Download PDF
ads:
GLAUCO DE GOUVÊA CALDAS
CARACTERIZAÇÃO DE PLANTAS DE SABIÁ (Mimosa caesalpiniifolia Benth.),
SUBMETIDAS À FERTILIZAÇÃO FOSFATADA, ITAMBÉ-PE
Recife – PE
Fevereiro 2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
2
GLAUCO DE GOUVÊA CALDAS
CARACTERIZAÇÃO DE PLANTAS DE SABIÁ (Mimosa caesalpiniifolia Benth.),
SUBMETIDAS À FERTILIZAÇÃO FOSFATADA, ITAMBÉ-PE
Dissertação submetida à Coordenação do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da UFRPE, área de Concentração em
Forragicultura, como requisito para a obtenção de grau de Mestre
em Zootecnia.
Orientadora: Prof. Mércia Virginia Ferreira dos Santos
Co-orientadores: Prof.Mario de Andrade Lira Junior
Prof. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira
RECIFE-PE
Fevereiro de 2007
ads:
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
3
Ficha Catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central-UFRPE
Ficha catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central - UFRPE
C145c. Caldas, Glauco de Gouvêa
Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.), submetidas à
fertilização fosfatada / Glauco de Gouvêa Caldas – 2007.
59f.
Orientadora: Mércia Virginia Ferreira dos Santos
Dissertação (Mestrado em Zootecnia/ - Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Departamento de Zootecnia)
Inclui bibliografia.
CDD 633.2
1- Forragicultura
2- Adubação Fosfatada
3- Leguminosa
4- Sistema Radicular
5- Proteína
6- Morfologia
I-Santos, Mércia Virginia Ferreira dos
II-Título
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
4
CARACTERIZAÇÃO DE PLANTAS DE SABIÁ (Mimosa caesalpiniifolia Benth.),
SUBMETIDAS À FERTILIZAÇÃO FOSFATADA, ITAMBÉ-PE
GLAUCO DE GOUVÊA CALDAS
Dissertação defendida em 27/02/2007
Orientadora:
____________________________________________
Mércia Virginia Ferreira dos Santos, D. Sc.
Profª Associada da UFRPE
Examinadores:
____________________________________________
José Carlos Batista Dubeux Jr., Ph. D.
Prof
o
Adjunto da UFRPE
____________________________________________
Mario de Andrade Lira, Ph. D.
Pesquisador do IPA
____________________________________________
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira, D. Sc.
Prof
o
Associado da UFRPE
RECIFE-PE
2007
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
5
Aos meus pais, Vânia Grassano de Gouvêa Caldas e Giovani Carício Caldas.
Meu pai, meu eterno companheiro semeador da paz e da esperança, amigo na
tristeza e na alegria e herói das estórias de criança, espelho, mito, exemplo de minha
vida e transmissão incansável de amor e confiança.
Minha mãe, minha heroína, sinônimo de carinho, realidade, ternura e prontidão,
responsável pela nossa vida em evolução.
A vocês, meu carinho e eterna gratidão dedico.
DEDICO
A minha esposa Kilma e a meus filhos Túlio e Tomás, preciosidades de minha vida,
pelo carinho apoio e dedicação despendidos nos momentos difíceis.
A meus irmãos Giovana, Maria Helena, Giovanise, Carlos, Giovani Jr e cunhados,
Cristiane, Albaneide, Kátia, Kleslei, Ezequiel e Marcelo pelo constante incentivo e
atenção dispensada.
À Maria José de Farias Ribeiro, minha sogra, pelo apoio e incentivo.
À Maria e Ernesto Gouvêa (in memorian), meus avós maternos e Alaiza e Albérico
Caldas (in memorian), meus avós paternos, minha gratidão.
OFEREÇO
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
6
AGRADECIMENTOS
A Deus, força maior do universo, pela força proteção e luz que sempre me
acompanharam, iluminando-me e amparando-me firmemente no meu cotidiano.
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, pela oportunidade recebida para a
concretização de mais uma etapa de minha vida profissional, e em especial ao programa
de Pós-Graduação em Zootecnia.
À Escola Agrotécnica Federal de Barreiros, nas pessoas dos professores José Pereira
de Souza e José Emílio, ex-Diretor e atual Diretor, respectivamente, pelo apoio
incondicional no decorrer do curso.
A todos os funcionários do Campo Experimental de Itambé, da Empresa
Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), na pessoa do Dr. Roberto José de Melo
Moura, pelo apoio recebido durante o experimento.
Ao Laboratório de Plantas e Rações da Empresa Pernambucana de Pesquisa
Agropecuária, nas pessoas da Dra. Maria do Carmo Santana e Carlos Fernando, pela
inestimável contribuição nas análises.
Ao CNPq, Promata e IPA, pelo apoio financeiro e de infra-estrutura para a
realização deste trabalho.
Ao Dr. Mário de Andrade Lira, patriarca da forragicultura no Brasil, pelos
ensinamentos e valiosos conselhos, que sempre me nortearam da melhor forma
possível, minha eterna gratidão.
À Profa. Mércia Virgínia Ferreira dos Santos, minha orientadora e referência na
docência, pela constante paciência e orientação incondicionais.
Aos meus conselheiros, professores Mário de Andrade Lira Júnior e Rinaldo Luiz
Caraciolo Ferreira, pela valiosa co-orientação e incentivo durante todo o curso e
realização deste trabalho.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
7
Aos professores José Carlos Batista Dubeux Jr. e Alexandre Carneiro Leão de
Mello, pelos valiosos ensinamentos e colaboração nas diferentes fases deste trabalho.
Aos professores Egídio Bezerra Neto e Ângela Maria Vieira Batista, pelos
ensinamentos e apoio na 9.srzra) suans delirentbromatológicapellho.Ba157ela c Egv43o Azeved(Egv4o )mela c, 236a3o Fatual pelos
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
8
BIOGRAFIA DO AUTOR
Glauco de Gouvêa Caldas, natural da cidade de Vitória de Santo Antão, do Estado
de Pernambuco, terminou seus estudos de segundo grau no Colégio Marista do Recife e
cursou graduação em Agronomia, iniciando em agosto de 1985, e concluindo em
outubro de 1991, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Concluiu em 1995 o Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas pela mesma
entidade.
Foi Secretário de Agricultura e Bem-Estar Social do Município de Vitória de Santo
Antão, Pernambuco no período de 1992 a 1998.
Em Junho de 1998 assumiu o cargo de professor concursado da área de Agricultura
da Escola Agrotécnica Federal de Barreiros-PE.
Em 1999, cursou Especialização na área de gestão e administração escolar pela
Universidade Integrada do Amparo, no Estado de São Paulo.
Em março de 2005 iniciou o curso de Pós-Graduação em Zootecnia, área de
concentração Forragicultura, concluindo em Fevereiro de 2007.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
9
SUMÁRIO PÁGINAS
LISTA DE TABELAS......................................................................................................... 09
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................... 11
RESUMO............................................................................................................................. 12
ABSTRACT......................................................................................................................... 13
INTRODUÇÃO GERAL..................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 17
CAPÍTULO I - Caracterização e Composição Química de plantas de Sabiá (Mimosa
caesalpiniifolia Benth) Submetidas à Fertilização Fosfatada.............................................. 22
Resumo................................................................................................................................. 23
Abstract................................................................................................................................ 25
Introdução............................................................................................................................ 26
Material e Métodos.............................................................................................................. 27
Resultados e Discussão........................................................................................................ 31
Conclusões........................................................................................................................... 39
Referências........................................................................................................................... 39
CAPÍTULO II - Quantificação de Raízes e Nódulos de Plantas de Sabiá Submetidas à
Fertilização Fosfatada.......................................................................................................... 44
Resumo................................................................................................................................ 45
Abstract................................................................................................................................ 46
Introdução............................................................................................................................ 47
Material e Métodos.............................................................................................................. 48
Resultados e Discussão........................................................................................................ 50
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
10
Conclusões........................................................................................................................... 56
Referências........................................................................................................................... 57
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
11
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I PÁGINAS
Tabela 1- Análise do solo da área experimental antes da aplicação dos tratamentos .......... 30
Tabela 2 – Nível de significância do teste F para as características morfológicas de plantas
de Sabiá ..............................................................................................................33
Tabela 3 – Características de plantas de Sabiá, conforme o período de avaliação...............33
Tabela 4 – Nível de significância do teste F para matéria seca, proteína bruta e FDN de
plantas de Sabiá submetidas a adubação fosfatada.............................................36
Tabela 5 – Nível de significância do teste F para FDA, tanino e matéria mineral de plantas
de Sabiá submetidas a adubação fosfatada.........................................................36
Tabela 6 – Teores médios de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e matéria mineral
(MM) de plantas de Sabiá, conforme a fração da planta e período do ano ........37
Tabela 7 – Teores médios de fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido de
plantas de Sabiá, conforme o período do ano e fração da planta.......................38
Tabela 8 – Teores médios de fibra em detergente neutro de ramos de plantas de
Sabiá,conforme período do ano e adubação fosfatada. ......................................39
Tabela 9 – Teores médios de fósforo e tanino de plantas de Sabiá, conforme a fração da
planta e período do ano......................................................................................40
Tabela 10 - Teores médios de tanino de ramos plantas de Sabiá, conforme o período do ano
e adubação fosfatada.........................................................................................40
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
12
CAPÍTULO II PÁGINAS
Tabela 1 - Análise química do solo da área experimental, Itambé-PE.................................51
Tabela 2 – Análise física da área experimental ao final do experimento – Itambé - PE......53
Tabela 3 – Análise de fertilidade da área experimental ao final do experimento – Itambé
..........................................................................................................................54
Tabela 4 – Número de plantas com a presença ou ausência de nódulos em cada planta, de
acordo com a dosagem de fósforo e realização da poda....................................54
Tabela 5 – Características de raízes e liteira de plantas de Sabiá submetidas à adubação
fosfatada nos períodos antes e após a poda .......................................................56
Tabela 6 – Características de nódulos de plantas de Sabiá submetidas à adubação fosfatada
nos períodos antes e após a poda .....................................................................58
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
13
LISTA DE FIGURAS
PÁGINAS
CAPÍTULO I
Figura 1 - Precipitação durante o período de julho de 2004 a agosto de 2006, Itambé-PE..30
CAPÍTULO II
Figura 1 – Precipitação pluvial durante o período experimental – Itambé-PE.....................50
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
14
RESUMO
A pesquisa visou avaliar o efeito da adubação fosfatada sobre componentes
morfológicos, composição química e sistema radicular da Mimosa caesalpiniifolia Benth
em diferentes estações do ano. O experimento foi realizado na Estação Experimental de
Itambé-IPA sob fertilização fosfatada equivalente a 0, 100 e 200 kg P
2
O
5
/ha num
delineamento de blocos ao acaso, com seis repetições no bloco I e sete repetições no bloco
II. As avaliações foram realizadas seis vezes, com intervalos de 60 dias, nos meses de
julho, setembro e novembro de 2004 e janeiro, março e maio de 2005. As coletas de folhas
e ramos com diâmetro de até 5 mm foram realizadas nos meses de setembro e novembro de
2005 e fevereiro de 2006, correspondendo à época seca, e abril, junho e agosto de 2005,
referentes à época chuvosa. Amostragens de solo foram realizadas antes e após a poda da
parte aérea. Observou-se efeito da adubação fosfatada apenas para comprimento dos ramos,
com média de 189,8 cm. Para as demais variáveis houve efeito do período de avaliação e
não foi encontrado efeito da adubação, tendo valores médios de 195,3 cm; 24,6; 8,9 mm e
3,8 para altura, número de brotações, espessura de ramos e número de acúleos,
respectivamente. Para massa de forragem pastejável não foi observado efeito dos fatores
estudados, com média de 152 kg de MS/ha/60dias. Houve grande variação entre as frações
da planta independentemente do período de avaliação, com composição química mais
adequada das folhas e no período chuvoso. Não houve efeito significativo da adubação
fosfatada sobre o comprimento e massa seca de raiz, matéria seca de nódulos e massa de
liteira antes da poda. O comprimento de raiz variou de 431 a 655 cm para o período que
antecede a poda e 409 a 454 cm após a poda. A adubação fosfatada não influenciou a
maioria das características morfológicas e químicas das plantas de Sabiá. A poda da parte
aérea da planta influenciou significativamente o desenvolvimento dos nódulos.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
15
CHARACTERIZATION OF SABIÁ (Mimosa caesalpiniifolia BENTH.) SUBMITTED
TO PHOSPHORUS FERTILIZATION, ITAMBÉ-PE
SUMMARY
The research aimed to evaluate the effect of phosphate fertilization on
morphological components, chemical composition, and root system of Mimosa
caesalpiniifolia Benth on different seasons. The experiment was conducted at Itambé
Experimental Station IPA, with three P fertilization levels equivalent to: 0, 100, and 200
kg P
2
O
5
/ha on a randomized block design with six replicates in Block I and seven replicates
on Block II. Morphological evaluations were conducted six times with 60 days intervals.
Harvest of leaves and twigs up to 5 mm diameter were conducted in the months of
September and November 2005 and February 2006 corresponding to the dry season and
April, June and August 2005 referring to the rainy season. Soil samplings were collected
before and after aerial part pruning. Phosphorus fertilization effect was observed only for
branch length, with average of 189,9 cm. For the remaining variables, there was an effect of
evaluation season, but no phosphorus effect, with average values of 195,3 cm; 24,6; 8,9
mm and 3,8 for height, number of sprout, branch thickness, and thorn number, respectively.
There were no effects of the studied factors for graze able forage, with an average of 152 kg
DM/ha/60 days. There was high variability between plant fractions, independent of the
evaluation period, with better chemical composition of leaves and on the rainy season.
There was no significant effect of phosphorus fertilization on root length and root mass,
nodule dry mass, and litter mass before the pruning. Root length averages ranged from 431
to 655 cm before pruning and from 409 to 454 cm after pruning. Phosphorus fertilization
did not affect most morphological and chemical characteristics of Sabiá plants. Aerial part
pruning significantly affected nodule development.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
16
INTRODUÇÃO GERAL
Nas regiões semi-áridas, o clima é o principal responsável pelas variações estacionais
de produção de forragem, definindo assim, a sazonalidade de oferta de forragem. De acordo
com Neiva & Santos (1998), o baixo rendimento forrageiro na época seca é um dos fatores
responsáveis pelos baixos índices de produtividade da pecuária nacional, sendo a produção
de forragem uma função das características da espécie vegetal, do manejo e das condições
edafo-climáticas. Estudos indicam que a alimentação animal pode ser responsável por até
70,0% dos custos na produção pecuária (Martins et al., 2000).
O conhecimento do potencial produtivo e dos valores nutritivos das espécies que
ocorrem na caatinga pode concorrer para sua melhor utilização e, conseqüentemente
redução dos efeitos sobre o desempenho dos animais (Araújo et al., 1987). Cerca de 70%
das espécies lenhosas de alguns sítios ecológicos da caatinga participam da dieta de
bovinos, caprinos e ovinos (Araújo filho et al., 1993).
Leguminosa nativa do Nordeste, a Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.)
caracteriza-se por sua resistência à seca e rápido crescimento (Ribaski et al., 1983; Almeida
et al., 1986), ocorrendo em toda a região Nordeste (Lorenzi, 2000). Fixa ao solo o
nitrogênio atmosférico por meio de simbiose entre suas raízes e bactérias do gênero
Rhizobium spp. (Assis Júnior et al., 1986) e é bastante utilizada como cerca-viva. Sua
madeira apresenta valor econômico e é empregada para diversos fins. Além disso, suas
folhas e ramos mais tenros são utilizados na alimentação dos ruminantes (Barreto e Marini,
2002).
Almeida et al. (2006a), caracterizando produtores e propriedades rurais em
Pernambuco, encontraram a Sabiá sendo utilizada no Agreste e Sertão do estado como
forrageira, bem como para produção de lenha, carvão e estaca.
A Sabiá pode apresentar limitações no uso como forrageira, tendo em vista a
ocorrência predominante de ramos com acúleos, que dificultam o manejo e a utilização da
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
17
planta (Silva et al., 1984). Segundo Carvalho et al. (1990), a ausência de acúleos é
recomendável para o emprego da Sabiá como forrageira, favorecendo a melhor circulação
de animais, máquinas e equipamentos nos piquetes.
Vieira et al. (2005), estudando a composição química e digestibilidade in situ de
forrageiras e seletividade de bovinos em bosque de Sabiá nos diferentes períodos, não
encontraram diferença na composição química da Sabiá com e sem acúleo, com valores
médios no período chuvoso de 26,45% de matéria seca (MS), 27,63% de proteína bruta
(PB), 44,39% de fibra em detergente neutro (FDN), 25,80% de fibra em detergente ácido,
0,22% de fósforo (P). No período seco os valores médios observados para MS foram de
42,39%, PB de 19,30%, FDN de 39,05%, FDA de 21,83, fósforo de 0,15%. Almeida et al.
(2006b), avaliando espécies arbóreas e arbustivas presentes em pastagens, encontraram para
Sabiá valores de 4,14 e 4,25% para tanino e 1,02 e 1,83% para fósforo, nas épocas seca e
chuvosa, respectivamente.
Carvalho et al. (2001), estudando espécies arbóreas e arbustivas ocorrentes em
pastagens no agreste pernambucano, identificaram que as leguminosas Mimosaceae,
Caesalpiniaceae e Fabaceae respondem por 38,19% da freqüência relativa total avaliada.
Segundo os autores, as leguminosas encontradas possuem características particularmente
atrativas para serem usadas nos sistemas silvo pastoris, especialmente no que se refere à
fixação simbiótica de nitrogênio e à deposição de matéria orgânica com alto conteúdo de
nitrogênio ao solo. Nesse sentido, segundo Gutteridge (1998), a incorporação de espécies
fixadoras de nitrogênio pode assegurar diversidade, estabilidade e continuidade aos
sistemas de forragens e também a qualidade e a quantidade de suprimentos destas.
Suassuna (1982), estudando os efeitos da associação da Sabiá no comportamento do
Jacarandá da Bahia e da Peroba Branca na zona da mata de Pernambuco, concluiu-se que o
consórcio com a Sabiá permitiu ao solo apresentar: acúmulo de matéria orgânica com
incorporação de nutrientes; fixação de nitrogênio; aumento da umidade e diminuição da
temperatura, que compensaram a intensa competição existente com a sua associação.
A quantidade de N fixada por leguminosas em pastagens varia com a estação do
ano, adubação nitrogenada, espécie forrageira e manejo do pastejo. Ledgard e Steele (2002)
reportaram fixação de N em pastagens mistas de leguminosa e gramínea variando entre 13 e
682 kg N ha
1
. ano
-1
. Peoples et al (2001) encontraram valores médios de 30 a 160 kg de N
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
18
ha
1
. ano
1
fixado na parte aérea da planta para as leguminosas anuais e 37 a 128 kg N ha
1
.
ano
-1
para a alfafa. Segundo os autores, a fixação biológica foi regulada principalmente pela
produção de biomassa, com valores médios de 20 a 25 kg de N ha
1
. ano
-1
fixado para cada
tonelada de biomassa da parte aérea produzida. Assim, uma produtividade anual de 5 t de
MS na parte aérea corresponderia a aproximadamente 100-125 kg de N fixado.
Moura et al (2006), estudando a distribuição de biomassa na parte aérea de
diferentes povoamentos de Sabiá, observaram uma produção maior de fuste seguido por
galhos e folhas. A distribuição de nutrientes em todos os componentes da parte aérea nos
dois povoamentos obedeceu à seguinte ordem: N > Ca > K > Mg > S > P. A distribuição da
concentração de nutrientes nos diferentes componentes da parte aérea, nos dois
povoamentos, apresentou a seguinte seqüência: folhas > casca > galhos > fuste.
Mergulhão et al (2001), estudando a influência da dupla inoculação rizobiana e
micorrízica em plantas de Sabiá sob solo de diferentes texturas, observaram uma produção
média de 6,58 g/vaso
2
de matéria seca com 14,50 mg de nitrogênio fixado na parte aérea.
Com relação ao número de nódulos produzido foi verificado valores de 18,56 e 2,27 para
solos com textura argilosa e arenosa, respectivamente.
A deficiência de P nos solos tropicais é elevada em virtude do pH ácido e à presença
de grandes proporções de argila, o que aumenta muito a adsorção de fosfatos e a formação
de precipitados com Fe e Al, reduzindo, conseqüentemente, a disponibilidade de P para as
plantas (Sanchez & Salinas, 1981).
Embora os trabalhos envolvendo respostas ao fornecimento de P pelas espécies
empregadas em reflorestamento para fins ambientais sejam escassos, têm sido observadas
respostas à adubação fosfatada em solos deficientes no nutriente. Em geral, nesses estudos
têm sido encontradas respostas de espécies florestais a doses moderadas de fósforo (Faria et
al., 1995; Lima et al., 1995, 1996; Galdino et al., 2005), havendo casos até de redução de
crescimento sob adubações mais pesadas (Faria et al., 1996; Galdino et al., 2005),
evidenciando um baixo requerimento do nutriente em algumas espécies.
Vários autores comprovaram a eficiência da adubação fosfatada na eliminação de
falhas no estabelecimento de leguminosas, bem como um aumento da nodulação e
desenvolvimento radicular. Krolow et al. (2004) concluíram que a adubação fosfatada
influenciou a biomassa da parte aérea, do sistema radicular e a nodulação das leguminosas
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
19
estudadas, visto que ocorreu aumento na superfície radicular e conseqüentemente melhor
aproveitamento de nutrientes pela planta.
Burity et al (2000), estudando a presença e ausência de Rhizobium sp. e de fungos
micorrízicos arbusculares em diferentes níveis de adubação fosfatada em mudas de Sabiá,
perceberam que a presença de fósforo não favoreceu o desenvolvimento das plantas e a
nodulação da Sabiá foi favorecida pela micorrização.
Assim, a pesquisa objetivou avaliar o efeito da adubação fosfatada sobre
componentes morfológicos, composição química e sistema radicular da Mimosa
caesalpiniifolia Benth em diferentes períodos do ano na Zona da Mata de Pernambuco.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. C. S.; FERREIRA, R. L. C.; SANTOS, M. V. F. SILVA, J A A.; LIRA, M.
A.; GUIM, A. Avaliação bromatológica de espécies arbóreas e arbustivas de pastagens em
três municípios do estado de Pernambuco. Acta Scientiarum Animal Sciences, v.28, n. 1,
p.1-9, 2006a.
ALMEIDA, A. C. S.; FERREIRA, R. L. C.; SANTOS, M. V. F.; SILVA, J. A. A.; LIRA,
M. A. Caracterização de produtores e propriedades rurais em três municípios do estado de
Pernambuco. Revista Caatinga v. 19, n. 4, 2006b.
ALMEIDA, R.T.; VASCONCELOS, I.; NESS, R.L.L. Infecção micorrízica vesículo-
arbuscular e nodulação de leguminosas arbóreas do Ceará, Brasil. Ciência Agronômica,
v.17, n.1, p.89-97, 1986.
ARAÚJO, E.C. de; VIEIRA, M.E. de Q. Nutritive Value and Voluntary Intake of Native
Forage of Semi-Arid Region of Pernambuco. I - orelha de onça (Macroptilium martii,
Benth). In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON GOATS , 4 , Brasília, DF, 1987,
Proceedings ... Brasília: EMBRAPA - DDT, 1987, p.1407.
ARAÚJO FILHO, J.A.; LEITE, E.R.; SILVA, N.L. Contribution of woody species to the
diet composition of goat and sheep in caatinga vegetation. In SEMINARIO CENTRO
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
20
AMERICANO Y DEL CARIBE SOBRE AGROFORESTERIA Y RUMIANTES
MENORES, 2, 1993, San José, Costa Rica p.25.
ASSIS JÚNIOR, R. N.; ALMEIDA, R. T.; VASCONCELOS, I. Seleção de estirpes de
Rhizobium sp. em sabia, Mimosa caesalpiniaefolia Benth. Ciência Agronômica, v. 17, n.
2, p. 101-105, 1986.
BARRETO, R. W.; MARINI, S. F. Mycovellosiella robbsii sp. nov. causing leaf-spot on
Mimosa caesalpiniaefolia. Fitopatologia Brasileira, v. 27, p. 605-608, 2002.
BURITY, H. A.; LYRA, M. C. C. P.; SOUZA, E. S. de. MERGULHÂO A. C. do E. S.;
SILVA, M. L. R. B. da. Efetividade da inoculação com rizóbio e fungos micorrízicos
arbusculares em mudas de Sabiá submetidas a diferentes níveis de fósforo. Pesquisa
Agropecuária Brasileira. v.35, n.4, p.801-807, 2000.
CARVALHO, J. H.; MAIA, C. M. N. A.; AMORIM, G. C. Seleção de Sabiá (Mimosa
caesalpiniaefolia Benth), leguminosae medeiro e forrageira, para a obtenção de plantas sem
acúleos. Mossoró: [ s.n ], 1990. (Coleção Mossoroense, serie B, n° 782).
CARVALHO, M. V. B. M. A. FERREIRA, R. L. C. SANTOS, M. V. F.; DUBEUX
JUNIOR, J. C. B.; FREITAS, A. M. M.; ALMEIDA, O. L. Caracterização de propriedades
rurais e identificação de espécies arbóreas e arbustivas ocorrentes em pastagens do Agreste
de Pernambuco. Revista Científica Produção Animal. v. 3, n.1, p. 38 – 54, 2001.
FARIA, M.P.; SIQUEIRA, J.O.; VALE, F.R.; CURI, N. Crescimento inicial da Acácia em
resposta a fósforo, nitrogênio, fungo micorrízico e rizóbio. Revista Brasileira de Ciência
do Solo, v.20, n.2, p.209-216, 1996.
FARIA, M.P.; VALE, F.R.; SIQUEIRA, J.O.; CURI, N. Crescimento de leguminosas
arbóreas em resposta a fósforo, nitrogênio, fungo micorrízico e rizóbio. II. Peltophorum
dubium (Spreng.) Taub. Revista Árvore, Viçosa, v.19, n.4, p.433-446, out./dez. 1995.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
21
GALDINO, A. C.; CALDAS, G. G.; SANTOS, M. V. F.; FERREIRA, R. L. C.; LIRA, M.
A.; CUNHA, M. V.; SARAIVA, F. M. Avaliação de plantas de Sabiá (Mimosa
caesalpiniaefolia Benth) submetidas à adubação fosfatada Itambé PE. In: V
JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO XV Congresso de Iniciação
Científica, 2005, Recife: UFRPE, CDROOM.
GUTTERIDGE, R.C. The potencial of nitrogen fixing trees in livestock production
systems. In: INTERNATIONAL WORKSHOP, 1998, Morrilton. Proceeding... Morrilton:
Nitrogen Fixing Trees for Fodder Production, 1998. p. 1-16.
KROLOW, R. H. MITISURA, C.; COELHO, R. W.; SIEWERDT, L.; ZONTA, E. P.
Effect of phosphorus and potassium on development and nodulation of three cool season
annual legumes. Revista Brasileira Zootecnia., v. 33 n. 6. p. 255-260, 2004.
LEDGARD, S.F.; STEELE, K.W. Biological nitrogen fixation in mixed legume/grass
pastures. Plant and Soil, v.141, p.137-153, 2002.
LIMA, H.N.; VALE, F.R.; SIQUEIRA, J.O.; CURI, N. Crescimento inicial de espécies
arbóreas em resposta ao superfosfato simples em campo. Revista da Universidade do
Amazonas: Série Ciências Agrárias, v.4/5, n.1/2, p.57-69, 1995/1996.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. 3.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, v.1. 351p, 2000.
MARTINS, A. S. PRADO, I. N. ZEOULA, L. M. Digestibilidade aparente de dietas
contendo milho ou casca de mandioca como fonte energética e farelo de algodão ou
levedura como fonte protéica a novilhas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.1, p.269
-277, 2000.
MERGULHÃO, A.C. E. S.; SILVA, M. L. R. B.; BURYTI, H. A. Influência da dupla
inoculação Rizóbiu e fungo micorrizas-abusculares em plantas de Sabiá sob solos de
diferentes texturas. Revista Ecossistema, v. 26, n.1, 2001, p. 42-47.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
22
MOURA, O. N.; PASSOS M. A. A.; FERREIRA, L. R. C.; MOLICA, S. G.; LIRA
JUNIOR, M. A.; LIRA, M. A.; SANTOS, M. V. F. Distribuição de biomassa e nutrientes
na parte aérea de Mimosa caesalpiniifolia Benth. Revista Árvore, Viçosa, v.30, n.6, p.877-
884, 2006
NEIVA, J. N. M. SANTOS, M. V. F. Manejo de pastagens cultivadas em regiões semi
áridas. In: CONGRESSO NORDESTINO DE PRODUÇÃO ANIMAL, 1, 1998,
FORTALEZA. Anais... Fortaleza: SNPA / UFA, 1998. p. 31 – 42.
PEOPLES, M.B.; BOWMAN, A.M.; GAULT, R.R. Factors regulating the contributions of
fixed nitrogen by pasture and crop legumes to different farming systems of eastern
Australia. Plant and Soil, v.228, p.29-41, 2001.
RIBASKI, J. et al. Redução dos custos de reflorestamento na região nordeste, através
do consórcio de espécies florestais, forragens e/ou agrícolas. Petrolina, CPATSA-PNPF,
1983. Relatório Anual Técnico.
SANCHEZ, P.A.; SALINAS, J.G. Low input technology for managing Oxisols and Ultisols
in tropical America. Advances in Agronomy, New York, v.34, p.280-406, 1981.
SILVA, C.M.M.S.; OLIVEIRA, M.C.; SOARES, J.G.G. Avaliação de forrageiras nativas e
exóticas para a região semi-árida do Nordeste. Petrolina: EMBRAPA CPATSA, 1984. p.28
(Documentos, 27).
SUASSUANA, J. Efeitos da associação do Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) no
comportamento do Jacarandá da Bahia (Dalbergia nigra Fr. Allen.) e da Peroba
Branca (Tabebuia stenocalyx Sprague & Stapf.) na zona da mata de Pernambuco.
1982. 179f. Dissertação (Mestrado em Ciências florestais) – Universidade Federal Rural de
Pernambuco.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
23
VIEIRA, E. L.; CARVALHO, F. R.; BATISTA, Â. M. V.; FERREIRA, R. L. C.;
SANTOS, M. V. F.; LIRA, M. A.; SILVA, M.J.; BONFIM-SILVA, E. M . Composição
química de forrageiras e seletividade de bovinos em bosque-de-Sabiá (Mimosa
caesalpiniifolia Benth.) nos períodos chuvoso e seco. Revista Brasileira de Zootecnia,
v.34, n.5, p.1505-1511, 2005.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
24
CAPITULO I
CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE PLANTAS DE Mimosa
caesalpiniifolia BENTH SUBMETIDAS À FERTILIZAÇÃO FOSFATADA
1
1
Artigo elaborado conforme normas da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
25
CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE PLANTAS DE Mimosa
caesalpiniifolia BENTH SUBMETIDAS À FERTILIZAÇÃO FOSFATADA
1
.
Glauco Gouvêa Caldas
2
; Mércia Virginia Ferreira dos Santos
3
; Mario de Andrade Lira Junior
4
;
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira
3
; Marcio Vieira da Cunha
5
; Adeneide Candido Galdino
6
Resumo
O trabalho visou avaliar o efeito da adubação fosfatada sobre componentes
morfológicos e composição química da Mimosa caesalpiniifolia Benth em diferentes
estações. O experimento foi conduzido na Estação Experimental de Itambé-IPA, testando
níveis de adubação fosfatada (0, 100 e 200 kg P
2
O
5
/ha) num delineamento de blocos ao
acaso, com seis repetições no bloco I e sete repetições no bloco II. As avaliações
morfológicas foram realizadas em seis períodos com intervalos de 60 dias. As coletas de
folhas e ramos com diâmetro de até 5 mm foram realizadas a intervalos de 60 dias.
Observou-se efeito da adubação fosfatada apenas para comprimento dos ramos, sendo de
202,1; 193,6 e 173,5 cm para 0, 100 e 200 kg P
2
O
5
/ha, respectivamente. Para as demais
variáveis houve efeito de período de avaliação e não foi encontrado efeito da adubação,
tendo valores médios de 195,3 cm; 24,6; 8,8 mm e 3,8 para altura, número de brotações,
espessura de ramos e número de acúleos, respectivamente. Para massa de forragem
pastejável não foi observado efeito dos fatores estudados, com média de 152 kg de
MS/ha/60 dias. Observou-se interação entre período de avaliação e adubação fosfatada
1
Parte da dissertação do primeiro autor. Trabalho realizado pelo acordo IPA/UFRPE com apoio do CNPq
2
Aluno do mestrado da UFRPE; e-mail: [email protected]
3
Professor(a) da UFRPE, bolsista do CNPq; e-mail: [email protected]; rinaldo@dcfl.ufrpe.br,.
4
Professor da UFRPE; e-mail: mario.[email protected]
5
Aluno do PDIZ da UFRPE e pesquisador do IPA; e-mail: [email protected]
6
Aluna de graduação em Zootecnia da UFRPE, bolsista do CNPq; e-mail: [email protected]
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
26
para a FDN dos ramos e efeito tanto do período quanto da adubação fosfatada sobre o teor
de tanino nos ramos. A adubação fosfatada não influenciou a maioria das características
morfológicas e químicas das plantas de Sabiá. A composição bromatológica foi melhor no
período chuvoso.
PALAVRAS CHAVES: acúleo, altura, fósforo, leguminosas, proteína, tanino.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
27
CHARACTERIZATION AND CHEMICAL COMPOSITION OF Mimosa
caesalpiniifolia BENTH PLANTS SUBMITTED TO PHOSPHATE
FERTILIZATION.
Abstract
The work aimed to evaluate the effect of phosphate fertilization on morphological
components and chemical composition of Mimosa caesalpiniifolia Benth in different
seasons. The experiment was conducted at the Itambé Experimental Station-IPA, testing
phosphorus fertilization levels (0, 100 and 200 kg P
2
O
5
/ha) on a randomized block design,
with six replicates on Block I and seven replicates on Block II. Morphological evaluations
were conducted in six periods with 60 days intervals. Harvest of leaves and twigs up to 5
mm diameter were conducted at 60 days intervals. Phosphate fertilization effects were
observed only for branch length, with values of 202.1, 193.6 and 173.5 cm for 0, 100 and
200 kg P
2
O
5
/ha respectively. For the remaining variables, there was a seasonal effect, but
no fertilization effect with average values of 195,3 cm, 24,6; 8,8 mm and 3,8 for plant
height, sprout number, twig thickness, and thorn number, respectively. There was no
significant effect for graze able forage, with an average of 152 kg DM/ha/60 days.
Interaction for season and phosphorus fertilization was observed for twig FDN, and effect
for both season and phosphorus fertilization for twig tannin content. Phosphate fertilization
did not affect most morphological and chemical characteristics of Sabiá plants.
Bromatological characteristics were better during the rainy season.
Keywords: thorn, height, phosphorus, legume, protein, tannin
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
28
Introdução
O nordeste brasileiro é uma região que apresenta irregularidade na distribuição de
chuvas, com períodos de estiagem extensos, que induzem a baixa produtividade dos
rebanhos que são manejados sob pastejo.
Entre as diversas espécies nativas de interesse forrageiro, merece ser destacada a
leguminosa Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.), que segundo Drumond et al. (2004),.
destaca-se também pelo seu potencial madeireiro.
A Sabiá apresenta grande importância para o semi-árido nordestino, pela
característica de resistência a seca e o rápido crescimento (Almeida et al., 1986). A planta
apresenta grande diversidade morfológica, existindo exemplares com muito pouco ou
mesmo ausentes de acúleos (Silva et al., 1984), sendo bastante selecionada pelos animais
em pastejo (Barbosa, 1997).
O valor nutritivo de uma planta forrageira depende da composição química e de sua
digestibilidade, que pode variar com a espécie, idade da planta, época do ano entre outras
características (Van Soest, 1994). Por outro lado, o desempenho animal varia em função do
valor nutritivo e do próprio consumo de matéria seca.
O uso de leguminosas em pastagens tropicais possibilita uma forma de manutenção
dos níveis de proteína bruta na dieta dos animais, seja devido ao consumo direto das
leguminosas, seja pelo aumento do nitrogênio das pastagens através da capacidade de fixar
o nitrogênio atmosférico por meio de associação com bactérias específicas (Santos et al.,
2002).
Por outro lado, o fósforo é essencial para o desenvolvimento radicular e
perfilhamento; sua deficiência diminui o valor nutritivo da forragem dificultando o
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
29
estabelecimento e desenvolvimento das plantas forrageiras limitando a capacidade
produtiva das pastagens (Moreira et al., 2002). Segundo Oliveira et al. (2002), para que seja
possível atingir sustentabilidade a longo prazo em solos com baixa disponibilidade natural
de fósforo, característicos da maioria dos solos brasileiros, a adição dentamairazouscter8sural
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
30
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
Périodo Experimental
Indice Pluviometrico
anterior ao plantio de Sabiá era constituída de braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.),
permanecendo esta espécie nas margens do bosque, representando aproximadamente 20%
da área total (Vieira, 2000).
Foi retirada uma amostra composta de solo da área para a realização da análise
química à profundidades de 0-20 e 20-40 cm, antes da aplicação dos tratamentos (Tabela
1). As análises foram realizadas nos Laboratórios de Fertilidade e Física do Solo da
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE.
Tabela 1- Análise do solo da área experimental antes da aplicação dos tratamentos
Profundidade
(cm)
pH
(água 1:2,5)
P
(mg/dm
3
)
K+
Ca
2+
+Mg
2+
Ca
2+
Al
3
+
(cmolc/dm
3
)
0-20 4,90 7 0,51 4,10 2,7 0,6
20-40 4,97 6 0,25 3,75 2,5 0,5
O índice pluviométrico da Estação Experimental de Itambé durante o período
experimental é representado na Figura 1.
Figura 1 - Precipitação durante o período de julho de 2004 a agosto de 2006, Itambé-PE.
2004 20062005
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
31
O corte de uniformização foi realizado em maio e junho de 2004 nos Blocos II e I,
respectivamente, a uma altura de 50 cm do solo, sendo o critério para a formação dos
blocos.
Três níveis de fósforo (0, 100 e 200 kg de P
2
O
5
/ha) foram aplicados em maio e
junho de 2004 nos bloco II e I respectivamente, utilizando o superfosfato simples. A
adubação foi realizada a lanço, logo após o corte de uniformização, na forma de meia
circunferência sobre a superfície do solo próximo ao tronco da parcela experimental.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, sendo um com seis e
outro com sete repetições.
As avaliações morfológicas foram realizadas com intervalo de 60 dias, nos meses de
julho, setembro e novembro de 2004 e janeiro, março e maio de 2005, totalizando doze
meses de avaliação. As coletas referentes ao período seco foram realizadas em setembro e
novembro de 2005 e fevereiro de 2006, as coletas do chuvoso nos meses de abril, junho e
agosto de 2006.
Foram avaliadas as seguintes variáveis: altura de planta, forragem pastejável,
número de brotações, comprimento e espessura dos ramos, número de acúleos/10 cm linear
e tipos de fuste.
Para altura de planta utilizou-se régua graduada posicionando-a junto ao tronco
principal até o ápice da planta. Para número de brotações, foram consideradas todas as
ramificações visíveis. Para a medição da espessura dos ramos, utilizou-se paquímetro com
mensuração na porção mediana. Para comprimento dos ramos foi utilizada uma régua
graduada posicionada sobre os ramos a partir do ponto de rebrota. O número de acúleos foi
contado em três ramos de cada planta, numa extensão de 10 cm de comprimento da região
média do ramo. A partir do diâmetro dessa região foi obtido o número dc acúleos/cm
2
por
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
32
meio da obtenção da área dessa secção (10 cm x perímetro da circunferência). Para
avaliação do tipo de fuste, considerou-se a inclinação do fuste com relação ao ponto de
rebrota, sendo classificadas como retilíneo, semi-retilíneo e curvilíneo e atribuíu-se as notas
1, 2 e 3, respectivamente.
A forragem pastejável compreendeu todas as folhas e ramos de até 5 mm, numa
altura de até 2 m em relação ao solo, colhida com auxilio de uma tesoura a cada 60 dias. A
forragem pastejável após a colheita, foi pesada e submetida a uma separação entre folhas e
ramos para determinação da proporção destes componentes presentes na amostra. Em
seguida foram levadas à estufa para determinação da matéria seca a 55ºC. Considerando
que a área da parcela é de 9m
2
, a forragem pastejável foi expressa em kg de MS/ha.
Para determinação da composição química, foram utilizadas as amostras da
forragem pastejável. Foram determinados os teores de matéria seca (MS), proteína bruta
(PB), material mineral (MM) e fósforo (P) conforme metodologia descrita por Silva &
Queiroz (2002) e fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),
conforme metodologia de Van Soest (1967). As análises foram realizadas no Laboratório
de Nutrição Animal da Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE. A
determinação de tanino foi realizada no Laboratório de Química Vegetal da UFRPE,
segundo metodologia de Folin-Denis descrito por AOAC (1975).
Os dados foram analisados usando o SAS, versão 8.0 (SAS, 1999). As médias das
variáveis analisadas foram comparadas por meio do teste F e teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
33
Resultados e discussão
Caracterização morfológica
Na análise de variância não se observou efeito significativo do fósforo (P>0,05)
para as variáveis altura, espessura dos ramos, número de brotações, número de acúleos e
forragem pastejável de plantas de Sabiá (Tabela 2). Efeitos do período do ano foram
observados para altura, comprimento e espessura dos ramos (Tabela 3).
Tabela 2 – Nível de significância do teste F para as características morfológicas de plantas
de Sabiá
Fonte de Variação
Altura
brotações
Comprimento
dos ramos
Espessura
dos ramos
N° de
acúleos
Tipo de
fuste
Forragem
pastejável
Fósforo 0,1235 0,1051 0,0045 0,0917 0,3257 0,4802 0,4598
Período <0,0001 0,5239 <0,0001 <0,0001 0,9766 0,7918 0,1388
Fósforo x Período
0,7926 0,9897 0,8844 0,9150 1,0000 0,9328 0,4783
CV(%)Período 35 37 31 29 87 38 25
CV(%)Adubação 37 34 07 32 69 167 28
Tabela 3 – Características de plantas de Sabiá, conforme o período de avaliação.
Período
Altura
(cm)*
brotações*
Comprimento
dos
ramos(cm)*
Espessura dos
ramos (mm)*
N° de
acúleos/cm
2
*
Tipo
de
fuste*
Forragem
pastejável (kg
MS/ha/60dias)**
Chuva 165,36B 23,37A 156,46B 7,61B 2,99A 1,88A 158,16 A
Seca 205,72A 24,50A 199,66A 10,16A 3,32A 1,92A 146,94 A
Médias seguidas de igual letra não diferem entre si pelo teste de F a 5% de probabilidade
* Época chuvosa Julho 2004 e março e maio de 2005, época seca setembro novembro de 2004 e janeiro 2005.
**Época chuvosa abril, junho, agosto 2006, e período seco setembro, novembro 2005 e fevereiro 2006.
A ausência de efeito de fósforo na altura de plantas de Sabiá também foi encontrada
por Burity et al., (2000). A ausência de efeito do fósforo para as variáveis descritas pode
estar relacionada com a aplicação localizada do adubo que pode ter favorecido uma maior
competição pelo nutriente, pois, as plantas vizinhas não receberam adubação, diminuindo
assim a oferta do mesmo para a parcela experimental. Vale ressaltar que, as brotações eram
relativamente novas, com um ano. Porém as plantas com sistema radicular bastante
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
34
desenvolvido, por não serem plantas novas, mas por haver redistribuição de fósforo
acumulado na planta.
Observou-se efeito de período para as variáveis altura, comprimento e espessura dos
ramos, tendo as plantas apresentado maior desenvolvimento para o período seco (Tabela 3).
Este comportamento pode ser justificado pela época de realização do corte de
uniformização, que foi realizado no meio do período chuvoso, portanto, a planta
intensificou o seu crescimento na época seca, tendo uma redução na sua velocidade de
desenvolvimento na época chuvosa, do ano de 2005, com a maior idade das plantas. Deve
ser considerado também que a maior altura da planta, comprimento e espessura dos ramos
na época seca seja resultante da soma do crescimento das duas épocas.
Para o comprimento dos ramos, o tratamento sem P
2
O
5
apresentou 202,1 cm de
média e foi superior aos demais. O tratamento com 100 kg de P
2
O
5
/ha foi superior ao de
200 kg de P
2
O
5
/ha com médias de 193,6 e 173,5 cm, respectivamente. Era de se esperar
efeito positivo da adubação fosfatada no comprimento dos ramos. Entretanto, este
comportamento pode estar relacionado à forma de distribuição do adubo e a pouca
mobilização do nutriente no solo. Por outro lado, considerando a tendência dos resultados
para número de brotações, estima-se que o P pode ter estimulado o número de brotações,
reduzindo o desenvolvimento individual de ramos isolados. Os resultados indicam ser
necessária à condução de estudos mais detalhados sobre a adubação fosfatada da Sabiá sob
condições de campo.
O número de acúleos não variou com o período de avaliação, conforme poderia ser
esperado em função do forte caráter hereditário desta característica. Vale ressaltar a
importância da mensuração dessa variável, considerando que a maior proporção de acúleo
diminui a preferência da planta pelos animais, conforme observado por Vieira et al. (2005),
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
35
além de dificultar a colheita de estacas. Segundo Lira et al (1996), há uma correlação linear
negativa significativa entre o caráter acúleo e preferência pelos bovinos, sendo as plantas
mais consumidas à medida que apresentam menos acúleos.
O fuste das plantas não foi afetado pelo período ou pela adubação fosfatada
(Tabelas 2 e 3), sendo a média do tipo semi-retilíneo. Vale ressaltar o uso por produtores e
população rural de estacas de Sabiá, conforme observado por Almeida et al. (2006a) e a
variação de preço de estacas de diferentes tipos.
A forragem pastejável não foi influenciada pelos níveis de fósforo, nem pelo
período do ano. Apesar de ser uma espécie caducifólia, provavelmente, o nível de umidade
residual no solo do bosque durante o período seco foi suficiente para manter as folhas e
ramos de até 5 mm na planta, além da precipitação média anual ter sido superior a média
histórica da região. A proporção de folhas e de ramos na forragem pastejável foi de 59% e
41%, respectivamente. Moura et al (2006) observou valor de 1,67% para folha e 98,33%
para ramo, considerando entretanto, todo tipo de ramo presente na planta e não apenas
ramos finos que representam o material a ser selecionado pelo animal, como no presente
trabalho.
Considerando a média de forragem pastejável de 152,5 kg de MS/ha/60 dias,
estima-se uma produção anual de 915,0 kg de MS de forragem pastejável, valor esse
inferior aos observados na literatura para leguminosas. Neste sentido, vale ressaltar que a
maior produção de plantas de Sabiá observada por Moura et al (2006) equivale a toda a
parte aérea da planta e não apenas a forragem pastejável, como na presente pesquisa.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
36
Composição Química
Para a maioria das variáveis de composição química, foi observado efeito
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
37
6). Os valores encontrados estão bem próximos aos relatados por Vieira et al (2005) e
Almeida et al (2006), tanto para o período seco como o chuvoso.
Tabela 6 – Teores médios de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e matéria mineral
(MM) de plantas de Sabiá, conforme a fração da planta e período do ano
Período do ano
MS PB MM
%
Folha Ramo Folha Ramo Folha Ramo
Chuva 30,21B 43,55B 22,12A 7,98A 6,58A 3,53A
Seca 43,04A 49,78A 16,69B 5,66B 6,02B 3,40A
CV (%) 20 21 24 26 8 20
Medias seguida de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P>0,05).
Para proteína bruta observou-se diferença significativa (P<0,05) entre os períodos,
tanto para folha quanto para o ramo, apresentando valores superiores para o período
chuvoso. Os resultados podem estar relacionados a uma maior disponibilidade de água no
período chuvoso (Figura 1), o que pode ter facilitado o transporte de nutrientes para a
planta, gerando assim mais energia através do processo da fotossíntese e contribuindo para
o aumento do teor de nitrogênio. Os resultados obtidos divergem dos encontrados por
Almeida et al. (2006b), que encontraram maiores valores de proteína bruta para a época
seca, o que pode estar associado ao fato das plantas estudadas por estes autores serem de
idade diferente da do presente trabalho. Vale ressaltar ainda, a possível contribuição de N
atmosférico, principalmente no período chuvoso, que pode ser parcialmente responsável
pelo aumento observado no teor de proteína bruta das folhas no período chuvoso.
Observou-se efeito significativo (P<0,05) para época apenas para folha no que se
refere à matéria mineral, sendo encontrados valores superiores para o período chuvoso.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
38
Observa-se diferença significativa para fibra em detergente neutro (FDN) das folhas
conforme a época do ano (Tabela 7), ocorrendo valores superiores para época seca.
Independente da fração da planta maiores valores foram observados no período seco para
fibra em detergente ácido (FDA). Os valores encontrados para FDN e FDA foram
superiores aos relatados por Viera et al (2005) que encontram valores de 44,39 e 39,05% de
FDN para época chuvosa e seca, respectivamente e 25,80 e 21,83% de FDA para época
chuvosa e seca, respectivamente. Tais diferenças podem estar associadas ao fato de que no
referido trabalho os autores utilizaram material referente à planta inteira.
Tabela 7 – Teores médios de fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido de
plantas de Sabiá, conforme o período do ano e fração da planta
Período do ano FDN (%) FDA (%)
Folha Folha Ramo
Chuva 42,66B 29,69B 51,58B
Seca 53,05A 37,10A 54,97A
CV (%) 4 22 9
Medias seguida de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P>0,05).
Observou-se interação entre período de avaliação e adubação fosfatada para a FDN
dos ramos (Tabela 8). Para o teor de matéria seca, foram encontrados maiores valores para
FDN na estação seca, talvez devido a maior velocidade de crescimento das plantas, já que o
corte de uniformização ocorreu no meio do período chuvoso, com aumento do crescimento
(Tabela 3) e possível aceleração do processo de deposição de fibra.
Os resultados referentes aos teores médios de PB, FDN e FDA no presente trabalho,
concordam com os relatos feitos por Oliveira (1990) e Araújo Filho et al (1998), que
observaram que com o avanço da estação seca ocorre diminuição no teor de PB e aumento
de FDN e FDA.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
39
Tabela 8 – Teores médios de fibra em detergente neutro de ramos de plantas de Sabiá,
conforme período do ano e adubação fosfatada.
Tratamento Período do ano
Kg de P
2
O
5
/ha Chuva Seca
%
0 64,83Ba 72,54Aa
100 64,88Ba 73,91Aa
200 59,80Ba 75,64Aa
CV(Adubação) 6
CV(Época) 26
Valores em uma mesma coluna seguidos por letras minúsculas idênticas não diferem ao nível de 5% pelo teste
de Tukey, e maiúsculas em uma mesma linha, não diferem entre si pelo teste F ao nível de 5 %.
Para o teor médio de fósforo, observou-se diferença com relação à época, sendo o
maior teor observado nas folhas e no período chuvoso (Tabela 9). A concentração de
fósforo nas folhas foi mais elevada do que nos ramos. Os resultados obtidos foram de
0,19% e 0,10% para folhas e ramos, respectivamente, sendo próximos aos relatados por
Vieira et al (2005) que encontraram valores de 0,15% e 0,22% no período seco e chuvoso,
respectivamente.
Segundo Haag et al (1985), a concentração de alguns elementos químicos nas folhas
eleva enquanto nas de outros decresce e ocorre uma translocação de nutrientes de órgãos
senescentes para as regiões de crescimento da árvore. Moura et al. (2006) também
observaram que a fração folha foi a que apresentou a maior concentração de fósforo.
Quanto ao tanino, observou-se maior valor para a época seca, independente da
fração da planta (Tabelas 9 e 10). Houve efeito do período de avaliação e da adubação
fosfatada para o teor de tanino dos ramos (Tabela 10). A adubação com 200 kg de P
2
O
5
/ha
resultou em menor teor de tanino, não havendo diferença significativa entre os níveis de 0 e
100 de P
2
O
5
.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
40
Tabela 9 – Teores médios de fósforo e tanino de plantas de Sabiá, conforme a fração da
planta e período do ano.
Período do ano Fósforo (%) Tanino (%)
Folha Ramo Folha
Chuva 0,21A 0,09B 0,81B
Seca 0,17B 0,11A 1,93A
CV 26 20 18
Médias seguida da mesma letra, não diferem entre si pelo teste F (P>0,05).
Os valores de tanino encontrados foram inferiores a 2%, o que pode ser
considerado baixo de acordo com Silva & Queiroz (2002), que consideram valores acima
de 7% como altos. Segundo Magalhães et al (1997), os taninos quando em altas
concentrações nas plantas forrageiras tendem a diminuir a palatabilidade e digestibilidade
dos alimentos. Almeida et al. (2006b), não encontraram diferenças entre épocas para teor de
tanino de plantas de Sabiá e valores mais altos do que os observados no presente trabalho.
Tabela 10 - Teores médios de tanino de ramos plantas de Sabiá, conforme o período do ano
e adubação fosfatada.
Período do ano/kg de P
2
O
5
/ha Tanino CV
%
Chuva 0,67B 31
Seca 1,08A
kg de P
2
O
5
/ha
0 0,96a
100 0,94a 55
200 0,73b
Médias seguidas de igual letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste F(P>0,05)
Médias seguidas por igual letra minúscula, não diferem entre si pelo teste Tukey(P>0,05)
De maneira geral a adubação fosfatada promoveu efeito de pequena magnitude nas
características morfológicas e na composição química da planta de Sabiá, provavelmente
devido ao sistema radicular bastante desenvolvido. Por outro lado, os níveis estudados
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
41
podem ser considerados baixos ou médios, não tendo sido aplicados níveis elevados de
P
2
O
5
ao ponto de modificar de forma acentuada a composição do solo e da planta. Vale
ressaltar também, que o P é pouco móvel no solo e sob as condições de Itambé, com o pH
ácido (Tabela 1), este nutriente provavelmente ficou menos disponível.
Conclusões
De maneira geral, a adubação fosfatada promoveu efeito de pequena magnitude nas
características morfológicas e na composição química de plantas de Sabiá.
Observou-se grande variação entre as frações da planta, independente do período de
avaliação, com mais adequada composição química das folhas.
A Sabiá apresenta composição química mais adequada no período chuvoso.
Referências
ALMEIDA, A. C. S.; FERREIRA, R. L. C.; SANTOS, M. V. F.; SILVA, J A A.; LIRA, M.
A.; GUIM, A. Avaliação bromatológica de espécies arbóreas e arbustivas de pastagens em
três municípios do estado de Pernambuco. Acta Scientiarum Animal Sciences, v.28, n. 1,
p.1-9, 2006a.
ALMEIDA, A. C. S.; FERREIRA, R. L. C.; SANTOS, M. V. F.; SILVA, J. A. A.; LIRA,
M. A. Caracterização de produtores e propiedades rurais em três municípios do estado de
Pernambuco. Revista Caatinga v. 19, n. 4, 2006b.
ALMEIDA, R.T.; VASCONCELOS, I.; NESS, R.L.L. Infecção micorrízica vesículo-
arbuscular e nodulação de leguminosas arbóreas do Ceará, Brasil. Ciência Agronômica,
v.17, n.1, p.89-97, 1986.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
42
AOAC - Association of Official Analytical Chemists 1995 Official methods of analysis.
16
th
edition Washington 1298p.
ARAÚJO FILHO, J.A. de.; CARVALHO, F.C. de.; GADELHA, J.A.; CAVALCANTI
A.C.R. Fenologia e valor nutritivo de espécies lenhosas caducifólias da caatinga In:
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 35, 1998,
Botucatu, Anais... Botucatu: SBZ, 1998, p.360-362.
BARBOSA, H. P. Tabela de composição de alimentos do estado da Paraíba, setor
agropecuário. Areia – PB: UFPB, 1997. 163p.
BURITY, H. A.; LYRA, M. C. C. P.; SOUZA, E. S. de.; MERGULHÂO A. C. do E. S.;
SILVA, M. L. R. B. da. Efetividade da inoculação com rizóbio e fungos micorrízicos
arbusculares em mudas de Sabiá submetidas a diferentes níveis de fósforo. Pesquisa
Agropecuária Brasileira. v.35, n.4, p.801-807, 2000.
DRUMOND, M.A.; SANTANA, A.C.; ANTONIOLE, A. Recomendações para o uso
sustentável da biodiversidade no bioma da caatinga. In: Biodiversidade da Caatinga: Áreas
e ações prioritárias para a conservação. Brasília: MMA-UFRPE; Brasília , DF: 2004. p. 47-
90.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
43
EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de
classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação, 1999. p.65.
HAAG, H. P. ; VALERA, F. P. ; CHIARANDA, R. Ciclagem de nutrientes em florestas
tropicais. Campinas: Fundação Cargil, 1985. 144p.
IPA- EMPRESA PERNAMBUCANA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Banco de
dados agrometeorológicos Recife: IPA 1994.
LIMA, I. C. A. R. Estudo do Sabiazeiro (Mimosa Caesalpiniifolia Benth) para a
seleção de plantas com ausência de acúleos visando pastejo. Recife: UFRPE, 1995.
135p. Dissertação (Mestrado em Botânica) Universidade federal Rural de Pernambuco,
1995.
LIRA, M. A.; LIMA, I. C. A. R.; FREITAS, E. V.; FARIAS, I. Estudo do Sabiazeiro para
forragem. In: Simpósio Nordestino de Alimentação de Ruminantes, 6., 1996, Natal.
Anais...Natal: UFRN,1996. p.175.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
44
MOURA, O. N.; PASSOS M. A. A.; FERREIRA, L. R. C.; MOLICA, S. G.; LIRA
JUNIOR, M. A.; LIRA, M. A.; SANTOS, M. V. F. Distribuição de biomassa e nutrientes
na parte aérea de Minosa caesalpiniifolia Benth. Revista Árvore, v.30, n.6, p.877-884,
2006.
OLIVEIRA E.R. Nutrição de caprinos e Ovinos no Nordeste do Brasil In: SIMPÓSIO
NORDESTINO DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL, 3, João Pessoa, 1990. Anais... João
Pessoa SNPA, 1990. p.94-107.
OLIVEIRA, F.H.T.; NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V.V.H. Fertilidade do solo no plantio
direto. In: ALVAREZ, V.V.H.; SCHAEFER, C.E.G.R.; BARROS, N.F. Tópicos em
Ciência do Solo. Volume II. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2002. p 393-
486.
SANTOS, I. P. A. dos.; PINTO, J. C.; SIQUEIRA, J. O.; MORAIS, A. R. de.; SANTOS, C.
L. dos. Influencia do fósforo, micorriza e nitrogênio no conteúdo dois minerais de
Brachiaria brizantha e Arachis pintoi consorciados. Revista Brasileira de Zootecnia.,
v.31, n.2, p.605-616, 2002.
SAS INSTITUTE. SAS/STAT User’s guide. Version 8. Cary, 1464p.,1999.
SILVA, C.M.M.S.; OLIVEIRA, M.C.; SOARES, J.G.G. Avaliação de forrageiras nativas e
exóticas para a região semi-árida do Nordeste. Petrolina: EMBRAPA CPATSA, 1984. p.28
(Documentos, 27).
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
45
SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3.ed.
Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2002. 235p.
VAN SOEST, P.J. Development of a comprehensive sistem of feed analysis and its
application to foragens. Journal Animal Sciences., Savoy, v.26, n. 1, p. 119-128, 1967.
VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of ruminant. Ithaca: Cornell University Press,
1994. 476p.
VIEIRA, E. L.; CARVALHO, F. R.; BATISTA, Â. M. V.; FERREIRA, R. L. C.;
SANTOS, M. V. F.; LIRA, M. A.; SILVA, M.J.; BONFIM-SILVA, E. M. Composição
química de forrageiras e seletividade de bovinos em bosque-de-Sabiá (Mimosa
caesalpiniifolia Benth.) nos períodos chuvoso e seco. Revista Brasileira de Zootecnia,
v.34, n.5, p.1505-1511, 2005.
VIEIRA, E. L.; Composição química de forrageiras e seletividade de bovinos em
bosque-de-Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) nos períodos chuvoso e seco. Recife:
UFRPE, 2000. 56p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal Rural de
Pernambuco, 2000.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
46
CAPITULO II
QUANTIFICAÇÃO DE RAÍZES E NÓDULOS DE PLANTAS DE SABIÁ
SUBMETIDAS À FERTILIZAÇÃO FOSFATADA
1
.
1
Artigo elaborado conforme normas da Revista Árvore
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
47
QUANTIFICAÇÃO DE RAÍZES E NÓDULOS DE Mimosa caesalpiniifolia BENTH
SUBMETIDO À FERTILIZAÇÃO FOSFATADA
2
.
Glauco Gouvêa Caldas
2
; Mércia Virginia Ferreira dos Santos
3
; Mario de Andrade Lira Junior
4
;
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira
3
; Mario de Andrade Lira
5
; Felipe Martins Saraiva
6
RESUMO
Este trabalho visou avaliar o efeito da adubação fosfatada sobre a nodulação e
sistema radicular de Mimosa caesalpiniifolia Benth. O experimento foi realizado na
Estação Experimental de Itambé, da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária
IPA. Os tratamentos foram níveis de adubação fosfatada (0, 100 e 200 kg P
2
O
5
/ha). O
delineamento experimental foi de blocos casualizados com seis réplicas no bloco I e sete no
bloco II. Amostragens foram realizadas antes e após a poda da parte aérea. Antes da poda
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
48
ROOT AND NODULE QUANTIFICATION OF Mimosa caesalpiniifolia BENTH
SUBMITTED TO PHOSPHATE FERTILIZATION
Abstract
This work aimed to evaluate the effect of phosphate fertilization on the nodulation
and root system development of Mimosa caesalpiniifolia Benth. The experiment was
conducted at the Itambé Experimental Station of Pernambuco State Agricultural Research
Enterprise - IPA. Treatments were phosphorus fertilization levels (0, 100 and 200 kg
P
2
O
5
/ha). The experimental design was randomized blocks, with six replicates on block I
and seven on block II. Samplings were conducted before and after aerial part pruning of
both blocks, in August, before the pruning, and October and November, after the pruning,
for blocks I, and II, respectively. Before the pruning, there was no significant effect before
for root length and root dry mass, nodule and litter dry mass. Average nodule number
before pruning was 2, 15 and 6 for 0, 100 and 200 kg P
2
O
5
/ha, and 1, 6 and 7 after pruning.
Average root length ranged from 431 to 655 cm before pruning and from 409 to 454 cm
after pruning. During the experimental period from August to November 2005, changes
were observed only for nodule number.
Keywords: phosphorus fertilization, legume, nodulation, root system
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
49
INTRODUÇÃO
A Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth), também conhecida como Sabiazeiro,
Sansão do Campo ou Unha-de-gato, é uma leguminosa tropical arbórea de pequeno porte
atingindo até sete metros de altura, nativa da região Nordeste, que se estende normalmente
do Maranhão a Pernambuco (Vasconcelos et al., 1984). Propaga-se via sementes (Alves et
al., 2004), sendo uma espécie promissora para reflorestamento devido à resistência à seca,
precocidade, madeira resistente à umidade, excelente para estacas, lenha e carvão e fácil
renovação pela rebrotação de tocos e raízes (Braga, 1960), bem como seu rápido
crescimento (Almeida et al., 1986) e alto teor protéico (Almeida et al., 2006).
O nível de fertilidade dos solos é um dos fatores que determinam o comportamento
dos recursos forrageiros, especialmente das leguminosas, e neste sentido, o fósforo é um
dos nutrientes que se encontra com maior freqüência em níveis deficitários nos solos
tropicais, sendo essencial ao desenvolvimento vegetal, notadamente nos estágios iniciais de
crescimento das plantas (Brito et al., 2003).
A acidez do solo e as deficiências nutricionais são indicadas como as principais
limitações ao desenvolvimento de espécies arbóreas em solos de baixa fertilidade. Nestes
solos, a capacidade de se associar as bactérias fixadoras de nitrogênio e a fungos
micorrízicos, tem um papel extremamente importante no processo de estabelecimento de
leguminosas arbóreas (Franco et al., 1995), constituindo-se em vantagens, se comparadas
com outras espécies.
A grande maioria das espécies florestais, quando em sua fase inicial de
desenvolvimento, necessita de um maior suprimento de fósforo pelo pequeno
desenvolvimento do sistema radicular. As leguminosas dependem da simbiose como fonte
de nitrogênio, necessitando de altas quantidades de fósforo no solo para suprir a
necessidade dos nódulos.
O sucesso no estabelecimento da nodulação e fixação de N
2
das leguminosas
forrageiras, depende de uma nutrição fosfatada adequada e, como as micorrizas aumentam
a absorção de P, este elemento é de grande valor para a melhoria da fixação do N
atmosférico, crescimento e efetiva nodulação da planta (Gibbson, 1976).
Por outro lado, o uso de leguminosas possibilita uma dieta de maior qualidade para
o animal, pela presença de nódulos que aumentam o suprimento de N, contribuindo
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
50
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
Périodo Experimental
Indice Pluviometrico
também para uma melhoria na produção. Assim, o objetivo da presente pesquisa foi estudar
a influência de adubação fosfatada na nodulação e sistema radicular da Sabiá.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Estação Experimental de Itambé, pertencente à
Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), situada entre 07º 25’ de latitude
Sul e 35º 06’ de longitude oeste, no município de Itambé – PE, distante 96 km do Recife.
A vegetação regional é classificada como floresta caducifólia e subcaducifólia, uma
formação arbustivo-arbórea, constituída por várias espécies de considerável valor
forrageiro. A precipitação média anual é de aproximadamente 1200 mm com temperatura
média anual de 24ºC e altitude de aproximadamente de 190 m (IPA, 2000). O índice
pluviométrico durante o período de julho a dezembro de 2005 está apresentado na Figura 1.
Figura 1 – Precipitação pluvial durante o período experimental – Itambé-PE
Figure 1 - Rainfall during the experimental period - Itambé-PE
O solo da Estação Experimental de Itambé-PE, de acordo com a EMBRAPA,
(1999), é classificado como ARGILOSO VERMELHO-AMARELO. Foi retirada uma
amostra composta da área para a realização da análise química a uma profundidade de 0-20
e 20-40 cm de profundidade, antes da aplicação dos tratamentos (Tabela 1), indicando
2004 20062005
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
51
teores baixos de fósforo (Melo et al., 1989). Na fase final do experimento foi retirada uma
amostra composta de solo em cada tratamento em ambos os blocos para a realização de
análises de fertilidade e físicas a uma profundidade de 0-20 cm. As análises foram
realizadas nos Laboratórios de Fertilidade e Física do Solo da Universidade Federal Rural
de Pernambuco – UFRPE.
Tabela 1 - Análise química do solo da área experimental, Itambé-PE
Table 1 - Soil chemical analysis of the experimental area, Itambé-PE
K
+
Ca
2+
+Mg
2+
Ca
2+
Al
3+
Profundidade
(cm)
pH
(água 1:2,5)
P
(mg/dm
3
)
(cmolc/dm
3)
0-20 4,90 7 0,51 4,10 2,7 0,6
20-40 4,97 6 0,25 3,75 2,5 0,5
O experimento foi realizado em um bosque com aproximadamente 13 anos de
idade, com espaçamento de 3,0 x 3,0 metros entre plantas e área de 0,3 ha, totalizando 210
exemplares, dividida em dois blocos. Foi realizado corte de uniformização a 50 cm do solo,
nos meses de maio e junho de 2004, sendo esse o critério para formação dos blocos com
seis e sete repetições internas. A parcela experimental foi formada por uma planta contida
em uma área de 9m
2
circundada por oito plantas competitivas.
Os tratamentos foram em três níveis de adubação fosfatada (0, 100, 200 kg de
P
2
O
5
/ha), fornecidos na forma de superfosfato simples. A adubação foi realizada ao redor
da planta experimental na superfície do solo numa única aplicação, logo após o corte de
uniformização.
As coletas do solo e liteira foram realizadas nos dias 10 e 26 de agosto nos blocos I
e II respectivamente, antes da poda da parte aérea, e 17 de outubro e 28 de novembro nos
blocos I e II, correspondendo ao período após a poda da planta. A poda da parte aérea
consistiu na retirada das folhas e de ramos com diâmetro máximo de 5 mm a uma altura de
até dois metros do solo.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
52
A massa de liteira foi retirada ao redor da planta experimental em uma área de
10x15 cm do solo. A massa da liteira foi pesada, seca em estufa e moída utilizando-se
moinho elétrico. Em seguida, as amostras foram colocadas em potes plásticos, etiquetadas e
armazenadas.
Foram coletadas quatro amostras de solo por planta a 25 cm da extremidade da
touceira, retirando-se o solo de um volume de 10 x 15 x 10 cm (largura, comprimento e
profundidade), com uso de cavador.
As amostras de solo foram passadas em peneira de 5 mm de malha para facilitar a
retirada das raízes. Após a separação das raízes do solo, os nódulos foram separados
manualmente, utilizando pinça. Em seguida foram contados e colocados para secar, em
estufa de circulação forçada a 65º C por 72 h.
Após retirar os nódulos, as raízes foram medidas com o uso de trena e a mensuração
foi feita levando-se em conta todas as ramificações que ficaram acima da peneira e todos os
valores somados, chegando ao comprimento da raiz. Vale ressaltar que as raízes de menor
tamanho que passaram pela peneira não foram mensuradas. Após serem medidas, foi
determinada a matéria seca das amostras de raiz por pesagem após secagem em estufa de
circulação forçada a 65º C por 72 h.
Os dados foram analisados usando o SAS, versão 8.0 (SAS, 1999). Como grande
parte das amostras não apresentaram nódulos, foi realizado teste de homogeneidade para a
presença de nódulos, pelo teste χ
2
. Todos os dados foram avaliados para homogeneidade da
variância e normalidade da distribuição, através do PROC Guided Data Analysis do SAS,
sendo adotadas as transformações sugeridas pelo mesmo. Foi utilizado o teste Tukey a 5%
de probabilidade para os testes de comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados observados para as análises física e fertilidade do solo (Tabelas 2 e 3)
indicam não ter sido observado efeito aparente dos tratamentos de fósforo, embora haja
diferenças aparentes entre os dois blocos. É interessante observar que, embora o pH do solo
e os teores de fósforo sejam levemente superiores no bloco II, o mesmo não ocorre com o
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
53
teor de matéria orgânica do solo. Isto provavelmente deve-se ao solo do bloco I apresentar
uma textura mais argilosa o que contribui para a manutenção da matéria orgânica bem
como uma maior capacidade de retenção de água, fatores que vão favorecer a atuação dos
microorganismos que atuam no meio.
Tabela 2 – Análise física da área experimental ao final do experimento – Itambé - PE
Table 2 – Soil physical analysis of the experimental area at the end of the experiment
- Itambé - PE
Composição
granulométrica (%)
Capacidade
de retenção
de água
BLOCO
Kg
P
2
o
5
ha
Areia Argila
Silte
Classificação
textural
Densidade
do solo
(g/cm
3
)
Porosidade
total (%)
1/3
atm
15
atm
Condutividade
hidraúlica
(cm/h)
I 0 60,2 23,8 16,0 Franco
Argilo
Arenoso
1,17 53,75 16,07
5,12 21,47
I 100 62,2 23,8 14,0 Franco
Argilo
Arenoso
1,25 50,59 17,82
10,12 7,20
I 200 60,2 25,8 14,0 Franco
Argilo
Arenoso
1,20 52,57 17,26 9,92 3,83
II 0 70,6 14,8 15,0 Franco
Arenoso
1,42 44,53 8,52 4,36 10,35
II 100 74,2 14,8 11,0 Franco
Arenoso
1,46 42,97 10,00 4,11 25,14
II 200 66,2 21,8 12,0 Franco
Argilo
Arenoso
1,33 47,43 8,13 3,37 6,05
A densidade do solo apresentou maiores valores para o bloco II em média 1,40
g/cm
3
, sendo este valor considerado alto embora não comprometa a respiração e
crescimento das raízes. Para o bloco I o valor observado foi de 1,20 g/cm
3
.
Segundo Souza et al., (1997) a maioria das culturas é seriamente afetada quando a
densidade do solo ultrapassa 1,5 g/cm
3
, essencialmente por duas razões: primeiro, pela falta
de O
2
para a respiração das raízes, devido à baixa porosidade e drenagem e, segundo,
por impedimento mecânico para o crescimento das raízes, limitando-se a zona de absorção
de água e nutrientes.
Com relação à porosidade total o bloco II apresentou uma menor porosidade em
média 44,98%, devendo estar relacionado com a maior densidade, para o bloco I observou-
se um percentual de 52,30%.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
54
Tabela 3 – Análise de fertilidade da área experimental ao final do experimento – Itambé-
PE
Table 3 – Soil fertility analysis at the experimental area at the end of the experiment –
Itambé - PE
Bloco pH P Na
+
K
+
Ca
+2
+ Mg
+2
Ca
+2
Al
+3
H+Al C.O. M.O.
Kg P
2
O
5
ha
(água -
1:2,5)
(mg/dm
3
) -------------------------(cmol
c
/dm
3
)------------------------- g/kg
I 0 5,3 4 0,03 0,16 4,25 2,10 0,55 7,06 26,59 45,84
I 100 5,1 3 0,03 0,15 3,95 1,60 0,85 7,40 24,35 41,98
I 200 5,2 4 0,03
0,14 4,20 1,85 0,55 7,06 24,00 41,38
II 0 5,4 5 0,02 0,14 4,00 2,10 0,75 4,95 20,94 36,10
II 100 5,4 5 0,15
0,19 3,65 1,70 0,60 5,22 14,59 25,15
II 200 5,3 6 0,01
0,13 3,25 1,35 0,40 6,10 18,12 31,23
O número de plantas com a presença ou não de nódulos de acordo com a dosagem
de fósforo, poda e ausência de poda, é representado na Tabela 4. Podemos observar que a
amostragem utilizada nas avaliações experimentais levou a não observação de nódulos em
grande parte das plantas. O teste de homogeneidade, indicou diferenças não significativas
evidenciando, que a presença ou ausência de nódulos não foi afetada de forma consistente
pela adubação fosfatada, com a variabilidade provavelmente devido ao método de
amostragem utilizado.
Tabela 4 – Número de plantas com a presença ou ausência de nódulos, de acordo com a
dosagem de fósforo e realização da poda
Table 4 Number of plants with the presence or absence of nodules, in accordance with
the P fertilization level and pruning
Nível de Adubação (kg de P
2
O
5
/ha) χ
2
Prob. χ
2
Nódulos
0 100 200
Geral
Ausentes 12 7 9 2,12 0,35
Presentes 14 19 17
Antes da poda
Ausentes 7 2 6 4,55 0,10
Presentes 6 11 7
Após a poda
Ausentes 5 5 3 0,92 0,63
Presentes 8 8 10
Barberi et al (1998), estudando o processo de nodulação em leguminosas florestais
em viveiros no sul de Minas Gerais, concluíram que a ausência de nodulação de uma
espécie nodulífera pode estar relacionada a fatores químicos do solo (acidez, deficiência de
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
55
P, Mo, Co, etc.), físicos (compactação, erosão, salinização, etc.), ou biológicos (ausência de
estirpes específicas), ou no estado de desenvolvimento da espécie florestal. Considerando
que estas plantas pertencem a um bosque estabelecido e maduro, apesar da poda, é
possível que parte do efeito seja devido à maturidade das plantas que apresentavam
sistema radicular bastante desenvolvido, além da influência do período de realização da
poda.
Observou-se uma tendência de maior presença de nódulos no tratamento antes da
poda, considerando efeito marcante da desfolha no sistema radicular e provavelmente na
presença de nódulos. Após a desfolha, provavelmente a planta mobilizou suas reservas para
novas brotações, diminuindo assim o desenvolvimento da parte subterrânea.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
56
88,8% de folhas + frutos, respectivamente. Ferreira et al. (2007) observaram que a
deposição e o estoque de serapilheira de Sabiá foram estimados em 7830,44 kg/ha/ano e
8906,9 kg/ha, respectivamente, com a fração folha dominante. Cantarutti (1996)
determinou que a produção de liteira foi similar entre pastagens de gramíneas puras ou
consorciadas (15 a 18 t MS/ha/ano), mas, a leguminosa aumentou a concentração de N na
liteira e a quantidade de N reciclada.
Tabela 5 – Características de raízes e liteira de plantas de Sabiá submetidas à adubação
fosfatada nos períodos antes e após a poda
Table 5 – Characteristics of root and litter of Sabiá plants submitted to the phosphorus fertilization in the
periods before and after the pruning
Comprimento
Raiz
(cm)
Comprimento
Raiz
(cm/kg solo)
MS Raiz
(g/kg solo)
MS Raiz
(g)
Liteira
(kg/ha)
ANTES DA PODA
Geral 0,0002 <0,0001 0,0442 0,0431 <0,0001
Bloco <0,0001 <0,0001 0,0052 0,0049 <0,0001
P 0,6287 0,8042 0,9688 0,9971 0,2327
C.V 4,81 5,69 74,35 27,22 42,49
BLOCO
1 524 b 108 b 2 b 10 b 34.000 b
2 883 a 176 a 4 a 20 a 121.000 a
P
0 552 A 151 A 3 A 14 A 61.000 A
100 734 A 147 A 4 A 19 A 86.000 A
200 665 A 136 A 3 A 14 A 68.000 A
APÓS A PODA
Geral 0,4048 0,0762 0,7932 0,3146 <0,0001
Bloco 0,3335 0,0658 0,4276 0,0765 <0,0001
P 0,3719 0,1598 0,8238 0,8412 0,3232
C.V 28,50 27,99 104,95 39,24 11,0254
BLOCO
1 399 a 116 a 3 a 11 a 55.000 a
2 437 a 96 a 3 a 14 a 9.000b
P
0 389 A 94 A 3 A 11 A 35.000 A
100 455 A 116 A 4 A 16 A 29.000 A
200 413 A 108 A 2 A 10 A 34.000 A
Para P médias seguidas de igual letra maiuscula não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para
bloco médias seguidas de igual letras minúsculas não diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade.
For P averages followed by same capital letter do not differ at a 5% probability, by Tukey test. For block
averages followed by same lower case letters do not differ at 5% probability by F test..
Vale ressaltar que a massa de liteira contribui para a ciclagem de nutriente, sendo
que esta contribuição também depende da qualidade da liteira. A análise química da liteira
não foi objeto do presente trabalho, entretanto, estima-se que plantas adubadas apresentam
liteira de melhor qualidade.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
57
Na análise de variância (Tabela 6) não foi observado efeito significativo (P > 0,05)
no período em que antecede a poda para a adubação fosfatada (0, 100, 200 kg de P
2
O
5
)
sobre a massa seca de nódulos mg/kg solo. Stamford e Silva (2000) não observaram efeito
da calagem sobre o peso seco de nódulos de plantas de Sabiá e associaram ao fato da
calagem poder promover um desequilíbrio microbiano no solo, levando a um aumento de
actinomícetos, que pode favorecer a produção de antibióticos na rizosfera e prejudicar a
nodulação.
Observou-se que houve efeito significativo (P < 0,05) apenas para N
o
de nódulos e
N
o
de nódulos/kg solo, no período em que antecede a poda. Isto pode ser explicado pelo
grau de umidade do solo que é essencial para o desenvolvimento e atividade dos
microorganismos responsáveis pelo processo de nodulação; assim como a época da coleta,
densidade do solo e precipitação pluviométrica da ocasião (Figura 1). Resultados
semelhantes foram observados por Burity et al. (2000), quando estudaram a efetividade da
inoculação com rizóbio e fungos micorrízicos arbusculares em mudas de Sabiá, submetidas
a diferentes níveis de fósforo. Santos et al. (1992) não observaram efeito da adubação
fosfatada sobre a nodulação, quando estudaram o efeito d] TJu;P efetividade
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
58
Tabela 6 – Características de nódulos de plantas de sabia submetidas à adubação fosfatada
nos períodos antes e após a poda.
Table 6 – Characteristics of nodules of plants of Sabiá submitted to the phosphorus
fertilization in the periods before and after the pruning.
MS Nódulos
(g)
MS Nódulos
g/kg solo
N° Nódulos N° Nódulos
(un./kg solo)
ANTES DA PODA
Geral <0,0001 0,0071 0,0031 0,0042
Bloco <0,0001 0,0024 0,0044 0,0051
P 0,0547 0,1857 0,0342 0,0440
C.V 49,83 168,43 42,15 39,52
BLOCO
1 0,0012 b 0,0030a 14 a 3 a
2 0,0010 a 0,0001b 3 b 0,54 b
P
0 0,00020A 0,0002A 2 B 0,40 B
100 0,00076A 0,0007A 15 A 3 A
200 0,00099A 0,0099A 6 AB 1 A
APÓS A PODA
Geral 0,2220 0,4218 0,0997 0,1308
Bloco 0,2577 0,7079 0,1428 0,3333
P 0,2078 0,2763 0,1203 0,0941
C.V 0,0756 168,01 89,07 43,77
BLOCO
1 0,00090a 0,0009a 2 a 1 a
2 0,00071a 0,0007a 7 a 8 a
P
0 0,00034A 0,0003A 1 A 0,3 A
100 0,00098A 0,0010A 6 A 2 A
200 0,0011A 0,0011A 7 A 2 A
Para P médias seguidas de igual letra maiuscula não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, para
bloco médias seguidas de igual letras minúsculas não diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade.
For P average followed of equal capital letter they do not differ for the test from Tukey 5% from probability,
for equal block average followed of very small letters do not differ between itself for test F 5% from
probability.
A falta de efeito da adubação fosfatada na presente pesquisa provavelmente deve-se
a baixa mobilidade do fósforo no solo, além da forma de adubação ter sido centralizada na
parcela experimental aumentando a competição entre as demais plantas competitivas.
CONCLUSÃO
A poda da parte aérea da planta influencia de forma direta no desenvolvimento dos
nódulos.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
59
A presença ou ausência de nódulos não foi afetada de forma consistente pela
adubação fosfatada.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. C. S.; FERREIRA, R. L. C.; SANTOS, M. V. F. et al. Avaliação
bromatológica de espécies arbóreas e arbustivas de pastagens em três municípios do estado
de Pernambuco. Acta Scientiarum Animal Sciences, Maringá, v.28, n. 1, p.1-9, 2006.
ALMEIDA, R.T.; VASCONCELOS, I.; NESS, R.L.L. Infecção micorrízica vesículo-
arbuscular e nodulação de leguminosas arbóreas do Ceará, Brasil. Ciência Agronômica,
Fortaleza, v.17, n.1, p.89-97, 1986.
ALVES, E.U.; SANDER, R.; BRUNO, R. de L.A.; ALVES, A.U. Dormência e
desenvolvimento de sementes de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth). Revista Árvore,
Viçosa, v. 28, n. 5, 2004.
BARBERI, A.; CARNEIRO, M.A.C.; MOREIRA, F.M.S. et al. Nodulação em
leguminosas florestais em viveiros no sul de Minas Gerais. Cerne, Lavras, v.4, n 1, p.145-
153, 1998.
BRAGA, R. Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2.ed. Fortaleza : Imprensa
Oficial, 1960. 540p.
BRITO, N.M. Efecto del agregado de dosis crecientes de P sobre el estabelecimiento de
“Stilosanthes Guianensis”, c.v. CIAT. 184. “Comunicaciones Científicos y tecnológicos”.
Secretaria General de Ciencia y Técnica: Universidade Nacional do Nordeste, 2003.
BURITY, H. A.; LYRA, M. C. C. P.; SOUZA, E. S. de. et al. Efetividade da inoculação
com rizóbio e fungos micorrízicos arbusculares em mudas de Sabiá submetidas a diferentes
níveis de fósforo. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v.35, n.4, p.801-807, 2000.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
60
CANTARUTTI, R.B., R. TARRE, R. MACEDO, G. et al. The effect of grazing intensity
and the presence of a forage legume on nitrogen dynamics in Brachiaria pastures in the
Atlantic forest region of the south of Bahia, Brazil. Nutrient Cycling in Agroecosystems
v. 64, p.257-271, 2002.
EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de
classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação, 1999.
FERREIRA, R. L. C.; LIRA JUNIOR, M. A.; ROCHA, M. S. da. et al. Deposição e
acumulo de matéria seca e nutrientes em serapilheira em um bosque de Sabiá (Mimosa
caesalpiniifolia Benth.). Revista Árvore, v. 31, n-1, p.7-12, 2007.
FRANCO, A. A.; CAMPELLO, E. F. C.; DIAS, L. E. et al. Revegetation of acidic
residues from bauxite mining using nodulated and mycorrizal legume trees. Nitrogen
Fixing Trees for Acid Soils, Ed: Evans, D. O. & Szott, L. T., p.313-320, 1995.
FREITAS, E. V.; DUBEUX JÚNIOR, J.C.B.; LIRA, M. A. et al. Deposição e
decomposição de liteira em um bosque de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia, Benth) In:
Anais.... Congresso Nordestino de Produção Animal, 4, Petrolina, PE, 2006, 642-647p.
GIBBSON, A.H. Limitation to dinitrogen fixation in legumes. In: INTERNATIONAL
SYMPOSIUM OF NITROGEN FIXATION, 1976, Washington. Proceedings. Washington
: University Press, 1976. p.400-428.
IPA- EMPRESA PERNAMBUCANA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Banco de
dados agrometeorológicos Recife: IPA 2000. p.55.
KROLOW, R. H.; MISTURA C.; COELHO; R. W. et al. Effect of phosphorus and
potassium on development and nodulation of three cool season annual legumes. Revista
Brasileira Zootecnia., Viçosa, v. 33 n. 6. p. 255-260, 2004.
CALDAS, G. G. Caracterização de plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) submetidas à ...
61
MELO, F. de A. F. de. SOBRINHO, M. de. O. C. do B. ARZOLLA, S. et al Fertilidade do
Solo. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Piracicaba - SP USP, 3ª
edição 1989, 400p.
NEVES, O. S. C.; BENEDITO, D. da S.; MACHADO, R. V. et al. Crescimento, produção
de matéria seca e acúmulo de N, P, K, Ca, Mg e S na parte aérea de mudas de andiroba
(Carapa guianensis Aubl.) cultivadas em solo de várzea, em função de diferentes doses de
fósforo. Revista Árvore., Viçosa, v. 28, n. 3, 2004.
SANTOS, C.E.R.S.; STANFORD, N.P.; SANTOS, D.R. Efeito do composto do lixo
urbano suplementado com fósforo e da inoculação com Bradyrhizobium em Caupi. Revista
Brasileira Ciência do solo, Campinas, v.16, p.2530, 1992.
SAS INSTITUTE. SAS/STAT User’s guide. Version 8. Cary, 1464p.,1999.
SOUSA, L.S.; COGO, N.P.; VIEIRA, S.R. Variabilidade de propriedades físicas e
químicas do solo em pomar cítrico. Revista Brasileira de Ciência do solo, Campinas,
v.21, p.367-372, 1997.
STAMFORD, N. P.;SILVA, R.A. Efeito da calagem e inoculação de Sabiá em solo da mata
úmida e do semi-árido de Pernambuco Pesquisa Agropecuária Brasileira.v.35, n.5, p.
222-227, 2000.
STRALIOTTO, R.; TEIXEIRA, G.M.; MERCANTE, F.M. 2003. Cultivo do feijoeiro
comum (Fixação Biológica de Nitrogênio). Homepage: http://sistemasdeprodução
.cnptia.embrapa.br/fontesHTML/feijao?cultivodofeijoeiro/fbnitrogenio.htm
VASCONCELOS, I.; ALMEIDA, R.T.; MENDES FILHO, P.F. et al. Comportamento de
13 estripes de Rhizobium s.p em simbiose com Sabiá, (Mimosa caesalpiniifolia Benth)
Ciências Agronômicas, Fortaleza, v.15, n.1/2, p. 133-138, 1984.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo