos).
Por se tratar de propriedades particulares, no plantio convencional, foram
adotados os mesmos procedimentos de preparo de solo utilizados pelo produtor,
6
inclusive correção do solo. No plantio direto (Unaí), o ensaio foi instalado sob
palhada de milho, dessecada quinze dias antes do plantio, com 2,5 kg de
Roundup WG® por hectare. Em nenhuma das localidades foi realizada a
correção do solo. Em cada localidade, todas as parcelas receberam idêntica
adubação fosfatada e potássica, determinada por meio da análise de solo (Tabela
1), segundo Chagas et al. (1999). Os experimentos foram mantidos livres de
plantas daninhas por método químico ou mecânico e os demais tratos culturais
foram os normalmente dispensados à cultura em cada local. No inverno 2002 e
na seca 2003, os experimentos foram irrigados por aspersão convencional
(Itapecerica e Lavras) ou pivô central (Unaí, Guarda-Mor e Janaúba).
Os dados foram submetidos à análise de variância individual, conforme o
delineamento adotado e, sempre que possível, foram realizadas, ainda, análises
conjuntas (Gomes, 1976). Para a comparação das médias entre localidades foi
utilizado o teste de Tukey, a 5% de probabilidade. No estudo dos efeitos das
doses de N, os dados foram submetidos à análise de regressão, com ajuste de
curvas representativas, de acordo com as características avaliadas (Ferreira,
2000).
As análises de variância individual indicaram a possibilidade de três
agrupamentos para análise conjunta (Gomes, 1976), quando, nessas localidades,
foram avaliadas características em comum: 1) Itapecerica (inverno 2002) e
Lavras (seca 2003); 2) Lavras, Lambari e Perdões (águas 2002/2003) e 3) Unaí,
Guarda-Mor e Janaúba (inverno 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Itapecerica (inverno 2002) e Lavras (seca 2003)
A análise do estande inicial do feijoeiro em Lavras revelou efeito
significativo das doses de N. O estande inicial apresentou maior número de
plantas na dose zero de N (em torno de 108 plantas por 5m
2
) e decresceu com o
7
incremento da dose de N no plantio, conforme relação quadrática (Figura 1).
Este resultado confirma os obtidos por Silveira & Damasceno (1993) e Kikuti et
al. (2005), com relação ao efeito salino provocado pelo adubo nitrogenado,
quando da germinação das sementes e emergência das plântulas.
A análise de variância conjunta dos dados das características comuns em
Itapecerica e Lavras revelou, com boa precisão experimental, efeito significativo
de locais e tratamentos sobre o estande final e rendimento de grãos (Tabela 2),
mas não houve interação significativa entre os dois fatores. A produtividade foi
bastante limitada (Tabela 2), em função de forte infestação não controlada de
cigarrinha verde (Empoasca kraemeri) que, entretanto, não chegou a mascarar o
efeito salino das doses crescentes de N no plantio sobre o estande final (Figura
2), já detectado sobre o estande inicial em Lavras e que também confirma os
resultados já mencionados.
Os dados de rendimento de grãos ajustaram-se ao modelo quadrático de
baixa resposta às doses de N no plantio, apresentando um ponto de máxima
produtividade (474 kg.ha
-1
), com o emprego da dose de 65 kg.ha
-1
de N (Figura
3). Essa produtividade encontra-se bem abaixo da média brasileira (Borém &
Carneiro, 2006) e caracteriza um ambiente fortemente desfavorável ao feijoeiro,
afetado por fator não controlado (cigarrinha verde em Itapecerica e défict hídrico
em Lavras).
A dose de N que proporcionou maior produtividade foi superior às
recomendadas na semeadura do feijão em Minas Gerais (Chagas et al., 1999),
entretanto, situa-se dentro do intervalo geralmente utilizado para estudos dessa
natureza, nos quais as respostas variam amplamente, principalmente com as
condições climáticas e fitossanitárias (Rosolem, 1987). Estudos envolvendo
doses de N em ambientes mais favoráveis têm indicado doses superiores à
encontrada nas condições do presente trabalho. Valério (2002), por exemplo,
encontrou máxima produtividade (plantio convencional) em doses próximas a 80
8
kg.ha
-1
de N na semeadura, no inverno irrigado, enquanto Silva et al. (2002)
encontraram produtividades de 1.844 kg.ha
-1
, com a aplicação de 120 kg.ha
-1
de
N, em plantio direto, em que a demanda inicial de N tem se mostrado superior
(Silva et al., 2002; Soratto et al., 2004).
Lavras, Lambari e Perdões (águas 2002/2003)
A análise conjunta dos ensaios de Lavras e Perdões, para o estande
inicial, determinado apenas nessas localidades, revelou que esta característica foi
significativamente reduzida com as doses crescentes de N (Figura 4), da forma
já discutida no primeiro grupamento de experimentos. A análise conjunta dos
três ensaios, para estande final e rendimento de grãos, revelou que os locais
influenciaram ambas as características, entretanto, as doses de N apenas
influenciaram o estande final. A interação não foi significativa.
Diferentemente do que ocorreu no grupo anterior, a resposta do estande
final não foi sempre decrescente e apresentou comportamento quadrático (Figura
5), com ponto de máximo com a aplicação de 41 kg ha
-1
de N. Certamente, esse
comportamento está relacionado às condições de maior precipitação pluvial
nessa safra, atuando no sentido de reduzir a disponibilidade de N nas menores
doses e minimizar o efeito salino nas maiores doses (menor pressão osmótica).
Na Tabela 3 são mostrados os valores médios obtidos para estande final
e rendimento de grãos, em que verifica-se que, em Lambari, foi obtida a maior
produtividade, superior às de Lavras e Perdões. Embora os rendimentos médios
observados tenham sido superiores às médias nacional e mineira, nessa safra das
águas, eles situaram-se, de certa forma, abaixo do esperado com a tecnologia
empregada. A falta de resposta nessa safra pode estar relacionada à maior
lixiviação (Andrade et al., 2006) ou à maior adição natural do N por meio das
descargas elétricas e chuvas (Tavares & Santiago, 2002).
9
Unaí, Guarda Mor e Janaúba (inverno 2002)
A análise de variância conjunta para rendimento de grãos e seus
componentes indicou que houve efeito de locais (L) sobre todas as variáveis,
exceto número de vagem por planta. As doses de N no plantio (N) influenciaram
o estande final, o número de vagens por planta e o rendimento de grãos. A
interação L x N influenciou o estande final. Houve boa precisão experimental.
O rendimento de grãos foi superior a 1.800 kg ha
-1
em Unaí e Janaúba
(Tabela 4), locais que apresentaram, em média, os maiores estandes, indicando
que essas duas variáveis (estande e produtividade) apresentaram certa
proporcionalidade. Em Guarda-Mor, apesar do maior peso de 100 grãos e maior
número de grãos por vagem, o rendimento de grãos também foi proporcional ao
estande final, situando-se na faixa de 1600 kg ha
-1
.
Nessas localidades, o estande final reduziu-se com o incremento da dose
de N no plantio (Figura 6), fato já ocorrido nos experimentos do primeiro grupo
(Figura 1).
Com relação ao rendimento de grãos, nas três localidades, o
comportamento foi semelhante, com resposta quadrática à adição de N no sulco
de plantio, sendo possível estimar um ponto de máxima produtividade, com a
dose de 56,9 kg ha
-1
de N (Figura 7). Esse resultado corrobora os de Araújo et al.
(1994), que também verificaram resposta quadrática ao N no plantio em algumas
cultivares utilizadas. De certa forma, também é coerente com estudos realizados
por Carvalho et al. (2001), em plantio convencional e por Silva et al. (2002), em
plantio direto, nos quais o atraso no fornecimento de N à planta refletiu em
menor rendimento do feijoeiro. No mesmo sentido, Amane et al. (1999),
avaliando N no plantio e em cobertura e molibdênio (Mo) foliar, constataram
que a maior produtividade em Leopoldina (2.585 kg.ha
-1
) foi obtida com a
combinação de N somente no plantio com Mo foliar.
10
Nas três localidades, o número de vagens por planta cresceu
continuamente com incremento da dose de N no plantio (Figura 8),
provavelmente em função da redução do estande inicial (Figura 1). Com a
redução da população, reduz-se a competição intraespecífica por luz, água e
nutrientes, resultando em maior vingamento de flores e vagens e,
conseqüentemente, maior número de vagens por planta (Rosolem , 1996).
Rosolem (1996) deixa bem claro que o efeito da adubação na
produtividade do feijoeiro se dá principalmente via aumento do número de
vagens por planta, razão pela qual considera que, em qualquer situação, a dose
total de N deve estar já aplicada até o início do florescimento. Ainda segundo o
mesmo autor, os resultados disponíveis já permitem inferir que o parcelamento
excessivo da cobertura nitrogenada no feijoeiro leva à diminuição da resposta da
planta, da eficiência, acarretando em economicidade da adubação. O autor
conclui que pode ser interessante aumentar a dose de N aplicada no início do
ciclo da cultura. Em sequeiro, recomenda que o N seja aplicado todo na
semeadura ou, no máximo, até 20 dias após a emergência. Pelos resultados do
presente trabalho, a cv. Talismã respondeu à aplicação de N no plantio na seca e
no inverno irrigado, mas não respondeu na safra das águas, como já discutido,
provavelmente pela maior lixiviação do N do fertilizante e pela maior adição
natural de N nessa época do ano.
CONCLUSÕES
Em ambientes mais favoráveis para o feijoeiro, como no inverno
irrigado, o incremento da dose de N no plantio eleva o número de vagens por
planta e, conseqüentemente, o rendimento de grãos do feijoeiro, até um ponto
máximo, em torno de 57 kg.ha
-1
de N. A partir daí, há contínua redução da
população de plantas pelo efeito salino do fertilizante nitrogenado reduzindo a
11
produtividade e limitando a possibilidade do emprego de doses elevadas de N no
plantio.
Em condições de excessiva precipitação pluvial, como na safra das
águas, ou de outro fator limitante, o efeito das doses crescentes de N no plantio
sobre estande final e rendimento de grãos é reduzido.
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16
TABELA 1. Classificação dos solos e resultados da análise química das
respectivas amostras (0 a 20 cm). UFLA, Lavras, MG, 2007.*
Itapecerica
LVA
Janaúba
RQ
Guarda Mor
LV
Unaí
LV
Características
Inverno 2002
pH em água
(1)
5,3 AcM 5,2 AcM 4,9 AcE 5,0 AcE
P (mg dm
-3
)
(2)
4,3 Ba 13,8 B 16,0 B 14,5 B
K (mg dm
-3
)
(2)
39,0 Ba 76,0 B 80,0 B 87,0 B
Ca (cmolc.dm
-3
)
(3)
1,0 Ba 4,3 MB 3,1 B 3,62 B
Mg (cmolc.dm
-3
)
(3)
0,7 M 1,52 MB 0,97 B 1,20 B
Al (cmolc.dm
-3
)
(3)
0,21 Ba 0,30 Ba 0,22 Ba 0,22 Ba
M.O. (dag.kg
-1
)
(4)
1,6 Ba 3,5 M 3,7 M 4,5 B
Lavras Perdões Lambari
Características
Águas 2002/03
LVd
Seca 2003
LVd
Águas 2002/2003
PVA GX
pH em água
(1)
4,9 AcE 5,1 AcE 4,9 AcE 4,5 AcE
P (mg dm
-3
)
(2)
14,5 B 13,7 B 14,5 Ba 33,0 MB
K (mg dm
-3
)
(2)
112,0 MB 108,0 MB 122.0 MB 48,0 M
Ca (cmolc.dm
-3
)
(3)
2,0 M 1,6 M 2,0 M 0,7 Ba
Mg (cmolc.dm
-3
)
(3)
0,6 M 0,52 M 0,6 M 0,2 Ba
Al (cmolc.dm
-3
)
(3)
0,3 Ba 0,31 Ba 0,3 Ba 3,2 M
M.O. (dag.kg
-1
)
(4)
1,9 M 1,8 M 1,9 M 3,0 B
* Análises realizadas pelo Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de Ciência do Solo
da UFLA e interpretação de acordo com a Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas
Gerais, 5
a
. aproximação (Ribeiro et al., 1999).
(1)
(1:2,5)
(2)
Extrator Mehlich,
(3)
Extrator KCl 1 N,
(4)
Oxidação:Na
2
Cr
2
O
7
4N+H
2
SO
4
10 N; AcE=acidez elevada, AcM=acidez média, Ba=baixo,
M=médio, B=bom, MB=muito bom. LVA=Latossolo Vermelho Amarelo, RQ=Regossol
Quartizogênico, LV=Latossolo Vermelho, LVd=Latossolo Vermelho distroférrico,
PVA=Podzólico Vermelho Amarelo, GX= Gleissolo
17
0
50
100
150
123456
Doses de N (kg.ha
-1
)
Estande inicial
(5 m
2
)
FIGURA 1. Estande inicial do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de N
no plantio, em Lavras (seca 2003). UFLA, Lavras, MG, 2007.
TABELA 2. Valores médios de estande final (5m
2
) e rendimento de grãos
(kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. Talismã, em Itapecerica (inverno 2002) e
Lavras (seca 2003). UFLA, Lavras, MG, 2007.*
Local Estande final Rendimento de grãos
Lavras 64 b 438 a
Itapecerica 84 a 314 b
CV (%)
23,88 40,63
*Médias seguidas mesma letra, nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade.
0 30 60 90 120 150
Y = 108,121429 – 0,185881 x – 0,001464 x
2
R
2
= 94,13%
18
0
50
100
150
123456
Doses de N (kg.ha
-1
)
Estande inicial
(5 m
2
)
FIGURA 2. Estande final do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de N no
plantio, em Itapecerica (inverno 2002) e Lavras (seca 2003). UFLA,
Lavras, MG, 2007.
0
100
200
300
400
500
123456
Doses de N (kg.ha
-1
)
Rendimento de grãos
(kg.ha
-1
)
FIGURA 3. Rendimento de grãos do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses
de N no plantio, em Itapecerica (inverno 2002) e Lavras (seca
2003). UFLA, Lavras, MG, 2007.
0 30 60 90 120 150
Y = 320,687857 + 4,688808 x – 0,035923 x
2
R
2
= 87,72%
0 30 60 90 120 150
Y = 98,567857 – 0,103583 x – 0,002006 x
2
R
2
= 99,70%
Estande final
19
100
110
120
130
140
123456
Doses de N (kg.ha
-1
)
Estande inicial
(5 m
2
)
FIGURA 4. Estande inicial do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de N
no plantio, em Lavras e Perdões (águas 2002/2003). UFLA, Lavras,
MG, 2007.
90
100
110
120
130
123456
Doses de N (kg.ha
-1
)
Estande final
(5 m
2
)
FIGURA 5. Estande final do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de N no
plantio, em Lavras, Lambari e Perdões (águas 2002/2003). UFLA,
Lavras, MG, 2007.
0 30 60 90 120 150
Y = 125,540476 +0,516521 x – 0,009396 x
2
R
2
= 83,00%
0 30 60 90 120 150
Y = 120,100000 + 0,117000 x – 0,001426 x
2
R
2
= 85,48%
20
TABELA 3. Valores médios de estande final (5m
2
) e rendimento de grãos
(kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de locais e doses de N
no plantio. Lambari, Lavras, Perdões (águas 2002/2003). UFLA,
Lavras, MG, 2007.*
Fator Níveis Estande final Rendimento de grãos
Perdões 102 c 1026 b
Lavras 117 b 1096 b
Locais
Lambari 132 a 1322 a
0 120 1025
30 122 1094
60 122 1148
90 119 1188
120 114 1212
Dose de N
150 105 1222
Médias
117 1148
CV (%)
12,74 26,80
* Em cada coluna, médias seguidas por letras diferentes diferem significativamente, pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade.
TABELA 4. Valores médios de estande final (EF) (5m
2
), rendimento de grãos
(RG) (kg.ha
-1
), número de grãos por vagem (NGV), número de
vagens por planta (NVP) e peso de cem grãos (PCG) do feijoeiro cv.
Talismã em Guarda Mor, Unaí, Janaúba (inverno 2002). UFLA,
Lavras, MG, 2007.*
Local EF RG NGV NVP PCG
Guarda Mor 88,46 b 1607,22 b 5,32 a 18,78 a 28,96 a
Unaí 103,83 a 1859,67 a 4,64 b 17,79 a 21,79 b
Janaúba 105,46 a 1827,96 ab 4,48 b 18,37 a 22,38 b
CV (%)
9,81 21,28 6,86 11,20 4,71
* Em cada coluna, médias seguidas por letras diferentes diferem significativamente, pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade.
21
0
50
100
150
200
123456
Doses de N (kg ha
-1
)
Estande final
(5 m
2
)
Guarda Mo
r
Janaúba
Unaí
FIGURA 6. Estande final do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de N no
plantio, em Guarda Mor, Janaúba e Unaí, safra inverno 2002.
UFLA, Lavras, MG, 2007.
0
500
1000
1500
2000
2500
123456
Doses de N (kg ha
-1
)
Rendimento de grãos
(kg ha
-1
)
FIGURA 7. Rendimento de grãos do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses
de N no plantio, em Guarda Mor, Janaúba e Unaí, safra inverno
2002. UFLA, Lavras, MG, 2007.
0 30 60 90 120 150
Y = 1722
,
882762 + 16
,
536923 x
0
,
145236 x
2
R
2
= 79
,
23%
0 30 60 90 120 150
Y (GM) = 148,671429 – 0,990429 x – 0,001706 x
2
R
2
= 98,88%
Y (J) = 146,907143 – 0,395833 x – 0,001425 x
2
R
2
= 94,74%
Y(U)
=
141,664286
0,287786 x
0,002242 x
2
R
2
=
96,87%
Estande final
5m
2
Doses de N (kg.ha
-1
)
22
0
10
20
30
123456
Doses de N (kg ha
-1
)
mero de vagens
por planta
FIGURA 8. Número de vagens por planta do feijoeiro cv. Talismã, em função
de doses de N no plantio, em Guarda Mor, Janaúba e Unaí, safra
inverno 2002. UFLA, Lavras, MG, 2007.
0 30 60 90 120 150
Y = 11,347262 + 0,072272 x + 0,000188 x
2
R
2
= 98,93%
23
ARTIGO II
Adubação nitrogenada do feijoeiro, em cobertura, no plantio direto e
convencional
Adubação nitrogenada na cultura do feijoeiro
Jainir Alves Junior
1*
; Neiva Maria Batista Vieira
1
; Messias José Bastos de
Andrade
1
, Janice Guedes de Carvalho
2
; e Augusto Ramalho de Morais
3
1
Departamento de Agricultura, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 37,
CEP 37200-000, Lavras, Minas Gerais, Brasil.
2
Departamento de Ciência do
Solo, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 37, CEP 37200-000, Lavras,
Minas Gerais, Brasil.
3
Departamento de Ciências Exatas, Universidade Federal
de Lavras, Caixa Postal 37, CEP 37200-000, Lavras, Minas Gerais, Brasil.
*Autor para correspondência: jainir@terra.com.br
“Preparado de acordo com as normas da Revista Acta Scientiarum”
RESUMO. Com o objetivo de avaliar a resposta do feijoeiro a doses de
nitrogênio em cobertura, em plantio direto e convencional, foram instalados
quatro experimentos de campo em Madre de Deus de Minas e São Vicente de
Minas, utilizando a cv. BRS-MG Talismã. Na seca 2004, o delineamento
estatístico utilizado foi blocos casualizados, com dez repetições e cinco doses de
N em cobertura, aplicados aos 20 DAE (0, 30, 60, 90 e 130 kg ha
-1
). Nos demais
ensaios foi utilizado o mesmo delineamento, com seis repetições e 4 doses de N
em cobertura (0, 40, 80 e 120 kg ha
-1
). A semeadura foi mecanizada, com
densidade de 16 sementes.m
-1
e espaçamento de 0,5 m. Cada dose de cobertura
foi aplicada em áreas de 250 m
2
e, por ocasião da colheita, foram colhidas
24
parcelas de 5 m
2
cada. Foram avaliados o estande final e o rendimento de grãos.
Verificou-se que o plantio convencional apresenta menor amplitude de
rendimento de grãos entre os ambientes e maior estande final, entretanto, no
plantio direto, o rendimento de grãos foi superior. No plantio convencional, a
resposta à aplicação de N em cobertura foi quadrática e a dose correspondente à
máxima produtividade variou com o ambiente. No plantio direto, não houve
resposta à aplicação de N em cobertura (seca 2004) ou essa resposta foi linear
crescente (seca 2005).
Palavras-chave: nitrogênio, Phaseolus vulgaris, sistemas de plantio
ABSTRACT. Topdressing nitrogen fertilization in bean plants under no-
tillage and conventional tillage.
To evaluate the response of beans to nitrogen rates applied as topdressing, under
no-tillage and conventional tillage, four experiments were carried out in Madre
de Deus de Minas and São Vicente de Minas, utilizing bean cv. BRS-MG
Talismã. In dry season 2004, a randomized block design was used, with ten
replicates and five topdressing N rates applied at 20 DAE (0, 30, 60, 90 and 130
kg ha
-1
). In the further assays the same experimental design was used with six
replicated and 4 topdressing N rates (0, 40, 80 and 120 kg ha
-1
). Automated
sowing was used, with 16 seeds.m
-1
plant density and 0.5m row distance. Each
topdressing dose was applied in 250 m
2
fields. At harvest, 5 m
2
plots were
sampled from each field. Final stand and grain yield were recorded. The
conventional tillage presented lower amplitude of grain yield among
environments and higher final stand, however, in conventional tillage a higher
grain yield was obtained. In conventional tillage the response to topdressing N
application was squared and the dose corresponding to maximum yield varied as
a function of the grown environment. In no-tillage, there was no response to N
25
topdressing application (dry season 2004) or this response was linearly
increasing.
Key words: nitrogen, Phaseolus vulgaris, crop management systems
INTRODUÇÃO
O nitrogênio apresenta efeito altamente positivo sobre a produção de
feijão. Desta forma, é importante conhecer o modo mais adequado de aplicá-lo,
uma vez que doses elevadas no sulco de plantio podem provocar perdas do
elemento, em razão de sua mobilidade no solo, além dos danos às sementes,
reduzindo-lhes a percentagem de emergência (Araújo et al., 1994).
A adubação nitrogenada em cobertura no feijoeiro tem por objetivo
assegurar o suprimento de N no período de máximo crescimento (entre V
3
– V
4
,
primeira a terceira folha trifoliolada completamente distendida e R
6
,
florescimento) (Cobra Neto et al., 1971; Almeida & Bulisani, 1980).
Em geral, na adubação nitrogenada da cultura recomenda-se de 20 a 100
kg.ha
-1
, dependendo do nível de tecnologia empregado, aplicados
parceladamente, ou seja, uma porção no sulco de plantio, juntamente aos adubos
fosfatado e potássico, e outra porção mais tarde, em cobertura (Ribeiro et al.,
1999). O maior argumento a favor deste parcelamento tem sido a possibilidade
de lixiviação do N quando aplicado em dose elevada na semeadura, embora
alguns resultados tenham indicado que talvez venha se dando excessiva
importância à lixiviação do N. Este fato é altamente relevante, já que o elevado
número de parcelamentos, dependendo do sistema de produção, torna-se
operacional e ou economicamente inviável.
Araújo et al. (1994) verificaram que a adubação nitrogenada parcelada,
em cobertura, até aos 30 dias após a emergência das plantas (DAE) é vantajosa
para a cultura do feijão. Calvache & Reichardt (1996), estudando o efeito da
época de deficiência hídrica na eficiência do uso do N na cultura do feijoeiro,
26
verificaram que a maior absorção de N ocorreu na floração e na época de
formação de vagens. Ambrosano et al. (1996), avaliando a aplicação de N em
cobertura no cultivo de feijão irrigado no inverno, constataram que a
produtividade pode ser aumentada pela adição de N e que as doses únicas
aplicadas em cobertura foram mais eficientes do que as aplicadas somente na
semeadura, com melhor época de aplicação aos 25 DAE.
As aplicações de 72 kg.ha
-1
de N em cobertura, em plantio convencional,
irrigado (Silveira & Damasceno, 1993) e de 164 kg.ha
-1
de N, em plantio direto
(Meira et al., 2005) proporcionaram produtividade máxima do feijoeiro.
Chidi et al. (2002), em área com alta relação C/N, verificaram que a
aplicação do N em cobertura via solo proporcionou aumento no teor de N foliar,
massa de 100 grãos e produtividade de grãos do feijoeiro. Entretanto, em outros
trabalhos realizados, como os de Arf et al. (2004) e Silva et al. (2006), em
plantio direto e convencional, o rendimento de grãos do feijoeiro não foi
influenciado pelas doses de 0, 30, 60 e 120 kg.ha
-1
de N aplicadas em cobertura.
O objetivo do presente estudo foi avaliar a resposta do feijoeiro a doses
de nitrogênio em cobertura, em sistema convencional e plantio direto,
fornecendo subsídios para recomendação de adubação mais racional e eficiente
da cultura.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo constou de quatro experimentos de campo, instalados em
propriedades particulares. Os dois primeiros foram conduzidos no município de
Madre de Deus de Minas, na safra da seca 2004, sob plantio direto e
convencional. Um terceiro experimento foi instalado no município de São
Vicente de Minas, em sistema convencional, na safra das águas 2004/2005. O
último experimento foi instalado novamente em Madre de Deus, em plantio
27
direto, na safra da seca 2005. O solo da região é classificado como Latossolo
Vermelho Amarelo ácrico (Embrapa, 1999).
Os valores resultantes da análise química de amostras de solos, coletadas
à profundidade de 0 a 20 cm, antes da semeadura do feijão, são apresentados na
Tabela 1.
Foi utilizada a cultivar BRS-MG Talismã, desenvolvida pelo convênio
UFLA/UFV/Epamig/Embrapa e recomendada para Minas Gerais. Apresenta
grãos tipo carioca, crescimento indeterminado com guias longas (tipo III), porte
prostrado, ciclo médio de 85 dias, resistência à raça alfa brasil (patótipo 89) de
antracnose (Colletrotrichum lindemuthianum) e ao mosaico-comum (VMCF) e
resistência intermediária à mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) (Ramalho
& Abreu, 2006).
Em plantio convencional, em ambas as localidades, o preparo de solo,
bem como sua correção, foram as usualmente realizadas nas propriedades em
que foram instaladas. No plantio direto, os ensaios foram instalados sob palhada
de milho dessecada quinze dias antes do plantio, com 2,5 kg de Roundup WG®
por hectare. Em nenhuma das localidades foi realizada a correção do solo. Na
semeadura, a adubação foi equivalente a 500 kg.ha
-1
do formulado 10-30-10 (50
kg.ha
-1
de N, 150 kg.ha
-1
de P
2
O
5
e 50 kg.ha
-1
de K
2
O).
Em Madre de Deus de Minas, na safra da seca 2004, o delineamento
estatístico utilizado foi blocos casualizados, com dez repetições e cinco
tratamentos, constituídos pelas doses de 0, 30, 60, 90 e 130 kg ha
-1
de N em
cobertura. Em São Vicente de Minas e em Madre de Deus de Minas, safra da
seca 2005, utilizou-se o mesmo delineamento com seis repetições e 4
tratamentos, constituídos pelas doses de 0, 40, 80 e 120 kg ha
-1
de N em
cobertura. Em todos os experimentos, a fonte foi uréia, aplicada em dose única
por ocasião da cobertura, com incorporação, no estádio V
3
/V
4
(Fernandez et al.,
1985).
28
TABELA 1. Análise química de amostras dos solos utilizados (0 a 20
cm).UFLA, Lavras, MG, 2007.*
TABLE 1. Chemical analysis of samples of the used soil (0 a 20 cm).UFLA,
Lavras, MG, 2007.*
Madre de Deus São Vicente
Características
PD PC PC
pH em H
2
O (1:2,5) 5,9 AcM 5,3 AcM 5,5 AcM
P mg dm
-3 (1)
5,2 Ba 0,6 MBa 0,6 MBa
K mg dm
-3 (1)
98,0 B 25,0 Ba 23,0 Ba
Ca cmolc dm
-3 (2)
4,3 MB 0,9 Ba 0,8 Ba
Mg cmolc dm
-3 (2)
1,7 MB 0,7 M 0,2 Ba
Al cmolc dm
-3 (2)
0,0 MBa 0,4 Ba 0,0 MBa
S mg dm
-3 (3)
12,8 MB 6,2 B 4,5 M
M. O. dag kg-
1 (4)
2,1 M 1,9 Ba 1,6 Ba
Zn mg dm
-3 (1)
13,1 A 2,2 B 0,6 Ba
Fe mg dm
-3 (1)
78,9 A 69,7 A 36,6 B
Mn mg dm
-3 (1)
12,3 A 3,3 Ba 3,5 Ba
Cu mg dm
-3 (1)
1,9 A 1,5 B 3,0 A
B mg dm
-3 (5)
0,4 M 0,6 M 7,7 A
* Análises realizadas pelo Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de Ciência do Solo
da UFLA e interpretação de acordo com a Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas
Gerais, 5
a
. aproximação (Ribeiro et al., 1999).
(1)
Extrator Mehlich
(2)
, Extrator SMP,
(3)
Extrator
fosfato monocálcico em ácido acético,
(4)
Oxidação:Na
2
Cr
2
O
7
4N+H
2
SO
4
10 N,
(5)
Extrator água
quente, AcM=acidez média, MBa=muito baixo, Ba=baixo, M=médio, B=bom, MB=muito bom,
A=alto.
Em todos os experimentos, a semeadura foi mecanizada, adotando-se a
densidade de 16 sementes por metro e espaçamento de 0,5 m. Cada dose de
cobertura foi aplicada em parcelas de 250 m
2
(10 linhas de 50 m) tendo, por
ocasião da colheita, sido colhidas parcelas de 5 m
2
cada (2 linhas de 5 m). Em
cada experimento, foi avaliado o estande final, além do rendimento de grãos.
Os tratos culturais foram os normalmente dispensados à cultura na
região.
29
Os dados foram submetidos à análise de variância individual e,
observando-se os tratamentos em comum e as relações entre variâncias,
analisados de forma conjunta (Gomes, 1976), agrupados da seguinte forma: 1)
Madre de Deus de Minas, em plantio direto e convencional (seca 2004); e 2) São
Vicente de Minas, em plantio convencional (águas 2004/05) e Madre de Deus de
Minas, em plantio direto (seca 2005).
Os efeitos das doses de N foram avaliados por meio de análise de
regressão, com ajuste de curvas representativas de acordo com as características
avaliadas. Para a comparação das médias dos ambientes foi utilizado o teste de
Scott-Knott, a 5% de probabilidade (Ferreira, 2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Madre de Deus de Minas (seca 2004)
A análise conjunta dos dados relativos a este primeiro grupo permitiu
verificar que houve efeito significativo dos sistemas de plantio (S) sobre ambas
as características avaliadas e que a produtividade de grãos foi influenciada pelas
doses de N em cobertura (C) e pela interação C x S. Houve boa precisão
experimental .
O maior rendimento de grãos foi obtido no sistema de plantio direto,
apesar de ter apresentado menor estande final em relação ao plantio
convencional (Tabela 2). Esse fato pode ter ocorrido devido à plasticidade das
plantas de feijão, ou seja, à capacidade que o feijoeiro possui de se adaptar ao
ambiente (Costa et al., 1983), compensando a produção de grãos, mesmo em
menores densidades populacionais, por meio do aumento dos componentes do
rendimento.
O maior rendimento de grãos no plantio direto também pode ser
explicado por vários fatores, dentre eles, a maior fertilidade do solo onde foi
30
instalado aquele sistema (Tabela 1). Além disso, o maior teor de alguns
nutrientes como K na palhada e a absorção de P favorecida pela maior umidade
no plantio direto (Stone & Moreira, 2000; Vieira, 2006), pode ter proporcionado
maior rendimento de grãos em relação ao plantio convencional. A superioridade
do sistema de plantio direto tem sido identificada em vários trabalhos. Barros &
Hanks (1997), por exemplo, avaliando o efeito de cobertura e níveis de
irrigação, verificaram que a cobertura do solo foi efetiva no aumento da
produtividade e da eficiência do uso da água pelo feijoeiro em todos os níveis de
irrigação testados.
O comportamento do rendimento de grãos em relação às doses de N em
cobertura utilizadas pode ser verificado na Figura 1. Observa-se que, em plantio
direto, não houve efeito significativo da aplicação do N em cobertura. Neste
sistema, os restos culturais permanecem na superfície do solo, a taxa de
mineralização da matéria orgânica é mais lenta, quando comparada com sistema
convencional (Gonçalves & Ceretta, 1999), acarretando menor disponibilidade
de nitrogênio às plantas, principalmente na fase de implantação até a
estabilização do sistema (Soratto et al., 2001; Silva et al., 2002; Soratto et al.,
2004). Dessa forma, a ausência de resposta para as doses de N em cobertura, no
caso do plantio direto, pode ser explicada por essa imobilização de N, sendo
necessárias maiores quantidades desse nutriente para a obtenção de
produtividades elevadas (Bordin et al., 2003; Soratto et al., 2004) ou de
respostas significativas.
31
TABELA 2. Estande final (5m
2
) e rendimento médio de grãos (kg.ha
-1
) do
feijoeiro cv. BRS-MG Talismã, em Madre de Deus de Minas, seca 2004, em
função de sistemas de plantio e doses de N em cobertura. UFLA, Lavras, 2007.*
TABLE 2. Final stand (5m
2
) and average grain yield (kg.ha
-1
) of bean cv. BRS-
MG Talismã, in Madre de Deus de Minas, dry season 2004, as a function of
crop management systems and topdressing N rates. UFLA, Lavras, 2007.*
Sistema Estande final Rendimento de grãos
Plantio Direto 74 b 2464 a
Plantio Convencional 84 a 1211 b
Doses de N Cobertura
0 78 1732
30 79 1849
60 79 1865
90 79 1819
130 80 1922
Média
79 1837
CV (%)
11,64 10,39
* Em cada coluna, as médias seguidas por letras diferentes diferem significativamente, pelo teste de
Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Em plantio convencional, a resposta à adubação nitrogenada de
cobertura foi quadrática, sendo o maior rendimento (1.309 kg.ha
-1
) obtido com a
dose de 115 kg.ha
-1
de N. Esse resultado encontra-se abaixo dos encontrados por
Carvalho et al. (2003) que, entretanto, obtiveram produtividades bastante
superiores às encontradas no presente trabalho.
32
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
12345
Doses de N Cobertura (Kg.ha
-1
)
Rendimento de grãos
(Kg.ha
-1
)
PD
PC
Figura 1. Rendimento de grãos (kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de
sistemas de plantio e doses de N em cobertura, em Madre de Deus de Minas,
seca 2004. UFLA, Lavras, MG, 2007.
Figure 1. Bean grain yield (kg.ha
-1
) of bean cv. Talismã as a function of crop
management systems and topdressing N rates, in Madre de Deus de Minas, dry
season 2004. UFLA, Lavras, MG, 2007.
São Vicente de Minas (águas 2004/05) e Madre de Deus de Minas (seca
2005)
A análise conjunta dos dados relativos ao segundo grupo de ensaios
permitiu verificar que houve efeito significativo de ambientes (A) e da interação
A x doses de N sobre ambas as características avaliadas e que houve, ainda,
efeito significativo das doses de N em cobertura (C) sobre o rendimento de
grãos.
Nas três menores doses de N aplicadas não houve diferença significativa
entre os ambientes onde foram instalados os ensaios. Na dose de 120 kg.ha
-1
de
N, o estande final do ensaio instalado em Madre de Deus de Minas, em plantio
direto, apresentou maior número de plantas por área (Tabela 3). A maior
0 30 60 90 130
Y(PD) = 2464
Y(PC) = 1036,808024 + 4,727754 x – 0,020495 x
2
R
2
=94,41%
33
umidade presente no sistema de plantio direto, já descrito em vários trabalhos
(Stone & Moreira, 2000; Arf t al., 2004), pode ter influenciado de maneira
significativa na sobrevivência das plantas durante o ciclo cultural do feijoeiro.
TABELA 3. Estande final (5m
2
) do feijoeiro cv. BRS-MG Talismã, em São
Vicente de Minas, águas 2004/05 e Madre de Deus de Minas, seca 2005, em
função de ambientes e doses de N em cobertura. UFLA, Lavras, 2007.*
TABLE 3. Final stand (5m
2
) of bean cv. BRS-MG Talismã, in São Vicente de
Minas, raining season 2004/05 and Madre de Deus de Minas, dry season 2005,
as a function of environments and topdressing N rates. UFLA, Lavras, 2007.*
Ambientes
Doses de N
São Vicente/PC Madre de Deus/PD
Média
0
124 a 120 a 122
40
117 a 116 a 117
80
113 a 126 a 120
120
117 b 139 a 128
Média
118 125 122
CV (%)
9,47
* Em cada linha, médias seguidas por letras diferentes diferem significativamente, pelo teste de
Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Apesar do comportamento diferenciado nos dois ambientes (Figura 2),
verifica-se, pela Tabela 3, que os valores médios do estande final foram
equivalentes a 236 e 250 mil plantas.ha
-1
, repectivamente, em São Vicente de
Minas, em plantio convencional e em Madre de Deus de Minas, em plantio
direto. Essas populações são bem próximas às recomendadas por vários
trabalhos (Embrapa, 1982; Del Peloso, 1996).
34
0
50
100
150
1234
Doses de N (kg.ha
-1
)
Estande final (plantas.5m
2
)
o Vicente de Minas
Madre de Deus de Minas
Figura 2. Estande final (5 m
2
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de
N em cobertura, em São Vicente de Minas, águas 2004/05 e Madre de Deus de
Minas, seca 2005. UFLA, Lavras, MG, 2007.
Figura 2. Final stand (5 m
2
) of bean cv. Talismã as a function of topdressing N
rates, in São Vicente de Minas, raining season 2004/05 and Madre de Deus de
Minas, dry season 2005. UFLA, Lavras, MG, 2007.
Independentemente da dose de N utilizada em cobertura, a maior
produtividade foi obtida em Madre de Deus de Minas, em plantio direto (Tabela
4). O sistema de plantio pode ter contribuído para esse maior rendimento, com
sua maior fertilidade do solo. Outro fator pode ter sido o alto teor de B e Cu
presente no solo de São Vicente de Minas (Tabela 1). Outros fatores, como a
maior umidade do solo no sistema de plantio direto (Madre de Deus de Minas)
ou mesmo maior lixiviação de N na safra das águas (São Vicente de Minas),
também poderiam ajudar a explicar as diferenças encontradas.
0 40 80 120
Y(SVM) = 123,941667 - 0,274375 x + 0,001797 x
2
R
2
= 97,57%
Y(MDM) = 119,133333 – 0,127917 x + 0,002448 x
2
R
2
= 98,02%
35
TABELA 4. Rendimento de grãos (kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. BRS-MG Talismã,
em São Vicente de Minas, águas 2004/05 e Madre de Deus de Minas, seca 2005,
em função de locais e doses de N em cobertura. UFLA, Lavras, 2007.*
TABLE 4. Grain yield (kg.ha
-1
) of bean cv. BRS-MG Talismã, in São Vicente de
Minas, raining season 2004/05 and Madre de Deus de Minas, dry season 2005,
as a function of locations and topdressing N rates. UFLA, Lavras, 2007.*
Locais
Doses de N
São Vicente Madre de Deus
Média
0
949 b 2237 a 1593
40
1440 b 2445 a 1943
80
1380 b 3103 a 2242
120
1202 b 3325 a 2264
Média
1243 2778 2011
CV (%)
19,04
* Em cada linha, médias seguidas por letras diferentes diferem significativamente, pelo teste de
Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Em São Vicente de Minas, o máximo rendimento de grãos foi obtido
com a dose de 68 kg.ha
-1
de N em cobertura, alcançando uma produtividade de
1.458 kg.ha
-1
. Essa dose é correspondente à dose total determinada por Silveira
& Damasceno (1993), também em plantio convencional, quando estudaram
doses de N aplicadas 1/3 em semeadura e 2/3 em cobertura; esses autores ,
entretanto, encontraram produtividades maiores que as descritas nesse trabalho.
Em Madre de Deus de Minas, a maior dose empregada (120 kg.ha
-1
de
N) foi também aquela que proporcionou maior rendimento de grãos. Essa
dosagem foi responsável pela produtividade de 3.366 kg.ha
-1
. Esses resultados
são bastante próximos aos encontrados por Barbosa Filho et al. (2005), tanto no
que diz respeito à dose de N responsável pela máxima produtividade quanto pela
produtividade obtida. A resposta linear ao N, nesse ambiente, permite prever um
acréscimo de 9,8 kg.ha
-1
de grãos para cada kg de N aplicado em cobertura.
36
0
1000
2000
3000
4000
1234
Doses de N (kg.ha
-1
)
Rendimento de grãos
(Kg.ha
-1
)
o Vicente de Minas
Madre de Deus de Minas
Figura 3. Rendimento de grãos (kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de
doses de N em cobertura, em São Vicente de Minas, águas 2004/05 e Madre de
Deus de Minas, seca 2005. UFLA, Lavras, MG, 2007.
FIGURE 3. Grain yield (kg.ha
-1
) of bean cv. Talismã as a function of
topdressing N rates, in São Vicente de Minas, raining season 2004/05 and
Madre de Deus de Minas, dry season 2005. UFLA, Lavras, MG, 2007.
CONCLUSÕES
O plantio convencional apresentou menor amplitude de rendimento de
grãos entre os ambientes e maior estande final, entretanto, no plantio direto, o
rendimento de grãos foi superior.
No plantio convencional, a resposta à aplicação de N em cobertura foi
quadrática e a dose correspondente à máxima produtividade variou com o
ambiente.
No plantio direto não houve resposta à aplicação de N em cobertura
(seca 2004) ou essa resposta foi linear crescente (seca 2005).
0 40 80 120
Y(SVM) = 970,566167 + 14,293092 x – 0,104566 x
2
R
2
= 93,59%
Y(MDM) = 2189,000000 + 9,808333 x R
2
= 95,14%
37
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Federal de Lavras, Lavras, MG.
42
ARTIGO III
ADUBAÇÃO NITROGENADA DO FEIJOEIRO, EM PLANTIO E
COBERTURA, EM PLANTIO DIRETO E CONVENCIONAL
JAINIR ALVES JUNIOR
2
MESSIAS JOSÉ BASTOS DE ANDRADE
2
JANICE GUEDES DE CARVALHO
3
NEIVA MARIA BATISTA VIEIRA
4
AUGUSTO RAMALHO DE MORAIS
5
“Preparado de acordo com as normas da Revista Ciência e Agrotecnologia”
RESUMO. Com o objetivo de avaliar, a campo, a resposta do feijoeiro a doses
de nitrogênio por ocasião da semeadura e em cobertura, foram conduzidos dois
experimentos (plantio direto e convencional), na safra das águas 2004/05. O
delineamento estatístico foi em blocos casualizados com três repetições e
esquema fatorial 4x4, envolvendo 4 doses de N no plantio (0, 40, 80 e 120
kg.ha
-1
) e 4 doses de N em cobertura (0, 40, 80 e 120 kg.ha
-1
), aos 20 DAE. Cada
parcela foi constituída por quatro linhas de 5 m de comprimento, espaçamento
de 0,5 m e densidade de 16 sementes.m
-1
. Foram avaliados os estande inicial e
final e o rendimento de grãos. Em ambos os sistemas de plantio, o incremento do
fertilizante nitrogenado de plantio reduziu o estande de plantas. De maneira
geral, no plantio direto, a resposta à aplicação de N no plantio foi quadrática e a
dose correspondente à máxima produtividade variou com as doses de cobertura.
2
Eng. Agr., Mestrando, DAG/UFLA, Cx. P. 37, 372000-000, Lavras, MG. ja[email protected].br;
2
Eng. Agr., DSc., Bolsista CNPq, Professor, DAG/UFLA;
3
Eng. Agr., DSc., Bolsista CNPq,
Professora, DCS/UFLA;
4
Eng. Agr., MSc., Doutoranda, DAG/UFLA;
5
Eng. Agr., DSc., Bolsista
CNPq, Professor, DEX/UFLA.
43
No plantio convencional essa resposta foi linear decrescente, devido ao maior
efeito de N de plantio sobre o estande. A resposta à aplicação de N em cobertura
foi quadrática, em ambos os sistemas de plantio e as maiores respostas do
rendimento de grãos foram observadas com o emprego da dose de 40 kg.ha
-1
de
N no plantio.
Palavras chave: nitrogênio, Phaseolus vulgaris, sistemas de plantio
ABSTRACT. NITROGEN FERTILIZATION AT SOWING AND LATER
AS TOPDRESSING IN BEAN UNDER NO-TILLAGE AND
CONVENTIONAL TILLAGE
To evaluate in the field, the responses of bean to nitrogen fertilization rates at
sowing and topdressing, two experiments were carried out (no-tillage and
conventional tillage), in raining season 2004/05. The experimental design was in
randomized blocks with three replicates in a factorial scheme 4x4 encompassing
4 N rates at sowing (0, 40, 80 and 120 kg.ha
-1
) and 4 topdressing N rates (0, 40,
80 e 120 kg.ha
-1
) at 20 DAE. Each plot was composed by four 5m-long rows,
0.5m apart from each other and a 16 seed.m
-1
density was used. Initial and final
stand and grain yield were assessed. In both crop management systems, the
increasing nitrogen fertilization rate at sowing reduced plant stand. In general, in
no-tillage the response to N application at sowing was squared and the rate
corresponding to maximum yield varied depending on the topdressing rates. In
conventional tillage this response was linearly decreasing, as a function of the
higher effect of N at sowing on final stand. The response to N topdressing
application was squared in both crop management systems and higher responses
to grain yield were observed with 40 kg.ha
-1
N rate at sowing.
Key words: Nitrogen, Phaseolus vulgaris, crop management systems
44
INTRODUÇÃO
De maneira geral, as recomendações oficiais de adubação nitrogenada
preconizam a aplicação de apenas uma fração da dose total no plantio, deixando
o restante para aplicação em cobertura. Segundo Malavolta (1980), essa
recomendação se deve à baixa exigência inicial de N pelas culturas anuais, ao
efeito salino desse fertilizante sobre a semente e à possibilidade de perdas por
lixiviação. No entanto, este último argumento tem a sua importância reduzida,
em função de resultados como o de Urquiaga et al. (1984), os quais demostraram
que, ao final da cultura do feijoeiro, 86% do N do fertilizante (fonte sulfato de
amônio) ainda se encontrava na camada de 0-45 cm de profundidade, em terra
roxa estruturada.
Com relação ao parcelamento, Urben Filho et al. (1980), estudando
doses (0, 40, 80, 120 e 160 kg ha
-1
) e modos de aplicação (aplicados totalmente
em cobertura, todo no plantio ou 1/3 no plantio e 2/3 em cobertura), não
encontraram diferenças de produtividade entre os modos de aplicação, embora
doses maiores de N aplicadas no plantio tenham influído negativamente no
estande final. Já Araya et al. (1981) observaram resposta positiva do rendimento
de grãos parcelando 1/2 no plantio e 1/2 em cobertura no período de 15 a 29
DAE. Araújo et al. (1994), estudando a época de aplicação do N em cobertura,
concluíram ser vantajosa a aplicação parcelada e recomendaram a cobertura até
aos 30 DAE. Khiel et al. (1993), estudando o efeito de doses e modos de
aplicação de uréia na produção do feijoeiro, observaram que a aplicação de uma
só vez em cobertura conferiu as menores produções, enquanto que o
fracionamento da dose em duas aplicações (no plantio e cobertura) bem como
uma única aplicação no plantio foram os métodos efetivos. Nesse estudo, em
Latossolo Vermelho Amarelo, a resposta máxima ocorreu com a dose de 66 kg
ha
-1
, enquanto, em Planossolo solódico, o rendimento aumentou até a dose
máxima utilizada (90 kg ha
-1
).
45
Teixeira et al. (2000), trabalhando com doses de até 150 kg ha
-1
de N,
100 kg ha
-1
de N na semeadura + 50 kg ha
-1
de N em cobertura, verificaram
resposta linear da cv. Pérola na safra das águas, seca e inverno-primavera, no
município de Lavras, MG. No ano seguinte, com as cultivares Carioca e Pérola,
Rodrigues et al. (2002), testando doses de até 120 kg ha
-1
de N, sendo 80 kg ha
-1
de N na semeadura + 40 kg ha
-1
de N em cobertura, na presença de diferentes
doses de P
2
O
5
, obtiveram resposta linear em duas safras e quadrática em outra,
esta com máxima produtividade estimada com o uso de 108,6 kg ha
-1
de N (72,4
kg ha
-1
na semeadura e 36,2 kg ha
-1
em cobertura). Estes resultados,
principalmente as citadas respostas lineares, remetem à possibilidade de o
feijoeiro responder a doses ainda superiores a 80-100 kg ha
-1
na semeadura.
Santos et al. (2003), estudando os efeitos do parcelamento de N no
feijoeiro, cvs. Rudá e Pérola cultivadas em várzeas (0, 40, 80, 120 e 160 kg.ha
-1
de N: 1- dose total no plantio; 2- ½ na semeadura e ½ incorporado aos 20 DAE e
3- ½ na semeadura e ½ aos 20 DAE à lanço) concluíram que a aplicação de parte
do N na semeadura e parte incorporada ao solo foi a mais eficaz.
O objetivo do presente estudo foi avaliar a resposta do feijoeiro a doses
de nitrogênio por ocasião da semeadura e em cobertura, em sistema
convencional e plantio direto, de forma a fornecer subsídios para recomendação
de adubação mais racional e eficiente da cultura.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo constou de dois experimentos de campo, conduzidos em
propriedade particular no município de São Vicente de Minas, em um Latossolo
Vermelho Amarelo ácrico (Embrapa, 1999), na safra das águas 2004/2005. O
primeiro deles foi instalado sob plantio direto e o outro sob sistema de plantio
convencional.
46
Os valores resultantes da análise química de amostras de material dos
solos, coletadas à profundidade de 0 a 20 cm, antes da semeadura do feijão, são
apresentados na Tabela 1.
TABELA 1. Análise química de amostras dos solos utilizados (0 a 20 cm).
UFLA, Lavras, MG, 2007.
Características Plantio direto Plantio convencional
pH em H
2
O (1:2,5) 5,9 AcM 5,5 AcM
P mg dm
-3 (1)
1,4 MBa 0,6 MBa
K mg dm
-3 (1)
27,0 Ba 23,0 Ba
Ca cmolc dm
-3 (2)
2,3 M 0,8 Ba
Mg cmolc dm
-3 (2)
0,7 M 0,2 Ba
Al cmolc dm
-3 (2)
0,0 MBa 0,0 MBa
S mg dm
-3 (3)
8,9 MB 4,5 M
M. O. dag kg-
1 (4)
1,5 Ba 1,6 Ba
Zn mg dm
-3 (1)
1,0 M 0,6 Ba
Fe mg dm
-3 (1)
34,6 B 36,6 B
Mn mg dm
-3 (1)
3,8 Ba 3,5 Ba
Cu mg dm
-3 (1)
7,7 A 3,0 A
B mg dm
-3 (5)
0,2 Ba 7,7 A
* Análises realizadas pelo Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de Ciência do Solo
da UFLA e interpretação de acordo com a Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas
Gerais, 5
a
. aproximação (Ribeiro et al., 1999).
(1)
Extrator Mehlich,
(2)
Extrator KCl 1 N,
(3)
Extrator fosfato monocálcico em ácido acético,
(4)
Oxidação:Na
2
Cr
2
O
7
4N+H
2
SO
4
10 N,
(5)
Extrator água quente, AcM=acidez média, MBa=muito baixo, Ba=baixo, M=médio, B=bom,
MB=muito bom, A=alto.
Foi utilizada a cultivar BRS-MG Talismã, desenvolvida pelo convênio
UFLA/UFV/Epamig/Embrapa e recomendada para Minas Gerais. Apresenta
grãos tipo carioca, crescimento indeterminado com guias longas (tipo III), porte
prostrado, ciclo médio de 85 dias, resistência à raça alfa brasil (patótipo 89) de
antracnose (Colletrotrichum lindemuthianum) e ao mosaico-comum (VMCF) e
resistência intermediária à mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) (Ramalho
& Abreu, 2006).
47
Em plantio convencional, o preparo de solo constou de uma aração e
uma gradagem, usualmente realizadas na propriedade. No plantio direto, os
ensaios foram instalados sob palhada de milho, dessecada quinze dias antes do
plantio, com 2,5 kg de Roundup WG® por hectare. Não foi realizada a correção
do solo.
O delineamento estatístico utilizado em cada experimento foi blocos
casualizados, com três repetições e esquema fatorial 4x4, envolvendo quatro
doses de N aplicadas na semeadura (0, 40, 80 e 120 kg ha
-1
de N, fonte uréia) e
quatro doses de N aplicados em cobertura incorporada (0, 40, 80 e 120 kg ha
-1
de
N, fonte uréia), aos 20 dias após emergência (DAE).
Todas as parcelas receberam idêntica adubação fosfatada e potássica,
determinada por meio dos resultados de análise de solo e da sua interpretação
segundo Chagas et al. (1999) (Tabela 1).
Em ambos os experimentos, a semeadura foi manual, adotando-se a
densidade de 16 sementes por metro e parcelas de quatro linhas de 5 m de
comprimento, com espaçamento de 0,5 m, sendo a área útil constituída pelas
duas linhas centrais.
Os tratos culturais foram os normalmente dispensados à cultura na região
e os experimentos não receberam irrigação. Em cada experimento, foi avaliado o
estande inicial e final, além do rendimento de grãos.
Os dados foram submetidos às análises de variância individual e
conjunta, sendo os efeitos das doses de N estudadas por meio de análise de
regressão, com ajuste de curvas representativas de acordo com as características
avaliadas. A comparação entre as médias obtidas em plantio direto e
convencional foi feita por meio do teste de Scott-Knott (Ferreira, 2000).
48
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância conjunta dos dados apresentou efeito significativo
de adubação nitrogenada de plantio (P) e da interação P x sistemas de plantio (S)
sobre todas as características avaliadas. O estande inicial foi influenciado, ainda,
pela interação P x adubação de cobertura (C). O rendimento de grãos foi
influenciado por todas as fontes de variação, inclusive interações. Houve boa
precisão experimental.
Nas doses mais baixas de N no plantio (0 e 40 kg.ha
-1
) não foram
encontradas diferenças significativas de estande inicial entre os sistemas de
plantio e as populações resultantes destes tratamentos situaram-se dentro das
recomendações (Embrapa, 1982; Del Peloso, 1996). Entretanto, em doses mais
altas (80 e 120 kg.ha
-1
de N), observa-se que houve maior estande no plantio
direto (Figura 1), mostrando que, nesse sistema, o efeito salino do fertilizante
sobre a germinação das sementes foi amenizado. A maior umidade, a maior
imobilização do N no plantio direto (Stone & Moreira, 2000; Arf et al., 2004) e
o maior teor de matéria orgânica podem ter influenciado, de maneira
significativa, amenizando o efeito provocado pelo fertilizante.
O efeito da adubação de plantio sobre o estande inicial pode ser visto
nas Figuras 1 e 2. O aumento das doses de N diminui o estande inicial, em
ambos os sistemas de plantio, de forma linear. Nota-se, também, que, no sistema
de plantio direto, essa queda é menos acentuada com relação ao plantio
convencional. No plantio direto, para cada kg.ha
-1
de N aplicado, foi observada
uma queda de quase 0,9 plantas por parcela, redução equivalente a cerca de
1.760 plantas.ha
-1
e, no convencional essa queda representou pouco mais de 1,1
planta por parcela, ou seja, cerca de 2.230 plantas.ha
-1
(Figura 1).
O mesmo efeito se observa em função da interação doses de N no
plantio x N em cobertura (Figura 2). Em todas as doses de N em cobertura houve
queda acentuada do número de plantas por parcela, com o incremento da dose de
49
plantio, registrando-se a mesma variação, de 0,9 (com 120 kg ha
-1
de N ) a 1,1
planta (com 80 kg ha
–1
de N) por parcela. Mais uma vez, pode ser constatado o
efeito salino do fertilizante nitrogenado já relatado por Silveira & Damasceno
(1993) e que aqui se manifestou independente da dose de cobertura utilizada.
Esses resultados não deixam dúvidas, portanto, sobre o efeito negativo
do aumento da dose de N em semeadura sobre o estande inicial e que, de acordo
com vários autores, é conseqüência do efeito salino do fertilizante sobre a
germinação das sementes (Silveira & Damasceno, 1993; Teixeira et al., 2000,
Rodrigues et al., 2002; Kikuti et al., 2005). Observa-se, ainda, que, embora se
trate de semeadura das águas, as chuvas ocorridas durante o período de
estabelecimento da cultura não foram suficientes para amenizar aquele efeito da
salinidade do fertilizante.
0
50
100
150
200
1234
Doses de N Plantio (Kg.ha
-1
)
Estande inicial (5 m
2
)
PD
PC
Figura 1. Estande inicial (5 m
2
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de
N no plantio e sistemas de plantio, em São Vicente de Minas, águas 2004/05.
UFLA, Lavras, MG, 2007.
0 40 80 120
Y (PD) = 154,768648 – 0,881447 x R
2
=99,27%
Y
(
PC
)
= 163
,
216667
1
,
116458 x R
2
=98
,
04%
50
0
50
100
150
200
1234
Doses de N Plantio (Kg.ha
-1
)
Estande inicial (5 m
2
)
0 Kg.ha-1 de N
Cobertura
40 Kg.ha-1 de N
Cobertura
80 Kg.ha-1 de N
Cobertura
120 kg.ha-1 de N
Cobertura
Figura 2. Estande inicial (5 m
2
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de
N no plantio e cobertura, em São Vicente de Minas, águas 2004/05. UFLA,
Lavras, MG, 2007.
Ao contrário do estande inicial, o estande final não diferiu entre os
sistemas nas doses mais altas de N no plantio (80 e 120 kg.ha
-1
de N); entretanto,
nas doses mais baixas (0 e 40 kg.ha
-1
), houve um maior número de plantas no
plantio convencional (Figura 3).
Seguindo o mesmo comportamento do estande inicial, à medida que se
aumentaram as doses de N no plantio, observou-se uma diminuição do estande
final, tendo essa queda sido mais acentuada no plantio convencional (Figura 4).
Esta redução resultou do efeito sobre o estande inicial e também foi encontrada
por outros autores, como Rodrigues et al. (2002). Por outro lado, a proximidade
dos valores de estande inicial e final significa que houve alta sobrevivência das
plantas durante o ciclo da cultura.
0 40 80 120
Y (0 Kg.ha
-1
de N) = 159,916667 – 1,045833 x R
2
=98,09%
Y (40 kg.ha
-1
de N) = 152,366667 – 0,965833 x R
2
=94,71%
Y (80 kg.ha
-1
de N) = 168,983333 – 1,110833 x R
2
=99,06%
Y (120 kg.ha
-1
de N) = 154,435714 – 0,876607 x R
2
=95,28%
51
0
50
100
150
200
1234
Dose de N Plantio (Kg.ha
-1
)
Estande final (5 m
2
)
PD
PC
Figura 3. Estande final (5 m
2
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de doses de
N no plantio e sistemas de plantio, em São Vicente de Minas, águas 2004/05.
UFLA, Lavras, MG, 2007.
De maneira geral, em todas as doses de N no plantio, os maiores
rendimentos foram obtidos no sistema de plantio direto (Tabela 2), o que pode
estar relacionado também à maior fertilidade do solo (Tabela 1). Além disso, a
maior presença de alguns nutrientes, como N e K, na palhada e a absorção de P,
favorecida pela maior umidade no plantio direto (Stone & Moreira, 2000; Vieira,
2006), podem ter contribuído para o maior rendimento de grãos.
0 40 80 120
Y (PD) = 148,146270 – 0,811211 x R
2
=99,70%
Y
(
PC
)
= 175
,
783333
1
,
163750 x R
2
=95
,
67%
52
TABELA 2. Rendimento de grãos (kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. BRS-MG Talismã,
em São Vicente de Minas, águas 2004/2005, em função de sistemas de plantio e
doses de N em plantio e cobertura. UFLA, Lavras, 2007.
Tratamentos Média
0 1376
40 1524
80 1219
N Plantio
120 971
0 1125
40 1126
80 1523
N Cobertura
120 1217
PD 1939
Sistema de plantio
PC 605
CV (%)
29,04
O efeito da interação doses de N no plantio x cobertura sobre o
rendimento de grãos, em plantio direto, pode ser observado na Figura 4. Nas
doses de 80 e 120 kg.ha
-1
de N em cobertura as maiores produtividades (2.418 e
2.469 kg.ha
-1
) foram obtidas com doses de plantio bastante semelhantes (49 e 50
kg.ha
-1
de N, respectivamente). Já nas parcelas nas quais não se aplicou N em
cobertura, o maior rendimento (1.861 kg.ha
-1
) foi obtido com 79 kg.ha
-1
de N em
plantio, resultado próximo ao de Valério (2002), quando isolou o efeito das
doses de N no plantio na cv Pérola.
Na dose de 40 kg.ha
-1
de N em cobertura houve resposta linear, com
queda acentuada da produtividade à medida que se aumentaram as doses de N
em plantio. Essa resposta linear permitiu prever um decréscimo de,
aproximadamente, 8,7 kg.ha
-1
de grãos para cada kg de N aplicado em plantio.
Este efeito, entretanto, foi discrepante do encontrado nas demais doses de N em
cobertura e deve ser analisado com cautela.
53
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1234
Doses de N Plantio (Kg.ha
-1
)
Rendimento de grãos
(Kg.ha
-1
)
O Kg.ha-1 de N
Cobertura
40 Kg.ha-1 de N
Cobertura
80 Kg.ha-1 de N
Cobertura
120 kg.ha-1 de N
Cobertura
Figura 4. Rendimento de grãos (kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de
doses de N no plantio e cobertura, em São Vicente de Minas, águas 2004/05,
plantio direto. UFLA, Lavras, MG, 2007.
Em plantio convencional, apenas na presença de 0 e 80 kg.ha
-1
de N em
cobertura houve efeito significativo das doses de N no plantio (Figura 5). Esse
comportamento, certamente resultante do efeito verificado sobre o estande, foi
linear nas duas situações, com quedas de produtividade de 9,3 a 10,4 kg.ha
-1
de
grãos para cada kg de N no plantio.
0 40 80 120
Y (0 Kg.ha
-1
de N) = 1090,570667 + 20,383642 x – 0,129832 x
2
R
2
=97,61%
Y (40 kg.ha
-1
de N) = 2570,849667 – 8,664967 x R
2
=98,03%
Y (80 kg.ha
-1
de N) = 1960,409000 + 18,809017 x – 0,193185 x
2
R
2
=97,95%
Y (120 kg.ha
-1
de N) = 2051,447917 + 16,802969 x – 0,169072 x
2
R
2
=98,84%
54
0
500
1000
1500
2000
1234
Doses de N Plantio (Kg.ha
-1
)
Rendimento de gos
(Kg.ha
-1
)
0 Kg.ha-1 de N
Cobertura
80 Kg.ha-1 de N
Cobertura
Figura 5. Rendimento de grãos (kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de
doses de N no plantio e cobertura, em São Vicente de Minas, águas 2004/05,
plantio convencional. UFLA, Lavras, MG, 2007.
No plantio direto, portanto, houve pontos de máxima produtividade
(Figura 4), fato não observado em plantio convencional, que apresentou efeito
linear decrescente (Figura 5). A maior umidade no plantio direto pode ter
amenizado o efeito salino do fertilizante, associado à maior quantidade de
nutrientes na palhada, como N e K, facilitando o arranque inicial da cultura,
promovendo maior sobrevivência de plantas e, conseqüentemente, maiores
produtividades. Segundo Rosolem (1996), condições de resposta ao N estão
relacionadas com o solo do local de semeadura, além da cultura anterior e do
teor de matéria orgânica, dentre outros fatores.
O efeito das doses de N em cobertura dentro de cada dose de N, no
plantio no sistema plantio direto, pode ser observado na Figura 6. Em todas as
doses de plantio houve efeito significativo da cobertura, entretanto, na dose de
120 kg.ha
-1
de N no plantio, esse efeito foi menor, apresentando uma
0 40 80 120
Y (0 Kg.ha
-1
de N) = 1221,046333 – 9,311550 x R
2
=88,54%
Y
(
80 k
g
.ha
-1
de N
)
= 1662
,
568000
10
,
413508 x R
2
=85
,
58%
55
produtividade média de 1.217 kg.ha
-1
de grãos. Nas doses 0 e 40 kg.ha
-1
de N no
plantio, houve efeito quadrático das doses em cobertura, com resultados bastante
semelhantes, principalmente no que diz respeito à produtividade máxima
alcançada (2.404 e 2.435 kg.ha
-1
). As doses de N em cobertura correspondentes,
73 e 101 kg.ha
-1
,
mostraram-se bastante inferiores às encontradas por Meira et al.
(2005), também em plantio direto, mas com produtividades superiores às do
presente trabalho. Na dose de 80 kg.ha
-1
de N no plantio houve comportamento
linear das doses de cobertura, com elevação da produtividade à medida que se
aumentou as doses de N em cobertura. Para cada kg de N aplicado em cobertura
houve um aumento de 5,0 kg.ha
-1
de grãos, resultado este bastante semelhante ao
encontrado por Buzetti et al. (1992) com a cv. Carioca.
Em plantio convencional, não houve efeito significativo da cobertura na
ausência de aplicação de N em plantio (Figura 7). Nas demais doses de plantio
houve comportamento quadrático, tendo, na presença de 40 ou 120 kg.ha
-1
de N
em plantio, a máxima produtividade sido alcançada com doses bastante
semelhantes (48 e 60 kg.ha
-1
de N em cobertura, respectivamente). Na dose 40
kg de N no plantio, o maior rendimento foi cerca de duas vezes maior que o
alcançado com 120 kg.ha
-1
, o que pode ser explicado pelo menor estande nesta
última dose, resultante do efeito salino do fertilizante nitrogenado sobre a
germinação das sementes. A dose de 80 kg.ha
-1
de N no plantio teve
comportamento diferenciado das demais, com aumento do rendimento nas
maiores doses de cobertura. De acordo com estes últimos resultados, a dose de
40 kg.ha
-1
de N no plantio, associada a 48 kg.ha
-1
de N em cobertura, teria
proporcionado os melhores resultados (Figura 7), com menor dose total de
adubo nitrogenado.
56
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1234
Doses de N Cobertura (Kg.ha
-1
)
Rendimento de grãos
(Kg.ha
-1
)
0 Kg.ha-1 de N
Plantio
40 Kg.ha-1 de N
Plantio
80 Kg.ha-1 de N
Plantio
120 Kg.ha-1 de N
Plantio
Figura 6. Rendimento de grãos (kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de
doses de N no plantio e cobertura, em São Vicente de Minas, águas 2004/05,
plantio direto. UFLA, Lavras, MG, 2007.
0 40 80 120
Y (0 Kg.ha
-1
de N) = 1206,385500 + 32,643888 x – 0,222451 x
2
R
2
=67,88%
Y (40 kg.ha
-1
de N) = 1785,985830 + 12,907685 x – 0,064157 x
2
R
2
=95,37%
Y (80 kg.ha
-1
de N) = 1759,097667 + 5,046650 x R
2
=79,08%
Y (120 kg.ha
-1
de N) = 1709,026333 – 7,055842 x + 0,051674 x
2
R
2
=78,85%
57
0
500
1000
1500
1234
Doses de N Cobertura
(Kg.ha
-1
)
Rendimento de grãos
(Kg.ha
-1
)
40 Kg.ha-1 de N
Plantio
80 Kg.ha-1 de N
Plantio
120 Kg.ha-1 de N
Plantio
Figura 7. Rendimento de grãos (kg.ha
-1
) do feijoeiro cv. Talismã, em função de
doses de N no plantio e cobertura, em São Vicente de Minas, águas 2004/05,
plantio convencional. UFLA, Lavras, MG, 2007.
CONCLUSÕES
Em ambos os sistemas de plantio, o incremento do fertilizante
nitrogenado de plantio reduziu o estande de plantas.
De maneira geral, no plantio direto, a resposta à aplicação de N no
plantio foi quadrática e a dose correspondente à máxima produtividade variou
com as doses de cobertura. No plantio convencional, essa resposta foi linear
decrescente, devido ao maior efeito do N de plantio sobre o estande.
A resposta à aplicação de N em cobertura foi quadrática, em ambos os
sistemas de plantio e as maiores respostas do rendimento de grãos foram
observadas com o emprego da dose de 40 kg.ha
-1
de N no plantio.
0 40 80 120
Y (40 kg.ha
-1
de N) = 818,308833 + 18,909762 x – 0,197435 x
2
R
2
=84,01%
Y (80 kg.ha
-1
de N) = 180,457333 – 2,694858 x + 0,063834 x
2
R
2
=84,62%
Y (120 kg.ha
-1
de N) = 222,409000 + 10,908142 x – 0,091236 x
2
R
2
=80,06%
58
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