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("Genie") com os termos latinos "genius" e "ingenium". Com relação a esse paralelo
lingüístico, Kant destaca quatro tópicos definidores da idéia de gênio, citando
mesmo, no terceiro deles, o termo latino "genius":
Man sieht hieraus, dass Genie 1) ein Talent sei, dasjenige, wozu sich
keine bestimmte Regel geben lässt, hervorzubringen: nicht
Geschicklichkeitsanlage zu dem, was nach irgend einer Regel gelernt
werden kann; folglich dass Originalität seine erste Eigenschaft sein müsse.
2) Dass, da es auch originalen Unsinn geben kann, seine Produkte zugleich
Muster, d. i. Exemplarisch sein müssen; mithin, selbst nicht durch
Nachahmung entsprugen, anderen doch dazu, d. i. zum Richtmasse oder
Regel der Beurteilung, dienem müssen. 3) Dass es, wie es sein Produkt zu
Stande bringe, selbst nicht beschreiben, oder wissenschaftlich anzeigen
könne, sondern dass es als Natur die Regel gebe; und daher der Urheber
eines Produkts, welches er seinem Genie verdankt, selbst nicht weiss, wie
sich in ihm die Ideen dazu herbein finden, auch es nicht in seiner Gewalt
hat, dergleichen nach Belieben oder planmässig auszudenken, und anderen
in solchen Vorschriften mitzuteilen, die sie in Stand setzen, gleichmässige
Produkte hervorzubringen. (Daher denn auch vermutlich das Wort Genie
von genius, dem eigentümlichen einem Menschen bei der Geburt
mitgegebenen schützenden und leitendem Geist, von dessen Eingebung
jene originale Ideen herrührten, abgeleitet ist. 4) Dass die Natur durch das
Genie nicht der Wissenschaft, sondern der Kunst die Regel vorschreibe; und
auch dieses nur, in sofern diese letztere schöne Kunst sein soll.
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(KANT,
1957, p. 406-7)
Originalidade, exemplaridade, impossibilidade de explicação científica de seu
modus operandi, e, por fim, regração natural da Arte e não da Ciência, ou seja,
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“Disso se vê que o gênio 1) é um talento para produzir aquilo para o qual não se pode fornecer
nenhuma regra determinada, e não uma disposição de habilidade para o que possa ser aprendido
segundo qualquer regra; conseqüentemente, originalidade tem de ser sua primeira propriedade; 2)
que, visto que também pode haver uma extravagância original, seus produtos têm que ser ao mesmo
tempo modelos, isto é, exemplares, por conseguinte, eles próprios não surgiram por imitação e, pois,
têm de servir a outros como padrão de medida ou regra de ajuizamento; 3) que ele próprio não pode
descrever ou indicar cientificamente como ele realiza sua produção, mas que ela como natureza
fornece a regra; e por isso o próprio autor de um produto, que ele deve a seu gênio, não sabe como
as idéias para tanto encontram-se nele e tampouco tem em seu poder imaginá-las arbitrária ou
planejadamente e comunicá-las a outros em tais prescrições, que as ponham em condição de
produzir produtos homogêneos. (eis porque presumivelmente a palavra “gênio” foi derivada de
genius, o espírito peculiar, protetor e guia, dado conjuntamente a um homem por ocasião do
nascimento, e de cuja inspiração aquelas idéias originais procedem); 4) que a natureza através do
gênio prescreve a regra não à ciência, mas à arte, e isto também somente na medida em que esta
última deve ser arte bela.” (KANT, 1995, p. 153-4)