aula - fazendo uso somente de “giz e saliva”
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, abolidas as cartilhas, porém
direcionados agora pe los livros didáticos
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.
A elim inação da reprovação ha via sido imp osta po r decretos d o governo de
Estado e resolu ções da Secretaria d e Educaçã o que reestruturaram a ed ucação
básica e instituíram o Regime de Progressão Continuada com a organização p or
ciclos. No sistema de ciclos “era proibido repetir” (SILV A; DAVIS, 1993) e a
avaliação que no Regime de Progressão Continuada deveria ser o grand e elemento
articulador d as práticas peda gógicas (SOUZA , 2 002), era realizada com o nos
tempos de out rora, classificando o aluno, sem efeitos de intervenção no seu
processo de aprendizagem, e xceto p ara justificar sua reprovação, deslocando
sobremaneira sua finalidade proposta: acom panhamento do de senvolvimento da
aprendizagem do aluno.
Como Professora Supervisora de Estágio de um Curso No rmal de Tempo
Integral of icial de formação de professores, o CEFAM
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, este cenário nos pertu rbava.
O questio namento dos fu turos educadores em formaçã o sobre a dicotomia
imobilizante e ntre teoria e prática era ensurdecedor, eram doze hora s semanais,
perfazendo um total de trezento s e sessenta horas anuais de o bservação de prática,
com supervisão in loco de nossa parte, de uma realidade angustiante.
Ao fazer a su pervisão d o Estágio d os alunos in loco, pudemo s verif icar e ste
cenário e a companhar o s docentes das escolas estagiadas em reuniões, conversas
informais, no s intervalos d os alunos e também participand o, a convite d os gestores
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Giz e saliva: utilizamos esta expressão p ra denunciar que,e m vista a tantas inovações metodológicas e de
recursos didáticos, o que se vê n a m aioria das salas de aula das escolas públicas é a que em grande parte do
dia, o professor só se utiliza da lousa como recurso didático, em todos os níveis de ensino.
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Livros didáticos: os li vros didáticos são encamin hados para as escolas públicas pelo Programa Na cional do
Livro Didático (PNLD) para serem utilizados e reutilizados num prazo de três anos, independente da rotatividade
de prof essores e suas c oncepções pedagógicas, co nsiderando os c omponentes curriculares privilegia dos
oficialmente: Língua Portuguesa, Matemática, Histó ria, Geografia e Ciências. Porém, o m aior agra vante é que
embora sejam encaminhados exemplares de títulos para manuseio e escolha dos professores, ao receberem no
início do ano letivo subseqüente, os livros nem sem pre coincidem com os escolhidos, devendo o professor
utilizá-los pelos próximos três anos.
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CEFAM: Centr o Específico de F ormação e Aperfeiçoamento do Magistério. Criado pelo Decreto Governamental
Nº 28.089 de 13 de Ja neiro de 1988, no â mbito da Rede Estadual de Ensino. Segundo a Resolução SE nº. 14 de
28 d e Janeiro de 1988, são objetivos d o CEFAM: "re cuperar a especificidade dos cursos de formação para o
magistério e col aborar para s uprir as deficiências do atendimento às séries iniciais da escolaridade n a rede
estadual de ensino; oportunizar aos alunos, trab alhadores e demais concluintes do 1º g rau da red e pública um
curso de formação de professores de boa qualidade, em pe ríodo integral; oferecer programas de
aperfeiçoamento aos docentes qu e atuam, na rede pública es tadual, de p ré-escola à 4ª séri e do 1º grau e nos
cursos de 2º grau com Habilitação Específica d e Magistério; coordenar em nível regional e studos e ações sobre
a h abilitação do magistério e a tender a política de ação e diret rizes da Secretaria da Educação".Havia ainda o
oferecimento d e bolsa d e estudo, de valor condicionado ao salário mín imo vigente, afim de que os interessados
pudessem dedicar-se somente aos estudos.