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Universidade Presbiteriana Mackenzie
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas
A RELAÇÃO ENTRE REPUTAÇÃO CORPORATIVA E
REPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
Elisabeth Barbieri Lerner
São Paulo
2006
Elisabeth Barbieri Lerner
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A RELAÇÃO ENTRE REPUTAÇÃO CORPORATIVA E
REPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Administração de
Empresas da Universidade Presbiteriana
Mackenzie para a obtenção do título de
Mestre em Administração de Empresas.
Orientadora: Profa. Dra. Eliane Pereira Zamith Brito
São Paulo
2006
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Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Professor Dr. Manasses Claudino Fontelis
Decano de Pesquisa e Pós-Graduação
Professora Dra. Sandra Maria Dotto Stump
Diretor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
Professor Dr. Reynaldo Cavalheiro Marcondes
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Administração de
Empresas
Professora Dra. Eliane Pereira Zamith Brito
Ao meu marido Sálvio e meus filhos Karen e
Vítor pelo apoio e compreensão que foram
fundamentais para a conclusão deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora Dra. Eliane P. Zamith Brito, pessoa de grande competência, pelas
diretrizes, acompanhamento e incentivo e, sobretudo pela amizade e o grande apoio
emocional que recebi nos momentos críticos e difíceis que permearam a realização deste
trabalho.
Ao meu querido marido Sálvio, pela paciência, pela amizade, pelo companheirismo, pelas
críticas e pelo incentivo.
Aos meus filhos Karen e Vítor que tiveram que saber lidar com mãe e esposa ausente, sempre
ocupada nos finais de semana não disponível em vários momentos importantes para eles.
À minha mãe Deolinda que sempre me incentivou na busca do conhecimento e do
aprendizado.
Ao meu pai Giulio que sempre me apoiou.
À Irani, pelo suporte fundamental que me deu nos afazeres domésticos e cuidados com a
família.
Ao meu colega doutorando José Carlos Thomaz, pelo companheirismo, pela grande
contribuição nas discussões sobre reputação corporativa e pelas críticas e sugestões feitas ao
longo do desenvolvimento deste trabalho.
Ao Prof. Nelson Fragoso, pela condução e auxílio na formatação dos grupos focais.
Ao Prof. Diógenes Bido, pelo auxílio na análise e interpretação dos dados
Aos Professores do Programa de Pós Graduação do Mackenzie que permitiram que várias
fases da pesquisa fossem conduzidas em suas salas de aula.
Aos meus colegas do ABN AMRO que em vários momentos me ajudaram com literatura,
sugestões, contatos e suporte para a realização do trabalho: Pedro Villani; Glaucia Quinto;
Paulo Werneck; Valeria Fontes; Cristina Paganini; Cristina Conte; Carlos Nomoto; Alvaro
Silveira; e Ana Maria Imbiriba Correa.
Ao meu colega Luiz Maia que me despertou a atenção para o tema da responsabilidade social
corporativa.
Aos meus colegas de mestrado que compartilharam os desafios e angústias pelos quais todos
passam durante esta etapa e em especial ao Edson Pereira e Wanderley Ottoni que sempre
estiveram prontos a me ajudar e apoiar quando foram solicitados.
Aos funcionários dos Bancos pesquisados que me ajudaram a aplicar a pesquisa em suas
instituições.
Ao Mackpesquisa pelo apoio financeiro para a realização da coleta de dados.
Resumo
Esta pesquisa avaliou a relação entre a reputação corporativa e a responsabilidade social
corporativa pela perspectiva de stakeholders internos e externos às empresas. Para realizar
pesquisa foi necessário desenvolver escalas de mensuração para os dois construtos. No caso
da responsabilidade social corporativa, a confecção de um instrumento de medida levou à
discussão de modelos teóricos de desempenho social corporativo e como traduzi-los
operacionalmente na mensuração da responsabilidade. Dois reconhecidos instrumentos
utilizados pelas empresas para reportar o seu desempenho social foram utilizados como ponto
de partida (GRI guidelines e questionário Ethos). O estudo da reputação procurou entender as
definições e atributos associados ao construto. Observou-se que a reputação corporativa e a
imagem corporativa frequentemente aparecem na literatura como conceitos idênticos,
totalmente separados ou inter-relacionados e, portanto foi feita uma proposição de definição
para imagem e reputação. Os procedimentos adotados para a contsrução da escala de
reputação basearam-se nos estudos desenvolvidos por Schwaiger (2004) e por Helm (2005),
embasados em Churchill (1979), Anderson e Gerbing (1991), Bagozzi (1994a), Rossiter
(2000), Diamantopoulos e Winklhofer (2001). As escalas desenvolvidas para a mensuração
dos dois construtos foram construídas de forma segmentada por stakeholder, porém com o
objetivo de serem universais para os diversos setores da economia. A amostra de respondentes
foi composta de 7129 clientes e 679 funcionários de quatro bancos nacionais. Os resultados
mostraram forte relação entre os construtos para os dois grupos de stakeholders demonstrando
que empresas que não assumam postura socialmente responsável não poderão construir boa
reputação. Pôde-se ainda identificar separadamente para clientes e funcionários quais os
fatores da responsabilidade social são mais fortemente correlacionados com a reputação
corporativa e contribuir para a discussão de como as empresas podem direcionar suas ações
para estes públicos de forma mais efetiva. O estudo contribui também para a discussão da
forma de medir os dois construtos. Este é um aspecto relevante, considerando a diversidade de
correntes que abordam reputação e a necessidade de abordagem acadêmica para o tema
responsabilidade social corporativa.
Palavras-chave: responsabilidade social corporativa, desempenho social corporativo,
reputação corporativa, imagem corporativa.
Abstract
This research evaluated the relationship between the corporate reputation and the corporate
social responsibility under the perspective of internal and external stakeholders of the
companies. To carry through the research it was necessary to develop measurement scales for
the two searched constructs. In the case of the corporate social responsibility, the development
of a scale led to the discussion of models of corporate social performance and how to translate
them into and operational measure for social responsibility. Two recognized instruments used
by the companies to report their social performance had been adopted as starting point (GRI
guidelines e Ethos questionnaire). The study of corporate reputation investigated how it has
been defined and which variables have been associated with this construct. It was observed
that corporate reputation and corporate image frequently appear in the literature as identical,
as totally separate concepts or as interrelated phenomena depending on the viewpoints
adopted and a proposition for a definition of corporate reputation and corporate image has
also been done. The procedures adopted for the construction of the reputation scale had been
based on the studies developed by Schwaiger (2004) and Helm (2005), based in Churchill
(1979), Anderson and Gerbing (1991), Bagozzi (1994a), Rossiter (2000), Diamantopoulos
and Winklhofer. Both scales were developed by type of stakeholder however with the
objective to be universal for the diverse sectors of the economy. The sample of respondents
was composed of 7129 customers and 679 employees of four national banks. The results had
shown strong relationship between the constructs demonstrating that companies that don’t
assume a responsible posture won’t be able to build a good reputation. It was also possible to
identify which factors of the corporate social responsibility are most correlated with corporate
reputation and to contribute for the discussion of how companies can more effectively plan
their actions for these two groups of stakeholders. The study also contributes for the
discussion of the form to measure the two constructs. This is a relevant aspect, considering
the diversity of approaches for reputation and the necessity of academic treatment for the
subject corporative social responsibility.
Keywords: corporate social responsibility, corporate reputation, corporate social performance,
corporate image.
8
SUMÁRIO
1 Introdução.......................................................................................................................12
1.1 Problema e objetivo da pesquisa ...................................................................................17
1.2 Delimitações do estudo .................................................................................................18
1.3 Organização da dissertação ...........................................................................................19
2 Desenvolvimento teórico ................................................................................................20
2.1 Responsabilidade Social Corporativa............................................................................20
2.2 Reputação Corporativa..................................................................................................56
2.3 Considerações finais desta revisão................................................................................69
3 Procedimentos metodológicos........................................................................................71
3.1 A pesquisa .....................................................................................................................71
3.2 População e amostra......................................................................................................71
3.3 Coleta de dados .............................................................................................................72
3.4 Análise de dados............................................................................................................88
4 Apresentação e análise dos resultados..........................................................................94
4.1 Apresentação da amostra...............................................................................................94
4.2 Análise da Responsabilidade Social Corporativa..........................................................96
4.3 Análise da Reputação Corporativa..............................................................................103
4.4 Análise das correlações ...............................................................................................105
5 Conclusão ......................................................................................................................110
Referências bibliográficas....................................................................................................117
Apêndices...............................................................................................................................123
9
LISTA DAS FIGURAS
Figura 1 - Modelo de desempenho social de Carrol.................................................................34
Figura 2 - Esquema de levantamento de variáveis contidas na mensuração do desempenho
social corporativo .....................................................................................................48
Figura 3- Relações epistêmicas entre a variável latente e seus indicadores............................69
10
LISTA DOS QUADROS
Quadro 1- Extensões do Modelo de Desempenho Social de Wartick e Cochran..............35
Quadro 2 - Modelo de desempenho social corporativo ......................................................38
Quadro 3 - Políticas de responsabilidade corporativa: .......................................................40
Quadro 4- Características e aplicabilidade das principais medidas de desempenho social
corporativo usadas pelos acadêmicos...............................................................46
Quadro 5- Estrutura do questionário do GRI.....................................................................49
Quadro 6- Estrutura do questionário do Instituto Ethos ....................................................51
Quadro 7- Relação de temas encontrados para medir a o desempenho social corporativo53
Quadro 8- Correspondência entre temas da responsabilidade social corporativa e o
modelo teórico de Wood (1991).......................................................................54
Quadro 9- Visões da reputação segundo cada área de estudo ...........................................58
Quadro 10- Evolução do conceito de reputação ..................................................................58
Quadro 11 - Escolas de pensamento de Imagem e Reputação..............................................60
Quadro 12- Classificação dos autores como parte da escola análoga ou diferenciada........61
Quadro 13- Correntes conceituais de medidas de reputação ...............................................64
Quadro 14 - Características dos questionários para mensuração da responsabilidade social...
..........................................................................................................................75
Quadro 15 - Composição dos grupos focais .........................................................................77
11
LISTA DAS TABELAS
Tabela 1 Atributos da reputação e imagem e freqüência de utilização...............................67
Tabela 2 Associação de atributos ........................................................................................86
Tabela 3 Importância dos atributos .....................................................................................87
Tabela 4 Distribuição da amostra de clientes por banco.....................................................94
Tabela 5 Distribuição da amostra clientes por sexo............................................................95
Tabela 6 Distribuição da amostra de clientes por idade......................................................95
Tabela 7 Distribuição da amostra de clientes por unidade da Federação............................95
Tabela 8 Distribuição da amostra de funcionários por banco .............................................95
Tabela 9 KMO and Bartlett's Test.......................................................................................96
Tabela 10 Extração inicial de fatores da Responsabilidade Social – funcionários ...............97
Tabela 11 Matriz rotacionada inicial de fatores da RS – funcionários..................................98
Tabela 12 Comunalidades RS – inicial funcionários ............................................................99
Tabela 13 Matriz rotacionada final - funcionários ..............................................................101
Tabela 14 Matriz rotacionada final - clientes......................................................................102
Tabela 15 Análise fatorial da Reputação - funcionários .....................................................104
Tabela 16 Análise fatorial da Reputação - clientes .............................................................105
Tabela 17 Correlação geral entre Reputação e Responsabilidade Social – funcionários....106
Tabela 18 Análise das correlações entre fatores da Resp.Social e Reputação - funcionários...
............................................................................................................................106
Tabela 19 Análise correlações entre fatores da Resp. Social e escores da Reputação -
funcionários ........................................................................................................107
Tabela 20 Correlação geral Reputação x Resp Social – funcionários.................................108
Tabela 21 Análise das correlações entre Responsabilidade Social e Reputação - clientes.109
12
1 Introdução
A visão baseada em recursos (RBV) enfatiza que recursos e competências raros, que criam
valor para os bens da empresa e são de difícil mobilidade, ou seja, não negociáveis no
mercado de fatores podem ser uma fonte de vantagem competitiva. Além disso, as
organizações devem possuir mecanismos para evitar que os concorrentes copiem suas fontes
de vantagem competitiva ou as neutralizem (BESANKO et al., 2004, p.449). Desta forma, a
reputação pode ser entendida como uma fonte significativa de vantagem competitiva, pois não
é construída rapidamente nem pode ser comprada ou vendida. A reputação é um dos ativos
mais difíceis de ser imitado por ser também um dos mais difíceis de ser construído.
Olhada sob esta perspectiva, a reputação é valiosa porque nos informa a respeito de quais
produtos comprar, para quais empresas trabalhar, ou em quais ações investir; ao mesmo
tempo, possui considerável valor estratégico porque desperta a atenção para as características
atrativas da empresa e alarga o leque de opções disponíveis aos seus administradores como,
por exemplo, cobrar preços mais altos ou mais baixos pelos produtos ou implantar programas
inovadores (FOMBRUN, 1996; CARUANA; CHICORP, 2000).
Fombrun (1996, p.9) afirma que as companhias mais respeitadas construíram suas reputações
desenvolvendo práticas que integram considerações econômicas e sociais em suas estratégias.
Reproduzindo as palavras do autor, They not only do things right – they do the right things. O
autor explica que elas iniciaram políticas que refletem seus valores centrais, que consideram
conjuntamente o bem-estar de investidores, clientes, funcionários; que refletem a preocupação
pelo desenvolvimento das comunidades locais; que asseguram a qualidade e a integridade
ambiental das suas tecnologias, produtos e serviços.
13
Portanto, por se tratar de um ativo valioso, o entendimento dos fatores-chave que contribuem
para a formação da reputação é de suma importância para que os administradores possam
avaliar e mensurar a efetividade de suas ações. Quando se faz uma pesquisa para conhecer
quais seriam estes fatores verifica-se que vários autores fazem menção à responsabilidade
social corporativa como um atributo relacionado à reputação corporativa (McLEOD, 1967;
DOWLING, 1986; BARICK; KOTLER, 1991; BROWN; DACIN, 1997; SAXTON, 1998;
CHEN, 2001; SCHULTZ; MOURITSEN; GABRIELSEN, 2001; SCHWAIGER, 2004). O 6ƕ
International Sustainability Leadership Symposioum concluiu que a responsabilidade
corporativa é essencial para a para a reputação e às vezes elas são consideradas como
sinônimos. Empresas, acadêmicos e a mídia também vêm ressaltando que a percepção da
responsabilidade social corporativa pode alterar a reputação da empresa.
Há indicações de que a adoção de uma postura pró-responsabilidade social proporciona
ganhos tangíveis para as empresa sob a forma de fatores que agregam valor, reduzem custos,
trazem aumento de competitividade. É possível que a organização perceba a melhora da
imagem institucional, os ambientes interno e externo mais favoráveis, estímulos adicionais
para melhorias internas e invenções no processo de produção, incremento na demanda por
produtos, serviços e marcas, ganhos de participação de mercado e diminuição da instabilidade
institucional e políticas locais, entre outros (TINOCO, 2001 p.116).
Existe uma demanda crescente pelos diversos agentes sociais para que as empresas adotem
posturas que garantam a sustentabilidade de negócios no longo prazo e estabeleçam relações
justas e transparentes com as suas diversas audiências, mas talvez de maneira desigual entre
os setores econômicos e entre os países. Por isto, as organizações têm ampliado os seus
esforços em demonstrar suas qualidades intrínsecas e extrínsecas aos clientes, um
14
desempenho favorável para os acionistas, os resultados de suas ações aos ambientalistas, e
uma relação mais justa e democrática aos seus empregados. Com isto, procuram estabelecer
relações que possam lhes ser mais favoráveis porque, na cadeia de relacionamentos, a
percepção que as pessoas têm sobre a organização pode influir em suas decisões (ALMEIDA,
2005, p.17). Portanto, o relacionamento com stakeholders tem aparecido como uma condição
vital para a criação de valor no longo prazo para as empresas.
A gestão da responsabilidade corporativa, quando incorporada na estratégia das empresas,
tende a influir no desempenho econômico e não econômico. Na esfera econômica os reflexos
podem ser percebidos, por exemplo, em produtos, crescimento econômico, lucro e na não
econômica, na preservação ambiental, nas relações com suas partes interessadas, nos seus
valores e na preocupação com o desenvolvimento social (ASHLEY, 2002).
Nunca como atualmente debateu-se tanto a respeito de temas relacionados ao papel
desempenhado pelas empresas no processo de desenvolvimento com justiça social. O
conceito de responsabilidade vem se consolidando de forma multidimensional e sistêmica
perpassando todos os níveis e operações do negócio e abrangendo, inclusive a relação com os
interlocutores da organização.
Segundo Michalos (1997, p.220) o escopo da responsabilidade é praticamente ilimitado.
Primeiramente as empresas são responsáveis pelas conseqüências de suas operações,
incluindo os impactos diretos assim como os que afetam terceiros, os que envolvem toda a
cadeia produtiva e o ciclo de vida dos produtos. Para ele a responsabilidade social desdobra-se
em ltiplas exigências: relações de parceria entre clientes e fornecedores, produção com
qualidade, satisfação dos usuários, contribuições para o desenvolvimento da comunidade;
15
investimentos em pesquisa tecnológica, conservação do meio ambiente, participação de
funcionários nos resultados e nas decisões das empresas, respeito aos direitos dos cidadãos,
não discriminação dos gêneros, raças, idades, etnias, religiões, ocupações, preferências
sexuais, investimentos em segurança do trabalho e em desenvolvimento profissional.
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social reconhece a Responsabilidade
Social Empresarial como a forma de conduzir os negócios, que torna a empresa parceira e co-
responsável pelo desenvolvimento social. Este instituto é uma organização não-
governamental criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir
seus negócios de forma socialmente responsável. Segundo o instituto, a empresa socialmente
responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes
(acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade,
governo e meio ambiente) e consegue incorporá-los ao planejamento e estratégia de suas
atividades. Com isto a empresa busca atender às demandas de todos, não apenas dos
acionistas ou proprietários.
Nesta abordagem, as empresas não deixariam de incluir o lucro como objetivo, porém, ao
invés de apenas priorizar a maximização de lucros de curto prazo, as organizações buscariam
lucros de longo prazo, obedecendo às leis e regulamentações. Além disso, elas considerariam
o impacto não-mercadológico de suas decisões e procurariam maneiras de melhorar a
sociedade por uma atuação orientada para a responsabilidade social (ETHOS, 2005).
Na prática, tais princípios consistem, por exemplo, na fabricação de produtos ambientalmente
responsáveis de maneira a melhorar sua posição competitiva, aproveitamento das
oportunidades propiciadas por requisitos legais para inovar produtos que possam dar uma
16
contribuição especial para a sociedade, suprimento de necessidades sociais comercializando
produtos que beneficiem grupos específicos como, deficientes, crianças e minorias e
voluntariamente na utilização de recursos da organização para ajudar a solucionar problemas
sociais.
À medida que o conceito de responsabilidade social
17
1.1 Problema e objetivo da pesquisa
Ao se fazer uma análise da literatura sobre os atributos que são importantes para a formação
da reputação (FOMBRUN; GARDBERG; SEVER, 2000; DAVIES et al. 2003; DOWLING,
2001; RIAHI-BELKAOUI; PAVLIK, 1992) e aqueles presentes nas ferramentas de
mensuração de desempenho social corporativo percebe-se que vários dos fatores citados tais
como inovação, qualidade de produtos, contribuição para a sociedade, lucro, crescimento são
coincidentes para ambos os conceitos.
A revisão da teoria sugere que aparentemente existe uma sobreposição entre os conceitos e
fez com surgisse o interesse de investigar a relação entre os construtos responsabilidade social
corporativa e reputação corporativa. Portanto, fica a questão: qual a relação entre eles? Dada
esta indagação lançou-se como objetivo geral desta pesquisa analisar a relação entre
responsabilidade social corporativa e reputação corporativa na visão de dois grupos de
stakeholders, funcionários e clientes.
Para alcançar este objetivo geral passou-se pelos seguintes objetivos específicos:
a. Avaliar a reputação corporativa aplicando a métrica desenvolvida;
b. Avaliar a responsabilidade social aplicando a métrica desenvolvida; e
c. Analisar a correlação entre os dois construtos.
Alguns passos foram cumpridos para que se pudesse entender quais fatores são importantes
para a avaliação da reputação e da responsabilidade social corporativa e analisar o grau de
convergência entre os dois construtos. Destacam-se os que seguem:
1. Entender como a reputação vem sendo definida e avaliada na literatura;
18
2. Analisar as escalas de mensuração de reputação;
3. Propor uma escala para mensurar reputação para este estudo;
4. Entender como a responsabilidade social vem sendo definida e avaliada na literatura; e
5. Analisar os modelos de mensuração de responsabilidade social propor uma escala de
mensuração deste construto.
Importante destacar que este estudo não é um causal, mas sim correlacional uma vez que o
que se analisou foi a força da relação entre os dois construtos.
1.2 Delimitações do estudo
Os temas definidos para a construção do questionário de mensuração do desempenho social
corporativo foram levantados a partir da análise detalhada de dois questionários que medem o
construto e cujas características principais são: o fato de serem construídos na forma de
indicadores objetivos e serem considerados como instrumentos de auto-gestão para as
empresas. Assim os temas abordados no instrumento de mensuração refletem os indicadores
apresentados unicamente por estes dois instrumentos. Outras categorias de mensuração do
construto como, por exemplo, medidas utilizadas por outras agências foram desconsideradas.
Para levantamento dos fatores que compõem a reputação foram selecionados somente
trabalhos da linha de expectativas sociais segundo a categorização de Berens e van Riel
(2004), eliminando-se os trabalhos que associam a reputação a traços de caráter,
personalidade ou à confiança.
As medidas sugeridas para cada construto buscaram refletir de forma apropriada cada um
deles na percepção do autor e, portanto, passíveis de subjetividade. O mesmo ocorre com os
19
dados, pois como as questões não possuem métricas objetivas os resultados refletem as
percepções dos sujeitos a respeito das questões.
Em função da estrutura de competição dos diferentes setores econômicos acredita-se que a
relação entre responsabilidade social corporativa e reputação corporativa varie na intensidade.
Esta pesquisa ficou restrita ao setor de serviço bancário.
1.3 Organização da dissertação
Esta dissertação está estruturada em capítulos na seguinte seqüência: referencial teórico;
métodos da pesquisa de campo; resultados da pesquisa e conclusão. Cada um destes capítulos
contém seções, facilitando assim a apresentação das idéias.
20
2 Desenvolvimento teórico
Este capítulo apresentará o referencial teórico para os dois construtos da pesquisa de campo,
que são responsabilidade social corporativa e reputação corporativa. A primeira parte explora
a responsabilidade social corporativa onde se buscou entender suas definições, suas
dimensões, os modelos teóricos de mensuração e os instrumentos utilizados com o objetivo de
suportar o desenvolvimento do instrumento de mensuração da responsabilidade social. A
segunda parte é dedicada ao estudo da reputação onde as etapas do desenvolvimento do
referencial são feitas de forma similar ao da responsabilidade social tendo também como
objetivo construir uma base para o desenvolvimento da escala de mensuração da reputação.
2.1 Responsabilidade Social Corporativa
Nos últimos 40 anos o tema responsabilidade social corporativa tem cada vez mais despertado
o interesse e o debate entre acadêmicos e no meio empresarial (CORRÊA; MEDEIROS,
2003). Nunca como atualmente debateu-se tanto a respeito de temas relacionados ao papel
desempenhado pelas empresas no processo de desenvolvimento com justiça social. Assim, se
anteriormente o papel das corporações era apenas o de gerar lucros para seus sócios ou
acionistas, discutindo-se no máximo seu impacto no aumento da oferta de bens e no nível de
emprego da economia, no presente as discussões que envolvem as empresas vão além. As
empresas passaram a pensar em suas estratégias e suas missões dentro das comunidades e
estas mudanças nos comportamentos das empresas se deram por um conjunto de fatores
históricos que correlacionados e paralelos contribuíram para atitudes de responsabilidade
social da empresa. Entre estes fatores pode-se mencionar a mudança do papel do Estado que
anteriormente priorizava a justiça social, solidariedade e universalismo e transformou-se em
um Estado moderno, neoliberal em que os programas de bem estar social são levados a
segundo plano. Soma-se a isso a globalização, na medida em que pressupõe uma evolução dos
meios de comunicação e das tecnologias de informação influenciando também o
21
comportamento das empresas, pois seus atos passam crescentemente a ser entendidos como
públicos e, logo, sujeitos ao controle social. Isto demanda um cuidado muito maior com a
imagem que a organização transmite à sociedade. Também a crescente preocupação com o
meio ambiente, advinda da recente percepção do ritmo acelerado em que os recursos naturais
são consumidos, pode ser revelada como um dos fatores responsáveis por uma cultura de
responsabilidade social das empresas (FELIX, 2003).
Então, emergiu a idéia que as empresas são atores morais, que possuem um caráter a até
mesmo uma alma. Conseqüentemente, as empresas passaram a estar sob um escrutínio moral.
As pessoas esperam resultados financeiros sólidos das empresas, porém também passaram a
demandar que estes retornos fossem obtidos por meio de jogo justo e de conduta socialmente
responsável (JACKSON, 2004, p.20). As organizações passaram a entender que era preciso
assumir responsabilidades a fim de atender às novas exigências da sociedade como um todo e
não somente a maximização do lucro e da riqueza.
Como conseqüência destas novas demandas, a importância da responsabilidade corporativa
vem crescendo e exercendo um papel relevante na tomada de decisões e no comportamento
das empresas.
2.1.1 Breve histórico da evolução da responsabilidade social
As relações entre as empresas e a sociedade se baseiam num contrato social que evolui
conforme as mudanças sociais e as conseqüentes expectativas da sociedade. Nesse contrato a
sociedade legitima a existência da empresa, reconhecendo suas atividades e obrigações, bem
como estabelecendo limites legais para sua atuação. A sociedade tem o direito de mudar suas
expectativas dos negócios como instrumento da própria sociedade.
22
Observou-se uma modificação no modelo econômico clássico. O ponto de partida seria o
conceito da mão invisível de Adam Smith. A visão clássica sustentava que a sociedade é
quem pode melhor determinar as suas necessidades e desejos via o mercado. Portanto, se os
negócios simplesmente responderem a estas demandas a sociedade terá o que quer e necessita.
Se os negócios são recompensados pela sua habilidade de responder às demandas do mercado,
o interesse próprio em obter esta recompensa resultará em a sociedade ter o que necessita.
Assim a “mão invisível” do mercado transforma o interesse próprio em interesses da
sociedade (CARROL; BUCHHOLTZ, 2000).
[...] ele tem em vista apenas a sua própria segurança; e orientando a sua
atividade de tal maneira que sua produção possa ser de maior valor visa
apenas o seu próprio ganho e, neste como em muitos outros casos, é levado
como que por uma mão invisível a promover um objetivo que não fazia parte
de suas intenções. Aliás, nem sempre é pior para a sociedade que esse
objetivo faça parte das intenções do indivíduo. Ao perseguir seus próprios
interesses, o indivíduo muitas vezes promove o interesse da sociedade muito
mais eficazmente do que quando tenciona realmente promovê-lo. Nunca
ouvi dizer que tenham realizado grandes coisas para o país aqueles que
simulam exercer o comércio visando ao bem público (SMITH, 1776).
Ao longo do século XX alterações no modelo econômico clássico ocorreram, mas estas não
serão tratadas aqui por não ser o escopo deste trabalho. Estas mudanças levaram as empresas
a se preocuparem com filantropia e a se engajarem em ações voluntárias em benefício da
comunidade. Como exemplo, pode-se citar o bem estar de funcionários que passou a ser
considerado com a introdução de planos de pensão e assistência médica.
A partir de 1950, pode-se considerar que se inicia a era moderna da responsabilidade social
corporativa. Durante este período o foco, antes pequeno e somente direcionado a
preocupações morais e sociais, passa a englobar e enfatizar questões específicas como
segurança de produtos honestidade em anúncios direitos de empregados proteção ao meio
ambiente e comportamento ético.
23
Howard Bowen pode ser considerado o precursor da moderna conceituação de
responsabilidade social. Ele se baseou na idéia de que os negócios são centros vitais de poder
e decisão e que as ações das empresas atingem a vida dos cidadãos em muitos pontos. Bowen
(1957) define responsabilidade social como “[...] as obrigações dos homens de negócios de
adotar orientações, tomar decisões, e seguir linhas de ação que sejam compatíveis com os fins
e valores da nossa sociedade” e defendeu a idéia de que as empresas devem compreender
melhor seu impacto social, e que o desempenho social e ético deve ser avaliado por meio de
auditorias e devem ainda ser incorporados à gestão de negócios.
Na década de 60, trabalhos de autores como Davis (1960) e McGuire (1964) são publicados e
as discussões em torno do conceito começam a se difundir. Nesta fase, predomina a visão de
que a responsabilidade das empresas vai além da responsabilidade de maximizar lucros e
incorpora-se a ela a necessidade de uma postura pública perante os recursos econômicos e
humanos da sociedade. Isto demanda que estes recursos sejam utilizados para fins sociais
mais amplos e não simplesmente para os interesses privados dos indivíduos. Inicia-se o
reconhecimento da relação das empresas com os grandes agentes externos e os efeitos de suas
decisões e ações em todo sistema social.
Nos anos 70, a responsabilidade social das empresas passou a fazer parte do debate público
dos problemas sociais como a pobreza, desemprego, diversidade, desenvolvimento,
crescimento econômico, distribuição de renda, poluição, entre outros. Em conseqüência disso,
houve nova mudança no contrato social entre os negócios e a sociedade, o que gerou o
envolvimento das organizações com os movimentos ambientais, preocupação com a
segurança do trabalho, consumerismo e regulamentação governamental. Nesta fase, alguns
economistas começam a se manifestar sobre a responsabilidade social que cabe às empresas e
24
sobre a legitimidade da responsabilidade social empresarial e inicia-se um debate sobre o
tema com argumentos contra e a favor.
Partindo de uma visão econômica clássica, Friedman (1962) alega que a empresa socialmente
responsável é aquela que responde às expectativas de seus acionistas. Friedman (1962, p.122)
escreveu:
Ultimamente, um ponto de vista específico tem obtido cada vez maior
aceitação o de que os altos funcionários das grandes empresas e os líderes
trabalhistas têm uma “responsabilidade social” para além dos serviços que
devem prestar aos interesses de seus acionistas ou de seus membros. Este
ponto de vista mostra uma concepção fundamentalmente errada do caráter e
da natureza de uma economia livre. Em tal economia uma e só uma
responsabilidade do capital usar seus recursos e dedicar-se a atividades
destinadas a aumentar seus lucros até onde permaneça dentro das regras do
jogo, o que significa participar de uma competição livre e aberta sem engano
ou fraude. [...] poucas coisas capazes de minar tão profundamente as
bases de nossa sociedade livre do que a aceitação por parte dos dirigentes
das empresas de uma responsabilidade social que não a de fazer tanto
dinheiro quanto possível para seus acionistas. Se os homens de negócios têm
outra responsabilidade social que não a de obter máximo lucro para seus
acionistas como poderão saber eles qual seria ela?
Nota-se, contudo, que existe uma proliferação de definições de responsabilidade social
corporativa conjugada com a crescente conscientização de que as empresas deveriam assumir
um papel mais amplo a fim de atender às novas exigências da sociedade. Acrescenta-se à
discussão do tema o aspecto de que, para atender as estas necessidades, a assunção de
obrigações por parte das empresas deveria ser voluntária, ou seja, comportamentos adotados
por força de acordos ou por força de lei não são necessariamente responsáveis. Ainda,
questões como preocupação com a sociedade, a melhora da qualidade de vida são
introduzidas e a noção de que a responsabilidade social é composta por uma multiplicidade de
interesses e atividades como, por exemplo, possibilidade de emprego para as minorias,
cuidados com o ambiente, segurança e saúde dos trabalhadores são incorporadas às discussões.
(CARROL, 1999).
25
Na década de 80 a ênfase é colocada na operacionalização, ou seja, como e quando a empresa
deveria responder por suas obrigações sociais, e na delimitação do conceito. São
desencadeados questionamentos como: Qual a responsabilidade social relativa da empresa
com seus acionistas e empregados? Qual é o grau de importância dos objetivos econômicos e
sociais da empresa? (BICALHO et al., 2003).
Jones (1980) argumenta considerando que é bastante difícil chegar a um consenso do que
constitui o comportamento socialmente responsável. Seria melhor enxergá-lo não como um
conjunto de resultados, mas sim como um processo de tomada de decisão que influenciará no
comportamento da empresa. Desta forma o autor ilustra como uma firma pode se engajar em
um processo de tomada de decisão que se constituiria em um comportamento socialmente
responsável.
Junta-se a isto a crescente aceitação da responsabilidade social corporativa como uma teoria
mais abrangente que pode ser subdividida em componentes como responsabilidade,
responsividade, princípios, ética, administração de questões e que são apresentados em
modelos de desempenho social (CARROL, 1999). A evolução e detalhamento destes modelos
serão apresentados na próxima sessão deste trabalho.
Ainda nesta fase começam a surgir alguns estudos relacionando responsabilidade social com
lucratividade a acirra-se o debate sobre como é possível converter responsabilidade social em
oportunidade de negócios.
Carrol (1999) aponta que na década de 90 poucas contribuições para a definição de
responsabilidade social ocorreram. O que se observou é que o conceito serviu de base ou
26
ponto de partida para outros conceitos ou temas relacionados sendo muitos deles compatíveis
com o pensamento socialmente responsável. Grandes temas relacionados vieram à discussão
nesta época, entre eles encontra-se a teoria de stakeholders, ética nos negócios e cidadania
corporativa. Como destaque o autor cita o modelo de desempenho social corporativo
elaborado por Wood (1991).
2.1.2 Definição de responsabilidade social corporativa
O termo responsabilidade social corporativa vem sendo usado em diferentes contextos por
acadêmicos, executivos de negócios, governos e ativistas sociais os quais possuem suas
próprias perspectivas sobre o assunto. Isto deixa muito espaço para interpretações sobre
diversos aspectos, tais como, qual a natureza das ações deve-se ter engajamento, quais
necessidades e quais grupos atender, quanto investir e outros pontos gerando muita confusão
(SETHI 1975).
dúvidas sobre quais são efetivamente as responsabilidades da empresa para com a
sociedade e qual o limite da ação empresarial sobre estas. A resposta para tais
questionamentos não é tarefa fácil, uma vez que o escopo da Responsabilidade Social pode
ser considerado ilimitado.
Um significado mais amplo da responsabilidade social surgiu em 1979 quando Carroll (1979)
propõe um modelo conceitual onde inclui uma variedade de responsabilidades das empresas
junto à sociedade e esclarece os componentes de responsabilidade social empresarial que
estão além de gerar lucros e obedecer à lei. “[...] a responsabilidade social dos negócios
engloba as expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade tem da
organização num dado ponto de tempo.” (CARROLL, 1999, p.282). O modelo de Carrol
27
(1979) engloba quatro tipos básicos de expectativas que refletem a visão de responsabilidade
social: econômica, legal, ética e discricionária. Estas são explicadas a seguir.
x Responsabilidade Econômica: as empresas têm uma responsabilidade de natureza
econômica, que é de produzir bens e serviços que a sociedade deseja e os vender para obter
lucro, sendo isto a base do funcionamento do sistema capitalista. Nesse âmbito da
responsabilidade econômica o que a sociedade espera é que os negócios realizem lucros.
x Responsabilidade Legal: a sociedade espera que as empresas realizem sua missão
econômica dentro dos requisitos legais estabelecidos pelo sistema legal. Obedecer à lei é
uma das condições para a existência dos negócios. Espera-se que os negócios ofereçam
produtos que tenham padrões de segurança e obedeçam às regulamentações ambientais
estabelecidas pelo governo.
x Responsabilidade Ética: a sociedade espera que as empresas tenham um comportamento
ético em relação aos negócios. Essa responsabilidade ética esperada implica em análise e
reflexão e exige das organizações que considerem as conseqüências de suas ações,
honrando o direito dos outros, cumprindo deveres e evitando prejudicar os envolvidos.
Significa ainda procurar justiça e equilíbrio nos interesses de vários grupos atuantes nas
corporações: empregados, consumidores, fornecedores e os residentes da comunidade na
qual os negócios operam e espera que as empresas atuem além dos requerimentos legais.
x Responsabilidades discricionárias: são as ações tomadas pelas organizações e representam
os papéis voluntários que as empresas assumem onde a sociedade não provê uma
expectativa clara e precisa como nos outros componentes. Essas expectativas são dirigidas
pelas normas sociais e ficam por conta do julgamento individual dos gestores e da
corporação. São guiadas pelo desejo das corporações em se engajar em papéis sociais não
legalmente obrigatórios e que o são expectativas no senso ético, mas estão se tornando
cada vez mais estratégicas.
28
Carrol (1979) diz que estas quatro responsabilidades englobam todas as categorias que a
sociedade espera que os negócios assumam e fazem parte da responsabilidade social total.
Embora o conceito de responsabilidade social venha sendo desenvolvido desde o começo da
década de 50 não existe de fato uma definição universal ou comumente aceita.
Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que uma
organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e
atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma
comunidade de modo específico agindo pro-ativamente e coerentemente no
que tange a seu papel específico na sociedade e a sua prestação de contas
para com ela. A organização neste sentido assume obrigações de caráter
moral, além das estabelecidas em lei, mesmo que não diretamente vinculadas
a suas atividades, mas que possam contribuir para o desenvolvimento
sustentável dos povos. Assim, numa visão expandida, responsabilidade
social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da
qualidade de vida da sociedade (ASHLEY, 2002, p.6).
A responsabilidade social empresarial é o compromisso de contribuir para o
desenvolvimento econômico sustentável trabalhando em conjunto com os
empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para
melhorar sua qualidade de vida de forma que seja bom tanto para as
empresas como para o desenvolvimento (BANCO MUNDIAL, 2004).
A Responsabilidade Social Empresarial é a forma de conduzir os negócios
que torna a empresa parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social.
A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de
ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores
de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio
ambiente) e conseguir incorporá-los ao planejamento e estratégia de suas
atividades, buscando atender as demandas de todos, não apenas dos
acionistas ou proprietários. (ETHOS, 2005)
Responsabilidade social corporativa é definida como a forma atingir sucesso
comercial de maneira a honrar valores éticos e respeitar as pessoas,
comunidade e o meio ambiente. Também significa endereçar expectativas
éticas, legais, comerciais e blicas que a sociedade tem para com os
negócios e tomar decisões que equilibrem de forma justa as demandas de
todos os seus stakekolders (
BUSINESS FOR SOCIAL RESPONSIBILITY,
2005)
.
Observa-se, contudo que a responsabilidade social corporativa trata das relações da empresa
com a sociedade civil e engloba a idéia que as empresas devem estar abertas a assumir
obrigações que ultrapassam as suas obrigações econômicas e legais porque o ambiente em que
operam é social, político e ecológico (IGALENS, GOND, 2005)
29
Ao se analisar as definições acima apresentadas, percebe-se que as duas primeiras estão mais
voltadas ao aspecto social e definem a responsabilidade de forma bastante abrangente dando
ênfase ao desenvolvimento sustentável. O foco é mais macroeconômico e voltado para
políticas públicas. Tamanha abrangência acarreta uma dificuldade em se definir quais são os
limites da responsabilidade das empresas. as duas últimas definições procuram ser um
pouco mais específicas e incluem referências aos aspectos econômicos além dos sociais e aos
diversos tipos de stakeholders parecendo mais apropriadas sob a perspectiva empresarial, pois
melhor representam como a responsabilidade social empresarial é entendida hoje, ou seja, não
deixam de incluir os aspectos econômicos, sociais e os diversos stakeholders.
A idéia fundamental por trás da responsabilidade social corporativa é que as empresas têm a
obrigação de trabalhar para a melhoria da sociedade e esta é a essência da responsabilidade
social corporativa (FREDERICK, 1978).
Neste sentido a definição proposta Carrol (1979) decompondo a responsabilidade social em
quatro dimensões parece ser adequada para refletir todos os aspectos envolvidos na
responsabilidade social corporativa de forma abrangente, porém completa.
À medida que o conceito de responsabilidade social vem amadurecendo cresce a necessidade
de se desenvolver ferramentas teóricas capazes de operacionalizá-lo, mensurá-lo e torná-lo
mais pragmático. Isto acarretou o surgimento de uma série de vertentes do conhecimento e
terminologias relacionadas buscando integrar as preocupações econômicas e não econômicas
da responsabilidade social e desenvolver uma estrutura que facilitasse a análise das atividades
sociais corporativas e buscasse entender como a empresa poderia responder a suas obrigações
sociais.
30
A responsabilidade social corporativa passa a ser aceita como uma teoria mais abrangente que
pode ser subdividida em componentes como responsabilidade, responsividade, princípios,
ética, administração de questões e que são apresentados e integrados em modelos de
desempenho social corporativo (CARROL, 1999). Desta forma, o termo desempenho social
corporativo tem sido usado como sinônimo de responsabilidade social corporativa e pode ser
caracterizado como um conceito expandido de responsabilidade social corporativa
(WARTICK; COCHRAN, 1985).
O desempenho social corporativo (ou CSP de Corporate Social Performance) é um construto
raiz para as disciplinas Negócios e Ética (Business Ethics) e Negócios e Sociedade (Business
& Society) e é uma extensão do pensamento teórico de responsabilidade social que traduz a
habilidade da empresa em gerenciar o relacionamento da empresa com o ambiente. Sob esta
perspectiva, o desempenho social corporativo está orientado a medir as ações concretas das
empresas (IGALENS; GOLD, 2005).
O foco do desempenho é sugerir que o que realmente importa é o que as empresas são capazes
de cumprir os resultados de sua aceitação da responsabilidade social e a adoção de uma
filosofia de resposta. O desempenho, quando traduzido sob a forma de modelos, busca tratar
dos aspectos que as empresas devem preencher para atender as expectativas sociais. Busca
também identificar as questões dos grupos de stakeholders e onde a responsabilidade social
está associada a elas. O desempenho neste caso está voltado a identificar uma filosofia
particular, padrão ou forma de resposta e deve ser entendido como um conceito dinâmico e
multifacetado (CARROL, BUCHHOLTZ, 2000)
31
Os modelos se propõem a ajudar administradores a sistematizar, diagnosticar e planejar os
aspectos relacionados à responsabilidade social corporativa que deverão endereçados pelas
empresas. O modelo é um passo necessário para o entendimento das várias facetas da
responsabilidade social corporativa e como as repostas das empresas podem ser posicionadas.
2.1.3 Os modelos de Desempenho Social Corporativo e sua mensuração
As discussões sobre as obrigações e papéis das empresas para com a sociedade têm sido
objeto de estudo décadas. Os estudos sobre responsabilidade social corporativa
desdobraram-se em dois tipos de questões: uma relacionada com os limites do conceito e
outra com a identificação da suas bases conceituais. As pesquisas seguiram então no sentido
de estabelecer formas de como as empresas poderiam gerenciar a responsabilidade social.
Este enfoque mais gerencial deu origem a um construto denominado Responsividade Social
Corporativa (Corporate Social Responsiveness) cujo significado é traduzir a habilidade das
empresas de prevenir e gerenciar problemas sociais que podem surgir no ambiente em que
operam. Assim a responsabilidade traduz a assunção ou aceitação de uma obrigação enquanto
a responsividade está relacionada às ações concretas das empresas. A integração destas duas
vertentes deu origem a diversos modelos de desempenho corporativo. (IGALENS; GOND,
2005; CARROL; BUCHHOLTZ, 2000). Alguns destes modelos são apresentados a seguir.
O modelo de Sethi (1975)
Um dos primeiros modelos de desempenho social corporativo foi o proposto por Sethi (1975).
Ele desenvolve um modelo de três estágios para classificar e adaptar o comportamento
corporativo às necessidades sociais. São eles: obrigação social, responsabilidade social e
responsividade social.
32
A obrigação social envolve o comportamento da empresa para responder às forças do
mercado e às limitações legais. Os critérios de legitimidade neste estágio são o econômico e o
legal. A responsabilidade social implica em trazer o comportamento corporativo para um
patamar onde ele seja congruente com as normas sociais usuais, os valores, as expectativas e o
desempenho. A responsividade social sugere que o que importa não é como a empresa
responde às pressões sociais, mas sim qual deve ser o seu papel no longo prazo em um
sistema social dinâmico. Desta forma é esperado que as empresas sejam preventivas e
antecipem as mudanças prováveis que acontecerão no sistema no futuro.
O modelo de Frederick
Frederick (1978) faz distinção entre responsabilidade social que ele chama de CR1 e
responsividade social CR2. A CR1 é conceituada como a obrigação que as corporações têm
de trabalhar para melhoria da sociedade, enquanto que a CR2 ou responsividade social é
definida como a capacidade da organização responder às pressões sociais, o que de alguma
maneira se assemelham às dimensões da mensuração de desempenho de SETHI (1975).
Posteriormente, Frederick argumentou que a responsividade social encorajou as empresas a
pensar numa forma pragmática de responder às pressões do ambiente, porém estas não
poderiam esquecer de levar em consideração as questões filosóficas da responsabilidade
social e então o autor articula idéia de retidão social ou CR3. Este conceito endereça a moral
das ações e políticas formuladas pela empresa (FREDERICK,1986).
O modelo de Carrol
Carrol (1979) descreve o desempenho social corporativo (CSP) com um modelo
tridimensional que compreende no primeiro nível a responsabilidade social corporativa, a qual
engloba as expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade tem para
33
com a organização, A segunda dimensão, filosofia de responsividade social corporativa,
refere-se a identificar quais são as questões sociais, por exemplo, meio ambiente,
discriminação que a administração da empresa deve endereçar. As questões mudam e são
diferentes por tipo de setor indústrial e, portanto, é importante examinar quais são as questões
significativas para uma determinada empresa. A terceira dimensão é a responsividade a qual
endereça a filosofia, a forma ou a estratégia com que a empresa responde às questões sociais
ou à responsabilidade social. A forma de resposta pode variar desde a fazer nada até a ter uma
postura pró-ativa.
Carrol (1979) associa a terceira dimensão ao termo CR2 proposto por Frederick (1978). Esta
terceira dimensão, ou seja, a responsividade social, não tem conotações morais ou éticas e sim
está preocupada somente com os processos gerenciais de resposta. Carrol (1979), no entanto,
argumenta que o conceito CR3 proposto por Frederick, ou seja, a dimensão moral está
implícita na responsabilidade social.
Segundo Carrol (1979) o seu modelo pode ajudar os gerentes a entender que a
responsabilidade social não está separada nem é distinta do desempenho econômico, mas sim
é uma parte da responsabilidade social total dos negócios. O modelo integra questões
econômicas em uma estrutura social. Adicionalmente, ele coloca as expectativas éticas e
discricionárias em uma estrutura econômica racional e legal.
A proposta de Carrol é considerada como uma fase decisiva na modelagem do desempenho
social corporativo porque consegue definir o conceito como uma intersecção de três
dimensões: os princípios de responsabilidade social corporativa; a soma de todos os
34
problemas que a empresa enfrenta; e a filosofia subjacente ao processo de resposta social
(IGALENS; GOND, 2005).
Figura 1 - Modelo de desempenho social de Carrol
Fonte: Carrol (1979)
Carrol (1979) apresenta o seu modelo graficamente (Figura 1) como um cubo onde os eixos
representam as categorias da responsabilidade social, as filosofias de gerenciamento e os
aspectos sociais.
O Modelo de Wartick e Cochran
O modelo de Wartick e Cochran (1985) redefine a última categoria do modelo de Carrol e traz
uma nova dimensão que eles denominam “questões sociais”. O gerenciamento das questões
sociais engloba a identificação destas questões, a análise e o desenvolvimento da resposta.
Estes autores propuseram um modelo de desempenho social ampliado com três dimensões:
Princípios responsabilidade social refletindo uma orientação filosófica; Processos
35
responsividade social refletindo uma orientação institucional e Políticas gerenciamento das
questões sociais refletindo a orientação organizacional. Eles enfatizaram que o desempenho
social corporativo pode integrar várias preocupações dos negócios e da sociedade como, por
exemplo, a responsabilidade social, a econômica e a pública.
Princípios Processos Políticas
Responsabilidade social
corporativa
Responsividade social
corporativa
Gerenciamento de questões
sociais
1) Econômica
2) Legal
3) Ética
4) Discricionária
1) Reativa
2) Defensiva
3) Acumulativa
4) Pró ativa
1) Identificação das questões
2) Análise das questões
3) Desenvolvimento das
respostas
Direcionado a Direcionado a Direcionado a
P) Eeststalstmlvaolastllstim
36
anteriores, mas que não tinham sido endereçadas de forma explícita como, por exemplo, a
questão dos resultados observáveis.
A preocupação de Wood (1991) foi buscar integrar aos modelos anteriores os aspectos
mensuráveis do construto. Em sua proposição a autora organiza as quatro categorias de
responsabilidade social do modelo de Carrol (1979), ou seja, econômica, legal, ética e
discricionária e as relaciona com princípios de legitimidade social (nível institucional),
responsabilidade pública (nível organizacional) e arbítrio gerencial (nível individual). Ela
argumenta que identificar categorias não é o mesmo que articular princípios. Um princípio
expressa algo fundamental a que as pessoas acreditam como verdadeiro e é um valor que
motiva as pessoas a agir. Categorias mostram como distinguir diferentes tipos de fenômenos,
mas não representam motivadores ou verdades fundamentais. As categorias de Carrol (1979)
podem ser vistas como os domínios nos quais os princípios são propostos.
Segundo Wood (1991) a idéia básica de responsabilidade social é que os negócios e a
sociedade não são entidades distintas, mas sim inter-relacionadas. Desta forma existem
expectativas em relação: às empresas como agentes econômicos: às empresas específicas, em
função do que são e o que fazem; e aos administradores como agentes morais dentro das
empresas. Estes três níveis de expectativas podem ser associados aos princípios institucionais,
organizacionais e individuais.
Em seguida Wood (1991) identifica os processos de responsividade social corporativa de
Carrol (1979) e Wartick e Cochran (1985) e os reorganiza em processos que são divididos em
avaliação do ambiente, gerenciamento de stakeholders e gerenciamento de questões.
Finalizando, ela combina a categoria “questões sociais” do modelo de Carrol (1979) com a
37
categoria “políticas” do modelo de Wartick e Cochran (1985) em um novo tópico denominado
resultados do comportamento corporativo.
As idéias básicas para cada uma das categorias do modelo de Wood (1991) estão descritas
abaixo.
Princípio da legitimidade de acordo com este princípio, a sociedade tem o direito de
estabelecer e conferir poder às organizações e definir a legitimidade de suas funções.
Desta forma a empresa tem obrigações para com a sociedade e se estas obrigações não
forem cumpridas a sociedade pode aplicar sanções à empresa.
Princípio da responsabilidade pública negócios não são responsáveis por resolver todos
os problemas sociais, mas são responsáveis por resolver os problemas por eles causados e
são responsáveis em ajudar a resolver problemas e questões sociais relacionados com as
suas operações e seus interesses. As áreas de envolvimento primário da empresa são
aquelas que emergem diretamente de suas atividades específicas e as área de
envolvimento secundário incluindo-se impactos e efeitos são aquelas oriundas de suas
atividades primárias. Exemplificando, um fabricante de automóveis é responsável por
resolver problemas de segurança de veículos e poluição do ar e pode estar envolvido em
programas de educação de condutores ou políticas públicas de transporte.
Principio do arbítrio gerencial uma organização não existe sem pessoas e as ações dos
gerentes não são totalmente descritas em procedimentos ou descrições de cargos. Assim
apesar da existência de certas responsabilidades sociais prescritas em várias esferas, os
gerentes podem escolher como realizá-las tornando-se pessoalmente responsáveis pela sua
execução.
38
Princípios de responsabilidade social corporativa
Princípio Institucional – legitimidade A sociedade confere legitimidade e poder aos negócios. No
longo prazo, aqueles que não usam o poder de maneira
responsável tendem a perdê-lo.
Princípio da responsabilidade pública Negócios são responsáveis pelos resultados relativos às suas
áreas de envolvimento primário e secundário com a
sociedade.
Princípio do arbítrio gerencial Os gerentes são atores morais. Dentro de cada domínio da
responsabilidade social corporativa eles são obrigados a
exercer a discricionariedade dada a eles para resultados
socialmente responsáveis.
Processos de capacidade de resposta social corporativa (responsiveness)
Avaliação do ambiente As empresas têm que saber algo sobre o ambiente externo
para responder e adaptar-se a ele.
Gerenciamento de stakeholders
Gerenciamento de questões (issues) Políticas desenvolvidas para endereçar questões/ pressões
sociais (WARTICK, COCHRAN, 1985) e o gerenciamento
das respostas da empresa.
Resultados do comportamento corporativo
Impactos sociais Impactos causados na sociedade decorrente do
comportamento da empresa. Tudo que a empresa faz tem
algum impacto social e é relevante para o desempenho
social.
Programas sociais Programa que as empresas utilizam para institucionalizar
políticas sociais que a empresa entende como socialmente
desejáveis e processos de respostas sociais.
Políticas sociais Políticas que a empresa utiliza para lidar com questões
sociais e interesses de stakeholders.
Quadro 2 - Modelo de desempenho social corporativo
Fonte: Adaptado de Wood (1991)
Dento do modelo de desempenho social, a capacidade de resposta social corporativa
(corporate social responsiveness) complementa, mas não substitui a responsabilidade. O
modelo sugere três comportamentos característicos da firmas com capacidade de resposta que
são a avaliação do ambiente, o gerenciamento de stakeholders e gerenciamento de questões
sociais.
Avaliação do ambiente a responsividade é um conceito ecológico e sugere que para
sobreviver, uma empresa tem que se adaptar às condições do ambiente. Assim a premissa
é que as empresas têm que conhecer o ambiente externo para se adaptar a ele. Espera-se
que um melhor mapeamento do ambiente resulte em um melhor desempenho financeiro e
social para as empresas.
39
Gerenciamento de Stakeholders – este tópico pode ser associado a várias formas de
gerenciamento que podem ser expressas por meio de, por exemplo, comunicações para
funcionários, programas de relacionamento com a comunidade, abertura de informações
sobre práticas de responsabilidade social, filantropia, respostas a pressões de ativistas, e
relacionamento com o governo.
Gerenciamento de questões sociais envolve a previsão e o monitoramento de processos
internos e externos para a solução das questões sociais com o intuito de “minimizar
surpresas”.
Impactos sociais do comportamento corporativo abrange, por exemplo, a criação de
empregos, o desenvolvimento de produtos e serviços necessários e desejados, a criação de
valor, pagamento de impostos, inovação tecnológica e outros impactos sociais benéficos.
Impactos sociais podem ser verificados também por meio da avaliação de indicadores
sociais e balanços sociais.
Programas e políticas sociais os programas sociais são desenhados para atingir um fim
específico que a empresa considera como socialmente desejável. As políticas sociais são
utilizadas como guia para a tomada de decisão e idealmente estão relacionadas com os
princípios de responsabilidade social e operacionalizadas pelos processos de resposta
social. As políticas sociais corporativas quando relacionadas com os princípios de
responsabilidade social tem três objetivos: a) institucional defender a legitimidade do
negócio; b) organizacional – melhorar a adaptabilidade da empresa ao ambiente e c)
moral/ético criar uma cultura de escolha ética. Alguns exemplos de possíveis resultados
deste relacionamento são mostrados no Quadro 3.
40
Princípios de responsabilidade social
Domínios
Legitimidade social
(institucional)
Responsabilidade
pública
(organizacional)
Arbítrio gerencial
(individual)
Econômico Produzir produtos e
serviços, gerar
empregos, criar riqueza
para os acionistas.
Preços dos produtos e
serviços refletindo o
custo real de produção
e os fatores externos.
Fabricar produtos
ecologicamente
corretos, adotar
tecnologias não
poluentes, reduzir
custos por meio de
reciclagem.
Legal Obedecer a lei, não
fazer lobby ou esperar
obter privilégios
oriundos de políticas
públicas.
Trabalhar para a
melhoria das políticas
públicas e da legislação
Aproveitar-se de
requerimentos
regulatórios para inovar
em produtos ou
tecnologias
Ético Seguir princípios éticos
fundamentais (por
exemplo, honestidade
em rótulos).
Dar informação
completa e precisa
sobre uso dos produtos;
melhorar a segurança
dos usuários, além dos
requerimentos legais.
Direcionar informações
de produtos para
públicos específicos
(ex. crianças ou
estrangeiros) e divulgar
como uma vantagem de
produto.
Discricionário Agir como bom
cidadão em todas as
questões além da lei e
padrões éticos. Dar
uma parte das receitas
para a comunidade
Investir os recursos
destinados a caridade
em problemas sociais
relacionados com os
envolvimentos
primários e secundários
da empresa com a
sociedade.
Escolher investimentos
em caridade que
realmente revertam em
soluções para
problemas sociais (por
exemplo, aplicar um
critério de eficácia)
Quadro 3 - Políticas de responsabilidade corporativa:
Fonte: Wood (1991)
Segundo a autora, a terceira parte do modelo, ou seja, os resultados do comportamento
corporativo é a única que é realmente observável e passível de avaliação, pois dentro do
modelo é onde o desempenho realmente existe. Motivações não são observáveis e processos
apenas podem ser inferidos. Os impactos sociais das políticas, programas e operações são,
contudo os aspectos visíveis do desempenho social corporativo e sobre os quais as motivações
da empresa serão julgadas, os seus processos de resposta avaliados e o seu desempenho geral
verificado pelos stakeholders.
41
O modelo de Clarkson
Clarkson (1995) propõe um modelo onde o desempenho social corporativo possa ser
analisado utilizando-se uma estrutura baseada no gerenciamento das relações da empresa com
os seus stakeholders ao invés de utilizar metodologias baseadas em conceitos de
responsabilidade social corporativa ou responsividade social corporativa. Para tanto o autor
adota o conceito de stakeholder proposto por Freeman (1984), que significa o “conjunto de
partes que afetam ou são afetadas pela organização”.
A proposta é de que o desempenho social corporativo pode ser analisado a partir de uma
perspectiva relacional de stakeholders e empresa. Para testar e avaliar os resultados foram
realizados estudos entre 1983 e 1993 envolvendo mais de setenta empresas principalmente de
grande porte do Canadá. Estas pesquisas contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento
de uma teoria baseada nos stakeholders, como suporte para a avaliação do desempenho social
corporativo. O estudo foi desenvolvido em três estágios: 1938 a 1985 (foco no público
interno); 1986 a 1988 (integração dos modelos de responsabilidade social corporativa e
integração dos objetivos sociais e econômicos para avaliar o desempenho social corporativo)
e 1989 a 1993 (inclusão das questões levando-se em consideração a relação com stakeholders).
As principais conclusões obtidas a partir destes estudos foram:
1. É necessário fazer a distinção entre questões relativas aos stakeholders e questões
sociais, porque os gerentes das corporações gerenciam relações com seus stakeholders
e não com a sociedade;
2. É necessário conduzir a análise no nível apropriado, institucional, organizacional, ou
individual;
3. É possível então, analisar-se e avaliar-se tanto o desempenho social de uma empresa,
quanto é possível analisar o desempenho de seus gerentes no que se refere às
responsabilidades com seus stakeholders.
42
A corporação pode então ser compreendida como um complexo sistema de relacionamento
entre estes stakeholders. Sua sobrevivência e seu contínuo sucesso dependem da habilidade
dos gerentes em criar valor suficiente ou satisfação para aqueles que pertencem a cada grupo
de stakeholders, de forma que cada grupo permaneça como uma parte deste sistema. Falha em
manter a participação de um destes grupos poderá resultar em uma falha de todo o sistema da
corporação (HAWKINS; COSTA, 2004).
O modelo de Wood (1991) revisitado
Além de Clarkson (1995), Wood e Jones (1995) publicaram um artigo onde propõem que a
teoria dos Stakeholders seria a base mais relevante para avaliar o desempenho social
corporativo. Neste artigo, o modelo de Wood (1991) é revisto e a parte referente a resultados
do comportamento corporativo, originalmente definida como políticas, programas e impactos
sociais é redefinida como: efeitos nos stakeholders internos, efeitos nos stakeholders externos
e efeitos institucionais. Os autores propõem esta mudança com o objetivo de melhor avaliar as
implicações das medidas de desempenho social para os stakeholders. Assim discutem com
quem a empresa deve ser responsável. E argumentam que, se o desempenho social
corporativo for olhado com a perspectiva da teoria dos stakeholders, as empresas poderiam se
engajar mais profundamente nas suas relações e obrigações com a sociedade do que se o
olhassem simplesmente como um conjunto de ações estratégicas para lidar com o ambiente.
Consistente com o modelo de 1991, eles propõem que os stakeholders têm pelo menos três
papéis com relação ao desempenho social corporativo, que são apresentados a seguir.
1. Stakeholders são fonte de expectativas sobre o que se constitui o desempenho
desejável e indesejável da empresa;
2. Stakeholders sentem os efeitos do comportamento corporativo; isto é, eles são os
receptores das ações e dos resultados;
43
3. Stakeholders avaliam quão bem as empresas preencheram as suas expectativas e/ou
como o comportamento destas tem afetado os grupos ou organizações no seu entorno.
As relações com o modelo são por eles apontadas como segue: Como fontes de expectativas,
os stakeholders definem as normas do comportamento corporativo preenchendo conteúdo
normativo dos princípios de responsabilidade social do modelo. Como eles são afetados pela
empresa e também a afetam, eles desempenham um papel ativo ou passivo em relação à
empresa por meio da responsividade. Esta dimensão da relação com os stakeholders passa
pela segunda e terceira categorias do modelo. Finalmente, como avaliadores, os stakeholders
fazem julgamentos e avaliações a respeito dos resultados do comportamento corporativo.
Resumidamente, os stakeholders definem as normas do comportamento corporativo, sentem
os efeitos das ações das empresas e fazem julgamentos sobre estas experiências.
Desta forma, observa-se que o desempenho social corporativo deve ser visto como uma
avaliação abrangente do comportamento social da empresa e não como uma avaliação isolada
de uma questão social (meio ambiente, minorias, filantropia) ou um único grupo de
stakekolders.
Carrol (2000) acredita que quando se fala de desempenho social corporativo pelo menos
quatro grupos de stakeholders devem ser levados em consideração: funcionários,
consumidores, acionistas e a comunidade, sendo que dentro do grupo comunidade poderia ser
englobado o ambiente e que a mensuração deste desempenho deve capturar todos os aspectos
ou dimensões importantes para o relacionamento da empresa com os stakeholders.
44
Importante notar que grupos diferentes de stakeholders terão expectativas diferentes e sentirão
os efeitos e avaliarão os resultados de forma diferente para uma determinada medida de
desempenho corporativo.
Como modelo teórico para este estudo, foi adotado o modelo de Wood (1991) por ser o mais
completo de todos os apresentados. Ele leva em consideração os aspectos específicos que
afetam cada grupo de stakeholder conforme sugerem os dois últimos modelos aqui
apresentados, ou seja, o de Clarkson (1995) e o de Wood e Jones (1995). Desta forma,
também é possível fazer o alinhamento com a linha conceitual de expectativas sociais
escolhida para a mensuração da reputação e que será abordada no subitem 2.2.2.
2.1.3.1 Forma de mensuração do desempenho social corporativo
Como trazer a medida de desempenho social para a prática é um desafio uma vez que
idealmente todos os aspectos abordados nos modelos deveriam ser tratados. Surge então a
questão de como fazer a mensuração de forma que as dimensões do construto desempenho
social corporativo como definida pelos autores escolhidos como referência estejam refletidas.
Várias iniciativas para operacionalizar o construto têm sido feitas e embora tenha ocorrido
considerável quantidade de pesquisas sobre desempenho social corporativo na última década,
é importante destacar que não são somente os acadêmicos que estão interessados neste tópico.
Entre as organizações proeminentes e periódicos que reportam o desempenho social incluem-
se a revista Fortune, o Council of Economic Priorities(CEP), O The Business Enterprise
Trust, Walkerinformation, Business for Social Responsibility, revista Business and Society
Review, a revista Business Ethics e Kinder, Lydberg, Domini Inc.(KLD) (CARROL;
BUCHHOLTZ, 2000).
45
As primeiras tentativas de quantificar a arena social ocorreram na década de 70. Nesta época,
por exemplo, a França publica uma lei que define que os relatórios sociais das empresas
deveriam ser compostos por sete capítulos: emprego, remuneração e aposentadoria, saúde e
segurança, condições de trabalho, treinamento, relações industriais e outras condições de vida
impactadas pela empresa. Estas dimensões, entretanto tratam somente de um grupo de
stakeholders que são os funcionários.
Em 1977 o Global Reporting Initiave- GRI começa a estudar a formatação de relatórios de
desenvolvimento sustentável que seriam produzidos de forma voluntária pelas as empresas.
Os relatórios do GRI integravam as dimensões econômicas, ambientais e sociais sob a forma
de indicadores de desempenho.
Desde então várias ferramentas m surgido procurando suprir a necessidade de mensuração
do desempenho social das empresas. Dentre estas ferramentas podemos citar: SPI FINANCE
2002, SAM Research (metodologia utilizada pelo Dow Jones Sustainability Index), as versões
subseqüentes do Global Reporting Initiative,, KLD, Advanced Sustainable Performance
Índices (ASPI), Delloite Sustainability Repporting Scorecard, Indicadores Ethos de
Responsabilidade Social Empresarial.
Segundo Igalens e Gond (2005) os modelos de mensuração de desempenho social corporativo
podem ser classificados em cinco grandes categorias:
Medidas baseadas em análises de relatórios anuais
Índices de poluição
Medidas de percepção baseadas em questionários
Indicadores de reputação corporativa
46
Dados produzidos por agencias classificadoras.
Cada uma das formas apresenta limitações em relação ao modo de construção e geração de
dados. Por exemplo, as medidas de percepção são sujeitas a grande subjetividade e a riscos de
efeito “halo” como são os indicadores de reputação corporativa. As medidas baseadas nos
dados produzidos pelas empresas podem ter vieses. O Quadro 4 apresenta as limitações e
aplicações de cada uma das formas de mensuração.
Tipo de instrumento Aplicação em termos de
conceito de CSP
Características/
problemas
Forma de
produção
Conteúdo dos
relatórios anuais
É uma medida mais simbólica
que substantiva e que não
guarda referência com as várias
dimensões do construto
Medidas subjetivas
que podem ser
facilmente
manipuladas
Pela empresa
Indicadores de
poluição
Mensura somente uma das
dimensões do construto (o
aspecto referente ao meio
ambiente)
Medida objetiva, mas
que não se aplica a
todas as empresas.
Mede só uma
dimensão do
desempenho.
Por uma entidade
que é externa à
empresa
Pesquisas baseadas
em questionários
Depende de quais medidas
tenham sido sugeridas. Pode ser
apropriada ao construto, mas as
percepções do sujeito
permanecem como prioridade
neste tipo de medida
Medida de percepção
que pode ser
manipulada
dependendo de como
for aplicada
Por um
pesquisador que
usa um
questionário para
obter informação
diretamente da
empresa
Indicadores de
reputação corporativa
Sobreposição com reputação
corporativa. Permite uma
medida geral do desempenho
social, mas é relativamente
ambígua.
Medida de percepção;
Efeito “halo”
Por uma entidade
externa à empresa
Medidas produzidas
por entidades de
medição/
classificação
Medida multidimensional com
uma modelagem teórica
dependendo do modo de
operacionalização e parâmetros
de referência que as agências
estão usando
Depende de cada
modelo operacional
das agencias; Efeito
“halo”.
Por uma entidade
externa à empresa
Quadro 4- Características e aplicabilidade das principais medidas de desempenho social
corporativo usadas pelos acadêmicos.
Fonte: Igalens e Gond (2005).
47
Dentre as diversas formas de mensuração apresentadas, aquelas que pareceram ser mais
adequadas para este trabalho são as produzidas por organizações isentas cujo objetivo é ajudar
a disseminar e estimular práticas socialmente responsáveis por meio de indicadores que
abrangem diversos temas que estão atualmente presentes na realidade corporativa. Escolheu-
se então, fazer uma análise mais detalhada de duas das ferramentas disponíveis para as
empresas reportarem seu desempenho social corporativo: o GRI e os indicadores Ethos.
Ambas são construídas na forma de indicadores objetivos pelos quais as empresas podem
reportar o seu nível de responsabilidade social corporativa ou simplesmente utilizá-los como
instrumento diagnóstico de auto-gestão. Podem, portanto, ser considerados como reportes
com características de isenção. Outra importante característica é o fato de terem o seu foco
direcionado aos diversos stakeholders. Além disto, ambas são ferramentas reconhecidas no
contexto empresarial tanto nacional como internacionalmente. Outro ponto considerado para a
escolha destas duas ferramentas foi o seu foco tanto no ambiente interno como no ambiente
externo com maior ênfase para neste último. Isto se torna de suma importância quando se está
analisado o desempenho social corporativo sob a perspectiva da teoria dos stakeholders.
Com o objetivo de criar uma escala que guardasse conexão com o modelo teórico adotado
fez-se a análise mais detalhada deste dois dos instrumentos de mensuração. Os temas por eles
abordados foram levantados e verificou-se se estes refletiam o construto que se pretende
medir, relacionando-os a teoria.
Antes de passar a análise propriamente dita dos dois questionários selecionados é importante
ilustrar as etapas percorridas, o que pode ser observada na Figura 2.
48
Figura 2 - Esquema de levantamento de variáveis contidas na mensuração do desempenho
social corporativo
Fonte: o autor
O objetivo desta análise foi levantar os fatores que englobam as medidas de desempenho que
serviram de subsídio para a montagem do instrumento de coleta de dados e verificação da
correspondência dos mesmos com o modelo teórico adotado de forma a garantir a validade do
conteúdo do construto.
Global Reporting Initiative
O Global Reporting Initiative GRI foi formado em 1977 em uma incitativa conjunta entre a
organização não governamental denominada Coalition for environmentally Responsible
Initiatives CERES e o programa Ambiental das Nações Unidas UNEP com o intuito de
aumentar a qualidade, o rigor e a utilidade dos balanços sociais. O GRI se define como um
processo internacional, de longo prazo e multi- stakeholder cuja missão é desenvolver e
Global Reporting
Initiatve
Indicadores Ethos
Análise comparativa
e agrupamento de
temas
Conjunto de temas
representativos do
desempenho
social corporativo
Confecção do
questionário
Verificação da
validade do
conteúdo do
construto
Levantamento dos
indicadores dos dois
questionários
49
disseminar globalmente diretrizes de reporte de sustentabilidade. A utilização das diretrizes
pelas empresas é voluntária e abrange o relatório das dimensões econômicas, sociais e
ambientais das atividades da empresa, de seus produtos e serviços. O Global Reporting
Initiative, por ter alcance internacional, vem cada vez mais ganhando importância e se
firmando como um padrão de balanço econômico, social e ambiental passível de comparação
e consistência. Os indicadores GRI estão organizado conforme segue.
Visão e Estratégia
LA - práticas laborais e
trabalho decente
emprego, relações trabalho/gerencia, saúde e
segurança, treinamento e educação, diversidade e
oportunidade
HR- direitos humanos
estratégia e gestão, não discriminação, liberdade
de associação e negociação coletiva, trabalho
infantil, trabalho forçado, práticas disciplinares
práticas de segurança, direitos indígenas
SO- Sociedade
comunidade, corrupção e propina, contribuições
políticas, competição e preços
PR- produto responsável
saúde e segurança do consumidor, produtos e
serviços, propaganda, respeito à privacidade
Indicadores sociais
Estruturas de
governança e sistemas
de gestão
EC - Indicadores
econômicos
EN-Incadores
ambientais
estrutura e governança
envolvimento dos stakeholders
políticas gerais e sistemas de gerenciamento
clientes
Perfil
perfil da organização
escopo do relatório
perfil do relatório
energia
água
fornecedores
empregados
investidores
setor público
adequação às normas
transporte
geral
visão e estratégia da empresa com relação a sua contribuição para o
desenvolvimento sustentável
biodiversividade
emissões, efluentes e lixo
fornecedores
produtos e serviços
impactos econômicos indiretos
materiais
Quadro 5- Estrutura do questionário do GRI
Fonte: GRI (2002)
50
Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial
No Brasil o Instituto Ethos de Responsabilidade Social, que congrega hoje mais de 450
empresas, desenvolveu em 1999 um conjunto de indicadores para servir como uma ferramenta
de aprendizado e auto-avaliação da gestão no que se refere à incorporação da responsabilidade
social ao planejamento estratégico e ao monitoramento geral da empresa. Os indicadores
Ethos têm pontos em comum com várias ferramentas de mensuração como o GRI, a norma
SA8000 (Social Accountability 8000) do SAI Social Accountability International e com a
norma AA1000 (Accountability 1000) do ISEA Institute of Social and Ethical
Accountability. O questionário Ethos e está organizado como segue:
51
1 compromisso ético
2 enraizamento da cultura organizacional
3 governança corporativa
4 diálogo com as partes interessadas
5 relações com a concorrência
6 balanço social
7 relações com sindicatos
8 gestão participativa
9 compromisso com o futuro das crianças
10 valorização da diversidade
11 relações com trabalhadores terceirizados
12 política de remuneração, benefícios e carreira
13
cuidados com saúde, segurança e condições de
trabalho
14
compromisso com o desenvolvimento
profissional e empregabilidade
15 comportamento frente a demissões
16 preparação para a aposentadoria
17
comprometimento da empresa com a melhoria
da qualidade ambiental
18 educação e conscientização ambiental
19
gerenciamento do impacto no meio ambiente e
do ciclo de vida de produtos e serviços
20 sustentabilidade da economia florestal
21 minimização de entradas e saídas de materiais
22 critérios de avaliação de fornecedores
23 trabalho infantil na cadeia produtiva
24 trabalho forçado na cadeia produtiva
25 apoio ao desenvolvimento de fornecedores
26 política de comunicação comercial
27 excelência do atendimento
28
conhecimento e gerenciamento de danos
potenciais dos produtos e serviços
29
gerenciamento do impacto da empresa na
comunidade de entorno
30 relações com organizações locais
31 financiamento da ação social
32 envolvimento da empresa com a ação social
33 contribuições para campanhas políticas
34 construção da cidadania pelas empresas
35 práticas anticorrupção e propina
36 liderança e influência social
37
p
articipação em projetos sociais e
governamentais
Governo e
sociedade
liderança social
transparência política
Consumid
ores e
clientes
dimensão social do consumo
relações com a comunidade local
ação social
Comunidade
gerenciamento do impacto ambiental
meio ambiente
seleção, avaliação e parceria com fornecedores
fornecedores
valores
transparência e
governança
auto regulação da conduta
relações transparentes com a sociedade
responsabilidade frente as gerações futuras
Público interno
diálogo e participação
respeito ao indivíduo
trabalho decente
Quadro 6- Estrutura do questionário do Instituto Ethos
Fonte: Ethos 2005
Com o objetivo de construir o instrumento de coleta de dados desta pesquisa foi feita uma
análise do conteúdo de cada questão dos indicadores GRI e Ethos. Os assuntos foram listados,
52
foi feita a verificação das coincidências e divergências de cada instrumento e em seguida foi
53
No TEMAS GRI ETHOS No TEMAS GRI ETHOS
1 Políticas de redução e reutilização de
resíduos e seu
monitoramento/conscientização
ambiental
x x 21 Diversidade e oportunidade iguais x
2 Impactos ambientais de produtos e
serviços
x x 22 Satisfação de empregados
3 Sistema de gestão ambiental/
ecossistema
x x 23 Saúde ocupacional, acidentes de
trabalho
x x
4 Serviço de atendimento a
consumidores e solução de
problemas
x 24 Comportamento frente a demissões x
5 Indicadores de satisfação do
consumidor
x x 25 Visão e estratégia da empresa que
contemplam o desenvolvimento
sustentável
x x
6 Privacidade do consumidor x x 26 Códigos de conduta, missão e valores
e políticas relevantes para a
performance social, econômica e
ambiental
x x
54
resultados relativos às suas áreas de envolvimento primário e secundário com a sociedade”
foram relacionados aos temas 7, 31, 32 e 39 que indicam respectivamente: cuidados com a
segurança e saúde do consumidor, informações sobre o produto e rotulagem, alertar para
alterações nos produtos e promoção de discussões de interesse público. Pela análise nota-se
que todas as dimensões do modelo de Wood estão contempladas pelos temas preenchendo
desta forma o requisito de ter todos os aspectos do desempenho social refletidos no
instrumento de mensuração. O Quadro 8 apresenta a correspondência entre temas e a estrutura
do modelo.
Temas
Princípio Institucional - legitimidade
A sociedade confere legitimidade e poder aos
negócios. No longo prazo, aqueles que não usam o
poder de maneira responsável tendem a perdê-lo. 6;25;26;37;40
Princípio da responsabilidade pública
Negócios são responsáveis pelos resultados relativos às
suas áreas de envolvimento primário e secundário com
a sociedade. 7;31;32;39
Princípio do arbítrio gerencial
Os gerentes são atores morais. Dentro de cada domínio
da responsabilidade social corporativa eles são
obrigados a exercer a discricionariedade dada a eles
para resultados socialmente responsáveis. 15;30;36;38
Avaliação do ambiente
As empresas têm que saber algo sobre o ambiente
externo para responder e adaptar-se a ele. 5;22;27
Gerenciamento de stakeholders
4;33
Gerenciamento de questões
Políticas desenvolvidas para endereçar questões/
pressões sociais (WARTICK, COCHRAN, 1985) e o
gerenciamento das respostas da empresa. 28;35
Impactos sociais
Impactos causados na sociedade decorrente do
comportamento da empresa. Tudo que a empresa faz
tem algum impacto social e é relevante para a
performance social.
2;8;9;10;11;12;13;14;
16;20;23;24;34
Programas e politicas sociais
Programa que as empresas utilizam para
institucionalizar políticas sociais que a empresa
entende como socialmente desejáveis e processos de
respostas sociais. 1;3;18;19;21;29
Princípios de responsabilidade social corporativa
Processos de capacidade de resposta social corporativa (responsiveness)
Resultados do comportamento corporativo
Quadro 8- Correspondência entre temas da responsabilidade social corporativa e o
modelo teórico de Wood (1991)
Fonte: o autor
Esta verificação é importante, pois mostra que existe conexão entre os temas e o modelo
teórico escolhido. Assim, estando os temas refletidos no instrumento de coleta de dados
55
garante-se que existe a correspondência entre as variáveis do instrumento e o construto
garantindo-se assim a validade do conteúdo do construto.
56
2.2 Reputação Corporativa
O conceito de reputação corporativa vem sendo difundido e ganhando atenção ao redor do
mundo porque se acredita que a reputação de uma organização influi nas suas oportunidades
comerciais, vendas e lucro (GROENLAND, 2004).
Vários autores têm citado que fatos como, pressões ambientais, a aceleração do ciclo de vida
dos produtos, a desregulamentação, os programas de privatização, o aumento da
competitividade, a criação de áreas de livre comércio, fusões e aquisições, o aumento das
expectativas em relação à responsabilidade social das organizações, os movimentos de
consumidores têm demandado das organizacões atenção no sentido de entender e gerenciar
estrategicamente sua reputação, identidade e marca corporativa (BALMER; GREYSER,
2003).
Uma reputação favorável melhora a lucratividade da empresa e as suas chances de sobreviver
na batalha competitiva. A reputação é valiosa porque nos informa a respeito de quais produtos
comprar, quando a informação sobre as opções de compra é incompleta, para quais empresas
trabalhar, ou em quais ações investir; ao mesmo tempo, possui considerável valor estratégico
porque desperta a atenção para as características atrativas da empresa e alarga o leque de
opções disponíveis aos seus administradores como, por exemplo, cobrar preços mais altos ou
mais baixos pelos produtos ou implantar programas inovadores (FOMBRUN, 1996).
Corroborando esta visão, Dowling (2001) afirma que o papel da reputação corporativa é
ajudar os stakeholders a tomar decisões se irão ou não comprar produtos e serviços de uma
empresa, se trabalharão para a mesma, recomendá-la, confiar na empresa como um agente que
faz coisas boas para os sujeitos e para a sua comunidade, além de reduzir o seu risco
percebido.
57
Inúmeros autores, entre eles Dowling (1986), Fombrum e Shanley (1990), Schultz, Mouritsen
e Gabrielsen (2001), Groeland (2002) têm alegado que uma boa reputação pode conferir
vantagens às empresas que lhes permitirão sobreviver em um mercado cada vez mais
competitivo.
Dada a sua importância, a reputação tem sido objeto de discussão em diversas disciplinas
como estratégia, marketing, economia, comunicação, comportamento organizacional,
sociologia e contabilidade cada qual adotando uma definição conceitual própria. Para que se
tenha uma idéia de como as interpretações são distintas, Wartick (2002) em um interessante
trabalho de revisão das definições existentes sobre reputação, cita um artigo de Shenkar e
Yuchtman-Yaar (1997) onde os termos são apresentados de acordo com as disciplinas que os
estudam. Assim, para a sociologia o termo prestígio é preferido; em economia, reputação; em
marketing, imagem; e em contabilidade e direito, goodwill. Isto é confirmado pelos trabalhos
de Fombrun et al.(2000) e Fombrun e van Riel (1998) que também apontam visões diferentes
a respeito de reputação (Quadro 9) e alertam para a falta de consistência na definição do
termo reputação e a necessidade da criação de uma visão integrada do tema.
Assim, percebe-se que, por ter suas raízes em várias disciplinas, existe uma abundância de
definições diferentes de reputação corporativa e uma falta de consenso sobre o seu
entendimento.
58
Disciplinas Definição de reputação
Economia Traços ou sinais que descrevem o comportamento provável da empresas em uma
situação particular
Estratégia Barreira de entrada; uma fonte de vantagem competitiva sustentável. Ativo
intangível difícil de ser imitado
Contabilidade Ativo intangível difícil de medir, mas que cria valor para as empresas.
Marketing Ativos com o poder de atrair clientes leais;
Associações que os indivíduos estabelecem com o nome de uma empresa.
Comunicações Traços percebidos da empresa que se originam das relações que esta estabelece
com os múltiplos públicos.
Teoria das
organizações
Identidade da empresa.
Representações cognitivas da empresa que se desenvolvem à medida que os
stakeholders reconhecem as atividades da empresa
Sociologia Construções sociais que se originam a partir do relacionamento que as empresas
estabelecem com o ambiente institucional que compartilha
Quadro 9- Visões da reputação segundo cada área de estudo
Fonte: Fombrum; Gardberg; Sever (2000)
2.2.1 Breve histórico da conceituação de reputação
Em termos cronológicos Balmer e Greyser (2003) relatam que os conceitos de identidade
corporativa, comunicação, imagem, reputação e marca, desde 1950 chamam igualmente a
atenção de pesquisadores e administradores. O resultado tem sido uma nova forma de
conceituar as organizações, novas funções administrativas e responsabilidades, novos tipos de
consultoria e o surgimento de nova literatura sobre corporações. Estes autores dividem a
evolução histórica dos conceitos em cinco fases distintas, que estão apresentadas no Quadro
10.
Fase Foco
1950 – 1970 Imagem
1970 – começo anos 80 Identidade corporativa, personalidade corporativa e imagem
corporativa.
Fim anos 80 – 2000 Identidade organizacional, identidade corporativa,
comunicação corporativa e reputação corporativa.
2000 até presente Idem ao estágio 4 acrescido de marca corporativa
O futuro? Estabelecimento de uma área interdisciplinar de administração
agrupando todos os conceitos para ser conhecida como
“estudos de identidade e/ou marketing corporativo”
Quadro 10- Evolução do conceito de reputação
Fonte: Balmer e Greyser (2003)
59
Ainda em seu relato cronológico, Balmer e Greyser (2003) destacam que desde 1990, maior
atenção tem sido dada à reputação corporativa do que à imagem corporativa e que na
literatura vários autores concluem que a reputação tem duas características distintas que são:
construída ao longo do tempo; e baseada no que a empresa tem feito e com tem agido.
Segundo eles, estas duas características distinguem o construto reputação do de imagem.
Caruana e Chicorp (2000) tem um entendimento similar a Balmer e Greyser (2003) e dizem
que a pesquisa sobre reputação tem as suas raízes nos trabalhos de imagem corporativa.
Segundo ele entres 1950 e 1970 o foco era na imagem que os stakeholders externos tinham da
empresa ou loja (MARTINEAU, 1958) e os elementos de design gráficos eram centrais. Entre
os anos 70 e o começo dos anos 80 a estratégia começa a se tornar o palco das atenções e,
então a identidade e a personalidade corporativa tornam-se relevantes. A integração da visão
estratégica com a cultura organizacional cria personalidades corporativas que vão além da
identidade visual e induzem a diferentes identidades entre os diversos públicos da firma. No
final dos anos 80, o foco se volta para a reputação corporativa a qual, segundo os autores,
incorpora não somente a imagem presente da empresa como também o seu comportamento
passado.
Gotsi e Wilson (2001) também fazem uma retrospectiva e explicam que os primeiros estudos
da década de 60 e 70 concentraram-se em imagem corporativa ao invés de reputação, pois
esta era a terminologia popular usada à época e o termo reputação corporativa não era comum
na literatura nesta fase. Ademais muitos dos estudiosos do tema tinham a sua formação em
relações públicas e sua abordagem contemplava imagem como algo que o comunicador pode
criar. Dado que vários autores passaram a criticar o conceito de imagem porque entendiam
que o mesmo era uma falsa construção da realidade ou mesmo uma manipulação e não
representava a verdadeira realidade da empresa, houve uma mudança de tendência. O foco
60
passou então, a ser o gerenciamento da reputação corporativa e não da imagem. Surgem os
estudos que os autores classificam na categoria da escola diferenciada. Esta breve
retrospectiva coincide com os estágios mencionados no trabalho de Balmer e Greyser (2003) e
ajudam a explicar a mudança na terminologia dos conceitos.
Contudo, ao longo da análise do referencial teórico nota-se freqüentemente um intercâmbio
dos termos imagem e reputação e mostrando que não existe uma definição clara e
universalmente aceita sobre o termo reputação corporativa, como observam Gotsi e Wilson
(2001). Em seu estudo, ao fazer uma revisão da literatura, os autores relatam que, dependendo
do ponto de vista de cada autor, os conceitos reputação e imagem ora aparecem como
conceitos totalmente separados, ora como totalmente idênticos ou ainda como fenômenos
inter-relacionados. Os conceitos foram classificados por eles em duas escolas de pensamento:
a escola análoga a qual trata imagem e reputação como conceitos similares e a escola
diferenciada onde reputação é diferente de imagem. Esta segunda escola subdivide-se em três
visões dominantes: a primeira considera a reputação corporativa e a imagem corporativa
como conceitos separados enfatizando as associações negativas que os autores desta linha têm
do conceito imagem. A segunda e a terceira visões consideram os conceitos inter-relacionados.
A segunda considera que a reputação afeta a construção da imagem, enquanto a terceira
enxerga a reputação como múltiplas imagens instantâneas da organização tidas pelas suas
diversas audiências.
Quadro 11 - Escolas de pensamento de Imagem e Reputação.
Fonte: Gotsi; Wilson (2001)
Análoga
A reputação é somente
uma dimensão para a
construção da imagem
A reputação é
influenciada pelas imagens.
Escolas de pensamento
Imagem é sinônimo de
reputação
Imagem e reputação são conceitos diferentes, porém
Inter-relacionados
Diferenciada
Imagem e reputação são
conceitos diferentes e
separados
61
O Quadro 12 mostra alguns autores organizados cronologicamente e classificados de acordo
com a Escola Análoga ou Diferenciada. A observação do mesmo nos sugere que realmente os
primeiros estudos estavam mais concentrados em imagem, sendo que a reputação passa a ser
discutida um pouco mais tarde.
Autor Ano
Escola
análoga
Escola
difenciada
Autor Ano
Escola
análoga
Escola
difenciada
Martineau 1958 x Barich;Kotler 1991 x
Boorstin 1961 x Dowling 1993 x
Enis 1967 x Bromley 1993 x
Schafhauser 1967 x Grunig 1993 x
Budd 1969 x Mason 1993 x
Crissy 1971 x Dutton el al. 1994 x
Gates; McDaniel 1972 x Fombrun 1996 x
Boulding 1973 x Ind 1997 x
Bernays 1977 x Balmer 1997 x
Kennedy 1977 x Brown; Cox 1997 x
O'Sullivan 1983 x Brown; Dancin 1997 x
Bersteisn 1984 x Caruana 1997 x
Norman 1984 x Rindova 1997 x
Dichter 1985 x Gray; Balmer 1998 x
Dowling 1986 x Alvesson 1998 x
Abratt 1989 x Gray; Balmer 1998 x
Fombrum; Shanley 1990 x Saxton 1998 x
Semons 1998 x
Quadro 12- Classificação dos autores como parte da escola análoga ou diferenciada
Fonte: Gotsi e Wilson (2001)
Pode-se ainda notar que, realmente confirmando o que sinalizam Balmer e Greyser (2003),
Gotsi e Wilson (2001) e Caruana e Chicorp (2000), os estudos mais antigos parecem não fazer
distinções entre imagem e reputação. A imagem é normalmente relacionada a percepções e
impressões ou estereótipos que as pessoas têm sobre a companhia. Entre estes autores temos
Martineuau (1958) para quem imagem é um tipo de estereótipo que representa o que todos
conhecem sobe a companhia, Enis (1967) que define imagem como o conjunto de todas as
percepções sensoriais e pensamentos inter-relacionados associados com uma entidade por um
indivíduo. Para Ditcher (1985), Abratt (1989) e LeBlank, Nyguyen (1996) a imagem é
constituída pela impressão geral que a empresa tem na mente das audiências. Dowling (1986)
define a imagem como um conjunto de significados pelos quais um objeto e conhecido e pelo
62
qual as pessoas o descrevem, e se relacionam a ele. Este construto não será desenvolvido aqui
em razão do foco da pesquisa em desenvolvimento.
Entre os autores que se propõem a definir reputação destaca-se Fombrum (1996) para quem
reputação é a estima geral da organização por seus constituintes. Esta conceituação é
63
reputação de imagem. Marcwick e Fill (1997) fazem esta distinção conceituando imagem
como o que os stakeholders percebem na organização, enquanto que a reputação é o reflexo
dos impactos históricos acumulados de sinais de identidade observados previamente e de
possíveis experiências em transações. Para Saxton (1998) a reputação é o reflexo de uma
organização ao longo do tempo de como tem sido vista por seus stakeholders e para Caruana
e Chicorp (2000) e Gotsi e Wilson (2003) a reputação representa a avaliação feita pelo
público ao longo do tempo de informações sobre os atributos da firma.
Finalizando esta análise, cabe observar que embora a tentativa de conceituar os construtos
reputação e imagem de inúmeros autores, vários citados acima, eles continuam sem uma
definição universal e as definições existentes apresentam sobreposições. Em função da
relação observada entre imagem e reputação aprofundou-se o exame da literatura com o
objetivo de investigar quais são os atributos utilizados para avaliar a reputação corporativa e
se estes seriam os mesmo utilizados para avaliar a imagem corporativa.
2.2.2 Análise das definições e dos modelos de mensuração de reputação e imagem
corporativa.
Em recente trabalho publicado sobre correntes de medidas de reputação Berens e van Riel
(2004) mencionam que não existe uma clara conceituação dominante nas pesquisas sobre
reputação corporativa. Isto confirma a posição exposta acima. Eles realizaram uma ampla
pesquisa dos estudos publicados sobre reputação nas últimas cinco décadas e observaram que
existem três grandes linhas de pensamento para categorizar as associações/percepções que os
pesquisadores usam para discutir ou medir a reputação corporativa.
A primeira linha é baseada no conceito de expectativas sociais; ou seja, as expectativas que as
pessoas têm em relação ao comportamento das empresas. Citam como exemplo medidas
64
como a da revista Fortune com a publicação anual das Empresas mais Admiradas e o
Reputation Quotient (FOMBRUN et al. 2000) do Reputation Institiute. A segunda linha é
baseada no conceito de personalidade corporativa; os traços de personalidade que as pessoas
atribuem às empresas. Neste campo um dos estudos mais relevantes é o de Davies et al.
(2003). A terceira linha usa o conceito de confiança (trust) como a percepção da honestidade,
confiança e benevolência de uma companhia. Os autores citam como exemplo a escala de
credibilidade desenhada por Newell e Goldsmith (2001).
Confiança Traços de Personalidade Expectativas Sociais
Percepção da honestidade,
65
definição de responsabilidade social, esta corrente de estudo da reputação considera que o
construto pode ser estudado a partir de suas variáveis formativas, o que permite ao gestor
atuar sobre um conjunto de aspectos que produziram a avaliação positiva pelos grupos de
interesse na organização. Por outro lado, a adoção de uma das outras correntes de estudo da
reputação poderia trazer um problema lógico, pois estas mensuram a reputação por variáveis
reflexivas. O uso de variáveis formativas para mensurar a responsabilidade social e reflexivas
para a reputação poderia apresentar uma elevada correlação, sem permitir ao pesquisador
concluir que está mensurando construtos que se sobrepõem. Esta reflexão sobre o caráter
formativo ou reflexivo das variáveis usadas para mensurar o construto será retomado a frente
neste capítulo.
A apresentação da corrente de estudo em reputação que é foco aqui utilizou referências
citadas no artigo de Berens e van Riel (2004). Porém, a busca não ficou limitada somente a
estas referências. Utilizando-se o sistema de snowballing ou bola de neve, outros trabalhos
relacionados à métrica da reputação ou da imagem, foram incluídos na revisão com o objetivo
de melhor compreender o construto e também incluir autores que tivessem efetivamente
conduzido pesquisa de campo. A partir das referências citadas foram identificadas novas
referências dos mesmos autores e depois de autores citados por estes. Cada estudo
identificado foi analisado para que apenas aqueles relacionados com a corrente conceitual de
expectativas sociais fossem considerados. Foram selecionados trabalhos que propuseram uma
definição conceitual (MARTINEAU, 1958; MacLEOD, 1967; DITCHER, 1985; ABBRAT,
1989; DUTTON; DUKERICH; HARQUAIL, 1994; ALVESSON, 1998; SEMONS, 1998;
BROWN; COX, 1999; GOTSI; WILSON, 2001) bem como aqueles que desenvolveram
metodologias para a mensuração dos conceitos (KUNKEL; BERRY, 1968; KENNEDY,
1977; BARICH; KOTLER, 1991; LeBLANK; NGUYEN, 1996; BROWN, DACIN, 1997;
66
GAINES-ROSS, 1997; SAXTON, 1998; CARUANA; CHICORP, 2000; CHEN, 2001;
DOWLING, 2001; LEMMICK, SCHUIJF; STREUKENS, 2002; SABATE; PUENTE, 2003;
SCHWAIGER, 2004; HELM, 2005).
Os estudos foram organizados em ordem cronológica, por tipo de estudo (ensaio ou relatório
de pesquisa) e por conceituação (imagem ou reputação). No caso de estudos que desenvolvem
ou testam escalas todos os atributos de medidas (mesmo que similares) encontrados nos
trabalhos foram listados. Esta lista de atributos foi utilizada para o desenvolvimento do
instrumento de coleta de dados desta pesquisa.
O segundo passo desta análise foi avaliar como os diversos autores operacionalizam os
conceitos para identificar se existem diferenças de atributos que compõem a reputação e a
imagem.
Ao todo, trinta e cinco trabalhos foram analisados. Todos os atributos foram listados. É
importante destacar que não foi feito um julgamento sobre a qualidade dos atributos e em
seguida os atributos similares foram agrupados com o intuito de se observar a sobreposição de
atributos que têm sido recomendados para avaliar a imagem e a reputação. Assim, por
exemplo, atributos como qualidade do gerenciamento, calibre do gerenciamento, ser bem
gerenciado, competência do gerenciamento foram agrupados como em um mesmo atributo
denominado “qualidade do gerenciamento”. A partir disto, foi feita uma análise de quais
atributos eram coincidentes tanto para medir reputação como para imagem e a freqüência com
que os mesmo apareceram.
67
Como resultado, percebeu-se que os atributos mais utilizados são empregados para mensurar a
imagem, a reputação ou, simultaneamente pelo mesmo autor, para mensurar a imagem e a
reputação. Percebeu-se ainda que os atributos formam dois grupos distintos de categorias. Um
primeiro encerra alguns que são percepções sobre uma avaliação geral da organização e estão
associados a sentimentos e emoções da audiência. Nesse grupo encontram-se atributos como
"admiração ou reconhecimento geral" e "bom sentimento sobre a empresa". O segundo grupo
engloba atributos que são avaliações de ações diretas da organização em sua atuação rotineira.
Diferem do primeiro por possibilitar julgamentos com bases racionais por parte das
audiências. São exemplos de atributos desse grupo a "qualidade dos produtos e serviços" e a
"habilidade para atrair, desenvolver e reter talentos”. Desta forma, não fica claro se a
reputação é um construto formativo ou reflexivo.
Tabela 1 - Atributos da reputação e imagem e freqüência de utilização.
Atributos Imagem Reputação
Imagem e
Reputação Total
Qualidade produtos/serviços 9 7 4 20
Qualidade do gerenciamento 5 8 4 17
Inovação 5 6 5 16
Responsabilidade social e ambiental 6 5 4 15
Força financeira 4 4 3 11
Valor do investimento a L. P. 2 4 3 9
Atitude e comportamento 6 2 1 9
Qualidade do marketing 4 2 2 8
Admiração ou reconhecimento geral 1 5 2 8
Liderança 3 4 1 8
Produtos e serviços valorizam o dinheiro 5 2 1 8
Envolvimento/cuidados com comunidade 3 1 3 7
Bom empregador 4 2 1 7
Gerenciamento de RH 3 2 2 7
Confiabilidade 1 3 3 7
Habilidade para atrair, desenvolver e reter talento 2 3 1 6
Cultura voltado ao cliente 3 1 2 6
Credibilidade 2 2 2 6
Maximização da satisfação e lealdade do cliente 1 2 2 5
Visão de futuro 1 1 2 4
Bom sentimento sobre a empresa 1 1 1 3
Número de vezes associado à
Fonte: o autor
68
Helm (2005) analisa o construto reputação por meio de suas variáveis formativas e utiliza
sistema de equações estruturais, com uma análise confirmatória do construto. A partir da
abordagem de expectativas sociais como apresentada por Berens e van Riel (2004) ela define
as variáveis formativas da reputação. A autora explica que indicadores representando
variáveis formativas são a causa da variável latente, eles representam as diferentes dimensões
do construto. O construto é então a soma dos indicadores das variáveis observáveis com as
quais está associado. Os indicadores não têm que estar relacionados e não representam a
mesma dimensão. Um aumento em um indicador o tem que ser acompanhado por aumento
nos outros.
A natureza formativa da reputação pode ser ilustrada pelo fato que um aumento da qualidade
de produtos não necessariamente vem acompanhado por um aumento do desempenho em
outras esferas como, por exemplo, o tratamento aos funcionários, ou a qualificação da
gerência. Quando o pesquisador usa indicadores reflexivos ele assume que eles são reflexões
ou representações do construto, o que significa que o construto deve ser unidimensional e os
itens correlacionados. A Figura 3 representa estas duas possibilidades
69
Figura 3- Relações epistêmicas entre a variável latente e seus indicadores
Fontes: Diamantopoulos e Winklhofer ( 2001) e Helm (2005).
Como observado anteriormente neste relatório, a corrente de expectativas sociais assume que
a reputação é um construto constituído por indicadores formativos e este foi o modelo adotado
para a construção do instrumento da escala de medida o qual buscou refletir quais fatores são
relevantes para formação da reputação. As variáveis apresentadas na Tabela 1 foram usadas
como ponto de partida para a pesquisa de campo. O primeiro passo neste sentido foi eliminar
as variáveis que apresentam natureza reflexiva ou conseqüente da lista apresentada como, por
exemplo, atitude e comportamento e maximização da satisfação e lealdade do cliente. Os
demais passos estão descritos no capítulo de métodos da pesquisa de campo.
2.3 Considerações finais desta revisão
As seções anteriores fazem uma revisão da literatura da responsabilidade social corporativa e
reputação corporativa onde foi feito um relato breve do histórico da evolução do
entendimento dos dois construtos, a apresentação das suas várias definições conceituais e
K
9
x
1
x
2
x
3
r
12
r
23
r
13
J
1
J
2
J
3
Formativa
x
1
K
x
2
x
3
r
12
r
23
r
13
J
1
J
2
J
3
G
G
G
Reflexiva
70
como os mesmos vêm sendo mesurados. Observou-se, em ambos os casos, que existe uma
diversidade de entendimentos sobre o que constitui cada um dos construtos e como eles
devem ser medidos.
No caso da responsabilidade social corporativa, o desenvolvimento teórico acabou por levar
ao estudo dos modelos de desempenho social corporativo e suas formas de mensuração.
Verificou-se que os modelos de desempenho conectam-se com as relações sociais da
empresas e buscam avaliar em que grau os princípios de responsabilidade social motivam as
suas ações. Optou-se por fazer uma análise mais detalhada de dois instrumentos de
mensuração (questionários GRI e Ethos) que têm sido reconhecidos no contexto empresarial
como referências. Os temas abordados nestes dois instrumentos foram listados e agrupados e
foram a base para a construção do instrumento de medida.
Processo semelhante foi feito para análise da reputação corporativa. Aqui, o que se observou é
que as definições e os instrumentos medida ora referiam-se ao conceito imagem, ora ao
conceito reputação de forma que não se identificou diferenças significativas entre os atributos
utilizados para a mensuração da imagem e da reputação. Uma lista dos atributos
recomendados pelas várias escalas analisadas foi feita e foi utilizada para auxiliar a
construção do instrumento de mensuração da reputação.
A análise das variáveis formativas do construto reputação indicadas nas referências
consultadas (ver Tabela 1) indicam preliminarmente a relação entre responsabilidade social
corporativa e reputação corporativa, que é a suposição que foi analisada na pesquisa de campo.
71
3 Procedimentos metodológicos
Este capítulo está dividido em dois grandes blocos, sendo um que trata da construção das
escalas de mensuração de responsabilidade social corporativa e reputação corporativa e o
outro que explica a coleta e análise de dados.
3.1 A pesquisa
A estratégia adotada nesta pesquisa compreendeu uma fase qualitativa e outra quantitativa. A
fase qualitativa foi utilizada na etapa de construção da escala mensuração da Reputação
Corporativa. Os procedimentos quantitativos foram adotados para a mensuração da avaliação
da reputação e da responsabilidade pelos respondentes e para a análise do relacionamento
entre estes construtos, verificando, assim, a força da associação entre eles. O método
quantitativo é apropriado a este estudo e tem sido freqüentemente aplicado a estudos que
procuram descobrir a relação entre variáveis, já que permite o tratamento estatístico dos dados
e a análise da correlação.
3.2 População e amostra
Como indicado anteriormente neste relatório, o estudo analisou a relação entre reputação
corporativa e responsabilidade social corporativa em empresas do setor bancário A pesquisa
foi aplicada a quatro bancos nacionais.
A população neste estudo é representada pelo conjunto de clientes e funcionários dos bancos
pesquisados. Estes grupos foram escolhidos porque o objetivo do estudo foi uma análise
interna e uma análise externa das empresas pesquisadas. Estes dois grupos estão diretamente
relacionados com o desempenho da empresa e representam, provavelmente, os maiores
grupos de stakeholders do tipo de negócio analisado e por interagirem entre si, deveriam ter
avaliações mais aproximadas da organização do que outros grupos.
72
A amostra de clientes e funcionários pode ser classificada como aleatória, mas não
probabilística, não permitindo, portanto, generalizações para as populações que representam.
Amostra clientes
Para este estudo considerou-se como clientes, pessoas físicas que declararam ter as
instituições financeiras pesquisadas como seu banco principal. A base de respondentes
constitui-se de clientes associados a uma empresa de pesquisa de mercado que foi contratada
para a coleta de dados. O banco de dados utilizado foi o de clientes que utilizaram os bancos
onde possuem contas correntes para o pagamento de compra feitas pela internet.
Amostra funcionários
A seleção de funcionários foi feita pelos próprios bancos pesquisados buscando-se ter uma
representação dos diversos níveis hierárquicos.
No que se refere ao tamanho das amostras, buscou-se obter amostras de no mínimo 100
respondentes por tipo de stakeholder.
3.3 Coleta de dados
A coleta de dados para esta dissertação utilizou dois questionários sendo um voltado aos
clientes e outro aos funcionários e que englobaram as variáveis dos dois construtos, ou seja,
responsabilidade social corporativa e reputação corporativa. As questões referentes aos dois
construtos foram misturadas e divididas em blocos para melhorar a apresentação visual dos
questionários de forma torná-los mais agradáveis de responder evitando-se a sensação de
serem muito longos. Os questionários são fechados e compostos de afirmações onde o
respondente indica o seu grau de concordância numa escala tipo Likert de seis pontos.
(discordância total =1 até a concordância total =6). A adoção de uma escala de seis pontos foi
73
feita com o intuito de evitar-se o ponto médio forçando o respondente a posicionar-se mais ou
menos favoravelmente em relação às assertivas. Os questionários finais como foram
apresentados aos respondentes encontram-se no Apêndice 9 e no Apêndice 10.
Com o objetivo de identificar falhas na elaboração dos questionários, causados por problemas
de entendimento, pertinência das afirmações, tomada de tempo/esgotamento do respondente,
foi feito um pré-teste com uma amostra de cinco funcionários e clientes sendo que nenhum
problema foi identificado pelos grupos.
A coleta de dados foi feita pela internet e para tanto, a empresa contrata para efetuar a coleta
de dados de mercado hospedou em seu site, em endereços distintos, os questionários para
cada tipo de stakeholder. Cada respondente foi convidado por mensagem eletrônica (email) a
responder a pesquisa.
Para se evitar que houvesse dados perdidos na coleta, os participantes conseguiam enviar
os questionários caso tivessem respondido todas as perguntas. Havendo alguma questão em
branco, um alerta era mostrado, indicando que faltava responder a determinada questão e
solicitava ao respondente que completasse o questionário.
Os questionários foram construídos de forma abrangente com o intuito de poderem ser usados
em qualquer setor da economia. A segmentação que se deu aos questionários foi por tipo de
stakeholder conforme detalhado a seguir.
74
3.3.1 Mensuração da responsabilidade social
Uma vez levantados todos os temas englobados pelos dois instrumentos de mensuração do
desempenho social das empresas que refletem aspectos práticos e filosofia da
responsabilidade social corporativa no desenvolvimento teórico, partiu-se para a montagem
do instrumento de mensuração do construto.
Wood e Jones (1995, p. 243) recomendam que a que a pesquisa empírica sobre desempenho
social corporativo e as relações com os stakeholders devem levar em consideração o seguinte:
a. Qual stakeholder está impondo as expectativas que são relevantes para a medida que está
sendo usada;
b. Qual stakeholder experimenta os efeitos do comportamento da empresa;
c. Qual stakeholder está avaliando o desempenho;
d. Qual stakeholder está atuando em relação à empresa.
Tendo estas recomendações em perspectiva, buscou-se evitar confusão de medidas e melhor
identificar quem deve avaliar o quê (Quadro 14). Não faz sentido, por exemplo, pedir a um
cliente que avalie o desempenho da empresa em relação à pontualidade de pagamento de
compras uma vez que estes não experimentam diretamente os efeitos deste comportamento.
Entretanto, se a empresa não pagar os seus fornecedores de forma adequada pode ter
interrupções em seu fornecimento que, por conseguinte implicará em atraso na entrega das
mercadorias adquiridas pelo cliente, ou alterações nas características dos produtos
ocasionadas por troca de fornecedores, queda da qualidade, entre outros. Portanto, o que deve
ser avaliado pelos clientes não é a pontualidade de pagamento, mas sim a pontualidade de
entregas, ou a qualidade/ regularidade dos produtos. Assim, para a confecção do instrumento
de medida considerou-se quais stakeholders estão representados por quais medidas e este foi
75
montado de acordo com a perspectiva de cada um deles. Desta forma, os questionários para os
dois públicos não são iguais, tanto em termos de assertivas quanto em temas, uma vez que
nem todos os temas afetam estes dois grupos. Por este motivo alguns temas não fazem parte
dos questionários. No Apêndice 2 e no Apêndice 3 encontram-se os quadros que associam os
temas às assertivas por tipo de stakeholder – clientes e funcionários respectivamente.
Importante notar que, embora os dois questionários utilizados como base para levantamento
dos temas terem sido construídos com a contribuição de vários representantes da sociedade e
submetidos à audiência pública com o objetivo de buscar consenso sobre o seu conteúdo, não
se pode dizer que sejam isentos de subjetividade. O mesmo ocorre com a análise e compilação
dos temas produzida pelo autor que resultou no questionário final que foi aplicado neste
estudo.
Assunto Proposição
Tipo de questionário Assertivas com mensuração intervalar
Questionário por grupo de atores Sim
Característica da medida Foco na avaliação dos stakeholders
Número de questões Variável de acordo com o grupo pesquisado
Númenro de temas abordados Variável por grupo de stakeholder
Escolha dos temas Baseado em quem experimenta os efeitos – ou
seja, qual stakeholder é relevante para cada
medida.
Escolha dos grupos pesquisados Clientes e funcionários de forma a permitir uma
análise interna e externa da empresa
Quadro 14 - Características dos questionários para mensuração da responsabilidade social
Fonte: o autor
3.3.2 Mensuração da reputação
Apesar da existência de várias escalas, existem as considerações metodológicas apontadas no
capítulo de desenvolvimento teórico tais como, a natureza formativa e reflexiva das variáveis
consideradas nos estudos e a corrente epistemológica adotada, entre outros aspectos. Além
disso, existe a questão cultural e o viés do setor econômico usado como referência para a
construção da escala ou do próprio autor, que devem ser considerados no desenho da pesquisa,
76
e eliminados à medida do possível. Como foi necessário construir a escala de mensuração de
reputação, se faz necessário descrever os passos que foram percorridos.
Os procedimentos adotados basearam-se nos estudos desenvolvidos por Schwaiger (2004) e
por Helm (2005), embasados em Churchill (1979), Anderson e Gerbing (1991), Bagozzi
(1994a), Rossiter (2000), Diamantopoulos e Winklhofer (2001). Os passos trilhados em cada
etapa estão apresentados em seqüência como se fossem processos independentes. Este
processo de construção da escala faz parte de um trabalho mais abrangente que vem sendo
desenvolvido conjuntamente com outros pesquisadores para estudar reputação e esta escala
será aplicada à outra pesquisa que visa compreender o efeito da reputação sobre o
desempenho organizacional.
3.3.2.1 Especificação do conteúdo
Consistiu em especificar o domínio de conteúdo que os construtos “imagem corporativa” e
"reputação corporativa" capturam. Esta especificação inicia-se por meio de uma definição
apropriada (DIAMANTOPOULOS; WINKLHOFER, 2001; NUNNALLY, 1967). Considere-
se, ainda, que “o esforço de desenvolvimento de uma escala começa com uma clara definição
do construto e que a definição do construto guia o subseqüente desenvolvimento da escala”
(SPECTOR, 1992, p. 13, tradução do autor). Obter uma lista de itens candidatos a indicadores
foi o segundo objetivo desta etapa. Para tanto, foram desenvolvidos trabalhos em quatro
grupos focais, empregando-se o método indutivo, como recomendado por Spector (1992).
O uso de grupos de foco é particularmente apropriado quando o objetivo é explicar como as
pessoas consideram uma experiência, uma idéia ou um evento e é recomendado antes da
aplicação de uma pesquisa quantitativa. Esta recomendação considera que o grupo de foco
77
auxilia o pesquisador a aprender o vocabulário e descobrir o pensamento do público-alvo,
além de fornecer indícios de problemas que podem ocorrer na fase quantitativa. Os estudos
quantitativos que sucedem o Focus Group capacitam o pesquisador a fazer inferências bem
focadas sobre determinada população (GIOVINAZZO, 2001).
Os quatro grupos focais conduzidos contaram com a participação de 33 pessoas, distribuídas
entre clientes (19) e funcionários (14) (ver Quadro 15). Buscou-se homogeneidade na
composição de cada grupo, com o objetivo de integrar seus componentes com mais facilidade,
sendo selecionadas pessoas com nível similar de formação, experiência nas funções (para
gerentes e empregados) e distribuição equilibrada entre os sexos (16 homens e 17 mulheres).
A seleção dos sujeitos desta fase da pesquisa foi por acessibilidade.
Todos os participantes possuíam grau superior e maioria idade acima de 25 anos. Este corte
na amostra foi feito, pois se entendeu que pessoas com maior escolaridade e com certa
experiência de consumo poderiam fornecer informações mais significativas para o objeto da
pesquisa. É importante, portanto observar que os dados obtidos não poderão ser interpretados
como representativos do universo de clientes e funcionários.
Segmentos
Grupo 1
empregados
Grupo 2
consumidores
Grupo 3
consumidores
Grupo 4
gerentes
Alimentícios 2 2
Bancário 3 2
Hospitalar 2
11 8
3
Quadro 15 - Composição dos grupos focais
Fonte: o autor
O convite às pessoas foi feito sem se mencionar o assunto que iria ser discutido de forma a
que as m2n2(m)-0.1n-57Ff91.0117 2
78
As ferramentas utilizadas para a condução dos grupos foram: um roteiro de questões
(Apêndice 4) e a lista de atributos associados à imagem ou reputação obtidos no referencial
teórico. As questões foram colocadas de forma seqüencial iniciando-se com questões mais
genéricas e em seguida formulando-se questões mais específicas conduzindo naturalmente
grupo a discutir o assunto desejado. No entanto, caso os conceito imagem ou reputação
surgissem em algum momento da discussão, os participantes eram encorajados a detalhar e
explorar com maior profundidade os mesmos eliminando-se assim algumas etapas. Ao se
observar que alguns atributos encontrados da literatura não tinham sido levantados pelos
participantes perguntou-se ao grupo se entendiam que aquele era um fator importante para a
formação da imagem ou da reputação de uma empresa. Isso foi feito com o intuito de verificar
se eles faziam ou não parte dos atributos formativos na opinião dos grupos. As sessões
tiveram duração média de uma hora e 30 minutos e foram conduzidas por um psicólogo
especialista neste tipo de atividade. As reuniões foram gravadas (som e imagem) e
posteriormente parcialmente transcritas.
Análise dos dados dos grupos de foco.
A fonte primária para a análise dos dados foram as fitas de vídeo com a gravação das sessões
e as transcrições e a fonte secundária anotações feitas durante as sessões.
A análise levou em consideração as palavras e os seus significados, o contexto em que foram
colocadas as idéias, a freqüência e a extensão dos comentários; a especificidade das respostas;
e a importância de identificar as idéias.
A análise das transcrições se deu juntamente com a análise dos vídeos também para evitar
interpretações e associações errôneas entre conteúdo e sujeitos da pesquisa. Isso foi
considerado importante, em especial para os grupos de funcionários, pelo fato destes
79
comporem amostras de diferentes setores da economia, onde aspectos diferentes têm
relevância distinta. Também se considerou importante o detalhamento dos resultados para que
ficasse clara a distinção entre fatores importantes para definir a opção de compra e aqueles
que realmente estavam sendo usados para definir reputação e imagem.
Como a pesquisa tinha mais de um objetivo a atingir, as respostas forma divididas nas
seguintes categorias:
1. Fatores que levam os participantes à escolha de um produto ou serviço
2. Atributos associados à imagem
3. Atributos associados à reputação
4. Definição de imagem
5. Definição de reputação
3.3.2.2 Resultado da análise – definição de reputação
Abaixo são transcritos alguns relatos dos participantes descrevendo o seu entendimento sobre
o que é imagem e o que é reputação.
Imagem e reputação são diferentes: imagem é o que a instituição quer
vender; reputação é a entrega do que foi prometido pela imagem; é a
perpetuação da qualidade no serviço”.
“Reputação é histórico, imagem é pessoal; mais relacionada ao visual; é
volátil; reputação é histórico, é coletivo e está no inconsciente”.
“Imagem é uma mensagem que chega a você; reputação é uma coisa
concreta”.
“Imagem é o que você tem da empresa; reputação é o que todos percebem”.
“Reputação tem a ver com credibilidade, histórico[...] a reputação é o que a
empresa vai construindo com o serviço que oferece. Pode ter uma belíssima
propaganda, mas se não tiver a qualidade esperada não vai ter reputação”.
“O tempo apagará a má imagem”.
80
Cumprindo com o primeiro objetivo desta etapa como um primeiro resultado da coleta de
dados via grupo de foco, delineou-se uma definição de reputação e outra de imagem:
Imagem corporativa é a percepção pessoal que se tem de uma organização num determinado
momento. É formada pelas mensagens emitidas naquele momento pela empresa em seu
esforço para ser lembrada pelos consumidores.
Reputação corporativa é um sentimento duradouro, construído pela empresa ao longo de
muito tempo por meio do serviço ou do produto que oferece. É formada pela acumulação de
mensagens percebidas pelos stakeholders em seus negócios ou contatos com a empresa ao
longo do tempo.
Como pode ser notado, essas definições se assemelham em algum grau. Mas a reputação,
diferentemente da imagem, não pode ser “maquiada pela empresa”, pois é reflexo de suas
ações no longo prazo e reflete a interação dos stakeholders com os diferentes interlocutores da
empresa e da observação destes sobre suas ações. Portanto, é um conceito com idéia de
estoque (acumulação de ações), enquanto a imagem é uma idéia de momento e reflete em
maior medida a estratégia de comunicação da empresa, onde ela projeta aquilo que quer
deixar refletido, podendo, portando, ser maquiada.
As definições acima refletem o entendimento dos diversos grupos focais em relação à imagem
e à reputação corporativa. O que se observou foi que as pessoas associam a imagem à uma
avaliação pessoal e associada a um produto, uma propaganda, informações recebidas de
outros, experiência com o produto ou com a empresa, um logotipo, ou ao conteúdo que a
empresa quer passar para o público. Este entendimento coincide com o apresentado no
referencial teórico por autores como Ditcher (1985), Abratt (1989) e LeBlank e Nyguyen
(1996) para quem a imagem é constituída pela impressão geral que a empresa tem na mente
81
das audiências e Dowling (1986) que define a imagem como um conjunto de significados
pelos quais um objeto é conhecido e pelo qual as pessoas o descrevem, e se relacionam a ele .
a reputação engloba o sentimento de repetição de comportamento ao longo do tempo,
histórico, percepção global. Também neste caso, as percepções e definições coincidem com
achados da revisão teórica que autores como Marcwick e Fill (1997) conceituam imagem
como o que os stakeholders percebem da organização, enquanto que a reputação é o reflexo
dos impactos históricos acumulados de sinais de identidade observados previamente e de
possíveis experiências em transações. Similarmente, Saxton (1998) define a reputação como o
reflexo de uma organização ao longo do tempo de como tem sido vista por seus stakeholders
e para Caruana e Chicorp (2000) e Gotsi e Wilson (2003) a reputação representa a avaliação
feita pelo público ao longo do tempo de informações sobre os atributos da firma.
3.3.2.3 Análise de atributos
A discussão com o grupo dos fatores que levam a escolha de um produto ou serviço serviu
como fase de aquecimento para que posteriormente se pudesse discutir se estes fatores
formavam a reputação ou a imagem.
Obteve-se dos grupos focais, como planejado, uma lista de 45 atributos (vide Apêndice 5) que,
depois de examinadas as sobreposições e executada a análise comparativa com a lista obtida
na teoria que serviu para o balizamento, foi reduzida para 35. Esses atributos foram fraseados
e constituíram um questionário para atender ao previsto na etapa de seleção dos indicadores.
O estudo teve início com o exame de duas listas de atributos: uma associada à imagem
corporativa e outra à reputação corporativa. Embora o objeto do estudo seja a reputação, a
82
confusão dos conceitos e de seus usos aconselhou que se considerasse tal discriminação, pois
os estudos previstos para as etapas seguintes poderiam clarear o conhecimento.
Numa primeira análise foram eliminados itens que não atendiam a característica de
pertencerem à categoria de expectativas sociais. Desse modo, com base na teoria, itens
representativos das correntes da confiança e dos traços da personalidade ou caráter foram
eliminados nessa primeira análise.
Itens que apresentavam características de variáveis reflexivas foram igualmente eliminados,
em atendimento ao objetivo de se conhecer a formação da reputação. Alguns itens, tal como
confiança na equipe, que algumas vezes são considerados formativos e em outras, reflexivos,
foram mantidos para se evitar o erro da exclusão indevida, vital quando se estudam variáveis
latentes por meio de indicadores formativos.
Indicadores relacionados com a situação econômico-financeira, que aparecem em escalas
construídas em outros países, tiveram uma fraca presença, mas foram mantidos para serem
testados nas fases posteriores.
3.3.2.4 A seleção dos indicadores de reputação
Consistiu em submeter a lista de atributos a um processo de classificação de itens de dois
passos, chamado “item-sort task” (ANDERSON; GERBING, 1991). Nesse processo, a lista
de itens é submetida a várias pessoas para que indiquem a que construto cada item é mais bem
associado (imagem, reputação, satisfação ou nenhum deles). A seleção se por meio da
83
aplicação da proporção de concordância substantiva (p
sa
) e do coeficiente de validade
substantiva (c
sv
), propostos por Anderson e Gerbing (1991).
A lista de indicadores da fase anterior foi submetida em forma de questionário para 30 alunos
de cursos de pós-graduação na área de administração. Uma amostra desta natureza foi
intencionalmente selecionada, pois se considerou que estes respondentes teriam plena
condição de distinguir entre imagem, reputação e satisfação. Era desejável também que os
respondentes fossem consumidores adultos. Pediu-se então aos respondentes que associassem
cada um dos indicadores aos construtos imagem, reputação, satisfação ou a nenhum deles,
permitindo-se multiplicidade de respostas para cada item. O construto satisfação, bem como
alguns de seus indicadores, foram incluídos na lista com o propósito de forçar os
entrevistados à reflexão, tornando o processo de associação menos mecânico (Apêndice 6).
Visto que no decorrer do embasamento teórico deparou-se com uma provável sobreposição
entre os atributos definidores da reputação e da imagem, um primeiro passo foi verificar se a
realidade da cultura empresarial e dos consumidores brasileiros correspondia aos achados da
revisão sistemática. De fato, a livre associação levou às mesmas conclusões, uma vez que não
se pôde identificar a qual construto a maioria dos atributos é mais adequadamente associado.
Tomando-se a recomendação de Anderson e Gerbing (1991) de selecionarem-se itens com p
sa
> .75 e c
sv
> .50, apenas três atributos puderam ser associados adequadamente à imagem e
apenas um pode ser associado adequadamente à reputação, uma vez que os demais tiveram
uma distribuição de associações entre imagem e reputação que não permitiu atingirem esses
patamares. O exame da fórmula do cálculo do c
sv
(
N
nn
c
oc
sv
) explica porque associar o
mesmo atributo aos dois construtos acaba por excluí-lo. Dado que n
c
representa o número de
84
vezes que o atributo foi associado a um construto e n
o
representa o mais alto número de
associações do atributo a um outro construto, se ambos forem altos resultará num c
sv
baixo, o
que elimina o atributo. Em outras palavras, os atributos tiveram uma distribuição de
associações que permitem dizer que servem à mensuração de ambos, como havia sido
observado na revisão teórica.
Em face desta constatação, o construto imagem foi retirado e uma segunda rodada da pesquisa
foi efetuada, desta vez exigindo-se associação de um atributo a somente um dos construtos
(reputação, satisfação ou a nenhum deles). A amostra para esta rodada foi composta por
outros 35 alunos de cursos de pós-graduação em administração de empresas.
De posse dos dados avançou-se para o segundo passo da etapa 2 dos procedimentos, com o
objetivo de selecionar uma lista de indicadores. Novamente a proporção de concordância
substantiva (p
sa
) e o coeficiente de validade substantiva (c
sv
) foram calculados para cada um
dos atributos, visando à seleção dos atributos que melhor refletem os construtos.
Desta feita, a discriminação da distribuição dos atributos entre os construtos pôde ser
constatada. Uma vez que não houve multiplicidade na associação, os índices de proporção de
concordância substantiva (p
sa
) e os coeficientes de validade substantiva (c
sv
) determinaram
claramente a opção dos entrevistados por um ou por outro construto. Foram então
selecionados 10 itens com p
sa
> 0,75 e com c
sv
> 0,50, conforme a teoria. Apenas um ítem
(benefício funcional do produto ou serviço) foi associado à satisfação (p
sa
= 0,76 e c
sv
= 0,55),
enquanto o maior índice de proporção de concordância substantiva para as associações a
nenhum dos construtos foi de 0,29, com coeficiente de validade substantiva negativo (-0,13).
85
3.3.2.5 Refinamento da lista de indicadores
Seguindo o modelo recomendado por Helm (2005), a eliminação dos atributos não depende
somente dos valores de p
sa
e c
sv,
mas também de sua importância. Para tal foi utilizada uma
escala de quatro pontos (1 nada importante, 2 pouco importante, 3 importante, 4 muito
importante) para ponderar a importância de cada item na formação da reputação de uma
empresa. Objetivou-se a obtenção de uma lista final contendo somente os itens mais
relevantes, ou seja, aqueles que apresentassem no mínimo 60% de avaliações muito
importantes e importantes.
Esta fase da pesquisa envolveu 39 sujeitos (consumidores). A Tabela 2 exibe os resultados
desta fase. Como se pode ver na Tabela 2 os itens hachurados foram selecionados como
atributos representativos da reputação, uma vez que passaram pelos critérios de Anderson e
Gerbing (1991) ao apresentarem p
sa
> .75, c
sv
> .50 e índices de avaliações muito importantes
e importantes superiores a 60%. O exame de cada um mostra que todos podem ser
classificados na categoria de expectativas sociais, como inicialmente cogitado neste estudo e
coincidindo com os achados de Berens e van Riel (2004). Pode-se ainda observar os atributos
selecionados são todos formativos. Como indicadores formativos definem a variável latente
(BAGOZZI, 1994b), e parecem servir ao propósito de se compreender a reputação corporativa
por meio de sua formação.
86
Tabela 2 – Associação de atributos
Atributos N2 nr no psa csv
1 aparência das instalações da empresa 35 15 13 0,43 0,06
2 liderança no segmento de atuação 35 29 4 0,83 0,71
3 comprometimento dos funcionários 35 17 15 0,49 0,06
4 comprometimento da alta gerência 35 21 8 0,60 0,37
5 capacidade da empresa em atrair pessoal talentoso 35 25 5 0,71 0,57
6 competência da equipe em resolver o problema do cliente 35 12 23 0,34 -0,31
7 comportamento dos empregados durante o atendimento ao cliente 35 10 24 0,29 -0,40
8 confiança depositada nos funcionários que atendem o cliente 35 17 15 0,49 0,06
9 inovação tecnológica no desenvolvimento de produtos / serviços 35 28 4 0,80 0,69
10 confiança depositada na empresa como um todo 35 26 7 0,74 0,54
11 competitiva no mercado global 35 28 4 0,80 0,69
12 foco no cliente 35 9 22 0,26 -0,37
13 fatos conhecidos sobre a atuação da empresa 35 27 5 0,77 0,63
14 comportamento ético nos negócios 35 32 3 0,91 0,83
15 honestidade nas informações e no relacionamento c/clientes 35 21 13 0,60 0,23
16 notícias sobre a empresa provenientes da imprensa ou de pessoas 35 21 7 0,60 0,40
17
p
olítica de Recursos Humanos em suas linhas gerais 35 21 9 0,60 0,34
18
p
olítica de relacionamento com interlocutores externos à empresa 35 27 5 0,77 0,63
19
p
olítica interna de operação da empresa 35 23 8 0,66 0,43
20
p
reços compatíveis com a qualidade do produto/serviço oferecido 35 12 21 0,34 -0,26
21 anúncios pagos de produtos e/ou serviços da empresa 35 15 11 0,43 0,11
22 forma não paga de divulgação em veículos de comunicação 35 22 9 0,63 0,37
23 qualidade da gestão da empresa 35 28 5 0,80 0,66
24 qualidade das várias fases do atendimento ao cliente 35 10 23 0,29 -0,37
25 qualidade final do produto apresentado ao cliente 35 13 21 0,37 -0,23
26 qualidade do serviço prestado pela empresa 35 11 23 0,31 -0,34
27
b
enefício funcional proporcionado pelo produto ou pelo serviço 35 8 26 0,23 -0,51
28 confiabilidade do produto ou do serviço 35 25 9 0,71 0,46
29 forma como a empresa trata seus empregados 35 20 10 0,57 0,29
30 forma de agir da empresa em relação ao meio-ambiente / sociedade 35 32 2 0,91 0,86
31
b
oatos e comentários sobre a empresa provenientes de pessoas 35 16 10 0,46 0,17
32 seriedade na condução de assuntos financeiros da empresa 35 31 3 0,89 0,80
33 seriedade na condução de todos os assuntos da empresa 35 29 4 0,83 0,71
34 garantia de que a empresa continue no negócio 35 21 10 0,60 0,31
35 treinamento aos empregados para a produção/prestação do serviço 35 18 13 0,51 0,14
Fonte: o autor
Associações
É interessante notar que nenhum dos atributos foi eliminado por não ter sido considerado
importante ou muito importante para a formação da reputação. Como mostrado na coluna “%
3 + 4 da Tabela 3, todos os atributos apresentam índices superiores a 0,60 (60%). Esses
números permitem constatar que houve coerência nas discussões nos grupos focais, onde se
originaram os atributos, pois submetidos à avaliação por outra amostra também foram
considerados como importantes para a formação da reputação.
87
Tabela 3 – Importância dos atributos
Atributos N1 1 2 3 4
1 aparência das instalações da empresa 39 0 2 24 13 0,95
2 liderança no segmento de atuação 39 0 2 20 17 0,95
3 comprometimento dos funcionários 39 0 0 14 25 1,00
4 comprometimento da alta gerência 39 0 0 9 30 1,00
5 capacidade da empresa em atrair pessoal talentoso 39 0 0 19 20 1,00
6 competência da equipe em resolver o problema do cliente 39 0 0 5 34 1,00
7 comportamento dos empregados durante o atendimento ao cliente 39 0 0 11 28 1,00
8 confiança depositada nos funcionários que atendem o cliente 39 0 0 18 21 1,00
9 inovação tecnológica no desenvolvimento de produtos / serviços 39 0 2 24 13 0,95
10 confiança depositada na empresa como um todo 39 0 2 15 22 0,95
11 competitiva no mercado global 39 0 6 20 13 0,85
12 foco no cliente 39 0 3 22 14 0,92
13 fatos conhecidos sobre a atuação da empresa 39 0 4 24 11 0,90
14 comportamento ético nos negócios 39 0 0 13 26 1,00
15 honestidade nas informações e no relacionamento c/clientes 39 0 0 8 31 1,00
16 notícias sobre a empresa provenientes da imprensa ou de pessoas 39 1 7 21 10 0,79
17
p
olítica de Recursos Humanos em suas linhas gerais 39 1 3 22 13 0,90
18
p
olítica de relacionamento com interlocutores externos à empresa 39 1 6 21 11 0,82
19
p
olítica interna de operação da empresa 39 0 7 29 3 0,82
20
p
reços compatíveis com a qualidade do produto/serviço oferecido 39 0 1 20 18 0,97
21 anúncios pagos de produtos e/ou serviços da empresa 39 0 10 27 2 0,74
22 forma não paga de divulgação em veículos de comunicação 39 1 9 21 8 0,74
23 qualidade da gestão da empresa 39 0 1 18 20 0,97
24 qualidade das várias fases do atendimento ao cliente 39 1 0 10 28 0,97
25 qualidade final do produto apresentado ao cliente 39 0 0 4 35 1,00
26 qualidade do serviço prestado pela empresa 39 0 0 6 33 1,00
27
b
enefício funcional proporcionado pelo produto ou pelo serviço 39 0 1 23 15 0,97
28 confiabilidade do produto ou do serviço 39 0 0 10 29 1,00
29 forma como a empresa trata seus empregados 39 1 2 16 20 0,92
30 forma de agir da empresa em relação ao meio-ambiente / sociedade 39 1 1 20 17 0,95
31
b
oatos e comentários sobre a empresa provenientes de pessoas 39 2 12 17 7 0,62
32 seriedade na condução de assuntos financeiros da empresa 39 1 2 17 19 0,92
33 seriedade na condução de todos os assuntos da empresa 39 0 1 20 18 0,97
34 garantia de que a empresa continue no negócio 39 0 2 19 18 0,95
35 treinamento aos empregados para a produção/prestação do serviço 39 0 2 14 23 0,95
Fonte: o autor
Legenda: 1 - nada importante; 2 - pouco importante; 3 - importante; 4 - muito importante
Grau de importância
% de 3 + 4
3.3.2.6 Atributos para a escala proposta
Diante desses resultados, propõe-se uma escala que é constituída de oito atributos:
88
6) Qualidade da gestão da empresa,
7) Seriedade com que os assuntos financeiros da empresa são conduzidos, e
8) Seriedade com que todos os assuntos da empresa são conduzidos.
Estes atributos foram transformados em um questionário fechado composto por afirmações
para as quais se pede que o respondente atribua uma avaliação que reflita seu grau de
concordância na escala de tipo Likert de seis pontos.
Da mesma forma que os questionários para a mensuração da responsabilidade social, os
questionários aqui também são segmentados por tipo de stakeholder. As assertivas referentes
a cada atributo por tipo de stakeholder são apresentadas no Apêndice 7 e no Apêndice 8.
3.4 Análise de dados
Para a análise dos dados empregou-se alguns recursos estatísticos, a saber:
i) Análise fatorial a análise fatorial aborda o problema de analisar a estrutura das
inter-relações entre um grande número de variáveis definindo um conjunto de dimensões
latentes comuns chamadas fatores. Com a análise fatorial, o pesquisador pode primeiro
identificar as dimensões separadas da estrutura e então determinar o grau em que cada
variável é explicada por cada dimensão. Uma vez que estas dimensões e a explicação de cada
variável estejam determinadas os dois principais usos da análise fatorial resumo e redução
de dados – podem ser conseguidos (HAIR et. al., 2006). Ao longo do referencial teórico pode-
se perceber que os dois construtos objeto desta pesquisa são representados por conjuntos de
variáveis o que leva à necessidade de investigar se todas elas são não-correlacionadas e
representativas de dimensões e conceitos distintos com o objetivo de se evitar o trabalho para
as etapas subseqüentes com atributos redundantes. A análise fatorial pôde auxiliar na
89
determinação de subgrupos representativos dos dois construtos – reputação corporativa e
responsabilidade social corporativa. Esta técnica estatística foi empregada para cada construto
isoladamente para identificar os fatores que definem cada um deles utilizando-se a análise de
fator comum, (analisa relações entre as variáveis para identificar grupos que formam os
fatores) e a análise de componente principal. Cada fator é uma combinação linear das
variáveis originais. Uma medida da quantidade de informação transferida para cada fator é
sua variância e os fatores são arranjados em ordem crescente em relação à variância. Assim o
fator mais informativo é o primeiro e o menos informativo, o último (AAKER, KUMAR,
DAY, 2001). O processo de análise fatorial das variáveis usadas para medir a
responsabilidade social corporativa e para a reputação corporativa foi diferente, mas cada uma
foi dividida em duas partes, sendo uma relativa aos dados dos funcionários e a outra dos
clientes.
Antes de proceder à análise propriamente dita, as variáveis foram codificadas para serem
utilizadas no programa computacional. A correspondência entre a codificação da variável, o
label apresentado e as questões referentes a cada um deles encontram-se no Apêndice 11 e
Apêndice 12. O programa utilizado foi o SPSS v. 12.
Análise fatorial da responsabilidade social corporativa: A responsabilidade social
corporativa foi representada na escala por um conjunto de variáveis e objetivo da análise
fatorial foi identificar a estrutura das relações entre elas e proporcionar a redução dos dados
uma vez que, variáveis com altas correlações podem ser substituídas por novas variáveis.
Como o objetivo principal aqui era identificar os fatores representados pelas variáveis o
modelo escolhido foi o de fatores comuns. Segundo Hair et al. (2006) este modelo é o mais
adequado a este tipo de pesquisa.
90
Os passos percorridos para a análise fatorial foram os seguintes:
a) Verificação da medida de adequação da amostra – KMO e MSA. Estes índices variam
de 0 a 1, alcançando 1 quando a variável é perfeitamente prevista sem erro pelas outras
variáveis. Medidas acima de 0,80 são consideradas muito boas acima de 0,70 medianas e
abaixo de 0,50 inaceitáveis (HAIR et al., 2006);
b) Extração da matriz fatorial inicial não rotacionada para a obtenção da indicação
preliminar dos fatores a extrair. O critério inicial adotado foi raiz latente. O raciocínio para o
critério da raiz latente é que qualquer fator individual deve explicar a variância de pelo menos
uma variável, logo apenas fatores que tem raízes latentes ou autovalores maiores que 1 são
considerados significantes (HAIR et al., 2006);
c) Análise do percentual da variância explicada este critério baseia-se no percentual
cumulativo da variância total extraída por fatores sucessivos. Segundo Hair et. al (2006) em
ciências sociais uma solução que explique por volta de 60% da variância pode ser considerada
satisfatória.
d) Análise da matriz fatorial rotacionada a rotação foi utilizada com o objetivo
melhorar a interpretação dos fatores. O método utilizado foi a abordagem rotacional Varimax;
e) Análise das comunalidades. Permite que se opte pela eliminação ou não de variáveis.
As comunalidades representam a quantia de variância explicada de cada variável. Variáveis
com comunalidades muito baixas podem ser passíveis de eliminação.
f) Interpretação dos dados e re-especifiçação do modelo se necessário havendo
eliminação de variáveis ou necessidade de extrair um número diferente de fatores o modelo
deve ser re-especificado.
Análise fatorial da reputação corporativa: O ponto de partida para a análise da reputação
corporativa foi a sua definição conceitual que foi construída com base na revisão teórica e na
91
pesquisa realizada para a especificação do conteúdo da escala proposta. Estas etapas, descritas
no ítem 3.3.2, conduziram a uma escala composta por oito dimensões. Assim, uma vez que
para a reputação corporativa já se tinha um conhecimento prévio dos possíveis fatores, não foi
feita uma análise exploratória para identificar a estrutura dos dados, mas sim uma análise para
verificar a possibilidade de redução dos dados a um único fator representativo da variável
latente reputação corporativa. Tendo em vista os métodos de análise dos dados que seriam
utilizados nesta pesquisa, a escala para mensurar a reputação corporativa foi
propositadamente construída contendo de 2 a 3 variáveis para medir cada uma das oito
dimensões tomado-se como base a recomendação de Hair et al (2006) que determinam que
um construto pode ser representado com dois indicadores sendo três o número o mínimo
preferido.
O método de extração fatorial empregado foi componentes principais pela assunção da
natureza formativa da reputação que define que o construto é a somatória das variáveis
observáveis. A representação matemática deste método pode ser assim representada:
CP = b1 * x1 + b2 * x2 + b3 * x3 + .... bn* xn; ou seja, a variável latente é uma combinação
linear exata das variáveis observadas (BIDO, 2006).
O primeiro passo foi verificar se as variáveis presentes em cada dimensão poderiam ser
reduzidas a um escore fatorial. Selecionaram-se as variáveis referentes a cada uma destas
dimensões e instruiu-se o programa a extrair somente um fator. Verificou-se o total de
variância explicada e o grau de comunalidade entre as variáveis para decidir se poderiam ser
agrupadas. Esta etapa foi repetida para cada dimensão
92
Obtidos os escores fatoriais representativos das oito dimensões, o segundo passo foi avaliar
em que grau este conjunto de medidas agrupado representaria o construto reputação. A
verificação da variância total explicada e das comunalidades foram fatores chave para a
decisão de aceitar ou não o agrupamento forçado e criar uma medida composta representativa
da reputação.
No Apêndice 13 e no Apêndice 14 encontram-se as figuras que representam os modelos
utilizados para o processo de redução de dados para funcionários e clientes respectivamente.
O Alfa de Cronbach foi adotado como medida de confiabilidade das escalas e foi calculado
para todos os fatores da responsabilidade social corporativa e da reputação corporativa. A
confiabilidade é a extensão em que dois ou mais indicadores compartilham em sua
mensuração. Os indicadores de construtos altamente confiáveis são altamente inter-
correlacionados indicando que todos eles estão medindo o mesmo construto latente. Para o
teste alfa de Cronbach valores entre 0,60 e 0,70 são considerados aceitáveis (HAIR et al.,
2006).
ii. A análise de correlação foi utilizada para testar em que medida os dois construtos da
pesquisa estão associados e a força desta associação. Neste caso, tem-se interesse em saber em
que grau a variação de uma variável está associada à variação da outra. Para tanto, utilizou-se o
coeficiente de correlação de Pearson que mede o grau em que existe uma associação linear entre
93
natureza e o grau de associação entre as variáveis (AAKER, KUMAR, DAY, 2001). A premissa
básica é que as variáveis sejam mensuradas em escalas intervalares. Neste estudo assumiu-se
que as diferenças entre pontos da escala (concordo totalmente discordo totalmente) são
eqüitativas.
94
4 Apresentação e análise dos resultados
Este capítulo aborda a apresentação e análise dos resultados e está divido em seções. A
primeira parte apresenta a estatística descritiva das amostras. A segunda é dedicada à análise
fatorial dos construtos reputação corporativa e responsabilidade social corporativa e a terceira
apresenta a análise da correlação entre os dois construtos. Como explicado anteriormente, a
pesquisa foi aplicada a clientes e funcionários de quatro bancos nacionais sendo dois privados
e dois públicos. Todas as respostas obtidas são validas e não dados perdidos porque não
havia a possibilidade do respondente enviar o questionário caso não tivesse preenchido todas
as respostas.
4.1 Apresentação da amostra
A amostra de respondentes está constituída como segue:
a) Grupo Clientes: Foram obtidas respostas de 7129 clientes dos quatro bancos pesquisados.
As tabelas a seguir mostram a distribuição das respostas por banco, sexo, idade e unidade da
federação.
Percebe-se grande concentração de respostas do estado de São Paulo (71,4%) seguido pelo
Rio de Janeiro (6,2%) e Minas Gerais (4,2%). A quantidade de homens é superior a de
mulheres em 13,6% e com relação à faixa etária o grupo entre 20 e 50 anos representa 85,8%
total
Tabela 4 – Distribuição da amostra de clientes por banco
Banco Frequência Percentual Válido Percentual Acumulado
A 2267 31,8 31,8
B 2062 28,9 60,7
C 2285 32,1 92,8
D 515 7,2 100,0
Total 7129 100,0
Fonte: o autor
95
Tabela 5 – Distribuição da amostra clientes por sexo
Frequência Percentual Válido Percentual Acumulado
Feminino 3082 43,2 43,2
Masculino 4047 56,8 100,0
Total 7129 100,0
Fonte: o autor
Tabela 6 – Distribuição da amostra de clientes por idade
Idade Percentual Acumulado
até 19 3,0 3,0
20-30 36,2 39,1
31-40 27,7 66,9
41-50 21,9 88,7
51-60 8,7 97,5
61-85 2,5 100,0
Fonte: o autor
Tabela 7 – Distribuição da amostra de clientes por unidade da Federação
Freqüência % Válido % Acumulado
SP 5093 71,4 71,4
RJ 444 6,2 77,6
MG 304 4,3 81,9
PR 168 2,4 84,3
BA 163 2,3 86,6
Demais 957 13,4 100
Total 7129 100
Fonte: o autor
b) Grupo Funcionários
Neste grupo obteve-se 679 respostas distribuídas como segue:
Tabela 8 - Distribuição da amostra de funcionários por banco
Banco Freqüência % Válido %
Acumulado
A 324 47,7 47,7
B 113 16,6 64,4
D 242 35,6 100,0
Total 679 100,0
Fonte: o autor
96
Não foi possível obter respostas de funcionários para o banco C. Também não foi possível
obter informações mais detalhadas do grupo de funcionários, pois os bancos entenderam que
estes poderiam se sentir inibidos de responder a questões que entendessem ser possível
identificá-los. Assim para garantir o sucesso de respostas nenhuma questão pessoal foi
incluída. A quantidade de respostas para o banco B foi menor que para os outros dois porque
este só aceitou participar de forma limitada da pesquisa
4.2 Análise da Responsabilidade Social Corporativa
Os resultados da análise fatorial aqui apresentados seguem o roteiro apresentado no item 3.5.
4.2.1 Grupo Funcionários
A análise KMO mostrou um índice de adequação geral da amostra, com resultado muito bom
de 0.958 (tabela 9) permitindo, assim, o uso de análise fatorial para a amostra, segundo
indicado em Hair et al. (2006). Para as variáveis individualmente nenhum valor de MSA
abaixo de 0,917 foi encontrado.
Tabela 9 - KMO and Bartlett's Test
Kaiser-Meyer-Olkin 0,958
Approx. Chi-Square 13598,01
7
Df 595
Bartlett's Test of
Sphericity
Sig. 0,000
Fonte: o autor
97
Quando da primeira extração da matriz fatorial não rotacionada, o percentual de variância
explicada acumulada ficou em 52,68% e a indicação inicial sugeriu uma redução das variáveis
a seis fatores conforme indicado na Tabela 10.
Tabela 10 – Extração inicial de fatores da Responsabilidade Social – funcionários
Total Variance Explained
Factor Initial Eigenvalues Extraction Sums of Squared
Loadings
Rotation Sums of Squared Loadings
Total % of
Variance
Cumulative % Total
o
f Variance Cumulative % Total % of
Variance
Cumulative %
1 14,42 41,21 41,21 13,99 39,97 39,97 6,16 17,59 17,59
2 1,96 5,59 46,80 1,45 4,14 44,11 4,43 12,67 30,26
3 1,59 4,55 51,34 1,18 3,37 47,48 3,16 9,03 39,30
4 1,21 3,45 54,80 0,70 2,01 49,49 2,10 6,01 45,31
5 1,06 3,04 57,84 0,60 1,72 51,21 1,74 4,98 50,28
6 1,00 2,86 60,69 0,52 1,47 52,68 0,84 2,40 52,68
Extraction Method: Principal Axis Factoring.
Fonte: o autor
Quando se fez a primeira análise da matriz rotacionada (Tabela 11) esta trouxe um
agrupamento grande de variáveis no primeiro fator, somente uma no quinto e nenhuma
variável no sexto fator sugerindo desta forma a necessidade de re-especificação do modelo.
98
Tabela 11- Matriz rotacionada inicial de fatores da RS – funcionários
Rotated Factor Matrix(a)
Fator
1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000
rs propaganda honesta 0,679 0,210 0,200 0,195 0,200 0,114
rs pagamento impostos
0,662 0,106 0,196 0,060 0,156 -0,002
rs conduta
0,617 0,272 0,215 0,227 0,257 0,127
rs concorrência desleal
0,601 0,127 0,150 0,085 -0,005 0,027
rs market share
0,582 0,198 0,205 0,143 0,141 0,071
rs privacidade consumidor
0,555 0,075 0,257 0,476 0,021 0,020
rs dividendos
0,550 0,241 0,218 0,198 0,196 -0,010
rs relacionamento sindicato
0,541 0,233 0,018 0,193 -0,164 0,087
rs informação sobre produto
0,538 0,282 0,200 0,295 0,281 0,152
rs gerenciamento risco 2
0,524 0,109 0,185 0,172 0,226 -0,145
rs combate corrupção
0,514 0,183 0,111 0,094 0,440 0,087
rs interesse público
0,494 0,281 0,363 0,053 0,295 -0,026
rs comunicação stakeholders 3
0,476 0,368 0,213 0,222 0,329 0,054
rs turnover
0,322 0,292 -0,038 0,138 -0,012 0,105
rs preparação aponsentadoria 0,197
0,661 0,166 0,127 0,095 0,062
rs comunicação stakeholders 0,247
0,635 0,171 0,174 0,274 0,043
rs saúde empregados 0,300
0,605 0,249 0,101 0,075 0,089
99
Tabela 12 reproduz as comunalidades encontradas inicialmente destacando as variáveis que
apresentaram valores baixos.
Tabela 12 – Comunalidades RS – inicial funcionários
Initial Extração
rs alerta alteração produtos ,525 ,519
rs atendimento consumidores ,575 ,616
rs benefícios empregados ,443 ,481
rs capacitação empregados ,559 ,598
rs combate corrupção ,503 ,520
rs comportamento demissões ,378
,390
rs comunicação stakeholders ,568 ,601
rs comunicação stakeholders 2 ,632 ,569
rs comunicação stakeholders 3 ,638 ,567
rs concorrência desleal ,396 ,407
rs conduta ,644 ,635
rs desenvolvimento sustentável ,719 ,738
rs diálogo comunidade ,665 ,711
rs diversidade ,534 ,512
rs dividendos ,540 ,486
rs financiamento ações sociais ,553 ,593
rs gerenciamento risco ,290
,302
rs gerenciamento risco 2 ,418 ,422
rs gestão ambiental ,761 ,786
rs informação sobre produto ,618 ,598
rs interesse público ,535 ,546
rs market share ,480 ,465
rs pagamento impostos ,489 ,515
rs participação resultados ,264
,204
rs preparação aponsentadoria ,495 ,533
rs privacidade consumidor ,572 ,606
rs propaganda honesta ,671 ,636
rs relacionamento sindicato ,359 ,419
rs reutilização resíduos ,728 ,738
rs satisfação cliente ,596 ,617
rs satisfação empregados ,612 ,604
rs saúde empregados ,539 ,541
rs segurança consumidor ,519 ,542
rs turnover ,241
,220
rs geração emprego ,240
,201
Fonte: o autor
100
Dando prosseguimento, a etapa seguinte foi refazer a análise fatorial com os mesmos
parâmetros anteriores, porém com a exclusão das variáveis citadas. Nesta rodada as variáveis
foram automaticamente agrupadas em quatro fatores. A matriz rotacionada novamente
concentrou muitas variáveis no primeiro fator e a explicação para este agrupamento não tinha
sentido teórico. Sendo assim, partiu-se para uma nova re-especificação do modelo, porém
desta vez determinando-se que o número de fatores a serem extraídos seriam cinco. O
percentual acumulado de variância ficou em 55,6%. Este modelo foi considerado final que
a distribuição dos fatores foi considerada satisfatória sob o ponto de vista da teoria e todas as
variáveis apresentaram carga significante em um fator.
Em seguida, buscou-se rotular os fatores com nomes que refletissem a natureza das variáveis
agrupadas em cada um deles. Assim, o primeiro fator foi rotulado como conduta e
gerenciamento, pois está carregado preponderantemente com variáveis relacionadas à atitudes
e ao posicionamento da empresa no mercado. O segundo foi chamado política com
funcionários por concentrar variáveis relacionadas à política de recursos humanos da empresa
bem como aquelas relativas à transparência das informações dadas a este público. O terceiro
claramente agrupou temas relacionados ao tratamento dado ao meio ambiente e o diálogo com
a sociedade e, portanto foi nomeado como comunidade e ambiente. O quarto, apresenta as
variáveis relacionadas ao tratamento dispensado a clientes e recebeu o nome de política com
clientes. O quinto e último fator traz, novamente, variáveis referentes à políticas com o
público interno e foi interpretado como uma complementação do segundo fator denominado-
se o mesmo como política com funcionários2. A Tabela 13 reproduz as variáveis distribuídas
pelos fatores, os rótulos dados a cada um e os valores de alfa de Cronbach os quais se
mostraram adequados para todos os fatores.
101
Tabela 13 – Matriz rotacionada final - funcionários
Rotated Factor Matrix(a) Fator Nome do fator
1 2 3 4 5
rs propaganda honesta 0,664 0,285 0,239 0,238 0,057
rs pagamento impostos
0,661 0,151 0,188 0,110 0,093
rs conduta
0,602 0,354 0,261 0,289 0,038
rs concorrência desleal
0,595 0,112 0,153 0,059 0,159
rs market share
0,572 0,242 0,224 0,162 0,091
rs privacidade consumidor
0,535 0,032 0,258 0,434 0,243
rs dividendos
0,525 0,277 0,232 0,224 0,160
rs combate corrupção
0,518 0,316 0,175 0,213 0,056
rs informação sobre produto
0,513 0,380 0,262 0,354 0,023
rs gerenciamento risco 2
0,512 0,149 0,141 0,230 0,176
rs interesse público
0,467 0,333 0,365 0,139 0,122
rs relacionamento sindicato
0,464 0,215 0,059 0,111 0,187
conduta e gerenciamento
Į= 0,905
rs comunicação stakeholders 0,196
0,646 0,233 0,228 0,150
rs preparação aposentadoria 0,136 0,613 0,230 0,094 0,236
rs satisfação empregados 0,397
0,588 0,209 0,171 0,135
rs saúde empregados 0,242
0,564 0,307 0,075 0,219
rs diversidade 0,419
0,546 0,184 0,092 0,074
rs comunicação stakeholders 2 0,360
0,512 0,288 0,302 0,079
rs comunicação stakeholders 3 0,430
0,470 0,255 0,307 0,065
pol func
Į= 0,882
rs diálogo comunidade 0,145 0,255
0,731 0,222 0,220
rs desenvolvimento sustentável 0,268 0,325 0,678 0,307 0,071
rs gestão ambiental 0,346 0,298
0,673 0,198 0,070
rs financiamento ações sociais 0,220 0,134
0,640 0,127 0,245
rs reutilização resíduos 0,291 0,344
0,633 0,180 0,057
comun e meio amb
Į= 0,895
rs atendimento consumidores 0,294 0,316 0,324
0,555 0,093
rs satisfação cliente 0,327 0,402 0,243 0,527 0,094
rs segurança consumidor 0,373 0,044 0,297
0,494 0,275
rs alerta alteração produtos 0,270 0,316 0,315
0,489 0,063
pol clientes
Į= 0,819
rs benefícios empregados 0,279 0,299 0,078 0,098
0,581
rs capacitação empregados 0,193 0,473 0,216 0,199 0,535
pol func 2
Į= 0,739
Método de extração: Principal Axis Factoring.
Método de rotação: Varimax com normalização Kaiser. Rotação
Fonte: o autor
4.2.2 Grupo clientes
Os passos percorridos para este grupo foram os mesmos passos descritos para o grupo
funcionários, de forma que não serão reescritos detalhadamente. Apenas serão apresentados
os resultados obtidos.
A análise inicial mostrou um índice de adequação da amostra (KMO) de 0.967, e valores não
inferiores a 0,916 (MSA) para cada variável individualmente. O percentual acumulado de
variância explicada foi de 60,8% e houve a extração de três fatores somente. Ao contrário do
102
grupo funcionários, nenhuma variável mostrou comunalidade muito baixa (a menor foi 0,402)
e, portanto todas foram mantidas. No entanto, houve a necessidade de reespecificar o modelo,
em razão das variáveis terem ficado distribuídas somente em três fatores o que se mostrou de
difícil explicação. A solução mais adequada para a interpretação e agrupamento das variáveis
foi a obtida com cinco fatores. Neste caso o percentual acumulado de variância explicada foi
de 65,7% . A tabela abaixo apresenta a distribuição das variáveis pelos fatores, os rótulos
dados a cada um deles e os valores de alfa de Cronbach.
Tabela 14 - Matriz rotacionada final - clientes
Fator Nome do fator
1 2 3 4 5
rs comunicação stakeholders 2
0,714 0,252 0,276 0,254 0,268
rs propaganda honesta 0,709 0,276 0,275 0,231 0,260
rs market share 0,673 0,178 0,170 0,049 0,241
rs dividendos 0,671 0,225 0,190 0,114 0,169
rs segurança consumidor 0,665 0,189 0,205 0,203 0,188
rs privacidade consumidor 0,618 0,206 0,260 0,194 0,230
rs satisfação cliente 0,573 0,285 0,351 0,423 0,195
rs informação sobre produto 0,534 0,250 0,309 0,356 0,221
rs alerta alteração produtos 0,463 0,229 0,253 0,438 0,150
rs concorrência desleal 0,444 0,227 0,327 0,099 0,277
Conduta com clientes
e gerenciamento
Į=0,934
rs gestão ambiental 0,220 0,860 0,181 0,021 0,119
rs reutilização resíduos 0,218 0,833 0,182 0,048 0,119
rs desenvolvimento sustentável 0,237 0,742 0,197 0,311 0,155
rs diálogo comunidade 0,142 0,671 0,210 0,461 0,135
rs financiamento ações sociais 0,330 0,615 0,188 0,264 0,107
rs não discriminação 0,277 0,485 0,289 0,472 0,183
Comunidade e
ambiente
Į=0,924
rs satisfação empregados 0,331 0,239 0,718 0,198 0,165
rs turnover 0,265 0,208 0,661 0,122 0,155
rs capacitação empregados 0,434 0,243 0,575 0,268 0,179
rs geração emprego 0,226 0,333 0,440 0,194 0,188
Funcionários
Į= 0,897
rs comunicação stakeholders 0,409 0,356 0,288 0,514 0,158
rs atendimento consumidores 0,459 0,323 0,336 0,488 0,152
Atend clientes
Į=0,830
rs combate corrupção 0,357 0,175 0,177 0,105 0,772
rs gerenciamento risco 0,339 0,120 0,186 0,124 0,630
rs interesse público 0,396 0,384 0,250 0,240 0,427
Gerenciamento2
Į= 819
Método de extração: Principal Axis Factoring.
Método de rotação: Varimax com normalização Kaiser. Rotação convergiu em 7 iterações.
Fonte: o autor
O primeiro fator foi rotulado como conduta com clientes e gerenciamento, pois apresentou
variáveis relacionadas a atitudes que a empresa adota para com seus clientes e com o
posicionamento da mesma no mercado. Novamente os temas relativos à comunidade e meio
103
ambiente ficaram agrupados num mesmo fator e receberam o mesmo rótulo que para o grupo
funcionários, Interessante notar que, à exceção da variável “não discriminação” que somente
foi introduzida para clientes, as demais variáveis são coincidentes para os dois grupos. O
terceiro fator refere-se a funcionários e assim foi denominado e o quarto engloba as variáveis
relativas ao atendimento a clientes. O quinto fator apresentou variáveis que podem ser
relacionadas políticas de gestão e, portanto recebeu o nome de gerenciamento2.
4.3 Análise da Reputação Corporativa
Antes de apresentar os resultados cabe lembrar que a análise da reputação corporativa partiu
do desenvolvimento teórico de construção da escala a qual se compõe de oito dimensões
(liderança no segmento de atuação, inovação tecnológica no desenvolvimento de produtos e
serviços, competitiva no mercado global, comportamento ético nos negócios, política de
relacionamento com interlocutores externos à empresa, qualidade da gestão da empresa,
seriedade com que os assuntos financeiros da empresa são conduzidos e seriedade com que
todos os assuntos da empresa são conduzidos) e que o objetivo foi verificar a possibilidade de
redução das variáveis a um único fator.
4.3.1 Grupo Funcionários
A Tabela 15 mostra um resumo dos resultados obtidos para grupo funcionários. Os números
indicam que as variáveis para cada uma das dimensões da forma como foram agrupadas
podem ser interpretadas como grupos homogêneos que os percentuais de variância total
explicada com um único fator são altos, ou seja, todos acima de 70%, superando bastante os
parâmetros mínimos aceitáveis para pesquisa em ciências sociais de aproximadamente 60%
recomendado por Hair et.al (2006). O mesmo verifica-se com as comunalidades onde
observa-se que nenhum valor abaixo de 0,66 foi encontrado demonstrando assim boa
variância compartilhada entre as variáveis.
104
A última linha da tabela mostra a redução de todas as oito dimensões a um único fator
denominado Reputação. Novamente neste caso observa-se um valor alto de variância total
acumulada de 74,1% indicando que o agrupamento é possível e que ao representar todas as
variáveis e dimensões da reputação assim organizada, somente 26% da explicação é perdida.
Com relação ao item comunalidades, todos os fatores apresentaram variância acima de 0,72
com exceção de RP LIDER que apresentou comunalidade um pouco menor de 0,56.
Tabela 15 - Análise fatorial da Reputação - funcionários
Dimensão /Fator Nƕ de variáveis Variância
acumulada
explicada
Comunalidades Į de Cronbach
RP COMPET 3 70,45% > 0,66 0,784
RP ÉTICA 3 74,6% > 0,69 0,817
RP INOVA 3 75,5% > 0,70 0,826
RP LIDER 2 84,2% > 0,84 0,810
RP POL REL 2 82,7% > 0,82 0,783
RP QUALD 3 83,1% > 0,72 0,889
RP SER FIN 3 72,8% > 0,69 0,765
RP SER GER 3 75,8% > 0,69 0,828
REPUTAÇÃO 8 74,1% > 072 ; = 0,56 para
líder
0,950
Fonte: o autor
4.3.2 Grupo clientes
Os mesmos procedimentos forma repetidos para o grupo clientes. Neste caso, obteve-se para
cada uma das dimensões percentuais acumulados de variância explicada excepcionais sendo o
menor deles 75% e comunalidades bastante elevadas. Consequentemente, os resultados para o
fator denominado reputação, que agrega as oito dimensões da escala, também foram bons com
variância total acumulada explicada de 79,7% indicando que este fator combinado pode ser
utilizado como representativo do construto reputação perdendo-se neste caso somente 20,3%
da explicação. Portanto, para ambos os grupos pode-se concluir que a escala de reputação
corporativa proposta neste trabalho representa adequadamente este construto.
105
Tabela 16 – Análise fatorial da Reputação - clientes
Dimensão /Fator Nƕ de variáveis Variância
acumulada
explicada
Comunalidades Į de
Cronbach
RP COMPET 3 76,8% > 0,76 0,849
RP ÉTICA 3 79,3% > 0,71 0,865
RP INOVA 3 80,2% > 0,70 0,874
RP LIDER 2 85,0% > 0,85 0,824
RP POL REL 3 82,7% > 0,82 0,895
RP QUALD 3 91,2% > 0,89 0,952
RP SER FIN 3 75,5% > 0,73 0,834
RP SER GER 2 88,3% > 0,88 0,866
REPUTAÇÃO 8 79,7% > 0,73 0,964
Fonte: o autor
4.4 Análise das correlações
Foi estabelecido como o objetivo geral desta pesquisa conhecer a relação entre a reputação
corporativa e a responsabilidade social corporativa para dois grupos de stakeholders
funcionários e clientes. Isto foi feito analisando-se a correlação entre os dois construtos a
partir dos dados reduzidos obtidos na seção anterior. Para os dois grupos de stakeholders foi
seguido um roteiro de investigação que partiu de uma visão geral da correlação entre a
reputação corporativa utilizando-se o fator obtido “REPUTAÇÃO” e a escala somada dos
cinco fatores componentes da responsabilidade social corporativa que foi denominada “RESP
SOCIAL”. Seguiu-se esta investigação detalhando as correlações fator a fator da
responsabilidade social com a reputação para investigar onde se davam as correlações mais
fortes.
4.4.1 Grupo Funcionários
A Tabela 17 mostra as correlações por banco e geral encontradas para o grupo de funcionários.
Todas as correlações apresentam significância estatística. Os valores mostram que existe forte
correlação positiva entre os dois construtos corroborando a teoria, pois, como visto
106
anteriormente, vários autores indicam que a adoção de uma postura socialmente responsável
pode alterar a reputação da empresa (DOWLING, 1986, FOMBRUM, 1996; SAXTON, 1998;
TINOCO,2001).
Tabela 17 – Correlação geral entre Reputação e Responsabilidade Social – funcionários
BANCO RESP SOCIAL
A REPUTAÇÃO FUN Pearson Correlation 0,903(**)
B REPUTAÇÃO FUN Pearson Correlation 0,925(**)
D REPUTAÇÃO FUN Pearson Correlation 0,843(**)
GERAL REPUTAÇÃO FUN Pearson Correlation 0,888(**)
** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Fonte: o autor
A fim de entender melhor a natureza das correlações o passo seguinte foi estudar as relações
entre a reputação corporativa e os fatores da responsabilidade social separadamente. Estes
dados encontram-se na Tabela 18 e Tabela 19. A correlação mais forte entre a Reputação e as
variáveis representativas da responsabilidade social corporativa se dá com a variável “conduta
e gerenciamento” seguida por “política com funcionários”.
Tabela 18 – Análise das correlações entre fatores da Resp.Social e Reputação - funcionários
fator 1 RS
F conduta
e gerenc
fator 2
RS F pol
func
fator 3 RS
F comunid
e amb
fator 4
RS F pol
cliente
fator 5
RS F pol
func 2
REPUTAÇÃO
FUN
REPUTAÇÃO
FUN
Pearson
Correlation
,645(**) ,533(**) ,406(**) ,491(**) ,183(**) 1
Sig. (2-
tailed)
,000 ,000 ,000 ,000 ,000 .
** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Fonte: o autor
107
Tabela 19 Análise correlações entre fatores da Resp. Social e escores da Reputação -
funcionários
fator 1 RS F
conduta e
gerenc
fator 2 RS
F pol func
fator 3 RS F
comunid e
amb
fator 4 RS
F pol
cliente
fator 5 RS
F pol func
2
Score
competitiva F
Pearson
Correlation
,510(**) ,417(**) ,336(**) ,403(**) ,177(**)
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,000
score ética F Pearson
Correlation
,650(**) ,492(**) ,396(**) ,442(**) ,095(*)
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,013
score inova F Pearson
Correlation
,436(**) ,417(**) ,381(**) ,449(**) ,256(**)
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,000
score lider F Pearson
Correlation
,323(**) ,302(**) ,383(**) ,387(**) ,297(**)
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,000
score pol rel F Pearson
Correlation
,614(**) ,529(**) ,352(**) ,414(**) ,118(**)
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,002
score qualid F Pearson
Correlation
,587(**) ,495(**) ,348(**) ,506(**) ,129(**)
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,001
score ser fin F Pearson
Correlation
,677(**) ,413(**) ,291(**) ,405(**) ,102(**)
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,008
score ser ger F Pearson
Correlation
,619(**) ,586(**) ,321(**) ,370(**) ,109(**)
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,005
Fonte: o autor
Lembrando que o fator “conduta e gerenciamento” é composto por variáveis que avaliam a
postura com que a empresa conduz e gerencia os seus negócios (propaganda honesta,
pagamento impostos, conduta, concorrência desleal, market share, privacidade do consumidor,
dividendos, combate corrupção, informação sobre produto, gerenciamento risco 2, interesse
público, relacionamento sindicato) a correlação explica-se pois neste fator da responsabilidade
social concentram muitas variáveis que permeiam vários aspectos englobados no construto
reputação. Como exemplos de associações destas variáveis podemos citar: o relacionamento
com stakeholders associado a relacionamento com sindicatos; a postura ética à comunicação
nos produtos, propaganda honesta e valores, à seriedade ao combate a corrupção, ao
pagamento de impostos; a liderança à discussões de interesse público entre outros. A segunda
108
correlação mais forte se com “política com funcionários” e novamente neste bloco as
associações mais fortes encontram-se na forma de condução dos negócios, a seriedade,
respeito e a transparência nas comunicações são os fatores preponderantes na associação com
a reputação para este grupo. Esta correlação mais forte com fatores ligados à conduta, também
reforça a visão de que a reputação é construída ao longo do tempo pela repetição de
comportamento conforme apresentado anteriormente.
4.4.2 Grupo clientes
Os mesmos passos para a análise da correlação com funcionários foram seguidos para avaliar
o grupo clientes. A Tabela 20 mostra as correlações encontradas para o grupo de clientes em
geral e separado por banco e mais uma vez percebe-se alta correlação positiva entre os dois
construtos
Tabela 20 – Correlação geral Reputação x Resp Social – funcionários
BANCO RESP SOCIAL
A Fator CLI REPUTAÇÃO Pearson Correlation 0,925(**)
B Fator CLI REPUTAÇÃO Pearson Correlation 0,913(**)
C Fator CLI REPUTAÇÃO Pearson Correlation 0,910(**)
D Fator CLI REPUTAÇÃO Pearson Correlation 0,939(**)
GERAL Fator CLI REPUTAÇÃO Pearson Correlation 0,916(**)
** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Fonte: o autor
Ao se fazer a abertura das correlações da reputação com cada um dos fatores da
responsabilidade social do grupo clientes (Tabela 21) a correlação mais forte se deu com
“conduta com clientes e gerenciamento” sendo que esta se distancia das demais, ou seja,
apresenta correlação de 0,745 contra 0,417 para o fator funcionários que é o segundo mais
alto. Destaca-se a baixa correlação com os demais fatores sinalizando que estas outras
dimensões da responsabilidade social não são tão fortemente percebidas pelos clientes como
relacionados à reputação.
109
Tabela 21 - Análise das correlações entre Responsabilidade Social e Reputação - clientes
fator 1
RS CLI
conduta
e ger
fator 2
RS CLI
comun e
amb
fator 3
RS CLI
func
fator 4
RS CLI
atend cli
fator 5
RS CLI
conduta
e ger2
Fator CLI
REPUTAÇÃO
Sig. (2-tailed) ,000 ,109 ,001 ,758 . ,000
Fator CLI
REPUTAÇÃO
Pearson
Correlation
,745(**) ,350(**) ,417(**) ,380(**) ,398(**) 1
Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 .
** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Fonte: o autor
Ao se discutir a natureza das variáveis envolvidas em “conduta com clientes e gerenciamento”
(comunicação stakeholders 2, propaganda honesta, market share, dividendos, segurança
consumidor, privacidade consumidor, satisfação cliente, informação sobre produto, alerta
alteração produtos, concorrência desleal) percebe-se que este neste fator estão contidas muitas
variáveis relacionadas a atitudes que constroem relações de confiança com o cliente as quais
este grupo relacionou fortemente com a reputação.
Novamente estas relações envolvem o sentimento de repetição ao longo do tempo reforçando
a questão da reputação como uma acumulação de mensagens percebidas.
110
5 Conclusão
O objetivo geral desta dissertação foi analisar a relação entre a responsabilidade social
corporativa e a reputação corporativa na visão de dois grupos de stakeholders, clientes e
funcionários. Os resultados mostraram forte relação entre os construtos para os dois grupos de
stakeholders demonstrando que empresas que não assumam postura socialmente responsável
não poderão construir boa reputação. Outras escalas de reputação incluem a responsabilidade
social como um atributo, mas não se propõem a medir de forma direta a associação entre os
dois construtos nem entender de fato quais aspectos da responsabilidade social associam-se
mais fortemente com a reputação. Ao fazer esta análise foi possível identificar quais são estes
fatores e com isso contribuir para que os administradores possam planejar as suas ações de
forma mais efetiva gerando vantagem competitiva sustentável para o negócio dada a natureza
mais perene da reputação corporativa. Ainda, a proposição da discussão feita sob a
perspectiva dos stakeholders permite que as empresas possam se engajar de forma mais
profunda em suas relações com cada um dos grupos e com isso melhorar o seu desempenho.
Além da verificação da relação acima comentada, este trabalho trouxe outras contribuições
significativas como a discussão dos elementos formadores da reputação e a construção da sua
escala e também a montagem da escala de responsabilidade social que traduziu o modelo
teórico de desempenho social corporativo adotado em uma abordagem prática. Importante
lembrar que as escalas desenvolvidas para a mensuração dos dois construtos foram
construídas de forma segmentada por stakeholder, porém com o objetivo de serem universais
para os diversos setores da economia. Também trouxe uma proposição de definição para os
construtos reputação e imagem e discutiu as diferenças entre eles.
Para isso foi realizada revisão de literatura para entender a como a reputação corporativa e a
responsabilidade social corporativa vem sendo definidas e mensuradas.
111
No caso da responsabilidade social corporativa, a confecção de um instrumento de medida do
construto levou à discussão de modelos teóricos de desempenho social corporativo e como
traduzi-los operacionalmente na mensuração da responsabilidade. Verificou-se que os
modelos de desempenho conectam-se com as relações sociais da empresas e buscam avaliar
em que grau os princípios de responsabilidade social motivam as ações das empresas. Como
modelo teórico para este estudo, foi adotado o estudo de Wood (1991) por ser o mais
completo de todos os apresentados e por levar em consideração os aspectos específicos que
afetam cada grupo de stakeholder. Para auxiliar a montagem da escala de medida da
responsabilidade social, optou-se por fazer uma análise mais detalhada de dois instrumentos
de reporte do desempenho social corporativo (questionários GRI e Ethos) que têm sido
reconhecidos no contexto empresarial como referências. Os temas abordados nestes dois
instrumentos foram a base para a construção dos instrumentos de medida. Foram levados em
consideração os aspectos que afetam cada um dos stakeholders e as variáveis pesquisadas
para cada grupo refletiram este cuidado. Feita a análise fatorial das variáveis que compõem a
responsabilidade social foi possível agrupá-las e propor as dimensões da responsabilidade
social sob a perspectiva de cada stakeholder. Estes agrupamentos diferem daqueles constantes
nos dois questionários que serviram como base para o levantamento das variáveis. Isto se
justifica que os questionários originais o reportes produzidos pelas empresas que para
relatar as suas ações de forma geral para todos os blicos com as quais tem relacionamento
enquanto este trabalho explorou especificamente dois dos públicos.
O estudo da reputação procurou entender as definições e atributos associados ao construto.
Apesar da existência de várias escalas para mesurar a reputação existem as considerações
metodológicas tais como a natureza formativa e reflexiva das variáveis consideradas nos
estudos e a corrente epistemológica adotada que são importantes de serem observados. Além
112
disso, existe a questão cultural e o viés do setor econômico usado como referência para a
construção da escala ou do próprio autor, que devem ser considerados no desenho da pesquisa,
e eliminados à medida do possível.
Assumiu-se a natureza formativa da reputação, pois indicadores formativos definem a
variável latente (BAGOZZI, 1994b), e parecem servir ao propósito de se compreender a
reputação corporativa por meio de sua formação.
Investigou-se a natureza dos atributos que formam o la-0.298158(o50á)0.392447(o)0.3109.9( s0.400092(u) )-393]TJ39(o)0.400640.298158(o509o6)-214b( )-39.999(o)0.40009a( )-39.999(o)0.40009p( )-39.999eos nitni a d-0.198772(a)38.2967(i)-0.198772ln
113
mensagens percebidas pelos stakeholders em seus negócios ou contatos com a empresa ao
longo do tempo.
Percebe-se que apesar das definições apresentarem alguma semelhança a reputação é reflexo
de ações no longo prazo e reflete a interação dos stakeholders com os diferentes interlocutores
da empresa e da observação destes sobre suas ações. Portanto, é um conceito com idéia de
estoque (acumulação de ações), enquanto a imagem é uma idéia de momento e reflete em
maior medida a estratégia de comunicação da empresa, onde ela projeta aquilo que quer
deixar refletido podendo portando, ser maquiada.
Estas definições coincidem com o apresentado no referencial teórico por autores como
Ditcher (1985), Abratt (1989) e LeBlank, Nyguyen (1996) para quem a imagem é constituída
pela impressão geral que a empresa tem na mente das audiências e Dowling (1986) que define
a imagem como um conjunto de significados pelos quais um objeto é conhecido e pelo qual as
pessoas o descrevem, e se relacionam a ele.
Marcwick e Fill (1997) conceituam imagem como o que os stakeholders percebem da
organização, enquanto que a reputação é o reflexo dos impactos históricos acumulados de
sinais de identidade observados previamente e de possíveis experiências em transações.
Similarmente, Saxton (1998) define a reputação como o reflexo de uma organização ao longo
do tempo de como tem sido vista por seus stakeholders e para Caruana (2000) e Gotsi e
Wilson (2003) a reputação representa a avaliação feita pelo público ao longo do tempo de
informações sobre os atributos da firma.
Finalmente chega-se ao detalhamento da discussão do objetivo geral do trabalho que é
analisar a relação entre a responsabilidade social corporativa e a reputação corporativa.
114
A forte correlação encontrada entre os construtos para os dois grupos corrobora a teoria, pois
vários autores citam a responsabilidade social corporativa como relacionada à reputação
corporativa (McLEOD, 1967; DOWLING, 1986; BARICK; KOTLER, 1991; BROWN;
DACIN, 1997; SAXTON, 1998; CHEN, 2001; SCHULTZ; MOURITSEN; GABRIELSEN,
2001; SCHWAIGER, 2004).
Quando se procedeu à investigação mais detalhada buscando entender a natureza das
associações observou-se que para o grupo funcionários as relações mais fortes entre reputação
e responsabilidade social se deram entre as variáveis contidas no fator “conduta e
gerenciamento” seguida por “política com funcionários” Uma análise das variáveis contidas
em cada uma destas dimensões levou a conclusão que a política de relacionamento, a postura
ética, a seriedade de condução dos negócios, o cumprimento do prometido são os fatores que
mais importam para este grupo. Assim as empresas que buscam construir suas reputações
junto a seus funcionários devem estar cientes que para eles é importante que se mantenha a
legitimidade que a sociedade confere a empresa uma vez que nota-se, no fator mais
correlacionado, uma acumulação de variáveis ligadas ao respeito para com a sociedade e
clientes. Estes aspectos se mostraram mais importantes do que a própria política que empresa
adota com seu o público interno. Embora este seja o segundo fator mais fortemente
correlacionado com a reputação, os resultados sugerem que, para a percepção da reputação
pelos funcionários, é mais relevante que seus empregadores adotem princípios éticos do que
concedam, por exemplo, benefícios a eles. Outro ponto importante que aparece é o aspecto
econômico, pois variáveis referentes à participação de mercado e atratividade como
investimento também são associadas à reputação.
O segundo fator mais fortemente correlacionado da responsabilidade social corporativa com a
reputação corporativa para os funcionários foi “política com funcionários” e neste caso o que
115
se nota é que o diálogo e a transparência nas relações são as variáveis mais importantes para a
construção da reputação
Para o grupo clientes as correlações mais fortes claramente se deram com o fator “conduta
com clientes e gerenciamento”. Este fator carrega variáveis relacionadas: ao relacionamento
com clientes como segurança, satisfação e comunicação confiável; à transparência e postura
ética representada por propaganda honesta e alerta para alterações de produtos; à seriedade e
qualidade no gerenciamento da empresa representada por não prática de concorrência desleal
e crescimento de mercado. Neste caso a construção de uma reputação forte deve
necessariamente passar pela adoção de políticas que construam uma relação de confiança com
os clientes por meio da comunicação e informações dadas a este público. Novamente aqui se
observa a importância do aspecto econômico, pela presença das variáveis referentes à
participação de mercado e atratividade como investimento.
Percebe-se que as associações entre os dois construtos são ligeiramente diferentes para cada
um dos grupos, mas conclui-se que as questões mais relevantes para ambos são a adoção de
política de relacionamento transparente e honesta com os stakeholders, a consistência na
forma de agir, ou seja, cumprir o que se propõe a fazer, e a seriedade na condução e no
gerenciamento dos negócios fazendo com que a empresa cresça e estimule o combate a
práticas não legitimadas pela sociedade.
Estes resultados reforçam os aspectos discutidos na teoria que diz que a reputação incorpora o
comportamento passado e resulta de julgamentos pessoais sobre credibilidade
responsabilidade e probidade (FOMBRUM, 1996).
116
Recomendações
Neste trabalho buscou-se construir questionários que fossem particularizados por tipo de
stakeholders, porém universais para setores. Portanto recomenda-se a aplicação desta
pesquisa a outros setores para investigar quais fatores são mais relevantes para cada um deles
e verificar se existe diferença entre eles.
Como os questionários foram construídos sob a perspectiva de cada um dos grupos de
stakekolders, podem ser usados como um veículo de comparação das percepções de clientes e
funcionários sobre os dois temas em diversas empresas.
Uma vez que a correlação apresentou altos valores este estudo poderia ser repetido para
confirmar a força da relação verificada e validar esta pesquisa.
Para desenvolver os estudos na área da reputação corporativa uma investigação mais
aprofundada sobre o papel da comunicação com clientes seria útil.
As baixas correlações da reputação com os demais fatores componentes da responsabilidade
social especialmente para o grupo clientes poderia ser investigada mais profundamente. Como
exemplo sugere-se analisar as questões ligadas à comunidade e ao meio ambiente, pois causa
estranheza que tenham apresentado correlações fracas com a reputação.
117
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___________; JONES, R. E. Stakeholder Mismatching: A theoretical problem in empirical
research on corporate social performance. The International Journal of Organizational
Analysis, v.3, n.3, p. 229-267, 1995.
123
Apêndices
Apêndice 1 - Temas e questões correspondentes dos questionários GRI e Ethos
No TEMAS GRI ETHOS No TEMAS GRI ETHOS
1
Políticas de redução e reutilização de resíduos e
seu monitoramento/conscientização ambiental
EN2; EN4;EN17;
EN18
21; 21.9 ;18 a
18.2 21 Diversidade e oportunidade iguais
LA10;
LA11 10 a 10.12
2 Impactos ambientais de produtos e serviços EN14;EN18 19 a 19.5 22 Satisfação de empregados
12.4
3 Sistema de gestão ambiental/ ecossistema
EN16; EN25;
EN26; EN27 17; 17.3; 17.4 23 Saúde ocupacional, acidentes de trabalho
LA6; LA7;
LA8; LA14 13 a 13.11
4
Serviço de atendimento a consumidores e
solução de problemas 27.2; 27.4 24 Comportamento frente a demissões 15 A 15.7
5 Indicadores de satisfação do consumidor PR8 27 25
Visão e estratégia da empresa que contemplam
o desenvolvimento sustentável
1.1;1.2; 3.
3.4 3; 3.7; 17
6 Privacidade do consumidor PR3
27.5; 28.6 a
28.10 26
Códigos de conduta, missão e valores e políticas
relevantes para a performance social, econômica
e ambiental 3.7; 3.14
1a 1.8; 2 a
2.5;27.7;
35
7
Preservação da segurança e saúde do
consumidor PR1 28 a 25.5 27
Mapeamento/dialogo com os stakeholders e
acompanhamento de resultados
2.9; 3.8;
3.9; 3.10;
3.11;3.12;
3.19; LA4
4 a 4.5;
8.2;8.3;
25.7;27.8
8 Market share regional EC2 28
Gerenciamento de riscos e abordagem
preventiva 3.13
9 Vendas líquidas EC1 29
Gestão de fornecedores e de seu desempenho
social e ambiental
3.16;
EN23;
EN33
2;11;19;19.
6; 20; 22 a
22.8; 23;
24
10
Percentual de compras pagas em conformidade
com contrato EC4 30
Padrões e códigos voluntários relacionados à
propaganda PR6; PR9
23.3; 26.4;
27.6
11 Dividendos/ juros pagos EC6 31 Informações sobre o produto e rotulagem PR2 26.1
12 Lucros retidos/ ROACE EC7 32 Chamar atenção para alterações nos produtos 26.2
13 Valor de impostos pagos e subsídios recebidos EC8; EC9 33 Informações/comunicações a stakekolders
2.20; 2.22;
PR2, PR3,
PR7a PR11
6 a 6.15; 8;
26
14
Geração de empre
g
os LA2 25
34 Não discriminação HR4
15
Benefícios aos empregado além dos previstos
em lei LA12
10.6;12.5 a
12.9; 13; 14 35
Relações e dialogo com partes interessadas -
comunidade 3.17; SO1
29 a 29.7;
31
16 Capacitação continua e empregabilidade
EC5; LA9; LA16;
LA17 14 a 14.15 36 Financiamento à ação social
31a 31.6;
32 a 32.4;
37
17 Turn over LA2 15.3 37 Combate à corrupção e propina SO2 1.3;1.6; 35
18 Preparação para aposentadoria LA12, LA16
16; 16.2 38 Contribuições políticas SO3 33 a 33.2
19 Relações com sindicatos e livre associação LA3; LA13; HR5 7 a 7.5 39
Patrocina e promove discussões de interesse
publico / influencia social
3.15
30; 34; 35;
36 a 36.3;
37
20 Remuneração e participação nos resultados EC5
12 a 12.4; 12.10
a 12.12 40 Prevenção de práticas de concorrência desleal SO7
5 a 5.4;
25.2
Número da questão Número da questão
124
Apêndice 2 - Correspondência entre temas da responsabilidade social e questões - clientes
TEMA Clientes
Políticas de redução e reutilização de resíduos e seu
monitoramento/conscientização ambiental
Esta empresa incentiva o uso consciente dos recursos
naturais
Impactos ambientais de produtos e serviços n/a
Sistema de gestão ambiental/ ecossistema Esta empresa é responsável com o meio ambiente
Serviço de atendimento a consumidores e solução de
problemas
Esta empresa busca excelência no atendimento aos
clientes
Indicadores de satisfação do consumidor Eu estou satisfeito com a empresa
Privacidade do consumidor
Esta empresa respeita a confidencialidade das
informações dos clientes
Preservação da segurança e saúde do consumidor
Esta empresa usa tecnologia voltada à segurança dos
clientes
Market share regional Esta é uma empresa que vem crescendo
Vendas líquidas n/a
Percentual de compras pagas em conformidade com
contrato
n/a
Dividendos/ juros pagos Eu seria acionista/sócio desta empresa
Lucros retidos/ ROACE n/a
Valor de impostos pagos e subsídios recebidos n/a
Geração de empregos
Esta empresa dá preferência de emprego aos
trabalhadores locais
Benefícios aos empregado além dos previstos em lei n/a
Capacitação continua e empregabilidade Esta empresa tem funcionários competentes
Turn over Nesta empresa há pouca troca de funcionários
Preparação para aposentadoria n/a
Relações com sindicatos e livre associação n/a
Remuneração e participação nos resultados n/a
Diversidade e oportunidade iguais n/a
Satisfação de empregados
Os funcionários parecem estar satisfeitos com a
empresa.
Saúde ocupacional, acidentes de trabalho n/a
Comportamento frente a demissões n/a
Visão e estratégia da empresa que contemplam o
desenvolvimento sustentável
Esta empresa se preocupa em ajudar a construir uma
sociedade melhor para todos
Códigos de conduta, missão e valores e políticas
relevantes para o desempenho social, econômica e
ambiental.
n/a
Códigos de conduta, missão e valores e políticas
relevantes para a performance social, econômica e
ambiental
n/a
Mapeamento/diálogo com os stakeholders e
acompanhamento de resultados
Esta empresa leva em conta os comentários e
sugestões dos clientes
Gerenciamento de riscos e abordagem preventiva
Desconheço situações onde a empresa tenha sido
questionada pela imprensa
Gestão de fornecedores e de seu desempenho social e
ambiental
n/a
Padrões e códigos voluntários relacionados à
propaganda
Esta empresa faz propaganda honesta de seus produtos
Informações sobre o produto e rotulagem
Esta empresa dá informações claras nos
folhetos/contratos de seus produtos ou serviços
Chamar atenção para alterações nos produtos
Esta empresa informa os clientes sobre alterações nos
produtos/serviços
Informações/comunicações a stakekolders Pode-se confiar nas informações que a empresa dá
Não discriminação Esta empresa trata as pessoas com consideração e sem
125
discriminação
Relações e dialogo com partes interessadas -
comunidade
Esta empresa se envolve e se preocupa com os
problemas da comunidade onde atua
Financiamento à ação social Esta empresa financia ações sociais
Combate à corrupção e propina
Esta empresa não se envolve com recebimento ou
pagamento de propinas
Contribuições políticas n/a
Patrocina e promove discussões de interesse publico /
influencia social
Esta empresa participa de processos de elaboração de
propostas de interesse público
Prevenção de práticas de concorrência desleal
Esta empresa não pratica concorrência desleal (ex.
preços abaixo do custo, cartel)
126
Apêndice 3 - Correspondência entre temas da responsabilidade social e questões –
funcionários
TEMA Funcionários
Políticas de redução e reutilização de resíduos e seu
monitoramento/conscientização ambiental
Esta empresa incentiva o uso consciente dos
recursos naturais
Impactos ambientais de produtos e serviços n/a
Sistema de gestão ambiental/ ecossistema Esta empresa é responsável com o meio ambiente
Serviço de atendimento a consumidores e solução de
problemas
Esta empresa busca excelência no atendimento aos
clientes
Indicadores de satisfação do consumidor Os clientes estão satisfeitos com a empresa
Privacidade do consumidor Esta empresa respeita a confidencialidade das
informações dos clientes
Preservação da segurança e saúde do consumidor Esta empresa usa tecnologia voltada à segurança
dos clientes
Market share regional Esta é uma empresa que vem crescendo
Vendas líquidas n/a
Percentual de compras pagas em conformidade com
contrato
n/a
Dividendos/ juros pagos Eu seria acionista/sócio desta empresa
Lucros retidos/ ROACE n/a
Valor de impostos pagos e subsídios recebidos Esta empresa recolhe todos os impostos devidos
Geração de empregos Esta empresa dá preferência de emprego aos
trabalhadores locais
Benefícios aos empregado além dos previstos em lei Esta empresa concede benefícios além dos
previstos em lei (ex.previdência privada, creche,
bolsas de estudo, assistência médica, etc.)
Capacitação continua e empregabilidade Esta empresa dá oportunidades de
aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional a
seus funcionários
Turn over A rotatividade de funcionários é baixa
Preparação para aposentadoria Esta empresa orienta os funcionários a se
prepararem para a aposentadoria
Relações com sindicatos e livre associação Esta empresa permite que os funcionários sejam
sindicalizados
Remuneração e participação nos resultados Esta empresa tem plano de remuneração variável
baseado na performance individual (participação
nos lucros, bônus)
Diversidade e oportunidade iguais Esta empresa dá oportunidade iguais a todos os
funcionários independente de raça, gênero, idade,
religião e orientação sexual
Satisfação de empregados Estou satisfeito com a empresa
Saúde ocupacional, acidentes de trabalho Esta empresa tem programas voltados à saúde dos
funcionários
127
Comportamento frente a demissões Esta empresa auxilia os funcionários demitidos a
se recolocarem
Visão e estratégia da empresa que contemplam o
desenvolvimento sustentável
Esta empresa toma decisões visando uma
sociedade melhor para todos.
Códigos de conduta, missão e valores e políticas
relevantes para o desempenho social, econômica e
ambiental
n/a
Códigos de conduta, missão e valores e políticas
relevantes para a performance social, econômica e
ambiental
Sou estimulado a agir de acordo com os valores
profissionais e ética da empresa
Mapeamento/dialogo com os stakeholders e
acompanhamento de resultados
Esta empresa escuta os funcionários e utiliza as
informações obtidas para tomar decisões
Desconheço situações onde a empresa tenha sido
questionada pela imprensa
Gerenciamento de riscos e abordagem preventiva
Esta empresa gerencia questões que possam afetar
a sua ims 8a7
128
Apêndice 4 - Roteiro de questões do Grupo Focal
1. Considerando um mesmo produto ou serviço, no seu modo de ver o que distingue um
fornecedor de outro?
2. Cite dois fornecedores que v. considere iguais. Qual você preferiria?
3. O que o levou a preferir esse e não o outro?
4. Que (outros) atributos/características você normalmente considera para decidir entre dois
fornecedores?
5. Como você define (ou explica) imagem corporativa?
6. Como você define (ou explica) reputação corporativa?
7. Que diferenças você vê entre imagem e reputação?
8. Você acha que a reputação de uma empresa, como você a definiu, pode fazer com que
você tenha preferência por alguma empresa? Por quê?
9. Quais são as características mais marcantes de empresas com boa e empresas com
reputação?
129
Apêndice 5 - Atributos mencionados pelos grupos focais
1 ambiente limpo 24 preço
2 aparência do produto 25 progaganda
3 assistência técnica 26 publicidade
4 atração de pessoal 27 qualidade da administração
5 capacitação dos funcionários 28 qualidade da recepção
6 competência da equipe 29 qualidade do antendimento
7 competência do gerenciamento 30 qualidade do material aplicado
8 comportamento dos empregados 31 qualidade do produto
9 condições em que está no mercado 32 qualidade do serviço
10 confiança na equipe 33 qualidade dos equipamentos
11 confiança na empresa 34 qualidade dos procedimentos
12 credibilidade 35 qualidade
13 estrutura interna 36 relação com empregados
14 fama 37 responsabilidade social
15 fazer certo as coisas 38 rumores
16 histórico 39 salários
17 localização 40 seriedade nas finanças
18 não lesa os consumidores 41 seriedade
19 nome da empresa 42 solidez (na compra de bens duráveis)
20 noticiário 43 tempo de espera
21 política de RH 44 tradição
22 politica externa 45 treinamento funcionários
23 política interna
atributos da imagem/reputação
130
Apêndice 6 – Questionário de associação de atributos
atributo imagem reputação satisfação n. d. c.
1 aparência das instalações da empresa
2 liderança no segmento de atuação
3 comprometimento dos funcionários
4 comprometimento da alta gerência
5 capacidade da empresa em atrair pessoal talentoso
6 competência da equipe em resolver o problema do cliente
7 comportamento dos empregados durante o atendimento ao cliente
8 confiança depositada nos funcionários que atendem o cliente
9 inovação tecnológica no desenvolvimento de produtos e serviços
10 confiança depositada na empresa como um todo
11 competitiva no mercado global
12 foco no cliente
13 fatos conhecidos sobre a atuação da empresa
14 comportamento ético nos negócios
15
honestidade nas informações e no relacionamento com os consumidores e clientes
16 notícias sobre a empresa provenientes da imprensa ou de pessoas
17 política de Recursos Humanos em suas linhas gerais (salários, benefícios, ...)
18 política de relacionamento com interlocutores externos à empresa
19 política interna de operação da empresa
20 preços compatíveis com a qualidade do produto ou serviço oferecido
21 anúncios pagos de produtos e/ou serviços da empresa
22 forma não paga de divulgação ou publicação em veículos de comunicação
23 qualidade da gestão da empresa
24 qualidade das várias fases do atendimento ao cliente
25 qualidade final do produto apresentado ao cliente
26 qualidade do serviço prestado pela empresa
27 benefício funcional proporcionado pelo produto ou pelo serviço
28 confiabilidade do produto ou do serviço
29 forma como a empresa trata seus empregados
30 forma de agir da empresa em relação ao meio-ambiente e à sociedade
31 boatos e comentários sobre a empresa provenientes de pessoas
32 seriedade com que os assuntos financeiros da empresa são conduzidos
33 seriedade com que todos os assuntos da empresa são conduzidos
34 garantia de que a empresa continue no negócio
35 treinamento dado aos empregados visando a produção ou a prestação do serviço
Não há padrão certo ou errado de associações, visto que essa interpretação é pessoal (varia, portanto, de pessoa para pessoa).
Considerando as definições dos construtos
imagem corporativa
,
reputação corporativa e satisfação do cliente,
assinale com
um "x" a associação entre o atributo e o construto que achar mais adequada .
o atributo está relacionado à
Um atributo pode ser associado a
mais de um
ou a
nenhum
dos construtos (n. d. c.).
Imagem corporativa
é a percepção pessoal que se tem de uma organização num determinado momento. É formada por todas as
mensagens emitidas naquele momento pela empresa em seu esforço para ser lembrada pelos consumidores
Reputação corporativa
é um sentimento duradouro, construído pela empresa ao longo de muito tempo por meio do serviço ou
do produto que oferece no mercado.
Satisfação do cliente
é entendida como a sensação de se ter recebido o retorno esperado com a utilização de um produto ou de
um serviço.
131
Apêndice 7 – Questionário para mensuração da reputação com clientes.
Questionário Reputação - Clientes
1a Esta empresa é líder no seu segmento de atuação
1b Esta empresa é exemplo para as demais.
2a Esta empresa introduz inovação tecnológica em seus produtos e serviços.
2b Esta empresa é superior às concorrentes em Pesquisa e Desenvolvimento.
2c Esta empresa é criativa.
3a Esta empresa é competitiva no mercado global.
3b Esta empresa tem sucesso em se expandir
3c Seus produtos são globalmente aceitos.
4a Esta empresa comporta-se de forma ética nos negócios.
4b Esta empresa negocia em igualdade de condições com seus clientes
4c Esta empresa conduz os negócios com humanidade
5a Esta empresa tem boa política de relacionamento com interlocutores externos à empresa
5b Esta empresa mantém alto padrão na forma de tratar as pessoas.
5c Esta empresa respeita seus clientes
6a Esta empresa aparenta ter uma gestão de qualidade.
6b Esta empresa é garantia em produtos e serviços de qualidade.
6c As características de seus produtos e serviços denotam qualidade.
7a Esta empresa é séria na condução dos seus assuntos financeiros.
7b Esta empresa não se envolve em escândalos financeiros.
7c Esta empresa aparenta ser uma empresa que não tem problemas financeiros.
8a Esta empresa é séria na condução de seus assuntos.
8c Sempre cumpre o que promete.
Atributos
1 Liderança
2 Inovação
3 Competitiva
4 Ética
5 Política de relacionamento
6 Qualidade
7 Seriedade financeira
8 Seriedade geral
132
Apêndice 8 – Questionário para mensuração da reputação com funcionários
Qquestionário Reputação - Funcionários
1a Esta empresa é líder no seu segmento de atuação
1b Esta empresa é exemplo para as demais.
2a Esta empresa introduz inovação tecnológica em seus produtos e serviços.
2b Esta empresa é superior às concorrentes em Pesquisa e Desenvolvimento.
2c Esta empresa é criativa
3a Esta empresa é competitiva no mercado global.
3b Esta empresa tem sucesso em se expandir
3c Seus produtos são globalmente aceitos.
4a Esta empresa comporta-se de forma ética nos negócios.
4b Esta empresa negocia em igualdade de condições com seus clientes
4c Esta empresa conduz os negócios com humanidade
5a Esta empresa tem boa política de relacionamento com interlocutores externos à empresa
5b Esta empresa mantém alto padrão na forma de tratar as pessoas.
6a Esta empresa tem uma gestão de qualidade.
6b Esta empresa é garantia em produtos e serviços de qualidade.
6c As características de seus produtos e serviços denotam qualidade.
7a Esta empresa é séria na condução dos seus assuntos financeiros.
7b Esta empresa não se envolve em escândalos financeiros.
7c Esta empresa não tem problemas financeiros.
8a Esta empresa é séria na condução de seus assuntos.
8b Esta empresa respeita seus empregados
8c Esta empresa sempre cumpre o que promete.
Atributos
1 Liderança
2 Inovação
3 Competitiva
4 Ética
5 Política de relacionamento
6 Qualidade
7 Seriedade financeira
8 Seriedade geral
133
Apêndice 9 – Questionário Consolidado enviado a clientes
Esta pesquisa é parte da dissertação de mestrado de um aluno da Universidade
Mackenzie. A pesquisa abordará a reputação corporativa.
O preenchimento não deve durar mais do que 10 minutos. Estas informações
são confidenciais, e serão usadas de forma agregada para a defesa da
dissertação de mestrado. Por favor, antes de responder leia com cuidado todas
as alternativas.
Agradecemos sua colaboração! Ao completar esta pesquisa, você receberá
7.000 bits.
Sexo:
1
Feminino
2
Masculino
UF:
Idade:
1. Qual é o seu banco principal?
1
Banco do Brasil
2
Banco Real/ ABN Amro Bank/ Sudameris
3
Banespa/ Santander
4
Bradesco/ Bradesco Prime
5
Caixa Econômica Federal
6
HSBC
7
Itaú/ Itaú Personnalité
8
Nossa Caixa
9
Unibanco/ Uniclass
10
Outro
Pensando no seu principal banco, conte-nos o quanto você concorda com as afirmações
abaixo, sendo 1 discordo totalmente e 6 concordo totalmente:
2. Responsabilidade sócio-ambiental
Esta empresa incentiva o uso consciente dos recursos naturais
Esta empresa é responsável com o meio ambiente
Esta empresa se preocupa em ajudar a construir uma sociedade melhor para
todos
Esta empresa trata as pessoas com consideração e sem discriminação
Esta empresa se envolve e se preocupa com os problemas da comunidade
onde atua
Esta empresa financia ações sociais
3. Preocupação com o cliente
Esta empresa busca excelência no atendimento aos clientes
Esta empresa respeita a confidencialidade das informações dos clientes
Esta empresa usa tecnologia voltada à segurança dos clientes
Esta empresa leva em conta os comentários e sugestões dos clientes
Esta empresa informa os clientes sobre alterações nos produtos/serviços
134
Esta empresa negocia em igualdade de condições com seus clientes
Esta empresa respeita seus clientes
4. Sobre a equipe/funcionários do banco
Esta empresa dá preferência de emprego aos trabalhadores locais
Esta empresa tem funcionários competentes
Nesta empresa há pouca troca de funcionários
Os funcionários parecem estar satisfeitos com a empresa
5. Posição em relação à concorrência
Esta empresa não pratica concorrência desleal (ex. preços abaixo do custo,
cartel)
Esta empresa é líder no seu segmento de atuação
Esta empresa é exemplo para as demais
Esta empresa é superior às concorrentes em Pesquisa e Desenvolvimento
Esta empresa é competitiva no mercado global
6. Serviços e Produtos
Esta empresa dá informações claras nos folhetos/contratos de seus produtos ou
serviços
Seus produtos são globalmente aceitos
Esta empresa aparenta ter uma gestão de qualidade
Esta empresa é garantia em produtos e serviços de qualidade
As características de seus produtos e serviços denotam qualidade
Eu estou satisfeito com a empresa
7. Desenvolvimento
Esta é uma empresa que vem crescendo
Esta empresa introduz inovação tecnológica em seus produtos e serviços
Esta empresa é criativa
Esta empresa tem sucesso em se expandir
135
8. Seriedade e confiança na empresa
Eu seria acionista/sócio desta empresa
Esta empresa faz propaganda honesta de seus produtos
Pode-se confiar nas informações que a empresa dá
Esta empresa comporta-se de forma ética nos negócios
Esta empresa conduz os negócios com humanidade
Esta empresa tem boa política de relacionamento com interlocutores externos à
empresa
Esta empresa é séria na condução dos seus assuntos financeiros
9. Imagem da empresa
Desconheço situações em que a empresa foi questionada pela imprensa
Esta empresa não se envolve com recebimento ou pagamento de propinas
Esta empresa participa de processos de elaboração de propostas de interesse
público
Esta empresa mantém alto padrão na forma de tratar as pessoas
Esta empresa não se envolve em escândalos financeiros
Esta empresa aparenta ser uma empresa que não tem problemas financeiros
Esta empresa é séria na condução de seus assuntos
Sempre cumpre o que promete
136
Apêndice 10 – Questionário consolidado enviado a funcionários
Esta pesquisa é parte da dissertação de mestrado de um aluno da Universidade
Mackenzie. A pesquisa abordará reputação corporativa.
O preenchimento não deve durar mais do que 10 minutos. Estas informações
são confidenciais, e serão usadas de forma agregada para a defesa da
dissertação de mestrado. Por favor, antes de responder leia com cuidado todas
as alternativas.
Agradecemos sua colaboração!
Em que banco você trabalha?
1
Banco do Brasil
2
Banco Real/ ABN Amro Bank/ Sudameris
3
Banespa/ Santander
4
Bradesco/ Bradesco Prime
5
Caixa Econômica Federal
6
HSBC
7
Itaú/ Itaú Personnalité
8
Nossa Caixa
9
Unibanco/ Uniclass
10
Outro
Pensando no banco em que você trabalha, conte-nos o quanto você concorda com as
afirmações abaixo, sendo 1 discordo totalmente e 6 concordo totalmente:
1. Responsabilidade sócio-ambiental
Esta empresa incentiva o uso consciente dos recursos naturais
Esta empresa é responsável com o meio ambiente
Esta empresa se envolve e se preocupa com os problemas da comunidade
onde atua
Esta empresa financia ações sociais
Esta empresa toma decisões visando uma sociedade melhor para todos
2. Preocupação com o cliente
Esta empresa busca excelência no atendimento aos clientes
Esta empresa respeita a confidencialidade das informações dos clientes
Esta empresa usa tecnologia voltada à segurança dos clientes
Esta empresa informa os clientes sobre alterações nos produtos/serviços
Esta empresa negocia em igualdade de condições com seus clientes
Os clientes estão satisfeitos com a empresa
3. Sobre a equipe/funcionários do banco
Esta empresa dá preferência de emprego aos trabalhadores locais
A rotatividade de funcionários é baixa
137
Esta empresa concede benefícios além dos previstos em lei (ex.previdência
privada, creche, bolsas de estudo, assistência médica)
Esta empresa dá oportunidades de aperfeiçoamento e desenvolvimento
profissional a seus funcionários
Esta empresa orienta os funcionários a se prepararem para a aposentadoria
Esta empresa permite que os funcionários sejam sindicalizados
Esta empresa tem plano de remuneração variável baseado na performance
individual (participação nos lucros, bônus)
Esta empresa dá oportunidade iguais a todos os funcionários independente de
raça, gênero, idade, religião e orientação sexual
Esta empresa tem programas voltados à saúde dos funcionários
Esta empresa auxilia os funcionários demitidos a se recolocarem
Esta empresa escuta os funcionários e utiliza as informações obtidas para tomar
decisões
Esta empresa respeita seus empregados
Estou satisfeito com a empresa
4. Posição em relação à concorrência
Esta empresa não pratica concorrência desleal (ex. preços abaixo do custo,
cartel)
Esta empresa é líder no seu segmento de atuação
Esta empresa é exemplo para as demais
Esta empresa é superior às concorrentes em Pesquisa e Desenvolvimento
Esta empresa é competitiva no mercado global
5. Serviços e Produtos
Esta empresa dá informações claras nos folhetos/contratos de seus produtos
ou serviços
Seus produtos são globalmente aceitos
Esta empresa é garantia em produtos e serviços de qualidade
As características de seus produtos e serviços denotam qualidade
6. Desenvolvimento
Esta é uma empresa que vem crescendo
Esta empresa introduz inovação tecnológica em seus produtos e serviços
Esta empresa é criativa
Esta empresa tem sucesso em se expandir
7. Seriedade e confiança na empresa
Eu seria acionista/sócio desta empresa
Esta empresa faz propaganda honesta de seus produtos
Esta empresa comporta-se de forma ética nos negócios
Esta empresa conduz os negócios com humanidade
Esta empresa tem boa política de relacionamento com interlocutores externos
à empresa
Esta empresa é séria na condução dos seus assuntos financeiros
Sou estimulado a agir de acordo com os valores profissionais e ética da
empresa
138
Empresa me informa sobre suas estratégias
Esta empresa me informa sobre sua situação financeira
Esta empresa tem uma gestão de qualidade
8. Imagem da empresa
Desconheço situações em que a empresa foi questionada pela imprensa
Esta empresa não permite nenhum tipo de prática de corrupção pagamento
ou recebimento de propina
Esta empresa participa de processos de elaboração de propostas de interesse
público
Esta empresa mantém alto padrão na forma de tratar as pessoas
Esta empresa não se envolve em escândalos financeiros
Esta empresa não tem problemas financeiros
Esta empresa é séria na condução de seus assuntos
Esta empresa sempre cumpre o que promete
Esta empresa recolhe todos os impostos devidos
139
Apêndice 11 – Denominação das variáveis – grupo funcionários
questão Variável questão Cód SPSS Label Tema associado/ categoria
2.1 RS Esta empresa incentiva o uso consciente dos recursos
naturais
rsreutres reutilização resíduos Políticas de redução e reutilização de resíduos e seu
monitoramento/conscientização ambiental
2.2 RS Esta empresa é responsável com o meio ambiente rsgestamb gestão ambiental Sistema de gestão ambiental/ ecossistema
2.3 RS Esta empresa se preocupa em ajudar a construir uma
sociedade melhor para todos
rsdesust desenvolvimento
sustentável
Visão e estratégia da empresa que contemplam o desenvolvimento
sustentável
2.4 RS Esta empresa trata as pessoas com consideração e sem
discriminação
rsdiscrim não discriminação Não discriminação
2.5 RS Esta empresa se envolve e se preocupa com os problemas da
comunidade onde atua
rscomcom diálogo comunidade Relações e dialogo com partes interessadas - comunidade
2.6 RS Esta empresa financia ações sociais rsfinacsoc financiamento ações
sociais
Financiamento à ação social
3.1 RS Esta empresa busca excelência no atendimento aos clientes rsatconsu atendimento
consumidores
Serviço de atendimento a consumidores e solução de problemas
3.2 RS Esta empresa respeita a confidencialidade das informações
dos clientes
rsprivcons privacidade consumidor Privacidade do consumidor
3.3 RS Esta empresa usa tecnologia voltada à segurança dos clientes rssegcons segurança consumidor Preservação da segurança e saúde do consumidor
3.4 RS Esta empresa leva em conta os comentários e sugestões dos
clientes
rscomstk comunicação
stakeholders
Mapeamento/dialogo com os stakeholders e acompanhamento de
resultados
3.5 RS Esta empresa informa os clientes sobre alterações nos
produtos/serviços
rsaltprod alerta alteração
produtos
Chamar atenção para alterações nos produtos
3.6 RP Esta empresa negocia em igualdade de condições com seus
clientes
rpética ética Ética
3.7 RP Esta empresa respeita seus clientes rppolrel política relacionamento Política relacionamento
4.1 RS Esta empresa dá preferência de emprego aos trabalhadores
locais
rsgeremp geração emprego Geração de empregos
4.2 RS Esta empresa tem funcionários competentes rscapacit capacitação empregados Capacitação continua e empregabilidade
4.3 RS Nesta empresa há pouca troca de funcionários rsturnover turnover Turn over
4.4 RS Os funcionários parecem estar satisfeitos com a empresa rssatisemp satisfação empregados Satisfação de empregados
5.1 RS Esta empresa não pratica concorrência desleal (ex. preços
abaixo do custo, cartel)
rsconcdes concorrência desleal Prevenção de práticas de concorrência desleal
5.2 RP Esta empresa é líder no seu segmento de atuação rplider liderança Liderança
5.3 RP Esta empresa é exemplo para as demais rplider2 liderança 2 Liderança
140
5.4 RP Esta empresa é superior às concorrentes em Pesquisa e
Desenvolvimento
rpinova inovação Inovação
5.5 RP Esta empresa é competitiva no mercado global rpcompeti competitiva Competitiva
6.1 RS Esta empresa dá informações claras nos folhetos/contratos de
seus produtos ou serviços
rsrótulo informação sobre
produto
Informações sobre o produto e rotulagem
6.2 RP Seus produtos são globalmente aceitos rpcompeti2 competitiva 2 Competitiva
6.3 RP Esta empresa aparenta ter uma gestão de qualidade rpqualid qualidade Qualidade
6.4 RP Esta empresa é garantia em produtos e serviços de qualidade rpqualid2 qualidade 2 Qualidade
6.5 RP As características de seus produtos e serviços denotam
qualidade
rpqualid3 qualidade 3 Qualidade
6.6 RS Eu estou satisfeito com a empresa rssatisf satisfação cliente Indicadores de satisfação do consumidor
7.1 RS Esta é uma empresa que vem crescendo rsmktsh market share Market share regional
7.2 RP Esta empresa introduz inovação tecnológica em seus
produtos e serviços
rpinova2 inovação 2 Inovação
7.3 RP Esta empresa é criativa rpinova3 inovação 3 Inovação
7.4 RP Esta empresa tem sucesso em se expandir rpcompeti3 competitiva 3 Competitiva
8.1 RS Eu seria acionista/sócio desta empresa rspgdivid dividendos Dividendos/ juros pagos
8.2 RS Esta empresa faz propaganda honesta de seus produtos rsproph propaganda honesta Gerenciamento de riscos e abordagem preventiva
8.3 RS Pode-se confiar nas informações que a empresa dá rscomstk2 comunicação
stakeholders 2
Informações/comunicações a stakekolders
8.4 RP Esta empresa comporta-se de forma ética nos negócios rpética2 etica 2 Ética
8.5 RP Esta empresa conduz os negócios com humanidade rpética3 etica 3 Ética
8.6 RP Esta empresa tem boa política de relacionamento com
interlocutores externos à empresa
rppolrel3 política relacionamento
2
Política relacionamento
8.7 RP Esta empresa é séria na condução dos seus assuntos
financeiros
rpserfin seriedade financeira Seriedade financeira
9.1 RS Desconheço situações em que a empresa foi questionada pela
imprensa
rsgerisc gerenciamento risco Gerenciamento de riscos e abordagem preventiva
9.2 RS Esta empresa não se envolve com recebimento ou pagamento
de propinas
rscorprop combate corrupção Combate à corrupção e propina
9.3 RS Esta empresa participa de processos de elaboração de
propostas de interesse público
rsintpub interesse público Patrocina e promove discussões de interesse publico / influencia social
141
9.4 RP Esta empresa mantém alto padrão na forma de tratar as
pessoas
rppolrel3 política relacionamento
3
Política relacionamento
9.5 RP Esta empresa não se envolve em escândalos financeiros rpserfin2 seriedade financeira 2 Seriedade financeira
9.6 RP Esta empresa aparenta ser uma empresa que não tem
problemas financeiros
rpserfin3 seriedade financeira 3 Seriedade financeira
9.7 RP Esta empresa é séria na condução de seus assuntos rpserger seriedade geral Seriedade geral
9.8 RP Sempre cumpre o que promete rpserger2 seriedade geral 2 Seriedade geral
142
Apêndice 12 – Denominação das variáveis – grupo clientes
questão Variável questão Cód SPSS Label Tema associado/ categoria
2.1 RS Esta empresa incentiva o uso consciente dos recursos
naturais
rsreures rs reutilização resíduos Políticas de redução e reutilização de resíduos e seu
monitoramento/conscientização ambiental
2.2 RS Esta empresa é responsável com o meio ambiente rsgesamb rs gestão ambiental Sistema de gestão ambiental/ ecossistema
2.3 RS Esta empresa se preocupa em ajudar a construir uma
sociedade melhor para todos
rsdesust rs desenvolvimento
sustentável
Visão e estratégia da empresa que contemplam o desenvolvimento
sustentável
2.4 RS Esta empresa trata as pessoas com consideração e sem
discriminação
rsdiscrm rs não discriminação Não discriminação
2.5 RS Esta empresa se envolve e se preocupa com os problemas da
comunidade onde atua
rscomcom rs diálogo comunidade Relações e dialogo com partes interessadas - comunidade
2.6 RS Esta empresa financia ações sociais rsfinsoc rs financiamento ações
sociais
Financiamento à ação social
3.1 RS Esta empresa busca excelência no atendimento aos clientes rssatcon rs atendimento
consumidores
Serviço de atendimento a consumidores e solução de problemas
3.2 RS Esta empresa respeita a confidencialidade das informações
dos clientes
rspricon rs privacidade consumidor Privacidade do consumidor
3.3 RS Esta empresa usa tecnologia voltada à segurança dos clientes rssegcon rs segurança consumidor Preservação da segurança e saúde do consumidor
3.4 RS Esta empresa leva em conta os comentários e sugestões dos
clientes
rscomsk rs comunicação
stakeholders
Mapeamento/dialogo com os stakeholders e acompanhamento de
resultados
3.5 RS Esta empresa informa os clientes sobre alterações nos
produtos/serviços
rsaltpro rs alerta alteração produtos Chamar atenção para alterações nos produtos
3.6 RP Esta empresa negocia em igualdade de condições com seus
clientes
rpetica rp ética Ética
3.7 RP Esta empresa respeita seus clientes rppolre rp política relacionamento Política relacionamento
4.1 RS Esta empresa dá preferência de emprego aos trabalhadores
locais
rsgeremp rs geração emprego Geração de empregos
4.2 RS Esta empresa tem funcionários competentes rscapaci rs capacitação empregados Capacitação continua e empregabilidade
4.3 RS Nesta empresa há pouca troca de funcionários rsturnov rs turnover Turn over
4.4 RS Os funcionários parecem estar satisfeitos com a empresa rssatemp rs satisfação empregados Satisfação de empregados
5.1 RS Esta empresa não pratica concorrência desleal (ex. preços
abaixo do custo, cartel)
rscondes rs concorrência desleal Prevenção de práticas de concorrência desleal
5.2 RP Esta empresa é líder no seu segmento de atuação rplider rp liderança Liderança
5.3 RP Esta empresa é exemplo para as demais rplider2 rp liderança 2 Liderança
5.4 RP Esta empresa é superior às concorrentes em Pesquisa e
Desenvolvimento
rpinova rp inovação Inovação
5.5 RP Esta empresa é competitiva no mercado global rpcomp rp competitiva Competitiva
6.1 RS Esta empresa dá informações claras nos folhetos/contratos de
seus produtos ou serviços
rsrótulo rs informação sobre
produto
Informações sobre o produto e rotulagem
143
6.2 RP Seus produtos são globalmente aceitos rpcomp2 rp competitiva 2 Competitiva
6.3 RP Esta empresa aparenta ter uma gestão de qualidade rpquald rp qualidade Qualidade
6.4 RP Esta empresa é garantia em produtos e serviços de qualidade rpquald2 rp qualidade 2 Qualidade
6.5 RP As características de seus produtos e serviços denotam
qualidade
rpquald3 rp qualidade 3 Qualidade
6.6 RS Eu estou satisfeito com a empresa rssatisf rs satisfação cliente Indicadores de satisfação do consumidor
7.1 RS Esta é uma empresa que vem crescendo rsmktsh rs market share Market share regional
7.2 RP Esta empresa introduz inovação tecnológica em seus
produtos e serviços
rpinova2 rp inovação 2 Inovação
7.3 RP Esta empresa é criativa rpinova3 rp inovação 3 Inovação
7.4 RP Esta empresa tem sucesso em se expandir rpcomp3 rp competitiva 3 Competitiva
8.1 RS Eu seria acionista/sócio desta empresa rspgdiv rs dividendos Dividendos/ juros pagos
8.2 RS Esta empresa faz propaganda honesta de seus produtos rsproph rs propaganda honesta
Padrões e códigos voluntários relacionados à propaganda
8.3 RS Pode-se confiar nas informações que a empresa dá rscomsk2 rs comunicação
stakeholders 2
Informações/comunicações a stakekolders
8.4 RP Esta empresa comporta-se de forma ética nos negócios rpetica2 rp etica 2 Ética
8.5 RP Esta empresa conduz os negócios com humanidade rpetica3 rp etica 3 Ética
8.6 RP Esta empresa tem boa política de relacionamento com
interlocutores externos à empresa
rppolre2 rp política relacionamento
2
Política relacionamento
8.7 RP Esta empresa é séria na condução dos seus assuntos
financeiros
rpserfi rp seriedade financeira Seriedade financeira
9.1 RS Desconheço situações em que a empresa foi questionada pela
imprensa
rsgerisc rs gerenciamento risco Gerenciamento de riscos e abordagem preventiva
9.2 RS Esta empresa não se envolve com recebimento ou pagamento
de propinas
rscompro rs combate corrupção Combate à corrupção e propina
9.3 RS Esta empresa participa de processos de elaboração de
propostas de interesse público
rsintpub rs interesse público Patrocina e promove discussões de interesse publico / influencia
social
9.4 RP Esta empresa mantém alto padrão na forma de tratar as
pessoas
rppolre3 rp política relacionamento
3
Política relacionamento
9.5 RP Esta empresa não se envolve em escândalos financeiros rpserfi2 rp seriedade financeira 2 Seriedade financeira
9.6 RP Esta empresa aparenta ser uma empresa que não tem
problemas financeiros
rpserfi3 rp seriedade financeira 3 Seriedade financeira
9.7 RP Esta empresa é séria na condução de seus assuntos rpserge rp seriedade geral Seriedade geral
9.8 RP Sempre cumpre o que promete rpserge2 rp seriedade geral 2 Seriedade geral
144
Apêndice 13 – Modelo de redução de dados da análise fatorial - funcionários
145
Apêndice 14 – Modelo de redução de dados da análise fatorial - clientes
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