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mundial terá mais de 60 anos em 2050.
Apesar destes dados, aparentemente, os brasileiros ainda não
perceberam o significado social destes números. Talvez, ainda presos à
imagem de país jovem, continuamos a discriminar e isolar as pessoas mais
idosas, relegando a elas apenas as “sobras” de nossas boas intenções e
projetos inclusivos. O que falta à iniciativa pública, e a nós mesmos, é perceber
que um novo tipo de cidadão começa a emergir, com direitos e deveres, com
necessidades próprias e com a necessidade premente de viver de forma plena.
O que não podemos mais deixar de perceber é que a terceira idade
começa, ainda que timidamente, a mostrar um outro estilo de vida dos idosos.
Ao invés de ficarem em casa, isolados, saem para bailes, viagens, cursos etc.
Inclusive nas universidades, não especificamente aquelas voltadas para a
terceira idade, vê-se, hoje, um número representativo de cabelos grisalhos que
desejam iniciar novas carreiras profissionais, adquirir ou aprimorar
conhecimentos que já possuem. São pessoas que querem viver mais e melhor.
A maioria deles não quer se reconhecer como velho, porque a velhice é
associada, tradicionalmente, à decadência física, mental e social, à
dependência, à falta de beleza, à senilidade e à morte.
Todos reconhecem que a velhice existe, mas não querem se enquadrar
nesse modelo cruel. Como aponta Debert, 1999: “... velho, é sempre o outro...”.
Muitas pessoas espantam-se, quando se deparam com idosos que
“fogem do modelo pré-estabelecido”. Hoje, muitos idosos aparecem guiando
motos, saltando de pára-quedas, namorando na praia e usando bem o
computador. Não se adequando ao padrão pré-conceitual do que é ser idoso,
passam a merecer destaque na mídia. A Revista Época (29/09/2003), aponta
que “...aposentadoria não significa mais ir para o aposento... a possibilidade de
criar, dá juventude aos velhos que só param ao se sentirem mal fisicamente...
uma nova atitude está mudando a cabeça e o corpo dos brasileiros
sessentões...”. Trata-se, também, já de um grande avanço a lei nº 8842 de
04/01/1994 que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso e cria o Conselho
Nacional do Idoso. Em seu capítulo 4, trata das ações governamentais na área
da educação, que ampara o foco de interesse particular deste trabalho. Consta