Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados com
Palma Gigante (
Opuntia ficus-indica Mill) e Palma Orelha-de-elefante
(
Opuntia sp.)
Recife – PE
Fevereiro, 2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MARIA CAROLINE DE ALMEIDA CAVALCANTI
Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados com
Palma Gigante (
Opuntia ficus-indica Mill) e Palma Orelha-de-elefante
(
Opuntia sp.)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia (PPGZ), da Universidade
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), como parte
dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em
Zootecnia (Área de concentração: Nutrição Animal).
Orientador (a): Ângela Maria Vieira Batista, D.Sc.
Co-orientadores: Adriana Guim, D. Sc.
Mário de Andrade Lira, Ph. D.
Recife – PE
Fevereiro, 2007
ads:
Ficha catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE
CDD 636. 308 52
1. Ócio
2. Ruminação
3. Eficiência de alimentação
4. Mastigação
5. Caprino
6. Ovino
I. Batista, Ângela Maria Vieira
II. Título
C376c Cavalcanti, Maria Caroline de Almeida
Comportamento ingestivo de caprinos e ovinos alimen -
tados com palma gigante (Opuntia fícus indica Mill) e pal –
ma orelha-de-elefante (Opuntia sp.) / Maria Caroline de
Almeida Cavalcanti. -- 2007.
37 f. : il.
Orientadora : Ângela Maria Vieira Batista
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade
Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia
Inclui bibliografia.
Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados com
Palma Gigante (
Opuntia ficus-indica Mill) e Palma Orelha-de-elefante
(
Opuntia sp.)
MARIA CAROLINE DE ALMEIDA CAVALCANTI
Orientador:
__________________________________________
Ângela Maria Vieira Batista, D. Sc.
Profª Adjunta da UFRPE
Examinadores:
_________________________________________
Adriana Guim, D. Sc.
Prof° Adjunto da UFRPE
_________________________________________
Marcílio de Azevedo, D. Sc.
Prof° Adjunto da UFRPE
_________________________________________
Arif Mustafa, Ph. D.
Prof° da McGill University
Recife – PE
Fevereiro, 2007
i
BIOGRAFIA
Maria Caroline de Almeida Cavalcanti nasceu em 22 de agosto de 1981 em
Maceió-AL, Brasil, tendo ingressado no curso de Zootecnia na Universidade Federal de
Alagoas (UFAL) em 2000, concluindo em fevereiro de 2005. Em março de 2005,
ingressou no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal Rural
de Pernambuco (UFRPE), concluindo em fevereiro de 2007.
ii
A Deus por me dá forças para enfrentar os momentos difíceis.
Aos meus pais Luiz Roberto da Rocha Cavalcanti e Ângela Maria de Almeida Cavalcanti,
meus irmãos Luiz Roberto da Rocha Cavalcanti Filho e Camila Maria de Almeida
Cavalcanti, por me apoiarem e estarem sempre presentes em minhas conquistas.
DEDICO
iii
Aos meus amigos e companheiros do Curso de Mestrado e Doutorado, aos Professores
da Pós-Graduação da UFRPE, a meus familiares e a todos que contribuíram de forma
direta e indireta para a realização deste trabalho.
OFEREÇO
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por todas as bênçãos a cada momento desta caminhada e por ter
me dado força para começar e chegar ao final de mais uma etapa da minha vida.
Aos meus pais, irmãos, tios, primos e meu papagaio por estarem torcendo por
mim.
À Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e ao Programa de Pós-
graduação em Zootecnia, pela oportunidade de realização do curso de Mestrado.
À Professora Ângela Maria Vieira Batista, pela orientação, compreensão e aos
valiosos conselhos os quais lembrarei durante toda minha vida.
Aos Professores Adriana Guim e Mario de Andrade Lira pela orientação e apoio,
que com muita seriedade e competência profissional foram ofertados.
Às professoras Elisa Cristina Modesto e Antônia Sherlânea Chaves Veras pela
amizade, pelos ensinamentos e pelo apoio durante o curso.
A todos os professores que fazem parte do Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia da UFRPE, que foram fundamentais nos ensinamentos essenciais para minha
formação nesta fase.
A Sharlyton Harysson Barbosa da Silva, meu irmão de coração, por todos os
momentos em que esteve presente em minha vida, pela paciência e pela amizade.
Obrigada por tudo, pelo incentivo, respeito, confiança, conselhos, IDÉIAS e pelos
momentos de seriedade.
A Cléber Rondineli Freitas (Sanharó), pela sua simplicidade e humildade, mas
principalmente, pela sua amizade sincera e apoio em todos os momentos.
v
Ao Príncipe que virou Sapo Wellington Samay de Melo, meu amigão, pela sua
paciência, conselhos e ensinamentos.
À Ednéia de Lucena Vieira e Valéria Louro Ribeiro, obrigada pela amizade,
compreensão, apoio nos momentos difíceis e pelo ombro que precisei tantas vezes.
À Carla Wanderley Mattos, pela amizade, pela ajuda, paciência e colaboração.
Gracias!!!!!!!!!
A todos os companheiros de Mestrado e Doutorado Erinaldo Viana, Kedes Paulo,
Vicente Imbroisi, Stéllio Bezerra, Valéria Louro, Ana Maria Cabral, Andrezza França,
Mônica Alixandrina, Liz Carolina, Alenice Ramos, Ana Cybelly, Ana Paula, Sólon
Aguiar, Safira Valença, Chiara Rodrigues, Waleska Costa, Hiran Marcelo, Argélia,
Gilvan, Laine Matos, Regina Celi, Alessandra Oliveira, Joelma Lira, Evaristo Jorge
(Evinha), Guilherme Lira, Elton Lima, Glauco Caldas, Andréia Guimarães, Riviana
Loureiro, Bárbara Arnaud, Marta Gerusa, Mércia Cardoso, Ricardo Gomes, Aguirres
Valongo, Rodrigo Vasconcelos “Bodão”, Rodrigo Lima, Maria Luciana, Walmir Lima,
Cristina (Galega), Márcio Vieira, Márcio Vilela, Fátima Takata, Janeilda Vaz, Rosa
Lira, Ronaldo Vasconcelos, Geovergue Rodrigues, Dulciene Karlinha, Oscar Roberto
“Paraguaio”, Daniele Matos, Cleidida Carvalho, Lígia Barros, Tibério Saraiva, Daniel
Fernando, Ednéia Vieira, Gladston Rafael.
A todos os vizinhos, do Residencial Jardim Caxangá, Daniele Matos, Cleidida
Carvalho, Tatiana Neres, Claudinei, Laine Matos, Agnaldo, Fabiana Araújo, Rinaldo
Souto, Fabiana Maria, Liz Carolina, Mônica Alixandrina, Alfredo, Sharlyton Harysson
e Bruno Bastos “Satanás”, Katiuska Lira, Ednéia, Leona Odete e Moa.
vi
Aos funcionários da UFRPE, pelos serviços prestados, especialmente ao Sr.
Nicácio Teixeira, a Cristina (Coordenação) e Raquel, Sr. Antônio e Dona Helena
(Laboratório de Nutrição Animal) pela atenção recebida.
A Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), pela parceria formada
com a UFRPE em prol do desenvolvimento científico deste país, bem como, pelo apóio
prestado aos alunos desta Universidade durante a realização de experimentos.
A todos os funcionários da Estação Experimental de Sertânia, da Empresa
Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), nas pessoas de Eliete, Sr. Everaldo, D.
Maria e D. Assunção, pelo apoio e carinho recebido durante o Experimento.
Aos professores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Paulo Vanderlei
Ferreira, Rosa Cavalcanti Lira, Geraldo Quintão Lana e Sandra Roseli Valério Lana,
pelo incentivo e grande amizade, cultivada ao longo destes anos.
vii
LISTA DE FIGURAS
Página
1.
Figura 1 ................................................................................................ 30
viii
LISTA DE TABELAS
Página
1.
Composição percentual e química das dietas experimentais, na base da
matéria seca ............................................................................................ 25
2.
Composição química dos ingredientes ................................................... 25
3.
Média dos consumos de matéria seca (CMS), proteína bruta (CPB),
extrato etéreo (CEE), fibra em detergente neutro (CFDN), fibra em
detergente ácido (CFDA), matéria orgânica (CMO), carboidratos
totais (CCHT), carboidratos não fibrosos (CCNF) de ovinos e
caprinos alimentados com palma gigante ou palma orelha de
elefante.................................................................................................... 27
4.
Composição percentual dos ingredientes e química das dietas
selecionadas por ovinos e caprinos ........................................................ 28
5.
Médias das variáveis comportamentais, tempo de alimentação (TAL),
tempo de ruminação (TRU), tempo de mastigação total (TMT),
eficiência de alimentação (EAL) e de ruminação em função do
consumo de MS e FDN(ERU
MS
e ERU
FDN
), ócio total (OT) ............. 32
6.
Médias das variáveis de ócio e ruminação sobre preferência de lado
pelos ovinos e caprinos ........................................................................ 33
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
SUMÁRIO
Página
BIOGRAFIA ..................................................................................................... i
DEDICATÓRIA ............................................................................................... ii
OFERECIMENTO ........................................................................................... iii
AGRADECIMENTOS ..................................................................................... iv
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................... vii
LISTA DE TABELAS ...................................................................................... viii
INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................. 11
LITERATURA CITADA ................................................................................. 15
RESUMO ........................................................................................................... 17
ABSTRACT ...................................................................................................... 18
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 19
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 24
RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 27
CONCLUSÃO ................................................................................................... 35
LITERATURA CITADA ................................................................................. 36
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
11
INTRODUÇÃO GERAL
A estacionalidade na produção de forragem, provocada pelos longos períodos de
estiagem e as irregularidades pluviométricas são responsáveis pela redução da capacidade
de suporte das pastagens, afetando de forma qualitativa e quantitativa, a disponibilidade de
forragem existente (Oliveira, 1990). Por essa razão, constante busca por fontes
alternativas de alimentos que consigam se adaptar à região e apresentar baixo custo de
produção.
A pesquisa agronômica tem demonstrado que o uso de algumas técnicas tais como
fenação, ensilagem, adubação e uso de vegetais mais adaptados ao semi-árido, poderia
minimizar a sazonalidade da produção de forragem nesta região. Neste contexto, a palma
forrageira (Opuntia fícus-indica Mill e Nopalea cochenillifera Salm Dyck), se destaca, visto
que possui elevada eficiência de uso d’água devido ao metabolismo fotossintético do tipo
CAM. Segundo Gregory e Felker (1992), o gênero Opuntia chega a ser de três a quatro
vezes mais eficientes na transformação de água em matéria seca, mesmo quando comparada
as gramíneas tropicais. De acordo com estes mesmos autores, esta elevada eficiência no uso
d’água deve-se ao fechamento dos estômatos durante o dia e a abertura durante a noite,
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
12
quando a eficiência da pressão de vapor é menor, permitindo a entrada de CO
2
, que é
armazenado temporariamente na forma de ácido málico, sendo consumido nas reações
fotossintéticas do dia seguinte. A redução do CO
2
na fotossíntese ocorre sem a troca de
gases com a atmosfera consequentemente sem perda de água.
A palma forrageira pode alcançar produções anuais em torno de 15t/ha de matéria
seca no estado de Pernambuco em cultivo adensado, desde que sejam realizadas correções e
adubações de solo, além do controle de plantas daninhas (Santos et al., 1998). Trata-se de
uma forragem que apresenta grande concentração de carboidratos solúveis, é suculenta e de
grande importância para os rebanhos, principalmente no período seco do ano, pois além de
fornecer alimento verde, supre grande parte das necessidades de água dos animais na época
de escassez (Santos et al., 1997).
Nos últimos anos, vem ocorrendo a infestação dos palmais por um inseto que, com
pouco tempo de instalado na plantação, multiplica-se rapidamente, atingindo o nível de
praga. O inseto infesta a planta recobrindo os artículos ou raquetes com suas colônias, onde
formas jovens e adultas ficam sugando e injetando toxinas, causando inicialmente clorose e
seguida de apodrecimento, devido à contaminação por microrganismos patogênicos. Isso
provoca a queda das raquetes até o completo estiolamento da touceira. Segundo
Vasconcelos (2002), dentre as variedades de palma testadas, a miúda, orelha-de-elefante e
algerian tem apresentado resistência a este inseto. A palma miúda é utilizada
normalmente na região semi-árida, entretanto é uma variedade mais exigente em fertilidade
de solo e sensível a cochonilha de escama. As várias situações ambientais que impõem
limitações à sobrevivência e a produtividade da planta, provocou a evolução do gênero
Opuntia, levando ao aparecimento de características adaptativas a sua anatomia, morfologia
e fisiologia (Hills, 2001 citado por Vasconcelos 2002). Uma dessas características é a
presença de espinhos. A variedade orelha-de-elefante que foi introduzida no nordeste
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
13
cinco anos parece ser muito resistente a cochonilha do carmim e menos exigente em
fertilidade. Porém apresenta grande quantidade de espinhos, o que pode comprometer e
dificultar seu manejo como planta forrageira e influenciar negativamente seu consumo pelo
animal.
O consumo é o principal determinante do desempenho animal, uma vez que é a
partir do alimento ingerido que o animal obtém a energia e os nutrientes a serem
transformados em carne e leite.
As espécies caprina e ovina apresentam alta capacidade adaptativa, que lhes permite
sobreviver e produzir nas mais diversas condições ambientais. Assim, verifica-se sua
ocorrência em quase todas as regiões do mundo, sendo muito utilizada para produção de
carne, couro e leite (Cunha et al., 1997).
Com relação ao hábito alimentar, Animut et al. (2005) observaram que a
seletividade de caprinos e ovinos varia ao longo do ano, principalmente em função da
disponibilidade de gramíneas e dicotiledôneas herbáceas. Os caprinos são classificados
como selecionadores intermediários, que possuem a capacidade de consumir tanto
alimentos de melhor valor nutritivo, como alimentos mais ricos em fibras.
Segundo Morand-Fehr 1991, citado por Borges (2003), quando o volumoso é
fornecido no cocho, a refeição dos caprinos é dividida em três fases: a primeira de
exploração, onde o animal examina o alimento oferecido, a segunda de consumo intenso,
satisfazendo grande parte da fome e a terceira é a fase de seleção, quando seleciona as partes
do alimento a serem ingeridas.
O conhecimento do comportamento ingestivo pode ser de grande utilidade nos
sistemas de criação, pois qualquer alteração no comportamento pode indicar problema de
manejo, alimentação ou de saúde. (Pires et al., 2001). Por isso a avaliação individual de
comportamento animal e do ambiente físico permite melhor compreensão dos fatores que
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
14
influenciam no consumo e nas ações dos mesmos, proporcionando sistemas de produção
mais eficientes. Por isso, estudos em etologia vêm sendo cada vez mais utilizados no
desenvolvimento de modelos que sirvam de suporte às pesquisas e às formas de manejo dos
animais de interesse zootécnico (Carvalho et al., 2001).
O objetivo do presente estudo foi avaliar o comportamento ingestivo de caprinos e
ovinos alimentados com palma orelha-de-elefante quando comparada à palma gigante.
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
15
LITERATURA CITADA
ANIMUT G, GOETSCH A. L., AIKEN G. E., PUCHALA R., DETWEILER G., MERKEL
R. C., SAHLU T., DAWSON L. J., JOHNSON Z. B. and GIPSON T. A. Performance and
forage selectivity of sheep and goats co-grazing grass/forb pastures at three stocking rates.
Small Ruminant Research, Volume 59, p.203-215. 2005
BORGES, P. H. C. Manejo e alimentação de cabras em lactação Treinamento em Gado
Leiteiro. PURINA, Agriculturas do Brasil. Belo Horizonte – MG. 17 a 21/03/2003
CARVALHO, S., et al., Comportamento ingestivo de cabras alpinas em lactação submetidas
a dietas com diferentes níveis de fibra em detergente neutro. In: Reunião Anual da
sociedade brasileira de Zootecnia, 38., 2001, Piracicaba. Anais... Piracicaba: SBZ, p. 31-32,
2001.
CUNHA, E. A., SANTOS, L. E., RODA, D. S., et al., Efeito do sistema de manejo sobre o
comportamento de pastejo, desempenho ponderal e infestação parasitária em ovinos suffolk.
Pesquisa Agropecuária Brasileira. v. 17, n. 34, p. 1005-1011,1997
GREGORY, R.A. & FELKER, P. Crude protein and phosphorus contents of eight
contrasting
opuntia forage clones. Journal of Arid Environments. v. 22, p. 323-331: 1992.
OLIVEIRA, E.R. Nutrição de caprinos e ovinos no nordeste do Brasil. In: SIMPÓSIO
NORDESTINO DE ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES, 3., 1990, João Pessoa, Anais...
João Pessoa: CCA/UFPB, 1990. p. 94-107.
PIRES, M. F. A., et al., Ambiente e comportamento animal na produção de leite. Inf.
Agropecuária, Belo Horizonte, v. 22, n.211, p. 11-22, 2001.
SANTOS, D. C.; SANTOS, M. V. F.; FARIAS, I.; et al., Adensamento e freqüências de
cultivares de palma forrageira (Opuntia e Nopalea). In: REUNIÃO ANUAL DA SBZ, 35,
1998. Anais... Botucatu: SBZ, 1998. p. 512-514.
SANTOS, D. C.; FARIAS, I.; LIRA, M. A.; et al., A palma forrageira (Opuntia ficus-
indica Mill. e Nopalea cochenilifera Salm Dyck), em Pernambuco: cultivo e utilização.
Recife, (Documento IPA, 25), 23p. 1997.
VASCONCELOS, A. G. V., Seleção de clones de palma forrageira resistentes a cochonilha
do carmim Dactylopius sp. (hemíptera, Dactylopiiedae). 2002. 48p. Dissertação (Mestrado
em Zootecnia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2002.
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
16
Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Mestiços Alimentados
com Palma Gigante (
Opuntia ficus-indica Mill) e Palma Orelha-de-elefante
(
Opuntia sp.)
1
_________________________________
1
Artigo elaborado conforme as normas da Revista Acta Scientiarum
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
17
Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Mestiços Alimentados com Palma
Gigante (
Opuntia ficus-indica Mill) e Palma Orelha-de-elefante (Opuntia sp.)
1
RESUMO:
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento ingestivo de caprinos
e ovinos alimentados com palma gigante (
Opuntia fícus-indica Mill) e palma orelha-de-
elefante (
Opuntia sp.). Foram utilizados 20 animais mestiços, sendo 10 caprinos e 10
ovinos, alojados em galpão coletivo, sendo contidos individualmente através de cordas,
distribuídos no delineamento inteiramente casualizado, em um arranjo fatorial 2 x 2 (duas
espécies animais e duas variedades de palma). As observações comportamentais foram
realizadas em intervalos de cinco minutos por um período de 24 horas. Os consumos de
matéria seca, extrato etéreo, fibra em detergente ácido, carboidratos totais e carboidratos não
fibrosos foram menores (P<0,05) quando os animais recebiam palma orelha-de-elefante.
Não houve efeito da variedade de palma, da espécie animal e nem da interação espécie
animal x variedade de palma (P>0,05) sobre o tempo gasto com alimentação e eficiência de
alimentação. O tempo gasto com ruminação foi maior para a dieta com palma gigante,
conseqüentemente os animais da dieta com palma orelha-de-elefante permaneceram mais
tempo em ócio. Comparando as espécies caprina e ovina, verificou-se que a eficiência de
ruminação, tanto de MS quanto de FDN, foi maior para a espécie caprina. Os animais
gastaram mais tempo ruminando deitado do que em pé, mas não foi verificada diferença
quanto ao lado escolhido para deitarem.
Palavras chave: ócio, ruminação, eficiência de alimentação, mastigação
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
18
Intake Behaviour of Sheep and Goats fed with Cactus Gigante (Opuntia ficus-indica
Mill) and Cactus Orelha-de-elefante (Opuntia sp.)
1
ABSTRACT:
The objective of this present study was avalue the intake bahaviour of sheep and
goats fed with cactus gigante (
Opuntia fícus-indica Mill) and orelha-de-elefante(Opuntia
sp.). Twenty animals 10 sheep and 10 goats, lodged in collective shed, being contained
individually througth ropes, distributed using completely randomized desing, and treated
with 2 x 2 factorial arrangement ( 2 species animals and 2 varieties of cactus). Behavioral
observations were made at five minute intervals during 24 hr period. Dry matter, ether
extract, acid detergent fiber, total carbohydrate an non fibrous carbohydrate intake were
reduced (P<0,05) by cactus orelha-de-elefante. Had no effect of variety of cactus, animal
species and nor of the interaction animal species x variety of cactus (P>0,05) on the time
expense with feeding and efficiency of feeding. The time expense with rumination was
bigger for the diet with giant cactus, and the animals of the diet with cactus orelha-de-
elefante had remained more time in idle. Comparing the goats species and sheep, it was
verified that the rumination efficiency as much of DM as of NDF, it went larger for the
goats species for having presented a smaller consumption and a larger time of rumination.
The animals had spent more time ruminating lying of what in foot, but difference how much
to the chosen side was not verified to lie down.
Key words: idle, rumination, feeding efficiency, mastication
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
19
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos tem crescido o desenvolvimento de tecnologias de produção de
espécies forrageiras adaptadas a estresse hídrico, com destaque para a palma forrageira.
Embora introduzida no Brasil no século XVII, somente no início do século XX a palma teve
seu cultivo direcionado para produção de forragem. Em meados da década de sessenta até o
final da década de setenta, o cultivo da palma foi drasticamente reduzido. Entretanto, devido
aos últimos períodos de estiagem, a palma voltou a ser considerada um alimento estratégico
para os anos secos, quando o crescimento de outras forrageiras é limitado pela baixa
precipitação pluviométrica. Segundo Farias (1984), estima-se que existam mais de 400.000
ha plantados com palma no Nordeste.
Em muitos países a palma serve para várias finalidades como alimentação humana e
animal, energia, medicina, cosméticos, recuperação de áreas degradadas e outros. É difícil
encontrar uma planta tão bem distribuída e explorada, sobretudo em zonas áridas e semi-
áridas com economia de subsistência, que pela falta de recursos naturais e produtivos,
forçam os agricultores e criadores a cultivar espécies adaptadas ao semi-árido (FAO 1995).
Nessas regiões, principalmente por sua alta resistência à estiagem, aliada a alta
palatabilidade, alta produção de biomassa e tolerância à salinidade, tem crescido a
importância da palma forrageira na alimentação dos rebanhos. A palma é uma forrageira
importante também nas regiões semi-áridas do Nordeste Brasileiro. É uma forrageira que
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
20
contém em média, 90% de água, que contribui para aliviar a sede dos rebanhos,
principalmente na época seca (Viana, 1969), além de ser altamente produtiva, rica em
mucilagem e minerais (Costa et al., 1973).
A composição química da palma forrageira varia segundo a espécie, cultivar e idade
do cladódio (Santos et al, 1989). Pode ser considerada como material de valor nutritivo
elevado e persistente, de alta digestibilidade (Farias et al., 1989; Santos et al., 1998) e alto
teor de minerais (Santos et al., 1997).
Embora seja considerado um alimento volumoso, a palma apresenta baixos níveis de
carboidratos fibrosos e altos teores de carboidratos não fibrosos (CNF) e alto coeficiente de
digestibilidade da matéria seca (MS) (Santos et al., 1990 e Wanderley et al., 2002).
Caracterizando-se como um alimento energético. Tal fato pode ser parcialmente responsável
pelos distúrbios digestivos e pelos baixos teores de gordura do leite, observadas em vacas
alimentadas com palma e concentrado. A esses problemas, somam-se a redução da
ruminação quando se utiliza a palma isoladamente na alimentação dos ruminantes,
principalmente com relação a vacas em lactação, havendo necessidade de fornecer adequada
quantidade de fibra proveniente de silagem, feno ou palhada. (Oliveira, 1996).
No Nordeste Brasileiro, são cultivadas predominantemente duas espécies, a Opuntia
fícus-indica Mill e a Nopalea cochenillifera, Salm Dyck, principalmente as variedades
redonda, gigante e miúda. Outras variedades têm sido geradas ou introduzidas pela Empresa
Pernambucana de Pesquisa Agropecuária-IPA, com o objetivo de obter clones mais
produtivos e de melhor valor nutritivo. Dentre as variedades geradas, o clone IPA-20 tem se
mostrado promissor, com produção 50 % maior do que a variedade gigante, a mais cultivada
no Estado de Pernambuco (Santos et al., 1994).
A resistência a pragas e doenças é outra característica determinante na seleção de
uma variedade de palma. A partir do ano de 2000, um percentual considerável dos palmais
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
21
tem sido infestado pela cochonilha do carmim, o que tem causado sérios prejuízos aos
produtores do Sertão de Pernambuco. Dentre as variedades de palma testadas, a Miúda,
Orelha-de-elefante e Algerian têm apresentado resistência a este inseto (Vasconcelos, 2002).
A palma miúda é utilizada normalmente na região, entretanto, é uma variedade mais
exigente em fertilidade de solo e sensível a cochonilha de escama. A evolução do gênero
Opuntia em ambientes áridos e semi-áridos, onde diferentes situações ambientais impõem
limitações à sobrevivência e à produtividade das plantas, provocou o desenvolvimento de
características adaptativas em sua anatomia, morfologia e fisiologia (Hills, 2001, citado por
Vasconcelos, 2002). Uma dessas características é a presença de espinhos. A variedade
orelha-de-elefante é um material introduzido no Nordeste cinco anos, parece ser muito
resistente a cochonilha do carmim e menos exigente em fertilidade do solo, no entanto
apresenta grande quantidade de espinhos, o que pode comprometer sua palatabilidade e
dificultar seu manejo como planta forrageira. Essa característica, apesar de ser indesejável
para a alimentação animal, garante a esta espécie maior resistência à seca (Vasconcelos,
2002). Embora tenha sido testada em experimentos de competição de variedades, a “orelha-
de-elefante” está sendo avaliada quanto aos aspectos nutricionais, como digestibilidade e
consumo pelo animal.
A alimentação é um dos fatores mais limitantes para a obtenção de bons resultados
na criação de animais. Devido ao custo de produção e a estacionalidade de produção das
forragens, o estudo do comportamento ingestivo torna-se um meio importante para avaliar a
resposta do animal. O conhecimento do comportamento ingestivo é uma ferramenta de
grande importância na avaliação das dietas, pois possibilita ajustar o manejo alimentar dos
animais para obtenção de melhor desempenho produtivo e reprodutivo.
No aspecto comportamental de pastejo, os caprinos e ovinos apresentam períodos de
ingestão de alimentos, intercalados com um ou mais períodos de ruminação ou de ócio
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
22
(Gonçalves et al., 2001). O tempo gasto em ruminação é mais prolongado à noite, mas esses
períodos são ritmados pelo fornecimento de alimento. No entanto, existem diferenças entre
indivíduos quanto a duração e a repartição das atividades de ingestão e ruminação, que
parecem estar relacionadas ao apetite dos animais, as diferenças anatômicas e/ou suprimento
das exigências energéticas, influenciadas pela relação volumoso:concentrado.
De acordo com Hodgson (1990), os ruminantes adaptam-se as diversas condições de
alimentação, manejo e ambiente, modificando seus parâmetros de comportamento ingestivo
para alcançar determinado nível de consumo, compatível com as exigências nutricionais.
Animais confinados gastam em torno de uma hora consumindo alimentos ricos em energia,
ou até mais de seis horas, quando os alimentos possuem baixo teor de energia e alto de fibra.
Da mesma forma, o tempo despendido em ruminação é influenciado pela natureza da dieta
e, provavelmente, é proporcional ao teor do conteúdo da parede celular dos volumosos.
Rações contendo alto ter de fibra em detergente neutro (FDN) promovem redução
do consumo de matéria seca (MS) total, entretanto, por outro lado, rações contendo elevados
teores de concentrados e menores níveis de fibra também podem resultar em menor
consumo de MS.
A ruminação em animais estabulados consome normalmente oito horas por dia
(Camargo, 1998). Damasceno et al. (1999) verificaram que uma preferência dos animais
em ruminar deitados, principalmente nos períodos fora das horas mais quentes do dia. Sendo
assim, as maiores freqüências de ruminação ocorrem entre 22:00 e 5:00 horas e as maiores
freqüências de ócio ocorrem normalmente, entre 11:00 e 14:00 horas, estabilizando-se das
22:00 às 7:00.
Este trabalho objetivou avaliar o comportamento ingestivo de caprinos e ovinos
alimentados com palma orelha-de-elefante quando comparada à palma gigante.
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
23
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Estação Experimental de Sertânia, pertencente à
Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária IPA, no período de março a abril de
2006. Este município fica localizado no estado de Pernambuco e tem como coordenadas
geográficas de posição 31’16’’ de Latitude Sul e 36° 33’00’’ de Longitude Oeste, com
Altitude de 558 metros. A precipitação pluviométrica anual é de 635 mm e os meses mais
chuvosos são março e abril. O clima é semi-árido quente e a temperatura média anual é de
25°C (Wikipedia, 2006).
Foram utilizados 20 animais, sendo 10 caprinos e 10 ovinos, mestiços, machos e
inteiros. Inicialmente os animais foram pesados e vermifugados contra endo e ectoparasitos,
e alojados em galpão coletivo, sendo contidos individualmente através de cordas. Os
animais dispunham de cocho de madeira e balde de plástico adaptado para bebedouro, para
que se pudesse avaliar individualmente o consumo de alimentos.
Os animais foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em
arranjo fatorial 2 x 2 (duas espécies animais e duas variedades de palma), que consistiam da
utilização de palma orelha-de-elefante ou da palma gigante. As rações consistiam de Palma
Orelha-de-elefante ou Palma Gigante (Opuntia fícus-indica Mill), Feno de Buffel (Cenchrus
ciliaris L.), Farelo de soja e sal mineral (Tabela 2). A composição química dos ingredientes
é apresentada na Tabela 1.
A ração foi fornecida duas vezes ao dia, às 8 e às 14 horas, na forma de ração
completa. A palma utilizada foi picada com o auxílio de uma faca para reduzir o seu
tamanho e facilitar sua ingestão. Foram permitidas sobras de 10% para os animais e o
fornecimento era ajustado diariamente pelo consumo do dia anterior. Na coleta de amostras
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
24
das sobras, a palma foi separada do feno e do farelo de soja, a fim de quantificar o consumo
individual dos ingredientes.
Tabela 1 – Composição química dos ingredientes
Table 1 – Chemical composition of ingredients
Palma Gigante Palma Orelha-
de-elefante
Feno de Buffel Farelo de Soja
(%)
Matéria seca (%) 8,00 7,50 80,00 84,14
PB (%MS) 2,40 2,55 1,25 46,04
EE (% MS) 2,31 1,73 1,31 1,89
FDN (%MS) 31,80 30,05 86,12 19,63
FDN
cp
(%MS) 27,49 26,59 79,56 16,53
FDA (%MS) 18,24 15,72 51,20 8,20
MO (%MS) 82,40 80,76 91,50 89,48
Tabela 2 Composição percentual e química das dietas experimentais, com base da matéria
seca
Table 2– Percentual and chemical composition of experimental diet on dry matter basis
Ingrediente Tratamentos
T1 T2
Palma gigante 60,0 0,0
Palma orelha-de-elefante 0,0 60,0
Feno de capim buffel 25,0 25,0
Farelo de soja 15,0 15,0
Total 100,0 100,0
Composição química da dieta experimental
MS (%) 12,51 11,78
PB (%MS) 8,66 8,75
EE (% MS) 2,00 1,65
FDN (%MS) 43,55 42,50
FDA (%MS) 24,97 23,46
MO (%MS) 85,74 84,75
O experimento teve duração de 40 dias, sendo dez para adaptação dos animais e 30
para avaliação do consumo e da digestibilidade das rações.
Para estimar o consumo diário de matéria seca, (MS), proteína bruta (PB), extrato
etéreo, (EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), matéria
orgânica (MO), carboidratos totais e carboidratos não fibrosos (CNF), a quantidade de ração
oferecida foi pesada e registrada, assim como o peso das sobras. Foram coletadas amostras
dos ingredientes, por animal, as quais foram pré-secas em estufa com ventilação de ar
forçada a 55°C e moídas passando por peneira de malha de 2 mm, para posteriores
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
25
determinações dos teores de MS, PB, EE, MO, segundo Silva e Queiroz(2002) e FDN e
FDA, segundo Van Soest et al. (1991). Para a estimativa de CHT, foi usada a equação
proposta por Sniffen et al. (1992), CHT= 100 (%PB + %EE + %MM), e na determinação
dos carboidratos não fibrosos (CNF) empregou-se a equação descrita por Hall (2001), onde
CNF = 100% - (%PB + %FDN – FDNPB + %EE + %MM).
As observações comportamentais foram feitas após 30 dias do início do
experimento, sendo realizadas visualmente pelo método de varredura instantânea em
intervalos de cinco minutos, utilizando-se a metodologia proposta por Johnson e Combs
(1991), adaptada para um período de 24 horas. O galpão foi mantido com iluminação
artificial no período da noite, durante todo o período experimental.
As variáveis comportamentais observadas foram: Em Pé Ruminando (EPR), Deitado
Ruminando (DR), Ócio em (OEP), Ócio deitado (OD). A eficiência de ruminação em
função da MS (ERU, g MS/minuto) e da FDN (ERU
FDN,
g FDN/minuto), a eficiência de
alimentação (EAL g MS/minuto), o tempo de alimentação (TAL minutos/dia), o tempo de
ruminação total (TRU minutos/dia) foram avaliados de acordo com a metodologia de
Bürger et al. (2000) e foram calculados pelas seguintes equações:
EAL= CMS/ TAL (g/MS/min)
ERUMS = CMS/ TRU (g/MS/min)
ERUFDN = CFDN/ TRU (g/FDN/min)
Os dados de tempo de alimentação, tempo de ruminação e de ócio, durante as 24
horas, foram submetidos à análise de variância, sendo aplicado o teste de Tukey (P>0,05),
quando necessário, utilizando-se o programa Statistical Analysis System Institute (SAS,
2000).
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
26
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não houve interação espécie animal x variedade de palma (P>0,05) sobre os
consumos de nutrientes, tendo-se verificado efeito da variedade de palma e da espécie
animal (Tabela 3).
Tabela 3 Média dos consumos de matéria seca (CMS), proteína bruta (CPB), extrato
etéreo (CEE), fibra em detergente neutro (CFDN), fibra em detergente ácido (CFDA),
matéria orgânica (CMO), carboidratos totais (CCHT) e carboidratos não fibrosos (CCNF)
de ovinos e caprinos alimentados com palma gigante ou palma orelha-de-elefante
Table 3 Means of dry matter (DMI), crude protein (CPI), ether extract (EEI), neutral detergent
fiber (NDFI), acid detergent fiber (ADFI), organic matter (OMI) total carbohydrates (TCHI), and
non fibrous carbohydrates (NFCI) intae of sheep and goats fed Cactus
orelha-de-elefante
Variável Variedade de palma Espécie animal
Gigante orelha-de-elefante Ovino Caprino CV(%)
CMS (g/dia) 1006,43a 640,81b 929,27a 717,97a 27,23
CMS (% PV) 2,64a 1,69b 2,23a 2,09a 23,03
CMS (gPV
0,75
) 65,31a 41,75b 56,48a 50,58a 22,41
CPB (g/dia) 73,43a 72,26a 84,91a 60,78b 27,43
CPB (% PV) 0,19a 0,19a 0,21a 0,18a 28,59
CPB (gPV
0,75
) 4,74a 4,81a 5,24a 4,31a 27,15
CEE (g/dia) 21,22a 10,47b 17,73a 13,96b 24,8
CEE (% PV) 0,05a 0,02b 0,04a 0,04a 23,93
CEE (gPV
0,75
) 1,39a 0,68b 1,08a 0,99a 22,23
CFDN (g/dia) 398,65a 262,79b 383,75a 277,69a 33,86
CFDN (% PV) 1,03a 0,70b 0,92a 0,81a 25,3
CFDN (gPV
0,75
) 25,58a 17,28b 23,24a 19,62a 26,00
CFDA (g/dia) 230,15a 146,06b 220,16a 156,05a 36,55
CFDA (% PV) 0,59a 0,39b 0,52a 0,46a 26,79
CFDA (gPV
0,75
) 14,74a 9,60b 13,31a 11,03a 27,87
CMO (g/dia) 850,62a 535,42b 784,34a 601,69b 27,46
CMO (% PV) 2,23a 1,41b 1,88a 1,75a 22,93
CMO (gPV
0,75
) 55,15a 34,93b 47,68a 42,40a 22,38
CCHT (g/dia) 763,08a 460,08b 692,22a 530,94a 28,82
CCHT (% PV) 2,00a 1,20b 1,65a 1,55a 23,97
CCHT (gPV
0,75
) 49,50a 29,90b 42,00a 37,40a 23,52
CCNF (g/dia) 364,43a 197,29b 308,47a 253,25a 30,28
CCNF (% PV) 0,97a 0,51b 0,74a 0,74a 30,04
CCNF (gPV
0,75
) 23,93a 12,62b 18,77a 17,78a 28,68
a, b Médias na linha seguidas de letras distintas diferem entre si estatisticamente pelo teste F (p0,05)
Os consumos de matéria seca (CMS), extrato etéreo (CEE), fibra em detergente
ácido (CFDA), carboidratos totais (CCT) e carboidratos não fibrosos (CCNF) foram
menores (P<0,05) quando os animais recebiam palma orelha-de-elefante, foi verificado
ainda que os consumos de fibra em detergente neutro (CFDN) e matéria orgânica (CMO),
apresentaram diferença entre as variedades de palma e espécie animal quando os consumos
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
27
foram expressos em gramas, enquanto que o consumo de proteína bruta (CPB) (P<0,05)
sofreu influência da espécie animal, quando o consumo também foi expresso em gramas.
A ingestão de matéria seca pelos animais que receberam palma gigante foi de
aproximadamente 1,00 kg/dia e pelos que receberam palma orelha-de-elefante 0,64 Kg/dia,
o que correspondeu a um consumo de 2,6 e 1,7% do PV, respectivamente. Dependendo do
estágio fisiológico dos animais, nas regiões tropicais, o CMS, segundo Devendra (1978),
situa-se entre 3% e 5% do PV. Provavelmente, a ocorrência de chuvas durante o
experimento, a produção de gases no rúmen e a formação de espuma - devido à rápida
digestão da MS associada à presença de mucilagem na palma - tenham contribuído para a
redução do consumo de matéria seca. Além disso, a grande quantidade de espinhos na
palma orelha-de-elefante influenciou para a redução do consumo, quando a dieta continha
esta variedade de palma forrageira.
Os maiores consumos de MO, FDN, FDA, EE, CHT e CNF, verificados nos animais
que receberam palma gigante na ração, devem-se ao maior consumo de MS, mas não
havendo diferença em relação ao consumo de PB.
Na Tabela 4 são apresentados os dados da composição percentual dos ingredientes e
químicas das dietas selecionadas pelos ovinos e caprinos.
Tabela 4 Composição percentual dos ingredientes e química das dietas selecionadas por
ovinos e caprinos
Table 4 - Composition percentual and chemical of experimental diet on selection by sheep and goats
Gigante Média Orelha-de-elefante Média CV (%)
Ovino Caprino Ovino Caprino
Palma 68,34 79,69 74,01a 60,09 53,02 56,55b 20,26
Feno + Farelo de soja 31,20 19,67 25,43a 39,13 46,01 42,57b 38,48
Composição química
MS (%) 11,48 9,77 10,62a 10,78 13,11 11,94a 19,84
MO (%MS) 84,83 83,92 84,37a 83,36 84,14 83,75a 1,55
PB (%MS) 7,90 6,68 7,29b 11,71 12,21 11,96a 28,99
EE (% MS) 2,10 2,16 2,13a 1,61 1,65 1,63b 9,00
FDN (%MS) 40,83 39,56 38,71a 40,88 45,53 42,20a 11,70
FDA (%MS) 23,60 20,89 22,24a 22,85 24,09 23,47a 12,94
a, b Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem entre si estatisticamente pelo teste F (p0,05)
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
28
O ovino e o caprino são os ruminantes que melhor aproveitam a vegetação das terras
marginais, devido à sua seletividade e rusticidade (Araújo Filho et al., 1994). Exibem
também alto grau de flexibilidade alimentar, variando a composição botânica da dieta com a
estação do ano e com a disponibilidade e qualidade de forragem (Oliveira, 1988). Os
animais escolhem sua dieta pela palatabilidade e não pela disponibilidade, sendo a
composição química o principal fator que afeta a palatabilidade das plantas (Bishop et
al.1972).
Segundo Santos (1994), o hábito alimentar e a capacidade dos animais em selecionar
o alimento devem ser considerados, devido a sua influência na qualidade e quantidade do
alimento ingerido, bem como na composição e na presença de fatores que possam interferir
no seu consumo. O autor ainda afirma que a forma do fornecimento da dieta pode
comprometer o aproveitamento do alimento pelo animal e relata que, quando um alimento é
ofertado com partículas grande de 5 a 10 cm, tanto a seleção como a qualidade do alimento
ingerido e as sobras são maiores, e quando as partículas são muito pequenas 2 a 3 cm a
eficiência de utilização também é comprometida pela dificuldade do animal em selecionar.
Borges (2003) atribui ao tamanho das partículas um efeito paralelo com a diminuição do
tempo de permanência do alimento no rúmen devido a maior velocidade de passagem.
Morand-Fehr (1981), citado por Silva et al. (1999), explica que a estratégia
alimentar com excesso de alimento no cocho visa o estímulo do processo seletivo de
animais em confinamento; mas é preciso cuidados especiais para não permitir sobras
excessivas que levem ao desperdício do alimento.
Os caprinos são animais com alta capacidade para selecionar os ingredientes mais
específicos da ração e, com isso, modificar a proporção dos ingredientes da dieta, como
pode ser observado na Tabela 4. Pelo fato de os caprinos terem selecionado mais
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
29
concentrado e feno, quando a dieta era composta por palma orelha-de-elefante, resultou em
um aumento no consumo de PB para esta dieta.
Os ovinos reduziram o consumo de matéria seca das dietas com palma orelha-de-
elefante, mas mantiveram a composição dos ingredientes das duas dietas semelhante,
enquanto os caprinos aumentaram o percentual de palma gigante e reduziram o de palma
orelha-de-elefante (Tabela 4). Isso se deve ao fato de a palma gigante ser mais palatável,
que reflete em melhor aceitação pelos animais, o que não ocorreu com a palma orelha-de-
elefante, que, apesar de possuir composição química semelhante à palma gigante, foi menos
consumida pelos ovinos e, principalmente, pelos caprinos. A presença de pêlos e espinhos
na palma orelha-de-elefante, provavelmente, foi o fator que mais interferiu na sua aceitação
por estes animais. Cavalcanti (2007 informação pessoal) verificou que a palma gigante
possui em média 1,3 espinhos/raquete, enquanto a palma orelha-de-elefante possui 23,7
(Figura 1).
McMillan et al. (2002), avaliando o consumo de palma com espinhos (O.
macrorhiza
Engelm.) e sem espinhos (O. rufida Engelm.) e o efeito do nível de alfafa sobre
o consumo de palma por caprinos, verificaram que as cabras consumiram mais palma sem
espinho. Porém, quando o consumo foi expresso com base na matéria natural mas, com base
na matéria seca, o consumo foi similar. Esses autores verificaram que o nível do consumo
de alfafa não afetou o consumo de palma e que, a espécie sem espinhos é mais digestível do
que aquela com espinhos
Neste trabalho, observou-se que os animais removiam no cocho, o feno e o farelo de
soja aderidos na palma antes de ingeri-la, sendo esse comportamento mais acentuado nos
caprinos, os quais também quebravam os espinhos presentes na palma orelha-de-elefante
antes de consumi-la.
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
30
a) Palma Orelha-de-elefante
b) palma Gigante
(Figura 1)
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
31
Os resultados das variáveis comportamentais, tempo de alimentação (TAL), tempo
de ruminação (TRU), tempo de mastigação total (TMT) eficiência de alimentação (EAL) e
de ruminação em função do consumo de MS e FDN(ERU
MS
e ERU
FDN
) e ócio total (OT) são
apresentados na Tabela 5.
Não houve interação espécie animal x variedade de palma (P>0,05) sobre as
variáveis comportamentais analisadas, verificando-se apenas efeito da variedade de palma e
da espécie animal, cujos resultados são apresentadas na Tabela 5. Também não foi
observado efeito da variedade de palma, da espécie animal e nem da interação espécie
animal x variedade de palma (P>0,05) sobre o tempo gasto com alimentação e eficiência de
alimentação, cujos valores foram, em média, 225,0 minutos e 3,6g de MS/minuto,
respectivamente. No entanto, o tempo gasto com ruminação foi maior para a dieta com
palma gigante, provavelmente, devido ao maior consumo de MS e de FDN verificado nas
dietas com esta variedade de palma, como pode ser observado na Tabela 3.
Conseqüentemente, os animais que consumiram palma orelha-de-elefante ficaram mais
tempo em ócio.
Tabela 5 – Tempo de alimentação (TAL), tempo de ruminação (TRU), tempo de mastigação
total (TMT), eficiência de alimentação (EAL) e de ruminação em função do consumo de
MS e FDN(ERU
MS
e ERU
FDN
), ócio total (OT), em caprinos e ovinos consumindo palma
orelha-de-elefante.
Table 5 Means of the variables behavioral, of times with feeding (FT), rumination (RT), the total
chewing (TTC), feeding efficiency of DM (FEF) and NDF (FEF
NDF
) and rumitation efficiency
(RUE) and (NDFE) and idle (IT).
a, b Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem entre si estatisticamente pelo teste F (p0,05)
Variedade de Palma Espécies animal
Variável Gigante orelha-de-elefante Ovino Caprino CV(%)
TAL (FT) (min/dia) 245,00a 205,00 a 239,50a 210,50a 30,81
TRU (RT) (min/dia) 259,50a 214,00b 211,50b 262,00a 18,53
TMT
(TMT) (min/dia) 504,50a 419,00b 451,00a 472,50a 16,8
EAL (FEF) (g MS/min) 4,11a 3,13a 3,88a 3,41a 33,41
ERU
MS
(RUE) (gMS/min) 3,88a 2,99a 4,39a 2,74b 24,08
ERU
FDN
(RUE)(gFDN/min) 1,54a 1,23a 1,81a 1,06b 23,80
OT
(IT) (min/dia) 935,00b 1022,00a 990,00a 967,00a 8,05
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
32
Gonçalves et al. (2001), trabalhando com cabras leiteiras alimentadas com diferente
relação volumoso:concentrado, verificaram que, com o aumento do nível de fibra nas dietas,
aumentaram os tempos despendidos com ingestão e ruminação e em contrapartida, houve
redução no tempo despendido em ócio. Segundo Van Soest (1994) o tempo gasto em
ruminação é proporcional ao teor de parede celular dos alimentos, assim, ao se elevar o
nível de FDN das dietas haverá um aumento no tempo despendido com ruminação. Dulphy
et al. (1980) relatam que aumentando o nível de concentrado nas dietas e diminuindo o de
fibra, o tempo despendido em ruminação decresce. Portanto, essas afirmações estão em
concordância com os resultados obtidos no presente trabalho, uma vez que a palma gigante
apresentou um menor tempo de ócio.
Quando se comparam as espécies caprina e ovina, verifica-se que a eficiência de
ruminação tanto de MS quanto de FDN, foi maior para a espécie caprina, por ter
apresentado um consumo semelhante aos ovinos e maior tempo de ruminação.
Os resultados das variáveis ócio em (OEP), ócio deitado esquerdo (ODE), ócio
deitado direito (ODD), em pé ruminando (EPR), deitado ruminando esquerdo (DRE) e
deitado ruminando direito (DRD) são apresentados na Tabela 6.
Tabelas 6 Médias das variáveis de ócio e ruminação sobre preferência de lado pelos
ovinos e caprinos.
Table 6 – Means of variables of idle and rumination on the preference of side by sheep and goats.
Variáveis
OEP ODE ODD EPR DRE DRD
Variedade de palma
Gigante 275,0 311,0 349,0 48,0 98,5 113
Orelha-de-elefante 271,0 376,0 374,0 29,0 95,5 89,5
Espécie animal
Ovino 241,0 411,0 338,0 20,5 101,5 89,5
Caprino 305,0 276,0 385,0 56,5 92,5 113,0
Media geral 273,3a 343,5ª 361,7a 38,5b 97,0a 101,2ª
a, b Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem entre si estatisticamente pelo teste F (p0,05)
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
33
Os animais se mantiveram deitados aproximadamente 72% do tempo em ócio, não
havendo preferência (P>0,05) pelo lado escolhido para deitar. Também durante a ruminação
os animais preferiram ficar deitar deitados com 84% do tempo.
Os animais gastaram mais tempo ruminando deitados do que em pé, entretanto, não
houve diferença quanto ao lado escolhido para deitarem. Resultado semelhante foi
encontrado por Ribeiro (2006), trabalhando com caprinos submetidos à alimentação a
vontade e restrita, que também não verificou diferença significativa quanto a preferência de
lado ao deitar.
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
34
CONCLUSÃO
As espécies caprina e ovina apresentaram comportamento ingestivos semelhantes.
A palma orelha-de-elefante reduz o consumo de matéria seca por caprinos e ovinos.
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
35
LITERATURA CITADA
ARAÚJO FILHO, J.A., CARVALHO, F.C., PIMENTEL, J.C.M. Estádio atual e
perspectivas da ovinocultura tropical. In: SEMANA DA CAPRINOCULTURA E DA
OVINOCULTURA TROPICAL BRASILEIRA, 2, 1994, Sobral.
Anais... Sobral:
EMBRAPA-CNPC, 1994. p. 77-100.
BISHOP, J. P.; FROSETH, J. A.; PICKETT, R. A.; RODRIGUES, N. M.; TORREA, M.
B.;VERETTONI,RTO, S.; et al. Estudios de pastures em la region semiárida Argentina
utilizando ovinos com fistula esofágica. Revista de Investigação Agropecuária, serie1,
Biologia ey Prod. Animal. INTA, Buenos Aires, p. 20, 1972.
BORGES, P. H. C.
Manejo e alimentação de cabras em lactação Treinamento em
gado Leiteiro. PURINA, Agriculturas do Brasil
. Belo Horizonte – MG. 17 a 21/03/2003.
BÜRGUER, P. J. et al., Comportamento ingestivo em bezerros holandeses alimentados com
dietas contendo diferentes níveis de concentrado.
Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29,
n.1, p.236-246, 2000
CAMARGO, A. C., Comportamento de vacas da raça holandesa em confinamento do tipo
“free stall”, no Brasil Central, 1998. 148 f. (Mestrado em Zootecnia) Curso de Pós-
graduação em Zootecnia, Fundação de Agrários Luiz de Queiroz.
CAVALCANTI, M. C. A., Informações pessoais 2007.
COSTA, B. M. C., MENDONÇA, C. A. G., CALAZANS, J. A. M., Forrageiras arbóreas e
suculentas para a formação de pastagens. Cruz das Almas: IPEAL, 1973, p. 15-19 (Circular
Técnico, 34).
DAMASCENO, J. C., BACARI JUNIOR, F.; TARGA, L. A. Respostas comportamentais
de vacas holandesas, com acesso a sombra constante ou limitada.
Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 34, p. 709,-715, 1999.
DEVENDRA, C. The digestive efficiency of goats. World Rev. Anim. Prod., Rome, v. 14,
p. 9 -12, 1978.
DULPHY, J.P. et al. Ingestive behaviour and related activities an ruminants. In:
RUCKEBUSCH Y., THIVEND, P. (Ed.). Digestive physiology and metabolism in
ruminants. Lancaster: MTP Press, 1980. p. 103-122.
FAO, 1995. Agroecologia, cultivo e usos da palma forrageira. Estudo da FAO em produção
e proteção vegetal 132. 241p.
FARIAS, I., FERNANDES, A. P. M., LIMA, M. A., SANTOS, D. C., FRANÇA, M. P.,
Cultivo de palma forrageira em Pernambuco. Recife:IPA, 1984. 5 p. (IPA instruções
técnicas, 21).
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
36
FARIAS, I., LIRA, M. A., SANTOS, D. C., et al., Efeito da freqüência e intensidade de
corte em diferentes espaçamentos na cultura da palma forrageira (Opuntia fícus indica Mill),
em consórcio com o soro granífero (
Sorghum bicolor (L.) Moench). Pesquisa
Agropecuária Pernambucana, v. 6, n. especial, p.169-183, 1989
GONÇALVES, A. L.; LANA, R. P.; RODRIGUES, M. T. et al. Padrão nictemeral do pH
ruminal e comportamento alimentar de cabras leiteiras alimentadas com dietas contendo
diferentes relações volumoso:concentrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 3, n. 6, p.
1886-1892, 2001
HALL, M. B. Recentes avanços em carboidratos não-fibrosos na nutrição de vacas leiteiras.
In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE BOVINOCULTURA DE LEITE: Novos conceitos
em nutrição, 2., 2001, Lavras.
Anais... Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2001. p.149
- 159.
HODGSON, J. Grazing management: science into pratice. Inglaterra: Longman Handbooks
in Agriculture, 1990. 203p.
JOHNSON, T. R.; COMBS, D. K. Effects of prepartum diet, inert rumen bulk, and dietary
polyethylene glycol, on dry matter intake of lactating dairy cows.
Journal Dairy Science, v.
74. n. 3, p. 933-944, 1991
McMILLAN, Z; SCOTT, C. B.; TAYLOR C.A., et al., Nutritional value and intake of
prickly pear by goats.
Journal Range Manange. V.55: 139-143 Março de 2002.
OLIVEIRA, F. R., Alternativas de alimentação para a pecuária no semi-árido nordestino. In:
SIMPÓSIO NORDESTINO DE ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES, 6, 1996, Natal.
Anais... Natal: Simpósio Nacional de Produção Animal, 1996, p. 127-147.
OLIVEIRA, E.R. Nutrição de caprinos e ovinos no nordeste do Brasil. In: SIMPÓSIO
NORDESTINO DE ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES, 2, Natal, 1988, Anais...Natal:
SNPA, p. 15-80, 1988.
RIBEIRO, V. L., BATISTA, A. M. V., CARVALHO, F. F. R. et al., Comportamento
ingestivo de caprinos moxotó e canindé submetidos à alimentação à vontade e restrita. Acta
Scientiarum. Animal Science. Maringá, v. 28, n. 3, p. 331-337, July/Sept., 2006
SANTOS, M.V.F., FARIAS, I., LIRA, M. A., et al., Colheita da palma forrageira ((Opuntia
fícus indica Mill) cv. gigante sobre o desempenho de vacas em lactação. Revista Brasileira
de Zootecnia, v. 27, p. 33-39, 1998.
SANTOS, M.V.F. dos. et al. Estudo comparativo das cultivares de palma forrageira
gigante,redonda (Opuntia ficus-indica Mill) e miúda (Nopalia cochonillifera Salm Dyck) na
produção de leite. Revista Brasileira de Zootecnia., Viçosa, v.19, n.6, p.504-511, 1990.
SANTOS, M.V.F. Composição química, armazenamento e avaliação de palma forrageira,
(Opuntia fícus indica Mill e Nopalea cochenilifera Salm Dyck) na produção de leite em
Recife, PE. 1989, 124p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Recife, 1989.
CAVALCANTI, M. C. A. Comportamento Ingestivo de Caprinos e Ovinos Alimentados...
37
SANTOS, D. C., FARIAS, I., LIRA, M. A., et al., A palma forrageira Opuntia fícus indica
Mill e Nopalea cohenilifera Salm Dyck) em Pernambuco: cultivo e utilização. Recife: IPA,
1997. p. 1-16.
SANTOS L E 1994 Hábitos e manejo alimentar de caprinos. In: Encontro Nacional para o
desenvolvimento da Espécie Caprina, Jaboticabal, SP, Brasil. Anais, p.1-27, 1994.
SANTOS, D. C., FARIAS, I., NASCIMENTO, M. M. A., LIRA, M. A., TABOSA, J. N.,
Estimativas de parâmetros genéticos em clones de palma forrageira, (Opuntia fícus indica
Mill e Nopalea cohenilifera Salm Dyck), Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 29, n.12, p.
1947-1957, dezembro 1994.
SAS Statistical Analysis System Institute, General Linear Model: 8.2, Cary. North
Caroline: SAS Institute, 2000.
SILVA, J. H. V., RODRIGUES, M. T., CAMPOS, J. Influência da seleção sobre a
qualidade da dieta ingerida por caprinos com feno oferecido em excesso.
Revista Brasileira
de Zootecnia
, v. 28, n. 6 p. 1419-1423, 1999.
SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. de;
Análise de Alimentos: métodos químicos e biológicos.
3 ed. Viçosa: UFV, Imprensa Universitária, p. 235, 2002.
SNIFFEN, C.J.
et al. A net carbohydrate and protein availability. Journal Animal Science,
Champaign, v. 70, n. 11, p. 3562-3577, 1992.
VAN SOEST, P. J. Nutritional ecology of the ruminant. 2. ed. Ithaca: Cornell University
Presss. 1994.
VAN SOEST, P. J. Methods for extraction fiber, neutral detergent fiber and nonstarch
polysaccharides in relation to animal nutrition cows. Journal Dairy Science, Savoy, v. 83,
n. 3. p. 3583-3597, 1991.
VASCONCELOS, A. G. V., Seleção de clones de palma forrageira resistentes a colchonilha
do carmim Dactylopius sp. (hemíptera, Dactylopiiedae). 2002. 48p. Dissertação (Mestrado
em Zootecnia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2002.
VIANA, O. J., Pastagem de cactáceas nas condições Nordeste. Zotecnia, v. 7, n. 2 p. 55-69,
1969.
WANDERLEY, W.L. et al. Palma forrageira (Opuntia ficus-indica, Mill) em substituição à
silagem de sorgo (Sorghum bicolor (L.)) na alimentação de vacas leiteiras. Revista
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 31, p. 273-281, 2002.
Wikipedia. Sertânia.[Online] URL. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/sert%C3%A2nia> acesso em 20/09/2006.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo