Download PDF
ads:
Luciane Cristina Dreher Irion
COMPARAÇÃO ENTRE MEDIDA DE ÁREA DE
MICROVASOS EM ESPÉCIMES DE BIÓPSIA E DE
CIRURGIA EM CASOS DE CARCINOMA BRÔNQUICO
ATRAVÉS DE SISTEMA DE ANÁLISE DE IMAGEM
Fundação Faculdade Federal de
Ciências Médicas de Porto Alegre
Pós-graduação em Patologia
Tese de Doutorado
Orientadores:
Dr João Carlos Prolla
Dr Antônio Atalíbio Hartmann
Porto Alegre
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
iii
AGRADECIMENTOS
Um número grande de pessoas – mestres, colegas, amigos, familiares e
colaboradores – foram muito importantes durante a realização deste trabalho,
pelo apoio direto, indireto ou simplesmente pelo incentivo à distância, na
expectativa de ver esta etapa concluída. É difícil lembrar de todos os que
tenho a agradecer, mas gostaria de tornar pública a minha gratidão a todos
aqueles que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho.
Agradecimentos especiais:
Aos meus orientadores, Dr João Carlos Prolla e Dr Antônio Hartmann, por
dividirem comigo suas experiências e por estarem sempre à disposição e
transmitindo tranqüilidade, principalmente durante a etapa final quando
surgem dúvidas a cada momento.
Às técnicas Rosalva e Terezinha, pela presteza, eficiência e amizade, sem as
quais o sucesso deste trabalho não poderia ser alcançado.
À Nice, sempre pronta para ajudar enquanto estive em Porto Alegre e,
principalmente, na fase final quando precisei trabalhar à distância.
Aos demais professores da Pós-graduação, dividindo seus conhecimentos com
as turmas de ansiosos novos pesquisadores.
Aos demais funcionários da Pós-graduação.
ads:
iv
Ao meu marido e amado companheiro, Klaus, que realizou grande parte das
biópsias avaliadas neste trabalho. Com seu nato e invejável espírito cientista,
apoiou-me incondicionalmente em todas as etapas do estudo tanto de forma
direta, revisando, discutindo e opinando, como de forma indireta
proporcionando as condições ideais, necessárias nos momentos de reflexão.
Ao meu filho, Kurt, pela compreensão, amor e respeito nos momentos de
ausência.
À minha sogra, Aidée, pelo carinho e grande incentivo ao estudo e por sua
inestimável ajuda, com tantas idas e vindas à Pós-graduação, para certificar-se
de que tudo estaria correto quando não podíamos estar em Porto Alegre.
À Ulla, braço direito nessa nova etapa de vida, e que sempre esteve na torcida
com um apoio irrestrito.
Ao Erik e ao Bruno, pelas noites de férias gastas ao computador.
Ao Alan pelas consultas estatísticas de última hora.
Ao Rodrigo e à Carolina pela disponibilidade em ajudar quando preciso.
E finalmente aos meus pais por terem me incentivado e ensinado a ter gosto
pelo estudo.
v
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................................................ vi
QUADROS................................................................................................................................................... vi
TABELAS...................................................................................................................................................vii
FIGURAS...................................................................................................................................................viii
ABREVIATURAS............................................................................................................................................ x
RESUMO........................................................................................................................................................ xii
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 1
1.1 Carcinoma brônquico .............................................................................................................................. 1
1.1.1 Aspectos epidemiológicos................................................................................................................ 1
1.1.2 Métodos diagnósticos....................................................................................................................... 4
1.1.3 Classificação histológica .................................................................................................................. 6
1.1.4 Estadiamento e sobrevida................................................................................................................. 9
1.2 Angiogênese.......................................................................................................................................... 14
1.2.1 Conceito e mecanismos moleculares.............................................................................................. 14
1.2.2 Importância da angiogênese em tumores........................................................................................ 25
1.2.3 Avaliação da angiogênese .............................................................................................................. 29
2. OBJETIVO.................................................................................................................................................. 37
3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................................... 38
3.1 Critérios de seleção................................................................................................................................ 39
3.1.1 Critérios de inclusão....................................................................................................................... 39
3.2 População do estudo.............................................................................................................................. 41
3.3 Preparação do material para análise ...................................................................................................... 41
3.4 Avaliação dos microvasos..................................................................................................................... 43
3.5 Avaliação dos dados.............................................................................................................................. 49
3.6 Delineamento......................................................................................................................................... 50
4. RESULTADOS........................................................................................................................................... 51
4.1 Classificação histológica....................................................................................................................... 51
4.2 Estadiamento......................................................................................................................................... 52
4.3 Avaliação dos microvasos..................................................................................................................... 54
4.3.1 Área dos microvasos....................................................................................................................... 57
4.3.2 Área vascular e outras variáveis..................................................................................................... 58
4.4 Resumo dos resultados.......................................................................................................................... 60
5. DISCUSSÃO............................................................................................................................................... 63
6. CONCLUSÕES........................................................................................................................................... 84
7. ABSTRACT................................................................................................................................................ 85
8. ANEXOS..................................................................................................................................................... 87
ANEXO 1 – Técnica de hematoxilina e eosina (HE):................................................................................. 87
ANEXO 2 – Preparação das lâminas com organosilano:............................................................................ 89
ANEXO 3 – Técnica de imuno-histoquímica:............................................................................................. 90
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................ 93
ARTIGO EM PORTUGUÊS ........................................................................................................................ 110
ANEXOS DO ARTIGO EM PORTUGUÊS................................................................................................. 126
ARTIGO EM INGLÊS...............................................................................................................
................... 131
ANEXOS DO ARTIGO EM INGLÊS.......................................................................................................... 143
vi
___________________________________________________________
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
___________________________________________________________
QUADROS
Quadro 1 – Procedimentos para obtenção de espécimes para análise cito ou
histopatológica ............................................................................................... 6
Quadro 2 – Classificação histológica dos tumores epiteliais malignos de
pulmão, excluindo-se o carcinoma de pequenas células ............................... 8
Quadro 3 – TNM para estadiamento do carcinoma brônquico ..................... 10
Quadro 4 – Estadiamento de acordo com as subclasses do TNM ................ 11
Quadro 5 – Seqüência de eventos relacionados à angiogênese .................... 16
Quadro 6 – Alguns fatores moleculares provavelmente envolvidos nos
diferentes estágios da formação dos vasos sangüíneos ................................ 17
Quadro 7 – Alguns inibidores endógenos da angiogênese .......................... 24
Quadro 8 – Angiogênese na cascata metastática ......................................... 26
Quadro 9– Critérios de inclusão utilizados para a seleção dos casos ......... 40
vii
TABELAS
Tabela 1 – Exemplo de uma planilha do programa Microsoft Excel com o
valor de área total em cada uma das imagens analisadas pelo programa Image-
Pro Plus 4.5 ................................................................................................... 49
Tabela 2 – Distribuição dos pacientes em relação ao TNM .......................... 53
Tabela 3 – Distribuição dos pacientes em relação ao estadiamento .............. 54
Tabela 4 – Avaliação das áreas dos microvasos nas biópsias e peças
cirúrgicas em relação ao comprometimento linfonodal e ao estadiamento
clínico ............................................................................................................ 59
Tabela 5 – Principais achados nos 28 casos.................................................. 60
Tabela 6 – Correlações entre áreas de microvasos......................................... 62
viii
FIGURAS
Figura 1 – Classificação dos linfonodos regionais para o estadiamento do
carcinoma brônquico ..................................................................................... 11
Figura 2 – Amostra de tecido obtida através de biópsia por agulha .............. 35
Figura 3 – Visão panorâmica (25x) de uma lâmina de imuno-histoquímica
com o anticorpo anti-CD34 ........................................................................... 46
Figura 4 – Escolha dos pontos de concentração microvascular (“hot spots”)
em aumento de 100x ...................................................................................... 46
Figura 5 – Aumento de 200x para a avaliação dos microvasos .................... 47
Figura 6a – Imagem digitalizada de campo microscópico com aumento de
200x antes de acionar o comando do programa analisador de
imagem .......................................................................................................... 48
Figura 6b – Imagem da figura anterior após acionado o comando, mostrando
exatamente o que foi reconhecido pelo programa para ser
medido............................................................................................................ 48
Figura 7 – Distribuição da graduação histológica nos casos de
adenocarcinoma e carcinoma epidermóide provenientes dos espécimes
cirúrgicos........................................................................................................ 52
Figura 8a – Microvasos identificados com anticorpo anti-CD 34 em lâmina de
biópsia ........................................................................................................... 55
ix
Figura 8b – Microvasos identificados com anticorpo anti-CD 34 em lâmina
proveniente de um espécime cirúrgico .......................................................... 55
Figura 9a – Imagem de campo microscópico incluindo área de antracose no
canto inferior esquerdo antes de acionar o comando do programa analisador
de imagem .................................................................................................... 56
Figura 9b– Imagem da figura anterior após o comando do programa
analisador de imagens, mostrando o que foi considerado ............................. 56
x
__________________________________________________________
ABREVIATURAS
___________________________________________________________
ABC - Avidin-biotin complex (complexo avidina-biotina)
aFGF - Acidic fibroblastic growth factor (fator de crescimento fibroblástico ácido)
Ang-1 - Angiopoietina-1
Ang-2 - Angiopoietina-2
bFGF - Basic fibroblastic growth factor (fator de crescimento fibroblástico básico)
CCD - Charge coupled devices (dispositivo por acoplamento de cargas)
CD - Cluster of differentiation (grupo de diferenciação)
DAB - Diaminobenzidina
HE - Hematoxilina e eosina
EGF - Epidermal growth factor (fator de crescimento epidérmico)
FGF - Fibroblastic growth factor (fator de crescimento fibroblástico)
HB-EGF - Heparin binding epidermal growth factor (fator de crescimento
epidérmico ligante à heparina)
IL-8 - Interleucina 8
INCA - Instituto Nacional de Câncer
MMP (3, 7, 9) - Matriz metaloproteinases (3, 7, 9)
OMS - Organização Mundial da Saúde
xi
PBS - Phosphate buffered saline (tampão fosfato)
PDGF - Platelet-derived growth factor (fator de crescimento derivado de plaquetas)
PECAM-1 - Platelet endothelial cell adhesion molecule-1 (molécula de adesão
plaquetária de célula endotelial)
RTK - Receptor tyrosina cinase
TGF-α - Transforming growth factor
α
(fator de crescimento transformante alfa)
TGF-β - Transforming growth factor
β
(fator de crescimento transformante beta)
VEGF - Vascular endothelial growth factor (fator de crescimento vascular
endotelial)
VEGFR-1 - Vascular endothelial growth factor receptor-1 (receptor 1 do fator de
crescimento vascular endotelial)
VEGFR-2 - Vascular endothelial growth factor receptor-2 (receptor 2 do fator de
crescimento vascular endotelial)
VPF - Vascular permeability factor (fator de permeabilidade vascular)
xii
___________________________________________________________
RESUMO
___________________________________________________________
Apesar das modernas modalidades de diagnóstico e tratamento
disponíveis na atualidade, o câncer de pulmão continua sendo a neoplasia com
uma das maiores taxas de mortalidade no mundo inteiro. A cirurgia
permanece a opção de escolha para o tratamento com fins curativos, porém
mesmo pacientes tratados em estágios iniciais da doença possuem índices de
recorrência preocupantes. A diferença de sobrevida de pacientes de mesmos
TNM e tratamento é também uma indicação que a classificação pelo sistema
TNM, apesar de muito importante, ainda não é ideal. Muitas buscas têm sido
feitas no mundo científico no sentido de determinar novos e confiáveis fatores
prognósticos, capazes de identificar subgrupos de pacientes com maior risco
de recorrência, para que estes sejam beneficiados com modalidades de
tratamento adicionais. Vários estudos apontam que a angiogênese está
intimamente relacionada com o crescimento tumoral e tem inegável
importância como fator prognóstico. Em estudo prévio, observou-se que a
sobrevida média dos pacientes com carcinoma brônquico não de pequenas
células que apresentavam área vascular tumoral acima da média foi
significativamente menor do que a sobrevida nos pacientes cujos tumores
apresentaram área vascular abaixo da média. Nosso trabalho avaliou a
angiogênese em carcinomas brônquicos não de pequenas células,
comparando-se os achados da biópsia por agulha fragmentante com os do
espécime cirúrgico. Para isto, utilizou-se o método imuno-histoquímico com o
anticorpo anti-CD 34, para ressaltar os microvasos tumorais. Com o auxílio
xiii
do programa de computador Image-Pro Plus 4.5, foi avaliada a área vascular
nas amostras pré e pós-operatórias. Verificou-se uma forte correlação entre a
medida da área de microvasos em fragmentos provenientes de biópsias e nos
respectivos espécimes cirúrgicos. A existência de correlação indica que é
possível utilizar a amostra tecidual obtida por biópsia por agulha para
fornecer informações sobre a angiogênese do tumor ainda na fase do
diagnóstico e antes de alguma decisão terapêutica. Pesquisas futuras são
necessárias para identificar as melhores abordagens terapêuticas para grupos
de pacientes com alta ou com baixa área vascular calculada no espécime
obtido por biópsia lancetante em pacientes com câncer de pulmão.
___________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO
___________________________________________________________
Duas áreas fascinantes no mundo da medicina são trazidas à
atenção neste trabalho: o carcinoma brônquico, que é uma neoplasia
desafiadora à intenção do médico de trazer a cura, e a patologia,
especificamente a imuno-histoquímica, que incessantemente abre um leque de
opções não somente como arma diagnóstica, mas também no
acompanhamento de resposta terapêutica.
1.1 Carcinoma brônquico
1.1.1 Aspectos epidemiológicos
O câncer de pulmão tem acompanhado a história da humanidade,
contudo tornou-se cada vez mais presente ao longo dos últimos séculos. Esta
neoplasia tem sido a principal causa de morte por câncer no mundo. Há
relatos que mais pessoas morrem de câncer de pulmão do que câncer de
cólon, mama e próstata combinados (AMERICAN CANCER SOCIETY,
2
2005; AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2005). Estimativas apontam que
aproximadamente um milhão de pessoas no mundo morrem anualmente
decorrentes de câncer de pulmão. Seis a cada dez pessoas com câncer de
pulmão morrem no primeiro ano após o diagnóstico e de sete a oito morrem
em dois anos (AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2005). Como a
incidência do câncer de pulmão está definitivamente relacionada à taxa de
fumo, recentemente têm havido alguns indícios de declínio da incidência
desta doença entre os homens, pois desde a década de 70 vem existindo uma
tendência de diminuição do número de fumantes em determinados países
(BROWN & SPIRO, 1999). A incidência desta neoplasia pulmonar no sexo
feminino, porém, ainda não está em declínio, pois historicamente o fumo
tornou-se mais presente na vida das mulheres décadas mais tarde que na dos
homens (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2001; BROWN & SPIRO,
1999). Espera-se que num futuro próximo a curva de incidência nas mulheres
siga a tendência de queda já esboçada entre os homens. Deve-se lembrar,
contudo, que a simples cessação do ato de fumar não evita completamente o
risco de desenvolver câncer de pulmão. Aproximadamente metade dos novos
casos desta neoplasia são hoje diagnosticados em ex-fumantes (KEITH et al.,
2000).
No momento, mais de 3 milhões de pessoas apresentam-se com
câncer de pulmão, a maior parte destas proveniente de países em
3
desenvolvimento (AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2005). Nos diversos
países, as estatísticas disponíveis sobre câncer de pulmão são variáveis. Em
2005, segundo dados da American Cancer Society, eram esperados ao redor
de 172.570 casos novos de câncer de pulmão nos Estados Unidos, 93.010
entre os homens e 79.560 entre as mulheres. No mesmo ano, presume-se que
aproximadamente 163.510 pessoas tenham morrido desta doença (90.490
homens e 73.020 mulheres) (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2005). Até a
presente data, estes dados ainda eram apenas estimativas. Ainda nos Estados
Unidos, entre os anos de 1992 e 1998, as taxas de morte decorrente do câncer
de pulmão entre os homens diminuiu 1,9% ao ano, contrastando com o
aumento anual de 0,8% entre as mulheres (AMERICAN CANCER
SOCIETY, 2001). No Reino Unido, segundo as estatísticas disponíveis,
37.699 casos novos (22.504 homens e 15.195 mulheres) foram diagnosticados
em 2002 (CANCER RESEARCH UK, 2006).
No Brasil, através das estimativas do Instituto Nacional de
Câncer (INCA), são esperados 27.170 casos novos de câncer da traquéia,
brônquios e pulmões no ano de 2006 (17.850 homens e 9.320 mulheres),
ocupando a terceira colocação nacional se não forem consideradas as
neoplasias de pele que não melanoma. As taxas brutas de incidência por
100.000 habitantes são lideradas pelo Rio Grande do Sul em ambos sexos
(53,15 entre os homens e 21,48 entre as mulheres). O segundo estado entre os
4
homens é Santa Catarina (31,25/100.000) e entre as mulheres é Rio de Janeiro
(14,7/100.000). A menor incidência nacional em ambos sexos cabe ao
Maranhão (4,57 e 2,49 por 100.000 homens e mulheres respectivamente)
(INCA, 2005). Da mesma forma, o Rio Grande do Sul tem liderado as taxas
nacionais de mortalidade. Entre os anos de 1995 e 1999, as taxas de
mortalidade por 100.000 homens e mulheres no estado foram 32,62 e 10,86
respectivamente (INCA, 2004).
1.1.2 Métodos diagnósticos
Os exames por imagens podem indicar a presença de uma
neoplasia pulmonar. Entretanto, a comprovação da presença de células ou
tecido neoplásico permanece essencial para a realização do diagnóstico
definitivo. Diversos procedimentos podem ser realizados na prática clínica na
tentativa de obtenção de amostra celular ou tecidual para análise. Estes
procedimentos estão listados no Quadro 1. A tentativa de coleta voluntária de
escarro pode ser sempre realizada, por ser o método mais inócuo, mas nem
sempre é bem sucedida. A escolha do procedimento para obtenção de amostra
tecidual ou citológica depende da localização da lesão em relação à árvore
brônquica ou à parede torácica, bem como da experiência do médico
responsável pela coleta da amostra. Dependendo da localização e do tamanho
5
da lesão, conforme demonstrado à tomografia computadorizada de tórax,
pode-se escolher a via de acesso com maior probabilidade de obtenção de
uma boa amostra com menor possibilidade de complicações. Para lesões
comprometendo brônquios de médio e grosso calibre, fibrobroncoscopia é a
técnica preferencial para obtenção de amostra diagnóstica. Os métodos mais
adequados para obtenção de material diagnóstico em lesões que não se
encontram em contato com vias aéreas de grosso e médio calibre são a punção
aspirativa para exame citopatológico ou a biópsia tecidual por agulha
fragmentante para exame anátomo-patológico. Apesar de adicionar algum
risco, a biópsia tecidual por agulha traz vantagens importantes. A maior delas
está em fornecer um fragmento de tecido tumoral com a arquitetura da lesão e
sua relação com tecidos adjacentes. Finalmente, quando trata-se de um nódulo
periférico muito pequeno, a opção seria a biópsia cirúrgica transtorácica
vídeo-assistida (FRANKLIN, 2000).
6
Quadro 1 – Procedimentos para obtenção de espécimes para análise cito ou
histopatológica
PROCEDIMENTOS
- Coleta voluntária de escarro para exame citopatológico
- Procedimentos fibrobroncoscópicos:
Escovado brônquico
Lavado bronco-alveolar
Biópsia endobrônquica
Biópsia transbrônquica
- Punção transcutânea aspirativa
- Biópsia tecidual com agulha
- Biópsia cirúrgica transtorácica vídeo-assistida
(FRANKLIN, 2000; adaptado)
1.1.3 Classificação histológica
A classificação histológica dos tumores pulmonares e pleurais da
Organização Mundial da Saúde (OMS) em vigência é bastante ampla,
incluindo lesões epiteliais benignas, pré-invasivas e malignas, lesões
mesoteliais e mesenquimais, doenças linfoproliferativas, tumores secundários,
tumores não classificados, alterações tumor-símile e também um grupo
7
chamado “miscelânea”. A classificação atual sugerida para o carcinoma
brônquico não de pequenas células, objeto de nosso estudo, divide-se nos
grandes grupos a seguir: carcinoma epidermóide, adenocarcinoma, carcinoma
de grandes células, carcinoma adenoescamoso e carcinoma com elementos
pleomórficos, sarcomatóides ou sarcomatosos (TRAVIS et al., 1999). Devido
ao alto grau de variabilidade morfológica, a maioria desses tipos histológicos
são subseqüentemente divididos em variantes, como apresentado no Quadro
2. Em alguns casos, as amostras contêm tumores insuficientemente
diferenciados ou são pequenas demais para adequada classificação baseada
apenas na morfologia. Nestes casos, o uso do método imuno-histoquímico
pode permitir classificação mais acurada (FRANKLIN, 2000).
8
Quadro 2 – Classificação histológica dos tumores epiteliais malignos de
pulmão, excluindo-se o carcinoma de pequenas células, segundo a OMS
Carcinoma epidermóide
Variantes: Papilar
Células claras
Pequenas células
Basalóide
Adenocarcinoma
Acinar
Papilar
Bronquíolo-alveolar
Sólido com mucina
Com subtipos mistos
Variantes: Adenocarcinoma fetal bem diferenciado
Adenocarcinoma colóide (mucinoso)
Cistadenocarcinoma mucinoso
Adenocarcinoma com células em anel de sinete
Adenocarcinoma de células claras
Carcinoma de grandes células
Variantes: Neuroendócrino
Basalóide
Linfoepitelioma-símile
Células claras
Com fenótipo rabdóide
Carcinoma adenoescamoso
Carcinomas com elementos pleomórficos, sarcomatóides ou sarcomatosos
Carcinomas com células fusiformes e/ou gigantes
Carcinossarcoma
Blastoma pulmonar
Outros
(TRAVIS et al., 1999; adaptado)
9
Na rotina da prática clínica, é de conhecimento comum que os
tipos histológicos mais freqüentes sejam o carcinoma epidermóide e o
adenocarcinoma. O carcinoma epidermóide vinha sendo o tipo histológico
predominante de carcinoma brônquico, mas sua incidência diminuiu
dramaticamente nas últimas décadas. Observa-se, atualmente, que o
adenocarcinoma tornou-se o tipo mais comum de câncer de pulmão em
muitos países (ANDRE et al., 1999; CARBONE, 1997).
1.1.4 Estadiamento e sobrevida
Assim como em tumores de outras localizações, a classificação
usada para descrever a extensão anatômica do carcinoma brônquico não de
pequenas células segue o sistema TNM, também conhecido como sistema do
American Joint Committee on Cancer (AJCC) (Quadro 3) (MOUNTAIN,
1997). De acordo com a extensão conferida pelo TNM, o tumor é, então,
classificado em um dos quatro subgrupos do estadiamento (Quadro 4). A
Figura 1 demonstra o mapa de linfonodos mediastinais preconizado pelo
AJCC como padrão para o estadiamento.
10
Quadro 3 – TNM para estadiamento do carcinoma brônquico
TNM
Tumor primário (T)
Tx
Tumor primário não pode ser avaliado ou tumor comprovado por presença de células
malignas no escarro ou lavado brônquico, mas não visualizado por radiologia ou
broncoscopia
T0
Sem evidência de tumor primário
T1
Tumor 3 cm na maior dimensão, cercado por pulmão ou pleura visceral e sem
evidência de invasão mais proximal que brônquio lobar
T2
Tumor com qualquer dos seguintes achados em tamanho ou extensão:
- >3 cm na maior dimensão
- envolvimento do brônquio principal 2 cm distal à carina
- invasão da pleura visceral
- associação com pneumonite obstrutiva estendendo à região hilar, mas sem
envolvimento de todo o pulmão
T3
Tumor de qualquer dimensão com invasão direta de qualquer um dos seguintes:
parede torácica (incluindo tumores do sulco superior), diafragma, pleura mediastinal,
parietal ou pericárdio; ou tumor no brônquio principal <2 cm distal à carina, mas sem
envolvimento da mesma; ou tumor associado com atelectasia ou pneumonite
obstrutiva de todo o pulmão
T4
Tumor de qualquer dimensão com invasão do mediastino envolvendo coração,
grandes vasos, carina, traquéia, esôfago ou vértebra; ou derrame pleural neoplásico;
ou lesão satélite no mesmo lobo
Linfonodos regionais (N)
Nx
Linfonodos regionais não avaliados
N0
Ausência de metástases em linfonodos mediastinais
N1
Metástase em linfonodo peribrônquico ipsilateral e/ou hilar ipsilateral ou
comprometimento de linfonodos intrapulmonares por invasão direta pelo tumor
primário
N2
Metástase em linfonodo mediastinal ipsilateral e/ou subcarinal
N3
Metástase em linfonodo hilar ou mediastinal contralateral ou escaleno ipsi ou
contralateral ou supraclavicular
Metástases à distância (M)
Mx
Metástases à distância não avaliadas
M0
Ausência de comprometimento neoplásico à distância
M1
Nódulo neoplásico em outro lobo pulmonar ou à distância
11
Quadro 4 – Estadiamento de acordo com as subclasses do TNM
Tumor
Linfonodos
T1 T2 T3 T4
N0 IA IB IIB IIIB
N1 IIA IIB IIIA IIIB
N2 IIIA IIIA IIIA IIIB
N3 IIIB IIIB IIIB IIIB
IV=M1
Figura 1 – Classificação dos linfonodos regionais para o estadiamento do
carcinoma brônquico
1)mediastinal mais alto; 2R)paratraqueal direito alto; 3)prevascular e retrotraqueal;
4R,L)paratraqueal baixo direito, esquerdo; 5)subaórtico; 6)para-aórtico;
7)subcarinal; 8)para-esofágico; 9)ligamento pulmonar; 10) hilar; 11R, L) interlobar
direito, esquerdo; 12R, L) lobar direito, esquerdo; 13R, L) segmentar direito e
esquerdo; 14R, L) subsegmentar direito, esquerdo; Ao) aorta; PA) artéria pulmonar.
12
Na prática clínica, o parâmetro prognóstico padrão permanece
sendo o estadiamento clínico-cirúrgico baseado no sistema TNM. Apesar dos
inegáveis avanços no setor diagnóstico na tentativa de identificar o tumor em
estágios precoces e mesmo utilizando-se as melhores combinações
terapêuticas disponíveis, o prognóstico do carcinoma brônquico ainda
permanece reservado (BROWN & SPIRO, 1999; FRANKLIN, 2000). Nos
Estados Unidos e outros países, a sobrevida média, em cinco anos, ainda não
tem alcançado a taxa de 15 % (AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2005;
FRANKLIN, 2000; MATSUYAMA et al., 1998) e no Reino Unido,
corresponde a 5,5 % (BROWN & SPIRO, 1999; GAVIN et al., 2003). A taxa
de sobrevida em cinco anos pode ser de até 49 % para os casos de doença
ainda localizada, porém apenas aproximadamente 16 % de todos os casos são
diagnosticados em estágios iniciais (AMERICAN LUNG ASSOCIATION,
2005). Sabe-se que esta é uma neoplasia com altos índices de morte nos
primeiros anos após o diagnóstico. Por outro lado, foi relatado que aqueles
pacientes que completaram cinco anos de sobrevida livre de doença podem ter
até 91% de chance de alcançar os dez anos (OKADA et al., 2003).
Muito tem sido debatido na comunidade científica no intuito de
melhorar a possibilidade de identificar os casos com possíveis
comportamentos biológicos mais agressivos. Até mesmo novas revisões do
atual sistema TNM foram sugeridas (TAKEDA et al., 2005; WISNIVESKY
13
et al., 2005). Isto deve-se, em parte, ao fato de que podem existir intrigantes
diferenças entre a evolução e o desfecho de pacientes classificados em
determinado estágio clínico-patológico ou com tumores de tipo histológico
semelhante (MATTERN et al., 1999). Por exemplo, parte dos pacientes em
estágio I irá desenvolver metástases à distância, mas atualmente pouco pode
ser feito para identificar estes casos (CAGINI et al., 2000; DUARTE et al.,
1998).
O estadiamento atual do carcinoma brônquico não de pequenas
células, baseado nas técnicas correntes, parece estar falhando em identificar
prováveis casos que necessitariam conduta terapêutica adicional. A
necessidade de novos e mais precisos indicadores prognósticos tem
fomentado a pesquisa de inúmeros parâmetros biológicos nos últimos anos,
tais como oncogenes, expressão de genes supressores de tumor, índices de
proliferação celular entre outros (CHIBA et al., 1999; D’AMICO et al., 1999;
D’AMICO et al., 2000; GIATROMANOLAKI et al., 1998; HARPOLE et al.,
1995; LESLIE & COLBY, 1997; STEFANOU et al., 2003).
Da mesma forma, estudos apontam que a angiogênese está
relacionada com o crescimento tumoral, com a ocorrência de metástases
(TANIGAWA et al., 1996; WEIDNER et al., 1993) e tem relevante
importância como fator prognóstico em vários tipos de tumores (FOLKMAN,
1990; MEERT et al., 2002; WEIDNER, 1993), como melanoma
14
(DEPASQUALE & THOMPSON, 2005) e carcinomas de várias localizações
(BETTENCOURT et al., 1998; BOSTWICK & ICZKOWSKI, 1998;
MARTIN et al., 2005; WEIDNER et al., 1991;), até mesmo de pulmão
(FONTANINI et al., 1997(b); FONTANINI et al., 1999; NAKASHIMA et
al., 2004). Inúmeras variações no campo da angiogênse estão sendo
exploradas, desde dosagens séricas de determinadas citocinas (LAACK et al.,
2002; MALL et al., 2002), aferições através do método tradicional de imuno-
histoquímica (CRISTI et al., 2005; ISHIKAWA et al., 2004; OGAWA et al.,
2004), cadeia de reação de polimerase (PCR) (TAKANAMI, 2004) até
análises com técnicas de cDNAmicroarray para distinção entre tumores
angiogênicos e não angiogênicos através da avaliação de sua expressão gênica
(HU et al., 2005). O processo angiogênico também tem sido alvo de pesquisas
de novos medicamentos. Estes agentes poderiam ser usados isoladamente ou
em combinação com quimioterapia tradicional, radioterapia ou cirurgia, com
o intuito de otimizar os efeitos anticâncer destas modalidades terapêuticas
(COX et al., 2000; HERBST et al., 2005).
1.2 Angiogênese
1.2.1 Conceito e mecanismos moleculares
15
De uma maneira simplificada, a angiogênese pode ser resumida
como o desenvolvimento e crescimento de novos microvasos. Os complexos
mecanismos contribuintes para o surgimento e desenvolvimento do capilar
sangüíneo estão sendo melhor entendidos como resultado do grande número
de estudos que vêm sendo realizados sobre angiogênese tumoral (FOLKMAN
et al., 1971; KERBEL, 2000). Angiogênese é um fenômeno também
observado no período embrionário e em processos reprodutivos (LEBOVIC et
al., 1999; MAAS et al., 2001; ZADEH & GUHA, 2003), nas reações
inflamatórias e de cicatrização (BROWN et al., 2002; FERRARA & DAVIS-
SMYTH, 1997) e em doenças não neoplásicas como endometriose
(FUJISHITA et al., 1999), retinopatias diabética e da prematuridade,
degeneração macular relacionada à idade, glaucoma neovascular (ADAMIS et
al., 1999), artrite reumatóide e psoríase (FERRARA & DAVIS-SMITH,
1997; FOLKMAN & KLAGSBRUN, 1987). No tecido normal, a formação
dos vasos sangüíneos é mantida em um nível estável pelo equilíbrio entre
ativadores e inibidores angiogênicos (KEITH et al., 2000; MAISONPIERRE
et al., 1997).
É sabido que a neoformação vascular desenvolve-se através da
degradação local da membrana basal de vênulas, seguida de migração,
alinhamento e proliferação de células endoteliais a partir de estímulos
angiogênicos (VORAVUD & CHARURUK, 1999). Da mesma forma,
16
tumores induzem a angiogênese através de uma seqüência de eventos ativados
pela expressão ordenada de fatores estimulantes e bloqueadores, que induzem
a tríade funcional de motilidade, proteólise e crescimento: motilidade de
células endoteliais (migração), lise da matriz extracelular e crescimento no
novo sítio (EISSA & SHOMAN, 1998; FOLKMAN et al., 1989; LE
QUERREC et al., 1993). O Quadro 5 sumariza a seqüência de eventos da
indução angiogênica e o Quadro 6 lista alguns fatores moleculares
provavelmente relacionados com diferentes estágios da formação dos vasos
sangüíneos.
Quadro 5 – Seqüência de eventos relacionados à angiogênese
SEQÜÊNCIA ANGIOGÊNICA
Células endoteliais estimuladas
Degradação da membrana basal
Migração para o estroma perivascular
Iniciação do brotamento capilar
Estrutura tubular microvascular
Estabelecimento da rede capilar funcionante
(EISSA & SHOMAN, 1998; adaptado)
17
Quadro 6 – Alguns fatores moleculares provavelmente envolvidos nos
diferentes estágios da formação dos vasos sangüíneos
Moléculas Localização
Formação mesodérmica
VEGFR-2 Células mesodérmicas
Ets-1 Células mesodérmicas
Fibronectina Matriz extracelular
Agregação de angioblastos
VEGFR-2 / VEGFR-1 Angioblastos
VE-caderina Angioblastos
Tie-2/tek Angioblastos
Ets-1 Angioblastos
PECAM-1 Angioblastos
Fibronectina Matriz extracelular
VEGF Endoderma
Diferenciação endotelial e formação do plexo capilar primário
VEGFR-1 / VEGFR-2 Células endoteliais
VE-caderina Células endoteliais
Tie-1 / Tie-2/tek Células endoteliais
E-selectin Células endoteliais
Ets-1 Células endoteliais
PECAM-1 (CD31) Células endoteliais
Integrinas Células endoteliais
Fibronectina Matriz extracelular
Laminina Matriz extracelular
Colágeno IV Matriz extracelular
VEGF Endoderma
Recrutamento e diferenciação da célula muscular lisa
Tie-2 Células endoteliais
PDGF-AA / PDGF-BB Células endoteliais
HB-EGF Células endoteliais
BFGF Células endoteliais
Tromboxane-A2 Células endoteliais
Angiotensina II Células endoteliais
Endotelina Células endoteliais
Leucotrienos Células endoteliais
Serotonina Células endoteliais
Angiopoietina Mesênquima
TGF-β
Mesênquima
Laminina Membrana basal
Colágeno IV Membrana basal
Perlecan Membrana basal
Heparan sulfato Membrana basal
(MORRELL et al., 1999; adaptado)
18
Existem duas áreas que requerem atenção especial neste
processo: 1) a matriz extracelular juntamente com as interações célula-célula;
2) os fatores de crescimento.
Interações da matriz extracelular:
A matriz extracelular possui papel fundamental na morfogênese e
é composta por colágenos, glicoproteínas e proteoglicanos. No processo da
angiogênese, a matriz extracelular pode regular o crescimento vascular e sua
orientação, pois os componentes da matriz extracelular induzem e mantêm a
diferenciação das células endoteliais, além de modular a resposta a fatores
ativadores e inibidores da angiogênese (EIJÁN et al., 1993;
GOSPODAROWICZ & ILL, 1980). A membrana basal endotelial é
morfologicamente semelhante à de outras células e, dessa forma, possui
elementos em comum como laminina, colágeno IV e proteoglicanos
(VORAVUD & CHARURUK, 1999). Acredita-se que a membrana basal seja
produzida por células endoteliais e mantenha a polaridade e a diferenciação
dessas células (BISHOP et al., 1999). A expressão de componentes da matriz
extracelular ocorre durante estágios diferentes da formação e diferenciação
dos vasos. A fibronectina surge transitoriamente na membrana basal dos
capilares em estágios muito precoces da formação do novo vaso, estando
possivelmente relacionada com a agregação de células mesenquimais para a
formação dos tubos capilares. Em seqüência, a laminina tem sido relacionada
19
como promotora de adesão, migração, diferenciação e crescimento celular
(MORRELL et al., 1999; VORAVUD & CHARURUK, 1999). O colágeno
tipo IV é o principal componente estrutural da membrana basal madura.
Durante a angiogênese, ele surge em estágios posteriores à fibronectina e à
laminina, coincidindo com uma fase de redução na divisão da célula
endotelial e estando também relacionado com a manutenção da diferenciação
endotelial (MORRELL et al., 1999). Foi comprovada a existência de
membrana basal em vasos de tumores, assim como a presença de laminina,
fibronectina e colágeno IV. Apesar de presente, a membrana basal nestes
vasos apresentam anormalidades estruturais, incluindo fraca associação das
células endoteliais e pericitos, grandes extensões desconectadas da parede do
vaso e múltiplas camadas visíveis por microscopia eletrônica (BALUK et al.,
2003). Além do crucial papel das interações matriz-célula durante a
angiogênese, algumas integrinas também estão intimamente relacionadas ao
desenvolvimento vascular (αvβ3 e αvβ5). Elas atuam em muitos processos
fisiológicos e patológicos como sinalizadoras para eventos que medeiam
migração, proliferação, apoptose e sobrevivência celular (MORRELL et al.,
1999; VAN BEIJNUM et al., 2003).
Interações célula-célula:
Após as células endoteliais terem livrado-se das adesões celulares
normais e migrado através da matriz extracelular, é necessário que elas
20
refaçam as adesões célula-célula a fim de formar os novos capilares. Nesta
nova fase, as interações de adesão entre células endoteliais parecem ser
importantes na organização e estabilização dos tubos vasculares.
Pequenas moléculas de adesão também têm sido relacionadas
com a morfogênese capilar, como E-selectin e integrina alfa 4. Anticorpos
anti-E-selectin parecem prevenir a formação de tubos capilares em cultura
(MORRELL et al., 1999). Molécula de adesão plaquetária de célula
endotelial-1 (PECAM-1 / CD31) pertence à superfamília de imunoglobulinas
concentradas nas junções intercelulares das células endoteliais, mas também é
encontrada em plaquetas e leucócitos. Uma importante característica de
PECAM-1 é sua habilidade em mediar adesão celular através de múltiplas
interações de ligação. Ele pode interagir também com outros tipos de
moléculas, incluindo integrina αVβ3 e CD 38. A ligação com PECAM-1
pode promover sinais intracelulares que ativam a função das integrinas
(MORRELL et al., 1999). Foi demonstrado que anticorpos anti-PECAM-1
atuam como bloqueadores da neovascularização citocina-induzida em ratos, o
que poderia sugerir um papel importante de PECAM-1 no processo de
angiogênese (DELISSER et al., 1997; MORRELL et al., 1999).
Fatores de crescimento:
O idéia de que fatores solúveis poderiam promover angiogênese
surgiu em estudos relacionados com angiogênese induzida por tumor. Desde
21
então, uma variedade de polipeptídeos solúveis tem sido descritos como
promotores de angiogênese. Muitos mitógenos para o endotélio parecem
pertencer a uma grande família de moléculas como fator de crescimento
fibroblástico (FGF), que foi a primeira molécula pró-angiogênica descrita
(KERBEL, 2000). Fatores envolvidos no crescimento e diferenciação
endotelial inicial são agora melhor conhecidos. Por exemplo, a diferenciação
da célula endotelial e a formação de estruturas vasculares em embriões de
aves podem ser induzidos in vitro por incubação de células embriônicas
pluripotenciais com FGF ácido ou básico (aFGF e bFGF), mas não com
outros fatores de crescimento como TGF-β, TGF-α e EGF. Na verdade, TGF-
β1 pode estar envolvido na regressão de tubos endoteliais (MORRELL et al.,
1999). Da mesma forma, FGF também parece exercer papel na angiogênese
tumoral (KERBEL, 2000; SLODKOWSKA et al., 2000; VORAVUD &
CHARURUK, 1999).
O fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) foi
primeiramente descrito como uma molécula capaz de promover a
permeabilidade capilar, tendo sido previamente chamado como fator de
permeabilidade vascular (VPF) (KERBEL, 2000). Subseqüentemente, foi
reconhecido como sendo angiogênico tanto em situações fisiológicas, como
em tumores e sua estrutura molecular foi descrita em detalhes por Ferrara
(FERRARA & DAVIS-SMYTH, 1997). Este fator de crescimento é expresso
22
precocemente no endoderma embriônico. O mesoderma adjacente expressa o
receptor VEGF-2 (VEGFR-2), também conhecido como flk-1 no
camundongo ou KDR em humanos, que pertence à família de receptores
tirosina-cinase, sendo a primeira molécula a ser expressa pela população de
células mesodérmicas que dará origem aos angioblastos (MORRELL et al.,
1999). O VEGF atua sob diversas formas também nos tumores. Em resposta à
hipóxia, por exemplo, as células tumorais começam a secretar VEGF, o que
serve para iniciar a angiogênese e, conseqüentemente re-oxigenar o tumor
(VAN BEIJNUM et al., 2003).
Outra família de receptores tirosina-cinase (RTK) que exercem
alguma função no desenvolvimento vascular são tek e tie. Existem
experimentos demonstrando a importância destes RTKs na proliferação e
diferenciação endotelial (KERBEL, 2000). Angiopoietina-1 (Ang-1) foi o
primeiro ligante para tie descrito e seu anel receptor-ligante foi relacionado
com o acúmulo de células de músculo liso ao redor do vaso em
desenvolvimento. É possível que a investigação do sinal de transdução via
este RTK leve a um melhor entendimento dos mecanismos moleculares da
formação do vaso sangüíneo (MORRELL et al., 1999).
A interleucina 8 (IL-8) modula múltiplas funções biológicas
envolvendo quimotaxia, inflamação e angiogênese. Relatos demonstraram
que IL-8 modula diretamente a proliferação e migração da célula endotelial e
23
regula a angiogênse in vitro e in vivo (LI et al., 2005(a); YATSUNAMI et al.,
1997).
Fatores anti-angiogênicos:
Evidências sugerem que a angiogênese seja regulada pelo
equilíbrio entre fatores angiogênicos e anti-angiogênicos. Muitos fatores
angiogênicos têm sido descritos, entre eles a angiopoietina-2 (Ang-2), que é
uma proteína semelhante à Ang-1 mas que também possui alta afinidade por
Tie 2. Concentrações elevadas de Ang-2 bloqueiam a atividade de Ang-1,
sugerindo que Ang-2 pode ser um inibidor endógeno de Ang-1. Corroborando
com essa idéia, foi demonstrado que camundongos transgênicos com super-
expressão de Ang-2 tiveram fenótipo semelhante aos camundongos com
deficiência em Ang-1 (MAISONPIERRE et al., 1997).
Alguns dos mais potentes inibidores da angiogênese são
fragmentos de proteínas de matriz extracelular, por sua vez derivados de
proteínas maiores. A angiostatina é um produto de degradação do
plasminogênio. Várias metaloproteinases têm sido descritas como liberadoras
de angiostatina a partir de plasminogênio, incluindo estromelisina-1 (MMP-
3), matrilisina humana (MMP-7) e gelatinase neutrofil humana B (MMP-9)
(MORRELL et al., 1999). Endostatina é um fragmento do colágeno XVIII,
um colágeno não usual que está na membrana basal perivascular. Ambos têm
24
sido demonstrados como inibidores da proliferação celular endotelial in vitro
e inibidor do crescimento tumoral e de angiogênese (KERBEL, 2000;
MORRELL et al., 1999). Além destes, uma família grande de inibidores
endógenos da angioênese já são conhecidos, estando alguns listados no
Quadro 7.
Quadro 7 – Alguns inibidores endógenos da angiogênese
Nome Descrição
Trombospondina 1 Grande proteína de matriz extracelular
Angiostatina Fragmento do plasminogênio
Endostatina Pequeno fragmento do colágeno tipo XVIII
Vasostatina Fragmento N-terminal da calreticulina
Inibidor de fator de crescimento vascular
endotelial (VEGFI)
Proteína semelhante à superfamília das
fatores de necrose tumoral
Fragmento do fator plaquetário 4 (PP4) Fragmento N-terminal de PP4
Derivado da prolactina Fragmento do hormônio com 16kDa
Restina Domínio NC10 do colágeno XV humano
Proteína relacionada à proliferina (PRP) Relacionada a molécula pró-angiogênica da
proliferina
Produto de clivagem SPARC Frag. da proteína secretada, ricos em cisteína
Produto de clivagem da osteopontina Fragmento gerador de trombina
Interferon αβ
Proteína anti-viral conhecida
Meth 1
Proteínas contendo domínios metaloprotease
e trombospondina
Angiopoietina 2
Antagonista de angiopoietina 1 que liga-se a
receptores tie-2
Fragmento de antitrombina III Membro da família das serpinas
(KERBEL, 2000)
Os fatores anti-angiogênicos estão sendo atualmente explorados
como via de acesso terapêutico, havendo um grande número de pesquisas
25
envolvendo modelo animal e em ensaios clínicos, em busca de possíveis
drogas anti-angiogênicas eficazes (FALARDEAU et al., 2001; MASFERRER
et al., 2000; VOLM et al., 2000; WEIS et al., 2002; YAMADA et al., 2003)
1.2.2 Importância da angiogênese em tumores
A formação de novos vasos sangüíneos é essencial para o
crescimento tumoral, tendo sido comprovado que, em ambiente
avascularizado, o tumor pára de crescer ao atingir 2-4 mm de diâmetro
(FOLKMAN et al., 1971; KERBEL, 2000). Até este tamanho, as células
tumorais podem obter o suprimento necessário de oxigênio e nutrientes
através de difusão passiva (KERBEL, 2000). No organismo vivo, havendo
uma distância maior do que 4 mm da célula tumoral a um vaso nutridor, a
tendência é que ocorra necrose tecidual, a menos que seja possível a
ampliação da rede de suporte vascular à medida que o tumor cresce
(FOLKMAN et al., 1989; TJALMA et al., 1998). Dessa forma, a
neoformação vascular além de ser uma força propulsora do crescimento da
neoplasia, poderia também consistir em uma via de saída para a disseminação
neoplásica, participando da seqüência de eventos da progressão metastática
(Quadro 8).
26
Quadro 8 – Angiogênese na cascata metastática
EVENTOS DA CASCATA METASTÁTICA
Iniciação tumoral
Promoção e progressão
Proliferação descontrolada
A
A
n
n
g
g
i
i
o
o
g
g
ê
ê
n
n
e
e
s
s
e
e
Invasão tecidual local e de vasos
Células tumorais circulantes e extravasamento
Formação de colônia no sítio secundário
Perda das defesas do hospedeiro e resistência à terapia
(EISSA & SHOMAN, 1998; adaptado)
Recentemente, tem sido especulada a existência de formas
alternativas do estabelecimento do suprimento sangüíneo tumoral. A
angiogênese, formação de neovasos, seria a principal e atualmente a mais bem
conhecida, mas outras formas incluiriam também a vasculogênese, ou
crescimento de vasos sangüíneos a partir de estímulos provenientes de células
27
da medula óssea, o remodelamento capilar local, e a intussoscepção vascular
(FOX & HARRIS, 2004; VERMEULEN et al., 2002).
Torna-se incontestável, portanto, a importância da pesquisa
científica sobre o tema angiogênese, tendo em vista a idéia da agressividade
da neoplasia e a potencialidade de produzir metástases (FOLKMAN, 1990).
Este é um vasto campo de pesquisa clínica, que vem sendo explorado tanto no
setor de diagnóstico como terapêutico. Inúmeras abordagens terapêuticas
inovadoras vêm sendo sugeridas (BERGERS et al., 1999; DAVIS et al., 2004;
HAHNFELDT et al., 1999; KUDELKA et al., 1998; LI et al., 2005(b);
SAUER & DEISSLER, 2003; VORAVUD & CHARURUK, 1999), na
tentativa de melhorar o prognóstico dos pacientes com câncer, sobretudo os
portadores de carcinoma brônquico (KIM et al., 2003; MACCHIARINI et al.,
1994; SHEPHERD, 2001; YAMAZAKI et al., 1994; ZINNER et al., 2002).
No campo de diagnóstico, há mais de 30 anos, Dr. Judah
Folkman articulou sua clássica série de hipóteses a respeito da importância da
angiogênese no desenvolvimento tumoral e de metástases (FOLKMAN,
1971). A avaliação quantitativa e qualitativa da angiogênse em tumores com
verificação de seu significado prognóstico teve outro grande impulso a partir
do final da década de oitenta, com Srivastava pesquisando angiogênese em
melanomas (SRIVASTAVA et al., 1988). Desde então, diversos estudos
sobre este tema foram realizados em tumores de diferentes sítios como
28
carcinomas de mama (TOI et al., 1995; WEIDNER et al., 1991), de língua
(AMAR et al., 1992; HANNEN et al., 2001), de cabeça e pescoço
(GASPARINI et al., 1993), de próstata (WEIDNER et al., 1993), de ovário
(HOLLINGSWORTH et al., 1995), de estômago (TANIGAWA et al., 1996),
de intestino grosso (HEQUERA et al., 1999; TARTA et al., 2002), de colo
uterino (TJALMA et al., 1998), de fígado (KER et al., 1999), de rim (SABO
et al., 2001), de endométrio (OLZAP et al., 2003), de tireóide (STABENOW
et al., 2005) e tumores do sistema nervoso central (WESSELING et al., 1994).
Macchiarini apresentou o primeiro estudo de angiogênese em
tumores de pulmão (MACCHIARINI et al., 1992), sendo seguido por outros
autores, que analisaram a angiogênese nestes tumores em diferentes estágios
(ANGELETTI et al., 1996; COX et al., 2000; D'AMICO et al., 1999; IRION
et al., 2003). De uma forma geral, estes autores observaram que a angiogênese
tumoral correlaciona-se negativamente com a sobrevida. Por exemplo,
Srivastava e colegas comparando dois grupos de pacientes com melanoma
maligno, com e sem doença sistêmica disseminada, verificaram que os
resultados da avaliação dos microvasos tumorais foram duas vezes maior no
grupo com doença disseminada do que no grupo livre de recorrência
(SRIVASTAVA et al., 1988). Mais recentemente, Chiba e colaboradores
observaram que a contagem de microvasos em adenocarcinomas de pulmão
29
foi significativamente menor nos pacientes que sobreviveram pelo menos 3
anos (CHIBA et al., 1999).
1.2.3 Avaliação da angiogênese
Uma maneira bastante simples e acessível de identificar os vasos
a serem avaliados quanto ao nível de angiogênese é através do método imuno-
histoquímico. Para isto, um bommero de anticorpos diferentes que
permitem identificar elementos de vasos sangüíneos são disponíveis. Os
anticorpos mais conhecidos são anti-Fator VIII (fator de von Willebrand),
anti-CD 34, anti-CD 31 e anti-CD 105, todos utilizados em grande escala,
havendo algumas vantagens e desvantagens entre o emprego de cada um
(FONTANINI et al., 1995; GIATROMANOLAKI et al., 1996;
GIATROMANOLAKI et al., 1997; SHARMA et al., 2005). Há autores que
defendem o emprego do anticorpo anti-CD 34, pela tendência de não
apresentar reação cruzada com epitélio linfático ou células estromais (FINA et
al., 1990; MATSUYAMA et al., 1998). Além disso, acredita-se que o
anticorpo anti-CD 34 identifique microvasos de calibres menores mais
eficientemente que o anti-Fator VIII (MATSUYAMA et al., 1998;
TANIGAWA et al., 1996). A comparação dos resultados entre os anticorpos
para CD 34 e CD 31 parece ser a mais controversa. Na primeira tentativa de
realizar-se um consenso para quantificação da angiogênese em tumores
30
sólidos, foi realizada tal comparação, sem, contudo, chegar-se a uma
conclusão definitiva. O anticorpo anti-CD 31 pareceu ser bastante específico,
mas a utilização do anti-CD 34 provou ser mais reproduzível, sobretudo em
pesquisas envolvendo neoplasias de mama (VERMEULEN et al., 1996). Na
experiência de Alves e colegas, o anticorpo anti-CD 34 mostrou-se mais
sensível que o anti-CD 31 (ALVES et al., 1999). Em uma segunda tentativa
de padronização da quantificação da angiogênese em tumores sólidos, foi
mais uma vez sugerida a utilização do anticorpo anti-CD 34 para avaliação do
endotélio (VERMEULEN et al., 2002). O anticorpo anti-CD 105, também
conhecido como endoglina, foi introduzido mais recentemente. Alega-se que
ele apresentaria uma vantagem sobre os demais: identificação do endotélio
proliferante envolvido na angiogênese tumoral, ressaltando os vasos
neoformados e imaturos (SAAD et al., 2004). Mais uma vez, comparações
entre a acurácia dos marcadores vasculares apresentam resultados
divergentes. Há relato de que o anticorpo anti-CD 105 seria superior ao anti-
CD 34 (TANAKA et al., 2001), porém outro estudo posteriormente concluiu
que o anti-CD 34 apresenta melhores resultados que o anti-CD 105 e demais
marcadores endoteliais (MINEO et al., 2004).
Na grande maioria dos trabalhos, avaliou-se a densidade de
microvasos com imuno-histoquímica através de método semiquantitativo
(GUNDERSEN, 1977; HAMILTON, 1995), ou seja, contagem do número de
31
microvasos em determinada região da amostra tumoral (FONTANINI et al.,
1995; GIATROMANOLAKI, 2001; SHARMA et al., 2005; WEIDNER et al.,
1991). A densidade microvascular é o valor médio da contagem de
microvasos, obtido com o uso de uma objetiva de magnificação determinada
em um microscópio selecionado. A contagem dos microvasos é, em geral,
realizada em um número limitado, mas variável, de campos microscópicos,
selecionados subjetivamente nas áreas de maior vascularização, conhecidas na
literatura específica como pontos de concentração ou “hot spots”. (SHARMA
et al., 2005; WEIDNER et al., 1991). O critério geralmente aceito para
inclusão na contagem visual é a presença de microvasos individuais ou
unidades (células endoteliais) coradas por imuno-histoquímica através da
utilização de um dos marcadores endoteliais citados anteriormente, estando
estas separadas dos microvasos adjacentes e fora de zonas de necrose
(FONTANINI et al., 1996; MINEO et al., 2004; WEIDNER et al., 1991). Não
se faz necessária a presença de hemácias nem a identificação de uma luz
vascular (HANSEN et al., 2004; SHARMA et al., 2005). Na tentativa de
atingir um consenso sobre o que constituiria um microvaso, investigadores
avaliam as lâminas simultaneamente em microscópio de dupla ou múltipla
observação (FOX et al., 1995; MATSUYAMA et al., 1998). Segundo
Weidner, o método de densidade microvascular pode ser satisfatoriamente
reproduzível se os protocolos publicados forem seguidos criteriosamente e os
32
pontos de concentração de microvasos (“hot spots”) propriamente
selecionados por patologistas experientes (WEIDNER, 1995). Marson,
estudando a angiogênese em carcinomas de mama, encontrou correlação
significativa entre análises realizadas pelos mesmos observadores em ocasiões
diferentes com pelo menos duas semanas de intervalo entre elas. Também
houve correlação significativa entre análises realizadas por observadores
diferentes em momentos distintos (MARSON et al., 1999).
Em outras pesquisas, os microvasos foram quantificados pelo
método sugerido por Chalkley (FOX et al., 1995; HANSEN et al., 2000), que
também parte de uma região com maior concentração de microvasos
tumorais, determinada subjetivamente com lente de baixa magnificação.
Quando essa área de “hot spots” for determinada, passa-se para uma objetiva
de maior alcance e, diferindo do método de densidade microvascular, aplica-
se uma gratícula com 25 pontos aleatórios sobre o campo microscópico a ser
avaliado. A seguir, esta gratícula deve ser rotada até que o maior número de
microvasos corados seja “tocado” ou “encoberto” pelo maior número possível
dos pontos quaisquer da gratícula. Este número será, então, o valor
correspondente ao campo microscópico examinado a ser considerado para
fins dos cálculos estatísticos. Como no método da densidade microvascular, a
quantidade de campos microscópicos a serem analisados deve ser
previamente determinada, devendo constar nos relatórios gerados pelo
33
investigador (FOX & HARRIS, 2004; HANSEN et al., 2004; SHARMA et
al., 2005; VERMEULEN et al., 1996).
Outra alternativa de avaliação dos microvasos tumorais é através
do método semi-automatizado com o auxílio de programas de computador.
Até hoje, um número menor de pesquisas explorou essa possibilidade, em
geral empregando diferentes programas de computador (IRION et al., 2003;
KEITH et al., 2000; PAVLOPOULOS et al., 1998; SPECK et al., 2003;
TJALMA et al., 1998). Uma das possíveis vantagens da utilização programas
de computador para avaliar a angiogênese é que, ao serem arquivadas as
imagens digitalizadas de “hot spots” presentes nas lâminas histológicas, é
possível, além de efetuar a tradicional contagem numérica de microvasos,
explorá-las mais a fim de quantificar a área que os vasos tumorais ocupam, o
perímetro dos vasos, o diâmetro da luz dos mesmos, a diferença de
intensidade de impregnação do corante e outros aspectos ainda em
investigação (OLEWNICZAK et al., 2003; TJALMA et al., 1998;
VERMEULEN et al., 1996; WESSELING et al., 1994).
Independentemente do método escolhido para avaliar os
microvasos tumorais, cada um chegou à conclusão que definitivamente a
angiogênese tem importância prognóstica. Tentativas de uniformizar a
utilização dos métodos de avaliação da angiogênese já existem, porém ainda
há muita controvérsia (VERMEULEN et al., 1996). Os trabalhos são
34
unânimes apenas na escolha dos “hot spots” como alvo de estudo, já que estas
zonas de concentração vascular são facilmente identificados ao microscópio
óptico e teoricamente indicam a região de mais intensa angiogênese.
Em estudo prévio, avaliando-se a quantificação da angiogênese
nos carcinomas brônquicos não de pequenas células, através da utilização do
anticorpo anti-CD 34 e com o auxílio da análise computadorizada de imagem,
foi encontrada uma correlação negativa significativa entre a área vascular
nesses tumores e a sobrevida dos pacientes (IRION et al., 2003). Por técnica
de quantificação semi-automática da área vascular em tumores ressecados
cirurgicamente, Irion e colaboradores demonstraram que os pacientes com
área vascular tumoral acima da média apresentavam sobrevida
significativamente menor que a sobrevida dos pacientes cujos tumores
apresentavam baixa área vascular. Aqueles resultados obtidos abriram
horizontes para a busca de técnica similar que permitisse a avaliação da
angiogênese tumoral ainda na fase de diagnóstico, ou seja, antes da cirurgia.
A dúvida sobre a existência ou não de correlação entre a área vascular
tumoral de espécimes de biópsia diagnóstica por agulha a área vascular de
espécimes ressecados cirurgicamente foi, então, o motivo do presente estudo.
Como a biópsia por agulha (Figura 2) pode produzir, com sucesso, material
suficiente para o estabelecimento do diagnóstico, existiria a possibilidade de
adicionalmente avaliar-se a angiogênese tumoral neste tipo de amostra.
35
Figura 2 – Amostra de tecido obtida através de biópsia por agulha
fragmentante
Este procedimento beneficiaria o paciente, pois em casos
selecionados abriria-se a possibilidade de início imediato de outra modalidade
terapêutica antes da cirurgia, na tentativa de reduzir o suporte nutricional de
tumores altamente vascularizados, poupando recursos econômicos e
potenciais efeitos adversos naqueles pacientes que provavelmente pouco se
beneficiariam com este tipo de tratamento. Para isto, é necessário saber se o
36
material presente em uma biópsia com agulha reflete as características
vasculares do tumor de uma maneira confiável. Os autores desconhecem
relatos de tal avaliação em pacientes com neoplasias de pulmão. Há descrição
de estudo semelhante envolvendo carcinomas de próstata (YORUKOGLU et
al., 1999). Como a biópsia com agulha é uma peça chave no diagnóstico e
planejamento terapêutico do carcinoma de próstata, muitas pesquisas têm sido
realizadas a fim de obter a maior quantidade possível de informação a partir
de um material de tamanho limitado. Fruto disto, relatos demonstram que a
angiogênese em amostras de biópsia tem importância prognóstica naquela
neoplasia (BOSTWICK et al., 1996; KHATAMI et al., 2005; ROGATSCH et
al., 1997). Estas questões serviram como incentivo para que buscássemos
estudar mais detalhadamente o assunto.
37
___________________________________________________________
2. OBJETIVO
___________________________________________________________
Realizar a medida do conjunto das áreas de microvasos,
demonstrados por imuno-histoquímica através do anticorpo anti-CD 34, em
imagens digitalizadas de campos microscópicos de biópsias por agulha em
pacientes com carcinoma brônquico não de pequenas células, correlacionando
essas medidas com semelhante avaliação dos microvasos tumorais nas
respectivas peças cirúrgicas.
38
___________________________________________________________
3. MATERIAL E MÉTODOS
___________________________________________________________
Foram avaliados, inicialmente, os registros do arquivo de
punções e biópsias do Departamento de Radiologia do Pavilhão Pereira
Filho, Complexo Hospitalar Santa Casa, Porto Alegre, sendo revisados os
laudos de biópsias teciduais por agulha realizadas no período compreendido
entre agosto 1998 e abril 2002. Foram subseqüentemente revisados os
prontuários de internação dos pacientes nos quais a biópsia diagnosticou um
carcinoma brônquico não de pequenas células, a fim de selecionar para estudo
aqueles subseqüentemente tratados por cirurgia. Dessa triagem inicial, foram
selecionados casos de 32 pacientes, cujos blocos de parafina provenientes de
exames anátomo-patológicos de biópsias por agulha e de subseqüente peças
cirúrgicas foram utilizados. Quatro casos foram excluídos no decorrer do
estudo, por apresentarem lâminas de biópsia com material insuficiente para
gerar um número mínimo de imagens a serem digitalizadas. Ao final do
estudo, 28 casos preencheram os critérios de seleção abaixo referidos, sendo
este o número total de pacientes avaliados. Em todos os casos houve
39
comprovação diagnóstica por exame anátomo-patológico pré e pós-
operatório.
3.1 Critérios de seleção
3.1.1 Critérios de inclusão
Foram incluídos os casos de pacientes de ambos sexos
submetidos a biópsia diagnóstica por agulha (18 ou 20 gauge) com
subseqüente tratamento cirúrgico para carcinoma brônquico, com
comprovação por exame anátomo-patológico pré e pós-operatório. O
procedimento cirúrgico foi do tipo segmentectomia, lobectomia ou
pneumonectomia, realizado em até duas semanas após o diagnóstico. Para
fazer parte do grupo a ser pesquisado, os pacientes não deveriam ter recebido
qualquer tipo tratamento específico para a doença, como radio ou
quimioterapia, no intervalo de tempo entre a biópsia diagnóstica e a cirurgia.
O material para exame anátomo-patológico foi fixado em formol a 10 % e
submetido a processamento histológico convencional, sendo incluído em
blocos de parafina para confecção dos cortes histológicos e interpretação das
lâminas. Para cada caso, deveria haver disponível pelo menos um bloco de
parafina com material de biópsia e um da peça cirúrgica contendo amostra
40
suficiente de tumor para realização dos cortes histológicos e da captura de
imagens necessários para o estudo. Os critérios de inclusão seguem listados
no Quadro 9:
Quadro 9 – Critérios de inclusão utilizados para a seleção dos casos
CRITÉRIO
INCLUSÃO
DIAGNÓSTICO - carcinoma brônquico do tipo
epidermóide, adenocarcinoma ou outro
do tipo não de pequenas células
CIRURGIA - segmentectomia ou
- lobectomia ou
- pneumonectomia
TRATAMENTO ADJUVANTE - ausência de tratamento do tipo radio ou
quimioterápico até o momento do ato
cirúrgico
BLOCO DE PARAFINA - bloco disponível contendo material
suficiente para os cortes histológicos
necessários e para realização de um
número mínimo de fotos a serem
estudadas
41
3.2 População do estudo
O estudo incluiu 28 casos de pacientes de ambos sexos (19
homens e 9 mulheres), entre 43 e 86 anos de idade e com diagnóstico de
carcinoma epidermóide, adenocarcinoma ou outra variante do carcinoma
brônquico não de pequenas células, obtido por exame anátomo patológico em
biópsia por agulha e confirmado pelo exame do material de ressecção
cirúrgica. Todos os procedimentos de biópsia foram realizados no
Departamento de Radiologia e os procedimentos cirúrgicos foram realizados
no Serviço de Cirurgia Torácica, ambos no Pavilhão Pereira Filho do
Complexo Hospitalar Santa Casa em Porto Alegre, RS. A população estudada
teve a cirurgia realizada entre agosto de 1998 e abril de 2002.
3.3 Preparação do material para análise
Os espécimes de biópsia e de ressecção cirúrgica foram fixados
em formol a 10 %, entre 12 e 24 horas e submetidos a processamento
histológico convencional, sendo incluídos em blocos de parafina para
confecção dos cortes histológicos, interpretação das lâminas e diagnóstico em
um dos dois laboratórios que atendiam o hospital na época da cirurgia
42
(Laboratório de Patologia da Santa Casa de Porto Alegre e Laboratório
Geyer). Todos os blocos de parafina dos casos incluídos no trabalho foram
utilizados confeccionando-se lâminas coradas pela técnica de hematoxilina e
eosina (HE) para confirmação diagnóstica e adequada classificação, de acordo
com a Classificação Histológica para Tumores de Pulmão e Pleura da OMS
(TRAVIS et al., 1999). Através da avaliação das lâminas coradas por HE, foi
escolhida aquela correspondente ao melhor bloco de parafina para a avaliação
da angiogênese nas amostras provenientes de ressecção cirúrgica, ou seja,
apresentando maior representatividade do tumor, com transição para o
parênquima pulmonar normal e com a menor quantidade de necrose possível
(WEIDNER et al., 1991). Como de uma maneira geral as biópsias
diagnósticas por agulha são processadas em um único bloco de parafina, não
foi necessário fazer a escolha de tal bloco, mas todos os casos foram revisados
para confirmar a presença de material disponível suficiente para o estudo.
A identificação dos microvasos, para avaliação da expressão da
angiogênese, foi realizada por meio de técnica de imuno-histoquímica,
utilizando o método do complexo avidina-biotina-peroxidase (ABC) (ALVES
et al., 1999). Para isso, foi utilizado o anticorpo monoclonal anti-CD 34
(clone QB-End10; DAKO Corporation, Santa Barbara, CA, EUA) na diluição
1:1000. Nesta pesquisa, tanto o procedimento histológico tradicional,
envolvendo HE para confirmação dignóstica, como o de imuno-histoquímica
43
foram realizados no Laboratório de Patologia do Programa de Pós-graduação
da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre
(FFFCMPA). Os cortes histológicos para o estudo imuno-histoquímico foram
seqüenciais e o processamento imuno-histoquímico da totalidade dos casos
ocorreu simultaneamente, com o intuito de manter as mesmas condições
ambientais, como temperatura, umidade e tempo de reação.
3.4 Avaliação dos microvasos
A avaliação das lâminas de imuno-histoquímica foi realizada no
Laboratório de Citopatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O
procedimento foi efetuado sem o conhecimento das informações clínicas de
cada caso. Adicionalmente, as lâminas de biópsia e as provenientes da
ressecção cirúrgica receberam nova identificação, randomizada, a fim de
evitar o conhecimento dos respectivos pares de amostra de cada paciente.
A avaliação dos microvasos através de análise computadorizada
foi realizada com digitalização de imagens, utilizando-se uma câmera de
vídeo Sony 3CCD, modelo DXC-97OMD e com sistema de cores padrão
RGB (red, green and blue). A câmera é ligada ao microscópio e ao
computador. O sistema utiliza também uma placa de conversão do sinal de
vídeo analógico para o formato digital, modelo Targa (Truevision, USA), com
44
tamanho de imagem de 640 x 480 pixeis e palavra de resolução de cores igual
a 24 bits. Para efetuar a análise nas imagens dos campos microscópicos
arquivados, foi utilizado o programa de processamento de imagem Image-Pro
Plus – 4.5 (Media Cybernetics, Silver Spring, MD). Um teste piloto com
quinze casos não pertencentes à amostra atual foi realizado para treinamento
dos passos a serem seguidos com a utilização do computador. A análise das
lâminas de imuno-histoquímica seguiu modelo previamente sugerido (IRION
et al., 2003), conforme descrito a seguir.
Seleção das imagens a serem digitalizadas:
Para os propósitos deste estudo, foram considerados os
microvasos tumorais e peritumorais, fora de zonas de necrose, sendo definido
como microvaso qualquer célula endotelial imunocorada e separada dos
microvasos adjacentes, das células tumorais e de outros elementos do tecido
conjuntivo (FONTANINI et al., 1996; FONTANINI et al., 1997(b)).
Primeiramente, através de aumento de baixa magnificação (25x –
objetiva de 2,5 e ocular de 10x) era realizada uma “varredura” da lâmina, para
localização da área contendo tumor. A seguir, com um aumento de 100x
(objetiva de 10x e ocular de 10x), eram determinadas três áreas com maior
concentração de microvasos, conhecidas na literatura como “hot spots
(WEIDNER, 1993). Finalmente, com 200x de aumento (objetiva de 20x e
45
ocular de 10x), procedia-se à captura das imagens nos “hot spots” pré
determinados. A imagem capturada pela câmera de vídeo era imediatamente
transformada em uma imagem digital pela placa de digitalização e o
correspondente programa de computação.
Em cada lâmina proveniente dos espécimes cirúrgicos foram
capturadas imagens de seis diferentes campos microscópicos em cada “hot
spot”, totalizando dezoito campos fotografados para cada caso. O mesmo
procedimento foi seguido no momento da captura das imagens nas lâminas
provenientes das biópsias. Todavia, como o material disponível neste tipo de
amostra é muito menor que o obtido no espécime cirúrgico, nem todos os
casos apresentavam zonas de concentração de microvasos suficiente para a
obtenção das 18 imagens. A captura, então, foi feita objetivando o número
máximo de imagens possível conforme a extensão do fragmento. Casos nos
quais a quantidade do material de biópsia não permitia a obtenção de pelo
menos 14 imagens foram excluídos do estudo.
Todas as imagens digitalizadas dos campos microscópicos foram
arquivadas no computador em formato de arquivo de imagem codificada
(tagged image file format ou TIFF). Nas Figuras 3, 4 e 5 estão demonstrados
exemplos dos passos seguidos ao microscópio.
46
Figura 3 – Visão panorâmica (25x) de uma lâmina de imuno-histoquímica
com o anticorpo anti-CD34
Figura 4 – Escolha dos pontos de concentração microvascular (“hot spots”)
em aumento de 100x
47
Figura 5 – Aumento de 200x para a avaliação dos microvasos
Análise das imagens digitais:
As imagens TIFF de cada caso foram analisadas com o auxílio do
programa Image-Pro Plus 4.5. Primeiramente, definiu-se o limiar de
positividade da reação imuno-histoquímica, ou seja, registrou-se no programa
a tonalidade mais tênue e a mais forte de marrom-acastanhado presente na
lâmina, revelada pelo cromógeno diaminobenzidina (DAB). A partir daí, o
programa analisa apenas os “objetos” corados dentro da faixa de tonalidades
estabelecidas e destaca em uma cor viva as áreas consideradas (Figuras 6a e
6b).
48
Figura 6a – Imagem digitalizada de campo microscópico com aumento de
200x antes de acionar o comando do programa analisador de imagem
Figura 6b – Imagem da figura anterior após acionado o comando, mostrando
exatamente o que foi reconhecido pelo programa para ser medido
49
O programa de computador foi calibrado para expressar a área
dos objetos (microvasos) identificados na imagem em micrômetros quadrados
µm
2
. Esta calibragem permite que o programa compute a área total que os
objetos destacados ocupam em cada imagem TIFF. A medida de área e outros
dados calculados pelo programa são imediatamente transferidos para uma
planilha eletrônica do programa Microsoft Excel (Tabela 1). Este processo é
repetido para cada uma das imagens armazenadas de cada caso.
Tabela 1 – Exemplo de uma planilha do programa Microsoft Excel com o
valor de área total em cada uma das imagens analisadas pelo programa Image-
Pro Plus 4.5
No
images
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Stats Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area Area
Min 2,5 3,25 2,5 3 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,75 2,5 2,75 2,5 3,75 2,5 2,75 2,75 2,5
Max 54,3 129 131 80,5 108 124 88,8 51,8 104 103 96,5 126 116 432,5 75,8 60,3 99,8 88,8
Range 51,8 126 129 77,5 105 121 86,3 49,3 101 101 94 123 113 428,8 73,3 57,5 97 86,3
Mean 18,5 40,2 34,2 30,1 18,3 21,6 16,1 13,9 24,7 32 34,7 36,5 25,5 73,96 15,1 17 16,1 16,1
Std.Dev 17,2 35,4 35 29,2 23,3 31,7 19,7 12,8 25,3 31,8 30,6 34 26,2 127,4 14,9 15,7 17,8 19,7
Sum 481 764 1267 512 788 280 708 404 791 480 417 365 408 888 633 458 692 708
A área total em cada imagem expressa em colunas corresponde ao valor identificado como somatório (Sum),
que traduz a soma das áreas de todos os objetos corados que foram analisados pelo programa.
3.5 Avaliação dos dados
Para fins de cálculos estatísticos, o valor da área vascular tumoral
considerada para cada lâmina avaliada correspondeu à media dos valores
50
(Sum) obtidos. No exemplo da lâmina acima (Tabela 1), a área vascular seria
614 µm
2
. O mesmo princípio foi seguido para determinar o valor individual
da área para cada caso de amostra de biópsia e de ressecção cirúrgica.
Com o auxílio do programa Microsoft Excel de manipulação de
planilhas, cada um desses valores individuais obtidos foram transferidos para
uma nova planilha de dados e organizados em duas colunas, uma com os
resultados da amostras das biópsias e a outra com os resultados das amostras
dos espécimes cirúrgicos.
A análise estatística foi realizada com o auxílio dos programas de
computador SPSS 8.0. Foram realizados o teste de correlação de Pearson e o
teste de Wilcoxon para amostras pareadas das medidas das áreas. O teste de
Mann-Whitney foi usado para comparar os resultados da área microvascular e
outras variáveis. Em todas as análises, um valor de P menor que 0,05 foi
considerado estatisticamente significativo.
3.6 Delineamento
Trata-se de estudo observacional, compreendendo a avaliação
dos microvasos identificados imuno-histoquimicamente em carcinomas
brônquicos não de pequenas células, através da medida computadorizada de
área vascular total por campo microscópico, em imagem digitalizada
proveniente das biópsias diagnósticas e respectivas peças cirúrgicas.
51
________________________________________________________________________
4. RESULTADOS
______________________________________________________________
4.1 Classificação histológica
A classificação por tipo histológico em espécimes cirúrgicos foi,
em geral, concordante com as respectivas amostras de biópsia. Apenas três
casos tiveram o laudo de biópsia referido genericamente como carcinoma não
de pequenas células, sendo posteriormente confirmados como
adenocarcinomas nas lâminas provenientes da ressecção cirúrgica. A
classificação histológica final, após confirmação pelas amostras provenientes
dos espécimes cirúrgicos, foi a seguinte: 18 (65%) adenocarcinomas, 6 (21%)
carcinomas epidermóides e 4 (14%) casos incluídos como outras variantes,
como o carcinoma adenoescamoso e o carcinoma de grandes células, ou casos
sem diferenciação morfológica específica pela lâmina corada por HE, que
foram classificados como carcinoma não de pequenas células.
Quanto à determinação da diferenciação da neoplasia, levou-se
em consideração o material proveniente de ressecção cirúrgica. A imensa
maioria dos adenocarcinomas foi classificada como moderadamente
52
diferenciado (doze casos, 67%), sendo cinco casos (28%) classificados como
pouco diferenciados e apenas um (5%) como adenocarcinoma bem
diferenciado. Entre os seis casos de carcinoma epidermóide, quatro foram
classificados como pouco diferenciados e dois como moderadamente
diferenciados (Figura 7).
Distribuição da graduação histológica nos casos de adenocarcinoma e carcinoma epidermóide
provenientes dos espécimes cirúrgicos
0
2
4
6
8
10
12
14
Adenocarcinoma Carcinoma Epidermóide
Neoplasia
Número de casos
Bem diferenciado
Moderadamente diferenciado
Pouco diferenciado
Figura 7 – Distribuição da graduação histológica nos casos de
adenocarcinoma e carcinoma epidermóide provenientes dos espécimes
cirúrgicos
4.2 Estadiamento
53
Em relação ao estadiamento pelo sistema TNM, 3 casos foram
classificados como T1, 21 como T2, 4 como T3 e nenhum caso T4. Foi
constatada presença de metástase em linfonodos em 11 (39,28 %) pacientes,
dos quais 7 foram N1 e 4 foram N2 (Tabela 2). A maior parte dos pacientes
concentrou-se nos estágios IB, IIB e IIIA, com 12, 8 e 5 pacientes,
respectivamente (Tabela 3).
Tabela 2 – Distribuição dos pacientes em relação ao TNM
N
o
Pacientes ( % )
N0 N1 N2
T1 2 (7,14 %) 1 (3,57 %) 0
T2 12 (42,86%) 5 (17,85 %) 4 (14,29 %)
T3 3 (10,71 %) 1 (3,57 %) 0
T4 0 0 0
54
Tabela 3 – Distribuição dos pacientes em relação ao estadiamento
GRUPOS
PACIENTES
IA 2 (7,14 %)
IB 12 ( 42,86 %)
IIA 1 (3,57 %)
IIB 8 (28,58 %)
IIIA 5 (17,85 %)
IIIB 0
4.3 Avaliação dos microvasos
A coloração das lâminas submetidas ao processo de exame
imuno-histoquímico com anticorpo anti-CD 34 apresentou boas condições de
interpretação, com boa qualidade nos resultados da reação, que mostrou-se
altamente específica e com mínima ou inexistente coloração de fundo
(“background”) (Figuras 8a e 8b).
55
Figura 8a – Microvasos identificados com anticorpo anti-CD 34 em lâmina de
biópsia
Figura 8b – Microvasos identificados com anticorpo anti-CD 34 em lâmina
proveniente de um espécime cirúrgico
56
A eventual presença de pigmento carbônico, antracose, nos
cortes histológicos do tumor não trouxe maiores dificuldades na análise das
imagens pelo programa de computador, não sendo, portanto, uma causa de
erro de mensuração em nossa amostra, conforme ilustrado nas Figuras 9a e
9b.
Figura 9a – Imagem de campo microscópico incluindo área de antracose no
canto inferior esquerdo antes de acionar o comando do programa
analisador de imagem
Figura 9b – Imagem da figura anterior após o comando do programa
analisador de imagem, mostrando o que foi considerado
57
4.3.1 Área dos microvasos
A medida da área de microvasos nas amostras de biópsia por
agulha apresentou uma média de 5093,6 µm
2
, variando entre 233,47 µm
2
e
17916,89 µm
2
, enquanto o resultado da média da área de microvasos nas
lâminas provenientes dos espécimes de ressecção cirúrgica foi 3599,38 µm
2
,
variando entre 376,91 µm
2
e 9514 µm
2
.
Encontrou-se forte correlação entre os valores de área vascular
nos fragmentos de biópsias e nos espécimes cirúrgicos, com coeficiente de
correlação de Pearson de 0,7 e valor P<0,0001.
A média das áreas de microvasos foi considerada ponto de corte
a fim de dividir os pacientes em dois subgrupos (alta e baixa área vascular
tumoral).
Primeiramente, utilizando-se como ponto de corte a média das
amostras das biópsias para dividi-las em alta e baixa densidade vascular,
encontrou-se uma correlação significativa entre os grupos de biópsias
assumidos como de baixa área vascular e respectivas peças cirúrgicas (r 0,84
e P = 0,0005). Por outro lado, não houve correlação significativa entre os
grupos de alta densidade vascular (r 0,06 e P = 0,84).
58
Por sua vez, utilizou-se também a média das áreas vasculares nas
amostras dos espécimes cirúrgicos como ponto de corte para subdividi-las em
grupos com alta e baixa área vascular. Foi verificada novamente uma
correlação significativa entre os grupos de baixa área vascular nos espécimes
cirúrgicos e respectivas biópsias (r 0,76 e P = 0,01). Não houve correlação
significativa entre os grupos considerados como de alta área vascular (r –0,22
e P = 0,45), à semelhança do que foi encontrado quando utilizada a média das
áreas das biópsias como ponto de corte.
Houve uma diferença significativa das medidas entre as amostras
das biópsias e dos espécimes cirúrgicos, com valores tendendo a ser menores
nas peças cirúrgicas (P = 0,02). Isto foi traduzido pelo fato de que em 20 dos
28 casos (71,5 %) a área vascular foi maior na biópsia que na peça cirúrgica,
enquanto em 8 casos (28,5 %) a maior área vascular ocorreu no espécime
cirúrgico.
4.3.2 Área vascular e outras variáveis
Na população estudada, não foi encontrada diferença
significativa ao avaliar-se a área dos microvasos nas biópsias e nas peças
cirúrgicas em relação ao comprometimento linfonodal e ao estadiamento
clínico (Tabela 4).
59
Tabela 4 – Avaliação das áreas dos microvasos nas biópsias e peças cirúrgicas
em relação ao comprometimento linfonodal e ao estadiamento clínico
Número de
pacientes
Biópsias
(Média/mediana)
Espécimes cirúrgicos
(Média/mediana)
Sem metástase
linfonodal
17
5171,4
1777,8
2925,5
1573,5
Com metástase
linfonodal
11
4973,3
3573,0
4640,8
6554,1
P = 0,75 P = 0,24
Até estágio IB
14
5399,2
2279,4
3180,0
1612,2
A partir de IIA
14
4788,0
3376,5
4018,8
4236,2
P = 0,78 P = 0,78
60
4.4 Resumo dos resultados
Achados gerais:
O resumo dos achados clínicos, histológicos e as medidas
vasculares de cada caso encontram-se na Tabela 5.
Tabela 5 – Principais achados nos 28 casos
MÉDIAS DAS ÁREAS
CASOS IDADE SEXO DIAGNÓSTICO TNM
Estadiamento
Biópsia Cirurgia
1 62 M Adenocarcinoma T3N0 IIB 539,80 666,68
2 68 M Epidermóide T2N0 IB 1040,26 376,91
3 75 M Epidermóide T2N2 IIIA 764,27 613,47
4 70 F Epidermóide T2N0 IB 1547,11 681,80
5 74 F Adenocarcinoma T2N1 IIB 12453,07 5705,16
6 58 M Adenocarcinoma T2N0 IB 8952,27 5315,66
7 78 M ca grandes cel T2N1 IIB 3573,00 5664,11
8 72 F Adenocarcinoma T2N0 IB 386,52 799,62
9 43 F Adenoescamoso T2N0 IB 1163,20 806,44
10 59 M não peq cel T1N0 IA 755,63 423,65
11 64 M não peq cel T3N0 IIB 337,62 444,12
12 77 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 1378,38 965,83
13 72 M Epidermóide T3N1 IIIA 233,47 513,13
14 78 M Adenocarcinoma T2N1 IIB 1506,26 613,54
15 63 M Adenocarcinoma T1N0 IA 3486,87 1573,51
16 66 M Adenocarcinoma T2N0 IB 1764,30 1051,38
17 72 F Adenocarcinoma T2N0 IB 1777,78 1650,93
18 79 M Adenocarcinoma T2N0 IB 2781,00 6609,22
19 69 F Adenocarcinoma T2N0 IB 11192,57 8439,72
20 64 M Epidermóide T3N0 IIB 11448,40 4102,88
21 86 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 9553,20 9514,00
22 71 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 3180,00 7358,27
23 68 M Epidermóide T2N1 IIB 9036,27 4369,55
24 69 F Adenocarcinoma T2N0 IB 14068,00 6439,22
25 73 M Adenocarcinoma T1N1 IIA 8456,33 6540,94
26 83 F Adenocarcinoma T2N0 IB 17916,89 5878,72
27 66 M Adenocarcinoma T2N0 IB 8756,00 4473,66
28 77 F Adenocarcinoma T2N1 IIB 4572,58 9190,72
61
Área de microvasos:
O valor da média da área de microvasos corados nas amostras de
biópsia foi 5093,6 µm
2
, enquanto o valor da média da área de microvasos
corados nas amostras de ressecção cirúrgica foi 3599,38 µm
2
.
Houve uma tendência dos valores de área nas amostras de
biópsia serem maiores que os valores encontrados nas peças cirúrgicas
subseqüentes (P = 0,02).
Correlações:
As correlações efetuadas estão resumidas na Tabela 6 a seguir.
62
Tabela 6 – Correlações entre áreas de microvasos
Coef. de
Correlações
Correlação P
Área media nas biópsias
x
Área media nas peças
cirúrgicas
0,7
<0,0001
Divisão dos grupos pela media da área vascular nas biópsias
Biópsias com baixa área
vascular
x Área vascular nas peças
cirúrgicas correspondentes
0,84 0,0005
Biópsias com alta área
vascular
x Área vascular nas peças
cirúrgicas correspondentes
0,06 0,84
Divisão dos grupos pela media da área vascular nas peças cirúrgicas
Tumores com baixa área
vascular
x Área vascular nas biópsias
correspondentes
0,76 0,01
Tumores com alta área
vascular
x Área vascular nas biópsias
correspondentes
-0,22 0,45
63
___________________________________________________________
5. DISCUSSÃO
___________________________________________________________
A angiogênese tumoral é hoje uma realidade importante tanto nas
pesquisas como também na prática clínica, abrindo novas frentes de
investigação, que envolvem equipes das mais diversas áreas como clínica,
diagnóstica, biologia molecular e genética, medicina experimental e indústria
farmacêutica. Muito das novas descobertas a respeito do papel e dos meios de
controle da angiogênese no ser humano deve-se às pesquisas em tumores
(MORRELL et al., 1999). No presente estudo, investigou-se a angiogênese no
carcinoma brônquico não de pequenas células através da avaliação da área de
microvasos tumorais, verificando-se a correlação entre amostras de biópsia
por agulha e subseqüentes espécimes cirúrgicos.
Como em trabalho anteriormente realizado nesta linha de
pesquisa e com população de origem demográfica semelhante, houve um
número maior de pacientes do sexo masculino (IRION et al., 2003). Isto
provavelmente deve-se ao fato desta neoplasia pulmonar estabelecer-se após
anos de exposição contínua a agentes presentes no cigarro, por exemplo.
64
Como, há algumas décadas o número de mulheres fumantes era muito menor
que o de homens, as estimativas nacionais mostram que a incidência de
mulheres com câncer de pulmão ainda permanece menor que a incidência de
homens com esta neoplasia (17.850 casos novos estimados em homens e
9.320 em mulheres para o ano de 2006) (INCA, 2005). Por outro lado,
sabendo-se que no sexo masculino já há uma tendência de declínio na taxa de
fumo, espera-se que o número de casos novos de carcinoma brônquico
também reduza nas próximas décadas.
Quanto à freqüência dos tipos histológicos, parece ter havido
uma desproporção entre o número de carcinomas epidermóides e de
adenocarcinomas na nossa amostra, estes ocorrendo em muito maior número.
Historicamente, o carcinoma epidermóide vinha sendo o tipo histológico
predominante entre os carcinomas brônquicos (CARBONE, 1997). Nos
últimos anos, porém, tem sido observada uma tendência de casos crescentes
de adenocarcinomas. Hoje em dia, nos Estados Unidos e no Japão, a
incidência de adenocarcinomas já é maior que a de carcinomas epidermóides
(ANDRE et al., 1999; CARBONE, 1997; TAKEDA et al., 2005). Nossos
dados parecem ser concordantes com a tendência mundial, mas a marcante
desproporção entre número de adenocarcinomas e carcinomas epidermóides
poderia, de outra forma, ser explicada pelo tamanho mais restrito da presente
amostra. Este dado pode, ainda, ser reflexo da seleção amostral, que incluiu
65
pacientes submetidos a biópsia tecidual por agulha e, por sua vez, com
tumores mais periféricos.
Assim como em outras neoplasias, o estadiamento de acordo com
o TNM tem sido o parâmetro de escolha para a tradução da extensão da
neoplasia e a escolha do tratamento mais adequado (MOUNTAIN, 1997). A
distribuição dos pacientes em relação ao estadiamento seguiu a tendência
encontrada por Irion anteriormente (IRION et al., 2003). Tanto na amostra
atual como na amostra estudada previamente houve predominância do grupo
IB em relação ao estadiamento clínico final. A maioria das lesões
corresponderam ao estágio T2 no momento da cirurgia (42,86 % no presente
estudo e 30 % no estudo prévio). Em relação ao comprometimento
mediastinal, houve uma pequena diferença entre os estudos. Cerca de 60 %
dos casos atuais não apresentou metástase linfonodal, e pouco mais da metade
dos casos anteriores tiveram confirmação histológica de metástase em
linfonodos mediastinais (IRION et al., 2003).
A avaliação da angiogênese em tumores vem ganhando crescente
destaque nos últimos anos, havendo fortes evidências de seu papel no
crescimento e disseminação tumoral (LE QUERREC et al., 1993; SHARMA
et al., 2005; WEIDNER, 1993). Inúmeras variações do tema estão sendo
exploradas em relação ao câncer de pulmão e outros tipos, incluindo a
verificação da expressão de VEGF (fator de crescimento vascular endotelial)
66
(FERRARA & DAVIS-SMYTH, 1997; HUANG et al., 2005; INAI et al.,
2004, NÖR et al., 1999) e também de vários outros agentes angiogênicos e
anti-angiogênicos endógenos ou não, como timosina-β4 (CHA et al., 2003),
fator inibidor da migração do macrófago (WHITE et al., 2003),
trombospondina (Mascaux et al., 2002), colágeno XVIII (CHANG et al.,
2004) e outros (SHIMAMURA et al., 2003; YUAN et al., 2000). Realizando
uma elegante revisão do assunto, Kong e Crystal mostraram os principais
mediadores angiogênicos pesquisados produzidos por células tumorais e seus
respectivos efeitos nas células endoteliais (KONG & CRYSTAL, 1998).
Adicionalmente, novos testes para avaliação indireta da angiogênese estão
sendo empregados, explorando a combinação de métodos diagnósticos
diversos como imunocintilografia, tomografia computadorizada convencional
com avaliações de densidade antes a após injeção de meio de contraste
endovenoso e também tomografia por emissão de pósitrons (PET-scan) (LEE
et al, 2003; MORGAN et al., 2004; SANTIMARIA et al., 2003; VERONESI
et al., 2002; XIE et al., 2005).
Apesar das variadas formas disponíveis de avaliação dos
mecanismos relacionados com a angiogênese tumoral, a quantificação do
produto final da interação destes mecanismos, ou seja, dos microvasos
neoformados permanece sendo uma opção bastante confiável (SHARMA et
al., 2005; VERMEULEN et al., 1996).
67
Pode-se dizer que uma forma prática de avaliar a densidade de
microvasos tumorais e peritumorais é através do exame imuno-histoquímico
com um anticorpo que identifique a célula endotelial. Há muitos marcadores
que podem ser utilizados para identificar o endotélio vascular, sendo CD 34,
CD 31, CD 105 e fator VIII os mais comumente utilizados (FINA et al., 1990;
FONTANINI et al., 1995; MEERT et al., 2002; MEHTA et al., 2001;
MATSUYAMA et al., 1998; SAAD et al., 2004). Alguns poucos trabalhos
ainda utilizaram o anticorpo anti-Ulex europaeus aglutinina como marcador
endotelial (HOLLINGSWORTH et al., 1995; SRIVASTAVA et al., 1988).
Como anteriormente referido, o anticorpo anti-CD 34 permite identificar
microvasos de calibres menores com maior precisão que o anti-Fator VIII.
Segundo Tanigawa, o anticorpo anti-CD 34 é mais sensível e mais específico
que o anticorpo anti-fator VIII na impregnação das células endoteliais em
cortes histológicos contíguos (TANIGAWA et al., 1996). Em um trabalho
envolvendo carcinomas ovarianos, Hollingsworth e colaboradores tinham o
objetivo de realizar uma comparação da eficácia da reação imuno-
histoquímica entre os anticorpos anti-CD 34, anti-Fator VIII e anti-Ulex
europaeus aglutinina. Como houve uma subcoloração do epitélio vascular em
aproximadamente 50 % dos cortes histológicos submetidos aos anticorpos
anti-Fator VIII e anti-Ulex europaeus aglutinina, os autores realizaram as
correlações clínicas apenas com os resultados do processamento com o
68
anticorpo anti-CD 34 (HOLLINGSWORTH et al., 1995). Na experiência de
Alves e colaboradores, o anticorpo anti-CD 34 tem mostrado ser mais sensível
que o CD 31 (ALVES et al., 1999). Ao utilizar-se o anticorpo anti-CD 31,
regiões com um infiltrado inflamatório proeminente podem ser erroneamente
interpretadas como uma área de alta densidade vascular, especialmente se a
averiguação for realizada utilizando uma lente de baixa magnificação
(VERMEULEN et al., 1996). Khatami e colegas fizeram um teste piloto com
os anticorpos anti-CD31, anti-CD34 e anti-fator VIII para fazer a escolha do
anticorpo em seu estudo sobre carcinomas de próstata. Baseados nesta
comparação, eles optaram pelo anti-CD 34 por ressaltar os vasos com mais
clareza (KHATAMI et al., 2005). Em uma comparação entre os anticorpos
anti-CD 31 e anti-CD 105 em carcinomas de cólon, Saad e colegas
concluíram que a endoglina (CD 105) é um marcador de células endoteliais
mais sensível e específico que o anti-CD 31, por identificar um número maior
de vasos proliferantes nesta neoplasia, além de apresentar importância
prognóstica significativa (SAAD et al., 2004). Em trabalho realizado em
carcinomas de pulmão, Tanaka e equipe compararam os resultados da
utilização dos anticorpos contra CD 34 e CD 105. Por ser mais específico, a
média da contagem de microvasos com anti-CD 105 foi menor que a média
com anti-CD 34. Ambos apresentaram correlação significativa com o VEGF,
mas apenas anti-CD 105 mostrou correlação significativa com pior
69
prognóstico no carcinoma brônquico não de pequenas células (TANAKA et
al., 2001). Por outro lado, em um estudo mais abrangente comparando a
importância da utilização dos anticorpos anti-CD 34, anti-CD 31 e anti-CD
105 em células endoteliais e também anti-VEGF em células tumorais,
novamente em carcinomas de pulmão, foi mostrado que tanto anti-CD 105
como anti-CD 34 são marcadores significativos de neoangiogênese.
Interessante, porém, foi o fato de que anti-CD 105 foi excluído em análise
multivariada de sobrevida. VEGF, invasão vascular e apenas anti-CD 34 entre
os marcadores endoteliais tiveram significância prognóstica em casos de
carcinoma brônquico estágios IB-IIA (MINEO et al., 2004). A utilização do
anticorpo anti-CD 34 foi também sugerida no segundo consenso internacional
para avaliação da angiogênese (VERMEULEN et al., 2002). Novos
marcadores pan-endoteliais e marcadores endoteliais tumorais foram
recentemente descobertos, mas testes clínicos ainda estão em andamento para
revelar sua eficácia como marcadores prognósticos ou alvos terapêuticos
(VERMEULEN et al., 2002).
Apesar de aparentemente não haver um marcador endotelial
perfeito, a eleição do anticorpo anti-CD 34 para facilitar a discriminação dos
microvasos, em nosso estudo, mostrou-se adequada, pois ofereceu lâminas de
fácil interpretação, praticamente sem artefatos, como coloração de fundo
(“background”) e sem reações cruzadas com epitélio vascular linfático ou
70
células estromais, bem como possibilitou que o programa de computador
distinguisse focos de antracose e verdadeiros microvasos. Estas características
são fundamentais para o desenvolvimento de pesquisas que envolvem a
utilização de programas de computador para análise de imagem, facilitando a
automação e aumentando a credibilidade dos resultados.
Da mesma forma que a escolha do anticorpo para célula
endotelial, o método da quantificação dos microvasos é de fundamental
importância no estudo da angiogênese. O primeira evidência de análise
quantitativa da angiogênese em tumores foi baseada em melanomas cutâneos
(SRIVASTAVA et al., 1988). A grande maioria das pesquisas, entretanto,
baseou-se na publicação de Weidner e colegas para seleção da área tumoral a
ser estudada, independentemente do tipo de neoplasia em questão
(WEIDNER et al., 1991). Este método propõe a contagem de microvasos em
um campo microscópico a partir de áreas previamente escolhidas com o uso
de uma lente magnificação menor, nas quais existe a impressão visual de
numerosos microvasos, conferida pela maior concentração de células
endoteliais coradas através de imuno-histoquímica (VERMEULEN et al.,
2002). A avaliação dos microvasos nestas áreas de maior vascularização, mais
conhecidas como “hot spots”, usando microscopia óptica e sem o
conhecimento das informações clínicas dos pacientes é ponto comum em
quase todos os estudos sobre o assunto (SHARMA et al., 2005). Assim sendo,
71
a exemplo das demais pesquisas, realizamos a quantificação dos microvasos a
partir dos pontos de concentração vascular ou “hot spots”.
Enquanto a escolha dos “hot spots” como a área de interesse é
quase unânime, há muita variação nos critérios de seleção dos pacientes, do
número de “hot spots” e dos métodos de avaliação dos microvasos, além da
escolha do marcador endotelial, como previamente mencionado (SHARMA et
al., 2005). Isto verifica-se no fato de que, alguns trabalhos utilizaram apenas
um “hot spot” para a avaliação de neovasos, enquanto outros avaliaram
número maior de “hot spots” até um máximo de 10 (FONTANINI et al.,
1997(a); GASPARINI et al., 1993; GIATROMANOLAKI et al., 1997;
GIATROMANOLAKI et al., 1998; HARPOLE et al., 1996; VERMEULEN
et al., 1996). Da mesma forma, não parece haver consenso em termos de
classificação e graduação dos resultados. Quando há a averiguação de mais de
um campo microscópico, alguns autores consideram apenas a contagem
máxima obtida para avaliação estatística, enquanto outros baseiam os cálculos
no valor médio ou até mesmo na mediana da contagem de microvasos
(ANGELETTI et al., 1996; GIATROMANOLAKI et al., 1998; MINEO et al.,
2004; YUAN et al., 1995). Alguns estudos utilizaram valor da média da
contagem visual dos microvasos de todos os casos como ponto de corte para
dividir os casos em dois grandes grupos: de alta ou baixa densidade vascular
(BENOY et al., 2005; FONTANINI et al., 1995; IRION et al., 2003). Outra
72
forma descrita para estratificar os pacientes é a divisão dos casos entre três e
cinco faixas diferentes de densidade vascular (GIATROMANOLAKI et al.,
1996; JUCZEWSKA et al., 2001; ÖZUYSAL et al., 2003; WEIDNER, 1993).
A contagem visual de microvasos em determinado(s) campo(s)
microscópico(s) é uma das técnicas de quantificação de angiogênese bastante
utilizada. Outras técnicas descritas são o método de Chalkley e a opção semi-
automatizada com análise de imagem. O método de contagem de objetos
proposto por Chalkley em 1943 começou a ser utilizado para a avaliação da
angiogênse em carcinomas de mama por Fox e colegas (FOX et al., 1995).
Este método, baseado na adaptação de uma gratícula com vinte e cinco pontos
aleatórios no microscópio, que deve ser girada em torno de seu eixo central
até que o maior número pontos encubra o maior número de objetos
(microvasos corados pela imuno-histoquímica). Esta técnica foi empregada
em outros estudos (BENOY et al., 2005; HANSEN et al., 2000; HANSEN et
al., 2004; SHARMA et al., 2005). Uma vantagem atribuída a este método, é a
ausência de um passo altamente dependente do observador ao medir a
densidade vascular pelo método da contagem numérica visual de microvasos:
decidir se duas estruturas adjacentes imunocoradas são realmente dois vasos
sangüíneos isolados ou apenas a dobra de um vaso único. Como o método de
Chalkley conta o número de pontos da gratícula que coincidentemente
73
estariam sobrepostos aos microvasos corados, esta é a uma medida relativa ao
invés de uma verdadeira contagem de objetos (VERMEULEN, et al., 2002).
O terceiro, mas não menos interessante, método de avaliação dos
microvasos é o que utiliza sistemas multiparamétricos computadorizados de
análise de imagem, sendo este método por nós eleito para realização do
presente trabalho. Como as duas alternativas anteriores, este sistema permite
quantificar a angiogênese em um campo selecionado a partir da identificação
dos “hot spots”. Possui também a vantagem de que, com o auxílio da análise
semi-automática efetuada pelo computador, o processo torna-se menos
dependente da intervenção do investigador (VERMEULEN et al., 1996).
Diversos estudos realizaram a aferição da angiogênese com análise
computadorizada de imagem, mas em geral utilizaram sistemas
computadorizados distintos e em diferentes tipos de tumores, como por
exemplo o carcinoma de colo uterino, avaliado pelo programa de computador
denominado Vidas 25 (TJALMA et al., 1998), o carcinoma de endométrio
com o programa KS300 (SPECK et al., 2003), o adenocarcinoma colo-retal
com o programa SigmaScan 2.0 (PAVLOPOULOS et al., 1998) e o
carcinoma de mama com o programa Quantimet 600S (OLEWNICZAK et al.,
2003). Fujishita et al estudaram fatores angiogênicos em endométrio e
endometriose com o auxílio do programa de computador Mac SCOPE
(FUJISHITA et al., 1999). Goddard e colegas testaram um modelo de medida
74
de densidade vascular com sistema computadorizado de imagem em tumores
sólidos (GODDARD et al., 2002), com a intenção de diminuir o tempo de
avaliação e aumentar a confiabilidade e reproducibilidade do processo. Eles
realizaram a comparação do sistema convencional de contagem de
microvasos com o sistema computadorizado em carcinomas de bexiga, cólon
e pulmão e em metástases hepáticas. Para isto, foi utilizada uma câmera de
vídeo JVC KYF50 conectada a um microscópio Nikon, sendo o sinal de vídeo
enviado para um computador Apple Macintosh G-3. As imagens eram, então,
transferidas para o programa NIH Image. Uma rotina de seqüência semi-
automática de passos na execução do programa (rotina “macro”) foi criada no
computador, com comandos para identificar as imagens coloridas e convertê-
las em uma escala de cinza e desconsiderar os elementos claros. A macro,
então, instruía o computador a contar os microvasos corados, que na tela
apareciam em cinza escuro. O processo de contagem foi repetido
manualmente na imagem da tela do computador. Para auxílio do observador,
cada vaso contado era marcado com um ponto preto conferido por um “click”
do “mouse” do computador sobre a imagem. No final da avaliação, o
programa do computador fazia a contagem do total de objetos marcados em
preto. Eles encontraram uma boa correlação entre os dois métodos nos
diferentes tumores estudados, exceto nos tumores de pulmão, nos quais não
foi possível realizar a avaliação computadorizada pela presença de pigmento
75
antracótico no tecido pulmonar. Como a deposição de carbono (antracose) nos
tecidos confere uma coloração enegrecida, o programa não tinha a capacidade
de diferenciação entre a cor escura deste pigmento e os tons de cinza escuro
artificialmente conferidos aos microvasos neste sistema de avaliação em tons
de cinza. A vantagem do sistema por nós empregado, é a utilização da análise
em sistemas de cores reais, baseado na combinação das cores vermelho, verde
e azul (sistema de cores “RGB”), que permitiu ao programa distinguir entre o
tom muito próximo do preto nas áreas de antracose e as tonalidades
acastanhadas dos microvasos marcados pela diaminobenzidina (DAB), que é
um cromógeno tradicional para a técnica de imuno-histoquímica. Desta
forma, a eventual presença de pigmento carbônico nos tecidos não foi uma
causa de erro de mensuração em nossa amostra.
Acredita-se, sobretudo, que a principal vantagem de um sistema
computadorizado sobre os demais seria a possibilidade de explorar outros
tipos de variáveis durante a avaliação dos vasos. Uma das maiores vantagens
é que, uma vez selecionados os campos da lâmina a serem processados, a
imagem deste campo será armazenada em formato digital, a qual poderá ser
reutilizada e mesmo reprocessada inúmeras vezes, sem perder a qualidade e a
sua forma original. Isto já não pode ser feito se as imagens não são salvas ou
quando as imagens são documentadas em formatos não digitais como em
papel ou filme de transparências. O armazenamento digital das imagens
76
permite então que as imagens arquivadas em um disco ou outra mídia de
computador possam ser resgatadas em sua forma original, a qualquer
momento e testadas sob diferentes formas. Além da tradicional contagem de
microvasos, que neste momento pode ser realizada tanto visualmente (como
no microscópio óptico), como de maneira semi-automática utilizando-se um
programa de computador adequado, ainda há a alternativa de medir a área
vascular total no campo, o tamanho dos vasos, o perímetro vascular, entre
outras características (PAVLOPOULOS et al., 1998). Em nosso estudo, o
analisador de imagem foi utilizado para determinar a área de microvasos
corados em cada uma das imagens digitalizadas. O programa de computador
Image-Pro Plus 4.5 (Media Cybernetics, Silver Spring, MD) foi considerado
adequado para realização das medidas, calculando a área de objetos
(microvasos) corados e salvando os resultados diretamente no programa
Microsoft Excel. O mesmo programa para análise de imagem foi também
utilizado em outros estudos, como por exemplo: para avaliação do epitélio
escamoso displásico e angiogênico nos brônquios de indivíduos com alto
risco de desenvolver câncer de pulmão (KEITH et al., 2000); para análise do
crescimento microvascular a partir de anéis da aorta de ratos (BLATT et al.,
2004); para análise da pele de ratos após a injeção de estimuladores da
angiogênese (LUBIATOWSKI et al., 2002; PADUBIDRI & BORWNE,
77
1996) e para outras pesquisas na área da saúde (CARAI et al., 2002; XAVIER
et al., 2005).
O primeiro trabalho sugerindo a importância prognóstica da
angiogênese em tumores foi baseado na medida da área de capilares, sendo
elegantemente demonstrado que nos casos de melanoma cutâneo com
metástases a área de capilares na base do tumor primário duas vezes maior
que nos casos sem comprovação de metástases (SRIVASTAVA et al., 1988).
Hoje em dia, a medida de área microvascular total é um parâmetro aceito de
avaliação da angiogênese e possui um conceito definido: corresponde a área
ocupada por microvasos por unidade de área do tumor, obtida usando uma
objetiva de magnificação específica em um determinado microscópio e em
um limitado número de campos, subjetivamente selecionados a partir das
zonas mais vascularizadas do tumor (“hot spots”). O processo de seleção dos
hot spots” é o mesmo utilizado na densidade microvascular (contagem visual
de microvasos) (SHARMA et al., 2005). Em estudo prévio, foi feita uma
comparação entre o método da densidade microvascular (contagem visual de
microvasos) e a medida da área microvascular total em imagens digitalizadas
de casos de carcinoma brônquico não de pequenas células (IRION et al.,
2003). As duas análises foram realizadas nas mesmas imagens em cada caso,
sem o conhecimento prévio dos resultados parciais de cada uma. Os
resultados foram correlacionados com o tempo de sobrevida dos pacientes em
78
até cinco anos. Naquela pesquisa mostrou-se que a medida da área
microvascular total teve melhor correlação, negativa, com a sobrevida
naquele grupo de pacientes do que fora encontrado correlacionando-se a
sobrevida com o número de vasos. Adicionalmente, um estudo sobre tumores
cerebrais astrocíticos também mostrou que, apesar da densidade
microvascular, a área microvascular total e a contagem de ramificações dos
vasos correlacionarem-se negativamente com a sobrevida livre de doença,
apenas a medida da área microvascular total permaneceu estatisticamente
significativa em análise multivariada. (KORKOLOPOULOU et al., 2002).
Vale a pena mencionar que o trabalho sobre astrocitomas e o estudo
envolvendo carcinomas de pulmão mencionados utilizaram o mesmo
anticorpo (anti-CD 34) para realçar os microvasos tumorais. Em carcinoma
transicional de bexiga foi, mais uma vez, demonstrado que a área
microvascular total é um bom preditor de sobrevida livre de doença nos
tumores superficialmente invasivos (KORKOLOPOULOU et al., 2001). Em
outro exemplo, desta vez em análise de melanomas uveais, foi relatado que a
porcentagem de área ocupada pelas malhas vasculares do tumor confere
informação prognóstica significativa comparada com parâmetros prognósticos
mais tradicionais para esta neoplasia (MEHAFFEY et al., 1997). Pavlopoulos
e colegas, estudando a angiogênese no adenocarcinoma colo-retal,
compararam a significância prognóstica em relação à sobrevida da contagem
79
de microvasos com outros parâmetros morfométricos, como área vascular
total, perímetro, eixo maior, eixo menor e outros. A análise foi realizada com
auxílio de programa de computador em “hot spots”, chegando-se à conclusão
de que a área vascular total foi o parâmetro morfométrico com significância
prognóstica. Em adenocarcinomas estágios B e C de Dukes, os casos com
menor área vascular total tiveram melhores taxas de sobrevida
(PAVLOPOULOS et al., 1998).
Alternativas para emprego de métodos computadorizados têm
sido recentemente testadas, utilizando sistemas automatizados em todas as
etapas de avaliação. Estes sistemas deveriam ser inclusive capazes de
identificar “hot spots” de uma maneira eficaz e confiável, através de uma
varredura motorizada em toda a extensão de uma lâmina histológica
(VERMEULEN et al., 2002). Desta forma, o método seria mais objetivo,
sendo evitada qualquer intervenção humana. Os resultados com esses novos
sistemas ainda são preliminares, fazendo-se necessária uma redução tanto dos
custos de implementação como do tempo gasto pelo sistema e da
complexidade de execução, para que sejam atrativos para utilização rotineira
em um laboratório convencional (FOX & HARRIS, 2004; VERMEULEN et
al., 2002).
Fundamentados nos resultados demonstrados até então, achamos
que a medida da área microvascular total pode ser um método útil de escolha
80
e também confiável na avaliação da angiogênese tumoral. Como esse é um
método de fácil realização e disponível em nosso meio, tivemos o interesse de
testá-lo em amostras teciduais com dimensões mais restritas, como as biópsias
diagnósticas por agulha, onde encontramos presença de forte correlação entre
os valores médios nas biópsia e nos subseqüentes espécimes cirúrgicos em
casos de carcinoma brônquico não de pequenas células.
A vasta maioria dos estudos sobre angiogênese tumoral foram
realizados em amostras provenientes de cirurgia radical. Poucos trabalhos
envolvendo tumores de próstata e mama foram baseados em espécimes de
biópsia apenas (BOSTWICK et al., 1996; KHATAMI et al., 2005; MARSON
et al., 1999). Não é de nosso conhecimento a existência de publicação
envolvendo avaliação microvascular em biópsias diagnósticas e em peças
cirúrgicas em casos de carcinomas de pulmão, o que limita a comparação de
resultados. Em um estudo envolvendo carcinomas de próstata, foi realizada a
comparação da densidade microvascular tumoral, ou seja, a contagem visual
de microvasos, em biópsias pré-operatórias e em espécimes de
prostatectomias (ROGATSCH et al., 1997). Os resultados daquele estudo
apontaram uma correlação significativa entre as duas medidas (r 0,89; P <
0,0001). Posteriormente, Yorukoglu e colegas encontraram resultados
semelhantes também analisando carcinomas de próstata (YORUKOGLU et
al., 1999). Foi concluído que a avaliação microvascular usando o número de
81
microvasos em biópsias diagnósticas transretais de próstata correlaciona-se
bem com os espécimes de cirurgia radical. Foi sugerido, ainda, que biópsias
pré-operatórias poderiam predizer as características gerais da
neovascularização tumoral, com possível impacto no estadiamento da doença
e no entendimento do comportamento biológico da neoplasia. Em outros dois
estudos envolvendo carcinomas de próstata, a realização avaliação da
angiogênese em biópsias por agulha é incentivada para comparação com os
dados após a cirurgia radical e como fator sinalizador de recorrência
(BOSTWICK & ICZKOWSKI, 1998; KHATAMI et al., 2005). Esses
resultados encorajadores não foram, porém, encontrados ao serem estudados
carcinomas de mama (MARSON et al., 1999). Marson e colaboradores não
encontraram correlação significativa entre a densidade de microvasos pelo
método de Chalkley em biópsias de carcinomas de mama e subseqüentes
espécimes cirúrgicos (r - 0,1). Ao comparar os resultados de outros espécimes
cirúrgicos com os de biópsias nas próprias peças cirúrgicas, realizadas
imediatamente após a ressecção, foi encontrada uma correlação positiva, mas
tal correlação falhou em atingir significância estatística (r 0,44; P = 0,09). Há
ainda um trabalho sobre tumores de mama verificando a correlação entre a
expressão de VEGF mRNA em amostras para citologia por punção aspirativa
(RT-PCR) e a densidade vascular tumoral em ressecções cirúrgicas (immuno-
histoquímica, anti-CD 31) (ANAN et al., 1997). Neste estudo, Anan e colegas
82
encontraram significativa correlação entre as duas variáveis (r 0,87 e P =
0,05).
Em relação à análise microvascular tumoral nas amostras pré e
pós cirúrgicas e os achados em outras variáveis como o comprometimento
linfonodal e o estadiamento clínico, não encontramos resultados
significativos. Nossos achados concordam com estudos prévios em
carcinomas de pulmão (IRION et al., 2003; MATSUYAMA et al., 1998;
YAMAZAKI et al., 1994), contrastando com outras pesquisas que haviam
demonstrado tal associação (FONTANINI et al., 1995; Yuan et al., 1995).
Em resumo, os resultados por nós obtidos na comparação da
angiogênese nas amostras de biópsia diagnóstica com agulha e nas respectivas
peças de ressecção cirúrgica em casos de carcinoma brônquico não de
pequenas células mostraram que pode haver boa correlação entre as duas
aferições. Isto torna-se especialmente importante levando-se em consideração
a subestratificação dos casos em baixa ou alta área vascular tumoral, pois,
como demonstrado em estudo prévio, a sobrevida dos pacientes com
carcinoma brônquico e baixa área vascular tumoral é significativamente maior
do que aqueles com tumores altamente vascularizados. Nossos dados atuais
estão de acordo com resultados publicados em algumas neoplasias já
avaliadas sob esse aspecto, como carcinomas de próstata. Em carcinomas de
mama, por exemplo, ainda há certa discordância, não tendo sido encontrada
83
tal correlação. Esta ainda é uma área em desenvolvimento no campo da
avaliação dos produtos da angiogênse, sendo necessários novos estudos em
outros tumores também e com uma amostra robusta para confirmação
definitiva do método.
A possibilidade de conhecimento do padrão vascular de uma neoplasia
no momento do diagnóstico e do estadiamento clínico pode ser uma
informação muito útil, tendo em vista consistentes comprovações da
importância prognóstica da angiogênese em tumores. A discussão sobre a
acurácia das biópsias em fornecer informação prognóstica é relevante, já que
esses espécimes são cada vez mais utilizados para diagnóstico e podem
consistir na única amostra tecidual disponível pré-tratamento. Poucas drogas
anti-angiogênicas encontram-se disponíveis para a prática clínica, mas em um
futuro próximo uma onda de novas drogas deve chegar ao mercado, fruto da
importante atuação dos pesquisadores e da indústria farmacêutica em busca de
drogas anti-angiogênicas eficazes que possam contribuir no combate ao
câncer.
84
___________________________________________________________
6. CONCLUSÕES
___________________________________________________________
Em casos selecionados de carcinoma brônquico não de pequenas
células, existe correlação entre a medida da área vascular por método
computadorizado nas biópsias diagnósticas por agulha e nos subseqüentes
espécimes cirúrgicos.
Esta correlação foi ligeiramente maior para casos de baixa área
vascular, utilizando-se a média da área vascular medida nas amostras de
biópsia como ponto de corte entre os grupos.
85
___________________________________________________________
7. ABSTRACT
___________________________________________________________
Despite modern diagnostic and therapeutic methods currently
available, lung cancer is a tumour responsible for one of the largest mortality
rates worldwide. The surgical resection still is the first therapeutic choice,
however, high recurrence rates are seen in some patients who have undergone
adequate treatment in early stages. The differences among survival rates of
same TNM stage patients who have been submitted to similar modalities of
treatment indicate that, despite of the great importance of this classification,
TNM is not the ideal therapeutic decision parameter for some subset of
patients. Extensive research has been made in order to find new reliable
prognostic markers, which could be helpful in identifying subsets of patients
with high recurrence risk who would benefit for having more aggressive
treatment in early phases. Studies have demonstrated that angiogenesis is
closely related to tumour growth and plays a major role as a prognostic
marker. In a previous study, it has been observed that the overall survival of
patients with non small cell lung cancer (NSCLC) and tumoral vascular area
above the mean value was significantly lower than in patients whose tumours
showed vascular area below the mean. The present study assessed the
angiogenesis in NSCLC, comparing their core biopsy and surgical specimen
findings. In order to highlight the vessels, we have performed
immunohistochemistry using anti-CD 34 antibody. The vascular area of each
sample (diagnostic biopsy and surgical specimen) has been calculated with
the software Image-Pro Plus 4.5. It has been observed a strong correlation
86
between the microvascular area from biopsy specimens and the corresponding
surgical specimens. This result represents an important step in the cancer
research since it raises the possibility of using angiogenic markers prior to
therapeutic decision. Further research can now be made to identify the best
therapeutic approach for lung cancer patients with high or low vascular area
measured in core biopsies.
87
__________________________________________________________________________________
8. ANEXOS
___________________________________________________________
ANEXO 1 – Técnica de hematoxilina e eosina (HE):
Após o material ter sido processado, desidratado em passagens
sucessivas por álcool, clarificado em duas passagens por xilol e embebido em
parafina duas vezes, foi incluído em blocos de parafina para confecção dos
cortes histológicos com espessura de 4 micrômetros. A seguir, está listada a
seqüência de soluções, nas quais foram embebidas as lâminas com os cortes
histológicos, para a coloração com HE:
1) xilol
2) xilol
3) álcool 100 %
4) álcool 100 %
5) álcool 95 %
6) álcool 95 %
7) álcool 80 %
8) hematoxilina (corante)
9) água corrente
88
10) eosina (corante)
11) álcool 100 %
12) álcool 100 %
13) álcool 100 %
14) álcool 100 %
15) xilol
16) xilol
17) montagem das lâminas com bálsamo e lamínula
89
ANEXO 2 – Preparação das lâminas com organosilano:
Seguem abaixo os passos para silanização das lâminas, segundo
recomendações do Manual de Imuno-histoquímica da Sociedade Brasileira de
Patologia (ALVES et al., 1999):
1) Lavar a lâmina em solução de detergente neutro Extran (Merck 7553) a 0,5
% em água, por 30 minutos
2) Lavar em água corrente para tirar o detergente (no mínimo por duas horas)
3) Lavar as lâminas em água quente
4) Secar em estufa
5) Guardar as lâminas limpas em caixas, evitando deposição de poeira
6) As lâminas limpas devem ser manipuladas com luvas para evitar
contaminação das mesmas pela oleosidade da pele
7) Imersão das lâminas em acetona por 2 minutos, retirando o excesso após
8) Imersão na solução de silano a 4 % em acetona, deixando por 2 minutos e
retirando o excesso após
9) Imersão quatro vezes em acetona, retirando o excesso
10) Secar em estufa, deixar esfriar e guardar em caixas limpas
90
ANEXO 3 – Técnica de imuno-histoquímica:
A técnica para análise imuno-histoquímica do anticorpo anti-
CD34 (clone QB-End10; DAKO Corporation, Santa Barbara, CA) foi feita
utilizando o método do complexo avidina-biotina-peroxidase (ABC), com o
princípio proposto por HSU et al (HSU et al., 1981), adaptado às nossas
condições laboratoriais:
Preparação dos cortes histológicos:
1) Utilizar as lâminas preparadas em organosilano (descrição em anexo 2)
2) Espessura de 4 micrômetros para os cortes do material incluído em parafina
3) Deixar 24 horas na estufa a 60
o
C, para melhor adesão do tecido nas
lâminas
4) Escorrer a parafina durante 20 minutos em estufa a 70
o
C
5) Desparafinização dos cortes em:
Xilol a 60
o
C por 10 minutos
Xilol em temperatura ambiente por mais 10 minutos
Etanol 100 % por três vezes de 30 segundos
Etanol 95 % por 30 segundos
Etanol 80 % por 30 segundos
Etanol 70 % por 30 segundos
Lavar as lâminas em água destilada e água corrente
91
Fazer o bloqueio da peroxidase endógena com peróxido de
hidrogênio 3 % em metanol, com duas trocas de 5 minutos cada
Lavar em água destilada e corrente por 3 minutos
Lavar em solução salina tamponada com fosfatos (PBS) 0,01M, em
Ph 7,4, por 5 minutos
Recuperação antigênica:
Amostras fixadas em formalina, especialmente quando não foi possível
o controle de Ph, requerem recuperação antigênica. O método utilizado para
pesquisa do epitopo foi digestão enzimática (BATTIFORA & KOPINSKI,
1986):
1) Incubar as lâminas em uma solução de tripsina 30 mg% e cloreto de cálcio
134 mg% em PBS, Ph 7,8, a 37
o
C, no tempo de 20 minutos
2) Lavar em água corrente, água destilada e PBS
Reação utilizando o complexo ABC (HSU et al., 1981):
1) Incubar as lâminas com o anticorpo primário (anti-CD 34) na diluição
1:1000 em tampão PBS e deixar em câmara úmida coberta, a 4
o
C, durante a
noite
2) Escorrer e lavar em PBS três vezes de 5 minutos cada
92
3) Incubar com anticorpo secundário anti-mouse na diluição 1:300 em PBS e
deixar durante 30 minutos a 37
o
C
4) Lavar em PBS três vezes, com 5 minutos cada
5) Aplicar o complexo ABC, diluído em PBS na proporção 1:400 e deixar
durante 30 minutos em 37
o
C
6) Lavar em PBS com duas trocas de 5 minutos cada
Revelação e montagem:
1) Aplicar o cromógeno DAB e deixar atuar por 5 minutos a 37
o
C, ao abrigo
da luz
2) Lavar em água destilada e água corrente durante 5 minutos
3) Mergulhar em hematoxilina de Harris, para contracoloração, durante 30
segundos
4) Lavar em água corrente
5) Desidratar as lâminas em:
Etanol 50 %, 1 minuto
Etanol 80 %, 1 minuto
Etanol 95 %, 1 minuto
Etanol 100 % 3 vezes, 1 minuto cada
Xilol 3 vezes, 1 minuto cada
6) Montagem das lâminas com bálsamo e lamínula
93
___________________________________________________________
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
___________________________________________________________
1. Adamis AP, Aiello LP, D’Amato RA. Angiogenesis and ophthalmic
disease. Angiogenesis 1999; 3:9-14.
2. Alves V, Bacchi C, Vassalo J. Manual de Imuno-histoquímica. São
Paulo: Sociedade Brasileira de Patologia, 1999.
3. Amar A, Giovanini AF, Rosa M, et al. Densidade microvascular no
carcinoma de língua. Rev Assoc Med Bras 1992; 48:204-208.
4. American Cancer Society. How many people get lung cancer? Cancer
Reference Information - Lung Cancer. 1 Jan. 2005. Disponível em:
www.cancer.org/docroot/CRI/content. Acesso em: 30 set. 2005.
5. American Cancer Society. Report to the nation: Cancer incidence
and deaths decline. 6 Jun. 2001. Disponível em:
www.cancer.org/docroot/NWS/content/update. Acesso em: 30/09/2005.
6. American Lung Association. Lung cancer fact sheet. Abr. 2005.
Disponível em :
www.lungusa.org/site/pp.asp?c=dvLUK9O0E&b=669263.
Acesso em: 30/09/2005.
7. Anan K, Morisaki T, Katano M, et al. Preoperative assessment of tumor
angiogenesis by vascular endothelial growth factor mRNA expression
in homogenate samples of breast carcinoma: fine needle aspirates vs
resection samples. J Surg Oncol 1997; 66:257-263.
8. Andre F, Jacot W, Pujol JL, et al. Epidemiology, prognostic factors,
staging, and treatment of non-small cell lung cancer. Bull Cancer 1999;
Suppl3:17-41.
9. Angeletti C, Lucchi M, Fontanini G, et al. Prognostic significance of
tumoral angiogenesis in completely resected late stage lung carcinoma
94
(stage IIIA-N2). Impact of adjuvant therapies in a subset of patients at
high risk of recurrence. Cancer 1996; 78(3):409-415.
10. Baluk P, Morikawa S, Haskell A, et al. Abnormalities of basement
membrane on blood vessels and endothelial sprouts in tumors. Am J
Pathol 2003; 163(5):1801-1815.
11. Battifora H, Kopinski M. The influence of protease digestion and
duration of fixation on the immunostaining of keratins. A comparison
of formalin and ethanol fixation. J Histochem Cytohem 1986; 34:1095.
12. Benoy IH, Salgado R, Elst H, et al. Relative microvessel area of the
primary tumour, and not lymph node status, predicts the presence of
bone marrow micrometastasis detected by reverse transcriptase
polymerase chain reaction in patients with clinically non-metastatic
breast cancer. Breast Cancer Res 2005; 7:R210-R219.
13. Bergers G, Javaherian K, Lo KM, et al. Effects of angiogenesis
inhibitors on multistage carcinogenesis in mice. Science 1999; 284:808-
812.
14. Bettencourt MC, Bauer JJ, Sesterhenn IA, et al. CD 34
immunohistochemical assessment of angiogenesis as a prognostic
marker for prostate cancer recurrence after radical prostatectomy. J
Urol 1998; 160:459-465.
15. Bishop ET, Bell GT, Bloor S, et al. An in vitro model of angiogenesis:
basic features. Angiogenesis 1999; 3-4:225-244.
16. Blatt RJ, Clark NA, Courtney J, et al. Automated quantitative analysis
of angiogenesis in the rat aorta model using Image-Pro Plus 4.1.
Comput Methods Programs Biomed 2004; 75:75-79.
17. Bostwick DG, Wheeler TM, Blute M, et al.Optimized microvessel
density analysis improves prediction of cancer stage from prostate
needle biopsies. Urology 1996; 48:47-57.
18. Bostwick DG & Iczkowski KA. Microvessel density in prostate cancer:
prognostic and therapeutic utility. Semin Urol Oncol 1998; 16(3):118-
123.
95
19. Brown JS & Spiro S. Update on lung cancer and mesothelioma. J R
Coll Physicians Lond 1999; 33:506-512.
20. Brown NJ, Smyth EA, Cross SS, Reed MW. Angiogenesis induction
and regression in human surgical wounds. Wound Repair Regen 2002;
10(4):245-251.
21. Cagini L, Monacelli M, Giustozzi G, et al. Biologic prognostic factors
for early stage completely resected non-small cell lung cancer. J Surg
Oncol 2000; 74(1):53-60.
22. Cancer Research UK. News & Resources. UK lung cancer
incidence statistics. Jan 2006. Disponível em:
www.cancerresearchuk.org/cancerstats/types/lung/incidence. Acesso
em: 25 jun. 2006.
23. Carai A, Diaz G, Santa Cruz R, Santa Cruz G. Computerized
quantitative color analysis for histological study of pulmonary fibrosis.
Anticancer Res 2002; 22:3889-3894.
24. Carbone DP. The biology of lung cancer. Semin Oncol 1997; 24:388-
401.
25. Cha HJ, Jeong MJ, Kleinman HK. Role of thymosis beta 4 in tumor
metastasis and angiogenesis. J Natl Cancer Inst 2003; 95(22):1674-
1677.
26. Chang H, Iizasa T, Shibuya K, et al. Increased expression of collagen
XVIII and its prognostic value in non-small cell lung carcinoma.
Cancer 2004; 100(8):1665-1672.
27. Chiba Y, Taniguchi T, Matsuyama K, et al. Tumor angiogenesis,
apoptosis, and p53 oncogene in stage I lung adenocarcinoma. Surg
Today 1999; 29(11):1148-1153.
28. Cox G, Jones JL, Walker RA, et al. Angiogenesis and non-small cell
lung cancer. Lung Cancer 2000; 27(2):81-100.
96
29. Cristi E, Perrone G, Toscano G et al. Tumour proliferation,
angiogenesis, and ploidy status in human colon cancer. J Clin Pathol
2005; 58:1170-1174.
30. D'Amico TA, Massey M, Herndon JE, et al. A biologic risk model for
stage I lung cancer: immunohistochemical analysis of 408 patients with
the use of ten molecular markers. J Thorac Cardiovasc Surg 1999;
117:736-743.
31. D’Amico TA, Aloia TA, Moore MB, et al. Molecular biologic
substaging of stage I lung cancer according to gender and histology.
Ann Thorac Surg 2000; 69(3):882-886.
32. Davis DW, Shen Y, Mullani NA, et al. Quantitative analysis of
biomarkers defines an optimal biological dose for recombinant human
endostatin in primary human tumors. Clin Cancer Res 2004;
10(1pt1):33-42.
33. DeLisser HM, Baldwin HS, Albelda SM. Platelet endothelial cell
adhesion molecule 1 (PECAM-1/CD 31): a multifunctional vascular
cell adhesion molecule. Trends Cardiovasc Med 1997; 7:203-210.
34. Depasquale I & Thompson WD. Microvessel density for melanoma
prognosis. Histopathology 2005; 47:186-194.
35. Duarte IG, Bufkin BL, Pennington MF, et al. Angiogenesis as a
predictor of survival after surgical resection for stage I non-small cell
lung cancer. J Thorac Cardiovasc Surg 1998; 115(3):652-658.
36. Eiján AM, Davel L, Lustig ES. Modulación de la angiogenesis inducida
por linfocitos por proteinas de la matriz extracelular. Acta Physiol
Pharmacol Ther Latinoam 1993; 43(3/4):53-57.
37. Eissa S & Shoman S. Tumor aggressiveness markers. In: Eissa S,
Shoman S, eds. Tumor Markers. London: Chapman & Hall, 1998:153-
165.
38. Falardeau P, Champagne P, Poyet P, et al. Neovastat, a naturally
occurring multifunctional antiangiogenis drug, in phase III clinical
trials. Semin Oncol 2001; 28;620-625.
97
39. Ferrara N & Davis-Smyth T. The biology of vascular endothelial
growth factor. Endocrine Reviews 1997; 18:4-25.
40. Fina L, Moolgaard H, Robertson D, et al. Expression of the CD34 gene
in vascular endothelial cells. Blood 1990; 75:2417-2426.
41. Folkman J. Tumor angiogenesis: therapeutic implications. N Engl J
Med 1971; 285:1182-1186.
42. Folkman J, Merler E, Abernathy C, Williams G. Isolation of a tumor
factor responsible for angiogenesis. J Exp Med 1971; 133:275-288.
43. Folkman J, Klagsbrun M. Angiogenic factors. Science 1987; 235:442-
447.
44. Folkman J, Watson C, Ingber D, Hanahan D. Induction of angiogenesis
during the transition from hyperplasia to neoplasia. Nature 1989;
339:58-61.
45. Folkman J. What is the evidence that tumors are angiogenesis
dependent? J Natl Cancer Inst 1990; 82:4-6.
46. Fontanini G, Bigini D, Vignati S, et al. Microvessel count predicts
metastatic disease and survival in non-small-cell lung cancer. J Pathol
1995; 177(1):57-63.
47. Fontanini G, Vignati S, Bigini D, et al. Neoangiogenesis: a putative
marker of malignancy in non-small-cell lung cancer (NSCLC)
development. Int J Cancer 1996; 67(5):615-619.
48. Fontanini G, Lucchi M, Vignati S, et al. Angiogenesis as a prognostic
indicator of survival in non-small-cell lung carcinoma: a prospective
study. J Natl Cancer Inst 1997; 89(12):881-886. (a)
49. Fontanini G, Vignati S, Lucchi M, et al. Neoangiogenesis and p53
protein in lung cancer: their prognostic role and their relation with
vascular endothelial growth factor VEGF) expression. Br J Cancer
1997; 75:1295-1301. (b)
50. Fontanini G, Boldrini L, Chine S, et al. Expression of vascular
endothelial growth factor mRNA in non-small cell lung carcinomas. Br
J Cancer 1999; 79(2):363-369.
98
51. Fox SB, Leek RD, Weekes MP, et al. Quantitation and prognostic value
of breast cancer angiogenesis: comparison of microvessel density,
Chalkley count, and computer image analysis. J Pathol 1995; 177:275-
283.
52. Fox SB, Harris AL. Histological quantitation of tumour angiogenesis.
APMIS 2004; 112:413-430.
53. Franklin WA. Pathology of lung cancer. Journal of Thoracic imaging
2000; 15:3-12.
54. Fujishita A, Hasuo A, Khan KN, et al. Immunohistochemical study of
angiogenic factors in endometrium and endometriosis. Gynecol Obstet
Invest 1999; 48:36-44.
55. Gasparini G, Weidner N, Maluta S, et al. Intratumoral microvessel
density and p53 protein: correlation with metastasis in head-and-neck
squamous cell carcinoma. Int J Cancer 1993; 55:739-744.
56. Gavin AT, Wilkinson P, Fitzpatrick DA, et al. Lung cancer survival in
Northern Ireland. Ir Med J 2003 Sep; 96(8):237-240.
57. Giatromanolaki A, Koukourakis M, O´Byrne K, et al. Prognostic value
of angiogenesis in operable non-small-cell lung cancer. J Pathol 1996;
179(1):80-88.
58. Giatromanolaki A, Koukourakis M, Theodossiou D, et al. Comparative
evaluation of angiogenesis assessment with anti-factor VIII and anti-
CD 31 immunostaining in non-small cell lung cancer. Clin Cancer Res
1997; 3:2485-2492.
59. Giatromanolaki A, Koukourakis M, Kakolyris S, et al. Vascular
endothelial growth factor, wild-type p53, and angiogenesis in early
operable non-small cell lung cancer. Clin Cancer Res 1998;
4(12):3017-3024.
60. Giatromanolaki A. Prognostic role of angiogenesis in non-small cell
lung cancer. Anticancer Res 2001; 21:4373-82.
99
61. Goddard JC, Sutton, Furness PN, et al. A computer image analysis
system for microvessel density measurement in solid tumours.
Angiogenesis 2002; 5:15-20.
62. Gospodarowicz D, Ill C. Extracellular matrix and control of
proliferation of vascular endothelial cells. J Clin Invest 1980; 65:1351-
1364.
63. Gundersen HJG. Notes on the estimation of the numerical density of
arbitrary profiles: the edge effect. J Microsc 1977; 111:219-223.
64. Hahnfeldt P, Panigrahy D, Folkman J, et al. Tumor development under
angiogenic signaling: a dynalical theory of tumor growth, treatment
response, and postvascular dormancy. Cancer Res 1999; 59(19):4770-
4775.
65. Hamilton PW. Stereology. In: Allen DC, Hamilton PW, eds.
Quantitative Clinical Pathology. London: Blackwell Science, 1995:3-
15.
66. Hannen EJ, van der Laak JA, Manni JJ, et al. Improved prediction of
metastasis in tongue carcinomas combining vascular and nuclear tumor
parameters. Cancer 2001; 92:1881-1887.
67. Hansen S, Grabau D, Sorensen F, et al. The prognostic value of
angiogenesis by Chalkley counting in a confirmatory study design on
836 breast cancer patients. Clin Cancer Res 2000; 6:139-146.
68. Hansen S, Sorensen FB, Vach W, et al. Microvessel density compared
with the Chalkley count in a prognostic study of angiogenesis in breast
cancer patients. Histopathology 2004; 44:428-436.
69. Harpole DJ, Herndon J, Wolfe W, et al. A prognostic model of
recurrence and death in stage I non-small cell lung cancer utilizing
presentation, histopathology, and oncoprotein expression. Cancer Res
1995; 55:51-56.
70. Harpole DJ, Richards W, Herndon JE, Sugarbaker DJ. Angiogenesis in
molecular biologic substaging in patients with stage I non-small-cell
lung cancer. Ann Thorac Surg 1996; 61(5):1470-1476.
100
71. Hequera JA, Parisi C, Castiglioni T, et al. Rev Argent Coloproctogía
1999; 10:72-87.
72. Herbst RS, Onn A, Sandler A. Angiogenesis and lung cancer:
prognostic and therapeutic implications. J Clin Oncol 2005; 23:3243-
3256.
73. Hollingsworth H, Kohn E, Steinberg S, Rothenberg M, Merino M.
Tumor angiogenesis in advanced stage ovarian carcinoma. Am J Pathol
1995; 147:33-41.
74. Hsu S, Raine L, Fanger H. Use of avidin-biotin peroxidase complex
(ABC) in immunoperoxidase techniques: A comparison between ABC
and unlabeled antibody (PAP) procedure. J Histochem Cytochem 1981;
29:577.
75. Hu J, Bianchi F, Ferguson M, et al. Gene expression signature for
angiogenic and nonangiogenic non-small cell lung cancer. Oncogene
2005; 24:1212-1219.
76. Huang C, Liu D, Masuya D, et al. Clinical application of biological
markers for treatments of resectable non-small cell lung cancers. Br J
Cancer 2005; 92(7):1231-1239.
77. Inai T, Mancuso M, Hashizume H, et al. Inhibition of vascular
endothelial growth factor (VEGF) signaling in cancer causes loss of
endothelial fenestrations, regression of tumor vessels, and appearance
of basement membrane ghosts. Am J Pathol 2004; 165(1):35-52.
78. INCA – Instituto Nacional de Câncer. Estimativa da incidência e
mortalidade por câncer para o ano 2005. Rio de Janeiro: INCA, 2004.
79. INCA – Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2006: Incidência de
câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2005.
80. Irion LCD, Prolla JC, Hartmann AA, Silva VD. A determinação
quantitativa da área de microvasos intratumorais pode ser um indicador
útil para tratamento coadjuvante em carcinomas de células não
pequenas operados do pulmão. Rev Port Pneumol 2003; IX:19-32.
81. Ishikawa S, Takenaka K, Yanagihara K, et al. Matrix
metalloproteinase-2 status in stromal fibroblasts, not in tumor cells, is a
101
significant prognostic factor in non-small cell lung cancer. Clin Cancer
Res 2004; 10(19):6579-6585.
82. Juczewska M, Chyczewska E, Naumnik W, et al. Endothelial cells and
angiogenesis intensity in lung cancer. Folia Histochem Cytobiol 2001;
39:253-8.
83. Keith R, Miller Y, Gemmill R, et al. Angiogenic squamous dysplasia in
bronchi of individuals at high risk for lung cancer. Clin Cancer Res
2000; 6:1616-1625.
84. Ker CG, Chen HY, Juan CC, et al. Role of angiogenesis in hepatitis and
hepatocellular carcinoma. Hepatogastroenterology 1999; 46(926):646-
650.
85. Kerbel R. Tumor angiogenesis: past, present and the near future.
Carcinogenesis 2000; 21(3):505-515.
86. Khatami A, Pihl CG, Norrby K, et al. Is tumor vascularity in prostate
core biopsies a predictor of PSA recurrence after radical prostatectomy?
Acta Oncol 2005; 44:362-368.
87. Kim HS, Youm HR, Lee JS, et al. Correlation between
cyclooxygenase-2 and tumor angiogenesis in non-small cell lung
cancer. Lung Cancer 2003; 42(2):163-170.
88. Kong HL & Crystal RG. Gene therapy strategies for tumor
antiangiogenesis. J Natl Cancer Inst 1998; 90:273-286.
89. Korkolopoulou P, Konstantinidou AE, Kavantzas N, et al.
Morphometric microvascular characteristics predict prognosis in
superficial and invasive baldder cancer. Virchows Arch 2001; 438:603-
611.
90. Korkolopoulou P, Patsouris E, Kavantzas N, et al. Prognostic
implications of microvessel morphometry in diffuse astrocytic
neoplasms. Neuropathol Appl Neurobiol 2002; 28:57-66.
91. Kudelka AP, Verschaegen CF, Loyer E. Complete remission of
metastatic cervical cancer with the angiogenesis inhibitor TNP-470. N
Engl J Med 1998; 338:991-992.
102
92. Laack E, Kohler A, Kugler C, et al. Pretreatment serum levels of matrix
metalloproteinase-9 and vascular endothelial growth factor in non-small
cell lung cancer. Ann Oncol 2002; 60(5):1550-1557.
93. Lebovic DI, Mueller MD, Taylor RN. Vascular endothelial growth
factor in reproductive biology. Curr Opin Obstet Gynecol 1999;
11:255-260.
94. Lee TY, Purdie TG, Stewart E. CT imaging of angiogenesis. Q J Nucl
Med 2003; 47(3):171-187.
95. Le Querrec A, Duval D, Tobelem G. Tumour angiogenesis. Baillieres
Clin Haematol 1993; 6:711-730.
96. Leslie KO & Colby TV. Pathology of lung cancer. Curr Opin Pulm
Med 1997; 3(4):252-256.
97. Li A, Varney ML, Valasek J et al. Autocrine role of interleukin-8 in
induction of endothelial cell proliferation, survival, migration and
MMP-2 production and angiogenesis. Angiogenesis 2005; 8:63-71. (a)
98. Li G, Tian L, Hou JM, et al. Improved therapeutic effectiveness by
combining recombinant CXC chemokine ligand 10 with cisplatin in
solid tumors. Clin Cancer Res 2005; 11(11):4217-4224. (b)
99. Lubiatowski P, Goldman CK, Gurunluoglu R, et al. Enhancement of
epigastric skin flap survival by adenovirus-mediated VEGF gene
therapy. Plast Reconstr Surg 2002; 109:1986-1993.
100. Maas JWM, Groothuis PG, Dunselman GAJ, et al. Endometrial
angiogenesis throughout the human menstrual cycle. Human
Reproduction 2001; 16:1557-1561.
101. Macchiarini P, Fontanini G, Hardin MJ, et al. Relation of
neovascularization to metastasis of non small cell lung cancer. Lancet
1992; 340(8812):145-146.
102. Macchiarini P, Fontanini G, Dulmet E, et al. Angiogenesis: an indicator
of metastasis in non-small-cell lung cancer invading the thoracic inlet.
Ann Thorac Surg 1994; 57(6):1534-1539.
103
103. Maisonpierre PC, Suri C, Jones PF, et al. Angiogoietin-2, a natural
antagonist for Tie2 that disrupts in vivo angiogenesis. Science 1997;
277:55-60.
104. Mall JW, Schwenk W, Philipp AW, et al. Serum vascular endothelial
growth factor levels correlate better with tumour stage in small cell
lung cancer than albumin, neuron-specific enolase or lactate
dehydrogenase. Respirology 2002; 7:99-102.
105. Marson LP, Kurian KM, Miller WR, Dixon JM. Reproducibility of
microvessel counts in breast cancer specimens. Br J Cancer 1999;
81:1088-1093.
106. Martin TA, Watkins G, Lane J, Jiang WG. Assessing microvessels and
angiogenesis in human breast cancer, using VE-cadherin.
Histopathology 2005; 46:422-430.
107. Mascaux C, Martin B, Paesmans M, et al. Expression of
thrombospondin in non-small cell lung cancer. Anticancer Res 2002;
22(2B):1273-1277.
108. Masferrer JL, Leahy KM, Koki AT, et al. Antiangiogenic and antitumor
activities of cyclooxygenase-2 inhibitors. Cancer Res 2000;
60(5):1306-1311.
109. Matsuyama K, Chiba Y, Sasaki M, et al. Tumor angiogenesis as a
prognostic marker in operable non-small cell lung cancer. Ann Thorac
Surg 1998; 65:1405-1409.
110. Mattern J, Koomagi R, Volm M. Biological characterization of
subgroups of squamous cell lung carcinomas. Clin Cancer Res 1999;
5(6);1459-1463.
111. Meert AP, Paesmans M, Martin B, et al. The role of microvessel
density of patients with lung cancer: a systematic review of the
literature with metanalysis. Br J Cancer 2002; 87:694-701.
112. Mehaffey MG, Folberg R, Meyer M, et al. Relative importance of
quantifying area and vascular patterns in uveal melanomas. Am J
Ophthalmol 1997; 123:798-809.
104
113. Mehta R, Kyshtoobayeva A, Kurosaki T, et al. Independent association
of angiogenesis index with outcome in prostate cancer. Clin Cancer Res
2001; 7(1):81-88.
114. Mineo TC, Ambrogi V, Baldi A, et al. Prognostic impact of VEGF, CD
31, CD 34, and CD 105 expression and tumour vessel invasion after
radical surgery for IB-IIA non-small cell lung cancer. J Clin Pathol
2004; 57:591-597.
115. Morgan B, Horsfield MA, Steward WP. The role of imaging in the
clinical development of antiangiogenic agents. Hematol Oncol Clin
North Am 2004; 18(5):1183-1206.
116. Morrell NW, Weiser MCM, Stenmark KR. Development of the
pulmonary vasculature. In: Gaultier C, Bourbon JR, Post M, eds. Lung
Development. New York: Oxford University Press for The American
Physiological Society, 1999:152-195.
117. Mountain CF. Revisions in the international system for staging lung
cancer. Chest 1997; 111:1710-1717.
118. Nakashima T, Huang CL, Liu D, et al. Expression of vascular
endothelial growth factor-A and vascular endothelial growth factor-C
as prognostic factors for non-small cell lung cancer. Med Sci Monit
2004; 10(6):157-165.
119. Nör JE, Christensen J, Mooney DJ, Polverini PJ. Vascular endothelial
growth factor (VEGF)-mediated angiogenesis is associated with
enhanced endothelial cell survival and induction of Bcl-2 expression.
Am J Pathol 1999; 154:375-384.
120. Ogawa E, Takenaka K, Yanagihara K, et al. Clinical significance of
VEGF-C status in tumor cells and stromal macrophages in non-small
cell lung cancer patients. Br J Cancer 2004; 91(3):498-503.
121. Okada M, Nishio W, Sakamoto T, et al. Long-term survival and
prognostic factors of five-year survivors with complete resection on
non-small cell lung carcinoma. J Thorac Cardiovasc Surg 2003;
126(2):556-562.
105
122. Olewniczak S, Chosia M, Kolodziej B, et al. Angiogenesis as
determined by computerised image analysis and the risk of early
relapse in women with invasive ductal breast carcinoma. Pol J Pathol
2003; 54(1):53-59.
123. Ozalp S, Yalcin OT, Acikalin M, et al. Microvessel density (MVD) as a
prognosticator in endometrial carcinoma. Eur J Gynaecol Oncol 2003;
24(3-4): 305-308.
124. Özuysal S, Bilgin T, Ozan H, et al. Angiogenesis in endometrial
carcinoma: correlation with survival and clinicopathologic risk factors.
Gynecol Obstet Invest 2003; 55:173-177.
125. Padubidri A, Browne EJ. Effect of vascular endothelial growth factors
(VEGF) on survival of random extension of axial pattern skin flaps in
the rat. Ann Plast Surg 1996; 37:604-611.
126. Pavlopoulos P, Konstantinidou A, Agapitos E, Kavantzas N,
Nikolopoulou P, Davaris P. A morphometric study of
neovascularization in colorectal carcinoma. Cancer 1998; 83:2067-
2075.
127. Rogatsch H, Hittmair A, Reissigl A, et al. Microvessel density in core
biopsies of prostatic adenocarcinoma: a stage predictor? J Pathol 1997;
182:205-210.
128. Saad RS, Liu YL, Nathan G, et al. Endoglin (CD105) and vascular
endothelial growth factor as prognostic markers in colorectal cancer.
Mod Pahtol 2004; 17(2);197-203.
129. Sabo E, Boltenko A, Sova Y et al. Microscopic analysis and
significance of vascular architectural complexity in renal cell
carcinoma. Clin Cancer Res 2001; 7:3305-3307.
130. Santimaria M, Moscatelli G, Viale GL, et al. Immunoscintigraphic
detection of the ED-B domain of fibronectin, a marker of angiogenesis,
in patients with cancer. Clin Cancer Res 2003; 9(2):571-579.
131. Sauer G, Deissler H. Angiogenesis: prognostic and therapeutic
implications in gynecologic and breast malignancies. Curr Opin Obstet
Gynecol 2003; 15:45-49.
106
132. Sharma S, Sharma M, Sarkar C. Morphology of angiogenesis in human
cancer: a conceptual overview, histoprognostic perspective and
significance of neoangiogenesis. Histopathology 2005; 46:481-489.
133. Shepherd FA. Angiogenesis inhibitors in the treatment of lung cancer.
Lung Cancer 2001; 34(Suppl 3):81-89.
134. Shimamura M, Nagasawa H, Ashino H, et al. A novel hypoxia-
dependent 2-nitromidazole KIN-841 inhibits tumour-specific
angiogenesis by blocking production of angiogenic factors. Br J Cancer
2003; 88(2):307-313.
135. Slodkowska J, Sikora J, Roszkowski-Sliz K, et al. Expression of
vascular endothelial growth factor and basic fibroblast growth factor
receptors in lung cancer. Anal Quant Cytol Histol 2000; 22(5):398-402.
136. Speck N, Focchi J, Alves A, Osório C, Bacarat E. Relação entre
angiogênese e o estádio do carcinoma de endométrio. Rev Bras Ginecol
Obstet 2003; 25:396-401.
137. Srivastava A, Laidler P, Davies RP, et al. The prognostic significance
of tumor vascularity in intermediate thickness (0.76-4.00 mm thick)
skin melanoma. A quantitative histologic study. Am J Pathol 1988;
133:419-423.
138. Stabenow E, Tavares MR, Absaber AM, et al. Angiogenesis as na
indicator of metastatic potential in papillary thyroid carcinoma. Clinics
2005; 60:233-240.
139. Stefanou D, Goussia AC, Arkoumani E, Agnatis NJ. Expression of
vascular endothelial growth factor and the adhesion molecule E-
cadherin in non-small cell lung cancer. Anticancer Res 2003;
23(6):4715-4720.
140. Takanami I. Overexpression of Ang-2 mRNA in non-small cell lung
cancer: association with angiogenesis and poor prognosis. Oncol Rep
2004; 12(4):849-853.
141. Takeda S, Fukai S, Komatsu H, et al. Impact of large tumor size on
survival after resection of pathologically node negative (pN0) non-
small cell lung cancer. Ann Thorac Surg 2005; 79(4):1142-1146.
107
142. Tanaka F, Otake Y, Yanagihara K, et al. Evaluation of angiogenesis in
non-small cell lung cancer: comparison between anti-CD 34 antibody
and anti-CD 105 antibody. Clin Cancer Res 2001; 7(11);3410-3415.
143. Tanigawa N, Amaya H, Matsumara M, et al. Extent of tumor
vascularization correlates with prognosis and hematogenous metastasis
in gastric carcinomas. Cancer Res 1996; 56:2671-2676.
144. Tarta C, Teixeira CR, Tanaka S, et al. Angiogenesis in advanced
colorectal adenocarcinoma with special reference to tumoral invasion.
Arq Gastroenterol 2002; 39:32-38.
145. Tjalma W, Van Marck E, Weyler J, et al. Quantification and prognostic
relevance of angiogenic parameters in invasive cervical cancer. Br J
Cancer 1998; 78:170-174.
146. Toi M, Inada K, Suzuki H, Tominaga T. Tumor angiogenesis in breast
cancer: its importance as a prognostic indicator and the association with
vascular endothelial growth factor expression. Breast Cancer Res Treat
1995; 36:193-204.
147. Travis WD, Colby TV, Corrin B, Shimosato Y, Brambilla E. In
Collaboration with Sobin LH and Pathologists from 14 countries.
World Health Organization International Histological typing of lung
and pleural tumours. Histological typing of lung and pleural tumours.
3
rd
Ed. Springer-Verlag, 1999.
148. Van Beijnum JR, Fan TP, Griffioen AW. Euroconference angiogenesis
II. Angiogenesis 2003; 6:159-164.
149. Vermeulen PB, Gasparini G, Fox SB, et al. Quantification of
angiogenesis in solid human tumours: an international consensus on the
methodology and criteria of evaluation. Eur J Cancer 1996; 32A:2474-
2484.
150. Vermeulen PB, Gasparini G, Fox SB, et al. Second international
consensus on the methodology and criteria of evaluation of
angiogenesis quantification in solid human tumours. Eur J Cancer
2002; 38:1564-1579.
108
151. Veronesi G, Landoni C, Pelosi G, et al. Fluoro-deoxi-glucose uptake
and angiogenesis are independent biological features in lung
metastases. Br J Cancer 2002 May 6; 86(9):1391-1395.
152. Volm M, Mattern J, Koomagi R. Angiostatin expression in non-small
cell lung cancer. Clin Cancer Res 2000; 6(8):3236-3240.
153. Voravud N, Charuruk N. Tumor angiogenesis. J Med Assoc Thai 1999;
82:394-404.
154. Weidner N, Semple JP, Welch WR, Folkman J. Tumor angiogenesis
and metastasis - correlation in invasive breast carcinoma. N Engl J Med
1991; 324:1-8.
155. Weidner N. Tumor angiogenesis: Review of current applications in
tumor prognostication. Semin Diag Pathol 1993; 10:302-313.
156. Weidner N, Carroll PR, Flax J, et al. Tumor angiogenesis correlates
with metastasis in invasive prostate carcinoma. Am J Pathol 1993;
143:401-409.
157. Weidner N. Intratumor microvessel density as a prognostic factor in
cancer. Am J Pathol 1995; 147:9-19.
158. Weis M, Heeschen C, Glassford AJ, Cooke JP. Statins have bifasic
effects on angiogenesis. Circulation 2002; 105:739-45.
159. Wesseling P, Jeroen A, Van Der Laak W, et al. Quantitative
immunohistochemical analysis of the microvasculature in untreated
human glioblastoma multiforme. J Neurosurg 1994; 81:902-909.
160. White ES, Flaherty KR, Carskadon S, et al. Macrophage migration
inhibiton factor CXC chemokine expression in non-small cell lung
cancer: role in angiogenesis and prognosis. Clin Cancer Res 2003;
9(2):853-860.
161. Wisnivesky JP, Henschke C, McGinn T, Iannuzzi MC. Prognosis of
stage II non-small cell lung cancer according to tumor and nodal status
at diagnosis. Lung Cancer 2005; 49(2)181-186.
109
162. Yamada Y, Pannel R, Forster A, Rabbits TH. The LIM-domain protein
Lmo2 is a key regulator of tumour angiogenesis: a new anti-
angiogenesis drug target. Oncogene 2003; 21(9):1309-1315.
163. Yamazaki K, Abe S, Takekawa H, et al. Tumor angiogenesis in human
lung andecarcinoma. Cancer 1994(8); 74:2245-2250.
164. Yatsunami J, Tsuruta N, Ogata K, et al. Interleukin-8 participates in
angiogenesis in non-small cell, but not small cell carcinoma of the lung.
Cancer Lett 1997; 120(1):101-108.
165. Yorukoglu K, Sagol O, Ozkara E, et al. Comparison of
microvascularization in diagnostic needle biopsies and radical
prostatectomies in prostate carcinoma. Eur Urol 1999; 35(2):109-112.
166. Yuan A, Yang PC, Yu CJ, et al. Interleukin-8 messenger ribonucleic
acid expression correlates with tumor progression, tumor angiogenesis,
patient survival, and timing of relapse in non-small-cell lung cancer.
Am J Respir Crit Care Med 2000; 162:1957-1963.
167. Yuan A, Yang PC, Yu CJ, et al. Tumor angiogenesis correlates with
histologic type and metastasis in non-small-cell lung cancer. Am J
Respir Crit Care Med 1995; 152:2157-2162.
168. Xavier LL, Viola GG, Ferraz AC, et al. A simple and fast densitometric
method for the analysis of tyrosine hydroxylase immunoreactivity in
the substantia nigra pars compacta and in the ventral tegmental area.
Brain Res Brain Res Protoc 2005; 16:58-64.
169. Xie Q, Zhang J, Wu PH, et al. Bladder transitional cell carcinoma:
correlation of contrast enhancement on computed tomography with
histological grade and tumour angiogenesis. Clin Radiol 2005; 60:215-
223.
170. Zadeh G, Guha A. Molecular regulators of angiogenesis in the
developing nervous system and adult brain tumors. Int J Oncol 2003;
23:557-565.
171. Zinner RG, Kim J, Herbst RS. Non-small cell lung cancer clinical trials
with trastuzumab: their foundation and preliminary results. Lung
Cancer 2002; 37(1):17-27.
110
ARTIGO EM PORTUGUÊS
Angiogênese no carcinoma brônquico não de pequenas células:
área de microvasos em biópsias por agulha fornece uma idéia
confiável sobre a densidade vascular do tumor?
Angiogenesis in non small cell lung cancer: can microvessel area
in needle biopsies provide reliable information on the vascular
density of the tumour?
Trabalho realizado no laboratório de patologia
da Pós-graduação da FFFCMPA, baseado
na tese de doutorado da aluna
Luciane Cristina Dreher Irion.
Orientadores: João Carlos Prolla
Antônio Atalíbio Hartmann
111
RESUMO
Introdução: Estudos mostram que a angiogênese está intimamente relacionada com
crescimento tumoral e tem inegável importância como marcador prognóstico em vários
tumores. A medida da área vascular em carcinoma brônquico não de pequenas células
(CBNPC) parece ter impacto na sobrevida. Não está claro, porém, se a medida da área
vascular em biópsias por agulha também teria relevante importância. Objetivo: Avaliar a
angiogênese em CBNPC através de imuno-histoquímica comparando áreas vasculares em
biópsias por agulha e espécimes cirúrgicos. Material e método: 28 biópsias por agulha e
subsequentes espécimes cirúrgicos de CBNPC foram revisados. Os microvasos foram
salientados por imuno-histoquímica com anti-CD34, para captura de imagens digitalizadas
de “hot spots” nos espécimes cirúrgicos e nas biópsias. A área vascular de todos as
imagens foi avaliada com o programa Image-ProPlus 4.5. Resultados: O valor médio da
área de microvasos entre as biópsias foi 5093,6 µm
2
(233,4-17916,8 µm
2
) e entre os
espécimes cirúrgicos foi 3599,3 µm
2
(376,9-9514 µm
2
). Houve forte correlação entre a
área vascular das biópsias e dos espécimes cirúrgicos (r 0,7; P=0.0001). A media nas
biópsias foi usada para dividir os casos com baixa e alta área vascular. Uma melhor
correlação foi observada entre biópsias e espécimes cirúrgicos de tumores com baixa área
vascular (r 0,84; P=0.0001). Conclusão: Existe correlação entre a área microvascular de
biópsias por agulha e espécimes cirúrgicos em CBNPC, através de analise de imagem.
Estes resultados podem incentivar a pesquisa de novas formas de manejo de pacientes com
CBNPC.
Unitermos: angiogênese, carcinoma brônquico, CD 34, análise de imagem, área de
microvasos
Angiogenesis in non small cell lung cancer: can microvessel area in needle biopsies
provide reliable information on the vascular density of the tumour?
ABSTRACT
Background: Studies show that angiogenesis is closely related to tumour growth and has
undeniable importance as a prognostic marker in various types of tumours. The
microvessel area in non small cell lung cancer (NSCLC) may have impact on survival.
However, it is not known whether the microvessel area in core biopsies shows similar
importance. Objective: To assess the angiogenesis in NSCLC through
immunohistochemistry and compare vascular areas in needle biopsies and surgical
specimens. Methods: 28 core biopsies and further NSCLC surgical specimens have been
reviewed. The microvessels were highlighted by immunohistochemistry with anti-CD34 in
order to acquire digital images from hot spots of both surgical specimens and core
biopsies. The vascular area of all samples has been evaluated with the Image-ProPlus 4.5
software. Results: The mean value of the microvessel area among the cores was 5093.6
µm
2
(233.4-17916.8 µm
2
) and among the surgical specimens was 3599.3 µm
2
(376.9-9514
µm
2
). There was a strong correlation between the overall microvascular area in biopsies
and in surgical specimens (r 0.7; P=0.0001). The mean of the biopsies was used to divide
the cases with low and high vascular áreas. A stronger correlation was observed between
biopsies and surgical specimens of tumours with low vascular áreas (r 0.84; P=0.0001).
Conclusion: There is correlation of microvessel area between core biopsies and respective
surgical specimens in NSCLC cases, assessed by image analysis. This data could help in
finding new ways of managing lung cancer patients.
Keywords: angiogenesis, non small cell lung cancer CD 34, microvessel area
112
INTRODUÇÃO
O câncer de pulmão tem sido a principal causa de morte por câncer no mundo,
chegando a aproximadamente um milhão de mortes anuais, cifra maior do que a
mortalidade por câncer de cólon, mama e próstata combinados
(4,5)
. No Brasil, são
esperados 27.170 casos novos de carcinoma brônquico em 2006, correspondendo à terceira
neoplasia em incidência
(47)
.
Apesar dos avanços no setor diagnóstico na tentativa de identificar o tumor em
estágios precoces, o prognóstico do carcinoma brônquico permanece reservado
(12,5)
.
Intrigantes diferenças entre a evolução e o desfecho de pacientes com determinado TNM
ou com tumores de tipo histológico semelhante podem existir, sendo, porém, muito difícil
prever os casos de pior comportamento biológico
(14,21,63,92)
. Inúmeros marcadores
prognósticos estão disponíveis
(16,18,19,39,44,56,80)
, entre eles a angiogênese que está
relacionada com o crescimento tumoral e com metástases
(8,11,20,27,31,32,61,64,68,88,89,90)
. A
angiogênese também tem estimulado pesquisas de novos medicamentos em busca de
otimizar os efeitos anticâncer das modalidades terapêuticas tradicionais
(17,45)
.
Angiogênese é o processo de divisão das células endoteliais e migração para os
tecidos para formar novos capilares
(76)
. A formação dos vasos sangüíneos é mantida estável
pelo equilíbrio entre ativadores e inibidores angiogênicos
(49,59)
. Tais mecanismos estão
sendo melhor compreendidos devido, principalmente, a estudos sobre angiogênese
tumoral
(25,51)
. Este processo, entretanto, é também observado em diferentes situações
fisiológicas
(13,22,55,57,96)
e em algumas doenças não neoplásicas
(1,22,26,35)
.
Folkman foi o pioneiro no interesse pela angiogênese tumoral
(24)
. A avaliação
quantitativa da angiogênse em tumores e seu significado prognóstico teve impulso a partir
do estudo de Srivastava em melanomas
(78)
. Desde então, diversos estudos sobre este tema
foram realizados em tumores de diferentes sítios como mama
(88)
, língua
(3,41)
, cabeça e
pescoço
(36)
, próstata
(90)
, ovário
(46)
, estômago
(82)
, intestino grosso
(83)
, colo uterino
(84)
,
fígado
(50)
, rim
(74)
, endométrio
(69)
, tireóide
(79)
e sistema nervoso central
(91)
.
Macchiarini apresentou o primeiro estudo envolvendo tumores de pulmão
(58)
,
seguido por outros autores, que analisaram a angiogênese nos diferentes estágios destes
tumores
(6,17,18,48)
, sendo observado que a angiogênese tumoral correlaciona-se
negativamente com a sobrevida
(6,17,18,30,48)
.
113
Uma maneira simples e acessível de identificar os vasos a serem avaliados é através
de imuno-histoquímica. Ainda há muita discussão a respeito do anticorpo mais adequado,
mas anti-Fator VIII, anti-CD34, anti-CD31 e anti-CD105 são os mais
utilizados
(28,37,38,67,75,81,87)
.
Existem diferentes meios de quantificação histológica da angiogênese, incluindo a
densidade microvascular, a contagem de Chalkley e métodos semi-automatizados de
análise de imagem
(34,71,75,88)
. Por técnica de quantificação semi-automática da área
vascular, foi descrito que a sobrevida de pacientes com carcinoma brônquico não de
pequenas células (CBNPC) pode ser significativamente mais curta em casos de alta área
vascular quando comparada com tumores de baixa área vascular
(48)
. Não há conhecimento
definido sobre técnica similar que permita a avaliação da angiogênese em CBNPC ainda na
fase de diagnóstico. Como a biópsia por agulha pode produzir material suficiente para
estabelecer o diagnóstico, essa amostra poderia ser aproveitada tamm para avaliação da
angiogênese, contudo é necessário saber se esse mesmo material reflete as características
vasculares do tumor de uma maneira confiável. Os autores desconhecem relatos de tal
avaliação em neoplasias de pulmão. Há relatos sugerindo que a angiogênese em biópsias
de carcinomas próstata apresenta valor prognóstico
(10,52,72,94)
.
Ao adicionalmente avaliar-se a angiogênese em biópsias por agulha de CBNPC,
abriria-se a possibilidade de início imediato de outra modalidade terapêutica antes da
cirurgia, em casos selecionados, na tentativa de reduzir o suporte nutricional de tumores
altamente vascularizados.
OBJETIVO
O objetivo desse estudo foi avaliar a angiogênese em CBNPC através de imuno-
histoquímica e comparar áreas vasculares em espécimes de biópsia com as de espécimes
cirúrgicos.
114
MATERIAL E MÉTODO
Foram estudados casos de 28 pacientes entre 43 e 86 anos, com diagnóstico de
CBNPC obtido por biópsia transcutânea (agulha grossa) e confirmado pelo exame do
material de ressecção cirúrgica. As biópsias e os procedimentos cirúrgicos foram
realizados respectivamente no Departamento de Radiologia e no Serviço de Cirurgia
Torácica do Pavilhão Pereira Filho - Complexo Hospitalar Santa Casa, Porto Alegre. As
cirurgias foram realizadas em até duas semanas após o diagnóstico, entre agosto de 1998 a
abril de 2002. Os pacientes envolvidos não receberam qualquer tipo tratamento específico
para a doença, como radio ou quimioterapia, no intervalo entre a biópsia e a cirurgia.
Preparação do material
Blocos de parafina de todas as amostras foram reavaliados, confeccionando-se
lâminas coradas por hematoxilina e eosina (HE) para confirmação diagnóstica de acordo
com a classificação da Organização Mundial da Saúde
(85)
. As lâminas coradas por HE
serviram também para identificar o bloco de parafina mais representativo de cada amostra
cirúrgica, para posterior avaliação da angiogênese segundo os critérios de Weidner
(88)
. As
biópsias transcutâneas são, em geral, processadas em um único bloco de parafina, tendo
este sido revisado para confirmar a presença de material suficiente para o estudo.
Avaliação dos microvasos
Os microvasos foram identificados por meio de imuno-histoquímica com o
anticorpo anti-CD34 (clone QB-End10; DAKO). O processamento da totalidade dos casos
ocorreu simultaneamente, com o intuito de manter as mesmas condições gerais. As lâminas
receberam nova identificação, randomizada, a fim de evitar o conhecimento dos
respectivos pares de amostras.
Para a avaliação dos microvasos através da análise de imagens, utilizou-se uma
câmera de vídeo Sony 3CCD (DXC-97OMD) com sistema de cores padrão RGB (red,
green and blue), conectada ao microscópio e ao computador via placa de captura (Targa-
Truevision, USA, 640 x 480 x 24). A análise das imagens foi realizada com o programa de
computador Image-ProPlus 4.5 (Media Cybernetics). Um teste piloto com quinze casos
não pertencentes ao estudo foi realizado, para familiarização dos passos a serem seguidos.
115
A análise das lâminas de imuno-histoquímica seguiu modelo previamente
sugerido
(48)
e brevemente descrito a seguir.
Seleção das imagens a serem digitalizadas:
Um microvaso foi definido como qualquer célula endotelial imunocorada e
separada dos microvasos adjacentes, das células tumorais e de outros elementos do tecido
conjuntivo
(29,31)
, não sendo necessária a presença de hemácias nem a identificação de luz
vascular
(43,75)
.
Primeiramente, através de aumento de baixa magnificação (25x) realizava-se uma
“varredura” da lâmina, para localização do tumor. A seguir, com um aumento de 100x,
eram determinadas três áreas com maior concentração de microvasos, conhecidas na
literatura como “hot spots
(89)
. Finalmente, com magnificação de 200x, procedia-se à
captura das imagens nos “hot spots” pré determinados. A imagem capturada era
imediatamente transformada em uma imagem digital e arquivada no computador em
formato TIFF (tagged image file format).
Em cada lâmina proveniente dos espécimes cirúrgicos foram capturadas imagens de
seis diferentes campos microscópicos em cada “hot spot”, totalizando dezoito imagens para
cada caso. Como o material disponível a partir de biópsias por agulha é mais restrito, nem
todos os casos apresentavam zonas de concentração de microvasos suficiente para a
obtenção das 18 imagens. Foram, então capturadas entre 14 e 18 imagens das lâminas de
biópsia. Casos nos quais a quantidade de material de biópsia não permitia a obtenção de
pelo menos 14 imagens foram excluídos do estudo.
Análise das imagens digitais:
Primeiramente, definiu-se o limiar de positividade da reação imuno-histoquímica,
registrando-se a tonalidade mais tênue e a mais forte de marrom-acastanhado presentes na
lâmina, reveladas pelo cromógeno diaminobenzidina (DAB). A partir daí, o programa
analisa apenas os “objetos” corados dentro da faixa de tonalidades estabelecida, destacando
as áreas consideradas em uma cor viva (figura 1) com a estimativa da área correspondente.
As medidas eram automaticamente salvas em arquivo .xls.
Análise estatística
Os resultados de todas as medidas foram transferidos para uma base de dados para
análise com o programa SPSS 8.0. Foram realizados os testes de Pearson, Wilcoxon e
116
Mann-Whitney. Em todas as análises, um valor P menor que 0,05 foi considerado
estatisticamente significativo.
RESULTADOS
Sexo e idade dos pacientes, assim como tipo histológico do tumor, estadiamento e área de
microvasos encontram-se listados na tabela 1.
As lâminas com o anticorpo anti-CD34 apresentaram boa qualidade nos resultados
da reação, que mostrou-se altamente específica e com mínima ou inexistente coloração de
fundo (“background”). A eventual presença de pigmento carbônico, antracose, não trouxe
maiores dificuldades na análise das imagens, não sendo, portanto, uma causa de erro de
mensuração
(figura 2).
Avaliação dos microvasos
A área de microvasos nas amostras de biópsia apresentou uma média de 5093,6
µm
2
(233,47 - 17916,89 µm
2
), enquanto a média da área de microvasos nas lâminas
provenientes dos espécimes cirúrgicos foi 3599,38 µm
2
(376,91 - 9514 µm
2
). Encontrou-se
forte correlação entre os valores de área vascular nas biópsias e nos espécimes cirúrgicos (r
0,7; P<0,0001).
Ao utilizar-se a média das áreas nas biópsias como ponto de corte, a fim de dividi-
las em grupos de baixa e alta área vascular, observou-se forte correlação (r 0,84; P=
0,0005) entre o grupo de biópsias com baixa área vascular e as respectivas peças
cirúrgicas. Por outro lado, não houve correlação significativa entre os grupos de alta
densidade vascular (r 0,06; P=0,84).
Ao utilizar-se a média das áreas nos espécimes cirúrgicos como ponto de corte, para
dividi-los em grupos de baixa e alta área vascular, observou-se um coeficiente de
correlação 0,76 (P=0,01) entre o grupo de baixa área vascular e as respectivas biópsias.
Novamente não houve correlação significativa entre os casos considerados como de alta
área vascular (r –0,22; P=0,45).
Houve uma diferença significativa das medidas entre as amostras das biópsias e dos
espécimes cirúrgicos, com valores tendendo a ser menores nas peças cirúrgicas (P = 0,02).
Isto traduziu-se no fato de que em 20 dos 28 casos (71,5 %) a área vascular média foi
maior na biópsia que na peça cirúrgica, enquanto em 8 casos (28,5 %) a maior área
117
vascular ocorreu no espécime cirúrgico. As correlações entre as áreas vasculares
encontram-se na tabela 2.
Área vascular e estadiamento
Não foi encontrada significância estatística ao avaliar-se a área dos microvasos nas
biópsias e nas peças cirúrgicas em relação ao comprometimento linfonodal e ao
estadiamento clínico (Tabela 3).
DISCUSSÃO
A angiogênese exerce papel importante no crescimento e disseminação tumoral.
Inúmeros estudos têm demonstrado que a avaliação da angiogênese em tumores apresenta
relevância prognóstica
(28,75,89)
.
Identificação e quantificação dos microvasos
Apesar das variadas formas disponíveis de avaliação dos mecanismos relacionados
com a angiogênese tumoral, a quantificação histológica dos microvasos neoformados
permanece sendo uma opção bastante confiável
(75,86)
.
Uma forma prática de avaliar a densidade de microvasos tumorais e peritumorais é
através de imuno-histoquímica com um anticorpo que identifique a célula endotelial. A
escolha do anticorpo mais adequado ainda é motivo de debate, pois há muitos marcadores
disponíveis, sendo CD34, CD31, CD105 (endoglina) e fator VIII os mais comumente
utilizados
(23,28,62,64,66,73)
. Poucos trabalhos utilizaram o anticorpo anti-Ulex europaeus
agglutinin como marcador endotelial
(46,78)
. Segundo os dois primeiros consensos sobre
quantificação da angiogênese em tumores sólidos, a utilização do anti-CD 34 parece ser
mais reproduzível
(86,87)
. Alega-se que a endoglina apresentaria a vantagem de identificar o
endotélio proliferante envolvido na angiogênese tumoral, ressaltando vasos neoformados e
imaturos
(73)
. Muitas comparações entre a acurácia dos marcadores vasculares apresentaram
resultados divergentes, havendo relatos favorecendo tanto o anti-CD34 como a
endoglina
(2,52,67,81,82)
. Apesar de aparentemente não haver um marcador endotelial perfeito,
a eleição do anticorpo anti-CD 34 no nosso estudo mostrou-se adequada, pois ofereceu
lâminas de fácil interpretação, praticamente sem artefatos e sem reações cruzadas com
118
epitélio vascular linfático ou células estromais, bem como possibilitou que o programa de
computador distinguisse entre focos de antracose (negro) e verdadeiros microvasos
(castanho - DAB). Estas características são fundamentais para o desenvolvimento de
pesquisas que envolvem a utilização de programas de computador para análise de imagem,
facilitando a automação e aumentando a credibilidade dos resultados.
Desde o primeiro estudo sobre quantificação da angiogênese em melanomas
(78)
,
diferentes métodos de aferição dos microvasos foram propostos. Muitas pesquisas
seguiram os passos sugeridos por Weidner
(88)
.
A densidade microvascular de Weidner propõe a contagem de microvasos em um
campo microscópico a partir de áreas previamente escolhidas com o uso de uma lente
magnificação baixa, nas quais existe a impressão visual de numerosos microvasos,
conferida pela maior concentração de células endoteliais coradas através de imuno-
histoquímica. A avaliação dos microvasos nestas áreas (“hot spots”), usando microscopia
óptica e sem o conhecimento das informações clínicas dos pacientes é ponto comum em
quase todos os estudos sobre o assunto
(75)
. A exemplo das demais pesquisas, também
realizamos a quantificação dos microvasos a partir dos pontos de concentração vascular ou
hot spots”.
O método de contagem de objetos proposto por Chalkley em 1943 foi utilizado em
alguns estudos
(7,33,42,43)
. Este método também baseia-se em “hot spots”, mas
adicionalmente adapta uma gratícula com vinte e cinco pontos aleatórios no microscópio,
que deve ser girada em torno de seu eixo até que o maior número pontos encubra o maior
número de objetos (microvasos corados). Como o método de Chalkley conta o número de
pontos da gratícula que coincidentemente estariam sobrepostos aos microvasos corados,
esta é a uma medida relativa ao invés de uma verdadeira contagem de objetos
(87)
.
Há ainda sistemas multiparamétricos computadorizados de análise de imagem,
sendo este o método de avaliação dos microvasos por nós utilizado. A principal vantagem
atribuída a este método é a possibilidade de salvar e arquivar as imagens digitais, nas quais
a tradicional contagem de microvasos em “hot spots” pode ser facilmente realizada, além
da possibilidade de explorar adicionais parâmetros morfométricos, como área de
microvasos, perímetro, diâmetro das luzes, etc
(34,84,86,91)
. Outra vantagem seria que através
da análise semi-automática efetuada pelo computador o processo torna-se menos
dependente da intervenção do investigador
(86)
. Diversos estudos realizaram a aferição da
angiogênese com análise computadorizada de imagem, mas em geral utilizaram sistemas
119
computadorizados distintos e em diferentes tipos de tumores
(71,77,84,91)
ou alterações não
neoplásicas
(35)
. O programa utilizado neste estudo foi também eleito em outros trabalhos
presentes na literatura médica
(9,15,49,70)
.
Em um trabalho envolvendo metástases hepáticas e carcinomas de cólon,
bexiga e pulmão, o método da contagem visual de microvasos foi comparado com um
sistema assistido por computador
(40)
. Foi encontrada uma boa correlação entre os dois
métodos, exceto nos tumores de pulmão, nos quais não foi possível realizar a avaliação
computadorizada pela presença de pigmento antracótico no tecido pulmonar. Como as
imagens precisaram ser convertidas para uma escala de cinza para avaliação pelo programa
e a deposição de carbono nos tecidos confere uma coloração enegrecida, o programa não
tinha a capacidade de diferenciação entre a cor escura deste pigmento e os tons de cinza
escuro artificialmente conferidos aos microvasos neste sistema. A vantagem do sistema por
nós empregado é a utilização da análise em sistemas de cores reais, (sistema de cores
“RGB”), que permitiu ao programa distinguir o tom muito próximo do preto nas áreas de
antracose das tonalidades acastanhadas dos microvasos marcados pela DAB, que é um
cromógeno tradicional para imuno-histoquímica.
Área vascular tumoral
O primeiro relato sugerindo a importância prognóstica da angiogênese em tumores
foi baseado na medida da área de capilares
(78)
. Hoje em dia, a medida de área
microvascular total é um parâmetro de avaliação da angiogênese aceito e corresponde `a
área ocupada por microvasos por unidade de área do tumor, obtida usando uma objetiva de
magnificação específica em um determinado microscópio e em um limitado número de
campos, subjetivamente selecionados a partir das zonas mais vascularizadas do tumor (“hot
spots”). O processo de seleção dos “hot spots” é o mesmo utilizado na densidade
microvascular (contagem visual de microvasos)
(75)
. Um estudo demonstrou correlação
entre a densidade de microvasos e a área de microvasos em CBNPC
(48)
. Mostrou-se que a
sobrevida teve melhor correlação, negativa, com a medida da área microvascular total do
que com o número de microvasos. Adicionalmente, foi relatado que a área de microvasos
pode ser considerada como fator prognostico e correlaciona-se com a sobrevida em estudos
em tumores cerebrais
(54)
, uveais
(65)
e carcinomas de bexiga
(53)
e colo-retal
(71)
.
Baseados nestas demonstrações, achamos que a medida da área microvascular total
poderia ser um método útil e confiável na avaliação da angiogênese tumoral. Por esta
120
razão, tivemos o interesse de testá-lo em amostras teciduais com dimensões mais restritas,
como as biópsias diagnósticas por agulha, onde encontramos forte correlação entre as
medidas nas biópsias e nos cortes do tumor em casos de CBNPC.
Em geral, os estudos sobre angiogênese tumoral foram realizados em cortes
tumorais provenientes de ressecção cirúrgica. Poucos trabalhos envolvendo tumores de
próstata e mama analisaram espécimes de biópsia
(10,52,60)
. Não é de nosso conhecimento
relatos envolvendo avaliação microvascular em biópsias diagnósticas e em peças cirúrgicas
em casos de carcinomas de pulmão, o que limita a comparação de resultados. Tanto
Rogatsch et al., como Yorukoglu et al. observaram boa correlação entre biópsias por
agulha e prostatectomias ao compararem densidade microvascular em carcinomas de
próstata
(72,94)
. Ambos também sugeriram que biópsias pré-operatórias poderiam sugerir
características da vascularização do tumor, com possível impacto no estadiamento e
melhor entendimento do comportamento biológico desta neoplasia. Em dois outros estudos
explorando carcinomas de próstata, a avaliação de microvasos tumorais é incentivada para
fins de comparação com dados provenientes de cirurgia radical e como fator preditor de
recorrência
(11,52)
. Esses resultados encorajadores não foram, porém, encontrados em
carcinomas de mama através da contagem de Chalkley
(60)
.
Não encontramos resultados significativos em relação à análise microvascular
tumoral e o comprometimento linfonodal e o estadiamento clínico. Estes achados
concordam com estudos prévios em carcinomas de pulmão
(48,62,93)
, contrastando com
outras pesquisas que haviam demonstrado tal associação
(28,95)
.
Em resumo, resultados preliminares por nós obtidos em CBNPC mostram que pode
haver boa correlação entre a quantificação histológica da angiogênese em biópsias
diagnósticas por agulha e em tumores ressecados, assim como sugerido em carcinomas de
próstata. Este fato poderia ser particularmente importante ao ser considerada a
subestratificação de tumores de mesmo estágio clínico, mas com alta ou baixa área
vascular, tendo em vista que a sobrevida em casos de alta área vascular tumoral pode ser
mais curta que tumores com menor área vascular
(48)
. Este ainda é um campo em
desenvolvimento e novos estudos na fase diagnóstica do CBNPC e outros tumores são
estimulados. A discussão sobre a acurácia das biópsias em fornecer informação
prognóstica é relevante, já que esses espécimes são cada vez mais utilizados para
diagnóstico e podem consistir na única amostra tecidual disponível pré-tratamento.
121
REFERÊNCIAS
1. Adamis AP, Aiello LP, D’Amato RA. Angiogenesis and ophthalmic disease. Angiogenesis
1999; 3:9-14.
2. Alves V, Bacchi C, Vassalo J. Manual de Imuno-histoquímica. São Paulo: Sociedade Brasileira
de Patologia, 1999.
3. Amar A, Giovanini AF, Rosa M, et al. Densidade microvascular no carcinoma de língua. Rev
Assoc Med Bras 1992; 48:204-208.
4. American Cancer Society. How many people get lung cancer? Cancer Reference Information -
Lung Cancer, 1 Jan 2005. Disponível em:
www.cancer.org/docroot/CRI/content. Acesso em:
30 set. 2005.
5. American Lung Association. Lung cancer fact sheet. Abr. 2005. Disponível em :
www.lungusa.org/site/pp.asp?c=dvLUK9O0E&b=669263. Acesso em: 30/09/2005.
6. Angeletti C, Lucchi M, Fontanini G, et al. Prognostic significance of tumoral angiogenesis in
completely resected late stage lung carcinoma (stage IIIA-N2). Impact of adjuvant therapies in
a subset of patients at high risk of recurrence. Cancer 1996; 78(3):409-415.
7. Benoy IH, Salgado R, Elst H, et al. Relative microvessel area of the primary tumour, and not
lymph node status, predicts the presence of bone marrow micrometastasis detected by reverse
transcriptase polymerase chain reaction in patients with clinically non-metastatic breast cancer.
Breast Cancer Res 2005; 7:R210-R219.
8. Bettencourt MC, Bauer JJ, Sesterhenn IA, et al. CD 34 immunohistochemical assessment of
angiogenesis as a prognostic marker for prostate cancer recurrence after radical prostatectomy.
J Urol 1998; 160:459-465.
9. Blatt RJ, Clark NA, Courtney J, et al. Automated quantitative analysis of angiogenesis in the
rat aorta model using Image-Pro Plus 4.1. Comput Methods Programs Biomed 2004; 75:75-79.
10. Bostwick DG, Wheeler TM, Blute M, et al.Optimized microvessel density analysis improves
prediction of cancer stage from prostate needle biopsies. Urology 1996; 48:47-57.
11. Bostwick DG; Iczkowski KA. Microvessel density in prostate cancer: prognostic and
therapeutic utility. Semin Urol Oncol 1998; 16(3):118-123.
12. Brown JS; Spiro S. Update on lung cancer and mesothelioma. J R Coll Physicians Lond 1999;
33:506-512.
13. Brown NJ, Smyth EA, Cross SS, Reed MW. Angiogenesis induction and regression in human
surgical wounds. Wound Repair Regen 2002; 10(4):245-251.
14. Cagini L, Monacelli M, Giustozzi G, et al. Biologic prognostic factors for early stage
completely resected non-small cell lung cancer. J Surg Oncol 2000; 74(1):53-60.
15. Carai A, Diaz G, Santa Cruz R, Santa Cruz G. Computerized quantitative color analysis for
histological study of pulmonary fibrosis. Anticancer Res 2002; 22:3889-3894.
16. Chiba Y, Taniguchi T, Matsuyama K, et al. Tumor angiogenesis, apoptosis, and p53 oncogene
in stage I lung adenocarcinoma. Surg Today 1999; 29(11):1148-1153.
17. Cox G, Jones JL, Walker RA, et al. Angiogenesis and non-small cell lung cancer. Lung Cancer
2000; 27(2):81-100.
18. D'Amico TA, Massey M, Herndon JE, et al. A biologic risk model for stage I lung cancer:
immunohistochemical analysis of 408 patients with the use of ten molecular markers. J Thorac
Cardiovasc Surg 1999; 117:736-743.
19. D’Amico TA, Aloia TA, Moore MB, et al. Molecular biologic substaging of stage I lung
cancer according to gender and histology. Ann Thorac Surg 2000; 69(3):882-886.
122
20. Depasquale I & Thompson WD. Microvessel density for melanoma prognosis. Histopathology
2005; 47:186-194.
21. Duarte IG, Bufkin BL, Pennington MF, et al. Angiogenesis as a predictor of survival after
surgical resection for stage I non-small cell lung cancer. J Thorac Cardiovasc Surg 1998;
115(3):652-658.
22. Ferrara N & Davis-Smyth T. The biology of vascular endothelial growth factor. Endocrine
Reviews 1997; 18:4-25.
23. Fina L, Moolgaard H, Robertson D, et al. Expression of the CD34 gene in vascular endothelial
cells. Blood 1990; 75:2417-2426.
24. Folkman J. Tumor angiogenesis: therapeutic implications. N Engl J Med 1971; 285:1182-1186.
25. Folkman J, Merler E, Abernathy C, Williams G. Isolation of a tumor factor responsible for
angiogenesis. J Exp Med 1971; 133:275-288.
26. Folkman J, Klagsbrun M. Angiogenic factors. Science 1987; 235:442-447.
27. Folkman J. What is the evidence that tumors are angiogenesis dependent? J Natl Cancer Inst
1990; 82:4-6.
28. Fontanini G, Bigini D, Vignati S, et al. Microvessel count predicts metastatic disease and
survival in non-small-cell lung cancer. J Pathol 1995; 177(1):57-63.
29. Fontanini G, Vignati S, Bigini D, et al. Neoangiogenesis: a putative marker of malignancy in
non-small-cell lung cancer (NSCLC) development. Int J Cancer 1996; 67(5):615-619.
30. Fontanini G, Lucchi M, Vignati S, et al. Angiogenesis as a prognostic indicator of survival in
non-small-cell lung carcinoma: a prospective study. J Natl Cancer Inst 1997; 89(12):881-886.
31. Fontanini G, Vignati S, Lucchi M, et al. Neoangiogenesis and p53 protein in lung cancer: their
prognostic role and their relation with vascular endothelial growth factor (VEGF) expression.
Br J Cancer 1997; 75:1295-1301.
32. Fontanini G, Boldrini L, Chine S, et al. Expression of vascular endothelial growth factor
mRNA in non-small cell lung carcinomas. Br J Cancer 1999; 79(2):363-369.
33. Fox SB, Leek RD, Weekes MP, et al. Quantitation and prognostic value of breast cancer
angiogenesis: comparison of microvessel density, Chalkley count, and computer image
analysis. J Pathol 1995; 177:275-283.
34. Fox SB, Harris AL. Histological quantitation of tumour angiogenesis. APMIS 2004; 112:413-
430.
35. Fujishita A, Hasuo A, Khan KN, et al. Immunohistochemical study of angiogenic factors in
endometrium and endometriosis. Gynecol Obstet Invest 1999; 48:36-44.
36. Gasparini G, Weidner N, Maluta S, et al. Intratumoral microvessel density and p53 protein:
correlation with metastasis in head-and-neck squamous cell carcinoma. Int J Cancer 1993;
55:739-744.
37. Giatromanolaki A, Koukourakis M, O´Byrne K, et al. Prognostic value of angiogenesis in
operable non-small-cell lung cancer. J Pathol 1996; 179(1):80-88.
38. Giatromanolaki A, Koukourakis M, Theodossiou D, et al. Comparative evaluation of
angiogenesis assessment with anti-factor VIII and anti-CD 31 immunostaining in non-small
cell lung cancer. Clin Cancer Res 1997; 3:2485-2492.
39. Giatromanolaki A, Koukourakis M, Kakolyris S, et al. Vascular endothelial growth factor,
wild-type p53, and angiogenesis in early operable non-small cell lung cancer. Clin Cancer Res
1998; 4(12):3017-3024.
40. Goddard JC, Sutton, Furness PN, et al. A computer image analysis system for microvessel
density measurement in solid tumours. Angiogenesis 2002; 5:15-20.
41. Hannen EJ, van der Laak JA, Manni JJ, et al. Improved prediction of metastasis in tongue
carcinomas combining vascular and nuclear tumor parameters. Cancer 2001; 92:1881-1887.
42. Hansen S, Grabau D, Sorensen F, et al. The prognostic value of angiogenesis by Chalkley
counting in a confirmatory study design on 836 breast cancer patients. Clin Cancer Res 2000;
6:139-146.
123
43. Hansen S, Sorensen FB, Vach W, et al. Microvessel density compared with the Chalkley count
in a prognostic study of angiogenesis in breast cancer patients. Histopathology 2004; 44:428-
436.
44. Harpole DJ, Herndon J, Wolfe W, et al. A prognostic model of recurrence and death in stage I
non-small cell lung cancer utilizing presentation, histopathology, and oncoprotein expression.
Cancer Res 1995; 55:51-56.
45. Herbst RS, Onn A, Sandler A. Angiogenesis and lung cancer: prognostic and therapeutic
implications. J Clin Oncol 2005; 23:3243-3256.
46. Hollingsworth H, Kohn E, Steinberg S, Rothenberg M, Merino M. Tumor angiogenesis in
advanced stage ovarian carcinoma. Am J Pathol 1995; 147:33-41.
47. INCA – Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2006: Incidência de câncer no Brasil. Rio de
Janeiro: INCA, 2005.
48. Irion LCD, Prolla JC, Hartmann AA, Silva VD. A determinação quantitativa da área de
microvasos intratumorais pode ser um indicador útil para tratamento coadjuvante em
carcinomas de células não pequenas operados do pulmão. Rev Port Pneumol 2003; IX:19-32.
49. Keith R, Miller Y, Gemmill R, et al. Angiogenic squamous dysplasia in bronchi of individuals
at high risk for lung cancer. Clin Cancer Res 2000; 6:1616-1625.
50. Ker CG, Chen HY, Juan CC, et al. Role of angiogenesis in hepatitis and hepatocellular
carcinoma. Hepatogastroenterology 1999; 46(926):646-650.
51. Kerbel R. Tumor angiogenesis: past, present and the near future. Carcinogenesis 2000;
21(3):505-515.
52. Khatami A, Pihl CG, Norrby K, et al. Is tumor vascularity in prostate core biopsies a predictor
of PSA recurrence after radical prostatectomy? Acta Oncol 2005; 44:362-368.
53. Korkolopoulou P, Konstantinidou AE, Kavantzas N, et al. Morphometric microvascular
characteristics predict prognosis in superficial and invasive baldder cancer. Virchows Arch
2001; 438:603-611.
54. Korkolopoulou P, Patsouris E, Kavantzas N, et al. Prognostic implications of microvessel
morphometry in diffuse astrocytic neoplasms. Neuropathol Appl Neurobiol 2002; 28:57-66.
55. Lebovic DI, Mueller MD, Taylor RN. Vascular endothelial growth factor in reproductive
biology. Curr Opin Obstet Gynecol 1999; 11:255-260.
56. Leslie KO & Colby TV. Pathology of lung cancer. Curr Opin Pulm Med 1997; 3(4):252-256.
57. Maas JWM, Groothuis PG, Dunselman GAJ, et al. Endometrial angiogenesis throughout the
human menstrual cycle. Human Reproduction 2001; 16:1557-1561.
58. Macchiarini P, Fontanini G, Hardin MJ, et al. Relation of neovascularization to metastasis of
non small cell lung cancer. Lancet 1992; 340(8812):145-146.
59. Maisonpierre PC, Suri C, Jones PF, et al. Angiogoietin-2, a natural antagonist for Tie2 that
disrupts in vivo angiogenesis. Science 1997; 277:55-60.
60. Marson LP, Kurian KM, Miller WR, Dixon JM. Reproducibility of microvessel counts in
breast cancer specimens. Br J Cancer 1999; 81:1088-1093.
61. Martin TA, Watkins G, Lane J, Jiang WG. Assessing microvessels and angiogenesis in human
breast cancer, using VE-cadherin. Histopathology 2005; 46:422-430.
62. Matsuyama K, Chiba Y, Sasaki M, et al. Tumor angiogenesis as a prognostic marker in
operable non-small cell lung cancer. Ann Thorac Surg 1998; 65:1405-1409.
63. Mattern J, Koomagi R, Volm M. Biological characterization of subgroups of squamous cell
lung carcinomas. Clin Cancer Res 1999; 5(6);1459-1463.
64. Meert AP, Paesmans M, Martin B, et al. The role of microvessel density of patients with lung
cancer: a systematic review of the literature with metanalysis. Br J Cancer 2002; 87:694-701.
65. Mehaffey MG, Folberg R, Meyer M, et al. Relative importance of quantifying area and
vascular patterns in uveal melanomas. Am J Ophthalmol 1997; 123:798-809.
66. Mehta R, Kyshtoobayeva A, Kurosaki T, et al. Independent association of angiogenesis index
with outcome in prostate cancer. Clin Cancer Res 2001; 7(1):81-88.
124
67. Mineo TC, Ambrogi V, Baldi A, et al. Prognostic impact of VEGF, CD 31, CD 34, and CD
105 expression and tumour vessel invasion after radical surgery for IB-IIA non-small cell lung
cancer. J Clin Pathol 2004; 57:591-597.
68. Nakashima T, Huang CL, Liu D, et al. Expression of vascular endothelial growth factor-A and
vascular endothelial growth factor-C as prognostic factors for non-small cell lung cancer. Med
Sci Monit 2004; 10(6):157-165.
69. Ozalp S, Yalcin OT, Acikalin M, et al. Microvessel density (MVD) as a prognosticator in
endometrial carcinoma. Eur J Gynaecol Oncol 2003; 24(3-4): 305-308.
70. Padubidri A, Browne EJ. Effect of vascular endothelial growth factors (VEGF) on survival of
random extension of axial pattern skin flaps in the rat. Ann Plast Surg 1996; 37:604-611.
71. Pavlopoulos P, Konstantinidou A, Agapitos E, Kavantzas N, Nikolopoulou P, Davaris P. A
morphometric study of neovascularization in colorectal carcinoma. Cancer 1998; 83:2067-
2075.
72. Rogatsch H, Hittmair A, Reissigl A, et al. Microvessel density in core biopsies of prostatic
adenocarcinoma: a stage predictor? J Pathol 1997; 182:205-210.
73. Saad RS, Liu YL, Nathan G, et al. Endoglin (CD105) and vascular endothelial growth factor as
prognostic markers in colorectal cancer. Mod Pahtol 2004; 17(2);197-203.
74. Sabo E, Boltenko A, Sova Y et al. Microscopic analysis and significance of vascular
architectural complexity in renal cell carcinoma. Clin Cancer Res 2001; 7:3305-3307.
75. Sharma S, Sharma M, Sarkar C. Morphology of angiogenesis in human cancer: a conceptual
overview, histoprognostic perspective and significance of neoangiogenesis. Histopathology
2005; 46:481-489.
76. Shepherd FA. Angiogenesis inhibitors in the treatment of lung cancer. Lung Cancer 2001;
34(Suppl 3):81-89.
77. Speck N, Focchi J, Alves A, Osório C, Bacarat E. Relação entre angiogênese e o estádio do
carcinoma de endométrio. Rev Bras Ginecol Obstet 2003; 25:396-401.
78. Srivastava A, Laidler P, Davies RP, et al. The prognostic significance of tumor vascularity in
intermediate thickness (0.76-4.00 mm thick) skin melanoma. A quantitative histologic study.
Am J Pathol 1988; 133:419-423.
79. Stabenow E, Tavares MR, Absaber AM, et al. Angiogenesis as na indicator of metastatic
potential in papillary thyroid carcinoma. Clinics 2005; 60:233-240.
80. Stefanou D, Goussia AC, Arkoumani E, Agnatis NJ. Expression of vascular endothelial growth
factor and the adhesion molecule E-cadherin in non-small cell lung cancer. Anticancer Res
2003; 23(6):4715-4720.
81. Tanaka F, Otake Y, Yanagihara K, et al. Evaluation of angiogenesis in non-small cell lung
cancer: comparison between anti-CD 34 antibody and anti-CD 105 antibody. Clin Cancer Res
2001; 7(11);3410-3415.
82. Tanigawa N, Amaya H, Matsumara M, et al. Extent of tumor vascularization correlates with
prognosis and hematogenous metastasis in gastric carcinomas. Cancer Res 1996; 56:2671-
2676.
83. Tarta C, Teixeira CR, Tanaka S, et al. Angiogenesis in advanced colorectal adenocarcinoma
with special reference to tumoral invasion. Arq Gastroenterol 2002; 39:32-38.
84. Tjalma W, Van Marck E, Weyler J, et al. Quantification and prognostic relevance of
angiogenic parameters in invasive cervical cancer. Br J Cancer 1998; 78:170-174.
85. Travis WD, Colby TV, Corrin B, Shimosato Y, Brambilla E. In Collaboration with Sobin LH
and Pathologists from 14 countries. World Health Organization International Histological
typing of lung and pleural tumours. Histological typing of lung and pleural tumours. 3
rd
Ed.
Springer-Verlag, 1999.
86. Vermeulen PB, Gasparini G, Fox SB, et al. Quantification of angiogenesis in solid human
tumours: an international consensus on the methodology and criteria of evaluation. Eur J
Cancer 1996; 32A:2474-2484.
125
87. Vermeulen PB, Gasparini G, Fox SB, et al. Second international consensus on the methodology
and criteria of evaluation of angiogenesis quantification in solid human tumours. Eur J Cancer
2002; 38:1564-1579.
88. Weidner N, Semple JP, Welch WR, Folkman J. Tumor angiogenesis and metastasis -
correlation in invasive breast carcinoma. N Engl J Med 1991; 324:1-8.
89. Weidner N. Tumor angiogenesis: Review of current applications in tumor prognostication.
Semin Diag Pathol 1993a; 10:302-313.
90. Weidner N, Carroll PR, Flax J, et al. Tumor angiogenesis correlates with metastasis in invasive
prostate carcinoma. Am J Pathol 1993b; 143:401-409.
91. Wesseling P, Jeroen A, Van Der Laak W, et al. Quantitative immunohistochemical analysis of
the microvasculature in untreated human glioblastoma multiforme. J Neurosurg 1994; 81:902-
909.
92. Wisnivesky JP, Henschke C, McGinn T, Iannuzzi MC. Prognosis of stage II non-small cell
lung cancer according to tumor and nodal status at diagnosis. Lung Cancer 2005; 49(2)181-
186.
93. Yamazaki K, Abe S, Takekawa H, et al. Tumor angiogenesis in human lung andecarcinoma.
Cancer 1994(8); 74:2245-2250.
94. Yorukoglu K, Sagol O, Ozkara E, et al. Comparison of microvascularization in diagnostic
needle biopsies and radical prostatectomies in prostate carcinoma. Eur Urol 1999; 35(2):109-
112.
95. Yuan A, Yang PC, Yu CJ, et al. Tumor angiogenesis correlates with histologic type and
metastasis in non-small-cell lung cancer. Am J Respir Crit Care Med 1995; 152:2157-2162.
96. Zadeh G, Guha A. Molecular regulators of angiogenesis in the developing nervous system and
adult brain tumors. Int J Oncol 2003; 23:557-565.
126
ANEXOS DO ARTIGO EM PORTUGUÊS
Tabela 1 – Principais achados em CBNPC em 28 pacientes
ÁREA MÉDIA (µm)
CASOS IDADE SEXO
TIPO
HISTOLÓGICO
TNM
Estadiamento
Biópsia Cirurgia
1 62 M Adenocarcinoma T3N0 IIB 539,80 666,68
2 68 M Epidermóide T2N0 IB 1040,26 376,91
3 75 M Epidermóide T2N2 IIIA 764,27 613,47
4 70 F Epidermóide T2N0 IB 1547,11 681,80
5 74 F Adenocarcinoma T2N1 IIB 12453,07 5705,16
6 58 M Adenocarcinoma T2N0 IB 8952,27 5315,66
7 78 M ca grandes cel T2N1 IIB 3573,00 5664,11
8 72 F Adenocarcinoma T2N0 IB 386,52 799,62
9 43 F Adenoescamoso T2N0 IB 1163,20 806,44
10 59 M não peq cel T1N0 IA 755,63 423,65
11 64 M não peq cel T3N0 IIB 337,62 444,12
12 77 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 1378,38 965,83
13 72 M Epidermóide T3N1 IIIA 233,47 513,13
14 78 M Adenocarcinoma T2N1 IIB 1506,26 613,54
15 63 M Adenocarcinoma T1N0 IA 3486,87 1573,51
16 66 M Adenocarcinoma T2N0 IB 1764,30 1051,38
17 72 F Adenocarcinoma T2N0 IB 1777,78 1650,93
18 79 M Adenocarcinoma T2N0 IB 2781,00 6609,22
19 69 F Adenocarcinoma T2N0 IB 11192,57 8439,72
20 64 M Epidermóide T3N0 IIB 11448,40 4102,88
21 86 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 9553,20 9514,00
22 71 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 3180,00 7358,27
23 68 M Epidermóide T2N1 IIB 9036,27 4369,55
24 69 F Adenocarcinoma T2N0 IB 14068,00 6439,22
25 73 M Adenocarcinoma T1N1 IIA 8456,33 6540,94
26 83 F Adenocarcinoma T2N0 IB 17916,89 5878,72
27 66 M Adenocarcinoma T2N0 IB 8756,00 4473,66
28 77 F Adenocarcinoma T2N1 IIB 4572,58 9190,72
127
Tabela 2 – Correlações entre áreas de microvasos
Coef. de
Correlações
Correlação P
Área media nas biópsias
x
Área media nas peças cirúrgicas
0,7
<0,0001
Divisão dos grupos pela media da área vascular nas biópsias
Biópsias com baixa área vascular x Área vascular nas peças cirúrgicas
correspondentes
0,84 0,0005
Biópsias com alta área vascular x Área vascular nas peças cirúrgicas
correspondentes
0,06 0,84
Divisão dos grupos pela media da área vascular nas peças cirúrgicas
Tumores com baixa área vascular x Área vascular nas biópsias
correspondentes
0,76 0,01
Tumores com alta área vascular x Área vascular nas biópsias
correspondentes
-0,22 0,45
128
Tabela 3 – Área de microvasos versus comprometimento linfonodal e estadiamento
Área de microvasos
Número de
pacientes
Biópsias
(Média/mediana)
Espécimes cirúrgicos
(Média/mediana)
Sem metástase
linfonodal
17
5171,4
1777,8
2925,5
1573,5
Com mestase
linfonodal
11
4973,3
3573,0
4640,8
6554,1
P = 0,75 P = 0,24
Até estágio IB 14
5399,2
2279,4
3180,0
1612,2
A partir de IIA 14
4788,0
3376,5
4018,8
4236,2
P = 0,78 P = 0,78
129
A
B
Figura 1. A, Exemplo de uma imagem antes da análise dos microvasos. B, Mesma imagem gerada pelo
programa de computador para mostrar os objetos considerados para a estimativa da área.
130
A
B
Figura 2. A, Exemplo de uma imagem contendo pigmento antracótico antes de analisar os microvasos.
B, Mesma imgaem gerada pelo programa de computador para mostrar os objetos considerados para a
estimativa de área. Notar que o pigmento antracótico não foi salientado pelo programa.
131
ARTIGO EM INGLÊS
Angiogenesis in non small cell lung cancer: can microvessel area
in needle biopsies provide reliable information on the
vascular density of the tumour?
Trabalho realizado no laboratório de patologia
da Pós-graduação da FFFCMPA, baseado
na tese de doutorado da aluna
Luciane Cristina Dreher Irion.
Orientadores: João Carlos Prolla
Antônio Atalíbio Hartmann
132
Summary
Aims: Angiogenesis has prognostic importance in various tumours. A high vascular area in
resected non small cell lung cancer (NSCLC) appears to correlate negatively with survival.
This study compared the microvessel area in NSCLC in needle biopsies with the area in
surgical specimens.
Methods and results: Core biopsies and surgical specimens from 28 patients with NSCLC
were reviewed. The microvessels were highlighted by immunohistochemistry with anti-
CD34. Digital photographs were taken from hot spots of surgical specimen slides and
respective biopsy sections. The microvessel area of all samples was assessed with the
Image-ProPlus 4.5 software. The mean value of the microvessel area among the cores was
5093.6 µm
2
(233.4-17916.8 µm
2
) and among the surgical specimens was 3599.3 µm
2
(376.9-9514 µm
2
). There was a strong correlation between the overall microvascular area
in biopsies and in surgical specimens (r 0.68; P=0.0001). The mean of the biopsies was
used to divide the cases of low and high vascular areas. A slightly stronger correlation was
observed between biopsies and surgical specimens with low vascular areas (r 0.84; P
=0.0001).
Conclusion: There is correlation of microvessel area in core biopsies and surgical
specimens in NSCLC. This data could help finding new ways of managing lung cancer
patients.
Keywords: angiogenesis, NSCLC, microvessel area, image analysis, CD34.
Introduction
Lung cancer is the leading cause of cancer death. An estimated 1 million people worldwide
die from lung cancer annually, which is more than the death rates of colon, breast and
prostate cancers combined.
1,2
Despite improvements in diagnosis and management, the
prognosis of lung cancer remains worrying.
2-4
Heterogeneity in outcomes among same
TNM stage patients or with tumours of similar histological type are observed but it is very
difficult to predict the cases of worse clinical behaviour.
5-8
Multiple prognostic markers for solid tumours are available,
9-15
including the
angiogenesis which also correlates with tumour growth and metastasis.
16-26
The research of
anti-angiogenic drugs has been encouraged as na attempt to improve the results of
traditional treatments.
27,28
Angiogenesis is the process of endothelial cell division and migration into tissues to
form new capillaries.
29
Blood vessel formation depends on the balance of angiogenesis
activators and inhibitors.
30,31
The pathways of angiogenesis are now better understood due
to studies in tumours
32,33
but this process also occurs in several physiological conditions
34-
38
as well as in some non neoplastic diseases.
38-41
133
The importance of angiogenesis in tumours was first described by Folkman.
42
Studies on quantitative analysis of angiogenesis and its prognostic significance were
encouraged after Srivastava’s study on melanomas.
43
Since then there have been several
studies about angiogenesis in tumours from various sites such as breast,
21
tongue,
44,45
head
and neck,
46
prostate,
18
ovary,
47
stomach,
48
colon,
49
cervix,
50
liver,
51
kidney,
52
endometrium,
53
thyroid
54
and central nervous system.
55
Macchiarini presented the first study involving angiogenesis and lung tumours.
56
This has been followed by other authors who analysed angiogenesis in different stages of
the neoplasm, and almost unanimously, it has been observed that angiogenesis correlates
negatively with survival.
11,27,57-59
Immunohistochemistry with a specific marker is a simple form of identifying
microvessels. There is still discussion about the most suitable antibody but anti-Fator VIII,
anti-CD34, anti-CD31 or anti-CD105 are used more.
60-66
Different ways of histological quantitation of tumour angiogenesis are available,
including the estimation of microvessel density, the Chalkley count and the use of semi-
automated image analysis systems.
21,64,67,68
By computerised image analysis, it has been
described that the survival of NSCLC patients can be significantly shorter in cases of large
microvessel area when compared to small microvessel area tumours.
58
However, it is not
of our knowledge the description of similar technique to allow the analysis of the
angiogenesis in NSCLC at in the diagnostic phase. As the core biopsy may produce
enough material for the diagnosis, the same sample could be additionaly used for
microvascular analysis. However, it is necessary to confirm whether this sample is a
reliable mirror of the tumour microvascular characteristics. This question has not been
addressed in lung cancer yet but it has been suggested that the angiogenesis in prostatic
cancer biopsies show prognostic importance.
69-72
In the present study, we evaluated the angiogenesis in NSCLC with
immunohistochemistry and computerised image analysis comparing the microvessel area
in needle biopsies and their respective surgical specimens. If angiogenesis can successfully
be studied in diagnostic samples of NSCLC, in selected patients there would be the
possibility of alternative therapy prior to the operation in order for reducing the nutritional
imput of highly vascularised tumours.
Materials and Methods
134
We studied 28 NSCLC cases in patients aged between 43 and 86 years whose diagnosis
was made by transcutaneous needle biopsy and confirmed by histology of the resected
tumour. The biopsies and the surgical procedures were performed respectively at the
Radiology Department and the Thoracic Surgery Unit of the Pavilhão Pereira Filho -
Complexo Hospitalar Santa Casa, Porto Alegre, Brazil. The surgical resections were
performed in up to two weeks after the diagnosis between August 1998 and April 2002.
The patients have not received any specific cancer treatment, i.e. radiotherapy or
chemotherapy, during the period between the diagnosis and the operation.
Preparation of the samples
Archived paraffin blocks from all the samples were reviewed with new haematoxilin and
eosin (H&E) stained sections for diagnostic confirmation according to the WHO
classification.
73
H&E stained slides were also used to identify the block containing the
most representative tumour in each resection sample for further microvessel evaluation
according to Weidner’s criteria.
21
Needle biopsies were embedded in a single block, from
which H&E slides were scanned in order to confirm the presence of enough material for
analysis.
Microvessel analysis
The microvessel were highlighted by immunohistochemistry with the anti-CD34 antibody
(clone QB-End10; DAKO, EUA). The slides have been relabelled randomly to avoid
recognition of the correspondent pair of samples.
The microvessel were evaluated by computerised image analysis using a Sony
3CCD videocamera (DXC-97OMD) and RGB colour system which was connected to the
microscope and to the computer via a capture board (Targa - Truevision, USA, 640 x 480 x
24). The digital images were analysed using the Image-ProPlus 4.5 software (Media
Cybernetics). A pilot test in 15 cases, which were not included in this study, was run for
training of the observer with the image analysis process.
The slides were then assessed following a model previously described
58
and
summarised below:
Acquiring the images:
A microvessel was defined as any brown immunostained endothelial cells separated from
adjacent microvessels, tumour cells, other connective-tissue elements or necrosis.
24,74
Red
cells or vascular lumen were not used to define a microvessel.
64,75
135
Firstly, the slides were scanned at low magnification (25x) to localise the tumour.
Secondly, at medium magnification (100x), three areas of visual impression of microvessel
concentration (hotspots) were determined.
76
Finally, at 200x magnification, the images in
those hotspots were digitised and saved in tagged image file format (TIFF).
Images from six microscopic fields were acquired in each of the hotspots from the
surgical specimen slides, totalling 18 images from each slide. As the sample available in
biopsy samples is more limited, sometimes it was not possible to save 18 images. The
number of images taken from slides from needle biopsies has then ranged between 14 and
18. Cases in which it was not possible to reach a minimum of 14 images were excluded of
the study.
Computerised image analysis:
The RGB threshold band correspondent to the positive immunostain reaction was selected.
The software then considered only the ‘objects’ (microvessels) in this band highlighting
them in a different coulour for appreciation of the observer (Figure 1), and estimated the
correspondent area. The measurements were automatically saved in a .xls file.
Statistical analysis
All calculated data were collected in a database for further statistical analysis with the
SPSS 8.0 software. The tests of Pearson, Wilcoxon and Mann-Whitney were used. A value
of P less than 0.05 was considered statistically significant.
Results
Sex and age of the patients as well as histological type of the tumour, stage and
microvessel area are listed in the Table 1. Staining for CD34 was easy to interpret, highly
specific, with almost inexistent background staining and, therefore, occasional antracotic
pigment did not represent a problem during the computerised assessment (Figure 2).
Microvessel assessment
The mean value of the microvessel area among core samples was 5093.6 µm
2
(233.47
µm
2
-17916.89 µm
2
) and among tumour sections was 3599.38 µm
2
(376.91 µm
2
-9514
µm
2
). There was a strong correlation between the microvessel area from both groups (r
0.7; P<0.0001).
By using the mean value of the microvessel area among cores to divide them in low
and large microvessel area groups, a correlation coefficient of 0.84 was observed between
136
the biopsies of low vascular area and the correspondent tumour sections (P 0.0005).
However, there was no significant correlation between large vascular area pairs (r 0.06; P
0.84).
By using the mean value of the microvessel area among tumour sections to divide
them in low and large microvessel area groups, there was also a good correlation between
the pairs of low vascular area (r 0.76; P 0.01). No significant correlation between large
vascular area pairs was found (r –0.22; P 0.45).
There was a significant difference in estimates in the two sample types with values
tending to be lower in tumour sections than in cores (P 0.02). This was reflected in 20 of
28 cases (71,5 %) in which the measurements were higher in cores than in tumour sections.
The correlations of the microvessel areas are shown in Table 2.
Microvessel area and staging
There was no statistical significance when microvessel area in both groups was compared
with lymph node status or stage (Table 3).
Discussion
Angiogenesis play a relevant role in tumour growth and spread, and assessing angiogenesis
in tumours has proven to be of prognostic importance in several studies.
60,64,76
Despite the
existance of many methods for evaluating the mechanisms related to angiogenesis in
tumours, the histological quantitation of neoformed microvessels remains a good
option.
64,77
Since the first study about quantitation of angiogenesis in melanomas,
43
different methods for estimating the microvessels were proposed, but many studies have
followed the steps suggested by Weidner.
21
The microvessel density corresponds to the mean value of microvessel count at a
determined magnification on a selected microscope.
21,60,64,78
The microvessel count is
performed in one or more fields previously determined and subjectively selected from the
areas of visual impression of larger concentration of microvessels (hot spots).
21,64
The Chalkley count has been used in some studies.
75,79-81
This method is similarly
based on hot spots but additionally uses a 25-point eyepiece graticule, which is rotated so
that the maximum number of points are on or within the vessels. Only the overlaying dots
are counted.
64,67,77
137
There is also the alternative of computerised image analysis systems which was
selected in this study. An advantage of computerised systems is the possibility of saving
and filing digital images, in which the traditional microvesel count in hotspots can be
easily performed and additional morphometric parameters can also be detected, i.e.
microvessel area, perimeters, range of vessel sizes or luminal diameter.
50,55,67,77
Another
advantage is the fact that the process less observer dependent through semi-automatic
computer analysis.
77
The image analysis has been emphasized in some studies in various
types of tumour
55,58,68
or in non neoplastic diseases
39
but sometimes with different
softwares.
30,50,82
The software used in this estudy was also used in others present in the
medical literature.
30,83-85
In study involving liver metastasis and carcinomas from colon, bladder and lung the
convencional visual method of microvessel count was compared with a computer assisted
system.
86
A good correlation between both methods was found, apart from in lung cancer
cases, in which the analysis was impaired due to the presence of antracotic pigment and
because the colour digital images had to be converted into a grey scale to be assessed by
the software. As a result, the software could not differentiate the black colour of the
antracotic pigment from the dark grey related to the microvessels. An advantage of the
present study is the use of a true colour system (RGB) so that an occasional presence of
antracosis in the sections have not caused difficulties during the computer analysis.
The first description of the prognostic importance of angiogenesis in tumours was
based on measurements of capillary areas.
43
Presently, the microvessel area is an accepted
parameter of angiogenesis assessment and corresponds to the area occupied by
microvessels per unit area of the tumour, by the use of determined magnification, in a
limited number of microscopic fields, subjectively selected from hotspots.
64
A study has
demonstrated correlation between microvessel density and microvessel area in NSCLC.
58
It has been also found that the microvessel area had a more significant correlation
(negative) with survival than the microvessel density. In studies involving brain,
87
bladder,
88
uveal,
89
and colorectal
68
tumours, it has also been shown that the microvessel
area is a prognostic factor and correlates with survival.
Based on these demonstrations, we assumed that the estimated microvessel area can
represent a good quantitation method of tumour angiogenesis, and for this reason we had
interest in test it in smaller samples like core biopsies. We have successfully found strong
correlation between the microvessel area in core biopsies and in tumour sections.
138
In general, histological analysis of tumour angiogenesis have been made in tumour
sections. Just a few studies on prostate and breast tumours analysed biopsy
specimens.
70,71,90
It is out of our knowledge a previous description of microvascular
assessment in core biopsies and tumour sections from NSCLC, which limits the
comparison of results in this neoplasm. Rogatsch et al and Yorukoglu et al have found a
good correlation between cores and prostatectomy specimens when comparing microvessel
density in prostate cancer.
69,72
They have also suggested that preoperative biopsies could
predict characteristics of tumour vascularisation, with possible impact on staging and better
understanding of the biologic behaviour of this neoplasia. In two more studies on prostate
carcinomas, the microvessel assessment in core biopsies is encouraged in order to compare
with data in radical specimens and as a recurrence signaling.
23,71
On the other hand, those
encouraging results in core samples were not found in breast carcinomas by Chalkley
count.
90
The lack of statistical significance of the microvessel estimates versus lymph node
status and stage in the present study is supported by previous studies on NSCLC,
58,91,92
contrasting with other reports which have demonstrated such association.
60,93
In summary, our preliminary results showed that, in NSCLC, there could be good
correlation between the histological quantitation of angiogenesis in diagnostic biopsies and
in resected tumours, as it has been demonstrated in prostate carcinomas. These findings
could be particularly important if considering a substratification of tumours of same stage
but with small or large microvascular area, as the survival in cases of small microvascular
area can be longer than in those largely vascularised.
58
This is still a developing branch
regarding tumour angiogenesis, and further studies in NSCLC and other tumours at the
diagnostic phase are encouraged. The discussion on the accuracy of core biopsies in
providing prognostic information is relevant as these specimens are increasingly used in
diagnosis and may represent the only pretreatment tissue available.
References
1. American Cancer Society. How many people get lung cancer? Cancer Reference Information -
Lung Cancer [Online]. 2005 Jan 1 [cited 2005 Sept 30]; Available from:
www.cancer.org/docroot/CRI/content
2. American Lung Association. Lung cancer fact sheet [Online]. 2005 April [cited 2005 Sept 30];
Available from:
www.lungusa.org/site/pp.asp?c=dvLUK9O0E&b=669263
139
3. Brown JS & Spiro S. Update on lung cancer and mesothelioma. J R Coll Physicians Lond
1999; 33:506-512.
4. Franklin WA. Pathology of lung cancer. Journal of Thoracic imaging 2000; 15:3-12.
5. Wisnivesky JP, Henschke C, McGinn T, Iannuzzi MC. Prognosis of stage II non-small cell
lung cancer according to tumor and nodal status at diagnosis. Lung Cancer 2005; 49(2)181-
186.
6. Cagini L, Monacelli M, Giustozzi G, et al. Biologic prognostic factors for early stage
completely resected non-small cell lung cancer. J Surg Oncol 2000; 74(1):53-60.
7. Duarte IG, Bufkin BL, Pennington MF, et al. Angiogenesis as a predictor of survival after
surgical resection for stage I non-small cell lung cancer. J Thorac Cardiovasc Surg 1998;
115(3):652-658.
8. Mattern J, Koomagi R, Volm M. Biological characterization of subgroups of squamous cell
lung carcinomas. Clin Cancer Res 1999; 5(6);1459-1463.
9. Chiba Y, Taniguchi T, Matsuyama K, et al. Tumor angiogenesis, apoptosis, and p53 oncogene
in stage I lung adenocarcinoma. Surg Today 1999; 29(11):1148-1153.
10. D’Amico TA, Aloia TA, Moore MB, et al. Molecular biologic substaging of stage I lung
cancer according to gender and histology. Ann Thorac Surg 2000; 69(3):882-886.
11. D'Amico TA, Massey M, Herndon JE, et al. A biologic risk model for stage I lung cancer:
immunohistochemical analysis of 408 patients with the use of ten molecular markers. J Thorac
Cardiovasc Surg 1999; 117:736-743.
12. Giatromanolaki A, Koukourakis M, Kakolyris S, et al. Vascular endothelial growth factor,
wild-type p53, and angiogenesis in early operable non-small cell lung cancer. Clin Cancer Res
1998; 4(12):3017-3024.
13. Harpole DJ, Herndon J, Wolfe W, et al. A prognostic model of recurrence and death in stage I
non-small cell lung cancer utilizing presentation, histopathology, and oncoprotein expression.
Cancer Res 1995; 55:51-56.
14. Leslie KO & Colby TV. Pathology of lung cancer. Curr Opin Pulm Med 1997; 3(4):252-256.
15. Stefanou D, Goussia AC, Arkoumani E, Agnatis NJ. Expression of vascular endothelial growth
factor and the adhesion molecule E-cadherin in non-small cell lung cancer. Anticancer Res
2003; 23(6):4715-4720.
16. Folkman J. What is the evidence that tumors are angiogenesis dependent? J Natl Cancer Inst
1990; 82:4-6.
17. Meert AP, Paesmans M, Martin B, et al. The role of microvessel density of patients with lung
cancer: a systematic review of the literature with metanalysis. Br J Cancer 2002; 87:694-701.
18. Weidner N, Carroll PR, Flax J, et al. Tumor angiogenesis correlates with metastasis in invasive
prostate carcinoma. Am J Pathol 1993; 143:401-409.
19. Depasquale I & Thompson WD. Microvessel density for melanoma prognosis. Histopathology
2005; 47:186-194.
20. Martin TA, Watkins G, Lane J, Jiang WG. Assessing microvessels and angiogenesis in human
breast cancer, using VE-cadherin. Histopathology 2005; 46:422-430.
21. Weidner N, Semple JP, Welch WR, Folkman J. Tumor angiogenesis and metastasis -
correlation in invasive breast carcinoma. N Engl J Med 1991; 324:1-8.
22.
Bettencourt MC, Bauer JJ, Sesterhenn IA, et al. CD 34 immunohistochemical assessment of
angiogenesis as a prognostic marker for prostate cancer recurrence after radical prostatectomy.
J Urol 1998; 160:459-465.
23. Bostwick DG & Iczkowski KA. Microvessel density in prostate cancer: prognostic and
therapeutic utility. Semin Urol Oncol 1998; 16(3):118-123.
24. Fontanini G, Vignati S, Lucchi M, et al. Neoangiogenesis and p53 protein in lung cancer: their
prognostic role and their relation with vascular endothelial growth factor (VEGF) expression.
Br J Cancer 1997; 75:1295-1301.
25. Fontanini G, Boldrini L, Chine S, et al. Expression of vascular endothelial growth factor
mRNA in non-small cell lung carcinomas. Br J Cancer 1999; 79(2):363-369.
140
26. Nakashima T, Huang CL, Liu D, et al. Expression of vascular endothelial growth factor-A and
vascular endothelial growth factor-C as prognostic factors for non-small cell lung cancer. Med
Sci Monit 2004; 10(6):157-165.
27. Cox G, Jones JL, Walker RA, et al. Angiogenesis and non-small cell lung cancer. Lung Cancer
2000; 27(2):81-100.
28. Herbst RS, Onn A, Sandler A. Angiogenesis and lung cancer: prognostic and therapeutic
implications. J Clin Oncol 2005; 23:3243-3256.
29. Shepherd FA. Angiogenesis inhibitors in the treatment of lung cancer. Lung Cancer 2001;
34(Suppl 3):81-89.
30. Keith R, Miller Y, Gemmill R, et al. Angiogenic squamous dysplasia in bronchi of individuals
at high risk for lung cancer. Clin Cancer Res 2000; 6:1616-1625.
31. Maisonpierre PC, Suri C, Jones PF, et al. Angiogoietin-2, a natural antagonist for Tie2 that
disrupts in vivo angiogenesis. Science 1997; 277:55-60.
32. Folkman J, Merler E, Abernathy C, Williams G. Isolation of a tumor factor responsible for
angiogenesis. J Exp Med 1971; 133:275-288.
33. Kerbel R. Tumor angiogenesis: past, present and the near future. Carcinogenesis 2000;
21(3):505-515.
34. Zadeh G, Guha A. Molecular regulators of angiogenesis in the developing nervous system and
adult brain tumors. Int J Oncol 2003; 23:557-565.
35. Lebovic DI, Mueller MD, Taylor RN. Vascular endothelial growth factor in reproductive
biology. Curr Opin Obstet Gynecol 1999; 11:255-260.
36. Maas JWM, Groothuis PG, Dunselman GAJ, et al. Endometrial angiogenesis throughout the
human menstrual cycle. Human Reproduction 2001; 16:1557-1561.
37. Brown NJ, Smyth EA, Cross SS, Reed MW. Angiogenesis induction and regression in human
surgical wounds. Wound Repair Regen 2002; 10(4):245-251.
38. Ferrara N & Davis-Smyth T. The biology of vascular endothelial growth factor. Endocrine
Reviews 1997; 18:4-25.
39. Fujishita A, Hasuo A, Khan KN, et al. Immunohistochemical study of angiogenic factors in
endometrium and endometriosis. Gynecol Obstet Invest 1999; 48:36-44.
40. Adamis AP, Aiello LP, D’Amato RA. Angiogenesis and ophthalmic disease. Angiogenesis
1999; 3:9-14.
41. Folkman J, Klagsbrun M. Angiogenic factors. Science 1987; 235:442-447.
42. Folkman J. Tumor angiogenesis: therapeutic implications. N Engl J Med 1971; 285:1182-1186.
43. Srivastava A, Laidler P, Davies RP, et al. The prognostic significance of tumor vascularity in
intermediate thickness (0.76-4.00 mm thick) skin melanoma. A quantitative histologic study.
Am J Pathol 1988; 133:419-423.
44. Amar A, Giovanini AF, Rosa M, et al. Densidade microvascular no carcinoma de língua. Rev
Assoc Med Bras 1992; 48:204-208.
45. Hannen EJ, van der Laak JA, Manni JJ, et al. Improved prediction of metastasis in tongue
carcinomas combining vascular and nuclear tumor parameters. Cancer 2001; 92:1881-1887.
46. Gasparini G, Weidner N, Maluta S, et al. Intratumoral microvessel density and p53 protein:
correlation with metastasis in head-and-neck squamous cell carcinoma. Int J Cancer 1993;
55:739-744.
47. Hollingsworth H, Kohn E, Steinberg S, Rothenberg M, Merino M. Tumor angiogenesis in
advanced stage ovarian carcinoma. Am J Pathol 1995; 147:33-41.
48. Tanigawa N, Amaya H, Matsumara M, et al. Extent of tumor vascularization correlates with
prognosis and hematogenous metastasis in gastric carcinomas. Cancer Res 1996; 56:2671-
2676.
49. Tarta C, Teixeira CR, Tanaka S, et al. Angiogenesis in advanced colorectal adenocarcinoma
with special reference to tumoral invasion. Arq Gastroenterol 2002; 39:32-38.
50. Tjalma W, Van Marck E, Weyler J, et al. Quantification and prognostic relevance of
angiogenic parameters in invasive cervical cancer. Br J Cancer 1998; 78:170-174.
141
51. Ker CG, Chen HY, Juan CC, et al. Role of angiogenesis in hepatitis and hepatocellular
carcinoma. Hepatogastroenterology 1999; 46(926):646-650.
52. Sabo E, Boltenko A, Sova Y et al. Microscopic analysis and significance of vascular
architectural complexity in renal cell carcinoma. Clin Cancer Res 2001; 7:3305-3307.
53. Ozalp S, Yalcin OT, Acikalin M, et al. Microvessel density (MVD) as a prognosticator in
endometrial carcinoma. Eur J Gynaecol Oncol 2003; 24(3-4): 305-308.
54. Stabenow E, Tavares MR, Absaber AM, et al. Angiogenesis as na indicator of metastatic
potential in papillary thyroid carcinoma. Clinics 2005; 60:233-240.
55. Wesseling P, Jeroen A, Van Der Laak W, et al. Quantitative immunohistochemical analysis of
the microvasculature in untreated human glioblastoma multiforme. J Neurosurg 1994; 81:902-
909.
56. Macchiarini P, Fontanini G, Hardin MJ, et al. Relation of neovascularization to metastasis of
non small cell lung cancer. Lancet 1992; 340(8812):145-146.
57. Angeletti C, Lucchi M, Fontanini G, et al. Prognostic significance of tumoral angiogenesis in
completely resected late stage lung carcinoma (stage IIIA-N2). Impact of adjuvant therapies in
a subset of patients at high risk of recurrence. Cancer 1996; 78(3):409-415.
58. Irion LCD, Prolla JC, Hartmann AA, Silva VD. A determinação quantitativa da área de
microvasos intratumorais pode ser um indicador útil para tratamento coadjuvante em
carcinomas de células não pequenas operados do pulmão. Rev Port Pneumol 2003; IX:19-32.
59. Fontanini G, Lucchi M, Vignati S, et al. Angiogenesis as a prognostic indicator of survival in
non-small-cell lung carcinoma: a prospective study. J Natl Cancer Inst 1997; 89(12):881-886.
60. Fontanini G, Bigini D, Vignati S, et al. Microvessel count predicts metastatic disease and
survival in non-small-cell lung cancer. J Pathol 1995; 177(1):57-63.
61. Giatromanolaki A, Koukourakis M, O´Byrne K, et al. Prognostic value of angiogenesis in
operable non-small-cell lung cancer. J Pathol 1996; 179(1):80-88.
62. Giatromanolaki A, Koukourakis M, Theodossiou D, et al. Comparative evaluation of
angiogenesis assessment with anti-factor VIII and anti-CD 31 immunostaining in non-small
cell lung cancer. Clin Cancer Res 1997; 3:2485-2492.
63. Mineo TC, Ambrogi V, Baldi A, et al. Prognostic impact of VEGF, CD 31, CD 34, and CD
105 expression and tumour vessel invasion after radical surgery for IB-IIA non-small cell lung
cancer. J Clin Pathol 2004; 57:591-597.
64. Sharma S, Sharma M, Sarkar C. Morphology of angiogenesis in human cancer: a conceptual
overview, histoprognostic perspective and significance of neoangiogenesis. Histopathology
2005; 46:481-489.
65. Tanaka F, Otake Y, Yanagihara K, et al. Evaluation of angiogenesis in non-small cell lung
cancer: comparison between anti-CD 34 antibody and anti-CD 105 antibody. Clin Cancer Res
2001; 7(11);3410-3415.
66. Vermeulen PB, Gasparini G, Fox SB, et al. Second international consensus on the methodology
and criteria of evaluation of angiogenesis quantification in solid human tumours. Eur J Cancer
2002; 38:1564-1579.
67. Fox SB, Harris AL. Histological quantitation of tumour angiogenesis. APMIS 2004; 112:413-
430.
68. Pavlopoulos P, Konstantinidou A, Agapitos E, Kavantzas N, Nikolopoulou P, Davaris P. A
morphometric study of neovascularization in colorectal carcinoma. Cancer 1998; 83:2067-
2075.
69. Yorukoglu K, Sagol O, Ozkara E, et al. Comparison of microvascularization in diagnostic
needle biopsies and radical prostatectomies in prostate carcinoma. Eur Urol 1999; 35(2):109-
112.
70. Bostwick DG, Wheeler TM, Blute M, et al.Optimized microvessel density analysis improves
prediction of cancer stage from prostate needle biopsies. Urology 1996; 48:47-57.
71. Khatami A, Pihl CG, Norrby K, et al. Is tumor vascularity in prostate core biopsies a predictor
of PSA recurrence after radical prostatectomy? Acta Oncol 2005; 44:362-368.
142
72. Rogatsch H, Hittmair A, Reissigl A, et al. Microvessel density in core biopsies of prostatic
adenocarcinoma: a stage predictor? J Pathol 1997; 182:205-210.
73. Travis WD, Colby TV, Corrin B, Shimosato Y, Brambilla E. In Collaboration with Sobin LH
and Pathologists from 14 countries. World Health Organization International Histological
typing of lung and pleural tumours. Histological typing of lung and pleural tumours. 3
rd
Ed.
Springer-Verlag, 1999.
74. Fontanini G, Vignati S, Bigini D, et al. Neoangiogenesis: a putative marker of malignancy in
non-small-cell lung cancer (NSCLC) development. Int J Cancer 1996; 67(5):615-619.
75. Hansen S, Sorensen FB, Vach W, et al. Microvessel density compared with the Chalkley count
in a prognostic study of angiogenesis in breast cancer patients. Histopathology 2004; 44:428-
436.
76. Weidner N. Tumor angiogenesis: Review of current applications in tumor prognostication.
Semin Diag Pathol 1993; 10:302-313.
77. Vermeulen PB, Gasparini G, Fox SB, et al. Quantification of angiogenesis in solid human
tumours: an international consensus on the methodology and criteria of evaluation. Eur J
Cancer 1996; 32A:2474-2484.
78. Giatromanolaki A. Prognostic role of angiogenesis in non-small cell lung cancer. Anticancer
Res 2001; 21:4373-82.
79. Fox SB, Leek RD, Weekes MP, et al. Quantitation and prognostic value of breast cancer
angiogenesis: comparison of microvessel density, Chalkley count, and computer image
analysis. J Pathol 1995; 177:275-283.
80. Benoy IH, Salgado R, Elst H, et al. Relative microvessel area of the primary tumour, and not
lymph node status, predicts the presence of bone marrow micrometastasis detected by reverse
transcriptase polymerase chain reaction in patients with clinically non-metastatic breast cancer.
Breast Cancer Res 2005; 7:R210-R219.
81. Hansen S, Grabau D, Sorensen F, et al. The prognostic value of angiogenesis by Chalkley
counting in a confirmatory study design on 836 breast cancer patients. Clin Cancer Res 2000;
6:139-146.
82. Speck N, Focchi J, Alves A, Osório C, Bacarat E. Relação entre angiogênese e o estádio do
carcinoma de endométrio. Rev Bras Ginecol Obstet 2003; 25:396-401.
83. Blatt RJ, Clark NA, Courtney J, et al. Automated quantitative analysis of angiogenesis in the
rat aorta model using Image-Pro Plus 4.1. Comput Methods Programs Biomed 2004; 75:75-79.
84. Padubidri A, Browne EJ. Effect of vascular endothelial growth factors (VEGF) on survival of
random extension of axial pattern skin flaps in the rat. Ann Plast Surg 1996; 37:604-611.
85. Carai A, Diaz G, Santa Cruz R, Santa Cruz G. Computerized quantitative color analysis for
histological study of pulmonary fibrosis. Anticancer Res 2002; 22:3889-3894.
86. Goddard JC, Sutton, Furness PN, et al. A computer image analysis system for microvessel
density measurement in solid tumours. Angiogenesis 2002; 5:15-20.
87. Korkolopoulou P, Patsouris E, Kavantzas N, et al. Prognostic implications of microvessel
morphometry in diffuse astrocytic neoplasms. Neuropathol Appl Neurobiol 2002; 28:57-66.
88. Korkolopoulou P, Konstantinidou AE, Kavantzas N, et al. Morphometric microvascular
characteristics predict prognosis in superficial and invasive baldder cancer. Virchows Arch
2001; 438:603-611.
89. Mehaffey MG, Folberg R, Meyer M, et al. Relative importance of quantifying area and
vascular patterns in uveal melanomas. Am J Ophthalmol 1997; 123:798-809.
90. Marson LP, Kurian KM, Miller WR, Dixon JM. Reproducibility of microvessel counts in
breast cancer specimens. Br J Cancer 1999; 81:1088-1093.
91. Matsuyama K, Chiba Y, Sasaki M, et al. Tumor angiogenesis as a prognostic marker in
operable non-small cell lung cancer. Ann Thorac Surg 1998; 65:1405-1409.
92. Yamazaki K, Abe S, Takekawa H, et al. Tumor angiogenesis in human lung andecarcinoma.
Cancer 1994(8); 74:2245-2250.
93. Yuan A, Yang PC, Yu CJ, et al. Tumor angiogenesis correlates with histologic type and
metastasis in non-small-cell lung cancer. Am J Respir Crit Care Med 1995; 152:2157-2162.
143
ANEXOS DO ARTIGO EM INGLÊS
Table 1. Main findings in NSCLC from 28 patients
Mean microvascular area (µm)
Cases Age Sex Histologic type TNM Stage
Cores
Tumour
sections
1 62 M Adenocarcinoma T3N0 IIB 539.80 666.68
2 68 M Squamous cell carcinoma T2N0 IB 1040.26 376.91
3 75 M Squamous cell carcinoma T2N2 IIIA 764.27 613.47
4 70 F Squamous cell carcinoma T2N0 IB 1547.11 681.80
5 74 F Adenocarcinoma T2N1 IIB 12453.07 5705.16
6 58 M Adenocarcinoma T2N0 IB 8952.27 5315.66
7 78 M Large cell carcinoma T2N1 IIB 3573.00 5664.11
8 72 F Adenocarcinoma T2N0 IB 386.52 799.62
9 43 F Adenosquamous carcinoma T2N0 IB 1163.20 806.44
10 59 M Non small cell carcinoma T1N0 IA 755.63 423.65
11 64 M Non small cell carcinoma T3N0 IIB 337.62 444.12
12 77 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 1378.38 965.83
13 72 M Squamous cell carcinoma T3N1 IIIA 233.47 513.13
14 78 M Adenocarcinoma T2N1 IIB 1506.26 613.54
15 63 M Adenocarcinoma T1N0 IA 3486.87 1573.51
16 66 M Adenocarcinoma T2N0 IB 1764.30 1051.38
17 72 F Adenocarcinoma T2N0 IB 1777.78 1650.93
18 79 M Adenocarcinoma T2N0 IB 2781.00 6609.22
19 69 F Adenocarcinoma T2N0 IB 11192.57 8439.72
20 64 M Squamous cell carcinoma T3N0 IIB 11448.40 4102.88
21 86 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 9553.20 9514.00
22 71 M Adenocarcinoma T2N2 IIIA 3180.00 7358.27
23 68 M Squamous cell carcinoma T2N1 IIB 9036.27 4369.55
24 69 F Adenocarcinoma T2N0 IB 14068.00 6439.22
25 73 M Adenocarcinoma T1N1 IIA 8456.33 6540.94
26 83 F Adenocarcinoma T2N0 IB 17916.89 5878.72
27 66 M Adenocarcinoma T2N0 IB 8756.00 4473.66
28 77 F Adenocarcinoma T2N1 IIB 4572.58 9190.72
144
Table 2. Correlations among microvascular areas
Correlation
Correlations coefficient
P
Overall microvessel area
among cores
x
Overall microvessel area among
tumour sections
0.7 <0.0001
Mean microvessel area among cores to divide them in small and large microvascular area
Cores of small microvessel
area
x
Microvessel area in correspondent
tumour sections
0.84 0.0005
Cores of large microvessel
area
x
Microvessel area in correspondent
tumour sections
0.06 0.84
Mean microvessel area among tumour sections to divide them in small and large
microvascular area
Tumour sections of small
microvessel area
x
Microvessel area in correspondent
cores
0.76 0.01
Tumour sections of large
microvessel area
x
Microvessel area in correspondent
cores
-0.22 0.45
145
Table 3. Microvessel area versus lymph node status and stage
Microvessel area
Number of
patients
Cores
(mean/median)
Tumour sections
(mean/median)
No lymph node
metastasis
17
5171.4
1777.8
2925.5
1573.5
Lymph node
metastasis
11
4973.3
3573.0
4640.8
6554.1
P = 0.75 P = 0.24
Stage IA and IB
14
5399.2
2279.4
3180.0
1612.2
Stage IIA or higher
14
4788.0
3376.5
4018.8
4236.2
P = 0.78 P = 0.78
146
A
B
Figure 1. A, Example of an image prior to analysing the microvessels. B, Same image generated by the
software to show the objects considered for estimating the area.
147
A
B
Figure 2. A, Example of an image containing antracotic pigment prior to analysing the microvessels. B,
Same image generated by the software to show the objects considered for estimating the area. Note that the
antracotic pigment was not highlighted by the software.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo