Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Campus de Rio Claro
C
C
O
O
M
M
P
P
A
A
R
R
T
T
I
I
M
M
E
E
N
N
T
T
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
M
M
O
O
R
R
F
F
O
O
T
T
E
E
C
C
T
T
Ô
Ô
N
N
I
I
C
C
A
A
D
D
A
A
A
A
L
L
T
T
A
A
M
M
O
O
G
G
I
I
A
A
N
N
A
A
P
P
A
A
U
U
L
L
I
I
S
S
T
T
A
A
(
(
N
N
O
O
R
R
D
D
E
E
S
S
T
T
E
E
D
D
O
O
E
E
S
S
T
T
A
A
D
D
O
O
D
D
E
E
S
S
Ã
Ã
O
O
P
P
A
A
U
U
L
L
O
O
)
)
C
C
l
l
a
a
y
y
t
t
o
o
n
n
R
R
i
i
c
c
a
a
r
r
d
d
o
o
J
J
a
a
n
n
o
o
n
n
i
i
Orientador: Prof. Dr. Norberto Morales
Dissertação de Mestrado elaborada junto
ao curso de Pós-Graduação em
Geociências - Área de Concentração em
Geologia Regional, para obtenção do
Título de Mestre em Geociências.
Rio Claro (SP)
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
551.8 Janoni, Clayton Ricardo
J35c Compartimentação morfotectônica da Alta Mogiana
Paulista (nordeste do estado de São Paulo) / Clayton
Ricardo Janoni. – Rio Claro : [s.n.], 2007
120 f. : il., gráfs., tabs., fots., mapas.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista,
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Orientador: Norberto Morales
1. Geologia estrutural. 2. Morfotectônica. 3.
Geomorfologia. 4. Geologia. 5. Neotectônica. I. Título.
Ficha Catalográfica elaborada pela STATI – Biblioteca da UNESP
Campus de Rio Claro/SP
ads:
Comissão Examinadora
Prof. Dr. Norberto Morales (orientador)
UNESP – Universidade Estadual Paulista
IGCE/DPM
Prof. Dr. Jairo Roberto Jimenes-Rueda
UNESP – Universidade Estadual Paulista
IGCE/DPM
Prof. Dra. Mirna Aparecida Neves
UFES – Universidade Federal do Espírito Santo
CCA/Geologia
Rio Claro, 08 de Junho de 2007
i
DEDICATÓRIA
Dedico este precioso fruto da minha vida ao
meu saudoso pai Paulo Janoni (in
memorian) e a minha querida mãe Elza
Janoni por sempre estarem ao meu lado,
seja física ou espiritualmente.
ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, sou eternamente grato a Deus, meu guia em todos os
momentos de minha vida, por ter me confiado esta missão em prol do meu maior
desejo, de poder um dia, ensinar aos meus próximos, esta ciência fantástica
chamada Geologia.
Agradeço ao meu orientador e amigo Professor Dr. Norberto Morales, pelo
incentivo, ajuda e acima de tudo, a orientação desta pesquisa, minha sincera
admiração profissional a você.
Ao CNPq pela ajuda financeira para desenvolvimento deste estudo.
Agradeço com todo amor do mundo à minha mãe e a minha avó, que após
tantas perdas na vida, por estarem sempre ao meu lado, hoje se emocionam com
esta obra, vocês merecem todo o carinho e amor do mundo.
Às minhas irmãs e aos meus sobrinhos, agradeço por terem tido tanta
paciência e solidariedade comigo neste momento de extrema concentração para a
conclusão deste trabalho.
Aos meus tios que sempre acreditaram em mim e hoje podem vibrar comigo
deste momento tão especial.
Aos meus eternos amigos, companheiros e irmãos, Valmir, Jonas, Luciana e
Daniel, um muito obrigado do tamanho da Terra, pela força, incentivo e amizade de
vocês. Uma parte deste trabalho é fruto de vocês também, meus amigos.
Agradeço em especial à ecóloga Miriam Grejanin que, após muito tempo,
vivendo as alegrias e tristezas de uma vida acadêmica, lutamos muito, pois não
tivemos tantas regalias em nossa fase de graduação, mas tivemos a maior das
virtudes que um ser humano merece, o direito de vencer na vida, e sermos
profissionais, dispostos de companheirismo e vontade de ajudar aos nossos
próximos – muito obrigado a você.
Um agradecimento também muito especial a todas as meninas da República
Conchas-Maresia, onde eu pude conviver por um tempo, e poder compartilhar de
momentos fantásticos de alegria, risadas e finais de TCC’s, vão aqui meus sinceros
agradecimentos a todas pela amizade e carinho de vocês: Maitê BR, Rita Helena,
Carol do Dundas, Luiza Hewer.
iii
Agradeço aos meus incríveis amigos da Pós-Graduação em Geociências
pela amizade que perdurará até o final de nossas vidas profissionais, obrigado pela
força e experiência de vocês neste momento de conclusão do meu estudo.
Agradeço a todos os funcionários da Unesp e em especial, às funcionárias
da Pós-Graduação, obrigado por tudo o que vocês fizeram por mim nestes dois
anos.
Agradeço a todos os meus amigos de fé e irmãos camaradas da Moradia
Estudantil da Unesp - Rio Claro, em especial à Casa 7, por terem suportado minhas
neuroses de pós-graduando durante muito tempo, e também por terem me recebido
com tanto afeto em meu regresso a Rio Claro, muito obrigado a todos.
E por fim, agradeço aos meus amigos da Casa de Aluguel A3 da Unesp-Rio
Claro, que compartilharam comigo dos últimos momentos na elaboração final desta
obra.
iv
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Cecília Meirelles
v
RESUMO
A atividade neotectônica no globo terrestre é responsável por importantes
processos geológicos recentes controlando a evolução de paisagens, associada à
reativação episódica de zonas de fraqueza crustal, responsáveis diretas por estes
processos, marcando os principais sítios de deformação. Os estudos morfotectônicos
inseridos na temática neotectônica subsidiam importantes investigações aplicadas à
Geomorfologia e contribuem para o entendimento da evolução do relevo e da implantação
de bacias de drenagem controladas pelas formas e estruturas. A Alta Mogiana Paulista
(Altinópolis/Batatais/Serrana) corresponde à região nordeste do estado de São Paulo, é alvo
de estudos geológicos e geomorfológicos direcionados para o contexto da evolução
paisagem local. No contexto geológico a região esta inserida em domínios da Bacia do
Paraná, com litologias dominantes do Mesozóico e do Cenozóico. A área apresenta uma
estrutura simples, na forma de um grande monoclinal com mergulho para NW, afetado por
falhas normais e transcorrentes, responsáveis pelo arranjo da drenagem e das formas de
relevo. O padrão de fraturamento das rochas da Alta Mogiana Paulista apresentam um
predomínio de lineamentos com direção N-S e E-W e, com menor importância, nas direções
NE e NW. As principais unidades geomorfológicas mapeadas foram: colinas amplas e
médias, escarpas, serras alongadas e morros testemunhos inseridos na província das
Cuestas Basálticas. No quadro morfotectônico, os principais fatores que ilustram esta
compartimentação estão impressos no rearranjo da drenagem na forma de capturas e
anomalias na porção central da área de estudo, com direções NE para os alinhamentos
destas feições. As coberturas sedimentares superficiais recobrem toda área de estudo, com
maiores concentrações nas superfícies cimeiras no topo dos planaltos e recobrindo os níveis
colinosos das depressões. A evolução geológica – geomorfológica da Alta Mogiana Paulista
foi balizada por falhamentos transcorrentes E-W responsáveis pela orientação das cuestas,
na forma de elevadas escarpas, além das falhas transcorrentes N-S responsáveis pelo
rearranjo das duas principais bacias de drenagem, a do rio Pardo e do rio Sapucaí-Mirim. O
arranjo das bacias de drenagem destes rios expressa um regime tectônico geral de abertura
de direção NW, balizado pelas transcorrências EW, indicando atuação do regime
neotectônico.
PALAVRAS-CHAVE: Neotectônica - Alta Mogiana – Geologia – Geomorfologia
Morfotectônica
vi
ABSTRACT
The neotectonic activity in the globe is responsible for important recent geologic processes
controlling the landscapes evolution associated to episodic reactivation of zones of crustal
weakness. Those structures make strong control for the processes, marking the major sites
of strain concentration. The morphotectonic studies inserted in the thematic of Neotectonics
subsidize important inquiries applied to the Geomorphology and contribute to the
understanding of the relief evolution and the implantation of the drainage basins controlled by
geological bodies and structures. The Alta Mogiana Paulista region
(Altinópolis/Batatais/Serrana) in the northeastern of São Paulo State was the target of
geologic and geomorphologic studies directed to the local landscape evolution context. In the
geologic context the region is inserted into the Paraná Basin domains exhibiting lithologies
from Mesozoic and Cenozoic times. The studied area shows a simple structure of a great
monocline dipping towards NW affected by normal and transcurrent faults responsible by the
framework of the drainage and relief forms. In the Alta Mogiana Paulista rock fractures
pattern predominate lineaments directed N-S and E-W and the NE and NW are less
important. The principal geomorphologic mapped units were ample and middle hills, scarps,
elongated ranges and residual hills inserted into the Basaltic Cuestas Province. In the
geomorphologic picture the principal factors that illustrate this compartmentation are printed
in the rearrangement of the drainage elements forming river captures and anomalies in the
central portion of the studied area aligned along the NE direction. The surface sedimentary
covers are recognized along all the area most concentrated in the high planes and covering
the hills level into the depressed areas. The geologic and geomorphologic evolution of the
Alta Mogiana Paulista region was lead by EW transcurrent faults responsible to the cuestas
orientation forming elevated scarps and also the N-S transcurrent faults that promote the
rearrangement of the two principal drainage basins of the Pardo river and the Sapucaí-Mirim
river. The array of the drainage basins of those two rivers expresses a tectonic regime of
opening of the NW fractures limited by the EW transcurrent faults indicating the action of the
neotectonic regime.
KEYWORDS: Neotectonics – Alta Mogiana – Geology – Geomorphology –
Morphotectonics.
vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
Figura 1.1 - Mapa de Localização da Alta Mogiana Paulista, com destaque para as
principais bacias hidrográficas, rodovias de acesso e os principais sub-ramais da
Estrada de Ferro Mogiana..........................................................................................05
Figura 1.2 - Imagem de satélite da Alta Mogiana Paulista, com relevo digital
sombreado destaque para as principais cidades e a rede de
drenagem...................................................................................................................06
Figura 1.3 - Fluxograma dos métodos de trabalho identificando as principais etapas,
procedimentos e os principais produtos decorrentes.................................................09
CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 2.1 - Mapa Geológico simplificado do estado de São Paulo com destaque
para Alta Mogiana Paulista e as principais rodovias do estado.................................13
Figura 2.2 - Mapa Geológico simplificado da porção Sudeste do Brasil mostrando as
mais importantes seqüências litoestratigráficas, extraído de MORALES
(2005).........................................................................................................................16
Figura 2.3 - Coluna Estratigráfica da Bacia do Paraná para a região nordeste do
estado de São Paulo, modificado de MILANNI et al. (1994)......................................22
Figura 2.4 – Mapa Geomorfológico do estado de São Paulo (ALMEIDA,
1964)..........................................................................................................................26
Figura 2.5 - Mapa de feições geomórficas do nordeste paulista com destaque para
os principais domínios geomorfológicos.....................................................................28
CAPÍTULO III – UNIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS LOCAIS
Figura 3.1 – Feições gerais da Formação Pirambóia................................................36
Figura 3.2 – Feições gerais da Formação Botucatu..................................................38
Figura 3.3 – Feições gerais da Formação Serra Geral.............................................40
Figura 3.4 – Feições gerais das rochas básicas intrusivas.......................................42
viii
Figura 3.5 – Mapa Geológico da Alta Mogiana Paulista............................................43
Figura 3.6 – Seções Geológicas da Alta Mogiana Paulista.......................................44
Figura 3.7 – Feições gerais da Formação Itaqueri....................................................46
Figura 3.8 – Seção estratigráfica modelo, representando as litologias da Formação
Itaqueri levantada nas proximidades de Batatais.......................................................47
Figura 3.9 – Feições gerais das Coberturas Terciárias e Quaternárias
indiferenciadas...........................................................................................................49
Figura 3.10 – Unidades de relevo dos Planaltos de Altitude.....................................52
Figura 3.11 – Planaltos de Altitude da Alta Mogiana Paulista visto em imagens
SRTM-Embrapa, com destaque para as principais unidades geomorfológicas
presentes nestes domínios........................................................................................53
Figura 3.12 – Unidades de relevo das Escarpas......................................................55
Figura 3.13 – Escarpas da Alta Mogiana Paulista vistas em imagens SRTM-
Embrapa, com destaque para as principais unidades geomorfológicas presentes
nestes domínios.........................................................................................................56
Figura 3.14 – Unidades de relevo das Depressões...................................................58
Figura 3.15 – Depressões da Alta Mogiana Paulista vistas em imagens SRTM-
Embrapa, com destaque para as principais unidades geomorfológicas presentes
nestes domínios.........................................................................................................59
Figura 3.16 – Unidades de relevo das Planícies.......................................................61
Figura 3.17 – Planícies da Alta Mogiana Paulista vistas em imagens SRTM-
Embrapa, com destaque para as principais unidades geomorfológicas presentes
nestes domínios.........................................................................................................62
Figura 3.18 – Mapa Geomorfológico da Alta Mogiana Paulista................................63
Figura 3.19 – Distribuição das principais unidades de relevo na Alta Mogiana
Paulista.......................................................................................................................64
ix
CAPÍTULO IV – ANÁLISE ESTRUTURAL
Figura 4.1 Mapa de Juntas e Fraturas gerais da área de estudo...........................66
Figura 4.2 - Diagrama das fraturas ou juntas geral da área da estudada, definindo as
principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério
inferior).......................................................................................................................68
Figura 4.3 – Mapa de Domínios Estruturais da Alta Mogiana Paulista.....................70
Figura 4.4 – Diagramas de freqüências das principais famílias de juntas ou fraturas
presentes em cada unidade geológica mapeada......................................................71
Figura 4.5 - Diagrama das fraturas do Domínio Norte da área estudada, indicando
as principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério
inferior).......................................................................................................................73
Figura 4.6 - Diagrama das fraturas do Domínio Central da área estudada, indicando
as principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério
inferior).......................................................................................................................74
Figura 4.7 - Diagrama das fraturas do Domínio Sul da área estudada, indicando as
principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério
inferior).......................................................................................................................75
Figura 4.8 - Diagrama de freqüências das falhas totais da área de estudo, indicando
as principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério
inferior).......................................................................................................................77
Figura 4.9 - Diagrama de freqüências das falhas normais da área de estudo,
indicando as principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no
hemisfério inferior).....................................................................................................78
Figura 4.10 - Distribuição das falhas normais e inversa e de lineamentos regionais e
de detalhe (1:60.000 e 1:250.000), na Alta Mogiana Paulista...................................79
Figura 4.11 - Diagrama de freqüências das falhas transcorrentes dextrais e sinistrais
da área de estudo, indicando as principais famílias e suas orientações preferenciais
(projeção no hemisfério inferior)................................................................................80
Figura 4.12 - Distribuição das falhas transcorrentes dextrais, sinistrais e de
lineamentos regionais e de detalhe (1:60.000 e 1:250.000), na Alta Mogiana
Paulista......................................................................................................................81
x
CAPÍTULO V – MORFOTECTÔNICA
Figura 5.1A - Esboço morfológico e interpretações dos padrões de drenagem
(HOWARD, 1967, compilado por FERREIRA, 2001 e extraído de MORALES,
2005)..........................................................................................................................85
Figura 5.1B - Esboço morfológico e interpretações dos padrões de drenagem
(HOWARD, 1967, compilado por FERREIRA, 2001 e extraído de MORALES,
2005)..........................................................................................................................86
Figura 5.2 – Rede hidrográfica da Alta Mogiana Paulista, com destaque para as
principais drenagens..................................................................................................88
Figura 5.3 – Mapa Morfoestrutural da Alta Mogiana Paulista....................................90
Figura 5.4 – Mapa Morfotectônico da Alta Mogiana Paulista....................................92
Figura 5.5 – Feições de rearranjo da drenagem na Alta Mogiana Paulista..............94
Figura 5.6 – Modelo Digital exibindo as falhas que controlam os compartimentos
morfotectônicos da Alta Mogiana Paulista.................................................................97
Figura 5.7 – Limite entre os três compartimentos geomorfológicos na porção central
da área de estudo.....................................................................................................100
Figura 5.8 – Limite entre as escarpas e colinas na bacia do rio Sapucaí-
Mirim.........................................................................................................................100
Figura 5.9 – Extenso campo de colinas médias e amplas na porção sul da área na
região de Serrana.....................................................................................................100
CAPÍTULO VI - EVOLUÇÃO MORFOTECTÔNICA GEOLÓGICA-
GEOMORFOLÓGICA DA ALTA MOGIANA PAULISTA
Figura 6.1: Modelo evolutivo de blocos morfotectônicos da Alta Mogiana
Paulista.....................................................................................................................107
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1: Folhas Topográficas utilizadas na pesquisa...........................................07
xii
SUMÁRIO
Páginas
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO..................................................................................01
1.1 – JUSTIFICATIVAS DO TEMA PROPOSTO.......................................................01
1.2 – OBJETIVOS .....................................................................................................02
1.3 – ÁREA DE ESTUDO...........................................................................................03
1.4 – MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................04
CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................10
2.1 – NEOTECTÔNICA..............................................................................................10
2.1.1 - O Quadro Neotectônico Brasileiro...................................................................10
2.2 – QUADRO GEOLÓGICO-GEOTECTÔNICO.....................................................12
2.2.1 – Bacia do Paraná.............................................................................................13
2.2.1.1 - Empilhamento Litoestratigráfico...................................................................14
2.2.1.1.1 - Grupo São Bento.......................................................................................15
2.2.1.1.2 – Seqüências Sedimentares Suprabasálticas.............................................19
2.2.1.1.3 – Coberturas Terciárias e Quaternárias Indiferenciadas.............................22
2.3 – QUADRO GEOMORFOLÓGICO......................................................................24
2.3.1 – O Relevo da Alta Mogiana Paulista...............................................................24
2.3.2 – Contexto Geomorfológico Regional...............................................................24
2.3.2.1 – Depressão Periférica...................................................................................24
2.3.2.2 – Cuestas Basálticas......................................................................................29
2.3.3 – Superfícies de Aplainamento.........................................................................31
2.3.3.1 – Superfície Sul-Americana...........................................................................32
CAPÍTULO III – UNIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS LOCAIS....34
3.1 – APRESENTAÇÃO.............................................................................................34
3.2 – UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS.............................................................34
3.2.1 – Formação Pirambóia......................................................................................34
3.2.2 – Formação Botucatu........................................................................................37
3.2.3 – Formação Serra Geral e Intrusivas Básicas Associadas...............................39
3.2.4 – Formação Itaqueri..........................................................................................41
xiii
3.2.5 – Coberturas Terciárias e Quaternárias Indiferenciadas..................................48
3.3 – UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS OU DE RELEVO.....................................50
3.3.1 – Domínio dos Planaltos de Altitude.................................................................50
3.3.2 – Domínio das Escarpas...................................................................................54
3.3.3 – Domínio das Depressões...............................................................................57
3.3.4 – Domínio das Planícies....................................................................................60
CAPÍTULO IV – ANÁLISE ESTRUTURAL................................................................65
4.1- ESTRUTURAS....................................................................................................65
4.2 – ANÁLISE DO FRATURAMENTO......................................................................65
4.2.1 – Domínios Estruturais......................................................................................68
4.2.1.1 – Domínio Norte.............................................................................................72
4.2.1.2 – Domínio Central...........................................................................................72
4.2.1.3 – Domínio Sul.................................................................................................73
4.3 – FALHAS.............................................................................................................75
4.3.1 – Falhas Normais e Inversas.............................................................................76
4.3.2 – Falhas Transcorrentes Dextrais e Sinistrais...................................................80
CAPÍTULO V – MORFOTECTÔNICA.......................................................................82
5.1 - MORFOESTRUTURA E MORFOTECTÔNICA.................................................82
5.2 – ANÁLISE DA DRENAGEM (Catachments).......................................................83
5.2.1 – A Rede de Drenagem da Alta Mogiana Paulista............................................84
5.3 – QUADRO MORFOESTRUTURAL....................................................................87
5.4 – QUADRO MORFOTECTÔNICO.......................................................................89
5.4.1 – Capturas de Drenagem..................................................................................91
5.4.1.1 – Rearranjo da Drenagem na Alta Mogiana Paulista.....................................93
5.5 – COMPARTIMENTOS MORFOTECTÔNICOS..................................................95
5.5.1 – Compartimento Planáltico ou dos Caiapós....................................................96
5.5.2 – Compartimento das Escarpas ou dos Xavantes............................................98
5.5.3 – Compartimento das Depressões ou dos Baetatás.........................................99
CAPÍTULO VI – EVOLUÇÃO MORFOTECTÔNICA GEOLÓGICA-
GEOMORFOLÓGICA DA ALTA MOGIANA PAULISTA........................................101
xiv
6.1 - EVOLUÇÃO GEOLÓGICA...............................................................................101
6.2 – EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA.................................................................103
6.2.1 – Fases de aplainamento na Alta Mogiana Paulista.......................................104
6.2.2 – Relações tectônicas.....................................................................................105
6.3 – EVOLUÇÃO MORFOTECTÔNICA.................................................................106
CAPÍTULO VII – CONCLUSÕES............................................................................109
CAPÍTULO VIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................111
xv
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
1
I – INTRODUÇÃO
1.1
- JUSTIFICATIVAS AO TEMA PROPOSTO
Atualmente, inúmeras investigações e pesquisas envolvendo a evolução de
paisagens indicam expressivos subsídios aplicados ao conhecimento da ciência
geomorfológica, em especial àquelas ligados à atividade tectônica recente. Assim,
estes estudos buscam demonstrar que antigos movimentos da crosta são
recorrentes ao longo do tempo por meio das zonas de fraqueza crustal,
responsáveis diretos por estes processos, expressos através de estruturas refletidas
na paisagem, como afirma FERREIRA (2001).
A morfotectônica está diretamente implícita nesta análise geomorfológica,
segundo uma abordagem estrutural, trazendo contribuições importantes para a
descrição do relevo através da litoestratigrafia, das feições estruturais e da
movimentação tectônica, como destacado por vários autores como HASUI (1990),
SAADI (1993), FACINCANI (1994, 1999), RICCOMINI (1995), PIRES NETO (1996),
SILVA (1997), SOUSA (1997) e LIMA (1999), entre outros.
Estudos tectônicos em sedimentos cenozóicos nas bacias sedimentares
confirmam a existência expressiva de falhas, tanto condicionando a deposição
destes sedimentos quanto sendo responsáveis pelo modelamento do relevo, através
de morfoestruturas neógenas controladoras de sítios coluvionares e aluvionares.
Em se tratando destes aspectos neotectônicos, estas falhas estão
relacionadas aos movimentos dos últimos episódios da história geológica, que no
Brasil correspondem aos processos posteriores à Reativação da Plataforma Sul-
Americana (SCHOBBENHAUS e CAMPOS, 1984) ou Wealdeniana (ALMEIDA,
1967), relacionados à migração da Placa Sulamericana em sua deriva para oeste,
portanto da Neotectônica (HASUI, 1990).
A proposta inicial de contribuição deste estudo em uma área pouco
investigada geologicamente, como a borda nordeste da Bacia do Paraná, vem ao
encontro direto da necessidade de caracterização do modelamento do relevo, no
expressivo compartimento geomorfológico do estado de São Paulo, denominado
Cuestas Basálticas (ALMEIDA, 1964). Nesse sentido, o presente trabalho foi
direcionado à criação de um modelo morfotectônico evolutivo através da análise da
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
2
paisagem da região designada historicamente de Alta Mogiana Paulista, devido a
grande influência da Estrada de Ferro Mogiana no desenvolvimento econômico e na
produção cafeeira da região nordeste do estado de São Paulo.
Para isto, torna-se necessário estudar a influência da Neotectônica na
evolução geomorfológica da área, por meio da análise da drenagem, das feições de
relevo geradas a partir de grandes descontinuidades das rochas, bem como da
análise da distribuição de áreas de erosão e sedimentação, como sugere FERREIRA
(2001), enfatizando o reconhecimento de falhas “neoformadas” ou reativadas como
condicionantes da compartimentação geomorfológica. Este estudo procura contribuir
para o entendimento dos processos modeladores do relevo na forma de uma análise
morfotectônica em uma região com paisagens privilegiadas no contexto geológico
regional.
Em síntese, o desenvolvimento deste estudo visa o enriquecimento do
conhecimento científico da morfotectônica e propõe uma estruturação da pesquisa
fundamentada essencialmente nos dois eixos mais importantes que servem como
embasamento teórico para o cumprimento da proposta inicial: os aspectos
geológico-tectônicos e os aspectos geomorfológicos da Alta Mogiana Paulista.
A abordagem conceitual consiste na investigação tectônica da evolução
geomorfológica de uma região, como proposta inicial deste estudo, buscando o
desenvolvimento da investigação baseada nos dados geológicos e geomorfológicos
da Alta Mogiana Paulista, aplicados então os métodos adequados para tanto. O
estudo do relevo e da drenagem são ferramentas ideais para a criação de um
modelo evolutivo geológico-geomorfológico, através da compartimentação
morfotectônica e da caracterização da paisagem associada ao quadro tectônico
responsável por esta compartimentação.
1.2
– OBJETIVOS
O objetivo principal deste estudo é a contribuição para o entendimento da
evolução geológica-geomorfológica desde o Mesozóico Superior da porção nordeste
do Estado de São Paulo, com a influência dos grandes compartimentos
geomorfológicos: Depressão Periférica, Cuestas Basálticas e o Planalto Ocidental,
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
3
com enfoque principal dirigido para o papel da Neotectônica no controle da formação
das Cuestas Basálticas.
Para melhor caracterização e entendimento do tema, são definidos os
seguintes objetivos específicos deste estudo:
hCaracterização do meio físico, em termos dos constituintes geológicos e sua
estruturação, com ênfase nas coberturas superficiais cenozóicas;
hReconhecimento e mapeamento das coberturas sedimentares superficiais
existentes na área;
hCaracterização do relevo e da drenagem, em termos de padrões, anomalias e
compartimentação;
hReconstituição da evolução geológica e geomorfológica da área, segundo uma
avaliação da influência tectônica cenozóica na compartimentação morfotectônica.
1.3
- ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo está situada geograficamente no setor nordeste do Estado
de São Paulo, abrangendo aproximadamente 2.912 km
2
de área física total, estando
entre as coordenadas 20° 45' 00" e 21° 15' 00" de latitude S, e entre 47° 15' 00" e
47° 45' 00" de longitude W. Abrange as seguintes cartas topográficas na escala
1:50.000: Folha Batatais (SF-23-V-A-IV-4/IBG-1972), Folha Altinópolis (SF-23-V-C-II-
1/IBG-1971), Folha Serrana (SF-23-V-C-I-2/ IBG-1979) e Folha Esmeril (SF-23-V-A-
V-3/IBG-1972), como expressa a Figura 1.1.
O acesso à área de estudo, tendo como ponto de partida a cidade de São
Paulo, configura-se pela SP-330 (rodovia Anhanguera) até a cidade de Ribeirão
Preto, seguindo posteriormente, ou pela SP-334 (rodovia Cândido Portinari) até a
cidade de Batatais, ou pela SP-333 (rodovia Abraão Assed) até a cidade de Serrana,
e finalmente o acesso é realizado pela SP-351 (rodovia Altino Arantes) até a cidade
de Altinópolis, próximo à divisa do Estado de Minas Gerais.
As principais estruturas de relevo ou acidentes geográficos presentes na área
de estudo correspondem à Serra das Araras, que serve como divisor regional de
águas, separando as bacias dos rios Pardo e Sapucaí-Mirim, e às Serra do Major
Claudiano e da Vazante, que limitam a área com outras bacias secundárias, tais
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
4
como a bacia do rio Santa Bárbara e bacia do rio Pinheirinho. Ocorrem áreas de
depressões regionais, como a Depressão do rio Pardo e a Depressão do rio
Sapucaí-Mirim. A Figura 1.2 exibe de maneira clara a configuração do relevo através
de imagem de satélite (MIRANDA et al. 2004), além de toda rede hidrográfica em
escala 1:50.000.
1.4 – MATERIAIS E MÉTODOS
O enfoque proposto para o entendimento da evolução morfotectônica
cenozóica se apoia em elementos geomorfológicos e geológicos e nos seus
possíveis condicionantes estruturais. A história evolutiva dos episódios geológicos
ocorridos no Cenozóico tem como suporte evidências geomorfológicas, estruturais,
litoestratigráficas e pedológicas reconhecidas regionalmente, nesta tentativa de
reconhecimento dos processos tectônicos na influência da paisagem local.
É necessário reconstruir o pensamento geológico por meio da evolução do
relevo a partir das relações existentes entre as morfoestruturas e a Neotectônica,
direcionando o estudo de maneira conjunta entre métodos geológicos e
geomorfológicos para o entendimento da morfotectônica na evolução da paisagem.
As atividades propostas para o desenvolvimento deste estudo buscam alcançar os
objetivos anteriormente referidos, sendo expressas em síntese na Figura 1.3.
As atividades foram iniciadas com o levantamento das informações
bibliográficas básicas (regional e local) através da coleta de informações referentes a
assuntos abordados neste estudo, bem como, aquelas direcionadas à área
analisada. Em um segundo momento procedeu-se à coleta de materiais
cartográficos e produtos de sensores remotos, incluindo a aquisição das cartas
topográficas em escala 1:50.000, a partir de 1971 (IBG), das Folhas Altinópolis,
Esmeril, Batatais, Serrana (Tabela 1.1), aquisição de fotografias aéreas em escala
1:60.000/ Força Aérea Brasileira (1965), imagens de monitoramento por satélite da
Embrapa na escala 1:25.000 (MIRANDA et al. 2004).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
5
Figura 1.1: Mapa de Localização da Alta Mogiana Paulista, com destaque para as
principais bacias hidrográficas, rodovias de acesso e os principais sub-ramais da
Estrada de Ferro Mogiana.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
6
Figura 1.2: Imagem de satélite da Alta Mogiana Paulista, com relevo digital
sombreado, com destaque para as principais cidades e a rede de drenagem (Fonte:
Miranda et al. 2004).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
7
Tabela 1.1: Folhas Topográficas utilizadas na pesquisa
LOCALIDADE FOLHA EDITOR ANO ESCALA
Altinópolis SF-23-V-C-II-1 IBG 1971 1:50.000
Batatais SF-23-V-A-IV-4 IBG 1972 1:50.000
Esmeril SF-23-V-A-V-3 IBG 1972 1:50.000
Serrana SF-23-V-C-I-2 IBG 1979 1:50.000
Posteriormente, seguiu-se a etapa de fotointerpretação e levantamento das
características físicas e geográficas da área, além da elaboração definitiva de alguns
produtos cartográficos. Após a realização das etapas preliminares aos trabalhos de
campo, foi necessário o desenvolvimento das etapas de compilação e planejamento
de mapas temáticos na escala 1:50.000, para auxiliar e dar suporte às
interpretações. Nesta etapa foram desenvolvidos:
- Mapa Geológico: compilação do quadro litoestratigráfico e das estruturas,
baseadas em fontes cartográficas preexistentes (SOARES et al. 1973;
RADAMBRASIL, 1974; JANONI 2003);
- Mapa Geomorfológico: compilação do quadro geomorfológico geral com as
principais formas de relevo, baseadas em IPT (1981);
- Mapa de Drenagem: inclusão dos cursos d'água permanentes ou temporários, a
partir das cartas topográficas em escala 1:50.000, fotografias aéreas em escala
1:60.000 e imagens de satélite na escala 1:250.000;
- Mapa de Lineamentos: elaboração dos lineamentos através das anomalias de
drenagem e relevo, baseadas em cartas topográficas, fotografias aéreas e
imagens de satélite, conforme critérios aplicados por SOARES & FIORI (1976);
- Mapa Hipsométrico: produção de mapas de relevo a partir das cartas
topográficas na escala 1:50.000.
Com a produção dos mapas anteriormente citados, a próxima etapa
correspondeu ao levantamento de dados em trabalhos de campo. O objetivo da
realização dos trabalhos de campo é a análise direta do material a ser amostrado e a
coleta de dados e informações necessárias ao desenvolvimento deste estudo. As
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
8
análises geológicas foram realizadas pela observação direta de afloramentos,
principalmente com coberturas cenozóicas, além da coleta de dados estruturais
(descontinuidades e acamamento). Quanto às análises geomorfológicas, outros
métodos foram utilizados, tais como a observação detalhada de toda rede de
drenagem, além das formas geomorfológicas e dos aspectos morfológicos de
superfície.
Após a coleta de dados geológicos e estruturais nos trabalhos de campo, o
próximo passo correspondeu à digitalização dos mapas oficiais, sendo utilizado o
programa Autocad 2005,
Com as estruturas definidas e devidamente caracterizadas, o estudo
direcionou-se à criação do mapa morfoestrutural, através da delimitação dos
principais elementos morfoestruturais, além dos possíveis condicionantes
geológicos-geomorfológicos relacionados com a Neotectônica. Para a caracterização
dos condicionantes da evolução geomorfológica, foi enfatizado o padrão de
fraturamento local e regional, e aplicados tratamentos de populações de falhas para
determinação das principais famílias e suas orientações preferenciais.
Finalmente, a pesquisa se encerra com a integração final dos dados e
conclusão, através de um modelo explicativo sobre o quadro morfoestrutural da área
baseado em análises dos dados geológicos e geomorfológicos obtidos em campo.
Com estes dados foi possível estabelecer uma proposta de evolução dos eventos
tectônicos que ocorreram na área durante sua história geológica mais jovem,
destacando-se o quadro morfotectônico.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
9
Figura 1.3: Fluxograma dos métodos de trabalho identificando as principais etapas,
procedimentos e os principais produtos decorrentes.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
10
II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – NEOTECTÔNICA
O termo Neotectônica foi introduzido por OBRUCHEV (1948, apud
MESCHERIKOV, 1968) para definir os movimentos da crosta terrestre atuantes no
intervalo Terciário Superior-Quaternário. SENGÖR et al. (1982, apud SENGÖR,
1985) e PAVLIDES (1989) usam o termo para movimentos relativos ao regime
tectônico em vigor desde o último que reorganizou a tectônica em escala regional.
Para STEWART e HANCOCK (1994), os movimentos neotectônicos estariam
relacionados a regimes tectônicos que continuam ativos até o presente, sem um
limite inferior rígido, podendo reativar ou não as estruturas. A maioria dos autores
coloca o limite inferior no Neógeno (20 Ma).
Ampliando este conceito, a Comissão de Neotectônica da International
Quaternary Association (INQUA) propôs, em 1978, uma nova definição, atribuindo à
Neotectônica o estudo de qualquer movimento da Terra ou deformação do nível
geodésico de referência, seus mecanismos e origem, independentemente da idade
de início, implicações práticas e extrapolações futuras.
Segundo KELLER e PINTER (1996), a tectônica ativa consiste de processos
tectônicos que deformam a crosta terrestre numa escala de tempo significativa para
a sociedade humana, incluindo processos lentos tais como soerguimento ou
basculamento, e principalmente processos tectônicos capazes de produzir
catástrofes, como por exemplo, grandes terremotos.
A escala de tempo a ser abordada num estudo de tectônica ativa varia de
acordo com as situações encontradas, podendo ser de algumas dezenas a alguns
milhões de anos, pois a atividade tectônica contemporânea ou atual e a deformação
associada podem ser parcialmente ou, predominantemente, controladas por um
quadro tectônico mais antigo. No entanto, o intervalo entre 18 e 10 Ma, do
Pleistoceno Superior, é de grande interesse num estudo de tectônica ativa (KELLER
e PINTER, 1996).
HASUI e COSTA (1996) consideram manifestações neotectônicas no Brasil
aquelas relacionadas com a deriva da Placa Sul-Americana, excluindo as
manifestações de tectônica distensiva associadas ao processo de abertura do
Oceano Atlântico Sul, o qual se encerrou no Mioceno Médio, idade considerada pela
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
11
maioria dos autores como limite inferior do evento neotectônico. Descrevem o fim
das manifestações magmáticas, o início da sedimentação Barreiras e a última fase
da sedimentação costeira como a idade provável para o início deste regime.
2.1.1 - O Quadro Neotectônico Brasileiro
A primeira regionalização contemplando o quadro neotectônico do Brasil,
dentro de conceituação moderna, foi apresentada por HASUI (1990). Segundo o
autor, a atividade neotectônica estaria sendo ditada pela rotação da Placa Sul-
Americana para oeste, resultando em movimentos principalmente positivos e
negativos, compartimentando extensas áreas de erosão e sedimentação. Também
associada a esta movimentação, ocorreria reativação, num contexto ressurgente, de
antigas zonas de cisalhamento e suturas, através de falhas transcorrentes. As
tensões impostas são decorrentes de um binário dextral com eixos horizontais de
tensão máxima (compressão σ
1
) em torno de NW-SE e mínima (distensão σ
3
) em
torno de NE-SW, marcando um regime tectônico transcorrente.
Para HASUI (op. cit.), o início da Neotectônica no Brasil está relacionado aos
processos de deriva do continente Sul-Americano desencadeados a partir do
Terciário Médio (Mioceno), descartando portanto as manifestações de tectônica
distensiva associadas ao processo de abertura do Oceano Atlântico.
SAADI (1993), em seu ensaio de síntese do quadro neotectônico da
Plataforma Brasileira, admitiu a compartimentação do território em "microplacas"
delimitadas por descontinuidades crustais resultantes da reativação, em regime
predominantemente transcorrente, de expressivos lineamentos pré-cambrianos. Este
quadro teria se desenvolvido através de três pulsos neotectônicos, os quais estariam
relacionados com os eventos orogênicos andinos. O primeiro evento (Eoceno-
Oligoceno) marcaria o início do período neotectônico, a ele devendo-se a instalação
do Sistema de Rift da Serra do Mar, das bacias do Quadrilátero Ferrífero e o início
da sedimentação Barreiras. O segundo pulso (Plioceno) teria ocorrido em escala
global, sendo responsável pela implantação do Rift de São João Del Rei, pela
deposição das formações Guararapes e Solimões, pelo soerguimento de várias
áreas e desenvolvimento de inúmeras bacias lacustres isoladas. O terceiro pulso
(Pleistoceno Inferior a Médio) seria caracterizado pela emersão de boa parte do
litoral e basculamento das camadas do Grupo Barreiras, deslocamentos das falésias
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
12
nas regiões Norte e Nordeste, deformação e/ou inversão da Bacia de São Sebastião
da Vitória e soerguimento generalizado da Plataforma Sul Americana.
Segundo HASUI et al. (1998), a configuração atual da paisagem da região
sudeste do Brasil é resultante de uma evolução morfotectônica desencadeada a
partir do processo de fragmentação de Gondwana no final do Mesozóico, associado
a um regime tectônico extensional, o qual gerou inicialmente soerguimento regional
no Mesozóico-Paleógeno e subseqüentemente os grandes desnivelamentos de
blocos através de falhas predominantemente NW-SE geradas por distensão, que
foram responsáveis pela individualização das Serras do Mar e da Mantiqueira e pela
geração dos grábens terciários. Nesta época o sistema de drenagem no Planalto
Atlântico era pouco desenvolvido. A partir do Neogeno e alcançando o Quaternário a
região é compartimentada em grandes domínios com características transpressivas,
transtensivas ou direcionais, refletindo a partição de strain, associada ao regime
tectônico intraplaca de caráter transcorrente responsável pela atividade
neotectônica. De acordo com essa concepção, o quadro morfotectônico cenozóico
do Planalto Atlântico, segundo MORALES et. al. (1998) reflete a atuação de um
regime transpressivo.
2.2 - QUADRO GEOLÓGICO - GEOTECTÔNICO
A Alta Mogiana Paulista corresponde à região nordeste do estado de São
Paulo e ocorre junto à borda leste da Bacia Sedimentar do Paraná. Apresenta
rochas de idades que variam desde o Permo-Carbonífero até o Cretáceo Superior,
incluindo os derrames de rochas básicas intrudidos no pacote sedimentar, ocorrendo
ainda sedimentos neocenozóicos, capeando as superfícies aplainadas.
Esta porção da Bacia do Paraná sofre forte influência tectônica dos terrenos
geológicos localizados no sudoeste do estado de Minas Gerais, que apresentam
uma evolução tectônica proterozóica bastante complexa comparada à evolução
fanerozóica da bacia, conforme argumenta ALMEIDA et al.(1980).
Regionalmente, ocorrem unidades geológicas pré-cambrianas em contato
direto com uma bacia sedimentar fanerozóica que, além de apresentar um
comportamento ascensional expressivo durante o Mesozóico associado a atividades
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
13
magmáticas, apresenta também forte controle estrutural balizado pela atividade
neotectônica.
Figura 2.1: Mapa Geológico simplificado do estado de São Paulo com destaque para
a região da Alta Mogiana Paulista e as principais rodovias do estado, segundo IPT
(1981).
2.2.1 – Bacia do Paraná
A Bacia do Paraná recobre a maior parte do estado de São Paulo, sendo
considerada como uma unidade geotectônica desenvolvida sobre a Plataforma Sul-
Americana a partir do Neo-Ordoviciano. É classificada como intracratônica,
permitindo a acumulação de grande espessura de sedimentos, lavas basálticas e
sills de diabásio (IPT, 1981).
No contexto regional da área de estudo, ocorrem desde rochas sedimentares
neopaleozóicas do Super-Grupo Tubarão (Subgrupo Itararé, Formação Aquidauana
e Formação Tatuí) e do Grupo Passa-Dois (Formação Irati e Formação Corumbataí);
rochas mesozóicas do Grupo São Bento (Formação Pirambóia, Formação Botucatu
e Formação Serra Geral), além de sills de expressão regional como é o caso do Sill
Alta
Mogiana
Paulista
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
14
Borda da Mata e do Sill de Cajuru. A seqüência sedimentar se completa com as
coberturas supra-basálticas (Formação Itaqueri) e coberturas terciárias -
quaternárias indiferenciadas (colúvio-aluviais) mais recentes (SOARES et al., 1973;
IPT, 1981; HASUI e HARALYI, 1991; HELLMEISTER JR, 1997)(Figura 2.2).
Segundo SOARES et al. (1973), as formações Tatuí, Irati e Corumbataí não
são registradas no nordeste paulista, enquanto JANONI (2003) reconhece em seus
trabalhos de mapeamento na região, a ocorrência vasta da Formação Pirambóia
tanto na bacia do rio Pardo, quanto na bacia do rio Sapucaí-Mirim.
SOARES et al. (1982) descrevem duas direções principais de estruturas no
interior da bacia, uma NW-SE e outra NE-SW, correspondentes a zonas de maior
mobilidade tectônica do embasamento, reativadas em diferentes tempos durante a
evolução da Bacia do Paraná.
Uma enorme atenção merece ser dada à questão dos depósitos cenozóicos,
mais especificamente os depósitos terciários, presentes na região nordeste do
estado de São Paulo. Primeiramente, devemos considerar estes depósitos como
sendo pertencentes às chamadas coberturas suprabasálticas, ou seja, sedimentos
depositados posteriormente ao cessar das atividades vulcânicas na bacia, onde são
feitas referências com relação ao Grupo Bauru, à Formação Itaqueri e à Formação
Franca, além das coberturas quaternárias indiferenciadas presentes no contexto
litoestratigráfico da Bacia do Paraná nesta região do estado.
2.2.1.1 - Empilhamento Litoestratigráfico
Como citado anteriormente, a Bacia do Paraná constitui uma grande área de
sedimentação, estabelecida no Neo-Ordoviciano e apresenta seis seqüências
estratigráficas de ampla escala, limitadas por expressivas discordâncias
interregionais, segundo MILANI (1997).
Na região nordeste do estado de São Paulo, o empilhamento estratigráfico se
restringe às formações que compõem o Grupo São Bento (formações Pirambóia,
Botucatu e Serra Geral, além das intrusivas básicas) de idade Meso-Triássico a Eo-
Cretáceo, pela seqüência sedimentar supra-basáltica (Grupo Bauru e Formação
Itaqueri) e finalmente pelas coberturas terciárias e quaternárias indiferenciadas.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
15
2.2.1.1.1 - Grupo São Bento
O termo São Bento foi utilizado pela primeira vez por WHITE (1908) como
série para definir um conjunto de arenitos predominantemente vermelhos,
encimados pelas "eruptivas da Serra Geral". Este grupo é constituído pelas
formações Pirambóia, Botucatu, Serra Geral e pelas intrusivas básicas em geral,
com registros de uma sedimentação exclusivamente continental, marcada por um
clima árido a semi-árido e encerrada por um extenso vulcanismo (magmatismo)
básico que ocorreu durante o Eo-Cretáceo (SCHNEIDER et al. 1974).
Formação Pirambóia
É uma das unidades de maior ocorrência no centro-leste do estado de São
Paulo (LANDIM et al.,1980). As melhores exposições desta formação encontram-se
nas imediações da localidade de Pirambóia (BRIGUETTI, 1994).
SOARES (1973), baseando-se em critérios sedimentológicos e estratigráficos,
designou esta formação como uma unidade formada por arenitos argilosos com
intercalações de camadas de siltito e folhelho.
LANDIM et al. (1980) afirmou que a Formação Pirambóia caracteriza-se por
uma sucessão de espessos bancos arenosos, avermelhados ou rosados, de
granulação fina ou média, possuindo maior porcentagem de fração argilosa na
porção inferior, exibindo estratificações cruzadas (planar, acanalada e plano-
paralela) e intercalando camadas de lamitos arenosos de cores que variam de tons
claros a amarelo, roxo, vermelho e verde.
Apesar de poucas ocorrências fossilíferas, SCHNEIDER et al. (1974)
consideram que esta unidade pode ser representada pelo conteúdo fossilífero,
contendo restos de vegetais, conchostráceos e ostrácodes. SIMÕES e FITTIPALDI
(1992) também destacam a presença de vegetais fósseis nesta formação.
As relações de contato entre as formações Pirambóia e Botucatu têm sido
consideradas como discordantes por SOARES (1972) e concordantes por
MUHLMANN et al. (1974 apud BRIGUETTI, 1994). O contato basal com a formação
Corumbataí foi considerado por SOARES (1973) como a descontinuidade mais
importante do registro sedimentar da Bacia do Paraná.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
16
Figura 2.2: Mapa Geológico simplificado da porção Sudeste do Brasil mostrando as
mais importantes seqüências litoestratigráficas: (1) Rochas do embasamento pré-
cambriano, incluindo migmatitos, gnaisses, anfibolitos, granulitos e gnaisses
metassedimentares, intrudidos por rochas graníticas ácidas (granitos e granodioritos)
desde arqueanas até neoproterozóicas. As linhas sólidas representam as principais
zonas de cisalhamento e/ou zonas de falhas, definindo o Cinturão de Cisalhamento
Campo do Meio a norte (transcorrente sinistral) e o Cinturão de Cisalhamento Ouro
Fino na porção central (transcorrente dextral). Áreas em textura cinza representam
metassedimentos de baixo grau, representando bacias associadas às falhas
(cambrianas). A cobertura sedimentar da porção oeste pertence à Bacia do Paraná e
está dividida em três principais sequências: (2) Seqüência Basal siluro-ordoviciana;
(3) Seqüência Intermediária carbonífera a permiana, e (4) Seqüência mesozóica
(triássica a cretácea) com grande ocorrência associada de (5) rochas basálticas
cretáceas, (6) Sedimentos mesozóicos e cenozóicos, (7) Intrusões alcalinas, (8)
Coberturas cenozóicas desde eocenas até pleistocenas (bacias de São Paulo,
Taubaté, Resende, Volta Redonda e Curitiba) e (9) Sedimentos quaternários.
(Extraído de MORALES 2005).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
17
O ambiente deposicional desta formação foi considerado como uma
associação de depósitos eólicos de dunas, interdunas e lençóis de areias,
entremeados por depósitos fluviais subordinados (ASSINE e SOARES, 1995;
CAETANO - CHANG e WU, 1995).
Segundo GIANNINI et al. (1999), a Formação Pirambóia compreende
depósitos arenáceos e subordinadamente lutáceos, representados por dunas
barcanas e interdunas, com o aparecimento de fácies areno-rudáceas subaquosas
em direção ao topo. A espessura da Formação Pirambóia é de, no máximo, 400
metros na Bacia do Rio Tietê, sendo medidos cerca de 270 metros em seções
aflorantes na região de São Pedro.
Segundo GIANNINI et al. (1999), esta unidade assenta-se em contato
transicional sobre o Grupo Passa-Dois e é recoberta em contato abrupto pela
Formação Botucatu. LANDIM et al. (1980) propôs a provável idade da deposição dos
sedimentos da Formação Pirambóia entre o Meso-Triássico e o Eo-Jurássico.
Formação Botucatu
WASHBURNE (1889 apud IPT, 1981) descreveu pela primeira vez o arenito
Botucatu (designado "Grês de Botucatu") como arenitos com estratificações
cruzadas de grande porte que recobrem as camadas paleozóicas.
A Formação Botucatu foi redefinida por SOARES (1973) como uma unidade
de arenitos eólicos avermelhados de granulação fina a média, com estratificação
cruzada planar de grande a médio porte, muito friáveis ou solidificados,
apresentando corpos de arenito conglomerático na parte basal, constituindo uma
unidade genética de ambiente desértico que se manteve até as manifestações
vulcânicas.
O registro paleontológico da Formação Botucatu se restringe a pegadas e
pistas fósseis (SCHNEIDER et al.,1974). A espessura da Formação Botucatu é
considerada por ALMEIDA et al. (1980) como inferior a 150 metros, sendo a média
de 50 a 70 metros e sua ocorrência restringe-se à parte inferior da Formação Serra
Geral.
O contato entre as formações Pirambóia e Botucatu é marcado por extensa
superfície de peneplanação ou aplainamento, via deflação eólica (CAETANO-
CHANG e WU, 1995), com modificação gradual da litologia e, marcado também pela
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
18
presença de camadas ou lentes de conglomerados na base da Formação Botucatu,
além do contato com as rochas do vulcanismo básico ser admitido como sendo por
interdigitação, recobrindo-se os arenitos pelos derrames basálticos, sucessivamente
(SCHNEIDER et al.,1974).
Para CAETANO-CHANG e WU (1995), a Formação Botucatu é resultado da
deposição em ambiente desértico e o domínio do sistema eólico em condições de
total saturação em areia conduziu ao registro de monótonas sucessões de depósitos
de dunas e interdunas. As características dos sedimentos dessa formação indicam
condições de elevada aridez, tendo o cavalgamento de dunas como principal
processo de acumulação.
Para SOARES (1973) e CAETANO-CHANG (1993), os arenitos da Formação
Botucatu devem ter idade Neo-Jurássica a Eo-Cretácea, já que se apresentam
interdigitados com os derrames da Formação Serra Geral.
Formação Serra Geral e Intrusivas Básicas Associadas
A Formação Serra Geral foi definida por WHITE (1908, apud SCHNEIDER et
al. 1974) para designar um conjunto de basaltos formados por derrames em extenso
vulcanismo de fissura, com inclusão de pequenos corpos de arenitos intercalados,
semelhantes aos da Formação Botucatu. Os mesmos autores indicaram como seção
tipo às exposições que ocorrem na Serra Geral, ao longo da estrada que liga as
cidades de Lauro Muller e São Joaquim em Santa Catarina.
A Formação Serra Geral caracteriza-se por espessa seção de lavas
basálticas, toleíticas, de textura afanítica, coloração cinza escura a preta,
amigdaloidal no topo dos derrames e com desenvolvimento de juntas verticais e
horizontais. Estão associados a essa formação corpos intrusivos de mesma
composição, constituindo sobretudo, diques e sills (SINELLI, 1971; SOARES et al.,
1973).
Os derrames de basalto em São Paulo, aflorantes nos planaltos de rebordo
das cuestas, podem cobrir grandes extensões, como no nordeste do estado. Os
corpos intrusivos tabulares concordantes são muito freqüentes na Depressão
Periférica e na região nordeste do estado, onde também chegam a suportar cuestas
locais.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
19
Os diques normalmente preenchem fendas de tração, podem associar-se a
sills e também cortar derrames. Os sills existem em grandes quantidades nas rochas
paleozóicas da Depressão Periférica e nos arenitos mesozóicos. Os arenitos da
Formação Botucatu interdigitam-se, em grande escala, com os derrames da
Formação Serra Geral.
Segundo SCHNEIDER et al.(1974), o contato inferior com a Formação
Botucatu, como foi afirmado anteriormente, é por interdigitação entre as camadas de
arenitos eólicos com os derrames vulcânicos, e o contato superior é considerado
discordante com o Grupo Bauru. LANDIM et al.(1980) afirmam que o magmatismo
de fissura que deu origem aos basaltos da Formação Serra Geral foi iniciado quando
ainda perduravam as condições desérticas de sedimentação da Formação Botucatu.
Dados geocronológicos mais recentes apontam a época das manifestações
vulcânicas para o Eocretáceo, ou seja, segundo NARDI et al.(1999), esse evento
vulcânico ocorreu a 132 ± 1 M.a., embora, derrames precursores tenham ocorrido já
no Neojurássico.
Segundo SOARES et al. (1973), ocorre no nordeste paulista à intrusão de um
espesso corpo tabular de diabásio, denominado Sill Borda da Mata, definido na serra
homônima, próximo a São Sebastião do Paraíso/MG, com espessura da ordem de
100 metros. Petrograficamente, os diabásios do Sill Borda da Mata são
caracterizados pela coloração cinza-esverdeada, granulação fina a média,
equigranulares, com eventuais cristais de plagioclásio de cerca de 1cm
(HELLMEISTER JR., 1997), confundindo-se geralmente com os basaltos, devido ao
seu resfriamento mais rápido que se dá próximo às bordas.
2.2.1.1.2 – Seqüências Sedimentares Suprabasálticas
Grupo Bauru
De acordo com FULFARO et al. (1994), o Grupo Bauru distribui-se pelos
estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
Paraná. SOARES et al. (1980) e ALMEIDA et al. (1980) classificam, da base para o
topo, as formações Caiuá, Santo Anastácio, Adamantina e Marília.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
20
O ciclo Bauru corresponde, segundo SOARES e LANDIM (1973), a uma
sedimentação fluvial com arenitos extremamente imaturos tanto nas texturas, quanto
na mineralogia apresentada. SOARES et al. (1980) apontam idade entre o Aptiano-
Maastrichtiano (Cretáceo) para estes sedimentos.
O Grupo Bauru é composto na base por arenitos e conglomerados
polimíticos, com abundantes seixos de basalto. O topo da sequência é composta por
arenitos finos a conglomeráticos com cimento calcífero, passando localmente a
calcários conglomeráticos.
ALMEIDA e BARBOSA (1953) situam a Formação Itaqueri na base da
sequência Bauru com a presença de rochas conglomeráticas, sem cimento
carbonático. BARCELOS et al. (1983) incluem a Formação Itaqueri no topo do Grupo
Bauru. A idéia atual, interpretada pela disposição da Formação Itaqueri, em faixas
descontínuas no reverso da cuesta, é que sua evolução pode ter sido posterior à
sedimentação do Grupo Bauru, associado ao arqueamento pós-cretáceo do leste
paulista.
HASUI e HARALYI (1991) observam o condicionamento da rede de drenagem
atual do Grupo Bauru, com alinhamentos NW-SE, cuja direção coincide com aquela
presente nas rochas do embasamento.
Formação Itaqueri
A Formação Itaqueri, definida por ALMEIDA e BARBOSA (1953), ocorre nas
serras de Itaqueri e São Pedro, além de ocorrências isoladas no extremo nordeste
do estado de São Paulo, entre Pedregulho, Franca e Batatais. Abrange uma
cobertura sedimentar pós- basáltica, primeiramente referida por WASHBURNE
(1930, apud ALMEIDA e BARBOSA, 1953), que a denominou de Caiuá.
Ocorrem em mancha irregular no reverso da cuesta basáltica, isolada de
outras coberturas pós-basálticas, representado suas partes mais elevadas
testemunhos da antiga extensão do Planalto Ocidental. Sua espessura máxima
observada é de 125 metros (ALMEIDA e BARBOSA, 1953). É constituída por
membros alternados de arenitos com cimento argiloso, folhelhos e conglomerados.
Predominam inteiramente os arenitos, sendo os demais de extensão limitada,
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
21
geralmente corpos lenticulares alongados, e camada de conglomerados basais e
existe na maior parte da formação.
Depósitos em situação semelhante ocorrem na região de Franca, compondo
seqüência de arenitos, siltitos e conglomerados oligomíticos com estruturas
hidrodinâmicas, porém, com seixos e calhaus de composição predominantemente
quartzítica e quartzosa, onde foi considerado por HELLMEISTER JR.(1997) como
Formação Franca de idade Terciário Inferior. Esta formação apresenta área de
ocorrência bastante interessante, pois, ocorrem nos interflúvios das principais
estruturas geomorfológicas da região de Franca, capeando a maioria das vezes, os
derrames basálticos da Formação Serra Geral.
A diversidade da composição petrográfica das rochas da Formação Itaqueri e
depósitos correlatos reflete uma variação de áreas fontes: os conglomerados
oligomíticos da porção setentrional do reverso das cuestas passam a polimíticos
para sul, mostrando a contribuição dos quartzitos da Serra da Canastra e das
diversas formações paleozóicas e do embasamento cristalino.
No caso da região de Franca, YAMAMOTO et al. (1977) reforçam essa
assertiva por meio de estudo de minerais pesados, afirmando ainda que a
disposição gemorfológica dessas ocorrências dificulta melhor situá-las
estratigraficamente, já que a erosão que vem aplainando os interflúvios obliterou a
continuidade com as rochas do Grupo Bauru.
Alguns autores sugerem que esta formação tenha sido desenvolvida sob
condições de clima árido durante a elaboração da Superfície do Japi, de idade
eocênica (COTTAS e BARCELOS, 1981).
Dessa forma, os únicos elementos cronológicos seguros para sua datação, na
ausência de fósseis, são a escavação da Depressão Periférica – e eventos
sincrônicos como a escavação do vale do Rio Grande – como limite superior, e as
rochas basálticas como limite inferior, o que situa a Formação Itaqueri entre o
Cretáceo e o Paleógeno.
Os mesmos autores consideram que a deposição da Formação Itaqueri está
associada a elementos tectonicamente ativos à época de sedimentação, que teriam
propiciado o aparecimento de desníveis no relevo, suficientes para o
desencadeamento dos processos gravitacional de fluxo.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
22
Figura 2.3: Coluna Estratigráfica da Bacia do Paraná para a região nordeste do
estado de São Paulo, modificado de MILANI et al. (1994).
O processo de ferruginização, segundo RANZANI et al. (1972), não
está restrito a esses depósitos, podendo afetar os arenitos subjacentes. Esta
situação caracteriza o final da elaboração da mais antiga superfície pós- cretácea,
datando assim os depósitos em foco correlativos da Superfície do Japi, o que
permitiria incluí-los na seqüência Itaqueri.
2.2.1.1.3 – Coberturas Terciárias e Quaternárias Indiferenciadas
A evolução geológica cenozóica no estado de São Paulo colocou-se num
período de progressiva atenuação dos efeitos da reativação da Plataforma Sul-
Americana, iniciada no Jurássico superior (ALMEIDA, 1967).
SAADI (1993) propõe a compartimentação da Plataforma Brasileira em
microplacas limitadas por grandes descontinuidades crustais, onde se deu a
instalação do Sistema de Rift da Serra do Mar no Eoceno-Oligoceno. As bacias riftes
se formaram devido à imposição de um regime tectônico distensivo, onde gerou a
formação de grábens alinhados na direção NE-SW, além de apresentar em seu
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
23
preenchimento, sedimentos bastante imaturos, mal selecionados oriundos das
porções mais elevadas lateralmente. O preenchimento destas bacias está
relacionado com a formação de leques aluviais proximais até a formação de
ambientes lacustres nas porções mais centrais, enfim, estas bacias marcam um ciclo
evolutivo completo apresentado por seus empilhamentos litoestratigráficos.
Em termos litológicos, o registro das coberturas neógenas se deve quase que
exclusivamente a coberturas sedimentares pouco expressivas, sendo representadas
principalmente por depósitos colúvio-aluviais associados à evolução geomorfológica
e as encostas, vales e terraços da drenagem atual.
Este processo evolutivo, de certa forma, mostra claramente que seus
principais eventos geológicos podem ser resumidos na formação do relevo e
deposição de seqüências sedimentares que lhe são correlativas, algumas vezes
ajudados pela ação de falhas.
FULFARO e SUGUIO (1974) identificam que esses sedimentos são mal
estruturados e facilmente confundidos com solos residuais, pois muito se
assemelham ao material de alteração das rochas regionais, denotando curto
transporte com características torrenciais a partir de altos regionais.
Finalmente, são descritas também coberturas que estão associadas aos vales
dos principais rios, especialmente dos rios Pardo e Sapucaí-Mirim. São de origem
fluvial (cascalhos, areias e argilas) com camadas de sedimentos imaturos e são
interpretados como testemunhos de discreta sedimentação fluvial pretérita, no caso
dos terraços alçados, ou ocupam a planície de inundação dos atuais vales dos rios.
MORAES REGO (1922 apud ALMEIDA et al. 1980) fez referências a baixos
terraços associados a cascalhos, correlacionando-os à última oscilação climática
sincrônica ao estágio glacial. Segundo FACINCANI (2000), esses depósitos
possuem estreita relação com a ação dos lineamentos neotectônicos e com as
condições paleoclimáticas atuantes na sua formação (Terciário Superior e
Quaternário), que resultou em um ambiente de sedimentação distinto e na produção
de faces sedimentares diferenciadas.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
24
2.3 – QUADRO GEOMORFOLÓGICO
2.3.1 – O Relevo da Alta Mogiana Paulista
O relevo paulista é dividido em Planalto Atlântico, Província Costeira,
Depressão Periférica, Cuestas Basálticas e Planalto Ocidental. A região nordeste do
estado de São Paulo insere-se inteiramente nos domínios da Província das Cuestas
Basálticas, de acordo com ALMEIDA (1964).
Esta região apresenta uma diversidade de formas de relevo que desperta
interesse científico em uma série de pesquisadores inseridos na temática
geomorfológica. A região encontra-se numa faixa de transição entre formas de
relevo pertencentes a patamares bastante inferiores, ao lado de uma zona de
escarpas, que se limita com os patamares superiores.
A Alta Mogiana Paulista é composta por um relevo marcado por planaltos e
níveis colinosos, delimitados por escarpas festonadas, havendo também a presença
de serras alongadas e regiões de extensas planícies de inundação.
Esta província geomorfológica é representada morfologicamente por um
relevo escarpado, seguido de uma sucessão de grandes plataformas estruturais de
relevo suavizado. Assim, a província corresponde a uma das maiores áreas de
rochas basálticas que sustentam o relevo de cuestas, sendo uma das feições mais
marcantes no contexto das paisagens que compõem o relevo paulista.
2.3.2 – Contexto Geomorfológico Regional
2.3.2.1 – Depressão Periférica
A Depressão Periférica é considerada uma das mais importantes unidades do
relevo paulista (MORAES REGO 1932), sendo associada à área de afloramento das
rochas paleozóicas na bacia do Paraná, caracterizada como uma área desnudada
pela erosão, limitada a oeste pelas Cuestas Basálticas e a leste pelo Planalto
Atlântico (ALMEIDA 1964). No Estado de São Paulo esta unidade é também alvo da
atenção de uma série de pesquisadores, tal como já havia despertado nos pioneiros
da geomorfologia paulista.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
25
DEFFONTAINES (1935) adota a divisão tríplice da província geomorfológica
em: Zona do Médio Tietê, Zona do Paranapanema e Zona do Mogi-Guaçu,
justificando que a área drenada pelo rio Tietê mostra relevo muito mais diversificado,
tendo suas estruturas evidentes em claros ressaltos topográficos.
Para ALMEIDA (1964), o relevo predominante na zona é o de campos
uniformes, com vales amplos e pouco profundos, abrigando cursos d’água em cujas
margens são frequentes pequenas planícies aluviais arenosas, bem como alguns
terraços. As intrusões concordantes de diabásio, existentes nas bordas meridional e
ocidental da zona, são suficientemente poderosas, pois têm dezenas de metros de
espessura, para originarem nítido degrau topográfico, embora muito suavizado, que
se estende mais ou menos continuamente por toda a região.
Este desnível separa a área de sedimentos paleozóicos, contendo relevo
baixo e uniforme, das altas escarpas da cuesta basáltica externa. Ele delimita a
oeste, o vale do rio Moji-Guaçu e sustenta o divisor de águas a norte, o rio Pardo,
ambos caminhando com direção NW-SE.
PENTEADO (1976) considera a Depressão Periférica recoberta por densa
rede de drenagem, salientando-se alguns rios principais como cursos conseqüentes
que, mantendo seu antigo traçado a partir de uma superfície de aplainamento antiga
(final do Cretáceo e início do Terciário), superimpuseram-se às estruturas
paleozóicas e mesozóicas para romper a cuesta basáltica em boqueirões: o Tietê, o
Paranapanema, o Mogi-Guaçu e o Pardo. As unidades de relevo presentes na
Depressão Periférica são as colinas amplas, colinas médias, serras alongadas e
morros testemunhos.
A Depressão Periférica corresponde à faixa de ocorrência das seqüências
sedimentares infrabasálticas paleozóicas e mesozóicas do estado de São Paulo,
sendo incorporadas pequenas áreas de rochas pré-cambrianas a esta província
(IPT, 1981). A área de estudo enquadra-se inteiramente nos domínios da Zona do
Moji-Guaçu. A Zona do Moji-Guaçu compreende a porção norte da Depressão
Periférica, banhada pelos rios Moji-Guaçu e Pardo, é considerada uma área
topográfica rebaixada, com relevo compreendido entre 530 e 720 metros de altitude,
esta província geomorfológica se estabelece como um corredor canalizado por duas
estruturas sobrelevadas, onde apresenta as maiores taxas de erosão, pelo fato do
terreno conter litologias menos resistentes à erosão.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
26
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
27
Esta porção da Depressão Periférica é a que mais se assemelha ao aspecto
de depressão em virtude de sua amplitude, pois o relevo mais montanhoso que
caracteriza a área do Planalto Atlântico dá lugar a um relevo colinoso que não está
diretamente vinculado às litologias sedimentares, pois transgride seus limites e
avança por sobre rochas graníticas, metamórficas e migmatíticas do embasamento.
Sua constituição geológica apresenta algumas diversidades em relação ao
restante da província, pois a Formação Irati nela não ocorre, enquanto que a
Formação Corumbataí só se mostra em áreas restritas em sua borda ocidental,
isoladas e marcadas por poderosas intrusões de diabásio (ALMEIDA, 1964).
Como já afirmado por PENTEADO (1976, apud IPT,1981), o relevo nesta
zona da província caracteriza-se por formas suavizadas, constituídas por colinas
amplas e morros amplos, além de colinas médias e restritas. Na porção limítrofe com
as Cuestas Basálticas e com o Planalto Atlântico ocorrem relevos irregulares, tais
como morrotes alongados e espigões, além de relevos baixos, juntamente com o
barramento representado pelo front da cuesta, permitindo o desenvolvimento de
planícies aluviais.
As bacias de drenagem dos rios Pardo e Moji-Guaçu atravessam a área
sedimentar, e ao se aproximarem das estruturas vulcânicas, são por elas desviadas.
São poucos os rios primitivos que conseguiram ultrapassar as cuestas basálticas. As
bacias de drenagem apresentam um padrão dendrítico predominante, pois elas
manifestam maior adaptação às estruturas, por se dirigirem no sentido das direções
NE e NW dos sistemas predominantes de fraturas (ALMEIDA, 1964).
As idéias iniciais de MARTONE (1940) e AB’ SABER (1969b) em considerar
que a Depressão Periférica representa uma superfície de aplainamento neogênica,
ou de ser uma estrutura totalmente de caráter erosivo, conhecido como “morvans
tropicais”, se complementam nas considerações de PENTEADO (1976), que
apresentou várias fases de aplainamento devido à alternância climática e às taxas
de soerguimento oriundas de épocas subatuais, ou seja, entre o Pleistoceno e o
Holoceno.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
28
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
29
2.3.2.2 – Cuestas Basálticas
MORAES REGO (1932) relata e descreve em seus trabalhos que esta
província geomorfológica apresenta enormes escarpas no seu limite com a
Depressão Periférica a leste, além de se apresentar como uma seqüência de
rampas de relevo suavizado, sendo esta unidade composta por rampas limitadas por
degraus topográficos. Com isso, ALMEIDA (1964) afirma que no limite das rochas
vulcânicas em São Paulo ocorre um nítido degrau topográfico representado por
escarpas festonadas chamadas de Cuestas.
Quanto à divisão desta estrutura de relevo, ALMEIDA (1964) propõe a
subdivisão das Cuestas Basálticas em duas seqüências principais de escarpas,
denominadas de Cuesta Interna e Cuesta Externa (FIGURA 2.4). A Cuesta Interna é
contínua em todo o Estado, do rio Grande ao rio Paranapanema; já a Cuesta
Externa desenvolve-se em Minas Gerais, penetrando em São Paulo pela serra de
Monte Santo, continuando pela serra da Borda da Mata e finalmente perdendo altura
para dar passagem ao rio Pardo.
A base das cuestas é composta geralmente por arenitos eólicos da Formação
Botucatu, recobertos pelas rochas basálticas correpondentes às manifestações
vulcânicas que sustentam as escarpas desta estrutura que compõe o relevo paulista.
A sucessão de derrames em meio à zona de sedimentos da Depressão Periférica
ultrapassa centenas de metros, intercalados por fases de sedimentação eólica,
formando as estruturas intertrape por fim, nas porções superiores aos basaltos,
ocorrem restos das coberturas cenozóicas capeando os interflúvios.
A ação da erosão no reverso da cuesta é bem desenvolvida, pois as
características das bacias de drenagem presentes conduzem a diferentes padrões e,
conseqüentemente, a formação de diferentes unidades de relevo. Assim, as
estruturas intertrapes dão origem a degraus nas vertentes das serras. Mesmo na
ausência de tais intercalações, degraus podem se manifestar pelo fato dos basaltos
serem muito vesiculados e fraturados, portanto facilmente intemperizados.
No nordeste do estado de São Paulo, as escarpas dão passagem ao rio
Pinheirinho, que mais à frente se torna o rio Sapucaí-Mirim, e próximo a Itamogi,
voltam novamente as cuestas com altitudes que ultrapassam os 1100 metros,
entrando em São Paulo com o nome de Serra de Monte Santo (FIGURA 2.5). A
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
30
serra da Borda da Mata é formada por elevadas escarpas, sustentadas por até seis
espessos derrames de basalto, cujas intercalações areníticas respondem por nítidos
patamares.
Desde a extremidade sul da serra da Borda da Mata, o front da cuesta passa
a recuar no sentido do mergulho das camadas, perdendo altura para dar passagem
ao rio Pardo. Todo reverso da cuesta nesse trecho é um planalto arenoso, de relevo
ondulado, que desde as cristas das serras de Monte Santo e Borda da Mata perdem
altura para WNW, descendo a cerca de 600 metros de altitude junto às faldas da
cuesta interna (ALMEIDA, 1964). Nesta região ocorrem inúmeros testemunhos
areníticos, sustentados por derrames basálticos que se mostram isolados no reverso
da cuesta interna. Continuam para sul, formando o “promontório” de Altinópolis e as
serras da Laje, Lajinha a da Vazante, os morros do Córrego Fundo, da Cascavel,
enquanto que as cidades de Cássia dos Coqueiros e Cajuru encontram-se nos
elevados campos do reverso da cuesta, não longe de sua borda oriental.
Altinópolis situa-se a meia altura da cuesta interna, onde se espalham nas
porções baixas colinas arenosas da área afunilada que precede o entalhe do rio
Pardo. Nos campos do alto da cuesta está presente Batatais, a 880 metros de
altitude. Para WNW dessa cidade passam a se mostrar os derrames, num relevo de
colinas baixas e muito amplas, com vales algo encaixado que abrigam numeroso
afluentes dos rios Pardo e Sapucaí-Mirim, e nos mais altos interflúvios existem
campos arenosos em que além de Batatais se situam Nuporanga (800 metros) e
Brodowski (848 metros) (IPT, 1981).
Mais a norte, o front da cuesta constitui o planalto de Patrocínio Paulista,
drenado pela bacia do rio Santa Bárbara, afluente do Sapucaí – Mirim. É um planalto
arenoso, modelado em espessura de uns 80 metros de arenito Botucatu
intertrapiano, salvo em sua zona oriental, no município de Itirapuã, onde ampla área
de basalto da crista da cuesta acha-se descoberta, transformada em rica terra roxa.
Segundo IPT (1981), no monótono relevo de colinas arenosas erguem-se altos
testemunhos isolados da cuesta interna, dos quais os principais são as serras do
Major Claudiano e de Furnas, no município de Patrocínio Paulista.
A cuesta interna de forma festonada se faz por todo o estado, se abaixa para
dar passagem aos grandes rios, formando os percées como gargalos de amplas
áreas funiladas. Nesses planaltos do reverso da grande cuesta expõem-se as
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
31
maiores áreas de terra roxa do Estado, embora existam amplos restos de cobertura
arenosa cretácea, dos derrames (ALMEIDA, 1964).
O primeiro dos grandes planaltos do reverso da cuesta interna, no nordeste
do Estado, definido por ALMEIDA (1964), é o de Franca, situado entre os rios
Grande e Sapucaí-Mirim. O recuo da cuesta vem abandonando relevo muito
acidentado, pontilhado de baús, piões, torres e outros testemunhos areníticos, que
existem nos vales dos rios Canoas e Santa Bárbara.
Entre os rios Pardo e Sapucaí-Mirim, a cuesta interna avança em direção à
ascensão das camadas, adiantando-se para o promontório no reverso arenosos da
cuesta externa. Em continuação à extremidade em ponta desse promontório, a serra
da Matinha, espalham-se grandes testemunhos areníticos capeados por basaltos do
conjunto superior dos derrames, com desníveis que podem alcançar 300 metros.
Tais são os morros do Córrego Fundo e da Cascavel e a serra da Laje, o mais alto
deles, pois que sua altitude excede 1.100 metros.
Os principais vales da bacia do rio Pardo expõem o substrato basáltico onde
se encontra Serrana, a 650 metros de altitude, exatamente no front serrano da
cuesta. A já apontada existência de dois conjuntos principais de derrames
separados pelo arenito Botucatu intertrapiano deu origem à duplicidade das cuesta
como nos planaltos areníticos que os separa, sendo o de Patrocínio Paulista, Cajurú,
São Simão, etc.
2.3.3 – Superfícies de Aplainamento
Uma superfície de aplainamento ou geomorfológica deve ser afeiçoada por
processos erosivos e/ou deposicionais fluviais (terraço fluvial), necessariamente
relacionada a um determinado nível de base, pois, se ocorrer soerguimento do
terreno ou abaixamento do nível do mar, modificando o nível de base, a superfície
será dissecada perdendo gradualmente a planura e acaba transformando-se em
uma superfície ondulada, cujo plano de cimeiras permite vislumbrar a superfície
original (PERDONCINI, 2003).
Três modelos de evolução do relevo, descritos como peneplano ou
peneplanícies, pediplano e etchplanos (DAVIS, 1899 apud VALADÃO, 1998; KING,
1956; PENK, 1953; entre outros) são baseados no desenvolvimento de superfícies
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
32
de aplainamento, cujo tempo necessário para sua formação nunca é inferior a 2-10
Ma (KING, 1956).
Dentre os trabalhos pioneiros sobre a gênese e evolução das superfícies de
aplainamento no território brasileiro, destacam-se MORAES REGO (1932),
MARTONNE (1940), FREITAS (1951), AB'SABER (1954), KING (1956), ALMEIDA
(1964), BRAUN (1971), SOARES e LANDIM (1975), entre outros. Também
representam publicações de referência para a geomorfologia brasileira os trabalhos
de PONÇANO e ALMEIDA (1993) e VALADÃO (1998).
Segundo SUMMERFIELD (1991), a estabilidade tectônica intraplaca
compreende um critério essencial para a geração de superfícies de aplainamento.
Contudo, áreas no interior de placas são periodicamente afetadas por reativações
tectônicas, as quais desempenham um papel fundamental na geodinâmica do
modelado do relevo continental, determinando a alternância entre os períodos de
estabilidade e instabilidade.
Após a formação de uma superfície de aplainamento, a mesma pode ser
recoberta por depósitos gravitacionais como os depósitos de tálus, passando a
constituir a superfície topográfica que, com a retirada do material de cobertura,
retornará à condição de superfície geomorfológica. Com isso, só as superfícies de
erosão e de sedimentação subaquosa, ambas dependentes do nível de base,
constituem verdadeiras superfícies de aplainamento (SUGUIO, 1999).
Duas marcantes fases erosivas foram responsáveis pela geração de
superfícies de aplainamento (BIGARELLA e ANDRADE, 1965; IPT, 1981) entre o
final do Cretáceo e o Terciário-Quaternário, seguidas de fases erosivas mais curtas
durante o Quaternário, ocorrendo flutuações climáticas e deformações tectônicas.
2.3.3.1 – Superfície Sul-Americana
As superfícies de aplainamento no Brasil são reconhecidas em sua maioria no
sudeste brasileiro, devido ao maior aporte de estudos relacionados à geomorfologia
nessa região, sendo muito utilizadas nos estudos geomorfológicos de caráter
regional. Uma ampla revisão dos estudos vinculados às superfícies de aplainamento
no Planalto Atlântico foi feita por PONÇANO e ALMEIDA (1993).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
33
A superfície Sul-Americana corresponde ao evento de aplainamento do
Terciário Inferior (entre o fim do Cretáceo e o início do Mioceno) correlacionado a
depósitos de canga descritos inicialmente nas cimeiras dos altos planaltos da bacia
do Paraná (KING, 1956).
KING (1956), em seu trabalho sobre o relevo do Brasil Oriental, também
identifica superfícies de aplainamento e as relaciona com aquelas por ele
anteriormente estudadas no continente africano. Sendo assim, o mesmo autor
identifica as seguintes superfícies: Fóssil, de idade Carbonífera; Superfície
Desértica, de idade triássica Superior; Superfície Gondwana, do Cretáceo Inferior;
Superfície Pós-Gondwana, do Cretáceo Superior; Superfície Sul-Americana, do
Terciário Inferior, que teria sido dissecada a partir do Paleoceno, pelas superfícies
subseqüentes, restando somente seus topos sub-nivelados: Superfície Velhas, do
Terciário Superior e Superfície Paraguaçu, de idade quaternária.
No momento de formação da superfície Sul-Americana, a condição
topográfica era de uma peneplanície, próximo ao nível do mar, ou seja, nível de
base global, onde o sistema fluvial encontrava-se desordenado com suave
pendência para o Oceano Atlântico e para a bacia hidrográfica do rio Paraná. Essa
época de estabilidade tectônica (quiescência) proporcionou o predomínio do
intemperismo químico e desenvolvimento de perfis lateríticos (TARDY, 1993 apud
BIONDI, 2003).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
34
III – UNIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS LOCAIS
3.1 – APRESENTAÇÃO
Este capítulo aborda e descreve as unidades geológicas (litoestratigráficas) e
geomorfológicas (unidades de relevo) mapeadas e descritas localmente na área
investigada, dando suporte para aplicação do estudo morfotectônico proposto
inicialmente.
As unidades litoestratigráficas mapeadas se enquadram nos domínios do
Mesozóico, representadas pelas rochas do Grupo São Bento (formações Pirambóia,
Botucatu e Serra Geral, além das rochas básicas associadas) e pelas Coberturas
Suprabasálticas (Formação Itaqueri); e nos domínios do Cenozóico representado
pelas Coberturas Terciárias e Quaternárias Indiferenciadas.
Durante a realização dos trabalhos de campo, foi possível a observação de
excelentes registros litológicos referentes aos domínios do Mesozóico e a realização
de um breve levantamento estratigráfico das poucas ocorrências preservadas das
coberturas supra-basálticas presentes na área de estudo.
Quanto a geomorfologia, as unidades de relevo da Alta Mogiana Paulista
descritas no presente estudo se enquadram nos domínios de planaltos de altitude
(colinas médias a amplas e mesas basálticas), escarpas (festonadas, principais e
intermediárias), depressões (colinas médias a amplas e morros testemunhos) e
planícies (aluviões e terraços).
3.2 – UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS
3.2.1 – Formação Pirambóia
Os arenitos da Formação Pirambóia apresentam acamamento plano-paralelo
e estratificação cruzada planar de pequeno a médio porte, tangencial na base e
raramente ocorrem estratificações cruzadas acanaladas (Figura 3.1A). Estes
arenitos apresentam coloração amarelo-esbranquiçada e localmente avermelhada, e
em alguns locais são encontradas camadas de siltito e argilito raramente com
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
35
espessuras superiores a 0,3 metros, laminados ou maciços de coloração bastante
escura (Figura 3.1D).
Com relação aos aspectos sedimentológicos da Formação Pirambóia, estes
arenitos se apresentam com granulação média a fina, raramente grossa e com muita
matriz silto-argilosa (em média de 20 a 25%). A composição é preferencialmente
quartzosa, sendo que os grãos são subarredondados a angulosos, com esfericidade
regular e de má seleção (Figura 3.1B).
Esta formação encontra-se geralmente recoberta por extensos areiais
oriundos das formações sobrejacentes, sendo às vezes, difícil de ser encontrados
afloramentos e boas exposições (Figura 3.1E). As melhores exposições da
Formação Pirambóia ocorrem no extremo sul da área de estudo nos domínios da
bacia do rio Pardo (Figura 3.1F).
Na região nordeste do estado de São Paulo, nos domínios da Alta Mogiana
Paulista, não foram encontradas ocorrências fossilíferas, mas segundo SOARES et
al. (1973), nas regiões mais a sul do limite da área de estudo, ocorrem vegetais
fósseis próximos a cidade de Cajuru.
O contato com a unidade inferior não foi observado em campo mas, da
mesma forma que no centro do estado, o mesmo deve brusco, sendo os arenitos
truncados pelos corpos básicos tabulares intrudidos no pacote sedimentar, tanto
com o Sill Borda da Mata, quanto com o Sill de Cajuru.
O contato superior com a Formação Botucatu se apresenta também de
maneira brusca, como observado na região do Córrego Humaitá, sendo marcado por
uma pequena lente lateritizada de coloração escura, indicando processos de
ferruginização no sistema (Figura 3.1C).
A presença dos espessos corpos de intrusões básicas, como é o caso dos
sills Borda da Mata e de Cajuru, dificulta a determinação da espessura desta
formação, mas, segundo os perfis geológicos produzidos a partir dos dados de
campo, podemos inferir que na região da Alta Mogiana Paulista a Formação
Pirambóia apresenta espessura média em torno de 160 a 180 metros.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
36
Figura 3.1 – Feições gerais da Formação Pirambóia: (A) Arenito róseo com
laminaçãp plano-paralela, próximo a Serra da Cobiça; (B) Arenito esbranquiçado
bastante fino nas proximidades da gruta dos Fradinhos; (C) Contato brusco entre as
formações Pirambóia e Botucatu – Córrego Humaitá; (D) Pequena falha normal no
arenito com intercalações argilosas; (E) Colina média com afloramento da Formação
Pirambóia, próximo a Cajuru; (F) Afloramento do arenito Pirambóia nas margens da
rodovia Altinópolis-Serrana.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
37
3.2.2 – Formação Botucatu
A Formação Botucatu é geralmente caracterizada na área de estudo pela
ocorrência de arenitos de coloração amarelada bastante escuros, devido aos
processos de ferruginização, além de apresentar estratificações cruzadas de grande
porte (Figura 3.2A). A área de afloramento restringe-se ao front das cuestas, nas
margens do rio Sapucaí-Mirim próximo a Usina Esmeril e nas encostas da Serra da
Vazante, do Papagaio e da Laje, no limite com o município de Santo Antônio da
Alegria.
Sua ocorrência pela área de estudo é bastante irregular e reflete, em parte,
pequenos arqueamentos locais bastante fraturados. O acamamento é caracterizado
por estratificações cruzadas de grande porte, sendo tangenciais na base (Figura
3.2C e F), localmente com estratificação plano-paralela. Os arenitos Botucatu
contêm grãos arredondados a esféricos com granulometria variando de fina a grossa
formando camadas bem selecionadas alternadas. Os minerais pesados associados
são: zircão, turmalina, rutilo e estaurolita, e às vezes, ocorrem processos de
caulinização associado a estes arenitos, como observado na região do Vale das
Grutas.
O teor de lama (silte+argila) é inferior a 5%. Os grãos apresentam-se
geralmente grosseiros e foscos, em níveis descontínuos evidenciando a
estratificação.
O contato da Formação Botucatu com a formação sobrejacente, a Formação
Serra Geral, é brusco, concordante com a base dos corpos de basaltos. Às vezes
ocorrem intercalações de camadas métricas de arenito intertrape (arenito silicificado)
com espessura na ordem de 1 a 3 metros (Figura 3.2D e E), também com estratos
cruzados.
Na porção inferior da Formação Botucatu ocorrem níveis conglomeráticos
apresentando coloração branco-acinzentado e estratificações cruzadas acanaladas
de médio a grande porte. Na área de estudo, estes níveis conglomeráticos são bem
visíveis na porção sul, próximo ao córrego Água da Prata (Figura 3.2B).
A espessura da Formação Botucatu não ultrapassa 100 metros na porção de
maior ocorrência, além de características importantes no contexto hidrogeológico,
pois os afloramentos são caracterizados como área de recarga do aqüífero Guarani,
tanto pelas águas das bacias do rio Pardo, como do rio Sapucaí-Mirim.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
38
Figura 3.2 – Feições gerais da Formação Botucatu: (A) Arenito Botucatu com
coloração avermelhada, próximo a Serra de Furnas; (B) Níveis conglomeráticos na
base da Formação Botucatu – Córrego Água da Prata; (C) Estratificação cruzada de
médio porte próximo às margens do rio Sapucaí-Mirim; (D) Contato entre as
formações Botucatu e Serra Geral, no Vale das Grutas; (E) Arenito Botucatu
silicificado – Serra da Laje; (F) Estratificação cruzada de grande porte na Gruta do
Itambé.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
39
3.2.3 – Formação Serra Geral e Intrusivas Básicas Associadas
As rochas que compõem a Formação Serra Geral foram geradas por magmas
que ascenderam por fraturas e alojaram-se como espessos corpos tabulares
horizontais, formando assim os sills presentes na área de estudo, e também pelo
extravasamento deste magma em superfície, gerando os derrames de basaltos.
Os basaltos exibem coloração cinza-escura a esverdeadas, com granulação
muito fina de estrutura maciça, apresentando espessura média, no Planalto dos
Altos Campos dos Batataes, em torno de 30 metros (Figura 3.3B e C). Estas rochas
básicas exibem textura afanítica, equigranular, distinguindo-se plagioclásio (45 a
55%) piroxênio (25 a 30%), tendo olivina e titanita como minerais acessórios.
No topo destes derrames, os basaltos apresentam textura amigdaloidal e
vesicular, preenchidas por quartzo, calcedônia e calcita. O contato inferior com a
Formação Botucatu é abrupto e concordante com as camadas de arenitos
silicificados (intertrapes) (Figura 3.3E). Já o contato com as coberturas supra-
basálticas é erosivo, de forma que estes sedimentos cenozóicos inconsolidados7.3003 Ts ao (r74(J)-5(ozj0 TcibAz)-ipitao Plaelev.725 Tdhasslação [(Alt(, gerandintertrapesA (Fia, equigranul)T090.0001 .Ts ao (r74(J(Segu25 aNARDYdin1 Tsnio oasamentismotendo olivina )Tj97.0001 Tc450.1529 Tw Se 18.265 0 18.705 0 c)-6vas 14.45 Td)-5(ons)-6(ona )Tj3
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
40
pois um trecho deste rio está alojado diretamente sobre o sill, além de outras
exposições próximas à serra de Furnas, na porção nordeste da área de estudo.
Figura 3.3 – Feições gerais da Formação Serra Geral: (A) Contato da Formação
Serra Geral com as Coberturas Suprabasálticas, próximo a Batatais; (B) Basalto de
coloração cinza escura e de estrutura maciça – Rodovia Batatais/Franca; (C) Topo
de derrame basáltico com a presença de estruturas vesiculares – próximo a
Brodowski; (D) Basalto bastante fraturado exibindo juntas subverticais a
subhorizontais, próximo ao Parque de Exposições de Altinópolis; (E) Arenito
silicificado bastante maciço no topo da Serra de Furnas; (F) Basalto altamente
fraturado e com arqueamento local – Serra do Major Claudiano.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
41
O Sill de Cajuru é caracterizado também por diabásios, de coloração cinza
esverdeada, apresentando então, coloração menos tênue que o outro corpo, e
granulação fina com textura equigranular (Figura 3.4B). As composições
mineralógicas são basicamente as mesmas, mas um fato interessante com relação à
similaridade do Sill de Cajuru com o Sill Borda da Mata, é que o primeiro apresenta
cristais de plagioclásio bastante evoluídos comparados ao segundo, indicando
assim, um tempo de resfriamento maior, mesmo tendo sido ambos gerados em
tempos correlatos (Figura 3.4D).
As principais exposições do Sill de Cajuru ocorrem no extremo sul da área de
estudo, exatamente nos domínios do Planalto de Cajuru, evidenciado por nítido
ressalto topográfico, marcando assim o contato deste corpo com as rochas da
Formação Pirambóia.
Segundo SOARES et. al. (1973), o Sill de Cajuru pode ser considerado como
uma terceira ramificação do Sill Borda da Mata, sendo de pequena extensão,
ocorrendo nas proximidades da cidade homônima. Esta ramificação apresenta
características morfológicas distintas, pois a mudança entre o Sill Borda da Mata e o
Sill de Cajuru é marcada por um nítido desnível topográfico e estratigráfico,
conhecido geomorfologicamente como Planalto de Cajuru (Figura 3.4F).
3.2.4 – Formação Itaqueri
A Formação Itaqueri apresenta fundamental importância no que se refere à
caracterização da sedimentação das coberturas supra-basálticas. Por meio da
compartimentação morfotectônica, podemos conferir se houve relação direta da
tectônica com a sedimentação desta unidade. Na Alta Mogiana Paulista, a Formação
Itaqueri apresenta-se bastante restrita capeando duas porções elevadas no alto dos
planaltos, sendo próximo a Batatais, na região do Córrego do Retiro e próximo a
Altinópolis, na entrada da Fazenda Fortaleza.
Na área mapeada, os litotipos dominantes nestas duas “manchas” de
ocorrência da Formação Itaqueri (Figura 3.5 e 3.6), são representadas na porção
superior e na porção inferior por níveis conglomeráticos (Figura 3.7A e B),
representado por clastos de composição gnáissica a quartzítica em contato direto
com os basaltos da Formação Serra Geral, e com as coberturas indiferenciadas,
indicando transporte oriundo da região da Serra da Canastra.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
42
Figura 3.4 – Feições gerais das rochas básicas intrusivas: (A) Diabásio do Sill Borda
da Mata com nítidos processos de acebolamento, próximo a Usina Esmeril; (B)
Diabásio do Sill de Cajuru com família de juntas de direção paralela, próximo ao rio
Araraquara; (C) Perfil de alteração do diabásio Borda da Mata nas proximidades da
Serra de Furnas; (D) Diabásio extremamente alterado do Sill de Cajuru, próximo à
entrada para Cássia dos Coqueiros; (E) Trecho do rio Sapucaí-Mirim encaixado no
Sill Borda da Mata, na região da Fazenda Matozinhos; (F) Ressalto topográfico no
limite do Sill de Cajuru (acima) com a Formação Pirambóia (abaixo) - limite do
Planalto de Cajuru.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
43
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
44
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
45
Há ocorrência bastante expressiva de arenitos lamíticos, de coloração
avermelhada (Figura 3.7C e D), ora maciços, ora bastante alterados, com laminação
plano-paralela, grãos mal selecionados com nítidas evidências de material
retrabalhado oriundo de uma sedimentação pretérita. Ocorrem também níveis
sílticos intercalados a estes arenitos, tanto nas proximidades da EU-4 (FEBEM) de
Batatais, como próximo ao Parque de Exposições na entrada de Altinópolis (Figura
3.7E e F). Os siltitos apresentam coloração acinzentada, com grãos bastante
irregulares em meio a uma composição lamítica.
De acordo com as correlações estratigráficas, a seqüência sedimentar é
iniciada por níveis argilosos, de espessuras bastante limitadas e de pequena
extensão, compostos por argilas vermelhas e arroxeadas como ocorre nas
proximidades do da Fazenda Mundo da Lua em Batatais e da vicinal de acesso
Altinópolis a Serra da Cobiça, na porção centro-leste da área de estudo. A
espessura geral destas manchas mapeadas de Formação Itaqueri na Alta Mogiana
Paulista não excede a 50 metros, as ocorrências localizam-se em altitudes
superiores a 900 metros, capeando assim os basaltos da Formação Serra Geral.
Não foram encontrados fósseis nesta região de estudo, apesar de algumas
ocorrências descritas por SOARES et al. (1973), na região de Franca, de fósseis
vegetais em grande quantidade. E finalmente, como características gerais
observadas nos trabalhos de campo, podemos expressar que esta formação origina
solos mineralogicamente pobres, com uma rede de drenagem de baixa densidade,
daí o contato com a formação subjacente ser de difícil estabelecimento.
Apesar da poucas exposições desta unidade na área investigada, foi possível
o levantamento de uma pequena seção estratigráfica nas proximidades de Batatais
(Figura 3.8), pois dentre os principais litotipos amostrados, a seqüência é composta
da base para o topo por argilitos avermelhados (Figura 3.7G e H) escuros passando
para níveis sílticos de coloração cinza escura, com grãos bastante irregulares em
meio a uma matriz lamítica. Sobrepondo estes litotipos, a seqüência é marcada por
um espesso pacote de arenitos amarelo-avermelhados, bastante imaturos e com a
presença de lateritas disseminadas, evidenciando um provável retrabalhamento
destes materiais. Finalmente a seqüência é composta por um espesso pacote de
conglomerados polimíticos e ferruginizados , marcando o final do ciclo Itaqueri.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
46
Figura 3.7 – Feições gerais da Formação Itaqueri: (A) Nível conglomerático –
Córrego do Retiro; (B) Conglomerados polimitcos; (C) Arenito avermelhado em
contato com cascalheira marcando o topo da seqüência; (D) Arenito amarelado
próximo a Fazenda Fortaleza; (E e F) Nível síltico acinzentado – EU-4 (FEBEM
Batatais); (G) Argilito avermelhado escuro; (H) Nível argiloso avermelhado próximo o
Parque de Exposições de Altinópolis.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
47
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
48
3.2.5 – Coberturas Terciárias e Quaternárias Indiferenciadas
As litologias dominantes na composição destas coberturas referem-se a
arenitos escuros (avermelhados) com pequenas intercalações de argilitos. Os ciclos
de sedimentação terminam com a presença de nítidas cascalheiras, bastante
limonitizadas sobrepostas por areias inconsolidadas.
Estes depósitos correspondem a sedimentos residuais, de caráter fluvial
(Figura 3.9A e B), intercalados com depósitos de leques aluviais, associados a um
regime proximal de sedimentação de materiais grossos junto a regiões instáveis
tectonicamente. Ocorre também a presença de extensos depósitos coluvionares,
compostos por areias intercaladas com níveis conglomeráticos, tendo estes
materiais sofrido retrabalhamento, pois é nítida a presença de seixos de basalto e
arenito limonitizados. Os depósitos de tálus são freqüentes na área em questão, pois
são formados por fragmentos angulosos a subangulosos de materiais já existentes,
dispersos em matriz areno-argilosa (Figura 3.9C), como é observado no sopé das
serras de Furnas, da Laje e da Vazante. Configuram geometricamente rampas
detríticas de encostas, resultantes da erosão das mesmas (Figura 3.9D).
Finalmente, ocorre a presença dos sedimentos aluvionares quaternários,
formados por terraços antigos (Figura 3.9E) e aluviões recentes, incluindo os
depósitos de fundo de leito, as cascalheiras são sustentadas por seixos e matriz
arenosa, podem ocorrer camadas argilosas intercaladas com estratificação plano-
paralela.
Estes depósitos devem ter se formado por deposição acumulativa de detritos
da base das encostas, por torrentes, e incapacidade de remoção do material pelas
drenagens pré-estabelecidas, formando assim, os terraços. Os de idade mais jovem
formam depósitos associados aos principais rios, formados por areias
inconsolidadas com a presença bastante limitada de níveis de cascalhos.
Os aluviões recentes são formados por canais preenchidos por sedimentos
conglomerados intercalados com sedimentos arenosos conglomeráticos. Podemos
considerar estes sedimentos cenozóicos divididos em dois ciclos, o ciclo terciário,
com o predomínio de material arenoso friável, cascalheiras e lateritas bastante
expressivas, como é o caso do nível de laterita presente próximo às margens do rio
Sapucaí-Mirim (Figura 3.9F) e o ciclo quaternário, formado por depósitos arenosos
friáveis, na forma de terraços, embutidos nos principais vales.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
49
Figura 3.9 – Feições gerais das Coberturas Terciárias e Quaternárias
indiferenciadas: (A) Cascalheira em contato direto com neossolos flúvicos com a
presença de pequena falha normal; (B) Argissolo vermelho-amarelado em vasta área
a leste de Batatais; (C) Cobertura areno-argilosa de coloração avermelhada
próximo a Serra da Laje; (D) Rampa dedtrítica formada por fragmentos e
conglomerados nas proximidades da Serra da Vazante; (E) Terraço contendo
material arenoso intercalado com níveis argilosos – próximo ao rio Pardo; (F)
Depósito aluvionar quaternário, formado por areias inconsolidadas – rio Sapucaí-
Mirim
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
50
3.3 – UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS OU DE RELEVO
Basicamente, a região da Alta Mogiana Paulista está localizada inteiramente
na província das Cuestas Basálticas (ALMEIDA 1964), sendo enquadrada
geomorfologicamente em domínios de planaltos de altitude, escarpas festonadas
formando serras alongadas que delimitam plataformas estruturais de reversos
suavizados e inclinados em direção à calha do rio Grande. São caracterizados
também pela presença de domínios de colinas médias e depressões frontais com
domínios de colinas amplas, morros arredondados e mesas basálticas.
Na região da Alta Mogiana ocorre a presença de relevo marcado por planaltos
localizados entre 900 e 1.100m, e domínios de colinas médias a amplas entre 500 e
800m, delimitados assim, por escarpas festonadas, além de relevos formando serras
alongadas de altitude entre 1.000 e 1.100m.
A Serra das Araras, localizada na porção central da área, apresenta feição
geomorfológica linear segundo a direção E-W com escarpamento voltado tanto para
o norte, como para o sul, representando assim, compartimentos rebaixados e
encaixados nessas depressões, onde o modelamento do relevo se deu pela ação
erosiva fluvial dos rios Pardo, Sapucaí-Mirim, Araraquara, etc.
Os domínios representados pelas colinas médias e amplas e pelos morros
residuais desenvolveram-se em compartimentos também embutidos, com altitudes
variando entre 550 e 750m. Morros arredondados e colinas médias também ocorrem
em níveis entre 900 e 1.100m, marcando os planaltos na porção NE e SE da área.
Os planaltos formados pelas serras são recobertos por sedimentos
lateritizados gerando um perfil laterítico com ocorrências de zonas plintificadas
abaixo de crostas ferruginosas, representando remanescentes da Superfície Sul-
Americana. Os níveis colinosos marcam o ciclo erosivo responsável pela dissecação
da Superfície Sul-Americana reconhecido como ciclo Velhas ou Superfície
Neogênica.
3.3.1 – Domínio dos Planaltos de Altitude
Este domínio geomorfológico representa as porções mais elevadas quanto à
topografia da área investigada, ocorrendo entre as altitudes de 800 e 1.000 metros.
Estes planaltos representam o reverso das cuestas, indicados por terrenos
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
51
ondulados e colinosos, posteriores a linha das escarpas que delimita estes planaltos
com as depressões.
Na porção noroeste da área, ocorre o Planalto dos Altos Campos dos
Batataes representado por colinas médias a amplas bastante baixas (Figura 3.10A e
B), com vales encaixados formando os numerosos afluentes dos rios Pardo e
Sapucaí-Mirim (Figura 3.10C e E). Na região de Batatais a paisagem se apresenta
de maneira bastante monótona, devido à presença somente de níveis colinosos em
longos trechos (Figura 3.10D).
Nas proximidades de Brodówski, em direção a Ribeirão Preto, é comum a
ocorrência de mesas basálticas (Figura 3.10F), marcando relevo residual nas
proximidades com as cuestas, descendo em direção ao rio Pardo.
No extremo sudeste ocorre o outro grande planalto de altitude, o Planalto de
Cajuru (Figura 3.10G), nas proximidades da cidade homônima. Este se demonstra
na forma de um grande ressalto topográfico na paisagem, limitado por escarpas
íngremes associadas às intrusões básicas que afetaram a Bacia do Paraná, também
alcançando as altitudes entre 900 e 1.100 metros.
A Serra da Laje ocorre na porção superior deste planalto, numa forma
alongada com direção E-W, com acesso a esta região bastante difícil devido às
coberturas vegetais. Por fim, vale à pena destacar que em frente a este domínio
geomorfológico ocorre à presença de inúmeros morros testemunhos, serras
alongadas e mesas basálticas, também marcando o relevo residual do recuo da
escarpa principal (Figura 3.10H).
Através das imagens SRTM da Embrapa (MIRANDA et al., 2004), é possível
observar as diferenças texturais numa análise macroscópica do relevo, entre as
regiões de colinas e as porções preservadas que atingem altitudes elevadas, tais
como serras alongadas e mesas basálticas
A rede de drenagem apresenta uma densidade média, composta
praticamente por rios conseqüentes, encaixados em vales pouco profundos e
bastante abertos, em afluentes diretos tanto da bacia do rio Pardo como da bacia do
rio Sapucaí-Mirim.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
52
Figura 3.10 – Unidades de relevo dos Planaltos de Altitude: (A e B) Colinas média e
amplas nas proximidades de Batatais; (C) Vales pouco profundos e bastante abertos
no trecho entre Brodówski e Batatais; (D) Extensos campos colinosos a oeste de
Batatais; (E) Vale mais aprofundado aleste de Batatais em direção as escarpas; (F)
Mesas Basálticas próximo a Ribeirão Preto; (G) Planalto de Cajuru; (H) Serras
Alongadas e Mesas Basálticas em frente aos planaltos.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
53
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
54
3.3.2 – Domínio das Escarpas
Este domínio geomorfológico representa as elevadas escarpas, denominadas
de Cuestas Basálticas, que delimitam o domínio dos planaltos de altitude com as
depressões locais. As escarpas na Alta Mogiana Paulista encontram-se entre as
altitudes de 650 a 800 metros, podendo localmente alcançar 900 metros. Como
citado anteriormente, na região da Alta Mogiana, as escarpas correspondem a
Cuesta Interna que é continua por todo estado de São Paulo. As mesmas se
apresentam na forma de escarpas principais bastante elevadas, escarpas
intermediárias e escarpas festonadas.
Elas bordejam praticamente toda a bacia do rio Pardo e do rio Sapucaí-Mirim,
na forma de grandes elevações, ora bastante dissecadas, ora como linhas contínuas
de escarpas na forma de degraus topográficos. Na região de Serrana (Figura 3.12A),
as escarpas se apresentam bastante dissecadas, onde são visíveis pequenos
degraus desnivelados na estrutura geral da escarpa principal na direção norte,
próximo à cidade de Brodówski.
Nas proximidades de Altinópolis (Figura 3.12B), as escarpas ocorrem na
forma festonada, ou seja, bastante dissecadas e apresentando uma rede de
drenagem densa na forma de rios obseqüentes caminhando em direção ao rio
Pardo. Na base destas escarpas aflora o arenito Botucatu, abrigando inúmeras
grutas e cavernas nesta região (Figura 3.12C e D). No sul da área investigada, na
região da Serra da Laje, ocorrem escarpas intermediarias entre as elevações
principais na região de Altinópolis com as escarpas festonadas que limitam o
Planalto de Cajuru (Figura 3.12G e H).
Na porção norte, ocorrem as escarpas que limitam a bacia do rio Sapucaí-
Mirim (Figura 3.12 E e F), com uma amplitude vertical menor que as escarpas que
limitam a bacia do rio Pardo a sul. São escarpas festonadas, bastante dissecadas,
mas com uma rede de drenagem menos densa que as anteriores, por este motivo
não há cavidades naturais formadas no sopé destas estruturas nesta região.
Ocorrem inúmeras cachoeiras neste setor, como é o caso da região da
Fazenda Fortaleza. onde as escarpas apresentam um forte controle estrutural.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
55
Figura 3.12 – Unidades de relevo das Escarpas: (A) Escarpa principal próximo a
Serrana; (B) Degraus topográficos nas escarpas próximo a Altinópolis; (C e D)
Escarpas festonadas com cavidades naturais, próximo a Altinópolis; (E e F)
Escarpas festonadas na bacia do rio Sapucaí-Mirim; (G) Escarpas das Serra de
Furnas – próximo a Usina Esmeril; (F) Escarpas intermediárias no sul da área.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
56
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
57
3.3.3 – Domínio das Depressões
O domínio geomorfológico das depressões corresponde às regiões mais
rebaixadas na área investigada. Na Alta Mogiana Paulista ocorrem as depressões do
rio Pardo (Figura 3.14A), mais conhecida como Depressão de Serrana, e a
depressão do rio Sapucaí-Mirim, formada por partes da depressão colinosa de
Patrocínio Paulista, a norte deste rio e pela depressão do Esmeril (Figura 3.14B).
As unidades de relevo presentes neste domínio geomorfológico
correspondem a vastas áreas de colinas, formadas por colinas médias e amplas,
com vales incisos bem entalhadas devido ao substrato arenoso. Geralmente é
comum ver morros testemunhos isolados em meio a estes campos colinosos.
Na região sul, na Depressão do Rio Pardo ocorre a presença de inúmeras
colinas alojadas em substrato (Figura 3.14C), tanto arenoso quanto rochoso, devido
à ocorrência do Sill de Cajuru nessa região, além dos extensos campos onde aflora
a Formação Pirambóia.
Nesta depressão estão presentes alguns morros testemunhos, tais como: o
Morro do Seladinho (Figura 3.14G), próximo ao front das cuestas, do lado da
margem direita do rio Pardo, o Morro do Elevado a sul de Serrana, o Morro do Forno
próximo a Altinópolis. Todos estes morros apresentam-se estruturados por basaltos
da Formação Serra Geral sobre os arenitos bastante consolidados da Formação
Botucatu.
Na região norte ocorre a Depressão do rio Sapucaí-Mirim, com uma amplitude
lateral bastante reduzida comparada à depressão do rio Pardo, ocorrendo na forma
de um pequeno corredor entre as escarpas menos evoluídas dessa região e a
planície deste respectivo rio (Figura 3.14D). Ocorrem níveis colinosos, formado por
colinas médias e por vales bastante dissecados na região do ribeirão São João,
afluente direto do rio Sapucaí-Mirim, além de inúmeros morros testemunhos
alinhados segundo a direção NNW-SSE, e que apresentam a mesma gênese de
estruturação que os citados anteriormente. São eles: Morro da Mesa (Figura 3.14H),
Morro do Facão, Morro da Rosca e a Serra da Cobiça, próxima a Altinópolis.
A rede de drenagem apresenta padrão dendrítico, com média densidade,
onde ocorrem rios conseqüentes e subseqüentes na sua totalidade.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
58
Figura 3.14 – Unidades de relevo das Depressões: (A) Depressão do rio Pardo ao
fundo Planalto de Cajuru; (B) Depressão do rio Sapucaí-Mirim ao fundo Serra do
Major Claudiano; (C) Níveis colinosos na bacia do rio Pardo; (D) Vista restrita da
Depressão do rio Sapucaí-Mirim; (E e F) Vistas gerais das duas depressões; (G)
Morro do Seladinho (testemunho na porção sul da área); (H) Morro da Mesa
(testemunho da porção norte).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
59
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
60
3.3.4 – Domínio das Planícies
Na Alta Mogiana Paulista ocorrem as planícies do rio Pardo (Figura 3.16A) e
do rio Sapucaí-Mirim (Figura 3.16B). Ambas se apresentam na forma de grandes
planícies aluvionares ou mais conhecidas como áreas de várzeas. É importante
destacar que estes dois rios regionais apresentam ao longo de seus cursos ora
trechos bastante largos nessas áreas de planícies, com o desenvolvimento de
meandros, ora caminham por longas distâncias encaixados em áreas fraturadas,
apresentando-se de forma retilínea e com margens escarpadas.
Na Planície do rio Pardo, dentre os domínios da área investigada, o rio Pardo
configura-se bastante meandrântico, com nítidos deslocamentos de meandros para
NE, no extremo sul da área próximo a Serrana, perfazendo seu curso desta maneira
até as proximidades daquela cidade. Para jusante, este rio se comporta de forma
retilínea encaixado nos sedimentos da Formação Pirambóia e no Sill de Cajuru
(Figura 3.16C), voltando posteriormente às condições meandrântes até seu trecho
final, ao desaguar no rio Grande. Esta planície aluvionar é bastante extensa
lateralmente, onde são nítidos os depósitos do tipo terraços e extensos aluviões
formados por sedimentos inconsolidados.
A Planície do rio Sapucaí-Mirim configura-se de forma bastante reduzida
comparada à anterior, pois este rio apresenta características de um forte controle
estrutural em sua morfologia e não um controle litológico, ou seja, grandes trechos
deste rio estão encaixados em zonas bastante fraturadas, onde não ocorrem áreas
aluvionares e o mesmo apresenta margens escarpadas bastante elevadas, como é
observado na região em que o rio Sapucaí-Mirim se aproxima da região da Usina
Esmeril, no nordeste da área investigada.
Ocorrem inúmeros trechos de corredeiras no rio Sapucaí-Mirim, devido ao fato
de estar encaixado sobre as rochas básicas do Sill Borda da Mata (Figura 3.16D).
Na região das corredeiras são muito estreitas as áreas laterais de várzea, não
apresentando estruturas na forma de terraços e com aluviões bastante localizados.
Em síntese podemos afirmar que a Planície do Rio Pardo apresenta características
de controle litológico, com o desenvolvimento de inúmeros trechos meandrânticos
(Figura 3.16E), enquanto a Planície do rio Sapucaí-Mirim se configura totalmente
segundo condições de um forte controle estrutural (Figura 3.16F).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
61
Figura 3.16 – Unidades de relevo das Planícies: (A) Planície do rio Pardo próximo a
Serrana, nota-se ampla área lateral e desenvolvimento de meandros; (B) Planície do
rio Sapucaí-Mirim, trecho com alto controle estrutural próximo a Usina Esmeril; (C)
Planície do rio Pardo, trecho posterior a passagem pelo Planalto de Cajuru; (D)
Trecho de corredeiras do rio Sapucaí-Mirim; (E) Planície do rio Pardo próximo a
Serrana; (F) Planície do rio Sapucaí-Mirim na região de Restinga.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
62
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
63
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
64
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
65
IV – ANÁLISE ESTRUTURAL
4.1- ESTRUTURAS
A análise estrutural permitiu a caracterização do padrão de fraturamento
regional e de cada unidade litoestratigráfica, bem como do seu papel na
compartimentação geomorfológica e tectônica regional. Foram reconhecidas juntas e
falhas afetando todo o conjunto rochoso.
Para a caracterização do quadro macroscópico, foram extraídos os
lineamentos de drenagem. Os lineamentos, segundo SABIN’S (1978, apud LIU,
1987), correspondem a feições lineares geomórficas, tais como, segmentos
alinhados de vales e formas de relevo, pois podem representar as chamadas zonas
de fraqueza estrutural.
O início da análise estrutural se deu através da observação e registro das
feições lineares regionais de relevo e drenagem observadas em imagem de satélite
(1:250.000), e de detalhe extraídas de fotografias aéreas (1:60.000) e de mapas
topográficos (1:50.000).
Para a determinação do padrão de fraturamento foram reconhecidas fraturas
e falhas nos afloramentos, e suas atitudes foram tratadas para obtenção das
principais famílias e orientações preferenciais, com auxílio do software
STEREONET, com projeção dos dados no hemisfério inferior.
4.2 – ANÁLISE DO FRATURAMENTO
Conforme o quadro macroscópico na região da Alta M da Alta M da A foi
possível o reconhecimento de dois grandes conjuntos principais de lineamentos de
direção N-S (direção geral dos principais afluentes dos rios regionais) e E-W
(marcado pelas feições de relevo, representadas por alinhamento de escarpas e
direção geral das cuestas), um terceiro conjunto de menor importância de direção
NE-SW, marcados por afluentes de 2° e 3° ordens (Figura 4.1), e finalmente um
conjunto bastante limitado de direção NW-SE, onde os principais rios, ota rdo e o
Sapucaí-Mirim, assumem esta direção.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
66
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
67
Esta análise geral marca uma observação macroscópica a respeito das
principais estruturas, através dos diagramas de roseta, a análise pelo comprimento
acumulado e pela freqüência acumulada, reforçam o reconhecimento de traços
gerais destas direções N-S e E-W.
Realizando as primeiras interpretações estruturais com esta análise
macroscópica através dos principais traços de lineamentos, podemos perceber que
grande parte das áreas de encostas, sejam as cuestas, ou sejam as escarpas que
limitam os morros testemunhos e serras isoladas, é controlada por estruturas gerais
de direção E-W. Estas feições podem estar relacionadas a condicionantes destas
escarpas de segmentos retilíneos de drenagem a fraturas ou zonas de fraturas
regionais, em parte associadas a falhamentos transcorrentes bastante expressivos
na faixa central da área de estudo, que serão discutidos adiante.
Os traços de direções N-S associam-se principalmente a segmentos retilíneos
de drenagem e a escarpamentos mais suaves e podem estar associados à falhas
normais e/ou transcorrências sinistrais, com pequenos rejeitos, colocando unidades
mesozóicas em contato lateral direto com unidades cenozóicas. A porção sul da
área de estudo (Folhas Altinópolis e Serrana) apresenta um padrão de fraturamento
bastante inferior em relação à porção norte (Folhas Batatais e Esmeril).
A análise dos principais traços em escala 1:250.000 nos permite afirmar que
esta área apresenta características estruturais bastante marcantes entre a bacia do
rio Pardo (Sul) e a bacia do rio Sapucaí-Mirim (Norte), permitindo o estabelecimento
de domínios estruturais na área de estudo, de forma a melhor caracterizar essas
diferenças nos estilos estruturais entre as duas bacias regionais. Em cada domínio
estrutural prevalece um conjunto de falhas marcantes segundo estilos estruturais
próprios, este elemento estrutural assume fundamental importância na
caracterização neotectônica e na compartimentação morfotectônica da Alta Mogiana
Paulista.
Os traços NW-SE não constituem orientações preferenciais no quadro
macroscópico, porém formam grandes traços estruturais controladores das bacias
hidrográficas dos rios Pardo e Sapucaí-Mirim, definindo suas direções preferenciais
de escoamento do leito principal de SE para NW (Figura 4.2).
Ajusta-se a estas direções zonas de confluências alinhadas, como que
denunciando controle estrutural por falhas normais nas bordas das bacias. Apesar
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
68
da pequena quantidade de traços NW-SE, esta direção se constitui uma das
principais para as falhas normais.
A direção NE-SW é representada por afluentes importantes dos rios Pardo e
Sapucaí-Mirim; além de condicionar e segmentar os trechos centrais da Serra das
Araras.
da pequena quantidade de traços NW-SE, esta direção se constitui uma das
principais para as falhas normais, assunto este que será discutido adiante.
4.2.1 – Domínios Estruturais
Figura 4.2: Diagrama das fraturas ou juntas geral da área da estudada, definindo as
principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério inferior).
4.2.1 – Domínios Estruturais
A distribuição dos traços de fratura e seu ajuste aos principais acidentes
geomorfológicos permite a caracterização da área em três grandes domínios
estruturais distintos: Domínio Norte, Domínio Central e Domínio Sul (Figura 4.3).
O Domínio Norte corresponde e reflete ao fraturamento em que as drenagens
da bacia do rio Sapucaí-Mirim estão encaixadas, o Domínio Sul corresponde ao
fraturamento na bacia do rio Pardo, e por fim, o Domínio Central corresponde ao
grande divisor de águas que separa estas duas grandes bacias e onde se
encontram as cuestas. O traçado dos rios principais na área de estudo está
orientado para NW, em direção ao eixo da bacia do rio Grande, gerando assim um
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
69
sistema de drenagem dendrítico nas duas bacias, onde o domínio norte apresenta
um grau de fraturamento maior que o domínio central e sul.
Através da Figura 4.3, observamos que cada domínio estrutural apresenta
elementos estruturais onde as direções preferenciais dos conjuntos de fraturas são
ligeiramente distintas entre si. Pelo padrão de fraturamento geral da área de estudo,
podemos notar que os conjuntos de fraturas apresentam direções preferenciais para
N-S e E-W, com fraturas secundárias de direção NE-SW e NW-SE.
O Domínio Norte apresenta um fraturamento predominante de direção N-S e
secundariamente de direção E-W, pois o padrão principal reflete diretamente na
direção geral dos principais afluentes do rio Sapucaí-Mirim e marcam nítidas
escarpas nesta direção. No Domínio Central predominam fraturas de direção E-W,
relacionadas à transcorrências e responsáveis pela estruturação das cuestas e,
finalmente, o Domínio Sul apresenta um padrão de fraturamento predominante de
direção N-S e NE-SW na bacia do rio Pardo.
Para o estabelecimento do sistema de fraturas da área estudada, coletou-se a
atitude das juntas e falhas nos afloramentos visitados, sendo aqui apresentada a sua
integração e interpretação local.
O tratamento dos dados por unidades litoestratigráficas mostra a importância
das direções N-S e E-W para praticamente todos os conjuntos litológicos. Na
Formação Pirambóia são reconhecidas 2 famílias, em arranjo aproximadamente
ortogonal, com orientações preferenciais N80E/70SE e N15W/70NE, para a
Formação Botucatu são 4 famílias com orientações N85E/70SE, N30W/65SW,
N20E/80NW e N15W/70NE.
A Formação Serra Geral apresenta 3 famílias, com direções preferenciais E-
W/70S, N35E/70NW e N12W/70NE, já as rochas intrusivas básicas apresentam uma
similaridade nas orientação das 4 principais famílias, o Sill Borda da Mata apresenta
as direções N45W/60NE, N15E/70NW, N35E/75NW e horizontal, enquanto o Sill de
Cajuru apresenta as direções N15E/75NW, N10W/75NE, N87W/70SW e horizontal.
Por fim a Formação Itaqueri apresenta 4 famílias com direções N80E/65SE, N-
S/75W, N15W/80NE, horizontal (Figura 4.4)
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
70
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
71
Figura 4.4 – Diagramas de freqüências das principais famílias de juntas ou fraturas
presentes em cada unidade geológica mapeada.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
72
4.2.1.1 – Domínio Norte
O tratamento dos dados pelos domínios estruturais é apresentado a seguir.
Para tanto, foram agrupados os dados de frauras da região recoberta por cada
domínio
Este domínio é considerado como o mais importante na influência da
estruturação da região, pois as direções preferenciais do fraturamento são
extremamente marcadas pelos traços de orientação das drenagens que compõem a
bacia hidrográfica do rio Sapucaí-Mirim.
As orientações preferenciais das principais famílias neste domínio
correspondem a: N27E/71NW, N10W/70NE, N83W/70SW, como consta na Figura
4.5. O predomínio de fraturas de direção N-S, de certa forma, define a estruturação
de bacias de 2° e 3° ordens, como é o caso da bacia do ribeirão dos Batataes,
ribeirão da Paciência e do ribeirão São João na porção NE da área de estudo.
Como citado anteriormente, a direção NE e NNE apresenta certa freqüência
no papel de estruturação do domínio norte, pois várias drenagens afluentes do rio
Sapucaí-Mirim assumem essa direção, tais como, o córrego da Prata, o córrego do
Desengano e o córrego da Fortaleza.
Próximo à cidade de Batatais, ocorrem inúmeras cachoeiras com quebra na
direção geral NNE e desaguam todas no ribeirão dos Batataes de direção NS. Com
isso os elementos morfológicos presentes neste domínio estrutural, estão
condicionados segundo estas direções gerais, seja pela rede de drenagem, ou seja,
pela forma das unidades de relevo. No extremo nordeste da área de estudo ocorrem
serras isoladas e morros testemunhos onde as escarpas apresentam direções gerais
NS e EW, como é o caso da serra de Furnas, a serra do Major Claudiano e a Serra
dos Figueiredos.
4.2.1.2 – Domínio Central
O Domínio Central corresponde à faixa central da área de estudo, pode ser
considerado também como um domínio de transição, onde se encontra o divisor de
águas regionais que separam as duas bacias, do rio Pardo e do Sapucaí-Mirim,
conhecido como serra das Araras.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
73
Figura 4.5 - Diagrama das fraturas do Domínio Norte da área estudada, indicando as
principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério inferior).
Neste domínio ocorre o predomínio de famílias de fraturas de direção E-W, e
secundariamente de direção NS. Um grande alinhamento E-W, marca a orientação
geral da serra das Araras, limitando então, as bacias dos rios Pardo e Sapucaí-
Mirim, marcando dois compartimentos distintos, separados por um outro
compartimento de transição (Figura 4.6).
Os eixos principais das drenagens retilíneas e assimétricas estão encaixadas
em lineamentos E-W e NNW, onde ocorrem também as cuestas basálticas, com
altitudes atingindo os 1.100 metros. Ocorrem inúmeros processos de capturas e
anomalias de drenagem neste setor, evidenciando a importante influência exercida
pelo mesmo durante a estruturação geral da Alta Mogiana Paulista. A estes
lineamentos E-W, ocorrem também escarpamentos principais e secundários
(escarpas de falha), relacionados na compartimentação do relevo.
4.2.1.3 – Domínio Sul
Domínio Sul da área de estudo corresponde às drenagens da bacia do rio
Pardo, onde estão encaixadas, segundo um padrão de fraturamento com direção
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
74
Figura 4.6 - Diagrama das fraturas do Domínio Central da área estudada, indicando
as principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério
inferior).
geral N-S e NNE, e outras de menor importância de direção E-W e NW, este
apresenta uma importância inferior relacionado ao Domínio Norte, na estruturação
geral da área (Figura 4.7).
A bacia do rio Pardo, além de seus inúmeros afluentes, apresenta um padrão
geral de drenagem segundo a forma dendrítica, mas de menor amplitude quanto ao
número de fraturas presentes na área. A menor quantidade de fraturas amostradas
se dá pelo fato que este domínio esta inserido inteiramente em litologias
sedimentares (formações Pirambóia e Botucatu), apresentando as mesmas uma
plasticidade maior no processo de deformação, gerando assim, um padrão de
fraturamento de menor expressão.
O rio Pardo está encaixado em fraturas com direções gerais NW e seus
afluentes apresentam orientações N-S, mas exatamente igual ao padrão geral de
drenagem do rio Sapucaí-Mirim, o rio Pardo também apresenta trechos desviados e
capturados por fraturas na direção N-S e NE, podendo estar relacionadas aos
mesmos lineamentos que influenciaram a estruturação no domínio norte.
Neste domínio são raros os processos de capturas e desvios de drenagens, o
único caso mais interessante é com relação ao córrego da Espraiada que caminha
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
75
com direção NE por grande trecho, ao se deparar com um grande lineamento de N-S
nas proximidades da Usina da Pedra, ele assume esta direção por mais um grande
trecho, mas com o nome de ribeirão da Figueira, até desaguar no rio Pardo, que
neste momento apresenta uma inflexão de 90° até desaguar no mesmo.
Um fato interessante neste domínio é com relação à dimensão das planícies
de inundação das principais drenagens, as mesmas se apresentam de forma
assimétrica, com inúmeros pequenos barramentos e um volume de água elevado.
Isso pode estar relacionado a um rebaixamento da área mais expressivo que a
região do domínio norte.
Figura 4.7: Diagrama das fraturas do Domínio Sul da área estudada, indicando as
principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério inferior).
4.3 – FALHAS
As falhas gerais encontrados na Alta Mogiana Paulista são a grande maioria
de caráter normal, de rejeitos métricos, e na justaposição de blocos falhados
derivados das rochas mesozóicas da Bacia do Paraná. Há a ocorrência também de
uma série de falhas, transcorrentes dextrais e sinistrais, reativadas numa fase
neotectônica durante a evolução da bacia.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
76
As medidas coletadas destes planos de rupturas desenvolvidos segundo as
direções gerais dos lineamentos, foram tratadas no software StereoNet 3.3. Os
padrões gerais de falhas mapeadas indicam direções predominantes de direção E-
W, N-S, e subordinadamente falhas NE-SW, conforme consta na Figura 4.8.
No setor sul da área de estudo, as falhas normais e transcorrentes aparecem
em maior quantidade, como ocorre nas proximidades de Cajuru e Serrana, com
orientações gerais para E-W e N-S. As falhas normais estabelecem uma geometria
de blocos soerguidos e abatidos, gerando pequenos deslocamentos dos contatos
entre as formações da bacia, enquanto as falhas transcorrentes formam escarpas de
falhas, como ocorrem na saída sul da cidade de Altinópolis. Estas falhas são
responsáveis diretas pela sustentação de escarpas elevadas na região do planalto
de Cajuru, e pela instalação do sill de Cajuru em meio aos sedimentos da Formação
Pirambóia, de maior ocorrência na porção sul mapeada.
A porção central apresenta um padrão de falhas transcorrentes, oriundas de
uma tectônica transcorrente de direção E-W , sendo falhas dextrais de direção E-W
e falhas sinistrais de direção NE-SW. Estas falhas são responsáveis pelo
soerguimento e sustentação das cuestas no nordeste paulista, indicando a
participação de componentes de rejeito oblíquo para a formação deste relevo.
O setor norte apresenta um número de falhas inferior ao restante da área
mapeada, com maior quantidade reconhecida na região da Usina Esmeril até as
proximidades do rio Sapucaí-Mirim, sendo falhas normais que alojaram formações
mais antigas lado-a-lado de formações mais recentes. Os degraus topográficos
nesta região são intensos, e são neles que ocorrem a maioria das cachoeiras nesta
região.
Nas proximidades de Batatais ocorrem falhas normais em meio as formações
Serra Geral e Itaqueri, sendo estes falhamentos responsáveis pela orientação geral
da área de ocorrência da Formação Itaqueri nesta região.
4.3.1 – Falhas Normais e Inversas
As falhas normais encontradas na área mapeada nos indicam um predomínio
de direções E-W, NW-SE e NE-SW. A maioria destas falhas não apresentam
espelhos de falha nítidos e aparecem encobertas pelas coberturas terciárias e
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
77
quaternárias indiferenciadas. As orientações preferenciais reconhecidas estão em
torno de E-W/75S, N75W/75SW, N30W/68NE, N45W/80NE, N50E/80NW e
N10E/80NW (Figura 4.9).
Figura 4.8 - Diagrama de freqüências das falhas totais da área de estudo, indicando
as principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no hemisfério
inferior).
Ocorre o desenvolvimento de aluviões associados a falhas normais no rio
Pardo e também no rio Sapucaí-Mirim, de direção NW-SE e NE-SW, mergulhando
ora para SE ora para SW.
As falhas normais presentes na porção norte indicam basculamento e
soerguimento de blocos com pequenos rejeitos, nas proximidades da Usina Esmeril,
da fazendo do Cedro em Batatais e na região da cachoeira dos Macacos.
As falhas normais NW-SE constituem as principais controladoras das bacias
hidrográficas, melhor caracterizadas no quadro macroscópico do domínio norte,
provavelmente responsáveis pelas anomalias de relevo (em degraus) e associadas
às anomalias de drenagem, do tipo zonas de confluências alinhadas. Sua geometria
pode condicionar inclusive o estabelecimento da calha principal.
A movimentação e deslocamento das camadas pequenos, centimétricos a
métricos apesar das grandes perturbações tectônicas causadas pelas intrusões das
soleiras de rochas básicas e o derramamento de lavas vulcânicas.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
78
Estas falhas normais na região de Batatais podem indicar um desnivelamento
ou provável deformação nas coberturas supra-basálticas e nos depósitos
sedimentares cenozóicos existentes na região.
Através desta análise estrutural, considerando as falhas normais, parece
indicar que a área passou por regime distensivo, exibindo eixos de tensão máxima
associada a estas falhas próxima a vertical. A distribuição ao longo dos vários
quadrantes, no entanto, parece direcionar para mais de um pulso deformacional,
com a tensão mínima direcionada segundo NW/horizontal para as falhas NE-SW e,
para aquelas direcionadas entre NW-SE e E-W, eixo mínimo próximo à direção
NE/horizontal. Estas direções são aproximadas e parecem de acordo com os
regimes e direções propostos por MORALES e HASUI (2001) para a região sudeste.
Não é possível caracterizar os produtos associados ao quadro mais antigo,
pois não foram reconhecidas coberturas que possam ser relacionadas aos quadros
de quebra continental e abertura do Oceano Atlântico, tendo sido caracterizadas
apenas as falhas que poderiam estar associadas a este evento.
Figura 4.9 - Diagrama de freqüências das falhas normais da área de estudo,
indicando as principais famílias e suas orientações preferenciais (projeção no
hemisfério inferior).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
79
Com isso, podemos deduzir que as falhas normais mapeadas na área de
estudo, controlam nítidos desníveis topográficos, podendo estar relacionadas a um
regime tectônico mais antigo, da ruptura continental e abertura do oceano Atlântico
como também em parte está relacionadas a fases de reativações de estruturas já
existentes ou mesmo desenvolvendo estruturas neoformadas dentro de um quadro
mais jovem.
Associada a estas feições foi reconhecida uma única falha inversa, de menor
escala, causando perturbações visíveis somente nas rochas basálticas da Formação
Serra Geral, apresentando direção para NW-SE, com mergulho em torno de 50°.
Figura 4.10: Distribuição das falhas normais e inversa e de lineamentos regionais e
de detalhe (1:60.000 e 1:250.000), na Alta Mogiana Paulista.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
80
4.3.2 – Falhas Transcorrentes Dextrais e Sinistrais
As falhas transcorrentes dextrais são marcadas na área de estudo por
mergulhos de alto ângulo dos planos das falhas, onde as mesmas se destacam na
porção central da mesma. Apresentam orientações gerais E-W, com estrias
indicativas de movimento subhorizontais. As orientações preferenciais reconhecidas
foram E-W/75S, N35E/80SE, N15W/80NE, N70W/70NE, N80E/80NW (Figura 4.11).
As mesmas orientam serras, sustentam altas escarpas, além de marcarem
importantes alinhamentos de drenagem na porção sul da área. As falhas
transcorrentes sinistrais ocorrem distribuídas por toda área mapeada, apresentam
direções gerais entre N e NNE (Figura 4.12). Esta distribuição geral associa-se
também às falhas normais descritas anteriormente, No quadro de eixos de tensão
decorrente destas falhas, poderiam ser ajustadas a uma orientação de eixo principal
σ1 próximo a NW/SE horizontal, σ3 orientado para NE/horizontal e σ2 na vertical.
Este arranjo enquadra-se no modelo proposto para a região sudeste por HASUI
(1990), podendo então estar ajustado ao regime neotectônico. A associação local
com falhas normais NW-SE pode marcar situação local de transtração, dentro do
regime neotectônico e do modelo de distribuição de tensões e de partição de
deformação, relacionada à orientação dos planos de falha em relação aos eixos
principais do elipsóide de esforços.
Figura 4.11: Diagrama de freqüências das falhas transcorrentes dextrais e sinistrais
da área de estudo, indicando as principais famílias e suas orientações preferenciais
(projeção no hemisfério inferior).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
81
Figura 4.12 - Distribuição das falhas transcorrentes dextrais, sinistrais e de
lineamentos regionais e de detalhe (1:60.000 e 1:250.000), na Alta Mogiana
Paulista.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
82
V - MORFOTECTÔNICA
5.1 - MORFOESTRUTURA E MORFOTECTÔNICA
GERASIMOV e MESCHERICOV (1968) e MESCHERICOV (1968), baseados
nos preceitos de GERASIMOV (1946, apud GERASIMOV e MESCHERICOV, 1968)
e PENK (1953), introduziram o termo morfoestrutura como unidades de relevo
geradas pela combinação de atividade tectônica, predominante, e de clima, tais
como, bacias sedimentares, cadeias orogênicas e plataforma, e o termo
morfoescultura como o modelado ou formas menores geradas sobre uma ou várias
estruturas, dominando a ação exógena. Consideram os terraços, as superfícies de
aplainamento e os depósitos correlativos importantes ferramentas para a análise
morfoestrutural, uma vez que diferentes morfoestruturas desenvolvem-se em
períodos alternantes de soerguimento e estabilização, produzindo dissecação e
superfícies de aplainamento regionais, respectivamente.
DEMEK (1976) propôs uma classificação de morfoesculturas em três tipos de
unidades de relevo, da menor para a maior, sendo: superfícies geneticamente
homogêneas (planícies), formas de relevo (colinas) e tipos de relevo (conjunto de
formas).
STEWART e HANCOCK (1994) distinguem relevo primário, caracterizado
pelo deslocamento de superfície, e secundário, formado por um conjunto de feições
geomorfológicas deformadas, deslocadas, modificadas ou preservadas em atividade
tectônica subsequente. Formas estruturais desenvolvem-se por erosão, encontram-
se sob forte controle da estrutura subjacente, enquanto formas tectônicas resultam
de movimentos crustais (COTTON, 1968; GERASIMOV e MESCHERIKOV, 1968).
Vales lineares, escarpas de falha, deslocamento de colinas (shutter ridges),
deslocamento de canais (offset), deslocamento de canais em ângulo, decapitação
de drenagem (beheaded streams), depressões locais (sag ponds) e blocos
soerguidos (pressure ridges) constituem as principais formas de relevo ligadas à
atividade morfotectônica ou neotectônica associadas a falhamentos transcorrentes
(SYLVESTER, 1988; SUMMERFIELD, 1991; KELLER e PINTER, 1996).
Feições topográficas associadas a falhas normais incluem frentes de
montanhas lineares e íngremes, escarpas de falhas, horsts e grabens,
escarpamentos, em escala local, e sistemas de cadeias oceânicas e rifts valley, em
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
83
escala regional (KELLER e PINTER, 1996). Facetas triangulares são produtos de
deslocamento vertical por falha normal ativa e a incisão da drenagem (COTTON,
1968; STEWART e HANCOCK, 1990).
5.2 – ANÁLISE DA DRENAGEM (Catachments)
O traçado sistemático geral da rede de drenagem, segundo SOARES & FIORI
(1976), pode fornecer informações importantes quanto à estrutura geológica da área
analisada e variações no estilo estrutural. Em uma análise de detalhe na rede
hidrográfica é necessário num primeiro momento, a caracterização da drenagem
(catachments), em termos de tipos de canais, padrões de drenagem, detecção de
anomalias e, seguido posteriormente de uma análise estrutural propriamente dita.
Entende-se como padrão de drenagem o arranjo apresentado pelos diversos
canais para compor a bacia de drenagem, a caracterização dos padrões de
drenagem na área de estudo também representa uma etapa importante na
caracterização da drenagem (BEZERRA, 2003), pois, quando ocorrem mudanças
bruscas no padrão da drenagem de um tipo para outro, algum controle geológico,
tanto estrutural quanto litológico pode evidenciar a ocorrência.
Ao longo do tempo, inúmeras classificações surgiram no sentido de configurar
os padrões de drenagem, e conceituá-los tanto em conotações genéticas quanto
puramente descritivas. Dentre estas classificações podemos citar como pioneiro, o
trabalho de ZERNITZ (1932).
O trabalho citado anteriormente, considera e identifica seis padrões de
drenagem básicos, sendo eles: Dendrítico, Paralelo, Treliça, Retangular, Radial e
Anelar, e considera também que esses padrões básicos poderiam apresentar
variações em suas propriedades, lançando primeiramente o conceito de padrões
básicos modificados.
Posteriormente, outras classificações também foram propostas no ato de
sistematizar ainda mais a classificação e identificação de padrões de drenagem, com
isso surge o trabalho de HOWARD (1967), que utiliza da classificação de ZERNITZ
(1932) e acrescenta mais dois padrões básicos de drenagem, sendo eles: Multi-
Basinal e Contorcido, além de apresentar também os padrões básicos modificados.
DEFFONTAINES e CHOROWICZ (1991) apresentam o chamado catálogo
relevante, onde caracterizam amplamente os padrões de drenagem, tanto nos
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
84
padrões básicos quanto os padrões modificados, sistematizados na morfologia e nas
principais causas de ocorrência, e as conclusões atingidas refere-se que, a
classificação da drenagem deve por natureza, ser genética, admite ser necessário
encontrar relacionamentos entre diferentes padrões de modo a entender a evolução
da drenagem nas devidas áreas de estudo.
Vale lembrar que através da classificação estabelecida pelo catálogo
relevante, neste trabalho, serão abordadas ambas as conceituações, seja dos
padrões básicos, seja dos padrões modificados. A caracterização geral dos padrões
de drenagem da área de estudo se baseia na classificação de HOWARD (1967),
sendo os padrões básicos e modificados de drenagem apresentam-se
sistematizados respectivamente, na Figura 5.1
A e B, tanto em padrões morfológicos
quanto em padrões interpretativos.
5.2.1 – A Rede de Drenagem da Alta Mogiana Paulista
As principais bacias de drenagem presentes na área correspondem a dos rios
Pardo e Sapucaí-Mirim, que caminham no rumo NW e deságuam no rio Grande.
Essas bacias apresentam um padrão de drenagem, baseado em HOWARD (1967)
variando de dendrítico à sub-dendrítico, com alguns canais de caráter retilíneos,
sendo encaixados em fraturas expressivas na área de estudo, onde os mesmos são
direcionados por estruturas N-S, NW-SE e NE-SW.
Na região das cuestas, o padrão pinado de drenagem é comum no front das
mesmas, alguns destes segmentos também se encontram balizados por estruturas
retilíneas alinhadas segundo a direção E-W. Como a região se encontra em
domínios de relevo de cuestas, ocorrem rios conseqüentes e obsequentes.
Estas drenagens que se encontram na região das cuestas são responsáveis
pelos processos de dissecação e festonamento das mesmas, gerando feições do
tipo “percées”. A rede de drenagem (Figura 5.2) apresenta então, densidade média,
com alta angularidade na área das cuestas, além da ocorrência de inúmeros
cotovelos nas drenagens, indicando mudança de 90° no curso das mesmas.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
85
Figura 5.1A: Esboço morfológico e interpretações dos padrões de drenagem
(HOWARD, 1967, compilado por FERREIRA, 2001 e extraído de MORALES, 2005).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
86
Figura 5.1B: Esboço morfológico e interpretações dos padrões de drenagem
(HOWARD, 1967, compilado por FERREIRA, 2001 e extraído de MORALES, 2005)
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
87
Os rios Pardo e Sapucaí-Mirim apresentam trechos meandrantes e trechos
retilíneos, ora desenvolvendo extensas planícies de inundações, ora encaixados em
fraturas com escarpamento nas margens. Observa-se padrões circulares em alguns
locais, indicando a presença de estruturas circulares, tais como morros testemunhos
e serras isoladas.
A porção sul da área apresenta menor densidade de drenagem, pois o padrão
de fraturamento é baixo, como observado no capítulo anterior. Há pequenas
ocorrências de treliças e canais retilíneos, como ocorre com os afluentes do rio
Pardo, o rio Araraquara e o Córrego Humaitá, que percorrem extensos trechos em
uma única direção.
Nos altos cursos dos rios Pardo e Sapucaí-Mirim desenvolvem-se extensas
planícies aluvionares, ao longo das quais ocorrem antigos terraços controlados por
sedimentos inconsolidados arenosos. Algumas das drenagens presentes na área de
estudo estão encaixadas em profundos fraturamentos e desenvolvem feições
erosivas escarpadas como ocorre na região da Serra do Major Claudiano, onde o rio
Sapucaí-Mirim percorre um trecho encaixado em um cânion.
Em resumo, a Alta Mogiana Paulista apresenta um padrão de drenagem
dendrítico com algumas variações específicas decorrentes das mudanças litológicas
e estruturais em alguns setores. A densidade da drenagem aumenta
consideravelmente na região das cuestas e junto aos sills de rochas básicas que
intercalados no pacote de sedimentos mesozóicos.
5.3 – QUADRO MORFOESTRUTURAL
A análise do relevo associada ao desenvolvimento das coberturas superficiais
e as estruturas, tais como juntas, fraturas e falhas foram os elementos de análise
abordados para o estudo de quadro morfoestrutural na Alta Mogiana Paulista.
De acordo com SOARES & FIORI (1976) os elementos fundamentais na
análise do relevo para interpretação geológica são as rupturas de declive, pois estas
rupturas definem os elementos texturais do relevo, enquanto para STEWART e
HANCOCK (1994), landforms ou paisagens, ou ainda relevos tectônicos expressam
um amplo espectro de feições topográficas que podem ser empregadas como
indicadores de estilo, magnitude, e da recorrência do movimento tectônico.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
88
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
89
A análise das evidências de atividade tectônica no relevo é baseada nos
métodos da Geomorfologia Tectônica (MORISAWA e HACK, 1985; WALLACE 1986;
PANIZZA et al.,1987; SUMMERFIELD, 1991).
Segundo STEWART & HANCOCK (1994), as paisagens tectônicas podem ser
classificadas em: paisagens tectônicas primárias e paisagens tectônicas
secundárias. As primárias são aquelas formadas como um resultado direto do
deslocamento da superfície e, as secundárias são aquelas decorrentes de uma série
de fenômenos geomorfológicos que, posterior a um primeiro deslocamento, foram
deslocadas novamente, modificados ou preservados pela atividade tectônica
subseqüente.
Partindo da análise de elementos estruturais, tais como fraturas e falhas,
conhecendo os padrões e direções gerais destas famílias de feições estruturais,
podemos afirmar que na porção central da área de estudo, ocorre um grande feixe
de lineamentos de direção E-W, tendo como elementos morfológicos, as serras das
Araras, Serra de Furnas e as cuestas marcando o limite entre as bacias dos rios
Pardo e Sapucaí-Mirim.
O conjunto de falhas normais que ocorre na porção norte da área, apresenta
direções NE-SW e NNE-SSW, estas falhas deformam o planalto basáltico, além de
controlar a drenagem em praticamente toda porção nordeste da área.
A presença do relevo de cuestas na direção E-W indicam a atuação de uma
tectônica transcorrente, seguida por basculamentos de blocos, tanto para NE,
quanto para SW, pois a bacia do rio Sapucaí-Mirim se desenvolve segundo esta
direção NE, na qual as drenagens assumem também esta direção (Figura 5.3).
Um conjunto de falhas transcorrentes sinistrais de direção geral N-S e NNE-
SSW, controla escarpas de falhas com pequenos vales suspensos na região do
ribeirão dos Batataes. Na porção sul, estas falhas estão encobertas por aluviões,
sendo de difícil observação as feições típicas destas falhas.
5.4 – QUADRO MORFOTECTÔNICO
A análise morfotectônica na Alta Mogiana Paulista foi desenvolvida a partir de
informações sobre as feições da rede de drenagem, as unidades de relevo
presentes na área, nas formas de ocorrências das coberturas sedimentares, além é
claro, do papel tectônico no controle das estruturas.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
90
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
91
As feições da rede de drenagem são observadas através das anomalias,
capturas e rearranjo da mesma, sendo ferramentas indicativas de reativações de
falhamentos pré-existentes e configuração da rede. As unidades de relevo são
feições resultantes do arranjo estrutural da área com as taxas de erosão que
modelam a superfície, pois a observação destas unidades nos permite agrupá-las ao
arranjo dos blocos, assumindo feições relacionadas a estes compartimentos (Figura
5.4).
A formação de coberturas sedimentares nas porções mais elevadas do relevo
está relacionada com o arranjo estrutural que condicionou através da neotectônica o
local de deposição destas litologias, e elas também trazem expressas em seus
registros, indícios de fases de aplainamentos e tectônica,, numa análise
morfotectônica evolutiva.
Por fim, o papel da tectônica através de seus elementos expressos no
modelado, estrutura e condiciona uma série de fatores relacionados com as fases de
evolução da superfície e do arranjo das morfoestruturas.
5.4.1 – Capturas de Drenagem
Segundo BISHOP (1982) a tectônica de placas e a evolução associada de
margens passivas forneceram novos subsídios para a evolução de paisagens de
longo termo e para a reconstituição da história da drenagem, constituindo importante
causa de rearranjo de drenagem em macroescala. Segundo o próprio autor, tal
concepção reacendeu o interesse em estudos de evolução da paisagem em
macroescala e de evolução da drenagem com ênfase nos processos de captura de
rios. Apesar do crescente interesse, a definição precisa dos processos de rearranjo
de drenagem permanece ainda pobremente mostrada, e os processos de captura de
drenagem continuam a ser frequentemente invocados sem qualquer consideração
aparente dos processos pelos quais tais capturas ocorrem.
O rearranjo da drenagem consiste na transferência de parte ou de todo o fluxo
de um rio para outro, ocorrendo em escala de detalhe a regional, e afetando as
quantidades e a proveniência de sedimentos transportados pelos rios, o que implica
em impactos significativos em sua biota terrestre e aquática, pois se as populações
são fisicamente separadas pelo rearranjo da drenagem, a separação genética entre
as populações resultantes aumenta com o tempo BISHOP (1995).
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
92
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
93
Existem três formas de rearranjo de drenagem denominadas de captura
(piracy), desvio (diversion) e decaptação (beheading), sendo importante distinguir,
em todas, entre rearrranjo de áreas de nascente e rearranjo de linhas de drenagem.
As evidências de rearranjo de drenagem podem ser geológicas (por exemplo
sedimentos fluviais) ou morfológicas (elbows de captura e wind gaps etc.) (BISHOP,
1982).
5.4.1.1 – Rearranjo da Drenagem na Alta Mogiana Paulista
Dentre as principais feições no quadro da drenagem na área de estudo, são
identificadas decapitação de canais, cursos capturados, vales abandonados,
cotovelos de capturas, além de faixas de meandros abandonados e forte incisão de
canais sobre as planícies aluviais.
Destas feições, importantes alinhamentos de cotovelos nas direções N-S e E-
W ocorrem relacionados com eminentes capturas orientadas segundo a direção NW-
SE. A bacia do rio Pardo apresenta importantes alinhamentos controlados pelas
direções NW-SE e N-S, truncando canais orientados segundo NE-SW. O padrão das
drenagens no extremo sul da área é dendrítico, enquanto que nas porções
superiores do domínio sul, o padrão observado é retilíneo segundo a direção N-S
(Figura 5.5).
O rio Sapucaí-Mirim exibe uma orientação geral segundo a direção NW-SE,
mas apresenta também canais orientados segundo NE-SW e E-W, estes canais
desviam seu curso ao deparar com estruturas segundo estas direções, alterando seu
curso em decorrência desta deformação.
O rearranjo estrutural na região da Alta Mogiana Paulista proporcionou a
reorganização da rede de drenagem, gerando anomalias com direções gerais N-S e
E-W, além de modificações em canais de direção NE e NW. Os cotovelos N-S e E-W
delimitam os blocos abatidos e soerguidos relacionados com os abatimentos na
bacia do rio Pardo e conseqüentemente, na bacia do rio Sapucaí-Mirim (Figura 5.6).
Na borda da bacia, as drenagens são controladas por extensos alinhamentos
de direção NW, fortes capturas ocorrem na porção central da área de estudo com
direções NE e E-W, enquanto na porção norte e no sul, as ocorrências de capturas e
anomalias de drenagem são mais expressivas.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
94
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
95
A formação dos planaltos, morros isolados e serras alongadas estão
relacionados com o regime neotectônico que sucedeu ao regime distensivo anterior,
gerando falhamentos transcorrentes e posteriores abatimentos com basculamentos
de blocos mergulhando rumo à calha dos principais rios.
Com a implantação deste novo regime tectônico, houve desnivelamentos da
superfície Sul-Americana e rearranjo da drenagem. O alinhamento da Serra das
Araras representa o mais importante divisor de águas na área em questão, com
direção E-W, controlada por falhas transcorrentes dextrais E-W, separando as
bacias dos rios Pardo e Sapucaí-Mirim.
A calha do rio Sapucaí-Mirim apresenta feições típicas de abatimento
causado por falhamentos normais de direção NW e NE em alguns trechos e em
outros há evidências de falhas transcorrentes E-W, desviando a direção geral NW. O
rio Pardo é um rio bastante dinâmico com segmentos formando extensas áreas de
inundação próximas as suas margens, e em alguns locais apresenta feições típicas
de uma tectônica distensiva gerando pequenos abatimentos e concentração de
sedimentos cenozóicos.
As escarpas apresentam pequenas feições típicas de movimentação por
falhas, tais como facetas triangulares, apresentando evidências de falhas normais de
direção NE-SW, tais como na Serra de Furnas e próximo ao rio Esmeril. Na porção
central da área, as escarpas apresentam marcante festonamento, devido ao grau de
dissecação ser bastante evoluído, com direções E-W e NE sustentadas por altas
escarpas no arenito Botucatu.
5.5 – COMPARTIMENTOS MORFOTECTÔNICOS
Através da análise do relevo, da drenagem e pela observação da hipsometria
(Figura 5.3) em conjunto com o padrão de fraturamento a área de estudo foi
compartimentada em três grandes domínios, sendo: Compartimento Planáltico ou
dos Caiapós, Compartimento das Escarpas ou dos Xavantes e Compartimento das
Colinas ou dos Baetatás (Figura 5.6).
A associação indígena aos nomes dos compartimentos se dá pelo fato da
região apresentar inúmeros acidentes geográficos com a designação dos primeiros
habitantes da região, daí a associação a este estudo em homenagem às raízes da
Alta Mogiana Paulista.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
96
O Compartimento Planáltico ou dos Caiapós é formado por serras e planaltos
com topos aplainados entre as cotas de 900 e 1100 metros de altitude. Dentre eles
podemos citar: a Serra das Araras, Planalto dos Altos Campos dos Batataes e o
Planalto de Cajuru, no extremo sudeste da área de estudo (Figura 5.7).
O Compartimento das Escarpas ou dos Xavantes ocorre como faixa de
transição entre os domínios planálticos e os domínios colinosos. As escarpas se
apresentam de forma festonada, com alto grau de dissecação, podendo às vezes,
estar associadas a escarpas de falhas (facetas triangulares) e sos 8a05.7).
O Compartimento das EClinos ou dos
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
97
Formação Serra Geral. Estas feições são nítidas na Serra de Furnas, Serra da Laje
e na Serra do Major Claudiano (Figura 5.8).
O trecho superior do rio Sapucaí-Mirim apresenta direção geral NW, mas
alguns trechos assumem a direção NS, exatamente ao se deparar com trechos
fraturados nesta direção, com isso, as interpretação morfotectônica neste
compartimento, refere-se à instalação desta drenagem com direção NW-SE numa
fase de tectônica mesozóica e posteriormente, alguns segmentos foram capturados,
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
98
assumindo então, as direções N-S e E-W, provavelmente relacionados à falhas
transcorrentes sinistrais reativados numa fase neotectônica.
5.5.2 – Compartimento das Escarpas ou dos Xavantes
Como foi dito anteriormente, compreende a faixa de transição entre as
porções mais elevadas e as mais rebaixadas da área de estudo. Geralmente, devido
ao alto grau de dissecação, nas escarpas afloram arenitos da Formação Botucatu e
basaltos da Formação Serra Geral. Apresentam orientação geral E-W e NW-SE.
Estão entre as cotas topográficas de 750 e 900 metros, com a linha de quebra
atingindo altitudes de até 100 metros, como na região do Morro do Seladinho, a N da
cidade de Serrana. No sopé das escarpas ocorrem rampas de colúvio, formadas por
materiais de composição sedimentar diversa.
Ocorrem facetas triangulares na região da Serra da Laje no extremo sudeste
da área. As escarpas nesta região podem ser divididas em: escarpas principais,
escarpas intermediárias e escarpas festonadas. Na bacia do rio Sapucaí-Mirim, as
escarpas que bordejam o seu leito em alguns trechos apresentam caráter de
transição com relação às escarpas mais elevadas voltadas para a bacia do rio
Pardo.
Através de interpretações morfotectônicas, o regime tectônico responsável
por esta estruturação e conseqüente padrão de fraturamento, relaciona-se a falhas
transcorrentes de direção E-W, responsáveis diretos pela sustentação das cuestas,
de serras isoladas e de morros testemunhos na Alta Mogiana Paulista.
Vários morros testemunhos aparecem ante as escarpas, o mesmo acontece
com baús e mesas associadas na porção central da área de estudo. As drenagens
neste compartimento apresentam padrões pinado e assimétricos, pois as mesmas
são de alta densidade e correm paralelamente a direção das escarpas, a direção E-
W na porção sul, e a direção NNW-SSE na porção norte.
5.5.3 – Compartimento das Colinas ou dos Baetatás.
Este compartimento corresponde ao mais extenso na área de estudo, pois
compreende as colinas amplas, alongadas segundo NW na porção norte e NE na
porção sul. Ocorrem nas regiões mais baixas topograficamente entre cotas que
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
99
variam de 500 a 750 metros, as mesmas estão desenvolvidas em unidades
mesozóicas, tais como as formações Pirambóia e Botucatu.
Neste compartimento destacam-se as sub-bacias dos rios Araraquara,
ribeirão do Adão e do córrego Água da Prata, inseridas na bacia regional do rio
Pardo, ocupando a porção sul da área, enquanto na porção norte destaca-se as sub-
bacias do ribeirão do Engenho, dos Batataes e da Pimenta, inseridas enjtão, na
bacia regional do rio Sapucaí-Mirim (Figura 5.9).
O padrão básico da drenagem em ambas as bacias presentes neste
compartimento é dendrítico associado a segmentos retilíneos segundo direções
gerais NE e N-S, e os níveis colinosos bordejam até as margens dos rios principais.
As colinas médias ocorrem em menor quantidade comparada às colinas
amplas, pois as mesmas apresentam área de ocorrência entre duas bacias
expressivas muito próximas, como ocorre entre a bacia do rio Sapucaí-Mirim e a
bacia do rio Esmeril, afluente mais importante da bacia anterior.
O padrão dendrítico das bacias de drenagem neste compartimento apresenta-
se em menor densidade que os outros dois domínios, gerando assim bacias amplas
com uma densidade baixa de canais de primeiras ordens, com isso o padrão de
fraturamento deficiente, nos proporcionam inferir interpretações morfotectônicas,
com relação à compartimentação do mesmo. As fraturas de menor intensidade, com
direções NW-SE e NNW são mais antigas que as fraturas com direção NE-SW, e
finalmente os últimos a se formarem são os fraturamentos de direções E-W e N-S.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
100
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
101
VI – EVOLUÇÃO MORFOTECTÔNICA GEOLÓGICA-
GEOMORFOLÓGICA DA ALTA MOGIANA PAULISTA
6.1 - EVOLUÇÃO GEOLÓGICA
Após a formação dos continentes, no início da era Paleozóica, a plataforma
Sul-Americana passou por processos tectônicos diversos, de onde surgiram as
grandes bacias intracratônicas. Na bacia do Paraná ocorreram então diversas
glaciações, com geleiras se deslocando, variações bruscas do nível do mar,
processos erosivos diversos, e com o final das glaciações, as condições climáticas
se tornaram mais amenas.
No início da era Mesozóica, a paleogeografia dos continentes assumiu
condições relacionadas à regressão do nível do mar e à alternância sucessiva de
crescente aridez que culminaram até o Triássico, daí surgindo os desertos no
Jurássico (MONTEIRO, 1963).
O contexto de formações geológicas da Alta Mogiana Paulista se insere nesta
fase de evolução da bacia, com litotipos dominantes da era Mesozóica.
A Formação Pirambóia (Triássico-Jurássico), constituída de arenitos finos a
médios, com pequenas estratificações cruzadas, ocorre praticamente em toda
porção sul da área de estudo, sendo recoberta por extensos areiais. A Formação
Botucatu (Jurássico) ocorre junto ao sopé das cuestas basálticas, e bordejando todo
vale do rio Sapucaí-Mirim, na porção norte da área. É composta por arenitos médios
e estratificações cruzadas de grande porte, onde os ambientes de sedimentação
eram desertos formados por extensas dunas, sendo hoje considerada um dos mais
importantes aquíferos.
Posterior a esta fase continental de ambientes desérticos, na bacia do Paraná
se inicia uma fase de vulcanismo, conseqüente da separação do Gondwana e
abertura do oceano Atlântico. A atividade vulcânica não ocorreu de uma só vez,
tendo se iniciado no Cretáceo por um vulcanismo de fissura. As lavas basálticas
atingiam a superfície através de falhas e fraturas que rompiam o embasamento
cristalino da bacia, invadindo os campos de areias da depressão, formando assim
derrames tabulares de rochas vulcânicas em meio a um pacote de rochas
sedimentares arenosas, formando os campos de basaltos da Formação Serra Geral.
A emissão de lavas foi acompanhada da posterior sedimentação de arenitos, cuja
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
102
sucessão, ao longo de alguns milhões de anos, e formou as camadas intertrapes, de
pacotes de arenitos eólicos intervalados no topo dos derrames. Associadas a estes
derrames, ocorreram intrusões entre os corpos arenosos, formando os sills
presentes na Alta Mogiana, o sill Borda da Mata e o sill de Cajuru.
A Formação Serra Geral (Cretáceo), formada por vários derrames de basalto
e pelas rochas intrusivas associadas, ocupa a metade ocidental da área de estudo,
onde se desenvolveram solos de excelente qualidade.
Após cessada a fase de intenso vulcanismo na bacia do Paraná, iniciam-se os
processos de sedimentação supra-basálticas, dando origem à Formação Itaqueri.
Esta formação apresenta uma seqüência de sedimentos lacustres conglomeráticos,
formados em ambientes diversos em meio a uma instabilidade tectônica. Pelos
dados apresentados por PERDONCINI (2003), esta atividade tectônica está
relacionada ao soerguimento do Alto Paranaíba (HASUI e HARALYI, 1991), no Eo-
Cretáceo, tendo atuado soerguendo as rochas da região e levando à erosão e
sedimentação lateral.
Com o início da era Cenozóica, os ambientes sedimentares de caráter
continental, que eram predominantes, passaram por fortes influências tectônicas,
gerando processos de ressedimentação de materiais já sedimentados em uma fase
anterior, erodidos e agora retrabalhados e depositados em outras regiões proximais.
Os depósitos cenozóicos podem ser divididos em dois ciclos: Terciário e
Quaternário, sendo o primeiro representado pelas coberturas terciárias e o segundo
pelas coberturas inconsolidadas e aluviões recentes, sob a forma de terraços e
embutidos nos principais vales.
A estrutura regional é simples, pois ocorre sob a forma de um grande
monoclinal com mergulhos inferiores a 4° para oeste, modificado por pequenas e
médias falhas. O mergulho regional das camadas na porção norte é para oeste, já
na porção sul, os mergulhos são ligeiramente basculados para norte, indicando um
arqueamento regional (SOARES et al. (1873). As fraturas predominantes na área
seguem as direções N-S, E-W, NE-SW e NW-SE, sendo as duas últimas em menor
escala, a porção norte (bacia do rio Sapucaí-Mirim) apresenta uma estruturação
geral com lineamentos de direção N-S e NE-SW, na porção central (limite das
cuestas) o padrão dos lineamentos mais expressivos são de direção E-W e NE-SW.
Por fim, a porção sul (bacia do rio Pardo) apresenta uma estruturação com
lineamentos de direção geral N-S e NW-SE.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
103
As falhas identificadas não apresentam rejeitos notórios, marcando pequenos
abatimentos e soerguimentos de blocos. Ocorre um predomínio de falhas normais,
seguidas por outras ocorrências de falhas transcorrentes.
As primeiras interpretações evolutivas relacionadas à estruturação da área de
estudo correspondem à intensidade do fraturamento em meio sedimentar menos
espesso, gerando um padrão de fraturamento bastante nítido, em algumas delas
houve movimentação, constituindo assim, as falhas de pequenos rejeitos, que, com
as intrusões das soleiras, causaram perturbação significativa na estruturação geral
do pacote sedimentar já depositado, gerando a fragmentação do embasamento
cristalino na forma de blocos, justapostos por descontinuidades crustais de caráter
regional.
A Alta Mogiana Paulista apresenta algumas ocorrências minerais de interesse
econômico. Diamantes são encontrados na calha dos rios Santa Bárbara e Canoas
na região de Franca; os arenitos silicificados, basaltos e diabásios são utilizados na
construção civil, como forma de pavimentação e a Formação Botucatu constitui hoje
o maior reservatório de água subterrânea da plataforma Sul-Americana.
6.2 – EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA
A evolução geomorfológica da Alta Mogiana Paulista se fundamenta
inicialmente no desenvolvimento de um padrão de relevo planificado, marcado por
laterização geral, seguido por estabilidade tectônica associada à superfície erosiva
terciária Sul-Americana (King, 1956).
Este processo foi acompanhado da formação de importante intemperismo
químico, relacionado à formação de um horizonte plintificado sobreposto por
camadas métricas de crosta ferruginosa (lateritas), distribuídas em superfícies
superiores a 1.000 metros de altitude. Restos desta superfície de aplainamento
ocorrem nas partes altas da região, representadas tanto pelo relevo de topo
aplainado e pelo reconhecimento dos perfis de alteração incompletos.
No Mioceno, iniciam-se os intensos processos de dissecação do relevo, com
intensas taxas de denudação por processos erosivos. O rebaixamento do nível de
base local levou ao rejuvenescimento do sistema de drenagem, promovendo intensa
erosão remontante. O sistema de drenagem implantado parece ter sido
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
104
intensamente controlado pelas estruturas das rochas, por reativação de estruturas
preexistentes. O processo desenvolveu superfícies de aplainamento rebaixadas,
conhecidas localmente como Superfície Paraguaçu (PERDONCINI, 2003). No
Plioceno - Pleistoceno ocorre novamente a formação de perfis lateríticos pouco
evoluídos e, a partir daí, ocorre o último pulso tectônico gerando a dissecação final
da paisagem, com a conseqüente instalação da rede de drenagem atual e do
modelado do relevo, onde é possível reconhecer a influência do regime tectônico
condicionando a organização das fraturas das rochas e da rede de drenagem.
Em resumo, a superfície Sul-Americana (Ciclo Geomorfológico Sul
Americano) pode ser caracterizada por platôs sustentados por coberturas
lateritizadas nas bacias sedimentares, e os níveis mais baixos associados à
superfície Paraguaçu (Ciclo Geomorfológico Paraguaçu), representado por uma
superfície acumulativa contendo os sedimentos inconsolidados de caráter areno-
argiloso nas planícies aluvionares dos rios Pardo e Sapucaí-Mirim.
6.2.1 – Fases de aplainamento na Alta Mogiana Paulista
Através do modelado geológico e pela análise direta dos principais domínios e
unidades geomorfológicas distribuídas pela área de estudo, podemos estabelecer
uma seqüência de fases de aplainamento, responsáveis pela atual configuração
fisiográfica da região.
Inicialmente, a região passou por uma fase de grande estabilidade tectônica e
climática, marcada pela formação de espessos perfis lateríticos, observados tanto
nas regiões cimeiras, quanto nas regiões abatidas posteriormente por processos
tectônicos. A presença de perfis lateríticos de alteração na região do rio Pardo é
marcada por espessos pacotes de sedimentos imaturos sobre um horizonte
plintificado, deformados e iguais aos pacotes encontrados na região do Planalto dos
Altos Campos dos Batataes.
Estes processos de peneplanização, formação de perfis lateríticos, formação
de perfis plintificados, relacionados à grande quantidade de água no sistema,
ocorreram na composição e formação da superfície de aplainamento Sul-Americana,
no início do Terciário. Estes níveis de aplainamento podem ser observados na área
de estudo, através das superfícies cimeiras existentes na porção central, na porção
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
105
nordeste da área mapeada, e nas porções rebaixadas, sugerindo em épocas
pretéritas, um mesmo nivelamento.
No início do Mioceno ocorrem novamente fases de instabilidade tectônica na
plataforma, após intensa fase de soerguimento. A mesma passa a sofrer nova fase
de aplainamento seguido de formação de níveis lateríticos e plintificados, agora em
níveis inferiores. Com isso se dá a formação da superfície de aplainamento Velhas,
marcada pela formação de perfis de alteração, seguida por intensa dissecação do
relevo e estruturação da rede de drenagem.
Finalmente, no Pleistoceno, ocorreu a última fase de soerguimento, seguido
por estabilidade da plataforma gerando a última fase de aplainamento. Estes
processos são decorrentes da formação da superfície de aplainamento Paraguaçu,
tendo como reflexo os sedimentos retrabalhados das fases de aplainamento
anteriores.
Estes registros podem ser observados na paisagem através do nível
topográfico mais rebaixado da superfície, exatamente onde estão alojados os rios
mais importantes regionalmente.
6.2.2 – Relações tectônicas
A neotectônica tem papel fundamental na influência deformacional da região
investigada, apresentando-se como controladora no arranjo da rede de drenagem e
do relevo atual.
A primeira observação a ser discutida é com relação à intensidade da
neotectônica no papel de deformação das coberturas cenozóicas. Na Alta Mogiana
Paulista, as deformações causadas pela neotectônica são responsáveis pela
distribuição destas coberturas arranjadas em níveis topográficos superiores a 900
metros de altitude.
As reativações de falhas preexistentes deformam os pacotes sedimentares
superiores, estabelecendo um arranjo geométrico entre as zonas de ocorrências
destas coberturas com a justaposição de falhas em feixes, mas deslocando parte
destes materiais.
As falhas normais NE-SW e NW-SE exercem forte controle estrutural na rede
de drenagem, enquanto que as falhas transcorrentes dextrais, de direção E-W não
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
106
apresentam relações diretas, e as falhas transcorrentes sinistrais, de direção N-S,
exercem forte influência no rearranjo da drenagem.
A relação a ser estabelecida é que, por mais que a atividade neotectônica
tenha agido na estruturação da superfície desta região, a atuação da intensa incisão
da rede de drenagem, que está relacionada com as taxas de soerguimento mais
elevadas da bacia, também exerceu forte influência no modelamento desta região,
além da influência das condições climáticas e erosivas.
6.3 – EVOLUÇÃO MORFOTECTÔNICA
No término do período Cretáceo houve uma forte movimentação tectônica na
Alta Mogiana Paulista, relacionada com altas taxas de soerguimento, vulcanismo e
forte controle tectônico no modelado da paisagem. Estes processos foram
responsáveis pela formação do relevo, e processos de erosão e aplainamento da
superfície e conseqüente redeposição de sedimentos, em bacias laterais e bacias
rifts.
Os processos de denudação da superfície causaram a dissecação da
Superfície Sul-Americana no início do Terciário. Relacionadas a este quadro,
ocorreram fases transtensivas, causando falhas normais de direção NW-SE e NNW-
SSE. O regime transcorrente inicialmente promoveu deslocamento de blocos
alongados segundo a direção N-S e NW-SE.
Os principais rios da área estão orientados segundo a direção NW e
deslocados em uma fase posterior por falhamentos neotectônicos transcorrentes de
caráter dextral orientados em E-W e sinistral de direção N-S, que produzem reflexos
no arranjo da rede de drenagem e no quadro do relevo local.
As unidades geomorfológicas apresentando feições planas estão marcadas
pela presença de intensos processos de laterização associadas a uma estabilidade
tectônica durante o desenvolvimento da Superfície-Sul-Americana.
No final do Mioceno e início do Plioceno, a área passou pelo término da fase
de soerguimento. Esta fase marca um retrabalhamento dos sedimentos Itaqueri e
redeposição em patamares mais baixos, marcando então ao ciclo de aplainamento
Velhas, geralmente controlado por falhas normais e falhas transcorrentes dextrais. O
regime tectônico proposto para o Mioceno se enquadra no modelo de HASUI (1990),
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
107
Figura 6.1 – Modelo evolutivo de blocos morfotectônicos da Alta Mogiana Paulista,
desde o Cretáceo Superior até o Holoceno.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
108
sendo então um regime trascorrente dextral controlado por falhamentos normais e
inversos associados a falhas transcorrentes, no qual foram gerados blocos abatidos
e soerguidos, uma série de anomalias e capturas de drenagem, rearranjadas de
acordo com o modelo morfotectônico aplicado.
No período Pleistoceno ocorre a última fase de sedimentação cenozóica com
processos de laterização bastante limitados, com isso a última fase de soerguimento
tectônico da área gerou então a dissecação da paisagem no Holoceno. A última fase
evolutiva descreve o desenvolvimento de terraços e aluviões gerados por sistemas
de falhas transcorrentes e erosão de materiais já depositados anteriormente.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
109
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
110
diretamente na criação de modelo evolutivo morfotectônico para comprovação da
estrutura do relevo e da drenagem na composição da paisagem total.
Devido ao crescimento dos grandes centros urbanos, e consequentemente
um crescimento expressivo da população, é extremamente necessário destinar
atenções de forma científica aos recursos naturais, de forma a entender os
processos superficiais da Terra através da configuração do quadro neotectônico,
com isto, é possível caracterizar os compartimentos de relevo, com suas dinâmicas
atuais de forma aplicada, segundo uma visão geológica.
Este estudo se enquadrou nos moldes teóricos acima referidos e buscou
expressar a temática central - morfotectônica, de forma aplicada em uma área com
poucos trabalhos no âmbito científico e que necessita de planejamentos para a
prática de inúmeras atividades, tais como: o turismo e a agricultura, atividades estas
que conduzem economicamente esta região.
Da mesma forma, que trabalhos anteriores serviram de estímulo para a
realização deste estudo, espera-se que o mesmo venha a contribuir diretamente
para o enriquecimento do quadro científico neotectônico junto às Geociências.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
111
VIII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AB’SABER, A.N., 1954. As altas superfícies de aplainamento do Brasil Sudeste.
Revista das Faculdades Campineiras, Campinas, n.1, p. 60-67, 1954.
AB’SABER, A.N. 1969a. Ritmo da epirogênese pós-cretácea e setores das
superfícies neogênicas em São Paulo. São Paulo, IGEOG/USP. 20p. (Geomorfologia
13), 1969a.
AB’SABER, A.N., 1969b. Um conceito de geomorfologia a serviço do quaternário.
Geomorfologia, n.18, São Paulo. Instituto de Geografia, Universidade de São
Paulo.1969. p.1-23.
ALMEIDA, F.F.M., 1964. Fundamentos geológicos do relevo paulista. Bol. Inst.
Geogr. Geol., São Paulo,1964.
ALMEIDA, F.F.M., 1967. Origem e evolução da Plataforma Brasileira. Rio de
Janeiro. DNPM/DGM, 1967, p. 36. (Boletim 241)
ALMEIDA, F.F.M., 1976. The system of continental rifts bordering of Santos Basin,
Brazil. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON CONTINENTAL MARGINS OF
ATLANTIC TYPE, São Paulo, 1975. Anais… Academia Brasileira de Ciências, São
Paulo, 48 (supl.), p.15-26.
ALMEIDA, F. F. M. ; HASUI, Y. ; HARALYI, N. L. E. ; DAVINO, A. 1980. Informações
geofísicas sobre o oeste de Minas Gerais e seu significado geotectônico. Anais da
Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. 52, n. 1, p. 49-60, 1980.
ALMEIDA, F.F.M.; BARBOSA, O., 1953. Geologia das quadrículas de Piracicaba e
Rio Claro. Bol. Div. Geol. Min.
, Rio de Janeiro, DNPM, 1943, p.1-96. il.
ASSINE, M.L.; SOARES, P.C., 1995. Interação flúvio-eólica na Formação Pirambóia.
In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO SUDESTE, 4, 1995, Águas de São Pedro.
Boletim... Águas de São Pedro: SBG, 1995, 65p.
BARCELOS, J. H. ; SOUZA FILHO, E. E. ; FULFARO, V J ; LANDIM, P. M. B. ;
COTTAS, L. R. ; WU, F. T. ; GODOY, A. M. . A Formação Itaqueri: um exemplo de
tectofácies. . In: SIMPÓSIO REGIONAL DE GEOLOGIA, 1983. 4 SIMPÓSIO
REGIONAL DE GEOLOGIA. p. 245-252. Anais...
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
112
BEZERRA, P.E.L., 2003. Compartimentação Morfotectônica do interflúvio
Solimões-Negro. Belém: [s.n], 2003. Tese (Doutorado em Geologia) – Curso de
Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, CG, UFPA, 2003, 335p.
BIGARELLA, J.J.; ANDRADE, G. O., 1965. Contribuition to the study of the Brazilian
Quartenary. Geol. Soc. Am. Intenational Studies on the Quartenary, S.I.P., Special
Paper, v.84, p. 333-451, 1965.
BIONDI, J. C. 2003. Processos Metalogenéticos e os Depósitos Minerais
Brasileiros. 1° ed. São Paulo: Oficina de Textos - CBMM, 2003. v. 1. 528 p.
BISHOP, P., 1982. Stability or change: a review of ideas on ancient drainage in
eastern New South Wales. Australian Geogr., (16/17): 17-41.
BISHOP, P., 1995. Drainage rearrangement by river captura, beheadind and
diversion. Progress in Physical Geography, 19(04): 449-473.
BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto Radambrasil.
Folha SF.23-Rio de Janeiro. Geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso
potencial da terra. Levantamento de Recursos Naturais. Rio de Janeiro:
MME/DNPM, 1974. v.6, 528p.
BRAUN, O.P.G., 1971. Contribuição à geomorfologia do Brasil Central. Revista
Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v.3, n.32, p. 3-39, 1971.
BRIGHETTI, J.M.P. 1994. Faciologia dos Sedimentos da Formação Pirambóia
nas imediações de Rio Claro (SP). Dissertação (Mestrado em Geologia Regional)
– Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho, 1994, 124p.
CAETANO-CHANG, M.R., 1993. Estado d’arte dos conhecimentos
sedimentológicos/estratigráficos das Formações Pirambóia e Botucatu no estado de
São Paulo. In: SIMPÓSIO CRONOESTRATIGRAFICO DA BACIA DO PARANÁ, 1,
1993, Rio Claro. Resumos... Rio Claro: SBG, 1993, p.84-85.
CAETANO-CHANG, M.R.; WU, F.T. As Formações Pirambóia e Botucatu no estado
de São Paulo. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO SUDESTE, 4, 1995, Águas de São
Pedro. Boletim... Águas de São Pedro: SBG, 1995, 64p.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
113
COTTAS, L.R.; BARCELOS, J.H., 1981. Novas considerações sobre a região de
Itaqueri da Serra, São Paulo. In: SIMPÓSIO REGIONAL DE GEOLOGIA, 3, 1981,
Curitiba. Atas... Curitiba, SBG: 1981, v.2, p.70-76.
COTTON, C.A., 1968. Geomorphology. London: Witcombe & Tombs Limited, 7 ed.
1968, p.154-187.
DEFFONTAINES, P., 1935. Regiões e paisagens do estado de São Paulo:
primeiro esboço da divisão regional. Geografia, São Paulo. 1935, 1(2): 117-169.
DEFFONTAINES, P.; CHOROWICS, C.J.A., Principles of drainage basin analysis
from multisource data: application to the structural analysis of the Zaire Basin.
Tectonophysics. Cidade da Publicação, n. 194, p. 237-263. 1991.
DEMEK, J., 1976. Generalization of geomorphological maps. In: PROGRESS Made
in Geomorphological Mapping, Brno.
FACINCANI, E. M.; HASUI, Y.; RUEDA, J.R.J.; MATTOS, J.T. Influência das
estruturas e tectônica na gênese e evolução das boçorocas da região de São Pedro
- SP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 38., 1994, Camboriú - SC.
Anais... Camboriú: EFSC,1994. v. 2, p. 278-279.
FACINCANI, E.M.; MORALES, N.; RIBEIRO, L.F.B. 1999. Tectonic controls on
morphogenesis around São Carlos, Rio Claro and Piracicaba, São Paulo State,
Brazil. In: REGIONAL CONFERENCE ON GEOMORPHOLOGY. 1999, Rio de
Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: The Internacional Association of Geomorphologists.
1999. p.35.
FACINCANI, E.M., 2000. Morfotectônica da Depressão Periférica Paulista e
Cuesta Basáltica: Regiões de São Carlos, Rio Claro e Piracicaba. 2000, 249f.
Tese (Doutorado em Geociências) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas,
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro, 2000.
FERREIRA, M.F.M., 2001. Geomorfologia e análise morfotectônica do Alto Vale
do Sapucaí - Pouso Alegre (MG). 2001, 225f. Tese (Doutorado em Geociências) –
Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Rio Claro, 2001.
FREITAS, R. O., 1951. Ensaio sobre a tectônica moderna do Brasil. Boletim
FFCL, FFCL/USP, Geologia 6, São Paulo, 1951.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
114
FULFARO, V. J. ; PERINOTTO, J. A. J. ; BARCELOS, J. H. A Margem Goiana Do
Grupo Bauru: Implicações na Litoestratigrafia e Paleogeografia. In: SIMPÓSIO
SOBRE O CRETÁCEO DO BRASIL, 3., 1994, Rio Claro-SP. Resumo
Expandindo..., Rio Claro, 1994. p. 81-84.
FULFARO, V.J.A.; SUGUIO, K., 1974. O cenozóico paulista: gênese e idade. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 28., 1974, Porto Alegre. Anais... Porto
Alegre: SBG, 1974, n.3, p.91-101 il.
GERASIMOV, I.P.; MESCHERICOV, Y.A. Morphostructure. In: FAIRBRIDGE, R.W.
(Ed.) Encyclopedia of geomorphology. Encyclopedia of earth sciences,
Pennsylvania: Dowden, Hunchinson & Koss Inc. 1968, v.3, p.731-732.
GIANNINI, P. C. F.; COIMBRA, A. M. ; SAWAKUCHI, A. O. ; MORI, E. K. ;
FERNANDES, L. A. 1999. Rumos de paleoventos na Formação Pirambóia nos
estados de São Paulo e Paraná. In: Simpósio de Geologia do Sudeste, 4., 1999, São
Pedro - SP. Boletim de Resumos... São Pedro: SBG-SP/RJ/ES, 1999. p. 71-72.
HASUI, Y. Neotectônica e aspectos fundamentais da tectônica ressurgente no Brasil.
In: WORKSHOP NEOTECT. SEDIM. CONT. CENOZ. SE BRAS., 1., 1990, Belo
Horizonte, Anais... Belo Horizonte: UFMG, 1990.
HASUI, Y. et al. Evolução morfotectônica do sudeste do Brasil., In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 40., 1998, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte:
SBG, 1998. p.78.
HASUI, Y.; COSTA, J.B.S. Neotectônica: fundamentos, métodos e técnicas de
análise. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DA AMAZÔNIA, 1996, Belém. Nota de
curso. Sociedade Brasileira de Geologia / Núcleo Norte, 1996, 19p.
HASUI, Y.; HARALYI, N., Aspectos lito-estruturais e geofísicos do soerguimento do
Alto Paranaíba. Geociências, Rio Claro. v.10, p.57-77. 1991.
HELLMEISTER JR., Z., 1997. Aspectos geológicos e principais recursos
minerais da região de Franca-Pedregulho, nordeste do estado de São Paulo.
1997. 171f. Dissertação (Mestrado em Geociências) – Instituto de Geologia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997.
HOWARD. A.D. Drainage analysis in geologic interpretation: summation. Bulletin
American Association of Petroleum Geologists, Tulsa, 51 (11): 2246-2259. 1967.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
115
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA IBG. Altinópolis: folha SF-23-V-C-II-
1, Rio de Janeiro, 1971. Escala 1:50.000.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA IBG. Batatais. folha SF-23-V-A-IV-4,
Rio de Janeiro, 1972. Escala 1:50.000.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA IBG. Esmeril:. folha SF-23-V-A-V-3,
Rio de Janeiro, 1972. Escala 1:50.000.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA IBG. Serrana:. folha SF-23-V-C-I-2,
Rio de Janeiro, 1979. Escala 1:50.000.
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Mapa geológico do estado de São Paulo. São Paulo: IPT, 1981. Escala
1:500.000,: v.2, p. (Monografias, 6).
JANONI, C.R. Mapeamento geológico - morfoestrutural em parte das folhas
Esmeril, Altinópolis e São Tomás de Aquino (nordeste paulista): e propostas
para introdução do geoturismo como alternativa turística no município de
Altinópolis/SP. 2003, 114f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Geologia) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho. Rio Claro, 2003.
KELLER, E.A.; PINTER, N. Active tectonics. Earthquakes, uplift and landscape.
New Jersey: Prentice-Hall, 1996, 338p.
KING, L. C. A geomorfológica do Brasil oriental. Revista Brasileira de Geografia,
Rio de Janeiro, v.18, n.2, p. 147-265, 1956.
LANDIM, P. M. B.; SOARES, P. C.; GAMA JUNIOR, E. G. 1980. Estratigrafia do
Nordeste da Bacia Sedimentar do Paraná. Rio Claro: IPT/UNESP, 1980, 45p,
(Curso de especialização).
LIMA, C.C., 1999. Expressions topophrafiques et estruturales de la
compression généralisée de la plaque sud-américaine. France: 1999. 350p. Tese
(Doutorado). Universite Rennes.
LINDENBECK, C.; ULMER, H., 1995. Entwicklung und anwendung von
computerprogrammen zur visualisierun geologischer strukturen und
prozesse. Freiburger: geowissenschaftliche Beitrage. 1995. 220p.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
116
LIU, C. C., 1987. A geologia estrutural do Rio de Janeiro vista através das imagens
MSS do Landsat. In: GABAGLIA, G. P. R.; MILANI, J. E. Origem e evolução das
bacias sedimentares. Rio de Janeiro: Petrobrás. p. 361-374. 1987.
MARTONNE, E., 1940. Problemas morfológicos do Brasil tropical atlântico. Revista
Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 5, n. 4, p. 523-550, 1943.
MESCHERIKOV, Y.A., 1968. Neotectonics: In: FAIRBRIDGE, R.W. (Ed),
Encyclopedia of Geomorphology. New York: Reinhold. 1968. p.768-773.
MILANI, E.J. 1997. Evolução tectono-estratigráfica da Bacia do Paraná e seu
relacionamento com a geodinâmica fanerozóica do gondwana sul-ocidental.
Porto Alegre: 1997, v.1, 255p. Tese (Doutorado). Pós-Graduação em Geociências,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
MIRANDA, E. E. de; COUTINHO, A. C. (Coord.). Brasil visto do
espaço. Campinas: Embrapa Monitoramento por Satélite, 2004.
MORAES REGO, L.F., 1932. Notas sobre a geomorfologia de São Paulo e sua
gênesis. Instituto Astronômico e Geofísico/USP, São Paulo, 43p.
MORALES, N. et. al., 1998. Feições de transpressão cenozóica no Planalto
Atlântico., In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 40, Belo Horizonte.
Anais... Belo Horizonte. Sociedade Brasileira de Geologia, 1998. p.80.
MORALES , N. 2005. Neotectônica em Ambiente Intraplaca: Exemplos da região
sudeste do Brasil (Sistematização Crítica da Produção Científica). Rio Claro,
[s.n]: 2005, Livre-Docência, UNESP/IGCE, 201p.
MORISAWA, M.; HACK, J.T., 1985. Tectonic geomorphology. Allen & Unwin,
Boston, 1985.
NARDY, A. J. R.; PINESE, J. P. P.; SOUZA, F. H.; BETANCOURT, R. H. S. ;
BATISTA, M. J. 1999. Aspectos Geológicos e Estratigráficos das Rochas Vulcânicas
Ácidas do Membro Chapecó (Formação Serra Geral) na Região Norte da Bacia do
Paraná. In: 6° SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO SUDESTE, 1999, São Pedro, SP.
Boletim de Resumos. Rio Claro, SP: Sociedade Brasileira de Geologia, 1999. v. 1.
p. 68.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
117
PANIZZA, M.; Castaldini D. 1987. Neotectonic research in applied geomorphological
studies. Zeitschrift für Geomorphologie, Sppl. Band., 63: 173-211.
PAVLIDES, S.P., 1989. Looking for a definitions of Neotectonics. Terra News, v.1,
n.3, p.233-235, 1989.
PENK, W. 1953. Morphological analysis of land forms: a contribuition to
Physical Geology. London: Macmillan. 1953, 429 p.
PENTEADO, M.M., 1976. Geomorfologia do setor centro-ocidental da
Depressão Periférica. São Paulo: 1976. 86p. Tese (Doutorado) Instituto de
Geografia - Universidade de São Paulo. (Séries Teses e Monografias n° 22).
PERDONCINI, L. C. 2003. Compartimentação Morfoestrutural/morfotectônica da
região de Franca -SP. Rio Claro: 2003, 198p. Tese (Doutorado), UNESP/IGCE,
2003.
PIRES NETO, A.G. 1996. Estudo morfotectônico das bacias hidrográficas dos
rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí e áreas adjacentes no Planalto Atlântico e
Depressão Periférica. Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências Exatas, 1996.
70p (Projeto N° 150011/94-96).
PONÇANO, W. L.; ALMEIDA, F. F. M., 1993. Superfícies erosivas nos planaltos
cristalinos do leste paulista e adjascências: uma revisão. Cadernos IG UNICAMP, v.
3, n. 1. p. 55-90, 1993.
RANZANI, G.; PENTEADO, M.M.; SILVEIRA, J.D., 1972. Concreções
ferruginosas, paleossolos e a superfície de cimeiro no Planalto Ocidental
Paulista. São Paulo, IGEOG/USP, 1972, 28p.
RICCOMINI, C., 1995. Tectonismo gerador e deformador dos depósitos
sedimentares pós-gondvânicos da porção centro-oriental do estado de São
Paulo e áreas vizinhas. São Paulo. 1995, Instituto de Geociências, Universidade de
São Paulo.
SAADI, A., 1993. Neotectônica da plataforma brasileira: esboço e interpretação
preliminares. Geonomos, 1993, 1 (1): 1-15.
SCHNEIDER, R.L.; MÜHLMANN, H.; TOMMASI, E.; MEDEIROS, R.A.; DAEMON,
R.F.; NOGUEIRA, A.A., 1974. Revisão Estratigráfica da Bacia do Paraná. In:
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
118
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 28, 1974, Porto Alegre. Anais... Porto
Alegre: SBG, 1974, v.1, p.41-65.
SCHOBBENHAUS, C. & CAMPOS, D.A., 1984. A evolução da Plataforma Sul-
Americana no Brasil e suas principais concentrações minerais. In: C. Schobbernhaus
et. al. (coordenadores). Geologia do Brasil, p. 9-53. DNPM, Brasília. 1984.
SENGÖR, A.M.C.; GÖRÜR, N.; SAROGLU, F., 1985. Strike-slip faulting and
related basin formation in zones of tectonic escarpe: Turkey as a case study.
In: BIDDLE, K.T.; CHRISTIE-BLICK, N. Strike-slip deformation, basin formation
and sedimentation. Society of Economic Paleontologists and Mineralogists.
Special Publication, v.37, 1985, p.227-264.
SILVA, C.L., 1997. Aspectos Neotectônicos do Médio Vale do Rio Mogi-Guaçu:
Região de Pirassununga. Rio Claro: 1997. 169p. Dissertação (Mestrado), Instituto
de Geociências e Ciências Exatas - Universidade Estadual Paulista.
SIMÕES, M.G.; FITTIPALDI, F.C., 1992. Fósseis da região de Rio Claro. Rio
Claro: Arquivo Municipal, 1992, 77p.
SINELLI, O., 1971. Considerações gerais sobre a tectônica no município de Ribeirão
Preto. In: CONGRESSO BRASILEIRO, 25, 1971, Anais... São Paulo, SBG, v.2,
p.145-152.
SOARES, P.C., 1972. O limite glacial–pós-glacial do Grupo Tubarão no estado de
São Paulo. In: Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, 44 (supl), p.333-341.
SOARES, P.C.., 1973. O Mesozóico Gondwânico no estado de São Paulo. São
Paulo, 1973, Tese (Livre-Docência), IG/USP, 1973, 52p.
SOARES, P. C., LANDIM, P. M. B., FULFARO, V. J.; SOBREIRO-NETO, A. F. 1980.
Ensaio de caracterização estratigráfica do Cretáceo no Estado de São Paulo; Grupo
Bauru. Rev. Bras. Geociências, vol. 10, no. 3, p. 177-185.
SOARES, P.C.; BARCELLOS, S.M.; CSORDAS, S.M.; MATTOS, J.T. de; BALIEIRO,
M.G.; MENESES, P.R., 1982. Lineamentos em imagens LANDSAT e radar, e suas
implicações no conhecimento tectônico da Bacia do Paraná. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE SENSOREAMENTO REMOTO, 2, Brasília, 1982. Anais...Brasília:
CNPq/INPE, 1982, v.1, p.143-156.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
119
SOARES, P. C.; SINELLI, O.; PENALVA, F.; WERNICK, E.; SOUZA, A.; CASTRO,
P. R. M. 1973. Geologia do nordeste do Estado de São Paulo. In: XXIX Congresso
Brasileiro de Geologia, 1976, Ouro Preto, MG. Anais... Ouro Preto, MG. : Sociedade
Brasileira de Geologia, 1976. v. 1. p. 209-228.
SOARES, P.C. FIORI, A.P., 1976. Lógica e sistemática na análise e interpretação de
fotografias aéreas em geologia. Notícia Geomorfológica , Campinas, n.16, p. 17-
39, 1976.
SOARES, P.C.; LANDIM, P.M.B., 1973. Aspectos regionais da estratigrafia da Bacia
do Paraná no seu flanco nordeste. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA,
27, 1973, Aracaju. Anais...Aracaju: SBG, 1973, v.1, 1973, p.243-256.
SOARES, P. C; LANDIM, P. M. B. 1975. Cenozoic deposits in south central Brazil.
Anais da Academia Brasileira de Ciências, n. 47. P. 343-351.
SOUSA, M.O.L., 1997. Caracterização estrutural do Domo de Pitanga-SP. Rio
Claro: 1997. 116p. Dissertação (Mestrado). Instituto de Geociências e Ciências
Exatas - Universidade Estadual Paulista.
SOUSA, M.O.L., 2002. Evolução tectônica dos altos estruturais de Pitanga,
Ártemis, Pau d’Alho e Jibóia: centro do estado de São Paulo. Rio Claro, Tese
(Doutorado em Geociências), IGCE/UNESP, 2002, 206p. il. map.
STEWART, I.S.; HANCOCK, P.L., 1990. What is a fault scarp?. Episodes, v.13, n.4,
1990, p.256-263.
STEWART, I.S.; HANCOCK, P.L., 1994. Neotectonics. In: HANCOCK, P.L.
Continental Deformation, Pergamon Press, 1994, p.370-409.
SUGUIO, K., 1999. Geologia do Quartenário e mudanças ambientais:
(passado=presente=futuro?). São Paulo: Paulo’s Comunicação e Artes Gráficas,
1999.
SUMMERFIELD, M. A., 1991. Global Geomorphology. Longman Scientific &
Tchnical, 1991, 537 p.
SYLVESTER, A.G., 1988. Strike slip faults. Geological Society of America Bulletin,
Special Publication, 1988, 374p.
Compartimentação Morfotectônica da Alta Mogiana Paulista__________________________
120
VALADÃO, R. C., 1998. Evolução de longo-termo do relevo do Brasil oriental
(desnudação, superfícies de aplanamento e soerguimentos crustais). Salvador,
1998. 243 f. Tese (Doutorado). Instituto de Geociências, Universidade Federal da
Bahia.
WALLACE, R.E., 1986. Active Tectonics. National Academy Press.
WHITE, I.C., 1908. Relatório final da Comissão de Estudos das Minas de Carvão
de Pedra do Brasil. Rio de Janeiro.
YAMAMOTO, J. K.; SUGUIO, K.; COIMBRA, A. M. 1977. Caracterização
sedimentológica do perfil geológico entre Rifaina e Franca. In: I SIMPOSIO DE
GEOLOGIA REGIONAL, 1977, São Paulo, SP. Atas... SAO PAULO, SP.: Sociedade
Brasileira de Geologia, 1977. v. 1. p. 282-302.
ZERNITZ, E.R., 1932. Drainage pattern and their significance. J. Geol. Chicago, 40:
498-521.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo