Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
DAIANE PEREIRA CAMACHO
A ADERÊNCIA DE LEVEDURAS EM ANEL VAGINAL
CONTRACEPTIVO NuvaRing® ESTARIA RELACIONADA COM
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL?
MARINGÁ
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Resumo
Avaliar a aderência in vitro de diferentes leveduras, isoladas de exsudato
vaginal de pacientes com candidíase vulvovaginal (CVV), em anel vaginal
contraceptivo NuvaRing®. Foram utilizados quatro isolados de Candida sp e um
isolado de Saccharomyces cerevisiae. Foram realizados ensaios de aderência por
UFC/ml e radiomarcada, microscopia eletrônica de varredura (MEV) do anel e
determinada a hidrofobicidade de superfície celular (HSC) das leveduras. Todas as
leveduras foram capazes de aderir ao anel vaginal, apresentando diferenças entre si
quanto à capacidade de aderência em UFC/ml, o que não ocorreu no ensaio
radiomarcado. A HSC foi compatível com a aderência por UFC/ml. A MEV
comprovou a adesão, que mostrou-se diferente entre C. albicans e C. tropicalis. A
aderência das leveduras testadas ao NuvaRing® poderia facilitar o desenvolvimento
de CVV e CVVR nas pacientes susceptíveis usuárias deste método contraceptivo.
Palavras chaves: NuvaRing, aderência, Candida sp, candidíase vulvovaginal
ads:
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1- Considerações gerais
O gênero Candida é constituído de aproximadamente 200 diferentes espécies
de leveduras, que vivem normalmente nos mais diversos nichos corporais, como
orofaringe, cavidade bucal, dobras da pele, secreções brônquicas, vagina, urina e
fezes. Dentre as espécies que compõem este gênero, Candida albicans apresenta
maior relevância em função de sua taxa de prevalência em condições de
normalidade e de doença (ODDS et al., 1988; KURTZMAN e FEEL, 1998).
As leveduras do gênero Candida, e em particular C. albicans, são patógenos
oportunistas freqüentemente isolados das superfícies mucosas de indivíduos
normais (MORAGUES et al., 2003), estando muito bem adaptada ao corpo humano,
sendo por isto capaz de colonizá-lo sem produzir sinais de doença em condições de
normalidade fisiológica (GHANNOUM e RADWAN, 1990). Coloniza as mucosas de
todos os seres humanos no decorrer ou pouco depois do nascimento, havendo
sempre o risco de infecção endógena (BROOKS et al., 2000). O delicado balanço
entre o hospedeiro e este fungo comensal pode transformar-se em uma relação
parasitária, resultando no desenvolvimento de infecções denominadas candidíases
(CHAFFIN et al., 1998). Estas infecções fúngicas variam desde lesões superficiais
em pessoas sadias até infecções disseminadas em pacientes neutropênicos
(COTRAN et al., 2000). Um aumento na incidência de infecções fúngicas causadas
por espécies de Candida tem sido observado em pacientes imunocomprometidos
(FIDEL et al., 1996).
C. albicans é um fungo com capacidade de dimorfismo, ou seja, pode ser
encontrado sob formas leveduriformes (blastoconídios) no estado saprofítico,
estando associado à colonização assintomática, ou como formas filamentosas
(pseudohifas e hifas verdadeiras), observadas em processos patogênicos. Além
disso, sob condições de crescimento sub-ótimas, neste fungo pode ocorrer a
formação de clamidósporos, que são esporos arredondados que possuem uma
espessa parede celular. Dessa forma, o fungo tem a capacidade de se adaptar a
diferentes nichos biológicos, podendo ser considerado, a rigor, um organismo
"pleomórfico" (LACAZ et al., 1991; CHAFFIN et al., 1998).
Clinicamente, a candidíase pode ser cutânea, mucosa, cutaneomucosa ou
visceral. Formas cutaneomucosas severas são menos comuns, encaixando-se em
duas grandes categorias: candidíase cutaneomucosa crônica e candidíase vaginal
crônica. A primeira está geralmente associada com um enfraquecimento da resposta
imune mediada por células, como o observado em pacientes com AIDS e indivíduos
com defeitos imunológicos hereditários. A segunda categoria é desencadeada por
fatores de risco como gestação, uso de contraceptivos orais, antibioticoterapia,
Diabetes mellitus, entre outros. A candidíase disseminada intensa está associada a
neutropenia secundária à doença granulomatosa crônica, leucemia, terapia
antineoplásica ou imunossupressão após transplante. Estas observações sugerem
que tanto as células fagocíticas quanto a resposta imune mediada por células
específicas participam na defesa do hospedeiro contra o microrganismo (ASHMAN e
PAPADIMITRIOU, 1995; COTRAN et al., 2000).
2- Candidíase vulvovaginal (CVVtPv am in i dosãi cdaagco in c irto ni
diagnóstico da CVV é cada vez mais freqüente na prática diária da ginecologia e
sua incidência tem aumentado drasticamente, tornando-se a segunda infecção
genital mais freqüente nos Estados Unidos e no Brasil, precedida apenas pela
vaginose bacteriana, representando 20 a 25% dos corrimentos vaginais de natureza
infecciosa (CORSELLO et al., 2003). Estima-se que cerca de 75% das mulheres
adultas apresentem pelo menos um episódio dessa vulvovaginite fúngica em sua
vida, sendo que destas, 40 a 50% vivenciarão novos surtos e 5% atingirão o caráter
recorrente CVVR (MARDH et al., 2002). Candida albicans é o principal agente que
responde por 80 a 90% das CVV, e 10 a 20% a outras espécies chamadas C. nãoalbicans
(SOBEL, 1993). C. glabrata é a segunda espécie em freqüência nas CVV,
embora tenham sido referidos os achados de Candida tropicalis, Candida
parapsilosis, Saccharomyces cerevisiae, Trichosporon sp dentre outras
(CONSOLARO et al., 2004; CORSELLO et al., 2003; COTRAN et al., 2000;
PICHOVÁ et al., 2001; SOBEL, 1993).
Esta infecção caracteriza-se por prurido, ardor, dispareunia e pela eliminação
de um corrimento vaginal em grumos, semelhante à nata de leite. Com freqüência,
a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas e hiperemiadas, algumas vezes
acompanhadas de ardor ao urinar e sensação de queimadura (SOBEL, 1990). Os
sintomas se intensificam no período pré-menstrual, quando a acidez vaginal
aumenta (SALVATORE, 1980).
A principal fonte de leveduras vaginais é o trato gastrointestinal, através de
um processo chamado transmissão endógena. As mesmas são veiculadas para a
vagina por auto-inoculação, onde se adaptam e se desenvolvem. A transmissão
sexual também é aceita o que a torna uma doença sexualmente transmissível
(DST). Através da ação de enzimas como proteases e hidrolases, as leveduras que
chegam à vagina penetram no seu epitélio superficial, ali permanecendo albergadas,
podendo causar distúrbios imediatos ou constituir-se em reservatório para
reinfecções posteriores (FIDEL et al., 1996).
3- Candidíase vulvovaginal recorrente (CVVR)
Aproximadamente 5% das mulheres com CVV desenvolvem CVVR, a qual é
definida usualmente como a ocorrência de 4 ou mais episódios de CVV no período
de 12 meses (MARRAZZO, 2003; PATEL et al., 2004). Ao contrário das mulheres
que tem episódios esporádicos de CVV, aquelas com a doença recorrente não se
beneficiam de uma diminuição na freqüência de episódios sintomáticos com o
passar da idade (MARRAZZO, 2003).
A patogênese da CVVR entre mulheres que não tem condições
predisponentes aparentes, que são a grande maioria, está sob investigação. Uma
elevação na resistência de espécies de Candida não tem sido observada na
maioria dos casos, embora, se analisarmos estas pacientes como um grupo,
mulheres com recorrência tem uma prevalência discretamente mais elevada de C.
glabrata, a qual é menos sensível às drogas imidazólicas, comumente utilizadas no
tratamento de CVV e CVVR (SOBEL et al., 2001).
4- Fatores predisponentes do hospedeiro
A expressão da relação parasita/hospedeiro depende do balanço entre a
virulência do microrganismo e as defesas do hospedeiro. Tanto fatores locais como
sistêmicos podem contribuir para a invasão tecidual por C. albicans e por leveduras
C. não- albicans. Sua intensa multiplicação no canal vaginal é favorecida por uma
série de fatores predisponentes. Do ponto de vista do hospedeiro, a colonização
prévia por levedura e posterior diminuição da capacidade de resposta imunológica
observada em doenças imunossupressoras, gestantes e usuárias crônicas de
corticóides, parecem favorecer a infecção. Ainda parecem contribuir o uso de
antibióticos, estrogenioterapia, pequenos traumas como o ato sexual, hábito de
usar roupas muito justas ou de fibras sintéticas, além da dieta alimentar muito
ácida (FERNANDES e MACHADO, 1996; NARDIN et al., 2000). A utilização de
antibióticos pode incrementar tanto a colonização quanto à infecção por Candida.
Embora diferentes estudos não tenham sido conclusivos neste sentido, antibióticos
podem suprimir a flora vaginal lactobacilar, que é o principal mecanismo defensivo
vaginal frente aos fungos (ZIARRUSTA, 2002).
Na prática, a infecção vaginal por C. albicans geralmente é associada com
situações de debilidade do hospedeiro ou quando o teor de glicogênio do meio
vaginal está elevado e a conseqüente queda do pH local propicia o desenvolvimento
da infecção. Qualquer alteração dos níveis de glicose, especialmente em situações
de hiperglicemia, e qualquer estado em que se produz uma elevação do glicogênio
vaginal, pode desencadear CVV (GOSWAMI et al., 2006). O excesso de glicogênio
aumenta o substrato nutritivo dos fungos, promovendo um incremento na sua
capacidade de adesão (LACAZ, 1980; PEREIRA et al., 1996). Altos níveis de
produção de hormônios femininos, especialmente a progesterona, aumentam a
disponibilidade de glicogênio no ambiente vaginal, o qual serve como excelente
fonte de carbono para o crescimento e germinação das leveduras (SOBEL, 1990).
Raramente isola-se Candida na pré-menarca, fato este que associado a baixa
prevalência CVV na menopausa enfatizam a dependência hormonal da infecção
(FERRER, 2000). Como muitas mulheres são portadoras assintomáticas de Candida
em pequenas quantidades, neste estado a levedura é considerada como comensal e
as alterações no ambiente vaginal do hospedeiro são necessárias para que a
mesma induza aos seus efeitos patológicos e a paciente desenvolva CVV (SOBEL,
1993).
Fatores predisponentes do hospedeiro já bem conhecidos, incluindo Diabetes
mellitus, imunossupressão, gravidez e terapias hormonais, apenas explicam
parcialmente a CVVR. O uso de antibiótico de amplo espectro, uso de contraceptivo
oral, dispositivo intra-uterino, higiene pessoal e práticas sexuais têm sido estudados
como fatores de risco para recorrência (PATEL et al., 2004). Acredita-se que a
CVVR esteja relacionada com uma depressão nos processos imunes da mucosa
normal, o que permitiria uma certa "tolerância" da mucosa ao microrganismo, pelo
fato de ser encontrada alta incidência de CVVR em mulheres com imunidade celular
prejudicada (FIDEL et al.,1996).
5- Fatores de virulência de leveduras
A patogenicidade ou virulência de um microrganismo é definida como a sua
capacidade de determinar doença, sendo esta mediada por múltiplos fatores. Apesar
de certos aspectos da virulência serem determinados geneticamente, estes são
expressos pelos microrganismos apenas quando existem condições ambientais
favoráveis, tais como teor nutricional, atmosfera de oxigênio e temperatura. Estas
condições são específicas para cada microrganismo e para cada isolado de
determinado agente. Podem variar de hospedeiro para hospedeiro e mesmo entre
os diferentes tecidos de um mesmo hospedeiro (GHANNOUM e RADWAN, 1990).
A virulência das espécies patogênicas de Candida spp depende dos vários
fatores, tais como adesão a substratos inertes e biológicos, formação de tubo
germinativo com conseqüente desenvolvimento da forma filamentosa, variabilidade
genotípica, produção de toxinas e enzimas extracelulares hidrolíticas, variabilidade
antigênica, imunomodulação dos mecanismos de defesa do hospedeiro e
hidrofobicidade da superfície celular (CALDERONE e FONZI, 2001).
Os fatores de virulência de leveduras relacionados com esta dissertação são
descritos a seguir:
5.1- Aderência
A aderência das leveduras à mucosa vaginal é reconhecida como um passo
essencial na colonização microbiana e um evento chave na iniciação do processo
patogênico, uma vez que, a colonização prévia é aceita como fator predisponente ao
processo infeccioso (KAMAI et al., 2002). Alguns microrganismos não invasivos
permanecem aderidos à superfície hospedeira, enquanto outros utilizam essa
adesão como a primeira etapa para a invasão tecidual (FINLAY e FALKOW, 1989).
A aderência é considerada um importante fator de virulência de Candida spp,
sendo o primeiro estágio para a colonização dessas leveduras em diversas regiões
do hospedeiro, com subseqüente disseminação quando ocorre um desequilíbrio nas
defesas do hospedeiro (HAZEN et al., 2001). Vários mecanismos de aderência de
Candida spp têm sido propostos, incluindo atração eletrostática, interação
hidrofóbica e envolvimento de adesinas específicas (JABRA-RIZKI et al., 2001). A
adesão de patógenos à superfície de células eucarióticas é mediada por
macromoléculas denominadas adesinas, as quais são estruturas da superfície do
microrganismo que interagem com receptores específicos nas células eucarióticas
(FINLAY e FALKOW, 1989; PIRES et al., 2001). As fibronectinas têm sido
caracterizadas como receptores em células de mamíferos para a ligação de certos
microrganismos. Foi descrita sua presença na superfície das células epiteliais
vaginais e a interação de Candida spp com a mesma, sobretudo em certas fases do
ciclo menstrual (KLOTZ et al., 1985).
Devido a importância e significância da aderência, alguns estudos in vivo e in
vitro tem sido desenvolvidos para quantificar e caracterizar a aderência de C.
albicans a superfícies celulares e inanimadas (JABRA-RIZKI et al., 2001; SHIN et al.,
2002). A ligação de C. albicans à superfícies mucosas têm sido demostrada como
um importante passo no processo infeccioso, particularmente na cavidade oral e
mucosa vaginal (JABRA-RIZKI et al., 2001).
5.2- Biofilme
Estuda-se também a aderência de um microrganismo avaliando a sua
capacidade de formar biofilmes, que constituem um outro tipo de aderência, na qual
os microrganismos formam agregados unicelulares, gerando estruturas
multicelulares que aderem a superfícies. Sua formação ocorre em resposta a uma
variedade de condições, incluindo alta densidade celular, privação de nutrientes e
estresse físico ambiental (O´TOOLE et al., 2000).
Atualmente, biofilmes são conhecidos como comunidades microbianas
organizadas que ficam aderidas a superfícies (DOUGLAS, 2003; WATNICK e
KOLTER, 2000). Essas comunidades quase sempre são constituídas por vários
gêneros e espécies, envoltos em suas matrizes extracelulares, que por sua vez são
formadas por componentes do hospedeiro e produtos bacterianos secretados
(WATNICK e KOLTER, 2000). Estudos recentes sugerem que nos biofilmes ocorre
uma complicada “conversa” dos microrganismos entre si e com as células do
hospedeiro, através da liberação de moléculas sinalizadoras conhecidas como
“quorum-sensing”, as quais são essenciais para sua formação e manutenção
(HOGAN et al., 2004; RAMAGE et al., 2002).
Em CVV, a avaliação da capacidade de formação de biofime é importante
devido à possibilidade de sua ocorrência em dispositivos intra-uterinos e em anel
vaginal contraceptivo. Porém, apresenta-se também importante nas CVV e CVVR
não relacionadas a este contraceptivo vaginal, isto porque algumas células fúngicas
na mucosa vaginal podem existir como uma mistura de espécies formando biofimes,
inclusive com bactérias da flora vaginal. Estas leveduras têm maior resistência a
terapia antifúngica convencional e isto pode ser responsável pela não erradicação
da C. albicans do lúmen vaginal, explicando, pelo menos em parte, a ocorrência de
CVVR (DOUGLAS, 2003).
Além de fatores inerentes ao hospedeiro, tem sido postulado que existem
diferenças na patogenicidade de isolados de Candida sp. Em estudos in vitro tem se
observado que isolados de C. não-albicans produzem mais biofimes e de maior
consistência, quando comparados a isolados de C. albicans. Em estudo in vitro de
aderência e formação de biofilme em superfície cateter, observou-se que isolados de
C. parapsilosis e C. tropicalis foram mais biofilme quando comparado a C. albicans
(CAMACHO et al., 2007). Outro estudo de SHIN et al. (2002), mostrou que C.
tropicalis e C. parapsilosis produzem quantidades significativas de biofilme quando o
meio contém 8% de glicose. Estes dados confirmam as evidências de que as
infecções fúngicas caudas por C. não-albicans apresentam interesse especial por
duas razões: primeiramente a virulência e a patogenicidade; secundariamente, a
ocorrência da resistência às drogas antifúngicas atualmente disponíveis (DIEKEMA
et al, 2002), sendo importante ressaltar a resistência a antifúngicos de biofilmes
formados por espécies de Candida (CHANDRA et al, 2001).
5.3- Hidrofobicidade de superfície celular (HSC)
Já é conhecido que células leveduriformes hidrofóbicas são mais virulentas
em ratos do que células leveduriformes hidrofílicas. A expressão de HSC por C.
albicans tem sido desta forma correlacionada com virulência aumentada,
provavelmente por estimular fenômenos de aderência, resistência à fagocitose e
germinação (HAZEN et al., 2001). Embora o mais forte mecanismo envolvendo a
aderência está provavelmente relacionada a uma adesina manoproteína de C.
albicans, HSC tem sido descrita por vários investigadores como envolvida na
aderência (JABRA-RIZKI et al., 2001).
Em estudos realizados por LUO e SAMARANAYAKE (2002), foi observado
correlação positiva entre HSC e aderência à superfície acrílica, indicando que C.
glabrata apresenta maior HSC e aderência ao substrato estudado em relação à C.
albicans.
6- Métodos Contraceptivos e relação com CVV
A flora vaginal composta por lactobacilos constituem uma barreira defensiva
importante frente a CVV, sendo que os lactobacilos atuam em três diferentes níveis.
Em primeiro lugar, competem com os fungos pelo nutrientes. Em segundo, realizam
um processo de co-agregação, sendo com isto capazes de competir e bloquear os
receptores epiteliais para os fungos, inibindo desta forma a adesão dos mesmos ao
epitélio vaginal. Este mecanismo de defesa é o mais importante. E em terceiro, são
capazes de produzir substâncias (bacteriocinas) capazes de inibir a germinação de
micélios. Isto pode explicar porque tratamentos com antibióticos podem
desencadear CVV em decorrência da depleção da flora vaginal (ZIARRUSTA, 2002).
As alterações hormonais, principalmente as estrogênicas, parecem influenciar
na incidência de episódios agudos de CVV. Existe uma incidência aumentada desta
infecção entre mulheres grávidas, usuárias de anticoncepcionais orais com alto teor
de estrogênio, e aquelas sob terapia hormonal de reposição após a menopausa. Em
contraste, mulheres no período anterior à menarca e posterior à menopausa
raramente adquirem infecções vaginais fúngicas. Porém, a relação entre hormônios
reprodutivos e imunidade vaginal local permanece ainda desconhecida.
(FERNANDES e MACHADO, 1996).
Os métodos contraceptivos podem também promover a CVVR. As mulheres
que tomam pílulas contraceptivas orais têm uma taxa mais alta de CVVR
(RINGDAHL, 2000; SOBEL et al., 1998), uma vez que células de Candida
apresentam receptores para estrogênio e progesterona que, quando estimulados,
aumentam a proliferação fúngica (REED , 1992; RINGDAHL, 2000).
Com a incidência relativamente elevada de vaginite na população feminina
em geral, é plausível que mulheres usuárias de NuvaRing® também sejam afetadas.
Durante um grande estudo de eficácia e tolerabilidade, 13,7% das mulheres usuárias
do anel contraceptivo informaram a presença de vaginite, embora apenas 5%
acreditassem que a vaginite estava relacionada ao tratamento (ROUMEN et
al.,2001; VERHOEVEN et al., 2004).
JUSTIFICATIVA
Atualmente, observa-se um grande número de mulheres que fazem uso de
métodos contraceptivos. Apesar de todos os benefícios destes métodos, existem
aquelas que apresentam maior predisposição a infecções vaginais. As leveduras
que habitam normalmente a mucosa vaginal podem tornar-se patógenos
oportunistas devido a situações de debilidade da hospedeira, desenvolvendo
infecções denominadas candidíases. O diagnóstico de candidíase vulvovaginal
(CVV) é cada vez mais freqüente na prática diária da ginecologia e sua incidência
tem aumentado drasticamente. Candida albicans é o principal agente das CVV, no
entanto, outras espécies não-albicans podem causar esta infecção.
São vários os fatores identificados como causa do aparecimento de CVV tais
como: gravidez, Diabetes mellitus e o uso de corticóides. Contudo, o uso de
contraceptivo oral contendo estrógeno ou uso de dispositivos intra-uterinos, também
podem constituir risco para o desenvolvimento de candidíase.
Até o presente momento, são escassos os estudos que avaliam a influência
do anel vaginal contraceptivo no desenvolvimento de CVV, sendo uma possibilidade
plausível, uma vez que o anel permanece por três semanas alojado na vagina,
podendo levar a adesão de leveduras sobre sua superfície. Considerando a adesão
um dos principais fatores de virulência de leveduras, podendo predispor a um
processo patogênico no ambiente vaginal, a proposta deste trabalho visa avaliar se
este novo método contraceptivo poderia estar envolvido na manutenção de
leveduras vaginais e conseqüentemente no desenvolvimento de CVV.
OBJETIVOS
Objetivo geral:
O presente estudo teve como objetivo avaliar a aderência in vitro de diferentes
leveduras, isoladas de exsudato vaginal de pacientes com CVV, em anel vaginal
contraceptivo NuvaRing®.
Objetivos específicos:
1. Avaliar a aderência de leveduras C. albicans e não-albicans ao anel vaginal
contraceptivo através da técnica de contagem de colônias em placas, após
período de incubação de 1 hora;
2. Avaliar a aderência de leveduras ao anel vaginal contraceptivo por
incorparação de timidina tritiada;
3. Determinar a hidrofobicidade de superfície celular das leveduras;
4. Avaliar a aderência de leveduras ao anel vaginal contraceptivo através de
visualização em Microscopia Eletrônica de Varredura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ASHMAN, R. B.; PAPADIMITRIOU, J. M. Production and function of cytokines in
natural and adquired immunity to Candida albicans infection. Microbiol Rev., v.
59, p. 646-672, 1995.
2. BROOKS, G. F; BUTEL, J. S.; MORSE, S. A. Jawetz, Melnick e Adelberg -
Microbiologia Médica. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000. p.
485-486.
3. CALDERONE, R. A.; FONZI, W. A. Virulence factors of Candida albicans. Trens
in Microbiology.; v. 9, n.7, p. 327-335, 2001.
4. CAMACHO, D.P.; GASPARETTO, A.; SVIDZINSKI, T.I.E. The effect of
chlorhexidine and gentian violet on the adherence of Candida spp to urinary
catheters. Mycopathologia, 2007 (In press).
5. CHAFFIN, W.L.; LÓPEZ-RIBOT, J.L.; CASANOVA, D.G. ; MARTINEZ, J.P. Cell
wall and secreted proteins of Candida albicans: Identification, function, and
expression. Microbiol Molec Biol Ver., v. 62, p. 130-180, 1998.
6. CHANDRA, J.; KUHN, D.M.; MUKHERJEE, P.K.; HOYER, L.L.; MCCORMICK,
T.; GHANNOUM, M.A. Biofilm formation by the fungal pathogen Candida
albicans: development, architecture, and drug resistance. J Bacteriol., v. 183, p.
5385-5394, 2001.
7. CONSOLARO, M.E.L.; ALBERTONI, T.A; YOSHIDA, C.S; MAZUCHELI, J.;
PERALTA, R.M.; SVIDZINSKI, T.I.E. Correlation of Candida species and
symptoms among patients with vulvovaginal candidiasis in Maringá, Paraná,
Brazil. Rev Iberoam Micol., v. 21, n. 4, p. 202-205, 2004.
8. CORSELLO, S.; SPINILLO, A.; OSNENGO, A. et al. An epidemiological survey
of vulvovaginal candidiasis in Italy. Eur J Obstet Gyenecol Reprod Biol., v.
110, n. 1, p. 66-72, 2003.
9. COTRAN, R.S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. Robbins. Patologia Estrutural e
Funcional. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000. p. 339-340.
10. DIEKEMA, D.J.; MESSER, A.S.; BRUEGGEMANN, A.B. et al. Epidemiology of
candidemia: 3-year results from the emerging infections and the epidemiology of
Iowa organisms study. Journal of Clinical Microbiology., v. 40, p. 1298-1302,
2002.
11. DOUGLAS, L.J. Candida biofilms and their role in infection. Trends Microbiol.,
v. 11, p. 30-36, 2003.
12. FERNANDES, C.E.; MACHADO, R.B. Aspectos etiopatogênicos, diagnósticos e
terapêuticos da candidíase vulvovaginal. Rev Bras Medicin., v. 7, p. 100-104,
1996.
13. FERRER, J. Vaginal candidosis: epidemiological and etiological factors. Int
Journal Gynaecol Obstet., v. 7, p. 21-27, 2000.
14. FIDEL, J.R; P.L; SOBEL, J.D. Immunopathogenesis of recurrent vulvovaginal
candidiasis. Rev Clin Microbiol., v. 9, p. 335-348, 1996.
15. FINLAY, B.B.; FALKOW, S. Common themes in microbial pathogenicity.
Microbiol Rev., v. 53, p. 210-230, 1989.
16. GHANNOUM, M.A.; RADWAN, J.J. Candida adherence to epithelial cells. Boca
Raton: CR Press, Inc.1990. p. 270.
17. GOSWAMI, D. ; GOSWANI, R.; BANERJEE, U. et al. Pattern of Candida
species isolated from patients with diabetes mellitus and vulvovaginal
candidiasis and their response to single dose oral fluconazole therapy. J Infect.,
v. 52, n. 2, p. 111-117, 2006.
18. HAZEN, K.C.; WU, J.G.; MASUOKA, J. Comparison of hydrophobic properties of
Candida albicans and Candida dubliniensis. Infection and Immunity., v. 69, p.
779-786, 2001.
19. HOGAN, D.A.; VIK, A.; KOLTER, R. A Pseudomonas aeruginosa quorumsensing
molecule influences Candida albicans morphology. Mol Microbiol., v.
54, p. 1212-1223, 2004.
20. JABRA-RIZKI, M.A.; FALKER, W.A.; MERZ, W.G.; BAQUI, A.A.M.A.; KELLEY,
J.I.; MEILLER, T.F. Cell surface hydrophobicity - associated adherence of
Candida dubliniensis to human buccal ephitelial cells. Rev Iberoam Micol., v.
18, p. 17-22, 2001.
21. KAMAI, Y. ; KUBOTA, M. ; KAMAI, Y. ; HOSOKAWA, T. ; FUKUOKA, T. ;
FILLER, S.G. Contribution of Candida albicans ALS1 to the pathogenesis of
experimental oropharyngeal candidiasis. Infect Immun., v. 70, p. 5256-5258,
2002.
22. KLOTZ, S.A. ; DRUTZ, D.J. ; ZAJIC, J.E. Factors governing adherence of
Candida species to plastic surfaces. Infect Immun., v. 50 p. 97-101, 1985.
23. KURTZMANN, C. P.; FELL, J. W. The Yeast. A taxonomic study. 4. ed.
Amsterdam: Elsevier, 1998.
24. LACAZ, C.S. Candidíases. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
1980.
25. LACAZ, C.S.; PORTO, E.; MARTINS, J.E.C. Micologia médica: fungos,
actinomicetos e algas de interesse médico. 8. ed. São Paulo: Sarvier, 1991.
26. LUO, G.; SAMARANAYAKE, L.P. Candida glabrata, an emerging fungal
pathogen, exhibits superior relative cell surface hydrophobicity and adhesion to
denture acrylic surfaces compared with Candida albicans. APMIS., v. 110, n. 9,
p. 601-610, 2002.
27. MARDH, P.A.; RODRIGUES, A.G.; GENC, M.; NOVIKOVA, N.; MARTINEZ-
DEOLIVEIRA,
J.; GUASCHINO, S. Facts and myths on recurrent vulvovaginal
candidosis: a review on epidemiology, clinical manifestations, diagnosis,
pathogenesis and therapy. Int J STD AIDS., v. 13, p. 522-539, 2002.
28. MARRAZZO, J.M. Vulvovaginal candidiasis - over the counter doesn’t seen to
lead to resistance. BMJ., v. 32, p. 993-994, 2003.
29. MORAGUES, M.D. ; OMAETXEBARRIA, M.J. ; ELGUEZABAL, N. ; SEVILLA,
M.J. ; CONTI, S. ; POLONELLI, L. ; PONTÓN, J. A monoclonal antibody directed
against a Candida albicans cell wall mannoprotein exerts three anti-C albicans
activities. Infec Immun., v. 7, p. 5273-5279, 2003.
30. NARDIN, M.E. ; MORANO, S. ; AHUMADA, C. ; VOLTA, G. ; FERNANDES, S. ;
MENDES, E. Prevalencia de la candidiasis vulvovaginal y su relacion com
algunos factores de riesco. Rev Arg Micol, 2000.
31. ODDS, F.C. ; WEBSTER, C.E. ; MAYURANATHAN, P. ; SIMMONS, P.D.
Candida concentrations in the vagina and their association with signs and
symptoms of vaginal candidosis. J Med Vet Mycol ., v. 26, p. 277-283, 1988.
32. O’TOOLE, G.A.; KAPLAN, H.B.; KOLTER, R. Biofilm formation as microbial
development. Ann Rev Microbiol., v. 54, p. 49-79, 2000.
33. PATEL, D.A. ; GILLESPIE, B. ; SOBEL, J.D. ; LEAMAN, D. ; NYIRJESY, P. ;
WEITZ, M.V. ; FOXMAN, B. Risk factors for recurrent vulvovaginal cadidiasis in
women receiving maintenance antifungal therapy: results of a propective cohort
study. Am J Obst Gyn., v. 19, p. 644-653, 2004.
34. PEREIRA, I.D.B. ; SOUZA, A.E.S. ; FEIO, R.S. ; VIEIRA, A.B.R. ; VIEIRA,
I.J.M.S. Vulvoganites por Candida albicans em pacientes ambulatoriais do
Hospital Universitário Betina Ferro de Souza. Rev Bras Anal Clin., v. 28, p. 53-
54, 1996.
35. PICHOVÁ, I.; PAVLICKOVÁ, J.; DOSTÁL, J.; DOLEJSI, E.; HRUSKOVÁ-
HEIDINGSFELDOVÁ, O.; WEBER, J.; RUML, T.; SOUCEK, M. Secreted
aspartic proteinases of Candida albicans, Candida tropicalis, Candida
parapsilosis and Candida lusitaniae: inhibition with peptidomimetic inhibitors.
Eur J Biochem., v. 268, p. 2669-2677, 2001.
36. PIRES, M.F.C.; CORREA, B.; GAMBALE, W.; PAULA, C.R. Experimental model
of Candida albicans
Appl Environ Microbiol., v. 68, p. 5459-5463, 2002.
38. REED B.D. Risk factors for Candida vulvovaginitis. Obstet Gynecol Surv v. 47,
p. 551-60,1992.
39. RINGDAHL, E.N. Treatment of recurrent vulvovaginal candidiasis. Am Farm
Physician., v. 61, n. 11, p. 3306-3312, 2000.
40. ROUMEN, F.J.M.E.; APTER, D.; MULDERS, T.M.T.; DIEBEN, T.O.M. Efficacy,
tolerability and acceptability of a novel contraceptive vaginal ring releasing
etonogestrel and ethinyl oestradiol. Hum Reprod., v. 16, n. 3, p. 469-475, 2001.
41. SALVATORE, C.A. Candidiases vulvovaginal. In Lacaz, C.S. Candidiases.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1980.
42. SHIN, J.H.; KEE, S.J.; SHIN, M.G.; KIM, S.H.; SHIN, D.H.; LEE, S.K.; SUH,
S.P.; RYANG, D.W. Biofilm production by isolates of Candida species recovered
from nonneutropenic patiens: comparison of bloodstream isolates with isolates
from others sources. J Clin Microbiol., v. 40, n. 4, p. 1244-1256, 2002.
43. SOBEL, J.D. Vaginal infections in adult women. Med Clin North Am., v. 74, p.
1575-1602, 1990.
44. SOBEL, J.D. Candidal vulvovaginitis. Clin Obstet Gynecol., v. 36 p. 153-165,
1993.
45. SOBEL, J.D.; FARO, S.; FORCE, R.W.; FOXMAN, B.; LEDGER, W.J.;
NYIRJESY, P.R.; et al. Vulvovaginal candidiasis: epidemiologic, diagnostic, and
therapeutic considerations. Am J Obstet Gynecol., v. 178, p. 211, 1998.
46. SOBEL, J. D. ; KAPERNICK, P.S.; ZERVOS, M.; REED, B.D.; HOOTON, T.;
SOPER, D.; NYIRJESY, P.; HEINE, M.W.; WILLEMS, J.; PANZER, H.;
WITTES, H. Treatment of complicated Candida vaginitis: comparison of single
and sequential doses of fluconazole. Am J Obstet Gynecol., v. 185, n.2, p. 363-
369, 2001.
47. VERHOEVEN, C.H.J.; VAN DEN HEUVEL, M.W.; MULDERS, T.M.T.; DIEBEN,
TH.O.M. The contraceptive vaginal ring, NuvaRing®, and antimycotic comedication.
Contraception., v. 69, p. 129-132, 2004.
48. WATNICK, P.; KOLTER, R. Biofilm, city of microbes. J Bacteriol., v. 182, p.
2675-2679, 2000.
49. ZIARRUSTA, G. B. Vulvovaginitis candidiásica. Rev Iberoam Micol., v. 19, p.
22-24, 2002.
CAPÍTULO II
Artigo “WOULD THE ADHERENCE OF YEAST TO NuvaRing®
CONTRACEPTIVE VAGINAL RING BE RELATED TO VULVOVAGINAL
CANDIDIASIS?
, pág.22-48, submetido para publicação aguardando resultado.
Address correspondence:
Dra. Terezinha Inez Estivalet Svidzinski
Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Análises Clínicas
Av. Colombo, 5790; Maringá – PR – Brasil; 87020-900
Telefone (+55 44) 3261-4864 / FAX: (+55 44) 3261-4931
CAPÍTULO III
CONCLUSÕES
1. Todas as leveduras testadas aderiram muito bem ao anel vaginal, tanto
através do ensaio de aderência in vitro por UFC/ml, que evidenciou C.
albicans como a menos aderente e C. glabrata e C. tropicalis as mais
aderentes, quando por adesão radiomarcada, cujas leveduras aderiram de
maneira mais uniforme.
2. A adesão foi comprovada também através da MEV, que demonstrou um
padrão de adesão muito diferente entre C. albicans e C. tropicalis, e que
portanto, parece ser característico de cada levedura.
3. A MEV evidenciou também a superfície irregular do NuvaRing®, o que muito
provavelmente auxilia no processo de adesão.
4. Os resultados de HSC do presente estudo variam consideravelmente entre os
diferentes isolados testados, em escala crescente de valores na mesma
ordem que os de UFC/ml, demonstrando que, quanto maior o caráter
hidrofóbico destas leveduras, mais aderentes ao anel.
5. O aumento freqüente de isolados de leveduras C. não-albicans em CVV em
algumas populações, pode ser explicado, ao menos em parte, neste estudo,
demonstrando a correlação entre a grande capacidade de adesão e de HSC
destas leveduras, em particular C. glabrata.
6. Tanto para CVV quanto para CVVR, o anel vaginal poderia contribuir com a
dificuldade de eliminação destas leveduras do canal vaginal pelo tratamento
adotado.
7. Os resultados obtidos apontam fortes evidências de que a aderência das leveduras testadas
ao NuvaRing® poderia facilitar o desenvolvimento de CVV e especialmente de CVVR nas
pacientes susceptíveis usuárias deste novo método contraceptivo.
PERSPECTIVAS FUTURAS
1. Realizar estudos de co-agregação de leveduras com Lactobacillus acidophilus
da flora microbiana vaginal predominante.
2. Avaliar a capacidade de adesão do co-agregado em anel vaginal
contraceptivo e em células epiteliais vaginais, com intuito de verificar
possíveis alterações no processo de adesão.
3. Estudar o processo de adesão de leveduras em dispositivo intra-uterino (DIU).
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo