RESUMO
A co munidade bio lóg ica po de ser de finida co mo u m conjunto de espéc ies que oco rrem em u m
mesmo lugar , co nect ado s uns ao s out ros por suas relações de a liment ação e outr as int er açõ es. Uma das
hipót eses mais ut ilizadas para e xplicar padrõ es na est rut uração das co munid ades é a co mpet ição
int er espec ífica. Ass im, as co mu nidades est rut uradas por int eraçõ es co mpet it iva s devem aprese ntar algu m
limit e de similar idade no uso de recursos que possa garant ir a coexist ê ncia das espécies. Os objet ivo s
gera is do t rabalho são estudar e a nalisar a co mu nidade de aves no vale do R io Para nã, G O e TO , co m
ênfase na f lo rest a est acio nal decidual e t estar a hipót ese da similar idade limit a nte ( MacArt hur e Levins,
1967), que pr ed iz que e ntre as e spécies e m u ma co mu nidade de ve haver u m limite máximo n a
similar idade mor fo lóg ica, o u seja, na ut ilização dos recur sos. Foram amo str adas com redes de neblin a tr ês
áreas de cerrado ( sent ido restrit o) e uma de flo resta est acional de cidu al. Captur aram- se 734 indivídu os de
102 espécies, co mo resu lt ado de um e sfo rço amost ral de 4879. 5 horas-r ede. As espécies mais a bundantes
na floresta estacional decidual de São Domingos, GO, foram Basileuterus flaveolus, Dendrocolaptes
platyrostris, Thamnophilus punctatus e Sittasomus griseicapillus; no cer rado de Alvo r ada do No rte, GO,
Columbina picui e C. squammata; no cerrado de São Do mingos Amazilia fimbriata e T. punctatus e no
cerrado de Paranã, TO, A. fimbriata e Elaenia chiriquensis. A co munidade co m ma io r índice de d e nsidade
fo i a do cer rado de P aranã, nessa co mu nidade observou -se t ambém o maio r nú mero de nect arívo ros e
fr ug ívo ro s. No s rema nescentes de flor est a estacio nal decidual d e São Domingos reg ist rar am-se 134
espécies de a ves, co m base nos dados o bt ido s e no tr abalho de Lopes (2004) , das qua is 72% t ê m a lgu ma
dependê ncia de ha bit at s flo rest a is. No espaço mor fo mét rico as a ves inset ívo ras do sub-bosque, d iurnas e
res ide ntes e m f lo r esta est ac io nal dec idu a l, mo st r ara m segregação morfo ló g ica e eco lóg ica. Separ ara m- se
no espaço morfo ló g ico espécies maio res co m bico s grosso s e compridos. As cat ego rias a liment ares mais
signif icantes na or denação das espéc ies fo ra m Fo rmic idae, Co leo ptera, out ros H ymeno ptera e He mípt era.
Na t axocenose de arapaçu s ver ificou-se u ma maior so brepo sição eco ló g ica e ntre Dendrocolaptes
platyrostris e Xiphorhynchus guttatus e ent re Lepidocolaptes angustirostris e Campylorhamphus
trochilirostris. Po ssivelment e entre esse s pares d e espécie o co rrem divergê ncias e m outr as d ime nsõe s
eco ló g icas, na seleção de hábit at e micro- hábit at , no forr ageamento. Em a mbas as co munidades, as
caract er íst ic as mo r fo lóg icas não fo r a m d iferent es significat iva mente do s valo res esper ado s e m
co mu nidades aleat órias, não co rrobor ando com a hipót ese da similar idade limit a nte. As co munidades
analisadas não demonst ra m uma est r ut ur ação com ba se na segregação por compet iç ão de r ecur so s. Fato r es
hist ó ricos e evo lutivo s po dem ter cont r ibu ído mais essencia lmente par a a estrut ur ação das comu nidad es.
Palavras-chave: estr ut ura de co mu nidades, sobrepo s ição eco lóg ica, co mpet ição int er espec ífica,
similar idade limit a nte, mo r fo log ia, d iet a, aves do sub-bo sque, inset ívo r as, ar apaçus, cerr ado, flo r esta
est acional decidual, vale do Rio Paranã.