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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LISIANE MAGALI ROSA SCHÖNINGER
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO COMPLEXO QUITOSANA FERRO-III
SOLÚVEL E INSOLÚVEL EM ANIMAIS TRATADOS COM ALOXANO
Itajaí - 2007
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS
FARMACÊUTICAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E
SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS
LISIANE MAGALI ROSA SCHÖNINGER
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO COMPLEXO QUITOSANA FERRO-III
SOLÚVEL E INSOLÚVEL EM ANIMAIS TRATADOS COM ALOXANO
Dissertação submetida à Universidade
do Vale do Itajaí como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de
Mestre em Ciências Farmacêuticas.
Orientador: Prof. Dr. Clóvis Antônio
Rodrigues.
Co-orientador: Prof
a
. Dr
a
. Cristiani Bürger.
Itajaí, Fevereiro de 2007.
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AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO COMPLEXO QUITOSANA FERRO-III
SOLÚVEL E INSOLÚVEL EM ANIMAIS TRATADOS COM ALOXANO
Lisiane Magali Rosa Schöninger
‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Área de Concentração Produtos Naturais e Substâncias
Bioativas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado em Ciências
Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí.’
____________________________________
Clóvis Antônio Rodrigues, Doutor
Orientador
(corpo 11)
__________________________________________________________
Tânia Bresolin, Doutora
Coordenador do Programa Mestrado em Ciências Farmacêuticas
(corpo 11)
Apresentado perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:
______________________________________
Dr. Clóvis Antônio Rodrigues (Univali)
Presidente
________________________
Dra. Cristiani Bürger (Univali)
Co-orientadora
______________________________________
Titulação Nome do Membro da Banca (instituição)
Membro
(corpo 11)
______________________________________
Titulação Nome do Membro da Banca (instituição)
Membro
(corpo 11)
Itajaí (SC), 20, fevereiro de 2007.
iv
Dedico este trabalho ao meu marido Roque
meu grande amor e companheiro de todos os momentos.
Aos meus pais, Roberto e Natália pelo amor, carinho, incentivo e
sobretudo pela confiança demonstrada ao longo de todos esses anos.
v
À Luisa, minha filha,
Que com muito amor foi gerada
Durante a realização deste trabalho.
vi
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Clóvis Antônio Rodrigues pela orientação segura e competente
e acima de tudo pelo entusiasmo e incentivo que tanto me ajudaram a realizar
esse trabalho.
À Prof
a
. Cristiani Büger pela orientação, amizade, confiança, segurança
e principalmente por me ensinar que aprender é buscar constantemente novos
caminhos.
À Prof
a
. Márcia Maria de Souza pelas preciosas contribuições que
possibilitaram a concretização deste trabalho.
Ao Prof. Rilton, pela colaboração nas correções do trabalho.
Às minhas irmãs, Viviane e Roberta, pelo carinho e dedicação que
contribuíram tanto na realização deste trabalho e das quais tenho muito
orgulho.
Aos meus cunhados, Jurandir e Daniel, pela amizade e carinho de todos
estes anos.
À minha amiga Marina Elisa Felippe, pela amizade, carinho, incentivo e
pela realização de grande parte dos ensaios bioquímicos.
À toda equipe do Laboratório Escola de Análises Clínicas sobretudo às
amigas Juliana, Daniela e Jussara (Piá), que permitiram e colaboraram muito
para a realização deste trabalho.
Aos Bioquímicos do Laboratório do Hospital Pequeno Anjo, que
contribuíram na realizados de parte dos ensaios bioquímicos.
Aos técnicos dos Laboratórios de pesquisa, que colaboraram muito na
realização dos experimentos.
vii
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO COMPLEXO QUITOSANA
FERRO-III SOLÚVEL E INSOLÚVEL EM ANIMAIS TRATADOS
COM ALOXANO
Lisiane Magali Rosa Schöninger
Fevereiro /2007
Orientador: Clóvis Antônio Rodrigues, Doutor.
Área de Concentração: Biopolímeros e Atividade Biológica.
Número de Páginas: 92.
A Doença Renal Crônica consiste em lesão renal e perda progressiva e
irreversível das funções glomerular, tubular e endócrina dos rins. Doenças
como o Diabetes mellitus e a hipertensão são responsáveis por 70% dos casos
de doença renal em estágio final requerendo terapias como diálise ou
transplante. Na Insuficiência Renal Crônica (IRC), a ausência de função renal
tem como resultado a hiperfosfatemia na maioria dos pacientes. A diálise por si
é incapaz de remover a quantidade total de sforo ingerido numa
alimentação adequada devido ao baixo efluxo de fósforo que vai do espaço
intracelular para o espaço extracelular. Os agentes que se ligam ao fósforo são
eficazes em diminuir a absorção do fósforo intestinal, no entanto, podem
possuir efeitos secundários como a hipercalcemia (carbonato de cálcio, acetato
de cálcio), a toxidade (alumínio), calcificação extra-óssea e doença cardíaca. A
quitosana complexada com o Ferro (III) e reticulada com glutaraldeído QTS-
Fe(III)R mostrou-se eficiente na redução do fosfato no soro de ratos
hiperfosfatêmicos. O objetivo deste trabalho é avaliar os possíveis efeitos da
quitosana ferro (III) solúvel e insolúvel sobre o metabolismo do fósforo em
animais com lesão renal. Para os experimentos foram utilizados ratos da raça
Wistar, cepa UNIVALI, machos e fêmeas, pesando aproximadamente 200
gramas. Os animais foram induzidos a lesão renal através de droga
diabetogênica (aloxano) e fosfato, sendo então tratados com Quitosana-
ferro(III) solúvel e insolúvel através de solução via oral por 15 dias e através de
ração por 15 e 30 dias. Os resultados mostraram que no experimento via oral
(solução com o polímero) tanto a quitosana solúvel como a insolúvel foi efetiva,
no tratamento através de ração, somente a quitosana reticulada apresentou
resultados efetivos. Através dos resultados pode-se concluir que o aloxano,
juntamente com o fosfato via oral (água e ração), aumentou os níveis séricos
de fosfato. O complexo quitosana-ferro(III) tanto solúvel como insolúvel foi
efetivo em adsorver o fosfato quando administrados no tratamento via oral. No
tratamento através de ração, apenas o polímero insolúvel apresentou
efetividade tanto no tratamento de 30 dias como no de 15 dias. O sexo dos
animais não proporcionou alterações muito pronunciadas no presente estudo.
Os resultados dos níveis de ferro sérico demonstraram a estabilidade do
polímero, não liberando o ferro na circulação.
Palavras Chave: Doença Renal Crônica, Hiperfosfatemia, Quitosana-ferro(III).
viii
EVALUATION OF THE EFFECTS OF THE SOLUBLE AND
INSOLUBLE IRON (III) -CHITOSAN COMPLEX IN ANIMALS
TREATED WITH ALLOXAN
Lisiane Magali Rosa Schöninger
February 2007
Advisor: Clóvis Antônio Rodrigues, PhD.
Concentration Area: Biopolymers and Biological Activity.
Number of Pages: 92.
Chronic Kidney Disease consists of renal lesion and progressive, irreversible
loss of glomerular, tubular and endocrine functions of the kidneys. Diseases like
Diabetes mellitus and hypertension account for 79% of all cases of final stage
renal disease requiring treatments like dialysis or transplant. In Chronic Renal
Insufficiency (CRI), the absence of renal function results in hyperphosphatemia
in the majority of patients. Dialysis alone is incapable of removing the total
quantity of phosphor ingested in a complete meal, due to the low efflux of
phosphor which travels from the inner cell space to outer cell space. Agents that
bond with the phosphor are effective in decreasing the absorption of intestinal
phosphor; however, they may have some adverse side effects such as
hypercalcaemia (calcium carbonate, calcium acetate), toxicity (aluminum),
extra-osseous calcification and heart disease. Chitosan complexed with Iron (III)
and reticulated with glutaraldeid CTS-Fe(III)R proved to be effective in reducing
the phosphate in the fluids of hyperphosphatemic mice. This work aims to
evaluate the possible effects of soluble and insoluble iron (III) chitosan on the
phosphor metabolism of animals with kidney lesion For the experiments, Wistar
mice were used, UNIVALI strain, males and females weighing approximately
200 grams each. Kidney lesion was induced in the animals through the
diabetogenic drug (alloxan) and phosphate, followed by treatment with soluble
and insoluble iron III chitosan via oral solution, for 15 days and through the
food for a further 15 and 30 days. The results showed that the experiment, via
oral, (soluble with the polymer), both the soluble and the insoluble chitosan
were effective, while in the treatment through the food, only the reticulated
chitosan showed effective results. With these results, we can conclude that the
alloxan, together with the phosphate via oral (water and food), increased the
blood phosphate levels. The iron (III) chitosan phosphates, both soluble and
insoluble, effectively absorbed the phosphate when the treatment was
administered via oral. In the treatment administered through the food, only the
insoluble polymer proved effective, both in the 30-day and the 15-day treatment.
The animal’s gender did not affect the study in any noticeable way. The blood
iron levels demonstrate the stability of the polymer, since it does not release
iron into the circulation.
Key Words: Kidney Chronic Disease, Hyperphosphatemia, Iron (III) Chitosan
ix
______________________________________________________________________________
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Absorção e eliminação de fósforo (CUPPARI, 1998)..........................5
Figura 2: Metabolismo do fósforo, cálcio e magnésio (ALONSO et al, 2002)....6
Figura 3: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso
corporal dos animais tratados durante 15 dias..................................................28
Figura 4: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso
dos órgãos dos animais tratados durante 15
dias....................................................................................................................29
Figura 5: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso
corporal dos animais tratados por 30
dias....................................................................................................................38
Figura 6: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso
relativo dos órgãos dos animais tratados por 30
dias....................................................................................................................39
Figura 7: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre a
variação do peso corporal dos animais fêmeas (A) e machos (B) tratados
durante 15 dias..................................................................................................50
Figura 8: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso
relativo dos órgãos de ratos fêmeas tratados durante 15
dias....................................................................................................................51
______________________________________________________________________________
LISTA DE FIGURAS
xi
Figura 9: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso
relativo dos órgãos dos ratos machos tratados durante 15
dias....................................................................................................................52
______________________________________________________________________________
LISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELAS
QUADRO 1: Determinação de fósforo (mg/g) nos órgãos dos animais tratados
por via oral durante 15 dias...............………………………………………………30
QUADRO 2: Determinação de ferro (µg/g) nos órgãos dos animais tratados por
via oral durante 15 dias......................................................................................31
QUADRO 3: Determinação rica dos parâmetros bioquímicos em ratos
fêmeas tratados por via oral com o composto durante 15
dias......................................32
QUADRO 4: Determinação dos parâmetros hematológicos em ratos fêmeas
tratados com composto durante o período de 15 dias.......................................36
QUADRO 5: Determinação de fósforo (mg/g) nos órgãos dos animais
alimentados com ração por 30 dias...................................................................40
QUADRO 6: Determinação de ferro g/g) nos órgãos dos animais alimentados
com ração por 30 dias.......................................................................................41
QUADRO 7: Determinação sérica dos parâmetros bioquímicos de ratos fêmeas
tratados com ração durante 30dias...................................................................43
QUADRO 8: Determinação dos parâmetros hematológicos em ratos fêmeas
tratados com ração durante 30 dias..................................................................48
QUADRO 9: Determinação de fósforo (mg/g) nos órgãos das ratos fêmeas
tratados com ração durante 15 dias………………….........................................53
QUADRO 10: Determinação de fósforo (mg/g) nos órgãos dos ratos machos
tratados com ração durante 15 dias……………………………...........................54
______________________________________________________________________________
LISTA DE TABELAS
xii
QUADRO 11: Determinação de ferro (µg/g) nos órgãos das ratos fêmeas
tratados com ração durante 15 dias…………………………………………….....54
QUADRO 12: Determinação de ferro (µg/g) nos órgãos dos ratos machos
tratados com ração durante 15 dias………………………………………………..55
QUADRO 13: Determinação sérica dos parâmetros bioquímicos de ratos
fêmeas tratados com ração durante 15 dias......................................................56
QUADRO 14: Determinação sérica dos parâmetros bioquímicos de ratos
machos tratados com ração durante 15 dias.....................................................57
QUADRO 15: Determinação dos parâmetros hematológicos em ratos fêmeas
tratados com ração durante 15 dias..................................................................61
QUADRO 16: Determinação dos parâmetros hematológicos em ratos machos
tratados com ração durante 15 dias……………………………...........................62
____________________________________________________________________________________
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS
CHCM – concentração de hemoglobina corpuscular média
HCM – hemoglobina corpuscular média
HB – hemoglobina
HTO – hematócrito
IRC – insuficiência renal crônica
RBC – hemácias
QTS-S – quitosana solúvel
QTS-I – quitosana insolúvel ou reticulada
Fe
2
SO
4
– sulfato de ferro (III)
PTH – hormônio paratireoideano
____________________________________________________________________________________
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
2 OBJETIVOS.................................................................................................... 3
2.1 Objetivo geral ........................................................................................ 3
2.2 Objetivos específicos............................................................................ 3
3 EMBASAMENTO TEÓRICO........................................................................... 4
3.1 Metabolismo do fósforo........................................................................ 4
3.2 Hiperfosfatemia ..................................................................................... 7
3.3 Tratamento da hiperfosfatemia............................................................ 9
3.2.1 Controle Alimentar.................................................................. 10
3.2.2 Remoção de fósforo pela diálise ............................................ 11
3.2.3 Sais de cálcio ......................................................................... 11
3.2.4 Carbonato de cálcio................................................................ 11
3.2.5 Acetato de cálcio.................................................................... 12
3.2.6 Quelantes que contém alumínio............................................. 12
3.2.7 Sevelamer .............................................................................. 13
3.3 Complexo Quitosana-Ferro (III).......................................................... 13
4 METODOLOGIA........................................................................................... 16
4.1 Materiais............................................................................................... 16
4.1.1 Materiais de Bancada............................................................. 16
4.1.2 Reagentes.............................................................................. 16
4.1.3 Equipamentos......................................................................... 16
4.2 Métodos................................................................................................ 17
4.2.1 Preparo do Polímero .............................................................. 17
4.2.2 Animais................................................................................... 17
4.2.3 Tratamento com a droga diabetogênica (Aloxano)................. 18
4.2.4 Efeito do Complexo Quitosana-Ferro (III) Via Oral em Animais
Hiperfosfatêmicos............................................................................ 18
4.2.4.1 Tratamento com QTS-Solúvel e Insolúvel por Gavagem
oral durante 15 dias..................................................................... 18
4.2.4.2 Tratamento com QTS-Solúvel e Insolúvel através de
______________________________________________________________________________
SUMÁRIO
2
Ração preparada com os polímeros durante 30 dias.................. 20
4.2.4.3 Tratamento com QTS-Solúvel e Insolúvel através de
Ração preparada com os polímeros durante 15 dias.................. 21
4.2.4.4 Tratamento com QTS-Solúvel e Insolúvel através de
Ração preparada com os polímeros durante 15 dias.................. 21
4.2.5 Ensaios Bioquímicos .............................................................. 22
4.2.6 Parâmetros hematológicos..................................................... 23
4.2.7 Preparo da solução de órgãos................................................ 24
4.2.8 Análise de fósforo nos órgãos................................................ 24
4.2.9 Análise de ferro nos órgãos.................................................... 25
4.2.10 Análise estatística................................................................. 25
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 26
5.1 Síntese do complexo Quitosana-Fe(III) .................................................. 27
5.2 Tratamento com QTS-Solúvel e Insolúvel através de Gavagem oral
durante 15 dias............................................................................................... 27
5.3 Tratamento com QTS-Solúvel e Insolúvel com Ração em ratas durante
30 dias ........................................................................................................ 38
5.4 Tratamento com QTS-Solúvel e Insolúvel com Ração em ratos machos
e fêmeas durante 15 dias............................................................................... 49
6 CONCLUSÕES............................................................................................. 65
7 BIBLIOGRAFIA..............................................................................................66
8 ANEXOS.........................................................................................................75
___________________________________________________________________________________
INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A doença renal crônica consiste em lesão renal e perda progressiva e
irreversível das funções glomerular, tubular e endócrina dos rins. Em fase mais
avançada, fase terminal de insuficiência renal crônica (IRC), os rins não
conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente (ROMÃO,
2004). Doenças como o Diabetes mellitus e a hipertensão são responsáveis
por 70% dos casos de doença renal em estágio final requerendo terapias como
diálise ou transplante (BURROWS-HUDSON, 2005).
Somente no Brasil, aproximadamente 47.000 pacientes foram
constatados até o ano 2000, que fazem o uso de terapia dialítica para substituir
a função renal (SESSO, 2000). No ano de 2004, os números alcançaram a
margem de 59.153 pacientes em programa dialítico crônico (ROMÃO, 2004).
A manutenção do fósforo sérico é um problema relevante em pacientes
que fazem diálise (SELLARES; RAMIREZ, 2004). A hiper
_______________________________________________________________________________
INTRODUÇÃO
2
toxidade aguda (1 dia) e subcrônica de doses repetidas (15 dias), não foram
observados efeitos tóxicos em animais sadios. Porém, no tratamento sub-
crônico (30 dias) observou-se alterações nos parâmetros bioquímicos e
deposição de ferro em alguns órgãos (BÜRGER et al., 2001).
No presente estudo, damos continuidade a estudos anteriores
desenvolvidos no NIQFAR (BÜRGER et al., 2001), avaliando o efeito da
quitosana complexada com ferro (III) solúvel e insolúvel quando administradas
em animais com lesão renal e associada a hiperfosfatemia, sob os níveis
séricos de fosfato e cálcio. A eficiência do complexo quitosana ferro (III) solúvel
foi determinada através dos níveis séricos de ferro. Mesmo que em estudos
previamente realizados mostrando que o ferro presente no complexo QTS-
Fe(III) não é liberado no meio intestinal, torna-se importante avaliar esse
parâmetro no quadro clínico de lesão renal, pois o metal pode ter efeitos
tóxicos quando em excesso, e o aumento dos estoques corporais de ferro tem
sido relacionado como fator de infarto no miocárdio (CLAEYS et al., 2002). Esta
teoria foi baseada em estudos que mostraram que a presença de ferro em
excesso favorece o avanço de lesões nas artérias (aterosclerose) (PONRAJ et
al., 1999).
___________________________________________________________________________________
OBJETIVOS
3
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar os possíveis efeitos da quitosana ferro (III) solúvel e insolúvel
sobre o metabolismo do fósforo em animais com hiperfosfatemia.
2.2 Objetivos específicos
Avaliar os efeitos da administração do composto Quitosana-Ferro (III)
solúvel e insolúvel em animais hiperfosfatêmicos;
Determinar os parâmetros bioquímicos que possam ser alterados pela
administração do complexo nesses animais;
Investigar as possíveis alterações nos parâmetros hematológicos que o
composto pode causar nos animais em estudo;
Verificar a possível ocorrência de perda de peso dos animais durante o
tratamento com o polímero;
Quantificar os níveis de ferro total e fósforo no fígado, pulmão, baço e rim;
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
4
3 EMBASAMENTO TEÓRICO
3.1 Metabolismo do Fósforo
O fósforo é um dos minerais presentes em maior proporção no
organismo, onde o mesmo se encontra na sua maioria como fósforo inorgânico;
no plasma e a maioria das células como fosfato orgânico (ALONSO; GARCÍA;
CANNATA, 2002; BELLASI, KOOIENGA; BLOCK, 2006). Juntamente com o
cálcio são responsáveis pela mineralização da matriz óssea (MCDOWELL,
1992). Representa cerca de 1% do peso corporal total, distribuindo-se nos
ossos (85%), nos tecidos moles (14%) e no fluido extracelular (1%) (RIELLA,
2003).
Em indivíduos normais, a concentração sérica de fósforo é mantida
numa faixa estreita apesar do consumo variável de fósforo na dieta (DELMEZ;
SLATOPOLKY, 1992). A concentração plasmática de fósforo nestes indivíduos
varia entre 2,5 e 4,5 mg/dL (0,80 1,45 mmol/L); tais valores representam o
balanço da dieta diária, absorção intestinal e excreção urinária de fósforo.
(BELLASI, KOOIENGA; BLOCK, 2006). O conteúdo médio diário de sforo
numa dieta ocidental é entre 1 a 1,8 g (18 36 mmol/L (DELMEZ;
SLATOPOLKY, 1992; BELLASI, KOOIENGA; BLOCK, 2006). A ingestão
recomendada de sforo para adultos saudáveis, segundo o National Research
Council Recommended Dietary Allowances (RDA, 1989) é de 800 mg/dia.
Segundo Riella e colaboradores (2003), a ingestão diária varia de 800 a 1850
mg/dia; deste total, 65% são absorvidos principalmente a nível de duodeno e
jejuno. No entanto, a dieta diária dos Americanos varia conforme o sexo e a
idade. Mais de 50% dos jovens e pessoas de meia idade do sexo masculino
consomem aproximadamente 1,6 g/dia de sforo, enquanto mulheres da
mesma faixa etária consomem 1,0 g/dia (CALVO; PARK, 1996).
Os níveis séricos normais de fósforo e cálcio são mantidos por um
mecanismo homeostático muito preciso. Os rins regulam os níveis destes
eletrólitos por meio de variações da taxa de filtração glomerular, e o trato
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
5
intestinal controla a absorção a partir de ingestão alimentar (MALLUCHE,
MONIER-FAUGERE; 1999).
A maioria do fósforo é ultrafiltrável, porém 85% é reabsorvido pelo túbulo
proximal vinculado ao transporte de sódio/potássio (Na/K) e cotransporte
sódio/fósforo (Na/P). O hormônio paratireoideano (PTH) é o principal regulador
da eliminação final do fósforo, inibindo a reabsorção tubular. A Vitamina D tem
um efeito similar, porém menos pronunciado (ALONSO; GARCÍA; CANNATA,
2002). A figura 1 mostra o mecanismo de absorção e eliminação do fósforo no
organismo humano.
Figura 1: Absorção e eliminação de fósforo. Numa dieta de 1400 mg de fósforo este vai para o
intestino, e cerca de 1100 mg vai para o pool de fósforo para ser distribuído. Desses 1100 mg,
200 mg são eliminados junto com aproximadamente 300 mg que vieram diretamente da dieta,
num total de 500 mg de fósforo sendo eliminados pelas fezes. Cerca de 900 mg chegam ao
“pool” de fósforo, 350 mg vão para os ossos e a mesma quantidade é devolvida ao “pool”, de
onde saem aproximadamente 7000 mg para serem eliminados pela urina, e destes 7000 mg,
6100 são reabsorvidos através dos túbulos renais, sendo realmente eliminados cerca de 900
mg pela urina (CUPPARI, 1998).
Por esses mecanismos de regulação, a fosfatemia e a calcemia tendem
a mover-se em sentido oposto, mantendo um produto constante, exceto
quando existe um déficit no sistema da Vitamina D ou destruição óssea
DIETA
1400 mg
FEZES
500 mg
POLL DE
FÓSFORO
URINA
300 mg
OSSOS
1100 mg
200 mg
900 mg
6100 mg
7000 mg
350 mg
350 mg
INTESTINO
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
6
massiva, nos quais podem observar-se hipocalcemia com hipofosfatemia e
hipercalcemia com hiperfosfatemia, respectivamente (figura 2).
Figura 2: Metabolismo do fósforo, cálcio e magnésio. Níveis elevados de fósforo no sangue
estimulam a secreção de PTH que promove sua eliminação via renal, e inibe a 1-alfa-hidrolase
renal, diminuindo a síntese de calcitrol e conseqüentemente, sua absorção intestinal e
reabsorção renal (ALONSO; GARCÍA; CANNATA, 2002).
O cálcio sérico afeta diretamente a secreção do Hormônio
Paratireoideano (PTH) pela paratireóide. Um nível baixo de cálcio eleva o PTH,
inibindo a excreção de cálcio dos rins e acelerando a retirada deste dos ossos,
elevando assim os níveis de cálcio sérico. O PTH elevado estimula os rins a
aumentar a produção de Vitamina D, e isso então regula o cálcio baixo. Dessa
maneira, o PTH controla a disponibilidade de cálcio no soro, por regulação da
liberação e deposição nos ossos (CHERTOW; BURKE; LAZARUS et al, 1997).
O fósforo sérico tem um papel importante na manutenção do cálcio.
Também tem ação direta sobre a glândula paratireóide na estimulação da
produção de PTH, no entanto, ao contrário do cálcio, uma elevação dos níveis
séricos de fosfato estimula a produção deste hormônio; desse modo,
promovendo uma elevação conseqüente de cálcio sérico (CHERTOW; BURKE;
LAZARUS et al, 1997).
Quando a função renal está normal, mantém-se o equilíbrio
homeostático de fósforo e cálcio séricos, controlando a excreção pelos rins, a
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
7
absorção pelo intestino e o armazenamento nos ossos. Porém, na IRC, a
ausência de função renal tem como resultado a hiperfosfatemia na maioria dos
pacientes (RUFINO et al, 1998), e isso é acarretado por um desequilíbrio
homeostásico de fósforo e cálcio nestes pacientes, que, mesmo fazendo diálise
não conseguem manter os níveis séricos destes (CHERTOW; BURKE;
LAZARUS et al, 1997). Como conseqüência deste desequilíbrio, os pacientes
renais crônicos apresentam um alto índice de mortalidade devido às doenças
cardiovasculares.
3.2 Hiperfosfatemia
A hiperfosfatemia continua sendo um desafio para os nefrologistas
clínicos (HERGESELL, RITZ, 1999). O aumento sérico de fósforo é resultado
da incapacidade dos rins em excretar, de maneira eficiente, o fosfato do
organismo. Sua principal causa são conseqüências do aumento da ingesta, da
diminuição da excreção (Insuficiência Renal Crônica ou Aguda) ou de desvios
intracelulares de fósforo (infecções) (RIELLA, 2003).
Os mecanismos exatos pelos quais a hiperfosfatemia contribui para o
excesso de mortalidade dos pacientes são desconhecidos. Um dos fatores
pode ser um nível rico elevado do fósforo e de um produto cálcio x sforo
(Ca x P) elevado no surgimento da calcificação valvular e vascular extra-óssea,
complicação que vem sendo correlacionada a um risco cardiovascular
excessivo, a qual inclui infarto agudo do miocárdio e parada cardíaca
(BELLASI, KOOIENGA; BLOCK, 2006).
A calcificação dos vasos ocorre devido a deposição de cálcio e fósforo
mineral nos tecidos cardiovasculares, contribuindo para a morbidade e
mortalidade das doenças cardiovasculares em pacientes com doença renal
crônica (BLACHER et al, 2001; LONDON; MARTY; MARCHAIS et al, 2004;
MOE et al, 2002). Esses pacientes têm calcificação mais freqüente, mais grave
e mais rapidamente progressiva nas coronárias e nas válvulas cardíacas do
que os pacientes de mesma idade que não fazem hemodiálise e têm doença
cardíaca confirmada ou suspeita (BRAUN et al., 1996). Até os pacientes jovens
que possuem doença renal crônica correm riscos de calcificação coronários e
vasculares (GOODMAN et al., 2000).
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
8
A doença cardiovascular é a causa da morte de 50 % de todos os
pacientes em diálise (ROSTAND et al., 1988; BLOCK et al., 1998). Em
Doenças Renais Crônicas, a hiperfosfatemia é um dos fatores responsáveis
pelo desenvolvimento secundário de hipertireoidismo e osteodistrofia renal;
onde a diminuão da filtração glomerular provoca um aumento compensatório
dos níveis do hormônio paratireideano, diminuindo assim a reabsorção de
fósforo pelo túbulo proximal e mantendo os níveis séricos na normalidade
(BELLASI, KOOIENGA; BLOCK, 2006).
Segundo Riella (2003) as manifestações clínicas da hiperfosfatemia se
dão em função de sua conseqüência sobre os níveis de cálcio sérico, PTH,
calcitrol e na ação inibitória sobre a atividade da enzima 1-α-hidroxilase. A
hiperfosfatemia grave leva o paciente a um quadro de hipocalcemia, devido aos
depósitos de cálcio e fósforo nos tecidos moles (pulmão, córnea, rins, pele e
mucosas), além do efeito inibitório sobre o calcitrol.
O controle dos níveis séricos de fósforo é complicado pela associação
intrincada entre o fósforo e inúmeros outros fatores, entre os quais o cálcio, o
hormônio paratireóide (PTH), a vitamina D e seus metabólitos, e a alimentação.
Nos pacientes com função renal normal, estes fatores coexistem num equilíbrio
delicado, de modo a manter a homeostase (BLOCK; PORT, 2000; GUÉRIN et
al., 2000), e, mesmo com um aumento da ingesta de fósforo, este equilíbrio é
mantido (RIELLA, 2003). No paciente em diálise, este equilíbrio pode estar
comprometido, sendo necessário planejar cuidadosamente intervenções para
controlar este aspecto do problema, sem comprometer ainda mais a
homeostase do fósforo (BLOCK; PORT, 2000; GUÉRIN et al., 2000).
Até o momento, as abordagens para o controle do fósforo exigem a
aderência do paciente e tiveram um sucesso apenas limitado no que se refere
a proporcionar o controle dos níveis séricos de fósforo. Entre elas pode-se
citar: restrição do fósforo na alimentação, diálise e terapia com quelantes de
fósforo (DELMEZ; SLATOPOLSKY, 1992). No entanto, as tentativas de tratar a
hiperfosfatemia através da alimentação e da diálise não oferecem um controle
adequado do fósforo e a maioria dos pacientes precisa de agentes para
promover a sua quelação (BAXTER et al., 2000).
A diálise por si é incapaz de remover a quantidade total de fósforo
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
9
ingerido numa alimentação adequada devido ao baixo efluxo de fósforo que vai
do espaço intracelular para o espaço extracelular. A restrição de fósforo
alimentar diminui a ingestão das proteínas vitais e não é coerente com uma
nutrição adequada. Os agentes que se ligam com o fósforo são eficazes no
sentido de diminuir sua absorção intestinal, mas estão associados com
problemas tais como toxicidade do alumínio, hipercalcemia, calcificação extra-
óssea e doença cardíaca. Em conseqüência disso, necessidade de novas
modalidades de tratamento capazes de controlar eficazmente os níveis de
fósforo sem as complicações em potencial das terapias mais antigas (BLOCK;
PORT, 2000; GUÉRIN et al., 2000).
3.3 Tratamento da Hiperfosfatemia
Os princípios do tratamento da hiperfosfatemia são aqueles que
procuram atingir a causa subjacente do distúrbio, diminuindo a absorção e
promovendo a maior excreção renal deste íon (RIELLA, 2003). Segundo
Chertow; Burke; Lazarus e colaboradores (1997), o controle dos níveis de
fósforo sérico é uma consideração importantíssima no tratamento de pacientes
com insuficiência renal crônica, pois o excesso de fósforo sérico é a força
propulsora que existe por trás da calcificação metastática e
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
10
Restrição alimentar, diálise e o uso de quelantes de fósforo são as
modalidades básicas do controle do fósforo sérico em pacientes com
insuficiência renal crônica; porém, juntas, alimentação e a diálise não são
suficientes para baixar o fósforo até os níveis saudáveis (PERFIL DO
PRODUTO E EXPERIÊNCIA CLÍNICA – RENAGEL).
Os medicamentos que contêm cálcio são atualmente os de primeira
escolha e estão representados pelo carbonato de cálcio e pelo acetato de
cálcio. Ambos quelam o sforo na luz intestinal, diminuindo sua absorção no
tubo digestivo. O principal problema associado a esses medicamentos à base
de cálcio é que eles freqüentemente resultam em episódios transitórios de
hipercalcemia, exigindo que se reduza a dose de análogos da vitamina D e que
se ajuste a concentração de cálcio na solução de diálise. O hidróxido de
alumínio pode causar efeitos tóxicos em neurônios, músculos esqueléticos e
nas hemácias de pacientes em diálise e, portanto, é raramente usado
atualmente, exceto por curtos períodos de tempo.
3.2.1 Controle alimentar
O fósforo encontra-se em quase todos os alimentos, como leite e
derivados, carnes, peixes, cereais dentre outros (ALBAAJ; HUTCHISON,
2003). Nos Estados Unidos mais de 50% dos jovens e homens de meia-idade,
consomem mais de 1600mg/dia de sforo, enquanto as mulheres consomem
aproximadamente 1000mg/dia. Estas estimativas da ingestão de fosfato
refletem o conteúdo de fósforo nos alimentos (URIBARRI; CALVO, 2003).
Conseqüentemente, é muito difícil conseguir uma diminuição de fósforo da
dieta, sem uma redução da ingestão de proteínas, o que é um risco de má
nutrição para os pacientes com insuficiência renal (MOE, 2002). As diretrizes
alimentares para os pacientes submetidos à diálise de manutenção incluem a
ingestão diária de 1,2 gramas de proteína por quilograma de peso corporal
(ALBAAJ; HUTCHISON, 2003).
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
11
3.2.2 Remoção de fósforo pela diálise
A diálise tem um papel importante na remoção do excesso de fósforo do
sangue do paciente, eliminando entre 2.700 e 3.000 mg de sforo por
semana. No entanto, uma quantidade significativa de fósforo total do
organismo é encontrada no compartimento intracelular. Portanto, a quantidade
de fósforo que pode ser removida durante a diálise é limitada, colocando o
paciente típico de diálise em um balanço de fósforo positivo (MOE, 2002).
3.2.3 Sais de Cálcio
Os medicamentos que contêm cálcio são atualmente os de primeira
escolha e estão representados pelo carbonato de cálcio e pelo acetato de
cálcio. São os principais compostos usados no tratamento da hiperfosfatemia
provocada pela falência renal crônica. Ambos quelam o fósforo na luz intestinal,
diminuindo sua absorção no tubo digestivo. O principal problema associado a
esses medicamentos à base de cálcio é que eles freqüentemente resultam em
episódios transitórios de hipercalcemia, exigindo que se reduza a dose de
análogos da vitamina D (calcitrol) e que se ajuste a concentração de cálcio na
solução de diálise. A quantidade de cálcio necessária para ser eficaz equivale a
três vezes a necessidade diária de cálcio, provocando, portanto a
hipercalcemia (WEAVER et al., 1999; RIELLA, 2003).
3.2.4 Carbonato de Cálcio
O carbonato de cálcio oral é utilizado muito tempo no controle da
hiperfosfatemia em pacientes com falência renal avançada e em hemodiálise
crônica (KLUTHE et al., 1988). Para que esse efeito ocorra, altas doses deste
composto são necessárias, cerca de 8,5 g (variando entre 2,5 a 20 g por dia).
O carbonato de cálcio liga-se ao fosfato tanto exógeno como endógeno
(secretado pelo pâncreas e parótida) na luz intestinal e inibe de maneira eficaz
a absorção do fósforo (RIELLA, 2003). O uso do carbonato de cálcio deve ser
acompanhado de monitoramento da concentração de fosfato e cálcio no
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
12
plasma, ou seja, as doses são aumentadas gradualmente a o fósforo
plasmático atingir 4,5 a 5,5 mg/dL (RIELLA, 2003), pois um fator limitante no
uso de carbonato de cálcio é a hipercalcemia, que pode levar a uma
calcificação de tecido. Além disso, apenas o carbonato de cálcio (CaCO
3
),
mesmo em altas doses, não é suficiente para controlar a hiperfosfatemia, onde
se sugere a sua associação com hidróxido de magnésio ou carbonato de
magnésio (KLUTHE et al., 1988).
3.2.5 Acetato de cálcio
Vários estudos mostraram que o acetato de lcio tem muitas
características para ser complexador de fosfato. Por ser um sal mais solúvel, é
facilmente dissolvido pelo pH ácido e também se liga mais rapidamente ao
fosfato (JANSSEN et al., 1996).
O acetato do cálcio é solúvel no pH neutro e capaz de ligar o fosfato
através de uma larga escala do pH. Portanto, a secreção de acido gástrico não
deve interferir na capacidade de ligar-se ao fosfato. Acetato de cálcio pode
causar efeitos adversos gastrintestinais significantes, podendo ser piores que o
carbonato de cálcio (ALFREY; DE GOES; NOLANC, 1994). Em um estudo
com 91 pacientes dialíticos, o acetato de cálcio foi efetivo para controlar a
hiperfosfatemia e resultou num declínio no produto cálcio x fosfato de 66,1 para
50,6 mg/dL depois de 12 semanas de tratamento (BLEYER, 2003).
3.2.6 Quelantes que contém alumínio
Complexadores de fosfato contendo Al(OH)
3
m sido usados com
sucesso no controle da hiperfosfatemia na falência renal crônica. O hidróxido
de alumínio na dose de 500 a 1800 mg 3 a 4 vezes ao dia é indicado para
pacientes com hiperfosfatemia visando à redução mais rápida dos níveis
séricos de sforo (RIELLA, 2003). Entretanto, o uso em longo prazo em
pacientes em hemodiálise pode ser complicado pelos efeitos tóxicos do
acúmulo do alumínio (KURODA et al., 1995). Este acúmulo será associado a
encefalopatia, osteomalácia resistente a vitamina D, anemia e miopatia,
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
13
devendo-se fazer substituição pelo carbonato de cálcio (DRÜKE et al., 1986;
RIELLA, 2003).
3.2.7 Sevelamer
Um novo agente não contendo cálcio, alumínio e magnésio, assim
evitando os problemas das medicações contendo íons , está sendo usado com
bons resultados. O Sevelamer (Renagel®) é um polímero catiônico
(polialilamina-hidroclorada) livre de alumínio e cálcio e que se liga ao fosfato
(BURKE; SLATOPOLSKY; GOLDBERG, 1997). Não é absorvido e tem a
capacidade de diminuir a absorção do fósforo alimentar em pacientes em
hemodiálise. Estudos demonstratam que o Renagel® diminui o fósforo sérico
em pacientes em hemodiálise e que essa diminuição foi maior comparável com
a obtida com acetato de cálcio. Observou-se também que o uso deste quelante
de fósforo, baixa os níveis de colesterol total e da fração LDL (colesterol
lipoprotéico de baixa densidade) (PERFIL DO PRODUTO E EXPERIÊNCIA
CLÍNICA RENAGEL). Porém, o uso deste medicamento fica reservado,
geralmente, para pacientes com hipercalcemia, devido aos seus custos
(RIELLA, 2003).
3.3 Complexo Quitosana-ferro (III)
Uma das opções encontradas para solucionar o problema da
hipercalcemia é o uso do ferro. É conhecido que a administração oral e
intravenosa de ferro causa hipofosfatemia. Esse efeito colateral pode ser
benéfico no tratamento da hiperfosfatemia em pacientes em hemodiálise
(KURODA et al., 1995). A hipótese em utilizar os benefícios dos efeitos
colaterais do ferro foi testada por Kuroda e colaboradores (1995), para o
tratamento de pacientes com hiperfosfatemia provocada por hemodiálise.
Neste experimento 15 pacientes foram tratados, via oral, com 150 mg de citrato
de ferro e sódio durante oito semanas. O fósforo no soro diminuiu
significativamente durante o experimento. A administração do ferro é
preferencialmente oral, pois a intravenosa pode causar hemossiderose, com
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
14
conseqüente formação de lesões em órgãos vitais, e além disso, o principal
objetivo do tratamento é quelar o fósforo proveniente da alimentação.
A quitosana uma vez complexada com a forma ferrosa (Fe
++
) tem
capacidade de adsorver fosfato in vitro apresentando vantagem quando
comparada com sulfato básico de ferro (JING; YAMAGUCHI, 1992). A
quitosana é um polissacarídeo natural não tóxico produzido industrialmente
pela desacetilação da quitina da casca de crustáceos. Devido a sua boa
adaptação fisiológica é usada como aditivo alimentício, medicamentos, etc. Por
ela não ser hidrolisada pelas enzimas digestivas no homem, e a sua estrutura
química ser similar a da celulose, ela pode ser usada como um novo tipo de
fibra dietética. Entretanto, por conter um par de elétrons livres no nitrogênio tem
capacidade de formar complexos com polímeros e metais (JING et al., 1997).
Rodrigues e colaboradores (1999) mostraram que a quitosana
complexada com o ferro (III) reticulado (QTS-Fe (III)-R), apresenta uma série
de vantagens quando comparada com a QTS-Fe (II), principalmente por
apresentar maior capacidade de adsorção de fósforo. Estes estudos foram
conduzidos em soluções aquosas diluídas deste íon. Baxter e colaboradores
(2000), estudaram o efeito do complexo de quitosana-ferro(III), adicionado à
ração, na redução do fósforo sérico de ratos normais. A ingestão de ração
contendo 1% do complexo reduz a concentração de fosfato no soro para 4,4
mg/dL quando comparado com o controle de 5,7 mg/dL no tratamento de 15
dias. No tratamento de 30 dias a redução foi de 4,1 mg/dL com um controle de
5,5 mg/dL. Foi também observado que os níveis de ferro têm um aumento
significativo nos grupos tratados em comparação com o grupo controle.
A quitosana complexada com o Ferro (III) e reticulada com glutaraldeído
QTS-Fe(III)R mostrou-se eficiente na redução do fosfato no soro de ratos
hiperfosfatêmicos (VALCARENGHI; SANDRI, 1999; BÜRGER et al., 2001).
O ferro é um elemento essencial para todos os organismos vivos. Ele
está envolvido numa grande quantidade de funções fisiológicas no corpo, entre
os quais transporte de oxigênio e reações enzimáticas (LEE et al., 1999).
Entretanto, a associação entre a quantidade de ferro no corpo e os riscos de
doenças cardiovasculares foi postulado pela primeira vez por Sullivan (1981).
Esta teoria relaciona a oxidação de lipoproteína de baixa densidade (LDL) com
__________________________________________________________________________
EMBASAMENTO TEÓRICO
15
a presença catabólica de ferro na formação de radicais livres. Um aumento dos
estoques corporais de ferro tem sido mostrado como fator de risco de infarto no
miocárdio (CLAEYS et al., 2002). A teoria foi baseada em estudos
experimentais mostrando que a presença de ferro favorece o avanço de lesões
nas artérias (arteriosclerose). Usando camundongos como modelo, foi
mostrado que dieta contendo baixa quantidade de ferro reduz a formação de
lesões (PONRAJ et al., 1999).
No presente estudo, objetivou-se avaliar o efeito do complexo quitosana-
ferro(III) solúvel quando administrada em animais com lesão renal, além de
verificar se o ferro em excesso pode causar efeitos adversos, visto que estudos
prévios mostraram que o aumento nos estoques corporais de ferro está
relacionado ao avanço de lesões nas artérias (aterosclerose) (PONRAJ et al.,
1999) e é fator importante para desencadear o infarto no miocárdio (CLAEYS et
al., 2002).
___________________________________________________________________________________
INTRODUÇÃO
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
4.1.1 Reagentes
Os reagentes utilizados durante os experimentos foram: anticoagulante
EDTA para a coleta do hemograma; Heparina (Liquemine ®); Salina 0,9 %
(Laborasa Indústria Farmacêutica); Complexo quitosana-ferro (III) reticulada
ou insolúvel; Complexo quitosana-ferro (III) solúvel; Sulfato de ferro (III)
[Fe
2
(SO
4
)
3
] (Vetec ®); Aloxano (Sigma ®); Fosfato de potássio (KH
2
PO
4
)
(Nuclear ®); Kit de Glicose Diasys ®; Kit de Creatinina Wiener ®; Kit de
Fósforo Wiener ®; Kit de Fósforo Labtest Diagnóstica ®; Kit de Magnésio
Wiener ®;Kit de Ferro Biosystems ®; Kit de Ferro Labtest Diagnóstica ®;
Quitosana Purifarma ®.
4.1.2 Equipamentos
Os equipamentos utilizados para as análises das amostras de sangue
são apresentados a seguir.
Os parâmetros hematológicos foram analisados pela automação
CELLDYN 3000 (ABOTT ).
Para todas as dosagens bioquímicas, exceto sódio, potássio, cálcio e
ferro foi utilizado automação COBAS MIRA (ROCHE ).
Os eletrólitos sódio, potássio e lcio foram determinadas pelo método
de íon-seletivo em automação ISELAB (DRAKE ).
A dosagem de ferro sérico foi realizada em aparelho semi-automatizado
QUICK LAB ®.
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
17
4.2 Métodos
4.2.1 Preparo do Polímero
O polímero Quitosana ferro (III) solúvel (QTS-S) foi preparado de acordo
com o método descrito na literatura por Fagundes et al., (2001) e Bürger et al.,
(2001), proveniente de quitosana comercial (Quitosana Purifarma ®). A
quitosana comercial foi dissolvida em uma solução aquosa de Fe(NO
3
)
3
0,1 M
por 4 horas, resultando um precipitado de cor laranja depois da adição de
acetona. O sólido foi filtrado e lavado com acetona para remover o excesso de
Fe(NO
3
)
3
e finalmente secado à vácuo. Após o preparo, foi determinada a
quantidade de ferro espectrofotometricamente utilizando a 1,10-fenantrolina
como agente cromóforo (FAGUNDES et al., 2001).
A Quitosana ferro (III) insolúvel (QTS-I) foi preparada a partir da QTS-S,
segundo metodologia descrita por Fagundes e colaboradores (2001).
4.2.2 Animais
Foram utilizados ratos da raça Wistar, cepa UNIVALI, machos e fêmeas,
pesando aproximadamente 200 gramas. Estes foram criados no Biotério
Central da Universidade do Vale do Itajaí, em ambiente com temperatura
controlada (19-25 ºC), com ciclo claro/escuro de 12 horas. Posteriormente os
animais foram transferidos para o biotério do laboratório de Farmacologia do
Centro de Ciências da Saúde (CCS) no bloco 27, antes do início do tratamento.
Água e ração foram fornecidas ad libitum.
Os animais foram tratados de acordo com as diretrizes para a utilização
de animais em pesquisas cienficas e atividades didáticas, que visa manejar
com respeito e de forma adequada a espécie, tendo as necessidades de
transporte, alojamento, condições ambientais, nutrição e cuidados veterinários
sido atendidos (MENEZES, 2002). O tratamento foi aprovado pelo comitê de
ética da UNIVALI, processo número 475/2004.
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
18
4.2.3 Tratamento com a droga diabetogênica (Aloxano)
Os animais usados nos experimentos foram pesados e mantidos em
caixas (5 em cada caixa) com privação de água e ração overnight. Após 12
horas, foi injetada intraperitonealmente uma solução de aloxano monohidratado
na concentração de 120 mg/kg (SZKUDELSKI, 2001). Os animais controle
receberam o mesmo volume de salina (NaCl 0,9 %). Após a injeção, os animais
foram alimentados com ração comercial e água em livre acesso durante 15
dias.
4.2.4 Efeito do Complexo Quitosana-Ferro (III) Via Oral em Animais
Hiperfosfatêmicos
Para avaliar os efeitos da administração do composto Quitosana-Ferro
(III) solúvel e insolúvel nos animais hiperfosfatêmicos foram realizados quatro
experimentos que serão apresentados a seguir:
4.2.4.1 Tratamento com QTS-S e QTS-I por Gavagem oral durante 15 dias
Para este experimento foram utilizados ratas e foram seguidos os
mesmos procedimentos iniciais descritos no item 4.2.3. para elevação do
fósforo sérico.
Após 15 dias, os animais receberam água contendo 1,2 % de fosfato
como tratamento auxiliar para o aumento sérico de fosfato (SCHWARZ et al.,
1985; BÜRGER et al., 2001), quando eno iniciou-se o tratamento com os
polímeros.
O complexo foi administrado através da via oral, utilizando uma seringa
acoplada a uma agulha de gavagem, o que possibilitou atingir diretamente o
estômago dos animais, sem maiores danos a mucosa do trato
grastrointestinal. Estes foram divididos em seis grupos, conforme esquema a
seguir:
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
19
GRUPO I: Grupo Controle, recebendo apenas salina a 0,9 %
(único grupo sem indução de lesão renal).
GRUPO II: Grupo Aloxano, que também recebeu apenas salina.
GRUPO III: Grupo QTS-S 100 (13 mg/kg de ferro), que recebeu
o polímero solúvel a 100 mg/kg.
GRUPO IV: Grupo QTS-S 50 (6,6 mg/kg de ferro), também
recebeu o polímero solúvel a 50 mg/kg.
GRUPO V: Grupo QTS-I 100 (13 mg/kg de ferro), tratados com o
complexo quitosana insolúvel ou reticulada a 100 mg/kg.
GRUPO VI: Grupo Fe
2
(SO
4
)
3
(13 mg/kg de ferro), tratados com
sultato ferroso, composto utilizado como um controle de ferro.
Todos os grupos, exceto os grupos controle e aloxano (grupos I e II),
receberam água contendo fosfato a 1,2 % durante todo o tratamento.
Durante o período de tratamento, foram realizadas três pesagens dos
animais para avaliação do peso corporal e comparação entre os grupos.
Água e ração foram pesados diariamente.
Após quinze dias de tratamento, os animais foram anestesiados com
éter em cuba de vidro e o sangue foi coletado através de punção intracardíaca.
Posteriormente foram realizadas as análises bioquímicas de: glicose,
sódio, potássio, fosfato e ferro. Avaliações hematológicas como contagem
total e diferencial de leucócitos e eritrócitos, hemoglobina, hematócrito,
índices hematimétricos e plaquetas foram realizados nos mesmos tempos que
a determinações bioquímicas.
Após a coleta de sangue os animais foram sacrificados por asfixia com
éter para posterior retirada de alguns órgãos vitais como: baço, rim
(esquerdo), pulmão (esquerdo) e fígado. Estes foram lavados em solução
salina a 0,9 % e secos em papel absorvente e logo após foram pesados. O
peso relativo de todos os grupos foram obtidos por cálculo obtido através do
peso final dos animais.
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
20
4.2.4.2 Tratamento com QTS-S e QTS-I através de Ração preparada com
os polímeros durante 30 dias
Este experimento foi realizado com seis grupos de ratas que foram
submetidos a injeção de aloxano (conforme ítem 4.2.3). Esperou-se 15 dias,
quando teve início o tratamento com ração contendo o polímero 0,5 %, (sendo
0,054 % de ferro), e fosfato a 1,2 % (BAXTER et al., 2000). Os animais também
receberam água contendo fosfato na mesma concentração (1,2%). Os ratos
foram tratados conforme descreve-se a seguir:
GRUPO I: Controle, recebeu ração e água normais (grupo sem lesão
renal);
GRUPO II: ração contendo QTS-I 0,054% de ferro e fosfato (KH
2
PO
4
) a
1,2%;
GRUPO III: Ração com Sulfato ferroso e fosfato nas mesmas
concentrações do polímero (0,5%);
GRUPO IV: Grupo recebeu apenas ração contendo fostato (1,2%);
GRUPO V: Ração contendo QTS-S 0,054% de ferro e fosfato a 1,2%;
GRUPO VI: Grupo recebeu ração com fosfato (1,2%) e não foram
submetidos a primeira etapa de lesão renal.
Todos os grupos, exceto grupos I e VI, receberam água contendo fosfato
em paralelo com a ração. Água e ração foram pesados diariamente.
Após 30 dias de tratamento com a ração modificada, os animais foram
submetidos aos mesmos procedimentos descritos no item 4.2.4.1 para coleta
de sangue e retirada dos órgãos.
Durante o período de tratamento, foram realizadas cinco pesagens dos
animais para avaliação do peso corporal e comparação entre os grupos.
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
21
4.2.4.3 Tratamento com QTS-S e QTS-I através de Ração preparada com
os polímeros durante 15 dias
Neste experimento utilizou-se 5 (cinco) grupos de ratas, submetidos a
injeção de aloxano para elevação do fósforo sérico (idem ítem 4.2.3).
Após o período de 15 dias, os animais receberam o tratamento com os
polímeros através de ração, durante 15 (quinze) dias da seguinte maneira:
GRUPO I: Controle, recebeu ração e água normais (grupo sem lesão renal);
GRUPO II: Aloxano, tratados com ração e água normais;
GRUPO III: Ração contendo QTS-I 0,054% de Ferro e fosfato 1,2%;
GRUPO IV: Grupo recebeu apenas ração contendo fostato na mesma
concentração (1,2%);
GRUPO V: Ração contendo QTS-S 0,054% de Ferro e fosfato 1,2%;
Todos os grupos, exceto grupos I e II, receberam água contendo fosfato
em paralelo com a ração. Água e ração foram pesados diariamente.
Após 15 dias de tratamento, os animais foram submetidos aos mesmos
procedimentos descritos no item 4.2.4.1 para coleta de sangue e retirada dos
órgãos.
Durante o período de tratamento, foram realizadas três pesagens dos
animais para avaliação do peso corporal e comparação entre os grupos.
4.2.4.4 Tratamento com QTS-I através de Ração preparada com os
polímeros durante 15 dias
Este experimento foi realizado com apenas quatro grupos de ratos,
machos, submetidos a injeção de aloxano (idem ítem 4.2.3). Após o período de
15 dias, os animais receberam o tratamento com QTS-I e fosfato através de
ração durante 15 dias da seguinte:
GRUPO I: Controle, recebeu ração e água normais (grupo sem lesão renal);
GRUPO II: Aloxano, tratados com ração e água normais;
GRUPO III: Grupo recebeu apenas ração contendo fostato 1,2%;
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
22
GRUPO IV: Ração contendo QTS-I 0,054% de Ferro e fosfato 1,2%.
Os grupos, exceto grupos I e II, receberam água contendo fosfato em
paralelo com a ração. Água e ração foram pesados diariamente.
Após 15 dias de tratamento, os animais foram submetidos aos mesmos
procedimentos descritos no item 4.2.4.1 para coleta de sangue e retirada dos
órgãos.
Durante o período de tratamento, foram realizadas três pesagens dos
animais para avaliação do peso corporal e comparação entre os grupos.
4.2.5 Ensaios Bioquímicos
Para todas as dosagens bioquímicas, exceto sódio, potássio, cálcio e
ferro foi utilizado automação Cobas Mira (ROCHE) com metodologia
Wiener. Os métodos das respectivas dosagens estão descritos abaixo
conforme as bulas dos Kits.
O fósforo foi determinado por todo UV onde o mesmo reage em
meio ácido com o molibdato para dar um complexo fosfomolibdíco que é
medido espectrofotométricamente a 340 nm. A absorbância deste complexo
na faixa do UV é diretamente proporcional a concentração do fósforo (Kit
Wiener ®) (FÓSFORO, 2000).
A creatinina foi dosada pelo método cinético a 500 nm, sem
desproteinização, onde reage com o picrato alcalino (reação de Jaffë)
produzindo um cromogênio vermelho (Kit Wiener ®) (CREATININA, 2000).
A glicemia foi determinada por sua reação com a glicose oxidase, na
qual são gerados o ácido glicurônico e o peróxido de hidrogênio. Este, reage
então com uma aceptor de oxigênio, como a orto-dianisidina, fenilamina-
fenazona (reagente de Trinder), numa reação catalisada pela peroxidase para
formar coloração vermelha medida em 505 nm (Kit Diasys ®) (HENRY, 1999,
GLICOSE, 2004).
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
23
O ferro foi determinado pelo método onde o íon férrico presente na
amostra reage com o cromazurol B e com o cetilmetilamoniobromida (CTAB)
formando um complexo medido espectrofotometricamente em 626 nm. O Kit
utilizado para as dosagens foi BIOSYSTEMS (GARCIA, 1979; PARIS;
BENAIT; RIGAT; PROGNON, 1986; FERRO, 2002).
Os níveis séricos de magnésio foram determinados por metodologia
Wiener ®, através de método colorimétrico direto. Em pH alcalino, o magnésio
reage com a calmagita formando um complexo colorido, cuja absorbância
medida em 520 nm, é proporcional à concentração de magnésio na amostra
analisada. A presença de EGTA (ácido tetracético etilenoglicol) no reagente
evita a interferência do cálcio (MAGNÉSIO, 2000).
As concentrações séricas de sódio, potássio e cálcio foram
determinadas pelo método de íon-seletivo em automação ISELAB (DRAKE).
A análise de sódio é baseada em uma membrana de vidro sensível a este íon.
Uma diferença de potencial elétrica é gerada quando esta membrana separa
duas soluções com diferentes concentrações de sódio. Esta diferença de
potencial é proporcional a diferença de concentração dos íons dio entre as
duas soluções. Como uma das soluções é a solução eletrolítica interna do
eletrodo e portanto possui uma concentração de sódio constante e conhecida,
pode-se determinar a concentração da amostra. O mesmo princípio é utilizado
para a determinação de potássio e cálcio (BURTIS; ASHWOOD, 1998).
4.2.6 Parâmetros hematológicos
Após a coleta das amostras em tubos contendo EDTA como
anticoagulante, os parâmetros hematológicos foram analisados pela
automação CELLDYN 3000 (ABBOTT). Foi realizada contagem diferencial
de leucócitos utilizando contador manual e microscópio óptico.
Na determinação da concentração de hemoglobina, o sangue é diluído
numa solução de ferrocianeto de potássio e cianeto de potássio. O
ferrocianeto oxida as hemoglobinas até hemoglobina, e o cianeto fornece íons
cianetos aformar cianeto de hemoglobina (HiCN) que é lida em 540 nm
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
24
sendo comparada com uma solução padrão de HiCN (ABBOT
HEMATOLOGIA CD 3000 CS/SL. Manual resumido do operador).
O hematócrito foi medido indiretamente como produto do volume
corpuscular médio (VCM) x hematimetria. Os eritrócitos e plaquetas foram
medidos pelo método da Impedância Elétrica, onde as células, ao passarem
por uma abertura, através da qual flui uma corrente, provoca alterações
elétricas que são computadas como pulsos de voltagem (MANUAL
RESUMIDO DO OPERADOR – ABBOTT HEMATOLOGIA CD 3000 CS/SL).
Os leucócitos são determinados por um detector fotossensível que
mede a dispersão da luz com uma tecnologia chamada Dispersão Polarizada
Multiangular. O sangue é diluído numa solução que mantém os leucócitos
num estado próximo ao natural, mas que torna os eritrócitos transparentes ao
laser. São efetuadas quatro medidas simultâneas de dispersão de luz em
cada leucócito (HENRY,1999).
4.2.7 Preparação da solução de órgãos
Os órgãos retirados dos animais (fígado, rim, pulmão e baço) foram
congelados até a realização das dosagens. Primeiramente os órgãos foram
secos durante 12 horas à uma temperatura média de 80 ºC e, em seguida, foi
pesado 1 grama de cada órgão, colocado em banho de areia a 150 ºC. As
amostras foram solubilizadas em água régia, ou seja, uma solução de HCl 1M:
HNO
3
1M a 100 ºC, em banho de areia, por aproximadamente 1 hora.
Posteriormente, foi filtrado, completado para 100 mL com água destilada, em
balão volumétrico de 100 mL (FAGUNDES et al, 2001).
4.2.8 Análise de fosfato nos órgãos
A determinação de fósforo (fosfato), foi realizada pelo método
fosfomolibdato, utilizando kit Analisa Diagnóstica . O íon fosfato (Pi) reage
com molibdato de amônio na presença de ácido sulfúrico formando um
complexo de fosfomolibdato de amônio. Por ação da hidroxilamina em meio
__________________________________________________________________________
MATERIAIS E MÉTODOS
25
alcalino, o complexo formado é reduzido a azul de molibdênio cuja
absorbância, medida em 650nm, é diretamente proporcional à concentração de
fósforo na amostra. As análises das amostras foram feitas em triplicata,
utilizando o espectrofotômetro UV/ Vis Shimadzu UV 1601 (FÓSFORO, 2002).
4.2.9 Análise de ferro nos órgãos
Para a determinação de ferro, foi realizado método Goodwin modificado
utilizando kit Labtest Diagnóstica . Os íons férricos são dissociados da
transferina por ação de um tampão ácido e reduzidos a íons ferrosos por ação
da hidroxilamina. Após a adição do Ferrozine forma-se um complexo magenta
brilhante cuja absorbância, medida em 560nm, é proporcional à quantidade de
ferro na amostra. As análises das amostras foram feitas em triplicata, utilizando
o espectrofotômetro UV/ vis Shimadzu UV 1601 (FERRO, 2003).
4.2.10 Análise estatística
Os dados foram expressos como média + erro padrão médio (EPM) e
estes foram avaliados estatisticamente através da análise de variância de uma
via (ANOVA) seguida pelo teste de múltipla comparação utilizando-se o método
de Dunnet, Tukey quando apropriados. Valores de p < 0,05 ou menos serão
considerados como indicativos de significância (p < 0.05 = significativo, p <
0.01 = muito significativo, p < 0.001 = extremamente significativo).
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
26
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Devido às dificuldades existentes na área de nefrologia clínica no
combate a hiperfosfatemia, buscam-se, cada vez mais, novas alternativas para
combater este problema que é um dos mais comuns entre doentes renais.
Deste modo, os complexos de quitosana-ferro (III) vêm sendo empregados
como substâncias alternativas para a redução dos níveis de fosfato no soro
(JING et al., 1992; BAXTER et al., 2000 e BÜRGER et al., 2001).
Neste trabalho, procurou-se avaliar os efeitos do complexo QTS-Fe (III)
solúvel reticulada (insolúvel) em animais previamente induzidos a
hiperfosfatemia através de água contendo fosfato (1,2 %) e do agente
diabetogênico aloxano. Para tanto, foram analisados alguns parâmetros
bioquímicos e hematológicos, ganho de peso e o efeito sobre o peso relativo
dos órgãos dos animais. Porém, inicialmente necessitou-se padronizar uma
técnica que reproduzisse um quadro semelhante ao que ocorre em um
paciente diabético que evolui para insuficiência renal (hiperfosfatemia). Por
isso, tentou-se empregar uma droga utilizada, trabalhada pelo nosso grupo
de estudo e com efeitos conhecidos, como é o caso do aloxano. Sua ação
diabetogênica caracteriza-se pela produção de radicais livres que são tóxicos,
especificamente nas células beta do pâncreas, levando à degeneração e morte
definitiva das mesmas (GRANKVIST et al., 1979). Essa citotoxidade seletiva do
aloxano ocorre devido à grande capacidade da célula beta em acumular a
droga, aliada ao fato de tal lula demonstrar uma maior sensibilidade aos
radicais peróxidos, quando comparada a outros tecidos (JORNS et al., 1999).
No diabetes experimental induzido por substâncias químicas como o
aloxano, as lesões renais causadas nos animais são similares àquelas
causadas na nefropatia diabética em humanos. Em ratos evidencia-se um
aumento da proliferação de células da matriz mesangial, espessamento da
membrana basal glomerular e depósito de glicogênio nas células tubulares
(MACEDO et al., 2002). A razão pela qual utilizou-se esta metodologia foi
promover uma diminuição das funções renais, e, desse modo, alterar os níveis
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
27
séricos de fosfato dos animais, para então iniciar o tratamento com o polímero
em estudado. Os resultados obtidos serão explanados a seguir.
5.1 Síntese do complexo Quitosana-Fe(III)
A quitosana-Fe(III) foi preparada no laboratório de química pela aluna de
graduação do curso de Farmácia Rafaela Dall’Oglio com a quitosana comercial,
partindo-se de 18,0 g. A concentração final de ferro do polímero obtida foi 131
mg de ferro/g de polímero, o que corresponde à 13,1% de ferro.
5.2 Tratamento com QTS-S e QTS-I através de gavagem durante 15 dias
Neste primeiro tratamento os animais foram tratados por via oral,
utilizado-se o Fe
2
(SO
4
)
3
como tratamento controle de ferro. Vale lembrar que
todos os animais, exceto o grupo controle, receberam aloxano para auxiliar no
aumento do fósforo sérico.
A figura 3 mostra o efeito do tratamento com o polímero sobre o peso
corporal dos animais durante os 15 dias de tratamento. Como pôde-se
observar, houve aumento de peso da maioria dos grupos tratados. Somente
nos grupos QTS-S 50 e QTS-S 100 houve uma diminuição de peso entre
início e final do tratamento. Este resultado demonstra que o tratamento com o
complexo QTS-S interferiu no ganho de peso durante o tratamento,
diminuindo o peso corporal dos animais, porém essa diminuição não foi
estatisticamente diferente dos outros grupos. Resultados semelhantes foram
apresentados por Baxter e colaboradores (2000), em tratamento com o
complexo quitosana-ferro na ração, durante 30 dias.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
28
Inicial Final
0
50
100
150
200
250
Controle
Aloxano
QTS-S 100
QTS-S 50
QTS-I 100
Fe2(SO4)3
Grupos
Peso (g)
Figura 3: Efeito do tratamento com o complexo Quitosana sobre a variação de peso corporal
dos animais tratados por 15 dias. Cada coluna representa a média dos pesos dos animais, no
início e no final do tratamento, comparados com o grupo controle, e as barras os respectivos
EPMs (n = 2 5), empregando-se a análise de variância de uma via (ANOVA) seguida pelo
teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 = significativo, ** p
< 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo.
A figura 4 mostra a diferença de peso relativo dos órgãos dos animais
durante o tratamento. Como pôde-se observar, o único órgão que apresentou
significância nos valores de peso dos órgãos foi o pulmão, onde verificou-se
uma diminuição significativa de todos os grupos em relação ao grupo controle.
Essa diminuição provavelmente se deve a presença do aloxano, que a
alteração ocorreu em todos os grupos que receberam a droga diabetogênica.
Com o restante dos órgãos, não foram encontradas diferenças estatísticas
entre os grupos tratados. Estes resultados demonstram que o tratamento com
o polímero não teve alteração pronunciada sobre o peso dos órgãos.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
29
Cont
r
ole
Aloxano
QTS-S
1
0
0
Q
T
S-S
5
0
QTS-I 100
Fe
2
(SO4
)3
0 1 2 3 4 5
Grupos
Peso relativo do fígado
C
ont
r
ole
Alo
x
ano
QTS-S 10
0
QT
S-
S 5
0
Q
TS-
I
1
00
F
e
2
(
SO4)3
0.00 0.25 0.50 0.75
Grupos
Peso relativo do rim
Cont
r
ole
A
lo
xano
QTS
-
S
100
Q
T
S
-
S 5
0
QT
S
-I 1
0
0
F
e2(
S
O4)
3
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Grupos
Peso relativo do baço
Co
n
tro
l
e
A
l
oxa
n
o
QTS
-
S 10
0
QT
S
-S
5
0
QTS-I
1
00
F
e2(SO4)3
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4
**
**
*
**
**
Grupos
Peso relativo do pulmão
Figura 4: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso relativo dos
órgãos dos animais tratados por 15 dias. Cada gráfico se refere a um órgão e cada coluna
representa a média do peso do órgão e as baixas os respectivos EPMs. Os asteriscos
indicam as diferenças significativas em relação ao grupo controle, empregando-se a análise
de variância de uma via (ANOVA) seguida pelo teste de comparação múltipla de Dunnet em
relação ao controle * p < 0.05 = significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 =
extremamente significativo (n = 2 – 5).
Os quadros 1 e 2 mostram os valores de fósforo e ferro
respectivamente, dos grupos de animais tratados com os polímeros solúvel e
insolúvel em diferentes concentrações e com sulfato ferroso.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
30
QUADRO 1: Determinação de fósforo (mg/g) nos órgãos dos animais tratados
por via oral durante 15 dias.
ÓRGÃOS
Controle Aloxano QTS-S 50
QTS-S 100 QTS-I 100 Fe
2
(SO
4
)
3
Fígado 8,9 5,1 11,7 20,1 40,6 33,4
Rim 11,7 10,8 9,6 27,1 58,5 30,6
Baço 9,08 9,8 10,20 6,4 25,3 26,7
Pulmão 3,3 4,6 1,5 6,8 11,8 12,6
Analisando os resultados de fósforo (quadro 1), verifica-se que os níveis
de fósforo em todos os órgãos analisados, estão elevados nos grupos QTS-I
100 e Fe
2
(SO
4
)
3
em relação ao grupo controle, indicando um possível acúmulo
do elemento nesses animais quando receberam tratamento por via oral. Pelo
fato da insolubilidade da quitosana e eficácia no processo de retirada do fósforo
sérico, esta, pode estar se complexando com algum componente de membrana
desses órgãos e, desse modo, estar aumentada.
Os grupos tratados com aloxano e QTS-S 50 tiveram resultados
aproximados ao controle em todos os órgãos analisados, demonstrando que a
presença do polímero solúvel na dose de 50 mg/kg não alterou esse
parâmetro.
No quadro 2 encontra-se a determinação de ferro nos órgãos dos
animais tratados. Os resultados apresentados para o rim demonstram que em
todos os grupos há uma maior concentração de ferro do que no grupo controle.
Observou-se também que, com exceção do rim, em todos os outros órgãos, o
grupo aloxano apresentou valores diminuídos em relação ao grupo controle. O
grupo Fe
2
(SO
4
)
3
apresentou resultados elevados em todos os órgãos. O grupo
QTS-I também apresentou valores elevados, com exceção ao baço. Por último,
o grupo QTS-S 50, exceto para o fígado, apresentou resultados muito próximos
de ferro em relação ao grupo controle. Estes resultados eram esperados para a
quitosana-solúvel, pois demonstram que não houve acúmulo de ferro do
polímero nos órgãos dos animais tratados, já que os resultados foram próximos
ao grupo controle, o que clinicamente é um bom resultado.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
31
QUADRO 2: Determinação de ferro (µg/g) nos órgãos dos animais tratados por
via oral durante 15 dias.
ÓRGÃOS
Controle Aloxano QTS-S 50
QTS-S 100 QTS-I 100 Fe
2
(SO
4
)
3
Fígado 168 103,6 157 119 828,4 228,4
Rim 47 95,5 157 154 201,3 605,4
Baço 401 133,3 439 126 149,1 875,2
Pulmão 81 47,7 733 132 59,9 153,6
O quadro 3 apresenta os parâmetros bioquímicos dos animais em
tratamento oral com o polímero. Observa-se que a glicose sérica dos animais
tratados apenas com aloxano é significativamente elevada em relação ao grupo
controle, indicando a eficiência do tratamento com o agente diabetogênico.
Outra observação foi que no grupo tratado com o polímero solúvel na dose de
50 mg/kg, a glicemia dos animais retorna aos valores normais, pois não
diferença entre o grupo controle (88,75 mg/kg) para o grupo QTS-S 50 (96,2
mg/dL). Em contrapartida, nos grupos tratados com a QTS-I e Fe
2
(SO
4
)
3
, houve
interferência na concentração da glicemia, pois os valores encontrados são
similares ao valor encontrado para o grupo aloxano.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
32
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
32
QUADRO 3: Determinação rica dos parâmetros bioquímicos em ratos fêmeas tratados por via oral com compostos durante o
período de 15 dias.
GRUPOS Glicose (mg/dL) Sódio (mmol/L) Potássio (mmol/L)
Ferro (µ
µµ
µg/dL)
Fosfato (mg/dL) Magnésio (mg/dL)
CONTROLE
1
88,75 ± 8,28 140,25 ± 0,95 3,50 ± 0,14 282,98 ±40,95 5,20 ± 0,14 1,21 ± 0,08
ALOXANO
149,0 ± 21,0** 145,50 ± 0,50** 2,35 ± 0,25** 360,60 ± 53,2 4,66 ± 0,02 1,38 ± 0,15
QTS-S 100
106,80 ± 6,05 143,75 ± 0,48** 2,90 ± 0,19 322,7 ± 26,69 3,74 ± 0,16
**
1,47 ± 0,06
QTS-S 50
96,20 ±11,53 144,20 ± 0,92** 2,74 ± 0,17* 260,9 ±33,09 4,11 ± 0,14** 1,50 ± 0,11
QTS-I 100
156,75 ± 5,36** 139,0 ± 0,41 3,25 ± 0,28 339,0 ± 68,6 3,90 ± 0,09** 1,37 ± 0,05
FE
2
(SO
4
)
3
159,25 ± 15,15** 139,75 ± 0,48 3,58 ± 0,08 380,15 ± 18,61 5,02 ± 0,10 1,44 ± 0,03
1
Dados apresentados como Média ±
±±
± Erro Padrão Médio, (n = 2 5), Teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 =
significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
33
A determinação da glicose sérica foi realizada com o intuito de verificar
se o tratamento com o agente diabetogênico (aloxano) foi eficaz. Verifica-se
que a droga elevou a concentração da glicose sangüínea, ou seja, induziu o
diabetes. O tratamento com a QTS-S, diminuiu a glicemia dos animais em 15
dias de tratamento, mas este efeito não foi verificado para a QTS-I.
Substâncias diabetogênicas como o aloxano podem envolver esta condição
patológica ou promover uma sobrecarga ao sistema regulatório da glicose,
resultando no desequilíbrio e levando a hiperglicemia (SOARES et al., 2002).
A avaliação da função renal dos animais foi determinada através da
dosagem sérica de magnésio, eletrólitos (sódio e potássio) e fósforo.
Os valores encontrados para as dosagens séricas de sódio dos grupos
aloxano, QTS-S 100 e QTS-S 50 foram significativamente elevados em
relação ao grupo controle. Este resultado provavelmente se deve a perda do
equilíbrio entre os líquidos intra e extracelular (HENRY, 1999) provocado
possivelmente pela administração de aloxano, e desse modo, elevando a
concentração séricas de sódio nesses grupos de animais. Resultados
diferentes foram encontrados para os grupos QTS-I 100 e FE
2
(SO
4
)
3
, onde a
concentração do analito se apresentou idêntica em relação ao grupo controle.
Provavelmente a presença destas substâncias pode ter impedido esta perda
da homeostase celular.
Analisando os valores de potássio, também observa-se uma diferença
significativa dos grupos aloxano e QTS-S 50 em relação ao grupo normal. O
potássio também participa da homeostase e do funcionamento normal dos
potenciais de membrana dos tecidos (HENRY, 1999). Desse modo, pode-se
afirmar novamente que a presença da droga diabetogênica promoveu um
desequilíbrio nestes dois grupos de animais.
Ainda, de acordo com o quadro 1, a concentração de magnésio sérico
dos animais tratados com o complexo, não diferiu estatisticamente aos
valores encontrados para o grupo aloxano. Segundo Wallach (2003), este
parâmetro também está relacionado com perda da função renal, e seu
aumento indica uma diminuição dos índices de filtração glomerular, ou seja, a
hipermagnesemia está inversamente relacionada com a função renal residual.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
34
Os valores das dosagens de ferro nos animais tratados não foram
diferentes estatisticamente em relação ao grupo controle. Tais resultados
indicam que a QTS-S e a QTS-I são estáveis, e foram semelhantes aos
observados por Bürger e colaboradores (2001), para a QTS-Fe(III) reticulada.
A concentração de ferro aumentou na maioria dos grupos em relação
ao controle, provavelmente devido ao tratamento com aloxano. Os valores
estão abaixo do valor considerado tóxico (500 µg/dL) sendo que, em nenhum
dos grupos tratados, a concentração sérica de ferro se aproximou desse
valor.
O sforo dos grupos QTS-S 100, QTS-S 50 e QTS-I 100 apresentou-
se significativamente diminuído em relação aos valores encontrados em
animais saudáveis, podendo indicar que realmente quitosana-ferro é eficaz
em diminuir a concentração sérica deste analito.
Quando comparou-se os grupos tratados com o polímero em relação ao
grupo aloxano (controle animais doentes), também verificou-se uma diminuição
de fósforo sérico significativa, porém apenas dos grupos QTS-S 100 e QTS-I
100. Resultados semelhantes foram apresentados por Valcarenghi e Sandri
(1999), em estudos com o complexo QTS-Fe(III) reticulada, que apresentou
bom desempenho na redução dos níveis de fosfato no soro de ratos
hiperfosfatêmicos, na dose de 30 mg/kg, durante quinze dias de tratamento.
Bürger e colaboradores (2001) também demonstraram o efeito da QTS-Fe(III)
reticulada na redução dos níveis de fosfato em animais com hiperfosfatemia.
Vale lembrar que estes estudos foram realizados com animais saudáveis e
apenas com a quitosana insolúvel, ou seja, sem o tratamento com o aloxano,
apenas com aumento de fosfato sérico pela ingestão em água.
O complexo quitosana-ferro (III) reduz o fósforo sérico através da
adsorção deste pelo ferro. Esta ligação do fosfato ao complexo depende do
pH. O pH 7,5 é a condição ótima, ou seja, ocorre o máximo de adsorção.
Nestas condições o HPO
4
2-
é a espécie predominante e ocorre a formação do
complexo [FeHPO
4
]
+
na superfície do polímero (FAGUNDES et al., 2001).
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
35
A dose de compostos contendo ferro utilizada neste estudo
corresponde ao equivalente a 3,5 e 7,0 g/dia, considerando o tratamento de
um adulto de aproximadamente 70 kg. Esta dose é muito menor quando
comparada com aquela relatada por Hsu; Patel; Young (1999), que foi de 240
g/dia utilizando o citrato de ferro.
Quando comparou-se os resultados deste estudo com aqueles
relatados por Baxter e colaboradores (2000), utilizando quitosana-ferro,
observou-se uma redução de aproximadamente de 8 e 17 vezes, uma vez
que os autores utilizaram aproximadamente o equivalente a 60 g/dia.
Os parâmetros hematológicos desse grupo de animais tratados com o
complexo quitosana-ferro (III) são apresentados no quadro 4.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
36
QUADRO 4 Determinação dos parâmetros hematológicos em ratos fêmeas tratados por via oral com compostos durante o período
de 15 dias.
PARÂMETROS ANALISADOS
CONTROLE ALOXANO QTS-S 100 QTS-S 50 QTS-I 100 FE
2
(SO
4
)
3
Leucócitos(10
2
/µ
µµ
µL)
1,52 ± 0,48 2,85 ± 0,55 2,70 ± 0,45 1,56 ± 0,33 2,02 ± 0,19 3,32 ± 0,45*
Hemácias (10
4
/mm
3
)
8,16 ± 0,10 7,8 ± 0,01 8,07 ± 0,02 7,96 ± 0,06 7,85 ± 0,10 7,62 ± 0,13*
Hemoglobina (g/dL)
15,43 ± 0,28 14,85 ± 0,15 15,33 ± 0,48 15,24 ± 0,08 14,95 ± 0,29 14,92 ± 0,36
Hematócrito (%)
45,86 ± 0,93 44,05 ± 0,35 46,48 ± 0,62 45,92 ± 0,27 44,25 ± 0,64 44,5 ± 0,72
VCM (fL)
56,35 ± 0,96 57,75 ± 0,75 57,6 ± 0,68
57,74 ± 0,42
57,6 ± 0,47 58,45 ± 0,61
HCM (pg)
18,76 ± 0,24 19,0 ± 0,20 19,02 ± 0,59 19,2 ± 0,23 19,02 ± 0,24 19,62 ± 0,25
CHCM (g/dL)
33,22 ± 0,50 32,95 ± 0,75 32,98 ± 0,63 33,24 ± 0,28 33,02 ± 0,36 33,52 ± 0,32
Plaquetas (10
3
/µ
µµ
µl)
757,0 ± 55,89 851,0± 65,0 841,75 ± 50,57
969,2 ± 30,8 879,5 ± 66,55 798,5 ± 82,82
Neutrófilos (%)
29,4 ± 2,45 37,15 ± 12,75 31,58 ± 4,04 36,46 ± 4,71 31,48 ± 1,48 28,15 ± 3,80
Linfócitos (%)
62,18 ± 4,30 58,85 ± 12,15 58,88 ± 6,02 57,94 ± 4,86 63,8 ± 2,30 61,5 ± 7,78
Eosinófilos (%)
5,3 ± 1,59 2,05 ± 0,15 2,58 ± 0,30 3,6 ± 0,37 2,82 ± 0,75 2,55 ± 0,33
Basófilos (%)
1,85 ± 0,13 1,7 ± 0,50 1,5 ± 0,41 1,22 ± 0,18 1,65 ± 0,21 2,02 ± 0,28
Monócitos (%)
1,28 ± 1,00 0,2 ± 0,10 0,42 ± 0,11 0,68 ± 0,18 0,2 ± 0,06 0,65 ± 0,32
Dados apresentados como Média ±
±±
± Erro Padrão Médio, (n = 4 9), Teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 =
significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
37
De acordo com o quadro 4, dos parâmetros hematológicos avaliados,
somente a quantidade total de hemácias e de leucócitos apresentaram
diferença estatística entre os grupos.
O grupo tratado com Fe
2
(SO
4
)
3
apresentou resultados da dosagem de
hemácias significativamente diminuídas em relação ao grup
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
38
5.3 Tratamento com QTS-Solúvel e Insolúvel com Ração em ratas durante
30 dias
Neste experimento utilizou-se com ração preparada com o polímero
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
39
teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 = significativo, ** p
< 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo (n = 2 – 5).
Como pôde-se observar, houve aumento de peso da maioria dos
grupos tratados. Os animais que receberam QTS-S apresentaram um menor
aumento de peso quando comparados com os outros grupos. Estes
resultados demonstram que os animais não recusaram a alimentação (ração
modificada contendo compostos de ferro). Comportamento semelhante foi
relatado por Baxter e colaboradores (2000) para ratos tratados com ração
contendo quitosana-ferro, no entanto sem o tratamento prévio com o aloxano.
A figura 6 mostra a diferença de peso relativo dos órgãos dos animais
durante o tratamento.
C
ontro
l
e
Qts-I
Fe2SO
4
KH2
P
O
4
c
a
Qt
s
-S
KH2P
O
4 sa
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
Grupos
Peso relativo do fígado
C
ont
r
ol
e
Qts-I
Fe2SO4
KH
2
P
O
4
c
a
Q
t
s-S
KH2PO4 sa
0.00
0.25
0.50
0.75
1.00
Grupos
Peso relativo do rim
C
ont
r
ol
e
Qts-I
Fe2SO4
KH
2
P
O
4
c
a
Q
t
s-S
KH2PO4 sa
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
Grupos
Peso relativo do baço
C
ont
r
ol
e
Qts-I
Fe2SO4
KH
2
P
O
4
c
a
Q
t
s-S
KH2PO4 sa
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
Grupos
Peso relativo do pulmão
Figura 6: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso relativo dos
órgãos dos animais tratados por 30 dias. Cada gráfico se refere a um órgão e cada coluna
representa a média do peso do órgão e as barras os respectivos EPMs. Os asteriscos
indicam as diferenças significativas em relação ao grupo controle, empregando-se a análise
de variância de uma via (ANOVA) seguida pelo teste de comparação múltipla de Dunnet em
relação ao controle * p < 0.05 = significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 =
extremamente significativo (n = 2 – 5).
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
40
Como pôde-se observar, não houve diferença significativa entre o peso
dos órgãos dos animais tratados com o polímero quando comparados com o
grupo controle. Este resultado reproduziu os resultados do experimento
anterior, com exceção do pulmão, que apresentou resultados significativos
quando avaliou-se os órgãos na administração via oral do polímero.
Os quadros 5 e 6 mostram respectivamente os valores de fósforo e ferro,
dos grupos de animais tratados com os polímeros solúvel e insolúvel e com
sulfato ferroso.
QUADRO 5: Determinação de sforo (mg/g) nos órgãos dos animais
alimentados com ração por 30 dias.
ÓRGAOS Controle Aloxano Fosfato QTS-I
0,5%
QTS-S
0,5%
Fe
2
(SO
4
)
3
Fígado
4,52 8,67 4,56 7,35 2,28 4,56
Rim
4,7 15,6 4,6 14,2 7,4 12,4
Baço
3,6 4,1 4,2 3,6 2,3 3,4
Pulmão
1,16 0,72 0,79 0,46 5,18 0,92
Analisando os resultados de fósforo (quadro 5), verifica-se que os níveis
de fósforo no fígado dos grupos fosfato e Fe
2
(SO
4
)
3
se aproximou aos valores
observados no grupo controle. Já, o grupo tratado com o polímero insolúvel
apresentou resultados que se aproximaram mais do grupo aloxano, ou seja,
resultados mais elevados. O único grupo que apresentou valores mais baixos
dos teores de fósforo no fígado foi o grupo tratado com quitosana solúvel.
Provavelmente a forma do polímero foi administrada (ração) pode ter interferido
na concentração de fósforo neste órgão.
Quando avaliou-se os níveis de fósforo no rim, novamente encontrou-se
resultados similares entre os grupos Fosfato e Controle. Os grupos QTS-I e
Aloxano apresentaram concentrações muito maiores de fosfato nesse órgão.
A determinação dos níveis de fósforo no baço dos animais foi similares
para todos os grupos. No pulmão os valores encontrados foram baixos, com
exceção do grupo QTS-S, que apresentou valores elevados (5,18 mg/g). Vale
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
41
ressaltar que os valores do grupo controle de todos os órgãos foram
aproximadamente duas vezes menores do que os valores apresentados no
tratamento anterior.
O quadro 6 demonstra os valores de ferro dos grupos tratados com o
polímero. Os valores de ferro no fígado dos animais dos grupos QTS-I e
Fe
2
(SO
4
)
3
estão elevados em relação ao grupo controle, enquanto que os
grupos aloxano e QTS-S estão diminuídos em relação ao grupo controle. No
rim, o ferro apresentou resultados similares ao controle para os grupos QTS-I,
QTS-S e Fe
2
(SO
4
)
3
; enquanto que no pulmão, todos os grupos tiveram
valores menores que do grupo controle. A concentração de ferro nos órgãos é
menor quando comparada com o tratamento realizado por Valcarenghi
(2006), considerando que os animais foram submetidos ao tratamento, via
oral, por um período de 90 dias. A dependência do tempo de tratamento com
os níveis de ferro no fígado e baço foi relatado por Kirk; Heinecke; LeBoeuf
(2001), que encontraram um aumento de 57% no ferro dos órgãos após 18
meses de tratamento de ratos alimentados com ração contendo 2% de
carbonil ferro.
QUADRO 6: Determinação de ferro g/g) nos órgãos dos animais alimentados
com ração por 30 dias.
ÓRGAOS Controle Aloxano Fosfato QTS-I QTS-S Fe
2
(SO
4
)
3
Fígado
465,5 246,9 502 530,3 287,4 803,5
Rim
161,6 197,8 269,1 158,6 152,6 162,6
Baço
2142,5 2478,9 2473,8 2459,8 2278 2219
Pulmão
134,5 126,3 90,2 85,3 118,1 106,6
Chuan-amusorm e colaboradores (1999) também encontraram uma
dependência de tempo de tratamento com a quantidade de ferro no fígado de
ratos tratados com carbonil-ferro. A concentração aumentou 300% e 500%
para animais tratados durante 12 e 22 meses respectivamente.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
42
A quantidade de ferro no grupo alimentado com ração contendo
Fe
2
(SO
4
)
3
ficou acima quando comparado com os outros grupos. Resultados
semelhantes foi relatado por Rincker e colaboradores (200
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
43
QUADRO 7 - Determinação sérica dos parâmetros bioquímicos de ratos fêmeas tratados com ração durante o período de 30 dias.
PARÂMETROS ANALISADOS CONTROLE ALOXANO FOSFATO QTS-S QTS-I Fe
2
(SO
4
)
3
Glicose (mg/dL)
89,75 ± 4,72 197,6 ± 39,90**
130,6 ± 10,2 216,5 ± 2,50* 86,75 ± 13,22
#
98,2 ± 8,84
#
Creatinina (mg/dL)
0,54 ± 0,04 0,61 ± 0,04 0,52 ± 0,02 0,54 ± 0,08 0,60 ± 0,11 0,54 ± 0,04
Sódio (mmol/L)
140,4 ± 0,51 139,25 ± 0,25 138,6 ± 0,68 140 ± 0,00 141 ± 2,08 142 ± 2,1
Potássio (mmol/L)
3,72 ± 0,17 3,5 ± 0,59 3,54 ± 0,23 3,5 ± 0,20 3,68 ± 0,18 3,86 ± 0,12
Cálcio (mmol/L)
1,12 ± 0,02 1,00 ± 0,10 1,08 ± 0,01 0,86 ± 0,26 0,88 ± 0,17 0,97 ± 0,09
Ferro (µ
µµ
µg/dL)
223,2 ± 28,99 199,06 ± 55,48 193 ± 11,20 208,35 ± 19,75
246,95 ±110,59
196,74 ±22,30
Fósforo (mg/dL)
3,86 ± 0,31 5,24 ± 0,87
#
3,45 ± 0,30 3,66 ± 0,52 2,53 ± 0,35
#
3,79 ± 0,36
Magnésio (mg/dL)
1,37 ± 0,06 1,50 ± 0,13 1,30 ± 0,06 1,34 ± 0,07 1,38 ± 0,03 1,52 ± 0,06
Dados apresentados como Média ±
±±
± Erro Padrão Médio, (n = 2 5), Teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 =
significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo. Teste de comparação múltipla de Tukey, comparação de
todos os parâmetros entre si
#
p < 0.05 = significativo,
##
p < 0.01 = muito significativo,
###
p < 0.001 = extremamente significativo.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
44
Analisando o quadro 7, pode-se observar que, do mesmo modo que no
experimento anterior, a glicemia do grupo aloxano é significativamente
elevada em relação ao grupo controle. Também observou-se que,
diferentemente dos resultados apresentados no tratamento por via oral, os
valores de glicemia dos animais tratados com o polímero reticulado (insolúvel)
e não a solúvel, retornaram aos valores normais (89,75 mg/dL), ou seja, se
aproximaram ao grupo controle. Provavelmente, a via de administração do
complexo quitosana-ferro através ração pode ter sido a causa dessa diferença
na glicemia dos animais dos grupos tratados com quitosana solúvel e
insolúvel. Os animais tratados com a QTS-S apresentaram resultados de
glicemia melhores quando receberam o tratamento por via oral, enquanto que
nos animais tratados com a QTS-I, a glicemia de foi melhor através da ração.
Resultados significativamente baixos foram encontrados para os grupos
tratados com sulfato ferroso e QTS-I quando relacionado com o grupo
aloxano, provavelmente pelo mesmo motivo relatado anteriormente.
A avaliação da função renal dos animais foi determinada através da
dosagem rica de creatinina, eletrólitos, magnésio e fósforo. Desses
parâmetros, o fósforo foi o único analito que apresentou alterações. Houve um
aumento significativo deste analito no grupo aloxano quando comparado com o
grupo controle. Este resultado foi importante, pois através dele conseguiu-se a
confirmação do aumento de fosfato sérico com a metodologia padronizada
(lesão renal e uso de água e ração contendo fosfato). Resultados semelhantes
foram encontrados por Baxter e colaboradores (2000) em animais sadios
tratados com ração contendo 1% de polímero com 0,054% de ferro. Vale
lembrar que a concentração de polímero utilizado no presente estudo foi
exatamente metade do polímero que o autor (Baxter) usou, ou seja, 0,5% de
polímero com a mesma concentração de ferro (0,054%).
Outro resultado que se apresentou válido, foi a diminuição significativa
de fostato sérico nos animais tratados com quitosana reticulada em relação ao
grupo aloxano. Também ocorreu uma diminuição do sforo no soro dos
animais tratados com QTS-S, porém esta diminuição não foi significativa. Esse
dado mostra que o polímero foi efetivo como adsorvente de fosfato. A redução
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
45
da concentração do sforo sérico dos ratos tratados com QTS-S e QTS-I
foram de 31% e 52% quando comparado com o grupo aloxano. A redução é
maior quando estes valores são comparados com aqueles obtidos por Baxter e
colaboradores (2000), que foi de 25% para ratos tratados com ração contendo
quitosana-ferro durante 30 dias.
Hsu e colaboradores (1999) relataram uma redução de
aproximadamente 10% no fósforo sérico de ratos nefrectomizados, tratados
durante 30 dias com ração contendo 1% de ferro, na forma de citrato de ferro e
amônio, citrato de ferro e cloreto de ferro.
De acordo com o quadro 7, os valores de creatinina sérica dos animais
tratados foram idênticos aos do grupo controle. Tais resultados indicam que a
presença do polímero tanto solúvel quanto insolúvel não contribuiu na alteração
desse parâmetro. Esperava-se que a creatinina dos animais do grupo aloxano
estivesse aumentada, indicando uma alteração a nível renal, porém a presença
da droga diabetogênica não modificou a concentração sérica deste analito.
Este mesmo comportamento foi relatado por Baxter et al, 2000, para ratos
normais, alimentados com ração contendo quitosana-ferro.
Os valores encontrados para as dosagens séricas dos eletrólitos: sódio,
potássio e cálcio também não foram diferentes se comparados ao controle
saudável. Estes analitos participam da homeostase e do funcionamento normal
dos potenciais de membrana dos tecidos (HENRY, 1999), e provavelmente se
mantiveram a níveis normais durante os experimentos com ração. Resultados
diferentes foram apresentados no experimento anterior (tratamento via oral),
quando os valores de sódio e potássio tiveram valores alterados em relação ao
grupo controle, tal diferença pode estar relacionada com o tipo de tratamento,
que pode ter alterado esta homestase dos meios intra e extracelular.
Quando analisou-se os níveis séricos de ferro, observou-se, como no
experimento anterior, que não houve diferença estatística entre os animais
tratados e o grupo controle. Este resultado foi importante, pois demonstrou que
a via administrada (através da ração) também não alterou estabilidade ao
polímero. Resultados semelhantes foram observados por Bürger e
colaboradores (2001) com a QTS-Fe(III) reticulada. Quando os valores de ferro
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
46
dos animais tratados com os polímeros são comparados com tratamentos
envolvendo outros adsorventes, observa-se um comportamento distinto. Hsu;
Patel; Young (1999) demonstraram um aumento de 66% do ferro no soro de
ratos alimentados com ração contendo citrato de ferro durante 30 dias. Outros
estudos relataram um aumento de aproximadamente 72% do ferro no soro dos
ratos alimentados com ração contendo quitosana-ferro durante 30 dias
(BAXTER et al, 2000).
Na análise do hemograma dos animais em estudo (quadro 8), procurou-
se verificar quais os elementos sanguíneos que sofreriam alterações com a
presença aloxano e o tratamento com o complexo QTS-S e QTS-I.
Avaliando a série vermelha dos animais tratados, observa-se que
somente no índice eritrocítico VCM (Volume Corpuscular Médio) foram
observados diferenças estatísticas entre os grupos testados. Os valores de
VCM dos grupos QTS-I, Fe
2
(SO
4
)
3
, Aloxano e QTS-S estão diminuídos
significativamente em relação ao grupo controle. O VCM diz respeito a
tamanho do eritrócito (FISCHBACH, 2002). Os hematócritos não diferenciaram-
se entre os grupos normais, aloxano e os animais tratados com ração contendo
ferro, diferente dos resultados relatados por Hsu; Patel; Young (1999) para
ratos tratados com compostos de ferro, onde ocorreu um aumento do
hematócrito dos animais.
Os resultados indicam que nestes grupos as hemácias apresentaram
um tamanho menor do que nos animais do grupo controle. Parâmetro este, que
pode estar relacionado com um quadro de anemia em humanos, porém em
animais este resultado não tem indicações e literatura que informe sobre tal
dado.
Os resultados de plaquetas também apresentaram diferença estatística
quando comparou-se os grupos Fe
2
(SO
4
)
3
e Fosfato. Os valores do primeiro
grupo foram estatisticamente menores aos valores do segundo grupo. As
plaquetas têm função de homeostase, manutenção da integridade vascular, e
no processo de coagulação do sangue (HENRY, 1999). Valores aumentados
de plaquetas são encontrados em doenças mieloproliferativas e trombocitoses
reativas. Valores diminuídos são encontrados quando a produção plaquetária
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
47
está diminuída, na destruição periférica aumentada e uso de certas drogas
(SOARES, et al., 2002).
A contagem diferencial de célula refere-se à enumeração e classificação
dos leucócitos encontrados no esfregaço sangüíneo. O estudo quantitativo de
leucócitos inclui: medida da concentração total e contagem diferencial dos tipos
de células brancas do sangue. Neste experimento observou-se um predomínio
celular de linfócitos, nos grupos controle, aloxano e fosfato, ou seja, nos grupos
que o receberam o polímero. Segundo Harkness; Wagner (1999), animais
como ratos da raça Wistar possuem aproximadamente de 65 85% de
linfócitos e 9 34% de neutrófilos em condições fisiológicas normais. Porém,
nos ratos que receberam a QTS-S ou QTS-I, e o grupo que recebeu sulfato
ferroso houve uma mudança da prevalência celular. Ocorreu um aumento dos
valores de neutrófilos e consequentemente diminuição de linfócitos. Estes
resultados reproduzem os valores encontrados por Valcarenghi (2006), quando
houve uma mudança do perfil de leucócitos de linfócitos para neutrófilos em
animais tratados com QTS-S.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
48
QUADRO 8 – Determinação dos parâmetros hematológicos em ratos fêmeas tratados com ração durante o período de 30 dias.
PARÂMETROS ANALISADOS
CONTROLE
ALOXANO FOSFATO QTS-S QTS-I Fe
2
(SO
4
)
3
Leucócitos(10
2
/µ
µµ
µL)
2,26 ± 0,36 3,08 ± 0,58 1,9 ± 0,42 1,57 ± 0,32 2,17 ± 0,34 2,22 ± 0,90
Hemácias (10
4
/mm
3
)
8,18 ± 0,03 7,86 ± 0,34 8,3 ± 0,24 8,8 ± 0,34 7,47 ± 0,73 8,12 ± 0,06
Hemoglobina (g/dL)
15,28 ± 0,31 14,42 ± 0,54 15,64 ± 0,30 15,6 ± 0,42 14,2 ± 0,74 14,72 ± 0,31
Hematócrito (%)
46,36 ± 0,54 42,2 ± 1,89 46,74 ± 0,94 47,07 ± 1,91 43,98 ± 0,74 43,98 ± 0,60
VCM (fL)
56,68 ± 0,53 53,6 ± 0,69** 56,34 ± 0,57 53,5 ± 0,23* 53,52 ± 0,95**
54,18 ± 0,33*
HCM (pg)
18,64 ± 0,35 18,36 ± 0,27 18,86 ± 0,49 17,7 ± 0,23 17,55 ± 0,59 18,12 ± 0,30
CHCM (g/dL)
32,92 ± 0,44 32,24 ± 0,44 33,48 ± 0,58 33,1 ± 0,51 32,8 ± 0,66 33,5 ± 0,56
Plaquetas (10
3
/µ
µµ
µL)
810,8 ± 28,44 776,2 ± 60,53 949,6 ± 25,87
#
818,33 ± 51,24 779,5 ± 49,96 743,75 ± 44,78
#
Neutrófilos (%)
19,96 ± 1,95 17,84 ± 3,84 32,7 ± 4,76 41,57 ± 5,64* 34,45 ± 5,22
40,1 ± 3,87*
Linfócitos (%)
74 ± 2,66 76,96 ± 3,76 62,68 ± 4,83 48,47 ± 8,39** 62,62 ± 4,75 53,9 ± 4,13*
Eosinófilos (%)
4,02 ± 1,36 0,98 ± 0,30 2,56 ± 0,38 3,0 ± 0,30 1,42 ± 0,42
2,5 ± 0,35
Basófilos (%)
1,68 ± 0,22 1,44 ± 0,34 1,48 ± 0,14 2,23 ± 0,90 0,85 ± 0,34
0,85 ± 0,12
Monócitos (%)
0,34 ± 0,07 2,78 ± 2,13 0,58 ± 0,31 4,73 ± 4,14 0,68 ± 0,21
2,62 ± 2,26
1
Dados apresentados como Média ±
±±
± Erro Padrão Médio, (n = 3 5), Teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 =
significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo. Teste de comparação múltipla de Tukey, comparação de
todos os parâmetros entre si
#
p < 0.05 = significativo,
##
p < 0.01 = muito significativo,
###
p < 0.001 = extremamente significativo.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
49
5.4 Tratamento com QTS-Ferro (III) através de Ração em ratos fêmeas e
machos durante 15 dias
Neste experimento trabalhou-se com apenas cinco grupos de animais
fêmeas e quatro grupos de machos, todos receberam aloxano, com exceção
dos grupos controle. O tratamento com a ração contendo o polímero teve
duração de 15 dias. O intuito deste experimento foi analisar se o tempo de
tratamento estaria afetando os resultados de fostato sérico, ou se a efetividade
do polímero pode ser vista em menos tempo de tratamento. Neste experimento
procurou-se verificar também, se o sexo dos animais poderia modificar os
resultados encontrados na utilização do polímero. No grupo de machos foi
testado somente o polímero insolúvel, pois observou-se nos outros
experimentos que a quitona-ferro (III) solúvel somente foi efetiva quando
administrada por via oral através de gavagem.
A figura 7 mostra a variação de peso corporal respectivamente de
fêmeas e machos durante os 15 dias de tratamento. Como pôde-se observar,
houve aumento de peso da maioria dos grupos tratados. Este resultado
demonstra que o tratamento com o complexo QTS-Fe(III) não alterou este
parâmetro, reproduzindo os mesmos resultados dos experimentos anteriores.
A avaliação do peso corporal é de extrema importância neste caso,
porque pacientes com insuficiência renal são pacientes que requerem uma
atenção especial em relação à ingestão de alimentos. Segundo a Sociedade
Brasileira de Nefrologia, a ingestão de proteínas deve ser no máximo 0,65
g/kg/dia, que restringe muito a ingestão de calorias.
Como a quitosana-ferro (III) não promoveu alteração de peso corporal,
isso significa que o quelante não interfere na absorção de nutrientes. Se o
peso corporal tivesse diminuído, provavelmente este paciente poderia entrar
em um quadro de subnutrição, o que poderia agravar ainda mais o seu
estado.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
50
Controle Qts-I Fosfato Qts-S Aloxano
0
100
200
300
Inicial
Segunda Pesagem
Final
A
Peso(g)
Controle Aloxano KH
2
PO
4
Qts-I
0
100
200
300
400
500
600
B
Peso(g)
Tratamentos
Figura 7: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre a variação do peso
corporal dos animais fêmeas (A) e machos (B) tratados durante 15 dias. Cada coluna
representa a média dos pesos dos animais, no início até o final do tratamento, comparados
com o grupo controle, e as barras os respectivos EPMs. empregando-se a análise de
variância de uma via (ANOVA) seguida pelo teste de comparação múltipla de Dunnet em
relação ao controle * p < 0.05 = significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 =
extremamente significativo (fêmeas – n = 2 – 6, machos – n = 4 – 9).
As figuras 8 e 9 mostram a diferença de peso relativo dos órgãos dos
animais durante o tratamento.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
51
Co
nt
r
o
le
Qt
s-I
Fosfato
Qt
s
-S
A
l
ox
an
o
0
1
2
3
4
Grupos
Peso relativo do fígado
Co
n
tr
o
le
Qts-I
F
os
f
ato
Qts
-
S
Alo
x
ano
0.00
0.25
0.50
0.75
1.00
1.25
**
**
Grupos
Peso relativo do rim
Controle
Qt
s
-I
Fosfato
Q
ts
-
S
Aloxa
n
o
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
Grupos
Peso relativo do baço
Controle
Q
ts-I
Fos
f
a
to
Qts-S
Alo
xan
o
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
Grupos
Peso relativo do pulmão
Figura 8: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso relativo dos
órgãos de fêmeas tratadas durante 15 dias. Cada gráfico se refere a um órgão e cada coluna
representa a média do peso do órgão e as baixas os respectivos EPMs. Os asteriscos
indicam as diferenças significativas em relação ao grupo controle, empregando-se a análise
de variância de uma via (ANOVA) seguida pelo teste de comparação múltipla de Dunnet em
relação ao controle * p < 0.05 = significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 =
extremamente significativo (fêmeas – n = 2 – 6).
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
52
Con
t
ro
le
Alo
xa
no
KH2P
O4
Qt
s-
I
0
1
2
3
4
*
Grupos
Peso relativo do fígado
Controle
Alo
x
ano
KH2PO
4
Qt
s
-I
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
Grupos
Peso relativo do rim
Con
t
r
o
le
Aloxano
KH2P
O
4
Q
ts
-I
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
*
Grupos
Peso relativo do baço
Controle
Al
ox
a
no
K
H
2PO
4
Q
ts
-
I
0.0
0.1
0.2
0.3
**
Grupos
Peso relativo do pulmão
Figura 9: Efeito do tratamento com o complexo quitosana-ferro sobre o peso relativo dos
órgãos de machos durante 15 dias. Cada gráfico se refere a um órgão e cada coluna
representa a média do peso do órgão e as baixas os respectivos EPMs. Os asteriscos
indicam as diferenças significativas em relação ao grupo controle, empregando-se a análise
de variância de uma via (ANOVA) seguida pelo teste de comparação múltipla de Dunnet em
relação ao controle * p < 0.05 = significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 =
extremamente significativo (machos – n = 4 – 9).
Como pôde-se observar, o único órgão no grupo de fêmeas que
apresentou diferença significativa de peso relativo foi o rim, onde os grupos
QTS-S e fosfato apresentaram órgãos significativamente maiores do que o
grupo controle. Este resultado também pode indicar a presença de lesão renal
nos animais, que o grupo fosfato não recebeu tratamento de quelante de
fosfato, e o polímero solúvel não foi efetivo em adsorver o fosfato. Vale
ressaltar que o aumento do peso relativo do rim ocorreu apenas nos animais
que receberam fosfato além da água, também na ração. O grupo aloxano
recebeu água e ração normais, o que nos permite sugerir que o fosfato
realmente tem um papel importante na lesão e deteriorização da função renal
associado ao aloxano. no tratamento com ratos machos, outros órgãos
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
53
apresentaram diferença. Com relação ao peso do fígado do grupo que
recebeu aloxano, estes tiveram peso mais elevado estatisticamente quando
relacionado ao grupo controle e também quando comparado com o grupo
QTS-I. O baço dos animais tratados com fósforo também apresentou
diferença estatística em relação ao grupo QTS-I. O peso dos pulmões foi
diferente quando comparou-se os grupos aloxano e controle, e, comparando-
se os grupos aloxano e QTS-I, sendo o grupo que o aloxano resultados de
peso relativo elevado nos dois casos. Estes resultados confirmam a presença
de alteração em diferentes órgãos dos animais. Observou-se também que o
grupo que recebeu o tratamento com o polímero insolúvel (em machos)
apresentou resultados de peso relativo dos órgãos similares aos valores
encontrados para o grupo controle, mostrando que o uso da quitosana
insolúvel não alterou esse parâmetro.
Os quadros 9 e 10 apresentaram os resultados referentes aos veis de
fósforo dos órgãos nos grupos em estudo. No tratamento com fêmeas, com
exceção do fígado, todos os órgãos apresentaram valores similares entre os
grupos controles do experimento anterior. No fígado dos animais tratados com
QTS-I e QTS-S apresentaram valores similarmente aumentados, como
observados no grupo controle. Já nos animais machos, os valores de fósforo
no fígado apresentaram-se mais elevados no grupo controle do que nos outros
grupos.
QUADRO 9: Determinação de fósforo (mg/g) nos órgãos de ratos fêmeas
tratados com ração durante 15 dias.
ÓRGAOS Controle Aloxano Fosfato QTS-I QTS-S
Fígado
13,6 6,96 8,8 11,7 11,9
Rim
5,43 3,34 7,59 5,34 7,77
Baço
3,22 3,08 5,42 3,13 3,23
Pulmão
1,62 1,51 2,31 2,25 1,89
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
54
QUADRO 10: Determinação de fósforo (mg/g) nos órgãos dos ratos machos
tratados com ração durante 15 dias.
ÓRGAOS Controle Aloxano Fosfato QTS-I
Fígado
7,51 5,79 4,84 4,17
Rim
5,13 4,44 8,34 6,63
Baço
3,57 3,42 5,1 3,88
Pulmão
1,51 0,97 0,79 0,73
Observa-se que os valores encontrados para o rim, são todos elevados,
exceto do grupo aloxano para ambos os animais (machos e fêmeas), não
reproduzindo os resultados encontrados no experimento anterior (30 dias).
Quando analisou-se o peso do baço de ambos os sexos, observou-se que os
valores de fósforo foram idênticos entre os grupos, com exceção do grupo
fosfato, que apresentou valores mais elevados. No pulmão, os resultados foram
similares entre os grupos.
Os quadros 11 e 12 trazem os resultados de ferro nos órgãos dos
animais fêmeas e machos tratados com o polímero.
QUADRO 11: Determinação de ferro g/g) nos órgãos de ratos fêmeas
tratados com ração durante 15 dias.
ÓRGAOS Controle Aloxano Fosfato QTS-I QTS-S
Fígado
523,9 648 432,8 237,8 370,8
Rim
93,96 133,8 261,6 148,7 233,8
Baço
1964,2 2019,8 1989,2 1963,4 1765,9
Pulmão
8,11 12,8 6,76 10,14 7,44
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
55
QUADRO 12: Determinação de ferro (µg/g) nos órgãos dos ratos machos
tratados com ração durante 15 dias.
ÓRGAOS Controle Aloxano Fosfato QTS-I
Fígado
394,7 157,9 320,3 488,8
Rim
128,4 134,5 225,8 85,2
Baço
797,7 963,3 1325,6 1255
Pulmão
9,7 10,0 16,4 13,53
Quando analisou-se o fígado dos animais, observou-se que os níveis
de ferro estavam elevados para o grupo QTS-I dos machos, porém para
fêmeas os níveis encontraram-se diminuídos em relação ao grupo controle. Já
no rim, os níveis de ferro foram mais elevados no grupo QTS-I das fêmeas e
diminuídos para os machos quando comparados com o grupo controle. No
baço das fêmeas encontrou-se valores de ferro mais elevados que os
machos. E, por último, no pulmão os níveis de ferro encontraram-se
diminuídos em todos os grupos tratados e em ambos os sexos.
Os valores encontrados para as dosagens séricas dos animais estão
representados nos quadros 13 e 14.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
56
QUADRO 13 – Determinação sérica dos parâmetros bioquímicos de ratos fêmeas tratados com ração durante 15 dias.
PARÂMETROS ANALISADOS CONTROLE ALOXANO QTS-I FOSFATO QTS-S
Glicose (mg/dL)
87,58 ± 12,40 153,4 ± 19,62 208,2 ± 63,24
164,83 ± 52,48
231,6 ± 81,78
Creatinina (mg/dL)
0,52 ± 0,02 0,66 ± 0,07 0,49 ± 0,02 0,52 ± 0,07 0,49 ± 0,02
Sódio (mmol/L)
141 ± 0,41 143,6 ± 1,57 140 ± 2,41 139,6 ± 2,04 140 ± 1,22
Potássio (mmol/L)
3,62 ± 0,13 3,36 ± 0,06 3,52 ± 0,23 4,42 ± 0,16 4,02 ± 0,52
Cálcio (mmol/L)
0,99 ± 0,02 1,24 ± 0,05 1,00 ± 0,03
##
0,67 ± 0,05
##
0,81 ± 0,13
Ferro (µ
µµ
µg/dL)
224,4 ± 45,20 133,16 ± 2,83 163,14 ± 10,13
165,1 ± 30,50
199,08 ± 45,40
Fosfato (mg/dL)
3,88 ± 0,16 3,7 ± 0,44 4,12 ± 0,30 6,72 ± 0,72** 5,79 ± 0,69
Magnésio (mg/dL)
2,55 ± 0,16 2,82 ± 0,17 2,72 ± 0,02 3,49 ± 0,18* 3,18 ± 0,30
Dados apresentados como Média ±
±±
± Erro Padrão Médio, (n = 2 6), Teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 =
significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo. Teste de comparação múltipla de Tukey, comparação de
todos os parâmetros entre si
#
p < 0.05 = significativo,
##
p < 0.01 = muito significativo,
###
p < 0.001 = extremamente significativo.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
57
QUADRO 14 – Determinação sérica dos parâmetros bioquímicos de ratos machos tratados com ração durante 15 dias
PARÂMETROS
ANALISADOS
CONTROLE ALOXANO FOSFATO QTS-I
Glicose (mg/dL)
106,02 ± 7,31 297,74 ± 50,63*
160,02 ± 34,38 248,04 ± 46,16
Creatinina (mg/dL)
0,36 ± 0,19 0,35 ± 0,04 0,41 ± 0,04 0,38 ± 0,04
Sódio (mmol/L)
135,75 ± 0,48 132,4 ± 1,36 135,33 ± 1,50 133,71 ± 1,21
Potássio (mmol/L)
3,72 ± 0,06 4,66 ± 0,53
#
3,53 ± 0,09
#
4,08 ± 0,23
Cálcio (mmol/L)
0,81 ± 0,02 0,58 ± 0,08*
##
0,83 ± 0,02
##
0,87 ± 0,05
##
Ferro (µ
µµ
µg/dL)
216 ± 8,85 166,8 ± 12,35 186 ± 7,88 249 ± 5,81
Fosfato (mg/dL)
3,82 ± 0,20 5,86 ± 0,87* 5,62 ± 0,20* 4,50 ± 0,18
Magnésio (mg/dL)
2,24 ± 0,27 2,04 ± 018 2,65 ± 0,24 2,67 ± 0,23
Dados apresentados como Média ±
±±
± Erro Padrão Médio, (n = 4 9), Teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 =
significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo. Teste de comparação múltipla de Tukey, comparação de
todos os parâmetros entre si
#
p < 0.05 = significativo,
##
p < 0.01 = muito significativo,
###
p < 0.001 = extremamente significativo.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
58
Analisando os resultados de glicemia do grupo de fêmeas, observou-se
diferenças, porém não significativa entre os grupos que receberam aloxano e o
grupo controle. Houve um aumento da glicemia dos animais que receberam a
droga diabetogênica. os valores de glicose sérica dos grupos de machos
apresentaram-se significativamente elevados nos animais que receberam
aloxano em relação ao grupo controle. Porém, é perceptível a diferença nos
dois experimentos entre os grupos tratados e não tratados com a droga
diabetogência e isso se deve a presença da mesma (aloxano), substância que
pode envolver esta condição patológica ou de sobrecarga ao sistema
regulatório, resultando neste desequilíbrio e levando à hiperglicemia (SOARES,
et al., 2002), resultado caracterizado em todos os tratamentos realizados.
A avaliação da função renal dos animais tratados foi determinada
através da dosagem sérica de fosfato, que os rins estão intimamente
envolvidos na homeostase do fósforo (HENRY, 1999). Os resultados obtidos
com o tratamento, de acordo com os quadros 13 e 14, demonstram que a
concentração sangüínea de fósforo do grupo tratado com o polímero insolúvel,
se aproximou aos valores do grupo controle, sendo que este grupo foi
estatisticamente diferente ao grupo tratado com fosfato nas fêmeas e aos
grupos fosfato e aloxano nos machos. Esse dado mostra que o polímero foi
efetivo como adsorvente de fosfato, reproduzindo os resultados encontrados
nos dois experimentos anteriores e, nesse caso, em menor tempo. O polímero
na forma insolúvel diminuiu 38,69% e 19,9% do fosfato sérico (em relação ao
grupo fosfato) em ratos fêmeas e machos respectivamente, durante 15 dias de
tratamento. Em estudos anteriores, onde foi realizada uma comparação entre o
hidróxido de alumínio e o hidrocloreto de sevelamer, em pacientes adultos que
se submeteram à diálise peritoneal, foi verificado que após oito semanas de
tratamento, o fosfato sérico diminuiu 16% no grupo que recebeu o sevelamer e
17,5% no grupo que recebeu o hidróxido de alumínio (KATOPODIS et al,
2006). Esse dado nos mostra que o tratamento para a hiperfosfatemia, quando
realizado com o complexo quitosana-ferro (III) insolúvel, é tão eficiente quanto
os tratamentos convencionais, não apresentando os efeitos colaterais destes,
além de ser efetivo num período de tempo menor.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
59
Também, como no experimento anterior, não encontrou-se resultados
significativos com o polímero solúvel no tratamento com ração. Vale lembrar
que a QTS-S foi efetiva no tratamento via gavagem oral, onde o complexo é
levado diretamente ao estômago do animal, o que nos leva a pensar que na
passagem do polímero solúvel pelo esôfago do rato, este possa sofrer alguma
interação, já que apresenta uma certa solubilidade em água, perdendo assim a
sua estabilidade, e conseqüentemente o efeito adsorvente.
Também foram dosados os eletrólitos: sódio, potássio, e cálcio. Os
resultados encontrados com relação aos níveis sódio e potássio nos animais
tratados não diferiram estatisticamente dos animais controle. Os níveis séricos
de sódio dos animais tratados foram diminuídos quando comparados com os
animais controle, esta diferença pode ser resultado da presença do aloxano,
que pode ter afetado os eventos metabólicos e ainda os potenciais de
membrana dos tecidos nervoso e muscular, que são regulados pelas
diferenças de concentração entre esses eletrólitos do meio intra e extracelular
(HENRY, 1999).
Os níveis séricos de cálcio dos animais tratados com QTS-I no
tratamento com as fêmeas foram mais elevados quando comparados com o
grupo fosfato. uma relação inversa entre cálcio e fósforo, ou seja, a
diminuição de fósforo pode levar ao aumento dos níveis de cálcio (WALLACH,
2003) e essa relação inversa foi encontrada neste experimento. Resultados
diferentes foram encontrados no grupo de machos, onde o grupo QTS-I foi
idêntico ao grupo fosfato e, os dois foram elevado estatisticamente quando
comparados com o grupo aloxano, mostrando que algumas diferença são
encontradas entre machos e fêmeas no tratamento com o polímero.
Quando analisou-se os veis ricos de ferro, observou-se que não
houve diferença estatística entre os animais tratados quando comparados ao
grupo controle. Estes experimentos reproduziram resultados obtidos com os
dois experimentos anteriores e também foram observados por Bürger e
colaboradores (2001) com a QTS-Fe(III) reticulada.
Diferentemente dos outros tratamentos, os níveis séricos de magnésio
dos animais do grupo fosfato mostraram-se significativamente aumentados em
relação ao grupo controle, no tratamento com ratos fêmeas. Tal resultado não
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
60
foi obtido no grupo de machos. O aumento dos níveis séricos de magnésio
podem ocorrer na insuficiência renal (HENRY, 1999).
Quando avaliou-se o hemograma dos animais em estudo (quadros 15 e
16), procurou-se analisar quais os elementos sanguíneos que sofreram
alterações devido a presença da lesão renal e o tratamento com o complexo
quitosana-ferro.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
61
QUADRO 15 – Determinação dos parâmetros hematológicos em ratos fêmeas tratados com ração durante 15 dias.
PARÂMETROS ANALISADOS
CONTROLE
ALOXANO QTS-I
FOSFATO
QTS-S
Leucócitos (10
2
/µ
µµ
µL)
0,85 ± 64,55 2,82 ± 0,42
0,94 ± 172,05 1,55 ± 368,56
1,36 ± 235,80
Hemácias (10
4
/mm
3
)
8,02 ± 0,17 7,29 ± 0,21 8,08 ± 0,26 9,13 ± 0,20**
8,64 ± 0,20
Hemoglobina (g/dL)
14,78 ± 0,35 13,64 ± 0,16 14,76 ± 0,42 16,3 ± 0,33*
15,42 ± 0,39
Hematócrito (%)
44,35 ± 1,23 38,86 ± ,76* 44,16 ± 1,60 50,55 ± 0,93**
49,04 ± 1,34
VCM (fL)
55,28 ± 0,79 53,38 ± 0,72 54,66 ± 0,76
55,37 ± 0,55
56,76 ± 0,49
HCM (pg)
18,42 ± 0,27 18,82 ± 0,52 18,3 ± 0,22 17,83 ± 0,20
17,88 ± 0,18
CHCM (g/Dl)
33,32 ± 0,26 35,2 ± 0,68* 33,48 ± 0,33 32,22 ± 0,24
31,48 ± 0,25*
Plaquetas (10
3
/µ
µµ
µL)
867,5 ± 32,88
755,2 ± 56,19
703,2 ± 39,74 712,5 ± 53,54
713,2 ± 75,78
Neutrófilos (%)
14,15 ± 7,78 30,67 ± 3,42 21,12 ± 0,28 40,53 ± 17,15
43,42 ± 13,24
Linfócitos (%)
67,4 ± 3,20 64,98 ± 3,35 64,1 ± 4,13 44,5 ± 12,49
42,5 ± 13,65
Eosinófilos (%)
1,95 ± 0,76 1,72 ± 0,28 2,32 ± 0,46
#
0,80 ± 0,31
0,40 ± 0,16
#
Basófilos (%)
8,42 ± 4,21 2,18 ± 0,24 5,66 ± 3,01 2,88 ± 1,85
11,46 ± 10,18
Monócitos (%)
8,05 ± 2,99 0,48 ± 0,14 6,8 ± 4,23 11,3 ± 7,42
2,2 ± 1,88
Dados apresentados como Média ±
±±
± Erro Padrão Médio, (n = 4 6), Teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 =
significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo. Teste de comparação múltipla de Tukey, comparação de
todos os parâmetros entre si
#
p < 0.05 = significativo,
##
p < 0.01 = muito significativo,
###
p < 0.001 = extremamente significativo.
_______________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
62
QUADRO16 – Determinação dos parâmetros hematológicos em ratos machos tratados com ração durante 15 dias.
PARÂMETROS ANALISADOS
CONTROLE ALOXANO FOSFATO QTS-I
Leucócitos (10
2
/µL)
4,65 ± 0,43 2,16 ± 0,37 3,44 ± 0,41
4,05 ± 0,91
Hemácias (10
4
/mm
3
)
8,67 ± 0,16 9,11 ± 0,19 8,57 ± 0,14
9,08 ± 0,24
Hemoglobina (g/dL)
15,52 ± 0,33 16,3 ± 0,28 15,29 ± 0,23
16,18 ± 0,36
Hematócrito (%)
46,28 ± 0,65 48,9 ± 0,98
#
45,44 ± 0,63
#
47,9 ± 1,16
VCM (fL)
53,45 ± 0,61 53,66 ± 0,60
53,04 ± 0,43
52,78 ± 0,29
HCM (pg)
17,9 ± 0,20 17,88 ± 0,20 17,88 ± 0,34 17,87 ± 0,22
CHCM (g/dL)
33,52 ± 0,31 30,16 ± 3,08 33,68 ± 0,46 33,85 ± 0,34
Plaquetas (10
3
/µL)
725,75 ± 10,20 561,6 ± 78,23
#
774,0 ± 40,31
#
748,0 ± 49,20
Neutrófilos (%)
29,4 ±2,59 53,02 ± 13,07 33,6 ± 4,10
46,05 ± 9,44
Linfócitos (%)
66,38 ± 2,51 43,66 ± 12,07 63,6 ± 3,75 51,73 ± 8,78
Eosinófilos (%)
2,80 ± 0,21 0,74 ± 0,47* 1,66 ± 0,31
1,23 ± 0,46
Basófilos (%)
1,20 ± 0,19 2,22 ± 0,92 0,92 ± 0,22
0,75 ± 0,22
Monócitos (%)
0,17 ± 0,08 0,36 ± 0,19 0,18 ± 0,04
0,23 ± 0,09
Dados apresentados como Média ±
±±
± Erro Padrão Médio, (n = 4 9), Teste de comparação múltipla de Dunnet em relação ao controle * p < 0.05 =
significativo, ** p < 0.01 = muito significativo, *** p < 0.001 = extremamente significativo. Teste de comparação múltipla de Tukey, comparação de
todos os parâmetros entre si
#
p < 0.05 = significativo,
##
p < 0.01 = muito significativo,
###
p < 0.001 = extremamente significativo.
_________________________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
63
Na avaliação da série eritrocítica das fêmeas, alguns componente
apresentaram significância estatística nos animais tratados em relação ao
controle. A quantidade total de hemácia (RBC), a hemoglobina (HB), o
hematócrito (HTO) do grupo fosfato foram significativamente elevados quando
comparados com o grupo controle. O grupo aloxano apresentou valores
diminuídos de HTO em relação ao grupo controle e CHCM elevado em relação
ao grupo controle. As células vermelhas, através da hemoglobina, têm como
função o transporte do oxigênio para os tecidos, e a sua diminuição ou
deficiência, quase sempre, se traduz por anemia (GUIMARÃES, et al., 1990).
Este quadro de anemia constitui uma condição comum, associados
freqüentemente a complicações de outras doenças. (HENRY, 1999). Porém, no
caso de ratos, não se pode afirmar tal indício, pois os valores de referência são
diferentes daqueles encontrados para humanos. Para o restante dos elementos
da série vermelha, ou seja: hemácias, hematócrito, VCM, HCM, não foram
encontrados diferença estatística nos animais tratados com relação ao grupo
controle. Porém, quando analisou-se a série vermelha dos ratos machos,
apenas com o hematócrito observou-se alterações entre os grupos tratados,
onde o grupo fosfato apresentou valores menores significativamente quando
relacionados com o grupo aloxano. Estes resultados demonstram há diferenças
entre machos e fêmeas, onde as fêmeas apresentam mais alterações que os
machos.
O único elemento da série leucocitária em que foi observado
estatisticamente significante em ambos os dois sexos, foi o eosinófilo. No
tratamento com fêmeas o grupo de animais tratados com QTS-S apresentou
um percentual significativamente menor do que os resultados observados
para grupo QTS-I. no tratamento com machos, a diferença foi entre os
grupos aloxano e controle. Segundo Wallach (2003), níveis elevados de
eosinófilos são verificados em doenças alérgicas provocadas pela terapia com
drogas, infestações parasitárias, envenenamento por fósforo, ou sensibilidade
às drogas. Neste caso, a diferença de solubilidade do polímero pode ser a
provável explicação para a não efetividade da quitosana-solúvel em retirar o
fósforo sérico, e, por isso, a elevação deste parâmetro hematológico.
_________________________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
64
Com o restante da série branca não houve diferença estatística entre os
grupos testados.
Ainda, encontraram-se diferenças estatísticas no número de plaquetas
dos animais machos entre os grupos fosfato e aloxano. O grupo fosfato
apresentou valores mais elevados que o grupo aloxano. As plaquetas têm
função de homeostase, manutenção da integridade vascular, e no processo de
coagulação do sangue (HENRY, 1999). Valores aumentados de plaquetas são
encontrados em doenças mieloproliferativas e trombocitoses reativas. Valores
diminuídos são encontrados quando a produção plaquetária está diminuída, na
destruição periférica aumentada e uso de certas drogas (SOARES, et al.,
2002).
_________________________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
63
_________________________________________________________________________________
RESULTADOS E DISCUSSÕES
64
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
65
6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS
A partir dos resultados obtidos no presente estudo pode-se tirar as
seguintes conclusões:
A droga diabetogênica (aloxano) utilizada nos experimentos, juntamente
com o fosfato via oral (água e ração), aumentou os níveis séricos de fosfato na
maioria dos todos os grupos tratados.
O complexo quitosana-ferro(III) tanto solúvel como insolúvel foi efetivo
em adsorver o fosfato quando administrados no tratamento via oral.
No tratamento através de ração, apenas o polímero insolúvel apresentou
efetividade tanto no tratamento de 30 dias como no de 15 dias.
O sexo dos animais não proporcionou alterações muito pronunciadas no
presente estudo.
Os resultados dos níveis de ferro sérico demonstraram a estabilidade do
polímero, não liberando o ferro para a circulação.
O hemograma dos animais tratados não sofreu alterações significativas
quando comparados com o grupo controle.
Os animais não sofreram variações de peso significativas durante o
tratamento com a quitosana.
O peso relativos de alguns órgãos dos animais sofreu alteração durante
o tratamento com os polímeros.
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