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CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DAS BACIAS
CAMAMU-ALMADA E JEQUITINHONHA, BAHIA
Flavia Cristina de Araujo
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM
ENGENHARIA CIVIL.
Aprovada por:
________________________________________________
Profª. Débora de Almeida Azevedo, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Luiz Landau, D.Sc.
________________________________________________
Dr. Eugênio Vaz dos Santos Neto, Ph.D.
________________________________________________
Dr. Félix Thadeu Teixeira Gonçalves, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Alexandre Gonçalves Evsukoff, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
MAIO DE 2007
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ii
ARAUJO, FLAVIA CRISTINA
Caracterização geoquímica de óleos das Bacias
Camamu-Almada e Jequitinhonha, Bahia [Rio de
Janeiro] 2007.
XVII, 182 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,
Engenharia Civil, 2007)
Dissertação - Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE
1. Geoquímica
2. Biomarcadores
3. Maturação
4. Origem
5. Biodegradação
I. COPPE/UFRJ II. Título (série)
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iii
Dedico esta dissertação a três pessoas essenciais na minha vida: meus pais Américo e
Ana Cristina e ao meu irmão Felipe.
iv
AGRADECIMENTOS
Gostaria de oferecer meus sinceros votos de agradecimento:
A Deus, pelo conforto nos momentos difíceis.
Aos meus queridos pais e irmão pelo apoio incondicional, pela motivação e por
depositar em mim tanta confiança.
Ao meu noivo Luiz Fernando, pelo incentivo, pela ajuda, paciência e apoio.
A toda a minha família pela força e ajuda dispensada para o desenvolvimento deste
trabalho.
A minha amiga Juliana pela força e sinceridade em todos momentos. Em especial
agradeço à Marcia Val Springer, que nos momentos de angústia tinha sempre uma
palavra que me confortava, o importando o lugar nem horário, sempre disposta em
me alegrar.
Ao Professor Luiz Landau pelo empenho em garantir um curso de excelente infra-
estrutura e qualidade e pela compreensão das necessidades de cada pessoa que compõe
sua equipe no Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia.
Um enorme agradecimento a minha orientadora Débora A. Azevedo pela brilhante
dedicação e pelas importantes observações (sempre de forma clara e objetiva) que
deram rumo ao trabalho desde os primeiros passos. Débora, obrigada pelo conforto nos
momentos de aflição. Você foi a principal responsável por tornar este sonho uma
realidade.
Ao meu orientador Félix T. T. Gonçalves pela sua orientação acadêmica e pelo convívio
que foram imprescindíveis para o desenvolvimento desta dissertação.
A ANP/PRH02 pelo apoio financeiro indispensável à realização deste trabalho.
v
Aos funcionários do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia
(LAMCE) e da Secretária de Pós-Graduação da COPPE, em especial à Magda, Mônica,
Sérgio e Adilson (LAMCE) e Jairo e Bete (Sec. de Pós-Graduação).
Ao amigo Raul (Sec. de Pós-Graduação) pelo apoio indispensável à realização deste
trabalho.
Aos meus amigos da Petrobras Fátima Valéria, Eduardo Gurgel, Carlos Eloy, Maria
Cristina, Luiz Ângelo, Maria Carolina e Alexandre Monteiro. E todos aqueles que
estiveram presentes de alguma forma na minha vida.
Aos membros da banca, Eugênio Vaz dos Santos Neto e Alexandre Gonçalves
Evsukoff.
Gostaria de agradecer aquelas pessoas que de forma direta ou indireta, tornaram com o
seu apoio e incentivo, a concretização desta dissertação.
vi
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DAS BACIAS
CAMAMU-ALMADA E JEQUITINHONHA, BAHIA
Flavia Cristina de Araujo
Maio/2007
Orientadores: Débora de Almeida Azevedo
Luiz Landau
Programa: Engenharia Civil
Neste trabalho foram investigadas correlações entre parâmetros químicos dos
óleos, em particular os biomarcadores, por meio de caracterização geoquímica como
ferramenta de avaliação do grau de maturação, origem e biodegradação. Entende-se por
parâmetros químicos a percentagem das frações, perfil de distribuição dos compostos
por análise cromatográfica e razões moleculares de biomarcadores. Foram selecionadas
onze amostras de óleo das bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha e submetidas às
análises de cromatografia líquida, cromatografia gasosa e cromatografia gasosa
acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) da fração de hidrocarbonetos saturados.
Os dados de cromatografia líquida revelaram um predomínio de hidrocarbonetos
saturados, seguido pelos hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO. Os óleos se
separaram em dois grupos quanto ao ambiente deposicional das respectivas geradoras:
um grupo com predomínio de características típicas de ambiente lacustre doce/salobro,
Bacia de Camamu-Almada; outro grupo com características de ambiente lacustre
salino/marinho, Bacia de Jequitinhonha. Os marcadores moleculares associados à
maturação indicam que os óleos da Bacia de Camamu-Almada ultrapassaram o limite da
janela de geração de óleo, confirmando um maior grau de evolução térmica quando
comparados aos óleos da Bacia de Jequitinhonha. Quatro amostras da Bacia de
Camamu-Almada são consideradas biodegradadas pela ausência ou baixa presença dos
n-alcanos e dos isoprenóides, sendo classificadas em um nível leve a moderado. Apenas
uma amostra da Bacia de Jequitinhonha indica ser mistura de óleo biodegradado com
não biodegradado, pois apresenta a preservação das parafinas, assim como dos
biomarcadores 25-norhopano e bisnorhopano.
vii
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
GEOCHEMICAL CHARACTERIZATION OF OILS FROM THE CAMAMU-
ALMADA AND JEQUITINHONHA BASINS, BAHIA, BRAZIL
Flavia Cristina de Araujo
May/2007
viii
SUMÁRIO
Capítulo 1 ......................................................................................................................... 1
1. Introdução................................................................................................................. 1
1.1. Objetivo............................................................................................................. 2
1.2. Motivação.......................................................................................................... 2
1.3. Área de estudo................................................................................................... 3
1.4. Base de dados .................................................................................................... 5
1.5. Apresentação do trabalho .................................................................................. 7
Capítulo 2 ......................................................................................................................... 8
2. Aspectos Geológicos da Bacia de Camamu-Almada ............................................... 8
2.1. Localização da área de estudo........................................................................... 8
2.2. Geologia da bacia ............................................................................................ 10
2.3. Sistema Petrolífero .......................................................................................... 18
2.3.1. Rochas geradoras...................................................................................... 19
2.3.2. Rocha reservatório, selo e trapa................................................................ 21
2.3.3. Trapas ....................................................................................................... 22
2.3.3. Geração, Migração e Acumulação............................................................ 22
2.4. Histórico de exploração................................................................................... 24
Capítulo 3 ....................................................................................................................... 26
3. Aspectos Geológicos da Bacia de Jequitinhonha ................................................... 26
3.1. Localização da área de estudo......................................................................... 26
3.2. Geologia da bacia ............................................................................................ 28
3.3. Sistemas Petrolíferos ....................................................................................... 33
3.3.1 Rocha Geradora......................................................................................... 34
3.3.2. Rocha Reservatório, Selo e Trapa ............................................................ 35
3.3.3. Geração e Migração.................................................................................. 35
3.4. Histórico de Exploração .................................................................................. 35
Capítulo 4 ....................................................................................................................... 38
ix
4. A Geoquímica dos Biomarcadores......................................................................... 38
4.1. O Petróleo........................................................................................................ 38
4.1.1. Alterações na composição química do petróleo....................................... 42
4.2. Principais Biomarcadores................................................................................ 43
4.2.1. Esteranos................................................................................................... 44
4.2.2. Terpanos ................................................................................................... 48
4.2.1. Terpanos Tricíclicos................................................................................. 48
4.2.2. Terpanos Tetracíclicos.............................................................................. 50
4.2.3. Terpanos Pentacíclicos............................................................................. 51
4.3. Efeitos da Origem sobre os Biomarcadores .................................................... 55
4.4. Efeitos da Maturação Sobre os Biomarcadores............................................... 63
4.5. Efeitos da Biodegradação sobre os Biomarcadores......................................... 67
Capítulo 5 ....................................................................................................................... 73
5. Materiais e Métodos ............................................................................................... 73
5.1. Técnicas Analíticas.......................................................................................... 73
5.2. Amostras.......................................................................................................... 77
5.3. Reagentes e vidrarias....................................................................................... 77
5.4. Procedimentos ................................................................................................. 78
5.4.1. Cromatografia Líquida ............................................................................. 79
5.4.2. Cromatografia Gasosa .............................................................................. 80
5.4.3. Cromatografia Gasosa Acoplada à Espectrometria de Massas ................ 80
Capítulo 6 ....................................................................................................................... 82
6. Apresentação dos resultados................................................................................... 82
6.1. Cromatografia Líquida .................................................................................... 82
6.2. Cromatografia Gasosa (whole oil)................................................................... 84
6.3.1. Cromatogramas de massa íons m/z 191.................................................... 89
6.3.2. Cromatogramas de massa íon m/z 177 ..................................................... 94
6.3.3. Cromatogramas de massa íons m/z 217 e 218.......................................... 96
6.3.4. Cromatogramas de massa íons m/z 259.................................................. 100
Capítulo 7 ..................................................................................................................... 102
x
7. Discussão dos Resultados..................................................................................... 102
7.1. Parâmetros Geoquímicos Gerais ................................................................... 103
7.2. Parâmetros geoquímicos indicadores de origem através da análise dos
biomarcadores....................................................................................................... 106
7.3. Parâmetros geoquímicos indicadores de maturação através da análise dos
biomarcadores....................................................................................................... 115
7.4. Parâmetros Geoquímicos indicadores de biodegradação através da análise dos
biomarcadores....................................................................................................... 124
Capítulo 8 ..................................................................................................................... 136
8. Conclusões............................................................................................................ 136
Capítulo 9 ..................................................................................................................... 138
9. Recomendações para trabalhos futuros ................................................................ 138
Capítulo 10 ................................................................................................................... 139
10. Referências ......................................................................................................... 139
ANEXO 1..................................................................................................................... 155
IDENTIFICAÇÃO DOS BIOMARCADORES....................................................... 155
ANEXO 2..................................................................................................................... 157
RAZÕES................................................................................................................... 157
ANEXO 3..................................................................................................................... 159
CROMATOGRAMAS BACIA DE CAMAMU-ALMADA................................... 159
ANEXO 4..................................................................................................................... 174
CROMATOGRAMAS BACIA DE JEQUITINHONHA........................................ 174
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1. Mapa da América do Sul em que se destaca a localização das Bacias de
Camamu-Almada e Jequitinhonha.................................................................................... 4
Figura 1.2. Localização dos poços nas Bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha..... 6
Figura 2.1. Mapa de localização da área de estudo, Bacia de Camamu-Almada............. 9
Figura 2.2. Malha rodoviária e ferroviária, vias de acesso............................................. 10
Figura 2.3. Reconstruções paleogeográficas para os andares Dom João, Rio da Serra e
Aratu, Buracica e Jiquiá, Alagoas e o Albiano (modificado de CHANG et al., 1992).. 12
Figura 2.4. Mapa esquemático apresentando a junção tríplice de Salvador, que gerou o
sistema de bacias rifte de Camamu-Almada, Jacuípe, Recôncavo, Tucano, Jatobá,
Sergipe-Alagoas e seus correlatos africanos (modificado de DIAS, 1991). .................. 13
Figura 2.5. Elementos principais no desenvolvimento das megasseqüências
estratigráficas das bacias marginais brasileiras (modificado de CHANG et al. 1992),
apresentando as litologias dominantes, os mecanismos causadores e os principais fatores
de controle da sedimentação........................................................................................... 15
Figura 2.6. Seção geológica esquemática da Bacia de Camamu mostrando o
empilhamento estratigráfico e principais estruturas (Fonte: PETROBRAS, modificado
pela ANP)....................................................................................................................... 15
Figura 2.7. Carta estratigráfica da Bacia de Camamu (NETTO 1993 in ANP). ............ 16
Figura 2.8. Carta estratigráfica da Bacia de Almada (NETTO 1993 in ANP)............... 17
Figura 2.9. Cromatogramas gasosos e cromatogramas de massas (m/z 191 e................ 21
m/z 217) de (a) um extrato orgânico da Formação Morro do Barro e (b) uma típica..... 21
amostra de óleo da bacia de Camamu-Almada (GONÇALVES et al., 2000)................ 21
Figura 2.10. Carta de eventos do sistema petrolífero da Bacia de Camamu-Almada.... 24
(GONÇALVES et al., 2000). ......................................................................................... 24
Figura 2.11 Blocos sob concessão e campos de produção na Bacia de Camamu-Almada
(Fonte: ANP) .................................................................................................................. 25
Figura 3.1. Localização da Bacia de Jequitinhonha em relação ao Cráton do São
Francisco......................................................................................................................... 27
Figura 3.2. Arcabouço Estrutural da Bacia de Jequitinhonha. ....................................... 28
Figura 3.3. Carta Estratigráfica da Bacia de Jequitinhonha (Fonte: ANP). ................... 30
xii
Figura 3.4. Seção geológica esquemática da Bacia de Jequitinhonha (Fonte:
PETROBRAS, modificado pela ANP)........................................................................... 31
Figura 3.5 - Distribuição de poços e ocorrências de hidrocarbonetos na Bacia de........ 34
Jequitinhonha (Fonte: BDEP)......................................................................................... 34
Figura 3.6. Blocos sob concessão e campos de produção na bacia de ........................... 37
Jequitinhonha (Fonte: ANP)........................................................................................... 37
Figura 4.1. Estágios de evolução da matéria orgânica em petróleo (óleo e gás) (TISSOT
& WELTE, 1984)........................................................................................................... 39
Figura 4.2 - Estruturas dos isoprenóides pristano (iC
19
) e fitano (iC
20
)......................... 41
Figura 4.3 - Estruturas dos hidrocarbonetos aromáticos dimetilfenantreno (C
16
H
14
) e
metilciclopentanofenantreno (C
18
H
16
)............................................................................ 42
Figura 4.4 Estrutura dos esteranos identificados pelo fragmentograma do íon m/z 217.
........................................................................................................................................ 44
Figura 4.5 - Estruturas de esteranos de C
27
a C
30
(WAPLES & MACHIHARA, 1991;
PETERS et al., 2005). .................................................................................................... 45
Figura 4.6 - Estrutura molecular dos diasteranos........................................................... 46
Figura 4.7 - Estrutura molecular dos 4-metilesteranos................................................... 48
Figura 4.8 – Estrutura do terpano tricíclico C
20
identificado pelo fragmentograma do íon
m/z 191 (GREENWOOD et al., 2000; AQUINO NETO et al., 1982)........................... 49
Figura 4.9 - Estrutura do terpano tetracíclico C
24
identificado pelo fragmentograma do
íon m/z 191 (GREENWOOD et al., 2000; AQUINO NETO et al., 1982)..................... 50
Figura 4.10 - Estrutura dos hopanóides identificados pelo fragmentograma do íon m/z
191 e o íon m/z 148 + R. (R=H, CH
3
, C
2
H
5
,...).............................................................. 52
Figura 4.11. Estruturas moleculares dos compostos Ts (18α(H)-22,29,30-
trisnorneohopano) e Tm (17α(H)-22,29,30-trisnorhopano). .......................................... 53
Figura 4.12 - Estrutura molecular do Gamacerano......................................................... 54
Figura 4.13 - Estrutura molecular do Oleanano. ............................................................ 54
Figura 4.14. Equação de CPI (PETER & MALDOWAN, 2003)................................... 59
Figura 4.15. Diagrama triangular mostrando a interpretação dos ambientes através da
distribuição dos esteranos, adaptado do original de HUANG & MEINSCHEIN (1979)
(WAPLES & MACHIHARA, 1991).............................................................................. 60
xiii
Figura 4.16. Efeitos progressivos do nível de biodegradação sobre a composição dos
óleos em função da intensidade da alteração em uma escala de 1 (leve) a 10 (severa).
Modificado de PETERS & MOLDOWAN (1993). ....................................................... 69
Figura 5.1. Esquema de separação da Cromatografia Líquida (ou Cromatografia em
coluna)............................................................................................................................ 74
Figura 5.2. Esquema de funcionamento da Cromatografia Gasosa (CG). ..................... 75
Figura 5.3. Esquema de funcionamento da cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas (CG-EM)............................................................................... 76
Figura 5.4. Fluxograma do procedimento analítico realizado no laboratório. ............... 79
Figura 6.1. Diagrama triangular das proporções de hidrocarbonetos saturados,
hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO.............................................................. 83
Figura 6.2. Cromatogramas (whole oil) das amostras de óleo da Bacia de Camamu-
Almada. .......................................................................................................................... 85
Figura 6.3. Cromatogramas (whole oil) das amostras de óleo da Bacia de Camamu-
Almada. .......................................................................................................................... 86
Figura 6.4. Cromatograma (whole oil) das amostras de óleo da Bacia de Jequitinhonha.
........................................................................................................................................ 87
Figura 6.5. Equação de CPI (PETER & MALDOWAN, 2003)..................................... 89
Figura 6.6. Cromatograma de massa m/z 191 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo CA-110 da Bacia de Camamu-Almada. ............................................................ 90
Figura 6.7. Cromatograma de massa m/z 191 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo CA-099 da Bacia de Camamu-Almada. ............................................................ 91
Figura 6.8. Cromatogramas de massa m/z 191 da fração dos hidrocarbonetos saturados
dos óleos J-121 e J-371 da Bacia de Jequitinhonha. ...................................................... 92
Figura 6.9. Cromatogramas de massa m/z 191 da fração dos hidrocarbonetos saturados
dos óleos J-491 e J-374 da Bacia de Jequitinhonha. ...................................................... 93
Figura 6.10. Cromatograma de massa m/z 177 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo CA-099 a Bacia de Camamu-Almada. .............................................................. 95
Figura 6.11. Cromatograma de massa m/z 177 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo J-491 da Bacia de Jequitinhonha. ...................................................................... 95
Figura 6.12. Cromatograma de massa m/z 217 da fração dos hidrocarbonetos saturados,
característico para os ααα esteranos, referente ao óleo CA-111 da Bacia de Camamu-
Almada. .......................................................................................................................... 97
xiv
Figura 6.13. Cromatograma de massa m/z 218 da fração dos hidrocarbonetos saturados,
característico para os
αββ esteranos, referente ao óleo CA-111 da Bacia de Camamu-
Almada. .......................................................................................................................... 97
Figura 6.14. Cromatograma de massa m/z 217 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo J-371 da Bacia de Jequitinhonha. ...................................................................... 98
Figura 6.15. Cromatograma de massa m/z 217 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo J-121 da Bacia de Jequitinhonha. ...................................................................... 99
Figura 6.16. Cromatograma de massa m/z 218 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo J-121 da Bacia de Jequitinhonha. ...................................................................... 99
Figura 6.17. Cromatograma de massa m/z 259 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo CA-099 da Bacia de Camamu-Almada. .......................................................... 100
Figura 6.18. Cromatogramas de massa m/z 259 da fração dos hidrocarbonetos saturados
dos óleos J-374 e J-491 da Bacia de Jequitinhonha. .................................................... 101
Gráfico 7.1. Diagrama esquemático representando as percentagens médias dos
hidrocarbonetos saturados, aromáticos e compostos NSO........................................... 103
Figura 7.1. Distribuição das parafinas em óleos em função da maturação: (a)
cromatograma de caráter bimodal - maturação inicial; (b) perda do caráter bimodal -
maturação intermediária; (c) Cromatograma rico em leves - maturação avançada
(modificado de GAGLIANONE & TRINDADE, 1988).............................................. 105
Figura 7.2. Diagrama ternário das %C
27
αββ, %C
28
αββ e %C
29
αββ dos esteranos
regulares........................................................................................................................ 107
Gráfico 7.2. Correlação dos parâmetros de origem H
35
/H
34
(m/z 191) e P/F para as
amostras de óleo das bacias em estudo......................................................................... 108
Gráfico 7.3. Correlação dos parâmetros de origem Hop/Est e P/F para as amostras de
óleo das bacias em estudo............................................................................................. 109
Gráfico 7.4. Correlação dos parâmetros de origem F/nC
18
e P/nC
17
para as amostras de
óleo das bacias em estudo............................................................................................. 110
Gráfico 7.5. Correlação dos parâmetros de origem TPP/Dia
27
(m/z 259) e Hop/Est para
as amostras de óleo das bacias em estudo. ................................................................... 111
Gráfico 7.7. Correlação dos parâmetros de origem TPP/Dia
27
(m/z 259) e G/17α-hop
(m/z 191) para as amostras de óleo das bacias em estudo............................................ 113
Figura 7.3. Cromatogramas de massa do íon m/z 259 demonstrando 2 diferentes
ambientes deposicionais: amostra CA-077 origem lacustre (doce/salobro) e amostra J-
374 origem lacustre (salino/marinho)........................................................................... 114
xv
Gráfico 7.8. Correlação dos parâmetros de origem Hop/Est e Tr26/25 (m/z 191) para as
amostras de óleo das bacias em estudo......................................................................... 115
Gráfico 7.9. Correlação dos parâmetros de maturação rmica (S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
(m/z 217) e S/(S+R) C
29
ααα (m/z 217) para as amostras de óleo das bacias em estudo.
...................................................................................................................................... 116
Figura 7.4. Cromatogramas de massa m/z 217 das amostras de óleo mostrando as
diferentes proporções de ααα 20R para um óleo mais maturo (amostra J-121) e para um
óleo menos maturo (amostra J-374), respectivamente. ................................................ 118
Gráfico 7.10. Correlação dos parâmetros de maturação térmica S/(S+R) C
29
ααα (m/z
217) versus Ts/(Ts+Tm) (m/z 191) para as amostras de óleo das bacias em estudo.... 119
Gráfico 7.11. Correlação dos parâmetros de maturação térmica S/(S+R) C
29
ααα (m/z
217) e Tr/17α-hop (m/z 191) para as amostras de óleo das bacias em estudo.............. 120
Figura 7.5. Cromatogramas de massas do íon m/z 191 demonstrando os diferentes graus
de evolução térmica: amostra CA-077 menos matura, amostra CA-079 média maturação
e amostra J-491 mais matura (influênciada pela biodegradação)................................. 122
Gráfico 7.12. Correlação dos parâmetros de maturação térmica S/(S+R) H
32
(m/z 191) e
S/(S+R) C
29
ααα (m/z 217) para as amostras de óleo das bacias em estudo. ................ 123
Gráfico 7.13. Correlação do parâmetro indicador de origem Tr/17α-hop (m/z 191) e o
parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo............................................................................................. 125
Gráfico 7.14. Correlação do parâmetro indicador de origem Tet24/17α-hop (m/z 191) e
o parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo............................................................................................. 126
Gráfico 7.15. Correlação do parâmetro indicador de origem Ts/(Ts+Tm) (m/z 191) e o
parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo............................................................................................. 127
Gráfico 7.16. Correlação do parâmetro indicador de origem G/17α-hop (m/z 191) e o
parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo............................................................................................. 128
Gráfico 7.17. Correlação do parâmetro indicador de origem Hop/Est e o parâmetro
indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de óleo das
bacias em estudo........................................................................................................... 129
Figura 7.6. Cromatogramas da amostra J-491 da Bacia de Jequitinhonha: cromatograma
(whole oil), cromatograma de massa do íon m/z 191 e cromatograma de massa do íon
m/z 177.......................................................................................................................... 131
xvi
Gráfico 7.18. Correlação do parâmetro indicador de origem Dia/Est (m/z 217) e o
parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17
α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo............................................................................................. 132
Gráfico 7.19. Correlação do parâmetro indicador de maturação S/(S+R) C
29
ααα (m/z
217) e o parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as
amostras de óleo das bacias em estudo......................................................................... 133
Gráfico 7.20. Correlação do parâmetro indicador de maturação (S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
(m/z 217) e o parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as
amostras de óleo das bacias em estudo......................................................................... 134
Gráfico 7.21. Correlação do parâmetro indicador de maturação S/(S+R) H
32
(m/z 191) e
o parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo............................................................................................. 135
xvii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1.1. Resumo da perfuração na Bacia de Jequitinhonha (Fonte: ANP). .............. 36
Tabela 5.1. Relação das amostras de óleo com suas respectivas bacias de origem e
código da amostra........................................................................................................... 77
Tabela 6.1. Percentagem em massa dos hidrocarbonetos saturados, aromáticos,
compostos NSO e razão SAT/ARO. .............................................................................. 82
Tabela 6.2. Valores das razões P/F, P/nC
17
, F/nC
18
e CPI para as amostras selecionadas.
........................................................................................................................................ 88
Tabela 7.1. Razões de biomarcadores indicadores de origem...................................... 106
Tabela 7.2. Razões de biomarcadores indicadores de maturação................................. 116
Tabela 7.3. Razões de biomarcadores indicadores de biodegradação e origem........... 125
Tabela 7.4. Razões de biomarcadores indicadores de biodegradação e maturação. .... 133
1
Capítulo 1
1. Introdução
A Geoquímica do Petróleo é a aplicação de princípios químicos para o estudo da
origem, migração, acumulação e alteração do petróleo (óleo e gás; HUNT, 1996), além
do entendimento da história termal de bacias e composição de fluidos que as
atravessam. Está relacionada à evolução geológica de substâncias orgânicas
componentes das rochas sedimentares: a formação do querogênio (matéria orgânica
sedimentar fossilizada), seguida de sua decomposição em petróleo, migração dos
fluidos, e transformações dos óleos e gases nos reservatórios (HUC, 2003). As
ferramentas da geoquímica são medidas técnicas, modelos conceituais e numéricos
construídos diretamente da extrapolação de dados dos experimentos laboratoriais (HUC,
2003).
A composição de um óleo resulta de muitos fatores, como natureza da matéria orgânica
original, a história térmica, migração, evolução e alteração do petróleo, entre outros.
Geralmente, a matéria orgânica e a história geológica particular do ambiente
deposicional tendem a formar óleos diferentes, enquanto a migração ou os processos de
alteração do óleo tendem de certo modo a uniformizar a composição dos óleos
(DURAND, 2003). Entretanto, não é possível detectar um processo único que seja
claramente responsável pela composição molecular dos óleos.
A natureza da rocha geradora determina em grande parte a composição do petróleo
gerado. Os sedimentos depositados em ambientes lacustres tendem a gerar óleos
parafínicos com elevada fração de parafinas de maior massa molecular, enquanto uma
rocha geradora marinha carbonática tende a produzir óleos mais ricos em asfaltenos.
Outros fatores geoquímicos e geológicos, incluindo a maturação térmica,
biodegradação, migração e mistura de diferentes tipos de petróleo, influenciam a
composição de um fluido no reservatório (TISSOT & WELTE, 1984).
Existem correlações entre a abundância de alguns hidrocarbonetos (ou classe de
hidrocarbonetos), alguns elementos (como o enxofre) e propriedades físicas do óleo cru
2
(como densidade e viscosidade). Essas correlações na maioria das vezes, não dependem
do tipo de ambiente de deposição da rocha geradora ou história geológica da bacia
(TISSOT & WELTE, 1984).
1.1. Objetivo
O objetivo do presente trabalho é investigar a correlação entre os parâmetros químicos,
em particular os biomarcadores, dos óleos por meio de caracterização geoquímica como
ferramenta de avaliação do grau de evolução térmica e origem. Entende-se por
parâmetros químicos a composição em frações, perfil de distribuição dos compostos por
análise cromatográfica e razões moleculares de biomarcadores.
Serão pesquisadas razões moleculares que relacionam adequadamente os parâmetros
entre si, de óleos pertencentes à mesma família. Para este estudo, foram selecionados
óleos das Bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha.
1.2. Motivação
O petróleo é uma fonte de energia finita e de fundamental importância na matriz
energética mundial para as próximas décadas do século XXI. Este fato é confirmado
pela contínua e crescente demanda por energia. No intuito de atender o suprimento de
energia para a sociedade, as empresas de petróleo se dedicam à exploração como
prioridade na descoberta de novas jazidas. Esta é uma atividade estratégica composta
por etapas complexas e processos decisórios envolvendo altos riscos e investimentos. A
análise das incertezas inerentes a este estágio constitui um dos elementos chave na
exploração e produção de hidrocarbonetos. Em decorrência dos recentes avanços
tecnológicos e da crescente complexidade dos prospectos de óleo e gás, os métodos
utilizados nas análises de risco tiveram de evoluir muito e abandonar o caráter simples e
intuitivo empregado no passado.
A prospecção petrolífera no ambiente de águas profundas é uma tendência que se
manifesta não somente no Brasil, mas em diversas áreas produtoras no mundo. Para
enfrentar as restrições exploratórias desse e dos demais ambientes geológicos, tanto a
inovação tecnológica como abordagens multidisciplinares vêm desempenhando papéis
3
de grande importância na redução das incertezas, aumentando as probabilidades de
sucesso e criando viabilidade econômica para novas jazidas.
A caracterização adequada dos constituintes do petróleo é uma informação
indispensável para a determinação do comportamento termodinâmico, e por isso, muito
importante para todas as operações de produção do petróleo, desde as estimativas das
reservas existentes até os projetos para sua produção, transporte, refino e distribuição
dos seus produtos.
É de grande importância a correlação entre a composição dos óleos e o estágio de
maturação da rocha geradora que o originou. Esta correlação permite a reconstituição
das rotas de migração dos óleos à partir das rochas geradoras e a estimativa do tempo de
geração e expulsão por técnicas de modelagem de bacias, permitindo uma maior
precisão no estágio de perfuração.
A aplicação de parâmetros de biomarcadores constitui tecnologia de importância capital
na avaliação do potencial petrolífero de áreas e bacias sedimentares.
1.3. Área de estudo
A área de estudo abrange toda a bacia de Camamu-Almada e Jequitinhonha, localizada
na porção sul do Estado da Bahia.
4
Figura 1.1. Mapa da América do Sul em que se destaca a localização das Bacias de
Camamu-Almada e Jequitinhonha.
5
1.4. Base de dados
A base de dados utilizada para o desenvolvimento deste trabalho foi composta por 11
amostras de óleo no total, sendo 7 amostras de óleo da Bacia de Camamu-Almada e 4
amostras de óleo da Bacia de Jequitinhonha. A figura 1.2 mostra a localização de cada
amostra de óleo nas bacias em estudo. O nome das amostras de óleo das duas bacias
com suas respectivas profundidades estão apresentadas abaixo:
- Bacia de Camamu-Almada
1BAS 0097BA: 795/804 m
1BAS 0077BA: 2404,8 m
1BAS 0079BA: 2259,6/2263,7 m
3BAS 0110BA: 845/847 m
3BAS 0108BA: 861/821 m
3BAS 0111BA: 1143/1152 m
3BAS 0099BA: 781/787 m
- Bacia de Jequitinhonha
1 BAS 0037TF-04: 1675,0/1684,0 m
1 BAS 0037TRF-01: 1678,4/1690,3 m
1 BAS 0121TFR-01A: 3197,0/3222,0 m
3 BAS 0049TF-01: 1494,0/1516,0 m
6
Figura 1.2. Localização dos poços nas Bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha.
7
1.5. Apresentação do trabalho
Este trabalho será apresentado em nove capítulos. O primeiro capítulo consiste na
introdução, objetivo, motivação e a apresentação do trabalho. O segundo e o terceiro
capítulo apresentam uma revisão da geologia das Bacias de Camamu-Almada e
Jequitinhonha, assim como os seus sistemas petrolíferos. O quarto capítulo aborda a
geoquímica dos biomarcadores, explicando a formação do petróleo, os principais
biomarcadores, maturação e origem. O quinto capítulo engloba as técnicas analíticas e
os procedimentos realizados para a obtenção dos dados do trabalho. O sexto e sétimo
capítulos mostram respectivamente a apresentação e discussão dos resultados. No
capítulo oito apresentam-se as conclusões e sugestões para futuros trabalhos.
Finalmente, no capítulo nove consistem todas as referências utilizadas neste trabalho.
8
Capítulo 2
2. Aspectos Geológicos da Bacia de Camamu-Almada
2.1. Localização da área de estudo
A Bacia de Camamu-Almada situa-se no nordeste do Brasil, no litoral do estado da
Bahia e estende-se de Salvador a norte até Ilhéus a sul, abrangendo parte da planície
costeira e estendendo-se ao ambiente marinho. Localiza-se entre os paralelos 13º e 14º
15’S, e a leste do meridiano 39º 10’W (Figura 2.1). O limite norte é determinado pela
Falha da Barra (Alto de Salvador), que limita as bacias de Camamu-Almada e
Recôncavo; o limite sul é o Alto de Olivença, que limita as bacias de Camamu-Almada
e Jequitinhonha (NETTO et al., 1994); o limite oeste ocorre ainda na região próxima à
costa, onde o embasamento Proterozóico aflora. A compartimentação em Camamu
(norte) e Almada (sul) é demarcada pelo Alto de Taipus. Ambas totalizam uma área de
22.900 km
2
, considerando-se a cota batimétrica de 3.000 metros como limite leste,
sendo 16.500 km
2
pertencentes à bacia de Camamu e 6.400 km
2
à bacia de Almada.
A Bacia de Camamu-Almada pode ser dividida em 2 sub-bacias pelo Alto de Itacaré,
Bacia de Camamu e Bacia de Almada, porém, devido às semelhanças deposicionais à
partir do Eocretáceo, estas sub-bacias são por muitas vezes descritas conjuntamente na
literatura.
A porção emersa estende-se desde o município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, cujas
coordenadas são 12,96°S/38,60°W, até o município de Ilhéus, de coordenadas 14,78°S/
39,04°W, possuindo aproximadamente 195 Km de comprimento e 20 Km de largura
média.
9
Figura 2.1. Mapa de localização da área de estudo, Bacia de Camamu-Almada.
10
O acesso à área é feito pelas rodovias estaduais BA-245, BA-542, BA-650 e BA-415,
que ligam, respectivamente, as cidades de Nazaré, Valença, Camamu e Ilhéus à BR-
101, além da rodovia BA-001, que liga a cidade de Ilhéus a Itacaré (Figura 2.2).
Figura 2.2. Malha rodoviária e ferroviária, vias de acesso.
2.2. Geologia da bacia
A Bacia de Camamu-Almada pertence ao conjunto formado pelas bacias meso-
cenozóicas da margem continental brasileira, o qual apresenta história evolutiva e
composição estratigráfica comum umas às outras. Esta bacia está relacionada ao
processo de estiramento crustal que culminou com a ruptura do continente Gondwana e
a formação do Oceano Atlântico (GONÇALVES, 2001).
A Bacia de Camamu-Almada possui uma evolução tectono-sedimentar
compartimentada em três eventos distintos: pré-rifte, sin-rifte e pós-rifte (CHANG et
al., 1992). O preenchimento sedimentar da bacia é dominantemente siliciclástico, porém
ocorrem depósitos evaporíticos e carbonáticos na seção.
11
Na fase inicial pré-rifte predomina um estilo de sinéclise intracontinental no período
NeoJurássico a Neocomiano Inferior, no Gondwana que ainda não se fragmentou,
agrupando os sedimentos flúvio-lacustres juro-eocretáceos das formações Aliança, Sergi
e Itaípe. A deposição é basicamente caracterizada como uma intercalação de pacotes
predominantemente arenosos com pacotes de folhelhos (em escala de formações).
A fase rifte é representada pelos depósitos lacustres eocretáceos das formações Morro
do Barro e Rio das Contas. Está correlacionada ao longo, de praticamente, toda a
margem brasileira e riftes interiores, utilizando os andares Rio da Serra (145 - 135 Ma),
Aratu (135 - 128Ma), Buracica (128 - 126Ma), Jiquiá (126 - 123Ma) e Alagoas (123 -
111Ma) como marcadores cronológicos da evolução do sistema de riftes que geraram a
abertura do Oceano Atlântico. A quebra do Gondwana deu-se a partir de grandes
lineamentos proterozóicos e paleozóicos, os quais são reconhecidos atualmente em
cinturões de dobramentos, províncias e crátons proterozóicos e bacias sedimentares
continentais paleozóicas, conforme apresentado no mapa tectônico integrado da margem
sulamericana e africana ocidental. Devido a esta evolução interligada com outras bacias
marginais, pode-se afirmar que a Bacia de Camamu-Almada encontra-se no sistema de
riftes que marcaram o início da separação entre os
12
grandes depósitos evaporíticos, indicando ambientes marinhos rasos com clima árido e
alta taxa de evaporação para praticamente toda a margem brasileira (Figura 2.3).
Figura 2.3. Reconstruções paleogeográficas para os andares Dom João, Rio da Serra e
Aratu, Buracica e Jiquiá, Alagoas e o Albiano (modificado de CHANG et al., 1992).
13
Na região da Bacia de Camamu-Almada localiza-se o ponto de bifurcação da junção
tríplice oriunda do sistema de riftes que antecederam a abertura do Oceano Atlântico e
separação da América do Sul e da África. Esta junção tríplice teve um dos braços
14
Por fim, um período pós-rifte, que compreende os sedimentos transicionais aptianos da
Formação Taipus-Mirim e os estratos marinhos cretáceos e terciários, das formações
Algodões, Urucutuca, Rio Doce e Caravelas (GONÇALVES, 2001). Este período de
deriva continental e instalação de uma margem passiva, se iniciou no Albiano e segue
até os dias de hoje (NETTO et al., 1994), com uma clara definição dos componentes
geomorfológicos das margens passivas: uma plataforma marinha, a oeste, com uma
batimetria média de 20 a 100 metros, uma região de talude, que se originou a partir da
zona de charneira da fase rifte, e uma região abissal, com uma batimetria média de
2.000 metros.
O pós-rifte inicia-se com carbonatos, de idade Albiana, que se depositaram em toda a
margem brasileira, com a ocorrência de sistemas clásticos deltáicos/aluvionares
proximais. Os carbonatos albianos de s-rifte atualmente são de pequena expressão,
pois foram intensamente erodidos no período Santoniano-Coniaciano, evento registrado
como uma discordância correlacionável em várias bacias. Acima da discordância é
depositado o pacote pós-rifte marinho transgressivo, denominado Megasseqüência
Marinha Transgressiva por CHANG et al. (1992), que tem como controle principal a
variação do nível do mar. Por fim, ocorre um pacote marinho regressivo, denominado
por CHANG et al. (1992) como Megasseqüência Marinha Regressiva, controlado
principalmente pelo aporte sedimentar (Figuras 2.5 e 2.6). Nas figuras 2.7 e 2.8 estão
apresentadas as cartas estratigráficas das Bacias de Camamu e Almada (Fonte ANP),
respectivamente.
15
Figura 2.5. Elementos principais no desenvolvimento das megasseqüências
estratigráficas das bacias marginais brasileiras (modificado de CHANG et al. 1992),
apresentando as litologias dominantes, os mecanismos causadores e os principais fatores
de controle da sedimentação.
Figura 2.6. Seção geológica esquemática da Bacia de Camamu mostrando o
empilhamento estratigráfico e principais estruturas (Fonte: PETROBRAS, modificado
pela ANP).
16
Figura 2.7. Carta estratigráfica da Bacia de Camamu (NETTO 1993 in ANP).
17
Figura 2.8. Carta estratigráfica da Bacia de Almada (NETTO 1993 in ANP).
18
2.3. Sistema Petrolífero
A definição de um sistema petrolífero em uma bacia sedimentar trata da relação
genética entre uma determinada rocha geradora e as acumulações de óleo e gás dela
resultantes (MAGOON, 1994). Este termo engloba ainda todos os elementos essenciais
e processos necessários para a existência de uma acumulação de óleo e gás. Os
elementos essenciais são a rocha geradora, reservatório e selante, assim como
sobrecarga sedimentar e o trapa. Os processos incluem a formação do trapa e a geração,
migração e acumulação do petróleo (MAGOON, 1994). Todos os elementos essenciais
devem estar posicionados de forma adequada no tempo e no espaço (momento crítico),
de modo que os processos necessários para a formação de uma acumulação de petróleo
possam ocorrer.
A geoquímica orgânica é a disciplina que trata da identificação dos diferentes sistemas
petrolíferos em uma determinada bacia sedimentar, pois possibilita correlacionar rochas
geradoras com acumulações de petróleo, mapear fácies orgânicas e identificar e analisar
indícios de óleo e gás.
A nomenclatura completa de um sistema petrolífero inclui a designação da rocha
geradora, seguida da principal rocha reservatório (que contém o maior volume de
hidrocarbonetos) e, por fim, de um símbolo que expressa o grau de certeza da correlação
óleo-rocha. Caso o nível de certeza seja alto, o sistema petrolífero é dito conhecido e é
indicado pelo símbolo (!). Em um sistema petrolífero hipotético (.), os estudos
geoquímicos identificaram uma rocha geradora, mas não existe correlação com a
acumulação. Quando a existência da rocha geradora ou de petróleo é baseada tão
somente nas evidências geológicas e geofísicas, este sistema petrolífero é chamado de
especulativo e recebe o símbolo (?) (MAGOON, 1994).
Na bacia de Camamu-Almada foram identificados, até o presente momento, dois
importantes sistemas petrolíferos: o sistema Morro do Barro-Sergi (!) e o sistema Morro
do Barro-Rio de Contas (!) (GONÇALVES et al., 2000).
19
2.3.1. Rochas geradoras
Sob o ponto de vista da geoquímica do petróleo, todos os trabalhos publicados sobre o
potencial petrolífero da Bacia de Camamu-Almada revelam que as principais rochas
geradoras são folhelhos negros lacustres de água doce à salobra da Fm. Morro do Barro
(Mb. Jiribatuba), depositados durante a fase Rifte no Neocomiano Inferior, e a Fm. Rio
de Contas (seção rifte). Esses trabalhos indicam que essas duas formações são as únicas
que apresentam intervalos ricos em matéria orgânica e com potencial para a geração de
volumes comerciais de hidrocarbonetos. São destacados, também, a presença de grandes
espessuras dessas rochas potencialmente geradoras, os altos conteúdos de matéria
orgânica e o predomínio de querogênio do tipo I, adequado à geração de
hidrocarbonetos líquidos. Embora localmente existam espessos pacotes de rocha
geradora, regionalmente a espessura destes pacotes varia drasticamente em função das
variações faciológicas da seção rifte (relação areia/folhelho) (NETTO & RAGAGNIN,
1990).
GONÇALVES et al. (1997) realizaram um estudo das características geoquímicas,
moleculares e isotópicas para as formações Morro do Barro e Rio de Contas no poço 1-
BAS-64. Concluiu-se que a matéria orgânica nestas unidades é basicamente de origem
fitoplanctônica e/ou bacteriana, com as variações nos índices de hidrogênio e oxigênio
refletindo a alternância entre condições anóxicas (redutoras) e óxicas durante a
sedimentação. A reconstituição paleolimnológica indica que a Formação Morro do
Barro foi formada em condições de lago profundo, com águas doces a salobras, uma
termoclina estável e relativamente rasa e a maior parte da coluna d’água anóxica,
favorecendo a preservação da matéria orgânica e o desenvolvimento de rochas
geradoras com altos índices de hidrogênio. Já os sedimentos da Formação Rio de
Contas depositaram-se em um lago mais raso e amplo, com águas doces a salgadas, uma
termoclina mais profunda e instável, e uma melhor reciclagem dos nutrientes,
resultando num aumento significativo da produtividade primária e na formação de
rochas geradoras com altos teores de carbono orgânico.
Os folhelhos da Fm. Morro do Barro são caracterizados por uma espessa sucessão
(superior a 700 metros) e apresentam alto teor de matéria orgânica (COT) variando de 2
a 10% (matéria orgânica principalmente amorfa e herbácea). O potencial de geração de
20
hidrocarbonetos (o pico S2 da pirólise Rock Eval) excede, nos intervalos mais ricos, 60-
80 kg de HC/ton de rocha. Os parâmetros geoquímicos caracterizam querogênio do tipo
I.
Os dados de biomarcadores dos óleos recuperados do BAS-97 e os extratos orgânicos
dos folhelhos negros da Fm. Morro do Barro apontam para uma boa correlação entre
eles. As feições moleculares diagnósticas dessas amostras são: dominância de n-alcanos
de alto peso molecular, pristano muito mais alto do que fitano, dominância de n-alcanos
ímpar/par, baixa concentração de isoprenóides acíclicos, Ts mais alto do que Tm,
ausência de bisnorhopano 28-30, dinosterano e esteranos C
30
, escassez de esteranos com
dominância de C
29
acima dos correlatos, presença de gamacerano e altas razões
hopano/esterano (>15). Essas características são suficientes para discriminar o ambiente
lacustre de água doce (Figura 2.9) (MELLO & MAXWELL, 1990). Os estudos das
séries naturais dos parâmetros geoquímicos indicam que a cozinha de óleo na bacia de
Camamu coincide com os principais baixos estruturais (GONÇALVES et al., 1997).
21
Figura 2.9. Cromatogramas gasosos e cromatogramas de massas (m/z 191 e
m/z 217) de (a) um extrato orgânico da Formação Morro do Barro e (b) uma típica
amostra de óleo da bacia de Camamu-Almada (GONÇALVES et al., 2000).
Esses folhelhos são equivalentes, em termos crono-estratigráficos e geoquímicos, aos
folhelhos Tauá e Gomo da Fm. Candeias, reconhecidos como eficientes rochas
geradoras da bacia do Recôncavo. Outros possíveis geradores seriam os folhelhos
flúvio-deltáicos da Fm. Rio de Contas (Mb. Ilhéus), cujo teor de matéria orgânica pode
alcançar 10%, localizados em águas profundas, e os folhelhos da Fm. Itaípe.
2.3.2. Rocha reservatório, selo e trapa
Constituem-se reservatórios os arenitos flúvio-eólicos da Fm. Sergi, os arenitos
desenvolvidos em ambientes de leques aluviais ou lacustres das formações Morro do
Barro e Rio de Contas e os arenitos turbidíticos da Fm. Urucutuca. Os folhelhos
intercalados nas seções-objetivo constituem os selos da bacia.
22
2.3.3. Trapas
As trapas para a seqüência pré-rifte podem ser estruturais (horsts ou meio-grabens
basculados) afetando arenitos flúvio-eólicos da Fm. Sergi (Neojurássico) e arenitos
deltáicos da Fm. Itaípe (Berriasiano), a exemplo da recente descoberta do poço 1-
BRSA-14-BAS (ou 1-BAS-128 na nomenclatura antiga da operadora), da acumulação
do 1-BAS-64 e de outros campos importantes da vizinha Bacia do Recôncavo.
Para a sequência rifte, as trapas constituídas por arenitos desenvolvidos em ambientes
de leques aluviais/lacustres das formações Morro do Barro e Rio de Contas. Falhas
lístricas e rollovers associados, desenvolvidos por movimentação de folhelhos,
contribuem para o desenvolvimento de trapas estruturais, como a que ocorre na
acumulação do 1-BAS-97.
Na seqüência Drifte, as trapas são sempre estratigráficas, constituídas por envoltórios
dos folhelhos nas seções turbidíticas da Fm. Urucutuca, restritas ao ambiente de talude.
A maior parte do petróleo encontrado está distribuído da seguinte forma: 75% do
volume original “in place” na Fm. Morro do Barro e 25% nas formações Sergi e Rio de
Contas.
2.3.3. Geração, Migração e Acumulação
Os dados de geração-migração-acumulação vêm da historia de soterramento e da
modelagem cinética. Resultados de modelagens geoquímicas da geração e migração de
petróleo indicam que as rochas geradoras alcançaram condições de geração durante o
Neocomiano/Aptiano (acerca de 112Ma) e que mais de 60% do petróleo foi expelido
(GONÇALVES et al., 1997). Esses resultados são consistentes com os dados químicos
e de maturação óptica (reflectância de vitrinita e Tmax) (MELLO et al., 1994).
Enquanto na plataforma as rochas geradoras alcançaram, até o presente, taxas de
transformação de 20%, na região de águas profundas essas taxas chegaram a 100%
(GONÇALVES et al., 1997).
23
A geração de óleo se deu principalmente na fase rifte, enquanto a formação de gás se
iniciou nos últimos estágios de formação do rifte e prosseguiu na fase pós-rifte de
evolução da bacia (GONÇALVES et al., 1997).
A migração do óleo pode ter ocorrido horizontalmente à longa distância, no sentido dos
baixos regionais para os altos externos, ou ainda através de falhas de grande rejeito e/ou
discordâncias regionais dentro da seção rifte.
A carta de eventos (Figura 2.10) mostra a seção estratigráfica envolvida, os quatro
elementos essenciais, os dois processos, o tempo de preservação e o momento crítico
para o sistema. Os hidrocarbonetos gerados pelos folhelhos lacustres de água doce e
folhelhos negros de água salobra do Cretáceo Inferior iniciaram a migração durante o
Aptiano, continuando até hoje em algumas partes da bacia. Os hidrocarbonetos foram
acumulados no Cretáceo Inferior pelos reservatórios arenosos turbidíticos lacustres da
Fm. Rio de Contas, estruturados durante o processo de rifteamento e selados pelos
folhelhos lacustres de água profunda, ou trapeados no Andar Dom João (Jurássico) da
Fm. Sergi contra a lapa das falhas regionais mais importantes.
Os parâmetros geoquímicos indicam que a bacia de Camamu-Almada é basicamente
“oil prone”. Admite-se que a principal cozinha de geração encontra-se mais a leste, no
bloco baixo da falha de Mutá. A expulsão e a migração ocorreram principalmente
durante o andar Alagoas, durante o último pulso de rifteamento da bacia.
24
Figura 2.10. Carta de eventos do sistema petrolífero da Bacia de Camamu-Almada
(GONÇALVES et al., 2000).
2.4. Histórico de exploração
A Bacia de Camamu-Almada teve à sua importância exploratória definida antes mesmo
da criação da Petrobras em 1954. As atividades exploratórias tiveram início com a
perfuração de quatro poços estratigráficos terrestres rasos na Ilha de Itaparica e nos
arredores da Baía de Camamu entre 1922 e 1943. À partir de 1970, as atividades
exploratórias foram direcionadas principalmente para a plataforma continental.
A Bacia de Camamu-Almada exibe um registro geológico bastante completo, uma vez
que apresenta as seções pré-rifte, rifte e pós-rife preservadas. Além de apresentar
proximidade ao sistema de rifte interior do Recôncavo e a outras bacias marginais
brasileiras possibilitando correlações regionais. Estes fatos tornam a bacia de Camamu-
Almada importante para a compreensão da origem e evolução das bacias marginais
brasileiras, formadas a partir do rifteamento continental entre o Brasil e a África,
durante a quebra do Gondwana, há 140 milhões de anos.
Até o presente momento foram descobertas sete acumulações de óleo e s na Bacia de
Camamu-Almada. Estas descobertas estão representadas por dois pequenos campos
25
terrestres: Morro do Barro (gás/óleo), Jiribatuba (óleo) e cinco acumulações marítimas:
1-BAS-128/Manati (gás/óleo), 3-BAS-131/BCAM40 (gás/óleo), 4-ELPS-10/BMCAL4
(gás/óleo), 1-BAS-64 (gás/óleo) e 1-BAS-97/Sardinha (gás/óleo). As pesquisas
exploratórias que levaram a estas descobertas ampliam o conhecimento da evolução
geológica desta bacia e de margens semelhantes (Figura 2.11).
Figura 2.11 Blocos sob concessão e campos de produção na Bacia de Camamu-Almada
(Fonte: ANP)
26
Capítulo 3
3. Aspectos Geológicos da Bacia de Jequitinhonha
3.1. Localização da área de estudo
A Bacia de Jequitinhonha está localizada na margem leste da costa brasileira. Ocupa
uma área total de 10.100 km
2
, sendo que 9.500 km
2
são submersos. Situa-se no litoral
sul do Estado da Bahia, na região correspondente à foz do rio homônimo. A norte,
limita-se pelo Alto de Olivença, que a separa da Bacia de Almada e, a sul, limita-se com
a Bacia de Cumuruxatiba pelo Banco Vulcânico de Royal Charlotte e sua projeção para
o continente.
Esta bacia está posicionada sobre a borda sul do Cráton do São Francisco (Figura 3.1),
que, segundo INDA et al. (1984), é constituída por terrenos dominantemente
granulíticos, total ou parcialmente retrabalhados no ciclo Transamazônico.
27
Figura 3.1. Localização da Bacia de Jequitinhonha em relação ao Cráton do São
Francisco.
28
3.2. Geologia da bacia
O arcabouço estrutural da bacia é composto na porção norte pelo Alto de Olivença, que
se estende para sul como uma plataforma rasa na parte terrestre e avança cerca de dez
quilômetros mar adentro. A porção sul se diferencia da norte pela ausência deste
patamar do embasamento (Figura 3.2). O embasamento é constituído por rochas
graníticas e gnáissicas.
Figura 3.2. Arcabouço Estrutural da Bacia de Jequitinhonha.
29
O limite da plataforma rasa supracitada se caracteriza como uma falha de borda que
distingue a porção rasa a oeste, recoberta por sedimentos de idade Terciária, da porção
localizada a leste, que apresenta o registro mais completo da sedimentação da bacia. O
registro sedimentar observado na fase rifte é marcado por falhas normais que atingem o
embasamento. A partir da falha de borda, que constitui o limite de deposição cretácea da
bacia, as falhas normais aprofundam-se e estendem-se supostamente por toda a área
sedimentar, formando horsts, grabens e semi-grabens (CÓRDOBA, 1990).
CÓRDOBA (1990), com base no comportamento das falhas normais, dividiu a bacia em
dois compartimentos informais: norte e sul. No compartimento sul, a falha de borda
apresenta grande rejeito, feição característica dessa região. No compartimento norte,
esta mesma falha delimita uma seqüência de blocos escalonados com mergulho geral
para leste (CÓRDOBA, 1990).
A coluna estratigráfica (Figura 3.3) é análoga às das outras bacias da costa leste
brasileira, apresentando sedimentos lacustres da fase rifte iniciada no Eoaptiano,
recobertos por rochas evaporíticas de idade Neo-aptiana e, subseqüentemente, por
rochas de margem passiva do oceano aberto associadas à subsidência térmica. A
nomenclatura utilizada nas unidades estratigráficas obedece às definições feitas por
SANTOS et al. (1994) e ASMUS et al. (1971).
30
Figura 3.3. Carta Estratigráfica da Bacia de Jequitinhonha (Fonte: ANP).
31
A fase rifte constitui-se por sedimentos clásticos grosseiros e folhelhos do Membro
Mucuri da Formação Mariricu, depositados em ambiente fluvio-lacustre. Estes
sedimentos, de idade eoaptiana, apresentam maior espessura na parte terrestre e na
porção marinha sul da bacia, pertencendo ao Grupo Nativo. Vale lembrar que o
Membro Mucuri está inserido na fase rifte da Bacia de Jequitinhonha (Figura 3.4.)
Figura 3.4. Seção geológica esquemática da Bacia de Jequitinhonha (Fonte:
PETROBRAS, modificado pela ANP).
A fase evaporítica representa as primeiras incursões marinhas durante a passagem do
ambiente continental da fase rifte para o ambiente marinho aberto da fase drifte.
Caracteriza-se pela deposição de sedimentos evaporíticos (halita e anidrita), em
ambiente marinho de circulação restrita, interdigitados com arenitos do sistema
deposicional costeiro. Tais rochas estão agrupadas no Membro Itaúnas da Formação
Mariricu, com deposição durante o Neo-aptiano.
A fase drifte é representada pelo Grupo Barra Nova, constituído por sedimentos
clásticos grosseiros depositados em leques deltaicos da Formação São Mateus, nas
porções proximais da bacia. Nas porções mais distais, foram depositados os sedimentos
carbonáticos de alta e baixa energia da Formação Regência. A idade do Grupo Barra
32
Nova abrange o Albiano até o Coniaciano. Tal unidade apresenta as maiores espessuras
na porção sul da bacia.
Do Neocretáceo até o Eoceno, a deposição do Grupo Espírito Santo ocorreu em
ambiente francamente marinho, de caráter transgressivo, constituído por pelitos com
arenitos finos intercalados (Formação Urucutuca). A partir do Eoceno, implantou-se um
sistema regressivo, com a deposição de arenitos grosseiros característicos de leques
costeiros da Formação Rio Doce, indicando uma possível reativação da área fonte nessa
época (CÓRDOBA, 1990). Os carbonatos de alta e baixa energia, depositados em
ambiente nerítico durante o Terciário, constituem a Formação Caravelas. Durante esta
fase regressiva, houve continuidade da deposição da Formação Urucutuca nas porções
distais da Bacia de Jequitinhonha. A transgressão regional do Cretáceo Superior,
responsável pela deposição da Formação Urucutuca, e a regressão regional oligocênica,
que marca a deposição das formações Rio Doce e Caravelas, estão possivelmente
relacionadas a reajustes isostáticos-eustáticos a elas contemporâneos.
A distribuição das fácies sedimentares que constituem esta fase de deriva continental e
conspicuamente controlada pela halocinese, resultando numa tectônica de jangada (raft
tectonics) (MAGNAVITA et al., 1999). Na calha (gráben) formada por este processo,
encontram-se depositados sedimentos terciários cortados por falhas sintéticas e
antitéticas que estão sobre uma cicatriz de sal aptiana. Na porção mais a leste, ocorre
uma jangada de carbonatos albianos e turbiditos do Cretáceo Superior, depositados a
partir de uma mudança na fisiografia da bacia devido à movimentação de sal, seguida,
ainda mais a leste, por imensas muralhas de sal, que comprovam o fluxo halocinetico da
plataforma em direção a águas profundas (MAGNAVITA et al., 1999).
Na porção sul da bacia, o Grupo Barra Nova se apresenta mais espesso se comparado à
porção norte, em razão da ocorrência de uma taxa maior de subsidência, e, em parte,
pelo aumento significativo de sedimentos arenosos da Formação São Mateus
intercalados às rochas carbonáticas da Formação Regência. Finalmente, durante o
Mioceno/Plioceno, foram depositados na porção terrestre da bacia os sedimentos
clásticos de leques aluviais da Formação Barreiras.
33
Na Bacia de Jequitinhonha, durante o Paleoceno/Eoceno, houve a intrusão de rochas
ígneo-básicas (composição toleítica a alcalina, conforme MIZUSAKI, 1994) do
Complexo Vulcânico de Royal Charlotte (Formação Abrolhos).
3.3. Sistemas Petrolíferos
Sistema petrolífero é o fundamento para a investigação dos elementos essenciais e
processos que permitem a formação de uma acumulação petrolífera, sendo capaz
também de caracterizar e predizer novas acumulações de petróleo (MAGOON & DOW,
1994). Para o entendimento dos sistemas petrolíferos, tem-se aplicado um enfoque
multidisciplinar, envolvendo geoquímica, sedimentologia, geofísica e microestratigrafia
(MELLO et al., 1994).
A aplicação do conceito de sistemas petrolíferos (MAGOON, 1994), definido no
capítulo 2, forneceu uma nova análise racional da pesquisa petrolífera na formulação de
trapas e prospectos, bem como na avaliação do risco envolvido na exploração. Um
sistema petrolífero inclui todos os seus elementos essenciais (rocha geradora, rocha
reservatório, rocha selo e rochas de sobrecarga) e processos (formação da trapa,
geração, migração e acumulação) necessários para que exista a acumulação de petróleo.
As investigações de um sistema petrolífero envolvem a identificação dos fluidos do
sistema, então a investigação das rochas sedimentares que estão relacionadas a estes
fluidos (MAGOON & DOW, 1994).
O sistema petrolífero Regência Mariricu (!) (nomenclatura explicada no capítulo 2) é
o responsável, até o momento, por todas as ocorrências de hidrocarbonetos nesta bacia
(DPC & ASSOC., 2000). A única ocorrência significativa, relacionada a este sistema
petrolífero, foi descoberta pelo poço 1-BAS-37 (Figura 3.5). Poucos indícios de óleo
foram localizados em poços da porção sul da bacia (e.g., 1-BAS-68, Figura 3.5).
34
Figura 3.5 - Distribuição de poços e ocorrências de hidrocarbonetos na Bacia de
Jequitinhonha (Fonte: BDEP).
3.3.1 Rocha Geradora
As rochas geradoras estão contidas na Formação Regência (Albiano-Cenomaniano) e
incluem os folhelhos ricos em matéria orgânica depositados em ambiente marinho
carbonático anóxico. Estas rochas apresentam teores de COT variando de 2% até 5%, e
um potencial gerador satisfatório com, em média, 7 mgHC/g rocha (GAGLIONE et al.,
1987). Ocorre a dominância do querogênio Tipo II, mostrado pelo índice de hidrogênio
de 500–600 mgHC/gCOT. Também são encontradas rochas geradoras marinhas
potenciais nas Formações Mariricu (Aptiano) e Urucutuca (Cenomaniano-Turoniano),
apesar destas serem pobres em matéria orgânica na região (DPC & ASSOC., 2000).
35
As ocorrências de hidrocarbonetos relacionados à Formação Regência são compostas
por poucos indícios de óleo e uma acumulação subcomercial no poço 1-BAS-37 (grau
API 39,6°) (GAGLIONE et al., 1987). As características geoquímicas revelam uma boa
correlação com os extratos orgânicos dos folhelhos da Formação Regência. As
informações sobre maturidade dos biomarcadores indicam um baixo nível de evolução
termal para este óleo.
3.3.2. Rocha Reservatório, Selo e Trapa
As rochas que servem de reservatórios para os óleos gerados pela Formação Regência
são de idade Aptiana e compostas por depósitos fluviais siliciclásticos do Membro
Mucuri (Formação Mariricu). O selo é composto pelas rochas evaporíticas do Membro
Itaúnas de mesma idade e formação. Os trapas são essencialmente estruturais,
localizados sobre um alto do embasamento onde os reservatórios estão selados pelos
evaporitos (DPC & ASSOC., 2000).
3.3.3. Geração e Migração
A integração de dados de reflectância de vitrinita efetuada por GAGLIONE et al. (1987)
em diversos poços da Bacia de Jequitinhonha indicou que o topo da janela de óleo varia
de 1000 até 1500 metros na parte terrestre ou proximal e encontra-se acima de 3000
metros na parte oceânica distal. À partir desta análise, os folhelhos da Formação
Regência são imaturos em praticamente toda a área plataformal, ficando matura
somente no talude e regiões oceânicas profundas. As possíveis rotas de migração seriam
através das principais falhas e de contatos diretos com as rochas carreadoras da
Formação Mariricu (DPC & ASSOC., 2000).
3.4. Histórico de Exploração
Segundo CÓRDOBA (1990), um extenso baixo gravimétrico de forma elipsoidal e
direção noroeste-sudeste foi detectado na região entre os rios Pardo e Jequitinhonha.
Assim foi descoberta a Bacia de Jequitinhonha, em 1959.
36
As atividades exploratórias na bacia tiveram início em 1966, com a perfuração de poços
estratigráficos em terra, onde o primeiro, denominado 2-SAST-01-BA (Figura 3.5),
perfurou 3618 metros de sedimentos sem encontrar o embasamento (CÓRDOBA,
1990). A partir de 1970, as atividades exploratórias foram direcionadas para a
plataforma continental, com a execução dos primeiros levantamentos sísmicos na região
marítima (CÓRDOBA, 1990). Foram perfurados até o presente cerca de 24 poços
exploratórios, 6 de extensão, 3 estratigráficos e 2 de produção, totalizando 35 poços
(Fonte: BDEP). Os resultados obtidos estão resumidos na Tabela 1. Na figura 3.6 estão
relacionados os blocos licitados nas seis rodadas realizadas pela Agência Nacional de
Petróleo (ANP), que estejam sob concessão.
Tabela 1.1. Resumo da perfuração na Bacia de Jequitinhonha (Fonte: ANP).
Seco com indícios de óleo e gás
1
Seco sem indícios de óleo 23
Produtor subcomercial de óleo 4
Produtor comercial de óleo 1
Extensão produtor de óleo 1
Descobridor de campo de óleo 1
Abandonado por acidente mecânico 4
Total
35
37
Figura 3.6. Blocos sob concessão e campos de produção na bacia de
Jequitinhonha (Fonte: ANP)
38
Capítulo 4
4. A Geoquímica dos Biomarcadores
4.1. O Petróleo
O petróleo é uma mistura sólida, líquida ou gasosa, complexa, de ocorrência natural,
formada predominantemente por hidrocarbonetos e outros compostos orgânicos.
Apresenta, freqüentemente, quantidades significativas de nitrogênio, enxofre e oxigênio,
além de pequenas quantidades de níquel, vanádio e outros elementos (TISSOT &
WELTE, 1984). É uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com
cheiro característico e de odor característico.
A hipótese mais aceita para origem do petróleo é de que este tenha sido gerado a partir
de uma grande variedade de matéria orgânica depositada junto com outros sedimentos
em bacias sedimentares (BARKER, 1984; ELLIOTT & MELCHIOR, 1984; NEIVA,
1983; SPEIGHT, 1991).
A matéria orgânica é constituída por moléculas orgânicas (sob a forma de monômeros
ou polímeros), derivadas direta ou indiretamente da parte orgânica dos organismos,
sendo compostas pelos elementos C - carbono, H - hidrogênio, O - oxigênio, N -
nitrogênio e S - enxofre. Excluem-se: esqueletos, conchas, ossos, espinhos, dentes, etc...
A produção, acumulação e preservação de matéria orgânica não degradada são os pré-
requisitos para a formação de rochas contendo matéria orgânica. Depois de sintetizada
pelos organismos, a matéria orgânica deve ser depositada e preservada nos sedimentos,
para que, em função de eventos geológicos posteriores, vir a se transformar em petróleo,
ou, dependendo do tipo de matéria orgânica, carvão.
Após milhões de anos, por um processo de diagênese, catagênese e metagênese, essa
matéria orgânica sedimentada teria se convertido em petróleo (BÉHAR &
VANDERBROUCKE, 1986; ELLIOTT & MELCHIOR, 1984; SPEIGHT, 1991)
(figura 4.1).
39
Figura 4.1. Estágios de evolução da matéria orgânica em petróleo (óleo e gás) (TISSOT
& WELTE, 1984).
Na diagênese ocorrem mudanças físicas, químicas e microbiológicas que atuam durante
a deposição e a poucos metros de soterramento, a baixas temperatura e pressão.
Durante este processo, microorganismos e sistemas de enzimas associados degradam
parcialmente os biopolímeros, ocorrendo a formação e incorporação de geopolímeros
insolúveis de alto peso molecular (querogênio).
Ao final deste processo, o principal hidrocarboneto formado é o metano de origem
bioquímica e uma pequena porcentagem de hidrocarbonetos singenéticos, isto é,
hidrocarbonetos depositados como tal durante os processos sedimentares. As rochas
matrizes, rochas que contém a matéria orgânica, são consideradas imaturas.
A catagênese é caracterizada pela degradação térmica do querogênio e a formação do
petróleo, a temperaturas de 60-150 °C, através de reações de craqueamento
termocatalítico, descarboxilação e desproporcionamento. Esta zona matura também é
denominada de “janela de geração de óleo”, ou simplesmente “janela de óleo”.
A transformação do querogênio em hidrocarbonetos é um processo termoquímico. A
partir de determinada profundidade será notado um aumento cada vez maior dos
hidrocarbonetos líquidos, à medida que o gás metanol se enriquece em outros
hidrocarbonetos gasosos (metano, etano, propano e butano). Após atingir um máximo,
40
os hidrocarbonetos líquidos passam a ser cada vez mais escassos, até que se atinge uma
profundidade onde a porcentagem relativa desses hidrocarbonetos se aproxima de zero.
A quantidade relativa de gás aumentará continuamente e sua composição se tornará
cada vez mais simples, tendendo a metano puro.
A metagênese consiste no último estágio do processo evolutivo dos sedimentos, antes
do início do metamorfismo, onde as rochas são expostas às influências do magma e dos
efeitos hidrotermais, além de elevadas temperatura e pressão. Neste estágio final de
transformação do querogênio e do óleo, produz-se gás natural, principalmente na forma
de metano, o hidrocarboneto termicamente mais estável, e o carbono residual (TISSOT
& WELTE, 1984).
Na zona senil apenas hidrocarbonetos gasosos subsistem, pois os mais pesados,
formados anteriormente, são craqueados. É nesta etapa que a concentração dos
biomarcadores é drasticamente reduzida ou completamente destruída. Esta zona é
chamada de “janela de exclusiva geração de gás seco”.
A composição total do petróleo pode ser definida pela presença de quatro grupos de
compostos (TISSOT & WELTE, 1984): hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos
aromáticos, resinas e asfaltenos.
Os hidrocarbonetos saturados são compostos orgânicos que apresentam em sua estrutura
carbono e hidrogênio cujas ligações C-C são simples. Estes compostos podem ser
lineares, a exemplo dos n-alcanos, ramificados, a exemplo dos isoprenóides (pristano e
fitano) (figura 4.2) e cíclicos, a exemplo dos terpanos e esteranos.
41
Figura 4.2 - Estruturas dos isoprenóides pristano (iC
19
) e fitano (iC
20
).
Dentre os principais componentes do petróleo, o mais investigado é a classe dos
hidrocarbonetos saturados, onde existem grupos de moléculas denominadas
biomarcadores (esteranos e terpanos), que são objetos de principal estudo desta
dissertação e serão abordados em detalhe ainda neste capítulo.
Os hidrocarbonetos aromáticos são compostos orgânicos que apresentam em sua
estrutura anéis com seis átomos de carbono com ligações C-C do tipo simples e duplas
dispostas em ressonância. O composto mais simples desta classe é o benzeno, que
apresenta uma considerável estabilidade devido ao fenômeno de ressonância, o que
dificulta a saturação de suas ligações químicas.
Os anéis benzênicos podem juntar-se a outros anéis formando hidrocarbonetos
polinucleares, podem juntar-se a cicloalcanos formando hidrocarbonetos
cicloaromáticos e a hidrocarbonetos saturados de cadeias lineares formando os
alquilaromáticos. (Figura 4.3).
Pristano (iC
19
)
Fitano (iC
20
)
42
Figura 4.3 - Estruturas dos hidrocarbonetos aromáticos dimetilfenantreno (C
16
H
14
) e
metilciclopentanofenantreno (C
18
H
16
).
O grupo dos hidrocarbonetos aromáticos compreende o segundo grupo mais importante
presente no petróleo. A concentração destes compostos varia de 20 a 40% do peso total
da amostra (TISSOT & WELTE, 1984).
O grupo da resina e asfalteno podem variar de 0 a 40% em óleos não degradados. A
concentração destes compostos é elevada em óleos imaturos, porém tende a diminuir à
medida que aumenta a subsidência e conseqüentemente o craqueamento dos
hidrocarbonetos. Em óleos pesados, oriundos de alterações por ação bacteriana,
lixiviação e oxidação, apresentam concentração que variam de 25 a 60%, devido à
eliminação ou degradação de hidrocarbonetos de menor peso molecular. A presença
abundante de resinas e asfaltenos em óleos resultam na alteração de suas propriedades
físico-químicas como a densidade específica (grau API) e a viscosidade (TISSOT &
WELTE, 1984).
4.1.1. Alterações na composição química do petróleo
A composição química do petróleo depende de diversos fatores, por exemplo: o tipo de
matéria orgânica que o gerou, oxidação e outros processos diagenéticos que ocorrem no
ambiente deposicional, a natureza da migração entre a geradora e o reservatório e as
transformações dentro do reservatório.
Dimetilfenantreno (C
16
H
14
)
Metilciclopentanofenantreno (C
18
H
16
)
43
A composição do petróleo pode ser alterada por processos físico-químicos. Como
exemplo de alteração por processo físico tem-se a perda de compostos mais leves por
difusão ou a adição de novos compostos devido à migração; por processos químicos
tem-se a maturação térmica e a biodegradação. Esses dois processos podem ocorrer
simultaneamente (TISSOT & WELTE, 1984).
As alterações no reservatório podem afetar de tal forma a composição química do
petróleo que suas características originais herdadas da rocha fonte podem ser
modificadas impedindo que estudos de correlação geoquímica do tipo óleo-rocha ou
óleo-óleo não sejam mais possíveis ou confiáveis. Essa alteração pode chegar ao nível
de comprometer a qualidade e o valor econômico do petróleo.
4.2. Principais Biomarcadores
Biomarcadores ou marcadores biológicos são compostos orgânicos presentes em
materiais geológicos (petróleos, rochas sedimentares e carvões), cujas estruturas
sofreram pouca ou nenhuma alteração em relação às estruturas das substâncias
orgânicas presentes na membrana celular dos organismos vivos (procarióticos e
eucarióticos) que lhes deram origem (PHILP, 1985).
São usados para correlações óleo-óleo e óleo-rocha geradora, para reconstituição dos
ambientes deposicionais indicadores da diagênese e catagênese, e também na
caracterização de alteração do óleo por biodegradação.
Os biomarcadores podem ser hidrocarbonetos (saturados, insaturados e aromáticos) ou
compostos funcionais (alcoóis, ácido, cetona, ésteres, etc...) ou podem conter outros
heteroátomos (N e S). Durante o aumento da profundidade de soterramento, reações
diagenéticas tendem a converter os biomarcadores com grupos funcionais e insaturados
para hidrocarbonetos saturados e aromáticos.
Os hidrocarbonetos que são caracterizados como os melhores marcadores biológicos são
aqueles que possuem esqueleto esteróide, terpenóide e isoprenóide intacto (SEIFERT,
1975).
44
Embora representem apenas uma pequena fração do petróleo e da matéria orgânica
presentes no sedimento, os biomarcadores são de grande importância para a geoquímica
aplicada à exploração do petróleo, principalmente porque são altamente resistentes ao
processo de biodegradação. Finalmente, proporcionam a possibilidade de compreender
melhor a cinética da geração do petróleo e a história termal das bacias sedimentares
(HUNT, 1996).
4.2.1. Esteranos
Os esteranos e outros hidrocarbonetos esteroídes (esterenos, diasterenos, e diasteranos)
são derivados de esteróis, ou cetonas esteroidais, sendo originados de vegetais terrestres
superiores e algas. São derivados diageneticamente dos esteróis em organismos
eucariotes, principalmente plâncton e, em menor extensão, em vegetais superiores
(SEIFERT & MOLDOWAN, 1986; VOLKMAN, 1986; DE LEEUW & BASS, 1986).
Estes biomarcadores são menos resistentes à degradação bacteriana frente aos hopanos
(PETERS & MOLDOWAN, 1993; PETERS et al., 1996). A estrutura molecular dos
esteranos é mostradas na figura 4.4.
Figura 4.4 – Estrutura dos esteranos identificados pelo fragmentograma do íon m/z 217.
Os principais precursores dos C
27
, C
28
, C
29
e C
30
esteranos foram identificados em
inúmeros organismos fotossintéticos, embora componentes de menor peso molecular
(C
21
-C
22
) também ocorram. Durante a diagênese, estes esteróides transformam-se nos
esteranos regulares, os esteranos rearranjados ou diasteranos e os 4-metil-esteranos
muito comuns em rochas sedimentares e petróleos. Apresentam oito centros quirais,
R
m/z 217
45
sendo um a mais na posição C
24
para os homólogos C
28
e C
29
esteranos. Os isômeros
mais abundantes são 5α(H), 14α(H), 17α(H) e 5α(H), 14β(H), 17β(H) 20S e 20R
(HUNT, 1996; PETERS & MOLDOWAN, 1993).
A figura 4.5 mostra os compostos C
27
a C
30
chamados de colestano, ergostano, sitostano
e 24-n-propil-colestano, respectivamente. O compostos C
27
a C
29
, em outros casos, são
denominados como sendo homólogos do colestano: colestano, 24-metilcolestano e 24-
etilcolestano, respectivamente (WAPLES & MACHIHARA, 1991).
Figura 4.5 - Estruturas de esteranos de C
27
a C
30
(WAPLES & MACHIHARA, 1991;
PETERS et al., 2005).
H
H
H
Colestano (C
27
)
H
H
H
Ergostano (C
28
)
H
H
H
Sitostano (C
29
)
H
H
H
24-n-propil-colestano (C
30
)
46
Os componentes dominantes dos esteróides são C
27
, C
28
e C
29
, podendo ocorrer uma
variação de C
18
a C
31
. Os componentes em C
27
e C
28
dominam entre os esteróides do
plancton marinho, enquanto que os esteróis em C
27
e C
29
predominam em vegetais
terrestres superiores e animais. Esta tendência geral na distribuição dos esteróis
conduziu HUANG & MEINSCHEIN (1979) a proporem o uso dos esteróis em C
27
como indicador plantônico, ou seja, a predominância destes componentes é
característico de matéria orgânica de origem marinha, e esteróis em C
29
como indicador
de vegetais superiores.
Diasteranos (figura 4.6), ou esteranos rearranjados, são produtos de um rearranjo
molecular dos diasterenos correspondentes. Primeiro ocorre a conversão dos esteróides
a diasterenos durante a diagênese por meio de reações catalisadas por sítios ácidos
presentes em argilas. Por último, os diasterenos são reduzidos a diasteranos de isomeria
13β,17α(H)20S e 20R e 13α,17β(H)20S e 20R (PETERS & MOLDOWAN, 1993).
Figura 4.6 - Estrutura molecular dos diasteranos
O significado como biomarcador de fonte desses compostos deve estar mais nas
características da matriz inorgânicas dos sedimentos, do que nas características da fonte
de aporte orgânico (SEIFERT & MOLDOWAN, 1981). Estes compostos são mais
estáveis em relação aos esteranos regulares, portanto são mais resistentes aos processos
de biodegradação e craqueamento térmico.
R
47
A razão diasteranos/esteranos regulares é utilizada como indicador de maturação
térmica e de ambiente deposicional. Assim, baixos valores para a razão
diasteranos/esteranos regulares são referentes a óleos de origem carbonática. Entretanto,
esta razão também pode refletir o grau de biodegradação devido a uma maior
estabilidade dos diasteranos em relação às demais classes de biomarcadores (PETERS
& MOLDOWAN, 1993).
Litologias como folhelhos geralmente tem maior disponibilidade de argilominerais
ácidicos para catalizar, num processo de rearranjo, os esterenos do que carbonatos.
Sendo assim, carbonatos e matéria orgânica de fonte hipersalina teriam quantidades
menores de diasteranos do que ambientes deposicionais ricos em folhelhos (lacustre,
marinho e deltáico). Muitos exemplos de sedimentos e óleos contendo pequenas
quantidades de diasteranos tem sido observado em amostras de ambientes hipersalinos e
marinho carbonático.
Os diasteranos podem ser aplicados como marcadores biológicos indicadores de
ambientes deposicionais onde somente pequenas quantidades de argilominerais estão
disponíveis como em ambientes marinho carbonático e hipersalino.
Os 4-metilesteranos (figura 4.7) são os esteranos com um grupo metil substituído no C
4
e tem sido objeto de diversos trabalhos (WOLFF et al., 1986a e 1986b), principalmente
ao seu potencial como biomarcador de fonte. O 4-metilesterano ocorre em quase todos
os sedimentos antigos e petróleos, embora ele seja menos abundante do que o 4-
desmetilesterano. Eles são geralmente encontrados na faixa entre C
28
e C
30
, com
configurações 4α e 4β, embora também estejam presentes nos componentes de baixo
peso molecular (C
22
e C
23
) (TEN HAVEN et al., 1985).
48
Figura 4.7 - Estrutura molecular dos 4-metilesteranos
4.2.2. Terpanos
Terpanos são os hidrocarbonetos cíclicos saturados, cujos os precursores são derivados
de organismos procariontes (OURISSON et al., 1982). Eles podem ser divididos em três
grupos principais: tricíclicos, tetracíclicos e pentacíclicos.
4.2.1. Terpanos Tricíclicos
Terpanos tricíclicos são compostos amplamente distribuídos em óleos e extratos de
rochas geradoras de origem marinha e lacustre (ALBERDI et al., 2001). Inicialmente, a
série homóloga estendeu-se de C
19
a C
30
e foi identificada por AQUINO NETO et al.
(1983) em quarenta amostras de óleos e extratos de sedimentos abrangendo do Jurássico
ao Terciário de diferentes países. Alguns anos depois, MOLDOWAN & SEIFERT
(1983) identificaram a série homóloga dos terpanos tricíclicos que estendeu-se até C
45
.
Estudo posterior mostrou que a série homóloga dos terpanos tricíclicos pode se estender
até C
54
em óleos gerados a partir de matéria orgânica depositada em ambientes de
salinidade normal, a exemplo dos ambientes lacustres salinos e marinhos (DE
GRANDE et al., 1993) (figura 4.8).
R
49
Figura 4.8 – Estrutura do terpano tricíclico C
20
identificado pelo fragmentograma do íon
m/z 191 (GREENWOOD et al., 2000; AQUINO NETO et al., 1982).
Foram observados em alguns óleos levemente biodegradados e não-biodegradados, os
terpanos tricíclicos desmetilados, entretanto não se sabe como foram originados, ou
seja, se são formados ainda na rocha geradora ou se são produtos da alteração
microbiana dos terpanos tricíclicos no reservatório (ALBERDI et al., 2001; HOWELL
et al., 1984; PETERS et al., 1996; PETERS, 2000).
Segundo OURISSON et al. (1982), evidências de que eles sejam derivados
biogeneticamente dos precursores bacterianos poliprenóides, preditos como importantes
constituintes da membrana celular de organismos procariotas.
Os terpanos tricíclicos são utilizados na correlação óleo-óleo, óleo-rocha geradora
(GREENWOOD et al., 2000; SEIFERT & MOLDOWAN, 1979 e 1986; SEIFERT,
1979), na avaliação da extensão de maturação térmica (AQUINO NETO et al., 1983) e
do grau de biodegradação (ALBERDI et al., 2001; PETERS & MOLDOWAN, 1993;
PETERS, 2000). Devido à sua grande resistência à degradação bacteriana, estes
compostos são utilizados na correlação de óleos intensamente biodegradados
(CONNAN et al., 1980; SEIFERT et al., 1984).
A aplicação destes biomarcadores como indicadores de fonte do aporte orgânico
representado pela razão dos terpanos tricíclicos/hopanos foi proposta como um
parâmetro de correlação pois que sua interpretação principal representa melhor em sua
abundância do que em seu padrão de distribuição (SEIFERT & MOLDOWAN, 1981).
R
m/z 191
50
4.2.2. Terpanos Tetracíclicos
Terpanos tetracíclicos variam numa faixa de C
24
a C
27
e são identificados em
fragmentogramas de massas de razão carga/massa (m/z) 191. Estes compostos foram
encontrados em muitas amostras de óleos de origem deltaica (AQUINO NETO et al.,
1983; HUNT, 1996) (figura 4.9).
Figura 4.9 - Estrutura do terpano tetracíclico C
24
identificado pelo fragmentograma do
íon m/z 191 (GREENWOOD et al., 2000; AQUINO NETO et al., 1982).
PHILP (1985) observou uma alta abundância relativa de C
24
-terpanos tetracíclicos na
maioria dos óleos e extratos de rochas da Austrália. Segundo o autor, os terpanos
tetracíclicos são produtos da degradação térmica e bacteriana dos C
30
-terpanos
pentacíclicos, a partir da ruptura do anel E. Sua ocorrência em ambientes deposicionais
lacustre/não-marinhos, sugere que eles possam talvez surgir de precursores em
organismos terrestres, embora uma origem bacteriana não possa ser descartada
(BRASSELL et al., 1983). Por outro lado, altas abundâncias relativas do terpano
tetracíclico C
24
também são encontradas em ambientes deposicionais marinhos
carbonáticos e evaporíticos (PALACAS et al., 1984; CONNAN et al., 1986; CONNAN
& DESSORT,1987; CLARK & PHILP, 1989; AQUINO NETO et al.,1983).
R
m/z 191
51
4.2.3. Terpanos Pentacíclicos
Os terpanos pentacíclicos podem ser divididos em quatro subgrupos distintos: hopanos;
28,30-bisnorhopano e 25, 28, 30-trisnorhopano; gamacerano e 18α(H)-oleanano.
Os hopanos são os mais comuns e bem estudados terpenóides cíclicos presentes em
sedimentos ricos em matéria orgânica e petróleos. Têm como principal precursor o
bacteriohopanotetrol, composto constituinte da membrana celular de organismos
procarióticos, mais precisamente, de bactérias e cianobactérias (PETERS &
MOLDOWAN, 1993).
Os hopanos ocorrem principalmente em três formas distintas com relação à
estereoquímica: 17α(H),21β(H)-, 17β(H),21β(H)- e 17β(H),21α(H)-hopanos, sendo este
último conhecido como moretano. Os hopanos de configuração 17α(H),21β(H) C
27
–C
35
são encontrados em petróleos (material fóssil) por serem termodinamicamente mais
estáveis quando comparados às configurações 17β(H),21β(H), característicos de
organismos vivos e 17β(H),21α(H), dos moretanos (PETERS & MOLDOWAN, 1993).
A série homóloga dos hopanos, os homohopanos, estende-se de C
31
a C
35
, e seus
compostos apresentam um centro quiral na posição C
22
. Assim, a partir do homólogo
C
31
, pode-se observar no cromatograma de massas m/z 191 um dublete para cada
homohopano referente aos diastereoisomêros 22S e 22R (PETERS et al., 1996;
ROHMER et al., 1992).
A fragmentação dos hopanóides pode ocorrer por dois íons distintos: o m/z 191 e o m/z
148. O primeiro íon é formado pela clivagem do anel C incluindo os anéis A e B da
molécula. O segundo fragmento, o íon m/z 148 + R, baseado nos anéis D e E (figura
4.10), onde o R se refere a massa da cadeia lateral R. Assim, a relação m/z do íon
dependerá do número de átomos de carbono do radical R.
52
Figura 4.10 - Estrutura dos hopanóides identificados pelo fragmentograma do íon m/z
191 e o íon m/z 148 + R. (R=H, CH
3
, C
2
H
5
,...)
Hopanos desmetilados (17α(H),21β(H)-25-norhopanos) são compostos picos de óleos
biodegradados, e resultam da remoção do grupo metila na posição C
10
dos hopanos por
ação das bactérias. A ocorrência destes compostos no petróleo é utilizada como
indicativo de biodegradação severa no reservatório e mistura de óleos, quando ocorre a
presença do 25-norhopano juntamente com outros compcorcoccr(a)3.74p74(o)-0.295585(m)-2.454( )-10.1522(r)2.80439(e-0.295585(r)292o)30.341(c)3.74(o)-0.2 à.295585(c)3439(r)-7.( )-330os
biodgraad58(6590561(r)2.80558(65905[(b)-0.x2.16436(u)-0.2955(ã)3.74(o)-10.3015( )-7 0 Td[(s)-1.2312( )-0.14658(6590574(g)9.71093(r)-7.2009(a)3.74(d)-0.14658(65905(n)-0.264058.12 547.64a47.106 0 Td[(s)-[(i)-2.16558(.1761(h)-0.295585(o)-0.295585(p)-0.2958(65956916( )-0.14P)-4.331195585(0)-0.29T85(0)-0.29585(0)-0.296571(R)-3.3S)-4.331195)3439(r)-/R6(e 0 0 1261419585(r)2.80439(i)585(m)-2.45.2958(65956a0.3015( )-7 0.740.999418 0 0 123.413585(r)2.8 589.04 Tm[,71(+)3.66.2958(65956-2.16436(z)-6.26346( )256.26346( )256.26346( )25;85(m)-2.45.2958(65956VTf0.9994OTf0.9994L)15(0)(g)K)-8.43.74(M558552434-12.1719994N2.1719994)3439(r)-/R6(e 0 0 1115(70585(r)2.80439(i)585(m)-2.45.2958(65956a0.3015( )-3 0.740.999418 0 0 123.413585(r)2.8 589.04 Tm[,71(+)3.66.2439(r)-75( )527m)-2.46239(/)-2.16436 Td92.16436 Td82.16436 Td32.16436 Td1 0 0 1 558(é)3.75585436(ó)-.7424412 Tf0BT/R7 121465O1())2.80u2.16436 Td47593(-)2.80561( )50]TJ-173.14)3.74(d)-0.1465764367 )-70.1879(s)-1.2312(ã)3.74(o)-10.3015( )-70.1879(c)3.74(o)-0)-0.147593(-)2.8(r)-7.2009(a)3.74(d)-0.1465764367 3.74(o)-9558u9920.2953o)(a)3.74(m)5764367 .16558(u)-0.2955852.45873( )-50.177c4.2659(g)-0.2955(ã)3.74(o)-(m)5764360.295585(a)3.74(n)-0.295585(ó)-85( )-330.343(j)-23.74(o)-0.295585(s)-1.23(a)3.74(m)57643662.16558(lm[85(r)2.80561(a)3.74:85(m)-2.45.29576436621.2312( )-0.1465764367 -2.16436(z)-861(H)1.57442())2.80561(,)-0.147735364 538287.48 Tm500]TJ/R56 12 Tf0.99941 0 035 )52538287.48 T[6916( )-0.14 Tf0.99941 016558(738.12 547.64 Tm[(()-7. Tm[(()-7.(5)Tj/R7 122.26346( )256.26346( )25(5)Tj/R7 123.26346( )250.74(o)-9558.12 547.64585(m)-2.45995( )-330585(r)2.80530.358(lm[80518(-)2.80439(2)-0.295585(5)-10.n585(s)-1.23(a)3.74439(2)-0.295.1761(d)-0.295585(o)9.71032(s)-( )-3a.80439(r)2.804390.2955853 0 99330.341(c)3.74.60(e)3.74244(o)-()Tj/R9T85(0)-0.29)3.74(d)-0.1 0 0 1 5295585(a)3.74(d151(a3250]TJ-173.144(d151(a325-2.16436(z)-85(s)-11.2359( )-70.1891(()-7.200133214.36142848 Tm500]TJ/R56 12 Tf0.99941 0 0139(o).36142848 T[.74(d)-0.29552 Tf0.99941 0 0 1258.12 543( ) Tm[(()-7. Tm[(()-7.(5)Tj/7.64 Tm[(()2.806.26346( )25(5)Tj/7.64 3.26346( )250.74(o)-9558.1d)-0.295547593(-)2.80561( )-101.2312( )25)3.74(d)-0.585( )-330.343(2)-0.295585(5)-0.295187(-)2.80561(n)-0.295585()2.80439(e)3.74(4(v)-10.3015(e)3.74(r)-7.20151(a)3916( )-0.14T85(0)-0.29(ã)3.74(o)-.295585(a)3.74151(a)3(a)3.74(m)151(a)3(e)3.74(r)-7.2095585(s)-2.16436(z)-861(H)1.57442())2.80561(,)-0.1477335175336142848 Tm500]TJ/R56 12 Tf0.99941 0 0176156 36142848 T[.74(( )-0.14 Tf0.99941 016558(738.12 547.64 Tm[(()-7.8.26346( )25(5)Tj/R7 123.26346( )250.74(o)-9558.12 547.64.295585( )-50.1771(.80530.341(c)380518(-)2.80439(2)-0.295585(5)-10.3011(-)2.80439(n)-0.295585(o)-0.295585(r)2.80561(h)-0.295585(o)-0.295151(a)3916( )-0.14P)-4.331195585(0)-0.29T85(0)-0.29585(0)-0.296571(R)-3.3S)-4.32-0.295439(r)-7.27.19)-0.293142(o)-&)7.54 8.014659)-019(M558552-3.3O)-8.43.884L)15(0)(g)D Tf0.999O Tf0.999W4.2656.74(12.1715(a)N2.1715(a)295585(a)3.74(d59)-019(-2.16436(z)-6.26346( )256.26346( )2535(o)-0.295.295585683558(é)3.74(r)2.859)-019(O Tf0.999)3.74(d)-0.14659)-019()-70.1879(s)-1.2312(ã)3.74(o)-10.3015( )-70.1879(c)3.74(o)-0.295585(m)-2.45995(p)-0.295585(o)-0.295559)-0189T85(0)-0.29)3.74(-0.295559)-0189(a)3.74(m)59)-0189T85(0)24695(ã)3.74(o)-(m)59)-0189916( )-0.14.295585(e)3.74(n)-0.25995(e)3.7.1761(m)-2.459 s gurrza os ooegra-0.295559 zada cmo
i0]TJ-278.6843(2)-0.295585(5)-0.29
53
Figura 4.11. Estruturas moleculares dos compostos Ts (18α(H)-22,29,30-
trisnorneohopano) e Tm (17α(H)-22,29,30-trisnorhopano).
A isomerização na posição C
22
nos hopanos em C
31
a C
35
como uma função da evolução
térmica foi indicada por ENSMINGER et al. (1974). A proporção de 22S/22R+22S
aumenta a valores superiores a 60% com a elevação da evolução térmica, alcançando
este valor antes do pico de geração de óleo.
As estruturas dominantes de hopanóides em muitos sedimentos imaturos são
normalmente 17β(H), 21β(H), contudo, os αβ hopanos (22R) em C
31
e os hopanóides
em C
32
têm sido reconhecidos nos estágios iniciais da diagênese. A estabilidade
aumenta a seqüência 17β(H), 21β(H); 17β(H), 21α(H); 17α(H), 21β(H); com 17α(H),
21β(H) sendo a forma mais estável no petróleo e em rochas geradoras maturas. A razão
de αβ hopanos para βα moretanos mais αβ hopanos (αβ/βα + αβ) em C
30
pode elevar-
se até 90-100% no início da geração de óleo.
O gamacerano (figura 4.12) é um terpano pentacíclico de estrutura não-hopanóide com
uma distribuição menor que a dos hopanos. MOLDOWAN et al. (1985) estabeleceram
que o gamacerano não pode ser usado para distinguir amostras marinhas das não-
marinhas, uma vez que ocorre em rios ambientes diferentes. Tal evidência sugere a
possibilidade de uma origem bacteriana para o gamacerano. Portanto, a sua importância
como biomarcador reside mais em sua abundância, do que em sua simples presença.
Assim, o gamacerano pode ser um bom indicador de salinidade no ambiente
54
deposicional, sendo um biomarcador diagnóstico para episódios hipersalinos da
sedimentação (MOLDOWAN et al., 1985; TEN HAVEN et al. 1989).
Figura 4.12 - Estrutura molecular do Gamacerano.
O terpano pentacíclico 18α(H)-oleanano (figura 4.13), também de estrutura não-
hopanóide, parece ser um dos mais utilizados e exatos marcadores biológicos para
caracterizar o aporte de vegetais terrestres superiores, uma vez que tem seus precursores
presentes em plantas da família dos angiospermas (MOLDOWAN et al., 1994)
Figura 4.13 - Estrutura molecular do Oleanano.
55
4.3. Efeitos da Origem sobre os Biomarcadores
Os biomarcadores teem sido muito usados nos últimos anos na caracterização de
ambientes deposicionais das rochas geradoras de petróleo. As razões de biomarcadores,
quando comparadas com outros parâmetros, o bastante úteis na descrição da rocha
geradora mesmo quando somente as amostras de óleo estão disponíveis (PETERS et al.,
2005). Os terpanos e esteranos são compostos bastante utilizados nestas caracterizações,
quando juntos, podem fornecer informações importantes sobre os ambientes
deposicionais (WAPLES e MACHIHARA, 1991).
Os parâmetros moleculares mais usados na caracterização de ambientes deposicionais
são:
- Razão P/F
Os isoprenóides regulares iC
19
(pristano) e iC
20
(fitano) são os componentes mais
conhecidos e geralmente mais abundantes em sedimentos e rochas sedimentares ricos
em matéria e óleos.
A abundância relativa da razão P/F pode indicar o ambiente deposicional e o tipo de
matéria orgânica (BROOKS et al., 1969; POWELL & MCKIRDY, 1973; DIDYK et al.,
1978). BROOKS et al. (1969) sugeriram que variações na razão P/F poderia indicar
flutuações no processo de oxidação durante os estágios iniciais de decomposição da
clorofila, com altas razões P/F indicando um ambiente terrestre oxidante e baixas razões
podendo ser indicativa de matéria orgânica marinha de ambiente redutor. DIDYK et al.
(1978) propuseram uma relação direta entre a razão P/F e a oxicidade do ambiente
deposicional. Valores de razão P/F menores que 1 (Pr/Fi<1) indicariam deposição
anóxica, particularmente quando acompanhadas pela alta quantidade de porfirina e de
enxofre. Já a razão P/F maior que 1 (Pr/Fi >1) indicaria ambiente de deposição óxico.
Em estudos de bacias sedimentares da margem continental brasileira, alguns autores
propuseram que em ambientes de água doce e salinos (lacustre de água doce, salino e
marinho aberto) ocorre a predominância do pristano, com razão P/F maior que 1. Já em
ambientes marinhos carbonáticos e hipersalinos, ocorre a predominância de fitano, com
razão P/F menor que 1 (MELLO et al., 1988; MELLO & MAXWELL, 1990). Segundo
56
PETERS et al. (2005), os valores desta razão normalmente se encontram na faixa entre
0,8 e 3,0, sendo que para ambientes óxicos característicos de matéria orgânica terrestre a
razão P/F é maior que 3,0, enquanto que para ambientes anóxicos, comumente
hipersalinos ou carbonáticos, a razão P/F é menor que 0,8.
A razão P/F também varia com o aumento da evolução térmica, ou seja, os valores
devem aumentar para a principal zona de geração de óleo e, em seguida, diminuir.
CONNAN (1974) também indicou que a evolução térmica permite a preservação de
pristano sobre fitano, sugerindo que a razão P/F aumente com a maturação.
Recentemente, TEN HAVEN et al., 1987 e MELLO et al., 1988 sugeriram que a razão
P/F refletiria, provavelmente, a relação entre seus precursores (archaebactéria para
fitano, de acordo com RISATTI et al. (1984), tocopherols para pristano, segundo
GOOSSENS et al., 1984 e, de acordo com BROOKS et al., 1969, fitol para ambos) e a
química do ambiente (salinidade da água e alcalinidade), melhor que simplesmente as
condições óxicas/anóxicas de sedimentação, como proposto por BROOKS et al., 1969 e
DIDYK et al., 1978.
-
Razão P/nC
17
Lijimback (1975) introduziu a razão P/nC
17
em óleos brutos como indicador de
ambientes deposicionais de uma rocha geradora, baseado no fato de que o fitol está
mineralizado com CO
2
e H
2
O em ambientes de abundante atividade bacteriana,
produzindo muito pouca quantidade de pristano e fitano. Em ambientes onde a atividade
bacteriana é extremamente reduzida, condições pantanosas, permite que o fitol seja
convertido principalmente em pristano. Quando a razão é maior que 1, o ambiente
deposicional da rocha geradora deveria ser relacionado à condições de turfeira e quando
a razão é menor que 1, o ambiente de deposição estaria relacionado a uma alternância de
condições pantanosas e de água exposta. DIDYK et al. (1978), observaram que em
paleoambientes deposicionais com uma alta contribuição de vegetais superiores, uma
quantidade baixa de n-heptadecano deveria ser esperado, em contraste a um
paleoambiente verdadeiramente marinho.
57
-
Razão Hop/Est
Nesta razão, os esteranos regulares compreendem os compostos C
27
5α(H),14α(H),17α(H)-colestano (20S+20R) e o hopano compreende o C
30
58
-
Razão Dia/Est
A razão Dia/Est é frequentemente usada para diferenciar petróleos de origem
carbonática e de origem siliciclástica (MELLO et al., 1988)., que os diasteranos são
formados facilmente em sedimentos clásticos. Baixos valores desta razão indicam
matéria orgânica anóxica pobre em material argiloso, rocha carbonática ou hipersalina.
altos valores, são picos de rochas geradoras ricas em argila, como por exemplo,
ambientes lacustres e marinhos deltáico. No entanto, alguns estudos mostraram o oposto
a esta afirmação, uma vez que altos valores da razão Dia/Est foram encontrados em
extratos de rochas carbonáticas (MOLDOWAN et al., 1991).
Além da origem, esta razão também é influenciada pelo potencial de oxi-redução
(MOLDOWAN et al., 1986), pela maturação e/ou biodegradação (SEIFERT &
MOLDOWAN, 1978). Em óleos biodegradados a razão Dia/Est apresenta valores
elevados devido à degradação preferencial dos esteranos regulares em relação aos
diasteranos (CONNAN, 1984; PETERS & MOLDOWAN, 1993; SEIFERT &
MOLDOWAN, 1979). De acordo com a seqüência de níveis de biodegradação proposta
por PETERS & MOLDOWAN (1993), pode-se observar a degradação completa dos
C
27
-C
29
esteranos regulares antes do início da degradação dos diasteranos frente ao
processo de biodegradação severa. Assim, esta razão é útil para diferenciar condições
deposicionais quando as amostras apresentam níveis de maturação e de biodegradação
similares (PETERS et al., 2005).
- Razão n-alcanos ímpares/pares (CPI)
Este parâmetro caracteriza a quantidade de matéria orgânica depositada e é determinado
pelo grau de parafinicidade que um óleo apresenta. Na figura 4.14 está representada a
equação de CPI usada para determinar a predominância de n-parafinas ímpares ou
pares (PETER & MALDOWAN, 2003).
59
CPI ={[(C
25
+C
27
+C
29
+C
31
+C
33
)/(C
26
+C
28
+C
30
+C
32
+C
34
)] + [(C
25
+C
27
+C
29
+C
31
+C
33
)/
(C
24
+C
26
+C
28
+C
30
+C
32
)]/2}
Figura 4.14. Equação de CPI (PETER & MALDOWAN, 2003)
Uma preferência por n-parafinas ímpares de elevada massa molecular por
descarboxilação de ácidos graxos pelas n-parafinas pares presentes nas plantas terrestres
indicam deposição de matéria orgânica terrestre. a predominância das n-parafinas
pares indica uma redução direta dos ácidos graxos em ambiente extremamente anóxico,
redutor e hipersalino (COOPER & BRAY, 1963; KVENVOLDEN, 1967;
MOLDOWAN et al., 1985). A partir disso, alguns autores afirmam que é possível
distinguir óleos marinhos carbonáticos (CPI normalmente menor que 1) de óleos não-
marinhos (CPI normalmente maior que 1; MOLDOWAN et al., 1985). Em estudos nas
bacias da margem brasileira MELLO et al. (1988a) mostraram que óleos lacustres
apresentam predominância de n-parafinas ímpares sobre as pares (CPI>1) enquanto os
óleos marinhos apresentam predominância de n-parafinas pares sobre as ímpares
(CPI<1). No entanto vale lembrar que essas diferenças desaparecem com a maturação.
-
Correlação entre os Esteranos Regulares C
27
, C
28
e C
29
O método mais comum para correlacionar os esteranos regulares C
27
, C
28
e C
29
é a
utilização do diagrama triangular proposto por HUANG & MEINSCHEIN (1979)
(figura 4.15), o qual utiliza as proporções relativas destes compostos para distinguir
grupos de óleos de diferentes rochas geradoras ou diferentes cies orgânicas da mesma
rocha geradora.
HUANG & MEINSCHEIN (1979), propuseram também que a predominância dos C
29
esteranos indicariam contribuição terrestre, dos C
27
esteranos indicariam maior
contribuição de fitoplâncton marinho e dos C
28
esteranos, quando em maior proporção,
indicariam maior contribuição de algas lacustres. Apesar de muito utilizado, deve-se
60
tomar cuidado ao aplicar este parâmetro. VOLKMAN (1986), por exemplo, demostrou
que esteróis em C
29
ocorrem em alta abudância relativa em certas algas marinhas.
Figura 4.15. Diagrama triangular mostrando a interpretação dos ambientes através da
distribuição dos esteranos, adaptado do original de HUANG & MEINSCHEIN (1979)
(WAPLES & MACHIHARA, 1991).
- Razão Tr/17α-hop
A razão Tr/17α-hop foi proposta como um parâmetro de correlação de fonte (SEIFERT
& MOLDOWAN, 1981). Pouco tem sido registrado, contudo, sobre a distribuição de
componentes tricíclicos em termos do ambiente de deposição. MELLO et al. (1988)
sugeriram que seu principal significado reside mais em sua abundância que em seu
padrão de distribuição.
A investigação, de uma série de amostras de rochas e óleos de bacias brasileiras, indicou
que amostras relacionadas com ambientes lacustres salinos e marinho carbonático são
caracterizadas pela presença de alta abundância relativa de componentes variando de
Lacustre
Plantas
Superiores
Terrestre
Estuário
Marinho Aberto
Plancton
C
28
C
29
C
27
61
C
19
a C
30
(exceto para C
22
e C
27
). De fato, uma feição similar tem sido reportada para
amostras de rochas e óleos de ambientes lacustres salinos na Bacia de Espirito Santo
(AQUINO NETO et al., 1986), Angola (CONNAN et al., 1988), Green River Shale,
EUA (REED, 1977), amostras relacionadas a ambientes marinho carbonático da
Formação La Luna, Venezuela (CASSANI, 1986) e amostras do Vale Médio del
Madalena, Colômbia (ZUMBERGE, 1984). Elevadas abundâncias dessas ries,
relacionadas aos ambientes lacustre salino e marinho carbonático parece ser um
resultado de uma condição salina, para o ambiente deposicional, entre marinho normal e
hipersalino, sugerindo indiretamente que seus precursores são suprimidos pelas
condições de hipersalinidade.
-
Razão Tet
24
/17α-hop
AQUINO NETO et al. (1983) registraram a série dos terpanos tetracíclicos em muitos
óleos e sedimentos marinho carbonático, com o membro C
24
sendo o mais
predominante. Estudos recentes mostraram a presença deste composto, algumas vezes
como componente majoritário, em sedimentos lacustres da Bacia do Espirito Santo
(AQUINO NETO et al., 1986). Entretanto, parece que o composto C
24
ocorre sempre
em abundância relativamente elevada em ambiente deposicional não-marinho/lacustre,
sugerindo originar-se de precursores em organismos terrestres, contudo uma fonte
bacteriana não pode ser descartada. Os resultados de estudos apoiam, em parte, tal
suposição, desde que a abundância mais elevada destes componentes sejam encontrados
nos ambientes marinhos deltaíco e lacustre salino nas bacias marginais brasileiras.
Assim, na ausência de outras evidências, a presença elevada do terpanos tetracíclicos
C
24
indica ser um marcador de aporte de vegetais terrestres superiores, ou seja, estão
associados com ambientes deposicionais ligados com um aporte elevado de material de
fonte terrestre.
-
Razão C
34
/C
35
Hop
Os padrões de distribuição dos hopanos com αβ hopanos em C
35
(17α(H), 21β(H)
hopanos) em maior abundância que os homólogos em C
34
caracterizam ambientes
marinhos carbonáticos e hipersalinos. No entanto, PETERS & MOLDOWAN (1991)
preferiram correlacionar o alto valor da razão em ambientes marinhos com o baixo
62
potencial de redução ao invés de correlacionar com a litologia, que alguns autores
mostraram que nem todas as rochas carbonáticas teem altas concentrações de hopanos
estendidos C
35
(PALACAS et al., 1984; FU JIAMO et al., 1986). Estudos em bacias
sedimentares brasileiras mostraram que ambientes lacustres apresentaram alta razão
C
34
/C
35
Hop e ambientes marinhos apresentaram baixa razão C
34
/C
35
Hop (MELLO et
al., 1988a e b).
-
Índice de Gamacerano (G/17α-hop)
O Gamacerano foi primeiramente identificado nos sedimentos lacustres do Green River
Shale, EUA, sendo considerado como um marcador biológico de ambientes lacustres.
Posteriormente, sua presença foi registrada também em ambientes marinhos
carbonáticos, hipersalinos e evaporíticos (MELLO et al., 1988b).. O gamacerano não
pode ser utilizado para distinguir amostras de ambientes marinhos e não-marinhos, uma
vez que sua ocorrência foi registrada em muitos ambientes deposicionais diferentes
(lacustre de água doce, lacustre salino, hipersalino e marinho carbonático). O valor do
gamacerano como um marcador biológico indicador ambiental, encontra-se muito mais
em sua abundância que em sua presença. A alta abundância (muitas vezes como o
principal triterpano) em sedimentos e rochas sedimentares ricos em matéria orgânica e
óleos de ambientes hipersalinos indica que o gamacerano pode ser um bom indicador de
salinidade de um ambiente deposicional, sendo um marcador biológico diagnóstico para
episódios hipersalinos de sedimentação. De fato, quanto mais salino for o ambiente,
mais elevada parece ser a abundância do gamacerano.
Estudos nas bacias da margem continental brasileira reportam que ambientes marinhos
evaporíticos apresentaram alta abundância de gamacerano, ambientes lacustres salinos e
lacustres de água doce apresentaram média abundância, e ambientes marinhos
carbonáticos e deltáicos apresentaram as mais baixas abundâncias (MELLO et al., 1988
a e b). Outros estudos (SINNINGHE DAMSTÉ et al., 1995) também mostraram a
aplicação do gamacerano na indicação da eficiência da estratificação da coluna d’água.
63
-
Razão dos TPP/Dia
27
Os tetracíclicos poliprenóides (TPP’s) permitem uma melhor diferenciação entre os
ambientes lacustres e marinhos (HOLBA et al., 2000; 2003). A caracterização de
sistemas lacustres quando comparada com os sistemas marinhos é mais complexa
porque eles possuem uma enorme variedade de condições deposicionais. Poucos
indicadores geoquímicos de sistemas lacustres são universais devido a variedade de
fatores (e.g. salinidade, profundidade da água, temperatura, idade e deposição da
matéria orgânica) que controlam este ambiente (HOLBA et al., 2003).
Altas concentrações relativas de TPP’s em óleos e rochas geradoras indicam deposição
em ambientes lacustres de água doce/salobro, enquanto baixas concentrações sugerem
deposição em ambiente marinho. Alguns estudos mostraram que correlações entre a
razão de TPP’s, dada pela razão entre os isômeros α (alfa) e β (beta) dos tetracíclicos
poliprenóides e os 27-norcolestanos (indicador de deposição lacustre), e a porcentagem
de C
30
24-n-propilcolestanos (indicador específico de deposição marinha) permitem
identificar óleos lacustres, marinhos e óleos com características de mistura das duas
origens (HOLBA et al., 2003; PETERS et al., 2005). Óleos marinhos mostram baixas
razões de TPP’s e altas porcentagens de C
30
24-n-propilcolestanos, enquanto óleos não-
marinhos apresentam altas razões de TPP`s e não apresentam 24-n-propilcolestanos.
4.4. Efeitos da Maturação Sobre os Biomarcadores
Com o processo de subsidência e o conseqüente aumento de temperatura, os
biomarcadores sofrem alterações estruturais, como também degradação diferenciada. O
monitoramento dessas alterações estruturais, como por exemplo: isomerização e
aromatização, e das degradações térmicas (compostos menos estáveis tendem a
desaparecer em relação aos mais estáveis) permite estabelecer não o grau de
maturação da matéria orgânica contida nos sedimentos como também o grau de
evolução térmica dos óleos analisados.
Os parâmetros geoquímicos moleculares mais usados na avaliação do grau de
maturação térmica são:
64
-
Razão S/(S+R) C
29
ααα esteranos
Esta razão é usada para medir a evolução térmica da rocha geradora ao longo da zona
imatura (diagênese) e parte da zona principal de geração do óleo (“janela de geração do
óleo”).
A configuração dos epímeros biológicos 20R dos esteranos é predominante nos
precursores presentes em organismos vivos (TISSOT & WELTE, 1984). Esta forma é
convertida gradualmente durante a maturação para uma mistura de quantidades
semelhantes dos epímeros 20R e 20S (epímero geológico) no pico de geração do óleo
(TISSOT & WELTE, 1984; PETERS & MOLDOWAN, 1993). A isomerização no C-
20 dos 5α,14α,17α(H)-C
29
esteranos aumenta a razão 20S/(20S+20R) devido ao
aumento da maturação térmica. Seus valores de equilíbrio são atingidos antes ou
durante o início da “janela de geração do óleo” e variam de zero até aproximadamente
0,5, sendo que os valores 0,52 e 0,55 se encontram na faixa de equilíbrio (SEIFERT &
MOLDOWAN, 1986).
Fatores como variação de biodegradação e organofácies podem afetar as razões de
isomerização dos esteranos. No caso de biodegradação, por exemplo, a remoção seletiva
dos epímeros pode resultar no aumento da razão para valores acima de 0,55 (PETERS et
al., 2005).
Esta razão é muito aplicada em geoquímica de petróleo (FARRIMOND et al., 1998) e é
calculada a partir das abundâncias relativas destes epímeros no cromatograma de
massas m/z 217.
-
Razão (S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
esteranos
Esta razão de isomerização ocorre nas posições C-14 e C-17 dos epímeros 20S e 20R
dos esteranos regulares, que passa da configuração biológica αα para ββ, causando um
crescimento na razão (S+R) ββ/(ββ+αα) de valores próximos de zero a
aproximadamente 0,7 (valores de 0,67 a 0,71 estão na faixa de equilíbrio; SEIFERT &
MOLDOWAN, 1986).
65
Esta razão pode ser bastante afetada por fatores ambientais (WAPLES e
MACHIHARA, 1991). Grandes quantidades de esteranos ββ são formados no início da
diagênese em ambientes hipersalinos (TEN HAVEN et al., 1989). Apesar disso, a razão
(S+R) ββ/(ββ+αα) é muito útil na determinação da maturação em óleos e betumes
(PETERS & MOLDOWAN, 1993).
-
Razão dos homohopanos S/(S+R) H
32
A isomerização na posição C
22
(22R e 22S) nos hopanos em C
31
-C
35
como uma função
da evolução rmica foi indicada por Ensminger et al. (1974, 1977). O hopano
produzido biologicamente possui a configuração 22R, sendo convertido gradualmente à
mistura dos diastereisômeros 22R e 22S. A razão 22S/(22S+22R) varia em sedimentos e
petróleos de zero a aproximadamente 0,6 (valores entre 0,57 a 0,62 encontram-se na
faixa de equilíbrio; SEIFERT & MOLDOWAN, 1986).
Esta relação é calculada a partir do cromatograma de massas m/z 191, usando as
abundâncias relativas de quaisquer dos pares de epímeros de C
31
a C
35
, mais comumente
C
31
ou C
32
(PETERS et al., 2005). Isto ocorre porque os homólogos C
33
, C
34
e C
35
apresentam pequenas diferenças nas razões, causadas por coeluição de picos
(ZUMBERGE, 1987b). Óleos expostos a um estresse térmico bem suave aparentemente
têm valores abaixo de 0,50 (PETERS et al., 2005).
É muito apropriada para diferenciar estágios iniciais de maturação. Sedimentos
depositados em ambientes hipersalinos, por exemplo, podem apresentar uma série de
homohopanos amplamente isomerizados, no C
22
, ainda num estágio inicial de diagênese
(MELLO, 1988; PETERS et al., 2005).
- Razão C
29
Ts/ (C
29
hop+C
29
Ts)
Após avançados métodos de RMN (MOLDOWAN et al., 1991), o composto C
29
Ts,
18α-30-norneohopano, foi identificado, elui imediatamente após C
29
17α-hopano no
cromatograma m/z 191. Alguns autores sugerem que a abundância de C
29
Ts, em relação
ao C
29
17α-hopano, está associada a maturação térmica (HUGHES et al., 1985; SOFER
66
et al., 1986), uma vez que o C
29
Ts é mais resistente ao estresse térmico do que o C
29
hopano.
-
Razão Moretanos/Hopanos
Os moretanos (17β,21α(H)-hopanos) são menos estáveis termicamente que os hopanos
(17α,21β(H)-hopanos) e as abundâncias dos moretanos C
29
e C
30
decrescem
relativamente aos seus hopanos correspondentes com o aumento da maturação térmica
(WAPLES & MACHIHARA, 1991; PETERS et al., 2005). A configuração biológica
dos hopanóides 17β,21β(H) é instável em organismos e ausente em óleos, a menos que
esteja contaminado por matéria orgânica imatura (PETERS et al., 2005).
Esta razão decresce com a maturação térmica de aproximadamente 0,8 em betumes
imaturos para menos que 0,15 em rochas maturas e óleos, até um mínimo de 0,05
(SEIFERT & MOLDOWAN, 1980; MACKENZIE et al., 1980; PETERS et al., 2005).
- Razão Ts/(Ts+Tm)
A razão Ts/(Ts+Tm) foi estabelecida como um parâmetro típico de maturidade por
SEIFERT & MOLDOWAN, 1980. Mais recentemente, SEIFERT & MOLDOWAN,
1986, mostraram o cuidado que deve ser tomado no emprego desta razão como
parâmetro de maturidade uma vez que tanto a fonte de aporte como a matriz mineral
exercem controle sobre esta razão. Ts (18α(H),22,29,30-trisnorneohopano) é
termicamente mais estável, sendo um indicador de origem e o Tm (17α(H),22,29,30-
trisnorhopano) é sensível ao processo de maturação. Esta razão é mais confiável como
indicador de maturação quando avalia óleos de mesma origem com cies orgânicas
compatíveis.
-
Razão Tr/Hop
A razão dos Tr/Hop foi proposta como um parâmetro de correlação por SEIFERT &
MOLDOWAN, 1981, além de apresentar crescimento em função do aumento da
maturação térmica (SEIFERT e MOLDOWAN, 1978; PETERS et al., 2005). A razão
67
aumenta porque, proporcionalmente, mais terpanos tricíclicos são liberados do
querogênio em altos níveis de maturação (AQUINO NETO et al., 1983).
De acordo com PETERS et al., 2005, uma vez que a origem dos terpanos tricíclicos
pode ser resultado da diagênese de diferentes precursores biológicos, esta razão pode
variar consideravelmente entre óleos de diferentes rochas geradoras ou diferentes fácies
orgânicas da mesma rocha geradora.
4.5. Efeitos da Biodegradação sobre os Biomarcadores
O petróleo pode passar por transformações consideráveis em sua composição original,
após a expulsão da rocha geradora. A biodegradação é um dos processos mais
importantes de alteração do petróleo.
A biodegradação de óleos é efetuada por bactérias introduzidas na rocha reservatório
pela circulação de águas subterrâneas. Consiste na degradação seletiva de determinados
compostos orgânicos por ação dos microorganismos (bactérias aeróbicos e/ou
anaeróbicos) presentes no reservatório. O processo de degradação tem início com a
remoção dos hidrocarbonetos mais leves seguidos por outros progressivamente mais
pesados na seguinte ordem: n-parafinas; isoprenóides; hopanos; esteranos; diasteranos;
esteróides aromáticos e porfirinas (CHOSSON et al., 1992, MOLDOWAN et al., 1992,
PETERS & MOLDOWAN, 1993). O efeito causado pela biodegradação sobre a
composição dos óleos é mostrado na figura 4.16. Segundo PETERS & MOLDOWAN
(1993) o nível de biodegradação estaria variando de pesado 6 (presença de 17α(H)-25-
norhopano), passando pelo nível 7 (esteranos degradados, diasteranos intactos)
chegando até ao nível muito pesado 8 (hopanos parcialmente degradados).
Segundo PETERS & MOLDOWAN (1993) a presença dos 17α(H)-25-norhopanos
indica que houve degradação preferencial dos 17α(H)-hopanos em relação aos esteranos
na seguinte ordem: C
27
-C
32
> C
33
> C
35
hopanos seguidos por ααα20R e αββ20R >
ααα20S e αββ20S e C
27
> C
28
> C
29
> C
30
esteranos. Este mesmo autor reporta que em
óleos biodegradados, a ausência dos 17α(H)-25-norhopanos pode indicar que houve
degradação preferencial dos esteranos regulares em relação aos 17
α(H)-hopanos na
seguinte ordem: ααα20R(C
27
-C
29
) > ααα20S(C
27
) > ααα20S(C
28
) > ααα20S(C
29
)
68
αββ(20S+20R)(C
27
-C
29
) seguido por C
35
> C
34
> C
33
> C
32
> C
31
> C
30
> C
29
> C
27
22R
> 22S.
PETERS & MOLDOWAN (1993) observaram que diversos parâmetros geoquímicos
podem refletir alterações frente o aumento do grau de biodegradação em óleos:
parâmetros globais (grau API, teor de enxofre, acidez e viscosidade), hidrocarbonetos
saturados (n-alcanos e isoprenóides) e razões de biomarcadores. Essas alterações
prejudicam a qualidade do petróleo, reduzindo seu valor econômico (ROLING et al.,
2003).
A análise regional de indicadores de biodegradação permite determinar o local de
penetração de microrganismos na bacia. Esta informação possibilita conduzir a
prospecção para regiões da bacia menos afetadas pela biodegradação e,
conseqüentemente, mais ricas em hidrocarbonetos de boa qualidade.
A extensão da biodegradação pode ser estimada quantitativamente mediante a análise
das transformações observadas em algumas relações de biomarcadores.
69
Figura 4.16. Efeitos progressivos do nível de biodegradação sobre a composição dos
óleos em função da intensidade da alteração em uma escala de 1 (leve) a 10 (severa).
Modificado de PETERS & MOLDOWAN (1993).
A seguir serão listadas apenas algumas razões de biomarcadores para parâmetros de
biodegradação, visto que, os parâmetros globais não são escopo deste trabalho e que foi
verificado a ausência de n-alcanos e isoprenóides na maioria das amostras de óleo
analisadas neste estudo.
70
-
Razão Tr/17α-Hop
Os terpanos tricíclicos são mais resistentes à alteração microbiana em relação a muitos
outros biomarcadores, assim eles tornam-se evidentes em óleos biodegradados
(CONNAN et al., 1980). Logo, devido à grande resistência à biodegradação, a razão
Tr/17α-Hop possibilita a correlação de óleos intensamente biodegradados (ALBERDI et
al., 2001; SEIFERT et al., 1984).
-
Razão Tet
24
/17α-Hop
A razão Tet
24
/17α-Hop também pode ser usada como parâmetro de biodegradação,
devido á maior estabilidade dos terpanos tetracíclicos frente aos 17α(H)-hopanos. Os
terpanos tetracíclicos são produtos da degradação térmica bacteriana dos precursores
dos hopanos, a partir da ruptura do anel E dos hopanóides pentacíclicos (PHILP, 1985).
Portanto, a razão Tet
24
/17α-Hop tende a aumentar à medida que aumenta o grau de
biodegradação, refletindo a maior estabilidade dos terpanos tetracíclicos em relação aos
hopanos (AQUINO NETO et al., 1983; PETERS & MOLDOWAN, 1993; SEIFERT &
MOLDOWAN, 1979).
-
Razão Dia/Est
A biodegradação dos esteranos geralmente ocorre logo após a degradação total dos n-
alcanos e isoprenóides. Entretanto, frente a biodegradação severa, a degradação dos
esteranos pode tomar duas rotas distintas: (1) após a degradação dos hopanos, (2)
anteriormente ao início da degradação dos hopanos. De modo geral, a degradação
preferencial dos esteranos se na seguinte ordem: ααα20R > ααα20S > αββ20R >
αββ20S diasteranos (PETERS & MOLDOWAN, 1979).
A razão Dia/Est regulares é utilizada principalmente para distinção entre petróleos de
origem carbonática e de origem siliciclástica (MELLO et al., 1988). Entretanto, em
óleos biodegradados a razão Dia/Est regulares apresenta valores elevados devido e
71
(1993) (Figura 4.16), pode-se observar a degradação completa dos C
27
-C
29
esteranos
regulares antes do início da degradação dos diasteranos frente ao processo de
biodegradação severa.
-
Razão 25-NH/17α-Hop
Estudos realizados por alguns autores (PETERS & MOLDOWAN, 1993; VOLKMAN
et al., 1983 b; SEIFERT et al., 1984), sugerem que o processo de biodegradação
(severa) pode apresentar dois caminhos distintos frente à degradação preferencial com
relação aos hopanos e esteranos.
A primeira rota de biodegradação consiste no início da formação dos 17α(H)-25-
norhopanos anterior à degradação dos esteranos (ALBERDI et al., 2001; PETERS &
MOLDOWAN, 1993; PETERS et al., 1996). Em outras palavras, a presença dos
17α(H)- 25-norhopanos indica que houve degradação preferencial dos 17α(H)-hopanos
em relação aos esteranos na seguinte ordem: C
27
-C
32
> C
33
> C
35
hopanos seguidos por
ααα20R e αββ20R > ααα20S e αββ20S e C
27
> C
28
> C
29
> C
30
esteranos (PETERS &
MOLDOWAN, 1993). Neste caso, a razão Hop/Est apresenta baixos valores devido à
degradação preferencial dos hopanos em relação aos esteranos. Como a abundância
relativa dos 17α(H)-25-norhopanos está diretamente relacionada ao grau de
biodegradação, a razão 25-NH/17α-Hop é normalmente utilizada como parâmetro de
biodegradação.
A segunda rota consiste na degradação preferencial dos esteranos regulares anterior à
conversão dos 17α(H)-hopanos em 17α(H)-25-norhopanos (ALBERDI et al., 2001;
PETERS & MOLDOWAN, 1993; PETERS et al., 1996). Em outras palavras, em óleos
biodegradados, a ausência dos 17α(H)-25-norhopanos pode indicar que houve
degradação preferencial dos esteranos regulares em relação aos 17α(H)-hopanos na
seguinte ordem: ααα20R(C
27
-C
29
) > ααα20S(C
27
) > ααα20S(C
28
) > ααα20S(C
29
)
αββ(20S+20R)(C
27
-C
29
) seguido por C
35
> C
34
> C
33
> C
32
> C
31
> C
30
> C
29
> C
27
22R
> 22S (PETERS & MOLDOWAN, 1993). Neste caso a razão Hop/Est apresenta
comportamento inverso do que foi observado no caso anterior, ou seja, apresenta
valores mais elevados devido à degradação preferencial dos esteranos regulares em
relação aos hopanos.
72
A razão 25-NH/17α-Hop também apresenta comportamento inverso do que foi
observado anteriormente, ou seja, apresenta baixos valores devido à preservação dos
hopanos.
73
Capítulo 5
5. Materiais e Métodos
Os métodos analíticos utilizados nas amostras de óleo selecionadas para este estudo
foram realizadas no Laboratório de Geoquímica Orgânica Molecular e Ambiental
(LAGOA), no Departamento de Química Orgânica do Instituto de Química da UFRJ.
5.1. Técnicas Analíticas
Cromatografia líquida (ou Cromatografia em coluna)
A cromatografia líquida, ou cromatografia em coluna, fundamenta-se nas diferenças de
polaridade das frações que constituem o óleo, e permite separá-lo nas frações de
hidrocarbonetos saturados (parafinas lineares, ramificadas e cíclicas), hidrocarbonetos
aromáticos e compostos NSO (resinas e asfaltenos), que são moléculas que incluem em
sua estrutura átomos de nitrogênio, enxofre e oxigênio.
Na cromatografía líquida as substâncias são separadas por partição entre um líquido
móvel e uma fase estacionária “sólida”, finamente dividida. Os componentes de uma
mistura a ser analisada distribuem-se entre as duas fases, de acordo com a afinidade que
têm pelas mesmas (AQUINO NETO & NUNES, 2003). A cromatografia quida
clássica em coluna, também chamada de cromatografia líquida por força da gravidade, é
feita sob pressão atmosférica, em colunas de vidro recheadas pela fase estacionária (ex:
partículas de alumina ou sílica gel). A amostra de óleo é colocada ao topo da coluna, e é
deslocada pela fase móvel (solvente) percolando através da fase estacionária pela ação
da força de gravidade. Assim, o solvente, ao percorrer a coluna, elui a fração de
hidrocarboneto de polaridade similar, ficando retidas na fase estacionária as frações de
polaridade diferente da do solvente. A Figura 5.1. mostra o esquema de separação da
Cromatografia Líquida (ou Cromatografia em coluna).
74
Figura 5.1. Esquema de separação da Cromatografia Líquida (ou Cromatografia em
coluna).
Cromatografia Gasosa (CG)
A cromatografia gasosa é um método físico-químico de separação dos componentes de
uma mistura através de uma fase gasosa móvel sobre um solvente estacionário. Nesta
técnica a separação dos compostos é mais eficiente que na cromatografia líquida.
Porém, na CG é possível separar compostos volatilizáveis, isto é, os analitos a serem
separados devem apresentar uma razoável pressão de vapor à temperatura de separação
(AQUINO NETO & NUNES, 2003).
Cada amostra é vaporizada e misturada com um gás carreador inerte (fase móvel),
usualmente hélio ou hidrogênio. A amostra é introduzida através de um sistema de
injeção (geralmente 1µl) em uma coluna capilar cuja superfície interior está revestida
por uma membrana que contém a fase estacionária.
A solução de amostra é transferida para uma câmara de vaporização aquecida a
temperatura elevada. A agulha da seringa é aquecida rapidamente de forma que a
amostra ao ser injetada vaporiza explosiva, embora parcialmente, no seu interior. O gás
75
de arraste leva a amostra para a coluna capilar, onde a mudança de temperaturas entre a
câmara de vaporização (alta temperatura) e a coluna (baixa temperatura) faz com que as
maiores moléculas sejam retidas na cabeça da coluna cromatográfica. À medida em que
a temperatura é elevada possibilita-se a vaporização das substâncias que, de acordo com
suas propriedades e as da fase estacionária, são retidas por tempos determinados,
chegando à saída da coluna em tempos diferentes. O emprego de um detector adequado
como o detetor por ionização em chama (DIC, ou FID por suas siglas em inglês),
possibilita a detecção e quantificação dos compostos (AQUINO NETO & NUNES,
2003; PETERS & MOLDOWAN, 1993). A figura 5.2 mostra o esquema de
funcionamento da CG.
Figura 5.2. Esquema de funcionamento da Cromatografia Gasosa (CG).
76
Cromatografia Gasosa Acoplada à Espectrometria de massas (CG-EM)
O acoplamento de um detector seletivo de massas ao cromatógrafo gasoso permite obter
informação sobre a estrutura de cada composto que é eluído da cromatografia gasosa.
Esta técnica baseia-se na ionização das moléculas por impacto de elétrons, de modo que
se consegue fragmentá-las em íons de -380.37o, lan85(e)3.74( )-10.1525-1.2386.6()050]TJ-249.13.74(s)-1.2312(s)-1.2)-0.295585(s)-1.295585(-2.45995(p)-0.295585(o)-1.295585(q2.45995(p)-(e)-6.2659(a5(a)3.74(-2.165580.295585(o)-1.995587(g)9.71032(m)-24(q)-74(l)-2.16436(é)3.74(-0.294974(l)-2.165)-1.295585(n32(a)3.74(s-20.1584(q)-(o)-0.22[(o)-0.293142(86.6()71( )250]TJa)9.71032(m)-24(o)-a5(e)3.74( )-27(a)-0.295585(f-1.22997(o)-0-100.207(c)-6.26574(c)3.74(t)-2.16558(o)-0..16433)-0.295585( )-10.1525(d).16433)85(e)3.74( )-10.1525(m)-97(o)-1.22997(o)-0-100.29(l)-2.16558(1216439(s)-295585(b)-0.295585xe)-6.2620:0.295585(f)-0.295585(t4( )-27(a)-0.295585(f-0.295585(m)-2.45995(p)-5(d).16433)q2.45995(p)-(e).16436(m)-2.4599d4(c)3.74(t)-2.165.74((e).16436(m)-0.295585(m)-2.45995(p)-l-2.45995( )-380.371(í))2.165.74()-0.295585(s)-12.16436()-380.371(í)-2.16436(o)--0.295585( )-10.1525(d).1640980.295585(oã3.74244(o19220.1584(p)]TJ249.14)-12.16436(85(e)3.74( )-20.1584(m)-2.16558(o)-0.2955839(m)-2.45995(ip)]TJ249.147 0 Td[(o-0-100.207(c)-6.26574(c)3.74(t))-1.2312(a)-0..16436(-0.295585( )-10.1525(d).16432)-2.45995(0.295585p)]TJ249.147 0 Td[(o-0.295585(í)-2.16436(d)-0.29-0.295585(a)3.74( )-110.212(c)3.74(o)0.29-0.29580.295585(o-20.1584(q)-a.293142(u)-0.293142(4(o192244( )250]TJ(f)2.805e5(e)3.74( )-27(a)i)-2.16550.295585ã7(e)3.74( )-380.370.295 )-66)85(e)3.74( )-10.1525(m)-97(o)-1.22997(o)-0-100./(c)3.74(n)-0.295585(i)-2.16r)-12.1715(ge).16436(m)-2.45990.295 )-66)s)-640026( 0 8.33333 108.06.0802 Tmm.295585( /(e)3.74(n)z)389026( 032 760.1162.89)050]TJ)2.16558(o)-095 )-66)e2.45990.295 )-66)-1.22997(o).46056(a)3.74(ç)3.74(95 )-6)--0.295585( )-10.152(l)-2.16558(a.295585(5(p)-0.295585(a)3.-0-100.207(c)-6.26574(c)3.74(t))-1.2312(a)-095 )-6)--0.295585(m)-2.45995(p)-t)-2.16436(e)095 )-6)-85(e)3.74( )-10.1537(u)-0.95 uéculetoei cctnfornn6(n)-0.2955-0.295585(m)-2.45995(p)--0.295585( )-10.152soenpos48(a)3.740.29955874(4(c)3.74363(e)-6.2659(t)-2.16436(e)3.4(p)-058(o)-100.207(s))-0gu029558585(e)3.74( )-10.1525(m)-2.45995(a)3.74(s)-1.2312(s)-1.2312u0295585deg40.7402i c6(n)-0.243 ompostspemu0295585j[( )-100.206(e)3.74(l)5( )-380.379(l)-2.16558saçlslaoms312u0295585deq
77
5.2. Amostras
Amostras de óleo de diferentes poços da Bacia de Camamu-Almada (7) e de diferentes
poços da Bacia de Jequitinhonha (4) foram analisadas.
As amostras de óleo receberam uma nomenclatura específica (Código da amostra) para
facilitar o estudo, conforme Tabela 5.1.
Tabela 5.1. Relação das amostras de óleo com suas respectivas bacias de origem e
código da amostra.
5.3. Reagentes e vidrarias
Os reagentes utilizados foram: Sílica gel neutra, kieselgel 60 (70-230 mesh, grade no.
107734), adquirida da Merck (RJ-Brasil); e os solventes foram: n-Hexano,
diclorometano e metanol, de grau cromatográfico da TediaBrazil (RJ-Brasil).
Todo algodão e sílica utilizados foram previamente tratados por extração em
aparelhagem de Soxhlet com diclorometano PA por 48 horas. A sílica foi ativada em
estufa a 120°C por 12 horas para a retirada de qualquer resíduo de água e de solvente.
Após resfriamento em dessecador, a sílica foi desativada pela adição de 5 % de água
(p/p). Homogeneização foi realizada por agitação mecânica por 2 horas. O adsorvente
foi mantido em recipientes tampados em dessecadores até o momento de uso.
Bacia de Origem
Amostra
Código da amostra
1BAS0097BA CA-097
1BAS0077BA CA-077
1BAS0079BA CA-079
3BAS0110BA CA-110
3BAS0108BA CA-108
3BAS0111BA CA-111
3BAS0099BA
CA-099
1BAS0037TF-04 J-374
1BAS0037TRF-01 J-371
1BAS0121TFR-01A J-121
3BAS0049TF-01
J-491
Camamu-Almada
Jequitinhonha
78
Toda vidraria utilizada foi previamente lavada com detergente comercial neutro e água
em abundância e depois submetida a lavagem em solução de Extran alcalino 2%
(Merck, RJ-Brasil) por no mínimo 24 horas, lavadas exaustivamente com água e depois
com água destilada e secadas em estufa a aproximadamente 105ºC. o material
volumétrico, além da água destilada, foi rinsado com álcool etílico e seco a temperatura
ambiente.
5.4. Procedimentos
As amostras de óleo foram submetidas as análises de cromatografia líquida,
cromatografia gasosa (CG) e cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas
(CG-EM).
As análises geoquímicas realizadas diretamente na amostra de óleo são a cromatografia
gasosa e a cromatografia líquida. A cromatografia quida separa o óleo nas suas três
principais frações: hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos aromáticos e compostos
polares (também chamados de NSO). A fração de hidrocarbonetos saturados é utilizada
para a análise de biomarcadores, que é feita pela cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas. O fluxograma da Figura 5.4, descreve a seqüência de análises
realizadas no laboratório.
79
Figura 5.4. Fluxograma do procedimento analítico realizado no laboratório.
5.4.1. Cromatografia Líquida
Pesou-se aproximadamente 100 mg de óleo bruto em uma balança analítica. O óleo foi
submetido a um fracionamento em coluna cromatográfica de vidro (dimensões de 13 cm
x 0,5 cm) utilizando-se 2,5 g de sílica gel neutra (0,063-0,200 mm, kieselgel 60,70-200
mesh, grade Merck no 107734 Rio de Janeiro) recém ativada durante 12 horas a
120°C.
O preenchimento da coluna com sílica foi feito a seco e as amostras foram transferidas
para o topo da coluna de sílica com o auxílio de um pouco (~300 µL) de n-hexano. A
fração a eluir foi de hidrocarbonetos saturados, a fração de hidrocarbonetos
aromáticos e a 3° fração de compostos NSO.
Ó
LEO BRUTO
C
ROMATOGRAFIA
G
ASOSA
(CG)
F
RAÇÃO DE
H
IDROCARBONETOS
S
ATURADOS
F
RAÇÃO DE
H
IDROCARBONETOS
A
ROMÁTICOS
F
RAÇÃO DE
C
OMPOSTOS
P
OLARES
C
ROMATOGRAFIA
L
ÍQUIDA
(CL)
B
IOMARCADORES
(CG-EM)
80
A fração dos hidrocarbonetos saturados foi eluída com 10 mL de n-hexano e recolhida
diretamente em um frasco de 2 mL, sendo levada para a análise por CG/EM no mesmo
dia. A fração dos hidrocarbonetos aromáticos foi eluída com 10 mL de n-
hexano/diclorometano (1:1), enquanto a fração dos compostos polares foi eluída com 10
mL de diclorometano/metanol (8:2). As duas últimas frações foram recolhidas e
concentradas em evaporador rotatório sob pressão reduzida e posteriormente
transferidas para frascos de 2 mL com auxílio de uma pequena quantidade de
diclorometano, que em seguida foi eliminado sob fluxo de nitrogênio.
5.4.2. Cromatografia Gasosa
As amostras de óleo foram analisadas por cromatografia gasosa de alta resolução
utilizando detector de ionização em chama (CG/DIC). O equipamento utilizado foi
Hewlett-Packard 5890 série II, com uma coluna capilar de sílica fundida recoberta com
DB-5 (J & W; 30 m de comprimento x 0,25 mm de diâmetro interno; 0,25 µm espessura
de fase estacionária). A programação de temperatura do forno foi de 60ºC a 310ºC,
6ºC/min e mantido em isoterma a 310ºC por 19 minutos. A temperatura do injetor foi de
290ºC e do detector foi de 320ºC. Foi utilizado hidrogênio como gás de arraste e injeção
sem divisão de fluxo por 0,75 minuto. Foi injetado 1µL da amostra diluída a um volume
final de 600 µL com n-hexano. Os resultados das análises gerados pelo cromatógrafo
foram processados pelo sistema Agilent Chemstation.
5.4.3. Cromatografia Gasosa Acoplada à Espectrometria de Massas
Somente as frações dos hidrocarbonetos saturados foram analisadas por cromatografia
gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM), utilizando-se o instrumento
Hewlett-Packard 5890 série II acoplado a um detector seletivo de massas Hewlett-
Packard 5972 (Agilent, EUA), com uma coluna capilar de sílica fundida recoberta com
DB-5 (5% fenil e 95% metilsilicone; J & W; 30 m de comprimento x 0,25 mm
diâmetro; 0,25 µm de espessura de fase estacionária). .
Para realizar a caracterização dos biomarcadores nas amostras selecionadas utilizou-se
as seguintes condições cromatográficas: temperatura de 70°C a 170°C com taxa de
aquecimento de 20°Cmin-1, de 170°C a 310°C com aquecimento de 2°Cmin-1 e
81
isoterma em 310°C durante 5 min. A introdução das amostras foi realizada através de
injeção automática de 1µL da amostra, sem divisão de fluxo (splitless). Utilizou-se
ionização por impacto de elétrons a 70 eV, utilizando hélio como gás carreador a uma
pressão constante de 10 psi e a uma temperatura do injetor de 290°C.
As frações de hidrocarbonetos saturados dos óleos foram analisadas por CG-EM através
dos modos varredura linear (Scan) e monitoramento seletivo de íons (MSI). Para a
análise por MSI, foram selecionados os seguintes íons: m/z 217 para os ααα-esteranos e
m/z 218 para os αββ-esteranos, m/z 177, m/z 191 e m/z 259 para os terpanos. Para a
varredura linear, utilizou-se uma faixa de detecção de 50 a 580 Daltons. As
identificações desses compostos foram baseadas na comparação com dados da literatura
(e.g. PETERS & MOLDOWAN, 1993). O cálculo das razões entre compostos foi
efetuado utilizando-se as áreas dos picos.
82
Capítulo 6
6. Apresentação dos resultados
6.1. Cromatografia Líquida
À partir das frações obtidas pela cromatografia quida foi possível determinar o
percentual em massa das frações de hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos
aromáticos e compostos NSO (resinas e asfaltenos) para cada amostra de óleo,
conforme tabela 6.1.
Tabela 6.1. Percentagem em massa dos hidrocarbonetos saturados, aromáticos,
compostos NSO e razão SAT/ARO.
Observa-se no diagrama triangular (figura 6.1) que para a maioria das amostras
predominam os hidrocarbonetos saturados variando entre 39,6 a 80,6%, seguido dos
hidrocarbonetos aromáticos, cujas proporções variam entre 8,2 a 41,0% e dos
compostos NSO, com valores entre 5,9 a 20,0%.
Segundo TISSOT & WELTE (1984) também é possível estimar o estágio de evolução
térmica pela razão % SAT/ARO, ocorrendo um aumento nesta razão com aumento da
maturação. Os valores para a razão % SAT/ARO variam de 1,21 a 8,76, para as
amostras CA-097 e J-121, respectivamente. O valor mais elevado para esta razão
Código 3.83507(o)-.3174427( )0.721099-.3174427m3.83113907(o)-3.83507s.3174427t6r31.2174(a.560]TJETQQq17479 3916.67 m22492 3916.67 l22492 3824.67 l17479 3824.67 lhW n0 gq8.33333 0 0 8.33333 0 0 cm BT/R284 9.96 Tf0.999386 0 0 12090.64 461.24 Tm[%)8.941637( )0.721099Sr3194525(a3174427t6)-4.56107uor31.19995(a3174427dg)-3.83507(o)-3.83507sa.560]TJETQQq.2379 3916.67 m2.921 3916.67 l2.921 3824.67 l.2379 3824.67 lhW n0 gq8.33333 0 0 8.33333 0 0 cm BT/R284 9.96 Tf0.999386 0 0 12284252 461.24 Tm[% r31.19995(o)-3.83507m3.83113907áa3174427t6io
83
pertence a amostra J-121, a qual apresenta estágio de evolução térmica mais
desenvolvido, de acordo com este parâmetro, e as demais amostras se encontram
termicamente menos evoluídas (imaturas) numa escala decrescente até a mostra CA-
097. Este resultado é condizente com o diagrama ternário proposto por ROHRBACK
(1983).
Figura 6.1. Diagrama triangular das proporções de hidrocarbonetos saturados,
hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO.
100
75
50
25
100
75
50
25
100 75 50 25
% Saturados
% Aromáticos % NSO
Camamu-Almada
Jequitinhonha
84
6.2. Cromatografia Gasosa (whole oil)
A cromatografia gasosa (whole oil) é uma ferramenta muito importante na avaliação da
origem, grau de evolução térmica e nível de biodegradação. O resultado é apresentado
nos cromatogramas, onde podem ser identificados as parafinas normais e os
isoprenóides pristano (P) e fitano (F). As áreas dos picos correspondentes aos diferentes
compostos identificados nos cromatogramas permitiram a determinação de algumas
razões, tais como P/F, P/nC
17
e F/nC
18
.
As amostras de óleo da Bacia Camamu-Almada apresentam perfis cromatográficos
distintos, com níveis diferentes de alteração.
Na figura 6.2, os óleos CA-110, CA-099, CA-108 e CA-097 se encontram afetados em
um nível avançado pela biodegradação (PETERS & MOLDOWAN, 1993; CHOSSON
et al., 1992). Isto é evidenciado pela ausência ou baixa presença das n-parafinas e dos
isoprenóides (pristano e fitano), e pelo aumento da linha base como resultado de uma
UCM (Unresolved Complex Mixture) que evidencia a presença de compostos que não
foram resolvidos cromatograficamente.
85
Figura 6.2. Cromatogramas (whole oil) das amostras de óleo da Bacia de Camamu-
Almada.
CA-110
H
30
H
29
G
UCM
CA-099
86
Nos cromatogramas das amostras de óleo CA-077, CA-079 e CA-111, da figura 6.3,
nota-se a presença abundante das n-parafinas de alta massa molecular (nC
17
-nC
23
). Uma
biodegradação incipiente pode ser evidenciada nos óleos CA-077 e CA-111 pela
redução da abundância das n-parafinas normais de baixa massa molecular (< nC
16
).
Figura 6.3. Cromatogramas (whole oil) das amostras de óleo da Bacia de Camamu-
Almada.
CA-077
87
No geral, os perfis cromatográficos da Bacia Jequitinhonha mostram a presença
abundante de n-parafinas de baixa massa molecular (<nC
20
) e a presença do pristano
(iC
19
) e do fitano(iC
20
). Estas características são mostradas na figura 6.4.
Figura 6.4. Cromatograma (whole oil) das amostras de óleo da Bacia de Jequitinhonha.
J-371
nC
17
nC
18
nC
14
F
nC
23
P
J-491
nC
23
nC
14
nC
17
nC
18
P
F
J-121
88
Através das áreas obtidas nos cromatogramas, calculou-se as razões P/F, P/nC
17
, F/nC
18
e CPI (Índice de Preferência de Carbono). Devido a não detecção de alguns compostos,
algumas razões não puderam ser calculadas, como mostra a tabela 6.2.
Tabela 6.2. Valores das razões P/F, P/nC
17
, F/nC
18
e CPI para as amostras selecionadas.
As amostras de óleo cuja a razão P/F apresenta valores maiores que 1 são CA-077, CA-
079 e CA-111, da Bacia de Camamu-Almada e J-121 da Bacia de Jequitinhonha, que é
indicativo de condições óxicas. As outras amostras da Bacia de Jequitinhonha J-371, J-
374 e J-491 apresentaram valores menores que 1, sugerindo um ambiente deposicional
anóxico. Segundo PETERS et al. (2005) os resultados desta razão encontram-se na
faixa entre 0,8 e 3,0, não apresentando valores maiores que 3 nem menores que 0,8, que
caracterizam respectivamente, ambientes óxicos e anóxicos.
Na Bacia de Camamu-Almada, a amostra CA-077 apresenta a maior razão P/nC
17
e a
amostra CA-079 a menor. A razão F/nC
18
apresenta valores na faixa de 0,28 a 0,42,
sendo que o maior valor é da amostras CA-111 e o menor da amostra CA-79.
Na Bacia de Jequitinhonha a amostra J-491 apresenta a maior razão P/nC
17
e a amostra
J-374 a menor. A razão F/nC
18
apresenta valores na faixa de 0,78 a 1,24, sendo que o
maior valor é da amostras J-491 e o menor da amostra J-121.
Os valores de CPI (tabela 6.2) foram obtidos à partir da equação da figura 6.5, a fim de
determinar a predominância de n-parafinas pares ou ímpares. Os resultados mostram
Código da amostra P/F P/nC
17
F/nC
18
CPI
CA-097 - - - -
CA-077 1,56 0,53 0,36 1,47
CA-079 1,57 0,36 0,28 1,15
CA-110 - - - -
CA-108
-
-
-
-
CA-111 1,15 0,50 0,42 1,82
CA-099
-
-
-
-
J-374 0,98 0,81 1,23 1,36
J-371 0,82 1,11 1,16 1,13
J-121
1,64
1,10
0,78
1,59
J-491
0,84
1,12
1,24
1,11
89
que em todas as amostras calculadas para ambas as bacias apresentam valores maiores
que 1,0, predominando n-parafinas ímpares sobre as pares.
CPI ={[(C
25
+C
27
+C
29
+C
31
+C
33
)/(C
26
+C
28
+C
30
+C
32
+C
34
)] + [(C
25
+C
27
+C
29
+C
31
+C
33
)/
(C
24
+C
26
+C
28
+C
30
+C
32
)]/2}
Figura 6.5. Equação de CPI (PETER & MALDOWAN, 2003)
6.3. Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas
A análise de biomarcadores, à partir da fração de hidrocarbonetos saturados, foi
realizada por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG/EM)
utilizando módulo de análise por monitoramento seletivo de íons (MSI). Foram
monitorados os íons m/z 177, m/z 191, m/z 217, m/z 218 e m/z 259 e os resultados foram
apresentados pelos cromatogramas de massas.
Os compostos foram identificados através da comparação de seus espectros de massas e
tempo de retenção relativo com os dados da literatura (PHILP, 1985; PETERS &
MOLDOWAN, 1993) e à partir das áreas destes compostos foram determinados alguns
parâmetros indicadores de maturação e origem que serão discutidos no Capítulo 7.
Os cromatogramas de massas de todas as amostras de óleo das Bacias de Camamu-
Almada e Jequitinhonha estão apresentados nos anexos 3 e 4, respectivamente, e a
identificação dos biomarcadores mostrados nos cromatogramas de massas estão no
anexo 1.
6.3.1. Cromatogramas de massa íons m/z 191
Através da análise dos cromatogramas de massa do íon m/z 191 foi possível efetuar a
identificação dos terpanos tricíclicos, tetracíclicos e pentacíclicos.
90
- Bacia de Camamu-Almada
Em geral, os cromatogramas de massas m/z 191 dos óleos da Bacia Camamu-Almada
apresentam características semelhantes como a presença do gamacerano, a média
abundância relativa dos terpanos tricíclicos (na faixa de C
20
-C
29
) que se sobressaem em
relação à abundância relativa do terpano tetracíclico C
24
, predominância do C
30
17α(H),21β(H)-hopano em uma típica seqüência de hopanos de C
27
a C
35
, presença do
composto 17α(H)-25-norhopano e a presença de moretanos (C
29
e C
30
17β(H),21α(H)-
hopano) (Figura 6.6). A amostra CA-099 é uma exceção, pois apresenta alta abundância
relativa de terpanos tricíclicos, como é observado na figura 6.7.
Figura 6.6. Cromatograma de massa m/z 191 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo CA-110 da Bacia de Camamu-Almada.
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
Tr
20
Tr
25
Tr
24
Tr
23
Tr
21
Tet
24
Tempo (min)
H
30
C
29
Ts
H
29
Ts
Tm
DH
30
M
30
G
H
31
H
32
H
33
H
34
H
35
Tr
29
Tr
28
Tr
26
25-NH
91
Figura 6.7. Cromatograma de massa m/z 191 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo CA-099 da Bacia de Camamu-Almada.
- Bacia de Jequitinhonha
Os óleos J-121, J-371 e J-374 da Bacia de Jequitinhonha, em geral, apresentam baixa
abundância relativa dos terpanos tricíclicos (na série de C
20
-C
29
), alta abundância dos
hopanos 17α(H),21β(H)-hopano de C
29
a C
35
em relação a seus respectivos moretanos
(17β(H),21α(H)-hopanos) e predominância de Ts sobre Tm (Figura 6.8). O óleo J-121,
apresenta baixa abundância de gamacerano quando comparada aos hopanos. O óleo J-
491 apresenta predominância de Tm sobre o Ts, alta abundância relativa dos terpanos
tricíclicos (na série de C
20
-C
29
) e o composto 25-norhopano (Figura 6.9).
20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00
92
Figura 6.8. Cromatogramas de massa m/z 191 da fração dos hidrocarbonetos saturados
dos óleos J-121 e J-371 da Bacia de Jequitinhonha.
J-121
20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00
H
30
C
29
Ts
H
29
Tr
20
Tr
25
Tr
24
Tr
23
Tr
21
Tet
24
Ts
Tm
DH
30
M
30
G
Tempo (min)
H
31
H
32
H
33
H
34
H
35
Tr
29
Tr
28
Tr
26
J-371
20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00
H
30
C
29
Ts
H
29
Tr
20
Tr
25
Tr
24
Tr
23
Tr
21
Tet
24
Ts
Tm
DH
30
M
30
G
Tempo (min)
H
31
H
32
H
33
H
34
H
35
Tr
29
Tr
28
Tr
26
93
Figura 6.9. Cromatogramas de massa m/z 191 da fração dos hidrocarbonetos saturados
dos óleos J-491 e J-374 da Bacia de Jequitinhonha.
J-491
20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00
Tempo (min)
H
30
C
29
Ts
H
29
Tr
20
Tr
25
Tr
24
Tr
23
Tr
21
Tet
24
Ts
Tm
DH
30
M
30
G
H
31
H
32
H
33
H
34
H
35
Tr
29
Tr
28
Tr
26
25-NH
J-374
20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00
H
30
C
29
Ts
H
29
Tr
20
Tr
25
Tr
24
Tr
23
Tr
21
Tet
24
Ts
Tm
DH
30
M
30
G
Tempo (min)
H
31
H
32
H
33
H
34
H
35
Tr
29
Tr
28
Tr
26
94
6.3.2. Cromatogramas de massa íon m/z 177
Analisando os cromatogramas de massa dos íons m/z 177 e m/z 191 foi possível efetuar
a identificação dos terpanos pentacíclicos desmetilados.
A presença do composto 25-norhopano (25,28,30-trisnorhopano) é característica típica
de presença de biodegradação. Com a degradação dos hopanos, pode haver a formação
de hopanos desmetilados. Essa série de compostos é resultante da remoção de um grupo
metil da posição C
10
dos hopanos pelas bactérias (PETERS & MOLDOWAN, 1993.
A biodegradação sem formação do hopano desmetilado foi registrada para vários
óleos (SEIFERT & MOLDOWAN, 1979; GOODWIN et al., 1983; CONNAN, 1984;
SEIFERT et al., 1984; MOLDOWAN et al., 1992; PETERS & MOLDOWAN, 1993),
sugerindo a existência de dois caminhos de biodegradação para os hopanos: o primeiro
onde o 25-norhopano começa a ser formado antes da degradação dos esteranos,
indicando que houve degradação preferencial dos 17α(H)-hopanos em relação aos
esteranos (ALBERDI et al., 2001; PETERS & MOLDOWAN, 1993; PETERS et al.,
1996) e o segundo caminho, quando ocorre degradação preferencial dos esteranos
regulares antes da conversão dos hopanos, e o 25-norhopano não é formado (PETERS
& MOLDOWAN, 1993).
- Bacia de Camamu-Almada
Os óleos CA-110, CA-099 (Figura 6.10), CA-108, CA-097 e CA-079 apresentaram o
composto 25-norhopano (25,28,30-trisnorhopano), caracterizando óleos biodegradados.
95
Figura 6.10. Cromatograma de massa m/z 177 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo CA-099 a Bacia de Camamu-Almada.
- Bacia de Jequitinhonha
Somente o óleo J-491 (figura 6.11) apresentou os compostos 28,30-bisnorhopano e 25-
norhopano (25,28,30-trisnorhopano), característica típica de presença de biodegradação.
Figura 6.11. Cromatograma de massa m/z 177 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo J-491 da Bacia de Jequitinhonha.
45.00 50.00 55.00 60.00 65.00 Tempo (min)
25-NH
H29
H30
BNH
45.00 50.00 55.00 60.00 65.00 Tempo (min)
BNH
25-NH
H
29
96
6.3.3. Cromatogramas de massa íons m/z 217 e 218
Analisando os cromatogramas de massas dos íons m/z 217 e m/z 218 foi possível
identificar os esteranos e diasteranos. Em relação aos esteranos, o íon m/z 217 é
característico para os ααα esteranos e o íon m/z 218 para os αββ esteranos. Todas
amostras analisadas apresentam perfis similares de distribuição, diferenciando-se apenas
as abundâncias relativas destes compostos.
- Bacia de Camamu-Almada
Os resultados para os esteranos (C
27
, C
28
e C
29
) mostram que para os esteranos C
27
e C
29
predominam a estereoquímica ααα20R em relação ao ααα20S que é característica de
amostras pouco evoluídas termicamente (PETERS & MOLDOWAN, 1993)(Figura
6.12). Observou-se também a alta abundância relativa dos C
27
e C
29
esteranos em
relação ao C
28
esterano (Figura 6.13) e a baixa isomerização do C
29
esterano no C
14
e
C
17
(R+S)(αββ/αββ+ααα). Os diasteranos (DIA S e DIA R) apresentam traços ou baixa
abundância relativa em relação aos esteranos.
97
Figura 6.12. Cromatograma de massa m/z 217 da fração dos hidrocarbonetos saturados,
característico para os ααα esteranos, referente ao óleo CA-111 da Bacia de Camamu-
Almada.
Figura 6.13. Cromatograma de massa m/z 218 da fração dos hidrocarbonetos saturados,
característico para os
αββ esteranos, referente ao óleo CA-111 da Bacia de Camamu-
Almada.
42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00
Tempo (min)
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
27
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
28
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
29
42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00
98
- Bacia de Jequitinhonha
As amostras analisadas apresentam similaridades, para o grupo de compostos com 27
átomos de carbono, observa-se abundâncias relativas similares entre esteranos e
diasteranos, para os C
29
esteranos observa-se maior abundância do ααα20R sobre os
ααα20S (figura 6.14), baixa abundância dos componentes αββ e não se observa os
esteranos de baixa massa molecular, C
21
e C
22
. Entretanto, a amostra J-121 (Figuras
6.15 e 6.16) apresenta maior abundância dos ααα 20S sobre os ααα 20R, alta
abundância dos componentes αββ e abundância moderada dos esteranos de baixa massa
molecular.
Figura 6.14. Cromatograma de massa m/z 217 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo J-371 da Bacia de Jequitinhonha.
42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00
Tempo (min)
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
27
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
28
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
29
99
Figura 6.15. Cromatograma de massa m/z 217 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo J-121 da Bacia de Jequitinhonha.
Figura 6.16. Cromatograma de massa m/z 218 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo J-121 da Bacia de Jequitinhonha.
42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00
100
6.3.4. Cromatogramas de massa íons m/z 259
O perfil de distribuição nos cromatogramas de massa m/z 259 mostra a presença dos
diasteranos e poliprenóides tetracíclicos (TPP).
- Bacia de Camamu-Almada
Em geral, observa-se nos cromatogramas uma abundância relativa maior dos C
29
e C
27
diacolestano S em relação aos C
29
e C
27
diascolestano R, como exemplo a figura 6.17.
Todos os cromatogramas desta bacia apresentaram um pico bastante acentuado dos
TPP.
Figura 6.17. Cromatograma de massa m/z 259 da fração dos hidrocarbonetos saturados
do óleo CA-099 da Bacia de Camamu-Almada.
- Bacia de Jequitinhonha
Observa-se nos cromatogramas uma abundância relativa maior dos C
29
e C
27
diacolestano S em relação aos C
29
e C
27
diascolestano R. No geral, as amostras de óleo
da Bacia Jequitinhonha apresentam menor abundância dos TPP em relação aos
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
Tempo (min)
101
diasteranos, com exceção do óleo J-491 que apresenta uma maior abundância dos TPP
(figura 6.18).
Figura 6.18. Cromatogramas de massa m/z 259 da fração dos hidrocarbonetos saturados
dos óleos J-374 e J-491 da Bacia de Jequitinhonha.
J-374
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
Tempo (min)
J-491
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
Tempo (min)
102
Capítulo 7
7. Discussão dos Resultados
A diferenciação e avaliação dos paleoambientes deposicionais de rochas geradoras de
petróleo utilizando parâmetros moleculares têm aumentado em importância e aplicação
nos últimos anos. As evidências geoquímicas e de distribuição de biomarcadores podem
promover um critério de distinção entre óleos derivados de rochas geradoras
depositadas em diferentes ambientes (ambientes lacustres de água doce, salinos e
hipersalinos, marinho carbonático, marinho deltáico, etc.; MELLO et al.,1987).
Neste capítulo será apresentada a interpretação dos resultados geoquímicos referentes as
amostras de óleo da Bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha. Foi inferido o
paleoambiente de deposição das geradoras e estimado o grau de maturação térmica, a
partir de análises de cromatografia gasosa e cromatografia gasosa acoplada a
espectrometria de massas para os principais biomarcadores e parâmetros geoquímicos
gerais, à partir da análise de cromatografia líquida, como teor de hidrocarbonetos
saturados (%), teor de hidrocarbonetos aromáticos (%) e teor de NSO (Resinas +
Asfaltenos) (%) dos óleos.
A aplicação dos biomarcadores deve ser feita com cuidado, pois os mesmos podem ser
alterados por efeitos da maturação e da biodegradação. A abundância relativa e as
concentrações de compostos específicos variam de acordo com a alteração ocorrida
(MELLO et al., 1988). Sendo assim, tornou-se necessária a determinação dos dados
mais confiáveis que respondam às relações genéticas neste estudo. As principais razões
utilizadas estão detalhadas no anexo 2.
103
7.1. Parâmetros Geoquímicos Gerais
No geral, os resultados de cromatografia líquida para os óleos indicam que todos
tendem a ser saturados, como mostra o diagrama triangular apresentado no capítulo
anterior. O gráfico 7.1 mostra a média das porcentagens destes componentes para todos
os óleos.
Gráfico 7.1. Diagrama esquemático representando as percentagens médias dos
hidrocarbonetos saturados, aromáticos e compostos NSO.
Os cromatogramas também podem apresentar diferenças em seus padrões, indicando
diferença entre os níveis de evolução dos óleos. De acordo com GAGLIANONE &
TRINDADE (1988), os óleos continentais perdem o caráter bimodal das parafinas
normais, apresentam diminuição das parafinas ímpares e tornam-se enriquecidos em
parafinas mais leves com o avanço da maturação. As amostras menos matura tendem a
apresentar uma distribuição bimodal (figura 7.1 (a)). Com o avanço da maturação, a
distribuição deixa de ser bimodal e ocorre uma predominância ao redor das parafinas
entre C
15
C
27
(figura 7.1 (b)). Os óleos mais maturos apresentam distribuição rica em
leves, com tendência a queda nas mais pesadas (figura 7.1 (c)). Entretanto alguns dos
óleos em estudo apresentam cromatogramas com perda das parafinas mais leves,
provavelmente por evaporação, o que dificulta a diferenciação dos padrões.
No geral, pela análise dos dados cromatográficos (whole oil) a Bacia de Camamu-
Almada apresenta características de ambiente lacustre. Características como a alta
63%
26%
11%
% Saturados % Aromáticos % NSO
104
proporção de parafinas de alta massa molecular, e a razão P/F>1 é indicativo de
condições óxicas. A evolução térmica altera a razão: com o aumento da evolução, a
razão também aumenta. Então, os óleos de maior evolução tendem a apresentar os
maiores valores para esta razão. A predominância de n-parafinas ímpares sobre as pares
(CPI>1) indica importante contribuição de plantas terrestres (por descarboxilação de
ácidos graxos presentes nas plantas terrestres.
os perfis cromatográficos (whole oil) da Bacia de Jequitinhonha mostram a presença
abundante de n-parafinas de baixa massa molecular, a razão P/F<1 para a maioria das
amostras, com exceção do óleo J-121 e a predominância de n-parafinas ímpares sobre as
pares (CPI>1).
105
Figura 7.1. Distribuição das parafinas em óleos em função da maturação: (a)
cromatograma de caráter bimodal - maturação inicial; (b) perda do caráter bimodal -
maturação intermediária; (c) Cromatograma rico em leves - maturação avançada
(modificado de GAGLIANONE & TRINDADE, 1988).
106
7.2. Parâmetros geoquímicos indicadores de origem através da análise dos
biomarcadores
Através da identificação de certos biomarcadores é possível caracterizar o ambiente
deposicional das amostras de óleo em estudo. Foram calculados os parâmetros de
origem que melhor caracterizam os óleos das Bacias Camamu-Almada e Jequitinhonha.
É importante ressaltar que não foram realizadas outras análises, tais como, análise
isotópica de carbono e conteúdo de enxofre. Tais limitações podem dificultar a
definição dos ambientes deposicionais das rochas geradoras dos óleos analisados.
Tabela 7.1. Razões de biomarcadores indicadores de origem.
Amostras
P/F
P/nC
17
F/nC
18
CPI
Ts/Tm
Tr/17
α
αα
α
-hop
Dia/Est
Hop/Est
TPP/Dia
27
Dia
27
/TPP
CA-077
1,56
0,53
0,36
1,47
1,14
0,84
0,22
35,48
14,18
0,07
CA-097
-
-
-
-
0,97
1,98
0,16
14,60
9,21
0,11
CA-108
-
-
-
-
0,96
1,92
0,18
15,19
9,94
0,10
CA-111
1,15
0,50
0,42
1,82
0,97
1,63
0,14
12,26
8,63
0,12
CA-099
-
-
-
-
1,20
4,97
0,24
10,47
3,98
0,25
CA-110
-
-
-
-
0,88
1,14
0,16
23,62
15,09
0,07
CA-079
1,57 0,36 0,28 1,15 1,81 2,12 0,68 33,71 12,44 0,08
J-121
1,64
1,10
0,78
1,59
1,22
1,22
1,30
5,95
0,57
1,77
J-374
0,98
0,81
1,23
1,36
0,49
1,90
1,15
1,59
0,23
4,31
J-491
0,84
1,12
1,24
1,11
0,39
5,09
1,62
3,20
1,67
0,60
J-371
0,82 1,11 1,16 1,13 0,56 1,65 2,22 3,45 0,28 3,59
Amostras
Tet
24
/17
α
αα
α
-hop
H
35
/H
34
G/17
α
αα
α
-hop
Tr26/25
% 27
ββ
ββββ
ββ
Est
% 28
ββ
ββββ
ββ
Est
% 29
ββ
ββββ
ββ
Est
CA-077
0,03
0,38
0,26
1,32
29,28
21,12
49,60
CA-097
0,04
0,44
0,40
1,65
35,63
30,02
34,36
CA-108
0,04
0,43
0,36
1,67
36,28
30,11
33,62
CA-111
0,06
0,53
0,33
1,08
26,31
26,39
47,29
CA-099
0,10
0,64
0,34
1,49
40,68
30,08
29,24
CA-110
0,02
0,41
0,45
1,73
33,44
30,82
35,74
CA-079
0,05 0,37 0,28 2,01 39,14 23,58 37,28
J-121
0,05
0,80
0,08
0,98
29,39
31,69
38,91
J-374
0,05
0,64
0,30
1,16
30,76
26,33
42,91
J-491
0,11
0,30
0,35
2,07
32,22
22,86
44,92
J-371 0,04 0,65 0,27 0,74 36,71 24,02 39,27
107
Com o propósito de avaliar o grau de correlação de origem entre os óleos selecionados,
foi realizada uma análise comparativa dos valores da distribuição dos C
27
, C
28
e C
29
esteranos regulares. De acordo com o diagrama ternário (figura 7.2), nenhuma tendência
nítida foi observada, consequentemente, não sendo relevante na diferenciação dos óleos
em estudo.
Figura 7.2. Diagrama ternário das %C
27
αββ, %C
28
αββ e %C
29
αββ dos esteranos
regulares.
100
75
50
25
100
75
50
25
100 75 50 25
% C27
% C28 % C29
Camamu-Almada
Jequitinhonha
108
Gráfico 7.2. Correlação dos parâmetros de origem H
35
/H
34
(m/z 191) e P/F para as
amostras de óleo das bacias em estudo.
Para correlacionar as amostras em ambientes óxicos e anóxicos, foram utilizados alguns
parâmetros com a razão P/F.
Inicialmente correlacionamos as razões H
35
/H
34
(m/z 191) e P/F, representado pelo
gráfico 7.2. Os óleos da Bacia de Camamu-Almada apresentam valores para a razão P/F
próximos, conforme destaque no gráfico, com valores entre 1,15 e 1,57 para os óleos
CA-111 e CA-079, respectivamente. a Bacia de Jequitinhonha apresenta o maior
valor para esta razão de 1,64, para o óleo J-121, e o menor valor de 0,82 para o óleo J-
371.
Segundo PETERS et al. (2005), para os ambientes óxicos, característicos de matéria
orgânica terrestre, a razão P/F tem que ser maior que 3,0, enquanto que para ambientes
anóxicos, comumente hipersalinos ou carbonáticos, a razão P/F é menor que 0,8. Então,
os óleos J-371 e J-491 tendem a ambientes anóxicos.
Também é muito usado a relação de DIDYK et al. (1978), onde valores de razão P/F<1
indicariam deposição anóxida e valores de razão P/F>1 indicariam ambiente de
deposição óxico. Com base nesta relação, as amostras de óleos J-371 e J-491 confirmam
a presença de ambientes anóxicos.
0,0
1,0
2,0
3,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
H
35
/H
34
(m/z 191)
P/F
Camamu-Almada Jequitinhonha
Anóxico
Óxico P/F>3
J-374
J-121
J-371
J-491
109
Elevados valores para a razão H
35
/H
34
são características de ambientes marinhos, com
baixo potencial redutor, e valores baixos para esta razão caracterizam ambientes
lacustres.
Os óleos J-121 e J-491, da Bacia de Jequitinhonha, apresentam os valores extremos para
a razão H
35
/H
34
que é de 0,80 e 0,30, respectivamente. E os óleos da Bacia de Camamu-
Almada apresentam os valores de 0,64 para a amostra CA-099 e 0,37 para a amostra
CA-079.
0,0
1,0
2,0
3,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Hop/Est
P/F
Camamu-Almada Jequitinhonha
CA-077
CA-079
J-374
Óxico
Anóxico
CA-111
J-121
Gráfico 7.3. Correlação dos parâmetros de origem Hop/Est e P/F para as amostras de
óleo das bacias em estudo.
Correlacionamos a razão P/F coma a razão Hop/Est, que também é muito usada para
determinação do ambiente deposicional.
Baixos valores de razão Hop/Est (menor ou igual 4) indica deposição de matéria
orgânica marinha com maior contribuição de organismos planctônicos e/ou algas e altos
valores (maior que 7) indicam deposição de matéria orgânica terrestre e/ou
microbialmente retrabalhada.
110
Podemos observar no gráfico 7.3 que todas as amostras da Bacia de Camamu-Almada
apresentam valores maiores que 7 para a razão Hop/Est, em destaque para as amostras
de óleo CA-079 e CA-077, cujos valores são 33,7 e 35,5, respectivamente. o óleo J-
374 da Bacia de Jequitinhonha apresenta o menor valor para esta razão, 1,59, indicando
um caráter predominantemente marinho, juntamente com as amostras de óleo J-371 e J-
491 .
Gráfico 7.4. Correlação dos parâmetros de origem F/nC
18
e P/nC
17
para as amostras de
óleo das bacias em estudo.
LIJIMBACK (1975) introduziu a razão P/nC
17
em óleos brutos como indicador de
ambientes deposicionais de uma rocha geradora. Quando a razão é maior que 1, o
ambiente deposicional da rocha geradora deveria estar relacionado à condições de
turfeira, ambiente onde a atividade bacteriana é reduzida e quando a razão é menor que
1, o ambiente de deposição estaria relacionado a uma alternância de condições
pantanosas e de água exposta. DIDYK et al. (1978), observaram que em paleoambientes
deposicionais com uma alta contribuição de vegetais superiores, uma quantidade baixa
de n-heptadecano deveria ser esperado, em contraste a um paleoambiente
verdadeiramente marinho.
De acordo com o gráfico 7.4, a mostra J-121 da Bacia de Jequitinhonha, se destaca entre
as demais amostras de óleo indicando ser uma mistura.
0,0
0,5
1,0
1,5
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
F/nC
18
P/nC
17
Camamu-Almada Jequitinhonha
Mistura
Marinho
Terrestre
J-121
111
Gráfico 7.5. Correlação dos parâmetros de origem TPP/Dia
27
(m/z 259) e Hop/Est para
as amostras de óleo das bacias em estudo.
Valores altos para as razões TPP/Dia
27
e Hop/Est indicam deposição em ambientes
lacustres de água doce/salobro, enquanto valores baixos sugerem deposição em
ambiente marinho e/ou lacustres salinos.
Os óleos da Bacia Camamu-Almada apresentam valores para a razão TPP/Dia
27
bem
mais elevados na faixa entre 4,0 e 15,1, para as amostras CA-099 e CA-110,
respectivamente. Já os óleos da Bacia Jequitinhonha se encontram entre 0,23 e 1,67,
para as amostras J-374 e J-491, respectivamente.
Em destaque no gráfico as amostras CA-077, CA-079 e CA-110, da Bacia de Camamu-
Almada, indicando ambientes deposicionais de origem lacustre (doce/salobro) e as
amostras J-374 e J-371, da Bacia de Jequitinhonha, predominando uma origem lacustre,
com possível contribuição de fonte marinha.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0
TPP/Dia
27
(m/z 259)
Hop/Est
Camamu-Almada Jequitinhonha
Lacustre
(salino/marinho)
Lacustre
(doce/salobro)
CA-110
CA-077
CA-079
J-121
J-491
Mistura
CA-099
112
Gráfico 7.6. Correlação dos parâmetros de origem Hop/Est e Dia
27
/TPP (m/z 259) para
as amostras de óleo das bacias em estudo.
Uma outra maneira de observarmos a origem da matéria orgânica é através da
construção do gráfico Hop/Est x Dia
27
/TPP.
Os óleos da Bacia Camamu-Almada apresentam os menores valores para a razão
Dia
27
/TPP, entre 0,07 para as mostras CA-077 e CA-110 e 0,25 para a amostra CA-099,
enquanto que as amostras da Bacia de Jequitinhonha apresentam os maiores valores
entre 0,60 para a amostra J-491 e 4,31 para a amostra J-374.
De acordo com os gráficos 7.5 e 7.6 observam-se que as Bacias estão bem separadas por
estas correlações, caracterizando ambientes de origem distintas. Os resultados indicam
que os óleos da Bacia Camamu-Almada estão relacionados a rochas geradoras
depositadas em ambientes lacustres de água doce/salobra, pois além da alta razão
Hop/Est e alta abundância relativa de TPP, apresentam predominância de n-alcanos de
alta massa molecular, o que reforça a indicação de que estes óleos são provenientes de
ambiente lacustre doce/salobro. Por outro lado, os óleos da Bacia Jequitinhonha devem
estar relacionados a rochas geradoras marinhas e/ou lacustres salinas, devido aos baixos
valores para ambas as razões.
A partir dos resultados apresentados, notou-se que os óleos estudados podem ser
classificados em dois grupos: um caracterizado por características herdadas de
0,0
2,0
4,0
6,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Hop/Est
Dia
27
/TPP (m/z 259)
Camamu-Almada Jequitinhonha
Mistura
Lacustre
(doce/salobro)
Lacustre (salino/marinho)
CA-077CA-079
CA-110
J-374
J-371
113
geradoras de origem lacustre doce/salobro e outro por apresentar biomarcadores
sugerindo contribuição de óleos gerados por geradoras de ambiente lacustre salino e
marinho.
Gráfico 7.7. Correlação dos parâmetros de origem TPP/Dia
27
(m/z 259) e G/17α-hop
(m/z 191) para as amostras de óleo das bacias em estudo.
O gamacerano (G) é um marcador biológico indicador de salinidade de um ambiente
deposicional, ou pode refletir a eficiência da estratificação da coluna d’água, logo,
quanto mais salino for o ambiente, mais elevada parece ser a razão G/17α-hop.
A razão de TPP/Dia
27
é muito utilizada para a determinação de ambientes deposicionais
do tipo lacustre de água doce (HOLBA et al., 2000).
Na Bacia de Camamu-Almada a amostra CA-110 apresenta o maior valor para a razão
G/17α-hop, 0,45, e o menor, 0,26, para a amostra CA-077. Para a Bacia de
Jequitinhonha o óleo J-121 tem o menor valor 0,08 e o óleo J-491 tem o maior valor
0,35.
Analisando o gráfico 7.7, observa-se que a maioria das amostras da Bacia de Camamu-
Almada que apresentam altos valores para a razão TPP/Dia
27
possuem baixos valores
para a razão G/17
α-hop. Enquanto que, para a Bacia de Jequitinhonha, os valores
0,0
0,2
0,4
0,6
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0
TPP/Dia
27
(m/z 259)
G/17
α
α
α
α
-hop (m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
Ambiente com
alta salinidade
Ambiente com
baixa salinidade
J-374
J-371
CA-110
J-121
J-491
CA-077
CA-079
CA-099
114
apresentam semelhanças na razão G/17α-hop, onde a faixa de variação é muito pequena,
não distinguindo-as.
Óleos de rochas geradoras depositadas em ambiente de água doce/salobra apresentam
maior quantidade de TPP em relação aos diasteranos (Figura 7.3). Óleos e rochas cuja
deposição ocorreu nesse tipo de ambiente deposicional possuem uma razão Hop/Est
elevada devido ao baixo teor de esteranos, ou seja, amostras de origem lacustre possuem
menor concentração de esteranos do que amostras marinhas, sugerindo assim que a
razão de TPP com um esterano é viável para a distinção do tipo de ambiente
deposicional.
Figura 7.3. Cromatogramas de massa do íon m/z 259 demonstrando 2 diferentes
ambientes deposicionais: amostra CA-077 origem lacustre (doce/salobro) e amostra J-
374 origem lacustre (salino/marinho).
CA-077
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
Tempo (min)
J-374
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
Tempo (min)
115
Gráfico 7.8. Correlação dos parâmetros de origem Hop/Est e Tr26/25 (m/z 191) para as
amostras de óleo das bacias em estudo.
Outro parâmetro que mostra a influência dos ambientes deposicionais é a razão Tr26/25.
No gráfico 7.8 pode-se observar esta razão contra a razão Hop/Est.
Para a Bacia de Camamu-Almada a maior razão Tr26/25 é de 2,01, para a amostra CA-
079 e o menor valor é de 1,08, para a amostra CA-111. Em relação a Bacia de
Jequitinhonha o óleo que apresenta o menor valor é de 0,74 para a amostra J-371 e o
maior é de 2,07 para a amostra J-491.
Este último gráfico reforça a origem lacustre de água doce/salobra para os óleos da
Bacia de Camamu-Almada, predominando, principalmente as amostras CA-077 e CA-
079 e a origem lacustre salina e/ou marinha para a da Bacia de Jequitinhonha,
destacando os óleos J-374 e J-371.
7.3. Parâmetros geoquímicos indicadores de maturação através da análise dos
biomarcadores
Alguns parâmetros geoquímicos moleculares indicadores do nível de evolução rmica
propostos na literatura foram selecionados, calculados e analisados para as amostra de
óleo das Bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha. No entanto, somente os
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Hop/Est
Tr26/25 (m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
Lacustre
Marinho
CA-077
J-374
J-491
J-371
CA-079
116
parâmetros que melhor caracterizam as amostras são utilizados na discussão dos
resultados.
Tabela 7.2. Razões de biomarcadores indicadores de maturação.
Gráfico 7.9. Correlação dos parâmetros de maturação térmica (S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
(m/z 217) e S/(S+R) C
29
ααα (m/z 217) para as amostras de óleo das bacias em estudo.
O Gráfico 7.9 correlaciona os parâmetros de isomerização de centros assimétricos do
C
29
esterano, razões S/(S+R) C
29
ααα versus (S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
a fim de avaliar do
grau de evolução térmica de óleos.
Com o aumento da maturação térmica, a razão S/(S+R) C
29
ααα aumenta e seus valores
de equilíbrio são atingidos antes ou durante o início da “janela de geração do óleo” e
0,00
0,20
0,40
0,60
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80
(S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
(
m/z
217)
S/(S+R) C
29
ααα (m/z 217)
Camamu-Almada Jequitinhonha
Aumento do grau de
evolão térmica
equilíbrio
J-121
CA-077
CA-079
J-374
Amostras Ts/(Ts+Tm) C
29
Ts/(C
29
Ts+H
29
) Tr/Hop S/(S+R) H
32
S/(S+R) C
29
ααα
ααα ααα
ααα
(S+R)
ββ
ββββ
ββ
/(
ββα
ββαββα
ββα
) C
29
Tr/17
α
αα
α
-hop
CA-077
0,53
0,21
0,36
0,58
0,58
0,39
0,84
CA-097
0,49
0,24
0,94
0,62
0,49
0,40
1,98
CA-108
0,49
0,28
0,91
0,63
0,41
0,41
1,92
CA-111
0,49
0,24
0,83
0,60
0,47
0,39
1,63
CA-099
0,55
0,25
2,45
0,63
0,47
0,39
4,97
CA-110
0,47
0,25
0,56
0,62
0,36
0,41
1,14
CA-079 0,64 0,29 0,82 0,64 0,57 0,47 2,12
J-121
0,55
0,38
0,45
0,56
0,52
0,55
1,22
J-374
0,33
0,44
0,73
0,53
0,24
0,31
1,90
J-491
0,28
0,31
1,66
0,56
0,38
0,49
5,09
J-371 0,36 0,27 0,66 0,52 0,28 0,46 1,65
117
variam de zero até aproximadamente 0,5, sendo que os valores 0,52 e 0,55 se encontram
na faixa de equilíbrio (SEIFERT & MOLDOWAN, 1986). A razão (S+R) ββ/(ββ+αα)
C
29
também aumenta com o aumento da maturação térmica de valores próximos de zero
a aproximadamente 0,7, sendo que os valores 0,67 e 0,71 se encontram na fase de
equilíbrio (SEIFERT & MOLDOWAN, 1986).
Os resultados da razão S/(S+R) C
29
ααα mostram que os óleos CA-077 e CA-079 se
encontram acima da faixa de equilíbrio, 0,58 e 0,57, respectivamente. Já o óleo J-121 se
encontra dentro da faixa de equilíbrio, 0,52, e outros abaixo desta faixa, variando de
0,24 a 0,49. O óleo que apresenta o valor mínimo é o óleo J-374.
Para a razão (S+R) ββ/(ββ+αα
118
SEIFERT & MOLDOWAN, 1986; WAPLES & MACHIHARA, 1991; FARRIMOND
et al., 1998). Neste estudo, é possível evidenciar os diferentes veis de maturação dos
óleos através das abundâncias relativas de C
27
, C
28
e C
29
ααα 20R esteranos, observadas
nos cromatogramas de massas do íon m/z 217 (figura 7.4). A amostra de óleo mais
matura é a J-121 e a amostra de óleo menos matura é a J-374, ambas da Bacia de
Jequitinhonha.
Figura 7.4. Cromatogramas de massa m/z 217 das amostras de óleo mostrando as
diferentes proporções de ααα 20R para um óleo mais maturo (amostra J-121) e para um
óleo menos maturo (amostra J-374), respectivamente.
J-121
4 2 .0 0 4 4 .0 0 4 6.0 0 4 8 .0 0 5 0 .0 0 52 .0 0 5 4.0 0 56 .0 0 58 .0 0 T e m p o (m in)
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 9
J-374
42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
27
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
28
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
29
Tem po (min)
119
Gráfico 7.10. Correlação dos parâmetros de maturação térmica S/(S+R) C
29
ααα (m/z
217) versus Ts/(Ts+Tm) (m/z 191) para as amostras de óleo das bacias em estudo.
Com o aumento da maturação térmica a razão Ts/(Ts+Tm) aumenta de 0 a 1,
alcançando seu valor final em torno do final da janela de geração de óleo (WASEDA &
NISHITA, 1998; PETERS & MOLDOWAN, 1993), enquanto que a razão S/(S+R)
C
29
ααα alcança seus valores de equilíbrio antes ou durante o início da janela de geração
de óleo. Por esta razão, após o pico da janela de geração, a razão S/(S+R) C
29
ααα
permanece constante no seu valor de equilíbrio e somente a razão Ts/(Ts+Tm) aumenta
com o aumento da maturação (WASEDA & NISHITA, 1998).
De acordo com o gráfico 7.10, os óleos CA-077, CA-079 e J-121 alcançaram o
equilíbrio para a razão S/(S+R) C
29
ααα com seus respectivos valores de 0,58, 0,57 e
0,52. O valor máximo para a razão Ts/(Ts+Tm) foi de 0,64 para o óleo CA-079 e valor
mínimo foi de 0,28 para o óleo J-491. Observa-se que quando se correlaciona as razões
Ts/(Ts+Tm) e S/(S+R) C
29
ααα (Gráfico 7.10), as amostras que apresentam os maiores
graus de maturação não diferem das que apresentam a mesma característica na
correlação entre as razões S/(S+R) C
29
ααα e (S+R) ββ/(ββ+αα) (Gráfico 7.9). Assim, a
razão Ts/(Ts+Tm) auxilia na indicação de que algumas amostras parecem ter
ultrapassado o limite de equilíbrio da razão de isomerização dos C
29
esteranos.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80
S/(S+R) C
29
ααα (m/z 217)
Ts/(Ts+Tm) ( m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
equilíbrio
J-121
CA-079
CA-077
J-491
J-374
120
As amostras CA-077, CA-079 e J-121 em ambas as correlações realizadas (Gráficos 7.9
e 7.10), demonstram ter maiores graus de evolução térmica, fato que é confirmado pelos
maiores valores nas razões de isomerização de esteranos e hopanos, dentre as amostras
estudadas.
Gráfico 7.11. Correlação dos parâmetros de maturação térmica S/(S+R) C
29
ααα (m/z
217) e Tr/17α-hop (m/z 191) para as amostras de óleo das bacias em estudo.
A razão Tr/17α-hop auxilia na indicação de que algumas amostras parecem ter
ultrapassado o limite de equilíbrio da razão de isomerização dos esteranos, uma vez que
os óleos que apresentam valores da razão S/(S+R) C
29
ααα na faixa de equilíbrio,
apresentam valores crescentes de razão Tr/17α-hop.
Na Bacia de Jequitinhonha a amostra J-121 está na faixa de equilíbrio para razão
S/(S+R) C
29
ααα e as amostras CA-077 e CA-079, da Bacia de Camamu-Almada, estão
acima desta faixa. As amostras CA-077 e J-491 apresentam valores extremos de razão
Tr/17α-hop que são de 0,84 e 5,09, respectivamente. As amostras CA-077 e CA-110
apresentam os menores valores, os óleos J-491 e CA-099 apresentam os valores
máximos. Os óleos J-491 e CA-099 são os que apresentam o grau de evolução térmica
mais elevado.
0,00
2,00
4,00
6,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
S/(S+R) C
29
ααα
(m/z 217)
Tr/17
α
-hop (
m/z
191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
equilíbrio
CA-077
CA-079
J-121
J-491
J-374
121
Uma amostra de menor grau de evolução térmica apresenta uma menor abundância
relativa dos terpanos tricíclicos com relação aos hopanos e uma amostra de maior grau
de evolução rmica apresenta baixa abundância relativa dos hopanos em relação aos
terpanos tricíclicos (WAPLES & MACHIHARA, 1991; PETERS et al., 2005). Isto é
observado na figura 7.5, a amostra CA-077 é amostra menos matura apresentando o
menor valor para a razão Tr/17α-hop, a amostra CA-079 tem uma média evolução
térmica e a amostra J-491 é a mais matura por este parâmetro.
122
Figura 7.5. Cromatogramas de massas do íon m/z 191 demonstrando os diferentes graus
de evolução térmica: amostra CA-077 menos matura, amostra CA-079 média maturação
e amostra J-491 mais matura (influênciada pela biodegradação).
CA-077
2 0 .0 0 3 0 . 0 0 4 0 .0 0 5 0 . 0 0 6 0 .0 0 7 0 .0 0
123
Gráfico 7.12. Correlação dos parâmetros de maturação térmica S/(S+R) H
32
(m/z 191) e
S/(S+R) C
29
ααα (m/z 217) para as amostras de óleo das bacias em estudo.
A razão S/(S+R) H
32
é muito apropriada para diferenciar estágios iniciais de maturação.
Sedimentos depositados em ambientes hipersalinos, por exemplo, podem apresentar
uma série de homohopanos amplamente isomerizados no C
22
, ainda num estágio inicial
de diagênese (MELLO, 1988; PETERS et al., 2005).
Esta razão varia em sedimentos e petróleos de zero a aproximadamente 0,6, com valores
de equilíbrio na faixa de 0,57 a 0,62 durante a maturação térmica (SEIFERT &
MOLDOWAN, 1986). Amostras cuja razão se encontra entre 0,50 a 0,54, mal entraram
na faixa de geração de óleo, enquanto razões entre 0,57 a 0,62 indicam que a fase
principal de geração foi alcançada ou ultrapassada (SEIFERT & MOLDOWAN, 1980).
De acordo com o gráfico 7.12 os valores obtidos para a razão S/(S+R) H
32
encontram na
faixa entre 0,52 a 0,64, para as amostras J-371 e CA-079, respectivamente. Para a
maioria das amostras, observa-se quando comparadas com estudos anteriores (PETERS
et al., 2005; SEIFERT & MOLDOWAN, 1980), exceto as que não apresentam os
homohopanos em abundância, que a fase de geração foi alcançada.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
S/(S+R) H
32
(m/z 191)
S/(S+R) C
29
ααα
(
m/z
217)
Camamu-Almada Jequitinhonha
equilíbrio
J-371
CA-079
J-374
CA-077
J-121
124
7.4. Parâmetros Geoquímicos indicadores de biodegradação através da análise dos
biomarcadores
A biodegradação por microorganismos aeróbicos e/ou anaeróbicos resultam
inicialmente na total ou parcial remoção de n-alcanos de baixa massa molecular,
seguidos pelos n-alcanos na faixa de n-C
16
a n-C
25
, e finalmente naqueles acima de n-
C
25
. Diferentes intensidades de biodegradação e diferentes períodos de tempo levam os
petróleos a possuírem diferentes graus de biodegradação (TISSOT & WELTE, 1984).
Pelos cromatogramas foi possível observar que algumas amostras apresentam baixas
concentrações das classes de compostos n-alcanos e isoprenóides, caracterizando
amostras biodegradadas.
A presença do terpano desmetilado 17α(H)-25-norhopano, considerado um importante
indicador do grau de biodegradação, será usado para avaliar o quanto a biodegradação
está afetando a interpretação dos parâmetros de maturação e de origem.
A seguir serão apresentados gráficos correlacionando a relação 25-NH/17α-hop com
algumas razões de origem e maturação pertinentes às amostras analisadas. As tabelas
7.3 e 7.4 demonstram os valores de razões de biodegradação e as relações de maturação
e origem que serão analisadas. Apesar das amostras da Bacia de Camamu-Almada
apresentarem baixos valores para a razão 25-NH/17α-hop, estes valores foram
considerados para esta análise.
Inicialmente analisaremos a influência da razão 25-NH/17α-hop (biodegradação) sobre
a interpretação dos parâmetros de origem:
125
Tabela 7.3. Razões de biomarcadores indicadores de biodegradação e origem.
Gráfico 7.13. Correlação do parâmetro indicador de origem Tr/17α-hop (m/z 191) e o
parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo.
Existem evidências que os terpanos tricíclicos são biogenéticamente derivados de
poliprenóis de precursores bacterianos, considerados importantes constituintes da
membrana de células de organismos procariontes (OURISSON et al., 1982). Esses
compostos são mais resistentes à degradação térmica (VAN GRASS, 1990; PETERS et
al., 1990; PETERS & MOLDOWAN, 1993) e a biodegradação (SEIFERT &
Amostras
25-NH/17
α
αα
α
-hop
Ts/(Ts+Tm)
G/17
α
αα
α
-hop
Tet24/17
α
αα
α
-hop
Tr/17
α
αα
α
-hop
Hop/Est
Dia/Est
CA-077
-
0,53
0,26
0,03
0,15
35,48
0,22
CA-097
0,11
0,49
0,40
0,04
0,30
14,60
0,16
CA-108
0,11
0,49
0,36
0,04
0,29
15,19
0,18
CA-111
-
0,49
0,33
0,06
0,09
12,26
0,14
CA-099
0,16
0,55
0,34
0,10
0,91
10,47
0,24
CA-110
0,09
0,47
0,45
0,02
0,16
23,62
0,16
CA-079
0,15 0,64 0,28 0,05 0,22 33,71 0,68
J-121
-
0,55
0,08
0,05
0,21
5,95
1,30
J-374
-
0,33
0,30
0,05
0,37
1,59
1,15
J-491
0,54
0,28
0,35
0,11
0,85
3,20
1,62
J-371
- 0,36 0,27 0,04 0,33 3,45 2,22
0,00
0,20
0,40
0,60
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00
Tr/17
α
-hop (m/z
191)
25-NH/17
α
-hop (
m/z
191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
J-491
CA-099
CA-110
CA-097
CA-108
CA-079
126
MOLDOWAN, 1979; PALACAS et al., 1986), do que as demais famílias de terpanos
(REED, 1977; SEIFERT & MOLDOWAN, 1986).
A medida que os compostos 17α(H)-25-norhopano estão aumentando, aumenta também
a proporção dos terpanos tricíclicos. Verifica-se então, que a quantidade de terpanos
tricíclicos existentes nestas amostras estão sendo controlada pela biodegradação e
portanto sua correlação como parâmetro de origem está sendo afetada podendo gerar
falsas interpretações do ambiente deposicional das amostras.
As amostras de óleo J-491 da Bacia de Jequitinhonha e CA-099 da Bacia de Camamu-
Almada, representada no gfico 7.13, se destacam das demais por apresentar uma
quantidade alta de terpanos tricíclicos.
Gráfico 7.14. Correlação do parâmetro indicador de origem Tet24/17α-hop (m/z 191) e
o parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo.
Estudos estruturais (PETERS et al., 2005; TRENDEL et al., 1982) sugerem que os
terpanos tetracíclicos são provenientes da degradação de hopanos. Grandes quantidades
de terpanos tetracíclicos têm sido encontradas em óleos de origem deltáica. Sua
ocorrência em abundância relativa alta em ambientes lacustre/não-marinhos sugere que
eles talvez sejam oriundos de precursores de organismos terrestres, embora uma origem
0,00
0,20
0,40
0,60
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12
Tet24/17
α
-hop (m/z
191)
25-NH/17
α
-hop (
m/z
191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
J-491
CA-099
CA-110
CA-097
CA-108
CA-079
127
bacteriana não possa ser descartada. Estes compostos também parecem mais resistentes
a biodegradação quando comparados com os hopanos (AQUINO NETO et al., 1983).
O gráfico 7.14 demonstra uma tendência de crescimento do terpano tetracíclico C
24
com
o aumento dos compostos17α(H)-25-norhopanos. Esta tendência compromete a
correlação dos terpanos tetracíclicos como parâmetro de origem.
Gráfico 7.15. Correlação do parâmetro indicador de origem Ts/(Ts+Tm) (m/z 191) e o
parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo.
De uma maneira geral observa-se nas amostras, através dos cromatogramas de massas
m/z 191, uma maior concentração do Tm em relação ao Ts, com exceção das amostras
CA-099 e CA-079. Essa característica intrínseca das amostras de Tm maior que Ts está
coerente com aporte de matéria orgânica terrestre.
Verifica-se no gráfico 7.15 que a relação Ts/(Ts+Tm) não está variando muito com a
biodegradação como as relações anteriores, ou seja, a medida que a concentração dos
compostos 17α(H)-25-norhopanos está aumentando não observa-se uma variação muito
grande da relação Ts/(Ts+Tm), exceto para a amostra J-491. Sendo assim este
0,00
0,20
0,40
0,60
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
Ts/(Ts+Tm) (m/z 191)
25-NH/17α-hop (m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
J-491
CA-099
CA-110
CA-097
CA-108
CA-079
128
parâmetro de origem está sendo menos afetado pela biodegradação que os parâmetros
que envolvem os terpanos tricíclicos e tetracíclicos.
Gráfico 7.16. Correlação do parâmetro indicador de origem G/17α-hop (m/z 191) e o
parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo.
A relação G/17α-hop é indicadora de estratificação da coluna d`água e salinidade do
ambiente deposicional (PETERS & MOLDOWAN, 1993). Observando o gráfico 7.16
verificamos a não existência de uma tendência de crescimento da razão G/17α-hop com
a razão 25-NH/17α-hop, ou seja, a medida que aumenta a concentração do composto
17α(H)-25-norhopano não é observado um aumento do composto gamacerano. Isto
ocorre pelo fato do gamacerano ser muito resistente a biodegradação.
129
Gráfico 7.17. Correlação do parâmetro indicador de origem Hop/Est e o parâmetro
indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de óleo das
bacias em estudo.
A razão Hop/Est reflete a maior contribuição de organismos procarióticos (bactérias) ou
organismos eucarióticos (algas e plantas superiores), (PETERS et al., 2005).
Baixos valores de razão Hop/Est (menor ou igual 4) indica deposição de matéria
orgânica marinha com maior contribuição de organismos planctônicos e/ou algas e altos
valores (maior que 7) indicam deposição de matéria orgânica terrestre e/ou
microbialmente retrabalhada.
De acordo com o gráfico 7.17 observa-se que as duas razões são inversamente
proporcionais (excluindo a amostra CA-079), ou seja, quanto maior a razão 25-NH/17α-
hop menor é a razão Hop/Est, indicando que houve a formação dos compostos 17α(H)-
25-norhopanos antes da degradação dos esteranos (ALBERDI et al., 2001; PETERS &
MOLDOWAN, 1993; PETERS et al., 1996). Em outras palavras, a presença dos
17α(H)-25-norhopanos indica que houve degradação preferencial dos 17α(H)-hopanos
em relação aos esteranos na seguinte ordem: C
27
-C
32
> C
33
> C
35
hopanos seguidos por
ααα20R e αββ20R > ααα20S e αββ20S e C
27
> C
28
> C
29
> C
30
esteranos (PETERS &
MOLDOWAN, 1993). Neste caso, dizemos que o processo ocorreu pela primeira rota
de biodegradação. 2001; PETERS & MOLDOWAN, 1993; PETERS et al., 1996).
Segundo a tabela 4.16 (PETERS & MOLDOWAN, 1993), o nível de biodegradação
0,00
0,20
0,40
0,60
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Hop/Est
25-NH/17α-hop (m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
J-491
CA-099
CA-110
CA-097
CA-108
CA-079
130
estaria variando de pesado 6 (presença de 17α(H)-25-norhopano), passando pelo nível 7
(esteranos degradados, diasteranos intactos) chegando até ao nível muito pesado 8
(hopanos parcialmente degradados).
As amostras de óleos CA-108, CA-110, CA-099, CA-097 e CA-079, da Bacia de
Camamu-Almada e J-491, da Bacia de Jequitinhonha, apresentaram o composto
17α(H)-25-norhopano, comprovado pelos cromatogramas de massa m/z 191 e m/z 177.
A biodegradação também foi evidenciada pela ausência das n-parafinas e dos
isoprenóides (pristano e fitano) (figura 6.2), e pelo aumento da linha base como
resultado de uma UCM (Unresolved Complex Mixture) que evidencia a presença de
compostos pesados que não foram resolvidos cromatograficamente, com exceção das
amostras J-491 e CA-079.
De acordo com a figura 7.6, após analisar os três cromatogramas podemos caracterizar a
amostra J-491, da Bacia de Jequitinhonha, como uma mistura, pois além da presença do
composto 17α(H)-25-norhopanos também observamos as classes de compostos n-
alcanos e isoprenóides.
131
Figura 7.6. Cromatogramas da amostra J-491 da Bacia de Jequitinhonha: cromatograma
(whole oil), cromatograma de massa do íon m/z 191 e cromatograma de massa do íon
m/z 177.
Whole Oil
132
Gráfico 7.18. Correlação do parâmetro indicador de origem Dia/Est (m/z 217) e o
parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo.
Os diasteranos são mais resistentes a degradação térmica e a biodegradação que os
esteranos.
Em óleos biodegradados a razão Dia/Est apresenta valores elevados devido à
degradação preferencial dos esteranos regulares em relação aos diasteranos (CONNAN,
1984; PETERS & MOLDOWAN, 1993; SEIFERT & MOLDOWAN, 1979). De acordo
com a seqüência de níveis de biodegradação proposta por PETERS & MOLDOWAN,
pode-se observar a degradação completa dos C
27
-C
29
esteranos regulares antes do início
da degradação dos diasteranos frente ao processo de biodegradação severa (PETERS &
MOLDOWAN, 1993). Assim, esta razão é útil para diferenciar condições deposicionais
quando as amostras apresentam níveis de maturação e de biodegradação similares
(PETERS et al., 2005).
Observando o gráfico 7.18, uma tendência crescente para ambas as razões, ou seja, a
razão Dia/Est está variando com o grau de biodegradação indicado pela razão 25-
NH/17α-hop.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
Dia/Est (m/z 217)
25-NH/17α-hop (m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
J-491
CA-099
CA-110
CA-097
CA-108
CA-079
133
Análise da influência da razão 25-NH/17α-hop (biodegradação) sobre a interpretação
dos parâmetros de maturação:
Tabela 7.4. Razões de biomarcadores indicadores de biodegradação e maturação.
Gráfico 7.19. Correlação do parâmetro indicador de maturação S/(S+R) C
29
ααα (m/z
217) e o parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as
amostras de óleo das bacias em estudo.
No gráfico 7.19, observa-se pelo parâmetro S/(S+R) C
29
ααα que as 4 amostras da Bacia
de Camamu-Almada estão pouco evoluídas termicamente, pois encontram-se antes da
faixa de equilíbrio (0,52 à 0,55) e que apenas a amostra CA-079 apresentou valores
mais altos que os valores que definem esta faixa.
Amostras
25-NH/17
α
αα
α
-hop
S/(S+R) C
29
ααα
ααα ααα
ααα
(S+R)
ββ
ββββ
ββ
/(
ββ+αα
ββ+ααββ+αα
ββ+αα
) C
29
S/(S+R) H
32
CA-077
- 0,58 0,39 0,58
CA-097
0,11 0,49 0,40 0,62
CA-108
0,11 0,41 0,41 0,63
CA-111
- 0,47 0,39 0,60
CA-099
0,16 0,47 0,39 0,63
CA-110
0,09 0,36 0,41 0,62
CA-079
0,15 0,57 0,47 0,64
J-121
- 0,52 0,55 0,56
J-374
- 0,24 0,31 0,53
J-491
0,54
0,38
0,49
0,56
J-371 - 0,28 0,46 0,52
0,00
0,20
0,40
0,60
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80
S/(S+R) C
29
ααα
(
m/z
217)
25-NH/17α-hop (m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
J-491
CA-099
CA-110
CA-097
CA-108
equilíbrio
CA-079
134
O óleo J-491 ficou destacado no gráfico acima, provavelmente por apresentar alta
concentração do composto 25-NH.
Gráfico 7.20. Correlação do parâmetro indicador de maturação (S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
(m/z 217) e o parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as
amostras de óleo das bacias em estudo.
PETERS & MOLDOWAN, (1983) reporta que quando os 25-NH estão presentes nas
amostras as bactérias possuem a seguinte ordem de preferência para atacar os esteranos
regulares: ααα20R e αββ20R > ααα20S e αββ20S e C
27
> C
28
> C
29
> C
30
. Sendo assim
espera-se que a razão (S+R) ββ/(ββ+αα)C
29
seja menos afetada pela biodegradação que
a razão (S/S+R)C
29
ααα visto que, as bactérias têm uma preferência maior pelos
epímeros R ao invés do S e uma preferência, em menor escala, pela geometria αα ao
invés da ββ.
Ao analisar o gráfico 7.20, verificamos que a razão (S+R) ββ/(ββ+αα)C
29
não está sendo
muito influenciada pela biodegradação, ou seja, a medida que aumenta a concentração
do composto 25-NH não se observa uma tendência de aumento marcante da razão
(S+R) ββ/(ββ+αα)C
29
.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80
(S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
(m/z 217)
25-NH/17α-hop (m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
equilíbrio
J-491
CA-099
CA-097
CA-108
CA-110
CA-079
135
Gráfico 7.21. Correlação do parâmetro indicador de maturação S/(S+R) H
32
(m/z 191) e
o parâmetro indicador de biodegradação 25-NH/17α-hop (m/z 191) para as amostras de
óleo das bacias em estudo.
A razão S/(S+R) H
32
começa com valor 0 e atinge 0,6 que equivale a janela de geração
de óleo segundo a escala de maturação baseada em reflectância de vitrinita (janela de
geração de óleo entre 0,6 e 0,8). Esta razão é um índice de maturação mais sensível ou
mais baixo que os demais índices de maturação. Teoricamente qualquer óleo deveria
possuir 0,6 de razão S/(S+R) H
32
(TISSOT & WELTE, 1984). Segundo SEIFERT &
MOLDOWAN, 1986, os valores entre 0,57 a 0,62 encontram-se na faixa de equilíbrio.
Podemos verificar pelo gráfico 7.21 que a maioria das amostras encontram-se na faixa
de equilíbrio ou ultrapassaram a mesma para razão S/(S+R) H
32
. A única amostra que
está abaixo desta faixa é justamente a que possui o maior valor da razão 25-NH/17α-
hop, ou seja, sofre uma maior influência da biodegradação e portanto comporta-se de
maneira anômala destacando-se das demais amostras.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
S/(S+R) H
32
(m/z 191)
25-NH/17α-hop (m/z 191)
Camamu-Almada Jequitinhonha
equilíbrio
CA-110
CA-099
CA-097
CA-108
J-491
CA-079
136
Capítulo 8
8. Conclusões
A análise de geoquímica orgânica, em especial os biomarcadores, permitiu a
caracterização dos óleos das Bacias de Camamu-Almada e Jequitinhonha.
A partir dos resultados apresentados, notou-se que os óleos estudados podem ser
classificados em dois grupos de ambientes deposicionais: um por apresentar
características herdadas de geradoras de origem lacustre doce/salobro, Bacia de
Camamu-Almada, e outro por apresentar biomarcadores sugerindo contribuição de
óleos gerados por geradoras de ambientes lacustres salino/marinho, Bacia de
Jequitinhonha.
Os principais parâmetros que contribuíram para esta caracterização foram às razões
entre os poliprenóides tetracíclicos e os diasteranos C
27
(TTP/Dia
27
) e
hopanos/esteranos (Hop/Est). Os óleos da Bacia de Camamu-Almada estão relacionados
a rochas geradoras depositadas em ambientes lacustres de água doce/salobra, pois além
da alta razão Hop/Est e alta abundância relativa de TPP, apresentam predominância de
n-alcanos de alta massa molecular. Por outro lado, os óleos da Bacia de Jequitinhonha
devem estar relacionados a rochas geradoras marinhas e/ou lacustre salinas, devido aos
baixos valores paras as razões Hop/Est e TPP, ou seja, este tipo de ambiente apresenta
menor quantidade de TPP em relação aos esteranos. Altos valores para a razão H
35
/H
34
também contribuiram para a definição do grupo marinho/lacustre salino.
Com relação ao grau de maturação, foi possível avaliar que um grupo de amostras
atingiu ou ultrapassou os valores de equilíbrio para a razão S/(S+R) C
29
ααα. Outro
apresenta valores menores para as razões S/(S+R) C
29
ααα e (S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
,
estando os valores mais distantes da faixa de equilíbrio, e consequentemente
caracterizando um estágio menos maturo de evolução térmica. Estes dados indicam que
os óleos CA-077 e CA-079 da Bacia de Camamu-Almada e J-121 da Bacia de
Jequitinhonha se apresentam num estágio mais avançado de maturação térmica (pico da
janela de geração de óleo; %Ro>0,6-0,7). Este fato é confirmado pela razão Ts/(Ts+Tm)
137
que auxilia na indicação de que algumas amostras parecem ter ultrapassado o limite de
equilíbrio da razão de isomerização dos C
29
esteranos.
Neste estudo, foi possível evidenciar os diferentes níveis de maturação dos óleos através
das abundâncias relativas de C
27
, C
28
e C
29
ααα 20R esteranos, observadas nos
cromatogramas de massas do íon m/z 217. A amostra de óleo mais matura é a J-121 e a
amostra de óleo menos matura é a J-374, ambas da Bacia de Jequitinhonha.
De um modo geral, os óleos da Bacia de Jequitinhonha se encontram bem menos
evoluídos termicamente, com exceção do óleo J-121, quando comparados aos óleos da
Bacia de Camamu-Almada.
Os resultados de maturação para as amostras de óleo estão condizentes com as
respectivas profundidades dos poços, apresentando os óleos mais evoluídos a de maior
profundidade.
As amostras de óleo da Bacia de Camamu-Almada que se encontram biodegradadas
apresentam o composto 25-NH. Quatro das sete amostras analisadas se encontram em
um nível avançado de biodegradação pela ausência ou baixa presença das n-parafinas e
dos isoprenóides (pristano e fitano). Apenas a amostra J-491 da Bacia de Jequitinhonha
parece ser mistura de óleo biodegradado com não biodegradado, pois apresenta a
preservação das parafinas, assim como dos biomarcadores característico de
biodegradação, BNH e 25-NH. As demais não apresentam evidências de biodegradação.
A avaliação do possível efeito dos processos de alteração sobre os parâmetros
moleculares normalmente utilizados para caracterização da origem e maturação de
petróleos constatou que a melhor correlação dentre as relações utilizadas foi obtida entre
a razão Tr/17α-hop e a razão 25-NH/17α-hop, seguida pela razão Tet24/17α-hop versus
25-NH/17α-hop. As relações menos influenciadas pela degradação foram as relações
Ts/(Ts+Tm) e ββ/(ββ +αα)C
29
.
138
Capítulo 9
9. Recomendações para trabalhos futuros
Sugere-se avaliar o petróleo quanto às propriedades físico-químicas (e.g.
viscosidade, densidade e ºAPI) a fim de verificar se apresentam variações
significativas com os parâmetros moleculares de biomarcadores e diamantóides;
Realização de análises laboratorias de cromatografia gasosa acoplada EM/EM
para reconhecer e quantificar melhor os compostos das amostras;
Efetuar análises de outras classes de compostos como, por exemplo, os
hidrocarbonetos aromáticos;
139
Capítulo 10
10. Referências
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155
ANEXO 1
IDENTIFICAÇÃO
DOS BIOMARCADORES
156
Abreviação
Composto
Fórmula Molecular
Massa Molecular
Tr
19
Terpano Tricíclico C
19
C
19
H
34
262
Tr
20
Terpano Tricíclico C
20
C
20
H
36
276
Tr
21
Terpano Tricíclico C
21
C
21
H
38
290
Tr
23
Terpano Tricíclico C
23
C
23
H
42
318
Tr
24
Terpano Tricíclico C
24
C
24
H
44
332
Tet
24
Terpano Tetracíclico C
24
C
24
H
42
330
Tr
25
Terpano Tricíclico C
25
(S/R)
C
25
H
46
346
Tr
26
Terpano Tricíclico C
26
(S/R)
C
26
H
48
360
Tr
28
Terpano Tricíclico C
28
157
ANEXO 2
RAZÕES
158
Sigla
Fórmula
P/F Pristano/Fitano
P/nC
17
Pristano/n-parafina C
17
F/nC
18
Fitano/n-parafina C
18
CPI (Carbon Preference
Index)
{[(C
25
+C
27
+C
29
+C
31
+C
33
)/(C
26
+C
28
+C
30
+C
32
+C
34
)]+[(C
25
+C
27
+C
29
+C
31
+
C
33
)/(C
24
+C
26
+C
28
+C
30
+C
32
)]/2}
Sigla
Fórmula
Ts/Tm
18
α
(H)-22,29,30–Trisnorneohopano C
27
/17
α
(H)-
22
,
29
,
30
–trisnorhopano C
27
Ts/(Ts+Tm)
18α(H)-22,29,30–Trisnorneohopano C
27
/[18a(H)-
22,29,30–Trisnorneohopano C
27
+17α(H)-22,29,30–trisnorhopano C
27]
C
29
Ts/(C
29
Ts+H
29
)
18
α
(H)
30–norneohopano/[18
α
(H)-30–norneohopano+17
α
(H),21
β
(H)-
30
–norhopano C
29
]
Tr/17
α
-hop
soma Tr
19
a Tr
29
(S+R)(exceto Tr
22
e Tr
27
)/17
α
,21
β
(H)hopano
Tr/Hop soma Tr
19
a Tr
29
(S+R)/soma H
29
a H
33
(S+R)
Hop/Est
17
α
,21
β
(H)hopano/(S+R)C
27
ααα
esterano
Tet
24
/17
α
-hop
Terpano Tetracíclico C
24
/17
α
,21
β
(H)hopano
C
34
/C
35
Hop
17
α
(H),21
β
(H)-tetrakishomohopano C
34
(S+R)/17
α
(H),21
β
(H)-
pentakishomohopano C
35
(S+R)
G/17
α
-hop
Gamacerano/17
α
,21
β
(H)hopano
Tr26/25 (S+R) Terpano Tricíclico C
26
/(S+R) Terpano Tricíclico C
25
S/(S+R) H
32
S/(S+R) 17α(H),21β(H)-dihomohopano C
32
Sigla
Fórmula
S/(S+R) C
29
ααα
S/(S+R) 24-etil-14
α
,17
α
-colestano C
29
(S+R) ββ/(ββ+αα) C
29
(S+R) 24-etil-14
β,
17
β
-colestano/([24-etil-14
β
,17
β
-colestano+24-etil-
14
α
,17
α
-colestano) C
29
Dia/Est
13β,17α-diacolestano (S/R) C
27
(S+R)/C
27
ααα (R+S)
Sigla Fórmula
% 27
ββ
Est
100*C
27
αββ
S/(C
27
αββ
S+C
28
αββ
S+C
29
αββ
S)
% 28
ββ
Est
100*C
28
αββ
S/(C
27
αββ
S+C
28
αββ
S+C
29
αββ
S)
% 29ββ Est 100*C
29
αββS/(C
27
αββS+C
28
αββS+C
29
αββS)
Sigla Fórmula
TPP/Dia
27
Poliprenóides Tetracíclico C
30
/13β,17α-diacolestano (S/R) C
27
Sigla Fórmula
25-NH/17α-hop 17α(H),18α(H),21β(H),28,30–bisnorhopano C
28
/17α,21β(H)hopano
Diasteranos m/z 259
Diasteranos m/z 177
Cromatografia Gasosa (Whole Oil)
Terpanos m/z 191
Esteranos m/z 217
Esteranos m/z 218
159
ANEXO 3
CROMATOGRAMAS
BACIA DE CAMAMU-ALMADA
160
Amostra: CA-077
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
nC
17
nC
21
nC
25
F
P
nC
11
nC
41
nC
18
Terpanos m/z 191
2 0 . 0 0 3 0 .0 0 4 0 .0 0 5 0 .0 0 6 0 . 0 0 7 0 . 0 0
H
30
C
29
Ts
H
29
Tr
20
Tr
25
Tr
24
Tr
23
Tr
21
Tet
24
Ts
Tm
DH
30
M
30
G
T e m p o ( m in )
H
31
H
32
H
33
H
34
Tr
29
Tr
28
Tr
26
H
35
Terpanos Pentacíclicos Desmetilados m/z 117
45.00 50.00 55.00 60.00 65.00 Tem po (m in)
H
29
161
Esteranos m/z 217
4 2 .0 0 4 4 .0 0 4 6 .0 0 4 8 .0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 .0 0 5 6 . 0 0 5 8 .0 0
162
Amostra: CA-110
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
163
Esteranos m/z 217
4 2 .0 0 4 4 . 0 0 4 6 .0 0 4 8 .0 0 5 0 .0 0 5 2 .0 0 5 4 .0 0 5 6 .0 0 5 8 .0 0
T e m p o (m in )
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
Esteranos m/z 218
4 2 . 0 0 4 4 .0 0 4 6 . 0 0 4 8 .0 0 5 0 .0 0 5 2 .0 0 5 4 .0 0 5 6 . 0 0 5 8 .0 0 T e m p o (m in )
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 7
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 8
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 9
Diasteranos m/z 259
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Tem po (min)
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
164
Amostra: CA-099
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
165
Esteranos m/z 217
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
T e m p o (m in )
Esteranos m/z 218
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 .0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
T e m p o (m in )
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
Diasteranos m/z 259
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
Tempo (min)
166
Amostra: CA-079
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
nC
17
nC
21
nC
10
nC
31
P
F
Terpanos m/z 191
2 0 .0 0 3 0 . 0 0 4 0 .0 0 5 0 .0 0 6 0 . 0 0 7 0 .0 0
Tr19
H30
C29Ts
H29
Tr20
Tr25
Tr24
Tr23
Tr21
Tet24
Ts
Tm
DH30
M30
G
T e m p o (m in )
H31
H32
H33
H34
H35
Tr29
Tr28
Tr26
Terpanos Pentacíclicos Desmetilados m/z 117
45.00 50.00 55.00 60.00 65.00
167
Esteranos m/z 217
4 2 .0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
T e m p o ( m in )
Esteranos m/z 218
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
168
Amostra: CA-111
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
169
Esteranos m/z 217
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
T e m p o ( m i n )
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
Esteranos m/z 218
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0 T e m p o (m in )
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
Diasteranos m/z 259
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
Tempo (min)
170
Amostra: CA-108
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
171
Esteranos m/z 217
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 9
T e m p o ( m in )
Esteranos m/z 218
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 .0 0 4 8 .0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
T e m p o ( m in )
Diasteranos m/z 259
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
T em po (m in )
172
Amostra: CA-097
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
173
Esteranos m/z 217
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
T e m p o ( m in )
Esteranos
m/z 218
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
174
ANEXO 4
CROMATOGRAMAS
BACIA DE JEQUITINHONHA
175
Amostra: J-371
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
nC
17
nC
18
nC
14
F
nC
23
P
Terpanos m/z 191
2 0.0 0 3 0.0 0 40 .0 0 5 0.0 0 6 0 .0 0 7 0 .0 0
H
30
C
29
Ts
H
29
Tr
20
Tr
25
Tr
24
Tr
23
Tr
21
Tet
24
Ts
Tm
DH
30
M
30
G
T e m p o (m in )
H
31
H
32
H
33
H
34
H
35
Tr
29
Tr
28
Tr
26
Terpanos Pentacíclicos Desmetilados m/z 117
45.00 50.00 55.00 60.00 65.00
Tempo (min)
176
Esteranos m/z 217
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
T e m p o ( m i n )
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C 2 9
Esteranos m/z 218
4 2 .0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
T e m p o (m in )
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
Diasteranos m/z 259
4 0 .0 0 4 2 .0 0 4 4 .0 0 4 6.0 0 4 8.0 0 5 0 .0 0 5 2 .0 0 5 4.0 0 5 6 .0 0 5 8 .0 0 6 0.0 0
Dia
27
S
C
3 0
T P P
Dia
27
R
T e m p o (m in )
177
Amostra: J-491
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
178
Esteranos m/z 217
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
179
Amostra: J-121
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
180
Esteranos m/z 217
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0 T e m p o ( m in )
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
Esteranos m/z 218
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
T e m p o ( m in )
Diasteranos m/z 259
40.00 42.00 44.00 46.00 48.00 50.00 52.00 54.00 56.00 58.00 60.00
Dia
27
S
C
30
TPP
Dia
27
R
Tem po (min)
181
Amostra: J-374
Cromatografia Gasosa – Whole Oil
182
Esteranos m/z 217
4 2 .0 0 4 4 .0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 .0 0 5 2 .0 0 5 4 . 0 0 5 6 .0 0 5 8 .0 0
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
Dia S
Dia R
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
ααα
ααα
ααα
αααS
αββ
αββ
αββ
αββR
ααα
ααα
ααα
αααR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
T e m p o ( m i n )
Esteranos m/z 218
4 2 . 0 0 4 4 . 0 0 4 6 . 0 0 4 8 . 0 0 5 0 . 0 0 5 2 . 0 0 5 4 . 0 0 5 6 . 0 0 5 8 . 0 0
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 7
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 8
αββ
αββ
αββ
αββR
αββ
αββ
αββ
αββS
C
2 9
T e m p o ( m i n )
Diasteranos m/z 259
40 .00 4 2 .00 44 .00 4 6 .00 4 8 .00 5 0 .00 5 2 .00 5 4.0 0 56 .00 5 8.0 0 60 .00
Dia
27
S
C
30
T P P
Dia
27
R
T em po (m in )
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