Download PDF
ads:
CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE QUÍMICA
MESTRADO EM GEOCIÊNCIAS
RICARDO SOARES
Agregação e Distribuição da Matéria Orgânica em Solos
de Terra Preta de Índio da Amazônia Central
Niterói
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE QUÍMICA
MESTRADO EM GEOCIÊNCIAS
Agregação e Distribuição da Matéria Orgânica em Solos
de Terra Preta de Índio da Amazônia Central
RICARDO SOARES
Orientador: Dr. John Edmund Lewis Maddock
Co-orientadora: Dr
a
. Beáta Emoke MADARI (EMBRAPA)
NITERÓI
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-
Graduação em Geociências da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do Grau
de Mestre. Área de concentração:
Geoquímica Ambiental.
ads:
2007
S676 Soares, Ricardo
Agregação e distribuição da matéria orgânica em
solos de terra preta de índio da Amazônia Central. / Ricardo
Soares. - Niterói: [s.n.], 2007.
100 f.: il; 30 cm.
Dissertação ( mestrado em Geoquímica
Ambiental). – Universidade Federal Fluminense,
2007. Orientador: Prof. Dr. John Edmund Lewis Maddock
1. Solos Arqueológicos 2. Carbono 3. Substâncias
húmicas 4. Amazonas 5. Tese 6. Produção Intelectual
I. Título
CDD 631.417
Á minha amada mãe Regina Helena,
à minha amada irmã Renata,
à minha amada companheira Ilene,
às minhas sempre alegres filhas, Mila Helena, Pérola e Satine.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A todos os guias carnais e espirituais que me ajudam, me defendem e me protegem.
A minha mãe e irmã que mesmo nas derrotas, sempre me apoiaram e
reconheceram-me como um vencedor, incentivando a buscar a minha glória pessoal, a
despeito de todo o sacrifico realizado e cansaço sofrido através dos longos anos de luta.
A Ilene pelo amor, e por me lembrar que por mais alto em que se esteja é
necessário fincar os pés no chão, para não se deixar dominar pela soberba e arrogância.
Ao Professor Orientador e amigo John Edmund Lewis Maddock, e à amiga, Co-
Orientadora e mestra de longa data Beata Emoke MADARI, pela confiança depositada,
pela presteza em repassarem seus sábios conhecimentos, e pelo sempre presente
incentivo. A Eduardo Beckman, Lorraine, David, Daniel Pérez, Newton Falcão, Érika,
Viviane e Lucas, pela ajuda inestimável para a realização deste trabalho.
Aos mestres formadores de senso crítico científico, exemplos de profissionais e
amigos: Dr. Alberto Carlos de C. BERNARDI, Dr. Carlos Alberto Silva, Dr. David V. B. de
CAMPOS e Dr. Pedro Luiz O. de A. MACHADO. Aos amigos David CAMPOS, Érika
PINHEIRO e Tony Jarbas, pelas belas palavras escritas, as quais me iluminaram e
direcionou tais qual um longo farol.
A todo o povo de Manaus, representados pela pessoa do Dr. Newton Falcão. A
Wenceslau G. Teixeira, Gilvan C. Martins e Mauricio R. Coelho da EMBRAPA pelas
coletas de amostras de solos. A todos os meus colegas de trabalho, amigos, e alunos do
departamento de Química da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, representado
nas pessoas de Cristina M. Barra, Leila Quinteiro, Otávio Lã. A todos os colegas e amigos
colecionados na EMBRAPA Solos, ao longo de todos estes anos, sendo representados
pelas pessoas de Viviane Escaleira.
A todos os meus grandes e leais amigos que estiveram comigo durante a longa
jornada, sendo essenciais por compartilharem de uma amizade bonita, desinteressada,
sincera e eterna, Carlos José (TUCA), David CAMPOS, Luciano, os Marcos e Marcus,
Carlos (Joaka), Maurício, os Andersons, os Marcelos, as Renatas e todos os outros que
tanto amo.
A todos os amigos funcionários das diferentes instituições por quais passei, sem
vossa ajuda nunca teria evoluído.
A todos que não pude citar, devido ao limite de espaço.
RESUMO
SOARES, Ricardo. Agregação e Distribuição da Matéria Orgânica em Solos de Terra
Preta de Índio da Amazônia Central. Niterói: UFF, 2007. 107 p. (Dissertação, Mestrado
em Geociências, Geoquímica Ambiental).
Existe o consenso de que as Terras Pretas de Índio (TPI) Amazônicas são
extremamente eficientes em reter grandes quantidades de Matéria Orgânica do Solo
(MOS), e por longo tempo. Porém, os efeitos sobre as Substâncias Húmicas e as Frações
Físicas do Solo nestes ambientes tropicais, assim como o estado de agregação
influenciado pela MOS de origem pirogênica são pouco conhecidos. O objetivo deste
trabalho foi avaliar as alterações na agregação de solos antropogênicos e na distribuição
das frações orgânicas do solo de origem Antropogênica e não Antropogênica, do Estado
do Amazonas, Brasil. Este estudo foi realizado em cinco argissolos sob florestas
secundárias de diferentes idades, sendo dois solos caracterizados como TPI, e os
restantes argissolos convencionais. Os resultados mostraram que o solo de uma das áreas
de TPI (P02) apresentou os maiores valores de agregados estáveis em água, pouco
diferindo estatisticamente da outra área amostrada de TPI (P01). O solo da área P02 foi o
que apresentou os maiores: Diâmetro Médio Ponderado (DMP), Diâmetro Médio
Geométrico (DMG), Índice de Estabilidade de Agregados (%IEA) e a porcentagem de
agregados maior que 2.00 mm, indicando que o maior tempo de pousio, proporcionou um
incremento no tamanho dos agregados e na qualidade estrutural do solo. Quanto ao
Carbono Orgânico Total (COT), ao se comparar as cinco áreas (P01, P02, P03, P04 e
P05), constatou-se a hegemonia das TPI’s em reter mais MOS, do que em solos não
antropogênicos, o que é corroborado pelos estoques de carbono. O Fracionamento
Químico da MOS mostrou-se eficaz na diferenciação do tipo de solo, verificando-se um
maior teor do carbono da fração Humina no solo de TPI da área P02, pouco diferindo
estatisticamente da área P01. As distribuições do peso das Frações Leves também
diferiram significativamente entre os tipos de origem do solo. As áreas de TPI
apresentaram os maiores valores da Fração Leve Livre e Intra-Agregado quando
comparadas com as áreas não antropogênicas, demonstrando haver uma maior proteção
física das Frações Leves neste sistema. O conteúdo de carbono e nitrogênio Total das
frações leves foram maiores nas áreas de TPI, do que nas áreas não antropogênicas. A
área P02 foi a que apresentou a melhor qualidade ambiental e menor estado de
degradação, devido à qualidade e quantidade da MOS nela contida.
Palavras-chave: Solos Arqueológicos Amazônicos, Estoque de Carbono, Substâncias
Húmicas, Fracionamento Físico do Solo.
Abstract
SOARES, RICARDO. Aggregation and Distribution of Soil Organic Matter in Terra
Preta de Índio of Central Amazon. Niterói: UFF, 2007. 107 p. (Dissertação, Mestrado em
Geociências, Geoquímica Ambiental).
There is consensus that the black soils of Amazonian known as Terras Pretas de
Índio (TPI) are extremely efficient in retaining great quantities of soil organic material
(SOM), for long periods of time. However, various important characteristics of TPIs are little
known: the distribution of organic matter between humic fractions, and between physical
fractions, as well as any change in state of soil aggregation due to SOM of pyrogenic origin.
The object of this work is to evaluate and compare the states of aggregation and the
distributions of organic fractions in soils of anthropogenic (TPI) and non anthropogenic
origin from the State of Amazonas, Brazil. This study was made using soil samples from
five areas of the soil type classified as "argissolo" under Brazilian soil classification, two of
them TPIs and three which exhibited no evidence of anthropogenic alteration. One of the
TPIs (P02) had greater proportions of aggregates stable in water and the other TPI (P01)
was little different, statistically, from this. The P02 soil aggregates had the greatest
pondered mean diameter (PMD), geometric mean diameter (GMD), fraction with diameter >
2mm, and aggregate stability index (%ASI), indicating that a greater undisturbed time had
led to this greater structuring. The TPIs had much higher total organic carbon contents
(TOCs) than the other soils, a result which was corroborated by their determined carbon
stocks. Chemical fractionation of organic matter also distinguished the TPIs from the other
soils, the humin fraction being higher in the TPIs, especially P02. Physical fractionation also
showed differences in the distribution of organic matter. The TPI soils had higher fractions
of free light material and intra-aggregate light material, compared with the non
anthopogenic soils, demonstrating that protection of organic matter was greater in the TPI
soils. The carbon and nitrogen contents of the light fractions from the TPIs were greater
than those of the comparison soils. The P02 soil exhibited the best environmental quality,
principally because of its high SOM content.
Key Words: Amazonian Archeological Soils, Carbon Stock, Humic Substances, Physical
Fractionation of Soils.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ocorrência de TPI’s na Amazônia Legal Brasileira ............................................... 8
Figura 2: Mapa da área de estudo ........................................................................................
24
Figura 3: Croqui da distribuição amostral nas áreas P01 e P02 ...........................................
26
Figura 4: Fluxogramas da Etapa da Pesquisa ......................................................................
46
Figura 5: Estoques de Carbono e Nitrogênio (Mg ha
-1
m
-1
) .................................................. 69
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Distribuição Granulométrica em profundidade de alguns Solos de TPI e Não-
TPI, AM, Brasil ....................................................................................................................
49
Quadro 2.
Distribuição
de
Índices
Químicos
em
profundidade
de
alguns Solos
de
TPI
e
Não-TPI, AM, Brasil .............................................................................................................
52
Quadro 3. Distribuição de Agregados em Classes de Tamanhos (valores em g kg
−1
Solo)
em TPI’s, Rio Preto da Eva, Brasil .......................................................................................
55
Quadro 4. Índices de Agregação (DMP e DMG) em TPI’s, Rio Preto da Eva, Brasil ..........
57
Quadro 5. Índices de Agregação (IEA(%) e (%)Agregados > 2 mm) em TPI’s, Rio Preto
da Eva, Brasil .......................................................................................................................
57
Quadro 6: Índices de Estabilidade de Agregados em Argissolo Vermelho-Amarelo com A
antrópico (TPI) e alguns solos amazônicos .........................................................................
59
Quadro 7. Carbono Orgânico Total, Nitrogênio Total, Densidade do Solo, Relações C/N,
Estoques de Carbono e Nitrogênio dos diferentes tipos de Solos .......................................
62
Quadro 8. Substâncias Húmicas nos diferentes tipos de Solos ..........................................
73
Quadro 9. Massas da Frações Físicas dos diferentes Solos ..............................................
76
Quadro 10. Teores de Carbono e Nitrogênio nas Frações Leves dos Solos .......................
79
Quadro 11. Teores de Carbono e Nitrogênio nas Frações Pesadas dos Solos ..................
81
Quadro 12. Relações C/N das Frações Físicas dos solos ..................................................
84
Quadro 13. Estoque de Carbono nas Frações Físicas dos Solos .......................................
85
Quadro 14. Estoque de Nitrogênio nas Frações Físicas dos Solos .....................................
85
LISTA DE ABREVIATURAS
AF – Ácido Fúlvico
AH – Ácido Húmico
BC – Black Carbon
COT – Carbono Orgânico Total
DS – Densidade do Solo
FLL – Fração Leve Livre
FLIA – Fração Leve Intra-Agregado
H – Humina
MOS – Matéria Orgânica do Solo
NT – Nitrogênio Total
PS – Porosidade do Solo
TPI – Terra Preta de Índio
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................
1
1.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................
3
1.1.1 Objetivos Específicos ....................................................................................................
3
1.2 JUSTIFICATIVA TÉCNICO-CIENTÍFICA ............................................................................
3
1.3 HIPÓTESE CIENTÍFICA .....................................................................................................
4
2 REVISÃO LITERÁRIA ...........................................................................................................
5
2.1 SOLOS ANTROPOGÊNICOS AMAZÔNICOS ...................................................................
5
2.1.1 Origem .............................................................................................................................
6
2.1.2 Ocorrência e Distribuição ..............................................................................................
7
2.1.3 Matéria Orgânica do Solo em TPI’s ..............................................................................
10
2.1.3.1 Carbono Orgânico Total em TPI’s .................................................................................
13
2.1.3.2 Black Carbon em TPI’s ..................................................................................................
13
2.1.3.3 Fracionamento de Agregados do Solo ..........................................................................
16
2.1.3.4 Substâncias Húmicas ....................................................................................................
18
2.1.3.5 Fracionamento Químico da Matéria Orgânica do Solo .................................................
18
2.1.3.6 Fracionamento Físico da Matéria Orgânica do Solo .....................................................
20
2.1.4 TPI’s e as Mudanças Climáticas Globais .....................................................................
21
3 MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................................................
24
3.1 ÁREA DE ESTUDO .............................................................................................................
24
3.2 AMOSTRAGEM ..................................................................................................................
25
3.3 TRATAMENTO DAS AMOSTRAS ......................................................................................
28
3.4 DETERMINAÇÕES DOS INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO .............................
28
3.4.1 Índices Físicos da Qualidade do Solo ..........................................................................
28
3.4.1.1 Densidades do solo .......................................................................................................
28
3.4.1.2 Densidade de Partículas (DP) e Porosidade do Solo (PS) ...........................................
29
3.4.1.3 Análise Granulométrica .................................................................................................
29
3.4 2 Índices Químicos da Qualidade do Solo ......................................................................
29
3.4 2.1 pH em Água e em KCl ...................................................................................................
30
3.4 2.2 Acidez Potencial (Hidrogênio + Alumínio) .....................................................................
30
3.4 2.3 Ca, Mg e Al Trocáveis: Extração com KCl 1 mol L
-1
.....................................................
31
3.4 2.4 Na, K e P assimilável: Extração com Mehlich 1 ............................................................
32
3.4 2.5 Soma das Bases Trocáveis (S) .....................................................................................
33
3.4 2.6 Capacidade de Troca de Cátions (T) ............................................................................
33
3.4 2.7 Índice de Saturação por Bases (V%) ............................................................................
33
3.4 2.8 Índice de Saturação por Alumínio (m) ...........................................................................
34
3.4 2.9 COT (Método Walkley-Black Modificado) .....................................................................
34
3.4 3 Análise da Composição Elementar ..............................................................................
34
3.4 4 Carbono Orgânico Total dos Solos .............................................................................
35
3.4 5 Fracionamento de Agregados dos Solos de TPI’s ......................................................
36
3.4.6 Fracionamento Químico da MOS ..................................................................................
39
3.4 6.1 Determinação de COT nas Frações Húmicas (método Yeomans-Bremner) ................
40
3.4 6.1.1 COT em Ácidos Fúlvicos e Ácidos Húmicos ..............................................................
40
3.4.6.1.2 COT em Humina ........................................................................................................
41
3.4.7 Fracionamento Físico da MOS ......................................................................................
42
3.4.7.1 Fracionamento Densimétrico .........................................................................................
42
3.4.7.2 Fracionamento Granulométrico .....................................................................................
43
3.4.7.3 Determinação do estoque de Carbono nas Frações Físicas .........................................
44
3.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS DOS DADOS ..........................................................................
44
3.6 ETAPAS DA PESQUISA .....................................................................................................
46
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...........................................................................................
47
4.1 INDICADORES DA QUALIDADE DOS SOLOS ..................................................................
47
4.1.1 Índices Físicos da Qualidade dos Solos ......................................................................
47
4.1.2 Índices Químicos da Qualidade dos Solos ..................................................................
50
4.2 FRACIONAMENTO DE AGREGADOS DOS SOLOS DE TPI’S .........................................
53
4.2.1 Distribuição de Agregados por Classes de Tamanho .................................................
54
4.2.2 Índices de Agregação dos Solos de TPI .......................................................................
56
4.3 RAZÃO ELEMENTAR DOS SOLOS TPI E NÃO-TPI ..........................................................
61
4.3.1 COT dos Solos ................................................................................................................
61
4.3.2 Nitrogênio Total e Razão C/N dos Solos ......................................................................
64
4.3.3 Densidade, Estoques de Carbono e Nitrogênio dos solos .........................................
66
4.4 CARBONO ORGÂNICO NAS SUBSTÂNCIAS HÚMICAS DOS SOLOS ............................
70
4.5 PESOS DAS FRAÇÕES FÍSICAS DO SOLO .....................................................................
75
4.6 CARBONO ORGÂNICO E NITROGÊNIO TOTAL NAS FRAÇÕES FÍSICAS .....................
78
4.7 ESTOQUES DE C E N NAS FRAÇÕES FÍSICAS DOS SOLOS ........................................
85
5 CONCLUSÕES .......................................................................................................................
86
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 88
1 INTRODUÇÃO
A maior parte dos solos agricultáveis na Região Amazônica é ácida, com baixa
capacidade de troca catiônica (CTC) e baixa fertilidade. O solo é, portanto, um fator
limitante para a produtividade e sustentabilidade de sistemas de produção agrícola
nesta região (CUNHA, 2005).
Nesta mesma região ocorrem solos altamente rteis com horizontes superficiais
de coloração escura, denominados Terra Preta de Índio (TPI) - ou terra preta
arqueológica/antropogênica, geralmente com elevados teores de P, Ca, Mg, Zn, Mn e
matéria orgânica estável (KERN 1988; KERN, KÄMPF, 1989; KERN 1996, COSTA,
KERN, 1999). São encontrados em diversos tipos de solos de ocorrência na Amazônia
brasileira, tais como Latossolos, Argissolos, Cambissolos, Plintossolos, Nitossolos,
principalmente sob floresta (CUNHA, 2005).
Aparentemente, as TPI´s formam micro-ecossistemas próprios que não se
esgotam rapidamente, mesmo nas condões tropicais em que estão expostas ou sob
uso agrícola. Várias hipóteses são aventadas sobre os processos de formação das
TPI’s, porém a mais aceita atualmente diz que as TPI’s teriam sido formadas
intencionalmente pelo homem pré-colombiano visando o uso agrícola (WOODS,
MCCANN, 2001).
Ressalta-se que a matéria orgânica nas TPI’s chega a ser seis vezes mais
estável que nos solos adjacentes sem horizonte A antropogênico (PABST, 1991;
GLASER, 2001). Por isto, estas áreas têm sido atualmente utilizadas pelo pequeno
produtor da Amazônia, que exploram-na agricolamente com culturas de subsistência
como milho, feijão e mandioca; existe também produção em larga escala de frutas,
hortaliças e até de grama, visando o mercado internacional (CUNHA, 2005).
Conseguem obter alta produtividade, mesmo sem a utilização de insumos ou com a
utilização de uma quantidade bem menor de fertilizantes, demonstrando a importância
de se estudar estes ambientes para contribuir para a produção sustentável em solos
tropicais de baixa fertilidade.
A permanência dos elevados conteúdos de matéria orgânica nas TPI´s apresenta
de um modo geral importantes implicações para o estoque e seqüestro do carbono no
solo. Se o nível de matéria orgânica em solos agrícolas fosse aumentado na mesma
proporção daqueles encontrados nas TPI's, acarretaria em um estoque extra de
carbono no solo, mitigando o teor de CO
2
atmosférico, atuando beneficamente na
atenuação do efeito estufa antropogênico. Se os processos e mecanismos de formação
das TPI´s forem conhecidos, podem ser utilizados também no manejo de solos em
geral, inclusive na recuperação de solos degradados.
O estudo da matéria orgânica em agroecossistemas brasileiros é tema
estratégico para que se alcance a sustentabilidade da agricultura em ecossistemas
tropicais, e a conservação ambiental mundial. Todavia, no que concerne aos solos
antropogênicos, muitas questões estão ainda por serem respondidas, principalmente
quanto a sua origem, distribuição e características da sua matéria orgânica. (CUNHA,
2005).
Este estudo é parte do Projeto EMBRAPA 02.02.5.08.07, denominado “Terra
Preta Nova: sistemas indígenas e manejo do solo como base do desenvolvimento de
manejo sustentável da fertilidade de solos da Amazônia”.
Sendo assim, as TPI’s podem ser consideradas exemplos extraordinários da
convivência equilibrada entre homem e meio ambiente. Pelo conhecimento e avanço
tecnológico atual existe uma grande possibilidade de se resgatar o conhecimento nos
exemplos dos povos indígenas e incorporá-lo em tecnologias modernas que sejam
ambientalmente seguras e sustentáveis que solucionem as necessidades dos
produtores e habitantes da Amazônia, e talvez de outras regiões tropicais úmidas.
No caso da TPI o conhecimento atual é suficiente para avaliar e saber o
potencial e a importância desse fenômeno para criar sistemas alternativos de manejo
de fertilidade de solos altamente intemperizados em regiões de trópicos úmidos.
Todavia, falta conhecimento exato e específico para a realização dessa atividade,
principalmente com relação às interações físico-químicas e biológicas. Além disso, não
é suficiente apenas poder recriar condições edáficas similares à TPI, mas devem-se ter
condições de avaliar os potenciais efeitos ambientais do uso de uma tecnologia ou
manejo do solo que resulta em condições similares à TPI.
1.1 OBJETIVO GERAL
Determinar o estado de agregação de solos Antropogênicos Amazônicos; avaliar
a dinâmica os estoques e as distribuições do Carbono e Nitrogênio da matéria orgânica
de solos Antropogênicos e não-Antropogênicos amazônicos.
1.1.1 Objetivos Específicos
1. Avaliar e comparar a qualidade de solos de TPI’s com solos não-
antropogênicos amazônicos através de índices químicos e físicos da qualidade do solo.
2. Avaliar a agregação dos solos de TPI através de diferentes índices de
agregação.
3. Determinar a contribuição específica de cada Substância Húmica (Ácidos
Fúlvicos, Ácidos Húmicos e Humina) nas TPI’s e solos não-antropogênicos amazônicos,
através do Fracionamento Químico da Matéria Orgânica do Solo.
4. Avaliar e comparar os estoques de Carbono na distribuição de Frações Leves
(Fração Leve Livre e Fração Leve Intra-Agregada) e Frações Pesadas (Fração Areia,
Fração Silte e Fração Argila) nas TPI’s e nos solos não-antropogênicos amazônicos,
através do Fracionamento Físico da Matéria Orgânica do Solo.
1.2 JUSTIFICATIVA TÉCNICO-CIENTÍFICA
O estoque de carbono nas TPI’s é freqüentemente maior do que nos solos
adjacentes não-antropogênicos. A maior estabilidade e o elevado conteúdo da matéria
orgânica têm importantes implicações para o seqüestro de carbono no solo. Se os
níveis de matéria orgânica de outros solos agrícolas pudessem ser aumentados, como
no caso das TPI’s, menores concentrações de CO
2
seriam emitidas para a atmosfera,
podendo ter ação mitigadora e importante efeito nas mudanças climáticas globais.
1.3 HIPÓTESE CIENTÍFICA
A hipótese científica do presente trabalho é: “mesmo considerando o tipo
anômalo de formação das TPIs, existe diferença na dinâmica e nos mecanismos de
estocagem e seqüestro de carbono, quando comparadas com solos não-
antropogênicos amazônicos?.
2 REVISÃO LITERÁRIA
2.1 SOLOS ANTROPOGÊNICOS AMAZÔNICOS
São solos que sofreram intensa atividade humana pré-histórica nos habitats
amazônicos, transformando significativamente as paisagens ao redor dos
assentamentos devido à formação de extensos depósitos de resíduos que alteraram
sobremaneira as propriedades do solo. As áreas de ocorrência de TPI’s são sítios
arqueológicos de preservação da herança cultural brasileira (KÄMPF, KERN; 2005).
Os locais denominados sítios arqueológicos foram locais de moradia no passado
pré-histórico. Serviram de verdadeiros depósitos de rejeitos de origem vegetal (folhas e
talos de palmeiras diversas, cascas de mandioca, açaí, bacaba, sementes, etc.) e de
origem animal (ossos, sangue, gordura, fezes, carapaças de quelônios, de tatus e de
caranguejos, conchas, restos de peixes e de grandes mamíferos como o peixe-boi,
etc.), além de uma grande quantidade de cinzas e resíduos de fogueiras domésticas
(carvão vegetal). Essa grande quantidade de matéria orgânica não consumida
provavelmente é a responsável direta pela formação de solos altamente férteis, com o
aumento de teores de P assimilável, Ca, Mg, Zn, Mn e C (KERN, 1996; CUNHA, 2005).
Apresentam horizontes escuros, altos teores de nutrientes e são denominados
no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, de horizonte A antrópico (EMBRAPA,
2006) sendo definidos como:
“Horizonte formado ou modificado pelo uso contínuo do solo, pelo homem, como
lugar de residência ou cultivo, por períodos prolongados, com adições de material
orgânico em mistura ou não com material mineral, ocorrendo, às vezes, fragmentos de
cerâmica e restos de ossos e conchas. Este tipo de horizonte se assemelha aos
horizontes A chernozêmico ou A húmico, que a saturação por bases é variável, e,
geralmente, difere destes por apresentar teor de P
2
O
5
solúvel em ácido cítrico mais
elevado que na parte inferior do solum, em geral superior a 250mg/kg de solo. Por sua
elevada fertilidade, são procurados por populações ribeirinhas para o cultivo da
agricultura de subsistência como mandioca, banana, milho, mamão, etc.”.
A intensidade da coloração escura, logo teor de matéria orgânica, e a
profundidade dos horizontes antrópicos parecem indicadores do tempo e continuidade
da ocupação dos sítios arqueológicos (DENEVAN, 1996). Estima-se uma taxa de
formação de TPI de 1 cm de espessura para cada dez anos de assentamento (SMITH,
1980); porém para Kern e Kampf (1989), a ausência de dados locais não permite
aceitar ou rejeitar esta taxa. Lima (2001), também a considera inadequada por não se
conhecer com razoável segurança a densidade populacional e os costumes de cada
população da Amazônia pré-colombiana.
2.1.1 Origem
Várias hipóteses foram levantadas sobre a origem e os processos de formação
das TPI’s. Até meados do século XX, pesquisadores entendiam que estes solos ter-se-
iam originados em função de eventos geológicos: cinzas vulcânicas, decomposição de
rochas vulcânicas ou a partir de sedimentos depositados em fundos de lagos extintos
(CAMARGO, 1941; FARIA, 1946; FALESI, 1962; FRANCO, 1972).
O primeiro relato a descrever cientificamente a existência das TPI’s, conhecida à
época como “terra cotta”, é creditado a Hartt (1885), o qual prega que as TPI’s teriam
sido locais de antigas moradias indígenas, atraídos pela alta fertilidade destes solos.
Tão antigos quanto as investigações das Terras Pretas foram os
questionamentos sobre a sua origem. Katzer (1944) descreve as TPI’s como locais de
antiga colonização aborígine, considerando-as uma camada cultivada, enfatizando a
similaridade com áreas sedimentares de antigos igapós. Faria (1946) propôs que as
áreas de TPI’s eram férteis antes do estabelecimento da população nativa, propondo
uma origem geológica a partir de sedimentos depositados em fundos de lagos já
extintos ou pela decomposição de rochas vulcânicas. A primeira sugestão de uma
origem antropogênica para as TPI’s foi proposta por Gourou (1950), sendo reforçado
por Hilbert (1955). Para Cunha-Falesi (1962), as TPI’s se formaram a partir de antigos
lagos, cujas margens eram habitadas por índios durante longos períodos do ano, que
jogavam nas águas grande parte dos fragmentos de cerâmica e lixo da aldeia.
Nas décadas de 60 e 70, áreas de TPI’s por toda a bacia amazônica foram
mapeadas e investigadas, em relação a parâmetros que davam suporte à origem
antropogênica destes solos (CUNHA, 2005), e alguns autores reforçam que a fertilidade
das TPI’s deve-se unicamente à ocupação indígena prolongada, (RANZANI et al., 1962;
SOMBROEK, 1966) sendo mais aceito por seus contemporâneos e pelos cientistas
futuros (HILBERT, 1968; FRANCO, 1972; SMITH, 1980). Na década de 80 pensava-se
que a TPI era um tipo de local de despejos de restos alimentares, que adquiriu
fertilidade específica por adição de estercos, lixo doméstico e refugos de caça e pesca
(ZECH et al., 1990; CUNHA, 2005). Está ainda sujeito à especulação o mecanismo
detalhado pelo qual o húmus da TPI adquiriu sua estabilidade e propriedades especiais.
A partir da ultima década do século XX e início do novo milênio a origem
antropogênica das TPI’s, devido à ocupação e manejo do solo pelo homem pré-
colombiano, é cada vez mais reforçada, à medida que ela é mais estudada
arqueológica, pedológica e geoquimicamente (KERN, 1996, WOODS, MCCANN, 2001;
LEHMANN, 2003; CUNHA, 2005; KÄMPF e KERN, 2005; MAJOR et al., 2005;
LEHMANN et al., 2006). Vislumbra-se um interesse internacional renovado, e cada vez
maior, em pesquisá-la a nível molecular, pois as TPI’s conm grandes quantidades de
resíduos carbonizados, que o conhecidos por conterem altos teores de nutrientes e
persistirem no ambiente por séculos, (ZECH et al., 1990; GLASER, 1999; WOODS et
al., 1999; WOODS et al., 2001; NOVOTNY et al., 2007).
A tendência futura das pesquisas é enfatizar a identificação de práticas de uso
da terra pelas populações pré-colombianas e a implementação deste conhecimento
para criar novas áreas de TPI’s.
2.1.2 Ocorrência e Distribuição
A ocorrência de TPI é ampla na Amazônia brasileira (Figura 1), sendo também
conhecida na Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Suspeita-se que o número de sítios arqueológicos é bem maior do que atualmente
conhecido (KÄMPF, KERN; 2005). SOMBROEK (2003) estimou que as TPI’s cobrem
0,1 a 0,3% (6.000 a 18.000 km
2
) da bacia amazônica (6 milhões de km
2
).
Figura 1: Ocorrência de TPI’s na Amazônia Legal Brasileira, caixas abertas são áreas
de TPI’s conhecidas, caixas fechadas são áreas estudadas comparando-se com
Latossolos adjacentes. Adaptado de Glaser et al. (2000).
O pesquisador Willian I. Woods em entrevista à revista Science afirmou que
estimativas recentes sugerem que as TPI’s possam cobrir aproximadamente 10 % da
bacia Amazônica - 600.000 km
2
- (MANN, 2002). Novos estudos apontam para a
possibili117(n)-4.335( )-282.33(p)-4.32.7122(r)2or c.57564(o)-4.33117(v)5.67474(e)5.67474(e)ê4.3287995eSicolcooTPI’PeoPcenp eMrMalcn reei117.231703266 5.3287315()5.67474(a)5.67474(m)-,233114(o)i117t233114(o)éi117.231803272.2.80561(e)-4.3.33117(d1.87122(e)--4.33117(s)e).33117(d1.87122(e)-a4)5.67474(5.82.33(e) 431803271)1.87(l)1.87ecl rrMai-0.294974(b)-4.33056(i)z48043993p(i-0.294974ç.33056(a)-4ã..67474(o)o33117(c)-08693603(7871.87(l)1.87e)1.87(c)-0-233117(o)-4.33117(s)-0.4.33117(t)-2.16558(e)-4.333603(787.26.5792(o.33056(s3634.33117(s)-0.4.33117(t)-.295585(e)-4.33117(n)--4.33117(d)5.6747(e)- ).33117(d1.87122(e)--4.33117(s)-4.33117(d)5.67474(o)-4.333503(713f)-4.33s)-0.23117(c)-01.57564(o)-4.33117(v)4.331139(i)2)5.67474(2.80561(e)-4.3311773(r)12.3603(770o33117(c)-08693603(7)-a4)5.67474(2.80561(e)-4.33117(c)-0-233117(o)-4.33117(s)-0.o33117(c)-086.229(16.02.71032(i)a..67474(o)o33117(c)-02.16558(e)-4.333603(7v)4.331139(i)2)5.67474(2.57564(o)u2.33117(r)4.331139(i)9.71032(i)1o33117(c)-05.67474(o)-4.333603(7v)1.87(l)1.87e)1.87(c)-0.233603(7)-1.52434( )-)-212.271( ).33117(s)e)-2323(p)-4.6747117( )-23273(r)n)-23273(r)4.33117(n)e1.3318(u)-1182.327a)5.32873(e)(16.02.7( )278]TJ-1(i-0.294974)5.6747(e)-s)-0.294974(i)12.29(W33.317 -20.n6 Td[(b)-t233114(o)-4.33117(g)5.67474(d)-4;4.3311(n)-12.1903278.n6 Td[((e)(i)1.87(1175.67474(o)-4.331903278.1.57564(o)á33117(c)-04.33114(e)2.51003(a)-4.1117(7e)(i)1.87(1175.67474(o)-4.331903278.4.33117(n)- )-232.3(r))5.6747(91.361 Tm4(e).33117(s)-0.4.331170t)-2.16803271) )-232.3(a)od1.87122(e)--4.33117(s)e cstoocmnd lcac.22895585(o)oi1174.33117(n)e1.33117(d)í.33117(n)n23117(c)-0a33117(c)-0.29690327cm a xo lc acxl4.33117(xo)-190327u nt-42.229(d)-4.32873(a)5.2289( )278]TJ-3L.87(l)4974n M282.331(A)2.80518(5),4.3311(n)-12.142.248(2.33117(.)-2.16558(0)5.67474(0)-1i)1.87(1174.331174(e),-33114(o))9.342.248(2.80439( )-l4.331)é4.33117(d)5.6747(e)-7.16436(u)-4.33117(d)o 7.49466( )-112.33117(r)7.49466(e)-4.3311(n)-4.6747683112.33117(r)(b)-4.3 r ocoevacoro2.80561(e)-4.33117(c)-0-233117(o)-4.357564(o)-4.3319(1)-4.3242.24roev112.229(a)-4-4.33117(xb.87122(m)-)-233117(xl4.33117(x)-233117(x1.87(l)1.87(i)1.87(117(n87(l)1.87e)1.87(c)-0.23142.24r)87(l)1.87e).33117(c ).33117(s)e)-232(c)-0n.87122(m)-s.71032(a)-4 x2.80439(e)a33117((t)-2.1642.24r) U-2.16319(N-2.16319(H-2.16319()2.80518(5),433117(n).332873(e)17574749( )278]TJ-12.87(l)49740.87(l)49740.)1.87(m)5.87(l)4974;4.3311(n)-12.3311(n)-K.33056( )Ä2.80518(M)M282.331(AP2.80518(M)F))2739872nMMN;4.3311(n)-1233114(o)22.16558(0)5.67474(0)--282.33(2)5i1174.331174(e)4.33117())2.8311(n)-12kmF602.80439( )-l4.331c o i8 479.881 T333021695585(o)-4.33117(g)-4.3311(n)-12.1029(%502.80439( )-l4.331).4.32873(8 709.881 T273(76195585(o).291029(%50)2.80439(e)117122(r9.80439( )-7480439( )-5.67474(0)-4.331174(e).291029(%501.7122(r)25585(s)--233117(o)-42.80561(e)-4)-4.33117( )-232.3(r)2.80439(e)-4.33117(g)5.6747117(2.80439( )-0.295585(a)5.67029(%3))1.87122(r)-4.33117(d1.87122(e)-4.232.3(S)-3h.87(l)1.87(i)1.87(117-267474(o)-4.339032175)7122(r)2)5.67474(o)-1029(%3)T))27800(6011.80518(M)n)5.6744(N)1.51029(%3) )-232.3(r)7.49466(e)-4.33117(n) r%3l3 r r%30ac1.25895585(o)2 r%31t r1%3x(i.3319(d)1.52434( o)-4.3319(1)-4.32873(e)80033169( )278]TJ-3871224974.39556(5.67474W33.317 -20.i4.331)t2-4.33117(r)2.8050(M) )-232.31-3871224974-4.33117(d)o -4.33117(v)n a ói117-267474(o)-4.338311(n)-MMenS1.80518(M)2.295585(a)4.331117(x-4.33117(n)h)-23220ta117122(r9.80439( )-82.16558(0)5.67474(0)-4.33117(2)- 41632.3(a) ).33117(d1.87122(e)-c.57564(o)-4.33117(v)222.294(e)-4.33117(n)-4.33117(t)-4.33117(v)u2.331177.60495585(o).293117(n)-)1.87122(r)-4.33117(d1.87122(e)-4.232.3(S)-3h.87(l)1.87(i)1.87(117-267474(o)-4.33632.3(a)2.57564(o)u2.33117(r)j4.33117(va)1.87(c)-05.67474(o)-4.333117(n)-1.87(l)1.87-4.33117(v)5.67474(a)5..33117(d1.87122(e)-s.71032(a)-4õ.87(l)1.87e)1.878(u)-112.2293142N86933117(s)e)-2323(p)-4.6747117(-4.33117(t)7.2.294(e)-4.33117(n)-1.87(l.3(q)5.67718(u)-4.32873(e)177.6049( )278]TJ-30.87(l)4974,4.3311(n)-4)2.8050(M) )-242.248(2.)1.87(m) )-242.248(9.87(l)49740.)1.87294,4.3311(n)-0 li117 2.ud l94974(-4.33117(v)1.87122(e)-g.1)1.436d 87122(e)-o25.67474(o)-4.33342.248(R3.395542N294974(-4.33117(v)5.82.33(e) 43142.24r)X.33056( )4.331117(xn)-2322(e)-.295585(u)u2.33117(r)2.1642.24r)P2.80518(M)M2N u ccvói117-2.33117(v17(95585(o).29142.24r))2.80436831P233056( )M2N r uovecon23117(c)-0a33117(c)-0.29642.252-4.6747117( )-23273(r)g12.229(d)4.331117(xã)-23273(r)-4.3319(1)-4.3242.24rdda17(v17(9( )278]TJ-1M282.331(A(i-0.294974n6 Td[(b)-(i-0.294974ui-0.294974648043993p)-45575951) )-232.3(r)1.543118920n)5.67474( 4.33117(n)--487122(e)-c.57564(o)-4.33117(v)(i)1.87(117t2.49588(a)5.67535.23117(c)-04.33114(e)(i95585(u),4.3311(n)-12.43118920)2.8051( )-M282.331(A4.331174(e),-.3311(n)-12.5575951) )-232.3(r)1.55575951)R3.395542N294976878)-4.33117(d)o N-212581-4.33117(c)-0.295585(u)4.33117(t)-4.33117(v)o A2.80518(M)M282.34(a)4.33117(2)-.1.5756192 4.33117(n)-4.3319( )-0.84154(a)11.331172.25295585(o)n23117(c)-0h.ud l5.67474(o)-4.335275939(5.67474(o)-4í.33117(n)4.33117(n)--4.33117(v-45585(s)--233117(o)-4.335275939(1.87(l)1.87e).33117(c)9.431188).295585( )-11.80518(M)n)5.6744(N)1.55275939(l-212.271(-4.3319(1)-7.494663142N1167718(u)-l4.33117(x)-233117(xz182.327a)1167718(u)-(n.51125( )12.33117(t)s)82.327a)5.32873(e)172.2529( )278]TJ-333.317 -20.2.80561(e)-4.3103206r).33056(s)-33.317 -20.5.67474W5.67474icea cecl5.82.33(e) 43103206r cce ce cei-4.33117(v-4.33117(d)5.67474(o)-4.3380324160-282.33(a)-4.33117(p)7122(r)2)5.67474(o)-803241602.80439(e)a33117(c)-0i-4.33117(v(i)1.87(1175..229328716695585(o).29803241601.87(l)1.87e)1.87(c)-0.231032057)ad1.87122(e)--4.33110(e).382.33(e) 43803241601.87(l)1.87eco c117-282.33(2)-4.33117(0)li1 Man ne
(KAMPF, KERN; 2005). Alguns trabalhos estimam que o número de índios no final do
século XV seria de 6,8 milhões (DENEVAN, 1976) ou mais (SMITH, 1980).
As áreas com Terra Preta são encontradas na região amazônica, sobre os mais
diversos tipos de superfícies geomórficas (LIMA, 2001), e uma grande variedade de
classes de solos, usualmente de baixa fertilidade natural como: Latossolos, Argissolos,
Cambissolos, Neossolos Quartzarênicos, Espodossolos, Nitossolos e Plintossolos
(KERN, KÄMPF, 1989; SMITH, 1980; CUNHA, 2001; LIMA, 2001; CUNHA, 2005;
KÄMPF, KERN, 2005), porém mais comumente nas duas primeiras classes que cobrem
cerca de 70% da bacia amazônica (RODRIGUES, 1996), indicando que o tipo de solo
parece não ter sido fator determinante para o estabelecimento de grupos pré-históricos
(CUNHA, 2005, KAMPF, KERN, 2005).
O horizonte A antrópico, que corresponde à camada de Terra Preta, possui em
média 40 a 50 cm de espessura podendo chegar até mesmo a 200 cm de profundidade
(HARTT, 1885; CUNHA, 2001; CUNHA, 2005; KÄMPF, KERN; 2005).
2.1.3 Matéria Orgânica do Solo em TPI’s
A matéria orgânica do solo (MOS) contribui com uma pequena parcela da massa
total dos solos minerais, 0,1 a 7%; sendo geralmente encontrados teores médios
menores que 5% (CAMPOS, 2003), porém é componente essencial nos diversos
conjunto heterogêneo de materiais orgânicos diferindo em composição, grau de
disponibilidade para a microbiota em função do ambiente (ROSCOE, MACHADO;
2002).
Os diversos tipos de fracionamento do solo utilizados em estudos de MOS
tentam justamente reduzir essa heterogeneidade, procurando separar frações
homogêneas quanto à natureza, dinâmica e função, mas ao mesmo tempo
suficientemente diferentes umas das outras. A escolha do método de fracionamento
depende do objetivo do estudo que se conduz, seja ele para a caracterização e
identificação química de componentes específicos, a quantificação e/ou descrição de
compartimentos da MOS importantes na ciclagem e liberação de nutrientes para as
plantas (GUERRA, SANTOS; 1999; ROSCOE, MACHADO; 2002).
Os solos amazônicos o pobres em matéria orgânica, devido principalmente às
altas temperaturas e umidade, que favorecem sua decomposição, e aos baixos teores
de nutrientes, dificultando o crescimento vegetal. Sabe-se que o conteúdo de matéria
orgânica entre solos tropicais e os de clima temperado não difere significativamente,
devido à produção de matéria seca ser mais elevada do que a taxa de decomposição
nos ambientes temperados (KERN, 1996).
A cor preta dos horizontes superficiais das TPI’s foi atribuída ao maior acúmulo
de material orgânico de natureza pirogênica nestes solos, (SALDARRIAGA, WEST;
1986; KERN, KÄMPF; 1989; KAMPF, KERN; 2005; MARRIS, 2006). SMITH (1980)
atribuiu este acúmulo, principalmente, aos resíduos de queimadas, sem especificar o
componente, sendo corroborado por Glaser et al., (1999 e 2000). Ranzani et al., (1962)
estudando dois solos de TPI em Santarém (PA), não encontraram diferenças
significativas entre os resultados de Carbono Orgânico Total (COT), empregando as
técnicas analíticas de titrimetria com Dicromato de Potássio e oxidação por via seca,
deduzindo que o enegrecimento da coloração das TPI’s não se deve ao carvão
especificamente, contudo à matéria orgânica como um todo. Saldarriaga e West (1986),
não obtiveram correlações que afirmassem que a quantidade de carvão estivesse
intimamente ligada com a cor e a textura do Horizonte A antrópico em TPI’s na
Colômbia e Bolívia.
Os resultados obtidos por Glaser et al., (1998, 1999, 2000 e 2001), mostram
conteúdos mais elevados de carvão na MOS das TPI’s, podendo representar entre
35%-45% da matéria orgânica destes solos, ocorrendo em todo o horizonte A antrópico,
ao passo que nos Latossolos com outros tipos de horizonte A adjacentes às manchas
de TPI, o carvão ocorre apenas nos primeiros centímetros do horizonte A, em
concentrações inferiores a 14% da MOS (CUNHA, 2005). Masiello (2004), em sua
revisão sobre black carbon (BC), afirma que até aquele momento, as TPI’s o as que
possuem maior estoque de carbono sobre a forma de carvão, quando comparadas a
outros tipos de solos, e perdem para sedimentos do oceano Atlântico tropical, na
capacidade de estocar BC, em uma lista de 16 dos mais variados compartimentos
ambientais (sedimentos, solos, particulados de rios etc.) ao redor do globo.
A estabilidade da cor escura destes horizontes, depois de prolongados períodos
de exposição às condições de clima tropical quente e úmido com chuvas torrenciais, foi
enfocada por Smith (1980) como fato extraordinário, que parece mais uma
conseqüência dos altos conteúdos de carvão nos horizontes A antrópicos. O carvão,
em razão de sua estrutura altamente aromática, apresenta-se química e
microbiologicamente muito estável, persistindo no ambiente por milhares de anos
(GLASER et al., 2000). Datações de
14
C em TPI’s têm mostrado idades de cerca de
1.000 a 1.500 anos para BC, sugerindo alta estabilidade desta espécie (GLASER et al.,
1999).
Não está claro, no entanto, segundo esses mesmos autores, se é preservado
apenas em razão da sua recalcitrância ou se processos químicos de estabilização,
como polimerização e síntese também estão envolvidos (CUNHA, 2005).
A Matéria Orgânica encontrada nestes solos têm em comum características
como alta resistência a termodegradação, além de apresentarem cargas
eletroquímicas, devido à presença de grupos funcionais, os quais contribuem para o
aumento da CTC e para a estruturação do solo, por meio da interação com a matriz
mineral. Dada sua alta estabilidade, estes compostos apresentam uma grande
importância como condicionadores de solos tropicais fortemente intemperizados, sendo
submetidos a condições climáticas que favorecem a mineralização da matéria orgânica
e cuja fração argila apresenta baixa CTC (MADARI, 2002).
2.1.3.1 Carbono Orgânico Total em TPI’s
Neste presente texto admite-se a premissa de que em solos com pH ácido, o
carbono orgânico corresponde ao carbono total, preferindo-se adotar o termo Carbono
Orgânico Total (COT). Solos com pH ácido são hegemônicos no Brasil, assim como nas
TPI’s e nos solos não-antropogênicos envolvidos neste estudo, excetuando os solos
oriundos de rochas carbonáticas.
2.1.3.2 Black Carbon em TPI’s
O termo Black Carbon (BC) foi definido por Novakov (1984) como “material
produzido por combustão incompleta e que apresenta microestrutura grafítica”.
Apresentando no passado vários sinônimos na literatura, tais como: carvão, fuligem,
carbono elementar ou carbono pirogênico (CUNHA, 2005), sendo encontrado em toda a
superfície terrestre, nos diferentes compartimentos ambientais (GLASER et al, 1998;
MASIELLO, 2004; SIMPSON, HATCHER; 2004; LIANG et al., 2006).
O termo carvão tem sido mais usado atualmente para descrever uma grande
variedade de materiais orgânicos pretos e altamente aromáticos formados durante a
combustão incompleta, mas que não precisam ter a estrutura grafítica. Os termos
carbono pirogênico ou Black Carbon (BC) são usados para descrever o mais inerte
componente da matéria orgânica, o componente grafítico (SMERNIK et al., 2000).
O BC é altamente resistente à oxidação térmica, química e até à foto-oxidação.
Embora sofra alguma degradação natural no solo (BIRD et al., 1999), a sua
incorporação no mesmo é um mecanismo importante de seqüestro de carbono
(SCHMIDT, NOACK, 2000).
A natureza do BC é principalmente particulada, sendo derivado da carbonização
parcial de materiais ligno-celulósicos e possui uma estrutura secundária (DERENNE,
LARGEAU, 2001). Pode ser fisicamente protegido dentro da estrutura do solo ou livre.
Estudos preliminares de microscopia eletrônica de varredura (MEV) mostraram que
também ocorre em complexos organo-minerais numa forma oxidativa alterada
(GLASER et al., 2000). A natureza do BC (particulada, livre, protegida e em complexos
organo-minerais) indica que tem papel significativo na formação das propriedades
físicas (estruturação, retenção de água etc.) destes solos.
Zech et al. (1990) estudaram a composição molecular de substâncias orgânicas
em amostras de superfície (0-20 cm) de solo inteiro de Terra Preta de Índio e de
Latossolo com espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN
13
C CPMAS).
Eles observaram que a proporção de carbono em estruturas aromáticas foi elevada na
TPI comparada ao Latossolo. Ao mesmo tempo a intensidade do pico referente aos
grupos carbolicos no espectro da TPI não diminuiu, quando comparada ao Latossolo,
indicando que o BC na TPI tem características de substâncias orgânicas mais estáveis
e ao mesmo tempo reativas.
A ocorrência de carvão em solos antropogênicos, como as Terras Pretas do Índio
na Amazônia, tem sido relatada na literatura (SOMBROEK, 1966; GLASER et al., 2000;
CUNHA, 2005; LEHMANN et al., 2006), indicando que a utilização de resíduos de
queimadas, de combustão de materiais orgânicos de origem “doméstica”, e até mesmo
o uso de cinzas (fuligem) como fertilizantes, provavelmente contribuem para a
incorporação da matéria orgânica em solos antropogênicos, e que estes são os
responsáveis pelos altos teores e grande estabilidade (recalcitrância) da matéria
orgânica nestes solos (ZECH, 1990; GLASER et al., 2000).
Estudos detalhados sobre o uso do fogo no cerrado e nas capoeiras brasileiras,
realizado com os índios Kayapó, demonstram ao contrário da crença generalizada, o
cuidado extremo na manipulação indígena do fogo. A roça é preparada a partir da
abertura de clareiras, formando corredores, seguindo-se a queimada, controlada, para
evitar o excesso de calor e o dano às raízes previamente plantadas. Caso o uso do
fogo fosse descontrolado, os índios estariam destruindo seu próprio esforço de roçar e
plantar, inclusive o plantio de longo prazo. O fogo é usado pelos índios no cerrado, e
mais de uma vez. No início, ateiam fogo controlado para a abertura dos terrenos de
plantio e posteriormente a prática é repetida em menor escala, como uma técnica
integrada ao conjunto de sua orientação no manejo dos recursos, com objetivos de
fertilização e abertura de espaços reservados aos cultivos selecionados (LEONEL,
2000).
na Amazônia fogo de ação humana e também fogo de combustão
espontânea que ocorre nos períodos de seca, incluindo sinais de fogo e carvão que
datam de milhares de anos (SALDARRIAGA, WEST, 1986). Vários estudos comprovam
causas naturais para grandes queimadas na região do rio Negro (SALDARRIAGA,
WEST, 1986; LEONEL, 2000).
Cunha (2005) cita estudo desenvolvido em solos antropogênicos na região da
Bavária, Alemanha, datado do período Neolítico, com idade entre 2.700 a 5.500 anos e
onde se encontraram covas e artefatos, como os que ocorrem nas TPI’s, evidenciando
que o carbono aromático detectado por várias técnicas espectroscópicas é derivado do
carvão, proveniente da queima da vegetação ou de outros materiais carbonizados,
como resíduos de queimas de outros locais no mesmo período.
Com o passar do tempo o BC é parcialmente oxidado, e grupos carboxílicos são
produzidos nas laterais do anel aromático, aumentando a CTC e a reatividade deste
nos solos antropogênicos (GLASER et al., 2001). O BC não é biodegradado pela
grande maioria dos microrganismos que compõem a fauna dos solos, pois sua
oxidação a CO
2
é muito lenta. Tudo indica que a lenta oxidação de materiais orgânicos
nos solos, e os resíduos de plantas queimadas favorecem a formação de substancias
húmicas (CUNHA, 2005).
O estoque de BC contido em 1 ha em 1 m de profundidade, em TPI’s, foi
estimado por Glaser et al., (2001) como sendo 4 a 11 vezes maior que nos latossolos
sem horizonte A antrópico, aumentando proporcionalmente com o conteúdo de argila. A
importância do BC em TPI’s aumenta quando se tem a informação de que 1 ha com 1
m de profundidade de TPI pode conter 250 toneladas de Carbono em oposição às 100
toneladas de solos não aperfeiçoados de mesmo material de origem (MARRIS, 2006).
2.1.3.3 Fracionamento de Agregados do Solo
Um agregado é um conjunto de partículas primárias (argila, silte e areia) do solo
que se aderem umas às outras mais fortemente do que as outras partículas
circunvizinhas comportando-se mecanicamente como unidade estrutural. Se formado
naturalmente é denominado ped, apresenta diferentes morfologias (prisma, bloco,
grânulo) e tamanhos. Se formado artificialmente pela atividade do homem ao arar,
escavar etc. é denominado torrão (MADARI, 2004).
O solo é composto por um conjunto de agregados de diferentes tamanhos e
estabilidades. O estado de agregação do solo tem influência sobre a infiltração de água,
a biodiversidade, a dinâmica da biomassa do solo, a disponibilidade de oxigênio às
raízes e a erosão do solo (MADARI, 2004; PINHEIRO et al., 2004; MADARI et al., 2005;
PEIXOTO et al., 2006).
A distribuição das classes ou tamanhos de agregados é considerada um fator
importante para a germinação de sementes e para o desenvolvimento das raízes,
servindo como indicador da qualidade do solo (MADARI et al., 2005; PEIXOTO et al.,
2006). A estabilidade de agregados é um fator relevante no controle da erosão hídrica
em solos tropicais ácidos, pois a erodibilidade de solos é diretamente relacionada à
estabilidade de agregados em água. A prolongada existência de poros maiores no solo,
que favorecem altas taxas de infiltração e aeração, depende da estabilidade dos
agregados. A agregação do solo é também um dos principais processos responsáveis
pelo acúmulo e o seqüestro de carbono em solos. Consequentemente, a degradação
estrutural do solo resulta em perda de matéria orgânica e carbono (MADARI, 2004;
MADARI et al., 2005).
A agregação de solos tropicais ácidos é influenciada pela capacidade de
floculação do solo e a natureza dos cátions presentes; a química do alumínio, em
função da faixa de pH do solo; a mineralogia do solo; os tipos de ácidos orgânicos
presentes; a formação de interação ou ligação entre partículas de argila, os cátions
polivalentes e matéria orgânica; a atividade microbiana e os tipos de microrganismos
envolvidos (MADARI, 2004; MADARI et al., 2005; PEIXOTO, 2006).
Não existe um procedimento padrão para o fracionamento de agregados, porém
existem algumas sugestões que se adequam satisfatoriamente aos solos altamente
intemperizados do Brasil, como apregoado por Madari (2004), cuja grande vantagem é
a facilidade operacional e possível correlação com o teor de COT presente em cada
classe de tamanho de agregado.
O procedimento proposto por Madari (2004) basicamente avalia a estabilidade de
agregados através da distribuição dos mesmos no solo inteiro, e não através da
estabilidade de uma classe de agregados. Separam-se os agregados por tamisação
úmida, necessitando usar pelo menos três repetições, uma vez que a distribuição de
agregados no solo é bastante variável. Permite avaliar o acúmulo compartimentado de
carbono no solo nos diferentes tamanhos de agregados, refletindo melhor o estado real
no solo. O método possibilita a avaliação do efeito de diferentes tipos de manejo no
seqüestro de carbono, através de seus efeitos na dinâmica da taxa de transformação
de agregados no solo.
Uma vez feito o fracionamento de agregados, obtem-se o estado de agregação
do solo, através de alguns parâmetros chamados índices de agregação, que descrevem
a distribuição de diferentes tamanhos de agregados no solo (BARRETO, 2005).
Os índices obtidos são: Diâmetro médio ponderado (DMP) e Geométrico (DMG),
que indicam o tamanho médio dos agregados do solo; Índice de Estabilidade de
Agregados (IEA), que mede a agregação total do solo, não considerando a distribuição
por classes de agregados (MADARI, 2004; PINHEIRO et al., 2004; BARRETO, 2005;
MADARI et al., 2005; PEIXOTO et al., 2006).
2.1.3.4 Substancias Húmicas
As Substâncias Húmicas (SH) participam de muitos processos pedológicos,
ambientais e geoquímicos, podendo servir como reservatório de micronutrientes, ajudar
a manter a retenção de água, dissolução de minerais, tamponar e contribuir na
estruturação dos solos (CUNHA, 2005).
As SH’s referem-se a uma categoria de materiais de ocorrência natural,
encontradas ou extraídas dos solos, sedimentos e águas, são formadas por reações de
policondensação e síntese, com altas massas moleculares e coloração escura. São
resultantes da decomposição de resíduos de plantas e animais, podendo ser
encontradas em todos os sistemas terrestres e aquáticos, constituindo uma das mais
abundantes formas da matéria orgânica na superfície da terra (MACCARTHY, 2001).
Estima-se que 65% a 80% da matéria orgânica de grande parte dos solos minerais
sejam substâncias húmicas (ROSCOE, MACHADO; 2002).
Devido a uma falta de consenso sobre a natureza química das SH’s, o
definidas operacionalmente em termos dos métodos de extração e fracionamento
(CUNHA, 2005).
2.1.3.5 Fracionamento Químico da Matéria Orgânica do Solo
Consiste na extração de SH’s do solo e posterior obtenção dos três principais
componentes: Ácidos Fúlvicos (AF), Ácidos Húmicos (AH) e Humina (H). As definições
das frações das substâncias húmicas são baseadas nas características de solubilidade
em solventes aquosos, apesar de existirem muitos materiais orgânicos que são solúveis
em base e precipitam em meio ácido que não são ácidos húmicos (ROSCOE,
MACHADO, 2002; CUNHA, 2005).
Ácido Fúlvico é a fração que é solúvel em meio aquoso ácido e alcalino. Ácido
Húmico é a fração que não é solúvel em água sob condições ácidas (pH< 2), podendo
tornar-se solúvel (extraível) a valores de pH maiores que 12 (meio alcalino). A Humina
representa a fração que não é solúvel (extraível) em meio aquoso em nenhum valor de
pH (ácido ou alcalino) (ROSCOE, MACHADO; 2002; BENITES et al., 2003).
A partir dos resultados obtidos (teores de carbono na forma das frações: AF, AH
e H) podem ser derivadas algumas variáveis como teores percentuais em relação ao
COT, correlações entre CTC e a porcentagem de AH ou razão AH/AF (CUNHA, 2005) e
relações entre frações (BENITES et al., 2003):
Relação AH/AF - é a relação entre os teores de Carbono na forma de Ácidos
Húmicos e Ácidos Fúlvicos que indica a mobilidade do Carbono no solo. Em geral os
solos mais arenosos apresentam maiores relações AH/AF indicando a perda seletiva da
fração mais solúvel (AF).
Relação (AF+AH)/HUM - é a relação entre o extrato alcalino e a Humina. Este
índice indica iluviação da matéria orgânica e nos horizontes espódicos são encontradas
as maiores relações enquanto em horizontes superficiais os valores são geralmente
menores que 1 (BENITES et al., 2003).
Estudos da MOS através da extração e fracionamento de substâncias húmicas
têm sido conduzidos para o entendimento da pedogênese, da melhoria de propriedades
físicas do solo, das interações organo-minerais, da diminuição da fixação de sforo e
do impacto da agricultura na qualidade do solo (MACHADO, 2002; ROSCOE,
MACHADO; 2002).
Ainda são escassos, mas estão aumentando, os estudos das SH’s em TPI’s
(ZECH et al., 1990; LIMA, 2001; LIMA et al., 2002; CUNHA, 2005; NOVOTNY et al.,
2007).
2.1.3.6 Fracionamento Físico da Matéria Orgânica do Solo
Os métodos físicos de fracionamento são considerados menos destrutivos e
mais relacionados com a função e estrutura da MOS in situ, do que os métodos
químicos. Os métodos podem ser densimétricos ou granulométricos, ou uma
combinação de ambos. Vários esquemas de fracionamento encontram-se na literatura,
não havendo uma verdadeira padronização.
O Fracionamento Físico possibilita a separação de reservatórios da MOS mais
relacionados com suas características e dinâmica no estado natural e que diferem em
composição e função biológica podendo assim ser mais útil para o estudo da ciclagem
de carbono (MACHADO, 2002; CAMPOS, 2003). Os métodos físicos de fracionamento
cobrem procedimentos distintos, onde cada um está designado a um objetivo específico
e não existe ainda nenhum esquema de procedimento consensual. O conceito por trás
do Fracionamento Físico enfatiza o papel das frações minerais na estabilização e
transformação da MOS (ROSCOE, MACHADO; 2002).
O Fracionamento Densimétrico é baseado na utilização de uma solução com
densidade conhecida, em que o material flotado é considerado Fração Leve, com
densidade menor que a utilizada na solução. O material restante é considerado Fração
Pesada. Ainda não há uma densidade com solução considerada padrão nos estudos de
fracionamento, podendo variar de 1.40 até 2.20 g cm
-3
, sendo a densidade de 1.80 g
cm
-3
a mais utilizada (SOHI et al., 2001; CAMPOS, 2003).
O Fracionamento Granulométrico é baseado na extração das frações da MOS
por peneiramento e sedimentação em proveta. Diversas malhas têm sido utilizadas nos
vários estudos de fracionamento (1000, 500, 200, 150, 100, 53 e 20 µm). A peneira de
53 µm é de grande importância nos estudos, porque é onde ocorre a separação das
frações associadas à areia em relação àquelas associadas ao silte e argila. As frações
menores que 53 µm são obtidas por sedimentação gravitacional em proveta de 1.000
mL. A fração de 0-2 µm representa a matéria orgânica associada à argila. A fração de
2-53 µm representa a matéria orgânica associada ao silte (CAMPOS, 2003).
Basicamente, a fração leve é tida como matéria orgânica não ligada a minerais e
a fração pesada é tida como material mineral.
Através do Fracionamento Físico é possível determinar o estoque de Carbono
nos diferentes compartimentos às quais a MOS possa estar associada (CAMPOS,
2003).
De forma pioneira, e única até o momento, Glaser et al. (2000) utilizaram o
Fracionamento Físico em TPI e solos adjacentes, com o objetivo de estudar o BC
presente nas diferentes Frações Físicas. Verificaram que os maiores teores de COT se
apresentavam nas frações mais leves da MOS, sendo que nestas mesmas frações
apresentavam-se também as maiores concentrações de BC, sugerindo com isso, a
pouca reatividade e alta estabilidade do mesmo como um empecilho à humificação da
MOS. Os mais baixos teores de COT associado às frações pesadas demonstram a
maior dificuldade de interação da MOS com a parte organo-mineral do solo.
Nestes estudos de Glaser et al (2000), o BC das TPI’s ocorreu em proporção
significativa, na Fração Leve (d < 2.0 g.cm
-3
) da MOS, representando 48-55% do COT
na forma de BC na fração leve superficial (0-10 cm) de TPI’s na região de Manaus (AM)
e Santarém (PA). A proporção do BC na fração leve em profundidades de 30-40 cm foi
até superior a 59% (GLASER et al., 2000).
2.1.4 TPI’s e as Mudanças Climáticas Globais
A demanda cada vez maior por alimentos e energia para uma população que
cresce exponencialmente e cada vez mais se torna tecnologicamente sofisticada tem
requerido um aumento da área cultivada e, sobretudo, aumento da produtividade. Esse
aumento de produtividade baseado no uso de fertilizantes, corretivos e agroquímicos,
mecanização e necessidade de variedades melhoradas, apresenta custos econômicos
elevados e em excesso, podendo levar à degradação do solo, especialmente quando o
manejo é inadequado. Nesse contexto, a MOS pode ser um fator decisivo para a
sustentabilidade (CAMPOS, 2003).
A MOS tem uma crescente demanda de pesquisa nas avaliações econômicas e
ambientais para a adoção de práticas agrícolas modernas. Os estudos têm caminhado
para o potencial da MOS no seqüestro de carbono, isto é, na capacidade de funcionar
como um sumidouro dos GASES do EFEITO ESTUFA, um fenômeno que preocupa
todo o planeta (CAMPOS, 2003).
O seqüestro de carbono pelos ecossistemas naturais é considerado como
importante mitigador das mudanças climáticas globais, que é limitada a extensão
espacial para as possíveis substituições de manejo do uso da terra, florestas por
lavouras, assim como os possíveis benefícios por hectare, pois áreas cultivadas
seqüestram menos carbono. Deve-se ressaltar que cada vez mais se estudam métodos
alternativos do uso do solo, que sejam os mais conservacionistas possíveis, como por
exemplo, o plantio direto em detrimento ao plantio convencional.
Neste contexto de uma maior conscientização ambiental internacional, e pela
busca de novas alternativas para atenuação do efeito estufa, insere-se o estudo de
solos manejados por antigas praticas indígenas, TPI. Tais solos possuem a
característica de serem um grande dreno de carbono, superando em mais que o dobro
a capacidade de retenção de carbono em muitos tipos de solos da bacia amazônica
(MARRIS, 2006). Deve-se ressaltar que além do aspecto quantitativo da retenção de
carbono, as TPI’s apresentam também o aspecto qualitativo, pois em tais solos a
matéria orgânica tem a capacidade de se apresentar sob formas altamente estáveis,
como o BC, que é capaz de ficar retido nos solos por centenas, senão milhares de anos
(GLASER et al., 2000, MADARI et al., 2004). Deve-se ressaltar que para a formação do
BC é necessária a queima de vegetação, o que traz inicialmente um balanço negativo,
para só depois ocorrer a estocagem.
Estudar a gênese e a dinâmica da MOS presente nas TPI’s, é ter a esperança de
que, com o auxilio dos resultados obtidos, em um futuro próximo, possa-se replicar tal
processo, que além de trazer benefícios à produção do pequeno agricultor amazônida,
e quiçá mundial, possa também atenuar as mudanças climáticas que o mundo sofre
atualmente.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 ÁREA DE ESTUDO
Na propriedade Roda de Fogo (Figura 2), localizada no município de Rio Preto
da Eva, AM, foram abertas oito trincheiras em outubro de 2004, para retirada de
amostras dos horizontes do solo em duas áreas distintas de TPI (P01 e P02). Esta
propriedade situa-se na coordenada geográfica 2º40´51,8" S e 59º43´15,7" W,
inserindo-se no domínio climático do tipo tropical quente e úmido, Afi segundo
classificação de Köppen, e precipitação pluviométrica relativamente abundante durante
todo o ano, média de 2.250 mm/ano, com dois meses secos, e com o mês de menor
precipitação sempre é superior a 60 mm. A temperatura média anual na região é de
aproximadamente 28 ºC (VIEIRA, SANTOS, 1987).
Figura 2. Mapa da área de estudo, adaptado de German (2003).
Para comparação dos resultados selecionaram-se três perfis completos de solos
de origem não-antrópica representativos da região amazônica, mais precisamente do
estado do Amazonas, estocados na soloteca da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA – Solos).
Estes solos foram coletados em: (P03) 27 de agosto de 1999, no município de
Humaitá, AM, (7°52´50,6“ S e 63°14´57,4” W); (P04) 7 de setembro de 1999, no
município de Novo Aripuanã, AM, (5°13´27” S e 60°14´2” W) e (P05) 16 de outubro de
2000, no município de Apuí, AM, (6°52´38,8” S e 59°13´31,8” W).
3.2 AMOSTRAGEM
Em arqueologia, o horizonte A antrópico, tem sido considerado como uma
camada de coloração uniforme, homogênea e de difícil separação, sendo amostrada
utilizando estratigrafia artificial em subcamadas de espessuras arbitrárias e pré-
definidas (KERN, KÄMPF, 1989).
Em cada área de TPI (P01 e P02), delimitada em um hectare, foram abertas
quatro trincheiras; descreveu-se e classificou-se pedologicamente os solos através da
análise dos horizontes pedogênicos do perfil como recomendado pela Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo (LEMOS, SANTOS, 1996).
Nos quatro perfis do solo de cada área, adotou-se uma distribuição amostral
aleatória em que se escolheu um perfil central e três perfis amostrais ao redor deste,
cada um a uma distância de 50 m do ponto central (Figura 3), adotando-se a
estratigrafia artificial por esta ser também amplamente utilizada em ciências ambientais.
Figura 3: Croqui da distribuição amostral nas áreas P01 e P02.
As amostras foram coletadas em nove profundidades para os perfis centrais (0-5,
5-10, 10-20, 20-40, 40-60, 60-80, 80-100, 100-140 e 140-200 cm) e em sete
profundidades para os perfis periféricos (0-5, 5-10, 10-20, 20-40, 40-60, 60-80 e 80-100
cm) seguindo os procedimentos recomendados por EMBRAPA (1997). Optou-se cavar
até 200 cm de profundidade, em pelo menos um dos perfis, para se ter a certeza de até
onde poderia atingir o horizonte A antrópico, que o mesmo em TPI pode atingir até
200 cm de profundidade (KERN, 1996; CUNHA, 2005).
Em cada local de solo não-antropogênico (P03, P04 e P05) nas respectivas
ocasiões de coleta, delimitou-se uma área de um hectare e abriram-se trincheiras.
Descreveu-se e classificou-se pedologicamente os solos da mesma maneira como
anteriormente descrito. Não se obteve réplicas de campo dos solos não-
antropogênicos. As amostras de solos dos perfis não-antropogênicos foram obtidas nas
seguintes profundidades: seis horizontes pedogênicos (0-23, 23-38, 38-50, 50-77, 77-
110 e 110-180 cm) para P03, cinco horizontes pedogênicos (0-10, 10-25, 25-70, 70-120
e 120-200 cm) para P04 e também cinco horizontes pedogênicos (0-30, 30-50, 50-96,
96-140 e 140-200 cm) para P05.
A primeira área (P01) de TPI situa-se sob uma capoeira de 10 anos próximo a
um pasto. O solo foi classificado como Argissolo Amarelo Distrófico Antrópico de textura
arenosa/média (EMBRAPA, 2006). A profundidade do horizonte A foi de 82 cm, sendo
observada também a presença de poucos cacos cerâmicos, <1% (m/m), nos três
primeiros horizontes pedogênicos (Au1-3, até 58 cm), sendo um forte indício de solo
arqueológico (KAMPF, KERN, 2005).
A segunda área (P02) de TPI situa-se sob uma floresta secundária de 20 anos
(capoeirão). O solo foi classificado como Argissolo Amarelo Distrófico antrópico
(EMBRAPA, 2006). A profundidade do horizonte A foi de 58 cm, e verificou-se a
presença de muito poucos fragmentos cerâmicos, <<1% (m/m), nos três primeiros
horizontes (Au1-3, até 32 cm).
O solo não-antropogênico (P03) situa-se sob uma floresta secundária, sem
noção do tempo de existência da mesma. O solo foi classificado com Argissolo Amarelo
Distrófico Plíntico, de textura média/argilosa (EMBRAPA, 2006). A profundidade do
horizonte A foi de 23 cm, apresentando presença visual de carvão até a profundidade
de 50 cm.
O solo não-antropogênico (P04) situa-se sob uma floresta secundaria, também
sem registro da idade da mesma. O solo foi classificado com Argissolo Vermelho-
Amarelo Distrófico Latossólico, de textura média/argilosa (EMBRAPA, 2006). A
profundidade do horizonte A foi de 10 cm.
O solo não-antropogênico (P05) situa-se sob uma floresta secundária, próxima a
um pasto. O solo foi classificado com Argissolo Amarelo Distrófico Plíntico, de textura
média/argilosa (EMBRAPA, 2006). A profundidade do horizonte A foi de 30 cm.
3.3 TRATAMENTO DAS AMOSTRAS
Todas as amostras de solo, excetuando-se as destinadas para fracionamento de
agregados, foram secas em estufa com circulação de ar forçada, à temperatura de
40°C, destorroadas, tamisadas em peneira de 2,0 mm, recolhendo-se as frações dos
solos não retidas na peneira, constituindo-se assim terra fina seca ao ar (TFSA).
3.4 DETERMINAÇÕES DOS INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO
Foram selecionados alguns indicadores da qualidade dos solos nos perfis
destinados à descrição pedológica das duas áreas de TPI e nos solos não-
antropogênicos, segundo metodologias da EMBRAPA (1997).
3.4.1 Índices Físicos da Qualidade do Solo
Foram determinadas em todas as amostras utilizando-se para a coleta, cilindros
(anéis de Kopecky) de 4,0 cm de diâmetro e 4,0 cm de altura, volume total de
aproximadamente 50 cm
3
, e transferindo-se para sacos plásticos vedados. Secaram-se
as amostras em estufa a 105 °C, por 48 horas, pesaram-se e fizeram-se as
determinações descritas a seguir (EMBRAPA, 1997).
3.4.1.1 Densidade do Solo
Tendo-se as massas das amostras secas, calcula-se a densidade do solo (DS)
por:
DS (g cm
-3
) = Massa da amostra seca a 105°C
Volume do anel (cm
3
)
3.4.1.2 Densidade de Partículas (DP) e Porosidade do Solo (PS)
Pesou-se 20,0 g de amostra seca, transferiu-se para balões volumétricos,
completou-se com etanol até o volume de 50,00 mL. Registrou-se o volume de etanol
gasto, e calculou-se:
DP (g cm
-3
) = Massa da amostra seca a 105°C
50 mL - Volume de etanol (mL)
PS
total
(cm
3
100 cm
-3
) = 100 (DP – DS)
DP
3.4.1.3 Análise Granulométrica
Separaram-se as partículas tendo como base as diferentes velocidades de
queda das partes constituintes do solo: areia, silte e argila. Fixou-se um tempo para a
sedimentação na suspensão do solo com água, após adição do dispersante químico,
Hidróxido de Sódio. Pipetou-se um volume da suspensão, para determinar argila, que
uma vez seca em estufa, foi pesada. As frações grosseiras (areia fina e areia grossa)
foram separadas por peneiração, secas em estufas e pesadas. O silte corresponde ao
complemento dos percentuais para se atingir 100%, foi obtido por diferença das outras
frações em relação à amostra original (EMBRAPA, 1997).
3.4.2 Índices Químicos da Qualidade do Solo
Separaram-se alíquotas de 50 g de TFSA, preparadas conforme descrito
anteriormente, para as determinações químicas (EMBRAPA, 1997).
3.4.2.1 pH em água e em KCl
Alíquotas de 10 cm
3
de TFSA, de todas as amostras, foram colocadas em copos
plásticos de 100 mL, com 25 mL de água deionizada; agitou-se a mistura para completa
homogeneização com bastão de vidro, deixou-se em repouso por 1 hora, agitou-se
novamente a mistura e mediram-se as concentrações efetivas de H
3
O
+
nas soluções
dos solos, potenciometricamente, através de eletrodo combinado imerso nas
suspensões de solo:H
2
O e solo:KCl 2 mol L
-1
na proporção sólido:líquido 1:2,5 (m/v)
(EMBRAPA, 1997).
3.4.2.2 Acidez Potencial (Hidrogênio + Alumínio)
Colocou-se 5 cm
3
de TFSA em erlenmeyer de 125 ml, adicionou-se 75.00 ml de
solução de (CH
3
COO)
2
Ca.H
2
O 0,5000 mol L
-1
pH = 7.1, agitou-se horizontalmente e em
círculos, decantando-se por uma noite.
Pipetou-se 25,00 ml do extrato, transferiu-se para erlenmeyer de 125 ml, titulou-
se com NaOH 0,02500 mol L
-1
, usando-se 3 gotas de fenolftaleína 10g L
-1
, como
indicador, até atingir o ponto de viragem de incolor para rosa. O teor de (H
+
+ Al
3+
)
presente na amostra de TFSA é calculado por:
H
+
+ Al
3+
(cmolc dm
-3
) = (Va - Vb) x 1,65
Va = volume (mL) gasto na titulação da amostra
Vb = volume (mL) gasto na titulação da prova em branco
1,65 = fator de correção decorrente das alíquotas tomadas e do método só extrair 90%
da acidez.
3.4.2.3 Ca, Mg e Al Trocáveis: Extração com KCl 1 mol L
-1
.
Alíquotas de 10 cm
3
de TFSA, de todas as amostras, foram colocadas em
erlenmeyers de 125 mL, adicionados 100 ml de solução de KCl 1 mol L
-1
, agitadas
horizontalmente em círculos por 5 minutos, decantadas por uma noite (EMBRAPA,
1997).
Uma vez obtidos os extratos determinou-se (Cálcio+Magnésio) Trocáveis,
pipetando-se, sem filtrar, alíquotas de 25,00 ml do extrato, levando-se a erlenmeyer de
125 ml, adicionando-se 4 mL de “coquetel” de KCN, Trietanolamina e solução tampão.
Juntou-se 30 mg de ácido ascórbico e 3 gotas do indicar Negro de Eriocromo T (NET),
(EMBRAPA, 1997). Titulou-se complexometricamente com EDTA Dissódico 0,01250
mol L
-1
, observando-se o ponto de viragem de rosa para azul. Calculou-se teor de (Ca
2+
+ Mg
2+
), presente na amostra de TFSA, por:
Ca
2+
+
Mg
2+
(cmol
c
dm
-3
) = ml de EDTA Dissódico 0,0125 mol L
-1
Uma nova alíquota de 25,00 mL do extrato foi transferida para erlenmeyer de 125
mL, adicionou-se: 3 mL de KOH 100 g L
-1
, 30 mg de ácido ascórbico, 30 mg de
indicador (ácido calconcarbônico + Na
2
SO
4
)
,
e titulou-se complexometricamente com
EDTA Dissódico 0,01250 mol L
-1
, até o ponto de viragem da titulação, de vermelho para
azul (EMBRAPA, 1997). Calculou-se teor de Ca
2+
trocável, presente na amostra de
TFSA, por:
Ca
2+ (
cmol
c
dm
-3
) = ml de EDTA Dissódico 0,0125 mol L
-1
O teor de Mg
2+
trocável presente na amostra de TFSA foi obtido pela diferença
das duas titulações anteriores (EMBRAPA, 1997):
Mg
2+
(cmol
c
dm
-3
) = cmol
c
(Ca
2+
+
Mg
2+
) dm
-3
- cmol
c
de Ca
2+
dm
-3
Pipetou-se alíquotas de 25,00 mL do extrato, transferiu-se para erlenmeyer de
125 mL, adicionou-se 3 gotas do indicador azul de bromotimol 1g L
-1
, e titulou-se com
NaOH 0,02500 mol L
-1
, a o ponto de viragem, de amarelo para verde (EMBRAPA,
1997). Calculou-se o teor de Al
3+
trocável presente na amostra de TFSA, por:
Al
3+
(cmolc dm
-3
) = ml de NaOH 0,02500 mol L
-1
3.4.2.4 Na, K e P assimilável: extração com Mehlich 1
Alíquotas de 10 cm
3
de TFSA, de todas as amostras, foram colocadas em
erlenmeyers de 125 mL, adicionados 100,00 ml de solução de Mehlich 1 (HCl 0,05000
mol L
-1
+ H
2
SO
4
0,01250 mol L
-1
), agitadas horizontalmente em círculos por 5 minutos e
postas a decantar por uma noite (EMBRAPA, 1997).
Uma vez obtidos os extratos determinou-se o Fósforo assimilável, pipetando-se,
sem filtrar, alíquotas de 5,00 ml exatos do extrato, levando-se a erlenmeyer de 125 ml,
adicionando-se: 10 mL de solução ácida de Molibdato de amônio diluída, 30 mg de
ácido ascórbico, agitou-se horizontalmente e em círculos por 2 minutos, deixou-se
reagir por 1 hora, e determinou-se na amostra de TFSA, a concentração do P
disponível às plantas em espectrofotômetro, com comprimento de onda ajustado para
660 nm. Os cálculos levaram em conta o fator de diluição (F
d
= 10).
P (mg dm
-3
)=
[P]
x 10
Pipetou-se alíquotas de 10,00 mL do extrato, transferiu-se para o nebulizador do
Fotômetro de Chama, previamente selecionado para determinar Potássio na amostra
de TFSA, e esperou-se os resultados diretos, multiplicando-se pelo fator de diluição
(F
d
).
K
+
(mg dm
-3
)= [K
+
] x 10
Pipetou-se alíquotas de 10,00 mL do extrato, transferiu-se para o nebulizador do
Fotômetro de Chama, previamente selecionado para determinar Sódio na amostra de
TFSA, e esperou-se os resultados diretos, multiplicou-se pelo fator de diluição (F
d
).
Na
+
(mg dm
-3
) = [Na
+
] x 10
3.4.2.5 Soma das bases Trocáveis (S)
Determinado em todas as amostras de TFSA, pela expressão:
S
(cmolc dm
-3
)
= Ca
2+
(cmolc dm
-3
)
+ Mg
2+
+ K
+
+ Na
+
3.4.2.6 Capacidade de Troca de Cátions (T)
A CTC a pH = 7.0, ou valor T, corresponde ao valor S, mais a acidez potencial,
foi obtido em todas as amostras de TFSA, de acordo com a seguinte expressão:
T
(cmolc dm
-3
)
= S + (H
+
+ Al
3+
)
3.4.2.7 Índice de Saturação por Bases (V%)
Foi obtido em todas as amostras de TFSA, de acordo com a seguinte expressão:
V (%) = 100S
T
3.4.2.8 Índice de Saturação por Alumínio (m)
O Al
3+
(%), ou valor m, foi obtido em todas as amostras de TFSA, de acordo com
a seguinte expressão:
Al
3+
(%) = 100 Al
3+
S + Al
3+
3.4.2.9 COT (método Walkley-Black modificado)
Alíquotas de 20 g de TFSA de todas as amostras, foram trituradas, passadas em
peneiras de 80 mesh, pesadas 0,5 g da TFSA triturada, colocadas em erlenmeyers de
250 mL, adicionados 10,00 mL de K
2
Cr
2
O
7
0,2000 mol L
-1
, aquecidas por 5 minutos em
fervura branda, esfriadas, adicionou-se: 80 mL de água deionizada, 1 ml de H
3
PO
4
85%
(m/v), 3 gotas de indicador difenilamina 10 g L
-1
. Titulou-se com sulfato ferroso
amoniacal hexaidratado 0,05000 mol L
-1
, Fe(NH
4
)
2
(SO
4
)
2
.6 H
2
O, vulgarmente também
conhecido como sal de Mohr, até o ponto de viragem de azul para verde. Calculou-se o
teor de Carbono Orgânico Total presente na amostra de TFSA, por:
C (g kg
-1
) = 0,06 x V [40 - Va x (40 / Vb)]
V = volume de K
2
Cr
2
O
7
0,2000 mol L
-1
Va = volume de Fe(NH
4
)
2
(SO
4
)
2
.6 H
2
O 0,05000 mol L
-1
Vb = volume de Fe(NH
4
)
2
(SO
4
)
2
.6 H
2
O 0,05000 mol L
-1
gasto para o branco
0,06 = fator de correção, decorrente das alíquotas tomadas.
3.4.3 Análise da Composição Elementar
A composição elementar (teores de Carbono, Hidronio e Nitrogênio) foi
determinada em analisador elementar automático (PE 2400 series II CHNS/O Analyzer,
Perkin-Elmer). Utilizando-se aproximadamente 2,0 ± 1,0 mg de amostras de solo
finamente moído (solo macerado em almofariz aa granulometria de talco) pesadas
em microbalança acoplada ao aparelho. O padrão de referência usado foi a acetanilida
(C: 71,09%; H: 6,71%; N: 10,36%), sendo o aparelho calibrado diariamente e as leituras
das amostras alternadas por leituras de branco, na razão de um branco para cada seis
amostras e de um padrão de referencia para cada 15 amostras, descrição detalhada do
funcionamento do analisador elementar pode ser encontrada em Jimenez e Landha
(1993).
Os valores de carbono, hidrogênio e nitrogênio foram corrigidos para base seca,
sendo realizada a quantificação do teor de umidade, porém não foi executada a
quantificação do teor de cinzas nas amostras. A partir dos teores de C, H e N, foram
calculadas as razões atômicas H/C e C/N segundo as equações:
H/C = [(%H/1)/(%C/12)] e
C/N =[(%C/12)/(%N/14)]
O Coeficiente de Variação apresentado pela técnica foi de 3%.
3.4.4 Carbono Orgânico Total dos Solos
Foi determinado o COT em todas as amostras das duas áreas de TPI e dos
solos não-antropogenicos, segundo o método Walkley-Black modificado, como descrito
anteriormente, (EMBRAPA, 1997), e também por oxidação por via seca no analisador
elementar automático, também descrito anteriormente.
Utilizaram-se dois métodos diferentes devido à limitação do método Walkley-
Black modificado, que o mesmo considera que todo o carbono presente na amostra
está sob a forma elementar e prontamente oxidável, como demonstrado na reação a
seguir (EMBRAPA, 1997).
2 Cr
2
O
7
2-
+ 3 C
0
(s)
+ 16 H
+
4 Cr
3+
+ 3CO
2
+ 8H
2
0.
O método Walkley-Black não é suficientemente sensível para detectar formas de
carbono oxidadas, parcialmente oxidadas e/ou muito estáveis, o que pode acarretar em
subestimativa do teor de COT, que é sabido que o mesmo em TPI’s se apresenta
também sobre formas estáveis e dificilmente oxidáveis, como o BC, e em quantidade
significativa (GLASER, 2000, NOVOTNY et al., 2006).
Repetindo que, embora Ranzani et al. (1962) o tenham encontrado diferenças
significativas entre os resultados de COT empregando Walkley-Black e oxidação por via
seca, preferiu-se admitir que com o avanço tecnológico contemporâneo, em que as
técnicas de determinação têm maior sensibilidade, e o conhecimento atual de formas
estáveis da matéria orgânica, propagar essa afirmação seria precipitado.
3.4.5 Fracionamento de Agregados dos Solos de TPI’s
O Fracionamento de Agregados foi executado no laboratório de análise de água,
solo e planta (LASP), na Embrapa Solos, em todos os perfis de TPI’s, e tão somente,
até a profundidade de 40 cm, usando o método descrito por Madari (2004). O
fracionamento de agregados não foi realizado nos solo não-TPI, devido a não se ter
feito a adequada coleta para este procedimento, como foi feita para as TPI’s. Escolheu-
se a profundidade limite de 40 cm, por ser esta em média a profundidade máxima mais
conhecida para a existência de Horizonte A antropogênico em TPI’s (HARTT, 1885;
CUNHA, 2001; CUNHA, 2005; KÄMPF, KERN, 2005).
Nas duas áreas de TPI’s foram preparadas mini-trincheiras, com profundidade de
50 cm, pois deve ser mais profunda do que o último nível a ser amostrado, no presente
estudo 40 cm. Retiraram-se amostras com uma colher de pedreiro de forma
representativa para a profundidade inteira, sob a forma de blocos. As amostras foram
colocadas diretamente na peneira de 19 mm e coletou-se em sacos plásticos o solo que
passou, agitou-se levemente a peneira para ajudar na desagregação dos torrões
maiores. As amostras forma secas ao ar em sombra até atingirem 10-15% umidade
(MADARI, 2004).
Pesou-se 8 béqueres de 100mL em balança analítica (precisão: 0,01g).
Encheram-se os cilindros do aparelho de oscilação vertical. Colocaram-se papeis de
filtro na primeira peneira (8-mm). Ajustou-se o nível da água ou a altura da série de
peneiras para que o papel de filtro entrasse em contato com a superfície da água.
Pesou-se e colocou-se 30,00 g do solo em cima do papel de filtro. Deixou-se o solo em
cima do papel de filtro durante 5 minutos para que o mesmo pudesse absorver a água
pela força de capilaridade e em seguida retirou-se cuidadosamente o papel de filtro com
a ajuda de uma pinça. Executou-se a tamisação durante 15 minutos; a oscilação
vertical do aparelho foi de 35 mm e o número de repetição de uma fase foi 30 por
minutos. Retirou-se, cuidadosamente, a série de peneiras da água e levou-se a uma pia
com água corrente.
Transferiu-se, com a ajuda de lenta corrente d’água, os agregados de cada uma
das peneiras para um béquer separadamente para cada classe de agregados.
Colocaram-se os béqueres com os agregados numa estufa com ar forçado para secar a
105°C; a secagem continuou até atingir peso constante. Transferiram-se os queres
com os agregados para dessecadores sob vácuo e os deixou resfriar à temperatura
ambiente (25°C). Pesaram-se os béqueres com os agregados na balança analítica
(precisão: 0,01g) (MADARI, 2004).
O estado de agregação do solo é expresso, tradicionalmente, por índices de
agregação que caracterizam a distribuição dos diferentes tamanhos de agregados que
compõem o solo:
O Diâmetro Médio Ponderado (DMP) é uma estimativa da quantidade relativa de
solo em cada classe de agregados e é expresso em milímetros. Este índice aumenta
quando aumenta a porcentagem dos maiores agregados. É calculado por:
wi = proporção de cada classe de agregados em relação ao total;
xi = diâmetro médio de cada classe de agregados.
O Diâmetro Médio Geométrico (DMG) mostra o tamanho mais freqüente dos
agregados. Também é expresso em milímetros.
W
i
= peso de agregados (g) dentro de uma classe de agregados de diâmetro médio X
i
.
O Índice de Estabilidade de Agregados (IEA) é uma medida da agregação do
solo, e varia entre 0 e 100 %:
Wp25 = peso dos agregados <0,25 mm (g).
Areia = peso de partículas de diâmetro entre 2,0 – 0,053 mm (g).
O COT foi determinado nos agregados usando-se oxidação por via seca no
analisador elementar automático, como descrito anteriormente.
3.4.6 Fracionamento Químico da MOS
A extração e fracionamento químico quantitativo das SH’s foi realizado em todas
as amostras de TFSA, no laboratório de análise de água, solo e planta (LASP), na
Embrapa Solos, conforme descrito pela Sociedade Internacional de Substâncias
Húmicas - IHSS, (SWIFT, 1996), podendo ser encontrado o roteiro também em
(http://www.ihss.gatech.edu/), com as devidas modificações propostas por Benites et
al., (2003), baseando-se na solubilidade diferenciada das substâncias húmicas em
meios alcalinos e ácidos, sendo obtidas as frações: ácidos fúlvicos (AF), ácidos
húmicos (AH) e. humina (H).
Por ser o procedimento uma sugestão, não uma padronização (BENITES et al.,
2003), e querendo-se contribuir com a divulgação do método, fez-se um resumo, sendo
descrito a seguir.
Pesaram-se 0,25 g de todas as amostras de TFSA; transferiu-se para tubo de
centrífuga de 50 mL com tampa e adicionou-se 20 mL de NaOH 0,1 mol L
-1
; agitou-se
manualmente e deixou-se em repouso por 24 horas; Centrifugou-se a 5.000 g por 30
minutos; Recolheu-se cuidadosamente o sobrenadante em copo plástico descartável de
50 mL e reservou-se; adicionou-se mais 20 mL de NaOH 0,1 mol L
-1
a cada amostra e
agitou-se manualmente até o desprendimento e ressuspensão do precipitado; deixou-
se em repouso por 1 hora; centrifugou-se novamente a 5.000 g por 30 minutos;
recolheu-se o sobrenadante junto ao previamente reservado (extrato alcalino, pH =
13,0); separou-se o precipitado (H). Ajustou-se o pH do extrato alcalino para pH = 1,0;
decantou-se por 18 horas; filtrou-se o precipitado em filtro de membrana de 0,45 mm
sob vácuo; recolheu-se o filtrado e aferiu-se o volume para 50 mL usando H
2
O destilada
(AF); adicionou-se NaOH 0,1 mol L
-1
sobre o precipitado aa lavagem completa do
filtro e aferiu-se o volume para 50 mL usando H
2
O destilada (AH).
3.4.6.1 Determinação do COT nas Frações Húmicas (método Yeomans-Bremner)
Uma vez extraídas as Substancias Húmicas (AF, AH, e H) de todas as aYY17(e)5.67474( )4.33117(s)-0.295585( )-2.16436(g3117(s)-0R4(e)-4.9 )-22.1762(A)-3278-20.55589556.DDxDoDííav.236v.236s -4.33117(r)12.8115(m)-7.49588(i)1.32870(A)3117(a)-4.33117(ç)-0.295585(ã)5.67474(o)-4..32995( )-2.16574(v)9.785(.236)d.33117(s)o0.295585( )-12.1703(()2.80(.235)-0.295585( e..32995( )-2.16574(v)4.33117(m)2.51125(n)-)-12.1703(()2.80(.235)5.67474( )-22.16574(v)9.783312297.545969( )O0.2988((C)-2.16558(n)-22.1762(e)]TJ80(.235)p2.16574(v)4.2.16436(e.71032( )-22.1762(a)e0 Td[(4.86.1762(H)n0.295585( -433117(n)e22.1774(v)9.785(.235)2.51125(n)-4.16436(Y179.785(.235)c2.1762(a)a.33117(s)-4.33117(s)-0.295585( 9.785(.235)u.49466(a)-4.33117(n)-4.33117(s))2.80(.235)5.67474( )--4.33113(í))-22.1817(s)9.783312297f2.80439(A))-2.16436(g3117(s)-0Rç(e)-4.9 )õ4.32873(r)2.80439()))-22.1817(s)9.278-20.55(4.86.Tj264762(H)q.33115(o)u.674748(D)4.33117(a)1.87(n)-4.33117(a))-4.33149(x)a.674748(D))-12.1703((,4.33117(r)9.7302.343)-4.33117(s)-4.33117(r)3117(a)l117(a)3117(a)z2.1762(a)a..33117(c)-0.295585(i-4.32995( )-2.16510(í)-4.3371(í))-22.1811(a)e22.1774(v)9.7302.343)a22.1774(v)9.7302.343n -433117(a)-4.33117(o)5.67474( )-2.67474( )-l.3318-2.67474( )-g.49466(a)4.33117(s)-0.295585( 9.7302.34a)-4.33117(s)-0.295585( 9.7302.34-2.67474( )-2.16558(r)4.33117(s)-4.33117(s)-0.295585( )5.67474(o)-4..32995( )-2.16574(v)9.7302.34-d0 Td[(1.138.1762(H)-2.16574(v)9.7302.3427.545969( )-0.295585( )-2.16436(b..32995( )-249466(a)n..32995( )-24946529)9.7302.34-)-4.33117(s)-2.16574(v)4.16436(Y179.7302.34-d0.16574(v)0.295585(a)-4.33117(s))-2.16436((e)5.67474(4.32873(e)g3117(s)-0R-4.33117(d)5.6747s)-0R9.7302.34-d0)6.97e0)6.979.278-20.55(1.138.Tj233056(.)p2.16558(D)5.674748(D)-4.33117(r)á.674748(D))-12.1749(x)xDvrar õe vsCvravasve
3.4.6.1.2 COT em Humina
Para cada fração extraída de H, transferiu-se quantitativamente, o precipitado
dos tubos de centrífuga de 50 mL para tubos de digestão, secou-se completamente em
estufa aquecida a 65 ºC; adicionou-se 5,00 mL de K
2
Cr
2
O
7
0,1667 mol L
-1
e 10 mL de
H
2
SO
4
concentrado a cada amostra e em quatro tubos vazios (brancos); Levou-se os
tubos com as amostras e dois dos quatro brancos ao bloco digestor pré-aquecido a 150
ºC, deixou-se por 30 minutos, sob exaustão; transferiu-se quantitativamente o conteúdo
dos tubos de digestão para erlenmeyers de 125 mL (amostras + dois brancos
aquecidos + dois brancos sem aquecimento); adicionou-se 3 gotas de indicador
FERROIN; Titulou-se o excesso com Fe(NH
4
)
2
(SO
4
)
2
.6 H
2
O (sal de Mohr) 0,2500 mol L
-
1
sob agitação;
Cálculo:
C (g kg
-1
) = (V
baq
- V
am
) N
sal de Mohr
corrigido
x 12/4 x 1/peso da amostra (g)
V
baq
=Volume (mL) de sal de Mohr na titulação do branco aquecido
V
am
= Volume (mL) de sal de Mohr na titulação da amostra
N
sal de Mohr
corrigido
= Normalidade do sal de Mohr corrigida pela equação:
N sal de Mohr corrigido = Volume K
2
Cr
2
O
7
x Normalidade K
2
Cr
2
O
7______________
Volume sal de Mohr na titulação do branco sem aquecer
Obtiveram-se os valores absolutos de cada fração e da soma destes, em grama
de Carbono por kilograma de solo, também o percentual de cada fração em relação ao
Carbono total.
Tendo-se os valores dos teores de AH e AF, pode-se calcular a Relação AH/AF,
pela fórmula proposta por Benites et al., (2002):
Relação AH/AF = AH (g kg
-1
)
AF (g kg
-1
)
Assim como se tendo também o teor de H, pode-se obter a razão entre as
frações solúveis no extrato alcalino e o resíduo (BENITES et al., 2002).
Relação = (AF+AH)
H
3.4.7 Fracionamento Físico da MOS
Todas as amostras de TFSA foram fraci 2ca nT(e)-4(d)743ESS
Após a remoção da fração leve livre, a fração leve intra-agregado foi obtida após
aplicação de ultra-som por 3 minutos, equivalente a uma intensidade de 400 J ml
-1
,
visando à desagregação e dispersão do solo. Após este tratamento, repetiu-se o
procedimento para coleta de fração leve, separando-se assim a fração leve intra-
agregado ou oclusa. A solução de NaI utilizada foi reaproveitada, após a remoção do
Carbono solúvel, com agitação com carvão ativado e posterior filtragem. O ajuste da
densidade da solução foi feito através de densímetro. A amostra de solo residual, que
corresponde à fração pesada, foi utilizada no fracionamento granulométrico.
3.4.7.2 Fracionamento Granulométrico
Após a extração da fração leve, as frações pesadas foram separadas por
granulometria, de acordo com metodologia proposta por Gavinelli et al., (1995).
Adicionou-se 0,5 g de hexametafosfato de sódio (HMP) à amostra residual obtida das
duas repetições e fez-se agitação por uma noite, visando à dispersão total da amostra
do solo. A fração orgânica associada à areia (> 53 µm) foi obtida por peneiramento
úmido, sendo lavada abundantemente com água, e coletada em becker de vidro
previamente pesado.
As frações associadas a silte (2-53 µm) e argila (0-2 µm), foram obtidas por
sedimentação em proveta de 1000 ml, pelo método da alíquota com base na lei de
Stokes. Após a homogeneização na proveta de 1000 ml, retirou-se uma alíquota, que
representava a fração 0-53 µm. Após um período de 4h a 25 ºC, retirou-se uma
segunda alíquota (5 cm superficiais na proveta), que representa a fração 0-2 µm.
Assim, nesse método, a fração silte (2-53 µm) não foi isolada, mas determinada por
diferença entre a massa total encontrada após a homogeneização e a quantidade de
fração argila isolada.
A fração total e a fração argila foram então centrifugadas a 2000 rpm por 15 min
sob 20
o
C, removendo-se depois o sobrenadante, transferindo a fração para um becker
de vidro previamente pesado.
3.4.7.3 Determinação do Estoque de Carbono nas Frações Físicas
Após os fracionamentos físicos foram obtidas cinco frações da matéria orgânica:
fração leve livre (FLL), fração leve intra-agregado (FLIA), fração areia (FA), fração silte
(FS) e fração argila (FArg). As frações foram secas em estufa a 55 ºC, pesadas e
finamente moídas.
O Carbono orgânico total (COT) foi determinado em todas as diferentes frações
físicas, usando-se a combustão por via seca no analisador elementar automático.
O estoque de Carbono (EC) nas frações foi calculado multiplicando-se o teor de
C na fração em uma determinada profundidade pela sua densidade e profundidade.
EC (Mg ha
-1
) = C (g kg
-1
) x
ρ
(kg m
-3
) x e (cm) x (1/10)
EC (Mg ha
-1
) = C total acumulado na fração.
C (g kg
-1
) = Teor de C na fração.
ρ (kg m
-3
) = Densidade do solo.
e (cm) = Espessura da camada de solo analisada.
Com as proporções obtidas, foi possível quantificar os estoques de C das frações
em todas as profundidades.
3.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS DOS DADOS
O delineamento amostral foi inteiramente casualizado, com esquema fatorial 2x4
(2 solos e 4 trincheiras). Para verificar diferenças significativas nos diferentes
parâmetros nas duas áreas de TPI, foram realizadas as análises de variâncias
(ANOVA), e o teste de comparação entre médias Tukey. As análises estatísticas foram
realizadas pelo uso do software Statistica ® , os dados levantados para as áreas de
solos não antropogênicos foram excluídos da analise de variância e dos testes de
médias, em função destes locais não comporem o desenho estatístico usado para
avaliar o efeito da MOS em TPI’s. Desse modo, as médias dos diversos atributos
avaliados nas áreas de solos não antropogênicos são apresentadas somente com seus
respectivos desvios-padrão.
3.6 ETAPAS DA PESQUISA
Figura 4: Fluxograma das Etapas da Pesquisa.
Coleta
TPI
Fracionamento
Químico
Fracionamento
Físico
Fracionamento
de
Agregados
Carbono
Classes
Carbono
Ác. Fúlvico
Carbono
Ác. Húmico
Carbono
Humina
Carbono
FLL
Carbono
FLIA
Carbono
FArgila
Carbono
FSilte
Carbono
FArgila
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 INDICADORES DA QUALIDADE DOS SOLOS
4.1.1 Índices Físicos da Qualidade dos Solos
Na área P01 o Horizonte A antropogênico apresentou espessura de 82 cm
(Tabela 1), predominando coloração escura nos horizontes pedológicos A1 a A4, e com
presença visível de cacos cerâmicos e carvão nos horizontes A1 a A3 (a58 cm). A
espessura do horizonte de transição BA foi de 26 cm, e do horizonte B 92 cm. A
coloração variou de muito escura em todo o horizonte A, a clara nos horizontes BA e B.
A uniformidade da cor do horizonte A está de acordo com conceitos arqueológicos de
que em TPI esta camada é homogênea ou de difícil separação (KERN, KAMPF; 1989).
A textura granulométrica do solo variou de Franco-arenosa no horizonte A, a Franco-
argilo-arenosa nos Horizontes BA e B (EMBRAPA, 2006), com predomínio da fração
areia grossa em todo o perfil (Quadro 1).
Na área P02 o Horizonte A antropogênico apresentou espessura de 58 cm,
sugerindo menores tempos de continuidade e ocupação humana em relação à área
P01 (SMITH, 1980; KERN, KAMPF, 1989; DENEVAN, 1996; LIMA, 2001). Pode-se
sugerir uma menor atividade biológica no ponto P02 do que no ponto P01, acarretando
menor velocidade de soterramento e percolação da matéria orgânica, evidenciado pelas
diferenças texturais. Ocorreu predomínio da coloração escura nos horizontes
pedológicos A1 a A5, apresentando mesma variação de cor que a da área P01, e
presença de poucos artefatos cerâmicos nos três primeiros horizontes A1 a A3 (até 32
cm), o que pode sugerir também baixa densidade demográfica da população pré-
Colombiana, quando da sua ocupação. As espessuras dos horizontes de transição AB
e BA foram de 15 e 33 cm, e no horizonte B, 94 cm. A textura variou de Franco-arenosa
no horizonte A1 à Franco-argilo-arenosa nos Horizontes A2 a A5, demonstrando
possuir uma textura menos arenosa do que na área P01, argilo-arenosa do horizonte
BA ao horizonte Bt1 e Franco-argilo-arenosa no Bt2 (EMBRAPA, 2006), consoante
apresentado para a área P01, houve domínio da fração areia grossa em detrimento das
demais (Quadro 1).
A espessura do horizonte A variou de 10 a 30 cm nas áreas de Solos Não-TPI
P04 e P05, sendo valores tipicamente encontrados nos solos majoritários da região
amazônica (LIMA, 2001); de 12 a 20 cm nos horizontes de transição das áreas P03 e
P05, e de 130 a 190 cm nos horizontes B das áreas P03 e P05 (Quadro 1).
A variação granulométrica foi de Franco-argilosa (horizonte A e AB), Franco-
argilo-siltosa (horizonte Ba a Bt) e argilosa em todo o restante do perfil da área P03. Na
área P04 a textura variou de argilosa (horizonte A) a muito argilosa em todo o restante
do perfil. Na área P05 ocorreu variação de Franco-arenosa (horizontes A e BA) a
Franco-argilo-arenosa nos demais horizontes.
Em relação à classe de drenagem, os solos TPI apresentam-se igualmente, de
fortemente a excessivamente drenados ao longo dos perfis, e os solos Não-TPI de
moderadamente a bem drenados (EMBRAPA, 2006). Excetuando a área P03, a análise
da razão Silte/Argila nos horizontes B, indica alto grau de intemperismo em todos os
solos (EMBRAPA, 2006). O grau de floculação indica baixa tendência à precipitação de
argila para a formação de agregados em praticamente todo horizonte A nas áreas de
TPI (Quadro 1), prenunciando conseqüentemente baixa estabilidade de agregados
nestas áreas, e mediana a alta floculação nos horizontes das áreas restantes
(Embrapa, 2006). Sendo todas as cinco áreas compostas por solos sob florestas
secundárias, presume-se que os solos Não-TPI estão em processo de recuperação
estrutural mais acelerado do que os solos arqueológicos, já que a floculação é o
primeiro passo para a formação de agregados.
A predominância de textura mais arenosa em TPI, como constatado no presente
estudo, parece estar relacionada ao uso do fogo e da disponibilidade de material
orgânico, que combinados originam partículas organo-minerais bastante estáveis de
tamanho próximo da fração areia (Teixeira, Martins, 2003).
Quadro 1. Distribuição Granulométrica em profundidade de alguns Solos de TPI e Não-TPI, AM, Brasil.
Embora Kern (1988) suponha que a variação textural numa mesma área de TPI,
não se deva à ocupação humana pré-histórica, mas sim ao próprio material de origem
sedimentar, observa-se uma tendência da supremacia da fração areia em muitas
diferentes áreas de TPI (KERN, COSTA, 1997; COSTA, KERN, 1999; GLASER et al.,
2000; LIMA, 2001; LIMA et al., 2002; LEHMAN et al., 2003; LIANG et al., 2006).
Das possíveis diferenças morfológicas entre solos de TPI e adjacentes/não-
arqueológicos da região amazônica amplamente citadas na literatura, e evidenciadas
neste estudo, destacam-se: a coloração escura contrastante entre o horizonte A e B
devido ao maior acumulo de material orgânico, grande espessura do Horizonte A
antrópico com presença de fragmentos de artefatos cerâmicos, líticos e carvão, que
está relacionado diretamente com o tempo de ocupação humana na área (KERN,
KAMPF, 1989; KERN, 1996; KERN, COSTA, 1997; COSTA, KERN, 199; LIMA, 2001;
CUNHA, 2005).
4.1.2 Índices Químicos da Qualidade dos Solos
Na área P01 o solo variou de moderadamente ácido nos horizontes A1 e A2 a
fortemente ácido nos demais Horizontes (Quadro 2). Na área P02 ocorreu variação de
extremamente ácido (Horizontes A1 e A2) a fortemente ácido nos demais. Nas áreas
P03 e P05 os perfis se mostraram fortemente ácido, sem variações. Na área P04 houve
variação de acidez extrema no horizonte A, para acidez forte nos demais. Os gradientes
de pH da área P01 apresentaram os maiores valores absolutos negativos e mais
constantes em profundidade; não foram observadas variações substanciais entre todos
os perfis, sugerindo carga negativa líquida alta, indicando a existência de CTC para
todos os perfis, e confirmando a existência de um nível razoável de matéria orgânica no
solo, considerando os padrões de solos agrícolas tropicais (EMBRAPA, 2006).
Os valores de pH encontrados contrariam a máxima de que em TPI os valores de
pH são bem mais elevados do que na maioria dos solos amazônicos, podendo ser
encontrados valores superiores a 6,0 (FALESI, 1970; KERN, 1988; PABST, 1991;
KERN, 1996; CUNHA, 2005). O predomínio da faixa ácida de pH ao longo dos perfis em
TPI está de acordo com os resultados apresentados para alguns perfis de TPI’s em
diferentes localidades da região amazônica (KERN, 1988; KAMPF, KERN, 1989;
GLASER et al., 2000).
A soma das bases trocáveis (S) apresentou valores baixos para todas as
profundidades (Quadro 2), sendo significativamente mais elevados, 9 a 16 vezes
maiores, nas duas camadas mais superficiais da área P01, do que nas duas camadas
menos profundas da área P02. Não foram encontradas diferenças significativas para os
baixos teores de Na
+
e K
+
entre todos os perfis, estando de acordo com resultados de
Cunha (2005), sugerindo-se que o aporte proveniente das cinzas após as queimadas
se perdeu por lixiviação ou pelo uso agrícola prolongado.
Excetuando a primeira camada da área P01, foram evidenciados baixos teores
para Ca
2+
e Mg
2+
, o que pode causar restrição à nutrição mineral de plantas. As
maiores contribuições para S foram as do cátion Ca
2+
, que em TPI é um indicativo de
ser oriundo de rejeitos de alimentos de origem animal com carapaça. (KERN, COSTA,
1997; COSTA, KERN, 1999).
Deve-se ressaltar que, como demonstrado na seção 4.1.1, os solos de TPI
apresentam-se com drenagem muito mais elevada do que os solos Não-TPI’s, o que
desfavorece sobremaneira a iluviação das bases trocáveis, tornando-as muito mais
lixiviáveis do que nos solos Não-TPI.
Se P01 e P02 o áreas de atividade antropogênica pré-histórica e possuem
baixos teores de Ca e Mg, pode-se supor também que sejam áreas intencionalmente
mais limpas, logo não sendo alvo de grandes descartes de resíduos pela população
pré-colombiana, como foi evidenciado por Kern (1996) em um sitio arqueológico no
estado do Pará.
Quadro 2.Distribuição
de
Índices Químicos
em
profundidade
de
alguns Solos
de
TPI
e
Não-TPI, AM,
Brasil.
Os teores de Fósforo foram extremamente reduzidos em todos os perfis; tal
elemento, em altas concentrações, serve de atributo diagnóstico para TPI’s. Porém, por
ser resultante da deposição não uniforme de dejetos domésticos, encontram-se, na
literatura, casos de alta variabilidade espacial deste elemento em um mesmo sítio
arqueológico (KERN, KAMPF, 1989; KERN, 1996), indo de teores altos a baixos como
no presente estudo, reforçando a hipótese de que as áreas P01 e P02 tenham sido
intencionalmente mais limpas.
A CTC expressa pelo valor T, demonstrou uma baixa atividade da fração argila
para todas as camadas amostradas, estando de acordo com alguns resultados de
literatura para TPI’s (KERN, KAMPF, 1989; KERN, 1996; KERN, COSTA, 1997;
COSTA, KERN, 1999; LIANG et al., 2006).
Todos os perfis estudados apresentaram baixa saturação por bases (V%), e alto
grau de saturação por alumínio (m), o que confere caráter Distrófico e Alumínico
(EMBRAPA, 2006), estando de acordo com alguns resultados obtidos por (KERN,
1996).
De posse dos índices químicos da qualidade do solo, situam-se todas as áreas
amostradas como de baixa fertilidade potencial. De acordo com revisão elaborada por
Madari et al., (2003), e usando-se o critério de distinção de TPI’s em função da
fertilidade do solo, as áreas de TPI do presente estudo são classificadas no grupo de
áreas de TPI’s sob cultivo.
4.2 FRACIONAMENTO DE AGREGADOS DOS SOLOS DE TPI’S
4.2.1 Distribuição
de
Agregados por Classes
de
Tamanho
Os solos apresentaram em todas as profundidades, independente da área
examinada (P01 e P02), cerca de 90% da massa total do solo incorporada em
agregados, sendo cerca de 70 a 80% distribuídos nas classes de tamanhos maiores,
indicando forte macroagregação (Quadro 3).
A quantidade de solo em macroagregados diminui suavemente com a
profundidade (decrescendo da camada 0-5 à camada 20-40 cm, aproximadamente 4,5
% para o solo da área P01 e 9% para a área P02).
A maior concentração de agregados estáveis em água para a área P01, em
todas as profundidades, ocorreu na classe de agregado de 0,25 mm, contudo para a
área P02 nas duas camadas mais subsuperficiais (0-5 e 5-10 cm) a classe de agregado
predominante foi a de 0,5 mm, e nas duas camadas mais profundas (10-20 e 20-40 cm)
0,25 mm, assim como observado para a área P01, demonstrando para ambas as áreas
(pequeno crescimento radicular e baixa atividade de hifas fúngicas) (TISDALL, OADES,
1982). Supõe-se que o intenso e prolongado uso agrícola do solo nas duas áreas (P01
e P02), destruiu os agregados maiores que 1,0 mm de diâmetro em classes menores, e
que o relativamente curto tempo de pousio, 10 e 20 anos respectivamente, não foi
suficiente para promover um substancial aumento nos maiores macroagregados,
embora seja observado um pequeno acréscimo nos maiores agregados nas duas
camadas mais subsuperficiais da área P02.
O acúmulo dos agregados nas classes de diâmetro inferior a 1,0 mm em áreas
intensamente cultivadas ocorre, porque esses agregados são estáveis ao rápido
umedecimento e não são destruídos por práticas agrícolas, devido a serem
constituídos, predominantemente, de partículas de 2-20 µm de diâmetro, unidos em
cadeia por vários agentes cimentantes, como polissacarídeos derivados de plantas
(TISDALL, OADES; 1982).
Quadro 3. Distribuição de Agregados em Classes de Tamanhos (valores em g kg
−1
Solo) em TPI’s, Rio Preto da Eva,
Brasil.
4.2.2 Índices de Agregação dos Solos de TPI
Os solos examinados das duas diferentes áreas de TPI (P01 e P02)
apresentaram baixas propriedades de agregação, em todas as profundidades
avaliadas, como pode ser visto pelos diferentes índices de agregação do solo (Quadros
3 e 4).
Examinando-se os diferentes índices de agregação do solo (Quadros 3 e 4),
percebe-se que a área P02 foi a que apresentou a maior estabilidade de agregados em
todas as profundidades, sendo essa estabilidade decrescente com a profundidade,
levando a crer que um tempo maior de pousio favorece a formação e estabilização de
agregados em TPI.
Nas duas diferentes áreas de TPI (P01 e P02), os valores de Diâmetro Médio
Ponderado (DMP) variaram entre 0,9 e 1,8 mm em P01 e 2,2 a 1,1 mm em P02
(Quadro 3). Na área P01 houve um acréscimo de 100%, e com diferença estatística
significativa no valor médio de DMP da camada mais superficial (0-5 cm) para as
camadas adjacentes (5-10, 10-20 e 20-40 cm) que permaneceram iguais e
estatisticamente não diferentes entre si.
Na área P02 praticamente não se observou variação no valor médio do DMP
entre as três primeiras camadas (0-5, 5-10 e 10-20 cm); contudo ao se passar para
quarta camada, observou-se que o DMP caiu à metade; não foram encontradas
diferenças estatísticas significativas entre as camadas da área P02. Embora as duas
áreas (P01 e P02) possuam composição granulométrica semelhante, foi constatado um
comportamento inverso entre as mesmas, no que tange ao tamanho do DMP; na área
P01 houve aumento em função da profundidade e na área P02 diminuição.
Quadro 4. Índices de Agregação (DMP e DMG) em TPI’s, Rio Preto da Eva, Brasil.
Quadro 5. Índices de Agregação (IEA(%) e (%)Agregados > 2 mm) em TPI’s, Rio Preto da Eva, Brasil.
Na camada de 0-5 cm do solo, a área P01 apresentou um valor médio de DMP
60% menor em relação ao valor apresentado por P02, embora não tenham sido
estatisticamente diferentes; nas camadas 5-10 e 10-20 cm não foram notadas
diferenças significativas entre as áreas P01 e P02, estando os valores de DMP muito
próximos a 2 mm; na camada de solo de 20-40 cm a área P01 apresentou um valor de
DMP cerca de 60% maior ao que foi apresentado pela área P02, sendo
estatisticamente diferentes.
O DMP é uma estimativa da quantidade relativa de solo em cada classe de
agregados e aumenta conforme se aumenta a porcentagem dos maiores agregados;
deduz-se que os macroagregados o mais abundantes nas camadas mais superficiais
da área P02 do que na área P01, ocorrendo o inverso quando se vai para as camadas
menos superficiais, corroborando os resultados anteriormente descritos no Quadro 3.
Nas duas diferentes áreas de TPI (P01 e P02), os valores de Diâmetro Médio
Geométrico (DMG) variaram entre 0,88 e 0,95 mm em P01 e 0,91 a 1,02 mm em P02
(Quadro 3). Tanto na área P01 quanto na área P02, praticamente não ocorreu variação
no valor do DMG entre as camadas, estando todas com valores muito próximos a 1,0
mm, e não sendo estatisticamente diferentes. Ao contrário da tendência apresentada
para o DMP, os valores obtidos para o DMG, indicam um padrão constante e inalterável
em que o tamanho mais freqüente dos agregados é próximo de 1,0 mm, contrariando o
anteriormente discutido para os resultados do Quadro 3.
Nas duas áreas de TPI (P01 e P02), os valores médios de (%) de agregados
maiores que 2,0 mm, (%) Agregados > 2 mm, variaram entre 10 e 22% para P01 e 14 e
23% para P02 (Quadro 4). Na área P01 excetuando-se a segunda camada (5-10 cm)
cujo valor de (%) Agregados > 2 mm é quase o dobro do encontrado para as demais,
tem-se um comportamento constante e valores próximos a 10%. Na área P02, com
exceção da ultima camada (20-40 cm), tem-se um padrão de valores próximos a 20%,
não sendo encontrado diferença estatística.
Os valores apresentados de DMG são próximos ou superiores aos encontrados
na literatura para TPI’s sob diferentes usos do solo, porém os valores de (%) Agregados
> 2 mm, são quase três a seis vezes menores do que aqueles observados para solos
de TPI sob capoeira de 20 anos (Quadro 4), situando-se muito próximos dos
encontrados para um solo de TPI sob cultivo atual e intenso de 30 anos (TEIXEIRA,
MARTINS, 2003; MARTINS et al., 2003). Comparando-se com outros tipos de solos
amazônicos os valores apresentados de DMG mostram-se inferiores ao encontrado
para um Latossolo amarelo com capoeira de 20 anos e superiores a um Gleissolo sob
várzea e um Cambissolo sob clareira (Quadro 6).
Quadro 6: Índices de Estabilidade de Agregados em Argissolo Vermelho-Amarelo com
A antrópico (TPI) e alguns solos amazônicos; adaptado de Martins et al. (2003).
Os solos sob TPI apresentam maiores propriedades de agregação (DMG e %> 2
mm) do que o Cambissolo, provavelmente devido às amostras deste terem sido
coletadas em clareiras, nas quais o horizonte A foi decapitado anteriormente, ficando
exposto o horizonte B que apresenta estrutura maciça, poucos poros e reduzida matéria
orgânica. Em relação ao Gleissolo, observam-se menores valores de DMG do que os
das TPI’s, isto é, possuem baixa estabilidade de agregados, por serem solos aluviais,
formados por deposição de sedimentos siltosos inundados periodicamente, não
existindo tempo suficiente para a formação de agregados estáveis.
Excetuando-se o valor de IEA (%) da primeira camada de solo da área P01, que
foi aproximadamente 50% menor, e estatisticamente diferente, da mesma camada da
área P02, praticamente não ocorreram variações significativas, e nem diferenças
estatísticas marcantes entre os valores encontrados nas camadas de TPI da área P01 e
P02.
Nas duas diferentes áreas de TPI (P01 e P02), os valores do Índice de
Estabilidade de Agregados, IEA (%), variaram entre 23 a 46% para P01 e 45 a 46%
para P02 (Quadro 4). Na área P01 houve uma variação positiva de quase 50% no valor
médio do IEA (%) da camada mais superficial (0-5 cm) até as três camadas posteriores
(5-10, 10-20 e 20-40 cm), permanecendo constantes os valores médios do IEA (%)
entre todas as camadas da área P01, e estatisticamente não diferentes. Na área P02 os
valores médios do IEA (%) ficaram praticamente constantes em 46%.
Foi observada a mesma tendência entre o Diâmetro Médio Ponderado (DMP) e
os valores médios de (%) de agregados maiores que 2,0 mm; ambos decresceram na
área P02 e ascenderam na área P01. A mesma tendência entre o Índice de
Estabilidade de Agregados (%) e o Diâmetro Médio Geométrico foi observada, pois
ambos foram praticamente constantes entre as diferentes profundidades e áreas.
O reduzido tamanho dos agregados nas TPI’s pode ser uma conseqüência do
uso intensivo do fogo, de forma intencional ou não como uma pratica de manejo do solo
pelas populações pré-colombianas. O intenso uso do fogo nas TPI é evidenciado pela
elevada presença de carvão vegetal (SOMBROEK, 1966) e BC, que é uma forma de
carbono de origem pirogênica (GLASER, 1999; NOVOTNY et al., 2007). O fogo pode
também ser um dos motivos que levam as TPI’s a mostrar tipicamente uma textura mais
arenosa nos horizontes superficiais do que os solos adjacentes, o que está de acordo
com a composição granulométrica dos solos de TPI’s apresentadas no presente estudo.
O efeito do fogo no aumento das frações areia foi evidenciado em diversos estudos
(ULERY et al., 1996; KETTERINGS, BIGHAM, 2000; TEIXEIRA, MARTINS; 2003). Não
se pode descartar a hipótese que o aumento da fração arenosa possa ser fruto do
transporte das frações finas, devido ao maior impacto da chuva sobre o solo desnudado
pela ação do fogo.
Madari et al., (2005) ao estudarem a estabilidade estrutural de um Latossolo
Vermelho Eutroférrico sob floresta em Londrina, PR; Wendling et al. (2005),
examinando a agregação de um Latossolo Vermelho sob floresta Caducifólia em
Viçosa, MG, assim como Peixoto et al. (2006), ao avaliar o estado de agregação de um
Latossolo Vermelho Distrófico sob Cerrado em Santo Antonio de Goiás, GO,
encontraram altos valores para os índices de estabilidade de agregados. A única
correlação aceitável entre os resultados de agregação apresentados neste estudo e os
apresentados para solos sob floresta com alta estabilidade na agregação é a tendência
do solo da área P02 de diminuição da agregação com a profundidade.
4.3 RAZÃO ELEMENTAR DOS SOLOS TPI E NÃO-TPI
4.3.1 COT dos Solos
Pelos dados da tabela 5, observou-se que os teores de COT variaram de 4,4 a
23 g kg
-1
no perfil da área P01, situando-a como área de médio teor de matéria
orgânica no intervalo de profundidade de 0-40 cm do solo e de baixo teor no intervalo
de 40-100 cm (KERN, 1996). Ao longo do perfil da área P02 observou-se uma variação
de 4,3 a 41,0 g kg
-1
, posicionando-a como área de alto teor de matéria orgânica no
intervalo de profundidade de 0-5 cm do solo, médio teor no intervalo de 5-40 cm e baixo
teor no intervalo de profundidade de 40-100 cm (KERN, 1996).
O perfil P03 apresentou variação no teor de Carbono de 4,0 a 13,0 g kg
-1
, o que
o coloca com baixa concentração de matéria orgânica ao longo de todo o perfil. A área
P04 apresentou variação no teor de Carbono de 4,7 a 30,0 g kg
-1
, tendo alto teor de
carbono somente na profundidade 0-10 cm, e baixos teores do elemento no restante do
perfil, 10-200 cm. O perfil da área P05 variou de 3,5 a 14,0 g kg
-1
, o que o situa como
região de baixo teor de matéria orgânica em toda sua extensão, 0-200 cm.
Quadro 7. Carbono Orgânico Total, Nitrogênio Total, Densidade do Solo, Relações C/N,
Estoques de Carbono e Nitrogênio dos diferentes tipos de Solos.
Os teores de COT das áreas de TPI do presente estudo foram próximos ou
superiores, e apresentando mesma tendência de queda suave com a profundidade,
quando comparados com determinações realizadas em diferentes áreas de TPI na
bacia amazônica (KERN, 1988; KERN, 1996; KERN, Costa, 1997; COSTA, KERN,
1999; GLASER et al., 2000; LIMA, 2001; LIMA et al., 2002; CUNHA, 2005; LIANG et al.,
2006). Pelas concentrações de COT apresentadas nos intervalos de profundidade que
contém os horizontes A antrópicos ser em média maior que 10 g kg
-1
, aliados à
espessura dos horizontes A serem maiores que 40 cm com presença visual de
atividade antropogênica (cacos cerâmicos e carvão), vide seção 4.1.1, tem-se a
comprovação irrefutável de que as áreas P01 e P02 são classificadas como Terra Preta
de Índio (KAMPF et al., 2003).
Os teores de matéria orgânica situam as duas áreas de TPI como TPI sob
floresta, pela classificação elaborada por Madari et al. (2003), porém quando se
correlaciona as concentrações de carbono com CTC, percebe-se que as duas áreas se
encaixam melhor no grupo de TPI’s sob cultivo, corroborando o que foi anteriormente
deduzido neste estudo, vide seção 4.1.2.
Os teores de COT apresentaram diferença estatística significativa entre os solos
da área P01 e P02, no intervalo de profundidade de 0-60 cm, sendo sempre os maiores
valores verificados na área do perfil P02, variando de 12 a 44%. Grandes variações
espaciais nos teores de COT, e outros elementos, em um mesmo sítio arqueológico ou
áreas muito próximas de TPI’s, podem ser um reflexo do tempo de ocupação e da
densidade populacional humana da região (SMITH, 1980; Éden, 1984; KERN, KAMPF,
1989). Grande variabilidade espacial de carbono e outros elementos químicos em uma
mesma área de TPI foram evidenciados por diversos autores (KERN, 1988; KERN,
KAMPF, 1989; KERN, 1996; KERN, COSTA, 1997; COSTA, KERN, 1999; LIMA et al.,
2002; MADARI et al., 2003; MAJOR et al., 2005; CUNHA, 2005).
Os teores de COT nos perfis de TPI demonstraram o significativo acúmulo de
material orgânico pelas populações ameríndias, pois foram muito superiores aos
apresentados pelos perfis Não-TPI, corroborando a afirmação de que as TPI’s são
muito mais ricas em matéria orgânica do que os solos adjacentes ou representativos da
região amazônica (KERN, KAMPF, 1989; LIMA et al., 2002; MADARI et al., 2003,
LEHMAN et al., 2006).
Os teores de COT ao longo do perfil da área P02 foram maiores que os
encontrado por Hughes et al. (2002), para três áreas de solos sob florestas primárias,
logo não impactadas, no estado de Rondônia. o perfil P01 apresentou-se superior
aos teores de COT nos solos de uma floresta primaria, sob duas capoeiras, e sob
pasto, no referido estudo.
As altas concentrações de COT nos solos antropogênicos em ambiente com
temperatura e precipitação elevadas, podem ser atribuídas à formação de complexos
matéria orgânica-cálcio, e à composição da própria matéria orgânica, rica em carbono
pirogênico (carvão). Estas concentrações elevadas ao longo dos perfis, associadas à
presença de artefatos cerâmicos ou líticos, têm sido consideradas como atributo
distintivo entre os solos antropogênicos e os não antropogênicos (EMBRAPA, 1999;
KÄMPF et al.; 2003; CUNHA, 2005).
4.3.2 Nitrogênio Total e Razão C/N dos Solos
Como demonstrado pelo Quadro 6, o NT e a razão C/N não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas entre os solos de TPI. O aumento da razão
C/N em rumo à superfície nos perfis sugere um acréscimo da contribuição material
vegetal de alta razão C/N. Em solos “normais” seria um indicativo de maior humificação
em profundidade.
Os teores de NT nas duas áreas de TPI’s variaram de moderados (0-20 cm) a
baixo no restante dos perfis. Entretanto, nos solos Não-TPI’s se mostraram
praticamente constantes em valores altos de NT, indicando uma quantidade mais
próxima do ideal para disponibilização vegetal.
Ao apresentarem teores de NT mais baixos que os dos solos Não-TPI, e,
conseqüentemente, maiores razões C/N, os solos TPI refletem, possivelmente, os
efeitos de longo tempo de cultivo, pois, geralmente o uso intenso do solo para
agricultura eleva a razão C/N, que está relacionada à redução na mineralização de
polissacarídeos e/ou à incorporação de carbono novo nas estruturas das substâncias
húmicas.
Os teores de NT ao longo dos perfis nos solos TPI assemelham-se muito aos
que foram encontrados em solos sob floresta secundária, terciária e num solo sob pasto
no estado de Rondônia (HUGHES et al., 2002), estando os valores de NT dos solos
Não-TPI mais condizentes com os apresentados por dois solos sob floresta primária e
um solo sob floresta primária recém derrubada.
Os resultados de NT demonstraram-se inferiores aos obtidos pelos poucos
trabalhos que avaliaram o teor de NT em TPI, disponíveis na literatura (KERN, 1988;
KERN, KAMPF, 1989; KERN, 1996; GLASER et al., 2000). Semelhanças entre valores
baixos de NT em TPI foram encontradas em um experimento visando à replicação
artificial de Terras Pretas utilizando solo antropogênico sob cultivo de uma área próxima
a Manaus (LEHMAN et al., 2003), e com valores determinados em quatro sítios
arqueológicos diferentes também próximos a Manaus (LIANG et al., 2006). Os elevados
valores de razão C/N do presente estudo, compararam-se com aqueles apresentados
por solos com altíssimos teores de carbono do estado do Pará (KERN, 1988; KERN,
KAMPF, 1989), ou com solos com moderados a baixos teores de NT (LEHMAN et al.,
2003; LIANG et al., 2006).
A relação C/N indica o grau de incorporação do Nitrogênio na estrutura das
substâncias húmicas e o grau de humificação. Uma alta razão C/N como apresentada
pelos solos de TPI, indica baixa incorporação de Nitrogênio e baixo grau de humificação
(CUNHA, 2005). Contrariando o fato de que a matéria orgânica das TPI’s é mais inerte
(pirogênica). As TPI’s tem MOS que são diferentes das MOS de solos normais, os
índices, por exemplo, razão C/N nem sempre mostram a correta indicação do que seria
o certo pra solos normais; nas TPI’s tem-se um enriquecimento em carbono assim a
razão C/N é alta, mas isto não necessariamente significa que a MOS se pouco
humificada.
As altas razões C/N das TPI’s podem sugerir ou incorporação de material com
alta razão C/N, ou aumento da proliferação microbiana devido à fonte de energia
fornecida pelo Carbono, aumentando-se a oxidação da matéria orgânica, imobiliza-se
grande parte do Nitrogênio pelos microorganismos, influenciando o teor de N
mineralizável, demonstrando com isso elevado teor de matéria orgânica ainda em
decomposição (KERN, 1988). Porém o mais provável é que ocorra uma maior influência
do BC na MOS, se considerar as altas relações C/N como indicador de BC na ausência
da quantificação deste.
Em nenhuma camada de solo, das cinco áreas estudadas, foi notada razão C/N
que se encaixasse dentro da faixa que indica estabilidade biológica, C/N = 10 a 12,
(STEVENSON, 1982). Nos solos Não-TPI, o valor da razão C/N encontra-se abaixo da
faixa sugerida para estabilidade biológica, indicando que nestes solos o processo de
mineralização secundária é maior, evidenciando a baixa resistência a este processo
das substâncias húmicas presentes, sugerindo uma maior presença de fragmentos de
proteínas e de peptídeos nas mesmas, o que está de acordo com o pressuposto de que
a maior parte da matéria orgânica presente nas TPI’s é de origem pirogênica e não
tanto da decomposição e migração do material vegetal (GLASER et al., 1998; GLASER
et al., 2001; CUNHA, 2005).
4.3.3 Densidade, Estoques de Carbono e Nitrogênio dos Solos
A Densidade do Solo (DS) nas áreas P01, P02 e P05 foram menores
superficialmente, aumentando ao longo do perfil; comportamento contrário foi
observado para os perfis das áreas P03 e P04 (Quadro 6). A área P01 mostrou-se mais
densa ao longo do perfil do que a área P02 em seis das sete camadas estudadas,
indicando menor porosidade, ou maior compactação, podendo ser conseqüência do
tempo de cultivo intenso e de menor pousio. Os baixos valores apresentados indicam
solo sob floresta.
A área P03 foi a que apresentou a maior Ds nas camadas superficiais, o que
pode indicar uso agrícola, pastagem ou emprego de maquinário de grande porte. A
área P05 foi a que apresentou a maior amplitude e os maiores valores de Ds ao longo
do perfil, 1,21 a 1,64 kg dm
-3
, sugerindo maior decréscimo do desenvolvimento radicular
das plantas devido ao impedimento físico. Sabe-se que solos cultivados sofrem maior
compactação e consolidação natural, alterando-se os espaços porosos, o que dificulta a
movimentação de água e ar (BARRETO, 2005).
O aumento da Ds em profundidade nas áreas de TPI, concomitante com o
decréscimo de matéria orgânica está de acordo com os resultados obtidos para TPI’s
da região de Oriximiná, PA, sendo os valores aqui apresentados maiores e as
amplitudes menores (KERN, 1988; KERN, KAMPF, 1989).
As Ds serem menores nas superfícies das TPI’s pode indicar que o elevado teor
de matéria orgânica atenuou a compactação ocasionada pela atividade humana pré-
Colombiana (KERN, KAMPF, 1989).
Deve-se ressaltar que segundo levantamento efetuado por Sombroek et al.
(2003), muitos autores não tiveram a preocupação e o esmero de determinar a Ds em
vezes menores, quando comparadas como os solos Não-TPI’s. Foi encontrada
diferença significativa no estoque de carbono entre as duas áreas de TPI apenas na
camada mais superficial; a área P02 ao apresentar um estoque de carbono 40% maior
do que o obtido pela área P01, sugere maior recuperação da qualidade ambiental, no
que tange á matéria orgânica, ocasionada pelo maior tempo de pousio. Nas camadas
restantes, embora os teores de COT na área P02 sejam maiores, os mais elevados
valores de Ds da área P01 compensaram no cômputo geral para os cálculos dos
estoques de C e N. Os menores valores de estoques de nitrogênio nas TPI devem-se
provavelmente a perda de nitrogênio no processo de queima da vegetação.
Os resultados mostram que o estoque de Carbono vertical em TPI’s não
apresentou uma redução em profundidade típica para solos amazônicos, como
observado por Batjes e Dijkshoorn (1999). Os valores são menores nas camadas mais
superficiais (0 a 20 cm) e maiores em subsuperfície, contrariando o que seria esperado
devido à influência dos organismos e vegetação sobre os horizontes superficiais
(Quadro 6), porém estando de acordo com o observado por Kern e Kämpf (1989). Os
solos Não-TPI’s apresentaram comportamento convencional, maiores estoques na
subsuperfície decrescendo bruscamente com a profundidade.
Deve-se ressaltar que os menores desvios-padrão apresentados pelos solos
Não-TPI para todas as variáveis do Quadro 6, devem-se ao fato de serem réplicas
laboratoriais, ao passo que nas TPI’s as réplicas são de campo, logo se sujeitando a
uma maior variabilidade intrínseca.
Este estudo mostrou que os solos, de acordo com sua gênese possuem
capacidade diferenciada de armazenar Carbono e Nitrogênio. Esses solos demonstram-
se os potencialmente mais importantes reservatórios de carbono da bacia amazônica,
mesmo quando contidos em áreas degradadas pela atividade agrícola. Parafraseando
Kern e Kampf (1989), “O significativo acúmulo de material orgânico pelo homem pré-
colombiano em TPI’s é ainda mais evidente quando se expressa pelo estoque de
carbono”.
Expressando-se o estoque de Carbono para um 1 metro de profundidade, tem-se
a oportunidade de avaliar melhor a superior capacidade das TPI’s como um eficiente
dreno de carbono (figura 5). Enquanto os solos Não-TPI’s praticamente mantiveram-se
constantes com teores variando de 111,6 a 113,8 Mg C ha
-1
m
-1
(áreas P03 e P05). Os
solos de TPI’s oscilaram, estatisticamente diferentes, com valores de 129,1 a 140,1 Mg
C ha
-1
m
-1
(áreas P01 e P02). As TPI’s possuíram maior capacidade de armazenar
carbono, pois apresentaram valores 14 a 23% maiores do que nos solos Não-
Antropogênicos amazônicos.
Figura 5. Estoques de Carbono e Nitrogênio.
Quando se extrapola para o valor médio da região amazônica, mais realçada fica
a capacidade de sumidouro de Carbono pelas TPI’s, que as mesmas aqui se
apresentam de 30 a 40% maiores do que a média regional de 100,0 Mg C ha
-1
m
-1
(BATJES, DIJKSHOORN, 1999; GLASER et al., 2001; SOMBROEK et al., 2003).
foram menores do que em dois dos 28 tipos de solos representativos da Amazônia,
segundo extenso levantamento realizado por Batjes e Dijkshoorn (1999) e foram
maiores do que em todos os 15 solos representativos do Brasil levantados por Batjes
(2005).
4.4 CARBONO ORGÂNICO NAS SUBSTÂNCIAS HÚMICAS DOS SOLOS
Os maiores valores de Carbono nas substâncias húmicas (Ácidos Fúlvicos,
Ácidos Húmicos e Humina) foram encontrados para as duas áreas de TPI, e os
menores para os solos Não-TPI. O efeito da degradação ambiental nas cinco diferentes
áreas pode ser observado ao se comparar à variação dos teores de carbono orgânico
da fração Humina (Quadro 7). A área P02 foi a que apresentou os maiores teores de
carbono da fração ao longo do perfil. Embora só tenha se diferenciado estatisticamente
da área P01 em quatro das sete camadas avaliadas, foi verificado um decréscimo
gradual da contribuição percentual de carbono da fração Humina em relação ao teor de
COT do solo na seguinte ordem: P02 > P01 > P05 > P04 > P03.
Observando-se os teores de carbono nas demais frações húmicas do solo,
verificou-se que houve variação entre as áreas para AF e AH (Quadro 7). São maiores
as contribuições percentuais na área P01, sendo observada diferença estatística de AF
(quase todas as camadas), e AH (três camadas) em relação à área P02. Notou-se uma
maior quantidade de AF em relação ao AH na área P01, o que está de acordo com as
observações de Andreux e Becerra (1975), Gomes et al. (1994) de que, sob condições
tropicais, a rápida mineralização da MOS favorece a formação de substâncias húmicas
menos complexas. A ordem decrescente da contribuição percentual de carbono da
fração Ácido Fúlvico em relação ao teor de COT do solo foi: P01 > P02 > P05 > P04 >
P03; e para Ácido Húmico foi: P05 > P03 > P04 > P01 > P02.
Os dados apresentados permitem aventar que na área P02, um mais denso
sistema radicular da vegetação, e presumivelmente maior teor de carbono de origem
pirogênica, em contato íntimo com as partículas minerais, pôde proporcionar um
aumento na quantidade e qualidade da matéria orgânica adicionada ao solo,
favorecendo o incremento do teor das frações humificadas. Sendo o oposto verificado
para a área P01.
Cunha (2005) ao avaliar Latossolos Amarelos Coesos Antrópicos (TPI’s), sob
cultivo e sob floresta, levantou uma extensa coleção de dados sobre Latossolos e
Argissolos Não-Antrópicos amazônicos, com o intuito de comparar os solos mais
representativos da região. Verificou-se que as TPI’s estavam de acordo com o
comportamento apresentado por uma grande gama de Latossolos, em que a maior
parte da matéria orgânica era composta pela fração Humina, chegando a contribuir com
mais de 50% do Carbono total nos horizontes superficiais. Os dados da área P02 do
presente estudo confirmam o verificado por Cunha (2005), pois na maioria dos
horizontes observados, os valores mais próximos de um foram da relação (AF+AH)/H.
Pelos dados aqui apresentados, observa-se que os solos Não-TPI foram os que
apresentaram maior proporção de AH, comparado com a fração de AF ao longo de
todos os perfis, como pode ser observado pelas relações AH/AF.
No processo de humificação dos Latossolos e Argissolos, de um modo geral, os
resíduos vegetais depositados na superfície do solo sofrem rápida mineralização,
originando produtos pré-húmicos que migram facilmente em profundidade. Uma parte
destes produtos origina os ácidos fúlvicos livres e outra parte sofre processos de
polimerização e condensação e irá integrar os ácidos húmicos e humina (VOLKOFF &
ANDRADE, 1976; VOLKOFF, 1978; VOLKOFF, CERRI, 1988; CUNHA, 2005).
As áreas P01 e P02 se comportaram como as TPI’s sob floresta de Cunha
(2005), pois as relações AH/AF, ao terem uma mesma tendência evidenciaram que a
não perturbação dos solos pelo cultivo, ou longo pousio, desfavorece a oxidação de
frações mais lábeis da MOS, resultando num equilíbrio dos teores das substâncias
húmicas de baixa massa molar em superfície, mantendo-se praticamente estável com a
profundidade.
Estudando a composição húmica de solos antropogênicos da Amazônia, Lima
(2001), verificou uma predominância de frações altamente humificadas (AH e H), com
menor contribuição das frações mais solúveis e móveis (AF). Encontrou valores para a
relação AH/AF da ordem de 14 no horizonte A de um Cambissolo Antrópico e da ordem
de 4 em um Argissolo Antrópico. Comportamento totalmente discrepante foi verificado
neste estudo, onde o valor máximo de 1,4 foi observado para a relação AH/AF na área
P02 (Quadro 8).
O equilíbrio entre as frações AH e AF nas áreas P01 e P02, e o predomínio de
AH nas áreas P03 a P05, contraria o que se observam nos demais solos de terra firme
e várzea da Amazônia, onde se tem a fração AF suplantando a fração AH, obtendo-se
valores de AH/AF menores dos que os apresentados pelas áreas P01 e P02, como
resultado da fraca humificação e lenta mineralização de grandes quantidades de
material orgânico rico em N, P e Ca incorporado ao solo (ZECH et al., 1990).
Devido ao caráter distrófico, de excessiva drenagem, dos solos antropogênicos,
concomitantemente com as condições bioclimáticas atuais como temperatura e
precipitação elevadas, a manutenção dos elevados níveis de AF (fração menos
complexa e mais móvel) apresentados pela área P01 é surpreendente, desfavorecendo
o acúmulo de formas mais estáveis à decomposição.
A relação AH/AF foi utilizada por Kononova (1982) como um indicador da
qualidade do húmus, pois um baixo conteúdo de bases trocáveis, como apresentado
em todos os solos do presente estudo, pode diminuir a intensidade do processo de
humificação, isto é, as reações de síntese e condensação química e microbiana (Orlov,
1985). Desta maneira a composição do húmus pode ser utilizada como um apropriado
indicador dos efeitos do manejo sobre a qualidade do solo (MACCALLISTER, CHIEN,
2000; CANELLAS et al., 2003; CUNHA, 2005).
Quadro 8. Substâncias Húmicas nos diferentes tipos de Solos.
O uso da matéria orgânica do solo como indicador de qualidade está baseado na
sua importante ação sobre a fertilidade dos solos (pois afeta propriedades químicas,
físicas e biológicas). Além disso, as frações humificadas são marcadores químicos
estáveis na história dos solos. Os ácidos húmicos são considerados marcadores
naturais do processo de humificação, podendo refletir condição de formação e manejo
pretérito dos solos. Solos naturalmente férteis em ambientes temperados apresentam-
se mais enriquecidos em ácidos húmicos, onde a relação AH/AF é maior do que um.
Por outro lado, nos trópicos, valores menores do que 1 como os das TPI’s aqui
apresentados, são reportados na literatura científica (DABIN, 1981; CANELLAS et al..,
2000; CANELLAS et al., 2003; CUNHA, 2003). Em ambiente tropical, onde a presença
de bases trocáveis nos solos é baixa, devido ao intemperismo a que estes foram
submetidos, espera-se uma menor intensidade dos processos de humificação
(condensação e síntese) e como conseqüência, menores teores de ácidos húmicos
(CANELLAS et al., 2003).
Baseado nos dados deste estudo (Quadro 8) e nas considerações acima, infere-
se haver, para os solos de TPI’s, menor intensidade dos processos de condensação e
síntese, justificado pelas mais baixas contribuições percentuais de ácidos húmicos, do
que nos solos Não-TPI’s.
Cunha (2005) observou estreitas correlações entre a relação AH/AF e
parâmetros de fertilidade do solo (CTC) para a maioria das amostras de TPI estudadas.
A baixa CTC e baixa relação AH/AF do presente estudo podem servir para embasar tais
afirmações. Isto evidencia a importância desta fração húmica para a fertilidade dos
solos antropogênicos, e também sua importância como indicador da qualidade da
matéria orgânica do solo.
Baseado nas ponderações acima se acredita que a utilização dos conteúdos de
ácidos húmicos ou mesmo da relação AH/AF como indicador da fertilidade do solo,
pode representar uma boa ferramenta para avaliação do potencial produtivo dos solos,
ou seja, da sua fertilidade física e química, apenas em regiões de clima menos
contrastante, como, por exemplo, na região Amazônica e algumas outras do Brasil
(CUNHA, 2005).
4.5 PESOS DAS FRAÇÕES FÍSICAS DOS SOLOS
As distribuições do peso ou da quantidade das frações leves pouco diferiram
entre as duas áreas de TPI (Quadro 9). Comparando-se todas as áreas, a do solo PO2
foi a que apresentou a maior massa de frações leves (livre e intra-agregado). Este
resultado pressupõe um sistema florestal mais denso para esta área, onde o amulo
de fração leve é favorecido em solos continuamente vegetados com elevado retorno da
palhada, sendo exemplo deste comportamento os solos florestais ou os de pastagens
permanentes. De acordo com Christensen (1992), o acúmulo de fração leve é
influenciado pelo uso da terra, tipo de vegetação e outros fatores que alteram o balanço
entre a produção e decomposição da matéria orgânica (ex. clima, propriedades do solo
e atividade da fauna). A área P03, seguida pelas áreas P05 e P04, sugerem uma baixa
adição de material orgânico, como demonstrado pelos menores teores da fração leve,
indicando serem submetidas de forma mais intensa aos processos erosivos de
mineralização mais efetivos ou menor aporte vegetal.
Dentre as cinco áreas, a P02 foi a que apresentou, para a profundidade de 0-5
cm, os maiores valores de fração leve, demonstrando que naquela localidade os
resíduos vegetais favorecem uma maior proteção física da fração leve. Como
praticamente não ocorreram diferenças significativas nos teores de Fração Leve entre
as áreas P01 e P02, deduz-se que se comportou praticamente de forma semelhante em
relação à ruptura dos macroagregados favorecendo maior mineralização da fração
intra-agregado. Este comportamento pode ser comprovado pela baixa quantidade de
grandes macroagregados nestas áreas, conforme já demonstrado na seção 4.2.1.
Para a profundidade de 5-10 cm, verificou-se que a fração leve livre na área P02
embora maior não se diferenciasse estatisticamente da P01. Tal fato pode sugerir que o
maior tempo de pousio da área P02 foi indiferente para a incorporação de resíduos
nesta camada. As áreas P03, P04 e P05, nas subcamadas menos superficiais
mostraram teores extremamente baixos para as Frações Leves, não reproduzindo a
estabilidade com a profundidade apresentada pelas TPI’s, para este parâmetro.
Quadro 9. Massas da Frações sicas dos diferentes Solos.
Para as camadas mais profundas restantes, observou-se que nas TPI’s as
variações de FLL não foram bruscas, mantendo até mesmo valores elevados e
semelhantes, diferente do apresentado pelos solos Não-TPI’s.
A Fração Leve Intra-Agregado (FLIA) nas TPI’s apresentaram o mesmo
comportamento da fração leve livre (FLL) nas profundidades subsuperficiais e mais
profundas. As TPI’s, ao possuírem os maiores valores demonstraram uma maior
proteção física da matéria orgânica. A quantidade de fração leve é sensível a flutuações
de entrada da serrapilheira e possui variabilidade espacial e sazonal (CHRISTENSEN,
1992). Variações sazonais são menos proeminentes em solos cultivados (ADAMS,
1980; CONTi et al., 1992), porém a fração leve tem mostrado refletir melhor as
diferenças nos sistemas de cultivo e tempos de pousio (CAMBARDELLA, ELLIOTT,
1992; BEARE et al., 1994).
As variações do conteúdo das FLL e FLIA são decorrentes das mudanças na
quantidade e qualidade dos resíduos vegetais que foram adicionados ao solo, da
relação entre a entrada por superfície e subsuperfície destes resíduos e principalmente
das diferentes formas de manejo adotadas. As frações leves podem vir a serem
utilizadas como indicadores de alterações resultantes do manejo do solo.
Estes resultados concordam com outros estudos (PINHEIRO, 2002; CAMPOS,
2003), onde as frações mais lábeis da MOS, como a fração leve, têm se apresentado
como um indicador sensível às mudanças decorrentes das diferentes formas de uso do
solo.
As massas de areia, silte e argila foram expostas com o único intuito de se
averiguar a concordância e eficiência do fracionamento físico realizado, as altas
porcentagens de recuperação, R(%), e valores próximos aos conseguidos na analise
granulométrica, vide o Quadro 9, comprovam a eficácia da técnica, mesmo após tantas
manipulações.
4.6 CARBONO ORGÂNICO E NITROGÊNIO TOTAL NAS FRAÇÕES FÍSICAS
Os teores de Carbono e Nitrogênio encontrados nas diferentes áreas podem ser
considerados uma característica da composição e estrutura da fração. Nas frações
leves Livres os teores encontrados foram mais altos do que nas frações Leves Intra-
Agregados, o que se repetiu nas frações pesadas, onde os teores da fração silte foram
maiores que da fração areia. Na matéria orgânica associada à fração argila, os teores
de Carbono foram os menores encontrados (Quadro 9). Os teores de COT na fração
leve livre ficaram entre 0,2 g kg
-1
na área P05 a 26,3 g kg
-1
na área P02, enquanto na
Fração Leve Intra-Agregado os valores foram menores, variando de 0,10 g kg
-1
na área
P03 a 1,10 g kg
-1
na área P02. Nas frações pesadas (Quadro 10), os valores
encontrados foram reduzidos, variando na fração silte de 0,1 g kg
-1
na área P01, a 9,9 g
kg
-1
na área P04; na Fração Areia variou de 0,2 g kg
-1
, na área P03, a 6,9 g kg
-1
na área
P02.
Na fração argila encontrou-se os menores teores de carbono, 0,3 g kg
-1
, na área
P05, a 3,5 g kg
-1
Quadro 10. Teores de Carbono e Nitrogênio nas Frações Leves dos Solos.
Diferentemente do teor de Carbono, o teor de Nitrogênio foi maior na Fração
Areia do que na Fração Silte. Os teores de nitrogênio foram superiores nos horizontes
superficiais e reduziram em profundidade, apenas nas áreas Não-TPI’s (Quadros 9 e
10).
Os dez anos a mais de pousio da área P02 acarretaram em maiores conteúdos
de COT e NT da Fração Leve Livre, porém só foi evidenciada diferença estática
significativa na camada mais superficial (0-5 cm). Estes resultados são concordantes
com os de Pinheiro (2002), que constatou que os principais efeitos do manejo do solo
são verificados na camada superficial. Sistemas Florestais acumulam mais carbono
quando comparados às áreas de plantio, contribuindo com o aumento do conteúdo de
carbono nas frações leves. Foi observada, ao longo dos perfis, a seguinte ordem
decrescente nos teores de COT e NT na Fração Leve Livre: P02>P04>P01>P05>P03.
Dentre as áreas, a P02 foi a que apresentou o maior conteúdo de carbono na
fração leve livre na camada superficial, sendo o conteúdo de Carbono 200% maior do
que a área P01, e 100% maior do que a área de solo Não-TPI mais rica. A maior taxa
de adição de resíduos, associada a menor decomposição do material, na área P02,
está contribuindo com o aumento do conteúdo de COT na fração leve livre, podendo ser
decorrente de menores perdas por erosão.
Na fração leve intra-agregado, os teores de COT variaram de 0,20 g kg
-1
na área
PO3 a1,10 g kg
-1
solo da área P02. O conteúdo de NT variou de 0,00 g kg
-1
na área
P03 até 0,05 g kg
-1
solo na área P05.
O teor de COT na FLIA foi maior nas áreas de TPI, indicativo de maior fertilidade
do solo, sem diferença estatística entre si, do que nas áreas de solos não
antropogênicos. Provavelmente o maior aporte de resíduos vegetais por superfície e
subsuperfície, e o não revolvimento do solo, foram os principais responsáveis pelos
elevados teores de carbono nestes locais. ds teore de NT apreseetaram-se baixos
Quadro11. Teores de Carbono e Nitrogênio nas Frações Pesadas dos Solos.
Supõe-se que mesmo apresentando maior aporte de material orgânico, que pode
ser associado à proteção física mais efetiva nas áreas de TPI’s, não foram encontrados
indícios do favorecimento para a elevação dos valores de NT.
Através dos resultados, verifica-se que os teores de COT na FLL foram os que
se mostraram mais sensíveis nos diferentes tipos de solos sob florestas secundárias.
A relação C/N pode ser considerada um parâmetro importante no estudo da
dinâmica da matéria orgânica do solo, podendo ser um indicador da estabilidade da
fração. A relação C/N foi mais alta nas frações leves das TPI’S, com valores acima de
60.
A relação C/N da FLL variou de 4,2 na área P03 a 69,9 na área P01, estando
muito discrepantes com os valores de relação C/N descritos classicamente para esta
fração em solos de clima tropical. As áreas P01 e P02 foram as que apresentaram os
maiores valores desta relação e não diferiram estatisticamente entre si. As mais altas
relações C/N das TPI’s sugerem um maior acúmulo de carbono do que nos solos Não-
TPI’s, contribuindo desta forma mais efetivamente para um maior seqüestro de
Carbono.
Os valores da relação C/N da FLIA são apresentados no Quadro 11. Na área
P01 foram observados os maiores valores da relação C/N, seguida da área P02,
também não diferindo estatisticamente. Para as áreas P01 e P02, a menor atividade de
microorganismos estaria favorecendo a manutenção de Carbono de elevada relação
C/N, mesmo após tantos anos de uso intenso do solo.
Na profundidade 0-5 cm, a relação C/N variou de 21,4 a 69,9 nas frações leves
(Quadro 12). A relação C/N na Fração Leve Livre foi superior ao encontrado na Fração
Leve Intra-Agregado, exceto nas profundidades 60-80 e 80-100 cm, da área P01,
quando foram atingidos valores maiores que 70 na Fração Leve Intra-Agregado
(Quadro 11).
De uma maneira geral, a relação C/N nas Frações Leves das TPI’s foi maior que
nos solos Não-TPI’s. Isso se deve, provavelmente, à qualidade do material adicionado
ao solo pela capoeira existente, de maior relação C/N.
A relação C/N da FLL variou de 4,2 na área P03 a 69,9 na área P01, estando
muito discrepantes com os valores de relação C/N descritos classicamente para esta
fração em solos de clima tropical. As áreas P01 e P02 foram as que apresentaram os
maiores valores desta relação e não diferiram estatisticamente entre si.
Os valores da relação C/N da FLIA são apresentados no Quadro 11. Na área
P01 foram observados os maiores valores da relação C/N, seguida da área P02
também não diferindo estatisticamente. Para as áreas P01 e P02, a menor atividade de
microorganismos estaria favorecendo a manutenção de carbono de elevada relação
C/N, mesmo após tantos anos de uso intenso do solo.
Nas frações Pesadas, as relações C/N foram inferiores às razões das Frações
Leves, sendo natural, pois durante o processo de humificação a razão C/N abaixa. A
Fração Silte foi a que apresentou os maiores valores, seguidos pelos da Fração Areia e
Fração Argila. A estabilidade da relação C/N também indica que a dinâmica de C está
relacionada com a dinâmica do N. Isto é, para se aumentar o estoque de C estabilizado
na fração, deve-se aumentar também o estoque de N, de acordo com a relação C/N da
partícula. Mesmo com as variações encontradas nas F
Quadro12. Relação C/N das Frações Físicas dos solos.
4.7 ESTOQUES DE C E N NAS FRAÇÕES FÍSICAS DOS SOLOS
Os estoques de Carbono e Nitrogênio se comportaram de maneira idêntica. Os
maiores estoques para um metro de profundidade foram encontrados nas frações
pesadas (areia, silte e argila), em todos os solos estudados (Quadros 13 e 14).
Quadro 13. Estoque de Carbono nas Frações Físicas do Solo.
Os estoques de Carbono variaram de 0,1g kg
-1
na FLIA da área P04, a 73,9 g kg
-
1
na Fração Silte da área P03. Os estoques de Nitrogênio variaram de 0,2 g kg
-1
na
FLIA da área P01 a 14,2 g kg-1 na Fração Areia da área P05.
Quadro 14. Estoque de Nitrogênio nas Frações Físicas do Solo.
5 CONCLUSÕES
Comparando-se as duas áreas de Terras Pretas, a P02 foi a que apresentou a
melhor estabilidade de agregados e os maiores índices de agregação, avaliado através
do DMP, DMG, Índice de Estabilidade de Agregado, e Porcentagem de agregados com
diâmetro maior que 2,0 mm. A maior concentração de agregados estáveis em água,
para todos os tratamentos, ocorreu na classe 1,0 mm, destacando-se nesta classe a
área P02. O uso dos índices de agregação mostrou-se eficiente, e complementar, para
um efetivo diagnostico da agregação dos solos.
As Terras Pretas de índio mostraram maiores teores de Carbono Orgânico Total,
maiores fertilidades e menores estados de degradação quando comparadas com os
solos não-Antropogênicos, sendo o tempo de pousio maior da área P02 responsável
pela melhor recuperação ambiental do que na área P01.
Houve um maior acúmulo de Carbono no solo de TPI da área P02 em relação ao
solo da área P01, devido ao maior tempo de pousio. Os solos sob Terra Preta de Índio
foram mais eficientes em estocar Carbonos do que os solos Não-Antropogênicos.
Quanto às frações húmicas, o efeito da recuperação ambiental das diferentes
áreas sobre estas substâncias pode ser observado ao se comparar à variação dos
teores de COT da fração Humina, sendo a área P02 a que apresentou os maiores
teores desta fração, pouco se diferenciando estatisticamente da área P01. Sendo a
Humina a fração de Substâncias Húmicas que mais se correlaciona positivamente com
a agregação dos solos.
A fração predominante da matéria orgânica nos solos Antropogênicos foi a Ácido
Fúlvico (AF), seguida pela fração Humina (H), enquanto nos solos não antropogênicos
a fração Ácidos Húmico (AH) apresentou-se com teores mais elevados do que as
demais.
Os teores de Carbono da Fração Leve Livre demonstraram ser mais sensíveis do
que o conteúdo de Carbono da Fração Leve Intra-Agregado na avaliação das diferentes
áreas. O conteúdo de Carbono Orgânico e Nitrogênio Total da fração leve livre foram
maiores nas Terras Pretas do que nos solos não Antropogênicos.
Dentre as propriedades estudadas, as que apresentaram maior potencial para
serem utilizadas como índices de degradação e/ou de avaliação do manejo foram: a
estabilidade dos agregados, bem como o peso dos agregados; o Carbono orgânico
total, o teor de Humina e o fracionamento físico da matéria orgânica do solo.
6 REFERÊNCIAS:
ADAMS, T. M. M. Macro organic matter content of some Northern Ireland soils. Record
of Agricultural Research, v. 28, p. 1-11, 1980.
BARRETO, R. da C. Acumulação de carbono e emissões de gases do efeito estufa
em solos sob diferentes tipos de manejo e floresta, Londrina PR. Niterói, 2005.
98 f. Dissertação (Mestrado em Geociências Geoquímica Ambiental) - Instituto de
Química, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.
BATJES, N. H.; DIJKSHOORN, J.A. Carbon and nitrogen stocks in the soils of the
Amazon Region. Geoderma, v. 89, p. 273–286, 1999.
BATJES, N. H. Organic carbon stocks in the soils of Brazil. Soil Use and Management,
v. 21, p. 22–24, 2005.
BEARE, M.H., HENDRIX, P.F., COLEMAN, D.C. Water-stable aggregates and organic
matter fractions in convencional and no-tillage soils. Soil Science Society of America
Journal, v. 58, p. 777-786, 1994.
BENITES, V.M; MADARI, B.E.; MACHADO, P.L.O.A. Extração e Fracionamento
Quantitativo de Substancias Húmicas: um procedimento simplificado de baixo
custo. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2003, p.7, Comunicado Técnico 16.
BIRD, M.I.; MOYO, C.; VEENENDAAL, E.M.; LLOYD, J.; FROST, P. Stability of
elemental carbon in a savanna soil. Global Biogeochemical Cycles, v.13, p.923-932,
1999.
CAMARGO, F. C. de. Estudos de alguns perfis de solo coletados em diversas
regiões da Hiléia. Belém: IAN, p. 59, 1941.
CAMBARDELLA, C.A., ELLIOTT, E.T. Particulate soil organic matter changes across a
grassland cultivation sequence. Soil Science Society of America Journal, v. 56, p.
777-783, 1992.
CAMPOS, D.V. Uso da Técnica de 13C e Fracionamento Físico da Matéria
Orgânica em Solos sob Cobertura de Pastagens e Cana-de-Açúcar na Região da
Mata Atlântica. Seropédica, 2003. 223 f. Tese (Doutorado em Agronomia Ciência do
Solo) - Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica, 2003.
CANELLAS, L.P. et al. Frações da matéria orgânica em seis solos de uma
toposseqüência no Estado do Rio de Janeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.
35, p. 133-143, 2000.
CANELLAS, L. P. et al. Propriedades químicas de um cambissolo cultivado com cana-
de-açúcar, com preservação do palhiço e adição de vinhaça por longo tempo. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 27, p. 935-944, 2003.
CHRISTENSEN, B.T. Physical fractionation of soil and organic matter in primary particle
size and density separates. Advanced in Soil Science, v. 20, p. 1-90, 1992.
CONTI, M.E., PALMA; R.M.; ARRIGO, N.; GIARDINA, E. Seasonal variations of the light
organic fractions in soils under different agricultural management systems.
Communication in Soil Science and Plant Analysis, v. 23, p.1693-1704, 1992.
COSTA, F. de A.; SENNA, C. do S.F. de; PEREIRA, E. da S.; KERN, D.C.
Levantamento Arqueológico na área da UHE Cachoeira Porteira: relatório global.
Belém: Museu Paraense E. Goeldi, 1986.
COSTA, M.L. da; KERN, D.C. Geochemical signatures of tropical soils with
archaeological black earth in the Amazon, Brazil. Journal of Geochemical
Exploration, v. 66, p. 369–385, 1999.
CUNHA, T. J. F. Horizonte A antrópico em novas classes de solos na Amazônia
Brasileira. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 28, 2001, Londrina.
Anais ... Londrina: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2001, 238 p.
CUNHA, T. J. F. et al. Caracterização e natureza do húmus de latossolos amarelos
coesos de tabuleiro na região do Recôncavo Baiano. Magistra, v.15, 2, p.147-154,
2003.
CUNHA, T.J F. Ácidos húmicos de solos escuros da Amazônia (Terra preta de
índio). Seropédica, 2005. 122 f. Tese (Doutorado em Agronomia Ciência do Solo) -
Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica,
2005.
CUNHA-FALESI, E. As “Terras Pretas” do planalto de Santarém. Revista da
Sociedade Agronômica e Veterinária do Pará, v. 8, p. 17-21, 1962.
DABIN, B. Matéria orgânica dos solos. Salvador: UFBA, 104 p. Mimeografado. 1982.
DENEF, K.; SIX, J.; BOSSUYT, H.; FREY, S.D.; ELLIOTT, E.T.; MERCKX, R.;
PAUSTIAN, K. Influence of dry-wet cycles on the interrelationship between aggregate,
particulate organic matter, and microbial community dynamics. Soil Biology
Biochemistry, v. 33, p. 1599-1611, 2001.
DENEVAN, W. The aboriginal population of Amazonia. In: DENEVAN, W (ed) The
native population of the Americas in 1492. Madison: University of Wisconsin Press.
1976, p.205-234.
DENEVAN, W. M. A bluff model of riverine settlement in prehistoric Amazonia. Annals
of the Association of American Geographers, v. 86, n. 4, p. 654-681, 1996.
DENEVAN, W. M. Cultivated Landscapes of Native Amazonia and the Andes. Journal
of Latin American Geography, v.1, n.1, p. 82-83, 2001.
DERENNE, S.; LARGEAU, C. A review of some important families of refractory
macromolecules: composition, origin, and fate in soils and sediments. Soil Science,
v.166, p. 833-847, 2001.
DUCHAUFOUR, P. Pedology: pedogenesis and classification. London: George Allen
& Unwin, 1982, 187 p.
EMBRAPA. Manual de Método de Análise de Solo. 2 Ed., Rio de Janeiro: Centro
Nacional de Pesquisa de Solos, 1997, 211 p.
EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro, RJ: Centro
Nacional de Pesquisa de Solos, 2006, 412 p.
FALESI, I. C. O estado atual dos conhecimentos sobre os solos da Amazônia Brasileira.
In: INSTITUTO DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO NORTE. Zoneamento agrícola
da Amazônia: 1. aproximação. Belém, 1972, p.17-67, (Boletim Técnico, 54).
FARIA, J. B. de. A cerâmica da Tribo Uaboí dos rios Trombetas e Jamundá:
contribuição para o estudo da arqueologia pré-histórica do baixo Amazonas. Rio
de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1946, 20 p.
FALESI, E. da C. As Terras Pretas do planalto de Santarém. Revista da Sociedade
dos Agrônomos e Veterinários do Pará, v. 8, p.17-21, 1962.
FREITAS, P. L.; ZOBEL, R. W.; SNYDER, V. A. Corn root growth in soil columns with
artificially constructed aggregates. Crop Science, v. 39, n. 3, p. 725-730, 1999.
GALVINELLI, E.; FELLER, C.; LARRÉ-LARROUY, M.C.; BACYE, B.; DJEGUI, N.; NZILA,
J.D. A routine method to study soil organic matter by particle-size fractionation: examples
for tropical soils. Communication Soil Science Plant Analysis, v. 26, n. 11 e12, p.
1749–1760, 1995.
GERMAN, L.A. Historical contingencies in the coevolution of environment and livelihood:
contributions to the debate on Amazonian Black Earth. Geoderma, v.111, p.307–331,
2003.
GLASER, B.; HAUMAIER, L.; GUGGENBERGER, G.; ZECH, W. Black carbon in soils:
The use of benzenecarboxylic acids as specific markers. Organic Geochemistry, v. 29,
p. 811 – 819, 1998.
GLASER, B., GUGGGENBERGER, G., HAUMAIER, I., ZECH, W. Burning residues as
conditioner to sustainably improve fertility in highly weathered soils of the Brazilian
Amazon region. In: The Brithish Soil Science Society Conference, 1999, Edinburgh.
Proceedings Edinburgh: British Soil Science Society, 1999, p.5.
GLASER, B.; BALASHOV, E.; HAUMAIER, L.; GUGGENBERGER, G.; ZECH, W. Black
carbon in density fractions of anthropogenic soils of the Brazilian Amazon region.
Organic Geochemistry, v. 31, p. 669-678, 2000.
GLASER, B.; GUGGENBERGER, G.; HAUMAIER, L. ZECH, W. Persistence of soil
organic matter in archaeological soils (terra preta) of the Brazilian Amazon region. In:
REES, R.M.; BALL B.C.; CAMPBELL, C.D. & WATSON, C.A. (eds.), Sustainable
management of soil organic matter, Wallingford: CABI Publishing, 2001, p.190-194.
GOUROU, P. Observações geográficas na Amazônia. Revista Brasileira de
Geografia, v.11, n° 3, p. 354-400, 1949.
GUERRA, J.G.M.; SANTOS, G.A. Métodos químicos e físicos. In: SANTOS, G.A. e
CAMARGO, F.A.O. Fundamentos da matéria orgânica do solo. Ecossistemas
tropicais e subtropicais. Porto Alegre: Gênesis, 1999, p. 267-292.
HARTT, F. Contribuição para a etnologia do Vale do Amazonas. Arquivos do Museu
Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 6, p.10-14, 1885.
HILBERT, P. A cerâmica arqueológica da região de Oriximiná. Belém: Instituto de
Antropologia e Etnologia do Pará, 1955, 17 p.
HUGHES, R. F.; KAUFFMAN, J. B; CUMMINGS, D. L. Dynamics of Aboveground and
Soil Carbon and Nitrogen Stocks and Cycling of Available Nitrogen along a Land-use
Gradient in Rondônia, Brazil. Ecosystems, v. 5, p. 244–259, 2002.
JIMENEZ, R.R.; LANDHA, J.K. Automated Elemental Analysis: A Rapid and Reliable but
Expensive Measurement of Total Carbon and Nitrogen in Plant and Soil Samples.
Communication Soil Science and Plant Analysis, v. 24, n. 15-16, p. 1897-1924,
1993.
KÄMPF, N.; KERN, D.C. Classification of Amazonian Dark Earths in the Brazilian
Amazon. In: LEHMANN, J.; KERN, D.C.; GLASER, B.; WOODS, W.I. (Eds), Amazonian
Dark Earths: Origin, Properties, Management, The Netherlands: Kluwer Academic
Publisher, p. 77-102, 2003.
KÄMPF, N; KERN, D.C. O Solo como Registro da Ocupação Humana Pré-Histórica na
Amazônia Pará. Tópicos em Ciência do Solo, v. IV, p. 277-320, 2005.
KATZER, F. A Terra Preta. Boletim da Secção de Fomento Agrícola do Pa, v. 2-3,
p.35-38, 1944.
KERN, D.C. Caracterização pedológica de solos com terra preta arqueológica na
região de Oriximiná Pará. Porto Alegre, 1988. 200 f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia) - Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 1988.
KERN, D.C.; KÄMPF, N. Antigos Assentamentos Indígenas na Formação de Solos com
Terra Preta Arqueológica na região de Oriximiná, Pará. Revista Brasileira de Ciência
do Solo, v. 13, p. 219-225, 1989.
KERN, D.C. Geoquímica e pedogeoquímica de sítios arqueológicos com Terra Preta
na Floresta Nacional de Caxiuanã (Portel-Pará). Belém, 1996. 124 f. Tese (doutorado
em Geoquímica - Petrologia e geoquímica), Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
KERN, D.C.; Costa, M.L. Composição química de solos antropogênicos desenvolvidos
em Latossolo Amarelo derivados de lateritos. Geociências, v.16, p.157-175, 1997.
KETTERINGS Q.M.; BIGHAM, J. M. & LAPERCHE V. Changes in soil mineralogy and
texture caused by slash and burn fires in Sumatra, Indonesia. Soil Science Society of
America Journal, v. 64, p. 1108-1117, 2000.
KONONOVA, M. M. Materia organica del suelo: su naturaleza, propiedades y
métodos de investigación. Barcelona: Oikos-tau, 364 p. 1982.
LAL, R.; KIMBLE, J.; FOLLETT, R. F. Pedospheric processes and the carbon cycle. In:
LAL, R.; BLUM, W. H.; VALENTINE, C.; STEWART, B. A. (Eds) Methods for
assessment of soil degradation. Boca Raton: CRC Press, 1997, p. 1-8.
LEHMANN, J., da SILVA, Jr., J.P.; STEINER, C.; NEHLS, T.; ZECH, W.; GLASER, B.
Nutrient availability and leaching in an archaeological Anthrosol and a Ferralsol of the
Central Amazon basin: fertilizer, manure and charcoal amendments. Plant and Soil, v.
249, p. 343-357, 2003.
LEHMANN, J., GAUNT, J., RONDON, M. Bio-Char Sequestration in Terrestrial
Ecosystems a Review. Mitigation and Adaptation Strategies for Global Change, v.
11, p. 403–427, 2006.
LEONEL, M. O uso do fogo: o manejo indígena e a piromania da monocultura. Estudos
Avançados, v. 14, n. 40, p. 231-252, 2000.
LEMOS, R.C.; SANTOS, R.D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 3.
ed. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1996. 84p.
LIANG, B.; LEHMAN, J.; SOLOMON, D.; KINYANGI, J.; GROSSMAN, J.; O’NEILL,B.;
SKJEMSTAD, J.O.; THIES, J.; LUIZÃO, F.J.; PETERSEN, J.; NEVES, E.G. Black
Carbon Increases Cation Exchange Capacity in Soils. Soil Science Society of America
Journal. v. 70, p.1719-1730, 2006.
LIMA, H. N. Gênese, química e micromorfologia de solos da Amazônia Ocidental.
Viçosa, 2001. 176 f. Tese (Doutorado em Agronomia Ciência do Solo) - Universidade
Federal de Viçosa, Instituto de Agronomia, Viçosa, 2001.
LIMA, H.N.; SCHAEFER, C.E.G.R.; MELLO, J.W.V.; KER, J.C. Pedogenesis and pre-
Colombian land use of Terra Preta Anthrosols” (“Indian black earth”) of Western
Amazonia. Geoderma, v. 110, p.1-17, 2002.
MacCALLISTER, D.L.; CHIEN, W.L. Organic carbon quality and forms as influenced by
tillage and cropping sequence. Communications in Soil Science and Plant Analysis,
v. 31, p. 465-479, 2000.
MacCARTHY, P. The principles of humic substances. Soil Science, v. 166, p. 738-751,
2001.
MACHADO, P.L.O. de A. Fracionamento físico do solo por densidade e
granulometria para a quantificação de compartimentos da matéria orgânica do
solo Um procedimento para a estimativa pormenorizada do seqüestro de
Carbono pelo solo. Comunicado técnico. Embrapa Solos, n. 1, 2002, p. 1-4.
MADARI, B.E.; BENITES, V.M., CUNHA, T.J.F. The effect of management on the fertility
of Amazonian anthropogenic dark earth soils. In: LEHMAN, J; KERN, D.C.; GLASER,
B.; WOODS, W (Org.). Amazonian Dark Earths Origin, Properties, and
Management. Dordrecht, Kluwer Academic Publisher. 2003, p. 407-432.
MADARI, B.E.
Fracionamento de agregados: Procedimento para uma estimativa
compartimentada do seqüestro de carbono no solo. Rio de Janeiro: Embrapa Solos,
(Comunicado Técnico 22), 2004, 10 p.
MADARI, B. E.; SOMBROEK, W. G.; WOODS, W. I. Research on the anthropogenic
dark earth soils of Amazonia (Terra Preta e Terra Mulata). Could it be a solution for
sustainable agricultural development in the Amazon? In: B. GLASER; W.I. WOODS.
(Org.). Explorations in Amazonian Dark Earths. 1 ed. Heidelberg: Springer-Verlag,
2004, p. 169-181.
MADARI, B. E; MACHADO, P. L. O; TORRES, E; ANDRADE, A. G; VALENCIA, L.L.O.
No tillage and crop rotation effects on soil aggregation and organic carbon in a Rhodic
Ferralsol from Southern Brazil. Soil & Tillage Research. v. 80, p. 185-200, 2005.
MAJOR, J. DiTOMMASO, A. LEHMANN, J. FALCAO, N.P.S. Weed dynamics on
Amazonian Dark Earth and adjacent soils of Brazil. Agriculture, Ecosystems and
Environment, v. 111, p. 1-12, 2005.
MANN, C. The Real Dirt on Rainforest Fertility. Science, v. 297, p. 920-922, 2002.
MARRIS, E. Black is the new green. Nature, v. 442, p. 626-628, 2006.
MASIELLO, C. A. New directions in black carbon organic geochemistry. Marine
Chemistry, v 92, p. 201–213, 2004.
NOVOTNY, E.H.; HAYES, M.H.B.; AZEVEDO, E.R.; BONAGAMBA, T.J.
Characterisation of black carbon-rich samples by
13
C solid-state nuclear magnetic
resonance. Naturwissenschaften, v. 93, p. 447–450, 2006.
NOVOTNY, E. H.; AZEVEDO, E.R. de; BONAGAMBA, T. J.; CUNHA, T.J.F.; MADARI,
B.E.;HAYES, M.B. Studies of the Compositions of Humic Acids from Amazonian Dark
Earth Soils. Environmental Science Technology, v. 41, p. 400-405, 2007.
ORLOV, R. Humic acids of soils. USDA: The National Science Foundation, 1985. 378
p.
PABST, E. Critérios de distinção entre Terra Preta e Latossolo na região de Balterra e
os seus significados para a discussão pedogenética. Boletim d22.235(C)1( )-72.206u(i)7.84032(d)0.6400266(l)7.84154u(d)10.6459(22.235(C)1P )-72.2106(B)-3.395566(i)-231239(r)2..205(t)-2.16436n(i)7.84032(d)0.616436( )-72.2057(e)5.67713/R1878]TJ-303.779 -13.8 Td[(u)0.640026(m)-1.52556lt-0.2955854(d)10.6459(22..295585(A)-3.39556o )-222.296(l)7.84154lo75 0 Td[(s)556]TJ760.6532 Tf202.559 0 9556(.)-4.3311( )-22.1762(t)-2.16558(é)-4.3184(d)-4.32995(i)1.87(22..2955856(D)1.57567(e)5.67474(n)-4.35585(a)-4.33114(d)5.67474(m)-7.49466(p)-4.33117ln)-4.33114(d)5.67474(o)-4.3311(n)-4.32873(i)1.33117(1)-4.33117(,)-2.16436( )-72.21066(l)7.84154lCo. v.i1,e.41, p.0C1,Cp.
ROOSEVELT, A. C. Amazonian Anthropology: Strategy for a new Synthesis. In:
ROOSEVELT, A. C.;ed. Amazonian Indians from Prehistory to the present:
Anthroplogical Perspectives. Tucson, University of Arizona Press, 1994, p. 1-29.
SALDARRIAGA, J.G.; WEST, D.C. Holocene Fires in the Northern Amazon Basin.
Quaternary Research, v. 26, p. 358-366, 1986.
SANTOS, G. A; GUERRA, J.G.M. Métodos químicos e físicos. In: SANTOS, G. A;
CAMARGO, F. A. O. (Ed.) Fundamentos da matéria orgânica do solo: ecossistemas
tropicais e subtropicais. Porto Alegre: Gênesis, 1999, p. 267-289.
SCHMIDT, M.W.I.; NOACK, A.G. Black carbon in soils and sediments: analysis,
distribution, implications, and current challenges. Global Biochem Cycles. v. 14, p.
777-793, 2000.
SIMPSON, M. J.; HATCHER, P. G. Overestimates of black carbon in soils and
sediments. Naturwissenschaften, v. 91, p. 436–440, 2004.
SMERNIK, R. J.; SKJEMSTAD, J. O.; OADES, J.M. Virtual fractionation of charcoal from
soil organic matter using solid state 13C NMR spectral editing. Australian Journal of
Soil Research, v. 38, p. 665-683, 2000.
SMITH, N. J. H. Anthrosols and human carrying capacity in Amazonia. Annals of the
Association of American Geography, v. 70, p. 553-566, 1980.
SOMBROEK, W. G. Amazon Soils: A reconnaissance of the Soils of the Brazilian
Amazon region. In: CENTRE FOR AGRICULTURAL PUBLICATIONS AND
DOCUMENTATIONS, Dissertation, Vol. 672, 1966, 292 p.
SOMBROEK, W. G; Ruivo, M. D. L.; FEARNSIDE, P. M.; GLASER, B.; LEHMANN, J.
Amazonian Dark Earths as carbon stores and sinks. In: LEHMAN, J; KERN, D.C.;
GLASER, B.; WOODS, W (Org.). Amazonian Dark Earths Origin, Properties, and
Management. Dordrecht, Kluwer Academic Publisher. 2003, p. 125-139.
SOHI, S.P.; MAHIEU, N.; ARAH, J.M.R.; POWLSON, D.S.; MADARI, B.; GAUNT, J.L. A
procedure for isolating soil organic matter fractions suitable for modeling. Soil Science
Society American Journal, v. 65, p. 121-1128, 2001.
SWIFT, R. S. Organic matter characterization. In: SPARKS, D. L.; PAGE, A. L.;
HELMKE, P. A.; LOEPPERT, R. H.; SOLTANPOUR, P. N.; TABATABAI, M. A.;
JOHNSTON, C. T.; SUMNER, M. E. (Ed.) Methods of soil analysis. Madison: Soil
Science Society of America/ American Society of Agronomy, Soil Science Society of
America Book Series, v. 5, p.1011-1020, 1996.
TEIXEIRA, W.G.; MARTINS G. C. Estabilidade de agregados como indicador da
qualidade física do solo em terra preta de índio. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
CIÊNCIA DO SOLO, 29, 2003, Ribeirão Preto. Anais ... Ribeirão Preto: Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, 2003, p. 1-5.
TEIXEIRA, W.G.; MARTINS, G. C. Soil physical characterization. In: LEHMAN et al.,
Amazonian Dark Earths. Dordrecht: Kluwer Academic Publisher, 2003, p. 271-286.
TISDALL, J.M.; OADES, J.M. Organic matter and water-stable aggregates in soils.
Journal of Soil Science, v. 33, p. 141-163, 1982.
ULERY, A. L.; GRAHAN R. C.; BOWEN, L. H. Forest fire effects on phyllosilicates in
California. Soil Science Society of America Journal. v. 60, p. 309-315, 1996.
VIEIRA, L.S.; SANTOS, P.C.T.C. Amazônia: seus solos e outros recursos naturais.
São Paulo: Editora Ceres, 1987, 416 p.
VOLKOFF, B.; ANDRADE, M. J. Caracterização da matéria orgânica de alguns solos
ferralíticos do Estado da Bahia: aplicação de um método de fracionamento das
substâncias húmicas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 15,
1976, Campinas. Anais ... Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1976,
p.116-126.
VOLKOFF, B. Natureza do húmus nos latossolos distróficos da Bahia. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 2, p. 59-63, 1978.
VOLKOFF, B.; CERRI, C. C. L`humus des sols du Brésil: nature et relation avec
l`environnement. Cahiers ORSTOM,rie Pédologie, Paris, v. 24, n. 2, p. 83-95, 1988.
WENDLING, B.; JUCKSCH, I.; Mendonça, E. de Sá; NEVES, J.C.L. Carbono orgânico e
estabilidade de agregados de um Latossolo Vermelho sob diferentes manejos.
Pesquisa Agropecuária brasileira, v.40, n° 5, p.487-494, 2005.
WOODS, W. I.; MCCANN, J. M. The anthropogenic origin and persistence of
Amazonian Dark Earths. The Yearbook of the Conference of Latin American
Geographers, Washington, D.C., v. 25, p. 7-14, 1999.
WOODS, W.I.; MCCANN, J.M. El origen y persistencia de las tierras negras de la
Amazonía. In: HIRAOKA, M.; MORA, S (eds.), Desarrollo Sostentible en la
Amazonía. La Paz: Flutz editora, 2001, p. 23-30.
YOEMANS, J.C.; BREMNER, J.M. A rapid and precise method for routine determination
of organic carbon in soil. Communication Soil Science and Plant Analysis, v. 19, n.
13, p.1467-1476, 1988.
ZECH, W; HAUMAIER, L.; HEMPFLING, R. Ecological aspects of soil organic matter in
tropical land use. In: McCARTHY, P. et al. (Ed.). Humic substances in soil and crop
sciences: selected Reedings. Madison: ASA: SSSA, 1990, p.187-201.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo