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Fowler (op.cit.) sustenta que há mais termos para designar as mulheres do que para designar os
homens, o que indica que a sociedade entende a mulher como tendo um status anormal.
Para corroborar com a afirmação do autor, levantamos uma lista de alguns termos em
inglês que se referem às mulheres:
woman, lady, girl, girlie, lass, sister, bimbo, crack, broad, chick, babe, dame, doll, damsel,
crone, dish, honey, miss, nympho, skirt, sugar, toots, wench, hag, tramp, bag, bitch,
whore, tease, harpie, darling, sweetie, witch, ho, tart, vamp, squaw, angel, cookie, hussy,
gossip, airhead, dog, dyke, lebian;
e aos homens:
man, gent, boy, guy, fellow, gentleman, lad, brother, bloke, chap, codger, dude, geek,
geezer, nerd, schmuck, sport, stag, stud, hunk, jock, bum, buddy, wimp, jerk, creep,
redneck, bastard, prick, asshole, fairy, gay, faggot, motherf---er, queer.
Os excertos mostram como a mulher está representada dentro da esfera privada, com valor
atribuído por vocábulos que definem o feminino, nesta FD, como gracious, old-fashioned
woman, daughter of, married to e, portanto, implicitamente “mãe”.
Vejamos agora as palavras que definem o pai e o marido mencionados no artigo: Ontario
Liutenant-Governor, lawyer, won a famous victory, Liberal, federal cabinet minister, chief
justice, a financier, a Conservative MP.
Concordamos mais uma vez com Fowler (1991) quando afirma que, quando se trata de
política ou lei, os verbos de ação são muito usados nos textos jornalísticos. No excerto acima,
podemos perceber o uso dos verbos ativos won e ruled no trecho referente às realizações
masculinas, contrastando com as formas passivizadas de were legal persons e could not be
excluded, ligadas a fatos femininos.
Quando o texto se refere a homens, percebemos que estes se caracterizam pela ocupação e
pelo sucesso na vida pública. Podemos constatar que há uma diferença na escolha das palavras
usadas para qualificar o gênero masculino e o feminino, o que produz o efeito de “naturalizar”
uma categoria reforçando a distinção entre os gêneros.
Para que o mundo possa significar, operamos pelas categorias pré-existentes em nossas
mentes, isto é, os valores atribuídos ao sujeito-mulher a personificam como certo modelo e