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real detectado, sendo que em 08 casos (72,7%) apresentavam menor que 100
cél/mm³, enquanto nos 5 pacientes com diagnóstico presuntivo de toxoplasmose
cerebral, porém com PCR em tempo real não detectado, a contagem de
linfócitos T CD4+ variou de 09 a 171 cél/mm³ (média de 98,2 cél/mm³ e mediana
de 150 cél/mm³). Mesmo com um valor de média e mediana no grupo com PCR
em tempo real detectado com linfócitos T CD4 menor, essa diferença não foi
estatisticamente significante. Não se justificando por este aspecto os testes de
PCR falsamente negativos.
Outro aspecto que poderia diferenciar os pacientes com PCR não
detectado foi o número de lesões nesses pacientes, pois 04 (80%) apresentavam
uma única lesão visualizada por exame de neuroimagem. Podemos supor que
esses pacientes com uma melhor imunidade, representada por um CD4 acima
de 100 cél/mm³ e com uma única lesão visualizada, a baixa carga de parasita
presente no momento da punção (apesar dos sinais e sintomas compatíveis com
toxoplasmose cerebral) prejudicou a amplificação do DNA do T gondii, influindo
sob o ponto de vista de sensibilidade em nossa amostra. Outro fator que poderia
diminuir a sensibilidade do teste seria a realização de punção liquórica nos
pacientes tardiamente, após a introdução do tratamento, fato este já ressaltado
por Novati et al (1994). Procuramos, portanto, realizar a punção logo no 2º dia
após verificar que não haveria risco para o paciente ao realizar essa punção para
a maioria dos pacientes.
Nos pacientes considerados casos houve 68,8% de sensibilidade, porém,
não pudemos, por motivos éticos, realizar biópsia cerebral nos pacientes com
PCR negativo para definir com certeza o diagnóstico etiológico. É importante
destacar que não houve nenhum resultado positivo para PCR em tempo real nos
pacientes controles, confirmando, portanto, a excelente (100%) especificidade do
teste. Portanto, o achado de um teste de PCR em tempo real para T. gondii no
LCR positivo tem elevado valor diagnóstico, especialmente naqueles pacientes
cuja CT ou RNM são pouco típicas. Nesta situação, pode-se racionalizar ainda
mais a utilização de um método mais invasivo que é a biopsia do SNC.
Na população estudada, encontramos, portanto, uma sensibilidade de
68,8%, especifidade de 100%, valor preditivo positivo de 100% e o valor preditivo
negativo de 87,8%. Gianotti e colaboradores, utilizando o PCR para T gondii em
52 pacientes com diagnóstico presuntivo de toxoplasmose cerebral,