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estão presentes as quatro bandeiras, além de conter a maioria das lojas (332 sobre um
total de 443). Segue-se o Rio de Janeiro onde a CBD atua com três de suas bandeiras,
somando 47 lojas no total. Somente estes dois estados representam, portanto, 85,5% das
lojas do grupo. Logicamente, São Paulo e Rio de Janeiro destacam-se nas vendas, por
possuírem maior número de lojas bem como, maior concentração de pessoas com alto
poder aquisitivo. A estratégia do Grupo, em termos de ocupação do espaço, está correta,
uma vez que são os Estados do país que concentram maior percentual de geração do
PIB e ali está localizada a população com maior poder aquisitivo nacional.
Outra análise que chama a atenção é sobre o modelo de loja e sua contribuição
no percentual de vendas da CBD. Apesar dos hipermercados somarem apenas 55 lojas,
representando 12,4% do total de 443, foram responsáveis por quase metade das vendas
da empresa, demonstrando que é um modelo de loja altamente competitivo.
Segue-se, em termos de importância, a bandeira Pão de Açúcar que, com 176
lojas, 39,7%, representou cerca de um terço das vendas totais. A bandeira Barateiro,
apesar de contar com 150 lojas, 33,8%, vendeu menos de 15% do total. A bandeira
Eletro, não pertencente ao setor alimentício, mesmo contando com 62 lojas, 13,9% , não
chegou a cinco por cento das vendas.
Por fim, merece destaque outra mudança estratégica no grupo, que é a solução
antecipada da passagem do poder da segunda para a terceira geração. Como a
experiência do próprio Grupo demonstrou, cerca de uma década atrás, disputas pelo
poder podem prejudicar muito a empresa, a solução foi de profissionalizar a
administração empresarial. Foi esta atitude que gerou a diferença estratégica do Pão de
Açúcar, cuja decisão é tomada num momento em que a CBD tornou-se novamente a
maior empresa do ranking nacional e tem ótimas perspectivas de crescimento.
O esforço da Companhia em investir nas pessoas (seu público interno) foi
reconhecido em 2000 e 2001, quando a CBD foi eleita pela revista Exame em 2001
como umas das 100 melhores empresas para se trabalhar, numa pesquisa realizada com
os funcionários, que demonstraram satisfação e orgulho em pertencer ao Grupo.
Outro fato importante para a CBD em 2001, foi a criação de seu Código de
Ética, que sistematiza e reforça os valores sempre defendidos pela Companhia. O
código define os princípios que devem orientar o trabalho e as relações na empresa e a
conduta ética que cada funcionário deve adotar para melhorar a qualidade dos produtos
e serviços, bem como a construção da sociedade brasileira. Explicita o que a Companhia
considera ético em suas ações e na postura profissional em todos os relacionamentos –
com funcionários, fornecedores, clientes, comunidade, imprensa, órgãos públicos e
acionistas. Cada funcionário do Grupo recebeu um exemplar do código, o que foi
seguido de reuniões de orientação. A linha é "ser o melhor, sim, mas não a qualquer
preço". (CBD, Relatório Anual, 2001, p.45).
I Os investimentos realizados pela CBD, em 2002, excluindo as aquisições,
totalizaram R$ 83,0 milhões. O montante foi direcionado principalmente para abertura
de novas lojas, reforma de pontos já existentes, conversão de redes adquiridas, além de
investimentos em tecnologia, logística e aquisição de terrenos. A aquisição da rede Sé
Supermercados foi o destaque do ano. O preço de compra foi R$ 375 milhões, incluindo
a absorção de passivos financeiros, no valor de R$ 124,4 milhões. Com 60 lojas em
operação, em 16 municípios do Estado de São Paulo, incluindo a capital, a rede Sé
atingiu um faturamento bruto de R$ 1 bilhão em 2001.
A partir de dois de março de 2003, o grupo deixou de ter o comando de Abílio
Diniz como aconteceu na última década, para ser administrado por um executivo
profissional, de fora da família, Augusto. Cruz começou a trabalhar como contínuo aos