Crianças no período sensório-motor, por exemplo, “querem interagir com
os objetos manipulando-os com todo o seu corpo, não só com as mãos,
pois esta é uma necessidade natural do seu desenvolvimento”, conforme
Saltini (1997 p. 91).
É preciso que se esteja atento, também, que na idade pré-escolar, assim
como na primeira infância, os sentimentos imperam em todos os aspectos
da vida da criança, dando cor e expressividade a essa vida. A criança não
sabe dominar suas paixões, portanto a exteriorização dos sentimentos é
muito mais impetuosa, sincera e involuntária do que no adulto, como
afirma Mukhina (1998 p. 209): “Os sentimentos da criança brotam com
força e brilho, para se apagarem em seguida; a alegria impetuosa é muitas
vezes sucedida pelo choro.”
Ainda conforme este autor, a criança extrai suas vivências principalmente
do contato com outras pessoas, adultos ou crianças. Se os que a rodeiam a
tratam com carinho, reconhecem seus direitos e se mostram atenciosos, a
criança experimenta um bem-estar emocional, um sentimento de
segurança, de estar protegida. E, conforme Mukhina (1995, p. 210), “o
bem estar emocional ajuda o desenvolvimento normal da personalidade
da criança e a formação de qualidades que a tornam positiva, fazendo-a
mostrar-se benevolente com outras pessoas”.
Ao considerarmos o processo de desenvolvimento da criança, devemos
considerar também os aspectos mais básicos da formação de sua personalidade que
implica seus diversos sentimentos. E na escola convivemos com os mais diversos
sentimentos e emoções, desde afeições, simpatias, antipatias, medos, alegria, bem-
estar.
"É imperioso que a criança tenha como fonte de conhecimento, de
experimento ou ainda, como modelo comportamental, a atuação sadia do
adulto, tanto qualitativa quanto quantitativamente, ou seja, o adulto deve
ser o primeiro a captar e entender, ao tentar colaborar, no estabelecer de
padrões particulares à criança, as reais necessidades, os medos, os
dramas e as alegrias da criança, porque são pilares do desenvolvimento
de seu potencial de ser humano capaz e autônomo." (MUKHINA, 1995
p.62).
Saltini (1997), também se refere à questão da manutenção da serenidade
por parte da professora e da criança. Como explica o autor, a serenidade e a paciência
do educador, mesmo em situações difíceis faz parte da paz que a criança necessita.
Observar a ansiedade, a perda de controle e a instabilidade de humor, vão assegurar à
criança ser o continente de seus próprios conflitos e raivas, sem explodir,
elaborando-os sozinha ou em conjunto com o educador. A serenidade faz parte do
conjunto de sensações e percepções que garantem a elaboração de nossas raivas e