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UFRRJ
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA
VETERINÁRIA
DISSERTAÇÃO
BLASTOCYSTIS HOMINIS BRUMPT, 1912
(CHROMISTA: BLASTOCYSTEA) EM CÃES E GATOS
DE DOMICÍLIOS LOCALIZADOS NA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
IONE SOARES FERREIRA GINUINO
2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA VETERINÁRIA
BLASTOCYSTIS HOMINIS BRUMPT, 1912 (CHROMISTA: BLASTOCYSTEA) EM
CÃES E GATOS DE DOMICÍLIOS LOCALIZADOS NA REGIÃO METROPOLITANA
DO RIO DE JANEIRO
IONE SOARES FERREIRA GINUINO
Sob a Orientação do Doutor
Walter Leira Teixeira Filho
Dissertação submetida como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em Ciências, no Curso
de Pós-Graduação em Microbiologia Veterinária.
Seropédica, RJ
Fevereiro de 2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA VETERINÁRIA
IONE SOARES FERREIRA GINUINO
Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências, no
Curso de Pós-Graduação em Microbiologia Veterinária.
DISSERTAÇÃO APROVADA EM 24/03/2006
Walter Leira Teixeira Filho, Ph.D. UFRRJ
(Orientador)
Carlos Wilson Gomes Lopes, Ph.D. LD. UFRRJ
Francisco Carlos Rodrigues de Oliveira, Ph.D. UENF
Celeste da Silva Freitas de Souza, Drª em Ciências. IOC/Fiocruz
Walter Fausino, Ph.D. UFRRJ
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Waldemiro Soares e Gloria Isabel Soares “in memoriam”, pelo
exemplo de dignidade e retidão de caráter e por terem-me imprimido a sede do saber,
Muito agradeço, aos meus filhos, Vinicius e Amanda, e meu marido Cleber que me
fizeram acreditar que era possível, quando tudo se apresentava inviável, à minha
irmã Ivone, pelo apoio incondicional e pela grande amizade que me tem dedicado.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de estar no mundo.
Ao meu amigo e orientador na minha pesquisa de mestrado, Dr. Walter Leira Teixeira
Filho, pela orientação precisa, pela bondade e afetividade, pelos inúmeros momentos de conforto,
apoio e estímulo, pela confiança que sempre imprimiu às nossas discussões, por ter-me
viabilizado escolher os meus próprios caminhos e neles ter trilhado comigo, de mãos dadas.
Ao Professor Doutor Carlos Wilson Gomes Lopes, pelo incentivo, franco apoio, e
sugestões valiosas em todas as fazes da execução desta pesquisa.
Aos colegas do Laboratório de Coccídios e Coccidioses (LCC) da UFRRJ/IV,
especialmente ao Dr.Walter Flausino, Drª Simoni Machado de Medeiros, aos Doutorandos Paulo
Roberto de Carvalho Filho, Fabiana Massad Valadão, Marcel Teixeira, Sergian Vianna Cardozo,
e a aluna de graduação Gisele dos Santos Meireles, pela solidariedade, e que se tornaram meus
amigos fraternais.
Aos profissionais do Laboratório de Parasitologia do Instituto Municipal de Veterinária
Jorge Vaistman, em especial ao Sr. Luiz Cláudio de Souza Abooud, pela dedicação e
disponibilidade no envio das amostras me auxiliando no desenvolvimento deste trabalho.
O Caminho
Um dia, um bezerro precisou atravessar a floresta virgem para voltar a seu pasto.
Sendo animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subindo e descendo colinas...
No dia seguinte, um cão que passava por ali, usou essa mesma trilha torta para atravessar a
floresta.
Depois foi a vez de um carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela
trilha torta.
Mais tarde, os homens começaram a usar esse caminho: entravam e saíam, viravam à direita, à
esquerda,
abaixando-se, desviando-se de obstáculos, reclamando e praguejando, até com um pouco de
razão...
Mas não faziam nada para mudar a trilha.
Depois de tanto uso, a trilha acabou virando uma estradinha onde os pobres animais se cansavam
sob cargas pesadas, sendo obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser
vencida em, no máximo, uma hora, caso a trilha não tivesse sido aberta por um bezerro.
Muitos anos se passaram e a estradinha tornou-se a rua principal de um vilarejo, e posteriormente
a avenida principal de uma cidade.
Logo, a avenida transformou-se no centro de uma grande metrópole, e por ela passaram a
transitar diariamente milhares de pessoas, seguindo a mesma trilha torta feita pelo bezerro...
centenas de anos antes...
Contudo, a velha e sábia floresta ria daquelas pessoas que percorriam aquela trilha, como se fosse
um caminho único... Sem se atrever a mudá-lo.
Muitas vezes nos chamam de ousados, chatos, cri-cri, metidos, etc., pois temos ousado por
caminhos novos, pois quando nos falam que devemos seguir aquele caminho, pois todos estão
indo por ali e não sentimos paz no coração, buscamos a resposta do alto, os conselhos de Deus e
através Dele, por Ele e com Ele à nossa frente seguimos novos desafios.
Autor desconhecido
SUMÁRIO
Págs.
1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................
2
2.1. Blastocystis hominis.................................................................................. 2
2.1.1. Histórico.................................................................................................. 2
2.1.2. Classificação........................................................................................... 5
2.1.3. Ciclo biológico........................................................................................ 6
2.1.4. Morfologia............................................................................................... 8
2.1.5. Diagnóstico laboratorial........................................................................ 9
2.2. Especificidade aos hospedeiros................................................................ 11
3. EPIDEMIOLOGIA......................................................................................
15
3.1. Em humanos.............................................................................................. 15
3.2. Em animais................................................................................................ 19
3.3. Em Saúde Pública..................................................................................... 20
3.4. Patogenia.................................................................................................... 21
3.5. Modelo animal........................................................................................... 24
4. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................
26
4.1. Localização do experimento..................................................................... 26
4.2.Origem das amostras................................................................................. 26
4.3. Coleta dos dados........................................................................................ 27
4.4. Pesquisa pela microscopia óptica............................................................. 27
4.4.1. Método direto......................................................................................... 27
4.4.2. Preparação das lâminas e avaliação microscópica.............................. 28
4.4.3. Método de concentração das formas.................................................... 28
4.4.3.1. Mensuração das formas...................................................................... 29
4.4.3.2. Técnicas de coloração......................................................................... 29
4.4.3.3. Tricrômio de Gomori.......................................................................... 29
4.4.3.4. Hematoxilina férrica........................................................................... 30
4.5. Fotomicrografia......................................................................................... 30
4.6. Análise estatística dos dados.................................................................... 30
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................
31
5.1. Diagnóstico de Blastocystis hominis......................................................... 31
5.1.1. Identificação morfológica das formas através de exame direto das
fezes....................................................................................................................
31
5.1.2. Aspectos morfológicos da forma vacuolar de Blastocystis hominis
encontradas nas duas espécies estudadas
33
5.2. Morfometria da forma vacuolar de Blastocystis hominis observada
entre as duas espécies estudadas.....................................................................
33
5.3. Freqüência de B.lastocystis hominis entre as duas espécies estudadas
de acordo com a idade e sexo..........................................................................
36
Págs.
5.4. Associação de Blastocystis hominis com outros enteropatógenos.........
37
5.5. Fatores de risco para a blastocistose....................................................... 38
6. CONCLUSÕES............................................................................................
41
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................
42
8. ANEXOS.......................................................................................................
57
ÍNDICE DE TABELAS
Págs.
Tabela 1. Características das formas de Blastocystis hominis, obtidas pelo
exame direto das fezes..........................................................................................
34
Tabela 2. Freqüência de Blastocystis hominis entre as espécies estudadas.........
37
Tabela 3. Freqüência de outros enteropatógenos associados à Blastocystis
hominis..................................................................................................................
38
Tabela 4. Número de animais segundo o diagnóstico da infecção por
Blastocystis hominis..............................................................................................
40
ÍNDICE DE FIGURAS
Págs.
Figura 1. Ciclo biológico de Blastocystis hominis de acordo com Singh et
al. 1995 .............................................................................................................
Figura 2. Ciclo de transmissão entre de Blastocystis hominis entre as
espécies de acordo com Tan (2004).................................................................
7
8
Figura 3. Blastocystis hominis. Forma vacuolar com núcleos periféricos.
A – Hematoxilina férrica. B – Tricrômio de Gomori. C – Contrastado
com lugol..........................................................................................................
44
RESUMO
Ginuino, Ione Soares Ferreira. Blastocystis hominis Brumpt 1912 (Chromista: Blastocystea)
em cães e gatos de domicílios localizados na região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Seropédica: UFRRJ, 2006. 59p. Dissertação (Mestrado em Microbiologia Veterinária). Instittuto
de Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2006.
Com o objetivo de determinar a morfologia, freqüência, influência da idade e sexo, e fatores de
risco associados à Blastocystis hominis nas fezes de cães e gatos domiciliados na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, foram coletadas amostras fecais por conveniência de 175 cães e
59 gatos. Para o diagnóstico de B. hominis, foi utilizado o exame direto, e para confirmação do
diagnóstico foram usadas às técnicas de coloração da hematoxilina férrica e tricrômio de Gomori.
A largura e o comprimento de B. hominis encontrado nas amostras fecais variaram de 10,07 a
13,80µm, e 12,66 a 19,93µm para cães e gatos respectivamente. Quanto à freqüência de B.
hominis nos animais domiciliados, 23,42% dos cães, e 23,72% dos gatos foram positivos,
independente do sexo. A idade dos animais foi um importante fator para determinar,
principalmente nos cães domiciliados, o risco de transmissão de B. hominis.
Palavras-chaves: Blastocystis hominis, cães, gatos, diagnóstico, freqüência, fatores de risco.
ABSTRACT
Ginuino, Ione Soares Fereira. Blastocystis hominis Brumpt, 1912 (Chomista: Blastocystea) in
housed dogs and cats from Metropolitan Region of Rio de Janeiro. Seropédica: UFRRJ,
2006. 59p. Dissertation (Master Science in Veterinary Microbiology) Instituto de Veterinária,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2006.
With the objective to determine frequency, age and sex influences, and risk factor associated to
Blastocystis hominis in feces of housed dogs and cats from the Metropolitan Region of Rio de
Janeiro, Brazil, 234 fecal samples were collected by convenience from 175 dogs and 59 cats. To
the diagnostic of B. hominis in fecal samples, direct examination was used, but ferric-hematoxilin
and Gomori’s trichrome techniques were used in order to confirm this diagnostic. Width and
length of the parasite found in fecal samples varied from 10.07 to 13.80, and 12.66 to 19.93 to
dogs and cats respectively. With regards the frequency of B. hominis in housed animals, 23.42 of
dogs, and 23.72% of cats were positives, independent of animal sex. Animal’s age was the
important factor to determine, mainly in dogs, the risk of B. hominis transmission in dwellings.
Key-words: Blastocystis hominis, dogs, cats, diagnostic, frequency, risk factor.
1. INTRODUÇÃO
Com o crescente número de animais considerados de companhia nas áreas urbanas, em
especial cães e gatos, as doenças por eles transmitidas ao homem têm apresentado interesse
científico. Entre estas doenças, atualmente a blastocistose, causada por um microrganismo do
gênero Blastocystis encontrado comumente em humanos, mas que também tem sido observado
numa grande variedade de espécies de animais, incluindo invertebrados, répteis pássaros e
mamíferos.
Em humanos este gênero, é freqüentemente encontrado nas fezes de indivíduos com ou
sem manifestações gastrintestinais como diarréia, dor abdominal, prurido anal e flatulência, e
especialmente, em imunossuprimidos ou imunocomprometidos, podendo permanecer no intestino
durante semanas, meses ou anos.
No Brasil, não existem relatos sobre o encontro deste organismo em animais de
companhia. Na maioria das vezes, a identificação deste microrganismo se baseia na forma mais
comum encontrada nas fezes de humanos, além de não o considerar como patogênico.
O presente trabalho teve como objetivos: 1. comparar métodos de coloração, e técnicas
utilizadas no diagnóstico deste organismo; 2. determinar através da morfometria, as formas de B.
hominis encontradas nas fezes de cães e gatos; 3. determinar a freqüência de B. hominis em cães e
gatos domiciliados na região metropolitana do Rio de Janeiro; 4. estabelecer relações com as
variáveis de idade e sexo; 5. determinar os fatores de risco da infecção por B. hominis em cães e
gatos.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Blastocystis
Blastocystis é o agente etiológico da blastocistose, encontrado no intestino de vários
hospedeiros animais, inclusive o homem, muito prevalente em regiões tropicais. Entretanto, seu
significado clínico é incerto. Assim, como seu mecanismo de transmissão, seu papel como
patógeno, e sua classificação taxionômica são aspectos que causam controvérsias quanta a sua
identificação nos últimos anos (AMATO NETO et al., 2004).
2.1.1. Hisrico
Brittan e Swayne (1849, apud Zierdt, 1991), descreveram os primeiros casos de
blastocistose humana, em uma epidemia de cólera ocorrida em Londres no Reino Unido. Estes
mesmos autores trabalhando separadamente deram denominações diferentes a este
microrganismo. Brittan denominou ao organismo encontrado por ele de célula anelar, e Swayne
o chamou de corpos de cólera. Porém não foi possível a confirmação posterior da natureza deste,
devido à insuficiência de dados no manuscrito (LÖSCH, 1875, apud ZIERDT, 1991).
Em 1911 Alexeieff, isolou organismo semelhante em ratos, cobaias, galinhas,
sanguessugas e répteis, e o denominou de B. enterocola, descrevendo ainda sua morfologia e um
possível ciclo de vida, que com pequenas modificações viria a ser mais tarde confirmado como as
formas evolutivas deste microrganismo.
A primeira descrição da blastocistose em humanos aceita internacionalmente foi relatada
por Brumpt (1912), que ao trabalhar com material fecal humano, classificou este organismo como
uma levedura intestinal. Este mesmo autor reclassificou a espécie mudando a sua denominação
de B. enterocola para B. hominis, sendo esta última denominação reconhecida com válida pela
literatura atual para humanos. Posteriormente, Rosenbuch (1927) atribuiu erroneamente, a doença
denominada de “cabeça negra” que acomete perus, da mesma maneira que uma patologia
hepática em humanos a este organismo.
Durante um longo período de tempo, B. hominis, foi tratado como levedura, até que foi
definido por Zierdt et al. (1967), dada às evidências morfológicas e fisiológicas, como sendo um
protozoário parasita do trato gastrintestinal de humanos, e passou a chamar a atenção devido aos
crescentes relatos sobre sua patogenicidade, e na ausência de um outro patógeno sejam eles
bactérias, vírus, ou parasito deveria ser reconhecido e tratado como altamente patogênico para
humanos (SALAVERT et al., 1990).
Youhana et al. (1994), relataram um caso de uma menina de quatro anos de idade com
sangramento retal associado a uma enteropatia, onde B. hominis foi o único organismo
encontrado causando úlcera na mucosa intestinal. Muitos pesquisadores pensam que quando B.
hominis está presente nas fezes em grande número e na ausência de outro patógeno, deva ser
considerado como altamente patogênico.
A infecção por B. homonis vem sendo observada em infecções naturais desde a década de
70. Onde Burden et al. (1978; 1979) no Reino Unido, observaram B. hominis somente em suínos.
Posteriormente, este organismo foi também observado em primatas, roedores, pássaros aves de
rapina, répteis, anfíbios, cães, gatos, suínos, e baratas (TEOW et al., 1992; BOREHAM:
STENZEL, 1993; ZAMAN et al., 1993; QUILEZ et al., 1995; YOSHIKAWA et al., 1998;
DUDA et al., 1998; LEE; STENZEL.,1999). Estudos realizados por Belova e Krilov (1998) com
base em critérios morfológicos e fisiológicos consideraram ainda três novas espécies: B. galli em
galinhas, B. anatis em patos e B. anseri em gansos. Anteriormente Chen et al. (1997a), relataram
o encontro de formas de Blastocystis em ratazanas, assim como em camundongos, coelhos, e
hamster, entretanto, em gerbis não foi observado.
Estudos abordando o desenvolvimento, ultraestrutura, patogenicidade e transmissão,
cultivo, sorologia e imunologia de Blastocystis foram realizados por Zierdt et al. (1967); Zierdt
(1991); Chen et al. (1987); Kain et al. (1987). Entretanto, Chen et al. (1999), através de estudos
experimentais, foram capazes de produzir a encistação e excistação de Blastocystis ratti in vitro,
cultivando o organismo em meio de cultura Iscove Dulbecco modificado (IMDM) com
concentrações crescentes de soro de cavalo.
Duda et al. (1998) encontraram Blastocystis em cães e gatos domésticos, em Brisbane,
Austrália. Enquanto, Abe et al. (2002) observaram a presença deste organismo em fazendas de
criação de animais, pet shoping, e em várias espécies de animais de zoológico no Japão.
McClure et al. (1980) relataram o encontro de Blastocystis causando infecção em primata
não humano (Macaca nemestrina) de 10 anos de idade, o animal desenvolveu diarréia profusa,
onde foi descartada infecção bacteriana.
Solaymani-Mohammadi et al. (2004) relataram o encontro de Blastocystis em suínos, no
Luristão, Região Ocidental da Republica Islâmica do Irã. Além de outras espécies de parasitos,
este organismo foi também observado nos habitantes desta região. Contudo, os estudos realizados
anteriormente por Yamada et al. (1987) em várias espécies de primatas não humanos,
determinaram que os cistos de B. hominis são morfológicamente indistinguíveis. Recentemente,
estudos moleculares como o ssrRNA de isolados de galinha e cobaias, permitiram sugerir a
possível transmissão zoonótica deste organismo (YOSHIKAWA et al., 1998; CLARCK, 1997).
Mais de 17 espécies de Blastocystis já foram descritas na literatura, mas a aceitação de
todas ainda é controversa. Estudos moleculares com uma pequena subunidade do RNA
propuseram 10 espécies tais como: B. lessonae em Rana lessoane, B. anatis em Anas
platyrhynchos, B. anseri em Anser anser, B. galli em Gallus gallus, B. rumidae em Numidea
meleagridis, B. meleagris em Meleagris galopavo, B. equi em Equus coballus, B. suis em Sus
scrofa, B. bovis em Bos taurus, B. ovis em Ovis Áries (BELOVA, 1995).
2.1.2. Classificação
A taxionomia de Blastocystis ainda é confusa. Uma das razões para a divergência é a falta
de consistência na classificação do organismo. Devido à definição clássica de espécie, como
sendo um grupo da população natural com comportamento independente de outros grupos, tendo
como resultado, diferenças na morfologia, especificidade de hospedeiro, comportamento e
distribuição geográfica. Isto tem sido objeto de diversas modificações ao longo dos anos e,
provavelmente ainda sofrerá alterações quando se tiverem resultados mais conclusivos.
Foram realizadas propostas diversas na classificação deste organismo dentro do Reino
Protista. Zierdt e Tan (1976) consideraram que se tratava de um esporozoário, com base em
estudos posteriores, demonstraram a presença de pseudópodes e fissão binária, propondo sua
reclassificação no Subfilo Sarcodina. Zierdt e Nagi (1993) relataram características próprias de
Blastocystis com Sarcomastigophora, fazendo com que houvesse a necessidade de se criar um
Subfilo independente. Nesse sistema, a classificação e descrição do gênero Blastocystis foram
feitas com base nos aspectos morfológicos além da analise do organismo por microscopia
eletrônica de transmissão (ZIERDT, 1973). Boreham e Stenzel (1993) chamaram atenção para a
necessidade de se trabalhar com estudos moleculares, evitando assim classificações baseadas
unicamente em caracteres morfológicos. A primeira análise molecular filogenética de B. hominis
em humano deve-se a Johnson et al. (1989), quando analisaram a seqüência de RNA de uma
pequena subunidade ribossomal (ssrRNA), e não encontraram relações monofiléticas com
nenhum eucariota, passando a ser considerado in certa sedis .
Nos anos subseqüentes, Silberman et al. (1996) demonstraram que ao completar a
seqüência gênica do ssrRNA deste organismo, ele poderia ser incluído dentro do grupo
Stramenopiles, sinônimo de Heterokonta (CAVALIER-SMITH, 1997), sendo Stramenopiles
definido como um complexo heterogêneo, reunindo seres unicelulares e multicelulares e seu
metabolismo heterotrófico ou fotossintético. Neste grupo se inclui alga marrom, cianofíceas,
lodo, entre outros. Entretanto, o estudo relaciona B. hominis com o flagelado Proteromonas, com
quem compartilha características do seu ciclo vital.
De acordo com revisão de classificação realizada por Cavalier-Smith em 1998, e as
colocações de Tan (2004), Blastocystis está classificado no: Reino: Chromista; Subreino:
Chromobiota; Infrareino: Heterokonta; Subphylum: Opalinata; Classe: Blastocystea; Gênero:
Blastocystis.
2.1.3. Ciclo biológico
Stenzel e Boreham (1996), ao propor um ciclo biológico para B. hominis, demonstraram
que a divisão do organismo ocorre através de fissão binária, havendo a necessidade de apenas um
hospedeiro para o seu desenvolvimento. As formas encontradas in vivo foram caracterizadas
como: vacuolar, granular, amebóide e a forma cística, embora outras formas distintas fossem
menos encontradas como: avacuolar e multivacuolar. As formas multivacuolar e amebóide tem
sido encontrada com auxílio da colonoscopia (STENZEL et al.,1991).
De acordo com Singh et al. (1995), o ciclo biológico de B. hominis ocorreria da seguinte
forma (Figura 1):
1. Os cistos de parede grossa presente nos espécimes fecais são responsáveis pela
transmissão externa, 2. Possivelmente ocorre através da ingestão de água ou alimento
contaminado pela rota fecal-oral. 3. Os cistos ingeridos penetram nas células epiteliais do trato
digestivo e multiplicam-se assexuadamente. 4. Através da mitose, ocorre a multiplicação das
formas vacuolares, dando origem as formas multi-vacuolares 5a. e formas amebóides 5b. A
forma multi-vacuolar desenvolve para pré-cisto 6a. que através da esquizogonia dá origem a
cistos de parede fina 7a. responsáveis pela auto-infecção do hospedeiro. A forma amebóide dá
origem ao pré- cisto 6b. através da esquizogonia, desenvolvendo cistos de parede grossa 7b. Os
cistos de parede grossa são excretados juntamente com as fezes, e liberados no meio ambiente.
Figura 1. Ciclo biológico de Blastocystis prosposto por Singh et al. (1995).
Tan (2004) propôs um ciclo de transmissão entre as espécies para Blastocystis, onde a
infecção dos hospedeiros se iniciaria através da ingestão de cistos fecais. Estes por sua vez se
desenvolveriam para a forma vacuolar, e subseqüentemente através de fissão binária, daria
origem às formas amebóide, granular, ou diretamente, a forma de cistos intermediários
(encistação) (Figura 2).
A encistação, possivelmente ocorre pela exposição a ácidos gástricos de enzimas
intestinais (SCHAEFER, 1990), onde perderiam a camada de proteção (parede cística). Os cistos
são liberados juntamente com nas fezes para o meio ambiente, sendo os mesmos extremamente
resistentes ás condições abióticas. A infecção do hospedeiro dar-se-ia provavelmente pela
ingestão de água ou alimentos contaminados.
Figura 2. Ciclo de transmissão de Blastocystis prosposto por Tan (2004)
2.1.4. Morfologia
As formas morfológicas de Blastocystis, quando encontradas nas fezes, e examinadas ao
microscópio óptico, geralmente mediram entre 4 a 15µm, enquanto que as medidas observadas
quando se trabalhou com cultivo de células em meio axênico, variaram de 15 a 25µm. Entretanto,
poucos são os relatos detalhando a ultra-estrutura das formas deste organismo quando encontrado
no exame direto de fezes, sendo os trabalhos que envolvem cultivo celular, os mais utilizados
(ZIERDT, 1991).
Além da forma vacuolar, que de acordo com a técnica utilizada para diagnóstico varia de
1 a 200µm, possui um vacúolo central; o número de núcleo varia de 1 a 4; vacúolo central
ocupando a maior parte do volume da célula (em exame de fezes e cultura). Outras cinco formas
para Blastocystis podem ser encontradas nas fezes de seus hospedeiros (STENZEL; BOREHAM,
1996)
Forma granular: tamanho variando de 6,5 a 80µm; observada em cultura de fezes; vacúolo
central presente; 1 a 4 núcleos; pode-se observar granulações no vacúolo central; morfologia
similar à forma vacuolar.
Forma multivacuolar: tamanho variando de 5 a 8µm; observada em cultura de fezes; vacúolo
central ausente; número de núcleos variando de 1 a 2; pequenos vacúolos múltiplos (podem ser
muito pequenos para serem observados através de microscopia óptica);
Forma avacuolar: mede aproximadamente 5µm; pode ser encontrada no intestino ou nas fezes;
vacúolo central ausente; com 1 a 2 núcleos; raramente essa forma é relatada.
Forma amebóide: mede de 2,6 a 7,8µm; encontrada em cultura de fezes; vacúolo central
ausente; raramente relatada; informações contraditórias sobre sua morfologia.
Forma cística: medindo de 3 a 5µm; observada em cultura de fezes; vacúolo central ausente;
possui de 1 a 4 núcleos; parede cística presente
(MCCLURE et al., 1980, MOE et al., 1990;
BOREHAM, 1991; BOREHAM; STENZEL, 1993; SINGH, 1995; STENZEL; BOREHAM,
1996).
2.1.5. Diagnóstico laboratorial
São inúmeros os trabalhos que responsabilizam Blastocystis como agente causal de
distúrbios gastrintestinal, principalmente em indivíduos imunocomprometidos (BORRAS et al.,
1991; PINEL et al., 1999). Entretanto, a freqüência deste chromista no Brasil ainda é pouco
conhecida. Este fato está relacionado à falta de conhecimento do organismo, uso de técnicas
incorretas, ou simplesmente pela importância do seu achado.
O diagnóstico laboratorial de Blastocystis é feito pelo método de exame direto das fezes
utilizando solução salina 0,85% e solução de lugol, sendo o mais empregado, por ser prático, de
baixo custo, e efetivo. A técnica de coloração especial como a hematoxilina férrica, permite uma
melhor visualização das estruturas internas do organismo, além de avaliar a diversidade
morfológica obtida de concentrações formol-éter (MACPERSON; MACQUEEN, 1994). Suresh
et al. (1994), utilizaram laranja de acridina para diferenciação dos estágios de B. hominis.
A microscopia óptica continua sendo o padrão para o diagnóstico de Blastocystis, embora
vários problemas estejam associados a este método. A relação da infecção pode ser estabelecida
entre o número de células presente nas fezes (>5 organismos por campo de 40x), e a ausência de
outros patógenos (SHEENAN et al., 1986).
A variabilidade em tamanho das formas de Blastocystis faz com que o diagnóstico seja
uma etapa decisiva, uma vez que a maior dificuldade nos laboratórios em diagnosticar o encontro
de espécies deste gênero, é não considerá-lo como patogênico.
A utilização de técnicas que não sejam próprias para o diagnóstico, pode mascarar os
resultados (AMATO NETO et al., 2003). Esses mesmos autores, ainda, afirmaram que para
melhor evidenciar as formas de Blastocystis, seria necessário o emprego do método direto de
exame de fezes, e de preparações permanentes, como a hematoxilina férrica ou da tionina.
Alertaram também, que a água e outras soluções lisam o organismo, o que pode levar a um
resultado falso-negativo. Neste mesmo trabalho, ao examinarem as fezes de escolares da cidade
de São Paulo, onde havia rede de esgoto e água potável, estes autores utilizaram para o
diagnóstico o método direto, método de Faust, e o de sedimentação (Hoffmann), além da
coloração pela hematoxilina férrica. O resultado serviu para destacar que Blastocystisfoi
evidenciado pelo método direto, e pela coloração da hematoxilina férrica. Em 2004, estes
mesmos autores, trabalharam com escolares da cidade de São Paulo, com padrão de vida
classificado como baixo, utilizaram para coleta do material fecal, recipiente que faz parte do
sistema “Coprotest”. Além disso, foram empregadas três técnicas de diagnóstico: o exame direto,
o de centrífugo-flutuação em solução saturada de sulfato de zinco, e o de sedimentação, e
observaram que havia diferenças nos resultados positivos de acordo com a técnica empregada,
sendo a mais indicada para o diagnóstico o exame direto.
Atualmente, além da técnica de exame de fezes direto, e o emprego das técnicas de
coloração permanente, pode-se também utilizar para auxiliar no diagnóstico, o teste ELISA, e
testes de anticorpos fluorescentes
(AMATO NETO, 2003; TAN; SURESH, 2005).
Outras técnicas de diagnóstico além das já citadas anteriormente, podem ser empregadas
para o diagnóstico de Blastocystis, tais como a técnica de coloração como o Sudan III, corante de
Quensel, e também a cultura de fezes (SUAREZ; GUZMAN de RONDON, 1994). Os resultados
encontrados por estes autores, demonstraram que o exame direto, com o emprego de solução
salina 0,85% e solução de lugol, e as colorações utilizando o Sudan III e o corante de Quensel,
foram mais sensíveis e específicos do que a cultura de fezes.
Estudos sorológicos têm sido realizados para a obtenção de anticorpos anti-Blastocystis.
Entretanto, poucos são os relatos e os resultados obtidos. Anteriormente, Chen et al. (1987)
descreveram a falta de uma resposta imunológica, embora amostras de quatro pacientes terem
sido analisadas através de teste do “immunoblotting”. Zierdt et al. (1995) analisaram IgG através
do teste ELISA, e observaram que dos 28 pacientes estudados, 25 estavam infectados com
Blastocystis, sendo a diluição de limiar informada como sendo de 1/50. Em outro estudo com
paciente com sindrome do cólon irritado (IBS), Hussain et al. (1997), sugeriram que havia
relação entre IBS e Blastocystis. Além de sugerirem que houve produção de anticorpos da
subclasse IgG2 induzidos por fragmentos de superfície do organismo, que foram transportados
por meio das células M das placas de Peyer do lúmen intestinal para linfócitos e macrófagos.
2.2. Especificidade aos hospedeiros
Boreham e Stenzel (1993), observaram que o gênero Blastocystis tratava-se de uma espécie
única parasitando vários hospedeiros inclusive: primatas não humanos, porcos, roedores,
pássaros, répteis, anfíbios e insetos, assim como semelhanças morfológicas entre diferentes
isolados.
Teow et al. (1991), com base nas diferenças genéticas de temperatura ótima de crescimento
(perfis cariótipos), consideraram novas espécies para B. hominis, como, B. lapemi isolado de
serpente marinha Lapemis hardwickii. Singh et al. (1991) descreveram em outros répteis
inclusive uma píton reticulada (B.ton), tartaruga vermelha (B. geocheloni), iguana (B. cycluri).
Chen et al. (1997b), descreveram B. ratti em isolados de ratos. Entretanto, os resultados baseados
em características distintas de crescimento para isolados de répteis foram realizados através de
perfis cariótipos para diferir entre espécies de B. hominis (TAN, 2004). Krylov e Belova (1997),
sugeriram uma nova espécie B. lemuri encontrado nas fezes de primatas da espécie Lemur catta.
Estudos realizados por Carbajal et al. (1997), revelaram que os perfis dos cariótipos foram
significativamente variáveis entre isolados de Blastocystis. Por este motivo, a proposta da
utilização da reação em cadeia da polimerase (PCR) e do estudo do polimorfismo do
comprimento dos fragmentos de restrição (RFLP) para distinguir as espécies e as cepas de
Blastocystis faz-se necessário (HOEVERS et al., 2000; YOSHIKAWA et al., 2000).
A análise de ssRNA ribossomal de oito isolados de B. hominis procedente de caprinos,
bovinos, ovinos, cobaias e de emas, confirmaram a existência de cinco genótipos nesses isolados
compartilhando diferentes hospedeiros. Do mesmo modo, foi observado que múltiplos genótipos
podem ser isolados de um único hospedeiro animal. Estes resultados sugerem que Blastocystis
não possui especificidade a um único hospedeiro e que infecções cruzadas entre diferentes
espécies hospedeiras podem ocorrer (SNOWDEN et al., 2000).
O significado das espécies zoonóticas de Blastocystis para a blastocistose humana ainda
não está claro. Devido à ocorrência única de cistos de Blastocystis em animais, e no meio
ambiente, é possível que os parasitos de origem zoonótica desempenhem um importante papel na
blastocistose humana. De forma que as comparações realizadas por Thathaisong et al. (2003), de
análise filogenética obtida de isolados de humanos, suínos e eqüinos, suportam a hipótese de
Blastocystis ter potencial zoonótico, sugerindo ainda que todos os isolados independente da sua
origem podem ser incluídos no mesmo grupo.
A análise de seqüenciamento genético tem sido investigada em relação à taxionomia deste
microrganismo frente a diferentes isolados do gênero Blastocystis e outros organismos. Com
exceção do fator de elongamento EF-1α que foi realizado por Ho et al. (2001), a maioria destes
estudos tem explorado seqüências de DNA de ssrRNA para análise filogenética do
microrganismo. Para isto tem demonstrado que entre o pequeno grupo de Stramenopiles, P.
lacertae é o parente mais próximo do gênero Blastocystis. Estas observações interessantes sobre
filiações filogenéticas de isolados de humanos, e de animais dentro do grupamento onde está
situado Blastocystis, foram realizadas por Silberman et al. (1996); Arisue et al., (2002); Noel et
al. (2003).
Entretanto, um relato sobre seqüenciamento de ssrRNA de 10 isolados de Blastocystis
obtidos de seis hospedeiros naturalmente infetados (humano, porco, galinha, pato, peru e rato)
foram analisados por Noel et al. (2003). Os 10 isolados foram divididos em três grupos, o
primeiro grupo incluia dois isolados de humano e um isolado de porco, e obteve alta taxa de
identidade através das seqüências de ssrRNA, indicando que as cepas humanas (HE87 e Nand)
podem ser isolados de suínos, revelando assim que se tratava de uma mesma espécie. O segundo
grupo composto de seqüências de isolados de galinha, pato e peru, demonstrou distância
evolucionária entre cada isolado comparado com aquelas observadas entre as espécies
Stramenopiles, sugerindo que se trata de espécies distintas de B. hominis, e o terceiro grupo
incluiu dois isolados de roedores e um de humano, onde revelou que o isolado humano foi
distinto do isolado de roedores.
. Com base na especificidade de B. hominis, Arisue et al. (2003) assinalaram que as
seqüências de ssrRNA de 16 isolados de humanos e outros animais poderiam ser divididos
filogenéticamente em sete grupos distintos. Estes mesmos autores em 2004 postularam que
isolados de Blastocystis são espécies distintas, ou que a taxa evolutiva de ssrRNA deste gênero
está extremamente acelerada. Entretanto, estes dois estudos sugerem fortemente a hipótese de que
Blastocystis não tem especificidade a um hospedeiro, e pode promover infecção cruzada entre
vários hospedeiros animais. Isto implica em que alguns animais como porcos, galinhas e
roedores, passem a constituir um grande reservatório em potencial.
Em resumo, essas informações baseadas nas aproximações moleculares suportam que o
genoma de vários isolados de Blastocystis seja provavelmente heterogêneo, e morfologicamente
semelhante ao humano e de outras espécies animais, indicando que podem representar espécies
distintas. Com base nesses estudos, Clarck et al. (1997) e Arisue et al. (2003), confirmam que tal
diversidade genética possa responder pela discrepância na virulência deste organismo.
3. Epidemiologia
3.1. Em humanos
Doyle et al. (1990), em estudo prospectivo para avaliar a epidemiologia, e a
patogenicidade de B. hominis em pacientes examinados em ambulatório de clínica médica em
Vancouver no Canadá, selecionaram mediante um questionário 143 indivíduos,
onde foi
detectado B. hominis em 3,2% do material examinado, sem estar associado a outros patógenos.
Segundo Nolla et al. (2005), B. hominis se destacou como o segundo organismo de maior
ocorrência em manipuladores de alimentos. Isto vem se caracterizando como patologia emergente
em pacientes com SIDA, e despertando o interesse de sua pesquisa em amostras clínicas em
várias cidades de paises da América Latina (AMATO NETO et al., 2003, 2004; CIMERMAN et
al., 2003).
Relatos de blastocistose em pessoas imunocompetentes incluem trabalhadores da área de
Medicina Veterinária que tem contato direto com animais, viajantes de países desenvolvidos e
subdesenvolvidos, (RAJAH et al., 1999).
De acordo com Borda et al. (1996); Wilairatana et al. (1996); Yoshikawa et al. (2000), a
transmissão mais comum de Blastocystis ocorre de pessoa para pessoa, provavelmente pela rota
fecal-oral, o que obviamente contribui para a prevalência deste organismo em locais com
precárias condições sanitárias. Entretanto, estudos recentes apontam outras fontes potenciais de
infecção, como alimentos e água contaminados, além de alguns insetos, como baratas que podem
efetuar o transporte das formas infectantes deste organismo (NOLLA et al., 2005; TAASMARI et
al., 2000; ZAMAN et al., 1993).
De acordo com Devera et al (1998), a infecção por B. hominis é reconhecida atualmente
como uma das parasitoses intestinal mais prevalente em diversas regiões do mundo. Vários
estudos de prevalência já foram realizados, encontrando-se freqüentemente B. hominis nas fezes
de pessoas com ou sem manifestações gastrintestinais em imunocompetentes e imnuossuprimidos
(BRITES et al., 1997; JUNOD, 1995). Entretanto, a falta de correlação entre os grupos
determinados e a clínica dos pacientes, torna difícil a comparação, devido à diferença quanto à
amostragem populacional, e as técnicas de diagnóstico empregadas (AMATO NETO et al.,
2003). De qualquer forma, hipóteses foram sugeridas por vários pesquisadores a partir destes
estudos: a) a prevalência é maior em indivíduos imunocomprometidos, especialmente em
indivíduos portadores de SIDA, e ocorre transitoriamente em imunocompetentes; b) a prevalência
da blastocistose é mais elevada em países subdesenvolvidos; c) a infecção ocorre com maior
freqüência em pacientes sob terapia imunossupressiva ou com algum tipo de deficiência
imunológica, e em pessoas com desnutrição, do que na população em geral; d) fatores de risco
que podem contribuir para a infecção pelo Blastocystis incluem: fatores climáticos, deficiência
imunológica, exposição ocupacional, condições sanitárias precárias, idade, contato direto com
indivíduos infectados, viagens para países em desenvolvimento, e ingestão de água ou alimentos
contaminados (BORDA et al., 1996; RAJAH et al., 1999; GAMBOA et al., 2003;
CHANDRASENA et al., 2004; MINVIELLE et al., 2004; NOLLA et al., 2005).
Em São Paulo, Amato Neto et al. (2004) encontraram prevalência de 38,3% para B.
hominis sobre os demais parasitos intestinais pesquisados nas fezes, seguidos de Entamoeba coli,
Endolimax nana, Giardia lamblia, E. histolystica, Trichuris trichiura, Ascaris lumbricoides,
Hymenolepis nana e Enterobius. vermicularis.
RAJAH et al. (1999), estudando fatores de risco para casos isolados de blastocistose em
indivíduos imunocompetentes na Malásia, constataram que o contato estreito com animais de
zoológico foi considerado fator de risco significativo para a infecção por Blastocystis.
Em uma área rural na comunidade de Tamarindo na Venezuela, a prevalência da infecção
por Blastocystis em crianças, e adultos de até 60 anos de idade foi de 66,7% (DEVERA, 2003).
Benetton et al. (1999), em Manaus, Amazonas, relataram uma prevalência de 80% para B.
hominis em manipuladores de alimentos em feiras livres. Igualmente, em Florianópolis, Nolla et
al. (2005) verificaram a ocorrência de B. hominis em fezes de manipuladores de alimentos de
feiras livres, e encontraram positividade de 28,6% entre os grupos estudados.
Relato de caso-controle de crianças em idade pré-escolar na Jordânia demonstrou uma
prevalência para B. hominis de 25% nas 250 amostras fecais estudados (NIMRI, 1993).
Aspectos críticos na epidemiologia da blastocistose são as observações históricas de
Blastocystis e sua ubiqüidade em várias espécies de hospedeiros animais que eliminam em suas
fezes cistos que possuem similaridade morfológica com o B. hominis (OLSON et al., 2000), e
ainda que a blastocistose já foi relatada em diversos países de vários continentes, tanto em
pacientes imunossuprimidos como em indivíduos imunocompetente (PINEL et al., 1999).
Os dados de prevalência são 3 a 16% em paises desenvolvidos, e uma taxa de 50% em
paises em desenvolvimento (BOREHAM; STENZEL, 1993). No Japão, Horiki et al. (1997) ao
analisarem uma população de 6.422 indivíduos assintomáticos, encontraram 30 (0,5%) infectados
por B. hominis.
Amato Neto et al. (2004), estudaram a prevalência deste organismo em população infantil,
e observaram uma taxa de prevalência (38,3%) mais elevada em crianças com idade escolar entre
6 a 10 anos, uma percentagem expressiva e predominante para B.hominis. Nascimento et al.
(2005), em trabalho realizado no Distrito de Pitanga, Maringá no Paraná, relataram uma
prevalência maior de B. hominis sobre os demais parasitos intestinais encontrados nas fezes,
vindo a seguir E. nana, G. lamblia, E. coli, A. lumbricoides, Iadamoeba butschlii, e Ancylostoma
sp.
O transporte de microrganismos pelas águas tem apresentado um fator importante no
comprometimento de recursos hídricos, e na disseminação de processos infecciosos em
populações, especialmente quando sistemas de abastecimentos de águas são precários,
aumentando os riscos da população de contrair doenças (CIRIONI et al., 1999; GUIGNARD et
al., 2000).
Taasmari et al. (2000), estudando a freqüência de Blastocystis em população do exército
Tailandês, revelaram que o encontro deste organismo foi de 21,9%, sugerindo que a prevalência
entre a população de soldados foi significativamente alta quando associada ao consumo de água
não filtrada ou água não fervida. O estudo responsabilizou Blastocystis como sendo o principal
responsável pela contaminação das águas, onde antes vários casos de infecção eram associados à
Giardia spp. (NIMRI, 1993).
Na Malásia, um estudo das águas superficiais revelou a presença de cistos de Blastocystis
em 76% da água residual não tratada, e 60% em efluentes de sistema de tratamento de esgoto
(SURESH et al., 2005).
3.3. Em animais
A infecção por Blastocystis foi relatada ocorrendo naturalmente em primatas não
humanos, roedores, pássaros aves de rapina, répteis, anfíbios, gatos, suínos incluindo insetos
como baratas (TEOW et al., 1992; BOREHAM; STENZEL, 1993b; STENZEL et al., 1993;
QUILEZ et al., 1995; YOSHIKAWA et al., 1998; DUDA et al., 1998; LEE et al., 1999). De
acordo com Thathaisong et al. (2003), a ubiqüidade de Blastocystis, inclusive em mamíferos,
pode desempenhar importante papel zoonótico na blastocistose humana.
Estudos revelaram que certos animais parecem exibir maior prevalência de infecção por
Blastocystis, incluindo ratos de laboratório (CHEN et al.,1997a), porcos (PAKANDL, 1991; ABE
et al., 2002), pássaros (YAMADA et al., 1987, LEE; STENZEL, 1999) e galinhas domésticas
(YAMADA et al., 1987). De modo que estudos baseados em aproximações moleculares e análise
filogenética revelam que estes grupos de animais têm sido implicados como fonte de transmissão
zoonótica. (NOEL et al., 2003 ; ARISUE et al., 2003), Thathaisong et al. (2003) e Abe et al.
(2002), relataram que infecções potenciais, assim como a prevalência em outros animais é mais
variável. Estudo realizado por Abe et al., (2002) revelaram que infecções por Blastocystis podem
ser comuns em bovinos (71%) e baixa em cães domésticos (0%). No entanto, QUILEZ et al.
(1995) observaram que a prevalência em bovinos foi de 1,8%, enquanto, DUDA et al. (1998),
observaram em cães um percentual de 71%.
Pankandl e Pecka (1992), ao trabalharem com isolados de Blastocystis obtidos de
marrecos domésticos (Anas platyhynchos f. doméstica) conseguiram infectar 80% dos adultos e
25% de marrecos jovens. Em Minas Gerais, Mundim et al. (2004) relataram o encontro de
Blastocystis nas fezes de javali (Sus scrofa scrofa) criados em cativeiros.
3.4. Importância em Saúde Pública
No estudo das parasitoses, há de se considerar três fatores, que inter-relacionados
determinam a ocorrência da doença: o parasita, o hospedeiro e o ambiente.
Doyle et. al (1990), observaram que 121 (44%) pacientes infectados com B. hominis
tiveram história de exposição a animais domésticos, e sugeriram assim, que o convívio entre
homens e animais facilitaria a transmissão deste organismo.
Hewaldt et al. (2001), ao trabalharem com um grupo de manipuladores de animais na
Guatemala, afirmaram que o risco de adquirir a infecção por via fecal-oral seria
significativamente maior quando se trabalhava em áreas onde o parasito seria endêmico,
corroborando com os resultados encontrados em estudo similar na Malásia, por Rajah Salim et al.
(1999) com manipuladores de animais, que constataram uma prevalência de 41 % dos indivíduos
infectados por Blastocystis.
A hipótese é de que a transmissão deste organismo ocorra devido à forma cística ser
protegida por uma grossa parede que facilita sua permanência no meio ambiente por um longo
período de tempo (MOE et al., 1996), especialmente quando associada a condições de higiene
precária, consumo de água e alimentos contaminados, contato com outros animais infectados,
exposição a efluentes ou condições precárias do próprio manejo (BORDA et al., 1996; CIRIONI
et al., 1999; RAJAH et al., 1999; ABE et al., 2002).
Alguns fatores biológicos e características próprias de Blastocystis relacionados às
condições ambientais tais como a temperatura, umidade, vento e solo, são responsáveis pelo
sucesso da infecção (GAMBOA et al., 2003) além da exposição aos resíduos de animais, e de
humanos que tem contribuído para que este agente assuma um papel importante, tanto em Saúde
Pública como em Medicina Veterinária (CIRIONI et al., 1999; ABE et al., 2002). Os ambientes
onde há aglomeração como criatórios representam um elo entre ambos, favorecendo a
transmissão deste organismo. (MUNDIM et al., 2004).
3.5. Patogenia
Ainda, não está definitivamente confirmada a patogenicidade de Blastocystis. Numerosos
estudos que implicam ou exoneram este organismo como causa de distúrbios intestinais ainda são
contraditórios. No entanto, seria conveniente considerá-lo como potencialmente patogênico.
Apesar das revisões realizadas por Zierdt (1991); Boreham e Stenzel (1993); Stenzel e Boreham
(1996); Tan et al. (2002), que relatam sinais clínicos e sintomas de infecções não específicas
incluindo diarréia, dores abdominais e náuseas, a patogenicidade deste organismo ainda continua
obscura. Entretanto, a falta de modelos experimentais não permite que sejam feitos melhores
estudos a cerca da patogenicidade deste microrganismo, fazendo com que os fatores de risco
referentes a ele sejam em grande parte desconhecidos (AMATO NETO et al., 2003). Contudo,
uma vez que quando positivo em exame de fezes, pode ser encontrado co-infectando os
indivíduos com outros patógenos, o que dificulta o diagnóstico clínico e descrição de uma
sintomatologia específica.
Clark (1997), ao empregar técnica de “riboprinting” para estudo deste organismo,
demonstrou que B. hominis tem ampla diversidade genética, o que poderia explicar as
disparidades encontradas em relação à patogenia do organismo. Além disso, artigos como os de
Garcia et al. (1984); Ricci et al. (1984); Lebar et al. (1985); Vanatta et al. (1985); Carbajal et al.
(1997a), relataram que a infecção por B. hominis, quando da ausência de qualquer outro patógeno
conhecido, é elevada nas fezes.
Borras et al. (1991) e Pinel et al. (1999), realizaram estudo sobre a prevalência de B.
hominis em indivíduos imunossuprimidos e imunocompetentes, e observaram que os resultados
não diferiram da população sadia e de pacientes com SIDA, porém obtiveram resultados
relevantes principalmente em imunossuprimidos com queixas de hemopatias malignas.
Sheenan et al. (1986) e Carbajal et al. (1997), associaram um grande mero de células
encontradas nas fezes de pacientes, como forma aguda da doença, e afirmaram que a forma
amebóide predomina sobre a vacuolar em quadros diarréicos agudos. Porém, estudos realizados
por Narkewicz et al. (1989) afirmaram que não houve diferença de prevalência entre população
sintomática e assintomática infectados por Blastocystis.
A patogenicidade de Blastocystis é controvesa por diferentes razões, sendo uma das
hipóteses mais comum, a de que ele seja um microorganismo meramente comensal, devido a
reações de sintomas na administração de tratamento específico prévio descrito por Kain (1987);
Miller e Minshew (1998); Sun et al. (1989); Markell e Udkow (1986), que afirmaram que a
remissão dos sintomas a resposta do tratamento, deve-se a eliminação de outro patógeno não
detectado, e que seria o verdadeiro responsável pela infecção.
Não se conhecem quais são as determinantes de patogenicidade deste organismo.
Entretanto, Garavelli et al. (1991) relataram que a infecção por Blastocystis depende da interação
entre o sistema imunológico, o micro-ambiente e o intestino do hospedeiro. Eles propuseram uma
ação tóxico-alérgica que daria lugar a uma inflamação inespecífica da mucosa colônica. De
acordo com Cook (1987); Llibre et al. (1989); Ayadi et al. (1992), existe a hipótese de que a
patogenicidade contribuiria com distúrbios nutricionais e digestivos em pacientes
imunodeprimidos.
Em estudos anatomopatológicos realizados, foi observada que o parasitismo por
Blastocystis não é uma infecção entero-invasiva (ZIERDT; TAN, 1976; ZUCKERMAN et al.,
1990). Casos de colite e ileite terminal com reação inflamatória inespecífica da lâmina própria
foram relatados por Kain et al. (1987), Russo et al. (1988). Galantowicz et al. (1993), observaram
ainda, mediante biopsia colônica, colite inespecífica associada a este organismo.
Ainda, de acordo com Zierdt (1991); Boreham e Stenzel (1993), o quadro clínico pode ser
leve e autolimitante, agudo ou crônico, com duração que oscila entre 3 a 10 dias e pode persistir
durante meses. Outras manifestações clínicas freqüentes são dores abdominais, flatulência
náuseas, vômitos e complicações intestinais inespecíficas.
Zierdt e Tan (1976) relataram um caso de morte por diarréia refratária e fulminante, de
etiologia desconhecida, o qual o único enteropatógeno observado foi B. hominis. Jeddy e
Farrington (1991), descreveram um caso de infecção por B. hominis em um paciente com colite
ulcerativa em fase ativa, com tratamento específico frente as parasitoses desapareceram os
sintomas. Além dos estudos realizados por Sheenan et al. (1986); Garavelli et al. (1988 1991);
Garcia et al. (1988); Krech et al. (1990); Botet et al. (1992); Fleta et al. (1993), onde estes autores
se referiram a eosinofília periférica. Porém, diversos sintomas inespecíficos têm sido descritos,
tais como febre, cefaléia, insônia, anorexia, perda de peso, desidratação, tenesmo (ZIERDT,
1991).
Em pacientes portadores de SIDA, o aparecimento de diarréia crônica, é mais persistente e
recidivante (RICCI et al., 1984; COOK, 1987; GARAVELLI; SCAGLIONE, 1989). Existem
poucas publicações de infecções de Blastocystis associado a quadro extraintestinais. Lee et al.
(1990) relataram um caso de artrite em que se visualizou a presença de B. hominis em liquido
sinovial, associado ao estado de imunodepressão por tratamento antiinflamatório, e disseminação
hematógena do organismo.
3.6. Modelo Animal
Apesar de diversos modelos experimentais já terem sido testados para se trabalhar com
este organismo, nenhum deles obteve ainda aceitação total da comunidade cientifica. A
blastocistose já foi estudada em cobaias (PHILLIPS; ZIERDT, 1976), coelhos (YAKIMOFF et
al., 1925), e ratos, (YOSHIKAWA et al., 2000).
O modelo animal mais utilizado até o momento para estudar a infecção por Blastocystis
tem sido camundongo BALB/c. Estes animais podem ser experimentalmente infectados quando
jovens, por apresentarem mais susceptibilidade à infecção, porém quando adultos são mais
resistentes a este organismo (MOE et al., 1996).
Phillips e Zierdt (1976), ao inocularem por via oral e cecal, B. hominis obtidos de meios
de cultura obtidos dos meios axênico e não axênico em animais de laboratório comprovaram que
somente os cultivos não axênicos produziram nesses animais hiperemia macroscópica, e
alterações microscópica da mucosa intestinal. Narkewicz et al. (1989), relataram que a microbiota
desempenha um importante papel na patogenicidade deste microrganismo. Entretanto, os estudos
realizados por Silard et al. (1977), através da inoculação intrahepática em hamster dourado com
uma cepa de E. histolitica associada ao B. hominis, observaram a presença de forma vacuolar em
células do parênquima hepático. Em contrapartida, Moe et al. (1997), não encontraram
associação de B. hominis invadindo tecido hepático, e mostraram ainda que este organismo foi
capaz de causar doença gastrintestinal em camundongos jovens imunocompetentes, e revelaram
que não foi exclusivamente dependente de associação com outras bactérias, demonstrando que as
formas encontradas tanto em cultivo axênico (cultivo puro) in vitro, e formas cisticas não
cultivadas (xênicas) produziram alterações histopatológica idêntica.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Localização do experimento
O presente estudo foi realizado entre Março de 2004 e Março 2005 na Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), no Laboratório de Coccídios e Coccidioses vinculado
ao Projeto Sanidade Animal (Embrapa/UFRRJ).
4.2. Origem das amostras
4.2.1 Amostragens – Foram obtidas 234 amostras fecais por conveniência de 175 cães e
59 gatos com ou sem sintomas de diarréia, atendidos no Instituto de Medicina Veterinária Jorge
Vaistman, Bairro de Mangueira, no Município do Rio de Janeiro.
4.2.2 Animais – Participaram da pesquisa, cães e gatos oriundos da região Metropolitana
do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro. Os animais pertenciam a diferentes raças, sexo, e
idade, sendo divididos em três grupos, de acordo com a idade e sexo, em grupo 1: Animal jovem
(0-1 ano de idade); grupo 2: Animal adulto (1-7 anos); grupo 3: Animal senil (acima de 7 anos),
4.2.3 Material coletado – Amostra fecal de cada animal foi coletada e, posteriormente
foram armazenadas sob refrigeração em potes plásticos limpos e apropriados para este fim, e
devidamente identificados.
4.3. Coleta dos dados
Foi realizada através de uma ficha padronizada utilizada no estudo com informações
referente a cada animal (Anexo A).
4.4. Pesquisa pela microscopia óptica
4.4.1. Método direto
Parte das fezes frescas foi homogeneizada com bastão de vidro e emulsificadas na
proporção de uma parte de fezes para duas de formol a 10%. Os frascos contendo essa suspensão
inicial (diluição 1/3) foram mantidos em temperatura de refrigeração até posterior utilização.
Do restante das amostras foi pesada 1g de fezes de cada animal, e homogeneizada
individualmente em um Becker, utilizando-se bastão de vidro, e emulsificadas em 100ml de água
destilada, sendo a seguir filtradas em tamis de plástico com gaze dobrada quatro vezes. Em
seguida, colocadas em repouso por 30 minutos, sendo o sobrenadante desprezado.
As lâminas foram preparadas a partir do sedimento, retirando-se com pipeta automática
(Icell modelo p-213) um volume de 5µl que foi colocado sobre uma lâmina, e a seguir adicionou-
se uma gota de solução de lugol, sendo em seguida cobertas com lamínula 24x24mm, e
examinadas em microscópio binocular em objetiva de 40x.
4.4.1.1 Método de concentração das formas em água destilada
O sedimento foi transferido para tubo de centrifuga com capacidade de 15ml, e
completado com 10ml de água destilada, e em seguida vedados com rolha de borracha, e agitados
vigorosamente por 10 segundos. Posteriormente centrifugado a 500 giros durante 5 minutos, o
sobrenadante foi desprezado.
As lâminas foram preparadas a partir do sedimento. Foram adicionados 5ml de solução
salina a 0,85% ao sedimento, e em seguida colocada uma gota de solução de lugol. As lâminas
foram cobertas com lamínula 24x24mm, e observado em microscópio binocular (Carl Zeiss,
RFA) em objetiva de 40x.
4.4.2 Método de concentração em solução saturada
Um grama de fezes de cada amostra foi acrescido de 100ml de água destilada,
homogeneizado, e passado em tamis de plástico com gaze dobrada quatro vezes. Em seguida, foi
retirado 10ml da suspensão água-fezes, colocadas em tubos plásticos, e uma nova centrifugação
foi realizada a 250 giros durante 5 minutos.
O sobrenadante foi desprezado, e o sedimento ressuspendido em 8ml de solução saturada
de açúcar, com densidade de 1.20. Centrifugados novamente a mesma velocidade e tempo. Após
centrifugação, os tubos de 15ml foram completados com a mesma solução saturada, até formar
um menisco convexo sobre o bordo do tubo. Em seguida, foi colocada uma lâminula de vidro de
24x24mm sobre este menisco. Após 15 minutos, as lamínulas foram retiradas e colocadas sobre
lâminas para o diagnóstico das formas de Blastocystis de acordo com Figueiredo (1984). As
lâminas foram examinadas com uso de microscópio binocular Carl Zeiss (RFA) em objetiva de
40X.
4.4.3. Mensuração das formas
As mensurações das formas encontradas pelo método de exame direto das fezes de cães e
gatos foram realizadas com a utilização de ocular micrométrica K-15X (PZO-Polônia) acoplada a
um microscópio binocular em objetiva de imersão (100X), onde foram obtidas a medidas dos
Diâmetros Maior (DM) e menor (dm).
4.4.4. Técnicas de coloração
As lâminas foram preparadas a partir da suspensão inicial (método direto), utilizando-se
volumes de 5µl do sedimento na confecção de finos esfregaços circulares, com o objetivo de
facilitar as avaliações qualitativas das formas de Blastocystis, e examinadas em microscópio
binocular utilizando objetiva de imersão (100X).
4.4.5. Tricrtômio de Gomori
Os esfregaços foram fixados em metanol durante cinco minutos, e colocados para secar
em temperatura ambiente. Após secarem, as lâminas foram imersas em álcool a 70° GL iodado
(iodo metálico) por um período de 10 minutos. Em seguida, foram imersas em álcool a 80° GL
por oito minutos. Posteriormente, as lâminas foram cobertas com tricrômio de Gomori por 10
minutos. A seguir, foram diferenciadas no álcool a 90° GL acidificado (ácido acético glacial) por
30 segundos. Em seguida, foram desidratadas em álcool 100° GL durante seis minutos. Após este
tempo, elas foram clarificadas em xilol por 10 minutos, e montadas com resina de secagem rápida
(Entelan – Merck), e fechadas com lamínulas 24x24 mm.
4.4.6. Hematoxilina férrica
A técnica de coloração de hematoxilina férrica foi feita de acordo com Pessôa (1988)
(Anexo B).
4.5. Fotomicrografia
As formas de Blastocystis foram fotografadas com auxílio de microscópio triocular
JENAPOL (Zeiss Jena, antiga RDA) acoplado com câmara fotográfica modelo f-KAS
Automatic-2 e filmes Kodacolor ISSO 100 (Kodak, México) ou câmara digital Sony® Mavica
modelo MVC-CD250 (Japão).
4.6. Análise estatística
As medidas das formas encontradas foram analisadas com auxílio do programa Excel
(Microsoft®) para medidas de tendência central, e para os testes estatísticos aplicou-se o teste do
quiquadrado de acordo com Sampaio (2002). Análise de risco foi calculada, com o emprego do
teste odds ratio.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Diagnóstico de Blastocystis hominis
5.1.1. Identificação morfológica das formas através de técnicas de coloração e
pelo método de exame direto das fezes
Neste experimento, as técnicas de coloração pela hematoxilina férrica e o tricrômio de
Gomori foram utilizadas com a finalidade de confirmação de diagnóstico, e foram eficientes na
identificação da forma vacuolar de B. hominis. Entretanto, a coloração pela hematoxilina férrica
permitiu uma melhor visualização das estruturas internas de Blastocystis, quando comparada com
a coloração pelo tricrômio de Gomori (Figura 3), concordando com os achados de MacPerson e
MacQueen (1994); Amato Neto et al. (2003).
Quanto ao emprego do método de exame direto das fezes com solução salina a 0,85% e
lugol, foi o método mais rápido e eficiente na detecção das formas encontradas nas fezes dos
animais examinados, concordando com os resultados obtidos por Suarez e Guzman deRondon
(1994) e Amato Neto et al. (2003; 2004).
A
B
C
Figura 3. Blastocystis hominis. Forma vacuolar com núcleos periféricos. A - Tricrômio de
Gomori. B - Hematoxilina férrica. C - Contrastado com lugol.
5.1.2. Aspectos morfológicos das formas de Blastocystis encontradas nas duas
espécies animais estudadas
Os resultados obtidos neste estudo, através da microscopia óptica utilizando o método de
exame direto das fezes em solução salina a 0.85% e lugol (como diferenciador), mostraram a
forma vacuolar de Blastocystis, como estruturas subesférica, alongada a elipsoidal, concordando
com os achados encontrados por Zierdt (1991) e Miller (2003).
5.2. Morfometria da forma vacuolar de Blastocystis observada entre as duas espécies
animais estudadas
A comparação da forma vacuolar de Blastocystis encontradas nas fezes das duas espécies
animais estudadas de acordo com a idade e sexo, mostrou haver diferença entre o DM e dm,
quando do exame pela microscopia óptica (Tabela 1).
Entre animais da espécie canina, pode-se observar que entre as fêmeas não houve
diferença entre as faixas etárias para o DM. Quanto, ao dm não houve diferença para os animais
adultos e idosos (p= 0,0569). Os machos apresentaram uma diferença entre os DM dos animais
adultos e idosos (p>0,0579), e não houve diferença entre os dm das três faixas etárias estudadas.
Em relação à espécie felina, para as fêmeas, não foi observada diferença entre os DM dos
animais jovens e adultos (p=0,0725), assim como, para os dm dos animais jovens e idosos (p
0,0862).
Tabela 1. Características das formas de Blastocystis hominis, obtidas pelo exame
direto das fezes
Medidas (µm)
Animais Forma vacuolar DM dm IM
a
Cães:
Jovens
subesférica,
alongada
12,43±3,05
10,46±2,56
1,18
Adultos
subesférica,
alongada
13,80±3,20
12,21±2,56
1,13
Idosos
subesférica,
alongada
13,49±3,80
11,57±3,41
1,16
Jovens
subesférica,
alongada
10,07±2,62
8,42±2,43
1,19
Adultos
subesférica,
alongada
11,24±3,32
9,75±3,10
1,15
Idosos
subesférica,
alongada
10,82±2,41
9,19±2,41
1,17
Gatos:
Jovens
elipsoidal
12,70±5,19
10,50±4,16
1,20
Adultos subesférica,
alongada
12,66±4,04
10,88±3,56
1,16
Idosos subesférica,
alongada
19,93±2,01
16,93±1,72
1,17
Jovens subesférica,
alongada
13,25±3,70
11,81±3,41
1,12
Adultos
elipsoidal
13,15±4,64
10,82±3,67
1,21
Idosos
NV
NV
NV
NV
a
Indice Morfométrico
NV= Não verificado
Entre aos machos, não houve diferença entre o DM e dm dos animais jovens e adultos.
Vale ressaltar, que não se obteve material fecal de animais do sexo masculino idosos neste
experimento.
No presente estudo, a forma vacuolar encontrada para Blastocystis variou em seu DM
entre 10,07 – 13,80µm para cães, e para gatos entre 12,66 – 19,93µm, e para o dm entre 9,19 -
12,21µm e 10,50-16,93µm, para cães e gatos respectivamente, não concordando com os
resultados observados por Zierdt (1991), que observou medidas que variaram entre 2 a 200µm.
No entanto, elas ficaram próximas às encontradas pelo mesmo autor, no mesmo ano, quando este
trabalhou com cultivo de células em meio axênico. E, estiveram de acordo com o trabalho
realizado por Miller (2003), que encontrou para o DM valores entre 5 a 30µm, diferindo, no
entanto, quanto ao dm onde o autor observou variações entre 8 a 10µm.
Duda et al. (1998), trabalhando com cães e gatos domésticos, observaram para cães forma
vacuolar com medidas entre 3 a 10µm (média de 4,5µm), e para gatos variações entre 2 a 10µm
(média de 2.8µm), o que não foi observado neste trabalho. Stenzel e Boreham (1996)
mencionaram que a medida para a forma vacuolar deste organismo variou de 2 a 200µm (exame
de fezes e cultura) dependendo da técnica utilizada para diagnóstico. Entretanto, estes autores,
não especificaram as medidas exatas, obtidas no exame direto das fezes.
A dificuldade de se comparar os resultados encontrados referentes à morfologia de
B.hominis deste estudo com outros trabalhos, esteve justamente relacionada aos poucos relatos na
literatura brasileira e mundial, uma vez, que a maioria refere-se a formas obtidas em cultivo
celular ou por analogia, ao utilizar biologia molecular.
5.3. Freqüência de Blastocystis entre as duas espécies estudadas de acordo com a
idade e sexo dos animais
A freqüência de animais positivos para B.hominis entre a espécie canina considerando-se
o sexo, foi de 22,66% (17/75) para os machos e 24,00% (24/100) para as fêmeas. Quanto à
espécie felina, a freqüência observada para as fêmeas foi de 24,39% (10/41) e 22,22% (4/18) para
os machos (Tabela 2).
Entre as fêmeas da espécie canina, a maior freqüência observada foi para os animais
idosos 42,85% (12/28), e respectivamente para as fêmeas idosas da espécie felina 40,00% (2/5).
A menor freqüência observada foi para as fêmeas adultas da espécie canina 11,42% e 15,38%
para machos adultos da espécie felina.
Em relação ao total de animais positivos para B. hominis entre os 175 cães, somente 20
tiveram fezes diarréicas (11,43%), sendo que 12 (60%) animais apresentaram em suas fezes
somente formas deste organismo, e os outros oito (40%) estavam associados com
Cryptosporidium sp. e Giardia spp. Entre os 59 gatos, sete animais (11,86%), cinco deles
(71,42%) apresentaram em suas fezes somente B. hominis, e os outros dois (28,57%) estavam
associado com Giardia spp., Cryptosporidium sp. e ascarídeos.
Os resultados do presente estudo diferem dos encontrados por Chavier et al. (1997), que
observaram 4,4% de Blastocystis nas fezes de cães que eram encaminhados ao Laboratório do
Hospital Veterinário “Ramírez Daza”, sendo que as amostras fecais foram obtidas por
conveniência, e em seguida submetidas ao exame parasitológico.
Duda et al. (1998), encontraram uma positividade de 70% para Blastocystis sp. em uma
população de cães e 67,3% em gatos que viviam em abrigos. Provavelmente a alta freqüência
encontrada nesses animais ocorreu devido ao estresse a que foram submetidos, além de
deficiência nutricional, condições sanitárias não satisfatórias, e o uso de medicação
imunossupressora. Quanto à idade, os cães idosos foram os que apresentaram maior
positividade para B. hominis (35,4%), a hipótese, é de que isto tenha relação ou pode ter ocorrido
devido à diminuição da resposta imunológica nestes animais concordando com as observações de
Chavier et al. (1997). No entanto, a baixa freqüência encontrada em animais idosos da espécie
felina, não pode ser explicada devida, o baixo número de material analisado.
Tabela 2. Freqüência de Blastocystis hominis entre as espécies estudadas
Idade
Cães Gatos
______________________________ ______________________________
Machos Fêmeas Machos Fêmeas
N/Positivos N/Positivos N/Positivos N/Positivos
Jovens
a
06/22 (27,27) 08/37 (21,62) 02/05 (40,00) 03/12 (25,00)
Adultos
b
06/33 (19,18) 04/35 (11,42) 02/13 (15,38) 05/24 (20,83)
Idosos
c
05/20 (25,00) 12/28 (42,85) 0/0 (0,0) 02/05 (40,00)
Total 17/75 (22,66) 24/100 (24,00) 04/18 (22,22) 10/41 (24,39)
a
até 12 meses de idade
b
1 a 7 anos de idade
c
acima de 7 anos de idade
N = Número de animais positivos
5.4. Associação de Blastocystis com outros enteropatógenos
Em relação aos enteropatógenos observados juntamente com B. hominis parasitando
ambas as espécies de animais (Tabela 3), pode-se observar no presente estudo que
ancylostomídeos e Giardia spp., apareceram com maior freqüência em relação aos outros
parasitos, tanto em animais jovens quanto em adultos.
Tabela 3. Freqüência de outros enteropatógenos associados à Blastocystis hominis
5.5. Fatores de risco para a blastocistose
De acordo com Duda et al. (1998), cães e gatos podem atuar como reservatórios da
infecção de B. hominis para humanos. No entanto, para que a infecção ocorra, alguns fatores
relacionados ao meio ambiente, e o estado imune dos indivíduos pode favorecer esta infecção,
além do já citado por Garavelli (1989), que sugeriu que a transmissão ao homem ocorria através
da água contaminada com fezes dos animais.
Em humanos, B. hominis é considerado um problema sério e grave em indivíduos portadores de
SIDA (GARAVELLI; SCAGLIONE 1990). Outro fator importante é a manipulação desses
animais, além de um sistema sanitário deficiente que contribui de maneira significativa para o
Cães Cães
Enteropatógenos
J % A % S % J % A % S %
Ancylostomídeos
04 2,28 06 3,42 02 1,14 07 4,00 04 2,28 01 0,57
Ascarídios
- - 01 0,57 - - 03 1,71 01 0,57 - -
Dipylidium caninum
- - - - - - 01 0,57 - - -
Giardia sp. 02 1,14 - - - - 02 1,14 01 0,57 - -
Cystoisospora sp. 04 2,28 03 1,71 01 0,57 03 1,71 - - - -
Cryptosporidium sp. - - - - - - 02 1.14 - - - -
Total
10
5,70
10
5,70
03
1,71
18
10,27
06
3,42
01
0,57
Gatos Gatos Enteropatógenos
J % A % S % J % A % S %
Ancylostomídeos
- - 01 1,69 01 1,69 - - - - - -
Ascarídios
02 3,38 - - - - 01 1,69 - - - -
Dipylidium caninum
- - - - - - - - - - -
Giardia sp. 01 1,69 03 5,08 - - - - 03 5,08 -
Cystoisospora sp. 02 3,38 02 3,38 - - - - 01 1,69 - -
Cryptosporidium sp. - - - - - - 01 1.69 - - - -
Total
05
8,45
06
10,15
01
1,69
02
3,38
04
6,77
-
-
aparecimento da blastocistose (GARAVELLI et al.,1989, 1990; TORRES et al., 1992; QUILEZ
et al., 1995; KOUTSAVLIS et al., 2006).
Tan (2004) relatou que entre os organismos transmissíveis pela água, alimentos
contaminados e contato com animais, B. hominis ainda hoje é o menos avaliado.
No presente estudo, ao se avaliar os fatores de risco que poderiam favorecer a infecção
por B. hominis em cães e gatos de comportamento domiciliado, observou-se que a idade teve
grande importância no aparecimento deste organismo nas fezes desses animais. Quanto à
dispersão no meio ambiente de B. hominis eliminados nas fezes de cães e gatos ser altamente
significativa (Tabela 4), somente se observou risco maior quanto à presença de cães nos
domicílios, visto que os gatos têm o hábito de enterrar suas fezes, o que não se observa nos cães,
facilitando com isso a dispersão deste organismo no meio ambiente. Além disto, devem-se levar
em consideração que para a manipulação desses animais, alguns cuidados básicos de higiene
devem ser tomados pelos tratadores, médicos Veterinários, e principalmente pelos
indivíduos que têm como companhia esses animais, enfatizando as observações feitas por Tan
(2004).
Tabela 4. Números de animais segundo o diagnóstico da infecção por Blastocystis hominis
frente ao domicílio.
Animal estudado Positivos Negativos Total
_________________________ ________________________
com diarréia sem diarréia com diarréia sem diarréia
Cães
a
20 16 38 101 175
Gatos
b
05 13 32 09 59
Total 25 29 70 110 234
a= p 0,0025 OR: 3,32 (1,56< OR< 7,08) muito significativo
b= p 0,0004 OR: 0,11 (0,03<OR< 0,38 altamente significativo
6. CONCLUSÕES
Após analise dos resultados, pode-se concluir que:
1. Exame de fezes pelo método direto foi mais eficiente pratico e rápido. Quanto à
coloração da hematoxilina férrica, fica com a finalidade de confirma o diagnóstico, esta
permitiu uma melhor visualização das estruturas internas deste organismo.
2. Não foi observada nenhuma associação em relação ao quadro de diarréia que alguns
animais apresentaram com o encontro de B. hominis em suas fezes. Além deste organismo
não mostrar especificidade em relação ao sexo entre as espécies estudadas.
3. Os cães idosos se mostraram mais susceptíveis à infecção por este organismo.
4. O presente estudo evidenciou o primeiro achado de B. hominis em cães e gatos
domiciliados no Brasil.
5. Quanto aos fatores de risco fica como alerta aos proprietários e profissionais da área de
Saúde Pública e em especial aos Médicos Veterinários, a observação da necessidade de
determinados cuidados que devem ser tomados quanto ao manuseio destes animais.
Dada à facilidade com que cães e gatos criados em domicílios possam manter o risco de
uma contínua reinfecção deste organismo, principalmente os cães.
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Anexo A.
Estudo Prospectivo – Blastocystis hominis
Data:........./............./................ Registro:.................................
___________________________________________________________________________________
Nome do Proprietário:.......................................................................................................................
___________________________________________________________________________________
Endereço:........................................................................................ Bairro:.................................
___________________________________________________________________________________
Município:....................................................................................... Estado: RJ
________________________________________________________________________________
N
0
de Pessoas residentes: ( ) 1; ( ) 2; ( ) 4; ( ) 5; ( ) 6; ( ) mais de 6
___________________________________________________________________________________
Faixa etária: ............./............../.............../............./.........../............./................
___________________________________________________________________________________
Dados do Animal:
___________________________________________________________________________________
Número de animais: ( ) 1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4; ( ) 5; ( ) 6;
___________________________________________________________________________________
Espécie: ( ) Felis catus ( ) Canis Familiares Outros Especificar:..............................
___________________________________________________________________________________
Nome:..........................................................................................
__________________________________________________________________________________
Raça:.............................................. SRD ( ) Sexo ( ) M ( ) F Idade:..............
Tipo de utilidade: ( ) guarda ( ) companhia guarda/companhia ( ) abandonado
____________________________________________________________________________________________________
Freqüência de Higienização no habitat do animal:
( ) diária ( ) semanal ( ) 15 dias ( ) 20 dias
__________________________________________________________________________________
Tipo de alimentação: ( ) ração Qual?...................... ( ) ração+ comida cas. ( ) resto alimentar
__________________________________________________________________________________
Local de Defecação/Urinar: ( ) Peri domiciliar: Intra- domiciliar: ( )
( ) Areia ( ) cimentados ( ) rua
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Que freqüência o animal vai á rua? ( ) diário ( ) semanal ( ) regularmente
Fonte de água: ( ) Àgua/CEDAE ( ) Poço Artesiano ( ) outros
Apresntou alguma patologia: sim ( ) não ( ) Qual?..................................................
Freqüência de vacinações: ( ) Vac. Rotina ( ) Vac. Esp. ( ) Apenas campanha da Raiva
Anexo B
Tricrômio de Gomori
Os esfregaços das fezes foram fixados em metanol durante 5 minutos e, em seguida,
após secarem ao ar; as lâminas foram imersas em álcool a 70° GL iodado (iodo metálico)
por um período de 10 minutos. A seguir foram imersas em álcool a 80°
GL por 8 minutos.
Posteriormente as lâminas foram cobertas com Tricrômio de Gomori por 10 minutos em
álcool a 90°
GL acidificado (ácido acético glacial) por 30 segundos. Em seguida foram
desidratadas em álcool 100
0
GL durante 6 minutos. Posteriormente foram clarificadas em
xilol durante 10 minutos, e montadas com lamínula 24x24mm e resina de secagem rápida
(Entelan - Merck) ao final da coloração.
Anexo C
Protocolo: Coloração pela Hematoxilina Férrica
Os esfregaços foram feitos em lamínulas presas por uma das bordas a um pedaço de
borracha de forma semicircular, de cerca de 15mm de diâmetro e 3mm de espessura; a
lamínula foi presa por este suporte, encaixando-a um entalhe, que se faz na parte plana do
mesmo, por meio de bisturi ou lâmina de gilete; a finalidade do suporte de borracha foi
facilitar a manipulação do preparado durante os diferentes tempos de fixação e coloração, e
permitir a identificação do material mediante a gravação de um número numa das partes do
fragmento de borracha; os esfregaços não devem ser muito espessos; se as fezes forem
muito líquidas, de modo a não aderirem à lamínula, ou se tratar de cistos retirados com uma
metálica de solução de sulfato de zinco, os quais também não aderem ao vidro, deve-se
conseguir a aderência emulsionando o material numa gota de soro sangüíneo humano,
bovino ou eqüino. Sem deixar secar os esfregaços, coloca-los com a face contendo o
material sobre o fixador de Schaudin com 5% de ácido acético. Os esfregaços devem
permanecer no fixador por 15 minutos. Após esse tempo, passar os esfregaços para o álcool
a 50% por 10 minutos. Nessa etapa, os esfregaços serão imersos na solução alcoólica com a
face contendo o material fecal voltada para cima. Em seguida, transferir os esfregaços para
o álcool a 95% por 10 minutos. Findo esse tempo, colocar os esfregaços no álcool iodado,
por 15 minutos. Após, transferir os esfregaços para os álcoois a 70 e 50% por 2 minutos
cada. Em seguida, lavá-los em água corrente por 2 minutos. Retirar da água, e mordençá-
los no alúmen de ferro a 2% a frio por 5 minutos. A seguir, lavá-los na água corrente por 2
minutos. Após a lavagem, cora-los numa solução aquosa de hematoxilina a 0,5% por 5
minutos. Em seguida, lavá-los em água corrente por 2 minutos. Colocar os esfregaços em
solução acética a 7% por 5 minutos. A seguir, diferenciá-los no alúmen de ferro a 2%, até
que os esfregaços adquiram uma coloração cinzento-azulada. Lavam-se os esfregaços em
água corrente por 15 minutos e, em seguida, eles são desidratados nos álcoois 70, 80, 90% e
absoluto, permanecendo 2 minutos em cada um deles. A clarificação é feita em creosoto
ligeiramente aquecido e para a montagem definitiva é utilizado o Bálsamo do Canadá. Em
seguida foram examinados ao microscópio óptico com auxílio de objetiva de 40X.
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