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(grifo nosso), isso não as impede de terem um autoconceito favorável. Muitas delas
percebem-se envelhecidas e tratam de si mesmas, procuram se embelezar e se valorizar
tornando a sua auto-estima positiva.
A apreciação do corpo está intimamente ligada à auto-imagem e a auto-estima,
sendo correlacionado à definição do próprio self (eu). A consciência de si própria é a
capacidade de formar uma identidade e depois associá-la a um valor.
Seus depoimentos nos trazem seus gostos de forma clara:
“Eu gosto de ser uma pessoa alegre, eu gosto de amizades, o meu
marido gosta de forró, a gente sempre dança. Eu gosto de usar pintura,
pintar o cabelo, eu só não pintei porque eu vou viajar na semana que
vem. Aí eu vou cortar e pintar o meu cabelo. E também essa doença do
meu irmão eu nem pude me cuidar direito. Eu gosto de usar anel,
brinco, cordão. Eu gosto da minha altura, eu gosto de ser alta. O meu
marido é mais baixo do que eu só um pouco. Ele diz que para se igualar
a mim, ele tem que andar na ponta do pé. Mas aí ele não liga não. Eu
gosto de me arrumar para sair, comprar roupa nova. Eu faço para mim
e para ele.” (ent-2)
“Eu não gosto de nada no meu corpo, eu procuro tratá-lo, eu procuro
conservá-lo, eu procuro enfeitá-lo porque é um dom de Deus, foi o
corpo que Deus me deu. È o corpo que eu recebi.” (ent-3)
“Eu gosto do meu cabelo eu gosto, do cabelo eu gosto, só do cabelo
também. Os olhos, os ouvidos, a língua eu gosto, mas que são
espirituais. O cabelo é físico. Quando eu olho eu procuro olhar com o
espírito, quando eu falo eu procuro falar com o espírito.” (ent-3)
“Eu gosto de todo o meu corpo, gosto de todo ele, porque todo ele é
valioso para mim. Eu gosto dele todo, e peço a Deus que me guarde
todos os dias e proteja e abençoe todos os meus membros.” (ent-4)
“Sou uma pessoa meiga, carinhosa, aprendi a me gostar toda, porque
muitas das vezes, eu me sinto muito gorda, às vezes eu me sinto muito
gorda, meu corpo horroroso, depois eu comecei a ver outras pessoas, e
aprendi a gostar de mim toda, do jeito que eu gosto. Às vezes a gente vê
aquela obesidade que passa dos limites. Eu gosto de fazer as unhas,
depilar as sobrancelhas a minha vaidade é essa. Não gosto de pintura.
Não gosto de tinta no meu cabelo, gosto dele branco, mas gosto de
cortar e fazer uma escova.” (ent- 1)
“Eu não gosto da minha barriga, eu uso cinta e aperta a minha barriga.
A minha mãe sempre me ensinou a usar cinta para eu não ter barrigão.
Olha só o tamanho da minha barriga, e nem parece por causa da cinta.
É feio ser uma velha barriguda. Eu gosto do meu rosto.” (ent-12)