Anexos
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outro campo da faculdade, os biólogos vão se aguçar pra saber que bicho que é este,
porque faz parte da curiosidade. Porque uma das características do biólogo é você estar
conhecendo o novo, estar promovendo o novo. Eu acho que, para mim, o que mais
reflete é justamente essa curiosidade, essa figura. E é legal, essa coisa minuciosa. O
biólogo ele costuma ser mais detalhista quando ele vai observar. Como no primeiro ano
você está um pouco xucro, então você não sabe muito bem como avaliar, mas no
último, então uma pessoa fala alguma coisa errada, um biólogo vai corrigir, vai pensar
num conceito para ver se ele aplicou corretamente. Então, isso que eu estou falando é o
que aconteceu comigo. Por exemplo, se eu vejo alguma coisa eu quero descobrir o que
está acontecendo. E se eu não sei responder, eu vou encafifar com aquilo. (...) O biólogo
costuma fazer chutes, eu acho. Ele chuta, eu acho que é isso. Ele não fala assim: “Eu
não sei”. Ele começa a dar um caminho, ele dá uma luz. É o que eu falei, ele não
domina tudo, mas o pouco que ele tem ele pode proporcionar, ele pode hipotetizar
respostas. Eu acho que isso o biólogo consegue fazer. (...)
(biólogo no laboratório)
- Isso é muito interessante. O laboratório. O laboratório é assim, é interessante que as
pessoas vão fazer Biologia porque elas entram muito em contato. Vamos dizer, você
enquanto jovem, ensino médio, fundamental, você não tem acesso ao laboratório de ir e
participar. Você fica mais naquela coisa, filmes de cultura, National Geographic, etc,
então você vê um mundo mais externo, a natureza, a flora e a fauna. Quando você vai
fazer a Biologia, você descobre que para você entender muito bem a fauna e a flora, que
é o que você mais se interessa e Ecologia, você precisa saber o ser como o mínimo. O
ser como mínimo seria então representado enquanto célula. Então a gente tem que
aprender a célula, o funcionamento da célula, a fisiologia, e isso requer o que, o
laboratório. Então essa imagem me passe muito bem os primeiro anos da faculdade,
onde você tem as disciplinas tronco, que você vai aprender citologia, embriologia,
biologia celular, biologia molecular, e tudo isso faz com que você entre mais a finco.
Porque o biólogo sabe o macro, mas antes de saber o macro ele foi composto pelo
micro. Então ele faz a união de todos esses conceitos, do menor para o maior para poder
dar uma explicação, ao meu ver. Para mim, por exemplo, eu acho que o laboratório, eu
faço iniciação científica, eu acho que o laboratório é fantástico para formar a pessoa.
Lógico que eu não sei se todos são assim, mas no que eu estou fazendo exige de mim,
propriedade, característica que eu não tinha até então. Por exemplo, eu sou uma pessoa
extremamente agitada, falo pra caramba. Lá no laboratório você tem que se compenetrar
porque o estudo, por ser mais minucioso, tem que ser mais cauteloso o estudo, então
você entra num momento onde está você e suas amostras. E isso é legal porque você
começa a se ouvir um pouco mais, acredito eu, dentro de um laboratório. Porque você
passa a fazer a rotina sozinho. Às vezes tem algum colega que te ajuda dentro do
laboratório, mas não, é você que está lá entrando em contato. É um ambiente isento de
toda aquela beleza. O laboratório é algo que não tem a maravilha da natureza. Ele vai
ser maravilhoso a partir daquele momento que você gosta do que está acontecendo, do
que você está vivenciando, do que você espera. (...) Laboratório é muito legal, apesar de
as pessoas falarem: “Ah, você tem cara de pesquisador de campo, você tem cara de
biólogo de campo”. Sim, acredito eu. O chato do laboratório é você ter que ficar dentro
de uma sala, com ar condicionado e preso, isso não é legal. Isso para mim, enquanto
conceito de biólogo contente feliz, eu não sou tão feliz quanto a isso, eu acho que não.
Eu acho que, por exemplo, apesar de eu estar na fisiologia e ficar o dia inteiro dentro do
laboratório, acho que para mim, seria muito interessante se eu pudesse sair. O ficar