Santos, C.C. Revisão Bibliográfica
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uréia possuem dois át omos de nitrogênio adequados para formar ligações de hidrogênio ao
passo que grupamentos uretano só possuem um nitrogênio nessas condições. Portanto, a
presença de grupamentos uréia produziu um aumento na cris talinidade do material, na sua
rigidez e no número de ligações de hidrogênio e, cons eqüentemente, apresentou resistência
mecânica superior aos filmes com apenas ligações uretânicas (EG).
Coutinho et al. ( 2000) verificaram para esses mesmos sistemas, que a estabilidade
térmica também é influenciada pelo tipo de extens or de cadeia. De uma maneira geral,
apresentaram maior estabilidade térmica as dispersões nas quais foram usadas uma
diamina como extensor de cadeia e não um diol. Esse resultado foi relacionado com a
capacidade dos gr upos uréia de formarem ligações de hidrogênio. Além di sso, a hidr azina
se mostrou mais apta a promover uma mais alta estabili dade térmica do que EDA. O
segmento rígido, formado pela reação de grupos NCO terminais com HYD (-HN-CO-HN-
NH-CO-NH-), é mais polar que aquele formado com EDA (HN-CO-HN-CH
2
-CH
2
-NH-
CO-NH). Em decorrência disso, de acordo com os autores, a reação com HYD promoveu
uma coesão maior entre as cadeias do polímero.
Coutinho e t al . (2002) sintetizaram, sob forma de dispersão aquosa, poliuret anos à
base de polibutadieno liquido hidr oxilado (HTPB), poli(glicol propilênico) (PPG), ácido
dimetilol propiônico (DMPA) e quatro diferentes diisociantos : diisocianato de tolileno
(TDI), diisocianato de isoforona (IPDI), diisocianato de 4,4’-diciclo-hexil-metileno
(HMDI) e diisocianato de hexametileno (HDI). Nesse trabalho, foi ve rificada a influência
do ti po de diisocianato no teor de sólidos das dispersões empregando somente PPG como
poliol. As autoras observaram que a reatividade do diisocianato foi o fator determinante da
variação no teor de sólidos t otais. O HDI foi o mais r eativo dos diisocianatos em questão, e
apresentou os menores valores de sólidos totais, seguido pelo IPDI, que tem caracte rísticas
de reatividade intermediárias entre o HDI e o HMDI.
Em outro trabalho, Coutinho et al. (2003), avaliaram a influência desses quatro
diferentes diisocianatos no perfil de degradação térmica de dispersões aquosas de
poliuretano. O HDI, que conté m a porção mais flexível -(CH
2
)
6
-, deu indícios de facilitar a
degradação térmica. Por outro lado, as estruturas cíclicas apresentaram maior resistência,
especialmente o HMDI, que é mais simétrico que o IPDI e, conseqüentemente, promove
melhor o empacotamento entre os segmentos rígidos, tornando as interações mais intensas.
A comparação entre formulações produzidas com diisocianatos alifáticos ou aromáticos no
trabalho desenvolvido mostrou que, no iní cio do pr ocesso de degradação térmica, o
diisocianato aromático deu origem a c adeias de polímeros com estabilidade térmica mais