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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE MEDICINA
PÓS – GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E CONTEÚDOS
CURRICULARES SOBRE SEXO E SEXUALIDADE DE
ADOLESCENTES NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE PITANGUI-MG
ALBERTO ELIAS LOPES CANÇADO
BELO HORIZONTE
2007
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1
ALBERTO ELIAS LOPES CANÇADO
AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E CONTEÚDOS
CURRICULARES SOBRE SEXO E SEXUALIDADE DE
ADOLESCENTES NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE PITANGUI-MG
Dissertação apresentado ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde, Área de
concentração: Saúde da Criança e do Adolescente da
Faculdade de Medicina da UFMG, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre.
Orientador: Professor, Dr. Marco Antônio Duarte
Co-orientador: Professor, Dr. Roberto Assis Ferreira
FACULDADE DE MEDICINA - UFMG
BELO HORIZONTE
2007
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3
Universidade Federal de Minas Gerais
Ciências da Saúde
Área de Concentração em Saúde da Criança e do Adolescente
Reitor: Prof. Ronaldo Tadêu Pena
Vice-Reitora: Profa. Heloisa Maria Murgel Starling
Pró-Reitor de Pós-Graduação: Prof. Jaime Arturo Ramirez
Pró-Reitor de Pesquisa: Prof. Carlos Alberto Pereira Tavares
Diretor da Faculdade de Medicina: Prof. Francisco José Penna
Vice-Diretor da Faculdade de Medicina: Prof. Tarcizo Afonso Nunes
Coordenador do Centro de Pós-Graduação: Prof. Carlos Faria Santos Amaral
Sub-coordenador do Centro de Pós-Graduação: João Lúcio dos Santos Jr.
Chefe do Departamento de Pediatria: Profa. Cleonice de Carvalho Coelho Mota
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Área de
Concentração em Saúde da Criança e do Adolescente: Prof. Joel Alves
Lamounier
Sub Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Medicina - Área de
Concentração em Pediatria: Prof. Eduardo Araújo de Oliveira
Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Área de
Concentração em Saúde da Criança e do Adolescente:
Prof. Joel Alves Lamounier
Prof. Eduardo Araújo de Oliveira
Profª Ana Cristina Simões e Silva
Prof. Francisco José Penna
Profª Ivani Novato Silva
Prof. Lincoln Marcelo Silveira Freire
Prof. Marco Antônio Duarte
Profª Regina Lunardi Rocha
Rute Maria Velásquez Santos (Rep. Disc. Titular)
Ludmila Teixeira Fazito (Rep. Disc. Suplente)
4
Às minhas queridas tias Balbina e Thereza que partiram sem nunca terem tido a
oportunidade de terem conhecimentos sobre sexo e sexualidade através dos pais e
nem da escola.
Às sobrinhas Ana Elisa, Ana Isabel e Isadora para que quando estiverem na escola,
tenham um currículo satisfatório de sexo e sexualidade capaz de conduzi-las à uma
adolescência com alegria e dignidade que o ser humano merece.
5
AGRADECIMENTOS
Aos adolescentes que buscam o conhecimento na escola, almejando um caminho
mais seguro para suas atitudes.
Aos diretores(as) e professores(as) das escolas públicas em sua incansável luta
pelo futuro de seus alunos.
Aos professores da Pós-graduação pelas aulas brilhantes e aperfeiçoamento
contínuo em prol da pesquisa.
Aos funcionários(as) do Centro de Pós-Graduação pela receptividade e amizade.
Ao Professor Antonio Benedito Lombardi, pelo apoio e aprendizado na Escola
“Mestre Paranhos”, trilha segura para minha chegada ao mestrado.
Ao Professor Joel Alves Lamounier, que consegue enxergar além da ciência,
grandes realizações para o bem da humanidade.
Ao Co-orientador Professor Roberto Assis Ferreira pela grande contribuição e
sugestões valiosas para que o nosso projeto fosse concretizado.
Em especial ao orientador Professor Marco Antonio Duarte, que além de trazer
consigo uma enorme bagagem de conhecimentos multidisciplinares,é um verdadeiro
mestre em iluminar e aceitar seus alunos.
6
RESUMO
Introdução: Este estudo, descritivo, de corte transversal, teve por objetivo avaliar os
conhecimentos sobre sexo e sexualidade, na população de alunos de ambos os
gêneros, com idade entre10 e 15 anos de idade, nas cinco escolas públicas de
Pitangui-MG, em 2006. Métodos: Como instrumento de pesquisa para coleta de
informações, utilizou-se um questionário contendo 23 questões baseadas nos
conteúdos curriculares do MEC (PCNs), SEE-MG e manuais de ensino neles
baseados. Quatro questões procuravam avaliar a origem dos conhecimentos sobre
sexo e sexualidade: Quem? Onde? Quantas vezes no ano? Quais assuntos foram
mais discutidos no ambiente escolar? Foram coletados dados referentes ao nome da
escola, idade o aluno em anos e meses, série em curso, gênero e turno. Em todas
as questões havia a opção "Não sei", para ser marcada se o adolescente
desconhecesse o tema. Foram providenciadas medidas para que não houvesse
comunicação entre os alunos, para que houvesse tempo suficiente para as
respostas, professores treinados em aplicação de testes, conferência de
questionários entregues e devolvidos (faltosos) pelo pesquisador. Resultados: De
um total válido de 1421 adolescentes (86,4%), participaram da pesquisa 524 alunos
(31,9%), sendo que 863 (52,5%) não consentiram em responder e 34 alunos (2,1%)
não compareceram. 58,2% eram do gênero feminino e 41,8% do gênero masculino.
Em relação às respostas válidas houve 39,6% de erros, 43,3% de acertos e 17,1%
de desconhecimentos. Os adolescentes das idades e séries mais avançadas e do
gênero feminino mostraram maior percentual de acertos nas questões. Quanto à
anatomia dos aparelhos reprodutores a resposta mais errada foi o local anatômico
da ocorrência da fecundação (79,1%); o nome da célula reprodutora masculina a
mais acertada (83,3%) e a que mais desconhecem é o local anatômico da produção
dos espermatozóides (16,7%). Em fisiologia 63,7% acertaram a primeira
transformação feminina na puberdade, 38% erraram a relação entre gravidez/ ciclo
menstrual e 60,8% desconhecem a definição de menarca. Nos conhecimentos de
sexualidade 73,8% acertaram a definição de sexualidade responsável, 71,7%
erraram a concepção de relação sexual e 23,1% desconhecem a definição de
masturbação. A mãe e a televisão são as duas principais fontes de conhecimentos
sobre sexo e sexualidade; a escola ensina em média duas vezes por ano; sendo os
aparelhos reprodutores o assunto melhor explicado na escola sobre sexo e
sexualidade. Conclusão: Pode-se concluir que o gênero feminino apareceu em
maior porcentagem. Houve maior percentual de acerto nas questões de anatomia,
fisiologia e sexualidade em alunos das séries mais avançadas (7ª e 8ª séries), e em
relação ao gênero existe um maior percentual de erros e desconhecimento entre o
gênero masculino e aproximadamente o mesmo percentual de erros. Adolescentes
de 5ª a 8ª séries das escolas públicas de Pitangui-MG demonstram erros e
desconhecimentos sobre sexo e sexualidade, e a alta falta de consentimento tende a
comprovar os dados estatísticos.
Palavras-chave: Sexualidade; Adolescente; Educação sexual; Sexo.
7
ABSTRACT
Introduce: This descriptive cross-section study, developed in 2006, was aimed at
evaluating the understanding of sex and sexuality among 10 to 15 year-old students
of five public schools in the city of Pitangui, Minas Gerais State. Methods: The
methodology included a 23-questions questionnaire based on the Ministry of
Education Curricular Parameters - MEC (PCNs), the curriculum proposed by the
Minas Gerais State Secretary of Education and on the textbooks adopted in the
public schools. Four questions assessed the source of the students’ knowledge of
sex and sexuality: Who? Where? How many times per year? Which subjects were
most discussed in school? The data collected included name of school, student age
(years and months), school level, gender and indication of either day or evening
classes. All questions included the option “I don’t know”, in case the respondent had
no knowledge of the subject. Measures were taken not to allow the students to
interact with their peers while answering the questions, give them sufficient time to
complete their answers, have qualified teachers applying the questionnaire and have
the researcher checking of the questionnaires delivered or returned due to absence
of some subjects. Results: From a valid total of 1421 (86.5%) teenagers interviewed,
only 524 (32.9%) effectively participated in the survey. 863 students (52.5%) refused
to provide answers and 34 (2.1%) were absent. 58.2% were female and 41.8% male.
39.6% of the valid answers contained errors, 43.3% of the interviewees provided
correct answers but 17.1% were unable to answer for lack of knowledge. The highest
percentage of correct answers was supplied by the oldest female teenagers in the
advanced grades. 79.1% of the respondents were not able to provide a correct
answer about the exact location of fertilization in the reproductive system. 83.3% of
the subjects provided the correct name of the male reproductive cell, but 16.7% were
not able to identify where the production of spermatozoids occurs. In the field of
physiology, the question about the first female transformation during puberty received
63.7% of correct answers. 38% of the teenagers provided wrong answers for the
questions on the relation between pregnancy and menstruation and 60.8% said they
did not know what menarche meant. The definition of responsible sexuality was
correctly provided by 73.8% of the interviewees while the concept of sexual relation
was mistakenly defined by 71.7%. 23.1% of the students could not define
masturbation. Mothers and television were considered the two main sources of
knowledge about sex and sexuality. The school offers an average of two lectures per
year on the subject of sex and sexuality focusing mainly on the description of the
reproductive system. Conclusion: The feminine gender provided the highest
percentage of respondents. The highest percentage of correct answers for the
questions about anatomy, physiology and sexuality was obtained in the advanced
levels (7
th
and 8
th
grades), the masculine gender showing the highest percentage of
errors and lack of knowledge. A final conclusion was that 5
th
to 8
th
grade students
enrolled in the public schools of Pitangui, Minas Gerais State, have a poor
understanding of sex and sexuality. To some extent, the high level of unwillingness to
provide data tended to support the statistical results.
Key words: Sexuality; Adolescent; Sexual education; Sex.
8
LISTA DE FIGURA
Figura 1 Fluxograma com o número e percentual de alunos por Estola e na
mostra fálica total de acordo com a participação na pesquisa...................
.
36
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Distribuição percentual do total válido de alunos de acordo com a
participação na pesquisa de conteúdos sobre sexualidade entre os
alunos das escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais
(2006) – por escola e na amostra total.......................................................
.
36
Gráfico 2 Percentual de acertos em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui,
Minas Gerais (2006)...................................................................................
.
43
Gráfico 3 Percentual de erros em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui,
Minas Gerais (2006)...................................................................................
.
44
Gráfico 4 Percentual de desconhecimento em questionário de conteúdos sobre
sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de
Pitangui, Minas Gerais (2006)....................................................................
.
46
Gráfico 5 Percentual de erro, acerto e desconhecimento em questionário de
conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas da
cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com a série...............
.
47
Gráfico 6 Percentual de erro, acerto e desconhecimento em questionário de
conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas da
cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com o gênero ...........
.
48
Gráfico 7 Percentual de erro, acerto e desconhecimento em questionário de
conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas da
cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com a faixa etária.....
49
Gráfico 8 Distribuição percentual das respostas na questão “Quem conversa
com você sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de escolas
públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)................................
.
50
Gráfico 9 Distribuição percentual das respostas na questão “Quem conversa com
você sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de escolas públicas da
cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com o gênero ...........
.
50
Gráfico 10 Distribuição percentual das respostas na questão “Quem conversa
com você sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de escolas
públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com a
série............................................................................................................
.
51
10
Gráfico 11 Distribuição percentual das respostas na questão “Onde você obtém
informações sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de escolas
públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)................................
.
52
Gráfico 12 Distribuição percentual das respostas na questão “Onde você obtém
informações sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de escolas
públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006), de acordo com o
gênero ........................................................................................................
.
52
Gráfico 13 Distribuição percentual das respostas na questão “Onde você obtém
informações sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de escolas
públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006), de acordo com a
faixa etária..................................................................................................
.
52
Gráfico 14 Distribuição percentual das respostas na questão “Quantas vezes por
ano você teve aulas sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de
escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)...................
.
53
Gráfico 15 Distribuição percentual das respostas na questão “Quantas vezes por
ano você teve aulas sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de
escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006), de acordo
com o gênero .............................................................................................
.
54
Gráfico 16 Distribuição percentual das respostas na questão “Quantas vezes por
ano você teve aulas sobre sexo e sexualidade” entre os alunos de
escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006), de acordo
com a faixa etária.......................................................................................
.
54
Gráfico 17 Distribuição percentual das respostas na questão “Qual assunto é
melhor explicado na escola sobre sexo e adolescência” entre os alunos
de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)..............
.
55
Gráfico 18 Distribuição percentual das respostas na questão “Qual assunto é
melhor explicado na escola sobre sexo e adolescência” entre os alunos
de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006), de
acordo com o gênero .................................................................................
.
55
Gráfico 19 Distribuição percentual das respostas na questão “Qual assunto é
melhor explicado na escola sobre sexo e adolescência” entre os alunos
de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006), de
acordo com a faixa etária...........................................................................
.
56
Gráfico 20 Distribuição das idades dos alunos de acordo com a série agrupada.......
.
158
11
Gráfico 21 Porcentagem de erros em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui,
Minas Gerais (2006) – questões selecionadas com baixo, médio e alto
percentual de erros por questão ...............................................................
.
159
Gráfico 22 Porcentagem de acertos em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui,
Minas Gerais (2006) – questões selecionadas com baixo, médio e alto
percentual de acertos por questão.............................................................
.
159
Gráfico 23 Porcentagem de desconhecimentos em questionário de conteúdos
sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de
Pitangui, Minas Gerais (2006) – questões selecionadas com baixo,
médio e alto percentual de desconhecimento por questão .......................
.
160
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Estatísticas descritivas para a Idade das crianças nas faixas etárias de
10,0 a 12,0 e de 12,1 a 15,0 anos.............................................................. 37
Tabela 2 Distribuição de freqüências das variáveis de caracterização dos alunos
participantes da pesquisa ........................................................................... 132
Tabela 3 Distribuição das respostas dos alunos que participaram da pesquisa em
cada questão .............................................................................................. 133
Tabela 4 Distribuição das respostas dos alunos que participaram da pesquisa em
cada questão, classificadas como acerto, erro ou desconhecimento ........ 139
Tabela 5 Distribuição dos alunos que participaram da pesquisa de acordo com o
Gênero........................................................................................................ 142
Tabela 6 Percentual de acertos em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui,
Minas Gerais (2006 .................................................................................... 143
Tabela 7 Percentual de erros em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui,
Minas Gerais (2006 .................................................................................... 144
Tabela 8 Percentual de desconhecimento (“Não sei”) em questionário de
conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas da
cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006).................................................... 145
Tabela 9 Resultado do teste para comparação das respostas nas diversas
questões ..................................................................................................... 148
Tabela 10 Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas
a conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas
de Pitangui, Minas Gerais (2006) segundo o gênero masculino ................ 149
Tabela 11 Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas
a conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas
de Pitangui, Minas Gerais (2006) segundo o gênero feminino................... 150
Tabela 12 Estatísticas descritivas para a Idade das crianças de acordo com a
série............................................................................................................ 151
Tabela 13 Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas
a conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas
de Pitangui, Minas Gerais (2006) segundo a faixa etária de 10,0 a 12,0
anos ............................................................................................................ 151
13
Tabela 14 Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas
a conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas
de Pitangui (2006) segundo a faixa etária de 12,1 a 15,0 anos ................. 152
Tabela 15 Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas
a conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas
de Pitangui (2006) que cursam a 5ª ou a 6ª série ...................................... 153
Tabela 16 Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas
a conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos ..................................... 154
Tabela 17 Número e percentual de erros, acerto e desconhecimento no total de
questões sobre conteúdos de sexualidade aplicado em alunos de
escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com a
série............................................................................................................ 155
Tabela 18 Número e percentual de erros, acerto e desconhecimento no total de
questões sobre conteúdos de sexualidade aplicado em alunos de
escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com o
gênero......................................................................................................... 155
Tabela 19 Número e percentual de erros, acerto e desconhecimento no total de
questões sobre conteúdos de sexualidade aplicado em alunos de
escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com a
faixa etária .................................................................................................. 156
Tabela 20 Distribuição de frequências (número e percentual de respostas) da
questão “Quem conversa com você sobre sexo e sexualidade” entre os
alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006) ................... 156
Tabela 21 Distribuição de frequências (número e percentual de respostas) da
questão “Onde você obtém informações sobre sexo e sexualidade”
entre os alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006) ..... 157
Tabela 22 Distribuição de frequências (número e percentual de respostas) da
questão “Quantas vezes por ano você teve aula sobre sexo e
sexualidade na escola” entre os alunos de escolas públicas de Pitangui,
Minas Gerais (2006) ................................................................................... 157
Tabela 23 Distribuição de frequências (número e percentual de respostas) da
questão “Qual assunto é melhor explicado na escola sobre sexo e
adolescência” entre os alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas
Gerais (2006).............................................................................................. 157
14
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEV
Associação Brasileira de Enfermagem
AIDS
Acquired Imunodeficiency Syndrome
CBC
Conteúdo Básico Comum
CNPD
Comissão Nacional de População e Desenvolvimento
COEP
Comitê de Ética em Pesquisa
DST
Doenças Sexualmente Transmissíveis
EPI
Educação Preventiva Integral
FLASSES
Federação Latinoamericana de Sociedades de Sexologia e Educação
Sexual
FNDE
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
LDB
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC
Ministério da Educação e do Desporto
PCN
Parâmetros Curriculares Nacionais
PEÃS
Programa de Educação Afetivo Sexual
PNLD
Plano Nacional do Livro Didático
PROEB
Programa de Avaliação da Rede Pública da Educação Básica
PRONAICA
Programa Nacional de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente
SEE-MG
Secretaria de Estado de Educação-Minas Gerais
SEF
Secretaria de Educação Fundamental
SEPESPE
Secretaria de Projetos Educacionais Especiais
SSPS
Statistical Package for the Social Sciences
UNESCO
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
UNIFESP
Universidade Federal de São Paulo
15
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO....................................................................................
17
1.1 Saúde escolar e ensino de sexo e sexualidade .................................. 17
2
REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................
26
2.1 O conhecimento sobre sexualidade na escola.................................... 26
3
OBJETIVOS........................................................................................
31
3.1 Objetivo geral ...................................................................................... 31
3.2 Objetivos específicos .......................................................................... 31
4
ADOLESCENTES E MÉTODOS ........................................................
32
4.1 Cenário do estudo............................................................................... 32
4.2 Métodos .............................................................................................. 33
4.2.1 Seleção dos adolescentes .................................................................. 33
4.2.2 Caracterização da população estudada.............................................. 35
4.2.3 Coleta dos dados (Aplicação do questionário escrito)......................... 37
4.3 Considerações éticas.......................................................................... 39
4.4 Análise estatística dos dados.............................................................. 40
5
RESULTADOS....................................................................................
42
5.1 Estudo do nível de conhecimento de conteúdos sobre sexo e
sexualidade ......................................................................................... 42
5.1.1 Questões acertadas ............................................................................ 42
5.1.2 Questões erradas................................................................................ 43
5.1.3 Questões de desconhecimento ("não sei") ......................................... 45
5.2 Erros, acertos e desconhecimento (“não sei”) no total de questões,
de acordo com a série, gênero e idade............................................... 46
5.3 Fontes do conhecimento sobre sexo e sexualidade............................ 49
5.3.1 Pessoas de convivência do aluno ....................................................... 49
5.3.2 Local de informação sobre sexo e sexualidade .................................. 51
6.3.3 Freqüência anual de informação sobre sexo e sexualidade na
escola..................................................................................................
53
5.3.4 Assunto sobre sexo e sexualidade sendo explicado na escola........... 54
6
DISCUSSÃO.......................................................................................
57
16
6.1 Metodologia e adolescentes................................................................ 57
6.2 Acertos, erros e desconhecimentos ("Não sei") .................................. 64
6.2.1 Anatomia e fisiologia dos aparelhos reprodutores .............................. 64
6.2.2 Sexualidade ........................................................................................ 72
6.3 Fontes de conhecimento sobre sexo e sexualidade............................ 79
6.3.1 Pessoas de convivência do aluno ....................................................... 79
6.3.2 Local de informação sobre sexo e sexualidade .................................. 84
6.3.3 Freqüência anual de informação sobre sexo e sexualidade na
escola..................................................................................................
88
6.3.4 Assunto sobre sexo e sexualidade sendo explicado na escola........... 91
7
CONCLUSÕES...................................................................................
95
8
COMENTÁRIOS FINAIS.....................................................................
97
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................
99
ANEXOS
110
ANEXO 1 Termo de consentimento livre e esclarecido para o aluno .................. 111
ANEXO 2 Termo de consentimento livre e esclarecido para pais ou
responsáveis .......................................................................................
113
ANEXO 3 Questionário escrito para os adolescentes ......................................... 115
ANEXO 4 Aprovação no Departamento de Pediatria – UFMG............................ 120
ANEXO 5 Aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa – COEP – UFMG............. 122
ANEXO 6 Autorização da 45ª Superintendência de Educação de Minas
Gerais e dos Diretores das Escolas pesquisadas ............................... 124
ANEXO 7 Gráficos e tabelas estatísticas ............................................................ 131
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 Saúde escolar e ensino de sexo e sexualidade
No século XVIII, Rossseau, em seu Tratado de educação masculina, já chamava a
atenção para o fato de que “a única parte útil da medicina é a higiene”. Tal
reivindicação, contudo, atravessa o século XIX, prolongando e se atualizando no
século XX como evidenciado na Bíblia da saúde do brasileiro Renato Kehl.
(GONDRA, 1980).
Nos colégios e liceus, qualquer assunto que se referisse aos sentimentos ou à
sexualidade era considerado suspeito, e o “corpo” docente finge ter diante de si
apenas espíritos. (LEVI e SCHMITT,1996).
No Brasil, o 1º Congresso de Saúde Escolar, em 1942, estabelecia propostas que
incorporavam contribuições da Psicologia com uma melhor definição de
psicopatologia infantil e da subnormalidade mental, em suas várias causas de ordem
endócrina, hereditária, etc. No item VII destaca: Higiene mental nos meios escolares,
contudo, sua proposta não apresenta mudanças significativas das mesmas do inicio
do século. (LIMA, 1985)
Uma proposta de saúde escolar com uma equipe de residentes em pediatria,
realizada em São Paulo, em 1976, do Instituto da criança da USP em escolas
propunha que as atividades deveriam se limitar a trabalhos de observação e
investigação, assessoria ao corpo docente em questões concernentes à saúde ou
18
ao ensino da saúde. O autor conclui que seu trabalho não passava de uma tentativa
de re-hi-gienização escolar. Essas foram tentativas de implantação de saúde escolar
desvinculadas do currículo escolar. (LIMA, 1985)
Essas questões de políticas do corpo que exigem atenção por direito próprio, são
muitas vezes negligenciadas e seguimos, por exemplo, a história da educação,
possuindo uma visão fechada, isolada e estreita segundo o historiador da medicina
Roy Porter (1992).
Na segunda metade do século XX surgem estudiosos e pesquisadores do currículo
escolar e educação para a saúde, alterando assim sua formulação. Contribuiu para
isso também modificações no comportamento social dos adolescentes, com a
influência da mídia, surgimento da AIDS, precocidade das relações sexuais,
aumento do número de gravidez nas adolescentes, abrindo possibilidades para um
ensino mais aberto aos assuntos do corpo e sexualidade na escola.
Uma comissão da Organização das Nações Unidas para Educação e Ciência e
Cultura (UNESCO) publica um relatório a respeito da situação mundial sobre
mudanças que deveriam ocorrer para sua melhora. A comissão destaca que é
necessário educar para o desenvolvimento humano e segue a orientação dos
trabalhos e resoluções da Conferência Mundial sobre Educação para Todos,
realizada em Jomtien (Tailândia), em 1990. Pretendendo dar à noção de educação
básica ou “educação fundamental”, a acepção mais ampla possível, incluindo nela
um conjunto de conhecimentos e competências indispensáveis na perspectiva de
desenvolvimento humano, sugere incluir um especial, uma educação em matéria de
19
meio ambiente, de saúde e de nutrição. (DELORS, 2001).
Paulo Freire (1997) considera como saber fundamental que mudar é difícil, mas é
possível, e diz que a programação político-pedagógica deve, em qualquer tipo de
ensino, seguir esse princípio.
Segundo Gonçalves e Godoi (2003), os conceitos que os alunos precisam conhecer
se entrelaçam e, muitas vezes, não precisam ser tratados separadamente. Exige por
parte do educador uma constante formação, mas acreditam que o próprio trabalho e
o contato com os adolescentes farão dele um bom educador na área de
sexualidade.
Após a publicação da UNESCO, aparece no currículo brasileiro uma abertura para o
ensino da sexualidade através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), em
1997, e neles incluídos os Temas Transversais (temas que perpassam as matérias
escolares) e, entre eles, orientação sexual. É importante salientar que a saúde é
colocada como outro tema transversal, diferindo do tratamento dado até então aos
dois temas, pois sexualidade era parte do ensino higienista da saúde ou do ensino
de aparelho reprodutor na matéria de Ciências. A implantação dos PCN se baseia
no Plano Decenal de Educação, à luz da Constituição de 1988, afirmando a
necessidade do Estado de elaboração de parâmetros claros no campo curricular, e
na Lei Federal n. 9394, de 20 de dezembro de 1996: Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB). A mesma determina como competência da União estabelecer, em
colaboração com os Estados, Distrito Federal e Municípios, diretrizes que nortearão
os currículos e seus conteúdos mínimos de modo a assegurar uma formação básica
20
comum. (PCN, 1998).
As orientações para a abordagem da orientação sexual como tema transversal nas
escolas esclarece
[...] seja tratado como algo fundamental na vida das pessoas, questão
ampla e polêmica, marcada pela história, pela cultura e pela revolução
social. As crianças e adolescentes trazem noções e emoções sobre sexo,
adquiridas em casa, em suas relações pessoais e em suas vivências, além
do que recebem pelos meios de comunicação. (PCN, 1998).
Ainda esclarece: “a escola não substitui nem concorre com a família, mas possibilita
a discussão de diferentes pontos de vista associados à sexualidade, sem a
imposição de valores”. Ainda acrescenta:
[...] como um processo de intervenção pedagógica, tem por objetivo
transmitir informações e problematizar questões relativas à sexualidade,
incluindo posturas, crenças, tabus e valores a ela associados, sem invadir a
intimidade nem direcionar o comportamento dos alunos. (PCN, 1998).
Nas diretrizes específicas contidas no volume Temas Transversais (MEC, 1998)
(Ministério da Educação e do Desporto), os objetivos a serem alcançados pelos
alunos de 5ª a 8ª séries são:
y respeitar a diversidade de valores, crenças e comportamentos relativos à
sexualidade, reconhecendo e respeitando as diferentes formas de atração sexual
e o seu direito à expressão, garantida a dignidade do ser humano;
y compreender a busca de prazer como um direito e uma dimensão da sexualidade
humana;
y conhecer seu corpo, valorizar e cuidar de sua saúde como condição necessária
para usufruir prazer sexual;
y identificar e repensar tabus e preconceitos referentes à sexualidade, evitando
21
comportamentos discriminatórios e intolerantes, e analisando criticamente os
estereótipos;
y reconhecer como culturais as características socialmente atribuídas ao masculino
e ao feminino, posicionando-se contra discriminações a eles associadas;
y identificar e expressar seus sentimentos e desejos, respeitando os sentimentos e
desejos do outro;
y reconhecer o consentimento mútuo como necessário para usufruir prazer numa
relação a dois;
y proteger-se de relacionamentos sexuais coercitivos ou exploradores;
y agir de modo solidário em relação aos portadores de HIV e de modo propositivo
em ações públicas voltadas para prevenção e tratamento de doenças
sexualmente transmissíveis/AIDS;
y conhecer e adotar práticas de sexo protegido, desde o início do relacionamento
sexual, evitando contrair ou transmitir doenças sexualmente transmissíveis,
inclusive o vírus da AIDS;
y evitar uma gravidez indesejada, procurando orientação e fazendo uso de
métodos contraceptivos;
y ter consciência crítica e tomar decisões responsáveis a respeito de sua
sexualidade.
Meyer (1998) e Louro (1997) defendem uma educação para a saúde baseando-se
na LDB; que sejam trabalhados ao longo do desenvolvimento de todo o currículo, e
não em momentos estanques e em horários previamente determinados. Critica que
os conteúdos ligados à saúde são colocados em livros didáticos de Ciências e
Biologia, estrategicamente no final do mesmo, além de serem desconectados da
22
vida concreta de todas as outras disciplinas escolares, simplificados e normativos.
Ainda são poucas as informações de como são conduzidas as aulas de educação
sexual. Mas pelos livros didáticos, pelas indagações dos professores e professoras,
ainda existe muita cautela e receios e a regra é buscar refúgio no “científico”,
evitando a contextualização social e cultural das questões.
Foucault (1988) falando do saber sexual interroga por que colocar a questão: porque
sexo é assim tão secreto? Que força é essa que, durante tanto tempo, o reduziu a
silêncio e mal acaba de ceder, permitindo-nos talvez questioná-lo, mas sempre a
partir e através de sua repressão?
De acordo com Costa et al (2001), têm ocorrido experiências que tentam
desenvolver esse espaço pedagógico como uma área de formação dos educandos,
entretanto, as dificuldades são muitas. A abordagem da sexualidade em nível do
sistema formal constitui um desafio conceitual e metodológico a ser enfrentado,
tanto pela repercussão que tem na vida de docentes, como na de adolescentes e
suas famílias. Atualmente, alguns temas relacionados à sexualidade estão sendo
discutidos com alguma freqüência pelo professorado com pais e alunos.
Os livros didáticos que os alunos recebem são escolhidos pelos professores em uma
lista, são distribuídos pelo Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação (FNDE)
e fazem parte do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). Geralmente, tratam de
conceitos anatômicos dos aparelhos genitais, gravidez, parto, anticoncepção e DST,
nos padrões descrito pelas autoras acima.
23
Parece haver dificuldade em incorporar o tema sexualidade através de aulas diárias
e livros didáticos. As escolas fazem então uso de projetos: em Minas Gerais a
Secretaria de Estado de Educação (SEE) realizou o projeto Afetividade e
Sexualidade na Educação – um novo olhar, em parceria com a Fundação
Oderbrecht (1994); e em 2004 reformula o mesmo e aumenta parceria com outras
instituições e passa a ter o nome de Programa de Educação Afetivo Sexual (PEAS).
O Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente
(PRONAICA) coordenado pelo MEC, dentro do EPI (Educação Preventiva Integral),
em 1994 edita a cartilha "Diretrizes para uma política educacional em sexualidade".
O documento defende que a educação sexual não pode estar a serviço exclusivo de
objetos circunstanciais, como por exemplo, a profilaxia das doenças sexualmente
transmissíveis, da gestação indesejada e dos sexismos. Mas também é utópico
imaginar uma educação sexual voltada apenas para a felicidade do indivíduo. O
homem não existe no vácuo, mas é uma fração cultural de uma certa sociedade,
inserida em um contexto histórico. Sua felicidade implica necessariamente a
resolução dos problemas do grupo a que pertence. Sem perder sua característica de
universalidade, a educação sexual não pode ficar alheia à vida social presente e aos
graves problemas de saúde pública, tais como DST/AIDS, gestação indesejada e
drogas.
Silva (1998) salienta que educação sexual não pode contemplar só anatomia e
fisiologia da reprodução, mas deve permitir a construção de um novo modelo de
relações humanas. Que busque liberar homens e mulheres dos estereótipos, desde
a mais tenra infância, na perspectiva de se transformarem em adultos sem vergonha
24
e medo de seu corpo, que consigam discutir abertamente suas responsabilidades
sexuais e suas expectativas. Saito (1994) defende uma educação sexual voltada
para a liberdade, o amor e para a vida.
A formulação dos conteúdos de sexualidade na fase da adolescência leva em conta
a entrada do aluno no estágio que Piaget chama de lógico-formal. Para ele, a
inteligência passa também por fases e elas correspondem, mesmo em suas grandes
linhas, às de desenvolvimento afetivo. Ao plano da transferência da afetividade para
outras pessoas correspondente, enfim, o início da socialização do pensamento. Os
PCNs, seguindo essa linha de pensamento ainda afirmam que o adolescente, em
situações estimulantes nos espaços de convivência e na escola, torna-se,
gradativamente capaz de formular hipóteses sofisticadas e de acompanhar e
elaborar raciocínios complexos. (PCN, 1998).
Para Nunes (2000), esse período coincide com o reconhecimento da alteridade e
fundamentação da personalidade. Seria o período da maturidade cognitiva, marcada
pela capacidade abstrata de um raciocínio hipotético dedutivo, científico e
impessoal, superando ainda a atitude egocêntrica e a necessidade da concretude.
No campo afetivo estaria presente a possibilidade de relações de solidariedade,
cooperação, etapa madura de um amor fecundo, diferente e solidário. Seria a fase
de consolidação de um longo período de maturidade afetiva e predisposição
intelectual.
Grant e Demetriou (1988) esclarecem que sem o pensamento operacional formal, o
adolescente é incapaz de desenvolver uma capacidade de tomada de decisão; não
25
há conhecimento das conseqüências potenciais em resultado de certos
comportamentos. Lamentavelmente há evidência de que aproximadamente um terço
da população adulta jamais alcançou completamente o pensamento operacional
formal, o que resulta em os adolescentes admitirem que são onipotentes e infalíveis,
agindo em excessiva tomada de risco que, quando unida à conduta sexual, resulta
em gestações não desejadas e em DST.
Assim, baseados na relação entre conhecimento sobre conteúdos sobre sexo e
sexualidade ensinados na escola e a vida sexual e afetiva dos adolescentes,
desenvolveu-se uma pesquisa com alunos de 10 a 15 anos da rede pública escolar
em Pitangui-MG. Portanto, com os resultados e as informações pretendemos
contribuir para as escolas aprimorarem os conhecimentos e ensinamentos em sexo
e sexualidade, destinados a adolescentes pertencentes à faixa etária pesquisada.
26
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O conhecimento sobre sexualidade na escola
Em Belém, de 114 crianças e adolescentes que vivem nas ruas, 23,7% são meninas
entre 7 e 17 anos, cujo ganha-pão rotineiro consiste na venda de chocolates e café.
Essas crianças têm contato com adultos em bares e acabam ingressando muito
precocemente na prostituição. (SAFFIOTI, 1993).
Das internações no Rio de Janeiro nos hospitais conveniados ao SUS, em 1995,
11,1% foram adolescentes e ocorreram por complicações da gravidez, parto e
puerpério (59%). (NORONHA; LEBRÃO, 1995).
Hayes (1993) relata que 17% dos meninos e 5% das meninas, nos EUA, haviam tido
relações sexuais aos 15 anos de idade. Apenas 31% usavam um anticoncepcional
na primeira relação.
A gravidez adolescente suscita significativos riscos médicos e sociais, tanto para a
mãe quanto para o filho. Estudos preliminares relataram um aumento de riscos
obstétricos para a mãe adolescente, tais como toxemia, desproporção cefalo-pélvica
e trabalho de parto abrupto ou prolongado. (MC ANARNEY et al. 1978).
Nos EUA, a gonorréia é a DST mais comumente notificável e ocorre entre 20 e 24
anos, com maior incidência seguida de perto pelo grupo de 15 a 19 anos de idade.
27
(PERRINE, 1985).
Estudo realizado entre adolescentes de 10 a 14 anos, nas escolas municipais de
Feira de Santana, para avaliar o nível de informação sobre adolescência, puberdade
e sexualidade, conclui alta prevalência do nível de informação insatisfatório, com
associação significante nas idades de 10 a 11 anos nas quarta e quinta séries e no
sexo feminino, indicando necessidades de ações educativas sobre saúde e
sexualidade no início da adolescência. (GOMES et al, 2002).
Delegados de ensino responsáveis por escolas de 1º e 2º graus (municipais,
estaduais e particulares) sobre os problemas escolares relacionados com a
sexualidade, DST/AIDS, revelaram o seu aumento; e ainda que os professores dão
enfoque puramente biológico, descontextualizado, desvinculado da totalidade.
(BUENO, 1997).
Um trabalho multicêntrico sobre AIDS (UNI-RIO, UERJ e FIOCRUZ) demonstrou que
as campanhas têm sido criticadas por apresentarem limitações quanto à capacidade
de promover mudanças de comportamento, sugerindo que devam ser abertas,
contextualizadas, que estimulem a reflexão, e que promovam ainda a busca de
outras informações. Uma limitação importante é a falta de um diálogo com o receptor
no momento da emissão da mensagem. (PEREIRA et al, 1995).
Num estudo de comparação da atividade sexual do adolescente de pais com o 1º
grau incompleto referiram ter aprendido sobre sexo em casa 23,7%, na escola
26,7%, e em livros 9,9%. Já os adolescentes de pais com nível universitário,
28
referiram ter aprendido sobre sexo em casa 54%; na escola 15,8%; e em livros 18%.
(AZEVEDO et al, 1995).
Numa comparação entre G I (adolescentes entre 14 e 19 anos) e G II (mulheres de
20 a 29 anos) em Salvador - BA (1993 - 1994), as fontes de informação sobre a
sexualidade para as adolescentes foram principalmente livros, revistas e a mãe.
Para as adultas, as fontes mais importantes foram: amigos, livros e revistas.
Tratando-se de anticoncepção e reprodução os padrões foram, predominantemente,
amigos, livros e revistas. (MOTA et al, 1994).
Pesquisa em tese constata que 89% dos adolescentes gostariam de receber
educação sexual na escola, 5% não gostariam e 7% ficaram na dúvida quanto à
questão. (AFONSO, 1997)
Mc Anarney sugere que são necessárias maiores pesquisas para determinar se
existem antecedentes sociais que determinam a natureza do amor próprio e formas
de aumentá-lo, assim como os impactos que estas características exercem sobre a
conduta social. (MC ANARNEY et al, 1978).
Estudo da Universidade da Pensylvania mostra que intervenção no comportamento
dos adolescentes, através das escolas e comunidades, clínicas, programas de fim
de semana em escolas, casas de abrigo, comunidades de base e campos de
recreação de universidades, reduz o risco de adquirir Aids por contato sexual.
Acrescenta necessidade de mais estudos comparando as diferentes estratégias.
(JEMMOTT et al, 2000).
29
Machado mostra que a repressão familiar é fator determinante importante na
conduta sexual do adolescente. Mostra, ainda, uma associação entre o uso da pílula
e o medo de que os pais descubram que a adolescente já iniciou a vida sexual, já
que seu uso acarreta visibilidade sobre o fato. (MACHADO et al, 1995).
A religião também parece ser um fator importante. Os adolescentes que
comparecem regularmente aos atos religiosos têm maior probabilidade de abster-se
da atividade sexual. (INAZU, 1980).
Nos anos recentes, a televisão começou a assumir a responsabilidade por
mensagens sexuais. E o advento dos videocassetes permitiu aos filmes
pornográficos passarem para as salas de TV; suspeita-se que tenham também um
papel importante nas atividades sexuais dos adolescentes. (GRANT et al, 1988).
Pessoas envolvidas em áreas da adolescência devem contribuir efetivamente em
ajudá-los a avaliar criticamente a mídia e muitas vezes a não-realidade de suas
representações de caracteres, produtos, desenvolvimento e situações de vida.
Ensinamentos para que os adolescentes possam ter uma visão crítica do que é
mostrado na mídia eletrônica é a maior estratégia considerada. Esse estudo mostra,
ainda, que meninas de 11 a 15 anos de idade são muito interessadas em assuntos
sobre sexualidade, veiculados pela mídia. (GRUBER et al, 2000).
Achamos que o desconhecimento e os conceitos mal aprendidos na escola,
juntamente com a sexualidade precoce na adolescência, trazem sérias
conseqüências como AIDS, DST, abortos, gravidez indesejada, etc.
30
A literatura mostra que os questionamentos dos adolescentes sobre sexualidade não
são adequadamente respondidos. Além disso, tem se mostrado que informações,
isoladamente, são insuficientes para mudanças de suas atitudes.
Parece provável que diversas influências são importantes na construção das
percepções e comportamentos sexuais na adolescência.
31
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Avaliar o grau de conhecimento sobre conteúdos de sexo e sexualidade, de uma
população de adolescentes em Pitangui, no interior de Minas Gerais.
3.2 Objetivos específicos
y Avaliar o conhecimento sobre conteúdos de sexo e sexualidade em adolescentes
de escolas públicas entre 10/15 anos de idade, da cidade de Pitangui/MG.
y Comparar os conhecimentos sobre conteúdos de sexualidade em relação ao
sexo.
y Comparar os conhecimentos dos alunos em relação à idade e séries escolares.
32
4 ADOLESCENTES E MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo, com base em um corte transversal, sobre
conhecimentos de conteúdos de sexo e sexualidade em uma população de
adolescentes em escolas públicas.
4.1 Cenário do estudo
Foram estudados adolescentes, idade entre 10 e 15 anos, matriculados e freqüentes
nas escolas públicas de Pitangui-MG, 2º semestre de 2006. Essas escolas oferecem
o Ensino Básico Fundamental (5ª a 8ª séries).
Pitangui, com uma área de 563 Km
2
, população estimada em 24.313 habitantes,
situada a 120 Km de Belo-Horizonte, foi criada em 1715, sendo o centro irradiador
da colonização do Oeste mineiro.
Foi feita a pesquisa em todas as cinco (05) escolas públicas da cidade de
Pitangui/MG.
y Escola Estadual ”Monsenhor Artur de Oliveira”
y Escola Estadual ”Gustavo Capanema”
y Escola Estadual ”Padre Joaquim Lopes Cançado”
y Escola Estadual ”Professor José Valadares”
y Escola Municipal ” Lima Guimarães”
33
O ensino de sexualidade não segue um programa, ficando a cargo do professor de
Ciências seguir o capítulo de Aparelho Genital, que, nos livros doados pela SEE–
MG, abordam o assunto. Não acontecem palestras sobre sexo e sexualidade (temas
transversais). Apenas quando surge algum problema, principalmente, gravidez nas
alunas adolescentes.
Essas escolas não foram agraciadas com Projetos estaduais ou municipais sobre
conhecimento sobre sexo e sexualidade, e não existe formação para os professores.
Raramente um educador realiza um projeto sobre o assunto.
4.2 Métodos
4.2.1 Seleção dos adolescentes
Foram selecionados, por busca ativa, adolescentes entre 10 e 15 anos. Após
contato prévio com as unidades de ensino, demonstrando as mesmas interesse em
participar do estudo, houve explicação para o aluno em cada sala de aula pelo
pesquisador, professores e supervisores, sobre a importância de uma pesquisa, sua
finalidade e a necessidade da assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido pelos alunos e pais ou responsáveis (ANEXOS 1 e 2) para participação
na mesma. Houve uma leitura dos termos de consentimento, explicando como o
mesmo deveria ser preenchido.
Em seguida cada aluno foi interrogado se desejava responder ao questionário,
34
sendo distribuídos então os termos de consentimento para a realização da pesquisa
(ANEXOS 1 e 2). Foi pedido que os faltosos do dia da distribuição dos termos de
consentimento procurassem a supervisão da escola em caso de interesse em
participação.
Ocorreram as seguintes situações:
y Alunos que recusaram levar o termo de consentimento.
y Alunos que levaram e não devolveram os termos de consentimento, alegando, a
maioria, esquecimento.
y Alunos que levaram e entregaram os termos de consentimento em branco.
y Alunos que levaram e que devolveram os termos à supervisão, professores ou
mesmo ao pesquisador, no dia da aplicação do questionário, alegando a maioria
que os responsáveis não assinaram.
y Alunos que levaram e devolveram os termos de consentimento devidamente
preenchido.
y Um aluno devolveu o termo rasurado pela mãe, onde ela culpa a mídia pelos
problemas de sexualidade dos adolescentes.
y Um aluno da 5ª série entregou o termo de consentimento em uma folha de papel,
escrito pela mãe, um dia após a data para entrega, demonstrando grande
interesse em participação na pesquisa; e a mãe se desculpava, pois no dia se
encontrava no trabalho.
Critérios de inclusão
y Idade entre 10 e 15 anos, de ambos os gêneros;
y Estar presente na sala de aula, no momento da coleta de dados;
35
y Aceitar e consentir participar na pesquisa após a explicação sobre os objetivos
da mesma;
y Consentimento dos alunos e dos pais ou responsáveis assinado;
y Estar matriculado de 5ª a 8ª série do 1º grau, nas escolas: Escola Estadual
“Monsenhor Artur de Oliveira”, Escola Estadual “Gustavo Capanema”, Escola
Estadual “Padre Joaquim Xavier Lopes Cançado”, Escola Estadual “Professor
José Valadares” e Escola Municipal “Lima Guimarães”.
Critérios de exclusão
y Adolescentes que não pertencem à faixa etária proposta;
y Não assinatura do termo de consentimento pelos alunos, pais ou responsáveis.
4.2.2 Caracterização da população estudada
Foram estudados 524 (32%), alunos de um total de 1.645 matriculados. As perdas
se devem a: 13,6% estavam fora da faixa etária estudada; 52,5% não consentiram
(pais e/ou alunos) em responder e 2,1% não compareceram no dia da aplicação do
mesmo, conforme pode ser observado na FIG. 1 e no GRÁF. 1.
36
FIGURA 1 – Fluxograma com o número e percentual de alunos por Escola e na amostra válida total
de acordo com a participação na pesquisa
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
E. E. P. J. L.
Cançado
E. E. G.
Capanema
C. M. L.
Guimarães
E. E. M. A.
Oliveira
E. E. P. J.
Valadares
TOTAL
% do Total Válido de Alunos
Não consentiram Não compareceram Amostra Final
GRÁFICO 1 - Distribuição percentual do total válido de alunos de acordo com a participação na
pesquisa de conteúdos sobre sexo e sexualidade entre os alunos das escolas públicas da cidade de
Pitangui, Minas Gerais (2006) – por escola e na amostra total.
Na Faixa Etária
1.421 (86,4%)
Não consentiram
863 (52,5%)
Não compareceram
34 (2,1%)
Amostra Final
524 (31,9%)
Total de Alunos
N=1.645 (100,0%)
Consentiram
558 (33,9%)
.
Fora da Faixa Etária
224 (13,6%)
37
Há diferença com significância estatística entre a proporção dos alunos participantes
considerando cada escola (χ²= 27,576 p= 0,001).
As meninas representavam, 58,2% dos alunos pesquisados.
Não houve diferença com significância estatística entre os gêneros considerando
cada escola (χ²= 4,036; p=0,403).
As crianças foram divididas em duas categorias, de acordo com a sua idade: a
primeira com as crianças de 10,0 a 12,0 anos e a segunda com as crianças de 12,1
a 15,0 anos.
Tabela 1
Estatísticas descritivas para a Idade das crianças nas faixas etárias de
10,0 a 12,0 e de 12,1 a 15,0 anos.
n Média Mediana Desvio Padrão Mínimo Máximo
10,0 a 12,0 anos 122 11,54 11,56 0,33 10,64 12,00
12,1 a 15,0 anos 402 13,424 13,40 0,80 12,08 14,88
Mann-Whitney = 0,001; Z=-16,746; p = 0,001.
Os alunos também foram divididos em dois grupos de acordo com a série que
cursam: o primeiro grupo foi formado por alunos de 5ª e 6ª série 308 (58,8%) e o
segundo foi formado por alunos de 7ª e 8ª série 215 (41,2%).
4.2.3 Coleta dos dados (Aplicação do questionário escrito)
O instrumento de coleta de dados foi um questionário, contendo 23 questões, com
perguntas dos conhecimentos de conteúdos curriculares do MEC, SEE-MG e
Manuais de Ensino neles baseados, sobre sexo e sexualidade. Também foram
38
elaboradas 4 questões que procuravam avaliar a origem dos conhecimentos sobre
sexo e sexualidade. Pesquisava-se nelas: Quem?; Onde?; Quantas vezes no ano e
quais assuntos foram mais discutidos no ambiente escolar sobre sexo e sexualidade
(ANEXO 3).
As questões continham apenas respostas fechadas. Foram consideradas válidas as
questões em que apenas uma opção era assinalada.
Foram coletados dados referentes ao nome da escola; idade do aluno em ano e
meses; série em curso; gênero e turno. Em todas as questões havia a opção “Não
sei”, para ser marcada se o adolescente desconhecesse o tema.
Antes da aplicação do mesmo foi explicado aos alunos para não se identificarem,
não se comunicarem com os colegas, o que foi verificado pelo pesquisador.
A aplicação foi feita em sala de aula sem exigência do término do preenchimento do
questionário. Não houve caso que ultrapassasse 50 minutos.
O horário escolhido era sempre após a primeira aula (prazo de entrada do aluno no
estabelecimento), em dias em que não haveria atividades escolares extra-classe que
pudessem vir a prejudicar o mesmo.
Foram aceitos os professores e supervisores que se propuseram a participar da
aplicação do questionário. Estes professores pertenciam às áreas de Ciências,
Matemática ou Língua Portuguesa e estavam familiarizados com a aplicação de
39
testes e olimpíadas da rede pública de educação.
Foi pedido sigilo de informações do seu conteúdo, houve adesão e colaboração em
todos os estabelecimentos. Foi conferido pelo pesquisador, a quantidade de
questionários entregues e devolvidos (faltosos), sendo que todos os questionários
foram devolvidos.
Como alguns alunos apresentaram dificuldade no cálculo da idade em meses, foi
pedido para ser colocada a data de nascimento dos mesmos no questionário.
4.3 Considerações éticas
O projeto foi submetido à avaliação pelo Departamento de Pediatria da Faculdade
de Medicina da UFMG (parecer 059/05) (ANEXO 4) e pelo comitê de Ética e
Pesquisa da UFMG (parecer ETIC 387/05) aprovado (ANEXO 5).
Também consentiram na aplicação do mesmo os diretores(as) das escolas
pesquisadas e a delegada da Superintendência Regional de Pará de Minas (ANEXO
6). A Superintendente exigiu vistoria prévia do questionário e projeto.
Para impedir qualquer tipo de identificação, após análise dos dados todos os
questionários foram destruídos.
40
4.4 Análise estatística dos dados
Para análise e processamento das respostas dos alunos foi utilizado o software
“Statistical Package for the Social Sciences” – SPSS
®
, versão 13.0 (2004).
As medidas descritivas das respostas sobre conteúdos de sexo e sexualidade são
apresentadas em gráficos de barras, sendo a distribuição em faixa etária (10,0 a
12,0 anos / 12,1 a 15,0 anos) e séries (5ª e 6ª / 7ª e 8ª) com a média, mediana,
mínimo, máximo, e desvio padrão. Esses resultados foram qualificados em: erros,
acertos ou desconhecimento.
Questões acertadas, erradas e desconhecidas, em percentual sob a forma de
gráficos de barras. Erros, acertos e desconhecimentos foram avaliados também
segundo a série, gênero e idade, em porcentagens, utilizando gráficos de barras e o
teste do Qui-quadrado. As questões sobre fonte de conhecimento apresentadas em
percentuais e sob a forma de gráficos de barras, subdividindo-se em gênero e nos
dois grupos etários.
Foi utilizado Qui-quadrado para avaliar associação entre o percentual de alunos que
participaram da pesquisa e a escola avaliada, e entre escola e gênero.
As idades dos alunos foram comparadas através de um teste não-paramétrico de
Mann-Whitney. Para visualizar a distribuição das idades, que é assimétrica, usou-se
um histograma. O valor de n refere-se ao tamanho da população avaliada.
41
As comparações entre os gêneros, idades e séries com relação aos acertos, erros e
desconhecimentos, foram apresentadas em porcentagens, utilizando-se o teste Qui-
quadrado e nas três comparações o valor de p=0,05.
Foram considerados significativos valores de p 0,05.
Para melhor compreensão do leitor, se necessário, foram elaborados e analisados
outros gráficos e tabelas com os dados obtidos das respostas do questionário
(ANEXO 7).
42
5 RESULTADOS
5.1 Estudo do nível de conhecimento de conteúdos sobre sexo e sexualidade
As 23 questões de conhecimento dos conteúdos sobre sexualidade foram estudadas
e classificadas em número de acertos, erros e desconhecimento. Ocorreram 44,63%
de acertos; 35,85% de erros e 19,52% de desconhecimentos.
5.1.1 Questões acertadas
O GRÁF. 2 mostra percentual de questões sobre conteúdos em sexualidade de
acordo com o acerto.
Tiveram maior número de acerto sobre os conhecimentos da anatomia do aparelho
reprodutor as respostas sobre o nome da célula reprodutora masculina, o nome
da célula reprodutora feminina e a anatomia do aparelho reprodutor feminino;
(questões 9, 11 e 5, respectivamente). As mais corretas sobre fisiologia dos
aparelhos reprodutores foram a primeira transformação anatômica feminina na
puberdade, a definição de fecundação, a função da uretra masculina; (questões
4, 15 e 13, respectivamente); sendo que nos conhecimentos de sexualidade, a
definição de sexualidade responsável, os fatores que ocorrem nas primeiras
relações sexuais, a diferença entre sexualidade e amor (questões 27, 25 e 26,
respectivamente), foram as mais acertadas.
43
GRÁFICO 2 - Percentual de acertos em questionário de conteúdos sobre sexo e sexualidade de
alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)
NOTA: O nº entre parênteses representa o número da questão formulada no questionário (ANEXO 3).
5.1.2 Questões erradas
O GRÁF. 3 faz um estudo percentual dos alunos que possuem um conhecimento
sobre conteúdos da sexualidade que os alunos acreditam ser verdadeiros.
Com relação à anatomia dos aparelhos reprodutores, tiveram o maior número de
erros: o local anatômico da ocorrência da fecundação, a origem anatômica da
menstruação, o local anatômico da produção dos espermatozóides (questões
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Nome da célula reprodutora masculina (09)
Definição de sexualidade responsável (27)
Nome da célula reprodutora feminina (11)
Anatomia do aparelho reprodutor feminino (05)
Primeira transf. anatômica feminina na puberdade (04)
Definição de fecundação (15)
Fatores que ocorrem nas primeiras relações sexuais (25)
Diferença entre sexualidade e amor (26)
Definição de sexualidade (19)
Doenças sexualmente transmissíveis (10)
Função da uretra masculina (13)
Anatomia do aparelho reprodutor masculino (06)
Local anatômico da ocorrência da ovulação (14)
Primeira transf. anatômica masculina na puberdade (03)
Local anatômico da produção dos espermatozóides (12)
Origem anatômica da menstruação (01)
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual (17)
Nome do hormônio exclusivamente masculino (07)
Definição de masturbação (18)
Definição da menarca (02)
Nome do hormônio exclusivamente feminino (08)
Concepção de relação sexual (24)
Local anatômico da ocorrência da fecundação (16)
44
16, 1 e 12, respectivamente). As mais erradas quanto à fisiologia dos aparelhos
reprodutores: a relação de gravidez / risco menstrual, o nome do hormônio
exclusivamente feminino, a função da uretra masculina (questões 17, 8 e 13,
respectivamente). Em conhecimentos de sexualidade, as mais erradas foram: a
concepção de relação sexual, a definição de masturbação, a definição de
sexualidade (questões 24, 18 e 19, respectivamente).
GRÁFICO 3 - Percentual de erros em questionário de conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos
de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)
NOTA: O nº entre parênteses representa o número da questão formulada no questionário (ANEXO 3).
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Local anatômico da ocorrência da fecundação (16)
Concepção de relação sexual (24)
Origem anatômica da menstruação (01)
Definição de masturbação (18)
Local anatômico da produção dos espermatozóides (12)
Primeira transf. anatômica masculina na puberdade (03)
Local anatômico da ocorrência da ovulação (14)
Definição de sexualidade (19)
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual (17)
Doenças sexualmente transmissíveis (10)
Anatomia do aparelho reprodutor masculino (06)
Primeira transf. anatômica feminina na puberdade (04)
Diferença entre sexualidade e amor (26)
Nome do hormônio exclusivamente feminino (08)
Anatomia do aparelho reprodutor feminino (05)
Função da uretra masculina (13)
Definição de fecundação (15)
Nome do hormônio exclusivamente masculino (07)
Definição da menarca (02)
Fatores que ocorrem nas primeiras relações sexuais (25)
Nome da célula reprodutora feminina (11)
Definição de sexualidade responsável (27)
Nome da célula reprodutora masculina (09)
45
5.1.3 Questões de desconhecimento ("não sei")
As questões que os alunos mostraram não ter acesso ao conhecimento estão no
GRÁF. 4.
Nos conhecimentos de anatomia dos aparelhos genitais, desconheceram mais o
local anatômico da produção de espermatozóides, a primeira transformação
anatômica masculina na puberdade, o local anatômico da ocorrência da
fecundação (questões 12, 3 e 16, respectivamente). Houve maior desconhecimento
em relação à fisiologia dos aparelhos reprodutores em: definição de menarca, o
nome do hormônio exclusivamente masculino, o nome do hormônio
exclusivamente feminino (questões 2, 7 e 8, respectivamente). Em sexualidade,
desconheceram a definição de masturbação, os fatores que ocorrem nas
primeiras relações sexuais, a concepção de relação sexual (questões 18, 25 e
24, respectivamente).
46
GRÁFICO 4 - Percentual de desconhecimento em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)
NOTA: O nº entre parênteses representa o número da questão formulada no questionário (ANEXO 3).
5.2 Erros, acertos e desconhecimento ("não sei") no total de questões, de
acordo com a série, gênero e idade
Agrupando os alunos que responderam o questionário em séries das 5ª e 6ª e das
7ª e 8ª, o GRÁF. 5 mostra que há uma associação com significância estatística
entre a série cursada pelo estudante e a proporção de erro, acerto e
desconhecimento nas questões. Pode-se observar que entre os estudantes mais
velhos há um maior percentual de acerto, menor percentual de erro e
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Definição da menarca (02)
Nome do hormônio exclusivamente masculino (07)
Nome do hormônio exclusivamente feminino (08)
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual (17)
Definição de masturbação (18)
Função da uretra masculina (13)
Fatores que ocorrem nas primeiras relações sexuais (25)
Concepção de relação sexual (24)
Local anatômico da produção dos espermatozóides (12)
Definição de fecundação (15)
Primeira transf. anatômica masculina na puberdade (03)
Local anatômico da ocorrência da fecundação (16)
Anatomia do aparelho reprodutor masculino (06)
Local anatômico da ocorrência da ovulação (14)
Anatomia do aparelho reprodutor feminino (05)
Diferença entre sexualidade e amor (26)
Doenças sexualmente transmissíveis (10)
Nome da célula reprodutora feminina (11)
Definição de sexualidade responsável (27)
Nome da célula reprodutora masculina (09)
Definição de sexualidade (19)
Origem anatômica da menstruação (01)
Primeira transf. anatômica feminina na puberdade (04)
47
aproximadamente o mesmo percentual de desconhecimento que entre os
estudantes mais novos, da 5ª ou 6ª série.
GRÁFICO 5 - Percentual de erro, acerto e desconhecimento em questionário de conteúdos sobre
sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006) de
acordo com a série
NOTA
χ² = 85,734; p = 0,001.
Levando-se em consideração o gênero, há uma diferença com significância
estatística entre o gênero do estudante e a proporção de erro, acerto e
desconhecimento nas questões. Entre os meninos, há um maior percentual de
erro, aproximadamente o mesmo percentual de acerto e menor percentual de
desconhecimento que entre as meninas. Os resultados estão mostrados no GRÁF.
6.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
5ª. ou 6ª. 7ª. ou 8ª.
Erro Acerto Desconhecimento
48
GRÁFICO 6 - Percentual de erro, acerto e desconhecimento em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006) de acordo com o gênero
NOTA:
χ² = 62,106; p = 0,001.
Quanto à faixa etária, há uma diferença com significância estatística entre a
faixa etária do estudante e a proporção de erro, acerto e desconhecimento nas
questões. Os mais jovens têm um maior percentual de erro, menor percentual de
acerto e aproximadamente o mesmo percentual de desconhecimento que entre os
mais velhos. Os dados estão ilustrados no GRÁF. 7.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Masculino Feminino
Erro Acerto Desconhecimento
49
GRÁFICO 7 - Percentual de erro, acerto e desconhecimento em questionário de conteúdos sobre
sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006), de
acordo com a faixa etária
NOTA:
χ² = 35,614; p = 0,001
5.3 Fontes do conhecimento sobre sexo e sexualidade
5.3.1 Pessoas de convivência do aluno
A avaliação da pergunta sobre a principal fonte de conhecimento de sexo e
sexualidade dos alunos (questão 20) para a amostra total, segundo o gênero e a
faixa etária, estão registrados nos GRÁF. 8, 9 e 10.
Na questão "Quem conversa com você sobre sexo e sexualidade?", 32,2% do
total válido aponta a mãe, seguida pelos amigos 24,6% e o pai é o que menos
conversa 5,7%.
Em relação ao gênero os meninos conversam mais com os amigos 24,8% do
que com os pais 11,7%.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
10,0 a 12,0 anos 12,1 a 15,0 anos
Erro Acerto Desconhecimento
50
A mãe - 36,4% entre 10,0 e 12,0 anos e 30,9% entre 12,1 e 15,0 anos -, e os
amigos - 16,9% (10,0 a 12,0) e 26,8% (12,1 a 15,0 anos), são os que também
mais conversam sobre sexo com os alunos.
GRÁFICO 8 - Distribuição percentual das respostas na questão "Quem conversa com você sobre
sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)
GRÁFICO 9 - Distribuição percentual das respostas na questão "Quem conversa com você sobre
sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006),
de acordo com o gênero
NinguémPaiColegas
do colégio
ProfessorAmigosMãe
Quem conversa com você sobre sexo e sexualidade?
40
30
20
10
0
%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Mãe Pai Professor Amigos Colegas do
cogio
Ninguém
Quem conversa com você sobre sexo e sexualidade?
Feminino Masculino
51
GRÁFICO 10 - Distribuição percentual das respostas na questão "Quem conversa com você sobre
sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)
de acordo com a série
5.3.2 Local de informação sobre sexo e sexualidade
A avaliação da pergunta sobre o local de informação sobre sexo e sexualidade dos
alunos (questão 21) para a amostra total, segundo o gênero e a faixa etária, estão
registrados nos GRÁF. 11, 12 e 13.
A questão mostra a TV com 36,6% do total válido, seguido das revistas 32,3%.
Tanto nas faixas etárias como em relação ao gênero, os dois veículos de
informação mantêm a maioria da busca de saber sobre sexualidade.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Mãe Pai Professor Amigos Colegas do
colégio
Ninguém
Quem conversa com você sobre sexo e sexualidade?
10,0 a 12,0 anos 12,1 a 15,0 anos
52
GRÁFICO 11 - Distribuição percentual das respostas na questão "Onde você obtém informações
sobre sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais
(2006)
GRÁFICO 12 - Distribuição percentual das respostas na questão "Onde você obtém informações
sobre sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais
(2006), de acordo com o gênero
GRÁFICO 13 - Distribuição percentual das respostas na questão "Onde você obtém informações
sobre sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais
(2006), de acordo com a faixa etária
Nenhum localRádioLivrosRevistasTV
Onde você obtém informações sobre sexo e sexualidade?
40
30
20
10
0
%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Revistas Livros Rádio TV Nenhum local
Onde você obtém informações sobre sexo e sexualidade?
Feminino Masculino
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Revistas Livros Rádio TV Nenhum local
Onde você obtém informões sobre sexo e sexualidade?
10,0 a 12,0 anos 12,1 a 15,0 anos
53
5.3.3 Freqüência anual de informação sobre sexo e sexualidade na escola
Avaliação da pergunta sobre a forma anual de informações sobre sexo e
sexualidade na escola (questão 22) para a amostra total, segundo o gênero e a faixa
etária, estão registrados nos GRÁF. 14, 15 e 16.
Duas vezes (31,5%), nunca teve (27,1%) e não sei (21,9%) foram as mais
respondidas.
O mesmo percentual em ordem crescente á mostrado nos gráficos de faixas
etárias e gênero.
GRÁFICO 14 - Distribuição percentual das respostas na questão "Quantas vezes por ano você teve
aulas sobre sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas
Gerais (2006)
Não seiMais de 6
vezes
6 vezes4 vezes2 vezesNunca teve
Quantas vezes por ano você teve aula sobre sexualidade na escola?
30
20
10
0
%
54
GRÁFICO 15 - Distribuição percentual das respostas na questão "Quantas vezes por ano você teve
aulas sobre sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas
Gerais (2006), de acordo com o gênero
GRÁFICO 16 - Distribuição percentual das respostas na questão "Quantas vezes por ano você teve
aulas sobre sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas
Gerais (2006), de acordo com a faixa etária
5.3.4 Assunto sobre sexo e sexualidade sendo explicado na escola
A avaliação da pergunta sobre qual assunto sobre sexo e sexualidade é explicado
na aula (questão 23) para a amostra total segundo o gênero e a faixa etária estão
registrados nos gráficos 17, 18 e 19.
27,4% são os aparelhos reprodutores; 23,7% DST/AIDS; seguido de
adolescência e puberdade 20,8%; sendo que anticoncepção é 14,9% explicado.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Nunc a t eve 2 vez es 4 vez es 6 vez es Mais de 6
vez es
Não sei
Quantas vezes por ano você teve aula sobre sexualidade na escola?
Feminino Masculino
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Nunc a t eve 2 vez es 4 vez es 6 vez es Mai s de 6
vez es
Não sei
Quantas vezes por ano você teve aula sobre sexualidade na escola?
10,0 a 12,0 anos 12,1 a 15,0 anos
55
O sexo feminino mostra adolescência e puberdade 24,3% e o masculino
aparelho reprodutor 33,5%.
De 10,0 a 12,0 anos aparelhos reprodutores 34,4%; e de 12,1 a 15,0 anos
DST/AIDS 26,5%.
GRÁFICO 17 - Distribuição percentual das respostas na questão "Qual assunto é melhor explicado na
escola sobre sexo e adolescência" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas
Gerais (2006)
GRÁFICO 18 - Distribuição percentual das respostas na questão "Qual assunto é melhor explicado na
escola sobre sexo e adolescência" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas
Gerais (2006), de acordo com o gênero
Nenhum delesAnticoncepção
(como evitar
gravidez)
Adolescência
e puberdade
DST / AIDSAparelhos
reprodutores
(do homem e
da mulher)
Qual assunto é melhor explicado na escola sobre sexo e adolescência?
30
25
20
15
10
5
0
%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
Aparelhos reprodutores
Adolescência e puberdade
Anticonceão
DST / AIDS
Nenhum deles
Qual assunto
é melhor
explicado na
escola sobre
se x o e
adolescência?
Feminino Masculino
56
GRÁFICO 19 - Distribuição percentual das respostas na questão "Qual assunto é melhor explicado na
escola sobre sexo e adolescência" entre os alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas
Gerais (2006), de acordo com a faixa etária
0% 10% 20% 30% 40% 50%
Aparelhos reprodutores
Adolescência e puberdade
Anticoncepção
DST / AIDS
Nenhum deles
Qual assunto
é melhor
explicado na
escola sobre
sexo e
adolesncia?
10,0 a 12,0 anos 12,1 a 15,0 anos
57
6 DISCUSSÃO
6.1 Metodologia e adolescentes
524 alunos (32%) representaram a amostra, respondendo o questionário
contendo as perguntas sobre anatomia, fisiologia, sexualidade e as fontes
desses conhecimentos.
1
O instrumento de coleta de dados escolhido foi um questionário com
perguntas fechadas, acreditando ser essa uma maneira efetiva de pesquisa
para a faixa etária entre 10 a 15 anos em ambiente escolar, pois questões
abertas poderiam trazer constrangimento em se tratando de sexo e
sexualidade, causando dificuldades na escrita de termos científicos, e
interferindo na inquietude própria dessa idade em terminar as tarefas
escolares.
Segundo Soriano (2004), esse tipo de pergunta serve principalmente para realizar
uma análise descritiva, sendo esse o objeto do estudo.
A adolescência é uma etapa evolutiva caracterizada por rápidas e profundas
transformações anatômicas, fisiológicas, sociais e mentais, próprias do processo de
amadurecimento do ser humano. Segundo a Organização Mundial da Saúde, essa
fase da vida compreende a faixa etária de 10 a 20 anos incompletos. Entretanto, não
se trata de um período homogêneo. As características próprias da adolescência
1
Os comentários do autor estão colocados em negrito e itálico.
58
variam entre culturas, entre grupos e mesmo entre indivíduos, mas apresentam um
eixo comum: as transformações corporais e a aquisição da identidade pessoal,
construída pelas experiências de autoconhecimento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2002).
A população estudada é representativa de adolescentes que freqüentam as
escolas públicas da cidade de Pitangui/MG; assim, os resultados aplicam-se a
essa população específica, não podendo ser generalizados para a população
escolar de maneira geral.
Nas escolas de ensino básico pesquisadas (5ª a 8ª) séries, um dado merece
ser destacado quanto à aplicação do questionário na população de alunos
apesar da garantia do anonimato e sigilo das informações colhidas: do total de
1.421 alunos dentro da faixa etária (86,4%), 863 alunos (52,5%) não
participaram da pesquisa por não terem os termos de consentimento
assinados por eles ou pelos pais, restando uma amostra final de 524 alunos
(31,9%) da população. As possíveis explicações para esses resultados serão
comentadas no texto abaixo.
O adolescente passa por desequilíbrios e instabilidades extremas. Em nosso meio
cultural, mostra-nos períodos de ilação, de introversão, alternando com audácia,
timidez, descoordenação, urgência, desinteresse ou apatia, que se sucedem ou são
concomitantes com conflitos afetivos, crises religiosas nas quais se pode oscilar do
ateísmo anárquico ao misticismo fervoroso, intelectualizações e postulações
filosóficas, ascetismo, condutas sexuais dirigidas para o heteroerotismo e até a
59
homossexualidade ocasional. (ABERASTURY; KNOBEL,1981).
Peter Scales (1981) aponta como argumentos contra a educação sexual que ela
pode provocar questionamento na autoridade dos pais; pais e educadores têm a
tendência de acreditar que os desafios da vida contemporânea geram "absolutos
morais" que não geram contestações e eles servem como únicas orientações para o
comportamento dos adolescentes.
Tiba (1994) diz que quando os filhos percebem que pais e escolas discordam,
tendem a jogar um contra o outro. Muitos dos pais de adolescentes foram educados
num ambiente de repressão às manifestações sexuais. Seus pais preferiam não
tocar no assunto, e na escola, professores de biologia se limitavam a descrever a
função reprodutiva dos órgãos sexuais, sem abordar suas funções na resposta
sexual humana. Não se pode deixar de considerar a força milenar da repressão à
sexualidade humana, interferindo no comportamento das pessoas, em algumas
épocas menos em outras mais, e, ainda hoje, desencadeando uma luta interior entre
os preconceitos herdados de seus antepassados e a perspectiva de viver a
sexualidade plenamente, sem sentimentos de culpa ou medo (JESUS, 1999).
Groppa Aquino (1997) lembra que no imaginário de pais, professores e alunos, a
díade educação/sexualidade é, quase invariavelmente, um ingrediente exótico de
uma receita, ao final, indigesta.
Para Chauí (1984), as inovações são imensas e imensas as dificuldades; situações
novas ainda não tendo formas fixas e sinais de solução, em caso de conflitos. Até
60
que ponto essa criação original será capaz de diminuir repressão sexual em lugar de
substituí-la por outra, invisível, não saberíamos dizer. Que a ideologia da
adolescência saudável, livre e feliz, de um lado, e a do elogio do trabalho
santificante (hoje em dia se diz espontâneo) poderão pesar sobre a inovação e
determinar nova repressão sexual, talvez insidiosa porque revestida com a capa da
liberação.
A experiência religiosa, em seu sentido antropológico, constitui uma variável a mais
na adolescência. Os grupos religiosos podem ser uma opção atrativa, na medida em
que apresentam segurança, solidez e um sentimento de vida para as pessoas, além
das possíveis respostas tão procuradas pelos adolescentes. Então, é importante
considerar que a experiência religiosa exerce influência também sobre outros
aspectos da formação da identidade do adolescente, podendo ser restritiva em suas
normas, valores e costumes, quanto pode ser reflexiva. (CARVALHO; PINTO, 2003).
Segundo dados do Proeb (Programa de Avaliação da Rede Pública da Educação
Básica), SEE/MG realizado em 2000, 89,5% dos pais dos alunos da 8ª série diziam
saber ler e escrever; sendo que 6,9% nunca estudaram, e 38,7% só possuíam
escolarização até a 4ª série do ensino fundamental. Esse é um outro aspecto que
merece ser analisado para explicar a falta de compreensão para assinatura dos
termos de consentimento pelos pais.
Silva (2001) descreve efeitos da política curricular (agora currículo) na sala de aula.
Ela define os papéis de professores e alunos e suas relações, redistribuindo funções
de autoridade e de iniciativa. Ela determina o que passa por conhecimento válido e
61
por formas de verificar sua aquisição. O currículo desloca certos procedimentos e
concepções epistemológicas, colocando outros em seu lugar. A política curricular,
metamorfoseada em currículo, efetua, enfim, um processo de inclusão de certos
saberes e de certos indivíduos, excluindo outros. O currículo estabelece diferenças,
constrói hierarquias, produz identidades.
Song et al (2000), num estudo de meta-análise, verificou em 67 estudos entre 1960-
1997 os efeitos dos conhecimentos dos programas escolares de educação sexual
nos EUA. Somente 31% dos estudos continham informações básicas para estimar a
grandeza dos efeitos procurados. Os 67 estudos mostraram 72 resultados que foram
agrupados em 6 variáveis, que tratam de conhecimentos sobre sexualidade: 1)
Conhecimentos gerais de sexualidade, 2) Gravidez, 3) Conhecimentos adquiridos na
vida familiar, 4) HIV/AIDS, 5) Contracepção e 6) DST. Os resultados mostram baixo
índice de conhecimento em DST, a família tem mais efeito (ensina melhor) que a
escola, mostrando que o sucesso da família reside em parte no fato de educar
aspectos biológicos sugerindo que a falta de conhecimento em DST possa, por
algum motivo, ser talvez proibitivo nas escolas. Esse estudo apresenta três
limitações sobre os artigos pesquisados: primeiro, é de se dar mais importância a
alguns estudos; segundo, dois diferentes pesquisadores podem chegar a conclusões
substancialmente diversas pelo grande número de estudos no período pesquisado
(mais de 100); e, em terceiro lugar, as conclusões levantadas nos estudos não são
quantitativas. O estudo traz as seguintes implicações: necessidade de orientação
para os envolvidos na avaliação dos programas de ensino de sexualidade,
direcionamento para aqueles envolvidos no desenvolvimento de programas de
educação sobre sexualidade e programas voltados não somente para conhecimento,
62
mas também para mudança no comportamento.
Estudantes de Minnesota (EUA), de nível básico em escolas públicas, apontaram
como tópicos para uma educação sexual "ideal": sexualidade e reprodução;
conseqüência da atividade sexual especificamente quanto à gravidez e DSTs e
temas de maior sensibilidade, como homossexualidade e aborto, sendo que uma
minoria dos adolescentes pesquisados acredita que o tema homossexualidade não
seja apropriado para se tratar em sala de aula. (EISENBERG, 1997).
Com relação ao gênero houve uma tendência do sexo feminino, com 58,2%,
havendo concordância com a pesquisa do Proeb 2000/MG, em que 54,3% dos
alunos da oitava série eram do sexo feminino, e com a pesquisa nacional da
Unesco (2000) nas capitais da federação, sobre violência, Aids e drogas nas
escolas, mostrando a maioria dos alunos, 53,3%, do sexo feminino.
Segundo a Comissão Nacional de População e Desenvolvimento (CNPD, 1998),
citada por Gomes (2001), a diferença favorável em relação ao sexo feminino é um
fenômeno que vem se repetindo nas últimas décadas, e a explicação reside no fato
de que os indivíduos desse sexo são conduzidos para os afazeres domésticos,
assegurando-lhes mais disponibilidade de tempo para se dedicar ao estudo,
podendo determinar impacto positivo na área social nos próximos anos, enquanto os
indivíduos do sexo masculino se inserem mais precocemente no mercado de
trabalho, estão sujeitos a uma série de riscos de morbi-mortalidade, associados às
causas de morte por fatores ambientais, como homicídios, acidentes e suicídios,
entre outros.
63
No entanto, a pesquisa "Perfil da Juventude Brasileira", do Instituto Cidadania e
Fundação Perseu Abramo (2005), escreve no relatório que a presença maciça das
mulheres e seu desempenho no sistema de ensino brasileiro merece novas
investigações, uma vez que o fenômeno é muito recente para verificarmos se
realmente há uma reversão de desigualdades construídas por vários séculos.
(ABRAMO; BRANCO, 2005).
Relacionando o gênero a currículo e sexualidade, Louro (2003) relata que uma
noção muito singular de gênero e sexualidade vem sustentando currículos e práticas
de nossas escolas. Mesmo que se admita que existem muitas formas de viver os
gêneros e a sexualidade, é consenso que a instituição escolar tem a obrigação de
nortear suas ações por um padrão: haveria apenas um modo adequado, legítimo,
normal de masculinidade e de feminilidade e uma única forma sadia e normal de
sexualidade, a heterossexualidade; afastar-se desse padrão significa buscar o
desvio, sair do centro, tornar-se excêntrico. Para a autora, a não-nitidez e a
ambigüidade das identidades culturais podem mesmo ser, às vezes, a posição
desejada e assumida – tal como fazem, por exemplo, muitos jovens homens e
mulheres ao inscrever em seus corpos, propositalmente, signos que embaralham
possíveis definições de masculinidade e feminilidade. Os corpos, como bem
sabemos, estão longe de ser uma evidência segura das identidades! Não apenas
porque eles se transformam pelas inúmeras alterações que o sujeito e as
sociedades experimentam, mas também porque as intervenções que neles fazemos
são, hoje, provavelmente mais amplas e radicais que em outras épocas.
Realizamos, todos, um investimento contínuo sobre nossos corpos: através de
roupas, adornos, perfumes, tatuagens, cosméticos, próteses, implantes, plásticas,
64
modelagens, dietas, hormônios, lentes. Tudo isso torna cada vez mais problemática
a pretensão de tomá-los como estáveis e definidos. Tudo isso torna cada vez mais
impossível a pretensão de tomá-los como naturais. E acredita que seja mais
produtivo para educadores (as), deixar de considerar toda essa diversidade de
sujeitos e de práticas como um "problema" e passar a pensá-la como constituinte do
nosso tempo. Um tempo em que a diversidade não funciona mais com base na
lógica da oposição e da exclusão binária, mas, em vez disso, supõe uma lógica mais
complexa. Um tempo em que a multiplicidade de sujeitos e de práticas sugerem o
abandono do discurso que posiciona, hierarquicamente, centro e margem em favor
de outro discurso que assume a dispersão e a circulação de poder.
6.2 Acertos, erros e desconhecimentos ("Não sei")
6.2.1 Anatomia e fisiologia dos aparelhos reprodutores
Leão (2005) distingue adolescência e puberdade. Puberdade, como conceito, tem
sua origem na realidade biológica, e compreende o conjunto de transformações
somáticas que marcam o final da infância, sobretudo o surgimento dos caracteres
sexuais secundários, e a adolescência como o processo de passagem da vida
infantil para a vida adulta e tem sua conceituação sustentada mais na Psicologia e
na Sociologia. Ainda divide a adolescência em três etapas: precoce dos 10 aos 13
anos; média dos 14 aos 16 anos; tardia dos 17 aos 20 anos. Julgamos importante,
devido à convivência com as modificações do próprio corpo e conduta nas duas
primeiras etapas, investigar que sabem sobre aspectos anatômicos, fisiológicos e
65
sexualidade na faixa etária de 10 a 15 anos.
Em nosso estudo ocorreram 44,63% de acertos; 35,85% de erros; 19,52% de
desconhecimentos. Quanto aos acertos relacionados aos conhecimentos da
anatomia, o aparelho reprodutor feminino teve 64,6%, sendo uma das mais
acertadas, enquanto que o aparelho reprodutor masculino teve 51,4% de
acertos.
Erros em conhecimentos de anatomia: 79,1% o local anatômico da
fecundação; 70,1% a origem anatômica da menstruação; 51,7% local
anatômico da produção dos espermatozóides.
Quanto à fisiologia, a primeira transformação anatômica feminina na
puberdade (63,7%); função da uretra masculina (54,3%); definição de
fecundação (62,4%), foram as mais acertadas; ocorrendo erros a relação
gravidez/risco menstrual 38,1%; no nome do hormônio exclusivamente
feminino 28,2%. 54,5% acertaram questão sobre as DST.
Para Botell et al (1999), a falta de informação na fisiologia e anatomia do aparelho
feminino influi nas práticas diárias e nas consultas de ginecologia infanto-puberal,
cujo objetivo deve ser um propósito permanente em melhorar o nível de saúde
integral das mesmas, aumentar a qualidade de vida das novas gerações mediante a
promoção e a prevenção em saúde, que alcança sua maior dimensão na atenção
primária. Ainda quanto ao pensamento mágico dos adolescentes, possuem uma
concepção errada de que na primeira relação sexual não se engravida, devido
66
também à ignorância de noções de anatomia e fisiologia da reprodução humana,
assim como dos métodos anticoncepcionais que poderiam ser usados neste
momento.
Ferreira (2000), em pesquisa com 36 adolescentes do sexo feminino com idade
entre 11 e 17 anos, participantes do projeto Universidade Solidária, em questionário
com perguntas abertas e fechadas sobre anticoncepção, sexualidade, DST/AIDS,
conclui que a educação para o início e a manutenção da atividade sexual segura é
de extrema importância para os adolescentes. Nos campos da saúde, a educação é
um processo através do qual conhecimentos, atitudes, valores, crenças e práticas
são partilhados, e o indivíduo é estimulado a melhorar a sua saúde pelo próprio
esforço, considerando o ambiente em que vive e a sua individualidade. Relata ainda
que seus resultados mostram que os adolescentes possuem informações
insuficientes em relação aos métodos anticoncepcionais.
Brandão et al (1995), pesquisando adolescentes do Parque Ouro Branco sobre
sexualidade em Londrina-PR, entre 11 a 19 anos, relatam que entre 11 a 13 anos os
órgãos mais identificados foram o pênis (82,9%), bolsa escrotal (46%) e vagina
(40,8%); maior dificuldade nas trompas (21%), útero (19,7%) e ovários (9,2%).
Constataram que mais de 90% dos adolescentes do sexo masculino e 80% do sexo
feminino responderam de forma inadequada ou deixaram em branco a questão
sobre mecanismo pelo qual ocorre a menstruação, sendo que 100% não
responderam adequadamente a essa pergunta.
Maia (1998), pesquisando 14 adolescentes, do sexo feminino (Escola Pública de
67
Bauru/SP), com idades entre 12 a 15 anos, num total de 167 dúvidas, que foram
agrupadas em temas comuns de interesse, apontam querer conhecer
menstruação/menopausa como assunto principal. 42% das pesquisadas não sabem
o que é masturbação, sendo que nas nossas escolas pesquisadas, 54,3% das
meninas erraram esse conceito e 25,5% desconheceram.
Abramovay, Castro e Silva (2004) demonstram precocidade na média de idade da
primeira relação sexual: 13,4 anos em Vitória, 14,4 no Rio de Janeiro, no sexo
masculino; 15,0 anos em Porto Alegre, 15,2 em São Paulo, no sexo feminino,
reforçando a necessidade de um conhecimento adequado de sexo/sexualidade
anterior para evitar gravidez indesejada e DST. A faixa etária predominante nas
capitais pesquisadas mostra que a maioria das primeiras relações sexuais ocorrem
entre 10 a 14 anos: Manaus (69,8%), Recife (63,3%). O relatório ainda mostra que
tanto o sexo masculino quanto o feminino desconhece o que é período fértil: Rio de
Janeiro (40,9%); Cuiabá (44,4%), em menor proporção que em nossa pesquisa
realizada, onde a soma erros e desconhecimentos sobre Relação risco de gravidez/
ciclo menstrual é mais alta.
Cadenas (1995), caracterizando os aspectos da sexualidade do jovem venezuelano,
acredita que os adolescentes que levam uma vida sexual ativa devem manter-se
bem informados sobre os métodos anticoncepcionais disponíveis, e seu mau uso é
conseqüência de uma ausência quase total de conhecimentos, tanto para o menino
quanto para a menina. 80% dos jovens venezuelanos de sua pesquisa não
conhecem formas de evitar gravidez precoce; 76% desconhecem a maneira de
evitá-la; 68% desconhecem que existem consultas médicas para tal fim.
68
Fernàndez et al (2000), em estudo com alunos de três escolas chilenas, sendo duas
municipais e uma particular na cidade de Temuco, aplicaram questionário com
perguntas abertas e fechadas para estudar as crenças, atitudes e conhecimentos
em educação sexual em adolescentes. Os conhecimentos de anatomia foram
insuficientes: 58,7% das respostas corretas, mostrando diferença estatística
significante (p=0,0496) entre os estabelecimentos, sendo um pouco melhor na
escola particular. Em fisiologia o nível foi insuficiente, com 38,5% de respostas
corretas, somente 30,5% conhecem a duração do ciclo menstrual, 53,7% não sabem
definir menstruação. A escola particular mostrou melhor nível de conhecimento,
sendo que entre as municipais pertencentes a estratos socioeconômicos similares
houve também diferença nos conhecimentos pelos alunos.
Reis (1999) relata que, segundo o IBGE, o número de adolescentes menores de 15
anos que engravidaram aumentou em 39,1% entre 1976 e 1994. A Pesquisa
Nacional sobre Demografia e Saúde de 1966 mostrou que 18% das adolescentes de
15 a 19 anos já tiveram um filho ou estão grávidas. Pelo SUS, em 1996, 25,79% de
todos os partos destas, 31.857 eram meninas entre 10 e 14 anos. Os dados dizem
respeito a gravidezes que chegaram até o final, sendo provavelmente maior o
número de adolescentes que engravidaram, mas abortaram, espontaneamente ou
não. Se nos EUA anualmente 1 milhão de adolescentes engravida, sendo que 60%
delas chegam ao final da gestação, no Brasil os números são imprecisos, mas
estima-se que ocorra uma provável relação de 1 aborto para 4,3 nascimentos.
Segundo o Ministério da Saúde, as complicações de parto e puerpério de parto
normal, causas obstétricas e aborto, são responsáveis por 70% de todas as
internações em adolescentes pelo SUS (1966). De uma maneira geral, nota-se um
69
aumento de informações sobre métodos anticoncepcionais que chega aos
adolescentes, mas isso não basta, é necessário colocar esses ensinamentos em
prática.
Dados de nossa pesquisa indicam falta de conhecimentos anatômicos e
fisiológicos para maior compreensão da prática.
O nível de desconhecimento ("Não sei") mostra 60,8% na definição de
menarca, seguida dos hormônios masculino e feminino, reforçando
desconhecimento em fisiologia dos aparelhos genitais.
Bruno et al (1997) verificaram, em estudo no Ceará, que a idade média de menarca
foi 12,4 anos e de primeira ejaculação 12,2 anos; e, destes, somente 12,3% tiveram
orientação escolar para entender as modificações que estavam ocorrendo neles.
Rena (1996) relata no Projeto Adolescer realizado com adolescentes no interior de
Goiás, 10,5% das adolescentes pesquisadas relataram terem menstruado entre 10 a
12 anos, e 41% entre 13 e 16 anos. Entre os meninos de 10 a 12 anos, 15% não
sabiam se já haviam ejaculado, e 11,5%, entre 13 a 16 anos. O pesquisador utilizou
para as adolescentes a palavra menstruação e não menarca; para os adolescentes
do gênero masculino usou a palavra ejaculação.
54,5% do adolescentes acertaram sobre as DSTs.
Fernàndez et al (2000) relatam que entre adolescentes chilenos pesquisados,
70
96,48% reconhecem a existência das DSTs, 85% somente sabem da AIDS, sendo
que 2,91% mencionaram a sífilis e 1,675 a gonorréia, e 8,75% designaram câncer
como DST. Em nossa pesquisa verificamos que 54,45 dos alunos reconhecem a
leucemia como não sendo DST.
Rickert et al (1990) destacam que, apesar de esforços crescentes para lidar com a
sexualidade do adolescente, 12 milhões de jovens são sexualmente ativos hoje em
dia. A média do coito é de 16 anos, e um quinto das meninas de 15 anos e um terço
dos meninos dessa idade relatam ter tido a primeira relação sexual. Como uma das
conseqüências negativas do início precoce da atividade sexual podemos incluir as
DSTs, que está crescendo continuamente nos Estados Unidos. Embora a faixa
etária entre 20 e 24 anos tenha maiores índices de DST, a faixa entre 15 e 19 anos
vem em segundo lugar. Quando ajustado para a atividade sexual, os índices de DST
são muito maiores para os jovens entre 13 e 20 anos do que em outro qualquer
grupo: 15%
Survey realizado por Benson and Torpy (1995) para avaliar o comportamento de
estudantes do ensino secundário (segundo grau), associando 14 variáveis, inclusive
conhecimento em educação sexual, conclui que a técnica usada pelos
pesquisadores para medir os conhecimentos em educação sexual (uma de suas
variáveis), em contraste com descobrimento de outros estudos, demonstra pouco ou
nenhum efeito no comportamento sexual pelo ensino dos aspectos reprodutivos da
Biologia.
Lima (1999), em pesquisa com 362 gestantes e/ou puéperas menores de 18 anos
71
em hospital público de São Paulo, conclui que a escola parece continuar sendo o
lugar privilegiado para a oferta da orientação sexual, embora se perceba que, de
fato, são poucas aquelas que trabalham com esse tema. Em sua pesquisa, mostra
que a porcentagem de adolescentes que fazia uso de métodos contraceptivos é
praticamente a mesma (20%), tanto para o grupo que havia sido orientado
sexualmente na escola, como para o outro.
Imia et al (2002), em estudo descritivo transversal em 100 adolescentes de 10 a 19
anos da policlínica docente "Wilfredo Pérez Pérez", de San Miguel del Padrón, em
Cuba, mostram que somente 5% dos adolescentes pesquisados, na faixa etária de
10 a 13 anos, não tinham conhecimentos sobre anatomia dos aparelhos genitais.
Gomes (2001), em Feira de Santana, Bahia, apresenta em estudo amostral dos
alunos da sede e zona rural de 1º grau das escolas municipais, de ambos os sexos,
sobre conhecimentos de adolescência, puberdade e sexualidade (n=399), 57,6% do
total analisado apresentaram nível insatisfatório, sendo que a faixa etária de 10 a 11
anos regular, com ligeira melhora aos 12 anos, resultados esses que corroboram
com nosso estudo que num total das questões erradas e desconhecidas
(insatisfatório, 55,37% de questões); sendo que a faixa etária de 10,0
a 12,0 anos
59,5% de questões; de 12,1 a 15,0 anos 54,1%.
Em nosso estudo, existe maior desinformação no sexo feminino.
Segundo Nascimento (2004), trabalhar essas questões com os meninos traz
benefícios para eles mesmos, mas certamente também os traz para as mulheres.
72
Esse caráter relacional tem sido a ênfase de trabalho desenvolvido com homens
jovens. Pensar diferentemente do que normalmente pensa e desconstruir um
modelo que séculos de história construíram não é fácil, mas, ao mesmo tempo, se
torna fundamental para a construção de uma sociedade baseada em outros valores,
que não a desigualdade e injustiça.
Em relação às séries pesquisadas, observa-se que os adolescentes mais
velhos (7ª e 8ª séries) possuem um maior percentual de acerto e menor
percentual de erros, corroborando com os resultados obtidos por Gomes
(2001), sugerindo entrada na 5ª série com defasagem nos conhecimentos
pesquisados.
6.2.2 Sexualidade
Foram questões mais acertadas: Definição de sexualidade responsável
(73,8%); fatores que ocorrem nas primeiras relações sexuais (61,2%); diferença
entre sexualidade e amor (59%).
As questões mais erradas foram a concepção de relação sexual (71,7%);
definição de masturbação (57,1%); definição de sexualidade (38,9%). 18,8%
desconhecem a concepção de relação sexual.
Vitalle (2003), justificando uma reflexão sobre o adolescente e a sexualidade, diz
que para o exercício da sexualidade, conduta que é considerada simples, cotidiana,
73
na verdade é muito complexa, carregada de elementos cognitivos, tanto nos
aspectos mais primitivos (sensoriais), passando por esquemas de representação
(linguagem corporal, facial e outros sistemas de sinais), até um processo simbólico
complexo, capaz de estabelecer representações mentais com significados
específicos e pessoais, que podem ser compartilhados. Há de se pensar ainda nos
aspectos culturais, que, sem dúvida, estão imbricados na formação e no exercício da
sexualidade humana. E acrescenta que, apesar da importância do tema para a
formação integral do adolescente, existem poucos estudos no Brasil a esse respeito
e, no exercício diário da profissão, os pediatras estão pouco afeitos a tratar da
questão da sexualidade. Por outro lado, a adolescência, época em que aflora a
temática da sexualidade (embora a sexualidade seja um evento muito anterior), é
área de atuação da pediatria, conforme regulamentação do Conselho Federal de
Medicina, Associação Médica Brasileira e Conselho Nacional de Residência Médica,
regulamentada pela resolução n. 1, no Diário Oficial da União, de 14/05/2002.
Na maior parte da literatura considerada, Loyola (1999) comenta que a sexualidade
não se constitui um objeto de estudo de disciplinas, tais como a sociologia, a
medicina, a filosofia e a psicologia. Tal fato se deve, em parte, à maneira indireta ou
subordinada como a sexualidade foi tratada nas disciplinas, e, em parte, ao fato de
que tendemos a examiná-la a partir de sua visão moderna, em que ele aparece
como objeto de estudo autônomo, fundamentalmente porque a sexualidade,
enquanto tal, constitui ainda um campo a ser delimitado, um objeto em pleno
processo de construção. Muitos trabalhos refletem, direta ou veladamente esse
processo, a luta que se trava atualmente no campo das disciplinas que o integram e
no interior de cada uma delas, para impor uma definição ou uma visão dominante
74
sobre a sexualidade, num esforço de reapropriação (antropologia, psicanálise) ou de
apropriação (maioria das disciplinas) da sexualidade como objeto de estudo.
Rena (1996), em seu Projeto de pesquisa Adolescer em Goiás, considera o namoro
um momento importante, e até indispensável em determinados contextos culturais,
no processo de construção da relação afetivo-sexual entre duas pessoas, que
permita experiências entre vários aspectos, inclusive a dimensão da sexualidade
que, em vários momentos, se torna a questão central do relacionamento,
envolvendo tomadas de decisões que exigem muito diálogo e muita negociação.
Deveria se constituir uma experiência de aprendizado de si mesmo e do outro.
Conclui que, paradoxalmente, os dados por ele levantados revelam que apenas
18,5% destes adolescentes que namoram incluem a temática da sexualidade entre
os assuntos abordados com freqüência, e, dentre aqueles que "nunca" falam de
sexo/sexualidade com o(a) namorado(a), quase a metade está situada na faixa
etária de 13 a 16 anos.
Tiba (1994) destaca que a menarca é muito diferente da semenarca (primeira
ejaculação) dos rapazes, pois esta não é festejada, ninguém fica sabendo e não é
culturalmente associada à reprodução, nenhum garoto está pensando em filhos,
mas apenas na inauguração de sua capacidade de ter prazer sexual; por isso ele
não comenta o fato com o pai e às vezes nem com os irmãos. Sobre o ficar, ele
esclarece que é uma prática que não obedece a regras conhecidas, que raramente
chegam a ter relações sexuais. Não assumem qualquer compromisso, só chegam a
ter relação quando a garota já tem vida sexual, o que chega a ser um atropelo das
funções, pois raramente estão maduros para a vida sexual. Nas meninas, o ficar
75
começa entre os 12 e os 14 anos. Conclui que o ficar até agora produziu resultados
mais benéficos que nocivos, é uma maneira de se iniciar no jogo sexual com mais
afeto.
Botell (1999) relata que grande parte de gravidez indesejada são de adolescentes,
porque não fazem planejamento familiar. Existem opiniões de que o uso de métodos
anticoncepcionais nessa idade favorece a promiscuidade e a relação sexual,
produzindo, assim, um questionamento moral a respeito dos mesmos. Ainda
questiona que a educação sexual poderia trazer desorientação à personalidade
dessa faixa etária.
Em Reunião em Varadero, Cuba (1994), com 30 profissionais da Federação
Latinoamericana de Sociedades de Sexologia e Educação Sexual (FLASSES) em
conjunto com autoridades da UNESCO, quanto aos programas de Educação para a
sexualidade sugeriram os responsáveis pelas elaborações de políticas temas como
população, planejamento familiar, promoção à saúde e prestação de serviços, de
educação e comunicação, do meio ambiente, a família, a igreja e todos os setores
latinoamericanos comprometidos com o respeito à vida, a promoção de cinco
direitos: a sexualidade plena e responsável, a igualdade dos sexos, a família, a
saúde sexual e o planejamento familiar (CADENAS, 1995).
Ellsworth (2001), acredita que o diálogo usado pelos professores(as) como aspecto
de sua pedagogia, estão empregando um modo de endereçamento, pois as regras,
os movimentos e as virtudes do diálogo, considerado como uma forma de
pedagogia, não são neutros, oferecem "lugares" muito particulares às
76
professoras(es) e estudantes no interior de redes de poder, desejo e conhecimento.
Dias e Gomes (1999) escrevem que o controle da sexualidade atualmente é
realizado de maneira mais sutil; ao invés de técnicas repressivas diretas, apela-se
para o constante diálogo cotidiano. A sexualidade nas famílias pode ser discutida a
qualquer momento. Observa-se, neste caso, a substituição de um modelo repressivo
de regulação da sexualidade por um outro modelo em que, em contraste à
repressão, incentiva-se o falar sobre sexualidade como uma forma de controlar a
mesma.
Klosinski (2006) analisa que podemos nos deparar com crises psicossociais de
pubescentes e adolescentes em todos os graus de intensidade. O papel da causa é
desempenhado aqui pelo comportamento educativo dos pais, pelas convicções
religiosas e por uma rígida formação da consciência, quando ocorrem inseguranças,
escrúpulos sobre o próprio comportamento sexual na puberdade e adolescência. Por
vezes os jovens têm idéias confusas sobre a sexualidade e o comportamento
sexual, ou se sentem debaixo de uma certa pressão de "rendimento sexual".
Britzman (2001) explica que reprimir na psicanálise não significa exatamente jogar
alguma coisa fora, ela está mais próxima de nossa paixão pela ignorância do que de
nossa paixão pelo conhecimento. É definida como o ato de afastar-se, o ato de
ignorar e esquecer uma idéia ou uma tentativa para separar o afeto da idéia, é um
movimento dinâmico e produtivo, de volta e retorno, e o que torna o retorno do
reprimido tão estranho é que as novas idéias se tornam afixadas a velhos afetos.
Por causa do processo de substituição, deslocamento e condensação, entretanto, o
77
novo conteúdo ainda contém o núcleo da velha dinâmica ou do velho afeto, sendo
assim, uma resposta à demanda do instinto. Então permite aos educadores,
segundo a autora, explorarem suas próprias teorias de aprendizagem e
desenvolvam uma curiosidade para com aquilo que não é aprendido e que
compreendam como a paixão pela ignorância se defende contra um novo
conhecimento.
Foucault (2005), falando da arqueologia do saber em sexualidade, diz que se ela
fosse bem sucedida em sua tarefa, mostraria como as proibições, as exclusões, os
limites, as valorizações, as liberdades, as transgressões da sexualidade, todas as
suas manifestações, verbais ou não, estão ligadas a uma prática discursiva
determinada. Ela faria aparecer, não certamente como verdade última da
sexualidade, mas como uma das dimensões segundo as quais pode ser descrita,
uma certa "maneira de falar"; e essa maneira de falar mostraria como ela está
inserida, não em discursos científicos, mas em um sistema de proibições e valores.
E, acrescenta que tal análise seria feita não da direção do episteme, mas no sentido
do que se poderia chamar de ética.
Oliveira (1995) comenta que, dentre os padrões de comportamento desde a década
de sessenta, na moral sexual existem padrões literalmente derrubados, e os
adolescentes se encontram perdidos sem saber pensar, agir. Destaca a valorização
positiva da virgindade. Ultrapassando o "tabu da virgindade", os jovens passaram a
ser empurrados para o sexo com o pretexto de ser essa uma forma de exercício do
direito à liberdade e à modernidade, confundindo-se "liberdade de opção" com
"imposição de opção".
78
Segundo Cano et al (2000), a banalização da sexualidade tem dificultado a tarefa de
educar, de associar sexo a afeto, responsabilidade e promoção da saúde. Então, a
sexualidade deve ser um tema de discussão e debate entre pais, educadores e
profissionais de saúde, tendo como objetivo encontrar maneiras de informar e
orientar os jovens para que protelem ao máximo sua iniciação sexual, tenham
responsabilidade, auto-estima e pratiquem sexo com segurança.
Em estudo exploratório descritivo da Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP), sobre sexualidade com escolares e adolescentes de 7 a18 anos, Bretas
e Silva (2002) colocam a escola por sua importância na socialização como um
veículo muito importante para a educação sexual, mas variáveis como o despreparo
dos professores para discussão do tema, as práticas ideológicas de domínio da
situação através de mecanismos de controle como a repressão ou a biologização da
sexualidade, sob o apoio das ciências médicas, que vincula o exercício da
sexualidade somente ao exercício das funções reprodutoras. Acrescentam que a
realidade nos mostra que ignorar o tema ou privilegiar o aspecto informativo não foi
suficiente, pois as informações sobre conduta contraceptiva e de prevenção a AIDS
não asseguram sua eficácia entre os adolescentes. Isso talvez ocorra porque as
relações inter-subjetivas têm mais influência que o simples repasse de informações
aos adolescentes.
Conforme Mandú, Corrêa e Vieira (2000), o trabalho educativo em sexualidade não
deve se constituir em transmissão de crenças, valores e preconceitos sexuais ou em
imposição de "verdades". Deve favorecer trocas sem dogmatismo, de forma que os
sujeitos adolescentes possam expressar, refletir, discutir, questionar e optar livre e
79
responsavelmente acerca de suas condutas no campo da afetividade e,
especificamente, de sua vida sexual.
6.3 Fontes de conhecimento sobre sexo e sexualidade
6.3.1 Pessoas de convivência do aluno
O resultado de nossa pesquisa mostra a mãe em primeiro lugar, sendo que
comparando de acordo com o gênero, os amigos são a maior fonte para o
masculino. O professor foi apontado em terceiro lugar. Interessante observar
que a resposta "ninguém" obteve mais respostas que colegas de colégio e
pais.
Segundo Abramovay, Castro e Silva (2004), em muitos casos o estudo do corpo é
delegado aos professores(as) de Ciências e Biologia, sendo que os professores das
demais áreas se eximem de quaisquer responsabilidades no que se refere à
educação sexual dos alunos,, ainda que essa, subliminarmente, se realize por
comentários, observações e até por silêncios quando situações consideradas
sexualizadas ocorrem ou preconceitos se materializem em brincadeiras e por outras
expressões.
A tarefa do professor é árdua, num tempo em que mecanismos simbólicos capazes
de sustentar o lugar de sua autoridade são quase inexistentes. A possibilidade deles
serem ouvidos e respeitados advém, em grande parte, de particularidades subjetivas
80
do professor(a), e aos aspectos sociais que envolvem os jovens. Existem
professores(as) que não sucumbiram a certos aspectos, tais como a espiritualidade
moderna de cunho cientificista que preconiza a exclusão do sujeito e do desejo, e o
discurso social que situa o adolescente no lugar de "aborrescente", indisciplinado e
marginal. (GUTIERRA, 2003).
Estudos brasileiros (BRETAS; SILVA; JESUS, 2000) destacam a importância da
reflexão por parte dos educadores para pensar seus próprios valores, considerando
que o despreparo desses profissionais em tratar a temática de sexualidade na sala
de aula ainda prevalece.
Segundo Gomes (2001), quanto ao nível de informação dos professores sobre
adolescência, puberdade e sexualidade, 70% dos professores de ambos os sexos
apresentaram nível regular de informação e, em 25%, o nível foi insatisfatório.
Clark et al (2003), analisando o papel dos médicos na educação sexual dos
adolescentes, concluíram que a escola, especialmente os professores(as),
interagem mais tempo com eles, podendo assim tanto ensinar como reforçar as
informações sobre sexualidade.
Segundo dados do PROEB/MG (2002), 72% dos professores(as) possuíam nível
superior de ensino.
Em nosso estudo 14% apontam o professor(a) como pessoa que conversa
sobre sexo e sexualidade.
81
Abramovay, Castro e Silva, (2004) (relatório da UNESCO), citam que de nove das 14
capitais estudadas, em quatro capitais as mães aparecem de forma mais destacada
que os pais no plano de interação com os filhos, conversando sobre sexualidade:
São Paulo, Goiânia, Maceió e Fortaleza, corroborando com dados da nossa
pesquisa; sendo que em nove capitais não há diferença significativa quando se
considera o sexo dos pais.
Metade dos jovens pesquisados indicam que colegas ou amigos são os que mais
lhes informam sobre sexo: 44% em Salvador; 55% em Florianópolis. Contudo, tais
proporções estão muito próximas às registradas para o caso das mães. Dados
sugestivos que amigos e pais (principalmente mães) são fontes importantes, ainda
que, de acordo com o interlocutor, o diálogo e o conteúdo da conversa possam
variar. O nível de conhecimentos sobre temas correlatos à sexualidade pode ser
empecilho ao diálogo entre pais e filhos. Ainda que a maioria afirme ter
conhecimentos, mais de um terço não têm informações. Na mesma pesquisa, pais
indagados sobre seus conhecimentos sobre gravidez e controle da natalidade,
respondem que possuem informação suficiente, com percentual variando entre
70,7% e 45,8%.
São as mães que detêm mais conhecimento que os pais, enfatizando os
resultados encontrados em Pitangui/MG, onde 32,2% dos adolescentes
apontam a mãe como principal fonte de conhecimento, e 58,2%, na mesma
pesquisa, pertencem ao gênero feminino.
Bruno et al (1997), em seus estudos corroboram com nossos dados, apontando que
82
os adolescentes da pesquisa entre 11 e 19 anos, de todas as classes sociais,
apontam a mãe como quem mais orientou sobre as modificações físicas na
adolescência: 44,1% na classe alta; 41%na média e 39,5%na classe baixa. Em
Goiás, Rena (1995) constata que a mãe é a maior fonte de informações sobre
menstruação/ ejaculação.
Em estudo, Maia (1998) mostra que os pais percebem o que acontece com as filhas
em termos de sexualidades, contudo não conseguem oferecer orientações sexuais
efetivas pelos seguintes motivos: estimativas equivocadas acerca do conhecimento
das filhas sobre métodos contraceptivos; tentativas de postergar a iniciação sexual
das mesmas; e sentimento de inaptidão para falar tanto sobre sexualidade como
sobre métodos contraceptivos com as filhas.
No Chile, adolescentes entre 11
a 17 anos apontam que os pais deveriam ser as
pessoas encarregadas pela educação sexual (89,3%), e, em segundo lugar, os
professores. (Fernández, 2000).
Brandão (2004) assinala que muitas famílias compreendem a importância dos
momentos de descoberta e aprendizado da sexualidade na adolescência. Algumas
mães apóiam e incentivam os filhos, lidando com espontaneidade e naturalidade
com esse percurso. Outras se posicionam de maneira mais discreta ou silenciosa,
não explicitando uma interdição verbal ao exercício sexual dos filhos.
Freire (1997) assinala que a posição da mãe ou do pai é a de quem, sem nenhum
prejuízo ou rebaixamento de sua autoridade, humildemente aceita o papel de
83
enorme importância de assessor ou assessora do filho ou da filha. Assessor que,
embora batendo-se pelo acerto de sua visão das coisas, jamais tenta impor sua
vontade ou se abespinha porque seu ponto de vista não foi aceito.
Quase todos os adolescentes já sabem que a liberdade sexual não é promiscuidade,
porém sentem e expressam a necessidade de fazer experiências que nem sempre
são totais, mas que precisam viver. Para que possam fazê-las, têm que encontrar
certa aprovação nos seus pais para não sentirem culpa. Porém, esta aprovação não
deve ter como preço a exigência de que informem sobre seus atos. Precisam viver
suas experiências para eles. Exigir informação é tão patológico como proibir e é
muito diferente de escutar. Adolescentes necessitam falar de suas conquistas, e pais
reclamam que eles dominam a situação, não se dando conta que escutar é o
caminho para entender o que está acontecendo com os filhos (ABERASTURY;
KNOBEL, 1981).
Entre a faixa etária de 12 a 15 anos (gênero feminino) é freqüente e comum o
diálogo sobre sexualidade com amigas, mas estas estão quase sempre tão
desinformadas quanto elas (MAIA, 1998).
Calazans (2005) descreve como espaço relacional privilegiado por jovens de 15 a 24
anos, para a discussão sobre os relacionamentos amorosos, é entre amigos, tendo
sido o primeiro tema mais citado pelos jovens entrevistados (51%). Quanto a discutir
assuntos de sexualidade, jovens da mesma faixa etária buscam claramente o mundo
adulto familiar como universo de referência, sendo citada a mãe (59%), em primeiro
lugar, corroborando com dados de adolescentes de nossa pesquisa entre 10,0 a
84
15,0 anos. (SPOSITO, 2005).
Clark et al (2003), analisando o papel dos médicos na educação sexual dos
adolescentes, conclui que a escola, especialmente os professores, interagem mais
tempo com eles, podendo assim tanto ensinar como reforçar as informações sobre
sexualidade.
6.3.2 Local de informação sobre sexo e sexualidade
A questão aponta a televisão e as revistas como maiores fontes de busca,
seguido dos livros.
Dados do PROEB/MG (2002) mostram que 73% dos alunos da 8ª série fazem leitura
de algum livro não didático, e que 73,6% fazem leitura de alguma revista em
quadrinho.
Maia (1998), em adolescentes do gênero feminino (12 a 15 anos), relatam as
revistas (93%), filmes (64%) como principal fonte de informação.
Em uma escola pública de Ribeirão Preto, Crepaldi et al (1997) verificaram que entre
os alunos de segundo grau, 80% dos pesquisados apontaram a televisão como
principal veículo de informação sobre DST/AIDS; 41,7% os jornais, 35% pesquisas e
palestras, revistas 35%.
85
Abarca (2004), em pesquisa em escolas públicas no Espírito Santo, incluindo alunos
de 7ª e 8ª séries, encontrou como média geral em horas diante da televisão por dia:
3h e 07 minutos; 33,8% apenas lêem algum jornal e 74,9% lêem algum tipo de
revista.
Os altos níveis de consumo de televisão no Brasil estão intimamente (e
inversamente) relacionados aos níveis de escolaridade dos públicos expostos a esse
meio. Nesse sentido, a persistência de baixíssimos níveis educacionais na
sociedade brasileira, entre jovens (um dos mais baixos do mundo), coloca a
televisão como uma espécie de ensino paralelo e integrador. O rádio tem
características bem diferentes, não é recebido de forma coletiva, sem linguagem
globalizante, fazendo cortes por sexo, idade, região (rural e urbana), estratos
culturais e socioeconômicos. (MADEIRA, 1997).
Pesquisa venezuelana de mestrado, Toro (1993) citado por Cadenas et al (1995),
em pesquisa com 152 adolescentes de 12 a 16 anos sobre a influência das
telenovelas na sexualidade: para 39,4% é um programa para passar tempo; 25,7%
gostam; 39,5% dizem ter mensagem sexualidade positiva; 56,6% acreditam que
estimulam a promiscuidade e liberdade sexual; 77% mostram paternidade
irresponsável; 54,9% assistem uma novela por dia no horário de 21 às 22 horas.
(CADENAS,1995).
Para Vitalle (2003) e Strasburger (1989), os meios de comunicação transmitem um
apelo erótico aos adolescentes. A televisão informa e forma opiniões, unificando e
padrões de comportamento, esquecendo as tradições de cada cultura.
86
Os adolescentes podem sofrer efeitos perversos da mídia. A busca de modelos
externos, típica desta fase de separação dos modelos familiares, faze com que
aqueles carentes de referências que suportem esta passagem tomem aos padrões e
comportamentos sexuais que a mídia exibe como "regra de conduta". Muitas vezes,
entretanto, o que a mídia mostra está em total contradição com o sentimento que o
adolescente experimenta, o que pode fazer com que ele se sinta desrespeitado,
discriminado ou até perdido. Em outras situações, a mídia pode oferecer "soluções"
a conflitos internos, assegurando ao sujeito a ilusão de pertencer a um grupo e
propiciando-lhe, ao mesmo tempo, uma defesa contra o perigo de se entrar em
contato com representações inconscientes geradoras de angústia. (CECCARELLI,
2006).
Andrade (2004) acredita que mídia e educação fazem parte do universo da cultura,
produzindo modelos de vida, modos de ser, de viver, de ver o mundo, produzindo,
reforçando e veiculando uma gama de ensinamentos às pessoas. Esses
ensinamentos colocam em ação estratégias pedagógicas de interpelação dos
sujeitos. Essas estratégias são chamadas, dentro da perspectiva teórica dos estudos
culturais, de pedagogias culturais, e atuam diretamente sobre os corpos dos
sujeitos, educando-os, moldando-os, governando-os. Nessa perspectiva, então,
pensar em "pedagogia cultural" inclui a escola, mas não se limita a ela.
Montenegro (2000) escreve que tanto os setores que se opõem à educação sexual,
como a sociedade em geral, não parecem ter tomado consciência de que os
adolescentes estão recebendo "educação sexual" poderosa dos meios de
comunicação, tanto escritos quanto audiovisuais. A sociedade de consumo
87
mercantilista descobriu que o "sexo vende". É uma sexualidade puramente física,
desprovida do emocional e afetivo, mostrando um erotismo distorcido, quando não
de pura e simples pornografia.
Silva e Soares; Andrade; Figueira (2003), afirmam que a televisão exerce muita
influência sobre os jovens, já que a juventude contemporânea nasceu e cresceu
imersa na cultura midiática, mais fortemente na cultura televisiva. Os(as) professores
reconhecem isso, e até afirmam que " a televisão é mais interessante que a escola",
mas talvez o que seja mais evidente na comparação entre tais instituições, sejam
suas estratégias bastante distintas: a escola é uma instituição conservadora, no
sentido de manter as tradições; e a televisão por outro lado, busca, mais do que
nunca, manter-se em sintonia com o público consumidor. As representações de
sexualidade veiculadas pela mídia apontam para a importância que a sexualidade
assume no pensamento ocidental. As explicações, as razões usualmente levantadas
para estarmos felizes ou não, ajustados ou não, passam pela maneira como
estamos vivendo a nossa sexualidade. Junto com a sexualidade existe uma
supervalorização da juventude. Manter-se jovem e bonito é um ideal da nossa
sociedade. Assim, pensar a juventude é deixar de lado a nostalgia para poder
pensar novas possibilidades de construir formas de trabalho escolares inclusivas em
relação aos jovens e seus espaços sociais, principalmente a televisão, por ser esta
uma das fontes principais de lazer e informação utilizadas por jovens brasileiros. O
corpo feminino principalmente se constrói a partir de seus elementos biológicos e de
sua inserção na cultura, construção essa baseada nas revistas periódicas (Capricho,
por exemplo), que circulam em todo território nacional e que fala dos cuidados com o
corpo, dando ênfase à atividade física, à beleza e à moda; existindo nessa leitura
88
uma pedagogia que, de certa forma, está educando adolescentes no que diz
respeito à construção de seu corpo.
6.3.3 Freqüência anual de informação sobre sexo e sexualidade na escola
A pergunta "quantas vezes por ano você teve aula de sobre sexualidade na
escola" mostrou 31,5% duas vezes; e 27,1% relataram nunca terem tido aula de
sexualidade na escola. Essas foram as mais respondidas também quanto ao
gênero e idade.
As palestras, enquanto atividades planejadas ou trabalhos pontuais, tornam-se alvo
de críticas pela falta de continuidade e monotonia. Considera-se que as
informações, no âmbito escolar, têm estado distantes das vivências e das emoções
dos alunos, sendo avaliadas, inclusive pelos alunos, como desinteressantes ou não
apropriadas, o que reduz sua efetividade até quanto ao objetivo de disseminação de
informações sobre métodos e trabalho quanto à prevenção. (ABRAMOVAY;
CASTRO; SILVA, 2004).
Lima (1999) acredita que as palestras deveriam ser repensadas no trabalho de
orientação sexual, deveriam ser associadas a outras estratégias que possibilitem o
acolhimento dos conflitos, inseguranças e desconhecimento de si, para serem
transformadas em ações, atos de real prevenção.
Wellings et al (1995) acreditam que as informações obtidas na escola vão ter
89
influência em não praticarem relações sexuais antes dos 16 anos de idade; ainda
tornado-os aptos para uso de método contraceptivo na primeira relação sexual,
tornando importante a educação sexual para a saúde.
Ferreira et al (1998), pesquisando alunos de uma escola estadual de Niterói,
pertencentes ao primeiro e segundo graus, destacaram que os estudantes possuem
um conhecimento fragmentado e superficial das questões de sexualidade
estudadas, necessitando serem melhor trabalhadas pelas equipes de educação e
saúde.
Damiani (2003) percebe a necessidade de desenvolver uma educação que capacite
para lidar com a realidade em situações físicas e sociais que os adolescentes vivem.
A educação e a escola são responsáveis por esse processo e, para isso, são
necessárias ações humanas em situações concretas para atuar e/ou construir
condições/conhecimentos que venham saciar as dúvidas e inquietações dos
adolescentes.
Segundo Suplicy et al (1999), mesmo que a escola se omita, estará acontecendo
algum tipo de educação sexual. Provavelmente repressiva, inadequada e
deformadora. Não há garantia de que o aluno venha a receber da rua ou através dos
meios de comunicação as informações necessárias para uma vida afetiva e sexual
harmoniosa. É função da escola contribuir para uma visão positiva da sexualidade,
como fonte de prazer e realização do ser humano, assim como aumentar a
consciência das responsabilidades. A orientação sexual na escola dá oportunidade
ao adolescente de repensar seus valores pessoais e sociais, bem como compartilhar
90
suas preocupações e emoções.
Eisenberg et al (1997) relatam que adolescentes de Minnesota (EUA), necessitam
treinamento para falar de educação sexual em aula, e colocam como alternativa
trazer professores(as) e educadores de outras escolas, devido ao anonimato dos
mesmos trazerem menos constrangimento aos adolescentes nas discussões de
sexualidade na sala de aula.
Hoje a educação sexual é indiscutível e nenhuma escola para adolescentes deixa de
abordá-la. A questão, agora, não é decidir se trata ou não do assunto, mas sim
saber como lidar com ele. Por enquanto, a maioria das escolas deixa o assunto nas
mãos dos professores(as) e não tem muito controle sobre o que eles falam em
classe ou conversam nos corredores com alunos. E os alunos, muitas vezes,
escolhem professores(as) de outras matérias (não o escolhido pela escola) que se
mostram mais abertos à aproximação. (TIBA, 1994).
Para Cahn (1999), o papel do analista se mostra bem limitado quanto aos
professores, a não ser ao contribuir para a reflexão sobre sua maneira de ser e de
fazer em sua tarefa e com a condição, evidentemente, de que ele também se
submeta a este princípio fundamental de toda educação: que todo proselitismo ou
tentativa de convencer, de sua parte, se mostra a priori voltada ao fracasso e que só
terá chance de se revestir de alguma eficácia um processo interidentificatório
apoiado na busca comum de um sentido, de uma significação, a ser descoberta em
conjunto para um objeto terceiro.
91
6.3.4 Assunto sobre sexo e sexualidade sendo explicado na escola
Há pesquisas que mostram que adolescentes engravidam entre o primeiro e sexto
mês em que começam a "transar". Tal fato é conseqüência, muitas vezes, de
atividade sexual não assistida, de falta de informações, uso incorreto de
contraceptivos etc., associados às características próprias da adolescência como,
por exemplo, o pensamento mágico, em que eles acreditam que "certas coisas" não
vão acontecer com eles, apesar das situações de risco em que se envolvem.
(GONÇALVES; GODOI, 2003).
Nossa pesquisa com adolescentes das escolas públicas de Pitangui, mostra
níveis insatisfatórios de conhecimento, principalmente nos assuntos de
adolescência e puberdade (20,8%) e anticoncepção (14,9%).
Caberia ao Estado, à sociedade, à família e à escola oferecer apoio e condições
para que se diminua a incidência de gravidez precoce, permitindo que esses
adolescentes vivenciem esta fase conturbada sem interromper seus sonhos, seus
estudos, e com isso, almejar uma melhor qualidade de vida. Tratar a questão na
escola, com professores habilitados, poderia ser uma contribuição significativa para
a prevenção e atenuação do problema. (DAMIANI, 2003).
Pesquisa com adolescentes de primeiro e segundo graus mostra que não usam
camisinha 76% do gênero feminino e 78,3% do masculino, e apenas 20% dos
alunos do gênero masculino pesquisados usam como prevenção de gravidez e
DST/AIDS. (FERREIRA et al, 1998).
92
Bruno et al (1997) constatam que adolescentes pesquisados em seis escolas de
níveis sócio-econômicos variados, entre 11 e 19 anos, de ambos os sexos, no
Ceará, conhecem bem os métodos anticonceptivos em todas as classes sociais
(81,3%), sendo o códon o mais citado por eles. O anovulatório oral foi mais citado
pela classe social mais baixa. Dos que tinham vida sexual ativa, apenas 59,5%
tinham usado ou estavam usando algum método, 39,5% o códon e 20% a pílula,
esta última mais utilizada na classe social mais alta.
Lima (1999) acredita que a escola ainda seja o local privilegiado para a oferta da
orientação sexual, embora se perceba que, de fato, são poucas as que trabalham
com esse tema. Em sua pesquisa com adolescentes em São Paulo, gestantes e
puérperas menores de idade, a porcentagem que fazia uso de métodos
contraceptivos é praticamente a mesma (20%), tanto para o grupo que havia sido
orientado sexualmente na escola como para o outro. Questiona-se a qualidade das
informações oferecidas ou das estratégias utilizadas.
Para Júnior (1997), na escola, a sala de aula representa um espaço onde diferentes
aspectos que configuram a cultura estão presentes: valores, interesses, ideologias,
costumes, crenças, atitudes, tipos de organização familiar, econômica e social, como
também diferentes padrões de comportamento sexual. Desse modo, a sala de aula
passa a ser um ambiente cultural onde encontramos tensões, contradições e
conflitos.
Segundo Abramovay, Castro e Silva (2004), os membros do corpo docente tendem
a informar que têm conhecimentos sobre DST: 77,7% em São Paulo a 66,3% em
93
Goiânia. A escola é considerada pelos pais como uma importante fonte de apoio na
orientação sexual dos jovens. Para alguns, as aulas e feiras de ciências, as
palestras e conversas com professores são tidas como boas estratégias para
elucidação de dúvidas. De 10 a 14 anos, apenas 20,3% usam camisinha em todas
as relações em Salvador; 40,8% em Porto Alegre; 17,9% em Fortaleza; e 61,8% no
Distrito Federal.
Moore (2000), em uma pesquisa nos EUA, baseada no SIECUS Guidelines for
Comprehensive Education, avaliou os tópicos considerados mais importantes pelos
professores das escolas públicas da Flórida. Os tópicos estão agrupados por idade,
e não incluem apenas as conseqüências negativas da sexualidade, mas também os
pontos positivos da mesma. Os tópicos das diretrizes mais valorizados pelos
professores foram a abstinência, tomada de decisões, e DST/AIDS; sendo que
ensinam menos: masturbação, fantasias, disfunção sexual, sexualidade e artes.
Sugere outras pesquisas para investigar as percepções que influenciam os
professores na escolha dos tópicos.
Santelli e Ott (2006), relatam que a abstinência protege a gravidez precoce e
doenças apenas teoricamente, pois ela não é mantida pelos adolescentes.
Programas de abstinência, desde 1996, provaram pouca eficácia na iniciação
sexual. A Sociedade de Medicina do Adolescente diz que a abstinência não pode ser
usada como coerção, mas outros modos de evitar gravidez e doenças são
colocados para os adolescentes.
No Brasil, esses tópicos influenciaram organizações não governamentais a
94
produzirem guias de orientação sexual, muitos deles usados em escolas,
ressaltando que a tradução Educação foi feita por Orientação. (BONATO, 1996).
Grunseit et al (1997), em estudo de revisão de educação sexual e comportamento
de adolescentes, mostram que autores como Kirby (1985); Goldman e Goldman
(1981); Spainer (1976); Stout e Rivara (1989) acreditam serem infundadas as
acusações de que a educação sexual estaria promovendo atividade sexual.
Castagnola (1993), em trabalho na Argentina, demonstra que a escola tem papel
relevante na educação sexual, e que é necessário ações conjuntas da saúde e
educação, fazer capacitação dos docentes, através de uma relação dialética entre
equipe de saúde e docentes, sendo que nenhum possui o saber e uma única
verdade.
Ferreira et al (1998) acreditam que o aconselhamento anticoncepcional para os
adolescentes se superpõe à educação sexual e visa proporcionar recursos para que
possam lidar adequadamente com sua sexualidade, sem correr riscos inaceitáveis
de gravidez indesejada ou de doenças transmitidas pelo sexo.
95
7 CONCLUSÕES
A partir da análise e discussão desse trabalho, com validade para os participantes
desse estudo, podemos concluir:
y O gênero feminino apareceu em maior porcentagem, como em outras pesquisas
brasileiras.
y As questões mais acertadas em anatomia foram: o nome das células
reprodutoras masculina e feminina e a anatomia do aparelho reprodutor feminino;
as mais erradas foram: o local anatômico da fecundação, da menstruação e da
produção dos espermatozóides; as mais desconhecidas a primeira transformação
anatômica masculina na puberdade; o local anatômico da produção dos
espermatozóides e da fecundação.
y Em fisiologia, houve mais acerto na primeira transformação anatômica feminina
na puberdade, definição de fecundação. Houve mais erros na relação gravidez
/ciclo menstrual, no nome do hormônio exclusivamente feminino. Houve mais
desconhecimento na definição de menarca e no nome do hormônio
exclusivamente masculino.
y Quanto à sexualidade a definição de sexualidade responsável e os fatores que
ocorrem nas primeiras relações sexuais foram mais acertadas; a concepção de
relação sexual e definição de masturbação as mais erradas e a mais
desconhecida a definição de masturbação.
y Nas pessoas de convivência do adolescente, a mãe e os amigos foram
apontados como quem mais conversa com eles sobre sexo e sexualidade.
96
y Os locais apontados como fonte de informação sobre sexo e sexualidade foram a
televisão e as revistas.
y Para os adolescentes "duas vezes" ou "nunca tiveram" foram as respostas de
maior percentual para freqüência anual de informação na escola; e, aparelhos
reprodutores, o assunto melhor explicado sobre sexo e sexualidade.
97
8 COMENTÁRIOS FINAIS
y Do total válido 86,4% (1.421 adolescentes), 52,5% não consentiram em
responder o questionário, validando autores pesquisados ser um assunto
polêmico, e inseguro tanto para os pais como para os alunos.
y A escola deve juntamente com os conhecimentos anatômicos enfatizar aspectos
de fisiologia e sexualidade aos adolescentes.
y Apesar da implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais com o tema
transversal de sexualidade, a escola ainda necessita de novas abordagens para
tratar do tema sexo e sexualidade, ou seja, descobrir razões das dificuldades em
colocar os ensinamentos propostos em prática na sala de aula.
y Maior entrosamento entre as áreas da saúde e educação deve ser incentivada
para aprimoramento do ensino de sexo e sexualidade.
y Discutir e tentar eliminar barreiras sociais, psíquicas e religiosas que impedem a
transmissão de conteúdos, elaboração de materiais didáticos e projetos de sexo
e sexualidade na escola para os adolescentes.
y Mais estudos sobre fatores que impedem os adolescentes alcançarem a etapa
das operações formais.
y Mais apoio acadêmico às pesquisas de sexo e sexualidade na adolescência,
principalmente na área médica, para um melhor entendimento dos mecanismos
ligados à escola envolvidos na transmissão de DSTs e gravidez precoce.
y Diagnósticos das entidades governamentais sobre ensino de sexo e sexualidade
nas escolas públicas.
y Incentivo aos pais e professores ao estudo e discussão na escola sobre os temas
98
de sexualidade humana, e levantamento de propostas de como tratar o assunto
com os adolescentes.
y Nossos resultados confirmam outros estudos pesquisados, mostrando falta de
conhecimento e desconhecimento dos adolescentes na área de sexo e
sexualidade, assim como existem motivos impedindo os mesmos em responder
perguntas sobre o assunto.
99
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110
ANEXOS
111
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO PARA O ALUNO
112
ANEXO 1: TERMO DE CONSENTIMENTO PARA ALUNOS ACIMA DE 10 ANOS
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, informado sobre a realização de uma pesquisa escrita em minha
escola “Avaliação dos conteúdos sobre sexualidade em adolescentes”, solicitaram o
meu consentimento para participação na mesma.
Informado de que: o objetivo da pesquisa é avaliar os conhecimentos
sobre sexualidade. A pesquisa consta de 27 questões sobre fatos que ocorrem na
aprendizagem sobre sexualidade que nós iremos responder. Não será dito meu
nome ou o meu endereço para nenhuma pessoa. Os resultados serão publicados
em revistas de medicina de forma anônima, ou seja, sem citar nome ou outros dados
pessoais de cada aluno. Todas as informações fornecidas aos médicos sobre mim
ficarão em sigilo, ou seja, nada será dito a outras pessoas que possa me identificar.
Fica esclarecido que não é obrigatória a minha participação nesta
pesquisa e, caso não aceite realizar o questionário, continuarei aluno regular da
mesma escola, sendo que o mesmo não vai alterar em nada minha vida escolar.
Eu, ________________________________________________ concordo
participar da pesquisa “Avaliação dos conteúdos sobre sexualidade em
adolescentes.”.
Pitangui, _______ / _______________ / 2005.
Assinatura do aluno: ______________________________________________
Dr. Marco Antônio Duarte
Rua Padre Rolim, 769 – sala 402 – Tel. 3224-7341
Belo Horizonte – MG
Alberto Elias Lopes Cançado
Rua Visconde do Rio Branco, 161
Pitangui – MG
COEP (Comitê de Ética em Pesquisa Médica) UFMG
Av. Antônio Carlos 6627 – Prédio da Reitoria – 7º andar – sl. 7018 / Tel: 3499-4592
113
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO PARA PAIS OU RESPONSÁVEIS
114
ANEXO 2: TERMO DE CONSENTIMENTO PARA RESPONSÁVEL LEGAL PELO
ALUNO
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, responsável pelo aluno(a) ___________________________________
____________________, da Escola ______________________________________
_____________________________________, informado sobre a realização da
pesquisa escrita “Avaliação dos conteúdos sobre sexualidade em adolescentes”, que
será realizada em sua escola, solicitaram a mim o consentimento da participação
do(a) mesmo(a) na pesquisa escrita.
Informaram-me que: o objetivo é avaliar os conhecimentos sobre
sexualidade, não haverá identificação do nome ou endereço do aluno para nenhuma
pessoa. Os resultados serão publicados em revistas de medicina de forma anônima,
ou seja, sem citar nome ou outros dados pessoais de cada aluno. Todas as
informações fornecidas aos médicos ficarão em sigilo, ou seja, nada será dito a
outras pessoas que possa identificar o aluno.
Fica esclarecido que a participação do aluno não é obrigatória e que, caso
não aceite a participação do aluno acima, o mesmo continuará aluno regular da
escola.
Eu, ________________________________________________ concordo
com a participação do aluno acima na pesquisa “Avaliação dos conteúdos sobre
sexualidade em adolescentes”.
Pitangui, _______ / _______________ / 2005.
Assinatura do responsável:______________________________________________
Dr. Marco Antônio Duarte
Rua Padre Rolim, 769 – sala 402 – Tel. 3224-7341
Belo Horizonte – MG
Alberto Elias Lopes Cançado
Rua Visconde do Rio Branco, 161
Pitangui – MG
COEP (Comitê de Ética em Pesquisa Médica) UFMG
Av. Antônio Carlos 6627 – Prédio da Reitoria – 7º andar – sl. 7018 / Tel: 3499-4592
115
ANEXO 3
QUESTIONÁRIO ESCRITO PARA OS ADOLESCENTES
116
ANEXO 3
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
QUESTIONÁRIO ESCRITO PARA O ADOLESCENTE
Você está participando de uma pesquisa sobre sexualidade. A sua opinião é
muito importante. Fique a vontade para responder.
NÃO PRECISA COLOCAR SEU NOME.
Nome da sua escola: ___________________________________________
Idade ____ anos _____ meses Sexo : Fem.
Masc.
Série ______ Turno:
M T N
Instruções
:
Marque apenas 1 (uma) resposta para cada pergunta.
Quando não souber, por favor marque: “não sei”.
1. De onde vem a menstruação?
( ) vagina
( ) vulva
( ) ovário
( ) útero
( ) não sei
2. Qual o nome da primeira menstruação:
( ) Pubarca
( ) Telarca
( ) Menarca
( ) Não sei
3. Qual a primeira mudança no corpo do menino:
( ) Pêlos nas axilas
( ) Aumento dos testículos
( ) Ejaculação
( ) Não sei
4. Qual a primeira mudança no corpo da menina:
( ) Aumento das mamas
( ) Primeira menstruação
( ) Ovulação
( ) Não sei
5. Não faz parte do aparelho reprodutor feminino:
( ) ovário
( ) próstata
( ) vulva
( ) útero
117
( ) vagina
( ) não sei
6. Não faz parte do aparelho reprodutor masculino :
( ) vesícula seminal
( ) pênis
( ) epidídimo
( ) ovários
( ) testículos
( ) não sei
7. Qual o hormônio exclusivamente masculino?
( ) progesterona
( ) estrogênio
( ) testosterona
( ) não sei
8. Qual o hormônio exclusivamente feminino?
( ) progesterona
( ) estrogênio
( ) testosterona
( ) não sei
9. Qual o nome da célula reprodutora masculina?
( ) hemácia
( ) óvulo
( ) espermatozóide
( ) não sei
10. Qual das doenças abaixo não é sexualmente transmissível?
( ) AIDS
( ) Leucemia
( ) Sífilis
( ) Não sei.
11. Qual o nome da célula reprodutora feminina?
( ) hemácia
( ) óvulo
( ) espermatozóide
( ) não sei
12. Onde são produzidos os espermatozóides?
( ) testículos
( ) pênis
( ) próstata
( ) uretra
( ) não sei
13. A uretra masculina é um canal por onde passa(m):
( ) somente espermatozóides.
( ) espermatozóides e urina.
( ) somente urina.
( ) não sei
118
14. Onde ocorre a ovulação?
( ) útero
( ) trompas
( ) ovários
( ) vagina
( ) não sei
15. A fecundação é:
( ) Uma relação sexual
( ) O encontro do espermatozóide com o óvulo
( ) Uma gestação
( ) A perda da virgindade
( ) não sei
16. Em que órgão da mulher ocorre a fecundação?
( ) ovários
( ) trompas
( ) vagina
( ) útero
( ) não sei
17. No ciclo menstrual normal, a maior possibilidade de uma mulher engravidar é entre:
( ) 1º e 8º dia do ciclo.
( ) 8º ao 16º dia do ciclo.
( ) 16º ao 28º dia do ciclo.
( ) não sei
18. Para você o que e masturbação?
( ) É uma forma de sentir prazer sexual sozinho.
( ) É uma prática sexual que pode causar doença.
( ) É uma prática sexual que não é feita com outro parceiro.
( ) Não sei.
19. Para você sexualidade é:
( ) Fazer sexo.
( ) É tudo que nos faz sentir prazer durante toda vida.
( ) Só quem sente é o adulto.
( ) Não sei.
20. Quem conversa com você sobre sexo e sexualidade?
( ) mãe
( ) pai
( ) professor
( ) amigos
( ) colegas do colégio
( ) ninguém
119
21. Onde você obtém informações sobre sexo e sexualidade?
( ) revistas
( ) livros
( ) rádio
( ) TV
( ) nenhum local
22. Quantas vezes por ano você teve aula sobre sexualidade na escola?
( ) 2 vezes
( ) 4 vezes
( ) 6 vezes
( ) nunca teve
( ) mais de seis vezes
( ) não sei.
23. Qual assunto é melhor explicado na escola sobre sexo e adolescência?
( ) Aparelhos reprodutores (do homem e da mulher).
( ) Adolescência e puberdade.
( ) Anticoncepção ( como evitar gravidez).
( ) DST/ AIDS.
( ) Nenhum deles.
24. O que você entende por relação sexual?
( ) Manifestação da sexualidade que envolve somente aspectos biológicos.
( ) Relação entre dois seres de sexos diferentes para satisfação de seus instintos.
( ) Ato com fim reprodutivo que envolve fatores afetivos, sociais e culturais.
( ) não sei
25. Nas primeiras relações sexuais pode ocorrer:
( ) aparecimento de pêlos pubianos.
( ) ausência de espermatozóides no homem.
( ) timidez entre o casal.
( ) não sei
26. Qual a diferença entre sexualidade e amor?
( ) Sexualidade envolve aspectos biológicos, sociais, culturais e o amor envolve
sentimentos.
( ) Sexualidade se aprende e o amor não se aprende.
( ) Sexualidade envolve somente ética e amor envolve somente moral.
( ) não sei.
27. O que é sexualidade responsável?
( ) É aquela que segue os nossos instintos.
( ) Amor, respeito ao outro e evitar riscos de DST’s (doenças sexualmente
transmissíveis)
( ) É aquela que segue as informações da televisão, revistas, etc.
( ) Não sei.
120
ANEXO 4
APROVAÇÃO NO DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA – UFMG
121
122
ANEXO 5
APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA
COEP – UFMG
123
124
ANEXO 6
AUTORIZAÇÃO DA 45ª SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
E DOS DIRETORES DAS ESCOLAS PESQUISADAS
125
126
127
128
129
130
131
ANEXO 7
GRÁFICOS E TABELAS ESTATÍSTICAS
132
As tabelas a seguir apresentam, para cada variável, as categorias de resposta com
os respectivos números de indivíduos em cada categoria e o % Total em relação ao
total de indivíduos.
Tabela 2
Distribuição de freqüências das variáveis de caracterização
dos alunos participantes da pesquisa
Variável Frequência % Total
Escola
E. E. Monsenhor Artur de Oliveira
95 18,1
E. E. Professor José Valadares
105 20,0
E. E. Padre Joaquim Lopes Cançado
109 20,8
C. M. Lima Guimarães
105 20,0
E. E. Gustavo Capanema
110 21,0
Total
524 100,0
Faixa
10,0 a 12,0 anos
122 23,3
Etária
12,1 a 15,0 anos
402 76,7
Total
524 100,0
Série
5a. Série
161 30,7
6a. Série
147 28,1
7a. Série
130 24,8
8a. Série
86 16,4
Total
524 100,0
Série
5a. e 6a. Série
308 58,8
Agrupada
7a. e 8a. Série
216 41,2
Total
524 100,0
Sexo
Feminino
305 58,2
Masculino
219 41,8
Total
524 100,0
Turno
Manhã
451 86,1
Tarde
66 12,6
Noite
7 1,3
Total
524 100,0
Observa-se que, em algumas variáveis, há dados ausentes, ou porque o aluno
marcou mais de uma opção (e assim a sua resposta foi anulada) ou porque ele
deixou a questão em branco. Nesses casos são apresentados dois % Totais: o
primeiro em relação ao total de alunos, e o segundo considerando apenas o total de
133
alunos que responderam a questão (ou seja, excluindo os anulados e em branco).
Com relação às questões, são apresentadas as freqüências das categorias originais
de respostas e em seguida as freqüências em termos de acerto, erro e
desconhecimento.
Tabela 3
Distribuição das respostas dos alunos que participaram da pesquisa em cada questão
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido Vagina 280 53,4 53,6De onde vem a
menstruação?
Vulva 11 2,1 2,1
Ovário 75 14,3 14,4
Útero 137 26,1 26,2
Não sei 19 3,6 3,6
Total 522 99,6 100,0
Ausente Em branco 1 ,2
Anulada 1 ,2
Total 2 ,4
Válido Pubarca 60 11,5 11,5
Telarca 45 8,6 8,6
Qual o nome da
primeira
menstruação?
Menarca 100 19,1 19,1
Não sei 318 60,7 60,8
Total 523 99,8 100,0
Ausente Anulada 1 ,2
Válido Pêlos nas axilas 241 46,0 46,2
Aumento dos testículos 135 25,8 25,9
Qual a primeira
mudança no corpo
do menino?
Ejaculação 70 13,4 13,4
Não sei 76 14,5 14,6
Total 522 99,6 100,0
Ausente Em branco 2 ,4
Válido Aumento das mamas 333 63,5 63,7
Primeira menstruação 149 28,4 28,5
Qual a primeira
mudança no corpo
da menina?
Ovulação 22 4,2 4,2
Não sei 19 3,6 3,6
Total 523 99,8 100,0
Ausente Em branco 1 ,2
134
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido Ovário 43 8,2 8,2
Próstata 337 64,3 64,6
Vulva 44 8,4 8,4
Não faz parte do
aparelho
reprodutor
feminino:
Útero 8 1,5 1,5
Vagina 30 5,7 5,7
Não sei 60 11,5 11,5
Total 522 99,6 100,0
Ausente Em branco 1 ,2
Anulada 1 ,2
Válido Vesícula seminal 75 14,3 14,3
Pênis 41 7,8 7,8
Epidídimo 45 8,6 8,6
Não faz parte do
aparelho
reprodutor
masculino:
Ovários 269 51,3 51,4
Testículos 19 3,6 3,6
Não sei 74 14,1 14,1
Total 523 99,8 100,0
Ausente Em branco 1 ,2
Válido Progesterona 66 12,6 12,8
Estrogênio 50 9,5 9,7
Qual o hormônio
exclusivamente
masculino?
Testosterona 104 19,8 20,1
Não sei 297 56,7 57,4
Total 517 98,7 100,0
Ausente Em branco 6 1,1
Anulada 1 ,2
Total 7 1,3
Válido Progesterona 88 16,8 16,9
Estrogênio 69 13,2 13,2
Qual o hormônio
exclusivamente
feminino?
Testosterona 78 14,9 14,9
Não sei 287 54,8 55,0
Total 522 99,6 100,0
Ausente Em branco 2 ,4
Válido Hemácia 14 2,7 2,7
Óvulo 50 9,5 9,6
Espermatozóide 434 82,8 83,3
Qual o nome da
célula reprodutora
masculina?
Não sei 23 4,4 4,4
Total 521 99,4 100,0
Ausente Em branco 3 ,6
Válido AIDS 105 20,0 20,1
Leucemia 285 54,4 54,5
Sífilis 85 16,2 16,3
Qual das doenças
abaixo não é
sexualmente
transmissível?
Não sei 48 9,2 9,2
Total 523 99,8 100,0
Ausente Anulada 1 ,2
135
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido Hemácia 41 7,8 7,8
Óvulo 383 73,1 73,2
Qual o nome da
célula reprodutora
feminina?
Espermatozóide 52 9,9 9,9
Não sei 47 9,0 9,0
Total 523 99,8 100,0
Ausente Em branco 1 ,2
Válido Testículos 165 31,5 31,6
Pênis 164 31,3 31,4
Onde são
produzidos os
espermatozóides?
Próstata 38 7,3 7,3
Uretra 68 13,0 13,0
Não sei 87 16,6 16,7
Total 522 99,6 100,0
Ausente Em branco 2 ,4
Válido Somente espermatozóides 59 11,3 11,3
Espermatozóides e urina 283 54,0 54,3
A uretra masculina
é um canal por
onde passa(m):
Somente urina 59 11,3 11,3
Não sei 120 22,9 23,0
Total 521 99,4 100,0
Ausente Em branco 3 ,6
Válido Útero 112 21,4 21,5Onde ocorre a
ovulação?
Trompas 31 5,9 6,0
Ovários 245 46,8 47,1
Vagina 60 11,5 11,5
Não sei 72 13,7 13,8
Total 520 99,2 100,0
Ausente Em branco 4 ,8
A fecundação é: Válido Uma relação sexual 65 12,4 12,5
O encontro do
espermatozóide com o óvulo
325 62,0 62,5
Uma gestação 28 5,3 5,4
A perda da virgindade 24 4,6 4,6
Não sei 78 14,9 15,0
Total 520 99,2 100,0
Ausente Em branco 4 ,8
Válido Ovários 122 23,3 23,6
Trompas 33 6,3 6,4
Vagina 111 21,2 21,5
Em que órgão da
mulher
ocorre a
fecundação?
Útero 176 33,6 34,0
Não sei 75 14,3 14,5
Total 517 98,7 100,0
Ausente Em branco 7 1,3
136
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido 1o. e 8o. dia do ciclo 114 21,8 21,8
8o. e 16o. dia do ciclo 123 23,5 23,6
16o. e 28o. dia do ciclo 85 16,2 16,3
Não sei 200 38,2 38,3
No ciclo menstrual
normal, a maior
possibilidade de
uma mulher
engravidar é entre:
Total 522 99,6 100,0
Ausente Em branco 2 ,4
Válido É uma forma de sentir prazer
sexual sozinho
232 44,3 44,6Para você o que é
masturbação?
É uma prática sexual que
pode causar doença
65 12,4 12,5
É uma prática sexual que não
é feita com outro parceiro
103 19,7 19,8
Não sei 120 22,9 23,1
Total 520 99,2 100,0
Ausente Em branco 4 ,8
Válido Fazer sexo 299 57,1 57,3Para você
sexualidade é:
É tudo que nos faz sentir
prazer na vida
164 31,3 31,4
Só quem sente é o adulto 39 7,4 7,5
Não sei 20 3,8 3,8
Total 522 99,6 100,0
Ausente Em branco 2 ,4
Válido Mãe 165 31,5 32,2
Pai 29 5,5 5,7
Professor 72 13,7 14,0
Quem conversa
com você sobre
sexo e
sexualidade?
Amigos 126 24,0 24,6
Colegas do colégio 51 9,7 9,9
Ninguém 70 13,4 13,6
Total 513 97,9 100,0
Ausente Anulada 11 2,1
Válido Revistas 167 31,9 32,3
Livros 105 20,0 20,3
Rádio 3 ,6 ,6
Onde você obtém
informações
sobre sexo e
sexualidade?
TV 189 36,1 36,6
Nenhum local 53 10,1 10,3
Total 517 98,7 100,0
Ausente Em branco 3 ,6
Anulada 4 ,8
Total 7 1,3
137
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido 2 vezes 164 31,3 31,5
4 vezes 37 7,1 7,1
6 vezes 14 2,7 2,7
Nunca teve 141 26,9 27,1
Quantas vezes por
ano você teve
aula sobre
sexualidade na
escola?
Mais de 6 vezes 50 9,5 9,6
Não sei 114 21,8 21,9
Total 520 99,2 100,0
Ausente Em branco 4 ,8
Válido Aparelhos reprodutores (do
homem e da mulher)
142 27,1 27,4
Adolescência e puberdade 108 20,6 20,8
Anticoncepção (como evitar
gravidez)
77 14,7 14,9
Qual assunto é
melhor explicado
na escola sobre
sexo e
adolescência?
DST / AIDS 123 23,5 23,7
Nenhum deles 68 13,0 13,1
Total 518 98,9 100,0
Ausente Em branco 4 ,8
Anulada 2 ,4
Total 6 1,1
Válido Manifestação da sexualidade
que envolve só asp.
biológicos
28 5,3 5,4
Relação entre 2 seres de
sexos diferentes p/ sat. de
seus in
344 65,6 66,3
Ato c/ fim reprodut. q envolve
fatores afetivos, sociais e c
54 10,3 10,4
O que você
entende por
relação sexual?
Não sei 93 17,7 17,9
Total 519 99,0 100,0
Ausente Em branco 5 1,0
Válido Aparecimento de pêlos
pubianos
28 5,3 5,4
Ausência de
espermatozóides no homem
73 13,9 14,0
Nas primeiras
relações sexuais
pode ocorrer:
Timidez entre o casal 318 60,7 61,2
Não sei 101 19,3 19,4
Total 520 99,2 100,0
Ausente Em branco 4 ,8
138
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido Sexualidade envolve
aspectos biológicos, sociais,
culturais
305 58,2 59,0
Sexualidade se aprende e o
amor não se aprende.
84 16,0 16,2
Qual a diferença
entre sexualidade e
amor?
Sexualidade envolve
somente ética e amor
envolve somente mor
70 13,4 13,5
Não sei 58 11,1 11,2
Total 517 98,7 100,0
Ausente Em branco 6 1,1
Anulada 1 ,2
Total 7 1,3
Válido É aquela que segue os
nossos instintos.
42 8,0 8,1
Amor, respeito ao outro e
evitar riscos de DST´s.
383 73,1 73,8
O que é
sexualidade
responsável?
É aquela que segue as
informações da televisão,
revistas, et
48 9,2 9,2
Não sei 46 8,8 8,9
Total 519 99,0 100,0
Ausente Em branco 5 1,0
Total 524 100,0
Para as questões que apresentam uma alternativa correta, apresenta-se a seguir a
distribuição de freqüências das respostas de acordo com a sua classificação em
certa, errada ou desconhecimento.
139
Tabela 4
Distribuição das respostas dos alunos que participaram da pesquisa em cada questão,
classificadas como acerto, erro ou desconhecimento
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido Erro 366 69,8 70,1Origem anatômica da
menstruação
Acerto 137 26,1 26,2
Não sabe 19 3,6 3,6
Total 522 99,6 100,0
Ausente 2 ,4
Definição da menarca Válido Erro 105 20,0 20,1
Acerto 100 19,1 19,1
Não sabe 318 60,7 60,8
Total 523 99,8 100,0
Ausente 1 ,2
Válido Erro 205 39,1 39,3
Acerto 241 46,0 46,2
Primeira transformação
anatômica masculina na
puberdade
Não sabe 76 14,5 14,6
Total 522 99,6 100,0
Ausente 2 ,4
Válido Erro 171 32,6 32,7
Acerto 333 63,5 63,7
Primeira transformação
anatômica
feminina na puberdade
Não sabe 19 3,6 3,6
Total 523 99,8 100,0
Ausente 1 ,2
Válido Erro 125 23,9 23,9Anatomia do aparelho
reprodutor feminino
Acerto 337 64,3 64,6
Não sabe 60 11,5 11,5
Total 522 99,6 100,0
Ausente 2 ,4
Válido Erro 180 34,4 34,4Anatomia do aparelho
reprodutor masculino
Acerto 269 51,3 51,4
Não sabe 74 14,1 14,1
Total 523 99,8 100,0
Ausente 1 ,2
Válido Erro 116 22,1 22,4
Acerto 104 19,8 20,1
Nome do hormônio
exclusivamente masculino
Não sabe 297 56,7 57,4
Total 517 98,7 100,0
Ausente 9 7 1,3
Válido Erro 147 28,1 28,2Nome do hormônio
exclusivamente feminino
Acerto 88 16,8 16,9
Não sabe 287 54,8 55,0
Total 522 99,6 100,0
Ausente 2 ,4
140
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido Erro 64 12,2 12,3Nome da célula
reprodutora masculina
Acerto 434 82,8 83,3
Não sabe 23 4,4 4,4
Total 521 99,4 100,0
Ausente 3 ,6
Válido Erro 190 36,3 36,3Doenças sexualmente
transmissíveis
Acerto 285 54,4 54,5
Não sabe 48 9,2 9,2
Total 523 99,8 100,0
Ausente 1 ,2
Válido Erro 93 17,7 17,8Nome da célula
reprodutora feminina
Acerto 383 73,1 73,2
Não sabe 47 9,0 9,0
Total 523 99,8 100,0
Ausente 1 ,2
Válido Erro 270 51,5 51,7Local anatômico da
produção dos
espermatozóides
Acerto 165 31,5 31,6
Não sabe 87 16,6 16,7
Total 522 99,6 100,0
Ausente 2 ,4
Válido Erro 118 22,5 22,6Função da
uretra masculina
Acerto 283 54,0 54,3
Não sabe 120 22,9 23,0
Total 521 99,4 100,0
Ausente 3 ,6
Válido Erro 203 38,7 39,0Local anatômico da
ocorrência da ovulação
Acerto 245 46,8 47,1
Não sabe 72 13,7 13,8
Total 520 99,2 100,0
Ausente 4 ,8
Válido Erro 117 22,3 22,5Definição de fecundação
Acerto 324 61,8 62,4
Não sabe 78 14,9 15,0
Total 519 99,0 100,0
Ausente 5 1,0
Válido Erro 409 78,1 79,1Local anatômico da
ocorrência da fecundação
Acerto 33 6,3 6,4
Não sabe 75 14,3 14,5
Total 517 98,7 100,0
Ausente 7 1,3
141
Questão Resposta Frequência % Total % Válido
Válido Erro 199 38,0 38,1Relação risco de
gravidez / ciclo menstrual
Acerto 123 23,5 23,6
Não sabe 200 38,2 38,3
Total 522 99,6 100,0
Ausente 2 ,4
Definição de masturbação Válido Erro 297 56,7 57,1
Acerto 103 19,7 19,8
Não sabe 120 22,9 23,1
Total 520 99,2 100,0
Ausente 4 ,8
Definição de sexualidade Válido Erro 203 38,7 38,9
Acerto 299 57,1 57,3
Não sabe 20 3,8 3,8
Total 522 99,6 100,0
Ausente 2 ,4
Válido Erro 372 71,0 71,7Concepção de relação
sexual
Acerto 54 10,3 10,4
Não sabe 93 17,7 17,9
Total 519 99,0 100,0
Ausente 5 1,0
Válido Erro 101 19,3 19,4
Acerto 318 60,7 61,2
Ocorrências nas primeiras
relações sexuais
Não sabe 101 19,3 19,4
Total 520 99,2 100,0
Ausente 4 ,8
Válido Erro 154 29,4 29,8Diferença entre sexualidade
e amor
Acerto 305 58,2 59,0
Não sabe 58 11,1 11,2
Total 517 98,7 100,0
Ausente 7 1,3
Válido Erro 90 17,2 17,3Definição de sexualidade
responsável
Acerto 383 73,1 73,8
Não sabe 46 8,8 8,9
Total 519 99,0 100,0
Ausente 5 1,0
Total 524 100,0
142
Tabela 5
Distribuição dos alunos que participaram da pesquisa de acordo com o Gênero
Gênero
Escola
Feminino Masculino
Total
E. E. M. A. Oliveira
62 33 95
65,3% 34,7% 100,0%
E. E. P. J. Valadares
55 50 105
52,4% 47,6% 100,0%
E. E. P. J. L. Cançado
66 43 109
60,6% 39,4% 100,0%
C. M. L. Guimarães
58 47 105
55,2% 44,8% 100,0%
E. E. G. Capanema
64 46 110
58,2% 41,8% 100,0%
Total
305 219 524
58,2% 41,8% 100,0%
143
Tabela 6
Percentual de acertos em questionário de conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de
escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)
Questão
Respostas
Válidas
Número
de
Acertos
%
Nome da célula reprodutora masculina 521 434 83,3%
Definição de sexualidade responsável 519 383 73,8%
Nome da célula reprodutora feminina 523 383 73,2%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 522 337 64,6%
Primeira transformação anatômica feminina na puberdade 523 333 63,7%
Definição de fecundação 519 324 62,4%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações sexuais 520 318 61,2%
Diferença entre sexualidade e amor 517 305 59,0%
Definição de sexualidade 522 299 57,3%
Doenças sexualmente transmissíveis 523 285 54,5%
Função da uretra masculina 521 283 54,3%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 523 269 51,4%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 520 245 47,1%
Primeira transformação anatômica masculina na puberdade 522 241 46,2%
Local anatômico da produção dos espermatozóides 522 165 31,6%
Origem anatômica da menstruação 522 137 26,2%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 522 123 23,6%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 517 104 20,1%
Definição de masturbação 520 103 19,8%
Definição da menarca 523 100 19,1%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 522 88 16,9%
Concepção de relação sexual 519 54 10,4%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 517 33 6,4%
144
Tabela 7
Percentual de erros em questionário de conteúdos sobre sexo e sexualidade de alunos de
escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)
Questão
Respostas
Válidas
Número
de Erros
%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 517 409 79,1%
Concepção de relação sexual 519 372 71,7%
Origem anatômica da menstruação 522 366 70,1%
Definição de masturbação 520 297 57,1%
Local anatômico da produção dos espermatozóides 522 270 51,7%
Primeira transformação anatômica masculina na puberdade 522 205 39,3%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 520 203 39,0%
Definição de sexualidade 522 203 38,9%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 522 199 38,1%
Doenças sexualmente transmissíveis 523 190 36,3%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 523 180 34,4%
Primeira transformação anatômica feminina na puberdade 523 171 32,7%
Diferença entre sexualidade e amor 517 154 29,8%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 522 147 28,2%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 522 125 23,9%
Função da uretra masculina 521 118 22,6%
Definição de fecundação 519 117 22,5%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 517 116 22,4%
Definição da menarca 523 105 20,1%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações sexuais 520 101 19,4%
Nome da célula reprodutora feminina 523 93 17,8%
Definição de sexualidade responsável 519 90 17,3%
Nome da célula reprodutora masculina 521 64 12,3%
145
Tabela 8
Percentual de desconhecimento ("Não sei") em questionário de conteúdos sobre sexo e
sexualidade de alunos de escolas públicas da cidade de Pitangui, Minas Gerais (2006)
Questão
Respostas
Válidas
Número de
Desconhe-
cimento
%
Definição da menarca 523 318 60,8%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 517 297 57,4%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 522 287 55,0%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 522 200 38,3%
Definição de masturbação 520 120 23,1%
Função da uretra masculina 521 120 23,0%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações sexuais 520 101 19,4%
Concepção de relação sexual 519 93 17,9%
Local anatômico da produção dos espermatozóides 522 87 16,7%
Definição de fecundação 519 78 15,0%
Primeira transformação anatômica masculina na puberdade 522 76 14,6%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 517 75 14,5%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 523 74 14,1%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 520 72 13,8%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 522 60 11,5%
Diferença entre sexualidade e amor 517 58 11,2%
Doenças sexualmente transmissíveis 523 48 9,2%
Nome da célula reprodutora feminina 523 47 9,0%
Definição de sexualidade responsável 519 46 8,9%
Nome da célula reprodutora masculina 521 23 4,4%
Definição de sexualidade 522 20 3,8%
Origem anatômica da menstruação 522 19 3,6%
Primeira transformação anatômica feminina na puberdade 523 19 3,6%
Deseja-se avaliar a hipótese de que as porcentagens de acerto, erro e
desconhecimento são as mesmas em todas as questões, contra a hipótese de que
146
as porcentagens variam de questão para questão. Para avaliar essa hipótese foi
utilizado o Teste Qui-Quadrado para associação entre a questão e as respostas (C /
E / D). O valor p do teste foi igual a 0,001 o que indica que há diferença significativa
entre os percentuais de cada tipo de resposta de acordo com a questão formulada.
A fim de verificarmos quais questões apresentam padrão de resposta diferente das
demais, cada uma delas foi comparada com o percentual geral de acerto, erro e
desconhecimento através de um teste Qui-Quadrado.
A idéia do teste é avaliar se as proporções de acerto, erro e desconhecimento em
cada questão são constantes; isso é feito comparando as proporções observadas
em uma determinada questão com as proporções esperadas, caso as proporções
naquela questão fossem iguais às do total das questões.
No total das questões observou-se 35,85% de erros, 44,63% de acertos e 19,52%
de desconhecimento. Se essas mesmas proporções ocorressem entre os 522
alunos que responderam a questão 1, teríamos uma freqüência esperada de 187
erros, 233 acertos e 102 desconhecimentos (as freqüências esperadas são
denotadas por E). Porém, foram observados 366 erros, 137 acertos e 19
desconhecimentos. Essas freqüências observadas (denotadas por O) são diferentes
das esperadas; como o valor p do teste é 0,001 conclui-se que há diferença
significativa entre as freqüências observadas e aquelas esperadas supondo-se os
mesmos percentuais de acerto, erro e desconhecimento em todas as questões.
147
O mesmo raciocínio aplica-se às demais questões. Os resultados são apresentados
na tabela abaixo em termos das freqüências observadas na amostra e esperadas
supondo igualdade entre as questões, e do valor p do teste Qui-Quadrado.
Em termos gerais, pode-se concluir que as questões apresentam padrões de
resposta distintos. Apenas duas delas apresentaram um comportamento semelhante
ao esperado, de acordo com o comportamento das questões em geral.
148
Tabela 9
Resultado do teste para comparação das respostas nas diversas questões
Questão
Freq. Erros Acertos Não sabe Total Valor p
O 366 137 19 522 0,001
Origem anatômica da menstruação
E 187 233 102 522
O 105 100 318 523 0,001
Definição da menarca
E 188 233 102 523
O 205 241 76 522
0,093
Primeira transformação anatômica
masculina na puberdade
E 187 233 102 522
O 171 333 19 523 0,001
Primeira transformação anatômica
feminina na puberdade
E 188 233 102 523
O 125 337 60 522 0,001
Anatomia do aparelho reprodutor
feminino
E 187 233 102 522
O 180 269 74 523 0,027
Anatomia do aparelho reprodutor
masculino
E 188 233 102 523
O 116 104 297 517 0,001
Nome do hormônio exclusivamente
masculino
E 185 231 101 517
O 147 88 287 522 0,001
Nome do hormônio exclusivamente
feminino
E 187 233 102 522
O 64 434 23 521 0,001
Nome da célula reprodutora
masculina
E 187 233 102 521
O 190 285 48 523 0,001
Doenças sexualmente
transmissíveis
E 188 233 102 523
O 93 383 47 523 0,001
Nome da célula reprodutora
feminina
E 188 233 102 523
O 270 165 87 522 0,001
Local anatômico da produção dos
espermatozóides
E 187 233 102 522
O 118 283 120 521 0,001
Função da uretra masculina
E 187 233 102 521
O 203 245 72 520
0,051
Local anatômico da ocorrência da
ovulação
E 186 232 101 520
Questão
Freq. Erros Acertos Não sabe Total Valor p
O 117 324 78 519 0,001
Definição de fecundação
E 186 232 101 519
O 409 33 75 517 0,001
Local anatômico da ocorrência da
fecundação
E 185 231 101 517
O 199 123 200 522 0,001
Relação risco de gravidez / ciclo
menstrual
E 187 233 102 522
O 297 103 120 520 0,001
Definição de masturbação
E 186 232 101 520
O 203 299 20 522 0,001
Definição de sexualidade
E 187 233 102 522
O 372 54 93 519 0,001
Concepção de relação sexual
E 186 232 101 519
O 101 318 101 520 0,001
Fatores que ocorrem nas primeiras
relações sexuais
E 186 232 101 520
O 154 305 58 517 0,001
Diferença entre sexualidade e amor
E 185 231 101 517
O 90 383 46 519 0,001
Definição de sexualidade
responsável
E 186 232 101 519
4.295 5.346 2.338 11.979
TOTAL
35,85% 44,63% 19,52% 100,0%
149
Tabela 10
Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas a conteúdos sobre
sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006)
segundo o gênero masculino
Percentual
Assunto
Respostas
Válidas
Erro Acerto Desconhece
Origem anatômica da menstruação 218 72,5% 22,5% 5,0%
Definição da menarca 218 24,3% 20,6%
55,0%
Primeira transformação anatômica masculina
na puberdade
219 48,9% 46,6% 4,6%
Primeira transformação anatômica feminina na
puberdade
219 41,6% 52,1% 6,4%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 217 29,5% 58,5% 12,0%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 218 42,7% 47,2% 10,1%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 215 26,0% 25,6% 48,4%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 217 30,4% 22,1% 47,5%
Nome da célula reprodutora masculina 219 11,4%
84,9%
3,7%
Doenças sexualmente transmissíveis 218 42,7% 46,3% 11,0%
Nome da célula reprodutora feminina 219 21,5% 71,2% 7,3%
Local anatômico da produção dos
espermatozóides
218 56,4% 33,0% 10,6%
Função da uretra masculina 217 27,6% 59,0% 13,4%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 218 41,3% 45,0% 13,8%
Definição de fecundação 217 29,0% 58,5% 12,4%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 217
77,9%
7,8% 14,3%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 218 35,3% 27,1% 37,6%
Definição de masturbação 218 61,0% 19,3% 19,7%
Definição de sexualidade 219 38,4% 58,0% 3,7%
Concepção de relação sexual 218 71,1% 10,1% 18,8%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações
sexuais
217 29,5% 56,7% 13,8%
Diferença entre sexualidade e amor 215 31,6% 55,3% 13,0%
Definição de sexualidade responsável 216 19,9% 67,1% 13,0%
Total 5.005 39,6% 43,3% 17,1%
150
Tabela11
Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas a conteúdos
sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006)
segundo o gênero feminino.
Percentual
Assunto
Respostas
Válidas
Erro Acerto Desconhece
Origem anatômica da menstruação 304 68,4% 28,9% 2,6%
Definição da menarca 305 17,0% 18,0%
64,9%
Primeira transformação anatômica masculina
na puberdade
303 32,3% 45,9% 21,8%
Primeira transformação anatômica feminina na
puberdade
304 26,3% 72,0% 1,6%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 305 20,0% 68,9% 11,1%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 305 28,5% 54,4% 17,0%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 302 19,9% 16,2%
63,9%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 305 26,6% 13,1% 60,3%
Nome da célula reprodutora masculina 302 12,9%
82,1%
5,0%
Doenças sexualmente transmissíveis 305 31,8% 60,3% 7,9%
Nome da célula reprodutora feminina 304 15,1% 74,7% 10,2%
Local anatômico da produção dos
espermatozóides
304 48,4% 30,6% 21,1%
Função da uretra masculina 304 19,1% 51,0% 29,9%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 302 37,4% 48,7% 13,9%
Definição de fecundação 302 17,9% 65,2% 16,9%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 300
80,0%
5,3% 14,7%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 304 40,1% 21,1% 38,8%
Definição de masturbação 302 54,3% 20,2% 25,5%
Definição de sexualidade 303 39,3% 56,8% 4,0%
Concepção de relação sexual 301 72,1% 10,6% 17,3%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações
sexuais
303 12,2% 64,4% 23,4%
Diferença entre sexualidade e amor 302 28,5% 61,6% 9,9%
Definição de sexualidade responsável 303 15,5% 78,5% 5,9%
Total 6.974 33,2% 45,6% 21,2%
As estatísticas descritivas para a Idade das crianças em cada série agrupada são
apresentadas na tabela e nos histogramas a seguir.
151
Tabela 12
Estatísticas descritivas para a Idade das crianças de acordo com a série
n Média Mediana Desvio Padrão Mínimo Máximo
5a. e 6a. Série 308 12,31 12,32 0,79 10,64 14,88
7a. e 8a. Série 216 13,94 13,94 0,58 12,24 14,88
Tabela 13
Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas a conteúdos sobre
sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006) segundo
a faixa etária de 10,0 a 12,0 anos
Percentual
Assunto
Respostas
Válidas
Erro Acerto Desconhece
Origem anatômica da menstruação 122
82,0%
14,8% 3,3%
Definição da menarca 121 19,8% 19,0%
61,2%
Primeira transformação anatômica masculina
na puberdade
121 37,2% 53,7% 9,1%
Primeira transformação anatômica feminina na
puberdade
122 31,1% 63,9% 4,9%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 122 34,4% 56,6% 9,0%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 122 43,4% 45,9% 10,7%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 120 20,0% 20,0% 60,0%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 122 41,8% 9,8% 48,4%
Nome da célula reprodutora masculina 121 13,2%
80,2%
6,6%
Doenças sexualmente transmissíveis 121 49,6% 38,8% 11,6%
Nome da célula reprodutora feminina 122 28,7% 56,6% 14,8%
Local anatômico da produção dos
espermatozóides
121 64,5% 19,0% 16,5%
Função da uretra masculina 121 25,6% 53,7% 20,7%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 122 38,5% 49,2% 12,3%
Definição de fecundação 122 30,3% 54,1% 15,6%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 122
82,8%
4,9% 12,3%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 122 42,6% 24,6% 32,8%
Definição de masturbação 120 58,3% 13,3% 28,3%
Definição de sexualidade 122 24,6% 72,1% 3,3%
Concepção de relação sexual 122 64,8% 9,8% 25,4%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações
sexuais
122 29,5% 54,1% 16,4%
Diferença entre sexualidade e amor 119 42,9% 45,4% 11,8%
Definição de sexualidade responsável 120 23,3% 70,8% 5,8%
Total 2.791 40,4% 40,5% 19,1%
152
Tabela 14
Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas a conteúdos
sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas de Pitangui (2006) segundo
a faixa etária de 12,1 a 15,0 anos
Percentual
Assunto
Respostas
Válidas
Erro Acerto Desconhece
Origem anatômica da menstruação 400 66,5% 29,8% 3,8%
Definição da menarca 402 20,1% 19,2%
60,7%
Primeira transformação anatômica masculina
na puberdade
401 39,9% 43,9% 16,2%
Primeira transformação anatômica feminina na
puberdade
401 33,2% 63,6% 3,2%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 400 20,8% 67,0% 12,3%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 401 31,7% 53,1% 15,2%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 397 23,2% 20,2% 56,7%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 400 24,0% 19,0% 57,0%
Nome da célula reprodutora masculina 400 12,0%
84,3%
3,8%
Doenças sexualmente transmissíveis 402 32,3% 59,2% 8,5%
Nome da célula reprodutora feminina 401 14,5% 78,3% 7,2%
Local anatômico da produção dos
espermatozóides
401 47,9% 35,4% 16,7%
Função da uretra masculina 400 21,8% 54,5% 23,8%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 398 39,2% 46,5% 14,3%
Definição de fecundação 397 20,2% 65,0% 14,9%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 395
78,0%
6,8% 15,2%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 400 36,8% 23,3% 40,0%
Definição de masturbação 400 56,8% 21,8% 21,5%
Definição de sexualidade 400 43,3% 52,8% 4,0%
Concepção de relação sexual 397 73,8% 10,6% 15,6%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações
sexuais
398 16,3% 63,3% 20,4%
Diferença entre sexualidade e amor 398 25,9% 63,1% 11,1%
Definição de sexualidade responsável 399 15,5% 74,7% 9,8%
Total 9.188 34,5% 45,9% 19,6%
153
Tabela 15
Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas a conteúdos
sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas de Pitangui (2006) que
cursam a 5ª ou a 6ª série
Percentual
Assunto
Respostas
Válidas
Erro Acerto Desconhece
Origem anatômica da menstruação 308 76,6% 21,1% 2,3%
Definição da menarca 307 23,5% 15,3%
61,2%
Primeira transformação anatômica masculina
na puberdade
306 37,6% 53,6% 8,8%
Primeira transformação anatômica feminina na
puberdade
308 28,6% 67,2% 4,2%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 306 31,0% 56,5% 12,4%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 307 39,4% 45,3% 15,3%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 302 23,5% 19,5% 57,0%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 306 32,4% 16,0% 51,6%
Nome da célula reprodutora masculina 306 16,7%
78,1%
5,2%
Doenças sexualmente transmissíveis 307 46,6% 42,7% 10,7%
Nome da célula reprodutora feminina 307 25,1% 62,2% 12,7%
Local anatômico da produção dos
espermatozóides
306 59,8% 23,5% 16,7%
Função da uretra masculina 306 25,5% 52,6% 21,9%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 306 39,9% 45,4% 14,7%
Definição de fecundação 305 28,5% 53,1% 18,4%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 305
78,4%
7,2% 14,4%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 307 38,4% 25,7% 35,8%
Definição de masturbação 305 55,1% 16,7% 28,2%
Definição de sexualidade 307 33,2% 63,2% 3,6%
Concepção de relação sexual 304 70,1% 7,2% 22,7%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações
sexuais
304 24,0% 57,9% 18,1%
Diferença entre sexualidade e amor 303 37,6% 49,8% 12,5%
Definição de sexualidade responsável 305 21,6% 69,2% 9,2%
Total 7.033 38,8% 41,3% 19,9%
154
Tabela 16
Percentual de acertos, erros e desconhecimento de questões relativas a conteúdos
sobre sexo e sexualidade de alunos de escolas públicas de Pitangui (2006) que
cursam a 7ª ou a 8ª série
Percentual
Assunto
Respostas
Válidas
Erro Acerto Desconhece
Origem anatômica da menstruação 214 60,7% 33,6% 5,6%
Definição da menarca 216 15,3% 24,5%
60,2%
Primeira transformação anatômica masculina
na puberdade
216 41,7% 35,6% 22,7%
Primeira transformação anatômica feminina na
puberdade
215 38,6% 58,6% 2,8%
Anatomia do aparelho reprodutor feminino 216 13,9% 75,9% 10,2%
Anatomia do aparelho reprodutor masculino 216 27,3% 60,2% 12,5%
Nome do hormônio exclusivamente masculino 215 20,9% 20,9% 58,1%
Nome do hormônio exclusivamente feminino 216 22,2% 18,1% 59,7%
Nome da célula reprodutora masculina 215 6,0%
90,7%
3,3%
Doenças sexualmente transmissíveis 216 21,8% 71,3% 6,9%
Nome da célula reprodutora feminina 216 7,4% 88,9% 3,7%
Local anatômico da produção dos
espermatozóides
216 40,3% 43,1% 16,7%
Função da uretra masculina 215 18,6% 56,7% 24,7%
Local anatômico da ocorrência da ovulação 214 37,9% 49,5% 12,6%
Definição de fecundação 214 14,0% 75,7% 10,3%
Local anatômico da ocorrência da fecundação 212
80,2%
5,2% 14,6%
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual 215 37,7% 20,5% 41,9%
Definição de masturbação 215 60,0% 24,2% 15,8%
Definição de sexualidade 215 47,0% 48,8% 4,2%
Concepção de relação sexual 215 74,0% 14,9% 11,2%
Fatores que ocorrem nas primeiras relações
sexuais
216 13,0% 65,7% 21,3%
Diferença entre sexualidade e amor 214 18,7% 72,0% 9,3%
Definição de sexualidade responsável 214 11,2% 80,4% 8,4%
Total 4.946 31,6% 49,4% 19,0%
155
Tabela 17
Número e percentual de erros, acerto e desconhecimento no total de questões sobre
conteúdos de sexualidade aplicado em alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas
Gerais (2006) de acordo com a série
Série Erro Acerto Desconhece Total
5ª. ou 6ª. 2.731 (38,8%) 2.904 (41,3%) 1.398 (19,9%) 7.033 (100,0%)
7ª. ou 8ª. 1.564 (31,6%) 2.442 (49,4%) 940 (19,0%) 4.946 (100,0%)
χ
2
= 85,734; p = 0,001.
Há uma associação significativa entre a série cursada pelo estudante e a proporção
de erro, acerto e desconhecimento nas questões. Pode-se observar que entre os
estudantes mais velhos há um maior percentual de acerto, menor percentual de erro
e aproximadamente o mesmo percentual de desconhecimento que entre os
estudantes mais novos, da 5ª ou 6ª série.
Tabela 18
Número e percentual de erros, acerto e desconhecimento no total de questões sobre
conteúdos de sexualidade aplicado em alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas
Gerais (2006) de acordo com o gênero
Gênero Erro Acerto Desconhece Total
Masculino 1.982 (39,6%) 2.165 (43,3%) 858 (17,1%) 5.005 (100,0%)
Feminino 2.313 (33,2%) 3.181 (45,6%) 1.480 (21,2%) 6.974 (100,0%)
χ
2
= 62,106; p = 0,001.
Há uma associação significativa entre o gênero do estudante e a proporção de erro,
acerto e desconhecimento nas questões. Pode-se observar que, entre os meninos,
há um maior percentual de erro, aproximadamente o mesmo percentual de acerto e
menor percentual de desconhecimento que entre as meninas.
156
Tabela 19
Número e percentual de erros, acerto e desconhecimento no total de questões
sobre conteúdos de sexualidade aplicado em alunos de escolas públicas de Pitangui,
Minas Gerais (2006) de acordo com a faixa etária
Faixa Etária Erro Acerto Desconhece Total
10,0 a 12,0 anos 1.128 (40,4%) 1.129 (40,5%) 534 (19,1%) 2.791 (100,0%)
12,1 a 15,0 anos 3.167 (34,5%) 4.217 (45,9%) 1.804 (19,6%) 9.188 (100,0%)
χ
2
= 35,614; p = 0,001.
Há uma associação significativa entre a faixa etária do estudante e a proporção de
erro, acerto e desconhecimento nas questões. Pode-se observar que, entre os mais
jovens, há um maior percentual de erro, menor percentual de acerto e
aproximadamente o mesmo percentual de desconhecimento que entre os mais
velhos.
Primeiramente, as questões de número 20 a 23 são descritas para a amostra total
(há observações ausentes, tanto porque foram deixadas em branco pelos alunos,
tanto porque os alunos marcaram mais de uma opção e a questão foi anulada). Em
seguidas as questões são descritas para cada faixa etária, e para cada gênero.
Tabela 20
Distribuição de freqüências (número e percentual de respostas) da questão
"Quem conversa com você sobre sexo e sexualidade" entre os alunos de escolas
públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006)
Quem conversa com você sobre sexo e
sexualidade?
n % do total % válido
Mãe 165 31,5 32,2
Pai 29 5,5 5,7
Professor 72 13,7 14,0
Amigos 126 24,0 24,6
Colegas do colégio 51 9,7 9,9
Ninguém 70 13,4 13,6
Total 513 97,9 100,0
Anulada 11 2,1
Total 524 100,0
157
Tabela 21
Distribuição de freqüências (número e percentual de respostas) da questão
"Onde você obtém informações sobre sexo e sexualidade" entre os alunos de
escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006)
Onde você obtém informações sobre sexo e
sexualidade?
n % do total % válido
Revistas 167 31,9 32,3
Livros 105 20,0 20,3
Rádio 3 ,6 ,6
TV 189 36,1 36,6
Nenhum local 53 10,1 10,3
Total 517 98,7 100,0
Em branco 3 ,6
Anulada 4 ,8
Total 524 100,0
Tabela 22
Distribuição de freqüências (número e percentual de respostas) da questão
"Quantas vezes por ano você teve aula sobre sexo e sexualidade na escola"
entre os alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006)
Quantas vezes por ano você teve aula sobre sexo
e sexualidade na escola?
n % do total % válido
2 vezes 164 31,3 31,5
4 vezes 37 7,1 7,1
6 vezes 14 2,7 2,7
Nunca teve 141 26,9 27,1
Mais de 6 vezes 50 9,5 9,6
Não sei 114 21,8 21,9
Total 520 99,2 100,0
Em branco 4 ,8
Total 524 100,0
Tabela 23
Distribuição de freqüências (número e percentual de respostas) da questão
"Qual assunto é melhor explicado na escola sobre sexo e adolescência"
entre os alunos de escolas públicas de Pitangui, Minas Gerais (2006)
Qual assunto é melhor explicado na escola
sobre sexo e adolescência?
n % do total % válido
Aparelhos reprodutores (do homem e da mulher) 142 27,1 27,4
Adolescência e puberdade 108 20,6 20,8
Anticoncepção (como evitar gravidez) 77 14,7 14,9
DST / AIDS 123 23,5 23,7
Nenhum deles 68 13,0 13,1
Total 518 98,9 100,0
Em branco 4 ,8
Anulada 2 ,4
Total 524 100,0
158
15,0014,0013,0012,0011,0010,00
Idade
80
60
40
20
0
Frequência
Idade dos Alunos de 5a. e 6a. Série
15,0014,5014,0013,5013,0012,5012,00
Idade
70
60
50
40
30
20
10
0
Frequência
Idade dos Alunos de 7a. e 8a. Série
GRÁFICO 20 - Distribuição das idades dos alunos de acordo com a série agrupada
Os dois grupos foram comparados quanto à idade dos alunos através de um teste
não paramétrico de Mann-Whitney. Este teste é adequado para comparação de dois
grupos independentes com relação a uma variável quantitativa, quando a
distribuição dessa variável não é normal (o que pode ser percebido pela assimetria
na distribuição das idades, especialmente no grupo de 7ª e 8ª série).
O valor p do teste foi igual a 0,001 o que indica que há uma diferença significativa
entre as duas séries agrupadas com relação à idade dos estudantes.
159
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
Local anatômico da ocorrência da fecundação (16)
Concepção de relação sexual (24)
Origem anatômica da menstruação (01)
Local anatômico da produção dos espermatozóides (12)
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual (17)
Doenças sexualmente transmissíveis (10)
Anatomia do aparelho reprodutor masculino (06)
Fatores que ocorrem nas primeiras relações sexuais (25)
Nome da célula reprodutora feminina (11)
Definição de sexualidade (19) responsável (27)
Nome da célula reprodutora masculina (09)
GRÁFICO 21 - Porcentagem de erro por questão
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
Nome da célula reprodutora masculina (09)
Definição de sexualidade (19) responsável (27)
Nome da célula reprodutora feminina (11)
Anatomia do aparelho reprodutor feminino (05)
Definição de sexualidade (19)
Doenças sexualmente transmissíveis (10)
Anatomia do aparelho reprodutor masculino (06)
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual (17)
Definição da menarca (02)
Nome do hormônio exclusivamente feminino (08)
Concepção de relação sexual (24)
GRÁFICO 22 - Porcentagem de acerto por questão
160
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Nome do hormônio exclusivamente masculino (07)
Nome do hormônio exclusivamente feminino (08)
Relação risco de gravidez / ciclo menstrual (17)
Definição de masturbação (18)
Local anatômico da ocorrência da fecundação (16)
Anatomia do aparelho reprodutor masculino (06)
Local anatômico da ocorrência da ovulação (14)
Nome da célula reprodutora masculina (09)
Definição de sexualidade (19)
Origem anatômica da menstruação (01)
Primeira transf. anatômica feminina na puberdade (04)
GRÁFICO 23 - Porcentagem de desconhecimento por questão
161
Cançado, Alberto Elias Lopes
C215a Avaliação dos conhecimentos e conteúdos curriculares sobre sexo
e sexualidade de adolescentes nas escolas públicas de Pitangui-MG/
Alberto Elias Lopes Cançado. Belo Horizonte, 2007.
160 f.
Dissertação.(mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais.
Faculdade de Medicina. .
Área de concentração: Saúde da Criança e do Adolescente
Orientador: Marco Antonio Duarte
Co-orientador: Roberto Assis Ferreira
1.Sexualidade 2.Adolescente 3.Educação sexual/tendências
4.Currículo/tendências 5.Conhecimento 6.Sexo I.Título
NLM: WS 460
CDU: 616-053.2
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