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Universidade Federal de São Carlos
Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia
Departamento de Química
Laboratório de Química de Produtos Naturais
Programa de Pós-Graduação em Química
“Estudo Fitoquímico de Três Espécies de Rutaceae e
Avaliação Biológica de Produtos Naturais em Modelos
Celulares e Bioquímicos de Tripanosomatídeos”
Anna Sylvia Ferrari Marques*
Tese apresentada como parte
dos requisitos para a obtenção do
título de Doutor em Ciências
(área de concentração Química Orgânica).
Orientador: Prof. Dr. Paulo Cezar Vieira
* Bolsista: FAPESP
São Carlos - SP
2006
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Livros Grátis
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Milhares de livros grátis para download.
Este trabalho foi desenvolvido
sob orientação do
Prof. Dr. Paulo Cezar Vieira
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Dedico este trabalho aos meus pais Gilmar, Regina e ao meu irmão Thadeu,
por estarem sempre ao meu lado me incentivando e aconselhando nas horas
mais difíceis e mostrando que acontecimentos na vida podem ser simplesmente
enfrentados. Também pelo amor incondicional e desprendimento que sempre
me proporcionaram, sem medir esforços para que tudo fosse alcançado, com
responsabilidade e honestidade.
Agradecimentos
Ao Prof. Paulo Cezar Vieira, pela amizade, orientação, ensinamentos e
pela confiança depositada durante todos estes anos para que este trabalho
fosse desenvolvido.
Aos demais professores do Grupo de Produtos Naturais, Dra. Maria
Fátima das G. F. Da Silva, Dr. João Batista Fernandes e Dr. Edson Rodrigues
Filho pelos ensinamentos, amizade e contribuições indispensáveis para a minha
formação.
Aos Prof. Dr. Octávio Henrique Thiemann, Prof. Dr. Glaucius Oliva e
Prof. Dr. Adriano Andricopulo, do IFSC-USP, pela realização dos ensaios
enzimáticos nas enzimas gGAPDH e APRT.
Ao Prof. Dr. Sérgio Albuquerque, pela realização dos ensaios em T.
cruzi na FCFRP-USP.
Ao Prof. Dr. J. R. Pirani, do Instituto de Botânica, USP-SP, pela coleta
e identificação do material botânico.
Ao Prof. Dr. Alan H. Fairlamb, da Universidade de Dundee, Laboratório
de Microbiologia Molecular e Química Biológica, Dundee, Escócia, por permitir
que uma química entrasse no fantástico mundo microscópico dos parasitas.
Aos amigos por feitos: Daniel C. Turnock, John L. Richardson, Mark
Ariyanagam, Isabelle Nett, Jeanine König, Neil Craig, John Nunes, sempre
abertos para qualquer dúvida e dispostos a ajudar.
Ao Prof. Rodolfo Marquez e ao Prof. Dr. Dario Alessi, da Universidade
de Dundee, Escócia, da unidade de Fosforilação de Proteínas, por permitir a
realização dos ensaios no painel das enzimas Kinases, e em especial ao aluno
Michael Keane pela realização dos ensaios e ensinamentos.
Ao meus amigos do PN (nomeá-los sem incorrer em falta seria
praticamente impossível) agradeço de coração pela amizade, companheirismo
e pela convivência sempre alegre e animada no ambiente do Laboratório e
ensinamentos que contribuíram de várias formas para que esse trabalho fosse
realizado.
À Turma de Química-98 pelas amizades sólidas, companheirismo e
aquelas cervejas... muitas saudades!
Aos amigos feitos durantes esses anos: Tatiane R. Albarici, Viviane C.
Albarici, Simone Y. Simote, Sebastião C. Silva, Richele P. Severino, André S.
Franceschini, Thiago Veiga, Patrícia Baraldi, Joel Alvim Jr., Djalma A. P. dos
Santos, Patrícia Braga, Emerson F. Marques, Nádia A. Silveira, todos estão no
meu coração!
Aos amigos e professores dos laboratótrios de Síntese, de HPLC, de
RMN e de Inorgânica, agradeço pela amizade e convivência.
Ao corpo técnico do DQ-UFSCar, em especial a Luciana Vizotto pela
obtenção dos espectros de RMN, ao Valdir, Doraí e Mariana pela amizade e
disposição em ajudar. Ao Eli Pimenta e ao Aderson Zotti, pela realização dos
ensaios enzimáticos em gGAPDH e APRT.
À Neusa T. Celere e à Milena Celere, pela amizade, constante
incentivo e por me fornecerem inúmeras das referências usadas neste trabalho.
Muito obrigada!
Especial ao André Luis Sarria Franceschini, pela amizade, ajuda na
formatação deste trabalho e pela força demostrada mesmo nos momentos de
maior dificuldade.
Ao meu irmão Thadeu G. F. Marques, tia Maria Lucia Ferrari Granja e
demais familiares pelo constante incentivo e confiança depositados durante
todos esses anos.
À FAPESP pelo auxílio financeiro.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este
trabalho fosse realizado.
Desiderata
“S
“S“S
“Siga tranqüilamente, entre a inquietude e a pressa, lembrando-se que há sempre
paz no silêncio. Tanto quanto possível, sem humilhar-se viva em harmonia com
todos os que o cercam. Fale a sua verdade mansa e claramente, e ouça a dos outros,
mesmo a dos insensatos e ignorantes, eles também tem sua própria história. Evite as
pessoas agressivas e transtornadas, elas afligem o nosso espírito. Se você se comparar
com os outros, você se tornará presunçoso e magoado, pois haverá sempre alguém
inferior e alguém superior a você. Você é filho do universo, irmão das estrelas e
árvores, você merece estar aqui; e mesmo que você não possa perceber, a Terra e o
Universo vão cumprindo o seu destino. Viva intensamente o que já pode realizar,
mantenha-se interessado em seu trabalho, ainda que humilde, ele é o que de real
existe ao longo de todo o tempo. Seja cauteloso nos negócios, porque o mundo está
cheio de astúcia, mas não caia na descrença, a virtude existirá sempre. Muita gente
luta por altos ideais, em toda parte a vida está cheia de heroísmo. Seja você mesmo,
principalmente não simule afeição nem seja descrente do amor, porque mesmo diante
de tanta aridez e desencanto ele é tão perene quanto a relva. Aceite com carinho o
conselho dos mais velhos, mas também seja compreensivo aos impulsos inovadores da
juventude, alimente a força do espírito que o protegerá no infortúnio inesperado; mas
não se desespere com perigos imaginários, muitos temores nascem do cansaço e da
solidão. E a despeito de uma disciplina rigorosa seja gentil consigo mesmo. Você é
filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui; e mesmo que
você não possa perceber a terra e o universo, vão cumprindo o seu destino. Portanto
esteja em paz com Deus, como quer que você o conceba e quaisquer que sejam os seus
trabalhos e aspirações, da fatigante jornada pela vida, mantenha-se em paz com sua
própria alma. Acima da falsidade, do desencanto e agruras, o mundo ainda é bonito.
Seja prudente. FAÇA TUDO PARA SER FELIZ.”
Max Ehrmann (1872-1945)
Poeta alemão
Resumo
Resumo
ESTUDO FITOQUÍMICO DE TRÊS ESPÉCIES DE
RUTACEAE E AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE PRODUTOS
NATURAIS EM MODELOS CELULARES E BIOQUÍMICOS DE
TRIPANOSOMATÍDEOS - Este trabalho descreve a busca de metabólitos
secundários bioativos de plantas da família Rutaceae, com o intuito de serem
avaliados contra os parasitas causadores da Tripanosomíase Americana
(Doença de Chagas), Tripanosomíase Humana Africana (Doença do Sono) e
leishmanioses. Para tal, foram selecionadas as enzimas gGAPDH
(Glicerladeído-3-fosfato desidrogenase glicossomal) de Trypanosoma cruzi,
APRT (Adenina fosforribosiltransferase) de Leishmania tarentolae, TryR
(Tripanotiona redutase) de Trypanosoma cruzi. As enzimas Kinases,
responsáveis por uma série de doenças graves, também foram alvos avaliados
neste estudo. Realizaram-se também ensaios in vitro sob as cepas Y das
formas tripomastigotas (infectante) de T. cruzi e também sobre as formas
tripomastigotas de T. brucei brucei, linhagem 427. O ensaio para avaliação de
T. cruzi mostrou que a espécie Balfourodendron riedelianum foi mais ativa que
as demais plantas avaliadas. na avaliação de T. brucei brucei, a espécie
Helietta apiculata foi mais ativa. O estudo fitoquímico das espécies
Balfourodendron riedelianum (Br), Helietta apiculata (Ha) e Galipea carinata
(Gc), levou ao isolamento de trinta e quatro metabólitos secundários, sendo os
alcalóides conhecidos dictamina (1, Br), evolitrina (2, Br), esquimianina (6,
Br), γ-fagarina (3, Br), N-metil-4-metoxi-2-quinolona (10, Br), N-metil-
flindersina (13, Br), flindersiamina (8, Ha), kokusaginina (4, Br), maculosidina
(5, Br), maculina (7, Ha), rutacarpina (14, Br), N-metil-4,7,8-trimetoxi-2-
quinolona (11, Gc) e os alcalóides inéditos: 1,4,7-metoxi-2-quinolona (12, Ga),
e 5-hidroxiflindersiamina (9, Ha). Foram isoladas e identificadas uma série de
amidas, sendo cinco delas de núcleo N-benzoilamida: (17, Br), (18, Br), (19,
Br) e (20, Br) e duas do tipo N-isobutilamida: (21, Br) e (22, Br). Foi ainda
isolada uma amina quaternária, a N,N,N-trimetil-4-hidróxifeniletilamina
(candicina) (15, Ga), além de dois amináocidos: N-metilprolina (23, Br) e 4-
hidroxi-N-metilprolina (24, Br). Três lignanas foram isoladas: eudesmina (25,
Resumo
Ha) e seu epímero epi-eudesmina (26, Ha) e o seringaresinol (27, Br). Um
derivado do ácido cinâmico, (28, Ha) além de dois derivados do ácido siríngico,
(29, Ha) e (30, Ha), também foram isolados. Os limonóides limonina (31, Ha) e
seu respectivo ácido, o limonéxico (32, Ha) também foram isolados, além de
dois esteróides β-sitosterol (33) e estigmaesterol (34). Ensaios biológicos
foram realizados tanto com as substâncias isoladas bem como com uma
coleção formada por alcalóides, amidas, flavonóides, dibezolimetanos e
análogos sintéticos, triterpenos, limonóides, entre outras classes visando a
busca de inibir a atividade da enzima TryR e tripanocida, contra ao protozoário
T. brucei brucei. As duas substâncias mais promissoras foram a diidrochalcona
31 com IC
50
de 19,6 ± 0,57µM na enzima TryR e o flavonóide 7 com EC
50
3,8
±0,63 µM no T. b. brucei. As substâncias isoladas apresentaram baixa inibição
na enzima gGAPDH e não foram avaliadas na APRT, devido aos problemas
de absorção no ultravioleta. Nos resultados obtidos com relação às enzimas
kinases, o alcalóide hotiacina 81, foi o mais seletivo, com 83% (10mM) de
inibição da kinase chK2, responsável pelo carcinoma mamário. o tanino
104, causou a inibição da maior parte das enzimas que compunham o painel,
não sendo seletivo. Durante este trabalho, uma coluna de bio-afinidade
utilizando a enzima TryR como receptor, acoplado sobre uma resina, foi
construída a qual permitiu resultados bastante promissores e avalaliação do
comportamento inibitório de substâncias. Posteriormente, a eficiência desta
coluna pode ser aperfeiçoada com a utilização técnicas mais específicas de
identificação e quantificação.
Abstract
Abstract
PHYTOCHEMICAL STUDY OF THREE SPECIES OF RUTACEAE AND
BIOLOGICAL EVALUATION OF NATURAL PRODUCTS ON CELULAR AND
BIOCHEMICAL MODELS FROM TRIPANOSOMES- The present work
describes the search of bioactive secondary metabolites isolated from plants
from the Rutaceae family, against the parasites responsible for the American
Trypanosomiasis (Chagas’s disease), African Human Trypanosomiasis
(Sleeping sickness) and leishmaniasis. For that, the selected enzymes were
gGAPDH (Glyceraldehyde-3-phosphate-dehydrogenase) from Trypanosoma
cruzi, APRT (Adenine phophoribosiltransferase) from Leishmania terentolae,
TryR (Trypanothinone reductase) from Trypanosoma cruzi as well as against the
enzymes from the Kinase panel, which are responsible for serious diseases. The
in vitro assays were also carried out against the tripomastigotes Y strains from
T. cruzi and also against the bloodstream form of T. brucei brucei, 427 strain.
The assays against T. cruzi showed that the Balfourodendron riedelianum (Br)
species were more active compared with the other species studied. As for the
trypanocidal assays against T. brucei brucei, the Helietta apiculata species were
more active. The phytochemical study of Balfourodendron riedelianum, Helietta
apiculata (Ha) and Galipea carinata (Ga), lead to the isolation of thrirty four
secondary metaboilites, as alkaloids already known in the literature: dictamine
(1, Br), evolitrine (2, Br), skimmianine (6, Br), maculosidine (5, Br),
kokusaginine (4, Br), γ-fagarine (3, Br), flindersiamine (8, Ha), maculine (7, Br),
N-methyl-4-methoxy-2-quinolone (10, Ga), N-methy-flindersine (13, Ga),
rutacarpine (14, Br), N-4,7-methoxy-2-quinolone (11, Ga) and also the new
alkaloids: N-methyl-4,7,8-trimethoxy-2-quinolone (12, Ga) and 5-
hidroxyflindersiamine (9, Ha). Several amides were also isolated, whereas five
of them were N-benzoylamides type and two N-isobutylamides type. One
quaternary amine was also isolated, candicine (15, Ga), as well as two known
aminoacids: N-methyproline (23, Br) and 4-hydroxymethylproline (24, Br). Three
lignans were also isolated: eudesmin (25, Ha) and its epimer epi-eudesmin (26,
Ha) and syringaresinol (27, Br). One cinnamic acid derivative (28, Ha) was
isolated and also two syringic acid derivatives, (29, Ha) e (30, Ha). The
Abstract
limonoids limonin (31, Ha) and its respective acid (32, Ha), limonexic acid, were
also isolated, as well as two steroids already known in the literature: β-sitosterol
(33) and stigmasterol (34). Several biologic assays were carried out using the
described isolated metabolits and also a collection of natural products composed
by: alkaloids, amides, flavonoids, dibenzoylmethanes and synthetic analogs,
triterpenes, limonoids as well as some other classes of compounds. This library
was evaluated against the TryR enzyme and bloodstream form T. brucei brucei.
The two most promising compounds were the dihydrochalcone 31, with IC
50
of
19,6 ±0,57 µM against TryR and the flavonoid 7, with EC
50
of 3,8 ±0,63 µM
against the trypanosome. The isolated compounds showed low biological activity
against the gGAPDH enzyme and were not tested against APRT since many
molecules had same wavelength UV absorption as the substrate. As for the
results from the Kinase panel, the alkaloid 81, hortiacine, was the most
selective, bearing 83% (10mM) activity against the protein kinase chK2,
responsible for the mammary carcinoma. As for the tannin 104, it was active
against most of the protein kinase of the panel, so it was considered not
selective. During this work, a bioaffinity column was performed, using TryR as
receptor, with promising results and with the capacity of monitoring the inhibitory
behavior of the compounds evaluated. The performance obtained from this
column could be later improved using specific tools to guide the identification
and quantification.
Principais Abreviações e Símbolos
V
Principais Abreviações a Símbolos
δ
Desolacamento químico
φ
Diâmetro
µM Micro Molar
[α]
D
Rotação ótica específica
Acetona-d
6
Acetona deuterada
AMP Adenosina monofosfato
APRT Adenina Fosforibosiltransferase
CCA Cromatografia em Coluna Abetra (pressão atmosférica)
CG/EM Cromatogotafia gasosa acoplada a espectrometria de massas
CLAE Cromatografia líquida de alta eficiênica
d
Dubleto
dd
Duplo dubleto
ddd
Duplo duplo dubleto
DMSO Dimetilsulfóxido
DMSO-d
6
Dimetilsulfóxido deuterado
eV Elétrons volts
EC
50
Concentração inibitória de lise parasitária 50%
ES
+
Electrospray Positivo
G3P Gliceraldeído-3- fosfato
GAPDH Gliceraldeído-3- fosfato desidrogenase
nOe Nuclear Overhauser effect
h Altura
HMBC Heteronuclear Multiple Bond Correlation
HSQC Heteronuclear Single Quantum Correlation
Hz Hertz
IC
50
Concentração inibitória enzimática 50%
IE Impacto de elétrons
IV Infravermelho
J Constante de acoplamento
%LP Porcentagem de lise parasitária
m
Multipleto
m/z
Relação massa carga
MeOD Metanol deuterado
MHz Mega Hertz
NAD
+
Nicotinamida Adenosina dinucleotídeo
PENDANT
Polarization Enhancement Nurtured During Attached
Nucleous Testing
Pi Fósforo inorgânico
PRPP 5-fosforribosil-1-pirofosfato
RMN
1
H Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio
RMN
13
C Ressonância Magnética Nuclear de Carbono
s
Singleto
sl
Singleto largo
t
Tripleto
TryR
Tripanotiona redutase
TOF Time of Flight
UV Ultravioleta
Lista de Tabelas
Lista de Tabelas
p.
Tabela 1.1:Classificação dos alcalóides de Rutaceae segundo os autores.... 11
Tabela 1.2: Substâncias isoladas e identificadas de espécies de
Balfourodendron, Helietta e Galipea.................................................................
12
Tabela 3.3: Dados de RMN
1
H e
13
C de 1 e comparação com a literatura...... 23
Tabela 3.4: Dados de RMN
1
H e
13
C de 2 e comparação com a literatura...... 27
Tabela 3.5: Dados de RMN
1
H e
13
C de 3 e comparação com a literatura...... 31
Tabela 3.6: Dados de RMN
1
H e
13
C de 4 e comparação com a literatura...... 35
Tabela 3.7: Dados de RMN
1
H e
13
C de 5 e comparação com a literatura...... 39
Tabela 3.8: Dados de RMN
1
H e
13
C de 6 e comparação com a literatura...... 43
Tabela 3.9: Dados de RMN
1
H e
13
C de 7 e comparação com a literatura...... 47
Tabela 3.10: Dados de RMN
1
H e
13
C de 8 e comparação com a literatura.....
51
Tabela 3.11: Dados de RMN
1
H de 9.............................................................. 56
Tabela 3.12: Dados de RMN
1
H e
13
C de 10 e comparação com a literatura.. 59
Tabela 3.13: Dados de RMN
1
H e
13
C de 11....................................................
63
Tabela 3.14: Dados de RMN
1
H e
13
C de 12....................................................
69
Tabela 3.15: Dados de RMN
1
H e
13
C de 13 e comparação com a literatura...
74
Tabela 3.16: Dados de RMN
1
H e
13
C de 14 e comparação com a literatura...
78
Tabela 3.17: Dados de RMN
1
H e
13
C de 15 e comparação com a literatura...
82
Tabela 3.18: Dados de RMN
1
H e
13
C de 16................................................... 85
Tabela 3.19: Dados de RMN
1
H e
13
C de 23 e comparação com a literatura...
102
Tabela 3.20: Dados de RMN
1
H e
13
C de 24 e comparação com a literatura.. 104
Tabela 3.21: Dados de RMN
1
H e
13
C de 25 e comparação com a literatura...
108
Tabela 3.22: Dados de RMN
1
H e
13
C de 26 e comparação com a literatura...
112
Tabela 3.23: Dados de RMN
1
H e
13
C de 27 e comparação com a literatura...
115
Tabela 3.24: Dados de RMN
1
H e
13
C de 28 e comparação com a literatura...
118
Tabela 3.25: Dados de RMN
1
H e
13
C de 29 e comparação com a literatura.. 122
Tabela 3.26: Dados de RMN
1
H e
13
C de 30 e comparação com a literatura.. 126
Tabela 3.27: Dados de RMN
1
H de 31 e comparação com a literatura............
131
Tabela 3.28: Dados de RMN
13
C de 31 e comparação com a literatura.......... 132
Tabela 3.29: Dados de RMN
1
H de 32 e comparação com a literatura........... 138
Tabela 3.30: Dados de RMN
13
C de 33 e comparação com a literatura.......... 139
Tabela 4.31: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Atividade na Enzima gGAPDH.........................................................................
148
Tabela 4.32: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Atividade na Enzima APRT..............................................................................
149
Tabela 4.33: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Atividade na Enzima TryR...............................................................................
150
Tabela 4.34: Avaliação da AtividadeTripanocida nas Formas
Tripomastigotas de T.cruzi.............................................................................
151
Lista de Tabelas
VII
Tabela 4.35: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Lise Parasitária de T. brucei brucei...............................................................
152
Tabela 4.36: Avaliação das Frações dos Extratos Brutos Hexânicos e
Metanólicos na Lise Parasitária de T. brucei brucei......................................
153
Tabela 4.37: Avaliação das Frações Obtidas a partir dos Extratos Brutos
Metanólicos na Atividade da Enzima gGAPDH.............................................
154
Tabela 4.38: Avaliação das Frações dos Extratos Brutos Metanólicos na
Atividade da Enzima APRT...........................................................................
155
Tabela 4.39: Atividade das Frações dos Extratos Metanólicos,
Concentração de 2,00 mg/mL, na Enzima TryR..........................................
157
Tabela 4.40: Atividade das Substâncias Puras Avaliadas na Enzima
gGAPDH Lote 03/2006..................................................................................
158
Tabela 4.41:
Estruturas das Flavonas Avaliadas na Enzima TryR e nas
formas Formas Tripomastigotas de
T. brucei brucei.................................................
161
Tabela 4.42:
Estruturas dos Flavanonóis Avaliados na Enzima TryR e nas
Formas Formas Tripomastigotas de
T. brucei brucei................................................
162
Tabela 4.43
Estruturas dos Chalconas Avaliadas na Enzima TryR e nas
Formas Formas Tripomastigotas de
T. brucei brucei................................................
162
Tabela 4.44:
Relação das Atividades das Substâncias (1-31) Avaliadas na
Enzmia na Enzima T
ryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei........
167
Tabela 4.45: Ocorrência dos Flavonóides Avaliados na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.....................................................
168
Tabela 4.46:
Estrutura dos Dibenzoilmetanos Avaliados na Enzima TryR e
nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei..........................................
169
T abela 4.47: Relação das Atividades das Substâncias (32-40) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei
171
Tabela 4.48: Estrutura das Cumarinas Avaliadas na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei....................................................
172
Tabela 4.49: Relação das Atividades das Substâncias (41-47) Avaliadas
na Enzima
TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei..
173
Tabela 4.50: Estruturas das Amidas Avaliadas na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.....................................................
174
Tabela 4.51: Relação das Atividades das Substâncias (48-53) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
175
Tabela 4.52: Relação das Atividades das Substâncias (54-57) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
176
Tabela 4.53: Relação das Estruturas das Substâncias (58-65) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
177
Tabela 4.54: Relação das Atividades das Substâncias (58-65) Avaliadas
na Enzima TryR e nas formas Tripomastigotas de T. brucei brucei..............
179
Tabela 4.55: Estrutras dos Alcalóides (66-83) Avaliadas na Enzima TryR
e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.......................................
180
Tabela 4.56: Relação das Atividades das Substâncias (66-83) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
181
Tabela 4.57: Estruturas dos Ácidos e Derivados (84-93) Avaliados............. 182
Tabela 4.58: Relação das Atividades das Substâncias (84-93) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
183
Tabela 4.59: Relação das Atividades das Substâncias (94-96) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
184
Lista de Tabelas
VIII
Tabela 4.60: Relação das Atividades das Estruturas (97-106) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
185
Tabela 4.61: Descrição dos Conjuntos de Experimentos Feitos, de Modo
a se avaliar uma Coluna de Afinidade...........................................................
192
Tabela 4.62: Resultados Obtidos da Avaliação das Substâncias no Painel
das Enzimas Kinases...................................................................................
203
Tabela 4.63: Resultados Obtidos da Avaliação das Substâncias no Painel
das Enzimas Kinases....................................................................................
205
Tabela 5.64: Extratos obtidos, códigos e respectivas massas........................ 209
Tabela 5.65: Frações obtidas, códigos e respectivas massas........................ 210
Lista de Figuras
IX
Lista de Figuras
p.
Figura 1.1: Estrutura da salicina, protótipo natural para a descoberta do
fármaco centenário AAS, empregado atualmente como analgésico................
8
Figura1.2: Quinina, um protótipo natural para o desenvolvimento de fármacos
antimalariais........................................................................................................
8
Figura 1.3: Classificação biogenética dos alcalóides de Rutaceae, segundo
P.G. Waterman...................................................................................................
11
Figura 3.4: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 1... 24
Figura 3.5: Espectro de massas da substância 1 (IE –70 eV) e fragmentação... 25
Figura 3.6: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 2... 28
Figura 3.7: Espectro de massas da substância 2 (IE –70 eV) e fragmentação... 29
Figura 3.8: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 3... 32
Figura 3.9: Espectro de massas da substância 3 (IE –70 eV) e fragmentação... 33
Figura 3.10: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 4. 36
Figura 3.11: Espectro de massas da substância 4 (IE –70 eV) e
fragmentação......................................................................................................
37
Figura 3.12: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 5. 40
Figura 3.13: Espectro de massas da substância 5 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
41
Figura 3.14: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 6. 44
Figura 3.15: Espectro de massas da substância 6 (IE –70 eV) e fragmentação. 45
Figura 3.16: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 7. 48
Figura 3.17: Espectro de massas da substância 7(IE –70 eV) e fragmentação. 49
Figura 3.18: Espectros de RMN
1
H (400 MHZ, acetona-d
6
) e espectro de
RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
), da substância 8........................................................
52
Figura 3.19: Espectros de NOE-diff e correlações, da substância 8
(400 MHz, acetona-d
6
).............................................................................................
53
Figura 3.20: Espectro de massas da substância 8 (IE –70 eV) e fragmentação. 54
Figura 3.21: Espectro de RMN
1
H (400 MHZ, acetona-d
6
)da substância 9........ 56
Figura 3.22: Possíveis isômeros substância 9..................................................... 56
Figura 3.23: Espectro de massas da substância 9 (IE –70 eV) e fragmentação. 57
Figura 3.24: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
10..........................................................................................................................
60
Figura 3.25: Espectro de massas da substância 10 (IE –70 eV) e
fragmentação........................................................................................................
61
Figura 3.26: Espectros de RMN
1
H e
13
C (400/100 MHz, CDCl
3
) da substância
11.........................................................................................................................
64
Figura 3.27: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45
0
da substância 11 (400 MHz, CDCl
3
). 65
Figura 3.28: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 11 (400
MHz, CDCl
3
).........................................................................................................
65
Figura 3.29: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 11
(400 MHz, CDCl
3
).................................................................................................
66
Figura 3.30: Espectro de massas da substância 11 (IE –70 eV) e
fragmentação......................................................................................................
67
Lista de Figuras
X
Figura 3.31: Espectros de RMN
1
H e
13
C (400/100 MHz, CDCl
3
) da substância
12.........................................................................................................................
70
Figura 3.32: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 12 (400
MHz, CDCl
3
).........................................................................................................
71
Figura 3.33: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 12 (400
MHz, CDCl
3
).........................................................................................................
71
Figura 3.34: Espectro de massas de alta resolução da substância 12,
equipamento VG Autospec-Impacto de elétrons 70 eV, e fragmentação.............
72
Figura 3.35: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
13.........................................................................................................................
75
Figura 3.36: Espectro de massas da substância 13 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
76
Figura 3.37: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
14..........................................................................................................................
79
Figura 3.38: Espectro de massas da substância 14 (IE –70 eV)......................... 80
Figura 3.39: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
15.........................................................................................................................
83
Figura 3.40: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
16..........................................................................................................................
86
Figura 3.41: Espectro de massas da substância 16 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
87
Figura 3.42: Espectro de massas da substância 17 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
89
Figura 3.43: Espectro de massas da substância 18 (IE –70 eV) e
fragmentação........................................................................................................
91
Figura 3.44: Espectro de massas da substância 19 (IE –70 eV) e
fragmentação........................................................................................................
93
Figura 3.45: Espectro de massas da substância 20 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
95
Figura 3.46: Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
), da mistura de amidas do
tipo N-isobutilamidas.............................................................................................
96
Figura 3.47: Cromatograma das amidas presentes na mistura. 97
Figura 3.48: Espectro de massas da substância 21 (IE –70 V) e fragmentação.. 98
Figura 3.49: Espectro de massas da substância 22 (IE –70 eV) e
fragmentação.........................................................................................................
100
Figura 3.50: Espectros de RMN
1
H (400 MHz, D
2
O) das substâncias 23 e 24... 105
Figura 3.51: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45º das substâncias 23 e 24.................... 105
Figura 3.52: Projeção mostrando as interações entre os hidrogênios de
uma lignana furofurânica di-pseudoaxial...............................................................
107
Figura 3.53: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) para a
substância 25.........................................................................................................
109
Figura 3.54: Projeção mostrando as interações entre os hidrogênios de
uma lignana furofurânica di-pseudoequatorial.......................................................
111
Figura 3.55: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) para a
substância 26.........................................................................................................
113
Figura 3.56: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) para a
substância 27........................................................................................................
116
Figura 3.57: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) para a
substância 28 ........................................................................................................
119
Lista de Figuras
XI
Figura 3.58: Espectro de massas da substância 28 (IE –70 eV) e fragmentação. 120
Figura 3.59: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, MeOD), da substância
29.........................................................................................................................
123
Figura 3.60: Espectro de massas da substância 29 (IE –70 eV) e fragmentação. 124
Figura 3.61: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, acetona-d
6
), da
substância 30........................................................................................................
127
Figura 3.62: Espectro de massas da substância 30 (IE –70 eV) e
fragmentação........................................................................................................
128
Figura 3.63: Espectro de RMN
1
H (400 MHz/CDCl
3
) para a substância 31........... 133
Figura 3.63.1: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/CDCl
3
), para
a substância 31......................................................................................................
133
Figura 3.63.2: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/CDCl
3
), para a
substância 31........................................................................................................
134
Figura 3.63.3: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/CDCl
3
), para a
substância 31........................................................................................................
134
Figura 3.64: Espectro de RMN
13
C (100 MHz/ DMSO-d
6
) para a substância 31.. 135
Figura 3.65: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45º da substância 31 (400 MHz, CDCl
3
).. 135
Figura 3.66: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 31, (400
MHz, CDCl
3
)..........................................................................................................
136
Figura 3.67: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 31, (400
MHz, CDCl
3
).........................................................................................................
136
Figura 3.68: Espectro de RMN
1
H (400 MHz/DMSO-d
6
) para a substância 32... 140
Figura 3.68.1: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/DMSO-d
6
) para
a substância 32......................................................................................................
140
Figura 3.68.2: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/DMSO-d
6
)
para a substância 32
..........................................................................................................
141
Figura 3.68.3: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/DMSO-d
6
) para a
substância 32........................................................................................................
141
Figura 3.69: Espectro de RMN
13
C (100 MHz/ DMSO-d
6
) para a substância 32.. 142
Figura 3.70: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45
o
(400 MHz/DMSO-d
6
) , para a
substância 32.........................................................................................................
142
Figura 3.71: Mapa de contorno das correlações HSQC
(400 MHz/DMSO-d
6
), para a substância 32............................................................
143
Figura 3.72: Mapa de contorno das correlações HMBC
(400 MHz/DMSO-d
6
) , para a substância 32..........................................................
143
Figura 4.73: Esquema do metabolismo da glicose no interior do glicossomo...... 144
Figura 4.74: Via de recuperação em células de protozoários parasitas............... 145
Figura 4.75: O sistema da tripanotiona peroxidase.............................................. 146
Figura 4.76: Tripanotiona e tripanotiona redutase (GIRALUT, S., et al., 2001).... 147
Figura 4.77: Estrutura do produto natural kukoamina A, ativo na enzima TryR de
T. cruzi..............................................................................................................
175
Figura 4.78: Estruturas dos limonóides avaliados................................................. 176
Figura 4.79: Estrutura do alcalóide lunarina, inibidor irreversível da enzima
tripanotiona redutase (TryR) e sua disposição no sítio ativo de TryR de
T.cruzi..................................................................................................................
186
Figura 4.80: Mecanismo reacional da síntese da cetona de Pummerer............. 187
Figura 4.81: Estruturas do alcalóide lunarina e cetona de Pummerer................ 187
Figura 4.82: Etapas de acoplamento de uma proteína à uma resina de uma
coluna de afinidade.............................................................................................
188
Lista de Figuras
XII
Figura 4.83: Representação esquemática de um experimento de clonagem em
bactéria..........................................................................................................
189
Figura 4.84: Cromatograma de gradiente linear de sal (10-100 mM) de KCl em
tampão B, fluxo 1mL/mim, coluna Hi-Load Q Sepharose HP (Pharmacia)..
190
Figura 4.85: Cromatograma de exclusão utilizando 50mM de HEPES pH 7,4
300mM de NaCl e 0,05% de azida de sódio, fluxo 2mL/mim, coluna Superdex
200 26/60 (Pharmacia)........................................................................................
191
Figura 4.86: Espectro de massas do processo de lavagem de N
o
12,
clomipramina+resina+TryR, ES
+
TOF MS. ........................................................
193
Figura 4.87: Espectro de massas do processo de desnaturação da enzima
TryR, com metanol 100%, clomipramina+resina+TryR, TOF ES
+
Mariner
Applied Biosystems/MDS Sciex..........................................................................
194
Figura 4.88: Espectro de massas do processo de ‘denaturação’, com metanol
100%, clomipramina+resina, TOF ES
+
Mariner Applied Biosystems/MDS
Sciex.....................................................................................................................
195
Figura 4.89: Espectro de massas (Electrospray) da solução de 1mM de
clomipramina usada nos experimentos (clomipramina + 3% metanol + 50mM
acetato de amônio pH 7,4)..................................................................................
196
Figura 4.90: Espectro de massas do processo de lavagem de N
o
12,
quinacrina mostarda+resina+TryR, TOF ES
+
Mariner Applied Biosystems/MDS
Sciex.....................................................................................................................
197
Figura 4.91: Espectro de massas do processo de ‘denaturação’ da enzima
TryR, com metanol 100%, quinacrina mostarda + resina +TryR, ES
+
TOF
Mariner Applied Biosystems/MDS Sciex..............................................................
198
Figura 4.92: Espectro de massas do processo de ‘denaturação’ com metanol
100%, quinacrina mostarda + resina, ES
+
TOF Mariner Applied
Biosystems/MDS Sciex........................................................................................
199
Figura 4.93: Transdução de sinal, cascata sinalizadora e transcrição da
informação realizada por enzima sinalisadoras.................................................
201
Figura 4.94: Alguns dos cânceres provocados em humanos devido a
mutações nas enzimas kinases..........................................................................
202
Figura 5.95: Curva do padrão (Clomipramina) para o ensaio em tripanotiona
redutase (TryR)...................................................................................................
225
Figura 5.96: Equação com quatro parâmetros, responsável pelo cálculo de IC
50
e
EC
50
, onde range significa o eixo y em questão, background; sendo o controle
usado para o ensaio; e S o slope (inclinação da reta), sendo na maioria das
vezes igual a 1, pois considera-se que apenas uma molécula de inibidor se
encontra no sítio ativo da enzima........................................................................
232
Lista de Figuras
XIII
Lista de Esquemas e Gráficos
XIII
Lista de Esquemas
p.
Esquema 5.1: Preparação dos extratos metanólicos do caule de Galipea
carinata, Balfourodendron riedelianum e Helietta apiculata.................................
208
Esquema 5.2: Cromatografia de partição líquido-líquido dos extratos
metanólicos brutos...............................................................................................
210
Esquema 5.3: Fracionamento de HAGMH......................................................... 211
Esquema 5.4: Isolamento das substâncias 8 e 9...............................................
212
Esquema 5.5: Fracionamento de HAFMD e isolamento da substância 28........ 212
Esquema 5.6: Isolamento da substância 7.........................................................
213
Esquema 5.7: Fracionamento de HAFMD5....................................................... 213
Esquema 5.8: Isolamento da substância 25.......................................................
214
Esquema 9: Fracionamento de HAFMD5.5........................................................
214
Esquema 5.10: Isolamento da substância 8.......................................................
214
Esquema 5.11: Isolamento da substância 25.................................................... 215
Esquema 5.12: Isolamento da substância 26.....................................................
215
Esquema 5.13: Isolamento da substância 25.....................................................
215
Esquema 5.14: Isolamento da substância 8.......................................................
216
Esquema 5.15: Isolamento da substância 25.....................................................
216
Esquema 5.16: Fracionamento de HAFMA........................................................
217
Esquema 5.17: Isolamento das substânicas 30 e 28..........................................
217
Esquema 5.18: Fracionamento por RLCC de BRGMD...................................... 218
Esquema 5.19: Fracionamento da fase estacionária de BRGMD e isolamento
das substâncias 2, 4, 5, 8, 23 e 24......................................................................
218
Esquema 5.20: Isolamento das substâncias 23 e 24..........................................
219
Esquema 5.21: Fracionamento de GCCMM.......................................................
220
Esquema 5.22: Fracionamento de GCCMM5.7..................................................
220
Esquema 5.23: Isolamento da substância 15.....................................................
221
Esquema 5.24: Isolamento das substâncias 11 e 12..........................................
222
Esquema 5.25: Isolamento da substância 1.......................................................
223
Esquema 5.26: Isolamento das substâncias 18, 19, 20, 22 e 21........................
224
Esquema 5.27: Isolamento das substâncias 13, 14 e 17....................................
225
Esquema 5.28: Isolamento da substância 4, 5 e 16...........................................
226
Esquema 5.29: Isolamento das substâncias 10 e 27..........................................
226
Esquema 5.30: Isolamento das substâncias: 3, 4, 5 e 6.....................................
227
Esqeuma 5.31: Isolamento da substância 31....................................................
227
Esquema 5.32: Isolamento da substância 32.....................................................
228
Lista de Esquemas e Gráficos
XIV
Lista de Gráficos
Grafico 4.1: Gráfico de EC
50
para a substância 31 [10µM]............................. 166
Sumário
XIV
Sumário
p.
Sumário
XV
3.2.1 Substância 15.......................................................................................... 81
3.2.2 Substância 16.......................................................................................... 84
3.3 Amidas Identificadas por CG/EM............................................................ 88
3.3.1 Substância 17.......................................................................................... 88
3.3.2 Substância 18.......................................................................................... 90
3.3.3 Substância 19.......................................................................................... 92
3.3.4 Substância 20.......................................................................................... 94
3.3.5 Substância 21.......................................................................................... 96
3.3.6 Substância 22.......................................................................................... 99
3.4 Aminoácidos............................................................................................ 101
3.4.1 Substância 23.......................................................................................... 101
3.4.2 Substância 24.......................................................................................... 103
3.5 Liganas Furofurânicas............................................................................. 106
3.5.1 Substância 25.......................................................................................... 106
3.5.2 Substância 26.......................................................................................... 110
3.5.3 Substância 27.......................................................................................... 114
3.6 Derivados do Ácido Cinâmico e Ácido Siríngico..................................... 117
3.6.1 Substância 28.......................................................................................... 117
3.6.2 Substância 29.......................................................................................... 121
3.6.3 Substância 30.......................................................................................... 125
3.7 Limonóides.............................................................................................. 129
3.7.1 Substância 31.......................................................................................... 129
3.7.2 Substância 32.......................................................................................... 137
4. Atividades Biológicas......................................................................................
144
4.1
Avaliação dos Extratos Vegetais............................................................. 144
4.1.1
A Enzima gGAPDH (Gliceraldeído-3- fosfato desidrogenase glicossomal)
144
4.1.2 A Enzima APRT.........................................................................................
145
4.1.3 A Enzima Tripanptiona redutase (TryR).....................................................
146
4.1
Produtos Naturais e a Enzima Tripanotiona redutase (TryR)....................
147
4.2 Inibição Enzimática de gGAPDH.................................................... 148
4.3
Inibição Enzimática de APRT......................................................... 149
4.4 Inibição Enzimática de TryR........................................................... 150
4.5
Atividade Tripanocida nas Formas Tripomastigotas de T. cruzi............. 151
4.6 Atividade Tripanocida nas Formas Tripomastigotas de T. b. brucei..... 152
4.7 Atividades das Frações Obtidas a Partir dos Extratos Brutos Avaliados 154
4.7.1 Atividades das Frações Obtidas a Partir dos Extratos Brutos Avaliados
na Enzima gGAPDH..........................................................................
154
4.7.2
Atividades das Frações Obtidas a Partir dos Extratos Brutos Avaliados
na Enzima APRT...........................................................................
155
4.7.3 Atividades das Frações Obtidas a Partir dos Extratos Brutos Avaliados
na Enzima TryR.................................................................................
156
4.8 Atividades das Substâncias Puras Isoladas.............................................. 158
4.8.1 Atividades nas Enzimas gGAPDH e APRT....................................... 158
Sumário
XVI
4.8.2 Atividade Inibitória e Tripanocida de Substâncias Puras Provenientes de
Diferentes Espécies Vegetais na Enzima TryR e nas Formas
Tripomastigotas de T. brucei brucei (linhagem 427, tipo selvagem,
forma infectante sangüínea)......................................................................
160
4.8.3 Flavonóides............................................................................................... 160
4.8.4 Flavonas.................................................................................................... 163
4.8.5 Dibenzoilmetanos.......................................................................................
169
4.8.6 Cumarinas................................................................................................. 172
4.8.7 Amidas...................................................................................................... 174
4.8.8 Limonóides................................................................................................ 176
4.8.9 Triterpenos................................................................................................ 177
4.8.10 Alcalóides.................................................................................................. 180
4.8.11 Ácidos e Derivados....................................................................................
182
4.8.12 Lignanas.................................................................................................... 183
4.8.13 Outras Classes de Compostos Avaliados................................................. 184
4.9 Avaliação da Cetona de Pummerer na Enzima TryR.................................
186
4.9.1 Síntese da Cetona de Pummerer....................................................... 186
4.10 Cromatografia de Bio-afinidade Utlizando-se a Enzima TryR de T. cruzi
como Receptor...........................................................................................
188
4.10.1 Expressão e Purificação da Enzima TryR de T. cruzi, já anteriormente
clonada ....................................................................................................
189
4.10.2 Purificação da Enzima TryR de T. cruzi.....................................................
190
4.10.3 Coluna de Bio-afinidade.............................................................................
192
4.11 Enzimas Kinases e Atividade Anticancerígena..........................................
200
4.11.1 As Origens da Fosforilação das Proteínas................................................ 200
4.11.2 Avaliação da Coleção de Produtos Naturais Frente às Enzimas Kinases.
203
5. Procedimento Experimental.............................................................................
205
5.1 Materiais e Métodos...................................................................................
205
5.2 Equipamentos............................................................................................
206
5.3 Coleta e Identificação das Espécies Vegetais...........................................
208
Sumário
XVII
5.3.1 Preparação dos Extratos das Espécies Vegetais..................................... 208
5.3.1.1
Galipea carinata, Balfourodendron riedelianum e Helietta apiculata.........
208
5.3.1.2
Obtenção dos Extratos Hexânicos e Metanólicos.....................................
209
5.3.1.3
Fracionamento dos Extratos......................................................................
209
5.4 Estudo Fitoquímico.................................................................................... 211
5.4.1 Estudo Químico Fração Hexano do Extrato Metanólico dos Galhos de
Helietta apiculata (HAGMH).......................................................................
211
5.4.2
Estudo Químico da Fração Diclorometano do Extrato Metanólico das
Folhas de Helietta apiculata (HAFMD)..................................................
212
5.4.3 Estudo Químico da Fração Acetato de Etila do Extrato Metanólico das
Folhas de Helietta apiculata (HAFMA).......................................................
216
5.4.4 Estudo Químico Diclorometano do Extrato Metanólico dos
Galhos de Balfourodendron riedelianum
(BRGMD)...............................................
218
5.4.5 Estudo Químico da Fração Acetato de Etila do Extrato Metanólico das
Folhas de Balfourodendron riedelianum (BRFMA)....................................
219
5.4.6 Estudo Químico da Fração Metanol do Extrato Metanólico do Caule
de Galipea carinata (GCCMM)..................................................................
220
5.4.7 Estudo Químico da Fração Metanol do Extrato Diclorometano do Caule
de Galipea carinata (GCCMD)...................................................................
222
5.4.8 Estudo Químico da Fração Diclorometano do Extrato Metanólico do
Caule de Balfourodendron riedelianum (BRCMD)......................................
223
5.5 Protocolo do Ensaio com TryR, Utilizando-se o Reagente DTNB 5,5’-
ditiobis-(2-ácido nitrobenzóico), Reagente de Ellman..............................
228
5.5.1 Regentes e Procedimento para o Screening Inicial...................................
228
5.5.2 Regentes e Procedimento para a Determinação do IC
50
............................
229
5.5.3 Método do Ensaio......................................................................................
229
5.5.4 Notas Importantes Consideradas...............................................................
230
5.6 Ensaios in vivo Utilizando células de T. brucei brucei............................... 230
5.6.1 Screening inicial.........................................................................................
230
5.6.2 Contagem das Células...............................................................................
230
5.6.3 Determinação de EC
50
com a Utilização deCélulas de T. brucei brucei
....................
231
5.7 Expressão e Purificação da Enzima Tripanotiona redutase (TryR)...........
232
5.7.1 Cromatografia de Afinidade: Preparação da Resina e Acoplamento
da Enzima TryR..........................................................................................
234
5.8 Síntese da Cetona de Pummerer...............................................................
235
5.9 Ensaio com a Enzima gGAPDH.................................................................
235
5.9.1 Condições do Meio de Reação para Ensaio Enzimático com NAD
+
como Co-fator............................................................................................
235
5.9.2 Condições do Meio de Reação para Ensaio Enzimático com tio-NAD
+
como Co-fator.............................................................................................
235
5.9.3 Considerações com Relação as Condições do Ensaio............................. 236
5.10 Ensaio com a Enzima APRT......................................................................
236
6. Conclusões........................................................................................................
237
7. Referências Bibliográficas............................................................................... 239
1. Introdução
Introdução
1
1. Introdução
“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas.”
Johann Wolfgang von Goethe
1.1 Produtos Naturais
Desde a antigüidade, o homem faz uso de materiais vegetais com finalidade
terapêutica. Por vários anos a morfina (1), obtida da papoula, a quinina (2) do tronco de
espécies de Cinchona (Rubiaceae), glicosídeos cardíacos, como a digitoxigenina (3),
extraídos de Digitalis purpura (Scrophulariaceae) além dos alcalóides do tipo ergot,
ergolina (4), isolados de espécies de Claviceps, um fungo que ataca algumas culturas de
gramíneas como o centeio, vêm sendo usados para o tratamento de várias enfermidades.
Os microorganismos também são grande e potencial fonte de compostos com finalidade
farmacêutica, e se tornaram ainda mais evidentes depois do trabalho de Alexander
Fleming (1881-1945), com o advento da penicilina. O uso de corantes químicos (“chemical
dyes”) para o tratamento da malária, introduzido por Paul Ehrlich (1845-1915), deu início à
ciência da química medicinal. A primeira busca de fármacos foi, essencialmente, não
seletiva, com a utilização de organismos, células ou animais com a finalidade de testar a
eficácia de candidatos a fármacos (EISENTHAL, R., DANSON, M. J., 2002).
O
HO
H
NCH
3
H
HO
1
N
N
HO
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H
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O
O
OH
H
H
HO
H
3
cardenolídeo- digitoxigenin
a
NH
H
H
N
4
ergolin
a
Introdução
2
Os produtos naturais vêm sendo, por muitos anos, reconhecidos como excelentes
fontes de potenciais compostos protótipos (NEWMAN, D. J., et al., 2003). Atualmente, o
desenvolvimento de um novo fármaco a partir de um produto natural deve possuir: a)
triagem de produtos naturais para a atividade biológica; b) isolamento e purificação do
princípio ativo; c) determinação da estrutura química; d) estudos da relação estrutura-
atividade (SAR); e) síntese de análogos; f) estudos do mecanismo de ação; e g) desenho
estrutural e síntese de novos fármacos (CHIBALE, K., 2005).
Os fármacos de origem sintética predominam no arsenal terapêutico atual, graças
ao avanço da química orgânica sintética a partir do fim do século passado. Muitos deles
são baseados em produtos de origem vegetal. De acordo com um estudo recente, das
1030 “novas entidades químicas” (NCEs), apenas 33% dos novos fármacos aprovados são
puramente sintéticos sem qualquer participação dos produtos naturais, e o restante, 64%,
apresenta influência dos produtos naturais ou o protótipos com algumas derivatizações
sintéticas, grupo farmacofórico ou imitação da natureza (“Natural Product Mimics”),
(NEWMAN, D.J.; et al., 2003).
Entre os produtos naturais de origem vegetal, encontra-se ampla e diversa
arquitetura molecular. A espetacular diversidade molecular de padrões estruturais
observados nas distintas classes de produtos naturais, como flavonóides, isoflavonóides,
lignanas, neolignanas, glicosídeos, cumarinas, cromonas, quinonas, alcalóides, entre
outras, representa fonte inesgotável de modelos originais de arquitetura molecular
enantiopura (BARREIRO, E., 2002). A partir daí, a busca de substâncias naturais ativas
vem crescendo constantemente, e esse é um dos objetivos de estudo da química dos
produtos naturais.
Abordagens padrão que levam ao desenvolvimento de novos fármacos incluem
“screenings” randômicos, isto é, quando não se tem conhecimento de quais são as
moléculas que melhor respondem ao alvo avaliado ou não-randômicos. De início, os alvos
moleculares não eram conhecidos, por exemplo, as enzimas. Apesar de esta proposta
levar à descoberta de inúmeros rmacos, muitos compostos apresentaram sérios efeitos
colaterais e exigiram doses limites para uso. À medida que a disponibilidade dos
compostos aumentou, os avanços tecnológicos também, de modo a acomodar o grande
número de entidades químicas que sugiram. Assim, uma outra proposta científica para a
descoberta de fármacos evoluiu para o termo desenho de fármacos. O alvo molecular, por
exemplo, uma enzima essencial para a sobrevivência de um organismo em particular ou
uma que se acredita ser a responsável pelo desenvolvimento da doença, deve ser
identificado. O uso de computadores, tendo como base informações estruturais
detalhadas, permite o uso de programas computacionais para se obter a interação entre o
candidato a fármaco e o sítio ativo da enzima em questão. Geralmente, o desenho racional
de fármacos se baseia em substratos naturais ou moléculas conhecidas que atuam
naquele sítio ativo, os substratos da enzima (EISENTHAL, R., DANSON, M. J., 2002).
Os fatores mais importantes para que uma interação seja favorável entre o fármaco
e seu alvo biológico específico, mais freqüentemente uma proteína, são: o encaixe
geométrico perfeito entre os ligantes presentes no fármaco e o sítio ativo; baixa energia de
conformação de ambos; formação de ligações de hidrogênio em regiões da proteína onde
estão carregadas e/ou neutras entre os grupos funcionais e interações hidrofóbicas em
superfícies lipofílicas da proteína (KUBINYI, H., 1998 e 1999).
Introdução
3
1.2 Doenças Tropicais
As doenças tropicais o endêmicas nas regiões tropicais e subtropicais. Dentre as
várias doenças presentes na região tropical, a Organização Mundial da Saúde (WHO), não
mede esforços para controlar 8 das maiores, sendo elas: malária, esquistossomose,
tripanossomíase Africana (doença do sono), tripanossomíase Americana (doença de
Chagas), leishmanioses, filaríase, oncocerciaríase e lepra. O impacto provocado pelas
doenças tropicais é extremamente alto. As regiões marginalizadas e os países em
desenvolvimento o as áreas mais afetadas. Causam, além da doença, incapacidade
para o trabalho e de freqüentar a escola, desfiguramento, além de diminuição da
expectativa de vida e à morte.
De acordo com as estatísticas da Organização Mundial da Saúde, no ano de 2002,
por volta de 56.000 mortes na África foram provocadas pelas doenças tropicais. nas
Américas, foram 16.000, no Sudeste de Ásia, 36.000, no Oeste Mediterrâneo foram 15.000
e cerca de 5.000 na região Oeste do Oceano Pacífico (WHO, 2004). Metade da
humanidade vive nas regiões tropicais e, conseqüentemente, sob risco, o que remete a
num futuro bastante comprometido, e à redução também das aspirações nacionais para
qualquer avanço econômico.
Os fármacos atualmente utilizados para o tratamento das doenças tropicais
apresentam várias desvantagens, incluindo tóxicos efeitos colaterais, baixa eficácia clínica,
complicados modos de administração e problemas de resistência (KHABNADIDEH, S., et
al., 2005).
Sabendo que o mercado de fármacos contra malária, tuberculose, AIDS e
tripanossomíases é, em sua maioria, destinado aos países do Terceiro Mundo,
descobertas inovadoras e conseqüentemente de baixo-custo para a elaboração de novos
fármacos são urgentes. O ponto-chave da busca de um novo fármaco para essas
enfermidades seria a descoberta e/ou desenvolvimento de um único agente capaz de inibir
os ltiplos estágios das doenças, de modo análogo aos antibióticos de amplo espectro
(CHIBALE, K., 2005).
1.2.1 Doença de Chagas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, por volta de 18 milhões de
pessoas nas Américas estão infectadas pela doença de Chagas, que é causada pelo
protozoário Trypanosoma cruzi (ESPINOZA-FONSECA, et al., 2005). Os índices de
mortalidade associados à doença na América Latina o bem maiores do que as mortes
causadas pela malária, esquistossomose ou leishmanioses. A doença é endêmica no
continente Americano, distribuída a partir do sul do Estados Unidos até o sul da Argentina
(URBINA, J. A., et al., 2003).
São estimados que ocorram aproximadamente 300.000 novos casos da doença de
Chagas por dia, segundo a Organização Mundial de Saúde (DUTRA, W. O., et al., 2005).
No Brasil, o controle da transmissão vetorial da doença de Chagas foi institucionalizado em
1950, pelo serviço Nacional de Malária, e apenas em 1975 foi comprovada a eficácia do
inseticida hexaclorociclohexano 6,5%, na profilaxia da doença. Mas, até os anos 70,
apenas o Estado de São Paulo mantinha ações regulares de controle, em paralelo com
Minas Gerais (VINHAES, M. C., et al., 2000). A região de Bauru, localizada a Oeste do
Introdução
4
Estado, foi a pioneira no controle do triatomíneo (MARLI, D., et al., 1991.Atualmente,
mais de 5 milhões de brasileiros infectados (CARVALHO, E. A. B., et al., 2004)
A transmissão da doença de Chagas se dá pela fezes do inseto vetor, conhecido
como “barbeiro” (Triatoma infestans), que as deposita próximo ao local da picada, ou
também pela transfusão de sangue. A forma infectante sangüínea dos protozoários de T.
cruzi, as formas tripomastigotas penetram na células dos mamíferos e sofrem várias
diferenciações até atingirem as formas amastigotas. A ruptura dessas células leva à
liberação dos parasitas e à perpetuação da infecção, que, após vários anos pode levar às
formas crônicas da doença, como deficiências cardíacas e digestivas (CARVALHO, S. A.
et al., 2004).
1.2.2 Leishmanioses
As leishmanioses são grupos de doenças tropicais causadas por diferentes
espécies de parasitas protozoários pertencentes ao gênero Leishmania. A doença afeta
por volta de 12 milhões de pessoas em 80 países e estima-se que existam de 2 a 3
milhões de novos casos a cada ano. Também se considera que exista uma população de
350 milhões de pessoas sob risco de infecção (CHAN-BACAB, , 2001). A doença se
distribui tanto no Velho Mundo, Mar mediterrâneo, leste e oeste da África, Síria, Arábia
Saudita, Afeganistão, Índia, China e Irã, além do Brasil, Peru, Argentina e Paraguai.
Evidências sugerem que o aumento da incidência da doença se deve a migrações
populacionais, mudanças sazonais/climáticas e co-infecção devida ao HIV (CROFT, S.,
2002).
As leishmanioses são causadas por várias espécies de Leishmania e existem três
formas clínicas distintas de manifestação da doença, às quais são associados vários
sintomas, desde desfiguração cutânea e lesões muco cutâneas que causam ampla
destruição das membranas mucosas e vísceras afetanto os órgãos hematopoiédicos
(KAMINSKY, R., 2002).
Mais de 17 espécies de Leishmania causam leishmaniose cutânea como L. major,
L. braziliensis, L. panamensis entre outras. Parasitas que normalmente causam leishmania
visceral podem também causar leishmania cutânea; algumas linhagens de L. infantum
podem gerar lesões simples, enquanto leishmanioses Calazar são causadas por L.
donovani, geralmente dois anos após a cura da visceral. Identificar o organismo causador
da leishamniose cutânea é tão importante quanto conhecer a variação de sensibilidade de
drogas sobre as diferentes espécies de Leishmania (CROFT, S., 2002).
A doença é transmitida pela picada do inseto fêmea infectado do gênero
Phlebotomus e Lutzomyia (MESQUITA, M. L., et al., 2005). O hospedeiro vertebrado é
infectado com a forma promastigota do parasita como resultado da picada do inseto vetor.
Após isso, os promastigotas são rapidamente fagocitados pelos macrófagos do hospedeiro
e dentro deles mudam para a forma amastigota. As manifestações clínicas da doença se
devem às conseqüentes multiplicações da forma amastigota no interior dos macrófagos
(CHAN-BACAB, , 2001)
Introdução
5
1.2.3 Doença do Sono
A tripanossomíase humana Africana também é conhecida como doença do sono.
Quando ataca o gado, é conhecida como nagana. A doença afeta mais de 60 milhões de
pessoas em 36 países na região do Sub-Saara, na África. Cerca de 45.000 casos da
doença foram registrados em 1999 e, segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO), a
estimativa é de que o número atual de casos esteja entre 300.000 e 500.000 (WHO, 1998).
O parasita causador da doença é transmitido aos hospedeiros vertebrados através
das moscas Tsé-tsé que pertencem ao gênero Glossina. Exitem três subespécies do
Trypanosoma brucei, duas das quais infectam seres humanos. O T. b. gambiense,
encontrado no Oeste no região central da África, responsável pela doença do sono do
oeste Africano. O T. b. rhodesiense ocorre nas regiões leste e sul da África, causando a
doença do sono do Leste Africano. A terceira subespécie, Trypanosoma brucei brucei,
sendo morfologicamente e bioquimicamente homóloga ao T. brucei rhodesiense, não afeta
os seres humanos, devido à alta densidade da fração lipoproteica do soro humano. O T.
brucei gambiense é menos virulento que o T.brucei rhodesiense. O T.brucei brucei não
causa doença em seres humanos, mas causa a doença nagana em alguns animais
domésticos (FRIES, D., et al., 2003).
Quando um mosquito fêmea Tsé-tsé pica um humano, os tripanossomas são
injetados juntamente coma as secreções salivares. Neste momento os tripanossomas
iniciam um processo de multiplicação, causando uma ferida inchada e muito dolorosa. As
formas tripomastigotas penetram na corrente sangüínea, onde se multiplicam
assexuadamente por divisão binária a cada 5 a 10 horas. Diferente da tripanossomíase
Americana e das leishmanioses, não há estágios intracelulares (VIRKERMAN, K., 1985).
1.3 Formas de Tratamento
1.3.1 Doença de Chagas
Introdução
6
1.3.2 Leishmanioses
O tratamento da leishmaniose visceral conta com a terapia diária de injeções de
antimônio pentavalente, que dura entre 20 a 28 dias. Os agentes quimioterápicos
antimoniais disponíveis são: antimonato de meglumina (7) (Glucantime
®
) e o
estibogluconato de sódio (8) (Pentostan
®
). Ainda tratamentos eficazes que utilizam a
Anfotericina B (9) (Fungizone
®
) (KAMINSKY, R. 2002, ESCOBAR, P., et al., 2001). O
alopurinol (10), um análogo da hipoxantina, que inibe o metabolismo das bases
nitrogenadas purínicas nas células de mamíferos e em organismos de leishmania, também
vem sendo usado como tratamento alternativo para a leishmaniose visceral. Uma vez
nestes organismos, são metabolizados em nucleosídeos tóxicos (MOSKWITZ, P. F., et al.,
1999).
Recentemente, foi reportado o que poderia ser o primeiro tratamento oral contra
leishmaniose visceral. O fármaco em questão, o hexadecilfosfocolina (10) (Miltefosina®).
Este fármaco, que foi inicialmente desenvolvido para o tratamento de câncer e também é
ativo in vitro como in vivo em espécies de Leishmania. Os resultados estão na fase II,
sendo também bem tolerado nas triagens na Índia. se planeja o início da fase III da
triagem clínica, uma vez que apresentou excelentes resultados contra a Leishamania
donovani. O fármaco vem sendo apresentado sob a formulação de 6% de miltefosina em
veículo (Kasacade) de 3-propiloxipropeno glicol, 3-hexapropileno glicol e 3-nonilpropileno
glicol, sendo comercialmente chamado de Miltex
®
e Impavido
®
da Zentaris (GARNIER, T.,
et al., 2002 e WHO, 2004).
O
H
N
N
S
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3
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O
O
2
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OH
OH O
OH
OH
COOH
O
9
11
O
P
O
O
O
N
( )
15
Introdução
7
1.3.3 Doença do Sono
Os fármacos usados no tratamento da tripanossomíase Africana são: suramina (12)
e pentamidina (13), usadas apenas nos primeiros estágios da doença, enquanto que
melarprosol (14) e eflornitina (15) são usados em ambas as fases. Estes fármacos são de
difícil administração, sendo todos injetáveis durante um período relativamente longo. Os
efeitos colaterais destes fármacos são severos (FRIES, D., et al., 2003).
1.4 A Importância dos Produtos Naturais na Busca de Novos Fármacos
Os produtos naturais vêm sendo usados como ferramentas valiosíssimas para
decifrar a lógica das biossínteses e como plataformas para o desenvolvimento de fármacos
de primeira escolha. Por exemplo, no período entre 1981 e 2002, 5% de 1.301 novas
entidades químicas aprovadas como fármacos pelo US Food and Drug Administration
(FDA) foram extraídos de fontes naturais, e outros 23% foram derivados de produtos
naturais. São ainda a maior fonte para a busca de agentes terapêuticos para doenças
infecciosas (tanto por bactérias quanto por fungos), câncer, desordens lipídicas e imunes
(CLARDY, J., & WALSH C., 2004).
Um exemplo clássico da importância dos produtos naturais no desenvolvimento de
fármacos foi a descoberta do AAS (ácido acetil salicílico) a partir da salicina, um glicosídeo
natural (Figura) isolado de Salix sp (Salicaceae), o salgueiro. Este glicosídeo foi o protótipo
natural para o desenvolvimento do AAS, como mostra a Figura 1.1, a seguir (KUBINYI, H.,
1999; BARREIRO, E., 2002).
O O
NH
2
NH
2
NHHN
13
N N
O
H H
NN
NN
OO
OO
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3
-
Na
+
Na
+-
O
3
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-
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+-
O
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3
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+
Na
+-
O
3
S
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12
N N
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2
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14
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2
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COOH
H
2
N
F
15
Introdução
8
Figura 1.1: Estrutura da salicina, protótipo natural para a descoberta do fármaco centenário
o AAS, empregado atualmente como analgésico.
A quinina (Figura 1.2), um dos principais componentes da casca de Cinchona
officinalis (Rubiaceae) foi o composto-protótipo para a descoberta de derivados
antimalariais como a cloroquina e a mefloquina (HOSTETTMANN, K. et al., 2003;
BARREIRO, E., et al., 2002).
Figura 1.2: Quinina, um protótipo natural para o desenvolvimento de rmacos
antimalariais.
Vários exemplos poderiam ainda complementar estes fatos e ilustrar a importância
dos produtos naturais como protótipos de diferentes fármacos sintéticos empregados na
terapêutica moderna. Dificilmente as indústrias farmacêuticas investem na síntese de
novos candidatos a fármacos sem antes terem se baseado em compostos protótipos, e
hoje, mais do que nunca, os produtos naturais vêm ganhando grande relevância e atenção
por parte da grande indústria de fármacos.
Os produtos naturais podem ser fontes de compostos-protótipos, permitindo o
desenho racional e planejamento de fármacos, desenvolvimento de síntese biomimética e
descoberta de novas propriedades terapêuticas ainda não atribuídas aos fármacos já
existentes (RATES, S.M. K., 2001). Além desse fato, os produtos naturais são altamente
diversos e geralmente promovem atividades biológicas altamente específicas. Sendo
assim, há a proposição que todo produto natural tem a capacidade de se ligar a um
receptor (FEHER, M. et al., 2003).
Atualmente muitos quimioterápicos são desenvolvidos a partir de informações
estruturais de proteínas envolvidas em vias metabólicas relevantes. Com a abordagem
moderna do desenho racional de rmacos, é possível se desenvolver medicamentos com
alta especificidade e menores efeitos colaterais, uma vez que se exploram as diferenças
metabólicas marcantes entre os agentes etiológicos e hospedeiro humano.
OH
O
O
OH
OH
OH
OH
Salicina
CO
2
H
O
O
A
A
S
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HO
N
H
CF
3
CF
3
N
MeO
HO
N
Mefloquina
Quinina
Cloroquina
N
Cl
HN
N
Introdução
9
A escolha do alvo constitui o primeiro passo no planejamento racional de rmacos.
Entre os fatores mais importantes na escolha do alvo terapêutico, podem-se destacar: (i)
Ser essencial para a sobrevivência do parasita ou exercer grande controle sobre a via
metabólica; (ii) ter seu mecanismo catalítico e, preferencialmente, sua estrutura
tridimensional conhecidas; (iii) poder ser modulado seletivamente.
Enzimas-chave podem ser exploradas para o desenvolvimento de inibidores da
reação enzimática de forma que o paciente não sofra com os efeitos colaterais do
medicamento. O reconhecimento do ligante pela macromolécula pode ser estimado
qualitativamente pelas interações iônicas, de Van der Walls, hidrofóbicas, ligações de
hidrogênio e ligações covalentes existentes entre eles. Além disso, os diversos fatores
esteroquímicos que possam garantir, ou favorecer, a conformação ativa do ligante devem
ser levados em conta. A busca virtual em bancos de dados por moléculas que apresentem
as características físico-químicas e estruturais para interação com o alvo terapêutico
escolhido é outra estratégia largamente empregada. Esta técnica oferece a vantagem de
identificar moléculas, que, após algumas modificações simples em sua estrutura química,
podem fornecer bons compostos de partida para o desenho racional de rmacos. Com os
progressos na área de cristalografia de proteínas e estudos de ressonância magnética
nuclear (RMN) multidimensional, as estruturas 3D de muitas proteínas importantes,
Introdução
10
“(…) para se validar uma atribuição quimiotaxonômica é necessário ter o conhecimento da distribuição
individual dos compostos dentro da família além do conhecimento das sequências de etapas reacionais por
qual cada composto surge a partir de seu precurssor.”
Gottlieb, O. R. (1972), Phytochemistry, 11, 1537.
2. Posicionamento Taxonômico de Balfourodendron e Helietta na Famíla Rutaceae
O histórico sobre a classificação da família Rutaceae, pertencente à ordem
Sapindales, revela contradições entre antigos botânicos (www.mobot.org/mobot). A famíla
Rutaceae é predominantemente tropical, apresentando árvores e arbustos de grande valor
econômico na horticultura como o Citrus, na silvicultura (Chloroxylon, Flindersia,
Zanthoxylum) e na medicina como o Pilocarpus e Agastoma (WATERMAN, P. G., 1975).
A classificação taxonômica da família Rutaceae teve grande contribuição do
botânico alemão Adolf Engler (1844-1930). Segundo Engler, em publicações no Die
Natürlichen Pflanzenfamilien, a família Rutaceae era subdividida em sete (7) subfamílias,
três (3) das quais (Rutoideae, Toddalioideae e Aurantioideae) compunham a grande
maioria dos gêneros e espécies. Apesar destas três (3) subfamílias estarem sujeitas a
variações morfológicas, a validade de estarem posicionadas juntas em uma família,
Rutaceae, parece ser universalmente aceita. Rutaceae é conhecida por apresentar um
grande número e uma aparente biodiversidade de metabólitos secundários, sendo eles
principalmente alcalóides derivados do ácido antranílico e tirosina, limonóides e cumarinas.
um grande interesse no uso destes compostos como marcadores quimiotaxonômicos
(WATERMAN, P. G., 1973).
As espécies Balfourodendron e Helietta, desde descrições originais, foram sempre
posicionadas juntamente com outros gêneros, segundo Engler, na subtribo Pteleinae. Esta
sub-tribo foi mantida sob as mesmas circunstâncias e na mesma subfamília Toddalioideae
nas várias edições de Engler’s Syllabus der Pflanzenfamilien. Numa proposta mais
recente, de modo a se conseguir “um agrupamento taxonômico de maneira mais natural”
dos gêneros presentes em Rutaceae baseando-se na fitoquímica, SILVA et al., em 1988,
não reconheceram a Toddalioideae, mas mantiveram Helietta, Balfourodendron e Ptelea
na “Tribo Ptelea”, sendo assim um agrupamento informal na subfamília Rutoideae
(PIRANI, J. R., 1998).
2.1 A Biossíntese dos Alcalóides de Rutaceae
J. R. Price reconheceu a ocorrência de dez (10) tipos de alcalóides quimicamente
distintos apesar de ter consciência de que muitos deles poderiam ser considerados como
um grupo biogeneticamente homogêneo derivados do ácido antranílico. R. Hagnauer
propôs a classificação dos alcalóides de Rutaceae baseados no seu caminho biogenético.
Entretanto, algumas das classes propostas por Hagnauer, particularmente os alcalóides
quinolínicos e quinazonílicos, falham segundo sua proposta. Estes dados podem ser
observados na Tabela 1.1, a seguir.
Em 1975, P. G. Waterman propôs uma classificação biogenética dos alcalóides de
Rutaceae, que pode ser observada na Figura 1.3.
Introdução
11
Tabela 1.1. Classificação dos alcalóides de Rutaceae segundo os autores.
* Reconhecidos por Price por serem um grupo biogenéticamente homólogo.
Desconhecido por Price.
Figura 1.3: Classificação biogenética dos alcalóides de Rutaceae, segundo P.G.
Waterman.
J. R. Price (1963) R. Hagnauer (1973)
Benzilquinolínicos Derivados da fenilalanina
Furoquinolínicos* Derivados do ácido antranílico
Quinolínicos* Furoquinolínicos (inc. furoquinolônicos
e piranoquinolônicos)
Acridônicos* Acridônicos
Quinazolínicos* Quinazolínicos
β-Indol-quinazolínicos
Derivados Indólicos
Cantinônicos
Imidazólicos Imidazólicos
Oxazólicos
Carbazólicos
Aminas/Amidas Aminas/Amidas (inc. Oxazólicos)
Introdução
12
2.2 Perfil Químico do Gênero Balfourodendron, Helietta e Galipea
Segundo levantamento bibliográfico, poucos relatos do estudo fitoquímico dos
gêneros Balfourodendron e Helietta.
Da espécie Balfourodendron riedelianum, foram isolados alcalóides 4-quinolônicos,
diidro-4-quinolônicos, diidropirano-4- quinolônicos, furoquinolínicos, acridônicos, e 2-fenil-
1-metil-4-quinolônicos (CORRAL, R. A., et al., 1968, CORRAL, R. A., et al., 1973,
CORRAL, R. A., et al., 1983 JURD, L. et al., 1983, RAPOPORT, H., et al., 1959,
RAPOPORT, H., et al., 1960, RAPOPORT, H., et al., 1961, BASOMBA, A., et al., 1991).
da espécie Helietta apiculata, não muitos relatos de estudo fitoquímico. Uma
recente publicação descreve o isolamento de alcalóides furoquinolínicos, com atividade
inibitória sob o citocromo P450-dependente (GOLOUBKOVA, T. D., 1998). De outra
espécie, Helietta longifoliata, há relatos do isolamento de uma série de triterpenos
pentacíclicos (Tabela 2), além de alcalóides furoquinolícos anteriormente descritos
(THEUMANN, D. F., et al., 1969).
Do gênero Galipea Aublet, vários alcalóides quinolínicos foram descritos na
literatura, alguns deles ativos nas Leishmanioses como a chimanina D isolada de Galipea
officinalis planta utilizada pelos índios da Bolívia e Venezuela no tratamento de feridas
causadas pela infecção provocada pelo protozoário (JACQUEMOND-COLLET, I., et al.,
1999, FOURNET, A., et al., 1989, VIEIRA, P.C., et al., 1990, FOURNET, A., et al., 1994).
A diversidade estrutural para os gêneros estudados pode ser observada na Tabela
1.2, a seguir.
Tabela 1.2: Compostos já isolados e identificados de espécies de Balfourodendron,
Helietta e Galipea.
Compostos Fonte Referência
N
O
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
N O
O
OH
CH
3
R
1
R
2
R
1
R
2
H
OCH
3
H
H
OH
H
OCH
3
H
OCOCH
3
H
Balfourodendron
riedelianum
CORRAL, R. A., et al., 1968.
CORRAL, R. A., et al., 1973.
JURD, L., et. al., 1983
.
CORRAL, R. A., et al., 1983.
RAPOPORT, H., et. al., 1959
RAPOPORT, H., et. al., 1960
RAPOPORT, H., et. al., 1961.
Introdução
13
N
O
O
CH
3
CH
3
OH
R
2
R
1
CH
3
R
1
R
2
OCH
3
H
H
OH
H
OCOCH
3
H
OCH
3
N
O
O
H
3
C
CH
3
OH
CH
3
HO
N
O
HO
CH
3
CH
3
OH
N O
OH
CH
3
O
R
1
R
2
R
1
R
2
H
OCH
3
OH
OCH
3
H
H
Balfourodendron
riedelianun
CORRAL, R. A., et al., 1968.
CORRAL, R. A., et al., 1973.
JURD, L., et. al., 1983).
CORRAL, R. A., et al., 183.
RAPOPORT, H., et. al., 1959.
RAPOPORT, H., et. al., 1960.
RAPOPORT, H., et. al., 1961.
N
O
OCH
3
O
H
OH
Balfourodendron
riedlianum
BASOMBA, A., et al., 1991
N
OO
O
OCH
3
OCH
3
N
O
CH
3
O
CH
3
O
O
OH
OH
N
O
O
OH
OH
O
O
N
O
O
OH
OH
O
O
OCH
3
Helietta
apiculata
Helietta
apiculata
GOLOUBKOVA, T. D., et al.,
1998.
GOLOUBKOVA, T. D., et al.,
1998.
Introdução
14
R
2
R
1
R
1
R
2
H
OH
H
OCOCH
3
O
O
H
H
Helietta
longifoliata
THEUMANN, D. F., et al.,
1969.
N R
1
R1
OCH
3
OCH
3
O
O
Galipea
longiflora
Galipea
bracteata
FOURNET, A., et al., 1989
VIEIRA, P. C., et al., 1990.
N R
1
OCH
3
R1
O
O
O
O
Galipea
longiflora
FOURNET, A., et al., 1989
N R
1
R1
OH
OCH
3
OCH
3
OCH
3
Galipea
officinalis
JACQUEMONT-COLLET, I., et
al., 1999
Introdução
15
N
CH
3
CH
3
CH
3
HO
A família Rutaceae apresenta um grande potencial metabólico além de possuir
atividades antiparasitárias tanto de extratos como de compostos isolados destas plantas.
Sendo assim, alguns trabalhos da literatura fundamentam bem a escolha da família
Rutaceae para ser estudada neste trabalho. MAFEZOLI e colaboradores em 2001,
demonstraram a atividade tripanocida de espécies de Rutaceae e Meliaceae. ainda
trabalhos realizados por VIEIRA, P.C., et al., 2000 e MORAES, V. R. de S., et al., 2003,
que descrevem as atividades de uma série de cumarinas e flavonóides polimetoxilados,
respectivamente, sobre a enzima gGAPDH.
Galipea
officinalis
JACQUEMONT-COLLET, I., et
al., 2000
Substâncias Isoladas
16
2.3 Substâncias Isoladas
O estudo fitoquímico das plantas Galipea carinata, Balfourodendron
riedelianum e Helietta apiculata possibilitou o isolamento de 32 metabólitos
secundários dentre eles alcalóides furoquinolínicos, indolopiridoquinazolínicos,
2-quinolônicos, piranoquinolônicos e quinolínicos, lignanas furofurânicas,
derivados do ácido cinâmico e siríngico, amidas com anel N-benzoiltiraminas e
isobutilaminas e limonóides do tipo limonina. Vale frizar que muitas dessas s
foram encontradas em outras partes das plantas, como também puderam ser
isoladas tanto no Balfourodendron riedelianum como na Helietta apiculata. No
capítulo Procedimento Experimental (5), estão descritos estes detalhes.
N
O
OCH
3
6
7
8
5
5a
8a
4
2
2
'
3'
3
Substância:
1
, dictamina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 22
Isolamento: p. 223
N
O
OCH
3
CH
3
O
3'
2'
3
2
4
8a
5a
5
6
7
8
Substância:
2
, evolitrina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 26
Isolamento: p. 218, 224, 225
N
O
OCH
3
OCH
3
4
3'
2'
3
2
5a
8a
8
7
6
5
Substância: 3,
γ
-fagarina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 30
Isolamento: p. 227
N
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
3'
2'
3
2
4
5a
8a
5
6
7
8
Substância:
4
, kokusaginina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 34
Isolamento: p. 218, 226,227
8
7
6
5
8a
5a
4
2
3
2'
3'
N
O
OCH
3
CH
3
O
OCH
3
Substância:
5
, maculosidina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 38
Isolamento: p. 218, 226, 227
N
O
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
4
3'
2'
3
2
5a
8a
8
7
6
5
Substância:
6
, esquimianina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 42
Isolamento: p. 227
Substâncias Isoladas
17
N
O
OCH
3
O
O
2'
3'
4
5
6
7
8
8a
5a
2
3
9
Substância:
7
, maculina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 46
Isolamento: p.213
8a
5a
7
6
N
O
OMe
O
O
OMe
5
8
4
2
3
2'
3'
9
Substância:
8
, flindersiamina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 50
Isolamento: p.211, 214, 215, 218
N
OO
O
OMe
OMe
OH
3'
2'
4
5
8
6
7
5a
8a
2
3
9
Substância:
9
, 5-hidroxifindersiamina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 55
Isolamento: p. 211
4
8a
5a
8
7
6
5
3
2
N
OCH
3
O
CH
3
Substância:
10
, N-metil-4-metoxi-2-quinolona.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 58
Isolamento: p. 226
N O
OCH
3
CH
3
OCH
3
OCH
3
2
3
4
5
6
7
8
8a
5a
Substância:
11
, N-metil-4,7,8-trimetoxi-2-quinolona.
Procedência: caule de Galipea carinata
Identificação: p. 62
Isolamento: p. 222, 226
NCH
3
O
OCH
3
O
OCH
3
3
5
6
8
2
4
5a
7
8a
Substância:
12
, N,4,7-trimetoxi-2-quinolona.
Procedência: caule de Galipea carinata
Identificação: p. 68
Isolamento: p. 222
N
O
O
CH
3
2
3
1'
2'
3'
4'
5'
5
6
7
8
5a
8a
4
Substância:
13
, N-metil-flindersina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 73
Isolamento: p. 225
N
N
N
O
H
9
10
12
11
12a
9a
8a
8
7
13a
14a
1a
1
2
3
4
4a
5
Substância
14
, rutacarpina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 77
Isolamento: p. 225
Substâncias Isoladas
18
CG/EM
N
CH
3
CH
3
CH
3
HO
1'
2'
3'
4'
5'
6'
2
1
Cl
-
Substância:
15
, candicina.
Procedência: caule de Galipea carinata
Identificação: p. 81
Isolamento: p. 221
N
O
H
1'
2'
3'
4'
5'
6'
7
8
1
2
3
4
5
6
9
Substância:
16,
N-(1’-feniletil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 84
Isolamento: p. 225, 226
9
8
7
6'
5'
4'
3'
2'
1'
N
O
H
9
1
2
3
4
5
6
Substância:
17
, N-(1’-fenilpropil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 88
Isolamento: p. 225
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Substância:
18,
N-(1’-feniltertbutil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 90
Isolamento: p. 224
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
10
Substância:
19
N-(1’-fenilisopentil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 92
Isolamento: p. 224
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
N
O
H
11
Substância:
20
N-(1’-fenil-8-metilbutil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 94
Isolamento: p. 224
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1'
2'
3'
4'
Substância:
21
N-isobutil-(2E)-tetradecandienamida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 96
Isolamento: p. 224
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1'
2'
3'
4'
Substância:
22,
N-isobutil-(2E,4E,)-tetradecandienamida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 99
Isolamento: p. 224
Substâncias Isoladas
19
N
CH
3
H
COO
-
Hb
Ha
Ha
Hb
Ha
Hb
2
3
4
5
Substância:
23
, N-metilprolina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 101
Isolamento: p. 218, 219
N
CH
3
H
COO
-
Hb
Ha
HO
Hb
Ha
Hb
2
3
4
5
Substância:
24
, 4-hiroximetilprolina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 102
Isolamento: p.218, 219
4
O
O
HH
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Substância:
25
, eudesmina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 105
Isolamento: p. 213, 214, 215, 216
4
O
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
HH
OCH
3
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Substância:
26
, epieudesmina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 109
Isolamento:p. 215
4
O
O
HH
OCH
3
CH
3
O
HO
OCH
3
OCH
3
OH
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Substância:
27
, seringaresinol.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 113
Isolamento: p. 226
OCH
3
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
1
2
3
4
5
6
1'
2'
3'
Substância:
28
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 116
Isolamento: p. 212, 217
Substâncias Isoladas
20
OCH
3
O
OCH
3
HO
CH
3
O
1
2
3
4
5
6
1'
Substância:
29
, metilseringato.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 120
Isolamento: p. 217
OH
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
1
2
3
4
2. Objetivos
Universidade Federal de São Carlos
Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia
Departamento de Química
Laboratório de Química de Produtos Naturais
Programa de Pós-Graduação em Química
“Estudo Fitoquímico de Três Espécies de Rutaceae e
Avaliação Biológica de Produtos Naturais em Modelos
Celulares e Bioquímicos de Tripanosomatídeos”
Anna Sylvia Ferrari Marques*
Tese apresentada como parte
dos requisitos para a obtenção do
título de Doutor em Ciências
(área de concentração Química Orgânica).
Orientador: Prof. Dr. Paulo Cezar Vieira
* Bolsista: FAPESP
São Carlos - SP
2006
Este trabalho foi desenvolvido
sob orientação do
Prof. Dr. Paulo Cezar Vieira
Dedico este trabalho aos meus pais Gilmar, Regina e ao meu irmão Thadeu,
por estarem sempre ao meu lado me incentivando e aconselhando nas horas
mais difíceis e mostrando que acontecimentos na vida podem ser simplesmente
enfrentados. Também pelo amor incondicional e desprendimento que sempre
me proporcionaram, sem medir esforços para que tudo fosse alcançado, com
responsabilidade e honestidade.
Agradecimentos
Ao Prof. Paulo Cezar Vieira, pela amizade, orientação, ensinamentos e
pela confiança depositada durante todos estes anos para que este trabalho
fosse desenvolvido.
Aos demais professores do Grupo de Produtos Naturais, Dra. Maria
Fátima das G. F. Da Silva, Dr. João Batista Fernandes e Dr. Edson Rodrigues
Filho pelos ensinamentos, amizade e contribuições indispensáveis para a minha
formação.
Aos Prof. Dr. Octávio Henrique Thiemann, Prof. Dr. Glaucius Oliva e
Prof. Dr. Adriano Andricopulo, do IFSC-USP, pela realização dos ensaios
enzimáticos nas enzimas gGAPDH e APRT.
Ao Prof. Dr. Sérgio Albuquerque, pela realização dos ensaios em T.
cruzi na FCFRP-USP.
Ao Prof. Dr. J. R. Pirani, do Instituto de Botânica, USP-SP, pela coleta
e identificação do material botânico.
Ao Prof. Dr. Alan H. Fairlamb, da Universidade de Dundee, Laboratório
de Microbiologia Molecular e Química Biológica, Dundee, Escócia, por permitir
que uma química entrasse no fantástico mundo microscópico dos parasitas.
Aos amigos por feitos: Daniel C. Turnock, John L. Richardson, Mark
Ariyanagam, Isabelle Nett, Jeanine König, Neil Craig, John Nunes, sempre
abertos para qualquer dúvida e dispostos a ajudar.
Ao Prof. Rodolfo Marquez e ao Prof. Dr. Dario Alessi, da Universidade
de Dundee, Escócia, da unidade de Fosforilação de Proteínas, por permitir a
realização dos ensaios no painel das enzimas Kinases, e em especial ao aluno
Michael Keane pela realização dos ensaios e ensinamentos.
Ao meus amigos do PN (nomeá-los sem incorrer em falta seria
praticamente impossível) agradeço de coração pela amizade, companheirismo
e pela convivência sempre alegre e animada no ambiente do Laboratório e
ensinamentos que contribuíram de várias formas para que esse trabalho fosse
realizado.
À Turma de Química-98 pelas amizades sólidas, companheirismo e
aquelas cervejas... muitas saudades!
Aos amigos feitos durantes esses anos: Tatiane R. Albarici, Viviane C.
Albarici, Simone Y. Simote, Sebastião C. Silva, Richele P. Severino, André S.
Franceschini, Thiago Veiga, Patrícia Baraldi, Joel Alvim Jr., Djalma A. P. dos
Santos, Patrícia Braga, Emerson F. Marques, Nádia A. Silveira, todos estão no
meu coração!
Aos amigos e professores dos laboratótrios de Síntese, de HPLC, de
RMN e de Inorgânica, agradeço pela amizade e convivência.
Ao corpo técnico do DQ-UFSCar, em especial a Luciana Vizotto pela
obtenção dos espectros de RMN, ao Valdir, Doraí e Mariana pela amizade e
disposição em ajudar. Ao Eli Pimenta e ao Aderson Zotti, pela realização dos
ensaios enzimáticos em gGAPDH e APRT.
À Neusa T. Celere e à Milena Celere, pela amizade, constante
incentivo e por me fornecerem inúmeras das referências usadas neste trabalho.
Muito obrigada!
Especial ao André Luis Sarria Franceschini, pela amizade, ajuda na
formatação deste trabalho e pela força demostrada mesmo nos momentos de
maior dificuldade.
Ao meu irmão Thadeu G. F. Marques, tia Maria Lucia Ferrari Granja e
demais familiares pelo constante incentivo e confiança depositados durante
todos esses anos.
À FAPESP pelo auxílio financeiro.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este
trabalho fosse realizado.
Desiderata
“S
“S“S
“Siga tranqüilamente, entre a inquietude e a pressa, lembrando-se que há sempre
paz no silêncio. Tanto quanto possível, sem humilhar-se viva em harmonia com
todos os que o cercam. Fale a sua verdade mansa e claramente, e ouça a dos outros,
mesmo a dos insensatos e ignorantes, eles também tem sua própria história. Evite as
pessoas agressivas e transtornadas, elas afligem o nosso espírito. Se você se comparar
com os outros, você se tornará presunçoso e magoado, pois haverá sempre alguém
inferior e alguém superior a você. Você é filho do universo, irmão das estrelas e
árvores, você merece estar aqui; e mesmo que você não possa perceber, a Terra e o
Universo vão cumprindo o seu destino. Viva intensamente o que já pode realizar,
mantenha-se interessado em seu trabalho, ainda que humilde, ele é o que de real
existe ao longo de todo o tempo. Seja cauteloso nos negócios, porque o mundo está
cheio de astúcia, mas não caia na descrença, a virtude existirá sempre. Muita gente
luta por altos ideais, em toda parte a vida está cheia de heroísmo. Seja você mesmo,
principalmente não simule afeição nem seja descrente do amor, porque mesmo diante
de tanta aridez e desencanto ele é tão perene quanto a relva. Aceite com carinho o
conselho dos mais velhos, mas também seja compreensivo aos impulsos inovadores da
juventude, alimente a força do espírito que o protegerá no infortúnio inesperado; mas
não se desespere com perigos imaginários, muitos temores nascem do cansaço e da
solidão. E a despeito de uma disciplina rigorosa seja gentil consigo mesmo. Você é
filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui; e mesmo que
você não possa perceber a terra e o universo, vão cumprindo o seu destino. Portanto
esteja em paz com Deus, como quer que você o conceba e quaisquer que sejam os seus
trabalhos e aspirações, da fatigante jornada pela vida, mantenha-se em paz com sua
própria alma. Acima da falsidade, do desencanto e agruras, o mundo ainda é bonito.
Seja prudente. FAÇA TUDO PARA SER FELIZ.”
Max Ehrmann (1872-1945)
Poeta alemão
Resumo
Resumo
ESTUDO FITOQUÍMICO DE TRÊS ESPÉCIES DE
RUTACEAE E AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE PRODUTOS
NATURAIS EM MODELOS CELULARES E BIOQUÍMICOS DE
TRIPANOSOMATÍDEOS - Este trabalho descreve a busca de metabólitos
secundários bioativos de plantas da família Rutaceae, com o intuito de serem
avaliados contra os parasitas causadores da Tripanosomíase Americana
(Doença de Chagas), Tripanosomíase Humana Africana (Doença do Sono) e
leishmanioses. Para tal, foram selecionadas as enzimas gGAPDH
(Glicerladeído-3-fosfato desidrogenase glicossomal) de Trypanosoma cruzi,
APRT (Adenina fosforribosiltransferase) de Leishmania tarentolae, TryR
(Tripanotiona redutase) de Trypanosoma cruzi. As enzimas Kinases,
responsáveis por uma série de doenças graves, também foram alvos avaliados
neste estudo. Realizaram-se também ensaios in vitro sob as cepas Y das
formas tripomastigotas (infectante) de T. cruzi e também sobre as formas
tripomastigotas de T. brucei brucei, linhagem 427. O ensaio para avaliação de
T. cruzi mostrou que a espécie Balfourodendron riedelianum foi mais ativa que
as demais plantas avaliadas. na avaliação de T. brucei brucei, a espécie
Helietta apiculata foi mais ativa. O estudo fitoquímico das espécies
Balfourodendron riedelianum (Br), Helietta apiculata (Ha) e Galipea carinata
(Gc), levou ao isolamento de trinta e quatro metabólitos secundários, sendo os
alcalóides conhecidos dictamina (1, Br), evolitrina (2, Br), esquimianina (6,
Br), γ-fagarina (3, Br), N-metil-4-metoxi-2-quinolona (10, Br), N-metil-
flindersina (13, Br), flindersiamina (8, Ha), kokusaginina (4, Br), maculosidina
(5, Br), maculina (7, Ha), rutacarpina (14, Br), N-metil-4,7,8-trimetoxi-2-
quinolona (11, Gc) e os alcalóides inéditos: 1,4,7-metoxi-2-quinolona (12, Ga),
e 5-hidroxiflindersiamina (9, Ha). Foram isoladas e identificadas uma série de
amidas, sendo cinco delas de núcleo N-benzoilamida: (17, Br), (18, Br), (19,
Br) e (20, Br) e duas do tipo N-isobutilamida: (21, Br) e (22, Br). Foi ainda
isolada uma amina quaternária, a N,N,N-trimetil-4-hidróxifeniletilamina
(candicina) (15, Ga), além de dois amináocidos: N-metilprolina (23, Br) e 4-
hidroxi-N-metilprolina (24, Br). Três lignanas foram isoladas: eudesmina (25,
Resumo
Ha) e seu epímero epi-eudesmina (26, Ha) e o seringaresinol (27, Br). Um
derivado do ácido cinâmico, (28, Ha) além de dois derivados do ácido siríngico,
(29, Ha) e (30, Ha), também foram isolados. Os limonóides limonina (31, Ha) e
seu respectivo ácido, o limonéxico (32, Ha) também foram isolados, além de
dois esteróides β-sitosterol (33) e estigmaesterol (34). Ensaios biológicos
foram realizados tanto com as substâncias isoladas bem como com uma
coleção formada por alcalóides, amidas, flavonóides, dibezolimetanos e
análogos sintéticos, triterpenos, limonóides, entre outras classes visando a
busca de inibir a atividade da enzima TryR e tripanocida, contra ao protozoário
T. brucei brucei. As duas substâncias mais promissoras foram a diidrochalcona
31 com IC
50
de 19,6 ± 0,57µM na enzima TryR e o flavonóide 7 com EC
50
3,8
±0,63 µM no T. b. brucei. As substâncias isoladas apresentaram baixa inibição
na enzima gGAPDH e não foram avaliadas na APRT, devido aos problemas
de absorção no ultravioleta. Nos resultados obtidos com relação às enzimas
kinases, o alcalóide hotiacina 81, foi o mais seletivo, com 83% (10mM) de
inibição da kinase chK2, responsável pelo carcinoma mamário. o tanino
104, causou a inibição da maior parte das enzimas que compunham o painel,
não sendo seletivo. Durante este trabalho, uma coluna de bio-afinidade
utilizando a enzima TryR como receptor, acoplado sobre uma resina, foi
construída a qual permitiu resultados bastante promissores e avalaliação do
comportamento inibitório de substâncias. Posteriormente, a eficiência desta
coluna pode ser aperfeiçoada com a utilização técnicas mais específicas de
identificação e quantificação.
Abstract
Abstract
PHYTOCHEMICAL STUDY OF THREE SPECIES OF RUTACEAE AND
BIOLOGICAL EVALUATION OF NATURAL PRODUCTS ON CELULAR AND
BIOCHEMICAL MODELS FROM TRIPANOSOMES- The present work
describes the search of bioactive secondary metabolites isolated from plants
from the Rutaceae family, against the parasites responsible for the American
Trypanosomiasis (Chagas’s disease), African Human Trypanosomiasis
(Sleeping sickness) and leishmaniasis. For that, the selected enzymes were
gGAPDH (Glyceraldehyde-3-phosphate-dehydrogenase) from Trypanosoma
cruzi, APRT (Adenine phophoribosiltransferase) from Leishmania terentolae,
TryR (Trypanothinone reductase) from Trypanosoma cruzi as well as against the
enzymes from the Kinase panel, which are responsible for serious diseases. The
in vitro assays were also carried out against the tripomastigotes Y strains from
T. cruzi and also against the bloodstream form of T. brucei brucei, 427 strain.
The assays against T. cruzi showed that the Balfourodendron riedelianum (Br)
species were more active compared with the other species studied. As for the
trypanocidal assays against T. brucei brucei, the Helietta apiculata species were
more active. The phytochemical study of Balfourodendron riedelianum, Helietta
apiculata (Ha) and Galipea carinata (Ga), lead to the isolation of thrirty four
secondary metaboilites, as alkaloids already known in the literature: dictamine
(1, Br), evolitrine (2, Br), skimmianine (6, Br), maculosidine (5, Br),
kokusaginine (4, Br), γ-fagarine (3, Br), flindersiamine (8, Ha), maculine (7, Br),
N-methyl-4-methoxy-2-quinolone (10, Ga), N-methy-flindersine (13, Ga),
rutacarpine (14, Br), N-4,7-methoxy-2-quinolone (11, Ga) and also the new
alkaloids: N-methyl-4,7,8-trimethoxy-2-quinolone (12, Ga) and 5-
hidroxyflindersiamine (9, Ha). Several amides were also isolated, whereas five
of them were N-benzoylamides type and two N-isobutylamides type. One
quaternary amine was also isolated, candicine (15, Ga), as well as two known
aminoacids: N-methyproline (23, Br) and 4-hydroxymethylproline (24, Br). Three
lignans were also isolated: eudesmin (25, Ha) and its epimer epi-eudesmin (26,
Ha) and syringaresinol (27, Br). One cinnamic acid derivative (28, Ha) was
isolated and also two syringic acid derivatives, (29, Ha) e (30, Ha). The
Abstract
limonoids limonin (31, Ha) and its respective acid (32, Ha), limonexic acid, were
also isolated, as well as two steroids already known in the literature: β-sitosterol
(33) and stigmasterol (34). Several biologic assays were carried out using the
described isolated metabolits and also a collection of natural products composed
by: alkaloids, amides, flavonoids, dibenzoylmethanes and synthetic analogs,
triterpenes, limonoids as well as some other classes of compounds. This library
was evaluated against the TryR enzyme and bloodstream form T. brucei brucei.
The two most promising compounds were the dihydrochalcone 31, with IC
50
of
19,6 ±0,57 µM against TryR and the flavonoid 7, with EC
50
of 3,8 ±0,63 µM
against the trypanosome. The isolated compounds showed low biological activity
against the gGAPDH enzyme and were not tested against APRT since many
molecules had same wavelength UV absorption as the substrate. As for the
results from the Kinase panel, the alkaloid 81, hortiacine, was the most
selective, bearing 83% (10mM) activity against the protein kinase chK2,
responsible for the mammary carcinoma. As for the tannin 104, it was active
against most of the protein kinase of the panel, so it was considered not
selective. During this work, a bioaffinity column was performed, using TryR as
receptor, with promising results and with the capacity of monitoring the inhibitory
behavior of the compounds evaluated. The performance obtained from this
column could be later improved using specific tools to guide the identification
and quantification.
Principais Abreviações e Símbolos
V
Principais Abreviações a Símbolos
δ
Desolacamento químico
φ
Diâmetro
µM Micro Molar
[α]
D
Rotação ótica específica
Acetona-d
6
Acetona deuterada
AMP Adenosina monofosfato
APRT Adenina Fosforibosiltransferase
CCA Cromatografia em Coluna Abetra (pressão atmosférica)
CG/EM Cromatogotafia gasosa acoplada a espectrometria de massas
CLAE Cromatografia líquida de alta eficiênica
d
Dubleto
dd
Duplo dubleto
ddd
Duplo duplo dubleto
DMSO Dimetilsulfóxido
DMSO-d
6
Dimetilsulfóxido deuterado
eV Elétrons volts
EC
50
Concentração inibitória de lise parasitária 50%
ES
+
Electrospray Positivo
G3P Gliceraldeído-3- fosfato
GAPDH Gliceraldeído-3- fosfato desidrogenase
nOe Nuclear Overhauser effect
h Altura
HMBC Heteronuclear Multiple Bond Correlation
HSQC Heteronuclear Single Quantum Correlation
Hz Hertz
IC
50
Concentração inibitória enzimática 50%
IE Impacto de elétrons
IV Infravermelho
J Constante de acoplamento
%LP Porcentagem de lise parasitária
m
Multipleto
m/z
Relação massa carga
MeOD Metanol deuterado
MHz Mega Hertz
NAD
+
Nicotinamida Adenosina dinucleotídeo
PENDANT
Polarization Enhancement Nurtured During Attached
Nucleous Testing
Pi Fósforo inorgânico
PRPP 5-fosforribosil-1-pirofosfato
RMN
1
H Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio
RMN
13
C Ressonância Magnética Nuclear de Carbono
s
Singleto
sl
Singleto largo
t
Tripleto
TryR
Tripanotiona redutase
TOF Time of Flight
UV Ultravioleta
Lista de Tabelas
Lista de Tabelas
p.
Tabela 1.1:Classificação dos alcalóides de Rutaceae segundo os autores.... 11
Tabela 1.2: Substâncias isoladas e identificadas de espécies de
Balfourodendron, Helietta e Galipea.................................................................
12
Tabela 3.3: Dados de RMN
1
H e
13
C de 1 e comparação com a literatura...... 23
Tabela 3.4: Dados de RMN
1
H e
13
C de 2 e comparação com a literatura...... 27
Tabela 3.5: Dados de RMN
1
H e
13
C de 3 e comparação com a literatura...... 31
Tabela 3.6: Dados de RMN
1
H e
13
C de 4 e comparação com a literatura...... 35
Tabela 3.7: Dados de RMN
1
H e
13
C de 5 e comparação com a literatura...... 39
Tabela 3.8: Dados de RMN
1
H e
13
C de 6 e comparação com a literatura...... 43
Tabela 3.9: Dados de RMN
1
H e
13
C de 7 e comparação com a literatura...... 47
Tabela 3.10: Dados de RMN
1
H e
13
C de 8 e comparação com a literatura.....
51
Tabela 3.11: Dados de RMN
1
H de 9.............................................................. 56
Tabela 3.12: Dados de RMN
1
H e
13
C de 10 e comparação com a literatura.. 59
Tabela 3.13: Dados de RMN
1
H e
13
C de 11....................................................
63
Tabela 3.14: Dados de RMN
1
H e
13
C de 12....................................................
69
Tabela 3.15: Dados de RMN
1
H e
13
C de 13 e comparação com a literatura...
74
Tabela 3.16: Dados de RMN
1
H e
13
C de 14 e comparação com a literatura...
78
Tabela 3.17: Dados de RMN
1
H e
13
C de 15 e comparação com a literatura...
82
Tabela 3.18: Dados de RMN
1
H e
13
C de 16................................................... 85
Tabela 3.19: Dados de RMN
1
H e
13
C de 23 e comparação com a literatura...
102
Tabela 3.20: Dados de RMN
1
H e
13
C de 24 e comparação com a literatura.. 104
Tabela 3.21: Dados de RMN
1
H e
13
C de 25 e comparação com a literatura...
108
Tabela 3.22: Dados de RMN
1
H e
13
C de 26 e comparação com a literatura...
112
Tabela 3.23: Dados de RMN
1
H e
13
C de 27 e comparação com a literatura...
115
Tabela 3.24: Dados de RMN
1
H e
13
C de 28 e comparação com a literatura...
118
Tabela 3.25: Dados de RMN
1
H e
13
C de 29 e comparação com a literatura.. 122
Tabela 3.26: Dados de RMN
1
H e
13
C de 30 e comparação com a literatura.. 126
Tabela 3.27: Dados de RMN
1
H de 31 e comparação com a literatura............
131
Tabela 3.28: Dados de RMN
13
C de 31 e comparação com a literatura.......... 132
Tabela 3.29: Dados de RMN
1
H de 32 e comparação com a literatura........... 138
Tabela 3.30: Dados de RMN
13
C de 33 e comparação com a literatura.......... 139
Tabela 4.31: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Atividade na Enzima gGAPDH.........................................................................
148
Tabela 4.32: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Atividade na Enzima APRT..............................................................................
149
Tabela 4.33: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Atividade na Enzima TryR...............................................................................
150
Tabela 4.34: Avaliação da AtividadeTripanocida nas Formas
Tripomastigotas de T.cruzi.............................................................................
151
Lista de Tabelas
VII
Tabela 4.35: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Lise Parasitária de T. brucei brucei...............................................................
152
Tabela 4.36: Avaliação das Frações dos Extratos Brutos Hexânicos e
Metanólicos na Lise Parasitária de T. brucei brucei......................................
153
Tabela 4.37: Avaliação das Frações Obtidas a partir dos Extratos Brutos
Metanólicos na Atividade da Enzima gGAPDH.............................................
154
Tabela 4.38: Avaliação das Frações dos Extratos Brutos Metanólicos na
Atividade da Enzima APRT...........................................................................
155
Tabela 4.39: Atividade das Frações dos Extratos Metanólicos,
Concentração de 2,00 mg/mL, na Enzima TryR..........................................
157
Tabela 4.40: Atividade das Substâncias Puras Avaliadas na Enzima
gGAPDH Lote 03/2006..................................................................................
158
Tabela 4.41:
Estruturas das Flavonas Avaliadas na Enzima TryR e nas
formas Formas Tripomastigotas de
T. brucei brucei.................................................
161
Tabela 4.42:
Estruturas dos Flavanonóis Avaliados na Enzima TryR e nas
Formas Formas Tripomastigotas de
T. brucei brucei................................................
162
Tabela 4.43
Estruturas dos Chalconas Avaliadas na Enzima TryR e nas
Formas Formas Tripomastigotas de
T. brucei brucei................................................
162
Tabela 4.44:
Relação das Atividades das Substâncias (1-31) Avaliadas na
Enzmia na Enzima T
ryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei........
167
Tabela 4.45: Ocorrência dos Flavonóides Avaliados na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.....................................................
168
Tabela 4.46:
Estrutura dos Dibenzoilmetanos Avaliados na Enzima TryR e
nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei..........................................
169
T abela 4.47: Relação das Atividades das Substâncias (32-40) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei
171
Tabela 4.48: Estrutura das Cumarinas Avaliadas na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei....................................................
172
Tabela 4.49: Relação das Atividades das Substâncias (41-47) Avaliadas
na Enzima
TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei..
173
Tabela 4.50: Estruturas das Amidas Avaliadas na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.....................................................
174
Tabela 4.51: Relação das Atividades das Substâncias (48-53) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
175
Tabela 4.52: Relação das Atividades das Substâncias (54-57) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
176
Tabela 4.53: Relação das Estruturas das Substâncias (58-65) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
177
Tabela 4.54: Relação das Atividades das Substâncias (58-65) Avaliadas
na Enzima TryR e nas formas Tripomastigotas de T. brucei brucei..............
179
Tabela 4.55: Estrutras dos Alcalóides (66-83) Avaliadas na Enzima TryR
e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.......................................
180
Tabela 4.56: Relação das Atividades das Substâncias (66-83) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
181
Tabela 4.57: Estruturas dos Ácidos e Derivados (84-93) Avaliados............. 182
Tabela 4.58: Relação das Atividades das Substâncias (84-93) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
183
Tabela 4.59: Relação das Atividades das Substâncias (94-96) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
184
Lista de Tabelas
VIII
Tabela 4.60: Relação das Atividades das Estruturas (97-106) Avaliadas
na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei............
185
Tabela 4.61: Descrição dos Conjuntos de Experimentos Feitos, de Modo
a se avaliar uma Coluna de Afinidade...........................................................
192
Tabela 4.62: Resultados Obtidos da Avaliação das Substâncias no Painel
das Enzimas Kinases...................................................................................
203
Tabela 4.63: Resultados Obtidos da Avaliação das Substâncias no Painel
das Enzimas Kinases....................................................................................
205
Tabela 5.64: Extratos obtidos, códigos e respectivas massas........................ 209
Tabela 5.65: Frações obtidas, códigos e respectivas massas........................ 210
Lista de Figuras
IX
Lista de Figuras
p.
Figura 1.1: Estrutura da salicina, protótipo natural para a descoberta do
fármaco centenário AAS, empregado atualmente como analgésico................
8
Figura1.2: Quinina, um protótipo natural para o desenvolvimento de fármacos
antimalariais........................................................................................................
8
Figura 1.3: Classificação biogenética dos alcalóides de Rutaceae, segundo
P.G. Waterman...................................................................................................
11
Figura 3.4: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 1... 24
Figura 3.5: Espectro de massas da substância 1 (IE –70 eV) e fragmentação... 25
Figura 3.6: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 2... 28
Figura 3.7: Espectro de massas da substância 2 (IE –70 eV) e fragmentação... 29
Figura 3.8: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 3... 32
Figura 3.9: Espectro de massas da substância 3 (IE –70 eV) e fragmentação... 33
Figura 3.10: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 4. 36
Figura 3.11: Espectro de massas da substância 4 (IE –70 eV) e
fragmentação......................................................................................................
37
Figura 3.12: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 5. 40
Figura 3.13: Espectro de massas da substância 5 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
41
Figura 3.14: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 6. 44
Figura 3.15: Espectro de massas da substância 6 (IE –70 eV) e fragmentação. 45
Figura 3.16: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 7. 48
Figura 3.17: Espectro de massas da substância 7(IE –70 eV) e fragmentação. 49
Figura 3.18: Espectros de RMN
1
H (400 MHZ, acetona-d
6
) e espectro de
RMN
13
C (50 MHz, CDCl
3
), da substância 8........................................................
52
Figura 3.19: Espectros de NOE-diff e correlações, da substância 8
(400 MHz, acetona-d
6
).............................................................................................
53
Figura 3.20: Espectro de massas da substância 8 (IE –70 eV) e fragmentação. 54
Figura 3.21: Espectro de RMN
1
H (400 MHZ, acetona-d
6
)da substância 9........ 56
Figura 3.22: Possíveis isômeros substância 9..................................................... 56
Figura 3.23: Espectro de massas da substância 9 (IE –70 eV) e fragmentação. 57
Figura 3.24: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
10..........................................................................................................................
60
Figura 3.25: Espectro de massas da substância 10 (IE –70 eV) e
fragmentação........................................................................................................
61
Figura 3.26: Espectros de RMN
1
H e
13
C (400/100 MHz, CDCl
3
) da substância
11.........................................................................................................................
64
Figura 3.27: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45
0
da substância 11 (400 MHz, CDCl
3
). 65
Figura 3.28: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 11 (400
MHz, CDCl
3
).........................................................................................................
65
Figura 3.29: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 11
(400 MHz, CDCl
3
).................................................................................................
66
Figura 3.30: Espectro de massas da substância 11 (IE –70 eV) e
fragmentação......................................................................................................
67
Lista de Figuras
X
Figura 3.31: Espectros de RMN
1
H e
13
C (400/100 MHz, CDCl
3
) da substância
12.........................................................................................................................
70
Figura 3.32: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 12 (400
MHz, CDCl
3
).........................................................................................................
71
Figura 3.33: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 12 (400
MHz, CDCl
3
).........................................................................................................
71
Figura 3.34: Espectro de massas de alta resolução da substância 12,
equipamento VG Autospec-Impacto de elétrons 70 eV, e fragmentação.............
72
Figura 3.35: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
13.........................................................................................................................
75
Figura 3.36: Espectro de massas da substância 13 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
76
Figura 3.37: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
14..........................................................................................................................
79
Figura 3.38: Espectro de massas da substância 14 (IE –70 eV)......................... 80
Figura 3.39: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
15.........................................................................................................................
83
Figura 3.40: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância
16..........................................................................................................................
86
Figura 3.41: Espectro de massas da substância 16 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
87
Figura 3.42: Espectro de massas da substância 17 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
89
Figura 3.43: Espectro de massas da substância 18 (IE –70 eV) e
fragmentação........................................................................................................
91
Figura 3.44: Espectro de massas da substância 19 (IE –70 eV) e
fragmentação........................................................................................................
93
Figura 3.45: Espectro de massas da substância 20 (IE –70 eV) e
fragmentação.......................................................................................................
95
Figura 3.46: Espectro de RMN
1
H (200 MHz, CDCl
3
), da mistura de amidas do
tipo N-isobutilamidas.............................................................................................
96
Figura 3.47: Cromatograma das amidas presentes na mistura. 97
Figura 3.48: Espectro de massas da substância 21 (IE –70 V) e fragmentação.. 98
Figura 3.49: Espectro de massas da substância 22 (IE –70 eV) e
fragmentação.........................................................................................................
100
Figura 3.50: Espectros de RMN
1
H (400 MHz, D
2
O) das substâncias 23 e 24... 105
Figura 3.51: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45º das substâncias 23 e 24.................... 105
Figura 3.52: Projeção mostrando as interações entre os hidrogênios de
uma lignana furofurânica di-pseudoaxial...............................................................
107
Figura 3.53: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) para a
substância 25.........................................................................................................
109
Figura 3.54: Projeção mostrando as interações entre os hidrogênios de
uma lignana furofurânica di-pseudoequatorial.......................................................
111
Figura 3.55: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) para a
substância 26.........................................................................................................
113
Figura 3.56: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) para a
substância 27........................................................................................................
116
Figura 3.57: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) para a
substância 28 ........................................................................................................
119
Lista de Figuras
XI
Figura 3.58: Espectro de massas da substância 28 (IE –70 eV) e fragmentação. 120
Figura 3.59: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, MeOD), da substância
29.........................................................................................................................
123
Figura 3.60: Espectro de massas da substância 29 (IE –70 eV) e fragmentação. 124
Figura 3.61: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, acetona-d
6
), da
substância 30........................................................................................................
127
Figura 3.62: Espectro de massas da substância 30 (IE –70 eV) e
fragmentação........................................................................................................
128
Figura 3.63: Espectro de RMN
1
H (400 MHz/CDCl
3
) para a substância 31........... 133
Figura 3.63.1: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/CDCl
3
), para
a substância 31......................................................................................................
133
Figura 3.63.2: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/CDCl
3
), para a
substância 31........................................................................................................
134
Figura 3.63.3: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/CDCl
3
), para a
substância 31........................................................................................................
134
Figura 3.64: Espectro de RMN
13
C (100 MHz/ DMSO-d
6
) para a substância 31.. 135
Figura 3.65: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45º da substância 31 (400 MHz, CDCl
3
).. 135
Figura 3.66: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 31, (400
MHz, CDCl
3
)..........................................................................................................
136
Figura 3.67: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 31, (400
MHz, CDCl
3
).........................................................................................................
136
Figura 3.68: Espectro de RMN
1
H (400 MHz/DMSO-d
6
) para a substância 32... 140
Figura 3.68.1: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/DMSO-d
6
) para
a substância 32......................................................................................................
140
Figura 3.68.2: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/DMSO-d
6
)
para a substância 32
..........................................................................................................
141
Figura 3.68.3: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400 MHz/DMSO-d
6
) para a
substância 32........................................................................................................
141
Figura 3.69: Espectro de RMN
13
C (100 MHz/ DMSO-d
6
) para a substância 32.. 142
Figura 3.70: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45
o
(400 MHz/DMSO-d
6
) , para a
substância 32.........................................................................................................
142
Figura 3.71: Mapa de contorno das correlações HSQC
(400 MHz/DMSO-d
6
), para a substância 32............................................................
143
Figura 3.72: Mapa de contorno das correlações HMBC
(400 MHz/DMSO-d
6
) , para a substância 32..........................................................
143
Figura 4.73: Esquema do metabolismo da glicose no interior do glicossomo...... 144
Figura 4.74: Via de recuperação em células de protozoários parasitas............... 145
Figura 4.75: O sistema da tripanotiona peroxidase.............................................. 146
Figura 4.76: Tripanotiona e tripanotiona redutase (GIRALUT, S., et al., 2001).... 147
Figura 4.77: Estrutura do produto natural kukoamina A, ativo na enzima TryR de
T. cruzi..............................................................................................................
175
Figura 4.78: Estruturas dos limonóides avaliados................................................. 176
Figura 4.79: Estrutura do alcalóide lunarina, inibidor irreversível da enzima
tripanotiona redutase (TryR) e sua disposição no sítio ativo de TryR de
T.cruzi..................................................................................................................
186
Figura 4.80: Mecanismo reacional da síntese da cetona de Pummerer............. 187
Figura 4.81: Estruturas do alcalóide lunarina e cetona de Pummerer................ 187
Figura 4.82: Etapas de acoplamento de uma proteína à uma resina de uma
coluna de afinidade.............................................................................................
188
Lista de Figuras
XII
Figura 4.83: Representação esquemática de um experimento de clonagem em
bactéria..........................................................................................................
189
Figura 4.84: Cromatograma de gradiente linear de sal (10-100 mM) de KCl em
tampão B, fluxo 1mL/mim, coluna Hi-Load Q Sepharose HP (Pharmacia)..
190
Figura 4.85: Cromatograma de exclusão utilizando 50mM de HEPES pH 7,4
300mM de NaCl e 0,05% de azida de sódio, fluxo 2mL/mim, coluna Superdex
200 26/60 (Pharmacia)........................................................................................
191
Figura 4.86: Espectro de massas do processo de lavagem de N
o
12,
clomipramina+resina+TryR, ES
+
TOF MS. ........................................................
193
Figura 4.87: Espectro de massas do processo de desnaturação da enzima
TryR, com metanol 100%, clomipramina+resina+TryR, TOF ES
+
Mariner
Applied Biosystems/MDS Sciex..........................................................................
194
Figura 4.88: Espectro de massas do processo de ‘denaturação’, com metanol
100%, clomipramina+resina, TOF ES
+
Mariner Applied Biosystems/MDS
Sciex.....................................................................................................................
195
Figura 4.89: Espectro de massas (Electrospray) da solução de 1mM de
clomipramina usada nos experimentos (clomipramina + 3% metanol + 50mM
acetato de amônio pH 7,4)..................................................................................
196
Figura 4.90: Espectro de massas do processo de lavagem de N
o
12,
quinacrina mostarda+resina+TryR, TOF ES
+
Mariner Applied Biosystems/MDS
Sciex.....................................................................................................................
197
Figura 4.91: Espectro de massas do processo de ‘denaturação’ da enzima
TryR, com metanol 100%, quinacrina mostarda + resina +TryR, ES
+
TOF
Mariner Applied Biosystems/MDS Sciex..............................................................
198
Figura 4.92: Espectro de massas do processo de ‘denaturação’ com metanol
100%, quinacrina mostarda + resina, ES
+
TOF Mariner Applied
Biosystems/MDS Sciex........................................................................................
199
Figura 4.93: Transdução de sinal, cascata sinalizadora e transcrição da
informação realizada por enzima sinalisadoras.................................................
201
Figura 4.94: Alguns dos cânceres provocados em humanos devido a
mutações nas enzimas kinases..........................................................................
202
Figura 5.95: Curva do padrão (Clomipramina) para o ensaio em tripanotiona
redutase (TryR)...................................................................................................
225
Figura 5.96: Equação com quatro parâmetros, responsável pelo cálculo de IC
50
e
EC
50
, onde range significa o eixo y em questão, background; sendo o controle
usado para o ensaio; e S o slope (inclinação da reta), sendo na maioria das
vezes igual a 1, pois considera-se que apenas uma molécula de inibidor se
encontra no sítio ativo da enzima........................................................................
232
Lista de Figuras
XIII
Lista de Esquemas e Gráficos
XIII
Lista de Esquemas
p.
Esquema 5.1: Preparação dos extratos metanólicos do caule de Galipea
carinata, Balfourodendron riedelianum e Helietta apiculata.................................
208
Esquema 5.2: Cromatografia de partição líquido-líquido dos extratos
metanólicos brutos...............................................................................................
210
Esquema 5.3: Fracionamento de HAGMH......................................................... 211
Esquema 5.4: Isolamento das substâncias 8 e 9...............................................
212
Esquema 5.5: Fracionamento de HAFMD e isolamento da substância 28........ 212
Esquema 5.6: Isolamento da substância 7.........................................................
213
Esquema 5.7: Fracionamento de HAFMD5....................................................... 213
Esquema 5.8: Isolamento da substância 25.......................................................
214
Esquema 9: Fracionamento de HAFMD5.5........................................................
214
Esquema 5.10: Isolamento da substância 8.......................................................
214
Esquema 5.11: Isolamento da substância 25.................................................... 215
Esquema 5.12: Isolamento da substância 26.....................................................
215
Esquema 5.13: Isolamento da substância 25.....................................................
215
Esquema 5.14: Isolamento da substância 8.......................................................
216
Esquema 5.15: Isolamento da substância 25.....................................................
216
Esquema 5.16: Fracionamento de HAFMA........................................................
217
Esquema 5.17: Isolamento das substânicas 30 e 28..........................................
217
Esquema 5.18: Fracionamento por RLCC de BRGMD...................................... 218
Esquema 5.19: Fracionamento da fase estacionária de BRGMD e isolamento
das substâncias 2, 4, 5, 8, 23 e 24......................................................................
218
Esquema 5.20: Isolamento das substâncias 23 e 24..........................................
219
Esquema 5.21: Fracionamento de GCCMM.......................................................
220
Esquema 5.22: Fracionamento de GCCMM5.7..................................................
220
Esquema 5.23: Isolamento da substância 15.....................................................
221
Esquema 5.24: Isolamento das substâncias 11 e 12..........................................
222
Esquema 5.25: Isolamento da substância 1.......................................................
223
Esquema 5.26: Isolamento das substâncias 18, 19, 20, 22 e 21........................
224
Esquema 5.27: Isolamento das substâncias 13, 14 e 17....................................
225
Esquema 5.28: Isolamento da substância 4, 5 e 16...........................................
226
Esquema 5.29: Isolamento das substâncias 10 e 27..........................................
226
Esquema 5.30: Isolamento das substâncias: 3, 4, 5 e 6.....................................
227
Esqeuma 5.31: Isolamento da substância 31....................................................
227
Esquema 5.32: Isolamento da substância 32.....................................................
228
Lista de Esquemas e Gráficos
XIV
Lista de Gráficos
Grafico 4.1: Gráfico de EC
50
para a substância 31 [10µM]............................. 166
Sumário
XIV
Sumário
p.
Sumário
XV
3.2.1 Substância 15.......................................................................................... 81
3.2.2 Substância 16.......................................................................................... 84
3.3 Amidas Identificadas por CG/EM............................................................ 88
3.3.1 Substância 17.......................................................................................... 88
3.3.2 Substância 18.......................................................................................... 90
3.3.3 Substância 19.......................................................................................... 92
3.3.4 Substância 20.......................................................................................... 94
3.3.5 Substância 21.......................................................................................... 96
3.3.6 Substância 22.......................................................................................... 99
3.4 Aminoácidos............................................................................................ 101
3.4.1 Substância 23.......................................................................................... 101
3.4.2 Substância 24.......................................................................................... 103
3.5 Liganas Furofurânicas............................................................................. 106
3.5.1 Substância 25.......................................................................................... 106
3.5.2 Substância 26.......................................................................................... 110
3.5.3 Substância 27.......................................................................................... 114
3.6 Derivados do Ácido Cinâmico e Ácido Siríngico..................................... 117
3.6.1 Substância 28.......................................................................................... 117
3.6.2 Substância 29.......................................................................................... 121
3.6.3 Substância 30.......................................................................................... 125
3.7 Limonóides.............................................................................................. 129
3.7.1 Substância 31.......................................................................................... 129
3.7.2 Substância 32.......................................................................................... 137
4. Atividades Biológicas......................................................................................
144
4.1
Avaliação dos Extratos Vegetais............................................................. 144
4.1.1
A Enzima gGAPDH (Gliceraldeído-3- fosfato desidrogenase glicossomal)
144
4.1.2 A Enzima APRT.........................................................................................
145
4.1.3 A Enzima Tripanptiona redutase (TryR).....................................................
146
4.1
Produtos Naturais e a Enzima Tripanotiona redutase (TryR)....................
147
4.2 Inibição Enzimática de gGAPDH.................................................... 148
4.3
Inibição Enzimática de APRT......................................................... 149
4.4 Inibição Enzimática de TryR........................................................... 150
4.5
Atividade Tripanocida nas Formas Tripomastigotas de T. cruzi............. 151
4.6 Atividade Tripanocida nas Formas Tripomastigotas de T. b. brucei..... 152
4.7 Atividades das Frações Obtidas a Partir dos Extratos Brutos Avaliados 154
4.7.1 Atividades das Frações Obtidas a Partir dos Extratos Brutos Avaliados
na Enzima gGAPDH..........................................................................
154
4.7.2
Atividades das Frações Obtidas a Partir dos Extratos Brutos Avaliados
na Enzima APRT...........................................................................
155
4.7.3 Atividades das Frações Obtidas a Partir dos Extratos Brutos Avaliados
na Enzima TryR.................................................................................
156
4.8 Atividades das Substâncias Puras Isoladas.............................................. 158
4.8.1 Atividades nas Enzimas gGAPDH e APRT....................................... 158
Sumário
XVI
4.8.2 Atividade Inibitória e Tripanocida de Substâncias Puras Provenientes de
Diferentes Espécies Vegetais na Enzima TryR e nas Formas
Tripomastigotas de T. brucei brucei (linhagem 427, tipo selvagem,
forma infectante sangüínea)......................................................................
160
4.8.3 Flavonóides............................................................................................... 160
4.8.4 Flavonas.................................................................................................... 163
4.8.5 Dibenzoilmetanos.......................................................................................
169
4.8.6 Cumarinas................................................................................................. 172
4.8.7 Amidas...................................................................................................... 174
4.8.8 Limonóides................................................................................................ 176
4.8.9 Triterpenos................................................................................................ 177
4.8.10 Alcalóides.................................................................................................. 180
4.8.11 Ácidos e Derivados....................................................................................
182
4.8.12 Lignanas.................................................................................................... 183
4.8.13 Outras Classes de Compostos Avaliados................................................. 184
4.9 Avaliação da Cetona de Pummerer na Enzima TryR.................................
186
4.9.1 Síntese da Cetona de Pummerer....................................................... 186
4.10 Cromatografia de Bio-afinidade Utlizando-se a Enzima TryR de T. cruzi
como Receptor...........................................................................................
188
4.10.1 Expressão e Purificação da Enzima TryR de T. cruzi, já anteriormente
clonada ....................................................................................................
189
4.10.2 Purificação da Enzima TryR de T. cruzi.....................................................
190
4.10.3 Coluna de Bio-afinidade.............................................................................
192
4.11 Enzimas Kinases e Atividade Anticancerígena..........................................
200
4.11.1 As Origens da Fosforilação das Proteínas................................................ 200
4.11.2 Avaliação da Coleção de Produtos Naturais Frente às Enzimas Kinases.
203
5. Procedimento Experimental.............................................................................
205
5.1 Materiais e Métodos...................................................................................
205
5.2 Equipamentos............................................................................................
206
5.3 Coleta e Identificação das Espécies Vegetais...........................................
208
Sumário
XVII
5.3.1 Preparação dos Extratos das Espécies Vegetais..................................... 208
5.3.1.1
Galipea carinata, Balfourodendron riedelianum e Helietta apiculata.........
208
5.3.1.2
Obtenção dos Extratos Hexânicos e Metanólicos.....................................
209
5.3.1.3
Fracionamento dos Extratos......................................................................
209
5.4 Estudo Fitoquímico.................................................................................... 211
5.4.1 Estudo Químico Fração Hexano do Extrato Metanólico dos Galhos de
Helietta apiculata (HAGMH).......................................................................
211
5.4.2
Estudo Químico da Fração Diclorometano do Extrato Metanólico das
Folhas de Helietta apiculata (HAFMD)..................................................
212
5.4.3 Estudo Químico da Fração Acetato de Etila do Extrato Metanólico das
Folhas de Helietta apiculata (HAFMA).......................................................
216
5.4.4 Estudo Químico Diclorometano do Extrato Metanólico dos
Galhos de Balfourodendron riedelianum
(BRGMD)...............................................
218
5.4.5 Estudo Químico da Fração Acetato de Etila do Extrato Metanólico das
Folhas de Balfourodendron riedelianum (BRFMA)....................................
219
5.4.6 Estudo Químico da Fração Metanol do Extrato Metanólico do Caule
de Galipea carinata (GCCMM)..................................................................
220
5.4.7 Estudo Químico da Fração Metanol do Extrato Diclorometano do Caule
de Galipea carinata (GCCMD)...................................................................
222
5.4.8 Estudo Químico da Fração Diclorometano do Extrato Metanólico do
Caule de Balfourodendron riedelianum (BRCMD)......................................
223
5.5 Protocolo do Ensaio com TryR, Utilizando-se o Reagente DTNB 5,5’-
ditiobis-(2-ácido nitrobenzóico), Reagente de Ellman..............................
228
5.5.1 Regentes e Procedimento para o Screening Inicial...................................
228
5.5.2 Regentes e Procedimento para a Determinação do IC
50
............................
229
5.5.3 Método do Ensaio......................................................................................
229
5.5.4 Notas Importantes Consideradas...............................................................
230
5.6 Ensaios in vivo Utilizando células de T. brucei brucei............................... 230
5.6.1 Screening inicial.........................................................................................
230
5.6.2 Contagem das Células...............................................................................
230
5.6.3 Determinação de EC
50
com a Utilização deCélulas de T. brucei brucei
....................
231
5.7 Expressão e Purificação da Enzima Tripanotiona redutase (TryR)...........
232
5.7.1 Cromatografia de Afinidade: Preparação da Resina e Acoplamento
da Enzima TryR..........................................................................................
234
5.8 Síntese da Cetona de Pummerer...............................................................
235
5.9 Ensaio com a Enzima gGAPDH.................................................................
235
5.9.1 Condições do Meio de Reação para Ensaio Enzimático com NAD
+
como Co-fator............................................................................................
235
5.9.2 Condições do Meio de Reação para Ensaio Enzimático com tio-NAD
+
como Co-fator.............................................................................................
235
5.9.3 Considerações com Relação as Condições do Ensaio............................. 236
5.10 Ensaio com a Enzima APRT......................................................................
236
6. Conclusões........................................................................................................
237
7. Referências Bibliográficas............................................................................... 239
1. Introdução
Introdução
1
1. Introdução
“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas.”
Johann Wolfgang von Goethe
1.1 Produtos Naturais
Desde a antigüidade, o homem faz uso de materiais vegetais com finalidade
terapêutica. Por vários anos a morfina (1), obtida da papoula, a quinina (2) do tronco de
espécies de Cinchona (Rubiaceae), glicosídeos cardíacos, como a digitoxigenina (3),
extraídos de Digitalis purpura (Scrophulariaceae) além dos alcalóides do tipo ergot,
ergolina (4), isolados de espécies de Claviceps, um fungo que ataca algumas culturas de
gramíneas como o centeio, vêm sendo usados para o tratamento de várias enfermidades.
Os microorganismos também são grande e potencial fonte de compostos com finalidade
farmacêutica, e se tornaram ainda mais evidentes depois do trabalho de Alexander
Fleming (1881-1945), com o advento da penicilina. O uso de corantes químicos (“chemical
dyes”) para o tratamento da malária, introduzido por Paul Ehrlich (1845-1915), deu início à
ciência da química medicinal. A primeira busca de fármacos foi, essencialmente, não
seletiva, com a utilização de organismos, células ou animais com a finalidade de testar a
eficácia de candidatos a fármacos (EISENTHAL, R., DANSON, M. J., 2002).
O
HO
H
NCH
3
H
HO
1
N
N
HO
H
H
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OH
H
H
HO
H
3
cardenolídeo- digitoxigenin
a
NH
H
H
N
4
ergolin
a
Introdução
2
Os produtos naturais vêm sendo, por muitos anos, reconhecidos como excelentes
fontes de potenciais compostos protótipos (NEWMAN, D. J., et al., 2003). Atualmente, o
desenvolvimento de um novo fármaco a partir de um produto natural deve possuir: a)
triagem de produtos naturais para a atividade biológica; b) isolamento e purificação do
princípio ativo; c) determinação da estrutura química; d) estudos da relação estrutura-
atividade (SAR); e) síntese de análogos; f) estudos do mecanismo de ação; e g) desenho
estrutural e síntese de novos fármacos (CHIBALE, K., 2005).
Os fármacos de origem sintética predominam no arsenal terapêutico atual, graças
ao avanço da química orgânica sintética a partir do fim do século passado. Muitos deles
são baseados em produtos de origem vegetal. De acordo com um estudo recente, das
1030 “novas entidades químicas” (NCEs), apenas 33% dos novos fármacos aprovados são
puramente sintéticos sem qualquer participação dos produtos naturais, e o restante, 64%,
apresenta influência dos produtos naturais ou o protótipos com algumas derivatizações
sintéticas, grupo farmacofórico ou imitação da natureza (“Natural Product Mimics”),
(NEWMAN, D.J.; et al., 2003).
Entre os produtos naturais de origem vegetal, encontra-se ampla e diversa
arquitetura molecular. A espetacular diversidade molecular de padrões estruturais
observados nas distintas classes de produtos naturais, como flavonóides, isoflavonóides,
lignanas, neolignanas, glicosídeos, cumarinas, cromonas, quinonas, alcalóides, entre
outras, representa fonte inesgotável de modelos originais de arquitetura molecular
enantiopura (BARREIRO, E., 2002). A partir daí, a busca de substâncias naturais ativas
vem crescendo constantemente, e esse é um dos objetivos de estudo da química dos
produtos naturais.
Abordagens padrão que levam ao desenvolvimento de novos fármacos incluem
“screenings” randômicos, isto é, quando não se tem conhecimento de quais são as
moléculas que melhor respondem ao alvo avaliado ou não-randômicos. De início, os alvos
moleculares não eram conhecidos, por exemplo, as enzimas. Apesar de esta proposta
levar à descoberta de inúmeros rmacos, muitos compostos apresentaram sérios efeitos
colaterais e exigiram doses limites para uso. À medida que a disponibilidade dos
compostos aumentou, os avanços tecnológicos também, de modo a acomodar o grande
número de entidades químicas que sugiram. Assim, uma outra proposta científica para a
descoberta de fármacos evoluiu para o termo desenho de fármacos. O alvo molecular, por
exemplo, uma enzima essencial para a sobrevivência de um organismo em particular ou
uma que se acredita ser a responsável pelo desenvolvimento da doença, deve ser
identificado. O uso de computadores, tendo como base informações estruturais
detalhadas, permite o uso de programas computacionais para se obter a interação entre o
candidato a fármaco e o sítio ativo da enzima em questão. Geralmente, o desenho racional
de fármacos se baseia em substratos naturais ou moléculas conhecidas que atuam
naquele sítio ativo, os substratos da enzima (EISENTHAL, R., DANSON, M. J., 2002).
Os fatores mais importantes para que uma interação seja favorável entre o fármaco
e seu alvo biológico específico, mais freqüentemente uma proteína, são: o encaixe
geométrico perfeito entre os ligantes presentes no fármaco e o sítio ativo; baixa energia de
conformação de ambos; formação de ligações de hidrogênio em regiões da proteína onde
estão carregadas e/ou neutras entre os grupos funcionais e interações hidrofóbicas em
superfícies lipofílicas da proteína (KUBINYI, H., 1998 e 1999).
Introdução
3
1.2 Doenças Tropicais
As doenças tropicais o endêmicas nas regiões tropicais e subtropicais. Dentre as
várias doenças presentes na região tropical, a Organização Mundial da Saúde (WHO), não
mede esforços para controlar 8 das maiores, sendo elas: malária, esquistossomose,
tripanossomíase Africana (doença do sono), tripanossomíase Americana (doença de
Chagas), leishmanioses, filaríase, oncocerciaríase e lepra. O impacto provocado pelas
doenças tropicais é extremamente alto. As regiões marginalizadas e os países em
desenvolvimento o as áreas mais afetadas. Causam, além da doença, incapacidade
para o trabalho e de freqüentar a escola, desfiguramento, além de diminuição da
expectativa de vida e à morte.
De acordo com as estatísticas da Organização Mundial da Saúde, no ano de 2002,
por volta de 56.000 mortes na África foram provocadas pelas doenças tropicais. nas
Américas, foram 16.000, no Sudeste de Ásia, 36.000, no Oeste Mediterrâneo foram 15.000
e cerca de 5.000 na região Oeste do Oceano Pacífico (WHO, 2004). Metade da
humanidade vive nas regiões tropicais e, conseqüentemente, sob risco, o que remete a
num futuro bastante comprometido, e à redução também das aspirações nacionais para
qualquer avanço econômico.
Os fármacos atualmente utilizados para o tratamento das doenças tropicais
apresentam várias desvantagens, incluindo tóxicos efeitos colaterais, baixa eficácia clínica,
complicados modos de administração e problemas de resistência (KHABNADIDEH, S., et
al., 2005).
Sabendo que o mercado de fármacos contra malária, tuberculose, AIDS e
tripanossomíases é, em sua maioria, destinado aos países do Terceiro Mundo,
descobertas inovadoras e conseqüentemente de baixo-custo para a elaboração de novos
fármacos são urgentes. O ponto-chave da busca de um novo fármaco para essas
enfermidades seria a descoberta e/ou desenvolvimento de um único agente capaz de inibir
os ltiplos estágios das doenças, de modo análogo aos antibióticos de amplo espectro
(CHIBALE, K., 2005).
1.2.1 Doença de Chagas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, por volta de 18 milhões de
pessoas nas Américas estão infectadas pela doença de Chagas, que é causada pelo
protozoário Trypanosoma cruzi (ESPINOZA-FONSECA, et al., 2005). Os índices de
mortalidade associados à doença na América Latina o bem maiores do que as mortes
causadas pela malária, esquistossomose ou leishmanioses. A doença é endêmica no
continente Americano, distribuída a partir do sul do Estados Unidos até o sul da Argentina
(URBINA, J. A., et al., 2003).
São estimados que ocorram aproximadamente 300.000 novos casos da doença de
Chagas por dia, segundo a Organização Mundial de Saúde (DUTRA, W. O., et al., 2005).
No Brasil, o controle da transmissão vetorial da doença de Chagas foi institucionalizado em
1950, pelo serviço Nacional de Malária, e apenas em 1975 foi comprovada a eficácia do
inseticida hexaclorociclohexano 6,5%, na profilaxia da doença. Mas, até os anos 70,
apenas o Estado de São Paulo mantinha ações regulares de controle, em paralelo com
Minas Gerais (VINHAES, M. C., et al., 2000). A região de Bauru, localizada a Oeste do
Introdução
4
Estado, foi a pioneira no controle do triatomíneo (MARLI, D., et al., 1991.Atualmente,
mais de 5 milhões de brasileiros infectados (CARVALHO, E. A. B., et al., 2004)
A transmissão da doença de Chagas se dá pela fezes do inseto vetor, conhecido
como “barbeiro” (Triatoma infestans), que as deposita próximo ao local da picada, ou
também pela transfusão de sangue. A forma infectante sangüínea dos protozoários de T.
cruzi, as formas tripomastigotas penetram na células dos mamíferos e sofrem várias
diferenciações até atingirem as formas amastigotas. A ruptura dessas células leva à
liberação dos parasitas e à perpetuação da infecção, que, após vários anos pode levar às
formas crônicas da doença, como deficiências cardíacas e digestivas (CARVALHO, S. A.
et al., 2004).
1.2.2 Leishmanioses
As leishmanioses são grupos de doenças tropicais causadas por diferentes
espécies de parasitas protozoários pertencentes ao gênero Leishmania. A doença afeta
por volta de 12 milhões de pessoas em 80 países e estima-se que existam de 2 a 3
milhões de novos casos a cada ano. Também se considera que exista uma população de
350 milhões de pessoas sob risco de infecção (CHAN-BACAB, , 2001). A doença se
distribui tanto no Velho Mundo, Mar mediterrâneo, leste e oeste da África, Síria, Arábia
Saudita, Afeganistão, Índia, China e Irã, além do Brasil, Peru, Argentina e Paraguai.
Evidências sugerem que o aumento da incidência da doença se deve a migrações
populacionais, mudanças sazonais/climáticas e co-infecção devida ao HIV (CROFT, S.,
2002).
As leishmanioses são causadas por várias espécies de Leishmania e existem três
formas clínicas distintas de manifestação da doença, às quais são associados vários
sintomas, desde desfiguração cutânea e lesões muco cutâneas que causam ampla
destruição das membranas mucosas e vísceras afetanto os órgãos hematopoiédicos
(KAMINSKY, R., 2002).
Mais de 17 espécies de Leishmania causam leishmaniose cutânea como L. major,
L. braziliensis, L. panamensis entre outras. Parasitas que normalmente causam leishmania
visceral podem também causar leishmania cutânea; algumas linhagens de L. infantum
podem gerar lesões simples, enquanto leishmanioses Calazar são causadas por L.
donovani, geralmente dois anos após a cura da visceral. Identificar o organismo causador
da leishamniose cutânea é tão importante quanto conhecer a variação de sensibilidade de
drogas sobre as diferentes espécies de Leishmania (CROFT, S., 2002).
A doença é transmitida pela picada do inseto fêmea infectado do gênero
Phlebotomus e Lutzomyia (MESQUITA, M. L., et al., 2005). O hospedeiro vertebrado é
infectado com a forma promastigota do parasita como resultado da picada do inseto vetor.
Após isso, os promastigotas são rapidamente fagocitados pelos macrófagos do hospedeiro
e dentro deles mudam para a forma amastigota. As manifestações clínicas da doença se
devem às conseqüentes multiplicações da forma amastigota no interior dos macrófagos
(CHAN-BACAB, , 2001)
Introdução
5
1.2.3 Doença do Sono
A tripanossomíase humana Africana também é conhecida como doença do sono.
Quando ataca o gado, é conhecida como nagana. A doença afeta mais de 60 milhões de
pessoas em 36 países na região do Sub-Saara, na África. Cerca de 45.000 casos da
doença foram registrados em 1999 e, segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO), a
estimativa é de que o número atual de casos esteja entre 300.000 e 500.000 (WHO, 1998).
O parasita causador da doença é transmitido aos hospedeiros vertebrados através
das moscas Tsé-tsé que pertencem ao gênero Glossina. Exitem três subespécies do
Trypanosoma brucei, duas das quais infectam seres humanos. O T. b. gambiense,
encontrado no Oeste no região central da África, responsável pela doença do sono do
oeste Africano. O T. b. rhodesiense ocorre nas regiões leste e sul da África, causando a
doença do sono do Leste Africano. A terceira subespécie, Trypanosoma brucei brucei,
sendo morfologicamente e bioquimicamente homóloga ao T. brucei rhodesiense, não afeta
os seres humanos, devido à alta densidade da fração lipoproteica do soro humano. O T.
brucei gambiense é menos virulento que o T.brucei rhodesiense. O T.brucei brucei não
causa doença em seres humanos, mas causa a doença nagana em alguns animais
domésticos (FRIES, D., et al., 2003).
Quando um mosquito fêmea Tsé-tsé pica um humano, os tripanossomas são
injetados juntamente coma as secreções salivares. Neste momento os tripanossomas
iniciam um processo de multiplicação, causando uma ferida inchada e muito dolorosa. As
formas tripomastigotas penetram na corrente sangüínea, onde se multiplicam
assexuadamente por divisão binária a cada 5 a 10 horas. Diferente da tripanossomíase
Americana e das leishmanioses, não há estágios intracelulares (VIRKERMAN, K., 1985).
1.3 Formas de Tratamento
1.3.1 Doença de Chagas
Introdução
6
1.3.2 Leishmanioses
O tratamento da leishmaniose visceral conta com a terapia diária de injeções de
antimônio pentavalente, que dura entre 20 a 28 dias. Os agentes quimioterápicos
antimoniais disponíveis são: antimonato de meglumina (7) (Glucantime
®
) e o
estibogluconato de sódio (8) (Pentostan
®
). Ainda tratamentos eficazes que utilizam a
Anfotericina B (9) (Fungizone
®
) (KAMINSKY, R. 2002, ESCOBAR, P., et al., 2001). O
alopurinol (10), um análogo da hipoxantina, que inibe o metabolismo das bases
nitrogenadas purínicas nas células de mamíferos e em organismos de leishmania, também
vem sendo usado como tratamento alternativo para a leishmaniose visceral. Uma vez
nestes organismos, são metabolizados em nucleosídeos tóxicos (MOSKWITZ, P. F., et al.,
1999).
Recentemente, foi reportado o que poderia ser o primeiro tratamento oral contra
leishmaniose visceral. O fármaco em questão, o hexadecilfosfocolina (10) (Miltefosina®).
Este fármaco, que foi inicialmente desenvolvido para o tratamento de câncer e também é
ativo in vitro como in vivo em espécies de Leishmania. Os resultados estão na fase II,
sendo também bem tolerado nas triagens na Índia. se planeja o início da fase III da
triagem clínica, uma vez que apresentou excelentes resultados contra a Leishamania
donovani. O fármaco vem sendo apresentado sob a formulação de 6% de miltefosina em
veículo (Kasacade) de 3-propiloxipropeno glicol, 3-hexapropileno glicol e 3-nonilpropileno
glicol, sendo comercialmente chamado de Miltex
®
e Impavido
®
da Zentaris (GARNIER, T.,
et al., 2002 e WHO, 2004).
O
H
N
N
S
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3
O
O
O
2
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5
N
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2
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OH
OH O
OH
OH
COOH
O
9
11
O
P
O
O
O
N
( )
15
Introdução
7
1.3.3 Doença do Sono
Os fármacos usados no tratamento da tripanossomíase Africana são: suramina (12)
e pentamidina (13), usadas apenas nos primeiros estágios da doença, enquanto que
melarprosol (14) e eflornitina (15) são usados em ambas as fases. Estes fármacos são de
difícil administração, sendo todos injetáveis durante um período relativamente longo. Os
efeitos colaterais destes fármacos são severos (FRIES, D., et al., 2003).
1.4 A Importância dos Produtos Naturais na Busca de Novos Fármacos
Os produtos naturais vêm sendo usados como ferramentas valiosíssimas para
decifrar a lógica das biossínteses e como plataformas para o desenvolvimento de fármacos
de primeira escolha. Por exemplo, no período entre 1981 e 2002, 5% de 1.301 novas
entidades químicas aprovadas como fármacos pelo US Food and Drug Administration
(FDA) foram extraídos de fontes naturais, e outros 23% foram derivados de produtos
naturais. São ainda a maior fonte para a busca de agentes terapêuticos para doenças
infecciosas (tanto por bactérias quanto por fungos), câncer, desordens lipídicas e imunes
(CLARDY, J., & WALSH C., 2004).
Um exemplo clássico da importância dos produtos naturais no desenvolvimento de
fármacos foi a descoberta do AAS (ácido acetil salicílico) a partir da salicina, um glicosídeo
natural (Figura) isolado de Salix sp (Salicaceae), o salgueiro. Este glicosídeo foi o protótipo
natural para o desenvolvimento do AAS, como mostra a Figura 1.1, a seguir (KUBINYI, H.,
1999; BARREIRO, E., 2002).
O O
NH
2
NH
2
NHHN
13
N N
O
H H
NN
NN
OO
OO
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-
Na
+
Na
+-
O
3
S SO
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-
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+
Na
+-
O
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3
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+
Na
+-
O
3
S
H
H
12
N N
N N
As
S
S
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N
NH
2
H
OH
14
H
2
N F
COOH
H
2
N
F
15
Introdução
8
Figura 1.1: Estrutura da salicina, protótipo natural para a descoberta do fármaco centenário
o AAS, empregado atualmente como analgésico.
A quinina (Figura 1.2), um dos principais componentes da casca de Cinchona
officinalis (Rubiaceae) foi o composto-protótipo para a descoberta de derivados
antimalariais como a cloroquina e a mefloquina (HOSTETTMANN, K. et al., 2003;
BARREIRO, E., et al., 2002).
Figura 1.2: Quinina, um protótipo natural para o desenvolvimento de rmacos
antimalariais.
Vários exemplos poderiam ainda complementar estes fatos e ilustrar a importância
dos produtos naturais como protótipos de diferentes fármacos sintéticos empregados na
terapêutica moderna. Dificilmente as indústrias farmacêuticas investem na síntese de
novos candidatos a fármacos sem antes terem se baseado em compostos protótipos, e
hoje, mais do que nunca, os produtos naturais vêm ganhando grande relevância e atenção
por parte da grande indústria de fármacos.
Os produtos naturais podem ser fontes de compostos-protótipos, permitindo o
desenho racional e planejamento de fármacos, desenvolvimento de síntese biomimética e
descoberta de novas propriedades terapêuticas ainda não atribuídas aos fármacos já
existentes (RATES, S.M. K., 2001). Além desse fato, os produtos naturais são altamente
diversos e geralmente promovem atividades biológicas altamente específicas. Sendo
assim, há a proposição que todo produto natural tem a capacidade de se ligar a um
receptor (FEHER, M. et al., 2003).
Atualmente muitos quimioterápicos são desenvolvidos a partir de informações
estruturais de proteínas envolvidas em vias metabólicas relevantes. Com a abordagem
moderna do desenho racional de rmacos, é possível se desenvolver medicamentos com
alta especificidade e menores efeitos colaterais, uma vez que se exploram as diferenças
metabólicas marcantes entre os agentes etiológicos e hospedeiro humano.
OH
O
O
OH
OH
OH
OH
Salicina
CO
2
H
O
O
A
A
S
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HO
N
H
CF
3
CF
3
N
MeO
HO
N
Mefloquina
Quinina
Cloroquina
N
Cl
HN
N
Introdução
9
A escolha do alvo constitui o primeiro passo no planejamento racional de rmacos.
Entre os fatores mais importantes na escolha do alvo terapêutico, podem-se destacar: (i)
Ser essencial para a sobrevivência do parasita ou exercer grande controle sobre a via
metabólica; (ii) ter seu mecanismo catalítico e, preferencialmente, sua estrutura
tridimensional conhecidas; (iii) poder ser modulado seletivamente.
Enzimas-chave podem ser exploradas para o desenvolvimento de inibidores da
reação enzimática de forma que o paciente não sofra com os efeitos colaterais do
medicamento. O reconhecimento do ligante pela macromolécula pode ser estimado
qualitativamente pelas interações iônicas, de Van der Walls, hidrofóbicas, ligações de
hidrogênio e ligações covalentes existentes entre eles. Além disso, os diversos fatores
esteroquímicos que possam garantir, ou favorecer, a conformação ativa do ligante devem
ser levados em conta. A busca virtual em bancos de dados por moléculas que apresentem
as características físico-químicas e estruturais para interação com o alvo terapêutico
escolhido é outra estratégia largamente empregada. Esta técnica oferece a vantagem de
identificar moléculas, que, após algumas modificações simples em sua estrutura química,
podem fornecer bons compostos de partida para o desenho racional de rmacos. Com os
progressos na área de cristalografia de proteínas e estudos de ressonância magnética
nuclear (RMN) multidimensional, as estruturas 3D de muitas proteínas importantes,
Introdução
10
“(…) para se validar uma atribuição quimiotaxonômica é necessário ter o conhecimento da distribuição
individual dos compostos dentro da família além do conhecimento das sequências de etapas reacionais por
qual cada composto surge a partir de seu precurssor.”
Gottlieb, O. R. (1972), Phytochemistry, 11, 1537.
2. Posicionamento Taxonômico de Balfourodendron e Helietta na Famíla Rutaceae
O histórico sobre a classificação da família Rutaceae, pertencente à ordem
Sapindales, revela contradições entre antigos botânicos (www.mobot.org/mobot). A famíla
Rutaceae é predominantemente tropical, apresentando árvores e arbustos de grande valor
econômico na horticultura como o Citrus, na silvicultura (Chloroxylon, Flindersia,
Zanthoxylum) e na medicina como o Pilocarpus e Agastoma (WATERMAN, P. G., 1975).
A classificação taxonômica da família Rutaceae teve grande contribuição do
botânico alemão Adolf Engler (1844-1930). Segundo Engler, em publicações no Die
Natürlichen Pflanzenfamilien, a família Rutaceae era subdividida em sete (7) subfamílias,
três (3) das quais (Rutoideae, Toddalioideae e Aurantioideae) compunham a grande
maioria dos gêneros e espécies. Apesar destas três (3) subfamílias estarem sujeitas a
variações morfológicas, a validade de estarem posicionadas juntas em uma família,
Rutaceae, parece ser universalmente aceita. Rutaceae é conhecida por apresentar um
grande número e uma aparente biodiversidade de metabólitos secundários, sendo eles
principalmente alcalóides derivados do ácido antranílico e tirosina, limonóides e cumarinas.
um grande interesse no uso destes compostos como marcadores quimiotaxonômicos
(WATERMAN, P. G., 1973).
As espécies Balfourodendron e Helietta, desde descrições originais, foram sempre
posicionadas juntamente com outros gêneros, segundo Engler, na subtribo Pteleinae. Esta
sub-tribo foi mantida sob as mesmas circunstâncias e na mesma subfamília Toddalioideae
nas várias edições de Engler’s Syllabus der Pflanzenfamilien. Numa proposta mais
recente, de modo a se conseguir “um agrupamento taxonômico de maneira mais natural”
dos gêneros presentes em Rutaceae baseando-se na fitoquímica, SILVA et al., em 1988,
não reconheceram a Toddalioideae, mas mantiveram Helietta, Balfourodendron e Ptelea
na “Tribo Ptelea”, sendo assim um agrupamento informal na subfamília Rutoideae
(PIRANI, J. R., 1998).
2.1 A Biossíntese dos Alcalóides de Rutaceae
J. R. Price reconheceu a ocorrência de dez (10) tipos de alcalóides quimicamente
distintos apesar de ter consciência de que muitos deles poderiam ser considerados como
um grupo biogeneticamente homogêneo derivados do ácido antranílico. R. Hagnauer
propôs a classificação dos alcalóides de Rutaceae baseados no seu caminho biogenético.
Entretanto, algumas das classes propostas por Hagnauer, particularmente os alcalóides
quinolínicos e quinazonílicos, falham segundo sua proposta. Estes dados podem ser
observados na Tabela 1.1, a seguir.
Em 1975, P. G. Waterman propôs uma classificação biogenética dos alcalóides de
Rutaceae, que pode ser observada na Figura 1.3.
Introdução
11
Tabela 1.1. Classificação dos alcalóides de Rutaceae segundo os autores.
* Reconhecidos por Price por serem um grupo biogenéticamente homólogo.
Desconhecido por Price.
Figura 1.3: Classificação biogenética dos alcalóides de Rutaceae, segundo P.G.
Waterman.
J. R. Price (1963) R. Hagnauer (1973)
Benzilquinolínicos Derivados da fenilalanina
Furoquinolínicos* Derivados do ácido antranílico
Quinolínicos* Furoquinolínicos (inc. furoquinolônicos
e piranoquinolônicos)
Acridônicos* Acridônicos
Quinazolínicos* Quinazolínicos
β-Indol-quinazolínicos
Derivados Indólicos
Cantinônicos
Imidazólicos Imidazólicos
Oxazólicos
Carbazólicos
Aminas/Amidas Aminas/Amidas (inc. Oxazólicos)
Introdução
12
2.2 Perfil Químico do Gênero Balfourodendron, Helietta e Galipea
Segundo levantamento bibliográfico, poucos relatos do estudo fitoquímico dos
gêneros Balfourodendron e Helietta.
Da espécie Balfourodendron riedelianum, foram isolados alcalóides 4-quinolônicos,
diidro-4-quinolônicos, diidropirano-4- quinolônicos, furoquinolínicos, acridônicos, e 2-fenil-
1-metil-4-quinolônicos (CORRAL, R. A., et al., 1968, CORRAL, R. A., et al., 1973,
CORRAL, R. A., et al., 1983 JURD, L. et al., 1983, RAPOPORT, H., et al., 1959,
RAPOPORT, H., et al., 1960, RAPOPORT, H., et al., 1961, BASOMBA, A., et al., 1991).
da espécie Helietta apiculata, não muitos relatos de estudo fitoquímico. Uma
recente publicação descreve o isolamento de alcalóides furoquinolínicos, com atividade
inibitória sob o citocromo P450-dependente (GOLOUBKOVA, T. D., 1998). De outra
espécie, Helietta longifoliata, há relatos do isolamento de uma série de triterpenos
pentacíclicos (Tabela 2), além de alcalóides furoquinolícos anteriormente descritos
(THEUMANN, D. F., et al., 1969).
Do gênero Galipea Aublet, vários alcalóides quinolínicos foram descritos na
literatura, alguns deles ativos nas Leishmanioses como a chimanina D isolada de Galipea
officinalis planta utilizada pelos índios da Bolívia e Venezuela no tratamento de feridas
causadas pela infecção provocada pelo protozoário (JACQUEMOND-COLLET, I., et al.,
1999, FOURNET, A., et al., 1989, VIEIRA, P.C., et al., 1990, FOURNET, A., et al., 1994).
A diversidade estrutural para os gêneros estudados pode ser observada na Tabela
1.2, a seguir.
Tabela 1.2: Compostos já isolados e identificados de espécies de Balfourodendron,
Helietta e Galipea.
Compostos Fonte Referência
N
O
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
N O
O
OH
CH
3
R
1
R
2
R
1
R
2
H
OCH
3
H
H
OH
H
OCH
3
H
OCOCH
3
H
Balfourodendron
riedelianum
CORRAL, R. A., et al., 1968.
CORRAL, R. A., et al., 1973.
JURD, L., et. al., 1983
.
CORRAL, R. A., et al., 1983.
RAPOPORT, H., et. al., 1959
RAPOPORT, H., et. al., 1960
RAPOPORT, H., et. al., 1961.
Introdução
13
N
O
O
CH
3
CH
3
OH
R
2
R
1
CH
3
R
1
R
2
OCH
3
H
H
OH
H
OCOCH
3
H
OCH
3
N
O
O
H
3
C
CH
3
OH
CH
3
HO
N
O
HO
CH
3
CH
3
OH
N O
OH
CH
3
O
R
1
R
2
R
1
R
2
H
OCH
3
OH
OCH
3
H
H
Balfourodendron
riedelianun
CORRAL, R. A., et al., 1968.
CORRAL, R. A., et al., 1973.
JURD, L., et. al., 1983).
CORRAL, R. A., et al., 183.
RAPOPORT, H., et. al., 1959.
RAPOPORT, H., et. al., 1960.
RAPOPORT, H., et. al., 1961.
N
O
OCH
3
O
H
OH
Balfourodendron
riedlianum
BASOMBA, A., et al., 1991
N
OO
O
OCH
3
OCH
3
N
O
CH
3
O
CH
3
O
O
OH
OH
N
O
O
OH
OH
O
O
N
O
O
OH
OH
O
O
OCH
3
Helietta
apiculata
Helietta
apiculata
GOLOUBKOVA, T. D., et al.,
1998.
GOLOUBKOVA, T. D., et al.,
1998.
Introdução
14
R
2
R
1
R
1
R
2
H
OH
H
OCOCH
3
O
O
H
H
Helietta
longifoliata
THEUMANN, D. F., et al.,
1969.
N R
1
R1
OCH
3
OCH
3
O
O
Galipea
longiflora
Galipea
bracteata
FOURNET, A., et al., 1989
VIEIRA, P. C., et al., 1990.
N R
1
OCH
3
R1
O
O
O
O
Galipea
longiflora
FOURNET, A., et al., 1989
N R
1
R1
OH
OCH
3
OCH
3
OCH
3
Galipea
officinalis
JACQUEMONT-COLLET, I., et
al., 1999
Introdução
15
N
CH
3
CH
3
CH
3
HO
A família Rutaceae apresenta um grande potencial metabólico além de possuir
atividades antiparasitárias tanto de extratos como de compostos isolados destas plantas.
Sendo assim, alguns trabalhos da literatura fundamentam bem a escolha da família
Rutaceae para ser estudada neste trabalho. MAFEZOLI e colaboradores em 2001,
demonstraram a atividade tripanocida de espécies de Rutaceae e Meliaceae. ainda
trabalhos realizados por VIEIRA, P.C., et al., 2000 e MORAES, V. R. de S., et al., 2003,
que descrevem as atividades de uma série de cumarinas e flavonóides polimetoxilados,
respectivamente, sobre a enzima gGAPDH.
Galipea
officinalis
JACQUEMONT-COLLET, I., et
al., 2000
Substâncias Isoladas
16
2.3 Substâncias Isoladas
O estudo fitoquímico das plantas Galipea carinata, Balfourodendron
riedelianum e Helietta apiculata possibilitou o isolamento de 32 metabólitos
secundários dentre eles alcalóides furoquinolínicos, indolopiridoquinazolínicos,
2-quinolônicos, piranoquinolônicos e quinolínicos, lignanas furofurânicas,
derivados do ácido cinâmico e siríngico, amidas com anel N-benzoiltiraminas e
isobutilaminas e limonóides do tipo limonina. Vale frizar que muitas dessas s
foram encontradas em outras partes das plantas, como também puderam ser
isoladas tanto no Balfourodendron riedelianum como na Helietta apiculata. No
capítulo Procedimento Experimental (5), estão descritos estes detalhes.
N
O
OCH
3
6
7
8
5
5a
8a
4
2
2
'
3'
3
Substância:
1
, dictamina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 22
Isolamento: p. 223
N
O
OCH
3
CH
3
O
3'
2'
3
2
4
8a
5a
5
6
7
8
Substância:
2
, evolitrina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 26
Isolamento: p. 218, 224, 225
N
O
OCH
3
OCH
3
4
3'
2'
3
2
5a
8a
8
7
6
5
Substância: 3,
γ
-fagarina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 30
Isolamento: p. 227
N
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
3'
2'
3
2
4
5a
8a
5
6
7
8
Substância:
4
, kokusaginina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 34
Isolamento: p. 218, 226,227
8
7
6
5
8a
5a
4
2
3
2'
3'
N
O
OCH
3
CH
3
O
OCH
3
Substância:
5
, maculosidina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 38
Isolamento: p. 218, 226, 227
N
O
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
4
3'
2'
3
2
5a
8a
8
7
6
5
Substância:
6
, esquimianina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 42
Isolamento: p. 227
Substâncias Isoladas
17
N
O
OCH
3
O
O
2'
3'
4
5
6
7
8
8a
5a
2
3
9
Substância:
7
, maculina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 46
Isolamento: p.213
8a
5a
7
6
N
O
OMe
O
O
OMe
5
8
4
2
3
2'
3'
9
Substância:
8
, flindersiamina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 50
Isolamento: p.211, 214, 215, 218
N
OO
O
OMe
OMe
OH
3'
2'
4
5
8
6
7
5a
8a
2
3
9
Substância:
9
, 5-hidroxifindersiamina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 55
Isolamento: p. 211
4
8a
5a
8
7
6
5
3
2
N
OCH
3
O
CH
3
Substância:
10
, N-metil-4-metoxi-2-quinolona.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 58
Isolamento: p. 226
N O
OCH
3
CH
3
OCH
3
OCH
3
2
3
4
5
6
7
8
8a
5a
Substância:
11
, N-metil-4,7,8-trimetoxi-2-quinolona.
Procedência: caule de Galipea carinata
Identificação: p. 62
Isolamento: p. 222, 226
NCH
3
O
OCH
3
O
OCH
3
3
5
6
8
2
4
5a
7
8a
Substância:
12
, N,4,7-trimetoxi-2-quinolona.
Procedência: caule de Galipea carinata
Identificação: p. 68
Isolamento: p. 222
N
O
O
CH
3
2
3
1'
2'
3'
4'
5'
5
6
7
8
5a
8a
4
Substância:
13
, N-metil-flindersina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 73
Isolamento: p. 225
N
N
N
O
H
9
10
12
11
12a
9a
8a
8
7
13a
14a
1a
1
2
3
4
4a
5
Substância
14
, rutacarpina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 77
Isolamento: p. 225
Substâncias Isoladas
18
CG/EM
N
CH
3
CH
3
CH
3
HO
1'
2'
3'
4'
5'
6'
2
1
Cl
-
Substância:
15
, candicina.
Procedência: caule de Galipea carinata
Identificação: p. 81
Isolamento: p. 221
N
O
H
1'
2'
3'
4'
5'
6'
7
8
1
2
3
4
5
6
9
Substância:
16,
N-(1’-feniletil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 84
Isolamento: p. 225, 226
9
8
7
6'
5'
4'
3'
2'
1'
N
O
H
9
1
2
3
4
5
6
Substância:
17
, N-(1’-fenilpropil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 88
Isolamento: p. 225
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Substância:
18,
N-(1’-feniltertbutil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 90
Isolamento: p. 224
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
10
Substância:
19
N-(1’-fenilisopentil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 92
Isolamento: p. 224
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
N
O
H
11
Substância:
20
N-(1’-fenil-8-metilbutil)amida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 94
Isolamento: p. 224
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1'
2'
3'
4'
Substância:
21
N-isobutil-(2E)-tetradecandienamida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 96
Isolamento: p. 224
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1'
2'
3'
4'
Substância:
22,
N-isobutil-(2E,4E,)-tetradecandienamida.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 99
Isolamento: p. 224
Substâncias Isoladas
19
N
CH
3
H
COO
-
Hb
Ha
Ha
Hb
Ha
Hb
2
3
4
5
Substância:
23
, N-metilprolina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 101
Isolamento: p. 218, 219
N
CH
3
H
COO
-
Hb
Ha
HO
Hb
Ha
Hb
2
3
4
5
Substância:
24
, 4-hiroximetilprolina.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 102
Isolamento: p.218, 219
4
O
O
HH
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Substância:
25
, eudesmina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 105
Isolamento: p. 213, 214, 215, 216
4
O
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
HH
OCH
3
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Substância:
26
, epieudesmina.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 109
Isolamento:p. 215
4
O
O
HH
OCH
3
CH
3
O
HO
OCH
3
OCH
3
OH
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Substância:
27
, seringaresinol.
Procedência: caule de Balfourodendron riedelianum
Identificação: p. 113
Isolamento: p. 226
OCH
3
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
1
2
3
4
5
6
1'
2'
3'
Substância:
28
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 116
Isolamento: p. 212, 217
Substâncias Isoladas
20
OCH
3
O
OCH
3
HO
CH
3
O
1
2
3
4
5
6
1'
Substância:
29
, metilseringato.
Procedência: folhas de Helietta apiculata
Identificação: p. 120
Isolamento: p. 217
OH
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
1
2
3
4
2. Objetivos
3. Determinação
Estrutural
Determinação Estrutural
22
3. Determinação Estrutural das Substâncias Isoladas
3.1 Alcalóides
As plantas da família Rutaceae são capazes de produzir uma grande
variedade de alcalóides derivados do ácido antranílico tais como
furoquinolínicos, furoquinolônicos, 2-quinolona, 4-quinolona, piranoquinolonas e
acridônicos, dentre outros (WATERMAN, P. J., 1999).
3.1.1 Substância 1
O alcalóide do tipo furoquinolínico 1 foi isolado das frações BRCMD531 e
532, provenientes da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de
Balfourodendron riedelianum e sua estrutura foi determinada com base em
espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por comparação com dados da
literatura (PUSSET, J. et. al, 1991).
No espectro de RMN
1
H de 1 (Figura 3.4) observam-se sinais de 6
hidrogênios aromáticos e o sinal de uma metoxila bastante desblindada
característica de alcalóides furoquinolínicos em δ 4,37 (3H, s). O espectro de
RNM
1
H mostra sinais em δ 7,57 (1H, d, J=2,8 Hz) e δ 7,00 (1H, d, J=2,8 Hz)
relativos aos hidrogênios do anel furânico que foram atribuídos aos hidrogênios
H-2’e H-3’, respectivamente. O sinal obeservado em δ 8,24 (1H, ddd) foi
atribuído ao H-5 que acopla com H-6 com constante orto de 8,5 Hz, com H-7
com constante meta de 1,4 Hz e com H-8 com constante para de 0,5 Hz. O sinal
em δ 8,01 (1H, ddd) foi atribuído ao H-8, que acopla com H-7 com constante orto
de 8,5 Hz com H-6 com constante meta de 1,4 Hz.
O sinal em δ 7,45 (1H, ddd) foi atribuído ao H-6 que acopla com duas
constantes orto de 8,3 e 8,6 Hz com H-5 e H-7, respectivamente. Ainda, H-6
mostra acoplamento com constante meta de 1,4 Hz com H-8. O sinal em δ 7,59
(1H, ddd) foi atribuído ao H-7 que assim como H-6 acopla com duas constantes
N
O
OCH
3
6
7
8
5
5a
8a
4
2
2'
3'
3
Determinação Estrutural
23
orto de 8,5 e 8,6 Hz com H-8 e H-6, respectivamente e com uma constante
pequena de 1,4 Hz referente ao acoplamento meta com H-5.
A análise do espectro de RMN
13
C (Figura 3.4) indica a presença de 12
carbonos, sendo um deles relativo a metoxila em δ 58,4.
O espectro de massas da substância 1 (Figura 3.5) apresentou pico do
íon molecular m/z 199, indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a fórmula molecular C
12
H
9
NO
2
. Ainda é possível
observar os principais fragmentos m/z 184 [M-15]+ e m/z 156 [M-43]+. Com
base em todos os dados obtidos para a substância 1 juntamente com os dados
da literatura (Tabela 3.3), a substância 1 foi identificada como alcalóide
dictamina.
Tabela 3.3: Dados de RMN
1
H e
13
C de 1 e comparação com a literatura.
Substância 1
(200/50 MHz, CDCl
3
)
PUSSET, J. et al., 1991.
(200/50 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 163,7 - 168,9
3 - 103,3 - 103,7
4 - 156,7 - 157,0
5a - 118,6 - 119,0
Determinação Estrutural
24
Figura 3.4: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 1.
Determinação Estrutural
25
Figura 3.5: Espectro de massas da substância 1 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
O
CH
3
m/z 199
CH
3
M-15
N
O
O
m/z 184
-CO
M-28
N
O
m/z 156
Determinação Estrutural
26
3.1.2 Substância 2
O alcalóide do tipo furoquinolínico 2 foi isolado das frações
BRCMD825,8242,8243,8244 e 7311, proveniente da fração diclorometano do
extrato metanólico do caule de Balfourodendron riedelianum, e sua estrutura foi
determinada com base em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por
comparação com dados da literatura (PUSSET, J. et al., 1991).
No espectro de RMN
1
H de 2 (Figura 3.6) observam-se sinais de 5
hidrogênios aromáticos e dois sinais de hidrogênios de metoxila, sendo um
bastante desblindado em δ 4,43 (3H, s) característico de alcalóides
furoquinolínicos, e outro em δ 3,94 (3H, s). O espectro de RMN
1
H mostra sinais
em δ 7,59 (1H, d, J= 2,8 Hz) e δ 7,00 (1H, d, J= 2,8 Hz) relativos aos hidrogênios
do anel furânico que foram atribuídos aos hidrogênios H-2’e H-3’,
respectivamente. O espectro de RMN
1
H mostra ainda sinais em δ 7,88 (1H, d,
J= 9,1Hz) relativos ao H-5, que acopla com H-6 com constante orto de 9,1 Hz. O
sinal em δ 7,31 (1H, dd, J=9,1; 2,9 Hz) foi atribuído ao H-6, que acopla com H-5
com uma constante orto de 9,1Hz e com o H-8 com uma constante meta de 2,9
Hz. O sinal em δ 7,48 (1H, dl, J= 2,9 Hz) foi atribuído ao H-8, que acopla com
uma constante meta com H-6.
A análise do espectro de RMN
13
C (Figura 3.6) indica a presença de 13
carbonos, sendo dois deles referentes a metoxilas. Um deles é característico de
alcalóides furoquinolínicos, em δ 58,8 e outro em δ 55,5 atribuído como
substituinte do C-7.
O espectro de massas da substância 2 (Figura 3.7) apresentou pico do
íon molecular m/z 229 indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a rmula molecular C
13
H
11
NO
3
. Ainda é possível
observar os principais fragmentos m/z 214 [M-15]
+
e m/z 166 [M-28]
+
. Com base
em todos os dados obtidos para a substância 1, juntamente com os dados da
literatura (Tabela 3.4), a substância 2 foi identificada como alcalóide evolitrina.
N
O
OCH
3
CH
3
O
3'
2'
3
2
4
8a
5a
5
6
7
8
Determinação Estrutural
27
Tabela 3.4: Dados de RMN
1
H e
13
C de 2 e comparação com a literatura.
Substância 2
(200/50 MHz, CDCl
3
)
PUSSET, J. et al., 1991.
(200/50 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 162,5 - 161,5
3 - 103,3 - 102,3
4 - 156,0 - 157,3
5a - 117,8 - 113,6
5
7,88 (1H, d, J=9,1)
119,0
8,15 (1H, d, J=9,3)
116,8
6
7,31 (1H, dd, J= J=9,1; 2,9)
122,3
7,09 (1H, dd, J=9,3; 2,6)
123,6
7 - 155,5 - 147,7
8
7,48 (1H, d, J= 2,9)
104,5
7,33 (1H, d, J=2,6)
106,0
8a - 143,5 - 142,5
2’
7,59 (1H, d, J=2,8)
142,5
7,57 (1H, d, J=2,8)
142,4
3’
7,00 (1H, d, J=2,8)
103,6
7,05 (1H, d, J=2,8)
104,4
4-OCH
3
4,37 (3H, s)
58,8
4,30 (3H, s)
59,0
8- OCH
3
3,94 (3H, s)
55,5
3,88 (3H, s)
55,5
Determinação Estrutural
28
Figura 3.6: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 2.
Determinação Estrutural
29
Figura 3.7: Espectro de massas da substância 2 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
O
CH
3
CH
3
O
N
O
O
CH
3
O
m/z 229
m/z 214
CH
3
M-15
N
O
CH
3
O
m/z 186
-CO
M-28
Determinação Estrutural
30
3.1.3 Substância 3
O alcalóide do tipo furoquinolínico 3 foi isolado das frações BRCMA 6321
proveniente da fração acetato de etila do extrato metanólico do caule de
Balfourodendron riedelianum e sua estrutura foi determinada com base em
espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por comparação com dados da
literatura (CUCA, L. E., et al., 1988).
No espectro de RMN
1
H de 3 (Figura 3.8) observaram-se 5 sinais de
hidrogênios.Três deles referentes aos hidrogênios aromáticos e dois sinais
relativos a hidrogênios de metoxila, sendo um mais desblindado em δ 4,47(3H,
s), característico de alcalóides furoquinolínicos, e outro em δ 4,09 (3H, s)
atribuído aos hidrogênios de grupos metoxila substituídos no carbono C-4 e C-8,
respectivamente. O espectro de RMN
1
H mostrou sinais em δ 7,66 (1H, d, J= 2,8
Hz) e δ 7,09 (1H, d, J= 2,8 Hz) relativos aos hidrogênios do anel furânico,
atribuídos aos hidrogênios H-2’e H-3’, respectivamente. O espectro de RMN
1
H
ainda mostrou um sinal em δ 7,84 (1H, dd, J= 8,6 e 0,9 Hz) referente ao
hidrogênio H-5, que acopla com uma constante orto de J= 8,6 Hz com H-6 e com
uma constante meta de J= 0,9 Hz com H-7. Para o hidrogênio H-6 atribuiu-se o
sinal em δ 7,37 (1H, dd, J= 8,6 e 7,7 Hz), que acopla com constante orto com o
hidrogênio H-5 e também com constante orto de J= 7,7 Hz com H-7. O sinal em
δ 7,06 (1H, dl) foi atribuído ao hidrogênio H-7.
A análise do espectro de RMN
13
C (Figura 3.8) indica a presença de 13
carbonos, send dois deles referentes a metoxilas. Um deles é característico de
alcalóides furoquinolínicos, em δ 59,3, ligado ao carbono C-4, e outro em δ 55,9
atribuído como substituinte do carbono C-7.
O espectro de massas da substância 3 (Figura 3.9) apresentou pico do
íon molecular m/z 229 indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a fórmula molecular C
13
H
11
NO
3
. Ainda foi possível
observar os principais fragmentos m/z 228 [M-1]
+
, m/z 214 [M-15]
+
e m/z 200 [M-
29]
+
. Com base em todos os dados obtidos para a substância 2 juntamente com
os dados da literatura (Tabela 3.5), a substância 3 foi identificada como alcalóide
γ-fagarina .
N
O
OCH
3
OCH
3
4
3'
2'
3
2
5a
8a
8
7
6
5
Determinação Estrutural
31
Tabela 3.5: Dados de RMN
1
H e
13
C de 3 e comparação com a literatura.
Substância 3
(200/50 MHz, CDCl
3
)
CUCA, L. E., et al., 1998.
(200/50 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ
δδ
δ
(ppm)
δ
δδ
δ (ppm), J (Hz) δ
δδ
δ
(ppm)
2 - 163,2 - 163,0
3 - 119,7 - 119,7
4 - 156,6 - 156,7
- 103,9 - 103,9
5
7,84 (1H, dd, J= 8,6 e 0,9)
114,0
7,85 (1H, dl, J= 8,5)
114,0
6
7,37 (1H, dd, J= 8,6 e 7,7)
123,4
7,34 ( 1H, ddd, J= 8,5; 7,8; 0,9)
123,9
7
7,04 (1H, dl)
107,8
7,07 (1H, dl, J= 7,8)
107,8
8 - 154,6 - 154,6
8a - 137,5 - 137,5
2’
7,66 (1H, d, J= 2,8)
143,5
7,65 (1H, d, J= 2,8)
143,5
3’
7,09 (1H, d, J= 2,8)
104,5
7,09 ( 1H, d, J= 2,8)
104,5
4-OCH
3
4,47 (3H, s)
59,1
4,44 (3H, s)
59,3
8- OCH
3
4,09 (3H, s)
55,9
4,07 (3H, s)
55,9
Determinação Estrutural
32
Figura 3.8: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 3.
Determinação Estrutural
33
Figura 3.9: Espectro de massas da substância 3 (IE –70 eV) e fragmentação.
H
(M-1)
N
O
O
CH
3
OCH
3
N
O
O
CH
3
OCH
3
N
O
H
H
OCH
3
m/z 200
OCH
3
(M-29)
m/z 229
m/z 229
N
O
O
CH
2
H
OCH
3
N
O
O
OCH
3
CH
2
m/z 228
N
O
OCH
3
O
CH
3
CH
3
(M-15)
N
O
OCH
3
O
m/z 214
Determinação Estrutural
34
3.1.4 Substância 4
O alcalóide do tipo furoquinolínico 4 foi isolado das frações BRCMD94423
e 10322, proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de
Balfourodendron riedelianum e sua estrutura foi determinada com base em
espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por comparação com dados da
literatura (PUSSET, J. et al., 1991, AYAFOR, J. F., et al., 1982).
No espectro de RMN
1
H de 4 (Figura 3.10) observam-se sinais de 4
hidrogênios aromáticos, além dos sinais de três hidrogênios de metoxila em δ
4,36 (3H, s), δ 3,99 (3H, s) e δ3,98 (3H, s) - o primeiro deles, bastante
desblindado, é característico de alcalóides furoquinolínicos. O espectro de RMN
1
H mostra dois sinais em δ7,50 (1H, d, J= 2,8 Hz) e δ 6,96 (1H, d, J= 2,8 Hz)
realtivos aos hidrogênios do anel furânico que foram atribuídos aos hidrogênios
H-2’ e H-3’, respectivamente. O sinal observado em δ 7,39 (1H, s) foi atribuído
ao H-5 enquanto que o outro sinal em δ 7,29 (1H, s) foi atribuído ao H-8. Assim,
pode-se concluir que este alcalóide furoquinolínico apresenta dois grupos
metoxila, anteriormente descritos, como substituintes no anel aromático, nas
posições C-6 e C-7.
A análise do espectro de RMN
13
C (Figura 3.10) indica a presença de 14
carbonos, sendo três deles relativos a metoxilas: δ 58,7, δ 55,9 e δ 55,8. O
primeiro é característico de alcalóides furoquinolínicos.
O espectro de massas da substância 4 (Figura 3.11) apresentou pico do
íon molecular m/z 259 indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a rmula molecular C
14
H
13
NO
4
. Ainda é possível
observar os principais fragmentos m/z 244 [M-15]
+
, m/z 229 [M-15]
+
e m/z 186
[M-28]
+
. Com base em todos os dados obtidos para a substância, juntamente
com os dados da literatura (Tabela 3.6), a substância 4 foi identificada como
alcalóide kokusaginina.
N
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
3'
2'
3
2
4
5a
8a
5
6
7
8
Determinação Estrutural
35
Tabela 3.6: Dados de RMN
1
H e
13
C de 4 e comparação com a literatura.
Substância 4
(200/50 MHz, CDCl
3
)
PUSSET, J. et al., 1991.
(200/50 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 162,9 - 163,1
3 - 102,1 - 102,3
4 - 155,4 - 155,6
5a - 112,9 - 113,1
5
7,39 (1H, s)
100,2
7,07 (1H, d, J= 3,0)
100,4
6 - 147,7 - 147,9
7 - 155,5 - 152,8
8
7,29 (1H, s)
106,7
7,31 (1H, s)
106,7
8a - 142,5 - 142,7
2’
7,50 (1H, d, J=2,8)
142,3
7,61 (1H, d, J= 3,0)
142,4
3’
6,96 (1H, d, J=2,8)
104,5
7,02 (1H, d, J= 3,0)
104,5
4-OCH
3
4,36 (3H, s)
58,7
4,37 (3H, s)
58,8
6-OCH
3
3,98 (3H, s)
55,9
4,00 (3H, s)
56,0
8-OCH
3
3,99 (3H, s)
55,8
4,02 (3H, s)
56,0
Determinação Estrutural
36
Figura 3.10: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 4.
Determinação Estrutural
37
Figura 3.11: Espectro de massas da substância 4 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
O
CH
3
CH
3
O
CH
3
O
N
O
O
O
O
CH
3
CH
3
m/z 259
m/z 244
CH
3
M-15
M-15
CH
3
N
O
O
CH
3
O
O
m/z 229
A
A
CO
M-28
B
B
N
O
CH
3
O
CH
3
O
m/z 186
Determinação Estrutural
38
3.1.5 Substância 5
O alcalóide do tipo furoquinolínico 5 foi isolado das frações BRCMD9451
e 95323, proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de
Balfourodendron riedelianum e sua estrutura foi determinada com base em
espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por comparação com dados da
literatura (ROBERTSON, A.V., 1962).
No espectro de RMN
1
H de 5 (Figura 3.12), observam-se sinais de 4
hidrogênios aromáticos além dos sinais 3 hidrogênios de grupos metoxila: δ
4,38 (3H, s), δ 4,02 (3H, s) e δ 3,89 (3H, s), o primeiro deles, bastante
desblindado, é característico de alcalóides furoquinolínicos. O espectro de RMN
1
H mostra dois sinais em δ 7,56 (1H, d, J=2,8 Hz) e δ 6,98 (1H, d, J= 2,8 Hz)
relativos aos hidrogênios do anel furânico, que foram atribuídos aos hidrogênios
H-2’ e H-3’, respectivamente. O sinal observado em δ 7,02 (1H, d, J= 2,5 Hz) foi
atribuído ao hidrogênio H-5, que acopla em meta de 2,5 Hz com H-7. O outro
sinal em δ 6,70 (1H, d, J= 2,5 Hz) foi atribuído ao hidrogênio H-7 que acopla com
constante meta de 2,5 Hz com H-5. Assim, pode-se concluir que este alcalóide
furoquinolínico apresenta dois grupos metoxila, anteriormente descritos, como
substituintes no anel aromático, nas posições C-6 e C-8.
A análise do espectro de RMN
13
C (Figura 3.12) indica a presença de 14
carbonos, sendo três deles relativos a metoxilas: δ 58,7, δ 55,9 e δ 55,3. O
primeiro é característico de alcalóides furoquinolínicos.
O espectro de massas da substância 5 (Figura 3.13) apresentou pico do
íon molecular m/z 259, indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a rmula molecular C
14
H
13
NO
4
. Ainda é possível
observar os principais fragmentos m/z 244 [M-15]
+
e m/z 230 [M-28]
+
. Com base
em todos os dados obtidos para a substância juntamente com os dados da
literatura (Tabela 3.7), a substância 5 foi identificada como alcalóide
maculosidina.
8
7
6
5
8a
5a
4
2
3
2'
3'
N
O
OCH
3
CH
3
O
OCH
3
Determinação Estrutural
39
Tabela 3.7: Dados de RMN
1
H e
13
C de 5 e comparação com a literatura.
Substância 5
(200/50 MHz, CDCl
3
)
PAULINI, H., et al., 1989.
(400/100 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 162,9 - 163,1
3 - 102,1 - 102,3
4 - 155,4 - 155,6
5a - 112,9 - 113,1
5 7,02 (1H, d, J= 2,5) 100,2
7,07 (1H, d, J= 3,0)
100,4
6 - 147,7 - 147,9
7 6,70 (1H, d, J= 2,5) 155,5
6,73 (1H, d, J=3,0)
152,8
8 - 106,7 - 106,7
8a - 142,5 - 142,7
2’
7,56 (1H, d, J=2,8)
142,3
7,61 (1H, d, J= 3,0)
142,4
3’
6,98 (1H, d, J=2,8)
104,5
7,02 (1H, d, J= 3,0)
104,5
4-OCH
3
4,37 (3H, s)
58,7
4,41 (3H, s)
58,8
6-OCH
3
4,02 (3H, s)
55,9
4,05 (3H, s)
56,0
8-OCH
3
3,89 (3H, s)
55,8
3,92 (3H, s)
56,0
Determinação Estrutural
40
Figura 3.12: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 5.
Determinação Estrutural
41
Figura 3.13: Espectro de massas da substância 5 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
O
CH
3
CH
3
O
OCH
3
N
O
O
CH
3
O
OCH
3
m/z 259
m/z 244
CH
3
M-15
N
O
CH
3
O
OCH
3
OCH
3
m/z 230
N
O
CH
3
O
OCH
3
CHO
M-29
N
O
OCH
3
CH
3
O
m/z 230
Determinação Estrutural
42
3.1.6 Substância 6
O alcalóide do tipo furoquinolínico 6 foi isolado da fração BRCMD953223,
proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de
Balfourodendron riedelianum e sua estrutura foi determinada com base em
espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por comparação com dados da
literatura (PAULINI, H., et. al.; 1989, CHAKRAVARTY, A. K., et al., 1999 e
CUCA, L. E., et al., 1998).
No espectro de RMN
1
H da substância 6 (Figura 3.14), observam-se sinais
de 4 hidrogênios, sendo 2 deles referentes a hidrogênios aromáticos, 2
hidrogênios referentes ao anel furânico, além de 3 sinais de hidrogênios de
grupos metoxila. Os sinais em δ 4,44 (3H, s), δ 4,11 (3H, s) e 4,04 (3H, s),
atribuídos aos hidrogênios de grupos metoxilas substituídos nos carbonos C-4,
C-8 e C-7, respectivamente. O sinal em δ 8,00 (1H, d, J= 9,4 Hz) foi atribuído ao
hidrogênio H-5, que acopla com uma constante orto de J= 9,4 Hz com o
hidrogênio H-6. Para o hidrogênio H-6 foi atribuído o sinal em δ 7,22 (1H), porém
sua constante de acoplamento não pôde ser calculada, uma vez que o sinal
referente a este hidrogênio sobrepõe com o sinal do solvente CDCl
3
em δ 7,27.
Os sinais em δ 7,58 (1H, d, J= 2,8 Hz) e δ 7,05 (1H, d, J= 2,8 Hz) foram
atribuídos aos hidrogênios H-2’ e H-3’ do anel furânico, respectivamente.
A análise do espectro de RMN
13
C (Figura 3.14) indica a presença de 14
carbonos, sendo três deles relativos a metoxilas: δ 58,99, δ 56,87 e δ 61,66
substituídas nos carbonos C-4, C-7 e C-8, respectivamente. Os demais sinais
estão descritos na Tabela 8, a seguir.
O espectro de massas da substância 6 (Figura 3.15) apresentou pico do
íon molecular m/z 259, indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a rmula molecular C
14
H
13
NO
4
. Ainda é possível
observar os principais fragmentos m/z 244 [M-15]
+
e m/z 230 [M-28]
+
. A
substância 6, com base em todos os dados obtidos para ela e nos da literatura
(Tabela 3.8) , foi identificada como o alcalóide esquimianina.
N
O
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
4
3'
2'
3
2
5a
8a
8
7
6
5
Determinação Estrutural
43
Tabela 3.8: Dados de RMN
1
H e
13
C de 6 e comparação com a literatura.
Substância 6
(200/50 MHz, CDCl
3
)
PAULINI, H., et al., 1989.
(400/100 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 152,19 - 152,19
3 - 114,95 - 114,88
4 - 157,22 - 157,26
5a - 102,08 - 102,05
5 8,00 (1H, d, J=9,4) 118,13 7,4( )02(77/)-4 4957 443.996 5.99609 ref2698,9609 re9-2(J=)4(2754(,)-2(4)(,)7401.64d(d)Tj8-)3( )-7022(1)-4(5)44(2)-4(,)7.99805(0)-4(5)836
Determinação Estrutural
44
Figura 3.14: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 6.
Determinação Estrutural
45
Figura 3.15: Espectro de massas da substância 6 (IE –70 eV) e fragmentação.
m/z 259
H
(M-1)
N
O
OCH
3
O
CH
3
O
CH
2
H
N
O
OCH
3
O
CH
3
O
CH
2
m/z 258
CH
3
(M-15)
N
O
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
N
O
OCH
3
CH
3
O
O
m/z 244
N
O
O
CH
3
OCH
3
CH
3
O
N
O
O
CH
3
OCH
3
N
O
H
H
OCH
3
m/z 230
OCH
3
(M-29)
m/z 259
Determinação Estrutural
46
3.1.7 Substância 7
O alcalóide do tipo furoquinolínico 7 foi isolado das fração HAFMD 463,
proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico das folhas de Helietta
apiculata e sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por comparação com dados da literatura (PAULINI, H.,
et. al.; 1989).
No espectro de RMN
1
H da substância 7 (Figura 3.16), observaram-se
sinais de dois hidrogênios aromáticos, um sinal de hidrogênio de metoxila,
característico de alcalóides furoquinolínicos em δ 4, 41 (3H, s). O espectro ainda
mostra um sinal em δ 6,08 (2H, s), referente aos hidrogênios de um grupo
metilenodioxi, H-9. Os sinais em δ 7,01 (1H, d, J= 2,8 Hz) e em δ 7,56 (1H, d,
J= 2,8 Hz), referem-se aos hidrogênios do anel furânico H-3’ e H-2’,
respectivamente. Os dois sinais em δ 7,51 (1H, s) e δ 7,30 (1H, s), foram
atribuídos aos hidrogênios do anel aromático H-5 e H-8, respectivamente.
O espectro de RMN
13
C (Figura 3.16), mostra sinais de 10 carbonos,
sendo possível elucidar a estrutura e estando de acordo com os dados da
literatura. O sinal em δ 58,8 foi decisivo para a constatação de um alcalóide
furoquinolínico, atribuído ao carbono do grupo metoxila substituido no carbono
C-4.
O espectro de massas da substância 7 (Figura 3.17) apresentou pico do
íon molecular m/z 243, indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a fórmula molecular C
14
H
9
NO
4
. Ainda é possível
observar os principais fragmentos m/z 228 [M-15]
+
e m/z 200 [M-28]
+
. Com base
em todos os dados obtidos para a substância juntamente com os dados da
literatura (Tabela 3.9), a substância 7 foi identificada como alcalóide maculina.
N
O
OCH
3
O
O
2'
3'
4
5
6
7
8
8a
5a
2
3
9
Determinação Estrutural
47
Tabela 3.9: Dados de RMN
1
H e
13
C de 7 e comparação com a literatura.
Substância 7
(200/50 MHz, CDCl
3
)
PAULINI, H. et al., 1989.
(400/100 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 163,11 - 163,1
3 - 114,34 - 114,4
4 - 155,58 - 156,0
5a - 102,54 - 102,6
5
7,51 (1H, s)
101,58
7,51 (1H, d, J= 0,5)
101,6
6 - 146,10 - 146,1
7 - 150,77 - 150,8
8
7,30 (1H, s)
104,48
7,30 (1H, d, J= 0,5)
104,5
8a - 143,84 - 143,9
2’
7,56 (1H, d, J=2,8)
142,60
7,57 (1H, d, J= 3,0)
142,6
3’
7,01 (1H, d, J=2,8)
104,48
7,02 (1H, d, J= 3,0)
104,5
OCH
3
4,41 (3H, s)
58,92
4,40 (3H, s)
58,9
OCH
2
O
6,08 (2H, s)
98,02
6,08 (2H, s)
98,0
Determinação Estrutural
48
Figura 3.16: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 7.
200 150 100 50 0
Chloroform-d
163.11
155.58
150.77
146.10
143.84
142.60
104.48
102.54
101.58
98.02
77.64
76.37
58.92
Determinação Estrutural
49
Figura 3.17: Espectro de massas da substância 7 (IE -70eV) e fragmentação.
N
OO
O
O
CH
3
m/z 243
CH
3
(M-15)
m/z 228
N
OO
O
O
N
OO
O
m/z 200
- CO
(M-28)
Determinação Estrutural
50
3.1.8 Substância 8
O alcalóide do tipo furoquinolínico foi isolado das fração HAFMD 62511,
proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico das folhas de Helietta
apiculata e sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também em dados da literatura (PAULINI, H., et. al.; 1989,
CLUGSTON, D. M., et al., 1965, ROBERTSON, A, V., 1963, e BIAVATTI, M.W.,
et al., 2002).
No espectro de RMN
1
H (Figura 3.18) observou-se apenas um sinal de
hidrogênio aromático em δ 7,26 (1H, s), referente ao hidrogênio H-5. O espectro
ainda mostrou um sinal em δ 4,47 (3H, s), característico de hidrogênios de grupo
metoxila de alcalóides furoquinolínicos, além de um outro sinal em δ 4,13
referente aos hidrogênios do outro grupo metoxila, substituído na posição C-8.
Os sinais em δ 7,82 (1H, d, J= 2,8 Hz) e em δ 7,35 (1H, d, J=2,8 Hz), foram
atribuídos aos hidrogênios do anel furânico H-2’ e H-3’, respectivamente. O sinal
em δ 6,15 (2H, s) foi atribuído aos hidrogênios metilênicos do grupo
metilenodióxi, na posição C-9.
O espectro de RMN
13
C (Figura 3.18) mostrou 14 sinais de carbonos. Os
sinais em δ 58,93 e δ 60,56 foram atribuídos aos carbonos dos grupos metoxila
substituídos nos carbonos C-4 e C-8, respectivamente. Os sinais em δ 104,29, δ
142,29 e δ 101,48 foram atribuídos aos carbonos C-3’e C-2’ do anel furânico,
enquanto que o último foi atribuído ao cabono C-9, do grupo metilenodioxi. Em δ
92,36, foi atribuído o sinal referente ao carbono C-5. Aos demais sinais foram
atribuídos os carbonos quaternários: C-2, δ 162,49; C-3, δ 114,90; C-4, δ 102,86;
C-6, δ 146,67; C-7, δ 138,02, C-8, δ 137,75 e finalmente C-5a, δ 102,86 e C-8a, δ
135,87. A Tabela 3.10 a seguir, sumariza os dados espectrocópicos para a
substância 8.
8a
5a
7
6
N
O
OMe
O
O
OMe
5
8
4
2
3
2'
3'
9
Determinação Estrutural
51
Tabela 3.10: Dados de RMN
1
H e
13
C de 8 e comparação com a literatura.
Substância 8
(400 MHz, acetona-d
6
/50 MHz, CDCl
3
)
PAULINI, H., et al., 1989.
(400/100 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 162,49 - 162,56
3 - 114,90 - 114,97
4 - 156,05 - 156,07
5a - 102,86 - 102,90
5 7,26 (1H, s) 92,36 7,25 (1H, s) 93,39
6 - 146,67 - 146,71
7 - 138,02 - 138,03
8 - 137,75 - 137,70
8a - 135,87 - 135,97
2’ 7,82 (1H, d, J= 2,8) 142,93 7,57 (1H, d, J= 3,0) 142,97
3’ 7,35 (1H, d, J=2,8) 104,29 7, 01 (1H, d, J= 3,0) 104,29
4-OCH
3
4,47 (3H, s) 58,93 4,38 (3H, s) 58,92
8-OCH
3
4,13 (3H, s) 60,56 4,25 (3H, s) 60,58
OCH
2
O 6,15 (2H, s) 101,48 6,05 (2H, s) 101,36
Determinação Estrutural
52
Figura 3.18: Espectros de RMN
1
H (400 MHZ, acetona-d
6
) e de RMN
13
C
(50 MHz, CDCl
3
), da substância 8.
Determinação Estrutural
53
1 3
2
Figura 3.19: Espectros de NOE-diff e correlações da substância 8 (400 MHz,
acetona-d
6
).
Nos espectros de NOE-diff (Figura 3.19) pôde-se confirmar a proposta
estrutural, uma vez que ao analisar o espectro 1, onde se irradiou o hidrogênio
H-2’, ocorreu intensificação do sinal referente ao hidrogênio H-3’. A recíproca
também é verdadeira. Ao se irradiar o hidrogênio H-5, espectro 2, não houve
intensificação do sinal em δ 4,47 referente aos hidrogênios do grupo metoxila
substituidos no carbono C-4, como esperado. Ao se irradiar o sinal para os
hidrogênios da metoxila ligadas a C-8, espectro 3, também não se observa
intensificação de nenhum sinal, o que seria esperado. Esses dados estão de
acordo com BIAVATTI, M. W., 2002, uma vez que pela estrutura de raios-X
foi possível determinar-se o posicionamento do grupo metoxila ligado ao
carbono C-4 e no carbono C-8.
N
O
OCH
3
O
O
OCH
3
5
6
7
8
8a
5a
4
2
3
2'
3'
(7, 83 ppm)
(7, 35 ppm)
(4, 48 ppm)
( 7, 26 ppm)
Determinação Estrutural
54
O espectro de massas para a substância 8 (Figura 3.20) apresentou pico
do íon molecular m/z 273, indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a fórmula molecular C
14
H
11
NO
5
. Puderam-se
observar ainda os principais fragmentos m/z 258 [M-15]
+
e m/z 244 [M-29]
+
. Com
base nos dados obtidos, unidos aos dados da literatura, pôde-se concluir que a
substância 8 trata-se do alcalóide furoquinolínico flindersiamina.
Figura 3.20: Espectro de massas da substância 8 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
OO
O
O
CH
2
H
OCH
3
m/z 273
H
(M-1)
m/z 272
N
OO
O
O
OCH
3
CH
2
N
OO
O
O
O
CH
2
CH
3
m/z 272
m/z 257
N
O
O
O CH
2
O
O
CH3
(M-15)
N
OO
O
OCH
3
O
CH
3
m/z 273
m/z 258
N
O
O
OCH
3
O
O
CH3
(M-15)
N
OO
O
OCH
3
m/z 230
-CO
(M-28)
Determinação Estrutural
55
3.1.9 Substância 9
O alcalóide do tipo furoquinolínico foi isolado das fração HAFMD 62511,
proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico das folhas de Helietta
apiculata, e sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também em dados da literatura (PAULINI, H., et. al.; 1989,
CLUGSTON, D. M., et al., 1965, ROBERTSON, A, V., 1963, e BIAVATTI, M.W.,
et al., 2002).
O espectro de RMN
1
H para a substância 9 (Figura 3.21) apresentou
grande similaridade com o espectro discutido para o alcalóide furoqunolínico
flindersiamina. Neste caso, notou-se apenas a ausência do sinal referente ao
hidrogênio H-5, implicando assim em uma substituição nesta posição, e então
propôs-se a presença de uma hidroxila. A análise do espectro de RMN
1
H
mostrou a presença dos sinais um em δ 7,85 (1H, d, J=2,8 Hz) e o outro em δ
7,32 (1H, d, J=2,8 Hz), referentes aos hidrogênios do anel furânico H-2’e H-3’,
respectivamente. Os sinais em δ 6,22 (2H, s), δ 4,37 (3H, s) e δ 4,09 (3H, s)
foram atribuídos aos hidrogênios do grupo metilenodióxi, substituído no carbono
C-9, e aos hidrogênios do grupo metoxila substitídos em C-4 e C-8,
repectivamente. Pelo fato de esta substância ter sido isolada em pouca
quantidade, o foi possível a obtenção do espectro de RMN
13
C. Os dados
espectroscópicos da substância 9 estão descritos na Tabela 3.11, a seguir.
Desse modo, pôde-se identificar esta substância através do CG/EM unidos aou
outros dados obtidos. O espectro de massas para a substância 9 (Figura 3.23)
apresentou pico do íon molecular de m/z 289, indicando a presença de um
nitrogênio na estrutura, estando assim de acordo com a fórmula molecular
C
14
H
11
NO
6
. Ainda foi possível observar os principais fragmentos m/z 274 [M-15]
+
e m/z 231 [M-43]
+
. A substância 9, com base em todos os dados obtidos para
N
OO
O
OMe
OMe
OH
3'
2'
4
5
8
6
7
5a
8a
2
3
9
Determinação Estrutural
56
ela e nos da literatura (Tabela 3.11) , foi identificada como o alcalóide 5-hidróxi-
flindersiamina, não descartando seu possíveis isômeros (Figura 3.22).
Figura 3.21: Espectro de RMN
1
H (400 MHZ, acetona-d
6
) da substância 9.
Tabela 3.11: Dados de RMN
1
H de 9.
Substância 9
(400 MHz, acetona d-
6
)
H
δ (ppm), J (Hz)
2 -
3 -
4 -
5a -
5 -
6 -
7 -
8 -
8a -
2’ 7,85 (1H, d, J= 2,8)
3’ 7,33 (1H, d, J=2,8)
4-OCH
3
4,37 (3H, s)
8-OCH
3
4,09 (3H, s)
OCH
2
O 6,15 (2H, s)
N
OO
O
OMe
OMe
OH
3
2
4
5
8
N
OO
O
OMe
OH
OMe
3
2
4
5
8
3
2
4
5
8
N
O
MeO
OMeOH
O
O
6
3
2
4
5
8
N
O
HO
OMeOMe
O
O
6
3
2
4
5
8
N
O
OMe
OH
O
O
MeO
N
O
OMe
O
O
HO
OMe
8
5
4
2
3
Figura 3.22: Possíveis isômeros da
substância 9.
Determinação Estrutural
57
Figura 3.23: Espectro de massas da substância 9 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
OO
O
O
CH
3
OCH
3
OH
m/z 289
(M-15)
CH3
m/z 274
N
OO
O
OCH
3
OH O
m/z 246
N
OO
O
OCH
3
OH
-CO
(M-28)
m/z 260
(M-29)
CHO
O
O
N
O
OCH
3
OH
HH
O
O
N
O
OCH
3
OH
O
CH
H
H
CH
2
H
O
O
N
O
OCH
3
OH
O
N
O
OCH
3
O
O
OH
OCH
3
m/z 260
N
O
O
O
OH
OCH
3
CHO
M-29
N
O
O
O
OH
OCH
3
m/z 260
m/z 289
OU
N
O
O
CH
3
O
O
OH
OCH
3
N
O
O
O
O
OH
OCH
3
N
O
H
H
OCH
3
O
O
OH
m/z 260
OCH
3
(M-29)
m/z 289
m/z 289
Determinação Estrutural
58
3.1.10 Substância 10
O alcalóide do tipo 2-quinolona 10 foi isolado da fração
BRCMD11333331, proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico
do caule de Balfourodendron riedelianum, e sua estrutura foi determinada com
base em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também em dados da
literatura (MAFEZOLI, J., 2001).
O espectro de RMN
1
H de 10 (Figura 3.24) mostra sinais de 5
hidrogênios, 4 deles aromáticos, e 1 sinal relativo ao hidrogênio da posição C-3
em δ 6,04 (1H, s). Além disso, observam-se sinais em δ 3,67 (3H, s) e em δ 3,95
(3H, s) relativos aos hidrogênios de grupos metila ligadas a heteroátomos. O
sinal em δ 7,95 (1H, dd, J= 9,8; 1,8 Hz) foi atribuído ao H-5, que acopla com H-6
com uma constante orto e com H-7 com uma constante meta. Em δ 7,22 (1H,
ddd, J= 9,8; 7,1; 1,0 Hz) referente ao hidrogênio H-6, que acopla em orto com H-
5 e H-7, e com uma constante meta com H-8. O sinal em δ 7,58 (1H, ddd, J= 9,0;
7,1 e 1,0Hz) atribuído ao H-7, que acopla com uma constante orto com H-6 e H-
8 e em meta com H-5. O sinal em δ 7,32 (1H, dl, J= 8,6 Hz) foi atribuído ao H-8,
que acopla em orto com H-7 e meta com H-6.
O espectro de RMN
13
C (Figura 3.24) mostra sinais para 11 carbonos,
sendo um deles em δ 55,8, referente a um carbono de metila ligado a um átomo
de oxigênio. O outro sinal de carbono ligado a heteroátomo aparece em δ 29,0,
indicando a presença de um grupamento metila ligado ao átomo de nitrogênio
presente na molécula. O espectro de massas da substância 10 (Figura 3.25)
apresentou pico do íon molecular m/z 189, indicando a presença de um
nitrogênio na estrutura, estando assim de acordo com a fórmula molecular
C
11
H
11
NO
2
. Ainda é possível observar os principais fragmentos m/z 174 [M-15]
+
e m/z 146 [M-28]
+
. Assim, conforme os dados observados no espectro de RMN
1
H,
13
C e CG/EM e na literatura (Tabela 3.12), a substância 10 foi identificada
como o alcalóide 1,4,7-trimetoxi-2-quinolona.
4
8a
5a
8
7
6
5
3
2
N
OCH
3
O
CH
3
Determinação Estrutural
59
Tabela 3.12: Dados de RMN
1
H e
13
C de 10 e comparação com a literatura.
Substância 10
(200/50 MHz, CDCl
3
)
MAFEZOLI, J., 2001.
(400/100 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 163,8 - 163,8
3 - 96,5 - 96,5
4 - 162,7 - 162,7
5a - 116,5 - 116,7
5
7,95 (1H, dd, J= 9,8; 1,8)
123,3
7,96 (1H, dd, J=8,0; 1,5)
123,4
6
7,22 (1H, ddd, J= 9,8; 7,1; 1,0 )
121,6
7,22 (1H, ddd, J=8,0; 7,1; 1,0)
121,7
7
7,58 (1H, ddd, J= 9,0; 7,1; 1,0)
131,2
7,57 (1H, ddd, J=8,6; 7,1; 1,5)
131,2
8
7,32 (1H, dl, J= 8,6 )
114,0
7,33 (1H, d, J=8,6)
114,1
8a - 139,7 - 139,8
4-OCH
3
3,95 (3H, s)
55,8
3,95 (3H, s)
55,8
N-CH
3
3,67 (3H, s)
29,0
3,68 (3H, s)
29,1
Determinação Estrutural
60
Figura 3.24: Espectro de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 10.
Determinação Estrutural
61
Figura 3.25: Espectro de massas da substância 10 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
O
CH
3
CH
3
CH
3
N
O
O
CH
3
m/z 189
m/z 174
M-15
CO
M-28
N
CH
3
O
m/z 146
Determinação Estrutural
62
3.1.11 Substância 11
O alcalóide do tipo 2-quinolona 11 foi isolado das fração GCCMD 5733,
proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de Galipea
carinata e sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também em experimentos de RMN 2D, COSY (
1
H-
1
H), HMBC e
HSQC.
O espectro de RMN
1
H para a substância
11
(Figura 3.26), mostrou dois sinais em δ 7,98 (1H, d, J= 9,0 Hz) e em δ 6,84 (1H,
d, J= 9,0 Hz), os quais foram atribuídos aos hidrogênios H-5 e H-6,
respectivamente, que acoplam em orto com uma constante de J= 9,0 Hz. O sinal
em δ 5,93 (1H, s), característico de alcalóides do tipo 2-quinolona, foi atribuído
ao hidrogênio H-3. O espectro ainda mostra sinais para os hidrogênios de
grupos metoxila: δ 3,96 (3H, s), δ 3,91 (3H, s), δ 3,90 (3H, s), substiuídos nos
carbonos C-4, C-7 e C-8, respectivamente. O sinal mais blindado, em δ 3,78
(3H, s) foi atribuído aos hidrogênios do grupo metila ligado ao átomo de
nitrogênio. O espectro de RMN
13
C (Figura 3.24) não registrou todos os sinais,
entretanto os experimentos bidimensionais de RMN foram fundamentais para a
determinação da estrutura.
Pelo espectro de RMN
1
H-
1
H COSY (Figura 3.27), pôde-se observar o
acoplamento entre os hidrogênios aromáticos H-5 e H-6. O espectro de RMN
13
C,
Figura 3.24, não mostrou todos sinais referentes à substância 11, mas com o
auxílio dos experimentos bidimensionais de RMN , puderam-se atribuir os sinais
através dos mapas de contorno HSQC e HMBC, Figuras 3.28 e 3.29. A Tabela
3.13 sumariza as atribuições.
O espectro de massas para a substância 11 (Figura 3.30) apresentou pico
do íon molecular m/z 249, indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a rmula molecular C
13
H
15
NO
4
. Ainda é possível
observar o principal fragmento m/z 234 [M-15]
+
. Assim, conforme os dados
observados no espectro de RMN
1
H ,
13
C , 2D e CG/EM e literatura, a substância
11 foi identificada como o alcalóide N-metil-4, 7, 8 -trimetoxi-2-quinolona.
N O
OCH
3
CH
3
OCH
3
OCH
3
2
3
4
5
6
7
8
8a
5a
Determinação Estrutural
63
Tabela 3.13: Dados de RMN
1
H e
13
C de 11.
*NR: Não registrado
Substância
(200/50 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 -
NR*
3 5,93 (1H, s) 95,5
4 - 155,5
5 6,84 (1H, d, J= 9,0) 107,0
5a - 135,5
6 6,98 (1H, d, J= 9,0) 119,2
7 - 164,5
8 - 165,5
8a - 139,5
4-OCH
3
3,96 (3H, s) 57,9
7-OCH
3
3,91 (3H, s) 55,8
8-OCH
3
3,90 (3H, s) 61,7
N-CH
3
3,78 (3H, s) 55,9
Determinação Estrutural
64
Figura 3.26: Espectros de RMN
1
H e
13
C (400/100 MHz, CDCl
3
), substância 11.
Determinação Estrutural
65
Figura 3.27: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45
0
da substância 11 (400MHz, CDCl
3
).
Figura 3.28: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 11
(400MHz, CDCl
3
).
H-3
C-3
H-5
C-5
H-6
C
-
6
C7-
COCH
3
C8-
COCH
3
N-CH
3
C4-CHO
3
H-5, H-6
Determinação Estrutural
66
Figura 3.29: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 11
(400MHz, CDCl
3
).
NCH
3
C-8a
C-4,OCH
3
C-7,OCH
3
C-8, OCH
3
H-5
C-8a
H-6
C-5a
H-3
C-4
Determinação Estrutural
67
Figura 3.30: Espectro de massas da substância 11 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
OCH
3
CH
3
(M-15)
m/z 234
N
OCH
3
CH
3
O O
OCH
3
m/z 249
Determinação Estrutural
68
3.1.12 Substância 12
O alcalóide do tipo 2-quinolona 12 foi isolado da fração GCCMD 5732,
proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico do caule de Galipea
carinata, e sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN de
1
H,
13
C, 2D e CG/EM.
O espectro de RMN
Determinação Estrutural
69
C
12
H
13
NO
4
. Ainda é possível observar o fragmento m/z 205 [M-30]
+
. Assim,
conforme os dados oservados no espectro de RMN
1
H ,
13
C , 2D e CG/EM a
substância 12 foi identificada como o alcalóide 1-4,7-trimetoxi-2-quinolona, ainda
inédito na literatura.
Tabela 3.14: Dados de RMN
1
H e
13
C de 12.
Substância 12
(400/100 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
2 - 162,8
3 5,90 (1H, s) 94,5
4 - 159,8
5 7,83 (1H, dd, J=9,0; 0,2) 125,1
5a - 109,1
6 6,81 (1H, dd, J= 9,0; 2,4) 110,8
7 - 162,5
8 7,00 (1H, d, J= 2,4) 95,1
8a - 139,0
4-OCH
3
3,92 (3H, s)
55,9
7-OCH
3
3,93 (3H, s)
55,6
N-OCH
3
4,07 (3H, s) 62,8
Determinação Estrutural
70
Figura 3.31: Espectros de RMN
1
H e
13
C (400/100 MHz, CDCl
3
) da
substância 12.
Determinação Estrutural
71
Figura 3.32: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 12
(400MHz, CDCl
3
).
Figura 3.33: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 12
(400MHz, CDCl
3
).
N-OCH
3
OCH
3
C-4
C-7
H-5; C-5
H-3; C-3
H-8; C-8
H-6; C-6
H-8, C-6
H-8, C-5a
H-6, C-5a
H-6, C-8
H-3, C-5a
H-8, C-8a
H-5, C-8a
C-2, H-3
C-7, H-5
Determinação Estrutural
72
Figura 3.34: Espectro de massas de alta resolução da substância 12,
equipamento VG Autospec (Micromass) Impacto de elétrons 70 eV, e
fragmentação.
N
O
CH
2
O
O
CH
3
CH
3
O
H
N O
H
OCH
3
H
3
CO
CH
2
O
(M-30)
m/z 235
m/z 205
Determinação Estrutural
73
3.1.13 Substância 13
O alcalóide do tipo piranoquinolona 13 foi isolado das frações
BRCMD82224, proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de Balfourodendron riedelianum, e sua estrutura foi determinada com base
em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por em dados da literatura
(KAMPERDICK, C., et al.,1984, ULUBELEN, A., 1984).
O espectro de RMN
1
H de 13 (Figura 3.35) mostra sinais de 4 hidrogênios
aromáticos, vicinais, além dos sinais em δ 3, 68 (3H, s) atribuídos a hidrogênios
do grupo metila ligados ao nitrogênio e em δ 1,52 (6H, s), sinal característico dos
hidrogênios de grupo metila 4’e 5do anel 2,2-dimetilcromeno de alcalóides do
tipo piranoquinolonas. O espectro mostra sinais em δ 7,94 (1H, dd, J= 9,5 e 1,6
Hz) atribuído ao H-5, que acopla em orto com H-6 e meta com H-7. O sinal em δ
7,21 (1H, ddd, J= 9,5; 7,1 e 1,0 Hz) referente ao H-6, que acopla em orto com H-
5 e H-7 com em meta com H-8. O sinal em δ 7,49 (1H, ddd, J= 9,5; 7,1 e 1,6 Hz)
foi atribuído ao H-7 que acopla em orto com H-6 e H-8 em meta com H-5. Em δ
7,32 (1H, dl, J=8,5 Hz), referente ao H-8. A presença do anel 2,2-
dimetilcromeno foi comprovada pelos sinais em δ 6,62 (1H, d, J=10,6 Hz) e δ
5,44 (1H, d, J= 10,6 Hz), referentes aos hidrogênios H-1’e H-2’, respectivamente.
O espectro de RMN
13
C (Figura 3.35) mostra sinais de 14 carbonos,
sendo um deles referente a um carbono de metila ligado ao nitrogênio em δ
28,2. O sinal em δ 160,9 é característico de carbono carbonílico de sistemas
lactâmicos, presentes em alcalóides deste tipo. Ainda 6 sinais de carbonos
metínicos (CH), 4 sinais de carbonos sp
2
totalmente substituídos e um sinal em δ
28,1 atribuído a dois carbonos metílicos.
O espectro de massas da substância 13 (Figura 3.36) apresentou pico do
íon molecular m/z 241, indicando a presença de um nitrogênio na estrutura,
estando assim de acordo com a rmula molecular C
15
H
15
NO
2
. Ainda é possível
observar os principais fragmentos m/z 226 [M-15]
+
e m/z 198 [M-28]
+
. A análise
N
O
O
CH
3
2
3
1'
2'
3'
4'
5'
5
6
7
8
5a
8a
4
Determinação Estrutural
74
dos dados de RMN de
1
H,
13
C e CG/EM aliados aos da literatura (Tabela 3.15)
permitiu atribuir a estrutura de 13 ao alcalóide N-metilflindersina.
Tabela 3.15: Dados de RMN
1
H e
13
C de 13 e comparação com a literatura.
Substância 13
(200/50 MHz, CDCl
3
)
KAMPERDICK, C., et al., 1999.
(300/75 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz)
δ
(ppm)
δ (ppm), J (Hz)
δ
(ppm)
2 - 160,9 - 161,0
3 - 105,8 - 105,9
4 - 155,1 - 155,2
5a - 116,0 - 116,1
5 7,94 (1H, dd, J= 9,5; 1,6) 123,0 7,97 (1H, dd, J=8,2; 1,5) 123,1
6 7,21 (1H, ddd, J= 9,5; 7,1;1,0) 121,6 7,23 (1H, ddd, J=8,2; 7,1;1,0) 121,7
7 7,49 (1H, ddd, J= 9,5; 7,1; 1,6) 130,8 7,55 (1H, ddd, J=8,6; 7,1;1,5) 130,8
8 7,32 (1H, dl, J= 8,5) 114,0 7,32 (1H, d, J=8,6) 114,0
8a - 139,3 - 139,4
1’ 6,62 (1H, d, J=10,6) 118,0 6,76 (1H, d, J=9,8) 118,0
2’ 5,44 (1H, d, J=10,6) 126,5 5,54 (1H, d, J=9,8) 126,3
3’
- 78,7 - 78,7
4’ 1,52 (6H, s) 29,2 1,52 (6H, s) 29,2
5’
N-CH
3
3,68 (3H, s) 28,2 3,70 (3H, s) 28,2
Determinação Estrutural
75
Figura 3.35: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da
substância 13.
Determinação Estrutural
76
Figura 3.36: Espectro de massas da substância 13 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
O
CH
3
(M-15)
CH
3
N
O
O
CO
(M-28)
m/z 241
m/z 226
N
O
m/z 198
Determinação Estrutural
77
3.1.14 Substância 14
O alcalóide do tipo indolopiridoquinazolínico 14 foi isolado das frações
BRCMD113331, proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de Balfourodendron riedelianum e sua estrutura foi determinada com base
em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também em dados da literatura
(IKUTA, A., et al., 1998, CUCA, L. E., et al., 1998).
O espectro de RMN
1
H (Figura 3.37) de 14 mostra dois sinais em δ 3,24 (
2H, t, J= 7,0 Hz) e δ 4,49 (2H, t, J=7,0 Hz) relativos aos hidrogênios H-8 e H-7,
respectivamente. É possível observar na região mais desblindada do espectro, a
partir dos valores das integrais, a presença de 8 hidrogênios aromáticos. Em δ
8,34 (1H, d, J= 7,4 Hz) relativo ao acoplamento orto do hidrogênio H-4 e H-3. Em
δ 9,34 (1H, s) observa-se o sinal relativo ao H-13, ligado ao átomo de nitrogênio.
O espectro de RMN
13
C (Figura 3.37) apresenta 18 sinais de carbonos. O sinal
em δ 161,6 foi atribuído ao carbono C-5, e os sinais em δ 41, 1 e δ 19,7 foram
atribuídos aos carbonos C- 7 e C-8, respectivamente.
O espectro de massas (Figura 3.38) apresentou pico do íon molecular m/z
287, indicando a presença de um número ímpar de nitrogênios na estrutura,
estando de acordo com a fórmula molecular C
18
H
13
N
3
O. Portanto, a análise
conjunta dos dados além dos dados da literatura permitiu a identificação da
substância 14 como o alcalóide indolopiraquinazolínico rutacarpina, sumarizados
na Tabela 3.16.
N
N
N
O
H
9
10
12
11
12a
9a
8a
8
7
13a
14a
1a
1
2
3
4
4a
5
Determinação Estrutural
78
Tabela 3.16: Dados de RMN
1
H e
13
C de 14 e comparação com a literatura.
Substância 14
(200/50 MHz, CDCl
3
)
IKUTA, A., et al., 1998
(500/125 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
1
7,66 ( 1H, m)
126,6 7,66 126,7
1a 147,5 147,6
2
7,72 (1H, m)
127,2 7,72 127,3
3
7,43 (1H, m)
126,2 7,43 126,2
4
8,30 ( 1H, d, J=7,4)
134,3 8,32 134,3
4a - 121,2 - 121,2
5 - 161,6 - 161,6
7
4,59 (2H, t, J= 7,0)
41,1
4,59 (2H, t, J=7,0)
41,1
8
3,24 (2H, t, J=7,0)
19,7
3,24 (2H, t, J=7,0)
19,7
8a - 118,4 - 118,3
9
7,65 (1H, dl, J=8,0)
120,6 7,65 120,1
9a - 125,6 - 125,7
10 - 120,6 7,18 120,7
11
7,18 (1H, dd, J= 7,5 e 7,4)
125,6 7,33 125,6
12
7,33 (1H, dd, J= 8,0 e 7,2)
112,1 7,42 112,1
12a - 138,3 - 138,2
13
10,1 (s)
-
9,15 (1H, s)
-
13a - 127,2 - 127,2
14a - 144,9 - 144,9
Determinação Estrutural
79
Figura 3.37: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 14.
Determinação Estrutural
80
Figura 3.38: Espectro de massas da substância 14 (IE –70 eV).
N
N
N
O
H
9
10
12
11
12a
9a
8a
8
7
13a
14a
1a
1
2
3
4
4a
5
Determinação Estrutural
81
3.2 Amidas e Aminas
A tiramina está presente em Citrus aureantium, mas as mais simples e
comuns aminas são a hordenina e o composto quaternário candicina.
também alguns de seus derivados N-benzoilados, como a tembamina, ou os
acilados com ácido cinâmico, como a marmelina. Poucos derivados de
isobutilaminas encontrados em Rutaceae foram descritos na literatura. São
geralmente aciladas com uma longa cadeia de ácidos graxos insaturados, tal
como o γ-sanshoöl. Tiglamida, benzamida, fenilacetamida, ou seus derivados N-
fenil, a glicomida, o também outros exemplos de amidas simples encontradas
em Rutaceae (WATERMAN, P. G., et al., 1983, MESTER, I., 1973).
3.2.1 Substância 15
A amina quaternária do tipo 2-feniletilamina 15 foi isolada da fração
GCCMM57343, proveniente da fração metanólica do extrato metanólico do caule
de Galipea carinata e sua estrutura foi determinada com base em espectros de
RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também por em dados da literatura MEYER, B. N., et
al., 1983, CORTÉS, M., et al., 1972, MEYER, B. N., et al., 1980 e
JACQUEMONT-COLLET, I. et al., 2000).
No espectro de RMN
1
H, Figura 3.39, observou-se a presença de quatro
sinais de hidrogênios aromáticos. Os sinais referentes eles apresentam-se como
dois dubletos, em um sistema AA’XX’ de acoplamento de spins, indicando um
sistema de substituição para, em δ 6,69 (2H, d, J= 8,5 Hz) e em δ 7,07 (2H, d,
J= 8,5 Hz) atribuídos aos hidrogênios H-3’/H-5’ e H-2’/H-6’, respectivamente.
Para os hidrogênios metilênicos, o sinal em δ 2,94 (2H, m) foi atribuído aos
hidrogênios benzílicos H-2, e para os hidrogênios H-1, homobenzílicos, o sinal
em δ 3,42 (2H, m). Os sinais em δ 3,14 (9H, s) referem-se aos hidrogênios dos
três grupos metilas ligados ao átomo de nitrogênio. Desse modo, a carga parcial
positiva do nitrogênio deve ter como contra íon o cloreto, comum entre as
plantas da família Rutaceae (MEYER, B. N., et al., 1980).
N
CH
3
CH
3
CH
3
HO
1'
2'
3'
4'
5'
6'
2
1
Cl
-
Determinação Estrutural
82
No espectro de RMN
13
C (Figura 3.39), sinais interessantes foram
observados. O sinal em δ 158,12 foi atribuído ao carbono carbinólico C-4’, e os
sinais em δ 117,06 e em δ 131,35 foram atribuídos aos carbonos C-3’/C-5’ e C-
2’/C-6’, respectivamente. Para o carbono quaternário C-1’, foi atribuído o sinal
em δ 127,63. Para os cabonos metilênicos, benzílico, C-2 e homobenzílico C-1,
mais desblindado pela presença do átomo de nitrogênio, os sinais atribuídos
foram δ 29,78 e δ 69,11, respectivamente. Em δ 53,61 e 54,95 são observados
dois tripletos, sendo o primeiro mais intenso que o segundo. Este fato indica que
os carbonos metílicos estão acoplando com o átomo de nitrogênio. O mesmo
efeito foi observado para o sinal anteriormente descrito, atribuído ao carbono
homobenzílico C-1.
A análise desses dados espectrais juntamente com os da literatura,
indicam que a substância 15 trata-se de uma amina quaternária N,N,N-trimetil-4-
hidroxifeniletilamina, popularmente conhecida como candicina, bastante comum
em plantas da famíla Rutaceae. A Tabela 3.17 sumariza esses dados.
Tabela 3.17: Dados de RMN
1
H e
13
C de 15 e comparação com a literatura.
Substância 15
(200/50 MHz, CDCl
3
)
JACQUEMMOND-COLLET, I., et
al., 2000 (400/100 MHz, D
2
O)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
1
2,94 (2H, m)
69,11/60,31 3,03-3,92 (2H, m, J=11,7) 69,9
2
3,42 (2H, m)
29,78 3,46-3,42 (2H, m, J=11,7) 30,7
1’ - 127,63 - 130,1
2’/6’
6,69 (2H, d, J=8,5)
117,06 6,85 (2H, d, J= 8,5) 118,5
3’/5’
7,07 (2H, d, J=8,5)
131,35 7,16 (2H, d, J=8,5) 133,0
4’ - 158,12 - 154,4
+
N-(CH
3
)
3
3,14 (9H, s)
53,61/54,95 3,12 (9H, s) 55,7
Determinação Estrutural
83
Figura 3.39: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 15.
Determinação Estrutural
84
3.2.2 Substância 16
A amida 16 foi isolada das frações BRCMD722 e 7312, proveniente da
fração diclorometano do extrato metanólico do caule de Balfourodendron
riedelianum, e sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN de
1
H,
13
C, CG/EM e também em dados da literatura DREYER, D. L., et al.1980 e
MASKEY, R.P., et al., 2002.
No espectro de RMN
1
H (Figura 3.40) de 16, observou-se a presença de
sinais referentes a hidrogênios aromáticos, metilênicos e um sinal referente ao
hidrogênio do grupo N-H. O espectro mostra sinais de 10 hidrogênios
aromáticos indicando a presença de dois grupos fenilas, um do tipo benzoíla e
outro do tipo benzila. O sinal em δ 6,12 (1H, sl) foi atribuído ao hidrogênio ligado
ao átomo de nitrogênio. O sinal em δ 2,90 (2H, t, J= 6,8 Hz), um tripleto, foi
atribuído ao metilênico H-8 que acopla com outro hidrogênio metilênico H-7. O
sinal δ 3,68 (2H, q, J= 6,7 Hz), um quadrupleto, refere-se ao hidrogênio
metilênico H-7, que acopla tanto com H-8 como com o hidrogênio ligado ao
átomo de nitrogênio. No espectro de RMN
13
C (Figura 3.40), pode-se observar
um sinal em δ 167,4 referente ao C-9. Os sinais em δ 41,1, referente ao carbono
C-7 em δ 35,7, referente ao carbono C-8. O demais sinais são atribuídos aos
carbonos pertencentes ao anel aromático. A análise conjunta dos dados, além
dos dados da literatura permitiu a identificação da substância 16 uma amida.
O espectro de massas (Figura 3.41) apresentou pico do íon molecular m/z
225, indicando a presença de um nitrogênio na estrutura, estando assim de
acordo com a fórmula molecular C
15
H
15
NO. É possível observar os fragmentos
de m/z 105 [M-120]
+
, m/z 77 [M-28]
+
e m/z 91 [M-134]
+
. Assim, conforme os
dados observados no espectro de RMN
1
H e
13
C e CG/EM além de dados da
literatura (Tabela 3.18), a substância 16 foi identificada como uma amida de, N-
(1’-feniletil)amida.
N
O
H
1'
2'
3'
4'
5
'
6'
7
8
1
2
3
4
5
6
9
Determinação Estrutural
85
Tabela 3.18: Dados de RMN
1
H e
13
C de 16.
Substância 16
(200/50 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
1
7,33 ( 1H, m)
138,9
2
7,18 (1H, d, J=8,5)
128,8
3
7,22 (1H, d, J=8,5)
128,7
4 131,4
5
7,22 (1H, d, J=8,5)
128,7
6
7,18 (1H, d, J=8,5)
128,5
7
3,68 (2H, t, J= 6,8)
41,1
8
2,90 (2H, q, J= 6,9)
35,7
9 - 167,4
1’ - 134,7
2’
7,70 (1H, d, J= 7,2)
128,6
3’
7,37 (1H, d, J=7,2)
126,5
4’
7,45 (1H, m)
131,4
5’
7,37 (1H, d, J=7,2)
128,5
6’
7,67 (1H, d, J= 7,2)
128,6
N-H
6,11 (1H, s)
-
Determinação Estrutural
86
Figura 3.40: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
) da substância 16.
Determinação Estrutural
87
Figura 3.41: Espectro de massas da substância 16 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
H
m/z 225
O
N
H
m/z 105
M-120
M-28
CO
m/z 77
N
O
H
m
/
z
2
2
5
m/z 91
M-134
Determinação Estrutural
88
3.3 Amidas Identificadas por CG/EM
A investigação química por CG/EM das frações do caule de
Balfourodendron riedelianum resultou no isolamento, deteccção e identificação
de seis amidas, sendo quatro delas com núcleo do tipo N-beziltiramida, e duas
do tipo N-isobutilamida.
3.3.1 Substância 17
A amida 17 foi isolada das frações BRCMD82423, proveniente da fração
diclorometano do extrato metanólico do caule de Balfourodendron riedelianum, e
sua estrutura foi determinada com base em espectros CG/EM e também por
comparação com dados da literatura BERGENTHAL, D., et al., 1994.
A substância 17 foi isolada por CLAE-R e foi identificada por CG/EM. O
padrão de fragmentação é muito parecido com o da amida descrita
anteriormente, onde se observou o pico do íon molecular de m/z 225. Para esta
substância, observou-se o pico do íon molecular de m/z 239, ou seja, uma
diferença de 14 unidades de massa, indicando a presença de um grupo metileno
(-CH
2
) a mais na molécula, tendo assim a fórmula molecular C
16
H
17
NO. Com
base nos dados anteriores, pôde-se concluir que se trata de uma amida. No
espectro de massas para a substância 17 puderam-se observar, além do pico do
íon molecular, os fragmentos m/z 148 [M-91]
+
, m/z 105 [M-43]
+
, conforme mostra
a Figura 3.42.
9
8
7
6'
5'
4'
3'
2'
1'
N
O
H
9
1
2
3
4
5
6
Determinação Estrutural
89
Figura 3.42: Espectro de massas da substância 17 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
H
m/z 239
N
O
H
m/z 148
(M-91)
O
m/z 105
(M-43)
CO
(M-28)
m/z 77
Determinação Estrutural
90
3.3.2 Substância 18
A amida 18 foi isolada da fração BRCMD5311-4, proveniente da fração
diclorometano do extrato metanólico do caule de Balfourodendron riedelianum, e
sua estrutura foi determinada com base em espectros CG/EM e em dados da
literatura MASKEY, R. P., et al., 2002, ANDESINA, S. K., et al., 2002.
A substância 18 foi isolada por CLAE-R e determinada por CG/EM.
Novamente, pôde-se concluir que se tratava de uma N-isobutilamida, devido ao
padrão de fragmentação. No espectro de massas para a substância 18, Figura
3.43, o pico do íon molecular foi m/z 177, indicando a presença de um átomo de
nitrogênio na molécula e estando de acordo com a fórmula molecular C
11
H
15
NO.
Além do pico do íon molecular, puderam-se observar ainda os picos m/z 162 [M-
15]
+
e picos característicos de sistemas contendo anel aromático como m/z 105
[M-72]
+
e m/z 77 [M-28]
+
.
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Determinação Estrutural
91
Figura 3.43: Espectro de massas da substância 18 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
H
O
m/z 162
(M-15)
m/z 105
(M-72)
m/z 77
(M-28)
m/z 134
(M-43)
N
O
m/z 177
m/z 177
N
H
O
Determinação Estrutural
92
3.3.3 Substância 19
A amida 19 foi isolada da fração BRCMD5311-1 , proveniente da fração
diclorometano do extrato metanólico do caule de Balfourodendron riedelianum e
sua estrutura foi determinada com base em espectros CG/EM e também em
dados da literatura MASKEY, R. P., et al., 2002.
A substância 19 foi isolada por CLAE-R e determinada por CG/EM.
Novamente, pôde-se concluir que se tratava de uma N-isopentilamida, devido ao
padrão de fragmentação. O espectro de massa para a substância 19, Figura
3.44, mostra o pico do íon molecular m/z 191. Ainda puderam-se observar os
picos característicos m/z 176 [M-15]
+
e m/z 105 [M-86]
+
.
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
10
Determinação Estrutural
93
Figura 3.44: Espectro de massas da substância 19 (IE –70 eV) e fragmentação.
N
O
H
m/z 176
(M-15)
m/z 134
(M-57)
m/z 105
(M-86)
m/z 77
(M-28)
N
O
H
m/z 191
m/z 191
N
O
H
Determinação Estrutural
94
3.3.4 Substância 20
A amida 20 foi isolada também da fração BRCMD5311-1, proveniente da
fração diclorometano do extrato metanólico do caule de Balfourodendron
riedelianum, e sua estrutura foi determinada com base em espectros CG/EM e
também em dados da literatura MASKEY, R. P., et al., 2002.
A substância 20 foi isolada por CLAE-R e determinada por CG/EM.
Novamente, pôde-se concluir que se tratava de uma amida, devido ao padrão de
fragamentação. O espectro de massas para a substância 20, Figura 3.45,
mostra o pico do íon molecular m/z 191, tratando-se de um isômero da amida
anterior. A fragmentação mostrou-se diferente, uma vez que se puderam
observar os picos característicos m/z 162 [M-29]
+
, não havendo neste caso
perda imediata do grupo metila e sim do grupo metileno, além do pico m/z 105
[M-86]
+
, característico de amidas contendo núcleo
N-benzoilamida.
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
N
O
H
11
Determinação Estrutural
95
Figura 3.45: Espectro de massas da substância 20 (IE -70eV) e fragmentação.
N
O
H
m/z 134
m/z 105
(M-86)
m/z 77
(M-28)
m/z 191
N
O
H
N
H
O
(M-57)
N
O
H
N
O
H
m/z 162
(M-29)
Determinação Estrutural
96
3.3.5 Substância 21
A amida 21 foi isolada da fração BRCMD5311-2, proveniente da fração
diclorometano do extrato metanólico do caule de Balfourodendron riedelianum e
sua estrutura foi determinada com base em cromatogramas de CG/EM e
também por comparação com dados da literatura (STÖHR, J., et al., 2001,
CHRISTODOULOPOULOU, L., et al., 2005, CHEN, I., et al., 1999 e ISHII, H., et
al., 1989 BERGENTHAL, D., et al., 1994, TSAO, R., et al., 2003, GERTSCH, J.,
et al., 2004, BOHLMANN, F., et al., 1967 e ADESINA, S. K., et al., 1997 ).
Amidas do tipo N-isobutilamidas apresentam sinais marcantes no
espectro de RMN
1
H, como pode ser observado no espectro da Figura 3.46. O
espectro da substância 21 impura mostrou sinais característicos de hidrogênio
de metilas terminais entre δ 0,8-0,9, um duplo tripleto na região de δ 2,14,
referentes aos hidrogênios H-4 e H-5. A constatação da presença da dupla
ligação foi devida à observação dos dubletos com constante de acoplamento de
J= 15,0 Hz, indicando ligações duplas E, entre δ 6,20-5,71.
Figura 3.46: Espectro de RMN
1
H (200MHz, CDCl
3
), da mistura de amidas do
tipo N-isobutilamidas.
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1'
2'
3'
4'
Determinação Estrutural
97
Ao analisar a fração através de CG/EM, puderam-se observar a presença
de duas amidas m/z 281 e m/z 279, além das amidas anteriormente
identificadas m/z 177 e dos isômeros m/z 191 no cromatograma representado
pela Figura 3.47.
Figura 3.47: Cromatograma das amidas presentes na mistura.
A substância 21 foi isolada por CLAE-R e determinada por RMN
1
H,
13
C,
além de CG/EM.
O espectro de massas da substância 21, Figura 3.48, mostrou pico do íon
molecular de m/z 281, indicando a presença de um átomo de nitrogênio na
molécula de acordo com a fórmula molecular C
18
H
35
NO. O espectro ainda
mostrou sinais característicos em m/z 238 [M-43]
+
e m/z 178 [M-103]
+
.
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
10
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
N
O
H
11
m/z 177
m/z 191
m/z 281
m/z 279
Determinação Estrutural
98
Figura 3.48: Espectro de massas da substância 21 (IE -70eV) fragmentação.
N
O
H
264
207
180
152
m/z 279
m/z
m/z
m/z
m/z
(M-127)
(M-99)
(M-72)
(M-15)
Determinação Estrutural
99
3.3.6 Substância 22
A amida 22 foi isolada também da fração BRCMD5311-2, proveniente da
fração diclorometano do extrato metanólico do caule de Balfourodendron
riedelianum e sua estrutura foi determinada com base em espectros CG/EM e
também em dados da literatura (STÖHR, J., et al., 2001,
CHRISTODOULOPOULOU, L., et al., 2005, CHEN, I., et al., 1999, ADESINA, S.
K., et al., 1997, BERGENTHAL, D., et al., 1994, TSAO, R., et al., 2003,
GERTSCH, J., et al., 2004, BOHLMANN, F., et al., 1967, e ISHII, H., et al.,
1989).
A substância 22 foi isolada através de CLAE-R, e identificada através de
CG/EM, como supracitado.
O espectro de massas da substância 22, Figura 3.49, mostrou pico do íon
molecular de m/z 279, indicando a presença de um átomo de nitrogênio na
molécula e estando de acordo com a rmula molecular C
18
H
33
NO. A diferença
de unidades de massas entre esta amida e a anterior é apenas 2, o que indica a
presença de uma insaturação a mais nesta molécula com relação à anterior. O
espectro ainda mostrou sinais característicos em m/z 264 [M-15]
+
e m/z 207 [M-
72]
+
. A análise desses dados, juntamente com os da literatura, indicou que a
amida isolada trata-se da N-isobutil-(2E,4E,)-tetradecandienamida.
N
O
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1'
2'
3'
4'
Determinação Estrutural
100
Figura 3.49: Espectro de massas da substância 22 (IE -70 eV) e fragmentação.
N
O
H
264
207
180 152
m/z 279
m/z
m/z
m/z
m/z
(M-15)
(M-57)
(M-85)
(M-127)
Determinação Estrutural
101
3.4 Aminoácidos
Os aminoácidos o substâncias cristalinas, quase sempre de sabor
adocicado, que apresentam caráter ácido como propriedade fundamental a
atividade ótica. Quimicamente são constituídos de pelo menos um grupo amino
por molécula. Os 20 aminoácidos diferentes são os componentes essenciais das
proteínas fundamentais para qualquer organismo vivo (VELAZQUEZ, J., 2000).
Além desses, conhecem se outros aminácidos que compõem as paredes
celulares das plantas. As plantas podem sintetizar todos os aminoácidos,
enquanto que os seres humanos apenas 16. As plantas, quando expostas a
diversos tipos de estresse ambiental, notadamente hídrico, podem apresentar
acúmulo de prolina, putrescina e poliaminas (FUMIS, T. F., et al., 2002). Sob a
influência deste estresse, a síntese de proteínas é inibida e a degradação de
proteínas é acelerada, o que leva a um acúmulo de aminoácidos e aminas livres.
Uma característica marcante de um distúrbio no metabolismo das proteínas é a
mudança nas proporções de aminoácidos e frequentemente, um aumento
elevado na concentração de prolina (LARCHER, W., 2000).
3.4.1 Substância 23
O aminoácido 23 foi isolado da fração acetato de etila do caule de
Balfourodendron riedelianum, BRCMA. Seus critais precipitaram a partir deste
extrato sendo posteriormente lavados e purificados. Sua estrutura foi
determinada com base em espectros RMN
1
H, e
13
C (PENDANT) e também em
dados da literatura (JONES, G. P., et al. 1987).
O espectro de RMN
1
H da mistura (Figura 3.50) mostrou um singleto
bastante blindado em δ 2,82 (3H, s), referente aos hidrogênios do grupo metila
ligado ao átomo de nitrogênio. Ainda pôde-se observar os outros sinais dos
hirogênios: em δ 3,78 (1H, dd, J= 7,2; 11,6 Hz), em δ 3,62 (1H, ddd, J= 4,8; 7,6;
12,0Hz) e em δ 3,04 (1H, dt, J= 8,4; 8,4; 11,6Hz) atribuídos aos hidrogênios H-2,
N
CH
3
H
COO
-
Hb
Ha
Ha
Hb
Ha
Hb
2
3
4
5
Determinação Estrutural
102
H-5b e H-5a, respectivamente. Observaram-se ainda os sinais em δ 2,38 (1H, m)
e entre δ 2,09-1,79 (3H, m), referentes aos hidrogênios H-3a e H-3b/H-4a/H-4b,
respectivamente. Os dados espectroscópicos da substância 23, estão descritos
na Tabela 3.19.
Tabela 3.19: Dados de RMN
1
H e
13
C de 23 e comparação com a literatura.
Conseguiu-se apenas o espectro de RMN
13
C da mistura de 23 e 24
(Figura 3.48). Os sinais para os carbonos foram comparados com dados de
PENDANT para as substâncias comparados com os dados da literatura (PUPO,
M. T., 1998). O sinal em δ 40,6 foi atribuído ao carbono do grupo metila ligado
ao heteroátomo. Para o carbono metínico, C-2, atribuiu-se o sinal em δ 70,5.
Ainda foram observados 3 sinais referentes a carbonos metilênicos C-5, C-3 e
C-4 em δ 56,2, δ 28,7 e δ 22,8, respectivamente. O sinal em δ 173,7 foi atribuído
ao carbono carbonílico do grupo carboxílico. Unindo-se esses dados com os da
literatura, pôde-se identificar a substância 23 como o aminoácido N-metilprolina.
Substância 23
(400/100 MHz, D
2
O)
JONES, G. P., et al. 1987
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ
(ppm)
δ (ppm), J (Hz)
2
3,67 (1H, dd, 7,2; 9,6)
70,1 3,66 (1H, dd, 7,2; 9,6)
3a
2,29 (1H, m)
28,7 2,26 (1H, m)
3b
1,36-1,61 (1H, m)
- 1,91 (1H, m)
4a
1,36-1,61 (1H, m)
22,8 1,91 (1H, m)
4b
1,36-1,61 (1H, m)
- 1,74 (1H, m)
5a
3,04 (1H, dt, 8,4; 8,4;11,6)
56,2 2,94 (1H, ddd, 3,4; 7,6; 10,8)
5b
3,57 (1H, ddd, 4,8; 7,6; 12,0)
- 3,48 (1H, ddd, 3,6; 7,6; 10,8)
+
N-CH
3
2,84 (3H, s)
40,6 2,75 (3H, s)
COOH - 173,7 4,55 (1H, sl)
Determinação Estrutural
103
3.4.2 Substância 24
O aminoácido 24 foi isolado da fração acetato de etila do caule de
Balfourodendron riedelianum, BRCMA. Seus critais precipitaram a partir deste
extrato sendo posteriormente lavados e purificados. Sua estrutura foi
determinada com base em espectros RMN
1
H, e
13
C (PENDANT) e também em
dados da literatura (JONES, G. P., et al. 1987, SCIUTO, S., et al. 1983).
O espectro de RMN
1
H para a substância 24 (Figura 3.50) da mistura
mostrou um singleto bastante blindado em δ 2,92 (3H, s), referente aos
hidrogênios do grupo metila ligado ao átomo de nitrogênio. Ainda puderam-se
observar os outros sinais dos hidrogênios: em δ 4,07 (1H, dd, J= 7,2; 10,8 Hz),
em δ 2,36 (1H, ddt, J= 2,0; 2,0; 7,2; 14,0Hz) e δ 2,12 (1H, ddd, J= 5,2; 10,8;
14,0Hz) atribuídos aos hidrogênios H-2, H-3a e H-3b, respectivamente.
Observaram-se ainda os sinais em δ 2,38 (1H, m) e entre δ 3,06 (1H, dt, 2,0; 2,0;
13,2) e δ 3,82 (1H, dd, 4,8; 13,2Hz), referentes aos hidrogênios H-5a/H-5b e H-4,
respectivamente. A Tabela 3.20, descreve os dados espectroscópicos para a
substância 24.
N
CH
3
H
COO
-
Hb
Ha
HO
Hb
Ha
Hb
Determinação Estrutural
104
Tabela 3.20: Dados de RMN
1
H e
13
C de 24 e comparação com a literatura.
Os sinais para os carbonos da substância 24 foram comparados com
dados de PENDANT e com os da literatura (PUPO, M. T., 1998). O sinal em δ
43,1 foi atribuído ao carbono do grupo metila ligado ao heteroátomo. Para o
carbono metínico, C-2, atribuiu-se o sinal em δ 70,0. Ainda foram observados 3
sinais referentes a carbonos metilênicos C-5, C-3 e para o carbono carbinólico
C-4: δ 62,6, δ 38,2 e δ 64,5, respectivamente. O sinal em δ 172,9 foi atribuído ao
carbono carbonílico do grupo carboxílico. Comparando-se esses dados com os
da substância anterior, 23, notaram-se algumas difrenças. A mais marcante foi a
presença do sinal para carbono carbinólico C-4, como supracitado. Desse modo,
unindo-se esses dados com os da literatura, pôde-se identificar a substância 24
como o aminoácido 4-hidroxi-N-metilprolina.
Foi possível a obtenção do espectro de
1
H-
1
H de COSY da mistura dos
aminoácidos. Pelo espectro (Figura 3.51) puderam-se observar as correlações
entre os hidrogênios presentes em cada molécula.
Substância 24
(400/100 MHz, D
2
O)
SCIUTO, S., et al. 1983
(270 MHz, D
2
O)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ
(ppm)
δ (ppm), J (Hz) δ
(ppm)
2
4,05 (1H, dd, 7,2; 10,8)
70,0
4,05 (1H, dd, 7,2; 10,5)
69,7
3a
2,80 (1H, ddt, 2,0; 2,0; 7,2; 14,0)
38,2
2,36 (1H, ddd, 1,8; 7,5; 13,5)
38,7
3b
2,51(1H, ddd, 5,2; 10,8; 14,0)
-
2,12 (1H, ddd, 4,8, 10,5; 13,5)
-
4a
4,52 (1H, m)
69,5
4,48( 1H, dt,1,8;2,1; 4,8; 4,8)
69,1
4b - - - -
5a
3,40 (1H, dt, 2,0; 2,0; 13,2)
62,6
3,10 (1H, dd, 2,1; 12,6)
62,4
5b
3,82 (1H, dd, 4,8; 13,2)
-
3,82 (1H, dd, 4,8; 12,6)
-
+
N-CH
3
2,84 (3H, s)
43,1
2,96 (3H, s)
43,4
COOH - 172,9 - 170,2
Determinação Estrutural
105
Figura 3.50: Espectros de RMN
1
H (400MHz, D
2
O) das substâncias 23 e 24.
Figura 3.51: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45º das substâncias 23 e 24.
H-2
H-3b
H-3a
H-3a
H-5a
H-5b
H-2,H-3a, a para o
aminoáciodo
não-hidroxilado
H-4
H-3b
H-3a
H-3b
H-4a
H-4b
aminoáciodo não -
hdroxilado
Determinação Estrutural
106
3.5 Lignanas Furorurânicas
As lignanas compõem um vasto grupo de compostos formados pelo
acoplamento radicalar de duas unidades fenilpropanóides (C
6
C
3
). Dentre a
Ordem Sapindales, são bastante comuns à família Rutaceae. São divididas em
cinco grupos: 1,4-diarilbutanos; furanos substituídos; dibenzilbutirolactonas,
naftalenos (tetraidro, diidro e aril); 2,6-diaril-3,7-dioaxobiciclo[3.3.0]-octano,
sendo esta última conhecida também como lignanas furofurânicas
(WATERMAN, P.G., et al., 1983).
Diversas atividades biológicas foram encontradas para lignanas como:
hipocolesterolêmica (HIRATA, F., et al., 1996), antioxidante (MOHAMED, H. M.,
1998), sinergista inseticida e inibidor enzimático (MACRAE, W. D., et al., 1984 e
SHIMIZU, S., et al., 1992), antihipertensivo (MATSUMARA, Y., et al., 1998),
antitumoral (TAKASAKI, M., et al., 1997, e GRIFIITHS, G., et al., 1998), atividade
tripanocida in vitro e in vivo (BASTOS, J. K., et al., 1999 e LOPES, N. P., et al.,
1998) entre outras.
3.5.1 Substância 25
A lignana do tipo furofurânica, substância 25, foi isolada da fração
HAFMD566 proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de Hellieta apiculata, e sua estrutura foi determinada com base em
espectros de RMN
1
H,
13
C e também em dados da literatura (PELTER, A.,et al.,
1976, AHMED, A.A., et al., 2002).
A análise do espectro de RMN
1
H (Figura 3.53) indicou a presença de
uma lignana do tipo furofurânica di-pseudoequatorial, uma vez que
equivalência nos sinais de ressonância para os hidrogênios H-1/H-5, H-2/H-6 e
também para os dois hidrogênios em H-4 e H-8, implicando assim em
substituções equivalentes nos anéis arila e, conseqüentemente, uma
4
O
O
HH
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Determinação Estrutural
107
configuração simétrica. O espectro de RMN
1
H (Figura 3.53) mostra os sinais
dos hidrogênios metilênicos pseudoaxiais H-4 e H-8 entre δ 3,85-3,90 (2H, m),
enquanto que o sinal em δ 4,26 (2H, dd, J= 7,0 e 9,2 Hz) refere-se aos
hidrogênios H-4 e H-8, pseudoequatoriais. O sinal em δ 3,12 (1H, m) foi atribuído
aos hidrogênios H-1 e H-5. O sinal δ 4,76 (2H, d, J= 4,2 Hz) refere-se aos
hidrogênios H-2 e H-6. Para os hidrogênios aromáticos H-2’/H-2”, H-5’/H-5” e H-
6’/H-6”, os sinais são observados entre δ 6,80-6,89 (6H, m). Os sinais em δ 3,86
(6H, s) e δ 3,88 (6H, s) referem-se aos hidrogênios dos grupos metoxila.
Esta conclusão foi alcançada ao se observar a conformação da estrutura.
Existem dois hidrogênios metilênicos entre δ 4,4–4,2, e dois entre δ 4,0-3,8, o
que indica que a substância adquire uma conformação endo-endo, em que os
átomos de oxigênio do anel oxolano estão fora do plano (Figura 3.52), não
havendo assim efeito anisotrópico do grupo arila sobre os hidrogênios
metilênicos, uma vez que esse grupo está em pseudoaxial com relação ao
hidrogênio benzílico, também em pseudoaxial, porém situado no anel oposto,
pois ambos os grupos arila estão na posição pseudoequatorial. Desse modo, os
hidrogênios estão no mesmo ambiente magnético.
Figura 3.52: Projeção mostrando as interações entre os hidrogênios de uma
lignana furofurânica di-pseudoaxial.
Com relação ao espectro de RMN
13
C (Figura 3.53) puderam-se observar
11 sinais de carbonos. O sinal em δ 54,8 foi atribuído aos carbonos C-1 e C-5 e
o sinal em δ 56,5 refere-se aos quatro carbonos dos grupos metoxila. O sinal em
δ 134,2 foi atribuído aos carbonos C-1’/C-1“, do anel aromático. Em δ 72,3, o
sinal foi atribuído aos carbonos C-4 e C-8, e o sinal em δ 86,3, aos carbonos C-2
e C-6. Os sinais em δ 109, 9 e δ 111,7 referem-se aos carbonos C-2’/C-2” e C-
5’/C-5”, respectivamente, enquanto que os sinais em δ 149,2 e δ 149,8 aos
carbonos C-3’/C-3” e C-4’/C-4”, respectivamente, também do anel aromático.
Esta substância apresentou valor de [α]
D
-85,4
o
, em clorofórmio.
A análise destes dados de RMN
1
H e
13
C, juntamente com literatura,
permitiu identificar a substância 25 como a lignana furofurânica eudesmina. Os
dados estão resumidos na Tabela 3.21.
Determinação Estrutural
108
Tabela 3.21: Dados de RMN
1
H e
13
C de 25 e comparação com a literatura.
Substância 25
(200/50 MHz, CDCl
3
)
IIDA, T., et al., 1982
(100/25 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
1 3,12 (1H, m) 54,78 3,12 (1H, m) 54,31
2 4, 76 (2H , d, J= 4,2) 54,71 4,76 (2H, d, J=4,0) 54,31
4eq 4,26 ( 2H, dd, J= 7,0 e 9,2) 72,32 4,26 (2H, dd, J= 7,0 e 9,0) 71,72
4ax 3,85- 3,90 (2H, m) - 3,86- 3,96 (2H, m) -
5 3,12 (1H, m) 72,32 3,04 (1H, m) 71,72
6 4, 76 (2H , d, J= 4,2 ) 86,38 4, 76 (2H, d, J= 4,0) 85,77
8eq 4,26 ( 2H, dd, J= 7,0 e 9,2) 86,38 4,26 (2H, dd, J= 7,0 e 9,0) 85,77
8ax 3,85- 3,90 (2H, m) - 3,86- 3,96 (2H, m) -
1’/1” - 134,19 - 134,04
3’/3” - 149,27 - 148,85
4’/4” - 149,83 - 149,46
2’/2” 109,92 109,67
5’/5” 111,74 111,45
6’/6”
6,89- 6,80 (6H, m)
118,84
6,84- 6,92 (6H, m)
118,35
OCH
3
3,86 (3H, s) 56,54 3,86 (3H, s) 55,57
3,88 (3H, s) 56,54 3,90 (3H, s) 55,90
Determinação Estrutural
109
Figura 3.53: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
), substância 25.
Determinação Estrutural
110
3.5.2 Substância 26
A lignana do tipo furofurânica, substância 26, foi isolada das frações
HAFMD544, 5543 e 55432, proveniente da fração diclorometano do extrato
metanólico das folhas de Hellieta apiculata, e sua estrutura foi determinada com
base em espectros de RMN
1
H,
13
C e também em dados da literatura (PELTER,
A.,et al., 1976, AHMED, A.A., et al., 2002).
A análise do espectro de RMN
1
H (Figura 3.55) indicou a presença de
uma lignana do tipo furofurânica pseudoequatorial-axial, uma vez que mostra
não os sinais dos hidrogênios das metilas e aromáticos, como também oito
sinais referentes aos hidrogênios metilênicos, H-1/H-5, H-2/H-6. Não
equivalência nos sinais de ressonância, pois estão em ambientes magnéticos
diferentes, implicando assim em substituições equivalentes nos anéis arila mas
com uma configuração assimétrica
O espectro de RMN
1
H mostra os sinais em δ 3,31 (1H, m) e δ 2,92 (1H,
m), atribuídos aos hidrogênios H-1 e H-5, respectivamente. Para os hidrogênios
metilênicos axiais H-4 e H-8, foram atribuídos sinais em δ 3,33 (1H, m) e δ 3,86
(2H, m), respectivamente, mais blindados que os correspondentes hidrogênios
metilênicos equatoriais H-4 e H-8 em δ 4,14 (1H, dd, J= 0,4 e 9,6 Hz) e δ 3,84
(1H, m), respectivamente. Os sinais entre δ 3,92- 3,87 (12H, s) referem-se aos
hidrogênios dos grupos metoxila. O sinal em δ 4,85 (1H, d, J= 5,4 Hz) foi
atribuído ao hidrogênio H-2, enquanto que o sinal em δ 4,45 (1H, d, J=7,1)
refere-se ao hidrogênio H-6. Neste caso, o sinal mais blindado refere-se ao
situado na posição axial, isto é H-6, implicando que o anel arila esteja na
posição equatorial. Para o hidrogênio H-2, a configuração é a oposta. Para os
hidrogênios aromáticos H-2’/H-2”, H-5’/H-5” e H-6’/H-6”, os sinais estão entre δ
6,80- 6,93 (6H, m). Esta conclusão foi alcançada ao se observar a conformação
da estrutura. Existe um sinal de hidrogênio entre δ 4,44,1, dois entre δ 3,8-
3,7, e outros dois entre δ 3,45- 3,25. A substância adquire uma conformação
exo-endo, onde os átomos de oxigênio do anel oxolano estão fora do plano
4
O
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
HH
OCH
3
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Determinação Estrutural
111
(Figura 3.52), havendo agora efeito anisotrópico do grupo arila, em pseudoaxial,
sobre os hidrogênios metilênicos, também em pseudoaxial, porém situado no
anel oposto. Dessa forma, os hidrogênios metilênicos em pseudoaxial o mais
blindados devido a este efeito.
Figura 3.54: Projeção mostrando as interações entre os hidrogênios de uma
lignana furofurânica di-pseudoequatorial.
Com relação ao espectro de RMN
13
C (Figura 3.55), observam-se 18
sinais. Os sinais em δ 50,0 e δ 54,3 foram atribuídos aos carbonos C-1 e C-5,
respectivamente. Para os carbonos dos grupos metoxila referem-se ao sinal δ
55,8. Em δ 69,6 e δ 70,9, referem-se aos sinais dos carbonos C-4 e C-8,
respectivamente. Os sinais em δ 81,9 e δ 87,5 foram atribuídos aos carbonos C-
2 e C-6, respectivamente. Em δ 109,0 e δ 109,1 encontram-se os sinais
referentes aos carbonos C-2’/C-2”, e em δ 111,00 os sinais para os carbonos C-
5’/C-5“. Os sinais em δ 117,6 e em δ 118,3, referem-se aos carbonos C-6’/C-6”,
respectivamente. Os sinais em δ 130,9 e δ 133,6 foram atribuídos aos carbonos
C-1” e C-1’, respectivamente. Para os carbonos C-3’/C-3” e C-4’/C-4”, os sinais
correspondentes estão em δ 147,9, δ 148,6, δ 148,7 e δ 149,1, respectivamente.
Desse modo, a análise desses dados, RMN
1
H,
13
C, juntamente com os dados
da literatura, permite concluir que a substância 26 é a lignana furofurância
epieudesmina, sendo então em epímero da lignana anterior a eudesmina. Esta
substância, a epieudesmina, apresentou valor de [α]
D
-120,8
o
, em clorofórmio. A
Tabela 3.22 sumariza os dados espectroscópicos para a substância 26.
Determinação Estrutural
112
Tabela 3.22: Dados de RMN
1
H e
13
C de 26 e comparação com a literatura.
Substância 26
(200/50 MHz, CDCl
3
)
PELTER, A.,et al., 1976
AHMED, A. A., et al, 2002.
(100/25 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ
(ppm)
δ (ppm), J (Hz) δ
(ppm)
1 3,30 (1H, m) 50,0 3,30 (1H, m) 50,1
2 4,85 (1H, d J= 5,4) 81,9 4,85 (1H, d, J= 5,5) 81,9
4eq 4,14 (1H, dd, J= 0,4 e 9,6) 70,9 4,13 (1H, d, J= 10,0)
70,9
4ax 3,86 (2H, m) - 3,85 ( 2H, m) -
5 2,92 (1H, m) 54,3 2,90 (1H, m) 54,4
6 4,45 (1H, m) 87,6 4,45 (1H, m) 87,5
8eq 4,14 (1H, dd, J= 0,4, 9,6) 69,6 3,35 (1H, m) 69,7
8ax 3,86 (2H, m) - 3,85 (2H, m) -
1’/1” - 133,6 - 133,5
- 130,9 - 130,8
3’/3” - 147,9 - 147,8
- 148,6 - 148,6
4’/4” - 148,7 - 148,7
- 149,1 - 149,1
2’/2” 109,0 108,7
109,1 109,0
5’/5” 111,0 110,9
110,0 110,9
6’/6” 117,6 117,6
6,93- 6,83 (6H, m)
118,3
6,98- 6,85 (6H, m)
118,3
OCH
3
3,92- 3,87 (12H, s) 55,8 3,92- 3,89 (12H, s) 55,9
Determinação Estrutural
113
Figura 3.55: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
), substância 26.
Determinação Estrutural
114
3.5.3 Substância 27
A lignana do tipo furofurânica, substância 27, foi isolada da fração
BRCMD11333332 proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico do
caule de Balfourodendron riedelianum, e sua estrutura foi determinada com base
em espectros de RMN
1
H,
13
C e também em dados da literatura (LEONG, Y-W.,
et al., 1999, CHENGZENG, W., et al., 1997 e BUSKE, A., et al., 1997).
O espectro RMN
1
H da substância 27 (Figura 3.56) apresentou grande
semelhança com o espectro de RMN
1
H da lignana furofurânica
pseudodiequatorial eudesmina. Logo, concluiu-se que esta susbtância trata-se
também de uma lignana furofurância pseudodi-axial e simétrica. Um outro fator
que corroborou a elucidação desta estrutura foi a presença de dois hidrogênios
metilênicos entre δ 4,4 –4,2 e dois entre δ 4,0-3,8, o que indica que a substância
adquire uma conformação endo-endo, conforme supracitado. O sinal dos
hidrogênios H-4/H-8 pseudoequatorial, está em δ 4,26 (2H, dd, J= 6,4 e 9,0 Hz),
enquanto que o sinal dos hidrogênios H-4/H8 pseudoaxiais está entre δ 3,72-
3,90 (2H, m). O sinal em δ 4,73 (2H, d, J= 4,1 Hz) refere-se aos hidrogênios H-2
e H-6. Para os hidrogênios H-1/H-6 atribuiu-se o sinal em δ 3,10 (2H, m). Em δ
5,53 (2H, sl), o sinal refere-se ao grupo hidroxila. Para os hirogênios aromáticos
H-2’/H-2” e H-6’/H-6” atribuiu-se o sinal em δ 6,59 (4H, s). O sinal em δ 3,90
(12H, s) foi atribuído aos hidrogênios dos quatro grupos metoxila.
A análise do espectro de RMN
13
C ( Figura 3.56) mostrou a presença de
oito sinais. O sinal em δ 56,37 foi atribuído aos carbonos dos quatro grupos
metoxila. o sinal em δ 54,32, foi atribuído aos carbonos C-1 e C-5. Os sinais
em δ 71,8 e δ 86,0 referem-se aos carbonos C-4/C-8 e C-2/C-6,
respectivamente. Para os cabonos do grupo aril C-1’/C-1”, C-3’/C-3”, C-5’/C-5”,
C-2’/C-6’e C2”/C-6”, atribuíram-se os sinais em δ 132,1, δ 147,2, δ 147,2 e δ
4
O
O
HH
OCH
3
CH
3
O
HO
OCH
3
OCH
3
OH
2
5
1
6
8
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Determinação Estrutural
115
102,2, respectivamente. O sinal em δ 134,4 foi atribuído para os carbonos
carbinólicos C-4’/C-4”. Esta substância apresentou valor de [α]
D
-3,14
o
em
clorofórmio.
Pela análise dos dados de RMN
1
H,
13
C e [α]
D
, juntamente com os dados
da literatura (Tabela 3.23), concluiu-se que a substância 27 tratava-se da
liganana furofurância, di-pseudoequatorial, (-)-siringaresinol.
Tabela 3.23: Dados de RMN
1
H e
13
C de 27 e comparação com a literatura.
Substância 27
(200/50 MHz, CDCl
3
)
LEONG, Y-W., et
al., 1999
(300/ 75 MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ
(ppm)
δ (ppm), J (Hz) δ
(ppm)
1 3,10 (1H, m) 54,3 3,09(1H, m) 54,4
2 4, 76 (2H , d, J= 4,1) 86,0 4,76 (2H, d, J=4,0) 86,1
4eq 4,26 ( 2H, dd, J= 6,4 e 9,0) 71,8 4,28 (2H, dd, J= 6,9 e 9,2) 71,8
4ax 3,72- 3,90 (2H, m) - 3,89 (2H, dd, J= 3,8 e 9,2) -
5 3,10 (1H, m) 54,3 3,09 (1H, m) 54,4
6 4, 76 (2H , d, J= 4,1 ) 86,0 4, 76 (2H, d, J= 4,0) 86,1
8eq 4,26 ( 2H, dd, J= 4,2 e 9,0 ) 71,8 4,28 (2H, dd, J= 6,9 e 9,2) 71,8
8ax 3,72- 3,90 (2H, m) - 3,89 (2H, dd, J= 3,8 e 9,2) -
1’/1” - 132,1 - 132,1
3’/3” - 147,2 - 147,2
4’/4” - 134,4 - 134,4
2’/2” 102,2 102,8
5’/5” 147,1 147,2
6’/6”
6,59 (4H, s)
102,8
6,58 (4H, m)
102,8
OCH
3
3,90 (12H, s) 56,5 3,90 (12H, s) 56,4
OH 5,53 (2H, sl) - 5,53 (2H, sl) -
Determinação Estrutural
116
Figura 3.56: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
), substância 27.
Determinação Estrutural
117
3.6 Derivados do Ácido Cinâmico e do Ácido Siríngico
Os aminoácios L-fenilalanina e L-tirosina, os chamados C
6
C
3
blocos
construtores, são precursores de vários produtos naturais. Nas plantas,
freqüentemente a primeira etapa é a eliminação da amônia da cadeia lateral
para gerar a ligação dupla trans (E), do ácido cinâmico. No caso da fenilalanina,
isso leva à formação do ácido cinâmico, enquanto a tirosina pode levar ao ácido
4-para-cumárico (DEWICK, P., 2004). O ácido siríngico faz parte dos grupos
dos ácidos hidroxibenzóicos, compostos que possuem o grupo carboxílico ligado
ao anel aromático. Esses ácidos fenólicos apresentam propriedades
antioxidantes (HARBONE, J. B., 1973). Essas propriedades são geralmente
determinadas pelo número de hidroxilas presentes na molécula (RAJALAKSMI,
D., et al., 1995).
3.6.1 Substância 28
O derivado do ácido cinâmico, substância 28, foi isolada da fração
HAFMD433 proveniente da fração diclorometano do extrato metanólico das
folhas de Hellieta apiculata e sua estrutura foi determinada com base em
espectros de RMN
1
H,
13
C, CG/EM e também em dados da literatura
(NEWSOROFF, G. P., et al. 1968 e MIYASE, T., et al., 1984).
No espectro de RMN
1
H (Figura 3.57) puderam-se observar dois dubletos
com constante de acoplamento de J= 15,9 Hz, referentes aos hidrogênios em
trans à dupla ligação H-1’ (δ 6,32, d, J= 15,9 Hz) e H-2’ (δ 7,58, d, J= 15,9 Hz),
respectivamente. O sinal em δ 6,76 (2H, s) foi atribuído aos hidrogênios H-2 e H-
6 do anel aromático que se encontram no mesmo ambiente químico e
magnético, uma vez que a molécula é simétrica. O sinal em δ 3,89 (6H, s) foi
atribuído aos seis hidrogênios dos grupos metila substituídos nos carbonos C-5
e C-3. O sinal em δ 3,89 (3H, s) foi atribuído aos hidrogênios de metila
substituídos no carbono C-4. O sinal em δ 3,82 (3H, s) foi atribuído aos
hidrogênios do grupo carbometoxi.
OCH
3
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
1
2
3
4
5
6
1'
2'
3'
Determinação Estrutural
118
No espectro de RMN de
13
C, Figura 3.57, pôde-se observar um sinal em δ
167,4, indicando a presença de um grupo carboxila na molécula. Os demais
valores podem ser observados na Tabela 3.24.
No espectro de massas para a substância 28 (Figura 3.58) o pico do íon
molecular foi de m/z 252, estando de acordo com a rmula molecular C
13
H
16
O
5
.
Os principais fragmentos puderam também ser observados, como m/z 237 [M-
15]
+
. Unindo-se esses dados com os da literatura, pôde-se concluir que a
substância 28 é a trans-3,4,5-trimetoxicinamato de metila. Os ácidos cinâmicos
comuns ocorrem amplamente entre as Sapindales, e muitos óleos essenciais
derivados de plantas da família Rutaceae contêm apreciáveis quantidades de
fenilpropanóides (WATERMAN, P. G., et al., 1982).
Tabela 3.24: Dados de RMN
1
H e
13
C de 28 e comparação com a literatura.
Substância 28
(200/50 MHz, CDCl
3
)
MIYASE, T., et al., 1984.
(90MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz)
1’ - 167,4
2’
6,32 (1H, d, J= 15,9)
144,9
6,33 (1H, d, J= 16,0)
3’
7,58 (1H, d, J= 15,9)
117,1
7,61 (1H, d, J= 16,0)
1 - 129,9 -
2
6,78 (2H, s)
105,3
6,74 (2H, s)
3 - 153,5 -
4 - 153,2 -
5 - 153,5 -
6
6,78 (2H, s)
105,3
6,74 (2H, s)
3’-OCH3
3,82 (3H, s)
51,7
3,81 (3H, s)
3-OCH3
3,88 (6H, s)
56,2
3,89 (9H, s)
4-OCH3
3,89 (3H, s)
60,9
3,89 (9H, s)
5-OCH3
3,88 (6H, s)
56,2
3,89 (9H, s)
Determinação Estrutural
119
Figura 3.57: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, CDCl
3
), substância 28.
Determinação Estrutural
120
Figura 3.58: Espectro de massas da substância 28 (IE –70 eV) e fragmentação.
OCH
3
O
O
CH
3
O
CH
3
O
CH
3
m/z 252
m/z 237
OCH
3
O
CH
3
O
CH
3
O
O
M-15
CH
3
m/z 252
OCH
3
O
CH
3
O
CH
3
O
OCH
3
m/z 221
O
CH
3
O
CH
3
O
O
OCH
3
M-31
CO
M-28
CH
3
O
CH
3
O
O
m/z 193
Determinação Estrutural
121
3.6.1 Substância 29
O composto fenólico, substância 29, foi isolado da fração HAFMA 432
proveniente da fração acetato de etila do extrato metanólico das folhas de
Hellieta apiculata, e sua estrutura foi determinada com base em espectros de
RMN
1
H,
13
C e CG/EM e também por comparação com a literatura (INOUE, K.,
et al., 2005, WESTON, R., et al., 1999 e ATTA-ur-RAMAN., et al., 1991).
O espectro de RMN
1
H (Figura 3.59) mostrou apenas três sinais. O sinal
em δ 7,43 (2H, s) foi atribuído aos hidrogênios H-2 e H-6, e devido ao livre giro
da molécula e também ao fato de ser uma molécula simétrica, ambos os
hidrogênios estão no mesmo ambiente químico e magnético. Os demais sinais
referem-se aos hidrogênios das metoxilas: δ 3,97 (6H, s) e δ 3,93 (3H, s)
substituídas nos carbonos C-3 e C-5, e a mais blindada foi atribuída ao éster,
substituída no C-1’.
O espectro de RMN
13
C (Figura 3.59), mostrou 7 sinais. O sinal em δ
154,3 foi atribuído ao carbono carbinólico do grupo hidroxila, substituído no C-4.
O sinal em δ 108,2 foi atribuído aos carbonos C-2 e C-6. Para os carbonos
referentes aos grupos metoxila substituídos em C-3 e C-4, atribuiu-se o sinal em
δ 56,7, e para o carbono do grupo metoxila substituído no C-1’, atribuiu-se o
sinal em δ 61,14. O sinal referente ao carbono carbonílico não foi registrado. Os
sinais referentes aos demais carbonos estão descritos na Tabela 3.25, a seguir.
Mas pelo espectro de massas, (Figura 3.57) pôde-se confirmar a estrutura,
obtendo-se massa m/z 212 e fórmula molecular de C
10
H
12
NO
5
. Pelo espectro de
massas (Figura 3.60) puderam-se observar perdas importantes para a
determinação da estrutura como [M-30]
+
(pico m/z 182) e conseqüente [M-28]
+
(pico m/z 154), responsáveis pela confirmação do grupo metil éster na molécula,
no carbono C-1’.
De acordo com a literatura a substância 29 foi identificada como siringato
de metila. Esta substância é bastante comum em plantas e mais
especificamente numa espécie de mel, o manuka, que apresenta propriedades
OCH
3
O
OCH
3
HO
CH
3
O
1
2
3
4
5
6
1'
Determinação Estrutural
122
antioxidantes além de uma altíssima atividade antibacteriana, contra a
Helicobacter pilori , responsável pelo ncer no estômago e duodeno, sendo
também usada na Nova Zelândia desde os tempos mais remotos na prevenção
de infeccções secundárias, comprovada pela presença do siringato de metila,
29, como descrito por INOUE, K., et al., 2005.
Tabela 3.25: Dados de RMN
1
H e
13
C de 29 e comparação com a literatura.
NR* : Não registrado
Substância 29
(200/50 MHz, MeOD)
ATTA-ur-RAMAN, et al., 1991
(400MHz, CDCl
3
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm) δ (ppm), J (Hz)
1 - 116,0 -
2 7,43 (2H, s) 108,2 7,32 (2H, s)
3 - 143,3 -
4 - 154,3 -
5 - 143,3 -
6 7,43 (2H, s) 108,2 7,32 (2H, s)
1’ - NR* -
1’-OCH
3
3,93 (3H, s) 61,1 3,86 (3H, s)
3-OCH
3
3,97 (6H, s) 56,7
3,89 (6H, s)
4-OH - - 5,89 (1H, s)
5-OCH
3
3,97 (6H, s) 56,7
3,89 (6H, s)
Determinação Estrutural
123
Figura 3.59: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, MeOD), substância 29.
Determinação Estrutural
124
Figura 3.60: Espectro de massas da substância 29 (IE –70 eV) e fragmentação.
OCH
3
O
O
HO
CH
3
O
CH
3
CH
3
M-15
m/z 212
O
HO
CH
3
O
OCH
3
O
m/z 197
m/z 197
CH
3
O
OCH
3
O
O
OH
m/z 212
CH
3
O
OCH
3
O
OCH
3
CH
3
O
OCH
3
M-31
CH
3
O
O
OCH
3
CH
3
O
m/z 181
CO
M-28
CH
3
O
OCH
3
CH
3
O
m/z 153
Determinação Estrutural
125
3.6.2 Substância 30
O ácido, substância 30, foi isolada da fração HAFMA 434 proveniente da
fração acetato de etila do extrato metanólico das folhas de Hellieta apiculata e
sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN
1
H,
13
C, CG/EM e
também por comparação com a literatura da substância anterior 29, INOUE, K.,
et al., 2005, WESTON, R., et al., 1999 e ATTA-ur-RAMAN., et al., 1991.
O espectro de RMN
1
H (Figura 3.61) mostrou apenas três sinais. O sinal
em δ 7,44 (2H, s) foi atribuído aos hidrogênios H-2 e H-6, e devido ao livre giro
da molécula e também ao fato de ser uma molécula simétrica, ambos os
hidrogênios estão no mesmo ambiente químico e magnético. Os sinais
referentes aos hidrogênios das metilas dos grupos metoxila substituídos nos
carbonos C-3 e C-5 encontram em δ 4,00 (6H, s) e δ 3,91 (3H, s), para os
hidrogênios do grupo metoxila substituído em C-4.
O espectro de RMN
13
C (Figura 3.61) mostrou apenas 5 sinais, dois dos
quais referentes aos carbonos quaternários C-1 e C-4, não foram registrados,
devido à pouca quantidade de amostra isolada. Os sinais em δ 57,02 e em δ
61,12 foram atribuídos aos carbonos dos grupos metoxila substituídos nos
carbonos C-3/C-5 e C-4, respectivamente. O sinal em δ 167,72 foi atribuído ao
carbono carbonílico do grupo ácido. Os demais sinais encontram-se descritos na
Tabela 3.26, a seguir.
O espectro de massas para a substância 30 (Figura 3.62) mostrou o pico
do íon molecular em m/z 212, sendo assim isômero do composto anterior, o
seringato de metila, 29, mas com padrão de fragmentação diferente, uma vez
que não perda [M-30]
+
e conseqüente perda do monóxido de carbono, [M-
28]
+
. Isso se deve à ausência da metoxila esterificada no carbono C-1’,
confirmando a presença do grupo ácido na molécula. A diferença entre eles
pôde ser também observada pelo espectro de RMN
13
C.
A substância 30 foi identificada como o ácido 3,4,5-trimetóxi-siríngico.
OH
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
1
2
3
4
5
6
1'
Determinação Estrutural
126
Tabela 3.26: Dados de RMN
1
H e
13
C de 30 e comparação com a literatura.
NR*: Não registrado
Substância 30
(200/50 MHz, acetona-d
6
)
H/C
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm)
1 - 116,02
2 7,44 (2H, s) 108,46
3 - 154,29
4 - NR*
5 - 154,29
6 7,44 (2H, s) NR*
1’ - 167,75
1’-OCH
3
3,91 (3H, s) 61,14
3-OCH
3
4,00 (6H, s) 57,02
4-OCH
3
- 61,12
5-OCH
3
4,00 (6H, s) 57,02
Determinação Estrutural
127
Figura 3.61: Espectros de RMN
1
H e
13
C (200/50 MHz, acetona-d
6
), para a
substância 30.
Determinação Estrutural
128
Figura 3.62: Espectro de massas da substância 30 (IE –70 eV) e fragmentação.
OH
O
O
CH
3
O
CH
3
O
CH
3
CH
3
M-15
OH
O
O
CH
3
O
CH
3
O
m/z 212
m/z 197
Determinação Estrutural
129
3.7 Limonóides
Os limonóides o tetranortriterpenos (C
26
) altamente funcionalizados
cuja cadeia lateral foi degradada pela perda de quatro carbonos, resultando na
formação de um anel furano β-substituído no carbono C-17 (WATERMAN, P. G.,
et al., 1983).
A modificação do esqueleto tetracíclico dos triterpenos nas plantas
através da oxidação e degradação atingiu seu ponto culminante em quatro
famílias proximamente relacionadas da Ordem Sapindales: Rutaceae,
Meliaceae, Cneoraceae e Simaroubaceae. Plantas dessas famílias produzem
um série de triterpenos degradados, limonóides e quassionóides. Cada uma
dessas famílias de plantas produzem um característico e distinto tipo de
esqueleto de limonóide. Os membros da família Rutaceae produzem um grupo
homogêneo de estruturas com anel A e D-seco (DRYER, D. L., 1983).
3.7.1 Substância 31
O limonóide, substância 31, foi isolado da fração HAGMD642 proveniente
da fração diclorometano do extrato metanólico dos galhos de Hellieta apiculata,
e sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN
1
H, C
13
e 2D e
na literatura DREYER, D. L., et al., 1974, NG, K. M., et al., 1987, ROSENFELD,
R. S., et al., 1951 e JONES, F. T., et al., 1949.
No espectro de RMN
1
H da substância 31 (Figura 3.63) puderam-se
observar quatro singletos referentes a metilas terciárias, em δ 1,27 (3H, s), δ
1,16 (3H, s), δ 1,15 (3H, s) e δ 1,05 (3H, s) atribuídos às metilas 28, 18, 29 e 30,
respectivamente (Figura 3.63.3). O sinal entre δ 7,38-7,40 (2H, m) foi atribuído
O
O
O
H
H
O
O
O
O
O
A
D
1
2
3
19
5
4
29
28
10
11
12
13
14
15
16
17
18
20
21
22
23
8
6
9
7
Determinação Estrutural
130
aos hidrogênios H-21 e H-23, enquanto que o sinal δ 6,32 (1H, m) foi atribuído
ao H-22, pertencentes ao anel furano. Esses dados indicam a presença de um
limonóide. O sinal em δ 5,45 (1H, s) foi atribuído ao hidrogênio H-17. Para os
hidrogênios H-19, os sinais atribuídos foram δ 4,43 (1H, d, J=13,0 Hz) e δ 4,73
(1H, d, J= 13,0 Hz), que acoplam entre si num sistema de spins do tipo AB. O
sinal referente ao hidrogênio H-15 foi atribuído a δ 4,02 (1H, s). O sinal em δ
2,94 (1H, dd, J= 16,7; 3,8 Hz) foi atribuído a um dos hidrogênios em H-2,
enquanto que o sinal para o outro H-2 foi atribuído ao δ 2,64 (1H, dd, J= 18,6;
2,0). O sinal em δ 2,51 (1H, dd, J= 15,2; 3,0 Hz) foi atribuído ao hidrogênio H-9.
O sinal em δ 2,43 (1H, dd, J= 18,0; 3,3 Hz) foi atribuído ao hidrogênio H-6β,
enquanto o sinal para o hidrogênio H-6α foi atribuído ao δ 2,81 (1H, t, J= 15,2
Hz). Para o hidrogênio H-5, foi atribuído o sinal em δ 2,19 (1H, dd, J= 19,1; 3,2).
Para os demais hidrogênios, H-11 e H-12, foram atribuídos os sinais em δ 1,76
(2H, m) e δ 1,47 (2H, m), respectivamente. Esses sinais podem ser mais bem
observados nas ampliações dos espectros de RMN
1
H (Figuras 3.63.1, 3.63.2).
No espectro de COSY
1
H-
1
H, puderam-se observar as correlações dos
hidrogênios, conforme descreve a Figura 3.65, a seguir.
O espectro de RMN
13
C da substância 31 (Figura 3.64) mostrou sinais
para carbonos em δ 206,2 (C-7, carbonílico), δ 169,2 (C-3, carbonílico), δ 166,6
(C-16), 119,9 (C-20), para carbonos metínicos em δ143,3 (C-21), δ 141,1 (C-23)
e δ 109,7 (C-22) e para carbonos oxigenados em δ 80,3 (C-1), δ 79,2 (C-4), δ
65,4 (C-19) e δ 53,8 (C-15). Os sinais H-1 e H-19 apresentaram correlações a
longa distância no espectro de HMBC: δ 4,04 (H-1) correlacionou-se com δ
169,2 (C-3); δ 4,45 (H-19α e H-19β) correlacionou-se com δ 48,1 (C-9) e δ 60,5
(C-5). O sinal em δ 4,79 (H-19α e H-19β) correlacionou-se com δ 77,8 (C-4) e
com δ 45,9 (C-8). Unindo-se esses dados com os da literatura, pôde-se concluir
que a substância 31 é o limonóide limonina.
As Tabelas 3.27 e 3.28 descrevem os dados espectroscópicos além da
compararação com os dados da literatura.
Determinação Estrutural
131
Tabela 3.27: Dados de RMN
1
H de 31 e comparação com a literatura.
Substância 31
(400 MHz, CDCl
3
)
NG, K. M., et al., 1987.
(400 MHz, DMSO-d
6
)
H
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm), J (Hz)
1 4,02 (1H)
4,06 (1H, d, J= 3,6)
2
2,94 (1H, dd, J= 16,7; 3,8) 2,72 (1H, d, J= 16,1)
2
2,64 (1H, dd, J= 18,6; 2,0) 2,60 (1H, dd, J= 16,1; 3,6)
5
2,19 (1H, dd, J= 19,1; 3,2) 2,27 (1H, dd, J= 15,0; 3,0)
6ax
2,81 (1H, t, J= 15,2) 3,11 (1H, t, J= 15,0)
6eq
2,43 (1H, dd, J= 18,0; 3,3) 2,53-2,41 (1H, m)
9
2,51 (1H, dd, J= 15,2; 3,0) 2,53-2,41 (1H, m)
11
1,76 (2H, m)
12
1,47 (2H, m)
15
4,03 (1H, s) 4,10 (H, s)
17
5,45 (1H, s) 5,46 (H, s)
18 1,16 (3H, s)
1,17 (3H, s)
19
4,43/4,73 (2H, d, J=13,0) 4,92/4,47 (2H, d, J= 13,0)
21
7,38-7,40 (2H, m) 7,72 (1H, d, J= 1,0)
22
6,32 (1H, m) 6,50 (1H, dd, J= 3,5; 1,8)
23
7,38-7,40 (2H, m) 7,66 (1H, dd, 3,5; 1,8)
28 1,27 (3H, s)
1,09 (3H, s)
29 1,15 (3H, s)
1,09 (3H, s)
30 1,05 (3H, s)
0,97 (3H, s)
Determinação Estrutural
132
Tabela 3.28 Dados de RMN
13
C de 31 e comparação com a literatura.
Substância 31
(100 MHz, CDCl
3
)
NG, K. M., et al., 1987.
(100 MHz, DMSO-d
6
)
C
δ (ppm) δ (ppm)
1 79,1 79,1
2 35,7 35,5
3 169,2 169,0
4 79,2 80,3
5 60,5 60,4
6 36,4 36,3
7 206,2 206,0
8 53,9 51,3
9 48,1 48,0
10 45,9 45,9
11 18,9 18,8
12 30,8 30,8
13 37,9 37,9
14 65,7 65,7
15 53,8 53,8
16 109,7 106,5
17 77,8 77,8
18 20,7 20,3
19 65,4 65,2
20 119,9 119,8
21 141,1 141,1
22 109,7 109,6
23 143,2 143,2
28 30,1 30,0
29 21,4 21,3
30 17,6 17,5
Determinação Estrutural
133
Figura 3.63: Espectro de RMN
1
H (400MHz/CDCl
3
) para a substância 31.
Figura 3.63.1: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400MHz/CDCl
3
), para a
substância 31.
H-2
H-6α H-2
H-9
H-6β
H- 21, 23
H-22
H-17
H-19
H-15
H-1
Determinação Estrutural
134
Figura 3.63.2: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400MHz/CDCl
3
), para a
substância 31.
Figura 3.63.3: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400MHz/CDCl
3
), para a
substância 31.
H-5
H-11
H-12
H-28
H-18
H-29
H-30
Determinação Estrutural
135
Figura 3.64:Espectro de RMN
13
C da substância 31 (100MHz, CDCl
3
).
Figura 3.65:Espectro de COSY
1
H-
1
H 45º da substância 31 (400MHz, CDCl
3
).
H-19
H-2; H-2
H-6
α
; H-6
β
H-6
α
; H-5
H-9; H-11
H-11; H-12
Determinação Estrutural
136
Figura 3.66: Mapa de contorno das correlações HSQC da substância 31, (400
MHz, CDCl
3
).
Figura 3.67: Mapa de contorno das correlações HMBC da substância 31, (400
MHz, CDCl
3
).
Determinação Estrutural
137
3.7.2 Substância 32
O limonóide, substância 32, foi isolada da fração HAGMD842 proveniente
da fração diclorometano do extrato metanólico dos galhos de Hellieta apiculata,
e sua estrutura foi determinada com base em espectros de RMN
1
H,
13
C e 2D e
também em dados da literatura (NG, K. M., et al., 1987, KONDO, Y., et al.,
1985).
O espectro de RMN
1
H da substância 32 (Figura 3.68) mostrou-se
bastante semelhante com o do limonóide anteriormente descrito, a limonina.
Para este caso foi possível observar os sinais referentes aos hidrogênios H-21 e
H-20 do anel furano, o sinal em δ 6,29 (1H, s), referente ao hidrogênio H-22 e
um singleto largo em δ 6,12 (1H, sl), atribuído ao hidrogênio H-21. Os sinais
podem ser mais bem observados nas ampliações espectros de RMN
1
H,
mostrados pelas Figuras 3.68.1, 3.68.2 e 3.68.4.
No espectro de COSY
1
H-
1
H, puderam-se observar as correlações entre
os hidrogênios de modo similar às correlações observadas para a limonina. As
correlações estão descritas na Figura 3.70.
Os dados indicam a presença de um anel furano oxidado, sugerindo um
sistema diidrofuranona com hidroxila (γ-hidróxibutirolactona), confirmado pela
presença dos sinais dos carbonos C-21 e C-22 em δ 80,0 e δ 123,1 no espectro
de RMN
13
C (Figura 3.69). Ainda foram observados dois carbonos um em δ
162,9, referente ao carbono C-20, bastante desblindado ao se comparar com o
mesmo sinal para a limonina, e o outro em δ 169,5 , referente ao carbono C-23,
indicando a presença de um carbono carbonílico. Os demais carbonos
permaneceram com deslocamentos químicos similares aos sinais dos
carbonos da limonina. Os carbonos desta substância foram atribuídos com base
nos experimentos bidimensionais de RMN, HMBC e HSQC, mostrados nas
Figuras 3.71 e 3.72. Estes dados, juntamente com os da literatura, confirmam
A
D
1
2
3
19
5
4
29
28
10
11
12
13
14
15
16
17
18
O
O
O
H
H
O
O
O
O
O
O
HO
8
6
9
20
22
23
21
Determinação Estrutural
138
que a substância 32 em questão tratava-se do ácido limonéxico. As Tabelas
3.29 e 3.30 descrevem os dados espectroscópicos da substância 32. A limonina
e o ácido limonéxico foram encontrados simultaneamente em outras plantas
(WU,T-S., et al., 1999), podendo o segundo ser considerado intermediário
biossintético do primeiro (SIDDIQUI, S., et al., 1988).
Tabela 3.29: Dados de RMN
1
H de 32 e comparação com a literatura.
Substância 32
(400 MHz, DMSO-d
6
)
NG, K. M., et al., 1987.
(400/MHz, DMSO-d
6
)
H
δ (ppm), J (Hz) δ (ppm), J (Hz)
1
4,05 (1H, d, J= 3,5) 4,06 (1H, d, J= 3,6)
2
2,78 (1H, d, J= 16,0) 2,72 (H, d, J=16,1)
2
2,62 (1H, dd, J= 16,3; 3,8) 2,60 (1H, dd, J= 16,1; 3,6)
5
2,24 (1H, dd, J= 15,0; 3,1) 2,27 (1H, dd, J= 15,0; 3,0)
6ax
3,11 (1H, t, J= 15,0) 3,11 (1H, t, J=15,0)
6eq
2,53-2,44 (1H, m) 2,53-2,41 (1H, m)
9
2,53-2,44 (1H, m) 2,53-2,41 (1H, m)
11
1,76-2,06 (1H, m)
12
1,76-2,06 (1H, m)
15
4,05 (1H, s) 4,10 (1H, s)
17
5,28 (1H, s) 5,24 (1H, s)
18
1,13 (3H, s) 1,15 (3H, s)
19
4,92/4,47 (1H, d, J= 13,0) 4,92/4,47 (H, d, J= 13,0)
21
6,13 (1H, s) 6,08 (1H, s)
22
6,28 (1H, s) 6,28 (1H, s)
23 - -
28
1,18 (3H, s) 1,19 (3H, s)
29
1,13 (3H, s) 1,15 (3H, s)
30
1,01 (3H, s) 1,01 (3H, s)
Determinação Estrutural
139
Tabela 3.30: Dados de RMN
13
C de 32 e comparação com a literatura.
Substância 32
(400/100 MHz, DMSO-d
6
)
NG, K. M., et al., 1987.
(250/ MHz, DMSO-d
6
)
C
δ (ppm) δ (ppm)
1 79,9 79,1
2 36,1 35,5
3 166,6 168,8
4 78,1 77,1
5 58,6 59,2
6 34,9 34,9
7 208,3 205,8
8 45,5 44,9
9 46,8 46,8
10 50,2 50,6
11 17,9 17,7
12 29,2 29,4
13 36,6 37,0
14 65,3 64,4
15 51,1 52,1
16 166,6 164,9
17 78,1 77,9
18 20,1 20,4
19 65,3 64,4
20 162,9 162,6
21 80,0 97,4
22 123,1 121,7
23 169,5 168,2
28 29,2 29,1
29 19,0 19,9
30 16,6 15,9
Determinação Estrutural
140
Figura 3.68: Espectro de RMN
1
H (400MHz/DMSO-d
6
) para a substância 32.
Figura 3.68.1: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400MHz/DMSO-d
6
) para a
substância 32.
H-17
H-19
H-1
H-15
H-22
H-21
H-11
H-12
Determinação Estrutural
141
Figura 3.68.2: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400MHz/DMSO-d
6
) para a
substância 32.
Figura 3.68.3: Ampliação do espectro de RMN
1
H (400MHz/DMSO-d
6
) para a
substância 32.
H-6β
H-2
H-2
H-9
H-6α
H-5
H-28 H-29
H-30
H-18
Determinação Estrutural
142
Figura 3.69: Espectro de RMN
13
C (100MHz/DMSO-d
6
) , para a substância 32.
Figura 3.70: Espectro de COSY
1
H-
1
H 45
o
(400MHz/DMSO-d
6
) , para a
substância 32.
H-19
H-1; H-2
H-6α;
H
-
6
β
H-6
β
; H-5
H-9; H-11
H-11;
H-12
H-6β;
H-5
Determinação Estrutural
143
Figura 3.71: Mapa de contorno das correlações HSQC (400MHz/DMSO-d
6
), para
a substância 32.
Figura 3.72: Mapa de contorno das correlações HMBC (400MHz/DMSO-d
6
) ,
para a substância 32.
4. Atividades
Biológicas
Atividades Biológicas
144
D-glicose
ATP
ADP
HK
D-glicose-6-fosfato
PGI
D-frutose-6-fostato
ATP
ADP
PFK
D-frutose-1,6-difosfato
D-gliceraldeído-3-fosfatodihidróxidoacetona fosfato
TIM
NADH
NAD+
GDH
L-glicerol-3-fosfato
ADP
ATP
glicerol
GK
NADH
NAD+
GAPDH
D-1,3-difosfoglicerato
ADP
ATP
PGK
D-3-fosfoglicerato
Pi
Glicossomo
Citosol
4. Atividades Biológicas
4.1 Avaliação dos Extratos Vegetais
Os extratos vegetais foram preparados como descrito no procedimento
experimental (Capítulo 5, p. 208). Estes extratos tiveram suas atividades avaliadas sobre
as enzimas gGAPDH, APRT, realizados no Laboratório de Cristalografia de Proteínas do
Departamento de Física da Universidade de São Paulo, São Carlos-SP, pelo aluno de
iniciação científica Eli Pimenta e Anderson Zotti, aluno de doutorado daquele centro,
enzima TryR e formas tripomastigotas de T. brucei brucei realizados no do School of Life
Sciences, Wellcome Trust Biocentre, Universidade de Dundee, Dundee, Escócia, Reino
Unido sob coordenação do Prof. Dr. Alan H. Fairlamb e formas tripomastigotas de T. cruzi,
realizados no Departamento de Análises Clínicas, Bromatológicas e Toxicológicas da
FCFRP-USP, no Laboratório de Parasitologia pelo corpo cnico do Prof. Dr. Sérgio
Albuquerque .
4.1.1 A Enzima gGAPDH (Gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase glicossomal)
De acordo com Opperdoes (OPPERDOES, F., et. al. 1977), o Trypanossoma cruzi
apresenta uma organela especial, o glicossomo, característica na família
Trypanosamatidae, que contém nove (9) enzimas envolvidas nas reações da via glicolítica.
O protozoário na forma tripomastigota não possui ciclo de ácido tricarboxílico, sendo
extremamente dependente da glicólise com fonte de ATP (CLARKSON & BROHN, 1976).
Esta grande dependência das enzimas da via glicolítica como fonte de energia faz delas
alvos interessantes para o desenho racional de fármacos antichagásicos. A enzima
gGAPDH, uma das 9 enzimas da via glicolítica, catalisa a fosforilação oxidativa do D-
gliceraldeído-3-fosfato em D-1,3-difosfoglicerato na presença de fósfato inorgânico, onde o
cofator NAD
+
é reduzido a NADH, como mostra a Figura 4.73 (TOMAZELA, D., et al.,
2000).
Figura 4.73: Esquema do metabolismo da glicose no interior do glicossomo.
Atividades Biológicas
145
AMP
IMP
Adenina
Guanin
a
APRT
HGPRT
XMP
GMP
PRPP
Hipoxantina
Xantina
Hipoxantina
Guanina
XPRT
PRPP
GDP
GTP
ADP
ATP
Adenilosuccinato
PRPP
AAH
ADSL
ADSS
AMD
GMR
GMS
IMDh
PRS-I
Ribose-6-fosfato
PRPP
Síntese de Novo
(hospedeiro vertebrado)
PPi
PPi
PPi
PPi
4.1.2 A Enzima APRT
O segundo alvo terapêutico explorado neste trabalho levou em consideração uma
diferença metabólica marcante entre os parasitas protozoários, membros do gênero
Leishmania, e os hospedeiros mamíferos humanos. A diferença está situada na via da
síntese dos purino nucleotídeos.
Os purino nucleotídeos são as bases nitrogenadas essenciais para a síntese do
DNA e RNA. Os mamíferos podem sintetizar este nucleotídeos por duas vias: síntese de
novo, envolvendo dez (10) reações enzimáticas seqüenciais, e via de recuperação em
que se utilizam os purino nucleosídeos pré-formados.
Os protozoários parasitas não realizam a síntese do novo e não são capazes de
sintetizar os purino nucleotídeos, dependendo destes nucleosídeos provenientes do
hospedeiro humano para a sua sobrevivência. Para isso, durante o processo evolutivo,
desenvolveram um conjunto de enzimas da via de recuperação podendo assim utilizar os
purino nucleosídeos provenientes dos mamíferos.
A via de recuperação dos parasitas do gênero Leishmania utiliza três (3) enzimas
para a conversão das purinas e 5-fosforibisil-1-pirofosfato (PRPP) em nucleosídeo-5-
monofosfato e pirofosfato: adenina-fosforibosiltransferase, APRT, hipoxantina-
guaninafosforibosiltransferase, HGPRT e xantina-fosforibosiltransferase, XPRT (Figura
4.74). As enzimas são independentes entre si.
Figura 4.74: Via de recuperação em células de protozoários parasitas.
Esta grande dependência dos purino nucleosídeos provenientes dos mamíferos
faz das enzimas da via de recuperação alvos interessantes para o desenho racional de
fármacos.
Atividades Biológicas
146
4.1.3 A Enzima Tripanotiona Redutase TryR
As infecções por protozoários tripanossomídeos provocam severas e importantes
doenças tropicais como a doença de Chagas e as leishmanioses, causadas pelos
protozoários da família Trypasomatidae, ordem Kinetoplastida e gênero Trypanosoma e
Leishmania, respectivamente. Algumas destas infecções são endêmicas nas regiões da
América Central, Sul e África.
Uma estratégia para o desenvolvimento de novos fármacos é ter como alvo uma
particularidade do metabolismo do tiol desses parasitas. Na maioria dos organismos, a
glutationa é um importante antioxidante, e os seus níveis são controlados pela glutationa
redutase (GluR). Entretanto, essa enzima não faz parte do metabolismo dos
Trypanosomatidae, que possuem a enzima tripanotiona redutase (TryR). Esta enzima
está envolvida no processo de estresse oxidativo do Trypanosoma e Leishmania, e
catalisa a redução de um conjugado glutationa-spermidina (N
1
,N
8
-
bis(glutationil)spermidina) e pela redução de uma pequena quantidade de tripanotiona
disulfito (T[S]
2
) em seu derivado di-tiol, diidrotripanotiona (T[SH]
2
) (DUMAS,1997;
FAIRLAMB, 2003). As Figuras 4.75 e 4.76 ilustram estes fatos.
Figura 4.75: O sistema da tripanotiona peroxidase.
A investigação do metabolismo da glutationa nos tripanossomatídeos revelou que
estes organismos possuem um sistema redox original baseado no conjunto
tripanotiona/tripanotiona redutase (TryR). Esta enzima é uma flavoproteína NADPH-
dependente, encontrada apenas em protozoários parasitas da Ordem Kinetoplastida, que
regenera a tripanotiona sob sua forma ativa T(SH)
2
(figura 4.76)
(GIRAULT, S., et al.,
2000). O mecanismo de ação de TryR é essencialmente idêntico para a GluR. As duas
enzimas apresentam similaridades estruturais, entretanto a TryR e GluR apresentam
diferentes especificidades para os substratos uma vez que apresentam diferenças
significativas em seus sítios ativos (FAIRLAMB, A. H., et al., 1992). A TryR é crucial para
as defesas antioxidantes dos Trypanosomatidae. Genes alvo foram estudados
indicando que a TryR é essencial para a sobrevivência das espécies Leishmania e
Atividades Biológicas
147
Trypanosoma. Ou seja, a enzima TryR é um alvo validado (KRAUTH-SIEGEL &
SCHONECK,1995).
Figura 4.76: Tripanotiona e tripanotiona redutase (GIRALUT, S., et al., 2001).
A enzima TryR é ausente em células de mamíferos. Os humanos possuem a
glutationa redutase (GR) (KURIYAN, 1991), sendo assim um potente alvo para a
quimioterapia de várias doenças tropicais causadas por espécies de Tripanosomas e
Leishmania (TOVAR & FAIRLAMB, 1996). As enzimas presentes nos humanos e nos
parasitas apresentam substratos específicos mutuamente exclusivos, possibilitando assim
uma alternativa para o desenho de novos agentes terapêuticos através de uma inibição
específica da enzima do parasita (KURIYAN, 1991).
4.1.4 Produtos Naturais e a Enzima Tripanotiona Redutase (TryR)
Várias classes de compostos são atualmente discutidas como um guia estrutural
para o desenho de inibidores específicos. Entre eles existem compostos tricíclicos como
as acridinas, fenotiazinas, quinonas e nitrofuranos, que inibem competitivamente a
tripanotiona redutase (TryR) mas não a enzima do hospedeiro humano, a glutationa
redutase (KRAUTH-SIEGEL, 1995).
A investigação de produtos naturais derivados de plantas ensaiadas nesta enzima
não foi muito extensiva até o momento. No período de 1995-2000, alguns metabólitos
como alcalóides bisbenzilícos-isoquinolínicos e poliaminas foram ensaiados. Derivados
sintéticos de naftoquinonas também foram ensaiados (ZANI, C., et al., 2003).
H
3
N
H
N
N
(CH
2
)
3
N
(CH
2
)
4
N
O
N
SH
N
O
H
3
N
CO
2
CO
2
N
O
SH
O
H
H
H
H
H
H
glutatinona (GSH)
spermidina
tripanotiona (T(SH)
2
)
T(S)
2
T(SH)
2
NADPH + H
+
NADP
+
tripanotiona redutase
Atividades Biológicas
148
Atividades Biológicas
149
4.3 Inibição Enzimática de APRT
O ensaio enzimático foi executado utilizando-se o método descrito na seção
procedimento experimental (Capítulao 5, p. 235). Os resultados estão apresentados na
Tabela 4.32, e são mostrados em porcentagem de atividade enzimática (% AE). Os
extratos que apresentaram %AE inferiores ou iguais a 50% foram considerados
promissores.
Tabela 4.32: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Atividade da Enzima APRT.
Os 12 extratos brutos avaliados sobre à enzima APRT mostraram resultados mais
promissores que os de gGAPDH. Com relação aos extratos brutos hexânicos, as folhas e
os galhos de Balfourodendron riedelianum foram os que se mostraram mais ativos, sendo
o extrato das folhas mais ativo (45,0%) que o dos galhos (22,0%). Os demais extratos
hexânicos não foram ativos. os extratos metanólicos apresentaram atividade maior. O
mais ativo da série foi o extrato metanólico do caule de Balfourodendron riedelianum, com
59,8% de atividade sobre a enzima APRT, seguido dos galhos e folhas de Helietta
apiculata, com 58,8% e 50,0%, respectivamente. No entanto, o extrato metanólico dos
galhos de Balfourodendron riedelianum e o do caule de Galipea carinata também
mostram-se satisfatórios com 40,0% e 46,6%, respectivamente. Estes extratos foram
submetidos à cromatografia de partição líquido-líquido o procedimento está descrito na
seção procedimento experimental (Capítulo 5, p. 209). As frações obtidas foram
submetidas ao ensaio enzimático sobre a APRT.
Planta Parte
Vegetal
Extratos
Hexânicos
% AE Extratos
Metanólicos
% AE
Balfourodendron
riedelianum
Caule BRCH 100 BRCM 40,2
Folhas BRFH 55,0 BRFM 48,8
Galhos BRGH 78,0 BRGM 60,0
Helietta apiculata
Folhas HAFH 100 HAFM 50,0
Galhos HAGH 100 HAGM 41,2
Galipea carinata
Caule GCCH - GCCM 54,0
Atividades Biológicas
150
4.4 Inibição Enzimática de TryR
O ensaio enzimático foi executado utilizando-se o método descrito na seção
procedimento experimental (Capítulo 5, p. 228). Os resultados estão descritos na Tabela
4.33, e são mostrados em porcentagem de atividade enzimática (AE). Os extratos que
apresentaram %AE inferiores ou iguais a 50% foram considerados promissores. A fração
metanólica de Galipea carinata não foi avaliada neste este modelo biológico.
Tabela 4.33: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na
Atividade Enzima TryR.
Dentre os 10 extratos brutos avaliados, o extrato metanólico dos galhos de
Balfourodendron riedelianum foi o mais promissor, com uma atividade de 87,5 % frente à
enzima TryR, seguido do extrato metanólico do caule com 85,1% de atividade. Os extratos
metanólicos das folhas de ambas as plantas não se mostraram ativos. O extrato
metanólico dos galhos de Helietta apiculata mostrou uma atividade satisfatória de 73,1%.
Estes extratos foram fracionados por cromatografia de partição líquido-líquido o
procedimento está descrito na seção de procedimento experimental (Capítulo 5, p. 228).
As frações obtidas foram submetidas ao ensaio enzimático frente à TryR.
Planta Parte
Vegetal
Extratos
Hexânicos
% AE Extratos Metanólicos % AE
Balfourodendron
riedelianum
Caule BRCH 68,5 BRCM 14,9
Folhas BRFH 77,4 BRFM 61,2
Galhos BRGH 77,4 BRGM 12,5
Helietta apiculata
Folhas HAFH 77,8 HAFM 77,4
Galhos HAGH 77,5 HAGM 26,9
Galipea carinata
Caule GCCH - GCCM -
Atividades Biológicas
151
4.5 Atividade Tripanocida nas Formas Tripomastigotas de T. cruzi
O ensaio foi executado utilizando-se o metodo descrito na seção do procedimento
experimental (Capítulo 5, p. 230). Os extratos foram avaliados numa concentração de
4,00mg/mL. Os resultados obtidos encontram-se descritos na Tabela 4.34 e são
mostrados em porcentagem de lise parasitária (LP). Os extratos com valores de
porcentagem de LP iguais ou superiores a 50% foram considerados promissores.
Tabela 4.34: Avaliação da Atividade Tripanocida nas Formas Tripomastigotas
de T. cruzi.
*NT: Não testado
Controle Positivo: violeta genciana 250g/mL.
Controle Negativo: sangue infectado + 5% de DMSO.
Dentre os extratos brutos e frações avaliados frente às formas tripomastigotas de T.
cruzi, apenas as frações diclorometânicas dos extratos metanólicos do caule e das folhas
de Balfourodendron riedelianum se mostraram promissores, com uma porcentagem de lise
parasitária (%LP) acima de 50%, sendo 49,7% e 55,0%. Embora esses resultados tenham
se mostrados promissores para estas parte da planta, não foi possível fazer um trabalho
biomonitorado das frações seguintes e dos compostos isolados destas frações, uma vez
que a demanda de amostras ensaiada pelo grupo é bastante grande, ocasionando na
demora na obtenção dos resultados.
Planta Parte Vegetal Extratos
Hexânicos
% LP
Extratos /frações
Metanólicos
% LP
Atividades Biológicas
152
4.6 Atividade Tripanocida nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei
O ensaio foi executado utilizando-se a metodologia descrita na seção procedimento
experimental (p.230, Capítulo 5). Os extratos foram avaliados numa concentração de 2,00
mg/mL, onde o EC
50
(Concentração Eficaz, EC) de cada extrato e fração foi avaliado,
como screening. Os resultados obtidos encontram-se descritos na Tabela 4.35. Os
extratos com valores de porcentagem de EC
50
inferiores a 2,00 mg/mL foram
considerados promissores.
Tabela 4.35: Avaliação dos Extratos Brutos Hexânicos e Metanólicos na Lise
Parasitária de T. brucei brucei.
Controle Positivo: pentamidina 14nM em meio de cultura.
Controle Negativo: meio de cultura + 5% de DMSO.
Planta Parte Vegetal Fração EC
50
Balfourodendron
riedelianum
Caule
(> 2,00mg/mL)
BRCMH > 2,00mg/mL
BRCMD > 2,00mg/mL
BRCMA > 2,00mg/mL
Folhas BRFMH > 2,00mg/mL
(> 2,00mg/mL) BRFMD > 2,00mg/mL
BRFMA > 2,00mg/mL
Galhos BRGMH > 2,00mg/mL
(> 2,00mg/mL) BRGMD > 2,00mg/mL
BRGMA > 2,00mg/mL
Helietta apiculata
Folhas HAFMH > 2,00mg/mL
(> 2,00mg/mL) HAFMD > 2,00mg/mL
HAFMA > 2,00mg/mL
Galhos HAGMH > 2,00mg/mL
(> 2,00mg/mL) HAGMD > 2,00mg/mL
HAGMA > 2,00mg/mL
Galipea carinata
Caule
GCCMM -
Atividades Biológicas
153
A avaliação dos extratos brutos hexânicos e metanólicos frente às formas
tripomastigotas do protozoário mostrou que apenas o extrato hexânico das folhas foi o
mais promissor, com um EC
50
de 0,52 ± 0,1. Assim a cada 0,52 mg/mL inibe 50% das
células, o que indica um resultado bastante interessante, uma vez que os demais extratos
não se mostram ativos frente às formas tripomastigotas de T. brucei brucei. As frações
destes mesmos extratos foram avaliadas, e todas, sem exceção, obtiveram valores de
EC
50
superiores a 50,0%, descritos na Tabela 4.36. A fração metanólica de Galipea
carinata não foi avaliada sobre este modelo biológico.
Tabela 4.36: Avaliação das Frações dos Extratos Brutos Hexânicos e
Metanólicos na Lise Parasitária de T. brucei brucei.
Controle Positivo: pentamidina 14nM em meio de cultura.
Controle Negativo: meio de cultura + 5% de DMSO.
Planta Parte
Vegetal
Extratos
Hexânicos
EC
50
Extratos
Metanólicos
EC
50
Balfourodendron
riedelianum
Caule BRCH >2,00 mg/mL
BRCM >2,00 mg/mL
Folhas BRFH >2,00 mg/mL
BRFM >2,00 mg/mL
Galhos BRGH >2,00 mg/mL
BRGM >2,00 mg/mL
Helietta apiculata
Folhas HAFH 0,52 ± 0,1mg/mL HAFM >2,00 mg/mL
Galhos HAGH >2,00 mg/mL
HAGM >2,00 mg/mL
Galipea carinata
Caule GCCH -
GCCM -
Atividades Biológicas
154
4.7 Atividades das Frações Obtidas a partir dos Extratos Brutos Avaliados
Conforme descrito no item do procedimento experimental (Capítulo 5, p. 209), cada
extrato bruto metanólico avaliado foi fracionado em três partes: de baixa, média e alta
polaridade. Essas frações foram submetidas aos mesmos ensaios enzimáticos e biológicos,
gGAPDH, APRT, tripanocida frente as formas tripanocidas T. cruzi e T. brucei brucei.
4.7.1 Atividades das Frações Obtidas a partir dos Extratos Brutos Avaliados na
Enzima gGAPDH
Dentre as 16 frações avaliadas frente à enzima gGAPDH, apenas a fração metanólica
do extrato metanólico do caulde de Galipea carinata mostrou uma atividade satisfatória de
34,5%. Sua atividade foi aumentada com o fracionamento. Anteriormente, seu extrato bruto
apresentou 30,0% de atividade inibitória sobre a enzima gGAPDH. A Tabela 4.37 sumariza
os resultados.
Tabela 4.37: Avaliação das Frações Obtidas a partir dos Extratos Brutos Metanólicos
na Atividade da Enzima gGAPDH.
Planta Parte Vegetal Fração % AE
Balfourodendron
riedelianum
Caule
(% AE 100)
BRCMH 75,1
BRCMD 90,0
BRCMA 81,5
Folhas BRFMH 100
(% AE 85,5) BRFMD 100
BRFMA 71,1
Galhos BRGMH 95,5
(% AE 65,5) BRGMD 100
BRGMA 100
Helietta apiculata
Folhas HAFMH 75,0
(% AE 70,0) HAFMD 100
HAFMA 100
Galhos HAGMH 74,5
(% AE 20,0) HAGMD 100
HAGMA 90,0
Galipea carinata
Caule
(% AE 70,0)
GCCMM 64,5
Atividades Biológicas
155
Houve um aumento na atividade das frações oriundas do extrato metanólico do
caule de Balforodendron riedelianum, que anteriormente não se mostrou ativo. As frações
hexano, diclorometano e acetato de etila do extrato metanólico do caule apresentaram
atividades satisfatórias: 25,0%, 10,0% e 18,5%, respectivamente. com relação às
frações das outras partes como as folhas e os galhos, o mesmo não foi observado,
havendo perda de atividade com o fracionamento. O mesmo foi observado para as frações
oriundas do extrato bruto metanólico de Helietta apiculata. Anteriormente ao
fracionamento, o extrato bruto metanólico das folhas e galhos apresentaram 30,0% e
80,0% de atividade. Após o fracionamento, as frações de ambas as partes, diclorometano
e acetato foram inativas ou praticamente inativas.
4.7.2 Atividades das Frações Obtidas a partir dos Extratos Brutos Avaliados
na Enzima APRT
Com 16 frações avaliadas sobre à enzima APRT, resultados mais promissores
foram alcançados. A fração metanólica do extrato metanólico do caule de Galipea carinata
manteve o mesmo valor de atividade antes do fracionamento. A Tabela 4.38 sumariza os
resultados.
Tabela 4.38: Avaliação das Frações Obtidas dos Extratos Brutos Metanólicos
na Atividade da Enzima APRT.
Planta Parte Vegetal Fração % AE
Balfourodendron
riedelianum
Caule
(% AE 40,2)
BRCMH 32,5
BRCMD 27,9
BRCMA 34,5
Folhas BRFMH 50,0
(% AE 48,8) BRFMD 37,5
BRFMA 60,0
Galhos BRGMH 60,0
(% AE 60,0) BRGMD 48,8
BRGMA 60,0
Helietta apiculata
Folhas HAFMH 30,1
(% AE 50,0) HAFMD 30,2
HAFMA 31,2
Galhos HAGMH 40,0
(% AE 41,2) HAGMD 54,5
HAGMA 50,0
Galipea carinata
Caule GCCMM 54,0
Atividades Biológicas
156
Após o fracionamento do extrato metanólico do caule de Balfourodendron
riedelianum, houve um considerável aumento na atividade. A fração diclorometano foi a
que se mostrou mais promissora, com uma atividade de 72,1% frente à enzima APRT. O
fracionamento do extrato das folhas de Balfourodendron riedelianum não provocou uma
grande diferença na atividade. Dentre suas frações, apenas a diclorometano apresentou
um leve aumento, mostrando 62,5% de atividade. O fracionamento do extrato metanólico
da folhas de Helietta apiculata também implicou no aumento da atividade. Neste caso a
fração mais ativa foi a hexânica, com 69,9% de atividade frente à enzima APRT. As
demais frações não apresentam mudanças consideráveis na atividade. Este fato indica
que, ao fracionar um extrato, pode estar havendo um enriquecimento das frações com
compostos que podem ser os responsáveis pela atividade pronunciada.
4.7.3 Atividades das Frações Obtidas a partir dos Extratos Brutos Avaliados
na Enzima TryR
Dentre as 15 frações avaliadas frente à enzima TryR, resultados bastante
satisfatórios foram alcançados, apesar da atividade ter diminuído bastante com o
fracionamento. O extrato metanólico do caule de Balfourodendron riedelianum se mostrou
bastante promissor com uma atividade de 85,1%, mas seu fracionamento não levou ao
aumento de atividade. Dentre as frações obtidas, apenas o acetato de etila foi ativo com
70,6% de atividade sobre à enzima. O mesmo aconteceu com o extrato metanólico dos
galhos e das folhas da mesma planta. Anteriormente a atividade do extrato metanólico dos
galhos foi de 87,5%. Após o fracionamento nenhuma das frações obtidas foi ativa. Com
relação ao extrato metanólico das folhas, esté não era ativo frente a este modelo
biológico e com o fracionamento o comportamento não se alterou.
Com as frações avaliadas para Helietta apiculata, resultados mais promissores
foram alcançados. Apesar do extrato metanólico das folhas não apresentar atividade,
22,6%, a fração declorometano foi bastante ativa com 88,3% de atividade sobre este
modelo biológico. com relação aos galhos desta mesma planta, houve um considerável
aumento na atividade após o fracionamento. A fração acetato de etila apresentou 93,5 %
de atividade.
Pôde-se concluir, através destes resultados, que a Helietta apiculata pode
apresentar algum composto responsável pela atividade, uma vez que suas frações foram
mais ativas frente a este modelo biológico do que as frações obtidas das partes vegetais
de Balfourodendron riedelianum.
A fração metanólica de Galipea carinata não foi avaliada.
Os resultados acima discutidos estão descritos na Tabela 4.39.
Atividades Biológicas
157
Tabela 4.39: Atividade das Frações dos Extratos Metanólicos, Concentração
de 2,00 mg/mL, na Enzima TryR.
* Possível presença de taninos na fração.
Apesar de poucos extratos provocarem uma significante inibição das enzimas
gGAPDH, APRT e TryR, os resultados foram considerados promissores, uma vez que os
ensaios bioquímicos sobre as enzimas são bastante específicos, limitando a possível ação
dos componentes avaliados. A fração acetato de etila dos galhos de Balfourodendron
riedelianum apresentou % AE de 100, indicando a possível presença de taninos na fração,
resultanso em falsos positivos.
Entretanto, um dos objetivos deste trabalho foi realizar os ensaios como forma de
encontrar novos compostos protótipos contra a doença de Chagas e Leishmanioses, pois
acredita-se que estas enzimas sejam essenciais aos protozoários causadores dessas
doenças e que a inibição delas possa causar um dano a esses parasitas. Esses ensaios
fazem parte de uma abordagem bastante moderna na procura de novos rmacos, além de
serem uma forma de screening biológico bastante rápida.
Planta Parte Vegetal Fração % AE
Balfourodendron
riedelianum
Caule
(% AE 14,9 )
BRCMH 77,5
BRCMD 38,0
BRCMA 29,4
Folhas BRFMH 77,2
(% AE 61,2) BRFMD 67,6
BRFMA 45,5
Galhos BRGMH 74,2
(% AE 12,5) BRGMD 50,7
BRGMA 0*
Helietta apiculata
Folhas HAFMH 77,4
(% AE 77,4) HAFMD 11,7
HAFMA 32,3
Galhos HAGMH 77,4
(% AE 26,6) HAGMD 29,4
HAGMA 6,5
Galipea carinata
Caule GCCMM -
Atividades Biológicas
158
4.8 Atividade das Substâncias Puras Isoladas
4.8.1 Atividade nas Enzimas gGAPDH e APRT
As substâncias puras isoladas de Balfourodendron riedelianum, Helietta apiculata e
Galipea carinata foram ensaiadas sobre às enzima gGAPDH. As substâncias foram
ensaiadas a 200µM frente a gGAPDH.Os resultados estão descritos na Tabela 4.40.
Tabela 4.40: Atividade das Substâncias Puras Avaliadas na Enzima gGAPDH
Lote 03/2006.
Código da Amostra
% de absorção no
UV em 340 nm
1
% de absorção no
UV em 400 nm
2
Interação com
substrato
3
/
turvação
4
% Inibição
(200 µM)
(1)
16 < 1 - 4
(2)
86 2 - 2
(3)
73 2 - 1
(4)
97 2 - 14
(5)
97 < 1 - 8
(6)
116 5 - 4
(7)
97 3 - 8
(8)
73 2 - 1
(10)
24 < 1 - 0
(13)
115 < 1 - 13
(14)
71 5
T NA
(16)
2 < 1 - 4
(25)
4 < 1 - 0
(26)
2 < 1 - 0
(27)
0 < 1 - 6
(28)
68 1 - 7
(31)
1 < 1 - 0
(32)
8 2 - 0
NA: Não analisado;
T: ocorrência de turvação no meio reacional quando a amostra solubilizada foi adicionada;
1
– Porcentagem de absorção molecular relativo ao NADH, em concentração de 100 µM;
2
Porcentagem de absorção molecular relativo ao Tio-NADH, em concentração de 100 µM
considerando ε
400
= 11.900 M
-1
.cm
-1
para o mesmo. Se o composto apresentar absorção maior que 30%,
tanto em relação ao NADH quanto ao Tio-NADH, ele não pode ser avaliado. Mas se ele absorver em apenas
um dos comprimentos de onda, é então analisado no outro método, para evitar interferência na análise;
3
A interação como substrato é realizada adicionando-se todos os reagentes necessários para a
reação, exceto a enzima e o G3P. Caso haja uma variação de 5% na absorbância em relação ao ensaio
convencional (0,35 unidades de absorção), o composto não é avaliado;
4
- A insolubilidade no meio reacional é facilmente percebida se, ao adicionar-se o composto na
cubeta, ocorrer a turvação. Nestas condições, o composto não é analisado.
Amostras analisadas com NAD
+
(λ = 340 nm): 1, 16, 25, 26, 31, 32.
Amostras analisadas com Tio-NAD
+
(λ = 400 nm): 2, 4, 5, 6, 8, 13, 10, 14, 28, 27.
Atividades Biológicas
159
Os resultados mostraram que as substâncias isoladas das plantas estudadas não
foram ativas sobre o modelo biológico da enzima gGAPDH. Muitas delas tiveram a
porcentagem de absorção no UV na mesma região do cofator da enzima, sendo
necessário um ensaio alternativo, utilizando-se como cofator o tio-NAD
+
, fazendo com que
a leitura de absorção no UV do resultado do ensaio passasse de 340nm para 400nm.
Nesta região, pouca absorção dos compostos avaliados. Entretanto, a porcentagem de
inibição foi baixa, concluíndo-se que as substâncias não são ativas neste modelo
biológico.
Os ensaios sobre a enzima APRT não foram realizados, uma vez que a
porcentagem de absorção no UV em 240nm é bastante elevada, coincidindo com a região
do UV para leitura do ensaio, onde se mede a concentração do produto reacional AMP.
Atividades Biológicas
160
4.8.2 Atividade Inibitória e Tripanocida de Substâncias Puras Provenientes de
Diferentes Espécies Vegetais na Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T.
brucei brucei (linhagem 427, tipo selvagem, forma infectante sangüínea)
As 107 substâncias naturais de uma coleção existente no Laboratório de Química
de Produtos Naturais da UFSCar, assim como as 6 sintéticas avaliadas, foram divididos
por classes facilitando assim a visualização das semelhanças estruturais. O ensaio desta
coleção foi de grande importância, uma vez que a enzima TryR é um alvo validado para o
desenho racional de fármacos, ou seja, essencial para a sobrevivência do parasita, que
o protege contra a oxidação (TOVAR, J. et al., 1998, DUMAS, C., 1997, BENSON, T. J., et
al., 1992). Em paralelo, ensaios tripanocidas foram feitos frente ao protozoário T. brucei
brucei, que é morfologicamente e bioquimicamente relacionado ao T. b. rhodesiense,
extremamente virulento aos humanos. O T. brucei brucei não infecta seres humanos, mas
é extremamente infeccioso a animais como gado, carneiros e cabras (FRIES,D. S., et al.,
2003). A enzima TryR foi descoberta como resultado de estudos de atividade de outra
enzima a glutationa redutase no Tripanosomos Africano, T. brucei brucei (FAIRLAMB, A.
H., et al., 1992). Os ensaios foram feitos como descrito no procedimento experimental
(p.228).
4.8.3 Flavonóides
Ensaiou-se um número considerável de flavonóides isolados de Neoraputia
paraensis, N. magnifica, Murraya paniculata Conchocarpus heterophylus, Citrus sinenis
enxertado sobre C. limon (Rutaceae), Lonchocarpus montanus, L. latifolius, L.
subglaucences, L. atropurpureus, Deguelia hatschbachii (Leguminoseae), Vitex polygama
Cham. (Verbenaceae), Siphoneugna densiflora Berg. (Myrtaceae) e Zeyeria montana
(Bignoniaceae).
Os compostos foram agrupados de acordo com suas estruturas básicas e classes.
Todas as estrutras de flavonóides ensaiados estão descritas nas Tabelas 4.41 e
4.42.
Atividades Biológicas
161
Tabela 4.41: Estruturas das Flavonas Avaliadas na Enzima TryR e nas Formas
Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
R
6
R
7
R
8
1 H OCH
3
H OCH
3
H OCH
3
OCH
3
OCH
3
2 OCH
3
OH H OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
3 H OCH
3
H OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
4 OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H CH
3
OCH
3
OCH
3
5 OCH
3
OCH
3
H OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
6 OCH
3
OCH
3
H OCH
3
OH OCH
3
OCH
3
OCH
3
7 H OCH
3
OCH
3
OCH
3
H OCH
3
OCH
3
OCH
3
8 OCH3 2',2'-dimetilcromeno OCH
3
OCH
3
H OCH
3
OCH
3
9 H H H 2',2'-dimetilcromeno H H H
10 H H H 2',2'-dimetilcromeno OCH
2
O H
11 H OCH
3
H OCH
3
H OCH
2
O H
12 H H H 2',2'-dimetilcromeno OCH
3
OCH
3
H
13 H H H furano H H H
14 OCH
3
H H furano H H H
15 O-ramnose OH H OH H OH OH H
16 H OH H OH H OH OH H
17 H OH H OH glicose OH OH H
18 H OH H OH H H OH H
19 H OH H OH H OCH
3
OH H
20 H OCH
3
OCH
3
OCH
3
OH H H H
21 H OCH
3
H OCH
3
OH H H H
22 H H H H H H H H
O
O
R
6
R
7
R
8
R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
A
B
C
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
Atividades Biológicas
162
Tabela 4.42: Estruturas dos Flavanonóis Avaliados na Enzima TryR e nas Formas
Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Tabela 4.43: Estruturas das Chalconas Avaliadas na Enzima TryR e nas Formas
Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
R
6
R
7
R
8
23 H
OCH
3
H OCH
3
H CH
3
CH
3
CH
3
24 H H H 2',2'-dimetilcromeno H H H
25 OCH
3
OH 2',2'-dimetilcromeno prenila H H H
Substância R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
R
6
R
7
R
8
26 OH
OCH
3
H OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
27 OH OCH
3
2',2'-dimetilcromeno OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
28 OH OCH
3
2',2'-dimetilcromeno H OCH
3
H H
29 OH OCH
3
2',2'-dimetilcromeno H OCH
3
OCH
3
H
30 H furano H H H H OCH
3
O
O
R
6
R
7
R
8
R
2
R
3
R
4
R
5
R
1
B
CA
29
7
5
4
6'
2'
4'
O
R
4
R
1
R
3
R
2
R
5
R
6
R
7
R
8
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
3
1
O
OCH
3
O
O
R
7
O
β
α
β
1
3
5
1'
3'
5'
'
Atividades Biológicas
163
4.8.4 Flavonas
A Tabela 4.44 sumariza os resultados para o efeito tripanocida das flavonas frente
ao protozoário T. b. brucei. Dentre as flavonas avaliadas (compostos 1-22), o composto 7
foi o que exibiu maior atividade biológica, EC
50
3,9 µM. Na comparação dos valores de
EC
50
obtidos para as substâncias 1-22 chamaram a atenção o composto 7 com EC
50
de
3,9 µM, e os compostos 1 e 5, diferindo do composto 7 em apenas em R
3
. A presença
adicional de uma metoxila tanto em R
3
, quanto em R
6
, diminui a atividade de 1 em
aproximadamente 10 vezes. Os pontos observados podem ser de importantes na
descrição de aspectos estruturais associados com a atividade tripanocida.
A introdução dos grupos metilenodióxi (-OCH
2
O-) e metoxila (CH
3
O-) nas posições
R
6
e R
7
das 2’,2’-dimetilcromenoflavonas, revelou uma importante influência na atividade
tripanocida. A substância 10, que possui um grupo metilenodióxi, apresentou EC
50
>100µM, enquanto que a substância 12 (EC
50
>100µM), que possui dois grupos metoxila,
levou a um decréscimo na atividade com relação ao composto 9 (EC
50
16,7µM), o qual
possui apenas hidrogênios naquelas posições. Ainda se pôde observar que a presença
dos grupos 2’,2’-dimetilcromeno foi um fator que causou um aumento na atividade contra o
parasita, quando se compararam os valores de EC
50
das substâncias 9 e 22, EC
50
>100µM.
O
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
H
OCH
3
CH
3
O
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
4
EC
50
> 100 µ
µµ
µM
O
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
CH
3
O
H
OCH
3
H
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
1
EC
50
43,1µ
µµ
µM
EC
50
3,9 µ
µµ
µM
O
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
CH
3
O
H
OCH
3
OCH
3
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
7
O
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
CH
3
O
OCH
3
OCH
3
H
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
5
EC
50
30,9 µ
µµ
µM
Atividades Biológicas
164
Ao se analisar a influência destes grupos nos compostos 27, 28 e 29, pôde-se
observar que, quando se passou de um anel B di- para trimetoxilado, a atividade diminuía
consideravelmente.
Para as substâncias 15-21, todos os valores de EC
50
foram maiores que 100µM,
sugerindo que a presença de hidrogênio e de hidroxilas na posição R
2
não contribui para
melhorar a atividade desta classe de substâncias. As substâncias 28 e 29 diferen apenas
pela presença do hidrogênio em R7, o que faz com que a atividade seja menor na
substância 29 (EC
50
12,4µM). Comparando-se a flavona 9 (EC
50
16,7µM) com a flavona 24
(EC
50
>100µM), percebe-se que a presença da dupla ligação entre os carbonos C-2 e C-3
O
H
H
H
H
H
H
O
O
A
B
C
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
9
EC
50
16,7µ
µµ
µM
H
10
O
O
H
H
H
O
O
O
A
B
C
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
EC
50
>100µ
µµ
µM
O
O
OCH
3
OCH
3
H
H
H
H
O
A
B
C
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
12
EC
50
>100µ
µµ
µM
O
O
H
H
H
H
H
H
H
H
A
B
C
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
22
EC
50
>100µ
µµ
µM
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
OOH
CH
3
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
O
EC
50
>100µ
µµ
µM
27
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
OOH
CH
3
O
H
OCH
3
H
H
O
28
EC
50
19,8µ
µµ
µM
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
OOH
CH
3
O
H
OCH
3
OCH
3
H
O
29
EC
50
12,4µ
µµ
µM
Atividades Biológicas
165
pode ser um outro ponto importante associado à atividade biológica. A mesma observação
pôde ser aplicada às substâncias 1 e 23.
Dentre as chalconas (26-31), a substância 26 mostrou ser a mais ativa contra o
protozoário T. brucei brucei, tendo EC
50
de 4,6µM, enquanto a substância 27, contendo um
grupo 2’,2’-dimetilcromeno, foi inativa.
O
H
H
H
H
H
H
O
O
A
B
C
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
9
EC
50
16,7µ
µµ
µM
24
O
O
H
H
H
H
H
H
O
A
B
C
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
EC
50
>100µ
µµ
µM
O
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
CH
3
O
H
OCH
3
H
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
1
EC
50
43,1µ
µµ
µM
O
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
H
O
A
B
C
2
2'
4'
6'
9
7
5
4
OCH
3
23
EC
50
> 100µ
µµ
µM
O
OCH
3
OH
H
CH
3
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
26
EC
50
4,6µ
µµ
µM
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
OOH
CH
3
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
O
27
EC
50
> 100µ
µµ
µM
Atividades Biológicas
166
Os valores de EC
50
para as substâncias 27, 28 e 29, tendo como substituinte o
grupo 2’,2’-dimetilcromeno, sugerem que alterações dos substituintes em ambos os anéis
(A e B) da chalcona são importantes para o aumento da atividade.
Dentre as substâncias avaliadas sobre a enzima TryR (1-31), apenas a 31
(furanodiidrochalcona) foi ativa, com valor de IC
50
de 19,6µM. O Gráfico 4.1 mostra este
valor. Numa publicação de TORRES-SANTOS, E. C., et al., 1999, uma chalcona isolada de
Piper aduncun (Piperaceae) também mostrou-se ativa frente aos parasitas de Leishmania
amazonensis (50% de atividade com 0,5 e 24µg/mL). A estrutura de 2’-6’-diidróxi-4’-
metoxichalcona está descrita abaixo como A. Os resultados desta substância, como
também de todas as outras, estão descritos na Tabela 4.44. rias chalconas também se
mostraram ativas frente à Leishmania donovani e Plasmodium falciparum (LIU, M., et al.,
2003). A falta de estruturas similares não permitiu uma análise mais clara e concreta sobre
a relação estrutura-atividade.
Gráfico 4.1: Gráfico de EC
50
para a substância 31 [10µM].
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
OOH
CH
3
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
H
O
27
EC
50
> 100µ
µµ
µM
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
OOH
CH
3
O
H
OCH
3
OCH
3
H
O
28
EC
50
19,8µ
µµ
µM
A
B
5'
3'
1'
β
1
3
5
α
β
'
OOH
CH
3
O
H
OCH
3
OCH
3
H
O
29
EC
50
12,4µ
µµ
µM
O
CH
3
O OH
OH
A
Atividades Biológicas
167
Tabela 4.44: Relação das Atividades das Substâncias (1-31) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
1 >100 43,1
2 >100 >100
3 >100 >100
4 >100 >100
5 >100 30,9
6 >100 >100
7 >100 3,9
8 NT* >100
9 >100 16,7
10 >100 >100
11 >100 >100
12 >100 >100
13 >100 10,9
14 >100 >100
15 >100 >100
16 >100 >100
17 >100 >100
18 >100 >100
19 >100 >100
20 >100 >100
21 >100 >100
22 >100 >100
23 >100 >100
24 >100 >100
25 >100 >100
26 NT* 4,6
Atividades Biológicas
168
27 >100 >100
28 >100 19,8
29 >100 12,4
30 >100 >100
31
19,6 >100
*NT: Não testado.
Tabela 4.45. Ocorrência dos Flavonóides Avaliados na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância Espécie
3',4',5',5,7-pentametoxiflavona (1) N. magnifica
22,23
5-hidroxi-3’,4’,5’,3,7,8-hexametoxiflavonol (2) M. paniculata
24
3',4',5',5,7,8-hexametoxiflavona (3) M. paniculata
24
3’,4’,5’,3,5,6,7-heptametoxiflavonol (4) M. paniculata
24
3’,4’,5’,3,5,7,8-heptametoxiflavonol (5) M. paniculata
24
8-hidroxi-3',4',5',5,7-pentametoxiflavona (6) M. paniculata
23
3',4',5',5,6,7-hexametoxiflavona (7) M. paniculata
24
3',4',7,8-tetrametoxi-5,6-(2",2"-dimetilpirano)-flavona (8) N. alba
25
7,8-(2",2"-dimetilpirano)-flavona (9) L. subglaucescens
26
3',4'-metilenodioxi-7,8-(2",2"-dimetilpirano)-flavona (10) L. subglaucescens
26
3',4'-metilenodioxi-5,7-dimetoxiflavona (11) N. magnifica
22,23
7,8-(2",2"-dimetilpirano)-flavona (12) L. subglaucescens
39
Lanceolatin B (13) L. latifolius
27
karanjin (14) L. latifolius
27
3-O-
β
-D-rhamnopiranosideo (quercitrin) (15)
S. densiflora
28
Luteolin (16) V. polygama
29
Isoorientin (17) V. polygama
30
Schaftosideo (18) V. polygama
31
3'-methoxiluteolina (19) (chrysoeriol) V. polygama
29
8-hidroxi-5,6,7-trimetoxiflavona (20) Z. montana
32
8-hidroxi-5,7-dimetoxiflavone (21) A. dulcis
33
Flavone (22) C.heterophyllus
34
3',4',5',5,7-pentametoxiflavanona (23) N. magnifica
22,23
Isolonchocarpina (24) L. campestris
35
5,4’-dihidroxi-6-(3,3-dimetilallil)-7-metoxi-flavanona (25) D. hatschbachii
36
2'-hidroxi-3,4,4',5,6'-pentametoxichalcona (26) N. magnifica
22,23
2'-hidroxi-3,4,4',5-tetrametoxi-5',6'-(2",2"-dimetilpirano)-chalcona (27) N. magnifica
22,23,37
2'-hidroxi-4,4'-dimetoxi-5',6'-(2",2"-dimetilpirano)-chalcona (28) N. magnifica
22,23
2'-hidroxi-3,4,4'-trimetoxi-5',6'-(2",2"-dimetilpirano)-chalcona (29) N. magnifica
22,23
7-metoxiponganol (30) L. latifolius
38
3,4-metilenodioxi-2’-metoxi-[2’’,3’’:4’,3’]-furanodihidrochalcona (31) L. subglaucescens
39
Atividades Biológicas
169
4.8.5 Dibenzoilmetanos
Uma coleção de 9 dibenzoilmetanos (32-40), entre eles análogos sinéticos, foi
avaliada frente à enzima TryR e as formas tripomastigotas dos protozoários T. brucei
brucei. MORAES, V. R. de S., et al., (2002) submeteram estes compostos aos ensaios
enzimáticos com gGAPDH e APRT e alguns flavonóides, principalmente os
polimetoxílados, apresentaram atividades relevantes.
A comparação destas estruturas sugere que as atividades são influenciadas pelo
número de carbonos presentes na cadeia do substituinte localizado entre os dois carbonos
carbonílicos ou entre os dióis, isto é quando as carbonilas se encontram reduzidas.
As estrutras avaliadas estão descritas na Tabela 4.46, a seguir:
Tabela 4.46: Estrutura dos Dibenzoilmetanos Avaliados na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
R
6
R
7
34
O
O
H H H H
35
OH OH
H H OCH
3
36
O
O
H H H H
37
O
O
H H OCH
3
38
OH
O
H H H OCH
3
39
O
O
H H OCH
3
40
O
O
H H OCH
3
R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
R
6
R
7
1'
5'
3'
1
3
5
β'
α
β
32
O O
O OCH
3
O
O
33
O
O
O
CH
3
O
CH
3
Atividades Biológicas
170
Ao comparar os dibenzoilmetanos estruturalmente relacionados (35-40) aspectos
interessantes puderam ser observados. As substâncias 35 (EC
50
7,M) e 39 (EC
50
10,9µM) diferem apenas na redução das carbolinas a dióis, onde uma pequena variação
na atividade foi observada.
O único dibenzoilmetano da série que foi ativo sobre a enzima TryR foi o composto
34, com IC
50
de 20,5µM, entretanto não foi ativo frente ao protozoário. As substâncias 32 e
33 não foram ativas em nenhum dos dois modelos biológicos. Os resultados das
substâncias avaliadas estão sumarizados na Tabela 4.47.
OH OH
OCH
3
35
EC
50
7,9µ
µµ
µM
OCH
3
O O
39
EC
50
10,9µ
µµ
µM
OCH
3
O O
37
EC
50
9,0µ
µµ
µM
40
EC
50
6,7µ
µµ
µM
OCH
3
O O
36
EC
50
>100µ
µµ
µM
O O
Atividades Biológicas
171
Tabela 4.47: Relação das Atividades das Substâncias (32-40) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
32 >100 >100
33 >100 >100
34 20,5 >100
35 >100 7,9
36 >100 >100
37 >100 9,0
38 >100 >100
39 >100 10,9
40
>100 6,7
Atividades Biológicas
172
4.8.6 Cumarinas
Uma coleção de 7 cumarinas pertencente ao Laboratório de Produtos Naturais do
Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos teve suas estruturas
avaliadas conforme apareceu na Tabela 4.48.
Tabela 4.48 : Estrutura das Cumarinas Avaliadas na Enzima TryR e nas
Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância R
1
R
2
R
3
R
4
41
O
O
O
H H
42 H OH H H
43
O
H OCH
3
44
O
H
45
H
H
H
OH
H
OH
OCH
3
H H
46
H
H
H
OH
H
OCH
3
H H
47
OH
OH
OCH
3
H H
O O
R
1
R
2
R
3
R
4
2
3
4
4a
5
6
7
8
8a
Atividades Biológicas
173
Dentre as substâncias avaliadas (41-47), apenas a substância 47 se mostrou ativa
apenas na enzima TryR. Seu valor de IC
50
não foi muito satisfatório ao se comparar com
os valores das demais substâncias avaliadas, sendo de 46,7µM. As demais substâncias
desta coleção não foram ativas ao modelos biológicos avaliados, conforme mostra a
Tabela 4.49.
Tabela 4.49: Relação das Atividades das Substâncias (41-47) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
41 >100 >100
42 >100 >100
43 >100 >100
44 >100 >100
45 >100 >100
46 >100 >100
47
46,7 >100
Atividades Biológicas
174
4.8.7 Amidas
Uma coleção de 6 amidas pertencente ao Laboratório de Produtos Naturais do
Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos foi avaliada na enzima
TryR e ao parasita T. brucei brucei. As estruturas avaliadas estão descritas na Tabela
4.50.
Tabela 4.50: Estruturas das Amidas Avaliadas na Enzima TryR e nas Formas
Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Dentre as amidas avaliadas (48-53), apenas a 52 foi ativa no protozoário T. brucei
brucei. O valor de EC
50
não foi muito satisfatório, quando comparado com os demais
valores obtidos para as substâncias avaliadas, sendo de 51,4µM. Todas as substâncias
avaliadas foram inativas na enzima TryR. Estruturas semelhantes são descritas como
portadoras de atividade na enzima TryR como é o caso da poliamina de origem natural, a
kokuamina A, (Figura 4.77) com valor de IC
50
de 1,8µM na enzima TryR de T. cruzi
(FRIES, D., et a., 2003, BODLEY, A., et al., 1995).
Substância R
1
50 H
51
O
O
52
O
53
O
O
O
O
N
O
H
R
1
1
2
3
4
5
6
1'
2'
3'
4'
5'
6'
7
8
9
N
O
OH
H
HO
CH
3
O
48
N
O
OH
H
HO
49
Atividades Biológicas
175
Figura 4.77: Estrutura do produto natural kukoamina A, ativo na enzima TryR de T. cruzi.
Tabela 4.51: Relação das Atividades das Substâncias (48-53) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
48 >100 >100
49 >100 >100
50 >100 >100
51 >100 >100
52 >100 51,4
53
>100 >100
IC
50
1,8µ
µµ
µM
Atividades Biológicas
176
4.8.8 Limonóides
Quatro limonóides pertencentes a coleção do Laboratório de Produtos Naturais do
Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos, foram avaliados frente
à enzima TryR e ao parasita T. brucei brucei. As estruturas das substâncias avaliadas
estão descritas na Figura 4.78 a seguir.
Figura 4.78: Estruturas dos limonóides avaliados.
Nenhum dos limonóides se mostrou ativo frente aos dois modelos avaliados. A
substância 57 ainda não teve sua estrutura elucidada. A Tabela 4.52 sumariza os
resultados obtidos, que foram todos acima de 100µM para ambos os modelos biológicos.
Tabela 4.52: Relação das Atividades das Substâncias (54-57) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
54 >100 >100
55 >100 >100
56 >100 >100
57 >100 >100
O
O
O
O
O
O
O
CH
3
O
O
54
O
O
O
O
O
O
CH
3
O
O
55
OO
O
HHO
O
O
O
O
O
HO
OH
HO
56
Composto 57
C
27
H
32
O
9
Atividades Biológicas
177
4.8.9 Triterpenos
Foram avaliadas as atividades de 10 triterpenos. A Tabela 4.53 descreve as
estruturas das substâncias (58-65) avaliadas frente à enzima TryR e formas
tripomastistigotas de T. brucei brucei.
Tabela 4.53: Relação das Estruturas das Substâncias (58-65) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância R
1
R
2
R
3
R
4
58 αOH αOH αOH
αCH
3
OH
O
59 αOH βOH H
O
glicose
O
63
αOH H H
OH
O
64
O
H H
OH
O
Substância R
1
R
2
60 αOH
O
OH
OH
61 αOH
OH
OH
OH
62
O
OH
OH
OH
R
2
R
1
HO
65
R
2
R
1
R
3
R
4
Atividades Biológicas
178
Ao analisar as substâncias 58, 59, 63 e 64, estruturalmente similares, pôde-se
observar a presença de um substituinte na posição R
4
que parece ser relevante para a
atividade biológica. A presença do grupo hidroxila em β, assim como a presença da
carbonila nesta mesma posição, sugere contribuir para o aumento na atividade. Dentre
esta série avaliada, a substância 59 com valor de EC
50
de 4,7µM foi a mais ativa.
Dentre as substâncias 60-62, a 61 foi a mais ativa da série, com EC
50
de 3,9µM,
diferindo de 62 apenas pela presença da hidroxila.
HO
OH
O
HO
HO
58
EC
50
>100µ
µµ
µM
HO
HO
HO
O
glicose
O
59
EC
50
4,7µ
µµ
µM
OH
O
HO
63
EC
50
19,8µ
µµ
µM
OH
O
O
64
EC
50
12,4µ
µµ
µM
HO
OH
OH
OH
61
EC
50
3,9µ
µµ
µM
OH
OH
OH
O
62
EC
50
>100µ
µµ
µM
O
HO
OH
HO
EC
50
> 100µ
µµ
µM
60
Atividades Biológicas
179
Tabela 4.54: Relação das Atividades das Substâncias (58-65) Avaliadas na
Enzima TryR e nas formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
58 >100 >100
59 >100 4,7
60 >100 >100
57 >100 >100
60 >100 >100
61 >100 3,9
62 >100 >100
63 >100 19,8
64 >100 12,4
65 >100 >100
Atividades Biológicas
180
4.8.10 Alcalóides
Foram avaliados 18 alcalóides pertencentes à coleção do Laboratório de Química
de Produtos Naturais, UFSCar. As estruturas estão descritas na Tabela 4.55.
Tabela 4.55: Estrutras dos Alcalóides (66-83) Avaliadas na Enzima TryR e
nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância R
1
R
2
R
3
66
O
O
OCH
3
67
O
O
H
68 H OCH
3
H
69 OCH
3
H OCH
3
70 OCH
3
OCH
3
H
71 H H H
72 H OCH
3
OCH
3
73
H H OCH
3
Substância R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
R
6
74 H OCH
3
H H H CH
3
75
O
H H H CH
3
76 H OCH
3
H OCH
3
H OCH
3
77
OCH
3
H H H CH
3
78
H OCH
3
H H OCH
3
H
N
O
OCH
3
R
3
R
2
R
1
2
3
'
'
2
3
4
5a
8a
5
6
7
8
N O
CN
CH
3
CH
3
79
N
N
H
H
H
H
80
N
N
N
O
H
81
N
N
N
O
H
CH
3
O
82
83
N
N
O
OCH
3
OCH
3
N O
R
2
R
1
R
5
R
4
R
3
R
6
2
3
4
5
6
7
8
5a
8a
Atividades Biológicas
181
Dentre as substâncias avaliadas (66-83), observou-se que os alcalóides
furoquinolínicos foram inativos na enzima TryR e frente às formas tripomastigotas do
protozoário T. brucei brucei. O mesmo foi observado para os alcalóides do tipo 2-
quinolonas. Os alcalóides do tipo indolopiridoquinazolínicos e cantinônico, 81, 82 e 83,
mostraram-se ativos com EC
50
de >100µM, 8,7 µM e 6,8µM, respectivamente, sendo o
mais ativo o alcalóide cantinônico. Os dois alcalóides 81 e 82 apenas diferem na
presença de um grupo metoxila na posição C-6, sendo bastante pronunciada ao se
comparar com a substância 81, sem grupo metoxila.
Os resultados de todas as substâncias avaliadas desta coleção estão
sumarizados na Tabela 4.56.
Tabela 4.56: Relação das Atividades das Substâncias (66-83) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
66 >100 >100
67 >100 >100
68 >100 >100
69 >100 >100
70 >100 >100
71 >100 >100
72 >100 >100
73 >100 >100
74 >100 >100
75 >100 >100
76 >100 >100
77 >100 >100
78 >100 >100
79 >100 >100
80 >100 >100
81 >100 >100
82 >100 6,8
83
>100 8,7
Atividades Biológicas
182
4.8.11 Ácidos e derivados
Uma coleção de 10 ácidos e derivados penrtencentes à coleção do laboratório de
Produtos Naturais da UFSCar, foram avaliados nos modelos biológicos anteriormente
descritos.
Tabela 4.57: Estruturas dos Ácidos e Derivados (84-93) Avaliados
Substância R
1
R
2
R
3
R
4
84 O-glicose H H H
85 CH
3
H OCH
3
OCH
3
86
CH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
Substância R
1
R
2
87 H OCH
3
88 H OCH
3
89
H H
Substância R
1
92 H
93
OCH
3
Substância R
1
R
2
90 OH OH
91 OCH
3
OCH
3
OR
1
O
R
4
R
3
R
2
R
2
OCH
3
O
OCH
3
R
1
O
OHO
OH
R
2
R
1
OH
OR
1
O
Atividades Biológicas
183
As substâncias, (84-93) avaliadas nos dois modelos biológicos não se mostraram
ativas. A Tabela 4.58 sumariza os resultados, todos acima de 100µM.
Tabela 4.58: Relação das Atividades das Substâncias (84-93) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastistigotas de T. brucei brucei.
4.8.12 Lignanas
Foram avaliadas apenas 3 lignanas: (94), a eudesmina, (95), epieudesmina e (96)
sesamolina.
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
84 >100 >100
85 >100 >100
86 >100 >100
87 >100 >100
88 >100 >100
89 >100 >100
90 >100 >100
91 >100 >100
92 >100 >100
93
>100 >100
O
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
HH
OCH
3
95
O
O
OCH
3
CH
3
O
CH
3
O
HH
OCH
3
94
O
O
HH
O
O
O
O
96
Atividades Biológicas
184
Estas três substâncias avaliadas (94 a 96) não se mostraram ativas nos dois
modelos biológicos avaliados. A Tabela 4.59 sumariza os resultados que foram acima de
100µM, para ambos os modelos.
Tabela 4.59: Relação das Atividades das Substâncias (94-96) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
4.8.13 Outras Classes de Substâncias Avaliadas
Ainda foram avaliadas 10 substâncias, entre as quais: uma atraquinona (97),
catequina (98), aldeído (99), isoflavona (100), pterocarpano (101), sesquiterpeno (102),
taninos (103 e 104), e amidas (105 e 106).
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei brucei)
94 >100 >100
95 >100 >100
96
>100 >100
O
O OHOH
CH
3
97
O
OH
OH
HO
OH
OH
98
O
H
HO
O
99
OO O
OH
OH
Atividades Biológicas
185
Dentre essas 10 substâncias avaliadas (97-106), apenas a 102, o pterocarpano, foi
ativo contra as formas tripomastigotas do protozoário T. brucei brucei com EC
50
de 8,9µM,
sendo considerado satisfatório. Na Tabela 4.60, estão sumarizados os valores dos
resultados observados frente aos dois modelos biológicos.
Tabela 4.60: Relação das Atividades das Estruturas (97-106) Avaliadas na
Enzima TryR e nas Formas Tripomastigotas de T. brucei brucei.
Os resultados indicaram que os flavonóides testados in vitro, tanto nas formas
tripomastigotas do protozoário T. brucei brucei quanto na enzima tripanotiona redutase
(TryR), foram ativos na escala micromolar. Os fármacos-controle clomipramina (IC
50
2,72µM) e pentamidina (EC
50
T
14nM, T. brucei brucei), são ativos, sob as mesmas
condições, nas escalas micromolar e nanomolar, respectivamente. De acordo com os
dados obtidos, não foi possível estabelecer correlação entre os resultados obtidos para o
ensaio in vitro frente a enzima TryR e tripanocida. Este fato sugere que a atividade
tripanocida pode não estar somente relacionado com a inibição da enzima TryR. A
furanodiidrochalcona 31 foi a única substância ativa na enzima TryR. De acordo com
BOND, C.S., et al., 1999, uma substância útil para ser considerado protótipo deve
apresentar funções químicas suceptiveis para modificações químicas. A estrutura da
substância 31 permite ataques nucleofílicos (Adição de Michael), e este fato pode explicar
o resultado observado para esta molécula.
De um modo geral, a análise dos resultados obtidos demonstrou que tanto as
flavonas quanto as chalconas requerem uma investigação mais detalhada.
Recentemente, numa publicação de MEIERING, S., et al. 2005, uma extensa
coleção de substâncias foi avaliada, tanto virtualmemte como obtidos através de síntese
paralela, na enzima TryR, mostrando resultados bastante promissores, como a substância
Substância
IC
50
µ
µµ
µM
(TryR)
EC
50
µ
µµ
µM
(T. brucei
brucei)
97 >100 >100
98 >100 >100
99 >100 >100
100 >100 >100
101 >100 8,9
102 >100 >100
103 >100 >100
104 >100 >100
105 >100 >100
106
>100 >100
Atividades Biológicas
186
antimicrobiana clorhexidrina {1,1’-hexametilenebis[5-(4-clorofenil)bisguanideo]}, um inibidor
competitivo com K
i
=2 ±µM, bastante promissor, mas inativo na enzima glutationa redutase.
4.9 Avaliação da Cetona de Pummerer frente à enzima TryR
4.9.1 Síntese da Cetona de Pummerer
Em recente estudo, BOND e colaboradoes avaliaram a atividade do alcalóide
lunarina (Figura 4.76), isolado de Lunaria biennis (Brassicaceae), uma planta comum dos
jardins europeus o que se mostrou um promissor composto-protótipo natural inibidor da
TryR de T. cruzi (BOND,C., et al., 1999). O alcalóide é biossintetizado através de um
acoplamento fenólico oxidativo do aminoácido L-fenilalanina que após uma reação de E2
em que a amônia é eliminada pela enzima PAL (Phenylalanine Ammonia Lyase)
transformando-se no ácido cinâmico. Este, por sua vez, sofre uma reação de oxidação
seguida de uma redução pelo NADPH resultando no ácido 4-cumárico. Em seguida, o
ácido 4-cumárico reage com uma molécula de espermidina e este aduto sofre o
acoplamento fenólico oxidativo, tendo como produto final de reação o alcalóide lunarina. O
esqueleto básico deste alcalóide, conhecido como cetona de Pummerer, pode ser
facilmente sintetizado em laboratório partindo-se do p-cresol, cianeto férrico de potássio
[K
3
[Fe(CN)
6
] e de uma solução diluída de Na
2
CO
3
em éter dietílico (YAMAGUCHI, K., et
al., 1998, KAEDING, W. W., 1963, PUMMERER, R., et al., 1925).
Figura 4.79: Estrutura do alcalóide lunarina, inibidor irreversível da enzima
tripanotiona redutase (TryR), e sua disposição no sítio ativo de TryR de T.cruzi.
O
N
N
O
N
O
O
1
2
4
6
7
8
9
11
12
13
15
16
19
20
23
25
28
29
30
31
32
27
lunarina
NH
N N
N N N
HN
NH
H H
H
NH
H
NH
H
Cl
Cl
Clorhexidrina
Atividades Biológicas
187
Com o intuito de se avaliar a atividade enzimática dessa substância na enzima TryR,
sintetizou-se a cetona que tem uma porção do esqueleto carbônico aromático semelhante
ao do alcalóide lunarina, anteriormente descrito. O mecanismo reacional está descrito
abaixo, na Figura 4.80.
Figura 4.80: Mecanismo reacional da síntese da cetona de Pummerer.
O resultado de IC
50
obtido para a cetona de Pummerer ficou acima de 100µM.
Assim, sugere-se que a atividade do alcalóide lunarina de IC
50
1,8µM frente à enzima TryR,
tenha contribuição importante da cadeia poliamínica, a espermidina, que durante o
processo biossintético reage inicialmente com os adutos fenólicos e, em seguida,
condensa-se formando uma estrutura aromática como a cetona de Pummerer (BOND, C.
S., 1999). A Figura 4.81 mostra a semelhança entre os esqueletos carbônicos.
Figura 4.81: Estruturas do alcalóide lunarina e cetona de Pummerer.
O
N
N
O
N
O
O
1
2
4
6
7
8
9
11
12
13
15
16
19
20
23
25
28
29
30
31
32
27
lunarina
O
O
H
C
H
3
cetona de Pummerer
O
H
CH
3
O
CH
3
O
CH
3
O
CH
3
O
H
CH
3
CH
3
O
CH
3
O
H
O
CH
3
CH
3
OH
O
CH
3
CH
3
O
K
3
Fe(CN)
6
/ éter/ NaHCO
3
Fe
3+
Fe
2+
+e
-
.
.
:
cetona de Pummerer
Atividades Biológicas
188
NO
O
O
NO
O
O
NH
2
N
H
N
N
Cl
N
N
Cl
N
N
Cl
N
H
N
N
Cl
N
N
Cl
N
N
Cl
N
H
O
O
OMe
OMe
OMe
OMe
MeO
O
O
OMe
OMe
OMe
OMe
MeO
O
O
O
O
OMe
MeO
O
O
O
O
MeO
MeO
pH
MS
4.10 Cromatografia de Bio-afinidade Utlizando-se a Enzima TryR de T. cruzi como
Receptor
Na cromatografia de afinidade, um receptor de afinidade específica é ligado
covalentemente a uma matriz sólida. Por exemplo: uma proteína, peptídeo ou um
fragmento de DNA, se liga à matriz sólida, e uma mistura de possíveis ligantes é então
aplicada à coluna. Desse modo, os compostos que o têm afinidade a este receptor o
eluídos. os que possuem são eluídos através de técnicas como: variação de pH ou da
concentração de sal, aplicando-se solventes orgânicos ou adicionando-se moléculas que
competem entre si pelo ligante em questão. O composto especificamente ligado é eluído e
pode, então, ser analisado por espectrometria de massas.
Esta técnica pode revelar novos inibidores ou compostos-protótipo de inibidores
enzimáticos. Com o intuito de se encontrar novos inibidores da enzima TryR, inibidores
conhecidos, utilizados como controles, extratos brutos e frações de produtos naturais,
foram avaliados utilizando-se desta técnica. O procedimento geral para o acoplamento de
proteínas à resinas pode ser descrito pela Figura 4.82.
Figura 4.82: Etapas de acoplamento de uma proteína a uma resina de uma coluna
de afinidade.
Atividades Biológicas
189
4.10.1 Expressão e Purificação da Enzima TryR de T. cruzi Anteriormente
Clonada
A enzima TryR foi clonada, expressa e purificada, uma vez que uma grande
quantidade foi necessária para a construção da coluna de afinidade.
Para se obter o clone de um gene, torna-se necessário utilizar um vetor no qual o
gene de interesse deve ser inserido. Os plasmídeos estão entre os vetores mais utilizados
e, com base na presença ou ausência de região promotora, podem ser separados em dois
grupos distintos: plasmídeos de clonagem propriamente ditos, utilizados para propagar o
gene clonado, e plasmideos de expressão que, além de propagar o gene, apresentam
região promotora possibilitando a expressão da proteína recombinante em células
hospedeiras apropriadas. As etapas gerais para a clonagem de um gene, usando-se
plasmídeo como vetor e uma bactéria como agente de propagação, estão descritos de
maneira resumida a seguir e apresentados na Figura 4.83.
Figura 4.83: Representação esquemática de um experimento de clonagem em bactéria.
Atividades Biológicas
190
TryR Q163002:1_UV1_280nm TryR Q163002:1_Conc TryR Q163002:1_Logbook
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
mAU
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
ml
Após a seleção do gene de interesse (DNA doador), deve-se escolher o plasmídeo a
ser utilizado, a fim de introduzi-lo na célula hospedeira, que pode ser por exemplo, uma
bactéria. O vetor escolhido pode apresentar os mesmos sítios encontrados no DNA doador.
Endonucleases de restrição se ligam a seqüências específicas de bases (sítios de
clivagem) e cortam o DNA por hidrólise fosfodiéster. As hidrólises dos dois DNAs devem
ser feitas em experimentos separados, resultando na linearização do vetor e na separação
do gene alvo do restante do DNA doador. No procedimento seguinte, o gene e o plasmídeo
linearizados são ligados pela ação de uma enzima, a DNA-ligase. A nova molécula formada
(DNA recombinante) é, então, introduzida em uma célula bacteriana previamente
preparada com antibióticos (ampicilina), denominada célula competente. A multiplicação
em série da bactéria transformada caracteriza a clonagem do gene (HOWE, C.,1985,
STANSFID, W. D.,1996, WATSON, J. D., 1992).
A enzima TryR de Trypanosoma cruzi clonada, foio expressa e purificada
utilizando-se o plasmídio recombinante pBSTNAV.TR, obtendo-se assim quantidade de
enzima suficiente para a cromatografia de afinidade.
4.10.2 Purificação da Enzima TryR de T. cruzi
Após a etapa da clonagem, a expressão o extrato enzimático foi inicialmente
submetido a uma coluna de afinidade, contendo como fase estacionária 2’,5’-ADP-
Sepharose. A enzima TryR se liga a essa fase através do sítio ativo do NADPH, o cofator
da enzima. Desse modo, todas as outras proteínas expressas pela bactéria E. coli são
eluídas. Para se eluir a enzima TryR, utilizou-se uma solução de NADP
+
, que tem maior
afinidade pela fase estacionária 2’,5’-ADP- Sepharose que o NADPH .
Em seguida, este extrato rico em TryR foi adicionado a uma coluna de troca iônica,
utilizando-se um gradiente linear de sal, KCl. A coluna utilizada foi a Hi-Load Q Sepharose
HP (Pharmacia), num fluxo de 1mL/mim. O cromatograma referente a esta etapa está
representado pela Figura 4.84, a seguir.
Figura 4.84: Cromatograma de gradiente linear de sal (10-100mM) de KCl em tampão B,
fluxo 1mL/mim, coluna Hi-Load Q Sepharose HP (Pharmacia).
Atividades Biológicas
191
Gelfilt TryR SP200 26 60005:1_UV1_280nm Gelfilt TryR SP200 26 60005:1_Logbook
0
100
200
300
400
500
mAU
0
50
100
150
ml
As frações coletadas desta etapa foram então concentradas e injetadas numa
coluna de filtração em gel, Superdex 200 26/60, utilizando-se as condições descritas
anteriormente. O cromatograma final da purificação da enzima TryR está descrito na Figura
4.85 , a seguir.
Figura 4.85: Cromatograma de exclusão que utiliza 50mM de HEPES pH 7,4 300mM de
NaCl e 0,05% de azida de sódio, fluxo 2mL/mim, coluna Superdex 200 26/60 (Pharmacia).
As frações coletadas foram testadas espectrofotometricamente de modo a se
verificar a atividade da enzima, reunidas e armazenadas a 4
o
C, para posterior uso na
coluna de afinidade.
Atividades Biológicas
192
N
Cl
N
4.10.3 Coluna de Bio-afinidade
Com o intuito de desenvolver uma técnica para encontrar inibidores da enzima
TryR em extratos vegetais ou coleções combinatórias, uma coluna de afinidade foi feita
utilizando-se uma matriz comercial, Affi-Gel 15 (BioRad), acoplando-se a ela a enzima
TryR. Como estudo inicial escolheram-se dois controles, com seus modos de inibição
conhecidos. Desse modo, poder-se-ia saber como se comportariam os inibidores que
posteriormente pudessem ser encontrados. O dois rmacos-controle escolhidos foram a
clomipramina (1), um medicamento anti-psicótico, que é um inibidor competitivo da enzima
TryR; e a quinacrina mostarda (2), um alcalóide acridínico que se liga covalentemente a
enzima TryR (KRAUTH-SIEGEL, R. L., et al., 2003, SARAVANAMUTHU, A., et al., 2004,
KRAUTH-SIEGEL, R. L., et al., 2005).
Dois conjuntos de experimentos foram feitos. A Tabela 4.61 descreve os dois
conjuntos de experimentos feitos.
Tabela 4.61 Descrição dos Conjuntos de Experimentos Feitos, de Modo a se
Avaliar uma Coluna de Afinidade.
Conjunto
Componentes de cada
experimento
Solvente
de
lavagem
Solvente de
denaturação
Clomipramina+Resina+TryR
100% MeOH
Lavagem n
o
12 -
Clomipramina+ Resina 100% MeOH
Lavagem n
o
12 -
1
Quinacrina+Resina+TryR
100% MeOH
Lavagem n
o
12 -
Quinacrina+ Resina 100% MeOH
2
Lavagem n
o
12
Tampão volátil 50mM
acetato de amônio
pH7,4, 3% de MeOH
-
N
NH
N
CH
2
Cl
CH
3
C
H
2
C
l
Cl
CH
3
O
2 1
Atividades Biológicas
193
N
Cl
N
N
Cl
N
m/z
325
Com relação ao conjunto 1, avalia-se o desempenho de um inibidor competitivo da
enzima TryR. A lavagem de n
o
12 (décima segunda lavagem) contendo a enzima TryR,
resina e clomipramina, mostrou-se presente no espectro de massas (Figura 4.86) estar
presente, uma vez que mostra um pico de 315,3 Da, referente a massa desta substância. O
espectro ainda mostra outros picos interessantes como os de 327,0 Da e 329,0 Da,
indicando respectivamente um aduto com uma dupla ligação podendo estar situada no anel
contendo o nitrogênio como heteroátomo e o outro um aduto conhecido como metiodídeo
de clomipramina, carregado positivamente. Isto indicou que o número de lavagens foi
insuficiente.
Ao desnaturar a enzima com 100% de metanol, uma nova análise espectrométrica
foi realizada. O espectro de massas deste processo está descrito na Figura 4.86.
Figura 4.86: Espectro de massas do processo de lavagem de N
o
12,
clomipramina+resina+TryR, ES
+
TOF Mariner Applied Biosystems/MDS Sciex.
N
Cl
N
m/z 315
m/z
325
Atividades Biológicas
194
N
Cl
N
N
Cl
N
m/z
325
m/z
315
Figura 4.87: Espectro de massas do processo de desnaturação da enzima TryR,
com metanol 100%, clomipramina+resina+TryR, ES
+
TOF Mariner Applied Biosystems/MDS
Sciex.
N
Cl
N
N
Cl
N
N
Cl
N
m/z 329
m/z
325
m/z
315
Atividades Biológicas
195
N
Cl
N
N
Cl
N
Ao analisar o espectro da Figura 4.87, os picos referentes aos mesmos adutos foram
observados além daquele da clomipramina em 315,178Da.
Ao analisar o espectro e massas do controle do conjunto 1,
clomipramina+resina+100% metanol, um aspecto interessante foi observado. Os adutos
anteriormente descritos não estavam presentes, apenas o pico em 315,1933Da referente à
clomipramina. Isso pôde ser observado na Figura 4.88.
Figura 4.88: Espectro de massas do processo de ‘denaturação’, com metanol 100%,
clomipramina+resina, ES
+
TOF Mariner Applied Biosystems/MDS Sciex.
A análise destes dados se torna interessante pelo fato de se supor que a enzima
TryR pode estar selecionando, in situ, um melhor inibidor competivivo.
De modo a se comprovar este fato, a solução de clomipramina 1mM
(clomipramina + 3% metanol + 50mM acetato de amônio pH7,4) usada nestes
experimentos foi analisada espectrometricamente (Figura 4.89). Novamente, pôde-se
constatar a ausência dos adutos anteriormente citados e a presença do pico de 315,2036
Da, referente a clomipramina.
Atividades Biológicas
196
N
Cl
N
Figura 4.89: Espectro de massas (Electrospray) da solução de 1mM de
clomipramina usada nos experimentos (clomipramina + 3% metanol + 50mM acetato de
amônio pH 7,4).
Atividades Biológicas
197
Assim, pode-se supor que a enzima TryR estaria realmente selecionando, in situ,
um melhor inibidor. Uma maneira de se comprovar estes fatos, uma vez que neste caso
nenhuma curva de calibração foi feita, seria repetir os experimentos utilizando-se
cromatografia líquida de fase reversa acoplada a um espectrômetro de massas. Desse
modo, poder-se-ia saber exatamente qual seria a concentração de cada aduto presente
na mistura, e assim, pela intensidade dos picos no espectro de massas, avaliar a
suposta preferência da enzima pelos adutos com relação a clomipramina.
Apesar do experimento apresentar certas limitações, como a ineficiência do
número de lavagens, aspectos interessantes foram observados.
O mesmo procedimento foi aplicado para o conjunto 2, onde se avaliou agora o
desempenho de um inibidor que se liga covalentemente (irreversivelmente) a enzima
TryR. A lavagem de n
0
12 foi analisada espectrometricamente (Figura 4.90). Para este
caso, uma vez que a quinacrina mostarda se liga irreversivelmente, as lavagens foram
eficazes, pois nenhum pico indicando a massa de 468,6 Da foi observado.
Figura 4.90: Espectro de massas do processo de lavagem de n
o
12, quinacrina
mostarda+resina+TryR, ES
+
, TOF Mariner Applied Biosystems/MDS Sciex.
N
NH
N CH
2
Cl
CH
3
CH
2
Cl
Cl
CH
3
O
Atividades Biológicas
198
Ao denaturar a enzima com 100% de metanol, uma nova análise espectrométrica
foi feita. O espectro de massas deste processo está presente na Figura 4.91, a seguir.
Figura 4.91: Espectro de massas do processo de desnaturação da enzima TryR,
com metanol 100%, quinacrina mostarda + resina +TryR, ES
+
TOF Mariner Applied
Biosystems/MDS Sciex.
Novamente, nenhum pico indicando a presença da quinacrina mostarda em 468,6
Da foi observado. Isso era esperado uma vez que este composto se liga
irreversivelmente à enzima TryR.
De maneira a se comprovar que a quinacrina mostarda estaria realmente se
ligando à enzima TryR, uma análise espectrométrica do controle do conjunto 2, ou seja,
da quinacrina mostarda + resina + 100% de metanol, foi feita. O espectro de massas
deste processo está representado pela Figura 4.92, a seguir.
N
NH
N CH
2
Cl
CH
3
CH
2
Cl
Cl
CH
3
O
Atividades Biológicas
199
Figura 4.92: Espectro de massas do processo de ‘desnaturação’ com metanol
100%, quinacrina mostarda + resina, ES
+
TOF Mariner Applied Biosystems/MDS Sciex.
Pôde-se observar a ausência de picos na região de 468,6 Da, referente à
quinacrina mostarda. Desse modo, sugere-se que as substâncias químicas estão
realmente ligando-se irreversivelmente ao sítio ativo da enzima e não à resina do gel.
Para se aplicar esta cnica na busca de substâncias que se ligam
covalentemente à enzima TryR a extratos vegetais e coleções, é necessário ainda um
aperfeiçoamento da técnica utilizando-se de técnicas como a cromatografia líquida
acoplada ao espectrômetro de massas (CL/EM).
Atividades Biológicas
200
4.11 Enzimas Kinases e Atividade Anticancerígena
4.11.1 As Origens da Fosforilação das Proteínas
A habilidade de perceber e responder a um estímulo vindo de um ambiente
exterior é fundamental para todas as células. Organismos unicelulares armazenam
elementos essenciais para a sua sobrevivência, como nutrientes ou oxigênio. Respostas
celulares comportamentais complexas, tais como divisão celular, mudança de fenótipo
ou processo de apoptótico, requerem mudanças na expressão de genes. Estas
respostas são estritamente reguladas, que respostas descontroladas podem provocar
danos ao organismo. Células cancerígenas, por exemplo, resultam de uma divisão
celular descontrolada (DAVIES, H., 1997).
Muitos dos sinais que alertam as células para alterar seu comportamento são
mediados por moléculas sinalizadoras solúveis - hormônios, fatores de crescimento e
citocinas. Alguns hormônios são solúveis em lipídeos e podem atravessar a membrana
plasmática da lula alvo. Entretanto, a maioria das moléculas sinalizadoras
extracelulares são solúveis apenas em água e não conseguem atravessar a membrana
sozinhas. Por esta razão, a grande maioria de moléculas sinalizadoras são captadas por
receptores específicos na membrana plasmática das células alvo. A função de um
receptor é comunicar o evento do acoplamento de uma molécula sinalizadora
extracelular (input signal) para o interior da célula (output signal). Desse modo, o
receptor apresenta uma região extracelular que se liga à molécula sinalizadora, uma
região transmembrânica que atravessa a membrana plasmática por uma ou mais vezes,
e usualmente um domínio intracelular no interior da célula (DAVIES, H., 1997).
A maioria dos receptores são transdutores de sinal, transmitindo assim o sinal
extracelular, iniciado pela interação entre a superfície celular receptora e este ligante,
para o interior da célula. A Figura 3 mostra o processo de transdução de sinal. Estes são
os primeiros passos para a cascata de interações entre várias proteínas sinalizadoras
que transmitem o sinal para o núcleo. A maioria das proteínas sinalizadoras são enzimas
iniciadas pela atividade catalítica de seu precursor na cascata. Após este processo, a
enzima sinalizadora retorna a seu estado inativo. Este seu processo de estado ativo e
inativo é sempre acompanhado pelo ganho ou perda de um grupo fosfato. A fosforilação
de proteínas sinalizadoras, realizada pelas enzimas kinases, é uma característica
marcante da ativação receptor-mediadora de lulas eucariontes. O ponto final da
cascata sinalizadora é a transcrição, onde a proteína ativada contendo a informação
transmitida liga-se a seqüências específicas do DNA iniciando a transcrição (Figura 4.93)
(DAVIES, H., 1997).
Atividades Biológicas
201
Figura 4.93: Transdução de sinal, cascadta sinalizadora e transcrição da
informação realizada por enzima sinalizadoras.
A fosforilação e a desfosforilação, catalisadas por proteínas kinases e proteínas
fosfatases, podem modificar a função de uma proteína em quase todos os modos, por
exemplo, aumentando ou diminuíndo sua atividade biológica, estabilizando-a ou
destruíndo-a, facilitando ou inibindo o movimento entre compartimentos subcelulares, ou
iniciando ou interrompendo interações proteína-proteína. A simplicidade, flexibilidade e
reversibilidade da fosforilação, juntamente com a fácil viabilidade do ATP como um
doador de fosforila, explicam a adoção deste processo regulatório pelas lulas
eucariontes (COHEN, P., 2002).
É sabido que por volta de 30% das proteínas codificadas no genoma humano
apresentam ligações covalentes a grupos fosfato, e que fosforilações anormais são
agora reconhecidas como causa ou consequência de muitas doenças provocadas em
humanos. Um número de toxinas naturais e promotores de tumores age atingindo,
particularmente, as proteínas kinases e fosfatases (COHEN, P., 2002). A Figura 4.94
apresenta uma relação das doenças causadas pela mutações nas enzimas kinases
responsáveis.
Atividades Biológicas
202
Doenças Humans Causadas por Mutações em Proteínas Kinases
Doença Proteína Kinase
Myotonic Muscular Dystrophy Myotonin Protein Kinase
X-Linked
Agammaglobulinaemia
Bruton Tyrosine Kinase
Hirschsprung’s Disease in
men
RET2
Autossomal Recessive Scid ZAP70
X-Linked Scid JAK3
Chraniosynostosis FGF Receptor Kinase
Papillary Renal Cancer MET Receptor Kinase
Myelogenous Leukemia Abelson Tyrosine Kinase
Non-Hodgkins Lemphona ALK
Chronic Myalogeneous
Leukemia
TEL-PDGF Receptor Kinase
Peutz-Jeghers Syndrome LKBt
Coffin-Lowry Syndrome RSK2
Ataxia Telangieltasia ATM
Li-Fraunemic Syndrome CHK2
Williams Syndrome LiMK1
Leprechaunism Diabetes Insulin Receptor
Wolf-Parkinson-White
Syndrome
AMP Kinase
Gordon Hypertension
Syndrome
WHK1 and WHK4
Wolcott-Realison Syndrome elF2AK3
Melacoma & Other Sporadic
Cancers
B-RAF
Hereditary Early-Onset
Parkinson’s Disease
P1WK1
Hereditary Early-Onset
Parkinson’s Disease
LRRN2
Pulmonary Hypertension
TGFβ-Receptor BMPR-II
Polycythaemia JAK2
Familial Advanced Sleep
Phase Syndrome
CK18
Nonsomall Cell Lung Cancers EGF Receptor Kinase
Figura 4.94: Alguns dos cânceres provocados em humanos devido a mutações
nas enzimas kinases.
Atividades Biológicas
203
4.11.2 Avaliação da Coleção de Produtos Naturais no Painel das Enzimas
Kinases
Foram avaliadas, frente ao painel das kinases, substâncias isoladas de plantas
brasileiras, substâncias sintéticas baseadas em esqueletos de produtos naturais,
isoladas e identificadas pelo Laboratório de Química de Produtos Naturais, do
Departamento de Química, da UFSCar. Novos contatos foram estabelecidos durante o
estágio de seis (6) meses na Universidade de Dundee, Dundee, Escócia, possibilitando
assim a avaliação das substâncias no MRC, Medical Reseach Concil e Protein
Phosforilation Unit, Unidade de Fosforilação de Proteínas sob a supervisão dos Prof. Dr.
Rodolfo Marquez e Prof. Dr. Dario Alessi. Dessa forma pode-se ampliar o conhecimento
para o desenho racional de fármacos, além de avaliar o potencial de plantas da flora
brasileira, principalmente da coleção de substâncias naturais pertencente ao Laboratório
de Química de Produtos Naturais da Universidade Federal de São Carlos, frente a outros
receptores enzimáticos de grande relevância como o painel das enzimas kinases.
Foram avaliadas 19 substâncias, todas concentradas a 10 µM. A numeração das
substâncias foi mantida com a finalidade de facilitar a visualização das estruturas.
Os resultados das atividades biológicas estão descritos em formato de tabelas. A
Tabela 4.62, descreve os resultados das substâncias 92, 88, 81, 77, 83, 48, 29, 44 e 41.
A Tabela 4.63 decreve os resultados para as substâncias 45, 6, 66, 8, 54, 104, 35, 60, 76
e 70.
Tabela 4.62: Resultados Obtidos da Avaliação das Substâncias no Painel
das Enzimas Kinases.
Código 0405X
Compostos 92 88 81 83 77 48 29 44 41
Concentração(µ
µµ
µM)
10 10 10 10 10 10 10 10 10
MKK1
81 81 84 75 88 88 91 76 83
JNK/SAPK1c
81 102 63 76 80 95 85 92 81
JNK3
67 94 67 74 78 90 73 79 69
SAPK2a/p38
100 49 85 116 118 127 101 115 98
Atividades Biológicas
204
PDK1
56 94 93 91 89 81 89 83 77
PKBph
72 100 75 94 95 92 91 83 96
PKBb
53 91 74 81 88 84 81 78 83
SGK
90 92 39 78 101 83 91 83 65
CAMK-1
135 97 49 66 76 89 95 87 85
smMLCK
89 105 44 44 88 89 76 79 68
EF2K
19 88 73 80 81 82 75 70 79
p70 S6K
83 101 79 91 94 90 84 36 82
GSK3b
41 104 58 75 93 98 80 86 71
ROCK-II
89 103 84 93 92 81 90 66 95
PRK2
88 87 82 55 70 81 75 67 62
AMPK
92 89 85 79 94 82 84 78 80
CHK1
313 111 104 101 107 112 122 111 99
CHK2
51 96 17 66 84 71 66 66 83
CK1
94 95 63 59 100 92 90 79 85
CK2
90 88 47 56 96 86 85 65 87
PHK
128 108 44 95 105 104 87 95 112
Lck
84 92 73 97 87 85 71 57 78
CSK
72 92 88 92 83 81 82 77 78
Src
60 94 80 89 85 92 83 78 81
CDK2/cyclin A
97 94 96 86 92 93 88 82 89
DYRK1a
43 94 67 31 92 71 85 55 44
NEK2a
56 73 82 81 94 76 90 96 74
NEK6
83 101 77 92 87 90 87 102 85
NEK7
65 95 78 90 89 80 88 79 77
IKKb
83 96 85 85 91 96 84 86 92
PIM2
99 95 63 76 78 80 85 45 69
SRPK1
73 87 67 92 78 89 75 89 70
Aurora B
67 85 41 46 88 80 57 65 76
MARK3
84 104 74 97 98 87 91 82 86
MST2
102 98 72 73 109 110 98 97 105
PKD1
69 104 81 57 99 93 83 89 83
PLK1
45 83 70 55 81 83 79 69 63
Atividades Biológicas
205
Tabela 4.63: Resultados obtidos da avaliação das substâncias frente ao
painel das enzimas kinases.
Código 0405X
Compostos 45 6 66 8 54 104 35 60 76 70
Concentração(µ
µµ
µM)
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
MKK1
116 104 105 99 98 13 99 80 87 103
JNK/SAPK1c
85 88 95 94 95 15 93 86 100 82
JNK3
84 70 99 85 101 18 92 80 88 66
SAPK2a/p38
135 105 150 127 130 133 129 106 120 111
SAPK2b/p38ß2
101 102 109 113 114 109 104 107 109 91
SAPK3/p38g
87 87 88 85 92 100 101 91 91 79
SAPK4/p38d
96 100 98 94 98 83 106 103 99 85
MAPK2/ERK2
90 76 110 87 89 62 81 81 82 84
ERK8
81 80 73 82 105 77 85 97 77 59
MAPKAP-K1a
105 79 95 108 99 3 105 96 112 93
MAPKAP-K1b
97 108 107 103 101 5 110 89 107 95
MAPKAP-K2
90 74 109 88 82 5 92 73 77 89
MAPKAP-K3
94 84 103 84 95 2 108 78 90 86
MSK1
102 112 109 100 97 43 109 88 108 101
MNK1
96 89 113 116 93 62 95 93 89 85
MNK2
101 109 103 106 103 80 103 113 116 73
PRAK
81 49 97 80 58 1 47 44 92 74
PKA
98 87 91 96 87 37 102 103 109 91
PKCa
81 61 96 93 90 26 88 4 82 78
Atividades Biológicas
206
NEK2a
66 77 90 77 85 12 92 86 90 80
NEK6
102 79 118 87 97 4 98 55 93 98
NEK7
87 90 94 94 92 11 91 75 84 77
IKKb
89 76 95 90 88 1 94 83 88 81
PIM2
86 88 69 81 95 23 94 80 84 61
SRPK1
89 81 106 76 82 0.26 91 71 87 80
Aurora B
67 55 70 76 67 22 70 57 73 72
MARK3
88 86 98 94 99 3 95 86 89 77
MST2
102 89 104 108 109 51 110 95 104 100
PKD1
106 85 106 92 92 53 83 75 89 88
PLK1
92 85 93 75 78 17 81 65 79 75
Dentre as substâncias avaliadas, 3 delas parecem ter uma atividade significativa. O
tanino 104 mostrou ser um inibidor não específico nas várias kinases avaliadas. Sabe-se
que os taninos podem provocar inibições diferenciais nas enzimas kinases, ou seja, nem
sempre são inespecíficas como foi mostrado numa publicação de WANG, B. H., et al.,
1996, onde até uma escala de sensibilidade foi estabelecida entre o tanino e as enzimas
kinases: cAK>PKC>CDPK>MLCK. O alcalóide indolopiridoquinazolínico, 81, conhecido
como hortiacina foi altamente específico na enzima kinase ChK2, promovendo a inibição da
atividade enzimática de 83%. Esta enzima, ChK2, atua como supressora de tumores,
fazendo parte das serina/treonina kinases, isto é, responsável pela fosforilação específica
destes aminoácidos. Esta enzima está envolvida no carcinoma mamário, sendo ativada
devido a mutações no DNA, ativando o ciclo celular p53 (INGVARSSON, S., et al., 2001;
ARIENTI, K. L. et al., 2005.) O p53 é um gene supressor de tumor, ou seja, células normais
apresentam baixo nível deste gene. Esta proteína percebe os defeitos apresentados pelo
DNA e pode, assim, interromper o ciclo celular no estágio G1 (crescimento e preparação
para a replicação dos cromossomos).
A substância 53 inibiu 81% da atividade da enzima kinase eF2K. A eF2K é a enzima
kinase responsável pelo fator 2 da elongação. Esta enzima kinase é dependente do
Ca
2+
/calmodulin, uma enzima que fosforila e inibe eEF-2. A inibição desta kinase faz com
que aconteça o aumento de várias linhagens de células cancerígenas além de células
humanas normais, recém biossintetizadas. Assim, a inibição de eEF-2 faz com que o
crescimento de uma grande variedade de células cancerígenas seja interrompida (ARORA,
S., et al., 2003). Vale frizar que, numa recente publicação, ácidos anarcárdicos e alguns
análogos isolados de uma planta do Zimbábue, Ozoroa insignis, já foram avaliados frente a
várias linhagens de células cancerígenas como Hep-G2 (carcinoma hepatocelular humano),
MDAMB-231 (adenocarcinoma mamário humano) e 5637 (carcinoma primário da bexiga
humana) com resultados promissores (REA, A. I., et al., 2003). A substância 92 promoveu
um aumento da atividade da enzima CHK1, proteína supressora de tumores, responsável
pela checagem do DNA que induz à interrupção do ciclo celular e leva as celulas à
apoptose. Recentes estudos mostraram que, ironicamente, a estimulação de CHK1 pode
fazer com que se inicie na célula certas defesas reparadoras que podem atuar contra o
câncer, enquanto que simultâneas degradações de CHK1 podem induzir que as células
cancerígenas não sejam mortas pela indução dos fármacos e, assim, retomem o
crescimento do tumor (www.sciencedaily.com, 04/09/2005).
Recentemente, uma publicação de KINGHORN, A. D., et al., 2004, mostrou um
grande número de compostos naturais, entre eles 50 produtos naturais inéditos, avaliados
Atividades Biológicas
207
frente à linhagens de células câncer, com atividades bastante promissoras, o que mostra
sem dúvida que os produtos naturais podem ser excelentes fontes na busca de novos
compostos-protótipos para um mal que apenas no ano de 2000 causou a morte de 6,2
milhões de seres humanos.
Os protozoários também apresentam um sistema de fosforilação/desfoforilação de
proteínas sendo essenciais no controle do ciclo celular (ABOAGYE-KWARTENG, T., et al.,
1991, NAULA, C., et al., 2005). O Trypanosoma cruzi apresenta um ciclo de vida bastante
complexo, envolvendo 4 estágios morfogenéticos. As formas epimastigotas e
tripomastigotas metacíclicos são específicas à fase onde os insetos são hospedeiros,
enquanto as formas tripmastigotas (extracelular) e amastigotas (intracelulares) são
específicas quando o hospedeiro é humano. Cada fase de diferenciação do protozoário é
distinguida morfologicamente, e existem também diferenças estágio-específicas tanto na
superfície como nos componentes intracelulares após a invasão (ORR, G. A., et al., 2000).
Inúmeras serina/treonina kinases, incluindo a proteína kinase A, kinase C, cálcio [Ca
2+
] e
calmoldulina proteínas kinases dependentes foram detectadas nas formas epimastigotas
de T. cruzi (BURLEIGH, B. A., et al., 2002). Um exemplo de gene não essencial em dos
estágios do ciclo de vida, mas essencial a outro, é a proteína kinase, responsável pela
ativação da mitose (divisão celular), a MAP kinase de Leishmania mexicana. Outra classe
de kinases que chamam a atenção como novos alvos para a descoberta de fármacos é a
cdc2-kinase dependente, que se mostra essencial para a progressão celular durante o ciclo
de vida. O knock-out deste gene cdc2-kinases1 e outras kinases relacionadas como CRK1
e CRK3 se mostraram imprescindíveis para o desenvolvimento das formas promastigotas
de Leishmania mexicana (BARRET, M. P., et al., 1999).
Neste contexto, o ensaio das substâncias derivadas de plantas brasileiras nas
enzimas kinases se torna extremante interessante, tanto do ponto de vista de busca de
novos compostos-protótipos anticancerígenos como antichagásicos e antileishmanioses.
5. Procedimentos
Experimentais
Procedimento Experimental
205
5. Procedimento Experimental
5.1 Materiais e Métodos
Solventes
Solventes comerciais recuperados e destilados no DQ-UFSCar.
Solventes de grau HPLC: Merck, J.T. Baker e Tedia
Solventes deuterados para a obtenção de experimentos de RMN
Acros- Organics, Merck, Cambridge Isotope laboratories.
.
Placas de Leitura e Cultura de Células
Nunc Polysorb de poços com 96 de 200µL de capacidade.
TPP Tissue culture test plate, 96 poços com 200µL de capacidade.
Hemocytometer
Neubauer Hemocytometer com câmara de capacidade 0,1 m, 0,0025
mm
2
.
Métodos Cromatográficos
Para o fracionamento dos extratos brutos, bem como a purificação das
substâncias isoladas, diferentes técnicas cromatográficas foram utilizadas como
adsorção em coluna aberta, por exclusão e CLAE, cromatografia líquida de alta
eficiência, utilizando como suportes cromatográficos:
Cromatografia em coluna aberta (CCA), Sílica gel 60 (70-230 mesh e
230-400 mesh)-Merck, celulose microcristalina Merck.
Cromatografia por exclusão, Sephadex LH-20- Amersham Pharmacia
Biotech AB.
Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), contendo fase
estacionária polimérica Shodex GS-310 2G-Asahipak (2,15 cm x 50,0 cm x 13 µm).
Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM),
coluna DB-5 (30,0 m x 0,25 cm x 0,25 µm).
Cromatografia em camada delgada analítica (CCDA), folhas de
alumínio com sílica gel 60 F
254
, φ=0,2mm-Merck.
Reveladores
Solução de vanilina ácida.
Reagente de Dragendorff.
Câmara de UV (λ 254 nm e λ 365 nm).
Procedimento Experimental
206
Detector utilizados em CLAE
UV-vis Shimadzu SPD-10Avp.
5.2 Equipamentos
Rotaevaporadores
Büchi Rotavapor R-114 e Büchi Watherbath B-480, Büchi Rotavapor
R-200 e Büchi Heating Bath B-490.
Espectrômetros de Ressonância Magnética Nuclear
DRX-400 Bruker-DQ-UFSCar.
ARX-200 Bruker-DQ-UFSCar.
Espectrômetro de Massas
CG/MS: Shimadzu QP 5000.
Mariner Bioespectrometer Workstation, ESI–TOF, MDS SCIEX/Applied
Biosystems.
Voyager DE STR MALDI TOF MS System, MDS SCIEX/Applied
Biosystems.
Procedimento Experimental
207
Equipamento de RLCC
RLCC (Rotation Locular Counter Chromatography, RLCC-1000, Eyela
ceramic bomb VSP-3050).
Coletor automático (Eyela fraction collector DC-120) para 120
frações.
Cromatografia Gasosa (CG)
SHIMADZU GC-17 A equipado com coluna DB1 (J&W SCIENTIFIC, 30
cm x 0,25 cm x d. i. 0.25 µm de espessura) modo split, volume de injeção
de 1µL e programação de temperatura variada, com fluxo inicial de 2,6
mL/min e com temperaturas para detector/injetor de 300
o
C e 280
o
C,
respectivamente. Gás de arraste: Hélio (He);
Cromatografia Gasosa Acoplada à Espectrometria de Massas (CG/EM)
SHIMADZU CG-17 A acoplado com MSQP 5000 e equipado com coluna
DB-1 (J&W SCIENTIFIC, 30 cm x 0,25 cm d.i. 0,25 µm de espessura),
modo split, volume de injeção de 4 µL e programação de temperatura
variada, com fluxo inicial de 2,6 mL/min e com temperaturas para detector
e injetor de 300
o
C e 280
o
C, respectivamente. A energia de colisão
utilizada de 1,5 eV, modo impacto eletrônico, e scan de 50 a 500 u.m.a..
Gás de arraste Hélio (He);
Cromatotron
Cromatotron Harrison Research 50B.
Disco de sílica de alta pureza 375 mesh, com 26 cm de diâmetro.
Capela para o manuseio de parasitas infectados e incubadoras
Incubadora: Forma series II water jacketed CO
2
, Thermo Electron.
Capela: Bio2+ class II microbiological safety cabinet, Envair.
Procedimento Experimental
208
5.3 Coleta e Identificação das Espécies Vegetais
A espécie Galipea carinata (código de identificação: 4722) foi coletada no
município de Guarapari (ES) na Fazenda Bonanza no Km 477 em 18/05/2000; a
espécie Balfourodendron riedelianum (código de identificação: 4865) foi coletada
em 26/01/2001, no município de Bonito (MS) e a espécie Helietta apiculata (código
de identificação: 4879) no dia 27/01/2001 no município de Antônio João (MS). A
identificação foi realizada pelo Prof. Dr. J. R. Pirani e colaboradores, do
Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da Universidade de São
Paulo (SP), onde uma exsicata delas está depositada.
5.3.1 Preparação dos Extratos das Espécies Vegetais
5.3.1.1 Galipea carinata, Balfourodendron riedelianum e Helietta apiculata
O caule de Galipea carinata, o caule de Balfourodendron riedelianum além
das folhas e os galhos, as folhas e os galhos de Helietta apiculata foram secados
em estufa de circulação de ar (Tecnal modelo: TE-394/3) a 40
o
C durante uma
noite, e pulverizados em moinho tipo Willey. As folhas de Balfourodendron
riedelianum foram pulverizadas num moinho tipo Kohlbach. A extração do material
moído foi realizada por maceração nos solventes hexano e metanol, à temperatura
ambiente, em frascos Pyrex
de 4L de capacidade, por um período de três dias. A
preparação dos extratos está ilustrada no Esquema 1.
Esquema 5.1. Preparação dos extratos metanólicos do caule de Galipea
carinata, Balfourodendron riedelianum e Helietta apiculata.
Material vegetal seco
e moído
Percolação com solvente
por 3 dias
Filtração
Evaporação do
solvente
Extrato
“Torta”
Procedimento Experimental
209
5.3.1.2 Obtenção dos Extratos Vegetais Hexânicos e Metanólicos
Através do procedimento anterior descrito no item 5.3.1.1, foram obtidos os
extratos hexânico e metanólico de cada uma das partes da planta selecionada. Os
valores das massas dos extratos de cada parte vegetal, além do peso seco e dos
respectivos códigos, estão descritos na Tabela 1, a seguir.
Tabela 5.64: Extratos obtidos, códigos e respectivas massas.
5.3.1.3 Fracionamento dos Extratos
Aos extratos metanólicos adicionou-se uma mistura de 100 até 300 mL de
metanol:água destilada 25% a fim de solubilizar o extrato. Esta mistura foi, então,
introduzida num funil de separação com 2L de capacidade. Inicialmente adicionou-
se a esta mistura hexano (a mesma quantidade em volume adicionada ao extrato
para solubilizá-lo), e após agitação e posterior descanso a formação das duas
fases, foi feita a separação das fases. O mesmo precedimento foi feito com os
demais solventes utilizados: diclorometano e acetato de etila, todos adicionados à
fase hidrometanólica. O esquema 3 ilustra este processo:
Planta
Selecionada
Parte
Vegetal
Código do
Extrato
Hexânico
Código do
Extrato
Metanólico
Galipea
carinata
Caule
2200,0g
-
GCCMM
197, 6g
Balfourodendron
riedelinaum
caule
8863,6g
BRCH
31,5g
BRCM
58,6g
folhas
572,7g
BRFH
5,6g
BRFM
38,3g
galhos
220,3g
BRGH
1,0g
BRGM
10,3g
Helietta
apiculata
folhas
1422,0g
HAFH
20,3g
HAFM
78,7
galhos
699,1g
HAGH
3,9g
HAGM
26,0g
Procedimento Experimental
210
Esquema 5.2: Cromatografia de partição líquido-líquido dos extratos metanólicos
brutos.
Após a evaporação do solvente, foram obtidas as frações dos extratos de
cada fração. O valor em massa de cada fração dos extratos e da respectiva parte
vegetal, além dos códigos, encontram-se sumarizados na Tabela 5.64.
Tabela 5.65: Frações obtidas, códigos e respectivas massas.
Planta
Selecionada
Parte
vegetal
Código da fração
Balfourodendron
riedelianum
caule BRCMH* 5,5g
BRCMD* 26,4g
BRCMA* 2,8g
galhos BRGMH 0,3g
BRGMD 2,1g
BRGMA 7,5g
folhas BRFMH 4,6g
BRFMD 8,9g
BRFMA 1,7g
Helietta
apiculata
galhos HAGMH 2,9g
HAGMD 6,7g
HAGMA 3,5g
folhas HAFMH 25,6g
HAFMD 26,8g
HAFMA 2,0g
*H: Hexano; D: Diclorometano; A: Acetato de Etila.
Extrato
bruto
Fase
hexano
Fase
metanol/água
Fase
metanol/água
Fase
diclorometano
- metanol/água 25%
- diclorometano
-hexano
Fase
acetato de etila
Fase
hidroalcóolica
-acetato de etila
Procedimento Experimental
211
5.4 Estudo Fitoquímico
5.4.1 Estudo Químico da Fração Hexano do Extrato Metanólico dos Galhos de
Helietta apiculata (HAGMH)
De um modo geral, o todo de separação que se mostrou mais eficiente
para o isolamento das substâncias de baixa polaridade foi a cromatografia da
adsorção em sílica gel ou do tipo “flash”, realizada em coluna de vidro sob vácuo e
em placas preparativas.
A seguir, estão representados os diagramas dos procedimentos
experimentais utilizados para o fracionamento das substâncias dos galhos de
Helietta apiculata.
Esquema 5.3: Fracionamento de HAGMH.
HAGMH
2,900g
Coluna: 29,0 cm,
5,0 cm;
Sílica: comum;
Eluição: gradiente 20 em 20% hexano para metanol.
1
0,6872g
2
0,4900g
3
0,3580g
4
0,2734g
5
0,0246g
6
1,0480g
6.4
0,4356g
6.3
0,5332g
6.2
0,0852g
6.1
0,0060g
Coluna: 29,0 cm,
5,0 cm;
Sílica: “flash”;
Eluição: gradiente 20 em 20% hexano para metanol.
6.2.6
0,0416g
6.2.5
0,0222g
6.2.4
0,0101g
6.2.3
0,0027g
6.2
.2
0,0020g
6.2.1
0,0098g
Coluna: 22,5 cm,
3,5 cm;
Sílica: “flash”;
Eluição: gradiente 20 em 20% hexano para metanol.
Procedimento Experimental
212
Esquema 5.4: Isolamento das substâncias 8 e 9.
5.4.2 Estudo Químico da Fração Diclorometano do Extrato Metanólico das
Folhas de Helietta apiculata (HAFMD)
De um modo geral, o todo de separação que se mostrou mais eficiente
para o isolamento das substâncias de baixa e média polaridade foi a cromatografia
da adsorção em sílica gel ou do tipo “flash”, realizada em coluna de vidro sob
vácuo, em alguns casos em placas preparativas, ou ainda Sephadex LH-20.
Em outra fase estacionária eficiente na retenção dos pigmentos e separação
de algumas substâncias foi o florisil (silicato de magnésio ativado) usado na
proporção 1:1 com sílica gel do tipo “flash”.
A seguir, estão representados os esquemas dos procedimentos
experimentais utilizados para o fracionamento das substâncias das folhas de
Helietta apiculata.
Coluna: 37,0 cm,
5,5 cm;
Sílica: comum;
Eluição: gradiente 20 em 20% hexano para metanol.
Coluna: 30,0cm,
1,7 cm;
Sílica: “flash”;
Eluição: isocrática hexano/diclorometano 1:9
HAGMH6.2.5
0,0222g
6.2.5.2
0,0208g
6.2.5.1
0,0012g
Placa preparativa 20x20cm;
Eluição:diclorometano/hexano
9:1 e gotas de metanol
6.2.5.2.2
0,0010g
substância 8
6.2.5.2.1
0,0010g
substância 9
HAFMD
26,8g
1
0,2594g
2
0,055g
3
0,8615g
5
3,4230g
6
4,4310g
7
3,7677g
8
1,2450g
9
9,6265g
4
0,9536g
Procedimento Experimental
213
Esquema 5.5: Fracionamento de HAFMD e
isolamento da substância 28.
Esquema 5.6: Isolamento da substância 7.
4.1
0,0320g
4.4.1
0,0494g
4.4.2
0,0186g
4.4.3
0,0840g
substância 28
4.4.5
0,2875g
4.4.6
0,0083g
4.4.7
0,0193g
HAFMD4.6
0,0726g
4.6.1
0,0046g
4.6.2
0,0120g
substância 7
4.6.3
0,0242g
4.6.4
0,0944
Col4
Procedimento Experimental
214
Esquema 5.8: Isolamento da substância 25.
Esquema 5.9: Fracionamento de HAFMD5.5.
Esquema 5.10: Isolamento da substância 8.
Coluna: 38,5 cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20
Eluição: 100% metanol
5.4.1
0,0019g
5.4.2
0,0042g
5.4.3
0,077g
5.4.4
0,0110g
substância 25
HAFMD5.4
0,0228g
HAFMD5.5
0,5065g
5.5.1
0,0045g
5.5.2
0,1129g
5.5.3
0,1611g
5.5.4
0,1597g
Coluna: 67,0 cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash”;
Eluição: gradiente 5 em 5% hexano para metanol.
5.5.5
0,0475g
5.5.6
0,0001g
Coluna: 63,5cm,
2,5 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol/diclorometano 8:2
5.5.4.1
0,0013g
5.5.4.2
0,0077g
5.5.4.3
0,1133g
5.5.4
0,0102g
Coluna: 34,0cm,
2,50cm;
Sílica “flash”/ florisil 1:1;
Eluição: gradiente de hexano para metanol 20 em 20%.
HAFMD5.5.5
0,0475g
5.5.5.1
0,0120g
5.5.5.2
0,0039g
5.5.5.3
0,0300g
substância 8
5.5.5.4
0,0797g
Procedimento Experimental
215
Esquema 5.11: Isolamento da substância 25.
Esquema 5.12: Isolamento da substância 26.
Esquema 5.13: Isolamento da substância 25.
HAFMD5.6
0,5803g
5.6.1
0,0008g
5.6.2
0,1077g
5.6.3
0,2638g
5.6.4
0,2895g
Coluna: 67,0 cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash”;
Eluição: gradiente 5 em 5% de hexano até metanol.
5.6.5
0,0092g
5.6.6
0,0243g
substância 26
5.6.4.3
0,0300g
5.6.4.2
0,1254g
5.6.4.1
0,0017g
Coluna: 63,5cm,
2,5 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol/diclorometano 8:2
HAFMD5.5.4.3
0,1133g
Coluna: 63,5cm,
2,5 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol/diclorometano 8:2
5.5.4.3.1
0,0008g
5.5.4.3.3
0,0528g
5.5.4.3.2
0,1010g
substância 25
HAFMD5.6.4.2
0,1254g
Coluna: 67,0cm
2,5 cm;
Sílica “flash”/ florisil 1:1;
Eluição:gradiente de hexano até metanol de 20% em
20%.
5.6.4.2.3
0,1281g
5.6.4.2.2
0,1213g
substância 25
5.6.4.2.1
0,0103g
Procedimento Experimental
216
Esquema 5.14: Isolamento da substância 8.
Esquema 5.15: Isolamento da substância 25.
5.4.3 Estudo Químico da Fração Acetato de Etila do Extrato Metanólico
das Folhas de Helietta apiculata (HAFMA)
De um modo geral, o todo de separação que se mostrou mais eficiente
para o isolamento das substâncias de média e alta polaridade foi a cromatografia
de exclusão realizada em coluna de vidro utilizando-se Sephadex LH-20 como fase
estacionária, e a cromatografia líquida de alta eficiência-CLAE no modo reciclante.
A seguir, estão representados os esquemas dos procedimentos
experimentais utilizados para o fracionamento das substâncias das folhas de
Helietta apiculata.
HAFMD5.5
0,5065g
5.5.1
0,0045g
5.5.2
0,1129g
5.5.3
0,1611g
5.5.4
0,1597g
Coluna: 67,0 cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash”;
Eluição: gradiente 5 em 5% hexano para metanol.
5.5.5
0,0475g
5.5.6
0,0001g
Coluna: 63,5cm,
2,5 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol/diclorometano 8:2
5.5.4.1
0,0013g
5.5.4.2
0,0077g
5.5.4.3
0,1133g
substância 25
5.5.4
0,0102g
HAFMD5.7
0,6091g
Coluna: 63,5cm,
2,5 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol 100%;
5.7.1
0,0014g
5.7.2
0,0608g
5.7.3
0,5393g
5.7.4
0,0014g
5.7.5
0,0557g
substância 8
Procedimento Experimental
217
Esquema 2.16: Fracionamento de HAFMA.
Esquema 2.17: Isolamento das substânicas 30 e 28.
HAFMA
2,2g
Coluna: 31,5 cm,
4,0 cm;
Sílica comum;
Eluição: gradiente de hexano indo até metanol de 20 em
20%.
1
0,0109g
2
0,2264g
3
0,3466g
4
0,7318g
5
0,0483g
6
0,0472g
7
0,1275g
8
0,3588g
9
0,0530g
4.1
0,0022g
4.3.1
0,0057g
4.5
0,0092g
4.4
0,0131g
4.3
0,0361g
4.2
0,1417g
Coluna: 43,0 cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol 100%;
HAFMA4.3
0,0361g
4.3.2
0,0112g
4.3.3
0,0089g
substância 30
4.3.4
0,0029g
4.3.5
0,0017g
4.3.6
0,0009g
substância 29
4.3.7
0,0072g
substância 28
CLAE-recilcante;
Coluna: Polimérica Shodex Asashipak;
Eluição: 100% metanol
Fluxo: 3,0 mL/min.
Pressão: 64 psi;
Detecção: 254nm;
Procedimento Experimental
218
5.4.4 Estudo Químico da Fração Diclorometano do Extrato Metanólico
dos Galhos de Balfourodendron riedelianum (BRGMD)
O método de separação que se mostrou mais eficiente para a separação das
frações foi a cromatografia contracorrente, utilizando-se o equipamento RLCC
(Rotation Locular Counter Chromatography, RLCC-1000, Eyela ceramic bomb VSP-
3050) , e como fase estacionária clorofórmio/ metanol/isopropanol/água na
proporção de 45:60:2:40 no modo ascendente, com coletor automático (Eyela
fraction collector DC-120) para 120 frações. O loopdo equipamento era de 3,00
mL.
As frações foram coletadas, reunidas, e a fase estacionária, clorofórmica
está em processo de estudo. A fase aquosa foi reunida para 24 frações e foi
fracionada.
Esquema 5.18: Fracionamento por RLCC de BRGMD.
BRGMD
2,1g
Fase
estacionária
0,3626g
RLCC
clorofórmio/ metanol/isopropanol/água na proporção de 45:60:2:40 no
modo ascendente;
fase móvel: aquosa;
fase estacionária: clorofórmica;
24 frações
Substâncias
23 e 24
substâncias 2, 4 e 5
BRGMD
Fase
estacionária
0,3626g
1
0,0316g
2
0,1346g
3
0,0902g
4
0,0320g
5
0,0437g
6
0,0137g
7
0,0213g
Coluna: 43,0 cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol 100%;
Coluna: 30,0 cm,
3,5 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol 100%;
Procedimento Experimental
219
Esquema 5.19: Fracionamento da fase estacionária de BRGMD e
isolamento das substâncias 2, 4, 5, 8, 23 e 24.
5.4.5 Estudo Químico da Fração Acetato de Etila do Extrato Metanólico
das Folhas de Balfourodendron riedelianum (BRFMA)
A fração acetato de etila do extrato metanólico das folhas de
Balfourodendron riedelianum ainda não foi fracionada, apenas cristais separados
de seu extrato foram purificados obtendo-se dois aminoácidos: N-metilprolina e 4-
hidróxi-N-metilprolina. Estes aminoácidos foram isolados por PUPO, M. T., 1997.
Os dados espectrais da mistura inicial dos cristais confirmam a presença dos
aminócidos.
Esquema 5.20: Isolamento das substâncias 23 e 24.
BRFMA
1,7g
Extrato
acetato de etila
Cristais
mistura dos aminoácidos:
N-metilprolina e 4-hidróxi-
metilprolina
1,4902g
Lavagem com metanol 100%
Cristais
0,4003g
1
0,1345g
substância 23
2
0,0065g
substância 24
Coluna : 75,0 cm X 2,5 cm;
Sílica “flash”;
Eluição: isocrática, acetona/água 95:5.
substâncias 4, 5 e 8
5.4
0,0026g
5.3
0,0321g
5.2
0,0056g
5.1
0,0012g
Procedimento Experimental
220
5.4.6 Estudo Químico da Fração Metanol do Extrato Metanólico do
Caule de Galipea carinata (GCCMM)
O método de separação que se mostrou mais eficiente para a separação foi
a utilização de fases estacionárias como celulose microcristalina e Sephadex LH-
20, uma vez que as frações são extremamente polares. Até o momento apenas
uma substância foi isolada deste extrato.
Esquema 5.21: Fracionamento de GCCMM.
GCCMM
95,496 g
Cromatografia rápida à vácuo
25,0 cm X 6,0cm
Sílica “flash”;
Eluição: hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol.
1
14,6915g
2
13,1518g
3
15,3613g
4
3,8460g
5
9,1955g
6
14,50g
Procedimento Experimental
221
Esquema 5.22: Fracionamento de GCCMM5.7.
Esquema 5.23: Isolamento da substância 15.
5.7.3.4
0,3143g
5.7.3.4.1
0,0061g
5.7.3.4.2
0,1329g
5.7.3.4.3
0,1593g
5.7.3.4.5
0,2818g
Coluna: 44,0 cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol 100%;
GCCMM5.7.3.4.3
0,1593g
5.7.3.4.3.2.2
0,0153g
substância 15
5.7.3.4.3.2.1
0,0400g
5.7.3.4.3.2
0,0559g
5.7.3.4.3.
1
0,0074g
5.7.3.4.3.3
0,0375g
5.7.3.4.3.4
0,0052g
Coluna: 44,0 cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: metanol 100%;
CLAE-reciclante;
Coluna: Polimérica Shodex Asashipak;
Eluição: 100% metanol
Fluxo: 2,5 mL/min.
Pressão: 64 psi;
Detecção: 254nm;
Procedimento Experimental
222
5.4.7 Estudo Químico da Fração Metanol do Extrato Diclorometano do
Caule de Galipea carinata (GCCMD)
Após o estudo deste extrato durante a iniciação científica (FAPESP, proc.
00/9494-6), restaram algumas frações apresentando pouca quantidade em massa
de misturas complexas de substâncias interessantes. A análise de GCCMD753
através de RMN
1
H e cromatografia em camada delgada utilizando-se como fase
móvel, hexano/acetato de etila 6:4 e acetona, observou-se a presença de manchas
alaranjadas pelo revelador de Draggendorff, indicando a a preseça de alcalóide.
Para o isolamento, utilizou-se uma placa preparativa com o mesmo sistema de
eluentes. O esquema a seguir mostra o procedimento.
Esquema 5.24: Isolamento das subsâncias 11 e 12.
GCCMD5.7.3
0,0300g
5.7.3.1
0,0150g
5.7.3.3
0,0068g
substância 12
5.7.3.2
0,0060g
substância 11
Placa preparativa 20x20cm;
Eluente: hexano/acetato de etila 6:4 acetona 0,5 mL
Procedimento Experimental
223
5.4.8 Estudo Químico da Fração Diclorometano do Extrato Metanólico
do Caule de Balfourodendron riedelianum (BRCMD)
De modo geral, o método de separação que se mostrou mais eficiente para
o isolamento das substâncias de baixa polaridade foi a cromatografia da adsorção
em sílica gel ou do tipo “flash”, realizada em coluna de vidro sob vácuo e em placas
preparativas.
A seguir, estão representados os esquemas dos procedimentos
experimentais utilizados para a obtenção das substâncias puras presentes do caule
de Balfourodendron riedelianum.
Esquema 5.25: Isolamento da substância 1.
BRCMD
26,4g
Coluna: 47,0 cm,
5,5 cm;
Sílica: comum;
Eluição: gradiente 10 em 10% hexano para metanol.
1
0,0111g
2
0,1168g
3
0,0338g
4
0,1049g
5
1,0838g
6
0,2714g
5.4
0,5403g
5.
2
0,0862g
5.3
0,0814g
5.1
0,5278g
Coluna: 29,0 cm,
5,0 cm;
Sílica: “flash” e florsil (1:1);
Eluição: gradiente 10 em 10% hexano para acetato de etila.
Coluna: 10,5 cm,
3,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição:isocrática hexano 80% e diclorometano 20%.
7
0,2256g
8
1,594g
9
1,4466g
10
0,8681g
11
0,8326g
5.5
0,1430g
5.4.1
0,0888g
5.4.2
0,4515g
substância 1
Procedimento Experimental
224
Esquema 5.26: Isolamento das substâncias 18, 19, 20,22 e 21.
BRCMD 8
1,5940g
Coluna: 69,5cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: gradiente 20 em 20 % hexano para metanol.
8.1
0,0089g
8.2
1,3290g
8.3
0,0629g
Coluna: 70,5cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: gradiente 10 em 10 % hexano para acetato de etila.
8.2.1
0,0192g
8.2.2
0,3860g
8.2.3
0,0594g
8.2.4
0,2411g
8.2.5
0,3041g
8.2.6
0,0242g
8.2.7
0,1315g
8.2.8
0,0714g
8.2.9
0,2445g
8.2.2.1
0,2445g
8.2.2.2
0,3679g
8
.2.2.3
0,0165g
8.2.2.5
0,2400g
8.2.2.4
0,2435g
Coluna: 71,5cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: gradiente 10 em 10 % hexano para acetato de etila.
Coluna: 65,5cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: gradiente 10 em 10 % hexano para acetato de etila.
8.2.2.3.1
0,9965g
8.2.2.3.2
0,04779g
8.2.2.3.3
0,0135g
8.2.2.3.4
0,0165g
substância 2
8.2.2.35
0,0070g
Coluna: 71,5cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: gradiente 10 em 10 %
hexano para acetato de etila.
BRCMD 5.
3
0,0814g
CLAE-reciclante;
Coluna: Polimérica Shodex Asashipak;
Eluição: 100% metanol
Fluxo: 2,5 mL/min.
Pressão: 64 psi;
Detecção: 254nm;
BRCMD 532
0,0805g
BRCMD 531
0,0001g
substâncias 18, 19 e 20
BRCMD 5321
0,0001g
substância 22
BRCMD 5322
0,0002g
substância 21
CLAE-reciclante;
Coluna: Polimérica Shodex Asashipak;
Eluição: 100% metanol
Fluxo: 2,5 mL/min.
Pressão: 64 psi;
Detecção: 254nm;
Procedimento Experimental
225
8.2.2.2.1
0,0044g
8.2.2.2.2
0,0197g
substância 14
8.2.2.2.3
0,0841g
substância 13
Coluna: 69,5cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: gradiente 20 em 20 % hexano para metanol.
7.3
0,1516g
BRCMD 7
0,2256g
7.1
0,0148g
7.2
0,0162g
7.4
0,0653g
7.5
0,0060g
7.6
0,1029g
7.3.1.1
0,1032g
substância 16
7.
3.1.2
0,0165g
Cromatotron
Placa: Sílica de alta pureza 26cm de diâmentro;
Eluição: Hexano 80% e diclorometano 20%.
9.1
0,0019g
7.3.4
0,0127g
Placa preparativa: 20x20 cm;
Eluição: Hexano 80% e
acetato de etila 20% e gotas
de metanol.
7.3.3
0,0421g
7.3.2
0,0899g
7.3.1
0,0439g
BRCMD 9
1,4466g
9.2
0,0019g
9.3
0,0060g
9.4
0,9520g
9.5
0,1422g
9.6
0,0608g
9.7
0,1187g
Coluna: 70,5cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: gradiente 20 em 20 % hexano para metanol.
9.4.2
0,1528g
9.4.1
0,9520g
9.4.3
0,0852g
9.4.4
0,5608g
9.4.6
0,2221g
Coluna: 71,5cm,
2,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: gradiente 10 em 10 % hexano para
acetato de etila.
8.2.4.2
0,0067g
BRCMD 8.2.4
0,2411g
CLAE-reciclante;
Coluna: Polimérica Shodex
Asashipak;
Eluição: 100% metanol
Fluxo: 2,5 mL/min.
Pressão: 64 psi;
Detecção: 254nm;
8.2.4.1
0, 0045g
8.2.4.3
0,0013g
substância 17
Esquema 5.27: Isolamento
das substâncias 2, 13, 14, 16
e 17.
Procedimento Experimental
226
Esquema 5.28: Isolamento da substância 4, 5 e 16.
Esquema 5.29: Isolamento
das substâncias 10 e 27.
9.4.5
0,0661g
Placa preparativa: 20x20
cm;
Eluição100% diclorometano
e gotas de metanol.
9.4.5.2
0,0441g
9.4.5.1
0,0220g
substância 5
Coluna: 39,5cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: 100% metanol.
11.3.3.3.3.3.1
0,0069g
substância 10
BRCMD 11
0,8326g
BRCMD 10
0,8681g
10.1
03733g
10.2
0,2280g
10.3
0,2141g
10.4
0,0686g
10.3.2
0,0063g
substânica 4
10.3.1
0,0095g
Coluna: 31,0cm,
1,5 cm;
Sílica: “flash” e florisil (1:1);
Eluição: isocrática hexano
30% e diclorometano 70%,
gotas de metanol.
11.3.3.3.3.3.2
0,0056g
substância 27
11.3.3.3.3.3
0,2780g
11.1
0,1833g
1
1.2
0,2326g
11.3
0,3998g
11.4
0,0141g
Placa preparativa: 20x20 cm;
Eluição: hexano 60% e acetato
de etlia 40%, com gotas de
metanol.
Coluna: 39,5cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: 100% metanol.
5 Colunas: 39,5cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: 100% metanol.
CLAE-reciclante;
Coluna: Polimérica Shodex
Asashipak;
Eluição: 100% metanol
Fluxo: 2,5 mL/min.
Pressão: 64 psi;
Detecção: 254nm;
Procedimento Experimental
227
Procedimento Experimental
228
Esquema 5.32: Isolamento da substância 32.
5.5 Protocolo do Ensaio com TryR, Utilizando-se o Reagente DTNB 5,5’-
ditiobis-(2-ácido nitrobenzóico), Reagente de Ellman
5.5.1 Regentes e Procedimento para o Screening Inicial
Soluções em estoque
1. Tampão do ensaio: 40mM (K
+
) HEPES tampão, pH 7.4, 1 mM EDTA.
2. Trypanotiona dissulfito (Bachem): 2.5 mM estocada em solução
tampão do ensaio.
3. DTNB: 2.5 mM no tampão do ensaio.
4. Tripanotiona redutase recombinante deT. cruzi: ~1 mg/mL (~100 U/mL)
em 70% de sulfato de amônio (estável a 4 °C por mais de 1 ano).
Reagente A: Misturaram-se as soluções de 1 a 4, de modo a se obter uma
concentração final de tripanotiona dissulfito (7.5 µM), DTNB (62.5 µM) e trypanotiona
redutase (2.5 mU/mL) no tampão do ensaio.
Reagente B: NADPH, 1.5 mM no tampão do ensaio (preparado diariamente).
Solução estoque dos inibidores: 10 mM das soluções em DMSO, (10 mM
clomipramina em DMSO inibidor de referência).
6.2
0,0346g
6.2
0,0359g
substância 31
6.2
0,2156g
8.1
0,0293g
8.2
0,0744g
8.3
0,1659g
8.3
0,2607g
8.4
0,3468g
8.4.1
0,0450g
8.4.2
0,0054g
substância 32
8.4.3
0,0789g
Coluna: 39,5cm,
3,0 cm;
Sephadex LH-20;
Eluição: 100% metanol e gotas de DMSO.
HAGMD8
0,6115g
Procedimento Experimental
229
5.5.2 Regentes e Procedimento para a Determinação do IC
50
Preparaçãodas placas “filhas” para a determinação dos IC
50
:
1. Pipetaram-se 180 µL do tampão na primeira fileira (A1…H1);
2. Pipetaram-se 100 µL do tampão do ensaio contendo 10 % (v/v) de
DMSO nas fileiras (A2…H12);
3. Adicionaram-se 20 µL 10 mM do inibidor teste em cada poço da
primeira fileira, misturou-se, retirar com100 µl e adicionou-se na fileira 2. Repetiu-se
dobrando as diluições até a fileira 11.
5.5.3 Método do Ensaio
Para o teste nas placas:
1. Adicionaran-se 160 µL do reagente A a cada poço;
2. Fez-se o aquecimento a 27 °C no equipamento Spectramax por 5
minutos;
3. Adicionaram-se 20 µL dos inibidores em cada poço da placa “filha”;
4. Misturaram-se por 5 segundos;
5. Adicionaram-se 20 µL dos reagentes B (NADPH);
6. Misturaram-se por 5 segundos;
7. Leu-se o aumento da absorbância em 412 nm por 30 minutos;
8. Verificaram-se os dados para se ter linearidade (R >0.99, grau de
proximidade dos pontos obtidos) e calcular o IC
50
utilizando o a equação de quatro
parâmetros, ajustado a equação abaixo (veja o exemplo abaixo do inibidor padrão);
Figura 5.95: Curva do padrão (Clomipramina) para o ensaio em tripanotiona
redutase (TryR).
Inhibitor, uM
0.01 0.1 1 10 100 1000
0
Procedimento Experimental
230
5.5.4 Notas Importantes Consideradas
1. As concentrações finais do ensaio foram : 40 mM HEPES, pH 7.4, 1
mM EDTA, 6.0 µM tripanotiona disulfito 50 µM DTNB, 2 mU/ml tripanotiona
redutase e 150 µM NADPH;
2. As concentrações da tripanotiona foram padronizadas
enzimáticamente;
3. 1% (v/v) DMSO foi incluído em todos ensaios maiores
concentrações são inibitórias;
4. A reação foi linear para os 15 minutos.
5. Desvios da Lei de Beer-Lambert são observados acima de 0.6 AU.
6. K
m
para a T[S]
2
nas condicões clássicas é de 30 µM. K
m
app
como
reagente DTNB presente é de 6.5 ± 1.0 µM. Desse modo os ensaios foram feitos
com [S] = K
m
para dar uma estimativa de K
i
(IC
50
= 2 x K
i
para a inibição
competitiva).
7. Um milhão de ensaios nestas condições requer aproximadamente
600U (6mg) de tripanotiona redutase (TryR).
5.6 Ensaios in vivo com a Utilização de Células de T. brucei brucei
5.6.1 Screening Inicial
Os compostos-testes, extratos e frações além do fármaco-controle
(Pentamidina) foram dissolvidos em DMSO obtendo-se as concentrações de 10
mM, 2,00 mg/mL e 0,1 mM, respectivamente. Uma alíquota de 2,0 µL de cada
composto foi adicionada em cada poço da placa de leitura de 96 poços. Uma
alíquota de 178 µL de meio de cultura HMI-9 com 10% (v/v) de Serum Plus
TM
(JRH
Biosciences) (HIRUMI, H., HIRUMI, K., 1989) contendo 1.000 células/poço de T.
brucei brucei, linhagem 427, tipo selvagem, foi adicionada em cada poço. Após três
dias de incubação a 37
o
C, com 5% de CO
2
, foram adicionados 20 µL do reagente
AlamarBule (Serotec
®
) (RÄZ, B.,. et al., 1997), sendo ainda incubados por mais três
horas. Ao final das três horas as placas foram lidas no leitor placas de fluorescência
(FLx 800 BioTek Instruments) obedecendo os seguintes parâmetros: 530 nm de
emissão e 489 nm de extinção. Os dados foram analisados utilizando-se o
programa Grafit, de versão 4.5, desenvolvido por R. J.Laetherbarrow.
5.6.2 Contagem das Células
Uma aliquota de 50 µL de células de T. brucei brucei foi adicionada a um
tubo tipo Eppendorf. A esta alíquota foram adicionados 50 µL de uma solução de
formalina em HCl. Retirou-se uma pequena alíquota de aproximadamente 10 µL,
Procedimento Experimental
231
que foi inserida na câmara do Neubauer Hemaecytometer. A contagem foi feita por
meio de um microscópio com aumento de 40 vezes. Para se obter a concentração
desejada, era necessário contar os 25 quadros presentes na placa Neubauer
Hemaecytometer. O seguinte cálculo era realizado sempre que necessário:
Número de células contadas x 2 x 10
6
= A
Diluição:
A X volume a ser retirado do meio de cultura (em mL) = número de células
desejadas X volume desejado (em mL)
5.6.3 Determinação de EC
50
com a Utilização de Células de T. brucei
brucei
Os compostos-teste puros, extratos brutos e frações, além do fármaco-
controle (Pentamidina), foram dissolvidos em DMSO obtendo-se uma concentração
de 10 mM, 2,00 mg/mL e 0,1 mM, respectivamente. Uma solução de 2 µL de cada
composto foi adicionada na primeira coluna A1-H1 (sendo A1 reservada ao
fármaco-controle) da placa de 96 poços. Uma alíquota de 100 µL meio de cultura
HMI-9, contendo 10% (v/v) de Serum Plus
TM
(JRH Bioscienses) (HIRUMI, H.,
HIRUMI, K., 1989) contendo 1% e DMSO foi adicionada ao restante dos poços, e
198 µL do meio de cultura HMI-9 puro foram adicionados à primeira coluna (A1-
H1). Diluições seriais foram feitas utilizando-se uma pipeta mecânica multicanal
(Eppendorf 0 –300 µL) retirando-se 100 µL da primeira coluna e adicionando-se na
coluna adjacente. Este processo foi repetido até atingir a coluna de número 10. Um
fator de diluição de 1:2 foi assim atingido. A alíquota extraída da coluna de número
10 foi, então, adicionada na coluna de número 12. Assim 100 µL de uma
suspensão de tripanosomos (T. brucei brucei, linhagem 427, tipo selvagem) na
concentração de 2.000 células/poço foram adicionados a cada poço exceto na
coluna de número 11.
Assim, os valores de concentrações a partir da primeira coluna até a de
número 10 variam de 250 µM até 0,0049 µM e as colunas 11 e 12 foram usadas
como controles com ausência de compostos-teste/fármaco-controle e na ausência
de tripanosomos, respectivamente.
As placas foram então incubadas por 3 dias a 37
o
C com 5% de CO
2
. Após o
terceiro dia de incubação, 20 µL de reagente AlamarBlue (Serotec
®
) foram
adicionados em cada poço (RÄZ, B.,. et al., 1997). As placas foram incubadas por
mais três horas, sob as mesmas condições. Finalmente, a leitura da fluorescência
da base placas foi feita, obedecendo os seguintes parâmetros: emissão a 530 nm
e extinção a 489 nm, no leitor de fluorescência de placas (BioTek Instruments). Os
dados foram processados utilizando-se o programa GRAFIT, versão 4.5, elaborado
Procedimento Experimental
232
por R. J. Laetherbarrow, os resultados foram calculados utilizando uma equação de
4 parâmetros (Figura 5.89) a fim de se obter os valores de EC
50
.
.
Figura 5.96: Equação com quatro parâmetros, responsável pelo cálculo de
IC
50
e EC
50
, onde range significa o eixo y em questão, background; sendo o
controle usado para o ensaio; e S o slope (inclinação da reta), sendo na maioria
das vezes igual a 1, pois considera-se que apenas uma molécula de inibidor se
encontra no sítio ativo da enzima.
5.7 Expressão e Purificação da Enzima Tripanotiona redutase TryR
Inocularam-se com uma única colônia de E. coli JM109 contendo o
plasmídeo recombinante pBSTNAV.TR, dois frascos de 10 mL de capacidade
contendo meio de cultura LB e 50 µg/mL ampicilina. Estes frascos foram incubados
durante uma noite, com agitação a 37
o
C. Estas culturas foram então armazenadas
a 4
o
C. Alíquotas de 100 µL de cada cultura foram testadas espectrometricamente a
340 nm, para se checar a expressão da enzima TryR. Assim, uma dessas culturas
que expressaram TryR foi inoculada em 6 frascos de 1L cada, contendo 1L de meio
de cultura LB-ampici7.82938(r)3.5111(e)2.80892(96.469.839g7.42551(a)2.8(s)10.638328(i)9.23,79(st)-9.23319(e)2.80769(s )-307.106(f)-9.23319((i)9.23,798(d)13.4459(o)-7.830603(l)-1.40715(f)-9.23319(o)2.8076(i)9.23,279(a)-7.8306715(f)-9.3449(i)9.23449(n-19.8715(i)-1.40511(n)2.80762()-126.254(se)2.8s279(ssi)-1.4013 11.28 62(0)-7.83031(m)-1 Tf173.76 b0511(e)2.80713 11.280511(n)2.80 Td(m)Tji068(s)10.6383( )-30.762(cl)-1.405162()-126.254(sa)13.44723 11.280511(n)2.844723 11.283511(n)2.87864(a)2.80762( )-41.14818(,)-983068(7)556]TJ/R13 7.55724 Tf193.2 5.28 Td(o)Tn)-6.0551(e)-7.833442539.23579(o)2.81021( )277.998]TJ-180.24 -12.96 Td[(d)2.80827(u)-7.83003(r)3.21279(a)2.8082(p)-7.823003(t)12.0466(i)-1.40381(g)13.4472p)-7.820892(m)-7.42551(a)2.80892( )-51.7877(n)2.80892(o)-7.6 TL( )'4472p)-7.82A79(a)-7.8.532(p)-7.829191(cu)-7.82938(e)2.80892(e)2.80.21279(F)-6.0217(i)9.23449(g)2.98(d)2.80762(9(d)-7.8068(r)3.21279279(a)2.80762( )-9.23Td(m)Tj23319(o)2.80762( )-1581279(a)2.80762(m)-7.42551( )-51.762()-126.254(se)2.80762( )-158.8511(o)2.80762(m)-740511(l)9.23362(n)-7.83068(a)-7.f279(a)2.80762(m)-7.480762(m)-7.411(n)2.807781(n79173.76 62( )-30.5098(d)2.80762(2( )-158762(e)-7.83068( )-3070762(l)-1.40511(t)1.4052( )-158f19(e)-7.83068(sp)2.8769(s )-307.106(f)-9.23319(2( )-1583319(1)2.80762(L)-7.80762(m)-7.4251(e)-7.83068(m)-7.40511(n)2.80762()5026.254(sa)13.3068(a)-7.83068(d)13.448n7923579(o)2.810381(r)3.211Td[(d)2.L0827(u)-7.80849(.)1.403-115278]7.83068(r)-7.82808(i)9.2d.83(L)-7.3449(m)-7.425512(ç)10.60892(o)-7.0892(i)-1.40381(n)-7.80762(m)-7.411(nr)3.212(e)2.80.21279(F)-6-82808(i)9.2D5 )-285.83(L)-7.82938)9.23449( )-)10.63832J0762(d)-7.83060.21279(F)-6)-30.5098(ar)6.0204(i)12.0.igmoaaçãs 4t ft106(f)-9.23319((i)9.2.80762()5.80762()-126..0.)-30.a3068(l)-8( )278]TJ/-4
, 7a 4O2.80762( )-19/s23319((i)9.b7.83068(a)-7.f279(a))2.80762(u)2.80762(e)13.4459( )7.82938(o)-723319(o)2.80762( )-1583362(n)-7.83068(a)-19/8deeio
Procedimento Experimental
233
mínimo volume de tampão A (aproximadamente 10 mL). Assim, introduziu-se este
volume numa película de diálise (Snakeskin 10.000 mW cut Pierce), além de se
adicionar 0,05% de azida de sódio. Este volume foi, então, submetido à diálise
utilizando-se 2L de tampão A, durante uma noite a 4
o
C, sob constante agitação.
Enquanto a amostra estava em diálise, equilibrou-se uma coluna de afinidade (10
mL) de 2’,5’-ADP Sepharose (Sigma), num equipamento BioRad Biologic LP. Esta
coluna foi lavada com 5 volumes de tampão A de modo a remover a solução de
etanol 20%, usada como solvente de armazenagem, a 4
o
C. Em seguida,
introduziu-se a amostra na coluna, num fluxo de 0, 5 mL/mim. Uma banda amarela
formou-se no topo da coluna. Uma vez introduzida a mostra na coluna, esta foi
lavada com 100 mL de tampão A acompanhado por 100 mL de tampão A contendo
50 mM de KCl e finalmente com 100 mL de tampão A. A banda amarela
permaneceu imóvel no topo da coluna. A enzima TryR foi, então eluída com
aproximadamente 30 mL de uma solução de 5 mM de NADP
+
, usando tampão A
como solvente. As frações foram, então, coletadas e testadas de modo a se
certificar da atividade da enzima. A seguir, a coluna foi lavada com com vários
volumes de 1M KCl em tampão A, e com vários volumes de água Mili-Q. Em
seguida, a coluna foi armazenada em uma solução de 20% de etanol. As frações
contendo atividade enzimática para TryR foram reunidas e dialisadas utilizando-se
a mesma película anteriormente citada, mas agora com 2L de tampão B (20 mM de
Bis-Tris propano, 1mM de EDTA, pH 7,4 e1 mM DTT, recentemente adicionado)
durante uma noite sob constante agitação a 4
o
C. Enquanto a amostra era
dialisada, uma coluna troca iônica (25 mL), Hi-Load Q-Sepharose HP (Pharmacia),
foi equilibrada no equipamento ÄKTA Purifier (Amersham Biosciences), utilizando-
se tampão B, a 4
o
C. A amostra previamente dialisada foi introduzida na coluna
num fluxo de 1,0 mL/mim, e eluida com 100 mL de tampão B. Novamente a
enzima TryR ficou retida no topo da coluna como uma banda amarela. A enzima foi
então eluída com gradiente linear de sal com 100 mL de 0-100 mM de KCl (em
tampão B). As frações foram então coletadas em tubos de 1mL. Cada fração foi,
então, ensaiada de modo a se certificar a atividade da enzima. As frações ativas
foram concentradas para um volume de 10 mL utilizando Vivaspin 30.000 mw cut
(Viva Sciences). Em seguida, uma coluna (com raio 2,6 cm x altura 60 cm,
Pharmacia) de filtração em gel, Superdex 200 26/60 foi equilibrada utilizando-se
400 mL de HEPES 50 mM, pH 7,4 , 300 mM NaCl além de 0,05% de Azida de
Sódio. As frações previamente concentradas foram introduzidas na coluna
previamente equilibrada. O equipamento utilizado foi novamente o ÄKTA Purifier. A
enzima foi eluída num fluxo de 2 mL/mim. Novamente as frações coletadas foram
ensaiadas para a verificação da atividade da enzima. Em seguida, foi adicionado
sulfato de amônio de modo a se obter uma saturação de 70%. A enzima TryR foi
assim precipitada e armazenada a 4
o
C. Este procedimento baseia-se nos artigos
A. A. GREEN e W. L. HUGHS em Methods in Enzymology 1, 67-90 (1995), Editado
por S. P. COLOWICK e N. O. KAPLAN.
Procedimento Experimental
234
5.7.1 Cromatografia de Bio-afinidade: Preparação da Resina
eAcoplamento da Enzima TryR
Para este procedimento, utlizou-se a resina Affi-Gel 15 (BioRad) , matriz
consistindo de ligações cruzadas de agarose e, sendo o grupo funcional reativo N-
hidróxi-succinimida de concentração inferior a 9 µmol/mL. Esta matriz tem a
especificidade de atacar grupos NH
2
. A capacidade do acoplamento era de 35
mg/mL. A escala de pH de trabalho poderia variar de 3-11. Escolheu-se esta matriz,
pois era a mais adequada para acoplar enzimas com pI (ponto isoelétrico) inferior a
6,5. A enzima TryR possui pI 6.25.
Assim, 2,0 mL de gel foram usados. Para isso inicialmente lavou-se o gel
com vários volumes de água Milli-Q a 4
o
C, de modo a extrair todo o isopropanol
conservante. Centrifugou-se, e ao gel adicionaram-se 2,0 mL de tampão (volátil) 50
mM acetato de amônia, pH 7,4. Em seguida adicionaram-se 2,0 mL de TryR, num
tempo não superior a 20 minutos. Desse modo, sabendo-se que a massa molecular
da enzima é de 53113,98 Da, e que a concentração da enzima era de 16,12 µM,
conseguiu-se acoplar a 0,01612 µmol de TryR à resina de Affi-Gel 15. A mistura de
gel e enzima foi deixada para reagir por 4 horas numa roda giratória a 4
o
C. Em
seguida, para bloquear os ésteres ativos presentes na resina, adicionaram-se 100
µL de tampão de etanolamina, HCl, pH 8 deixando-se reagir por 1 hora, ainda na
roda giratória, a 4
o
C. Após completadas as 5 horas de reação, a resina foi lavada
com vários volumes do tampão 50 mM acetato de amônia, pH 7,4.
O teste com a coluna foi realizado com dois fármacos-controle, clomipramina
(315,3 Da) e quinacriea2-7.42551([3.7026(q)2.(-9.23319(d)2.80762(o)-7)-7.82932.80892(2-7.40511(.(a)13.4459( )-104.978(co)-7.8306 )-19.87186.84 0 Td[(a)-7.8306(-)3.21279(se)-7.8306D(n)-7.83068(i)9.2331(a)-7.8293.[(R)9.23319(,)-9.2331( )-956.042(a)-7.8309(a)2.8076292(m)3.21271(P)-3.21279(a)2.8075(cl)9.233u3(r)3.2TJ-4o)]TJ368(u)-7.8324(-)3.21279(s)-7.83068( )-82.0434(0)-7.83068( )12.0434(m)-7.42551(-7.83068((q)2.80762(u)2.80762(e)-7.8306ca(i)-1.40511(n)13.4459(d)-7.83068(a)-7.4255[(m)3.21279(R)9.233193(n)13.445çã(n)-7.83068(d)2.81021(a)13.4485( .2TJ-48]TJ-272.88 -12.96 Td9(a)-7.83068(m)2.8003( )-73.06362.96 Td[(co)2.80828(m)-7.42551(p)13.4472(ã)-7.82938(oa)2.80898( )-83.7020(9)-7.82808(8)2.808968( )12.0434(m)-7.42551(a)2.80891(n)-7.829338( )-62.426(e)-7.83068( )162.426(e-7.82932(ã)-7.82938(oa)9.23443( )-115.617(d)2.80892(e)9.234762(r)3.21279(a)2.80892(m)321279(co)-7.83062(n)-7.83068(i)9.23308(8)2.86003( )-1059308(8)2.86003( )-10593%(P)-3.212792(e)9.233068( )1.40511(d)-7.83068(e)9.23301(u)-7.82938(m)3.83068(n)-7.8308(i)9.23319(xa)2.80761(m)-7.42551(o)2.8076.(C)-1.40511(,)9.2330T8( )1.4053 11.28 Tf9(o)-7.83068(r)3.2127b9(r)3.21019(e)2.80762(co)2.80762(l)9.23362(v)10.6383(o)-7.83068(u)-7.8324( )-1059308(8)2.86002( )-19.8715(co)13.4459(me)9.233068( )1.405168(n)2.8102(m)-7.4255s(i)-1.40251(z)10.6383( )2053 18]TJ-213.72 -12.96 Td[(co)2.80823( )-73.068( )-126.254(r)3.24466(5)2.808249(t)1.40381:-18.72 Td[(o)2.808926(q)2.8085(co)13.4459(mo)2.80898( )-9.23449(va)2.80892(n)-7.82938)-9.23449()-9.23443( )-9.23449ã)-7.82938(oo)2.80898( )-123449( )-9.425592(u)2.80892(i)-1.40381(n)-7.8298(oo)2.808962(u)2.80762(eo)2.88762(l)-1.405115(e)2.80762(n)2.80762(z)-7.83068( )1.40511(m)-7.42558(e)-7.83068(,)1.405162(u)2.80762(eo)2.88762(d)-7.83068(o)2.88762(d)-7.830u8(m)3.83068(n)-7.8302(a)-7.830o2(u)2.80762(eo)2.88769( )-104.978(co)-7.83068(n)2.81021(t)-9.233n( )-62.42 11.28 Tf9(za)2.80762(d)-7.83068(o)2.887668(v)100892(m)3.21279( )-19.8715(e)2.80783( )-73.063(ao)2.887668(v)1.83068(51.7864068( )-73.063(r)3.21279(e)2.80762(si)-1.40511(n)-7.830.[(R)9.23319(,o)2.88761( )-147.531(P)-9.23449(o)2.81021(n)2.81021(a)2.81021( )227.998]TJ-193.32362.96 Td[(co)2.8082b62.96 Td-12.96 Td81(o)2.8808238(ã)2.80892(o)2.808980892( )-222(p)2.80892(r)3.21279(o)-7.82938((q)2.80892(u)2.808938(i)9.23449(m)-7.42551(r)3.21279(a)2.8089o(9)-7.82808( )1.40381((n)2.81083(o)2.80892(p)-7.829338(z)10.63c68( )162.4283(a)13.44749(d)2.80892(o)2425511(n)2.807619(d)2.80762(R)9.23319(,a)2.80762(t)-9.2339(za)2.8076ê )-104.978(co)-7.83068(n)2.810219(r)3.21279(i)9.23319(o)-7.82938(s.)1.40546( )1.40446(A)-38076268(n)2.81021e)2.8076215(f)1.40511(u)-7.83068( )1.40511(a)-7.83038( )1.40511(d)-7.83068(e)-7.86J-4o)]TJ31(n)-7.830f8(n)2.810219(r)3.2121(u)-7.83062(u)2.80762(i)-1.40511(d)-7.83038( )1.40511(d)-7.83068(C)-1.4059( )-104.978(c(r)3.21279(e)2.80762s1(á)-7.83068(t)1.405168( )1.40511(a)-7.83063(r)3.2129(co)2.80892(m)-7.83092(1)2.328808(0)13.4408(0)13.4485(0)2.81021( )277.998]TJ/R.86J-48]TJ-309..84 -13.8 Td(m)Tj/R13 11.28 Tf6.A)30.5109(,o)2.88703( )-73.0636(d)2.80827(eo)2.887059( )-73.063(r)3.403812(cr)3.21279(i)-1.40381ã)-7.82938(oo)2.8089e1ã)-7.82938(oo)2.8089e1)-9.23449(va)2.808962(n)2.80762(z)-7808938(i)9.2344a(9)-7.82808(o)2.80899(va)2.808963(n)2.80762(co)13.4459(mo)2.80892(n)-7.82926(q)2.8089(a)-7.829o2(u)2.80762(eo)2.88768( )-19.8715(d)2.80762e
Procedimento Experimental
235
5.8 Síntese da Cetona de Pummerer
A uma mistura de 4.1 equivalentes de K
3
[Fe(CN)
6
] em uma solução aquosa
de 0,4 M de Na
2
CO
3
(100mL) e de éter dietílico (100 mL). Foram adicionados 2,0g
de p-cresol, sob constante agitacão, durante 1 hora, em temperatura ambiente. A
reação bifásica se transformou numa solução contendo uma única fase. Esta
solução foi, então, transferida para uma funil de separação e extraída com éter
dietílico. A purificação da cetona a partir do material oleoso de coloração amarela
se deu utlizando-se uma coluna (2,5 cm X 35,5 cm) de sílica gel, com eluição
isocrática de 25% de éter dietílico e 75% de éter de petróleo. Em seguida, utilizou-
se uma placa preparativa 20 cm X 20 cm com 90% de éter de petróleo e 10% de
éter dietílico, obtendo-se cristais incolores (1,5 mg) identificados como a cetona de
Pummerer.
5.9 Ensaio com a Enzima gGAPDH
5.9.1 Condições do Meio de Reação para Ensaio Enzimático com NAD
+
como Co-fator
1. Tampão Trietanolamina 100 mM, pH 7,5;
2. Etilenodiaminotetracetato dissódico (EDTA) 1 mM;
3. β-Mercaptoetanol 1mM;
4. Dimetilsulfóxido 1,4 mM;
5. Arseniato de Sódio 30 mM;
6. Nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD
+
) 400 µM;
7. DL-Gliceraldeído-3-fosfato 600 µM;
8. Enzima 13 nM;
9. Temperatura 25 ºC;
10. Tempo de análise: 30 segundos;
11. Técnica: espectroscopia de absorção molecular no ultravioleta (340
nm).
5.9.2 Condições do Meio de Reação para Ensaio Enzimático com Tio-
NAD
+
como Co-fator
1. Tampão Trietanolamina 100 mM, pH 7,5;
2. Etilenodiaminotetracetato dissódico (EDTA) 1 mM;
3. β-Mercaptoetanol 1mM;
4. Dimetilsulfóxido 1,4 mM;
5. Arseniato de Sódio 30 mM;
6. Tionicotinamida adenina dinucleotídeo (Tio-NAD
+
) 250 µM;
7. DL-Gliceraldeído-3-fosfato 800 µM;
8. Enzima 41 nM;
9. Temperatura 25 ºC;
10. Tempo de análise: 30 segundos;
Procedimento Experimental
236
11. Técnica: espectroscopia de absorção molecular no ultravioleta (λ =
400 nm).
5.9.3 Considerações com Relação às Condições do Ensaio
Tampão utilizado: este foi o que melhor garantiu condições de
reprodutibilidade e de confiabilidade dos resultados analisados.
O pH em 7,5 é para mimetizar as condições fisiológicas. É importante levar
em consideração este pH devido ao pK que cada ligante possui.
O β-Mercaptoetanol atua como um inibidor da oxidação dos resíduos de
cisteína (há uma cisteína catalítica no sítio enzimático da GAPDH).
O EDTA é para evitar a possível interferência de cátions na reação.
Com relação ao Arseniato de sódio, este tem como função impedir a
reversibilidade da reação enzimática, entrando como substituinte do fosfato
inorgânico (Pi) indicado na Figura 2.
O NAD
+
/Tio-NAD
+
é o cofator, sem o qual não ocorre redução do grupo
carbonila na molécula do substrato Gliceraldeído-3-fosfato.
As concentrações de enzima mudam entre as diferentes condições de
análise para se garantir que elas sejam comparáveis (seguindo a constante de
Michaelis-Menten encontrada para cada condição de ensaio).
O tempo de análise em 30 segundos é o suficiente para se obter o gráfico
que descreve o comportamento da enzima.
5.10 Ensaio com a Enzima APRT
Os ensaios com a enzima APRT foram realizados em colaboração com o
Laboratório de Cristalografia de Proteínas do IFSC-USP.
A atividade da enzima será medida colocando-a na presença de uma
mistura reacional com: 0,01 mM de Adenina, 0,5 mM de PRPP, 5 mg de MgCl
2
e
tampão Tris (100 mM, pH 7,4). Para cada teste serão usados 150 µL da mistura
reacional (Mix) e 25 µL das soluções dos possíveis inibidores, de forma que a
concentração final do extrato (ou fração) a ser testado será de 100 µg/mL.
Imediatamente após a adição de todos os reagentes, iniciou-se a leitura à
temperatura controlada de 25,0 ºC. A reação será acompanhada através da
absorção a 259 nm do produto formado (AMP), durante 60 segundos. A atividade
específica da enzima pura é 0,0011668 mM de AMP formado por mg/min.
5.11 Ensaio com as Formas Tripomastigotas de T. cruzi
Para o ensaio são utilizadas cepas de linhagem “Y” de T. cruzi, que são
mantidas através de passagens seriadas em camumdongos, por meio de repiques
semanais, no Laboratório de Parasitologia do Departamento de Ciências da Saúde
da FCFRP-USP. Os ensaios biológicos dos extratos são realizadosutilizando-se
sangue de camundongos albinos Swiss, infectados pela cepa “Y” de T. cruzi, o qual
é obtido por punção cardíaca no pico da parisetemia (sétimo dia). Esse sangue é
diluído em sangue de animal sadio, de forma a se obter uma concentração final de
2x10
6
formas tripomastigotas poe mL de sangue. Os ensaios são realizados em
microplacas de titulação com 96 poços, onde o sangue infectado e os extratos a
serem avaliados, são solubilizados (em triplicata), e o material é incubado por 24h a
Procedimento Experimental
237
4
o
C. Após este tempo, a contagem das formas tripomastigotas é realizada segundo
a técnica descrita por BRENER (1962). Como controles, são utilizados: 1) angue de
camundongo infectado, sem adição de nenhum extrato; 2) sangue infectado
contendo a mesma concetração de DMSO utilizada no preparo das soluções; e 3)
sangue infectado contendo violeta genciana (controle positivo), na concentração de
1:4.000.
Os extratos foram ensaiados a 4mg/mL e as frações a 2mg/mL.
Os resultados obtidos são expressos em porcentagem de lise parasitária (%
LP), sendo que são considerados ativos os extratos ou frações que apresentam %
LP 50.
6. Conclusões
Conclusões
237
6. Conclusões
O estudo fitoquímico de Balfourodendron riedelianum, Helietta apiculata
e Galipea carinata, pertencentes à família Rutaceae, forneceram uma grande
quantidades de metabólitos secundários, sendo em sua maioria alcalóides,
principalmente os furoquinolínicos. Foram ta79(a)-7.83062(79(a)8(r)3.212)3.21279(in]TJ326.16 0 Td[(r)380 Td[(e)2.83.4485(m)-472(t)-9.231M.83.4485(m)sui)-1.40(r)3.21279(n)-7.83068ó21279(n)-7.83069(a)-7.83062(79(a)8(r)6 -12.96 Td83(,)12.0446( )-9.2403()-1.40511(coM.83(a)8(r)6 -12.960762(l)9.23319(a)2.8166(c)-7.82938(l)8))8(e)-7.829adts256472(d)-7.822938(í)1.4038118(s2564ái)-1.40(rc83003(a)2.8081( )-243.276(í)12.04348(s254rc83003(a)-7.83326.16 0â3319(a)2.80762(79(a)-c.276(í)12.04348(s254re326.16 0 Td48(s254r3068(m)3.21279( )-57321279(na319(í)1.40511(6(f)-9. Td48(s254rMl)8u3068(o)-7.83068(l)9.40511(i)-1.419(í)1.405)8(e)-7.8 Td48(s254rd326.16 0a83.0533 0)-472(t)-9.48(s254rs(o)-7.8293b419(í)1.40540511(i)-1â3319(a)2.880892(q)2.8c8319.87151.419(í)1.405-9.48(s254rsã)62(08163.276(se)2.809(a)-7.0533 079(a)8(r)6 -.16 -12.96 Td8( )277.9é)-9.2403(d80849(r)3.2172(b)-7.82938(ó)-7.a0892(t)1.40381222(coM.83(a)8(r)381222(0381(d)-7.82p2(d)-7.82é2938(r)3.212172(b)-7.8f12.96 TL)8(e)-7.8 T)Tj-397.68 -13.08 Td18.82.80762( )278]TJ/R15 11.2.80892(ci)-1.4f938(ó)-7.822(l)-1.40568(cu)13.4459(n)-73.21279(in]21279(n)-)-7.82938(68(cu)13.4.4485(m)sui319(a)2.880326.16 0 Td32e)-7.21279(o)2.80762(n)2.80762( )-51.7864(r)3.2179(i)-1.40511(a)13.4iJ326.16 0 62(e)2.80762(l)-1.40568(m)3.21211(a)-7.83068(n)2.8076212.80762( Td32e)-7.2179(i)-1.4 T)Tj-397.68 -13.08 Td75.84)1.40511( )278]TJ/R15 11.28 Tf6.84 0 Td[(H)-1.40511(e)2.80762(l)-1.4079(a)-7.83068(m)3.2381222(0 62(e)2.8040511(a)2.80762( )-62.uR15 11.28 Tf6.84 0 J326.16 040719.87151.4381(n)2.80892(a)2.80899.8109.23449(a62(ce)2.807632e)-7.u068(m)3.21279( )87.42551(se)2.809(a)-7.66.720 Td[(e)2.81021( )277.998]TJ-39121279(e)-7.82279(o)2.))8(e)-7.821279(e)-7z )278]TJ/R15 11.281279( )-573.09(i)-1.40443(a)8(r)3879(c)-10.6383(a)2.ã)-7.8293880892(t)1.4 1(6(f)21892( )-583.73.064(f)-9r3268i)-1.419(ít)1.41279( )4)2.80(6(f)2180381(d)-7.8x)8(e)-7.82938(n)-7.82938(ce)2.80892(q)2.8siJ326.16 ))8(e)-7.829a79(a)-e 62(e)2.80762(l)-1.42938(n)-7.822(t)1.40511(326.16 822(t)1.40s)8(e)-7.8291(326.16 u762( )-51.768(m)-7.42551(se)2..7864(r)3.a319(í)1.40511(8(n1652.80762/R9 11.28 Tf-347..82279(o)2.Ml)8u3068(f)-94472(b)-7.82938(ó)-7.82808(l)-7.)381)2..766(d)-7.829388012.96 TL3811240443(a)8(r3449(a)13.c443(a)8(r3472(b)-7.8ó3068(f)-94472(b)-7.8.7864(r)3.21326.16 0381)62(12783068(e)2.803068(m)-7.4.4459(n)-73.21279(in]q1326.16 03068(m)-7.483003(a)-7.831( )-243.279(i)-1.40511(a)13.43396(f)-9.n068(m)-7.483c.219(í)1.405-9.)2..765483s)8(e)-7.8oR15 11.28 Tf6.84 0 J8(s,)1.40511( )-243.219(í)1.405-9.)62(127830068(d)2.80762(á)2.8.4459(57.82938(t)6 00762(79(a)-7.8)62(1278e 62(e)2.80762(l)-1.4c3.276(m)3.21279(a)-7n068(m)-7.42938(n)-7.r3268i)-1.419(í)1.40511( )-243.219(í)6809(a)-7.601.28 Tf-347.s.16 -12.96 0762(79(a)-u43(a)8(r3449(a)13.2938( )-243â2(d)-7.82 Td[(q)2.80892(l)-1.40381(i)9.20762(79(a)-e 4 -12.96 Td[(q)2.80827(u)-7.938(e)-7.82938 )-.103(f12.96 TLs2551(se)2.5-9.8757460511( )-2433068(m)-7.42519(í)1.405-9. )-.1060408( )27in]TJ326.16 0 62(e)2.80762(l)-1.42938(n)-7.2519(í)1.405,1(6(f)-9. 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02179(i)-1.4762(r)3.2127976(s255.80762(u)13.4459(r)-7.v)8(e)-7.84472(b)l)9.80762(u)13.o40511(e)2.8076(s255.250511(e)2.8076(s255.3.276(m)8(e)-7.83003c)8(e)-7.8oR15 11.2898]TJ-32698]TJ-326ê2938()2.807668(m)-7.4c07326.16 0 62(e)2.80 1176(s255.8068(.40(r83068(n)-7.83068(d)]TJ29)8(e)-728 Tf-347..16 -12.96 Td8( )277.9t( )Tj-33 Td[(,)1.4033268i)-10892(d)-7.8938(e)-7.820381( )-10e (d)-7.82 Td[(q)2.80827(u)-7.938(e)-7.82s081( )a)2..8r789(o)-7.2919(íq)2.80892(l)-1.40381(m)3.21892(t)1.4 126(f)218.83(a)8(r 726(f)218r459(n)-72179(ia-9.2/R15 11.28 Tf10.68 0 Tf10.68 0z)8(e)-7.82938(a243.çã)a)2.)1.408019(í)1.40-93r)3.21280762(u)13.o40511(e)2.838(n)-7.822(t)1.40n068(m)-7.4s29a)2.)-7.489.871518019(í)1.40.879(c79(2.80762/R9 11.2 11.28 TfN938(o)2.80f892(t)1.4s0827(u)-7.938(e)-7.82938e)2.80382938(n)-7.r459(n)-7a0864(2938b6383(a)2.80892(t)1.4l938(o)2.80h7(d)-7.8280892(t)1.46 -12.960762(762(t622938(í)1.40s938e)2.8038c.276(í)12.82938(279.p119(í)1.408019(í)1.40s)8(e)-7.82938(n)-7..219(í)1.405-9.762(t)1.40511(i)-1.40511(e)21279( )-573.063(t)-9.2368(e)-7.83068(ce)2.807762(t)1.30068(d)2.80762(á)2.8.4459(-7.83068(e)-7.83068(ce)2.807062(79(2938(a243.))8(e)-7.829a)2.880.40511(a)13.4iJ326.16 0 62(e)2.80511( )-243.219(í)1.405)8(e)-7.8 Td762(t)1.3068(e)2.800511( )-58e459(r)3.2[(,)1.4051381(e)-7.82938(n)-7.82938(ce)2. 80762(t)1.40511(t)1.o2938(ce)2. 80762(t)1.p119(í)1.4040511(t)1.iJ003(a)-7.8319(í)6e279(a)2.8058(e)u)2.38)T9(a)-7.R1(e)-728 Tf-347.80762(u)03-a319(í)103.s 83069.87.821938(t)1.4(e)-7z)8(e)-7.84472(b)-7.882-2(m)-7.42551( a)8(rs 83069.87.8K)278]TJ/R21279(o)2.80892(-1.4044892(t)1.4s)8(e)-7.821(d)-7.82s,Td( )Tj/R13069.87.21279( )87.4ui19(í)1.40540511(i)-1279(n)-7.83068(e)-7.42551(o)2.80762(d)-7.o2938(ce)2. 80069.87.20381( )-10e 4 -1)-5100511(i)-1.4f124.56 0 2936(f)-9.2568(m)3.2511( )-243.219(í)1.405-9.269.8693b419(í)1.40ai19(í)1.4054056(f)-9.2511(ó)1.40762(l)-1.42938(n)-7.822(t)1.40511069.87.2p068(m)-7.4.4459(n)-73.2(l)-1.4-2(79(a)-83ss80762(á)2.8.40762/62(l44)1.4051e279(i)-1.4511(n)2.80762(i69.87.2U124.577.82938(0.80809(a)-7.62(l44728 Tf-347.a319(í)103.s40381(a)2.808383(a)2.c292(b)-7.8804 -12.96 Td85.7.84472(b)-7.80892(l)-1.4092(d)-7.893r789(o)-7.f892(t)1.4ss)8(e)-7.829a)2.8)2.80892(l)-1.40381(m)3.214 -12.96 Td75.19969(a)2.8166(c)-7.1(u)-64092(d)-7.893)12.043275.191.82938()2.80762(l)-1.4s29a)2.)-7.4.2)12.043285.729.23319(a)2.8 T8275.191.q1279(84 03068(m)-7.493)12.043275.191.J8(s,)1.405-9.275.191.82938()2.80762(l)-1.4z0762(m)-7.4J8(s,)1.405-9.275.191.kiJ003(a)-7.8319(í)79(na22(t)1.405)8(e)-7.821938()2.80s043285.729.762(l)-1.4ã40762/48.7 0)-472(to3319(a)2.8 T8275.191.só3319(a)2.8 T8285.729.5)8(e)-7.8ã62(tse)2..2068(n)-7.83068(d)]TJ2948.7 079(a)8(r)6 -s.16 -12.96 Td8( )277.9/R15 11.28 Tf10.68 0 Tf10.68 0z)8(e)-7.82938(a2.969(a)2.8166(80892(t)1.4r789(o)-7.294 -12.96s 38(a)13.4472a)2.8166(c)892(t)1.4R1(232e)-94vá)-7.82938(l)872(b)-7.8a179(i8)1.4s62(232e)-7.218166(80892(t)1.4)-)-7.82938(19(í)1.40ç1279(i)-1.40762(r)3.2127932e)-7.2179(i)-1.4762(l)-1.4291(326.16 0381( )-10e 4 -1)-5127932e)-7.2179(i)-1.4TJ326.16 0 21279(in]5)8(e)-7.8 Td[(r)3.2iJ003(a)-7.831( )-243ú0a)2.880.407459(n)-72179(i)-1.4.4459(n)-73.2(l)-1.43449(i)-1.40câ315 11.287619(í)1.40c762(r)3.21279(n)-7.8e.276(m)8(8 0.80762(s27932e)-7.214 -1)-51279i)-1.4080762(u)13.iTf6.84 0 a22(t)1.40.063(t)-9.2179(i)-1.42938(n)-7.0511(ó)-7.83068(i)9.23319(d)-7.83068(e)-7.83328848 0 Td[(e)2.81co08( )277.9.4485(m)sui)-1(2.96 Td53.915 2938(ó)-7.a0864(29381279( )-573.0(d)-7.82é2938(r)3.20762(79(a)-7.8253.915 5)8(e)-7.8ã62(t(293880892(t)1.4 11253.915 521279(o)2.80383(a)2.80892(t80.40511(a)2.80i449(a)13.z)8(e)-7.829a)2.a)2.880762(u)13.o40511(e)2279(n)-7.830938(ce)2.s 11253.913..7864(r)3.2179(ia)2.8 T8253.913.29279(n2)-7.82933068(e)2.8081(t)1.40381ç)8(e)-7.8õ068(m)-7.493)12.s 11253.91.4459( )-243.u219(í)1.40s0 62( )-51.7864(r)3.a319(í)1.403449(i)-1.4040511(a)2.81(t)1.4038l.279(i)-1.45-9.(i)-1.4040762(á)2.8.40762/45.7 0)-472(to32(l)-1.4291(326.16 o32(l)-1.4z)8(e)-7.8oR762(á)2.8á2938(ce)2.r381(p)-7.iJ32606 0.219(í8-9.2)8(e)-7.8 T)T9(a)-7.68 -13.08 Td-/45.7 0 Td[(e)2.81T3003(.)05.r381(p)-7.yp81( )a)2.801( )a)2.80892(-1.408012.96 TLso2938(r)3.2073268i)-1.4381(n)2.80892(a)2.8087433 0)-472(t 0381(m)3.21381(n)2.808 -13.08 Td9848279(a)-793381(m)3.L0381(a)2.808383(a)2.29279(o)2.s)38(e)-7.8h2938(r)3.20789(o)-7.294 -12.96n8383(a)2.2972(b)-7.8a1381(n)2.80892(a)2.808602[(,)1.405111(n)2.80762(a)-71110.6383(,)12.0 Td( )Tj/ )(l)9.23310892(d)-7.880892(r)3.21279(i)-1.8012.96 TL3813)9.23319(a)2.8166(c)-7.82938 7618(s2564s)8(e)-7.821938(t)1.43813)9.2331p068(m8166(8038(t)1.40381(i)-1.40381(d)-7.8r381(p)-7..878)9.2331)uR15 11.28b419(í)1.40.277(d)13.4472(e)-5982938( ).16 762(r)3.212789(o)-7.83048(s254ru068(m)3.21279( )(a)-2538(a243.04348(s254rg0511(a)2.r789(o)-7.2978(R)-1.8(19(í)1.40511( )-243381(co)-7.82348(s254rq1279(a)2.8068(ca)2.2511(ó)1.40762(l(c)-10.6383(.16 iJ19.8715121279(na319(í)1.405138(t)6 02179(i)-1.4 T(48(s254rd68(c558e459(r)34. 4R79(a)-793848(s254rc)8(e)-7.8oR38(t)6 00762(79(a)-p119(í)1.408019(í)1.40s)8(e)-7.82936(f)-9..219(í)1.405-9.4)9.237.3068(.40(r9(a)-728840)-728 Tf-347.80762(u)03-.16 -12.96 f( )Tj-33 Td[(,)1.40381( )-10e 4 -12.96 Td[(q)2.82936(f)2180381(d)-7.8s38181(u)2.821938(t)1.438181(u)2.8))8(e)-7.829a)2.8166((l)8279(o)2.29a)2.8166(d)a)2.8166(8012.96 TL38130.i)-1280892(t)1.4l938(o)2.80))8(e)-96(8012.96 TL38181(u)2.8b419(í)1.40.83068(d)2.8068(ca)2.l938(o)7.83068(l)-1.40g738(t)6 0.83068(l)9.23319(í)1.405m)833]TJ/R18)m)3.2127968(m)-7.493)12..4485(m)sui)-1(a)2.n068(m)-7.4s2938(n)-7.r459(n)-73.19(í8-9.2u81(co)-7.823)m)3.212a319(í)1.40R18)m)3.212M.83938(279.p11( )-243.259(r)34279(a)-7.83068(i)940511(i)-1â315 11.287619(í)1.40ciJ326.16 0 19(í)1.40R18)mrícaoid
Conclusões
238
auxiliar no aprendizado de uma nova área, a bioquímica molecular,
proporcionou também a interpretação de resultados inesperados e
interessantes que podem ser futuramente melhorados com técnicas capazes
de proporcionar a quantificação dos compostos que provocarem atividades no
alvo estudado, bem como a utilização de outros compostos a fim de se verificar
a forma de inibão e comportamento do possível inibidor.
Neste contexto, a partir dos resultados obtidos para os alvos e modelos
biológicos avaliados, pôde-se concluir que os objetivos do projeto foram
alcançados, uma vez que o estudo fitoquímico proporcionou o isolamento do
34 metabólitos secundários, entre eles alcalóides inéditos promovendo a
contribuição para a fitoquímica das espécies vegetais estudadas. Do ponto de
vista dos ensaios biológicos, de-se concluir que o estudo da química de
produtos naturais é extremamente importante na triagem de novos compostos
protótipos e um campo bastante promissor como ponto de partida desta
triagem.
7. Referências
Bibliográficas
Referências Bibliográficas
239
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