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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
ESTOQUES E LABILIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA E ACIDIFICAÇÃO
DE UM ARGISSOLO SOB PLANTIO DIRETO AFETADOS POR SISTEMAS
DE CULTURA E ADUBAÇÃO NITROGENADA
Frederico Costa Beber Vieira
(Tese)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
ESTOQUES E LABILIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA E ACIDIFICAÇÃO
DE UM ARGISSOLO SOB PLANTIO DIRETO AFETADOS POR SISTEMAS
DE CULTURA E ADUBAÇÃO NITROGENADA
FREDERICO COSTA BEBER VIEIRA
Engenheiro-Agrônomo (UFSM)
Tese apresentada como
um dos requisitos à obtenção do
Grau de Doutor em Ciência do Solo
Porto Alegre (RS) Brasil
Março de 2007
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ii
Aos meus pais, Deli e Roque, exemplos de amor aos filhos e
maiores incentivadores da realização deste sonho,
aos meus irmãos Filipe e Renan, e à
minha amada Patrícia
dedico este trabalho.
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e por ter me proporcionado tantas
oportunidades.
Ao professor Cimélio Bayer, pela orientação, ensinamentos,
apoio, compreensão, convívio, amizade e pelo seu exemplo de dedicação
profissional. Pela sua disponibilidade, empolgação e por nos fazer acreditar
que é possível.
Ao professor João Mielniczuk, pela tranquilidade e segurança na
co-orientação. Por lições de vida, de humildade e de valorização do ser
humano.
Aos professores do Departamento de Solos e demais professores
da minha vida acadêmica. Em especial, agradeço as contribuições ao trabalho
pelos professores Humberto Bohnen, Paulo Ernani e João Mielniczuk na
avaliação da qualificação. Aos professores Carlos Bissani, Paulo Ernani e
Telmo Amado, que constituíram a banca examinadora, agradeço pelas valiosas
contribuições para o trabalho e para a redação final.
À UFSM e à UFRGS, pelo ensino público gratuito e de qualidade.
Ao CNPq pelo auxílio financeiro na iniciação científica, mestrado,
doutorado e doutorado sandwich.
Ao Dr. Zhenli He e à Universidade da Flórida, pela acolhida e
suporte, extendidos ao Dr. Peter Stoffella, Dr. Chris Wilson, Douglas Banks e
Maria Solis.
Ao professor Carlos Alberto Ceretta, por me possibilitar os
primeiros passos rumo à Ciência do Solo.
Aos amigos, colegas de curso e de orientação, em especial ao
Cacequi, Fabiano, Josi, Diekow, PC, Madalena, Julio, Falberni, Juliana,
Nilvânia, Michely, Carlos Gustavo, Elizandra, Adriana, Carlos Leguizamón,
Aurélio, Mirla, Rodrigo, Márcia, Mariel, Rafael, Alejandra, Éder e a tantos
outros, obrigado pelos momentos de trabalho, diversão, amizade. Pela troca de
idéias e ensinamentos em nossas ricas discussões. Ao Paulo Pavinato,
companheiro de todas as horas, extendendo também à Naracelis Poletto,
Miguel Herbes, Tatiana Fiorin e demais ex-colegas de iniciação científica, pelos
bons momentos que vivenciamos.
iv
Ao Diego, Mateus, Siumar, Eliane, Fernando e Tiago, acadêmicos
de Agronomia da UFRGS, obrigado pelo auxílio nas atividades de campo e de
laboratório e obrigado pela amizade.
Ao Jader Amaro, Luiz Antonio da Silveira (Tonho), Adão dos
Santos e José da Silva (Tio Zé), pela disponibilidade constante e auxílio nas
atividades.
À minha família, que tantas vezes foi porto seguro na jornada.
Pelo amor e apoio incondicionais. Por me ensinarem a sonhar e a correr atrás
dos meus sonhos. Por todo o sacrifício que fizeram para que seus filhos
conseguissem crescer e almejar um melhor futuro.
À Patrícia, pelo amor e convívio. Pelo contínuo estímulo e apoio.
Por embarcar junto nos meus sonhos, mesmo que isso significasse, às vezes,
abrir mão temporariamente de suas aspirações em prol das minhas.
A todos que de alguma forma colaboraram, direta ou
indiretamente, para que este trabalho se concretizasse.
v
ESTOQUES E LABILIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA E ACIDIFICAÇÃO DE
UM ARGISSOLO SOB PLANTIO DIRETO AFETADOS POR SISTEMAS DE
CULTURA E ADUBAÇÃO NITROGENADA
1/
Autor: Frederico Costa Beber Vieira
Orientador: Prof. Cimélio Bayer
RESUMO
A presente pesquisa foi realizada em experimento de longa duração
(19 anos) conduzido em Argissolo Vermelho (220 g kg
-1
argila) sob plantio
direto (PD), e teve como principais objetivos (i) estimar os parâmetros da
dinâmica da MO e verificar o papel de sistemas de cultura e da adubação
nitrogenada no acúmulo de C orgânico no solo; (ii) avaliar o fracionamento
físico densimétrico e granulométrico como alternativos à oxidação química com
KMnO
4
na determinação da labilidade da MO do solo; (iii) avaliar a qualidade
dos sistemas de manejo a partir do Índice de Manejo de C (IMC), o qual integra
índices de estoque e de labilidade da MO; e (iv) acessar o papel dos sistemas
de culturas e adubação nitrogenada na acidificação do solo e a participação
dos ciclos do C e do N nesse processo. O experimento engloba 10 sistemas de
culturas em plantio direto, e para essa pesquisa foram selecionados
tratamentos com uma ampla variação no aporte de C ao solo [pousio/ milho
(M), aveia/M, aveia+ervilhaca /M, lablab+M, guandu+ M, aveia+ervilhaca/
M+caupi e pangola], sendo que os quatro primeiros foram amostrados nos
tratamentos sem e com aplicação de N mineral no milho (0 e 180 kg N-uréia ha
-
1
) e nos três últimos apenas sem N mineral. O solo foi amostrado em seis
subcamadas até a profundidade de 0,3 m, tendo sido amostrada também uma
área de campo nativo como referência da condição natural do solo. A adição
anual de C pelas culturas variou de 2,61 a 7,84 Mg C ha
-1
e teve efeito positivo
nos estoques de C orgânico e na labilidade da MO do solo em PD.
Considerando as condições de clima quente e úmido, a taxa de decomposição
da MO no solo foi relativamente baixa (k
2
= 1,4%), o que pode ser decorrente
em parte da proteção física da MO no solo. Aproximadamente 12% do C
adicionado foi incorporado na MO do solo, sendo estimada a necessidade de
adição de 3,70 Mg C ha
-1
ano
-1
para contrabalançar as perdas de C do solo. Os
métodos de fracionamento físico da MO e por oxidação química (KMnO
4
60
mmol L
-1
) mostraram-se adequados à avaliação da labilidade da MO, enquanto
a solução de KMnO
4
333 mmol L
-1
superestimou o C lábil deste solo. Com base
no IMC, verificou-se que a qualidade do sistema de manejo foi diretamente
relacionada ao aporte de resíduos vegetais, com destaque nesse sentido para
o papel das leguminosas e da adubação nitrogenada. A acidificação do solo foi
mais intensa nos sistemas com leguminosas e/ou com adubação nitrogenada,
e isto foi decorrente da maior extração de material vegetal alcalino pela colheita
de grãos de milho, e não devido à lixiviação de nitrato.
1/
Tese de Doutorado em Ciência do Solo. Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo,
Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. (124
p.) Março, 2007. Trabalho realizado com apoio financeiro do CNPq.
vi
ORGANIC MATTER STOCKS AND LABILITY AND ACIDIFICATION OF A
NO-TILLED BRAZILIAN SOIL AS AFFECTED BY CROPPING SYSTEMS
AND NITROGEN FERTILIZATION
1/
Author: Frederico Costa Beber Vieira
Adviser: Prof. Cimélio Bayer
ABSTRACT
The research was performed in a long term experiment (19 years) in
a Paleudult soil (220 g kg
-1
clay) under no tillage and aimed (i) to estimate
parameters of OM dynamic and to verify the role of cropping systems and
nitrogen fertilization in accumulating organic C in the soil; (ii) to evaluate the
density and particle size fractionation as alternative to the chemical oxidation
with KMnO
4
in determining soil OM lability; (iii) to evaluate the quality of
management systems using the C Management Index (CMI), which integrates
C pool index and Lability index of OM; and (iv) to access the role of cropping
systems and N fertilization in the soil acidification, as well as the contribution of
C and N cycles in this process. The experiment is composed by 10 no-till
cropping systems and, among them, the fallow/maize (M), oat/M, oat+vetch/M,
lablab/M, pigeonpea+M, oat+vetch/cowpea+M and digitaria systems were
selected in order to obtain a wide range of annual C input to the soil, being the
first four systems sampled where the soil receives 0 and 180 kg N-urea ha
-1
yr
-1
,
while the others were sampled only in the absence of N fertilization. The soil
was sampled in six layers from 0-30 cm depth and an adjacent area with native
grassland was sampled as reference of natural soil condition. The annual C
input by crop systems ranged from 2.61 to 7.84 Mg C ha
-1
and had positive
effect on organic C stocks and OM lability in this no-tilled soil. Taking the warm
and humid weather into account, the OM decomposition rate in the soil was
relatively low (k
2
= 1.4%), which might be due to the OM physical protection in
the soil. About 12% of the added C has incorporated as soil OM, and a
requirement of 3.70 Mg C ha
-1
yr
-1
was estimated in order to counterbalance the
soil C loss. The OM physical fractionation methods and the chemical oxidation
(60 mmol L
-1
KMnO
4
) seemed to be suitable to the OM lability evaluation, while
the 333 mmol L
-1
KMnO
4
overestimated the labile C at this soil. Based on the
CMI, it was found that the quality of management systems was directly related
to the input of phytomass by the plants, which was higher when leguminous
species and N fertilization were present. The soil acidification was more intense
where leguminous-based crop systems and/or N fertilization were present and it
was due to the higher exportation of alkaline plant material through the corn
grain harvest, and not due to nitrate leaching.
1/
Doctoral thesis in Soil Science – Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo,
Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. (124
p.) March, 2007. This work had financial support from CNPq-Brazil.
vii
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO GERAL ................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................... 4
2.1 Dinâmica da matéria orgânica em solos agrícolas ...............
4
2.2 Frações da matéria orgânica do solo ................................... 8
2.3 Acidificação do solo e ciclos do carbono e nitrogênio .......... 11
3. MATERIAL E MÉTODOS GERAL ..................................................
17
3.1 Condições de clima e solo ....................................................
17
3.2 Experimento de longa duração ............................................. 17
4. ESTUDO I Estoques de C em Argissolo Vermelho sob plantio
direto afetados por sistemas de culturas e
adubação nitrogenada ................................................
21
4.1 Introdução .............................................................................
21
4.2 Material e métodos ................................................................ 24
4.2.1 Tratamentos avaliados ................................................. 24
4.2.2 Análise de C e cálculo dos estoques desse elemento
no solo ........................................................................
24
4.2.3 Produção de fitomassa pelas culturas ......................... 25
4.2.4 Estimativa dos coeficientes k
1
e k
2
............................... 26
4.2.5 Análise estatística ........................................................ 28
4.3 Resultados e Discussão ........................................................ 28
4.3.1 Efeito dos sistemas de culturas e adubação
nitrogenada nos teores e estoques de C no solo ......
28
4.3.2 Evolução do conteúdo de C do solo no tempo ............. 35
4.3.3 Modelagem dos estoques de C no solo ....................... 37
4.3.4 Simulação dos estoques de C orgânico no solo .......... 38
4.4 Conclusões ............................................................................ 43
5. ESTUDO II Índice de Manejo de Carbono baseado em
fracionamento físico da matéria orgânica do
solo em um Argissolo sob sistemas de cultura
em plantio direto há longo prazo .........................
44
5.1 Introdução .............................................................................
44
5.2 Material e Métodos ................................................................ 47
5.2.1 Tratamentos e análise de C ......................................... 47
5.2.2 Oxidação química com KMnO
4
.................................... 48
5.2.3 Fracionamentos físicos densimétrico e granulométrico 50
5.2.4 Índice de Manejo de Carbono (IMC) ............................ 50
5.2.5 Análise estatística ........................................................ 51
5.3 Resultados e Discussão ........................................................ 51
viii
5.3.1 Adição de C e índice de estoque de carbono (IEC) ..... 51
5.3.2 Carbono lábil do solo determinado por métodos
químicos e físicos .......................................................
53
5.3.3 Efeito dos sistemas de cultura e fertilização
nitrogenada no IMC ....................................................
59
5.3.4 Relação entre os valores de IMC e características
físicas, químicas e biológicas do solo ........................
60
5.4 Conclusões ........................................................................... 63
6. ESTUDO III Acidificação de um Argissolo Vermelho em
plantio direto e sua relação com os ciclos do C
e N ...........................................................................
65
6.1 Introdução .............................................................................
65
6.2 Material e Métodos ................................................................ 68
6.2.1 Amostragem do solo .................................................... 68
6.2.2 Análises realizadas ...................................................... 68
6.3 Resultados e Discussão ........................................................ 72
6.3.1 Sistemas de cultura e acidificação do solo .................. 72
6.3.2 Adubação nitrogenada mineral e acidificação do solo . 76
6.3.3 Poder tampão de pH e acidificação líquida do solo ..... 78
6.4 Conclusões ........................................................................... 91
7. PERSPECTIVAS FUTURAS DE PESQUISA .................................
92
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 93
9. APÊNDICES .................................................................................... 106
10. RESUMO BIOGRÁFICO ............................................................... 124
ix
RELAÇÃO DE TABELAS
Página
4.1.
Densidade do solo sob sistemas de culturas em plantio
direto. ..................................................................................... 25
4.2.
Aporte anual de C (parte aérea + 30% equivalente ao aporte
de raízes) ao solo por sistemas de culturas em duas doses
de adubação nitrogenada mineral. Média de 19 anos. ........... 29
4.3.
Estoque de carbono orgânico em Argissolo Vermelho
distrófico sob sistemas de culturas em plantio direto e
adubação nitrogenada mineral há 19 anos. ............................ 35
4.4.
Estoques de C orgânico do solo observados e estimados
pelo modelo. ............................................................................ 38
4.5.
Análises de falta de ajuste (LOFIT) e raiz quadrada do erro
médio (RMSE) para avaliar a acurácia da simulação
realizada pelo modelo unicompartimental utilizando os
coeficientes k
1
e k
2
. ................................................................. 42
5.1.
Adição anual de C, produtividade média de grãos de milho e
características químicas, físicas e biológicas de Argissolo
sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação
nitrogenada mineral. ................................................................ 49
5.2.
Teor de carbono orgânico (CO) e de C lábil do solo
determinados por oxidação química e fracionamento físico
da materia orgânica de Argissolo em plantio direto sob
sistemas de culturas e adubação nitrogenada há 19 anos, e
percentagem de C lábil em relação ao CO. ............................. 56
5.3.
Correlação entre Índice de Manejo de Carbono (IMC)
determinado por oxidação química e fracionamentos físicos
da material orgânica, e características químicas, físicas e
biológicas de Argissolo sob sistemas de cultura em plantio
direto e adubação nitrogenada há 19 anos. ............................ 61
6.1.
Poder tampão e atributos de acidez da camada superficial
(0-2,5 cm) de um Argissolo com sistemas de culturas em
plantio direto há 19 anos. ........................................................ 79
x
6.2.
Valores de pH-H
2
O, carbono orgânico total, densidade do
solo e pH-SMP utilizados para a estimativa da acidificação
líquida de um Argissolo sob sistemas de cultura em plantio
direto há 19 anos e adubação nitrogenada mineral. ............... 81
6.3.
Acidificação líquida do solo e fontes de acidez ou
alcalinidade
1
(equivalente Mg CaCO
3
ha
-1
) para a camada de
0-30 cm de um Argissolo sob sistemas de cultura em plantio
direto e adubação nitrogenada há 19 anos. ............................ 82
xi
RELAÇÃO DE FIGURAS
Página
2.1.
Diagrama de representação do ciclo do carbono e seu efeito
na acidificação do solo. Adaptado de Helyar & Porter
(1989). ....................................................................................
12
2.2.
Diagrama de representação do ciclo do nitrogênio e seu
efeito na acidificação do solo. Adaptado de Helyar & Porter
(1989). ....................................................................................
13
2.3.
Efeito do pH na adição de ácido carbônico em diferentes
pressões parciais de CO
2
no ar do solo ( = 1, = 10 e =
25 vezes o CO
2
atmosférico de 0,0003 atm) e taxas de
remoção de íons Al + H
+
() de camadas de solo,
comparadas com taxa de adição de H
+
pelos ciclos de C e
N (----) de um sistema de rotação lavoura/pecuária da
Austrália com lixiviação anual de 210 mm. Adaptado de
Helyar (2003). ........................................................................
15
3.1.
Sistemas de culturas que compõem o experimento,
conduzido em sistema de plantio direto. ................................ 20
4.1.
Representação esquemática da relação entre estoque de C
orgânico do solo e adição anual de C pelas culturas e a sua
analogia ao modelo unicompartimental, utilizada para
obtenção dos coeficientes k
1
e k
2
. ......................................... 27
4.2.
Relação entre adição anual de C pelas culturas e estoque
de C orgânico em 2002, na camada de 0-17,5 cm de
profundidade, em Argissolo Vermelho distrófico sob
sistemas de culturas em plantio direto e adubação
nitrogenada há 19 anos. P=pousio, M=milho, A=aveia preta,
V=vica, C=caupi, G=guandu, Pan=pangola e L=lablab.
Nota: o sistema L+M não foi considerado na regressão. ....... 30
4.3.
Teor de carbono orgânico em Argissolo Vermelho distrófico
em plantio direto sob diferentes sistemas de cultura e
adubação nitrogenada mineral há 19 anos. P=pousio,
M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e
G=guandu. ns = não significativo. Barras horizontais
demonstram diferença mínima significativa pelo teste de
Tukey 5%. * = difere significativamente pelo teste de Tukey
5%. ......................................................................................... 33
xii
4.4.
Teor de C orgânico na camada de 0-17,5 cm de Argissolo
Vermelho distrófico em plantio direto sob sistemas de
culturas e sem adubação nitrogenada mineral durante 19
anos. Dados obtidos de Medeiros (1985), Teixeira (1988),
Testa (1989), Pavinato (1993), Burle (1995), Pillon (2000) e
obtidos neste trabalho. Barras verticais demonstram
diferença mínima significativa pelo teste de Tukey 5%.
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica,
C=caupi e G=guandu. ............................................................ 36
4.5.
Relação entre os estoques de C orgânico observados
analiticamente e os estoques de C orgânico estimados pelo
modelo na camada de 0-17,5 cm e no 19° ano do
experimento. .......................................................................... 39
4.6.
Simulação dos estoques de C total, C original e C advindo
dos sistemas de culturas no período de 40 anos a partir do
início do experimento em 1983, em Argissolo Vermelho
distrófico em PD sob sistemas de culturas. Barras verticais
representam o erro padrão dentro de cada sistema de
culturas em cada ano (n=3). P=pousio, M=milho, A=aveia
preta, V=vica, C=caupi e G=guandu. ..................................... 41
5.1.
Relação entre adições anuais de C por sistemas de culturas
e índices de estoque de C em Argissolo sob plantio direto
há 19 anos. Média de três repetições. M=milho, A=aveia
preta, V=vica, C=caupi e G=guandu. 0 N e 180 N = 0 e 180
kg N ha
-1
ano
-1
, respectivamente. .......................................... 53
5.2.
Relação entre adição anual de C pelas plantas e C lábil
determinado por oxidação química e fracionamento físico da
matéria orgânica de Argissolo em plantio direto sob
sistemas de cultura e adubação nitrogenada há 19 anos.
M=milho, A=aveia preta, V=vica, C=caupi e G=guandu. 0 N
e 180 N = 0 e 180 kg N ha
-1
ano
-1
, respectivamente. C-FL =
C na fração leve. C-MOP = C na matéria orgânica
particulada. ............................................................................
56
5.3.
Relação entre a adição anual de C pelas plantas e o Índice
de Manejo de Carbono (IMC) estimado utilizando valores de
C lábil obtidos por (A) oxidação por KMnO
4
60 mM e
fracionamentos físicos (B) densimétrico (C-FL) e
granulométrico (C-MOP) em Argissolo sob sistemas de
cultura em plantio direto e adubação nitrogenada há 19
anos. M=milho, A=aveia preta, V=vica, C=caupi e
G=guandu. 0 N e 180 N = 0 e 180 kg N ha
-1
ano
-1
,
respectivamente. .................................................................... 58
xiii
6.1.
Valores de pH-H
2
O (A), Al trocável (B), saturação por bases
(C) e saturação por alumínio (D) na camada de 0-17,5 cm
de Argissolo Vermelho distrófico sob sistemas de culturas
em plantio direto. Resultados do 5º e 10º ano foram obtidos
de Testa (1989) e Burle (1995). P=pousio, M=milho,
A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e G=guandu. ....... 73
6.2.
Valores de pH-H
2
O (A), Al trocável (B), saturação por bases
(C) e saturação por Al (D) em Argissolo sob sistemas de
cultura em plantio direto há 19 anos. Linhas horizontais
representam a diferença mínima significativa pelo teste de
Tukey (5%) para cada camada de solo. ns = não
significativo. P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab,
V=vica, C=caupi e G=guandu. ............................................... 75
6.3.
Valores de pH-H
2
O e Al trocável de Argissolo Vermelho
distrófico sob sistemas de culturas em plantio direto e
adubação nitrogenada mineral há 19 anos. *Teste de Tukey
a 5%. NS = sem diferença significativa. ................................. 77
6.4.
Relação entre poder de tamponamento de pH do solo (PTH)
e conteúdo de carbono orgânico em Argissolo Vermelho
com sistemas de culturas há 19 anos em plantio direto.
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica,
C=caupi e G=guandu. ............................................................ 80
6.5.
Relação entre a acidificação total estimada pelo PTH a
partir das curvas de titulação (0-30 cm de profundidade) e
pelo pH SMP (0-17,5 cm de profundidade), em equivalente
CaCO
3
(Mg ha
-1
), em um Argissolo sob sistemas de cultura
em plantio direto e adubação nitrogenada há 19 anos. .........
87
6.6.
Produtividade de grãos de milho no ano agrícola de
2002/2003 em sistemas de culturas há 19 anos em plantio
direto, sem e com adubação nitrogenada mineral. P=pousio,
M=milho, A=aveia preta, V=vica, C=caupi e G=guandu. Barras
verticais indicam o erro padrão da produtividade de grãos nos
sistemas de cultura (n=3). ......................................................... 89
xiv
1. INTRODUÇÃO GERAL
Nas últimas duas décadas, a agricultura do Brasil sofreu grandes
mudanças em virtude da adoção do plantio direto como sistema
conservacionista de manejo do solo. Desde o início da década de 90, a área
cultivada em plantio direto no país passou de aproximadamente 2 milhões de
hectares para 22 milhões atualmente, sendo que quase 50% destes estão
localizados na Região Sul do país (FEBRAPDP, 2006). Cerca de metade da
área atual em plantio direto apresenta-se com mais de 10 anos de adoção
deste sistema, tempo suficiente para que ocorram alterações no solo
decorrentes da sua adoção.
O plantio direto minimiza a oxidação da matéria orgânica e
constitui-se numa estratégia promissora para manter ou mesmo aumentar os
estoques de C orgânico no solo, favorecendo a manutenção da capacidade
produtiva do mesmo. A rotação de culturas e a inclusão de espécies com
elevado aporte anual de C ao solo são fundamentais para o sucesso do
sistema. A matéria orgânica se relaciona com as características químicas,
físicas e biológicas do solo e, por isto, tem sido empregada como um
importante indicador de qualidade de solo e do sistema de manejo adotado. A
magnitude com que a matéria orgânica afeta as características do solo
depende tanto da sua quantidade como da sua labilidade.
O primeiro estudo do presente trabalho diz respeito ao efeito dos
sistemas de cultura e de adubação nitrogenada mineral sobre os estoques de
C orgânico no solo sob plantio direto há longo prazo, e os seus resultados e
interpretações colaboram no sentido de solidificar e refinar as informações
2
existentes da dinâmica do C orgânico em solos do Sul do Brasil. Através de
experimentos de longa duração, com o passar do tempo, as diferenças na
matéria orgânica decorrentes de diferentes manejos tendem a ser maiores
quantitativamente e novas interpretações vão sendo possíveis de serem
obtidas. Por isso, através de dados do presente estudo e de avaliações
anteriores no mesmo experimento, foram obtidos parâmetros da dinâmica da
matéria orgânica do solo, o que permitiu a simulação de estoques futuros de C
orgânico em diferentes sistemas de cultura. Estudos desta ordem, além do
importante cunho agronômico, se justificam para buscar explorar melhor o
potencial de mitigação de gases do efeito estufa através do seqüestro de C nos
solos agrícolas.
O segundo estudo diz respeito ao efeito de sistemas de cultura e
adubação nitrogenada mineral sobre os estoques de frações lábeis da matéria
orgânica do solo. O cenário de preocupação da humanidade com as condições
ambientais leva à necessidade de buscar formas objetivas de avaliar a
qualidade do manejo do solo, e o índice de manejo de carbono (IMC) apresenta
um bom potencial nesse sentido por englobar num único indicador o
componente de quantidade (estoque) e de qualidade (labilidade) da matéria
orgânica do solo. Entretanto, este índice não tem sido amplamente adotado e
acredita-se que a forma de estimativa da labilidade do C orgânico utilizada no
método original pode estar sendo um entrave. Portanto, além da interpretação
do efeito dos sistemas de cultura e da adubação nitrogenada mineral sobre as
frações lábeis da matéria orgânica, nesse estudo visou-se comparar diferentes
métodos de determinação da labilidade do C orgânico e avaliar a viabilidade de
se utilizar métodos de fracionamento físico da matéria orgânica em substituição
ao método químico de oxidação branda da fração lábil com KMnO
4
.
O terceiro estudo tratou de buscar um melhor entendimento de
como se dá o processo de acidificação do solo sob sistemas de manejo com
diferentes fluxos de C e de N no sistema solo-planta-atmosfera, através de
diferentes sistemas de cultura em plantio direto e adubação nitrogenada por
longo tempo, sem reaplicação de calcário. Na interpretação dos resultados,
buscou-se verificar quais foram os fatores que mais contribuíram para o
processo de acidificação do solo durante o período. Desta forma, os resultados
obtidos colaboram com o entendimento do papel das plantas leguminosas de
3
cobertura de inverno e de verão em sistemas de rotação de culturas no que se
refere ao seu efeito na qualidade química do solo, racionalização do emprego
de corretivos e fertilizantes, bem como do rendimento do milho em plantio
direto.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Dinâmica da matéria orgânica em solos agrícolas
O solo é um dos recursos básicos dos ecossistemas naturais e
agropecuários, constituindo-se num recurso finito, frágil e não renovável (Lal et
al., 1995). Termodinamicamente, o solo é um sistema aberto, caracterizado por
constantes trocas de energia e matéria com o meio, estando sujeito ao
intemperismo e à influência dos seres vivos, como as plantas, os
microrganismos e, em grande parte dos casos, à ação antrópica (Vezzani,
2001). Por isso, o solo é um sistema dinâmico e heterogêneo no espaço e no
tempo, sendo fortemente influenciado pelas práticas de manejo.
A matéria orgânica (MO) é um componente fundamental para a
capacidade produtiva do solo, aumentando a resiliência do mesmo e afetando
processos físicos, químicos e biológicos que interagem entre si. A MO tem um
papel fundamental na fertilidade dos solos, pois é a principal responsável pela
CTC de solos tropicais e subtropicais (Testa, 1989; Burle et al., 1997),
caracterizados pelo avançado grau de intemperismo, tornando-a fonte de
nutrientes às plantas e atenuando a perda destes por lixiviação. A MO diminui a
toxidez de elementos nocivos para as plantas, especialmente o alumínio
(Adams, 1984; Vance et al., 1995). A MO é a fonte de energia e nutrientes para
a fauna e a microbiota do solo que, por sua vez, influenciam em importantes
atributos físicos do solo, tais como a agregação, a aeração, a densidade, a
infiltração e a retenção de água (Carpenedo & Mielniczuk, 1990; Haynes &
Beare, 1996; Silva & Mielniczuk, 1997) e, por tudo isso, elevados níveis de MO
5
proporcionam qualidade de solo (Vezzani, 2001; Conceição, 2003). Isto explica
a razão pela qual, entre os indicadores de qualidade do solo e de manejo de
solo, a MO se sobressai (Conceição et al., 2005).
A MO é oriunda principalmente de resíduos orgânicos
adicionados ao solo pelas plantas que, através da fotossíntese, convertem o
CO
2
atmosférico em compostos vegetais contendo carbono. Parte destes
compostos é exsudada pelas raízes durante o desenvolvimento vegetal,
enquanto o restante do C é incorporado ao solo após a sua senescência ou
manejo. Os resíduos orgânicos, à medida que vão sendo depositados ao solo,
são fracionados pela fauna do solo e parcialmente decompostos pelos
microrganismos, onde parte do C incorporado retorna à atmosfera na forma de
CO
2
(Bayer et al., 2000a) e o restante é incorporado à MO do solo.
Por isso, além da importância de ordem agronômica, o aumento
dos estoques de MO no solo é desejável devido ao potencial de armazenar C
no solo em detrimento de uma diminuição da quantidade de C presente na
atmosfera na forma de CO
2
, o qual é responsável por cerca de metade do
efeito estufa que está promovendo o aquecimento no planeta (Lal et al., 1995;
Lal, 2004b). A quantidade de C armazenada nos solos na forma de MO é tão
representativa que ultrapassa em duas vezes a quantidade de C presente na
atmosfera na forma de CO
2
e em três vezes a quantidade de C presente na
biota da superfície terrestre (Lal et al., 1999).
O estoque de MO no solo, portanto, é o resultado do balanço
entre as quantidades de C adicionadas e perdidas, podendo o solo funcionar
como um dreno ou fonte de CO
2
dependendo do sistema de manejo
(Mielniczuk et al., 2003). Enquanto as adições de C são diretamente
dependentes da taxa de adição de resíduos vegetais ao solo, as perdas de C
do solo ocorrem principalmente pela oxidação microbiana, erosão e lixiviação
da MO, sendo esta última pouco importante do ponto de vista quantitativo em
curto e médio prazo. A variação do conteúdo de MO no solo no tempo pode ser
expresso pela equação abaixo (Dalal & Mayer, 1986):
)e(1)
k
k A
(eCCO
tk
2
1
tk
0
22
+=
(2.1)
6
onde: CO representa, em Mg ha
-1
, o estoque de C orgânico no
solo em um determinado tempo t; C
0
é o estoque de CO inicial (t = zero) do
solo, em Mg ha
-1
, A representa o C fotossintetizado adicionado ao solo na
forma de resíduos, exsudatos e raízes (Mg ha
-1
ano
-1
); k
1
é o coeficiente de
humificação, ou seja, a fração do C adicionado (A) efetivamente retido no solo
na forma de MO, e o k
2
é a taxa de perda, ou seja, a fração do CO do solo que
é perdido anualmente por decomposição microbiana, erosão e lixiviação.
Normalmente, as estimativas de k
1
e k
2
são feitas a partir de estudos que
utilizam técnicas isotópicas através de C marcado (
14
C) ou pela discriminação
do isótopo
13
C pelas plantas de rota metabólica C3 e C4 (Balesdent, 1992;
Veldkamp, 1994; Gregorich et al., 1995). Porém, esses coeficientes também
podem ser obtidos de forma aproximada através de experimentos de longa
duração onde são conhecidos os valores de A e CO, bem como o estoque
inicial (C
0
) de CO (Bayer et al., 2000a; Mielniczuk et al., 2003). Uma vez
conhecidos esses coeficientes, pode ser realizada a simulação dos estoques
de CO em cenários de manejo futuros (Lovato, 2001).
Os coeficientes k
1
e k
2
são afetados principalmente pelas
condições climáticas (temperatura, precipitação), tipo de solo (textura e
mineralogia) e práticas de manejo, especialmente o grau de revolvimento
(Bayer, 1996; Lovato, 2001; Mielniczuk et al., 2003). Valores médios de k
1
para
parte aérea variam entre 7,7 e 23% (Gregorich et al., 1995; Bolinder et al.,
1999), sendo que valores de k
1
do sistema radicular são geralmente maiores
que os da parte aérea, principalmente devido à proteção física da raiz pelos
agregados contra o ataque microbiano, mas também devido ao maior teor de
lignina (Balesdent & Balabane, 1996). Valores de k
2
, por sua vez, podem variar
desde menos de 2% em regiões temperadas e frias (Balesdent et al., 1990) a
até 10% em regiões tropicais (Cerri, 1986). Em solos subtropicais do Sul do
Brasil, Bayer (1996) determinou valor de k
2
em Argissolo Vermelho sob preparo
convencional (PC) de 5,4%, o que correspondeu a quase o dobro em relação
ao k
2
do C do mesmo solo sob plantio direto (2,9%), estimados utilizando um
valor fixo para o k
1
de 20%. Além disso, o autor encontrou relação inversa entre
os valores de k
2
e o teor de argila de três solos analisados para um mesmo
sistema de preparo, encontrando um valor de k
2
de 1,4% para um Latossolo
Roxo sob PC, cerca de quatro vezes inferior ao do Argissolo sob o mesmo
7
sistema de preparo. Lovato et al. (2004), estimando conjuntamente os valores
de k
1
e k
2
, encontraram diferença muito pequena do k
1
obtido no PC e PD,
mas, em contrapartida, verificaram um valor de k
2
duas vezes superior no PC
em relação ao do PD.
Neste contexto, estratégias de manejo de solo com o intuito de
elevar os teores de MO preconizam, principalmente, a redução do preparo do
solo e a adição de elevadas quantidades de resíduos por culturas. Como no
sistema plantio direto o revolvimento do solo é mínimo, o fator preponderante
para o estoque de MO no solo é o aporte de C por sistemas de culturas. Assim
sendo, deve-se buscar o cultivo de espécies comerciais em rotação com
culturas de cobertura que aportem elevadas quantidades de C e N ao solo
(Aita, 1997; Bayer et al., 2000a; Amado et al., 2001; Mielniczuk et al., 2003;
Amado et al., 2006). Burle et al. (1997) encontraram adição anual média de C
pelo sistema aveia/milho de 3,36 Mg ha
-1
durante 10 anos de cultivo sem
adubação nitrogenada mineral, enquanto esta adição aumentou para 4,81 Mg
ha
-1
no sistema aveia+vica/milho e para 6,12 Mg ha
-1
no sistema aveia+vica/
milho+caupi, resultando em diferentes estoques de C e N no solo após este
período de cultivo e ressaltando a importância da inclusão de culturas de
cobertura no esquema de rotação, especialmente de espécies leguminosas.
Dentre as leguminosas, as espécies de verão se destacam frente às espécies
de inverno devido à maior produção de fitomassa e maior quantidade de N
fixado biologicamente (Aita, 1997; Burle et al., 1997).
No solo, a dinâmica do N está intimamente relacionada com a
dinâmica do C. Pela capacidade de fixar N
2
atmosférico através da associação
simbiótica com bactérias do gênero Rhizobium, as leguminosas aumentam
tanto a adição de N quanto de C ao solo através de seus resíduos,
promovendo aumento no estoque destes elementos no solo. Tal incremento
eleva a disponibilidade de N ao milho e demais espécies não leguminosas, o
que acarreta em maior adição de fitomassa por estas plantas e maior
produtividade de grãos (Teixeira, 1988; Pavinato, 1993; Lovato, 2001). De
forma semelhante ao uso de leguminosas, a adubação nitrogenada mineral
também favorece a manutenção e/ou incremento nos estoques de C e N no
solo (Lovato, 2001).
8
2.2 Frações da matéria orgânica do solo
A magnitude com que a MO influencia os processos químicos,
físicos e biológicos que ocorrem no solo é função tanto da quantidade quanto
da qualidade da MO presente no solo. No que diz respeito à qualidade, sabe-se
que a MO do solo é uma mistura de frações orgânicas que diferem quanto à
estrutura química, grau de decomposição, grau de interação com minerais e
proteção física e química à oxidação biológica (Baldock & Skjemstad, 2000; Six
et al., 2001; Conceição, 2006).
Além do aspecto quantitativo, diferentes manejos promovem a
ocorrência de alterações na qualidade da MO do solo (Bayer et al., 2001), no
que se refere a sua labilidade à decomposição microbiana (Blair et al., 1995).
Nesse sentido, estudos realizados no Sul do Brasil têm evidenciado efeito do
manejo no acúmulo de frações mais lábeis da MO obtidas por técnicas de
fracionamento físico (Bayer et al., 2001; Bayer et al., 2002b; Freixo et al., 2002)
e químico (Bayer et al., 2002a) e submetidas à análise espectroscópica.
Em estudos da MO, avaliações da sua labilidade são
fundamentais, dada a importância da fração lábil em processos chave que
ocorrem no solo. O acúmulo de frações lábeis de MO constitui-se num aspecto
extremamente benéfico em relação à qualidade do solo como um todo. A
constante decomposição microbiana e reposição destas frações lábeis pela
vegetação determinam um importante fluxo de C e N no solo, o qual reflete-se
na formação de compostos orgânicos solúveis que têm importante papel na
formação de complexos com metais, no fornecimento de energia e C ao
metabolismo microbiano e, conseqüentemente, na excreção de polissacarídeos
que atuam como substâncias estabilizadoras de agregados, entre outros
fatores (Golchin et al., 1994; Six et al., 1998; Blair & Crocker, 2000; Six et al.,
2001).
A fração lábil da MO é a mais rapidamente alterada por práticas
de manejo aplicadas ao solo (Bayer et al., 2001; Bayer et al., 2002a; Bayer et
al., 2002b) e, portanto, o estudo da mesma como indicadora de qualidade de
manejo do solo tem recebido destaque. Buscando melhor entendimento sobre
o comportamento desta fração, Loginow et al. (1987) utilizaram o método de
oxidação branda da MO usando soluções de KMnO
4
em diferentes
9
concentrações (33, 166 e 333 mmol L
-1
) para promover o fracionamento da MO
com base na sua suscetibilidade à oxidação. Posteriormente, Lefroy et al.
(1993), ao utilizarem este mesmo fracionamento por KMnO
4
e estudo de
incorporação de
13
C, sugeriram a utilização de alterações na labilidade do
carbono do solo como sendo medida de sustentabilidade agrícola, pois as
frações lábeis são mais sensíveis a mudanças de manejo do que teores totais
de CO. Baseados nisto, Blair et al. (1995) propuseram um Índice de Manejo de
C (IMC) que contempla o efeito dos sistemas de uso e manejo de solo sobre a
quantidade (Índice de Estoque de C, IEC) e a qualidade (Índice de Labilidade,
IL) da MO, sendo esta estimada a partir da oxidação de frações lábeis da MO
com KMnO
4
na concentração de 333 mmol L
-1
. Segundo os autores, o IMC é
calculado em relação a um solo de referência não cultivado (campo nativo,
mata).
O grande mérito do IMC é de contemplar no mesmo índice o
componente quantitativo e o componente qualitativo da MO. Entretanto, apesar
da sua grande coerência à construção teórica da importância da quantidade e
labilidade da MO no solo, este índice não tem sido intensivamente utilizado
pela comunidade científica. Isto pode ser devido ao fato de que o método
utilizado para a estimativa da labilidade exige calibrações, ou ao menos testes,
para cada tipo de solo. Alia-se a isto as dificuldades operacionais da análise,
pois o emprego de KMnO
4
exige uma série de cuidados especiais a fim de
evitar a oxidação do reagente pela luz e pela presença de MnO
2
, tornando o
método trabalhoso e delicado.
A necessidade de prévia calibração do método se refere à
concentração do oxidante a ser utilizado na determinação da fração lábil de C,
o tempo de agitação e ao grau de umidade do solo – natural ou submetido à
secagem (Shang & Tiessen, 1997; Weil et al., 2003). A obtenção de IMC
utilizando a oxidação da fração lábil do C por KMnO
4
333 mmol L
-1
, como
sugerido por Blair et al (1995), pode não ser adequada para solos com
características de MO diferentes àqueles solos com os quais o método foi
desenvolvido. Em condições tropicais (Chapada de Araripe, Pernambuco),
Shang & Tiessen (1997) avaliaram o C oxidado por KMnO
4
333 e 33 mmol L
-1
e
verificaram que na concentração de 333 mmol L
-1
a oxidação foi intensa e
pouco eficiente para discriminar as diferenças qualitativas da MO. Por isso, os
10
autores relataram a necessidade de utilizar-se o oxidante em concentração
menor do que a sugerida por Blair et al. (1995) para demonstrar as mudanças
na qualidade da MO do solo analisado, afirmando ainda que a MO de solos
tropicais é relativamente mais lábil que a de solos temperados como o que foi
utilizado no desenvolvimento do método de oxidação. Weil et al. (2003)
analisaram amostras de 209 solos das Américas do Norte, Central e do Sul,
contemplando ampla diversidade de solos, clima e manejo, e afirmaram que a
concentração de 20 mmol L
-1
pode ser utilizada para estimar a fração lábil de C
em diversos solos com elevada sensibilidade.
Além da avaliação de labilidade de C, a oxidação da MO com
KMnO
4
tem sido utilizada também para avaliar a disponibilidade de N no solo
(Westerhof et al., 1998). Santos (2001) correlacionou os teores de CO oxidado
por soluções de KMnO
4
com os teores de N extraídos por estas soluções em
solos tropicais em Minas Gerais, sendo obtidas as melhores correlações nas
concentrações de KMnO
4
33 e 60 mmol L
-1
. No entanto, o autor ressalta que
pode ser necessário o uso de concentrações mais elevadas do oxidante
quando se busca a estimativa quantitativa do N potencialmente mineralizável.
Além do método químico, o fracionamento da MO pode ser
realizado por métodos físicos e, atualmente, existe uma forte tendência em se
adotar esses métodos para o fracionamento de solo em estudos da matéria
orgânica. Os métodos físicos podem ser granulométricos e densimétricos, ou a
combinação de ambos (Roscoe & Machado, 2002), os quais permitem a
obtenção de frações lábeis (particulada e fração leve, respectivamente) e
estáveis da MO (associada aos minerais e pesada, respectivamente). Nesse
sentido, de forma alternativa à proposição de Blair et al. (1995) para o cálculo
de Índices de Manejo de Carbono, a labilidade da MO pode ser obtida a partir
da quantidade de C presente em frações lábeis da MO obtidas por essas
técnicas de fracionamento físico (Diekow et al., 2005b).
As frações FL (fração leve - fracionamento físico densimétrico) e
MOP (MO particulada - fracionamento físico granulométrico) apresentam
mudanças mais rápidas nos seus teores do que os teores totais de CO do solo
depois de determinado manejo (Cambardella & Elliot, 1992; Six et al., 1998),
indicando que estas frações são mais lábeis à decomposição microbiana. A FL
e a MOP, apesar da diferença metodológica para a obtenção, apresentam
11
semelhanças na sua constituição e características. Cambardella e Elliott (1992)
relataram que a maioria da MOP flotou em líquido de densidade de 1,85 g cm
-3
,
além de apresentarem uma relação C/N semelhante. Além disso, a maior
labilidade destas frações em relação à fração pesada (FP) e ao C associado
aos minerais (CAM) é comprovada em trabalhos que utilizaram análises com
técnicas espectroscópicas, microscopia eletrônica de varredura e discriminação
de
13
C (Bayer et al., 2000b; Six et al., 2001; Bayer et al., 2002a; Bayer et al.,
2002b).
2.3 Acidificação do solo e ciclos do carbono e nitrogênio
Entende-se por acidificação do solo o acúmulo de acidez no
mesmo. A acidificação do solo é um processo que ocorre naturalmente em
ecossistemas naturais e agrícolas. Geralmente, o estabelecimento de
exploração agrícola resulta em maiores taxas de acidificação do solo, podendo
ser notadamente afetadas pelo manejo efetuado no solo (Helyar, 2003).
A acidificação do solo inicia quando as superfícies das rochas são
colonizadas com algas e líquens, onde ácidos derivados do ciclo do C e N são
envolvidos na dissolução de solo e minerais da rocha durante o processo de
desenvolvimento. As reações de dissolução dos minerais consomem íons H
+
.
Com o tempo, as plantas também passam a se fazer presentes, alterando os
ciclos do C e N e o intemperismo, afetando diretamente a acidificação do solo
(Fenton & Helyar, 2002). Os ciclos do C e do N são os principais agentes
causadores de acidificação na maioria dos ecossistemas agrícolas, sendo que
a magnitude da acidificação depende basicamente das formas e quantidades
com que cada elemento entra ou sai do sistema solo-planta. A fundamentação
teórica dos principais mecanismos pelos quais os ciclos do C e do N acidificam
o solo serão comentados a seguir.
No ciclo do C (Figura 2.1), a planta transforma água e gás
carbônico em açúcares através da fotossíntese. Estes açúcares são
convertidos em parte a ácidos orgânicos que dissociam em íons H
+
e ânions
orgânicos. A carga negativa destes ânions é balanceada por cátions “básicos”,
Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
e Na
+
para formar sais de ácidos orgânicos. Esses cátions
básicos são absorvidos pelas raízes, enquanto íons H
+
são excretados pelas
12
mesmas para manter a sua neutralidade elétrica. Com isso, há geração de
acidez no solo e formação de material vegetal potencialmente alcalino. Quando
a planta senesce ou é manejada, o resíduo vegetal retorna ao solo e é
incorporado à MO do solo que, ao ser mineralizada, se torna novamente água
e gás carbônico, liberando a sua alcalinidade e neutralizando a acidez do solo,
fazendo com que a acidificação líquida seja nula. Entretanto, se parte ou todo o
material vegetal for removido do ecossistema pela colheita de grãos e
feno/silagem, não haverá alcalinidade suficiente para neutralizar a acidez
gerada no solo quando o material vegetal retornar ao mesmo, ocorrendo então
a acidificação do ecossistema (Fenton & Helyar, 2002; Helyar, 2003). Segundo
Slattery et al. (1991), são necessários 9 kg de CaCO
3
para neutralizar a
acidificação gerada pela extração de material alcalino equivalente a uma
tonelada de grãos de milho ou trigo, 20 kg para cada tonelada de grãos de soja
e 40 kg para cada tonelada de feno de trevo ou silagem de milho.
CO
2
+ H
2
O
RCOO
-
+ H
+
Ca
+
, Mg
+
...
H
+
Ciclo fechado do C:
Neutralização
Ciclo aberto do C:
Alcalinidade
da planta
Acidez
do solo
=
Acidificação líquida
Alcalinidade
da planta
Acidez
do solo
<
Grãos ou feno
RCOO-M
+
FIGURA 2.1 Diagrama de representação do ciclo do carbono e seu efeito na
acidificação do solo. Adaptado de Helyar & Porter (1989).
No ciclo do N (Figura 2.2), o N do ar atmosférico é fixado
biologicamente pela simbiose entre leguminosas e bactérias Rhizobium.
13
Quando a planta senesce e há a mineralização dos resíduos, o N é liberado na
forma de amônio, o qual é posteriormente transformado em nitrato, ocorrendo
liberação líquida de acidez ao solo. Se este nitrogênio na forma de nitrato é
absorvido pela raiz das plantas, há excreção de ânions OH
-
ou HCO
3
-
pelas
raízes ao solo para manter a neutralidade elétrica das mesmas. Por isso, é
importante ressaltar que, se todo o nitrato produzido é absorvido pela planta, o
balanço entre álcalis e ácidos no ecossistema continuará sem promover
acidificação do solo. Entretanto, se o nitrato lixiviar para fora do alcance do
sistema radicular das plantas, o solo se tornará mais ácido (Fenton & Helyar,
2002).
N
2
R-NH
2
NH
4
+
Amonificação /
Mineralização
H
+
NO
3
-
2 H
+
NO
3
-
Consumo H
+
< liberação H
+
Acidificação
OH
-
Consumo H
+
=
liberação H
+
pH não altera
N-uréia
Ciclo fechado do N
Ciclo aberto do N
FIGURA 2.2 Diagrama de representação do ciclo do nitrogênio e seu efeito na
acidificação do solo. Adaptado de Helyar & Porter (1989).
No caso do N ser adicionado ao solo como fertilizante mineral, a
acidificação dependerá tanto da quantidade de nitrato lixiviada como da fonte
de N mineral adicionada. Da mesma forma que o N fixado biologicamente, a
acidificação é nula se não houver lixiviação de nitrato quando a fonte de N for
uréia e nitrato de amônia. Entretanto, se após a adição destas fontes houver
lixiviação de 100% do N na forma de nitrato, há uma acidificação líquida onde
seriam necessários 3,6 kg de CaCO
3
para neutralizar a acidez gerada por cada
kg de N-NO
3
lixiviado. Porém, se a fonte de N mineral utilizada for sulfato de
14
amônio, há acidificação do solo mesmo se todo o N for absorvido, sendo que a
acidificação gerada aumenta proporcionalmente quanto maior for a
percentagem de nitrato perdido por lixiviação. Por outro lado, a adição de N na
forma de nitrato de cálcio ou sódio é alcalinizante se todo o N for absorvido e
apresenta efeito nulo sobre a acidificação do solo se 100% do N for lixiviado
como nitrato (Fenton & Helyar, 2002).
A acidificação do solo gerada pelos ciclos do C e N normalmente
é mais efetiva na acidificação do solo quando estes se encontram em uma
faixa de valores de pH entre 4,0 a 7,0, enquanto outros fatores de acidificação
podem se tornar mais expressivos em valores de pH fora desta faixa (Figura
2.3). Sabiamente, a própria natureza tende a manter o pH do solo dentro deste
intervalo, favorecendo a manutenção do pH dentro de limites que possibilitam o
desenvolvimento de plantas. Quando o pH do solo é maior que 6, aumenta
significativamente a concentração de íons carbonatos (HCO
3
-
e CO
3
2-
) e
hidroxila (OH
-
) em solução e, se houver percolação de água, estes serão
lixiviados no perfil do solo. Após a lixiviação, a solução tende a entrar
novamente em equilíbrio com o CO
2
do ar do solo, promovendo paulatinamente
a acidificação do solo após cada ciclo de lixiviação e re-equilíbrio.
Por outro lado, quando o solo apresenta pH menor que 4,0,
aumenta a dissolução de aluminossilicatos e de óxidos de Al, consumindo íons
H
+
e aumentando a lixiviação dos produtos da dissolução contendo Al e H.
Com isso, o pH do solo tende a ser aumentado a valores onde há menor taxa
de intemperismo de minerais. Em adição, valores de pH menores que 4,0
reduzem a produtividade das culturas e o tendem a inibir o processo de
nitrificação, fazendo com que a acidificação pela exportação de material
vegetal alcalino e pela lixiviação de nitrato seja diminuída (Helyar, 2003).
15
pH do solo
0,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0
Quantidade lixiviada, kmol ha
-1
0
5
10
15
20
FIGURA 2.3 Efeito do pH na adição de ácido carbônico em diferentes
pressões parciais de CO
2
no ar do solo ( = 1, = 10 e = 25
vezes o CO
2
atmosférico de 0,0003 atm) e taxas de remoção de
íons Al + H
+
() de camadas de solo, comparadas com taxa de
adição de H
+
pelos ciclos de C e N (----) de um sistema de
rotação lavoura/pecuária da Austrália com lixiviação anual de 210
mm. Adaptado de Helyar (2003).
Devido a estes processos, o solo em um ecossistema natural que
vem sofrendo a ação do intemperismo durante milhares de anos encontra-se
em uma condição relativamente estável (“steady state”) em termos de pH, pois
há um equilíbrio entre a geração e o consumo de acidez. A implantação de
sistemas de exploração agrícolas, entretanto, altera este equilíbrio, sendo que
em ecossistemas agrícolas, os principais mecanismos responsáveis pela
acidificação são a remoção de resíduos vegetais pela colheita de grãos,
produção de feno e/ou silagem, lixiviação de nitrato e erosão de solo fértil
(Helyar, 1976).
Os sistemas de culturas cultivados em plantio direto podem afetar
as taxas de acidificação de um solo por possuírem diferentes capacidades de
aporte de C e N ao solo, devido à produção de fitomassa e à fixação de N
biologicamente pelas leguminosas (Aita, 1997; Burle et al., 1997; Lovato et al.,
2004). Este fato, aliado a propriedades intrínsecas de cada cultura, tais como o
tipo de sistema radicular, a quantidade e qualidade de material exportado, a
qualidade dos resíduos vegetais aportados ao solo, etc., faz com que os
16
sistemas de culturas afetem diretamente a acidificação do solo (Helyar, 1976;
Slattery et al., 1991; Burle et al., 1997).
O cultivo de espécies leguminosas e a adubação nitrogenada
mineral podem favorecer a acidificação dos solos tanto devido ao maior
potencial de lixiviação de nitratos quanto à maior exportação de material
alcalino quando a parte aérea é retirada através de colheita de grãos ou feno,
já que leguminosas geralmente promovem incremento na produção pela maior
disponibilidade de N (Haynes, 1983; Loss et al., 1993a; Dolling, 1995; Tang et
al., 1999a; Tang et al., 1999b; Tang & Yu, 1999). Por isso, Burle et al. (1997)
encontraram maiores taxas de acidificação do solo por sistemas de culturas
que envolviam leguminosas em detrimento a sistemas compostos
exclusivamente por gramíneas. Dolling et al. (1995) verificaram um aumento de
praticamente 50% na taxa de acidificação anual devido à inclusão do tremoço
em um sistema de rotação entre pastagens e cultivo de trigo. Avaliando o efeito
de doses anuais de N (0 a 180 kg ha
-1
) aplicados em duas formas (uréia e NH
3
anidra) sobre a acidificação do solo em 9 anos, Bouman et al. (1995)
verificaram uma relação direta entre a dose de N aplicada e a acidificação
ocorrida no solo, além de encontrarem maior acidificação proporcionada pela
aplicação de NH
3
anidra em relação à uréia. De forma semelhante, Barak et al.
(1997) verificaram diminuição do pH e do teor de cátions básicos trocáveis e
aumento da acidez trocável à medida que se aumentou a dose de N mineral de
0 para 168 kg ha
-1
. Segundo Helyar (2003), taxas de acidificação de solo
devido aos ciclos do C e do N normalmente encontradas em ecossistemas
agrícolas variam, em média, de 2 a 5 kmol H
+
ha
-1
ano
-1
(necessitando de um
equivalente a 100 a 250 kg CaCO
3
ha
-1
ano
-1
para neutralizar tais quantidades
de acidez gerada), podendo ultrapassar 20 kmol H
+
ha
-1
ano
-1
em condições
extremas, especialmente quando há elevada adição de N na forma de sulfato
de amônio.
3. MATERIAL E MÉTODOS GERAL
3.1 Condições de clima e solo
O presente estudo foi desenvolvido em experimento localizado na
Estação Experimental Agronômica da UFRGS, no município de Eldorado do
Sul, RS. As coordenadas geográficas da estação são 30º 50’ 52” Sul e 51º 38’
08” Oeste. O clima da região é subtropical úmido – Cfa, segundo a
classificação climática de Köeppen. A temperatura média anual é de 19,4°C,
com uma variação de 13,9 a 24,9° C entre as temperaturas médias mensais. A
precipitação média anual é de 1.490 mm, com variações médias mensais de
95,2 a 168 mm (Bergamaschi & Guadagnin, 1990). O solo é um Argissolo
Vermelho Distrófico típico e apresenta textura franco-argilo-arenosa, com 220 g
kg
-1
de argila. A fração argila é composta basicamente por caulinita e óxidos de
Fe (720 e 109 g kg
-1
, respectivamente).
3.2. Experimento de longa duração
O experimento foi instalado em 1983. Antes da implantação, o
solo foi cultivado intensivamente durante aproximadamente 14 anos e
apresentava sinais de degradação física (Medeiros, 1985). No início do
experimento, o solo (0-10 cm) apresentou 19 mg dm
-3
de P, 130 mg dm
-3
de K,
23 mg MO kg
-1
de solo e pH 5,8 (Medeiros, 1985).
O delineamento do experimento é o de blocos ao acaso, com
parcelas subdivididas e três repetições. As parcelas principais (8 m X 5 m) são
18
cultivadas com 10 seqüências de cultura, todas em sistema de plantio direto
desde 1983, conforme a Figura 3.1. No início do experimento, os blocos foram
divididos longitudinalmente e em metade dos mesmos foi realizada uma
descompactação profunda, enquanto a outra parte não recebeu
descompactação. Em faixas nos blocos em cada nível de compactação (5 m X
4 m) são aplicados dois níveis de adubação nitrogenada (0 e 180 kg N-uréia
ha
-1
ano
-1
). A uréia é aplicada a lanço quando o milho se apresenta no estádio
vegetativo V6 (seis folhas desenroladas). Os tratamentos selecionados para
cada estudo são citados nas suas respectivas seções de material e métodos
específicas.
O manejo das culturas segue um padrão particular para cada
sistema. No sistema pousio/milho, o solo permanece sujeito ao
desenvolvimento de vegetação espontânea durante o intervalo entre as
culturas de milho de um ano agrícola e do próximo (março a setembro). Nos
sistemas aveia/milho, aveia+vica/milho e aveia+vica/milho+caupi, as culturas
de inverno são semeadas em abril, através de semeadura mecânica
(Semeadora/Adubadora Semeato® SHM 11/13). A semeadura do milho é
realizada em novembro, utilizando a mesma semeadora citada, regulada para
espaçamento de 0,90 m nas entrelinhas. Na colheita do milho, realizada
manualmente, todas as espigas da parcela são removidas. O caupi, o lablab e
o guandu são semeados nas entrelinhas do milho, normalmente uns 30-45 dias
após a semeadura do milho, através de saraquá, com covas distanciadas de 50
cm e com cerca de três a quatro sementes por cova. Após a colheita do milho,
o caupi e o lablab permanecem se desenvolvendo até a sua senescência no
inverno, com a ocorrência de geadas. O guandu é renovado a cada 2-3 anos,
sendo que anualmente a cultura recebe uma poda leve (1 m de altura) alguns
dias antes de semear o milho. Durante o cultivo do milho, é realizada a
suplementação de água através de irrigação por aspersão. A adubação do solo
do experimento é realizada anualmente através da aplicação de 50 kg de K
2
O
e 50 kg de P
2
O
5
na ocasião da implantação do milho, incorporado na linha de
semeadura. É importante salientar que desde a instalação do experimento, em
1983, não foi realizada nenhuma aplicação de calcário ao solo. O controle de
ervas daninhas, quando necessário, é realizado pelo método químico através
de aplicação de dessecante glifosate em abril, precedendo a semeadura das
19
culturas de inverno, e em outubro, após o manejo das mesmas com rolo-faca,
precedendo a semeadura do milho.
Duas particularidades da condução do experimento são
relevantes na interpretação de alguns resultados dos estudos. Uma delas é
que, no decorrer dos 19 anos de condução do experimento, o milho foi
cultivado quatro vezes no sistema pangola, enquanto nos demais sistemas
selecionados para os estudos o milho foi cultivado todos os anos. A segunda
particularidade é que o atual sistema aveia+vica/milho, deste 1983 até 1993,
era constituído de aveia preta+trevo/milho, sendo o trevo subterrâneo
substituído pela vica a partir desta data.
20
Rep. I Rep. II Rep. III
D ND D ND D ND
5 1 8
9 7 9
2 8 2
6 2 4
3 5 3
1 4 7
7 10 10
10 6 6
8 9 5
4 3 1
5 m
8 m 8 m
Legendas:
Compactação: Adubação nitrogenada:
D = descompactado
180 kg ha
-1
N
0 kg ha
-
1
N
ND = não descompactado
Sistemas de cultura atuais:
1. Aveia + vica / milho (revolvido)
2. Aveia + milho
3. Aveia + vica / milho + caupi
4. Lablab + milho
5. Aveia + vica / milho
6. Lablab
7. Guandu + milho
8. Pousio + milho
9. Pangola
10. Solo descoberto
Sendo: milho: Zea mays; aveia preta: Avena strigosa; vica: Vicia sativa;
caupi: Vigna unguiculata subsp. Unguiculata; lablab: Lablab purpureus; guandu:
Cajanus cajan; pangola: Digitaria decumbens.
FIGURA 3.1 Sistemas de culturas que compõem o experimento, conduzido em
sistema de plantio direto.
4. ESTUDO I
Estoques de C em Argissolo Vermelho sob plantio direto afetados por
sistemas de culturas e adubação nitrogenada
4.1 Introdução
A matéria orgânica (MO) é um componente fundamental para a
qualidade e a produtividade dos solos agrícolas, apresentando marcada
influência em processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem no solo e
dando origem a várias propriedades emergentes (Addiscott, 1995). Desta
forma, é imprescindível que se busque a manutenção e/ou incremento dos
estoques de MO no solo, através de práticas de manejo que privilegiem
elevadas adições de C e N ao solo e ao mesmo tempo diminuam as suas
perdas. Para isto, sabe-se que a adoção de sistemas de culturas que
proporcionam elevadas produções de fitomassa e a adição de N ao solo via
fixação biológica ou adubação mineral são importantes estratégias de manejo
para aumentar a adição do C e N ao solo (Bayer et al., 2000a; Lovato, 2001;
Diekow, 2003). O cultivo de espécies de cobertura, especialmente leguminosas
estivais, merece ser destacado devido à elevada produção de fitomassa e à
elevada quantidade de N fixado biologicamente (Aita, 1997; Burle et al., 1997;
Amado et al., 2001). A diminuição das perdas, por outro lado, pode ser
alcançada através da adoção do sistema de plantio direto, onde o mínimo
revolvimento do solo proporciona sensíveis reduções nas taxas de
mineralização da MO e diminuição da erosão (Lovato et al., 2004). As elevadas
22
adições de C e N, em adição a menores taxas de perdas dos mesmos,
proporcionam maiores estoques destes elementos no solo (Mielniczuk et al.,
2003).
Apesar do nível de conhecimento e do significativo volume de
trabalhos sobre o efeito dos sistemas de culturas e da adubação nitrogenada
sobre a dinâmica da MO no sul do Brasil (Medeiros, 1985; Teixeira, 1988;
Pavinato, 1993; Burle et al., 1997; Bayer et al., 2000a; Bayer et al., 2000c;
Pillon, 2000; Lovato, 2001; Diekow, 2003; Mielniczuk et al., 2003), ainda
existem lacunas do conhecimento que devem ser melhor elucidadas. O
acúmulo de MO em profundidade, por exemplo, é um processo que necessita
de melhor compreensão, haja vista que as camadas mais profundas do solo
representam um importante reservatório de C para mitigação de gases de
efeito estufa, além de proporcionar melhorias das condições do solo às plantas
em profundidade. Além disso, a busca de um conhecimento sólido a respeito
da dinâmica da MO do solo se faz necessária para possibilitar a simulação de
cenários futuros da MO do solo sob diferentes manejos. Para isto, necessita-se
que os coeficientes da dinâmica da MO sejam obtidos e ajustados para serem
utilizados como parâmetros para modelagem. Nesse sentido, ressalta-se a
importância de um maior aprofundamento do conhecimento sobre o assunto,
principalmente em um momento em que o mercado de créditos de carbono
atrai a atenção não só de cientistas, mas também de governantes e
empresários de todas as partes do Planeta.
O seqüestro de C na MO do solo tem sido apontado como sendo
uma importante opção para a mitigação da emissão de gases do efeito estufa
(Lal, 2002). Devido à dinâmica das alterações nos estoques de MO a partir de
uma determinada prática de manejo no tempo ser relativamente lenta,
experimentos de longa duração são ferramentas extremamente importantes
para tais estudos. Com o avançar do tempo, as diferenças entre tratamentos
tendem a ser quantitativamente maiores e possibilitam a obtenção de novas
interpretações. Sabendo o estoque inicial de carbono no solo, a adição anual
de C pelas culturas e o estoque de C orgânico (CO) no solo num tempo t,
pode-se estimar por métodos simples as perdas anuais de CO (k
2
) e a taxa
anual do C adicionado que é incorporado na MO do solo (k
1
) (Bayer et al.,
23
2006b), permitindo a simulação de cenários futuros a respeito de estoques de
C em solo sobre determinado manejo.
Hipóteses e objetivos
As hipóteses que nortearam este estudo foram:
O acúmulo de C no solo é dependente da quantidade deste
elemento adicionada ao solo através dos sistemas de cultura e de
adubação nitrogenada mineral.
Sistemas de cultura que englobam o uso de plantas leguminosas,
especialmente leguminosas de verão, proporcionam maiores
taxas de acúmulo de C ao solo do que sistemas de cultura
compostos essencialmente por gramíneas.
O acúmulo de C em camadas mais profundas do solo em PD é
dependente, além da quantidade de C adicionada ao solo, do
teor deste elemento nas camadas superficiais do solo.
Este estudo teve por objetivos:
Avaliar o efeito do cultivo de sistemas de cultura e da adubação
nitrogenada mineral sobre os estoques de CO de Argissolo em
PD.
Estimar parâmetros da dinâmica da MO em Argissolo Vermelho
de textura franco-arenosa em plantio direto nas condições
climáticas da Depressão Central do RS.
Simular os estoques de CO visando estimar o potencial de
recuperação do solo em longo prazo sob sistemas de cultura e
adubação nitrogenada.
Verificar o ajuste do modelo unicompartimental de simulação da
dinâmica de CO no solo em experimentos de longa duração sob
manejo constante, através da comparação entre os estoques
observados e os estimados pelo modelo.
24
4.2 Material e métodos
4.2.1 Tratamentos avaliados e análises realizadas
As informações referentes ao experimento de longa duração
foram descritas no Capítulo 3 (Material e Métodos Geral).
Para este estudo, o solo foi coletado, em outubro de 2002, nos
tratamentos pousio/milho (P/M), aveia/milho (A/M), aveia+vica/milho (A+V/M),
lablab+milho (L+M), aveia+vica/milho+caupi (A+V/M+C), guandu+milho (G+M)
e pangola (Pan), sendo: milho: Zea mays L.; aveia: Avena strigosa Schreb;
vica: Vigna sativa L.; lablab: Lablab purpureum L. Sweet; caupi: Vigna
unguiculata (L.) Walp.; guandu: Cajanus cajan L. Millsp.. Nos quatro primeiros
sistemas de culturas, o solo foi amostrado nos tratamentos sem e com
adubação nitrogenada mineral, enquanto nos demais, apenas nos tratamentos
sem adubação nitrogenada. As amostras de solo foram coletadas nas camadas
de 0-2,5, 2,5-5,0, 5,0-7,5, 7,5-12,5, 12,5-17,5 e 17,5-30,0 cm. A coleta foi
realizada manualmente, com o auxílio de espátulas e transversalmente às
linhas de semeadura do milho, numa área de 20 X 40 cm. O solo foi seco ao ar,
moído e peneirado a 2 mm. Após homogeneizado, uma porção de cada
amostra foi moída em almofariz (0,5 mm) e submetida à análise de CO e N
total.
4.2.2 Análise de C e cálculo dos estoques desse elemento no
solo
O CO do solo foi analisado por combustão seca em equipamento
Shimadzu TOC-V CSH. Os estoques de CO foram calculados utilizando o
método da massa equivalente (Bayer, 2003), empregando os valores de
densidade do solo da Tabela 4.1. Os solos dos sistemas A+V/M e A+V/M+C,
que apresentaram os mesmos valores de densidade entre eles, apresentaram
maior massa na camada de 0-30 cm de profundidade que os solos dos demais
sistemas. Por isso, a massa de solo destes tratamentos foi utilizada como
referência para o ajuste da espessura de cada camada dos demais tratamentos
para atingir a massa equivalente do solo de referência.
25
TABELA 4.1 Densidade do solo sob sistemas de culturas em plantio direto.
Profundidade Sistema de cultura
P/M
1
A/M A+V/M+C L+M A+V/M G+M Pan
---- cm ----- ------------------------------------- Mg m
-3
---------------------------------
0-2,5 1,54 1,54 1,54 1,55 1,54 1,44 1,14
2,5-5,0
2
1,56 1,56 1,58 1,61 1,58 1,65 1,36
5,0-7,5 1,56 1,56 1,58 1,67 1,58 1,65 1,57
7,5-12,5 1,62 1,62 1,66 1,66 1,66 1,65 1,55
12,5-17,5 1,62 1,62 1,66 1,66 1,66 1,65 1,61
17,5-30,0 1,62 1,59 1,66 1,63 1,66 1,65 1,64
1
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, V=vica, C=caupi, L=lablab, G=guandu e
Pan=pangola;
2
Os valores das camadas 2,5-5,0, 5,0-7,5, 7,5-12,5 e 12,5-17,5 foram obtidos a partir
de densidade da camada de 2,5-7,5 e 7,5-17,5 cm, exceto L+M e pangola.
4.2.3 Produção de fitomassa pelas culturas
A avaliação de massa seca das culturas de cobertura de inverno
foi realizada em setembro de 2002. Coletou-se uma área equivalente a 0,5 m²
em cada parcela.
A adição média anual de C ao solo pelos sistemas de cultura para
o período de 1983 a 2002 foi calculada somando o aporte de fitomassa ao solo
pelo milho com os aportes das demais culturas de cobertura. Para tal, a
estimativa da adição de C pelo milho foi feita a partir de compilação dos dados
históricos de produtividade de milho dos 19 anos de condução, utilizando a
equação de Lovato (2001) para obter a adição de fitomassa do milho a partir
das produtividades de grãos. A adição média de C ao solo pelas demais
culturas foi estimada utilizando-se as médias dos dados de Bragagnolo (1986),
Testa (1989), Pavinato (1993) e Burle (1995), além dos dados coletados no
presente estudo. Utilizou-se para a estimativa da adição de C pelo milho e
pelas culturas de cobertura um teor médio de 40% deste elemento na matéria
seca. Considerou-se a contribuição média do sistema radicular em 30% do total
do C contido na parte aérea.
26
4.2.4 Estimativa dos coeficientes k
1
e k
2
Para o estudo de modelagem da matéria orgânica do solo,
utilizou-se o modelo unicompartimental proposto por Dalal & Mayer (1986), cuja
equação pode ser apresentada da seguinte forma:
)e(1)
k
k A
(eCCO
tk
2
1
tk
0
22
+=
(4.1)
onde: CO: estoque de C orgânico de determinada camada de
solo (Mg ha
-1
); C
0
= estoque de CO inicial (Mg ha
-1
); k
1
= coeficiente de
humificação (adimensional); k
2
= taxa de decomposição (ano
-1
); A = adição
anual de C pelas culturas (Mg ha
-1
); t = tempo (anos). Nesta equação,
significa a redução do CO original do solo com o passar do tempo,
enquanto (A k
tk
o
eC
2
1
/k
2
) (1 – ) equivale à contribuição do C adicionado pelas
culturas no estoque de C orgânico do solo.
tk
e
2
Os coeficientes k
1
e k
2
foram estimados a partir da relação entre o
CO do solo com a adição anual de C pelos sistemas de cultura (Figura 4.1),
através da equação linear da reta obtida (y = a + bx). O decréscimo no estoque
de C no tempo se a adição de C ao solo fosse nula, no período avaliado,
resultaria num estoque de C no solo que seria equivalente ao “a” da equação
linear e, assim sendo, poder-se-ia afirmar que “a = ”. Deste modo,
conhecendo-se o C
tk
eC
2
0
0
(estoque de C inicial) e o estoque de C no solo em t = 19
anos, pode-se obter o valor de k
2
substituindo os termos desta equação.
27
Adição de C, Mg ha
-
1
ano
-
1
C orgânico no solo, Mg ha
-1
Estoque de C inicial (t
1
)
y = a + bx
C
0
a
)e(1
k
kA
tk
2
1
2
=
tk
0
2
eC
bx
a =
FIGURA 4.1 Representação esquemática da relação entre estoque de C
orgânico do solo e adição anual de C pelas culturas e a sua
analogia ao modelo unicompartimental, utilizada para obtenção
dos coeficientes k
1
e k
2
.
De forma semelhante, o incremento no estoque de C dado pelo
aporte de C ao solo é equivalente ao termo “bx” da equação linear, e logo “bx =
(A k
1
/k
2
) (1 – )”. Substituindo os termos, pode-se estimar o valor de k
tk
e
2
1
.
No presente estudo, a estimativa de k
1
e k
2
foi realizada utilizando
dados de estoque de CO correspondentes à camada de 0-17,5 cm de
profundidade em 2002 (19 anos de condução do experimento).
A partir dos parâmetros da dinâmica do C no solo (k
1
e k
2
)
estimados e dos aportes anuais de C foram realizadas simulações dos
estoques de CO no solo no período de 40 anos pelo ajuste do modelo
unicompartimental de Dalal & Mayer (1986). Os resultados das simulações
foram comparados com resultados obtidos no 3º ano (1986), 5º (1988), 8º
(1991), 10º (1993), 16º (1999) e com os resultados obtidos no presente estudo
(19º ano, 2002). Além disso, estimaram-se os valores em que o estoque de C
sob cada sistema tenderia a estabilizar (C
e
, em Mg ha
-1
), mantidas as atuais
condições de manejo e clima, onde C
e
= (k
1
A) / k
2
.
28
4.2.5 Análise Estatística
A análise de variância para efeito de sistemas de cultura foi
realizada considerando somente os sistemas de culturas sem aplicação de N
mineral, enquanto para verificar o efeito do N, considerou-se somente os
tratamentos que foram analisados nos dois níveis de adubação nitrogenada. As
diferenças entre tratamentos foram avaliadas pelo teste de Tukey com nível de
significância de 5%. A performance dos coeficientes k
1
e k
2
obtidos foi
analisada por regressão linear entre os resultados de estoque de CO do solo
das simulações e os resultados obtidos no 19º ano para a camada de 0-17,5
cm. As análises estatísticas de falta de ajuste (lack of fit, LOFIT) e raiz
quadrada do erro (RMSE) foram utilizadas para verificar a acurácia das
simulações em relação aos dados mensurados, segundo proposição de Smith
et al. (1997) para experimentos onde há disponibilidade de dados de
repetições, através do programa MODEVAL 1.1.
4.3 Resultados e discussão
4.3.1 Efeito dos sistemas de culturas e adubação nitrogenada
nos teores e estoques de C no solo
Os sistemas de culturas proporcionaram aportes anuais médios
de C pela parte aérea e raízes variando entre 2,61 e 7,84 Mg ha
-1
(Tabela 4.2),
o que equivaleria a cerca de 6,5 a 19,6 Mg ha
-1
de massa seca se
considerarmos um teor médio de 40% de C. Na ausência de aplicação de N
mineral, os sistemas que englobam o uso de leguminosas apresentaram
maiores aportes de C do que sistemas compostos essencialmente com
gramíneas, sendo que sistemas com presença de leguminosas estivais (L+M,
G+M e A+V/M+C) destacaram-se quanto ao maior aporte em comparação ao
sistema com leguminosa hibernal (A+V/M). É importante ressaltar que as
leguminosas, além de colaborarem diretamente no aporte de C ao solo,
proporcionam uma maior disponibilidade de N no solo e, por conseguinte,
maior aporte de C ao solo pela cultura em sucessão.
29
A aplicação de 180 kg N-uréia ha
-1
ano
-1
proporcionou um
incremento no aporte de C ao solo pela cultura do milho de 0,65 a 1,21 Mg C
ha
-1
ano
-1
. A aplicação deste fertilizante teve efeito positivo sobre o aporte
anual de C nos quatro sistemas de cultura avaliados, porém, efeitos mais
pronunciados foram encontrados nos sistemas P/M e A/M (1,19 e 1,21 Mg C
ha
-1
ano
-1
, respectivamente), que não incluem o uso de leguminosas.
TABELA 4.2 Aporte anual de C (parte aérea + 30% equivalente ao aporte de
raízes) ao solo por sistemas de culturas em duas doses de
adubação nitrogenada mineral. Média de 19 anos.
Dose de N (kg ha
-1
ano
-1
) Sistema de
cultura
0 180
C. cob. ¹ Milho Total C. cob. Milho Total
----------------------------- Mg ha
-1
ano
-1
----------------------------
1. P/M
2
0,73 1,88 2,61 0,73 3,07 3,80
2. A/M 1,79 2,60 4,39 1,79 3,81 5,60
3. A+V/M 2,37 3,17 5,54 2,37 3,95 6,32
4. L+M 3,06 3,21 6,27 3,06 3,86 6,92
5. A+V/M+C 3,20 3,40 6,60 - - -
6. G+M 5,03 2,81 7,84 - - -
7. Pan 3,39 0,39
3
3,78 - - -
¹ Adição das culturas de cobertura de inverno e verão, se for o caso, com exceção do
milho;
² P=pousio, M=milho, A=aveia preta, V=vica, C=caupi, L=lablab, G=guandu e
Pan=pangola;
3
Contribuição de 4 safras de milho ao longo de 19 anos.
Os estoques de CO do solo na camada de 0-17,5 cm de
profundidade em 2002 apresentaram significativa relação (r
2
= 0,94, P <
0,0001) com a adição média anual de C ao solo pelos sistemas de culturas
(Figura 4.2). Verifica-se que, nas condições do experimento, sob clima
subtropical, solo com baixo teor de argila (220 g kg
-1
) e mínimo revolvimento do
solo devido ao emprego do sistema de plantio direto, necessita-se de uma
adição anual média de 3,70 Mg ha
-1
de C para que se consiga manter o
estoque inicial de CO, o que é equivalente à necessidade de adição de 9 Mg de
massa seca ha
-1
ano
-1
. O coeficiente linear da equação apresentada na figura,
de 23,33, representa o provável estoque de CO, em Mg ha
-1
, que o solo teria
30
ao final de 19 anos se o mesmo não tivesse recebido nenhum ou desprezível
aporte de C desde 1983.
COT = 23,33 + 1,98 C adic anual
r
2
= 0,94 P < 0,0001
Adição anual de C pelas culturas, Mg ha
-1
0123456789
Estoque de carbono orgânico, Mg ha
-1
0
24
28
32
36
40
44
48
C inicial =30,67 Mg ha
-1
3,70 Mg ha
-1
1
1
2
2
3
3
4
5
6
7
7
1. P/M
2. A/M
3. A+V/M
4. A+V/M+C
5. G+M
6. Pan
7. L+M
0 N
180 N
FIGURA 4.2 Relação entre adição anual de C pelas culturas e estoque de C
orgânico em 2002, na camada de 0-17,5 cm de profundidade, em
Argissolo Vermelho distrófico sob sistemas de culturas em plantio
direto e adubação nitrogenada há 19 anos. P=pousio, M=milho,
A=aveia preta, V=vica, C=caupi, G=guandu, Pan=pangola e
L=lablab. Nota: o sistema L+M não foi considerado na regressão.
O sistema lablab+milho não foi incluído na regressão devido a
incertezas sobre o real valor de adição de C ao solo por este sistema, já que o
lablab apresenta uma constante senescência e renovação de folhas no período
vegetativo e, portanto, a amostragem pontual no tempo possivelmente resulte
numa subestimativa do real valor de adição de C ao solo por esta cultura
Na ausência de adubação nitrogenada mineral, os sistemas de
cultura que englobam leguminosas apresentaram os maiores estoques de C
orgânico do solo (Figura 4.2). Os solos sob L+M, G+M e A+V/M+C, que são os
sistemas com presença de leguminosa de verão, obtiveram estoques de C
orgânico mais elevados que nos demais sistemas de culturas, apresentando na
31
camada de 0-17,5 cm, respectivamente, 55, 36 e 26% a mais de C orgânico do
que o sistema P/M.
A aplicação de N mineral promoveu maiores estoques de CO no
solo em comparação à ausência desta prática (Figura 4.2), sendo mais efetiva
em promover aumento dos estoques de C orgânico no solo em sistemas de
cultura que não envolvem leguminosas (P/M e A/M, média de 11,5%) do que
em sistemas com leguminosas (L+M e A+V/M, média de 5,5%). Isto indica que
nos tratamentos P/M e A/M, principalmente, a menor disponibilidade de N está
restringindo a produção de fitomassa e o conseqüente acúmulo de CO no solo.
Os incrementos encontrados são semelhantes aos de Lovato et al. (2004), que
encontraram aumento no estoque de CO na camada de 0-17,5 cm de 6,8 e 5%
para os sistemas A/M e A+V/M, respectivamente, em função da adubação
nitrogenada, no experimento adjacente ao do presente estudo. Convém
ressaltar que tais incrementos nos estoques de CO são desejáveis
agronomicamente, porém, com relação à mitigação das emissões dos gases do
efeito estufa, quando os incrementos se dão às custas de aplicações de N
mineral, há de se levar em consideração os custos de C para produção e
aplicação do fertilizante, podendo resultar em efeito líquido negativo no
seqüestro de C (Lal, 2004a; Zanatta et al., In press).
O ciclo do C no sistema solo-planta está intimamente ligado ao
ciclo do N. Por isso, quando se objetiva a recuperação dos estoques de MO de
um solo degradado, a adição de N ao sistema é um passo fundamental. Entre a
utilização de fertilizantes nitrogenados minerais e a inclusão do cultivo de
plantas leguminosas no sistema de rotação de culturas, o que se observa é que
o N adicionado via fixação simbiótica é mais eficiente que o N via fertilizante
em promover acúmulo de C no solo. Um exemplo disto pode ser obtido ao se
observar o sistema A/M 0 N. Com a adição anual de 180 kg ha
-1
de N-uréia, o
estoque de CO na camada de 0-17,5 passou de 31,42 para 35,39 Mg ha
-1
, o
que equivale a um aumento de 1,16 kg de C fixado para cada kg de N-uréia
adicionado. Por outro lado, a adição de vica no sistema A/M proporcionou
aumento no estoque de CO de 31,42 para 33,36 Mg ha
-1
. Em experimento
adjacente ao do estudo, Lovato (2001) verificou que a vica fixou biologicamente
68 kg N ha
-1
ano
-1
na média de 13 anos. Pressupondo que este valor é
semelhante à quantidade de N fixada biologicamente pela vica no presente
32
estudo, tal fixação promoveu o aumento de 1,9 kg de CO no solo para cada kg
de N fixado. Sendo assim, a eficiência do N em acumular C foi 66% maior
quando o N foi proveniente da fixação biológica do que quando adveio de
aplicação de fertilizante mineral. Possivelmente, isto ocorra devido à sincronia
entre a oferta de N e a demanda pelas plantas. No caso do fertilizante mineral,
embora este seja aplicado de forma parcelada em duas aplicações no milho,
pode haver baixa eficiência no aproveitamento deste nutriente pelas plantas. O
N fixado pela associação simbiótica é adicionado ao solo já em formas
orgânicas. Possivelmente, quantidade significativa do N aplicado via fertilizante
deve estar sendo perdida por volatilização de amônia e lixiviação de nitrato e,
neste último caso, as conseqüências em relação a lençóis freáticos e
contaminação de águas potáveis pode ser um sério problema.
Em todos os sistemas de culturas, os teores são mais elevados
nas camadas próximas à superfície do solo, reduzindo gradativamente à
medida que aumenta a profundidade (Figura 4.3). Este comportamento é
esperado em sistemas conservacionistas como o plantio direto, onde há
mínimo revolvimento do solo no ato de semeadura e, portanto, pouca
incorporação mecânica dos resíduos vegetais. Além disso, percebe-se uma
tendência de que sistemas de culturas que apresentam maiores teores de CO
na camada superficial proporcionam teores mais elevados em subsuperfície e,
com o passar do tempo, os teores das camadas mais profundas também
passam a diferir estatisticamente. Na média, quando comparados com a
camada superficial (0-2,5 cm), as concentrações de CO reduziram-se a
aproximadamente 75% na camada de 2,5-5,0 cm e a 50% nas camadas de
12,5-17,5 e 17,5-30,0 cm. Além da contribuição do sistema radicular, os
maiores teores de MO em superfície alimentam a fauna do solo, favorecendo a
abertura de galerias e a incorporação da MO em profundidade, bem como a
descida de CO solúvel. A diferença estatística dos teores de CO entre os
sistemas de cultura na camada mais profunda avaliada (17,5-30,0 cm) reforça
a idéia de que, embora a maior variação no conteúdo de CO em solos sob
plantio direto se dê nas camadas superficiais, estudos da dinâmica da MO
33
Carbono orgânico, g kg
-1
0 5 10 15 20 25 30
Profundidade, cm
0,0
2,5
5,0
7,5
12,5
17,5
30,0
P/M
A/M
AV/MC
L+M
A+V/M
G+M
Pan
ns
Média de culturas
Carbono orgânico, g kg
-1
01015202
Profundidade, cm
5
0,0
2,5
5,0
7,5
12,5
17,5
30,0
0 kg ha
-1
N
180 kg ha
-1
N
ns
ns
*
*
*
*
FIGURA 4.3 Teor de carbono orgânico em Argissolo Vermelho distrófico em
plantio direto sob diferentes sistemas de cultura e adubação
nitrogenada mineral há 19 anos. P=pousio, M=milho, A=aveia
preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e G=guandu. ns = não
significativo. Barras horizontais demonstram diferença mínima
significativa pelo teste de Tukey 5%. * = difere significativamente
pelo teste de Tukey 5%.
34
em experimentos de longa duração devem, necessariamente, englobar
camadas ainda mais profundas, devido à considerável quantidade de CO que
pode estar armazenada nestas camadas.
O efeito da adubação nitrogenada sobre o incremento nos teores
de CO no perfil se restringiu às camadas mais superficiais do solo,
apresentando apenas uma tendência de acúmulo de C nas camadas mais
profundas do solo devido à aplicação de N mineral.
O armazenamento do C no solo em camadas mais profundas
amplia o potencial do PD e das culturas de cobertura no seqüestro de CO
2
na
forma de CO, contribuindo para melhoria das propriedades químicas, físicas e
biológicas do solo também em camadas mais profundas. Na Tabela 4.3 estão
demonstrados os estoques de CO da camada de 0-17,5 cm em comparação à
camada de 0-30 cm de profundidade. Por diferença, verificou-se que o solo da
camada de 17,5-30 cm (que representa em torno de 41% do solo presente em
0-30 cm de profundidade) continha cerca de 36 e 37% do CO total da camada
de 0-30 cm de profundidade, na média dos sistemas de cultura sob 0 e 180 kg
N ha
-1
ano
-1
, respectivamente, o que é um valor bastante significativo. Diekow
et al. (2005a) avaliaram a camada de 0-107,5 cm de profundidade do solo sob
plantio direto no mesmo experimento do presente estudo e verificaram que as
camadas mais profundas atuaram como fonte ou dreno de C-CO
2
atmosférico,
dependendo do sistema de culturas empregado. Os autores verificaram que o
sistema G+M, por exemplo, apresentou um acúmulo de 21,2 Mg ha
-1
de C em
relação ao sistema A+V/M com aplicação de N mineral, sendo 63% deste
acúmulo em profundidades maiores que 17,5 cm. Além do efeito de sistemas
de culturas, diferentes sistemas de preparo podem fazer com que as camadas
profundas do solo atuem como dreno ou fonte de C-CO
2
atmosférico, sendo
que têm sido encontrado maiores estoques de CO nas camadas profundas de
solo sob plantio direto do que sob preparo convencional (Sisti et al., 2004;
Jantalia et al., In press).
35
TABELA 4.3 Estoque de carbono orgânico em Argissolo Vermelho distrófico
sob sistemas de culturas em plantio direto e adubação
nitrogenada mineral há 19 anos.
Sistema de Camada do solo considerada
cultura 0-17,5 cm 0-30 cm
0 N
1
180 N Média 0 N 180 N Média
----------------------------------- Mg ha
-1
------------------------------
1. P/M
2
29,11 c
3
32,11 30,61 B 49,99 b 53,71 51,85 B
2. A/M
30,93 bc 34,83 32,88 B 50,12 b 54,53 52,32 B
3. L+M
45,23 a 47,56 46,40 A 67,80 a 69,07 68,43 A
4. A+V/M
33,36 bc 35,29 34,32 B 53,14 b 56,62 54,88 B
5. A+V/M+C
36,68 ab - - 58,10 ab - -
6. G+M
39,59 abc - - 60,48 ab - -
7. Pangola
30,18 bc - - 51,13 b - -
Média
35,01 37,44 - 55,82 58,48 -
1
0 N e 180 N = 0 e 180 kg N-uréia ha
-1
ano
-1
, respectivamente;
2
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e G=guandu;
3
Médias seguidas de diferentes letras na coluna diferem pelo teste de Tukey ao nível
de 5% de significância.
4.3.2 Evolução do conteúdo de C do solo no tempo
Em razão do intenso revolvimento do solo nos anos anteriores, na
implantação do experimento o solo se encontrava com teor de C orgânico de
11,38 g kg
-1
na camada de 0-17,5 cm do solo (Figura 4.4), o que corresponde a
um valor relativamente baixo (CQFS RS/SC, 2004). Devido a isto, a
implantação dos sistemas de culturas promoveu, em geral, aumento nos teores
de C do solo já a partir do 3º ano de condução do experimento. Nas avaliações
subseqüentes, praticamente não houve mudança na ordem dos sistemas de
cultura quanto aos teores, ou seja, os sistemas de cultura que tenderam a um
maior incremento dos teores de C do solo nos 3 primeiros anos são
praticamente os mesmos sistemas de cultura que apresentam maiores teores
no 19° ano, e vice-versa.
36
0-17,5 cm
Tempo de condução, anos
0 3 5 8 10 16 19
Teor de CO, g kg
-1
0
8
10
12
14
16
18
20
P/M
A/M
L+M
A+V/M
A+V/M+C
G+M
11,38
FIGURA 4.4 Teor de C orgânico na camada de 0-17,5 cm de Argissolo
Vermelho distrófico em plantio direto sob sistemas de culturas e
sem adubação nitrogenada mineral durante 19 anos. Dados
obtidos de Medeiros (1985), Teixeira (1988), Testa (1989),
Pavinato (1993), Burle (1995), Pillon (2000) e obtidos neste
trabalho. Barras verticais demonstram diferença mínima
significativa pelo teste de Tukey 5%. P=pousio, M=milho, A=aveia
preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e G=guandu.
O solo nos sistemas P/M e A/M apresentou os menores teores de
C no 19° ano, sendo inclusive menores que o teor original, o que se deve ao
reduzido aporte anual de fitomassa ao solo pelas culturas destes sistemas. O
sistema G+M apresentou uma redução destacada nos teores de CO nos
últimos nove anos apresentados. A razão para este decréscimo é que, a partir
do 10° ano de condução, aproximadamente, começou-se a manejar o guandu
de forma a privilegiar a adição de fitomassa pelo mesmo em detrimento à
produtividade de milho. Por isso, a participação do milho na adição de
fitomassa passou a ser pequena se comparada ao total adicionado ao solo por
este sistema de culturas. Apesar da grande quantidade de fitomassa aportada
pelo guandu, esta apresenta uma relação C/N baixa e decomposição
37
relativamente rápida, o que pode ter favorecido a diminuição do teor de C a
partir do 10° ano.
4.3.3 Modelagem dos estoques de C no solo
Os parâmetros da equação linear que relaciona a adição média
anual de C ao solo pelos sistemas de culturas e os estoques de CO do solo na
camada de 0-17,5 cm de profundidade em 2002 (Figura 4.1) foram utilizados
para a obtenção dos parâmetros da dinâmica da MO no solo. Estimou-se um k
2
de 0,0144, ou seja, nas condições do estudo, aproximadamente 1,4% do C
orgânico do solo foi perdido anualmente por decomposição microbiana,
supondo-se que as perdas por erosão e lixiviação no experimento sejam
desprezíveis. O k
1
obtido, por sua vez, foi de 0,1191, o que significa que
aproximadamente 12% do C adicionado permaneceu efetivamente retido no
solo na forma de MO.
O valor obtido para o k
1
, de 11,9%, encontra-se dentro do
intervalo de valores médios de k
1
de 7,7 e 23% para parte aérea das culturas
citado por Bolinder et al. (1999) e Gregorich et al. (1995), que reportam um
valor médio de 12,2%. Balesdent & Balabane (1996) ressaltam, porém, que
valores de k
1
do sistema radicular são geralmente maiores que os da parte
aérea, devido ao maior teor de lignina das raízes e à proteção física exercida
pelos agregados do solo sobre esses resíduos. Após 13 anos de condução de
um experimento em área adjacente ao do presente estudo, Lovato et al. (2004)
encontraram valor de k
1
de 14,6% para o solo em PD, o que é bem próximo do
valor encontrado no presente estudo. Possivelmente, a qualidade dos resíduos
vegetais aportados ao solo no presente estudo favoreça um menor coeficiente
de humificação, devido à maior labilidade do material em virtude de haver
maior presença de leguminosas em comparação ao o experimento avaliado por
Lovato et al. (2004).
O valor de k
2
obtido, por sua vez, foi um pouco menor que valores
citados na literatura. Valores de K
2
podem variar desde menos de 2% em
regiões temperadas e frias (Balesdent et al., 1990) a até 10% em regiões
tropicais (Cerri, 1986). Em condição subtropical do Sul do Brasil, em área
adjacente à do presente estudo, Bayer (1996) determinou valor de k
2
em solo
38
sob plantio direto de 2,9%, utilizando um valor fixo para o k
1
de 20%. Lovato et
al. (2004), estimando conjuntamente os valores de k
1
e k
2
, encontraram um
valor de k
2
de 1,9% em PD, o que também é ligeiramente maior do que o valor
de 1,44% estimado no presente estudo.
4.3.4 Simulação dos estoques de C orgânico no solo
Uma vez estimados o k
1
e k
2
, calculou-se os estoques de C do
solo para t = 19 anos pelo modelo unicompartimental (Tabela 4.4), através da
soma do C original remanescente (C
orig
= C
0
tk
e
2
) e do C proveniente das
culturas (C
cult
= k
1
A/k
2
(1- ), e estes foram comparados aos estoques de C
observados (Figura 4.5). Verificou-se que a regressão apresentou elevado
coeficiente de determinação (r² = 0,96, P < 0,0035) e boa relação de grandeza
de valores, dada pelo valor do coeficiente angular da reta (b) próximo a 1. Isto
indica que os coeficientes k
tk
e
2
1
e k
2
obtidos em experimentos de longa duração e
o modelo unicompartimental utilizado são coerentes com a dinâmica do C no
solo, podendo ser utilizados para a estimativa dos estoques de C em cenários
futuros sob diferentes manejos de solo.
TABELA 4.4 Estoques de C orgânico do solo observados e estimados pelo
modelo.
C orgânico no solo no 19° ano (0-17,5 cm) C
e
³
Sistema de
cultura
Observado Estimado
C total C total C original ¹ C culturas ²
-------------------------------- Mg ha
-1
-------------------------------------
P/M
4
29,11 27,15 21,98 5,17 21,58
A/M 30,93 30,67 21,98 8,69 36,31
A+V/M 33,36 32,94 21,98 10,96 45,82
A+V/M+C 36,68 35,05 21,98 13,07 54,59
G+M 39,59 37,50 21,98 15,52 64,84
¹ C orgânico original remanescente até o 19º ano;
² C proveniente das culturas acumulado no solo;
³ Estoque de C orgânico total a que o solo tende após longo período sob os diferentes
sistemas de manejo; C
e
= (k
1
A) / k
2
;
4
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e G=guandu.
39
C orgânico observado, Mg ha
-1
0 2628303234363840
C orgânico estimado, Mg ha
-1
0
26
28
30
32
34
36
38
40
r = 0,98 (P < 0,0035)
FIGURA 4.5 Relação entre os estoques de C orgânico observados
analiticamente e os estoques de C orgânico estimados pelo
modelo na camada de 0-17,5 cm no 19° ano do experimento.
Os resultados obtidos pelo modelo unicompartimental (Tabela
4.4) indicaram que do estoque de CO estimado para a camada de 0-17,5 cm
de solo, cerca de 22 Mg de CO ha
-1
seriam provenientes do C original que
remanesceu após os 19 anos de cultivo. Este valor é semelhante ao valor de
23,3 Mg ha
-1
obtido a partir da equação linear da Figura 4.2. Além disso, o
modelo indicou que o CO que foi adicionado pelas culturas durante este
período e acumulou no solo variou de 5,17 Mg ha
-1
no sistema P/M a 15,52 Mg
ha
-1
no sistema G+M. Portanto, no sistema G+M, cerca de 40% do CO
presente no solo na camada de 0-17,5 cm após 19 anos de cultivo seria
proveniente das adições de C por estas duas espécies que constituem este
sistema.
Segundo o modelo, o solo sob G+M tenderá a ter seu estoque de
C estabilizado no valor de cerca de 65 Mg ha
-1
, apresentando o maior valor de
40
C
e
entre os sistemas avaliados, enquanto, no extremo inferior, o estoque de C
do sistema P/M tenderá a cerca de 21 Mg ha
-1
, o que equivale a menos de um
terço do estoque do G+M na camada de 0-17,5 cm de profundidade. São mais
de 40 Mg ha
-1
de C que deixam de ser fixadas no solo considerando apenas a
camada de 0-17,5 cm, e este valor seria ainda maior se considerasse também
na estimativa as camadas mais subsuperficiais, como indicado na Figura 4.3 e
em literatura (Jantalia et al., In press; Sisti et al., 2004; Diekow et al., 2005a).
Estes resultados evidenciam a importância de se utilizar sistemas de cultura
que proporcionam elevadas adições de fitomassa ao solo e de se utilizar
cultivos em consórcio quando se objetiva manter ou elevar os estoques de MO
no solo. Com a inclusão da aveia preta no sistema de rotação P/M, o valor
estimado de C
e
aumentaria de cerca de 21 para 36 Mg ha
-1
(equivalente a 70%
de aumento), mas este valor ainda poderia ser elevado expressivamente se
alguma espécie leguminosa fosse adicionada ao sistema de rotação.
A simulação dos estoques de C no solo no período de 40 anos a
partir do início do experimento em 1983 (Figura 4.6) foi realizada através da
equação 1, utilizando-se os valores de k
1
e k
2
estimados neste estudo e valores
de adição anual de C pelas culturas da Tabela 4.4. De forma geral, os valores
estimados se encontram próximos dos valores observados. O sistema G+M,
entretanto, apresentou maior variação nos estoques de CO do solo
observados, por razões discutidas anteriormente, e que não foi acompanhada
pela tendência dos valores simulados.
41
P/M
Carbono orgânico, Mg ha
-
1
0
10
20
30
40
50
C original
C da cultura
C total
Valores observados
A/M
A+V/M
Tem
p
o
,
anos
0 1020304050
0
10
20
30
40
50
A+V/M+C
Tem
Carbono orgânico, Mg ha
-
1
0 1020304050
p
o
,
anos
G+M
Tem
p
o
,
anos
0 1020304050
Carbono orgânico, Mg ha
-
1
0
10
20
30
40
50
FIGURA 4.6 Simulação dos estoques de C total, C original e C advindo dos
sistemas de culturas no período de 40 anos a partir do início do
experimento em 1983, em Argissolo Vermelho distrófico em PD
sob sistemas de culturas. Barras verticais representam o erro
padrão dentro de cada sistema de culturas em cada ano (n=3).
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, V=vica, C=caupi e G=guandu.
42
Para avaliar a acurácia das simulações em relação aos resultados
observados, as análises estatísticas de falta de ajuste (lack of fit, LOFIT) e raiz
quadrada do erro médio foram utilizadas, segundo a proposição de Smith et al.
(1997) para experimentos onde há disponibilidade de repetições (Tabela 4.5).
O teste de F para significância do LOFIT indicou que, nos sistemas A/M, A+V/M
e A+V/M+C (F < F
5%
), o erro total nos valores simulados era significativamente
menor do que o erro inerente dos valores observados no campo. Com exceção
do G+M, os demais sistemas avaliados apresentaram RMSE < RMSE 95%,
indicando que os valores simulados se encontram dentro do intervalo de
confiança (95%) dos resultados mensurados. Portanto, de forma geral, a
estimativa dos coeficientes k
1
e k
2
e a posterior simulação utilizando os valores
destes coeficientes no modelo unicompartimental demonstraram que a
metodologia é viável e condizente com a dinâmica do C no solo nas condições
do estudo.
TABELA 4.5 Análises de falta de ajuste (LOFIT) e raiz quadrada do erro médio
(RMSE) para avaliar a acurácia da simulação realizada pelo
modelo unicompartimental utilizando os coeficientes k
1
e k
2
.
Sistema de
cultura
(a)
n
(b)
LOFIT F
(c)
F
5%
RMSE
(d)
RMSE 95%
P/M 6 54,56 3,77 3,00 6,08 8,69
A/M 6 49,26 1,95 3,00 5,47 10,53
A+V/M 5 65,81 2,06 3,33 6,50 14,41
A+V/M+C 6 64,51 2,28 3,00 5,57 10,23
G+M 6 291,19 8,31 3,00 10,81 10,41
(a)
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, V=vica, C=caupi e G=guandu.
(b)
Número de avaliações (anos dentro do período de condução do experimento)
considerados nas análises estatísticas.
(c)
O teste F determina a significância da falta de ajuste (LOFIT). Valores de F < F
5%
indicam que os valores simulados não diferem significativamente dos valores
observados.
(d)
Valores de RMSE menores que RMSE 95% indicam que os valores das simulações
se encontram dentro dos intervalos de confiança (95%) dos valores observados.
43
4.4 Conclusões
A inclusão de leguminosas nos sistemas de culturas proporcionou
maiores estoques de CO no solo, com destaque para as leguminosas estivais.
A adubação nitrogenada mineral favoreceu maiores estoques de
CO no solo, principalmente nos sistemas de cultura compostos exclusivamente
por gramíneas.
A adição anual de C ao solo por sistemas de culturas necessária
para manter os estoques de C foi de 3,70 Mg ha
-1
ano
-1
, o que é equivalente a
mais de 9 Mg de massa seca ha
-1
ano
-1
.
É viável a estimativa aproximada do coeficiente de humificação e
da taxa de decomposição da MO no solo a partir de experimentos de longa
duração, nos quais são conhecidos o estoque inicial de CO do solo, a adição
anual média de C pelas culturas e os estoques de CO do solo em um
determinado tempo de condução do experimento. Os resultados gerados pelo
modelo unicompartimental foram adequados com os valores observados.
5. ESTUDO II
Índice de Manejo de Carbono baseado em fracionamento físico da matéria
orgânica do solo em um Argissolo sob sistemas de cultura em plantio
direto há 19 anos
5.1 Introdução
Tanto o estoque quanto a labilidade do carbono orgânico (CO) do
solo influenciam diretamente a capacidade de auto-organização do sistema
solo, já que a atividade de microrganismos heterotróficos, dependente do
estoque e da labilidade do CO presente, determina os fluxos de energia no
solo, influenciando as suas propriedades físicas, químicas e biológicas
(Addiscott, 1995; Blair & Crocker, 2000; Vezzani, 2001). Estes dois
componentes da matéria orgânica (MO) – quantitativo e qualitativo – podem
ser integrados no Índice de Manejo de Carbono (IMC) originalmente proposto
por Blair et al. (1995), o qual pode ser empregado como uma ferramenta útil
para indicar qualidade de sistemas de manejo de solo (Blair et al., 1995;
Diekow et al., 2005a).
Em solos subtropicais submetidos ao manejo conservacionista, o
estoque de C (Bayer et al., 2000a, c; Lovato et al., 2004) e o conteúdo de C
lábil (Lefroy et al., 1993; Bayer et al., 2001, 2002a,b) são notavelmente
dependentes da adição anual de C ao solo pelos sistemas de culturas. Por
isso, rotações de culturas com espécies de elevada produção de fitomassa e
45
cultivo de leguminosas como culturas de cobertura são práticas recomendadas
para promover uma melhoria extra na qualidade do solo sob sistemas
conservacionistas de manejo. Entretanto, apesar da existência de um razoável
número de experimentos de sistemas de preparo conservacionistas de longa
duração e de dados gerados, poucos são os estudos de qualidade do solo que
integraram o estoque e a labilidade do C em um único indicador, como o IMC.
A labilidade do C é a razão entre a quantidade de C lábil e não
lábil, sendo este último estimado por diferença entre o estoque de CO total e o
conteúdo de C lábil. Entretanto, a concentração de 333 mmol L
-1
de KMnO
4
empregada por Blair et al. (1995) para estimativa do C lábil pelo método de
oxidação é, frequentemente, muito forte e pouco sensível para detectar
mudanças na labilidade do C em alguns solos tropicais e, portanto,
concentrações mais baixas de KMnO
4
têm sido propostas objetivando
discriminar melhor a labilidade de C entre os mesmos (Shang e Tiessen, 1997;
Weil et al., 2003). A necessidade de calibração no que diz respeito à
concentração da solução, tempo de reação e umidade da amostra para cada
tipo de solo (Shang e Tiessen, 1997; Weil et al., 2003), bem como a oxidação
de KMnO
4
devido à presença de luz ou MnO
2
(Blair et al., 1995) constituem
dificuldades relacionadas ao emprego deste método de oxidação para
determinação da labilidade do C do solo. Tais dificuldades podem ser a
principal razão pelo qual o IMC, que depende da estimativa da labilidade do C,
não tem sido amplamente adotado em estudos de avaliação de qualidade do
solo.
Neste contexto, o fracionamento físico da MO do solo pode ser
utilizado na determinação do conteúdo de C lábil – e portanto na labilidade de
C – em diferentes solos, superando os problemas relacionados com o método
de fracionamento por oxidação com KMnO
4
e, por conseguinte, facilitando a
adoção do IMC. Apesar dos princípios destas técnicas serem completamente
diferentes e de que o C lábil determinado por fracionamento físico não
corresponde exatamente ao determinado pela oxidação com KMnO
4
, a idéia
principal é de que ambos os métodos permitem a estimativa de um índice
relativo de labilidade de C, possibilitando a avaliação comparativa da qualidade
de sistemas de manejo. Além disso, o fracionamento físico pode estar mais
adequado para estimativa de estoques de C lábil do que a oxidação por KMnO
4
46
porque o C lábil determinado por métodos de fracionamento físico parece estar
mais relacionado com as funções deste C com as características químicas,
físicas e biológicas do solo (Six et al., 1998; Blair & Crocker, 2000; Conceição,
2006). Este fato, adicionado às vantagens práticas da realização do
fracionamento físico, indica o grande potencial desta técnica para a estimativa
da labilidade do C.
O fracionamento físico é baseado na densidade e/ou no tamanho
das partículas de MO (Christensen, 1992). A fração leve obtida no
fracionamento densimétrico é composta principalmente de resíduos de plantas,
raízes e hifas de fungos em diferentes estágios de decomposição (Gregorich &
Janzen, 1996; Baldock & Skjemstad, 2000; Dieckow et al., 2005b; Dieckow et
al., 2006). Por apresentar uma taxa de ciclagem mais elevada do que a fração
pesada (Balesdent, 1996), considera-se que a fração leve contém maior
proporção de C lábil. A fração grosseira obtida no fracionamento
granulométrico apresenta características similares e é também considerada
como contendo C lábil (Cambardella & Elliot, 1992; Christensen, 1996; Feller &
Beare, 1997).
Hipóteses e objetivos
As hipóteses que nortearam este estudo foram:
Métodos de fracionamento físico para determinação da labilidade
da MO do solo são mais sensíveis às mudanças na fração lábil
decorrentes do manejo do solo que métodos químicos,
possibilitando serem utilizados na estimativa do Índice de Manejo
de C.
A labilidade da MO aumenta em solo sob plantio direto submetido
a sistemas de cultura com alto aporte de C e N.
A presença de leguminosas em sistemas de culturas e a
adubação nitrogenada favorecem o aumento tanto do estoque de
CO total quanto de frações lábeis no solo e, por conseguinte,
promovem qualidade ao mesmo.
47
Este estudo teve por objetivos:
Avaliar o fracionamento físico granulométrico e densimétrico da
MO do solo para estimativa da labilidade do C do solo como
métodos alternativos ao método de oxidação convencional.
Verificar a relação entre a adição anual de resíduos ao solo pelos
sistemas de culturas e os índices de estoque e de labilidade do C
em solo sob plantio direto.
Avaliar a relação entre os índices de manejo de C e as
características químicas, físicas e biológicas de um Argissolo sob
diferentes sistemas de cultura em plantio direto e fertilização
nitrogenada mineral há 19 anos.
5.2 Material e métodos
5.2.1 Tratamentos e análise de C
As informações referentes ao experimento de longa duração e as
coletas de solo foram descritas no Capítulo 3 (Material e Métodos Geral).
Para o estudo II, as análises foram realizadas em amostras de
solo dos sistemas aveia/milho (A/M), aveia+vica/milho (A+V/M),
aveia+vica/milho+caupi (A+V/M+C) e guandu+milho (G+M). Os dois primeiros
sistemas de cultura foram avaliados sem e com adubação nitrogenada mineral
(0 e 180 kg N ha
-1
ano
-1
), enquanto os dois últimos foram avaliados somente na
ausência da adubação nitrogenada.
Amostras de solo da camada de 0-12,5 cm foram coletadas em
outubro de 2002, imediatamente antes da dessecação das espécies de inverno
e semeadura do milho. Portanto, no momento da amostragem, havia sobre o
solo resíduos de aveia preta no sistema A/M, aveia preta e vica no sistema
A+V/M e A+V/M+C e resíduos de guandu no sistema G+M, em quantidades de
1,8, 2,4 e 5,0 Mg C ha
-1
. A aveia e a vica encontravam-se nos estádios
fenológicos de grão leitoso e pleno florescimento, respectivamente, enquanto o
caupi encontrava-se em estádio vegetativo. As amostras de solo foram
coletadas manualmente com o auxílio de espátulas e de forma transversal às
linhas de semeadura do milho, sob um retângulo de 20 X 40 cm. O solo foi
48
seco ao ar, moído e peneirado a 2 mm. O solo de uma área sob campo nativo
adjacente ao experimento, onde Paspalum sp. e Andropogon sp. eram os
gêneros de plantas predominantes, foi também amostrado na mesma
profundidade e foi utilizado como referência do efeito dos sistemas de manejo
no estoque e labilidade de CO do solo. A concentração de CO foi determinada
por combustão seca utilizando um analisador de CO total Shimadzu VCSH. O
carbono lábil foi determinado através de oxidação por KMnO
4
ou por
fracionamento físico.
Algumas características físicas, químicas e biológicas do solo sob
diferentes sistemas de cultura em plantio direto, obtidas a partir de estudos
anteriores realizados no mesmo experimento de longa duração, são
apresentados na Tabela 5.1.
5.2.2 Oxidação química com KMnO
4
Duas concentrações de KMnO
4
foram utilizadas: a concentração
original de 333 mmol L
-1
sugerida por Blair et al. (1995) e uma concentração
mais baixa, de 60 mmol L
-1
, proposta neste estudo como sendo mais sensível
para determinar C lábil, de acordo com sugestões de Shang & Tiessen (1997) e
Weil et al. (2003).
Amostras de solo contendo 15 mg de CO foram dispostas em
frascos snap-caps de 100 mL, aos quais foram adicionados 25 mL de solução
de KMnO
4
, ajustada nas concentrações de 333 ou 60 mmol L
-1
. As suspensões
foram agitadas horizontalmente por uma hora (60 ciclos min
-1
) e centrifugadas
em 715 g por 5 minutos. A solução sobrenadante foi separada, diluída com
água destilada nas proporções de 1:1000 e 1:250 para as concentrações de
KMnO
4
333 e 60 mmol L
-1
, respectivamente, e então a absorbância em 565 nm
foi determinada através de um colorímetro (Spectronic 20 Genesys). A
depleção da concentração de KMnO
4
foi diretamente relacionada com a
concentração de C oxidado, denominado como C lábil do solo, assumindo que
1 mmol L
-1
de MnO
4
-
é consumido para oxidar 9 mg de C. A fim de evitar a
fotooxidação do KMnO
4
, cuidados foram tomados para impedir a incidência de
luz na solução.
49
TABELA 5.1 Adição anual de C (parte aérea), produtividade média de grãos de milho e características químicas, físicas e biológicas
de Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação nitrogenada mineral.
Sistema de cultura
(b)
Parâmetro
N
mineral
Tempo
(a)
Profundidade
A/M A+V/M A+V/M+C G+M
(kg ha
-1
) (anos) (cm)
Adição anual de C (Mg ha
-1
ano
-1
)
(c)
0 19 - 3,4 4,3 5,1 6,0
180 19 - 4,3 4,9
Produtividade média de milho (Mg ha
-1
)
(c)
0 19 - 2,4 3,8 4,4 4,7
180 19 - 7,1 6,9 - -
Características de solo
Biológicas
(d)
Biomassa microbiana (mg C-CO
2
kg solo
-1
) 0 17 0-10 410 - 469 428
Respiração microbiana (mg C-CO
2
kg solo
-1
) 0 17 0-10 100 - 135 154
β-glucosidase (μg ρ-nitrofenol g solo
-1
)
0 17 0-10 97 - 135 146
Urease (μg N-NH
4
g solo
-1
)
0 17 0-10 40 - 51 53
Fosfatase ácida (μg ρ-nitrofenol g
-1
h
-1
)
0 17 0-10 404 - 518 617
Amidase (μg N-NH
4
g solo
-1
)
0 17 0-10 199 - 228 267
Arilsulfatase (μg ρ-nitrofenol g solo
-1
h
-1
)
0 17 0-10 134 - 169 209
Químicas
N orgânico (Mg ha
-1
)
(e)
0 19 0-7,5 1,4 1,7 1,8 2,0
CTC efetiva (cmol
c
kg
-1
) solo
(f)
0 10 0-2,5 4,2 4,3 5,0 7,5
CTC pH 7,0, cmol
c
kg
-1
solo
(f)
0 10 0-7,5 7,2 7,7 7,8 10,0
Físicas (agregados)
(g)
DMP seco (mm)
(h)
0 10 0-7,5 3,4 - 4,4 4,6
DMP úmido (mm)
(h)
0 10 0-7,5 1,5 - 1,7 2,6
Macroagregados > 0,025 mm, %
0 10 0-7,5 70,3 - 73,7 74,4
(a)
Refere-se à idade do experimento quando a informação foi obtida;
(b)
M=milho, A=aveia preta, V=vica, C=caupi e G=guandu;
(c)
Média obtida de compilação a
partir de dados históricos (não publicados);
(d)
Schmitz (2003);
(e)
Zanatta et al. (2003);
(f)
Burle et al. (1997);
(g)
Méndez (1996);
(h)
Diâmetro médio ponderado.
50
5.2.3 Fracionamentos físicos densimétrico e granulométrico
Para o método densimétrico, baseado em Six et al. (1998), uma
suspensão com 20 g de solo (seco ao ar e peneirado a < 2 mm) e 70 mL de
solução de iodeto de sódio (NaI, densidade de 1,8 Mg m
-3
), em um tubo de
centrífuga, foi sonicada até completa dispersão do solo, empregando um nível
de energia de 250 J mL
-1
. Após a centrifugação da suspensão a 2000 g por 30
min, o sobrenadante contendo a fração leve foi filtrada a vácuo através de filtro
de fibra de vidro de 0,45 µm (Whatman 1822, previamente seco a 50
o
C e
pesado). O filtro mais a fração leve de cada amostra foram enxagüados com
água destilada para remover os sais de NaI, secos a 50
o
C, moídos em um gral
de ágata e analisados quanto ao C orgânico total presente utilizando o
analisador de CO total Shimadzu VCSH.
Para o fracionamento granulométrico, 20 g de solo (seco ao ar e
peneirado a < 2 mm) e 70 mL de solução de hexametafosfato de sódio foram
dispostos em frascos snap-cap de 100 mL de capacidade e foram agitados
horizontalmente por 15 h (60 ciclos min
-1
). A suspensão foi peneirada em
peneira de 53 µm e a fração grosseira retida foi enxagüada com aspersão de
água destilada, seca a 50 ºC, moída e analisada quanto ao CO total
(Cambardella & Elliott, 1992).
5.2.4 Índice de Manejo de Carbono (IMC)
O IMC foi obtido de acordo com os procedimentos matemáticos
sugeridos por Blair et al. (1995), os quais estão presentes abaixo:
IMC = IEC x IL x 100 (5.1)
onde IEC é o índice de estoque de C e IL é o índice de labilidade. O IEC e o IL
são calculados conforme segue:
referência na orgânicoC
tratamento no orgânicoC
IEC =
(5.2)
51
referêncianaL
tratamento noL
IL =
(5.3)
onde L refere à labilidade do C, calculado como:
lábil não orgânico C
lábil orgânico C
L =
(5.4)
O solo sob campo nativo foi utilizado como referência e um
IMC=100 foi atribuído para este tratamento. O C lábil foi considerado como
sendo a porção de CO que foi oxidada por KMnO
4
60 ou 333 mmol L
-1
no
método de fracionamento químico, a fração leve no fracionamento
densimétrico, ou a fração grosseira no fracionamento granulométrico. O
conteúdo de C não lábil foi estimado a partir da diferença entre o estoque de C
orgânico e o C lábil.
5.2.5 Análise estatística
As análises de variância (ANOVA) para estoque de C e fração
lábil de C foram realizadas utilizando o software SAS. Diferenças entre médias
foram avaliadas pelo teste de Duncan no nível de significância de 5%. Análises
de regressão linear foram empregadas para verificar as relações entre a adição
anual de C pelas culturas e os estoques de C orgânico total e lábil do solo, e
entre valores de IMC e características químicas, físicas e biológicas do solo.
5.3 Resultados e discussão
5.3.1 Adição de C e Índice de Estoque de Carbono (IEC)
Os sistemas de cultura avaliados apresentaram ampla faixa de
adição anual de C pela parte aérea, a qual variou de 3,4 a 6,0 Mg ha
-1
na
média dos 19 anos (Tabela 5.1). As mais elevadas adições ocorreram nos
sistemas de cultura que englobam leguminosas (A+V/M, A+V/M+C e G+M) do
que sistemas compostos exclusivamente por gramíneas (A/M). Os benefícios
52
do cultivo de leguminosas incluiu aumento da adição de C e da disponibilidade
de N de forma que as espécies não leguminosas do sistema de cultura,
cultivadas em subseqüência, produzissem mais fitomassa. De forma similar, a
fertilização nitrogenada aumentou significativamente a adição de C,
especialmente em sistemas de cultura que não envolvem cultivo de
leguminosas, onde a adição foi quase 1 Mg C ha
-1
ano
-1
mais elevada em
parcelas com adubação nitrogenada do que em parcelas que não receberam
N.
O IEC apresentou estreita correlação com a adição anual de C (r
2
= 0,93, P < 0,0019) neste solo subtropical avaliado (Figura 5.1). O IEC do
sistema G+M (0,95) foi o mais próximo do IEC do campo nativo (1,00),
destacando o potencial do uso de consórcios de plantas gramíneas e
leguminosas cultivadas concomitantemente para a restauração dos estoques
de CO original do solo. A aplicação de N foi também uma prática de manejo
importante para aumentar o IEC e recuperar os estoques de C no solo, como
observado nos sistemas A/M e A+V/M (Figura 5.1). Estes resultados são
similares aos obtidos por Larson et al. (1972), Paustian et al. (1992), Burle et al.
(1997) e Bayer et al. (2000a) e, considerando as condições de clima úmido e
quente onde o estudo foi desenvolvido, estes resultados demonstram que a
recuperação dos estoques de MO em solos degradados submetidos ao plantio
direto e ao uso de sistemas de cultura com culturas de cobertura é viável
inclusive em solos tropicais e subtropicais (Bayer et al., 2000a; Lal, 2002; West
& Post, 2002; Bayer et al., 2006a; Bayer et al., 2006c).
53
Adição de C pelos resíduos de plantas, Mg ha
-1
ano
-1
034567
Índice de estoque de carbono (IEC)
0.0
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
IEC = 0,366 + 0,093 C
ad
r ² = 0,93 (P < 0,002)
1
3
4
5
6
2
1. A/M 0 N
2. A/M 180 N
3. A+V/M 0 N
4. A+V/M 180 N
5. A+V/M+C 0 N
6. G+M 0 N
FIGURA 5.1 Relação entre adições anuais de C por sistemas de culturas e
índices de estoque de C em Argissolo sob plantio direto há 19
anos. Média de três repetições. M=milho, A=aveia preta, V=vica,
C=caupi e G=guandu. 0 N e 180 N = 0 e 180 kg N ha
-1
ano
-1
,
respectivamente.
5.3.2 Carbono lábil do solo determinado por métodos
químico e físicos
A proporção de C lábil determinado por oxidação química variou
com a concentração da solução de KMnO
4
utilizada. Na concentração de 333
mmol L
-1
, a percentagem do CO total estimada como sendo C lábil variou entre
16,8 e 38,0%, apresentando média de 29% (Tabela 5.2). Com a concentração
de KMnO
4
60 mmol L
-1
, apenas aproximadamente 9% do CO total foi oxidado.
Entretanto, este valor foi similar às quantidades de C lábil obtidas pelos
fracionamentos físicos densimétrico (7%) e granulométrico (13%).
A maior recuperação de C lábil pelo método granulométrico que
pelo densimétrico possivelmente se deve ao fato de que a solução de NaI
empregada na separação densimétrica não é tão eficiente em recuperar
frações leves da MO do solo (Shang & Tiessen, 2001). Corroborando com isso,
recentes estudos do grupo de pesquisa em Manejo de Solos da UFRGS têm
54
indicado vantagem no uso de politungstato ao invés do NaI na obtenção de
melhor separação das frações leves, demonstrando que a solução de
politungstato possibilita obter relativamente mais C lábil que o NaI mesmo com
o uso da mesma densidade de 1,8 Mg m
-3
, e extrai quantidade ainda maior
quando densidades de 2,0 e 2,2 Mg m
-3
são empregadas (Conceição, 2006).
Outra possível explicação para as maiores quantidades de C lábil obtidas pelo
fracionamento granulométrico em relação ao densimétrico é de que o método
utilizado para isolar CO pelo tamanho de partículas não leva em consideração
a estrutura do solo. A fração grosseira retida na peneira de 53 µm pode conter
CO que se encontrava encapsulado ou associado com agregados que, muitas
vezes, não seriam considerados como lábeis ou acessíveis à decomposição
por microrganismos do solo, no caso da dispersão não ter sido efetiva.
Entretanto, análises visuais da fração grosseira retida na peneira não forneceu
evidências da presença de agregados de solo, e é importante ressaltar que
este solo apresenta textura arenosa, com relativamente baixa concentração de
óxidos, o que facilita a sua dispersão.
Baseado em estudos de Bayer et al. (2000b; 2002a), foi assumido
que o conteúdo de C lábil em solo sob diferentes sistemas de cultura em
plantio direto possui uma relação estreita e direta com a adição anual de C ao
solo. Estes autores verificaram, através de técnicas espectroscópicas como
ressonância magnética nuclear e ressonância eletrônica de spin, que este solo
subtropical em plantio direto submetido a elevadas adições anuais de C por um
longo período apresentou maior quantidade de MO lábil em comparação a
baixas adições anuais de C. Considerando esta pressuposição, utilizou-se a
correlação entre a adição anual de C e o conteúdo de C lábil como um modo
de avaliar se os correspondentes métodos de determinação de frações lábeis
de C são adequados ou não. Com isto, verificou-se que a oxidação química
com solução de KMnO
4
333 mmol L
-1
não foi adequada, ou confiável, para
determinar C lábil, dado pela ausência de correlação entre a adição de C e o C
lábil correspondente (Figura 5.2A). Por outro lado, as correlações significativas
de C lábil determinados por oxidação com KMnO
4
60 mmol L
-1
(Figura 5.2B) e
por métodos de fracionamento físico densimétrico e granulométrico (Figura
5.2C) com a adição de C sugerem que estes métodos podem ser confiáveis
para avaliação do conteúdo de C lábil no solo estudado.
55
TABELA 5.2 Teor de carbono orgânico (CO) e de C lábil do solo
determinados por oxidação química e fracionamento físico da
materia orgânica de Argissolo em plantio direto sob sistemas de
culturas e adubação nitrogenada há 19 anos, e percentagem de
C lábil em relação ao CO.
C-KMnO
4
C-FL
(d)
C-MOP Sistema de
Cultura
(a)
Dose de
N
CO
333 mmol L
-1
60 mmol L
-1
kg ha
-1
g kg
-1
g C kg
-1
% CO g C kg
-1
% CO g C kg
-1
% CO g C kg
-1
% CO
A/M 0 10,88 c
(b)
3,82 a 35,2 0,90 b 8,3 0,48 b 4,4 1,05 b 9,7
180 11,55 3,49 30,2 1,21 10,5 0,55 4,8 1,26 10,9
A+V/M 0 11,70 bc 3,58 a 30,6 0,85 b 7,3 0,73 b 6,2 1,11 b 9,5
180 12,19 3,41 28,0 1,28 10,5 0,79 6,5 1,79 14,7
A+V/M+C 0 12,68 b 4,81 a 38,0 1,33 a 10,5 0,82 b 6,5 1,60 ab 12,6
G+M 0 14,69 a 3,33 a 22,7 1,37 a 9,3 1,45 a 9,8 2,20 a 14,9
CN
(c)
0 15,40 2,59 16,8 1,38 9,0 1,60 10,4 2,72 17,7
Média 0 11,29 A 3,70 A 0,88 B 0,61 A 1,08 B
180 11,87 A 3,45 A
28,8
1,25 A
9,3
0,67 A
6,9
1,53 A
12,9
(a)
M = milho, A = aveia preta, V = vica, C = caupi e G = guandu;
(b)
Sistemas de cultura e níveis de fertilização nitrogenada mineral seguidos de mesma letra na coluna
(letras minúsculas e maiúsculas, respectivamente) não diferem pelo teste de Duncan em 5% de
significância;
(c)
Solo sob campo nativo coletado em local adjacente ao experimento e tomado como solo de referência
para o cálculo do IMC.
(d)
C-FL = C da fração leve, obtida pelo fracionamento densimétrico. C-MOP = C na matéria orgânica
particulada, obtida pelo fracionamento granulométrico.
56
C lábil (KMnO
4
333 mol L
-1
, g kg
-1
solo)
0,0
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
r ² = 0,003 (P < 0,92)
1
2
3
4
5
6
1. A/M 0 N
2. A/M 180 N
3. A+V/M 0 N
4. A+V/M 180 N
5. A+V/M+C 0 N
6. G+M 0 N
A
C lábil (KMnO
4
, 60 mM, g Kg
-1
solo)
0,0
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
r
2
= 0,67 (P < 0,047)
1
3
5
2
4
6
B
Adição de C pelas plantas, Mg ha
-1
ano
-1
03 4 5 6 7
C lábil (fracionamento físico, g kg
-1
solo)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
1
1
2
2
3
3
4
5
5
4
6
6
C-FL (r² = 0,85, P < 0,008)
C-MOP (r² = 0,88, P < 0,006)
C
FIGURA 5.2 Relação entre adição anual de C pelas plantas e C lábil
determinado por oxidação química e fracionamento físico da
matéria orgânica de Argissolo em plantio direto sob sistemas de
cultura e adubação nitrogenada há 19 anos. M=milho, A=aveia
preta, V=vica, C=caupi e G=guandu. 0 N e 180 N = 0 e 180 kg N
ha
-1
ano
-1
, respectivamente. C-FL = C na fração leve. C-MOP = C
na matéria orgânica particulada.
57
O método de oxidação por KMnO
4
333 mmol L
-1
provavelmente
proporcionou uma superestimativa do C lábil no solo devido ao seu forte poder
de oxidação da MO, o que também foi sugerido por Shang & Tiessen (1997) e
Weil et al. (2003). Portanto, concentrações mais baixas de KMnO
4
, tais como
de 60 mmol L
-1
, podem fornecer melhores estimativas de C lábil do solo, como
evidenciado pela correlação significativa com a adição de C (r
2
=0,67, P<0,047;
Figura 5.2B). Entretanto, correlações ainda mais estreitas foram obtidas com os
resultados de fracionamento densimétrico e granulométrico (r
2
=0,85, P<0,0084
e r
2
=0,88, P<0,0057, respectivamente; Figura 5.2C), indicando a confiabilidade
destes métodos físicos para a estimativa do C lábil do solo. É difícil estabelecer
explicação plausível de porquê os métodos físicos apresentaram melhor
correlação com a adição anual de C do que o método por oxidação com
KMnO
4
60 mmol L
-1
, já que o C lábil determinado por cada método é de alguma
forma diferente. Provavelmente, as frações físicas da MO estão relacionadas
principalmente com a adição anual de C ao solo (Bayer et al., 2001; Bayer et
al., 2002b; Bayer et al., 2004; Bayer et al., 2006c), enquanto a formação e
estabilização do C lábil do solo como açúcares, aminoácidos, alguns ácidos
orgânicos e proteínas determinados pelo método químico dependem também
da qualidade dos resíduos das culturas (Aita & Giacomini, 2003; Caravaca et
al., 2005; Dieckow et al., 2005a; Dieckow et al., 2005b; Dieckow et al., 2006).
De acordo com os princípios de cada método de determinação de C lábil, cabe
ressaltar que tecidos estruturais das plantas provavelmente não foram
completamente oxidados pelo método químico, ao mesmo tempo que a
oxidação de açúcares, aminoácidos, ácidos orgânicos, microrganismos, alguma
celulose e outros tipos de C lábil podem não ter sido incluídos na fração
particulada do fracionamento granulométrico.
Os valores do índice de labilidade (IL) obtidos a partir do C lábil
estimado pelo método granulométrico (variando entre 0,44 e 0,75) ou
densimétrico (variando entre 0,41 e 0,94) apresentaram alta correlação com a
adição anual de C pelas plantas (r
2
=0,76, P<0,02; e r
2
=0,84, P<0,01,
respectivamente), enquanto os valores de IL obtido a partir do C lábil
determinado pela oxidação por KMnO
4
60 mmol L
-1
(variando entre 0,79 e 1,21)
não apresentaram boa relação (r
2
=0,15, P<0,46) (dados não demonstrados).
58
De forma similar, o IMC também apresentou melhor correlação com a adição
anual de C quando o C lábil foi determinado através dos métodos de
fracionamento físico do que o químico com oxidação com KMnO
4
60 mmol L
-1
(Figura 5.3). Entre os fracionamentos físicos, o C lábil estimado pelo método
granulométrico pareceu estar mais relacionado com a adição de C.
Enquanto o efeito dos sistemas de cultura no estoque de CO é
bem conhecido (Burle et al., 1997; Bayer et al., 2000a, c; Lovato et al., 2004),
existem relativamente poucos resultados sobre o efeito a longo prazo do
manejo do solo na labilidade do C do mesmo. Os fluxos de energia no solo que
possibilitam a sua auto-organização dependem tanto do estoque de C quanto a
sua labilidade, como fonte de energia aos microrganismos heterotróficos do
solo. Portanto, a qualidade do manejo do solo deve ser melhor avaliada
levando em consideração os seus efeitos no estoque de C e também na
labilidade do C do solo, o que pode ser integrado em um único índice de
manejo de C como proposto por Blair et al. (1995).
5.3.3 Efeito dos sistemas de cultura e fertilização nitrogenada
no IMC
A qualidade dos sistemas de manejo do solo apresentaram
relação com a adição anual de C ao solo pelos sistemas de cultura neste solo
subtropical em plantio direto, como evidenciado pela estreita relação entre os
valores de IMC e o C adicionado pelos resíduos das culturas (Figura 5.3).
Neste sentido, os sistemas de cultura que envolvem leguminosas,
particularmente o G+M, que obteve o mais elevado valor de IEC (Figura 5.1) e
C lábil (Tabela 5.2), apresentaram mais altos valores de IMC do que sistemas
de cultura constituídos essencialmente por plantas de espécies gramíneas
(Figura 5.3). Blair & Crocker (2000) e Diekow et al. (2005a) também reportaram
aumento dos valores de IMC quando leguminosas foram introduzidas no
sistema de rotação de culturas, destacando o papel das leguminosas na adição
de C fotossintetizado para o solo. No presente estudo, os valores mais
elevados de IMC foram obtidos pelos sistemas de cultura que envolvem a
presença de leguminosas de verão (caupi e guandu).
59
IMC -KMnO
4
60 mol L
-1
0
50
60
70
80
90
100
r² = 0,62 (P < 0,061)
1
3
2
4
5
6
1. A/M 0 N
2. A/M 180 N
3. A+V/M 0 N
4. A+V/M 180 N
5. A+V/M+C 0 N
6. G+M 0 N
A
Adição de C pelas plantas, Mg ha
-1
ano
-1
034567
IMC - fracionamento físico
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
IMC a partir de C-FL (r² = 0,84, P < 0,01)
IMC a partir de C-MOP (r² = 0,87, P < 0,007)
6
6
5
5
4
4
2
2
3
3
1
1
B
FIGURA 5.3 Relação entre a adição anual de C pelas plantas e o Índice de
Manejo de Carbono (IMC) estimado utilizando valores de C lábil
obtidos por (A) oxidação por KMnO
4
60 mmol L
-1
e
fracionamentos físicos (B) densimétrico (C-FL) e granulométrico
(C-MOP) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e
adubação nitrogenada há 19 anos. M=milho, A=aveia preta,
V=vica, C=caupi e G=guandu. 0 N e 180 N = 0 e 180 kg N ha
-1
ano
-1
, respectivamente.
60
Similarmente ao efeito das leguminosas, a aplicação de N mineral
aumentou o IMC, sendo este aumento de 12% a 46% dependendo do método
de determinação do C lábil. A fertilização nitrogenada mineral promoveu mais
elevados valores de IMC, o que possivelmente se deve não só ao aumento na
formação da MO, como conseqüência do aumento da adição anual de C, mas
também devido a mudanças na qualidade da matéria orgânica, tais como a
relação C/N, conteúdos de lignina, celulose, hemicelulose, proteínas e
carboidratos, modificando, portanto, a labilidade do C à oxidação por KMnO
4
(Tirol-Padre & Ladha, 2004). Por esta razão, a adição de 180 kg N ha
-1
nos
tratamentos A/M e A+V/M aumentou relativamente mais o C lábil determinado
pelo método químico de oxidação do que pelos métodos físicos, os quais não
discriminaram as possíveis diferenças qualitativas.
5.3.4 Relação entre os valores de IMC e características
físicas, químicas e biológicas do solo
Em geral, os valores de IMC obtidos a partir da oxidação branda
(KMnO
4
60 mmol L
-1
) e dos métodos de fracionamento físico apresentaram alta
correlação com as características químicas, físicas e biológicas do solo (Tabela
5.3). Aproximadamente 50% dos atributos analisados tiveram P 0,20, e 70%
tiveram P 0,30. Isto claramente indica que o IMC é um índice de qualidade
confiável para a avaliação de manejos de solo, e reforça a idéia de que tanto a
labilidade quanto o estoque de CO desempenham um papel fundamental na
sustentabilidade do solo e na manutenção da sua capacidade produtiva.
61
TABELA 5.3 Correlação entre Índice de Manejo de Carbono (IMC) determinado por oxidação química e por fracionamentos físicos da
materia orgânica, e características químicas, físicas e biológicas de Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto
e adubação nitrogenada há 19 anos.
KMnO
4
60 mmol L
-1
Densimétrico Granulométrico
Propriedade n
r
P<
r
P<
r
P<
Produtividade de milho (Mg ha
-1
)
(a)
0N 4 0,86 0,14 0,94 0,06 0,94 0,06
180N 2
- - - - - -
Características do solo
Biológicas
(b)
Biomassa microbiana (mg C-CO
2
kg solo
-1
) 3 0,72 0,49 0,12 0,92 0,21 0,87
Respiração microbiana (mg C-CO
2
kg solo
-1
) 3 0,95 0,21 0,94 0,22 0,97 0,17
β-glucosidase (
μg ρ-nitrofenol g solo
-1
)
3
0,98 0,12 0,88 0,31 0,92 0,26
Urease (μg N-NH
4
g solo
-1
)
3
0,99 0,08 0,85 0,36 0,89 0,30
Fosfatase ácida (
μg ρ-nitrofenol g
-1
h
-1
)
3
0,90 0,29 0,98 0,14 0,99 0,09
Amidase (μg N-NH
4
g solo
-1
)
3
0,83 0,37 0,99 0,06 1,00 0,01
Arilsulfatase (μg ρ-nitrofenol g solo
-1
h
-1
)
3
0,86 0,34 0,99 0,09 0,99 0,04
Químicas
N orgânico N (Mg ha
-1
)
(c)
4 0,77 0,23 0,92 0,08 0,88 0,12
CTC efetiva (cmol
c
kg solo)
-1
(d,e)
4 0,76 0,24 0,98 0,02 0,98 0,02
CTC em pH 7,0 (cmol
c
kg solo)
-1
(d,e)
4 0,67 0,33 0,99 0,01 0,95 0,05
Físicas (agregados)
(f)
DMP seco (mm)
(g)
3 0,99 0,09 0,85 0,35 0,90 0,29
DMP úmido (mm)
(g)
3 0,66 0,54 0,99 0,11 0,97 0,16
Macroagregados > 0,025 mm, %
3 0,99 0,09 0,86 0,35 0,90 0,29
(a)
Média de 19 safras a partir da compilação de dados históricos (não publicado);
(b)
Schmitz (2003);
(c)
Zanatta et al. (2003);
(d)
Burle et al. (1997);
(e)
Capacidade de troca de cátions;
(f)
Méndez (1996);
(g)
Diâmetro médio ponderado.
62
Para avaliar como o IMC se relaciona com os indicadores de
qualidade do solo, é importante ter uma visão integrada dos processos do solo
e de suas características (Doran & Parkin, 1994; Addiscott, 1995; Vezzani,
2001). A MO, especialmente o C lábil, fornece a energia química e nutrientes
essenciais para a atividade do sistema biológico no solo. Por isso, indicadores
biológicos de qualidade do solo tais como biomassa microbiana, respiração
microbiana e atividade enzimática têm recebido destaque nos últimos anos,
enfatizando a importância dos microrganismos para os ciclos biogeoquímicos e
para a estabilidade estrutural do solo (Doran & Parkin, 1994; Caravaca et al.,
2005). De acordo com Dick et al. (1996), solos sob sistemas de manejo que
visam promover qualidade do solo deveriam apresentar elevada atividade
biológica, refletindo em maior produção de enzimas e em maior potencial de
estabilizar e proteger tais enzimas devido à maior produção de colóides
orgânicos e maior agregação do solo, e isto é consistente com os resultados do
presente estudo.
Neste sentido, é possível enquadrar os tratamentos G+M e
A+V/M+C como aqueles que promoveram o mais elevado nível de qualidade
do solo, apresentando a maior produtividade de grãos de milho, atividade
biológica, estabilidade de agregados, juntamente com uma melhor ciclagem e
retenção dos nutrientes, em concordância com os valores mais elevados de
IMC. No outro lado, o sistema A/M sem aplicação de N mineral poderia ser
ranqueado como o que promoveu o mais baixo nível de qualidade do solo,
enquanto o A+V/M poderia ser alocado em uma classificação intermediária.
A estreita correlação entre valores de IMC e agregação do solo
(média de r=0,88) indica o efeito benéfico dos elevados fluxos de energia e C
na estrutura do solo, refletindo na auto-organização do sistema solo (Addiscott,
1995; Vezzani, 2001), ao mesmo tempo em que a agregação do solo aumenta
a proteção física do CO do solo contra a decomposição microbiana, agindo
como um processo retroalimentado, possibilitando o acúmulo de MO
particulada ou lábil (Golchin et al., 1997; Diekow et al., 2005b; Bayer et al.,
2006a; Bayer et al., 2006c).
Em geral, verificou-se também estreita relação entre valores de
IMC e atividades enzimáticas (média de r=0,94), bem como respiração
microbiana (média de r=0,95). Entretanto, a biomassa microbiana não
63
apresentou relação com IMC quando este foi calculado utilizando o C lábil dos
fracionamentos físicos (média de r=0,17), contrariamente à melhor relação
obtida quando foi utilizado o C lábil obtido pela oxidação com KMnO
4
60 mmol
L
-1
(r=0,72). É possível que o C lábil presente na biomassa microbiana seja
acessível à oxidação ao mesmo tempo em que é não detectável (ou é
detectado em menor proporção) nos métodos de fracionamento físico
utilizados. A biomassa microbiana é a principal fonte de enzimas no solo, e é
especulado no presente estudo que a aparente contradição no fato de que o
IMC utilizando frações físicas de C lábil ter apresentado estreita relação com as
atividades enzimáticas mas não se relacionou com a biomassa microbiana
pode ser devido às diferentes taxas metabólicas dos microrganismos no solo
sob diferentes sistemas de cultura. É importante ressaltar, porém, que as
avaliações de C lábil no presente estudo não foram realizadas no mesmo
período em que as características químicas, físicas e biológicas foram
analisadas (Tabela 5.1), embora todas foram obtidas do mesmo experimento
de longa duração. A amostragem do solo para C lábil foi realizada em outubro
de 2002, enquanto as amostragens para as análises biológicas foram
realizadas em outubro de 2000.
Os resultados da significância estatística precisam ser
interpretadas com cautela devido ao baixo número de pontos na correlação (n).
Apesar disto, os elevados valores de r permitem inferir que o IMC apresentou
alta correlação com as características químicas, físicas e biológicas do solo.
Estes resultados reforçam a viabilidade e adequabilidade de utilizar o C lábil
por qualquer um dos três métodos (oxidação com KMnO
4
60 mmol L
-1
,
densimétrico e granulométrico) para calcular o IMC e avaliar a qualidade de
sistemas de manejo de solo.
5.4 Conclusões
A labilidade do C pode ser determinada por oxidação química
utilizando solução de KMnO
4
60 mmol L
-1
, bem como pelos métodos de
fracionamento físico densimétrico e granulométrico. O método de oxidação com
KMnO
4
333 mmol L
-1
tendeu a superestimar o C lábil deste Argissolo arenoso
de região subtropical do Sul do Brasil.
64
O IMC pareceu ser uma ferramenta sensível para avaliar a
qualidade de sistemas de manejo de solo, apresentando estreita relação com a
adição anual de C pelas plantas ao solo sob plantio direto. O IMC obtido por
fracionamento físico apresentou, em geral, alta relação com os indicadores
químicos, físicos e biológicos de qualidade de solo.
A presença de espécies leguminosas, com destaque às espécies
estivais, e a aplicação de fertilizante nitrogenado mineral promoveram maior
qualidade de manejo neste solo sob plantio direto.
6. ESTUDO III
Acidificação de um Argissolo Vermelho em plantio direto e sua
relação com os ciclos do C e N
6.1 Introdução
A acidificação do solo é um processo natural que ocorre em
ecossistemas naturais e agrícolas. O estabelecimento da exploração agrícola
geralmente aumenta as taxas de acidificação de solos agricultáveis, os quais
podem ser notavelmente afetados por práticas de manejo devido aos seus
efeitos nos ciclos do C e do N no solo. Os ciclos do C e do N são os principais
agentes responsáveis pela acidificação do solo na maioria dos casos, com a
acidificação dependendo basicamente das formas e quantidades em que cada
elemento entra ou sai do sistema. Os principais mecanismos de acidificação
consistem na remoção de materiais vegetais através da colheita de grãos, feno
e silagem e na lixiviação de nutrientes (principalmente nitrato), no acúmulo de
matéria orgânica, na erosão de solo fértil e nas reações de fertilizantes (Van
Breemen et al., 1983; Helyar & Porter, 1989; Fenton & Helyar, 2002; Verburg et
al., 2003).
Os sistemas de culturas possuem diferentes capacidades de
aporte de C e N ao solo, devido à produção de fitomassa e à fixação biológica
de N pelas leguminosas (Aita, 1997; Burle et al., 1997) e, portanto, podem
afetar as taxas de acidificação do solo. Além de diferentes quantidades de
fitomassa produzida, a qualidade também é diferente nos sistemas de cultura
no que se refere à alcalinidade da parte aérea que pode ser removida e à
66
quantidade de N dos resíduos remanescentes que potencialmente poderá ser
nitrificado e perdido por lixiviação. A perda de nitrato por lixiviação pode ser
atenuada dependendo da capacidade do sistema radicular da cultura
implantada e da necessidade da mesma em absorvê-lo. Para isto, deve haver
uma sincronia entre o fornecimento de N através da mineralização e a
demanda da planta. Todos estes aspectos fazem com que os sistemas de
culturas afetem diretamente o ciclo do C e do N e, portanto, a acidificação do
solo (Helyar, 1976; Slattery et al., 1991; Burle et al., 1997).
A aplicação de fertilizantes nitrogenados minerais é outra prática
importante que pode afetar a acidificação por influenciar tanto o ciclo do N
como também o ciclo do C no solo (Bouman et al., 1995; Barak et al., 1997).
Na acidificação pelo ciclo do N, dois aspectos são relevantes. O primeiro está
relacionado com a fonte de N mineral aplicado ao solo, já que cada forma
apresenta reações diferentes após a aplicação e diferentes potenciais de
acidificação (Bouman et al., 1995; Barak et al., 1997; Fenton & Helyar, 2002). O
segundo diz respeito à cinética do N, em que o balanço entre a disponibilidade
do nutriente e o requerimento pela planta é desejado não somente para
aumentar a eficiência do uso do fertilizante, diminuindo a acidificação pela
menor lixiviação de nitrato, mas também por diminuir problemas ambientais de
contaminação por nitrato em águas potáveis e por aumentar os lucros dos
agricultores.
Dentro deste contexto, convém salientar que foi verificado nos
estudos anteriores destacado efeito dos sistemas de culturas e da prática da
adubação nitrogenada mineral sobre os ciclos do C e do N no solo,
influenciando tanto nos estoques destes elementos no solo (Estudo I) quanto
na labilidade da MO presente (Estudo II). Sabe-se também que o experimento
tem apresentado diferentes produtividades de grãos de milho, bem como
diferentes taxas de acidificação do solo conforme os sistemas de cultura e a
adubação nitrogenada (Burle et al., 1997). Entretanto, faltam informações
detalhadas sobre a efetividade de cada fator no processo de acidificação em
solo sob exploração agrícola em condições subtropicais do Sul do Brasil. A
busca de um entendimento sólido dos processos de acidificação e dos fatores
mais relevantes que causam acidificação do solo é fundamental para
possibilitar o desenvolvimento de estratégias que objetivem reduzir as taxas de
67
acidificação do solo. Vários estudos têm enfocado o efeito do ciclo do C na
acidificação do solo, principalmente em ecossistemas que utilizam pastagens e
forragens (Ridley et al., 1990b; Coventry, 1992; Loss et al., 1993a), mas os
efeitos de sistemas de cultivo na acidificação do solo em longo prazo não são
ainda bem compreendidos. Similarmente, trabalhos prévios têm comparado
diferentes fontes de N mineral e seus efeitos na acidificação do solo (Bouman
et al., 1995; Barak et al., 1997), mas poucos buscaram comparar o efeito na
acidificação do solo por fontes de fertilizante nitrogenado mineral e por N fixado
biologicamente (Burle et al., 1997).
Hipóteses e objetivos
As hipóteses que nortearam este estudo foram:
A presença de leguminosas em sistemas de culturas e a
aplicação de N mineral resultam em acidificação adicional do solo
em comparação a sistemas exclusivamente com gramíneas e
sem fertilizante nitrogenado e esse efeito é relacionado aos ciclos
do C e N no sistema solo-planta.
Sistemas de cultura afetam a acidificação do solo em diferentes
profundidades.
Este estudo teve por objetivos:
Avaliar a intensidade do processo de acidificação de um Argissolo
Vermelho em plantio direto há longo tempo e relacionar com a
ciclagem de C e N em sistemas de culturas com e sem a
presença de leguminosas, com e sem aplicação de fertilizante
nitrogenado mineral há 19 anos, diferenciando os efeitos dos
ciclos do C e do N na partição da acidificação total ocorrida no
solo.
68
6.2 Material e métodos
6.2.1 Tratamentos e coleta do solo
As informações referentes ao experimento de longa duração
foram descritas no Capítulo 3 (Material e Métodos Geral).
O solo foi coletado em outubro de 2002. Para o Estudo III, as
análises foram realizadas nos solos sob pousio/milho (P/M), aveia/milho (A/M),
aveia+vica/milho (A+V/M), lablab+milho (L+M), aveia+vica/milho+caupi
(A+V/M+C), guandu+milho (G+M) e pangola (Pan). Nos quatro primeiros
sistemas de culturas, o solo foi amostrado nos tratamentos sem e com
adubação nitrogenada mineral, enquanto nos demais, apenas nos tratamentos
sem adubação nitrogenada. As análises foram realizadas nas camadas de 0-
2,5, 2,5-5,0, 5,0-7,5, 7,5-12,5, 12,5-17,5 e 17,5-30,0 cm. A coleta foi realizada
manualmente, com o auxílio de espátulas em faixa transversal às linhas de
semeadura do milho, sob um retângulo de 20 X 40 cm. O solo foi seco ao ar,
moído e peneirado a 2 mm.
6.2.2 Análises realizadas
Foram realizadas análises de pH em água (1:1), pH SMP, teores
de Ca, Mg, K e Al trocáveis e H+Al tituláveis a pH 7,0, segundo Tedesco et al.
(1995), e a saturação por bases e por Al foi então estimada a partir das
análises dos cátions trocáveis. A concentração de C orgânico total foi
determinada por combustão seca em Analisador de CO Total Shimadzu.
O poder de tamponamento de pH (PTH) do solo nos tratamentos
foi determinado através de curvas de pH após adição de ácido e álcali em
concentrações conhecidas. Para isto, alíquotas de 20 g de solo (7 repetições)
da superfície do solo (0-2,5 cm) dos sistemas de cultura avaliados foram
dispostas em frascos snap-cap. Em uma das repetições, adicionou-se 40 ml de
água destilada. Nas seis repetições restantes, soluções de HCl e NaOH foram
adicionadas em diferentes concentrações (3,9, 7,8 e 17,2 mmol L
-1
e 4,1, 8,7 e
17,4 mmol L
-1
, respectivamente). Após agitação com bastão de vidro, os
frascos snap-cap foram fechados hermeticamente e aguardou-se 24 h para
69
obter equilíbrio e fazer a leitura do pH. A partir dos resultados, o PTH foi
estimado considerando a quantidade de ácido ou base (convertidos para cmol
H
+
) que é requerida para alterar o pH de um kg de solo em uma unidade. O
poder de tamponamento estimado é referente ao intervalo de pH 4 a 6, onde a
curva de titulação se aproxima de uma reta (Helyar & Porter, 1989). Com base
no PTH do solo nos diferentes tratamentos, calculou-se a acidificação total do
solo ocorrida nos 19 anos do experimento, através da fórmula sugerida por
Helyar & Porter (1989):
Acidificação (kmol H
+
ha
-1
) =
Δ
pH x PTH x BD x V (6.1)
onde: Δ pH = diferença entre o pH inicial (1983) e os valores de
pH atuais (2002); PTH = poder de tamponamento do solo, em kmol H
+
kg
-1
(unid pH)
-1
; BD = densidade do solo, em kg m
-3
; V = volume do solo, em m
3
ha
-1
. O pH do solo em 1983 era 5,8 na camada de 0-17,5 cm (Medeiros, 1985)
e 5,2 na camada de 17,5-30,0 (Fernandes, 1998).
Uma vez obtido o poder tampão de cada solo analisado e a
acidificação total ocorrida durante os 19 anos do experimento na camada de 0-
30 cm de solo, utilizou-se o modelo proposto por Helyar & Porter (1989) para
modelagem de acidificação do solo com o objetivo de estimar a contribuição de
cada fator na promoção da acidificação:
Adição de ácido (kmol H
+
ha
-1
período
-1
) =
= (efeitos do ciclo do C)
+ (efeitos do ciclo do N)
+ (adição de outras fontes de álcalis)
+ (adição de outras fontes de ácidos)
o que equivale a:
Adição de ácido (kmol H
+
ha
-1
período
-1
) =
= (AO
ac
+ AO
ex
– AO
ad
+ HCO
3
-
ex
– HCO
3
-
ad
)
+ (NH
4
+
ad
– NO
3
-
ad
– NH
4
+
ac
+ NO
3
-
ac
+ NO
3
-
ex
– NH
4
+
ex
)
+ (-C
ad
)
+ (H
+
ad
) – (H
+
ex
) (6.2)
70
onde AO representa ácidos orgânicos na MO, resíduos e
produtos de plantas removidos da lavoura; HCO
3
-
representa os produtos de
bicarbonato na solução; e C representa calcário ou outro tipo de álcalis
adicionados. Os subscritos ac, ex e ad representam, respectivamente, material
acumulado, exportado ou adicionado ao sistema. As unidades de todos os
termos são mol (+) ou mol (-) ha
-1
período
-1
. Detalhes sobre o modelo são
apresentados em Helyar & Porter (1989) e Verburg et al. (2003).
A acidificação devida ao ciclo do C foi estimada levando em
consideração a acidificação devido à remoção de material vegetal alcalino do
campo, que no caso correspondeu à colheita de grãos de milho, e às
mudanças no conteúdo de MO no solo durante 19 anos. O balanço líquido dos
fluxos de bicarbonato na acidificação não foram considerados no cálculo por
serem considerados de pequena magnitude na acidificação do solo do
presente estudo. Como descrito anteriormente, tal fator é mais efetivo na
acidificação líquida quando o pH dos solos é alcalino.
Para a estimativa da alcalinidade dos grãos de milho, amostras
contendo 2 g de massa seca de grãos foram queimadas em mufla a 550
o
C por
4 h. Posteriormente, 20 mL de HCl 1,00 M foram acrescentados a cada
recipiente. A solução foi agitada com bastão de vidro e uma subamostra (5 mL)
foi retirada e titulada com NaOH 0,25 mol L
-1
, usando-se fenolftaleína como
indicador. Os resultados indicaram que não houve diferença significativa na
alcalinidade das cinzas conforme o sistema de cultura e a presença de
adubação nitrogenada mineral. Verificou-se que a acidez gerada a partir da
colheita de uma tonelada de grãos de milho do campo requer
aproximadamente 11,9 kg CaCO
3
para a sua neutralização. Tal resultado é
levemente maior que o valor de 9 kg CaCO
3
por tonelada de grãos exportados
obtido por Slattery et al. (1991). A acidificação foi convertida para equivalente
CaCO
3
assumindo que é necessário aproximadamente 0,5 Mg CaCO
3
para
neutralizar 10 kmol H
+
(Fenton & Helyar, 2002).
A acidificação devida ao acúmulo de MO (AO
ac
) foi estimada
considerando a variação dos estoques somente na camada de 0-17,5 cm, uma
vez que não há registro de teores de MO para profundidades maiores no
período de instalação do experimento e, além disso, em sistema de mínimo
71
revolvimento do solo como o plantio direto, o acúmulo de MO se dá
principalmente nas camadas mais superficiais do solo. De acordo com Fenton
& Helyar (2002), o acúmulo de MO parcialmente decomposta ou de biomassa
viva ou morta no solo promove um efeito na acidez do solo similar ao da
exportação de produtos vegetais alcalinos do campo. Entretanto, o conteúdo de
ânions orgânicos da MO do solo não é facilmente mensurável devido a
problemas de extração da MO e mudanças durante a extração. Por isto, a
equação 6.3, sugerida por Helyar & Porter (1989), foi empregada no presente
estudo para estimar a acidificação devido ao acúmulo de MO, a qual assume
um valor de CTC (valor médio de 60 solos) de 32 cmol kg
-1
de MO e pH de
carga zero de 1,5.
OA
ac
(kmol ha
-1
) = {D x V x 0,32 [OM%
t2
(pH
t1
– 1,5) – OM%
t1
(pH
t1
– 1,5)]}
(6.3)
onde D = densidade do solo, em kg m
-3
, e V = volume do solo, em
m
3
ha
-1
.
A perda de amônio e ânions orgânicos por escoamento superficial
e lixiviação foi negligenciada do cálculo, bem como o efeito do estoque de C
inorgânico no solo. Não foi aplicado calcário no solo desde a implantação do
experimento, e não foi detectada ocorrência de chuva ácida no local.
Considerou-se que a acidificação devido a ciclos biogeoquímicos de
elementos, à exceção do C e N, é desprezível. A acidificação devido à
aplicação de superfosfato simples e triplo, porém, foi considerada nas
estimativas utilizando um valor de 8 e 15 kg de CaCO
3
, respectivamente, para
neutralizar a acidificação gerada pela aplicação de 100 kg de fertilizante (Bolan
& Hedley, 2003). Os sistemas de cultura tiveram a mesma taxa de aplicação de
fertilizantes durante os anos de condução (com exceção da pangola, que não é
fertilizada com NPK) e, portanto, a acidificação anual dos sistemas de cultura
foi equivalente a 10 kg CaCO
3
ano
-1
.
Por diferença entre a acidificação líquida total e a acidificação
causada pelos demais fatores supracitados, estimou-se o efeito da lixiviação de
nitrato na acidificação do solo. Dentro do ciclo do N, o fator isolado que é
72
geralmente o maior responsável por causar acidificação do solo é a lixiviação
de nitrato após a nitrificação do amônio, o qual provém da aplicação de
fertilizante (uréia) ou da mineralização de N orgânico no caso do presente
estudo. Na maioria dos solos subtropicais aerados em pH entre 5 e 8, os
acúmulos de amônio e nitrato (NH
4
+
ac
e NO
3
-
ac
) são limitados pela nitrificação e
pela absorção pelas plantas (Verburg et al., 2003; Helyar & Porter, 1989) e,
portanto, os mesmos não foram considerados na estimativa da acidificação.
Os resultados das análises de solo foram avaliadas
estatisticamente por análise de variância com três repetições, utilizando o
software SAS versão 8.02 (Statistical Analyis System Institute, Cary, NC).
Diferenças entre médias de tratamentos foram analisadas pelo teste de Tukey
(P<0,05). As relações entre variáveis foram analisadas através dos coeficientes
de determinação.
6.3 Resultados e discussão
6.3.1 Sistemas de cultura e acidificação do solo
Os valores de pH-H
2
O e Al trocável durante o período do
experimento estão demonstrados nas Figuras 6.1A e 6.1B, respectivamente.
Os sistemas de culturas que envolvem leguminosas tiveram os maiores
decréscimos de pH durante o período de 19 anos, apresentando decréscimo de
aproximadamente uma unidade de pH. Em decorrência dos baixos valores de
pH, os mesmos tratamentos apresentaram os valores mais elevados de Al
trocável, o que é esperado devido ao fato de que à medida que diminui o pH
abaixo de 5,5 os teores de Al
3+
trocável aumentam sensivelmente (Volkweiss,
1989). Em geral, as maiores taxas de decréscimo de pH ocorreram nos
primeiros anos da implantação do experimento, principalmente até a avaliação
do 5° ano de condução, apresentando uma tendência de diminuição da taxa
nos anos subseqüentes. Cabe lembrar que no sistema A+V/M, em particular, a
cultura da vica só começou a ser cultivada a partir de 1993, sendo que antes,
em seu lugar, havia o cultivo de trevo em consórcio com a aveia preta.
Coincidentemente, este sistema de cultura promoveu maior declínio dos
73
0-17,5 cm
Anos de condução
0 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 19
pH H
2
O
0,0
4,4
4,6
4,8
5,0
5,2
5,4
5,6
5,8
6,0
6,2
P/M
A/M
L+M
A+V/M
A+V/M+C
G+M
PAN
Anos de condução
0 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 19
Saturação por bases, %
0
30
40
50
60
70
Anos de condução
0 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 19
Al trocável, cmol
c
kg
-1
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Anos de condução
0 5 10 190 5 10 190 5 10 190 5 10 19
Saturação por Alumínio, %
0
10
20
30
40
A B
C D
FIGURA 6.1 Valores de pH-H
2
O (A), Al trocável (B), saturação por bases (C) e
saturação por alumínio (D) na camada de 0-17,5 cm de Argissolo
Vermelho distrófico sob sistemas de culturas em plantio direto.
Resultados do 5º e 10º ano foram obtidos de Testa (1989) e Burle
(1995). P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica,
C=caupi e G=guandu.
74
valores de pH do solo durante os primeiros anos do experimento em
comparação com os demais sistemas e, após a substituição do trevo por vica,
a taxa de declínio de pH diminuiu de tal modo que, na presente avaliação, os
sistemas G+M e A+V/M+C apresentaram valores similares aos do A+V/M. O
efeito do cultivo de trevo na acidificação do solo é destacado na literatura
(Ridley et al., 1990a; Coventry, 1992). Porém, no caso do presente estudo, é
possível também que a diminuição da taxa de decréscimo de pH se deva ao
fato de que o pH do solo neste tratamento tenha atingido um valor crítico no
qual, abaixo de tal valor, há um forte tamponamento devido à dissolução de
aluminossilicatos de Al (consumo de H
+
) e lixiviação de produtos iônicos desta
dissolução (Helyar, 2003; Lesturgez et al., 2006). Desta forma, o pH tende a
atingir um valor estável (“steady state”), pois a acidificação causada pelos
ciclos do C e N tende a se equilibrar com a alcalinização causada
principalmente pela dissolução dos minerais (Helyar, 2003).
Os valores de pH do solo encontrados em 1983 e no presente
estudo estão demonstrados na Figura 6.2A. Os sistemas de culturas
apresentaram diferença significativa nos valores de pH em todas as camadas
avaliadas após 19 anos de cultivo em plantio direto. O solo sob pangola
apresentou os valores de pH mais elevados, o que é justificado pela baixa
exportação de material alcalino pelas plantas, já que só houve cultivo de milho
em 4 safras neste sistema, e mínima lixiviação de nitrato, devido ao sistema
radicular denso e abundante desta gramínea, o que favorece uma melhor
absorção do nitrogênio do solo.
75
pH-H
2
O 1:1
0,0 4,0 4,4 4,8 5,2 5,6 6,0
Profundidade, cm
0,0
2,5
5,0
7,5
12,5
17,5
30,0
P/M
A/M
Lab+M
A+V/M
A+V/M+C
G+M
Pan
pH em 1983
Al trocável, cmol
c
kg
-1
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Profundidade, cm
0,0
2,5
5,0
7,5
12,5
17,5
30,0
ns
A
Saturação de bases, %
0 10203040506070
Profundidade, cm
0,0
2,5
5,0
7,5
12,5
17,5
30,0
ns
Saturação de Al, %
0 10203040506070
Profundidade, cm
0,0
2,5
5,0
7,5
12,5
17,5
30,0
ns
B
D C
FIGURA 6.2 Valores de pH-H
2
O (A), Al trocável (B), saturação por bases (C) e
saturação por Al (D) em Argissolo sob sistemas de cultura em
plantio direto há 19 anos. Linhas horizontais representam a
diferença mínima significativa pelo teste de Tukey (5%) para cada
camada de solo. ns = não significativo. P=pousio, M=milho,
A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e G=guandu.
Os sistemas de cultura que englobam leguminosas (G+M, L+M,
A+V/M+C e A+V/M) tiveram decréscimo mais intenso no pH do que os
sistemas de cultura constituídos essencialmente por gramíneas (P/M, A/M e
pangola). Isto se deve ao fato de que estes sistemas promovem maior adição
de N ao solo, aumentando por conseguinte o potencial de perdas de nitrato por
lixiviação e a remoção de material vegetal alcalino do campo, já que a maior
disponibilidade de N favorece o aumento da produtividade de grãos. Diferenças
no decréscimo do pH não foram detectadas, porém, entre sistemas de culturas
contendo leguminosas subtropicais (vica) e tropicais (caupi, lablab e guandu).
O sistema L+M apresentou um comportamento distinto do pH no
perfil do solo, com os valores mais altos de pH na superfície e mais baixos nas
76
camadas mais profundas, em relação aos demais sistemas de cultura. De
acordo com Tang et al. (2000), isto se deve à separação espacial de ácidos e
álcalis produzidos nos ciclos do C e do N. No ciclo do C, enquanto ácidos
exsudados pelas raízes devido ao excesso de absorção de cátions sobre
ânions durante o desenvolvimento da planta são distribuídos em toda a
camada de solo explorada pelas raízes, a oxidação dos resíduos de plantas se
dá principalmente na superfície do solo, favorecendo, portanto, a acidificação
do subsolo e alcalinização da camada superficial. No ciclo do N, a
mineralização do N orgânico ocorre principalmente na camada superficial do
solo, onde a amonificação + nitrificação geram acidificação líquida, a qual é
neutralizada se o nitrato for absorvido pelo sistema radicular devido à
exsudação de OH
-
/HCO
-
que ocorre com fins de manter a neutralidade elétrica
das células das raízes. Portanto, em casos onde a lixiviação de nitrato é o
principal fator causador de acidificação, se esperaria menor valor de pH em
superfície do que em camadas mais profundas do solo. Como isto não se
verificou, os resultados sugerem que o ciclo do C teve participação mais efetiva
na acidificação do solo do que o ciclo do N, especialmente no sistema L+M. A
participação de cada fator na acidificação do solo será discutido de forma mais
completa posteriormente (item 6.3.3).
Os valores de saturação por bases (Figura 6.2C), em sua maioria,
se encontraram entre 30 e 50%, e valores de saturação por Al (Figura 6.2D)
foram elevados (>10%). Estes indicadores, juntamente com os valores de pH e
de Al trocável, sugerem que a aplicação de calcário neste solo é recomendável
de acordo com os atuais critérios de decisão para calagem no sul do Brasil
(CQFS RS/SC, 2004).
6.3.2 Adubação nitrogenada mineral e acidificação do solo
A adubação nitrogenada mineral promoveu um decréscimo
significativo no pH do solo (Figura 6.3A), proporcionando também maiores
valores de Al trocável (Figura 6.3B), o que pode ser atribuído tanto a uma
possível perda de N por lixiviação de nitrato quanto à maior extração de
material vegetal alcalino na colheita de grãos. A aplicação anual de 180 kg ha
-1
de N-uréia proporcionou um decréscimo de pH de 0,25 unidade na média dos
77
sistemas de cultura. Conyers et al. (1996) verificaram que, após 12 anos de
condução, a aplicação anual de 100 kg ha
-1
de N na forma de uréia parcelada
em três aplicações no trigo proporcionou um decréscimo médio de 0,4 unidade
de pH do solo em relação ao solo que não recebeu N mineral (Fenton & Helyar,
2002).
pH H
2
O
0,0 4,0 4,4 4,8 5,2 5,6
Profundidade, cm
0,0
2,5
5,0
7,5
12,5
17,5
30,0
0 kg ha
-1
N
180 kg ha
-1
N
NS
*
*
*
*
*
Al trocável, cmol
c
kg
-1
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
Profundidade,cm
0,0
2,5
5,0
7,5
12,5
17,5
30,0
*
*
*
*
*
*
A B
FIGURA 6.3 Valores de pH-H
2
O e Al trocável de Argissolo Vermelho distrófico
sob sistemas de culturas em plantio direto e adubação
nitrogenada mineral há 19 anos. *Teste de Tukey a 5%. NS = sem
diferença significativa.
O nitrogênio, quando fornecido pela adubação mineral, foi
aplicado na forma de uréia. Segundo Fenton & Helyar (2002), o nitrogênio
adicionado ao sistema na forma de uréia ou através de fixação biológica
somente gera acidez ao solo se houver perda deste elemento por lixiviação de
nitrato. Os autores ilustram que se 100% do N que for adicionado ao sistema
por estes meios for perdido por lixiviação de nitrato, estima-se uma
necessidade de 3,6 kg de calcário para neutralizar cada kg de N perdido. Esta
regra é diferente para outras fontes de adubos nitrogenados, pois no caso de
adição de sulfato de amônio ou monoamôniofosfato, mesmo que não ocorra
perda por lixiviação há geração de acidez no solo. No caso de nitrato de cálcio
ou de sódio, ao contrário, há geração de alcalinidade se não houver perdas de
N e os fertilizantes têm efeito nulo na acidificação se 100% do N for perdido por
lixiviação de nitrato.
O efeito da adubação nitrogenada mineral na acidificação do solo
manifestou-se também no conteúdo de Al trocável (Figura 6.3B), com
78
diferenças significativas em todas as camadas de solo analisadas. Em algumas
camadas, os valores de Al trocável foram quase o dobro nos tratamentos com
adubação nitrogenada mineral em comparação com os tratamentos sem esta
adubação. Além disso, verifica-se que no solo sem N mineral os teores de Al
trocável somente foram ultrapassar o valor de 1 cmol
c
kg
-1
, considerado alto
(CQFS RS/SC, 2004), na camada mais profunda avaliada (17,5-30,0 cm),
enquanto os tratamentos com N mineral proporcionaram valores altos em
praticamente toda a camada de solo avaliada, com exceção da camada de 0-
2,5 cm.
6.3.3 Poder tampão de pH e acidificação líquida do solo
A acidificação líquida do solo, como mencionado anteriormente, é
função da mudança de pH e da capacidade de tamponamento de pH (PTH) do
solo. Na tabela 6.1 são apresentados os valores de PTH e da acidificação
líquida estimada para o solo, obtidos a partir de curvas de titulação em
amostras de solo da camada superficial (0-2,5 cm). Os sistemas de culturas
P/M, A/M e A+V/M apresentaram as menores capacidades de tamponamento
de pH, representando cerca de metade do poder tampão do solo sob L+M. O
sistema de culturas que apresentou maior acidificação do solo (kmol H
+
ha
-1
)
nesta camada foi o G+M e, entretanto, apresentou praticamente o mesmo valor
de pH-H
2
O que o sistema A+V/M. O PTH estimado para a camada superficial
destes solos variou entre 0,90 e 1,80 cmol kg
-1
(unid pH)
-1
, encontrando-se,
portanto, dentro da faixa de valores entre 0,2 e 3,0 cmol kg
-1
(unid pH)
-1
normalmente relatados em literatura (Coventry & Slattery, 1991; Loss et al.,
1993b; Conyers et al., 1996).
79
TABELA 6.1 Poder tampão e atributos de acidez da camada superficial (0-2,5
cm) de um Argissolo com sistemas de culturas em plantio direto
há 19 anos.
pH-H
2
O Sistema de
cultura
Densidade
(a)
Poder tampão
(b)
1983 2002
Acidificação
do solo
(c)
g cm
-3
cmol kg
-1
(unid pH)
-1
kmol H
+
ha
-1
P/M
(e)
1,54 0,90 5,80 5,16 2,22
(d)
A/M 1,54 0,95 5,80 5,10 2,56
A+V/M 1,54 0,93 5,80 4,70 3,94
A+V/M+C 1,54 1,30 5,80 4,97 4,15
L+M 1,55 1,80 5,80 5,50 2,09
G+M 1,44 1,35 5,80 4,72 5,25
Pan 1,14 1,18 5,80 5,12 2,29
(a)
Pillon (2000);
(b)
Estimado pelas curvas de titulação de pH;
(c)
Acidificação (kmol H
+
ha
-1
) = Δ pH X PTH X BD X V, onde: PTH = poder de
tamponamento do solo, em kmol H
+
kg
-1
(unid pH)
-1
; BD = densidade do solo, em kg
m
-3
; V = volume do solo, em m
3
ha
-1
. Camada de solo analisado de 0-2,5 cm de
profundidade = 250 m
3
ha
-1
;
(d)
Nota: 10 kmol H
+
ha
-1
é equivalente a 0,5MgCaCO
3
ha
-1
;
(e)
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e G=guandu.
Os dados de poder tampão apresentaram correlação significativa
com os teores de C orgânico do solo (Figura 6.5), o que se deve à elevada
densidade de grupos funcionais presentes na MO que age como tampão
através da protonação/dissociação destes grupos. Observando a equação
(PTH = -0,72 + 0,04 COT) pode-se inferir que a capacidade de tamponamento
de pH neste solo se dá basicamente pela MO presente, tendo em vista que o
PTH seria próximo de zero se os teores de C orgânico fossem muito baixos, o
que evidencia os baixos valores de CTC da fração mineral deste solo arenoso
e a importância da MO para a retenção de nutrientes.
Através da equação obtida na figura 6.4, o PTH das demais
camadas do solo foi estimado a partir dos seus teores de C orgânico (tabela
6.2). Os dados de PTH obtidos e os valores de pH-H
2
O e densidade do solo
expressos na Tabela 6.2. foram então utilizados na equação 6.1 para estimar a
acidificação líquida ocorrida (kmol H
+
ha
-1
) no solo na camada de 0-30 cm no
período de 19 anos e a equivalência em CaCO
3
(Tabela 6.3), bem como a
contribuição do ciclo do C e do N na acidificação total, conforme a metodologia
descrita no item 6.2.2.
FIGURA 6.4 Relação entre poder de tamponamento de pH do solo (PTH) e
conteúdo de carbono orgânico em Argissolo Vermelho com
sistemas de culturas há 19 anos em plantio direto. P=pousio,
M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi e G=guandu.
Verificou-se que ocorreu acidificação líquida em todos os
tratamentos, variando entre 22,0 kmol H
+
ha
-1
a 65,2 kmol H
+
ha
-1
(o que
necessitaria de 1,11 a 3,26 Mg CaCO
3
ha
-1
para a sua neutralização,
respectivamente) no total dos 19 anos. Isto equivale a uma taxa anual variando
de 1,16 a 3,43 kmol H
+
ha
-1
ano
-1
. Os sistemas de cultura envolvendo
leguminosas apresentaram maior acidificação do que os constituídos
essencialmente por gramíneas. Além disso, a aplicação de N mineral promoveu
Teor de CO, g
PTH, cmol H
+
kg solo
-1
unid pH
-1
0,0
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
80
dm
-3
0 20253035404550
PTH = -0,072 + 0,040 CO
r ² = 0,97 P < 0,001
1. P/M
2. A/M
3. A+V/M
4. A+V/M+C
5. G+M
6. L+M
7. Pan
1
2
3
4
5
6
7
TABELA 6.2 Valores de pH-H
2
O, carbono orgânico total, densidade do solo e pH-SMP utilizados para a estimativa da acidificação
líquida de um Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto há 19 anos e adubação nitrogenada mineral.
Camada P/M
(c)
A/M A+V/M A+V/M+C L+M G+M Pan
0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N
pH-H
2
O (2002)
(a)
0-2,5
5,16 4,84 5,10 4,58 4,70 4,51 4,97 - 5,50 5,53 4,72 - 5,12 -
2,5-5,0
4,89 4,58 4,86 4,36 4,56 4,30 4,57 - 5,15 5,00 4,54 - 5,12 -
5,0-7,5
4,88 4,54 4,85 4,30 4,47 4,22 4,57 - 4,88 4,73 4,55 - 5,14 -
7,5-12,5
4,86 4,39 4,70 4,32 4,49 4,28 4,57 - 4,71 4,62 4,58 - 5,10 -
12,5-17,5
4,79 4,56 4,63 4,41 4,68 4,37 4,63 - 4,53 4,51 4,60 - 5,21 -
17,5-30,0
4,76 4,59 4,84 4,55 4,69 4,34 4,76 - 4,45 4,62 4,67 - 4,92 -
Carbono orgânico total, g kg
-1
(2002)
(b)
0-2,5
15,64 17,10 16,52 17,31 18,03 20,36 21,02 - 26,77 29,15 24,41 - 19,12 -
2,5-5,0
11,70 12,63 13,01 14,39 14,17 14,45 15,58 - 18,51 20,55 16,78 - 13,89 -
5,0-7,5
9,93 10,51 10,83 13,54 11,78 12,73 13,40 - 15,41 16,50 14,15 - 12,38 -
7,5-12,5
8,78 10,16 9,83 11,19 10,27 10,72 10,78 - 12,54 13,71 11,84 - 10,25 -
12,5-17,5
9,32 10,21 9,02 10,13 9,21 9,41 9,88 - 11,06 11,03 10,04 - 8,94 -
17,5-30,0
10,31 10,67 9,66 9,91 9,53 10,28 10,32 - 11,08 10,55 10,13 - 10,22 -
Densidade do solo, g cm
-3
0-2,5
1,54 1,54 1,54 1,54 1,54 1,54 1,54 - 1,55 1,55 1,44 - 1,14 -
2,5-5,0
1,56 1,56 1,56 1,56 1,58 1,58 1,58 - 1,61 1,61 1,65 - 1,36 -
5,0-7,5
1,56 1,56 1,56 1,56 1,58 1,58 1,58 - 1,67 1,67 1,65 - 1,57 -
7,5-12,5
1,62 1,62 1,62 1,62 1,66 1,66 1,66 - 1,66 1,66 1,65 - 1,55 -
12,5-17,5
1,62 1,62 1,62 1,62 1,66 1,66 1,66 - 1,63 1,63 1,65 - 1,61 -
17,5-30,0
1,62 1,62 1,59 1,59 1,66 1,66 1,66 - 1,63 1,63 1,65 - 1,64 -
pH-SMP
0-2,5
6,20 6,02 6,18 5,84 5,93 5,70 6,08 - 6,39 6,27 5,71 - 6,17 -
2,5-5,0
6,13 5,87 6,08 5,70 5,81 5,73 5,94 - 6,19 5,96 5,74 - 6,28 -
5,0-7,5
6,15 5,85 6,03 5,70 5,84 5,56 5,90 - 6,07 5,80 5,86 - 6,24 -
7,5-12,5
6,08 5,89 6,16 5,66 5,90 5,56 5,95 - 6,01 5,79 5,97 - 6,35 -
12,5-17,5
6,16 5,90 6,10 5,79 5,90 5,73 6,02 - 5,95 5,78 6,07 - 6,29 -
17,5-30,0
5,93 5,81 6,04 5,75 5,88 5,67 5,85 - 5,64 5,70 5,88 - 6,04 -
(a)
Valor de pH em 1983: 5,8 na camada de solo de 0-17,5 cm e 5,2 na camada de 17,5-30,0 cm;
(b)
Carbono orgânico total em 1983: 13,3 g kg
-1
solo na camada de 0-17,5 cm, e
desconhecido na camada de 17,5-30,0 cm;
(c)
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi, G=guandu e Pan=pangola. 0 N e 180 N = 0 e 180 kg N ha
-1
ano
-1
.
81
82
TABELA 6.3 Acidificação líquida do solo e fontes de acidez ou alcalinidade (equivalente Mg CaCO
3
ha
-1
)
(a)
para a camada de 0-30
cm de um Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação nitrogenada há 19 anos.
Acidificação P/M
(d)
A/M A+V/M A+V/M+C L+M G+M Pan
0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N 0 N 180 N
Ciclo do C
AOac
(b)
-0,25 -0,07 -0,14 0,07 0,00 0,09 0,18 - 0,76 0,91 0,32 - -0,19 -
AOex
0,49 1,51 0,57 1,62 0,87 1,58 0,99 - 0,94 1,42 0,84 - 0,08 -
Subtotal
0,24 1,44 0,43 1,69 0,87 1,67 1,17 - 1,69 2,33 1,16 - -0,11 -
Superfosfato
0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 - 0,19 0,19 0,19 - 0,04 -
Ciclo do N
(c)
1,18 0,78 1,09 0,94 1,30 1,40 1,01 - 0,66 0,06 1,37 - 1,18 -
Total (19 anos)
1,61 2,41 1,71 2,82 2,36 3,26 2,38 - 2,55 2,59 2,72 - 1,11 -
% devido ao ciclo do C
(14,9) (59,7) (24,9) (60,0) (36,9) (51,3) (49,5) - (66,5) (90,2) (42,7) - (0) -
% devido ao ciclo do N
(73,3) (32,4) (63,9) (33,3) (55,0) (42,9) (42,5) - (26,1) (2,5) (50,3) - (100) -
(a)
Nota: 1 Mg CaCO
3
é necessário para neutralizer 20 kmol H
+
. Valores negativos indicam alcalinização, e positivos, acidificação.
(b)
AOac = mudança no estoque de carbono orgânico total do solo; AOexp = exportação de material vegetal alcalino pela colheita de grãos de milho.
(c)
Estimados por diferença entre a acidificação total e os demais fatores que não o ciclo do N.
(d)
P=pousio, M=milho, A=aveia preta, L=lablab, V=vica, C=caupi, G=guandu e Pan=pangola. 0 N e 180 N = 0 e 180 kg N ha
-1
ano
-1
.
83
maior acidificação, com exceção do solo no sistema L+M, onde diferenças na
acidificação devido à adubação nitrogenada não foram observadas. As
aplicações de 180 kg N-uréia ha
-1
ano
-1
nos sistemas P/M, A/M e A+V/M
aumentaram a acidificação líquida em 49, 65 e 38%, respectivamente. A
acidificação mais acentuada aconteceu nos solos sob A+V/M e A/M, ambos
com aplicação de 180 kg N ha
-1
ano
-1
. Porém, a necessidade de calcário para
elevar o pH dos solos ao valor encontrado em 1983 é relativamente baixa, haja
visto que os resultados indicaram uma necessidade de no máximo 3,26 Mg
CaCO
3
ha
-1
.
As taxas de acidificação anual encontradas no presente estudo
são coerentes com as taxas típicas de acidificação de solos em ecossistemas
agrícolas de 2 a 5 kmol H
+
ha
-1
ano
-1
, segundo Helyar et al. (2003). Porém, esta
faixa pode ser mais ampla de acordo com a atividade agrícola empregada.
Coventry & Slattery (1991) relataram adição líquida de acidez de 3,22, 4,11 e
5,26 kmol H
+
ha
-1
ano
-1
para monocultivo de trigo, rotação trigo-tremoço e
monocultivo de tremoço, respectivamente, para a camada de 0-20 cm de
profundidade. Lesturgez et al. (2006) encontraram 7,6 kmol H
+
ha
-1
ano
-1
em
solos calcareados (0-50 cm de profundidade) cultivados com caupi e milho. Em
pastagens, valores inferiores são encontrados, podendo alcançar no limite
inferior valores de cerca de 0,15 kmol H
+
ha
-1
ano
-1
(Ridley et al., 1990c; Loss
et al., 1993b).
O ciclo do C contribuiu para a acidificação do solo principalmente
devido à remoção de produtos vegetais alcalinos do campo, através da colheita
de grãos de milho, a qual foi maior em solos sob sistemas de cultura que
englobam leguminosas e nos que receberam fertilização nitrogenada mineral. A
colheita de grãos em solos fertilizados com N durante 19 anos promoveu uma
acidificação que requereria cerca de 1,5 Mg CaCO
3
ha
-1
a mais para ser
neutralizada do que solos que não receberam N mineral (Tabela 6.3).
As alterações no estoque de MO (AOac) promoveram efeitos
distintos na acidificação do solo. Segundo os resultados do modelo, ocorreu
alcalinização em solos onde os estoques decresceram (valores negativos na
Tabela 6.3), principalmente no sistema P/M, enquanto a acidificação ocorreu
em solos onde os estoques aumentaram. Portanto, as variações de estoques
de MO nos solos promoveram acidificação variando entre -0,25 a 0,91
84
equivalente CaCO
3
ha
-1
. Com exceção do sistema L+M, porém, a contribuição
relativa do AO
ac
na acidificação total do solo foi pequena, representando, em
média, apenas 7,5% do total. É importante lembrar que o efeito da alteração
dos estoques de MO do solo na acidificação foi estimado por extrapolação
utilizando a equação sugerida por Helyar & Porter (1989), a qual não foi
calibrada para as características de MO do presente estudo e, portanto, os
resultados devem ser interpretados com cautela. Contudo, pode-se ter uma
idéia da tendência dos valores na acidificação do solo.
O efeito do ciclo do C (AO
ex
+ AO
ac
) na acidificação foi nulo no
solo sob pangola, devido à baixa exportação de AO por remoção de material
alcalino, já que o milho foi cultivado neste sistema apenas 4 vezes ao longo
dos 19 anos do experimento, enquanto nos outros sistemas de cultura o milho
foi cultivado em todos os anos. Os maiores valores de acidificação devido ao
ciclo do C foram encontrados nos sistemas L+M com e sem adubação
nitrogenada mineral, o que é explicado pela elevada produtividade de grãos de
milho em adição ao elevado acúmulo de MO no solo. O fato do sistema L+M ter
apresentado a maior contribuição relativa do ciclo do C na acidificação líquida
(0 N = 66,5% e 180 N = 90,2%) e menor contribuição relativa do ciclo do N (0 N
= 26,1% e 180 N = 2,5%) entre os sistemas avaliados está em acordo com a
maior separação espacial de ácidos e álcalis no perfil do solo deste tratamento,
como discutido previamente.
A acidificação devida ao ciclo do N (considerada aqui como sendo
basicamente por lixiviação de nitrato), que foi obtida por diferença entre a
acidificação total e a soma dos demais fatores causadores de acidificação do
solo, variou entre 0,06 Mg CaCO
3
ha
-1
em solo sob L+M 180 N a 1,40 Mg
CaCO
3
ha
-1
em solo sob A+V/M 180 N. A acidificação devida ao ciclo do C é
relacionada àquela devida ao ciclo do N. A hipótese de que a presença de
espécies leguminosas nos sistemas de cultura e a fertilização de N mineral
aumentariam a acidificação do solo por causa da maior disponibilidade de N e
conseqüente maior perda de N por lixiviação foi contestada pelos resultados do
presente estudo. A presença de espécies leguminosas e fertilização
nitrogenada mineral realmente aumentaram a acidificação do solo, mas isto
aconteceu devido, principalmente, ao aumento da participação do ciclo do C na
85
acidificação, em conseqüência do aumento de produtividade de milho
promovido por estes tratamentos.
Observando o efeito dos sistemas de cultura na ausência da
adubação nitrogenada mineral, a inclusão de vica no sistema A/M aumentou a
acidificação relativa causada pelo ciclo do C de 24,9% para 36,9%, alcançando
49,5% quando, além da vica, o caupi também estava presente (A+V/M+C).
Análise similar pode ser feita para a fertilização nitrogenada, na qual, dentro de
cada sistema de cultura, a aplicação de N mineral diminuiu a contribuição
relativa do ciclo do N na acidificação do solo em comparação ao
correspondente solo sem a aplicação de N. Evidentemente, isto não significa
que a quantidade de N perdida por lixiviação de nitrato foi menor em sistemas
com leguminosas e fertilização com N mineral do que nos demais, mas sim que
a proporção da acidificação devido ao ciclo do C foi aumentada pelas maiores
quantidades de N no sistema solo-planta.
A veracidade dos resultados e da discussão é dependente do
nível de veracidade das pressuposições adotadas e da estimativa do PTH
utilizada. Como a acidificação devida à lixiviação de nitrato no ciclo do N é
obtida por diferença, esta aproximação acarreta que toda a acidificação que
não for contabilizada em outros processos é devida à lixiviação de nitrato.
Portanto, uma possível sub e superestimação destes processos, bem como no
PTH, implicará em concomitante erro na estimativa da acidificação causada por
lixiviação de nitrato. Como apontado por Porter et al. (1995) e Verburg et al.
(2003), incertezas no poder de tamponamento de pH pode ser uma fonte
importante de erro no modelo de Helyar & Porter (1989) para estimativa de
acidificação do solo.
A fim de avaliar quão fidedigna é a estimativa do PTH obtido
pelas curvas de titulação de pH e a distribuição da acidificação nos fatores
causadores, os valores de acidificação líquida (convertidos a equivalente Mg
CaCO
3
ha
-1
) ocorrida na camada de solo de 0-30 cm de profundidade foram
comparados com a necessidade de calcário indicada pela análise de pH-SMP
(CQFS RS/SC, 2004). O índice SMP é um parâmetro confiável para estimar a
quantidade de calcário necessária para elevar o pH de um solo a um
determinado valor, por basear-se em avaliações de incubação do solo com
CaCO
3
e ter sido utilizado amplamente não somente no Sul mas também
86
em todo o Brasil, com vários estudos de calibração (Shoemaker et al., 1961;
Kaminski, 1974; Escostegui & Bissani, 1999; Wiethölter, 2002a; Wiethölter,
2002b).
Para esta comparação, a necessidade de calcário foi interpolada
da tabela de recomendação para obter pH 5,8 na camada de 0-17,5 cm de
profundidade do solo (Figura 6.5). A camada mais profunda, de 17,5 a 30 cm
de profundidade, não foi considerada para a necessidade de calcário pelo pH-
SMP porque o pH do solo nesta camada em 1983 era 5,2 e não 5,8 como nas
camadas mais superficiais, e não há dados disponíveis para necessidade de
calcário para aumentar o pH do solo a valores menores do que 5,5 baseados
no pH-SMP. Embora considerando diferentes camadas de solo, encontrou-se
estreita relação entre as duas variáveis (r=0,90 e P<0,001) e magnitudes
similares, indicadas pelo coeficiente linear próximo de 1 (1,06). Entretanto, se a
camada mais profunda fosse considerada na necessidade de calagem pelo pH-
SMP, esta seria mais elevada que a quantidade indicada pela acidificação
usando curvas de titulação de pH, sugerindo que o método das curvas de
titulação subestimou a capacidade de tamponamento de pH do solo e que a
acidificação total do solo deveria ser levemente maior do que os resultados
encontrados. No caso da acidificação total ser realmente maior, isto implicaria
num aumento da contribuição relativa do ciclo do N para a mesma,
concomitante com uma diminuição na participação do ciclo do C.
87
Acidificação
PTH
, equiv Mg CaCO
3
ha
-1
01234
Acidificação
pH SMP
, equiv Mg CaCO
3
ha
-1
0
1
2
3
4
pH
SMP
= -0,02 + 1,06 PTH
titulação
r = 0,90 (P < 0,001)
FIGURA 6.5 Relação entre a acidificação total estimada pelo PTH a partir das
curvas de titulação (0-30 cm de profundidade) e pelo pH SMP (0-
17,5 cm de profundidade), em equivalente CaCO
3
(Mg ha
-1
), em
um Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e
adubação nitrogenada há 19 anos.
Como algumas camadas de solo atingiram valores de pH
relativamente baixos, é provável que o intemperismo de minerais
aluminossilicatos estejam tamponando um maior decréscimo do pH, como
previamente citado, e isto deveria ser considerado em avaliações de
acidificação líquida ocorrida no solo. De acordo com Lesturgez et al. (2006), o
método da determinação da taxa líquida de adição de acidez estimada a partir
do PTH e da mudança de pH não é apropriado para solos com pH-CaCl
2
< 4,0
(equivalente a cerca de pH-H
2
O = 4,5). Avaliando o grau de desordem e de
cristalinidade da caulinita, o principal mineral da fração argila do solo do
estudo, os autores sugeriram que a dissolução da caulinita foi responsável pelo
tamponamento do pH-CaCl
2
do solo, e que o pH-CaCl
2
= 4,0 é um limite crítico
no solo onde abaixo do qual o tamponamento pela dissolução de minerais
88
secundários passa a ser mais efetivo. Similarmente, a caulinita é o principal
mineral presente na fração argila do solo do presente estudo (720 g kg
-1
argila).
Na Figura 6.2A, os decréscimos nos valores de pH do solo nos sistemas de
cultura apontaram tendência de estabilização (“steady state”) com o tempo, o
que pode ser conseqüência do mecanismo de dissolução de argilominerais. Se
tal dissolução foi realmente efetiva, a acidificação líquida foi subestimada, bem
como a acidificação causada pela lixiviação de nitrato.
Dois outros mecanismos que podem tamponar o pH do solo em
valores ácidos, dificultando um decréscimo de pH para valores ainda mais
baixos, são a restrição na produtividade das plantas e nas taxas de nitrificação.
Entretanto, a nitrificação não tem sido restringida no solo do experimento,
indicada pela ausência de acúmulo de amônio no solo (dados não
demonstrados) e a produtividade de milho parece não estar sendo
significativamente afetada pelas diferenças de pH do solo e Al trocável (Figura
6.6).
Na ausência de adubação nitrogenada mineral, os sistemas de
cultura que envolvem espécies leguminosas tiveram maiores produtividades de
grãos, destacando a importância da inclusão destas espécies em sistemas de
rotação de culturas com o milho, a fim de diminuir a quantidade de N mineral
requerida na adubação e os custos de produção. A produtividade do milho no
sistema P/M chegou a aumentar cerca de quatro vezes quando leguminosas
foram incluídas do sistema de rotação. Entretanto, o cultivo de leguminosas
não foi suficiente para fornecer todo o N necessário para o milho atingir a
produtividade obtida pela cultura quando o N mineral foi fornecido. A aplicação
de N mineral deve ser realizada no milho em todos os sistemas de cultura
avaliados, sendo que nos sistemas que envolvem cultivo de leguminosas, a
adubação nitrogenada mineral deve ser uma prática de complementação ao N
fixado biologicamente.
89
Sistema de cultura
Produtividade, kg ha
-1
0
2000
4000
6000
8000
10000
P/M
A/M
A+V/M
A+V/M+C
L+M
G+M
P/M
A/M
A+V/M
A+V/M+C
L+M
G+M
0 kg ha
-1
N
180 kg ha
-1
N
FIGURA 6.6 Produtividade de grãos de milho no ano agrícola de 2002/2003
em sistemas de culturas há 19 anos em plantio direto, sem e com
adubação nitrogenada mineral. P=pousio, M=milho, A=aveia preta,
V=vica, C=caupi e G=guandu. Barras verticais indicam o erro padrão da
produtividade de grãos nos sistemas de cultura (n=3).
Apesar das diferenças nas características relacionadas à acidez
(Figura 6.1), o milho apresentou produtividade de grãos semelhante quando foi
fertilizado com N mineral. É importante ressaltar que embora a maioria dos
sistemas de cultura apresentaram pH < 5,0 e elevado Al trocável, a
produtividade de grãos atingiu patamares razoáveis, produzindo cerca de 8 Mg
ha
-1
quando fornecido N mineral. As prováveis explicações para isto são a
complexação do Al por ligantes orgânicos, os elevados níveis de fertilidade
(principalmente o P) e a utilização de irrigação no experimento.
A adoção do plantio direto por longo período, por ter favorecido
acúmulo de matéria orgânica e de nutrientes na camada superficial do solo
devido ao baixo revolvimento preconizado neste sistema, pode ter promovido a
atenuação da fitotoxidez de Al devido a sua complexação por ligantes
90
orgânicos (Tan & Binger, 1986; Gerke, 1994; Vance et al., 1995; Salet et al.,
1999; Haynes & Mokolobate, 2001) e à diminuição da atividade das formas
tóxicas de Al pela maior concentração iônica na solução do solo desta camada
superficial (Salet, 1998; Giongo, 2002). Em adição, sabe-se que elevados
teores de P no solo podem amenizar a fitotoxidez de Al nas plantas, havendo
uma relação de substituição calcário-fósforo (Vidor & Freire, 1972; Pöttker &
Ben, 1998; Anghinoni & Salet, 2000; Ernani et al., 2000) e, por isso, a aplicação
de calcário pode ser inclusive protelada em casos onde os níveis de P
disponível do solo forem elevados (CQFS RS/SC, 2004). No tratamento A+V/M
com 180 kg ha
-1
ano
-1
de N do presente estudo, por exemplo, encontrou-se
valores (média ponderada 0-17,5 cm de profundidade) de pH de 4,3 e
saturação por Al na CTC efetiva de 43%, e mesmo assim apresentou
produtividade de milho de 7,8 Mg ha
-1
. Ao observar o teor de P-Mehlich, a
média ponderada na camada 0-17,5 foi de 60 mg dm
-3
, sendo que para tal solo
(São Jerônimo, classe textural 3) considera-se um teor alto de P quando estiver
acima de 23 mg dm
-3
. Além disto, a utilização de irrigação facilita que a planta
consiga obter um adequado suprimento de água, mesmo que o sistema
radicular não tenha se desenvolvido normalmente e mesmo sem o seu
aprofundamento no solo, o que pode ter permitido a obtenção de
produtividades elevadas. Novos trabalhos devem ser realizados a fim de que
se busquem explicações mais consistentes a respeito.
91
6.4 Conclusões
O pH do solo, o Al trocável, a saturação por bases e a saturação
por Al diferiram significativamente entre os sistemas de cultura e fertilização
com N mineral. A acidificação líquida foi mais intensa em solos sob sistemas de
cultura que envolvem cultivo de espécies leguminosas e que recebem
adubação nitrogenada mineral.
A presença de leguminosas e de fertilização com N mineral
aumentaram a acidificação do solo atribuída ao ciclo do C devido ao
incremento na remoção de material vegetal alcalino pela colheita de grãos de
milho.
A capacidade de tamponamento de pH do solo apresentou
relação direta e significativa com o estoque de C orgânico do solo. O método
utilizado para a estimativa da capacidade tampão do solo, porém, resultou em
valores de necessidade de calagem menores do que os valores indicados pelo
pH-SMP calibrado para solos do Sul do Brasil.
Os sistemas de cultura que incluem uso de espécies leguminosas
apresentaram produtividades de grãos de milho mais elevadas que os demais
sistemas, apesar das condições mais ácidas do solo do que nos sistemas de
cultura constituídos essencialmente por gramíneas, e apontaram um potencial
de redução do uso de fertilizante nitrogenado mineral.
Quando aplicado N mineral, obteve-se elevada produtividade de
milho em solo há 19 anos em plantio direto e sem reaplicação de calcário,
apresentando baixos valores de pH e alta saturação por Al e, apesar de
diferenças nas condições de acidez, não houveram diferenças na produtividade
de grãos de milho. Os efeitos da acidez e da toxidez de Al podem ter sido
atenuados pela formação de complexos Al-ligantes orgânicos, pelo uso de
irrigação e pelos elevados teores de nutrientes da camada superficial do solo,
especialmente de fósforo.
7. PERSPECTIVAS FUTURAS DE PESQUISA
No sentido de avançar no entendimento das interações que
ocorrem no sistema solo-planta e na dinâmica das frações orgânicas no solo,
visando aprofundar os estudos realizados no presente trabalho, sugere-se os
seguintes estudos:
Avaliação de lixiviação de frações lábeis de C orgânico no perfil
do solo;
Quantificação das adições de massa seca por lablab, caupi e
guandu utilizando algum procedimento que considere a
quantidade de fitomassa dos tecidos que senesceram com o
tempo;
Avaliação de produtividade de milho no experimento na
ausência de suplementação de água pela irrigação;
Estudo de cristalinidade da caulinita do solo do experimento sob
diferentes valores de pH, bem como análises de lixiviação de
nitrato, a fim de refinar a quantificação dos fatores causadores
de acidificação do solo;
Avaliação do papel de ácidos orgânicos de baixo peso
molecular (advindos de exsudação radicular e da lise de células
das plantas de cobertura após serem manejadas) na
complexação do Al e na especiação química da solução do solo.
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9. APÊNDICES
107
APÊNDICE 1. Teores de carbono orgânico total (g kg
-1
) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e
adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
16,35 13,16 17,41 15,64
16,30 17,68 17,32 17,10
2,5-5,0
11,46 11,76 11,87 11,70
12,71 13,38 11,81 12,63
5,0-7,5
10,66 9,30 9,84 9,93
10,91 10,45 10,17 10,51
7,5-12,5
8,95 8,76 8,63 8,78
10,90 10,36 9,22 10,16
12,5-17,5
9,32 9,93 8,70 9,32
11,41 9,48 9,75 10,21
17,5-30,0
10,95 10,02 9,96 10,31
11,39 10,39 10,22 10,67
0-17,5
10,71 10,23 10,54 10,49
12,08 11,60 11,03 11,57
P/M
1
0-30,0
10,81 10,14 10,30 10,42
11,79 11,10 10,70 11,19
0-2,5
15,70 18,25 15,62 16,52
16,89 18,19 16,86 17,31
2,5-5,0
13,30 12,88 12,86 13,01
14,39 15,73 13,06 14,39
5,0-7,5
11,54 10,83 10,12 10,83
12,97 15,42 12,23 13,54
7,5-12,5
9,66 9,97 9,85 9,83
10,23 12,94 10,40 11,19
12,5-17,5
8,30 8,99 9,77 9,02
10,10 10,51 9,77 10,13
17,5-30,0
9,48 9,20 10,29 9,66
9,74 9,80 10,20 9,91
0-17,5
10,92 11,41 11,12 11,15
12,13 13,75 11,78 12,55
A/M
0-30,0
10,32 10,49 10,77 10,53
11,13 12,10 11,12 11,45
0-2,5
28,02 24,31 27,98 26,77
30,06 29,11 28,28 29,15
2,5-5,0
21,44 14,17 19,91 18,51
26,13 16,63 18,89 20,55
5,0-7,5
17,67 11,64 16,93 15,41
19,85 14,89 14,76 16,50
7,5-12,5
15,05 9,98 12,60 12,54
16,57 11,95 12,62 13,71
12,5-17,5
12,45 9,95 10,79 11,06
12,17 10,34 10,58 11,03
17,5-30,0
11,72 10,33 11,18 11,08
10,58 10,48 10,60 10,55
0-17,5
18,03 12,85 17,08 15,99
19,89 15,03 15,48 16,80
L+M
0-30,0
15,40 11,80 14,62 13,94
16,01 13,13 13,44 14,20
0-2,5
21,47 16,99 15,62 18,03
24,93 19,23 16,93 20,36
2,5-5,0
16,11 14,05 12,36 14,17
16,92 14,07 12,37 14,45
5,0-7,5
12,96 12,45 9,92 11,78
14,28 13,36 10,56 12,73
7,5-12,5
10,83 10,61 9,38 10,27
12,10 11,30 8,76 10,72
12,5-17,5
9,83 9,25 8,56 9,21
9,22 9,67 9,34 9,41
17,5-30,0
9,10 9,58 9,91 9,53
9,82 11,25 9,77 10,28
0-17,5
13,12 11,89 10,54 11,85
14,11 12,66 10,87 12,54
A+V/M
0-30,0
11,45 10,93 10,28 10,88
12,32 12,07 10,41 11,60
0-2,5
20,57 20,55 21,95 21,02
- - - -
2,5-5,0
15,16 14,26 17,32 15,58
- - - -
5,0-7,5
13,77 11,97 14,45 13,40
- - - -
7,5-12,5
11,01 9,80 11,52 10,78
- - - -
12,5-17,5
9,90 8,97 10,77 9,88
- - - -
17,5-30,0
10,35 9,74 10,87 10,32
- - - -
0-17,5
13,05 12,05 14,04 13,04
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
11,92 11,09 12,72 11,91
- - - -
0-2,5
23,82 21,41 28,00 24,41
- - - -
2,5-5,0
18,23 16,39 15,71 16,78
- - - -
5,0-7,5
13,45 13,80 15,19 14,15
- - - -
7,5-12,5
11,07 11,83 12,63 11,84
- - - -
12,5-17,5
9,37 11,21 9,53 10,04
- - - -
17,5-30,0
10,51 9,80 10,07 10,13
- - - -
0-17,5
13,77 13,95 14,75 14,16
- - - -
G+M
0-30,0
12,41 12,22 12,80 12,48
- - - -
0-2,5
19,40 20,15 17,80 19,12
- - - -
2,5-5,0
14,75 14,36 12,57 13,89
- - - -
5,0-7,5
12,51 13,01 11,63 12,38
- - - -
7,5-12,5
10,26 10,42 10,07 10,25
- - - -
12,5-17,5
9,59 10,31 6,93 8,94
- - - -
17,5-30,0
10,06 10,71 9,90 10,22
- - - -
0-17,5
12,34 12,71 10,86 11,97
- - - -
Pan
0-30,0
11,39 11,88 10,46 11,24
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
108
APÊNDICE 2. Estoques de carbono orgânico (calculado pelo método de massa equivalente*, Mg ha
-1
) em Argissolo
sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
6,29 5,07 6,70 6,02
6,28 6,81 6,67 6,58
2,5-5,0
4,47 4,59 4,63 4,56
4,96 5,22 4,61 4,93
5,0-7,5
4,16 3,63 3,84 3,87
4,25 4,08 3,97 4,10
7,5-12,5
7,25 7,10 6,99 7,11
8,83 8,39 7,47 8,23
12,5-17,5
7,55 8,04 7,05 7,55
9,24 7,68 7,90 8,27
17,5-30,0
22,17 20,29 20,17 20,88
23,06 21,04 20,70 21,60
0-17,5
29,72 28,42 29,21 29,11
33,56 32,17 30,61 32,11
P/M
1
0-30,0
51,89 48,71 49,38 49,99
56,62 53,21 51,30 53,71
0-2,5
6,04 7,03 6,01 6,36
6,50 7,00 6,49 6,67
2,5-5,0
5,19 5,02 5,02 5,08
5,61 6,13 5,09 5,61
5,0-7,5
4,50 4,22 3,95 4,22
5,06 6,01 4,77 5,28
7,5-12,5
7,82 8,08 7,98 7,96
8,29 10,48 8,42 9,06
12,5-17,5
6,72 7,28 7,91 7,31
8,18 8,51 7,91 8,20
17,5-30,0
18,84 18,29 20,45 19,19
19,36 19,48 20,27 19,70
0-17,5
30,28 31,63 30,87 30,93
33,64 38,15 32,69 34,83
A/M
0-30,0
49,12 49,92 51,32 50,12
53,00 57,62 52,96 54,53
0-2,5
10,86 9,42 10,84 10,37
11,65 11,28 10,96 11,30
2,5-5,0
8,63 5,70 8,01 7,45
10,52 6,69 7,60 8,27
5,0-7,5
7,38 4,86 7,07 6,44
8,29 6,22 6,16 6,89
7,5-12,5
12,49 8,28 10,46 10,41
13,75 9,92 10,47 11,38
12,5-17,5
10,15 8,11 8,79 9,02
9,92 8,43 8,62 8,99
17,5-30,0
23,88 21,05 22,78 22,57
21,56 21,35 21,60 21,50
0-17,5
49,50
L+M
45,18 43,68
54,12 42,54 43,82 46,83 36,38
0-30,0
73,38 57,42 67,96 66,25
75,68 63,89 65,42 68,33
0-2,5
8,27 6,54 6,01 6,94
9,60 7,40 6,52 7,84
2,5-5,0
6,36 5,55 4,88 5,60
6,68 5,56 4,89 5,71
5,0-7,5
5,12 4,92 3,92 4,65
5,64 5,28 4,17 5,03
7,5-12,5
8,99 8,81 7,79 8,53
10,04 9,38 7,27 8,90
A+V/M
12,5-17,5
8,16 7,68 7,10 7,65
7,65 8,03 7,75 7,81
17,5-30,0
18,88 19,88 20,56 19,77
20,38 23,34 20,27 21,33
0-17,5
33,49 29,70 33,36
39,62 35,64 30,60 35,29 36,90
0-30,0
55,78 53,37 50,27 53,14
59,99 58,99 50,87 56,62
0-2,5
7,92 7,91 8,45 8,09
- - - -
2,5-5,0
5,99 5,63 6,84 6,15
- - - -
5,0-7,5
5,44 4,73 5,71 5,29
- - - -
7,5-12,5
9,14 8,13 9,56 8,94
- - - -
12,5-17,5
8,22 7,45 8,94 8,20
- - - -
17,5-30,0
21,48 20,21 22,56 21,41
- - - -
0-17,5
36,70 33,85 39,50 36,68
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
58,18 54,06 62,06 58,10
- - - -
0-2,5
8,58 7,71 10,08 8,79
- - - -
2,5-5,0
7,52 6,76 6,48 6,92
- - - -
5,0-7,5
5,55 5,69 6,27 5,84
- - - -
7,5-12,5
9,13 9,76 10,42 9,77
- - - -
12,5-17,5
7,73 9,25 7,86 8,28
- - - -
17,5-30,0
21,68 20,21 20,77 20,89
- - - -
0-17,5
38,51 39,17 41,11 39,59
- - - -
G+M
0-30,0
60,18 59,38 61,88 60,48
- - - -
0-2,5
5,53 5,74 5,07 5,45
- - - -
2,5-5,0
5,02 4,88 4,27 4,72
- - - -
5,0-7,5
4,91 5,11 4,56 4,86
- - - -
7,5-12,5
7,95 8,08 7,80 7,94
- - - -
12,5-17,5
7,72 8,30 5,58 7,20
- - - -
17,5-30,0
20,62 21,96 20,30 20,96
- - - -
0-17,5
31,13 32,11 27,29 30,18
- - - -
Pan
0-30,0
51,75 54,06 47,59 51,13
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos
blocos I, II e III. * A densidade do solo sob A+V/M, que apresentou mesmos valores que do solo sob A+V/M+C, foi
utilizada como referência para correção das camadas de solo dos demais sistemas. Os valores de densidade utilizados
estão demonstrados na Tabela 4.1(pág. 25).
109
APÊNDICE 3. Teores de nitrogênio total (g kg
-1
) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação
nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III
Média
I II III
Média
0-2,5
1,41 1,24 1,41 1,35
1,41 1,59 1,59 1,53
2,5-5,0
0,88 1,24 1,06 1,06
1,06 1,41 1,24 1,24
5,0-7,5
1,06 0,88 1,06 1,00
1,06 0,88 0,71 0,88
7,5-12,5
0,88 0,71 0,71 0,77
1,06 0,71 0,88 0,88
12,5-17,5
0,71 0,71 0,71 0,71
0,88 0,88 0,71 0,82
17,5-30,0
0,88 0,71 0,53 0,71
0,71 0,71 0,71 0,71
0-17,5
0,93 0,88 0,91 0,91
1,06 1,01 0,96 1,01
P/M
1
0-30,0
0,91 0,81 0,75 0,82
0,91 0,88 0,85 0,88
0-2,5
1,59 1,77 1,59 1,65
1,41 1,77 1,77 1,65
2,5-5,0
1,24 1,24 0,88 1,12
1,41 1,59 1,33 1,44
5,0-7,5
0,88 1,06 0,88 0,94
1,24 1,41 0,88 1,18
7,5-12,5
0,88 0,88 0,71 0,82
0,88 1,06 0,88 0,94
12,5-17,5
0,71 0,97 0,88 0,85
0,88 0,88 0,88 0,88
17,5-30,0
0,71 0,71 0,53 0,65
0,88 0,88 0,88 0,88
0-17,5
0,98 1,11 0,93 1,01
1,09 1,24 1,07 1,13
A/M
0-30,0
0,87 0,94 0,77 0,86
1,00 1,09 0,99 1,03
0-2,5
2,83 2,47 3,89 3,06
2,65 2,65 2,47 2,59
2,5-5,0
2,65 1,41 2,30 2,12
2,56 1,94 1,77 2,09
5,0-7,5
1,94 1,24 1,94 1,71
1,94 1,59 1,59 1,71
7,5-12,5
1,59 1,24 1,41 1,41
1,41 1,24 1,24 1,30
12,5-17,5
1,24 0,88 1,06 1,06
1,06 1,06 0,88 1,00
17,5-30,0
1,06 0,88 0,88 0,94
0,71 0,71 0,88 0,77
0-17,5
1,87 1,34 1,87 1,69
1,73 1,54 1,44 1,57
L+M
0-30,0
1,53 1,15 1,46 1,38
1,30 1,19 1,21 1,23
0-2,5
1,77 1,77 1,77 1,77
2,65 1,77 1,77 2,06
2,5-5,0
1,77 1,41 0,88 1,35
1,59 1,59 1,06 1,41
5,0-7,5
1,24 1,24 0,88 1,12
1,59 1,59 0,71 1,30
7,5-12,5
0,88 1,06 0,71 0,88
1,24 1,06 0,88 1,06
12,5-17,5
0,88 0,71 0,71 0,77
1,06 0,88 0,71 0,88
17,5-30,0
0,71 1,06 0,71 0,82
0,71 0,88 0,71 0,77
0-17,5
1,19 1,14 0,91 1,08
1,49 1,26 0,96 1,24
A+V/M
0-30,0
0,99 1,10 0,82 0,97
1,16 1,10 0,85 1,04
0-2,5
2,12 2,12 2,12 2,12
- - - -
2,5-5,0
1,41 1,41 1,24 1,35
- - - -
5,0-7,5
1,41 1,06 1,24 1,24
- - - -
7,5-12,5
1,06 1,06 1,06 1,06
- - - -
12,5-17,5
1,06 0,71 0,71 0,82
- - - -
17,5-30,0
0,88 0,71 0,71 0,77
- - - -
0-17,5
1,31 1,16 1,16 1,21
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
1,13 0,97 0,97 1,03
- - - -
0-2,5
2,39 2,12 2,47 2,33
- - - -
2,5-5,0
1,59 1,59 1,86 1,68
- - - -
5,0-7,5
0,71 1,41 1,59 1,24
- - - -
7,5-12,5
0,71 1,06 0,88 0,88
- - - -
12,5-17,5
0,71 0,88 0,71 0,77
- - - -
17,5-30,0
0,71 0,80 0,71 0,74
- - - -
0-17,5
1,07 1,29 1,30 1,22
- - - -
G+M
0-30,0
0,92 1,08 1,05 1,02
- - - -
0-2,5
2,03 2,03 1,68 1,91
- - - -
2,5-5,0
1,41 1,24 1,06 1,24
- - - -
5,0-7,5
1,06 1,24 0,88 1,06
- - - -
7,5-12,5
0,88 0,71 0,71 0,77
- - - -
12,5-17,5
0,88 0,71 0,71 0,77
- - - -
17,5-30,0
0,71 0,71 0,71 0,71
- - - -
0-17,5
1,15 1,05 0,92 1,04
- - - -
Pan
0-30,0
0,96 0,91 0,83 0,90
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
110
APÊNDICE 4. Estoques de nitrogênio total (calculado pelo método de massa equivalente*, Mg ha
-1
) de um Argissolo
sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III
Média
I II III
Média
0-2,5
0,54 0,48 0,54 0,52
0,54 0,61 0,61 0,59
2,5-5,0
0,35 0,49 0,42 0,42
0,42 0,56 0,49 0,49
5,0-7,5
0,42 0,35 0,42 0,40
0,42 0,35 0,28 0,35
7,5-12,5
0,73 0,59 0,59 0,64
0,88 0,59 0,73 0,73
12,5-17,5
0,59 0,59 0,59 0,59
0,73 0,73 0,59 0,68
17,5-30,0
1,83 1,47 1,10 1,47
1,47 1,47 1,47 1,47
0-17,5
2,63 2,49 2,56 2,56
3,00 2,84 2,70 2,85
P/M
1
0-30,0
4,47 3,95 3,66 4,03
4,46 4,31 4,17 4,31
0-2,5
0,61 0,68 0,61 0,64
0,54 0,68 0,68 0,64
2,5-5,0
0,49 0,49 0,35 0,44
0,56 0,63 0,52 0,57
5,0-7,5
0,35 0,42 0,35 0,37
0,49 0,56 0,35 0,47
7,5-12,5
0,73 0,73 0,59 0,68
0,73 0,88 0,73 0,78
12,5-17,5
0,59 0,81 0,73 0,71
0,73 0,73 0,73 0,73
17,5-30,0
1,47 1,47 1,10 1,34
1,83 1,83 1,83 1,83
0-17,5
2,77 3,13 2,63 2,84
3,06 3,48 3,02 3,19
A/M
0-30,0
4,24 4,60 3,73 4,19
4,89 5,31 4,85 5,02
0-2,5
1,09 0,95 1,50 1,18
1,02 1,02 0,95 1,00
2,5-5,0
1,05 0,56 0,91 0,84
1,01 0,77 0,70 0,83
5,0-7,5
0,77 0,49 0,77 0,67
0,77 0,63 0,63 0,67
7,5-12,5
1,32 1,03 1,17 1,17
1,17 1,03 1,03 1,08
12,5-17,5
1,03 0,73 0,88 0,88
0,88 0,88 0,73 0,83
17,5-30,0
2,20 1,83 1,83 1,96
1,47 1,47 1,83 1,59
0-17,5
5,25 3,76 5,23 4,75
4,85 4,32 4,04 4,41
L+M
0-30,0
7,45 5,59 7,06 6,70
6,32 5,79 5,87 6,00
0-2,5
0,68 0,68 0,68 0,68
1,02 0,68 0,68 0,79
2,5-5,0
0,70 0,56 0,35 0,54
0,63 0,63 0,42 0,56
5,0-7,5
0,49 0,49 0,35 0,44
0,63 0,63 0,28 0,51
7,5-12,5
0,73 0,88 0,59 0,73
1,03 0,88 0,73 0,88
12,5-17,5
0,73 0,59 0,59 0,64
0,88 0,73 0,59 0,73
17,5-30,0
1,47 2,20 1,47 1,71
1,47 1,83 1,47 1,59
0-17,5
3,33 3,19 2,55 3,03
4,18 3,55 2,70 3,48
A+V/M
0-30,0
4,80 5,39 4,02 4,74
5,65 5,38 4,17 5,07
0-2,5
0,82 0,82 0,82 0,82
- - - -
2,5-5,0
0,56 0,56 0,49 0,54
- - - -
5,0-7,5
0,56 0,42 0,49 0,49
- - - -
7,5-12,5
0,88 0,88 0,88 0,88
- - - -
12,5-17,5
0,88 0,59 0,59 0,68
- - - -
17,5-30,0
1,83 1,47 1,47 1,59
- - - -
0-17,5
3,69 3,26 3,26 3,41
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
5,53 4,73 4,73 4,99
- - - -
0-2,5
0,92 0,82 0,95 0,90
- - - -
2,5-5,0
0,63 0,63 0,73 0,66
- - - -
5,0-7,5
0,28 0,56 0,63 0,49
- - - -
7,5-12,5
0,59 0,88 0,73 0,73
- - - -
12,5-17,5
0,59 0,73 0,59 0,64
- - - -
17,5-30,0
1,47 1,65 1,47 1,53
- - - -
0-17,5
3,00 3,62 3,63 3,42
- - - -
G+M
0-30,0
4,47 5,27 5,10 4,94
- - - -
0-2,5
0,78 0,78 0,65 0,74
- - - -
2,5-5,0
0,56 0,49 0,42 0,49
- - - -
5,0-7,5
0,42 0,49 0,35 0,42
- - - -
7,5-12,5
0,73 0,59 0,59 0,64
- - - -
12,5-17,5
0,73 0,59 0,59 0,64
- - - -
17,5-30,0
1,47 1,47 1,47 1,47
- - - -
0-17,5
3,23 2,93 2,59 2,92
- - - -
Pan
0-30,0
4,69 4,40 4,05 4,38
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos
blocos I, II e III. * A densidade do solo sob A+V/M, que apresentou mesmos valores que do solo sob A+V/M+C, foi
utilizada como referência para correção das camadas de solo dos demais sistemas. Os valores de densidade utilizados
estão demonstrados na Tabela 4.1(pág. 25).
111
APÊNDICE 5. Teores de carbono orgânico total e teores de carbono orgânico nas frações lábeis e não lábeis (g C kg
-1
solo) obtidas por fracionamentos físicos granulométrico e densimétrico e por
oxidação química com soluções de KMnO
4
333 mM e 60 mM em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação nitrogenada mineral há 19 anos.
C lábil C não lábil
3
Oxidação com KMnO
4
Oxidação com KMnO
4
Sistema de
cultura
Dose de N,
kg ha
-1
Repetição
2
Granulométrico Densimétrico
60 mM 333 mM
Granulométrico Densimétrico
60 mM 333 mM
CO
I 1,06 0,50 0,89 3,08 9,64 10,21 9,81 7,62 10,70
II 1,15 0,43 1,03 4,81 10,07 10,79 10,19 6,41 11,22
III 0,94 0,50 0,78 3,58 9,77 10,21 9,93 7,13 10,71
0
Média
1,05 0,48 0,90 3,82 9,83 10,40 9,98 7,05 10,88
I 1,01 0,66 1,35 3,58 9,81 10,16 9,47 7,24 10,82
II 1,69 0,50 1,12 3,82 11,66 12,85 12,23 9,53 13,35
III 1,09 0,50 1,16 3,08 9,39 9,98 9,32 7,40 10,48
A/M
1
180
Média
1,26 0,55 1,21 3,49 10,29 11,00 10,34 8,06 11,55
I 1,47 0,80 1,10 3,33 11,91 12,58 12,28 10,06 13,38
II 1,10 0,70 0,91 3,50 9,96 10,36 10,15 7,56 11,06
III 0,76 0,69 0,55 3,91 9,89 9,96 10,10 6,74 10,65
0
Média
1,11 0,73 0,85 3,58 10,59 10,97 10,84 8,12 11,70
I 2,25 1,00 1,60 4,32 11,74 12,99 12,39 9,67 13,99
II 2,09 0,74 1,14 4,57 10,12 11,47 11,07 7,64 12,21
III 1,03 0,64 1,10 1,35 9,34 9,73 9,27 9,02 10,37
A+V/M
180
Média
1,79 0,79 1,28 3,41 10,40 11,40 10,91 8,78 12,19
I 1,18 0,78 1,28 5,56 11,87 12,27 11,77 7,49 13,05
II 1,87 0,72 1,41 4,81 10,14 11,29 10,60 7,20 12,01
III 1,75 0,97 1,30 4,07 11,22 12,00 11,67 8,90 12,97
A+V/M+C 0
Média
1,60 0,82 1,33 4,81 11,07 11,85 11,35 7,86 12,68
I 2,35 1,34 1,44 4,07 12,58 13,59 13,49 10,86 14,93
II 1,36 0,96 1,21 1,10 12,55 12,95 12,70 12,81 13,91
III 2,88 2,04 1,46 4,81 12,35 13,19 13,77 10,42 15,23
G+M 0
Média
2,20 1,45 1,37 3,33 12,49 13,24 13,32 11,36 14,69
I 2,63 1,54 1,35 3,08 12,71 13,80 13,99 12,26 15,34
II 2,81 1,66 1,41 2,09 12,66 13,81 14,06 13,38 15,47 Campo nativo 0
Média
2,72 1,60 1,38 2,59 12,68 13,80 14,02 12,81 15,40
1
M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi;e G = guandu.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
3
Os teores de C não lábeis foram obtidos por diferença entre os teores de CO e os de C lábeis.
112
APÊNDICE 6. Valores de pH-H
2
O em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação nitrogenada
mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
5,18 5,08 5,22 5,16
4,69 4,95 4,88 4,84
2,5-5,0
4,90 4,78 4,99 4,89
4,42 4,73 4,58 4,58
5,0-7,5
4,80 4,86 4,98 4,88
4,47 4,74 4,42 4,54
7,5-12,5
4,77 4,92 4,88 4,86
4,37 4,60 4,19 4,39
12,5-17,5
4,79 4,75 4,83 4,79
4,42 4,78 4,49 4,56
17,5-30,0
4,55 4,90 4,82 4,76
4,53 4,60 4,64 4,59
0-17,5
4,86 4,87 4,94 4,89 4,45 4,74 4,46 4,55
P/M
1
0-30,0 4,73 4,88 4,89 4,83 4,48 4,65 4,55 4,57
0-2,5
5,00 5,20 5,11 5,10
4,56 4,52 4,66 4,58
2,5-5,0
4,85 4,87 4,86 4,86
4,34 4,38 4,36 4,36
5,0-7,5
4,87 4,82 4,85 4,85
4,37 4,20 4,33 4,30
7,5-12,5
4,60 4,80 4,70 4,70
4,46 4,20 4,30 4,32
12,5-17,5
4,72 4,60 4,58 4,63
4,47 4,22 4,54 4,41
17,5-30,0
4,96 4,91 4,65 4,84
4,52 4,40 4,73 4,55
0-17,5
4,77 4,81 4,77 4,78
4,45 4,28 4,43 4,39
A/M
0-30,0
4,85 4,85 4,72 4,81
4,48 4,33 4,56 4,45
0-2,5
5,57 5,37 5,57 5,50
5,29 5,67 5,63 5,53
2,5-5,0
5,32 5,04 5,10 5,15
4,93 5,09 4,98 5,00
5,0-7,5
5,04 4,80 4,81 4,88
4,79 4,81 4,60 4,73
7,5-12,5
4,99 4,61 4,52 4,71
4,55 4,76 4,55 4,62
12,5-17,5
4,64 4,52 4,43 4,53
4,46 4,69 4,38 4,51
17,5-30,0
4,48 4,51 4,36 4,45
4,38 5,04 4,44 4,62
0-17,5
5,03 4,78 4,77 4,86
4,72 4,92 4,72 4,79
L+M
0-30,0
4,80 4,67 4,60 4,69
4,58 4,97 4,61 4,72
0-2,5
4,58 4,64 4,87 4,70
4,52 4,79 4,23 4,51
2,5-5,0
4,44 4,57 4,66 4,56
4,38 4,52 4,00 4,30
5,0-7,5
4,59 4,29 4,52 4,47
4,25 4,46 3,95 4,22
7,5-12,5
4,69 4,29 4,50 4,49
4,26 4,49 4,08 4,28
12,5-17,5
4,70 4,78 4,56 4,68
4,48 4,36 4,26 4,37
17,5-30,0
4,73 4,75 4,59 4,69
4,40 4,41 4,21 4,34
0-17,5
4,63 4,52 4,60 4,58
4,38 4,50 4,12 4,33
A+V/M
0-30,0
4,67 4,62 4,59 4,63
4,39 4,46 4,16 4,34
0-2,5
4,79 4,97 5,16 4,97
- - - -
2,5-5,0
4,48 4,62 4,61 4,57
- - - -
5,0-7,5
4,48 4,66 4,58 4,57
- - - -
7,5-12,5
4,47 4,58 4,66 4,57
- - - -
12,5-17,5
4,42 4,79 4,68 4,63
- - - -
17,5-30,0
4,59 4,90 4,78 4,76
- - - -
0-17,5
4,50 4,71 4,72 4,65
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
4,54 4,79 4,74 4,69
- - - -
0-2,5
4,47 4,99 4,69 4,72
- - - -
2,5-5,0
4,39 4,76 4,48 4,54
- - - -
5,0-7,5
4,39 4,70 4,56 4,55
- - - -
7,5-12,5
4,48 4,79 4,46 4,58
- - - -
12,5-17,5
4,69 4,60 4,52 4,60
- - - -
17,5-30,0
4,77 4,73 4,52 4,67
- - - -
0-17,5
4,51 4,75 4,53 4,60
- - - -
G+M
0-30,0
4,62 4,74 4,52 4,63
- - - -
0-2,5
5,20 5,19 4,97 5,12
- - - -
2,5-5,0
5,11 5,07 5,18 5,12
- - - -
5,0-7,5
5,14 5,09 5,20 5,14
- - - -
7,5-12,5
4,99 5,20 5,10 5,10
- - - -
12,5-17,5
5,38 5,29 4,96 5,21
- - - -
17,5-30,0
4,99 4,89 4,89 4,92
- - - -
0-17,5
5,17 5,19 5,07 5,14
- - - -
Pan
0-30,0
5,10 5,07 4,99 5,05
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
113
APÊNDICE 7. Valores de pH-SMP em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação nitrogenada
mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
6,20 6,15 6,25 6,20
6,03 6,02 6,01 6,02
2,5-5,0
6,07 6,11 6,21 6,13
5,85 5,92 5,85 5,87
5,0-7,5
6,04 6,19 6,22 6,15
5,75 5,93 5,87 5,85
7,5-12,5
6,09 5,93 6,21 6,08
5,76 6,13 5,78 5,89
12,5-17,5
6,16 6,07 6,26 6,16
5,63 6,16 5,90 5,90
17,5-30,0
5,71 5,94 6,14 5,93
5,45 6,04 5,94 5,81
0-17,5
6,12 6,06 6,23 6,14
5,77 6,06 5,87 5,90
P/M
1
0-30,0
5,95 6,01 6,19 6,05
5,64 6,05 5,90 5,86
0-2,5
6,28 6,18 6,09 6,18
5,87 5,78 5,86 5,84
2,5-5,0
6,14 6,11 5,98 6,08
5,84 5,63 5,62 5,70
5,0-7,5
6,07 6,01 6,02 6,03
5,84 5,63 5,64 5,70
7,5-12,5
6,22 6,19 6,07 6,16
5,95 5,54 5,48 5,66
12,5-17,5
6,20 6,09 6,01 6,10
5,99 5,57 5,81 5,79
17,5-30,0
6,21 6,05 5,87 6,04
5,80 5,69 5,76 5,75
0-17,5
6,19 6,12 6,04 6,12
5,92 5,61 5,67 5,73
A/M
0-30,0
6,20 6,09 5,97 6,09
5,87 5,64 5,71 5,74
0-2,5
6,32 6,34 6,52 6,39
6,09 6,47 6,24 6,27
2,5-5,0
6,17 6,24 6,16 6,19
5,98 6,03 5,88 5,96
5,0-7,5
6,12 6,10 6,00 6,07
5,82 5,84 5,74 5,80
7,5-12,5
6,08 6,10 5,85 6,01
5,72 5,91 5,73 5,79
12,5-17,5
6,00 6,05 5,80 5,95
5,65 5,99 5,69 5,78
17,5-30,0
5,74 5,75 5,44 5,64
5,63 5,86 5,61 5,70
0-17,5
6,11 6,14 6,00 6,08
5,80 6,02 5,81 5,88
L+M
0-30,0
5,96 5,98 5,77 5,90
5,73 5,95 5,73 5,80
0-2,5
5,86 5,92 6,00 5,93
5,64 5,94 5,51 5,70
2,5-5,0
5,81 5,77 5,85 5,81
5,72 5,93 5,53 5,73
5,0-7,5
5,98 5,69 5,84 5,84
5,49 5,83 5,36 5,56
7,5-12,5
6,11 5,75 5,85 5,90
5,45 5,94 5,28 5,56
12,5-17,5
6,17 5,71 5,82 5,90
5,79 5,91 5,48 5,73
17,5-30,0
6,06 5,91 5,68 5,88
5,80 5,76 5,46 5,67
0-17,5
6,03 5,76 5,86 5,88
5,62 5,91 5,42 5,65
A+V/M
0-30,0
6,04 5,82 5,79 5,88
5,69 5,85 5,44 5,66
0-2,5
6,03 6,08 6,13 6,08
- - - -
2,5-5,0
5,95 5,96 5,90 5,94
- - - -
5,0-7,5
5,87 5,96 5,88 5,90
- - - -
7,5-12,5
5,91 6,06 5,89 5,95
- - - -
12,5-17,5
5,91 6,17 5,97 6,02
- - - -
17,5-30,0
5,87 5,87 5,82 5,85
- - - -
0-17,5
5,93 6,07 5,95 5,98
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
5,90 5,98 5,89 5,93
- - - -
0-2,5
5,60 5,92 5,62 5,71
- - - -
2,5-5,0
5,57 5,89 5,75 5,74
- - - -
5,0-7,5
5,81 5,98 5,80 5,86
- - - -
7,5-12,5
5,98 6,01 5,91 5,97
- - - -
12,5-17,5
6,12 6,10 5,98 6,07
- - - -
17,5-30,0
6,06 5,79 5,80 5,88
- - - -
0-17,5
5,88 6,00 5,85 5,91
- - - -
G+M
0-30,0
5,96 5,91 5,83 5,90
- - - -
0-2,5
6,28 6,08 6,15 6,17
- - - -
2,5-5,0
6,28 6,18 6,39 6,28
- - - -
5,0-7,5
6,26 6,23 6,24 6,24
- - - -
7,5-12,5
6,37 6,39 6,28 6,35
- - - -
12,5-17,5
6,42 6,32 6,13 6,29
- - - -
17,5-30,0
6,15 6,04 5,93 6,04
- - - -
0-17,5
6,34 6,27 6,23 6,28
- - - -
Pan
0-30,0
6,26 6,18 6,10 6,18
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
114
APÊNDICE 8. Teores de Al trocável (cmol
c
kg
-1
solo) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e
adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
0,29 0,56 0,29 0,38
0,64 0,64 0,70 0,66
2,5-5,0
1,00 0,91 0,64 0,85
2,97 1,97 1,96 2,30
5,0-7,5
1,08 0,91 0,82 0,94
2,01 1,74 2,47 2,07
7,5-12,5
1,17 0,91 0,91 1,00
2,12 2,09 1,80 2,00
12,5-17,5
0,91 1,08 0,73 0,91
2,70 1,27 1,65 1,87
17,5-30,0
1,70 1,44 1,00 1,38
2,45 1,48 1,57 1,83
0-17,5
0,93 0,91 0,72 0,85
2,18 1,58 1,72 1,83
P/M
1
0-30,0
1,25 1,13 0,83 1,07
2,29 1,54 1,66 1,83
0-2,5
0,25 0,28 0,40 0,31
1,52 1,73 1,26 1,50
2,5-5,0
0,64 0,59 0,77 0,67
1,57 1,48 1,80 1,62
5,0-7,5
0,86 0,59 0,78 0,75
1,74 2,43 1,97 2,05
7,5-12,5
0,76 0,84 0,92 0,84
1,39 2,19 2,09 1,89
12,5-17,5
0,82 0,74 0,95 0,84
1,35 2,84 1,80 1,99
17,5-30,0
0,76 1,10 1,37 1,08
2,10 2,23 1,93 2,09
0-17,5
0,70 0,66 0,81 0,73
1,47 2,24 1,83 1,85
A/M
0-30,0
0,73 0,84 1,04 0,87
1,74 2,24 1,87 1,95
0-2,5
0,01 0,03 0,02 0,02
0,06 -0,03 -0,01 0,00
2,5-5,0
0,09 0,24 0,32 0,22
0,29 0,21 0,51 0,34
5,0-7,5
0,17 0,51 0,51 0,40
0,45 0,60 1,10 0,72
7,5-12,5
0,35 0,65 1,03 0,68
0,96 0,65 1,44 1,02
12,5-17,5
0,81 0,93 1,33 1,02
1,43 0,84 1,54 1,27
17,5-30,0
1,36 1,37 2,29 1,67
1,97 1,40 1,90 1,75
0-17,5
0,37 0,56 0,80 0,58
0,80 0,54 1,08 0,80
L+M
0-30,0
0,78 0,90 1,42 1,03
1,29 0,90 1,42 1,20
0-2,5
0,59 0,89 0,73 0,74
0,87 0,49 1,72 1,03
2,5-5,0
0,95 1,33 1,24 1,17
1,31 1,00 2,22 1,51
5,0-7,5
0,59 1,46 1,42 1,16
1,59 1,14 2,44 1,72
7,5-12,5
0,78 1,52 1,50 1,27
1,59 1,17 2,31 1,69
12,5-17,5
0,59 1,34 1,50 1,14
1,45 1,27 2,34 1,69
17,5-30,0
0,56 1,00 1,65 1,07
1,58 1,55 2,53 1,88
0-17,5
0,69 1,34 1,34 1,13
1,41 1,07 2,24 1,57
A+V/M
0-30,0
0,64 1,20 1,47 1,10
1,48 1,27 2,36 1,70
0-2,5
0,33 0,29 0,22 0,28
- - - -
2,5-5,0
0,95 0,77 0,74 0,82
- - - -
5,0-7,5
1,24 1,06 1,16 1,15
- - - -
7,5-12,5
1,24 0,86 1,41 1,17
- - - -
12,5-17,5
1,48 0,95 1,22 1,22
- - - -
17,5-30,0
1,61 0,97 1,30 1,30
- - - -
0-17,5
1,14 0,82 1,05 1,00
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
1,34 0,89 1,16 1,13
- - - -
0-2,5
0,64 0,33 0,39 0,45
- - - -
2,5-5,0
0,95 0,62 1,01 0,86
- - - -
5,0-7,5
0,83 0,78 0,81 0,81
- - - -
7,5-12,5
0,76 0,77 1,01 0,85
- - - -
12,5-17,5
0,48 0,81 0,92 0,73
- - - -
17,5-30,0
0,73 1,17 1,28 1,06
- - - -
0-17,5
0,70 0,70 0,87 0,75
- - - -
G+M
0-30,0
0,71 0,90 1,04 0,88
- - - -
0-2,5
0,07 0,11 0,36 0,18
- - - -
2,5-5,0
0,22 0,29 0,47 0,33
- - - -
5,0-7,5
0,31 0,35 0,45 0,37
- - - -
7,5-12,5
0,29 0,34 0,48 0,37
- - - -
12,5-17,5
0,15 0,30 0,73 0,39
- - - -
17,5-30,0
0,83 0,73 1,26 0,94
- - - -
0-17,5
0,21 0,29 0,53 0,34
- - - -
Pan
0-30,0
0,47 0,47 0,83 0,59
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
115
APÊNDICE 9. Teores de acidez potencial (H+Al titulável a pH 7,0, cmol
c
kg
-1
solo) em Argissolo sob sistemas de cultura
em plantio direto e adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
1,10 0,50 0,40 0,67
1,10 1,30 1,10 1,17
2,5-5,0
1,10 1,00 0,70 0,93
2,30 1,60 2,10 2,00
5,0-7,5
1,10 0,90 0,90 0,97
2,40 1,70 2,20 2,10
7,5-12,5
1,20 1,20 0,90 1,10
2,70 1,10 2,10 1,97
12,5-17,5
1,10 1,40 0,80 1,10
3,30 2,10 2,30 2,57
17,5-30,0
2,10 1,80 1,10 1,67
3,10 1,70 2,10 2,30
0-17,5
1,13 1,09 0,77 1,00
2,54 1,57 2,03 2,05
P/M
1
0-30,0
1,53 1,38 0,91 1,28
2,78 1,63 2,06 2,15
0-2,5
0,40 0,80 0,60 0,60
1,50 1,40 1,70 1,53
2,5-5,0
0,90 0,70 1,00 0,87
2,10 1,70 2,90 2,23
5,0-7,5
1,10 1,00 1,10 1,07
2,40 2,50 2,80 2,57
7,5-12,5
1,40 1,00 1,30 1,23
1,60 3,40 2,80 2,60
12,5-17,5
1,00 1,20
A/M
1,27
1,90 3,00 2,40 2,43 1,60
17,5-30,0
1,00 1,40 2,00 1,47
2,20 3,50 2,50 2,73
0-17,5
1,03 0,99 1,21 1,08
1,86 2,63 2,54 2,34
0-30,0
1,02 1,16 1,54 1,24
2,00 2,99 2,53 2,51
0-2,5
0,25 0,20 0,20 0,22
0,00 0,00 0,28 0,09
2,5-5,0
0,28 0,40 0,53 0,40
0,40 0,40 0,93 0,58
5,0-7,5
0,45 0,78 1,03 0,75
0,80 1,00 1,70 1,17
7,5-12,5
0,65 1,13 1,65 1,14
1,40 1,00 2,20 1,53
12,5-17,5
1,38 1,40 2,18 1,65
1,90 1,30 2,35 1,85
17,5-30,0
2,13 2,43 3,00 2,52
2,60 2,28 2,90 2,59
0-17,5
0,72 0,92 1,34 0,99
1,11 0,86 1,71 1,23
L+M
0-30,0
1,30 1,55 2,03 1,63
1,73 1,45 2,21 1,80
0-2,5
0,93 1,40 1,10 1,14
1,33 0,80 2,43 1,52
2,5-5,0
1,40 2,00 1,93 1,78
2,00 1,53 3,35 2,29
5,0-7,5
1,38 2,33 2,10 1,93
2,50 1,80 3,50 2,60
7,5-12,5
1,28 2,25 2,18 1,90
2,40 1,85 3,30 2,52
12,5-17,5
0,95 2,18 2,25 1,79
2,23 2,03 3,18 2,48
17,5-30,0
0,88 1,55 2,70 1,71
2,48 2,38 3,80 2,88
0-17,5
1,16 2,08 2,00 1,75
2,15 1,70 3,18 2,34
A+V/M
0-30,0
1,04 1,86 2,29 1,73
2,29 1,98 3,44 2,57
0-2,5
0,70 0,50 0,30 0,50
- - - -
2,5-5,0
1,50 1,20 1,20 1,30
- - - -
5,0-7,5
2,00 1,60 1,60 1,73
- - - -
7,5-12,5
2,00 1,50 1,90 1,80
- - - -
12,5-17,5
1,80 1,40 1,90 1,70
- - - -
17,5-30,0
2,40 1,50 2,00 1,97
- - - -
0-17,5
1,69 1,30 1,53 1,50
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
1,98 1,38 1,73 1,70
- - - -
0-2,5
1,05 0,53 0,88 0,82
- - - -
2,5-5,0
1,45 1,15 1,25 1,28
- - - -
5,0-7,5
1,30 1,35 1,43 1,36
- - - -
7,5-12,5
1,23 1,25 1,53 1,33
- - - -
12,5-17,5
0,85 1,25 1,28 1,13
- - - -
17,5-30,0
1,18 1,20 2,05 1,48
- - - -
0-17,5
1,14 1,15 1,31 1,20
- - - -
G+M
0-30,0
1,15 1,17 1,62 1,31
- - - -
0-2,5
0,65 0,78 1,63 1,02
- - - -
2,5-5,0
1,15 1,40 2,00 1,52
- - - -
5,0-7,5
1,45 1,60 1,95 1,67
- - - -
7,5-12,5
1,40 1,55 2,03 1,66
- - - -
12,5-17,5
0,90 1,43 2,90 1,74
- - - -
17,5-30,0
3,23 2,90 4,70 3,61
- - - -
0-17,5
1,12 1,39 2,20 1,57
- - - -
Pan
0-30,0
2,00 2,02 3,24 2,42
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
116
APÊNDICE 10. Teores de P disponível (Mehlich-I, mg kg
-1
solo) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto
e adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
73 68 81 74
38 22 69 43
2,5-5,0
55 69 78 67
30 21 63 38
5,0-7,5
46 59 69 58
21 16 59 32
7,5-12,5
29 40 38 36
25 6 40 23
12,5-17,5
15 18 12 15
19 6 23 16
17,5-30,0
5 7 3 5
7 6 15 9
0-17,5
38 45 47 43
25 12 45 27
P/M
1
0-30,0
24 29 29 27
18 9 33 20
0-2,5
70 100 93 88
57 38 87 61
2,5-5,0
60 96 86 81
62 37 78 59
5,0-7,5
41 59 78 59
57 37 66 53
7,5-12,5
23 35 40 33
41 29 42 37
12,5-17,5
10 17 19 15
18 24 10 17
17,5-30,0
6 8 7 7
1 17 5 7
0-17,5
34 51 53 46
42 31 48 40
A/M
0-30,0
22 33 34 30
25 25 30 27
0-2,5
65 42 102 70
82 52 84 73
2,5-5,0
64 23 45 44
57 34 79 57
5,0-7,5
72 22 59 51
51 27 73 50
7,5-12,5
96 19 54 56
71 23 60 51
12,5-17,5
70 17 42 43
28 16 40 28
17,5-30,0
56 12 14 27
9 7 21 12
0-17,5
76 23 57 52
55 27 62 48
L+M
0-30,0
67 18 39 42
36 19 45 33
0-2,5
47 68 62 59
50 62 81 64
2,5-5,0
36 81 60 59
62 63 129 85
5,0-7,5
27 66 48 47
59 55 147 87
7,5-12,5
23 52 46 40
52 51 98 67
12,5-17,5
11 32 17 20
24 34 45 34
17,5-30,0
6 19 8 11
7 14 11 11
0-17,5
26 55 42 41
46 50 92 63
A+V/M
0-30,0
17 40 28 28
30 35 58 41
0-2,5
43 67 62 57
- - - -
2,5-5,0
26 62 57 48
- - - -
5,0-7,5
23 61 43 42
- - - -
7,5-12,5
15 37 52 35
- - - -
12,5-17,5
10 12 30 18
- - - -
17,5-30,0
8 6 20 11
- - - -
0-17,5
20 41 47 36
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
15 26 35 26
- - - -
0-2,5
71 50 92 71
- - - -
2,5-5,0
50 47 50 49
- - - -
5,0-7,5
34 41 38 38
- - - -
7,5-12,5
24 32 31 29
- - - -
12,5-17,5
9 16 13 13
- - - -
17,5-30,0
9 6 9 8
- - - -
0-17,5
32 34 38 34
- - - -
G+M
0-30,0
22 22 26 23
- - - -
0-2,5
15 17 55 29
- - - -
2,5-5,0
12 11 45 23
- - - -
5,0-7,5
9 15 31 18
- - - -
7,5-12,5
9 9 15 11
- - - -
12,5-17,5
8 8 8 8
- - - -
17,5-30,0
5 7 6 6
- - - -
0-17,5
10 11 25 15
- - - -
Pan
0-30,0
8 10 17 12
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
117
APÊNDICE 11. Teores de K trocável (mg kg
-1
solo) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação
nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
217 162 234 204
175 207 213 198
2,5-5,0
147 145 138 143
96 153 177 142
5,0-7,5
136 130 130 132
89 119 153 121
7,5-12,5
113 141 115 123
89 94 126 103
12,5-17,5
110 111 109 110
81 77 106 88
17,5-30,0
94 92 72 86
60 57 75 64
0-17,5
135 134 136 135
100 117 144 120
P/M
1
0-30,0
118 116 109 114
83 92 115 97
0-2,5
196 260 260 238
153 181 204 180
2,5-5,0
104 158 194 152
115 155 147 139
5,0-7,5
104 141 181 142
98 151 115 121
7,5-12,5
96 149 162 136
96 100 96 97
12,5-17,5
89 155 147 131
85 89 87 87
17,5-30,0
83 147 130 120
75 89 79 81
0-17,5
111 167 179 152
104 124 119 116
A/M
0-30,0
99 158 158 139
92 109 102 101
0-2,5
130 268 294 231
294 281 290 288
2,5-5,0
200 200 251 217
264 243 268 258
5,0-7,5
175 183 255 204
204 247 285 246
7,5-12,5
111 164 219 165
200 211 192 201
12,5-17,5
70 145 183 133
141 204 166 170
17,5-30,0
89 119 130 113
98 132 134 121
0-17,5
124 181 229 178
206 229 223 219
L+M
0-30,0
109 155 188 151
161 188 186 178
0-2,5
153 168 185 169
168 202 128 166
2,5-5,0
106 102 106 105
143 155 81 126
5,0-7,5
132 94 98 108
136 141 81 119
7,5-12,5
134 87 94 105
126 115 87 109
12,5-17,5
119 96 85 100
104 111 87 101
17,5-30,0
89 115 81 95
104 102 94 100
0-17,5
128 104 107 113
130 136 91 119
A+V/M
0-30,0
112 109 96 106
119 122 92 111
0-2,5
155 177 189 174
- - - -
2,5-5,0
106 277 189 191
- - - -
5,0-7,5
117 145 211 158
- - - -
7,5-12,5
123 126 164 138
- - - -
12,5-17,5
117 106 153 126
- - - -
17,5-30,0
92 60 138 97
- - - -
0-17,5
123 152 175 150
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
110 113 160 128
- - - -
0-2,5
160 170 164 165
- - - -
2,5-5,0
155 179 160 165
- - - -
5,0-7,5
138 204 153 165
- - - -
7,5-12,5
130 183 141 151
- - - -
12,5-17,5
100 181 141 141
- - - -
17,5-30,0
70 160 98 109
- - - -
0-17,5
130 183 148 154
- - - -
G+M
0-30,0
105 173 127 135
- - - -
0-2,5
189 183 168 180
- - - -
2,5-5,0
143 179 117 146
- - - -
5,0-7,5
115 166 117 133
- - - -
7,5-12,5
89 132 94 105
- - - -
12,5-17,5
68 115 79 87
- - - -
17,5-30,0
38 85 57 60
- - - -
0-17,5
109 146 107 121
- - - -
Pan
0-30,0
79 121 86 95
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
118
APÊNDICE 12. Teores de Ca trocável (cmol
c
kg
-1
solo) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e
adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
3,51 2,46 2,79 2,92
2,70 2,79 2,52 2,67
2,5-5,0
2,27 1,89 2,70 2,29
0,95 1,32 0,89 1,05
5,0-7,5
2,84 2,18 2,56 2,53
0,74 1,32 0,77 0,94
7,5-12,5
2,04 1,80 1,99 1,94
0,80 1,80 0,61 1,07
12,5-17,5
2,14 1,85 2,42 2,13
2,15 2,03 0,77 1,65
17,5-30,0
2,84 1,99 2,65 2,49
1,56 2,03 2,12 1,90
0-17,5
2,42 1,98 2,41 2,27
1,47 1,87 0,99 1,44
P/M
1
0-30,0
2,60 1,98 2,51 2,36
1,51 1,93 1,46 1,63
0-2,5
2,70 2,00 1,78 2,16
1,38 1,81 1,96 1,72
2,5-5,0
2,67 1,66 2,12 2,15
1,72 1,17 1,09 1,33
5,0-7,5
2,39 1,44 2,15 2,00
0,83 1,04 0,55 0,81
7,5-12,5
1,75 1,96 2,15 1,95
1,47 1,44 0,68 1,20
12,5-17,5
1,72 2,39 1,38 1,83
1,04 0,98 0,68 0,90
17,5-30,0
1,69 1,69 1,93 1,77
2,12 1,57 1,29 1,66
0-17,5
2,10 1,97 1,87 1,98
1,28 1,27 0,90 1,15
A/M
0-30,0
1,93 1,85 1,90 1,89
1,63 1,39 1,06 1,36
0-2,5
6,26 5,00 5,89 5,72
6,32 4,51 5,03 5,29
2,5-5,0
3,68 2,55 3,28 3,17
3,44 2,15 2,24 2,61
5,0-7,5
4,27 2,36 1,69 2,77
3,78 1,47 1,17 2,14
7,5-12,5
3,16 1,47 1,47 2,04
1,96 1,17 1,04 1,39
12,5-17,5
2,15 1,26 1,47 1,63
1,14 1,26 0,64 1,01
17,5-30,0
2,58 1,69 1,78 2,02
0,98 1,90 0,86 1,25
0-17,5
3,55 2,20 2,39 2,71
2,82 1,86 1,69 2,12
L+M
0-30,0
3,14 1,99 2,14 2,42
2,05 1,88 1,34 1,76
0-2,5
1,81 2,15 1,96 1,98
1,75 2,95 0,58 1,76
2,5-5,0
1,17 0,89 0,80 0,95
1,41 2,30 0,80 1,50
5,0-7,5
1,96 1,35 1,38 1,57
0,77 1,07 0,68 0,84
7,5-12,5
1,84 1,23 0,71 1,26
0,89 0,92 0,77 0,86
12,5-17,5
1,41 1,14 1,69 1,41
0,80 2,27 0,57 1,21
17,5-30,0
2,46 1,69 1,23 1,79
1,29 2,43 1,07 1,60
0-17,5
1,64 1,30 1,28 1,40
1,04 1,82 0,68 1,18
A+V/M
0-30,0
1,98 1,46 1,26 1,57
1,15 2,07 0,84 1,35
0-2,5
2,24 3,07 2,89 2,73
- - - -
2,5-5,0
1,32 1,32 1,66 1,43
- - - -
5,0-7,5
1,07 1,07 1,72 1,29
- - - -
7,5-12,5
0,89 0,92 1,20 1,00
- - - -
12,5-17,5
1,04 1,96 1,81 1,61
- - - -
17,5-30,0
1,07 1,72 1,47 1,42
- - - -
0-17,5
1,21 1,61 1,75 1,52
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
1,16 1,65 1,64 1,48
- - - -
0-2,5
2,67 2,98 3,93 3,19
- - - -
2,5-5,0
1,78 2,12 2,86 2,25
- - - -
5,0-7,5
1,44 2,33 1,47 1,75
- - - -
7,5-12,5
2,09 1,47 1,41 1,66
- - - -
12,5-17,5
1,75 1,72 1,14 1,53
- - - -
17,5-30,0
2,82 1,84 1,26 1,98
- - - -
0-17,5
1,94 1,97 1,91 1,94
- - - -
G+M
0-30,0
2,31 1,92 1,64 1,95
- - - -
0-2,5
2,70 3,35 2,06 2,70
- - - -
2,5-5,0
1,81 1,69 1,69 1,73
- - - -
5,0-7,5
1,66 1,44 1,84 1,65
- - - -
7,5-12,5
2,67 2,27 1,47 2,14
- - - -
12,5-17,5
1,96 2,76 1,41 2,05
- - - -
17,5-30,0
1,66 2,46 1,29 1,80
- - - -
0-17,5
2,21 2,36 1,62 2,06
- - - -
Pan
0-30,0
1,98 2,40 1,48 1,95
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
119
APÊNDICE 13. Teores de Mg trocável (cmol
c
kg
-1
solo) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e
adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
1,84 1,26 1,53 1,55
1,58 1,51 1,36 1,48
2,5-5,0
1,31 0,99 1,20 1,16
0,91 0,94 0,66 0,84
5,0-7,5
1,16 0,93 1,06 1,05
0,72 0,83 0,46 0,67
7,5-12,5
1,05 1,13 0,96 1,05
0,63 0,97 0,40 0,67
12,5-17,5
1,00 0,88 1,13 1,00
0,85 1,02 0,71 0,86
17,5-30,0
1,09 0,99 1,20 1,09
0,63 1,01 0,94 0,86
0-17,5
1,20 1,03 1,14 1,12
0,88 1,04 0,67 0,86
P/M
1
0-30,0
1,15 1,01 1,16 1,11
0,78 1,03 0,78 0,86
0-2,5
1,49 1,48 1,24 1,40
0,81 1,10 0,76 0,89
2,5-5,0
1,16 0,93 0,84 0,98
0,67 0,74 0,45 0,62
5,0-7,5
1,05 0,79 0,81 0,88
0,48 0,66 0,32 0,48
7,5-12,5
0,83 0,79 0,78 0,80
0,56 0,38 0,27 0,40
12,5-17,5
0,85 0,91 0,64 0,80
0,51 0,32 0,32 0,38
17,5-30,0
0,94 0,90 0,77 0,87
0,72 0,45 0,53 0,57
0-17,5
1,01 0,95 0,82 0,92
0,58 0,56 0,39 0,51
A/M
0-30,0
0,98 0,93 0,80 0,90
0,64 0,51 0,45 0,53
0-2,5
3,29 2,63 3,56 3,16
3,07 3,33 3,07 3,16
2,5-5,0
2,11 1,55 2,31 1,99
2,04 2,09 1,73 1,95
5,0-7,5
1,87 1,26 1,45 1,53
1,61 1,37 1,00 1,33
7,5-12,5
1,42 1,02 1,07 1,17
1,07 1,03 0,77 0,96
12,5-17,5
1,18 0,91 0,83 0,97
0,78 0,93 0,53 0,75
17,5-30,0
1,21 0,95 0,76 0,97
0,88 0,91 0,59 0,79
0-17,5
1,78 1,33 1,59 1,57
1,49 1,53 1,20 1,41
L+M
0-30,0
1,54 1,17 1,24 1,32
1,24 1,27 0,95 1,15
0-2,5
1,28 1,11 1,22 1,20
1,25 1,47 0,52 1,08
2,5-5,0
0,83 0,57 0,59 0,66
0,83 0,91 0,42 0,72
5,0-7,5
0,89 0,54 0,54 0,66
0,51 0,57 0,21 0,43
7,5-12,5
0,84 0,48 0,38 0,57
0,48 0,48 0,22 0,39
12,5-17,5
0,81 0,48 0,52 0,60
0,48 0,70 0,22 0,47
17,5-30,0
1,05 0,77 0,53 0,78
0,58 0,82 0,26 0,55
0-17,5
0,90 0,59 0,59 0,69
0,64 0,76 0,29 0,56
A+V/M
0-30,0
0,96 0,67 0,57 0,73
0,62 0,78 0,28 0,56
0-2,5
1,69 1,65 1,93 1,76
- - - -
2,5-5,0
1,01 0,79 1,31 1,04
- - - -
5,0-7,5
0,73 0,61 0,91 0,75
- - - -
7,5-12,5
0,58 0,59 0,64 0,60
- - - -
12,5-17,5
0,60 0,76 0,69 0,68
- - - -
17,5-30,0
0,58 1,01 0,69 0,76
- - - -
0-17,5
0,83 0,82 0,97 0,87
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
0,72 0,90 0,85 0,83
- - - -
0-2,5
1,70 1,71 2,12 1,84
- - - -
2,5-5,0
1,25 1,24 1,67 1,39
- - - -
5,0-7,5
1,05 1,13 0,95 1,04
- - - -
7,5-12,5
1,19 0,94 0,90 1,01
- - - -
12,5-17,5
1,23 0,97 0,79 1,00
- - - -
17,5-30,0
1,63 0,97 0,85 1,15
- - - -
0-17,5
1,26 1,13 1,16 1,18
- - - -
G+M
0-30,0
1,42 1,06 1,03 1,17
- - - -
0-2,5
1,74 2,09 1,31 1,71
- - - -
2,5-5,0
1,40 1,45 1,09 1,31
- - - -
5,0-7,5
1,31 1,28 1,08 1,22
- - - -
7,5-12,5
1,47 1,34 1,03 1,28
- - - -
12,5-17,5
1,51 1,64 1,06 1,40
- - - -
17,5-30,0
1,44 1,59 1,00 1,34
- - - -
0-17,5
1,49 1,54 1,09 1,37
- - - -
Pan
0-30,0
1,47 1,56 1,06 1,36
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
120
APÊNDICE 14. Capacidade de troca de cátios efetiva (cmol
c
dm
-3
solo) de um Argissolo sob sistemas de cultura em
plantio direto e adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
9,54 7,23 8,04 8,27
8,27 8,44 7,89 8,20
2,5-5,0
7,73 6,50 7,64 7,29
7,93 7,21 6,19 7,11
5,0-7,5
8,49 6,78 7,44 7,57
5,76 6,55 6,38 6,23
7,5-12,5
7,36 6,80 6,72 6,96
6,12 8,25 5,09 6,49
12,5-17,5
7,01 6,64 7,38 7,01
9,57 7,31 5,50 7,46
17,5-30,0
9,51 7,53 8,15 8,40
7,76 7,56 7,80 7,71
0-17,5
7,79 6,77 7,33 7,30
7,62 7,62 5,95 7,06
P/M
1
0-30,0
8,50 7,09 7,67 7,76
7,68 7,59 6,72 7,33
0-2,5
7,61 6,82 6,30 6,91
6,32 7,85 6,95 7,04
2,5-5,0
7,41 5,57 6,59 6,52
6,64 5,90 5,80 6,12
5,0-7,5
7,13 4,98 6,56 6,22
5,15 7,04 4,89 5,69
7,5-12,5
5,80 6,45 6,91 6,39
5,94 6,92 5,33 6,06
12,5-17,5
5,86 7,20 5,43 6,17
5,06 7,08 4,88 5,67
17,5-30,0
5,72 6,47 7,01 6,40
8,16 7,12 6,28 7,19
0-17,5
6,50 6,38 6,30 6,39
5,73 6,97 5,44 6,04
A/M
0-30,0
6,17 6,42 6,60 6,40
6,74 7,03 5,79 6,52
0-2,5
15,34 12,95 15,86 14,72
15,82 13,23 13,69 14,25
2,5-5,0
10,30 7,81 10,56 9,56
10,37 8,16 8,33 8,95
5,0-7,5
11,28 7,70 7,19 8,72
10,63 6,81 6,68 8,04
7,5-12,5
8,65 5,92 6,86 7,15
7,48 5,63 6,21 6,44
12,5-17,5
7,03 5,66 6,67 6,45
6,04 5,79 5,12 5,65
17,5-30,0
8,77 7,03 8,42 8,07
6,66 7,42 6,01 6,70
0-17,5
9,75 7,38 8,67 8,60
9,12 7,29 7,34 7,92
L+M
0-30,0
9,34 7,23 8,57 8,38
8,10 7,35 6,79 7,41
0-2,5
6,27 7,06 6,76 6,70
6,63 8,36 4,86 6,61
2,5-5,0
5,09 4,81 4,58 4,82
6,19 7,30 5,76 6,42
5,0-7,5
5,98 5,69 5,68 5,78
5,08 4,95 5,57 5,20
7,5-12,5
6,32 5,73 4,70 5,58
5,45 4,76 5,84 5,35
12,5-17,5
5,16 5,31 6,52 5,67
4,97 7,50 5,57 6,01
17,5-30,0
7,13 6,24 6,00 6,46
6,17 8,38 6,81 7,12
0-17,5
5,76 5,66 5,64 5,69
5,53 6,45 5,57 5,85
A+V/M
0-30,0
6,33 5,90 5,79 6,01
5,80 7,25 6,09 6,38
0-2,5
7,17 8,42 8,50 8,03
- - - -
2,5-5,0
5,62 5,68 6,62 5,97
- - - -
5,0-7,5
5,29 4,93 6,84 5,69
- - - -
7,5-12,5
5,03 4,47 6,09 5,20
- - - -
12,5-17,5
5,68 6,56 6,82 6,35
- - - -
17,5-30,0
5,81 6,40 6,34 6,18
- - - -
0-17,5
5,64 5,87 6,82 6,11
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
5,71 6,09 6,62 6,14
- - - -
0-2,5
7,54 7,58 9,54 8,22
- - - -
2,5-5,0
6,18 6,26 8,38 6,94
- - - -
5,0-7,5
5,18 6,73 5,10 5,67
- - - -
7,5-12,5
6,64 5,55 5,60 5,93
- - - -
12,5-17,5
5,64 6,02 4,87 5,51
- - - -
17,5-30,0
8,86 7,25 6,01 7,37
- - - -
0-17,5
6,21 6,24 6,28 6,24
- - - -
G+M
0-30,0
7,31 6,66 6,17 6,71
- - - -
0-2,5
5,70 6,86 4,73 5,77
- - - -
2,5-5,0
5,17 5,29 4,82 5,09
- - - -
5,0-7,5
5,60 5,50 5,77 5,62
- - - -
7,5-12,5
7,23 6,64 5,00 6,29
- - - -
12,5-17,5
6,12 8,05 5,48 6,55
- - - -
17,5-30,0
6,59 8,19 6,06 6,95
- - - -
0-17,5
6,17 6,72 5,18 6,02
- - - -
Pan
0-30,0
6,34 7,33 5,55 6,41
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
121
APÊNDICE 15. Capacidade de troca de cátios em pH 7,0 (cmol
c
dm
-3
solo) de um Argissolo sob sistemas de cultura em
plantio direto e adubação nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
18,27 13,99 12,82 15,02
18,26 17,73 17,56 17,85
2,5-5,0
14,70 13,67 15,28 14,55
15,24 15,02 14,84 15,03
5,0-7,5
15,62 13,07 14,63 14,44
14,28 13,42 14,06 13,92
7,5-12,5
14,63 13,89 12,89 13,80
15,09 14,16 13,84 14,36
12,5-17,5
13,79 13,80 14,14 13,91
18,39 14,85 14,57 15,94
17,5-30,0
18,43 14,68 15,46 16,19
16,94 16,16 15,65 16,25
0-17,5
15,06 13,73 13,83 14,21
16,39 14,88 14,75 15,34
P/M
1
0-30,0
16,46 14,13 14,51 15,03
16,62 15,42 15,13 15,72
0-2,5
15,71 15,67 16,13 15,84
15,13 15,71 17,15 15,99
2,5-5,0
15,76 14,72 15,74 15,41
16,55 15,36 16,99 16,30
5,0-7,5
14,96 13,00 14,92 14,29
14,26 16,20 14,76 15,07
7,5-12,5
13,68 14,01 15,14 14,28
15,11 17,73 15,38 16,07
12,5-17,5
12,72 15,29 13,67 13,89
15,09 15,43 12,84 14,46
17,5-30,0
12,43 14,50 14,85 13,92
16,21 15,26 12,22 14,56
0-17,5
14,18 14,57 14,92 14,55
15,19 16,23 15,05 15,49
A/M
0-30,0
13,45 14,54 14,89 14,29
15,62 15,82 13,87 15,10
0-2,5
24,26 21,91 23,19 23,12
27,01 21,17 23,77 23,98
2,5-5,0
20,06 17,13 19,70 18,96
22,23 17,85 20,50 20,19
5,0-7,5
21,71 16,73 18,61 19,02
22,91 15,26 18,45 18,87
7,5-12,5
18,53 13,98 17,36 16,62
20,35 13,63 17,17 17,05
12,5-17,5
16,47 13,06 17,18 15,57
15,77 15,30 14,85 15,30
17,5-30,0
18,97 15,25 18,21 17,48
16,61 16,27 16,14 16,34
0-17,5
19,43 15,70 18,65 17,93
20,63 16,02 18,11 18,25
L+M
0-30,0
19,24 15,51 18,47 17,74
18,95 16,12 17,29 17,45
0-2,5
17,63 17,36 16,73 17,24
20,22 19,51 16,85 18,86
2,5-5,0
15,26 14,63 14,66 14,85
18,42 20,02 17,69 18,71
5,0-7,5
15,30 15,89 15,06 15,42
16,28 14,78 16,14 15,74
7,5-12,5
14,41 14,79 12,91 14,04
16,02 14,27 16,10 15,46
12,5-17,5
12,83 14,36 13,42 13,54
15,09 15,86 15,52 15,49
17,5-30,0
15,02 16,16 14,10 15,09
15,44 18,53 16,89 16,95
0-17,5
14,67 15,17 14,16 14,67
16,73 16,37 16,27 16,46
A+V/M
0-30,0
14,81 15,58 14,14 14,84
16,19 17,27 16,53 16,66
0-2,5
18,40 19,24 20,13 19,26
- - - -
2,5-5,0
16,57 16,02 17,61 16,73
- - - -
5,0-7,5
15,96 14,03 17,05 15,68
- - - -
7,5-12,5
13,79 12,81 15,40 14,00
- - - -
12,5-17,5
14,24 14,00 15,19 14,48
- - - -
17,5-30,0
14,71 14,43 15,32 14,82
- - - -
0-17,5
15,29 14,70 16,57 15,52
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
15,05 14,59 16,05 15,23
- - - -
0-2,5
18,65 16,93 21,84 19,14
- - - -
2,5-5,0
16,38 14,80 16,90 16,02
- - - -
5,0-7,5
13,37 14,56 13,33 13,75
- - - -
7,5-12,5
14,08 12,86 13,58 13,51
- - - -
12,5-17,5
12,95 12,19 11,68 12,27
- - - -
17,5-30,0
16,24 15,21 13,48 14,98
- - - -
0-17,5
14,64 13,77 14,66 14,35
- - - -
G+M
0-30,0
15,30 14,37 14,17 14,61
- - - -
0-2,5
12,16 13,40 9,92 11,82
- - - -
2,5-5,0
11,28 12,02 10,65 11,32
- - - -
5,0-7,5
11,99 12,59 11,92 12,17
- - - -
7,5-12,5
12,33 12,20 10,63 11,72
- - - -
12,5-17,5
11,65 13,64 12,31 12,54
- - - -
17,5-30,0
13,34 15,65 14,51 14,50
- - - -
0-17,5
11,91 12,81 11,20 11,97
- - - -
Pan
0-30,0
12,51 14,00 12,58 13,03
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
122
APÊNDICE 16. Saturação por bases (%) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação
nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
50 46 59 51
40 42 39 40
2,5-5,0
42 37 43 41
22 28 21 23
5,0-7,5
44 41 42 42
18 29 18 22
7,5-12,5
37 38 41 39
18 34 16 23
12,5-17,5
40 35 44 40
28 35 19 28
17,5-30,0
37 35 42 38
22 32 34 29
0-17,5
41 39 45 42
25 34 21 27
P/M
1
0-30,0
39 37 44 40
24 33 26 28
0-2,5
46 41 35 41
26 33 29 30
2,5-5,0
41 32 34 36
25 23 18 22
5,0-7,5
39 31 36 35
17 20 12 17
7,5-12,5
33 36 36 35
24 19 13 19
12,5-17,5
36 39 28 35
19 16 15 17
17,5-30,0
36 33 33 34
30 23 26 27
0-17,5
38 36 33 36
22 21 16 20
A/M
0-30,0
37 35 33 35
25 22 21 23
0-2,5
63 59 68 64
58 63 58 59
2,5-5,0
51 43 51 49
45 44 37 42
5,0-7,5
51 41 34 42
43 38 26 36
7,5-12,5
44 35 30 36
29 33 22 28
12,5-17,5
35 32 26 31
24 29 18 23
17,5-30,0
35 31 26 31
21 32 18 23
0-17,5
46 39 38 41
36 38 29 34
L+M
0-30,0
41 36 33 37
30 36 24 30
0-2,5
30 33 34 32
26 39 13 27
2,5-5,0
23 19 18 20
22 29 13 22
5,0-7,5
33 21 23 26
16 21 11 16
7,5-12,5
35 22 17 25
18 20 12 16
12,5-17,5
33 22 30 28
17 34 11 21
17,5-30,0
41 28 23 31
23 31 15 24
0-17,5
32 23 24 26
19 28 12 20
A+V/M
0-30,0
36 25 24 28
21 29 13 21
0-2,5
36 41 41 39
- - - -
2,5-5,0
25 28 31 28
- - - -
5,0-7,5
21 23 29 25
- - - -
7,5-12,5
21 24 24 23
- - - -
12,5-17,5
23 36 32 30
- - - -
17,5-30,0
21 33 27 27
- - - -
0-17,5
24 30 30 28
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
23 31 29 28
- - - -
0-2,5
36 42 41 40
- - - -
2,5-5,0
30 36 41 36
- - - -
5,0-7,5
30 39 30 33
- - - -
7,5-12,5
39 34 30 34
- - - -
12,5-17,5
38 39 30 36
- - - -
17,5-30,0
47 35 29 38
- - - -
0-17,5
36 38 33 36
- - - -
G+M
0-30,0
40 37 31 36
- - - -
0-2,5
46 50 44 47
- - - -
2,5-5,0
43 41 39 41
- - - -
5,0-7,5
43 39 42 41
- - - -
7,5-12,5
55 50 40 49
- - - -
12,5-17,5
50 55 35 47
- - - -
17,5-30,0
39 45 28 37
- - - -
0-17,5
49 49 39 46
- - - -
Pan
0-30,0
45 47 34 42
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
123
APÊNDICE 17. Saturação por alumínio (%) em Argissolo sob sistemas de cultura em plantio direto e adubação
nitrogenada mineral.
Dose de N, kg ha
-1
0 180
Sistema de
cultura
Profundidade, cm
I
2
II III Média I II III Média
0-2,5
4,7 11,8 5,6 7,1
12,0 11,8 13,6 12,4
2,5-5,0
20,1 21,8 13,2 18,2
58,5 42,7 49,4 50,5
5,0-7,5
19,9 20,9 17,2 19,3
54,4 41,5 60,4 51,9
7,5-12,5
25,8 21,6 21,9 23,2
56,1 40,9 57,4 50,0
12,5-17,5
21,0 26,5 16,1 21,0
45,7 28,1 48,5 40,6
17,5-30,0
28,9 30,9 19,8 26,6
51,0 31,7 32,6 38,5
0-17,5
19,8 21,5 16,0 19,0
46,9 33,4 47,9 42,3
P/M
1
0-30,0
23,6 25,4 17,6 22,1
48,6 32,7 41,5 40,7
0-2,5
5,0 6,4 9,8 7,0
37,1 33,8 27,9 32,9
2,5-5,0
13,6 16,4 18,2 15,9
36,8 39,1 48,5 41,2
5,0-7,5
18,9 18,6 18,6 18,7
52,8 53,8 62,9 56,1
7,5-12,5
21,2 21,1 21,5 21,3
38,0 51,3 63,7 50,6
12,5-17,5
22,7 16,6 28,4 22,0
43,2 65,0 59,6 57,0
17,5-30,0
21,1 27,0 31,1 26,7
41,0 49,9 48,8 46,2
0-17,5
17,9 16,7 20,9 18,3
41,3 51,3 55,1 49,3
A/M
0-30,0
19,2 21,0 25,1 21,8
41,2 50,7 52,5 48,0
0-2,5
0,1 0,4 0,2 0,2
0,6 0,0 0,0 0,1
2,5-5,0
1,4 5,0 4,9 3,7
4,5 4,0 9,9 6,1
5,0-7,5
2,5 11,1 11,9 7,6
7,1 14,7 27,5 14,9
7,5-12,5
6,7 18,3 25,0 15,8
21,3 19,2 38,3 26,2
12,5-17,5
18,7 26,8 32,4 25,8
38,5 23,7 48,9 36,6
17,5-30,0
25,3 31,8 44,4 33,8
48,2 30,7 51,4 42,7
0-17,5
7,8 15,2 18,8 13,5
18,8 14,9 30,3 20,9
L+M
0-30,0
15,1 22,1 29,5 22,0
31,1 21,5 39,1 30,0
0-2,5
14,4 19,5 16,7 16,9
20,2 9,0 54,6 23,9
2,5-5,0
29,6 43,5 42,7 38,4
33,5 21,7 60,9 37,2
5,0-7,5
15,5 40,7 39,5 31,6
49,4 36,2 69,1 52,2
7,5-12,5
20,6 44,1 53,1 37,7
48,4 40,9 65,6 52,4
12,5-17,5
18,8 41,9 38,2 33,5
48,4 28,0 69,8 46,6
17,5-30,0
13,1 26,7 45,6 27,5
42,6 30,6 61,6 43,9
0-17,5
19,8 39,4 40,2 32,8
42,4 29,3 65,1 44,5
A+V/M
0-30,0
17,0 34,1 42,4 30,6
42,5 29,8 63,6 44,3
0-2,5
7,1 5,4 4,0 5,4
- - - -
2,5-5,0
26,8 21,4 17,7 21,7
- - - -
5,0-7,5
37,2 34,1 26,7 32,1
- - - -
7,5-12,5
41,1 32,1 38,4 37,4
- - - -
12,5-17,5
43,2 24,1 29,6 31,8
- - - -
17,5-30,0
46,1 25,2 34,1 34,8
- - - -
0-17,5
34,2 24,7 26,3 28,2
- - - -
A+V/M+C
0-30,0
39,2 24,9 29,6 31,0
- - - -
0-2,5
11,9 6,0 5,7 7,7
- - - -
2,5-5,0
21,7 14,0 17,0 17,5
- - - -
5,0-7,5
22,5 16,4 22,3 20,0
- - - -
7,5-12,5
17,4 21,1 27,4 21,7
- - - -
12,5-17,5
12,8 20,4 28,5 20,2
- - - -
17,5-30,0
13,6 26,7 35,2 23,8
- - - -
0-17,5
16,7 17,0 22,4 18,4
- - - -
G+M
0-30,0
15,4 21,1 27,7 20,7
- - - -
0-2,5
1,5 1,8 8,6 3,6
- - - -
2,5-5,0
5,8 7,5 13,2 8,7
- - - -
5,0-7,5
8,6 10,0 12,4 10,4
- - - -
7,5-12,5
6,3 7,9 14,8 9,1
- - - -
12,5-17,5
3,9 6,0 21,5 9,7
- - - -
17,5-30,0
20,6 14,7 34,1 22,2
- - - -
0-17,5
5,2 6,7 15,3 8,6
- - - -
Pan
0-30,0
11,6 10,0 23,1 14,3
- - - -
1
P = pousio; M = milho; A = aveia; L = lablab; V = vica; C = caupi; G = guandu; e Pan = pangola.
2
Resultados dos blocos I, II e III.
10. RESUMO BIOGRÁFICO
Frederico Costa Beber Vieira, filho de Lucídio Roque Vieira e Deli
Costa Beber Vieira, nasceu em 30 de agosto de 1979 em São Luiz Gonzaga,
onde realizou seus estudos de 1º e 2º graus. Cursou o 2º grau na Escola
Técnica em Agropecuária Cruzeiro do Sul de 1994 a 1996. Em 1997, ingressou
no curso de Agronomia da UFSM, onde trabalhou em iniciação científica
durante três anos e se graduou em início de 2002. Neste ano, ingressou no
Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFRGS, na
área de Manejo de Solos sob orientação do prof. Dr. Cimélio Bayer. Em agosto
de 2003, realizou ascensão direta do Mestrado para o curso de Doutorado em
Ciência do Solo, na mesma área e sob mesma orientação. Realizou parte de
seu doutorado junto ao Departamendo de Solo e Água da Universidade da
Flórida, Fort Pierce, sob orientação do Dr. Zhenli He, de agosto de 2005 a julho
de 2006.
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