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ANDRÉ CESAR FURLANETO SAMPAIO
ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS DAS PRINCIPAIS ZONAS DO
PLANO PILOTO DE MARINGÁ-PR
Dissertação apresentada à
Universidade Estadual de Maringá,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação
em
Geografia, área de Concentração:
Análise Regional e Ambiental. Para
obtenção do título de Mestre.
MARINGÁ
2006
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2
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, José Guilherne e Marisa,
minha esposa Denise e minha filha Lara,
por sempre estarem por perto e por colaborarem
com muito amor .
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3
AGRADECIMENTOS
Ao professor Dr. Bruno Luiz Domingos De Angelis, pela amizade e dedicada
orientação.
Ao Reitor Wilson de Matos Silva e ao Centro Universitário de Maringá (CESUMAR),
por colaborar e dar sustentabilidade ao desenvolvimento desta pesquisa.
À Universidade Estadual de Maringá, por permitir e dar oportunidade aos
pesquisadores e estudantes de vislumbrar seus sonhos.
À Companhia de Energia Elétrica do Paraná (COPEL) pela colaboração e
fornecimento de mapas, especialmente aos grandes colaboradores Alberto Bercker e
Bernardino.
À empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) pelo apoio e colaboração
para o transporte dos alunos recenseadores.
Ao colega de trabalho e amigo Marcio Geovani Tavares de Assunção por sua
dedicação e colaboração imprescindível a esta pesquisa.
Aos alunos bolsistas do “Projeto Árvore” que coletaram os dados desta pesquisa e
de outras com muito empenho e dedicação.
Aos professores e colegas do Cesumar Empresarial que apoiaram significativamente
o desenvolvimento deste trabalho.
Aos amigos da Ong Sociedade Chauá por estarem sempre me apoiando direta e
indiretamente em todas minhas conquistas.
A todas as pessoas que possa ter esquecido, pois recebi ajuda fundamental de
muitas.
4
RESUMO
A cidade de Marin tem na sua arborização de vias públicas um bem muito
valioso, que contribui significativamente para boa qualidade de vida da cidade e
outros fatores, porém a qualidade desta arborização vem decrescendo a cada
ano. Atualmente o gerenciamento destas árvores apresenta vários problemas e
dentre os principais podemos contar a infra-estrutura pequena e insuficiente, e
dados para um manejo e planejamento desatualizados. Esta pesquisa pretende
colaborar através da análise da arborização da área mais antiga de Maringá
(plano piloto), onde foi feito um censo e uma análise dos dados que identificaram
85 espécies de porte arbóreo, em 28153 árvores cadastradas, sendo que 44,27%
estão em condições gerais sofríveis (danos físicos, doenças e pragas), uma
freqüência alta de 44% da espécie Caesalpinea peltophoroides (Sibipiruna) foi
observada e é considerada grave por facilitar disseminação de doenças e pragas;
foi encontrada uma área verde das árvores de vias públicas que corresponde a
46,19/m
2
/hab. Os dados mostram uma boa qualidade do meio ambiente urbano
devido ao porte das árvores, mas fica claro que novas diretrizes e um novo
planejamento devem ser pensados com urgência para que essa exuberante
arborização não continue seu declínio.
Palavras – chave : arborização urbana, censo, manejo
5
ABSTRACT
Maringá has streets very well tree-lined, a valuable characteristic of this city,
which contributes significantly to the quality of life of its population. However,
the quality of the urban trees has been decreasing each year; nowadays the
manage of this trees shows lots of problems, from among we can say insufficient
infrastructure, and out-of-date data for an effective planning and manage. This
research intends to collaborate through the analysis of this tree-lined streets of
the older part of the city (pilot project), where a census was done and data were
analysed identifying 85 species, among 28153 catalogued trees, in which
44,27% are in passable general conditions (physical damage, diseases and
plagues), a high frequence of 44% of the species Caesalpinea peltophoroides
Benth (Sibipiruna) was observed and it is considered serious for making easyer
the dissemination of diseases and plagues. A rate of 46,19/m
2
/cit of green área
was found at this study. Data show a good quality of this “urban environment”
due of the trees, but its evident that new directions and new planning should be
thought urgently in order to stop the decrease of this great valuable green city.
Key - word : Urban trees, census, manage
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................15
2.1 Problemas Atuais da Arborização de Maringá-PR. .............................. 16
2.2 Benefícios da Arborização................................................................18
2.3 Arborização e a Rede Elétrica.......................................................... 22
2.4 Planejamento e Replanejamento da Arborização Urbana.................... 24
2.5 Manejo........................................................................................ 29
2.6 Avaliação da Arborização Urbana.................................................... 32
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................... 35
3.1 Caracterização da Área de Estudo.................................................... 35
3.2 Desenvolvimento da Pesquisa......................................................... 36
3.2.1 Levantamento Quali-Quantitativo........................................... 36
3.2.2 Desenvolvimento da capacitação das equipes...........................37
3.2.3 Funções das equipes.............................................................39
3.2.4 Coleta de dados................................................................... 40
3.2.5 Dados coletados...................................................................43
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................... ......52
4.1 Situação Geral da Arborização de Vias Públicas da Área do Plano Piloto de
Maringá-PR ........................................................................................52
4.2 Quantidade, distribuição e composição......................................... 55
4.3 Qualidade das Árvores................................................................62
4.3.1 Localização do plantio ............................................................. 67
4.3.2 Incidência aparente de insetos xilófagos.....................................68
4.4 Podas...................................................................................... 72
4.4.1 Podas anteriores..................................................................... 73
4.4.2 Podas recomendadas............................................................... 75
4.4.3 Interferência de copa.............................................................. 76
4.4.4 Podas drásticas...................................................................... 77
4.5 Sistema radicular x calçadas públicas.......................................... 78
7
4.6 Características do Porte e localização da Arborização de Vias Públicas da
Área do Plano Piloto de Maringá-
PR........................................................................................... 81
4.6.1 Altura primeira bifurcação........................................................ 81
4.6.2 Área livre............................................................................... 82
4.6.3 Altura, circunferência do tronco, diâmetro de copa...................... 83
4.6.4 Localização do plantio............................................................. 86
4.6.5 Espaçamento entre as árvores................................................. 88
4.7 Epífitas e Indicadores de Qualidade ............................................ 88
4.8 Índices de Área Verde .............................................................. 91
4.9 Fenologia .................................................................................93
5 Proposta para gerenciamento da arborização................................96
5.1 Proposta de composição dos setores.............................................97
5.1.1 Setor de planejamento.............................................................98
5.1.2 Núcleo de informações.............................................................100
5.1.3 Educação e eventos.................................................................103
5.1.4 Setor de serviços de campo......................................................104
5.1.5 Viveiro...................................................................................106
5.2 Infra-estrutura necessária..........................................................107
5.3 Informações finais.....................................................................109
6 CONCLUSÕES................................................................................110
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 113
8
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1
Freqüência das Principais espécies da Área
do Plano Piloto de
Maringá – PR, subdivididas por zonas........... ................. 61
GRÁFICO 2
Freqüência Geral da existência de sinais ou vestígios de podas
executadas nas árvores da área do plano piloto de Maringá
PR.............................................................................. 73
GRÁFICO 3
Freqüência Geral das condições dos sistemas radiculares das
árvores da área do plano piloto de Maringá – PR............. 79
9
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Relação parcial
das espécies identificadas na arborização de
vias públicas de Maringá-PR, com sua procedência........... 52
TABELA 2
Classificação dos dados encontrados, quantidade e
Porcentagem................................................................. 55
TABELA 3
Espécies identificadas, quantidade por status e freqüência em
porcentagem Real (FR).................................................. 56
TABELA 4
Freqüência em Porcentagem (F) das 9 principais espécies
arbóreas encontradas.................................................... 60
TABELA 5
Freqüência (F) das condições gerais encontradas nas árvores da
da área do plano piloto de Maringá – PR........................... 62
TABELA 6
Classificação das 9 principais espécies arbóreas que
apresent
aram maiores Freqüências entre as árvores com
Condição Geral sofrível (FS) e Freqüências destas em relação a
população Total encontrada............................................ 65
TABELA 7 Principais espécies arbóreas encontradas ; População total
de
cada espécie; População das espécies com condição geral
sofrível; Porcentagem de árvores com condição geral sofrível
em relação a população individual de cada espécie
(FRPI)......................................................................... 66
TABELA 8
Quantidade e Freqüência das árvores com vestígios da presença
de cupins subdivididos por Status............................. .... 69
TABELA 9
Espécies com vestígios ou presença de cupins na área do plano
piloto de Maringá – PR, quantidade
da população total das
espécies (Quant. Total), quantidade de árvores com presença
ou vestígio de cupim (Quant. Cupim), freqüência em
porcentagem em relação ao total de árvores da área pesquisada
(FT), freqüência em porcentagem em relação as árvores com
ve
stígio ou presença de cupins (FC), freqüência em
porcentagem em relação a população individual de cada espécie
(FRPI)......................................................................... 69
TABELA 10 Freqüência das principais espécies que apresenta
ram podas
com brotos; Quantidade de indivíduos arbóreos com poda com
10
brotos (Quant); e Freqüência em relação a população total das
árvores com poda com brotos (FT)................................. 75
TABELA 11 Porcentagem de árvores com Podas não nec
essárias;
Porcentagem de árvores com necessidade de Poda de Limpeza;
Porcentagem de árvores com necessidade de poda de
Afastamento de Rede
Elétrica...................................................................... 76
TABELA 12 Número de árvores
amostradas (N); Circunferência a altura do
peito média (CAP); Diâmetro a altura do peito média (DAP);
Altura total média (HT) e Diâmetro de copa médio
(DCOPA).................................................................... 83
TABELA 13 Principais
espécies por ordem de importância de florescimento
abundante (Muitas flores)............................................ 93
TABELA 14
Principais espécies por ordem de importância com frutificação
bem aparente............................................................ 94
11
LISTA DE FOTOS
FOTO 1 Treino com hipsômetro para medição de alturas arbóreas........ 37
FOTO 2 Alunos treinados para a coleta de dados................................ 40
FOTO 3 Aluna coletando dados com material de campo....................... 41
FOTO 4 Palm top com programa elaborado para coleta de dados.......... 42
FOTO 5 Exemplo de Caesalpinea peltophoroides nas vias de Maringá.... 58
FOTO 6 - Exemplo de árvore com condição geral ruim........................... 63
FOTO 7 - Ninho de cupins em Tipuana tipu.......................................... 72
FOTO 8 - Caesalpinea peltophoroides necessitando poda de limpeza...... 77
FOTO 9 - Raiz de Caesalpinea peltophoroides afetando calçada.............. 80
12
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Localização da Área do Plano Piloto da Cidade de Maringá-
PR........................................................................................ 35
FIGURA 2 Órgãos de controle de uma associação (Oscip)......................... 97
FIGURA 3 Organograma geral dos setores para a associação (Oscip) proposta
................................................................................................................... 98
FIGURA 4 Setores do núcleo de informações.................................... 101
13
1 INTRODUÇÃO
Maringá, fundada a 10 de maio de 1947, teve seus pioneiros em sua maioria
vindos do Nordeste, São Paulo e Minas Gerais. Passou de distrito de Mandaguari
(1947), para Vila em 1948 e em 1951 conquistou o status de Município. O traçado foi
projetado pelo urbanista Jorge de Macedo Vieira (TAKAHASHI, 1997) e sua
arborização ficou sob a responsabilidade do paisagista Dr. Luiz Teixeira Mendes,
contratado pela Companhia Melhoramentos do Paraná (CMNP). Doutor Luiz,
agrônomo aposentado, conhecedor de botânica e silvicultura, com larga experiência
no ramo, não colocou no papel suas idéias, ou elaborou um projeto prévio, valeu-se
de seus conhecimentos, adequando a cada avenida, rua e praça um tipo de
essência, de acordo com a largura das mesmas e o porte da espécie.
Maringá a hoje usa como propaganda o fato de ser muito arborizada e
possuir belos parques. Atraiu muitos turistas e habitantes pela boa qualidade de vida
e, até hoje, colhe frutos por ter tido uma iniciativa ambientalmente melhor que muitas
cidades brasileiras.
Durante muitos anos a CMNP assumiu a responsabilidade de administrar a
arborização da cidade, sem ônus para a administração pública. A CMNP
encarregava-se da compra das mudas, adquiridas na Secretaria de Agricultura de
São Paulo, na escola Superior de Piracicaba e no Instituto Agronômico de
Campinas, sendo cuidadosamente examinadas por dois técnicos, primando sempre
pela boa qualidade do seu plantio, da manutenção e da rega, feita por um caminhão
tanque e, até das grades para proteção das mudas, que eram feitas na serraria da
própria CMNP, sob orientação técnica do Dr. Luiz e posteriormente do Dr. Annibal
Biachini da Rocha, contratados pela CMNP.
14
À medida que a Prefeitura foi se estruturando, assumiu essa
responsabilidade, criando um Departamento denominado de Parques e Jardins, sob
a orientação técnica da CMNP, que orientou-a até 1982.
O crescimento da cidade foi tornando os viveiros do Horto Florestal
insuficientes para atender a demanda e, a Prefeitura, então, passou a comprar
mudas de outros locais para a formação e manutenção de seu próprio viveiro.
Em 1988, a tese de doutoramento em Engenharia Florestal, do
Departamento de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná, do Dr.
Miguel Serediuk Milano, indicava que um manejo mais adequado seria vital para a
manutenção da qualidade da arborização urbana.
Os anos passaram-se e a situação atual é bem diferente daquela
mencionada na tese, acima citada, hoje extremamente agravada pela ausência de
políticas e de ações efetivas desde o período que sucedeu aquele estudo.
Em que pese a exuberância da arborização de acompanhamento viário em
Maringá, e seus incontáveis benefícios, é visível o descaso do poder público nas
últimas décadas. Os problemas multiplicam-se a uma velocidade superior à
capacidade de serem sanados ou evitados. Essa inépcia decorre, sobretudo, pela
não existência de um plano municipal de arborização e a carência extremada de
mão-de-obra em número suficiente para atender as demandas do setor. um
agravante exposto e aqui reiterado, que reside no fato de Maringá contar com
prováveis 50% de sua arborização restrita a uma única espécie: Sibipiruna
Caesalpinia peltophoroides Benth (Milano, 1988). Tal situação expõe a arborização
local a um risco real, visto que a incidência de patógenos mais severos e/ou ataques
de pragas podem comprometer parcelas consideráveis dessa mesma arborização.
15
Esta pesquisa vem no intuito de atualizar conhecimento da região mais
antiga de Maringá (plano piloto), provável área com os problemas mais sérios de
arborização viária a serem resolvidos. Pretendendo assim formar uma base de
dados científica que ajude a elaboração de um futuro plano diretor para arborização
de vias públicas de Maringá-PR e colabore para o aumento de pesquisas científicas
sobre o meio ambiente urbano.
Através de um censo das árvores de vias públicas em toda área do primeiro
traçado de Maringá (plano piloto), este trabalho analisará quali - quantitativamente a
situação atual da arborização de vias públicas na área escolhida.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Problemas atuais do setor de arborização urbana de Maringá.
De acordo com a matéria do dia, 3 de fevereiro de 2002, do Jornal Hoje
Maringá, intitulada “O Verde Perde-se Vigor em Maringá” a cidade de Maringá passa
por momentos críticos na área de arborização urbana, precisa substituir em média
10% por ano das 75 mil árvores existentes, ou seja, certa de 7,5 mil árvores.
Para tal objetivo de reposições e novos plantios, o viveiro teria que produzir
10 mil mudas por ano, para abastecer a área urbana. Existem cerca de 20 a 30
pedidos por dia de remoção de árvores e em média 50% destes são indeferidos, por
avaliação feita por um Técnico Agrícola e um Engenheiro Florestal. A média de
árvores removidas fica entre 120 a 150 por mês. Foram removidas 1,5 mil árvores
em um ano e 480 foram replantadas. Em 2000 a Prefeitura teve cerca de 4 mil
pedidos de corte e este número vem aumentando; enquanto isso, a média de
16
árvores repostas vem se mantendo a mesma e as estatísticas indicam ainda que de
cada 10 novas mudas cinco são destruídas, especialmente no centro onde
comerciantes não querem que a fachada fique oculta. De acordo com Eliel
Gonçalvez diretor de Meio Ambiente de Maringá, em 2002 somente 70% das árvores
cortadas precisariam ser replantadas. Árvores muito próximas a rede de iluminação
ou de outra árvore não devem ser repostas. Sendo assim, mais de mil árvores
deveriam ser replantadas, ocorreu uma defasagem de mais de 50%. Todas as
árvores da cidade (em torno de 75 mil árvores) deveriam ser podadas uma vez por
ano. Em 2001, só 7.500 foram podadas, 10% do total.
Gonçalves afirma, “Nossa maior dificuldade é de pessoal. contratamos
uma empreiteira para ajudar nesse trabalho. O ideal é que ao cortar a árvore, outra
seja plantada no local. Vamos cobrar isso das empreiteiras” (JORNAL HOJE
MARINGÁ, 2002).
O viveiro de Maringá produz cerca de 50 mil mudas de árvores
por ano. A maior parte vai para o plantio em fundos de vales e
recomposição da mata ciliar na área rural. As mudas são
vendidas pelo motivo de que quando foram doadas boa parte
das pessoas o executaram o plantio (JORNAL HOJE
MARINGÁ, 2002).
Boa parte das árvores na cidade estão em idade bastante
avançada para as condições desfavoráveis em que vivem. Pelo
menos 30% estariam no limite. A maioria das árvores de
Maringá se encontram com 30 a 40 anos em média. Em
condições normais viveriam cerca de 80 a 100 anos, mas nas
condições urbanas desfavoráveis sua idade limite seria de 40 a
50 anos em média (JORNAL HOJE MARINGÁ, 2002)
O verde de Maringá é muito importante para o marketing da
cidade: atrai turistas e garante a qualidade, que é o grande
diferencial. Por outro lado, a Prefeitura não tem estrutura e este
é o maior problema; não tem viveiro de mudas adequado ou
mesmo gente que entenda de arborização. É preciso criar um
17
departamento específico para cuidar dos parques, jardins e
arborização, e contratar um técnico, de nível superior,
especializado no assunto. Também seria preciso haver
técnicos de nível médio que acompanhassem o estado das
árvores periodicamente e que atualizassem relatórios do
estado delas. Existe uma necessidade de conservar as áreas
de mata nativa, ameaçadas pelas erosões e outras agressões
(JORNAL HOJE MARINGÁ, 2002).
Segundo a matéria do dia, 3 de fevereiro de 2002, do Jornal Hoje Maringá.
Cerca de 20% a 30% das árvores de Maringá estão infestadas de cupins. O
problema é que o houve um programa de controle da praga, sendo assim, o
cupim se alastrou pela cidade, especialmente em árvores mais velhas. Segundo o
Coordenador da Secretaria do Meio Ambiente, Reinaldo Barbosa dos Santos, “os
cupins colonizam principalmente as raízes, os ataques são invisíveis, muitas árvores
estão com tronco bom e a copa bonita, mas a raiz vem sendo comprometida e
quando menos se espera a árvore tomba”. outras pragas que atacam, mas são
esporádicas. A possibilidade de disseminação de uma praga ou doença mais
resistente é uma grande preocupação. Pelo menos 40% das árvores existentes são
Sibipirunas ou Ipês, isso pode facilitar uma infestação mais intensa e ainda facilitar a
proliferação. A passagem da rede de esgoto e corte das raízes é uma das agressões
às árvores que mais abalam sua estrutura. Podas mal feitas por causa da rede
telefônica e elétrica também. O envenenamento das árvores que atrapalham a
fachada das empresas comerciais se desenvolve em grande escala.
O Cancro de tronco é outro problema que aflige a arborização maringaense.
Segundo De Angelis (2004) o cancro do tronco é hoje a doença mais notável na
arborização local, manifestando-se nas diversas espécies de diferentes idades; no
entanto o processo de necrose encontra-se mais desenvolvidos em árvores com
idade mais avançada. Ainda de acordo com De Angelis (2004), estudo conduzido na
18
zona central, a qual totaliza 1.727 indivíduos arbóreos, em 23 diferentes espécies,
apontou que 299 indivíduos, ou 17,31% do total apresentava manifestação da
doença com diferentes graus de severidade.
2.2 Benefícios da arborização urbana
As árvores desempenham simultaneamente várias funções essenciais à vida
humana, melhorando notavelmente as condições do meio urbano. Dentre os
inúmeros benefícios originados pela presença de árvores, além da função
decorativa, deve-se ressaltar os seguintes aspectos:
a) Sombreamento, pela absorção de parte dos raios solares;
b) Diminuição da poluição sonora;
c) Proteção contra ventos;
d) Ação sobre o bem estar físico e psíquico do homem;
e) Purificação do ar através do “seqüestro” de carbono;
f) Retenção de água no solo e estabelecimento de equilíbrio
hidrodinâmico;
g) Emissão de fragrância úmida e agradável pelas manhãs;
h) Suavização do aspecto visual em consonância com o concreto das
cidades;
i) Melhoria na qualidade de vida.
A vegetação urbana, representada tanto pelas áreas verdes
como pela arborização de ruas, é responsável por vários
benefícios ambientais e sócio econômicos variáveis em
qualidade e intensidade. Entretanto, apesar de pesquisados
com freqüência, a extensão e magnitude destes benefícios são
ainda subestimados em sua significância para os cidadãos
urbanos (DWYER, 1992).
19
Genericamente, os benefícios decorrentes da arborização das
cidades, sejam eles ecológicos, funcionais ou estéticos, variam
ao longo do tempo de acordo com as alterações do espaço
urbano e com as necessidades e hábitos dos cidadãos
(DWYER, 1992).
A importância da arborização pode ser comprovadas por ações
de melhoria microclimática, de controle das poluições sonora,
visual e atmosférica e pela melhoria estética das cidades. As
amplas possibilidades de uso funcional das árvores
relacionadas à arquitetura e engenharia permitem a obtenção
de benefícios sociais e econômicos que contribuem para o
aumento da qualidade de vida das pessoas. Árvores e áreas
verdes proporcionam estímulos à sensibilidades humana e
colaboram para a melhoria da saúde física e mental do homem.
Proporcionam, ainda, abrigo e alimentação para fauna urbana
(MILANO, TAKAHASHI; MARTINS, GREY; DENEKE).
A ação dos elementos climáticos, a temperatura na sombra das
árvores, a evapotranspiração de cada árvore em torno de 380
litros de água por dia, interceptação de poeiras com uma
barreira de 30 metros de espessura, reduz 25% da
concentração de poeiras e partículas, entre uma área industrial
e residencial, o papel psicológico para o bem estar do homem
nas campanhas ambiental - conservacionista ou como barreira
acústica que é mais psicológica do que física contribuem para a
melhoria microclimática, satisfazendo as necessidades
estéticas das pessoas e para a saúde física e mental do
homem (TAKAHASHI apud MARTINS, 1995).
Arborização e poluição sonora:
Os vegetais são capazes de diminuir a reverbação do som em
ruas e outros espaços. Observa-se que o efeito das árvores e
outras plantas como protetoras do som é mais importante
psicológica do que fisicamente. Apesar disto, admite-se
atualmente que as florestas, cercas vivas ou cortinas de
árvores agem em função da superfície foliar. É preciso
considerar que o efeito protetor varia de acordo com a
freqüência dos sons, com a posição das árvores em relação à
fonte emissora, com a estrutura e composição dos plantios e
com a estação do ano (TAKAHASHI apud MARTINS, 1995).
Deve também ser considerado que mesmo árvores isoladas, junto a
residências, podem fornecer alívio de ruídos e proteção contra luzes noturnas. Isto
20
destaca a importância do uso de árvores, que ajudam a garantir a privacidade
(MILANO apud MARTINS, 1995).
Arborização e a poluição atmosférica:
Um dos efeitos mais importantes na relação da vegetação com
o meio é a retenção superficial de certos poluentes e a sua
modificação em processos fisiológicos. As plantas, como todo
ser vivo, dependem de uma circulação de matéria para viver.
Substâncias líquidas, sólidas e gasosas são absorvidas do
meio e, algumas delas, o transformadas, imobilizadas e
liberadas ao meio. Diferentes substâncias, essenciais ou não,
podem entrar na circulação das plantas, sendo que algumas
dessas são poluentes atmosféricos (ROBERTS, 1980).
Segundo Lapoix (1979), cortinas vegetais experimentais implantadas em
plena cidade parecem capazes de diminuir em 10% o teor de poeira do ar. Os
efeitos da vegetação sobre poeiras e partículas devem ser considerados sob dois
aspectos: o efeito aerodinâmico, dependente de modificações na velocidade do
vento provocadas pela vegetação e o efeito de captação das diversas espécies
vegetais.
A remoção de gases tóxicos da atmosfera pelas plantas pode, segundo
vários autores, ocorrer quando estes, acumulados nas partículas de poeira, são
retidos temporariamente junto com o material particulado (MAYER; ULRICH, 1974).
A arborização urbana tem uma relação especial com a poluição
atmosférica. Por um lado, ela gera benefícios para o ambiente
e, conseqüentemente, para o homem. Porém, para
desempenhar essa função a integridade das árvores é
ameaçada. Para usufruirmos das vantagens de tal relação é
necessário manter árvores nas cidades, mas em condições que
permitam, no mínimo, a sobrevivência dessa vegetação.
(FIRKOWSKI, 1990)
21
Este autor vem lembrar os efeitos das árvores no famoso “seqüestro de
carbono” que ainda está pouco pesquisado, mas sabe-se que as árvores deixam o
carbono “aprisionado” realizando muitos processos fisiológicos, mas principalmente
formando a celulose que faz parte da madeira.
Lapoix (1979) informa que diferentes estudos vêm identificando sempre
novos aspectos sobre a ação dos vegetais, particularmente no caso do dióxido de
enxofre (SO
2
), do ozônio (O
3
) e do flúor (F), indicando que determinados vegetais
têm uma grande capacidade de filtragem desses compostos químicos, na medida
em que a poluição não se faça sentir em nível permanentemente tóxico.
Benefícios sociais e econômicos:
Considerar a existência de benefícios econômicos e sociais das árvores é
apenas um processo lógico, uma vez que existem benefícios de ordem ecológica
(clima e poluição), biológica (saúde física do homem) e psicológica (saúde mental do
homem). Gold (1977) concluiu que as árvores nas cidades aumentam a satisfação
dos usuários de parques e bairros, contribuem para o aumento do valor das
propriedades e proporcionam um estímulo a sensibilidade humana.
Os benefícios econômicos, segundo Grey e Deneke (1978), podem ser
classificados como diretos e indiretos. Contudo os mais significativos o os
indiretos. Como exemplo, a redução do consumo de energia destinada a
condicionadores de ar, proporcionada pela sombra das árvores, no verão; e, em se
tratando de espécies decíduas, a redução no consumo de energia destinada a
aquecedores de ambiente, pela ausência da sombra no inverno.
22
2.3 Arborização e a Rede Elétrica
A coexistência harmônica da arborização urbana com o
sistema elétrico será possível, se houver um planejamento
prévio tanto por parte do poder público estadual, através da
concessionária de energia elétrica que irá implantar e explorar
os seus serviço no Estado, como por parte do poder público
municipal que irá implantar e manter a arborização de ruas,
praças e jardins de suas cidades (JUNIOR, 1987).
No plano econômico, essa coexistência também existe, pois os
desligamentos de energia elétrica provocados pela arborização
inadequada não acarretam prejuízos financeiros às
companhias de energia elétrica, diminuindo seu faturamento
seja pela diminuição do consumo de eletricidade, seja pelos
gastos necessários para religar o sistema, como também às
industrias e ao comércio, pela redução da produção e das
vendas (JUNIOR, 1987).
Novidades tecnológicas vem surgindo para amenizar e facilitar a convivência
da rede de energia elétrica e a arborização urbana. Na cidade de Porto Alegre uma
pesquisa foi feita sobre esse assunto e teve resultados ótimos.
A Secretária Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre e a
Companhia Elétrica fizeram a experiência de utilização de
redes protegidas como mecanismo de atenuação para podas,
onerosas à Companhia Elétrica, e restritivas às árvores. O
número de interrupções por causa vegetal foi totalmente
reduzido nos locais de aplicação dos cabos protegidos (Plano
Diretor de Porto Alegre, 2000).
Outros sistemas de distribuição de energia elétrica se mostram muito
eficazes na colaboração com a arborização. De acordo com Junior (1987) “o
Sistema Subterrâneo (DRS) é incontestavelmente o melhor método para conciliar a
arborização urbana e o sistema elétrico. Apesar de ser, por suas próprias
características, um pouco mais caro que o sistema aéreo, mesmo em países onde
esse sistema é bastante utilizado, no Brasil, por ser muito pouco utilizado, estes
23
custos são muito elevados, 2 a 3 vezes maiores em relação aos custos do seu
equivalente aéreo”.
A cidade de Maringá entrou para história da Copel por ser a
primeira a ter toda sua rede de alta tensão integrada ao
programa S.O.S Árvore, com a instalação de redes compactas.
A instalação de 370 Km de rede foi parceria entre a Copel e a
Prefeitura, que dividiram meio a meio o investimento de R$
10,9 milhões. As interrupções no fornecimento de energia
foram reduzidas em 84% na freqüência em 82% na duração
(TAKAHASHI, 1997).
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Maringá em 1997 à queda de
árvores teve uma redução entre 1996 até 1997 de 3,92% para 2,18%
respectivamente.
Entre o mês de maio de 1995 e março de 1996, foram podadas
37.574 árvores ao custo de R$ 124.813,00 e entre junho de
1996 e fevereiro de 1997 foram podadas 28.593 árvores ao
custo de R$ 86.564,00 em Maringá, segundo informações
obtidas na Copel. A média mensal obtida em 8 meses foi de
4600 árvores podadas à razão de r$ 15.000,00. Este custo na
região de Maringá, associado a manutenção de 78 pára-raios
na região estudada do Jardim alvorada e 66 pára-raios na
região estudada da Zona 5 reflete bem o nível de segurança
implantado na região (TAKAHASHI, 1997).
Outras iniciativas como rede de Iluminação Pública Rebaixada,
iniciou-se em Maringá e hoje espalhou-se pelos municípios
vizinhos. Sua vantagem é que a luminosidade por ser instalada
em média de 3,5 metros do solo, fica abaixo da copa das
árvores, melhorando a iluminação das vias públicas
(TAKHASHI, 1997).
24
2.4 Planejamento e Replanejamento da Arborização Urbana
Segundo Grey e Deneke (1978), “compreende-se como arborização urbana
o conjunto de terras blicas e particulares, situadas no perímetro urbano e com
cobertura arbórea”.
Entretanto, considerando o difícil acesso em áreas públicas e a
facilidade de supressão da cobertura arbórea em áreas
privadas, garantidas tanto pelo direito de propriedade, quanto
pelas deficiências operativas das administrações municipais, é
a cobertura arbórea das áreas abertas ou coletivas que
constitui um importante setor da administração pública. Que
pode ser dividido em dois setores: o de áreas verdes e o da
arborização de ruas (GREY; DENEKE, 1978).
No primeiro deles, encontra-se as atividades de planejamento e
administração dos jardins, praças, parques e demais
modalidades de áreas verdes públicas, tanto a nível de
distribuição espacial global dentro do projeto urbanístico,
quanto ao nível de projeto paisagístico, execução e manejo de
unidades individuais. No segundo estão as atividades de
planejamento, implantação e manejo da arborização de ruas e
avenidas que constitui a rede de união as áreas verdes
(MILANO, 1988).
Sendo inúmeros os possíveis benefícios com a arborização de
ruas, é fundamental que esta seja adotada em todas a cidades.
Porém, também é fundamental, para a concretização dos
benefícios, que o processo de arborização seja
adequadamente planejado (MILANO, 1987).
As condições do ambiente onde se pretende implantar a
arborização devem ser bem conhecidas. As características dos
passeios, a largura e a direção de ruas e avenidas, a altura das
construções, a presença de cabos elétricos reos e
subterrâneos, a tubulação de água, esgoto, galerias pluviais,
telefônica, fibras ópticas, circulação de veículos e sua natureza,
tipo de solo, bem como calçamento e a topografia são alguns
fatores a serem considerados por ocasião do planejamento da
arborização (TAKAHASHI, 1997).
Na arborização urbana, o porte das árvores deve
necessariamente estar em sintonia com o espaço disponível.
25
Árvores de menor porte devem ser plantadas em ruas estreitas
e as de porte mediano a grande, em ruas largas ou avenidas
com canteiro central. Convém manter a proporção entre o porte
da árvore e a largura da rua. Plantar preferencialmente as de
pequeno porte e médio porte, na face oeste e norte da via
pública, visto ser os locais adequados para redes elétricas e
plantio de árvores (TAKAHASHI, 1997).
É de suma importância a escolha correta das espécies
arbóreas a serem implantadas em perímetro urbano, concerne
a forma e sua copa ou trabalhos de poda, sendo que a rede
elétrica ou telefônica é prioritária. Para tanto, deve-se efetuar o
plantio correto, preparo de covas consoante com o sistema
radicular, distância segura ás valas de canalização, afastada
do meio fio para evitar danos pelos veículos altos (MARTINS,
1995).
Grey e Deneke (1978) afirmam que o limite máximo de freqüência é de 10 a
15% para uma mesma espécie dentro do espaço urbano, deste modo os riscos
ficam mais distribuídos, evitando que a arborização de ruas de uma cidade seja
dizimada por um surto de pragas e doenças.
De acordo com o Guia de Arborização CESP alguns aspectos ajudam um
planejamento a ficar mais ordenado:
a) Árvores fornecem sombra à casa e ajudam a mantê-la fresca no verão.
b) Nas áreas residenciais particulares, recomenda-se o plantio de
espécies que não comprometam a construção civil, o sistema de drenagem, esgoto,
redes aéreas.
c) Árvores médias de copas densas servem para propiciar sombreamento
em áreas de estacionamento.
d) Árvores pequenas permitem o livre funcionamento de rede de energia
elétrica, livre passagem de pedestres e não danificam canalizações subterrâneas.
e) Árvores colunares e palmáceas são adequadas em avenidas com
canteiros centrais, podendo, no caso de canteiros com mais de 3 metros de largura,
26
ser plantadas em duas fileiras, em ziguezague, mantendo preferencialmente a
mesma espécie.
f) Ruas com menos de 14 metros de largura, sem afastamento da
construção civil em relação ao limite da rua, conforme posturas municipais (recuos
uniformes), podem ser adornadas com plantas pequenas, arvoretas ou manter-se
sem arborização.
g) Ruas de mais de 14 metros, com recuo uniforme, podem ser
adornadas com árvores de porte médio, do lado apropriado para sombreamento dos
pedestres, veículos e residências, ficando o lado oposto para uso das empresas de
serviços públicos.
h) Nos parques, praças ou jardins, onde estejam programadas árvores de
diversos tamanhos, recomenda-se plantá-las a uma determinada distância dos
passeios, de forma que as futuras copas ou raízes facilitem o trânsito de pedestres
sem prejuízo dos benefícios esperados.
Segundo Biondi (1995), enquanto na floresta a maioria dos solos contém um
balanço mais equilibrado de minerais essenciais ao desenvolvimento natural das
árvores, no meio urbano os solos apresentam-se em condições extremamente
modificadas, podendo afetar a disponibilidade de alguns nutrientes e resultar tanto
em deficiência como em toxicidade de outros. A retirada de folhas ao redor das
árvores e o plantio de grama, provocam primeiramente a exportação e
posteriormente uma intensa competição por nutrientes necessários para árvore e a
grama.
A ação de plantar uma árvore deve ser precedida de uma
preparação, seguindo um roteiro adequado e determinado. A
solução precisa ser estudada e aplicada para cada cidade
isoladamente, aumentando a complexidade na proporção em
que a cidades se desenvolvam (SOARES, 1998).
27
A maioria de nossas cidades possui ruas orientadas no sentido
norte sul, leste oeste. Se a orientação fosse de NO para
SE, todas as ruas poderiam desfrutar dos benefícios da
arborização, pois ofereceriam um meio termo de luz e sombras,
próprios para tal fim. Eis um detalhe a levar-se em
consideração nos projetos de urbanização. Qualquer que seja
a orientação das ruas, fica afastada a idéia de arborização
lateral onde o tráfego for demasiado intenso, como nas zonas
comerciais. As árvores nesta situação, dificultam a carga ou
descarga de mercadorias de veículos que transportam caixas
de toda a sorte e necessitam estacionar perpendicularmente
aos passeios, ultrapassando os limites destes, para aproximar-
se cada vez mais das portas de armazéns. A disposição das
árvores em filas centrais é aqui também a mais aconselhada,
principalmente quando a rua é larga e o tráfego se estabelece
nas duas direções, de ida e volta (SOARES, 1998).
Passos importantes na aplicação do planejamento:
a) Viveiros para Arborização Urbana
A manutenção de um viveiro municipal conforme Domingues (1988) é
fundamental para o sucesso de um programa de arborização em grandes centros. O
projeto e a execução do plantio está intimamente ligado ao tamanho e qualidade das
mudas e das espécies produzidas.
Em Porto Alegre desde 1967 o viveiro com 30 hectares, sendo
28 hectares de campo e 2 hectares de alvenaria, estufas,
galpões, telados e ripados, produz 350 espécies de árvores,
arbustos, trepadeiras, forrações e folhagens, para ruas, praças,
orgõas públicos e para venda particular (BACKES;
CORVELLO, 1992).
28
b) Seleção das Espécies
As características das espécies a utilizar: além do efeito estético, a
arborização de ruas deve apresentar benefícios como melhoria micro climática e a
minimização dos efeitos das poluições atmosféricas, sonora e visual. Por isto, deve-
se considerar devidamente as características das espécies a utilizar.
É necessário que a seleção das espécies leve em
consideração suas capacidades de adaptação, sobrevivência e
desenvolvimento no local de plantio. Portanto, além de
características como porte, tipo de copa, folhas, flores,
ausência de frutos, hábito de crescimento das raízes e
ausência de princípios tóxicos e/ou alérgicos, o necessários
às árvores de rua: comprovada adaptabilidade climática;
resistência à pragas e doenças; tolerância aos poluentes mais
comuns e de maior concentração e; tolerância às baixas
condições de aeração do solo, se for o caso (MILANO apud
GREY ; DENEKE; NELSON; TYZNIK, 1988).
Com a observância dos aspectos considerados, deve ser elaborado um
plano de arborização que, como resultado de um amplo processo de planejamento,
deve responder às questões o quê?, como?, onde? e quando plantar (MILANO,
1988).
Considerando que a escolha das espécies ou variedades mais
apropriadas para sítios específicos é um problema desafiador,
sugere-se uma estratégia tripla de seleção baseando-se em :
(1) explorar mais completamente os conhecimentos disponíveis
(2) acompanhar testes de árvores para obtenção de dados
mais objetivos e expressivos e; (3) considerar análises
especiais de plantios existentes com vistas a suprir deficiências
correntes, até que os resultados dos testes se tornem
disponíveis (GERHOLD; SACKSTEDER, 1979).
29
c) Seleção das mudas
Antes de plantar, temos que fazer a seleção das mudas. É
requisito indispensável. A escolha deve começar pela espécie.
Após esta, realiza-se a das mudas, que devem ser vigorosas e
sadias. É também condição fundamental, podendo-se dizer que
a planta que a possui tem todas as outras qualidades. O tronco
deve ser ereto, de coloração límpida, e sem sinais de
amputações. Os galhos devem começar a 2 metros, com
orientação ascendente para não prejudicarem o tráfego dos
veículos. O sistema radicular será amplo, possuindo uma raiz
pivotante e principalmente uma “cabeleira” bem desenvolvida.
Esta condição é indispensável para garantir a pega, tanto mais
que as árvores são plantadas, nas ruas, com uma certa idade.
A copa tem de satisfazer outras exigências. Aquelas que
possuem uma ramagem esgalhada e tortuosa devem ficar de
lado, dando lugar às frondes simétricas, ou às que
apresentarem defeitos facilmente sanáveis (SOARES, 1998).
A idade varia com a espécie. Quase todas são plantadas com 2
a 4 anos de viveiro. Com esta idade, elas têm levado vários
transplantes, o que contribui muito para formar um raizante
abundante em cabeleira, evitando o inconveniente das
horizontais (SOARES, 1998).
2.5 Manejo
Segundo Milano (1988):
“Para que as áreas verdes e árvores de rua cumpram com suas
funções no meio urbano e se conservem em estado adequado
e sadio, é necessário a adoção de práticas sistematizadas de
manutenção.”
As áreas verdes normalmente contam com um plano diretor ou de manejo
que além de orientar seus usos, define características do seu manejo ou
manutenção que, quanto aos tipos de tratamento dispensados as árvores, é
semelhante ao manejo das árvores de ruas. Estes tratamentos, dados os objetivos
30
específicos dos plantios e as características das espécies e do local de plantio,
tendem a ser qualitativamente distintos.
Como práticas de manejo mais comuns encontram-se o plantio, replantio,
irrigação, adubação, poda, controle fitossanitário, reparo de danos físicos e remoção
(MILANO, 1988).
Algumas práticas de manejo geram várias controvérsias quanto a sua
aplicação. Enquanto alguns autores (DPJ, 1977) recomendam o uso da irrigação
apenas no período entre o plantio e o completo pegamento da muda, outros como
Miranda (1970) recomendam, genericamente que ela seja constante e supra cada
árvore, sempre que as chuvas não forem suficientes, com 20 litros de água
semanalmente.
Nas práticas de controle fitossanitário, enquanto o Departamento de Parques
e Jardins de Curitiba PR (1977) e Miranda (1970) sugerem a aplicação de
defensivos químicos com dosagens recomendadas pelos fabricantes, Schubert
(1979) enfatiza como adequado o controle biológico e a criteriosa seleção de
espécies resistentes ou tolerantes.
Quando se trata de discutir sobre podas as discussões e polêmicas
aumentam. Enquanto Souza (1973) e o Departamento de Parques e Jardins de
Curitiba - PR (1977) preconizam a poda como uma maneira de dar forma à planta,
seja visando a estética, seja visando a soluções de problemas com a fiação aérea,
Miranda (1970) admite apenas a realização de podas de limpeza, visando a
supressão de galhos secos, quebrados, supérfluos ou “ladrões” e considera
quaisquer problemas com a fiação aérea como resultado de inadequada seleção de
espécies.
31
A poda na opinião de Kielbaso e Koelling (1975) pode ser feita com três
finalidades: (1) para melhorar a aparência, corrigindo mal formações; (2) como
manutenção, retirando galhos secos, danificados ou doentes e; (3) como segurança,
tirando galhos que estejam sobre a fiação elétrica e possam provocar prejuízos
acidentais.
Os custos para realização das podas são muito altos em todo mundo. Para
diminuir estes custos quanto para otimizar o trabalho de manutenção, geralmente
condicionado a orçamentos reduzidos, Johnstone (1983) propõe a instituição de
métodos de manejo como : (1) estabelecimento de apropriada periodização da poda;
(2) poda de árvores pelo “método lateral”; (3) remoção ou relocação de árvores
problemas e; (4) uso de reguladores de crescimento.
Sistemas computadorizados de informações para o manejo de
árvores urbanas são usados para planejamento paisagístico,
escolha de espécies para plantio, organização de práticas
silviculturais, manejo, avaliação e planejamento departamental
e relações públicas. As informações requeridas com esse
propósito dizem respeito à localização e características das
árvores, características do sítio, ações recomendadas e
trabalhos complementares (STEINER; SACKSTEDER, 1979).
A quantidade de informações requeridas para o sistema de
monitoramento e manejo, requer a realização de inventários de
arborização baseado em procedimentos informatizados. Estes
inventários podem ser periódicos ou contínuos, totais ou por
amostragem e genéricos ou de sistemas específicos
(THURMAN, 1983).
32
2.6 Avaliação da Arborização Urbana
Índices da arborização urbana:
Pretendendo avaliar as funções da vegetação na área urbana, fica evidente
a importância da identificação da cobertura vegetal e composição da arborização
urbana.
De acordo com Grey e Deneke (1978) as áreas residenciais, por sua
peculiaridade são aquelas que possuem a maior porção da arborização urbana local
e destacam ainda a importância das ruas arborizadas e dos parques na composição
geral da arborização urbana.
A maioria dos índices de arborização urbana indicam apenas a ocupação
potencial ou provável dos espaços urbanos pela vegetação e tem um caráter
dominantemente social, uma vez que estão relacionados com a recreação pública, e
são definidos em relação ao número de habitantes.
Coerente com estes princípios está o índice de 28 a 40 m
2
de área verde por
habitante, recomendado pela Associação Nacional de Recreação dos Estados
Unidos no Congresso Internacional de Recreação, realizado em 1956 na Filadélfia.
No mesmo sentido tem sido utilizado no Brasil o índice de 12 m
2
de área verde por
habitante, freqüentemente referenciado como sendo uma recomendação da ONU,
mas que, segundo Cavalheiro (1982), refere-se ao índice de áreas verdes básico na
República Federal da Alemanha, que é de 13 m
2
/habitante divididos em 6
m
2
/habitante de parques de bairros em 7 m
2
/habitante de parques distritais.
Cavalheiro (1982) ainda indica que as cidades alemãs, em termos de cobertura
verde total, atingem um índice médio de 33,5 m
2
de área verde por habitante.
33
Distribuição da cobertura vegetal:
De acordo com Lapoix (1979) e Poland (1973) a distribuição espacial
homogênea das áreas verdes dentro da malha urbana é muito importante
ecologicamente, socialmente e também economicamente.
Quantidade e qualidade da arborização urbana:
Tanto quantitativa como qualitativamente, a arborização de
ruas é fundamentalmente dependente das condições gerais do
planejamento urbano e, em especial, do sistema viário e sua
adequação de uso. A largura das ruas e calçadas bem como a
situação das instalações de infra-estruturas como
pavimentação, redes de distribuição de energia elétrica,
telefone, água e esgotos, influenciam tanto na possibilidade de
plantio das árvores como na própria seleção de espécies
(MIRANDA 1970; SOUZA 1973).
Qualitativamente, a arborização de ruas será tanto melhor quanto mais
detalhadamente forem considerados os fatores de planejamento, quais sejam:
a) Seleção de espécies/variedades em termos de
adaptabilidade ecológica, fitossanidade, características
morfológicas e fisiológicas, porte e crescimento;
b) Condições locais em termos de espaço disponível para
plantio, tipo de tráfego e poluição;
c) Sobre o plantio em si, destacando-se a composição
percentual por espécie, qualidade das mudas, espaçamento e
compatibilização paisagística;
d) Manutenção, incluindo reposição, tutoramento, poda,
controle fitossanitário, irrigação e adubação (MIRANDA 1970;
SCHUBERT 1979; SOUZA 1973).
Destes aspectos destacam-se, para uma maior, ou melhor, qualidade da
arborização de ruas, a composição percentual das espécies utilizadas (equilibrada) e
a compatibilização entre o porte das árvores e o espaço físico disponível para o
plantio, nem sempre adequadamente considerado.
34
O processo de avaliação da arborização, tanto qualitativo como
quantitativo depende, assim, da realização de inventários que,
em função de objetivos especificamente definidos, serão
fundamentados em diferentes metodologias e poderão
apresentar diferentes graus de precisão (GREY; DENEKE,
1978).
35
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área de estudo
O presente trabalho foi realizado na cidade de Maringá na área do traçado
inicial (figura 1) elaborado pelo urbanista Jorge de Macedo Vieira, que consiste hoje
nas áreas denominadas de zona 1, zona 2, zona 3, zona 4, zona 5, zona 6, zona 7,
zona 8, zona 9, zona 10 e zona 12.
Figura 01 – Cidade de Maringá e Área do Plano Piloto subdividida em zonas.
O denominado plano piloto atualmente é onde se localiza as zonas
consideradas mais centrais de Maringá. De acordo com Recco (2005) o desenho
buscou um traçado para adequar às características da paisagem e climas locais, a
36
proteção dos fundos de vales e de vegetação natural. No zoneamento do projeto
ficaram estabelecidas áreas paro o comércio, indústria, armazéns, habitação de
vários padrões e uma área de serviços públicos.
A área demonstrada por essa pesquisa (plano piloto) corresponde a 19,24
Km
2
, o que pode-se dizer que representa 14,16% da área urbana do município de
Maringá-PR e aproximadamente 21,05% da área das zonas arborizadas de Maringá.
Esta área foi escolhida por ser onde provavelmente estão situados os
maiores problemas da arborização de vias públicas de Maringá, pelo fato de ser o
local onde estão concentradas suas áreas mais antigas, ou seja, onde existe a
população mais velha de árvores da cidade.
3.2 Desenvolvimento da Pesquisa de Campo
A metodologia desenvolvida foi elaborada para as características locais, e
para as especificidades dos objetivos e detalhamentos da pesquisa.
Foram consideradas apenas as árvores de vias públicas, não considerando
o interior das praças e parques.
3.2.1 Levantamento Quali-quantitativo total da arborização de vias
públicas do plano piloto de Maringá-PR.
O levantamento foi feito através de um censo total da área denominada
como plano piloto de Maringá. Para isso foram capacitados 30 alunos do curso de
Ciências Biológicas do Centro Universitário de Maringá (CESUMAR), com um total
de 80 horas de curso. Após a capacitação, 20 alunos foram selecionados para
37
atuarem no projeto, ficando 10 alunos capacitados para suprirem possíveis
desistências.
Formaram-se 10 equipes (duplas de alunos) com os alunos capacitados e
cada equipe foi identificada por uma letra do alfabeto, como: Equipe A, Equipe B,
Equipe C, Equipe D, Equipe E, Equipe F, Equipe G, Equipe H, Equipe I e Equipe J.
Foto. 01 – Treino com hipsômetro para medição de alturas arbóreas.
Fonte : André César F. Sampaio 11/11/2003
3.2.2 Desenvolvimento da capacitação das equipes de coleta de dados
Foi desenvolvido um curso de capacitação, totalizando 80 horas. O conteúdo
da capacitação foi dividido nas seguintes aulas (cada aula com 4 horas de duração):
Arborização Urbana – Conceituação, importância, legislação (teórica).
Fundamentos básicos da dendrologia definição, histórico,
importância, sistemas de classificação e nomenclatura (teórica).
38
Terminologia Dendrológica referente; árvore, casca, folha, flores e
frutos (teórica).
Metodologia Dendrológica coleta de material botânico, herbário
florestal, metodologia de trabalho em herbário, tipos de coleção, arboretos e parques
fenológicos e levantamentos dendrológicos (teórica).
Espécies da arborização urbana de Maringá Características; porte,
sistema radicular, copa, flores e frutos (teórica)
Visita as ruas de Maringá para treino de identificação de espécies
arbóreas (Prática).
Informações urbanas Estrutura urbana de Maringá e seu convívio
com as espécies vegetais. (teórica).
Implantação e manejo da arborização urbana planejamento, plantio e
condução da arborização, podas, transplantes, dendrocirurgias e remoções.
Técnicas e cuidados a serem observados no trato da arborização urbana (teórica).
Redes de Energia Elétrica – estrutura, composição, funcionamento,
manutenção, conseqüências de conflitos, riscos de aproximação nas atividades de
conservação da arborização (teórica).
Redes de águas estrutura, composição, funcionamento, manutenção,
problemas causados pela arborização (teórica).
Explicação de manuseio dos equipamentos de campo: palm-top,
máquinas fotográficas (teórica).
Explicação do manual de preenchimento do formulário digital de campo
do levantamento Quali-quantitativo Total de Maringá (teórica).
Visita as ruas de Maringá para treino de medições necessárias para o
preenchimento do formulário de campo (prática).
39
Revisão geral dos assuntos abordados (teórica).
Simulação de trabalho de campo (prática).
Especificações finais referentes ao projeto (teórica).
3.2.3 Funções das equipes de campo
Foram capacitados 20 alunos bolsistas que formaram 10 equipes de campo
(Foto 02) que para este trabalho executaram as seguintes funções:
a) Identificação das espécies arbóreas das vias públicas de Maringá-PR;
b) Medições dendrométricas como: circunferência na altura do peito
(CAP), altura total da árvore (HT), altura da primeira bifurcação (Hbif) (Foto 03);
c) Observação e cadastro das condições gerais das árvores de vias
públicas de Maringá-PR;
d) Coleta de material para identificação de espécies que não puderam ser
identificadas em campo (material para herbário);
e) Preenchimento de planilha digital de dados (formulário) em PalmTop
(Foto 03).
40
Foto.02 – Alunos de Ciências Biológicas do Cesumar treinados para a coleta de
dados.
Fonte : André César F. Sampaio 20/10/2003
3.2.4 Coleta de dados
A partir de uma base cartográfica digitalizada do Município de Maringá,
datada de 1995, formato DWX e DXF e arquivo DATUM SAD 69, com as árvores
plotadas a partir de análise de foto aérea e sistema de coordenadas UTM, se teve
acesso a várias pranchas que formam a área do plano piloto de Maringá (mapas que
foram adquiridos através da colaboração da COPEL) em escala 1:1000 que formam
toda cidade de Maringá.
41
Foto. 03 - Aluna coletando dados com material de campo (palm top, prancheta e
trena)
Fonte : André César F. Sampaio 03/08/2004
Cada prancha possui uma parte da área com as árvores plotadas em sua
provável posição e um número identificador denominado feature number, esse
mesmo número é usado para se identificar o registro que terá seus dados
cadastrados in loco.
As equipes foram distribuídas isoladamente em pranchas diferentes, e a
cada prancha finalizada se começava uma nova. Todos os features numbers nas
pranchas tiveram seus dados coletados.
A coleta de campo teve inicio em março de 2004 e foi finalizada em agosto
de 2005.
Devido a data em que as fotos aéreas foram analisadas para se plotar as
árvores nas pranchas (1995), muitas vezes árvores que existem in loco não
constavam na prancha, neste caso o aluno desenhava a árvore que não estava
42
constando e denominava um feature number para ela. Aconteceram casos de se
constar uma árvore na prancha e in loco não, neste caso o aluno cadastrava o
feature number em questão como ausente.
As informações referentes a cada feature number (provável árvore) foram
cadastradas em aparelhos palm top de marca Tungsten e modelo Tungsten E
(Foto 04). Foi elaborado um programa de cadastramento específico para este
aparelho (seguindo as diretrizes dos dados a serem coletados) por uma equipe de
informática do CESUMAR.
Foto. 04 – Palm top com programa elaborado para coleta de dados em campo.
Fonte : André César F. Sampaio 03/08/2004
Cada indivíduo das equipes de campo teve sua função pré-determinada,
quais sejam: o 1º indivíduo é o medidor dos dados - como altura, distâncias, CAP e
área livre da planta, enquanto o indivíduo é o registrador das medidas
coletadas pelo parceiro, assim como os demais dados constante no formulário de
campo. As outras funções, principalmente a de identificação da espécie, foram
realizadas em conjunto pelos dois integrantes.
43
3.2.5 Dados coletados
Os dados coletados não foram designados apenas para este trabalho, mas
também para colaborar com futuras pesquisas que possam ajudar a compreender
melhor o ambiente urbano.
No preenchimento dos dados no programa de cadastramento para palm top
se registrou as seguintes informações:
a) Quanto à identificação e localização do registro:
Feature Number (FN)- Número identificador do registro que consta nas
pranchas da cidade de Maringá-PR, e que terá seus dados preenchidos.
Número da Prancha (PRC) Número da prancha (mapa fornecido pela
Copel).
Logradouro (Via) - Nome da rua, avenida, praça, etc.
Número do Imóvel (NI) Número do imóvel em frente ao feature number
(registro) que esta sendo cadastrado (se situado em divisa, escolher número anterior
ou posterior, se for local sem número fica em branco).
Número do Quarteirão (NQ) As equipes de campo numeram todos os
quarteirões das pranchas em que trabalharam com a letra que foi designada para
cada equipe e número em seqüência – Exemplo: Quarteirão A1, Quarteirão A2.
Zona (Z) - Número da zona que esta sendo verificada.
Lado da Rua (LR) Para saber se o registro cadastrado esta no lado par,
no lado impar ou no canteiro central das vias públicas de Maringá-PR.
Status (S) Para identificar o tipo de registro, o qual foi separado nas
seguintes categorias: regular – árvore viva com mais de 3 metros de altura, jovem
44
árvore viva com até 3 metros de altura, morta árvore morta ou que, devido a
danos de doenças, pragas e outros aparenta estar morta, cortada toco de uma
árvore que existia no local, ou vestígios evidentes da existência anterior no local
dessa árvore, ausente registro (feature number) que consta no mapa, mas não
consta in loco ou, área livre vazia de vestígios da existência de árvore que poderia
ter existido no local.
Direção de Cadastro Esse campo foi designado principalmente para se
saber o caminhamento da equipes de campo, nele se coloca o próximo feature
number que a equipe irá cadastrar. Muito usado para confirmar a validade dos
features numbers.
b) Identificação da espécie:
Espécie (SP) Dado coletado quando o status do feature number (registro)
é regular ou jovem. Nome popular e científico da espécie a ser registrada. Cada
espécie recebeu um código numérico para representá-la. Exemplo: Código 4 =
Sibipiruna (Caesalpinea peltophoroides).
c) Quanto ao porte:
Altura Total (H) Dado coletado quando o status do feature number
(registro) é regular ou jovem. Altura estimada em metros de toda parte superficial da
árvore.
45
Altura da Primeira Bifurcação (Hb) - Dado coletado quando o status do
feature number (registro) é regular ou jovem. Altura medida com trena do solo até a
primeira bifurcação ou galho.
Circunferência a Altura do Peito (Cap) - Dado coletado quando o status
do feature number (registro) é regular ou jovem e quando o tronco principal da
árvore é maior ou igual a 1,30 metros de altura. Circunferência do tronco medida a
1,30 metros do solo, em metros.
Diâmetro de Copa longitudinal (Long) - Dado coletado quando o status do
feature number (registro) é regular ou jovem e a árvore possuir copa relevante (com
mais de 3 galhos com folhagem densa). Medição do diâmetro de copa
longitudinalmente ao meio fio, em metros.
Raio de Copa lado da Rua (Rr) - Dado coletado quando o status do feature
number (registro) é regular ou jovem e quando a árvore possuir galhos formando
copa do lado proposto para medição. Medida do raio de copa sentido tronco rua,
em metros.
Raio de Copa lado Lotes (Construções) (Rc) - Dado coletado quando o
status do feature number (registro) é regular ou jovem e quando a árvore possuir
galhos formando copa do lado proposto para medição. Medida do raio de copa
sentido tronco-construções, em metros.
d) Quanto à qualidade:
Condição Geral (C) - Dado coletado quando o status do feature number
(registro) é regular ou jovem. Seguindo a indicação de Milano (1988) se considerou
três classes de qualidade, divididas da seguinte forma:
46
Condição Geral Boa (1) Árvore aparentemente boa, vigorosa, que não
apresenta sinais de pragas, doenças ou injúrias mecânicas, que apresenta a forma
característica da espécie e não requer trabalhos de correção de grande amplitude.
Condição Geral Satisfatória (2) – Árvore com condição e vigor médios para
o local, pode apresentar pequenos problemas de pragas, doenças ou injúrias
mecânicas, necessitar poda corretiva ou até de limpeza, reparos de danos físicos ou
controle de pragas e doenças.
Condição Geral Sofrível (3) Árvore que apresenta estado geral de
declínio e pode apresentar severos danos de praga, doenças ou danos físicos sérios
ou em estágio avançado, embora muitas vezes não aparente morte eminente, pode
requerer muito trabalho de recuperação.
Condição do Sistema Radicular (SisRad) - Dado coletado quando o
status do Feature number (registro) é regular ou jovem. Seguindo o Plano Diretor de
Arborização de Vias Públicas de Porto Alegre (2000) foram feitas as seguintes
denominações para classificar o sistema radicular:
Sem Afloramento (A) – Raiz totalmente de forma subterrânea.
Com Afloramento dentro da Área Livre (B) Raiz de forma superficial
somente dentro da área de crescimento da árvore imposta pelo calçamento.
Afetando Calçada (C)– Raiz de forma superficial, ultrapassando a área de
crescimento e provocando rachaduras nas calçadas.
Afetando Construção (D) Raiz de forma superficial formando rachaduras
nas construções próximas.
Afetando rede Subterrânea de Forma Evidente (E) Raiz que
evidentemente causou danos a rede subterrânea de água e esgoto.
47
Infestação de Cupim (Icupim) - Dado coletado quando o status do feature
number (registro) é regular ou jovem. Verificação da presença de infestação
aparente por insetos xilófagos. Esse dado foi visto apenas na parte superficial da
árvore. Focou-se a verificação em observação de ninhos arborícolas nos galhos,
caminhos de cupins nos troncos e galerias de cupins formadas em troncos e galhos.
Epífitas (Ep) - Dado coletado quando o status do feature number (registro) é
regular ou jovem. Verificação da presença de epífitas nas árvores e quais epífitas
são estas. Considerou-se as seguintes epífitas: musgos, liquens, samanbaias,
figueiras, cactáceas, trepadeiras.
Podas Anteriores (PodaA) - Dado coletado quando o status do feature
number (registro) é regular ou jovem. Verificação da presença de poda executada na
árvore. A verificação se dividiu em quatro itens:
Com poda anterior (A) – Quando é visível que foi retirado galhos da árvore
que esta sendo verificada, mas nenhum desses galhos possuem rebrotas.
Poda com Brotos (B) Quando é visível que foi executada a retirada de
galhos e alguns desses possuem rebrotas.
Sem poda anterior (C)– Quando não esta evidente que ocorreu retirada de
galhos.
Com poda drástica (D)– Quando a poda executada desequilibra árvore, ou
galhos em excesso foram retirados, provocando uma injúria mecânica séria na
árvore.
48
e) Quanto a posição de plantio:
Distância da árvore até o meio fio (Mf) - Medida do centro do tronco até o
meio fio, em metros.
Distância da árvore às construções (Ct) Medida do centro do tronco da
árvore até a construção, em metros.
Espaçamento (E) - Dado coletado quando o status do feature number
(registro) é regular, jovem, cortada ou morta e quando o status ausente se refere a
uma área livre vazia de vestígios de uma antiga árvore. Medida do Feature Number
(registro) que se está cadastrando até o próximo a ser cadastrado (Direção de
cadastro).
Área Livre (Al) Dado coletado quando se tem uma área de tamanho e
forma adequada à medição, quando se apresenta áreas irregulares ou calçada
ecológica não é medido. Medida da área livre de pavimentação, onde cresce a
árvore, em metros quadrados.
f) Quanto a Rede Elétrica :
Tipo de Rede Elétrica (Re) Dado coletado quando existe rede elétrica no
local. Os tipos de rede elétrica identificada são:
Rede Elétrica Compacta (A) Rede em que a área de poda é reduzida e
os cabos ficam mais próximos um do outro e tem uma capa protetora que não isola
totalmente, mas protege de forma satisfatória.
49
Rede Elétrica Simples (B)– Rede sem capa de proteção nos fios, tem
distância maior entre eles e a área de poda é maior, muitas vezes se transformam
em podas drásticas.
Sem Rede Elétrica (C)– Quando o local não possui rede elétrica.
Apenas Baixa tensão (D) Quando a fiação elétrica contém os fios de
baixa tensão.
g) Quanto a Fenologia:
Folhas (Fo) Dado coletado quando o status do feature number (registro) é
regular ou jovem. Conforme o Plano Diretor de Arborização de Vias Públicas de
Porto Alegre (2000) a quantidade de folhas está cadastrada da seguinte maneira:
Sem Folhas Quando a árvore não possuir nenhuma folha aparente em
seus galhos.
Com Poucas Folhas Quando a árvore possuir uma distribuição irregular
de folhas, possuindo vários galhos sem folhas ou um raleamento bastante evidente
de folhas tornando a copa menos densa do que normalmente se apresenta na
espécie em questão.
Com Muitas Folhas Quando a árvore possuir uma distribuição de folhas
regular, ou seja, se todos os galhos praticamente estiverem com folhas em
quantidade normal para a espécie em questão.
Flores (Flo) Dado coletado quando o status do feature number (registro) é
regular ou jovem. Conforme o Plano Diretor de Arborização de Vias Públicas de
Porto Alegre (2000) se cadastrou a quantidade de flores da seguinte maneira:
50
Sem Flores (A)– Quando a árvore não possuir nenhuma flor aparente
em seus galhos.
Com Poucas Flores (B) Quando a árvore possuir uma distribuição
irregular de flores, possuindo vários galhos sem flores ou um raleamento bastante
evidente de flores tornando a copa menos densa do que normalmente se apresenta
na espécie em questão.
Com Muitas Flores (C)– Quando a árvore possuir uma distribuição de
flores regular, ou seja, se todos os galhos praticamente estiverem com flores em
quantidade normal para a espécie em questão.
Frutos (Fr) Dado coletado quando o status do feature number (registro) é
regular ou jovem. Conforme o Plano Diretor de Arborização de Vias Públicas de
Porto Alegre (2000) se cadastrou a quantidade de flores da seguinte maneira:
Sem Frutos (A)– Quando a árvore não possuir nenhum fruto aparente em
seus galhos.
Com Poucos Frutos (B)– Quando a árvore possuir uma distribuição
irregular de frutos, possuindo vários galhos sem frutos ou um raleamento bastante
evidente de frutos, ou possuir quantidades mínimas como um ou dois frutos apenas.
Com Muitos Frutos (C)– Quando a árvore possuir uma distribuição de
frutos regular, ou seja, se todos os galhos praticamente estiverem com frutos em
quantidade normal para a espécie em questão.
51
h) Quanto a Necessidade de Manejo:
Poda Recomendada (PR) - Dado coletado quando o status do feature
number (registro) é regular ou jovem. O treino de capacitação visou capacitar as
equipes de campo para recomendar duas das podas mais importantes na
arborização urbana e essa necessidade foi cadastrada com os seguintes tópicos:
Poda não necessária (A)– Quando dentre as podas indicadas neste
campo não houver necessidade de nenhuma.
Poda de Limpeza (B) – Quando existirem galhos grandes secos e doentes,
ou vários galhos pequenos também secos ou doentes, principalmente quando o
risco de queda do galho estiver evidente.
Poda de Rede Elétrica (C)– Quando um ou mais galhos estiverem
encostados na rede elétrica e futuramente causar problemas, ou até estar
causando problemas.
Copa (Co) - Dado coletado quando o status do feature number (registro) é
regular ou jovem. Este dado foi cadastrado com os seguintes itens:
Sem interferência (A) Quando a copa não tiver interferindo de forma
alguma o trânsito de pedestres ou veículos.
Interferindo o Trânsito de Veículos (B) Quando a copa estiver de alguma
maneira interferindo o trânsito de veículos.
Interferindo o Trânsito de Pedestres (C)– Quando a copa estiver de
alguma maneira interferindo o trânsito de pedestres.
52
4. Resultados e discussão
4.1 Situação geral da arborização de vias públicas do plano piloto da
cidade de Maringá-PR.
Foi efetuado um censo na arborização de vias públicas na área que compõe
o primeiro traçado da cidade de Maringá (plano piloto). Foram identificadas 85
espécies vegetais de porte arbóreo plantadas (tabela 1), num total de 28153 árvores
verificadas pelas vias deste setor de Maringá.
Tabela 1 Relação das espécies identificadas na arborização de vias públicas do
plano piloto da cidade de Maringá-PR, com sua procedência.
Nome Popular Nome Científico
Procedência
1 ABACATEIRO
Persea gratissima Mill.
Exótica
2 ALECRIM
Holocalix balansae Mich.
Nativa
3 AMEIXA
Eryobotria japonica Lindl.
Exótica
4 AMOREIRO
Morus nigra L..
Exótica
5 ARITICUM Annona sp.
Exótica
6 AROEIRA CHORÃO
Schinus molle L.
Nativa
7 AROEIRA PIMENTA
Schinus terebinthifolius Raddi
Nativa
8 AZALÉIA Rhododendron sp.
Exótica
9 BISNAGUEIRA
Spathodea campanulata P. Beauv.
Nativa
10 CAJAMANGA
Spondias cytherea Sonn.
Nativa
11 CALIANDRA Calliandra sp.
Nativa
12 CANAFISTULA
Peltophorum dubium (Spreng) Taub.
Nativa
13 CANELINHA Nectandra sp.
Nativa
14 CASTANHA DO BREJO Pachira aquatica Aubl.
Nativa
15 CASTANHA PORTUGUESA
Castenea sativa Miller.
Nativa
16 CEDRO
Cedrela fissilis Vell.
Nativa
17 CHAPEU DE SOL
Terminalia catappa L.
Exótica
18 CHUVA DE OURO
Cassia fistula L.
Exótica
19 CINAMOMO
Melia azedarach L.
Exótica
20 CIRIGUELA
Spondias purpurea L.
Nativa
21 COQUEIRO
Cocos nucifera L.
Nativa
22 DAMA DA NOITE
Cestrum nocturnum L.
Exótica
23 ESPIRRADEIRA
Nerium oleander L.
Exótica
24 EUCALÍPTUS Eucaliptus sp.
Exótica
25 EXTREMOSA
Lagerstroemia indica L.
Exótica
26 FALSA MURTA Murraya paniculata (L.) Jacq.
Exótica
53
27 FICUS
Ficus benjamina Linn.
Exótica
28 FIGUEIRA Ficus sp.
Nativa
29 FLAMBOYANT
Delonix regia Raf.
Exótica
30 FLOR DE PAVÃO
Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw.
Nativa
31 GOIABEIRA
Psidium guajava L.
Nativa
32 GREVILEA
Grevillea robusta A. Cunn.
Exótica
33 GUAPURUVU
Schizolobium parahiba (Vell.) Blake
Nativa
34 GUARUCAIA
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan
Nativa
35 HIBISCOS Hibiscus sp.
Exótica
36 IPÊ ROSA
Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl.
Nativa
37 IPÊ AMARELO
Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl.
Nativa
38 IPÊ BRANCO
Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sand.
Nativa
39 IPÊ ROXO
Tabebuia avellanedae Lor. Ex Griseb.
Nativa
40 IPEZINHO DE JARDIM
Tecoma stans (L) Juss ex Kunth.
Nativa
41 JABOTICABEIRA
Myrciaria cauliflora Berg.
Exótica
42 JACA
Artocarpus beterophyllus Lam.
Exótica
43 JACARANDA Jacaranda sp.
Nativa
44 JACARANDA 2 Jacaranda brasiliana
Nativa
45 JAMBOLÃO
Syzygium cumini (L.) Skeels.
Exótica
46 JURUBEBA Solanum sp.
Nativa
47 LARANJEIRA Citrus sp.
Exótica
48 LEUCENA
Leucena leucocephala (Lam) de Wit
Exótica
49 LIGUSTRUM
Ligustrum lucidum Aiton
Exótica
50 LIMOEIRO Citrus sp.
Exótica
51 LOURO PARDO
Cordia trichotoma (Vell.) Arab.
Nativa
52 MAGNÓLIA
Michelia champaca Linn.
Exótica
53 MAMOEIRO Carica sp.
Nativa
54 MANDUIRANA
Senna Macranthera (Collad) I. & B.
Nativa
55 MANGUEIRA
Mangifera indica L.
Exótica
56 MEXERÍCA Citrus sp.
Exótica
57 OITI
Licania tomentosa Benth.
Nativa
58 PAINEIRA
Chorisia speciosa St. Hil.
Nativa
59 PALHETEIRA
Clitoria fairchildiana Howard.
Nativa
60 PALMEIRA DE LAQUE Latania lontaroides
Exótica
61 PALMEIRA IMPERIAL
Roystonea oleracea Cook.
Exótica
62 PATA DE VACA Bauhinia sp.
Exótica
63 PAU BRASIL Caesalpinia echinata Lam.
Nativa
64 PAU D´ALHO
Gallesia integrifolia Spreng.
Nativa
65 PAU FERRO
Caesalpinea ferrea Mart. Ex Tul. Var.
leiostachya Benth.
Nativa
66 PEROBA
Aspidosperma polyneuron Müll.
Nativa
67 PINHA Annona sp.
Exótica
68 PINHEIRO DO PARANÁ
Araucaria angustifolia (Bertol.) O.
Kuntze
Nativa
69 PINUS Pinus sp.
Exótica
70 PITANGUEIRA
Engenia uniflora L.
Exótica
71 PITOMBAS
Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk
Nativa
72 PRIMAVERA
Bougainvillea glabra Choisy.
Nativa
73 QUARESMEIRA
Tibouchina granulosa Cogn.
Nativa
74 QUARESMEIRA 2 Tibouchina sp.
Nativa
75 ROMÃ
Punica granatum L.
Exótica
54
76 SAPUVA
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel.
Nativa
77 SIBIPIRUNA
Caesalpinia peltophoroides Benth.
Nativa
78 SUBRASIL
Colubrina glandulosa Perk.
Nativa
79 TAMAREIRA
Phoenix dactylifera L.
Exótica
80 TIMBAÚVA
Enterolobium contortisiliquum (Vell.)
Nativa
81 TIPUANA
Tipuana tipu (Benth.) Kunth
Exótica
82 TUIA Chamaecyparis sp.
Exótica
83 UVA DO JAPÃO
Hovenia dulcis Thumb.
Exótica
84 CALISTEMUM Calistemum sp.
Exótica
85 OUTROS
A diversidade de espécies em Maringá vem aumentando principalmente pelo
fato de que a própria população acaba por fazer muitos plantios (irregulares) com
espécies escolhida à gosto. De acordo com Milano (1988) Maringá possuía cerca de
60 espécies na arborização de vias públicas e atualmente pelos dados da tabela 1
podemos ver que apenas no setor central da cidade já temos um aumento do
número de espécies. As espécies mais encontradas continuam as mesmas
encontradas por Milano.
O número de árvores consideradas nativas, por serem espécies de origem
do território nacional, foi maior que o de espécies exóticas, respectivamente 46
contra 38 espécies. O que é um bom indicativo, pois quanto maior o número de
espécies nativas melhor para a biodiversidade do local, para melhoria da
regeneração natural e para o cruzamento de espécies encontradas na cidade tanto
nas vias públicas como nos parques e fundos de vale.
55
4.2 Quantidade, distribuição e composição
Todas os registros da área pesquisada receberam um número identificador
fornecido em mapa pela Copel e tiveram seus dados cadastrados e analisados
(tabela 2).
Tabela 2 – Classificação dos dados encontrados, quantidade e porcentagem
Status do Registro Quantidade Porcentagem (%)
Regulares 25665 77,03
Jovens 2488 7,47
Ausentes 3832 11,50
Cortadas 1164 3,49
Mortas 171 0,51
TOTAL 33320 100
Conforme os dados apresentados na Tabela 2 existem na área do plano
piloto de Maringá um total de 28153 árvores, das quais 2488 são jovens (mudas até
3 metros de altura) e 25665 são consideradas bem estabelecidas (Regulares com
mais de 3 metros de altura) e sendo o restante da cifra total apresentada (5167
registros) distribuídos entre árvores que foram cortadas, ausentes ou até mesmo
mortas, ou seja são espaços onde provavelmente se poderia ter novas árvores
plantadas.
As árvores catalogadas foram subdivididas em dois grupos (Jovens e
Regulares), onde jovens foram as árvores com a 3 metros de altura, que
consideramos que ainda estão em estágio de adaptação ao meio urbano, e
regulares, que são as árvores maiores que 3 metros de altura, onde consideramos
estarem bem adaptadas. Na tabela 3 podemos ver a quantidade e freqüência real
de cada espécie subdivididas em seus devidos grupos.
56
Tabela 3 Espécies identificadas, quantidade por status e Freqüência em Porcentagem
Real (FR).
N
0
Nome Popular
Nome Científico
Regulares
Jovens
Total
FR (%)
1
SIBIPIRUNA
Caesalpinia peltophoroides
12267 121 12388
44,002
2
TIPUANA
Tipuana tipu
3751 24 3775
13,409
3
IPÊ ROXO
Tabebuia avellanedae
2439 159 2598
9,228
4
ALECRIM
Holocalix balansae
863 398 1261
4,479
5
FLAMBOYANT
Delonix regia
724 30 754 2,678
6
JACARANDA
Jacaranda mimosaefolia
592 20 612 2,174
7
IPÊ AMARELO Tabebuia chrysotricha
452 98 550 1,954
8
PALMEIRA IMPERIAL Roystonea oleracea
384 67 451 1,602
9
PATA DE VACA
Bauhinia sp.
412 8 420 1,492
10
GREVILEA
Grevillea robusta
401 6 407 1,446
11
FALSA MURTA
Murraya paniculata
130 257 387 1,375
12
OITI
Licania tomentosa
137 236 373 1,325
13
FICUS
Ficus benjamina
264 56 320 1,137
14
LIGUSTRUM
Ligustrum lucidum
298 5 303 1,076
15
BISNAGUEIRA
Spathodea campanulata
260 8 268 0,952
16
IPÊ BRANCO
Tabebuia roseo-alba
119 74 193 0,686
17
CHAPEU DE SOL
Terminalia catappa
174 11 185 0,657
18
AROEIRA CHORÃO
Schinus molle
78 88 166 0,590
19
TAMAREIRA
Phoenix dactylifera
138 27 165 0,586
20
EXTREMOSA
Lagerstroemia indica
112 27 139 0,494
21
AROEIRA PIMENTA
Schinus terebinthifolius
103 24 127 0,451
22
QUARESMEIRA
Tibouchina granulosa
84 43 127 0,451
23
MANGUEIRA
Mangifera indica
94 24 118 0,419
24
PAU FERRO
Caesalpinea ferrea
104 1 105 0,373
25
PAU BRASIL
Caesalpinia echinata Lam.
24 61 85 0,302
26
CANELINHA
Nectandra sp.
65 10 75 0,266
27
FIGUEIRA
Ficus sp.
58 11 69 0,245
28
LEUCENA
Leucena leucocephala
63 1 64 0,227
29
ABACATEIRO
Persia gratissima
57 4 61 0,217
30
HIBISCOS
Hibiscus sp.
28 33 61 0,217
31
GOIABEIRA
Psidium guajava
39 15 54 0,192
32
CASTANHA DO BREJO
Pachira aquatica Aubl.
39 13 52 0,185
33
LIMOEIRO
Citrus sp.
32 19 51 0,181
34
ESPIRRADEIRA
Nerium oleander
21 26 47 0,167
35
PEROBA
Aspidosperma polyneuron
5 39 44 0,156
36
MAGNÓLIA
Michelia champaca
43 0 43 0,153
37
PITANGUEIRA
Engenia uniflora
7 36 43 0,153
38
COQUEIRO
Cocos nucifera
34 5 39 0,139
39
CINAMOMO
Melia azedarach
31 5 36 0,128
40
ROMÃ
Punica granatum
16 18 34 0,121
41
CHUVA DE OURO
Cassia fistula
31 0 31 0,110
42
PALHETEIRA
Clitoria fairchildiana Howard.
21 9 30 0,107
43
JACA Artocarpus beterophyllus
25 2 27 0,096
44
JAMBOLÃO
Syzygium cumini .
23 3 26 0,092
57
45
MANDUIRANA Senna Macranthera
13 11 24 0,085
46
PRIMAVERA
Bouganvillea glabra
15 3 18 0,064
47
CEDRO
Cedrela fissilis
13 1 14 0,050
48
CALIANDRA
Calliandra sp.
6 7 13 0,046
49
CANAFISTULA
Peltophorum dubium
11 2 13 0,046
50
PALMEIRA DE LAQUE
Latania lontaroides
10 3 13 0,046
51
PINHEIRO DO PARANÁ
Araucaria angustifolia
6 7 13 0,046
52
AMEIXA
Eryobotria japonica Lindl.
9 6 15 0,043
53
TUIA
Chamaecyparis sp.
4 8 12 0,043
54
UVA DO JAPÃO
Hovenia dulcis
10 2 12 0,043
55
CALISTEMUM
Calistemum sp.
9 1 10 0,036
56
MAMOEIRO
Carica sp.
2 7 9 0,032
57
AMOREIRO
Morus nigra
5 2 7 0,025
58
CASTANHA
PORTUGUESA
Castenea sativa
1 5 6 0,021
59
GUARUCAIA
Parapiptadenia rigida
5 1 6 0,021
60
LARANJEIRA
Citrus sp.
5 1 6 0,021
61
MEXERÍCA
Citrus sp.
4 2 6 0,021
62
PAINEIRA
Chorisia speciosa
5 1 6 0,021
63
CIRIGUELA
Spondias purpurea
3 1 4 0,014
64
EUCALÍPTUS
Eucaliptus sp.
4 0 4 0,014
65
LOURO PARDO
Cordia trichotoma
3 1 4 0,014
66
GUAPURUVU
Schizolobium parahiba
3 0 3 0,011
67
JABOTICABEIRA
Myrciaria cauliflora
2 1 3 0,011
68
SUBRASIL
Colobrina glandulosa
3 0 3 0,011
69
TIMBAÚVA
Enterolobium contortisiliquum
3 0 3 0,011
70
FLOR DE PAVÃO
Caesalpinia pulcherrima
2 0 2 0,007
71
IPÊ ROSA
Tabebuia sp.
2 0 2 0,007
72
PITOMBAS
Talisia esculenta
0 2 2 0,007
73
ARITICUM
Annona sp.
1 0 1 0,004
74
AZALÉIA
Rhododendron sp.
0 1 1 0,004
75
CAJAMANGA
Spondias cytherea
1 0 1 0,004
76
DAMA DA NOITE
Cestrum nocturnum
1 0 1 0,004
77
IPEZINHO DE JARDIM
Tecoma stans
1 0 1 0,004
78
JACARANDA 2
Jacaranda brasiliana
0 1 1 0,004
79
JURUBEBA
Solanum sp.
1 0 1 0,004
80
PAU D´ALHO
Gallesia integrifolia
1 0 1 0,004
81
PINHA
Annona sp.
1 0 1 0,004
82
PINUS
Pinus sp.
1 0 1 0,004
83
QUARESMEIRA 2
Tibouchina sp.
1 0 1 0,004
84
SAPUVA
Machaerium stipitatum
1 0 1 0,004
85
OUTROS
455 289 744 2,643
TOTAL
- 25665 2488 28153
100
Analisando a Tabela 3 podemos ver que existe uma boa variabilidade de
espécies dentro da população amostrada, são mais de 80 espécies, comparando
com outras cidades percebemos que Maringá esta dentro de um bom padrão, pois
58
em Piracicaba apenas 35 espécies compunham a área estudada (LIMA, 1993); em
Manaus 78 espécies foram cadastradas (COSTA; HIGUCHI, 1999); em Campos do
Jordão 32 espécies (ANDRADE, 2002); em Curitiba 93 espécies (MILANO, 1984);
em Joboticabal observou-se a presença de 116 espécies (SILVA FILHO, 2002); em
Brasília 214 espécies (RODRIGUES et al.., 1994), na Estância de Águas de São
Pedro um total de 161 espécies (BORTOLETO, 2004); desta forma Maringá se
mostrou com um quantidade de espécies dentro da média observada em outras
cidades; porém a freqüência percentual real de 44,00% para apenas uma espécie,
Caesalpinea peltophoroides (foto 4), é preocupante. De acordo com Milano (1988)
uma grande concentração de árvores de apenas uma espécie facilita a ação de
pragas e doenças.
Foto 04 - Sibipirunas (Caesalpinea peltophoroides) em via públida de Maringá – PR.
Fonte : André César F. Sampaio 03/08/2002
59
Grey e Deneke (1978) afirmam que o limite máximo de freqüência é de 10 a
15% para uma mesma espécie dentro do espaço urbano, deste modo os riscos
ficam mais distribuídos, evitando que a arborização de ruas de uma cidade seja
dizimada por um surto de pragas e doenças.
A espécie Sibipiruna é a única que está com uma freqüência extremamente
fora do padrão proposto (tabela 4), ou seja, o problema da composição da
arborização de vias blicas deste setor de Maringá esta centrado na espécie
Caesalpinea peltophoroides.
A somatória das freqüências das 10 principais espécies correspondem a
82,45% da população amostrada; a título de comparação em Águas de São Pedro a
somatória das dez principais espécies perfizeram 48,33% BORTOLETO, 2004); em
Jaboticabal o resultado foi de 71,25% (SILVA FILHO, 2002); em Brasília a soma das
treze principais espécies resultaram em apenas 48,3% (RODRIGUES et al., 1994);
em Piracicaba, onde o total de espécies foi pequeno, apenas 35 espécies, as treze
principais espécies resultaram em 86,5% da população (LIMA, 1993), ou seja,
Maringá neste item se iguala a cidades onde o índice de biodiversidade e a
qualidade da arborização não tiveram bons resultados, pois resultados bons na
arborização viária foram encontrados em cidades como Águas de São Pedro e
Brasília.
A tabela 4 exemplifica melhor a dominância da espécie Caesalpinea
peltophoroides, mesmo dentre as espécies com maior freqüência.
60
Tabela 4 - Freqüência em Porcentagem (F) das 9 principais espécies arbóreas encontradas
na área do plano piloto de Maringá-PR
Nome Popular Nome Científico Total F (%)
SIBIPIRUNA
Caesalpinia
peltophoroides
12388 44,002
TIPUANA
Tipuana tipu
3775 13,409
IPÊ ROXO
Tabebuia avellanedae
2598 9,228
ALECRIM
Holocalix balansae
1261 4,479
FLAMBOYANT
Delonix regia
754 2,678
JACARANDA
Jacaranda mimosaefolia
612 2,174
IPÊ AMARELO
Tabebuia chrysotricha
550 1,954
PALMEIRA IMPERIAL
Roystonea oleracea
451 1,602
PATA DE VACA
Bauhinia sp.
420 1,492
- Demais árvores 5344 18,982
TOTAL 2860 100
Podemos dizer que a situação dessa freqüência inadequada da espécie
Caesalpinea peltophoroides é mais crítica de que a encontrada em outras cidades
brasileiras. Enquanto na Estância de Águas de São Pedro a mesma espécie
Caesalpinea peltophoroides também foi a espécie mais presente, mas com apenas
13,63% (BORTOLETO, 2004); em Curitiba a mais plantada foi Lagerstroemia indica
compreendendo 24% da população de árvores (MILANO, 1987); em Piracicaba
Caesalpinea peltophoroides novamente com 52,3%, o que demonstra um caso
mais grave do que o encontrado nesta pesquisa (LIMA, 1993).
O problema não consiste apenas na freqüência alta de apenas uma espécie
(problemas na composição florística), e sim também na distribuição, pois se a
freqüência de uma espécie for alta, mas seus indivíduos estão bem distanciados
entre si e não formam grandes aglomerados o problema de disseminação de pragas
e doenças fica reduzido. Desta forma analisaremos as várias freqüências das
principais espécies em todas as zonas que compõem a área do plano piloto de
Maringá (gráfico 1), para verificar se existe presença abundante das mesmas
espécies em todas essas zonas.
61
Gráfico 1 – Freqüência (%) das Principais espécies da Área do Plano Piloto de Maringá
– PR, subdivididas por zonas.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
ZONA
1
ZONA
2
ZONA
3
ZONA
4
ZONA
5
ZONA
6
ZONA
7
ZONA
8
ZONA
9
ZONA
10
ZONA
12
freq. Sibipiruna
Freq. Tipuana
Freq. Ipê Roxo
Podemos ver neste gráfico que a presença de Caesalpinea peltophoroides é
maior que 15% (alta) em todas as zonas analisadas, o que mostra também que a
distribuição o é equilibrada. A espécie Tipuana tipu apesar de ter mostrado uma
freqüência adequada considerando toda a área estudada (13,40%), se mostrou
bastante elevada nas zonas 7 e 10. O Ipê Roxo (Tabebuia avellanedade) esta dentro
do padrão de 15% em todas as zonas, em algumas quase ultrapassando.
Um planejamento de composição florística pode ser mais bem elaborado
com este tipo de informação, facilitando e delimitando o planejamento por zonas,
que contribui para uma distribuição de espécies melhor distanciadas para não
formação de grandes aglomerados de uma única espécie.
Mesmo sendo somente uma parte da cidade de Maringá essa prevalência de
Caesalpinea peltophoroides neste setor é um indício de que teremos uma
freqüência inadequada dessa espécie na população da cidade inteira, pois o local
62
demonstrado nesta pesquisa representa cerca de 21% da arborização de vias
públicas da cidade de Maringá-PR, o que é uma porcentagem amostrada
estatisticamente alta.
4.3 Qualidade das árvores
Foi adotada uma avaliação individual das árvores de vias públicas nesta
pesquisa que permitiu conhecer a qualidade geral da população (tabela 5).
Tabela 5 - Freqüência (F) das condições gerais encontradas nas árvores da população
amostrada, de Maringá-PR
Condição Geral Quantidade F (%)
Boa 5437 19,31
Satisfatória 10254 36,42
Sofrível 12462 44,27
TOTAL 28153 100
Das 28153 árvores encontradas, 5437 estão com sua condição geral boa
(vigorosa, sem injúrias mecânicas e sem doença aparente), 10254 estão
satisfatórias (com doença ou pragas em estágio inicial, ou dano físico pouco
aparente) e 12462 árvores em condições sofríveis (com severos danos físicos,
doença ou sintomas muito aparentes, infestação grande de praga), ou seja, 44,27%
das árvores da população amostrada podem requerer muito trabalho de recuperação
(foto 5).
Associado a esse item de classificação individual de qualidade, esta
pesquisa observou ainda a presença ou vestígios de cupim e a presença de podas
drásticas.
63
Foto 05 - Exemplo de árvore com condição geral ruim, apresentando cratera profunda ocasionada
por cancro e cupins.
Fonte : André César F. Sampaio 25/03/2005
Esse dado alarmante pode ser mais bem explicado pelo fato de que o local
pesquisado se constitui das zonas mais antigas de Maringá, sendo assim foi um dos
primeiros lugares a terem sido arborizados, tendo portanto um grande número de
árvores com idade avançada (entre 30 e 40 anos). De acordo com Aníbal Bianchini,
um dos engenheiros agrônomos que ajudaram no plantio e planejamento da
arborização de Maringá, em zonas urbanas uma árvore pode ser considerada senil
com apenas 40 anos, pelas grandes adversidades que encontramos nesses locais
como: pequenas áreas para ciclagem de nutrientes (em torno de 1 m
2
), poluição
atmosférica alta, luz tanto durante o dia como a noite (iluminação pública),
vandalismo e várias outras. A falta de infra-estrutura dos órgãos gerenciadores da
arborização urbana de Maringá, a falta de um plano diretor atualizado e com
64
execução eficiente e uma série de outros fatores administrativos colaboraram muito
para constituir uma porcentagem tão alta de árvores em estado geral de declínio.
Comparando esse dado com os dados de Milano (1988) que realizou um
levantamento quali quantitativo da cidade inteira de Maringá, podemos ver indícios
que realmente nos últimos anos aconteceram pioras significativas nas condições
gerais da arborização de vias públicas, pois havia sido constatado por Milano (1988)
que 51,9% das árvores em Maringá podiam ser consideradas boas, 33,1%
satisfatórias e 13,8% ruins.
Apesar do levantamento que está sendo feito, e por esta pesquisa ter usado
um sistema de avaliação um pouco diferente do usado por Milano (1988) e os dados
em questão se referirem apenas a um setor da cidade, com a comparação podemos
formular uma hipótese palpável de que as árvores que estavam satisfatórias na
avaliação de Milano em 1988 atualmente em sua grande maioria estão em estado
sofrível.
A qualidade das árvores da região central de Maringá, destacando as
zonas 1 e 2 esta sendo discutida e muitos resultados estão
aparecendo comprovando uma queda de qualidade ampla e de
urgência para tomada de decisões. Em um estudo comparativo da
presença de cancro nas zonas 1 e 2 se viu que 17,31% das árvores
da zona 1 tinham sintomas de cancro e 11,88% na zona 2
(CASTRO, 2004).
Os cancros associados a outras pragas e doenças estão presente na
arborização e levam a resultados de freqüência alta de árvores com condições
gerais sofríveis (ruins).
65
Tabela 6 - Classificação das 9 principais espécies arbóreas que apresentaram maiores
Freqüências entre as árvores com Condição Geral sofrível (FS) e Freqüências destas em
relação a população Total amostrada em Maringá – PR.
Nome Científico Nome Popular C. Sofrível
FS (%) FT (%)
Caesalpinea peltophoroides Sibipiruna 6782 54,42 24,09
Tipuana tipu Tipuana 2443 19,60 8,68
Tabebuia avellanedae Ipê Roxo 959 7,70 3,41
Holocalix balansae Alecrim 340 2,73 1,21
Jacaranda mimosaefolia Jacarandá 273 2,19 0,97
Delonix regia Flamboyant 273 2,19 0,97
Grevillea robusta Gravilea 184 1,48 0,65
Bauhinia sp. Pata de Vaca 175 1,40 0,62
Spathodea campanulata Bisnagueira 158 1,27 0,56
- Demais Árvores 875 7,02 3,11
TOTAL 12462 100 -
A Tabela 6 em comparação com a Tabela 4 nos mostra claramente que as
árvores com maior freqüência percentual dentro da área do plano piloto de Maringá
também são em sua maioria as que tem maior freqüência dentre as árvores da
população de árvores com condição geral sofrível, ou seja, realmente existe uma
tendência de pragas e doenças a serem disseminadas nas espécies que se
apresentam com maior freqüência.
A espécie Grevillea robusta fica diferenciada, pois foge do padrão analisado,
pois não está entre as 9 espécies de maior freqüência percentual dentro da área
pesquisada, mas apresenta maior freqüência dentre as com condição geral sofrível.
Isso pode ser explicado por duas hipóteses: 1 - Que provavelmente essa espécie é
mais frágil naturalmente as pragas já estabelecidas na cidade, ou, 2 - Provavelmente
se verificarmos a freqüência dessa espécie na cidade inteira ela vai se apresentar
como sendo uma espécie de freqüência alta, ou seja, o trabalho em questão
verificou a área do plano piloto da cidade de Maringá, porém, em certos aspectos os
66
dados de toda cidade de Maringá devem ser analisados para responder questões
como esta.
Tabela 7 - Principais espécies arbóreas encontradas na área pesquisada; População total
de cada espécie; População das espécies com condição geral sofrível; Porcentagem de
árvores com condição geral sofrível em relação a população individual de cada espécie
(FRPI).
Nome Popular Nome Científico
População
Total
População
Sofrível
FRPI(%)
SIBIPIRUNA
Caesalpinia
peltophoroides
12388
6782 54,75
TIPUANA
Tipuana tipu
3775
2443 64,72
IPÊ ROXO
Tabebuia avellanedae
2598
959 36,91
ALECRIM
Holocalix balansae
1261
340 26,96
FLAMBOYANT
Delonix regia
754
273 36,20
JACARANDA
Jacaranda
mimosaefolia
612
273 44,60
IPÊ AMARELO
Tabebuia chrysotricha
550
80 14,55
PALMEIRA IMPERIAL
Roystonea oleracea
451
54 11,97
PATA DE VACA
Bauhinia sp.
420
175 41,66
GREVILEA
Grevillea robusta
407
184 45,21
FALSA MURTA
Murraya paniculata
387
9 2,33
OITI
Licania tomentosa
373 6 1,61
- Demais Árvores 4177 884 21,16
TOTAL 28153 12462 -
Ficou constatado que as árvores com maiores freqüências dentro da
população estudada tiveram também as maiores quantidades de árvores em
condição sofrível, isso provavelmente devido a uma maior facilidade de dispersão de
pragas e doenças em populações homogêneas e pela simples probabilidade
matemática, mas se observarmos a relação entre a população individual de cada
espécie e a população individual das mesmas espécies em condição geral sofrível,
podemos ter uma boa visualização das espécies que tiveram maior fragilidade
(pouca resistência aos fatores de relevância que transformam o ambiente urbano
mais agressivo para sanidade das árvores) individualmente dentro de suas
populações na área do plano piloto de Maringá-PR.
67
Fica claro que outros aspectos importantes além da freqüência de cada
espécie na população total contribuem para a fragilidade das espécies, pois
podemos ver que espécies como Jacaranda mimosaefolia que mostrou uma
freqüência de apenas 2,7%, que se encaixa dentro dos parâmetros ditos por Grey e
Deneke (1978), tem 44,60% dos indivíduos de sua população classificados como de
condição sofrível, ou seja, uma espécie com certeza que tem outros fatores
contribuindo para uma piora na qualidade dos indivíduos e provavelmente mal
adaptada ao meio ambiente urbano de Maringá. Outras espécies como Tipuana tipu
também mostraram comportamento parecido e atingindo uma freqüência de 64,72%
de árvores sofríveis em sua população, maior que a freqüência vista na população
individual da espécie mais freqüente Caesalpinea peltophoroides, ou seja, é mais
uma espécie com influência de outros fatores, que aparentemente é a espécie mais
fragilizada.
4.3.1 Localização do plantio (calçada x canteiro)
Outro dado importante é a comparação das condições gerais encontradas
nas árvores em seus locais de plantio (calçada X canteiro), que mostra que temos
3671 árvores que estão em canteiro central (13,04% das árvores registradas), 24482
árvores que se encontram em calçadas e ao redor de praças (86,96% das árvores
registradas). Desses grupos temos que 22,20% da população de árvores
encontradas em canteiros centrais estão com condições gerais boas, 40,04% estão
como satisfatórias e 37,75% estão em condição geral sofrível, ou seja, 62,24% estão
entre boas e satisfatórias. Na população de árvores encontradas nas calçadas e
arredores das praças 45,29% das árvores se encontraram em estado sofrível,
35,92% com condição geral satisfatória e 18,90% com condição boa. Os dados
68
mostram que em canteiros centrais as árvores se mostraram mais sadias, o que
acontece também no trabalho de Milano (1988) em que a concentração de árvores
boas e satisfatórias somam 95,7% nos canteiros e 84,0% nas calçadas,
considerando a cidade inteira de Maringá-PR.
4.3.2 Incidência aparente de insetos xilófagos
Outro dado que chamou a atenção é o fato de que 22,04% das árvores da
área pesquisada foram cadastradas com tendo vestígios da presença cupim (Tabela
8), ou seja das 12462 árvores com condições gerais sofríveis 6207 (49,81% da
população de árvores com condição sofrível) estão ou estiveram infestadas de
cupim, o que mostra que o controle desta praga não esta sendo eficiente e o manejo
não esta sendo adequado.
Trabalhos realizados sobre o ataque de cupins apresentaram resultados
semelhantes. Amaral (2002) diagnosticou a ocorrência de cupins xilófagos em
árvores urbanas do bairro de Higienópolis, na cidade de São Paulo, verificando que
71,04% das árvores apresentavam-se sadias, isto é, sem sinais internos ou externos
da presença de cupins. As árvores com evidências interna ou externa da presença
de cupins foram 28,60%.
Nesta pesquisa não foram identificadas as espécies de cupins apenas seus
vestígios e presença. A presença de cupins foi verificada através da visualização de
caminhos, ninho arborícolas (foto 6) e galerias feitas pelos cupins, o foi verificada
a presença de cupins subterrâneos (raízes), desta forma a porcentagem encontrada
de 22,04% da presença destes pode ser aumentada se considerarmos a existência
de cupins subterrâneos, que com certeza estão presentes em muitas árvores.
69
Tabela 8 Quantidade e Freqüência das árvores com vestígios da presença de cupins,
subdivididas por Status.
Status Quantidade FR %
Jovem 14 0,05
Regular 6193 21,99
Total 6207 100
Das 6207 árvores identificadas com presença de cupim apenas 14 tinham o
status Jovem (até 3 metros de altura) as demais foram cadastradas como regulares
(com mais de 3 metros de altura).
Tabela 9 Espécies com vestígios ou presença aparente de cupins na área do plano piloto
de Maringá PR, quantidade da população total das espécies (Quant. Total), quantidade de
árvores com presença ou vestígio de cupim (Quant. Cupim), freqüência de árvores com
vestígios ou presença de cupins em porcentagem em relação ao total de árvores da área
pesquisada (FT), freqüência em porcentagem das árvores com vestígios ou presença de
cupins em relação a população total de árvores com vestígio ou presença de cupins (FC),
freqüência em porcentagem das árvores com vestígios ou presença de cupins em relação a
população individual de cada espécie (FRPI).
Nome Popular
Nome Científico
Quant
Total
Quant.
Cupim
FT
(%)
FC
(%)
FRPI
(%)
SIBIPIRUNA
Caesalpinia peltophoroides
12388 3622 12,865 58,353 29,24
TIPUANA
Tipuana tipu
3775 978 3,474 15,756 25,91
IPE ROXO
Tabebuia avellanedae
2598 498 1,769 8,023 19,17
FLAMBOYANT
Delonix regia
754 187 0,664 3,013 24,80
PATA DE VACA
Bauhinia sp.
420 151 0,536 2,433 35,95
ALECRIM
Holocalix balansae
1261 146 0,519 2,352 11,58
JACARANDA
Jacaranda brasiliana
612 124 0,440 1,998 20,26
GREVILEA
Grevillea robusta
407 108 0,384 1,740 26,54
LIGUSTRUM
Ligustrum lucidum
303 54 0,192 0,870 17,82
BISNAGUEIRA
Spathodea campanulata
268 53 0,188 0,854 19,78
IPE AMARELO
Tabebuia chrysotricha
550 41 0,146 0,661 7,45
LEUCENA
Leucena leucocephala
64 36 0,128 0,580 56,25
PAU FERRO
Caesalpinea ferrea
105 27 0,096 0,435 25,71
FIGUEIRA
Ficus sp.
69 24 0,085 0,387 34,78
QUARESMEIRA
Tibouchina granulosa
127 19 0,067 0,306 14,96
70
CANELINHA
Nectandra sp.
75 16 0,057 0,258 21,33
CHAPEU DE SOL
Terminalia catappa
185 13 0,046 0,209 7,03
IPÊ BRANCO
Tabebuia roseo-alba
193 11 0,039 0,177 5,70
FICUS
Ficus benjamina
320 9 0,032 0,145 2,81
MANGUEIRA
Mangifera indica
118 6 0,021 0,097 5,08
EXTREMOSA
Lagerstroemia indica
139 6 0,021 0,097 4,32
PRIMAVERA
Bouganvillea glabra
18 5 0,018 0,081 27,78
CINAMOMO
Melia azedarach
36 4 0,014 0,064 11,11
MANDUIRANA
Senna Macranthera
24 3 0,011 0,048 12,50
ABACATEIRO
Persia gratissima
61 3 0,011 0,048 4,92
SUBRASIL
Colobrina glandulosa
3 2 0,007 0,032 66,67
EUCALÍPTUS
Eucaliptus sp.
4 2 0,007 0,032 50,00
CEDRO
Cedrela fissilis
14 2 0,007 0,032 14,29
JACA
Artocarpus beterophyllus
27 2 0,007 0,032 7,41
ESPIRRADEIRA
Nerium oleander
47 2 0,007 0,032 4,26
PAL. IMPERIAL
Roystonea oleracea
451 2 0,007 0,032 0,44
PAINEIRA
Chorisia speciosa
6 1 0,004 0,016 16,67
TUIA
Chamaecyparis sp.
12 1 0,004 0,016 8,33
ARAUCÁRIA
Araucaria angustifolia
13 1 0,004 0,016 7,69
AMEIXA
Eryobotria japonica Lindl.
15 1 0,004 0,016 6,67
CHUVA DE OURO
Cassia fistula
31 1 0,004 0,016 3,23
MAGNÓLIA
Michelia champaca
43 1 0,004 0,016 2,33
PEROBA
Aspidosperma polyneuron
44 1 0,004 0,016 2,27
GOIABEIRA
Psidium guajava
54 1 0,004 0,016 1,85
PAU BRASIL
Caesalpinia echinata Lam.
85 1 0,004 0,016 1,18
Outras
-
744 42 0,149 0,677 5,65
26463 6207 100
Os dados da Tabela 9 mostram todas as espécies que apresentaram
vestígios de cupim ou a presença destes. Caesalpinea peltophoroides apresentou
12,86% em relação à população total de árvores da área pesquisada como tendo
vestígios ou presença de cupins, dentro da população das árvores com vestígios ou
presença de cupins apresentou 58,35%, e em relação apenas a sua população
apresentou 29,24%, ou seja, foi a espécie mais atacada.
71
As espécies Colobrina glandulosa, Leucena leucocephala, Eucaliptus sp. e
Bauhinia sp apresentaram altas freqüências de presença ou vestígio de cupins em
relação a suas populações individuais, respectivamente 66,67%, 56,25%, 50% e
35,95%, todas superiores a freqüência da espécie mais atacada Caesalpinea
peltophoroides, que em relação a sua população individual apresentou apenas
29,24% de freqüência de cupins. Desta forma podemos ver que as populações
dessas espécies estão sobre risco maior que a espécie mais atacada.
No geral podemos observar que o ataque realmente significativo em relação
a todas as 28153 árvores pesquisada se deu apenas na espécie Caesalpinea
peltophoroides, que não por coincidência é a espécie mais freqüente da população
total e a única fora dos padrões de composição florística ditos por Grey e Deneke
(1978).
Os cupins não são muito específicos com relação às espécies de árvores
que eles atacam, muito embora isto esteja relacionado à distribuição geográfica dos
cupins e das espécies de árvores presentes. Esta afirmação de Hickin (1971) se
confirma em grande parte com os dados desta pesquisa, pois foi visto maior índice
de ataques de cupins nas espécies com maior freqüência, isso também foi visto na
pesquisa no bairro de Higienópolis – SP, onde Amaral (2002) constatou que a árvore
mais atacada foi da espécie Ligustrum lucidum (Alfeneiro), que foi a espécie de
maior freqüência, ou seja, a preferência é pela espécie mais abundante e
provavelmente a mais fragilizada.
De acordo com Harris (1971) as plantas com maior susceptibilidade ao
ataque de cupins, são aquelas que sofrem com a seca, com a presença de alguma
ferida causada pelo descuido no uso da enxada, podas mal executadas, ou danos
causados por ventos fortes. Estas podas mal executadas propiciam a entrada de
72
uma variedade de cupins, uma vez que ferem, e deixam tocos de galhos no tronco
das árvores. Embora os cupins se alimentem da madeira morta, a atividade desses
insetos é tal que propicia a morte progressiva dos tecidos vivos pela entrada de
umidade e fungos nas feridas (HARRIS, 1955).
Segundo Becker (1975), vários gêneros de cupins atacam os tecidos mortos
das árvores vivas. Os galhos deteriorados ou as partes internas dos troncos é
destruído e, em alguns casos, a madeira sadia também pode ser atacada.
Foto. 06 Ninho de cupins em Tipuana tipu.
Fonte : André César F. Sampaio 05/10/2004
4.4 Podas
Em relação as podas esta pesquisa trabalhou com a utilização de três
tópicos de coleta de dados : 1 – Podas Anteriores, para verificação das podas que
haviam sido feitas nas árvores, 2 Podas Recomendadas, para analisar as
necessidades de podas de maior importância, e 3 Interferência de Copa, para
73
verificar onde as copas das árvores possam estar interferindo e necessitando de
poda para adequar a situação.
4.4.1 Podas anteriores
Foi observado e coletado em todas as árvores registradas a existência de
sinais, ou vestígios de podas executadas.
Gráfico 2 Freqüência Geral da existência de sinais ou vestígios de podas executadas nas
árvores da área do plano piloto de Maringá - PR .
43,04%
14,57%
41,43%
0,96%
Com poda anterior
Sem poda anterior
Poda com brotos
Podas Drásticas
O gráfico 2 nos mostra que 84,47% das árvores da população pesquisada
mostram sinais ou vestígios bem aparentes de podas executadas, ou seja, existe
a certeza de que essa proporção de árvores tiveram podas executadas. Dos
84,47% dessas podas 41,43% são podas em que aparecem brotos em alguns
galhos podados (tabela 10), são árvores que estão tentando voltar à formação que
tinham; 43,04% são árvores que apresentam sinais de poda, porém não mostram
74
brotos, muito provavelmente aceitam bem a poda e a formação que esta lhes deu; e
0,96% são podas drásticas, onde a poda executada desequilibra a árvore de forma
preocupante, ou simplesmente quase todos os galhos ou todos foram retirados. O
restante da população de árvores é correspondente a 14,57% e não apresentou
sinais ou vestígios aparentes de poda executada.
Esta pesquisa não avaliou a qualidade da execução das podas e sim
somente a presença destas, apenas no item de podas drásticas se pode ter uma
noção de podas que foram extremamente realizadas fora de um padrão técnico.
De acordo com Milano (1988) 28,8% das árvores de Maringá estavam com
danos físicos provocados por podas inadequadas. Esta pesquisa não avaliou este
dado por perceber que a instrução técnica para esta análise em todas as árvores de
Maringá necessitaria de um treinamento mais extenso e inviável para o tempo
disposto para execução da pesquisa.
Podemos concluir que a grande maioria das árvores tiveram podas
executadas após terem sido plantadas nas ruas.
75
Tabela 10 – Freqüência das principais espécies que apresentaram podas com brotos;
Quantidade de indivíduos arbóreos com poda com brotos (Quant); e Freqüência em relação
a população total das árvores com poda com brotos (FT).
Nome Popular Nome Científico
Quant.
FT(%)
1 SIBIPIRUNA
Caesalpinea peltophoroides
6016 21,37
2 TIPUANA
Tipuana tipu
2498 8,87
3 IPE ROXO
Tabebuia avellanedae
609 2,16
4 ALECRIM
Holocalix balansae
429 1,52
5 JACARANDA
Jacaranda brasiliana
337 1,20
6 FLAMBOYANT
Delonix regia
231 0,82
7 PATA DE VACA
Bauhinia sp.
182 0,65
8 IPE AMARELO
Tabebuia chrysotricha
166 0,59
9 GREVILEA
Grevillea robusta
131 0,47
10 BISNAGUEIRA
Spathodea campanulata
127 0,45
11 LIGUSTRUM
Ligustrum lucidum
92 0,33
12 FICUS
Ficus benjamina
73 0,26
13 Demais espécies
-
773 2,74
TOTAL -
11664 41,43
As espécies da tabela acima são as que apresentaram rebrotas, o que
significa que não aceitam perfeitamente bem a poda, continuam crescendo. São as
espécies de maior probabilidade de requerer maior número de podas durante sua
vida.
4.4.2 Podas recomendadas
O treinamento aplicado para coleta de dados focou dois tipos de podas
cruciais e sicos para arborização de vias públicas: Poda de limpeza, para retirada
de galhos secos e doentes e Poda de emergência, para afastamento de galhos da
rede elétrica.
76
Tabela 11 Porcentagem de árvores com Podas não necessárias; Porcentagem de árvores
com necessidade de Poda de Limpeza; Porcentagem de árvores com necessidade de poda
de Afastamento de Rede Elétrica,
Status Poda não necessária Poda Limpeza Poda Rede Elétrica
(%) 68,05 28,40 3,55
A Tabela 11 mostra que as árvores da população pesquisada estão sendo
constantemente podadas, o que levou a um índice de árvores sem necessidade das
podas em questão (Poda de Limpeza e de Afastamento de Rede Elétrica) de
aproximadamente 68,05%, ou seja, cerca de 18926 árvores da área estudada não
estão precisando das duas podas analisadas. Em relação à poda de limpeza 7898
árvores estão necessitando de ter seus galhos secos ou doentes retirados, o que
não deixa de ser um número relevante. Apenas 987 árvores estão necessitando de
poda de afastamento de rede elétrica, tem galhos encostados na rede e que pode
causar futuros problemas. Neste item algumas árvores não tiveram os dados
anotados, por dificuldades em campo, porém das 28153 árvores 27811 foram
verificadas.
4.4.3 Interferência de copa
Esse campo tem o objetivo de verificar árvores que tem sua copa
interferindo o trânsito de pedestres ou de veículos e desta forma acusar a
necessidade de poda de contenção para evitar que as árvores continuem a
incomodar o trânsito de veículos ou pedestres.
O resultado dos dados coletados foi de que 94,23% das árvores da região
estudada não estão interferindo nem o trânsito de veículos e nem o de pedestre.
77
A interferência de copa em relação ao trânsito de pedestres e veículos
constatada foi muito pequena, mostrando que quase todas as árvores estão com o
porte adequado em relação ao trânsito de pessoas e veículos.
Foto 08 - Sibipiruna com poda mal executada e necessitando poda de limpeza.
Fonte : André César F. Sampaio 03/03/2005
4.4.4 Podas drásticas
As podas em geral contribuem muito para a queda da qualidade das árvores,
sendo que árvores principalmente com podas drásticas ficam bastante vulneráveis a
pragas e doenças. Desta forma este item foi registrado nesta pesquisa e vinculado a
qualidade da árvore.
78
Foram registradas 269 árvores com podas drásticas dentro da área do plano
piloto da cidade de Maringá-PR, isso representa 0,96% das árvores registradas, o
que se torna pouco significante e indica que podas desse tipo extremamente
prejudicial às árvores estão sendo pouco aplicadas na cidade de Maringá.
Segundo Balensiefer (1987), as podas drásticas são muito anti-econômicas,
sendo que após sua execução ocorre uma super brotação nas proximidades do
corte e os novos ramos tendem a uma posição ascendente; e com o aumento da
circulação de seiva nesses ramos, uma tendência de crescimento em altura e
problemas com a fiação elétrica volta a existir.
Segundo Seitz (1996) qualquer tipo de poda é uma agressão e pode trazer
prejuízos a saúde das árvores que sofrem esse tipo de agressão, porém essa prática
não pode ser totalmente abolida, mas sim usada de forma correta nas árvores
urbanas.
4.5 Sistema radicular e calçadas de vias públicas
Esta pesquisa avaliou o sistema radicular de cada árvore e os dados foram
coletados de maneira a determinar a relação entre as raízes e a área livre (espaço
para sobrevivência da árvore rodeada por calçamento).
Gráfico 3 Freqüência Geral das condições dos sistemas radiculares das árvores da área
do plano piloto de Maringá - PR.
79
28,65%
16,95%
53,87%
0,46%
0,07%
Sem Afloramento
Afloramento na área livre
Afloramento interferindo na
calçada
Afloramento interferindo na
construção
Afloramento interferindo na
rede subterrânea
Pode ser observado no Gráfico 3 que 28,65% das árvores, são de árvores
sem afloramento de raiz (raízes profundas com nenhum crescimento superficial
aparente), 16,95% são de árvores com crescimento superficial aparente apenas
dentro da área livre, ou seja, 45,6% das árvores registradas apresentaram raízes
que não estão afetando as calçadas de forma nenhuma, tem a área livre adequada
em relação as raízes. O restante correspondente a 54,40% são de árvores com
raízes não adequadas ao local de plantio, sendo que, 53,87% destas árvores estão
destruindo calçadas (raízes que avançaram superficialmente para fora da área livre
e afetaram o calçamento público de forma evidente), 0,46% chegaram a afetar
construções como muros ou casas e 0,07 afetaram rede subterrâneas (Saneamento
ou água) de forma evidente.
80
Foto 07 - Raiz de Caesalpinea peltophoroides destruindo calçada com pequena área livre.
Fonte : André César F. Sampaio 05/10/2004
Em Águas de São Pedro apenas 14,56% dos indivíduos arbóreos estavam
causando danos ao calçamento (BORTOLETO, 2004); em Jaboticabal 22,50%
(SILVA FILHO, 1993); em Campos do Jordão 46,8% (ANDRADE, 2002), desta
forma, Maringá apresentou uma porcentagem considerável de árvores o
adequadas ao local (em relação ao sistema radicular). O motivo dessas árvores não
estarem adequadas muitas vezes o esta focado na espécie e sim numa
adequação melhor e possível do local para a espécie, pois foi visto que os tamanhos
das áreas livres dentro da zona 1 não seguiam um padrão, foram vistas várias
metragens diferentes e usadas muitas vezes para as mesmas espécies.
A espécies que apresentaram maiores freqüências de sistema radicular
destruindo calçadas foram respectivamente Caesalpinea peltophoroides (Sibipiruna),
81
Tipuana Tipu (Tipuana), Tabebuia avellanedeae (Ipê Roxo), Holocalix balansae
(Alecrim), Jacaranda mimosaefoliae (Jacarandá), Bauhinia sp (Pata de vaca),
Ligustrum lucidum (Ligustrum), Ficus benjamina. (Fícus) e Spathodea campanulata
(Bisnagueira).
As piores dias de raízes encontradas por Milano (1988) foram nas
espécies: Delonix regia, Spathodea campanulata, Terminalia catappa e Tipuana tipu,
mas isso na cidade inteira, sendo assim podemos ver que existe nexo nos dados
pesquisados, pois as espécies Spathodea campanulata e Tipuana tipu também
tiveram resultados preocupantes, a espécie Terminalia catappa teve muito poucos
indivíduos nessa região central.
Em um contexto geral a maioria das árvores possui sistema radicular
adequado, porém o tamanho das áreas não é padronizado e não está equilibrado
com o tamanho das árvores atualmente.
4.6 Características do Porte e Localização da Arborização de Vias
Públicas da área do Plano Piloto de Maringá-PR
Foram feitas várias medições em locais que indicam ou influenciam as
principais características do porte das árvores.
4.6.1 Altura da primeira bifurcação
Este dado indica um padrão de qualidade das mudas e da execução de
podas de formação.
Este dado foi coletado em 26101 árvores das 28153 árvores registradas, ou
seja, envolveu mais de 92,71% das árvores existentes no local, sendo assim traz um
resultado aceitável.
82
A altura média da bifurcação obtida dos dados analisados foi de 2,07 metros.
Diferentemente do encontrado por Milano (1988) no estudo da arborização de toda
cidade de Maringá-PR que obteve uma média de 1,8 metros, porém semelhante ao
encontrado por Biondi (1985) em Recife, cuja média foi de 2,2 metros.
A média encontrada se adapta ao padrão recomendado por Miranda (1970).
4.6.2 Área livre
De acordo com Biondi (1985) o tamanho da área livre de pavimentação é um
fator de muita importância ao adequado desenvolvimento em condições vigorosas
para arborização, pois neste fator ficam implicados aspectos fisiológicos
relacionados à aeração do solo e disponibilidade de água e nutrientes para as
plantas.
Foi identificado um tamanho médio de área livre de 1,44 m
2
, inferior ao
encontrado por Milano (1988) de 3,7 m
2
em Maringá e superior ao encontrado por
Biondi (1985) de 1,2 m
2
em Recife.
Os formatos e tamanhos das áreas não seguiram um padrão e estão
completamente fora do tamanho proposto por Wyman (1972) de 6 m
2
. Foi verificado
que aproximadamente 65,36% das árvores localizadas nas calçadas tem sua área
livre variando a1,5 m
2
, algo muito preocupante, pois o solo esta compactado e
recebe pouca matéria orgânica para ciclar nutrientes e com essa pequena área a
fragilidade das árvores aumentam significativamente.
O aumento do tamanho da área livre das árvores urbanas com certeza irá
causar melhorias na qualidade de vida da árvore, porém não indicado para o
objetivo de aumentar a infiltração de água para influenciar a carga do lençol freático,
pois a compactação do solo em áreas urbanas é bastante acentuada e o consumo
83
de água feito pelas árvores é bastante alto, chega a retirar água subterrânea em
grande porcentagem.
4.6.3 Altura, circunferência do tronco e diâmetro de copa
Analisando os dados de porte das árvores (Tabela 12), podemos ter uma
avaliação da possível faixa etária dos plantios e análises de relações entre o espaço
urbano disponível e o ocupado pelas árvores.
Tabela 12 - Número de árvores mostrados (N); Circunferência a altura do peito média
(CAP); Diâmetro a altura do peito média (DAP); Altura total média (HT) e Diâmetro de copa
médio (DCOPA).
COD
NOME CIENTÍFICO N. CAP
(m)
DAP
(m)
HT
(m)
DCOPA
(m)
1
Caesalpinea peltophoroides
12388 1,52 0,48 11,20 12,91
2
Tipuana tipu
3775 1,57 0,50 11,92 13,99
3
Tabebuia avellanedae
2598 1,14 0,36 10,82 10,60
4
Holocalix balansae
1261 0,98 0,31 6,73 8,16
5
Delonix regia
754 1,32 0,42 7,54 14,26
6
Jacaranda mimosaefolia
612 1,46 0,46 10,95 12,32
7
Tabebuia chrysotricha
550 0,67 0,21 7,60 7,42
8
Roystonea oleracea
451 1,26 0,40 9,65 0,00
9
Bauhinia sp.
420 1,04 0,33 7,58 9,95
10
Grevillea robusta
407 1,25 0,40 10,78 7,37
11
Murraya paniculata
387 0,43 0,14 2,79 2,79
12
Licania tomentosa
373 0,32 0,10 3,07 2,58
13
Ficus benjamina
320 0,80 0,25 6,95 6,75
14
Ligustrum lucidum
303 1,20 0,38 9,22 9,94
15
Spathodea campanulata
268 1,48 0,47 9,85 10,10
16
Tabebuia roseo-alba
193 0,48 0,15 4,48 3,80
17
Terminalia catappa
185 0,97 0,31 8,85 10,34
18
Schinus molle
166 0,22 0,07 3,49 4,04
19
Phoenix dactylifera
165 0,00 0,00 0,00 0,00
20
Lagerstroemia indica
139 0,94 0,30 7,60 7,00
84
21
Tibouchina granulosa
127 0,56 0,18 4,86 5,03
22
Schinus terebinthifolius
127 0,36 0,11 4,56 4,96
23
Mangifera indica
118 0,81 0,26 6,48 7,06
24
Caesalpinea ferrea
105 1,45 0,46 13,00 14,37
25
Caesalpinia echinata Lam.
85 0,33 0,11 3,00 3,16
26
Nectandra sp.
75 1,06 0,34 8,43 8,22
27
Ficus sp.
69 1,66 0,53 10,35 13,96
28
Leucena leucocephala
64 1,36 0,43 11,50 13,55
29
Persia gratissima
61 1,25 0,40 9,81 10,14
30
Hibiscus sp.
61 0,00 0,00 3,22 3,11
31
Psidium guajava
54 0,34 0,11 4,41 5,32
32
Pachira aquatica Aubl.
52 0,71 0,23 5,93 6,06
33
Citrus sp.
51 0,28 0,09 3,61 3,45
34
Nerium oleander
47 0,15 0,05 3,15 2,42
35
Aspidosperma polyneuron
44 0,33 0,10 2,30 2,20
36
Michelia champaca
43 0,96 0,31 8,73 8,34
37
Engenia uniflora
43 0,49 0,16 2,10 2,04
38
Cocos nucifera
39 0,72 0,23 6,34 0,00
39
Melia azedarach
36 0,77 0,25 7,76 6,90
40
Punica granatum
34 0,21 0,07 3,19 3,39
41
Cassia fistula
31 0,65 0,21 7,85 8,70
42
Clitoria fairchildiana
30 0,54 0,17 4,90 5,96
43
Artocarpus beterophyllus
27 0,82 0,26 8,37 7,48
44
Syzygium cumini (L.) Skeels.
26 0,99 0,32 9,00 8,20
45
Senna Macranthera
24 0,28 0,09 4,03 3,53
46
Bouganvillea glabra
18 1,61 0,51 11,16 9,00
47
Eryobotria japonica
15 0,53 0,17 4,54 3,35
48
Cedrela fissilis
14 1,14 0,36 10,90 9,24
49
Peltophorum dubium
13 0,79 0,25 7,52 6,67
50
Calliandra sp.
13 0,39 0,13 5,40 3,80
51
Araucaria angustifolia
13 1,32 0,42 4,31 2,31
52
Latania lontaroides
13 0,00 0,00 0,00 0,00
53
Chamaecyparis sp.
12 0,00 0,00 7,31 2,74
54
Hovenia dulcis
12 0,71 0,23 6,63 6,27
55
Calistemum sp
10 0,51 0,16 4,98 4,51
56
Carica sp.
9 0,28 0,09 3,16 1,74
57
Morus nigra
7 0,36 0,11 3,76 4,16
58
Chorisia speciosa
6 1,73 0,55 8,28 9,72
59
Parapiptadenia rigida
6 1,26 0,40 7,67 9,68
60
Citrus sp.
6 0,32 0,10 4,48 5,37
85
61
Citrus sp.
6 0,44 0,14 3,52 2,88
62
Castenea sativa
6 0,11 0,04 2,25 2,39
63
Eucaliptus sp.
4 1,32 0,42 12,50 11,16
64
Spondias purpurea
4 0,60 0,19 6,50 6,54
65
Cordia trichotoma
4 0,13 0,04 3,35 1,83
66
Enterolobium contortisiliquum
3 1,67 0,53 12,17 13,17
67
Colobrina glandulosa
3 1,60 0,51 10,67 15,98
68
Schizolobium parahiba
3 0,53 0,17 7,00 4,20
69
OUTROS
744 0,70 0,22 5,52 5,69
De acordo com Milano (1988) algumas espécies como Caesalpineas
peltophoroides, Tipuana Tipu, Jacarandá mimosaefolia e tabebuia chrysotricha
apresentaram em Maringá um CAP médio, no mínimo, 50% maior que os de
Curitiba. Essa constatação também é evidenciada pelos valores encontrados nesta
pesquisa, em alguns casos com médias de CAP maiores que as médias
encontradas por Milano, provavelmente pelo fato de que se passaram 18 anos da
pesquisa elaborada por Milano e pela amostragem feita ser na parte mais velha de
Maringá. Esse crescimento mais avantajado é explicado tanto pela idade média dos
plantios, como pelas melhores condições climáticas e edáficas.
As espécies que apresentaram as maiores médias de Cap e Dap foram
Chorisia speciosa, Enterolobium contortisiliquum, Fícus sp., Bouganvillea glabra,
Colobrina glandulosa, Tipuana tipu, Caesalpinea peltophoroides, Spathodea
campanulata e Jacarandá mimosaefolia. As maiores médias de Altura foram para as
espécies Caesalpinea ferrea, Eucaliptus sp., Enterolobium contortisiliquum, Tipuana
tipu, Leucena lecocephala e Caesalpinea peltophoroides. As maiores médias de
diâmetro de copa foram constatadas nas espécies Colobrina glandulosa,
Caesalpinea férrea, Delonix regia, Tipuana tipu e Ficus sp. Desta forma pode-se
dizer que estas espécies são espécies mais maduras (adultas), provavelmente as
espécies que representam as árvores mais velhas de Maringá.
86
Analisando a tabela 3 podemos ver também a quantidade de árvores jovens
e regulares, sendo que as jovens representam espécies que foram recentemente
plantadas, desta forma sabemos que as espécies Holocalix balansae com 398
indivíduos jovens cadastrados, Murraya paniculata com 257 indivíduos jovens
cadastrados, Licania tomentosa com 236 indivíduos jovens cadastrados, Tabebuia
avellanedae com 159 indivíduos jovens cadastrados, Caesalpinea peltophoroides
com 121 indivíduos jovens cadastrados, Tabebuia chrysotricha com 98 indivíduos
jovens cadastrados, Schinus molle com 88 indivíduos jovens cadastrados e
Tabebuia roseo-alba com 74 indivíduos jovens cadastrados foram as mais plantada
regularmente nos prováveis últimos 7 anos. O que preocupa nesta constatação é
que as espécies Caesalpinea peltophoroides e Tabebuia avellanedae em especial a
primeira, possuem freqüências elevadas em praticamente todas as zonas e não
deveriam estar sendo plantadas com tanta regularidade. A espécie Caesalpinea
peltophoroides está proibida por lei municipal de ser plantadas nas vias públicas de
Maringá, mas mesmo assim podemos ver que 121 indivíduos jovens dessa espécie
foram plantados recentemente.
4.6.4 Localização das árvores
Santiago (1970) recomenda como ideal uma distância das árvores ao meio
fio entre 30 e 40 cm, o Departamento de Parques e Jardins de Curitiba (1977)
considera que esta não deve ser menor que 1 metro para se evitar danos físicos às
árvores provocados pelos veículos.
A área do plano piloto de Maringá apresentou um valor médio do eixo da
árvore até o meio fio de 1,35 metros, diferentemente dos 1,6 metros encontrados em
Curitiba (MILANO, 1984), superior aos 1,2 metros encontrados na dia de toda
87
arborização viária de Maringá em 1988 (MILANO, 1988). Entretanto Maringá possui
89,17% das árvores plantadas na área do plano piloto a uma distância igual ou
superior a 1 metro do meio fio, ou seja, dentro do recomendado. Curitiba possui
aproximadamente 60% dentro do padrão recomendado (MILANO, 1988) e Recife
apenas 15% (BIONDI, 1985).
O valor médio da distância do eixo da árvore até as construções (inicio dos
lotes) analisado foi de 3,17 metros, abaixo do encontrado em Curitiba com 3,5
metros (MILANO, 1984) e superior ao encontrado em Recife de 2 metros (BIONDI,
1985). O valor obrigatório mínimo de distância de afastamento predial é de 3 metros,
a área pesquisada possui 59,40% das árvores da população amostrada dentro
dessa medida, sendo assim, mais da metade das árvores pode chegar a diâmetros
de copa até 10,2 metros.
As árvores do local analisado se encontram de forma geral bem localizadas
e alinhadas e sendo que a maior média de diâmetros de copa foi de 15,98 metros,
podemos dizer as espécies estão condizendo com as áreas exigidas, pois os 5
metros a mais de diâmetro de copa visto em algumas espécies pode ser
regularizado com podas.
Em relação à fiação aérea temos que as alturas dos poste variam de 6 até
8,5 metros, desta forma, a maioria das espécies alcançarão a fiação elétrica e
precisarão de podas, porém de acordo com a Companhia de Energia Elétrica do
Paraná (COPEL) mais de 90% da fiação aérea de Maringá é constituída de cabos
protegidos (rede compacta) o que favorece em muito as podas, mas em alguns
locais uma adequação de espécies de menor porte deverá ser feita para fins de
economia nos custos das podas.
88
4.6.5 Espaçamento entre as árvores
O espaçamento médio encontrado foi de 12,06 metros, sendo que os
diâmetros de copa em sua maioria nas principais espécies, tiveram médias variando
de 10 a 12 metros, podemos dizer que os espaçamentos estão condizentes com a
realidade das espécies da arborização das vias de Maringá.
Futuramente a fim de tentar reduzir o crescimento em altura das árvores o
espaçamento pode ser ampliado para o recomendado por Wyman (1972) de 10
metros para árvores pequenas e de 22 metros para árvore grandes, porém o
sombreamento feito pelas construções pode não permitir o efeito desejado.
4.7 Epífitas e Indicadores de Qualidade
As epífitas são plantas que se estabelecem diretamente sobre o
tronco, galhos, ramos ou sobre as folhas das árvores sem a
emissão de estruturas haustoriais (prolongamentos que sugam a
seiva da planta hospedeira), e as plantas que as sustentam são
denominadas forófitos (DISLICH, 1996).
Epífitas vasculares são plantas dotadas de sistema vascular
diferenciado, que utilizam a árvore hospedeira apenas como suporte, sem causar
danos, numa relação comensal, diferenciando-se, desta maneira, das lianas,
trepadeiras e parasitas.
O epifitismo vascular pode ser caracterizado como um fenômeno típico
de florestas tropicais e subtropicais úmidas. É restrito a baixas latitudes e alcança
maior diversidade e abundância em altitudes “médio-montanas” (BENZING,
1983).
89
Popularmente, são conhecidas como orquídeas, bromélias, samambaias,
avencas, peixinhos, flor-do-abismo... Possuem alto valor ornamental pela sua
beleza, formas e cores exóticas, além da indiscutível importância ecológica.
Cerca de 10% das espécies conhecidas de plantas vasculares são
epífitas, totalizando aproximadamente 23.500 espécies, pertencentes a 876
gêneros e 84 famílias botânicas. As famílias com maior número de espécies
epifíticas são: Orchidaceae (orquídeas), Araceae (antúrios, filodendros),
Bromeliaceae (bromélias), Polypodiaceae (samambaias) e Piperaceae
(peperômias, continhas). A maior família, Orchidaceae, é representada por 440
gêneros e 13.951 espécies epifíticas.
A importância ecológica do epifitismo nas comunidades florestais
consiste na manutenção da diversidade biológica e no equilíbrio
interativo: as espécies epifíticas proporcionam recursos alimentares
(frutos, néctar, pólen, água) e microambientes especializados para a
fauna do dossel (linha imaginária onde a copa das árvores se
encontram), constituída por uma infinidade de organismos voadores,
arborícolas e escansoriais (WAECHTER, 1992).
A capacidade de elaborar quantidades consideráveis de biomassa
suspensa, associada à retenção de água e detritos, confere aos
epífitos vasculares um importante papel na produtividade primária e
na ciclagem de nutrientes da floresta (NADKARNI, 1986).
Os elementos minerais são adicionados às epífitas à medida que
elas crescem e são removidos quando elas morrem e se
decompõem. Através da captura, armazenamento e liberação de
minerais, as epífitas influenciam a ciclagem de nutrientes de qualquer
ecossistema onde elas possam ocorrer (COXSON & NADKARNI,
1995).
As epífitas também funcionam como bioindicadores do estágio sucessional
da floresta, tendo em vista que comunidades em fases secundárias apresentam
menor diversidade epifítica do que comunidades primárias (BUDOWSKI, 1965).
90
Em função das características fisiológicas e nutricionais, as
epífitas têm um papel fundamental em estudos sobre a
interferência antrópica no ambiente, uma vez que as mesmas
se utilizam da umidade atmosférica absorvendo-a diretamente
pelas folhas ou talos, tornando-se mais expostas às ações dos
poluentes (AGUIAR et al., 1981).
Ainda, segundo NADKARNI (1991), as epífitas atuam como indicadores
globais de mudanças climáticas; provêm o homem com material de valor
horticultural, medicinal e econômico; fornecem subsídios para estudos
ecológicos, etnobotânicos, taxonômicos, ecofisiológicos e evolucionários.
Podemos considerar que quanto mais epífitas existirem em um ambiente
urbano, maior é a qualidade ambiental do local.
Esta pesquisa considerou como epífitas algumas outras formas de vida
que usam as árvores como apoio e também servem como bioindicadores, como
musgos e liquens e até parasitas como a Figueira (Ficus sp).
Os liquens são associações simbióticas entre um componente fúngico
(micobionte) e uma população de algas unicelulares ou filamentosas ou de
cianobactérias (fotobionte). São bons indicadores da ação antrópica, por serem
muito sensíveis à poluição.
Foram encontrados Musgos em 21947 árvores verificadas, o que
representa 77,96% das árvores da área do plano piloto, Liquens foram vistos em
20924 árvores (74,32%) quase sempre junto com musgos, 8749 árvores com
samambaias (31,08%), 1447 árvores com cactáceas (5,14%), 1256 árvores com
algumas espécies de bromélias (4,46%), 855 árvores com espécies de
trepadeiras (3,04%), 673 árvores com orquídeas (2,39%), 162 árvores com
presença de Figueira (Ficus sp.), que pode ser prejudicial à árvore.
91
A presença abundante de Liquens é um ótimo indicativo de que o meio
ambiente urbano de Maringá tem ótimas condições, pois a ação antrópica
(poluição) não aparece evidenciada a ponto de não permitir a presença destes. A
título de comparação em Águas de São Pedro foram encontrados Liquens em
apenas 14,23% dos indivíduos (BORTOLETO, 2004), sendo assim, podemos
considerar realmente que a arborização de Maringá esta proporcionando
condições muito especiais para um equilíbrio do meio.
4.8 Índices de Área verde
Segundo o IBGE (2005), em um censo realizado no ano de 2004, Maringá
possui uma população estimada de 318.952 habitantes em uma área de unidade
territorial de 487,93 Km
2
. De acordo com a Prefeitura Municipal de Maringá a área
urbana de Maringá, incluindo novos bairros, é de 135,86 Km
2
.
O cálculo da área verde total, média e per capita disponível, na região do
plano piloto da cidade de Maringá, foi realizado com base nas áreas verdes
individuais produzidas pelas 85 espécies de árvores cadastradas na região de
estudo. A área verde individual foi calculada a partir do raio médio (r) de cada
unidade de observação (árvore). O cálculo do raio médio foi realizado com uso da
seguinte expressão:
r = ¼ (Long + Rr + Rc)
Onde:
Long diâmetro longitudinal – paralelo à calçada;
Rr raio em direção a rua – transversal à calçada;
Rc raio em direção ao muro ou construção – transversal à calçada.
92
A área verde (AV) para cada unidade de observação foi calculada pela
seguinte expressão:
AV = п . r
2
O resultado dos cálculos mostraram uma área verde da arborização de vias
públicas correspondente a 3378401,05 m
2
ou 3,38 Km
2
, o que equivale a 17,57% da
área do plano piloto. Se computarmos as áreas dos dois parques presentes na área
(Parque do Ingá e Bosque dos Pioneiros) temos que a área verde será de
4338160,461 m
2
, correspondendo a 22,54% da área do plano piloto.
De acordo com Milano (1988) em 1988 a arborização pública de Maringá
cobria 13,4% da área urbana equivalendo a 20,6/m.
2
/ hab., sendo considerada por
muitos, uma das cidades de porte médio, mais arborizadas do país, proporcionando
à pesquisadores e educadores um perfeito laboratório vivo para realização de
pesquisas e educação ambiental.
Podemos concluir que a área verde do plano piloto é bastante significativa e
com certeza é um dos pilares que sustenta a boa qualidade de vida neste setor de
Maringá.
De acordo com IBGE em um censo realizado em 2000 a área do plano piloto
conta com 73145 habitantes. Desta forma temos um índice de 46,19/m.
2
/ hab,
apenas com a área verde das árvores de vias públicas, o que é muito bom, pois a
Associação Nacional de Recreação dos Estados Unidos no Congresso Internacional
de Recreação, realizado em 1956 na Filadélfia recomenda um índice de 28 a 40 m
2
de área verde por habitante. Cavalheiro (1982) ainda indica que as cidades alemãs,
em termos de cobertura verde total, atingem um índice médio de 33,5 m
2
de área
verde por habitante. Desta forma o índice de 20,6/m.
2
/ hab, visto por Milano (1988)
na arborização de toda Maringá fica abaixo, mas o índice de área verde da área
93
central de Maringá (plano piloto) esta dentro dos melhores índices de área verde do
mundo, se considerarmos os parques e praças e índice vai aumentar ainda mais
significativamente.
4.9 Fenologia
Com relação ao florescimento foi visto que 47 espécies de árvores
apresentaram florescimento abundante (tabela 13). O mês de setembro foi o mês
com mais árvores floridas, sendo que 36,30% das árvores que apresentaram
florescimento abundante estavam bem floridas neste mês. Os meses de Agosto,
Outubro e Julho também apresentaram porcentagem considerável de árvore floridas.
Tabela 13 - Principais espécies por ordem de importância de florescimento abundante
(Muitas flores).
Nome Popular
Nome Científico
SIBIPIRUNA
Caesalpinea peltophoroides
TIPUANA
Tipuana tipu
IPE ROXO
Tabebuia avellanedae
JACARANDA
Jacaranda mimosaefolia
FLAMBOYANT
Delonix regia
IPE AMARELO
Tabebuia chrysotricha
PATA DE VACA
Bauhinia sp.
QUARESMEIRA
Tibouchina granulosa
HIBISCOS
Hibiscus sp.
MANGUEIRA
Mangifera indica
PALMEIRA IMPERIAL
Roystonea oleracea
BISNAGUEIRA
Spathodea campanulata
LEUCENA
Leucena leucocephala
CHAPEU DE SOL
Terminalia catappa
FALSA MURTA
Murraya paniculata
ESPIRRADEIRA
Nerium oleander
EXTREMOSA
Lagerstroemia indica
AROEIRA PIMENTA
Schinus terebinthifolius
MANDUIRANA
Senna Macranthera
LIGUSTRUM
Ligustrum lucidum
94
Com relação à frutificação foram vistos frutos em praticamente todas as
espécies, porém bem aparente apenas nas espécies da tabela 14. O Mês de
Setembro foi onde podê-se observar maior quantidade de árvores com frutos,
seguidos dos meses de Julho e Agosto.
Tabela 14 - Principais espécies por ordem de importância com frutificação bem aparente .
Nome Popular Nome Científico
SIBIPIRUNA
Caesalpinea peltophoroides
TIPUANA
Tipuana tipu
FLAMBOYANT
Delonix regia
JACARANDA
Jacaranda mimosaefolia
IPE ROXO
Tabebuia avellanedae
LIGUSTRUM
Ligustrum lucidum
PATA DE VACA
Bauhinia sp.
GREVILEA
Grevillea robusta
PALMEIRA IMPERIAL
Roystonea oleracea
IPE AMARELO
Tabebuia chrysotricha
FALSA MURTA
Murraya paniculata
CHAPEU DE SOL
Terminalia catappa
LEUCENA
Leucena leucocephala
TAMAREIRA
Phoenix dactylifera
AROEIRA PIMENTA
Schinus terebinthifolius
PAU FERRO
Caesalpinea ferrea
BISNAGUEIRA
Spathodea campanulata
QUARESMEIRA
Tibouchina granulosa
MANGUEIRA
Mangifera indica
FICUS
Ficus benjamina
FIGUEIRA
Ficus sp.
ALECRIM
Holocalix balansae
COQUEIRO
Cocos nucifera
GOIABEIRA
Psidium guajava
ROMÃ
Punica granatum
CHUVA DE OURO
Cassia fistula
LIMOEIRO
Citrus sp.
ABACATEIRO
Persia gratissima
AROEIRA CHORÃO
Schinus molle
JACA
Artocarpus beterophyllus
PAU BRASIL
Caesalpinia echinata
PALHETEIRA
Clitoria fairchildiana
CINAMOMO
Melia azedarach
MAGNÓLIA
Michelia champaca
OITI
Licania tomentosa
JAMBOLÃO
Syzygium cumini
CASTANHA DO BREJO
Pachira aquatica
MANDUIRANA
Senna Macranthera
PITANGUEIRA
Engenia uniflora
ESPIRRADEIRA
Nerium oleander
CASTANHA PORTUGUESA
Castenea sativa
95
AMEIXA
Eryobotria japonica
MAMOEIRO
Carica sp.
UVA DO JAPÃO
Hovenia dulcis
AMOREIRO
Morus nigra
EXTREMOSA
Lagerstroemia indica
GUAPURUVU
Schizolobium parahiba
PAINEIRA
Chorisia speciosa
CANELINHA
Nectandra sp.
FLOR DE PAVÃO
Caesalpinia pulcherrima
CEDRO
Cedrela fissilis
MEXERÍCA
Citrus sp.
EUCALÍPTUS
Eucaliptus sp.
GUARUCAIA
Parapiptadenia rigida
CANAFISTULA
Peltophorum dubium
IPÊ BRANCO
Tabebuia roseo-alba
JABOTICABEIRA
Myrciaria cauliflora
TIMBAÚVA
Enterolobium contortisiliquum
JURUBEBA
Solanum sp.
PINHA
Annona sp.
ARITICUM
Annona sp.
SUBRASIL
Colobrina glandulosa
CALIANDRA
Calliandra sp
CALISTEMUM
Calistemum sp.
SAPUVA
Machaerium stipitatum
IPEZINHO DE JARDIM
Tecoma stans
Curiosamente o mês de Julho teve árvores bem floridas e com frutos, pois
no inverno geralmente não se tem em abundância nenhum dos dois fenômenos
fenológicos, porém o inverno de Maringá não é muito rígido e o final do mês de
Julho se torna bastante propenso para inicio de florescimento e frutificação.
No meio ambiente urbano devido às várias dificuldades encontradas nas
plantas podem alterar suas funções fisiológicas e até sofrerem mutações.
96
5 Proposta para estabelecimento de órgão gerenciador da arborização de
vias públicas de Maringá – PR.
Através dos dados apresentados, das análises e dos resultados gerais desta
pesquisa podemos concluir que a infra-estrutura, sistema de planejamento e outros
fatores em relação ao gerenciamento atual da arborização de vias públicas de
Maringá-PR não são suficientes para estabelecer um manejo adequado. Desta
forma foi elaborada uma proposta a partir de uma idéia do Reitor do Centro
Universitário de Maringá (CESUMAR) Wilson de Matos Silva, de estabelecer um
órgão que possa controlar e gerenciar de forma eficaz a arborização de vias públicas
de Maringá-PR.
Os dados da situação encontrada nas principais zonas da área do plano piloto
de Maringá, onde os problemas são mais sérios e onde ações imediatas devem ser
feitas, foram usados de base para ser estipulado o quadro de funcionários, divisões
de departamentos e funções em geral do futuro órgão gerenciador.
Através de reuniões estabelecidas pela Prefeitura Municipal de Maringá
através do Secretário de Meio Ambiente José Croce Filho, onde vários técnicos da
área ambiental e da área jurídica participaram, observou-se que para gerenciar a
arborização urbana de Maringá o mais interessante e viável do ponto de vista
jurídico e técnico seria a fundação de uma Associação qualificada como
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), pois deixaria menos
burocrática qualquer ação e formaria maneiras de se buscar recursos em empresas
privadas e órgãos interessados em investir no bem público (árvores).
97
Tomando como base a estruturação de uma Oscip fizemos uma proposta
para dar inicio a discussões para se formar um órgão que realmente seja exemplo
no gerenciamento da arborização urbana.
5.1 Proposta de composição dos setores da futura associação
Primeiramente teremos os órgãos gerais que terão suas funções e
responsabilidades descritas no Estatuto e serão os órgãos de maior poder dentro da
Associação:
Diretoria
Administrativa
Assembléia Geral
Conselho
Deliberativo
Conselho Fiscal
Figura 02 – Órgãos de controle de uma associação (Oscip)
Organização : André César F. Sampaio Dezembro/2005
Os órgãos acima irão estabelecer a organização da instituição e suas
diretrizes, porém outros setores terão de existir para fazer a parte operacional que
será direcionada pelos órgãos citados. Os setores denominados de operacionais e
de planejamento serão elaborados e dirigidos através da Diretoria Administrativa,
98
que irá poder contratar e demitir funcionários. Sendo assim iremos propor alguns
setores que foram elaborados seguindo as necessidades descritas nas análises dos
dados.
O organograma abaixo mostra um quadro geral resumido de todos os setores
propostos para a associação :
Figura 03 – Organograma geral dos setores para a associação (Oscip) proposta
Organização : André César F. Sampaio Dezembro/2005
5.1.1 Setor de planejamento
Este setor terá a função de estabelecer as operações mensais e anuais dos
setores de Serviço de Campo e Viveiro. Irá planejar as ações emergenciais e de
adequação da arborização urbana. Suas decisões serão tomadas seguindo as
diretrizes propostas pelo Plano Diretor de Arborização de Vias Públicas de Maringá ,
pelo poder público e os órgãos supremos da instituição (Assembléia Geral). Todo o
planejamento das operações será feito através de informações sobre as condições
da arborização urbana, fornecidas pelo Núcleo de Informação.
Assembléia
Geral
Núcleo de P&D
(Educ e Eventos)
Núcleo de
Planejamento
Núcleo de
Informação e
Proc.
Viveiro Serviços
De Campo
Corpo Técnico-
Administrativo
Diretoria
Executiva
Conselho
Fiscal
Unidade de
Informação
e Entrada de
Unidade de
Levantamentos
Estatísticos
Unidade de
Geoprocessame
nto
99
O quadro de funcionários deste setor tem a proposta de composição de 5 cargos:
1 Coordenador de Planejamento : Te de ter conhecimento técnico profundo
sobre planejamento de áreas verdes urbanas e meio ambiente em geral.
Profissionais como Engenheiros Florestais, Agrônomos, Biólogos e Geógrafos
poderão ocupar este cargo.
De forma geral através de gerenciamento dos setores interligados irá através
de várias designações gerenciar o planejamento e manejo da Arborização de vias
públicas de Maringá para que este seja eficiente e siga as diretrizes do Plano Diretor
de Arborização de Vias Públicas de Maringá-PR.
2 Assistentes de Planejamento : Terão de ter conhecimento técnico profundo
sobre planejamento de áreas verdes urbanas e meio ambiente em geral.
Profissionais como Engenheiros Florestais, Agrônomos, Biólogos, Geógrafos e
Arquitetos poderão ocupar este cargo.
1 Arquiteto Paisagista Irá dar assistência técnica em planejamento
paisagístico.
1 Engenheiro Florestal Irá estudar e fazer relatórios das situações da
arborização urbana em termos técnicos florestais e propostas para melhoria
por zonas, por pedidos de retirada e por principais ruas, para serem
discutidas com o grupo de planejamento.
1 - Economista ou Administrador Irá estudar os gastos e os relatórios de
serviços, administrar a receita e emitir relatórios para o primeiro tesoureiro.
100
1 - Administrador (Secretário) Organizar todas os documentos, atas de
reuniões, decisões, funções do primeiro secretário descritas no Estatuto.
1 Secretária –Irá atender telefones, agendar horários, serviços de
secretariado em geral.
5.1.2 Núcleo de informações
Este setor irá receber e processar as informações referentes as árvores de
vias públicas de Maringá, atualizando o software desenvolvido pelo “Projeto Árvore”
(projeto desenvolvido pelo Cesumar, com mesma base de dados desta pesquisa),
cruzando dados e mostrando estatísticas, atendendo a pedidos da população
Maringaense através de telefone e internet e mostrando informações via web site. O
principal objetivo é manter o Setor de Planejamento bem informado, para que as
decisões de planejamento sejam bem encaminhadas.
Poderá ser subdividido em 5 setores, que estão demonstrados no
organograma abaixo com as ligações entre eles:
101
ADMINISTRAÇÃO
NÚCLEO DE INFORMAÇÕES
1 - Gerente
UNIDADE DE
DESENVOLV. WEB
1 - Programador Web
UNIDADE DE
ESTATÍSTICA ou de
GEOPROCESSAMENTO
1 - Eng. Florestal ou Geógrafo
1 - Técnico em Sist.
Georeferênciamento
UNIDADE DE
PROCESSAMENTO DADOS
(SOFTWARE)
1 - Analista de Sistemas e
Programador
ATENDIMENTO GERAL
(POPULAÇÃO)
1 - Atendente site
1 - Atendente telefone
Figura 04 – Setores do núcleo de informações
Organização : André César F. Sampaio Dezembro/2005
O quadro de funcionários deste setor poderá ser composto por 7 cargos
distribuídos nos vários subsetores (unidades):
Administração do Núcleo de Informações:
1 Administrador do Núcleo de Informações : Te de ter conhecimento em
planejamento de áreas verdes, sistema de informações georeferenciadas (SIG),
processamento de dados e em informática em geral. Poderá ser Geógrafo, Eng.
Florestal, Agrônomo, Analista de Sistemas e de outros cursos superiores desde que
tenha conhecimento no setor.
Irá coordenar o funcionamento de todos os subsetores de informações, receber
relatórios semanais estatísticos sobre as situações da arborização em locais pré-
102
definidos pelo Setor de Planejamento, informações sobre os pedidos feitos pela
população em relatórios feitos pela Unidade de Processamento de Dados e
elaborar e encaminhar relatórios cruzando dados recebidos de acordo com os
pedidos do Setor de Planejamento.
Unidade de Processamento de Dados:
1 Analista de Sistemas e ProgramadorIrá atualizar e elaborar relatórios dos
pedidos informados pelo serviço de Atendimento Geral e dos dados do software
Projeto Árvore, de acordo com diretrizes ditadas pelo Administrador do Núcleo de
Informações e do Setor de Planejamento. Fazer melhorias e programações no
software para novos tipos de relatórios que possam ser requeridos. Atender a
pesquisadores que queiram algum tipo de informações para realização de pesquisa
científicas principalmente sobre o meio ambiente urbano.
Unidade de Estatística e Georeferênciamento:
1 Engenheiro Florestal ou Geógrafo que saiba processar os dados vindos do
núcleo de informações fazendo estatísticas requeridas pelo Administrador do
Núcleo de Informações . Terá de ajudar a estruturar um sistema de Informações
geográficas com os dados do software.
2 – Técnico de Sistema de Georeferênciamento – Irá ter de estruturar e elaborar o
SIG com as informações do Software e seguindo as diretrizes do Setor de
Planejamento.
103
Atendimento Geral:
1 Atendente de telefone Terá de receber a todos os pedidos feitos via telefone
pela população Maringaense e passar relatórios diários para a Unidade de
Processamento de Dados.
2 Atendente site Terá de receber os pedidos feitos via e-mail pela população
Maringaense e passar relatórios informando a Unidade de Processamento de
Dados.
Unidade de Desenvolvimento do Web Site:
1 Programador da web Desenvolver e atualizar informações do site de acordo
com informações fornecida pela Unidade de Estatística (meio período).
5.1.3 Educação e eventos
Este setor será responsável por realizar eventos mensais abertos para
população, principalmente para alunos do ensino fundamental, como palestras e até
visitações em áreas onde possa existir uma integração entre conhecimento e meio
ambiente. Estará sempre informando os eventos pelo site da Associação através da
Unidade de Desenvolvimento de Web Site. Poderá junto com Unidade de
Desenvolvimento de Web Site elaborar gincanas virtuais com perguntas sobre o
104
meio ambiente urbano de Maringá-PR e todo tio de evento que realize educação
ambiental.
O quadro de funcionários deste setor poderá ser composto por 1 cargo:
1 Biólogo (a) Terá de estar em contato com várias instituições de ensino de
Maringá, pesquisadores, palestrantes e qualquer outro contato que ajude a viabilizar
eventos e projetos de ação que promovam educação ambiental.
5.1.4 Setor de Serviços de campo
Este setor será responsável pelas ações de manejo diretamente aplicadas a
arborização de vias públicas de Maringá ordenadas pelo Setor de Planejamento
como : podas, irrigação, retirada de árvores, plantios, destocamentos, transporte e
beneficiamento de resíduos das árvores urbanas.
O quadro de funcionários deste setor será composto por 59 vagas:
1 Administrador Serviço de Campo Terá de organizar as equipes de campo
para realizar os serviços designados pelo Setor de Planejamento, administrar o uso
dos equipamentos por equipe e a manutenção destes, informar com relatórios
mensais os serviços executados para a Unidade de Processamento de Dados.
2 7 Técnicos para acompanhamento de serviços e vistorias de árvores
Terão de ter conhecimento de execução de podas e segurança do trabalho, vão
acompanhar equipes de poda, plantio e retirada de árvores, fazer relatórios
105
informativos para serem enviados pelo administrador de campo para Unidade de
Processamento de Dados.
3 - 6 Podadores Terão de fazer podas com acompanhamento técnico de
profissional da área, seguirão um cronograma de serviço mensal elaborado pelo
administrador de campo através das diretrizes ditadas pelo Setor de
Planejamento.
4 24 homens para retirada de árvores Terão de retirar árvores designadas por
um cronograma mensal elaborado pelo administrador de campo através das
diretrizes ditadas pelo Setor de Planejamento. Serão divididos em várias equipes e
terão acompanhamento de técnicos responsáveis.
5 – 12 homens para plantios - Terão de plantar árvores designadas por um
cronograma mensal elaborado pelo administrador de campo através das diretrizes
ditadas pelo Setor de Planejamento. Serão divididos em várias equipes e terão
acompanhamento de técnicos responsáveis.
6 – 6 peões para destocamento – Terão de retirar tocos designados por um
cronograma mensal elaborado pelo administrador de campo através das diretrizes
ditadas pelo Setor de Planejamento. Serão divididos em várias equipes e terão
acompanhamento de técnicos responsáveis.
7 3 Mecânicos Para efetuar manutenção e consertos na frota de veículos da
associação. O Administrador de campo irá ordenar os serviços.
106
5.1.5 Viveiro
Este setor será responsável pelas ações de produção e aquisição de mudas
necessárias para o manejo da arborização de vias públicas de Maringá ordenadas
pelo Setor de Planejamento. Terá de produzir ou comprar número planejado de
mudas de espécies pré-designadas pelo Setor de Planejamento.
O quadro de funcionários deste setor será composto por 11 vagas:
1 Administrador do Viveiro Terá de ser Engenheiro Agônomo ou Florestal com
atuação na área de produção de mudas nativas. Através da seleção de espécies e
quantidades requeridas pelo Setor de Planejamento o administrador terá de
coordenar toda equipe do viveiro em todas as etapas para produção de mudas e
fazer o controle de produção e utilização das mudas por s com relatórios para o
Setor de Planejamento. Negociar compras e vendas de mudas quando for
necessário.
2 8 homens para trabalhos gerais do viveiro - Terão funções como coleta de
sementes, preparação de substratos, preparação de canteiros, preenchimento de
saquinhos, quebra de dormências, organização do viveiro, rega e outros serviços
gerais.
3 2 estagiários de biologia ou curso da área biológica Irão colaborar em
todos os serviços, mas principalmente na coleta de sementes, quebra de dormência
e organização do viveiro.
107
5.2 Infra-estrutura necessária para futura associação
Através das necessidades para o planejamento e manejo da arborização de
vias públicas verificadas com os dados do Projeto Árvore foi feito uma análise da
infra-estrutura necessária para um órgão de gerenciamento eficaz.
Ficam previstos :
Uma sede onde estarão os seguintes setores
- Setor de Planejamento
- 5 salas de 25 m
2
(podem ser feitas com divisórias portáteis)
- 1 sala de reuniões de 40 m
2
(pode ser feita com divisórias portáteis)
- 6 computadores petium 4, 532 mb e 80 GH
- 2 impressoras laser preto e branco
- 1 impressora laser colorida
- 1 linha telefônica – 5 ramais
- 1 carro
- 1 banheiro de 60 m
2
- 1 cozinha de 40 m
2
- Núcleo de Informações
- 6 salas de 25m
2
(podem ser feitas com divisórias portáteis)
- 1 sala de reuniões de 40 m
2
(pode ser feita com divisórias portáteis)
- 8 computadores
- 2 impressoras laser preto e branco
- 1 impressora laser colorida
- 3 linhas telefônicas – 3 ramais
- Educação e Eventos
108
- 1 sala de 25m
2
(podem ser feitas com divisórias portáteis)
- um teatro para palestras para 200 pessoas
- 2 computadores
- 1 data show (equipamento multimídia)
- Serviços de Campo
- 4 salas de 25m
2
(podem ser feitas com divisórias portáteis)
- 1 barracão de 200 m
2
com garagem
-
7 caminhões para transporte de árvores e resíduos
- 2 caminhonetes para transporte de mudas
- 4 motos
- 2 veículos com equipamento para fazer podas altas
- 4 palm tops
TOTAL – IMÓVEL DE 600 m
2
BARRACÃO DE 200 m
2
Um viveiro para produção de 15000 mudas anuais
- 2 salas de 25m
2
(podem ser feitas com divisórias portáteis)
- 1 barracão de 100 m
2
- 1 uma área para canteiros de 4000 m
2
109
5.3 Informações Finais
Desta forma ficou visto que para um bom planejamento e manejo da
arborização de vias públicas de Maringá seria necessário uma Associação onde
ficam previstos 5 setores que vão envolver outros subsetores (unidades).
Toda a descrição dos setores da futura associação é apenas uma
proposta que poderá ser melhorada e modificada, tem por finalidade apenas
indicar um caminho para se elaborar uma estrutura que esteja de acordo com a
necessidades da arborização de Maringá e seus principais problemas.
Toda a estruturação proposta foi feita embasada nos principais problemas e
necessidades indicados nesta pesquisa sobre a arborização de vias públicas de
Maringá – PR.
No total ficam previstos 83 funcionários para todos os setores envolvidos e
desta forma estimamos um gasto para pagamentos dos funcionários, de acordo com
os salários previstos em órgãos credenciados dos vários tipos de profissionais, de
86.000 reais/mês o que corresponde a 1.032.000 reais/ano.
110
6 CONCLUSÕES
O censo efetuado mostrou bastante eficácia, dando resultados de extrema
precisão e facilita a localização dos principais problemas, pois a localização de cada
árvore está cadastrada em um banco de dados que se pretende inserir em um
software para ajudar no planejamento do manejo da arborização urbana de Maringá.
A área verde encontrada é de 17,57% da área pesquisada, o que comprova
a arborização de grande porte que Maringá sustenta, porém existe espaço para essa
área ser ampliada e a qualidade melhorada.
Foi encontrada uma boa variedade de espécies, porém a maioria com
freqüências muito baixas, o que mostra que plantios regulares com espécies que
possam formar uma composição bastante diversa devem ser aumentados.
Os principais problemas encontrados foram em relação à freqüência da
espécie Caesalpinea peltophoroides (44%) que ficou bem acima de todas as outras
espécies, dessa forma verificou-se que a porcentagem de árvores com condição
geral sofrível da espécie Caesalpinea pelthoporoides foi o mais elevado, junto com
outras espécies que foram as mais freqüentes.
Constatou-se a presença de cupins em 22,04% das árvores, o que se
mostra bastante preocupante devido à agressividade do ataque dessa praga.
Um número bastante expressivo de árvores com condição geral sofrível foi
encontrado (44,27%), o que mostra que um manejo e planejamento mais adequado
e atento deve ser elaborado e executado.
A necessidade de podas observadas nesta pesquisa foi pequena, mostrando
que na área estudada existe um trabalho de poda constante, poucas podas drásticas
foram executadas, porém a qualidade técnica das podas que foram vistas não se
mostrou perfeitamente adequada, mostrando em muitos casos podas executadas
111
sem alguns cuidados básicos para uma boa recuperação das árvores. O que mostra
que um treinamento para execução de podas mais aprimoradas deve ser feito nas
equipes de poda de Maringá – PR.
Observou-se a existência de vários locais em que novas mudas poderiam
estar plantadas. Foram encontradas 1164 árvores cortadas (tocos) e sem replantio,
3832 registros ausentes e 171 árvores mortas, o que mostra que 5167 novas árvores
podem estar sendo incluídas na área estudada sem a necessidade de retirada de
nenhuma árvore.
Observou-se a existência de muitas árvores com elevados diâmetros de
tronco, diâmetros de copa e alturas, mostrando que muitas árvores se encontram em
idade avançada. O porte das árvores se mostrou adequado às vias da cidade,
apenas em relação à fiação elétrica sempre existirá problemas, pois a altura das
árvores é superior a altura das linhas aéreas na maioria das espécies encontradas.
O crescimento de algumas espécies em Maringá é muito mais rápida que em
lugares como Curitiba e outros, pois as condições edáficas e do clima favorecem em
muito o crescimento de várias espécies.
Com isso podemos ver que atividades de plantio e replantio devem ser
executadas, remoção de muitas árvores fica prevista, pois foram encontradas muitas
árvores com condição geral sofrível, podas de limpeza e podas de afastamento de
rede elétrica devem ser executadas e com esta pesquisa a localização das árvores
com urgência deste tipo de poda fica evidenciada facilitando esse processo, o
processo de substituição de espécies pode ser melhor planejado para uma
composição mais adequada de espécies e suas freqüências, tratamentos para
eliminação de cupins tem urgência, que poderão ser tanto de natureza química
(Inseticidas) ou biológicas (inimigos naturais).
112
As árvores com maior espaço para viver (canteiros centrais) se mostraram
mais sadias, o que mostra que atitudes e diretrizes para formação de áreas livres
com tamanhos mais específicos devem ser feitas, pois ficou constatado que não
existe um padrão de tamanho dessas áreas em Maringá e várias espécies acabam
tendo de ficar em tamanho de áreas variados e muitas vezes não condizendo com
um espaço apropriado.
Esta pesquisa analisou de forma geral as condições gerais das árvores,
colocando evidência dentre os vários fatores observados apenas a incidência de
cupins e podas drásticas, desta forma as árvores cadastradas com sofríveis além
dos motivos justificados, tem muitas vezes outros não especificados como: Injúrias
mecânicas graves, infestação de outros tipos de poda, sintomas de doença bastante
evidente (folhas amareladas), cancros, inclinação e tortuosidade do tronco e outros,
sendo assim, não existe a certeza de quais árvores devem ser removidas dentre as
sofríveis, porém se sabe que essas árvores precisam de cuidados urgentes e terão
recuperação difícil, existe cadastrado o exato endereço de todas as árvores,
podendo assim direcionar vistorias de urgência e assim averiguar os casos de
remoção rapidamente.
Alguns indicadores da boa qualidade do ambiente como musgos, liquens, e
epífitas em geral, mostraram-se com uma freqüência bastante alta, principalmente
musgos e liquens que tiveram mais de 70% de freqüência, mostrando que graças a
uma arborização de grande porte e densa a cidade de Maringá tem um bom clima e
pouca poluição.
113
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