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Apesar de O’Toole (1994) argumentar que a Cultura está imbricada nas estruturas
organizacionais, assim como um sistema de recompensas ou o sistema de hierarquia
vigente,
“Na década de 1980, os benefícios do conceito de cultura corporativa foram quase que
totalmente perdidos quando os gurus da administração a definiram em termos de símbolos,
slogans, heróis, ritos e rituais. [...] Cultura é um sistema de credos e ações que caracterizam um
grupo particular. Cultura é um todo único de idéias compartilhadas, costumes, suposições,
expectativas, filosofia, tradições, hábitos e valores – que determina como um grupo de pessoas se
comportará”. (O’TOOLE, 1994, p.58)
Dyer Jr. (1985), referenciando-se a Pettigrew, sugere que, desde que os líderes de uma
organização são os criadores da sua cultura, as mudanças culturais devem ser
precedidas por mudanças dos seus líderes. Condições favoráveis para apoiarem a tese
de Pettigrew existem: mandatos em ciclos de quatro anos propiciam uma oportunidade
ímpar de renovação na administração municipal.
Mais tarde, Pettigrew (1996) defendeu que, no nível mais profundo, a Cultura é pensada
como um conjunto complexo de valores, crenças e pressupostos e que, o núcleo
dessas crenças e pressupostos está nas estruturas, sistemas, símbolos, mitos e
padrões de recompensa dentro da organização. Assim, mudanças nesse nível são
muito mais difíceis de modificar do que simples manifestações de cultura, como, por
exemplo, a estrutura e os sistemas administrativos. O uso da informação em nível
estratégico, entretanto, implica em mudanças, não só deste último tipo, mas também
em se alterar o funcionamento interno da organização e de se reposicionar em relação
ao ambiente externo, o que nos remete ao nível mais profundo de cultura
organizacional.
Anteriormente, Sathe (1985), baseado no modelo proposto por Schein em 1983,
também classificou os níveis da Cultura Organizacional em três: o primeiro deles,
menos profundo, é composto de tecnologia, arte, comportamentos falados e visuais,
além de outros aspectos da cultura que são fáceis de serem visualizados, mas difíceis
de interpretar sem anteriormente compreender os outros níveis. O segundo nível da
Cultura revela como pessoas explicam, racionalizam e justificam o que elas dizem e
fazem enquanto comunidade. O terceiro nível, o mais profundo deles, consiste nas